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E-BOOK

INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL
Noções gerais da Profissão: Definição e
Histórico

APRESENTAÇÃO

As demandas desenfreadas que surgiram por causa do crescimento da população e do


desenvolvimento industrial desordenado geraram grandes impactos ambientais. Em função
disso, a preocupação ambiental foi alavancada nas três últimas décadas do século XX, sendo
direcionada para um estudo mais amplo no século XXI.

Nessa perspectiva, nasceu a necessidade da criação dos cursos de gestão ambiental, que formam
profissionais detentores de competências e habilidades a serviço da promoção de um
desenvolvimento mais sustentável. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a linha
cronológica dos acontecimentos que modificaram os paradigmas ambientais e vai se familiarizar
com os conceitos essenciais de gestão ambiental.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer a cronologia dos principais eventos da evolução histórica da preocupação


ambiental que impulsionaram o surgimento da gestão ambiental.
• Identificar conceitos e práticas de sustentabilidade.
• Relacionar contexto econômico e meio ambiente no contexto da profissão de gestor
ambiental.

DESAFIO

Provavelmente você percebeu que nos últimos anos ocorreram alterações significativas no meio
ambiente. Embora a tecnologia e o desenvolvimento de estudos estejam avançados, você sabe
que muitas alterações não poderão ser recuperadas e caberá aos profissionais de meio ambiente
o desafio de controlar e reduzir as consequências.

Considerando as questões ambientais atuais, descreva ao menos cinco aspectos negativos


associados ao impactos ambientais gerados ao longo dos anos e explique como você, na
condição de gestor ambiental, poderá contribuir para minimizar os aspectos gerados.

INFOGRÁFICO

Na linha do tempo da gestão ambiental, conhecemos fatos históricos que contribuíram para a
evolução dos conceitos e do modelo de pensar e agir em relação ao meio ambiente. Entretanto,
muitas ações do homem ocorreram sobre o meio ambiente e impactaram de forma significativa,
gerando destruição de ambientes naturais e provocando desequilíbrios que ainda se perpetuam.

Para você conhecer um pouco mais da história do meio ambiente, observe alguns dos
importantes acontecimentos que envolvem acidentes ambientais:

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

CONTEÚDO DO LIVRO

Qual é a importância da Revolução Industrial para o desenvolvimento do processo de gestão


ambiental? No trecho selecionado para sua leitura, você vai entender as proporções sem
precedentes que a degradação ambiental alcançou desde então.

O capítulo Noções gerais da Profissão: Definição e Histórico, da obra Introdução à gestão


ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, explica a você mais detalhes a respeito
do conceito de gestão ambiental e do surgimento da gestão ambiental no Brasil.

Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Juliana Saccol
I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Noções gerais da profissão –
definição e histórico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deverá apresentar os seguintes aprendiza-
dos:
 Reconhecer a cronologia dos principais eventos da evolução
histórica da preocupação ambiental que impulsionaram o surgi-
mento da gestão ambiental.
 Identificar conceitos e práticas de sustentabilidade.
 Relacionar o contexto econômico e meio ambiente diante da pro-
fissão de gestor ambiental.

Introdução
As demandas desenfreadas que surgiram por conta do crescimento
da população e do desenvolvimento industrial desordenado geraram
grandes impactos ambientais. Em função disso, a preocupação am-
biental foi alavancada nas três últimas décadas do século XX, sen-
do direcionada para um estudo mais amplo no século XXI. Nessa
perspectiva, nasceu a necessidade da criação dos cursos de Gestão
Ambiental, que formam profissionais detentores de competências
e habilidades a serviço da promoção de um desenvolvimento mais
sustentável.
Neste texto, você vai estudar a linha cronológica dos acontecimen-
tos que modificaram os paradigmas ambientais e vai se familiarizar
com os conceitos essenciais de gestão ambiental.

A linha do tempo e a preocupação ambiental


Neste texto, você aprenderá sobre alguns eventos que modificaram de forma
significativa o modo de pensar e agir sobre as questões ambientais.
A preocupação com as questões ambientais iniciou a partir da década de
60. Anteriormente a este período, tivemos, de forma isolada, em 1947, a fun-
2 Introdução à gestão ambiental

dação da UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza, na


Suíça, organização fundada com o objetivo de influenciar ideias de conser-
vação da natureza.
Década de 1960 – A década de 1960 ficou conhecida pelo conflito entre
preservacionistas e desenvolvimentistas.
O debate iniciou-se com a publicação do livro Primavera Silenciosa, de
Rachel Carson, em 1962, que trouxe um alerta sobre a utilização de pesticidas
na agricultura. Este fato levou a preocupações ambientais inéditas para uma
parcela da opinião pública americana, que visualizou o impacto das ativi-
dades antrópicas sobre o meio ambiente. O livro impulsionou uma inversão
na política nacional sobre os pesticidas, levando a uma proibição nacional
do DDT (e de outros pesticidas). Os movimentos ambientalistas levaram à
criação da Environmental Protection Agency – EPA, Agência Americana de
Proteção Ambiental.

O DDT (sigla de diclorodifeniltricloroetano) é um inseticida barato e altamente eficiente


a curto prazo, mas, a longo prazo, tem efeitos prejudiciais à saúde humana, podendo
ocasionar câncer em seres humanos e interferir na vida animal, causando o aumento
de mortalidade entre os pássaros.

Também em 1968, surgiu o Clube de Roma, no qual um grupo de pessoas


formado por empresários, diplomatas, cientistas, educadores, humanistas,
economistas e altos funcionários governamentais de dez países diversos se
reuniu para tratar de assuntos relacionados ao uso indiscriminado dos re-
cursos naturais do meio ambiente em termos mundiais.
Década de 1970 – Em 1972, um grupo de cientistas do Massachusetts
Institute of Technology – MIT, que assessorava o Clube de Roma, alertou
sobre os riscos do crescimento econômico contínuo baseado na exploração
de recursos naturais não renováveis. Utilizando modelos matemáticos, o MIT
chegou à conclusão de que o planeta Terra não suportaria o crescimento po-
pulacional devido às pressões geradas sobre os recursos naturais e energéticos
e ao aumento da poluição, mesmo tendo em conta o avanço tecnológico. As
projeções afirmavam o esgotamento desses recursos em poucas décadas, e o
relatório afirmava que somente o crescimento zero e a gestão dos recursos
finitos poderiam salvar o planeta. Muitas das previsões do relatório não se
Noções gerais da profissão – definição e histórico 3

concretizaram, e outras permanecem como um cenário possível, para o qual a


humanidade ainda não encontrou soluções. No entanto, o documento foi im-
portante para chamar a atenção sobre o impacto da exploração dos recursos e
degradação do meio ambiente, despertando a consciência ecológica mundial.
A I Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, organizada pela Organi-
zação das Nações Unidas – ONU, em 1972, foi um reflexo disso (NASCI-
MENTO; LEMOS; MELLO, 2008).

A I Conferência Mundial sobre Meio Ambiente ficou conhecida como a Conferência de


Estocolmo, por ter sido realizada na capital da Suécia.
A ONU – Organização das Nações Unidas – é uma organização internacional for-
mada por países que se reuniram voluntariamente para trabalhar pela paz e pelo de-
senvolvimento mundial.

No final da década de 70, pode-se dizer que iniciou a fase da regulamen-


tação e do controle ambiental, e poluir passou a ser considerado crime em
diversos países. Juntamente com isso surgiu o primeiro selo ambiental, o selo
Blue Angel, lançado na Alemanha com o objetivo de rotular produtos ambien-
talmente corretos. Este selo é utilizado até hoje para certificar a sustentabili-
dade dos produtos (ver Fig. 1).

Figura 1. Selo para certificação de sustentabilidade de produtos.


Fonte: SustentArqui (2014).
4 Introdução à gestão ambiental

Década de 1980 – No início da década de 1980, a ONU retomou o debate


sobre as questões ambientais, e foi criada a Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento com o intuito de reavaliar as questões críticas
relativas ao meio ambiente e reformular propostas no sentido de fazer as mu-
danças necessárias para garantir um desenvolvimento sustentável. A partir
desta comissão, foi criada a declaração universal sobre a proteção ambiental
e o desenvolvimento sustentável – o Relatório Brundtland, publicado com o
título “Nosso Futuro Comum”.
Essa nova percepção de desenvolvimento e limites necessários ao uso dos
bens esgotáveis deixou claro a necessidade de equilíbrio, com limites para o
bem-estar da sociedade, assim como para utilização dos recursos naturais.
Na década de 80, iniciou o controle ambiental através das legislações e
fiscalizações, as quais tinham por objetivo controlar a instalação de novas in-
dústrias e estabelecer condicionantes para seu funcionamento. Nesta década,
o enfoque foi para o controle da poluição, o que muitos chamavam controle
de “final de tubo” por focar no tratamento dos poluentes gerados através de
processos e equipamentos que minimizassem os poluentes gerados a um nível
aceitável.
Um importante marco ambiental na história foi em 1985, quando um con-
junto de países se reuniu manifestando preocupação quanto aos impactos ge-
rados pela redução da camada de ozônio. Desta convenção, surgiu o Protocolo
de Montreal, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1989.

Fique por dentro dos assuntos sobre proteção da camada de ozônio acessando: http://
www.protocolodemontreal.org.br/eficiente/sites/protocolodemontreal.org.br/pt-br/
home.php

Década de 1990 – Na década de 1990, já havia uma consciência comum


sobre a necessidade de preservação ambiental e constância na equação de
desenvolvimento versus sustentabilidade do planeta.
Em 1992, líderes mundiais de 108 países reuniram-se no Rio de Janeiro
e realizaram a conferência mundial conhecida como Cúpula da Terra ou
Rio-92. Os fundamentos deste evento foram baseados em cinco documentos:
Convenção da Diversidade Biológica, Convenção sobre as Mudanças Climá-
ticas, Princípios sobre Florestas, Declaração do Rio e Agenda 21.
Noções gerais da profissão – definição e histórico 5

Outro marco importante na década de 90 foi a Conferência das Nações


Unidas sobre Mudanças Climáticas, na qual, em 1997, foi anunciado o Proto-
colo de Quioto, que estabelecia metas para a redução das emissões dos gases
do efeito estufa.
Na década de 1990, também entraram em vigor as normas britânicas
BS 7750- Specification for Environment Management Systems, que serviram
de base para a elaboração de um sistema de normas ambientais em nível
mundial, a série ISO 14000. A integração entre a série ISO 14000 e a série
ISO 9000, de gestão da qualidade, representou um avanço em relação à con-
servação ambiental e ao desenvolvimento sob bases sustentáveis.

ISO 14001: A ABNT NBR ISO 14000 é uma norma certificadora que especifica os requi-
sitos de um Sistema de Gestão Ambiental e permite a uma organização desenvolver
e praticar políticas e metas ambientalmente sustentáveis. A norma leva em conta as-
pectos ambientais influenciados pela organização e outros passíveis de serem contro-
lados por ela.

