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01 Cará moela
Nome Científico
Dioscorea Bulbifera
Nomes populares
Cará do Ar, Batata do Ar
Origem
Oeste da África e Ásia tropical.
Descrição
Herbácea perene, trepadeira, com tubérculos subterrâneos maiores e túberas
aéreas (bulbilhos) em forma de moela.
Folhas simples, longo pecioladas, alternas, com lâmina cordada. Inflorescência em
racemos longos. No Brasil é cultivada em escala doméstica para a produção de
túberas aéreas.
Receitas
Purê. Cozinhe as batatas aéreas com casca. Escorra e descasque ainda quente e
amasse ou liquidifique com um pouco de leite. Doure alho, sal e demais temperos a
gosto no azeite. Acrescente o cará amassado e misture. Agregue creme de leite e
deixe reduzir um pouco. Sirva quente ou frio. Pode também ser feito com os
tubérculos subterrâneos.
Chip. Lave os tubérculos aéreos e cozinhe com casca. Descasque e corte em
rodelas finas ou em tirinhas e frite em óleo quente. Escorra e seque em papel
absorvente. Polvilhe com sal e ervas finas secas a gosto. Também pode ser usado
para o preparo de bolo, pão e sopas. Espécie rústica e resiliente, que pode substituir
a batata-inglesa nos trópicos, inclusive as usadas na maionese e possui potencial
para panificação.
Pão de cará-do-ar na panificadora. Use cerca de 200 g de tubérculos aéreos
cozidos. Triture com quantidade necessária de água, resultando em cerca de 2
copos medida. Coloque na forma da panificadora com 2 colheres (sopa) de
manteiga, 1 colher (chá) de sal, 3 colheres (sopa) de açúcar, 4 copos medida (720
ml) de farinha de trigo e 2 colheres (chá) de fermento biológico para um pão com
cerca de 900 g. Ovos são opcionais, mas fica mais nutritivo.
02 Almeirão Roxo
Nome científico
Lactuca canadensis L.
Nomes populares
Almeirão-do-mato, almeirão roxo.
Origem
Nativa da América do Norte. Considerada invasora nos EUA e Canadá. Encontrado
de norte a sul do Brasil.
Descrição
Hortaliça folhosa, anual, ereta, vigorosa, pode atingir 2,0 m de altura. Apresenta
folhas lanceoladas, por vezes lobadas ou repicadas, verde-claras lisas ou com
nervuras roxas (variegadas). Tem inflorescências em capítulos, flores amarelas e
sementes pretas.
As folhas macias são ricas em minerais, especialmente potássio e cálcio e boa fonte
de proteína e fibras, 18 e 30% em base seca, respectivamente. As folhas de plantas
novas são mais suaves e saborosas, podendo ser consumidas cruas. A forma de
consumo mais comum são folhas refogadas ou cozidas, preparadas com feijão e
arroz ou como recheio de bolinhos.
03 Gurumixama
Nome científico
Eugenia involucrata DC.
Nomes populares
Cereja, cerejeira, cerejeira-do-mato, pitanga-preta, gurumixama.
Origem
Endêmica da Mata Atlântica (Brasil)
Descrição
Espécie arbórea, perene, atinge altura próxima a 15 m.
Tronco reto, ramificação cimosa, casca com até 5 mm de espessura. Folhas
simples, filotaxia oposta. Flores hermafroditas, vistosas, melíferas. Os frutos são
bagas piriformes, lisas, glabras, de coloração verde quando imaturo, tornando-se
vermelho e cor-de-vinho tinto quando maduro, medindo de 1,3 cm a 2,3 cm de
comprimento.
Os frutos proporcionam alimentação para animais domésticos, principalmente
suínos. São próprios para o consumo humano. De coloração esverdeada, a polpa é
suculenta e agridoce. São consumidas in natura ou como ingrediente em receitas de
doces, geléias e licores.
