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UNIVERSIDADE SALVADOR

CURSO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ALEXANDRE GONDIM RORIZ


JULIANA DUARTE ALMEIDA ANTUNES
MARCELO ALVES FLORES
THAISE ALCANTARA FERREIRA

CREATINA: MUITO ALÉM DOS EFEITOS ERGOGÊNICOS

Salvador - BA
2022
ALEXANDRE GONDIM RORIZ
JULIANA DUARTE ALMEIDA ANTUNES
MARCELO ALVES FLORES
THAISE ALCANTARA FERREIRA

CREATINA: MUITO ALÉM DOS EFEITOS ERGOGÊNICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Bacharel em Nutrição da UNIFACS –
Universidade Salvador, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Nutrição.
Orientadora: Prof.ª Gabriela Silva da Nóbrega.

Salvador - BA
2022
ALEXANDRE GONDIM RORIZ
JULIANA DUARTE ALMEIDA ANTUNES
MARCELO ALVES FLORES
THAISE ALCANTARA FERREIRA

CREATINA: MUITO ALÉM DOS EFEITOS ERGOGÊNICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Nutrição


da UNIFACS – Universidade Salvador, como requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Nutrição.

Gabriela Silva da Nóbrega – Orientadora__________________________________

Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde – Universidade Federal da Bahia


(UFBA), Bacharel em Nutrição – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFNR), docente dos cursos de Nutrição da Universidade Salvador (UNIFACS) e da
Universidade Católica de Salvador (UCSal).

Lídia Eloy Moura – Avaliador Interno______________________________________

Mestre em Ciência de Alimentos – UFBA, Bacharel em Engenharia de Alimentos –


Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), docente dos cursos de
Biomedicina, Farmácia e Nutrição – UNIFACS.

Liz Peixoto Freitas – Avaliador Externo____________________________________

Especialista em Saúde da Família – Escola de Saúde Pública da Bahia (ESPBA),


Bacharel em Nutrição – UFBA.

Salvador - BA
2022
“Ninguém nasce feito, é experimentando-
nos no mundo que nós nos fazemos”

(Paulo Freire)
AGRADECIMENTOS

Manifestamos aqui nosso reconhecimento a todos que contribuíram, direta e


indiretamente para que a elaboração deste trabalho fosse possível.
Agradecemos carinhosamente à nossa família e companheiros de vida pelo amor
incondicional, por celebrarem a cada conquista e momento de felicidade, e
principalmente por serem sempre o esteio necessário para que consigamos nos
manter fortes diante das adversidades e resilientes para com nossos propósitos.
Aos nossos amigos e amigas colegas de graduação, por dividirem e compartilharem
essa trajetória acadêmica com alegria e camaradagem.
Aos professores convidados da banca avaliadora, que prontamente aceitaram esse
importante compromisso.
Finalmente, nossa imensa gratidão a todos os professores da instituição, em especial
às professoras Gabizinha e LÍdia, pelo vasto conhecimento a nós dedicado com
carinho, zelo e paciência, tanto durante as disciplinas de graduação assim como no
desenvolvimento do presente trabalho.
RESUMO

A creatina é um dos suplementos mais estudados, respaldados e consumidos no


mundo por atletas e praticantes de atividades físicas. A sua ação ergogênica já é
bastante elucidada na literatura, sendo capaz de promover melhora do rendimento
esportivo através da otimização da ressíntese de ATP. O presente estudo tem como
objetivo analisar outras possíveis aplicabilidades da creatina em condições clínicas
como Doença de Parkinson e Alzheimer, depressão, melhora da cognição, efeito
neuroprotetor, diabetes mellitus tipo 2 e sarcopenia. Essa análise foi feita por meio de
uma revisão narrativa, realizada através dos artigos coletados em bases de dados de
pesquisa que se enquadravam nos filtros pré-estabelecidos. Embora os achados
sejam promissores, a eficácia da creatina nestas outras esferas ainda carece de
estudos clínicos que esclareçam com maior convicção os mecanismos de ação, tempo
de consumo e dosagem, necessários a cada expectativa de resultado.

Palavras-chave: suplementação de creatina; diabetes melittus tipo 2; doença de


Parkinson; doença de Alzheimer; neuroproteção; sarcopenia.
ABSTRACT

Creatine is one of the most studied, endorsed and consumed supplements in the world
by athletes and fitness enthusiasts. Its ergogenic effects are already well elucidated in
the literature, improving physical performance through the optimization of ATP
resynthesis. The present study aims to analyse other possibilities of creatine
application in clinical conditions such as Parkinson's and Alzheimer's diseases, major
depression, cognition improvements, neuroprotective effect, type 2 diabetes mellitus
and sarcopenia. This analysis was carried out by a narrative review, carried out through
articles collected in research databases that fit the pre-established filters. Although the
findings are promising, the effectiveness of creatine in these other features still lacks
clinical studies that clarify with greater conviction the mechanisms of action, time of
consumption and dosage, necessary for each expected result.

