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ABACATE

Nome Científico: Persea americana   Mill.

Família botânica: Lauraceae

Sinonímias: Laurus persea L., Persea americana var. angustifolia Miranda, Persea americana var.
drymifolia (Schltdl. & Cham.) S.F. Blake, Persea americana var. leiogyna (S.F. Blake) Kelsey & Dayton,
Persea americana var. nubigena (L.O. Williams) L.E. Kopp, Persea americana var. toltec Popenoe.

Nomes populares: abacateiro, abacate (Brasil), aguacate, palta, avocado (Spanish), avocato
(Cuba), avocado, alligator-pear (English), "Hojas de Palta" (Peru), e li (pinyin, China), palta (English,
United States), kalawakat (Mexico, San Miguel, Tzinacapan and Xaltipan), pero avvocato (Itália),
avocatier, avocat (França), avokatbirnen (Alemanha).

Origem ou Habitat: América Tropical (Lorenzi e Matos). Segundo outros autores, Persea é
Africana(Scora et al.).

Características botânicas: árvore grande, de copa arredondada e densa, medindo de 12 a 20


m de altura; folhas ovais a elípticas, simples, com pecíolos finos, verdes escuras; inflorescências tipo
panículas densamente grisáceo-puberulentas ou séricas, flores andróginas ou hermafroditas,
pequenas, perfumadas, reunidas em racemos axilares e terminais, formadas na primavera e muito
procuradas por abelhas.

Partes usadas: folhas, frutos e sementes.

Uso popular: A polpa dos frutos, além de nutritiva devido aos teores de proteína, sais minerais e
vitaminas, é considerada na medicina tradicional como carminativa e útil contra o ácido úrico,
enquanto os chás obtidos das folhas, da casca e das sementes raladas são considerados úteis como
diurético, anti-reumático, carminativo, antianêmico, anti-diarreico e anti-infeccioso para os rins e
bexiga, além de estimulante da vesícula biliar, estomáquico, emenagogo e balsâmico.
A polpa em casos de caspa e prurido do couro cabeludo, associado com babosa (Aloe vera).
A casca do fruto moída é recomendada contra as verminoses.

Composição química:
Polpa dos frutos: ácidos graxos (oleico, linoleico, palmítico, esteárico, linolênico, cáprico e mirístico),
hidrocarbonetos alifáticos saturados, esqualeno, álcoois alifáticos e terpênicos, b-sitosterol,
fitosterol, lecitina, vitaminas A, B, D, E e K, aminoácidos e G.A.B.A., ferro, fósforo, tiamina,
riboflavina, niacina e ácido ascórbico. Outros elementos isolados são as persenonas A e B.
Flores: flavonóides (quercetin-3-O-ramnosídio, isoramntin-3-O-glicosídeo, cumaril-kaempferol, etc).
Sementes(caroço): sesquiterpenos (seychelleno, allo-aromandreno, b-selineno, valenceno, b-
bisaboleno, y-cadineno, b-bisabolol e epi-a-bisabolol e tetradecanal)(Resumos Q-027); ácidos
graxos(com abundante a-tocoferol), proantocianidina(biflavonil), hidrocarbonetos, derivados
esteroídicos e glicídicos, taninos, polifenóis e uma saponina.
Folhas: óleo essencial difere a composição segundo a variedade: (estragol, metil-chavicol, a-pineno,
b-pineno, metil-eugenol, cineol e limoneno); dopamina, serotonina, flavonóides (quercetina,
catequina, epicatequina e cianidina); abacatina (princípio amargo); persiteol, taninos, persina e
tiramina.
Córtex: principalmente taninos. Outros: ácidos málico e acético, carnitina, carotenóides, resinas, etc.
(Alonso, 2004).
Ações farmacológicas:
Destacam-se suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, antimicrobianas, diuréticas e
cosméticas, além de atividades imunomoduladora e antitumoral, essas em animais de laboratório
(Alonso, 2004).

Na França foi desenvolvida uma formulação com as frações insaponificáveis do abacate (Persea
americana) e da soja ( Glycine max), para o tratamento da artrose. Foi baseada na riqueza em
esteróis destas frações e de uma possível relação sobre o metabolismo do cálcio, similar a ação da
vitamina D (Magloire H., 1988 apud Alonso, 2004).

Em outro estudo onde participaram 264 pacientes que sofriam de osteoartrite (coxartrosis o
gonartrosis fémoro-tibial) constatou-se que a administração de uma cápsula de insaponificáveis de
abacate-soja de 300mg diários, produziu melhorias significativas em 70% dos casos. Mesmo assim,
100% do grupo de pacientes medicados com diclofenaco diminuíram a dose, em média, de 114mg
para 40mg diários (Maheu E., 1992 apud Alonso, 2004).
Em ratos o extrato hidroalcoolico reduziu a glicemia e melhorou o estado metabólico dos animais.
Em camundongos, a farinha de semente de abacate reduziu o colesterol total e o colesterol-LDL.

Interações medicamentosas:
Os pacientes que recebem tratamento antidepressivo com inibidores da mono-amino-oxidase
(I.M.A.O.)podem sofrer crises hipertensivas devido a tiramina. (Sapeika N., 1976 apud Alonso, 2004).

