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1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 2
2 BOTÂNICA .......................................................................................................... 3
3 FISIOLOGIA VEGETAL......................................................................................15
5 ANATOMIA VEGETAL.......................................................................................42
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bons estudos!
2
2 BOTÂNICA
Fonte: shre.ink/mXch
4
Fonte: shre.ink/mzBn
5
Fonte: AGUIAR (2018)
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2.1 Taxonomia e sistemática vegetal
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(estuda hospedeiros e pragas de plantas), engenheiros incumbidos do abastecimento
de água (algas), especialistas em nutrição animal (conteúdo do aparelho digestivo),
farmacologistas (controle de qualidade de plantas medicinais), ornitologista
(polinização, procedência das sementes encontradas no estômago das aves),
químicos (investigação de produtos naturais de origem vegetal), ecólogos e
engenheiros florestais (manejos de áreas degradadas) (SCHLEDER et al., 2020).
Objetivos da taxonomia
O principal objetivo da sistemática vegetal é a descoberta de padrões
evolutivos, ou seja, a estrutura conceitual dentro da qual a diversidade biológica pode
ser compreendida. A sistemática vegetal trata da descrição, determinação,
classificação e nomenclatura desses organismos em suas investigações sobre a
diversidade e ordem das plantas.
Descrição: Refere-se as aparências morfológicas e anatômicas utilizadas como
atributos ou características estruturais das plantas tanto para seus órgãos vegetativos
(raiz, caule e folhas) quanto para seus órgãos reprodutivos (flores, frutos e sementes).
Identificação: É a afirmação de que um táxon (unidade de classificação de cada
nível, formado a partir de outros táxons de níveis hierárquicos inferiores) é idêntico ou
semelhante a outro já conhecido e, portanto, descrito cientificamente. Isso pode ser
feito a partir da literatura ou por comparação com plantas identificadas. Em alguns
casos, pode-se concluir que a planta é nova para a ciência após descartar a
possibilidade de semelhança com uma planta já identificada (SCHLEDER et al., 2020).
Nomenclatura: Refere-se à determinação do nome correto de uma planta
específica usando um sistema de nomenclatura comum. Depois de identificar uma
planta, é necessário dar-lhe um nome científico que possa efetivamente se referir a
ela. Existem regras, recomendações e princípios contidos no Código Internacional de
Nomenclatura Botânica (ICBN).
Classificação: Grupo de elementos com características comuns de acordo com
um plano específico ou ordem de acordo com um sistema de nomenclatura. É o
arranjo hierárquico das plantas. No reino vegetal, ordem significa que cada gênero,
que contém uma ou mais espécies, pertence a uma família, cada família a uma ordem,
cada ordem a uma classe e, finalmente, cada classe a uma divisão.
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Unidades Taxonômicas
Representam termos hierárquicos das divisões sistemáticas, enquanto os
táxons correspondem aos termos aplicados aos agrupamentos tamponados nessas
categorias. As principais hierarquias de classificação estão em ordem decrescente:
Reino, Divisão, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie.
Segundo o ICBN, podem ser mescladas ou adicionadas novas categorias, e
pode ser subdividida em intermediárias e inferiores acrescentando o prefixo "sub" ao
seu nome para identificá-la:
Herbário
Herbário é uma coleção de espécimes secos de plantas que, após o devido
tratamento, são armazenados em locais adequados à sua conservação e dispostos
de acordo com uma classificação específica. Representa uma coleção de plantas de
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uma área geográfica limitada (país, região, estado) ou mesmo de todo o mundo, e
serve como material de referência e pesquisa não só para estudos taxonômicos, mas
também para outros ramos da ciência que utiliza plantas como um objeto, usando o
estudo.
Permite avaliação de impacto ambiental, preservação de materiais históricos e
identificação de espécies. O material vegetal a ser incluído na coleção do herbário
deve ser herborizado, processo que inclui a identificação, secagem, prensagem,
seleção e montagem das plantas secas (SCHLEDER et al., 2020).
Chaves de Identificação
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científico do abacateiro. Solanum e Persea são seus respectivos nomes genéricos e
lycopersycum e americana, os epítetos específicos. O “L.” após Solanum
lycopersycum e o “Mill” após Persea americana são as abreviações de Linneu e Miller,
os autores das duas espécies, respectivamente. As classes taxonômicas abaixo da
espécie são trinominais, ou seja, são escritos com três nomes, Brassica oleracea L.
var. acephala D.C. e Brassica oleracea L. var. capitata L. são nomes científicos da
couve e do repolho, respectivamente, ambos são variedades que compõem a espécie
Brassica oleracea e são escritos de forma trinominal (SCHLEDER et al., 2020).
Nomes científicos (nome genérico, espécie, cultivar e forma) devem sempre ser
escritos no texto: sublinhado ou itálico. Cada nome de espécie deve ser seguido pelo
autor da espécie. Nenhuma citação de uma espécie ou subcategoria é completa a
menos que seja seguida do nome do autor ou autores. A nomeação do(s) nome(s) é
necessária para que se possa verificar a data da primeira publicação válida do nome
do táxon.
As designações et ou & são intercaladas entre os nomes, se houver dois
autores. Cita-se o primeiro, seguido de et al, quando há formalmente dois autores. Os
nomes dos autores em geral são abreviados. Ex. Mart. (Martius); L. (Linneu); H.B.K.
(Humboldt, Bonpland e Kunth).
Caso forem desconhecidos os autores, deve ser feita uma abreviação para
“quebrar” o nome antes da primeira vogal da segunda sílaba. Ex. Juss (Jussieu); Benth
(Bentham), etc. Pode-se usar ainda, junto a abreviatura, as iniciais dos prenomes (R.
Br. para Robert Brown). Quando um dos autores está citado entre parênteses, por
exemplo, Glycine max (L.) Merril., significa que o táxon original foi descrito pelo autor
entre parênteses e foi modificado posteriormente pelo autor fora dos parênteses
(SCHLEDER et al., 2020).