A madeira tem cor branco-pardacenta, é compacta, elástica, muito resistente e de
boa durabilidade. Produz lenha e carvão de excelente qualidade. Em São Leopoldo
(RS) esta árvore é por Lei monumento municipal e patrimônio público.
Essa frutífera não deve ser confundida com a cerejeira-americana (Prunus
americana) e as japonesas (Prunus campanulata e Prunus serrulata), ambas da
família Rosaceae, nem com a cerejeira do Norte do Brasil (Amburana acreana,
Leguminosae), uma espécie madeireira.
04 Agrião
Nome científico
Nasturtium officinale R.Br.
Nomes populares
Jambu, agrião-da-água, berro, agrião-aquático, agrião do rio, agrião-da-fonte,
agrião-das-hortas
Origem
Europa, tendo se aclimatado bem no Brasil. É uma planta que se difundiu pelas
regiões temperadas de ambos os hemisférios, quer como planta cultivada quer
como assilvestrada, como ocorre em locais úmidos de inúmeros países.
Descrição
Planta perene, herbácea, rasteira, de caules relativamente compridos, tenros, verde-
claro com tonalidade levemente avermelhada; estriados, de secção poligonal que
enraízam com facilidade.
Folhas simples, lirado-pinatisséctas dando a impressão de uma folha composta,
alternas, sem estípulas, com 5 a 9 lobos, sendo o central maior de formato
pentagonal e os demais formando 2, 3 ou raramente 4 pares sendo menores, quase
ovalados e de ápice afilado. Face ventral verde-escura brilhante e dorsal verde-
esbranquiçado e fosca.
Flores pequenas, cíclicas, hermafroditas, actinomorfas, diclamídeas. Sépalas em
número de 4. Corola cruciforme com 4 pétalas, brancas e alternas com as sépalas.
Androceu com 6 estames sendo 2 mais curtos que os 6 restantes. Ovário súpero,
bicarpelar, unilocular com vários óvulos. As flores se agrupam em rácimos axilares o
terminais. Florescimento em janeiro.
Frutos: pequenas síliquas encerrando poucas sementes.
Sementes: muito pequenas, redondas, castanho-avermelhadas.
05 Araçá
Nome científico
Psidium cattleianum Afzel.
Nomes populares
Araçá-da-praia, araçá-do-mato, araçá-do-campo, araçá-amarelo.
Origem
Psidium cattleianum é nativa do Brasil mas foi naturalizada na Flórida, Havaí,
Polinésia tropical, Ilha Norfolk (pequena ilha do Pacífico, próximo a Austrália e Nova
Zelândia) e Ilhas Maurício (Oceano Índico) devido ao fruto comestível e como árvore
ornamental.
Descrição
O araçazeiro é espécie frutífera de porte arbustivo (1 a 4 m de altura), caule tortuoso
e casca lisa, folhas persistentes e coriáceas.
Os frutos são do tipo baga com casca de coloração amarela, vermelha ou roxa,
polpa de cor esbranquiçada e com muitas sementes. São muito procurados pela
fauna, que o dissemina largamente. Floresce várias vezes por ano, principalmente
em setembro.
Dois cultivares de araçazeiro para comércio in natura ou industrialização foram
lançados pela Embrapa Clima Temperado: "Yacy" (película amarela) e "Irapuã" de
película vermelha.
A planta forma moitas e sombras sobre a vegetação nativa em florestas tropicais e
matas. Em algumas regiões propaga-se formando quase a espécie dominante, por
isso é considerada invasora e praga (uma das 100 piores espécies invasoras do
mundo, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza - IUCN).
06 Ora-pro-nóbis
Nome científico
Pereskia grandifolia Haw.
Nomes Populares
Cacto-rosa, jumbeba, rosa-madeira, rosa-mole, groselha-da-américa.
Origem
Nativa no Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil exceto Rio Grande do Sul, onde é
apenas cultivada. Ocorre na floresta Atlântica e Mesófila (ou floresta estacional
semidecídua, área de transição entre as florestas sempre-verdes do litoral e o
cerrado).
