Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BELÉM
2017
ALINE MEDEIROS LIMA
BELÉM
2017
Lima, Aline Medeiros
131 f.
CDD: 633.682
ALINE MEDEIROS LIMA
Tese apresentada à Universidade Federal Rural da Amazônia, como parte das exigências do
Curso de Doutorado em Agronomia para obtenção do título de Doutor.
Orientadora: Prof.a Dr.a Claúdia Regina Batista de Souza
Co-orientadora: Dr.a Elisa Ferreira Moura Cunha
BANCA EXAMINADORA
CAPES
CAPES
vf#
doutorado. A Universidade Federal do Pará a EMBRAPA Amazônia Oriental pelo apoio dado
a pesquisa.
Aos professores pelos ensinamentos oferecidos durante todo o curso, em especial a professora
Prof. Dr3. Cláudia Regina Batista de Souza e a Dr.a Elisa Ferreira Moura da Cunha pela
da apresentação deste trabalho. Aos técnicos Edson Sampaio e Nivaldo pelo apoio dado e
conselhos valiosos.
A minha família pelas orações e pensamentos positivos para que eu pudesse alcançar meus
objetivos em especial aos meus pais Sônia e Sebastião que me compreendem e me deram
ensinamentos valiosos e a minha irmã Audriana que em todos os momentos que estava em
dificuldade me ajudou.
Ao meu noivo/esposo Diehgo, companheiro e amigo de todas as horas que esteve comigo
todos os dias acompanhando o meu dia a dia me dando força diante das dificuldades e se
alegrando com cada conquista. A minha segunda família, meu sogro e minha sogra, que nos
últimos meses acompanhou de perto os meus dias e me deram força e coragem para seguir em
frente.
Aos meus amigos e amigas que vivenciaram comigo esta conquista, agradeço o apoio
mais de cem países, no entanto sua produtividade é afetada por patógenos, principalmente os
causadores de podridões radiculares, como o Phytopythium sp. Não há relatos de estudos que
identificaram genes envolvidos na interação Mandioca- Phytopythium sp., portanto esta tese
tem como objetivo principal a prospecção de genes envolvidos nos mecanismos de resposta
da mandioca ao agente causador da podridão radicular. A tese está dividida em seis capítulos,
imunidade de mandioca que possuam potencial para atuar na defesa contra o agente causador
doenças de plantas causadas por fungos. No quarto capítulo foi realizada uma busca no
genoma da mandioca por genes que irão codificar fitocistatina e estes foram caracterizados />?
obtenção de mudas visando estudos em casa de vegetação, tais como, a inoculação do agente
causador da podridão radicular das raízes em plantas de mandioca. O sexto capítulo apresenta
Phytopythium sp. No total foram investigados nove genes envolvidos na resposta ao estresse
biótico, dos quais sete apresentaram padrões de expressão diferencial nas raízes inocuculadas
isoformas de genes da fitocistatina que estão distribuídas em sete cromossomos. Estes genes
Cassava is one of the most dynamic agricultural products in the world, being cultivated in
many countries, however your productive is affected by pathogens, mainly those witch cause
root rot, with Phytopythium sp. Studies related with identification of genes in the interaction
between cassava-P/?yto/?y//?7MOT sp. are not found in the literature. Therefore, the main
objective of thesis was prospecting genes involved in the mechanisms of response of cassava
to the agent that causes root rot. The thesis is divided in six chapter, the first does a general
contextualization, in second chapter was identified genes related with cassava immunity that
possess potential for combat against root rot pathogen, the third chapter discussed the
potential of phytocystatin in the control of plant diseases caused by fungi. In the chapter four
a search of the cassava genome was carried out by genes that will code phytocystatin and
these were characterized in silico and compared phylogenetically with phytocystatin from
other cultures. Chapter five is about the adaptations methodology of rapid propagation of
cassava for obtainment of seedlings aiming at greenhouse studies, such as the inoculation of
root rot agent in cassava plants. The sixth chapter presents the results aiming at the
inoculation of root rot agent of roots in cassava plants. The adaptation of the rapid
propagation method of cassava was effective in the production of seedlings for studies at the
molecular levei of the interaction of cassava -Phytopythium sp. In total, nine genes involved
in biotic stress response were investigated, of which seven presented differential expression
pattems in the roots inoculated with Phytopythium sp. The analysis of the cassava genome
resulted in the identification of novel phytochemical gene isoforms that are distributed on
seven chromosomes. These genes become eligible for use in breeding programs aimed at
Key words: Manihot esculenta, Phytophytium sp, differential expression, rapid propagation of
RESUMO
ABSTRAT
1. CONTEXTUALIZAÇÃO 11
REFERÊNCIAS 23
VEGETAÇÃO
RESUMO 33
ABSTRACT 34
2.1 Introdução 35
2.4 Conclusão 43
Referências 44
RESUMO 54
ABSTRACT 55
3.1 Introdução 55
3.4 Conclusão 62
Referências 63
RESUMO 73
ABSTRACT 73
4.1 Introdução 74
4.4 Conclusão 89
Referências 90
5. PHYTOCYSTATINS AND THEIR POTENTIAL TO CONTROL PLANT 95
RESUMO 105
ABSTRACT 105
Referências 117
ANEXOS 121
11
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
cultivada em mais de cem países. As raízes são fontes de carboidratos e uma importante fonte
Sendo que a maior teor de proteínas da mandioca está concentrado nas folhas denominadas de
manivas. As manivas tem potencialidade para ser utilizado na alimentação animal e como
(ALVES FILHO et al., 2015). Em 2016, o Brasil produziu mais de 23 milhões de toneladas
de mandioca, com rendimento médio de mais de 15 toneladas por hectare (IBGE, 2017). A
região Norte é responsável por 43% da produção Brasileira (Figura 1), sendo o estado do Pará
o mais representativo nesta região e no país, com produção total anual de mais de 6 milhões
A mandioca é considerada uma cultura rústica e a maior parte dos cultivos está
manejo da cultura. Deste modo, o sistema rudimentar de manejo utilizado pela maioria dos
agricultores associado ao baixo uso de insumos são fatores responsáveis pelo baixo
A raiz da mandioca é uma das principais fontes de alimento nas populações de baixa
(IGLESIAS et al. 1997; MEZETTE et al, 2009; CARVALHO et al, 2012a; SILVA et al,
2014).
12
Figura 1. Percentual da produção de mandioca por regiões do Brasil. Destacando o percentual de produção da
região norte do Brasil.
1.4% 2.6%
6.5%
Rondônia
11.2%
"J- r
22% ArrHionai
16.5% ■ Roraima
43% so%
10% Amapá
Tocantins
20%
1.8%
Estudo a nível molecular foi realizado por CARVALHO et al. (2012b), visando
pode auxiliar, sobretudo em regiões de baixa renda, no combate a doença como a cegueira
SMITASII, 1999).
de ácido cianídrico presente. Um dos grupos é constituído por mandioca brava (também
conhecida como amarga) e o outro constituído pela mandioca mansa (também conhecida
como doce). O sabor amargo está associado ao potencial cianogênico, que é a capacidade da
vegetativa, onde pedaços do caule, chamados manivas-semente ou estacas, são utilizados para
gerar plantas geneticamente idênticas (SILVA et al., 2002; CARVALHO e GUERRA, 2002).
Em contraste, o uso de sementes em mandioca é limitado pela baixa taxa de fecundação das
flores, baixa germinação destas e levam mais tempo para se estabelecer e são menores e
menos vigorosas que as plantas oriundas de estacas (SILVA et al, 2002). Contudo, a
aos melhoristas selecionar genótipos de maior importância agronômica (SILVA et al, 2001).
13
por agricultores (FUKUDA et a/., 1996; VIEIRA et a/., 2007). Essas variedades representam
o alicerce dos sistemas de produção familiar, por isso são consideradas um patrimônio
Apesar de sua rusticidade vários fatores relacionados a estresse biótico (Figura 2 A-E)
OLIVEIRA et al, 2013; VENTURINI et al, 2015; VILAS-BOAS et al, 2016). Dentre os
fatores bióticos limitantes para a cultura da mandioca, a podridão radicular vem se tornando
uma doença de alto impacto econômico e social no Brasil (SERRA et al, 2009), pois provoca
raízes (MOSES et al, 2007), além de inutilizar as áreas para plantio ao longo dos ciclos da
Figura 2. Fatores bióticos e abiótico que afetam a produção da mandioca. A- Brocas do caule. B- Cupins. C-
Mosca-branca. D- Àcaros. G-Podridão radicular. H- Deterioração pós-colheita.
Av
K m
■»
h w
$
k «1
A C
L a/V
Vê
D
J
Fonte: Arquivo pessoal.
14
No Estado do Pará, foram descritos como patógenos associados à podridão mole das
et al., 2018).
Phytium (BALA et al., 2010; de COCK et al., 2015). Estudos mostraram que o oomiceto
estado do Pará, sendo este o primeiro relato mundial de Phytopythium sp. causando podridão
camuflado até a colheita, já que a planta de mandioca tem um extenso sistema radicular,
podendo permanecer de pé, apesar de uma parcela significativa de suas raízes estarem podres.
culturas, manejo físico do solo, o uso de microrganismos antagônicos, plantio em áreas bem
do material vegetal originário de áreas infestadas (CASTILHO et al., 1990; FUKUDA, 1993;
FIALHO; VIEIRA, 2011). Porém, a forma mais econômica e confiável para manejar as
et al., 2005b).
(BRS Mari, BRS Kiriris e BRS Poti), que apresentam baixa produção comparada com outros
Estudos que busquem elucidar os mecanismos envolvidos na resistência destes acessos podem
15
características da planta mãe, mas por outro lado tem como fatores limitantes a baixa taxa de
desenvolveu o método de propagação rápida da mandioca (COCK et al., 1976), o qual foi
2002; FUKUDA e CARVALHO, 2006; RODRIGUES et al. 2008; ALVES et al., 2009;
(RODRIGUES et al. 2008; ALVES et al. 2009; SANTOS et al. 2009; VIEIRA e MOURA,
não foi testado para as condições climáticas da região de Belém. Além disso, a utilização
deste método pode possibilitar a obtenção de plantas de mandioca com raízes tuberizadas
seleção atualmente utilizada na busca por genótipos resistentes à podridão radicular, é uma
metodologia que necessita de uma programação na colheita das raízes (com tempo mínimo de
10 meses de plantio) e uma minuciosa triagem para que não sejam utilizadas raízes com
injúrias e com infecções provenientes do campo (ONYEKA et al., 2005a; OLIVEIRA et al.,
que visem inocular plantas jovens e em condições controladas para serem utilizadas nos
infecção ou combate aos patógenos que as infectam. As alterações que constituem o sistema
A interação entre a planta e o patógeno pode ser divida em dois tipos básicos: a
patógeno, ao penetrar no tecido vegetal, encontra as defesas da planta que irão impedir sua
A expressão da resistência é governada tanto por genes R da planta quanto por genes
é realizado, uma resposta forte e rápida é desencadeada no local da infecção. Esta resposta é
adquirida (SAR) que confere uma imunidade para um amplo espectro de patógeno. Os
apresentando dois tipos estruturais básicas, receptors like Kinases (RLKs) e receptors Like
patógenos (PAMPs). Como esses epítetos estão presentes também em microorganismos não
2014).
Segundo JONES e DANGL (2006), o sistema de defesa vegetal pode ser representado
por um modelo de quatro fases denominado "Zig-Zag" (Figura 3) em que na fase 1 PAMPs
são reconhecidos por PRRs resultando na imunidade disparada por PAMPs (PTI); na fase 2
patógenos que obtiveram sucesso liberam efetores que interferem na PTI, desencadeando uma
Figura 3: Modelo Zig-Zag do sistema imune em plantas. No esquema, as plantas detectam padrões moleculares
associados a patógenos (PAMPs. losangos vermelhos) via PRRs para desencadear a imunidade disparada por
PAMPs (PTI). Patógenos de sucesso produzem efetores que interferem com a PTI. resultando em suscetibilidade
desencadeada por efetores (ETS). Se um efetor (indicado em vermelho) é reconhecido por uma proteína da
planta NB-LRR. a imunidade disparada por efetores (ETI) é ativada, sendo uma versão amplificada de PTI que
permite a indução da morte celular e resposta de hipersensibilidade (HR). Isolados do patógeno podem evoluir,
perdendo efetores (em vermelho) ou ganhar novos efetores (em azul), permitindo que o patógeno suprima ETI.
Tal seleção, então, favorecem novos alelos NB-LRR a evoluir e reconhecer um dos efetores recém-adquirido.
resultando novamente em ETI.
Limiar para HR
ro
in \
O
M— \ * • «
(U Efetores \» o
T3 patogênicos \
(U
T3 \ Efetores
OJ Avr-R Vatogênicos Avr-R
"D
O\ ® O \ ©rOC
CL «OO \
E
<
Limiar para Resistência
efetiva
0
Baixa 0^0
v
PAMPS
Fonte: Adaptado de Jones e Dangl (2006).
18
hospedeiro, porém reconhecidas por eles (LIU et ai, 2013). A primeira molécula claramente
definida como um PAMP foi a Pepl3, um peptídeo curto de 13 aminoácidos com uma
Considerando sua estrutura molecular, a maioria dos PAMPs pode ser dividida em
presente na parede celular de fungos (LRJ et ai, 2013; NEWMAN et ai, 2013).
da flagelina (flg22) é altamente conservado e reconhecido pela maioria das plantas (ZIPFEL e
FELIX, 2005). A planta do tomate é capaz de reconhecer uma versão mais curta do mesmo
epítopo (flglS) e o arroz parece ser insensível à flg22, mas pode reconhecer a molécula de
defesa em Arabidopsis e tabaco (GAEILIN et al, 2006). Esses dois pontos de ligação com a
celulose, que são provavelmente relevantes na adesão celular durante a infecção, são
suficientes para a indução de defesa. Outras PAMPs mais amplamente reconhecidas são
Nos últimos anos, diversos estudos mostraram a relevância dos PAMPs e sua ligação
com a imunidade das plantas. Muitos receptores para os PAMPs ainda precisam ser
identificados e mais estudos devem ser desenvolvidos para uma melhor compreensão de como
O sistema de defesa vegetal apresenta dois níveis. Durante o primeiro nível de defesa,
por PAMP {PAMPs-triggered immunily - PTI) (CHISHOLM et ai, 2006). Sendo esta fase
essencial para a ativação da imunidade inata nas plantas. Pois, há estudos demonstrando que
plantas com mutações nos PRRs são susceptíveis a infecções microbianas (ZIPFEL, 2009).
Uma vez que as barreiras da primeira linha de defesa são ultrapassadas, as plantas
immunity - ETI), que apresenta como principal característica a morte celular e necrose
et ai, 2006). Nessa fase, a efetividade do patógeno em conseguir secretar proteínas efetoras
no citoplasma da célula é combatida por proteínas especializadas, que atuam como receptores
conhecidas como proteínas de resistências, sendo essas proteínas expressas por genes
conhecidos como genes de resistência ou genes R (DANGL E JONES, 2006; DANGL et ai,
planta. Proteínas específicas NLR são ativadas por efetores específicos do patógenos. Essa
interação pode ser via direta entre a molécula efetora e o receptor. Alternativamente, através
da modificação da proteína efetora por uma molécula Decoy (Isca) que é reconhecida pelo
domínio citosólico, PRR; cada um desses três processos de reconhecimento desencadeia a ETI
Isso se deve a eficiência na reposta, que não se restringe apenas aos receptores, ativada tanto
na PTI quanto ETI. Plantas sobre estresse biótico possue vasto e variado mecanismo de defesa
que incluem barreiras estruturais e bioquímicas, ambos pré e/ou pós-formados em relação à
processo de lignificação da parede celular das plantas vasculares (TOBIMATSU et ai, 2013).
2006).
20
Figura 4: Célula vegetal infectada por patógenos de todas as classes; Em (1) a célula reconhece os PAMPs
através dos PRR extracelulares ativando a PTI; Em (2) mostra a capacidade que os patógenos possuem de
secretar proteínas efetoras no citoplasma da célula inativando a resposta PTI (3); Intracelular NLRs percebem as
moléculas efetoras por três vias: Através da ligação direta entre a molécula efetora e o receptor (4a); Através da
modificação da proteína efetora por uma molécula Decoy (Isca) que é reconhecida pelo receptor somente quando
sofre a mudança (4b); através do reconhecimento da molécula efetora mediada pela alteração de um alvo de
virulência hospedeiro, tal como a de um domínio citosólico. PRR (4c); cada um desses três processos de
reconhecimento desencadeia a ETI (5).
fungos/
Bactéria Nematoide Afidío Oomicetos
PAMPs/MAMPs
Q
Ü o —w-J
O
o O 'TTSS Estiletes
Co- Hauslorio
PR
Efetores
O
Efetores
NLRs
Intracelular
/ Q Efetores
rr m
ÇftA, 9 CUD> Atívaçao
NLR Decoy
Expressão de
genes de
imunidade
PRR
Efetores
Núcleo
O estudo da indução de genes de defesa nas plantas é algo que vem sendo feito há
mais de quatro décadas (GREEN e RYAN, 1972) e, ainda hoje, existem pontos não
esclarecidos a respeito deste processo (DANGL e JONES, 2006; DANGL et al., 2013;
aqueles que podem aumentar o valor nutricional das culturas. Este conhecimento permitiu que
algumas culturas fossem modificadas. Dentre as culturas melhoradas e que são amplamente
utilizadas, podemos citar: a soja (resistente a herbicida), algodão (resistente a insetos) milho
gênica na compreensão das respostas de defesa das plantas contra os patógenos. A busca por
realizadas em diversas plantas tais como, tomate (AMARAL et ai., 2008), Piper tuberculatum
(NASCIMENTO et ai., 2009), pimenteira-do-reino (DE SOUZA et ai., 2011), maçã (BALDO
et ai., 2010), couve-flor (JIANG et ai., 2011), uva (LEGAY et ai., 2011), soja (WANG et ai.,
2012), banana (TIMM et ai., 2016), cana-de-açúcar (SATHYABHAMA et ai., 2016) e trigo
podridão radicular pode contribuir para, no futuro, obter-se acessos melhoradas. Nas buscas
realizadas na literatura não há relatos de estudos que visem identificar genes de resposta a
quando em contato com o agente causador da podridão radicular. Com isso, o presente
trabalho tem como objetivo principal a prospecção de genes envolvidos nos mecanismos de
traçados, fora realizados 5 trabalhos no qual estão descritos nos capítulos que constituem esta
tese.
mandioca para a obtenção de mudas visando estudos em casa de vegetação, tais como, a
metodologia de propagação rápida da mandioca foi proposta para contornar o baixo índice de
multiplicação da cultura. Uma vez que estudos que utilizem material destacado não possibilita
a análise da planta como um todo e para estudar a interação mandioca- Phytopythium sp. em
causador da podridão radicular das raízes em plantas de mandioca. Por se tratar dos primeiros
método para realizar a inoculação do agente causador da podridão radicular das raízes de
de propagação rápida da mandioca. Para a inoculação, as mudas foram infestadas com uma
mistura de areia e fubá (3:1) com discos de meio mandioca dextrose ágar contendo micélio do
isolado CT084 e seus efeitos analisados. Foi possível observar sinais característicos da
mandioca que possuam potencial para atuar na defesa desta planta contra o agente causador
da podridão mole das raízes e analisar sua expressão em raízes de mandioca inteiras
plantas causadas por fungos, uma vez que uma fitocistatina foi identificada como
proteínas que se ligam às proteases cisteínicas inibindo sua atividade. As cistatinas de plantas
1993; WALDRON et ai, 1993; ABE et ai, 1995; MISAKA et al, 1996; JOSHI et al, 1998;
KURODA et al, 2001; RYAN et al, 2003; SHYU et al, 2004; BANGRAK et al, 2011).