Schleder et al., (2020) destacam que os parênteses são usados com mais
frequência quando uma espécie é transferida de um gênero para outro. Ex. Cassia
rugosa Don. passou a Senna rugosa (Don.) Irwin et. Barneby. Há casos em que a
designação de um táxon é seguida de dois nomes de autores, com a preposição latina
ex. significa que o táxon foi nomeado pelo primeiro autor sem acompanhar a
publicação correspondente com uma descrição ou diagnóstico, ações tomadas pelo
segundo autor posteriormente. Ex: Copaifera cearensis Huber ex Ducke. O epíteto ou
nome do gênero é um substantivo ou tratado como tal (adjetivo substantivado),
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singular, escrito em latim ou latinizado no caso nominativo, podendo ser feminino
(terminado em a), masculino (terminado em us) ou neutro (terminado em um). Até a
categoria de seção epítetos também são substantivos.
Um nome de gênero pode vir de qualquer fonte e ser composto de qualquer
combinação, em homenagem a uma pessoa – Jeffersonia (a Thomas Jefferson);
nomes arborígenas – Inga; combinando com a aparência – Phyllanthus (do Grego
Phyllon = folha e anthus = flor, porque em muitas espécies deste gênero parecem
folhas as flores que nascem em ramos). Em geral, o epíteto específico é um adjetivo,
então deve concordar em número e gênero com o epíteto de gênero. Raphanus
sativus L. é o nome científico do rabanete, como o epíteto Raphanus é masculino, o
epíteto sativus também é masculino. Mimosa pudica L. é o nome científico do
sensitivo, já que Mimosa é um nome feminino, o epíteto pudico também é feminino.
Saccharum officinarum L. é o nome científico da cana-de açúcar, como Saccharum é
um nome imparcial, o epíteto específico officinarum também o é. Quando uma espécie
é transferida de um gênero para outro, seu sufixo corresponde ao gênero do nome
genérico, se houver (SCHLEDER et al., 2020).
Panicum italicum quando transferido para o gênero feminino Setaria, torna-se
Setaria italica. O epíteto pode ser um substantivo, neste caso não fundamental a
concordância em gênero com o epíteto genérico e pode ser escrito com inicial
maiúscula, Carex Davisii equivale a Carex de Davis; Carex Fraseri de Fraser
(acrescendo-se i ou ii, para masculino); Carex Ionesea (acrescentando-se ae para
feminino).
Epítetos intraespecíficos (variedade, subespécie, subvariedade, forma e
subforma) usam a mesma regra da espécie. Os epítetos intraespecíficos são citados
da forma: Cassia tetraphylla var. aurivila, Trifolium stellatum forma nanum. Espécie,
subespécie, variedade e subvariedade são abreviadas para sp. (spp. = plural), subsp,
var. e subvar., respectivamente. Não se usa abreviação para forma e subforma
(SCHLEDER et al., 2020).
É um adjetivo plural usado como substantivo, o nome de família até subtribo.
Geralmente recebem nomes com seus próprios sufixos os grupos taxonômicos,
relacionados à categoria a que pertencem. Podem ter o mesmo radical, estes nomes,
por exemplo: Magnolia (gênero), Magnoliaceae (família), Magnoliales (ordem),
Magnoliopsida (classe) e Magnoliophyta (divisão) ou radical diferente, por exemplo, o
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gênero Lippia pertence à família Verbenaceae. São recomendações do ICBN que os
nomes dados aos departamentos terminem em sufixo phyta (Magnoliophyta) e
subdivisões phytina.
As classes e subclasses finalizam, em opsida (Magnoliopsida) e idae,
respectivamente. Para terminação a ordem é ales (Rosales) e para subordem é ineae.
O nome das famílias é adicionado da terminação aceae. As subfamílias terminam em
oideae. Para tribo é eae e para subtribo é inae.
3 FISIOLOGIA VEGETAL
A fisiologia vegetal pode ser definida como a ciência que estuda os fenômenos
vitais das plantas. Embora pertença ao grupo das chamadas “ciências biológicas”, seu
campo de estudo abrange conhecimento não só de Biologia, ou, mais particularmente,
de Botânica, mas também de Química, Física e até mesmo de Matemática. A
Fisiologia Vegetal constitui o ramo que abrange o conhecimento dos processos e
funções naturais que ocorrem nas plantas (PEIXOTO, 2020).
Processos vitais, isto é, processos fisiológicos constituem qualquer
transformação química ou física que ocorre dentro de uma célula ou organismo, bem
como qualquer troca entre a célula ou organismo e o seu meio. Nas plantas são
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processos químicos a fotossíntese, a respiração, digestão e as sínteses de
substâncias diversas. São processos físicos a absorção de gás carbônico, a absorção
e perda de água pela planta. Muitos processos fisiológicos como a fotossíntese e o
crescimento, são complexos, e envolvem tanto transformações químicas como físicas.
Os processos vegetais não ocorrem em espaços vazios e sim em estruturas
celulares (cloroplastos, mitocôndrias, entre outras). Forma e função estão intimamente
relacionadas, por isso, conhecimentos de morfologia (da célula e do organismo)
constituem base indispensável para o estudo da Fisiologia Vegetal. Por sua vez, a
Ecologia, as Fitopatologias, dentre outras ciências, necessitam dos conhecimentos
desta disciplina.
A infraestrutura básica de qualquer ciência consiste em dados e resultados
obtidos através da observação e experimentação científica. Leis físicas e químicas e
evidências experimentais diretas formam as duas principais fontes de informação em
todos os ramos da Fisiologia. Portanto, uma conclusão merece confiança quando
baseada nessas premissas.
Duas leis físicas que são particularmente úteis na Fisiologia são a primeira e a
segunda leis termodinâmicas, ou seja, a lei da conservação ou degradação da
energia. A termodinâmica é um ramo da Física que estuda as transferências de
energia e tenta entender as relações entre calor, energia e trabalho, considerando as
quantidades de calor trocadas e o trabalho realizado em um processo físico.
1ª Lei: "A energia não é criada nem destruída, apenas é transformada de uma
forma para outra". Em outras palavras: "A soma de todas as energias em um sistema
isolado é constante". Sabe-se que a energia pode ser convertida em matéria e vice-
versa, mas isso não acontece em condições fisiológicas. A implicação dessa lei na
Fisiologia é que todo processo que consome energia deve ser acoplado a outro
processo que fornece energia. Por exemplo, crescimento através da respiração.