Descrição
P. grandifolia é um arbusto ou árvore, pode atingir de 2 a 5 m de altura. Possui
folhas simples, inteiras, ovaladas, glabras e levemente carnosas, com dois espinhos
junto ao caule. As flores estão dispostas em cimeiras terminais com coloração rosa.
Os frutos são do tipo bagas piriformes (em forma de pera), achatados ou angulosos,
que ficam verde amarelados quando maduros, liso (sem espinhos), com sementes
pretas.
Nota: não confundir esta espécie com outra também conhecida por "ora-pro-nóbis",
cujas flores são brancas: Pereskia aculeata.
Culinária
Patê verde. Selecione e lave 350 g de folhas, branqueie e pique. Em 2 colheres
(sopa) de azeite refogue sal, alho, orégano, pimenta e demais temperos a gosto
com cerca de 400 g de ricota. Adicione as folhas, mexa e deixe murchar bem.
Triture colocando água fervente apenas para o liquidificador funcionar. Consuma
quente ou frio. Guardado em geladeira tem grande durabilidade.
Flores salteadas. Colha as flores jovens bem abertas ou os botões bem
desenvolvidos, lave, retire apenas as pétalas (descarte a base para não ficar
babento) e salteie na manteiga ou azeite com alho, sal, manjericão e demais
temperos a gosto. As flores salteadas podem ser consumidas como verdura ou
agregadas a outros pratos (massa, arroz ou carne).
Bolinho. Pode os ramos terminais, com uma tesoura corte 400 g de folhas. Ferva,
escorra as folhas e corte-as em tirinhas finas. Em uma bacia misture bem 4 ovos, 1
colher (chá) de sal, tempero a gosto, 12 colheres (sopa) de farinha de trigo com
fermento. Adicione as folhas picadas. Frite em óleo quente, seque e sirva quente.
07 Uvaia
Nome científico
Eugenia pyriformis Cambess
Nomes populares
Eugenia uvalha, uvaia do Pêra, uvaia do mato.
Origem
Nativa da Mata Atlântica, Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
mas pode ser encontrava em vários Estados. O nome é indígena, "uvaia" vem do
Tupi e significa “fruta ácida”.
Descrição
Espécie arbórea, o florescimento ocorre entre agosto e setembro e os frutos
amadurecem entre outubro e novembro. O amadurecimento não é uniforme, é
comum encontrar flores, frutos verdes e maduros no mesmo ramo.
A uvaia tem a polpa muito delicada, com a casca bem fina, de um amarelo-ouro
ligeiramente aveludado. O aroma é suave e muito agradável.
Culinária
Fruto de polpa firme meio fibrosa, muito suculenta, de cheiro e gosto fortes, lembra
vagamente uma pitanga no sabor. Dá para comer ao natural apesar de ser ácida. A
frutinha é bem alaranjada, clara e brilhante, do tamanho de um limão médio e de
semente única e pequena com polpa farta.
Nada tem a ver com a uva e nem é seu parente distante. É rica em vitamina C.
Enquanto a laranja tem em média 40,0 mg de vitamina C, a uvaia tem 200 mg. Tem
sabor ácido e doce, ideal para compotas, sorvetes e geleias. Pode ser consumida
como sucos e aperitivos e servir de base para molho, vinagre, vinho, licor, doce de
massa, pudim e mousse.
Outros usos
Essa espécie pode ser utilizada em programas de reflorestamento e em áreas
urbanas e seus frutos apresentam potencialidade de uso industrial. A plantação da
uvaia tem ajudado na recuperação de áreas da Mata Atlântica. Seus frutos são
muito consumidos pelos pássaros.
08 Picão
Nome científico
Bidens pilosa L.
Nomes Populares
Amor-seco, carrapicho, carrapicho-de-agulha, carrapicho-picão, coambi, cuambu,
erva-picão, fura-capa, goambu, picão, picão-amarelo, pico-pico, piolho-de-padre.
