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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

CINIRA DE ARAÚJO FARIAS FERNANDES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SOLO EM ÁREAS DE CACAU CABRUCA, MATA E


POLICULTIVO NO SUL DA BAHIA

ILHÉUS – BAHIA

2008
ii

F363 Fernandes, Cinira de Araújo Farias.


Avaliação da qualidade do solo em áreas de cacau cabruca,
mata e policultivo no Sul da Bahia / Cinira de Araújo Farias
Fernandes. – Ilhéus, BA: UESC, 2008.
ix, 74 f. : il. ; anexos.

Orientador: Quintino Reis de Araújo.


Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Santa
Cruz. Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal.
Inclui bibliografia.

1. Solos – Qualidade. 2. Mata Atlântica. 3. Cobertura vegetal.


4. Solos – Propriedades. I. Título.

CDD 631.41
iii

CINIRA DE ARAÚJO FARIAS FERNANDES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SOLO EM ÁREAS DE CACAU CABRUCA, MATA E


POLICULTIVO NO SUL DA BAHIA

Dissertação apresentada, para obtenção do título de


mestre em Produção Vegetal, à Universidade Estadual
de Santa Cruz.

Área de Concentração: Solos e Nutrição de Plantas em


Ambiente Tropical Úmido

Orientador: Quintino Reis de Araújo

ILHÉUS – BAHIA

2008
iv

CINIRA DE ARAÚJO FARIAS FERNANDES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SOLO EM ÁREAS DE CACAU CABRUCA, MATA E


POLICULTIVO NO SUL DA BAHIA

Ilhéus, ..../...../09

------------------------------------------------------------
Quintino Reis de Araújo – Dr.
UESC e CEPLAC
(Orientador)

------------------------------------------------------------
Luciano da Silva Souza – Dr.
Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

------------------------------------------------------------
Eduardo Gross – Dr.
UESC
v

DEDICO

Á DEUS

Por ser sempre a Luz do meu caminho e da minha família.

À MINHA FAMÍLIA....

VOLNEY
KAROL
THOMAZ

...por serem meu alicerce, incentivo e exemplo de amor.

AMO VOCÊS !

OFEREÇO

Aos meus pais Ronaldo e Marlene e meu irmão Ronaldo Filho.


vi

AGRADECIMENTOS

Mesmo que a autoria de uma dissertação seja atribuída a uma pessoa, ela representa um
esforço de um conjunto de pessoas que colaboram, direta ou indiretamente, para que os objetivos,
previstos, inicialmente, sejam atingidos. Lembrando de maneira muito especial, o apoio de algumas
pessoas durante o período em que esta dissertação foi construída.
Agradeço ao Professor Quintino a orientação, o apoio e por acreditar no meu trabalho.
Aos Professores George Sodré, Eduardo Gross, Sergio Oliveira e Sandoval Santana pelas
contribuições, e ajuda neste trabalho.
Ao Professor Luciano Souza pelo apoio, pelos ensinamentos e a preciosa colaboração neste
trabalho.
Um agradecimento especial ao Instituto Floresta Viva em nome de Ruy Rocha pelo apoio e
incentivo no período de todo o curso.
Um agradecimento a Danusa pelos mapas e colaboração.
Um agradecimento especial a todos os meus colegas de trabalho do Instituto Floresta Viva,
por toda paciência neste período e dedicação para realização dos trabalhos.
Aos funcionários da CEPLAC, pela colaboração nas coletas e análises do solo.
A Durval Libânio – Instituto Cabruca pela colaboração para realização deste curso.
Aos professores e funcionários do programa de Pós Graduação em Produção Vegetal pelos
ensinamentos e pela convivência durante este período.
Agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram com as informações
aqui prestadas.
vii

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SOLO EM ÁREAS DE CACAU CABRUCA, MATA E


POLICULTIVO NO SUL DA BAHIA

RESUMO

A Mata Atlântica é um dos ambientes naturais mais complexos da Terra, sendo sua
composição e estrutura determinadas, principalmente, pelo clima, solo, estado sucessional da
vegetação e a história natural de cada sítio. A proporção da importância de cada fator torna-se difícil
de ser avaliada porque é, praticamente, impossível isolar os fatores presentes na intrincada malha de
interações do ambiente. Uma estratégia comumente sugerida para se avaliar um conjunto de
indicadores de qualidade do solo é o cálculo de um índice de qualidade. O índice constitui uma
ferramenta para agregação e simplificação de informações de natureza diversa, de modo que, neste
caso, ele irá “quantificar” a qualidade do solo. O presente estudo teve como objetivo avaliar os índices
de qualidade do solo, utilizando a metodologia proposta por Karlen e Stott (1994), em sistemas de
cacau cabruca, mata e policultivo, comparando a qualidade do solo com o sistema de uso do solo e
correlacionando a qualidade do solo com os atributos da cobertura arbórea nas cabrucas. Áreas de
cacau cabruca têm sido responsáveis pela conservação de parte representativa das condições naturais,
incluindo biodiversidade da Floresta Atlântica. As parcelas experimentais foram localizadas em dois
imóveis rurais dos municípios de Ilhéus e Arataca, na região sul da Bahia. As amostras de solo foram
coletadas nas profundidades de 0-10, 10-30 e 30-50 cm, para realização de análises físicas e químicas.
Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e comparação de médias pelo teste
de Tukey a 5% de significância. Os índices de qualidade encontrados mostraram que houve uma
variação na seguinte ordem decrescente Cabruca 1 > Cabruca 2 = Policultivo > Mata. De de maneira
geral, os solos avaliados apresentaram baixos níveis de fertilidade e caráter distrófico. A cabruca 2 foi
a área que mais se assemelhou a uma floresta natural, em termos de qualidade do solo. A metodologia
utilizada mostrou-se prática e adequada para avaliar a qualidade do solo dentro do enfoque de
sustentabilidade e melhoria dos recursos do solo e, conseqüentemente, orientar decisões relacionadas
às correções a serem implementadas.

Palavras-Chave: Mata Atlântica, Propriedades do solo, Indicadores de qualidade e Cobertura


arbórea.
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EVALUATION OF SOIL QUALITY IN AREAS OF COCOA CABRUCA, FOREST AND


MULTICROPPING IN SOUTHERN BAHIA, BRAZIL

ABSTRACT

The tropical forest is one of the most complex natural environments of the Earth, and its composition
and structure are determined by climate, soil, vegetation and succession states of natural history of
each site. The proportional importance of each factor becomes difficult to assess because the problems
to isolate the other factors present in the intricate net of interactions between trees and environment. A
strategy commonly suggested to evaluate a set of indicators of soil quality is the calculation of an
index of quality. The index is a tool for simplify and aggregate several kids of information so that, in
this case, it’ll "quantify" the soil quality. This study aims to assess the soil quality index, using the
methodology of Karlen and Stott (1994), in agricultural systems of cocoa cabruca (two areas), forest
and multicropping, comparing the soil quality with the land use system and to correlating soil quality
with the tree attributes between the two cabrucas. Areas of cocoa cabrucas have been responsible for
the conservation of representative natural conditions, including biodiversity of the Atlantic Forest. The
study plots are located in two farms at the municipality of Ilhéus and Arataca, southern region of
Bahia. Soil samples were collected in depth of 0-10, 10-30 and 30-50 cm for physical and chemical
analysis. The data were evaluated by analysis of variance (ANOVA) and to mean comparison by the
Tukey test at 5% probability. The soil quality index showed decreasing performance in the following
order cabruca 1 > cabruca 2 = multicropping > mata; and in general, that the soils have low fertility
and dystrophic character; that cabruca 2 is an area that most resembling a natural forest in terms of
soil. The methodology proved to be practical and appropriate to assess soil quality within the focus of
sustainability and improvement of soil resources and as a guide decisions relating to corrections to be
implemented.

Key words: Atlantic Rain Forest, Soil properties, Indicators of quality and Stand of trees.
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LISTA DE TABELAS

1 Funções principais e indicadores físicos e químicos para avaliar a qualidade do solo


em Mata, Cabruca e Policultivo.................................................................................. 23
2 Parâmetros das funções de pontuação dos indicadores de qualidade do solo da área
de Mata, Cabruca e Policultivo................................................................................... 25
3 Cálculo do índice de qualidade de solo (IQS), utilizando os valores observados
na profundidade de 0 a 10 cm da área de cabruca 2 ....................................................28
4 Função e Indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da profundidade
1 (0 a 10 cm) da Cabruca 1(C1), Mata (M) e Policultivo (Po), no PA Frei Vantui ... 32
5 Função e Indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da profundidade
2 (10 a 30 cm) da Cabruca 1(C1), Mata (M) e Policultivo (Po), no PA Frei Vantui..33
6 Função e Indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da profundidade
3 (30 a 50 cm) da Cabruca 1(C1), Mata (M) e Policultivo (Po), no PA Frei Vantui.. 34
7 Função e Indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da camada 1
(0 a 10 cm) da Cabruca 1(C1) e da Cabruca 2(C2), das áreas estudadas....................36
8 Função e Indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da camada 2
(10 a 30 cm) da Cabruca 1(C1) e da Cabruca 2(C2), das áreas estudadas..................37
9 Função e Indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da camada 3
(30 a 50 cm) da Cabruca 1(C1) e da Cabruca 2(C2), das áreas estudadas..................38
10 Cobertura vegetal das Cabruca 1 no PA Frei Vantui e na Cabruca 2 na Fazenda
Hiawatha......................................................................................................................40
11 Resumo dos valores de IQS, Nº de árvores, espécies, famílias e média dos DAP da
Cabruca 1 e Cabruca 2.................................................................................... 42
12 Índice de Qualidade do Solo das áreas de Cabruca 1, Cabruca 2, Mata e Policultivo,
nas profundidades P1, P2 e P3 ....................................................................................43
13 Valor do IQS das funções principais nas áreas de Cabruca 1, Cabruca 2, Mata e
Policultivo nas profundidades P1, P2 e P3 .................................................................44
14 IQS da média das três profundidades e funções principais nas áreas de Cabruca 1,
Cabruca 2, Mata e Policultivo......................................................................................45
x

LISTA DE FIGURAS

1 Relação dos possíveis Indicadores Físicos, Químicos e Biológicos de Qualidade de


Solo ............................................................................................................................. 16
2 Mapa de localização das propriedades agrícolas (Fazenda Hiawatha, e Fazenda PA
Frei Vantui) ................................................................................................................. 20
3 Tipos de funções de padronização de escores utilizadas para cálculo de índice
de qualidade do solo: mais é melhor; menos é melhor; e valor ótimo (KARLEN
e STOTT, 1994) ..........................................................................................................24
0

SUMÁRIO

Resumo ............................................................................................................................ vi

Abstract .......................................................................................................................... vii

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................ 4
2.1. O solo................................................................................................................................ 4
2.2. A Mata Atlântica .............................................................................................................. 6
2.3. A cabruca de cacau ........................................................................................................... 9
2.4. O policultivo anual...........................................................................................................11
2.5. Qualidade do solo.............................................................................................................12
2.6. Indicadores de qualidade de solo.....................................................................................14
2.7. Influência da cobertura vegetal no índice de qualidade do solo .....................................17
3. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................................19
3.1. Caracterização das áreas de estudo.................................................................................19
3.2. Delineamento experimental, coleta e análise do solo ......................................................21
3.3. Determinação do Índice de Qualidade do Solo (IQS) .....................................................22
3.4. Cobertura vegetal da Cabruca ........................................................................................29
3.5. Estatística .........................................................................................................................29
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................30
4.1. Avaliação da qualidade do solo no Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico nas três áreas
do PA Frei Vantui: Cabruca X Mata X Policultivo ...................................................................30
4.2. Avaliação da qualidade do solo da Cabruca 1 (Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico) no
PA Frei Vantui e Cabruca 2 (Cambissolo Háplico Distrófico) na Fazenda Hiawatha ..............34
4.3. Avaliação da influência da cobertura arbórea da cabruca na qualidade do solo ..............40
4.4. Avaliação da qualidade do solo na Cabruca 1 X Cabruca 2 X Mata X Policultivo ............42
4.5. Avaliação da média do IQS no perfil de cada área estudada ..............................................44
4. CONCLUSÕES .......................................................................................................................46
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................47
ANEXO ...........................................................................................................................................58
1

1. INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica é considerada atualmente como um dos mais ricos conjuntos de


ecossistemas em termos de diversidade biológica do Planeta. E a Mata Atlântica do Sul da
Bahia constitui-se em um dos mais importantes centros de biodiversidade e endemismo de
todo o bioma. A região sul da Bahia possui um modelo agrossilvicultural sustentável
chamado cacau cabruca que tem permitido a conservação de remanescentes florestais da
Mata Atlântica, conservando indivíduos arbóreos de elevada significância econômica, social e
ecológica (LOBÃO et al., 1997b). Neste sistema, um dos principais produtos econômicos da
região, o cacau, pode ser identificado como uma atividade econômica de grande potencial
para a manutenção dos fragmentos e ampliação da conectividade, uma vez que é cultivado em
sistema agro-florestal denominado cabruca.
Percebe-se que, desde a última década, a sociedade tem debatido de forma incisiva os
atuais sistemas de produção agrícola, observando-se um aumento gradativo do número de
adeptos, tanto na sociedade como no meio científico, de uma agricultura menos impactante ao
ambiente. E esse cenário “pós-revolução verde” passou a exigir, em âmbito mundial, a busca
de parâmetros capazes de demonstrar se um agroecossistema está sendo perturbado ou que
não é sustentável do ponto de vista ambiental e econômico (DERPSCH, 2000). Dessa forma,
a qualidade do solo influencia o potencial de uso, a produtividade e a sustentabilidade global
do agroecossistema, sendo seu estudo necessário para fornecer informações sobre o manejo
do solo e assegurar a tomada de decisões para uma melhor utilização desse recurso (SPOSITO
e ZABEL, 2003).
O conceito de qualidade do solo surgiu no final da década de 70 e durante os 10 anos
seguintes esteve muito associado ao conceito de fertilidade (KARLEN et al., 1994).
Entretanto, a percepção de qualidade do solo evoluiu principalmente nos últimos 10 anos, e,
2

num entendimento mais amplo, percebe-se que não basta apenas o solo apresentar alta
fertilidade química, mas, também, possuir boa características físicas e abrigar uma alta
diversidade de organismos.
Segundo Karlen et al. (1994) a definição mais aceita atualmente de qualidade do solo é
uma avaliação sistêmica desse recurso, que permite compreender a capacidade de um
determinado solo desenvolver múltiplas funções no ambiente, mantendo a sustentabilidade do
ecossistema. O processo de avaliação da qualidade do solo necessariamente envolve a
seleção de indicadores, os quais são atributos e ou propriedades pedogenéticas naturais que
podem ser utilizados para avaliar o comportamento de um solo específico.
Os indicadores formam um conjunto de dados mínimos que são utilizados para
avaliar o comportamento das funções principais do solo, associadas com cada objetivo de
utilização. O mesmo indicador pode ser incluído em diferentes funções e até mesmo
ponderado com valores diferentes, quando utilizado em mais de uma função, dependendo
da sua relação ou importância (KARLEN et al., 1994).
Alguns autores têm proposto que a partir da definição das funções e atributos
relacionados à qualidade do solo, se possa realizar a avaliação global de um conjunto de
indicadores de qualidade (CHAER, 2001). Estes indicadores estão relacionados a atributos do
solo, sendo que a soma do efeito dos atributos selecionados, que são determinantes da
qualidade do solo naquele ambiente, é expressa em um índice de qualidade (BURGER e
KELTING, 1999), onde a cada atributo é associado um peso, ou pontuação (KARLEN e
STOTT, 1994; GLOVER et al., 2000).
O modelo de avaliação do índice de qualidade do solo proposto por Karlen e
Stott (1994) é aditivo e utiliza uma série de funções principais do solo, às quais são atribuídos
pesos numéricos para cada função na composição do índice geral de qualidade.
No Brasil, dois trabalhos recentes, Chaer (2001) e Souza et al. (2003), aplicaram o
método de Karlen e Stott (1994). Chaer (2001) modificou o IQS para avaliar o efeito de
diferentes manejos na cultura do eucalipto sobre a qualidade do solo e verificou mudanças
no solo decorrentes dos sistemas de manejo e seus efeitos na qualidade do mesmo para
produção de floresta cultivada, podendo-se afirmar que os índices mais elevados realmente
correspondem aos solos com melhor qualidade. Souza et al. (2003) avaliaram a qualidade do
solo em três diferentes classes de solos, representativas dos Tabuleiros Costeiros, cultivados
com citros e concluíram que a metodologia utilizada mostrou-se adequada para avaliar a
qualidade do solo e ajudar na escolha de sistemas de manejo do solo para as culturas.
3

Uma moderna concepção de qualidade de solo deve ser coerente com as


particularidades inerentes a cada ecossistema. Deve considerar, por exemplo, que o principal
problema nos solos tropicais é a degradação do solo e a carência de nutrientes, enquanto, nos
solos temperados, a contaminação química costuma ser a maior preocupação. Essa abordagem
diferenciada é essencial para que se encontrem soluções que efetivamente contribuam para o
desenvolvimento de manejos sustentáveis do solo. Além disso, a difusão do conceito de
qualidade do solo, tanto entre pesquisadores como entre agricultores, é um fator importante
para o desenvolvimento de aspectos culturais voltados à agricultura (ZILLI et al., 2003).
Até que estes estudos estivessem mais consolidados, grande parte das avaliações
analisava as propriedades do solo de forma segmentada. Incluem-se neste contexto, os estudos
de solo no sul da Bahia onde, especialmente, o cacau cabruca se desenvolveu e se revelou
como um sistema agrícola conservacionista que pode causar menores impactos ambientais.
Deste modo, a hipótese deste trabalho era que se esperava que no solo da cabruca 2 o
IQS fosse maior do que na cabruca 1; Que houvesse maior qualidade e quantidade de
cobertura arbórea na cabruca 2 em relação a cabruca 1 e que a mata tivesse um maior IQS em
relação as outras áreas (cabruca 1, cabruca2 e policultivo).
Sendo assim o objetivo deste trabalho foi avaliar os índices de qualidade do solo,
utilizando a metodologia proposta por Karlen e Stott (1994), em dois sistemas de cacau
cabruca, mata e policultivo, comparando a qualidade do solo com o sistema de uso do solo e
correlacionando a qualidade do solo com os atributos da cobertura arbórea nas cabrucas.
4

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. O solo
“...lembra-te que és pó e a pó tornarás.”
Gen 3:19

Nenhum avanço técnico pode nos desligar do fato que nos originamos do solo e a ele
voltaremos; ele representa, para humanidade, a essência da vida e da saúde. É como ar e água,
a vida humana não pode ser sustentada sem o solo (BUDIMAN et al., 2003).
O solo, ou pedosfera, é um exemplo característico de um ambiente de interface. Tem
importância, como um corpo natural, de exercer esta interface entre o mundo das rochas
(litosfera), do ar (atmosfera), da água (hidrosfera) e de coisas vivas (biosfera) (BRADY,
1983).
Como um sistema natural dinâmico, regula o balanço global de energia, e serve como
meio para o crescimento vegetal, disponibilizando água, nutrientes e oxigênio às plantas.
Também atua na regulação hídrica do ambiente, transformação e degradação de compostos
poluentes. Sua capacidade para funcionar no desempenho dessas funções é referida como
“qualidade do solo” (LARSON e PIERCE, 1991; DORAN e PARKIN, 1994; DORAN et al.
1998), a qual, em seu conceito mais abrangente, pode ser definida como “a capacidade de um
tipo específico de solo funcionar nos limites de um ecossistema natural ou manejado,
mantendo a produtividade animal e vegetal, a qualidade do ar e da água, promovendo a saúde
humana e condições para habitação” (KARLEN et al., 1997).
A função primária do solo como meio para o crescimento das plantas (incluindo os
animais) realiza a combinação de propriedades físicas, químicas e biológicas, capacitando-o a
desempenhar três funções principais: promover um meio para crescimento das plantas, regular
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e particionar o fluxo de águas através do ambiente e servir como um filtro ambiental