2ª Lei: "A energia térmica de um sistema só permite trabalho significativo em
um segundo sistema se a temperatura do primeiro for maior que a temperatura do
segundo". Esta lei se estende a todas as formas de energia. Então, para que isso
produza trabalho em outro sistema, é necessária uma diferença de energia potencial.
Ao equalizar potências, parte da energia é convertida em calor. A experiência mostra
que o calor não pode ser totalmente convertido em outras formas de energia (ou
trabalho). O calor é, portanto, uma forma de energia degradada, não há contradição
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com a lei da conservação da energia aqui, pois se limita ao fato de que a quantidade
de energia é constante, mas não estabelece nenhum limite para as conversões de
energia. As leis de difusão, por exemplo, são derivadas da segunda lei da
termodinâmica (PEIXOTO, 2020).
Todos os seres vivos são compostos de células, que são as unidades básicas
das quais os tecidos são derivados. Portanto, podemos definir um tecido como um
conjunto de células semelhantes que possuem funções e propriedades definidas,
garantindo proteção, sustentação, equilíbrio e homeostase intracelular.
Para a Agricultura
A tecnologia de exploração vegetal implica a aplicação de múltiplas ciências,
utilizando conhecimentos de botânica, edafologia (ciência que trata da influência dos
solos nos seres vivos), mecânica, entomologia (pragas), climatologia e outros campos
do conhecimento, com o objetivo de produção agrícola resultante do crescimento e
desenvolvimento vegetal. Portanto, controlar a produtividade das plantas só é possível
conhecendo os fatores que afetam o crescimento e o desenvolvimento das mesmas.
A produtividade, resultante do crescimento e desenvolvimento das plantas,
depende de fatores genéticos, fisiológicos e ecológicos. Os fatores genéticos
representam o potencial que a planta recebe de seus ancestrais por meio da herança.
Os fatores fisiológicos são o conjunto de processos simples e complexos que
determinam o ganho ou diferenciação da matéria seca. Finalmente, os fatores
ecológicos são os fatores externos, provenientes do solo ou da atmosfera, que, direta
ou indiretamente, influenciam os processos fisiológicos da planta.
Embora compartilhem os mesmos mecanismos genéricos, existem diferenças
sutis entre as plantas (por exemplo, respostas diferentes devido aos efeitos da
temperatura), fatores genéticos estão intimamente ligados a essas diferenças e se
tornam mais proeminentes no controle da Morfologia. O controle do metabolismo
depende não apenas da constituição genética, mas também da interação desses
fatores com os do meio externo.
Através da fenologia, o estudo dos fenômenos periódicos da vida em relação
às condições ambientais, pode-se observar que o crescimento e desenvolvimento de
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um organismo resulta da ação combinada de três níveis de controle (PEIXOTO et al.,
2011):
a) Controle Intracelular - O controle genético engloba as características da
planta que a carregam em sua bagagem genética. A atividade celular depende da
ação dos genes para a síntese de proteínas enzimáticas. Esse conhecimento é
amplamente utilizado em programas de biotecnologia.
b) Controle Intercelular - Função das substâncias reguladoras. Hormônios,
compostos orgânicos não nutritivos de origem natural produzidos na planta que, em
baixas concentrações, promovem, retardam ou inibem processos fisiológicos e
morfológicos. Reguladores vegetais, que têm as mesmas propriedades, mas são
estranhos ao corpo. Sua ação ocorre no nível do gene, razão pela qual são capazes
de promover uma ampla variedade de mudanças nas plantas. As principais classes
de hormônios vegetais são as auxinas, giberelinas e citocininas (promotores), o etileno
(ligado a senescência), e o ácido abscísico (inibidor). Determinados reguladores
sintéticos como a hidrazina maleica (MH), têm ação inibidora. Enquanto outros, como
o daminozide (SADH) e chlormequat (CCC), atuam como retardadores do
crescimento, com ação no meristema subapical, sobre a síntese de auxina e
giberelina, respectivamente (CASTRO; VIEIRA, 2001).
c) Controle Extracelular - É o controle ambiental. Essas seriam as condições
ambientais em que a usina está implantada, pois seu desenvolvimento depende de
vários componentes ambientais, como: Ex.: luz, temperatura, água, minerais, etc.
Intervêm fatores do meio físico (climático e edáfico) e fatores do meio biológico
(pragas, doenças, plantas daninhas, animais e humanos).
A fisiologia vegetal já deu uma grande contribuição para melhorar a agricultura.
A prática da fertilização se desenvolveu após a descoberta da necessidade das
plantas por elementos minerais. O uso de fitorreguladores no enraizamento de
estacas, controle de plantas daninhas e diversas outras aplicações surge a partir de
estudos dos efeitos dos hormônios nas plantas e outros são amplamente
determinados pela atividade fisiológica das plantas.
O armazenamento de frutas, hortaliças e sementes depende quase que
exclusivo da fisiologia desses produtos. Melhorias e descobertas de novas práticas
agrícolas certamente resultarão dos avanços na fisiologia das plantas. Esses avanços
podem surgir tanto da pesquisa básica no campo da Fisiologia quanto da análise
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fisiológica aplicada nas áreas de horticultura, agronomia e silvicultura. Surgiram
aplicações práticas da pesquisa básica em fisiologia e vice-versa. Valiosas
contribuições básicas vêm da pesquisa exclusivamente orientada para a prática.
A maioria dos agricultores está interessada apenas em saber como realizar as
operações inerentes a uma determinada cultura. Os técnicos, profissionais com
conhecimentos mais avançados na sua especialidade, precisam de saber não só
como (o que os colocaria a par de qualquer agricultor avançado), mas também o
porquê das práticas agrícolas.
As razões para a grande maioria das práticas agrícolas são fisiológicas, além
disso, o estudo da fisiologia vegetal é fundamental para a formação de um profissional
qualificado e dedicado à pesquisa agropecuária. Aumentar a produção através da
aplicação de fertilizantes adequados, desenvolver plantas resistentes à seca e
geadas, encurtar o ciclo de vida das plantas, quer através da vernalização das
sementes, quer através da aplicação de estudos de fotoperiodismo, estimular o
crescimento e enraizamento das estacas através da aplicação de fitorreguladores,
transplantes e podas cientificamente aplicadas são todos problemas fisiológicos
diretamente relacionados à agricultura.