Como você pode perceber, a introdução da gestão ambiental e a adoção


de códigos de conduta modificaram a postura reativa das empresas – a preo-
cupação empresarial que buscava meios de evitar multas e autos de infração
dos órgãos fiscalizadores –, que passaram a se preocupar com sua imagem da
empresa perante as questões ambientais.
Surge a preocupação com a preservação do meio ambiente, tendo em vista
a otimização de processos produtivos e a redução dos impactos ambientais
gerados.
Século XXI – Após 10 anos da Rio-92, em 2002, foi realizada pela ONU,
em Johanesburgo, na África do Sul, a Cúpula Mundial sobre o Desenvol-
vimento Sustentável, também conhecida como Rio+10. Nesta conferência,
trataram-se, além de aspectos ambientais, de aspectos sociais. Foram de-
batidas questões sobre fornecimento de água, saneamento básico, energia,
saúde, agricultura e biodiversidade e teve início a busca por medidas para
reduzir o número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza (com
aproximadamente 1 dólar por dia) até 2015. Os países participantes acor-
daram em reduzir em 50% o número de pessoas que não possuía acesso à
água potável e a saneamento básico. Além deste acordo, houve a busca por
6 Introdução à gestão ambiental

colocar em prática a Agenda 21 e cobrar posições sobre os compromissos


firmados na ECO-92.
Em 2012, ocorre, no Rio de Janeiro, a Rio+20, Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, com a participação de 193 países
que fazem parte da ONU. Considera-se que esta foi a segunda etapa da Cú-
pula da Terra (ECO-92), cujos temas principais foram dois: a economia verde
no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a
estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
Houve vários desfechos para a Rio+20; um documento final de 53 pá-
ginas, acordado por 188 países, dita o caminho para a cooperação interna-
cional sobre desenvolvimento sustentável. Além disso, governos, empresários
e outros parceiros da sociedade civil registraram mais de 700 compromissos
com ações concretas que proporcionem resultados para responder a necessi-
dades específicas, como energia sustentável e transporte. Os compromissos
assumidos no Rio incluem 50 bilhões de dólares que ajudarão um bilhão de
pessoas a ter acesso à energia sustentável.
O setor empresarial, que há 20 anos esteve praticamente ausente na
Rio-92, durante a Rio+20 liderou a realização de compromissos voluntários,
reconhecendo o valor do capital natural e se comprometendo a usar os re-
cursos naturais de forma responsável.

De acordo com a declaração do coordenador do programa de mudanças climáticas e


energia do WWF Brasil, o resultado da conferência foi “fraquíssimo”.
“O cenário após a COP 18 é muito incerto para uma grande parte da população mun-
dial, para a economia global e para a biodiversidade e os ecossistemas. O tempo é o re-
curso mais precioso agora e está cada vez mais escasso. As respostas e decisões daqui
para frente terão de ser muito mais fortes e incisivas, e as ações, mais rápidas”, afirmou.

Em 2014, ocorreu em Lima, no Peru, a 20ª Conferência das Partes da Con-


venção – Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima (COP 20). O objetivo
da conferência foi analisar e propor diversas ações para conter o aumento da
temperatura global e, consequentemente, mitigar os impactos da mudança do
Noções gerais da profissão – definição e histórico 7

clima. O evento iniciou com avanços significativos, como o anúncio do com-


promisso de redução de Estados Unidos, China e União Europeia, que, juntos,
respondem por mais de 50% das emissões mundiais de GEE.

GEE: Gases integrantes da atmosfera, de origem natural ou antrópica (quando pro-


duzidos pelo homem), que absorvem e reemitem radiação infravermelha para a su-
perfície da Terra e para a atmosfera, causando o efeito estufa. O vapor d’água (H2O), o
dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2), o óxido nitroso (N2O), o metano (CH4) e o
ozônio (O3) são os principais GEEs na atmosfera. Existem também na atmosfera GEEs to-
talmente produzidos por atividades humanas, como os halocarbonetos e outras subs-
tâncias com cloro e bromo, objeto do Protocolo de Montreal. O Protocolo de Quioto
também aborda o hexafluoreto de enxofre (SF6), além de duas famílias de gases: os
hidrofluorocarbonetos (HFC) e os perfluorocarbonetos (PFC). Entre os gases do efeito
estufa que estão aumentando de concentração, o dióxido de carbono, o metano e o
óxido nitroso são os mais importantes.

Em 2015, a busca por ações efetivas para a redução dos efeitos climáticos
e para a contenção do aumento da temperatura do planeta continuou com a
COP 21, na França, em Paris. A conferência resultou no documento chamado
Acordo de Paris, no qual os países representantes reiteraram compromissos
que visam manter o aquecimento global “muito abaixo de 2º C”, buscando
ainda “esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5° C acima dos
níveis pré-industriais¨.
Por todos os fatos estudados, você pode observar que, do início do século
XX até 1972, predominavam ações do tipo reativas com o meio ambiente,
sem considerar qualquer conceito de prevenção, o que inicia “timidamente” a
partir da Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em
Estocolmo, em 1972, e se estende até meados de 1990.
A partir deste período, a preocupação ambiental ganha um novo conceito
com a Rio-92: passa-se a considerar meio ambiente como tudo aquilo que
está inserido no contexto da vida, o que amplia o escopo de conservação dos
recursos naturais para questões socioambientais. Com isso, entra-se em uma
fase proativa que se estabelece a partir do século XXI.
8 Introdução à gestão ambiental

A partir da mudança de paradigmas, a qual se visa à preservação ambiental e não so-


mente à correção de processos e de agentes poluidores, surgem diversos selos verdes
ou rotulagem ambiental. Eles fornecem referência sobre produtos, processos e serviços
que apresentam menor impacto sobre o meio ambiente. Para saber sobre eles, acesse:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_298573.
shtml ou leia: Arquivo Selos Verdes.

Desenvolvimento sustentável
Neste texto, será apresentado a você o conceito de desenvolvimento susten-
tável, que está inserido em uma série de fundamentos indispensáveis ao seu
conhecimento de gestor ambiental.
É importante compreender a totalidade e a complexidade da expressão
“desenvolvimento sustentável”. Para isso, serão abordados, inicialmente, al-
guns conceitos individuais:

 Desenvolvimento: significa um estágio econômico, social ou político


de determinada comunidade, o qual é caracterizado por altos índices
de rendimento dos fatores de produtos, ou seja, dos recursos naturais,
do capital e do trabalho (FERREIRA, 1986).
 Crescimento: relaciona-se à expansão da escala das dimensões físicas
do sistema econômico (GOODLAND apud BELLA, 1996).
 Sustentável: possui dois significados: o primeiro, estático, que é
“impedir que caia, suportar, apoiar, conservar, manter e proteger”; o
segundo significado é dinâmico e positivo: “favorecer, auxiliar, esti-
mular, incitar e instigar” (BELLA, 1996).

Além dos conceitos evidenciados anteriormente, existem percepções asso-


ciadas ao que realmente se possa considerar um desenvolvimento sustentável.
Uma delas estabelece que, no desenvolvimento sustentável, as relações entre
ambiente e desenvolvimento estão integradas e que deve existir um cuidado
entre as políticas de desenvolvimento e as atividades setoriais, que devem
levar em consideração os limites existentes para renovação dos recursos natu-
Noções gerais da profissão – definição e histórico 9

rais. Isso faria com que os padrões ambientais fossem estabelecidos em bases
ecológicas a partir da noção da capacidade de suporte dos ecossistemas, con-
forme definido por Ivan Carlos Maglio.
É possível observar que o desenvolvimento sustentável passou a repre-
sentar o progresso econômico associado à utilização adequada dos recursos
naturais, promovendo a melhoria na qualidade de vida da população.
Na busca por esse progresso sustentado, surge a necessidade de se avaliar
o sistema socioeconômico atual de maneira a verificar se realmente evolui
em direção à sustentabilidade em todos os seus âmbitos. Essa ideia foi ampla-
mente apoiada a partir da criação da Agenda 21 Global, na Rio 92.

Para ampliar seu conhecimento sobre a Agenda 21, acesse: http://www.mma.gov.br/


responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global

Relações do sistema econômico com o meio ambiente

O sistema econômico, considerado como um organismo vivo e complexo,


não atua independentemente do sistema natural que o sustenta (MUELLER,
2007). Ao contrário, o sistema econômico interage com o meio ambiente ex-
traindo recursos naturais (componentes estruturais dos ecossistemas) e devol-
vendo resíduos. Em razão do enfoque dado pelas diferentes vertentes teóricas
de tratamento das questões ambientais, privilegia-se apenas a dinâmica do
sistema econômico ou as interfaces entre este e o meio ambiente. O fato é
que um esquema analítico focado somente nas relações existentes dentro da
“caixa” que representa o sistema econômico será fatalmente reducionista e
limitado, dado que o meio ambiente interage com a economia como forne-
cedor de insumos e receptor de dejetos/resíduos resultantes dos processos de
produção e consumo (ver Fig. 2).
Além disso, o sistema econômico atua em um determinado espaço, alte-
rando-o consideravelmente devido a sua expansão. Assim, pode-se dizer que
a economia apresenta impactos sobre o meio ambiente, os quais se devem à
escala (tamanho, dimensão) do sistema econômico e ao estilo dominante de
crescimento econômico (modo como o sistema econômico se expande).
10 Introdução à gestão ambiental

Figura 2. Um esboço das relações do sistema econômico com o meio ambiente.


Fonte: Mueller (2007, p. 465).

Diante de toda preocupação ambiental, o desenvolvimento sustentável


tornou-se a principal alternativa de desenvolvimento socioeconômico da so-
ciedade atual.
O desenvolvimento sustentável procura satisfazer as necessidades da ge-
ração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfa-
zerem as suas próprias necessidades.

Por meio do Relatório Brundtland, que foi publicado com o título “Nosso Futuro
Comum”, definiu-se o conceito de desenvolvimento sustentável como “aquele
que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gera-
ções futuras atenderem às suas necessidades”.

Fique por dentro de modelos de consumo sustentáveis assistindo ao vídeo https://


www.youtube.com/watch?v=_eUUTYCDGvc
Noções gerais da profissão – definição e histórico 11

Atualmente, são utilizadas ferramentas para mensurar o desenvolvimento econômico


e social de uma atividade, as quais são chamadas de Indicadores de Sustentabilidade.
Para saber mais, acesse: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/
ids/default_2015.shtm

Conservação e preservação ambiental


Dentro dos conceitos ambientais, é importante deixar clara a diferença entre
conservação e preservação ambiental.
O preservacionismo e o conservacionismo são correntes ideológicas que
surgiram no fim do século XIX, nos Estados Unidos. Com posicionamento
contra o desenvolvimentismo – uma concepção que defende o crescimento
econômico a qualquer custo, desconsiderando os impactos ao ambiente na-
tural e o esgotamento de recursos naturais –, estas duas correntes se contra-
põem no que diz respeito à relação entre o meio ambiente e a nossa espécie.
O preservacionismo aborda a proteção da natureza independentemente de
seu valor econômico e/ou utilitário, apontando o homem como o causador
da quebra desse “equilíbrio”. De caráter explicitamente protetor, propõe
a criação de santuários intocáveis, sem sofrer interferências relativas aos
avanços do progresso e sua consequente degradação. De posição considerada
mais radical, este movimento foi responsável pela criação de parques nacio-
nais, como o Parque Nacional de Yellowstone, em 1872, nos Estados Unidos.
(LIMA, 2008).
O conservacionismo contempla o amor à natureza aliado a seu uso racional
e manejo criterioso pela nossa espécie, a qual executa um papel de gestão e
parte integrante do processo. Podendo ser identificado como o meio-termo
entre o preservacionismo e o desenvolvimentismo, o pensamento conserva-
cionista caracteriza a maioria dos movimentos ambientalistas e é alicerce de
políticas de desenvolvimento sustentável, que são aquelas que buscam um
modelo de desenvolvimento que garanta a qualidade de vida hoje que não
destrua os recursos necessários às gerações futuras. Redução do uso de maté-
rias-primas, o uso de energias renováveis, a redução do crescimento popula-
12 Introdução à gestão ambiental

cional, combate à fome, mudanças nos padrões de consumo, equidade social,


respeito à biodiversidade e inclusão de políticas ambientais no processo de
tomada de decisões econômicas são alguns de seus princípios. Esta corrente
propõe, inclusive, que se destinem áreas de preservação, por exemplo, em
ecossistemas frágeis, com um grande número de espécies endêmicas e/ou em
extinção. (LIMA, 2008)
A imagem abaixo deixa mais clara a diferença entre estes conceitos (Fig. 3).

Figura 3. Representação da diferença entre atos prelecionistas e conservacionistas.


Fonte: Ecolmeia (2016).

