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1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3
3 A DIETA ALTERADA........................................................................................... 7
3.5 Sódio........................................................................................................... 11
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8 ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E QUALIDADE DE VIDA NA DOENÇA RENAL
CRÔNICA .......................................................................................................................... 24
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 36
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1 INTRODUÇÃO
Fonte:www.carekidneyhealth.blogspot.com.br
Fonte:www.saladeenfermagem.com
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De acordo com o estudo de avaliação nutricional de pacientes com insuficiência
renal crônica em hemodiálise no Amazonas, realizado por Valenzuela et al.30, observa-se
que, dos 165 pacientes estudados, 45% encontraram-se desnutridos.
Para a classificação do estado nutricional, faz-se necessária a utilização de
métodos clínicos, dietéticos, bioquímicos e antropométricos para um diagnóstico mais
eficaz. Nesse cenário, a avaliação é de suma importância para definir o grau de
desnutrição, identificar os pacientes com risco de desenvolver complicações decorrentes
de déficits nutricionais e monitorar o suporte nutricional.
Fonte:www.amazonasatual.com.br
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2 NUTRIÇÃO E INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
Fonte:.nutrisoft.com.br
Para o paciente com insuficiência renal crônica, a dieta é uma parte importante do
plano de tratamento. A dieta recomendada pode ser modificada com o tempo se a
insuficiência renal piorar. Devem ser feitos diversos exames para "manter sob controle" a
saúde alimentar geral do paciente. O médico também pode encaminhar o paciente para
um nutricionista profissional que irá ajudá-lo a planejar a usar os alimentos certos nas
quantidades certas. Este folheto fala de algumas coisas que são importantes para a dieta
do paciente, incluindo:
Usar a quantidade correta de calorias e proteínas
Outros nutrientes importantes na dieta do paciente: sódio, fósforo, cálcio,
potássio, líquidos, vitaminas e minerais
Manutenção de peso corporal saudável
Lidar com necessidades especiais de alimentação
Diabetes
Dietas vegetarianas
Como a saúde alimentar é verificada
Outros recursos que podem auxiliar o paciente.
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3 A DIETA ALTERADA
Fonte:www.guiadacarreira.com.br
7
3.1 Uso da quantidade correta de calorias
Fonte:www.dicasdieta.com.br
Etapas
Fonte:www.g1.globo.com
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Se o paciente estiver lentamente ganhando excesso de peso, deve solicitar ao
nutricionista sugestões para reduzir com segurança a ingestão diária de calorias e
aumentar seu nível de atividade.
Se o paciente estiver ganhando peso rapidamente, deve falar com o médico. Um
aumento rápido de peso, acompanhado de inchaço, dificuldade na respiração e aumento
na pressão sanguínea pode significar um sinal de excesso de líquido no organismo.
Fonte:www.sou7.com.br/noticias
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Fontes animais, como ovos, peixe, frango, carnes vermelhas, produtos lácteos e
queijo.
Fontes vegetais, como verduras e cereais.
3.3 Etapa
3.5 Sódio
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Fonte:www.vivomaissaudavel.com.br
Existe uma relação comum entre insuficiência renal, pressão sanguínea alta e
sódio. Entretanto, pode ser necessário limitar a quantidade de sódio na dieta do paciente.
O médico informará se é necessário cortar o sódio. Se for o caso, o nutricionista pode
ensinar como selecionar alimentos que têm baixo teor de sódio. O paciente deve aprender
a ler os rótulos dos alimentos para poder comprar alimentos com baixo teor de sódio. O
sódio é um mineral encontrado naturalmente nos alimentos. Ele é encontrado em grandes
quantidades no sal de cozinha e em alimentos que possuem sal de cozinha adicionado,
como:
Temperos, como molho de soja, molho teriyaki e sal com alho ou cebola
A maioria dos alimentos enlatados e alguns alimentos congelados
alimentos para viagem
Carnes processadas, como presunto, bacon, salsicha/lingüiça e frios
Aperitivos salgados, como batatas fritas e bolachas
A maior parte dos alimentos de restaurante e entregues em casa
(alimentos para viagem)
Sopas enlatadas ou desidratadas (como sopa de macarrão embalada).
Pode ser necessário limitar o uso de substitutos do sal que contenham alto teor de
potássio. O paciente deve conversar com o médico e com o nutricionista sobre esse
assunto.
