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VINAGREIRA

Nome Científico: Hibiscus sabdariffa  L.

Família botânica: Malvaceae

Sinonímias: Sabdariffa rubra Kostel., Hibiscus cannabinus L., Hibiscus cruentus Bertol., Hibiscus
fraternus L., Hibiscus palmatilobus Baill.

Nomes populares: rosela, rosélia, azedinha, azeda-da-guiné, caruru-da-guiné, chá-da-jamaica,


pampulha, papoula-de-duas-cores, etc.

Origem ou Habitat: sudeste da Ásia, Índia e seus vizinhos a leste e ao sul do Himalaia. Foi
introduzido no Egito, Sri Lanka, Tailândia, Jamaica e México, e difundida para vários países de clima
tropical.

Características botânicas: Existem muitas variedades de Hibiscus sabdariffa, segundo SILVA


JUNIOR, 2003, e a variedade que vamos descrever é Hibiscus sabdariffa L. var. sabdariffa Wester f.
ruber que apresenta cálices vermelhos e suculentos, próprios para consumo (Morton, 1987, apud
SILVA JUNIOR, 2003); é um subarbusto anual, ereto, medindo cerca de 1,8 - 2,20 m de altura.
Apresenta caule avermelhado, cilíndrico e ramoso. Folhas alternas, longo-pecioladas, verdes com
nervuras vermelhas, sendo as inferiores inteiras e ovadas e as superiores palmatilobadas, com 3-5
lobos estreitos e agudos, 5-nervuras, denteados, com uma grande glândula na base da nervura
mediana e medindo de 7 - 12 cm de comprimento.
Flores amarelas ou ocre-pálidas, solitárias, sésseis, axilares, de andróforo rosa ou marrom, medindo
cerca de 12 cm de diâmetro. As pétalas adquirem uma tonalidade rósea ao final do dia, quando
tendem a murchar.
Cálice vermelho e carnoso, formado por 5 pétalas grandes e um colar composto de 8 a 12 brácteas
triangulares, finas e pontiagudas em torno da base. Fruto tipo cápsula, verde quando imaturo e
vermelho e suculento quando maduro, de formato cônico-ovóide, medindo 3-5 cm de
comprimento. As sementes são reniformes e castanho-claras, em número de 3 a 4 por fruto.

Partes usadas: flores, folhas, sementes e raízes.

Uso popular: As folhas são usadas popularmente como emolientes, estomáquicas, febrífugos,
hipo-tensoras e antiescorbúticas. Os cálices ou frutos, são refrescantes, coleréticos, diuréticos e
laxantes suaves. As sementes são diuréticas, tônicas e tidas como afrodisíacas. A raiz é estomáquica,
aperitiva, amarga e tônica.

Composição química: Cálice e flores: antocianidinas (hibiscina, cianidina, crisantenina e


delfinidina), flavonóides (hibiscina, gossipetina, hibiscetina e sabdaretina), ácido protocatechuico (é
um ácido fenólico), polissacarídeos mucilaginosos, ácidos orgânicos (ácido hibístico e cítrico),
vitamina C, pectina, fitosteróis (b-sitosterol, campesterol, ergosterol, estigmasterol),
As folhas são ricas em proteínas e sais minerais. Apresentam alto nível de ferro e zinco, além de
cálcio, carotenos e vitamina C.
Raízes: principalmente ácido tartárico e saponinas.

Ações farmacológicas: A infusão ou decocção do hibisco, em animais não-humanos,


demonstrou propriedades hipo-tensoras arteriais (ALONSO, J. 2004);
A ingestão do extrato aquoso da planta reduz a taxa de absorção de álcool no organismo, reduzindo
o efeito do alcoolismo (Watt & Breyer-Brandwijk, 1962, apud SILVA JUNIOR, 2003);
O extrato etanólico da planta inteira produz efeitos hipoglicemiantes em ratas submetidas a
diabetes experimental.
Extratos de vinagreira reduziram a taxa plasmática de lipídeos totais, colesterol total e triglicerídeos,
através de um provável sinergismo com os fitoesteróis, estimulando os sistemas enzimáticos do
fígado. (ALONSO, J., 2004).
Alguns estudos apontam atividade antitumoral.
O extrato seco das flores apresenta poderosa atividade antioxidante.
O ácido protocatechuico demonstrou ação antioxidante e anti-inflamatória. (Liu et al., 2002 apud
SILVA JUNIOR, 2003).
Alguns ensaios clínicos demonstraram que o chá das flores reduziu a pressão arterial. (SILVA
JUNIOR, 2003)

Efeitos adversos e/ou tóxicos: O óleo obtido das sementes apresenta mutagenicidade
(ALONSO, J., 2004; SILVA JUNIOR, 2003).

Contra-indicações: A planta e seus produtos são contra-indicados para pessoas portadoras de


doenças cardíacas, o efeito diurético da planta aumenta a excreção de eletrólitos, especialmente o
potássio. (Teske & Trentini, 1997 apud SILVA JUNIOR, 2003).
Ante a falta de dados sobre inocuidade durante a lactação e gravidez, não se recomenda nestas
circunstâncias (ALONSO, J., 2004).

Posologia e modo de uso: Infusão: 1 colher das de sopa de cálices jovens em 1 xícara de água
fervente. Tomar 1 xícara 3 x ao dia, após as refeições.
Decocção: 1 colher das de sopa de flores em 2 copos de água. Ferver por mais ou menos 5 minutos.
Coar e tomar 1 copo 3 x ao dia, após as refeições.
Emplasto com as folhas quentes aplicar sobre furúnculos, rachaduras nos pés e úlceras dérmicas.

Observações: Os frutos e os cálices são utilizados na preparação de geleias, compotas, pudim,


tortas, gelatina, sorvetes, refrescos, vinho de rosela, xarope, vinagre, etc.
No Maranhão é consumido um prato típico chamado "arroz de cuxá", que consiste em folhas
cozidas de vinagreira servidas com peixe e arroz.
As fibras dos caules são utilizadas no ramo têxtil.

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.


DRESCHER, L. (coordenador). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra, ES: ARPA (Associação Regional
dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 113.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto
Plantarum, 2008.
SILVA JUNIOR, A.A.. Essentia herba - Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003.pgs. 266-280.
http://www.tropicos.org/Name/19600047?tab=synonyms - acesso em 28 de setembro de 2012.

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