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UNIVERSIDADE PITAGORAS UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


NUTRIÇÃO

FLÁVIO FURTADO DA SILVA

BENEFÍCIOS DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS NA DOENÇA


RENAL CRÔNICA

Araruama-RJ
2021
1

FLÁVIO FURTADO DA SILVA

BENEFÍCIOS DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS NA


DOENÇARENAL CRÔNICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel
em Nutrição.

Orientadora: Prof.ª Jennifer Elizabeth Prudêncio de


Azevedo

Araruama-RJ
2021
2

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 4

2. PROBLEMA.........................................................................................................5

3. JUSTIFICATIVA...................................................................................................5

4. OBJETIVOS......................................................................................................... 5
4.1 GERAL.......................................................................................................... 5
4.2 ESPECÍFICOS.............................................................................................. 5

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................6

5.1 O QUE SÃO ALIMENTOS FUNCIONAIS.............................................................8

5.1.2 AVEIA............................................................................................................... 8

5.1.3 AZEITE DE OLIVA EXTRA VIRGEM...............................................................8

5.1.4 SOJA.................................................................................................................. 9

5.1.5 FEIJÃO........................................................................................................... 10

5.1.6 LINHAÇA........................................................................................................11

5.1.7 CHIA............................................................................................................... 12

5.2 DOENÇA RENAL CRÔNICA.............................................................................12

5.3 TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA.............................................13

5.4 COMPOSTOS BIOATIVOS................................................................................16

5.4.1 PROTEÍNAS...................................................................................................16

5.4.2 ÁCIDOS GRAXOS..........................................................................................18

5.4.3 CAROTENOIDE..............................................................................................18

5.4.4 BETACAROTENO..........................................................................................19

5.4.5 LICOPENO..................................................................................................... 20

5.4.6 FLAVONOIDES..............................................................................................20

5.4.7 FIBRAS ALIMENTARES................................................................................21

6 POTÁSSIO E FÓSFORO NOS ALIMENTOS FUNCIONAIS.............................21


6.1 POTÁSSIO..................................................................................................21
3

6.2 FÓSFORO...................................................................................................22

7 CONCLUSÃO.....................................................................................................23

8 METODOLOGIA DA PESQUISA.......................................................................23

9 CRONOGRAMA.................................................................................................23

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................25
4

1. INTRODUÇÃO

A Doença Renal Crônica (DRC) atinge uma parcela considerável da


população. Além disso, considera-se que ela é silenciosa, podendo acometer o
indivíduo sem que ele perceba. Se exames médicos não forem feitos, quem sofre
desta doença pode ter os rins perdendo capacidade de filtração e não perceber.
Ela é uma doença progressiva, irreversível, que para tratá-la, diminuindo a
velocidade de perda da função renal, é necessário combater doenças como
hipertensão, diabetes e dislipidemia.
Ter uma alimentação equilibrada é de enorme importância e pode até ajudar
a adiar o progresso da doença.
Nas fases iniciais da IRC, uma alimentação saudável inclui diversos cereais,
sobretudo cereais integrais, frutas e legumes frescos. A ingestão de sódio deve ser
restrita. O sal liga-se à água e, desse modo, seu organismo também precisa de mais
líquidos. O sódio está presente principalmente no sal de cozinha, nos alimentos
processados (salsichas, enlatados, pizza congelada, e no pão, no queijo e no
presunto). Tente substituir o sal de cozinha por ervas e especiarias e, sempre que
possível, cozinhe com produtos frescos.
As quantidades, assim como os alimentos permitidos ou proibidos variam de
acordo com o estágio da doença e com os exames de cada pessoa, por isso a dieta
deve ser sempre orientada por um nutricionista, que irá ter em consideração todo o
histórico da pessoa.

2. PROBLEMA

Os alimentos funcionais e seus bioativos são capazes de evitar o surgimento


da Doença Renal Crônica ou diminuir a velocidade de progressão dela?

3. JUSTIFICATIVA

A Doença Renal Crônica (DRC) é atualmente um importante problema de


saúde pública no Brasil e também no mundo. Ela ocorre silenciosamente, possuindo
múltiplos fatores de risco e causas, além de ser uma doença de curso prolongado.
Há 20 anos atrás, acreditava-se que pacientes renais não poderiam comer
5

vegetais, frutas, legumes e hortaliças por conta da hipercalemia, isto é, quando os


níveis de potássio estão aumentando, podendo causar arritmia cardíaca e levar à
morte, assim como alimentos de origem animal, por conta do fósforo, mas isso foi
mudando no decorrer do tempo e surgindo novos padrões alimentares que atendem
aos objetivos dos pacientes, a partir da diminuição dos sintomas, o que contribui
para o retardo do comprometimento da função renal (Serdan et al., 2020).
Assim, entende-se que compostos bioativos presentes na alimentação e os
alimentos funcionais podem atenuar os quadros de hipertensão, diabetes e
dislipidemia, de forma a evitar o surgimento da doença renal crônica, atuando de
forma preventiva. Além disso, eles também podem retardar a progressão da DRC.
Torna-se importante ainda verificar se dietas específicas combinadas com
estilo de vida saudável podem também contribuir com a diminuição da prevalência
da DRC ou desacelerar a progressão dela.

4. OBJETIVOS

4.1 GERAL

Relacionar os principais compostos bioativos presentes nos alimentos


funcionais que têm efeito benéfico sobre a hipertensão, diabetes e dislipidemia,
tendo em vista que elas são patologias que influenciam no tratamento conservador
da doença renal crônica.

4.2 ESPECÍFICOS

Analisar estudos sobre benefícios dos alimentos funcionais no combate à


hipertensão, tendo como finalidade a prevenção da Doença Renal Crônica (DRC).
Verificar na literatura exemplos de alimentos funcionais que combatem o
diabete mellitus para deste modo, prevenir o surgimento da DRC.
Pesquisar em livros e artigos os alimentos funcionais que podem normalizar o
quadro de dislipidemia, com vistas a prevenir a DRC.