Associadas aos conceitos de preservação e conservação, pode-se men-


cionar ecoeficiência e sustentabilidade. Ecoeficiência é uma das grandes ati-
tudes que pode levar à sustentabilidade. Entende-se como ecoeficiência as
atividades que uma organização desenvolve e a dedicação para otimizar os
processos com a redução na fonte da utilização dos recursos naturais, tendo
como finalidade restringir o impacto ambiental e resultando em benefícios
ecológicos e também econômicos (ALMEIDA, 1998).
Noções gerais da profissão – definição e histórico 13

1. Na linha cronológica do desenvolvi- 4. Dentro do conceito de desenvol-


mento e da preocupação ambiental, vimento sustentável, existe um
pode-se afirmar que a década consi- sistema dependente do sistema
derada de conflito entre preservacio- que o sustenta. Pode-se afirmar
nistas e desenvolvimentistas foi: que é o:
a) 1970 a) Sistema econômico.
b) 1950 b) Sistema de geração de resíduos.
c) 1992 c) Sistema de crescimento.
d) 1960 d) Sistema de desenvolvimento.
e) 1980 e) Sistema de reciclagem.
2. O fato que impulsionou a criação da 5. Dentre os conceitos de meio am-
EPA – Agência Americana de Pro- biente, é importante deixar claro
teção Ambiental – foi: o conceito de conservacionismo.
a) Protocolo de Quioto. O mesmo pode ser entendido
b) Livro “ Primavera Silenciosa”, da como:
bióloga Raquel Carson. a) Ato ou efeito de impedir a modifi-
c) Protocolo de Montreal. cação de qualquer forma do meio
d) Desenvolvimento industrial na ambiente.
década de 50. b) Equilíbrio entre o preservacio-
e) Agenda 21. nismo e o desenvolvimentismo,
3. Diante de todos os fatos citados na caracteriza-se por movimentos
linha do tempo do meio ambiente, ambientalistas baseados em
pode-se considerar um marco na políticas de desenvolvimento
história do meio ambiente o acordo sustentável.
que trata da proteção da camada de c) Equilíbrio entre o preservacio-
ozônio que tinha como meta eliminar nismo e o desenvolvimentismo,
o uso do CFC (cloro – flúor – car- não está baseado em ambienta-
bono). Este é o tratado de: listas.
a) Tratado de Cúpula da Terra d) Conceito reativo que visa corrigir
b) Convenção da Biodiversidade danos ocasionados ao meio
c) Protocolo de Montreal ambiente por medidas de con-
d) Relatório Brundtland, conhecido servação.
como “Nosso Futuro Comum” e) Ato ou efeito de proteger o meio
e) Normas britânicas BS 7750 ambiente das ações do homem.
14 Introdução à gestão ambiental

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set. 2016.
TOCHETTO, M. Gerenciamento de resíduos sólidos. Santa Maria, RS: Departamento de Quí-
mica UFSM, 2009.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Responsabilidade social: conceito adotado atualmente pelas empresas diante de um contexto que
define o meio ambiente como um "todo". O vídeo a seguir explica como esse conceito se
estabeleceu e como uma empresa pode evoluir seu papel e sua atuação como agente socialmente
responsável.

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EXERCÍCIOS

1) Na linha cronológica do desenvolvimento e da preocupação ambiental, que década


(ou ano) é considerada de conflito entre preservacionistas e desenvolvimentistas?

A) 1970.

B) 1930.

C) 1990.

D) 1960.

E) 1980.

2) Qual fato impulsionou a criação da Agência Americana de Proteção Ambiental


(EPA)?

A) O Protocolo de Quioto.
B) A Conferência de Estocolmo.

C) O desenvolvimento industrial na década de 50.

D) O livro “Primavera Silenciosa” da bióloga Raquel Carson.

E) A Agenda 21.

3) Pode-se considerar o acordo que trata da proteção da camada de ozônio tendo como
meta eliminar o uso do CFCs (Cloro- Fluor- Carbono) um marco na história do meio
ambiente. A qual tratado a afirmativa anterior se refere?

A) Tratado de Cúpula da Terra.

B) Convenção da Biodiversidade.

C) Protocolo de Montreal.

D) Relatório Brundtland, o qual conhecemos "Nosso Futuro Comum".

E) Normas britânicas BS 7750.

4) É possível afirmar que existe um tripé básico no qual se apoia a ideia de


desenvolvimento sustentável. O conceito possui três bases de apoio. Quais são elas?

A) Social, econômica e ambiental.

B) Ambiental, ecológica e social.


C) Ambiental, ética e social.

D) Social, moral e ética.

E) Ecológica, administrativa e ambiental.

5) Dentre os conceitos apresentados de meio ambiente, é importante reconhecê-los


dentro do contexto ambiental da atualidade. Existem dois conceitos que estão
alinhados. Quais são eles?

A) Preservação e desenvolvimento sustentável.

B) Sustentabilidade e conservação.

C) Conservação e preservação.

D) Conservação e produção.

E) Economia e preservação

NA PRÁTICA

Na prática, você pode definir gestão ambiental como o conjunto de atividades gerenciais
determinadas pela política ambiental e aplicadas tanto nos setores públicos como em setores
privados.

Já gerenciamento ambiental é um conjunto de rotinas e procedimentos que permite a uma


organização administrar adequadamente as relações das atividades com o meio ambiente.
Observe um exemplo:
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Gestão ambiental e sustentabilidade: Eloy Casagrande

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Economia e meio ambiente: uma discussão introdutória

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Resolução CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986

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Associação Nacional dos Gestores Ambientais: ANAGEA

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Meio ambiente e sustentabilidade

Leia o capítulo 16 - Gestão ambiental, o tópico Conceitos Gerais (páginas 375 a 378).

Ambiente - Tecnologias [Série Tekne - IFRS]

Leia do tópico Histórico do processo de gestão ambiental (página 226) e finalize no tópico
Gestão ambiental pública, que se encerra na página 232.
Formação Acadêmica do Profissional

APRESENTAÇÃO

As organizações públicas e privadas cada vez mais necessitam incluir políticas ambientais,
objetivos e metas em seu planejamento estratégico, visando ao desenvolvimento sustentável.
Diante desse cenário, surge a demanda por profissionais da área ambiental, os quais, durante sua
formação, recebem conhecimento para viabilizar essa perspectiva de evolução e atender essa
demanda. Por ser um especialista nas relações com o meio ambiente (química, biologia, etc.), e,
ao mesmo tempo, com formação que contempla disciplinas de administração, torna-se um
profissional com diferencial no mercado de trabalho.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre as diferentes modalidades dos cursos
de graduação que formam gestores ambientais e identificar as áreas de conhecimento desse
profissional, contextualizando a profissão dentro das demais existentes no mercado de trabalho.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer os cursos que formam gestores ambientais.


• Identificar as áreas de conhecimento de um gestor ambiental.
• Caracterizar a profissão de gestor ambiental.

DESAFIO

No cenário atual, as empresas e órgãos públicos buscam alinhar práticas sustentáveis associadas
às suas atividades, produtos e serviços; com isso, aumenta, consequentemente, a busca por
profissionais de gestão ambiental.

Imagine-se atuando como Gestor Ambiental em uma mineradora e necessitando de auxílio de


um profissional especializado para a implementação da certificação ambiental.

Você precisa elaborar um anúncio para a vaga, destacando o nome da vaga, os requisitos/perfil
desejado e as atribuições e responsabilidades do profissional procurado.
INFOGRÁFICO

No infográfico a seguir, acompanhe algumas das disciplinas abordadas durante os cursos de


graduação na área da gestão ambiental. Note que todos denotam grandes desafios da profissão!

CONTEÚDO DO LIVRO

Em que compreende a profissão de gestor ambiental? O gestor ambiental é um profissional que


trabalha no planejamento e na execução de atividades que visam à preservação do meio
ambiente aliada ao progresso e ao desenvolvimento, mas há mais detalhes que você precisa
saber a esse respeito: é preciso entender que essa é uma atuação que requer conhecimentos
multidisciplinares.

Aprofunde seu conhecimento com a leitura do capítulo Formação Acadêmica do Profissional, da


obra Introdução à gestão ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem.

Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Juliana Saccol
I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Formação acadêmica
do profissional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer os cursos que formam gestores ambientais.
 Identificar as áreas de conhecimento de um gestor ambiental.
 Caracterizar a profissão de gestor ambiental.

Introdução
Frente à realidade atual, as organizações públicas e privadas, cada vez
mais, necessitam incluir em seu planejamento estratégico políticas
ambientais, objetivos e metas com vistas ao desenvolvimento sus-
tentável.
Diante deste cenário, surge a demanda por profissionais da área
ambiental, os quais, durante sua formação, recebem conhecimento
para viabilizar esta perspectiva de evolução e atender essa demanda.
Por ser um especialista nas relações com meio ambiente (química,
biologia, entre outras) e, ao mesmo tempo, com formação que con-
templa disciplinas de administração, torna-se um profissional com
diferencial no mercado de trabalho.
Neste texto, você estudará as diferentes modalidades do curso de
graduação que formam gestores ambientais e identificará as áreas de
conhecimento deste profissional, de modo a contextualizar a profis-
são dentro das demais existentes no mercado de trabalho.

Formação em gestão ambiental


A área de conhecimento e trabalho intitulada “Gestão Ambiental” vem cau-
sando muita confusão entre os especialistas em meio ambiente. A dúvida se
inicia com a pergunta: afinal, o que é gestão ambiental?
Gestão ambiental é a área que deve promover o desenvolvimento susten-
tável, ou seja, a utilização dos recursos naturais de forma mais consciente e
por meio de técnicas não poluentes ou que produzam o menor impacto pos-
sível ao meio ambiente.
16 Introdução à gestão ambiental

O que deve ficar claro é que “gerir” ou “gerenciar” significa saber manejar
as ferramentas existentes da melhor forma possível e não necessariamente
desenvolver a técnica ou a pesquisa ambiental em si.
Para atuar como um gestor ambiental, é necessário diploma de graduação
ou de tecnologia em gestão ambiental.
O curso de Gestão Ambiental é oferecido em grau superior tecnológico
(curso de tecnólogo) e bacharelado, podendo durar entre 2 e 4 anos. Ambos
conferem diploma de nível superior, mas são diferentes em sua duração e
foco.
Entenda as diferenças entre os cursos de tecnologia e bacharelado em
Gestão Ambiental:

Tecnológico: O curso de tecnólogo desenvolve competências profissionais


mais específicas. Por atender especificamente a uma demanda do mercado
de trabalho, o curso de gestão ambiental capacita o profissional para atuar
no planejamento, no gerenciamento e na execução de atividades ambientais –
corretivas e preventivas – dentro das empresas.
Um tecnólogo em gestão ambiental trabalha em projetos específicos li-
gados ao meio ambiente e atuará no gerenciamento de resíduos sólidos, no
planejamento ambiental, na remediação de áreas contaminadas e nos sistemas
de gestão, por exemplo.
O curso possui duração reduzida em relação à graduação comum, geral-
mente, de 2 ou 3 anos.

Bacharelado: O curso de bacharel possui uma carga maior de disciplinas teó-


ricas, e seus alunos também são preparados para atuação na área de pesquisa.
O graduando deverá ser capacitado, científica e analiticamente, para es-
tudar, diagnosticar, gerar dados e propor soluções relacionadas a impactos
ambientais causados por atividades humanas (atividades agropecuárias, ins-
talação de empreendimentos industriais e agrícolas, obras de infraestrutura,
entre outras), além de propor alternativas que melhorem a qualidade do meio
ambiente e as condições de vida (saúde, saneamento básico, lazer, educação,
entre outras)
O bacharel em gestão ambiental, além de poder ocupar as funções exer-
cidas por um tecnólogo, ainda poderá desenvolver papéis de gerência nas
áreas financeira, de marketing e de recursos humanos. “É um profissional
que tem na carga horária do curso mais disciplinas da área administrativa”.
A duração média é de 4 anos e forma profissionais generalistas.
Formação acadêmica do profissional 17

Ambos possuem semelhanças importantes:

 São cursos de nível superior;


 Podem ser encontrados em universidades e faculdades públicas e pri-
vadas;
 Existem nos formatos presencial e a distância (EAD);
 Ambos conferem diploma de grau superior.

Independentemente da modalidade a ser escolhida, é importante lembrar


que o curso escolhido deverá ser reconhecido pelo MEC – Ministério da
Educação e Cultura.