(LARSON e PIERCE, 1991). Portanto, o solo é um sistema dinâmico de complexas inter-
relações recíprocas entre seus componentes físicos, químicos e biológicos.
A simples disponibilidade dos minerais no solo não o faz produzir. O solo somente
produz quando todos os fatores estiverem equilibrados. Necessitam-se condições para a
absorção e metabolização destes minerais pela planta, água no solo para atuar como solvente,
oxigênio no solo para absorção ativa dos minerais, e espaço para a raiz poder desenvolver-se
(PRIMAVESI, 1981).
A redução da capacidade de um solo produzir, em termos quantitativos e qualitativos,
bens e serviços, podem ser entendida como degradação. A degradação do solo refere-se a um
declínio da produtividade do solo por meio da deterioração de suas características físicas,
químicas e biológicas (OZTAS, 1997).
Este processo de degradação do solo causada por atividades antrópicas não é recente;
há evidências da degradação dos solos já no início da história da humanidade (OLSON,
1981). No Brasil desde o início da colonização brasileira tem sido registrada a destruição dos
recursos naturais, com a conseqüente degradação do solo por práticas exploratórias que
ocasionaram a destruição de enormes áreas de vegetação nativa (CORRÊA, 2000).
A avaliação direta das propriedades do solo parece ser a forma mais adequada de
medir ou monitorar a sua conservação ou qualquer processo de degradação em curso
(BURGER, 1996). A interpretação e estudo do solo por meio da química, da física e da
biologia resultam em um grande avanço para o conhecimento de suas interações e suas
respostas ao manejo, principalmente em regiões tropicais (BURGER, 1996).
As regiões tropicais úmidas são conhecidas por terem a maior produtividade primária
(quantidade de biomassa vegetal produzida por unidade de área), além da maior
biodiversidade do planeta (LIETH e WHITTAKER, 2002). No entanto, nestes solos, as
principais limitações são as baixas reservas de nutrientes e intoxicação por alumínio (acidez
do solo).
Para alcançar um elevado índice de produtividade de biomassa nos trópicos úmidos, os
solos não necessitam ser férteis, sendo necessário apenas que tenham boas características
físicas, ou seja, que não apresentem barreiras que possam impedir a penetração e respiração
das raízes e, em conseqüência, a absorção de água e minerais. Obviamente, isto ocorre nos
ecossistemas naturais; quando o homem interfere para praticar uma agricultura ou intensificar
a exploração de produtos de interesse econômico, a produção de biomassa e conseqüente
reciclagem de nutrientes ficarão comprometidas (ALVIM, 2002).
6

A manutenção da capacidade produtiva dos solos está intimamente ligada ao seu teor
de matéria orgânica, responsável por: a) aporte de energia e nutrientes ao sistema (ADAMS e
ATTIWILL, 1986; SWIFT e WOOMER, 1993); b) melhoria das condições físicas,
preservação do efeito tampão, enriquecimento de nutrientes à biota em geral (ANIÉTOT,
1983); c) aumento da capacidade de troca catiônica (RAIJ, 1969; BEER, 1988). Admitindo-se
o padrão de movimento de nutrientes raiz-caule-folhas-serapilheira-solo-raiz em solos sob
florestas, observa-se que grande quantidade de nutrientes está contida na serrapilheira (restos
vegetais e animais), sendo importante fonte de entrada de matéria orgânica (GOLLEY et
al.,1978).
Segundo Alvim (2002), em sistemas agrícolas produtivos ou no agro-ecossistema a
reciclagem de minerais não pode contrabalancear as perdas de nutrientes, resultantes da
extração de produtos feitos pelo homem ou em conseqüência da erosão ou lixiviação do solo.
Por esta razão, no cultivo continuo de solos dos trópicos úmidos, para garantir a freqüência
das colheitas ou da fertilidade do solo devem-se repor os nutrientes em forma de adubo, com a
quantidade e a freqüência de acordo com a conformidade da fertilidade natural do solo e do
volume e freqüência das colheitas.
Levando em consideração todos estes fatores, verifica-se que o problema de
sustentabilidade depende de medidas conservacionistas que precisam ser tomadas, capazes de
utilizar os recursos naturais de forma racional e que promova o desenvolvimento de práticas
de conservação do solo, baseada em uma visão holística do processo agrícola, onde os
recursos naturais (solo, água e biodiversidade) são utilizados de forma mais sustentável
(FERNANDES, 2004).

2.2. A Mata Atlântica

As florestas tropicais úmidas ocupam 7% da superficie da Terra e são consideradas os


ambientes mais ricos em biodiversidade, abrigando mais de 50% das espécies vegetais nas
terras emersas do planeta. A Mata Atlântica é uma das maiores áreas de floresta tropical,
incluída entre os principais “hotspots”, ou seja, centro de alta biodiversidade em que a
extensão original foi reduzida, colocando em risco a sobrevivência de incontáveis espécies
animais e vegetais (MAYERS et al., 2000).
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A Mata Atlantica localiza-se sobre uma imensa cadeia de montanhas, ao longo da


costa brasileira, onde 70% da população brasileira mora em seu domínio. Por isso, viver na
Mata Atlântica é um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade
A história nos mostra também que o ciclo de crescimento e declínio de todas as
grandes civilizações associa-se diretamente ao esgotamento dos recursos naturais, por elas
explorados de forma predatória. A história trata dos feitos, ambições e frustrações humanas, e
a natureza, se muito, insere-se na história como cenário. As florestas tropicais não fugiram a
essa regra na sua “convivência” com os humanos, onde a história da floresta é um relato de
exploração e destruição, dentre elas a perda da biodiversidade e a degradação dos solos, no sul
da Bahia (MEDEIROS et al., 2003).
Uma floresta de formação natural é o habitat de muitas espécies de animais e plantas, e
a sua biomassa por unidade de área é muito superior em comparação com outros biomas. As
características do solo das áreas de Mata Atlântica da região Sul da Bahia são, em geral, pH
ácido, teores baixos de cálcio, magnésio, potássio e fósforo e argila de baixa atividade
coloidal, sempre úmido e extremamente pobre, recebendo pouca luz, devido à absorção dos
raios solares pelo estrato arbóreo. A umidade e a presença de grande quantidade de matéria
orgânica (serrapilheira) tornam o solo favorável à ação de microorganismos decompositores
(fungos e bactérias), que possibilitam o aproveitamento dos nutrientes e sais minerais pelos
vegetais (PRIMAVESI, 1981).
Alguns animais (minhocas, coleópteros, dentre outros) desenvolvem atividades que
resultam no revolver do solo, facilitando a absorção de água e sais minerais, além de auxiliar
na formação do húmus, material rico em nutrientes (PRIMAVESI, 1981).
Um dos fatores que vem contribuindo para a conservação de parte da biodiversidade
dessa floresta no sul da Bahia é o cultivo tradicional do cacau sob a mata raleada (Cabruca)
(RICE e GREENBERG, 2000). No entanto, as cabrucas e as florestas primárias apresentam
grandes diferenças estruturais entre si. Em um levantamento realizado em 1 ha de floresta
nativa na região de Serra Grande, Uruçuca, BA, utilizando o limite mínimo de 5 cm de DAP,
Thomas et al (1998), citados por Sambuichi (2002), encontraram 2.450 indivíduos e 458
espécies arbóreas. Alves (1990) encontrou, para árvores acima de 10 cm de DAP, uma
densidade que variou de 35 a 133 indivíduos por ha, com média de 63 indivíduos por ha em
áreas de cabruca; e 596 a 830 indivíduos por ha, com média de 700 indivíduos por ha, em
áreas de floresta nativa; concluindo que as cabrucas apresentam menos de 10% da quantidade
de árvores da mata nativa.
8

Embora as cabrucas suportem uma diversidade baixa de espécies em comparação ao


ambiente pristino, esse sistema provoca menos danos que o desmatamento e pode apresentar
níveis razoáveis de biodiversidade. O ecossistema de cabruca pode funcionar como corredor,
expandindo ou conectando habitats originais de espécies ameaçadas; quando as terras são
abandonadas, sua biodiversidade tende a aumentar com o tempo até atingir níveis razoáveis se
comparada à floresta nativa (SAMBUICHI, 2002).
Portanto, as perspectivas para a Mata Atlântica nos próximos anos dependem de um
novo desenho econômico e sócio-cultural no meio rural brasileiro, onde pessoas, arranjo
tecnológico e produtivo, estrutura e mercado, conservação e fertilidade dos solos,
biodiversidade e beleza de rios e serras passariam a reger também o valor dos produtos que
saem do campo para a cidade. A construção de uma nova tendência para a Mata Atlântica
depende, dentre muitos fatores, de um novo olhar dos ambientalistas, menos urbano e mais
rural, em sintonia com o olhar dos que vivem na terra, e dela subsistem (ROCHA, 2005).
Ao se penetrar numa floresta natural, de qualquer parte do mundo, verifica-se que as
folhas das árvores nunca apresentam sinais de deficiência mineral, mesmo quando situadas
em solos pobres. Pode-se observar, isto sim, árvores senescentes cujos ramos e troncos estão
em fase de decrepitude ou árvores caducifólias que, em determinadas épocas do ano
derrubam completamente as folhas, ocorrendo antes uma completa alteração na coloração das
mesmas. São estes, entretanto, fenômenos naturais da vida das árvores (POGGIANI, 1980).
Pritchett (1979), resumindo as idéias de notáveis pesquisadores, aponta para a floresta
duas formas de ciclos de nutrientes: um externo e outro interno. O ciclo externo ele chama
também de geoquímico, e inclui as formas de transferências de nutrientes para dentro e para
fora do ecossistema florestal. O ciclo interno, ele chama também de ciclo biológico, e abrange
apenas a ciclagem interna dos nutrientes no ecossistema florestal. Este ciclo pode ainda ser
subdividido em duas partes: o ciclo bioquímico, que se refere à movimentação dos nutrientes
dentro da própria árvore, e o ciclo biogeoquímico que abrange a ciclagem dos nutrientes entre
o solo e a biomassa arbórea.
De fato, as florestas, por meio das diversas atividades metabólicas ao nível dos macro
e microrganismos que compõem o sistema, fixam o carbono, o oxigênio, o hidrogênio e o
nitrogênio, que são elementos químicos fundamentais na constituição da matéria orgânica.
Além disso, a contínua ciclagem dos elementos minerais dentro das árvores e entre o solo e
as árvores faz com que possam existir florestas, mesmo em solos pobres que normalmente
não suportariam culturas agrícolas (LIMA et al., 2003).
9

Nos ambientes tropicais e subtropicais de ocorrência natural da Mata Atlântica há


predominância de solos altamente intemperizados, e a matéria orgânica do solo (MOS) tem
papel fundamental na sua fertilidade. Na interface solo-serrapilheira ocorre a decomposição e
humificação da matéria orgânica depositada e também a liberação, mineralização e lixiviação
de nutrientes. Toda essa dinâmica de nutrientes depende da qualidade do material depositado
no solo e das condições edafoclimáticas do local (GOLLEY et al., 1978). No estádio inicial, a
transferência e a decomposição parcial da serrapilheira promovem o acúmulo de material
orgânico na superfície do solo, por serem as taxas de entrada superiores às de decomposição
desse material. Num segundo estádio as taxas de decomposição aproximam-se das taxas de
deposição, promovendo um estado de equilíbrio entre acúmulo e deposição de serrapilheira
(ODUM, 1985). Nesse estádio, o povoamento florestal encontra-se na maturidade (clímax),
ou próximo dela.

2.3. A cabruca de cacau

O sul da Bahia é a região que mais produz cacau no Brasil. O cacau é plantado
utilizando-se um sistema denominado de cabruca. Na cabruca, de 20 a 35 espécies nativas de
árvores são deixadas por hectare para sombrear os pés de cacau, que dominam o sub-bosque.
Na Bahia, 70% do cultivo de cacau são sob o sistema de cabruca (LOBÃO et al., 1997b).
O cacau implantado de forma tradicional, ou seja, o cacau cabruca, é a maneira como
os colonizadores dessa região, há mais de dois séculos, estabeleceram o cacau e colonizaram
suas terras. O agroecossistema é composto pelos cacauais implantados tradicionalmente na
mata cabrucada, com aproximadamente 640 indivíduos/ha, sombreados com indivíduos
arbóreos da mata original. O cacau-cabruca, por sua estrutura florestal e sua boa relação
mesológica, apresenta grande similaridade com a floresta tropical natural e grande capacidade
de adaptação às mais diferentes condições, tornando-se ferramenta valiosa na conservação da
biodiversidade da flora e da fauna silvestre, bem como na conservação de áreas protegidas
quando plantado em seu entorno, como corredores ecológicos interligando fragmentos
florestais remanescentes, como seqüestrador de carbono e na conservação dos recursos
hídricos quando estabelecido de forma densa na faixa de proteção ciliar (LOBÃO et al.,
1997b).
É também, hoje, um bom modelo de agricultura (agrossilvicultura) sustentável,
podendo ser citado como exemplo de sistema ecológico de cultivo agroflorestal, econômica,
10

social e ambientalmente eficaz. A cacauicultura, no modelo cabruca, é considerada a mais


eficiente comunidade vegetal, no que se refere à proteção dos solos tropicais contra agentes
de degradação, por possuir muitos dos atributos de sustentabilidade da floresta heterogênea
natural (ALVIM, 1982).
A região de ocorrência das cabrucas apresenta diversidade de solo e relevo e um
gradiente climático, indicando que deve existir também uma heterogeneidade florística entre
as áreas de cabruca, com espécies que ocorrem só em alguns locais, ou que ocorrem mais em
um local do que em outro, como seria esperado em áreas de mata nativa.
Apesar de significativamente alterada, a cabruca na região sul da Bahia suporta uma
grande variedade de plantas e animais nativos e contribui para conectar unidades de
conservação, tais como a Reserva Biológica de Una e a Estação Ecológica de Nova Esperança
(ROCHA, 2005).
As cabrucas não devem ser consideradas apenas como mais um sistema agrícola, pois
a sua importância para a conservação ambiental é muito grande no sul da Bahia. Além de sua
importância para a conservação do solo e do clima, o seu papel na conservação da
biodiversidade é fundamental (SAMBUICHI, 2002).
Resck et al. (1996), estudando sistemas agroflorestais (associações de árvores com
culturas comerciais) em áreas de cerrado, concluíram que esses podem melhorar a fertilidade
do solo, especialmente em função da maior produção de fitomassa. Gama-Rodrigues et al.,
(1997) verificaram que, em plantios puros e mistos de espécies florestais nativas do sudeste da
Bahia, as coberturas florestais podem distinguir-se marcadamente na capacidade de alterar os
atributos edáficos, devido à quantidade, qualidade e taxa de decomposição da serrapilheira.
Inicialmente, o estabelecimento da cobertura vegetal atua como proteção mecânica
contra os agentes erosivos, como fonte potencial de matéria orgânica (ANDRADE et al.,
1995) e como mecanismo regulador da liberação e ciclagem de nutrientes contidos na
serrapilheira (HEANEY e PROCTOR, 1989; COSTA et al., 1996). Após o estabelecimento, a
vegetação proporciona nova dinâmica de nutrientes, seja pelo fluxo de material orgânico
transferido para a superfície do solo via serrapilheira ou pela ação mecânica e incremento dos
tecidos radiculares incorporados ao solo (PROCTOR, 1987).
11

2.4. O Policultivo Anual

Também chamado de agricultura de roçado, segundo Gliessman (2001) é o


agroecossistema com a história mais longa do uso do fogo, e a mais importante forma de
agricultura de subsistência em muitas partes do mundo. Estudos mostram que a perda de
nutrientes por lixiviação neste sistema, dependendo da condição climática, pode ser muito
rápida e elevada, especialmente para nutrientes como o cálcio, potássio e magnésio; associado
a utilização do fogo em intervalos próximos, o cultivo do solo também pode acelerar esta
perda de nutrientes.
O policultivo anual, representa o cultivo de diversas espécies de plantas como
mandioca, banana, milho, cará, taioba, quiabo, maxixe, jiló, feijão, abóbora. As necessidades
de subsistência, em termos das quantidades demandadas de cada produto, é que determinam
as quantidades a serem cultivadas de cada espécie e, conseqüentemente, as práticas agrícolas a
serem adotadas neste processo, a fim de garantir a oferta desses produtos (ALMEIDA NETO,
2004).
Nos policultivos, o plantio das espécies não obedece aparentemente a certo arranjo
espacial. No entanto, essa desorganização aparente esconde um grande conhecimento a
respeito dos consórcios, do manejo da fertilidade do solo e dos princípios alelopáticos. No
cultivo e na localização de cada espécie no campo são observados aspectos relacionados ao
uso dos nutrientes do solo, a concorrência por luz e água, o controle da disseminação de
doenças e pragas e as formas de estímulo e inibição do crescimento das plantas, identificando
um bem imaterial dos agricultores no cultivo destas espécies e no manejo do solo
(GLIESSMAN, 2001).
O desenvolvimento de sistemas sustentáveis de produção de cultivos anuais ou de
ciclo curto é um dos principais desafios da agricultura de regiões de clima tropical úmido e,
especialmente, na região sul da Bahia, onde a excessiva pluviosidade acarreta problemas mais
sérios, associada a limitações edáficas, com destaque para os maiores riscos de degradação do
solo por erosão e lixiviação, associado a um modelo de corte e de queima antes do plantio
anual e à utilização da capina no manejo da mandioca (ALVIN, 2002).
Ao retirar-se a vegetação natural para instalação de um sistema agrícola, ocorre um
desequilíbrio no teor de carbono orgânico do solo, pois intensifica-se a mineralização da
matéria orgânica, provocando inicialmente a liberação de alguns nutrientes, favorecendo a
nutrição vegetal. Quando o processo de adição da matéria orgânica no solo é inferior ao de
12

decomposição, este sistema não atinge um novo equilíbrio, tornando-se exaurido e


provocando a degradação do solo.
Segundo Carvalho (2007), em um estudo do manejo de solo em cultivo com mandioca
em treze municípios da região sudoeste da Bahia, a maioria dos produtores entrevistados não
utiliza práticas conservacionistas de solo, calagem ou adubação. Predomina nos município, o
preparo do solo manual e o sistema de corte e queima, que é a forma mais utilizada neste tipo
de cultivo.

2.5. Qualidade do solo

A qualidade do solo começou a ser interpretada como uma forma dinâmica e sensível
da condição do solo, em resposta à gestão, ou resistência ao estresse imposto por forças
naturais ou utilizações humanas (ARSHAD e COEN, 1992; HABERERN, 1992). E a
avaliação da qualidade do solo foi vislumbrada como uma ferramenta para ajudar a equilibrar
os desafios associados ao aumento da procura mundial por alimentos, rações e fibra, aumento
da procura pública para a proteção ambiental, e decrescente fornecimento de energia e
recursos minerais (PESEK, 1994; DORAN et al., 1996).
Warkentin e Fletcher (1977), citados por Pierce et al. (1984) sugeriram desenvolver
um conceito da qualidade do solo, por causa das múltiplas funções que o solo tem de fornecer
recursos. Após a sua introdução, qualidade do solo não foi discutida na literatura por quase
uma década, porque a ênfase principal era de manejo do solo minimizando os efeitos da
erosão e perda de solo sobre a produtividade.
Em meados da década de 1980, o Senado do Canadá (Comitê Permanente da
Agricultura) preparou um relatório sobre a degradação do solo e reavivou o conceito e a
discussão (GREGORICH, 1996). Pouco depois, Larson e Pierce (1994) enfatizaram a
qualidade do solo como uma combinação de propriedades físicas, químicas e biológicas que
fornece os meios para a produção vegetal e animal, para regular o fluxo de água no ambiente
e para atuar como um filtro ambiental na atenuação e degradação de componentes
ambientalmente danosos ou perigosos.
A partir daí, diversos conceitos vem sendo formulados a respeito de qualidade do solo.
Sua capacidade de funcionar adequadamente no desempenho dessas funções é referida como
"qualidade do solo" por Karlen et al., (1997). É um conceito antigo, porém ainda muito
discutido e não aceito universalmente, devido à sua natureza dinâmica e complexa. Não
obstante, é fundamental para quantificar os efeitos das ações antrópicas no ambiente,
13

notadamente aqueles relacionados com a sustentabilidade das práticas agrícolas (SOJKA e


UPCHURCH, 1999; WANDER e DRINKWATER, 2000; ANDREWS et al., 2002).
No entanto, quanto aos solos, possivelmente devido às influências de fatores relativos
à sua gênese, variabilidade, uso, manejo e dadas as diversas funções que pode desempenhar,
tem sido difícil para os pesquisadores estabelecer critérios universais para definição e
quantificação da sua qualidade (GLOVER et al., 2000). Por essa razão, vários conceitos foram
propostos. Todos têm em comum a capacidade do solo de funcionar efetivamente no presente
e no futuro, sendo o mais amplo aquele da Sociedade Americana de Ciência do Solo, que
define qualidade do solo como "a capacidade de um tipo específico de solo funcionar, dentro
dos limites de ecossistemas naturais ou manejados, para sustentar a produtividade de plantas
e animais, manter ou aumentar a qualidade do ar e da água, promovendo a saúde humana e
a habitação" (DORAN e PARKIN, 1994; KARLEN et al., 1997; SINGER e EWING, 2000).
Diante das múltiplas funções que o solo apresenta, três exigências básicas devem ser
atendidas no processo de avaliação e monitoramento da sua qualidade: 1) definir de forma
adequada a função ou finalidade a que se destina a avaliação; 2) estabelecer, entre a
multiplicidade de atributos físicos, químicos e biológicos do solo, aqueles que são pontos
chaves para cada função do solo e definir a forma como integrá-los; e 3) definir critérios
específicos para a interpretação dos dados dos atributos selecionados, de forma a permitir
estimativas confiáveis da qualidade do solo para cada função (DORAN e PARKIN, 1994).
Como o sistema solo é muito dinâmico, é importante que, na avaliação da qualidade
do solo em relação à sustentabilidade ambiental, da qual ele é um componente básico, os
indicadores sejam escolhidos dentre aqueles que mais respondem ao uso e manejo e que
causam maior impacto (LARSON e PIERCE, 1994).
As relações causais entre a qualidade do solo no ecossistema e funções, incluindo a
conservação da biodiversidade, a produção de biomassa e a conservação do solos e recursos
hídricos, raramente são definidas ou quantificadas (HERRICK, 2000).
Apesar de sua evidente utilidade, qualidade do solo não foi amplamente adotada como
um indicador de uma gestão sustentável. Embora os solos sejam o alicerce de produção e de
lucro, hoje, as práticas de gestão não quantificam o retorno sobre o investimento em manejo
do solo. As medições da qualidade do solo têm o potencial de refletir o estado do solo como
um recurso essencial, e quantificar o retorno do investimento (DORAN et al., 1996).
Uma moderna concepção de qualidade de solo deve ser coerente com as
particularidades inerentes a cada ecossistema. Deve considerar, por exemplo, que o principal
problema nos solos tropicais é a degradação do solo e a carência de nutrientes.
14

Essa abordagem diferenciada é essencial para que se encontrem soluções que


efetivamente contribuam para o desenvolvimento da diversidade microbiana como indicador
de qualidade do solo. Além disso, a difusão do conceito de qualidade do solo, tanto entre
pesquisadores como entre agricultores, é um fator importante para o desenvolvimento de
aspectos culturais voltados à agricultura.