Possuem várias funções como a regulação dos processos de maturação e germinação das
sementes (OJIMA et al, 1997; RASSAM et al, 2004), a regulação da morte celular
(HINES et al., 1991; MARTINEZ et al, 2005; PIROVANI et al, 2010) e abiótico (DIOP et
que irão codificar fitocistatinas. No sexto capítulo foi realizada uma busca no genoma da
mandioca por genes que irão codificar fitocistatina e estes foram caracterizados />? silico e
inhame. Os resultados obtidos contribuirão para futuros estudos funcionais que possam ser
REFERÊNCIAS
ABE, M.; ABE, K.; DOMOTO, C.; ARAI, S. Two distinct species of corn cystatin in com
kemels. Biosci. Biotechnol. Biochem. v. 59, p. 756-758, 1995.
ALVES AAC, CUNHA AF. 2003. Cultivo da Mandioca para a Região Semi-Árida. Embrapa
Mandioca e Fruticultura Sistemas de Produção, 12. ISSN 1678-8796. Versão eletrônica.
ALVES FILHO, P. P. DA C.; GALVÃO, J. R.; NEVES, L. B.; COSTA, I. DOS R. Produção
de Mandioca acesso roxinha, Igarapé-Açu, Pará em resposta à adubação NPK. Revista Raízes
e Amidos Tropicais, v. 11, n. 1, p. 1-7, 2015.
AMARAL, D. O. J., LIMA, M. M. A., RESENDE, L. V., & SILVA, M. V. Differential gene
expression induced by salicylic acid and Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici infection, in
tomato. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.43, p. 1017-1023, 2008.
BALDO, A., NORELLI, J. L., FARRELL, R. E., IR., BASSETT, C. L., ALDWINCKLE, H.
S., & MALNOY, M. Identification of genes differentially expressed during interaction of
resistant and susceptible apple acessos (Malus x domestica) with Erwinia amylovora. BMC
Plant Biology, v.10, p.l, 2010.
BELENGHI, B.; ACCONCIA, F.; TROVATO, M.; PERAZZOLLI, M.; BOCEDI, A.;
POLTICELLI, F.; ASCENZI, P.; DELLEDONNE, M. AtCYSl, a cystatin from Arabidopsis
thaliana, suppresses hypersensitive cell death. Eur. J. Biochem. v. 270, p. 2593-2604, 2003
BOARI, A. J., QUADROS, A. F. F., CUNHA, E. M., FERNANDES, A. F., & BARRETO, R.
W. First report of Phytopythium sp. causing storage root rot and foliage blight of cassava in
Brazil. Plant Disease, https://doi.org/10.1094/PDIS-09-17-1449-PDN, 2018.
CARVALHO, L. M.; OLIVEIRA, A. R.; GODOY, R. L.; PACHECO, S.; NUTTI, M. R.; DE
CARVALHO, J.L.; PEREIRA, E. J.; FUKUDA, W.G. Retention of total carotenoid and 13-
carotene in yellow sweet cassava (Manihot esculenta Crantz) after domestic cooking. Food
Nutr. Res., v.56, 15788, 2012a. doi: 10.3402/fnr.v56i0.15788.
COCK, J.H; WHOLEY, D.; LOZANO J.C.; TORO, J.C. Sistema rápido de propagación de
yuca. Colômbia: Centro Internacional de Agricultura Tropical, 1976. 12 p. (Serie ES: Centro
Internacional de Agricultura Tropical. N0. 20). Disponível em http://ciat-
library.ciat.cgiar.org/ciat_digital/CIAT/books/historical/147.pdf. Acessado em: 15 out. 2017.
CHOI, H.W.; HWANG, B. K. The pepper extracellular peroxidase CaP02 is required for salt,
drought and oxidative stress tolerance as well as resistance to fungai
pathogens. Planta, v. 235 p. 1369-1382, 2012.
DE SOUZA CRB, SANTA BRÍGIDA AB, DOS SANTOS RC, COSTA CNM, DARNET
SH, HARADA ML. Identification of sequences expressed during compatible black pepper -
Fusarium solani f. sp. piperis interaction. Acta Physiologiae Plantarum, v.33, p.2553-2560,
2011.
DIOP, N.N.; KIDRIC, M.; REPELLIN, A.; GAREIE, M.; D'ARCY-LAMETA, A.; PHAM
THI, A.T.; ZUILY-FODIL, Y. A multicystatin is induced by drought-stress in cowpea (Vigna
unguiculata (L.) Walp.) leaves. FEBS Lett, v. 577, p. 545-550, 2004.
not related to leveis of cysteine proteinase - inhibitors. Plant Mol. Biol., v. 23, p.215-219,
1993.
GAULIN, E.; DRAME, N.; LAFITTE, C.; TORTO-ALALIBO, T.; MARTINEZ, Y.;
AMELINE-TORREGROSA, C.; KHATIB, M.; MAZARGUIL, H.; VILLALBA-MATEOS,
F.; KAMOUN, S. Cellulose binding domains of a Phytophthora cell wall protein are novel
pathogen-associated molecular patterns. Plant Cell, v. 18, n. 7, p. 1766-1777, 2006.
GREEN, T.R. & RYAN, C.A. Wound-induced proteinase inhibitors from tomato leaves: a
possible defense mechanism against insects. Science, v. 175, p. 776-777, 1972.
HENRY, G, THONART, P., AND ONGENA, M. PAMPs, MAMPs, DAMPs and others: an
update on the diversity of plant immunity elicitors. Biotecbnol. Agron. Soe. Environ. v. 16,
p.257-26, 2012.
HU , L.; YANG, Y.; JIANG, L. AND LIU, S. "The catalase gene family in cucumber:
genome-wide identification and organization," Genetics and Molecular Biology, v. 39, p.
408-415,2016.
27
HWANG, J.E.; HONG, J.K.; LIM, C.J.; CHEN, H.; JE, J.; YANG, K.A.; KIM, D.Y.; CHOI,
Y.J.; LEE, S.Y.; LIM, C.O. Distinct expression pattems of two Arabidopsis phytocystatin
genes, AtCYSl and AtCYS2, during development and abiotic stresses. Plant Cell Rep. v. 29,
p. 905-915, 2010.
IGLESIAS, C.; MA YEN, J.; CHÁVEZ, L.; CALLE, F. Genetic potential and stability of
carotene content in cassava roots. Euphytica, v.94, p. 367-373, 1997
JIANG, EL, SONG, W., LI, A., YANG, X., & SUN, D. Identification of genes differentially
expressed in cauliflower associated with resistance to Xanthomonas campestris pv.
campestris. Molecular biology reports, v. 38, n. 1, p. 621-629, 2011.
JONES, J. D. G; DANGL, J. L. The plant immune system. Nature, v. 444, p. 323-329, 2006.
KURODA, M.; KIYOSAKI, T.; MATSUMOTO, I.; MISAKA, T.; ARAI, S.; ABE, K.
Molecular cloning, characterization, and expression of wheat cystatins. Biosci. Biotechnol.
Biochem., v. 65, p. 22-28, 2001.
LEGAY, G., MAROUF, E., BERGER, D., NEUHAUS, J. M., MAUCH-MANI, B., &
SLAUGHTER, A. Identification of genes expressed during the compatible interaction of
grapevine with Plasmopara viticola through suppression subtractive hybridization
(SSH). European journal of plant pathology, v. 129, n. 2, p. 281-301, 2011.
LIU, W.; LIU, J.; NING, Y.; BO DING, B.; WANG, X.; WANG, Z.; GUO-LIANG WANG.,
G. L. Recent Progress in Understanding PAMP- and Effector-Triggered Immunity against the
Rice Blast Fungus Magnaporlhe oryzae. Molecular Plant, v.6, n.3, p. 605-620, 2013.
MISAKA, T.; KURODA, M.; IWABUCHI, K.; ABE, K.; ARAI, S. Soyacystatin, a novel
cysteine proteinase inhibitor in soybean, is distinct in protein structure and gene organization
from other cystatins of animal and plant origin. Eur. J. Biochem., v. 240, p. 609-614, 1996.
MIYA, A; ALBERT, P.; SHINYA, T.; DESAKI, Y.; ICHIMURA, K.; SHIRASU, K.;
NARUSAKA, Y.; KAWAKAMI, N.; KAKU, H.; SHffiUYA, N. CERK1, a LysM receptor
kinase, is essential for chitin elicitor signaling in Arabidopsis. Proceedings of the National
Academy of Sciences, v. 104, n. 49, p. 19613-19618, 2007.
MSIKITA, W., BISSANG, B., JAMES, B. D., BAEMEY, H., WILKINSON, H. T.,
AHOUNOU, M., AND FAGBEMISSI, R. Prevalence and severity of Nattrassia mangiferae
root and stem rot pathogen of cassava in Bénin. Plant Disease, v.89, p. 12-16, 2005.
NASCIMENTO SB, CARCARDO JCM, MENEZES IC, DUARTE MLR, HARADA ML,
DARNET S, DE SOUZA CRB. Identifying Sequences Potentially Related to Resistance
Response of Piper luhercuíalum to Fusarium solani f. sp. piperis by Suppression Subtractive
Hybridization. Protein Peptide Letters, v. 12, p. 1429-1434, 2009.
OLIVEIRA, S.A.S.; HOHENFELD, C.S.; SANTOS, V.S.; HADDAD, F.; OLIVEIRA, E.J.
Resistance to Fusarium dry root rot disease in cassava accessions. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v.48, p. 1414-1417, 2013.
PIETERSE, C.M.J., ZAMIOUDIS, C., BERENDSEN, R.L., WELLER, D.M., VAN WEES,
S.C.M., AND BAKKER, P.A.H.M. Induced systemic resistance by beneficiai microbes.
Annu Rev Phytopathol, v. 52, p. 347-375, 2014.
PIROVANI, C. P.; SANTIAGO, A. S.; SANTOS, L.S.; MICHELI, F.; MARGIS, R.;
GESTEIRA, A.S.; AL VIM, F. C.; PEREIRA, G. A. G; CASCARDO, J. C. M. Theobroma
cacao cystatins impair Moniliophthora perniciosa mycelial growth and are involved in
postponing cell death symptoms. Planta, v. 232, p. 1485-1497, 2010.
REIS SP, TAVARES ESC, COSTA CNM, SANTA-BRIGIDA AB, de SOUZA CRB.
Molecular cloning and characterization of a novel RING zinc-finger protein gene up-regulated
under in vitro salt stress in cassava. Molecular Biology Reports, v. 39, p. 6513-6519, 2012.
SANTA ERIGIDA, A. B.; REIS, S. P.; COSTA, C. N. M.; CARDOSO, C. M.; LIMA, A. M.
DE SOUZA C.R.B. Molecular cloning and characterization of a cassava translationally
controlled tumor protein gene potentially related to salt stress response. Mol. Biol. Rep. v. 41,
p. 1787-1797, 2014.
SANTOS, V.S.; SOUZA, A.S.; VIANA, A.E.S.; FERREIRA FILHO, J.R.; SOUZA, K.A.;
MENEZES, M C. Multiplicação rápida, método simples e de baixo custo na produção de
30
SILVA, M. N.; CEREDA, M. P.; FIORINI, R.A. Multiplicação rápida de mandioca. In:
CEREDA, M. P. (Coord ). Agricultura: Tuberosas Amiláceas Latino Americanas. São
Paulo: Fundação Cargill, 2002, p. 187-197.
SINGH, P., & ZEMMERLI, L. Z. (2013). Lectin receptor kinases in plant innate
immunity. Frontiers in plant science, v. 4, p. 124, 2013.
TAKAI, R.; KANEDA. T.; ISOGAI, A.; TAKAYAMA, S.; CHE, F. S. A new method of
defense response analysis using a transient expression system in rice protoplasts. Bioscience,
Biotechnology, and Biochemistry, v. 71, n. 2, p. 590-593, 2007.
THAKUR, M.; SOHAL, B.S. Role of Elicitors in Inducing Resistance in Plants against
Pathogen Infection: A Review. ISRN Biochemistry v. 2013, p. 1-10, 2013.
TEMM, E. S., PARDO, L. H., COELLO, R. P., NAVARRETE, T. C., VILLEGAS, O. N., &
ORDONEZ, E. S. (2016). Identification of Differentially-Expressed Genes in Response to
Mycosphaerella fijiensis in the Resistant Musa Accession 'Calcutta-4'Using Suppression
Subtractive Hybridization. PloS one, v.77, n.8, DOI: 10.1371/journal.pone.0160083, 2016.
31
TOBIMATSU, Y., WAGNER, A., DONALDSON., L., MITRA, P., NICULAES, C., DIMA,
O., KIM, J. I., ANDERSON, N., LOQUE, D., BOERJAN, W., CHAPPLE, C., RALPH, J.
Visualization of plant cell wall lignification using fluorescence-tagged monolignols. The
Plant Journal, v. 76, p. 357-366, 2013.
VAN LOON, L.C.; REP, M.; PIETERSE, C.M.J. Significance of Inducible Defense-related
Proteins in Infected Plants. Annual Review of Phytopathology, v.44, p. 135-162. 2006.
VIEIRA, E.A.; FIALHO, J.F.F.; SILVA, M.S.; FALEIRO, F.G. Variabilidade genética do
banco ativo de germoplasma de mandioca do Cerrado acessada por meio de descritores
morfológicos. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2007b. 15p.
VRIENS, K., CAMMUE, B., & THE VIS SEN, K. (2014). Antifungal plant defensins:
mechanisms of action and production. Molecules, v. 19, n. 8, p. 12280-12303, 2014.
WAN, J.; ZHANG, X. C.; NEECE, D.; RAMONELL, K. M.; CLOUGH, S.; KIM, S. Y.;
STACEY, M. G.; STACEY, G. A LysM receptor-like kinase plays a criticai role in chitin
signaling and fungai resistance in Arahidopsis. Plant Cell, v. 20, n. 2, p. 471-481, 2008.
WANG, Y., YUAN, X., HU, H., LIU, Y., SUN, W., SHAN, Z., & ZHOU, X. Proteomic
analysis of differentially expressed proteins in resistant soybean leaves after Phakopsora
pachyrhizi infection. Journal of Phytopathology, v. 160, n.10, p. 554-560, 2012.
ZIPFEL, C.; FELIX, G. Plants and animais: a different taste for microbes? Current Opinion
in Plant Biology, v. 8, n. 4, p. 353-360, 2005.
ZIPFEL, C., & OLDROYD, G. E. Plant signalling in symbiosis and immunity. Nature, v.
543, n.7645, p. 328-336, 2017.
32
Capítulo II
PROPAGAÇÃO RÁPIDA DE MANDIOCA PARA ESTUDOS EM CONDIÇÕES 1
CONTROLADAS DE CASA DE VEGETAÇÃO
33
de vegetação1
Aline Medeiros Lima*1'2'3', Jonny Lúcio Sousa Silva(1'4), Elisa Ferreira Moura*4 *', José Edson
Tomé-Açu, Tomé Açu - PA, CEP 68680-000, Brasil. *3' Instituto de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, PA, 66075-110, Brasil, bsouza@ufpa.br. *4' Embrapa
Resumo - O presente trabalho teve como objetivo testar a metodologia de propagação rápida
da mandioca {Mamhot esculenta Crantz) para a produção de plantas adequadas para estudos
a partir de manivas, e posterior corte e enraizamento na água, seguido do preparo das mudas,
enraizamento foram adaptadas com clarite com 20% de sombreamento devido as condições
aclimatação. Os cultivares BRS Poti e CPATU 530 apresentaram maior taxa de multiplicação,
produzindo mudas com qualidade e quantidade adequadas para estudos em casa de vegetação
patógenos causadores da podridão radicular e/ou a análise de genes com expressão diferencial
Abstract - The present work aimed to test the methodology of rapid propagation of cassava
{Manihot esculenta Crantz) for the production of plants suitable for studies under greenhouse.
controlled conditions. The method was based on bud induction from stem cuttings, which
were cut and water rooted, followed by seedlings preparation, acclimatization in the nursery
and further development under greenhouse until roots were tuberized. The procedures were
although the propagation and rooting chambers were adapted with clarite that reduced
lightmtransmission by 20%, due to climatic conditions of Belém, Pará, Brazil. It was used
four accessions from a germplasm bank, which had different behavior during the phases of
bud production, rooting and acclimatization. The accessions BRS Poti and CPATU 530 had
higher rate of bud multiplication and produced higher-quality and quantity seedlings, suitable
for studies under greenhouse conditions and that need tuberized roots, such as those that
require the inoculation of root rot pathogens and/or differential expression analyses of root
Introdução
popularmente como mandioca, macaxeira e aipim (Cordeiro et al., 2017). De fácil adaptação,
milhões de pessoas dependem da raiz de reserva desta cultura (FAO, 2017). No Brasil, seu
cultivo ocorre em todos os Estados, sendo a região norte responsável por mais de 40% da
produção nacional (IBGE, 2017) onde possui uma ampla utilização na alimentação (animal e
A mandioca é considerada uma cultura rústica e a maior parte dos cultivos está
uso de insumos (Alves Filho et al., 2015). O sucesso da mandiocultura depende, em grande
semente ou estacas, são utilizados para gerar plantas geneticamente idênticas (Silva et al.,
dias após o plantio (DAP). Com 30 DAP as folhas verdadeiras começam a se expandir e se
35-52 DAP, e a partir de oito meses já estão aptas para serem colhidas, no entanto as
variações nas condições climáticas e o tipo de acesso podem afetar este processo, sendo
recomendada a colheita entre 10 e 12 meses (Wechkrajang et al., 2006; de Souza et al., 2015).
limitam a expansão da mandiocultura (Borges et al., 2002; Oliveira et al., 2013; Venturini et
al., 2015; Pietrowski et al., 2014; Vilas-Boas et al., 2016). Nos últimos anos, diversos estudos
36
destacadas para identificar genes envolvidos na resposta ao estresse salino (Costa et al., 2011;
Reis et al., 2012; Santa Erigida et al., 2014). As raízes destacadas é um outro exemplo, já que
estudos para identificar acessos resistentes e susceptíveis a podridão radicular têm utilizado
este tecido (Oliveira et al., 2013; Vilas-Boas et al., 2016). No entanto, os métodos que
utilizam tecidos destacados não permitem avaliar os processos fisiológicos e/ou moleculares
em outras partes da planta, bem como, por períodos de tempo mais prolongados. No caso das
se aos causados por patógenos, levando a uma interpretação equivocada dos resultados dos
CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical) (Cock et al., 1976) é utilizada para
sendo um instrumento capaz de viabilizar a produção de mudas sadias, com baixo custo e de
fácil acesso. Esta metodologia envolve basicamente a indução de brotos a partir da maniva, e
viveiros e plantio no campo (Cock et al., 1976; Silva et al., 2002; Fukuda & Carvalho, 2006).