Keywords: creatine supplementation; type 2 diabetes mellitus; Parkinson's disease;


Alzheimer's disease; neuroprotection; sarcopenia.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADP Adenosina difosfato


ATP Adenosina trifosfato
Cr Creatina
BVS Biblioteca Virtual em Saúde
DA Doença de Alzheimer
DeCS Descritores em Ciências da Saúde
DM2 Diabetes mellitus tipo 2
DH Doença de Huntington
DP Doença de Parkinson
ELA Esclerose lateral amiotrófica
GLUT-4 Transportador de glicose 4
mTOR Mammalian target of rapamycin
MtCK Creatina quinase mitocondrial
PCr Fosfosrilcreatina
TCE Lesão cerebral traumática
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9
2. METODOLOGIA........................................................................................................... 10
3. CREATINA E O SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) ............................................ 10
3.1. CREATINA E AS DOENÇAS DE PARKINSON E ALZHEIMER ................................. 11
3.2. CREATINA E DEPRESSÃO ............................................................................................. 12
3.3. CREATINA E NEUROPROTEÇÃO ................................................................................. 13
3.4. CREATINA E COGNIÇÃO ................................................................................................ 13
4. CREATINA E DIABETES MELLITUS TIPO II .............................................................. 15
5. CREATINA E SARCOPENIA ....................................................................................... 16
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 18
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 18
ANEXO A - NORMAS DE PUBLICAÇÃO DA REVISTA BAIANA DE SAÚDE PÚBLICA...23
9

1. INTRODUÇÃO

Não é de hoje o interesse pelo uso do suplemento de creatina (Cr), tanto por
atletas em nível profissional quanto por praticantes amadores de esportes ou de
atividades físicas que buscam melhora de performance. Estudos consistentes têm
consolidado a capacidade de aumento das concentrações de creatina intracelular por
meio da suplementação, explicando o papel ergogênico na otimização do desempenho
e nas adaptações morfológicas associadas aos exercícios físicos.
Sobretudo, diversas pesquisas também sugerem que a suplementação da
creatina também favorece na recuperação pós exercício, nas funções cerebrais, na
prevenção de lesões, e com diversas possíveis aplicações clínicas em doenças
degenerativas, como Parkinson, distrofia muscular e condições de diabetes, fibromialgia,
dentre outras1.
De acordo com a literatura, foi o renomado cientista francês Michel Chevreul quem
descobriu e apresentou a creatina na publicação de seu artigo de 1832, exibindo-a como
uma nova substância presente na carne bovina. Entretanto, somente depois de 160 anos
de sua descoberta, que a creatina de fato ganhou notoriedade, quando o professor Roger
Harris e sua equipe, evidenciaram a capacidade de elevação em cerca de 20% da
quantidade intramuscular da substância quando suplementada2.
A creatina é uma amina da família guadidino fosfagênio, que ocorre naturalmente,
sendo um dos oito compostos derivados de guanidina e encontrados apenas em células
eucarióticas. No ser humano ela é produzida endogenamente pelo fígado, rins e
pâncreas, e até mesmo pelo cérebro, a partir dos aminoácidos arginina, metionina e
glicina, sendo que mais de 90% dessa substância é armazenada nos músculos
esqueléticos2,3,4,5.
Já é bastante elucidado pela literatura o uso da creatina como suplemento
ergogênico, capaz de promover melhora no rendimento esportivo a partir da otimização
da ressíntese de adenosina trifosfato (ATP), principal molécula carreadora de energia no
corpo humano. Sendo a Cr, inclusive, uma das substâncias mais estudadas, respaldadas
e por conseguinte, estando entre as mais consumidas no mundo por atletas e praticantes
de atividades físicas. No entanto, nos últimos anos, diversos estudos científicos vêm
sendo publicados acerca de sua funcionalidade, além do aspecto de rendimento
esportivo, como adjuvante em tratamentos de patologias crônicas e/ou degenerativas, e
até mesmo na preservação e potencialização de certas funções cerebrais6.
10

Diante disto, o presente estudo se justifica na importância de expor e refletir sobre


a segurança e o emprego de um dos suplementos mais populares e utilizados no mundo,
como ferramenta no dia a dia da prescrição nutricional para diversos fins terapêuticos.
Ademais, este artigo busca explorar o potencial de uso da substância “creatina”,
como um suplemento capaz de produzir uma gama de efeitos metabólicos positivos, que
extrapolam o efeito ergogênico esportivo, no sentido de distintas funcionalidades
terapêuticas importantes. Para isso, busca revisar os conceitos e achados mais atuais
da literatura sobre os efeitos da creatina no organismo humano, e descrever as principais
e mais fundamentadas finalidades, além de possíveis aplicabilidades de sua
suplementação no âmbito da prática clínica.

2. METODOLOGIA

O presente estudo se trata de uma revisão narrativa, com pesquisa realizada entre
março e maio de 2022, através das plataformas PubMed, ScienceDirect, Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico, com os Descritores em Ciência da Saúde
(DeCS): “creatine”, “insulin resistence”, “neuroprotection”, “type 2 diabetes mellitus”,
“sarcopenia” e “cognition”, conjugados com o operador booleano “AND”. Após a
aplicação dos critérios de inclusão e exclusão no resultado da busca, foram selecionados
32 artigos. Foram utilizados como critérios de inclusão: artigos originais, revisões
narrativas, sistemáticas ou meta-análises, artigos relacionados que citavam ou foram
citados por autores de estudos que se enquadravam nos filtros estabelecidos, artigos na
língua inglesa, realizados in vivo e in vitro, que abordassem benefícios potenciais ou já
documentados sobre a suplementação de creatina para além da performance esportiva.
Foi dado preferência a estudos com menos de 5 anos de sua data de publicação,
entretanto esse critério não foi excludente, visto que muitas pesquisas relevantes e
originais, que abordavam conceitos, benefícios e mecanismos de ação, datavam de
maior espaço temporal.