2.6. Indicadores de qualidade do solo

Os índices são ferramentas de decisão destinados a tornar mais acessível a


complexidade das informações para os decisores (PHILLIPS, 1998). Destinam-se a ajudar
agricultores ou seus assessores a determinar as tendências em saúde do solo que resultam em
gestão prática e, assim, indicar se uma mudança na prática é necessária (KARLEN et al.,
1997).
De acordo com Dumanski e Pieri (2000), a base científica que respalda a busca por
indicadores de qualidade do solo é a compreensão de que esses indicadores estão direcionados
para avaliação ou monitoramento das condições do solo, que o tornam um corpo vivo.
Um indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações sobre uma
dada realidade. Tem como principal característica a de poder sintetizar um conjunto complexo
de informações, retendo apenas o significado essencial dos aspectos analisados (HATCHUEL
e POQUET, 1992). É visto ainda como uma resposta sintomática às atividades exercidas pelo
ser humano dentro de um determinado sistema (Australian Department of Primary Industries
and Energy - DPIE, 1995).
A qualidade “ideal” para um solo também não é conhecida, e o ideal irá diferir entre
os vários tipos de solo e para cada cultura que está ou será estabelecida. Logo, é necessária a
determinação de referenciais que possam servir de base para a interpretação e comparação.
Tem sido sugerido adotar, como critério de referência, as condições prevalecentes em solos
que suportam uma vegetação nativa e que tenham sofrido mínimos distúrbios antropogênicos
(DICK, 1994; DORAN et al., 1994; TRASAR-CEPEDA et al., 1998; ISLAM e WEIL, 2000).
Nesse caso, há uma larga aplicabilidade como medida de qualidade do solo com respeito à
sustentabilidade, pois as propriedades físicas, químicas e biológicas de solos que suportam
uma vegetação nativa evoluíram para um estado de equilíbrio que assegura uma viabilidade
de longo prazo do ecossistema circunvizinho (DORAN et al., 1994).
Para ser de utilidade prática, os indicadores de qualidade do solo devem atender aos
seguintes critérios: a) contemplar propriedades e processos físicos, químicos e biológicos do
15

solo; b) ser acessível a muitos usuários, em termos de facilidade de medição, além de


apresentar o caráter de reprodutibilidade (indicadores importantes, mas de difícil medição,
podem ser estimados com base em outros mais fáceis de serem medidos, por meio de funções
de pedotransferência); c) ser aplicável a condições de campo, inclusive permitindo relacionar
medidas obtidas em laboratório com o campo; d) possuir critérios definidos para quantificar e
interpretar seus valores; e) ser sensível às variações de manejo e de clima, para possibilitar
intervenções visando melhorar a qualidade do solo, quando for este o caso; f) permitir
avaliações de qualidade do solo de curto e de longo prazo: g) quando possível, ser
componente de bancos de dados já existentes (DORAN e PARKIN, 1994; KARLEN e
STOTT, 1994; LARSON e PIERCE, 1994).
Outra dificuldade para quantificação da qualidade do solo está relacionada ao método
para transformar a natureza complexa e específica de cada solo em atributos mensuráveis, que
possam refletir o seu "estado" para funcionar, possibilitando avaliações sistemáticas
independentes de seus múltiplos usos (SOJKA e UPCHURCH, 1999; WANDER e
DRINKWATER, 2000). Uma das propostas mais objetivas sugere definir explicitamente as
funções que determinam a qualidade do solo, identificar os atributos de cada função e, então,
selecionar um conjunto mínimo de indicadores para medir cada função (DORAN e PARKIN,
1994; KARLEN e STOTT, 1994; LARSON e PIERCE, 1994; NORTCLIFF, 2002).
Dependendo da função para a qual uma avaliação está sendo feita, uma lista quase infinita de
indicadores pode ser utilizada (LAL, 1999). Por isso, para avaliação de determinadas funções
é preciso selecionar atributos, propriedades ou processos que, de alguma maneira: (a)
influenciem a função para a qual está sendo avaliado; (b) sejam mensuráveis e comparados a
padrões definidos; e (c) sejam sensíveis o bastante para mostrar diferenças em escala espacial
ou temporal (KARLEN et al., 1997).
Com levantamento de Souza (2003), a Figura 1 contém várias características,
propriedades e processos físicos, químicos e biológicos que podem ser utilizados como
indicadores básicos de qualidade do solo.
A avaliação acurada e consistente da qualidade do solo requer um método sistemático
para se medir e interpretar as propriedades que sirvam adequadamente como indicadores
(GRANATSTEIN e BEZDICEK, 1992). Combinando esses fatores de complexidade do
ambiente solo com a definição de qualidade do solo, que reconhece as suas múltiplas funções,
pode-se ter idéia que a medida de qualidade desse sistema é extremamente difícil (KELTING
et al., 1999). Uma forma que tem sido proposta para superar essa dificuldade é a de definir
explicitamente as funções da qualidade do solo, identificando os atributos de cada função e
16

então, selecionar um conjunto mínimo de indicadores para a medição de cada atributo


(DORAN e PARKIN, 1994; KARLEN e STOTT, 1994; LARSON e PIERCE, 1994).

Textura do solo Carbono orgânico total Carbono da massa microbiana

BIOLÓGICOS
FÍSICOS

QUÍMICOS
Profundidade do solo Nitrogênio orgânico total Nitrogênio da massa microbiana
Profundidade de enraizamento pH Nitrogênio potencialmente mineralizável
Densidade do solo Condutividade elétrica Respiração do solo
Porosidade total, macro e Disponibilidade de nutrientes Relação entre carbono da biomassa
microporosidade Nitrogênio mineral (NH4+ e NO3-) total/carbono total orgânico
Encrostamento superficial Fósforo Relação respiração/biomassa
Compactação e/ou adensamento Potássio Taxa de decomposição de resíduos
subsuperficial biológicos
Capacidade de troca de cátions
Velocidade de infiltração da água no solo População microbiana, inclusive fungos
Saturação por bases micorrízicos
Capacidade de retenção de água no solo
Saturação por alumínio
Temperatura do solo
Presença de metais pesados
Módulo de ruptura
Presença de elementos radioativos
Limites de consistência
Nível de agregação
Estabilidade dos agregados
Estrutura do solo
Resistência do solo à penetração

Fonte: (SOUZA, 2003).

Figura 1. Relação dos Indicadores Físicos, Químicos e Biológicos de Qualidade de Solo.

De certa forma, a capacidade do solo de desenvolver todas as funções está direta ou


indiretamente ligada, e em graus de importância diferenciada, à qualidade apresentada por
todos os atributos (LARSON e PIERCE, 1994).
Os índices de qualidade do solo podem ser obtidos por meio de uma expressão ou
modelo matemático que inclua os atributos do solo considerados. Assim, a soma dos efeitos
dos atributos selecionados (quantificados pelos seus respectivos indicadores), que são
determinantes da qualidade do solo de um dado ambiente, é expressa no índice de qualidade
(BURGER e KELTING, 1999).
Existem diversas proposições de métodos e modelos para avaliação do índice de
qualidade do solo. Todos são conceitualmente similares e derivam daqueles propostos para
determinação dos índices de produtividade (CHAER, 2001). Dentre os métodos mais
utilizados, destaca-se o proposto por Karlen e Stott (1994). Esses autores sugerem um modelo
aditivo, onde o efeito de sistemas de produção sobre a qualidade do solo pode ser avaliado
pelo uso de curvas de pontuação normalizadas semelhantes a curvas de suficiência, criadas
por meio de sistemas de aproximação baseado nos conceitos para sistemas de engenharia,
desenvolvido por Wymore (1993), citado por Glover (2000), para suporte à decisão nas
investigações de problemas ambientais. Apresentam uma estrutura de cálculo em que são
estabelecidas as funções principais e seus respectivos indicadores de qualidade, com pesos
17

para ponderação predefinidos. A aplicação do mecanismo desenvolvido por Wymore (1993),


ao combinar diferentes funções e indicadores, determina o índice de qualidade do solo (IQS)
que varia na escala de 0–1.

2.7. Influência da cobertura vegetal no índice de qualidade do solo

Os ecossistemas naturais apresentam uma integração harmoniosa entre a cobertura


vegetal e os atributos físicos, químicos e biológicos do solo, decorrente de processos
essenciais de ciclagem de nutrientes, acumulação e decomposição da matéria orgânica.
Entretanto, as atividades agrícolas promovem alterações nesses atributos e provocam, na
maioria das vezes, impacto ambiental negativo. O grau de impacto está relacionado com o
manejo do sistema produtivo, e as práticas agrícolas, como o sistema plantio direto e uso de
coberturas vegetais apropriadas para a região, propiciam menor degradação do solo e maior
sustentabilidade da agricultura (KAISER et al., 1995).
Tratando-se da influência do solo na ocorrência de espécies florestais, Silva Junior
(1997), estudando comunidades de árvores e sua relação com os solos da mata, concluiu que
as diferenças nas propriedades dos solos ao longo do gradiente topográfico foram
responsáveis por grande parte das variações na distribuição espacial das espécies arbóreas.
Uma das vantagens mais conhecidas da agrofloresta é o seu potencial para conservar o
solo e manter sua fertilidade e produtividade (NAIR, 1993). As espécies arbóreas,
normalmente por possuírem raízes mais longas que exploram maior volume de solo, são
capazes de absorver nutrientes e água que os cultivos agrícolas não conseguiriam, uma vez
que, geralmente, suas raízes absorventes estão concentradas na camada superior do solo até 20
cm de profundidade.
O dossel de copas formado pela diversidade de espécies vegetais proporciona
cobertura do solo por meio da deposição de camada densa de material orgânico, gerada
continuamente pela queda de folhas e ramos das diferentes culturas. Isso aumenta a proteção
do solo contra a erosão, diminui o escorrimento superficial da água de chuva e aumentando o
seu tempo de infiltração, reduz a temperatura do solo, aumenta a quantidade de matéria
orgânica e, conseqüentemente, melhora as suas propriedades químicas, físicas e biológicas
(MULLER, 2002).
Em áreas de floresta tropical, a deficiência de fósforo disponível no solo esta
fortemente relacionada com a cobertura vegetal. Segundo Kauffman (1998), em florestas
18

primárias, 65% do estoque deste elemento esta na biomassa acima do solo. Quando ocorre a
conversão de floresta primária a pastagem, este estoque cai para 9%.
Em estudos realizados em solos da Amazônia, 99% do cálcio estocado na biomassa
acima do solo retorna via reciclagem da serrapilheira que ocorre principalmente durante a
estação úmida (CAMPOS et al. 2000), assim como o potássio, que também tem entradas
significativas de origem da serrapilheira. O nitrogênio no solo pode acontecer de diversas
formas, pela da água da chuva, transprecipitação, fixação por leguminosa e subprodutos do
metabolismo dos microorganismos (SANTOS et al., 1975). Mas, a principal fonte deste
nutriente está relacionada à introdução via resíduos orgânicos, sendo, portanto, severamente
afetada pela retirada da cobertura vegetal.
Muitos estudos têm mostrado que o estoque e a ciclagem do carbono estão
relacionados com fatores ainda não bem conhecidos, como clima, textura do solo, tipo de
vegetação, geologia e uso do solo. E os atributos biológicos do solo são influenciados pelas
culturas de cobertura, manejo do solo e épocas de amostragem.
19

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Caracterização das áreas de estudo

O trabalho foi desenvolvido com solos coletados em duas propriedades agrícolas


localizadas nos municípios de Ilhéus e Arataca, na Região Cacaueira do Estado da Bahia
(Figura 2), que está inserida no corredor central da Mata Atlântica, um dos principais centros
de endemismo do bioma, cuja formação vegetal primária dominante era de floresta tropical
úmida costeira, classificada por VELOSO et al. (1991) como floresta ombrófila densa,
pertencente à zona neotropical.
O clima na região, de acordo com a classificação de Köppen, é do tipo Af, floresta
tropical quente e úmida sem estação seca, com precipitação superior a 1.300 mm por ano,
uma temperatura média de 23°C e umidade relativa de 80%.
No Município de Ilhéus foi selecionada uma área do Projeto de Assentamento (P.A.)
Frei Vantui. O P.A. tem uma área de 476 ha, situada nas coordenadas 14.48.09 S e 39.07.54
W, à margem da Rodovia BR-415, a 10 km da Cidade de Ilhéus, Bahia. O assentamento
possui 39 famílias, que vêm trabalhando no sistema agro-ecológico, desde o inicio do
assentamento, em áreas individuais e coletivas. É cultivado com 200 ha de cacau em sistema
cabruca, em sua maioria, e uma área menor com sombreamento de eritrina e seringueira, além
de cultivos anuais e pastagens. O solo predominante na área corresponde ao Argissolo
Vermelho-Amarelo Distrófico típico (Typic Hapludult), a moderado epieutrófico, textura
média argilosa, fase floresta tropical perenifólia, relevo ondulado e forte ondulado, conforme
classificação feita neste estudo. Nesta propriedade foram escolhidas três áreas para estudo do
solo, representadas por mata (M), policultivo (Po) e cabruca (C1), localizadas em uma mesma
faixa de relevo e solo.
20

Figura 2 – Mapa de localização das propriedades agrícolas (Fazenda Hiawatha, e Fazenda PA


Frei Vantui).

As informações sobre o histórico de manejo da área foram obtidas por meio de


conversas com o proprietário da área no assentamento. A área de mata esta em um processo
de regeneração avançada, estando atualmente classificada como uma mata secundária, embora
tenha sofrido ações antrópicas, nos últimos 30 anos, como a retirada de algumas árvores para
utilização da madeira.
A área de policultivo anual caracteriza-se por estar, ao longo de 10 anos, sendo
cultivada com culturas de ciclo curto como feijão, mandioca, quiabo, batata-doce, milho e
banana, em alguns locais. O sistema de plantio é de corte e queima e utilização da enxada no
manejo do mato. A última queima da área foi há 5 anos.
Na área de cacau cabruca foi realizada uma correção do solo com calcário há dois
anos, e dois meses depois aplicação de fosfato (Fosbahia) e da farinha de rocha MB-4 no
cacaueiro. O produtor não tem controle preciso das formulações e quantidades aplicadas. Dos
tratos culturais recomendados pelos órgãos de extensão da região, faz-se apenas uma roçagem
anual e as colheitas.
21

A outra área de pesquisa localiza-se no Município de Arataca, Bahia, na Fazenda


Hiawatha, situada na coordenada 15.17.38.9 S e 38.28.14.1 W. A Fazenda possui uma área
cultivada com cacau em sua grande maioria no sistema cabruca, seringueira e pastos para
criação de bovinos. O solo predominante na área é Cambissolo Háplico Distrófico típico
(Typic dystropept). Nesta propriedade foi escolhida a segunda área de Cacau cabruca (C2).
As informações sobre o histórico de manejo da área foram obtidas em conversas com
o gerente da Fazenda. O manejo utilizado nesta área tem sido a limpeza de copa e roçagem
duas vezes no ano. A correção e a fertilização do solo na área não acontecem há mais de 10
anos.

3.2. Delineamento experimental, coleta e análise do solo

O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, dispostos


perpendicularmente ao declive do terreno, com três repetições, de forma que, em cada uma
das áreas de estudo, foram marcadas três parcelas de 50X25 m, para coleta dos solos. Para
análises químicas e físicas foram utilizadas amostras deformadas em forma de terra fina seca
ao ar (TFSA), exceto para determinação da densidade do solo, para a qual se utilizou amostra
indeformada, coletada com anel de Kopeck. Em cada parcela foram abertas oito micro-
trincheiras de forma aleatória, com a dimensão de 50X50X50 cm, e realizadas as coletas em
três profundidades do solo: 0–10 cm (P1), 10–30 cm (P2) e 30-50 cm (P3). Para as amostras
de solo deformado, cada parcela foi representada pela mistura em campo destas oito amostras
simples, e retirada apenas uma amostra composta de cada profundidade. Para determinação
da densidade de solo foram coletadas três amostras compostas de seis simples de cada
profundidade por parcela, para obtenção e adoção do valor médio.
As análises físicas foram realizadas no Laboratório de Solos do Centro de Pesquisas
do Cacau (CEPEC): densidade do solo (Ds), densidade de partículas (Dp), porosidade total
estimada (Pt), areia grossa, areia fina, argila total, silte e equivalente de umidade (Eq.Um.).
Todas as análises foram realizadas de acordo com métodos analíticos descritos em
EMBRAPA (1997). A granulometria foi determinada a partir da dispersão de 10 g de TFSA
com 50 ml de NaOH 0,1 mol L-1 e agitação a 10.000 rpm, durante 15 minutos. As frações
areia grossa e fina foram separadas em peneiras com malhas de 0,2 mm e 0,053 mm de
abertura, respectivamente. A fração argila foi determinada pelo método da pipeta, e a fração
silte calculada por diferença; densidade do solo (Ds): determinada pelo método do anel
volumétrico; densidade de partículas (Dp): foi determinada em 20 g de TFSA em balões de
22

50ml, utilizando-se álcool etílico como líquido penetrante. A porosidade total foi estimada
pela fórmula (100(Dp - Ds) / Dp).
As análises químicas foram realizadas no Laboratório de Solos do Centro de Pesquisas
do Cacau (CEPEC). Os elementos determinados foram: carbono, nitrogênio, pH em água,
hidrogênio mais alumínio, alumínio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo.
Os elementos foram determinados de acordo com métodos analíticos descritos em
EMBRAPA (1997): pH em água; Cálcio e magnésio trocáveis - extração com KCl 1 mol L-1,
na proporção 1:20 e determinação por espectrofotometria de absorção atômica; acidez
trocável - extração com KCl 1 mol L-1, na proporção 1:20 e determinação por titulação com
NaOH 0,025 mol L-1; acidez potencial (H + Al) - extração com acetato de cálcio 0,5 mol L-1
tamponado a pH 7,0, na proporção 1:15 e determinação por titulação com NaOH 0,0606 mol
L-1; Potássio trocável - extração com solução de HCl 0,05 mol L-1 e H2SO4 0,025 mol L-1
(Mehlich) e determinação por fotometria de emissão de chama; fósforo disponível - extração
com solução de HCl 0,05 mol L-1 e H2SO4 0,025 mol L-1 (Mehlich-1) e determinação por
colorimetria, utilizando-se ácido ascórbico como agente redutor.
O carbono orgânico total (COT) - foi determinado pelo método de Yeomans e
Bremner (1988), baseado em técnicas de oxidação com dicromato de potássio com
aquecimento externo da amostra.

