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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE RECURSOS NATURAIS -CTRN


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA DE AGRÍCOLA
CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

HAYSSA THYARA SILVA BARRÊTO

ANÁLISE BROMATOLOGICA DE VÁRIOS ACESSOS DA


BELDROEGA DA PRAIA(Sesuvium portulacastrum L.) NA
SERRA DA BORBOREMA, PB

CAMPINA GRANDE - PB
2021
HAYSSA THYARA SILVA BARRÊTO

ANÁLISE BROMATOLOGICA DE VÁRIOS ACESSOS DA


BELDROEGA DA PRAIA(Sesuvium portulacastrum L.) NA
SERRA DA BORBOREMA, PB

Trabalho de Conclusão e
Curso apresentado na
modalidade de Artigo
científico no Curso de
Engenharia Agricola pela
Universidade Federal de
Campina Grande, como
requisito para obtenção do
título de Bacharela em
Engenharia Agrícola.
ANÁLISE BROMATOLOGICA DE VÁRIOS ACESSOS DA
BELDROEGA DA PRAIA(Sesuvium portulacastrum L.) NA
SERRA DA BORBOREMA, PB

HAYSSA THYARA SILVA BARRÊTO

Trabalho de Conclusão de curso apresentado e aprovada em, __________ de


_________________ de _______ pela Comissão Examinadora constituída:

NOTA: _________ (________________,_________________)

BANCA EXAMINADORA

Profª Dra. Soahd Arruda Rached Farias (Profª. UAEA/UFCG) – Orientadora

Profº Dra Vera Antunes de Lima / (UAEA/UFCG) – Examinadora interno

Prof. Dr. José Geraldo de Vasconcelos Baracuhy - Examinador Externo


Dedico

Aqueles que me proporcionaram o que de mais significativo tenho na minha Vida – a minha
formação – minha Mãe, meus irmãos, meu Pai Rivaldo e minha amada cunhada Larissa
AGRADECIMENTOS
É nos momentos em que somos postos à prova que mais precisamos dos poderes revitalizantes,
renovadores e reconstituintes da gratidão. Assim não posso deixar de manifestar o meu
agradecimento a todos aqueles que me acompanharam e de algum modo contribuíram para a
realização desta dissertação.

Em primeiro lugar agradeço a Deus por consentir a minha “matrícula” nesta magnífica disciplina
que é a Vida e pela graça de poder desfrutá-la, com respeito, amor e esperança, na busca de
evolução espiritual.

À minha Orientadora, Profª. Doutora Soahd Arruda Rached Farias pela orientação,generosidade,
incentivo e exemplo profissional, sobretudo pelos conhecimentos e por me ajudar a resignificar
minha viida! Nenhuma palavra será suficiente para expressar a minha gratidão.

Ao Pofessor Jorgeson pela aulas maravilhoras, pela cordialidade e cuidado comigo em momentos
tão delicados.

Ao professor Luciano Saboya pela gentileza, dedicação e bons conselhos.

À todo corpo Docente do Instituto de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina


Grande- PB pelo ensinamento durante a formação.

Ao amigo e Prof. Doutor José Pinheiro Lopes Neto pelo apoio constante, pelas valiosas correções
e sábias palavras.

À Minha querida amiga Soraya Oliveira , pelo a poio, risadas e trabalhos acadêmicos.

À minha irmã do coração Fabiana pelo amor e apoio que fizeram toda diferença na minha vida!

À minha família que me apoiou incondicionalmente e com amor me acompanhou durante o


percurso académico, em especial a minha mãe, aos meus irmãos Haylla e Júnior

E finalmente ao Galba Ibernom, meu noivo, pelos conselhos e sobretudo pelo respeito, apoio
moral, companheirismo em todos momentos difíceis e compreensão, ainda que a distância, que
sempre me soube dedicar sem os quais esta trajetória não seria a mesma.

A todos aqueles que aqui não foram mencionados por falha ou absoluta falta de memória, que
direta ou indiretamente contribuiram para a realização deste trabalho.

A todos, aqui fica a minha reconhecida gratidão.


" cada pesssoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo,
participar da responsabilidade coletiva por toda humanidade"

Marie Curie
ANÁLISE BROMATOLOGICA DE VÁRIOS ACESSOS DA
BELDROEGA DA PRAIA(Sesuvium portulacastrum L.) NA
SERRA DA BORBOREMA, PB

RESUMO

A produção de forragens é a forma de mais baixo custo para fornecimento de volumosos aos
rebanhos. Gramíneas ou leguminosas, as forrageiras apresentam diferentes tipos, são afetadas pelo
clima e pelo solo, precisam se adaptar ao local, produzir o máximo de matéria seca possível e
oferecer maior digestibilidade. Por apresentar caracteristicas de adaptação à região do Semiarido
paraibano objetivou- se desenvolver análise bromatologica da Sesuvium portulacastrum L..
(beldroega-da-praia) em 10 acessos diferentes da Serra da Borborema, na Paraiba, considerando
que é uma planta muito utilizada em vários países, sendo destinada para consumo humano e animal.
O estudo objetivou determinar por análise bromatologica possiveis caracteristicas diferentes das
folhas e dos caule, quanto a contentração de Fibra bruta, extrato não nitrogenado, estrato etéreo,
fibra de detergente neutru (FDN), fibra de detergente ácido (FDN) e material mineral (cinzas). Para
obtenção dos dados utilisou-se o metodo de Weend e o de Van Stoker. As amostras foram retirados
do campo no ano de 2020 e foram realizados limpeza e sepração das folhas e caules, sendo
realizadas determinações diversas em 20 amostras ( 10 de caules e 10 de folhas) repetidas para
obter a média e evitar erros de leitura na obenção dos dados. Foi realizado Estatistica Descritiva
com determinação de média, mediana, mimimo, máximo, coeficiente de variação para os valores
dos 10 lugares da obtenção da planta..
Duante o experimento, a beldroega da praia, demostrou excelente caracteristicas bromatologicas,
com evidencias altas em matéria mineral e relativa proteina, considerando que é uma planta de
pouca visibilidade na região, mas utilizada para ração animal, e seria um complemento excelente
associado a outras fontes alimentare, merecendo maiores estudos na composição dos referidos sais..

Palavras Chaves: alimentação animal; fitorremediação; salinização .


BROMATOLOGICAL ANALYSIS OF SEVERAL ACCESSES OF BELDROEGA DA PRAIA
(Sesuvium portulacastrum L.) IN SERRA DA BORBOREMA, PB

ABSTRACT

Forage production is the lowest-cost way to supply forage to herds. Grasses or legumes, forages
have different types, are affected by climate and soil, need to adapt to the location, produce as much
dry matter as possible and offer greater digestibility. As it presents characteristics of adaptation to
the semi-arid region of Paraíba, the objective was to develop a bromatological analysis of Sesuvium
portulacastrum L.. (Purslane) in 10 different accessions of Serra da Borborema, in Paraiba,
considering that it is a plant widely used in several countries, being destined for human and animal
consumption. The study aimed to determine by bromatological analysis possible different
characteristics of leaves and stems, regarding the content of crude fiber, non-nitrogen extract,
ethereal stratum, neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (NDF) and mineral material
(ash ). To obtain the data, the Weend and Van Stoker methods were used. The samples were taken
from the field in 2020 and the leaves and stems were cleaned and separated, and several
determinations were carried out in 20 samples (10 stems and 10 leaves) repeated to obtain the
average and avoid reading errors in the approval of the Dice. Descriptive Statistics was carried out
with determination of mean, median, minimum, maximum, coefficient of variation for the values
of the 10 places for obtaining the plant..
During the experiment, the beach purslane showed excellent bromatological characteristics, with
high evidence of mineral matter and relative protein, considering that it is a plant of low visibility
in the region, but used for animal feed, and would be an excellent complement associated with
other sources alimentare, deserving further studies on the composition of these salts...

Key words: animal feed; phytoremediation; salinization.


LISTA DE FIGURAS

Capítulo I

Figura 1 - Sesuvium portulacastrum 21

Figura 2 - Frutos da sesuvium portulacastrum L. (beldroega) com sementes 22

Figura 3 - Localização da área de estudo 25

Capítulo II

Figura 1 –Modelo de Weend 74


LISTA DE TABELAS

Capítulo I

Tabela 1 –localização das análises 27


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AA Ca – Elemento químico que representa cálcio.


INSA – Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido.
K – Elemento químico que representa potássio.
Mg – Elemento químico que representa magnésio.
M.O. – Matéria Orgânica.
Na – Elemento químico que
representa o sódio.
P – Elemento químico que
representa fósforo.
pH – Potencial Hidrogeniônico.
TSM – Temperatura da Superfície do Mar.
UFCG – Universidade Federal de Campina Grande.
CHO´S ( ENN)- EXTRATO NÃO NITROGENADO
( EE) - EXTRATO ETEREO
(FDA) fibra detergente ácido
(FB) FIBRA BRUTA
pH Potencial de Hidrogénio
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... 6
RESUMO ........................................................................................................................... 9
ABSTRACT..................................................................................................................... 10
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 11
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... 12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................... 13
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 18
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 20
2.1. Geral ....................................................................................................................... 20
2.2. Específicos ............................................................................................................. 20
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 21

3.1. Sesuvium portulacastrum ....................................................................................... 21


3.1.1. Classificação botânica ..................................................................................... 21
3.1.2. Características gerais da beldroega.................................................................. 22
3.1.3 Usos da beldroega............................................................................................. 23
3.2. localização da área de estudo .............................................................................. 24
3.2.1. relação entre efeito dos sais x irrigação
3.2.2. algumas estrateégias de manejo....................................................................... 26
3.2.3. fitorremediação....................................................................................27
3.2.4. plantas halofitas ............................................................................................... 27
3.4.1 Erva Sal ............................................................................................................ 28
3.4.2. Agua de Irrigação ........................................................................................... 29
4 MATERIAIS E METODOS............................................................................................34

