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POEJO

Nome Científico: Cunila microcephala  Bentham

Família botânica: Lamiaceae (Labiatae)

Sinonímias: Hedyosmos microcephalus (Benth.) Kuntze


Nomes populares: Poejo, poejinho.

Origem ou Habitat: Sul da América do Sul

Características botânicas: É herbácea, perene, muito aromática, que cresce em solos úmidos,
nas bordas de matas. Floresce e frutifica de setembro a dezembro. Possui talos decumbentes, de
aproximadamente 1 m. de comprimento, muito ramificados, com entrenós longos e pubescência
retrorsa. Folhas com 0,5-1,5 cm de comprimento por 0,2-0,8 cm de largura, oblanceoladas,
espatuladas ou suborbiculares, glabras ou com pubescência no dorso ao longo das nervuras e
pecíolo, inteiras na metade superior ou levemente crenadas ou serreadas. Flores subsésseis em
pseudocapítulos esféricos de aproximadamente 0,8 cm de diâmetro, axilares nas folhas superiores.
Bractéolas lanceoladas ou linear-lanceoladas, de margens hispídulas ou ciliadas. Pedicelos
pubescentes. Cálice de 2 a 3 mm de comprimento, tubuloso, levemente infundibiliforme, bilabiado,
pouco pubescente nas nervuras e glabro nos bordos, lábio superior de 1 - 1,5 mm de comprimento,
dentes deltóides, conatos até a metade de seu comprimento, lábio inferior de 1- 1,5 mm de
comprimento. Corola de 3 – 4,5 mm de comprimento, exteriormente pubescente, tubo de
aproximadamente 3 mm de comprimento, com pubescência interior mais densa na zona que
corresponde ao lábio superior que é levemente emarginado, o inferior tem 1,5 mm, geralmente
crenulado, com o lobo médio maior. Filamentos com 2,5 – 3,5 mm de comprimento, anteras
divergentes. Estaminódios ausentes. Disco bem desenvolvido, bordos com lobos pequenos. Estiletes
de aproximadamente 5,5 mm de comprimento. Ramo superior do estigma mais curto que o inferior.
Clusas de 0,5 – 0,6 mm de comprimento, ovóides, suavemente trígonas, pardo-amareladas. 

Partes usadas: Partes aéreas

Uso popular: Antiespasmódico, estimulante, aromático, digestivo, antifebril e em afecções


respiratórias (geralmente associado com guaco (Mikania laevigata ou Mikania glomerata). 

Composição química: Óleo essencial onde predomina: mentofurano (82,3 – 85,1 %), limoneno
(2,1 – 3,8 %), beta-cariofileno (3,3 – 3,9 %), 1,8 – cineol (0,7 – 1,3 %), germacreno ( 0,6 – 1,3 %), alfa
e beta- pineno (0,4 – 0,5 %), dentre outros. Derivados flavônicos: pentametoxiflavona
(desmetilnobiletin) e metoxiflavanona (metileriodictiol). (Flavonas e flavanonas e óleos essenciais.) 

Ações farmacológicas: Planta com poucos estudos de ação farmacológica

Efeitos adversos e/ou tóxicos: Esta espécie é muito utilizada na medicina popular do Sul do
Brasil, não havendo referências sobre intoxicações causadas por ela. No entanto a presença de
mentofurano ( que tem ação hepatotóxica), sugere cautela no seu emprego, até melhores
esclarecimentos. 

Posologia e modo de uso: Infusão- uma colher das de chá de planta fresca em uma xícara de
água , tomar até 2 xícaras ao dia durante até 2 semanas. Xarope – Na medicina popular é indicado
como expectorante, associado com o guaco (Mikania spp), agrião (Nasturtium officinale) e mel. 
Observações: Existem outras espécies chamadas de poejo: Cunila spp. e a Mentha pulegium cujo
principal componente é a pulegona. Outra espécie de poejo chamada "poejo-da-serra" com foto
abaixo.

Referências: 

ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus libros, 2004. 1360 p.

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