Fósforo
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Fonte:www.consejonutricion.wordpress.com
3.6 Cálcio
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Fonte:.semlactose.com
3.7 Potássio
Fonte:www.centraldafisioterapia.com.br/
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O potássio é um mineral importante no sangue que ajuda no funcionamento
adequado dos músculos e do coração.
O excesso ou a falta de potássio no sangue podem ser perigosos. A necessidade
ou não do paciente alterar a quantidade de alimentos com alto teor de potássio na dieta
depende do estágio da insuficiência renal e de estar tomando medicamentos que alterem
os níveis de potássio no sangue. (Para obter mais informações sobre os estágios da
insuficiência renal crônica, veja a tabela na parte interior da contracapa.
É possível também entrar em contato com a NKF para obter o folheto About
Chronic Kidney Disease: A Guide for Patients and Their Families – Sobre Insuficiência
Renal Crônica: Guia para Pacientes e Familiares – Inglês: 11–50–0160; Espanhol: 11–
50–0166.) O paciente deve perguntar ao médico se seu nível de potássio está normal. O
médico pode indicar suplementos de potássio e outros medicamentos para equilibrar a
quantidade de potássio no sangue. Apenas os suplementos recomendados pelo médico
devem ser utilizados. O nutricionista pode ajudar a planejar uma dieta que contenha a
quantidade adequada de potássio nos alimentos.
3.8 Líquidos
15
Fonte:www.saudedicas.com.br/
3.10 Etapas
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Deve-se utilizar apenas os suplementos, medicamentos, vitaminas e minerais
recomendados pelo médico.
Fonte:www.zdravje.si
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4.2 Dietas vegetarianas (dietas à base de plantas)
Fonte:www.saudealcance.wordpress.com
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O paciente deve perguntar ao médico e ao nutricionista quais foram os resultados
dos exames. Se os resultados não forem bons como deveriam ser, o paciente deve
perguntar como melhorá-los.
Fonte:www.cardionefroclinica.com.br
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5.2 Testes de laboratório para equilíbrio proteico
WWW.hypescience.com
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recolhimento de urina e análise de sangue. O nPNA auxilia a verificar o equilíbrio proteico
do corpo.
Etapas
6 VAMOS PREVENIR
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1 Procure ficar sempre de bem com a balança. Ter o peso ideal é a primeira
coisa para manter a saúde dos rins. Pois o excesso de peso leva à hipertensão e ao
diabetes.
especialista. Até mesmo quando aparece aquela simples dor de cabeça, fuja da
automedicação.
que prejudicam o órgão. Não precisa falar mais nada, não é mesmo?
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7 PROBLEMAS DE SAÚDE QUE PODEM LEVAR À DOENÇA RENAL
Fonte:www.chocairmedicos.com.br
• Diabetes
• Hipertensão
• Glomerulonefrite – infecção no glomérulo (o glomérulo renal é uma aglomeração
de pequenos vasos sanguíneos)
• Má formação nos rins
• Lúpus – o lúpus é uma doença que pode afetar a pele, os rins, o cérebro e outros
órgãos (ela é autoimune, ou seja, uma doença que ataca o próprio sistema de defesa do
organismo).
• Cálculo renal
• Tumores
• Infecções urinárias recorrentes
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8 ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E QUALIDADE DE VIDA NA DOENÇA RENAL
CRÔNICA
Fonte:www.newpharman.clipebox.com
Fonte:www.musculacaoecia.com.br
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A estratégia de ferver o alimento e descartar a água de fervura contribui para
a eliminação de minerais dos alimentos. Alguns estudos já foram desenvolvidos
comparando a composição de alimentos crus e após uma ou mais fervura e comprovaram
este fato. Neste trabalho também foi feita análise das águas de cocção/fervura de alguns
alimentos utilizados nas receitas e pode-se observar expressiva perda de potássio e
também de fósforo. Por este motivo, alguns alimentos cozidos, como macarrão e legumes
podem ser incluídos com menos rigor nas dietas dos pacientes renais crônicos, desde
que se atente para os teores de proteínas.
Também o fato de se lavar algumas farinhas antes de usá-las nas
preparações, como lavar o fubá antes do preparo de sopas ou polenta e a farinha de
mandioca antes de preparar um pirão, reduz expressivamente os teores de potássio dos
mesmos. Outros alimentos, devido ao processo de fabricação, são pobres em minerais e
proteínas, como é o caso do amido de milho (maisena) e polvilhos.