Origem
Picão-preto é nativo da América tropical, tornou-se uma das principais espécies de
planta daninha e de praga em todo o mundo.
Descrição
Espécie herbácea anual, desenvolve-se em todo o País instalando-se em áreas
ocupadas com espécies olerícolas (alho, alface, beterraba, cebola, cenoura,
tomate), lavouras de banana, mamão, manga, maracujá e pomares de goiaba,
laranja, maçã e pêssego. Forma compostos alelopáticos que inibem o
desenvolvimento da alface, nabo e repolho.
Hospedeira alternativa do Begomovirus do tomate, transmitido a determinadas
culturas pela mosca-branca, da Ralstonia solanacearum (que causa a murcha
bacteriana, doença das mais severas para as bananeiras), a cochonilha Orthezia
praelonga e o ácaro Brevipalpus phoenicis, que transmitem o vírus da leprose dos
citros.
Apresenta caule anguloso, verde, com manchas avermelhadas e pilosidade branca.
Folhas opostas com limbo dotado de 5 recortes profundos que atingem a nervura
central e com margem serreada, pecíolos verdes ou avermelhados, pilosos.
Inflorescência axilar e terminal do tipo capítulo longo-pedunculado.
Capítulos rodeados por um invólucro de brácteas foliáceas semelhante a um cálice
e um segundo invólucro de 5 a 6 brácteas não muito desenvolvidas, de coloração
amarela, semelhante a uma corola. Flores centrais tubulosas, de coloração amarela.
Fruto aquênio preto.
Propaga-se por meio de sementes. Fornece pólen para abelhas.
09 Taioba
Nome científico:
Xanthosoma taioba
Nomes Populares
Taioba-mansa, taiá, mangará, orelha-de-elefante, macabo.
Origem
Nativa da América Tropical. No Brasil é cultivada na Região Sudeste.
Descrição
Planta herbácea tuberosa perene. Produz um rizoma central grande e outros laterais
mais estreitos e alongados, com até 20 cm de comprimento. Conta com
pseudocaule formado pela bainha das folhas membranáceas, que são largas e
grandes, podendo atingir mais de 1 m de altura.
As folhas são a principal parte comestível, mas os rizomas também podem ser
consumidos se bem cozidos ou quando processados na forma de farinha. Nem
todas as espécies podem ser consumidas, por exemplo a taioba-brava (Colocasia
antiquorum) é tóxica, possui talo e folhas verde-arroxeadas enquanto a taioba
comestível apresenta folhas e talos verde-claros.
Culinária
Taioba refogada: Ingredientes. 5 folhas de taioba, óleo, alho e sal a gosto.Modo de
preparo. Lave as folhas da taioba. Retire o pecíolo e a nervura principal das folhas e
corte-as em tiras finas. Aqueça o óleo e refogue a taioba até murchar totalmente,
deixando que se inicie um leve cozimento.
Outras receitas: suflê de taioba e queijo de cabra, gnocchi de batata e taioba com
manteiga e nozes; peixes grelhados com taioba, torta de taioba com amêndoas.
10 Inhame
Nome científico
Colocasia esculenta
Nomes Populares
Batata-dos-trópicos, orelha-de-elefante.
Origem
Acredita-se que seja originária do Sudeste da Ásia, incluindo Índia e Malásia.
Descrição
É uma espécie herbácea perene, úmida, vivaz, caracterizada pelo rizoma tuberoso
que forma um cormo de aspecto escamoso e de grossura variável de onde nascem
em roseta, na extremidade de longos pecíolos, folhas que podem atingir 70 cm de
comprimento por 60 cm de largura, de limbo cordiforme. Os pecíolos são grossos,
suculentos e muitas vezes arroxeados.