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6

Os alimentos funcionais, além dos nutrientes, têm os compostos


bioativos que melhoram a saúde e combatem doenças. Os bioativos estão presentes
na natureza e fazem parte da alimentação humana.
Entre vários compostos bioativos reconhecidos pela ANVISA, verifica-se nos
livros pesquisados que proteínas (mas deve ser controlada na fase não dialítica),
ácidos graxos, carotenoides (betacaroteno e licopeno), flavonoides e fibras ajudam a
retardar o desenvolvimento da DRC.
Os ácidos graxos (ômega 3 e ômega 6) diminuem a quantidade de
triglicerídeo e a pressão arterial. Assim, trazem benefícios para o paciente renal
crônico.
Cenoura, abóbora, milho e melão são exemplos de alimentos ricos em
carotenoides. Além disso, possuem vitamina A na forma de carotenoides e também
são fontes de fibras, ajudando a combater a DRC.
Os flavonoides estão presentes em frutas, legumes, verduras, chás e azeite
de oliva extra virgem. Eles têm propriedades antioxidante e anti-inflamatórias,
diminuindo o risco de desenvolvimento de doença crônica não transmissível.
A aveia é um exemplo. Ela é rica em fibras solúveis (betaglucana), podendo
diminuir os níveis pressóricos e os lipídios séricos.
O azeite de oliva é uma excelente fonte de ácidos graxos monoinsaturados,
polifenóis, vitamina E e carotenos. Assim, ele pode melhorar o perfil lipídico e reduzir
o desenvolvimento de diabetes tipo 2.
A soja possui proteínas, fibras e ácidos graxos ômega 3 e ômega 6. Ela
estimula a produção de insulina e diminui o índice glicêmico, proporcionando
benefícios relacionados à prevenção da DRC.
O consumo diário de feijão pode diminuir os níveis de lipídio e glicose no
sangue, ajudando a prevenir a DRC.
A linhaça e a chia são fontes de ômega 3, ajudando a combater a dislipidemia
pois o ômega 3 pode diminuir os níveis plasmáticos de lipídio. Assim, ao combater a
dislipidemia, pode desacelerar a progressão da DRC.
Grande parte dos alimentos funcionais possuem potássio e fósforo em sua
composição. Mas os benefícios que esses alimentos fornecem para quem tem DRC
podem superar as desvantagens de possuir potássio e fósforo.
O vegetarianismo e a doença renal foram considerados associações
impossíveis de serem realizadas por muitos anos, justificado por uma ideologia que
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as dietas à base de plantas, apesar de conterem baixas quantidades de proteínas,


também são ricas em potássio e fósforo, podendo culminar na progressão da
hipercalemia e hiperfosfatemia, complicações severas que podem afetar todo o
estado de saúde do paciente. Porém, com o surgimento de novas pesquisas e
ensaios clínicos, adoção de uma dieta vegetariana demonstra mais benefícios do
que malefícios, comparados àqueles que adotam uma dieta onívora (Brzózka,
Franczyk & Rysz 2017).
As vantagens da inclusão de frutas, legumes e hortaliças relacionam-se,
principalmente, à sua composição repleta de fibras, ômega 6, potássio, magnésio,
cálcio, vitamina E, vitamina C e carotenóides, bem como o muitos fitoquímicos
contidos, que podem contribuir na diminuição da proteinúria, retardo da TFG,
melhora na acidose metabólica e prevenção a hipercalemia (Rysz et al., 2017;
Sparks, 2017).
Recomenda-se que a dieta indicada é aquela que o nutricionista através da
sua análise clínica e crítica, com base na história dietética, complicações e/ou
progressão da doença, vai adotar para a terapêutica a ser instituída para/com o
paciente, visando incrementar a sua qualidade de vida e longevidade.

5.1 O QUE SÃO ALIMENTOS FUNCIONAIS

Muitas pessoas buscam encontrar nos alimentos propriedades que têm o


poder de manter ou melhorar a saúde.
Assim, acabam entrando em contato com alimentos que além de fornecerem
os benefícios conhecidos dos nutrientes, proporcionam melhoras na saúde por meio
de substâncias presentes neles.
Alimentos funcionais são aqueles que oferecem benefícios à saúde além da
nutrição básica, por apresentarem propriedades fisiologicamente ativas de seus
componentes alimentícios (Rossi e Poltronieri, 2019, p. 702).

5.1.2 AVEIA

A aveia (Avena Sativa L.) é um cereal em que o consumo pode trazer muitos
benefícios para a saúde, tendo em vista que ela possui excelente valor nutricional.
A aveia tem em sua composição química aminoácidos, ácidos graxos,
vitaminas e sais minerais. Além disso possui de 9 a 11% de fibras alimentares. A
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aveia é um cereal rico em fibras solúveis, cuja principal é a betaglucana. Estudos


verificaram que a ingestão de fibras alimentares, especialmente solúveis, está
associada a menores níveis pressóricos. Além disso, o farelo de aveia possui efeitos
benéficos na redução dos lipídios séricos. Logo, ela pode contribuir para redução do
risco de doença cardiovascular (Cuppari, 2019, p. 103).
Como visto no parágrafo anterior, a aveia diminui os níveis de pressão arterial
e de lipídios séricos. Assim, ela pode ajudar a prevenir o aparecimento da doença
renal crônica.

