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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

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Você sabe o que é sustentabilidade?

Essa é uma daquelas palavras repetidas como um mantra, que todo mundo já ouviu falar,
mas cujo conceito nem sempre é compreendido.

Inclusive, costumamos relacionar sustentabilidade ao meio ambiente, em especial no


controle da poluição.

Não que a relação seja inexistente, mas a abrangência do termo é muito maior.

Neste artigo, veremos que a concepção de sustentabilidade vai além das questões
ecológicas e pode ser aplicada a qualquer tipo de recurso.

Confira os tópicos que você vai acompanhar a partir de agora:

O que é sustentabilidade?
Um novo conceito de sustentabilidade
Quando e por que a sustentabilidade passou a ser debatida?
O que significa desenvolvimento sustentável?
Quais os benefícios da sustentabilidade?
O tripé da sustentabilidade: uma visão ecológica, econômica e social
Qual é a real importância da sustentabilidade?
Entenda como funciona o processo de sustentabilidade
Agenda 21 e sustentabilidade
Sustentabilidade e responsabilidade social
Como funciona o Instituto Internacional para Sustentabilidade?
Diferentes tipos de sustentabilidade
A agricultura sustentável

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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

Exemplos de sustentabilidade, nos âmbitos individual, comunitário e global


O que é educação ambiental?
Sustentabilidade e ESG: entenda a relação
Quais os desafios da sustentabilidade?
Existe algum curso de sustentabilidade?
MBA em sustentabilidade.

Boa leitura!

O que é sustentabilidade?

O que é sustentabilidade?

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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

Sustentabilidade é um conceito relacionado à conservação ou à manutenção de um cenário


no longo prazo, de modo a lidar bem com possíveis ameaças.

No aspecto ambiental, em que o termo é empregado com frequência, a sustentabilidade faz


referência a um planeta sadio, no qual as pessoas possam encontrar as condições
necessárias para a sobrevivência, de geração em geração.

A noção de sustentabilidade surgiu baseada no entendimento de que os recursos naturais


são finitos.

Em relação à biologia, o termo sustentabilidade está ligado à capacidade de regeneração


dos ecossistemas diante do uso abusivo dos recursos naturais ou de agressões, como
incêndios e eventos naturais, incluindo aí deslizamentos de terra, tsunamis e terremotos.

Já no tocante à economia, ao longo do século 20, desenvolveu-se o entendimento de que o


padrão mundial de produção e de consumo não teria condições de se manter.

Logo, a sustentabilidade passou a ser utilizada como um adjetivo de desenvolvimento.

A partir das conferências promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em
Estocolmo (1972) e no Rio (1992), introduziu-se a visão de que a sustentabilidade deve
incluir a questão social, promovendo e garantindo a qualidade de vida das gerações
atual e futuras.

Não por acaso, a sustentabilidade é uma preocupação amparada em eventos marcantes e de


consequências trágicas para a humanidade e a natureza.

Como exemplo, isso ocorreu a partir da década de 1950.

Foi quando o mundo se deu conta dos perigos provocados pela poluição nuclear,
responsável por chuvas radioativas que ocorreram a milhares de quilômetros da
realização de testes nucleares.

Em 2011, o acidente ocorrido na usina nuclear de Fukushima, no Japão, mostrou ao mundo


que ainda vivemos sob esse perigo.

Outro evento capaz de mobilizar a opinião pública foi a crise ambiental provocada pelo uso
indiscriminado de inseticidas e pesticidas químicos.

Seus efeitos foram descritos no livro Primavera Silenciosa (Silent Spring, em inglês),

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publicado em 1962 pela bióloga Rachel Carson.

A obra vendeu mais de meio milhão de cópias e foi fundamental para o surgimento do
movimento ambientalista.

A própria Conferência de Estocolmo, em 1972, teve suas raízes na precipitação de chuvas


ácidas sobre os países nórdicos.

Na ocasião, a Suécia propôs a realização de uma conferência mundial, visando à redução


da emissão dos gases responsáveis por esses fenômenos.

O evento foi marcado por posições antagônicas dos países desenvolvidos, que defendiam o
meio ambiente, e dos chamados países do Terceiro Mundo (atualmente, em
desenvolvimento), que estavam preocupados com o próprio crescimento econômico.

