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SISTEMA ESQUELÉTICO

Aspectos das aves  Possuem quilha


 Projeção do esterno em que
DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO ocorre inserção de músculos das
asas
 A classe das aves pode ser dividida em  Possuem ossos especializados
diversas ordens com as de maior denominados ossos pneumáticos
importância clínica sendo  São ossos em que o espaço
1. Psitaciformes medular é repleto por fossetas
2. Piciformes formando cavidades que
3. Passeriformes permitem a circulação de ar
responsável por proporcionar
leveza dos mesmos

ANATOMIA AVES – GERAL


 A resistência do sistema ósseo das aves
EPIDERME E DERME se deve a fusão dos mesmos enquanto
a leveza é proporcionada por ossos
 Possuem pele fina e flexível sem a presença
pneumáticos junto da existência de
de glândulas sudoríparas ou sebáceas
extensões dos sacos aéreos que
 Única glândula presente é a
uropigiana
penetram dentro de muitos ossos
substituindo a medula óssea nestes
GLÂNDULA UROPIGIANA  Pode haver extensões adicionais
 Há fusão dos ossos pélvicos
 Se localiza no dorso próxima a cauda sendo
formando a sínfise pélvica
bilobulada e responsável pela secreção de
conteúdo oleoso que impermeabiliza as
penas quando estimulada

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SISTEMA GASTROINTESTINAL 1. Ceco = normalmente pareado de
fundo ceco responsável pela
 Há ausência de palato mole na maioria fermentação vegetal
das espécies ocorrendo comunicação do 2. Cólon e reto = túbulos estreitos de
palato duro com as cavidades nasais absorção de água e minerais
através da coana 3. Cloaca = compartimento único da
saída dos sistemas digestório,
COANA urinário e reprodutor
 Localizada no palato unindo a respiração
do sistema superior até a orofaringe e
laringe para traqueia
 Dentes ausentes
 Funções são realizadas pelo bico
e moela/proventriculo

CLOACA
 O inglúvio possui grandes capacidades  Órgão dividido em 3 estruturas
de distensão sendo responsável pela 1. Coprodeo – reto com eliminação das
possibilidade de ingestão de grandes fezes
quantidades de alimento de uma vez 2. Urodeo – recebe os ureteres e
para estoque do mesmo ovidutos
 Proventriculo corresponde ao estomago 3. Proctodeo – parte final da cloaca
glandular enquanto o ventrículo é junto da bursa de fabricius
responsável pela digestão mecânica  Possuem 2 tipo de néfrons: com alça de
 O proventrículo consegue henle e sem alça de henle (maioria)
funcionar como órgão de caracterizando aspecto reptiliano
armazenamento para algumas
espécies sem inglúvio
 O intestino delgado realiza o final da
fase de digestão enzimática junto da
absorção de nutrientes consistindo em
duodeno – jejuno – íleo
 O local em que o duodeno
realiza uma volta relativamente
estreita se localiza o pâncreas
 Não produzem lactase
 O intestino grosso é dividido em 3
órgãos sendo:

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 Possuem sistema porta-renal  Possuem bolsas de ar denominadas
sacos aéreos que funcionam na
SISTEMA PORTA-RENAL respiração sem haver troca de gases
 Caracteriza um desvio da veia ilíaca
SACOS AÉREOS E OSSOS PNEUMÁTICOS
diretamente para a artéria renal sem
passar pelo fígado redirecionando o  Algumas regiões dos sacos aéreos
conteúdo aos rins em casos de ação do penetram no interior de alguns ossos
sistema parassimpático tornando-os pneumatizados
 Em casos de ação do sistema simpático  Ossos da clavícula, eterno,
ocorre fechamento da valva portal e úmero, coracoide, etc
redirecionamento do sangue ilíaco para  Os sacos aéreos se expandem e
a veia renal portal seguindo para fígado contraem conforme o ar passa por entre
e veia caudal eles de forma a realizar a ventilação e
movimentação pelos pulmões passando
o ar para tais órgãos também
 Tais estruturas funcionam de
forma a permitir equilíbrio,
ventilação da cavidade
celomática, respiração, maior
leveza no voo e natação, etc

SISTEMA RESPIRATÓRIO

SIRINGE
PULMÕES
 Faz parte do sistema respiratório das
 Possuem pulmões pouco elásticos e
aves sendo constituída por cartilagem e
pequenos
membranas timpânicas que vibram
 As trocas gasosas ocorrem nos
conforme o ar é expirado
parabronquios
 Pulmões não são capazes de se
distender/expandir e se comunicam com
os sacos aéreos através de pequenos
orifícios
 Além disso, não possuem
diafragma fazendo com que o
processo de respiração seja
altamente ativo contando com a
participação de músculos
peitorais

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 Epiglote se encontra ausente ANATOMIA PSITACIFORMES
 Traqueia localizada do lado esquerdo
possuindo anéis cartilaginosos ASPECTOS BIOLÓGICOS
completos
 A ordem dos Psitaciformes pode ser
SISTEMA URINÁRIO – REPRODUTOR dividida com base em aspectos
morfológico e moleculares em 2 famílias
 Os rinssão divididos em 1. Família Cacatuidae
1. Medial  Cacatuas e calopsitas
2. Cranial 2. Família Psittacidae
3. Caudal > sendo o medial e  Araras, papagaios,
caudal fundidos em periquitos e maritacas
passeriformes  O maior número de espécies se
 Possuem 2 tipos de néfrons encontra na América do Sul e Austrália
 Néfrons com alça de Henle (10-  Brasil possui maior diversidade
30%) de psitacídeos
 Néfrons sem alça de Henle  Possuem hábitos diurnos e arborícolas
(néfrons reptilianos)
correspondente a maior parte
 Quando os animais se encontram fora
da época reprodutiva ocorre uma atresia
de ovários
 Oviduto presente
unilateralmente
 Ausência de falo erétil em algumas
espécies

CAVIDADE ORAL

Possuem formato peculiar de bico, penas e pés:

 O bico superior é curto, de base larga e


curvado de forma que permaneça
sobreposto e encaixado ao bico inferior
mais curto
 O bico é formado por 2 lâminas
(rinoteca e gnatoteca) de
queratina que juntas
denominam a ranfoteca
responsável pela proteção da
parte óssea do bico

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 Rins possuem 3 lobos
 O produto final do metabolismo de
nitrogênio é o ácido úrico
 Fêmeas possuem apenas lado esquerdo
ovariano funcional
 Machos não possuem falo