Em nenhuma das receitas foi adicionado sal (NaCl), mas foram temperadas
com ervas aromáticas e outros condimentos. Alguns destes, apesar de serem ricos em
minerais, são usados em quantidades muito pequenas, de forma que conferem gosto sem
elevar indesejavelmente os teores de minerais nas preparações.
Fonte:www.mercadolivre.com.br
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Os teores de lipídios, carboidratos, proteínas, fibras e o valor energético
foram estimados com base nos dados de composição química dos ingredientes das
receitas obtidos na literatura, livro “Tabela de composição química dos alimentos”, de
Autoria de Guilherme Franco, editora Atheneu, e da “Tabela Brasileira de Composição de
Alimentos”, de autoria da Unicamp, disponível
http://www.unicamp.br/nepa/taco/tabela.php?ativo=tabela. Esta forma de estimar a
composição de receitas está em conformidade com a orientação da Agencia Nacional de
Vigilância Sanitária para a elaboração de rótulos nutricionais sem a necessidade de
realização de análises químicas específicas na Resolução RDC 360 de 23 de Dezembro
de 2003 e disponível em http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/rdc/360_03rdc.htm. E
devido a utilização de dados de tabelas de composição química de alimentos e erros
analíticos admissíveis, nem sempre a soma dos teores de umidade, proteínas,
carboidratos, lipídios e fibras fecha em 100%.
A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária permite uma margem de erro de
20% entre a composição real do alimento e a informada no rótulo nutricional Esta
liberdade se deve ao fato da composição dos alimentos ser variável, dentro de certos
limites. Por este motivo, receitas preparadas em diferentes domicílios podem apresentar
diferenças nas suas composições e em relação às composições apresentadas neste
manual. Entretanto, mesmo com alguma margem de erro, e em um contexto de grande
desconhecimento, estas receitas poderão propiciar que a ingestão diária de cada
nutriente fique mais próxima da quantidade apropriada para cada indivíduo.
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Fonte:www.priscilasouza.com.br
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balança ou confira a sua medida caseira até se acostumar com os pesos e respectivas
porções.
Fonte:www.andreabandoni.com
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Fonte:www.cucinadijuliana.com.br
8.6 RECEITAS
Fonte:www.portaldoprofessor.mec.gov.br
8.7 Café
Ingredientes:
• 10 g de Pó de Café - 2 colheres de sopa rasa
• 400 mL de água – 2 copos tipo de requeijão
Modo de preparo:
Ferva a água, quantidade descrita acima, acrescente o pó para obter um café
moderadamente forte. Em seguida, coe a água + café no coador e coloque em uma
garrafa térmica. Adoce a gosto com adoçante ou açúcar. Caso use açúcar o valor
energético será a quantidade de açúcar colocada multiplicado por 4.
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Fonte:www.uenf.br
Ingredientes:
• 500 g de polvilho azedo – ½ pacote
• 200 mL de água – 1 copo tipo de requeijão
• 100 mL de óleo – ½ copo de requeijão
• 165 g de ovo – 3 unidades
• 900 mL de óleo para fritar os biscoitos -1 frasco
Modo de preparo:
Coloque o polvilho espalhado em uma bacia. Ferva os 200 mL de água com 100
mL de óleo para escaldar o polvilho. Despeje está água fervendo com óleo sobre o
polvilho. Misture bem até formar uma farofa. Adicione os ovos. Misture mais. Faça
rolinhos do tamanho de um dedo médio e frite em óleo morno, lentamente e em fogo
baixo com a panela semitampada. Usa-se bastante óleo para que os biscoitos possam
ficar soltos nele. Se colocar no óleo muito quente o biscoito queima por fora, não cozinha
por dentro e causa muitos espirros na gordura, o que é extremamente perigoso. Retire os
biscoitos e coloque sobre papel toalha para absorver o óleo. Rende muito.
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Fonte:www.uenf.br
Ingredientes:
• 500 g de polvilho azedo – ½ pacote
• 300 mL de água – 1 copo e meio tipo de requeijão
• 100 mL de óleo – ½ copo de requeijão
• 110 g de ovo – 2 unidades
• 100 mL de leite – ½ copo tipo de requeijão
Modo de preparo:
Coloque o polvilho espalhado em uma bacia. Ferva os 300 mL de água com 100
mL de óleo para escaldar o polvilho. Despeje está água fervendo com óleo sobre o
polvilho. Misture bem até formar uma massa. Adicionar os ovos e o leite. Misture mais.