Da tensão surgiu uma comissão técnica que produziu, em 1973, o relatório denominado
Only one earth (disponível em inglês, árabe, russo, francês e espanhol).

Foi nesse documento que se incluiu no conceito de sustentabilidade a dimensão social.

Para compreender a atmosfera em que se realizaram as discussões, devemos lembrar que,


em 1972, o Clube de Roma havia publicado seu célebre documento Limits to Growth (em
inglês).

Nele, aconselhava aos países industrializados promover uma desaceleração no crescimento,


e aos países em desenvolvimento, reduzir o avanço populacional.

Após dez anos, verificou-se que os resultados atingidos ficaram abaixo das expectativas da
Conferência de Estocolmo, o que levou a ONU à criação da Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), que teve como presidente a ex-primeira
ministra da Noruega Gro Harlen Brundtland.

Essa comissão produziu, em 1987, o relatório Our common future (em inglês).

Nele, propôs uma agenda mundial para a mudança, no sentido de conciliar o


desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente, dando origem à
expressão desenvolvimento sustentável.

Vale dizer que a Fundação Instituto de Administração (FIA), atenta ao conceito integral
de sustentabilidade, incorpora esses conhecimentos em seu curso de graduação em

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Administração.

O desenvolvimento sustentável promove a geração de trabalho e renda.

Um novo conceito de sustentabilidade

Apesar de sustentabilidade ser um conceito relativamente recente ‒ falaremos mais sobre


esse histórico no próximo tópico ‒, ele já foi tema de novos estudos e interpretações.

Hoje tem se falado sobre a sustentabilidade 4.0.

Em seu livro Sustentabilidade 4.0: O novo mindset do desenvolvimento sustentável, a


geógrafa e pesquisadora Magda Maya traz uma abordagem interessante sobre o assunto.

Magda argumenta que todo ser vivo desempenha uma função ecológica importante.

As abelhas, por exemplo, são responsáveis por polinizar 90% dos vegetais no mundo.

Portanto, se todas elas morressem, em breve não existiria mais vida no planeta.

Todos os animais e plantas têm o seu valor para garantir o equilíbrio dos ecossistemas.

A partir daí, a pesquisadora questiona: qual é a função ecológica dos seres humanos?

Estamos acostumados a só extrair recursos do meio ambiente sem entregar nada em troca.

Isso acontece, segundo ela, porque sempre nos colocamos de fora da cadeia sustentável,
como agentes que só se beneficiam do que os demais seres vivos têm a entregar.

A partir do momento em que começamos a nos incluir nesses sistemas circulares e a


contribuir de alguma forma para o desenvolvimento sustentável, começamos a colocar em
prática a Sustentabilidade 4.0.

O novo conceito parte do princípio de entender que a natureza não está à disposição para
fazermos o que bem entender, e que também é nosso papel prezar pelo equilíbrio
ecológico.

Para operacionalizar essa mudança, é preciso se apoiar em quatro pilares, os 4 Rs, que de
acordo com Magda são:

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Reconexão pessoal: sensibilização e entendimento do papel ecológico de cada um


Reputação empresarial: cuidado com a imagem e os exemplos que as empresas
estão transmitindo para o mundo
Responsabilidade institucional: empresas precisam ter funções sociais e têm de
parar de pensar somente no lucro
Renovação legal: mudanças na legislação ambiental para atender a demandas reais.

Quando e por que a sustentabilidade passou a ser


debatida?

Quando e por que a sustentabilidade passou a ser debatida?

Os séculos 18 e 19 foram marcados por grandes avanços econômicos graças ao


desenvolvimento tecnológico conquistado época, cristalizado em alguns marcos:

Desenvolvimento das máquinas a vapor (1760)

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Domínio da eletricidade (1870)


Criação do motor a combustão (1876).

A revolução industrial foi responsável por um momento importante da humanidade, que nos
levou à situação em que estamos, tanto para o bem quanto para o mal.

Se todas essas invenções tivessem sido criadas com uma preocupação sustentável maior,
a situação ecológica-ambiental não seria tão crítica hoje.

No início do século 20, a Inglaterra, maior potência da época, defendia que onde havia
poluição, havia dinheiro.

O argumento fazia sentido, porque a existência de grandes fábricas nas cidades eram um
sinal de prosperidade.

Esse sentimento ajudou a criar um modelo de sociedade que valoriza a produção e o


consumo não consciente, uma mentalidade que foi se naturalizando com o passar dos anos.