4.1 descrição das metodologias


aplicadas................................................................34
5 PARTE EXPERIMENTAL ......................................................................................... 36
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 42
7 CONCLUSÕES............................................................................................................. 50
8 REFERÊNCIAS......... .................................................................................................. 52
1. INTRODUÇÃO

Sesuvium portulacastrum (beldroega-da-praia) é uma planta herbácea comumente encontrada


desenvolvendo-se na faixa litorânea, próxima as embocaduras de rios.
A Sesuvium portulacastrum é um planta halófita. As plantas halófitas são plantas adaptadas aos
elevados níveis de salinidade, acumulando grandes quantidades de sais extraídos dos solos em seus
tecidos e sendo utilizadas na recuperação de solos afetados por decorrência de sais, tendo que esta
técnica se denomina fitorremediação. No processo de fitorremediação em solos salinos-sódicos, as
plantas apresentam tolerância ao excesso de sais, além de acumular altos teores de sais em suas
partes aéreas, possibilitando assim a remoção dos sais por meio da colheita das plantas (SANTOS
et. al, 2011). No Brasil, esta planda é encontrada em toda zona costeira do País. possui raiz axial
com bom desenvolvimento, possui crescimento perpendicular à superfície do solo, podendo chegar
a atingir cerca de 2,20m; esse crescimento se deve a mobilidade do solo. As raízes de maior
extensão foram registradas em espécies da faixa costeira. O caule é dividido em aéreo e
subterrâneo. O caule aéreo é formado por um eixo do qual partem ramos nitidamente divididos em
nós e internós, os quais por sua vez, emitem ramos laterais e raízes adventícias. O caule é suculento
e a partir do terceiro nó observa-se uma coloração avermelhada, devido a produção de antocianina.
No caule subterrâneo, as raízes adventícias também se originam nos nós e os ramos aéreos fixam-
se no solo arenoso. Esse caule apresenta coloração amarela passando a parda nas regiões mais
velhas do órgão. As folhas são simples, glabras, lisas, lineares e de ápice agudo e bordo inteiro. A
suculência da lâmina foliar aumenta nos indivíduos que se aproximam da região atingida pela maré
alta. A filotaxia é oposta-cruzada; o pecíolo é curto e sua base apresenta uma diminuta bainha. As
flores são curtamente pediceladas. O cálice tem a cor verde e a corola apresenta coloração vermelho
púrpureo. À medida que as flores envelhecem, a coloração das pétalas se altera, passando
gradativamente para róseo claro. Em Atol das Rocas S. portulacastrum se desenvolve na faixa
litorânea recebendo borrifos da maré alta. Das espécies que se desenvolvem próximas ao mar, ou
que ficam submersas em maré alta, o caule e as folhas produzem uma grande quantidade de
antocianina, chegando à mudança de coloração para vermelho intenso, como também são mais
suculentas. ). O uso desta planta como hortaliça, especiaria e na medicina tradicional é conhecido
desde os tempos dos antigos egípcios (OKAFOR et al., 2014). Vários estudos incluem a
importância de hortaliças e frutas na dieta humana (ABAS et al., 2006). Em geral, os diferentes
grupos de vegetais são extremamente ricos em carboidratos, proteínas, minerais e vitaminas
(ISMAIL et al., 2010).

Segundo UDDIN et al. (2014), por ser uma excelente fonte de ômega-3, possuindo um
dos mais altos níveis de ômega-3 entre os vegetais de folhas verdes. Ela contém mais deste
ácido graxo do que está disponível em alguns óleos de peixe, algumas algas e sementes de
linhaça.
Segundo CHOWDHARY et al. (2012), ela também contém vitaminas (principalmente
a vitamina A, vitamina C e vitamina B e alguns carotenóides), bem como sais minerais quais
sejam o magnésio, cálcio, potássio e ferro. Ela também contém dois tipos de pigmentos, os
alcalóides da betalaina, betacianinas avermelhadas (visíveis na coloração das hastes) e
betaxantinas amareladas (perceptíveis nas flores e na tonalidade ligeiramente amarelada das
folhas).
Embora tenha vários teores nutricionais, a beldroega não é tipicamente utilizada pelo
consumo humano e pelo consumo animal no país, pode-se citar como exemplo o país
Moçambique, que faz uso da beldroega como forragem para alimentar animais domésticos
onívoros e herbívoros.
Em virtude da escassez de estudos relacionados à Sesuvium portulacastrum
(beldroega-da-praia) no Brasil, sobre as pectos bromatologicos, objetivou-se fazer alusão aos
dados obtidos em análise (MO,MM,FND,FDA, ENN) e correlaciona-las com a nutrição animal.
Em Campina Grande e nas cidades de Aroeiras, Cabaceiras, Boa Vista e Soledade no estado da
Paraíba.
2. OBJETIVOS

2.1. Geral

✓ Caracterização de análises bromatologicas da Beldroega-da-Praia (Sesuvium


Portulacastrum) em 10 acessos diferentes na Serra da Borborema-PB

2.2. Específicos

✓ Análise bromatologica de massa seca produzida, Materia Organica (MO), Materia


Mineral (MM), Extrato Etéreo (EE), Fibra Detergente Neutro (FDN) e Fibra Detergente
Ácido (FDA);

✓ Estatistica descritiva com valores mediano , minimo, máximo e coeficiente de


variação das análises.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Sesuvium portulacastrum L.

espécie Sesuvium portulacastrum L que se desenvolvem na Reserva Biológica do Atol das Rocas
ocupando a zona mais próxima ao mar. As folhas de S. portulacastrum, são mais suculentas, o eixo
caulinar compreende uma região aérea e subterrânea e as raízes são longas e finas. Quanto à
distribuição dos estômatos, as folhas são anfiestomáticas, com estômatos do tipo paracítico. O
número de estômatos é maior na epiderme da superfície adaxial; apresentando metabolismo ácido
crassuláceo, a presença de um parênquima aqüífero bem desenvolvido revela a adaptação ao
ambiente salino. Raiz e caule de S. portulacastrum compreende estrutura primária e secundária e
crescimento anômalo. Por ter as características supracitadas ela se adapta as mais variáveis tipos
de ambiência, desta maneira, de acordo com MAPA, (2010), a S. portulacastrum é considerada
uma planta daninha comum em todo território brasileiro, onde infesta solos cultivados, pomares,
jardins, hortas, viveiros e cafezais. Tem preferência por solos ricos em matéria orgânica, onde é
indicadora de bom padrão de fertilidade do solo. É um vegetal de ampla distribuição, considerada
como uma espécie cosmopolita e uma das plantas medicinais mais utilizadas listadas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), conhecida popularmente no Brasil como beldroega, salada-
de-negro, caaponga, porcelana, bredo-de-porco, verdolaga, beldroega-pequena, beldroega-
vermelha, beldroega-da- horta e onze-horas Figura 1 (BOSI et al., 2009; LORENZI, 2008). Em
Moçambique os nomes vernaculares variam de estado para estado sendo conhecida por ewiri
(Nampula, no idioma macua), hampa’ wiri (Cabo Delgado, no idioma macua), morida (Zambézia,
no idioma Chuabo), ntchidjankasi (Sofala, no idioma sena) (KONING, 1993).
3.1.1. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Grupo: Angiospermas
Família: Portulacaceae
Gênero: Portulaca
Espécie: Sesuvium portulacastrum

Sinônimos: sesuvium portulacastrum, beldroega-da-praia.

Figura 1 - sesuvium portulacastrum (beldroega). Fonte:


http://vida-nos-
bosques.blogspot.com.br/2021/03/beldroegadapraiahtml

Dentro do contexto de plantas daninhas (invasoras) a beldroega enquadra-se no conjunto


de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC’s). O termo PANC’s foi utilizado por
KINUPP (2007), KINUPP e LORENZI (2014), mesmo que antes já se falasse sobre essas
plantas, chamando-as de hortaliças comestíveis não convencionais, ervas ou plantas daninhas
comestíveis. A grande maioria delas não é conhecida pelo público consumidor.
As hortaliças não-convencionais são aquelas com distribuição limitada, restrita a
determinadas localidades ou regiões, exercendo grande influência na alimentação e na cultura
de populações tradicionais. Além disso, são espécies que não estão organizadas enquanto cadeia
produtiva propriamente dita, diferentemente das hortaliças convencionais (batata, tomate,
repolho, alface, entre outras), as empresas não tem interesse comercial ba breldoega, pois é de
fácil propagação e não possuir cadeia produtiva organizada(MAPA, 2010).
3.1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA BELDROEGA

De acordo com LORENZI, (2008) e MAPA, (2010), sesuvium portulacastrum (beldroega-da-


praia) é uma planta herbácea prostrada, anual, suculenta, ramificada, completamente glabra, com
ramos cor rosada de 20-40 cm de comprimento, originária provavelmente do norte da África e
estabelecida em todo território brasileiro. Caules e folhas são crocantes e têm sabor agridoce.
Folhas simples, alternas, carnosas, de 1-2 cm de comprimento e possui flores solitárias, axilares,
de cor amarela, que abrem- se apenas na parte da manhã.
É Propagada por meio de sementes, germinando o ano todo e apresentam um ciclo de
vida de 60 dias. Os frutos são cápsulas deiscentes, com sementes pretas e brilhantes (Figura 2).
É muito prolífica, uma única planta chega a produzir 10.000 sementes, que podem permanecer
dormentes no solo por mais de 19 anos. Existem formas cultivadas para fins ornamentais desta
espécie, com flores muito maiores e de várias cores. Ocorre na região norte do Brasil a espécie
sesuvium portulacastrum, possivelmente com propriedades similares (MAPA, 2010).

Figura 2 - Frutos da sesuvium portulacastrum L. (beldroega) com sementes.