5.1.3 AZEITE DE OLIVA EXTRA VIRGEM

O azeite de oliva é um óleo obtido da azeitona, muito comum na dieta


mediterrânea.
Além disso, é um alimento funcional rico em ômega 3.
É considerado um alimento funcional por ser excelente fonte de Ácidos
Graxos Monoinsaturados (MUFA), principalmente de ácido oleico e os mais de 30
tipos de polifenóis (antioxidantes), bem como vitamina E e caroteno (Cuppari, 2019,
p. 99).
É útil para diminuir a velocidade de progressão da doença renal crônica pois
quando associado a uma alimentação saudável pode melhorar a dislipidemia e o
controle glicêmico.
O consumo de azeite de oliva extravirgem, associado a uma alimentação
saudável, é considerado um componente cardioprotetor. Ele pode melhorar o perfil
lipídico aterogênico (aumentando HDL-C e reduzindo LDL-C), reduzir a inflamação
subclínica (reduzindo a expressão de citocinas pró-inflamatórias) e o estresse
oxidativo (aumentando a atividade antioxidante enzimática, diminuindo marcadores
de estresse oxidativo e aumentando a capacidade antioxidante total). Além disso, o
consumo de azeite de oliva extravirgem está relacionado à redução do risco de
desenvolvimento de DM2 e a um melhor controle glicêmico (Cuppari, 2019, p. 100).

5.1.4 SOJA
9

A soja é uma leguminosa originária da China que possui teor de proteína que
varia de 30 a 45%. Tem um importante papel na dieta vegetariana e na perda de
peso, pois pode ser usada na substituição da carne.
Além da fibra, soja é composta por aminoácidos, ácidos graxos essenciais
(entre eles o W-6 e o W-3) e carboidratos, sendo a maior parte composta por fibra
alimentar.
Devido ao valor nutricional, o consumo de soja na dieta ajuda no controle de
colesterol e triglicerídeos, o que contribui para retardar o avanço da doença renal
crônica.
E mais, a soja também pode exercer ação antioxidante.
Cuppari (2019) diz que a soja também tem como benefício relacionado à
prevenção da doença renal crônica o fato de que ela estimula a produção de insulina
e diminui o índice glicêmico da dieta, ajudando no controle glicêmico. Além disso, a
soja pode desempenhar efeitos anti-hipertensivos e protetores do endotélio.
Ainda para Cuppari (2019, p. 103), a soja contribui bastante para prevenir a
doença renal crônica. A ingestão de soja também pode proteger contra o câncer de
mama. Esse efeito tem sido atribuído à bioatividade das isoflavonas (estrogênio).
Outro efeito da soja é a atividade antiobesidade, na qual vários peptídeos
anorexígenos foram identificados para exercer essa função, por meio da redução da
ingestão de alimentos, do peso e da composição corporal. Por fim, a ingestão de
dietas vegetarianas, composta por proteínas de soja, parece modular os efeitos
deletérios da doença renal crônica (DRC) na fase não dialítica, reduzindo o fluxo
plasmático renal, a hiperfiltração glomerular e a proteinúria. Algumas características
podem estar envolvidas na proteção contra lesão renal, destacando-se o perfil de
aminoácidos, peptídeos e o teor de isoflavonas.

5.1.5 FEIJÃO

O feijão é uma leguminosa muito apreciada na alimentação pelo brasileiro.


Nos países em desenvolvimento, ele é a principal fonte de proteínas,
carboidratos complexos, fibras, vitaminas e minerais.
O feijão tem baixo teor de gordura, baixíssimo de gordura saturada, zero
colesterol, alto teor de fibras e presença de antioxidantes, que são muito importantes
para o atleta. A microbiota do atleta precisa ser muito cuidada, pois influencia na
10

imunidade e na absorção de nutrientes. A presença de fibras, incluindo com função


prebiótica, auxilia a manter a microbiota saudável.
Cuppari (2019) diz que estudos mostram que o consumo diário de feijão pode
reduzir os níveis de lipídio e glicose no sangue. As propriedades funcionais são
decorrentes das fibras alimentares, proteínas, saponinas, esteroides, polifenóis e
fitatos. As leguminosas podem reduzir a glicemia, o colesterol e os triglicerídeos.
Além disso, os compostos fenólicos, ácido fítico, inibidores de proteases, saponinas,
lignanas e fitoestrógenos podem reduzir o risco de câncer.
Para algumas pessoas, o feijão pode causar flatulência, dor de estômago e
inchaço abdominal. Isso se deve à presença de açúcares chamados
oligossacarídeos, que podem causar problemas digestivos.
O feijão deve passar pelo remolho, técnica de deixar os grãos de molho por
algumas horas antes de seu cozimento com o objetivo de eliminar os fatores
antinutricionais, que inibem a absorção de alguns nutrientes.
Segundo dados da mais recente Pesquisa de Orçamento Familiar, conduzida pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando considerada a frequência de
consumo houve uma redução da ingestão de feijão e arroz pelo brasileiro. O levantamento
demonstra, por outro lado, que houve um aumento na quantidade de preparações à base
desses alimentos. No caso específico do feijão, quando comparados os números das
pesquisas realizadas em 2008-2009 e em 2017-2018, o consumo da leguminosa foi
reduzido de 72,8% para 60%, enquanto as preparações à base dela passaram de 3% para
12%. Ainda assim, quando somadas essas duas maneiras de consumo, houve uma
redução da ingestão desse alimento-base da dieta do brasileiro, que caiu de 75,8% para
72%.
A doença cardíaca é uma das principais causas de morte em todo o mundo.
Curiosamente, de acordo com um estudo, comer feijão e outras leguminosas
regularmente pode ajudar a reduzir esse risco.
Uma revisão de 26 estudos descobriu que uma dieta rica em feijão e outras
leguminosas pode reduzir significativamente o colesterol LDL, um importante fator
de risco para doenças do coração.
Também há evidências de que o feijão é uma boa opção alimentar para os
diabéticos, já que ele tem um baixo índice glicêmico. Em um estudo, os níveis de
açúcar no sangue, insulina e triglicerídeos diminuíram significativamente quando os
diabéticos ingeriram o feijão como substituto da carne vermelha. Uma revisão de 41
11

estudos controlados também descobriu que o feijão e outras leguminosas podem


reduzir o açúcar no sangue em jejum e os níveis de insulina.
Na doença renal crônica, o remolho do feijão também tem o objetivo de
reduzir os níveis de potássio e sódio, que podem agravar essa doença.