O consumo de 100 a 200g de abacate diários em pacientes que estão recebendo terapia
anticoagulante com warfarina diminui o efeito desta droga. Os pesquisadores desconhecem o
mecanismo desta interferência (Blickstein et al., 1991 apud Alonso, 2004), mas provavelmente deve-
se a vitamina K presente na sua composição química.

Efeitos adversos e/ou tóxicos:


Os frutos do abacate são, em geral, bem tolerados para o consumo humano. Existem relatos de
alergia associado ao látex.
As cápsulas de insaponificáveis de abacate-soja são bem toleradas, no entanto, longe das refeições
podem ocasionar regurgitações.
Existem evidências que o consumo de folhas de abacate podem ser tóxicas para animais, por
exemplo cabras (Alonso, 2004).

Contra-indicações: Não é recomendado a decocção das folhas do abacateiro para mulheres


grávidas, por ser abortivo (Alonso, 2004), melhor não usar em mulheres que amamentam.

Posologia e modo de uso:


Infusão: colocar 1 colher (sopa) de folhas ou flores picadas para 1 litro de água. Tomar uma xícara 3
vezes ao dia.(Martins, 2000)
Decocção com a semente: ralar o caroço e medir uma colher de sopa para meio litro de água.
Ferver, repousar e filtrar. Tomar duas vezes ao dia. Uso externo: compressas locais com a infusão ou
óleo, friccionar várias vezes ao dia. Cataplasma: tostar e moer o caroço do abacate, misturar o pó no
próprio chá e aplicar com gaze nos locais afetados (LIMA, 2000).
Fito-cosmético: o óleo é empregado na forma de cremes e loções.
Polpa do fruto: é usado sob a forma de alimento.
a dose da fração insaponificável do abacate com a fração insaponificável da soja é : abacate I.
100mg e soja I. 200mg - tomar um comprimido ao dia

Observações:
Usos etnomedicinais: Os indígenas Shuar do Equador trituram e maceram as sementes em
aguardente para o tratamento de picadas de serpentes; os Tikunas da Colômbia empregam a
decocção das folhas como hepatoprotetor; os Sionas-Secoya e os Quechua atribuem-lhe
propriedades contraceptivas; no México é frequente o uso da casca seca e moída do fruto como
antidisentérico e a infusão das folhas é aplicada para lavar feridas infectadas na pele; em Camerún
(África), a decocção das folhas e córtex é usada para hipertensão arterial e a infusão das folhas é
empregado como abortivo (Alonso, 2004).

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.

GUPTA, M.P. 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. Santafé de Bogotá, Colômbia: Programa Iberoamericano de
Ciencia y Tecnologia para el Desarrollo (CYTED), 1995. 617p.

LIMA, L.C.B. Hortifrutigranjeiros: guia completo. Porto Alegre: editora Sagra Luzzatto, 2000.

LIMA, C. R. et al. Anti-diabetic activity of extract from Persea americana Mill. leaf via the activation of protein kinase B
(PKB/Akt) in streptozotocin-induced diabetic rats.Plant Foods Hum Nutr., v.67, n.1, p.6-10, mar. 2012.
LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto
Plantarum, 2008.

MARTINS, E.R. et al. Plantas Medicinais Viçosa:UFV, 2000.

PAHUA-RAMOS, M. E. et al. Hypolipidemic effect of avocado (Persea americana Mill) seed in a hypercholesterolemic
mouse model. J Exp Ther Oncol., v.9, n.3, p.30-221, 2011.

PAUL, R. KULKARNI, P. GANESH, N. Avocado fruit (Persea americana Mill) exhibits chemo-protective potentiality
against cyclophosphamide induced genotoxicity in human lymphocyte culture. J Exp Ther Oncol., v.9, n.3, p.30-221,
2011.

SCORA, R. .W.; BERGH, B. The Origins and Taxonomy of Avocado (Persea Americana) Mill. Lauraceae. Acta
horticulturae, 1990. p.387-394.
Q-027 Sesquiterpenos no extrato hexânico do caroço do abacate, Persea americana Mill. In: XIV SIMPÓSIO DE
PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL, 1996. Florianópolis, SC.Resumos. Florianópolis: [s.i.], 1996.

http://www.tropicos.org/Name/17804462. Acesso em: 08 de março de 2012.

http://www.tropicalfruitandveg.co.uk/showpage.php?show=all&type=fruit&pn=1&pp=6. Acesso em: 08 de março de


2012.

http://fr.wikipedia.org/wiki/Fichier:Honeybee_(Apis_mellifera)_pollinating_Avocado_cv._Zutano_(Persea_americana)
_flower.JPG. Acesso em: 08 de março de 2012.

http://luirig.altervista.org/naturaitaliana/viewpics.php?title=Persea+americana. Acesso em: 08 de março de 2012.

http://www.actahort.org/books/275/275_47.htm> Acesso em: 12 de março de 2012.


J Ethnopharmacol. 2012 May 7;141(1):517-25. Epub 2012 Mar 26.

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