Fonte: (https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-A-E-
Sesuvium-portulacastrum)
3.1.3 USOS DA BELDROEGA

De acordo com LORENZI (2008), KINUPP e LORENZI (2014), a planta cresce


espontaneamente em solos agrícolas ricos em matéria orgânica, sendo considerada planta
daninha. A parte aérea é consumida em algumas regiões do Brasil na forma de salada e de
refogados. Todas as partes desta planta vem sendo usadas na medicina tradicional há séculos
em todo o mundo, sendo de 500 anos A.C. o seu primeiro registro na literatura na China.
É considerada sudorífica, anti-inflamatória, diurética, vermífuga, antipirética e
antibacteriana, sendo empregada internamente contra disenteria (principalmente a infantil),
enterite aguda, mastite e hemorróidas. As folhas são indicadas também contra cistite,
hemóptise, cólicas renais, queimaduras e úlceras. As sementes são consideradas: emenagoga,
diurética e anti-helmítica. Indígenas das Guianas (América do Sul) usam contra diabetes, para
problemas digestivos e como emoliente e, externamente, como unguento para problemas
musculares. A infusão de suas folhas e ramos é tônica e depurativa do sangue, enquanto que
em uso externo aplicadas sobre feridas favorecem a cicatrização (LORENZI, 2008).
Segundo LORENZI (2008), estudos clínicos tem mostrado que esta planta é uma fonte rica
de ácido graxo omega-3, substância importante na prevenção de infartos e no fortalecimento do
sistema imunológico. Em outros estudos clínicos concluiu-se que além do efeito hipertensivo
de seu extrato aquoso, devido a presença de catecolaminas, verificou-se também uma atividade
relaxante da musculatura esquelética. Estudos fitoquímicos desta planta revelaram ser muito
rica em ácido oxálico e sais de potássio (nitrato, cloreto e sulfato). Contém também derivados
da catecolamina (noradrenalina, DOPA e dopamina, em altas concentrações)
RELAÇÃO ENTRE EFEITO DOS SAIS X IRRIGAÇÃO

A utilização de água com baixa qualidade para irrigação e aplicação de fertilizantes em áreas
de produção, são as principais razões para o aumento da salinidade no solo e ao se tratar de
regiões áridas e semiáridas, limitam a produção agrícola e reduz a produtividade das culturas.
Os efeitos da salinização sobre as plantas podem ser causados pelas dificuldades na absorção
da água, toxicidade de íons específicos e pela interferência dos sais nos processos fisiológicos
que reduzem o crescimento e desenvolvimento das plantas. Enquanto que no solo, os efeitos da
salinização são desestruturação, aumento da densidade aparente e da retenção de água do solo,
redução da infiltração de água pelo excesso de íons sódicos e a diminuição da fertilidade físico-
química implicando na perda da fertilidade e na susceptibilidade à erosão, contaminando o
lençol freático e as reservas hídricas subterrâneas. Em plantas, os efeitos acarretam na perda de
produtividade e qualidade, ou na perda total da produção (GHEYI; DIAS; LACERDA, 2010).
No solo, os efeitos dos sais se dão pela interação eletroquímica entre os cátions e a argila. Tendo
como principal característica a expansão da argila quando úmida e a sua contração quando seca,
devido ao excesso de sódio trocável. Quando a expansão for exagerada poderá ocorrer a
fragmentação das partículas, ocorrendo a dispersão da argila e modificando a estrutura do solo
(GHEYI; DIAS; LACERDA, 2010).
Segundo Gheyi; Dias; Lacerda (2010, p. 137), “dentre os fatores estudados para caracterizar a
tolerância das plantas à salinidade, uma grande atenção deve ser dada ao estado nutricional das
plantas. Incrementos na concentração de NaCl na solução do solo prejudicam a absorção
radicular de nutrientes, principalmente de K e Ca, e interferem nas suas funções fisiológicas.
Então, a habilidade dos genótipos de plantas em manter altos teores de K e Ca e baixos níveis
de Na dentro do tecido é um dos mecanismos chaves que contribui para expressar a maior
tolerância à salinidade”.
ALGUMAS ESTRATEÉGIAS DE MANEJO

A proteção de áreas degradadas pela salinização se dá através de práticas de manejo que evitam
a salinização em locais ainda não afetados e com a melhoria dos solos já afetados, pelo
desenvolvimento de técnicas ambientais e economicamente viáveis na remediação da
agricultura, possibilitando a viabilidade na produção agrícola. (SANTOS et. al, 2013).
As práticas de manejo apropriadas controlam a salinidade dos solos à longo prazo, que o torna
de essencial importância em um programa de cultivo de solos afetados por sais, viabilizando à
sustentabilidade, a constituição de alternativas de utilização e a recuperação do solo (LEAL et.
al, 2008).
Em países desenvolvidos, de modo geral, seu rejeito é transportado para os oceanos ou injetados
em poços profundos, tendo outras alternativas como bacias de evaporação, redução de volume
do rejeito por meio de plantas aquáticas, bacias de percolação e irrigação de plantas halófitas
(PORTO et. al, 2001).

FITORREMEDIAÇÃO

A palavra fitorremediação (phyto = planta; remediar = corrigir o mal). Fitorremediação é a


reslação entre ações quimicas que possibilitam recuperação de solos salino-sódicos, com
performance comparável à utilização de corretivos químicos”. Esta fitorremediação consiste no
seu cultivo em solos salino-sódicos apresentando alta produção de biomassa que podendo ser
removida e empregada na alimentação animal, é possivel também, utilizar plantas (halófitas)
que atuam na recuperação de solos afetados pela concentração de sais, alem de ser uma
alternativa de barata, não agressiva ao meio ambiente e que não necessita de alto nível
tecnológico para sua execução.

PLANTAS HALOFITAS

As Plantas halófitas são utilizadas, em várias regiões pela mundo que possuem
clima semiárido, como fonte de complemento alimentar para os ruminantes. A estratégias mais
utilizadas para periodos de seca são as áreas de pastejo. De acordodo com Youssef et al. (2003)
o desempenho de cabritos em área que são naturalmente lotadas por halófitas(Halocnemum
strobilacum e Zygophyllum album) variaram de 80 a 90 g/dia, valores considerados aceitáveis
pelos autores, uma vez que as halófitas eram volumosos exclusivos.
Este tipo de forragem podem ser aproveitadas sob forma de silagem e/ou feno,
ressaltando sempre, deve ser encrementada a outro tipo de volumoso, para que não haja
deficiência de outros elementos, especialmente os microminerais e também minimizar a alta
concentração de sal sem comprometer o consumo. Pois, segundo autores Al-Shorepy e
Alhadrami (2008) perceberam que alto teor de sal limitam o consumo e que esta associoação é
necessária. Moreno et al. (2011) avaliaram teores crescentes de feno de erva-sal (30, 40, 50 e
60%), na dieta de ovinos e observaram redução do consumo de sal mineral (6,7; 5,5; 3,7 e 3,2
g/dia) à medida que houve inclusão de feno de erva-sal na dieta, demonstrando redução da
necessidade de ingestão diária de sal mineral comercial em ovinos.
ERVA SAL (Atriplex nummularia)
A Atriplex numulária (erva sal) é originaria da Austrália é uma planta de fácil adaptação em
regiões semiáridas, possui característica de forragem arbustiva de porte médio, possui
abundante fitomassa ao ser introduzida em ambientes que tem alta teor de aridez e de
salinidade. tornando essa planta muito proveitosa para o Nordeste brasileiro, pois ela alem de
proporcionar cobertura vegetal (diminuindo os efeitos da desertificação) ela possibilita a fito
extração de sais do solo ( tornando o solo mais “saudável”). A Atriplex nummularia foi
introduzida no Nordeste brasileiro através da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas, em
meados da década de 20”.
A erva sal pode ser cultivada como alternativa para a região Nordeste, principalmente quando
estiver atrelada à utilização de rejeitos dos dessalinizadores de água salobra. Tendo que o
desafio está no desenvolvimento de métodos para monitorar e avaliar o impacto do cultivo de
halófitas sobre processos biológicos do solo e análise de sua utilização como forragem
(JÚNIOR et. al, 2010).
No tocante a irrigação de plantas halófitas, como a erva sal, pode-se usar de rejeito de
dessalinizadores com programas de reabilitação de solos em diversas regiões áridas e
semiáridas que estão sujeitas a processo de degradação ou desertificação, tendo que essas
plantas estão adaptadas a solos áridos e salinos, tolerando diversas condições climáticas
(JÚNIOR et. al, 2010).
Segundo enfatizam Souza et. al (2011, p. 478) “a literatura ainda é escassa em evidenciar o
efeito conjunto da salinidade e do estresse hídrico no crescimento dessas plantas, já que este
efeito interativo e o entendimento de algumas respostas ecofisiológicas, contribuem para o
desenvolvimento de um manejo eficiente em ambientes salinos”.
A ÁGUA DE IRRIGAÇÃO

O parâmetro fundamental da água no êxito da irrigação para avaliação de sua qualidade é


diversas vezes negligenciada na elaboração do projeto de irrigação, tendo como consequência
a produção de efeitos indesejáveis em uma cultura comercial na irrigação, como também um
veículo para contaminação da população por meio da ingestão dos alimentos que receberam a
água contaminada (BATISTA et. al, 2016).
Na sobrevivência humana, a água é um recurso indispensável que assume fundamental
importância na agricultura, e sua ausência acarreta prejuízos econômicos na produção agrícola.
Sendo que quase metade de seu consumo no Brasil é destinada a agricultura irrigada (NAKAI
et. al, 2013).
Ayers e Westcot (1999) afirmam que a qualidade da água de irrigação pode variar
significativamente, segundo o tipo e a quantidade de sais dissolvidos. Os sais encontram-se em
quantidades relativamente pequenas, porém significativas, e têm sua origem na dissolução ou
intemperização das rochas e solos, incluindo a dissolução lenta do calcário, do gesso e de outros
minerais, além de serem transportados pelas águas de irrigação e depositados no solo, onde se
acumulam a medida em que a água se evapora ou é consumida pelas culturas. Segundo
(LOGAN, 1965) Poucas plantas utilizam quantidades significativas de sais e, assim, a
salinidade do solo e gradualmente aumentada por irrigações sucessivas, a menos que os sais
possam ser removidos.
O aumento de sais no conteúdo total, apresenta problemas no solo e nas culturas, requerendo a
utilização de práticas especiais de manejo, para assim manter os rendimentos aceitáveis
(AYERS; WESTCOT, 1991).
Mediante afirmação de Batista et. al (2016, p. 49), “os principais parâmetros a serem avaliados
na água para irrigação contemplam aspectos físico-químicos e biológicos, que definem sua
adequação ou não para o uso, são eles: pH, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, e
íons, como sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloretos, sulfatos, carbonatos e bicarbonatos.
Entre as propriedades que determinam a qualidade da água para a irrigação, a concentração de
sais solúveis ou salinidade é um fator limitante ao desenvolvimento da maioria das culturas”.
Segundo Nakai et. al (2013, p. 2015), “na avaliação química da água para a irrigação, a
quantificação do nível de ferro é fundamental, pois esse metal é um dos elementos mais
abundantes na crosta terrestre e através do intemperismo das rochas que compõem a bacia de
drenagem e outros fatores como o clima, o processo erosivo, a ausência de conservação do solo
e a pastagem extensiva com grande potencial erosivo aceleram a chegada deste elemento nos
corpos d’água”.