Contudo esta metodologia deve ser testada nas condições climáticas onde os experimentos são
conduzidos, e seu sucesso depende também das características genéticas da acesso usada.
Material e Métodos
agosto de 2016 a maio de 2017, na Embrapa Amazônia Oriental com sede em Belém-PA,
região caracterizada por umidade e temperatura elevadas durante todo o ano (Oliveira et al.,
2016). Quatro acessos de um Banco Ativo de Germoplasma, os acessos CPATU 530, CPATU
348, BRS Kiriris e BRS Poti, foram utilizados neste trabalho, sendo os dois primeiros
Para a produção de brotos enraizados foram utilizadas duas instalações, uma câmara
(Figura IA). Devido às condições climáticas de Belém foi necessária uma adaptação na
câmara de propagação, substituindo o plástico transparente da cobertura por clarite 1003 com
20% de sombreamento (Figura 1B). Por outro lado, a câmara de enraizamento consistiu em
uma estrutura metálica coberta com clarite 1003 verde com 20% de sombreamento na parte
A primeira etapa consistiu na obtenção das manivas-sementes a partir dos dois terços
inferiores da haste principal de plantas sadias e vigorosas, com 12 meses de idade. Foram
cortados toletes com 10 cm em média, cada um contendo duas gemas. Em seguida, cerca de
com as gemas voltadas para cima (Figura 1C), sendo umedecidas sempre que necessário
cortes foram feitos com estilete esterilizado com álcool etílico 70% (Figura 1E). Em seguida,
o excesso de folhas presente nos brotos foi retirado para evitar a murcha devido à perda
300 mL) contendo 100 mL de água destilada, sendo 3 brotos/copo, com troca de água a cada
dois dias (Figura 1 F ). Na câmara de enraizamento, foi necessário que os copos plásticos
dos mesmos devido a força do vento, o que poderia prejudicar a indução do enraizamento.
Nos primeiros dias as folhas murcharam e algumas caíram logo em seguida. Após sete dias
dias (Figura 1 G2). As folhas que caíram e os brotos que apodreceram foram descartados.
35 cm contendo terra preta, as mudas foram transferidas para um telado de madeira coberto
com água (Figura 1H). Os acessos foram cultivados por 90 dias e o desenvolvimento das
Por último, as plantas com três meses de idade foram transplantadas para vasos de 10
litros contendo terra preta. Para isto, o saco preto de polietileno foi retirado com cuidado para
não danificar as raízes existentes e a planta foi colocada no vaso, o qual foi preenchido com
terra preta. Após o transplante, as plantas foram umedecidas, e mantidas em casa de vegetação
com irrigação diária até completarem 6 meses, quando foram observadas raízes já tuberizadas.
Resultados e Discussão
(Fukuda & Carvalho, 2006; Santos et al., 2009; Siloto & Fernandes, 2016). Para sanar essas
al., 1976), a qual foi testada em algumas regiões brasileiras, proporcionando um aumento
tradicional (Silva et al. 2002; Fukuda & Carvalho, 2006; Rodrigues et al. 2008; Alves et al.
temperatura mais elevadas, que segundo Silva et al. (2002) e Fukuda & Carvalho (2006)
por Silva et al. (2002) fez com que a temperatura no interior da câmara ficasse muito elevada,
limitando a produção de brotos em todos os acessos utilizados (dados não mostrados). Sendo
assim, o plástico transparente teve que ser substituído por clarite 1003 na cor verde com 20%
A adaptação da câmara de propagação com o clarite 1003 surtiu efeito positivo, pois
uniforme, e estando de acordo com dados obtidos por Silva et al. (2002) e Fukuda & Carvalho
observou-se uma aceleração na etapa de brotação e expansão foliar, visto que em condições
(Wechkrajang et al., 2006; de Souza et al., 2015), enquanto que no presente trabalho aos 20
de altura (Figura 1E). No entanto, necessita-se de estudos adicionais para esclarecer se esta
A segunda etapa do método de propagação rápida consistiu no corte dos brotos para
posterior enraizamento em água. A primeira colheita dos brotos que atingiram a altura entre
10-15 cm ocorreu 20 DAP, e a segunda colheita 28 DAP, estando este tempo de corte em
concordância com o observado quando a metodologia de propagação rápida foi adaptada para
(Fukuda & Carvalho, 2006). Nos dois cortes realizados foi obtido um total de 414 brotos,
sendo que a capacidade de brotação variou entre os acessos utilizados, e o BRS Poti
apresentou melhor desempenho produzindo 145 brotos (Tabela 1). Segundo a literatura, a
capacidade de brotação das manivas varia dependendo das partes do caule (Porto et al., 1979)
e dos acessos que são utilizados (Alves et al., 2009; Santos et al., 2009). No presente trabalho
buscou-se utilizar manivas-sementes a partir dos dois terços inferiores da haste principal de
plantas sadias e vigorosas, com 12 meses de idade, seguindo as recomendações de Porto et al.
acessos. Alves et al. (2009), em estudo com dois acessos de mandioca de mesa, observaram
que o acesso Pão teve uma produção de brotos quase duas vezes menor que o acesso Aciolina.
enraizamento, sendo que nos seis primeiros dias algumas folhas murcharam (Figura 1F), e
surgiram 12 dias após o corte (Figura 1G2), e dez dias depois os brotos enraizados já estavam
41
bem desenvolvidos e adequados para serem plantados, os resultados estão de acordo com os
descritos para a região nordeste (Silva et al., 2002 e Fukuda & Carvalho, 2006).
Quanto ao enraizamento, somente o acesso CPATU 348 teve uma baixa taxa de
enraizamento (-32%), sendo que os demais ficaram acima de 90%. Rodrigues et al. (2008)
também observou resultado similar, já que o acesso de mandioca de mesa Aciolina apresentou
uma baixa capacidade de enraizamento quando utilizado o método de propagação rápida por
de mandioca em água, segundo Rodrigues et al. (2008) depende do fator genético e da origem
da água utilizada; e a água proveniente da chuva pode ser uma excelente opção para indução
Dentre as alterações observadas nesta etapa, a baixa taxa de enraizamento do acesso CPATU
348 foi evidenciada pela não formação de calos (Figura 2 A), com posterior apodrecimento do
material. E no caso do BRS Kiriris, apesar da alta taxa de enraizamento, foram observados
alguns pontos escuros (Figura 2B), que podem estar relacionados com apodrecimento do
tecido, com potencial efeito na capacidade de aclimatação. Desta forma, é necessário testar
No final da etapa de enraizamento foi obtido um total de 322 brotos que apresentaram
raízes de absorção bem desenvolvidas, que foram plantados em sacos de polietileno contendo
terra preta resultando em 207 mudas ao final de três meses. Na produção de mudas, o BRS
Poti e o CPATU 530 tiveram eficiências similares, com taxas de aclimatação acima de 77%,
contudo como o CPATU 530 produziu um número menor de brotos, o BRS Poti teve um
melhor rendimento com a produção de 117 mudas enquanto o CPATU 530 produziu 68
mudas. A partir dos dados obtidos pode-se concluir que o acesso BRS Poti apresentou a maior
taxa de multiplicação, pois produziu o maior número de mudas. Esse melhor desempenho
pode estar relacionado ao fato do acesso BRS Poti possuir maior vigor híbrido por se tratar de
42
2006; de Souza et al., 2015). Nesta fase se observou também a necessidade de trocar o
saquinho por um vaso maior, pois recipientes pequenos podem limitar o desenvolvimento da
A limitação do substrato contido nos sacos plásticos é uma possível explicação para
estudos devem ser realizados para determinar o tamanho ideal do recipiente para o plantio dos
brotos. De acordo com dados da literatura, processos fisiológicos da planta, como a absorção
aérea podem ser afetados diretamente pelo tamanho do vaso usado, resultando numa
As plantas transferidas para os vasos foram mantidas em casa de vegetação, sendo que
sadias e com baixo custo, sendo uma alternativa para sanar as dificuldades dos estudos com
em mandioca não possibilita uma avaliação ampla, e os sintomas causados pelo patógeno
podem ser confundidos com os sintomas da deterioração pós-colheita (Oliveira et al., 2013;
No caso da BRS Poti, foi obtido um total de 117 mudas, número suficiente de plantas
subtrativa (de Souza et al., 2011), onde devem ser considerados os tratamentos utilizados
Conclusões
plástico transparente deve ser substituído por clarite com 20% de sombreamento;
2- Foi possível obter mudas dos cultivares BRS Poti e CPATU 530 (o primeiro tolerante e o
segundo susceptível à podridão mole da raiz) com qualidade e quantidade adequadas para
Agradecimentos
Referências
ALBUQUERQUE, A.S., & BRANDÃO, I.C D. Acessos BRS Mari e BRS Poti e medidas
ALMEDA, MD.O.; FERREIRA, E.A., SILVA, D.V., DOS SANTOS, J.B.; RODRIGUES,
avaliação sobre o crescimento do picão preto em competição com milho e soja. Bioscience
J.A. A. Brotação de manivas para a propagação rápida da mandioca. Revista Raízes e Amidos
ANDRADE, F.R.; PETTER, F.A.; JÚNIOR, B.H.M.; ZUFFO, A.M.; DE SOUZA, T.R.;
2002.
COCK, J.H; WHOLEY, D.; LOZANO J.C.; TORO, J.C. Sistema rápido de propagación de
yuca. Colômbia: Centro Internacional de Agricultura Tropical, 1976. 12 p. (Serie ES: Centro
45
M.L.L. Manihot in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Jun. 2017.
coding for an atypical late embryogenesis abundant protein in cassava, increase under in vitro
salt stress treatment. Plant Molecular Biology Repórter, v.29, p.997-1005, 2011.
DE SOUZA C.R.B; SANTA BRÍGIDA, A.B; DOS SANTOS R.C.; COSTA C.N.M.;
black pepper - Fusarium solani f. sp. piperis interaction. Acta Physiologiae Plantarum, v.33,
p.2553-2560, 2011.
identification studies in cassava. Current Protein & Peptide Science, v.16, p.219-27, 2015.
IBGE (2017). Levantamento sistemático da produção agrícola. Rio de Janeiro v.30 n.3
OLIVEIRA, E.J. Resistance to fusarium dry root rot disease in cassava accessions. Pesquisa
OLIVEIRA, M.C.F.; SOUZA JÚNIOR, J.A.; CRUZ, P.P.N.; SOUZA FILHO, J.D.
das normais climatológicas de 1941 a 1970, 1971 a 2000 e da normal provisória de 2001 a
REIS S.P., TAVARES L.S.C, COSTA C.N.M, SANTA-BRIGIDA A.B., de SOUZA C.R.B.
Molecular cloning and characterization of a novel RING zinc-fmger protein gene up-regulated
under in vitro salt stress in cassava. Molecular Biology Reports, v.39, p.6513-6519, 2012.
SANTA ERIGIDA, A.B.; REIS, S.P.; COSTA, C.N.M.; CARDOSO, C.M.; LIMA, A.M.; DE
tumor protein gene potentially related to salt stress response. Molecular Biology Reports,
SANTOS, V.S.; SOUZA, A.S.; VIANA, A.E.S.; FERREIRA FILHO, J.R.; SOUZA, K.A.;
/publicacao/748639/multiplicacao-rapida-metodo-simples-e-de-baixo-custo-na-producao-de-
propagação rápida sob diferentes níveis de adubação. Revista Raízes e Amidos Tropicais, v.
SILVA, M. N.; CEREDA, M. P.; FIORINI, R.A. Multiplicação rápida de mandioca. In:
characterization and protein profiles in adventitious and storage roots of two commercial Thai
VILAS BOAS, S.A.; HOHENFELD, C.S.; OLIVEIRA, S.A.S.; SANTOS, V.S.; OLIVEIRA,
E.J. Sources of resistence to cassava root rot caused by Fusarium spp.: a genotyoic approach.
três meses, de acessos de mandioca testados com a metodologia de propagação rápida da mandioca.
.
*
ir.
Éã, - ■ V, ., ■ •f-fT#
fXv""-"-
'a-* «fMfl v.
0
a» f
r- K
mcA.
Figura 1. Etapas de propagação, enraizamento e plantio dos brotos para obtenção das mudas
fundo, ambas construídas conforme Silva et al. (2002); (B) câmara de propagação no primeiro
plano, e câmara de enraizamento ao fundo, adaptadas com clarite para as condições de Belém-
PA; (C) plantio das manivas; (D) cultivo dos brotos com irrigação diária; (E) Corte dos brotos
com 15 centímetros de comprimento; (F) Brotos colocados em copos plásticos contendo água
destilada para enraizamento, apresentando murcha inicial das folhas; (Gl) Formação de calos
após 5 dias; (G2) Posterior formação de raízes adventícias nos brotos; (H) Mudas plantadas
ausência de chuvas.
50
k5
II
i;
Li /r
B
Figura 2. Brotos em fase de enraizamento. (A) Brotos do genótipo CPATU 348, com a
ausência de calos, indicada pela seta; (B) Brotos do acesso BRS Kiriris, com setas indicando
acesso BRS Poti (A) As raízes adventícias ocupam a maior parte do substrato (B e C) se
acessos (A) BRS Poti, (B) CPATU 530 e (C) BRS Kiriris. (1) Plantas com 120 dias e (2)
plantas com 180 dias após o plantio, apresentando raízes tuberosas bem desenvolvidas.
53
Capítulo III
DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA
54
2 DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA1
4 Aline Medeiros Lima<U3), Jonny Lúcio Sousa Silva<U), Elisa Ferreira Moura Cunha*4'^,
5 Alessandra Keiko Nakasone Ishida(4), Roberto Lisboa Cunha(4) e Cláudia Regina Batista de
6 Souza<3)
(1)
8 Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia,
(2)
10 jonnylucios.silva@hotmail.com Universidade Federal Rural da Amazônia - Campus de
<3)
11 Tomé-Açu, Tomé Açu - PA, CEP 68680-000, Brasil. Instituto de Ciências Biológicas,
(4)
12 Universidade Federal do Pará, Belém, PA, 66075-110, Brasil, bsouza@ufpa.br. Embrapa
16
18 agente causador da podridão radicular das raízes em plantas jovens de mandioca. Para a
19 obtenção das plantas foi utilizada a metodologia de propagação rápida em condições de casa
23 enquanto a inoculação em plantas com raízes tuberizadas e solo infestado com o patógeno
^ste capítulo segue a norma de apresentação da Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira - PAB
55
27 Abstract - The aim of this work was establish a protocol of inoculation of the root rot agent in
28 young cassava plants. The methodology for getting plants was the fast propagation
29 methodology under greenhouse conditions. The isolate of Phytopythium sp. was cultiveted
30 and inoculed in seedlings with adventitious roots and cassava plants with tuberous roots.
31 Inoculation on seedlings with adventitious roots did not result in symptoms characteristic of
32 root rot, while inoculation in plants with tuberized roots and soil infested with the pathogen
34 Index termos: Manihot esculenta, Phytophytium sp., Rapid propagation of cassava and plant-
35 pathogen interaction.
36
37 Introdução
41 al., 2011). Em algumas regiões do planeta como África, Ásia e America Latina milhões de
45 destaca o principal produtor, com uma produção de 4,7 mil toneladas em 2016 (IBGE, 2017).
46 Essa produção é limitada pela baixa adoção de tecnologia, aliada a incidência de limitações de
47 origem biótica causadas por insetos (Pietrowski et al., 2014), ácaros e microrganismos
50 solani (Poltronieri et al., 2002) e oomicetos dos gêneros Phytophthora e Pylhium (Poltronieri
51 et al., 1997) e recentemente Phytopythium sp. foi descrito como causador da doença no Estado
52 do Pará (Boari et al., 2018). Esta é uma doença de alto impacto econômico e social, por gerar
56 acessos de mandioca é a falta de metodologias adequadas para seleção de genótipos por meio
60 metodologia que necessita de uma programação na colheita das raízes (com tempo mínimo de
61 10 meses de plantio) e uma cuidadosa triagem para que não sejam utilizadas raízes com
62 injúrias e com infecções provenientes do campo (Onyeka et al., 2005a; Oliveira et al., 2013;
63 Vilas-Boas et al., 2016). Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi estabelecer um
65 jovens de mandioca.
66
67 Material e métodos
69 de 2016 a junho de 2017, na Embrapa Amazônia Oriental com sede em Belém-PA região
70 caracterizada por umidade e temperatura elevada durante todo o ano (Oliveira et al., 2016).