Preocupados com o caminho que o mundo estava seguindo e com alguns estragos já
consumados, ativistas, ONGs e a Organização das Nações Unidas começaram a trabalhar
buscando conciliar o progresso econômico com a preservação do meio ambiente.

Foi assim que, em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano, em Estocolmo, na Suécia, foi criado o conceito de sustentabilidade, conforme já
abordamos.

Desde lá, ele nunca mais deixou de ser pauta.

O que significa desenvolvimento sustentável?


O relatório da CMMAD definiu desenvolvimento sustentável nos seguintes termos:

“Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente


sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazer suas próprias
necessidades.”

A partir desse conceito, verificamos que se adiciona ao conceito de sustentabilidade a noção


de responsabilidade entre as gerações.

É mencionada a redução das desigualdades sociais e o direito de acesso aos bens

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necessários para uma vida com qualidade, além de acrescentar uma dimensão ética ao
propor o compromisso com a sociedade do futuro.

Também é importante mencionar que o relatório reforça a dimensão social dentro do


conceito de sustentabilidade.

Faz isso ao afirmar que os problemas ambientais decorrem, em grande parte, em razão da
pobreza, tornando-se premente a redução das desigualdades entre as nações.

Esses avanços no entendimento sobre o desenvolvimento sustentável culminaram com a


promoção pela ONU da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento, mais conhecida como Rio-92.

Foi o ponto de partida para diversos acordos internacionais, dentre os quais se destacam
o Protocolo de Kyoto, a Declaração do Rio e a Agenda 21.

A Rio-92 manteve a diretriz de atuação da Conferência de Estocolmo (1972), ao propor a


gestão dos recursos naturais de forma responsável, sem prejudicar o desenvolvimento
econômico.

Naquela época, o mundo começava a experimentar uma nova onda de expansão econômica.

Ao aderir ao processo de crescimento econômico, a Rio-92 propiciou o engajamento de


empresários e políticos que, em sua maioria, aderiram ao movimento da sustentabilidade.

Mas essa adesão não foi total, nem de forma incondicional.

Como exemplo, temos os Estados Unidos, que até hoje não ratificaram o Protocolo de Kyoto,
apesar dos resultados expostos (em inglês) pelo Intergovernmental Panel for Climate
Change (IPCC) em 2007, a respeito das mudanças climáticas.

A sustentabilidade busca harmonizar os aspectos ambiental, econômico e social.

Quais os benefícios da sustentabilidade?


Quando o assunto é sustentabilidade, é seguro dizer que todo mundo sai ganhando.

Afinal, estamos falando de vantagens universais como:

Melhora da qualidade de vida

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Preservação da biodiversidade e dos recursos naturais


Diminuição dos desastres ambientais
Adoção de hábitos mais saudáveis e conscientes
Empresas mais responsáveis socialmente
Redução da desigualdade social e de todas as formas de preconceito
Segurança alimentar
Melhora da economia devido à ecoeficiência.

O tripé da sustentabilidade: uma visão ecológica,


econômica e social
O conceito dos três pilares da sustentabilidade, ou o triple bottom line, foi criado por John
Elkington, na década de 1990, em seu livro Sustentabilidade – Canibais com garfo e faca.

De acordo com o Laboratório de Sustentabilidade (LASSU), da Universidade de São Paulo


(USP), os três pilares da sustentabilidade, ou seu tripé, constituem-se nos aspectos
ambientais, econômicos e sociais que devem se inter-relacionar de forma abrangente com
o objetivo de atender ao conceito de sustentabilidade.

Além desses aspectos, a comunidade internacional discute a inclusão de novos pilares, como
o cultural e o tecnológico, de forma a complementar o suporte ao conceito.

Enquanto isso não ocorre, vamos conhecer detalhes sobre os quais três pilares:

1. Ambiental ou Ecológico

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1. Ambiental ou Ecológico

Deve se ocupar das condições de produção e consumo, de forma a assegurar que o meio
ambiente tenha condições de se autorregenerar, ou seja, respeitando os limites
biológicos de recuperação do ecossistema.

Sabe-se que toda atividade produtiva resulta em um impacto ambiental negativo.

Em resposta, esse pilar trata das condições de se minimizar tais resultados e, quando de sua
impossibilidade, implementar maneiras de compensação ambiental.

