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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOLOGIA

MARIA AMÉLIA BONFANTE DA SILVA

QUALIDADE DO SOLO CULTIVADO COM CAFÉ ARÁBICA (Coffea arabica L.)


EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO AGROECOLÓGICOS

ALEGRE
2023
MARIA AMÉLIA BONFANTE DA SILVA

QUALIDADE DO SOLO CULTIVADO COM CAFÉ ARÁBICA (Coffea arabica L.)


EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO AGROECOLÓGICOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Agroecologia do Instituto Federal do
Espírito Santo – Campus de Alegre como requisito
parcial para obtenção do Título de Mestre em
Agroecologia.

Orientador: Prof. Dr. Otacilio José Passos Rangel


Coorientador: Prof. Dr. Renato Ribeiro Passos

ALEGRE
2023
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Instituto Federal do Espírito Santo – Biblioteca do campus Itapina)

S586q Silva, Maria Amélia Bonfante da

Qualidade do solo cultivado com café arábica (Coffea arabicaL.) em diferentes


sistemas de manejo agroecológicos, Alegre, Espírito Santo / Maria Amélia Bonfante da
Silva. - 2023.

71 f. : il.

Orientador: Otacilio José Passos Rangel


Coorientador: Renato Ribeiro Passos

Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal do Espírito Santo,Campus Alegre,


Mestrado em Agroecologia, 2023.

1. Café. 2. Solos - Qualidade. 3. Agricultura sustentável. 4. Agroecologia. I. Rangel,


Otacilio José Passos. II. Passos, Renato Ribeiro. III. Título. IV. Instituto Federal do
Espírito Santo – campus Alegre.
CDD 631.4

Bibliotecária: Júlia Schettino Jacob dos Santos CRB 6/ES n° 999


À Profª. Drª. Tania Mara Simões do Carmo (in memoriam), minha orientadora de
iniciação científica, pelo brilhantismo e amor a pesquisa.

Dedico.
AGRADECIMENTOS

Ao Programa Institucional de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu – Propós-Ifes,


pelo auxílio concedido ao Programa de Pós-Graduação em Agroecologia do Ifes –
Campus de Alegre, e ao CCAE-UFES/Alegre-ES, que por meio da parceria com o Ifes
disponibilizou laboratórios para a realização das análises.

Ao meu orientador Prof. Dr. Otacilio José Passos Rangel, por todo conhecimento
transmitido, disponibilidade, incentivo, paciência, dedicação e competência na
condução deste estudo.

Ao meu coorientador Prof. Dr. Renato Ribeiro Passos, pelo apoio, correções,
sugestões e expressiva contribuição ao desenvolvimento desta pesquisa.

Aos professores da banca examinadora Prof. Dr. Maurício Novaes Souza, Prof. Dr.
Sávio da Silva Berilli e Profa. Dra. Aparecida de Fátima Madella de Oliveira por todas
as sugestões propostas para o enriquecimento deste trabalho.

À Profª. Drª. Elaine Bernini (UFP), pelo companheirismo, incentivo, sugestões e


referencial bibliográfico.

Ao Danilo Andrade, pelo auxílio nas coletas de campo, nas análises laboratoriais e
estatísticas, aos estagiários do CCAE-UFES Mateus, Aurélio e Maria Eduarda.
Estendo minha gratidão à Amanda Gomes, pelo auxílio nas análises laboratoriais.

Ao Rebyson Bissaco pelas coletas em campo, e à Camilla de Oliveira Souza pelo


companheirismo, sugestões e contribuição na elaboração do Produto Tecnológico.

Ao Sr. José Henrique Gravel, à Sra. Tania Gravel e à Dayane Fernandes Salgado,
pela confiança, incentivo, informações acerca da propriedade, contribuição nas
coletas em campo e registro fotográfico.

A todos, muito obrigada.


RESUMO

A intensificação no uso dos recursos naturais tem causado modificações na dinâmica


do solo, com reflexos em sua densidade, estrutura, porosidade, teor de matéria
orgânica e disponibilidade de nutrientes. Neste cenário, o sistema de manejo
agroecológico (SMA) em áreas cafeeiras vem sendo empregado como uma alternativa
mais sustentável ao agricultor e à conservação dos solos. O objetivo do estudo foi
avaliar a qualidade física e atributos da matéria orgânica do solo em lavouras de café
arábica (Coffea arabica L.) sob diferentes arranjos vegetais e tempos de implantação
do manejo agroecológico. Para isso, foram avaliados três sistemas de manejo: S1 =
consórcio de café, banana prata (Musa spp. AAB) e palmeira juçara (Euterpe edulis),
22 anos de implantação; S2 = consórcio de café, banana prata (Musa spp. AAB) e
palmeira pupunha (Bactris gasipaes Kunth), 4 anos de implantação; e S3 = consórcio
de café e banana prata (Musa spp. AAB), 2 anos de implantação. Em cada sistema
de manejo, o solo foi coletado na projeção da copa (PC) e nas entrelinhas (EL) do
cafeeiro para realização das análises de densidade do solo (Ds) e de partículas (Dp);
porosidade total (Pt), macro (Map) e microporosidade (Mip); argila dispersa em água
(ADA), grau de floculação (GF), diâmetro médio geométrico (DMG) e; teores e
estoques de carbono orgânico total (COT) e nitrogênio total (NT). No campo, foram
realizadas avaliações de resistência à penetração (RP) e umidade () do solo. Todas
as avaliações foram realizadas nas profundidades de 0-0,10 m; 0,10-0,20 m; e 0,20-
0,40 m. Em uma área de mata nativa foram coletadas amostras, nas mesmas
profundidades supracitadas, para serem utilizadas como referência de solo não
antropizado. Ao final do estudo, verificou-se que o sistema S1 apresentou resultados
positivos para os atributos Map, RP, ADA, GF e DMG, indicando melhorias na
qualidade física do solo. Independente do tempo de implantação e da profundidade
do solo, os SMA não se diferenciaram estatisticamente nos teores e estoques de COT
e NT, e nos pontos de coleta (PC e EL). Os atributos Ds, Map, RP, ADA, GF e DMG
foram mais sensíveis às mudanças do sistema de manejo agroecológico do solo.

Palavras-chave: Café. Solos – Qualidade. Agricultura sustentável. Agroecologia.


ABSTRACT

The intensification in the use of natural resources has caused changes in soil
dynamics, with effects on its density, structure, porosity, organic matter content and
nutrient availability. In this scenario, the agroecological management system (SMA) in
coffee areas has been used as a more sustainable alternative for farmers and soil
conservation. The objective of the study was to evaluate the physical quality and
attributes of soil organic matter in Arabica coffee (Coffea arabica L.) crops under
different plant arrangements and times of implementation of agroecological
management. For this, three management systems were evaluated: S1 = intercropping
of coffee, silver banana (Musa spp. AAB) and juçara palm (Euterpe edulis), 22 years
of implantation; S2 = intercropping of coffee, silver banana (Musa spp. AAB) and peach
palm (Bactris gasipaes Kunth), 4 years of implantation; and S3 = intercropping of
coffee and silver banana (Musa spp. AAB), 2 years of implantation. In each
management system, the soil was collected in the projection of the crown (PC) and
between the rows (EL) of the coffee tree to perform soil density (Ds) and particle (Dp)
analyses; total porosity (Pt), macro (Map) and microporosity (Mip); clay dispersed in
water (ADA), degree of flocculation (GF), geometric mean diameter (DMG) and; levels
and stocks of total organic carbon (TOC) and total nitrogen (NT). In the field,
evaluations of resistance to penetration (RP) and moisture () of the soil were carried
out. All evaluations were performed at depths of 0-0,10 m; 0,10-0,20 m; and 0,20-0,40
m. In an area of native forest, samples were collected at the same depths mentioned
above, to be used as a reference for non-anthropic soil. At the end of the study, it was
verified that the S1 system presented positive results for the attributes Map, RP, ADA,
GF and DMG, indicating improvements in the physical quality of the soil. Regardless
of implantation time and soil depth, the SMA did not differ statistically in TOC and NT
contents and stocks, and in collection points (PC and EL). The attributes Ds, Map, RP,
ADA, GF and DMG were more sensitive to changes in the agroecological soil
management system.

Keywords: Coffee. Soils - Quality. Sustainable agriculture. Agroecology.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 9
2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 11
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 11
3. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 11
3.1 MANEJO AGROECOLÓGICO EM LAVOURAS CAFEEIRAS ............................ 11
3.2 QUALIDADE DO SOLO SOB MANEJO AGROECOLÓGICO DE CAFEEIROS . 15
4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 19
4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................................. 19
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO ................................................ 20
4.3 AMOSTRAGEM DO SOLO ................................................................................. 23
4.4 INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO....................................................... 24
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 27
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 28
5.1. INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO NOS SISTEMAS DE MANEJO
AGROECOLOGICO DO CAFEEIRO EM COMPARAÇÃO À MATA NATIVA ..... 28
5.2 CONTRASTES ORTOGONAIS ENTRE OS SISTEMAS DE MANEJO
AGROECOLÓGICOS DO SOLO ........................................................................ 48
6. CONCLUSÕES................................................................................................... 60
7. REFERÊNCIAS..................................................................................................... 61
9

1. INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos, o crescimento desordenado da população e a grande


demanda por alimentos intensificaram o consumo dos recursos naturais nas últimas
décadas, em especial da água e do solo por meio da agricultura convencional.

O sistema de manejo convencional é definido como uma agricultura de uso intensivo


do solo, feita em larga escala e com mecanização, que prioriza a produção de
monoculturas e o constante uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos (ROSSET et
al., 2014).

Quando mal manejadas, as práticas convencionais trazem riscos ao meio ambiente,


como o aumento do desmatamento, mudanças nos ciclos do carbono e da água,
erosão, perda da biodiversidade terrestre, degradação do solo e, por consequência,
declínio na produtividade agrícola, colocando em risco a segurança alimentar da
população mundial (GARDI et al., 2015; PRIMAVESI, 2016; BENAZZI; LEITE, 2021).

Nos cafezais, esse tipo de manejo é caracterizado pelo baixo aporte de resíduos
orgânicos no solo, ausência de sombreamento e dependência de insumos externos,
que causam impactos adversos na qualidade do solo (GUIMARÃES et al., 2014).

De acordo com Bünemann et al. (2018), a qualidade do solo se refere à sua


capacidade de funcionar dentro de um ecossistema natural ou manejado, a fim de
garantir o bom crescimento de plantas e animais, que resultarão no aumento da
produtividade agropecuária. Neste contexto, o manejo agroecológico do solo surge
como uma forma mais sustentável de uso da terra, principalmente por seguir princípios
ecológicos que buscam conservar os recursos naturais.

Entre esses princípios, Souza et al. (2020a) citam a manutenção de vida e fertilidade
do solo por meio da cobertura vegetal viva ou morta; o aumento da biodiversidade
funcional por meio da diversificação da microbiota e; a adaptação de atividades
agrícolas aos ciclos naturais da região. Assim, a implantação de sistemas
agroecológicos em lavouras cafeeiras possui potencial para aumentar a ciclagem de
10

nutrientes e os níveis de matéria orgânica no solo, melhorando a capacidade de troca


de cátions (CTC) e a fertilidade do solo ao longo dos anos (GUIMARÃES et al., 2013).

Lopes et al. (2012) também destacam que o manejo agroecológico em plantações de


café pode reduzir a desagregação, erosão e compactação do solo, e evitar lixiviação
de nutrientes e a contaminação de cursos d’água.

É necessário, portanto, considerar a importância do solo no que se refere às suas


funções nos agroecossistemas e na produção de bens e serviços como meio de
garantir a sustentabilidade (FAO, 2015). O solo deve ser analisado sob a ótica da
“segurança do solo” (soil security), assim como já se discute a segurança hídrica,
energética e alimentar, no qual o valor do solo é (re) formulado e igualmente
considerado (MCBRATNEY et al., 2014).

