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ANATOMOFISIOLOGIA

DO CORPO HUMANO

A histologia, anatomia e
fisiologia dos sistemas
respiratórios e digestório
Dr. Lúcio Flávio Soares-Caldeira
• Unidade de Ensino: U1

• Competência da Unidade: Estudar as partes anatômicas e


compreender o funcionamento desses sistemas e como nosso
corpo funciona em movimento.

• Resumo: A contribuição dos sistemas respiratório e digestório


para a homeostasia ao realizar a troca gasosa (O2 e CO2) entre o ar
atmosférico e absorção de nutrientes para células teciduais

• Palavras-chave: Respiração, ventilação, oxigênio, dióxido de


carbono, digestão.

• Título da Teleaula: A histologia, anatomia e fisiologia dos sistemas


respiratórios e digestório.

• Teleaula nº: 01
Os órgãos do canal alimentar e os órgãos digestórios
acessórios
Contextualizando
A B

TORTORA (2016, p: (A) 848 e (B) 894).


Características do
sistema respiratório
Divisão estrutural do sistema respiratório
Constituído pelo nariz, pela faringe, pela laringe,
pela traqueia, pelos brônquios e pelos pulmões.
• O sistema respiratório superior: nariz, a
cavidade nasal, a faringe e estruturas
associadas;
• O sistema respiratório inferior: a laringe, a
traqueia, os brônquios e os pulmões.

TORTORA (2016, p: 848).


Divisão funcional do sistema respiratório
A zona condutora:
• Consiste em várias cavidades e tubos
interconectados (intrapulmonares e
extrapulmonares).
• Nariz, a cavidade nasal, a faringe, a laringe, a
traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os
bronquíolos terminais
• Sua função é filtrar, aquecer e umedecer o ar e
conduzi-lo para os pulmões.
TORTORA (2016, p: 848).
Divisão funcional do sistema
respiratório
A zona respiratória:
• Consiste em tubos e tecidos nos pulmões
onde ocorrem as trocas gasosas.
• Estes incluem os bronquíolos respiratórios,
os ductos alveolares, os sacos alveolares e
os alvéolos e são os principais locais de
trocas gasosas entre o ar e o sangue.

TORTORA (2016, p: 861).


Vias respiratórias
Vias respiratórias a partir da traqueia: a árvore bronquial.

TORTORA (2016, p: 857).


Pulmões “Se um traumatismo provocar
o colapso de um pulmão, o
• São separados um do outro pelo coração e por outras outro pode permanecer
expandido.”
estruturas do mediastino.
• Cada pulmão é fechado e protegido por uma túnica serosa de
camada dupla chamada pleura.
• A camada superficial, chamada de pleura parietal; a camada
profunda, a pleura visceral, recobre os pulmões propriamente
ditos
• Entre a pleura visceral e a pleura parietal há um pequeno
espaço, a cavidade pleural, que contém um pequeno volume de
líquido lubrificante que é secretado pelas membranas.
A

TORTORA (2016, p: (A) 858 e (B) 860).


Fonte: Van De Graaff (2003, p. 617).
Perviedade e
alvéolos
Perviedade do sistema respiratório
Os órgãos respiratórios, por meio de secreções ajudam a
manter a perviedade do sistema de modo que as vias
respiratórias permaneçam desobstruídas.
Condições que podem comprometer a perviedade.
• lesões por esmagamento de ossos e cartilagens,
• desvio de septo nasal,
• pólipos nasais,
• inflamação das túnicas mucosas,
• espasmos do músculo liso e deficiência de surfactante.
Os alvéolos
• As paredes dos alvéolos são formadas por dois tipos de células epiteliais alveolares.
• Tipo I: células epiteliais escamosas simples pulmonares (> n°) que formam um
revestimento quase contínuo da parede alveolar (são os principais locais de trocas
gasosas).
• Tipo II: chamadas células septais (< n°) encontradas entre as células alveolares do tipo
I (secretam líquido alveolar, o que mantém úmida a superfície entre as células e o ar).
• Incluído no líquido alveolar está o surfactante (mistura de fosfolipídios e
lipoproteínas).
• O surfactante reduz a tensão superficial do líquido alveolar, o que
diminui a tendência de colabamento dos alvéolos.
Os alvéolos

TORTORA (2016, p: 857).