3.3. Determinação do Índice de Qualidade do Solo (IQS)

Foi utilizado o modelo de índice de qualidade de solo proposto por Karlen e Stott
(1994), com modificações e indicadores escolhidos de acordo com os objetivos da avaliação,
para refletir mais apropriadamente a quantificação do IQS nas áreas da Cabruca 1 (C1),
Cabruca 2 (C2), Mata (M) e Policultivo (Po), nas três profundidades de P1 (0-10cm), P2 (10-
30 cm) e P3 (30-50 cm).
A qualidade do solo foi avaliada considerando quatro funções do solo (Tabela 1): (1)
receber, armazenar e suprir água; (2) promover crescimento das raízes; (3) armazenar, suprir
e ciclar nutrientes e (4) promover atividade biológica. Todas as quatro funções foram
consideradas como estando igualmente importantes nesta avaliação e atribuídas ponderações
de 0,25. Os indicadores de cada função e o peso específico atribuído a eles foram ajustados
para o limite critico do indicador e estão descritos na Tabela 1, estes, foram selecionados
neste estudo em função da sua importância para o funcionamento e sustentabilidade edáfica,
23

com base nas condições naturais dos solos de mata, que suportam a vegetação nativa e
evoluem para um estado de equilíbrio do ambiente.

Tabela 1. Funções principais e indicadores físicos e químicos para avaliar a qualidade do solo
em Mata, Cabruca e Policultivo

Peso Peso
Funções Indicador 1º Indicador 2º Peso (B2)
(A) (B1)
Densidade do solo 0,2
Matéria orgânica 0,3
Receber, armazenar e Argila 0,3
0,25
suprir água
Equivalente de umidade 0,1
Porosidade Total 0,1
Densidade do solo 0,25
Matéria orgânica 0,25
pH 0,33
3+
Acidez /Toxidez de Al 0,25 H+Al 0,33
Promover crescimento das 3+
0,25 Al 0,33
raízes
P 0,4
+
K 0,1
Nutrientes minerais 0,25
Ca2+ 0,4
2+
Mg 0,1
Matéria orgânica 0,25
CTC pH 7,0 0,25
P 0,3
Armazenar suprir e ciclar K +
0,2
0,25
nutrientes Nutrientes minerais 0,4 2+
Ca 0,3
2+
Mg 0,2
3+
Saturação por Al 0,1
pH 0,25
P 0,3
+
Promover atividade K 0,2
0,25 Nutrientes minerais 0,25 2+
biológica Ca 0,3
2+
Mg 0,2
Matéria orgânica 0,5

Os valores determinados para cada indicador são transformados em escores que


variam de 0 a 1, por meio das funções de pontuação padronizada que foram definidas ou
personalizadas para cada indicador, conforme apresentado a seguir: (1) mais é melhor,
24

indicada para padronizar escores para propriedades do solo em que a qualidade do solo está
associada a maiores valores das mesmas, como é o caso da capacidade de troca de cátions,
saturação por bases e matéria orgânica; 2) menos é melhor, utilizada para propriedades do
solo em que a qualidade do solo está associada a menores valores das mesmas, como é o caso
da densidade do solo e saturação por alumínio; e 3) valor ótimo, utilizada para propriedades
do solo que tem um efeito positivo crescente na qualidade do solo até um valor ótimo, a partir
do qual sua influência é negativa, como é o caso do pH em água.

Mais é Melhor Valor Ótimo


1,00 Menos é Melhor
1,00
Escore Padronizado

Escore Padronizado

0,75 1,00
0,75

Escore Padronozado
0,50 0,75
0,50
0,25 0,50
0,25
0,00 0,25
0,00 0,00
0 1 2 3
0 15 30 45 60 75 0 5 10 15
Matéria Orgânica (%)
pH
Saturação Al (%)

Figura 3. Tipos de funções de padronização de escores utilizadas para cálculo de índice de


qualidade do solo: mais é melhor; menos é melhor; e valor ótimo (KARLEN e
STOTT, 1994).

A forma das curvas (Figura 3) é gerada da equação de pontuação e determinada pelos


valores críticos que incluem os valores limites. Os valores da linha-base são as propriedades
do solo onde a função de pontuação é igual a 0,5 e equivale aos pontos médios entre os
valores-limites da propriedade do solo considerada. A inclinação da curva de pontuação na
linha-base pode ser determinada usando funções otimizadas mediante planilhas eletrônicas
(GLOVER et al., 2000).
Os valores de limite crítico são baseados no parecer especializado, em publicações, e
em valores medidos ou observados em situação quase ideal para condições específicas do
solo.
Os valores dos parâmetros usados para a construção das funções de pontuação para
cada indicador analisado (Tabela 2), com o tipo de curva, os limites críticos superiores e
inferiores, o valor ótimo e a declividade das curvas que foram ajustadas para as características
do solo de mata tropical, utilizadas como indicadores na definição do IQS das profundidades
P1, P2 e P3, considerando para a P1 condições do horizonte A e para P2 e P3 condições do
horizonte B, com base nas literaturas da Comissão Estadual de Fertilidade do Solo para
recomendação de adubação para o Estado da Bahia (1979), da Comissão de Fertilizantes do
Solo para o Estado de Minas Gerais para recomendações para uso de corretivos e fertilizantes
25

em Minas Gerais (1989) e da CEPLAC em Normas para a utilização de fertilizantes e


corretivos na região cacaueira (1978).

Tabela 2. Parâmetros das funções de pontuação dos indicadores de qualidade do solo da área
de Mata, Cabruca e Policultivo

Limites Críticos Inclinação


Valores Valores
Indicador Tipo de curva Horizontes da tangente
Iniciais Inferior Superior Ótimos da curva
Menos é
Ds (g cm-3) 0 A/B 1,1 -1,6683
melhor
Argila (g kg-1) Valor Ótimo 0 A/B 300 600 500 0,1251
Menos é
Sat. por Al3+ (%) 0 A/B 30 -0,0626
melhor
Menos é
Al3+(cmolc kg-1) 0 A/B 0,5 -5,0050
melhor
Eq. Umid. (m³m-³) Mais é melhor 0 A/B 0,20 0,0834

Pt (%) Mais é melhor 0 A/B 60 1,1375


0 A 5 9 7 0,5005
pH Valor Ótimo
0 B 4 9 6,5 0,5561
0 A 10 0,1251
P (mg dm-³) Mais é melhor
0 B 2,5 0,1726
CTC (cmolc kg-1) Mais é melhor 0 A/B 4,5 0,5005
-1 0 A 0,40 0,0278
K (cmolc kg ) Mais é melhor
0 B 0,25 0,0391
0 A 2 0,5005
Ca (cmolc kg-1) Mais é melhor
0 B 1 0,5005
0 A 0,5 0,5005
Mg (cmolc kg-1) Mais é melhor
0 B 0,1 0,5005
Menos é 0 A 4 -0,6256
H+Al (cmolc kg-1)
melhor 0 B 2 -0,5005
MO (%) Mais é melhor 0,1 A/B 2 1,7875

Faz-se necessária a padronização dos valores observados para os indicadores


selecionados, para escores variando de 0 a 1, em razão das diferentes unidades de medição
utilizadas para cada um deles. As curvas de definição de escores são geradas com base na
equação matemática desenvolvido por Wymore (1993), citado por Glover (2000).
Para aplicar a equação de Wymore, utilizada para padronização dos escores, é
necessário calcular a inclinação da tangente da curva de pontuação no valor crítico do
indicador, expressado:
26

1
log ( x ) − 1
( )=
B− L
log . 2(B + x − 2L)
x− L

(Eq.1)
E logo depois aplicar o modelo de equação de Wymore para calcular os valores
observados dos indicadores em escores padronizados:

1
= ( )
1+ B− L / x− L
(Eq.2)
onde n é o escore padronizado, B é o valor crítico do indicador, cujo escore padronizado é
0,5, L é o valor inicial, S é a declividade da tangente da curva no valor crítico do indicador e x
é o valor do indicador observado ou medido.
Após padronização dos indicadores em escores, utilizando o modelo de Karlen e
Stott (1994), Souza (2003) propõe que a qualidade do solo (Q) seja calculada em duas
etapas, como segue:

q FPn = I¹ x W¹ + ....+ I n x Wn (1ª etapa)

(Eq.3)

Q=q FP1 x (w¹) + q FP2 x (w²) + .... + q FPn (wn ) (2ª etapa)
(Eq.4)
onde, q (FPn) são as funções principais estabelecidas, In são os escores padronizados para os
indicadores de qualidade associados a cada função principal, Wn são os ponderadores
associados a cada indicador ou a cada função principal e Q é o índice de qualidade de solo.
Os escores encontrados de cada indicador foram multiplicados por um peso relativo à
importância atribuída. O somatório do produto dos indicadores desta função constituiu no
escore da função. Da mesma forma, para cada função, o peso atribuído foi multiplicado pelo
escore encontrado da função que constituiu o sub-índice de performance da função do solo. A
soma desses sub-índices originou o IQS conforme exemplo apresentado na Tabela 3. A soma
dos ponderadores das funções principais e de todos os indicadores associados a uma única
função, na metodologia proposta por Karlen e Stott (1994), exige que seja sempre igual a 1.
Desse modo, o IQS apresentará valores compreendidos entre 0 e 1.
27

Portanto, quando um solo preencher todas as funções consideradas importantes o


resultado do IQS será 1 ao contrário, quando o IQS é zero ou um valor próximo, indica
limitações ou baixa qualidade do solo (KARLEN e STOTT, 1994).
Utilizamos uma graduação para o IQS baseado em Souza, 2005 que propõe para um
IQS menor ou igual a 0,5 ruim, 0,51 a 0,7 regular e acima de 0,71 ótima.
Foram utilizadas planilhas eletrônicas totalmente associadas do software Excel
(Microsoft EXCEL, 2007) para a realização do cálculo dos IQS e respectivas análises
estatísticas, contendo: 1) as funções de pontuação padronizada; 2) os valores observados
obtidos nas análises de solo para todos os indicadores das funções que integram o modelo; 3)
os valores dessas características padronizadas entre 0 e 1 por meio das funções de pontuação;
4) o modelo de índice de qualidade do solo.
A utilização do software Excel facilitou o cálculo e a análise dos IQS. Assim, qualquer
modificação no modelo, nos valores dos parâmetros das funções de pontuação, e dos valores
obtidos das análises, faz com que os índices sejam automaticamente recalculados e
analisados.
28

Tabela 3. Cálculo do índice de qualidade de solo (IQS), utilizando os valores observados na profundidade de 10 a 30 cm da área de Policultivo.

Peso Escores Soma Soma


Peso Indicador Peso Valores
Funções Indicador 1º Padronizado B2 X C % indicador (B1) X ( C) % (B1)X( C) = DXA % IQS
(A) (B1) 2º (B2) Observados
(C) 2 (D)
Densidade do solo 0,2 1,22 0,32 0,065 23
Matéria orgânica 0,3 1,28 0,01 0,002 1
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 26,33 0,38 0,115 42 0,2755 0,0689 24
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 20,44 0,51 0,051 19
Porosidade Total 0,1 0,53 0,43 0,043 15
Densidade do solo 0,25 1,22 0,32 0,081 36
Matéria orgânica 0,25 1,28 0,01 0,002 1
pH 0,33 4,63 0,80 0,2631 99
Acidez /Toxidez de Al3+ 0,25 H+Al 0,33 5,03 0,00 0,0005 0 0,2660 0,0665 30
Promover crescimento
0,25 Al3+ 0,33 0,77 0,01 0,0024 1 0,2241 0,0560 19
das raízes
P 0,4 0,67 0,17 0,0663 22
K+ 0,1 0,08 0,00 0,0000 0
Nutrientes minerais 0,25 0,3009 0,0752 34
Ca2+ 0,4 0,83 0,42 0,1681 56
Mg2+ 0,1 0,40 0,66 0,0665 22 0,2922
Matéria orgânica 0,25 1,28 0,01 0,002 0
CTC pH 7,0 0,25 6,35 0,97 0,243 62
P 0,3 0,67 0,17 0,0497 16
Armazenar suprir e
0,25 K+ 0,2 0,08 0,00 0,0000 0 0,3894 0,0973 33
ciclar nutrientes Nutrientes minerais 0,4 0,3088 0,1235 32
Ca2+ 0,3 0,83 0,42 0,1261 41
Mg2+ 0,2 0,40 0,66 0,1330 43
Saturação por Al3+ 0,1 37,78 0,21 0,021 6
pH 0,25 4,63 0,80 0,199 71
P 0,3 0,67 0,17 0,0497 16
Promover atividade K+ 0,2 0,08 0,00 0,0000 0
0,25 Nutrientes minerais 0,25 0,3088 0,0772 28 0,2799 0,0700 24
biológica Ca2+ 0,3 0,83 0,42 0,1261 41
Mg2+ 0,2 0,40 0,66 0,1330 43
Matéria orgânica 0,5 1,28 0,01 0,003 1
29

3.4. Cobertura vegetal da Cabruca

No estudo fitossociológico das áreas caracterizadas como C1 e C2 foram


avaliadas as 3 parcelas de 1.250 m2 (25x50 m), totalizando uma área de 3.750 m2 em
cada cabruca. Estas parcelas são as mesmas parcelas onde houve a coleta do solo.
Os atributos da cobertura vegetal do dossel superior a serem avaliados e
correlacionados com o índice de qualidade do solo nas Cabrucas, foram representados
pelos dados da vegetação arbórea com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 15,0 cm, a
1,30 m do solo. Estas foram mensuradas e identificadas, e realizada a classificação das
espécies.

3.5. Estatística

Os IQS foram submetidos à análise de variância (ANOVA). Para identificar


variações nos índices de qualidade do solo, em função do sistema de uso, as médias
foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância, comparando-se as
parcelas Cabruca1 x Mata x Policultivo, Cabruca1 X Cabruca2, Cabruca1 X Mata X
Cabruca2 X Policultivo, nas profundidades P1, P2 e P3 e na média das três
profundidades.
30

4. RESULTADO S E DISCUSSÃO

4.1. Avaliação da qualidade do solo no Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico nas


três áreas do PA Frei Vantui: Cabruca X Mata X Policultivo

Os resultados obtidos para as três parcelas do PA Frei Vantui, a Cabruca 1, a


Mata e o Policultivo, instalado em um Argissolo Vermelho-Amarelo, apresentaram na
profundidade 1 (0-10 cm) valores de IQS que diferiram, na seguinte ordem decrescente:
Cabruca 1(C1) = Policultivo (Po) > Mata (M). Entretanto na profundidade 2 (10-30 cm)
e profundidade 3 (30-50 cm), não houve diferença entre os IQS. Estes resultados estão
nas Tabelas 4,5 e 6.
Na Tabela 4 verifica-se que a parcela de Mata apresentou o menor valor de IQS,
e que as funções Promover Crescimento das Raízes (PCR) e Receber, Armazenar e
Suprir Água (RASA) apresenta diferença em relação a Cabruca e ao Policultivo. Os
indicadores que diferiram entre as parcelas, e que influenciaram o baixo valor do IQS na
mata, referem-se à acidez/toxidez do alumínio, à concentração de cálcio e magnésio, o
pH e à saturação por alumínio, e isto reforça os estudos realizados por Feitosa (2004)
que observou problemas de acidez (pH 4,7), altos teores de alumínio trocável em um
fragmento de Mata Atlântica, mas não condiz com os estudos de Araújo et al. (2004)
em que as áreas de mata apresentaram menores teores de alumínio trocável.
O solo de mata é um solo com pouca ou nenhuma intervenção, boa cobertura
vegetal, presença de serrapilheira, que favorece a fauna do solo, que em muitas
situações tem efeito significativo na estrutura e nas propriedades funcionais do solo
segundo estudos de Hendrix, 1999. No entanto observamos nas tabelas 4, 5 e 6 que este
31

solo teve os menores valores de IQS em todas as profundidades. Quando analisamos as


funções separadamente também é observado o mesmo resultado, e quando analisamos
os indicadores individuais apenas na profundidade de 0 a 10 cm a densidade Tem um
índice superior a cabruca e ao policultivo.
As funções Armazenar, Suprir e Ciclar Nutriente (ASCN) e Promover Atividade
Biológica (PAB) apresentaram na profundidade 1 um valor de IQS da Cabruca e do
policultivo acima de 0,71 e isto sugere um ótimo IQS e difere da Mata que apresentou
um IQS considerado médio (entre 0,50 e 0,70) e mostra que o indicador que influenciou
para que ocorra esta diferença foi a saturação por Al3+ e o teor de Ca2+ e Mg2+,
podendo-se pressupor que os solos na área de Cabruca sofreram influência da correção
do solo e a área de Policultivo da cinza resultante da queima da área para o plantio.
O valor do escore de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+) foram considerados baixos
(abaixo de 0,5), conseqüentemente restritivo à nutrição das plantas, com exceção da
Cabruca 1 em que o valor do escore nas três camadas foi ótimo ( acima de 0,71), tendo
a mata (M) apresentado baixos teores de Ca2+ nas três camadas , confirmando o que foi
encontrado por Araújo et al., 2004. Todos os tipos de uso do solo apresentaram maiores
teores de Ca2+ e Mg2+, sempre nos primeiros centímetros do solo, decrescendo com a
profundidade, exceto a área de cabruca. Este fato pode ser decorrente da lixiviação de
Ca2+ e Mg2+ para as camadas inferiores, provenientes da queima da vegetação
(Policultivo), da especificidade da reciclagem de cada cobertura vegetal ou mesmo da
decomposição do sistema radicular da mata primitiva (MIRANDA et al., 2007).
Observou-se que os teores de matéria orgânica do solo (MOS) apresentaram um
valor de escore bom (> 0,9) na profundidade 1 e valor baixo (< 0,01)nas profundidades
2 e 3 em todos os usos do solo ( C1, M e Po). Isto indica que a maior concentração de
MOS na profundidade 1 pode ser explicada pelo acúmulo de resíduos vegetais na
superfície, da matéria orgânica biodegradável e de carbono orgânico do solo, pois ao
longo do tempo os métodos de manejo ou uso do solo interferem tanto na quantidade
como na distribuição da MO no perfil do solo. Isso coincide com resultados encontrados
por Geraldes et al. (1995), em solos tropicais da Amazônia, como também está de
acordo com Houghton et al. (1991), para os quais ocorre o declínio no estoque de MOS
após conversão de florestas nativas em sistemas agrícolas. Em sistemas agrícolas, a
dinâmica da MOS é influenciada não só pelo manejo, por meio da seleção de culturas e
formas de preparo do solo, mas também pela adição de fertilizantes e materiais
32

orgânicos, que influenciam positivamente nos processos de decomposição e


mineralização da MOS (LEITE, 2003).
Os atributos químicos mostraram que, de maneira geral, os solos avaliados
apresentaram baixos níveis de fertilidade (escore dos indicadores abaixo de 0,50) e
caráter distrófico, podendo-se relacionar com os resultados obtidos no perfil do solo no
PA Frei Vantui e nas características do Argissolo Amarelo Distrófico típico, com argila
de atividade baixa, alta saturação por alumínio no horizonte B, quimicamente ácido,
pobre em bases trocáveis e fósforo no horizonte A (ARAUJO et al., 2004).
No que se refere aos atributos físicos, observamos que de modo geral foram
todos com um índice de qualidade abaixo de 0,5, com exceção da Argila e Eq.Um. na
profundidade 3 da Cabruca, Mata e Policultivo.

Tabela 4. Função e indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da


profundidade 1 (0 a 10 cm) da Cabruca 1(C1), Mata (M) e Policultivo (Po),
no PA Frei Vantui.