Tem que ficar uma massa mole. Transferir está massa para uma sacola plástica, fazer um
pequeno furo em uma das pontas da sacola para fazer os biscoitos em forma comprida ou
redondos. Coloque para assar até ficar dourados. Rende muito. Dica: caso substitua um
ovo por mais água para escaldar o polvilho, os teores de proteína, fósforo, potássio e de
sódio serão reduzidos.
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Fonte:www.uenf.br/
8.10 Ricota
Ingredientes:
• 3000 mL de leite desnatado
• 50 mL de suco de limão - 5 colheres sopa ou o suco de 1 limão grande
Modo de preparo:
Coloque o leite na panela e leve ao fogo. Assim que começar a ferver adicione o
limão lentamente. À medida que a parte sólida do leite começar a flutuar vá recolhendo-a
com uma escumadeira e colocando em forma para queijo ou recipiente com furos para
dar forma e escorrer o soro.
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Fonte:www.uenf.br
Fonte:www.uenf.br
Ingredientes:
• 200 mL de leite integral – 1 copo tipo de requeijão
• 15 g de maisena – 1 colher de sopa rasa
• 5 g de canela em pó - 1 pitada
• Adoçante a gosto
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Modo de preparo:
Misture a maisena no leite e leve ao fogo. Deixe o tempo necessário para
cozinhar. Adicione o adoçante a gosto. No prato acrescente a canela em pó salpicando
sobre o mingau. Indivíduos que estão com peso normal ou baixo e não são portadores de
diabetes devem adoçar com açúcar. Neste caso, 15 gramas, 1 colher de sopa, acrescerá
na receita 15 gramas de carboidratos e 60 Kcal. Já o uso de leite desnatado reduzirá a
zero o teor de gordura e o valor energético será 122 Kcal.
Fonte:www.uenf.br
Ingredientes:
• 12 g - 1 pacote de gelatina diet sabor limão
• 12 g - 1 pacote de gelatina diet sabor morango
• 12 g - 1 pacote de gelatina diet sabor framboesa
• 250 mL água quente para cada pacote de gelatina
• 250 mL água fria para cada pacote de gelatina
• 100 g de creme de leite – 1/2 caixa
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Modo de preparo:
Dissolva completamente, em água quente, cada pacote de gelatina. Acrescente a
água fria misturando e a seguir coloque na geladeira para endurecer. Recorte em cubos
cada gelatina e acrescente o creme de leite.
OBS: Caso deseje usar gelatina comum (não diet) os teores de carboidratos
serão da ordem de 12 gramas e o valor energético 70 Kcal. Algumas marcas de gelatina
colocam zero de sódio na informação nutricional, mas isso não é possível, pois elas
contêm diversos ingredientes contendo sódio. Além disso, há marcas que colocam parte
de adoçante e parte de açúcar, mas não informam no rótulo. Portanto, se o alimento for
preparado para um indivíduo que não necessite de restrição de açúcar, o melhor é usar o
produto comum. Normalmente é a caixa mais pesada, com 75 g ou mais de gelatina em
pó. O peso da gelatina “zero” é da ordem de 12 g e a que contém parte de açúcar e parte
de adoçante o peso é da ordem de 35 g. Leiam a lista de ingredientes.
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BIBLIOGRAFIA
36
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characteristics, and treatment. Am J Kidney Dis 2005;45:978-93.
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morbidity and mortality in stable haemodialysis patients. Spanish Cooperative Study
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chronic hemodialysis patients. J Clin Invest 2002;110:483-92.
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turnover and amino acid transport kinetics in end-stage renal disease. Am J Physiol
Endocrinol Metab 2004;286:E136-43.