5.1.6 LINHAÇA

Entre os vegetais, a semente de linhaça é a maior fonte de ômega 3, tendo de


30 a 40 % de lipídios. Além disso, ela tem em sua composição 40 % de carboidratos
e 30 % de fibras alimentares.
A linhaça tem vários benefícios para reduzir as doenças crônicas não
transmissíveis como por exemplo:
 Hipocolesterolemiantes
 Anticancerígenos
 Antioxidantes
 Hipoglicêmicos
 Redutores da inflamação subclínica
 Laxativo
Quem sofre de doença renal crônica deve ficar atento porque a linhaça é rica
em potássio e fósforo. Assim, é necessário analisar os benefícios que a linhaça pode
proporcionar à saúde e os riscos devido à quantidade presente de potássio e
fósforo, para aqueles indivíduos em que os valores destes minerais estão elevados.

5.1.7 CHIA

A chia é uma semente composta por 30 a 38 % de lipídios e 18 a 25 % de


proteínas. Além disso, ela é rica em fibras alimentares, sendo 95% de fibras
insolúveis.
Ela apresenta os seguintes benefícios para a saúde:
 Antioxidantes.
 Inibe processos inflamatórios e carcinogênico.
 Possui ação hipoglicemiante, anti-inflamatória, antioxidante, anti-
hipertensiva e cardioprotetora.
 Acelera o trânsito intestinal.
12

5.2 DOENÇA RENAL CRÔNICA

A Doença Renal Crônica (DRC) é uma doença que acomete os rins,


prejudicando as várias funções renais, entre elas a de excreção.
Conseqüentemente, vários constituintes do sangue como água, sódio e produtos
nitrogenados (uréia, por exemplo) acumulam-se no organismo.
Os sintomas não são usualmente aparentes ou observados até que a doença
renal progrida significativamente e a capacidade dos rins esteja reduzida a 25% do
normal. Quando esta capacidade estiver reduzida a menos de 15%, está
caracterizada a insuficiência renal crônica, que é uma condição freqüentemente
irreversível (CARVALHO et al., 1992; DAUGIRDAS, 2003). Seu início é insidioso e
ocorre gradualmente à medida que os constituintes do sangue como água, sódio,
uréia e outros produtos do metabolismo, acumulamse no organismo provocando
edema e hipertensão, ou, eventualmente, uremia e outras manifestações clínicas de
doença renal crônica avançada.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, atualmente, 850 milhões de
pessoas sofrem de doença renal no mundo.
É portador de DRC qualquer indivíduo que, por um período maior ou igual a 3
meses, apresenta TFG < 60 mL/min/1,73 m 2 ou TFG > 60 mL/min/1,73 m 2 associada
a alguma evidência de lesão da estrutura renal (anormalidade urinária: hematúria
glomerular, microalbuminúria, proteinúria, alteração em exame de imagem como
cistos renais, anormalidades histológicas e história de transplante renal (Cuppari,
2019, p. 224).
As causas mais comuns da IRC são a diabetes, a hipertensão arterial,
glomerulopatias e infecção renal crônica.
Os casos de DRC vem aumentando principalmente pelo envelhecimento da
população, pelo aumento no número de portadores de hipertensão arterial e
diabetes mellitus.

5.3 TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA

O tratamento usualmente objetiva prevenção da progressão da doença,


controle da hipertensão e da diabetes mellitus e, ocorrendo a progressão, são
utilizados métodos que visam substituir a função renal para preservar a vida, o que
inclui suporte nutricional adequado, diálise ou o transplante renal.
13

O objetivo do tratamento é ajudar os rins doentes a manter a homeostasia


pelo maior tempo possível. Deve-se pesquisar e tratar todos os fatores que
contribuem para o problema (uropatia obstrutiva, etc.). Com a deterioração da
função renal, faz-se necessária uma intervenção dietética com um cuidadoso
controle da ingesta de proteínas, da ingesta de líquido para contrabalançar as
perdas hídricas, da ingesta de sódio para contrabalançar as perdas de sódio e uma
certa restrição de potássio e fosfato. (MANUAL DE DIÁLISE/NEFROLOGIA, 2012).
O tratamento da doença renal crônica (DRC) é o conservador, quando a
doença está nos estágios de 1 a 3. Quando for classificada nos estágios 4 e 5 – ND
(não dialítica) tem-se a pré-diálise. Agora, quando o paciente chega ao estágio 5 – D
o tratamento é classificado como Terapia Renal Substitutiva (TRS).
Estágio 1: TFG 90mL/min/1,73m² na presença de proteinúria e/ou hematúria
ou alteração no exame de imagem.
Estágio 2: TFG 60 a 89 mL/min./1,73m².
Estágio 3a: TFG 45 a 59 mL/min./1,73m².
Estágio 3b: TFG 30 a 44 mL/min./1,73m².
Estágio 4: TFG 15 a 29 mL/min./1,73m².
Estágio 5 – Não Diálitico: TFG < 15 mL/min./1,73m²
Estágio 5 – Dialítico: TFG < 15 mL/min./1,73m²

Nesse trabalho, aborda-se o tratamento conservador. Assim, tem-se que é


necessário combater os fatores de risco para a progressão da DRC com o objetivo
de retardar a perda da taxa de filtração glomerular (TFG). Para tanto, o paciente
precisa controlar a hipertensão, o diabete e a trigliceridemia.
Entre as medidas que comprovadamente retardam a progressão da DRC
estão o controle da pressão arterial, que deve ser mantida em valores inferiores a
130/80 mmHg, e o tratamento intensivo do DM com manutenção da hemoglobina
glicada entre 6,5 e 7,0%” (Cuppari, 2019, p. 236). Além disso, destaca que o
tratamento da dislipidemia é uma abordagem que traz benefício e que pode retardar
o ritmo de progressão da DRC.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS), também chamada somente de
hipertensão, é uma condição clínica multicausal caracterizada por elevação
sustentada dos níveis de pressão arterial (PA)≥ 140 mmHg (sistólica) e/ou 90 mmHg
14

(diastólica). Ainda para Rossi (2019), a hipertensão arterial mantém associação com
a doença renal crônica, fatal e não fatal.
O diabetes mellitus é uma doença caracterizada pela hiperglicemia crônica
que contribui para o aumento da mortalidade (Rossi, 2019, p. 814). O diabetes pode
trazer danos aos rins, comprometendo a sua capacidade de filtragem.