Diante do exposto, e tendo em vista a constante e acelerada degradação dos solos


advindos do manejo convencional em lavouras cafeeiras no estado do Espírito Santo,
o presente estudo levantou as seguintes hipóteses de pesquisa:

i) O maior tempo de implantação de sistemas de manejo agroecológicos (SMA) em


lavouras cafeeiras promove melhorias na qualidade física e no teor de carbono
orgânico do solo em relação à área de vegetação nativa;

ii) O sistema de manejo agroecológico do solo nas entrelinhas dos cafeeiros


condiciona a melhoria da qualidade física e contribui com o maior aporte de carbono
orgânico no solo.
11

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a qualidade física e atributos da matéria orgânica do solo em lavouras de café


arábica (Coffea arabica L.) sob diferentes arranjos vegetais e tempos de implantação
do manejo agroecológico.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Comparar a qualidade física e atributos da matéria orgânica do solo nos diferentes


sistemas de manejo agroecológico de café com uma área de referência (mata
nativa).

• Avaliar os atributos indicadores de qualidade física e atributos matéria orgânica do


solo nas entrelinhas e na projeção da copa dos cafeeiros nos diferentes sistemas
de manejo agroecológicos, relacionando-os ao tempo de implantação.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 MANEJO AGROECOLÓGICO EM LAVOURAS CAFEEIRAS

A agroecologia é um modelo de produção que faz uso de técnicas que reproduzem


ciclos naturais, conciliando o equilíbrio entre solos, plantas, água e outros recursos
(ARAÚJO; SANTOS; LOPES, 2014). Para isso, o manejo agroecológico une práticas
conservacionistas a conhecimentos científicos, respeitando a dinâmica dos
ecossistemas a fim de produzir alimentos de forma mais sustentável.

O uso de práticas conservacionistas, como a diversificação e rotação de culturas,


microterraceamento, cobertura vegetal com palha, plantio direto e adubação verde
permitem melhorar a qualidade do solo, elevar sua produtividade e promover a
sustentabilidade agrícola (TRISTÃO et al., 2019; SOUZA JUNIOR, 2019).
12

Na agroecologia, o solo é considerado a base produtiva dos ecossistemas, sendo o


manejo agroecológico do solo realizado com o objetivo de maximizar a atividade
biológica e o aporte de material orgânico para, então, manter a qualidade do solo ao
longo dos anos.

De acordo com Alfaia et al. (2018), o solo é mais do que um substrato, ele é uma
estrutura viva e complexa, onde ocorrem processos dinâmicos e essenciais para o
crescimento saudável de plantas e o equilíbrio ambiental. Portanto, o manejo
agroecológico do solo tem como princípios evitar a erosão, manter a ciclagem de
nutrientes e aumentar a fertilidade do solo por meio de adubações com materiais
orgânicos.

Outros princípios também são observados quando se busca conservar os recursos


naturais através do manejo agroecológico do solo. Entre eles, destaca-se fazer o uso
do solo de acordo com a sua capacidade; preservar nascentes e cursos d´água; fazer
o mínimo revolvimento do solo; manter a cobertura vegetal; utilizar o manejo integrado
de pragas, doenças e plantas daninhas; monitorar o uso de máquinas e equipamentos
e; evitar o uso de agrotóxicos (CERETTA; AITA, 2010).

Esses princípios norteiam as estratégias de cada sistema de produção, sendo


escolhidas por meio de um conjunto de práticas integradas de manejo do solo, da
planta e da água, considerando as características da propriedade, o objetivo do cultivo
e o perfil do agricultor (HÖRBE; MINELLA; LONDERO, 2020).

O cultivo de café consorciado com diversas plantas é capaz de otimizar a área de


plantio, reduzir o uso excessivo de insumos externos, diluir custos de produção,
contribuir com a cobertura vegetal e ciclagem de nutrientes, ser uma renda extra no
período de entressafras e melhorar a qualidade de vida do agricultor ao criar um
ambiente mais sombreado e agradável termicamente para o trabalho (RIGHI;
BERNARDES, 2015).

Ao avaliarem o desempenho do café conilon consorciado com adubos verdes em área


de transição agroecológica localizada no município de Alegre/ES, Jaeggi et al. (2020),
13

observaram que o manejo com 50% de feijão guandu apresentou resultados


superiores para os parâmetros altura das plantas, diâmetro do ramo ortotrópico,
número de folhas, número de nós produtivos, número de ramos plagiotrópicos e
produtividade em quilogramas de café cereja por planta, sendo considerado melhor
do que a adubação convencional.

A adubação verde é a prática de cultivar plantas que, posteriormente, serão


incorporadas ao solo. De acordo com Souza et al. (2020a), as principais vantagens
da adubação verde são verificadas pela deposição constante de fitomassa na
superfície do solo, que eleva a quantidade de carbono e matéria orgânica no solo,
resultando no aumento da CTC e adsorção de nutrientes, na redução de perdas por
lixiviação e na melhoria da fertilidade do solo.

A CTC corresponde à soma das cargas negativas nas partículas coloidais do solo que
retém cátions (Ca2+, Mg2+, K+, Na+, Al3+ e H+), sendo de suma importância na
estruturação dos solos, retenção de água e adsorção de nutrientes que
posteriormente serão disponibilizados para as plantas (RONQUIM, 2010).

Contudo, em alguns casos, a partir do momento que a lavoura é formada, o consórcio


de café com culturas anuais é prejudicado, principalmente por apresentar
competitividade entre as espécies. Assim, os sistemas agroflorestais (SAFs) podem
ser uma alternativa mais interessante e viável no manejo agroecológico do solo em
cafezais (DA MATTA et al., 2015).

Os SAFs constituem sistemas de uso e ocupação do solo onde plantas lenhosas


perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas, culturas agrícolas ou
forrageiras, com ou sem a integração de animais em uma mesma unidade de manejo,
que podem variar de acordo com o arranjo espacial e temporal adotado no plantio
(SOUZA et al., 2020b).

Entre os benefícios ambientais dos SAFs, destacam-se o maior aporte de diferentes


resíduos orgânicos, a redução da temperatura no ambiente e o aumento da umidade
relativa do ar e do solo. De acordo com Guimarães e Mendonça (2019), o elevado teor
14

de umidade no solo favorece a atividade microbiana, acelerando o processo de


decomposição e o acúmulo de matéria orgânica na superfície do solo.

Ao conduzirem um experimento em dois sistemas de produção de café conilon


localizados no município de Jaguaré/ES, Sales e Baldi (2020) realizaram medições
durante 13 meses em uma área sombreada com seringueira, bananeira, cacaueiro e
pimenta-do-reino, e outra área de monocultivo de café conilon. No sistema
agroflorestal diversificado, os autores observaram melhoria na qualidade do solo,
indicada pela abundância e diversidade da fauna edáfica, que contribuiu para a
ciclagem de nutrientes no local de plantio.

Ainda nesse estudo, Sales e Baldi (2020) constataram que os cafezais sombreados
se mostraram como uma alternativa viável para atender a produção agrícola e
favorecer a conservação dos solos, sendo a competição entre as espécies
compensada pela comercialização dos produtos florestais e pelos benefícios
ambientais observados no sistema. Dessa forma, os SAFs melhoram a qualidade do
solo e favorecem o crescimento de plantas, afetando também a renda e o bem-estar
dos agricultores, pois, além de gerar produtos diversificados, a presença do
componente arbóreo fornece sombra e regula a temperatura do ar ao longo do dia,
tornando o ambiente mais agradável termicamente.

De acordo com Tiecher (2016), a escolha de arranjos simplificados e com espécies


de valor econômico é uma estratégia benéfica ao produtor, devendo ser considerada
nas avaliações dos sistemas de manejo agroecológico do solo. Nesse sentido,
estudos nacionais e internacionais apontam que o futuro da agricultura será
determinado pela forma como os agricultores administram e conduzem a
diversificação da produção agrícola (SOUZA et al., 2020b), sendo o sistema
agroecológico uma estratégia ambientalmente mais correta, capaz de melhorar a
qualidade do solo, diluir os custos de produção, diversificar produtos e minimizar as
incertezas oriundas do momento de comercialização do café.
15

3.2 QUALIDADE DO SOLO SOB MANEJO AGROECOLÓGICO DE CAFEEIROS

O solo é um sistema vivo, complexo e dinâmico, por onde ocorrem interações entre
plantas, animais e microrganismos com o meio físico. Essas interações afetam a
qualidade do solo, sendo este um assunto cada vez mais estudado, principalmente no
que se refere a sua definição e mensuração (SILVA et al., 2021).

Baretta et al. (2010) descrevem a qualidade do solo como a capacidade do mesmo


em funcionar dentro de qualquer ecossistema, garantindo a produtividade biológica,
qualidade ambiental e desenvolvimento saudável de plantas e animais.

Primavesi (2019) também cita que a qualidade do solo está relacionada a boa
estrutura física, elevada porcentagem de nutrientes, diversidade de microrganismos e
considerável teor de matéria orgânica do solo (MOS), que exerce importantes funções
no sistema edáfico. Nesse âmbito, a qualidade do solo é observada pela interação de
seus atributos físicos, químicos e biológicos, sendo a MOS um componente de grande
importância na dinâmica dos ecossistemas.

De acordo com Araújo et al. (2012), manter a qualidade do solo nos níveis desejáveis
é uma tarefa difícil, devendo sua estimativa ser realizada a partir de vários indicadores.
Os indicadores ou índices da qualidade do solo são atributos mensuráveis que se
apresentam de forma quantitativa ou qualitativa, e que são capazes de predizer
alterações ocorridas nos diferentes ecossistemas ao longo do tempo (FREITAS et al.,
2017; SILVA et al., 2020).

O estudo dos atributos químicos do solo possibilita a compreensão de sua fertilidade,


com efeitos na produtividade agrícola (FREITAS et al., 2017). O pH, a CTC, a matéria
orgânica e os teores de nutrientes são os principais indicadores químicos utilizados
na avaliação da qualidade do solo (SILVA et al., 2020). Tais indicadores auxiliam na
identificação da capacidade de uso do solo e na sustentabilidade dos biomas através
da ciclagem dos nutrientes, que geralmente é maior em sistemas agroecológicos
devido ao maior acúmulo de MOS.
16

Primo et al. (2011) definem MOS como sendo todo material orgânico de origem
biológica, vivo ou morto, que se encontra em maior quantidade nas camadas
superficiais do solo, sendo um dos indicadores mais úteis na avaliação da qualidade
do solo, pois influencia diretamente a infiltração e retenção de água, a formação de
agregados, densidade, pH, capacidade tampão, CTC, mineralização, sorção de
nutrientes, aeração e atividade microbiana no solo.

Grande parte da MOS se encontra associada à fração argila por meio de íons
polivalentes, que são capazes de ligar as partículas de argila à matéria orgânica,
formando um complexo de argila-cátion-MOS. Assim, a presença de MOS aumenta a
reatividade do solo e cria complexos com Al3+, contribuindo para reduzir o efeito tóxico
do alumínio, aumentar CTC, reduzir perdas por lixiviação e, por consequência,
aumentar a disponibilidade de água e nutrientes para as plantas (CUNHA; MENDES;
GIONGO, 2015).

Com o objetivo de avaliar a qualidade do solo em lavouras de café conilon a pleno sol
e em sistemas agroflorestais conduzidos na Fazenda Experimental Bananal do Norte,
em Cachoeiro de Itapemirim/ES, Souza et al. (2014) verificaram que os sistemas
agroflorestais apresentaram maior teor de umidade e MOS, contribuindo para a
conservação do solo e da água, promovendo a sustentabilidade da cultura de café
conilon.

A quantidade de MOS depende da entrada de resíduos orgânicos e da sua taxa de


mineralização, sendo também afetada pelos atributos físicos e biológicos do solo. De
acordo com Oliveira et al. (2017), o tipo de cobertura vegetal, características
fisiológicas, relação C/N e as condições de temperatura e umidade do solo irão
determinar a qualidade da matéria orgânica e a quantidade da população de
microrganismos presentes no solo.

Xiao et al. (2017) atestam que o aumento da atividade microbiana em sistemas


agroecológicos ocorre devido a maior variedade de resíduos orgânicos com diferentes
características químicas, que atendem de forma variada as preferencias alimentares
dos diversos microrganismos decompositores, acelerando o processo de
17

mineralização e decomposição no solo. Portanto, a sustentabilidade da comunidade


biológica depende da quantidade e da diversidade química dos materiais que são
depositados no solo (TIEMANN et al., 2015), sendo a biomassa microbiana, a
respiração basal, o quociente metabólico, os processos enzimáticos, macrofauna e os
processos que envolvem o ciclo do carbono e do nitrogênio os principais índices
biológicos utilizados para avaliar a qualidade do solo (SILVA et al., 2021).