9 LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
A doença renal crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública e afeta cerca de 5-10%
da população mundial. É uma situação clínica onde os rins perdem de forma progressiva e irreversível a sua
função exócrina de filtração, reabsorção e secreção. As principais causas de DRC incluem a hipertensão
arterial, diabete mellitus e as glomerulonefrites. O objetivo deste estudo foi compreender a importância da
terapia nutricional em relação a alguns cuidados indispensáveis referentes ao cálcio, fósforo e o potássio,
através de uma revisão bibliográfica foram analisados 32 artigos, priorizando estudos dos últimos cinco
anos das bases eletrônicas LILACS, SCIELO e MEDLINE, livros técnicos, monografias e revistas. Diante
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disso, os resultados informam-nos que o aumento dos níveis séricos de fósforo e a redução dos níveis de
cálcio podem causar alterações progressivas no metabolismo mineral, Distúrbio Mineral e Ósseo, levando a
calcificações e ao hiperparatireoidismo secundário. Os alimentos ricos em fósforo devem ser diminuídos na
dieta e é indispensável o uso dos quelantes. O potássio, também, não é excretado adequadamente na
diálise, o qual acumula-se na corrente sanguínea, podendo levar a óbito. Dessa forma, a nutrição clínica
voltada a DRC tem demonstrado a importância de uma dieta restrita e bem estruturada, feita
exclusivamente a cada indivíduo, enfatizando, portanto, a necessidade e os benefícios da quantidade e da
técnica correta de cocção dos alimentos para, assim, proporcionar longevidade e assegurar estilo de vida
mais saudável.
Introdução
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hemodiálise (OLIVEIRA et al., 2012; CUPPARI, 2009). No censo de 2011, temos, no
Brasil, em torno de 92.000 pacientes em diálise, sendo que, aproximadamente, 44%
destes pacientes são portadores de Hiperparatireoidismo Secundário (HPTS).
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2013).
Pacientes com DRC enfrentam alterações do estado nutricional. A
prevalência da desnutrição pode estar presente entre 18% e 70% dos pacientes com
DRC. Embora contraditório, a prevalência de sobrepeso/obesidade, também, é elevada,
estando presente entre 20% e 60% dos paciente (CUPPARI e KAMIMURA, 2009;
RODRIGUES et al., 2013).
Diversos estudos demonstram que pacientes com DRC, em hemodiálise,
apresentam hipocalcemia, hiperfosfatemia pelo descontrole do balanço cálcio-fósforo e
hiperpotassemia, os quais necessitam de cuidados especiais e nutricionais. A dieta é uma
parte importante do plano de tratamento, juntamente com medicação e restrição hídrica.
Sendo a dieta muito restrita, o que é um desafio para muitos pacientes para manter a
qualidade de vida (CUPPARI, 2009; HIGA et al., 2008; SILVA et al., 2010; NERBASS et
al., 2010; TERRA et al., 2010).
Neste contexto, o objetivo deste estudo foi compreender a importância da
terapia nutricional, com ênfase no cálcio, fósforo e potássio no tratamento da doença
renal crônica através de uma revisão bibliográfica.
Metodologia
Resultados e Discussões
A DRC é caracterizada por uma situação clínica onde ocorre uma perda
lenta das funções do rim, ou seja, perdem, de forma progressiva e irreversível, a sua
função exó- crina de filtração, reabsorção e secreção de substâncias na urina e sua
função endócrina. Clinicamente essas perdas se resumem em azotemia progressiva, isto
é, acúmulo no sangue de quantidades anormais de ureia, ácido úrico, creatinina e outras
eliminações nitrogenosas (MAHAN, 2005; CHAVES; GRAÇA e GALO, 2007; OLIVEIRA et
al., 2012; COPETTI; OLIVEIRA e KIRINUS, 2010; ZAMBRA e HUTH, 2010).
As principais causas de DRC incluem a hipertensão arterial, o diabete
mellitus e as glomerulonefrites (CHAVES; GRAÇA, e GALLO, 2007; CUPPARI, 2009;
TAKEMOTO et al., 2011).
A primeira definição da DRC é com base no nível da taxa de filtração
glomerular (TFG). No entanto, na fase terminal da doença, os rins perdem a capacidade
de manter a normalidade do meio interno do paciente, necessitando, portanto, de suporte
dialítico para manter a vida (REPLENA/NEPRO HP, 2013; CRUZ; OLIVEIRA e MATSUI,
2012; HIGA et al., 2008).
A Tabela I, mostra-nos os 5 estágios da doença conforme a TFG.