EPIDERME E GLÂNDULAS

 Possuem epiderme fina ausente de


glândulas sudoríparas ou sebáceas –
única glândula existente é a glândula
uropigiana
 Possuem língua e maxila bem  Algumas espécies não a
desenvolvidas conferindo força na possuem
bicada
 Pés são considerados zigodáctilos CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS
 2 dedos voltados para a frente e
 São aves sociais e barulhentas vivendo
2 dedos voltados para trás
em grandes bandos quando livres
 Caracteriza excelentes
 São monogâmicos formando casais que
escaladoras e manipuladoras de
permanecem juntos por toda vida
alimento
 Grandes espécies atingem a maturidade
sexual entre 3-5 anos enquanto
TRATO RESPIRATÓRIO
pequenas espécies aos 8 meses ou 3
 Traqueia com anéis cartilaginosos anos de idade
completos  Período reprodutivo ocorre na
 Não há epiglote – apenas glote primavera-verão
 Presença de siringe
 Após a siringe ocorre a divisão NUTRIÇÃO
da traqueia em brônquios
 Possuem dieta variada podendo consistir
primários e secundários
em
 Sementes, brotos, castanhas e
coquinhos – granívoros
 Flores – nectarivoros
 Frutas e vegetais – frugívoros
 Algumas espécies de insetos e
pequenos animais
 Uma alimentação deficiente é capaz de
causar diversos transtornos metabólicos
e nutricionais
 Dietas a base exclusiva de
sementes provocam alta
densidade calórica e energética
sem correto aporte mineral,
vitamínico e aminoacídico
TRATO DIGESTIVO E REPRODUIVO  Dietas a base exclusiva de
 Possuem parede muscular do ventrículo verduras e frutas são deficientes
bem desenvolvida em vitaminas, cálcio, minerais e
 Não possuem ceco energia com ingestão calórica
 Algumas espécies não possuem vesícula ineficiente
biliar

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 Caso haja consumo de rações ANATOMIA E FISIOLOGI A - RANFASTÍDEOS
comerciais paletizadas estas devem ser
inseridas de forma gradual pois as  Possuem bico longo, largo e profundo
espécies possuem paladar apurado e com alta pigmentação consistido por
tendem a rejeitar novas dietas uma estrutura resistente e leve
proporcionada pela presença de
ANATOMIA PICIFORMES trabéculas ósseas finas
 Formatação proporciona melhor
ASPECTOS BIOLÓGICOS apreensão de alimento dentro
de cavidades e ninhos, frutos
 A ordem dos Piciformes compreende 4
pouco acessíveis, cortejo de
famílias principais
fêmeas durante época
1. Capitonidae
reprodutiva, etc
2. Ramphastidae > tucanos e
 A rede óssea é coberta por queratina
araçaris
(ranfoteca)
3. Picidae > pica-paus
 Possuem pés zigodáctilos
4. Indicatoridae
 Possuem sutil dimorfismo sexual
 Apesar de muito perseguidos, os
 Femeas são mais leves ao passo
Tucanos ainda são considerados aves
do bico dos machos serem
abundantes em seus habitats – poucas
maiores e menos encurvados –
espécies relatando ameaçadas
método ouro de identificação é
 Algumas espécies são altamente
o PCR e endoscopia
adaptáveis a ambientes
 Não possuem englúvio
antropizados
 Moela pouco musculosa com camada de
coilina pouco desenvolvida
FAMÍLIA RAMPHASTIDAE
 Possuem pâncreas e vesícula biliar
 São encontrados na América do Sul em desenvolvidos
alguns locais da Argentina, além do  Não possuem ceco
México na América Central
 Podem ser encontrados em florestas NUTRIÇÃO PICIFORMES
tropicais, campos e cerrados
 Ambas espécies podem ser consideradas
 Os membros ranfastídeos possuem
frutívoros primários
marcante tamanho do bico e formato
 Ocorrem algumas variações a
das asas – sendo os tucanos
depender da espécie > tucanos
considerados as aves de grande parte
costumam ingerir desde
da família
pequenas aves e insetos até
 Tucanos podem ser avistados em
frutas de todos os tipos
grupos, pares ou solos
enquanto os araçaris são
vegetarianos
 A predileção por proteína de fonte
animal surge principalmente em épocas
reprodutivas na criação dos filhotes
 Os ranfastídeos são mais suscetíveis a
doenças nutricionais fazendo com que
sua dieta tenha que ser altamente
planejada e específica

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ANATOMIA PASSERIFORMES  Língua estreita em formato triangular
 Possuem inglúvio com camada muscular
ASPECTOS BIOLÓGICOS ventricular desenvolvida e vesícula biliar
 Ceco pouco desenvolvido
 Compreendem a ordem de aves mais  Machos não possuem falo
abundante sendo classificadas segundo  Cantam melhor na primavera
sringe em 2 subordens: em resposta ao aumento de
1. Suboscines testosterona resultando em
2. Oscines aumento das gônadas sexuais
 Possuem a maior taxa metabólica basal
entre todos os vertebrados fazendo com
SUBOSCINES
que tal espécie tenha que realizar
 São considerados os passeriformes mais ingestão alimentar frequente para
primitivos por possuírem estrutura de manutenção de seus níveis basais
siringe mais simples energéticos
 São majoritariamente silvestre e
arborícola encontrando-se
principalmente na floresta Amazonica

OSCINES
 Apresentam siringe complexa e
completa sendo considerados o grupo
mais evoluído das Aves
 Chamados de aves canoras
 O canto é proporcionado por
uma fina vibração advinda de
uma membrana timpânica nos
quais sua posição e tensão são
controlados pelos músculos da
siringe NUTRIÇÃO
 Possuem grande importância na África,
 A dieta varia conforme espécies
Ásia, Europa sendo introduzidos no
podendo se apresentarem:
Brasil 2 principais famílias:
 Insetívoros
1. Estrildidae > bico-de-lacre
 Frugívoros
2. Passeridae > pardal
 Granívoros
 Nectarívoros
 Apesar de serem majoritariamente
alimentados exclusivamente de
sementes tal dieta não supre
corretamente as exigências nutricionais
da espécie levando ao aparecimento de:
 Hipovitaminoses
 Distúrbios ósseos
 lipidose – esteatose hepática
 ausência de pigmentos
ANATOMIA E FISIOLOGI A  No mercado se encontram disponivis
diversas rações específicas para espécie
 São anisodáctilos  Caso a administração das rações não
 3 dedos posicionados para sejam uma opção deve-se realizar uma
frente e 1 para trás dieta balanceada contando com hábitos
 Asas são curtas alimentares, palatabilidade, qualidade