Acidente e falta de
ar
Situação problema
• Acidente em uma aula de circuito em que um de seus alunos
sofreu uma queda sobre um dos objetos que faz parte do
circuito e grita de dor, colocando as mãos sobre a caixa
torácica.
• Ao avaliar a situação, você tenta apalpar a região e percebe
um afundamento das costelas do lado esquerdo e a respiração
está incompleta.
• O que será que o afundamento das costelas pode ter
causado? E por que o aluno não consegue realizar a respiração
completa? O que você pode fazer para ajudar seu aluno.
• Na situação de queda, existe o risco de fratura. Embora possa ser visível a confirmação
é possível pelo exame de raio-X.
• A falta de ar por possível fratura das costelas podendo causar perfuração do pulmão
(pneumotórax - cavidades pleurais podem se encher de ar, sangue (hemotórax) ou pus.
• O pneumotórax ocorre quando, há entrada de ar na cavidade pleural, que é o espaço
existente entre a pleura parietal e visceral. O pulmão do lado afetado colapsa
totalmente ou parcialmente, dificultando a entrada do ar no pulmão.
• Geralmente o pulmão se mantém aberto pela pressão existente na cavidade pleural.
Mas, quando ocorre perfuração da pleura o ar entra nesta cavidade e causa o
fechamento do pulmão.
• Assim, com todo esse conhecimento, quando o aluno caiu e
relatou a falta de ar, você já saberia quais as medidas necessárias
para prestar o socorro e encaminhar o seu aluno em segurança
para o hospital mais próximo.
Perguntas?
Ventilação
pulmonar
Ventilação pulmonar
A ventilação pulmonar, ou respiração, é o movimento de
incursão respiratória que resulta na inspiração (inalação) e
expiração (exalação) do ar e envolve a troca de ar entre a
atmosfera e os alvéolos dos pulmões.
• A respiração externa (pulmonar): troca de gases entre os
alvéolos dos pulmões e o sangue nos capilares
pulmonares através da membrana respiratória.
• A respiração interna (tecidual) é a troca de gases entre o
sangue nos capilares sistêmicos e as células teciduais.
Mudanças de pressão durante a
ventilação pulmonar
Momentos antes da inspiração, a pressão interna
dos pulmões é igual à pressão do ar na atmosfera
[nível do mar ~760 mmHg, ou 1 atmosfera (atm)].
Para fluir o ar para os pulmões, a pressão intra-
alveolar tem de se tornar mais baixa do que a
pressão atmosférica.
Esta condição é alcançada aumentando o tamanho
dos pulmões.
Lei de Boyle. O volume de um gás varia inversamente com a
sua pressão.
Fonte: Van De Graaff (2003, p. 619).
Volumes pulmonares

TORTORA (2016, p: 869).


Valores típicos de ventilação pulmonar durante
repouso e exercícios moderado e intenso

McArdle (2016, p: 266).


Transporte de
gases
Transporte de gases - princípios
• A solubilidade de um gás determina sua penetração no
líquido;
• Quanto maior a pressão parcial do gás, maior sua
penetração no líquido.
• A temperatura do líquido também influi na solubilidade, pois
quanto maior a agitação das moléculas, menor sua
solubilidade. O CO2 apresenta sua solubilidade de 0,57 e o
O2 de 0,024.
• Sendo assim, o CO2 é cerca de 20 vezes mais solúvel em água
do que o O2.
Transporte de gases

oxi-hemoglobina:

anidrase carbônica
(AC)

TORTORA (2016, p: 874).


Controle da respiração
Involuntária: a maior parte do tempo.
Voluntária: acionada em situações específicas.
• A respiração é controlada pelo centro respiratório de
neurônios localizados no tronco encefálico, mais
especificamente no bulbo (centro respiratório
bulbar) e na ponte.
• A regularidade da respiração involuntária normal é
controlada pelo bulbo, considerada a área da
ritmicidade.
Complexo pré-Bötzinger, que se acredita ser
importante na geração do ritmo respiratório

Grupo respiratório pontino (GRP), estão ativos


durante a inspiração e a expiração. O GRP transmite
impulsos nervosos para o GRD no bulbo e participa
tanto na inspiração quanto na expiração, modificando
o ritmo básico da respiração produzido pelo GRV,
como ao exercitar-se, falar ou dormir.

TORTORA (2016, p:).


McArdle (2016, p: 257).
Regulação do centro respiratório
Hipercapnia: quimiorreceptores centrais são estimulados e respondem ao
aumento no nível de H+ e PCO2 elevada. Os quimiorreceptores periféricos
também são estimulados tanto pela PCO2 elevada quanto pelo aumento
em H+.

Hiperventilação: a respiração rápida e profunda, possibilita a inspiração


de mais O2 e a expiração de mais CO2 até que a PCO2 e o H+ sejam
reduzidos ao normal.