71 Para a obtenção das plântulas com raízes adventícias e plantas com raízes tuberizadas
73 condições de casa de vegetação (Capítulo anterior). Dois genótipos com 12 meses de idade
57
75 Oriental. O acesso CPATU 530, conhecido como Olho Verde 1, apresenta o fenótipo
79 Embrapa Amazônia Oriental (CPATEI) com o código CT0084. Um fragmento da coleção foi
80 retirado e inserido numa placa de Petri contendo meio de cultura Mandioca Mansa Dextrose
81 Agar (MMDA) (Dados não publicados) a 28±20C e escuro contínuo por 7 dias.
83 autoclavados frascos de vidro de 1000 mL contendo 250 g de areia branca e fubá de milho na
84 proporção de 3:1 (p/p) de areia lavada peneirada e fubá de milho. As condições de umidade
85 testada foram natural (sem a adição de água), 10% (25 mL de água/frasco contendo 250g) e
86 30% (75 mL de água/frasco contendo 250g). Estes foram autoclavados duas vezes por Ih a
87 1210C com intervalo de 24h. Após o resfriamento, foram adicionados em cada frasco, 50
90 estéreis. Os frascos foram incubados por sete dias a 28±20C, no escuro e o crescimento
91 avaliado. Para confirmar, parte do micélio foi adicionado numa placa contendo meio MMDA
92 e incubado a 28±20C no escuro contínuo por 7 dias. Em seguida, a morfologia da colônia foi
94 O isolado de Phytopythium sp. foi crescido numa placa de Petri contendo meio de
95 cultura Mandioca Mansa Dextrose Agar (MMDA) (Dados não publicados) a 28±20C e escuro
96 contínuo por sete dias.. Em seguida, a suspensão de esporos utilizada para imersão das raízes
97 foi preparada a partir da adição de 10 mL de água destilada esterilizada em cada placa de Petri
98 contendo o patógeno, e os zoósporos foram liberados com auxílio de uma lâmina de bisturi. A
58
99 concentração dos zoósporos foi determinada pela contagem em microscópio ótico utilizando
101 zoósporos/mL. Para o controle da inoculação (testemunha), foi utilizada somente água
104 inoculação de raízes inteiras propostas por Onyeka et al. (2005) e adaptadas por Oliveira et al.
105 (2013), em que as raízes foram lavadas e submetidas à desinfestação com hipoclorito de sódio
108 Phytopythium sp. No controle, foram adicionados discos de meio de cultura MMDA (6 mm
109 de diâmetro) estéreis. Os locais de inoculação foram cobertos com parafilme para evitar
110 contaminação externa e garantir a umidade no local de inoculação. As raízes foram mantidas
111 em câmera úmida e temperatura 25±2 0C por sete dias. No momento da avaliação, as raízes
112 foram cortadas transversalmente e longitudinalmente nas regiões onde foi realizada a infecção
113 e fotografadas.
114 Para a inoculação das plântulas com raízes adventícias, foram utilizadas duas
116 adventícias foram plantadas em substrato inerte areia branca e vermiculita. O substrato areia
118 ensacados e levados para o laboratório para esterilização. Os sacos contendo a mistura foram
119 autoclavados por Ih a 1210C duas vezes com intervalo mínimo de 24 horas. Para o cultivo
120 das plântulas, foi utilizada solução nutritiva proposta por Hoagland & Arnon (1950).
121 A infestação do substrato se deu pela mistura de 25g de areia e fubá de milho infestado
122 ao substrato areia e vermiculita esterilizado e irrigados com solução nutritiva. No tratamento
123 controle, foram adicionados 25 g de areia e fubá de milho estéril. A imersão de raízes, as
59
124 raízes adventícias das plântulas foram imersas em suspensão (16x103 zóosporos/mL) do
125 patógeno por 1 hora e depois plantadas em vasos de 0,8 L contendo 750 g de substrato (areia e
126 vermiculita) estéril e irrigados com 200 mL de solução nutritiva diluída (1/4 da força). As
127 plântulas controle foram imersos em água destilada autoclavada. Os procedimentos descritos
128 acima foram realizados tanto nas plântulas com raízes adventícias sem ferimento quanto nos
129 plântulas que tiveram suas raízes adventícias feridas com lâmina de bisturi estéril para
131 Para evitar a contaminação, os vasos foram cobertos com discos de EVA. Os vasos
132 foram pesados diariamente e seu peso completado com água destilada autoclavada para
133 equilibrar a concentração dos nutrientes em solução. As plantas com raízes adventícias foram
134 levadas para uma estrutura de ferro coberta com plástico transparente telado e mantidas lá até
135 o fim do experimento. As avaliações foram realizadas diariamente procurando observar sinais
136 característicos da doença. Foram coletadas ao final do experimento amostras do substrato para
138 O inóculo para inoculação das plantas com raízes tuberizadas pelo método de
139 infestação do solo foi produzido em substrato areia e fubá de milho conforme descrito
140 anteriormente e com umidade de 30%. A mistura foi acondicionada em sacos plásticos
141 transparentes (Figura 1 A). Para promover o crescimento uniforme, os sacos contendo o
142 substrato areia-fubá infestado foram homogeneizados a cada dois dias e incubados a 28±2 0C,
144 A metodologia utilizada para a inoculação foi a infestação do solo com uma mistura de
145 areia e fubá de milho (proporção 3:1) infestada com discos contendo micélio do patógeno.
146 Em cada vaso, foram distribuídos lOOg da mistura areia e fubá infestado (Figura 1 B-D).
147 Como controle, foram distribuídos lOOg da mistura areia e fubá estéril. As avaliações foram
148 realizadas com 7, 15 e 34 dias após a inoculação. No momento da avaliação, as raízes foram
60
149 cortadas transversalmente nas regiões onde foi realizada a infecção e fotografadas. Foram
150 coletadas amostras de raízes, caule e folhas e estas foram armazenadas a -80oC para estudos
151 posteriores de biologia molecular. Também foram coletadas amostras de solo e raízes para o
153
155 O isolado de Phytopythium sp. apresentou-se como patogênico quando inoculado pelo
156 método de inoculação de raízes inteiras propostas por Onyeka et al. (2005) e adaptadas por
157 Oliveira et al. (2013), apresentando os sinais característicos da doença (Dados não
158 mostrados), mostrando-se que este estava adequado para realizar as inoculações.
160 areia e fubá das três umidades testadas a que apresentou melhor resultado foi com 30% de
161 umidade já que 7 dias após a inoculação apenas este apresentava crescimento do patógenos. O
162 re-isolamento do patógeno confirmou este resultado já que se observou colônias com
163 características do isolado CT084 . No controle não foram observadas formações de colônias,
165 A inoculação a partir de plântulas com raízes adventícias seria uma alternativa rápida e
166 prática (Figura 2 A), no entanto não foram observados sinais característicos da doença nas
167 plântulas inoculadas. O desenvolvimento das mudas no vaso contendo substrato irrigado com
168 a solução nutritiva mostrou-se favorável até quinze dias após o início do experimento. Nessas
170 radicular bem desenvolvido (Figura 2 B). Uma avaliação mais prolongada não pode ser
171 realizada aos vinte dias após a inoculação, pois as plantas começaram a apresentar sinais de
173 solução nutritiva e/ou limitações de crescimento influenciadas pelo tamanho do vaso (Figura
61
174 5 C). Dois meses após a inoculação, não se observou recuperação e nem crescimento nas
175 plantas controle e inoculadas. Também não se observou sintomas de podridão nas raízes
177 Segundo Almeida et al. (2014), vasos pequenos podem limitar o desenvolvimento da
178 planta pelo volume de substrato neles contido. No entanto, essa limitação está diretamente
180 fisiológicos podem ser afetados pelo tamanho do vaso, como por exemplo, absorção de água e
181 nutrientes, redução de assimilação líquida de carbono e, deste modo, o crescimento da parte
182 aérea (Andrade et al., 2012). A redução do crescimento da parte aérea, em função da restrição
185 A ineficiência do método de inoculação por imersão das raízes e infestação do solo
186 pode estar relacionada com a capacidade de regeneração do sistema radicular da mandioca. A
187 inoculação não foi suficiente para impedir o desenvolvimento de novas raízes pelo caule e,
188 consequentemente, a recuperação da planta inoculada. Outros fatores a serem analisados são a
189 concentração do inóculo e o tempo para colonização do solo e posterior penetração nas raízes.
190 Além disso, vale ressaltar que as espécies de fitopatógenos associadas à podridão radicular
191 das raízes em mandioca afetam principalmente as raízes tuberosas (Msikita et al., 2005;
193 A metodologia da infestação do solo de vasos com plantas de mandioca com raízes
194 tuberizadas possibilitou o aparecimento dos sintomas típicos de podridão radicular nas raízes
195 de armazenamento e que sofreram algum tipo de ferimento durante a inoculação. Não se
196 observaram lesões nas raízes das plantas controle, apesar de se observar ferimentos já
198 Não foram observadas lesões nas raízes adventícias das plantas inoculadas, reforçando
199 assim o relato de que os patógenos associados à podridão radicular das raízes em mandioca
201 al., 2006). Nas raízes que não sofreram ferimentos, não se observou sinais característicos da
202 doença. É importante, no momento da inoculação, realizar aberturas nas raízes para facilitar a
203 infecção.
204 O método de infestação do solo de plantas com raízes tuberizadas foi suficiente e
205 possibilitou o desenvolvimento inicial da doença. Este método se mostrou promissor para
206 inocular raízes de mandioca e assim auxiliar nos estudos moleculares que necessitem de
207 material obtido em casa de vegetação. A metodologia que utiliza a mistura de fubá de milho
208 com areia para cultivo do patógeno, e em seguida, esta mistura infectada é adicionada ao solo
209 onde as plântulas serão transplantadas é bastante simples e tem sido utilizado com sucesso em
211 Com as observações realizadas aos 34 dias após a inoculação, não foi possível
212 observar avanço da doença, pois comparando com as amostras de 15 dias, as lesões são bem
213 similares (Figura 4 A- F). Como foi possível re-isolar tanto das raízes quanto do solo o
214 patógeno (dados não mostrados), exclui-se a possibilidade da morte deste, porém as condições
215 climáticas podem não ter favorecido o seu desenvolvimento. É necessário realizar novos
216 estudos que busquem avaliar se a planta respondeu e conseguiu controlar o patógeno ou o
217 patógeno não estava em condições favoráveis para se desenvolver. Amostras foram coletadas
219 Conclusão
220 Os resultados obtidos neste trabalho mostram que o método de propagação rápida da
221 mandioca em casa de vegetação foi eficiente para a produção de mudas de mandioca e pode
222 auxiliar na produção de material vegetal para estudar a interação da mandioca com o
63
223 Phytophytium sp.. O protocolo que permitiu a reprodução da podridão radicular da mandioca
224 foi o que utilizou plantas de mandioca com raízes tuberizadas e solo infestado com o patógeno
226 Agradecimentos
232
233 Referências
234 ALBUQUERQUE, A. S., & BRANDÃO, I. C. D. Acessos BRS Mari e BRS Poti e medidas
238
240 crescimento do pícão preto em competição com milho e soja. Biosci. J., v. 30, n. 5, p.
242
245
246 BANDYOPADHYAY, R.; MAWANGI, M.; AIGBE, S.O.; LESLIE, J. Fusarium species
247 firom the cassava root rot complex in West África. Phytopathology, v.96, p.673-676, 2006.
64
248
249 BOARI, A. J., QUADROS, A. F. F., CUNHA, E. M., FERNANDES, A. F., & BARRETO, R.
250 W. First report of Phytopythium sp. causing storage root rot and foliage blight of cassava in
252
253 COCK, J.H; WHOLEY, D.; LOZANO J.C.; TORO, J.C. Sistema rápido de propagación de
254 yuca. Colômbia: Centro Internacional de Agricultura Tropical, 1976. 12 p. (Serie ES: Centro
257
260
265
266 HOAGLAND, D.R..; ARNON, D.I. The water culture method for growing plants without soil.
268
269 IBGE (2017). Levantamento sistemático da produção agrícola. Rio de Janeiro v.30 n.3
271 ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Levantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_[
273
274 KLINGELFUSS, LUIZA H., JOSÉ T. YORINORI, AND DEONISIO DESTRO. "Métodos
275 de ínoculação para quantificação de resistência em soja à Fusarium solaní f. sp. glycines,
277
281
282 MSIKITA, W., BISSANG, B., JAMES, B. D., BAEMEY, H., WILKINSON, H. T.,
283 AHOUNOU, M., AND FAGBEMISSI, R. Prevalence and severity of Nattrassia mangiferae
284 root and stem rot pathogen of cassava in Bénin. Plant Disease, v.89, p. 12-16, 2005.
285
289
291 OLIVEIRA, E. J. Resistance to fusarium dry root rot disease in cassava accessions.
292 Pesquisa agropecuária brasileira (PAB), Brasília, v.48, n.10, p.1414-1417. 2013.
293
294 OLIVEIRA, M. C. F.; SOUZA JÚNIOR, J. A.; CRUZ, P. P. N.; SOUZA FILHO, J. D.
295 Climatologia urbana da cidade de Belém-Parã, através das precipitações e temperaturas do ar,
296 das normais climatológicas de 1941 a 1970, 1971 a 2000 e da normal provisória de 2001 a
297 2015. Revista Brasileira de Geografia Física v.09, n. 03, p. 803-819, 2016.
66
298
300 methods for evaluating cassava genotypes for resistance to root rot disease.
302
304 P. G., & BARILLI, D. R. (2014). Ocorrência de Aleurothrixus aepim (Goeldi, 1886) em
305 mandioca na região Oeste do Paraná. Arquivos do Instituto Biológico, 81(2), 186-188.
306
310
314
315 SILVA, M. N.; CEREDA, M. P.; FIORINI, R.A. Multiplicação rápida de mandioca. In:
318
320 maracujazeiro causada por Fusarium oxysporum f sp passiflorae Cruz das Almas:
321 Embrapa Mandioca e Fruticultura, 200. 20p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 51).
322
67
326
327 VILAS BOAS, S.A.; HOHENFELD, C.S.; OLIVEIRA, S.A.S.; SANTOS, V.S.; OLIVEIRA,
328 E.J. Sources of resistence to cassava root rot caused by Fusariam spp.: a genotyoic
330
331 VIEIRA, E.A.; FIALHO, J. F.; FALEIRO, F. G.; BELLON, G. SILVA, M. S. Caracterização
M.
A
Figura 1. Etapas de preparo do inóculo e inoculação das plantas com raízes tuberizadas. (A) Saco onde foram
produzidos o inóculo para a infestação do solo infestado contendo discos do micélio do patógeno incubado a
250C por 10 dias. (B) para a inoculação foram pesados lOOg do inóculo e adicionados próximos às raízes
tuberizadas (C) as plantas controle receberam lOOg da mistura de areia e fubá de milho com discos de meio
MDA estéreis incubado a 250C por 10 dias. (D) Vasos com o substrato incorporado ao solo e umedecidos.
69
i■[ i n
k- ■ /m ;
v
§
Figura 2. Inoculação das plântulas com raízes adventícias. Plântulas no substrato areia e vermiculita irrigados
com solução nutritiva e3 dias após o plantio (A). Raízes 15 dias após o plantio (B). Plantas após 20 dias de
"1
"
V il
Figura 3: Lesões observadas nas raízes dos acessos de mandioca (Manihot esculenía) BRS Poti (A - F) e CPATU
530 (G-M). Amostras coletadas do acesso BRS Poti Controle aos 7 (A). 15 (C) e 34 dias (E)após a inoculação.
Amostras coletadas do acesso BRS Poti inoculadas com Phytophytium sp. 7 (B). 15 (D) e 34 dias (F)após a
inoculação. Amostras coletadas do acesso CPATU 530 controle com 7 (G). 15 (I) e 34 dias (L) dias após a
inoculação. Amostras coletadas do acesso CPATU 530 inoculadas cova Phytophytium sp com 7 (H). 15 (J) e 34
III
1
íf ' 3
ri'"!!""!"1'!
0.7
0.6
I BRS Poti 24 horas
0.5 I BRS Poti 48 horas
0.4 BRS Poti 72 horas
ICPATU 530 24 horas
0.3
I CPATU 530 48 horas
0.2
CPATU 530 72 horas
0.1
Lesão relativa
Figura 4. Área Lesionada nos cortes transversais nas raízes infectadas 1- Fotografia dos acessos BRS Poti (A -
C) e CPATU 530 (D-F). A e D amostras coletadas com 7 dias. B e E amostras coletadas com 15 dias. C e F
amostras coletadas com 34 dias. 2- Lesão relativa referente aos cortes transversais realizados nas raízes
Capítulo IV
RESUMO
mandiocultura é a podridão radicular causada por Phytopythium sp. Portanto, este trabalho
Caxuianã foram inoculadas com Phytophytium sp. e como controle foram utilizadas raízes
sem o patógeno nas mesmas condições. As coletas do material foram realizadas com 24, 48 e
72 horas após a inoculação (hai). Para a analise dos padrões de expressão foi extraído o RNA
e realizados ensaios de RT-PCR semi quantitativo. Foram analisados 9 genes, onde sete genes
material, confirmando que o método utilizado foi eficiente para estudar a interação. Dentre os
genes analisados destacam-se o gene que codifica uma cistatina de mandioca (McCPI), que
ABSTRACT
The cassava is cultivate in almost ali in the world and root rot caused by Phytopythium sp is a
one factor that limite the expansion of mandiocultura. Therefore, the objective of this work is
identify and analyze the expression of genes that coding effectors proteins potentially
involved in the defense response of cassava to pathogen attack. Roots of the Caxuianã access
were inoculated with Phytophytium sp. and as control were used roots without the pathogen in
the same conditions. The collect of material were realized with 24, 48 e 72 hours after
inoculation (HAI). For the analysis of expression pattems, RNA was extracted and p
semiquantitative RT-PCR assays were realized. Nine genes were analyzed, where seven genes
presented differentiated expression in cassava roots inoculated with the pathogen. Expression
analysis also confirmed the absence of post-harvest deterioration (PPD) in the material,
74
confirming that the method used was efficient to study the interaction. Among the analyzed
genes, the gene coding for a cassava cystatin (MeCPI), which in addition to being involved in
the negative response to PPD, also showed to be favorable in the response to the pathogen and
the genes coding for the enzymes Chalcone synthase MeCHS) and Phenylalanine ammonia
lyase (MePAL), since they present differential expression in the tissue inoculated with 48 and
72 hai compared to the control. The identification of genes in response to the cassava to root
4.1 Introdução
natural. No entanto, algumas condições extremas como seca, calor, salinidade, frio ou o
ataque de patógenos e pragas tem impactos sobre o crescimento e o rendimento das plantas.
interação, onde mecanismos diferenciados de defesa que, quando são acionados traduzem essa
planta para iniciarem a infecção. Por outro lado, as plantas apresentam um complexo sistema de
agricultura mundial, sendo cultivada em mais de cem países (ANDRÉ e SANTOS, 2012).
