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SALSA

Nome Científico: Petroselinum crispum  (Mill.) Fuss

Família botânica: Apiaceae

Sinonímias: Apium petroselinum L., Apium crispumMill., Petroselinum vulgare Lag., Wydleria


portoricensis DC., etc.

Nomes populares: salsa, salsinha, salsa-de-cheiro, salsa-das-hortas, cheiro-verde, salsa-


cultivada, perejil(Espanha, Argentina), Petersilien (Alemanha), etc.

Origem ou Habitat: A salsa é originária da Grécia e da Ilha de Sardenha, com distribuição pela
região mediterrânea, norte da África e sudoeste da Ásia. É muito cultivada nas zonas temperadas de
todo o mundo.

Características botânicas: erva anual ou bianual, ereta, perenifólia, aromática, medindo de


15-90 cm de altura. Raiz carnosa e bem desenvolvida. Folhas pecioladas, compostas pinadas, de
formas variadas dependendo da cultivar ou variedade, de 3-10 cm de comprimento. Flores
pequenas, amarelo-esverdeada, reunidas em umbelas terminais dispostas acima da folhagem. Os
frutos são aquênios, muito pequenos, medindo 2 mm de comprimento por 1-2 mm de largura,
circular, de cor verde grisáceo. Multiplica-se por sementes. 

Partes usadas: frutos (confundidos com sementes), folhas e raiz.

Uso popular: Esta planta é considerada a erva condimentar mais usada na culinária em todo o
mundo, havendo hoje dezenas de cultivares e variedades das mais diferentes formas e tamanhos de
folhas. 
Na medicina tradicional é considerada diurética, emenagoga, sedativa, emoliente e antiparasitária. 
Usos etno-medicinais: a infusão das folhas ou sementes é usada em casos de tosse, catarro,
bronquite, transtornos menstruais, nervosismo, reumatismo, gases, cistite, edemas, cólicas
intestinais e como galactagogo. Externamente é empregado para combater lêndeas e piolhos do
couro cabeludo. 
Em Cuba a decocção ou mastigação das folhas é empregada para tratar disfonia e para fortalecer as
cordas vocais, enquanto que a decocção da raiz é usada como abortivo. 
Na Europa, empregam-se as folhas e talos frescos cortados e macerados com vinagre, na forma de
cataplasma para favorecer a cicatrização de abcessos, feridas, chagas, úlceras e eliminar manchas da
pele. 
No Marrocos, a decocção de raízes de salsa e malva (Malva sylvestris) é empregada em casos de
nefrite, e a infusão das folhas de salsa é usada como agente anti-hipertensivo em cistite. 
Na Turquia, a salsa ou perejil, é indicada para diabetes. 
Em muitos países é costume mastigar folhas de salsa para eliminar o mal hálito produzido pela
ingestão de dentes de alho, cebola, etc. 

Composição química: Óleo essencial- sementes (2-7%), folhas (0,05-0,3%), raiz (0,1-0,5%):


apiol, miristicina, tetra-metoxi-alilbenzeno, p-mentadienos (aldeídos), p-metil-acetofenona, cetonas,
1,3,8-p-mentatrieno, 1-metil-4-isopropenilbenzeno, alfa-pineno, beta-pineno, beta-mirceno, beta-
ocimeno, beta-felandreno, p-terpineno, alfa-terpineol (monoterpenos), cariofileno, alfa-copaeno
(sesquiterpenos), linalol, carotol (alcoóis terpênicos), petrósido (glicosídeo monoterpênico). 
Flavonóides: nas folhas e sementes: glicosídeos de apigenina e luteolina (apiína, luteolina-7-apiosil-
glicosídeo. Na raiz predomina apiína. Exclusivo nas folhas a apigenina-7-glicosídeo e a luteolina-7-
diglicosídeo. 
Furanocumarinas - sementes, folhas e raiz (traços): bergapteno, xantotoxina, oxi-peucedanina,
psoraleno, imperatorina, isoimperatorina, isopimpinelina, 8-MOP(methoxypsoralen). 
Outros compostos: ácido petroselínico (óleo fixo), óleo-resina, provitamina A, ácido ascórbico,
vitaminas do complexo B (nas partes verdes).(Alonso, 2004)

Composição nutricional por 100 g de folhas: calorias 60; proteínas 4,4 g; carboidratos 9,8
g; fibras 4,3 g; água 81,9 g; sódio 33 mg; potássio 1.000 mg; cálcio 245 mg; fósforo 128 mg;
magnésio 41 mg; ferro 8 mg; flúor 0,10 mg; retinol 1,2 mg; vitamina B1 0,14 mg; vitamina B2 0,30
mg; niacina 1,4 mg; vitamina C 166 mg; zinco 900 mg; cobre 520 mg; cromo 7 mg; selênio < 100 mg .
(Alonso, 2004) 

Ações farmacológicas: Além de ser considerado nutritivo pelo seu conteúdo em minerais e


vitaminas, possui ação diurética, estrogênica e antioxidante. 

Interações medicamentosas: Referências principalmente ao óleo essencial.


A salsa possui alto conteúdo de vitamina K que pode antagonizar drogas anticoagulantes, se tomado
mais de 10 gotas do óleo essencial ao dia. 
A atividade diurética da salsa pode requerer um ajuste nas doses das drogas anti-hipertensivas.
OBS.: muitas interações e efeitos adversos podem acontecer com o uso abusivo e crônico do óleo
essencial da salsa. 

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo essencial principalmente por sua composição em apiol,
miristicina, bergapteno e xantotoxina pode ser tóxico. Quantidades superiores a 10 gotas de óleo
essencial ao dia pode resultar em aborto, em doses mais elevadas produz intoxicação do fígado,
lesão nos rins, diarreia, vômito, alterações do ritmo cardíaco inclusive paralisação e morte. Outro
componente tóxico do óleo essencial, a miristicina, afeta o sistema nervoso central e pode produzir
convulsões. A xantotoxina e o bergapteno são fototóxicos que reagem em contato com a luz
produzindo lesões na pele.
ATENÇÃO: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa,
recomendamos não utilizar este produto, aproveitando as outras preparações para conseguir os
efeitos benéficos desta planta. 

Contra-indicações: O óleo essencial é contra-indicado na gravidez e lactação, e em pessoas com


insuficiência renal. Aplicações externas, como o cataplasma, é contra-indicado em pessoas com
histórico de alta sensibilidade cutânea.

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher (chá) de frutos ou 1 colher (sopa) de folhas para
cada copo(250 ml) de água fervente. Tomar dois copos ao dia. 
Óleo essencial: duas gotas em 1/2 copo de água, 2x ao dia.

Observações: Dada a periculosidade que pode resultar a ingestão do óleo essencial de salsa,


recomendamos não utilizar este produto na forma de óleo essencial, aproveitando as outras
preparações para conseguir os efeitos benéficos desta planta. 

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.


LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto
Plantarum, 2008.
http://www.botanical-online.com/toxicidad_del_perejil.htm - acesso em 27 de janeiro de 2013. 
http://www.tropicos.org/Name/27900127 - acesso em 26 de janeiro de 2013

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