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das sementes e sua disponibilidade na  Palpar o inglúvio é essencial
região além do balanço nutricional  Deve haver a verificação de
conteúdo ingluvial uma vez que
EXAME CLÍNICO E TÉCNICAS o esvaziamento do mesmo é
mais lento em aves doentes
EXAME CLÍNICO além de precisar
necessariamente ser esvaziado
 Em primeira instância se faz necessário
em caso de anestesia pois a
a verificação das condições do recinto
ausência de epiglote pode
do animal
permitir passagem do conteúdo
 Avaliar a gaiola e as condições
pela traqueia e aspiração do
dos poleiros, comedouros,
mesmo
higiene, brinquedos e espaço
 Na avaliação da região torácica-
num geral
abdominal se utiliza de um sistema de
 Serão observados as aves
pontuação de 1 a 5 a partir da avaliação
coabitantes – se houver
dos músculos peitorais e presença de
 Observação do alimento e
gordura subcutânea
condições do mesmo
1. Musculatura peitoral muito
 Deve ser realizada a inspeção do animal
reduzida
ainda dentro da gaiola verificando
2. Musculatura peitoral reduzida
aspectos como
3. Musculatura peitoral adequada
 Locomoção, estado físico geral
4. Musculatura peitoral adequada
(alerta, irresponsivo, sonolento),
5. Musculatura peitoral elevada
vocalização, qualidade das
 A cavidade celomática é palpável na
penas, frequência respiratória e
região ventral podendo indicar distensão
locomoção, excretas, etc
abdominal, massa, líquido
 Seguindo uma cronologia, deve-se
intracelomático, ovo, etc
iniciar o exame físico pela região de
 A cloaca deve ser inspecionada através
cabeça
de um espéculo e deve ser limpa sem
 Verificação de olhos, narinas,
fezes ou detritos aderidos
ouvidos e orofaringe podendo
 A observação do aspecto das
utilizar de um abre-bicos para
fezes se faz essencial com
visualizar cavidade oral por
análise da urina (líquido
completo
transparente), urato (liquido
 Deve-se observar pena e pele com
meio sólido branca) e fezes
verificação de hidratação do animal
(parte sólida) para verificação
 Aves saudáveis apresentam
de sangue, coloração da urna,
penas limpas, secas, de cerdas
hidratação ou poliúria
alinhadas e brilhosas
 Aves com deficiência nutricional
CONTENÇÃO FÍSICA
apresentam penas malformadas
e desgastadas sem elasticidade A contenção física deve ser realizada utilizando-
que dobram e quebram com se de:
facilidade
 A auscultação revela informações  Puças de pano
referentes a coração, sacos aéreos e  Luvas de couro
pulmões  Toalhas
 A respiração das aves é  O método mais confortável para
inaudível de forma fisiológica a ave, mais higiênico e seguro
tornando ruídos e estertores para o manipulador se dá com a
facilmente identificáveis como utilização de toalhas
processos patológicos

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MÉTODO DE CONTENÇÃO  Realizar digitopressão
para evitar
 Deve-se fazer a retirada de todos os
sangramento
objetos presentes na gaiola pois a ave
subcutâneo
deve ser preferencialmente contida no
viveiro
 Verificar se portas e janelas o
ambiente estão fechadas
 Se as aves estiverem no ombro,
braço ou mãos do proprietário
aconselha-se não realizar a
contenção pois corre-se risco de
ferir o proprietário e criar fobias
na ave
 A ave deve ser contida dentro da gaiola  IO – somente em ossos
utilizando-se de toalha medulares
 A imobilização da ave se iniciada com a  Ulna
imobilização da cabeça através do  Tibiotarso
posicionamento do polegar e indicador  Via saco aéreo
em cada lado da mandíbula  Via respiratória pulmonar
 A outra mão livre deve ser posicionada  IM
segurando as asas e pés rente ao corpo  Aplicação em terço
– em fazer muita força para não médio ventral da ave
constringir os músculos respiratórios do próximo à região de
animal quilha esternal
 Caso seja um animal com
problemas respiratórios
recomenda-se deixar fonte de
O2 próxima

COLHEITA DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS

 A colheita de amostras de sangue


devem ser realizadas através de:
 Veia jugular direita –  Via oral
especialmente em pequenas  Utilização de gavagem
espécies que realiza a sondagem
 Veias dos membros torácicos > esofágica diretamente
braquial e ulnar no papo/inglúvio
 Veias dos membros pélvicos >  Se ater à aspiração do
tibiotársica medial alimento em aves com
 O exame corproparasitológico deve ser anorexia devido queda
realizado para verificação de da sensibilidade e
protozoários, leveduras e condições estímulos na deglutição
gerais

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

 Dependem da necessidade exigida pelo


fármaco e do paciente podendo ser
 IV
 Jugular – aves menores
 Ulnar – aves maiores

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 Via subcutânea 3. Idade
 Utilizada em 4. Condição reprodutiva
desidratações leves 5. Temperatura ambiental
podendo ocorrer em:
prega inguinal. Patágio SINAIS CLÍNICOS
(região de triangulo  Anorexia
entre asa e corpo) e  Letargia
dorso  Fraqueza
 Diarreia

Principais enfermidades 

Poliúria e polidpsia
Alteração na coloração das penas –
ficam mais amareladas do que o comum

das aves
 Dispneia – devido distensão abdominal e
compressão dos sacos aéreos
 Urato amarelado ou esverdeado
 Aumento de volume abdominal e ascite
DISTÚRBIOS NUTRICION AIS
 Coagulopatias e anormalidades em bico
Um dos maiores problemas encarados na clínica e unhas
de aves de estimação são os distúrbios
CONSEQUÊNCIAS
nutricionais que podem ser apresentados como
subclínica, clínica ou já associados a processos  Lipidose hepática
infecciosos secundários, distúrbios metabólicos e  Hipertensão arterial
reprodutivos com os principais problemas  Aterosclerose
nutricionais sendo:  Insuficiencia hepática
 ICC
1. Obesidade  Imunossupressão
2. Deficiência de vitamina A  Aumento da incidência de diabetes
3. Deficiência de cálcio melito e neoplasias
4. Deficiência de proteínas  Intolerância ao calor
 Riscos anestésicos
OBESIDADE – LIPIDOSE

 Uma ave é considerada obesa quando DIAGNÓSTICO


possui 15% de peso superior ao  Pode ser realizado através de
adequado para a espécie – no entanto a US
avaliação individual prossegue sendo 1. Radiografia
padrão ouro 2. Tomografia
 Espécies como a cacatua, papagaios do 3. Ressonância
gênero Amazonas sp. e calopsitas 4. Biópsia ou citologia
apresentam mais predisposição a 5. Bioquímica ou hemograma
obesidade  Na radiografia é possível verificar
 Ocorre a degeneração dos hepatócitos hepatomegalia e ascite na US
devido acúmulo de lípides em seu  Na bioquímica sérica valores como ALT,
interior levando a disfunção das albumina, AST,CDK e LDH poderão estar
atividades hepáticas alterados a depender do nível de
comprometimento hepático e sérico
CAUSAS  Se ater a colesterol, triglicérides
 As principais causas de obesidade e soro que podem aparecer
incluem: lipemicos
1. Dietas excessivamente
energéticas
2. Sedentarismo

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TRATAMENTO  A principal via de transmissão é a oro-
fecal com a eliminação maciça do vírus
 Deve ser realizado com o manejo
nas fezes dos infectados
adequado da dieta diminuindo os teores
 A transmissão vertical via
de gordura
oviduto já relatada através de
 Administração de vitaminas
embrião contaminado
antioxidantes
 É variavelmente contagiosa
 Vitamina B e ferro - para pacientes em
 Pode ser apresentada em qualquer
anemia
idade sendo mais comum em adultos
 Silimarina - para pacientes com
em estado de imunossupressão
distúrbios hepáticos
 Os infectados podem gerar clínica o
subclínica podendo ter uma progressão
aguda ou persistir por anos