Apesar de sua rusticidade vários fatores relacionados a estresse biótico e abiótico limitam a
BOAS et al., 2016). Dentre os fatores bióticos limitantes para a cultura da mandioca, a
podridão radicular é uma das doenças mais danosas por provocar queda progressiva na
As formas mais indicadas de combate à podridão das raízes da mandioca são a rotação
destruição do material vegetal originário de áreas infestadas (VIEIRA, 2011). Porém, a forma
REILLY et al., 2001; SHIN et al., 2005; de SOUZA et al., 2006; 2009; COSTA et al., 2011;
REIS et al., 2012; SANTA BRÍGIDA et al., 2014), no entanto não existem estudos
-RING-H2 (MeRZF), Proteína alergênica Pt2L4 {Meei), Ziper Básico de Leucina {MebZIP),
Portanto, este trabalho visa analisar a expressão de genes que codificam proteínas efetoras
4.2.1 Material vegetal e inoculação de raízes inteiras de mandioca com Phytopythium sp.
idade. O acesso Caxuianã foi coletado no município de Caxuianã - Pará em área de produtor
inoculação de raízes inteiras propostas por Oliveira et al. (2013). As raízes foram lavadas com
água destilada, sanitizadas com hipoclorito de sódio (0,5%) e em seguida perfuradas em três
diâmetro) estéreis. Os locais de inoculação foram cobertos com parafilme para evitar
coleta. As raízes foram retiradas da câmara após 12, 24 e 48 horas com base no teste de
seguida o córtex foi separado e armazenado no ultrafreezer (-80°) para análises subsequentes.
4.2.2 Obtenção das seqüências dos genes de interesse nos Bancos de dados e desenho dos
iniciadores.
função de informações prévias da literatura que possam estar potencialmente associados com
seqüências obtidas na literatura. As seqüências obtidas foram avaliadas quanto a presença dos
obtidos na literatura e/ou desenhados a partir das seqüências obtidas nas buscas utilizando-se
Tabela 1. Genes avaliados na interação Manihot esculenta Crantz - Phytopythium sp. e seqüências dos
iniciadores utilizadas para amplifícação destes.
Nome do Nome do Tam*
Seqüência (5'- 3') Referência
Gene Iniciador (pb)
MeTub-F ATCCTTCTCAAGGGCAGCAAGAT Costa et al.
MeTUB
MeTub-R ACATGGAAAGTACATGGCCTGCTG 370 2012
MeCu/Z MeSOD -F1 GGCTTCATGGGTTCCACGTCCATG
313 Este estudo
nSOD MeSOD-Rl GCTACCCTGCCACCAGCATTTCCAG
MeLEA-F ATGGCTCGCTCTTTCTCAGACG Costa et al.
MeLEA3 285
MeLEA-R TTAATGCTTCTTCAACAGCATAGCCCT 2012
MeTCTP-E-Fl TGCATATGTTGCTATATCAGGATTTGCTTACCG Santa-Brígida
MeTCTP 504
MeTCTP-E-Rl TACTCGAGGCATTTGACCTCCTTCAGAGCAT etal, 2014
MeTub-F TCCTTCTCAAGGGCAGCAAGAT3 Reis et al..
MeRZF 370
MeTub-R ACATGGAAAGTACATGGCCTGCTG 2012
Meei ORF-F ATGGCTACTGCTGAGGTAGTAACAG de Souza et
Meei 534
Mec 1 ORF-R TTACTCAGTCTTCTCAGCTTCA al.. 2006
MebZIP-F2 GAATTGCTTTCAAATAGAGAGTCAGCTAGACG
MebZIP 396 Cardoso. 2008
BZ14 CGGACATAGGGTTATTTGGAGGCTGAT
MeCPI-Fl CGCCGCCGTAGGTTCTGCTG
MeCPI 294 Este estudo
Me CPI-RI TACCCTTGCACAGGGACAAACGATG
MeCHS-Fl TACTACTTTCGGATCACCAATAGTGAGCACA
MeCHS 455 Este estudo
Me CHS-RI GAGCACACAACAAGAACACGAGCACC
MePAL-Fl CATTTGACACAT AAATTGAAGCATCATCCTG
MePAL 388 Este estudo
MePAL-Rl: TAACAAGCTCAGAGAATTGAGCAAACATGAG
*Tamanlio esperado em pares de bases (pb)
4.2.3 Extração do RNA total e reação de RT-PCR semiquantitativa para detecção dos genes
de interesse.
com a metodologia descrita por Jones et al. (1985), o material utilizado foi o cortex referentes
a região entre dois pontos de infecção. As amostras de RNA foram visualizadas em gel de
polimerase (RT-PCR) foram realizados de acordo com Reis et al. (2012). Inicialmente, 10 pg
do RNA total de cada amostra serão tratadas com DNAse I (Invitrogen- USA) e utilizadas na
(Invitrogen- USA). As amostras contendo o RNA total e cDNA foram quantificadas por
não infectadas (controle negativo) foram utilizadas como template em ensaios de reação em
Tubulina foi utilizada como gene constitutivo, para a padronização da concentração de cDNA
desnaturação de 5 minutos a 94° C, seguido diferentes ciclos de 940C por 1 minuto, 550C por
1 minuto, 720C por 4 minutos. O número de ciclos da PCR foi estabelecido para os diferentes
O produto da PCR foi avaliado por eletroforese em gel de agarose 1% (P/V) corado
ImageJ 1.44p (National Institutos of Saúde, EUA) foi utilizado para avaliar a intensidade dos
produtos de RT-PCR. Está intensidade refere-se densitometria óptica de cada banda, contanto
infecção por I^hylophyliiim sp. para elucidar a interação a nível transcricional. O material para
o estudo foi obtido a partir de amostras de raízes de mandioca destacadas do acesso Caxuianã
inoculadas e não inoculadas com Phytophytium sp. com 24, 48 e 72 horas após a inoculação
(hai). A podridão radicular foi observada em todos os tempos de avaliação nas raízes
podridão radicular observados foram lesões na polpa que foram evoluindo com as hai. Não
physiological delerioralion - PPD) podem ser confundidos com os sintomas típicos causados
pelos patógenos. Os resultados obtidos nas amostras com 24, 48 e 72 hai com e sem o
patógeno confirmam a ausência PPD nas raízes deste estudo, pois não se observa sintomas
como pontos escuros nas raízes nos tempos analisados (Figura 1.).
79
Figura 1. Raízes de Mandioca do acesso Caxuianã inoculadas com Phytopythium sp. com 24. 48 e 72 hai
comparadas com as raízes controle sem o patógeno. As setas indicam as regiões onde ocorreram as lesões.
24 h 48h 72h
o
u
a
o
U
o
■o
"a
w
o
a
inoculação (24, 48, 72 horas), apresentou um padrão integro. A integridade do RNA foi
avaliada pela comparação da intensidade das bandas 28S:18S do RNA ribossômico (rRNA),
Figura 2. Amostras de RNA total isoladas a partir de raízes de mandioca (Manihot esculenta Crantz). em (1)
amostras correspondentes ao Controle (não inoculadas) e em (2) amostras inoculadas com Phytophylium sp.. A
extração tanto para o controle quanto para o inoculado foi realizada com 24. 48 e 72 hai.
24 horas 48 horas 72 horas
1 2
18SI
MM«Í| jí *
foram avaliadas quanto à presença dos domínios conservados e à similaridade com proteínas
80
de estrutura resolvida depositadas nos bancos de dados confirmando assim a família a qual
pertence. Além disso, foram preditas informações destes, tais como número de acesso,
família, tamanho do gene em pares de base (pb), número de resíduos de aminoácidos (aa),
massa molecular (MM) e ponto isoelétrico (PI), e os resultados estão descritas na Tabela 2.
Tabela 2. Caracterização molecular dos genes candidatos. Número de acesso, família . tamanho do gene pares
de base (pb) Número de resíduos de aminoácidos (aa). massa molecular (MM) e ponto isoelétrico (PI).
Nome do gene Número de Família Tam. Tam. MM PI
Acesso (pb) (aa) (kDa)
Manes.08G1254
855 152 15.1 5.42
00
MeCu/ZnSOD Superoxido Dismutase [CU-ZN]
Manes.09G1604
1008 152 15.3 5.82
00
Abundantes na Embriogênese 664 94 10 9.66
MeLEA3 GR421259
Tardia tipo 3 (LEA-3)
Proteína de tumor controlada 812 168 19 4.53
MeTCTP JX855123
traducionalmente (TCTP)
MeRZF JN203495 Dedo de zinco- RING-H2 739 174 19.44 9.75
genomas completos possibilitou a análise da localização exata dos genes nos cromossomos.
Através de buscas realizadas no Phytozome foi possível identificar que os nove genes
mandioca (Fig. 3). Possibilitando concluir que a maioria dos genes se encontram presentes
mais de uma vez no genoma da mandioca. Foi levado em consideração apenas os genes nos
quais os iniciadores eram capazes de amplificar, visto que estes genes possuem inúmeras
Dismutase tipo Cu/Zn em mandioca a primeira foi descrita por Lee et al. (1999) e
denominada mSODle a segunda descrita por Shin et al. (2005) e denominada mSOD2.
Diversos estudos demonstram que genes isolados de outras espécies vegetais estão
envolvidos tanto no estresse abiótico como no biótico, incluindo a resposta de defesa das
plantas contra os patógenos (REJEB et al., 2014; NATH et al., 2017). Os genes Mec 1,
81
MeLEA3, MeRZF, e MeTCTP descrito por De Souza et al., (2004) estão relacionado à
relação dos três últimos com estresse salino (COSTA et al., 2011; REIS et al., 2012; SANTA
3 4 5 10 11 15
MePAL
— 10000000
Meei
— 25000000 MeCu/ZnSOD
- MeCu/ZnSOD
- MebZIP
Com os padrões de PCR utilizados foi possível observar uma banda única de 370 pb a
partir das amostras de cDNA de raiz de mandioca controle e inoculado nos diferentes tempos.
As concentrações foram ajustadas e os ensaios repetidos 5 vezes e as análises dos dados não
expressão dos genes foram realizados a partir da amostra controle, na Figura 3 estão os
resultados obtidos e o número de ciclos utilizados para cada um dos genes em estudo. Sendo
mediante a realização da eletroforese em gel de agarose. Dos dez genes analisados sete
demonstraram que com 31 ciclos ainda estavam na fase exponencial de amplificação e para os
outros três foram considerados 28 ciclos, pois estes já apresentavam sinais de saturação com
4.3.4 Genes relacionados na deterioração pós colheita e que se apresentam inalterados durante
este estudo.
82
genes MeTCTP e Mec 1 não apresentaram diferença significativa na expressão nos tempos e
condições analisadas (Figura 5.) Este resultado confirma em nível molecular a a ausência PPD
nas raízes deste estudo. A nível molecular os genes MeTCTP e Meei tiveram sua atividade
reduzida em raízes de mandioca após a colheita (REILLY et al., 2007) validando a ausência
de sintomas da PPD, pois estes se mantiveram estáveis em todos os tempos avaliados, tanto
nas raízes infectadas com o Phytopythium sp. quanto naquelas sem o patógeno.
Figura 4. Padronização do número de ciclos utilizado para os diferentes genes em estudo. Gel de agarose mostrando
amplificação feita a partir de amostras de cDNA de raiz de mandioca usando os iniciadores para os genes descritos na
Tabela 1 com diferentes número de ciclos (25. 28. 31. 34 e 37) em triplicata.
MeCu/ZnSOD 28
MeLEA3 » ' ■ 1 31
MeTCTP 31
MeRZF I I I 31
Meei 31
MebZlP 31
MeCPI 28
31
MePAL
31
MeCHS
Fonte: Este estudo
celulares, como morte celular programada, crescimento celular e proteção contra diversos
tipos de estresses (LI et al., 2013; SANTA BRÍGIDA et al., 2014; GUTÉRREZ-GALEANO
et al., 2014; WANG et al., 2015; de CARVALHO et al., 2017). O gene TCTP está
I*seudomonas syringae (JONES et al., 2006), Piper luhercufalum à Fiisarinm solani f. sp.
resposta de trigo a Erysiphe graminis, o agente causai de oídios nas folhas (LI et al., 2010).
83
Apesar de seu papel ser conhecido, não se tem dados sobre a atuação a nível molecular da
proteína TCTP.
candidato para ser utilizado em programas de melhoramento que visem o combate a PPD
assim como o gene Meei que codifica a proteína Pt2L4, rica em ácido glutâmico e
da região promotora deste gene podem viabilizar estudos de plantas transgênicas resistentes a
4.3.5 Genes relacionados na deterioração pos colheita e que apresenta expressão diferencial
(BENCHABANE et al., 2010; LIMA et al., 2015; ZUST E AGRAWA et al., 2017). Nas
análises das raízes com e sem patógeno uma fitocistatina de mandioca apresentou um
aumento da expressão foi significativamente maior nas plantas inoculadas com Phytophytium
sp. com 24 e 48 hai quando comparado com as plantas sem o patógeno, não houve diferença
significativa com 72 hai (Figura 5.). Fitocistatinas possuem potencial />? vivo e />? vitro de
planta, mas acredita-se que estas podem inibir proteases do patógeno (BENCHABANE et al.,
Estudos tem demostrado o petencial das fitocistatinas na defesa da planta frente aos
cacao, demonstraram uma redução significativa nas lesões necróticas causadas nas folhas de
tabaco inoculadas com o fungo Moniliophthora perniciosa (SANTANA et al., 2014), além
disso diversas fitocistatinas de plantas expressas em sistema bacteriano foram testadas />? vitro
A nível molecular uma cistatina da mandioca foi identificada em raízes após a colheita
(REILLY et al., 2007) e a expressão desta quando comparado com o controle foi reduzida. No
entanto, neste trabalho a expressão deste mesmo gene aumentou o que valida mais uma vez à
84
ausência de PPD neste estudo. Sugerindo que este gene possa estar envolvido na resposta a
2.3.6 Genes apresentam expressão diferencial durante este estudo e tem potencial para
(COSTA et al., 2011; LIU et al., 2013). Diversos estudos tem demonstrado o papel das
proteínas LEA no estresse abiótico, no entanto são poucos os estudos que relatam o papel
deste no estresse biótico. O gene MeLEA3 foi identificado na mandioca e codifica uma
proteína LEA do grupo 3 e teve sua expressão aumentada em folhas de mandioca destacadas
O gene ZmLEA3, codifica uma proteína LEA do grupo 3 em milho, e quando este foi
quando comparado com o tipo selvagem (LRJ et al., 2013). No presente estudo, o gene
MeLEA3 demonstrou uma aumento significativo na expressão nas raízes inoculadas com
Phytophytium em comparação com o controle 48 hai (Figura 5.), no entanto não é possível
significativamente superior ao inoculado (Figura 5.), padrão de expressão esperado para uma
proteína reguladora, que geralmente são expressas nas primeiras horas de infecção antes dos
z/fic finger na sua região C-terminal e um resíduo de histidina no quinto sítio do domínio,
85
sugerindo assim que faz parte do subgrupo RING-H2 e o gene MeRZF teve sua expressão
aumentada em folhas de mandioca destacadas tratadas com NaCl (REIS et al., 2012). Em
arroz foi identificado o gene OsBIRFl, que codifica uma proteína do subgrupo RING-H2, as
plantas de tabaco expressando este gene apresentam resistência contra o vírus do mosaico do
defesa, por exemplo as proteínas relacionadas a patogênese - PR-1, PR-2, PR-3 e PR-5 (LRJ
et a/., 2008). O aumento da expressão do gene MeRZF nos fornece indícios da participação
Phytophythim sp..
Nas plantas, os zíper de leucina básico (bZIP - basic leucine zipper) são reguladores
sementes e respostas de estresse abiótico e biótico (ALVES et a/., 2013). Cardoso (2008)
isolou uma seqüência de cDNA que codifica para uma proteína do tipo bZIP de mandioca,
denominada MebZIP, que apresenta significativa identidade com proteínas bZIP de outras
espécies vegetais, entre elas a G/HBF-1 de soja, a BZI-1 de fumo e a CPRF-2 de salsa. A
presença dessas regiões indica que o MebZIP é um fator de transcrição relacionado ao CPRF-
2 e esta pode desempenhar um papel na expressão do gene da chalcona sintase (CHS), pois
esta relação já foi demostrada para outras bZIPs (YOSHIDA et al., 2008).
reativas de oxigênio (reactive oxygen species- ROS). Essas ROS promovem a mudança
ácido salicílico, e essa mudança promove a translocação da proteína para o núcleo através de
proteínas de poro nuclear, onde a NPR1 interage com membros da família TGA (bZIP) se
(PIETERSE et al., 2012). Demonstrando assim que a Proteína MebZIP pode desempenhar
inoculadas com Phytophytium sp. em comparação com o controle, com 24 hai não se observa
diferença (Figura 5.). Plantas sob ataque de patógenos respondem de forma rápida com uma
(Oi") e peróxido de hidrogênio (H2O2) e o acúmulo destes é toxico para a planta (HU et al.,
2009; LÓPEZ- CRUZ et al., 2017).
(H2O2), esta mudanças no equilíbrio de ROS é importante para ativar a respostas de defesa da
planta (LÓPEZ- CRUZ et al., 2017). Este aumento na expressão de MeCu/ZnSOl) após 48 hai
hidrogênio durante a explosão oxidativa que ocorre nas primeiras horas de infecção, causando
assim um mudança no equilíbrio de ROS e ativando o sistema de defesa, o que torna este gene
importante papel na defesa vegetal (DAO et al., 2011; CASS et al., 2015). Neste estudo foi
possível observar que os genes MePAL e MeCHS foram diferencialmente expressos nas
plantas inoculadas comparadas com as plantas controle 48 hai, não apresentando expressão
com 72 horas, demonstrando que estes genes estão possivelmente envolvidos nos mecanismos
de defesa da planta nas primeiras horas de infecção (Figura 5.). A cinética do mRNA de PAL
Estes genes apresentaram diferenças na expressão gênico com 24 horas, sendo que
para & MePAL os níveis de expressão no material inoculado foi significativamente maior que
nas plantas controle (Figura 5.). Por outro lado a expressão do gene MeCHS foi
vizinhas ao local de infecção por vários estímulos ambientais, como infecção, ferimentos,
2005; DAO et al., 2011; DEHGHAN et al., 2014; CASS et al., 2015) . Esta presença no
material sem o patógeno com 24 hai pode ser devido à indução pelo ferimento realizado nas
raízes.
mandioca inoculadas com o agente causador da podridão radicular irão contribuir para o
Figura 5. Quantificação do inRNA dos genes em estudo. O gráfico refere-se a quantificação relativa do gene em
estudo comparado com o controle interno (tubulina). as imagens referem-se a géis de agarose 1% corados com
brometo de etídeo. Os resultados referem-se ao controle (sem patógeno) estão representados em azul e os em
vermelho claro referem-se ao material inoculado (com patógeno) nos diferentes tempos coletados 24. 48 e 72
hai.