2. Econômico

Na dimensão econômica, é analisada a questão da eficiência, ou mais propriamente dita, da


ecoeficiência.

Consiste na busca por formas de redução do consumo de recursos naturais, em

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especial, das fontes fósseis de energia (como carvão e petróleo) e daqueles mal distribuídos,
como a água, sem comprometer o ritmo de crescimento econômico.

3. Social

Sob esse prisma, a sustentabilidade deve contemplar as condições para que todas as
pessoas tenham os recursos necessários para uma vida saudável e de boa qualidade.

Nessa definição, encontra-se implícita a redução ou erradicação da pobreza.

É fundamental garantir a disponibilidade dos recursos naturais para as próximas gerações.

Qual é a real importância da sustentabilidade?

Qual é a real importância da sustentabilidade?

O sociólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB) Elimar Pinheiro do Nascimento


argumenta em seu artigo Trajetória da sustentabilidade: do ambiental ao social, do social ao

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econômico, que a humanidade vislumbrava, inicialmente, dois grandes medos


relacionados à extinção da espécie humana:

Externo: representado pela possibilidade de um choque por um grande meteorito


Interno: o advento de uma epidemia nova e irrefreável.

Com o desenvolvimento das armas nucleares, surgiu uma terceira grande ameaça: a
autodestruição em uma eventual guerra atômica.

Entretanto, essa última possibilidade teve sua importância reduzida nas últimas décadas.

Desse modo, a ideia de um desastre ambiental de proporções planetárias, provocado


pelo modo de produção e consumo vigente, está cada vez mais em pauta – ainda que isso
não ocorra de modo repentino, como se poderia supor em teorias radicais.

Ainda assim, resta a percepção dos efeitos perniciosos da atividade humana sobre o meio
ambiente, como a redução das zonas pesqueiras, o desaparecimento de espécies animais e
vegetais e a redução das florestas, dentre outros.

Isso justifica que a sustentabilidade assuma um papel de destaque no desenvolvimento do


mundo moderno.

Afinal, uma vez mantido o ritmo atual de consumo dos recursos naturais, não se tem a
garantia da sua disponibilidade para as próximas gerações.

Os padrões de produção e de consumo precisam ser reavaliados.

Entenda como funciona o processo de sustentabilidade


Seja no âmbito individual, no entendimento de cada cidadão, ou no âmbito organizacional,
na compreensão dos gestores de empresas, o processo de sustentabilidade deve se dar a
partir desses quatro pilares:

Reconhecimento da necessidade de mudança

Primeiro, tal qual defende Magda Maya em seu livro, é preciso compreender a
necessidade de mudança de postura e passar a adotar hábitos mais sustentáveis.

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Adaptação à nova realidade

Não é possível se tornar uma pessoa ou uma organização sustentável de uma hora para
outra.

Aos poucos, você vai se adaptando aos novos valores e se conscientizando de que é preciso
fazer a sua parte.

Desenvolvimento de hábitos mais sustentáveis

Desenvolvimento de hábitos mais sustentáveis

Não importa o tamanho da sua atitude.

Economizar água, diminuindo o tempo no banho, ou instalar temporizadores nas torneiras


da empresa, reduzindo o desperdício, são ações de dimensões diferentes, mas que possuem
o mesmo impacto positivo da conscientização.

Manutenção e ampliação das medidas positivas

Para que uma ação se torne um hábito, é preciso repetição.

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Por isso, você deve fazer da sustentabilidade um estilo de vida e trazer esse conceito para as
mais diferentes esferas.

Agenda 21 e sustentabilidade
Vinte anos após a já mencionada Conferência de Estocolmo ocorreu a Rio-92, evento para
tratar sobre o meio ambiente e o crescimento econômico, no qual foi consolidado o conceito
de desenvolvimento sustentável.

Além disso, o acontecimento também marcou a criação da Agenda 21, um documento que
definia diretrizes para a busca de soluções para os problemas socioambientais.

Todos os países signatários se comprometiam a estabelecer ações prioritárias em nível


global, nacional e local para tentar encontrar uma nova ordem econômica e civilizatória.

No Brasil, por exemplo, as metas mais urgentes eram incentivar a inclusão social e
investir na sustentabilidade urbana e rural.