Áreas de conhecimento do profissional


As áreas de conhecimento de um gestor ambiental são definidas como espe-
cificidades dentro de uma determinada área profissional ou eixo tecnológico,
visando ao desenvolvimento, à aplicação, à socialização de novas tecnolo-
gias, à gestão de processos e à produção de bens e serviços. A organização
curricular deve possibilitar a compreensão crítica e a avaliação dos impactos
sociais, econômicos e ambientais resultantes da interferência do homem na
natureza em virtude dos processos de produção e de acumulação de bens.
Esse conhecimento interdisciplinar se faz necessário frente à demanda
e à atuação do profissional, a qual é vasta devido aos diversos aspectos asso-
ciados às atividades humanas e industriais que podem causar contaminação
na água, no ar e no solo, assim como modificações, muitas vezes irreversíveis,
na fauna e flora.
O currículo de gestão ambiental varia de acordo com a instituição que
oferece o curso e do grau conferido (bacharelado ou tecnólogo).
Abaixo, algumas das disciplinas específicas que compõem o currículo de
formação profissional e suas diretrizes:

 Análise de Riscos Ambientais Industriais: busca desenvolver no aluno


a habilidade de analisar e avaliar as condições de segurança para o pa-
trimônio, público e privado, para as pessoas e para o meio ambiente, de
forma que os riscos associados às instalações, operações e atividades
avaliadas possam ser controlados com o objetivo de prevenir acidentes.
 Aspectos Socioambientais Regionais: tem por objetivo investigar a re-
lação entre desenvolvimento regional e meio ambiente da perspectiva
de dimensões ecológicas, econômicas, políticas, sociais e culturais.
18 Introdução à gestão ambiental

 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais: tem por finalidade


desenvolver a prática de identificar aspectos e impactos gerados por
processos produtivos, produtos ou serviços e direcionar metodologias
de avaliação do nível destes, assim como elencar possíveis medidas
mitigadoras.
 Certificação e Auditoria Ambiental: busca promover o aprendizado
multidisciplinar necessário para o desempenho das atividades de audi-
toria e certificação ambiental nos mais variados campos de atuação do
profissional da gestão ambiental.
 Comunicação Empresarial: trabalha fundamentos da comunicação
para conversação e apresentação em público, promovendo o desen-
volvimento de técnicas e estratégias de comunicação oral para desen-
volver no profissional habilidades de comunicação no meio em que está
inserido, além de direcionar o planejamento de reuniões, apresentações
e seminários.
 Controle de Parâmetros Ambientais Industriais: trata de poluentes am-
bientais, métodos de análise, parâmetros de controle e amostragem.
 Ecologia: proporciona aos alunos uma base teórica para compreender
a importância da ecologia e da biodiversidade para a manutenção do
ecossistema e da vida humana, bem como identificar fatores que a
ameaçam e conhecer algumas formas de manejar a biodiversidade, vi-
sando a sua conservação.
 Educação Ambiental: aborda a questão ambiental e seus desdobra-
mentos educativos, contribuindo para capacitar os acadêmicos para os
desafios que hoje se apresentam na constituição das práticas de edu-
cação ambiental.
 Geoprocessamento: provê conhecimentos gerais sobre o uso de geotec-
nologias no planejamento ambiental e na elaboração de soluções para
problemas ambientais espacialmente distribuídos.
 Gestão de Projetos Ambientais: propicia noções fundamentais sobre
a produção do conhecimento cientifico, ressaltando a importância da
teoria do conhecimento e do uso de técnicas de pesquisa, bem como as
diferentes formas de fazê-la em projetos ambientais.
 Gestão de Recursos Energéticos: proporciona aos alunos subsídios para
compreensão e aquisição de conhecimentos básicos sobre recursos
energéticos. Busca compreender os principais tipos de energia e re-
cursos energéticos, as tecnologias básicas de exploração, suas potencia-
lidades e eficiências, seus impactos ambientais, sociais e econômicos,
Formação acadêmica do profissional 19

solucionar problemas simples e aplicar corretamente os princípios da


mecânica na sua área de formação.
 Gestão de Recursos Hídricos: provê conhecimentos fundamentais
sobre a dinâmica hidrológica e hidrogeologia das bacias hidrográficas,
bem como os mecanismos e ferramentas de gestão integrada e partici-
pativa das aguas atualmente vigentes no Brasil.
 Gestão e Tratamento de Efluentes: permite ao aluno o entendimento
sobre a caracterização de efluentes líquidos, análise de seus possíveis
impactos ao meio ambiente, identificação de suas fontes, além de apre-
sentar alternativas de prevenção e controle.
 Gestão e Tratamento de Emissões: provê conhecimentos básicos sobre
a poluição atmosférica e os procedimentos de gestão ambiental apli-
cados ao controle e ao monitoramento de poluentes atmosféricos em
fontes móveis e estacionárias.
 Legislação Ambiental: Fomentar no aluno o interesse e o entendimento
das principais normas legais e regulamentações que regem a matéria
ambiental em âmbitos federal, estadual e municipal.
 Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos: apresenta conhecimentos
básicos sobre o tratamento e a disposição adequada destes poluentes,
assim como desenvolve no profissional habilidades de atuar como
agente multiplicador através de instrumentos adequados para sensi-
bilizar e conscientizar a sociedade sobre a necessidade de repensar,
reduzir, reutilizar, reciclar e recusar produtos que agridam o meio am-
biente.
 Planejamento Ambiental e Economia: transmite conhecimentos de ad-
ministração e seus principais conceitos, formas de planejamento admi-
nistrativo e meios a avaliação da viabilidade econômica.
 Química Ambiental: relaciona os fundamentos da química com as de-
mais áreas de conhecimento, de modo a consolidá-los na aquisição dos
conhecimentos necessários no campo da gestão ambiental que preo-
cupam a sociedade atual, compreendendo suas dinâmicas e seus papéis
no ambiente.
 Recuperação de Áreas Degradadas: apresenta as principais técnicas de
recuperação de áreas degradadas, bem como as medidas mitigadoras
dos principais empreendimentos de infraestrutura.
 Responsabilidade Social e Meio Ambiente: busca desenvolver con-
ceitos que têm por objetivo inserir a sociedade no contexto ambiental.
20 Introdução à gestão ambiental

 Sistema de Gestão Ambiental: tem como objetivo desenvolver a visão


sistêmica e o conhecimento de sistemas de gestão ambiental de acordo
com a norma NBR ISO 14001:2004, bem como discutir o processo de
implantação da mesma em diferentes tipos de organizações.

A grade curricular ainda pode conter disciplinas de Administração, Me-


todologia de Pesquisa, Cálculo, Química Geral, Gestão da Qualidade, Gestão
de Projetos e Gestão de Pessoas. O grande desafio é formar profissionais com
conhecimento multidisciplinar e detentores de métodos e técnicas inovadoras
e não poluentes, que sejam capazes de atuar de forma sustentável nos mais
diversos setores da sociedade.
É importante ressaltar que, após a formação em graduação, o profissional
poderá se especializar nas distintas áreas específicas de sua formação. Quanto
ao mercado de trabalho, o profissional da área de gestão ambiental pode tra-
balhar em empresas privadas, órgãos públicos e no terceiro setor.

O que é um gestor ambiental?


Perante toda demanda para atender o desenvolvimento sustentável, faz-se ne-
cessária a implementação de um conjunto de ações envolvendo o controle
efetivo da poluição, a garantia da qualidade ambiental de produtos, processos
e serviços, o uso racional dos recursos naturais e o impacto positivo na qua-
lidade de vida dos trabalhadores, dos consumidores e da sociedade como um
todo. Nesse contexto, surge o gestor ambiental, um profissional com conheci-
mento multidisciplinar atento à relação do ser humano com o meio ambiente
e formado para compatibilizar três grandes áreas, a econômica, a social e a
ambiental. O gestor ambiental estará apto, por exemplo, a identificar o im-
pacto causado e decidir qual tecnologia utilizar para solucionar a problemá-
tica apresentada, estará capacitado a desenvolver projetos de melhoria e de
inovações, sempre de acordo com a legislação vigente, assim como atuar em
sistemas de gestão. Dessa forma, é possível citá-lo como um Administrador
do Meio Ambiente.
Para um desempenho eficaz, é importante que o profissional possua capa-
cidade de gerenciamento e facilidade em comandar equipes, habilidade para
analisar e desenvolver pesquisas, interesse na proteção ambiental e desenvol-
vimento sustentável do planeta, facilidade para analisar e criar soluções para
problemas ambientais nos segmentos públicos e privados.
Formação acadêmica do profissional 21

Regulamentação da profissão: A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados


aprovou proposta que regulamenta a profissão de gestor ambiental – profissional res-
ponsável, entre outras atividades, pela elaboração de políticas ambientais, pareceres
e projetos ambientais ou de desenvolvimento sustentável; avaliação de impactos am-
bientais e licenciamento ambiental.
A regulamentação está prevista no Projeto de Lei 2664/11, do deputado Arnaldo
Jardim (PPS-SP). A proposta determina que o gestor ambiental tenha diploma de gra-
duação em gestão ambiental, mas garante o direito dos profissionais que já atuam na
área na data da publicação da lei.

O Catálogo Nacional de Cursos Superiores define que a profissão de gestor ambiental


compreende tecnologias associadas à melhoria da qualidade de vida, à preservação
da natureza e à utilização, desenvolvimento e inovação do aparato tecnológico de su-
porte e atenção à saúde. Abrange ações de proteção e preservação dos seres vivos
e dos recursos ambientais, de controle e avaliação de risco, programas de educação
ambiental. Tais ações vinculam-se ao suporte de sistemas, processos e métodos uti-
lizados na análise, diagnóstico e gestão, provendo apoio aos profissionais da saúde
nas intervenções no processo saúde- doença de indivíduos, bem como propondo e
gerenciando soluções tecnológicas mitigadoras e de avaliação e controle dos recursos
naturais. Pesquisa e inovação tecnológicas, constante atualização e capacitação, fun-
damentadas nas ciências da vida, nas tecnologias físicas e nos processos gerenciais são
características comuns deste eixo.

1. Considerando os conceitos apresen- b) Profissional que visa à preser-


tados, é possível afirmar que o gestor vação do meio ambiente, de
ambiental é um: forma independente.
a) Técnico com conhecimentos c) Profissional que estuda disciplinas
aprofundados em recursos exclusivamente associadas ao
hídricos. meio ambiente.
22 Introdução à gestão ambiental

d) É um administrador do meio 4. Com base no texto estudado, com-


ambiente. plete a frase:
e) Profissional que trabalha em área Diante do contexto atual, as empresas
específica e isolada. estão buscando se inserir na evolução
2. Dentro da grade curricular do gestor ambiental e buscam associar suas mar-
ambiental, a disciplina Controle de cas e __________. É com este foco que
Parâmetros Ambientais Industriais contratam os gestores ambientais.
tem por objetivo: a) Produtos ao desenvolvimento.
a) Desenvolver a prática de identi- b) Produtos à sustentabilidade.
ficar aspectos e impactos asso- c) Produtos, exclusivamente, a pro-
ciados aos processos. cessos que não gerem resíduos.
b) Relacionar os fundamentos da d) Produtos, exclusivamente, a pro-
química com os poluentes ge- cessos que não gerem efluentes.
rados nas atividades industriais. e) Produtos, exclusivamente, com
c) Tratar de poluentes ambientais, atendimento à legislação am-
métodos de análise, parâmetros biental.
de controle e amostragem. 5. O Catálogo Nacional de Cursos
d) Proporcionar noções fundamen- Superiores define que a profissão de
tais sobre a produção do conhe- gestor ambiental abrange:
cimento cientifico, ressaltando a a) Ações de proteção e preservação
importância da teoria do conhe- dos seres humanos e dos recursos
cimento e o uso de técnicas de ambientais, do controle e da
pesquisa. avaliação de risco, programas de
e) Prover conhecimentos básicos educação ambiental.
sobre a poluição atmosférica b) Ações de proteção e preservação
e os procedimentos de gestão dos seres vivos e dos recursos
ambiental. ambientais, do controle e da
3. Considerando o contexto atual, avaliação de risco, programas de
no qual o gestor ambiental tem educação ambiental.
o grande desafio de equilibrar o c) Ações de proteção e preservação
desenvolvimento com os impactos dos seres vivos e dos recursos hí-
associados, é possível afirmar que a dricos, do controle e da avaliação
área de gestão ambiental abrange de risco, programas de educação
três grandes áreas, que são: ambiental.
a) Química, Geografia e Física. d) Ações de proteção e preservação
b) Emissões atmosféricas, Efluentes dos seres vivos e do solo, do con-
e Resíduos. trole e da avaliação de risco, pro-
c) Econômica, Social e Ambiental. gramas de educação ambiental.
d) Biologia, Química e Física. e) Ações de proteção e preservação
e) Administração, Gestão de Pessoas dos seres vivos e dos recursos am-
e Gestão de Recursos. bientais e da identificação do risco.
Formação acadêmica do profissional 23

ABREU, B. S. O que você deve saber sobre a profissão de gestor ambiental?. 2016. Disponível
em: <http://blog.unipe.br/graduacao/5-coisas-que-voce-deve-saber-sobre-o-curso-
-de-gestao-ambiental>. Acesso em: 11 ago. 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecno-


lógica. Catálogo Nacional de Cursos Superiores. Brasília, DF: Ministério da Educa-
ção, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=7931-cat-cur-sup-05-11-pdf&Itemid=30192>. Acesso
em: 02 ago. 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Ementário do Curso de Tecnologia Ambiental: matriz


2014/1. 2014. Disponível em: <http://www.ifmg.edu.br/site_campi/g/images/arqui-
vos_governador_valadares/EMENTARIO2014_1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2016.