MeTCTP Meei MebZIP
1.4 a a a a aa a a 1.4
a
1.2 i.2a
1.2
i
0.8
0.6 0.6 0.6
0.4 0.4 0.4
0.2 0.2 0.2
0
24 h 48 h 72 h 24 h 48 h 72 h 24 h 48 h 72 h
MeTUB MeTUB MeTUB
MeTCTP Meei MebZIP
24h . 48h . 72h . 24h . 48h . 72h 24h . 48h . 72h
0.6 0.6
0.4 0.4 0.4
0.2 0.2 0.2
24 h 48 h 72 h 24 h 48 h 72 h 24 h 48 h 72 h
MeTUB MeTUB MeTUB
MeRZF MeCu/Zn Mel. EA 3
SOD
. 24h LA2h . 72h , 24h , 48h . 72h . 24h , 48h , 72h
24 h 48 h 72 h 24 h 48 h 72 h 24 h 48 h 72 h
MeTUB MeTUB MeTUB
MeCPI MeCHS MePAL
24h , 48h , 72h . 24h . 48h . 72 h 24h . 48h . 72h
2.4 Conclusões
método foi eficiente e nos permitiu avaliar a expressão diferencial dos genes em
resposta ao patógeno.
- Dos nove genes identificados sete tem potencial para contribuir no melhoramento
o controle.
90
Referências
CASS, C. L; PERALDI, A.; DOWD, P. F.; MOTTIAR, Y.; SANTORO, N.; KARLEN,
S. D.; MOSKVIN, O. V. Effects of PHENYLALANINE AMMONIA LYASE (PAL)
knockdown on cell wall composition, biomass digestibility, and biotic and abiotic stress
responses in Brachypodium. Journal of experimental botany, v. 66, n. 14, p. 4317-
4335,2015.
promoter sequence of a cassava gene coding for Pt2L4, a glutamic acid-rich protein
differentially expressed in storage roots. Genetics and molecular research v. 8, p.
334-344, 2009.
DEHGHAN, S.; SADEGHI, M.; PÔPPEL, A.; FISCHER, R.; LAKES-HARLAN, R.;
KAVOUSI, H. R.; RAHNAMAEIAN, M. Differential inductions of phenylalanine
aininonia-lyase and chalcone synthase during wounding, salicylic acid treatment, and
salinity stress in safflower, Carlhamus tinctorius. Bíoscíence reports, v.34, n.3, doi
10.1042/BSR20140026, 2014.
GASSMANN, W.; APPEL, H. M.,; OLIVER, M. J. The interface between abiotic and
biotic stress responses. Journal of experimental botany, v. 67, n. 7, p. 2023-2024,
2016.
HU, Z.; SHEN, Y.; SHEN, F.; SU, X. Effects of feeding Cl os lera anachoreta on
hydrogen peroxide accumulation and activities of peroxidase, catalase, and ascorbate
peroxidase in Populus simonii x P. pyramidalis 'Opera 8277' leaves. Acta Pbysiologiae
Plantarum, v. 31, p. 995-1002, 2009.
JONES, A. M., THOMAS, V., BENNETT, M. H., MANSFIELD, J., & GRANI, M.
Modifications to the Arabidopsis defense proteome occur prior to significant
transcriptional change in response to inoculation with Pseudomonas syringae. Plant
pbysiology, v. 142, n. 4, p. 1603-1620, 2006.
LEE, H. S.; KIM, K.Y.; YOU, S. H.; KWON, S. Y.; KWAK, S. S. Molecular
characterization and expression of a cDNA encoding copper/zinc superoxide dismutase
92
LI, G.; LIU, X.; LI, X.; WANG, Z. Cloning of a TCTP gene in wheat and its expression
induced by Erysiphe graminis. Bulletin of Botanícal Research, v. 30, n. 4, p. 441-447.
2010.
LI, D.; DENG, Z.; LIU, X.; QIN, B. Molecular cloning, expression profiles and
characterization of a novel translationally controlled tumor protein in rubber tree (Hevea
brasiliensis). Journal of Plant Physiology, v. 170, p. 497-504, 2013.
LIU, H.; ZHANG, H.; YANG, Y.; LI, G; YANG, Y.; WANG, X. E.; SONG, F.
Functional analysis reveals pleiotropic effects of rice RING-H2 finger protein gene
OsBIRFl on regulation of growth and defense responses against abiotic and biotic
stresses. Plant molecular biology, v. 68, n.1-2, p. 17-30, 2008.
LIU, Y.; WANG, U; XING, X.; SUN, U; PAN, L; KONG, X.; LI, D. ZmLEA3, a
multifunctional group 3 LEA protein from maize (Zea mays L.), is involved in biotic
and abiotic stresses. Plant and cell physiology, v. 54, n. 6, p. 944-959, 2013.
NATH, M.; BHATT, D.; PRASAD, R.; TUTEJA, N. Reactive Oxygen Species (ROS)
Metabolism and Signaling in Plant-Mycorrhizal Association Under Biotic and
Abiotic Stress Conditions. In: Mycorrhiza-Eco-Physiology, Secondary Metabolites,
Nanomaterials. Springer, Cham, 2017, p. 223-232.
SANTA ERIGIDA, A. B.; REIS, S. P.; COSTA, C. N. M.; CARDOSO, C. M.; LIMA,
A. M. DE SOUZA C.R.B. Molecular cloning and characterization of a cassava
translationally controlled tumor protein gene potentially related to salt stress response.
Molecular Biology Report. v. 41, p. 1787-1797, 2014.
SANTANA, L. S.; COSTA, M.; PIROVANI, N. M.; ALMEIDA, A. F.; AL VIM, F. C.;
PIROVANI, C. P. TcCYS4, a cystatin firom cocoa, reduces necrosis triggered by
MpNEP2 in tobacco plants. Genetic Molecular Researh, v.13, n. 3, p. 7636-48, 2014.
SHIN, S. Y.; LEE, H. S.; KWON, S. Y.; KWON, S. T.; KWAK, S. S. Molecular
characterization of a cDNA encoding copper/zinc superoxide dismutase from cultured
cells of Manihot esculenta. Plant physiology and biochemistry, v. 43, n.l, p. 55-60,
2005.
WANG, Z. Q.; LI, G.Z.; GONG, Q.Q.; LI, G. X.; ZHENG, S. J. OsTCTP, encoding a
translationally controlled tumor protein, plays an important role in mercury tolerance in
rice. BMC Plant Biology, v. 15, doi: 10.1186/sl2870-015-0500-y, 2015.
ZUST, T.; AGRAWAL, A. A. Trade-Offs Between Plant Growth and Defense Against
Insect Herbivory: An Emerging Mechanistic Synthesis. Annual Review of Plant
Biology, v. 68, p. 513-534, 2017.
95
Capítulo V
Artigo publicado
96
'instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, 66075-110, Brazil 'Programa
de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, PA, 66077-530, Brazil
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Pará, Belém, PA,
66075-110, Brazil
Abstract: Plant cystatins, also called phytocystatins, constituis a famiiy of spccific cysteine protease inhibi-
tors found in severa] monocots and dicots, where they can be invoived in the regulation of severa! endogenous
processes and in defense against pests and pathogens, as well as in response to abiotic stress. In this mini-review we aimed
to present isolated and characterized phytocystatins with potential use in control of plant disease causcd by fungi.
Keywords: Cysteine protease inhibitors, phytopathogenic fungi, plant cystatin, plant disease, plant-pathogen interaction,
#
Author profile: Cláudia Regina Batista de Souza is a professor at the Universidade Federal do Pará, Brazil. since 2003, where
she works with proteins expressed in plants in response to abiotic and biotc stress, including phytocystatins from biack pepper.
Phytocystatins and their Potential to Contrai Plant Diseases Protein & Peptide Leíten, 2015, Vol. 22, No. 2 105
Si SER81
Figure 1. Molecular modeling of interaction between the cathepsin B HvPap-19 (pink) and the cystatin HvCPI-6 (yellow) frorn barley.
Amino aeids residues involved in lhe calalytic site of proíease are colored in blue, while residues related (o lhe protease inhibilory activity of
cystatin are in green. (A) Whole protease-cystatin interaction model. (B) Details ofthe predicted region of interaction between protease and
cystatin. Note: This figure has been previously published in Physiologia Plantamm (145:85-94, 2012) and was kindly provided by Dr Isabel
Diaz from the Universidad Politécnica de Madri, with pennission of John Wiley and Sons (License number: 2936571224920).
The first identified and also the better characterized Phy- their number of amino acid residues and molecular weights
Cys were the oryzacystatin I [15] and oryzacystatin II [16], are shown in Table 1.
proteins considered important to regulation of storage protein One of the main features of PhyCys, is that these proteins
during developing and germinating of rice seeds. Since then,
contain neithev sulfite bridges nor putative site of glycosyla-
many other PhyCys have been isolated and characterized tion. In addition to the three motifs common to ali cystatins
from different crops, such as cowpea [17], potato [18], corn (a conserved amino-terminal glycine residue, a highly con-
[19], soybean [20, 21], cabbage [22], carrot [23], Pearl Millet
served QXVXG motif in the central loop region and a P/AW
[24], wheat [25], apple [26], pineapple [27], kiwifruit [28], near the carboxy-terminal) ali PhyCys contain an amino-
strawberry [29], cacao [30], and látex tree [31], terminal conserved motif [LVI1-[AGT]-[RKE]-[FY1-[AS]-
Studies have showed that PhyCys may be involved in [VI]-X-IEDQV]-[HYFQ]-N, also known as LARFAV-like
many physiological process, including programmed cell motif (Fig. 2) that comprises the a-helix in the cystatin struc-
death [32], fruit development [33, 34], developing and ger- ture [55, 59-61]. Studies have showed that lhe three motifs
minating seeds [15, 21, 35-39], and defense against biotic common to ali cystatins are important to their functional
and abiotic stress [24, 30. 36, 40-53]. The Arabidopsis ge- roles and ability of interaction with their target-proteases,
nome encodes for seven PhyCys isoforms, named AtCYI to since changes in specific amino acid residues have decreased
AtCYS7, comprising two distantly related gene clusters [54]; drastically their inhibilory activity [45], Also, in pineapple a
among them AtCYS3 and AtCYS6 are involved in resistance cystatin containing an extended amino-terminal trunk of 63
to salt and drought stresses, as well as oxidative and cold residues rich in alanine and glutamate important to its inhibi-
stresses [55]. lory activity was identified [34], Furthermore, some PhyCys
The PhyCys have been grouped according to lhe presence may contain an amino-terminal signal peptide (Fig. 2) for
of consetved domains and their molecular weight. The transport inlo the lumen of the endoplasmic reticulum [29,
group-1 represent the most PhyCys und is constituted by 30, 47],
proteins containing only 1 cystatin domain wilh about 100 The main targets of PhyCys are the papain-like proteases;
residues and molecular weight ranging between 12 and 16 however group-2 PhyCys showing an extended region at
kDa, such as those found in chestnut and sugarcane [41, 44], carboxy-terminal contain the motif SNSL, which has been
The groiip-2 is constituted by PhyCys showing a highly con- involved in the inhibition of legumain-üke proteases [6]. In
served cystatin domain at the amino-terminal and an ex- addition, a recent study reported by Chu et al. [61] showed
tended cystatin-like domain at the carboxy-terminal, and a that the inhibition tole of the conserved amino-terminal cys-
molecular weight about 23 kDa [21, 29, 30, 47]. The group-3 tatin domain of tarocystatin, a group-2 phytocystatin isolated
is constituted by proteins with high molecular weight, such from corn of taro (Colocasia esculenta), might be increased
as the 86 kDa phytocystatin expressed in potato tuber, also by its carboxy-terminal cystatin-like extension during inter-
known as a multicystatin, since this protein contains eight action with the papain. In Fig. 2 the alignment between Phy-
cystatin-like domains [18]. Some examples of PhyCys with
98
106 Prolein <E Peptide Lellers, 2015, Vol. 22, No. 2 Lima etal.
Tablc 1, Number ot amino acid (aa) residues and theoretical molecular wcight (Mw) of PhyCys.
Cys highlighting lheir main conserved motifs/elements and [42], sugarcane [44], carnation [65], barley [45], taro [56],
their predicted secondary strueture is depicted. strawberry [29], wheat [57], cacao [30], amaranth [47], kiwi-
fruit [52] and sesame [53],
EXPLOITING THE PHYTOCYSTATINS' ANTIFUN- In Table 2 some antifungal PhyCys showing differences
GAL ACTIV1TY TO CONTROL PLANT D1SEASES on their inhibitory activity, where a specific phytocystatin
may inhibit different fungi species, at equal or different con-
Among diverse factors that affect the growth and devel- centration of recombinant protein, are listed. For example.
opment of plants, phytopathogenic fungi ai-e one of the most the FaCPI-1 from strawberry {Fragaria ananassa) is able to
damaging plant parasitic organisms. Worldwide, the diseases inhibit Botrytis cinerea and Fusarium oxysporum at a con-
caused by fnngi in importam crops greatly and negatively centration of 1.9 pM and 2.28 pM, respectively [29]. An-
impact agricultura! produetion and the environment [621, other example is the CeCPl from taro that inhibits Rhyz.octo-
including the Brazilian Amazon region, where the produe- nia solani, Sclerotium rolfsii, Alternaria brassicae and Py-
tion of black pepper (Piper nigrum L.) and cassava (Manihot thium aphanidermatum at SOpg/mL, while F. oxysporum and
esculenta Crantz) has been severely damaged by disease Glomerella cingulata are inhibited at 200pg/mL [56[. Re-
caused by Fusa ri um solani f. sp. piperis and Phytophibora garding the action spectrum of phytocystatins listed on Table
drechsleri, respectively [53, 64], 2, most of them showed inhibitory activity against at least
The main control methods used to combat plant patho- two fungai species. The CeCPI, for example, could bc con-
gens and pests are those based on the use of chemical prod- sidered a candidate to control different plant diseases, since
ucts (fungicídes and insecticides), which increases cost and showed inhibitory activity against more than five fungai spe-
can Icads lo environment contaminations. Since many stud- cies.
ies have reported the importam roles played by PhyCys in Moreover, data shown here confrrm the potential use of
plant defense response, their utilization in control of patho- PhyCys in control of phythopathogenic fungi with impor-
gen and pests has emerged as a powerful biotechnological tance to agriculture. Among them, the fungas B. cinerea can
tool. infect more than 200 plant species and ranks the second
For this purpose, many PhyCys have been recombinantly place in the Top 10 fungai plant pathogen lisl based on scien-
produced by expression in bactéria, followed by evaluation tific/economic importance, according to international com-
of their ability to inhibit the pathogen growth in vitro assays. munity of plant mycologists [66], Also included on this fun-
PhyCys exhibiting high antifungal activity have included gai plant pathogen list, F. oxysporum is a soil-borne patho-
those identified in pearl millet [24], chestnut [41], tomato gen causing vascular wilt on a wide range of plants, and gen-
99
Phyíocysíatins and their Poíeníial to Control Piauí Diseases Protein & Peptide Letters, 2015, Vol. 22, No. 2 107
CAH601631 IVGGIRDSPAGSENSÜTEALGRFAVDDHÍIQKCÍfGMLEFVRVVKAlCBQWAffrLHHLWEAID-OGKKKLYEAKVKUKVMtNíTtiOViaEF
NP_001Í377341 rGGLRriS-ÍKK&NSVOTEMARFAUDEHHKKOHSLLEF SRWRTÔBSWAOTLHHLTLEAIE-AGEMCLYEXKVWTKPHUirKELOEF
AAMSS3971 UgOXVEV -1 GAQíiSAEVEE lAWAVDeMNKKENALIQF SIU.'/KAKCKr/VS(JtKKICLTVEvrE -(KSNOCVTfEAJCVWVOWOtJJSiaaHeP
ACF493661 UGOtSEN-PDAAHSLETDOIARFAVCEHKKRENALLEFVRWEAKEQTVACrrLHHLTLEALE -AGBKKVYEAEVWVKFHIXFKELQEF
CAA118991 WGGWSDVKG -HE NSLQIDDIARrAUDDHMKKANTLLQrMCWKAKCaWEOTI YILTLEVHI -CGKWCVYEAKTIÍEKPMLNFKEVQEr
AKK30004I \Arai®S<>;S3AJÍSI£IMlAKFAVCirmSl<EMAl,IÍPC!RWNTKE)aWACíri¥YirLEATtl-«GVKiaYEAJtVW7KPHVNFKEVt|DF
ABG893561 IjGGLRESOG-AANDAEIESIARFAVDEiOnCKENAI.lXFARWKAKEX!WA(7rLHHFTIEAID-AGKiaaYDAKV«VKWWHFKELQEF
AAM785981 VSI7VRDAFACU£NDL£Al£URrAVACH»$tcniAKL£r£iaVKVRHSVVAI7rT[»KrrVQVK£ASC<aQaYEAKVHEKVNENriC(íLg3F
CAD60S371 USO/ODAPAGRE NDLETIE IAi^AVAEHNAJ<ANAX.l^rE3aVKVRQSVVA03tHl(TT IZVKE-GGAWaYEAJCVWEKAMENFKOEQEF
AAK150901 tioantCSH SMPOTHEIAAF AVDQHKTKENGLLELVRWEAKBQVVACJTLHHLVX£VIi3 - AGKKKLYZAKIWVKPVJKDFKQ LQEF
AAR922Z31 AGfJWRP- IISLN-SAEVqDVAQFAVBEHHKQAKDELQYQSWRCTTÇWAOTínfRLVXAAKDG-AWtanrEAWHDKIWIHFRlJLTSr
Figure 2. Alignment ol' PhyCys highlighling the G/GG residae at lhe N-terminal sequence, lhe LARFAV-like molif, a conserved region
found in ali PhyCys that comprises the et-helix (r i )) in the cystatin stmcture, the QXVXG sequence in central part, and the P/PW se-
quence at the C-terminal end. AIso is shown lhe SNSL domain found in lhe C-terminal end of PhyCys from group-2. SP; signal peplide.