Para a Sistemática
Modernamente, a sistemática tem lançado mão de certas características
fisiológicas particulares a certas plantas para utilizá-las na classificação das mesmas.
De acordo, por exemplo, com as características dos grãos de amido de uma dada
planta, pode-se hoje categorizá-los com segurança muitas vezes por gênero e até
espécies .
Pela análise das proteínas, utilizando o clássico método sorológico, há uma
importante correlação proteica entre as plantas, dando assim uma base fisiológica
para a velha classificação puramente morfológica dos vegetais (PEIXOTO et al., 2020)
Para a Ecologia
Ecologia por definição é o estudo das plantas em relação ao meio. Para esta
ciência o organismo é uma expressão do meio em que vive. A interpretação das
modificações que sofrem as plantas de acordo com os fatores do ambiente é de
princípio fisiológico fundamental. Aliás, a Ecologia pode ser mesmo definida como o
estudo da fisiologia da planta no seu meio natural. Isto evidencia bem que o ecologista
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deve ser antes de tudo, fisiologista, caso contrário nunca poderá ir além de simples
parte descritiva da ciência ecológica. A Fisiologia Ecológica fornece ainda, subsídios
e conhecimento apropriado para evitar, controlar e resolver de maneira racional
diversos problemas nas culturas agrícolas, possibilitando sua implantação, condução
adequada e a obtenção de altas produções.
Para a Fitopatologia
O fitopatologista precisa conhecer todas as doenças chamadas “fisiológicas”
de uma planta. O conhecimento de uma planta doente e da correlação fisiológica entre
parasita e hospedeiro é um ponto também indispensável para este profissional.
Para a Genética
A genética, ciência que estuda as leis da hereditariedade, pode ser considerada
como uma parte da Fisiologia quando trata da reprodução celular (meiose, mitose,
gametogênese) e da evolução das plantas.
Para a Indústria
A produção comercial de álcool, a transformação de álcool em vinagre (por
bactérias), a fabricação de pães e queijos e todas as indústrias de fermentação, fazem
aplicação dos conhecimentos de Fisiologia Vegetal. Na fabricação de inseticidas e
fungicidas é um ponto importante a se considerar, a reação fisiológica das plantas a
estas substâncias.
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3.1 Célula vegetal
Fonte: static.brasilescola
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patogênicos, bem como lesões físicas e químicas, além de favorecer o controle do
crescimento celular.
O controle da passagem de substância através da membrana depende das
características físicas e químicas da estrutura da membrana e também das moléculas
que vão atravessá-la. A constituição da membrana plasmática é lipoproteica, ou seja,
uma parte dos constituintes é de natureza lipídica, tendo afinidade por substâncias
apolares, e outra parte de sua constituição é de natureza proteica.
Assim, as proteínas inseridas na membrana funcionam como proteínas-canais
e receptores para que haja a entrada e saída de íons e água de dentro do ambiente
intracelular para fora e vice-versa e também para a ligação de outras moléculas e
substâncias em proteínas-receptores.
Fonte: shre.ink/mzB7
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o aumento da pressão, devido à contínua entrada de água para uma região de menor
concentração de água. Se a água for separada de uma solução por uma membrana
semipermeável, a água entrará na célula até que se atinja o equilíbrio, quando o
potencial hídrico for igual em ambos os lados da membrana.
O movimento de água pela membrana plasmática em resposta ao potencial
hídrico causa problemas para determinados seres vivos, principalmente aqueles de
ambientes aquáticos. Esse contexto é válido quando o potencial hídrico da célula está
acima, abaixo ou é igual ao potencial hídrico do ambiente em que vivem. Atravessando
a membrana plasmática, temos citosol, núcleo e vacúolo, sendo o citosol uma região
que contém um líquido viscoso, com uma diversidade de estruturas que vão desde
organelas celulares membranosos, como os cloroplastos (locais da realização da
fotossíntese), até estruturas grandes como o vacúolo, que pode ocupar um vasto
volume celular, servindo de reservatório de substâncias vitais para a célula (proteínas,
açúcares, água).
No citosol, ocorrem reações metabólicas e também é onde se faz a troca de
água por meio do processo de osmose, mantendo a pressão hidrostática dentro da
célula. Os vacúolos são tão particulares da célula vegetal como são a parede celular
e os plastídios, entre eles os cloroplastos. É exatamente em vacúolos que a planta
absorve grande quantidade de água, minerais e dióxido de carbono, assim como luz
solar. Os vacúolos funcionam na turgidez e no formato das células vegetais.
Como em sua constituição, onde a prevalência seria de água e materiais
dissolvidos, são essas as substâncias que exercem pressão no citosol, acabando por
aumentá-la pelo processo de osmose. Também se encontram pigmentos e cristais e
outros componentes capturados pela planta. Os vacúolos ainda possuem enzimas
digestivas que digerem diferentes materiais absorvidos, tendo função lisossomal. A
função de homeostasia dos vacúolos está vinculada aos íons hidrogênio que mantém
o pH constante e também a determinadas substâncias dissolvidas que determinam
propriedades osmóticas, garantindo a homeostasia.
Assim, em organismos que vivem em água doce, quando estão em contato com
um ambiente em que o potencial hídrico da célula é menor que o do meio circulante,
a água tende a entrar na célula por osmose. Nesse caso, pode haver diluição do
conteúdo intracelular, rompimento da membrana plasmática e comprometimento das
funções celulares. Imagine agora você, que está aprendendo como acontece a
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minuciosa escolha dos componentes que passam pela membrana plasmática
(semipermeável), saber que essas organelas vitais que estão no citosol das células
sofreram influências do próprio ambiente celular e que perderam suas principais
funções.