MECANISMO
 O vírus é capaz de atingir as inervações
do trato digestório afetando os
neurônios presentes nas placas motoras
especialmente dos tecidos do inglúvio,
proventrículo, ventrículo e podendo se
estender as regiões craniais do duodeno
 Ao atingir tais junções neuromusculares
causa atrofia da musculatura lisa dos
tecidos resultando em distúrbios de
motilidade
 Os órgãos diminuem a
capacidade de contração e
dilatação muscular gerando
distúrbios como obstrução,
diminuição da espessura da
parede muscular e digestão
insuficiente

MICROSCOPIA
 Nesses tecidos podem ser avistados
DOENÇAS VIRAIS
infiltrados linfocitários e plasmocitários
SÍNDROME DA DILATAÇÃO DO nas regiões dos nervos da musculatura
PROVENTRÍCULO - PDD desses tecidos além de poderem
estarem presentes também nas regiões
de encéfalo e medula espinal
ETIOLOGIA
 RNA fita simples MACROSCOPIA
 Família Bornaviridae
 Emaciação e dilatação do proventrículo
 Diversos genótipos que afetam
e ventrículo
os psitacídeos sendo o PaBv-2 e
 Caquexia
4 os mais comuns
 Alimentos não digeridos presentes no
TGI
CARACTERÍSTICAS
 Congestão das veias da serosa do
 O vírus possui tropismo por SNC e SNP proventrículo, ventrículo e intestino
afetando o encéfalo ou os nervos delgado podendo ser encontradas áreas
presentes nas regiões do TGI

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de erosões e úlceras na mucosa dessas
regiões

SINAIS CLÍNICOS
 Depressão
 Perda de peso – com ou sem alteração
de apetite
 Regurgitação
 Presença de sementes não digeridas nas
fezes
 Ataxia
 Movimentos anormais da cabeça
 Tremores e convulsões radiografia com contraste permitindo observação
 Déficit motor e proprioceptivo de proventrículo dilatado

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DOENÇAS BACTERIANAS


 A presunção pode ser realizada com
CLAMIDIOSE
base na anmnese e histórico clínico
junto das evidencias radiológicas e
macroscópicas de dilatação ventricular e O QUE É?
proventricular com alteração de transito  Corresponde a uma doença infecciosa
intestinal causada pela Chlamydophila psittaci sendo
 A radiografia pode ser considerada a principal zoonose transmitida
contrastada ou simples para por psitacídeos – especialmente calopsitas
visualização anatômica e de jovens
conteúdo dos ventrículos  Podendo também ser transmitida
 O diagnóstico definitivo é realizado via por galinhas, patos domésticos e
PCR, histologia, sorologia ou imuno- pombos através de psitacídeos
histoquímica com a identificação do
agente com swabe de cloaca ou coleta CHLAMYDOPHILA PSITTACI
de fezes
 As Chlamydophila que causam doenças em
 O tratamento consiste em suporte
outros animais são consideradas novas
nutricional, celecoxibe (AINE) e/ou ATB
espécies:
em casos de infecção bacteriana
1. Chlamydophila abortus –
secundária
ruminantes, equinos e suínos
 Nos casos de sinais
2. Chlamydophila felis – felinos
neurológicos se realiza
uma associação de  É morfologicamente caracterizada
gabapentina semelhante às bactérias gram-negativas e
 Nos diagnósticos diferenciais devem pode ser encontrada como: corpo
estar: elementar (CE) e corpo reticular (CR)
 Proventriculite fúngica ou  Quando em forma de CE está se
bacteriana encontra no ambiente extracelular
 Infecção parasitária de forma inerte, imóvel e oval
 Megabacteriose*  Quando em forma de CR o
 Corpo estranho* microrganismo se encontra dentro
das células (intracelular)
metabolicamente ativo
 É considerada uma bactéria intracelular
obrigatória cujo ciclo é completado dentro
de 48h

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 A Chlamydophila adentra o PATOGENIA
organismo hospedeiro em sua
 O período de incubação pode variar de
forma de CE através de um
alguns dias à anos – principalmente em
processo de invaginação da parede
psitacídeos
bacteriana que penetra e adentra a
 Ocorre a eliminação de CE através de
célula se protegendo em uma
secreções conjuntival, cloacal, nasal e
vesícula
orofaríngea que se dispersam infectando a
 Na vesícula bacteriana dentro da
epiderme do hospedeiro
célula hospedeira ocorrem uma
série de transformações tornando  As secreções respiratórias apresentam
o CE em CR maior importância nos pacientes clínicos
 O CR se multiplica dentro da agudos jovens devido a instalação primária
vesícula fazendo com que suas da bactéria no epitélio respiratório superior
bactérias-filhas se transformem em enquanto secreções cloacais são
CE e causem a lise da célula em importantes nos pacientes crônicos adultos
busca de novas células hospedeiras  Em seres humanos a infecção
ocorre a partir de aerossóis
EPIDEMIOLOGIA
SINAIS CLÍNICOS
 É considerada zoonose
1. Psitacose – humanos  A clínica da doença é classificada em:
2. Clamidiose – aves 1. Superaguda
 Casos esporádicos de clamidiose são 2. Aguda
3. Crônica
relatados no Brasil, Argentina, Bolívia, Chile
4. Inaparente
e Uruguai
 A forma superguda é mais visualizada em
 Mais de 400 espécies de aves já foram
aves jovens sem tempo de averiguação de
relatadas como portadoras da C. psittaci
sinais clínicos
 Psitaciformes, galiformes,
columbiformes, passeriformes,  A forma aguda é relacionada a sinais
falconiformes, anseriformes, etc inespecíficos de sistemas respiratório,
 Galiformes apresentam maior digestivo, nervoso e genitourinário
resistência ao passo de  A forma crônica é apresentada com sinais
Psitaciformes e Psitacídeos serem clínicos discretos como emagrecimento
mais suscetíveis progressivo, conjuntivite e alterações
 No Brasil os Psitaciformes são respiratórias podendo não ser observada
considerados os reservatórios de C.  Visualiza-se meneio de cauda
psittaci devido a dispneia e movimento
 A transmissão entre aves ocorre através da brusco respiratório em
inalação (aerossóis), ingestão ou contato acometimento de TR
direto com secreções do contaminado  Acometimento de TGI gera diarreia
 Transmissão vertical é rara porém com bilivierdinúria
já relatada  Quando ocular causa blefarite
(edema ocular), secreção e
 A agudização da doença quando em sua
conjuntivite
forma latente a o desencadeamento dos
sinais clínicos depende principalmente dos  A forma inaparente caracteriza a ausência
fatores de estresse e condições gerais do de sinais clínicos comum em aves adultas
hospedeiro com cepas de baixa virulência
 A presença de infecções e  A característica mais importante na
microrganismos secundários é clamidiose são os portadores que denotam
capaz de aumentar a taxa de aves apresentando sinais clínicos
mortalidade inespecíficos ou inaparentes que realizam a

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Aspectos dos repteis
eliminação crônica da bactéria
contaminando o ambiente

