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AROEIRA

Nome Científico: Schinus terebinthifolia  Raddi

Família botânica: Anacardiaceae

Sinonímias: Sacortheca bahiensis Turcz., Schinus mellisii Engl., Schinus mucronulata Mart.,
Schinus terebinthifolia var. damaziana Beauverd, Schinus terebinthifolia var. raddiana Engl.(4)

Nomes populares: Aroeira, aroeira-branca, aroeira-da-praia, aroeira-do-brejo, aroeira-do-


campo, aroeira-do-paraná, aroeira-mansa, aroeira-negra, aroeira-pimenteira, aroeira-precoce,
aroeira-vermelha, aguaraíba, bãlsamo, cabuí, Cambuí, coração-de-bugre, corneíba, fruto-de-raposa,
fruto-de-sabiá(4), coração-de-bugre(7).

Características botânicas: “Árvore mediana com 5-10 m de altura, perenifólia, dióica, de copa
larga e tronco com 30-60 cm de diâmetro, revestido de casca grossa. Folhas compostas
imparipinadas, com 3 a 10 pares de folíolos aromáticos, medindo de 3 a 5 cm de comprimento por 2
a 3 cm de largura. Flores masculinas e femininas muito pequenas, dispostas em panículas
piramidais. Fruto do tipo drupa, globóide, com cerca de 5 cm de diâmetro, aromático e adocicado,
brilhante e de cor vermelha, conferindo às plantas, na época da frutificação, um aspecto festivo.
Ocorre ao longo da Mata Atlântica desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Pode ser
cultivada a partir de sementes ou por estaquia.”(4)

Uso popular: As cascas em decocção em banhos de assento são usadas principalmente por
mulheres por vários dias após o parto como antiinflamatório e cicatrizante(4), além de serem
indicados para reumatismos, artrite, distensões, dores e fraquezas musculares, ciática e inflamações
em geral.² As preparações feitas com suas cascas podem ser usadas no tratamento tópico de
ferimentos na pele e das mucosas em geral, infectados ou não, nos casos de cervicite e hemorróidas
inflamadas, e inflamações das gengivas e da gargantas na forma de gargarejos, bochechos e
compressas feitas com o cozimento.4 A casca é também utilizada no tratamento de doenças dos
sistemas urinário e respiratório, hemoptise, hemorragia uterina, azia, gastrite(4) como depurativa,
febrífuga, no tratamento de afecções uterinas(7) e para uso local em menorragia e leucorréia(5). A
decocção da entrecasca é utilizada em uso interno para tosse, , diarréia e reumatismo(5). As folhas e
frutos são adicionados à água de lavagem de feridas e úlceras(4). Na região do Vale do Ribeira(SP), o
macerado das folhas em aguardente é usado externamente como cicatrizante, analgésico e contra
coceiras(7). A infusão das folhas é usada internamente contra reumatismo(4) e a mastigação das
folhas frescas é indicada como cicatrizante e para gengivites(7). Ferver a aroeira com folha de batata
é indicado para gargarejos em problemas de afecções das cordas vocais.² Outras indicações
medicinais incluem seu uso como tônica, diurética, estimulante, analgésica, adstringente(7),
hemorragia/sangramento, calafrios, gripes, resfriados, conjuntivite, hemoptise, ¹ Os frutos são
usados como substitutos de pimenta, vendidos como “pimenta-rosa”.¹ Além dos usos medicinais,
fornece madeira para mourões, lenha e carvão, e é amplamente cultivada na arborização de ruas e
praças(4).

Composição química: “[...] alto teor de tanino, biflavonóides e ácidos triterpênicos nas cascas e
de até 5% de óleo essencial formado por mono e sesquiterpenos nos frutos e nas folhas. Em todas
as partes da planta foi identificada a presença de pequena quantidade de alquil-fenóis, substâncias
causadoras de dermatite alérgica em pessoas sensíveis(4).” Os principais componentes do óleo
essencial das folhas foram α-pineno, β-mirceno, ∆-2-careno, p-cimeno e limoneno, e dos frutos
trans-carveol, carvacrol, limoneno glicol, elemol, óxido de cariofileno, 10-epi-γ-eudesmol, β-
eudesmol e α-eudesmol(6). Nas folhas da planta foram encontrados os seguintes minerais: cálcio
(2020 mg/100 g), cobre (1,11 mg/100 g), ferro (6,70 mg/100 g), magnésio (97,9 mg/100 g),
manganês (3,04 mg/100 g), zinco (2,26 mg/100 g) e sílica (0,2%).³

Ações farmacológicas: Antiinflamatória, cicatrizante, antimicrobiana para fungos e


bactérias(4), tônica, adstringente, anti-reumática(5), anticancerígena, antidepressiva,
antihepatotóxica, antiviral, afrodisíaca, digestiva, diurética.¹

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Podem aparecer fenômenos alérgicos na pele e mucosas; caso
isso aconteça, suspenda o tratamento e procure o médico o mais cedo possível(4). Os frutos podem
causar irritação do trato gastrointestinal.¹

Contra-indicações: Sugere-se o uso com moderação, evitando-se o uso prolongado, por tratar-
se de espécie com vários efeitos tóxicos(7). Não deve ser usada em gestantes, pois foi observado em
laboratório efeito de contração uterina.

Observações: A aroeira-do-sertão (Myracrodruom urundeuva) possui as mesmas propriedades e


pode ser usada da mesma maneira, para as mesmas indicações, em sua região de ocorrência mais
para o interior do país, enquanto a espécie descrita é mais acessível às populações do litoral(4).
Aroeira salso (Schinus molle L.) também é utilizada como medicinal e na culinária.

Referências:

1. DUKE, James A.; BOGENSCHUTZ-GODWIN, Mary Jo; OTTESEN, Andrea R. Duke’s Handbook of Medicinal
Plants of Latin America. [s. l.]: CRC Press, [2009?]. Pp. 610-612.
2. FRANCO, Ivacir João; FONTANA, Vilson Luiz. Ervas e Plantas: A Medicina dos Simples. 9 ed. Erexim-RS:
Livraria Vida, 2004. Pp. 124.
3. LOPES, Maria de Fátima Gomes et al. Estudo mineral de plantas medicinais. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS
MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE. MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife,
2000?]. Pp. 125.
4. LORENZI, Harri; MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova
Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. Pp. 63-64.
5. MATOS, F. J. Abreu. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC, 1997. Pp.
70-71.
6. SANTOS, Wellington Oliveira et al. Estudo comparativo dos constituintes químicos do óleo essencial das
folhas e frutos da aroeira da praia. In: SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL. 16, 2000, Recife-PE.
MAIA, Maria B. S. (pres. comiss. org.). Livro de resumos. [Recife, 2000?]. Pp. 144.
7. STASI, Luiz Claudio di; HIRUMA-LIMA, Clélia Akiko. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2
ed. rev. e ampl. São Paulo: UNESP, 2002. Pp. 344-350.

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