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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE AGRONOMIA

RAFAEL HENRIQUE CELLA

AVEIA PRETA COMO PLANTA DE COBERTURA E PLANTA


FORRAGEIRA SUBMETIDA À DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO
NITROGENADA E POTÁSSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO
2017
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA

RAFAEL HENRIQUE CELLA

AVEIA PRETA COMO PLANTA DE


COBERTURA E PLANTA FORRAGEIRA
SUBMETIDA À DIFERENTES NÍVEIS DE
ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO
2017
RAFAEL HENRIQUE CELLA

AVEIA PRETA COMO PLANTA DE


COBERTURA E PLANTA FORRAGEIRA
SUBMETIDA À DIFERENTES NÍVEIS DE
ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Agronomia da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato
Branco, como requisito parcial à obtenção do
título de Engenheiro Agrônomo.
Orientador: Prof. Dr. André Brugnara Soares

PATO BRANCO
2017
. Cella, Rafael Henrique
Aveia preta como planta de cobertura e planta forrageira submetida
à diferentes níveis de adubação nitrogenada e potássica / Rafael
Henrique Cella.
Pato Branco. UTFPR, 2017
44 f. : il. ; 30 cm

Orientador: Prof. Dr. André Brugnara Soares

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) - Universidade


Tecnológica Federal do Paraná. Curso de Agronomia. Pato Branco,
2017.
Bibliografia: f. 39 – 42

1. Agronomia. 2. Aveia preta. I. Soares, André Brugnara, orient. II.


Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curso de Agronomia. III.
Aveia preta como planta de cobertura e planta forrageira submetida à
diferentes níveis de adubação nitrogenada e potássica

CDD: 630
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Pato Branco
Departamento Acadêmico de Ciências Agrárias
Curso de Agronomia

TERMO DE APROVAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC

AVEIA PRETA COMO PLANTA DE


COBERTURA E PLANTA FORRAGEIRA
SUBMETIDA À DIFERENTES NÍVEIS DE
ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA
por
RAFAEL HENRIQUE CELLA

Monografia apresentada às 13 horas 50 min. do dia 20 de junho de 2017 como


requisito parcial para obtenção do título de ENGENHEIRO AGRÔNOMO, Curso de
Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco.
O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos membros abaixo-
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho
APROVADO.

Banca examinadora:

Prof. Dr. Lisiane Fernandes Soares


UTFPR

Prof. Dr. Luis Cesar Cassol


UTFPR

Prof. Dr. Ricardo Beffart Aiolfi


UFPR

Prof. Dr. André Brugnara Soares


UTFPR
Orientador

A “Ata de Defesa” e o decorrente “Termo de Aprovação” encontram-se assinados e devidamente depositados na Coordenação
do Curso de Agronomia da UTFPR Câmpus Pato Branco-PR, conforme Norma aprovada pelo Colegiado de Curso.
Dedico a Deus pelo dom da vida, a minha família pelo total apoio nessa
caminhada. Dedico também, a minha namorada Gessica pelo
incondicional apoio durante todo esse tempo. Enfim, muito obrigado a
todos!
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida!


À minha família, que me proporcionou a oportunidade de realizar um
curso de nível superior, e pelo apoio em todas as situações.
À minha namorada Gessica, por seu amor, carinho e compreensão e
por seguir ao meu lado, sempre acreditando em mim.
Ao meu orientador, Prof. Dr. André Brugnara Soares, por me aceitar
como seu orientado, pela confiança, paciência, ajuda, incentivo e principalmente por
seus ensinamentos.
Ao amigo Bruno Schmalz, pelo convite a participar do grupo GISPA e
pela parceria na condução do experimento.
Aos demais membros do GISPA que não pouparam esforços para
colaborar com o bom andamento do experimento, jamais seria possível a condução
de tamanho experimento sem a colaboração de todos.
A UTFPR pelo ensino de qualidade e toda a infraestrutura oferecida.
Enfim, a todos os amigos e colegas que de uma forma ou outra
contribuíram não apenas no presente trabalho, mas em toda minha carreira
acadêmica, Obrigado!
Não espere o futuro mudar a sua vida, pois o futuro é a consequência
do presente.
(Autor desconhecido)
RESUMO

CELLA, Rafael Henrique. Aveia preta como planta de cobertura e planta forrageira
submetida à diferentes níveis de adubação nitrogenada e potássica 44 f. TCC (Curso
de Agronomia), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2017.

Sabendo a importância das gramíneas de inverno, seja ela visando cobertura de


solo ou forragem para produção animal, faz-se necessário o estudo dos diferentes
manejos desta cultura, visto que, empregando o manejo correto é possível gerar
renda em uma época tradicionalmente conhecida por perdas de produtividade para
pecuaristas, além de melhorar a qualidade físico-química dos solos devido à
ciclagem de nutrientes e manutenção de cobertura sobre o mesmo. O trabalho tem
como objetivo comparar a produção de forragem total, forragem residual, forragem
colhível por corte, índice de acamamento e as variáveis envolvidas na dinâmica de
produção de aveia preta quando utilizada exclusivamente como cobertura de solo e
como forragem no sistema de integração lavoura pecuária, submetendo ambos os
tratamentos a diferentes níveis de adubações nitrogenadas e potássicas. O
experimento foi instalado nas dependências da área experimental da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Campus Pato Branco no ano de 2016. O
clima da região é caracterizado como Cfa, pela classificação de Köppen e o solo da
área é descrito como latossolo vermelho. O delineamento experimental adotado foi
blocos ao acaso, contendo 3 blocos com 16 parcelas cada bloco. As parcelas foram
obtidas correlacionando casualmente quatro doses de nitrogênio (200; 150; 50; 0 kg
N ha-1) na forma de ureia (CH4N20) e quatro doses de potássio (80; 60; 20; 0 kg K
ha-1) na forma de cloreto de potássio (KCl). As parcelas possuíam 21,6 m² de área
útil, sendo está dividida ao meio, parte sendo realizado o corte da aveia como planta
forrageira e a outra cultivada como planta de cobertura. Quando submetida a
desfolhação, a aveia apresentou maiores produções de forragem total, forragem
colhível por corte e densidade populacional de perfilhos. Desta forma, apresentou
ainda, menores valores de interceptação luminosa pelo dossel, menor índice de
acamamento e palhada remanescente ideal para a conservação dos solos. As
adubações propostas obtiveram incremento de produção de forragem colhível por
corte quando empregada as doses de 150 e 200 Kg N ha -1 e menor interceptação
de radiação no manejo sem aplicação de nitrogênio. Com o presente trabalho é
possível recomendar desfolha em aveia preta, mesmo que de forma mecânica, nas
áreas exclusivamente agrícolas, visto a completa mudança que a tal prática
ocasiona na cultura e todos os seus benefícios para o sistema como um todo.

Palavras-chave: Aveia preta. Desfolha. Adubação.