A inflorescência é uma espádice cilíndrica. Os frutos são pequenas bagas
uniloculares. Os cormos têm casca espessa e rugosa, de cor castanha a quase
negra, sendo rodeados por um espesso revestimento fibroso, facilmente removível
quando da colheita. O interior do cormo é farinhoso ganhando, quando cortado e
exporto ao ar, uma cor azulada. Após a cozedura a superfície exposta ao ar
enegrece rapidamente por oxidação. Quando cortado fresco exsuda uma seiva
viscosa e irritante para a pele e mucosas.
Existem mais de 200 cultivares de inhame selecionados pelos seus rizomas (*)
comestíveis ou pela folhagem ornamental. Esses cultivares se dividem em dois
principais grupos: inhame de lodo (charco, inundado), sendo este ingrediente de um
prato tradicional da Polinésia conhecido como "poi", um amido cozido pastoso feito
do rizoma-mãe; e inhame de sequeiro, conhecido por "eddo" ou "eddoe", espécie
com rizomas menores, são cozidos como batata ou preparados para compor outras
pratos.
(*) Nota: o termo correto segundo manuais de Botânica é "cormo". Bulbos, cormos,
tubérculos e rizomas são todos caules modificados e adaptados para acumular
nutrientes, existindo pequenas diferenças entre eles.
Uso popular e medicinal
Popularmente o inhame é reconhecido pela função limpadora do organismo, por
tonificar e limpar o sangue. Indicado para os casos de dengue, zica, chicungunya,
menopausa, anemia, para espessar cremes de frutas para crianças em substituição
às farinhas comerciais.
Considerado preventivo natural contra dengue, ingerindo-o 2 a 3 vezes por semana
em vez de batata. Em situações de epidemia, é suficiente comer um inhame por dia
em sopa, purê, ensopadinho, pastinha com alho ou quaisquer das receitas
encontradas nos sites especializados. Mesmo já estando com dengue, comer ou
tomar o elixir de inhame (encontrado em casas especializadas), costuma acelerar
muito a recuperação. Inhame também é importante depois da dengue, para eliminar
os resíduos do sangue que tornam mais dramática a recaída.
As folhas jovens são ricas em vitamina C e as raízes ricas em um amido composto
de amilase (28%) e amilopectina (72%). Taro contém tiamina (vitamina B1),
riboflavina (vitamina B2), niacina, ácido oxálico, oxalato de cálcio e uma sapotoxina.
Os tubérculos contêm aminoácidos e proteínas de alto peso molecular que inibem
as enzimas "amilase salivar" e "amilase pancreática"
Os rebentos contêm as antocianinas pelargonidina 3-glucosídeo, cianidín 3-
ramnosídeo e cianetação 3-glicosídeo. Amidas hidroxicinamoil foram obtidas das
inflorescências e dois novos dihidroxi-esterois foram isolados dos tubérculos.
Os rizomas são muito ricos em amido e fibra dietética. O alimento cru contém sódio,
carboidratos, fibra alimentar, açúcares, proteínas, vitaminas e minerais. Alguns
estudos preliminares sugerem a utilidade do "poi" no tratamento de alergias, atraso
de crescimento físico em crianças (veja quadro) e certas condições
gastrointestinais.
A fibra derivada de inhame pode absorver o agente mutagênico 1,8-dinitropireno
(um carcinógeno humano).
Atraso de crescimento é uma tradução do inglês failure-to-thrive (FTT), descreve
uma situação resultante do uso inadequado de calorias necessárias para demandas
metabólicas e de crescimento de uma criança, manifestando-se como crescimento
físico significativamente menor comparado a outras crianças de mesma idade.
Um estudo atesta pela primeira vez que um extrato cru de "poi" solúvel em água tem
atividade antimetastática potente num modelo murino (roedores) de câncer de
mama.
Em linhagens altamente metastáticas mostrou que o tratamento do extrato leva a
ablação quase que completa de metástases num modelo de colonização pulmonar.