O SEMIÁRIDO

A área do semiárido equivalente à 969.589 km², com indice de pluviosidade entre 300 a 500
mm/ano e com precipitação pluviométrica de dias sem chuva, “veranicos”, e de “seca”. Sempre
acometido por eventos extremos de secas, o semiárido brasileiro tem ocorrência de grandes
enchentes. Os fenômenos meteorológicos como o El Niño, apresentam a ocorrência de
veranicos e variabilidade interanual de precipitação, e as variações de padrões de TSM
(Temperatura da Superfície do Mar) sobre os oceanos tropicais, que afetam a posição e
intensidade da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) resultam na ocorrência das
precipitações, em sua quantidade, intensidade e frequência. O indice pluviométrico da A
Paraíba, apresenta os mais baixos índices pluviométricos do Nordeste, sendo que na região do
Cariri/Curimataú a média anual de chuva é 484,00 mm, tendo o mês de fevereiro a maior
concentração com 67,3% do total. As taxas evapotranspiratórias decorrentes dos altos níveis de
radiação solar nas áreas de baixas latitudes, resultam na redução da umidade do solo e na
quantidade de água armazenada, promovendo assim um balanço hídrico climático anual
negativo (CORREIA et. al, 2011).
Essa região apresenta topograficamente um relevo de plano a ondulado, se sobressaindo formas
abauladas esculpidas em rochas graníticas, gnáissicas e outros alto metamorfismos. Seu solo
tem maior ocorrência nos das classes Latossolos e Argissolos, podendo ocorrer os Neossolos
Quartzarênicos, Planossolos, Cambissolos, Vertissolos, Luvissolos, e em áreas muito
movimentadas os solos Neossolos Litossolos. Os solos classificados por Luvissolos e os
Neossolos Litólicos caracterizam-se por ser pouco profundos e suscetíveis à erosão; os
Neossolos Quartzarênicos e os Neossolos Regolíticos contêm textura grosseira, tendo elevadas
taxas de infiltração, baixa retenção de umidade e baixa fertilidade; os solos caracterizados por
Planossolos apresentam altos teores de sódio; enquanto que os solos irrigáveis não apresentam
muita extensão, como os Vertissolos, Argissolos, Latossolos e alguns Cambissolos. Grande
percentual da região apresenta solos de baixo potencial produtivo, sendo por limitações de
fertilidade, de profundidade do perfil, ou de drenagem e elevados teores de Na trocável
(CORREIA et. al, 2011).
O semiárido do Nordeste abrange elevada diversidade de ordem dos solos, quando comparado
as áreas úmidas dos Estados dessa região e também a outras regiões do País, as ordens dos solos
variam em pouco a muito intemperizados (Silveira; Bezerra; Sampaio, 2006).
Segundo afirma Correia et. al (2011, p. 30-31), “Por ser um ecossistema ainda pouco estudado,
descrições de novas espécies da fauna e flora endêmicas vêm sendo registradas com frequência,
indicando, ainda, o pouco conhecimento de sua biodiversidade e de seus processos ecológicos”.
Segundo Barbosa et. al (2007, p. 313), “O Cariri Paraibano está localizado na mesorregião da
Borborema, que é constituída por quatro microrregiões: Cariri Ocidental, Cariri Oriental, Seridó
Oriental e Seridó Ocidental. Juntos, o Cariri Ocidental e o Cariri Oriental compreendem o que
denominamos de Cariri Paraibano, a região de menor densidade demográfica do estado da
Paraíba”.
O Cariri em sua maioria se encontra no processo de desertificação, que se reflete através da
degradação dos solos por meio da degradação da cobertura vegetal e do empobrecimento
elevado dos ecossistemas e das populações. Em decorrência disso, sua paisagem está alterada,
apresentando áreas remanescentes de vegetação nativa em ótimo estado de conservação
(Barbosa et. al, 2007).
O aumento demográfico no semiárido do Brasil tem elevado a demanda por produtos agrícolas
e florestais, levando ao rápido acréscimo da produção agrícola, tendo sido realizado a partir do
desmatamento da caatinga por intermédio da degradação do solo. O desenfreado desmatamento
para formar novas lavouras, conectado à retirada da madeira, lenha e carvão, as sucessivas
queimadas com manejo inadequado do solo, contribui com as prolongadas secas no
comprometimento do equilíbrio ecológico dessa região. A destruição da caatinga na região
semiárida tem contribuído no processo de aceleração da erosão do solo, e como consequência
o seu empobrecimento (Albuquerque; Neto; Srinivasan, 2001).
O padrão acerca da caatinga no Cariri teve a precipitação das chuvas como fator principal na
condição ambiental das diferentes vegetações encontradas, nas comunidades de menor
densidade e maior porte que muda gradativamente para comunidades de maior densidade e
menor porte. A ordenação está relacionada com a precipitação média anual e com características
de altura e densidade das espécies encontradas, não apresentando relação com os tipos
diferentes de solos observados (Barbosa et. al, 2007).
A atividade agrícola na região do Cariri é baixa, em decorrência da falta de água, predominando
a pecuária caprina e a extração de lenha. A ausência de outras alternativas econômicas contribui
para a degradação elevada dos ambientes naturais, dificultando a vida no campo (Barbosa et.
al, 2007
3 Propriedades bromatologicas de interesse na pesquisa

O valor nutritivo das plantas é caracterizado pela sua composição bromatológica e a interação dessa
composição com o consumo pelo animal. A composição bromatológica será avaliada pelas
seguintes frações:

Matéria Seca (MS): Corresponde a porção do alimento onde estão todos os nutrientes, a massa
total descontada a umidade. Deve ser usada para expressar a concentração de nutrientes e, a partir
daí, determinar a produtividade desse nutriente.

Proteína Bruta (PB): Obten-se a determinação por meio de medição do total de nitrogênio (N) e
multiplicando-se por 6,25 (as proteínas têm em média 16% de N no aminoácido). Proteínas
verdadeiras provêm de aminoácidos. A adição de uréia na silagem aumenta o teor de N, mas não
de proteína verdadeira. Os microorganismos presentes no rúmen é que têm capacidade de converter
parte desse N em proteína microbiana.

Fibra Bruta (FB): O teor de fibra corresponde a celulose, hemicelulose e lignina da planta. Deve-
se evitar as análises de FB porque, geralmente, o valor é subestimado e não serve de referência
para avaliação da qualidade da silagem. O recomendável é utilizar o FDN.

Fibra Detergente Neutro (FDN): Também corresponde a celulose, hemicelulose e lignina. É o


melhor indicativo para saber o teor de fibra e também ter uma estimativa da qualidade da silagem.
Considerações:

• Uma boa silagem tem teores de FDN entre 38 e 45%. A planta de milho tem teor de FDN
próximo de 65%, enquanto que o grão tem FDN próximo de 10%. Assim, quanto maior a
participação de grãos menor o teor de FDN e vice e versa.

• Se o milho é colhido mais tarde o teor de FDN da planta aumenta (fica mais fibrosa) mas,
em compensação, a participação de grãos é maior, por isso o teor de FDN na silagem pode
variar pouco.
• Uma das formas de se estimar o consumo de matéria seca (CMS) de alguma forragem
(silagem ou pastagem) é através do teor de FDN: o CMS = 120 / %FDN (expresso em %
do peso vivo em MS). Ex: Uma silagem com 40% de FDN tem um consumo estimado em
3% do peso vivo do animal em MS. Um boi de 400 kg pode comer algo em torno de 12 Kg
de MS/dia.

Fibra Detergente Ácido (FDA): Está contida no FDN porque representa as frações celulose e
lignina. A lignina é fração não digestível da planta, que dá resistência ao caule. Quanto maior o
teor de FDA menor a qualidade e a digestibilidade da silagem.

Considerações:
Como a FDA está diretamente relacionada com a digestibilidade podemos calcular o NDT
(nutrientes digestíveis totais), que corresponde a energia do alimento, pela seguinte fórmula:

Matéria Mineral (MM): É o teor total de minerais contidos nas silagens ou forragens. Como
corresponde a fração não orgânica, se tivermos níveis mais elevados de MM na silagem ela
certamente terá menores níveis de energia.

Extrato Etéreo (EE): Corresponde ao teor de óleo na silagem. Dá-se muita atenção ao teor de
óleo, principalmente do grão, porque cada grama de óleo tem 2,25 vezes mais energia que um
grama de carboidrato (amido ou açúcares), no entanto, na silagem de planta inteira os níveis de
óleo são baixos e, por isso, pouco interferem na qualidade total.

Carboidratos Não Fibrosos (CNF): Na silagem de milho representa a fração amido. É a principal
fração da silagem porque corresponde à maioria da energia contida nela. Todo o amido vem do
grão, por isso quanto maior a participação de grãos → menor o teor de FDN → menor o teor de
FDA → maior o NDT.