Esse tipo de problema pode ser solucionado pelo vacúolo contráctil, que tem a
função de coletar água de diferentes partes da célula e bombear todo esse excesso
para fora da célula, mantendo a homeostase do meio intracelular. Assim, o vacúolo
não só armazena água e substâncias, como está envolvido no metabolismo da célula
vegetal e também tem a propriedade de buscar essa homeostase intracelular.
O citosol pode se expandir e a membrana plasmática fazer uma forte pressão
contra a parede celular, pelo fato de ter estrutura típica da célula vegetal, que garante
proteção mecânica para que a célula não venha se romper.
Células de origem vegetal vão juntar ou acumular em seus vacúolos diferentes
substâncias concentradas com sais, açúcares, aminoácidos e ácidos orgânicos.
Consequentemente, pode haver um aumento da pressão hidrostática no interior das
células devido à entrada de água por osmose. O que acontece é que essa pressão
que a célula exerce mantém a parede túrgida, assim, define-se a pressão de turgor.
A grande relevância dessa estrutura é que ela deve restringir a distensão do
citosol, garantindo tamanho e forma à célula vegetal adulta, sem esquecer que
garante proteção aos componentes (organelas celulares). Além da parede celular
primária, há a parede celular secundária, e para que ambas se mantenham juntas,
existe a lamela média. A lamela média é constituída por um gel que une ou “cimenta”
as paredes até que seu crescimento cesse e a parede tenha sua estrutura definida.
A parede celular primária, composta principalmente por celulose, hemicelulose
e pectina, garante sustentação e proteção mesmo com a célula em crescimento, pois
é porosa e permite a passagem de substâncias e de água pela planta, por entre a
parede celular, sendo essa região conhecida como apoplasto. Depois que a célula
para de aumentar, o citosol secreta a parede secundária que vai fornecer suporte para
as plantas, essa parede é mais grossa que a primária e mais rígida. Interessante notar
que em células do xilema (sistema que garante o transporte de substâncias líquidas),
a deposição da parede secundária produz verdadeiros anéis (espirais ou redes), que
impedem o estreitamento e, consequentemente, o colapso da estrutura, devido às
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pressões de células adjacentes, pois essas células estão repletas de líquido
pressurizado.
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por sua vez, são elementos essenciais na realização das funções vitais das células,
incluindo a reprodução, em que o núcleo detém o comando.
Ainda, ribossomos menores podem ser encontrados nas mitocôndrias e nos
cloroplastos. As mitocôndrias possuem DNA e ribossomos em sua matriz mitocondrial,
mas são dependentes de proteínas sintetizadas no citosol, sob o controle nuclear. As
enzimas produzidas nas mitocôndrias e aquelas dependentes do citosol serão
importantes na manutenção da respiração celular e também no controle do
metabolismo celular. Sabe-se que mais da metade do metabolismo celular acontece
nas mitocôndrias. O peroxissomo é um tipo de bolsa membranosa que muitas vezes
poderia causar confusão com os lisossomos por conter enzimas digestivas como as
catalases.
Os peroxissomos são importantes também em plantas. Dois tipos deles têm
sido extensivamente estudados. Um tipo está presente nas folhas, em que participa
na fotorrespiração, o outro encontra-se em sementes em germinação, nas quais
converte os ácidos graxos armazenados em sementes oleaginosas em açúcares
necessários ao crescimento da planta jovem. Vale ressaltar que as principais enzimas
envolvidas no processo digestivo seriam aquelas que degradam gorduras e
aminoácidos, mas, nesse caso, eles contêm também grande quantidade da enzima
catalase, que converte o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. O peróxido de
hidrogênio (ou água oxigenada usada em ferimentos) pode ser tóxico às células e
causar lesões.
Os plastídios, por sua vez, são estruturas que possuem membranas duplas que
aparecem em plantas; eles contêm DNA e ribossomos em sua matriz fluida (estroma),
que podem conter grãos de amido conhecidos como amiloplastos e que são incolores.
Outros possuem cores e são conhecidos como cloroplastos, que contêm a clorofila e
pigmentos associados. Os cloroplastos possuem um sistema de membranas
chamadas tilacoides, que, ao se agrupar, formarão os granum, que por sua vez são
incorporados ao estroma. A importância dessa estrutura é que as enzimas
relacionadas com a fotossíntese estão situadas nas membranas de tilacoides.
No processo da fotossíntese, a energia do sol é captada e transformada em
energia química. Assim, a primeira etapa da conversão da energia vinda do sol em
energia química é a absorção de luz. A clorofila é o pigmento fotossintético presente
nas folhas das plantas e é de cor verde. Sabe-se que a clorofila absorve luz em
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comprimentos de onda de cor violeta, vermelha e azul, no entanto, ao refletir a luz, a
clorofila apresenta-se verde.
O núcleo é considerado o centro de controle de células eucariontes, mas, de
qualquer forma, ele precisa da colaboração do citosol na síntese proteica, quando usa
os ribossomos tanto nuclear quanto citosólico nela. Trata-se de uma estrutura
esférica, um tanto alongada, que exerce controle nas funções celulares e está
envolvida também na produção de enzimas (por meio do controle do RNA
mensageiro). Além do controle de atividades celulares, o núcleo contém o material
genético (cromatina-DNA combinada com proteínas conhecidas como histonas).
Durante a reprodução celular, a cromatina é duplicada na fase do ciclo celular
conhecida como INTERFASE e, depois de condensar-se, enrola-se e é chamada de
cromossomo. São os cromossomos os responsáveis pela transmissão das
características genéticas na reprodução celular.
A região que banha o núcleo é conhecida como nucleoplasma e apresenta uma
constituição aquosa com enzimas, na qual cromatina ou cromossomos e os nucléolos
encontraram-se suspensos. Assim, como o citosol, o nucleoplasma possui uma
estrutura citoesquelética capaz de organizar o material nuclear e os nucléolos.
Os nucléolos são grânulos densos e massas de fibras intensamente corados
(eucromatina quando ativo e heterocromatina quando inativo) de formato irregular que
ficam inseridos no nucleoplasma. Existem semelhanças entre grânulos nucleares com
ribossomos do citoplasma, entretanto as subunidades de ribossomos (compostos de
RNA e proteínas) são produzidas precisamente no nucléolo.