Vinte e três anos depois da Eco-92, em 2015, a ONU voltou a reunir as lideranças mundiais
para a implementação da Agenda 2030, um novo acordo em que foram definidos 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem cumpridos até o final da terceira
década do século.

Como vemos, o termo sustentabilidade se incorporou ao vocabulário mundial de uma vez


por todas e nunca mais saiu.

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Sustentabilidade e responsabilidade social


Vale trazer à tona, mais uma vez, o conceito de sustentabilidade 4.0 para entender como
se estabelece a relação com a responsabilidade social.

O compromisso com a realização de atos mais sustentáveis é individual.

Cada um deve se propor a desenvolver hábitos mais conscientes, pois cabe a toda a
sociedade o dever de contribuir para um mundo melhor.

Portanto, é uma responsabilidade social colaborar para o desenvolvimento sustentável.

Esse é um primeiro ponto, sob o ponto de vista das pessoas físicas.

No âmbito corporativo, sustentabilidade e responsabilidade social devem surgir como


integrantes da cultura organizacional das empresas.

Em alguns casos, são verdadeiros diferenciais competitivos, ainda que todas as empresas
devessem ter esses dois conceitos como bandeiras.

Uma organização sustentável e responsável socialmente é aquela que não polui, dispõe dos
recursos naturais de forma sustentável, realiza ações para mudar para melhor uma
realidade local, combate o preconceito de todos os tipos, e assim por diante.

Como funciona o Instituto Internacional para


Sustentabilidade?
O Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) é um think tank independente que
desenvolve pesquisas, capacita profissionais e cria ferramentas como subsídios para ajudar
na implementação de políticas públicas na área de desenvolvimento sustentável.

Fundada em 2009, a organização tem como principais bandeiras:

Uso sustentável da terra


Conservação da biodiversidade
Provisão de serviços ecossistêmicos
Manejo correto do solo
Diminuição dos impactos e adaptação às mudanças climáticas

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Desenvolvimento socioeconômico dos atores que fazem parte desse universo.

O projeto, considerado referência internacional em sustentabilidade, integra o Centro de


Comércio e Meio Ambiente do Fundo de Pesquisa de Desafios Globais, que é liderado pelo
Centro Mundial de Monitoramento da Conservação (WCMC), da ONU Meio Ambiente.

Diferentes tipos de sustentabilidade

Diferentes tipos de sustentabilidade

Dentro do cenário até aqui exposto, podemos citar a especialização da sustentabilidade,


sendo seus principais tipos os seguintes:

Sustentabilidade ambiental ou ecológica

Compreende a preservação e manutenção do meio ambiente, cujo principal objetivo é


garantir que as necessidades das gerações futuras não sejam prejudicadas pelo uso
indiscriminado dos recursos naturais na atualidade.

Sustentabilidade empresarial

Com o crescente grau de conscientização dos consumidores em relação às questões


ambientais, as empresas têm incluído em seu planejamento estratégico a sustentabilidade
dentro da responsabilidade social.

Nesse caso, as ações são pautadas pela preservação do meio ambiente e na busca pela
melhoria na qualidade de vida das pessoas.

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Sustentabilidade social

É baseada na redução das desigualdades entre os povos, com a manutenção de uma


vida digna e com garantia do atendimento às necessidades básicas do ser humano, como
saúde, educação, cultura e renda.

Sustentabilidade econômica

Fundamenta-se na gestão responsável dos recursos naturais, de modo a desenvolver


métodos produtivos mais eficientes, com o consumo cada vez menor deles, mas sem
comprometer o crescimento econômico.

A utilização de transportes alternativos contribui para a sustentabilidade do planeta.

Sustentabilidade alimentar

A sustentabilidade alimentar é garantida quando os alimentos são produzidos em uma


cadeia responsável, que respeite parâmetros conscientes tanto sociais quanto ambientais.

Para fazer esse tipo de análise, é preciso verificar o quanto de água e energia foi gasto no
processo, se a mão de obra é local, se há um cuidado com os resíduos liberados, entre
outros pontos.

Também tem a ver com a segurança alimentar, que é o acesso geral da população a
alimentos seguros.

Além disso, tem a ver com as práticas dos consumidores, como por exemplo:

Evitar o desperdício
Consumir alimentos in natura
Privilegiar produtores locais
Comer alimentos de safra/época
Diminuir o consumo de carne
Encaminhar embalagens e resíduos para reciclagem.