Em um modelo clinicamente mais relevante, o tratamento do extrato foi iniciado
após o estabelecimento de tumores mamários em camundongos, observando-se
significativa inibição de metástases espontâneas em seus pulmões. Os autores
concluem que o extrato mostrou-se eficaz tanto no modelo preventivo quanto no
terapêutico.
Culinária
Existem várias receitas da planta crua (consome-se a folha), em saladas e
vitaminas. No vapor adquire sabor bem gostoso, também na forma de purê ou
molho parecido com maionese. Na frigideira fazem o inhame sauté ou como batata
frita. Outros pratos: pizza de frigideira, nhoque (feito como nhoque de batata),
bolinhos de inhame, forminhas de inhame, pizza de sardinha, bolo salgado, torta em
camadas, sopas de inhame com misso (tradicional alimento japonês), creme de
inhame com agrião, inhame doce, torta de inhame com abacaxi, bolo doce, biscoitos
e mousse de inhame com ameixa.
Outros usos
Devido a dimensão, cor e brilho das folhas é utilizada como planta ornamental de
interior.
11 Pinhão
Nome científico
Araucaria angustifolia
Nomes Populares
Pinheiro-do-paraná.
Origem
Regiões Sul e Sudeste do Brasil. Considerada a árvore-símbolo do Estado do
Paraná (Brasil).
Descrição
A árvore alcança até 50 m de altura, caracterizada pela copa umbeliforme (formato
de umbela, guarda-chuva) no alto do tronco. A espécie pertence ao grupo
Gimnosperma (do grego Gymnos "nu" e sperma "semente"), ou seja, as sementes
são nuas, não ficam encerradas nos frutos.
Gimnospermas possuem raiz, caule, folha e ramos reprodutivos chamados
estróbilos. Na araucária os estróbilos são bem desenvolvidos e conhecidos como
cones - o que lhes confere a classificação no grupo das coníferas.
A espécie é dióica (os sexos são separados), planta que possui estróbilos
masculinos não possuem estróbilos femininos e vice-versa. Plantas masculinas
formam estróbilos alongados (que protegem os grãos de pólen) e as femininas
formam estróbilos arredondados, lenhosos, que protegem os óvulos. Depois de
fecundados, os óvulos dão origem às sementes (ou pinhão), comestíveis, saborosas
e nutritivas, de forma oblonga, coloração marrom-castanho e casca lisa. As pinhas
maduras desfazem-se liberando as sementes que são coletadas no chão.
As folhas são pequenas, sésseis, lanceoladas, coriáceas e de cor verde-escura.
A frutificação ocorre no outono e inverno. Propaga-se por semente.
Culinária
O pinhão é tradicional na culinária do Sudeste e Sul do Brasil. Nas festas juninas
costuma-se cozinhar e comer acompanhado de quentão. Muitas receitas de creme,
sopa, bolinho, croquete, ensopado, risoto, bom-bocado, pudim, torta, etc., incluem o
pinhão como ingrediente.
Outros usos
A madeira foi muito explorada (a espécie está ameaçada de extinção) para diversos
fins: caixotaria, movelaria, laminados, tábuas para forro, ripas, caibros, lápis,
carpintaria, palitos de fósforos, formas para concreto, marcenaria, compensados,
pranchas, postes, adornos, esculturas, utensílios domésticos, artigos de esporte,
instrumentos musicais, mastros de navio, etc..
Indicada para recuperação de área degradada. Os pinhões constituem alimento
para a fauna silvestre.
12 Jaracatiá
Nome Científico
Jacaratia spinosa
Nomes Populares
Mamoeiro-bravo, Mamoeiro-do-mato, Mamãozinho, Mamuí.
Origem
Originária da Mata Atlântica, a distribuição do jaracatiá abrange os estados desde
Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
Descrição
O jaracatiazeiro é uma árvore nativa das matas da região Centro-Sul e Norte do
Brasil e não é cultivada comercialmente.