Tecidos vegetais
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Os meristemas apicais estão ligados ao crescimento da planta em extensão e
são encontrados nos sistemas dos caules e de raízes. Esse crescimento é conhecido
como crescimento primário, de onde derivam os tecidos primários. Essa região da
planta formada por tecidos primários é conhecida como corpo primário vegetal. Os
meristemas laterais (câmbio da casca e câmbio vascular) produzem os tecidos
secundários da planta. O câmbio vascular é responsável pelo crescimento de células
e tecidos, aumentando a espessura da planta logo após o amadurecimento dos
tecidos primários dos meristemas apicais. Em ambos, meristemas apicais e laterais,
as células são capazes de se dividir muitas vezes.
Depois de cada divisão de células filhas, uma permanece no meristema
(conhecidas como iniciais) e outra torna-se uma célula nova do corpo (células
derivadas). Vale lembrar que a divisão celular não está limitada aos meristemas
apicais e laterais. Os tecidos parcialmente diferenciados (protoderme, procâmbio,
meristema fundamental) são também chamados de meristemas primários pois (1):
dão origem aos tecidos primários e (2): células permanecem meristemáticas até que
se diferenciem em vários tipos de células.
Assim, exceto na embriogênese, os meristemas primários são derivados dos
meristemas apicais. No entanto, o crescimento do corpo de uma planta envolve
divisão e expansão celular, e o tamanho das células também aumenta à medida que
progride dos tecidos meristemáticos mais jovens para aqueles mais velhos. A forma
da planta e a organização dos tecidos são influenciados pela expansão e divisão
celular, constituindo a morfogênese (expansão e criação das formas da planta).
Assim:
1- Tecidos meristemáticos envolvem: meristemas, câmbio vascular e súber.
Meristemas: Esses tecidos, por serem jovens, encontram-se em intensa
atividade mitótica e crescimento. Apresentam-se pouco diferenciados ou ainda
indiferenciados, com características celulares bem definidos como: núcleo central
evidente, citoplasma denso, vacúolo de pequena extensão e parede celular pouco
espessa. São conhecidos como meristemas primários e secundários.
Câmbio vascular: No desenvolvimento primário de caules e raízes, o procâmbio
diferencia-se e forma os tecidos vasculares. São tecidos com grande quantidade de
ribossomos e sistema de membranas e vacúolos bem desenvolvidos. São
característicos de plantas que envolvem crescimento secundário.
28
Tecido suberoso: Tecido que aparece em caules e raízes e se torna
responsável pela formação (exterior) de células de tecido suberoso e para o interior
de células do parênquima de reserva (feloderme ou córtex secundário). A partir
desses tecidos meristemáticos, formam-se os tecidos definitivos provenientes de
meristemas que evoluem para tecidos definitivos: adulto e diferenciado.
Tecidos definitivos: Tecidos de proteção (periderme e epiderme) e tecidos de
reserva/suporte e secretores (parênquima, colênquima, esclerênquima, tecidos
secretores) e condutores (xilema e floema). Interessante lembrar que os estômatos
são órgãos especializados nas trocas gasosas, podem ser encontrados na região da
epiderme da parte aérea de plantas (caules herbáceos, pecíolos, flores, alguns frutos,
folhas), no entanto são em maior número principalmente nas folhas.
As plantas de regiões de climas áridos e semiáridos possuem folhas
hipoestomáticas, sendo uma característica que contribui para a adaptação de
determinada espécie a ambientes diversos.
Parênquimas: São os mais abundantes em todas as células e conhecidos como
tecido fundamental.
Colênquima: É constituído por células com paredes muito espessas e ricas em
substâncias pécticas e celulose. É considerado um tecido de suporte e está abaixo da
epiderme de órgãos em crescimento ou diferenciados.
Esclerênquima: São células espessas, apresentando função de suporte.
Formadas por escleritos e fibras, estão em associação com diversos órgãos da planta:
folhas, raízes, caules e frutos.
Tecidos secretores: Com suas células secretoras, liberam substâncias
produzidas pelo citosol que podem ser lançadas para o exterior da célula, ficar em
vacúolos e permanecer no citoplasma. Alguns produtos podem ser eliminados da
planta, e outros são vitais para as plantas como os hormônios.
Todos nós sabemos que as plantas retiram do solo em que vivem a água e os
minerais, assim, analisaremos os tecidos condutores que levam ou transportam esses
nutrientes do solo para todo o corpo do vegetal.
Quando falamos de tecidos condutores, referimo-nos a xilema e floema. O
xilema é um tecido que transporta água e substância mineral dissolvida, podendo
exercer funções de reserva e ter função mecânica. É um tecido em fase final de
diferenciação e até contém células mortas de paredes lenhificadas. Já o floema é
29
composto por células vivas, paredes com celulose, transportando substâncias
orgânicas sintetizadas ou transformadas. Muitas dessas substâncias são o resultado
do processo fotossintético. É um tecido mais complexo do que o xilema, formado por
células do parênquima e esclerênquima (fibras e esclerídeos), com parênquima
condutor e não condutor (células secretoras e de reserva).
30
folhas de sombra. As folhas mais altas apresentam estômatos menores e mais
frequentes que as folhas mais baixas de uma mesma árvore.
O estômato possui tamanho médio de 4 a 12 microns de largura e 10 a 40 de
comprimento e cerca de 100 microns quadrados de área quando completamente
abertos. O número varia em torno de 10.000 cm2 de folha, cai para 1000 em algumas
cactáceas e pode atingir 100.000 em algumas decíduas. Podem estar distribuídos nas
duas faces da folha (anfiestomática), ou na face inferior ou abaxial da folha
(hipoestomática) e em certas aquáticas, apenas na superfície superior ou adaxial da
folha (epiestomática). Os estômatos são formados a partir da protoderme, ainda nos
primeiros estádios de desenvolvimento do órgão.
As dicotiledôneas possuem um formato reniforme, com as extremidades
arredondadas, com uma espessa cutícula que reveste a parede que delimita o poro
estomático e a câmara subestomática. Esse espessamento diferenciado influencia no
mecanismo de abertura e fechamento. Nas monocotiledôneas as células guardas
apresentam um tipo especial de constituição. Na região mediana são estreitas, com
paredes bastante espessas, mas com extremidades alargadas e de paredes
delgadas, em forma de halteres. Neste caso o mecanismo de abertura e fechamento,
está na dependência da variação das dimensões das extremidades globulares.