CABRUCA 1 - 0-10 cm MATA - 0-10 cm POLICULTIVO - 0-10 cm


Indicador Indicador Escores Escores Escores
Funções Soma Soma Soma
1º 2º Padronizado % % Padronizado % % Padronizado % %
(B1XC) (B1XC) (B1XC)
(C ) (C ) (C )
Ds 0,4797 19 0,5165 25 0,4256 18
MO 1,0000 58 0,8606 62 0,9914 64
RASA Argila 0,0004 0 0,5179 19 0,0001 0 0,4186 22 0,0032 0 0,4622 17
Eq.Um. 0,7444 14 0,0799 2 0,3245 7
Pt 0,4739 9 0,4917 12 0,4620 10
Ds 0,4797 19 0,5165 31 0,4256 16
MO 1,0000 39 0,8606 52 0,9914 38
pH 0,5967 0,2733 0,7661
Acidez/Tox
H+Al 0,0160 21 0,0272 9 0,5385 29
. Al3+
PCR Al3+ 1,0000 0,6365 23 0,1724 0,4114 22 1,0000 0,6461 24
P 0,0946 0,1111 0,0038
K+ 0,0000 0,0000 0,0000
NM 21 7 16
Ca2+ 0,9964 0,0539 0,8314
Mg2+ 0,9778 0,4666 0,7286
MO 1,0000 31 0,8606 40 0,9914 33
CTC pH
1,0000 31 0,9831 45 0,9994 33
7,0
P 0,0946 0,1111 0,0038
ASCN K+ 0,0000 0,8091 29 0,0000 0,5441 29 0,0000 0,7562 29
NM 26 10 21
Ca2+ 0,9964 0,0539 0,8314
Mg2+ 0,9778 0,4666 0,7286
Sat.Al3+ 1,0000 12 0,2602 5 1,0000 13
pH 0,5967 19 0,2733 13 0,7661 24
P 0,0946 0,1111 0,0038
K+ 0,0000 0,0000 0,0000
PAB NM 17 0,7799 28 7 0,5343 28 13 0,7863 30
Ca2+ 0,9964 0,0539 0,8314
Mg2+ 0,9778 0,4666 0,7286
MO 1,0000 64 0,8606 81 0,9914 63
IQS 0,6859 a 0,4771 b 0,6627 a

RASA = Receber, armazenar e suprir água, PCR = Promover o Crescimento das Raízes, ASCN
= Armazenar suprir e ciclar nutrientes, PAB = Promover atividade biológica, Ds = densidade do solo,
MO = Matéria Orgânica, NM = Nutrientes Minerais, Eq. Um. = Equivalente de Umidade, CTC =
capacidade de troca catiônica. O B1 refere-se ao peso do 1º indicador definido e apresentado na Tabela 1.
33

Tabela 5.Função e indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da


profundidade 2 (10 a 30 cm) da Cabruca 1(C1), Mata (M) e Policultivo (Po),
no PA Frei Vantui.
CABRUCA 1 - 10 a 30 cm MATA - 10 a 30 cm POLICULTIVO - 10 a 30 cm
Indicador Indicador
Funções Escores Soma Escores Soma Escores Soma
1º 2º % % % % % %
Padronizado (B1XC) Padronizado (B1XC) Padronizado (B1XC)
Ds 0,2962 21 0,1682 28 0,3228 23
MO 0,0013 0 0,0002 0 0,0067 1
RASA Argila 0,3369 35 0,2888 20 0,0031 1 0,1214 17 0,3836 42 0,2755 24
Eq.Um. 0,8598 30 0,4856 40 0,5113 19
Pt 0,4211 15 0,3815 31 0,4266 15
Ds 0,2962 28 0,1682 27 0,3228 36
MO 0,0013 0 0,0002 0 0,0067 1
pH 0,9303 0,7857 0,7972
Acidez/Tox
3+ H+Al 0,0057 29 0,0141 42 0,0015 30
. Al 3+
PCR Al 0,0058 0,2661 19 0,0000 0,1559 21 0,0072 0,2241 19
P 0,1656 0,2484 0,1656
K+ 0,0000 0,0000 0,0000
NM 2+ 43 31 34
Ca 0,7266 0,0911 0,4203
2+
Mg 0,9943 0,5534 0,6649
MO 0,0013 0 0,0002 0 0,0067 0
CTC pH
0,9994 48 0,5885 63 0,9710 62
7,0
P 0,1656 36 0,2484 0,1656
ASCN K
+
0,0000 0 0,5201 37 0,0000 0,2322 32 0,0000 0,3894 33
NM 2+ 37 32
Ca 0,7266 0 0,0911 0,4203
2+
Mg 0,9943 0 0,5534 0,6649
3+
Sat.Al 0,8326 16 0,0000 0 0,2144 6
pH 0,9303 66 0,6884 76 0,7972 71
P 0,1656 0,2484 0,1656
K+ 0,0000 0,0000 0,0000
PAB NM 33 0,3498 25 24 0,2253 31 28 0,2799 24
Ca2+ 0,7266 0,0911 0,4203
2+
Mg 0,9943 0,5534 0,6649
MO 0,0013 0 0,0002 0 0,0067 1
IQS 0,3562 a 0,1837 b 0,2922 a

RASA = Receber, armazenar e suprir água, PCR = Promover o Crescimento das Raízes, ASCN
= Armazenar suprir e ciclar nutrientes, PAB = Promover atividade biológica, Ds = densidade do solo,
MO = Matéria Orgânica, NM = Nutrientes Minerais, Eq. Um. = Equivalente de Umidade, CTC =
capacidade de troca catiônica. O B1 refere-se ao peso do 1º indicador definido e apresentado na Tabela 1.
34

Tabela 6.Função e Indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da


profundidade 3 (30 a 50 cm) da Cabruca 1(C1), Mata (M) e Policultivo (Po),
no PA Frei Vantui

CABRUCA 1 - 30 a 50 cm MATA - 30 a 50 cm POLICULTIVO - 30 a 50 cm


Indicador Indicador
Funções Escores Soma Escores Soma Escores Soma
1º 2º % % % % % %
Padronizado (B1XC) Padronizado (B1XC) Padronizado (B1XC)
Ds 0,3959 20 0,1543 10 0,3379 18
MO 0,0016 0 0,0001 0 0,0071 1
RASA Argila 0,5835 44 0,3986 27 0,5509 55 0,2982 33 0,5993 49 0,3668 32
Eq.Um. 0,9849 25 0,6500 22 0,7349 20
Pt 0,4542 11 0,3703 12 0,4378 12
Ds 0,3959 36 0,1543 29 0,1988 29
MO 0,0016 0 0,0001 0 0,0071 1
pH 0,9262 0,8313 0,7972
Acidez/Tox
H+Al 0,0006 28 0,0079 51 0,0021 39
. Al3+
PCR Al3+ 0,0000 0,2773 19 0,0000 0,1353 15 0,0000 0,1690 15
P 0,0000 0,0828 0,0828
K+ 0,0000 0,0000 0,0000
NM 37 20 31
Ca2+ 0,7652 0,0490 0,2622
2+
Mg 0,9985 0,5706 0,6844
MO 0,0016 0 0,0001 0 0,0071 1
CTC pH
1,0000 55 0,7593 76 0,9434 70
7,0
P 0,0000 0,0828 0,0828
ASCN K+ 0,0000 0,4547 31 0,0000 0,2513 28 0,0000 0,3351 30
NM 38 24 29
Ca2+ 0,7652 0,0490 0,2622
Mg2+ 0,9985 0,5706 0,6844
Sat.Al3+ 0,3263 7 0,0000 0 0,0128 0
pH 0,9262 68 0,7281 83 0,7972 76
P 0,0000 0,0828 0,0828
K+ 0,0000 0,0000 0,0000
PAB NM 32 0,3397 23 17 0,2205 24 23 0,2630 23
Ca2+ 0,7652 0,0490 0,2622
Mg2+ 0,9985 0,5706 0,6844
MO 0,0016 0 0,0001 0 0,0071 1
IQS 0,3676 a 0,2639 b 0,2834 ab

RASA = Receber, armazenar e suprir água, PCR = Promover o Crescimento das Raízes, ASCN
= Armazenar suprir e ciclar nutrientes, PAB = Promover atividade biológica, Ds = densidade do solo,
MO = Matéria Orgânica, NM = Nutrientes Minerais, Eq. Um. = Equivalente de Umidade, CTC =
capacidade de troca catiônica. O B1 refere-se ao peso do 1º indicador definido e apresentado na Tabela 1.

4.2. Avaliação da qualidade do solo entre a Cabruca 1 (Argissolo Vermelho-


Amarelo Distrófico) no PA Frei Vantui e a Cabruca 2 (Cambissolo Háplico
Distrófico) na Fazenda Hiawatha

Os resultados obtidos para as duas áreas de Cabruca (Tabela 7 a 9) mostraram


que todos os índices de qualidade encontrados na profundidade 1 foram acima de 0,50 e
na profundidade 2 e 3 foram menores do que 0,5, na seguinte ordem decrescente:
Profundidade 1: C1 (0,6859) > C2 (0,5847); Profundidade 2: C1 (0,3562) > C2 (0,3560)
e profundidade 3 C1 (0,3676) > C2 (0,3285). Portanto, a C1 foi a que apresentou maior
IQS, o que não era a expectativa inicial em função das avaliações visuais prévias, como
cobertura arbórea, estado vegetativo e nutricional dos cacaueiros e ervas indicadoras de
aspectos físicos e químicos do solo como o cansanção (Cnidoscolus urens)
35

característico de solo bom para cultivo de cacau ou samambaia (Pteridium aquilinum),


Rabo-de-raposa (Conyza bonariensis), vassourinha (Sida acuta) característicos de solos
ácidos, compactados e pobres em matéria orgânica.
Na Tabela 7 verifica-se nas funções PCR, ASCN e PAB a C2 apresentou
valores de IQS menores do que a C1. E observa-se que os indicadores Ca2+, Mg2+,
Al3+, pH e saturação por Al3+ apresentaram valores mais baixos na C2, e isto nos
permite concluir que estes indicadores foram os responsáveis pelo baixo IQS da C2.
Verifica-se na C1 o reflexo da calagem realizada há 2 anos, onde Ca2+, Mg2+, Al3+, pH e
saturação por Al3+ apresentaram valores de IQS mais elevados, mostrando que
provavelmente estes indicadores tiveram grande reflexo no índice final de qualidade
deste solo. Isso foi constatado principalmente na profundidade de 0–10 cm, onde há
maior influência da calagem, ou seja, maior conteúdo de Ca2+.
O teor de P encontrado foi muito baixo nas duas áreas, apesar de mostrar
diferença nas profundidades 1 e 2 da C1, com valores maiores em relação aos
encontrados na C2, podendo estar relacionado, esta pequena diferença, a adubação
fosfatada ocorrida há dois anos naquela área.
Os resultados evidenciam que, de maneira geral, a MOS baixou com a
profundidade do solo, demonstrando que a quantidade encontrada de MOS disponível
no sistema foi fator preponderante para as diferenças verificadas no perfil. Nota-se, nas
Tabelas de 7 a 9, que a porcentagem de participação da MOS no IQS das funções
principais na profundidade 1 foi acima de 31% em todas as funções principais, na
seguinte ordem: C1, PAB (64%) > PCR ( 39%) > RASA (58%) > ASCN ( 31%) e na
C2, PAB (83%) > PCR (61%) > ASCN (42%) > RASA (40%). Entretanto nas
profundidades 2 e 3 há uma queda acentuada do teor de MOS e a porcentagem de
participação no IQS baixa para 0% na C1 e menos de 12% na C2 para composição do
índice de qualidade do solo. Estes resultados confirmam os obtidos por Brito (2005),
em que os teores de MOS foram maiores na camada mais superficial do solo das áreas
de floresta, relacionando ao efeito da serrapilheira nestas condições. Souza (1996)
também encontrou este comportamento em um Argissolo Amarelo localizado em Feira
de Santana – BA e Umbaúba – SE, e Corrêa et al. (2006) em sistemas agroflorestais em
Rondônia.
Os atributos químicos mostraram que, de maneira geral, os solos avaliados
apresentaram baixos níveis de fertilidade e caráter distrófico. Álvares et al. (1999),
estudando um Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, na região de Camacan, Bahia,
36

identificaram que a acidez nas camadas subsuperficiais de 20 a 40 cm dificulta a


penetração de raízes, devido aos baixos teores de cálcio e elevados teores de alumínio
de Al3+ e/ou saturação por Al3+. Esta acidez pode provocar diminuição na produção,
principalmente em regiões susceptíveis a ocorrências de veranicos, já que, quanto
menor for o aprofundamento do sistema radicular, menor será o volume de solo
explorado, provocando uma menor disponibilidade de água e nutrientes para o
cacaueiro.
Os atributos físicos do solo mostraram que o teor de Argila variou entre a
Cabruca 1 e a Cabruca 2 nas três profundidades analisadas (Tabela 7, 8 e 9). A Cabruca
1 apresentou um índice abaixo de 0,5 e a Cabruca 2 um índice considerado ótimo acima
de 0,71. Para os outros indicadores físicos a Ds e Pt obtiveram índices ruim abaixo de
05, nas três profundidades e o Eq. Um. Índices considerados ótimos também nas três
profundidades.
37

Tabela 7. Função e indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da camada


1 (0 a 10 cm) da Cabruca 1(C1) e da Cabruca 2(C2), das áreas estudadas

CABRUCA 1 - 0-10 cm CABRUCA 2 - 0-10 cm


Indicador Indicador Escores Escores
Funções Soma Soma
1º 2º Padronizado % % Padronizado % %
(B1XC) (B1XC)
(C ) (C )
Ds 0,4797 19 0,4111 11
MO 1,0000 58 0,9956 40
RASA Argila 0,0004 0 0,5179 19 0,7841 32 0,7408 32
Eq.Um. 0,7444 14 0,7988 11
Pt 0,4739 9 0,4472 6
Ds 0,4797 19 0,4111 25
MO 1,0000 39 0,9956 61
pH 0,5967 0,2448
Acidez/Tox
3+ H+Al 0,0160 21 0,0001 5
. Al 3+
PCR Al 1,0000 0,6365 23 0,0000 0,4050 17
P 0,0946 0,0118
+
K 0,0000 0,0000
NM 2+ 21 8
Ca 0,9964 0,1699
2+
Mg 0,9778 0,5993
MO 1,0000 31 0,9956 42
CTC pH
1,0000 31 1,0000 42
7,0
P 0,0946 26 0,0118
ASCN K
+
0,0000 0 0,8091 29 0,0000 0,5904 25
NM 2+ 12
Ca 0,9964 0 0,1699
2+
Mg 0,9778 0 0,5993
3+
Sat.Al 1,0000 12 0,2171 4
pH 0,5967 19 0,2448 10
P 0,0946 0,0118
+
K 0,0000 0,0000
PAB NM 2+ 17 0,7799 28 7 0,6026 26
Ca 0,9964 0,1699
2+
Mg 0,9778 0,5993
MO 1,0000 64 0,9956 83
IQS 0,6859 a 0,5847 b

RASA = Receber, armazenar e suprir água, PCR=Promover o Crescimento das Raízes, ASCN =
Armazenar suprir e ciclar n utrientes, PAB= Promover atividade biológica, Ds= densidade do solo, MO=
Matéria Orgânica, NM = Nutrientes Minerais, Eq. Um.= Equivalente de Umidade, CTC = capacidade de
troca catiônica. O B1 refere-se ao peso do 1º indicador indicado na Tabela 1.
38

Tabela 8. Função e indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da camada


2 (10 a 30 cm) da Cabruca 1 (C1) e da Cabruca 2 (C2), das áreas estudadas

CABRUCA 1 - 10 a 30 cm CABRUCA 2 - 10 a 30 cm
Indicador Indicador
Funções Escores Soma Escores Soma
1º 2º % % % %
Padronizado (B1)X( C) Padronizado (B1XC)
Ds 0,2962 21 0,4222 15
MO 0,0013 0 0,1093 6
RASA Argila 0,3369 35 0,2888 20 0,9998 54 0,5599 39
Eq.Um. 0,8598 30 0,9643 17
Pt 0,4211 15 0,4624 8
Ds 0,2962 28 0,4222 46
MO 0,0013 0 0,1093 12
pH 0,9303 0,7627
Acidez/Tox
3+ H+Al 0,0057 29 0,0000 27
. Al 3+
PCR Al 0,0058 0,2661 19 0,0000 0,2292 16
P 0,1656 0,0000
+
K 0,0000 0,0000
NM 2+ 43 15
Ca 0,7266 0,1867
2+
Mg 0,9943 0,5894
MO 0,0013 0 0,1093 8
CTC pH
0,9994 48 0,9967 72
7,0
P 0,1656 36 0,0000
ASCN K
+
0,0000 0 0,5201 37 0,0000 0,3461 24
NM 2+ 20
Ca 0,7266 0 0,1867
2+
Mg 0,9943 0 0,5894
3+
Sat.Al 0,8326 16 0,0000 0
pH 0,9303 66 0,7627 66
P 0,1656 0,0000
+
K 0,0000 0,0000
PAB NM 2+ 33 0,3498 25 15 0,2888 20
Ca 0,7266 0,1867
2+
Mg 0,9943 0,5894
MO 0,0013 0 0,1093 19
IQS 0,3562 a 0,3560 a

RASA = Receber, armazenar e suprir água, PCR=Promover o Crescimento das Raízes, ASCN =
Armazenar suprir e ciclar nutrientes, PAB= Promover atividade biológica, Ds= densidade do solo, MO=
Matéria Orgânica, NM = Nutrientes Minerais, Eq. Um.= Equivalente de Umidade, CTC = capacidade de
troca catiônica. O B1 refere-se ao peso do 1º indicador indicado na Tabela 1.
39

Tabela 9. Função e indicadores para cálculo do índice de qualidade do solo da camada


3 (30 a 50 cm) da Cabruca 1(C1) e da Cabruca 2(C2), das áreas estudadas

CABRUCA 1 - 30 a 50 cm CABRUCA 2 - 30 a 50 cm
Indicador Indicador
Funções Escores Soma Escores Soma
1º 2º % % % %
Padronizado (B1)X( C) Padronizado (B1)X( C)
Ds 0,3959 20 0,4798 18
MO 0,0016 0 0,0072 0
RASA Argila 0,5835 44 0,3986 27 1,0000 55 0,5440 41
Eq.Um. 0,9849 25 0,9821 18
Pt 0,4542 11 0,4770 9
Ds 0,3959 36 0,4798 55
MO 0,0016 0 0,0072 1
pH 0,9262 0,8134
Acidez/Tox
3+ H+Al 0,0006 28 0,0003 31
. Al 3+
PCR Al 0,0000 0,2773 19 0,0000 0,2181 17
P 0,0000 0,0000
+
K 0,0000 0,0000
NM 2+ 37 13
Ca 0,7652 0,1543
2+
Mg 0,9985 0,5519
MO 0,0016 0 0,0072 1
CTC pH
1,0000 55 0,9659 79
7,0
P 0,0000 38 0,0000
ASCN K
+
0,0000 0 0,4547 31 0,0000 0,3060 23
NM 2+ 20
Ca 0,7652 0 0,1543
2+
Mg 0,9985 0 0,5519
3+
Sat.Al 0,3263 7 0,0000 0
pH 0,9262 68 0,8134 83
P 0,0000 0,0000
+
K 0,0000 0,0000
PAB NM 2+ 32 0,3397 23 16 0,2461 19
Ca 0,7652 0,1543
2+
Mg 0,9985 0,5519
MO 0,0016 0 0,0072 1
IQS 0,3676 a 0,3285 a

RASA = Receber, armazenar e suprir água, PCR=Promover o Crescimento das Raízes, ASCN =
Armazenar suprir e ciclar nutrientes, PAB= Promover atividade biológica, Ds= densidade do solo, MO=
Matéria Orgânica, NM = Nutrientes Minerais, Eq. Um.= Equivalente de Umidade, CTC = capacidade de
troca catiônica. O B1 refere-se ao peso do 1º indicador definido e apresentado na Tabela 1.
40

4.3. Avaliação da influência da cobertura arbórea da cabruca na qualidade do solo

Na cabruca 1 (PA Frei Vantui), na área das três parcelas (3750 m²), foram
encontrados 33 indivíduos, pertencentes a 12 espécies e 10 famílias (Tabela 10). A
espécie que apresentou maior DAP (365 cm) foi o Ficus gomelleira. A maior freqüência
(21%) foi da espécie Artorcarpus heterophyllus e Spondias lútea. A família Moraceae
apresentou o maior número de indivíduos (12), e o maior número de espécies (2).
Foram incluídos na contagem cinco indivíduos na forma de hemiepífita, pertencentes à
espécie Ficus gomelleira.
Nas três parcelas (3750 m²) da cabruca 2 (Fazenda Hiawatha), encontrou-se um
total de 33 indivíduos, pertencentes a 15 espécies e 10 famílias. A espécie que
apresentou maior DAP (435 cm) foi o Sloanea obtusifolia. A maior freqüência (18%)
foi da espécie Caesalpinia echinata. A família Leguminosae apresentou o maior
número de indivíduos (20), e o maior número de espécies (7).
Observa-se que as áreas de cabruca apresentaram um menor número de espécies
comparadas com áreas de floresta nativa. E ocorre invasão de espécies pioneiras,
secundárias e exóticas. Entre as 27 espécies encontradas, 20 são naturais das florestas
primárias da região. Algumas espécies, porém, apresentam indivíduos jovens,
mostrando que conseguem se reproduzir na cabruca.
Do total das espécies observadas, apenas três, o cedro (Cedrella fissilis), a
sapucaia (Lecythis pisonis) e a jaqueira (Artocarpus heterophillus) apresentaram
ocorrência comum às duas áreas.
Dentre todas as espécies observadas, evidenciam-se Caesalpinia echinata (pau-
brasil), Ficus gomelleira (gameleira) e Artocarpus heterophyllus (jaqueira). Pau-brasil é
a mais importante, não só pelo valor cultural-econômico, mas também por estar listada
pelo IBAMA (1992), como uma espécie em extinção.
A F. gomelleira apresentou boa distribuição e, normalmente, os levantamentos
feitos na região detectam suas ocorrências, tais como os de Alvim (1966), Vinhas e
Silva (1982), entre outros. Sambuichi (2002) observou que as espécies acima citadas
encontravam-se entre as quatro mais abundantes em uma área de cacau-cabruca no
Município de Ilhéus, BA.
41