BRASIL PROFISSÕES. Profissão Gestor Ambiental. 2016. Disponível em: <http://www.bra-


silprofissoes.com.br/profissao/gestor-ambiental/>. Acesso em: 31 jul. 2016.

BRUNS, G. B. Afinal, o que é gestão ambiental?. 2011. Disponível em: <http://ambientes.


ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/afinal,_o_que_e_gestao_ambiental%3F.html>.
Acesso em: 02 ago. 2016.

GUIA DA CARREIRA. O que faz um Gestor Ambiental? 2016. Disponível em: <http://www.
guiadacarreira.com.br/carreira/o-que-faz-um-gestor-ambiental/>. Acesso em: 31 jul.
2016.

Leitura recomendada
BARBIERI, J. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Pau-
lo: Saraiva, 2004.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

A profissão de gestor ambiental permite uma ampla atuação profissional, desde intervenções
mais técnicas a atividades focadas em sistemas de gestão que requerem conhecimentos
ambientais. No vídeo a seguir, você vai conhecer um pouco mais sobre a área de atuação de
auditor ambiental.

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EXERCÍCIOS

1) Assinale a alternativa que define corretamente o gestor ambiental.

A) Técnico com conhecimentos aprofundados em recursos hídricos.

B) Profissional que visa à preservação do meio ambiente de forma independente.

C) Profissional que estuda disciplinas exclusivamente associadas ao meio ambiente.

D) É um administrador do meio ambiente.

E) Profissional que trabalha em área específica e isolada.

2) Dentro da grade curricular do gestor ambiental, a disciplina Controle de Parâmetros


Ambientais Industriais tem qual objetivo?

A) Desenvolver a prática de identificar aspectos e impactos associados aos processos.

B) Relacionar os fundamentos da química com os poluentes gerados nas atividades


industriais.

C) Irá tratar de poluentes ambientais, métodos de análise, parâmetros de controle e


amostragem.

D) Proporcionar noções fundamentais sobre a produção do conhecimento científico,


ressaltando a importância da teoria do conhecimento e o uso de técnicas de pesquisa.

E) Prover conhecimentos básicos sobre a poluição atmosférica e os procedimentos de gestão


ambiental.

3) Considerando o contexto atual, em que o gestor ambiental tem o grande desafio


equilibrar o desenvolvimento com os impactos associados, é possível afirmar que a
área de gestão ambiental abrange três grandes áreas. Quais são elas?

A) Química, geografia e física.

B) Emissões atmosféricas, efluentes e resíduos.

C) Econômica, social e ambiental.

D) Biologia, química e física.

E) Administração, gestão de pessoas e gestão de recursos.

4) Diante do contexto atual, e o foco em que são contratados os gestores ambientais, as


empresas estão buscando se inserir na evolução ambiental. Essas empresas buscam
associar suas marcas a(ao) quê?

A) Associar marcas e produtos ao desenvolvimento.


B) Associar marcas e produtos à sustentabilidade.

C) Associar marcas e produtos, exclusivamente, a processos que não gerem resíduos.

D) Associar marcas e produtos, exclusivamente, a processos que não gerem efluentes.

E) Associar marcas e produtos, exclusivamente, com atendimento à legislação ambiental.

5) De acordo com o estabelecido no Catálogo Nacional de Cursos Superiores, a profissão


de gestor ambiental compreende atividades caractarizadas de que forma?

A) Por ações de proteção e preservação dos seres humanos e dos recursos ambientais, do
controle e avaliação de risco, programas de educação ambiental.

B) Por ações de proteção e preservação dos seres vivos e dos recursos ambientais, do controle
e avaliação de risco, e programas de educação ambiental.

C) Por ações de proteção e preservação dos seres vivos e dos recursos hídricos, do controle e
avaliação de risco, e programas de educação ambiental.

D) Por ações de proteção e preservação dos seres vivos e do solo, do controle e avaliação de
risco, e programas de educação ambiental.

E) Por ações de proteção e preservação dos seres vivos e recursos ambientais e identificação
do risco.

NA PRÁTICA

Muitos alunos e interessados no curso de Gestão Ambiental já possuem cursos técnicos na área
ambiental, e são assim motivados pela demanda de mercado em suas próprias empresas de
atuação.

Débora é técnica de segurança do trabalho, estuda gestão ambiental em uma faculdade e trabalha
em uma construtora local.

Suas atribuições na empresa são especificamente sobre a segurança do trabalho, mas, nos
últimos meses, houve aumento na demanda na área ambiental, o que motivou Débora a realizar
sua graduação.

Durante o curso, Débora teve contato com diversos conteúdos que pode aplicar diretamente no
seu serviço na empresa. Dessa forma, e antes mesmo da finalização do curso, já assumiu
distintas responsabilidades na empresa relacionadas à área ambiental:

- gestão da licença de operação;


- elaboração de relatório de avaliação de aspectos e impactos ambientais;
- elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Instituições de Ensino Superior e Cursos Cadastrados (e-MEC)

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NBR ISO 19011: Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou
ambiental

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Níveis e áreas de atuação

APRESENTAÇÃO

A profissão de gestor ambiental surgiu diante da necessidade urgente da conservação dos


recursos naturais e está projetada como uma das mais importantes para o século XXI. Para
pensar em “conservação ambiental”, é preciso analisar quais são os impactos ambientais diários
das atividades com as quais estamos envolvidos e como isso afeta nossas vidas. Para tanto, é
necessário desenvolvimento e aplicação de metodologias e tecnologias capazes de proporcionar
a tão “aspirada” sustentabilidade.

Um dos papeis do gestor ambiental é a aptidão para atuar em processos que buscam melhorias
contínuas dos meios de produção e outros setores da economia. Existem vários métodos e
ferramentas para auxiliar o gestor a desempenhar seu papel.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o sistema de gestão ambiental (SGA), o
incremento da certificação ISO 14001 nas empresas e o Programa de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos (PGRS).

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar o papel de um gestor ambiental em um sistema de gestão ambiental.


• Reconhecer seu papel nas etapas de implantação de um sistema de gestão ambiental (SGA)
e respectiva certificação ambiental.
• Definir o escopo de um programa de gerenciamento de resíduos sólidos.

DESAFIO

No cenário atual, as empresas e os órgãos públicos buscam alinhar práticas sustentáveis


associadas as suas atividades, produtos e serviços.

Considere que você é gestor ambiental de uma empresa “X”, que passou por uma auditoria do
órgão fiscalizador e recebeu uma notificação devido a um armazenamento inadequado de uma
grande quantidade de embalagens plásticas de óleo lubrificante – as embalagens estavam sendo
armazenadas em local aberto (o que propicia contaminação de solo e água em dias de chuva),
sem identificação de área restrita e não havia um plano de destino a esse tipo de resíduo.

Dentro do cenário representado, qual prática poderia ser adotada? Para resolução desse desafio,
considere a(s) lei(s) envolvida(s) nesse caso.

INFOGRÁFICO

Observe, no infográfico a seguir, algumas das possibilidades para o trabalho do gestão


ambiental em empresas.

CONTEÚDO DO LIVRO

Aprofunde seu conhecimento com a leitura do capítulo Níveis e áreas de atuação, da


obra Introdução à gestão ambiental.

Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Vanessa de Souza Machado


I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Níveis e áreas de atuação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar o papel de um gestor ambiental em um sistema de
gestão ambiental.
 Reconhecer seu papel nas etapas de implantação de um SGA e
respectiva certificação ambiental.
 Definir o escopo de um programa de gerenciamento de resíduos
sólidos.

Introdução
A profissão de gestor ambiental surgiu diante da necessidade urgente
da conservação dos recursos naturais e está projetada como uma das
mais importantes para o século XXI.
Para que possamos pensar em “conservação ambiental”, é neces-
sária uma análise sobre quais são os impactos ambientais (negativos ou
positivos) diários de todas as atividades com as quais estamos envolvi-
dos e como isso está afetando nossas vidas. Para que essa análise seja
possível, é necessário desenvolvimento e aplicação de metodologias e
tecnologias capazes de proporcionar a tão aspirada sustentabilidade.
Um dos papéis do gestor ambiental é a aptidão para atuar em pro-
cessos que buscam melhorias contínuas dos meios de produção e
outros setores de nossa economia.
Existem vários métodos e ferramentas para auxiliar o gestor a de-
sempenhar seu papel; neste capítulo, serão abordados o SGA – siste-
ma de gestão ambiental, o incremento da certificação ISO 14001 nas
empresas, e o PGRS – programa de gerenciamento de resíduos sólidos.

O papel do gestor ambiental no sistema


de gestão ambiental
As empresas possuem papel-chave devido ao seu grande impacto na socie-
dade e no meio ambiente em geral. Dessa forma, foram criados os chamados
“sistemas de gestão” para que as empresas se comprometam com maior foco
com a satisfação dos clientes externos e internos, com a qualidade dos pro-
dutos, com a proteção do meio ambiente e com os aspectos sociais.
Níveis e áreas de atuação 37

Conceito: Sistema de gestão é uma estrutura comprovada para gerenciar e, continua-


mente, melhorar as políticas, os procedimentos e os processos de uma organização.

Um sistema de gestão ambiental (SGA) é uma estrutura desenvolvida para


auxiliar as organizações, independentemente de seu tipo ou porte, a planejar
consistentemente ações, prevenir e controlar impactos significativos sobre
o meio ambiente, gerenciar riscos e melhorar continuamente o desempenho
ambiental e a produtividade. Além destes aspectos, um SGA permite avaliar
e monitorar a conformidade em relação ao atendimento dos requisitos legais.
O princípio básico de um SGA é o ciclo planejar, executar, verificar e agir
(PDCA, do inglês plan, do, check, action), que permite que as organizações
busquem a melhoria contínua de seu sistema de gestão.
O gestor ambiental é um profissional com formação básica de compe-
tência para atuar no sistema de gestão ambiental. Hoje, é comum as grandes
empresas possuírem um departamento/setor de meio ambiente, como é o caso
da maioria das indústrias químicas. Nesse sentido, a integração da gestão
ambiental nas atividades de gestão se justificam pela importância do plane-
jamento estratégico e do suporte de tomada de decisão. Além disso, é funda-
mental a integração do cargo/departamento de gestão ambiental com as de-
mais áreas de competência da empresa, como mostrado na Figura 1, visando,
assim, à melhora de todo o sistema.