ABSTRACT

CELLA, Rafael Henrique. Black Oat as cover plant and forage plant submitted to
different levels of nitrogen and potassium fertilization. 44 f. TCC (Course of
Agronomy) - Federal Technological University of Paraná. Pato Branco, 2017.

Knowing the importance of winter grasses, whether it is for soil cover or forage for
animal production, it is necessary to study the different ways of management his
crop, since, using the correct management it possible to generate income in a period
traditionally known for losses of productivity for cattle breeders, in addition to
improving the physical-chemical quality of soils due to nutrient cycling and
maintenance of soil cover. The objective of this study is to compare the total forage
production, residual forage, harvestable forage per cut, lodging levels and the
variables involved in the dynamics of black oat production when used exclusively as
soil cover and as forage in the livestock-farming integration system, subjecting both
treatments to different levels of nitrogen and potassium fertilization. The experiment
was installed in the experimental area of the Federal University of Technology -
UTFPR, Campus Pato Branco, in the year 2016. The climate of the region is
characterized as Cfa by the classification of Köppen and the soil of the area is
described as red lactosoil. The experimental design adopted was randomized blocks,
containing 3 blocks with 16 parcels each block. The parcels were obtained by
correlating four doses of nitrogen (200, 150, 50, 0 kg N ha-1) in the form of urea
(CH4N20) and four doses of potassium (80, 60, 20, 0 kg K ha-1) in the form of
potassium cloride (KCl). The parcels had 21.6 m² of useful area. The parcels was
divided in half, the cut of the oats as forage plant being made in part and cultivated
as cover plant on the other part. When submitted to defoliation, the oat presented
higher total forage yields, harvestable forage per cut and population density of tillers.
In this way, it also presented lower values of light interception by the canopy, lower
lodging level and remaining straw ideal for soil conservation. The proposed
fertilization obtained an increase in harvestable forage yield per cut when using
doses of 150 and 200 kg N ha-1 and less radiation interception in the management
without nitrogen application. With the present work it is possible to recommend
defoliation in black oats, even if mechanically, in exclusively agricultural areas, due to
the complete change that this practice causes on the crop and all its benefits for all
the system.

Keywords: Black Oat. Defoliation. Fertilizing.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Precipitação pluviométrica e temperatura média, no período de janeiro/2016 a


dezembro/2016. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017...........................................................22

Figura 2: Produção de forragem total (PFT; Kg ha-1 ano-1) de pastos de aveia preta cv. Comum
manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura pecuária.
UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.....................................................................................25

Figura 3: Massa de forragem residual (MFR; Kg ha -1 ano-1) de pastos de aveia preta cv. Comum
manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura pecuária.
UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.....................................................................................26

Figura 4: Produção de forragem colhível por corte (PFCC; Kg ha -1 ) de pastos de aveia preta cv.
Comum em sistemas de integração lavoura pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.
.......................................................................................................................................... 27

Figura 5: Densidade populacional de perfilhos (DPP; perfilhos m -2) de pastos de aveia preta cv.
Comum manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura
pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017......................................................................28

Figura 6: Interceptação de radiação (IR; %) do dossel forrageiro de aveia preta cv. Comum manejados
com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura pecuária. UTFPR, Pato
Branco – PR, 2017............................................................................................................ 28

Figura 7: Altura de dossel (AD; cm) de pastos de aveia preta cv. Comum manejados com e sem corte
mecânico em sistemas de integração lavoura pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.
.......................................................................................................................................... 29

Figura 8: Comprimento de perfilho estendido (CPE; cm) de pastos de aveia preta cv. Comum
manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura pecuária.
UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.....................................................................................30

Figura 9: Índice de acamamento (IA) de pastos de aveia preta cv. Comum manejados com e sem
corte mecânico em sistemas de integração lavoura pecuária. UTFPR, Pato Branco - PR,
2017.................................................................................................................................. 31

Figura 10: Clorofila B, A e Total (CB, CA, CT; Índice SPAD) de pastos de aveia preta cv. Comum
manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura pecuária.
UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.....................................................................................32
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Produção de forragem colhível por corte (PFCC; Kg ha -1 ano-1) de pastos de aveia preta cv.
Comum manejados com diferentes doses de adubação nitrogenada em sistemas de
integração lavoura pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.......................................26

Tabela 2: Interceptação de radiação (IR; %) do dossel forrageiro de aveia preta cv. Comum
manejados com diferentes doses de adubação nitrogenada em sistemas de integração
lavoura pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.........................................................28
LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS

% Porcentagem
AD Altura de Dossel
C/N Relação entre Carbono e Nitrogênio
CA Clorofila A
Ca Cálcio
CB Clorofila B
CH4N20 Uréia
cm Centímetros
cmolcdm-3 Centimol de carga por Decímetro Cúbico
CPE Comprimento de Perfilho Estendido
CT Clorofila Total
DPP Densidade Populacional de Perfilhos
FDA Fibra em Detergente Ácido
FDN Fibra em Detergente Neutro
g dm-3 Grama por Decímetro Cúbico
g kg-1 Gramas por Quilo
ha Hectare
IA Índice de Acamamento
IAF Índice de Área Foliar
IR Interceptação de Radiação
K Potássio
KCl Cloreto de Potássio
Kg ha-1 ano-1 Quilogramas por Hectare por Ano
Kg k ha-1 Quilogramas de Potássio por Hectare
Kg MS ha-1 Quilogramas de Matéria Seca por Hectare
Kg N ha-1 Quilogramas de Nitrogênio por Hectare
m Metros
m2 Metro Quadrado
MF Massa de Forragem
MFR Massa de Forragem Residual
Mg Magnésio
mg/l Miligrama por Litro
MS Matéria Seca
N Nitrogênio
NH4+ Amônio
No3- Nitrato
ºC Graus Centígrados
PB Proteína Bruta
PFCC Produção de Forragem Colhível por Corte
PFT Produção de Forragem Total
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................13
2 OBJETIVOS.............................................................................................................15
2.1 GERAL...................................................................................................................15
2.2 ESPECÍFICOS......................................................................................................15
3 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................16
4 MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................................21
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................................24
6 CONCLUSÕES........................................................................................................37
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................38
REFERÊNCIAS...........................................................................................................39
13
1 INTRODUÇÃO