3. CREATINA E O SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

Apesar do músculo esquelético conter cerca de 95% do total de creatina (Cr)


estocada no corpo, o cérebro é responsável por até 20% de consumo de energia e
11

creatina, sendo creatina e fosfosrilcreatina (PCr) essenciais para manter os níveis


energéticos do sistema nervoso7.
A Cr está envolvida no fornecimento abrupto de energia7,8,9, auxiliando na
ressíntese de adenosina difosfato (ADP) em ATP. Dessa forma, ela exerce papel
antioxidante, o que tem sido associado na literatura, com efeitos terapêuticos nas
doenças neurodegenerativas e saúde cerebral, uma vez que reutiliza radicais livres
nessa ligação de ADPs com um fosfato ora livre pelo citoplasma e ora ligado a ela,
formando a fosforilcreatina (PCr), em um sistema-tampão6,7,9,10.
Ademais, o SNC demanda alto consumo energético6,7,9 e quando se é relacionado
à doenças neurais que provocam alterações na energia cerebral, uma deficiência de
creatina pode ser observada, já que esta é produzida no cérebro e um distúrbio neural
afeta a sua produção6,7. Assim, a creatina cerebral é bem mais afetada por
intercorrências internas no seu metabolismo do que pelo próprio consumo exógeno,
podendo ser necessária a ingestão em maiores quantidades e por tempo prolongado
para se observar algum efeito benéfico7,9.
Sobre a suplementação por meio do monohidrato de creatina ligado a funções do
cérebro, ainda há controvérsias a respeito de resultados significantes quanto sua
efetividade, bem como dosagem necessária, diferentemente do que já está bem
consolidado sobre a suplementação visando o sistema musculoesquelético 6. Porém, a
sua utilização pode ser indicada em casos de distúrbios neurológicos, sendo importante
observar quantidade ministrada e tempo ofertado, dados que permanecem instáveis na
literatura6,8,9.
Dolan e colaboradores também expressaram a carência de estudos sobre a
biodisponibilidade e protocolo sólido de suplementação de creatina para o cérebro6.

3.1. CREATINA E AS DOENÇAS DE PARKINSON E ALZHEIMER


A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo progressivo que
afeta os neurônios produtores de dopamina, e a Cr está sendo associada por alguns
estudos à prevenção desta, com a função de proteção dos neurônios dopaminérgicos e
ao tratamento da doença, retardando a sua progressão. Entretanto, é plausível a
realização de mais estudos para discutir a real aplicabilidade da Cr na DP, além da
administração por tempo e quantidade adequados, e se pode servir com efeito
potencializador9,10.
12

Assim como a DP, a doença de Alzheimer (DA) é neurodegenerativa progressiva,


atingindo a memória, e acarreta demência grave na fase tardia. Na perspectiva da
redução das atividades cerebrais na DA, a produção de ATP a partir da creatina cai em
até 86%, bem como a PCr. Contudo, não se sabe com exatidão os mecanismos
envolvidos entre a Cr e a DA. O que se tem evidenciado é a associação desta com a
proteção neural geral e produção de energia cerebral10.

3.2. CREATINA E DEPRESSÃO


A depressão é um transtorno psicológico cada vez mais prevalente na sociedade.
O humor deprimido característico dessa doença tem sido associado, em estudos
populacionais, com a baixa produção de Cr cerebral, bem como o seu tratamento a partir
da suplementação, potencializando a ação de medicamentos antidepressivos9. Somado
a isso, Lyoo e colaboradores trazem que a depressão afeta a produção de energia
cerebral, e demonstram um aumento da taxa de remissão e resposta precoce ao
tratamento, utilizando a creatina como potencializador do antidepressivo Escitalopram,
levando a resultados positivos na terapêutica dessa doença nas mulheres estudadas11.
Paralelo a isso, um estudo de Bakian e colaboradores evidencia que a deficiência
de Cr, pela baixa ingestão, como um potencial risco para desenvolvimento de depressão,
não é tão estudado. Portanto, apesar da hipótese de que a Cr potencializa a energia
cerebral, tendo assim papel antioxidante e consequentemente neuroprotetor, por
estabelecer ação preventiva que reduz rotas fisiopatológicas da depressão, conclui-se
que seria necessário investigar mais sobre a suplementação diária de Cr como estratégia
de melhora no humor8.
Além disso, ensaios clínicos que induziram a Cr no tratamento dos sintomas
depressivos, advindos de forma primária ou secundária a outra doença como de
Alzheimer e Parkinson, ou ainda o uso de medicamentos depressores como a
corticosterona, evidenciaram um efeito positivo pela ativação rápida da via mTOR, a qual
é requisitada para a ação antidepressiva da cetamina, comprovando a ação
potencializadora da creatina8,9,12.
Ainda, dentre esses achados de estudos, foi evidenciada a relação entre sexo e
os efeitos da Cr no tratamento de doenças neurológicas. A Cr parece desempenhar
maiores efeitos positivos no sexo feminino, e isso pode estar relacionado ao fato do
estrogênio, hormônio predominantemente feminino, estar envolvido na homeostase da
creatina e vice-versa8,9.
13

3.3. CREATINA E NEUROPROTEÇÃO


Por conta dos altos níveis de creatina no sistema nervoso central13, um número
considerável de estudos avaliou os potenciais efeitos neuroprotetores da suplementação
oral de creatina em uma variedade de condições neurológicas, incluindo lesão cerebral
traumática (TCE), doença de Huntington (DH), esclerose lateral amiotrófica (ELA),
isquemia cerebral e doença de Parkinson (DP)14.
As mitocôndrias são estruturas responsáveis pela geração e regulação de energia
na célula através da geração de ATP. Problemas no metabolismo energético das
mitocôndrias, seja por estresse oxidativo, dano no DNA, mutações patológicas ou
disfunção mitocondrial, têm uma grande contribuição na progressão de doenças
neurodegenerativas. O estado energético da célula tem ligação direta na regulação e
iniciação de necrose e apoptose nas células cerebrais, e por isso, as mitocôndrias são
fundamentais no controle das vias apoptóticas14,15,16.
Uma das principais teorias de como a creatina pode exercer seu efeito
neuroprotetor está relacionada com o poro de transição de permeabilidade mitocondrial.
No sistema nervoso central, essa condição pode ser induzida por acidente vascular
cerebral, PD, HD, TCE, ELA, dentre outras14. O estresse oxidativo causado por essas
condições muda a conformação da creatina quinase mitocondrial (MtCK), convertendo-
a de sua forma octamérica para uma forma dimérica. Essa mudança de conformação
inativa a enzima, o que leva a uma depleção dos níveis de fosfocreatina, já que a MtCK
está envolvida com a creatina na geração de ATP14,15,16.
A mudança na MtCK, aliada ao estresse, abrem espécies de poros entre as
membranas interna e externa da mitocôndria, o que faz com que ela libere no citosol
fatores pró apoptóticos, que podem levar a célula à morte. Alguns fatores podem facilitar
a abertura desses poros, como o aumento do influxo de íons de cálcio, redução do
potencial de membrana, aumento de fosfato inorgânico, diminuição de ATP e ADP, e
elevação do estresse oxidativo. A suplementação de creatina aumenta os níveis de ATP
na célula, estabilizando seus níveis energéticos e a estrutura da MtCK, e ainda,
protegendo as células neuronais de entrarem em apoptose14,15,16.