Figura 1. Integração do cargo/departamento de gestão ambiental com as demais áreas de


competência da empresa.
Fonte: Corazza (2003).
38 Introdução à gestão ambiental

As atividades do gestor ambiental nas empresas são várias e englobam:

 Planejamento, organização e controle da política ambiental da alta ad-


ministração;
 Controle das operações através da análise de relatórios técnicos e de
visitas periódicas;
 Assessoramento técnico em todas as unidades da empresa;
 Acompanhamento da execução das medidas propostas;
 Acompanhamento do desenvolvimento da legislação ambiental;
 Execução de treinamentos com foco no meio ambiente;
 Representação da empresa quando o assunto for relacionado com meio
ambiente.

Para desempenhar o papel de gestor ambiental, vários instrumentos podem


ser utilizados, como, por exemplo, a contabilidade ambiental, a análise de
fluxo de materiais, a análise de fluxo de energia, a análise de ciclo de vida ou
ecobalanço, ou mesmo a ecoauditoria e relatório ambiental.

Acesse este link para compreender um pouco mais sobre o ciclo de vida dos produtos e
como essa prática influencia de forma positiva na minimização dos impactos ambien-
tais: http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2009/artigos/E2009_T00481_PCN81956.pdf

Quanto às competências, destacam-se algumas, como a implementação de


procedimentos, auditorias internas, segurança, qualidade, gestão de riscos e
sensibilização pessoal.
Uma competência do gestor ambiental nas empresas que merece ser res-
saltada é a aplicação da norma ISO 14001, requisitos para a implementação
do SGA, que é alvo de auditorias. A ISO 14001 é uma norma internacional re-
lacionada à gestão ambiental que tem como versão brasileira a norma ABNT
NBR ISO 14001. Nela, são estabelecidos os requisitos para o sistema de gestão
ambiental – SGA. A utilização da ISO 14001 auxilia na promoção da efetivi-
dade organizacional, integrando novos requisitos de gestão que contribuam
para o alcance dos objetivos ambientais.
Níveis e áreas de atuação 39

Na implementação de uma ISO 14001, é importante o gestor ambiental


compreender que ela se aplica a qualquer organização que deseje:

 Estabelecer, implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão


ambiental;
 Assegurar a conformidade com uma política ambiental definida;
 Demonstrar através de avaliações e declarações, para as partes inte-
ressadas
 (clientes, acionistas, funcionários, sociedade, entre outros), que está em
conformidade com o que a norma estabelece.

Para algumas empresas, o custo da implantação de um sistema de gestão


ambiental pode até assustar no começo; no entanto, as vantagens vêm em
longo prazo. O gestor ambiental é o profissional certo para apontar os benefí-
cios da implantação do SGA (Fig. 2).

Figura 2. Benefícios da implantação de um sistema de gestão.

Para finalizar, o papel do gestor ambiental dentro da criação do SGA é de


extrema importância, pois é ele o responsável pela coordenação de toda a polí-
tica ambiental da empresa, dando suporte à equipe de profissionais envolvidos,
definindo as estratégias e os investimentos na área de proteção ambiental.
40 Introdução à gestão ambiental

Etapas de implantação de um SGA e respectiva


certificação ambiental
Para estabelecer um sistema de gestão ambiental seguindo os princípios da
NBR ISO 14001, o gestor ambiental seguirá os seguintes passos:

1. Definição da política ambiental pela direção;


2. Definição de metas e objetivos ambientais;
3. Estabelecer um plano de ação para o atendimento de metas;
4. Realizar auditorias, medições e monitoramentos;
5. Promover ações corretivas e ações de melhoria.

Considere que:
A política ambiental é a declaração de uma organização que expõe suas
intenções e princípios em relação ao desempenho ambiental global e prevê
uma estrutura para ação e definição de objetivos e metas ambientais.
Para garantir o adequado funcionamento do SGA, o gestor de meio am-
biente deverá considerar os requisitos gerais:

1. Estabelecer uma política ambiental apropriada;


2. Identificar os aspectos ambientais decorrentes de suas atividades para
poder determinar os impactos ambientais significativos;
3. Identificar os requisitos legais aplicáveis, acompanhando as mudanças
e planejando o atendimento;
4. Obter e atualizar licenciamentos ambientais;
5. Estabelecer e documentar os objetivos e metas ambientais e suas prio-
ridades;
6. Estabelecer a forma de definir e documentar os programas de gestão
ambiental para poder atingir os objetivos e metas;
7. Estabelecer todas as atividades e documentos de planejamento, con-
trole, monitoramento, ação preventiva e corretiva, auditorias e análise
para que o sistema de gestão ambiental permaneça apropriado;
8. Implementar as ações necessárias para garantir sua capacidade de se
adaptar às mudanças de circunstâncias.

Os sistemas de gestão são auditáveis, podendo receber ou não as devidas


certificações de acordo com o grau de conformidade com as normas.
Níveis e áreas de atuação 41

NOVA ISO 14001:2015 – Todas as normas ISO passam por revisões periódicas para incor-
porar mudanças e novas exigências do mercado.
O processo de revisão da norma ISO 14001, iniciado em 2012 e concluído em 2015,
teve como base o documento elaborado pela ISO, chamado Anexo SL, que fornece
uma estrutura única para todas as normas de sistema de gestão. Esta estrutura comum
permite maior harmonização e simplifica a integração entre todas as normas de sis-
tema de gestão.
A norma ISO 14001:2015 terá um período de transição de 3 anos a partir de sua pu-
blicação; após este período, os certificados emitidos com base na ISO 14001:2004 não
serão mais válidos.

Os órgãos certificadores são responsáveis por recomendar os certificados


de diferentes tipos de gestão, dando direito à empresa auditada e aprovada de
usar o logotipo do órgão que a certificou.

Conceito: A certificação, emitida por um organismo de certificação é o atestado


formal – “de ser verdade” – que comprova que a conformidade dos sistemas com os
requisitos especificados foi demonstrada.

Para uma empresa obter a certificação de uma norma ISO, antes de seu
sistema ser avaliado pelas entidades certificadoras, ela deve cumprir os se-
guintes passos:

1. Preparação da organização (incluindo auditorias internas);


2. Realização da pré-auditoria;
3. Realização da auditoria inicial;
4. Realização de auditorias de manutenção;
5. Realização de auditorias de recertificação.

A Organização Internacional para Normalização – ISO, em 2011, publicou


a nova versão da ISO 19011 – Diretrizes para auditoria do sistema de gestão,
42 Introdução à gestão ambiental

conhecida no Brasil como ABNT ISO 19011:2012, cujo escopo expandiu sua
aplicação para refletir a situação atual das múltiplas normas do sistema de
gestão existentes nas organizações.
As auditorias do sistema de gestão devem ser conduzidas de acordo com
os princípios, diretrizes e procedimentos que constam na ISO 19011. Cabe
destacar alguns princípios a serem adotados nas auditorias:

Quadro 1.

Princípios

Relacionados ao auditor  Conduta ética


 Reportar com veracidade e exati-
dão os fatos
 Habilidade técnica

Relacionados ao processo de auditoria  Autonomia do auditor


 Abordagem baseada em evidência

Um SGA implementado segundo a ISO 14001 permite a obtenção de cer-


tificação após auditoria por organismo certificador acreditado.
Para uma organização auditar, avaliar e recomendar a certificação de
outra empresa, a organização auditora deverá estar “acreditada” pelo Inmetro,
o que confirma os requisitos de competências para realizar suas atividades
com confiança. Isso lhe confere poder e autoridade de recomendar ou não a
certificação de uma empresa ou processo.
Para muitas empresas, obter a certificação da ISO 14001 é uma demanda
de mercado, pois demonstra seu comprometimento com práticas sustentáveis e
padrões internacionais de gestão ambiental. Além disso, possibilita a integração
com os demais sistemas de gestão já implementados pela empresa ou a serem im-
plementados, como, por exemplo, o sistema de gestão da qualidade (ISO 9001).
A certificação de um sistema de gestão ambiental baseado na NBR
14001:2015 é uma das formas mais eficientes de demonstrar o comprometi-
mento das organizações e a melhoria do desempenho ambiental.
Quando uma empresa é aprovada na auditoria formal, recebe um certifi-
cado ISO 14001 válido por três anos. A empresa passará por auditorias de ma-
nutenção do sistema, com periodicidade anual, para garantir que o seu sistema
não apenas permaneça em conformidade, mas que melhore continuamente.
Níveis e áreas de atuação 43

Após este período, a empresa passa novamente pelo processo de recertifi-


cação e recebe uma análise mais aprofundada em seus processos.

A série de normas ISO 14000 corresponde a um sistema de gestão ambiental (SGA)


editado pela ISO (International Organization for Standardization). A série e composta
por várias normas:
 ISO 14001, trata do sistema de gestão ambiental (SGA) ISO 14004, que correspon-
de ao suporte da gestão ambiental;
 ISO 14010, normas sobre as auditorias ambientais;
 ISO 14031, estabelecem diretrizes sobre desempenho ambiental;
 ISO 14020, referente à rotulagem ambiental;
 ISO 14040, análise do ciclo de vida;
 Guia ISO 64, direcionado aos aspectos ambientais nos produtos.

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos


Outro papel do gestor ambiental é a implementação de programas de geren-
ciamento ambientais, os quais têm por objetivo a padronização e melhoria de
processos associados e, muitas vezes, atendimento a legislações pertinentes.
Neste texto, falaremos do PGRS – programa de gerenciamento de resíduos
sólidos.
É habitual associar processos produtivos à geração de resíduos. A falta
de gerenciamento de resíduos, ou o seu gerenciamento ineficiente, é um fator
ampliador dos impactos ambientais gerados pelas mais diversas atividades
humanas. Para o combate deste problema, nota-se o aumento da exigência dos
órgãos ambientais como decorrência da crescente abrangência e restritividade
da legislação brasileira; soma-se ainda, a publicação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos e sua regulamentação no ano de 2010.
A Lei 12.305, de 02/08/2010, institui a Política Nacional dos Resíduos Só-
lidos e reúne um conjunto de diretrizes a serem cumpridas por pessoas físicas
ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indireta-
mente, pela geração de resíduos sólidos e fortalece a necessidade de ações
relacionadas ao gerenciamento de resíduos sólidos.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305/2010
–, a elaboração e execução dos PGRS são obrigatórias para os geradores de
44 Introdução à gestão ambiental

resíduos sólidos, responsáveis pelo seu adequado gerenciamento. A lei deter-


mina que devem elaborar o plano:

1. Geradores de resíduos de serviços públicos de saneamento básico;


2. Geradores de resíduos industriais;
3. Geradores de resíduos de serviços de saúde;
4. Geradores de resíduos de mineração;
5. Estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem
resíduos perigosos ou que sejam definidos como de responsabilidade
privada por sua natureza, composição e volume;
6. Empresas de construção civil;
7. Terminais ou outras instalações de serviços de transportes;
8. Atividades agrossilvopastoris, conforme exigência do órgão ambiental
ou de vigilância sanitária.

Conforme regulamentação específica, é definida a responsabilidade pri-


vada pelos resíduos ou conceituados como grandes geradores. Como exemplos,
podem ser citados supermercados, shopping centers, restaurantes e hotéis.
Desenvolver e implantar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos é
fundamental para qualquer organização, privada ou pública, que deseje ma-
ximizar as oportunidades e reduzir custos e riscos associados à gestão de
resíduos sólidos. Os mesmos preceitos da implantação de qualquer sistema
de gestão devem ser aplicados no caso de um PGRS. Isso significa dotar os
passos apresentados na Figura 3, a seguir:

Figura 3. Ciclo de um PGRS.