Os indicadores biológicos são compostos por uma grande variedade de espécies de


organismos vivos que estão presentes na superfície do solo e que desempenham
diferentes funções no ecossistema. Esses organismos apresentam sensibilidade às
mudanças ambientais e se alteram mais rapidamente do que os indicadores químicos
e físicos (SILVA et al., 2021), sendo de suma importância na ciclagem de nutrientes,
formação de poros e agregação do solo (MACHADO et al., 2015).

Juntamente com a microbiota, as populações da macro e mesofauna são


responsáveis pelos processos de decomposição e mineralização da matéria orgânica,
atuando também na regulação da ciclagem de nutrientes no solo. De acordo com Wu
e Wang (2019), a interação entre a macrofauna, microrganismos decompositores e
plantas é capaz de modificar a funcionalidade e estrutura do solo, regulando os
processos de decomposição e ciclagem de nutrientes. Assim, a biota edáfica contribui
diretamente para a avaliação dos sistemas de produção agrícola, pois determinam
quais nutrientes estarão prontamente disponíveis para a planta (SILVA et al., 2021).

Em estudo para avaliar a qualidade biológica dos solos sob diferentes usos e manejos
no Assentamento Florestan Fernandes, localizado em Guaçuí/ES, Marcatti et al.
(2020) analisaram quatro agroecossistemas compostos por café agroecológico, café
convencional, pastagem e mata. Ao final do experimento, os autores concluíram que
a qualidade biológica do solo foi afetada pelos diferentes sistemas de manejo, e que
a área com café agroecológico apresentou melhor qualidade do solo, assemelhando-
se a mata.

Ademais, por ser um agente cimentante de elevada porosidade, a MOS também afeta
os atributos físicos do solo, sendo a densidade, taxa de infiltração de água,
18

porosidade, condutividade hidráulica e resistência à penetração os principais


indicadores físicos utilizados na avaliação da qualidade do solo (SILVA et al., 2020).

Ao avaliarem diferentes sistemas de manejo com cafeeiro na região de Alegre/ES,


Thomazini et al. (2013) verificaram que a manutenção do aporte de matéria orgânica
em sistemas agroecológicos reduziu os valores de densidade do solo, sendo
observado melhor qualidade do solo no sistema de manejo conservacionista, que
também apresentou controle de erosão e maior diversidade de plantas.

Em estudo para avaliar os efeitos do cultivo de cafeeiro conilon orgânico consorciado


com espécies arbóreas e frutíferas sobre os atributos físico-hídricos do solo no Espírito
Santo, Souza et al. (2017) observaram que os consórcios de café com palmeira
pupunha e gliricídia resultaram em menores densidade do solo e resistência à
penetração e em maiores valores de porosidade total, microporosidade e conteúdo de
água no solo. Os autores concluíram que os SAFs melhoraram a qualidade físico-
hídrica do solo em comparação ao sistema de monocultivo a pleno sol e ao solo de
mata secundária.

Analisando essas vertentes, verifica-se que a implantação do sistema de manejo


agroecológico oferece melhorias nos atributos físicos, químicos e biológicos do solo,
favorecendo a infiltração e retenção de água, a agregação e estrutura do solo, o
desenvolvimento e abundância de microrganismos, a CTC, a disponibilidade de
nutrientes e o aporte de matéria orgânica, sendo a presença de MOS um indicador
chave por ser sensível a modificações antrópicas e condicionar todas as propriedades
do solo (CHERUBIN et al., 2015; COSTA et al., 2020).
19

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A pesquisa foi realizada numa propriedade de base familiar, denominada Sítio Gravel,
que fica localizada na comunidade de São Felipe, distrito de São Miguel do Caparaó,
município de Guaçuí/ES, sob as coordenadas geográficas de latitude Sul 20°46’ 32” e
longitude Oeste de Greenwich 41° 40’ 46" (Figura 1).

Figura 1 – Imagem de satélite do Sítio Gravel com indicações dos sistemas de manejo
agroecológicos (SMA) com café arábica e da área de referência (mata nativa)

S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 =
SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA
com 2 anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MTN = área de referência (mata
nativa).
Fonte: A autora

De acordo com a última atualização da classificação climática de Köppen e Geiger


(1928), modificada por Alvares et al. (2014), o município de Guaçuí apresenta clima
do tipo "Cwb", ou seja, clima subtropical de altitude, inverno seco e verão ameno, com
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temperaturas máximas entre 24,9°C em julho e 30,8°C em fevereiro e mínimas entre


12,1°C em julho e 18,8°C em dezembro (INSTITUTO CAPIXABA DE ASSISTÊNCIA
TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL – INCAPER, 2020).

A região possui altitude de 800 a 1200 m, está inserida na bacia hidrográfica do rio
Itabapoana e o solo predominante é o Latossolo Vermelho Amarelo, com fertilidade
variando de média a baixa. A média anual de precipitação é de 1.044,9 mm, sendo
sazonalmente dividida em dois períodos: um chuvoso, entre os meses de outubro a
abril (85,5% do total acumulado anual) e um período menos chuvoso entre os meses
de maio a setembro (14,5% do total) (INCAPER, 2020).

4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO

O Sítio Gravel possui uma área total de 25 ha. Antes da implantação do primeiro
sistema de manejo agroecológico (SMA), em 2000, ocorreram diferentes manejos e
usos do solo. Até os anos da década de 1990, a propriedade possuía 5 ha de área em
estágio inicial de regeneração natural; 16 ha em pastejo animal (bovino) com capim
gordura e colonião e, aproximadamente, 4,0 ha de áreas destinadas à monocultura
de café.

Atualmente, a propriedade é constituída por 8,35 ha de vegetação nativa em estágio


avançado de regeneração; 2,43 ha com vegetação nativa em estágio inicial de
regeneração; 1 ha ocupado com plantio de espécies arbóreas nativas e exóticas; 4,5
ha em sistemas agroecológicos com café arábica; e, aproximadamente, 8,72 ha em
áreas para outros usos.

Os SMA de café arábica foram implantados em relevo acidentado sob um Latossolo


Vermelho Amarelo. Nesses sistemas, as espécies espontâneas e o capim mombaça
(Megathyrsus maximus) são controlados por meio de roçada manual e mecanizada.
Todos os resíduos culturais (podas dos cafeeiros, folhas e desbastes das bananeiras,
folhas e hastes das palmeiras pupunha e juçara e roçadas) são aportados sobre o
solo, nas entrelinhas dos cafeeiros.
21

Exceto pelo sistema S1, que está há cinco anos sem receber adubação ou
manutenção, em todas as áreas de SMA do cafeeiro utilizam-se adubos orgânicos
para a fertilização do solo. No período de um ano são realizadas seis adubações,
sendo elas compostas por: esterco bovino (100 g planta-1), vermicomposto (50g
planta-1), palha de café (4L planta-1), esterco concentrado de galinha comercial (100 g
planta-1), esterco de galinha (200 g planta-1) advindo da criação de aves da
propriedade, adubo organomineral comercial (N: 0,85%, K2O: 1,3%, Ca: 12% e Mg:
2%) (100 g planta-1, aplicado três vezes ao ano) e o adubo verde feijão-de-porco
(Canavalia ensiformis) cultivado nas entrelinhas.

Para esta pesquisa, foram selecionadas três áreas com diferentes arranjos vegetais e
tempos de implantação, além de uma área de mata nativa usada como referência de
solo não antropizado (Figura 2). Todos os sistemas de manejo estão caracterizados
na Tabela 1.

Figura 2 – Composição dos sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica


e área de referência (mata nativa)

S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 =
SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA
com 2 anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MTN = área de referência (mata
nativa).
Fonte: A autora
22

Tabela 1 - Caracterização dos sistemas de manejo agroecológicos e da mata nativa


Sistema de Tempo de
manejo Sigla implantação Caracterização dos sistemas
(consórcio) (anos)
O café arábica foi implantado em 1988, no espaçamento 3 x
Café, banana
1,5 m, em 1,0 ha da área. As bananeiras e as palmeiras foram
prata
S1 22 inseridas em 2000, intercalando a cada duas fileiras de café
e palmeira
uma de banana e uma de palmito, com espaçamento de 3,0 m
juçara
entre as plantas.
Sistema implantado em 2018, em 0,90 ha da área, com
Café, banana
espaçamento 2,3 x 1,5 m e intercalado a quatro fileiras com
prata
S2 4 palmeira pupunha (2,3 x 2,0 m) e bananeiras (3 x 3 m).
e palmeira
Anteriormente à implantação do sistema, a área foi manejada
pupunha
com monocultivo de café e pastagem.
Sistema implantado em 2020, em 0,60 ha, com espaçamento 3
Café e banana x 1 m e com cultivo nas entrelinhas com milho e feijão-de-
S3 2
prata porco. Anteriormente à implantação do sistema, a área foi
manejada com pastagem.
Área de Ecossistema remanescente do Bioma Mata Atlântica,
referência MTN - compostos por Floresta Tropical Subperenifólia e Floresta
(Mata nativa) Estacional Semidecidual.
Fonte: A autora

Para a caracterização química (Tabela 2) e textural do solo na área, foram coletadas


três amostras de solos deformadas, obtendo-se uma amostra composta para cada
sistema de manejo (S1, S2 e S3), área de referência (MTN), posição de amostragem
(PC e EL) e profundidade do solo (0-0,10 m; 0,10-0,20 m e 0,20-0,40 m).
23

Tabela 2 – Caracterização química do solo das áreas de mata nativa e nos diferentes
sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica
Sistema pH P K+ Ca2+ Mg2+ Al3+ H + Al SB T t m V
de manejo H2O .....mg dm-3..... ...............................................cmol
dm-3............................................... ....................%...................
c

Profundidade 0-0,10 m
MTN 4,9 3,6 77 2,2 0,9 0,5 10,0 3,3 13,4 3,8 13 24,7
S1PC 5,4 3,5 35 3,1 0,8 0 7,2 4,2 11,1 4,1 0 35,6
S1EL 6,1 5,5 27 3,6 0,9 0 5,5 4,6 10,1 4,6 0 45,2
S2PC 6,1 8,0 40 4,1 1,1 0 8,2 5,3 13,3 5,3 0 40,1
S2EL 6,0 4,7 44 4,4 1,3 0 6,2 5,9 12,0 5,9 0 48,6
S3PC 5,4 4,2 59 2,0 0,7 0,2 9,3 2,8 12,1 2,9 5,1 23,2
S3EL 6,0 10,1 43 3,9 1,7 0 5,5 5,7 11,2 5,7 0 51,2
Profundidade 0,10-0,20 m
MTN 4,8 3,4 76 1,6 0,9 1,3 11 2,7 13,2 3,9 32 20,2
S1PC 5,8 3,3 24 3,1 1,2 0 8,2 1,2 9,8 1,8 0 17,1
S1EL 6,0 3,1 17 2,2 0,7 0 7,2 2,9 9,9 2,9 0 29,1
S2PC 5,8 3,4 34 3,6 0,9 0 6,2 4,5 10,7 4,5 0 42,2
S2EL 5,6 3,1 26 2,7 0,9 0 6,2 3,7 9,9 3,7 0 37,3
S3PC 5,0 3,1 41 1,2 0,5 0,5 8,1 2,8 12,1 2,9 17 23,1
S3EL 5,5 5,3 24 2,0 0,9 0 7,3 2,9 10,2 2,9 0 28,7
Profundidade 0,20-0,40 m
MTN 4,6 3,3 54 0,4 0,4 0,8 12 1,1 13,2 1,8 45 7,3
S1PC 5,1 3,3 15 1,4 0,4 0,1 8,2 1,9 10,0 2,1 5,1 18,6
S1EL 5,4 2,8 13 2,4 0,7 0,1 6,6 3,1 9,7 3,2 3,1 32,1
S2PC 5,4 3,4 22 1,8 0,6 0,1 7,4 2,4 9,9 2,5 2,0 24,7
S2EL 5,1 3,2 25 1,4 0,5 0,4 7,2 2,3 9,2 2,4 15 21,9
S3PC 5,6 3,2 36 3,0 1,1 0,0 7,1 4,1 11,2 4,1 0 36,6
S3EL 5,1 3,1 18 1,1 0,5 0,4 8,3 1,7 9,9 2,2 18 16,6
pH: relação solo-água 1:2,5; P: extrator Mehlich-1 e determinação por colorimetria; Na e K: extrator
Mehlich-1 e determinação por fotometria de chama; Ca e Mg: extrator KCI 1 mol/L e determinação por
espectrometria de absorção atômica; Al: extrator KCl 1 mol/L e determinação por titulometria; H+Al:
extrator acetato de cálcio 0,5 mol/l pH 7,0 e determinação por titulometria; SB: Soma de bases trocáveis;
t: capacidade de troca catiônica efetiva; CTC 7,0 (T): capacidade de troca catiônica a pH 7,0; V: Índice
de saturação de bases; m: Índice de saturação por alumínio; S1 = SMA com 22 anos de implantação,
com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4 anos de implantação, com
consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos de implantação, com
consórcio de café e banana prata; MTN = área de referência (mata nativa); PC = amostragem na projeção
da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café.
Fonte: A autora

4.3 AMOSTRAGEM DO SOLO

Para a avaliação dos indicadores de qualidade do solo, com o auxílio amostrador de


Uhland, foram coletados anéis metálicos que continham amostras indeformadas de
solo. A amostragem do solo foi realizada no mês de novembro de 2021, em três
24

profundidades de solo: 0-0,10 m, 0,10-0,20 m e 0,20-0,40 m. O solo foi coletado nos


diferentes SMA do cafeeiro de forma equidistante, com três repetições, em duas
posições de amostragem: na projeção da copa (PC) e nas entrelinhas (EL) do cafeeiro.
Na área de referência (mata nativa) o solo foi coletado nas mesmas profundidades,
porém de maneira aleatória.