A aveia preta (Avena strigosa) pertencente à família poaceae, com


origem na Europa, apresenta como características o crescimento cespitoso com
enraizamento fasciculado, ciclo anual, adaptada a climas com temperaturas amenas
a baixas e passível de utilização em pastagens, produção de grãos, fenação e como
cobertura de solo (SÁ, 1995; CARVALHO; STRACK, 2014).
Segundo a Conab (2012 apud CARVALHO; STRACK, 2014) dos
9.520.500 ha utilizados como cobertura de solo com culturas não econômicas, cerca
de 5.000.000 ha são utilizados com aveia preta. O cultivo da aveia em cobertura e
utilização do sistema de plantio direto contribui para a manutenção da umidade do
solo, a supressão de plantas daninhas, a reciclagem de nutrientes, perdas menores
de solo por erosão e quebra do ciclo de pragas e doenças de outras culturas
(CARVALHO; STRACK, 2014).
Além disso, a utilização de aveia preta como planta forrageira está se
intensificando, seja ela solteira ou consorciada com outras espécies devido a alta
tolerância ao frio e às geadas, alto teor de proteína e digestibilidade, alta
palatabilidade, boa rusticidade em relação a doenças e déficit hídrico, boa tolerância
ao pisoteio e alta produção de massa nos períodos de outono, inverno e primavera
(CARVALHO; STRACK, 2014).
Segundo Demétrio et al. (2012) estudando diferentes manejos de corte
em diferentes cultivares de aveia a produção média de matéria seca de aveia
quando utilizada como planta forrageira é de 4.290 kg ha -1, contudo, observa-se a
possibilidade de melhorar tais produções. O presente trabalho visa quantificar a
produção de matéria seca e o possível incremento desta, quando submetida a
desfolha e diferentes níveis de adubação nitrogenada e potássica.
Evidencia-se então, que para um adequado manejo da aveia preta,
podendo assim otimizar a sua produção e rentabilidade, seja ela visando cobertura
verde ou forragem animal necessita-se de um maior número de estudos
principalmente avaliando a interação entre N e K e também os efeitos que a possível
desfolha proporcionará. Pois o presente trabalho baseia-se na hipótese de que
exista interação entre disponibilidade de N e K para a planta, no que diz respeito à
14
produção e dinâmica de produção de forragem da aveia preta. Bem como mudanças
estruturais de dossel, como relação folha/colmo, densidade populacional de perfilhos
e massa de forragem no momento do corte também estejam sendo influenciados
pela interação entre esses dois nutrientes e a desfolha.
15
2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Quantificar a produção de aveia preta (Avena strigosa) com e sem


desfolha, influenciados por diferentes níveis de adubação nitrogenada e potássica.

2.2 ESPECÍFICOS

Comparar a produção de matéria seca de aveia preta quando utilizada


exclusivamente como cobertura de solo e como forragem submetida a desfolha,
suplementando ambos os tratamentos com diferentes níveis de nitrogênio e
potássio.
Avaliar a desfolha e a interação entre as doses de nutrientes com a
densidade populacional de perfilhos, massa de forragem produzida, índice de
tombamento e a dinâmica de produção de forragem.
Quantificar a dinâmica da clorofila com base nos tratamentos
propostos.
Quantificar possíveis alterações na qualidade de palhada em
decorrência dos manejos utilizados.
16
3 REFERENCIAL TEÓRICO