3.4. CREATINA E COGNIÇÃO


O interesse em descobrir possíveis relações com a suplementação de creatina e
efeitos sobre a cognição não é novidade, existindo também, alguns estudos acerca
dessa temática. Roschel e seus colaboradores publicaram uma revisão recente, do ano
14

de 2021, que reúne diversos estudos que avaliaram a suplementação de creatina


implicando em possíveis benefícios cognitivos7. Essa revisão, indicou resultados
inconsistentes, já que alguns estudos mostraram resultados positivos, enquanto outros
não indicaram resultados estatisticamente significativos. Roschel e seus colaboradores,
alegaram que tais inconsistências nos resultados, se deram devido à heterogeneidade
dos estudos, já que as populações, dosagens, protocolos de avaliação cognitiva, dentre
outros fatores, costumam variar entre eles7.
Contudo, foi observado em testes realizados que, aparentemente, quando
suplementado sob condições estressoras, como nos casos de privação de sono
associada a treinamento físico, e hipóxia, a substância estudada tende a demonstrar
mais efeitos benéficos sob cognição, provavelmente por serem situações que
demandam mais energia e consequentemente reagem melhor à suplementação. Isto foi
evidenciado nos dois estudos de McMorris e colaboradores, que após suplementarem
um grupo de pessoas com placebo ou com 20g de creatina por dia (divididas em 4 doses
de 5g) e submeterem os indivíduos à privação de sono associada com exercícios físicos
intermitentes moderados, concluíram que a suplementação afeta apenas o desempenho
de tarefas executivas centrais complexas, e que houve um efeito positivo no estado de
humor e tarefas que colocam um forte estresse no córtex pré-frontal17,18.
Segundo Roschel e colaboradores, em idosos os resultados são conflitantes, e a
falta de monitoramento dos níveis de creatina cerebral dificultou qualquer tipo de análise,
colocando em dúvida se o declínio cognitivo em pessoas idosas é devido a doenças
neurodegenerativas que depletam os estoques de creatina cerebrais, ou se o protocolo
de suplementação não foi eficiente para aumentar seus níveis7.
Em um estudo, Rae e colaboradores identificaram melhora na memória de
trabalho e inteligência (Teste das Matrizes Progressivas Avançadas de Raven) em
vegetarianos, sendo que ambas exigem velocidade de processamento. Tais resultados
foram obtidos mesmo suplementando apenas 5g por dia durante seis semanas, sendo
que a maioria dos estudos que indicaram melhora na cognição utilizaram doses em torno
de 20g por dia19.
Muitos pensam que por não consumirem carne, vegetarianos teriam menores
quantidades de fosforilcreatina cerebral e que por isso seriam mais responsivos à
suplementação. Contudo, Solis e seus colaboradores, após monitorarem a ingestão
dietética de creatina por 3 dias de vegetarianos e onívoros, através de espectroscopia
de ressonância magnética de prótons, observaram que a quantidade de creatina total no
15

cérebro, era similar entre os dois grupos, sugerindo que em condições normais o cérebro
é capaz de sintetizar sua própria creatina5. Tais resultados também estão de acordo com
Benton e Donohoe, que não encontraram diferenças nas performances de onívoros e
vegetarianos após a suplementação de 20g de creatina por dia, a não ser pela memória,
onde vegetarianos tiveram um desempenho superior20.
Uma revisão sistemática feita por Avgerinos e colaboradores avaliou a
suplementação de cretina e identificou, com algumas ressalvas, melhorias na memória
de curto prazo e inteligência/raciocínio. Com relação à memória de longo prazo, memória
espacial, função executiva e atenção, o efeito não foi claro. Vale ressaltar que adultos
jovens não apresentaram alterações em nenhuma tarefa após a administração de
creatina. Isso pode ser por conta de já possuírem quantidades de creatina cerebral
suficientes, enquanto que indivíduos idosos, com algumas enfermidades ou estressados
têm uma depleção dos seus níveis e por isso tenham uma maior propensão a melhorias
cognitivas com a suplementação21.