EXAME CLÍNICO - GERAL

 Deve-se realizar a identificação do


paciente com dados referentes à:
 Espécie
 Idade
 Sexo
 Histórico do animal
 Já foi ao veterinário antes?
vacinação e vermifugação em
dia?, alguma doença prévia?
DIAGNÓSTICO  É criado em cativeiro ou é de vida livra?
 Quanto tempo de cativeiro?
 Pode ser realizado através do isolamento e
Possui contactantes?
cultivo do agente ou através de testes como
 O animal de vida livre passou
ELISA ou PCR por swab de cloaca e
por quarentena? Teve algum
secreções oral, nasal e ocular
contactante?
 Diagnóstico diferencial deve conter –
 Verificação das instalações
salmonelose, micoplasmose, pasteurelose e
 Qual o tamanho e o material
colibacilose
utilizados?
 Qual substrato e plantas
CONTROLE E PREVENÇÃO
utilizados?
 Consiste numa doença de notificação  Alimentação
obrigatória  Qual a dieta? Possui variedade
 O tratamento consiste na antibioticoterapia de dieta?
e medidas de limpeza e desinfecção do
ambiente EXAME FÍSICO
 Doxiciclina por 45 dias – devido a
 Na inspeção deve-se verificar aspectos
característica e ciclo intracelular da
de:
bactéria
1. Condição corporal
 Recomendado borrifar água nas
2. Postura
fezes antes de realizar a limpeza da
3. Nível de atividade
mesma a fim de evitar a dispersão
4. Movimentação
de partículas
5. Esforço respiratório
6. Resposta a estímulos
7. Excretas
8. Instalação
 A contenção deve ser realizada para a
verificação de olhos, narinas, boca e
pele
 Na palpação se certificar de palpar a
cavidade celomática

VIAS DE ACESSO

LAGARTOS
 Veia abdominal

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 Veia caudal secreções consigam se acumular
 Intraóssea diretamente nos pulmões
 Intramuscular em bíceps ou tríceps
 Via intracelomática CAUSAS
 São fatores predisponentes
QUELÔNIOS
 Hipovitaminose A
 Veia jugular - IV  Manejo inadequado
 Veia caudal - IV  Estresse prolongafdo
 Via intracelomática - IV  Imunossupressão – uma vez
 Plexo braquial - IV que grande parte dessas
 Seio occipital - IV bactérias vivem na microbiota
 Intramuscular em bíceps ou tríceps fisiológica desses animais
 Predisposição natural segundo
SERPENTES fisiologia dos mesmos
 Paravertebral – lateral das vértebras
SINAIS CLÍNICOS
 Veia caudal – IV
 Veia jugular – IV  Incluem
1. Anorexia

Principais enfermidades
2. Descarga nasal
3. Respiração oral
4. Dispneia

dos repteis DIAGNÓSTICO


 Ocorre através da associação do
 Podem ser separadas em: referido em anamnese, sinais clínicos,
1. Doenças infecciosas exame radiográfico e resultados de
2. Doenças não infecciosas lavado pulmonar e cultura bacteriana
com antibiograma
DOENÇAS INFECCIOSAS
TRATAMENTO
PNEUMONIAS
 Gentamicina
 Enrofloxacina
ETIOLOGIA
 Amicacina
 São em sua maioria de origem  Tratamento suporte com fluidoterapia,
bacteriana: Enterobacteriacae – administração de vitamina A com
Klebsiella spp., Citrobacter spp., aquecimento e nutrição adequados

Aeromonas spp e Pseudomonas spp.


ESTOMATITE
 A grande maioria dessas
bactérias se encontra em
simbiose participando da O QUE É?
microbiota natural das espécies  Caracteriza uma inflamação da cavidade oral
sendo necessário que se cogite podendo gerar necrose e ulceração da
que a infecção bacteriana seja mucosa devido infecções secundárias
secundária a processos virais,
fúngico, nutricionais ou na CAUSAS
imunidade  Estresse
 Sua ocorrência tende a ser comum  Superpopulação
como consequência de suas  Baixas temperaturas
particularidade anatômicas como a falta  Má nutrição
do diafragma e a ausência de estímulos  Traumatismos
para tosse fazendo com que as

15
SINAIS CLÍNICOS predisposto infecções bacterianas
secundárias
 Salivação excessiva
 A permanência de algumas partes de
 Anorexia
queratina – especialmente nos membros
 Hiperemia da mucosa oral
distais – pode gerar parada de circulação
 Edema gengival local por ficarem aderidas a área gerando
 Petéquias isquemia e necrose da região
 Ulceração da mucosa
 Placas caseosas DIAGNÓSTICO
 Osteomielite
 Pode ser realizado a partir do exame físico
do animal junto da anamnese de manejo
DIAGNÓSTICO
inadequado
 É realizado através de suabes da mucosa
oral com posterior cultura bacteriana e TRATAMENTO
antibiograma
 Correção ambiental – proporcionando
ambiente mais úmido
TRATAMENTO
 Banhos – gerando hidratação das camadas
 São realizados primeiro a limpeza e de queratina
remoção de debris celular da mucosa com  Remoção manual
desinfecção utilizando de clorexidina diluída  Pomadas oftalmológicas em casos de
em soro fisiológico disecdise na membrana oftálmica
 Pode-se fazer uso de ATB sistêmicos, AINEs
e fluidoterapia DOENÇA OSTEOMETABÓLIC A

DOENÇAS NÃO INFECCIOSAS O QUE É?

DISECDISE  Caracteriza doenças que afetam a


obtenção, regulação e utilização de Ca+ no
O QUE É? organismo

 Caracteriza a aderência de algumas partes ETIOLOGIA


do extrato córneo que recobre o corpo dos
répteis na hora da muda fazendo com que  As principais causadoras de DOM na rotina
pedaços de queratina permaneçam clínica são:
aderidos  Disfunções nutricionais
 Disfunções de manejo de luz solar
ETIOLOGIA
MECANISMO
 Umidade baixa
 A vitamina D é obtida através da formação
 Dermatites
de pró-vitamina D3 pelas células da
 Lesões cutâneas
epiderme
 Ectoparasitas
 Quando a pró-vitamina D3 é exposta a
 Má nutrição
radiação solar UVB é transformada em pré-
SINAIS CLÍNICOS vitamina D3
 A pró vitamina D3 através da própria
 Pedaços de queratina permanecem temperatura corporal utilizando de energia
aderidos a pele térmica é transformada em vitamina D3
 Rachaduras subcutâneas sendo liberada finalmente na corrente
 São geradas quando camadas sanguínea
córneas de disecidses passadas
aderem-se umas as outras gerando
rachaduras na epiderme e