A aveia preta (Avena strigosa), quando comparada com as demais


espécies de aveia, apresenta maior capacidade de rendimento de matéria verde e
seca, resistência a doenças e ao pisoteio, tornando-se assim muito interessante sua
utilização nos sistemas de integração lavoura pecuária. Além disso, ela é passível de
utilização em pastagens, produção de grãos, fenação e como cobertura de solo.
Quando utilizada como planta de cobertura, contribui para a manutenção da
umidade do solo, a supressão de plantas daninhas, a reciclagem de nutrientes,
perdas menores de solo por erosão e quebra do ciclo de pragas e doenças de outras
culturas (SÁ, 1995; CARVALHO; STRACK, 2014).
Na região sul do Brasil, onde o inverno é mais rigoroso, as plantas
forrageiras tropicais apresentam baixa produção de massa e também baixo valor
nutricional pois são adaptadas a temperatura e luminosidade presente no verão,
sendo assim, a aveia preta tem algumas vantagens neste período do ano pois
apresenta alta tolerância ao frio e às geadas, alto teor de proteína e digestibilidade,
alta palatabilidade, boa rusticidade em relação a doenças e deficit hídrico, boa
tolerância ao pisoteio e alta produção de massa nos períodos de outono, inverno e
primavera, período no qual as tropicais apresentam baixa produção e qualidade,
podendo assim gerar alta produção de leite e carne no inverno (CARVALHO;
STRACK, 2014).
Visto a importância da aveia preta, faz-se necessário o estudo desta
cultura em seus diferentes meios de utilização e a possível otimização da produção
por meio da utilização de fertilizantes nitrogenados e potássicos, pois segundo
Faquin (2005) o nitrogênio (N) é o nutriente mais exigido pelas plantas sendo
seguido pelo potássio (K), além disso, Primavesi et al. (2006) estudando fontes e
doses de nitrogênio observaram que o bom suprimento de K aumenta a eficiência de
uso do N.
O nitrogênio é absorvido nas raízes sob a forma de NO 3- (nitrato) e
NH4+ (amônio) sendo, então, incorporado em aminoácidos na própria raiz ou na
parte aérea. A taxa e a quantidade de nitrogênio absorvido e assimilado durante o
ciclo da planta dependem de alguns fatores como: presença de carregadores
17
específicos na membrana plasmática, atividade das enzimas envolvidas no seu
ciclo, disponibilidade de energia necessária para os processos de absorção e
assimilação; e do estádio de desenvolvimento da planta (BREDEMEIER;
MUNDSTOCK, 2000).
Dentre as funções do nitrogênio na planta, citadas por Faquin (2005)
destaca-se a de estar relacionado com processos como a fotossíntese por ser
constituinte das moléculas de clorofila; crescimento celular; respiração,
desenvolvimento e atividade das raízes; absorção iônica de outros nutrientes, por
ser componente estrutural de moléculas como as bases nitrogenadas (púricas e
pirimídicas) presentes no DNA e RNA, apresenta também função direta na
diferenciação celular e genética. Coenzimas como NAD (dinucleotídeo de
nicotinamida e adenina) e o NADP (dinucleotídeo de nicotinamida adenina e fosfato)
que são percursores de hormônios vegetais como triptofano do AIA e metionina do
etileno também são estruturadas pelo nitrogênio.
É evidenciado que avaliações de clorofila através de medidores
portáteis, são um bom parâmetro indicador do nível de nitrogênio em cereais
(Argenta et al. 2001) tal relação é possível, uma vez que, Faquin (2005) relatou que
o N tem suma importância na constituição da clorofila. Zotarelli et al. (2003)
concluíram que, medidores de clorofila Minolta SPAD-502 possibilitam uma rápida e
eficaz estimativa do conteúdo de clorofila foliar, o que permite uma avaliação dos
conteúdos de N nas plantas.
No caso do potássio, o mesmo está presente no solo na forma iônica
K+, a qual é absorvida pelas raízes. É facilmente absorvido e transportado a longa
distância pelo xilema e floema, pois este nutriente apresenta grande permeabilidade
nas membranas plasmáticas. Porém, as suas grandes concentrações de Ca 2+ e Mg2+
no solo reduzem a absorção de potássio por competirem pelo mesmo sítio ativo dos
íons transportadores (FAQUIN, 2005). De acordo com o mesmo autor, o potássio,
por não fazer parte de nenhum composto orgânico, não desempenha papel
estrutural na planta. Porém, sua extrema importância é observada por ser o cátion
mais abundante no floema. Sua alta concentração é requerida para a neutralização
de ânions insolúveis e solúveis como ânions de ácidos orgânicos e inorgânicos.
Além disso, tem função de estabilizar o pH neste compartimento entre 7 e 8, sendo
18
esta faixa de pH ótima para as reações enzimáticas. O potássio contribui também
para a absorção iônica, ativação enzimática e como regulador osmótico
principalmente na abertura e fechamento de estômatos.
Segundo Pedreira et al. (2001), em pastagens de gramíneas, a unidade
primária de crescimento é o perfilho, sendo uma pastagem considerada como uma
população de perfilhos. Assim, aumentos de produção de forragem podem ser
atribuídos a aumentos em densidade populacional de perfilhos, massa por perfilho
ou uma combinação de ambos. Portanto, faz-se necessário o estudo da densidade
populacional de perfilhos (DPP), em resposta à diferentes adubações, para que se
tenha melhor conhecimento sobre o manejo da cultura.
Escassas são as pesquisas envolvendo a interação entre N e K na
cultura da aveia preta. Porém, alguns trabalhos vêm sendo realizados com a
interação destes nutrientes com gramíneas forrageiras como capim elefante
(Pennisetum purpureum) (ANDRADE et al. 2003; ANDRADE et al. 2000), capim
mombaça (Panicum maximum) (LAVRES JUNIOR; MONTEIRO, 2003), capim
xaraés (Brachiaria brizantha) (COSTA et al. 2008) e sorgo-sudão (Sorghum bicolor x
Sorghum sudanense) (SIMILI, 2008).
Andrade et al. (2000) em trabalho realizado com capim elefante
(Pennisetum purpureum) correlacionando quatorze tratamentos com nitrogênio e
potássio, obtiveram incremento de 85,6% de matéria seca, confirmando a vital
importância da adubação na produção de forragens. Constataram também que os
tratamentos nitrogenados com baixas doses de K aumentaram a quantidade de
proteína bruta (PB) na matéria seca (MS). No entanto, os rendimentos de PB por
hectare aumentaram linearmente com as doses de nitrogênio e potássio, pois a
produção de MS foi expressivamente maior nos tratamentos com maiores doses de
nitrogênio e potássio.
Em estudo realizado por Junior e Monteiro (2003), testando treze
diferentes combinações de nitrogênio e potássio em forma de solução aquosa (mg/l)
em capim mombaça (28N e 19,5K; 28N e 234K; 28N e 429K; 112N e 117K; 112N e
312K; 210N e 19,5K; 210N e 234K; 210N e 429K; 336N e 117K; 336N e 312K; 462N
e 19,5K; 462N e 234K; 462N e 429K) constataram que a interação entre N e K foi
significativa para a área foliar total das plantas, onde, nas concentrações mais
19
baixas destes nutrientes a área foliar total foi aproximadamente 11 vezes menor que
as doses de N e K de 462 e 429 mg/L, o mesmo ocorreu para o comprimento
radicular total, que na combinação das mais baixas doses de N e de K para a
combinação das mais altas doses. O comprimento das raízes variou de 185 a 912 m
por vaso, evidenciando assim a importância do N e K na modulação do rendimento e
persistência desta gramínea.
Alguns estudos demonstram a influência do nitrogênio e potássio em
relação aos teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido
(FDA), assim como verificados por Andrade et al. (2003), onde, avaliando nove
tratamentos resultantes da combinação de três doses de nitrogênio (100, 200 e 400
kg ha-1 ano-1 de N) com três doses de potássio (50, 100 e 200 kg ha -1 ano-1 de K2O)
constataram que os teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em
detergente ácido (FDA) foram influenciados negativamente pelas doses de
nitrogênio e potássio. Fato este que se deve possivelmente ao fato de que o
nitrogênio possa estimular a emissão de novos perfilhos axilares que apresentam
folhas menores e com nervura principal também menor. Segundo Veiga et al. (1985),
novos perfilhos têm proporcionalmente menos colmo, fração essa que apresenta um
maior teor de FDN.
Todas as investigações na área de forragicultura e nutrição de
ruminantes que avaliaram digestibilidade de MS, teores de FDN e FDA, fibra bruta,
etc, podem ser interpretados no campo da ciclagem de nutrientes e manejo de
biomassa para sistemas integrados de produção no sentido de que quanto maior a
digestibilidade (menor proporção de parede celular, FDN, FDA, lignina, celulose),
maior será a velocidade de decomposição dos resíduos a campo e mais rápido será
a liberação de nutrientes para a cultura sucessora. Desta maneira, qualquer manejo
via intensidade de pastejo, escolha de misturas forrageiras ou estratégias de
adubação que alterem a composição bromatológica da planta, alterará a velocidade
de ciclagem, a propensão dos nutrientes às perdas e, por sua vez, deverá servir de
base na elaboração das estratégias de manejo.
Em estudo com aveia preta, empregando diferentes doses de N,
objetivando-se avaliar a influência das doses de N na decomposição dos resíduos
da aveia, liberação de N e rendimento da cultura sucessora (milho), fica evidente a
20
importância da adubação nitrogenada, pois esta, aplicada na aveia permitiu que uma
maior quantidade de resíduos permanecesse protegendo a superfície do solo na
cultura sucessora visto que a produção de matéria seca foi superior. Além disso, a
redução da relação C/N da aveia, induzida pela adubação nitrogenada, promoveu
incremento linear no rendimento de grãos de milho (AMADO et al. 2003).
Segundo Pedreira et al. (2001) a porcentagem de rebrote em forragem
após desfolha está intimamente ligada com suas características morfológicas
intrínsecas, que são: área foliar remanescente, teores de carboidratos não
estruturais de reserva, bem como o número de pontos de crescimento capazes de
promover a rebrota. A presença de adubação nas forragens pode diminuir o período
de rebrote da forragem como evidenciado no trabalho de Da Silva et al. (2012) onde
os valores do filocrono de Brachiaria decumbens apresentaram efeito com relação
ao suprimento de N no solo, observando-se menores valores para plantas que
receberam a adubação nitrogenada (14,56 dias/folha) em comparação com plantas
que não foram adubadas com este nutriente (21,48 dias/folha), por motivo do
elemento N potencializar o metabolismo da planta no que diz respeito à utilização
dos carboidratos disponíveis. Com isso aumentou-se a emissão de folhas e
consequentemente reduziu o tempo de aparecimento de uma folha completa para
outra.
Estudos recentemente realizados são na sua maioria de pequena
escala, com a utilização de vasos. Naqueles realizados em piquetes, testando a
produção animal, as interações entre os nutrientes não foram completamente
avaliadas devido ao grande número de tratamentos que se formam.
Vale ressaltar que o estudo aqui apresentado está inserido em um
projeto de integração lavoura pecuária, onde a aveia submetida a desfolha possui
vital importância no período de inverno no qual as pastagens de verão estão
prejudicadas pelo clima. Nesta época do ano as culturas anuais de verão não estão
no campo e o agricultor consegue destinar as áreas utilizadas por essas culturas
para a produção de aveia, otimizando assim a utilização de sua propriedade,
gerando renda e mantendo constante o plantel de animais.
21
4 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido nas dependências da área experimental