Tabela 10. Cobertura vegetal arbórea na Cabruca 1 (PA Frei Vantui) e na Cabruca 2
(Fazenda Hiawatha)

Área Família Nome Popular Nome científico % Quantidade Média dap/cm


Annonaceae Jangada-Preta Rollinia laurifolia 12 4 94
Anacardiaceae Cajá Spondias lutea 21 7 97
Araliaceae Matatauba Schefflera morototoni 6 2 72
Bignoniaceae Páu D'arco Tabebuia sp. 3 1 117
Lecythidaceae Sapucaia Lecythis pisonis 3 1 264
Leg. Caesalpinoideae Cobi Senna multijuga 3 1 54
Cabruca 1 Leg. Caesalpinoideae Pinho Schizolobium parahyba 3 1 192
Meliaceae Cedro Cedrela fissilis 3 1 90
Moraceae Gameleira Ficus gomelleira 15 5 365
Moraceae Jaqueira Artorcarpus heterophyllus 21 7 115
Rubiaceae Jenipapo Genipa americana 3 1 117
Simaroubaceae Pau Paraíba de espinho Simarouba versicolor 6 2 28
10 famílias 12 espécies 33 134
Anacardiaceae Aderno Myracrodruon urundeuva 3 1 389
Caricaeae Mamão-de-Veado Jacaratia heptaphylla 3 1 175
Elaeocarpaceae Gindiba Sloanea obtusifolia 3 1 435
Euphorbiaceae Seringa Hevea brasiliensis 3 1 80
Lauraceae Abacate Persea americana 3 1 42
Lecythidaceae Sapucaia Lecythis pisonis 6 2 292
Leg. Caesapinoideae Pau Brasil Caesalpinia echinata 18 6 164
Leg. Caesapinoideae Óleo Comumba Macrolobium latifolium 3 1 222
Cabruca 2 Leg. Mimosoideae Vinhatico Plathymenia foliolosa 12 4 202
Leg. Mimosoideae Ingá Inga sp. 3 1 40
Leguminosae-Papilionoideae Pau sangue Pterocarpus rhorii 12 4 218
Leguminosae-Papilionoideae Jacarandá-da-Bahia Dalbergia nigra 9 3 29
Leguminosae-Papilionoideae Putumuju Centrolobium robustum 3 1 91
Meliaceae Cedro Cedrela fissilis 3 1 108
Meliaceae Jaqueira Arthorcarpus heterophyllus 15 5 93
10 famílias 15 espécies 33 172

Os resultados obtidos para a diversidade são compatíveis aos obtidos em outras


áreas e chegam a ser comparáveis às áreas consideradas ricas em diversidade de
espécies. Entre elas, podem ser citados os resultados obtidos por Sambuichi (2002) em
uma área de cacau-cabruca em Ilhéus, BA.
A relação entre a abundância das espécies e as características edáficas não tem
sido muito estudada. Gama-Rodrigues et al. (2003) avaliaram a taxa de decomposição
dos folhedos da capoeira e da floresta natural e viram que as espécies poderiam ser
classificadas em grupos diferentes, quanto às características de cada um destes grupos à
tolerância ao Al+, à ciclagem de Ca, Mg, K e à associação simbiótica com micorrizas.
Corrêa et al. (2006) estudaram a ciclagem de nutrientes em sistema agroflorestal em
Rondônia e detectaram que a vegetação natural apresenta maior deposição de
serrapilheira, em comparação com espécies exóticas e fruteiras.
Os resultados de decomposição e liberação de nutrientes, observados em estudo
de Lima et al. (2003), revelaram um potencial de manipulação da serrapilheira dos
42

ecossistemas florestais estudados. Heal et al. (1997) encontraram, em folhedos


heterogêneos, que a transferência de nutrientes do material de alta qualidade para o de
baixa qualidade afetaria a disponibilidade dos elementos, pela maior conservação no
sistema solo-serrapilheira, e possivelmente elevaria a taxa de decomposição do
substrato mais recalcitrante, alterando subseqüentemente a qualidade da matéria
orgânica do solo. Nesse sentido, segundo Lima et al. (2003), estudando o plantio misto
de espécies nativas com folhedos de qualidades bastante distintas, recomenda-se que o
sistema ecológico aumentaria a eficiência da ciclagem de matéria orgânica e de
nutrientes, reproduzindo, em certo limite, as condições ecofisiológicas da floresta
natural.
Relacionando estes estudos com os dados encontrados entre C1 e C2 observa-se
que a C2 apresentou uma maior quantidade de espécies, maior média do DAP (172 cm),
maior quantidade de espécies de valor econômico, sua aparência é de uma área que mais
se assemelha a uma floresta natural, entretanto ela tem um IQS menor em relação a C2
na profundidade 1, que é a que mais é influenciada pelo folhedo das árvores (Tabela11).

Tabela 11. Resumo dos valores de IQS, Nº de árvores, espécies, famílias e média dos
DAP da Cabruca 1 e Cabruca 2.

Nº de Nº Nº Média IQS
Cabrucas Profundidade 1
árvores espécies famílias DAP
C1 33 13 10 1,23 0,6859
C2 33 15 10 1,72 0,5847

4.4. Avaliação da qualidade do solo na Cabruca 1 X Cabruca 2 X Mata X


Policultivo

Os valores encontrados do IQS apresentaram diferenças na profundidade P1 (0-


10 cm) comparados com os IQS das profundidades de P2 (10-30 cm) e P3 (30-50 cm)
(Tabela 12).
Comparando-se os IQS por profundidade observa-se que houve uma mudança
muito abrupta entre a P1 e as demais profundidades (P2 e P3). Fato que se repetiu na
Cabruca 1 e na Cabruca 2 com uma diferença menor.
43

Tabela 12. Índice de Qualidade do Solo das áreas de Cabruca 1, Cabruca 2, Mata e
Policultivo, nas profundidades P1, P2 e P3
Áreas
Profundidade
C1 M Po C2
P1 (0 -10 cm) 0,6859 a 0,4771 c 0,6627 ab 0,5847 b

P2 (10 -30 cm) 0,3562 a 0,1837 b 0,2922 a 0,356 a

P3 (30 -50 cm) 0,3676 a 0,2639 b 0,2834 ab 0,3285 ab

Letras iguais, na mesma linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Observa-se que houve diferença significativa no valor do IQS, entre as áreas


avaliadas em cada profundidade. A Mata teve o menor valor de IQS, abaixo do limite
crítico de 0,5, sendo considerado baixo IQS em todas as profundidades e diferindo
estatisticamente P1 e P2, mas diferindo apenas de C1 na P3.
Os solos de C2, C1, Po, apresentaram na P1 valores de IQS entre 0,58 e 0,69, o
que é considerado um valor regular. Quando se compara os IQS de cada área analisada
(Cabruca 1, Cabruca 2, Mata e Policultivo) nas profundidades P2 e P3, vizualiza-se que
os valores de IQS estão todos abaixo de 0,5, sendo considerados baixo. Em nenhuma
profundidade obteve-se um valor de IQS acima de 0,8, o que seria considerado bom.
A partir daí é importante a análise das funções e dos indicadores da função que
provocaram estas alterações no perfil do solo (Tabela 13).
Na C1 e no Po a função armazenar, suprir e ciclar nutrientes (ASCN) o valor do
IQS foi o mais elevado em relação às outras funções e em relação às outras áreas em
estudo nas três profundidades.
Na Tabela 13 observa-se que o menor valor de IQS foi o da Mata na P2,
resultado dos baixos índices das funções RASA e PCR.
De forma geral, este baixo valor de IQS encontrado nas áreas, indica a precária
fertilidade química do solo em todas as áreas amostradas.
Na interrelação de fatores, a matéria orgânica do solo (MOS) apresenta potencial
para ser utilizada como atributo-chave da qualidade do solo (DORAN e PARKIN, 1994;
MIELNICZUK, 1999), pois, além de satisfazer o requisito básico de ser sensível a
modificações pelo manejo do solo, é ainda fonte primária de nutrientes às plantas,
influenciando a infiltração, retenção de água e susceptibilidade à erosão. Ela também
atua sobre outros atributos, tais como: ciclagem de nutrientes, complexação de
elementos tóxicos e estruturação do solo (GREGORICH et al., 1994).
44

Tabela 13. Valor do IQS das funções principais nas áreas de Cabruca 1, Cabruca 2,
Mata e Policultivo nas profundidades P1, P2 e P3
Profundidade 1 - 0-10 cm
Funções C1 M P C2
RASA 0,5179 19 0,4186 22 0,4622 17 0,7408 32
PCR 0,6365 23 0,4114 22 0,6461 24 0,4050 17
ASCN 0,8091 30 0,5441 28 0,7562 29 0,5904 25
PAB 0,7799 28 0,5343 28 0,7863 30 0,6026 26
IQS 0,6859 a 0,4771 c 0,6627 ab 0,5847 b
Profundidade 2 - 10 - 30 cm
Funções C1 M P C2
RASA 0,2888 20 0,1214 16 0,2755 24 0,5599 40
PCR 0,2661 19 0,1559 21 0,2241 19 0,2292 16
ASCN 0,5201 36 0,2322 32 0,3894 33 0,3461 24
PAB 0,3498 25 0,2253 31 0,2799 24 0,2888 20
IQS 0,3562 a 0,1837 b 0,2922 a 0,3560 a
Profundidade 3 - 30-50 cm
Funções C1 M P C2
RASA 0,3986 27 0,2982 33 0,3668 32 0,5440 41
PCR 0,2773 19 0,1353 15 0,1690 15 0,2181 17
ASCN 0,4547 31 0,2513 28 0,3351 30 0,3060 23
PAB 0,3397 23 0,2205 24 0,2630 23 0,2461 19
IQS 0,3676 a 0,2639 b 0,2834 ab 0,3285 ab

RASA = Receber, armazenar e suprir água, PCR=Promover o Crescimento das Raízes,


ASCN=Armazenar suprir e ciclar nutrientes, PAB= Promover atividade biológica
Letras iguais, na mesma linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

4.5. Avaliação da média do IQS no perfil de cada área estudada

Os solos avaliados, mostraram-se relativamente homogêneos quanto ao índice de


qualidade do solo (IQS) resultante da média do IQS nas três profundidades (Tabela 14).
Em todos os sistemas de uso do solo o IQS foi abaixo de 0,5, refletindo baixa fertilidade
e limitações físicas, conferindo para estes solos baixa condição natural para produção
vegetal. Estes resultados estão de acordo com Primavesi (1981) e Alvim (2002), em
relação aos solos tropicais de região úmida, sob condições predominantemente ácidas e
pobres em reserva de minerais. O valor absoluto do IQS do perfil dos solos amostrados,
em ordem decrescente, foi de C1 > Po > C2 > M.
45

Tabela 14. IQS da média das três profundidades e funções principais nas áreas de
Cabruca 1, Cabruca 2, Mata e Policultivo

Funções Principais C1 C2 M Po

Receber, armazenar e suprir água


0,1081 0,1295 0,0956 0,1165
(RASA)
Promover crescimento das raízes (PCR) 0,0970 0,0730 0,0672 0,0928
Armazenar suprir e ciclar nutrientes
0,1512 0,1066 0,0931 0,1070
(ASCN)
Promover atividade biológica (PAB) 0,1279 0,0949 0,0919 0,1120

IQS do Perfil 0,4843 0,4041 0,3477 0,4284

RASA = Receber, armazenar e suprir água, PCR=Promover o Crescimento das Raízes,


ASCN=Armazenar suprir e ciclar nutrientes, PAB= Promover atividade biológica

As menores contribuições para os valores dos índices globais de qualidade


resultaram da função principal PCR, em todos os solos (Tabela 14). A Mata apresentou
os menores índices em todas as funções. As menores contribuições da função PCR
ocorreram em função da alta acidez/toxidez Al3+, a baixa MOS e ao baixo índice de K+
e P.
Os valores dos indicadores, Eq. Um., Ca2+, Mg2+, pH e a CTC pH 7,00 foram os
que mais contribuíram na composição dos índices de qualidade em todas as áreas.
Portanto, ações visando melhorar os índices de qualidade deveriam prioritariamente
voltar-se para melhorar a contribuição da função PCR e o suprimento de nutrientes em
todos os sistemas avaliados.
46

4. CONCLUSÕES

A avaliação realizada nas quatro áreas com diferentes coberturas mostrou que:

1. Os índices de qualidade encontrados apresentaram uma variação na ordem


decrescente Cabruca 1 > Policultivo = Cabruca 2 > Mata;
2. De maneira geral, os solos avaliados apresentam baixos níveis de fertilidade
e caráter distrófico;
3. Os valores encontrados da MOS e do Al3+ na P2 e P3, foram um dos índices
que mais impactaram para o baixo índice de qualidade dos solos.
4. Os valores encontrados de Eq. Um., Ca2+, Mg2+, pH e a CTC pH 7,00,
foram os que mais impactaram para os resultados encontrados nos IQS.
5. O modelo de IQS proposto por Karlen e Stott, para calcular o índice de
qualidade do solo mostrou-se eficiente, para avaliar o solo sob diferentes
condições e coberturas, e nos permite uma flexibilidade dessa ferramenta
decorrente do ajuste dos pesos numéricos das funções e dos indicadores da
qualidade do solo para aplicação em diferentes regiões e sistemas de
cultivo, de acordo com o objetivo da avaliação, no entanto, os limites
críticos e os pesos das funções e indicadores devem ser estabelecidos
criteriosamente devido a sua importância na determinação do índice.
6. A planilha desenvolvida para o cálculo do índice constitui em base para
cálculo de IQS, podendo ser prontamente utilizável por consultores,
técnicos, pesquisadores e produtores que queiram monitorar mudanças na
qualidade do solo.
47

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58

ANEXO

ANEXO A – Perfil dos solos estudados.

PEFIL 1 Data: 08.05.08


Unidade Rio Branco
CLASSIFICAÇÃO ATUAL: Cambissolo Háplico Distrófico típico (Typic dystropept)
CLASSIFICAÇÃO ANTERIOR: Dystropept variação Rio Branco (RB)
LOCALIZAÇÃO: Roça entre a Cabruca e o Seringal, Faz. Hiawatha, Arataca - Bahia.
15.17.38.9 S e 38.28.14.1 W
SITUAÇÃO: Barranco em terço médio-superior de elevação.
RELEVO REGIONAL: Forte ondulado e montanhoso. Altitude: 250 m.
RELEVO LOCAL: ondulado
DECLIVIDADE: 15-20 %
LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA: Rochas intermediárias.
Proterozóico/Arqueano
VEGETAÇÃO: Floresta tropical perenifólia úmida.
USO ATUAL: Cacau
A 00 – 12 cm, bruno-amarelado escuro ( 10 YR 3/6- úmida); argilosa; fraca pequena
a média granular, firme, plástico e pegajoso; transição plana e clara.

AB 12 – 20 cm; bruno-amarelado escuro (10 YR 4/6 - úmida); argilosa; fraca pequena e


média blocos subangulares, friável, plástico e pegajoso; transição plana e clara.

Bi1 20 – 34 cm; Bruno-amarelado (10YR 5/6 - úmida); argiloso; fraca muito pequena a
pequena blocos subangulares; friável, plástico e pegajoso; transição plana e
gradual;

Bi2 34 - 73 cm (34 – 63); Bruno-amarelado (10 YR 5/8 - úmida); argilosa, maciça


porosa que se desfaz fraca pequena blocos subangualres; friável, plástico e
pegajoso; transição irregular e clara;

Bi3 73 – 83 cm (75 – 83); amarelo brunado ( 10YR 6/8 - úmida); argilosa; maciça
porosa que se desfaz em fraca pequena blocos subangualres; friável; plástico e
pegajoso; transição irregular e clara.

Bi4 83 - 137 cm+; amarelo brunado (7,5YR 6/8 - úmida); muito argilosa; fraca pequena
a média que se desfaz em blocos em maciça; friável, plástico e pegajoso;

Bi5 137 – 180 + cm; vermelho-amarelado (5 YR 5/8 – úmido), franco, maciça, muito
friável, ligeiramente plástico e pegajoso.

OBSERVAÇÕES: raízes poucas nos horizontes A e AB e Bi. No Bi2 algumas com


diâmetros de 05 a 2,5 cm; Raras nos demais. Ocorrência de material primário no
Bi3, em torno de 40 %; Também no Bi5, em torno de 5%.
59

PERFIL 2 Data: 08.05.08


Unidade Nazaré
CLASSIFICAÇÃO ATUAL: Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico típico (Typic
Hapludult) A moderado epieutrófico textura média argilosa fase floresta
tropical perenifólia relevo ondulado e forte ondulado.
CLASSIFICAÇÃO ANTERIOR: Tropudult variação Nazaré (Nz)
LOCALIZAÇÃO: Reserva Florestal 14.48.09 S e 39.07.54 W
SITUAÇÃO: Trincheira em encosta de elevação. Terço ......
RELEVO REGIONAL: Forte ondulado e montanhoso. Altitude: m.
RELEVO LOCAL: ondulado
DECLIVIDADE: aprox. 20 %
LITOLOGIA E FORMAÇÃO GEOLÓGICA: Rochas Proterozóicas.
VEGETAÇÃO: Floresta tropical perenifólia úmida.
USO ATUAL: Reserva Florestal.

A 00 – 12 cm, bruno muito escuro ( 10 YR 2/2 - úmida); franco argiloso; fraca muito
pequena a pequena granular, ligeiramente duro, firme, ligeiramente plástico e
pegajoso; transição plana e abruptica;

AB 12 – 21 cm; bruno-amarelado ( 10YR 5/6 - seco) e buno amarelado (10 YR 5/6 –


úmido); argiloso; moderada muito pequena a média blocos subangulares, cerosidade
fraca e pouca, duro, plástico e pegajoso; transição plana e gradual;

21 - 39 cm; bruno-amarelado escuro (10 YR 4/6 - seco) e bruno amarelado (10 YR


BA 5/6 – úmido), argilosa, fraca muito pequena a pequena blocos subangulares; firme,
duro, plástico e pegajoso; transição plana e difusa;

39 – 61 cm; bruno forte ( 7,5 YR 5/6 - seco) bruno ( 7,5 YR 4/4 – úmido); argilosa;
Bt1 moderada pequena a grande blocos subangulares, cerosidade fraca e pouca;duro,
muito firme; plástico e pegajoso; transição plana e difusa.

Bt2 61 - 96 cm+; vermelho (2,5YR 4/8 - seco) e .(5 YR 5/6 – úmido); argilosa; fraca
pequena a média blocos subangulares; duro, friável, plástico e pegajoso transição
plana e difusa.

Bt3 96 – 129 + cm; vermelho-amarelado (5 YR 5/8 – seco) e (5 YR 5/6 – úmido), ......,


moderada muito pequena a pequena blocos subangulares; duro, friável, plástico e
pegajoso, transição plana e difusa.

Bt/C 129 – 170 + cm; vermelho-amarelado (5 YR 4/6 –seco) e bruno forte (5 YR 5/6 –
úmido), franco argiloso, fraca muito pequena a pequena blocos subangulares que se
desfaz em maciça, duro, friável, plástico e pegajoso.