A agricultura sustentável
A sustentabilidade alimentar está muito associada a uma agricultura mais sustentável.

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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

Afinal, grande parte dos produtos que chegam às mesas tem origem no campo e nas
plantações.

A agricultura sustentável se baseia em três pilares:

Preservação do meio ambiente: a partir de um manejo correto do solo, respeitando


suas características e as condições climáticas
Unidades agrícolas lucrativas: valorizar a produção local e geração de renda
interna, evitando a importação
Comunidade agrícolas prósperas: produzir culturas diversificadas para atender a
demanda interna com qualidade.

Exemplos de sustentabilidade, nos âmbitos individual,


comunitário e global

Exemplos de sustentabilidade, nos âmbitos individual, comunitário e global

Considerando que o conceito de sustentabilidade pode ser aplicado desde ações


individuais até políticas e programas governamentais, apresentamos alguns exemplos
abaixo para você conhecer e se inspirar.

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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

Ações individuais

As pessoas, por meio de sua conscientização, podem mudar hábitos de consumo,


contribuindo para a sustentabilidade do planeta.

Afinal, somos mais de 7 bilhões de pessoas ao redor do mundo.

Veja exemplos do que é possível fazer:

Economia de água
Consumo de produtos biodegradáveis
Reciclagem de materiais
Separação do lixo para coleta seletiva
Utilizar transportes coletivos ou adotar a prática da carona solidária.

Ações comunitárias

Nesse grupo de ações, as atividades desenvolvidas têm como objetivo alcançar um maior
número de pessoas, podendo ser realizadas por instituições da sociedade civil, como
igrejas e associações de bairro, ou por empresas conscientes de sua responsabilidade social.

Confira exemplos:

Criação de hortas comunitárias


Implantação de projetos de geração de renda para a população carente
Abertura do microcrédito
Utilização de energia solar
Adequação à legislação ambiental.

A FIA, por meio da educação a distância, tem um curso especialmente desenvolvido para a
adequação às normas ambientais no agronegócio – confira aqui.

Ações globais

As ações sustentáveis têm um grande alcance.

Como vimos ao longo deste texto, o meio ambiente é integrado e os reflexos da ação
humana se fazem sentir em todas as partes do planeta.

Sendo assim, as mudanças implementadas em alguns países têm o potencial de beneficiar

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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

várias comunidades, em diferentes territórios.

Veja exemplos de ações globais:

Adoção de políticas para a preservação da biodiversidade


Investimentos para ampliação e melhoria na rede de saneamento básico
Criação de unidades de conservação
Incentivo à utilização de fontes de energia renováveis
Implantação de programas educacionais voltadas à educação ambiental.

O que é educação ambiental?

O que é educação ambiental?

Há diversos conceitos de educação ambiental.

De modo geral, podemos dizer que ela se ocupa da formação de indivíduos conscientes
dos problemas relacionados à sustentabilidade, com a preservação dos recursos naturais em
todos os seus aspectos, sejam ambientais, econômicos ou sociais.

Ser ecologicamente correto envolve atitudes, processos produtivos e modo de vida.

Diz respeito a condutas que se orientem por práticas sustentáveis de forma a minimizar
os impactos causados pela atividade humana e também promovendo a compensação

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ambiental.

O consumo solidário, o comércio justo e as práticas inovadoras de geração de trabalho e


renda são todas relacionadas ao conceito de ser economicamente viável.

É se preocupar com o fortalecimento do grupo e com a inclusão dos menos favorecidos,


baseados na cooperação, solidariedade e autogestão, sem esquecer da adequada
remuneração das fontes dos recursos financeiros.

Por último, a dimensão social também deve ser contemplada pela educação ambiental.

Ser socialmente justo envolve a busca pela distribuição igualitária das oportunidades e
dos recursos disponíveis, respeitando os valores culturais das comunidades envolvidas.

Como podemos observar, a educação ambiental deve se pautar pelo atendimento a todas às
dimensões presentes no conceito de sustentabilidade.

A FIA por meio do seu núcleo PROGESA, dedica-se há mais de 20 anos às questões do
desenvolvimento sustentável aplicado à gestão empresarial.

A sustentabilidade é responsabilidade de todos.

Sustentabilidade e ESG: entenda a relação


A sigla ESG, que em português quer dizer “ambiental, social e governança”, é outro tópico
que está muito em alta.

