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ALFAVACA-CRAVO

Nome Científico: Ocimum gratissimum  L.

Família botânica: Lamiaceae (Labiatae)

Sinonímias: Ocimum guineense Schumach. & Thonn., Ocimum viride Willd.

Nomes populares: alfavacão, alfavaca-cravo, alfavaca, manjericão-cheiroso, alfavaca-de-


vaqueiro, remédio-de-vaqueiro, etc.

Origem ou Habitat: Originário do Oriente e subespontâneo em todo o Brasil.

Características botânicas: Existem vários quimiotipos, descreveremos resumidamente o


designado como eugenolífero: subarbusto aromático, lenhoso, perene, atinge até 2,5 m de altura.
Possui caule pubescente quando novo, quadrangular e lenhoso na base. As folhas tem aroma forte e
agradável que lembra o cravo-da-índia (Syzygium aromaticum (L.) Merr.& L. M. Perry), são opostas,
pecioladas, ovado-oblongas, com os bordos dentados, membranáceas, acuminadas, pubescentes
em ambas as faces, de 4-8 cm de comprimento. As inflorescências são terminais ou axilares. As
flores pequenas, roxo-pálidas ou amarelo-esverdeadas, dispostas em racemos paniculados eretos e
geralmente em grupos de três. Fruto tipo cápsula, pequeno, possuindo 4 sementes esféricas.

Partes usadas: folhas e inflorescências.

Uso popular: Na região da Mata Atlântica, o banho preparado com as folhas é usado
externamente para combater qualquer tipo de micose. Os banhos também são considerados
antigripais, especialmente em crianças e, para tratar casos de nervosismo e paralisia. O xarope das
folhas com mel é usado contra tosses, dores de cabeça e bronquites. A infusão das folhas é usada
em afecções da boca. A decocção das raízes é usada contra diarréias, distúrbios do estômago, dores
de cabeça e como sedativo para crianças. Considerada carminativa, sudorífica, diurética,
estimulante, repelente, antisséptica e febrífuga. As folhas também são usadas como condimento em
culinária, por seu sabor e odor semelhante ao do cravo-da-índia (Syzygium aromaticum (L.)Merr.& L.
M. Perry).

Composição química: O óleo essencial das folhas contém: eugenol (77,3%), 1,8-cineol (12,1%)
(Nordeste do país), β-cariofileno, o-cimeno, p-cimeno, carvacrol, canfeno, limoneno, a-pineno, b-
pineno, geraniol, timol, gratissimeno, linalol, b-elemeno, b-cubebeno, citral, cânfora, a-tujeno, a-
humuleno, etc.
O teor máximo de eugenol ocorre às 12:00h enquanto o 1,8-cineol, tem seu maior teor pela manhã
e no final do dia (Lorenzi & Matos, 2008).
A planta contém também taninos, esteróides, triterpenóides e carboidratos.

OBSERVAÇÕES: 1).Em amostras coletadas em Itajaí/SC, o teor de óleo essencial nas folhas variou
entre 0,6% a 1,24%(base seca), apresentando como principais componentes o eugenol (39,41%),
cariofileno (7,42%), geraniol e timol (SILVA JUNIOR, A.A., 2003).
2). Acessos genéticos de O. gratissimum podem ser divididos em seis grupos químicos:
1º(timol:a-copaeno), 2º(eugenol:espatulenol), 3º(timol:p-cimeno), 4º(eugenol:X-muuroleno),
5º(eugenol:timol) e 6º(espatulenol:geraniol)(SILVA JUNIOR, A.A., 2003).
3). Na Índia ocorre a raça química tipo cinamato de etila.
Ações farmacológicas: Seu óleo essencial tem ação bactericida, anestésica e analgésica; muito
desta ação é devido ao eugenol.
Possui princípio balsâmico de ação antisséptica pulmonar e expectorante relacionado ao 1,8-cineol.
O óleo essencial apresenta atividade antimicrobiana contra bactérias enteropatogênicas.
A planta também age como larvicida e repelente de insetos de longa duração.

Contra-indicações: Deve ser evitado na gravidez, principalmente no primeiro trimestre, pela


possível ação teratogênica; e em crianças pequenas.

Posologia e modo de uso: Infusão: preparada adicionando-se água fervente em 1 xícara de


chá contendo uma a duas colheres de sopa das folhas picadas, 3 vezes por dia. Para afecções da
mucosa oral, fazer bochecho com a infusão. Para o preparo dos banhos, faz-se a infusão mais
concentrada, utilizando mais folhas e adiciona-se à água do banho.

Referências:
DI STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2.ed. 2.ed.
Colaboração de Alba Regina Monteiro Souza-Brito, Alexandre Mariot, Claudenice Moreira dos Santos. São
Paulo: Editora UNESP, 2002. p.420-421.

DRESCHER, L. (coord.). Herbanário da Terra: Plantas e Receitas. Laranja da Terra,ES: ARPA (Associação
Regional dos Pequenos Produtores Agroecológicos), 2001. p. 25.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9.ed. [S. I.]: Atheneu, 1992.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa, SP:
Instituto Plantarum, 2008. 253 p.

MATOS, F. J. A. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha. 2 ed. Fortaleza: UFC Edições, 1997.
58p.

SILVA JUNIOR, A.A. Essentia herba: Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003. p. 102-110.

http://www.tropicos.org - Acesso em: 20 de maio de 2011.

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