Fonte: Manual de gerenciamento de resíduos UFRJ – Guia passo a passo.
Níveis e áreas de atuação 45

O PGRS deve assegurar que todos os resíduos sejam gerenciados de forma


apropriada e segura, desde a geração até a destinação final, e deve envolver
as seguintes etapas:

1. Geração (fontes): nesta etapa, deve ser realizada uma avaliação de toda
a empresa, identificando todos os pontos de geração de resíduos.
2. Caracterização e Classificação dos Resíduos: com base em informa-
ções obtidas durante a identificação da geração e de análises químicas,
os resíduos são classificados em perigosos, não inertes e inertes. Nesta
etapa, identificam-se os resíduos reversos e os rejeitos.
3. Manuseio: o manejo dos resíduos, no âmbito interno dos estabeleci-
mentos, deve obedecer a critérios que conduzam à minimização do
risco à saúde das pessoas envolvidas e à qualidade do meio ambiente.
4. Acondicionamento e Armazenamento: uma vez identificados todos
os resíduos, eles devem ser segregados entre si e acondicionados de
modo independente, sendo armazenados temporariamente até a pró-
xima etapa.
5. Coleta: compreende a operação de transferência dos resíduos acondi-
cionados do local da geração para o armazenamento temporário e/ou
tratamento interno.
6. Transporte: considera o tipo de veículo utilizada para encaminhamento
do resíduo ao tratamento ou reciclagem. Os resíduos classificados
como classe I – perigosos, necessitam de veículos com prévia autori-
zação do órgão ambiental, geralmente estadual, para o seu transporte.
7. Pré-tratamento: em muitos casos, os resíduos requerem algum tipo de
pré-tratamento antes do seu encaminhamento. Por exemplo, latas de
alumínio para reciclagem precisam ser prensadas antes do transporte
para redução de volume.
O pré-tratamento pode ser conduzido dentro ou fora das dependên-
cias da empresa geradora e deve ser verificado se a etapa requer li-
cenciamento aplicável para o processo em questão.
8. Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos envol-
vendo a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou
biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos pro-
dutos, observados as condições e os padrões estabelecidos pelos
órgãos competentes, se assim houver. Ainda nesta etapa, é possível
considerar o reúso, processo de aproveitamento dos resíduos sólidos
sem sua transformação.
46 Introdução à gestão ambiental

9. Tratamento: conjunto de unidades, processos e procedimentos que al-


tera as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas
dos resíduos visando à redução da periculosidade, toxicidade, ou seja,
agressividade ao meio ambiente e/ou seres humanos.
10. Destinação final: deverá ser realizada de acordo com as características
e classificação, podendo ser objeto de tratamento (reprocessamento,
reciclagem, descontaminação, incorporação, coprocessamento, rerre-
fino, incineração) ou disposição em aterros sanitário ou indústria.

O importante em um plano de gerenciamento de resíduos sólidos é obe-


decer à hierarquia de prioridades, conforme demonstra a Figura 4.

Figura 4. Hierarquia de prioridades em PGRS.


Fonte: Adaptado de Tochetto (2009).

Observa-se o papel fundamental do gestor ambiental para o equaciona-


mento das questões ambientais nos empreendimentos, sendo o elo de ligação
entre a hierarquia mais alta das empresas e os setores operacionais e tendo
um papel desafiador na implementação de sistemas de gerenciamento e SGA.

1. O SGA, implementado segundo a ISO empresas, obter a certificação da ISO


14001, permite a obtenção de certifi- 14001 é uma demanda de mercado,
cação após auditoria por organismo pois demonstra seu comprometi-
certificador acreditado. Para muitas mento com práticas sustentáveis e
Níveis e áreas de atuação 47

padrões internacionais de gestão d) Padronizar procedimentos e iden-


ambiental. O princípio que permite tificar requisitos legais aplicáveis.
que as organizações busquem a e) Obter e atualizar licenciamentos
melhoria contínua está alicerçado em ambientais.
que conceito? 4. Dentro de plano de gerenciamento
a) Sistema de gestão. de resíduos sólidos, é importante
b) Órgão acreditado. obedecer à hierarquia de priori-
c) Política ambiental. dades. Em relação a isso, podemos
d) Ciclo PDCA. afirmar:
e) Auditoria interna. a) Deve-se priorizar a etapa de
2. Estabelecer um sistema de gestão geração visando identificar as
ambiental baseado nos princípios fontes.
da NBR ISO 14001 requer considerar b) Evitar a geração de resíduos é a
5 passos. Abaixo, elencamos alguns base da hierarquia.
deles; assinale a opção que contém a c) Identificar a destinação final ade-
relação correta: quada é a etapa mais importante
a) Definir política ambiental e ciclo em um PGRS.
PDCA. d) Caracterizar os resíduos gerados
b) Promover ações corretivas e é a segunda etapa a ser conside-
redução de custos. rada.
c) Desenvolver cultura preventiva e e) A etapa de acondicionamento
estabelecer objetivos e metas. é essencial para evitar contami-
d) Estabelecer política ambiental e nação de resíduos perigosos e
objetivos e metas. não perigosos.
e) Padronizar procedimentos e 5. Considerando as afirmativas abaixo,
realizar avaliação através de assinale F (falso) ou V (verdadeiro).
auditorias. A série ISO 14000 é composta por
3. Complete a sentença com a alterna- várias normas, as quais podemos re-
tiva correta: lacionar:
Ao ser implementado um sistema a) ISO 14001 – Estabelece diretrizes
de gestão ambiental, vários ganhos sobre desempenho ambiental.
são observados, como, por exem- b) ISO 14010 – Referente à rotu-
plo: ___________________________ e lagem ambiental.
____________________________. c) ISO 14040 – Trata da análise do
a) Imagem da organização e ciclo de vida.
atuação responsável. d) Guia ISO 64 – Guia sobre as
b) Política ambiental e comprometi- normas de auditorias ambientais.
mento da alta direção. e) ISO 14020 – Corresponde ao
c) Reconhecer aspectos e impactos suporte da gestão ambiental.
e definir política ambiental.
48 Introdução à gestão ambiental

BRAGA, B. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

CORAZZA, R. I. Gestão ambiental e mudanças da estrutura organizacional. RAE Eletrôni-


ca, São Paulo, v. 2, n. 2, jul./dez. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/raeel/
v2n2/v2n2a06.pdf >. Acesso em: 01 set. 2016.

INMETRO. Organizações acreditadas. 2012. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/


credenciamento/organizacoesCredenciadas.asp>. Acesso em: 14 ago. 2016.

MASTER AMBIENTAL. Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). [2016?]. Dispo-


nível em: <https://www.masterambiental.com.br/consultoria-ambiental/gerenciamen-
to-de-residuos/plano-de-gerenciamento-de-residuos-solidos-pgrs>. Acesso em: 15
ago. 2016.

PIMENTA, H. C. D. Gestão ambiental. Curitiba: Editora do Livro Técnico, 2012.

RAMOS, G. G. C.; CAMPANI, D. B. Elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos de


uma empresa do ramo de construção civil de infraestrutura. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL
DE QUALIDADE AMBIENTAL, 8., 2012, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre: ABES,
2012. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/sga/biblioteca-sga/textos-cga/links/ID558.
pdf>. Acesso em: 15 ago. 2016.

SEIFFERT M. E. B. ISO 14001 Sistemas de gestão ambiental: implantação objetiva e econô-


mica. São Paulo: Atlas, 2011.

TOCHETTO, M. Gerenciamento de resíduos sólidos. Santa Maria, RS: Departamento de


Química UFSM, 2009.

UNIQ. Roteiro resumido de implantação ISO 14001. [2005?]. Disponível em: <http://uniq.
com.br/meio-ambiente/roteiro-resumido-de-implantacao-iso-14001/>. Acesso em: 14
ago. 2016.

Leitura recomendada
Para ampliar seu conhecimento sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos,
leia o Manual de Gerenciamento de Resíduos – anexo.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Na Dica do Professor desta Unidade de Aprendizagem, você vai perceber os níveis de atuação
do gestor ambiental nas empresas, bem como seus desafios e objetivos. Você perceberá que o
gestor ambiental pode desempenhar um papel estratégico dentro das empresas.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) O gestor ambiental pode atuar em distintos níveis dentro das empresas. Assinale a
alternativa que contém um nível considerado estratégico.

A) Gestor da qualidade.

B) Técnico em meio ambiente.

C) Gestor de meio ambiente.

D) Diretor de sustentabilidade.

E) Diretor de RH.

2) Estabelecer um sistema de gestão ambiental (SGA) baseado no princípios da NBR


ISO 14001 requer considerar cinco passos. Assinale a opção que cita corretamente
dois desses passos propostos na NBR ISO 14001.

A) Definição de política ambiental e ciclo PDCA.


B) Promover ações corretivas e redução de custos.

C) Desenvolver cultura preventiva e estabelecer objetivos e metas.

D) Estabelecer política ambiental e objetivos e metas.

E) Padronizar procedimentos e realizar avaliação por meio de auditorias.

3) Complete a sentença com a alternativa correta: Ao ser implementado um sistema de


gestão ambiental, vários ganhos são observados, como, por exemplo: _________ e
_________.

A) Imagem da organização e atuação responsável.

B) Política ambiental e comprometimento da alta direção.

C) Reconhecer aspectos e impactos e definir política ambiental.

D) Padronização de procedimentos e identificar requisitos legais aplicáveis.

E) Obter e atualizar licenciamentos ambientais.

4) Considerando que um dos papéis do gestor é atuar de forma a reduzir impactos


ambientais, seguir o princípio dos 3Rs para atuar em gestão de resíduos é uma
diretriz efetiva. Em relação ao princípio dos 3Rs, assinale a alternativa correta.

A) Deve-se priorizar a etapa de geração, visando identificar as fontes.

B) Evitar a geração de resíduos é a base da hierarquia.


C) Identificar a destinação final adequada é a etapa mais importante em um PGRS.

D) Caracterizar os resíduos gerados é a segunda etapa a ser considerada.

E) A etapa de acondicionamento é essencial para evitar contaminação de resíduos perigosos e


não perigosos

5) Para a implantação de um SGA, o gestor ambiental deverá seguir alguns passos.


Marque a alternativa correta a esse respeito.

A) A primeira tarefa é estabelecer um plano de ação para o atendimento de metas.

B) A última tarefa é a definição de metas e objetivos ambientais.

C) O estabelecimento de planos de ações para o atendimento de metas é a etapa que antecede


a realização de monitoramentos.

D) Promover ações corretivas de melhoria integra a primeira tarefa do gestor.

E) A segunda tarefa no SGA é a implementação da NBR ISO 14001.

NA PRÁTICA

Considere que uma empresa está estruturando uma implementação de um SGA e você é o gestor
que irá estruturar esse programa de gestão. Dentro do seu papel de gestor, deverá considerar:
Alguns exemplos mais comuns desses planos e programas aplicáveis à indústria são:

PGRS – Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PCEA – Programa de Controle de Emissões Atmosféricas

PCS – Programa de Coleta seletiva PCMEI – Programa de Controle e Monitoramento de


Efluentes Industriais

PCO – Programa de Controle de Odores.

O estabelecimento de procedimentos operacionais e de gestão e da realização dos devidos


treinamentos e consequente implementação das ações descritas possibilita que a gestão
ambiental e seus conceitos sejam eternizados e façam parte da rotina dos trabalhadores em todos
os níveis.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Gestão de resíduos: Política Nacional de Resíduos Sólidos


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Melhores práticas ambientais em empresas do Rio Grande do Sul

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

ISO - International Organization for Standardization

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Ambiente - Tecnologias [Série Tekne - IFRS]

Inicie sua leitura com o tópico Gestão ambiental organizacional (página 232) e finalize em
Norma internacional ISO 14001, que se encerra na página 238.

O trabalho e as organizações: atuações a partir da psicologia

Inicie sua leitura com o tópico O sistema de gestão ambiental que se inicia na página 188 e
finaliza na página 190.

Meio Ambiente e Sustentabilidade

Inicie sua leitura no tópico Sistema de Gestão Ambiental: Série ISO 14000 e Norma ISO 14001
(página 394) e leia até o final do tópico Produção mais limpa (página 398).
O papel do profissional

APRESENTAÇÃO

Para que se desenvolva uma consciência de preservação e a consequente mudança dessa


realidade de degradação ambiental, é preciso entender importantes conceitos ambientais, como a
ecoeficiência, a sustentabilidade, a responsabilidade social e a consciência ecológica.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar esses conceitos e o importante papel do
gestor ambiental na transformação da realidade em que vivemos (de retirada excessiva de
recursos naturais e poluição), por meio de ferramentas como a educação ambiental.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Caracterizar a ecoeficiência e a sustentabilidade como agentes necessários para a melhoria


das relações humanas com o meio ambiente.
• Analisar o papel do gestor na responsabilidade social e como suas ações refletem no
entorno de onde ela é aplicada.
• Identificar o papel do educador ambiental e da educação ambiental na construção da
consciência ecológica.

