Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Família botânica: Fabaceae
OBS.:há outra espécie , Bowdichia virgilioides Kunth ,também chamada de sucupira embora tenha
morfologia bem diferente principalmente os frutos (LORENZI; MATOS, 2002) - seus frutos são
legumes, indeiscentes, achatados, contendo pequenas sementes com 3 a 5 mm de comprimento,
apresentando coloração avermelhada (LORENZI, 1992) e é citada na 1ª ed. da farmacopéia
brasileira.
Uso popular: A madeira é muito resistente, sendo usada na construção civil. Da casca é
produzido um óleo volátil e aromático, muito eficiente no tratamento dos reumatismos. As
"batatas-de-sucupira" são usadas para o diabetes(LORENZI; MATOS, 2002). A sucupira-branca
também é usada para dor de garganta, problemas de coluna e até como depurativo e
fortificante(LORENZI; MATOS, 2002)(CARVALHO, 2004). Na região Centro-Oeste existem relatos do
uso do chá das cascas para infecções ginecológicas(SANTOS, 2010).
Posologia e modo de uso: Nas referências não há estudos clínicos sobre o uso de sucupira;
uma fonte consultada, baseada na informação popular e em resultados de testes pré-clínicos,
sugere a dose de 220mg do óleo de sucupira três vezes ao dia, podendo chegar a até 300mg três
vezes ao dia, em quadros inflamatórios e infecciosos, por quinze dias(CARVALHO, 2004).
Temos observado o uso da decocção na dose de um fruto/semente em 1 litro de água, ferver por 10
minutos, coar e tomar 3 xícaras ao dia, por não mais de 2 semanas, com intervalos de 7 dias.
Devido ao uso popular frequente de espécies de Pterodon e da Bowdichia virgilioides, também
chamada de sucupira, são necessários estudos de segurança e eficácia que permitam o uso
adequado destas espécies.
Obs.: Todas as pessoas devem informar ao profissional de saúde sobre o uso de plantas, e todo
profissional de saúde deve perguntar aos seus pacientes se fazem uso de alguma planta.
Existe uma confusão muito grande entre diversos autores e bases quanto à sinonímia da
espécie Pterodon emarginatus Vogel sensu Lewis, por exemplo:
*Lorenzi: Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovle., Pterodon pubescens (Benth.) Benth., Sweetia
inornata Mohlenbr.(LORENZI; MATOS, 2002).
*Carvalho: Pterodon pubescens (Benth.) Benth.(CARVALHO, 2004)
*Tropicos.org: Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovlev, Pterodon polygaliflorus(Benth.)
Benth., Pterodon pubescens (Benth.) Benth., Sweetia inornata Mohlenbr.
*Lista de Espécies da Flora do Brasil: Acosmium inornatum (Mohlenbr.) Yakovlev,Pterodon
polygalaeflorus Benth., Sweetia inornata Mohlenbr.(LIMA).
Um trabalho de Rocha (2006), inclusive utilizado pela Lista de Espécies da Flora Brasileira como
referência (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB029843), através de análises moleculares e
morfológicas concluiu que P. polygalaeflorus (Benth.) Benth. é sinônimo de P. emarginatus Vog.
(corresponde à morfo roxa) e P. pubescens deve ser mantida como espécie distinta (corresponde à
morfo rósea).
Neste caso, considerando-se a prioridade de publicação, o nome válido para a espécie éP.
emarginatus Vog. sendo P. polygalaeflorus (Benth.) Benth. um sinônimo desta(ROCHA, 2006), como
usamos neste texto.
Referências:
CARVALHO, J. C. et al. Anti-inflammatory activity of the crude extract from the fruits of Pterodon
emarginatus Vog. Journal of Ethnopharmacology, v. 64, n. 2, p.33-127, 1 fev. 1999.
CORRÊA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas (1926-1978). 6. v. Rio de Janeiro: IBDF,
1984.
DUTRA, R. C. et al Antiulcerogenic and anti‐inflammatory activities of the essential oil from Pterodon
emarginatus seeds. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 61, n. 2, p. 50-243, 2009.
LIMA, H. C. Pterodon In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
(http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB029843) - Acesso em: fevereiro de 2012.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa:
Plantarum, 1992. 352 p.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum,
2002.
NUCCI, C. et al. Oleaginous extract from the fruits Pterodon pubescens Benth induces antinociception in animal
models of acute and chronic pain. J. Ethnopharmacol. 21 Jun 2012.
POLHILL, R. M., RAVEN, P. H., ATIRTON, C. H. Evolution and systematics of the Leguminosae. In: POLHILL, R. M., RAVEN,
P. H. (ed.) Advances in Legume Systematics. Kew, UK:Royal Botanic Gardens, 1981. part 1, p. 1-26 .
REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 58ª, 2006, Florianópolis. Anais. Julho 2006. Disponível em:
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/SENIOR/RESUMOS/resumo_2221.html - Acesso em: 07 fevereiro 2012.
ROCHA, D. M. S. Aspectos taxonômicos, genéticos e reprodutivos de Pterodon pubescens (Benth.)Benth. e Pterodon
emarginatusVog. (Leguminosae, Dipteryxeae). 2006. 117 f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas,
Campina, SP.
SANTOS, A. P. et al. Composição química, atividade antimicrobiana do óleo essencial e ocorrência de esteróides nas
folhas dePterodon emarginatus Vogel, Fabaceae. Brazilian Journal of Pharmacognosy, v. 20, n. 6, p. 6-891, 2010.