da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Campus Pato Branco,
localizada a 26°10’36”S 52°41’28”O, com elevação média de 762 m. O solo da área
é descrito como Nitossolo Vermelho Distrófico Latossolico, com textura muito
argilosa, com 750 g kg-1 de argila, 1,4 g kg-1 de areia e 248,6 g kg-1 de silte. A análise
inicial do solo apontou a seguinte composição química: K= 0,25 cmolc dm -3; P= 9,55
mg dm-3; MO= 49,59 g dm-3 e pH(CaCl 2)= 4,80. O clima da região é caracterizado
como Cfa, pela classificação de Köppen. Os dados de precipitação e temperaturas,
ao longo do ano de 2016 são apresentados na Figura 1.
Figura 1: Precipitação pluviométrica e temperatura média, no período de janeiro/2016 a
dezembro/2016. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.

O delineamento experimental adotado foi blocos ao acaso, contendo 3


blocos com 16 parcelas cada bloco. As parcelas foram obtidas correlacionando
casualmente quatro doses de nitrogênio (200; 150; 50; 0 kg ha -1 de N) na forma de
ureia (CO(NH2)2) e quatro doses de potássio (80; 60; 20; 0 kg ha -1 de K) na forma de
cloreto de potássio (KCl). As aplicações foram realizadas na forma de cobertura a
lanço, em dose única, sendo no dia 05 de maio de 2016 (21 dias após semeadura),
22
anteriormente ao perfilhamento, para o potássio e durante o perfilhamento para o
nitrogênio no dia 10 de maio de 2016 (26 dias após semeadura).
O plantio da aveia preta, comum, ocorreu no dia 14 de abril de 2016
com semeadora de plantio direto de parcelas, de seis linhas, na densidade de
semeadura de 100 kg ha-1. As parcelas possuíam tamanho de 4,00 X 2,70 m,
totalizando 21,6 m² de área útil, sendo esta dividida ao meio, parte sendo realizado o
corte da aveia como planta forrageira e a outra cultivada como planta de cobertura.
A desfolha da aveia com o intuito de simular o pastejo animal foi
efetuada com o auxílio de uma máquina aparadora de grama. Para a determinação
da massa seca colhível foi delimitado uma área útil de 0,25 m 2 com auxílio de um
quadrado de ferro, em cada unidade experimental, a forragem foi cortada com
tesoura a 0,10 m de altura e acondicionada em sacos de papel krafft. As amostras
eram secas em estufa com circulação de ar forçado, em temperatura de 55°C, até
atingirem peso constante, posteriormente sendo pesada em balança de precisão e
posteriormente extrapolada para produção de forragem em kg de matéria seca por
hectare (Kg MS ha ). O restante da forragem foi aparada com altura de 0,10 m e
-1

distribuída de forma uniforme pela parcela. O ponto de corte estabelecido ocorreu


quando as plantas atingiam 0,35 m de altura.
A densidade populacional de perfilhos (DPP) foi obtida nos dias em que
foram realizados os cortes da aveia, contando os perfilhos presentes em 0,25 m 2,
delimitados por um quadrado de ferro.
Para a clorofila A, B e total, foram realizadas 10 medições em cada
uma das parcelas com o auxílio de um clorofilômetro portátil ClorofiLOG Falker CFL
1030, momentos antes da desfolha, com pleno sol e próximo ao meio-dia pois o
equipamento utiliza a radiação solar para realizar as medições.
A altura de dossel e altura de perfilho estendido foram obtidas com
auxílio de uma régua milimetrada. A altura de dossel foi representada medindo
verticalmente as plantas sem manipulá-las, enquanto que, a altura de perfilho
estendido foi mensurada estendendo-se os perfilhos da gramínea no sentido vertical
anotando a maior distância do nível do solo até o ápice dos perfilhos. O índice de
acamamento foi obtido pela razão entre altura estendida de perfilho e altura de
dossel como descrita por Santos et al. (2009).
23
A interceptação luminosa pelo dossel forrageiro era quantificada
momentos antes da desfolha. As leituras eram feitas com auxílio de um ceptômetro,
modelo Sunfleck PAR Ceptometer, Decagon Devices, USA. O aparelho era inserido
sobre o dossel e, posteriormente, abaixo do dossel perpendicularmente as linhas de
semeadura. A diferença entre a leitura feita acima e a feita abaixo do dossel
expressou a interceptação luminosa.
As parcelas foram dessecadas para a implantação da cultura
subsequente com herbicida glifosato Atanor, com uma dosagem de 3 litros de
princípio ativo, diluídos em 200 litros de calda ha -1 no dia 15 de agosto. A matéria
seca total de cada parcela foi igual à matéria seca final (palhada) para os
tratamentos visando cobertura de solo. O somatório entre matéria seca final e
matéria seca obtida pelos cortes, resultou na produção total de MS, para os
tratamentos com desfolha. Após coletados, todos os dados foram tabulados e
submetidos a análise de variância pelo proc MIXED do SAS, testando os efeitos de
N, K, corte e suas interações. Quando significativos, os mesmos foram avaliados por
meio de comparação de médias pelo teste de Tukey. A significância adotada para
todas as avaliações foi de 5% (P ≤ 0,05).
24
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Mesmo com a altura preconizada de 0,35m o presente experimento


teve altura de corte média em torno de 0,40m, tal ocorrência é explicada por, em
dias chuvosos e nublados, ser inviável a avaliação do experimento.
Foi possível realizar quatro desfolhas na aveia, sendo a primeira no dia
21 de maio de 2016 (37 dias após semeadura) a segunda no dia 10 de junho de
2016 (57 dias após semeadura), a terceira no dia 09 de julho de 2016 (86 dias após
semeadura) e finalmente a quarta desfolha no dia 13 de agosto de 2016 (121 dias
após semeadura), até que se obteve o momento ideal para o plantio da cultura do
milho, mantendo a estrutura de integração lavoura pecuária.
Não houve interação entre os fatores N, K e corte para a variável
produção de forragem total. Entretanto observou-se efeito isolado da estratégia de
corte. Neste sentido, independentemente da estratégia de adubação contendo N e K
utilizada, quando realizado o corte da aveia preta, observou-se que esta teve maior
produção de massa de forragem total (Figura 2). Por fim, para os fatores N
(P=0,4413) e K (P=0,3895) não foi constatada diferença significativa.
Figura 2: Produção de forragem total (PFT; Kg ha -1 ano-1) de pastos de aveia preta cv. Comum
manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura-pecuária.
UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.