“Os altos níveis de açúcar fazem com que os rins filtrem


muito sangue, sobrecarregando os órgãos e levando a
perda de proteínas na urina” Nefrologista e Presidente da
Fundação Pró-Rim, Dr. Marcos Vieira.

Com o tempo e o excesso de resíduos no sangue, a sobrecarga faz com que


os rins percam a capacidade de filtragem e venham a falhar. Assim, o paciente
diabético vai necessitar de sessões de hemodiálise ou de um transplante renal,
complementa. Doença renal é mais comum em pessoas com diabetes. (Pro Rim,
2019).
Conceitualmente, as dislipidemias podem ser definidas como alterações
primárias ou secundárias do metabolismo das lipoproteínas que podem se
manifestar clinicamente por meio da elevação e/ou redução de lipídios isolada ou
associada a múltiplas lipoproteínas. Essas alterações podem envolver modificações
na concentração dos componentes lipídicos (colesterol e triacilgliceróis), mas
também envolvem modificações nas apolipoproteínas (apo B, apo AI, apo CII e apo
CIII), nas proteínas transportadoras (proteína de transferência de éster de colesterol,
proteínas de transferência de fosfolipídios) e nas enzimas (lipase lipoproteica, lipase
sensível a hormônios, lipase hepática), entre outras (Aquino e Tucunduva, 2017, p.
324).
É papel da Atenção Básica a atuação na prevenção dos fatores de risco e
proteção para a doença renal crônica. Os profissionais de saúde desse nível de
atenção devem estar preparados para identificar, por meio da anamnese e do
exame clínico, os casos com suspeita e referenciá-los para a Atenção Especializada
para investigação diagnóstica definitiva e tratamento. O Ministério da Saúde - por
meio do Departamento de Atenção Especializada e Temática, da Secretaria de
Atenção à Saúde (CGAE/DAET/SAS) - é o gestor, a nível federal, das ações na
Atenção Especializada às pessoas com doenças renais crônicas. Compete à pasta
15

definir normas e diretrizes gerais para a organização do cuidado e efetuar a


homologação da habilitação dos estabelecimentos de saúde aptos a ofertarem o
tratamento aos doentes renais crônicos, de acordo com critérios técnicos
estabelecidos previamente. Além disso, cabe ao Ministério da Saúde ofertar apoio
institucional às Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios no processo de qualificação e de consolidação da atenção em saúde,
bem como promover mecanismos de monitoramento, avaliação e auditoria, com
vistas à melhoria da qualidade das ações e dos serviços ofertados, considerando as
especificidades dos serviços de saúde e suas responsabilidades.
No que diz respeito à saúde pública no Brasil, a DRC vem sendo incluída em
diversas estratégias para atendimento de usuários do sistema de saúde, tanto para
prevenção da mesma quanto para o tratamento adequado (SESSO et al., 2017). Do
total de 122.825 pacientes com DRC submetidos à Terapia Renal Substitutiva (TRS)
no Brasil em 2016, 92,1% dos pacientes faziam tratamento por hemodiálise e 7,9%
por diálise peritoneal, predominantemente a modalidade diálise peritoneal
automatizada (DPA) (SESSO et al., 2017), sendo o SUS responsável pelo
financiamento de cerca de 90% destes tratamentos (ALCALDE; KIRSZTAJN, 2018).

5.4 COMPOSTOS BIOATIVOS

Os bioativos são compostos essenciais e não essenciais que influenciam a


saúde humana, estão presentes na natureza e fazem parte dos alimentos.
De acordo com a RDC 02/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
Substância Bioativa - além dos nutrientes, os não nutrientes que possuem ação
metabólica ou fisiológica específica.
Os bioativos normalmente são pertencentes aos alimentos do reino vegetal,
orgânicos com baixo peso molecular, não são indispensáveis nem sintetizados pelo
organismo humano, apresentam ação de proteção à saúde do organismo desde que
estejam presentes na dieta em quantidades significativas. Os bioativos agem no
organismo aumentando as atividades antioxidantes, realizando modulação de
enzimas de destoxificação, estimulando o sistema imune, reduzindo a agregação
plaquetária, organizando o metabolismo hormonal, diminuindo a pressão sanguínea
e a atividade antibacteriana e antiviral (Gomes e Santos, 2014, p. 65).
Os alimentos de origem vegetal apresentam compostos não nutrientes
16

(fitoquímicos) com atividades biológicas ditas promotoras da saúde, tais como ações
antioxidante, anti-inflamatória e hipocolesterolêmica. Por essa razão, são também
chamados de compostos bioativos de alimentos (Rossi ,2019, p. 1006).
A seguir, alguns bioativos.