CAH60163.1: Fa-CPI-1 from Fragana ananassa, NP_001237734.1: Soyacystatin from Glycine max, AAM88397.1; CeCPÍ from Colocasia
esculenta, ACF49366.1: mTaMDClfrom Triticum aestivum L. cv. Chihoku, CAAÍ 1899.1; PhyCys from Castanea saliva, AAK30004.1;
rDC-CPIn from Dianthus caryophyllus L. cv. Reiko. ABG89856.Í: AhCPI from Amaranthus hypochondriacus, AAM78598.I: Canecystatin
from Saccharum officinarum, CAD60537.1: HvCPl-1 from Hordeum vidgare, AAKI5090.1: SiCYS from Sesamum indicum and A-
AR92223.1: KCP1-1 from Actinidui deliciosa.
erating severe losses in crops such as melon, tomato, cotton man health, since studies have shown that F. axysporum is
and banana [66], Then, taking into account the action spec- able to infect imraune compromised patients [671.
trum of phytocystatins listed on Table 2, the FaCPl-l could Since the first studies revealing the potential use of
be a candidate to control plant diseases caused by these two
PhyCys in control of pest and pathogens, one of the most
important pathogens. Interestingly, besides the control of challenges of researchers has been to understand the
diseases in agriculturally important crops, the potential use mechanism of PltyCys action against different organisms. In
of PhyCys as an antifungal agent could be extended to hu- pests, for example, it is known that PhyCys inhibit proteases
100
10S Prolein <£ Peptide Lellers, 2015, Vol. 22, No. 2 Lima etal.
interfermg in dietary protein assimilation and causing growth mechanism. For example, Martinez et ai. [45] reported that
delays and mortality [68]; moreover, in ihis case, PhyCys inhibition of B. cinerea by the barley cystatin Hv-CPI is not
can be considered anti-metabolite molecules, because they associated with its cysteine-proteinase inhibitory properties,
produce a deficiency of protein in those organisms. Although and correlates with the absence of intra- and extra-cysteine
the mechanism by which PhyCys inhibit fungi growth is not protease activity in this fungas. Also, the same aulhors [45]
yet elucidated, it hns been suggested to be related to the dC have suggested that action of PhyCys could involve changes
rect inhibition of fungai cysteine protease [47, 56]. Likewise, in the permeability of fungai membrane, in a similar
Wang et at. [46] showcd that the N-terminus of CeCPI, pro- mechanism to inhibition of Sclerotiana sclerotium by the
duced by heterologous expression in bactéria, is implicated trypsin inhibitor SAP16 from Helianthm annuus [69], Other
in papain-inhibitory activity as weil as antifungal activity studies have also corroborated that antifungal activity of
against S. rolfsii. In contrast, other studies have indicated PhyCys cannot be directly related to their enzymatic activity.
that antifungal activity of PhyCys could involve a different As reported by Cheng et al. [53] the whole PhyCys from
101
Phytocystatins and llieir Putential Io Control Pltnil Diseases Protein & Peptide Letters, 2015, Vol. 22. Nu. 2 lOt»
Phytocystatins and their Potential to Contrai Planí Diseases Protein & Peptide Letters, 2015, Vol. 22, No. 2 111
[59J Margis, R.; Reis, E.M.; Villeret, V. Structural and phyiogenetic [68] Benchabane, M.; Schlüler, U.; Vorster, J.; Goulet, M.C.; Michaued,
reladonships among planl and animal cyslalins. Arch. Biochem. D. Planl cyslalins. Biochimie. 2010, 92. 1657-1666,
Biophys., 1998, 359, 24-30. |69J Giudici, A.M.; Regente, M.C.; Canal, L. A potent antifungal protein
[60] Reis, E.M,; Margis, R. Sugarcane phytocystatins: Identification, from Helianthus annuus fíowers is a trypsin inhibitor. Plant
classification and expression pattern analysis. Genet. Mal. Biol., Physiol. Biochem., 2000. 35, 881 -888.
2001, 24, 291-296. [70] Cairillo, L.; Martinez, M.; Alvarez-Alfageme, F.; Castanera, P.;
[61] Chu, M.H.; Liu, K.L.: Wu, H.Y.; Yeh, K.W.; Cheng, Y.S. Crystal Smagghe, G.; Diaz, 1.; Ortego. F. A barley cysteine-proteinase in-
structure of tarocystalin-papain complex: implications for the inhi- hibitor reduces the performance of two aphid species in artificia! di-
bition property of group-2 phytocystatins. Planta. 2011, 234, 243- ets and transgenic Arabidopsis plants. Transgenic Res., 2011, 20,
254. 305-319.
[62] Gonzalez-Fernandez, R.; Jorrin-Novo, J.V. Contribution of Pro- 171] Zhang, B.; Chen, M.; Zhang, X.; Luan, H.; Diao, S.; Tian, Y.; Su,
teomics to lhe Study of Planl Pathogenic Fungi. J. Proteome Res., X. Laboratory and field evaluation of the transgenic Populus alba x
2012, 7/(1), 3-16. Populus glandulosa expressing double coleopteran-resistance
[63] Duarte. M.L.R.; Archer, S.A. In vitro toxin production by Fusarium genes. Tree Physiol., 2011, 37. 567-573.
solani f. sp. piperis. Fitopatol. Brás., 2003, 28, 229-235. [72] Camilo, L.; Herrero, I.; Cambra, I.; Sánchez-Monge, R.: Diaz, 1.;
[64] Muniz, M.F.S.: Andrade, F.W.R.; Queiroz, F.M.: Moura-Filho, G.; Martinez, M. Differential in vitro and in vivo effect of barley cys-
Menezes, M. Characterization of Phytophthora drechsleri, the cau- teine and serine protease inhibitors on phytopathogenic microorgan-
sai agent of cassava soft root rot. Fitopatol. Bras., 2006, 37,195- isms. Plant Physiol. Biochem., 2011, 49, 1191-1200.
198. [73] Popovic, M. M.: Bulajic, A.: Ristic. D.; Krstic, B.; Jankov, R.M.;
[65] Sugawara, H.; Yoshioka, T.; Hashiba, T.; Satoh, S. Antifungal Gavrovic-Jankulovic, M. In vitro and in vivo antifungal properties
activity of a recombinant carnation cystatin. rDC-CPLi. Planí Bio- of cysteinc proteinase inhibitor from green kiwifmit. J. Sei. Food
íechnoL, 2002, 79(3), 207-209. Agric.. 2012, 92, 3072-3078.
[66] Dean, R.: Van Kan, J.A.L.; Pretorius, Z.A.; Hammond-Kosack, [74] van der Linde, K.; Hemetsberger, C.; Kastner, C.; Kaschani, F.
K.E.; Pietro A.D.; Spanu, P.D.; Rudd, J.J.; Dickman, M.; Kahmann, Renier, A.L.; Hoom, V.D.; Jochen, K.; Doehlemann, G. A maize
R.; Ellis, J.; Foster, G.D. The Top 10 fungai pathogens in molecular cystatin suppresses host immunity by inhibiting apoplastic cysteine
plant pathology. Mol. Plant. Paíhot., 2012, 73(4), 414-430. proteases. Plant Cell, 2012, 24, 1285-1300.
[67] Nucci, M.; Anaissie, E. Fusarium infections in immunocom-
promised patients, Clin. Microbiol. Rev., 2007. 20, 695-704.
CAPÍTULO VI
A FAMÍLIA DE GENES DE FITOCISTATINAS EM MANDIOCA:
CARACTERIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO GENÔMICA
105
em inibir papaína e legumaina foi predito por meio das análises da possível estrutura
resultados mos permite concluir que a família de fitocistatinas possuem nove isoformas
e que estas podem atuar em diferentes processos celulares, inclusive nos mecanismos de
ABSTRACT
Phytocystatins are molecules with antifungal activity widely recognized, thus they are
Phytophythium sp. This research aims to characterize in silico the Phytocystatin gene
diversity. Research were done in the mandioca genome through the Phytozome database
106
and the sequences obtained were analyzed by bioinformatics The search resulted in nine
sequences and the computational analyzes revealed wide conservation of the main
and II with different molecular weights and with different subcellular locations were
identified. The potential of these group II phytotic agents to inhibit papain and
as the potential of group I phytotic agents to inhibit papain. The results allow us to
conclude that the phytochistosin family has nine isoforms and that these can act in
different cellular processes, including the mechanisms of defense against the pathogen
attack already demonstrated for PnCPI-5, indicating the need to know its enzymatic and
biological activities.
6. 1. Introdução
citar os inibidores de proteases, uma vez que tanto os insetos como os microrganismos
interagindo com o sítio ativo das enzimas-alvo, bloqueiam o acesso ao substrato. Foi
1987).
fitocistatinas também conseguiam inibir proteases de uma família bastante diferente das
107
al., 2007). Na base de dados MEROPS (versão 11.0), várias isoformas de cistatina e
por I^hylopylhium sp., causador da podridão radicular nas raízes, principal produto para
comercialização (Boari et al., 2018). Esta doença causa sérios prejuízos à produção de
familiares, pois não há acessos comercial resistente nem controle químico eficaz
(VIEIRA, 2011).
O papel exato das PhyCys não está determinado, mas sugeri-se que podem atuar
al., 2010; WAR et al., 2012; LIMA et al., 2015; PANDEY et al., 2016; ZUST e
similaridade com proteínas de estrutura resolvida depositadas nos bancos de dados, para
1997).
aberta - ORFs ("open reading frame") foi utilizado o software ORF FINDER
bancos de dados.
Tabela 1 - Nome do gene. Locus, Tamanho da sequencia genômica em pares de bases (gDNA (bp)).
Número de Introns. Número de resíduos de aminoácidos (aa). massa molecular teórica (MM) e ponto
isoelétrico (PI), grapo e localização subcelular das isoformas dos genes de fitocistatinas identificadas
neste estudo.
mandioca nos permitiu observar a presença dos motivos conservados: um ou dois sítio
2 3 4 5 3 9 11
i— 0
MeCPIA
- MeCPI-S
lMeCP/-5
.WeCPI-7
- 10000000 ■ IMeCP/-6
Figura 2. Alinhamento das nove seqüências de aminoácidos das fitocistatinas de mandioca. As regiões referentes aos peptídeos sinais estão sublinhadas. A região em amarelo
mostra um motivo conservado entre as fitocistatina. As regiões em vermelho mostram os resíduos de aminoácidos conservados no local inibitório. A região conservada entre
as legumaínas SNSL é mostrado em verde. O intervalo gerado no alinhamento é indicado por traços.
i 50 100
MeCPI-9 —MKGHRLIFSFLFFAAVAF AALV G|ííQPI KDL-KDPNIV EIGEYAVKEY NKR ANTDLILVNV VKGEE QWSG
MeCPI-8 —MKGHRLIFSFLFFATVAF AALA GflWQPI KDL-KDPNIV EIGEYAVKEY NKR ANTDLILVNV VKGEE QWSG
MeCPI-5 —MKPFSLLSGLLFFAAVGS AALL GflWKPI KDL-NDPHIV EIGKFAVDEY NQR SKADLKLVKL EKGEQ QWSG
MeCPI-7 MVMD RVSALLLSVL VLGCGYCFDL
GHGRQLNLLR MRIP GDPSDC KGFQNSVEIE SLARFAVQEH NKK QNALLEFVRV LKVKE QWAG
MeCPI-4 MATL GOVRDS QCAANSVEIN ALGRFAVDEH NKK E —AKE QWAG
MeCPI-3 MQRHFPPSSS SFSSLLFLLS LVSLSHSFAI GSSAFCRE-E MTTL GtVHDS PDASNTVEID DLARFAVDEH NKK QNAVLEFARV VKAKE QWAG
MeCPI-6 MATL GOIKEV EGSANSVEID NLARFAVDDY NKK QNALLEFKRV VSTKQ QWAG
MeCPI-2 MAKV EQLLLLLLVP VFLLVSVSAR GGLL GOLQPV EDVKSNQQVQ ELGRFSITEF NKQLLNQANG G-EELIFSEV VEAKVpWRG
MeCPI-1 MAKV -MLPVLLLLS AFLLVST —IP GfllSPV QDVKNNKEVQ DLGRFCVEEF NRQLLQHSNG GGERLVFSEV VDALE QWAG
201 250
MeCPI-9
MeCPI-8
MeCPI-5
MeCPI-7 DPYSKS QDWHFWCKA L
MeCPI-4 —VGDDYAKF NMLLKVKRGS SEEKFKVEVH KKNEGTFLLN QMEPHA
MeCPI-3 YELKEIVCAK AEWDEHAKF DMLLKVKRGT SEEKYKVEVH KNNEGSFLLN QMEPHA
MeCPI-6
MeCPI-2
MeCPI-1
/ou durante a morte celular programada (PIROVANI et al., 2010; DIAZ MENDOZA et
al., 2014), e/ou contribuir para a defesa das plantas pela inibição de proteases exógenas
WAR et al., 2012; PANDEY et al., 2016; ZUST E AGRAWA; 2017). Já que se
uma ou duas Glicina (G) na parte amino-terminal da molécula e o site reativo QxVxG
terminal, este está ausente nas MeCPI-4 e MeCPI-5 (Figura 2) e presente nas demais.
Arabdopsis, Arroz e cevada (MARTINEZ et a/., 2005a). Uma vez que substituições no
mandioca, três isoforma, estão predidas para atuarem no interior da célula, enquanto que
as outras seis isoformas, provavelmente são exportadas para fora da célula (Tabela 1.).
Indicando assim possível potencial das isoformas exportadas para o meio extracelular
das PhyCys tem uma massa molecular entre 12-16-KDa, porém já foram descritas
PhyCys com massa molecular estimada superior como a de soja (26 KDa), morango
(26,39 KDa), TcCYS4 de cacao (22,84 KDa) e inhame (29 KDa). A diferença se deve
não possui similaridade de seqüência com as cistatinas, ao invés disto, em alguns casos
grupo II podem ter possíveis papeis: (1) A região C-terminal de fitocistatina de inhame
(CeCPI) mostrou uma baixa capacidade de inibir Papaína (WANG et al., 2008); (2) um
têm duas regiões principais separadas espacialmente em dois lobos, de acordo com os
seqüências MeCPI-3 e MeCPI-4 sugeri que essas duas proteínas pertencem ao grupo II
em mandioca, atuando sobre proteases do tipo papaína (CIA) com a região amino-
Figura 3. Modelo estrutural das fitocistatina da mandioca. As setas indicam o domínio cistatina. o qual é
formado por três motivos proteicos conservados: um resíduo de glicina na região amino-terminal; o
motivo QxVxG; e um triptofano (PW) na região carboxi-terminal. sendo que. estes dois últimos motivos
estruturais localizam-se no primeiro e segundo loops entre as folhas-f da estrutura terciãria.
desta proteína têm uma única região, de acordo com os domínios inibitórios preditos
(Figura 4.). Esta por sua vez pode ser um inibidor de proteases cisteínicas em mandioca,
pertencentes ao grupo II, demonstrando assim potencial para atuar sobre proteases do
tipo papaína (CIA). Estrutura similar já foi descrita para uma fitocistatina de inhame
identificadas com potencial para inibir o crescimento de patógenos de plantas />? vitro
al., 2014), portanto, estas fitocistinas podem desempenhar papel semelhante. Podendo
radicular nas raízes de mandioca. Uma fitocistatina de mandioca foi identifica por
deterioração pós colheita acesso número DT883603 e este mesmo gene teve sua
MeCPI-5 tem 100% de similaridade com o acesso DT883603, sendo este portanto um
Phytophythium sp.
114
Figura 4. Análise filogenética de cistatinas vegetais (destacado em rosa) e animais (destacados em azul). (A) Análises evolutivas foi realizada usando o software Molecular
Evolutionly Genetics Analysis (MEGA). versão 7.0 (. usando o método Neighbor-Joining.. A porcentagem de árvores replicadas em que os taxons associados agrupados no
teste bootstrap (10000 replicacas) são mostrados ao lado dos ramos. As seqüências utilizadas para comparação com as fitocistatinas de Manihot esculenta foram: Anolis
carolinensis ( número de acesso - XM_003220026.3). Crotalus horridus ( número de acesso - GBKC01000883.1). Theobroma cacao (TcCYS - Número de Acesso
KM361432 ; TcCYS 2 - Número de Acesso KM361433; TcCYS 3 - Número de Acesso KM361434 e TcCYS 4 - Número de Acesso KM361435). Colocasia esculenta
(CeCPI - Número de Acesso AF525880) e Hevea brasiliensis ( HbCPI - Número de Acesso FJ850964). (B) Alinhamento esquemático das seqüências de aminoácidos
deduzidas caixa verde escura destacandoo resíduo G / GG na seqüência N-terminal. o motivo semelhante a LARFAV. uma região conservada encontrada em todos os PhyCys.
a seqüência QXVXG na parte central e a seqüência P / W / PW na extremidade C-terminal. A caixa verde claro representa extremidade C-terminal de PhyCys do grapo 2 e o
domínio SNSL está destacado. O pepüdeo sinal previsto (SP) é indicado na caixa vermelha.
| cassava | MeCPI-3
O Taro □ MeCPI-4
■ A TCCYS-4 ■ "TflBFÃÜ- QVVflG PW
A Cocoo
m/\ TcCYS-2
Rubber látex
O CeCPI
_□ MeCPI-6
O HbCPI
■A TcCYS-1
./\ TcCYS-3 [ GG LARFAV QVVSG PW ■
. S MeCPI-7 I G LARFAV QVVAG PW 1
*□ MeCPI-5 GG IGKFAV QWSG P ■
□ MeCPI-9 [ GG IGEYAV QVVSG W m
■ □ MeCPI-8 [ GG IGEYAV QVVSG W m
■ □ MeCPI-2
.■ MeCPI-1
' Q C. horridus
■ V A. carolinensis E
V Anolis Verde ( [Wald-Klapperschlanfie
B
acordo com o relatado para outras espécies estudas tais como Arabidopsis e arroz
observamos que quatro não apresentam íntron, assim como observado em oito seqüências de
observado para as seqüências MeCPI-3 e MeCPI-4, com quatro éxons e três íntrons é o
mesmo observado para uma proteína de arroz (OC-XII) e duas de Arabidopsis (AtCYS-6 e
AtCYS-7). O padrão da seqüência MeCPI-7 com três éxons e dois íntrons não foi observado
em arroz e em Arabidopsis. O padrão observado para MeCPI-6 com um intron e dois exóns é
o mesmo observado para três proteínas de arroz (OC-I, OC-II e OC-III) e três de Arabidopsis
(AtCYS-1, AtCYS-2 e AtCYS-3) (MARTINEZ et al., 2005a) (Figura 5). Nas seqüências de
mandioca que apresentam íntron podemos observar que o primeiro íntron está localizado entre
o motivo conservado LARFAV e o sítio ativo QXVXG, e os demais após este sítio, este
padrão também foi observado em arroz, Arabidopsis e cevada (MARTINEZ, et al., 2005a)
Figura 5. Organização genômica dos genes de cistatinas de mandioca. Os éxon são indicados pelos boxes e os
íntrons pelas linhas. O tamanho dos íntrons estão informados abaixo da linhas em pares de bases (pb). O motivo
LARFAV e os três motivos envolvidos na interação com suas proteinases alvo (um G próximo a região N-
terminal N. motivo QxVxG no loop central e um W conservado na região C-terminal) são representados nos
boxes hachurados e pretos, respectivamente. Também é mostrado o domínio SNSL encontrado na extremidade
C-terminal de PhyCys do grupo 2 indicado pelas caixas cinza.