4. CREATINA E DIABETES MELLITUS TIPO II

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) possui como característica fisiopatológica um


desajuste no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas 22 resultando em uma
secreção ineficiente de insulina, resistência à insulina ou ainda as duas condições juntas.
Trata-se de uma doença de caráter multifatorial, podendo compreender fatores
ambientais e/ou genéticos22. As principais alterações fisiopatológicas observadas são:
a disfunção das células β pancreáticas e resistência à insulina, levando a uma inflamação
crônica do organismo. Tudo corrobora para a dificuldade do controle da glicemia,
podendo desencadear complicações micro (retinopatia, neuropatia e nefropatia) e
macrovasculares (comorbidades cardiovasculares).
A suplementação de creatina (Cr) tem sido apontada como uma nova estratégia
para modular o controle glicêmico de indivíduos saudáveis e portadores de DM2 23,24,
principalmente quando combinada ao exercício físico.
Na literatura, a suplementação de creatina foi associada ao aumento da
sensibilidade à insulina, por aumentar a translocação do transportador de glicose 4
(GLUT-4) para o sarcolema25,26, fazendo com que a captação de glicose sanguínea seja
mais eficiente. O resultado disso foi medido através dos níveis de hemoglobina glicada
(Hb1Ac).
16

Dois estudos duplo-cegos, randomizados e controlados por placebo analisaram


os efeitos da Cr em indivíduos com DM225,26. Nos estudos, concomitante a
suplementação de creatina ou placebo (dextrose), os dois grupos foram submetidos a
um treinamento aeróbico de moderada intensidade, combinado também com exercícios
de força. Após a suplementação de creatina, houve uma diminuição da HBA1c, além do
aumento da translocação de GLUT4, quando comparado a suplementação de dextrose.
O principal achado do estudo de Alves e seus colaboradores26 foi que o aumento
da proteína AMPK-α esteve diretamente ligado com a diminuição dos níveis de Hb1aC e
aumento da translocação de GLUT-4, sugerindo que a AMPK pode corroborar para uma
melhor captação da glicose quando indivíduos diabéticos são suplementados com
creatina.
Já no estudo de Gualano, a redução da HbA1c após a suplementação de Cr foi
superior quando comparada com o treinamento físico ou o tratamento convencional com
metformina de forma isolada25.
Apesar dos achados promissores, existe um número muito escasso de estudos
clínicos24 testando os efeitos da suplementação de creatina no metabolismo da glicose.
São necessários mais estudos23 para que este efeito benéfico da creatina possa ser de
fato comprovado.

5. CREATINA E SARCOPENIA

A partir do consenso publicado em 2010 pelo European Working Group on


Sarcopenia in Older People (EWGSOP), que dava definição a condição de sarcopenia,
muitos avanços decorreram da sua ampla utilização por cientistas do mundo todo. Tanto
que mais recentemente, em 2018, este mesmo grupo (EWGOP) julgou necessário se
reunir novamente para atualizar a definição e conceitos acerca da sarcopenia. Ao
contrário da definição original, que relacionava a função muscular com a baixa massa
muscular, atualmente a sarcopenia se relaciona muito mais a baixa força muscular,
seguida dos parâmetros qualidade e quantidade de massa que são mais difíceis de
serem mensurados na prática clínica, e tendo o desempenho físico como indicador de
gravidade da condição27.
Em suma, segundo a nova definição, sarcopenia é um distúrbio (doença) músculo
esquelético progressivo e generalizado, que se associa a maior probabilidade de
desfechos adversos como quedas, fraturas, deficiência física e mortalidade. Outros
17

aspectos importantes dessa atualização do consenso, é que agora a sarcopenia pode


ser considerada uma doença muscular aguda ou crônica, por alterações musculares
acumuladas, mas que, apesar de afetar principalmente idosos, também pode ser
observada em outras fases da vida e com associações a outras condições como
obesidade e desnutrição27.
O uso suplementar da creatina monoidratada como coadjuvante no tratamento da
Sarcopenia, principalmente quando associada ao treinamento resistido, vem sendo
citado em diversos estudos, sugerindo aumento da função e massa muscular1,28.
Os mecanismos de ação da creatina, na fisiopatologia da sarcopenia, partem de
teorias acerca do potencial de neutralização de fatores morfológicos e metabólicos
pressupostos a esse distúrbio. Tais mecanismos ocorrem de forma indireta, envolvendo
a bioenergética como na consolidada função de otimização na ressíntese de ATP, e
diretamente, com papeis anticatabólicos e anabólicos, e na capacidade de regeneração
muscular. Sendo que, alguns destes mecanismos poderiam gerar respostas a condição
sarcopênica, independentemente da associação ao treinamento resistido, não havendo
um consenso sobre qual mecanismo de ação implica maior relevância no combate à
sarcopenia29.
Uma meta-análise de ensaios controlados randomizados sobre o efeito da
creatina concomitantemente ao treino resistido na massa magra e força em idosos, além
de destacar a escassez de evidências de efeitos adversos advindos da suplementação
de creatina, atribuiu ganhos significativamente maiores de força e massa magra na parte
superior e inferior do corpo aos participantes que consumiram regularmente a
substância, quando comparados aos que ingeriram placebo durante as pesquisas 30.
Recentemente, outra meta-análise, que abrangeu ensaios controlados publicados
até 2020, concluiu que dentre diversas intervenções nutricionais combinadas com a
prática de exercícios resistidos em idosos, apenas a creatina demonstrou efeitos
adicionais significativos quanto ao ganho de massa magra, força e função física,
corroborando mais uma vez com a perspectiva de estratégia no combate a sarcopenia 31.
Já em outro estudo, que analisou sistematicamente a associação do suplemento
de creatina ao treinamento resistido, porém desta vez, estritamente o público idoso
feminino, constatou que apenas uma pequena parte das mulheres mais velhas se
beneficiaram de aumento de força com o consumo por pelo menos 24 semanas, e que
aumentos de massa muscular sequer foram notados, contrastando com meta-análises
anteriores. Entretanto, além do quantitativo limitado de amostras no estudo, os autores
18

sinalizaram a existência de evidências de que em comparação aos homens, mulheres


tem naturalmente maior estoque de creatina intramuscular, fator que poderia diminuir a
capacidade de resposta a uma suplementação32.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É indiscutível o interesse científico nos últimos anos, acerca dos diversos