Hipocapnia: quimiorreceptores centrais e


periféricos não são estimulados, como
resultado, os neurônios do GRD definem
seu próprio ritmo moderado até que o
CO2 se acumule e a PCO2 suba para 40
mmHg

TORTORA (2016, p:).


Funcionalidades do
sistema digestório
Processos básicos do sistema digestório
Ingestão – Secreção - Mistura e propulsão – Digestão – Absorção –
Defecação.
Dois grupos de órgãos compõem o sistema digestório
• O canal alimentar (tubo contínuo que se prolonga boca, a maior
parte da faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado e o
intestino grosso).
• Órgãos digestórios acessórios (incluem os dentes,
a língua, as glândulas salivares, o fígado, a vesícula
biliar e o pâncreas).
Camadas do canal alimentar
• Túnica mucosa: composta por (1) uma camada de epitélio em contato direto com o
conteúdo do canal alimentar, (2) uma camada de tecido conjuntivo denominada lâmina
própria, e (3) uma camada fina de músculo liso (lâmina muscular da mucosa).
• Tela submucosa: tecido conjuntivo areolar que liga a túnica mucosa à túnica muscular,
contém muitos vasos sanguíneos e linfáticos que recebem moléculas dos alimentos
absorvidos.
• Túnica muscular: função de contrações involuntárias do músculo liso ajudam a
fragmentar os alimentos, misturá-los às secreções digestórias e levá-los ao longo do
canal alimentar.
• Túnica serosa: é uma membrana serosa composta por tecido
conjuntivo areolar e epitélio escamoso simples (mesotélio),
também chamada peritônio visceral, e no esôfago há túnica
adventícia.
TORTORA (2016, p: 896).
Deglutição e motilidade do trato gastrintestinal
Movimento mecânico que empurra o bolo alimentar da boca para a faringe, esôfago e
estômago, dividida em três fases: (1) voluntária, (2) faríngea e (3) esofágica

TORTORA (2016, p: 907).


Digestão e absorção intestinal
• No intestino delgado, é dividida em duas partes: mecânica e
química.
• A digestão mecânica (1) movimentos segmentados para favorecer a
absorção dos micronutrientes), e (2) movimentos peristálticos
empurram o quimo até a porção final do intestino delgado, o íleo.
• Ainda com restos de CHO e PRO para serem degradados, ocorre no
intestino grosso a finalização da digestão, por meio
da ação de bactérias (microbiota intestinal), e provocam
um processo de fermentação dos CHO e PRO restantes.
• Após os macronutrientes ingeridos se transformarem
em micronutrientes, inicia-se o processo de absorção.
• ~ 90 % da absorção dos nutrientes acontece no
intestino delgado e ~ 10 % ocorre no estômago e
intestino grosso.
• A absorção dos nutrientes se dá com a passagem de
pequenas moléculas através da mucosa para os vasos
sanguíneos e linfáticos.
• No intestino delgado a absorção de monossacarídeos,
aa, lipídeos, sais biliares, vitaminas, íons e H2O. Já no
intestino grosso ocorre a absorção de água e íons.
Subida ao monte
Everest
Situação problema
• Desafio de escalar o Monte Everest, que fica localizado na
Cordilheira do Himalaia e cujo pico alcança 8.849 m acima do
nível do mar.
• Ao chegarem ao acampamento a 5.400 m de altitude, https://bit.ly/3obZdPf. Acesso em 27-09-2021.

começaram a sentir um pouco de dificuldade de respirar e


começaram a ficar preocupados, pois toda a preparação física
deles foi feita em um ambiente que está ao nível do mar.
• Será que vão encontrar dificuldade física para completar a
aventura? Quais as implicações da altitude elevada para o
corpo humano?
• Alguns dos sintomas que as altitudes elevadas podem causar:
Dificuldade de respirar; Dores de cabeça; Tonturas; Menor
resistência muscular nos braços e nas pernas; Confusão mental.
• Conforme a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui, o
que resulta em hipóxia, que nada mais é que a redução de O2
no sangue e em tecidos do nosso corpo, causando alterações https://bit.ly/3obZdPf. Acesso em 27-09-2021.

fisiológicas severas.
• Leandro e Luciano precisariam passar pelo menos 15 dias de
aclimatação, período em que o corpo iniciaria um processo de
tolerância à baixa concentração de O2 no ar, melhorando o
desempenho pulmonar e físico – mesmo assim, a adaptação
não seria completa.
Perguntas?
Recapitulando
• Características do sistema respiratório
• Vias respiratórias
• Perviedade e alvéolos
• Ventilação pulmonar
• Transporte de gases
• Funcionalidades do sistema digestório

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