5.4.1 PROTEÍNAS

As proteínas são macronutrientes formados por aminoácidos unidos entre si


por ligações peptídicas. Participam de reações químicas no corpo humano e
também na formação de células, anticorpos e hormônios.
É importante que a proteína seja obtida por meio de uma alimentação
saudável.
Proteínas são nutrientes ricos com importante função na formação de células,
renovação de músculos e tecidos. Porém esse processo deixa um produto final, a
ureia. Ou seja, o consumo em excesso de nutriente pode acabar sobrecarregando
rins já doentes, aumentar a sua taxa de filtração e acelerar o progresso de possíveis
doenças renais. Então, caso o indivíduo não faça uma hidratação adequada, o
excesso da excreção de ureia abre portas para a formação de cristais de ácido úrico,
cálculos renais e até mesmo crise de gota (ataques de artrite inflamatória em uma
articulação inchada, vermelha, e sensível à dor).
Pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise devem consumir
de 1 a 1,2 gramas de proteína por quilo de peso, diariamente. Quanto aos
portadores de DRC que não fazem hemodiálise, recomenda-se de 0,6 a 0,8g de
proteína a fim de retardar a evolução da doença renal. Em indivíduos saudáveis,
com função renal normal, não existe contraindicação formal para dieta hiperproteica,
embora os seus efeitos por períodos prolongados não sejam bem conhecidos.
Não existe ainda um consenso sobre qual tipo de proteína é melhor, animal
ou vegetal, para o indivíduo que sofre de doença renal crônica.
Em Cuppari (2019, p. 239) temos, comparando-se dieta hipoproteica à base
de proteína vegetal (principalmente soja) em relação à proteína animal, não se
observaram diferenças na função renal. Ambas as dietas resultaram em retardo no
ritmo de progressão da doença e diminuição da proteinúria, sugerindo que o
benefício parece ser principalmente decorrente de menor ingestão proteica
independentemente do tipo de proteína.
17

Tabela 01 - Composto Bioativo e Fonte Alimentar


Composto Bioativo Fonte Alimentar
Proteínas Vegetal Soja, grão-de-bico, feijão
Proteínas Animal Laticínios, carnes, aves, peixes,
ovos
Fonte: Cuppari (2019, p. 91) Adaptado

Para Cuppari (2019, p. 238), mesmo havendo algumas incertezas quanto à


quantidade de proteína a ser prescrita para os diferentes estágios da DRC, a maioria
dos guias práticos e pesquisadores da área recomenda dietas que contenham entre
0,6 e 0,8 g/kg/dia de proteína, particularmente para pacientes nos estágios 3 a 5
(não dialítico) da DRC. Para os estágios mais precoces da doença (1 e 2)
recomenda-se uma dieta com uma quantidade normal de proteína em torno de 0,8 a
no máximo 1 g/kg/dia. Na doença renal crônica, alguns estudos apontam que a
restrição da quantidade de proteína na dieta tem o poder de retardar a progressão
desta doença.
A hipertensão e o diabetes mellitus são fatores de risco para a DRC. Além
disso, a dislipidemia acelera o progresso da DRC. Assim, ao diminuir o consumo de
alimentos ricos em proteína, o indivíduo consegue melhorar a alimentação no
sentido de controlar a dislipidemia. E mais, também diminui a ingestão de fósforo,
que é um mineral que pode afetar a função renal caso seja ingerido em excesso.
Há uma certa restrição de proteínas, uma vez que a uréia, a creatinina, o
ácido úrico e os ácidos orgânicos – os produtos do metabolismo das proteínas da
dieta e do tecido acumular-se-ão rapidamente no sangue quando existe um
clareamento renal alterado. As proteínas permitidas devem ser de alto valor
biológico (laticínios, ovos, carne) para proporcionar os aminoácidos essenciais.
Geralmente a quantidade de líquido permitida é de 500 a 600 ml a mais do que o
débito urinário das 24 horas. (MANUAL DE DIÁLISE/NEFROLOGIA, 2012).

5.4.2 ÁCIDOS GRAXOS

Os ácidos graxos são lipídios onde se destacam o ômega 3 e o ômega 6.


Eles são considerados essenciais pois não são produzidos pelo organismo
humano e são indispensáveis para manter as funções biológicas.
18

O consumo dos ômegas pode auxiliar na diminuição dos triglicerídeos no


sangue, aumentar a fluidez sanguínea e diminuir a pressão arterial. O consumo de
ômega 3 auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos desde que
associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Pode ser encontrado
em peixes em geral, principalmente os de origem marinha, como a sardinha e o
salmão. Hortaliças com folhas de coloração verde escura, alguns cereais e
leguminosas como aveia, arroz, feijão, ervilhas, soja, também contêm ácidos graxos,
assim como os óleos vegetais de linhaça, canola e soja. (Gomes e Santos,2014, p.
69).
Como os ômegas podem ajudar a diminuir triglicerídeo e combater a
hipertensão, eles são úteis para manter a saúde dos rins.

5.4.3 CAROTENOIDE

Os carotenoides são pigmentos naturalmente encontrados em vegetais como


frutas, folhas, flores e raízes.
Além disso, eles também estão presentes em alimentos de origem animal:
ovos, carnes e peixes.
Os carotenoides são um grupo de pigmentos lipossolúveis encontrados na
natureza, responsáveis pelo espectro de cores do amarelo ao vermelho de frutas,
vegetais, fungos e flores. O conteúdo de carotenoides nas frutas e vegetais depende
do estágio de maturação, do armazenamento pós-colheita, do processamento e do
preparo (Cuppari ,2019, p. 98).
O termo “carotenoide” refere-se a uma classe de pigmentos, sintetizados em
plantas, algas e bactérias fotossintetizantes, mas não em animais, e é originado do
nome científico da cenoura. São responsáveis pelas cores amarela, alaranjada e
vermelha de diversos alimentos, como frutas, hortaliças e gema de ovo. São
compostos bioativos com propriedades benéficas à saúde, que podem apresentar ou
não atividade provitamínica A.
Como principais efeitos dos carotenoides na saúde humana, pode-se
ressaltar a redução do risco de desenvolver degeneração macular relacionada à
idade, catarata, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Estudos
epidemiológicos apontam para a existência de uma relação positiva entre maior
consumo de carotenoides, com consequente aumento de suas concentrações
plasmáticas e teciduais, e redução do risco de desenvolvimento de DCNT. Fontes
19