4 MATERIAIS E METODOS

Caracterização da região de coleta


A região de coleta das plantas foi direcionada em locais com predominância de manchas de
solo classificado como Planossolo Nátrico (antigo Solonedz Solodizado), destacado na cor verde
claro no mapa de solos da Paraíba, como ilustra a Figura 1.
Esse solo característico está presente em grande parte dos municípios de Campina Grande,
Boa Vista, Soledade, Olivedos, Gurjão, Juazeirinho, Seridó, entre outros; regiões que tem como
rios principais os de Soledade e Boa Vista, afluentes do Rio Taperoá, e o Rio São Pedro, afluente
do Rio Bodocongó, os quais apresentam características de sais elevados em alguns mananciais e
no próprio leito do riacho. Conforme o relatório técnico do convênio do projeto MAQUASU
(UFCG/FUNASA, 2014), onde há evidencias de análises de mananciais com salinidade acima dos
teores encontrados na água do mar, entre os locais mencionados, a planta estava inserida no
ambiente, sendo a partir desta informação de localização que foram realizadas a pesquisa.

Figura 1. Mapa de classificação (antiga) de solos da Paraíba.

Fonte: AESA (2019).

Coleta dos dados


A coleta foi realizada entre os meses de Março à Agosto de 2020, período considerado chuvoso
nessa região. As amostras de Beldroega-da-praia foram coletadas em 10 acessos distintos da região
da Serra da Borborema, com abrangência na região rural do município de Campina Grande e nas
cidades de Aroeiras, Cabaceiras, Boa Vista e Soledade, com as respectivas coordenadas
geográficas dispostas na Tabela 1 e com amplitude das áreas da pesquisa entre as latitudes: Sul 07º
03’ 24,5” e 07º 29’ 16,8” e as longitudes: Oeste 35º 52’ 27,0” e 36º 23’ 03,0” (Figura 2).
Figura 2. Distribuição espacial dos acessos a planta, com identificação de
municípios da pesquisa.

Fonte: Google Earth (2020)

Tabela 1. Coordenadas geográficas dos pontos de coleta.


AMOSTRA LATITUDE LONGITUDE
A1 S 07º 15’ 30,3” O 35º 58’ 21,4”
A2 S 07º 03’ 24,5” O 36º 23’ 03,0”
A3 S 07º 04’ 02,9” O 36º 20’ 48,1”
A4 S 07º 09’ 18,2” O 36º 06’ 37,5”
A5 S 07º 29’ 16,8” O 36°17'14.9"
A6 S 07º 28’ 45,2” O 35º 52’ 27,0”
A7 S 07° 16' 06.19" O 36° 00' 02.1"
A8 S 07°15'55.25" O 35°55'34.1"
A9 S 07º 17’ 07,3” O 35º 56’ 22,1”
A10 S 07º 15’ 48,5” O 36º 01’ 50,7”
Fonte: autores (2020).

3.2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

As amostras de Beldroega-da-praia coletas entre os meses de março à agosto de 2020,


período considerado chuvoso nessa região. Foram coletadas em 10 pontos distintos da rede de
drenagem da região da Serra da Borborema, com abrangência na região rural do município de
Campina Grande e nas cidades de Aroeiras, Cabaceiras, Boa Vista e Soledade, com as
respectivas coordenadas geográficas dispostas na Tabela 1 e com amplitude das áreas da
pesquisa entre as latitudes: Sul 07º 03’ 24,5” e 07º 29’ 16,8” e as longitudes: Oeste 35º 52’
27,0” e 36º 23’ 03,0”.
Figura 2. Distribuição espacial dos acessos a planta, com identificação de municípios
da pesquisa. Em ambiente de campo, foi escolhida a área que mais apresentava aspecto
produtivo e homogêneo de cobertura da área proposta, sendo identificado a planta rasteira com
tamanho superior a 1m2 (da mesma espécie, eliminando plantas que não seja a de interesse). A
autorização para a retirada da planta foi solicitada ao proprietário de forma verbal, sendo
posteriormente delimitada, por molde vazado, uma área de 1m2, de onde foi extraído os caules
e folhas da Beldroega-da-praia. (Figura 3). Após a coleta, as amostras foram armazenadas em
sacos plásticos lacrados e transportadas ao Laboratório Interdisciplinar de Ciências e
Tecnologia Agroambiental – LICTA.
Figura 3. Processo inicial de enquadramento para coleta interna da amostra
da planta e do solo.

Fonte: Prof. Soahd e Anna Rebeca (PIBIC) (2020).


8.1 DESCRIÇÃO DAS METODOLOGIAS APLICADAS

As amostras foram coletadas em 10 acessos diferentes, onde, desses locais, foram retiradas para
análises 2 amostras de caules e 2 folhas ( de cada acesso) e enviadas ao laboratório. Após a coletadas ,
elas foram colocadas colocadas em sacos de papel e transportadas imediatamente ao laboratório, para que não
houvesse a alteração da umidade do material, durante o transporte, por se tratar de forragem fresca, evitando
desta maneira a ocorrência de fermentação.

As manipulações das amostras durante as análises foram feitas de maneira, para evitar a ocorrência de
alterações nos princípios nutritivos existentes. Como Tratava-se de forragens verdes, foi necessário que as
amostras fossem conservadas em congelador, entre -5°Ce -10°C.
As amostras foram colocadas em sacos de papel, pesadas e colocadas em estufas por 24 horas a
105°C.

Para obtenção dos dados utilizou-se dois tipos de metodologia ( metodo de Weende e método de
Van Soest)

4.2.1 METODO DE WEENDE

O método de Weende consiste em uma associação de determinações ondes caracterizam os


os grandes grupos de nutrientes.este metodo possibilita ter ciencia das restrições e/ou imperfeições antes
apontadas, esse esquema tem se mantido até hoje, e a ciência da nutrição nele tem se apoiado e desenvolvido
suas pesquisas na área de nutrição animal.

Esquema de Weende no fluxogramaem anexo.


Figura 2- Esquema de Weende

Com este método é possivel obter os respectivos dados:


✓ matéria seca (MS);
✓ proteína bruta (PB);
✓ extrato etéreo (EE);
✓ fibra bruta (FB);
✓ extrativos não nitrogenados (ENN) ;e
✓ cinzas ou matéria mineral (MM).
Materiais necessários:

a) Cápsula de porcelana;

b) Forno de mufla com controlador de temperatura;

c) Dessecador a vácuo, com luva, tampa e fundo, em vidro borossilicato,equipado com placa de
porcelana e sílica gel azul;

d) Balança analítica com precisão mais ou menos 0,1 mg;

e) Bandeja de alumínio;

f) Pinças.

2.4.1. Reagentes

a) Ácido nítrico concentrado (HNO3);

b) Nitrato de amônio (NH4NO3).

c) Extrator e acessórios, tipo “Goldfisch”;

d) Papel de filtro tipo 10 ou equivalente, com diâmetro de 12,5 cm;

e) Dessecador a vácuo, com luva, tampa e fundo, em vidro borossilicato,equipado com placa de
porcelana e sílica gel azul;

f) Balança analítica com precisão mais ou menos 0,1 mg (com 4 dígitosapós a vírgula); e

g) O reagente Éter de petróleo p.a. (faixa de destilação de 30-60ºC).

h) Aparelho digestor de fibra bruta;

i) Gooch de placa porosa, em vidro sinterizado, porosidade 2 (média),capacidade 50 ml;

j) Funil analítico 60ºC, raiado, haste curta, com diâmetro de 100 mm.

k) Ácido sulfúrico p.a.(H2SO4 95-97%, d = 1,84);


l) Álcool etílico (CH3CH2OH) 95%;

m) Hidróxido de sódio (NaOH).

n) pH-metro com escala de 0 a 14;

o) Eletrodo combinado para análises de pH;

p) Béquer de 250 ml;

q) Frasco lavador;

r) Bastonete de vidro;

s) Estufa de secagem e esterilização (temperatura = 105ºC);

t) Cadinho filtrante de vidro borossilicato com placa porosa de vidro


sinterizado, porosidade média a grossa (100 a 160 mm);

u) Balança analítica com precisão mais ou menos 0,1 mg;

v) Dessecador a vácuo, com luva, tampa e fundo, em vidro borossilicato,equipado


com placa de porcelana e sílica gel azul;

w) Forno de mufla com controlador de temperatura;

x) Bloco digestor para 40 provas;

y) Tubos de digestão de 25´250 mm

1.1.1. Preparo da amostra

Trituração prévia;

As amostras passaram por uma trituração grosseira, antes de se proceder a qualquer análise.

Moagem final
A moagem final consistiu em triturar as amostras, de modo que se obtenha um pó bastante
fino, usando-se moinhos dotados de peneiras de 20/30 “Mesh” (número de perfurações por
polegada linear). Costuma-se aquecer a amostra na mesma temperatura de trabalho, antes da
moagem, a fim de facilitar este processo.

Determinação da matéria seca

Caso seja necessário conhecer a matéria seca com maior brevidade, deve- se pesar em torno
de 10 g de amostra verde, submetendo-a à secagem a 105ºC por 48 horas. Concluído o processo,
deve-se deixar a amostra seca esfriar por no mínimo uma hora em dessecador, para, então, pesá-la.

A operação de pré-secagem foi feita em estufas de ar forçado a 60ªC. O tempo de pré-secagem


foi de 72 horas, permitindo assim moagem perfeita. Os materias, antes de serem colocados na
estufa foram pesados em balança adequada, com precisão de 0,1 g e, para isso, colocou-se o
material em um recipiente próprio, de peso previamente conhecido, foram colocados em sacos de
papel perfurados, a fim de facilitar a entrada do ar quente e apressar a secagem. Para cada amostra
foram feitas duas determinações, paralelamente, para a comparação entre os pesos das amostras.