Considerando as três repetições nos três SMA do cafeeiro arábica para cada ponto
de coleta (EL e PC) e profundidade, e as três repetições na área de referência (MTN)
em cada profundidade, foi realizado a coleta de 63 pontos amostrais de solo.

4.4 INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO

A determinação da densidade do solo (Ds) foi realizada pelo método do anel


volumétrico, e a densidade de partículas (Dp) pelo método do balão volumétrico,
seguindo as metodologias descritas por Teixeira et al. (2017). A porosidade total foi
calculada pela Equação 1.

Ds
Pt = 1 - (1)
Dp

Onde: Pt = porosidade total, em m3 m-3; Ds = densidade do solo, em kg dm-3 e; Dp =


densidade partículas, em kg dm-3.

De posse dos valores de Pt, calculou-se a micro (Mip) e macroporosidade (Map),


seguindo a metodologia proposta por Teixeira et al. (2017).

Nos mesmos locais de amostragem do solo, com o auxílio de um penetrômetro de


impacto (STOLF, 1991), foi determinado a resistência do solo à penetração (RP),
sendo a avaliação realizada com três repetições para cada profundidade estudada.

A transformação dos valores da penetração da haste do aparelho no solo (cm impacto-


1) em RP (MPa) foi obtida por meio da utilização de planilha computacional com
25

linguagem de programação do tipo Visual Basic Aplication (VBA), ambas


desenvolvidas no Excell® (STOLF, 2014).

A coleta de dados referentes à umidade do solo foi realizada concomitantemente às


avaliações de RP, com o equipamento do tipo sonda de sensores de capacitância,
denominado sonda Reflectometria no Domínio da Frequência (FDR).

A argila dispersa em água foi determinada a partir da terra fina seca ao ar (TFSA),
utilizando-se agitação mecânica lenta (agitador de Wagner a 50 rpm por 16 h) e água
deionizado, conforme metodologia proposta por Teixeira et al. (2017).

A avaliação da estabilidade dos agregados do solo foi realizada por peneiramento via
úmida, com 25 g da amostra de agregados previamente classificados em peneira de
4-2 mm. As amostras de agregados foram umedecidas e acopladas em aparelho de
oscilação vertical, proposto por Yoder (1936) e descrito por Kemper e Chepil (1965),
constituído por peneiras de 2; 1; 0,5; 0,25; e 0,106 mm, durante o período de 15
minutos, à uma frequência de 32 oscilações por minuto. De posse dos valores obtidos
em cada classe de agregado (4-2; 2-1; 1-0,5; 0,5-0,25; 0,25-0,106 e <0,106 mm), foi
calculado o diâmetro médio geométrico pela Equação 2.

∑ni=1 xi logdi
DMG = 10 (2)

Onde: DMG = diâmetro médio geométrico, em mm; xi = quociente da massa de


agregados retidos na peneira i sobre a massa total; e di = diâmetro médio da fração,
em mm.
A determinação dos teores de carbono orgânico total (COT) foi realizada pela
oxidação da matéria orgânica via úmida com K2Cr2O7 0,167 mol L-1 em meio ácido
(YEOMANS; BREMNER, 1988).

Para a determinação do nitrogênio total (NT) foi utilizado o método descrito por
Bremner (1996), que envolve o uso de uma mistura digestora à base de K 2SO4, CuSO4
e selênio, seguida de destilação Kjeldahl.
26

De posse dos dados de Ds e dos teores de COT e NT foram calculados, para cada
profundidade de solo amostrada, os estoques de carbono orgânico total (Equação 3)
e os estoques de nitrogênio total (Equação 4).

e
EstCOTi = COTi x Dsi x 10i (3)

ei
EstNTi = NTi x Dsi x (4)
10

Onde: EstCOTi = estoque de carbono orgânico total na profundidade i, em t ha-1;


EstNTi = estoque de nitrogênio total na profundidade i, em t ha-1; COTi = teor de
carbono orgânico total na profundidade i, em g kg-1; NTi = teor de nitrogênio total na
profundidade i, em g kg-1; Dsi = densidade do solo na profundidade i, em kg dm-3; ei =
espessura do solo na profundidade i, em m.

Posteriormente, os EstCOT e EstNT foram corrigidos conforme as recomendações


propostas por Carvalho et al. (2009) para diminuir os erros de cálculos dos estoques
provenientes da compactação do solo nos sistemas modificados pela ação antrópica
(FERNANDES; FERNANDES, 2013). A correção dos estoques de carbono orgânico
total e nitrogênio total foram realizadas segundo as Equações 5 e 6.

Drefi
COTi x Dsi x [ ]
(Dsi x ei )
EstCOTi = (5)
10

Drefi
NTi x Dsi x [ ]
(Dsi x ei )
EstNTi = (6)
10

Onde: EstCOT = estoque de carbono orgânico total na profundidade i, em t ha-1; EstNT


= estoque de nitrogênio total na profundidade i, em t ha-1; COTi = teor de carbono
orgânico total na profundidade i, em g kg-1; NT = teor de nitrogênio total na
profundidade i, em gkg-1; Dsi = densidade do solo na profundidade i, em kg dm-3; Drefi
= densidade do solo na profundidade i da área de referência, em kg dm-3; ei =
espessura do solo na profundidade i, em m.
27

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os atributos indicadores de qualidade do solo foram comparados em ambos os pontos


de amostragem (PC e EL) e em relação aos diferentes tempos de implantação,
independentemente da profundidade de amostragem. Os dados foram submetidos à
análise de variância (ANOVA), com significâncias de 0,1%, 1%, 5% e 10%, utilizando-
se o Software R 4.0 (R Core Team, 2022) para obtenção da soma dos quadrados dos
resíduos e posterior cálculo dos contrastes ortogonais (Tabela 3).

Tabela 3 – Contrastes ortogonais utilizados na comparação dos diferentes sistemas


de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica
Tempo de
SMA C1 C2 C3 C4 C5
implantação (anos)
S1PC 22 2 - - - 1
S2PC 4 -1 - -1 - 1
S3PC 2 -1 - -1 - 1
S1EL 22 - 2 - - -1
S2EL 4 - -1 - 1 -1
S3EL 2 - -1 - -1 -1
Contrastes ortogonais: C1 = S1PC - (S2PC+S3PC); C2 = S1EL - (S2EL+S3EL); C3 = S2PC-S3PC; C4 =
S2EL-S3EL; C5 = (S1PC+S2PC+S3PC) - (S1EL+S2EL+S3EL); S1 = SMA com 22 anos de implantação,
com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4 anos de implantação, com
consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos de implantação, com
consórcio de café e banana prata; MTN = área de referência (mata nativa); PC = amostragem na projeção
da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café.
Fonte: A autora

O teste de Dunnett, com as mesmas significâncias supracitadas, foi utilizado para


comparar os valores médios dos atributos dos diferentes SMA do cafeeiro em relação
a área de referência (MTN).
28

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO NOS SISTEMAS DE MANEJO


AGROECOLOGICO DO CAFEEIRO EM COMPARAÇÃO À MATA NATIVA

Para o atributo densidade do solo (Ds), na profundidade de 0-0,10 m, todos os SMA


exibiram valores estatisticamente superiores em relação à MTN (Figura 3). Esse
resultado pode estar relacionado a presença de maiores quantidades de serapilheira
e matéria orgânica do solo (MOS) da mata nativa.

Figura 3 – Médias e significâncias de densidade do solo (Ds) na área de mata nativa


e nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica

Ds = densidade do solo; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10-0,20 m; C = 0,20-0,40 m; S1 = SMA


com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4
anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos
de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata nativa); PC =
amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ = desvio padrão;
*, **, ● e ns; = significativo a 5%, 1%, 10% e não significativo, respectivamente, pelo teste de Dunnett.
Fonte: A autora
29

De acordo com Calonego (2012), a menor Ds em áreas de vegetação nativa ocorre


devido aos elevados teores de MOS e intensa atividade da biota edáfica que
constroem canais, cavidades e galerias nas camadas mais superficiais do solo, além
do sistema radicular diversificado, que é capaz de descompactar o solo em diferentes
profundidades.

Na profundidade de 0,10-0,20 m, foi verificado valor de Ds significativamente superior


para o sistema S2PC, enquanto os demais sistemas de manejo apresentaram
similaridades com a MTN. Já na profundidade de 0,20-0,40 m, foi observado maior
valor para as amostras coletadas nas entrelinhas dos cafeeiros.

Alves (2017) também observou maior valor de Ds para um sistema de manejo de café
conilon consorciado com bananeira aos quatro anos de implantação (1,4 kg dm-3),
comparativamente à mata nativa (1,2 kg dm-3), concluindo que o valor de Ds
apresentado pelo consórcio café e bananeira, provavelmente, estava relacionado ao
pouco tempo de implantação do sistema agroecológico.

Ao avaliarem a Ds de um sistema agroflorestal de café arábica com bananeira e


eucalipto, implantado a 25 anos no sul de Minas Gerais, Cogo et al. (2012) não
verificaram diferenças significativas nos dois pontos de amostragem (PC = 1,26 kg
dm-3 e EL = 1,27 kg dm-3) comparativamente à MTN (1,30 kg dm-3), afirmando que a
adoção do manejo agroecológico do cafeeiro proporcionou melhoria na densidade do
solo ao longo dos anos.

O histórico de uso do solo com pastagem é outro fator a ser considerado nos sistemas
S2 e S3, pois o pisoteio animal pode compactar a superfície do solo, resultando no
aumento de sua densidade (GOMES; SANTOS; GUARIZ, 2019).

Apesar disso, os sistemas S2 e S3 exibiram valores de Ds menores em relação ao


encontrado por Thomazini et al. (2013), que ao avaliarem a qualidade do solo em
diferentes sistemas de manejo agroecológicos de café conilon na região sul do
Espírito Santo obtiveram maior Ds para o sistema com seis anos de implantação (1,4
kg dm-3) em comparação a área de mata nativa (1,0 kg dm-3).
30

Exceto para S1PC, que mostrou valor significativamente maior na profundidade de 0-


0,10 m (Figura 4), as análises para o atributo densidade de partículas (Dp)
evidenciaram similaridades entre os SMA e a MTN nas três profundidades estudadas.

Figura 4 – Médias e significâncias de densidade de partículas (Dp) do solo na mata


nativa e nos diferentes sistemas manejo agroecológicos (SMA) do café arábica

Dp = densidade de partículas; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10- 0,20 m; C = 0,20-0,40 m; S1 =


SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA
com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2
anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata nativa);
PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ = desvio
padrão; * = significativo a 5% e ns = não significativo pelo teste de Dunnett.
Fonte: A autora

A Dp é muito estável, sendo afetada pela composição da fração sólida, principalmente


em relação aos constituintes mineralógicos e ao teor de matéria orgânica do solo
(BURAK et al., 2010). Nesse sentido, o maior valor de Dp encontrado no sistema
S1PC, na profundidade de 0-0,10 m, pode estar relacionado ao seu conteúdo de
matéria orgânica do solo (MOS).
31

De acordo com Gomes, Santos e Guariz (2019), por ser um atributo estável,
mudanças na Dp seriam imperceptíveis em curto período, mas sua determinação é
essencial para se calcular a porosidade do solo.