alimentares desses carotenoides incluem: gema de ovo; manteiga; produtos de


origem animal em geral; alimentos de pigmentação colorida, como cenoura,
abóbora, milho, suco de laranja, melão orange; pimenta; e hortaliças verde-escuras,
como couve, espinafre e brócolis (Rossi, 2019, p. 1012).
A vitamina A, presente em vegetais sob a forma de carotenoides, é conhecida
pelo efeito benéfico para a visão. Além disso, essa vitamina tem poder antioxidante
e pode ajudar no controle da hipertensão, atuando positivamente na progressão da
doença renal crônica.
A vitamina A também é um potente antioxidante. Estudos verificaram que
quanto maior o consumo de carotenoides, menores eram os valores de pressão
arterial, um importante fator de risco para doenças macrovasculares. (Cuppari,2019,
p. 97).

5.4.4 BETACAROTENO

O betacaroteno é o carotenoide com maior atividade provitamina A,


contribuindo consideravelmente para a adequação do consumo de vitamina A. Por
esse motivo, torna--se um componente essencial na fotoquímica da visão,
principalmente na fotorrecepção. Outra função importante atribuída ao betacaroteno
é a prevenção da carcinogênese por indução de apoptose em células malignas
(Cuppari, 2019, p. 98).

5.4.5 LICOPENO

O licopeno não tem atividade de provitamina A, mas também se apresenta


como um protetor direto contra radicais livres. A esse carotenoide também têm sido
atribuídos efeitos de prevenção contra a oxidação do LDL-colesterol e,
consequentemente, ao desenvolvimento de aterosclerose. Além disso, tem sido
sugerido que o consumo de licopeno contribui para a redução do risco de câncer de
próstata (Cuppari, 2019, p. 98).
O licopeno é um carotenoide que age neutralizando os radicais livres,
diminuindo o risco de câncer de próstata e de doenças cardiovasculares. Sua maior
fonte é o tomate (especialmente na forma concentrada, como no molho de tomate),
e o licopeno torna-se mais biodisponível quando esse alimento é cozido com
gordura, especialmente azeite de oliva. Outras fontes de licopeno são a melancia e a
20

goiaba (Cardoso, 2019, p. 335).

5.4.6 FLAVONOIDES

Os flavonoides são compostos bioativos que têm propriedades antioxidantes,


atuando na neutralização dos radicais livres. Além disso, alguns flavonoides também
têm efeitos anti-inflamatórios.
O equilíbrio entre a formação de radicais livres e a atuação dos antioxidantes
diminui o risco de desenvolver DCNT (Cuppari, 2019, p. 99).
Os flavonoides são ingeridos por meio da alimentação, tendo em vista que
eles não são sintetizados pelo organismo.
Com uma alimentação saudável e balanceada, contendo frutas, legumes,
verduras, chás e azeite de oliva extravirgem, é possível ter um aporte suficiente para
que possamos obter os benefícios dos flavonoides.
Uma das formas de diminuir a evolução da doença renal crônica é tratar a
dislipidemia por meio da alimentação e atividade física.
A dislipidemia tem como característica a presença de níveis altos de lipídios
(colesterol e triglicérides) no sangue.
Considerando que a dislipidemia é um dos fatores que acelera progressão da
doença renal crônica, o consumo regular de alimentos ricos em flavonoides ajuda a
controlar ou diminuir a dislipidemia, contribuindo indiretamente para retardar a
evolução da doença renal crônica.

5.4.7 FIBRAS ALIMENTARES

As fibras alimentares são partes comestíveis de vegetais, mas que não são
digeridas no intestino humano, não têm valor nutritivo nem calorias.
Elas desempenham importante papel no funcionamento do corpo humano.
Cuppari (2019) aponta alguns benefícios do uso de alimentos ricos em fibra
na alimentação:
 Aumenta a saciedade, favorecendo a perda de peso;
 Acelera o trânsito intestinal, diminuindo a constipação;
 Reduz a glicemia pós-prandial, atuando positivamente no combate a
diabetes, ajudando, assim, a prevenir o surgimento de doença renal crônica;
21

 Reduz o risco de doença cardiovascular, de obesidade, de câncer, de


síndrome do intestino irritável e de síndrome metabólica.

6 POTÁSSIO E FÓSFORO NOS ALIMENTOS FUNCIONAIS

6.1 POTÁSSIO
O potássio é um mineral encontrado em maior proporção dentro da célula,
cerca de 98%, com apenas 2 % no espaço extracelular.
Ele tem importante atuação nos músculos (inclusive o coração) e nas células
nervosas. Dos alimentos considerados funcionais, muitos são hortaliças, frutas ou
oleaginosas, apresentando elevado teor de potássio.
Mas é preciso ter cuidado ao restringir estes alimentos por causa do potássio.
Na verdade, é até importante fazer com que os pacientes os consuma devido aos
benefícios proporcionados pela quantidade de fibras e vitaminas.
Além disso, deve-se evitar que o paciente que sofre de doença renal crônica
tenha uma dieta monótona. Isso poderá fazer com que o paciente não consiga
seguir o protocolo alimentar sugerido pelo nutricionista.
Boa parte dos pacientes renais crônicos não necessita de restrição rigorosa
da ingestão de potássio. A manutenção da dieta em torno de 1 a 1,3 mEq/kg/dia é
normalmente capaz de controlar os níveis de potássio sérico”.
Quando o alimento é cozido em água e essa água é descartada, cerca de 60
% do potássio é eliminado (Riella e Martins, 2013, p. 48).
O processo de cozimento em água das hortaliças e frutas promove perda
significativa de potássio (aproximadamente 60%). Contudo, não há necessidade e
não é recomendado que o paciente seja orientado a ingerir somente alimentos
cozidos (Cuppari, 2019, p. 243).
Assim, deve-se apenas monitorar o potássio sérico se o indivíduo não está
tendo hiperpotassemia.