2.3.3.3. Procedimento

Para identificar a M.S ( matéria seca) Colocou-se cadinhos de porcelana em estufa para secar durante 12
horas, a uma temperatura de 105ºC; após isso,Retirou-se as cápsulas metálicas ou cadinhos de porcelana da
estufa ecoloca-se em dessecador, para esfriar por 1 hora. Como trabalhamos com uma quantidade superior a 20
cadinhos, foi estendido o tempo por mais alguns minutos, para que houvesse uma maior estabilização do peso;
em seguida Retirou-se os cadinhos de porcelanas do dessecador (um a um), tarou-se e anotou-se o peso em ficha
adequada (conforme anexo); Após isso foram colocadas em estufa para secar a 105ºC por 4 horas (podendo
se deixarde um dia para o outro); Após isso, as amostras, anotando-se o peso em ficha adequada.

1.1.2. Teor de umidade

Já para obtenção do teor de umidade as amostras foram submetidas a 65°C com circulação forçada
por 24horas. e para obter as demais analises Bromatólogicas, inclusive a Matéria seca apresentada
nos resultados, à 105º C.

2.5. CINZAS OU MATÉRIA MINERAL (MM)

2.5.1. Procedimento

Colocou-se os cadinhos de porcelana em forno mufla para queimar por quinze minutos. Para secagem dos
cadinhos na temperatura de 550ºC, retirou-se do forno mufla e colocou-se no dessecador para resfriar, durante
1 hora; Retirou-se os cadinhos do dessecador (um a um) e tarou-se, anotando o peso em ficha de dados; Pesou-
se de 1 a 3 g da amostra (modificação implantada no Laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal-
LBNA/Embrapa Clima Temperado); incinerou-se durante 4 horas, a 550ºC, até obter a cor cinza clara. Ao
incinerar as amostras, colocou-se à temperatura inicial em 200°C; após 1 hora aumentar a temperatura para
550°C Retirou-se as amostras do forno mufla e colocou-as em dessecador para resfriar por 1 hora; E por ultimo
pesou-se as amostras, anotando-se o peso em ficha estabelecida

2.6. EXTRATO ETÉREO OU GORDURA (EE)

2.6.1. Método a frio

É realizado no extrator “Soxhlet” e utiliza-se o éter sulfúrico como solvente, cujo ponto de ebulição é de 35ºC,
aproximadamente. A extração é feita em vinte e quatro horas, aproximadamente.

Procedimento

Foi feita a pesagem de 2 de amostra em um cadinho de porcelana e colocada em estufa


a 105°C, durante 3 horas (secagem definitiva). Após esfriar a amostra, colocou-se em dessecador
por trinta minutos; foram embrulhadas as maostras com papel de filtro em forma de cartucho, e
pesou-se no pesa-filtro;Tarou-se os béquers, tendo cuidado para não tocar neles com as mãos;
Numerou-se o papel de filtro; Anotou-se o número do béquer onde foi colocado cada papel de
filtro ; Tarou-se o balão com o cartucho de papel de filtro e o béquer ; Pesou-se 1 grama da amostra
em papel de filtro e colocou-se no suporte de vidro (balão), fixando-o na presilha da entrada do
condensador do aparelho de extração; foi adicionado quarenta mililitro de éter de petróleo no
béquer previamente tarado, encaixando-o com o anel de rosca sob o condensador ..Destravou-se o
disco aquecedor, fazendo-o tocar na base do béquer. Ligando a água de circulação dos
condensadores; Ao Ligar a resistência do disco, na posição HI, aguardou-se até que a
destilação/condensação do éter iniciasse; Após 4 horas o processo estava concluido. Após começar
a ferver, deixou-se por mais 2 horas no aparelho; Desligou-se o aquecimento e remove-se o béquer
e o suporte com a amostra. Foi colocado o tubo coletor de éter na presilha da entrada do condensado
Após completar a secagem do béquer contendo a gordura extraída,foi submetida a secagem em
estufa a 105ºC durante trinta minutos . por fim foi locada a amostra para resfriar em dessecador
por trinta minutos e foi feita a pesagem.

2.4. FIBRA BRUTA

2.6.2. Procedimento

a) Pesou-se 1 g de amostra e foi feita a transferencia para béquer de 600 ml , foi adicionado 100 ml de Ácido
Sulfúrico 0,255N e colocou-se imediatamente no aparelho digestor aquecido; Ligou-se a água de circulação
dos condensadores. Após o início da ebuliçãomarcar trinta minutos. Concluída esta etapa, foi feita à filtragem
em papel de filtro ;Transferiu-se o material retido no papel de filtro para o béquer de digestãocom 110 ml de
hidróxido de sódio 0,313N quente;Feita a Filtragem da fração fibrosa em gooch de placa porosa , lavou-se o
béquer comágua quente e, a seguida, lavou-se duas vezes com álcool etílico 95%; Foi feita a Secagem dos gooch
em estufa a 105ºC durante 4 horas, ao esfriar em dessecador foi feita a pesagem; e por ultimo foi feita a
calcinação em mufla a 550ºC durante 1 hora, esfriar em dessecador epesar.

Determinação de pH

Pesou-se 9,0 g da amostra em béquer de 250 ml e adicionar 60 mlde água destilada; Foram feitas as leituras após
um repouso de 30 minutos; usando pH-metro aferido com soluções tampão pH 4,0 e 7,0; Agitou-se o meio
durante as leituras; Transferir para recipiente apropriado e etiquetado.

2. O MÉTODO VAN SOEST NA DETERMINAÇÃODA QUALIDADE DE


FORRAGEIRAS
2.1. DETERMINAÇÃO DA FIBRA EM DETERGENTENEUTRO (FDN)
Inicialmente foi necessário o preparar as seguintes soluções: Pesar 93,05 g de EDTA e 34,05 g de borato de
sódio, transferir para béquer de 1000 ml com 400 ml aproximadamente de água destilada e aquecer até que eles se
dissolvessem;

Pesar 150 g de lauril sulfato de sódio e juntar à solução (d). Dissolver com água quente;

Pesar 22,80 g de fosfato ácido de sódio anidro que será também dissolvido, por aquecimento, e misturado aos
demais reagente Transferir quantitativamente as soluções (a), (b) e (c) para garrafão de vidro devidamente
calibrado e etiquetado; adicionar 50 ml de etileno glicol e completar o volume com água destilada ou deionizada.
Evitar a formação de espuma;

Volume final da solução será de 5000 ml.

Procedimento

Organizar as amostras;

Pesou-se 0,300 g da amostra em tubos de ensaio graduado de 50 ml (modificação implantada no Laboratório de


Bromatologia e Nutrição Animal-LBNA/Embrapa Clima Temperado);

Colocar 35 ml da solução de fibra em detergente neutro (FDN). Levar os tubos ao bloco digestor a uma temperatura
entre 120ºC à 125ºC. Colocar metade dos tubos no bloco digestor dando um intervalo de 5 a 10 minutos para
colocar o restante dos tubos no bloco digestor. Cuidar para não ferver acima da temperatura indicada (controla-la
a mesma), para não derramar no bloco digestor. Quando começar a ferver deixar por mais 1 hora no bloco,
mexendo os tubos quando a amostra se depositar acima da solução de FDN (modificação implantada no
LBNA/Embrapa Clima Temperado);

Colocar os gooch para secar em estufa a 105ºC por 1 hora;

Retirar os gooch da estufa e colocar em dessecador para esfriar por 1 hora. Após, deve-se tara-los;

Filtrar em cadinho (gooch), usando pequena sucção (em bomba de vácuo). Durante a filtragem, recomenda-se
utilizar bastão de vidro para auxiliar na lavagem do resíduo, lavar duas vezes no mínimo, com água quente (90 à
100ºC), tendo o cuidado de lavar as paredes do tubo. Fazer duas lavagens com acetona (30-40 ml) até que ela se
torne incolor, em toda a amostra, a fim de que o solvente entre em contato com as partículas de fibra;

Secar em estufa a 105ºC, durante 4 horas, ou deixar durante a noite (modificação implantada no LBNA/Embrapa
amido, deverá ser feito tratamento preliminar, adicionando-se 10 ml de solução de uréia 8,0 mol L-1 e 0,2 ml de
amilase termoestável e incubar durante 5 minutos entre 80-90ºC ou 4 horas a temperatura ambiente. A seguir,
adicionar 35 ml da solução Clima Temperado);

Colocar em dessecador por 1 hora para esfriar e pesar;

Se houver formação de espuma durante a digestão, adicionar 1,0 ml dedecalina como antiespumante;

Para amostras com alto teor de em detergente neutro, levar à ebulição com temperatura a 125°C; após 40 minutos,
adicionar mais 0,2 ml de amilase termoestável, completar a digestão em até 60 minutos e seguir os procedimentos
já descritos; Como a saliva é muito rica em amilase, deve-se evitar que a mesma contamine o material e os
reagentes utilizados, assim não deve-se soprar a pipeta usada para medir a água, amostras e reagentes. Uma
diminuição maior que 10% na absorbância do controle indica contaminação do substrato com saliva Para limpeza
dos cadinhos, estes deverão ser calcinados em forno de mufla por 1 hora a 500ºC, após o termino das análises
(modificação implantada no LBNA/Embrapa Clima Temperado);

a) Utilizar a matéria seca a 105ºC para corrigir os resultados com baseem 100%

Fórmula Final para FDN

(Gooch Amostra) Peso(gooch)


%FDN 100
Peso( Amostra)

2.1.1.1. Resultado final


Considerar como fibra em detergente neutro a porcentagem dos constituintes da parede celular,
calculada pela diferença entre as pesagens
Ajuste à base de 100 % da matéria sec

1.1. DETERMINAÇÃO DE FIBRA EM DETERGENTE ÁCIDO (FDA)

1.1.1.1. Solução de fibra detergente ácido (FDA)

Foi colocada a metade de água destilada em um garrafão de 5000 ml; Pesou-se 255,4 g de ácidos
sulfúricos e adicionar ao garrafão, completando a seguir o volume de 5000 ml com água destilada;
Pesou-se 102,0 g de CTAB em um béquer de 1000 ml e diluir o CTAB com a solução de ácido
sulfúrico (H2SO4) já preparada anteriormente; Foi colocada no agitador magnético para dissolver
a solução, observando para que fique bem homogeneizada; Após

isso colocou-se com cuidado no garrafão devidamente calibrado e etiquetado para que não ocorra
espuma.