A orientação radial das microfibrilas de celulose nas paredes das células
guardas é requerida para a abertura estomática. O espessamento das paredes
celulares internas, associado com o alinhamento das microfibrilas de celulose que
reforçam as paredes, são determinantes na forma das células. Nas células reniformes
as microfibrilas de celulose se abrem em leque radialmente a partir do poro, forçando
a curvatura das células guardas para fora durante a abertura.
Nas gramíneas elas funcionam como suporte com extremidades infláveis.
Quando as extremidades globosas aumentam em volume e incham, os suportes são
separados um do outro e a fenda ou ostíolo entre elas alarga-se.
A abertura estomática é causada por um aumento na pressão de turgescência
ou turgor das células guardas. Essas células funcionam como válvulas hidráulicas
multisensoriais. Quando a pressão osmótica aumenta nas células guardas, a potencial
água se torna mais negativa e a água move-se por diferença de potencial hídrico das
células subsidiárias para as estomáticas, o que aumenta a pressão de turgescência,
levando a abertura do aparato estomático.
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Principais características das células estomáticas (VIEIRA, 2010):
- Únicas células da epiderme com cloroplastos funcionais, menores e em maior
número que as das células do mesófilo;
- São ricas em amido, mais que as células da epiderme;
- Possuem maior número de mitocôndrias que as células do mesófilo;
- Possuem enzimas importantes como: ATPase fosforilas e peroxidase;
- São resistentes à desidratação e regulam melhor a perda de água;
- Deixam de funcionar quando as células anexas se tornam inoperantes;
- A área total dos estômatos abertos em relação à área foliar fica em torno de
0,5 a 2,0 % da área total.
A morfologia vegetal é o estudo da forma das plantas, uma das bases principais
da botânica, e tem como objetivo observar as formas e estruturas vegetais. Utilizada,
na sistemática, no auxílio à classificação e na fisiologia vegetal (GONÇALVES;
LORENZI, 2011).
Consiste no estudo direcionado a caracterização dos aspectos físicos dos
vegetais como, cor, textura, forma e tamanho, servindo de subsídio para uma gama
de estudos. Assim, a morfologia de frutos e sementes se torna uma ferramenta
fundamental no estudo dos mecanismos de dispersão, regeneração e cultivo de
plantas (RAMOS et al., 2010).
Alguns grupos de plantas são de fácil distinção, mas outros podem ter
semelhanças com outras espécies e tornar sua identificação difícil. Desse modo, as
descrições morfológicas de frutos, sementes e plântulas podem auxiliar nesse
processo de identificação, como também dá suporte para a produção em viveiros
florestais e melhor compreensão das condições de estabelecimento das mudas em
condições naturais.
A morfologia abrange o conhecimento sobre diversos táxons, tanto a nível de
famílias, gêneros até mesmo espécies, objetivando a identificação de plantas em
inventários florestais de diferentes regiões. Estudos morfológicos contribuíram para
reconhecer a família Capparaceae como um grupo monofilético devido suas espécies
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possuírem ginóforo exserto, folhas simples ou tri-folioladas, frutos carnosos e sem
replum (SOARES NETO et al., 2014).
Do ponto de vista ecológico a diversidade na forma e tamanho de frutos pode
auxiliar na compreensão da biologia da reprodução. As variações biométricas entre
sementes de plantas matrizes diferentes podem ser resultado da variabilidade
genética, de fatores bióticos e abióticos, também, da interação genótipo-ambiente
(SANTANA; TORRES; BENEDITO, 2013). A existência de variabilidade genética em
uma espécie é importante para a sobrevivência e adaptação frente às mudanças
ambientais e auxiliam em programas de melhoramento (REIS et al., 2015).
Alguns aspectos morfológicos das sementes tendem a ser semelhantes entre
as espécies de determinado táxon, tornando possível reagrupá-las, por exemplo, a
forma e a posição que o embrião ocupa numa semente, difere entre os grupos de
plantas; os quais podem ser empregados na identificação de famílias, gêneros e
espécies.
Citogenética
Algas
Fontes: shre.ink/mXca
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células flageladas, chamadas zoósporos, que são liberadas no ambiente e em
condições favoráveis desenvolvem novos indivíduos idênticos. Este tipo de
reprodução é chamado zoosporia.
Outra forma de reprodução assexuada em algas multicelulares é a
fragmentação, quando um talo adulto se separa de uma alga para formar um novo
indivíduo idêntico ao organismo original. A reprodução sexuada também pode variar
de um indivíduo unicelular a um indivíduo multicelular:
Algas unicelulares: A reprodução sexuada pode ocorrer através da fusão de
dois indivíduos adultos haplóides (n), trocando assim seus materiais genéticos e
gerando um indivíduo diplóide (2n), chamado de zigoto, que, quando envolvido por
um envoltório específico, é conhecido como zigósporo. Após a formação do zigósporo
diplóide (2n), a célula passa pela ação de divisão meiótica, gerando assim quatro
indivíduos haplóides (n) idênticos (MIRA, 2022).
Algas multicelulares: A reprodução sexuada ocorre pelo meio do processo de
alternância de geração. Nesse processo, o indivíduo pode apresentar um esporófito
diplóide (2n) que, no talo da alga (estrutura semelhante ao caule), formam, através de
divisões meióticas, estruturas flageladas especializadas em reprodução, nomeados
de esporos, que são haplóides (n). Os esporos irão se movimentar no meio em que a
alga se encontra até encontrarem condições favoráveis para se desenvolverem em
gametófitos haplóides (n). Os gametófitos irão formar, através de divisões mitóticas,
células chamadas de gametas, que são haplóides (n) e flageladas. Dois gametas
haplóides podem se fundir e gerar uma nova célula, chamada de zigoto e que é
diplóide (2n). Esse zigoto pode se desenvolver, gerando um esporófito diplóide (2n) e
reiniciando o ciclo.