OBSERVAÇÕES: raízes comuns no A, com diâmetro de 0,5 a c cm; poucas raízes no


AB; raras nos demais. Até 70 cm ocorrem raízes laterais de 0,5 a 2 cm. Atividades de
aranhas e coprólitos (minhocas).
Observa-se vendas verticais que permitem a translocação do material do a para o Ba
60

Físicos
Unidade Horizonte / Composição Granulométrica Argila Classe GF Ds Dp Pt EU
de Solo Profundidade (g kg-¹) Natural Silte Textural (%)
(cm) Areia Silte Argila Argila
Grossa Fina (g kg-¹) (g dm-³) (m3 m-3)
Perfil 1 A - 00 – 12 Franco
(Faz. argiloso
Hiawatha ) 349 88 232 331 58 0,7 82,5 1,38 2,6 0,47 28,13
A/B– 12 – 20 Franco
274 89 242 395 34 0,61 argiloso 91,4 1,32 2,6 0,49 33,07
Bi1 – 20 - 34 238 77 217 468 32 0,46 Argila 93,2 1,3 2,62 0,5 34,41
Bi2 – 34 – 73 205 65 183 547 15 0,33 Argila 97,3 1,35 2,62 0,48 37,16
Bi3 – 73 – 83 272 80 211 437 15 0,48 Argila 96,6 1,49 2,61 0,43 32,6
Bi4 – 83 – 137+ 263 77 558 102 19 5,47 Franco 81,4 1,34 2,63 0,49 30,51
Bi5 – 137 - 180+ 267 93 542 98 10 5,53 Franco 89,8 1,44 2,62 0,45 28,61

Perfil 2 A – 00 – 12 395 160 227 218 33 1,04 Franco 84,9 1,09 2,68
(Faz. argiloso 0,59 21,67
Frei AB - 12 – 21 263 141 249 347 124 0,72 Franco 64,3 1,51 2,68
Vantuir) argiloso 0,44 28,78
BA – 21 – 39 236 126 213 425 107 0,5 Argila 74,8 1,58 2,68 0,41 31,91
Bt1 – 39 – 61 205 118 212 465 37 0,45 Argila 92 1,59 2,64 0,4 25,25
Bt2 – 61 – 96 204 143 219 434 24 0,5 Argila 94,5 1,66 2,65 0,37 36,15
Bt3 – 96 - 129 247 185 237 331 11 0,72 Franco 96,7 1,55 2,68
argiloso 0,42 33,45
Bt/C – 129 - 253 223 272 252 17 1,08 Franco 93,2 1,55 2,65
160+ argiloso 0,42 30,02
GF = Grau de Floculação EU = Equivalente de Umidade
Dp= Densidade de Partículas Ds = Densidade do Solo Pt = Porosidade Total estimada

Químicos
Complexo Sortivo
Perfil / Horizonte / pH C MO N C/N P - V m
(cmolc dm ³ )
Imóvel
Profundidade (cm) H2O (%) (%)
(g kg-¹) (g kg-¹) Ca++ Mg++ K+ Na+ Al+++ H+ S CTC
Perfil 1 A - 00 – 12 4,5 18,26 1,76 10,4 2 0,9 0,5 0,1 0,05 2,2 6,3 1,55 10,05 15
(Faz. 31,48 58,7
Hiawatha) A/B– 12 – 20 4,5 9,6 16,55 1,18 8,1 1 0,2 0,2 0,04 0,03 2,7 4 0,47 7,17 6 85,2
Bi1 – 20 - 34 4,6 9,36 16,14 0,92 10,2 1 0,1 0,2 0,03 0,03 2,4 3,8 0,36 6,36 6 87
Bi2 – 34 – 73 4,9 5,28 9,1 0,59 9 1 0,1 0,2 0,02 0,05 1,8 2,8 0,37 4,97 7 82,9
Bi3 – 73 – 83 4,8 6 10,34 0,42 14,3 0 0 0,1 0,01 0,03 1,5 1,7 0,14 3,34 4 91,5
Bi4 – 83 – 137+ 5,2 2,64 4,55 0,25 10,6 0 0 0,3 0,01 0,11 1,4 2,1 42 3,92 11 3,2
Bi5 – 137 - 180+ 5,1 2,16 3,72 0,39 5,5 0 0,1 0,2 0,01 0,12 2,1 1,3 0,43 3,83 11 83

Perfil 2 A – 00 – 12 5,7 17,04 1,62 10,5 1 3,2 2,2 0,08 0,12 0,2 3,2 5,6 9 62
(Faz. Frei
Vantuir ) 29,38 3,4
AB - 12 – 21 5,4 9,12 15,72 0,98 9,3 0 1,1 1,4 0,02 0,14 0,4 3,3 2,66 6,36 42 13,1
BA – 21 – 39 5,2 8,64 14,89 0,76 11,4 0 0,5 0,8 0,02 0,14 1,4 1,4 1,46 4,26 34 49
Bt1 – 39 – 61 5,2 7,2 12,41 0,7 10,3 0 0,2 0,7 0,03 0,18 1,4 3,2 1,11 5,71 19 55,8
Bt2 – 61 – 96 5,3 4,32 7,44 0,53 8,2 0 0,1 0,9 0,02 0,22 1,4 2,8 1,24 5,44 23 53
Bt3 – 96 - 129 5,4 4,56 7,86 0,42 10,6 0 0,1 1 0,02 0,28 1,3 2,1 1,4 4,8 29 48,1
Bt/C – 129 - 160+ 5,4 2,64 4,55 0,31 8,5 0 0,1 1,3 0,02 0,3 1,3 2 1,72 5,02 34 43

MO = Matéria Orgânica; S = Soma de Bases; CTC = Capacidade de Troca de Cátions


V = Saturação de Bases; m = Saturação por Alumínio [100 Al / (Al + S)]
61

ANEXO B – Foto Perfil do solo da Fazenda Hiawatha e do PA Frei Vantui.

Foto 1: PA Frei Vantui – Argissolo Vermelho Amarelo

Foto 2: Fazenda Hiawatha – Cambissolo Háplico Distrófico.


62

ANEXO C: Tabela de cálculo do IQS da área de Policultivo na profundidade 1

Peso Escores Soma


Peso Indicado Peso Valores Soma 2º
Funções Indicador 1º Padronizado B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % (B1)X( C) (D)X(A) % IQS
(A) (B1) r 2º (B2) Observados indicador
(C) = (D)
Densidade do solo 0,2 1,15 0,4256 0,085 21
Matéria orgânica 0,3 3,12 0,9914 0,297 75
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 16,27 0,0032 0,001 0 0,4622 0,1155 17
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 17,19 0,3245 0,032 8
Porosidade Total 0,1 0,57 0,4620 0,046 12
Densidade do solo 0,25 1,15 0,4256 0,106 18
Matéria orgânica 0,25 3,12 0,9914 0,248 43
pH 0,33 5,67 0,7661 0,2528
3+
Acidez /Toxidez de Al 0,25 H+Al 0,33 3,53 0,5385 0,1777 0,7605 0,1901 0,1901 33
Promover
0,25 Al3+ 0,33 0,07 1,0000 0,3300 0,6461 0,1615 24
crescimento das raízes 0,0038 0,0015
P 0,4 1,33
+
K 0,1 0,29 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,4069 0,1017 0,1017 18
Ca 0,4 3,53 0,8314 0,3326
2+
Mg 0,1 1,23 0,7286 0,0729 0,6627
Matéria orgânica 0,25 3,12 0,9914 0,248 34
CTC pH 7,0 0,25 8,59 0,9994 0,250 34
P 0,3 1,33 0,0038 0,0011
Armazenar suprir e +
0,2 0,29 0,0000
0,25 K 0,0000 0,7562 0,1891 29
ciclar nutrientes Nutrientes minerais 0,4 0,3963 0,1585 0,1585 21
Ca2+ 0,3 3,53 0,8314 0,2494
2+
Mg 0,2 1,23 0,7286 0,1457
3+
Saturação por Al 0,1 1,81 1,0000 0,100 14
pH 0,25 5,67 0,7661 0,192 25
P 0,3 1,33 0,0038 0,0011
+
Promover atividade K 0,2 0,29 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,3963 0,0991 0,0991 13 0,7863 0,1966 30
biológica Ca 0,3 3,53 0,8314 0,2494
2+
Mg 0,2 1,23 0,7286 0,1457
Matéria orgânica 0,5 3,12 0,9914 0,496 66
63

ANEXO D: Tabela de cálculo do IQS da área de Policultivo na profundidade 2

Peso Peso Indicador Peso Valores Escores Soma Soma


Funções Indicador 1º B2 X B1 (B1) X ( C) % DXA % IQS
(A) (B1) 2º (B2) Observados Padronizado B2 X C indicador (B1)X( C)
Densidade do solo 0,2 1,22 0,32 0,065 23
Matéria orgânica 0,3 1,28 0,01 0,002 1
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 26,33 0,38 0,115 40 0,2755 0,0689 24
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 20,44 0,51 0,051 18
Porosidade Total 0,1 0,53 0,43 0,043 15
Densidade do solo 0,25 1,22 0,32 0,081 49
Matéria orgânica 0,25 1,28 0,01 0,002 1
pH 0,33 4,63 0,80 0,2631
Acidez /Toxidez de Al3+ 0,25 H+Al 0,33 5,03 0,00 0,0005 0,2660 0,0665 0,0665 40
Promover crescimento
0,25 Al3+ 0,33 0,77 0,01 0,0024 0,2241 0,0560 19
das raízes
P 0,4 0,67 0,17 0,0663
K+ 0,1 0,08 0,00 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 0,3009 0,0752 0,0752 46
Ca2+ 0,4 0,83 0,42 0,1681
Mg2+ 0,1 0,40 0,66 0,0665 0,2922
Matéria orgânica 0,25 1,28 0,01 0,002 0
CTC pH 7,0 0,25 6,35 0,97 0,243 70
P 0,3 0,67 0,17 0,0497
Armazenar suprir e
0,25 K+ 0,2 0,08 0,00 0,0000 0,3894 0,0973 33
ciclar nutrientes Nutrientes minerais 0,4 0,3088 0,1235 0,1235 32
Ca2+ 0,3 0,83 0,42 0,1261
Mg2+ 0,2 0,40 0,66 0,1330
Saturação por Al3+ 0,1 37,78 0,21 0,021 6
pH 0,25 4,63 0,80 0,199 81
P 0,3 0,67 0,17 0,0497
Promover atividade K+ 0,2 0,08 0,00 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 0,3088 0,0772 0,0772 28 0,2799 0,0700 24
biológica Ca2+ 0,3 0,83 0,42 0,1261
Mg2+ 0,2 0,40 0,66 0,1330
Matéria orgânica 0,5 1,28 0,01 0,003 1
64

ANEXO E: Tabela de cálculo do IQS da área de Policultivo na profundidade 3

Peso Escores Soma Soma


Peso Indicador Peso Valores
Funções Indicador 1º Padronizado B2 X C indicador B2 X B1 (B1) X (C) % (B1)X(C) DXA % IQS
(A) (B1) 2º (B2) Observados
(C) 2 = (D)
Densidade do solo 0,2 1,20 0,34 0,068 20
Matéria orgânica 0,3 1,04 0,01 0,002 1
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 33,27 0,60 0,180 53 0,3668 0,0917 32
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 24,30 0,73 0,073 22
Porosidade Total 0,1 0,54 0,44 0,044 13
Densidade do solo 0,25 0,82 0,20 0,050 32
Matéria orgânica 0,25 1,04 0,01 0,002 1
pH 0,33 4,63 0,80 0,2631
Acidez /Toxidez de Al3+ 0,25 H+Al 0,33 4,93 0,00 0,0007 0,2638 0,0659 0,0659 43
Promover crescimento
0,25 Al3+ 0,33 1,13 0,00 0,0000 0,1690 0,0423 15
das raízes
P 0,4 0,33 0,08 0,0331
K+ 0,1 0,06 0,00 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 0,2064 0,0516 0,0516 34
Ca2+ 0,4 0,50 0,26 0,1049
Mg2+ 0,1 0,43 0,68 0,0684 0,2835
Matéria orgânica 0,25 1,04 0,01 0,002 1
CTC pH 7,0 0,25 5,93 0,94 0,236 76
P 0,3 0,33 0,08 0,0248
Armazenar suprir e
0,25 K+ 0,2 0,06 0,00 0,0000 0,3351 0,0838 30
ciclar nutrientes Nutrientes minerais 0,4 0,2404 0,0962 0,0962 29
Ca2+ 0,3 0,50 0,26 0,0786
Mg2+ 0,2 0,43 0,68 0,1369
Saturação por Al3+ 0,1 53,77 0,01 0,001 0
pH 0,25 4,63 0,80 0,199 88
P 0,3 0,33 0,08 0,0248
Promover atividade K+ 0,2 0,06 0,00 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 0,2404 0,0601 0,0601 23 0,2630 0,0657 23
biológica Ca2+ 0,3 0,50 0,26 0,0786
Mg2+ 0,2 0,43 0,68 0,1369
Matéria orgânica 0,5 1,04 0,01 0,004 2
65

ANEXO F: Tabela de cálculo do IQS da área de Cabruca 1 na profundidade 1

Peso Escores Soma


Peso Peso Valores Soma
Funções Indicador 1º Indicador 2º Padronizado ( B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % (B1)X(C) = DXA % IQS
(A) (B1) (B2) Observados indicador 2
C) (D)
Densidade do solo 0,2 1,11 0,4797 0,096 19
Matéria orgânica 0,3 4,08 1,0000 0,300 58
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 14,93 0,0004 0,000 0 0,5179 0,1295 19
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 23,29 0,7444 0,074 14
Porosidade Total 0,1 0,58 0,4739 0,047 9
Densidade do solo 0,25 1,11 0,4797 0,120 18
Matéria orgânica 0,25 4,08 1,0000 0,250 38
pH 0,33 5,20 0,5967 0,1969
3+ 5,73 0,0160 0,0053
Acidez /Toxidez de Al 0,25 H+Al 0,33 0,5322 0,1330 0,1330 20
Promover crescimento Al
3+
0,33 0,07 1,0000 0,3300
0,25 0,6365 0,1591 23
das raízes P 0,4 4,00 0,0946 0,0378
K+ 0,1 0,17 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 0,5342 0,1335 0,1335 20
Ca2+ 0,4 5,03 0,9964 0,3986
2+
Mg 0,1 2,23 0,9778 0,0978 0,6859
Matéria orgânica 0,25 4,08 1,0000 0,250 30
CTC pH 7,0 0,25 13,17 1,0000 0,250 30
P 0,3 4,00 0,0946 0,0284
Armazenar suprir e K+ 0,2 0,17 0,0000 0,0000
0,25 0,8091 0,2023 29
ciclar nutrientes Nutrientes minerais 0,4 0,5229 0,2091 0,2091 26
Ca2+ 0,3 5,03 0,9964 0,2989
2+
Mg 0,2 2,23 0,9778 0,1956
3+
Saturação por Al 0,1 0,98 1,0000 0,100 12
pH 0,25 5,20 0,5967 0,149 19
P 0,3 4,00 0,0946 0,0284
+
Promover atividade K 0,2 0,17 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 0,5229 0,1307 0,1307 17 0,7799 0,1950 28
biológica Ca2+ 0,3 5,03 0,9964 0,2989
Mg2+ 0,2 2,23 0,9778 0,1956
Matéria orgânica 0,5 4,08 1,0000 0,500 64
66

ANEXO G: Tabela de cálculo do IQS da área de Cabruca 1 na profundidade 2

Peso Escores Soma


Peso Peso Valores Soma
Funções Indicador 1º Indicador 2º Padronizado ( B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % (B1)X(C) DXA % IQS
(A) (B1) (B2) Observados indicador 2
C) = (D)
Densidade do solo 0,2 1,24 0,2962 0,059 12
Matéria orgânica 0,3 1,09 0,0013 0,000 0
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 27,63 0,3369 0,101 20 0,2888 0,0722 20
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 28,46 0,8598 0,086 17
Porosidade Total 0,1 0,53 0,4211 0,042 8
Densidade do solo 0,25 1,24 0,2962 0,074 25
Matéria orgânica 0,25 1,09 0,0013 0,000 0
pH 0,33 5,17 0,9303 0,3070
Acidez /Toxidez de Al3+ 0,25 H+Al 0,33 4,93 0,0057 0,0019 0,3108 0,0777 0,0777 27
Promover crescimento
0,25 Al3+ 0,33 1,27 0,0058 0,0019 0,2661 0,0665 19
das raízes
P 0,4 0,67 0,1656 0,0663
K+ 0,1 0,04 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 0,4563 0,1141 0,1141 39
Ca2+ 0,4 1,53 0,7266 0,2907
Mg2+ 0,1 1,73 0,9943 0,0994 0,3562
Matéria orgânica 0,25 1,09 0,0013 0,000 0
CTC pH 7,0 0,25 8,24 0,9994 0,250 49
P 0,3 0,67 0,1656 0,0497
Armazenar suprir e
0,25 K+ 0,2 0,04 0,0000 0,0000 0,5201 0,1300 37
ciclar nutrientes Nutrientes minerais 0,4 0,4665 0,1866 0,1866 36
Ca2+ 0,3 1,53 0,7266 0,2180
Mg2+ 0,2 1,73 0,9943 0,1989
Saturação por Al3+ 0,1 22,08 0,8326 0,083 16
pH 0,25 5,17 0,9303 0,233 68
P 0,3 0,67 0,1656 0,0497
Promover atividade K+ 0,2 0,04 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 0,4665 0,1166 0,1166 33 0,3498 0,0875 25
biológica Ca2+ 0,3 1,53 0,7266 0,2180
Mg2+ 0,2 1,73 0,9943 0,1989
Matéria orgânica 0,5 1,09 0,0013 0,001 0
67

ANEXO H: Tabela de cálculo do IQS da área de Cabruca 1 na profundidade 3

Peso
Escores
Peso Peso Valores Soma Soma
Funções Indicador 1º Indicador 2º Padronizado ( C B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % DXA % IQS
(A) (B1) (B2) Observados indicador 2 (B1)X(C) =
)
(D)
Densidade do solo 0,2 1,17 0,3959 0,079 14
Matéria orgânica 0,3 0,95 0,0016 0,000 0
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 31,00 0,5835 0,175 31 0,3986 0,0997 27
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 35,53 0,9849 0,098 17
Porosidade Total 0,1 0,56 0,4542 0,045 8
Densidade do solo 0,25 1,17 0,3959 0,099 32
Matéria orgânica 0,25 0,95 0,0016 0,000 0
pH 0,33 5,13 0,9262 0,3056
Acidez /Toxidez de Al3+ 0,25 H+Al 0,33 6,53 0,0006 0,0002 0,3058 0,0765 0,0765 24
Promover crescimento
0,25 Al3+ 0,33 2,40 0,0000 0,0000 0,2773 0,0693 19
das raízes
P 0,4 0,00 0,0000 0,0000
K+ 0,1 0,02 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 0,4059 0,1015 0,1015 32
Ca2+ 0,4 1,63 0,7652 0,3061
Mg2+ 0,1 2,27 0,9985 0,0998 0,3676
Matéria orgânica 0,25 0,95 0,0016 0,000 0
CTC pH 7,0 0,25 10,45 1,0000 0,250 62
P 0,3 0,00 0,0000 0,0000
Armazenar suprir e
0,25 K+ 0,2 0,02 0,0000 0,0000 0,4547 0,1137 31
ciclar nutrientes Nutrientes minerais 0,4 0,4293 0,1717 0,1717 38
Ca2+ 0,3 1,63 0,7652 0,2296
Mg2+ 0,2 2,27 0,9985 0,1997
Saturação por Al3+ 0,1 37,83 0,3263 0,033 8
pH 0,25 5,13 0,9262 0,232 71
P 0,3 0,00 0,0000 0,0000
Promover atividade K+ 0,2 0,02 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 0,4293 0,1073 0,1073 32 0,3397 0,0849 23
biológica Ca2+ 0,3 1,63 0,7652 0,2296
Mg2+ 0,2 2,27 0,9985 0,1997
Matéria orgânica 0,5 0,95 0,00 0,001 0
68

ANEXO I: Tabela de cálculo do IQS da área de Cabruca 2 na profundidade 1

Peso
Escores
Peso Peso Valores Soma Soma
Funções Indicador 1º Indicador 2º Padronizado ( B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % DXA % IQS
(A) (B1) (B2) Observados indicador 2 (B1)X( C) =
C)
(D)
Densidade do solo 0,2 1,16 0,4111 0,082 12
Matéria orgânica 0,3 3,09 0,9956 0,299 43
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 34,37 0,7841 0,235 34 0,7408 0,1852 32
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 24,49 0,7988 0,080 12
Porosidade Total 0,1 0,55 0,4472 0,045 6
Densidade do solo 0,25 1,16 0,4111 0,103 25
Matéria orgânica 0,25 3,09 0,9956 0,249 61
pH 0,33 4,43 0,2448 0,0808
3+ H+Al 0,33 8,60 0,0001 0,0000
Acidez /Toxidez de Al 0,25 0,0808 0,0202 0,0202 5
Promover crescimento Al3+ 0,33 1,30 0,0000 0,0000
0,25 0,4050 0,1013 17
das raízes P 0,4 2,33 0,0118 0,0047
+
K 0,1 0,15 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 0,1326 0,0332 0,0332 8
Ca2+ 0,4 1,17 0,1699 0,0680
Mg2+ 0,1 0,70 0,5993 0,0599 0,58469
Matéria orgânica 0,25 3,09 0,9956 0,249 38
CTC pH 7,0 0,25 10,62 1,0000 0,250 38
P 0,3 2,33 0,0118 0,0035
Armazenar suprir e K+ 0,2 0,15 0,0000 0,0000
0,25 0,5904 0,1476 25
ciclar nutrientes Nutrientes minerais 0,4 2+ 0,1744 0,0697 0,0697 12
Ca 0,3 1,17 0,1699 0,0510
Mg2+ 0,2 0,70 0,5993 0,1199
Saturação por Al3+ 0,1 39,52 0,2171 0,022 3
pH 0,25 4,43 0,2448 0,061 10
P 0,3 2,33 0,0118 0,0035
+
Promover atividade K 0,2 0,15 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 0,1744 0,0436 0,0436 7 0,6026 0,1506 26
biológica Ca2+ 0,3 1,17 0,1699 0,0510
Mg2+ 0,2 0,70 0,5993 0,1199
Matéria orgânica 0,5 3,09 0,9956 0,498 80
69