Nome do N0 de
Predição da estrutura da sequeneia genômica
gene Aminoácidos
MeCPI-l 122
MeCPI-2 134
MeCPI-6 101
323 pb
MeCPI-l 6388 pb 195
497 pb
MeCPI-Z 111
MeCPI-9 111
Fonte: Este estudo
116
6.4 Conclusões
-Família de fitocistatinas da mandioca possui 9 isoforma, nas quais foram possíveis identificar
- Dos nove genes analisados três pssuem localização predita para o interior da célula enquanto
seis são provavelmente extracelulares, podendo assim atuar contra proteases de patógeno.
duas proteínas podem atuar na inibição de papaína e legumainas e as outras sete possuem
- A análise da organização genômica permite concluir que cinco seqüências não possuem
introns e que quatro possuem e dentre as que possuem o primeiro intron está localizado senpre
- A análise das seqüências indicam que estas podem atuar em diferentes processos celulares,
Referências
ABE, K.; EMORI,Y.; KONDO, H.; SUZUKI, K.; ARAI, S. Molecular cloning of a cysteine
proteinase inhibitor of rice (oryzacystatin). Homology with animal cystatins and transient
expression in the ripening process of rice seeds. Journal Bíologícal Chemistry, v. 262, p.
16793 - 16797, 1987.
ALTSCHUL, S. F.; MADDEN, T. L.; SCHA FFER, A. A.; ZHANG, J.; ZHANG, Z.;
MILLER, W.; LIPMAN, D. J. Gapped BLAST and PSI-BLAST: a new generation of protein
database search programs. Nucleic Acids Research, v. 25, n. 17, p. 3389-3402, 1997.
BOARI, A. J., QUADROS, A. F. F., CUNHA, E. M., FERNANDES, A. F., & BARRETO, R.
W. First report of Phytopythium sp. causing storage root rot and foliage blight of cassava in
Brazil. Plant Disease, https://doi.org/10.1094/PDIS-09-17-1449-PDN, 2018.
BRIESEMEISTER, S.; BLUM, T.; BRADY, S.; LAM, Y; KOHLBACHER, O.; SHATKAY,
H. SherLoc2: a high-accuracy hybrid method for predicting subcellular localization of
proteins. Journal of proteome research, v. 8, p. 11, p. 5363-5366, 2009.
FOSSUM, K.; WHITAKER, J. R. Ficin and Papain from Chicken Egg White. Archives of
Biochemistry and Biophysics, v. 125, p. 367-375, 1968.
HUNTER, S.; APWEILER, R.; ATTWOOD, T. K.; BAIROCH, A.; BATEMAN, A.; BINNS,
D.; ... FINN, R. D. InterPro: the integrative protein signature database. Nucleic acids
research, v. 37(suppl_l), D211-D215, 2008.
LIMA, A. M.; dos REIS, S. P.; de SOUZA, C. R. Phytocystatins and their potential to control
plant diseases caused by fungi. Protein Peptied Letters, v. 22, n. 2, p. 104-111, 2015.
118
MARTINEZ, M.; DIAZ, I. The origin and evolution of plant cystatins and their target
cysteine proteinases indicate a complex functional relationship. BMC Evolotionary Biology,
v. 8, doi: 10.1186/1471-2148-8-198, 2008.
NIELSEN, H.; KROGH, A. Prediction of signal peptides and signal anchors by a hidden
Markov model. Proc Int Conf Intell Syst. Molecular Biology, v. 6, p. 122-130, 1998.
PANDEY, D.; RAJENDRAN, S. R. C. K.; GAUR, M.; SAJEESH, P. K.; RUMAR, A. Plant
defense signaling and responses against necrotrophic fungai pathogens. Journal of Plant
Growth Regulatíon, v. 35, n. 4, p. 1159-1174, 2016.
RAWLINGS, N.D.; BARRETT, A.J.; FINN, R.D.; Twenty years of the MEROPS database of
proteolytic enzymes, their substrates and inhibitors. Nucleic Acids Research, v. 44, D343-
D350, 2016.
SANTANA, L. S.; COSTA, M.; PIROVANI, N. M.; ALMEIDA, A. F.; AL VIM, F. C.;
PIROVANI, C. P. TcCYS4, a cystatin from cocoa, reduces necrosis triggered by MpNEP2 in
tobacco plants. Genetic Molecular Research, v. 13, n. 3, p. 7636-48, 2014.
WANG, K. M.; KUMAR, S.; CHENG, Y. S.; VENKATAGIRI, S.; YANG, A. H.; YEH, K.
W. Characterization of inhibitory mechanism and antifungal activity between group- 1 and
group- 2 phytocystatins from taro (Colocasia esculenta). The FEBS journal, v. 275, n. 20, p.
4980-4989, 2008.
WAR, A. R.; PAULRAJ, MG; BUHROO, A. A.; AHMAD, T.; HUSSAIN, B.;
IGNACIMUTHU, S.; SHARMA, H. C. Mechanisms of plant defense against insect
herbivores. Plant Signal Behav v. 7, n. 10, p. 1306-1320 , 2012.
ZUST, T.; AGRAWAL, A. A. Trade-Offs Between Plant Growth and Defense Against Insect
Herbivory: An Emerging Mechanistic Synthesis. Annual Review Plant Biology, v. 68, p.
10.1-10.22,2017.
CONCLUSÕES GERAIS
envolvidas na resposta de Manihot esculenta Crantz ao patógeno Phytopythhim sp. Dos nove
genes identificados sete tem potencial para contribuir no melhoramento genético de mandioca
características desta família. Destacando o potencial delas no controle de doenças tais como
obter mudas em quantidade e qualidade suficiente para realizar estudos que visem elucidar os
- A inoculação utilizando solo infestado com areia e fubá foi eficiente para reproduzir em
ANEXOS
122
ANEXO I
Abstract Cassava (Manihot esculenta Crantz) is one of abiotic factors affecting the production of crops worldwide,
lhe mosl imporiam tropical crops showing lolerance to lhe MeTCTP gene could be a candidate gene for generation
abiotic stress and adaptations to a wide range of environ- of salt toleram crops.
mental conditions. Here, we aimed to isolate and charac-
terize the full-length cDNA and genomic sequences of a Keywords Cassava ■ TCTP Abiotic stress ■ Salt stress
cassava translationally controlled tumor protein gene response ■ Gene expression ■ Heteroíogous expression in
(MeTCTP), and evaluate its potential role in response lo bactéria Semi-quantitative RT-PCR
salt stress. The MeTCTP full-length cDNA sequence
encodes for a deduced protein with 168 amino acid re.si-
dues, with theoretical isoelectric point and molecular Introduction
weight of 4,53 and 19 kDa, respectively, containing two
putative signatures of TCTP family and one site for Translationally controlled tumor protein (TCTP) was firstly
myristoylation, The MeTCTP genomic sequence includes described as a protein related to growth in many tumoral
four introns and five exons within a 1,643 bp coding cells, when their mRNAs are stored as mRNA/protein
region, and a 264 bp partial promoter sequence containing complexes translationally inactive-niRNP [1],
severa] putative m-acting regulatory elements, among Despite TCTP was firstly identified in mouse sarcoma
them, two putative GT-! motifs, which may be related to ascites cells [1 ], it is not a tumor-specific protein, being also
response to sodium chioride (NaCl) and pathogen infec- found in normal cells and widely expressed in eukaryotes [2-
tion. Semi-quantitative RT-PCR assays showed that MeT- 6], Also, it is known that TCTP expression is regulated at both
CTP transcripts were higher in roots than leaves, and were the transcriptional and translational leveis [4, 7J. Neverthe-
significantly increased in detached leaves treated with less, there is no description of this gene in prokaryotes [8].
NaCl. Furthermore, the recombinant MeTCTP conferred a Most studies have reported that TCTP is related to
protective fiinction against salt stress in bacterial cells. We proliferation and growth cell, since it is found to be highly
report for the first time lhe molecular cloning and charac- expressed in proliferating and physiologically active tis-
terization of a cassava TCTP with potential role in salt- sues [3, 9, 10J. TCTP is a key component of the TOR
stress response. Since salinity is one the most importam signaling pathway (target of rapamycin), an importam
growth regulator in animais, fungi and plants [11-13].
Studies show that among the molecular funetions of TCTP,
Fdectronic supplementary material The online version of ihis it is a calcium-binding protein [7, 14] and also a lubulin-
article {doi:10.1007/sl 1033-014-3028-6) eontains supplementary
material, which is availabte to authorized users. binding protein that associates with microtubules [15],
There are few studies reported in plant TCTPs in com-
A. B, Santa Brígida ■ S. P. dos Reis • C. de Nazaré Monteiro parison to animal TCTPs. Some authors have reported
Costa ■ C. M. Y. Cardoso ■ A. M. Lima ■ C. R. B. de Souza (El) changes in TCTP transcript or protein leveis under various
Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Guamá, Belém. PA 66075-110, Brazil environmental conditions, such as darkness [16], toxic
e-maü: bsouza@ufpa.br aluminum stress [17], water déficit and salinity [18, 19],
ô Springer
124
ANEXO II
ANEXO III
Molecular Àpproaches
Edtlors
T\
r -■
rmSL
uillii;
Cllllh»
/
CRC Pfíw
I^h fe-i:r
K M-M* >UH
128
o r- -r- 'J"j
■S) I I s,t- 5P CJ ÍU x~v C>C ^ ^Q ■íC!; si- ~^ O,
or r * o O Jr
> íiO -2 -i ^ í 2 ® o o — c :X
"O RI .jÇ s; ^ Ci ■P dRI^ •-^x
t; s íí ^ T —3 dX-V r 3 ür-
2; tu -1-
», ra 0 ^ % sC
5t: O2"-. 5 x "" t!
3.^ -.
RS OJ
SC c c' 2 o c "o H * %
a c o, 5ioj oj> 5 ^ — tu '75
^ Ou ^ ^ S ui
c •- /i £
o 5 t; ? -o > * sz S
5 -oir- a i— ^c 5 nl OJv SQ-^
rn
♦J
_5<— «RI z z Õ * £ -4 £ / =<
. u ^ ^ s r eu í! / M \ / = =Q
a> — 5 o-
i C/VI5 ç s d < ;ô/i .-rí _2 OJ
o _ > C l ã \« . s
u d 2 5 - — >.
>1
p. ~K % to vií/5 O Cu-z: os \' Q
00 bi ^ 3 âí £ ^ í -ê £
aT-Q -^ _C - HJm CJS -fc- II ^ a
£ 1 ^ oC
^
«1 to 50 "cc uS H 3 ^ ^ 2?t o
OJ u fi <y ' o
JT .OJ P c ■- - +Z r~ SC o U O
us R; -d o $ .5 £ £ r-
(N ■-
Ü'5 t r: dQj" O y.p£L ^O«
> ' ir se
5 P S 3 — "p r,-^ ^ ^ ■ - ç
to : ôj
^ cL x C Ü O ^x £ cx, -= X
í
RJ 3 -a s
f\ f JZ i! 5 c ^ ~ 'u
CJ 01 rd O £^ — 07
c >s_C S 00 C
c C r*: S tu ur-,
o
& SC ^ ^ >. £ u tr jo s ^ a - xo S
§
r-J
5 ,£ f 5 Só St ^ ? ^ RI r —
U s ^ r-o fc R-- «>. _
3 CO rí o "5 o h 3 ■&• 4- > xX 3- r ^ t =d
U £
O ã á
.2 o
^
—; ti. 3 ~G5 X»g £ O2 -S 73
Vt -5 Ã
oc ^ ^ "O X 3
-ag <íx C ~ d,
£ .£ í; = X: C3 Xm 03p 'C O X1/ IN
CM
£
X'1/ ao - ôic =
•2
•35
—J
(0 ^2 I c | ■£ g 2 g3 3 ü 5 ^c 33^ o»
4J u Ê m sr. «s 115
§: "X SR S i G pC ■£O
c § ^£ SP £ 1 s « = x•y ££ á
"a
c « 3 < ^d Oi£
CD ggbcifs:' " U
nj >U i/io
nT w "3 2 -S 1 S -5! U 2 l^' "to -
LL C/3 1
i * f
•o £
P-xP JS br ow.?" —r~c- eu^C- --)-0y Ct-! 3c ^ . « cg C£
-ng .bc cd£13 73 131;u 00'50 tj y? o
.E 2! I? I ÔJ•dSjbO^-pfOíTC .o OPy- "■
aa, _S /« g ^ 3
S
0 ^ I
2I ugoÕTÍ-HXSg ^ ^ BC .2
.i- O | S3 aioi cLa ac 3
^ d= -C cx..2 ■£ 0
T3 03 S ^ | ^ J; S C
"a ^ | h C u-iC £U3 õi5C 2J -t;1-1o _x^
P~* '-«-0 —
£ T3 C ^ "G o
u RI ,
CO S ^ ^ ^ I < d —= á. ^S ^-5 -ííCd -ãcr ° _r*> >1
-c, ^3 cs •n <c 03^
3 ÍÍ >
i5 "S OJ .ío £- "£X> .2'c-j T:Nc 'rt
33 CO cL c G
,C 'd J c/j 71
3 C/D ns | CQ iPS £ .2 C eu íc> -5d '-m CS BC
CQ $ < ■o MT ÔU a>
i/ -U £
cn ÍL v "3 <— --- ,1 -5'Jl—& " t! 3 {/ "d: ir BC
- .c I XfiáCjJ-xâ ÓÍô0 01^ "ÍRd j_.G 0»c OI5 *3cd
^ a5 Oi £ a % 2 è Oi á ®
DC T3 Cd ^íU 5)OCd 3y75 -Co XtC3 -3ü— U
^ OC |£|1 S _2
X•X >, 5'J .3r- ç^ 3G•j CJ?* a»í p— 0;BC- b 3tj --^ ii
H -Ci
0 Ç -8 X •- íl, a; £ v 75 CJ ôO eu c
X .S t2 P 2 £ "dJjfeu *reu £euCO .du^ "b!Õ>■- _2Kn 3" "d
0 O r X "3
C -c g S-I O -o 3 BC £2
Cd > i
0 ' ra « 3j O 0 £ J" -—■ £X ^
c
a: ^1^3 X x x x tfí 3:
0 .0 I S M 2
ã 5 a o x P X .5 .E X O X - 5i O-X X ~ 3 3,
>
-r»j
111 s
2 ã tí Ú
129
ANEXO IV
The license for this PDF is uniimited except that no pait of this digital documenl may be
reproduced. stored in a retneval system or transmitted commercially in any fonn or by any
means The publisher has taken reasonable care in the prepaialion of this digital documenl
but makes no expressed oi ünplied warranly of any kind and assumes no responsibiüty for
any errors or omissions. No Uability is assumed for incidental or consequential damages in
conncction with or arising out of infonnation contained hcrcin. This digital documenl is sold
with the clear understanding that the publisher ís not engaged in rendering legal, medicai or
any other professional services.
Chapter 3
Pathogens Control
Abstract
Plants are frequently exposed to adverse conditions that affects the crop production.
mainly when are submitted to pathogens attack such as vírus, bacterial or fungai. Like
animais, plants have au iuuate immuuity system composed by two defense layers at
cellular and molecular levei against patliogens attack. The first layer of the immune
system is composed by extracellular surface receptors. Tliese are transmembrane
receptors or patteni recognition receptors (PRR s) that recognize pathogen-associated
molecular patfems (PAMPs). When the pathogens overcome the first layer, the second
layer is activated. composed by genes that encode resistance proteins which recognize
highly variable pathogeu molecules called avirulence (Avr) effectors. Other molecules
involved in defense against pathogen are vegetabie proteins, such as lectins, peroxidases
and Pathogenesis-Related proteins (PRs). Ali these biomolecules are of great
biotechnological iuterest in plants breeding program. The molecular cloning allows us to
study them deeply. by providing pure samples of genes that cau be expressed later. It is
possible due to rapid growtli of bacterial, producing large amounts of identical DNA
fragments wliich alone have no capacity to reproduce themselves. Once a gene has beeu
cloned there is a lot of infonnation that can be obtained about the structme and the
expression of that gene, The popularization of cloned fragments has stiraulated the
improvement of methods for studyíug genes, with new approaches being used along the
CluptLT 4
Siriih ]3irliu iIiin HeLi. Unrvid >Iíi ri| mí-.. .UirH1 Mfilfii- l.Lnu
.1111] lljutLLi ti* Simjlu
-l.l lntn>duftichn.
, ,
{jnm'l}i jnJ duvclupcnunl uf fljnlN cjji be ní^luluijrüly inllnunc^d by .L r:il
■:ri . irniniiL'!! :;il ÍJLbm. A ii>:iii l Ihcm. úmuubL ls oiil of lhe nuin jlucitÍL fjulLin-
- 1
b^CLiJif jpLbi