Barras verticais correspondem ao erro padrão


25
Médias seguidas de letras diferentes representam diferença significativa entre si (P ≤ 0,05)

Não houve interação entre os fatores N, K e corte para a variável


massa de foragem residual. Entretanto observou-se efeito isolado da estratégia de
corte. Neste sentido, independentemente da estratégia de adubação contendo N e K
utilizada, quando realizado o corte da aveia preta, observou-se que a massa residual
é menor em relação a aveia preta sem corte (figura 3). Por fim, para os fatores N
(P=0,3801) e K (P=0,4224) não foi constatada diferença significativa.
Figura 3: Massa de forragem residual (MFR; Kg ha-1 ano-1) de pastos de aveia preta cv. Comum
manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura-pecuária.
UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.

Barras verticais correspondem ao erro padrão

Médias seguidas de letras diferentes representam diferença significativa entre si (P ≤ 0,05)

Não houve interação entre os fatores N, K e cortes para a variável


produção de forragem colhível por corte. Entretanto observou-se efeito isolado entre
cortes. Neste sentido, independentemente da estratégia de adubação contendo N e
K utilizada, o primeiro corte teve a menor massa de forragem e o segundo a maior
massa de forragem, enquanto que o terceiro e quarto corte não diferiram
estatisticamente entre si, sendo superiores ao primeiro corte e inferiores ao segundo
(figura 4). Adicionalmente, independentemente da estratégia de adubação com K

utilizada e os cortes, as doses de 200 e 150 kg N ha -1, deram origem aos maiores
26
valores de produção de forragem colhível por corte, não diferenciando-se entre si,

enquanto que as doses de 50 e 0 kg N ha -1, originaram os menores valores de


produção de forragem colhível por corte, não diferenciando-se entre si (tabela 1).
Por fim, para o fator K (P=0,9562) não foi constatada diferença significativa.
Figura 4: Produção de forragem colhível por corte (PFCC; Kg ha -1 ) de pastos de aveia preta cv.
Comum em sistemas de integração lavoura-pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.

Barras verticais correspondem ao erro padrão

Médias seguidas de letras diferentes representam diferença significativa entre si (P ≤ 0,05)

Tabela 1: Produção de forragem colhível por corte (PFCC; Kg ha -1 ano-1) de pastos de aveia preta cv.
Comum manejados com diferentes doses de adubação nitrogenada em sistemas de
integração lavoura-pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.
Nitrogênio (Kg N ha-1) PFCC (Kg ha-1)
200 2283 ± 26,63 A
150 2324 ± 26,63 A
50 2203 ± 26,63 B
0 2200 ± 26,63 B

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si (P ≤ 0,05)
Não houve interação entre os fatores N, K e cortes para a variável
densidade populacional de perfilhos. Entretanto observou-se efeito isolado entre
cortes. Neste sentido, independentemente da estratégia de adubação contendo N e
utilizada, o primeiro e quarto cortes não diferiram entre si e obtiveam os menores
27
valores de DPP, enquanto que o segundo e terceiro corte tiveram os maiores
valores, porém não diferenciando-se estatisticamente entre si (figura 5). Por fim,
para os fatores N (P=0,1765) e K (P=0,2703) não foi constatada diferença
significativa.
Figura 5: Densidade populacional de perfilhos (DPP; perfilhos m -2) de pastos de aveia preta cv.
Comum manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura-
pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.

Barras verticais correspondem ao erro padrão

Médias seguidas de letras diferentes representam diferença significativa entre si (P ≤ 0,05)

Não houve interação entre os fatores N, K e corte para a variável


interceptação luminosa. Entretanto observou-se efeito isolado da estratégia de corte.
Neste sentido, independentemente da estratégia de adubação contendo N e K
utilizada, quando realizado o corte da aveia preta, observou-se que a interceptação
luminosa é menor em relação a aveia preta sem corte (figura 6). Adicionalmente,
independentemente da estratégia de adubação com K e/ou corte utilizada, as

parcelas de aveia preta que receberam adubações de 200, 150 e 50 kg N ha -1, não
diferenciaram-se entre si porém, foram estatisticamente superiores em comparação
com aquela que não recebeu adubação nitrogenada (tabela 2). Por fim, para o fator
K (P=0,2886) não foi constatada diferença significativa.
28
Figura 6: Interceptação de radiação (IR; %) do dossel forrageiro de aveia preta cv. Comum
manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura-pecuária.
UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.

Barras verticais correspondem ao erro padrão

Médias seguidas de letras diferentes representam diferença significativa entre si (P ≤ 0,05)

Tabela 2: Interceptação de radiação (IR; %) do dossel forrageiro de aveia preta cv. Comum
manejados com diferentes doses de adubação nitrogenada em sistemas de integração
lavoura-pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.
Nitrogênio (Kg ha-1) IR (%)
200 81 ± 0,6 A
150 81 ± 0,6 A
50 81 ± 0,6 A
0 78 ± 0,6 B

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si (P ≤ 0,05)
Não houve interação entre os fatores N, K e corte para a variável altura
de dossel. Entretanto observou-se efeito isolado da estratégia de corte. Neste
sentido, independentemente da estratégia de adubação contendo N e K, quando
realizado o corte da aveia preta, observou-se que a altura de dossel é menor em
relação a aveia preta sem corte (figura 7). Por fim, para os fatores N (P=0,7439) e K
(P=0,9070) não foi constatada diferença significativa.
Figura 7: Altura de dossel (AD; cm) de pastos de aveia preta cv. Comum manejados com e sem corte
mecânico em sistemas de integração lavoura-pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.
29

Barras verticais correspondem ao erro padrão

Médias seguidas de letras diferentes representam diferença significativa entre si (P ≤ 0,05)

Não houve interação entre os fatores N, K e corte para a variável altura


de perfilho estendido. Entretanto observou-se efeito isolado da estratégia de corte.
Neste sentido, independentemente da estratégia de adubação contendo N e K
utilizada, quando realizado o corte da aveia preta, observou-se que a altura de
perfilho estendido é menor em relação a aveia preta sem corte (figura 8). Por fim,
para os fatores N (P=0,7979) e K (P=0,9807) não foi constatada diferença
significativa.
Figura 8: Comprimento de perfilho estendido (CPE; cm) de pastos de aveia preta cv. Comum
manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura-pecuária.
UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.
30

Barras verticais correspondem ao erro padrão

Médias seguidas de letras diferentes representam diferença significativa entre si (P ≤ 0,05)

Não houve interação entre os fatores N, K e corte para a variável Índice


de acamamento. Entretanto observou-se efeito isolado da estratégia de corte. Neste
sentido, independentemente da estratégia de adubação contendo N e K utilizada,
quando realizado o corte da aveia preta, observou-se que o índice de acamamento é
menor em relação a aveia preta sem corte (figura 9). Por fim, para os fatores N
(P=0,8114) e K (P=0,8063) não foi constatada diferença significativa.
Figura 9: Índice de acamamento (IA) de pastos de aveia preta cv. Comum manejados com e sem
corte mecânico em sistemas de integração lavoura-pecuária. UTFPR, Pato Branco – PR,
2017.
31

