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BARDANA

Nome Científico: Arctium lappa  L.

Família botânica: Asteraceae ( Compositae )

Sinonímias: Lappa lappa (L.) H. Karst., Arctium chaorum Klokov, Arctium lappa subsp. majus
Arènes, Arctium majus (Gaertn.) Bernh., Lappa vulgaris Hill, Lappa major Gaertn.

Nomes populares: Baldrana, erva-dos-tinhosos, pegamassa, carrapicho-de-carneiro e


carrapicho-grande(Brasil), beggar's-button, cockle-button, edible burdock, harlock, gobo (English,
United States), great burdock (English, Canada),

Origem ou Habitat: nativa da Europa e Àsia , cresce em regiões temperadas.

Características botânicas: Planta bianual, com caule robusto, pode alcançar até 2 m de altura,
folhas muito grandes, ás vezes dentadas, podendo chegar até 50 cm de comprimento. Flores lilases,
pequenas, em capítulos de 3-5cm de diâmetro. Os frutos são pequenos aquênios de cor escura e
espinhosos que no conjunto formam carrapichos. Raízes carnosas, compridas, medindo de 25 a 70
cm de comprimento.

Partes usadas: folhas, frutos, sementes e raízes.

Uso popular: Raízes e folhas são usadas como depurativo, diurético, anti-reumático (gota) e
desintoxicante do fígado; também como analgésico local (folhas aquecidas em cólicas infantis, dor
de ouvidos) e antiinflamatório. É muito usada em doenças da pele como alergias, seborréias, caspa e
queda de cabelo, furúnculos, eczemas, picadas de insetos e de animais peçonhentos; em úlceras
varicosas, psoríase, cobreiro e zipra (erisipela). Os frutos são usados como anti-diabéticos.

Composição química: Nas raízes: inulina (30-50%); compostos poliacetilênicos, acetilênicos


sulfurados; ácidos fenólicos; ácidos voláteis e ácidos hidroxilados; mucilagens; flavonóides;
fitosteróis, .
As folhas contém lactonas sesquiterpênicas (arctiopicrina) e outros.
As sementes contém ácidos fixos (linoléico, oléico, clorogênico).
Do ponto de vista nutricional a raiz de bardana fornece: proteínas, glicídios, fibras, cálcio, fósforo,
ferro, vitamina A, B1, riboflavina, niacina e vitamina C.

Ações farmacológicas: Diversas pesquisas ao longo do século passado têm comprovado sua
ação antimicrobiana contra germens Gram (+) , Gram (-) e fungos oportunistas, principalmente pela
ação da arctiopicrina.
Esta planta teve ação inibitória (in vitro) sobre o vírus HIV.
Atividade sobre fígado e vesícula - Foi demonstrada ação colerética e colagoga devido
principalmente aos ácidos fenólicos. Também foi comprovada importante ação antioxidante do
extrato sobre os hepatócitos.
Ação hipoglicemiante - Estudos pré-clínicos comprovaram efeitos hipoglicemiantes da bardana. Os
mesmos estudos com as sementes, determinaram que a arctigenina seria o componente
responsável por essa ação.
Antitumoral – Foi demonstrado em estudos pré-clínicos que a arctiína exerce ação quimiopreventiva
sobre substâncias indutoras de câncer de mama, cólon, fígado e pâncreas. A raiz de bardana teve
efeito inibitório sobre cultivo de células tumorais.
Dermatologia - foi demonstrado que a raiz fresca, ou seu decocto concentrado tem ação sobre
seborréia facial, impetigo e acne . Também teve efeito sobre eczema descamante, onde há
inflamação e deficiência imunológica.
Foi observado, “in vitro”, ação antiagregante plaquetária.
Melhorou a resposta imune humoral em ratos.

Efeitos adversos e/ou tóxicos: A bardana é uma espécie vegetal considerada muito segura
para o emprego em humanos, tendo sido descrito um caso de toxicidade com o emprego de um
preparado comercial em forma de chá, o qual continha quantidades importantes de alcalóides da
família Solanaceae tais como a atropina (Bryson P. et al., 1978, apud Alonso, 2004).
Pode causar irritação ocular. Há casos descritos de hipersensibilização cutânea (dermatite de
contato) no uso prolongado (Rodriguez e cols., 1995). A presença de onopordopicrina se mostrou
tóxica em alguns trabalhos experimentais, in vitro (Souza Brito A. e cols., 1995). Altas doses de
arctiina podem causar convulsões, hiperpnéia, piloereção, cianose.

Contra-indicações: Por sua atividade uterotônica, evitar seu uso na gravidez, podendo ser
abortiva em doses mais elevadas. Também não é recomendado para crianças pequenas, menores
que 5 anos.

Posologia e modo de uso: As raízes são mais eficazes quando usadas frescas, na dosagem de
40 g de raízes para um litro d´água. Três a quatro xícaras ao dia.
Folhas em infusão - uma colher das de sopa de folhas em uma xícara d´água quente. Internamente
em problemas de digestão ou externamente em afecções da pele.
Os frutos são usados em decocção. Ferver uma colher das de café de frutos em uma xícara d´água e
tomar 3 xícaras ao dia para auxiliar no tratamento de diabetes.
Pode ser usada na forma de pomadas.
Modo de uso para erisipela: ralar a raiz fresca e colocar diretamente nas lesões.

Referências:

ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004.


FERRO, D. Fitoterapia: Conceitos Clínicos. São Paulo: Atheneu, 2008.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto
Plantarum, 2008.
RODRIGUEZ, P.; BLANCO, J.; JUSTE, S. Allergic contact dermatitis due to burdock. Contact Dermatitis, [S. I.: s.
i.], 1995. v.33, p. 5-134.
http://www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/A15bardana.htm - Acesso em: 08 junho 2011.
http://www.tropicos.org - Acesso em: 08 junho 2011.
Diabetologia. 2012 May;55(5):1244-6. Epub 2012 Feb 23.New expectations from the well-known medicinal
properties of Arctium lappa.
Miele C, Beguinot F.Source- Dipartimento di Biologia e Patologia Cellulare e Molecolare, Università di Napoli
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Chevallier ,Andrew - Encyclopedia of herbal medicine ; D K publishing 2000
Bull Exp Biol Med. 2011 Jun;151(2):194-6. Effects of drugs of plant origin on the development of the immune
response. Borsuk OS, Masnaya NV, Sherstoboev EY, Isaykina NV, Kalinkina GI, Reihart DV. Source Institute of
Pharmacology, Siberian Division of Russian Academy of Medical Sciences, Tomsk, Russia
Bull Exp Biol Med. 2011 Jun;151(2):194-6.
Tumor specific cytotoxicity of arctigenin isolated from herbal plant Arctium lappa L. Susanti S, Iwasaki H,
Itokazu Y, Nago M, Taira N, Saitoh S, Oku H. Source United Graduate School of Agricultural Sciences,
Kagoshima University, 1-21-24 Korimoto, Kagoshima, 890-0065, Japan.

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