O jaracatiá ocorre também no Paraguai, Bolivia, Peru, Equador, Panamá,
Nicarágua, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
Pode atingir 20 metros de altura e o seu tronco não é lenhoso, à semelhança dos
mamoeiros comerciais. As folhas são divididas em 8 lóbulos, verdes, brilhantes,
bordas lisas e os seus pecíolos são longos. As flores femininas e masculinas são
formadas separadamente nas inflorescências e emitidas nas axilas foliares com os
ramos.
Detalhe da folha.
Seus frutos são ovalados ou piriformes, lactescentes e, ao amadurecerem, tornam-
se amarelos a alaranjados. São semelhantes em forma e cor ao mamão papaya,
mas seu sabor é algo entre o maracujá e a manga. O tronco e as frutas contêm um
leite como o mamão. Tal leite é presente mesmo nos frutos maduros e pode
queimar a língua e lábios de pessoas mais sensíveis, quando consumidos in natura.
A propagação pode ser feita por sementes e por enraizamento de estacas dos
ramos. A frutificação ocorre após 2 a 5 anos após plantio.
Uso
Os frutos bem maduros são comestíveis ao natural e os frutos verdes e o tronco
podem ser usados no preparo de doces. A extração total ou parcial do tronco do
jaracatiá para o preparo de doce contribuiu para o quase desaparecimento dessa
espécie no interior do Brasil. Por isso atualmente poucas pessoas conhecem a
árvore e seus frutos.
13 Aroeira
Nome científico
Schinus molle L.
Nomes Populares
Aroeira-salsa, aroeira-periquita, anacauita, molho, pimenteira-bastarda (Portugal),
pimenta-rosa
Origem
S. molle é nativa da zona árida do norte da América do Sul e desertos andinos do
Peru. Estendeu-se para Argentina e Chile. Atualmente está naturalizada ao redor do
mundo onde é cultivada como planta ornamental e para produção de especiaria.
Descrição
Planta arbustiva com folhas pontiagudas estreitas, cresce de 4 a 10 m de altura,
com um tronco de 25 a 35 cm de diâmetro. Produz em abundância pequenas flores
amareladas formadas em panículas que suportam um grande número de frutos
vermelhos de tipo baga. Floresce entre os meses de agosto e novembro e a
maturação dos frutos ocorre entre dezembro e janeiro, permanecendo na árvore até
março.
É espécie autóctone da América Central e América do Sul. Também é encontrada
em regiões subtropicais e tropicais dos EUA e África.
Na região Norte e América do Sul três espécies distintas - S. molle, S. aroeira e S.
terebinthifolius - são indistintamente chamadas de "peppertree" (árvore-pimenteira).
S. terebinthifolius é a conhecida aroeira-da-praia, planta da Farmacopeia Brasileira.
Componentes
Outros usos
A madeira é dura, pouco elástica, com alburno escuro, de excelente durabilidade.
Útil na confecção de mourões, esteios, trabalhos de torno, obras hidráulicas e na
construção civil. A casca pode servir para curtir couro e o córtex para produzir
resina.
Por ser árvore ornamental e de pequeno porte, é amplamente empregada no
paisagismo em geral.
14 Dente-de-leão
Nome científico
Taraxacum campylodes
Nomes Populares
Alface-de-cão, amargosa, amor-dos-homens, chicória-louca, coroa-de-monge,
dente-de-leão-dos-jardins, radite-bravo, relógio-dos-estudantes,salada-de-toupeira,
soprão.
Origem
Planta originária das regiões temperadas dos dois hemisférios. Sua utilização é
relatada nos achados arqueológicos da era do imperador Amarelo na China de 2704
- 2100 a.C, pelos escritos preservados em cascos de tartaruga, juntamente com
descrições sobre a acupuntura e outras bases que fazem parte até hoje da Medicina
Tradicional Chinesa.