Não houve interação entre os fatores N, K e corte para as variáveis


clorofila B, clorofila A e clorofila Total. Entretanto observou-se efeito isolado da
estratégia de corte. Neste sentido, independentemente da estratégia de adubação
contendo N e K, quando realizado o corte da aveia preta, observou-se que os
valores absolutos de clorofila A e clorofila Total são menores em relação a aveia
preta sem corte, já a clorofila B não se diferenciou entre as estratégias de corte
(figura 10). Desta maneira, para os fatores N (P=0,2355; P=0,2716) e K (P=0,3313;
P=0,1382) não foi constatada diferença significativa para as variáveis clorofila Total e
clorofila A. Por fim, para a clorofila B não foi constatada diferença significativa para
os fatores N (P=0,1441), K (P=0,8973) e corte (P=0,1173).
Figura 10: Clorofila B, A e Total (CB, CA, CT; Índice SPAD) de pastos de aveia preta cv. Comum
manejados com e sem corte mecânico em sistemas de integração lavoura-pecuária.
UTFPR, Pato Branco – PR, 2017.
32

Barras verticais correspondem ao erro padrão

Médias seguidas de letras diferentes, para cada tipo de clorofila, representam diferença significativa
entre si (P ≤ 0,05)

O solo da área encontrava-se em ótima condição, com elevados teores


de potássio, fósforo e matéria orgânica, além de acidez moderada. Porém, segundo
Fontaneli et al. (2012) as plantas de aveia preta são altamente tolerantes a acidez
do solo, além de, segundo Primavesi et al. (2002) terem um elevado poder de
absorção de K presente no solo quando manejada em plantio direto. Vale ressaltar
que durante o período experimental, não ocorreram intempéries climáticas que
pudessem vir a reduzir o rendimento da cultura.
Devido as ótimas condições de solo e disponibilidade de água, as
adubações nitrogenadas e potássicas não surtiram efeito na massa de forragem
total, massa de forragem residual, densidade populacional de perfilhos, altura de
dossel, altura de dossel estendido, clorofila A, clorofila B e clorofila total, pois os
principais nutrientes necessários para seu desenvolvimento estavam presentes no
solo, seja em virtude da adubação feita na pastagem ou da adubação realizada na
cultura anterior(i.e., no milho), devido ao presente estudo estar inserido em um
projeto de integração lavoura pecuária. Vale ressaltar, que a média geral do

experimento foi de 11.952 Kg ms-1 ha-1, média superior as encontradas por


33
Demétrio, Costa e Oliveira (2012), que utilizando aveia preta cv. comum em

diferentes manejos de corte, encontrou médias em torno de 7.000 Kg MS -1 ha-1.


Comparado as estratégias de manejo na fase pastagem, quando
realizado desfolha na aveia, houve um incremento na produção de forragem total.
Tal fato é explicado pela estimulação do perfilhamento e expansão foliar após a
desfolhação, uma vez que as gemas basais passam a receber maior quantidade de
radiação, bem como o dossel forrageiro passa a competir menos por luz (SILVA;
JÚNIOR; EUCLIDES, 2008). Adicionalmente, folhas velhas e/ou sombreadas
possuem baixa capacidade fotossintética e potencial de crescimento.
Como salientado por Hodgson (1977), as populações de perfilhos
apresentam folhas em expansão, expandidas e em senescência, as quais seguem
um padrão dinâmico de reposição caracterizado pela sincronia entre o
aparecimento, alongamento e senescência. O pastejo visa a utilização destas folhas
antes que ocorra a senescência, além de, estimular o perfilhamento. Compreende-
se então, a maior produção de forragem total em plantas que sofrem desfolha.
A realização de desfolha na aveia também acarretou em incrementos
na massa residual deixada pela cultura como cobertura de solo, quando comparado
ao manejo sem desfolha. O resíduo vegetal deixado pela aveia ao final do cultivo é
totalmente dependente do manejo adotado na cultura, porém, não reflete todo o
crescimento da pastagem e entrada de biomassa no sistema, uma vez que, o
processo de decomposição do material que ficou sobre a parcela está ocorrendo
desde o primeiro corte. De acordo com Soares et al. (2015), maximizar a produção
de biomassa dos cultivos para promover acúmulo de matéria orgânica no solo é tão
importante quanto a manutenção de uma quantidade mínima de palhada sobre o
solo no final do ciclo da cultura.
Vale ressaltar que Oliveira (2014), em experimento realizado com

azevém, deixando no solo uma palhada de 6.621 kg MS -1 ha-1 obteve dificuldades


na plantabilidade e decréscimo na produtividade do milho cultivado na sequência.
Entretanto, a cobertura morta tem efeitos benéficos tais como: aumentar o teor de
matéria orgânica, proteção contra a erosão, diminuição do impacto da chuva e
armazenamento da umidade e controle das plantas infestantes, por impedir que o
solo fique descoberto e pelo efeito alelopático, propriedade de produzir substâncias
34
que inibem o crescimento de outras plantas (SÁ, 1995; CARVALHO; STRACK,
2014).
Sendo assim, a cobertura de solo deixada pela aveia no presente
experimento, quando manejado com desfolha, é aquela preconizada pelo sistema de
conservação de solos, enquanto que no manejo sem desfolha, os altos valores de
material residual podem vir a influenciar negativamente as culturas sucessoras.
Dentre os corte realizados, pôde-se quantificar a matéria seca colhível
em cada um dos quatro cortes, o primeiro corte, como demonstrado na figura 4, por
estar relacionado com o estabelecimento da cultura, apresentou a menor produção
de forragem colhível, o segundo corte apresentou a maior devido ao primeiro corte
ter ativado gemas basais, estimulando o perfilhamento e a produção de um maior
número de folhas. No terceiro e quarto corte, a diminuição da produção de forragem
colhível é consequência do final do ciclo da cultura. A planta reduz a produção de
perfilhos e folhas e concentra forças na perpetuação da espécie, com
direcionamento dos fotoassimilados para o desenvolvimento das panículas.
Ainda no contexto de produção de forragem colhível por corte, mesmo
que não correlacionadas com as doses de K empregadas e nem com os cortes, as

mais altas doses de N (200 e 150 Kg N ha -1) apresentaram maiores valores de


produção de forragem colhível por corte. Enquanto que as menores doses (50 e 0

Kg N ha-1), mesmo com o elevado aporte de nutrientes do solo, anteriormente


comentado, originaram menores produções de forragem colhível por corte. Tal
resultado é explicado levando em conta que as parcelas que receberam as mais
altas doses de N haviam maiores reservas prontamente disponíveis, enquanto que
as menores doses tinham de explorar o solo para adquiri-las, este fato é confirmado
pela pequena diferença, mesmo que significativa, entre os tratamentos, que ficou em