16
 No fígado é convertia em calcediol sendo HIPOVITAMINOSE A
transformada em calcetriol pelos rins
(forma ativa da vitamina D) O QUE É
 A vitamina D ativa é responsável pela
 Caracterizada pela deficiência de vitamina A
absorção de Ca+ dos intestinos e
reabsorção de Ca+ com a excreta de – especialmente avistada em espécies de
potássio através dos rins tartarugas aquáticas jovens
 Falhas nutricionais resultantes de
ETIOLOGIA
diminuição do fornecimento de Ca+ ou
erros de manejo na suplementação de UVB  Dietas não suplementadas > alface, carne
causando queda na produção da vitamina bovina, etc
D3 geram redução dos níveis séricos de Ca+  Dietas pobremente formuladas
e ativação de PTH (paratormônio)
 Tal hormonio é responsável pela SINAIS CLÍNICOS
elevação dos níveis de Ca+  Anorexia
sanguíneos realizando a retirada  Pobre crescimento
da molécula através,  Edema e inflamação com ou sem infecção
principalmente, dos ossos dos olhos
 Quando tal condição persiste pode haver o  Metaplasia escamosa das
desenvolvimento de hiperparatireoidismo glândulas de Harder
secundário nutricional  Blefaroespasmo
 Pneumonia
SINAIS CLÍNICOS
 Abcessos aurais
 Prostração  Alterações em pele
 Prolapso de cloaca
 Aumento de volume nos membros DIAGNÓSTICO
 Aumento de volume ou amolecimento dos  Pode ser realizado através dos sinais
ossos da mandíbula clínicos junto do histórico e histopatológico
 Escoliose
 Fraturas TRATAMENTO
 Amolecimento de carapaça
 Dosagem terapêutica de vitamina A com
 Espasmos musculares
mudança dietética
 Convulsões
 2000 UI por kg IM por 7 dias
DIAGNÓSTICO É essencial que o médico veterinário esteja presente
 Dosagem sérica de cálcio e potássio para administrar a dosagem correta uma vez que
 Exames radiográficos evidenciando fraturas pode-se ocorrer intoxicação por vitamina A levando
ou perda da radiopacidade a: anorexia, perda e pele e eritema

TRATAMENTO
 Correção de manejo ambiental e alimentar
 Reposição de vitamina D3
 Medicação suporte – analgésicos e
fluidoterapia

17
Anatofisiologia mamíferos
ANAMNESE E EXAME FÍSICO

 Antes mesmo da contenção devem ser

silvestres
analisados itens como:
1. Aspecto das fezes e urina
2. Observar atitude e
comportamento do animal
ASPECTOS EM COMUM – CLASSE MAMMALIA 3. Observar pelagem e aspectos
 Evoluídos se adaptando a vida aquática, físicos
subterrânea e terrestre  Deve-se questionar o tutor sobre o manejo
 A termorregulação é garantia através dos do animal no que tange dieta ofertada,
pelos, gordura corporal e funcionamento condições da gaiola, limpeza dos
cardíaco comedouros, bebedouros e da gaiola além
 Realização reprodução sexuada do tipo de haver ou não experiência prévia do tutor
placentário para com a espécie
 Possuem glândulas mamárias, sebáceas e  Aos aspectos epidemiológicos deve-se
sudoríparas perguntar ao tutor a origem do animal,
 Realizam a respiração pulmonar com auxílio prováveis contactantes (animais e
do músculo diafragmático humanos) e realização de passeios fora da
 Ocorre diferenciação tórax- gaiola
abdômen  Após a anamnese, contenção e higienização
 Circulação é fechada e completa com o adequada das mãos inicia-se o processo de
coração possuindo 4 câmaras inspeção da pele considerando qualidade e
quantidade da pelagem além da presença

Aspectos dos roedores


de ectoparasitos ou lesões
 Devem ser examinados os olhos, orelhas,
narinas e cavidade oral
 Na boca checa-se mucosas
BIOLOGIA – ORDEM RODENTIA
(coloração, presença ou ausência
 A ordem Rodentia compreende 40% de de lesões), tamanho e volume dos
todas as espécies de mamíferos dentes junto da palpação da
 Possuem dois pares de dentes afiados mandíbula para identificação de
incisivos utilizados para roer assimetrias, nódulos ou
 Adaptam-se a vários tipos de ambientes alongamentos dentários
com facilidade  Deve haver palpação de linfonodos,
 Os principais membros da ordem mais cavidade abdominal, membros, dígitos e
atendidos em clínicas pertencem aos unhas – com inspeção das superfícies
grupos das famílias: palmar e plantar
1. Muridae – Mus musculus  A auscultação é dificultada quando os
(camundongo) e Rattus spp. (rato e animais estão em estresse
ratazana)  Faz-se importante auscultação da
2. Cricetidae – Mesocricetus auratus motilidade intestinal
(hamster-sírio)  A pesagem deve ser feita em primeira
3. Cavidae – Cavia porcelus instancia em animais dóceis e calmos ou
(porquinho-da-índia) e Chinchilla logo após o exame físico em animais
lanígera (chinchila) agitados e estressados
 Principais diferenças entre roedores e
lagomorfos se encontra na dentição

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ANATOMIA E FISIOLOGIA  Frutas devem ser petisco sendo
oferecidas esporadicamente
 Grandes roedores são herbívoros = ratos,
CRÂNIO
porquinhos da índia, chinchilas
 Apresentam crânio alongado com olhos  70-80% da alimentação deve ser
laterais através do feno e verdura
 20-30% da alimentação deve
DENTIÇÃO conter ração específica ou inclusão
 Incisivos mandibulares são relativamente de legumes
móveis em hamsters e camundongos  Frutas são oferecidas como petisco
 Porquinhos da índia e Chinchilas são devido à alta quantidade de
elodontes indicando crescimento contínuo frutose e habilidade de
dos dentes incisivos mandibulares fermentação das mesmas (1-2x por
 Deve ser realizado o desgaste para semana
a manutenção do crescimento  Porquinhos-da-índia não são capazes de
dental através principalmente da sintetizar vitamina C devendo ser
dieta com o atrito da mastigação administrada via oral diariamente
de fibras  A vitamina C é precursora do colágeno – em
 A alimentação fibrosa é essencial casos de hipovitaminose C há disfunções
na manutenção da dentição por dermatológicas, dentais e articulares
ser uma dieta de pouca quantidade  A pele sem colágeno fica frouxa e
calórica permitindo a não- consequentemente mais frágil
saciedade e consequentemente predispondo lesões e reações
necessidade de maior e mais inflamatórias ocorrendo
frequente consumo alimentar frequentemente pododermatite
permitindo o desgaste contínuo bacteriana nas regiões plantares
dos dentes  A condição da pododermatite
 Roedores são simplicidentatas possuindo bacteriana pode ser piorada em
apenas 1 par de incisivos superiores casos de erros de manejo com
 Hamsters presentam diastema substratos úmidos, utilização de
caracterizando espaço entre dentes grade, etc
incisivos e molares
 Tal espaço é grande o suficiente
permitindo a movimentação das
bochechas neste permitindo que o
animal mastigue sem consumir o
material
 Pode haver laceração da bolsa
facial (espaço de diastema) por
estresse e agitação com aumento
de estoque de alimento - por isso é
essencial verificar cavidade oral SISTEMA RESPIRATÓRIO E CIRCULATÓRIO

DIETA  Possuem tórax menor quando comparado a


cavidade abdominal resultando em menor
 Pequenos roedores são onívoros =
capacidade de ventilação
camundongos e hamsters
 O coração aparenta ser maior do
 70-80% da alimentação deve ser a
que as proporções ocupadas pelo
ração espécie-específica
pulmão devido ao espaço reduzido
 20-30% da dieta deve ser
 Os rins da ordem Rodentia são constituídos
constituída de feno e verduras
por alças de Henle cujo tamanho variam a