possíveis benefícios fisiológicos, que extrapolem a questão esportiva, através da
creatina suplementada.
De fato, muitas evidências tem apontado o potencial da substância como
promissora em todos os aspectos a que se propuseram os estudos relacionados no
presente trabalho. Entretanto, parece ainda não estar claro o mecanismo de ação do
suplemento no organismo humano, em relação a cada efeito observado.
Também é preciso considerar, que apesar de serem encontrados diversos
estudos sobre todas as associações da creatina relevantes ao trabalho, raros se
tratavam de ensaios clínicos, sendo que estes testes, demonstravam inconsistência nos
resultados, além de pouco convencimento quanto ao tempo de utilização e dosagem
necessárias para cada expectativa de resposta.
Portanto, sugere-se que mais estudos clínicos randomizados sejam produzidos,
afim de melhor elucidar os efeitos da creatina sobre o Sistema Nervoso Central (SNC)
envolvendo doenças de Parkinson e Alzheimer, depressão, neuroproteção e cognição;
assim como no diabetes mellitus tipo 2 e na sarcopenia, e dessa forma, proporcionar
maior segurança e precisão na prescrição do suplemento para estes fins.

REFERÊNCIAS

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safety and efficacy of creatine supplementation in exercise, sport, and
medicine. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n. 1, p.
1-18, 2017.

2. GUALANO, Bruno. Estudos sobre a eficácia terapêutica da suplementação de


creatina. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2014.
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3. HARRIS, Roger C.; SÖDERLUND, Karin; HULTMAN, Eric. Elevation of creatine in


resting and exercised muscle of normal subjects by creatine
supplementation. Clinical science, v. 83, n. 3, p. 367-374, 1992.

4. HARRIS, Roger. Creatine in health, medicine and sport: an introduction to a meeting


held at Downing College, University of Cambridge, July 2010. Amino Acids, v. 40,
n. 5, p. 1267-1270, 2011.

5. DE SALLES PAINELLI, V. et al. Brain creatine depletion in vegetarians? A cross-


sectional ¹H-magnetic resonance spectroscopy (¹H-MRS) study. The British
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6. DOLAN, Eimear; GUALANO, Bruno; RAWSON, Eric S. Beyond muscle: the effects
of creatine supplementation on brain creatine, cognitive processing, and traumatic
brain injury. European journal of sport science, v. 19, n. 1, p. 1-14, 2019

7. ROSCHEL, Hamilton et al. Creatine supplementation and brain health. Nutrients, v.


13, n. 2, p. 586, 2021.

8. BAKIAN, Amanda V. et al. Dietary creatine intake and depression risk among US
adults. Translational psychiatry, v. 10, n. 1, p. 1-11, 2020.

9. FORBES, Scott C. et al. Effects of creatine supplementation on brain function and


health. Nutrients, v. 14, n. 5, p. 921, 2022.

10. SMITH, Rachel N.; AGHARKAR, Amruta S.; GONZALES, Eric B. A review of
creatine supplementation in age-related diseases: more than a supplement for
athletes. F1000Research, v. 3, 2014.

11. LYOO, In Kyoon et al. A randomized, double-blind placebo-controlled trial of oral


creatine monohydrate augmentation for enhanced response to a selective serotonin
reuptake inhibitor in women with major depressive disorder. American Journal of
Psychiatry, v. 169, n. 9, p. 937-945, 2012.
20

12. ABELAIRA, Helena Mendes. O papel da via mTOR no efeito antidepressivo da


cetamina. 2017.

13. BRAISSANT, Olivier et al. Endogenous synthesis and transport of creatine in the rat
brain: an in situ hybridization study. Molecular brain research, v. 86, n. 1-2, p. 193-
201, 2001.

14. RIESBERG, Lisa A. et al. Beyond muscles: The untapped potential of


creatine. International immunopharmacology, v. 37, p. 31-42, 2016.

15. DOLDER, Max et al. Inhibition of the mitochondrial permeability transition by


creatine kinase substrates: requirement for microcompartmentation. Journal of
Biological Chemistry, v. 278, n. 20, p. 17760-17766, 2003.

16. BÉARD, Elidie; BRAISSANT, Olivier. Synthesis and transport of creatine in the CNS:
importance for cerebral functions. Journal of neurochemistry, v. 115, n. 2, p. 297-
313, 2010.

17. MCMORRIS, Terry et al. Effect of creatine supplementation and sleep deprivation,
with mild exercise, on cognitive and psychomotor performance, mood state, and
plasma concentrations of catecholamines and cortisol. Psychopharmacology, v. 185,
n. 1, p. 93-103, 2006.

18. MCMORRIS, Terry et al. Creatine supplementation and cognitive performance in


elderly individuals. Aging, Neuropsychology, and Cognition, v. 14, n. 5, p. 517-
528, 2007.

19. RAE, Caroline et al. Oral creatine monohydrate supplementation improves brain
performance: a double–blind, placebo–controlled, cross–over trial. Proceedings of
the Royal Society of London. Series B: Biological Sciences, v. 270, n. 1529, p.
2147-2150, 2003.
21

20. BENTON, David; DONOHOE, Rachel. The influence of creatine supplementation on


the cognitive functioning of vegetarians and omnivores. British journal of nutrition,
v. 105, n. 7, p. 1100-1105, 2011.

21. AVGERINOS, Konstantinos I. et al. Effects of creatine supplementation on cognitive


function of healthy individuals: A systematic review of randomized controlled
trials. Experimental gerontology, v. 108, p. 166-173, 2018.