No atributo porosidade total (Pt), foi verificada diferença significativa apenas no


sistema S2EL, na profundidade de 0,20-0,40 m (Figura 5). Vale destacar que, nesta
profundidade, o mesmo sistema apresentou valor de Ds superior à MTN, confirmando,
assim, a relação de proporcionalidade inversa citada por Chaves et al. (2012).

Figura 5 – Médias e significâncias de porosidade total (Pt) do solo na mata nativa e


nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica

Pt = porosidade total do solo; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10-0,20 m; C = 0,20-0,40 m; S1 =


SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA
com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2
anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata nativa);
PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ = desvio
padrão; ● = significativo a 10% e ns = não significativo pelo teste de Dunnett.
Fonte: A autora
32

Souza et al. (2015) também observaram relação inversa entre Ds e Pt em um sistema


de café e banana com dois anos de implantação, comparativamente à mata nativa
(MTN).

O uso do solo sob manejo convencional e pastagem acarreta no aumento da Ds e,


consequente, diminuição da Pt; enquanto em áreas não antropizadas, como é
observado em solo de mata nativa, o incremento de MOS exerce efeito contrário
(STEFANOSKI et al., 2013). Dessa forma, os resultados encontrados nesta pesquisa
podem ser justificados, uma vez que o solo no sistema S2 foi, anteriormente,
manejado com monocultivo de café e pastagem e o sistema S3 com pastagem.

Entretanto, apenas a Pt não é um parâmetro muito robusto como indicador da


qualidade física do solo, sendo fundamental avaliar a distribuição do diâmetro dos
poros que a compõe (KERBER et al., 2013).

Nesse sentido, avaliando o atributo macroporosidade (Map), foi possível observar, na


profundidade de 0-0,10 m, diferenças significativas entre os sistemas S2 (0,12 m3 m-
3) e S3 (0,09 m3 m-3) com a MTN (0,19 m3 m-3).

Exceto nos sistemas S2 PC e S3EL, na profundidade de 0,10-0,20 m, as análises


mostraram semelhanças entre os SMA e a MTN. Já na profundidade de 0,20-0,40 m,
o sistema S2 apresentou expressiva redução de Map (Figura 6).

Elevados aportes de resíduos culturais e maior atividade biológica favorecem a


formação e manutenção de poros com diâmetros maiores (WENDLING et al., 2012),
como o que foi observado na MTN.

Essa mesma dinâmica pode ter colaborado com os resultados observados no sistema
S1, onde houve maior deposição de resíduos orgânicos na cobertura do solo,
principalmente devido ao maior tempo de implantação do manejo agroecológico.
33

Figura 6 – Médias e significâncias de macroporosidade (Map) do solo na mata nativa


e nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica

Map = macroporosidade do solo; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10-0,20 m; C = 0,20-0,40 m; S1 =


SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA
com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2
anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata nativa);
PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ = desvio
padrão; *, **, ● e ns; = significativo a 5%, 1%, 10% e não significativo, respectivamente, pelo teste de
Dunnett.
Fonte: A autora

Em relação ao atributo microporosidade (Mip), foi observado similaridades entre os


SMA e a MTN nas profundidades de 0-0,10 m e 0,20-0,40 m. Na profundidade de
0,10-0,20 m houve diferença estatística entre o sistema S2EL e a MTN (Figura 7).

Essa mesma tendência foi observada por Figueiredo (2020) ao avaliar a qualidade de
solos em sistemas agroflorestais sintrópicos, com três e quatro anos de implantação,
para a produção de café arábica, consorciados com diferentes espécies arbóreas,
herbáceas e arbustivas.
34

Figura 7 – Médias e significâncias de microporosidade do solo (Mip) na mata nativa e


nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica

Mip = microporosidade do solo; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10-0,20 m; C = 0,20-0,40 m; S1 =


SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA
com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 SMA com 2
anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata nativa);
PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ = desvio
padrão; ● = significativo a 10% e ns = não significativo pelo teste de Dunnett.
Fonte: A autora

De acordo com Klein (2005), a quantidade de microporos estão relacionados à


quantidade de agregados, que é maior em solos mais argilosos. Logo, ao comparar a
classificação textural descrita na Tabela 4 com os valores apresentados na Figura 7,
observou-se que os valores da Mip podem estar relacionados a textura mais argilosa
dos solos analisados.
35

Tabela 4 – Classificação textural do solo na mata nativa e nos diferentes sistemas de


manejo agroecológicos (SMA) do café arábica
Profundidade Fração granulométrica (g kg-1)
Sistema de manejo Classificação textural
(m) Areia Silte Argila
0-0,10 392,40 172,10 435,54 Argilosa
MTN 0,10-0,20 309,92 182,11 508,70 Argilosa
0,20-0,40 445,30 166,90 384,45 Média

0-0,10 378,40 139,30 478,20 Argilosa


S1PC 0,10-0,20 345,70 193,10 482,19 Argilosa
0,20-0,40 359,50 169,20 471,20 Argilosa

0-0,10 495,10 161,00 343,80 Média


S1EL 0,10-0,20 361,30 154,40 482,00 Argilosa
0,20-0,40 448,40 179,20 372,30 Média

0-0,10 379,30 148,70 468,20 Argilosa


S2PC 0,10-0,20 392,40 165,70 441,80 Argilosa
0,20-0,40 364,50 134,30 501,20 Argilosa

0-0,10 384,60 168,40 438,70 Argilosa


S2EL 0,10-0,20 455,80 205,80 338,20 Média
0,20-0,40 446,20 165,30 388,30 Média

0-0,10 373,60 156,70 464,80 Argilosa


S3PC 0,10-0,20 228,50 147,80 614,20 Muito argilosa
0,20-0,40 229,30 158,20 612,40 Muito argilosa

0-0,10 389,30 161,40 448,70 Argilosa


S3EL 0,10-0,20 238,20 149,30 608,84 Muito argilosa
0,20-0,40 452,30 177,30 370,40 Média
MTN = área de referência (mata nativa); S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café,
banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana
prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos de implantação, com consórcio de café e banana prata;
PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café.
Fonte: A autora

Na profundidade de 0-010 m foi verificado maior teor de argila e maior Mip para o S1
PC. Já o manejo do cafeeiro consorciado com bananeira, implantado há 2 anos (S3),
apresentou elevada Mip e maior teor de argila em relação ao solo da MTN nas
profundidades de 0,10-0,20 e 0,20-0,40 m (Tabela 3). Do mesmo modo, o menor teor
de argila em S2EL, na profundidade de 0,10-0,20 m, associou-se aos menores valores
de Mip (Figura 7). Na profundidade de 0,20-0,40 m também foi constatado maiores
36

teores de argila e maiores valores de Mip para as amostras coletadas na projeção da


copa (PC) dos três SMA.

Em relação a resistência do solo à penetração (RP), na profundidade de 0-0,10 m, foi


verificado similaridade entre a MTN com o sistema S1, e diferenças estatísticas com
os sistemas S2 e S3 (Figura 8).

Figura 8 – Médias e significâncias de resistência do solo a penetração (RP) na mata


nativa e nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica

RP = resistência do solo à penetração; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10-0,20 m; C = 0,20-0,40


m; S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 =
SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA
com 2 anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata
nativa); PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ =
desvio padrão; *, **, *** e ns; = significativo a 5%, 1%, 0,1% e não significativo, respectivamente, pelo
teste de Dunnett.
Fonte: A autora

Ao comparar a RP com a Ds na profundidade de 0-0,10 m, verificou-se que o maior


valor de Ds para o sistema S1 não refletiu no aumento da RP, sendo os valores
observados para a MTN mais compatíveis com o esperado. Na profundidade de 0,10-
37

0,20 m, a elevada RP pode estar associado ao histórico de uso do solo antes da


implantação dos sistemas S2 e S3.

O comportamento mecânico do solo também pode ser influenciado pela sua umidade,
que varia amplamente em função do sistema de manejo, tipo de vegetação,
precipitação, época do ano e pontos de coleta das amostras. De acordo com Molina
Junior (2017) e Adams et al. (2018), solos com maiores umidades tendem a
apresentar menor RP do que solos mais secos. Entretanto, em todos as
profundidades, não foi verificada significância dos valores de umidade do solo nos
SMA em comparação a MTN (Tabela 5).

Tabela 5 – Umidade do solo na mata nativa e nos diferentes sistemas de manejo


agroecológicos (SMA) do café arábica
Sistema de manejo Umidade do solo (m3 m-3)
Profundidade (m)
0-0,10 0,10-0,20 0,20-0,40
S1PC 0,22ns 0,27ns 0,27ns
S1EL 0,23ns 0,25ns 0,29ns
S2PC 0,22ns 0,23ns 0,24ns
S2EL 0,28ns 0,24ns 0,29ns
S3PC 0,22 ns 0,23ns 0,25ns
S3EL 0,27 ns 0,27ns 0,25ns
MTN 0,24 0,24ns 0,27
S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 =
SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA
com 2 anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MTN = área de referência (mata
nativa); PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; ns =
significativo pelo teste de Dunnett.
Fonte: A autora

Argila disperda em água (ADA) refere-se à porção de argila total naturalmente


dispersa sob ação da água. Juntamente com grau de floculação (GF), que
corresponde ao teor de argila floculada, esse atributo é comumente utilizado como
índice para avaliar a estabilidade estrutural do solo agrícola e sua susceptibilidade ao
processo erosivo (MOTA et al., 2013; VAN LIER, 2010).

Foi observado similaridade dos valores de ADA entre a MTN e o sistema S1 nas três
profundidades estudadas. Nas profundidades de 0-0,10 m e 0,10-0,20 m, os sistemas
S2 e S3 apresentaram teores de ADA estatisticamente superiores ao da MTN. Esse
38

comportamento também foi verificado na profundidade de 0,20-0,40 m para os


sistemas S2PC e S3 (Figura 9).

Figura 9 – Médias e significâncias dos teores de argila dispersa em água (ADA) do


solo na mata nativa e nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do
café arábica

ADA = argila dispersa em água; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10-0,20 m; C = 0,20-0,40 m; S1 =


SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA
com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2
anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata nativa);
PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ = desvio
padrão; **, ***, e ns; = significativo a 1%, 0,1% e não significativo, respectivamente, pelo teste de
Dunnett.
Fonte: A autora

O menor valor de ADA e o maior valor de GF são indicativos de boa estabilidade dos
agregados, principalmente por refletir na maior união entre as partículas do solo
(DANTSOVA et al., 2009; FREITAS, 2011).
39

Nas profundidades de 0-0,10 e 0,10-0,20 m, o GF foi similar entre a MTN e o sistema


S1, e significativamente menor nos sistemas S2 e S3 (Figura 10). Na profundidade de
0,20-0,40 m não foram verificadas diferenças estatísticas.

Figura 10 – Médias e significâncias de grau de floculação (GF) na mata nativa e nos


diferentes sistemas manejo agroecológicos (SMA) do café arábica

GF = grau de floculação; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10-0,20 m; C = 0,20-0,40 m; S1 = SMA


com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4
anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos
de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata nativa); PC =
amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ = desvio padrão;
**, ***, ● e ns; = significativo a 1%, 0,1%, 10% e não significativo, respectivamente, pelo teste de
Dunnett.
Fonte: A autora

Resultados semelhantes foram encontrados por Thomazini et al. (2013) ao avaliarem


distintos sistemas de manejo agroecológicos com cafeeiro na região de Alegre/ES. Os
autores verificaram que o café consorciado com ingá, palmito e frutíferas aos quatro
anos de implantação apresentou ADA de 69,98 g kg-1 e GF de 28,19 dag kg-1; e o
consócio de 6 anos com café, bananeira, laranja e mamão apresentou ADA de 81,35
40

g kg-1 e GF de 17,64 dag kg-1; enquanto a MTN teve resultado inferior para ADA (55,24
g kg-1) e superior para GF (43,77 dag kg-1), na profundidade de 0-0,10 m.