Procedimento

Foi feita a organização das amostras; Pesou-se 0,300 g da amostra em tubos de ensaio graduado de
50 ml (modificação implantada no Laboratório de Bromatologia e Nutrição Animal-
LBNA/Embrapa Clima Temperado); Onde Colocou-se 35 ml da solução de fibra em detergente
ácido (FDA) (modificação implantada no LBNA/Embrapa Clima Temperado);Levar os tubos ao
bloco digestor a uma temperatura entre 120ºC a 125ºC. Colocou-se metade dos tubos no bloco
dando um intervalo de 5 a 10 minutos para colocar o restante;Colocou-se os cadinhos de vidro
(gooch) para secar em estufa a 105ºC por 1 hora;

foi retirado os cadinho de vidro (gooch) da estufa e colocado em dessecador para esfriar. Após,
tará-los;

foi feita a Filtrar em cadinho de vidro (gooch), usando pequena sucção (em bomba de vácuo),
Após isso, foi colocado em dessecador por 1 hora para esfriar e pesar.

2.1.2. Fórmula Final para FDA


5.RESULTADO E DISCUSSÃO

SALINIDADE

No tocante à análise bromatologica das folhas e caule pode-se observar que houve valores
expressivos nas variações dos acessos, quanto aos valores de salinidade, onde obteve-se nas
amostras o menor valor A5 (3,25 dS m-1) e máximo de Condutivide eletrica do Extrato Saturado
na amostras A10(188,3 dS m-1) com coeficiente de variação de 179,48 %.

MATÉRIA ORGÂNICA (MO)


– No tocante à MO as amostras de caule apresentaram menor valor de AC3(80,25%) e maior valor
AC6(86,94%) com MEDIA (82,94%), estes valores foram próximos aos da carqueja (90,98%) ,
imbuzeiro (85,90%), macambira(89,27%), marmeleiro (88,90%), moleque-duro (77,97%) e juazeiro
(88,05%). Já as amostras de folhas apresentaram menor valor na amostra AF6(64,89%) e maior na
amostra AF5(79,17%) MEDIA(69,64%) a cultura que apresentou valor de MO aproximado foi o
macarandu (71,61%).

MASSA SECA (MS)


Obteve-se maior valor na amostras de folhas F6 (11,03%) e menor valor F5 (9,29%) com
coeficiente de variação de 6,13% e média de MEDIA(10,09%) , já com relação a amostra de caule
obteve-se maior valor C2 (13,83 %) e menor na amostras C5(12,43%) com coeficiente de variação
de 2,88 %. MEDIA (13,27). Estes valores mostraram-se divergente das culturas do feijão bravo
(46,22%) ,carqueja (75,50%) , imbuzeiro (28,92%), macarandu (44,31%), macambira(68,51%),
marmeleiro (47,12%), moleque-duro (45,47%) e juazeiro (46,77%).

TEOR DE CINZA (MM)

. A cinza de um material é o ponto de partida para a análise de minerais específicos e não possui
necessariamente a mesma composição que a matéria mineral original do alimento porque pode
haver perdas por volatilização. A cinza é constituída principalmente de: macronutrientes,
normalmente presentes em grandes quantidades nos alimentos, como: K, Na, C a, P, S, Cl e Mg;
micronutrientes, presentes em pequenas quantidades nos alimentos, como: AI, Fe, Cu, Mn e Zn.

No tocante as cinzas, foi possível observar que, ao incrementar a quantidade de sais disponibilizada
a planta, os teores da fração inorgânica tendem a elevar-se, tanto as amostras de folhas bem como
as amostras de caule mostram valores de concentração de MM maior que as culturas de carqueja
(6,16%) e imbuzeiro (6,96%) macambira(5,57%) feijão bravo (10,20%) marmeleiro (5,83%), ,
juazeiro (8,05%). Sendo que,folhas AF5 (35,1%), de menor concentração salina (3,25 dS m-1) e
AF10 (20,83 dS m-1%) de maior conscentração salina os dados de MM de folhas se aproximaram
ao teor de MM do macarandu (27,38%). As amostras de caules obtiveram valor mínimo na amostra
AC3(19,75) e máximo na amostra AC8(13,06%) com MEDIA de 17,06%,estes valores de MM
de caule ficaram prómimo a cultura do moleque-duro (14,91%). ( diferiu estatisticamente dos
demais, conforme destacam o tabela1 , corroborando com os dados de Teixeira e Carvalho (2008)
que obtiveram teores de cinzas entre 13,06% e 35,11%. Resultados aproximados também foram
relatados por Sadeghi et al. (2016), obtendo teor de cinzas na ordem de 6,77%, destacando ainda
que a composição química da beldroega pode ser afetada pela localização geográfica, clima,
condição do solo, dentre outros

Salinidade no
MF –
ACESSO- extrato saturado
FOLHAS %MS %MM(ms) % MO
FOLHAS do solo coletado
(g/m2)
CEes dS m-1
AF1 9,69 775 10,16 30,92 69,08
AF2 8,54 1719 10,80 33,84 66,16
AF3 39,88 753 10,02 27,09 72,91
AF4 9,75 922 10,16 26,71 73,29
AF5 3,25 2727 9,29 35,11 64,89
AF6 9,87 873 11,03 27,27 72,73
AF7 14,75 2163 9,31 33,04 66,96
AF8 4,52 2342 9,32 31,49 68,51
AF9 24,73 1691 10,47 29,79 70,21
AF10 188,3 506 10,30 20,83 79,17
média 31,33 1447,10 10,09 29,61 70,39
mediana 9,81 1306,50 10,16 30,36 69,64
minimo 3,25 506,00 9,29 20,83 64,89
máximo 188,30 2727,00 11,03 35,11 79,17
desvio 56,23 782,40 0,62 4,25 4,25
padrão
coeficiente 179,48 54,07 6,13 14,36 6,04
de variação
(%)

Salinidade no
ACESSO- extrato saturado MF –
%MS %MM(ms) % MO
CAULE do solo coletado CAULE(g/m2)
CEes dS m-1
AC1 9,69 861 13,22 17,35 82,65
AC2 8,54 1585 13,83 17,20 82,80
AC3 39,88 305 13,22 19,75 80,25
AC4 9,75 717 13,48 17,20 82,80
AC5 3,25 2104 12,43 19,28 80,72
AC6 9,87 757 13,60 16,37 83,63
AC7 14,75 934 13,39 14,44 85,56
AC8 4,52 2622 12,99 13,06 86,94
AC9 24,73 857 13,39 17,03 82,97
AC10 188,3 349 13,13 18,93 81,07
média 31,33 1109,10 13,27 17,06 82,94
mediana 9,81 859,00 13,30 17,20 82,80
minimo 3,25 305,00 12,43 13,06 80,25
máximo 188,30 2622,00 13,83 19,75 86,94
desvio 56,23 757,41 0,38 2,08 2,08
padrão
coeficiente
de variação 179,48 68,29 2,88 12,22 2,51
(%)

Dados bromatológicos de plantas tipicas do semiárido:

carqueja (Baccharis trimera)


Matéria seca 55°C 75,50% Proteina bruta 8,66%
Matéria seca 105°C 97,14% Fibra bruta 29,63%
Cinza 600° 6,16% Extrato etéreo 4,70%
Matéria Ogrânica 90,98%
Mandacaru (Cereus jamacaru)
Matéria seca 55°C 44,31% Proteina bruta 6,56%
Matéria seca 105°C 98,99% Fibra bruta 10,86%
Cinza 600° 27,38% Extrato etéreo 2,20%
Matéria Ogrânica 71,61%

Macambira (Bromelia laciniosa)


Matéria seca 55°C 68,51% Proteina bruta 4,90%
Matéria seca 105°C 94,84% Fibra bruta 28,81%
Cinza 600° 5,57% Extrato etéreo 2,30%
Matéria Ogrânica 89,27%

imbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)


Matéria seca 55°C 28,922% Proteina bruta 9,71%
Matéria seca 105°C 92,86% Fibra bruta 14,09%
Cinza 600° 6,96% Extrato etéreo 8,64%
Matéria Ogrânica 85,90%

Moleque-duro (Varronia leucocephala)


Matéria seca 55°C 45,47% Proteina bruta 14,35%
Matéria seca 105°C 92,88% Fibra bruta 16,67%
Cinza 600° 14,91% Extrato etéreo 3,36%
Matéria Ogrânica 77,97%

juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.; Rhamnaceae)


Matéria seca 55°C 46,77% Proteina bruta 15,31%
Matéria seca 105°C 96,10% Fibra bruta 23,48%
Cinza 600° 8,05% Extrato etéreo 2,11%
Matéria Ogrânica 88,05%

marmeleiro preto (Croton sonderianus Muell. Arg.)


Matéria seca 55°C 47,12% Proteina bruta 12,95%
Matéria seca 105°C 94,73% Fibra bruta 14,30%
Cinza 600° 5,83% Extrato etéreo 5,27%
Matéria Ogrânica 88,90%

feijão-bravo (Capparis flexuosa L.)