Em razão desta popularidade, algumas pessoas acabam confundindo ESG com


sustentabilidade e, de fato, há uma relação entre ambos.

Em primeiro lugar, porque existem investimentos em ESG que são espécies de fundo de
sustentabilidade.

Ou seja, pessoas investem em títulos de empresas que tenham o desenvolvimento


sustentável como uma bandeira.

Em segundo lugar, a relação se estabelece a partir do momento em que os ESG e seus


critérios objetivos ajudam a garantir a sustentabilidade das operações das empresas.

Por exemplo, uma empresa que desenvolve políticas inclusivas, para que o seu quadro de

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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

funcionários seja mais diverso (governança), possui o selo de carbono zero (ambiental) e se
preocupa com a saúde mental dos seus colaboradores (social), pode se considerar
sustentável.

Quais os desafios da sustentabilidade?


Os principais desafios da sustentabilidade não são de agora, mas de anos, décadas e séculos
atrás, que só se agravaram com o passar do tempo.

Chegamos a um patamar em que não há mais volta.

Ou mudamos a maneira de nos relacionar com o meio ambiente ou as futuras gerações vão
ter sua qualidade de vida afetada.

A principal dificuldade está em encontrar o equilíbrio entre desenvolver práticas mais


sustentáveis sem comprometer o crescimento econômico.

Nesse sentido, talvez, a melhor saída seja investir em outro termo que tem tudo a ver com
sustentabilidade: a ecoeficiência.

As empresas precisam entender que ao utilizarem com consciência os recursos naturais


estão não só ajudando o meio ambiente como também cortando custos de produção
devido à menor utilização de matéria-prima.

Quando se corta custos sem impactar na qualidade, obtém-se um aumento no rendimento e,


por consequência, um lucro maior.

Ou seja, todo mundo sai ganhando.

Existe algum curso de sustentabilidade?


Como vimos, sustentabilidade é um tema que está bastante ligado à gestão de negócios.

Seja na visão mais moderna de sustentabilidade 4.0, com a importância das empresas
cuidarem das suas reputações e desenvolverem projetos sociais, seja na relação com o ESG.

Por isso, é natural que profissionais de diferentes áreas e cargos busquem se especializar
no assunto.

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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

A boa notícia é que a FIA tem diversos cursos e formações para quem tiver interesse em
aprender mais sobre práticas sustentáveis. Confira aqui os cursos de sustentabilidade da
FIA. Confira aqui os cursos de ESG da FIA.

MBA em sustentabilidade

Além dos cursos de pós-graduação e extensão na área de sustentabilidade, a FIA também


conta com MBAs que possuem disciplinas específicas sobre o tema em suas matrizes
curriculares.

É o caso, por exemplo, do MBA em gestão de negócios: Inteligência de Mercado, que possui
as disciplinas de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa e de Governança
Corporativa e Ética Empresarial.

Outra opção é o MBA em gestão de negócios, inovação e empreendedorismo, que conta com
a disciplina de Negócios Sustentáveis.

Conclusão

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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

A sustentabilidade é responsabilidade de todos

A sustentabilidade vem conquistando cada vez mais importância no mundo


contemporâneo.

Sabemos que, mantido o ritmo atual de produção e consumo, não haverá como garantir os
recursos naturais suficientes para uma vida digna das gerações futuras.

Com base nos pilares do desenvolvimento sustentável, é possível desenvolver ações nos
âmbitos pessoal, comunitário e global, sendo elas capazes de minimizar os impactos
negativos provocados pelo homem.

Nesse contexto, o desenvolvimento de programas educacionais voltados à educação


ambiental é de extrema importância

Além de conscientizar as pessoas a respeito dos graves problemas acerca do tema


sustentabilidade, é possível prover soluções a essas questões, que necessariamente devem
integrar os aspectos ambiental, econômico e social.

Se você quer se tornar um especialista no tema sustentabilidade, aproveite toda a


experiência da FIA e conheça a pós-graduação em Gestão Estratégica da Sustentabilidade
que citamos acima.

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Sustentabilidade: o que é, como funciona, benefícios e exemplos

A FIA possui cursos de graduação, MBA e mestrado.

Quer saber mais sobre os benefícios da sustentabilidade? Deixe um comentário abaixo ou


entre em contato conosco.

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