Briófitas
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Além disso, o gametófito dos musgos é uma estrutura mais complexa que o
esporófito. E se compararmos com os outros grupos, vemos que acontece o contrário:
o gametófito costuma ser a estrutura mais simples.
Reprodução
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Fonte: shre.ink/mXV2
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No grupo dos antóceros (Filo Anthocerotophyta) encontramos indivíduos com
um meristema basal típico visto na região entre o caule e a cápsula do esporófito. Este
meristema é responsável por alongar a cápsula por um longo período de tempo.
No grupo dos musgos (Filo Bryophyta) encontramos espécies que possuem
células especializadas para condução, são denominadas hidróides se conduzirem
água ou leptóides se conduzirem outros nutrientes.
Pteridófitas
Fonte: shre.ink/mXV8
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samambaias, xaxins, avencas e cavalinhas. Esse grupo é considerado muito antigo
em termos evolutivos, tendo se formado bem antes das angiospermas e
gimnospermas (DELLA et al., 2016).
As pteridófitas compreendem dois grandes grupos: as licófitas e as monilófitas.
As licófitas divergiram cedo na árvore evolutiva das plantas vasculares e englobam
três famílias, Lycopodiaceae, Selaginellaceae e Isoetaceae, as quais fazem parte da
classe Lycopodiopsida, que compreende menos de 1% das traqueófitas atuais. A
principal diferença delas com relação às monilófitas é a presença de microfilos nas
primeiras e megafilos nas segundas. As monilófitas, por sua vez, fazem parte de um
táxon maior, o das eufilófitas, o qual abarca também as espermatófitas. As monilófitas
compreendem quatro classes (Psilotopsida, Equisetopsida, Marattiopsida e
Polypodiopsida), 11 ordens e 37 famílias. Como pode ser observado a partir do
exposto, as pteridófitas correspondem a um grupo filogeneticamente parafilético,
contudo, o termo pteridófita ainda é de uso corrente na literatura científica e coloquial.
Estima-se que haja no mundo cerca de 11.835 espécies de pteridófitas, sendo
que dessas, 10.535 são monilófitas e 1.300 são licófitas (CHRISTENHUSZ; CHASE,
2014). No Brasil, ocorrem em torno de 1.253 espécies de pteridófitas, destas 1.111
são monilófitas e 142 são licófitas (PRADO; SYLVESTRE, 2022). O nosso País é
considerado um dos principais centros de endemismo da América (GASPER, 2012).
5 ANATOMIA VEGETAL
Raiz
Fonte: shre.ink/mXFa
Caule
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embrulhados em outras plantas e lugares (plantas trepadeiras), ou podem proteger
esta planta (formação de espinhos) (ESTIENE, 2021).
Folha
Fonte: shre.ink/mXtg
Órgãos Reprodutivos
Flor
Principal órgão reprodutor das plantas. Eles surgem das axilas das folhas e são
formados pelo carpelo e pelo pedicelo (pedicelo). No vaso encontramos o perianto,
androceu e gineceu. O perianto apresentará as estruturas que melhor conhecemos
sobre as flores, as pétalas (parte colorida) e as esépalas (pequenas "folhas verdes"
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na base das pétalas), além dos estames e carpelos, que são importantes para a
reprodução.
O Androceu é o órgão masculino das flores onde encontramos os estames que
produzem o pólen que é armazenado em estruturas chamadas anteras. E o gineceu
é o órgão feminino onde são produzidos os óvulos e onde se localizam os carpelos,
que são formados pelo ovário, estigma e estilete. O estilete é responsável por receber
e selecionar o pólen, o estigma conecta o estilete ao ovário, que por sua vez produz
e abriga os óvulos (ESTIENE, 2021).
As pétalas que dão cor às flores são responsáveis por atrair polinizadores. Em
alguns casos, os estames podem não produzir pólen e começar a produzir
substâncias (néctares) para atrair polinizadores também. Podemos encontrar flores
isoladas (como rosas) ou em grupos chamados de inflorescências (como flores
extravagantes).
Fruto
Semente
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Considerando que variações anatômicas adaptativas refletem variações nos
processos fisiológicos (o contrário também é válido), frequentemente a anatomia
ecológica está associada à anatomia fisiológica, o que é às vezes chamada de
anatomia ecofisiológica. Nela, busca-se estudar as possíveis relações entre a
estrutura e função dos tecidos vegetais com as atividades fisiológicas das plantas,
especialmente aquelas ligadas à fotossíntese, absorção de água e translocação de
substâncias pelo floema. Tais estudos, além de auxiliar na compreensão da resiliência
vegetal, podem ser utilizados para identificar como as espécies vegetais irão
responder às mudanças climáticas (EDSON-CHAVES; SANTOS-SILVA; CORTEZ,
2021).
Tipos de nutrientes
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vitaminas e, atua em todas as fases (crescimento, floração e frutificação). O azoto é
absorvido nas suas formas iónicas, NO3 - e NH4+ (nítrica e amoniacal, respetivamente);
Fósforo (P) – Atua a nível da respiração e da produção de energia, atuando
também, na divisão celular, aumentando-a. Faz parte de substâncias de reserva,
como o amido e os albuminoides. Facilita a floração, aumenta a frutificação e antecipa
a maturação, intensificando a resistência das plantas, às doenças. Contribui para o
crescimento do sistema radicular e é um fator de quantidade e de qualidade nas
culturas. O fósforo encontra-se no solo sob a forma de fosfatos e, é absorvido, através
dos íons ortofosfato primário (H2 PO4 -) e dos íons ortofosfato secundário (HPO4 2- );
Potássio (K) - Com este nutriente, as plantas elaboram os açúcares e o amido.
É indispensável para a formação e o amadurecimento dos frutos, aumenta a rigidez
dos tecidos e a resistência das plantas às pragas e doenças, favorecendo o
crescimento do sistema radicular. A forma iónica absorvida pelas plantas é K +.
Fonte: shre.ink/mXfA
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de transpiração ocorrem em maior proporção o transporte apoplástico (CHAVARRIA;
SANTOS, 2012).
Figura 3. Detalhe da rizosfera. Absorção de água pela raiz pelas vias apoplástica,
simplástica e transmembranar.
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