De acordo com Klein (2014), os altos teores de matéria orgânica encontrados no solo
de mata nativa proporcionam menor dispersão de argila, visto que há relação positiva
entre o grau de floculação e os teores de MOS em função do efeito cimentante deste
constituinte, que também afeta positivamente a agregação do solo.

A agregação do solo é de suma importância para avaliar a qualidade física do


solo, sendo o diâmetro médio geométrico (DMG) pressuposto da estabilidade
(SALES et al., 2016; LOSS et al., 2017).

Neste trabalho, o DMG apresentou relação inversa com a ADA. Logo, quanto maior
os valores do DMG maior será a estabilidade de agregados e a resistência do solo
aos processos erosivos.

De modo geral, o sistema S1 e a MTN apresentaram menor valor de RP e maior valor


de DMG (Figuras 8 e Figura 11). De acordo com Loss et al. (2010), o maior tamanho
do DMG encontrado nos solos de vegetação nativa está relacionado ao volume de
raízes e a ação de microrganismos e hifas de fungos que beneficiam a formação de
agregados, conferindo maior estabilidade ao solo. Os autores destacam que em áreas
com aporte de cobertura vegetal, onde são encontrados elevados teores de carbono,
a formação de agregados com maior diâmetro é favorecida, principalmente nas
camadas mais superficiais do solo.

Este resultado também pode estar relacionado a diversa presença do sistema


radicular dos indivíduos arbóreos no sistema S1, que tem mais tempo de implantação
(22 anos), uma vez que raízes bem desenvolvidas são capazes de romper camadas
coesas, agregar partículas e mobilizar nutrientes em diferentes profundidades do solo
(SOUZA; SANTOS, 2017).
41

Figura 11 – Médias e significâncias de diâmetro médio geométrico (DMG) do solo na


mata nativa e nos diferentes sistemas de manejo agroeocológicos (SMA) do café
arábica

DMG = diâmetro médio geométrico; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10-0,20 m; C = 0,20-0,40 m;


S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 =
SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA
com 2 anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata
nativa); PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ =
desvio padrão; *, ***, ● e ns; = significativo a 5%, 0,1%, 10% e não significativo, respectivamente, pelo
teste de Dunnett.
Fonte: A autora

Na profundidade de 0-0,10 m foi observado menores valores de DMG nos sistemas


S2PC e S3 em comparação a MTN. Na profundidade 0,10-20 m, os sistemas S2 e S3
também apresentaram menor DMG, não havendo diferenças significativas na
profundidade de 0,20-0,40 m (Figura 11).

Acredita-se, portanto, que nas profundidades de 0-0,10 m e 0,10-0,20 m, o maior


tempo de deposição de cobertura vegetal no sistema S1 (22 anos) proporcionou
maiores valores de DMG, assemelhando-se à MTN. Apesar disso, em todos os SMA
42

os valores de DMG revelam predominância de macroagregados maiores (>2mm) nas


diferentes profundidades, sendo este um indicativo de boa estabilidade estrutural.

De acordo com Tiecher (2016), a formação de macroagregados é influenciada pelas


interações existentes entre a biota do solo, raízes e agentes inorgânicos e orgânicos,
que afetam a quantidade e a dinâmica da matéria orgânica no solo. Assim, práticas
conservacionistas que propiciem maior enraizamento e acúmulo de resíduos vegetais
na cobertura do solo favorecem os processos de agregação e, consequentemente,
melhoram as propriedades físicas do solo.

O maior aporte de diferentes resíduos vegetais na cobertura do solo também contribui


positivamente com os processos de humificação e fixação de carbono no solo, sendo
fundamental para aumentar o teor de carbono orgânico no solo (PORTUGAL et al.,
2008; FONTANA et al., 2011).

Nas profundidades de 0-0,10 m e 0,10-0,20 m, foram verificados maiores teores de


carbono orgânico total (COT) no solo da MTN, não havendo diferença estatística na
profundidade de 0,20-0,40 m (Figura 12).

Os valores observados nas profundidades de 0-0,10 m e 0,10-0,20 m podem estar


relacionados ao tempo de implantação, a diversidade e a densidade cultural de cada
sistema de manejo. Vale ressaltar, que o sistema S1 (22 anos) se encontra há cinco
anos sem receber manutenção ou adubação orgânica, o que pode ter afetado o seu
teor de COT.

Segundo Calvo et al. (2010) e Da Matta et al. (2015), a constante deposição de


resíduos orgânicos sobre solo diminui a incidência dos raios solares, controla a
temperatura e umidade do solo, criando um ambiente propício ao desenvolvimento de
microrganismos benéficos e ao acúmulo de MOS, com reflexos positivos na
produtividade agrícola.
43

Figura 12 – Médias e significâncias de carbono orgânico total (COT) do solo na mata


nativa e nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica

COT = carbono orgânico total; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10-0,20 m; C = 0,20-0,40 m; S1 =


SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA
com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2
anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata nativa);
PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ = desvio
padrão; *, **, *** e ns; = significativo a 5%, 1%, 0,1% e não significativo, respectivamente, pelo teste de
Dunnett.
Fonte: A autora

Ao compararem os teores de COT no solo de mata nativa com um sistema de manejo


do cafeeiro arábica consorciado com bananeira e citros, com 4 anos de implantação,
Machado et al. (2014) verificaram, na profundidade de 0-0,05 m, teores de COT de
61,1 g kg-1 para a mata nativa e de 33,0 g kg-1 para o sistema de manejo agroecológico.
Na profundidade de 0,05-0,10 m, os mesmos autores encontraram valores de COT de
34,9 g kg-1 para a mata nativa e de 32,2 g kg-1 para o sistema manejo agroecológico.

O comportamento do COT foi semelhante ao estoque de carbono orgânico total


(EstCOT), nas três profundidades avaliadas, sendo verificado valor significativamente
44

maior na MTN em comparação a todos os SMA nas profundidades de 0-0,10 m e 0,10-


0,20 m (Figura 13).

Figura 13 – Médias corrigidas e significâncias de estoque de carbono orgânico total


(EstCOT) do solo na mata nativa e nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos
(SMA) do café arábica

EstCOT = estoque de carbono orgânico total; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10- 0,20 m; C = 0,20-
0,40 m; S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara;
S2 = SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 =
SMA com 2 anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência
(mata nativa); PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café;
Ɪ = desvio padrão; *, **, *** e ns; = significativo a 5%, 1%, 0,1% e não significativo, respectivamente,
pelo teste de Dunnett.
Fonte: A autora

Esses dados corroboram com a tendência observada por Figueiredo (2020), que ao
avaliar a qualidade do solo em diferentes sistemas sintrópicos com três (123,5 t ha -1)
e quatro (124,8 t ha-1) anos, para a produção de café, verificou menores valores de
EstCOT em comparação ao solo de vegetação nativa (129,9 t ha-1), na profundidade
45

de 0-0,10 m. Segundo o autor, isso ocorreu devido ao tempo de implantação dos


sistemas de manejo, que foi insuficiente para aumentar o estoque de carbono no solo.

Em contrapartida, ao avaliarem dois sistemas de manejo agroecológicos com café


conilon, bananeira e palmeira, ambos com quatro anos de implantação, Mendonça et
al. (2017) constataram maiores valores de EstCOT nos sistemas de manejo
agroecológicos em relação à mata nativa. Os autores concluíram que esse resultado
foi decorrente da alta densidade dos cultivos de banana e pupunha, e ao sistema
radicular bem desenvolvido da pupunha.

Nesse sentido, o não revolvimento do solo, o cultivo de culturas perenes e o manejo


orgânico são de grande importância na preservação da integridade da estrutura do
solo e, consequentemente, na manutenção nos estoques de carbono e nitrogênio do
solo (RANGEL et al., 2007).

De acordo com Doetterl et al. (2015), o EstCOT é um importante indicador de


qualidade química e biológica do solo, pois o carbono orgânico desempenha
importantes funções nos processos biogeoquímicos, principalmente por favorecer o
crescimento e a diversificação da biomassa microbiana do solo.

O aumento na atividade microbiana e abundância de bactérias também afetam os


processos de nitrificação e desnitrificação no solo, aumentando a disponibilidade de
nitrogênio (N) e outros nutrientes para a planta (XIA et al., 2020).

O teor de nitrogênio total (NT) foi significativamente maior na MTN em todas as


profundidades avaliadas (Figura 14), sendo o mesmo observado para o estoque de
nitrogênio total (EstNT) (Figura 15).

Os menores valores de NT e EstNT nos SMA podem estar relacionados à menor


concentração de nitrogênio dos resíduos orgânicos aportados sobre o solo, ou à
imobilização e volatilização do N no solo (MENDONÇA et al., 2017).
Figura 14 – Médias e significâncias de nitrogênio total (NT) do solo na mata nativa e
nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica
46

NT = nitrogênio total; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10- 0,20 m; C = 0,20-0,40 m; S1 = SMA com


22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4 anos
de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos de
implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata nativa); PC =
amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ = desvio padrão;
*, **, *** e ●; = significativo a 5%, 1%, 0,1% e 10%, respectivamente, pelo teste de Dunnett.
Fonte: A autora

No processo de decomposição dos resíduos orgânicos, valores baixos da relação C/N


acarretam a perda de N por volatilização da amônia, e valores altos podem inibir o
desenvolvimento dos microrganismos, devido à falta de N para a síntese de proteínas,
resultando numa lenta taxa de decomposição (CONCEIÇÃO, 2012).

Resíduos com baixa relação C/N são mais facilmente colonizados pela população
microbiana, resultando no aumento da taxa de mineralização de seus componentes e
menor quantidade de matéria seca remanescente (FERREIRA et al., 2014).
47

Figura 15 – Médias corrigidas e significâncias de estoque de nitrogênio total (EstNT)


do solo na mata nativa e nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do
café arábica

EstNT = estoque de nitrogênio total; profundidades: A = 0-0,10 m; B = 0,10- 0,20 m; C = 0,20-0,40 m;


S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 =
SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA
com 2 anos de implantação, com consórcio de café e banana prata; MATA = área de referência (mata
nativa); PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; Ɪ =
desvio padrão; *, ** e ***; = significativo a 5%, 1%, 0,1% e 10%, respectivamente, pelo teste de Dunnett.
Fonte: A autora

Dessa forma, as entradas de resíduos com alto teor de N liberarão nutrientes mais
rapidamente no solo, enquanto resíduos com baixo teor de N liberarão nutrientes de
forma lenta, podendo até mesmo imobilizá-los (MARTINS, 2021). Tal relação implica
no equilíbrio entre a degradação da cobertura do solo, a atividade microbiológica e a
liberação de nutrientes para as plantas afetando, portanto, a eficiência das adubações.

O histórico de uso do solo é outro fator a ser considerado. O manejo do pastejo, por
exemplo, pode contribuir para aumentar a deficiência de N no solo, uma vez que
48

gramíneas possuem alta relação C/N e aumentam a quantidade de N imobilizado na


forma não disponível.

Maia e Conte (2019) avaliaram um manejo de nove anos com adubação orgânica e
plantios de adubos verdes nas entrelinhas do café arábica. Neste estudo foi
constatado que o manejo com feijão-de-porco, mucuna-anã e torta de filtro promoveu
aumento nos teores de N foliares do cafeeiro. Esses autores relatam a eficácia das
fabáceas no fornecimento de N devido à sua capacidade de se associarem às
bactérias do gênero Rhyzobium e absorver N do ar.

Já em solos de mata nativa, a cobertura vegetal e a produção de serapilheira são


fundamentais para a incorporação e manutenção dos resíduos orgânicos no solo
(RITTL; ARTS; KUYPER 2015). Baixas relações C/N na serapilheira refletem no
aumento da disponibilidade de nutrientes para as plantas, enquanto altas relações
(>30) ajudam a mitigar processos erosivos (FAUCON; HOUBEN; LAMBERS, 2017).

Nesse sentido, a diversificação de espécies vegetais com potencial de fixar nitrogênio


favorece a simbiose entre plantas, bactérias diazotróficas e fungos micorrízicos nos
sistemas de manejo agroecológicos, aumenta a incorporação de carbono e nitrogênio
e, consequentemente, melhora a fertilidade do solo ao longo dos anos (BRAGHIROLLI
et al., 2012).