ANEXO J: Tabela de cálculo do IQS da área de Cabruca 2 na profundidade 2

Peso Escores Soma


Valores Soma 2º
Funções Indicador 1º Peso (B1) Indicador 2º Peso (B2) Padronizado ( C B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % (B1)X( C) DXA % IQS
(A) Observados indicador
) = (D)
Densidade do solo 0,2 1,15 0,4222 0,084 16
Matéria orgânica 0,3 1,56 0,1093 0,033 6
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 46,83 0,9998 0,300 57 0,5599 0,1400 39
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 30,37 0,9643 0,096 18
Porosidade Total 0,1 0,57 0,4624 0,046 9
Densidade do solo 0,25 1,15 0,4222 0,106 50
Matéria orgânica 0,25 1,56 0,1093 0,027 13
pH 0,33 4,53 0,7627 0,2517
3+ H+Al 0,33 6,67 0,0000 0,0000
Acidez /Toxidez de Al 0,25 0,2517 0,0629 0,0629 30
Promover crescimento das Al
3+
0,33 1,87 0,0000 0,0000
0,25 0,2292 0,0573 16
raízes P 0,4 0,00 0,0000 0,0000
+
K 0,1 0,05 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,1336 0,0334 0,0334 16
Ca 0,4 0,33 0,1867 0,0747
Mg2+ 0,1 0,27 0,5894 0,0589 0,3560
Matéria orgânica 0,25 1,56 0,1093 0,027 8
CTC pH 7,0 0,25 7,32 0,9967 0,249 76
P 0,3 0,00 0,0000 0,0000
Armazenar suprir e ciclar K
+
0,2 0,05 0,0000 0,0000
0,25 0,3461 0,0865 24
nutrientes Nutrientes minerais 0,4 2+ 0,1739 0,0696 0,0696 20
Ca 0,3 0,33 0,1867 0,0560
2+
Mg 0,2 0,27 0,5894 0,1179
Saturação por Al3+ 0,1 73,53 0,0000 0,000 0
pH 0,25 4,53 0,7627 0,191 74
P 0,3 0,00 0,0000 0,0000
+
Promover atividade K 0,2 0,05 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,1739 0,0435 0,0435 15 0,2888 0,0722 20
biológica Ca 0,3 0,33 0,1867 0,0560
2+
Mg 0,2 0,27 0,5894 0,1179
Matéria orgânica 0,5 1,56 0,1093 0,055 21
70

ANEXO L: Tabela de cálculo do IQS da área de Cabruca 2 na profundidade 3

Peso Escores Soma


Valores Soma 2º
Funções Indicador 1º Peso (B1) Indicador 2º Peso (B2) Padronizado B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % (B1)X( C) DXA % IQS
(A) Observados indicador
(C) = (D)
Densidade do solo 0,2 1,11 0,4798 0,096 17
Matéria orgânica 0,3 1,10 0,0072 0,002 0
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 53,37 1,0000 0,300 55 0,5440 0,1360 41
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 32,57 0,9821 0,098 18
Porosidade Total 0,1 0,58 0,4770 0,048 9
Densidade do solo 0,25 1,11 0,4798 0,120 52
Matéria orgânica 0,25 1,10 0,0072 0,002 1
pH 0,33 4,67 0,8134 0,2684
3+ H+Al 0,33 5,73 0,0003 0,0001
Acidez /Toxidez de Al 0,25 0,2685 0,0671 0,0671 29
Promover crescimento das Al
3+
0,33 1,90 0,0000 0,0000
0,25 0,2181 0,0545 17
raízes P 0,4 0,00 0,0000 0,0000
+
K 0,1 0,03 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,1169 0,0292 0,0292 13
Ca 0,4 0,27 0,1543 0,0617
2+
Mg 0,1 0,20 0,5519 0,0552 0,3286
Matéria orgânica 0,25 1,10 0,0072 0,002 1
CTC pH 7,0 0,25 6,23 0,9659 0,241 80
P 0,3 0,00 0,0000 0,0000
Armazenar suprir e ciclar K
+
0,2 0,03 0,0000 0,0000
0,25 0,3060 0,0765 23
nutrientes Nutrientes minerais 0,4 2+ 0,1567 0,0627 0,0627 20
Ca 0,3 0,27 0,1543 0,0463
Mg2+ 0,2 0,20 0,5519 0,1104
3+
Saturação por Al 0,1 78,69 0,0000 0,000 0
pH 0,25 4,67 0,8134 0,203 80
P 0,3 0,00 0,0000 0,0000
+
Promover atividade K 0,2 0,03 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,1567 0,0392 0,0392 16 0,2461 0,0615 19
biológica Ca 0,3 0,27 0,1543 0,0463
2+
Mg 0,2 0,20 0,5519 0,1104
Matéria orgânica 0,5 1,10 0,0072 0,004 1
71

ANEXO M: Tabela de cálculo do IQS da área de Mata na profundidade 1

Peso Escores Soma


Valores Soma 2º
Funções Indicador 1º Peso (B1) Indicador 2º Peso (B2) Padronizado ( B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % (B1)X( C) DXA % IQS
(A) Observados indicador
C) = (D)
Densidade do solo 0,2 1,09 0,5165 0,103 22
Matéria orgânica 0,3 2,39 0,8606 0,258 56
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 10,50 0,0001 0,000 0 0,4186 0,1047 22
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 12,22 0,0799 0,008 2
Porosidade Total 0,1 0,59 0,4917 0,049 11
Densidade do solo 0,25 1,09 0,5165 0,129 30
Matéria orgânica 0,25 2,39 0,8606 0,215 51
pH 0,33 4,50 0,2733 0,0902
3+ H+Al 0,33 5,83 0,0272 0,0090
Acidez /Toxidez de Al 0,25 0,1561 0,0390 0,0390 9
Promover crescimento das Al
3+
0,33 0,77 0,1724 0,0569
0,25 0,4114 0,1029 22
raízes 0,0444
P 0,4 5,67 0,1111
+
K 0,1 0,10 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,1126 0,0282 0,0282 7
Ca 0,4 0,63 0,0539 0,0215
2+
Mg 0,1 0,43 0,4666 0,0467 0,4771
Matéria orgânica 0,25 2,39 0,8606 0,215 39
CTC pH 7,0 0,25 7,00 0,9831 0,246 45
P 0,3 5,67 0,1111 0,0333
Armazenar suprir e ciclar K
+
0,2 0,10 0,0000 0,0000
0,25 0,5441 0,1360 29
nutrientes Nutrientes minerais 0,4 2+ 0,1428 0,0571 0,0571 10
Ca 0,3 0,63 0,0539 0,0162
2+
Mg 0,2 0,43 0,4666 0,0933
3+
Saturação por Al 0,1 39,47 0,2602 0,026 5
pH 0,25 4,50 0,2733 0,068 12
P 0,3 5,67 0,1111 0,0333
+
Promover atividade K 0,2 0,10 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,1428 0,0357 0,0357 7 0,5343 0,1336 28
biológica Ca 0,3 0,63 0,0539 0,0162
2+
Mg 0,2 0,43 0,4666 0,0933
Matéria orgânica 0,5 2,39 0,8606 0,430 73
72

ANEXO N: Tabela de cálculo do IQS da área de Mata na profundidade 2

Peso Escores Soma


Valores Soma 2º
Funções Indicador 1º Peso (B1) Indicador 2º Peso (B2) Padronizado B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % (B1)X( C) DXA % IQS
(A) Observados indicador
(C) = (D)
Densidade do solo 0,2 1,34 0,1682 0,034 31
Matéria orgânica 0,3 0,82 0,0002 0,000 0
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 16,33 0,0031 0,001 1 0,1214 0,0303 17
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 20,14 0,4856 0,049 44
Porosidade Total 0,1 0,49 0,3815 0,038 35
Densidade do solo 0,25 1,34 0,1682 0,042 28
Matéria orgânica 0,25 0,82 0,0002 0,000 0
pH 0,33 4,60 0,7857 0,2593
Acidez /Toxidez de Al3+ 0,25 H+Al 0,33 4,33 0,0141 0,0047 0,2640 0,0660 0,0660 43
Promover crescimento das Al3+ 0,33 1,40 0,0000 0,0000
0,25 0,1559 0,0390 21
raízes P 0,4 1,00 0,2484 0,0994
+
K 0,1 0,03 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 0,1911 0,0478 0,0478 31
Ca2+ 0,4 0,13 0,0911 0,0364
2+
Mg 0,1 0,20 0,5534 0,0553 0,1837
Matéria orgânica 0,25 0,82 0,0002 0,000 0
CTC pH 7,0 0,25 4,70 0,5885 0,147 51
P 0,3 1,00 0,2484 0,0745
Armazenar suprir e ciclar K+ 0,2 0,03 0,0000 0,0000
0,25 0,2322 0,0580 32
nutrientes Nutrientes minerais 0,4 2+ 0,2125 0,0850 0,0850 37
Ca 0,3 0,13 0,0911 0,0273
Mg2+ 0,2 0,20 0,5534 0,1107
Saturação por Al3+ 0,1 79,39 0,0000 0,000 0
pH 0,25 3,37 0,6884 0,172 64
P 0,3 1,00 0,2484 0,0745
Promover atividade K+ 0,2 0,03 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,2125 0,0531 0,0531 24 0,2253 0,0563 31
biológica Ca 0,3 0,13 0,0911 0,0273
2+
Mg 0,2 0,20 0,5534 0,1107
Matéria orgânica 0,5 0,82 0,0002 0,000 0
73

ANEXO O: Tabela de cálculo do IQS da área de Mata na profundidade 3

Peso Escores Soma


Valores Soma 2º
Funções Indicador 1º Peso (B1) Indicador 2º Peso (B2) Padronizado ( B2 X C B2 X B1 (B1) X (C) % (B1)X( C) DXA % IQS
(A) Observados indicador
C) = (D)
Densidade do solo 0,2 1,37 0,1543 0,031 7
Matéria orgânica 0,3 0,70 0,0001 0,000 0
Receber, armazenar e
0,25 Argila 0,3 26,40 0,5509 0,165 37 0,2982 0,0746 28
suprir água
Equivalente de umidade 0,1 23,48 0,6500 0,065 14
Porosidade Total 0,1 0,48 0,3703 0,037 8
Densidade do solo 0,25 1,37 0,1543 0,039 25
Matéria orgânica 0,25 0,70 0,0001 0,000 0
pH 0,33 4,77 0,8313 0,2743
3+ 0,0026
Acidez /Toxidez de Al 0,25 H+Al 0,33 5,33 0,0079 0,2769 0,0692 0,0692 45
Promover crescimento Al
3+
0,33 2,30 0,0000 0,0000
0,25 0,1353 0,0338 13
das raízes P 0,4 0,33 0,0828 0,0331
+
K 0,1 0,02 0,0000 0,0000
Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,1098 0,0274 0,0274 18
Ca 0,4 0,07 0,0490 0,0196
2+
Mg 0,1 0,23 0,5706 0,0571 0,2640
Matéria orgânica 0,25 0,70 0,0001 0,000 0
CTC pH 7,0 0,25 5,66 0,7593 0,190 59
P 0,3 0,33 0,0828 0,0248
Armazenar suprir e K
+
0,2 0,02 0,0000 0,0000
0,25 0,2513 0,0628 24
ciclar nutrientes Nutrientes minerais 0,4 2+ 0,1537 0,0615 0,0615 24
Ca 0,3 0,07 0,0490 0,0147
2+
Mg 0,2 0,23 0,5706 0,1141
3+
Saturação por Al 0,1 86,94 0,0000 0,000 0
pH 0,25 3,53 0,7281 0,182 68
P 0,3 0,33 0,0828 0,0248
+
Promover atividade K 0,2 0,02 0,0000 0,0000
0,25 Nutrientes minerais 0,25 2+ 0,1537 0,0384 0,0384 10 0,3711 0,0928 35
biológica Ca 0,3 0,07 0,0490 0,0147
2+
Mg 0,2 0,23 0,5706 0,1141
Matéria orgânica 0,5 2,20 0,3012 0,151 56
74

ANEXO P: Resultados da Análise do Solo


Física Quimica

Grau de Areia Areia Argila Argila Silte CTC pH SB
Local Prof. Parcela Laborató Ds Dp Pt Silte Eq. Um. C N MO pH H+Al Al³+ K Ca Mg
cmolc dm-
V Sat. Al P
Floculação Grossa Fina Total Natural Argila 7,0
rio
³
g cm-³ g cm-³ m m-3 % g/kg g/Kg g kg-1 g kg-1 g kg-1 H²O cmolc dm-³ cmol dm-3 % mg dm-³
1 972 1,20 2,55 0,53 82 445 119 316 57 120 0,38 235,4 17,76 1,76 30,60 4,5 7,2 1 0,14 1,6 0,8 9,74 2,54 26,08 28,25 2
C
D 0 a 10 2 975 1,20 2,66 0,55 83,1 468 114 314 53 104 0,33 227,1 15,12 1,93 26,05 4,5 8,8 1,3 0,15 0,9 0,6 10,45 1,65 15,79 44,07 3
a 3 978 1,07 2,55 0,58 85,5 355 97 401 58 147 0,37 272,1 21 2,07 36,18 4,3 9,8 1,6 0,16 1 0,7 11,66 1,86 15,95 46,24 2
a
b 1 973 1,16 2,69 0,57 92,5 282 102 466 35 150 0,32 301,4 7,92 0,98 13,65 4,7 6,7 1,8 0,05 0,4 0,3 7,45 0,75 10,07 70,59 0
n
r 10 a 30 2 976 1,19 2,63 0,55 91,7 287 113 457 38 143 0,31 279,7 8,4 0,95 14,47 4,4 6,4 1,5 0,05 0,4 0,3 7,15 0,75 10,49 66,67 0
u 3 979 1,09 2,63 0,58 91,5 265 92 482 41 161 0,33 330,1 10,92 1,06 18,82 4,5 6,9 2,3 0,06 0,2 0,2 7,36 0,46 6,25 83,33 0
C 1 974 1,09 2,67 0,59 96,1 242 103 533 21 122 0,23 326,1 5,28 0,76 9,10 4,8 5,4 1,9 0,03 0,3 0,2 5,93 0,53 8,94 78,19 0
c
2 30 a 50 2 977 1,15 2,69 0,57 96,3 274 104 489 18 133 0,27 298,1 8,52 0,84 14,68 4,6 6 1,5 0,03 0,4 0,2 6,63 0,63 9,50 70,42 0
a
3 980 1,10 2,58 0,57 96,9 206 82 579 18 133 0,23 352,9 5,28 0,73 9,10 4,6 5,8 2,3 0,03 0,1 0,2 6,13 0,33 5,38 87,45 0
1 981 1,08 2,69 0,60 78,8 558 213 132 28 97 0,73 135,4 14,88 1,34 25,64 4,5 6,3 1,1 0,11 0,4 0,4 7,21 0,91 12,62 54,73 6
M
0 a 10 2 984 1,14 2,65 0,57 83,3 622 239 72 12 67 0,93 91,2 12 0,48 20,68 4,7 5 0,5 0,11 0,5 0,4 6,01 1,01 16,81 33,11 7
a 3 987 1,04 2,69 0,61 75,7 568 218 111 27 103 0,93 140 14,76 1,37 25,43 4,3 6,2 0,7 0,09 1 0,5 7,79 1,59 20,41 30,57 4
t 1 982 1,37 2,64 0,48 78,6 413 246 196 42 145 0,74 192,2 3,6 0,7 6,20 4,8 4,8 1,7 0,03 0,1 0,3 5,23 0,43 8,22 79,81 1
a 10 a 30 2 985 1,27 2,65 0,52 52,5 500 276 101 48 123 1,21 124,4 4,92 0,5 8,48 4,6 3,6 1 0,04 0,1 0,1 3,84 0,24 6,25 80,65 1
3 988 1,39 2,68 0,48 54,9 422 242 193 87 143 0,74 287,5 5,76 0,62 9,92 4,4 4,6 1,5 0,03 0,2 0,2 5,03 0,43 8,55 77,72 1
1 983 1,34 2,69 0,50 91,8 295 183 352 29 170 0,48 307,2 3,72 1,04 6,41 4,9 6,2 2,9 0,02 0 0,3 6,52 0,32 4,91 90,06 1
30 a 50 2 986 1,51 2,62 0,42 79,3 428 253 121 25 198 1,63 199,4 2,88 0,36 4,96 5 3,8 1,5 0,02 0,1 0,2 4,12 0,32 7,77 82,42 0
M 3 989 1,28 2,67 0,52 90,6 322 174 319 30 185 0,58 197,7 5,52 0,48 9,51 4,4 6 2,5 0,03 0,1 0,2 6,33 0,33 5,21 88,34 0
1 990 1,10 2,67 0,59 78,5 432 222 149 32 197 1,32 218,4 21,36 2,35 36,80 5,1 5,5 0,1 0,16 4,3 1,9 11,86 6,36 53,63 1,55 8
C
0 a 10 2 993 1,13 2,6 0,57 84,6 450 205 143 22 202 1,41 235,5 22,8 2,49 39,28 5,4 6,2 0,1 0,19 4,8 2,1 13,29 7,09 53,35 1,39 2
a 3 996 1,11 2,62 0,58 76,5 394 244 156 45 206 1,32 244,9 26,88 3,7 46,31 5,7 5,5 0 0,15 6 2,7 14,35 8,85 61,67 0,00 2
b 1 991 1,15 2,62 0,56 92,4 264 143 342 26 251 0,73 374,2 6,72 0,96 11,58 5,1 5,8 2 0,05 1,2 1,6 8,65 2,85 32,95 41,24 1
C
r 10 a 30 2 994 1,34 2,61 0,49 85,3 362 191 252 37 195 0,77 238,3 6,12 0,78 10,54 5,3 5 1,1 0,03 1,4 1,8 8,23 3,23 39,25 25,40 1
1 3 997 1,23 2,67 0,54 87,7 364 198 235 29 203 0,86 241,3 6,12 0,9 10,54 5,1 4 0,7 0,04 2 1,8 7,84 3,84 48,98 15,42 0
u
c 1 992 1,04 2,62 0,60 96,1 135 86 489 19 290 0,59 437 7,32 0,76 12,61 5,1 8,4 3,5 0,02 1,2 1,9 11,52 3,12 27,08 52,87 0
30 a 50 2 995 1,29 2,69 0,52 94,4 222 184 322 18 272 0,84 300,1 4,08 0,56 7,03 5,2 5 1,6 0,02 2 2,9 9,92 4,92 49,60 24,54 0
a 3 998 1,18 2,65 0,55 68,9 528 206 119 37 147 1,23 328,9 5,16 1,23 8,89 5,1 6,2 2,1 0,02 1,7 2 9,92 3,72 37,50 36,08 0
P 1 999 1,28 2,67 0,52 72,7 392 208 205 56 195 0,95 151,1 14,64 1,34 25,22 5,4 4 0,1 0,33 2,7 0,7 7,73 3,73 48,25 2,61 1
o 0 a 10 2 1002 1,10 2,67 0,59 68,8 577 183 109 34 131 1,2 140,2 16,32 1,37 28,12 5,4 4,8 0,1 0,36 2,4 0,7 8,26 3,46 41,89 2,81 1
l 3 1005 1,07 2,62 0,59 77 414 203 174 40 209 1,2 224,5 23,28 1,93 40,11 6,2 1,8 0 0,18 5,5 2,3 9,78 7,98 81,60 0,00 2
i 1 1000 1,35 2,63 0,49 91,5 317 189 307 26 187 0,61 186,2 6,96 0,78 11,99 4,4 5 0,8 0,11 0,5 0,3 5,91 0,91 15,40 46,78 1
c 10 a 30 2 1003 1,10 2,66 0,59 71,3 467 190 178 51 165 0,93 172,7 7,2 1,04 12,41 4,7 5,1 0,7 0,09 0,9 0,3 6,39 1,29 20,19 35,18 1
u 3 1006 1,22 2,6 0,53 76,1 319 167 305 73 209 0,68 254,3 8,16 0,92 14,06 4,8 5 0,8 0,05 1,1 0,6 6,75 1,75 25,93 31,37 0
l 1 1001 1,28 2,66 0,52 91,6 328 183 309 26 180 0,58 226,3 4,92 0,62 8,48 4,4 4,8 1,1 0,09 0,4 0,4 5,69 0,89 15,64 55,28 0
t 30 a 50 2 1004 1,18 2,62 0,55 88,2 403 175 271 32 151 0,56 203,9 8,52 0,76 14,68 4,7 5,2 1,3 0,06 0,4 0,3 5,96 0,76 12,75 63,11 1
i 3 1007 1,15 2,66 0,57 96,9 259 155 418 13 168 0,4 298,7 4,68 0,73 8,06 4,8 4,8 1 0,03 0,7 0,6 6,13 1,33 21,70 42,92 0

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