torno de 80 Kg MS ha-1.
A produção de perfilhos é um processo contínuo que pode ser
acelerado pela desfolhação da planta e pela consequente melhoria do ambiente
luminoso na base do dossel. Casagrande et al. (2010) observaram acentuada
redução da densidade de perfilhos na maior oferta de forragem de capim-marandu e
atribuíram esse resultado à maior altura do dossel e ao consequente
35
comprometimento do processo de perfilhamento pela baixa intensidade e qualidade
de luz incidente na base do dossel.
A principal adaptação fisiológica das plantas após a desfolhação é a
alocação preferencial de carbono para os meristemas apicais de perfilhos e zonas
de expansão foliar com o objetivo de maximizar o aparecimento e alongamento de
novas folhas (SILVA; JÚNIOR; EUCLIDES, 2008). Deste modo, em manejos com
desfolha, as plantas produzem folhas mais curtas e a DPP é elevada, por outro lado,
sem que ocorra a desfolha, as plantas tendem a desenvolver folhas mais longas e
reduzir a taxa de perfilhamento. Tais informações corroboram com as encontradas
neste trabalho, como evidenciado nas figuras 5 e 7.
Deste modo, de acordo com os resultados apresentados na figura 6,
nos tratamentos com desfolha, a remoção de área foliar, proporcionou entrada de luz
na base do dossel forrageiro e assim estimulou o aumento do número de
meristemas ativos, consequentemente elevando a DPP e a produção de folhas com
menor comprimento.
Ainda segundo Silva, Júnior e Euclides (2008), a avaliação de altura de
folhas estendidas, confirma a premissa de que, quando realizado o corte, elevando-
se a DPP, observa-se a redução do comprimento de folhas, quando em comparação
ao tratamento sem desfolha.
Este menor comprimento de folha, é responsável ainda, por reduzir os
índices de acamamento (figura 9), uma vez que, folhas de menor comprimento são
mais facilmente sustentadas pela planta, por outro lado, quando não ocorreu a
desfolha, as folhas alongaram-se, ficando mais sensíveis ao acamamento.
A interceptação luminosa retoma a discussão a respeito da adubação
nitrogenada, pois, o tratamento sem N demonstrou interceptação luminosa de 78%
enquanto que os demais tratamentos apresentaram todos 81% (Tabela 2). A
interceptação da radiação solar incidente está diretamente relacionada com o IAF do
dossel. Com o avanço no ciclo de crescimento de uma planta, há o aumento do IAF
e, por consequência, o aumento da IR (Humphreys, 1966; Brown e Blaser, 1968). Tal
fato leva a crer que o IAF da aveia manejada sem N era ligeiramente menor que os
demais resultados, interceptando assim, menos radiação. Fagundes et al. (1999)
avaliando IAF, MF e IR em cultivares de Cynodon spp. concluíram que mesmo com
36
diferentes valores de IAF, as plantas apresentaram MF sem diferenças significativas,
assim como encontrado no presente experimento, onde mesmo com o IR menor, as
plantas de aveia não diferiram em sua MF.
O teor de clorofila na folha é utilizado para predizer o nível nutricional
de nitrogênio na mesma, uma vez que a quantidade desse pigmento correlaciona-se
positivamente com o teor de nitrogênio na planta (ARGENTA et al. 2001). Partindo
deste ponto, o presente trabalho não obteve diferença significativa entre os teores
de clorofila entre doses de N e K. Tal resultado auxilia no entendimento da não
variação estatística entre as variáveis massa de forragem total e massa residual,
pois as plantas de diferentes tratamentos apresentaram mesmo teor de clorofila e
assim teores de nitrogênio muito próximos.
Argenta et al. (2001) relata ainda, que por ser uma técnica
relativamente nova, apresenta algumas limitações como por exemplo a influência de
outros fatores na leitura além da quantidade de N. Por sua vez, Chapman e Barreto
(1997) recomendam a utilização dos dados de largura de folhas para que se obtenha
maior correlação entre os dados de clorofila e N presente da planta. Chapman e
barreto (1997) também verificaram aumento no coeficiente de determinação (de 0,81
para 0,97) quando dividiram os valores das leituras no medidor pelo peso específico
da folha (peso seco/área foliar).
Com tais informações é possível concluir que a diferença significativa
entre os teores de clorofila nos tratamentos com e sem desfolha, é explicada pela
diferente área foliar. Como já comentado no presente trabalho, Silva, Júnior e
Euclides (2008) relatou que, plantas que sofreram desfolha apresentaram folhas de
menor comprimento, alterando os valores de clorofila quando comparado os
manejos com e sem desfolha (figura 10).
37
6 CONCLUSÕES

Partindo do pressuposto que a produção de biomassa é o melhor


indicativo de conservação de solos, é recomendado a desfolhação da aveia preta,
seja ela em integração lavoura pecuária visando forragem, ou então como cobertura
de solo.
Para se recomendar adubações, é necessário o entendimento do
sistema produtivo como um todo e não apenas da cultura que será instalada.
O corte mecânico na cultura eleva a produtividade, além de,
proporcionar maior ciclagem de nutrientes no sistema devido a intensa
decomposição de resíduos e proporcionar uma cobertura de solo ideal para os
sistemas de plantio direto.
As pastagens anuais de inverno são fundamentais para o sucesso de
uma propriedade em sistema de integração lavoura pecuária, otimizar seu uso, sem
futuros danos, aumenta a eficiência de toda a cadeia produtiva, gerando renda e
satisfação ao agricultor.
38
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a melhor compreensão das influências que o pastejo ocasiona na


dinâmica de produção de plantas forrageiras, faz-se necessário o estudo com
animais, visto que, o corte mecânico apesar de estimular o perfilhamento, não
simula todos os fatores empregados pelos animais.
A adubação das culturas ou dos sistemas de produção deve ser
realizada de forma mais consciente, a fim de maximizar a eficiência de uso dos
nutrientes. Visto que, a utilização de Fórmulas prontas de adubação para culturas de
grãos, as quais poucas vezes levam em consideração a análise de solo e menos
ainda o histórico de adubação e produtividade da área, diminuem a eficiência de
utilização do adubo aplicado e podem causar problemas ambientais.
Observa-se a necessidade de difusão dos conhecimentos adquiridos
na academia, por existir ainda, um certo receio perante agricultores, técnicos e
extensionistas em alterar o manejo das culturas, principalmente nas questões de
adubação e uso das pastagens.
39
REFERÊNCIAS

AMADO, Telmo Jorge Carneiro; SANTI, Anderson; ACOSTA, José Alan de Almeida.
Adubação nitrogenada na Aveia Preta. II - Influência na decomposição de resíiduos,
liberação de Nitrogênio e rendimento de milho sob sistema plantio direto. Revista
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