19
depender do habitat do animal tornando-os se ater à força aplicada uma vez que pode
bons concentradores de urina haver prolapso de globo ocular em atitudes
 Hamsters e porquinhos-da-índia inadequadas
possuem papilas renais longas e,  Outra forma eficaz é o posicionamento de
normalmente, longas alças de dedos indicador e médio de cada lado da
Henle cabeça apoiando a palma da mão no dorso
do animal
TÉCNICAS DE CONTENÇÃO
PORQUINHOS-DA-ÍNDIA E CHINCHILAS
CONTENÇÃO FÍSICA
 Possuem hábitos crepusculares
 Comportamento da espécie, grau de  Em situações de estresse, porquinhos da
domesticação e a presença de índia tendem a se movimentar rapidamente
determinadas enfermidades interferem no ao redor da gaiola e vocalizar agudamente
modo de contenção devendo-se ater aos sendo necessário a diminuição da luz e
cuidados para não causar trauma no animal barulho para melhor contenção e manejo
ou ser mordido  Devem ser contidos pelo dorso na região de
 Os animais tendem a reagir a membros torácicos com uma mão apoiando
contenção evitando a restrição as patas da região caudal justamente por
físico com chutes e tentando se possuírem abdômen proeminente e
soltar membros curtos - pode existir lesões de
 Aconselha-se deixar o animal numa posição coluna caso haja manejo errôneo
confortável com inclinação natural da  A contenção da chinchila exige rapidez e
coluna vertebral calma de forma semelhante à realizada com
porquinhos da índia
RATOS E CAMUNDONGOS  Deve-se ater a grande perda de pelo que
 Ambos caracterizam animais rápidos que ocorre na contenção de chinchilas que são
tendem a correr em contenção potencializadas quando erroneamente há
 Camundongos costumam morder na contenção nas pregas do pescoço (área
contenção devendo ser seguro pela base da sensível para alopecia)
cauda em uma superfície não escorregadia
para que haja contenção mais firme através VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
do posicionamento do polegar e indicar
VIA ORAL
sobre a prega do pescoço
 Ratos mais agressivos podem ser segurados  Particularmente fácil em chinchilas pois
pela prega do pescoço com o polegar e aceitam ingerir espontaneamente maioria
indicador enquanto uma mão segura a base dos medicamentos
da cauda – ratos menos agressivos podem
ser segurados ao redor do peito com as VIA SUBCUTÂNEA
mãos em formato de concha ou com dedos
 Principal via de administração por suportar
por entre o pescoço
grandes volumes
HAMSTERS
VIA INTRAMUSCULAR
 Por possuírem hábitos noturnos a
contenção destes animais durante o dia  A musculatura de membros pélvicos e
pode ser dificultosa torácicos suporta pequenos volumes
 Animais dóceis podem ser transferidos de ejetados frequentemente ocorrendo
um local a outro ao formar uma concha necrose muscular após administração de
com a mão – alguns mais agressivos alguns fármacos irritantes
necessitam de leve pressão nas pregas do  Utiliza-se principalmente
pescoço com o polegar e indicador porém quadríceps

20
VIA INTRAVENOSA  Possuem hábitos noturnos e de grande
territorialismo
 Para coleta em porquinhos da índia utiliza-  Recomendado a castração para
se as veias safena, cefálica, jugular e veia controle da marcação de território
cava (apenas sob anestesia) entre 4-6 meses em machos e
 Em chinchilas utiliza-se jugular, cefálica e evitar agressividade, mordedura e
safena neoplasias e cistos reprodutivos
 Em ratos e camundongos utiliza-se a veia da das fêmeas
cauda e aqueles que não possuem cauda
realiza-se administraç CARACTERÍSTICAS GERAIS – ORDEM
LAGOMORPHA
VA INTRAPERITONEAL
 São herbívoros
 Utiliza-se quadrante caudal esquerdo  São inteligentes e de fácil treinamento
 Risco de perfuração de vísceras  Apresentam dois pares de incisivos
superiores
VIA INTRAÓSSEA
EPIDERME, OSSOS E TEMPERATURA
 Utilizados fêmur ou crista da tíbia
 Possuem pele fina coberta por pelos –

Aspectos dos Lagomorfos


diferentes densidades conforme raça
 São facilmente destacáveis
devendo-se ater a alopecia
iatrogênica na contenção
BIOLOGIA E ANATOFISIOLOGIA
 São sensíveis a temperaturas altas entrando
CARACTERÍSTICAS ENTRE ESPÉCIES em estresse térmico
 Possuem pouca massa óssea tornando-os
 Os coelhos, lebres e tapitis pertencem a suscetíveis a fraturas
família Leporidae na ordem Lagomorpha
ocorrendo de forma natural em todos os DENTIÇÃO
continentes exceto Oceania e Antártica
São fundamentais tanto para roedores quanto para
 Existem cerca de 32 espécies de lebres
lagomoforfos:
pesando de 2-5 kg ocorrendo
principalmente na Europa, Ásia e América  São elodontes caracterizando o crescimento
do Norte contínuo de todos os dentes
 Não são animais sociais  Deve ser realizado o desgaste para
 Quando em perigo correm longas a manutenção do crescimento
distancias podendo alcançar 80km dental através principalmente da
por hora dieta com o atrito da mastigação
 Possuem hábitos crepusculares e de fibras
noturnos com reprodução  A alimentação fibrosa é essencial
influenciada pela latitude da região na manutenção da dentição por
 Possuem longas orelhas e crânio ser uma dieta de pouca quantidade
 Existem mais de 50 raças de coelhos calórica permitindo a não-
domésticos com diversas misturas saciedade e consequentemente
 São naturais da Europa e nordeste necessidade de maior e mais
da África frequente consumo alimentar
 Quando em perigo tendem a se permitindo o desgaste contínuo
esconder em tocas dos dentes
 Mais vistos na clínica como animais  Possuem 2 pares de dentes incisivos
domésticos superiores com apenas 1 par de incisivos

21
inferiores sendo denominados cachos de uva – enquanto as fezes são
duplicidentata circulares individuais e secas
 O segundo par de incisivos não  São formados no período noturno ao passo
possuem funções fisiológicas que pela manhã são consumidos nas
 Os molares estão localizados mais primeiras horas da manhã
caudais e são naturalmente mais  Auxiliam no peristaltismo intestinal e na
juntos da gengiva – possuem manutenção da microbiota intestinal
crescimento contínuo  Caso haja disbiose do trato
 Os dentes pré-molares são gastrintestinal sem sucesso de
levemente inclinados devendo controle exógeno (ATB, probiótico,
também serem desgastados etc) pode haver a administração de
 As raízes dos dentes são longas e profundas cecótrofos de outros animais via
e crescem continuamente oral num processo denominado
 Problemas dentários geram transfaunação
inflamação e produção de cáseos
causando compressão de ductos – SISTEMA URINÁRIO
especialmente quando dentição  O sistema urinário se relaciona intimamente
maxilar com o controle dos níveis de cálcio séricos
 Não possuem coxim plantar e palmar –  Lagomorfos e roedores não
coelhos possuem paratormônio ou
 Possuem grandes orelhas que funcionam vitamina D para regulação
proporcionando captação de sons e exclusiva de cálcio fazendo com
controle térmico corporal através de que a função de retenção ou
vasoconstrição ou vasodilatação – muito eliminação de Ca+ ocorra através
utilizada na coleta de sangue através da da filtração renal
veia marginal da orelha  Tal aspecto predispõem a
 Deve-se ater para não obstruir formação de litíases em tais órgãos
orelhas na contenção 