Na estágio zero, a função renal é normal e sem lesão: contempla indivíduos
que fazem parte dos grupos de risco para o desenvolvimento da insuficiência renal:
diabéticos, hipertensos, entre outros; no estágio um, de lesão com função renal
normalmente: trata-se de indivíduos que possuem lesão renal em estágio inicial, mas
mantém níveis seguros de filtração glomerular; estágio dois de insuficiência renal leve:
Nesta fase, os rins ainda são capazes de manter o controle dos fluidos corporais. No
entanto, já há perda da função renal, a qual é detectada apenas por meio de métodos
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eficientes de avaliação funcional; no estágio três de insuficiência renal moderada: o
estado clínico do paciente é considerado bom, mas observam-se, por meio de avaliação
laboratorial simples, alterações nos níveis de creatinina plasmáticos e de ureia; estágio
quatro de insuficiência renal grave: paciente apresenta sinais e sintomas marcados de
uremia; e no estágio cinco terminal de insuficiência renal crônica: o rim torna-se incapaz
de regular o meio interno e configura-se perda significativa da função renal, incompatível
com a vida (SIVIERO; MACHADO e RODRIGUES, 2013; BELLO; NWANKWO e NAHAS,
2005).
41
e evitar um quadro de desnutrição proteica, no entanto, a desnutrição energético-proteica
é um fator de risco de morbi-mortalidade, ou seja, essa maior necessidade proteica, que
tem como objetivo prevenir a desnutrição dificulta o tratamento da hiperfosfatemia, devido
à deficiência de calcitriol e ao descontrole do balanço cálcio-fósforo, ocasionando o
aparecimento do hiperparatireoidismo secundário, que pode determinar o
desenvolvimento de doença óssea, influenciando na velocidade de progressão da DRC
(OLIVEIRA et al., 2011; PINTO et al., 2009; SILVA et al., 2010; SANTOS et al., 2013).
Diálise
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300 mL/min, podendo chegar ao valor máximo de até 400mL/min e fluxo dialisato de 500
mL/min (NISHIYAMA e MEYER, 2010; NIX, 2010; MAHAN, 2005).
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renal é diminuí- da, ocorrem mudanças na dinâmica do cálcio, ocasionando a deficiência
de cálcio no sangue, caracterizada como hipocalcemia. Embora a ingestão seja
adequada, o excesso de fósforo impede que o cálcio seja absorvido. Como
consequências, causa fragilidade nos ossos e dentes, cãibras, contrações musculares,
dificuldade na coagulação e diminuição dos batimentos cardíacos. Para prevenir a
hipocalcemia é necessário equilibrar os níveis de cálcio e fósforo na alimentação
(BRASIL, 2010).
O potássio é um mineral que atua junto aos músculos e nervos. Quando os
rins estão saudáveis filtram o excesso que é ingerido através da urina. Na DRC, ele não
pode ser excretado adequadamente, podendo acumular potássio na corrente sanguínea.
O nível desejado do potássio plasmático deve ser menor que 5,5 meq. Quando o potássio
está elevado, sinais de fraqueza muscular, sensação de pernas travadas, batimentos
cardíacos irregulares podem ser frequentes (BRASIL, 2010).
Cálcio
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hipocalcemia pode ser usada uma suplementação de cálcio (carbonato de cálcio) para
corrigir essa deficiência (NIX, 2010).
Na hemodiálise é comum o aparecimento de problemas secundários, como
a elevação nos níveis de paratormônio (PTH), com isso, o aparecimento da mobilização
óssea de cálcio que culminam em doenças ósseas, sendo necessário o tratamento com
calcitriol (AVELAR; PIRES e CORTES, 2012; CARVALHO et al., 2012).
Fósforo
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A maioria dos pacientes que dialisam 3 vezes por semana eliminam
aproximadamente 800mg de fósforo por sessão, que não é suficiente para manter a
fosfatemia em níveis desejáveis ou abaixo de 5,5mg/dl juntamente com a restrição de
fósforo, sendo necessário o uso dos quelante de fósforo (BRASIL, 2010).
Potássio
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Hiperparatireoidismo e suas complicações relacionadas ao Cálcio e ao
fósforo
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Terapia Nutricional na Insuficiência Renal Crônica
Considerações Finais
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potássio nos alimento pode agravar o estado clínico do paciente, podendo ocasionar
ataque cardíaco e até mesmo a morte.
Nesse contexto, o portador de DRC demonstra a necessidade de um
acompanhamento multiprofissional no processo de compreensão da sua doença e adesão
ao tratamento. Assim, mostra-se necessária a inclusão do nutricionista na Unidade de
Hemodiálise, visto ser ele o profissional indicado para lidar com as diversas restri- ções
dietéticas, apto a prescrever uma dieta saudável com as quantidades apropriadas de
cálcio, fósforo e potássio na dieta ao portador de DRC, sendo esse um recurso de
extrema importância para melhoria da assistência e da qualidade de vida
REFERÊNCIAIS
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