Espera-se, portanto, que com o passar dos anos, os sistemas de manejo


agroecológicos se assemelhem à mata nativa, com maiores teores de MOS e
consequente melhorias na qualidade do solo.

5.2 CONTRASTES ORTOGONAIS ENTRE OS SISTEMAS DE MANEJO


AGROECOLÓGICOS DO SOLO

Na profundidade de 0-0,10 m, o sistema S1PC apresentou resultados


significativamente superior para a porosidade total (Pt) e macroporosidade (Map), e
menores para a densidade do solo (Ds), resistência do solo à penetração (RP) e
umidade () em comparação aos sistemas S2PC e S3PC, sendo a RP também menor
49

nas profundidades de 0,10-0,20 m e 0,20-0,40 m e a umidade maior na profundidade


de 0,10-0,20 m (Tabela 6 e Tabela 7, C1).

Tabela 6 – Médias dos indicadores físicos de qualidade do solo na mata nativa e nos
diferentes sistemas de manejo agroecológicos (SMA) do café arábica
Sistema de Ds Dp Pt Map Mip RP
manejo .......................Kg dm-3..................... .............................m3 m-3............................ MPa
Profundidade 0-0,10 m
S1PC 1,28 2,59 0,55 0,17 0,38 1,77
S1EL 1,15 2,46 0,49 0,22 0,27 1,63
S2PC 1,25 2,34 0,46 0,12 0,35 4,99
S2EL 1,24 2,16 0,43 0,12 0,31 3,24
S3PC 1,32 2,39 0,44 0,10 0,35 4,51
S3EL 1,28 2,28 0,43 0,09 0,34 4,08
MTN 1,00 2,07 0,52 0,19 0,33 1,49
Profundidade 0,10-0,20 m
S1PC 1,22 2,24 0,45 0,18 0,27 1,91
S1EL 1,25 2,47 0,49 0,19 0,30 2,40
S2PC 1,35 2,21 0,38 0,15 0,23 4,64
S2EL 1,29 2,04 0,37 0,18 0,19 4,36
S3PC 1,22 2,53 0,52 0,16 0,36 5,13
S3EL 1,21 2,34 0,48 0,11 0,37 5,13
MTN 1,19 2,30 0,48 0,17 0,31 2,89
Profundidade 0,20-0,40 m
S1PC 1,22 2,38 0,49 0,16 0,35 1,5
S1EL 1,33 2,39 0,44 0,22 0,26 2,0
S2PC 1,23 2,22 0,45 0,07 0,37 3,2
S2EL 1,34 2,09 0,36 0,07 0,28 3,3
S3PC 1,19 2,38 0,50 0,13 0,37 2,6
S3EL 1,32 2,20 0,40 0,11 0,24 3,2
MTN 1,18 2,17 0,46 0,12 0,28 3,4
Ds = densidade do solo; Dp densidade de partícula; Pt = porosidade total; Map = macroporosidade; Mip
= microporosidade; RP = resistência do solo à penetração; S1 = SMA com 22 anos de implantação, com
consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4 anos de implantação, com consórcio
de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos de implantação, com consórcio de café
e banana prata; MTN = área de referência (mata nativa); PC = amostragem na projeção da copa do café;
EL = amostragem nas entrelinhas do café.
Fonte: A autora
50

Tabela 7 - Contrastes médios dos atributos físicos nos diferentes sistemas de manejo
agroecológicos (SMA) do café arábica
Ds Dp Pt Map Mip RP 
Contrastes
Profundidade 0-0,10 m
C1 -0,26* 0,45ns 0,19● 0,013* 0,06ns -5,95*** -0,014●
C2 0,03ns 0,55● 0,12ns 0,22** -0,10ns -4,06*** -0,096ns
C3 -0,07ns -0,05ns 0,02ns 0,02ns 0,03ns 0,49ns -0,03ns
C4 -0,04ns -0,11ns 0,01ns 0,02ns -0,03ns -0,77* 0,07ns
C5 -0,08ns 0,38ns -0,05ns 0,04ns 0,15ns 2,31** -0,12ns
Profundidade 0,10-0,20 m
C1 -0,13ns 0,27ns 0,02ns 0,05ns -0,05ns -5,95*** 0,07●
C2 -0,01ns 0,57● 0,14ns 0,11● 0,03ns -4,70*** -0,0027ns
C3 -0,13* -0,32● -0,14* -0,01ns -0,13** -0,49ns -0,008ns
C4 0,08ns -0,30● -0,12* 0,07● -0,19*** -0,77* -0,028ns
C5 0,02ns 0,13ns 0,01ns -0,02ns 0,02ns -0,21ns -0,036ns
Profundidade 0,20-0,40 m
C1 0,02ns 0,16ns 0,02ns 0,14** -0,01ns -2,94*** 0,17ns
C2 -0,01ns 0,50* 0,13● 0,25* -0,09ns -2,52*** 0,040ns
C3 0,04ns -0,15ns -0,05ns -0,05ns 0,03ns 0,56** 0,011ns
C4 0,02ns -0,11ns -0,04ns -0,06● 0,04ns 0,07ns 0,041ns
C5 -0,35** 0,31● 0,24** -0,08* 0,37** -1,16*** -0,18ns
Ds = densidade do solo; Dp = densidade de partículas; Pt = Porosidade total; Map = macroporosidade;
Mip = microporosidade; RP = resistência do solo à penetração;  = umidade; Contrates: C1 = S1PC -
(S2PC+S3PC); C2 = S1EL - (S2EL+S3EL); C3 = S2PC-S3PC; C4 = S2EL-S3EL; C5 =
(S1PC+S2PC+S3PC) - (S1EL+S2EL+S3EL); S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de
café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café,
banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos de implantação, com consórcio de café e
banana prata; PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café;
*, **, ***, ● e ns; = significativo a 5%, 1%, 0,1%, 10% e não significativo, respectivamente.
Fonte: A autora.

O menor valor de Ds apresentado pelo sistema S1PC (Tabela 6), na profundidade de


0-0,10 m, pode ser atribuído ao tempo de implantação e à maior densidade de culturas
consorciadas, que propiciam o acúmulo de MOS e consequente redução de sua
densidade (THOMAZINI et al., 2013).
51

Vargas et al. (2013) também relataram menor Ds em sistema de manejo do cafeeiro


consorciado com diversas espécies aos 15 anos de implantação, dando destaque
para as contribuições positivas da palmeira pupunha nas propriedades físicas do solo.

A maior Ds observada nos sistemas S2PC e S3PC pode estar relacionada ao antigo
sistema de manejo (pastagem), que tende a causar a compactação do solo (GOMES,
2019; SILVA et al., 2019).

Entre os atributos densidade, textura, matéria orgânica e umidade do solo, a


resistência do solo à penetração (RP) é considerada a mais eficiente para expressar
o grau de compactação do solo, apresentando relações diretas com o crescimento
das plantas (VALENTE et al., 2019).

De acordo com Pinto Filho et al., (2009), a RP é afetada principalmente pela variação
de umidade do solo, uma vez que a faixa do teor de água está diretamente relacionada
à capacidade do solo de suportar e permitir o trabalho do maquinário agrícola.

A diminuição das forças de coesão entre as partículas do solo causa o aumento do


efeito lubrificante da água, assim, a RP apresenta relação inversa com o teor de
umidade do solo (VALENTE et al., 2019). Contudo esse comportamento só foi
verificado na profundidade 0,10-0,20 m do sistema S1PC (Tabela 7, C1), e pode ser
justificado pela maior sombra projetada pelos indivíduos perenes com maior tempo de
implantação (22 anos), que é capaz de diminuir a ação direta dos raios solares nessa
região, regulando melhor a umidade e a temperatura do solo (LOSS et al., 2011).

A relação inversa entre a Pt e os atributos Ds e RP na profundidade de 0-0,10 m


(Tabela 6 e Tabela 7, C1), corroborou com os resultados verificados por Souza et al.
(2015) no sistema de café consorciado com bananeira aos dois anos de implantação.

Soares et al. (2016) citam que a porosidade é essencial para a movimentação de água
no solo e para o bom desenvolvimento do sistema radicular, sendo um baixo valor de
porosidade total indicativo de elevada densidade do solo.
52

Em todas as profundidades, o SMA S1EL apresentou valores significativamente


superior para os atributos Dp e Map, e menores para a RP em comparação aos
sistemas S2EL e S3EL (Tabela 7, C2), sendo a Pt maior na profundidade de 0,20-0,40
m.

Apesar da maior porosidade no sistema S1EL em relação aos outros SMA, todos os
valores apresentados estão abaixo do ideal citado por Kerber et al. (2013) para a
produção agrícola (0,60 m3 m-3), e próximos aos valores encontrados por Effgen et al.
(2012) em lavouras cafeeiras sob distintos manejos no sul do estado do Espírito Santo
(<0,50 m3 m-3), que atribuíram tal resultado ao histórico de uso do solo (pastagem).

De acordo com Freitas et al. (2017), em áreas de pastejo, o constante pisoteio animal
pode aumentar a compactação e reduzir a Map do solo. Em contrapartida, a maior
diversidade de espécies aumenta o aporte de MOS, favorecendo a porosidade,
agregação e densidade do solo (LARIOS-GONZÁLES, 2014).

Os efeitos da MOS sobre a densidade são mais perceptíveis nas camadas superficiais
do solo, tornando-a mais sensível às práticas de manejo, sobretudo aquelas que
incluem revolvimento do solo (ROSSI et al., 2016).

Solos com elevados teores de matéria orgânica tendem a apresentar menor Dp, sendo
este atributo influenciado principalmente pela mineralogia e pelo conteúdo de carbono
orgânico do solo (SCHERER et al., 2013).

Na profundidade de 0,10-0,20 m, o sistema S2PC foi significativamente menor para


os atributos Ds, Dp, Pt e Mip em comparação ao sistema S3PC, que apresentou maior
RP na profundidade de 0,20-0,40 m (Tabela 7, C3).

Os microporos estão relacionados à quantidade de agregados, que é maior em solos


mais argilosos (KLEIN, 2005). Logo, a textura dos solos avaliados pode estar
influenciando sua distribuição de poros, sendo os melhores resultados observados no
sistema S3PC na profundidade de 0,10-0,20 m, em comparação à S2PC (Tabela 7).
53

O sistema S2EL apresentou valores significativamente menores para os atributos Dp,


Pt, Mip e RP, quando comparado ao sistema S3EL na profundidade de 0,10-0,20 m,
sendo a RP também menor na profundidade de 0-0,10 m (Tabela 7, C4).

A RP é um dos atributos físicos mais utilizados como indicativos de compactação do


solo. De acordo com Valadão et al. (2015), a compactação do solo é caracterizada
pelo aumento de sua densidade e pelos elevados valores de RP, que promovem
redução na distribuição e no tamanho de poros e prejudicam a infiltração de água,
difusão dos gases e disponibilidade de nutrientes para as plantas.

Alguns autores sugerem limitações de crescimento do sistema radicular em valores


de RP iguais ou superiores a 2,0 e 2,5 MPa, dependendo do tipo de solo e da espécie
cultivada (TAYLOR et al., 1966). Considerando esse limite, todas as profundidades do
solo nos sistemas S2 e S3 (Tabela 6) podem apresentar restrições ao
desenvolvimento radicular das plantas.

Esse fato se deve ao histórico de uso do solo, pois o pastejo animal tem potencial para
compactar o solo até duas vezes mais do que em áreas não pastoreadas (DIAS;
THOMAS, 2011), sendo os danos observados por mais de 10 anos após o abandono
da pastagem (FAO, 2015). Contudo, com o passar do tempo, a diversidade de ciclos
e de espécies existentes nos SMA podem contribuir para a descompactação e
melhorar a macroporosidade do solo, principalmente em superfície (DEBIASI et al.,
2010).

Na profundidade de 0,10-0,20 m, a Map foi significativamente maior no sistema S2EL


em comparação ao S3EL (Tabela 7, C4), estando todos os valores dentro do limite
mínimo citado por Neves Junior et al. (2013) para o suprimento adequado de oxigênio
às plantas (> 0,10 m3 m-3).