22. DEFRONZO, Ralph A. et al. Type 2 diabetes mellitus. Nature reviews Disease
primers, v. 1, n. 1, p. 1-22, 2015.

23. DELPINO, Felipe Mendes; FIGUEIREDO, Lílian Munhoz. Does creatine


supplementation improve glycemic control and insulin resistance in healthy and
diabetic patients? A systematic review and meta-analysis. Clinical Nutrition
ESPEN, 2021.

24. PINTO, Camila Lemos et al. Creatine supplementation and glycemic control: a
systematic review. Amino Acids, v. 48, n. 9, p. 2103-2129, 2016.

25. GUALANO, Bruno et al. Creatine in type 2 diabetes: a randomized, double-blind,


placebo-controlled trial. Med Sci Sports Exerc, v. 43, n. 5, p. 770-778, 2011.

26. ALVES, Christiano Robles Rodrigues et al. Creatine-induced glucose uptake in type
2 diabetes: a role for AMPK-α?. Amino Acids, v. 43, n. 4, p. 1803-1807, 2012.

27. SCHOLS, Jos. Sarcopenia: revised European consensus on definition and


diagnosis. Age and Ageing, v. 48, n. 4, 2019.

28. CANNATARO, Roberto et al. Sarcopenia: Etiology, Nutritional Approaches, and


miRNAs. International Journal of Molecular Sciences, v. 22, n. 18, p. 9724, 2021.

29. DOLAN, Eimear et al. Muscular atrophy and sarcopenia in the elderly: is there a role
for creatine supplementation? Biomolecules, v. 9, n. 11, p. 642, 2019.
22

30. CHILIBECK, Philip D. et al. Effect of creatine supplementation during resistance


training on lean tissue mass and muscular strength in older adults: a meta-
analysis. Open access journal of sports medicine, v. 8, p. 213, 2017.

31. CHOI, MoonKi; KIM, Hayeon; BAE, Juyeon. Does the combination of resistance
training and a nutritional intervention have a synergic effect on muscle mass,
strength, and physical function in older adults? A systematic review and meta-
analysis. BMC geriatrics, v. 21, n. 1, p. 1-16, 2021.

32. DOS SANTOS, Ellem Eduarda Pinheiro et al. Efficacy of Creatine Supplementation
Combined with Resistance Training on Muscle Strength and Muscle Mass in Older
Females: A Systematic Review and Meta-Analysis. Nutrients, v. 13, n. 11, p. 3757,
2021.
23

ANEXO A – NORMAS DE PUBLICAÇÃO DA REVISTA BAIANA DE SAÚDE


PÚBLICA

Revista Baiana de Saúde Pública (RBSP), publicação oficial da Secretaria da Saúde do


Estado da Bahia (SESAB) de periodicidade semestral dedica-se a publicar contribuições
sobre aspectos relacionados aos problemas de saúde da população e à organização dos
serviços e sistemas de saúde e áreas correlatas. Serão aceitas para publicação as
contribuições escritas preferencialmente em português, de acordo com as normas da
RBSP publicadas, obedecendo a ordem de aprovação pelos editores.

CATEGORIAS ACEITAS:
1. Artigos originais
1.1 Pesquisa: artigos apresentando resultados de pesquisas científicas (10 a 15 laudas).
1.2 Ensaios: artigos com análise crítica sobre um tema específico (5 a 8 laudas).
1.3 Revisão: artigos com revisão crítica de literatura sobre tema específico, solicitados
pelos editores (8 a 10 laudas).
2. Comunicações: informes de pesquisas em andamento, programas e relatórios
técnicos (5 a 8 laudas).
3. Teses e dissertações: resumos de dissertações de mestrado e teses de
doutorado/livre docência defendidas e aprovadas em universidades brasileiras (máximo
2 laudas). Os resumos devem ser encaminhados com o título oficial da tese, dia e local
da defesa, nome do orientador e local disponível para consulta.
4. Resenha de livros: resenhas de livros publicados sobre temas de interesse, solicitados
pelos editores (1 a 4 laudas).
5. Relato de experiências: apresentando experiências inovadoras (8 a 10 laudas).
6. Carta ao editor: carta contendo comentários sobre material publicado (2 laudas).
7. Editorial: de responsabilidade do editor, podendo ser redigido por convidado por
solicitação deste.
8. Documentos: de órgãos oficiais sobre temas relevantes (8 a 10 laudas).

ORIENTAÇÕES AOS AUTORES INSTRUÇÕES GERAIS PARA ENVIO


1. Os trabalhos a serem apreciados pelos editores e revisores seguirão a ordem de
recebimento e deverão obedecer aos seguintes critérios de apresentação.
24

2. Devem ser encaminhados à secretaria executiva da revista, uma cópia impressa. As


páginas devem ser formatadas em espaço duplo com margem de 3cm à esquerda, fonte
Times New Roman, tamanho 12, página padrão A4, numeradas no canto superior direito
(não numerar as páginas contendo tabela, gráfico, desenho ou figura). Podem também,
ser enviados para o e-mail da revista desde que não contenham desenhos ou fotografias
digitalizadas.
Uma cópia em CD – ROOM ou via E- Mail deverá ser entregue com a versão final aceita
para publicação.

ARTIGOS
Folha de rosto: deve constar, o título (com versão em inglês), nome(s) do(s) autor (es),
principal vinculação institucional de cada autor, órgão(s) financiador (es) e endereço
postal e eletrônico de um dos autores para correspondência.
Segunda folha: iniciar com o título do trabalho sem referência à autoria e acrescentar um
resumo de no máximo 200 palavras, com versão em inglês (abstract). Trabalhos em
espanhol ou inglês devem também ter acrescido, o resumo em português. Palavras-
chave (3 a 8), extraídas do vocabulário DECS (Descritores em Ciências da Saúde/
www.decs.bvs.br) para os resumos em português e do MESH (Medical Subject Headings
/ www.nlm.nih.gov/mesh) para os resumos em inglês.
Terceira folha: Título do trabalho sem referência à autoria e início do texto com
parágrafos alinhados nas margens direita e esquerda (justificados), observando a
sequência: introdução, incluindo justificativas, citando os objetivos no último parágrafo;
material e métodos; resultados, discussão e referências bibliográficas. Digitar em página
independente os agradecimentos quando necessários.

TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS


Obrigatoriamente, os arquivos das tabelas, gráficos e figuras devem ser digitados em
arquivos independentes e impressos em folhas separadas. Estes arquivos devem ser
compatíveis com processador de texto “Word for Windows” (formatos: PICT, TIFF, GIF,
BMP). O número de tabelas, gráficos e, especialmente, ilustrações deve ser o menor
possível. As ilustrações, figuras e gráficos coloridos somente serão publicados se a fonte
de financiamento for especificada pelo autor. No texto do item resultados, as tabelas,
gráficos e figuras devem ser numeradas por ordem de aparecimento no texto, com
algarismos arábicos e citadas em negrito (e.g. “... na Tabela 20 2 às medidas ...) Tabela
25

(não utilizar linhas verticais), Quadro (fechar com linhas verticais as laterais). O título
deve ser objetivo e situar o leitor sobre o conteúdo, digitado após o número da Tabela,
Gráfico etc., e.g.: Gráfico 2. Número de casos de AIDS no Brasil de 1986 a 1997,
distribuído conforme a região geográfica.
Figuras reproduzidas de outras fontes já publicadas, devem indicar esta condição na
legenda.

ÉTICA EM PESQUISA
Trabalho que tenha implicado em pesquisa envolvendo seres humanos ou outros
animais, deve vir acompanhado de cópia de documento que atesta a sua aprovação
prévia por um comitê de ética em pesquisa (CEP), além da referência em material e
métodos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Preferencialmente qualquer tipo de trabalho encaminhado (exceto artigo de revisão)
deverá ter até 30 referências. As referências bibliográficas no corpo do texto, deverão
ser numeradas em sobrescrito, consecutivamente na ordem em que foram mencionadas
a primeira vez no texto. As notas explicativas e /ou de rodapé são permitidas e devem
ser ordenadas por letras minúsculas em sobrescrito. As referências devem aparecer no
final do trabalho, listadas pela ordem de citação, seguindo as regras propostas pelo
Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas Disponíveis em
http://www.icmje.org ou www.abec-editores.com.br (Requisitos uniformes para
manuscritos apresentados a periódicos biomédicos/ Vancouver).
Exemplos:
A) LIVRO Acha PN, Szyfres B. Zoonosis y enfermedades transmisibles comunes al
hombre y a los animales. 2ed. Washington: Organizacion panamericana de la salud;
1989.
B) CAPÍTULO DE LIVRO Almeida JP, Rodriguez TM, Arellano JLP. Exantemas
infecciosos infantiles. In: Arellano JLP, Blasco AC, Sánchez MC, García JEL, Rodríguez
FM, Álvarez AM (ed). Guía de autoformación en enfermedades infecciosas. 1ª ed.
Madrid: Panamericana; 1996. p. 1155- 68.
C) ARTIGO Azevêdo ES, Fortuna CMM, Silva KMC, Sousa MGF, Machado MA, Lima
AMVMD, Aguiar ME, Abé K, Eulálio MCMN, Conceição MM, Silva MCBO, Santos MG.
26

Spread and diversity of human populations in Bahia, Brazil. Human Biology 1982; 54:
329- 41.
D) TESE E DISSERTAÇÃO Britto APCR. Infecção pelo HTLV-I/II no Estado da Bahia.
Dissertação de Mestrado. Salvador, Bahia: 114p. Universidade Federal da Bahia; 1997.
E) RESUMO PUBLICADO EM ANAIS DE CONGRESSO Santos-Neto L, Muniz-
Junqueira I, Tosta CE. Infecção por Plasmodium vivax não apresenta disfunção
endotelial e aumento de fator de necrose tumoral-α (FNT- α) e 21 interleucina-1 α (IL-1
α). In: Anais do XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Salvador
- Bahia.1994 p.272.
F) Documentos extraídos do endereço da INTERNET. Autores ou sigla e/ou nome da
instituição principal]. [Título do documento ou artigo] Extraído de [endereço eletrônico],
acesso em [data]. Exemplo: COREME, Comissão de Residência Médica do Hospital
Universitário Professor Edgard Santos (HUPES) da Universidade Federal da Bahia
(UFBA). Regimento Interno da COREME. Extraído de
[http://www.hupes.ufba.br/coreme], acesso em [20 de setembro de 2001]. Não incluir no
capítulo “Referências Bibliográficas” dados não-publicados ou informação pessoal,
nestes casos assinalar no texto: (i) FF Antunes Filho & Costa SD: dados não publicados
ou (ii) JA Silva: comunicação pessoal, 1997. Todavia, se o trabalho citado foi aceito para
publicação incluí-lo entre as referências, citando os registros de identificação
necessários (autores, título do trabalho ou livro e periódico ou editora), seguido da
expressão latina in press e o ano. Quando o trabalho encaminhado para publicação for
sob outra forma (relato de investigação epidemiológica, relato de fato histórico,
comunicação, resumo de trabalho final de curso de pós-graduação, relatórios técnicos,
resenha bibliográfica e carta ao editor, o(s) autor (es) deve(m) utilizar linguagem objetiva
e concisa, com informações introdutórias curtas e precisas e delimitando o problema ou
a questão objeto da investigação. Seguir as orientações para referências bibliográficas,
gráficos, tabelas e figuras.
As contribuições encaminhadas só serão aceitas para apreciação pelos editores e
revisores, se atenderem às normas da revista.

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