Matéria seca 55°C 46,22% Proteina bruta 17,51%
Matéria seca 105°C ** Fibra bruta 34,31%
Cinza 600° 10,20 Extrato etéreo 4,90%
Matéria Ogrânica **
ACESSO- Salinidade no extrato % PB MS %EE % FDA % %
FOLHAS saturado do solo MS FDN % ms CNF CHOT
coletado CEes dS m-1 ms ms ms
AF1 9,69 11,53 1,96 34,34 22,28 12,56 46,89
AF2 8,54 11,71 1,93 31,70 18,61 11,19 42,89
AF3 39,88 13,75 2,10 41,64 26,72 6,87 48,50
AF4 9,75 10,95 2,81 39,34 28,13 11,18 50,52
AF5 3,25 12,27 3,34 24,97 15,44 11,66 36,63
AF6 9,87 12,31 3,03 42,46 30,35 6,10 48,56
AF7 14,75 14,92 3,08 34,25 23,38 6,43 40,68
AF8 4,52 14,68 3,02 37,66 35,32 4,72 42,37
AF9 24,73 11,84 2,98 36,33 27,11 10,47 46,79
AF10 188,3 11,44 3,05 38,05 26,33 12,42 50,47
média 31,33 12,54 2,73 36,07 25,37 9,36 45,43
mediana 9,81 12,05 3,00 36,99 26,53 10,82 46,84
minimo 3,25 10,95 1,93 24,97 15,44 4,72 36,63
máximo 188,30 14,92 3,34 42,46 35,32 12,56 50,52
desvio padrão 56,23 1,40 0,52 5,14 5,72 2,98 4,60
coeficiente de 179,48 11,19 19,18 14,24 22,57 31,80 10,12
variação (%)
ACESSO- Salinidade no extrato % PB MS %EE % FDA % %
CAULE saturado do solo MS FDN % ms CNF CHOT
coletado CEes dS m-1 ms ms ms

AC1 9,69 6,41 2,29 45,57 26,96 18,93 64,51


AC2 8,54 7,01 2,28 40,10 24,43 24,01 64,11
AC3 39,88 9,34 2,02 45,40 30,08 19,35 64,75
AC4 9,75 11,40 2,16 47,73 29,87 17,25 64,98
AC5 3,25 6,81 2,21 40,55 28,06 21,84 62,39
AC6 9,87 7,76 2,27 43,64 31,22 20,51 64,15
AC7 14,75 8,96 2,38 41,25 22,69 23,40 64,66
AC8 4,52 10,30 2,53 43,72 25,33 20,72 64,44
AC9 24,73 9,45 2,60 40,55 30,86 26,09 66,64
AC10 188,3 6,77 2,66 37,17 29,02 25,15 62,32
média 31,33 8,42 2,34 42,57 27,85 21,73 64,29
mediana 9,81 8,36 2,29 42,44 28,54 21,28 64,47
minimo 3,25 6,41 2,02 37,17 22,69 17,25 62,32
máximo 188,30 11,40 2,66 47,73 31,22 26,09 66,64
desvio padrão 56,23 1,71 0,20 3,19 2,91 2,88 1,25
coeficiente de 179,48 20,32 8,64 7,48 10,46 13,27 1,94
variação (%)
PROTEINA BRUTA (PB)

O baixo conteúdo de proteína bruta poderia limitar o digestibilidade e a ingestão de alimentos


devido à falta de substrato nitrogenado adequado para os microrganismos do rumem (MILFORD
e MINSON, 1965). O PB folhas AF7 e AF8 apresentarm valores máximo (15%), já AF10 e AF4
apresentaram valores minimos de (12%), com variação de 11,19%, este valores se acemelham ao
das culturas do marmeleiro (12,95%), moleque-duro (14,35%), juazeiro (15,31), Carqueja (8,66%)
e imbuzeiro (9,71%), correspondendo ao que Milfort & Minson (1996) afirmam que 7,0% é menor
nível que uma forrageira deve ter para um bom funcionamento dos processos fisiológicos e, tendo
em vista que um alimento tenha fermentação ruminal adequada. Já para a PB caule: AC11
apresentou valor máximo (11,40%), e AC1 apresentou valor minimo de (6,41%), com variação de
20,32%, estes valores se acemelham ao das culturas do Carqueja (8,66%) e imbuzeiro (9,71%) ,
frente a relevância da proteína bruta, pode-se fazer alusão a afirmativa de Santos et al. (2001)
afirma que teores de proteína bruta inferiores a 7% são limitantes à produção animal devido a
baixos consumos voluntários, menores coeficientes de digestibilidade e balanço negativo de
nitrogênio.

EXTRATO ETÉREO (EE)

O extrato etéreo remete à quantidade de óleo presente no alimento e uma maior quantidade de óleo
é interessante pelo poder energético que é maior que o da proteína ele compreende a fração do
alimento que é insolúvel em água, mas solúvel em solventes orgânicos. Mediante o comportamento
dos dados , constatou-se que para o caule o Extrato Etereo apresentou AC3 (2,02%) AC10( 2,66%)
com media (2,34%) já a maior concentração de EE na amostra de folha AF4 (1,93%) AF5 (3,34%)
com média de ( 2,73%) Mediante os dados pode-se perceber que o deleneamento das amostras se
mostraram proximass ao teores de EE das culturas de moleque-duro (3,36%), juazeiro (2,11),
macarandu (2,20%) macambira(2,30%), mas também muito a baixo das culturas do feijão bravo
(4,90%) carqueja (4,70%) e imbuzeiro (6,64%) tendo em vista a função que o EE , tem como
principal enfase o fornecimento de teor de energia necessária para as atividades metabólicas que
são requeridas pelos organimos. Dessa forma, silagens com maiores teores de extrato etéreo
permitem uma sensação de saciedade e ganho energético maior que silagens com teores baixos de
EE (FERREIRA et al., 2017).
FIBRA DE DETERGENTE NEUTRO (FDN)

O fator de digestibilidade está relacionada à qualidade do alimento. Por isso, em rações


ricas em concentrado, com teor de FDN total abaixo de 25%, a digestibilidade será acima de 66%,
e , consequentemene tera menor consumo quanto mais digestivo for o alimento, entretanto, quando
do FDN está acima de 75% , terá o consumo maior e menor digestibilidade. (MERTENS, 1994;
CARDOSO et al., 2000). O FDN de folhas apresentou melhor qualidade , concentração,na amostra
AF5 (24,97%) um dos fatores que justifique tal obtenção se dá devido à menor concentração salina
(3,25dS m-1) e menor concentração de MS (9,29%) e teve como maior FDN a amostra AF6 que
apresentou valor máximo de (42,46%). O FDN de caule apresentou menor qualidade , destacando-
se com melhor cenário, a concentraçãona amostra AC10 (37,17%), um dos fatores que justifique
tal obtenção se dá pela menor PB (7%) e alta concentração salina (188 dS m-1) a amostra AC4
apresentou valor máximo de (47,73%) Embora nenhuma das amostras de caule estejam dentro da
variação limite (25%) ainda apresenta FDN tolerável.

A fibra representa a fração de carboidratos dos alimentos de digestão lenta ou indigestível


e, dependendo de sua concentração e digestibilidade, impõe limitações sobre o consumo de matéria
seca e energia. Por outro lado, a saúde dos ruminantes depende diretamente de concentrações
mínimas de fibra na ração que permitam manter a atividade de mastigação e a motilidade do rúmen
(NUSSIO et al., 2000).

FIBRA DE DETERGENTE ÁCIDO

Para os resultados encontrados nas análises da FDN e FDA, o caule das amostras expõe valores
maiores ao das folhas, isto ocorre porque no caule há maior concentralçao de fibras que nas folhas,
por isso o FDN e o FDA tem menor composição de fibras nas folhas. Essa afirmativa foi constatada
por Barroso et al. (2006) ou seja, uma média de 42,57% de FDN e 27,85% de FDA para caules e
36,07% de FDN e 25,37% de FDA para folhas à valores máximos e mínimos, a amostra de folhas
teve melhor resultado , na amostra AF5(15,44) com menor valor e AF8 (35,32) com maior valor.Já
os valores para caule não apresentaram valores de excelencia para FDA (21%) com menor valor na
amostra de AC7 (22,69) e maior valor na amostra AC4( 31,22) Como a FDA indica a digestibilidade,
ou seja, a quantidade de fibra que não é digestível já que contém a maior proporção de lignina, fração de fibra
indigestível. O nível máximo permitido de FDA é de 21% da matéria secada dieta. Quanto menor for a FDA,
maior é a representividade energética e maior digestibilidade. Os dados encontrados neste estudo para
PB e FDN das folhas e caule, conferem com os resultados obtidos por Porto et al. (2001), podendo
ser enquadrados como boa alternativa para alimentação animal.

CNF

No processo fermentativo, os CNF são fundamentais para a acidificação em que há a conversão


dos carboidratos em ácido lático, além do que a formação da mucilagem tem como base esses CNF
(SÁ et al., 2020; YAHIA; DE; ANAYA, 2009). As amostras de caule apresentaram valor mínimo
de AC4 (17,25) e máximo de AC9 (26,09) com media (21,63) de CNF, valor bastante inferior aos
das amostras de folhas AF10( 12,56) AF8 (4,72) MEDIA 10,82 Os altos teores de FDN, juntamente
com o fator supracitados das amostras que foram colhidas com teores muito baixo de MS,
reduzindo o teor de amido da silagem, contribuem para o baixo valor de CNF encontrado na
amostras de folhas .Em dietas com teor e forma física da fibra superior ao mínimo necessário para
manter a saúde animal, aumento de CNF em uma mesma opção forrageira seria atingível por
redução na relação entre forragens e concentrados ou por substituição de subprodutos fibrosos por
grãos ricos em amido.

CHO´S ( ENN)- EXTRATO NÃO NITROGENADO

Extrativo não nitrogenado (ENN): Representa “teoricamente” os carboidratos não estruturais e de


mais fácil digestão, como os açúcares, o amido e a pectina, bos esta ótica as amostras de caule AC1
(62,32) AC9 (66,64) com media (64,29) demostraram maior concentração de ENN em relação à
folhas af4( 50,52) af5 (36,63) media (45,43%)
6. CONCLUSÃO:

Mediante os dados obtidos e fazendo alusão às plantas supracitadas pode-se constatar que
a Breldoega-da -praia, pode ser utilizada para alimentação animal associada à silagem, pois
apresentou boa caracteristica (FDN,FDA) que está diretamente relacionada com a nutrição de
animais ruminates.
Possibilitando assim, maior economia para o agricultor e boa nutrição animal.
A Bredoelga da praia tever bom desempenho , no tocante á salinidade, sendo positiva a sua atuação
como planta fitoextratora.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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