Os pontos de coleta (PC e EL) apresentaram maior significância na profundidade de


0,20-0,40 m, sendo os melhores resultados observados na área de projeção da copa
(menor Ds e RP; maior Pt e Mip). Porém, a RP foi estatisticamente maior para a PC
na profundidade de 0-0,10 m (Tabela 7, C5).
54

Tais resultados podem estar relacionados com a influência do sistema radicular, que
é capaz de formar agregados, aumentar porosidade, descompactar e diminuir a
densidade do solo na área de projeção da copa em diferentes profundidades;
enquanto nas entrelinhas do cafeeiro há constante movimentação de pessoas e
implementos agrícolas, que prejudicam a qualidade física do solo.

De modo geral, o sistema S1 apresentou valores positivos de qualidade física do solo


(Tabela 8 e Tabela 9 C1, C2), com maiores significâncias nas profundidades de 0-0,10
e 0,10-0,20 m, em comparação aos sistemas S2 e S3.

A análise comparativa entre os sistemas S2 e S3 evidenciou maior DMG para o


sistema S2 nas profundidades de 0-0,10 m e 0,10-0,20 m, independente do ponto
de amostragem (Tabela 9, C3 e C4). Apesar disso, o sistema S2EL apresentou
menor valor de GF na profundidade de 0,10-0,20 m (Tabela 9, C4).

Entre os pontos de coleta, os melhores resultados para o atributo DMG foram


observados, para as profundidades de 0-0,10 m e 0,20-0,40 m, nas entrelinhas
dos cafeeiros (Tabela 8 e Tabela 9, C5).

Exceto para o sistema S3EL, na profundidade de 0,10-0,20 m, todos valores de DMG


(Tabela 8) revelam a presença de macroagregados maiores (>2mm) nas diferentes
profundidades, sendo este um indicativo de boa agregação e estabilidade do solo.
55

Tabela 8 – Médias dos teores de argila dispersa em água (ADA), grau de floculação
(GF) e diâmetro médio geométrico (DMG) do solo na mata nativa e nos diferentes
sistemas de manejo agroeocológicos (SMA) do café arábica
ADA GF DMG
Sistema de manejo
g kg-1 dag kg-1 mm
Profundidade 0-0,10 m
S1PC 10,45 73,29 2,43
S1EL 9,49 72,43 2,59
S2PC 23,55 52,04 2,33
S2EL 21,98 60,25 2,48
S3PC 24,85 60,23 2,12
S3EL 24,85 60,24 2,38
MTN 10,18 71,28 2,60
Profundidade 0,10-0,20 m
S1PC 11,60 75,19 2,70
S1EL 6,60 81,35 2,89
S2PC 22,80 57,43 2,43
S2EL 25,70 52,18 2,55
S3PC 25,40 58,93 2,20
S3EL 25,40 59,05 1,60
MTN 7,60 75,20 2,90
Profundidade 0,20-0,40 m

S1PC 8,60 77,88 2,51


S1EL 9,10 74,32 2,87
S2PC 15,0 72,64 2,54
S2EL 10,30 81,40 2,65
S3PC 14,0 78,87 2,30
S3EL 13,70 76,68 2,66
MTN 6,80 78,72 2,52
ADA = argila dispersa em água; GF = grau de floculação; DMG = diâmetro médio geométrico; S1 =
SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA
com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2
anos de implantação, com consórcio de café e bananeira; MTN = área de referência (mata nativa); PC =
amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café.
Fonte: A autora
56

Tabela 9 - Contrastes médios dos teores de argila dispersa em água (ADA), grau de
floculação (GF) e diâmetro médio geométrico (DMG) do solo nos diferentes sistemas
de manejo agroecológicos do café arábica
Contrastes ADA GF DMG
Profundidade 0-0,10 m
C1 -0,27*** 34,68*** 0,42**
C2 -0,27*** 25,8** 0,32*
C3 -0,01ns -7,82ns 0,21*
C4 -0,04ns 0,83ns 0,10ns
C5 0,03ns 6,70ns -0,56***
Profundidade 0,10-0,20 m
C1 -0,25*** 34,02*** 0,84**
C2 -0,37*** 51,46*** 1,63***
C3 -0,03ns -1,50ns 0,23ns
C4 0,01ns -6,86* 0,9***
C5 0,03ns -1,04ns 0,45●
Profundidade 0,20-0,40 m
C1 -0,12*** 4,27ns 0,14ns
C2 -0,06* -9,43ns 0,43ns
C3 0,01ns -6,23ns 0,23ns
C4 -0,03* 4,72ns 0,01ns
C5 0,04ns -3,02ns -0,86**
ADA = argila dispersa em água; GF = grau de floculação; DMG = diâmetro médio geométrico; Contrates:
C1 = S1PC - (S2PC+S3PC); C2 = S1EL - (S2EL+S3EL); C3 = S2PC-S3PC; C4 = S2EL-S3EL; C5 =
(S1PC+S2PC+S3PC) - (S1EL+S2EL+S3EL); S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de
café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café,
banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos de implantação, com consórcio de café e
banana prata; MTN = área de referência (mata nativa); PC = amostragem na projeção da copa do café;
EL = amostragem nas entrelinhas do café; *, **, ***, ● e ns; = significativo a 5%, 1%, 0,1%, 10% e não
significativo, respectivamente.
Fonte: A autora

De acordo com Santos et al. (2010), solos bem estruturados facilitam a movimentação
de água e o crescimento de raízes, além de diminuir a dispersão de argila e o risco de
erosão. Nesse sentido, a ausência de revolvimento do solo, aliada à biomassa da
bananeira e ao sistema radicular da palmeira pode ter contribuído para a
preservação dos agregados nas SMA.

Adicionalmente, o efeito cimentante da MOS reduz ADA e aumenta GF, afetando


diretamente a formação e estabilidade dos agregados (KLEIN, 2014). Contudo, entre
os SMA, só foi verificada influência significativa do carbono orgânico na profundidade
57

de 0,10-0,20 m, com menores valores de COT e EstCOT no sistema S1PC em


comparação aos sistemas S2PC e S3PC (Tabela 10 e Tabela 11, C1).

Tabela 10 – Médias dos teores de carbono orgânico total (COT) e nitrogênio total (NT)
e estoques corrigidos de carbono orgânico total (EstCOT) e nitrogênio total (EstNT)
do solo nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos do café arábica e a mata
nativa
Sistema COT NT EstCOT EstNT
de manejo g kg-1 t ha-1
Profundidade 0-0,10 m
S1PC 20,83 0,71 20,73 0,71
S1EL 23,90 0,73 23,77 0,72
S2PC 23,58 0,73 23,46 0,72
S2EL 25,08 0,74 25,00 0,74
S3PC 22,38 0,66 22,27 0,66
S3EL 23,10 0,75 23,00 0,75
MTN 31,40 1,23 31,25 1,45
Profundidade 0,10-0,20 m
S1PC 17,34 0,68 21,00 0,81
S1EL 21,27 0,70 25,40 0,84
S2PC 21,72 0,64 26,00 0,77
S2EL 22,43 0,67 27,00 0,80
S3PC 20,30 0,62 24,23 0,74
S3EL 20,03 0,70 24,00 0,84
MTN 38,56 1,12 48,92 1,33
Profundidade 0,10-0,20 m
S1PC 18,75 0,61 44,11 1,43
S1EL 18,24 0,64 43,00 1,50
S2PC 20,16 0,63 47,41 1,47
S2EL 19,82 0,62 47,61 1,45
S3PC 22,75 0,71 53,50 1,68
S3EL 19,19 0,60 45,13 1,42
MTN 22,44 1,10 52,87 2,56
COT = carbono orgânico total; NT = nitrogênio total; EstCOT = estoque de carbono orgânico total;
EstNT = estoque de nitrogênio total; S1 = SMA com 22 anos de implantação, com consórcio de café,
banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4 anos de implantação, com consórcio de café, banana
prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos de implantação, com consórcio de café e banana prata;
MTN = área de referência (mata nativa); PC = amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem
nas entrelinhas do café.
Fonte: A autora
58

Tabela 11 – Contrastes médios dos teores de carbono orgânico total (COT), nitrogênio
total (NT) e dos estoques corrigidos de carbono orgânico total (EstCOT) e de
nitrogênio total (EstNT) do solo nos diferentes sistemas de manejo agroecológicos do
café arábica
Contrastes COT NT EstCOT EstNT
Profundidade 0-0,10 m.
C1 -0,43ns 0,04ns -4,28ns 0,04ns
C2 -0,04ns -0,04ns -0,41ns -0,04ns
C3 0,12ns 0,06ns 1,19ns 0,06ns
C4 0,20ns -0,01ns 1,97ns -0,01ns
C5 -0,52ns -0,11ns -5,25ns -0,11ns
Profundidade 0,10-0,20 m
C1 -0,73* 0,10ns -8,79* 0,12ns
C2 0,01ns 0,04ns 0,08ns 0,04ns
C3 0,14ns 0,03ns 1,70ns 0,03ns
C4 0,24ns 0,04ns 2,87ns 0,04ns
C5 -0,44ns -0,14ns -5,23ns -0,16ns
Profundidade 0,20-0,40 m
C1 -0,54ns -0,12ns -12,7ns -0,29ns
C2 -0,25ns 0,06ns -5,95ns 0,15ns
C3 -0,26ns -0,09ns -6,09ns -0,21ns
C4 0,06ns 0,01ns 1,48ns 0,03ns
C5 0,45ns 0,08ns 10,37ns 0,21ns
COT = carbono orgânico total; NT = nitrogênio total; EstCOT = estoque de carbono orgânico total;
EstNT = estoque de nitrogênio total; Contrates: C1 = S1PC - (S2PC+S3PC); C2 = S1EL - (S2EL+S3EL);
C3 = S2PC-S3PC; C4 = S2EL-S3EL; C5 = (S1PC+S2PC+S3PC) - (S1EL+S2EL+S3EL); S1 = SMA com
22 anos de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira juçara; S2 = SMA com 4 anos
de implantação, com consórcio de café, banana prata e palmeira pupunha; S3 = SMA com 2 anos de
implantação, com consórcio de café e banana prata; MTN = área de referência (mata nativa); PC =
amostragem na projeção da copa do café; EL = amostragem nas entrelinhas do café; * = significativo a
5% e ns = não significativo.
Fonte: A autora

Ao avaliarem o EstCOT na PC e na EL do cafeeiro arábica consorciado com bananeira


e eucalipto aos 25 anos de implantação, Cogo et al. (2012) verificaram valores
superiores de COT (19,8 g kg-1) e de EstCOT (48,6 t ha-1) nos dois pontos de coleta.

Tolfo et al. (2013) citam que o manejo nas entrelinhas do cafeeiro com plantas de
cobertura e resíduos orgânicos pode promover maior proteção ao solo e aumentar a
produtividade do café, além de ser uma alternativa para substituir ou complementar a
59

adubação mineral. Nesse sentido, uma das alternativas para aumentar os EstCOT e
EstNT em sistemas de manejo agroecológico do café seria por meio da adubação
orgânica do solo (SILVA et al., 2015).

O tempo de adoção do sistema de manejo agroecológico do solo também interfere na


quantificação do carbono orgânico, sendo as mudanças observadas somente em
médio e longo prazo (LOSS et al., 2014; SILVA NETO et al., 2016).

Dessa forma, os resultados apresentados ressaltaram a importância do aporte de


resíduos orgânicos para aumentar os teores de COT e NT no solo, e
consequentemente, elevar o acúmulo de MOS ao longo dos anos.
60

6. CONCLUSÕES

• A MTN exibiu maior teor e estoque de nitrogênio nas três profundidades de solo,
além de maiores teores e estoques de carbono orgânico total nas camadas mais
superficiais do solo em relação aos sistemas de manejo agroecológicos do cafeeiro
arábica, independente dos tempos de implantação.

• Os pontos de coleta das amostras de solo nos sistemas de manejo agroecológicos


do cafeeiro arábica não afetaram os teores e estoques de carbono orgânico total e
nitrogênio total do solo.

• Os resultados observados para porosidade total e macroporosidade indicam que


os sistemas de manejo agroecológicos, independente do tempo de implantação,
condicionaram melhorias na qualidade física do solo.

• O sistema S1 (22 anos) apresentou maiores valores de macroporosidade, menor


resistência do solo à penetração, maior diâmetro médio geométrico, menor teor de
argila dispersa em água e maior grau de floculação em relação aos sistemas S2 (4
anos) e S3 (2 anos), sendo o sistema de manejo agroecológico que mais
condicionou melhorias na qualidade do solo.
61

7. REFERÊNCIAS

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