Descrição
Erva vivaz de até 50 cm de altura. Raiz pivotada, folhas radicais dispostas em
roseta, lanceoladas. Algumas são inteiras, outras onduladas, a maioria apresenta
recorte mais ou menos profundos e irregulares, formando lobos desiguais,
triangulares, terminados por uma ponta aguda.O limbo das folhas é sustentado por
um pecíolo curto, abarcante, frequentemente avermelhado. Do ápice do caule
subterrâneo partem hastes florais eretas, curvas, mais compridas que as folhas,
fistulosas, terminadas por inflorescência amarela.
Cada capítulo floral compõe-se unicamente de flores liguladas, de maneira que
parecem dobradas, como acontece com os cravos. Os frutos são aquênios.
Terminam em apêndices compridos e coroados de topetes de cerdas finíssimas,
estendidas por todos os lados, dando ao conjunto um aspecto de paraquedas. Os
frutos se deslocam com leve toque da brisa ou assopro, voando para longe. Folhas,
hastes e flores, sofrendo a mínima lesão, emitem um látex.
A infusão ou decocção das raízes secas, folhas ou a planta toda são amplamente
utilizadas como um tônico geral, anti-inflamatório, depurativo, colagogo, diurético,
laxante suave e para distúrbios renais e hepáticos.
As infusões são também recomendadas para o tratamento de problemas de pele
tais como acne, eczema, além de queixas artríticas e reumáticas.
Externamente o látex é aplicado a furúnculos e outras infecções de pele ou como
uma cataplasma em feridas inflamadas.
Na Indochina é usada como diurética e colagoga. Na Índia, as raízes são aplicadas
como um tônico, diurético, laxante suave e principalmente em distúrbios renais e
hepáticos. Na China as folhas são prescritas internamente como um depurativo
amargo no tratamento de tumores da mama e do pulmão, mastite, abcessos,
icterícia e infecções do trato urinário. E externamente para tratar picadas de cobra.
Na Europa e na América do Norte as folhas e raízes, frescas ou secas, servem
como um laxante suave e como diurético para o tratamento de pressão arterial
elevada, reduzindo o volume de fluido no corpo. As raízes aceleram a eliminação de
toxinas, trabalhando principalmente no fígado e vesícula biliar, ajudando a remover
os resíduos e simultaneamente estimulando os rins a remover as toxinas na urina.
As folhas ou raízes também podem ajudar a prevenir ou mesmo dissolver cálculos
biliares. Uma decocção das raízes é utilizada como antidiabético. As folhas também
são consumidas como um vegetal. Quando cultivadas sem luz (artificial ou quando
coberto com terra) as folhas pálidas são mais frágeis e têm melhor sabor. Quando
jovens e fechadas as cabeças da flor podem ser usadas como alcaparras.
No Norte de África as folhas são usadas como tempero. As folhas amargas também
são aplicadas em vinhos, cervejas e bebidas não-alcoólicas. As raízes do solo são
usados como um substituto para o café.
Na primavera as flores contêm muito néctar e são localmente importante para a
produção de mel.
Na Farmacopeia Brasileira dente-de-leão é registrada como antidispéptico,
aperiente e diurético.
Culinária
As folhas tenras e as raízes muito suculentas dão uma salada excelente, de sabor
amargo, que exerce sobre todo o organismo uma ação profundamente depurativa,
melhorando e regenerando o sangue. Especialmente indicada nas anemias, é
recomendada às pessoas de "sangue pobre".
As folhas, preparadas como se prepara o espinafre (ter o cuidado de cortar antes as
pontas duras) constituem uma boa verdura, reputada por sua ação emoliente.
Flores: fritas ou em saladas, maioneses e geleias.
Sementes: torradas e moídas, podem ser usadas como "café de chicória".
Rizomas: comidas cruas ou cozidas, cortadas em fatias.
15 Azedinha
Nome científico:
Oxalis acetosella
Nome popular
Oxálida-azeda
Culinária
Um punhado de folhas frescas picadas pode ser adicionado às saladas, conferindo-
lhes um agradável e estimulante sabor ácido. Pode também ser utilizado para
enriquecer o sabor de sopas de legumes e molhos.