6.2 FÓSFORO
O fósforo é um micronutriente muito importante para as reações bioquímicas
que acontecem no organismo humano, sendo encontrado principalmente nos
alimentos de origem animal, mas também existem alimentos vegetais que são fontes
de fósforo. Em conjunto com o cálcio, ele mantém ossos e dentes saudáveis.
22

Os compostos com fósforo intervêm em funções vitais para os seres vivos. O


fósforo tem papel relevante na formação molecular do DNA e do RNA. As células
utilizam-no para armazenar e transportar a energia na forma de trifosfato de
adenosina (ATP). Além disso, é, junto ao cálcio, um dos principais constituintes
minerais do esqueleto. No fluido extracelular, participa da formação e dissolução
ósseas. O fósforo é, também, parte do sistema tampão urinário, fundamental para a
manutenção do equilíbrio acidobásico (Riella e Martins, 2013, p. 54).
Sardinha, feijão e soja são exemplos de alimentos considerados funcionais e
que são fontes de fósforo. Mas não é por isso que eles devem ser excluídos da
alimentação de indivíduos que sofrem de doença renal.
Cuppari (2019) orienta que para o paciente renal que está em tratamento
conservador é recomendado controlar a ingestão de proteínas. Assim, ao fazer tal
controle, esse paciente consegue deixar a concentração sérica de fósforo em níveis
normais.
Agora, quando o indivíduo está na fase dialítica, é necessário um maior
aporte de proteínas. Por isso, nessa fase, é necessário que o paciente priorize em
sua dieta alimentos com menor teor de fósforo em sua composição, com o objetivo
de evitar a hiperfosfatemia.

7 CONCLUSÃO

A Doença Renal Crônica (DRC) tem vários fatores de risco, entre eles,
destacam-se a hipertensão e o diabetes mellitus. Além disso, a dislipidemia pode
acelerar a progressão da DRC.
Assim, neste trabalho são relacionados compostos bioativos e alimentos
funcionais capazes de retardar a progressão da DRC ao combater a hipertensão, o
diabetes mellitus e a dislipidemia.
Esses alimentos funcionais têm grande importância no tratamento
conservador da DRC.
Assim, é bom manter a ingestão destes alimentos para aproveitar os
benefícios que muitos deles têm no sentido de combater a hipertensão, diabetes e
dislipidemia.
23

Deve-se pensar nos princípios de uma alimentação saudável e valorizar a


qualidade dos alimentos consumidos. Às vezes, é melhor do que priorizar o cálculo
rigoroso da dieta.

8 METODOLOGIA DA PESQUISA

O tipo de pesquisa usado nesse trabalho de conclusão de curso foi o de


Revisão de Literatura, em que se empregou como referência os livros que estão
disponíveis na biblioteca digital do ambiente virtual de aprendizagem (AVA) da
Faculdade Unopar.
Além disso, no presente trabalho foram usadas nas pesquisas as seguintes
palavras chaves: doença renal crônica, alimentos funcionais e compostos bioativos.

9 CRONOGRAMA

A realização deste trabalho foi executada seguindo o cronograma abaixo:


-Escolha do tema e pesquisa bibliográfica sobre ele: 10/08/2021 31/08/2021.
-Elaboração da introdução e definição do problema a ser resolvido: 01/09/2021 a
10/09/2021.
-Elaboração da justificativa: 11/09/2021 a 11/09/2021.
-Determinação dos objetivos: 12/09/2021 a 15/09/2021.
-Criação do texto do trabalho conforme orientação da área acadêmica: 16/09/2021 a
17/10/2021.
-Elaboração das referências bibliográficas usadas: 18/10/2021 a 19/10/2021
-Formatação do trabalho: 20/10/2021 a 26/10/2021.
24

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, A.M. O papel da saúde mental na qualidade de vida e sobrevida nos


pacientes com insuficiência renal crônica. J Bras Nefrol 2003; 25: 209-14.

AMARAL, N.V. Qualidade de vida e Terapia hemodiálitica: Adesão e qualidade


de vida. (2007). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicações/57cbe/
resumos/282.htm.

Aquino, Rita de Cássia de; Philippi, Sonia Tucunduva. Recomendações


nutricionais: nos estágios de vida e nas doenças crônicas não transmissíveis. 1ª
Edição. Barueri: Editora Manole, 2017.

BASTOS M. G. Bregman R, Kirsztajn G.M. Doença renal crônica: frequente e


grave, mas também prevenível e tratável. Rev Assoc Med Bras. 2010; 56(2):248-
53

CARDOSO, Marly Augusto; SCAGLIUSI, Fernanda Baeza. Nutrição e Dietética. 2ª


Edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019.

CARVALHO, J.G.R. de; MULINARI, R.A.; PACHALY, M.A. et al. Manual do Renal
Crônico. Imprensa Universitária. Curitiba, 1992

Cuppari, L. Nutrição Clínica no Adulto. 4ª Edição. Barueri: Editora Manole, 2019.

GOMES, CET; SANTOS, ECD. Nutrição e Dietética. 2ª Edição. São Paulo: Editora
Saraiva, 2014.

POLTRONIERI, Fabiana; ROSSI, Luciana. Tratado de Nutrição e Dietoterapia. 1ª


Edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019.

Pro Rim. Doença renal é mais comum em pessoas com diabetes. Pro Rim, 2019.
Disponível em: https://www.prorim.org.br/blog-artigos/doenca-renal-e-mais-comum-
em-pessoas-com-diabetes. Acesso em: 20 de outubro de 2021.

Ministério da Saúde. Doenças renais: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e


prevenção. Ministério da Saúde, 2021. Disponível em:
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-renais. Acesso em: 14 de outubro
de 2021.
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