SISTEMA GASTRINTESTINAL DIETA


 Possuem vibrissas presentes entre os lábios  70-80% da alimentação deve ocorrer
superiores divididos que são sensíveis ao através do feno e verduras escuras
toque  20-30% da alimentação deve conter ração
 Realizam a formação de unidades específica ou inclusão de legumes
denominadas cecótrofos  Frutas são oferecidas como petisco devido à
 Ocorre a digestão de material alta quantidade de frutose e habilidade de
fibroso pelo animal que é fermentação das mesmas (1-2x por
catabolizado pelo intestino semana) potencialmente levando a disbiose
delgado e encaminhado ao ceco
onde sofre fermentação bacteriana TÉCNICAS DE CONTENÇÃO FÍSICA -
intensa e, logo em seguida, é
COELHOS
misturado à água e expulso para o
cólon ocorrendo a passagem lenta  A realização da contenção de lagomorfos
do conteúdo denominado deve ocorrer com a imobilização de ambos
cecótrofo os membros torácicos e pélvicos
 Se ater a possíveis coices e
CECÓTROFO posicionamento da coluna do
 Cecótrofos são mais úmidos e lubrificados animal não colocando peso sobre a
permanecendo juntos semelhantes à mesma
 Em casos de animais mais estressados
realiza-se a contenção junto da toalha

22
enrolando o animal sobre a mesma de  Alopecia ao redor da boca com dermatite
forma total úmida em queixo e papada
 A privação da visão acalma tal  Abcessos
espécie
DIAGNÓSTICO
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO  Sinais clínicos associado a inspeção de
 Pode-se utilizar para coleta: cavidade oral e exame radiográfico
1. Veia marginal da orelha
TRATAMENTO
 Bom acesso de pouco
volume  Desgaste dentário
2. Veia jugular  Extração dentária
3. Veia safena  Suporte com correção da dieta e manejo
4. Veia cefálica
DOENÇAS INFECCIOSAS
Principais enfermidades ordem PASTEURELOSE

Rodentia e Lagomorfos AGENTE ETIOLÓGICO


 Bactéria Pasteurella spp sendo a mais
DOENÇAS NÃO INFECIOSAS patogênica a Pasteurella multocida
 Afeta principalmente lagomorfos -
MALOCLUSÃO E HIPERCRESCIMENTO coelhos
DENTÁRIO
MECANISMOS
O QUE É A MALOCLUSÃO?  A bactéria é encontrada de forma comensal
 Caracteriza uma disfunção no alinhamento no trato digestório e respiratório de
dentário normalmente dos incisivos lagomorfos fazendo com que as infecções
superiores das espécies elodontes possam ocorrer nas formas endógenas e
 Normalmente a maloclusão leva ao exógenas via horizontal e vertical
hipercrescimento dentário pois o  A predominância da doença segue
desalinhamento dos dentes não permite o na faixa etária mais jovem
correto desgaste dos mesmos – por isso especialmente mais grave durante
ambas patologias ocorrem normalmente de o inverno
forma associada  A doença pode ser contraída via exógena
através de inalação de aerossóis, ingestão
ETIOLOGIA de alimentos e bebidas contaminados junto
de arranhaduras ou contato com feridas de
 Prognatismo mandibular – alongamento da
hospedeiros e de forma endógena através
mandíbula
de fatores estressantes como alterações de
 Braquignatismo maxilar – encurtamento da
temperatura, correntes de ar, desequilíbrios
maxila
nutricionais, superpopulação, alterações
 Dieta inadequada com pouca quantidade de
alimentares bruscas, dietas impróprias e
fibra
condições sanitárias inadequadas
 Manejo inadequado
SINAIS CLÍNICOS
SINAIS CLÍNICOS
 A doença pode ocorrer de forma aguda ou
 Hiporexia
crônica apresentando diversos sinais
 Dor
clínicos inespecíficos como:
 Prostração
 Sialorréia

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 Rinite com espirros e descarga das unhas) e ao redor dos olhos –
nasal, pneumonia com no caso de S. scabiei cuniculi
apresentação de estertores  Apesar de raros, casos de sarna em coelhos
pulmonares e dispneia, metrite, possuem alta morbidade e mortalidade –
orquite, otite média, abcessos especialmente em animais
pulmonares e cutâneos, imunocomprometidos sob estresse e
conjuntivite com conjuntiva ocular nutrição inadequada
esbranquiçada ou amarelada e  A contaminação pode ocorrer através de
septicemia contado pele-pele com coelhos
 Coelhos com a doença sobre forma contaminados ou com o contato com meio
crônica se tornam disseminadores ambiente contaminado
e inférteis
SINAIS CLÍNICOS
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
 As lesões pruriginosas passam a se
 O diagnóstico é realizado através de cultura apresentarem espessas e enrugadas
bacteriana junto do antibiograma de normalmente levando a proliferações
exsudatos, sangue ou tecidos ou radiografia  Podem ser encontradas crostas brancas ou
de tórax, coprocultura e exames de PCR cinzas nas regiões dos olhos, narinas, patas
 O tratamento consiste em antibacterianos e orelhas
(enrofloxacina, ciprofloxacina), AINEs,
probióticos junto de tratamento suporte DIAGNÓSTICO
para manutenção da imunidade do animal
 É realizado principalmente através do
raspado cutâneo e microscopia das crostas
SARNA SARCÓPTICA
com a identificação direta do parasita

AGENTE ETIOLÓGICO TRATAMENTO


 Sarcoptes scabiei var cuniculi  Ivermectina nas doses de 0,3-0,4 mg/kg SC
 A sarna sarcóptica é altamente a cada 7-14 dias
contagiosa e de recorrência  Correção de manejo e mediação da
especialmente em cães ao passo imunossupressão
que para coelhos é considerada
rara ocorrência
 O Psoroptes cuniculi é outro ácaro causador
de sarna que acomete principalmente
região auricular e canal auditivo externo e
este é mais frequentemente relatado em
coelhos

MECANISMO
 Ácaros fêmeas adultos cavam galerias sobre
a epiderme para oviposição e maturação
dos mesmos fazendo com que o produto de
seu metabolismo (excretas) desencadeie
reações inflamatórias intensas como
escoriações, vesículas, urticária e prurido
intenso
 Tais lesões são avistadas
especialmente nas regiões de
focinho, patas (dedos e ao redor

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