DESAFIO

A sustentabilidade é a capacidade de atender as necessidades presentes sem comprometer a


capacidade das gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades. Nesse sentido, o
papel do gestor ambiental é educar, buscando soluções que se encaixem nos três pilares da
sustentabilidade (social, ambiental e econômico).

Essas são estratégias de gestão ambiental: prevenção à poluição (PP), produção mais limpa
(P+L), análise do ciclo de vida (ACV), ecoeficiência e ecodesign.

Imagine-se como um educador/pesquisador de uma Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT)


que acaba de participar de um edital de fomento à pesquisa para o desenvolvimento de um
projeto cuja a linha possui ênfase no beneficiamento de um processo industrial.

O primeiro passo desse projeto é elaborar um escopo de trabalho focado nessas estratégias
sustentáveis para viabilizar o processo industrial de uma empresa.

Seu desafio é pesquisar e descrever uma metodologia (que já tenha sido aplicada com êxito
dentro de alguma empresa para beneficiamento de seu processo industrial) caracterizando
elementos de produção mais limpa e ecoeficiência. Faça um roteiro com as principais ações a
serem aplicadas e dê um exemplo como case de sucesso.

INFOGRÁFICO

O gestor ambiental deve sempre agir com base nos três pilares da sustentabilidade e, a partir
deles, pensar em estratégias que reduzam o consumo dos recursos naturais, mas que ainda
atendam as necessidades dos clientes. Os desafios são grandes e incluem a melhoria da
qualidade de vida das comunidades.

CONTEÚDO DO LIVRO

Um dos grandes desafios para a humanidade é conciliar o crescimento econômico e social com
o equilíbrio ecológico, e que também é claramente o papel do gestor ambiental no exercício de
sua profissão.

Aprofunde seus conhecimentos com a leitura do capítulo O papel do profissional, da


obra Introdução à gestão ambiental.

Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Juliana Saccol
I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


O papel do profissional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Caracterizar a ecoeficiência e a sustentabilidade como agentes
necessários para a melhoria das relações humanas com o meio
ambiente.
 Analisar o papel do gestor na responsabilidade social e como suas
ações refletem no entorno em que ela é aplicada.
 Identificar o papel do educador ambiental e da educação am-
biental na construção da consciência ecológica.

Introdução
Neste texto, você estudará o importante papel do gestor ambiental
na transformação da realidade em que vivemos, de poluição e de re-
tirada excessiva de recursos naturais, através de ferramentas como a
educação ambiental. O texto traz importantes conceitos ambientais
que precisam ser entendidos para que se desenvolva uma consciên-
cia de preservação e a consequente mudança desta realidade de
degradação ambiental. Alguns conceitos trazidos neste texto são a
ecoeficiência, a sustentabilidade, a responsabilidade social e a cons-
ciência ecológica.

Mudanças a partir da ecoeficiência


e da sustentabilidade
A ecoeficiência é um conceito trazido pela World Business Council for
Sustainable Development (WBCSD) e surgiu em 1991, após a publicação do
livro Changing Course. Este conceito diz que, para atingir a ecoeficiência, de-
vemos prestar serviços e oferecer bens necessários para as pessoas sem causar
poluição, sem retirar os recursos em excesso e respeitando a capacidade de
26 Introdução à gestão ambiental

sustentação do nosso planeta. Já o conceito de sustentabilidade surgiu a partir


da criação do documento chamado Estratégia Mundial para a Conservação da
Natureza elaborado pela União Internacional para a Conservação da Natureza
(IUCN), pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNU- MA)
e pelo World Wildlife Fund (WWF). A sustentabilidade é a capacidade de
atender as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gera-
ções futuras de atenderem suas próprias necessidades.

World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) é a mais importante


instituição em sustentabilidade empresarial no mundo. Conta com quase 60 conselhos
nacionais e regionais em 36 países de 22 setores industriais, além de 200 empresas mul-
tinacionais que atuam em todos os continentes. Através dos seus membros, o conselho
aplica ajuda para gerar soluções construtivas e tomar medidas compartilhadas para
impulsionar a implementação do desenvolvimento sustentável nas empresas.

Por meio da ecoeficiência, busca-se reduzir o consumo de recursos como


materiais, água e energia, reduzir o impacto causado na natureza por causa
dos gases poluentes e efluentes lançados nos rios e melhorar o valor de um
produto ou serviço oferecendo preço mais justo e utilizando menos os re-
cursos da natureza. A sustentabilidade trabalha a favor do bem-estar geral
por meio da utilização racional dos recursos sem produzir a desigualdade e
causar pobreza por essa exploração excessiva. Uma empresa sustentável deve
gerar melhorias para a comunidade de seu entorno, melhorando a qualidade
de vida, trazendo renda para os moradores locais e preservando o ambiente
natural. O desenvolvimento sustentável tem como função proporcionar de-
senvolvimento humano; distribuição justa dos recursos naturais; desenvolvi-
mento trazendo saúde e qualidade de vida com as conexões entre economia,
ecologia, tecnologia, política e sociedade. Pode-se citar como exemplos de
políticas sustentáveis a agricultura orgânica, o manejo florestal, a reciclagem,
a produção de energia limpa, entre outros (NASCIMENTO, 2009). A ecoefi-
ciência e a sustentabilidade são extremamente necessárias para o reequilíbrio
O papel do profissional 27

do ambiente em que vivemos, pois elas trazem melhorias em todas as esferas,


social, ambiental e econômica, além de gerar um diferencial competitivo para
a empresa que a pratica.

Deverá ficar claro para você que a sustentabilidade não está ligada somente ao meio
ambiente, mas que ela envolve a parte social, econômica e também a ambiental. Estes
três pilares são conhecidos como tripple bottom line ou tripé da sustentabilidade (Fig. 1).
Uma empresa sustentável é aquela que consegue manter-se economicamente ao
mesmo tempo em que se preocupa com o meio ambiente e a comunidade do seu
entorno.

Figura 1. Tripé da sustentabilidade.


Fonte: Emprenext (2016).
28 Introdução à gestão ambiental

Você sabe algumas atitudes que podem ser consideradas sustentáveis e ecoeficientes?
Vamos citar algumas:
 Reaproveitamento de resíduos como matéria-prima, como fazer camisas a partir
de garrafas pet.
 Reciclagem de materiais como plástico, metal, vidro e papel e compostagem dos
orgânicos, como cascas de fruta e vegetais.
 Criação de sistemas de aproveitamento de água da chuva.
 Criação de tecnologias para produção de energia renovável por meio das fontes
mais conhecidas como a energia solar e eólica.
 Disseminação da educação ambiental para que todos possam contribuir com a
melhoria das relações humanas com o meio ambiente.

O papel do gestor ambiental como


agente transformador através da
responsabilidade social
A responsabilidade social em seus diversos aspectos
A Responsabilidade Social (RS) ligada as questões ambientais se trata de ir
além de cumprir o básico necessário para ter um ambiente saudável. Ela co-
meça quando pessoas e organizações sentem a necessidade de fazer mais pelo
bem-estar coletivo, fazendo muitas vezes ações voluntárias para melhorar a
qualidade ambiental e de vida, do seu entorno, que vão além da obrigação de
cumprir a legislação.
Há algumas variantes do conceito de responsabilidade social como a res-
ponsabilidade social corporativa (RSC), responsabilidade social empresarial
(SER) e responsabilidade social ambiental (RSA).

Para saber mais, acesse o link: http://www.responsabilidadesocial.com/o-que-e-res-


ponsabilidade-social/?id=1.
O papel do profissional 29

O gestor ambiental tem papel fundamental na responsabilidade social,


pois é ele quem planeja e administra os programas ambientais da empresa, a
implantação de certificações e, o mais importante, a preservação ambiental.
Ele terá de estar apto a trabalhar nos diversos segmentos econômicos, sociais,
ambientais, políticos e culturais. O gestor ajuda a empresa a garantir o equi-
líbrio entre ter lucros, atender as necessidades dos clientes, garantir a preser-
vação ambiental e o bem-estar social. A responsabilidade social nas empresas
está ligada a 4 eixos: a qualidade de vida na empresa, a saúde e bem-estar,
o vínculo com a comunidade e o cuidado com o meio ambiente (ver Fig. 2).

Eixo 1 Eixo 2
Qualidade Saúde e
de vida na bem-estar
empresa

Eixo 4 Eixo 3
Cuidado Vínculo com a
do meio comunidade
ambiente

Figura 2. Eixos da Responsabilidade Social.


Fonte: Campanhã (2011).
30 Introdução à gestão ambiental

A responsabilidade social é um assunto tão importante que está relacionada a uma


norma ISO. No dia 1° de novembro de 2010, foi publicada a ISO 26000, uma norma de
diretrizes sobre responsabilidade social que pode ser aplicada a todos os tipos e portes
de organizações, de pequenas a grandes e de todos os setores, desde o governo até
ONG’s e empresas privadas.
A ISO 26000:2010 define a responsabilidade social como a responsabilidade de uma
organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio
ambiente por meio de um comportamento ético e transparente que:
 Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive para a saúde e para o
bem-estar da sociedade;
 Leve em consideração as expectativas das partes interessadas;
 Esteja em conformidade com a legislação aplicável;
 Seja consistente com as normas internacionais de comportamento; e
 Esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações.

A implantação da reponsabilidade social é muito benéfica para todos, pois


atinge os diversos aspectos da sociedade, melhorando o ambiente de trabalho
ao criar novos vínculos e melhorar o trabalho em equipe e a comunicação
no ambiente empresarial. O gestor possibilita que as ações sociais se tornem
parte dos valores da empresa, ajudando, assim, a comunidade do seu entorno
e podendo ir muito além dela.

Deverá ficar claro para você que a responsabilidade social atinge todas as esferas,
desde a social até a ambiental e traz benefícios tanto para a organização que a pratica
quanto para as pessoas e o ambiente à sua volta.
O papel do profissional 31

Educação ambiental
O educador ambiental e o desenvolvimento
da consciência ecológica
Com a constante degradação da natureza e a falta de responsabilidade so-
cial, a educação ambiental tem se tornado uma ferramenta muito importante
e transformadora, pois seu objetivo é criar uma consciência ecológica para
reverter o atual quadro de degradação socioambiental. A consciência eco-
lógica é a capacidade de entender que cada ação humana no meio ambiente
gera uma reação que pode ser positiva ou negativa. É a capacidade de per-
ceber que fazemos parte do meio ambiente e que quando geramos poluição e
contaminação, estamos prejudicando a nós mesmos. Através da consciência
ecológica, as pessoas passam a se inserir no meio ambiente e cultivar valores
e sentimentos de proteção da natureza.

O conceito educação ambiental aparece na Constituição Federal de 1988; porém,


apenas em 1999 surgiu a Lei 9.795, pertinente à educação ambiental. Esta lei traz as
diretrizes para a educação ambiental, além de instituir a Política Nacional de Edu-
cação. Nesta lei, são relacionados objetivos muito importantes da educação am-
biental, entre eles:
 O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas
múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos,
legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
 A garantia de democratização das informações ambientais;
 O estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática
ambiental e social;
 O incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na
preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da quali-
dade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
 O estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e
macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, de-
mocracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
 O fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
 O fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade
como fundamentos para o futuro da humanidade.
32 Introdução à gestão ambiental

O educador ambiental tem o grande desafio de fazer com que as pessoas


desenvolvam valores e comportamentos de respeito mútuo e compromisso
com a conservação dos recursos naturais, além de estimular uma visão crí-
tica sobre as questões ambientais e o papel de cada um na defesa do meio
ambiente.

Uma importante ação relacionada à educação ambiental é a política dos 5R’s. Segundo
o Ministério do Meio Ambiente (MMA), os cinco R’s (ver Fig. 3), são um processo edu-
cativo que reflete a mudança de hábitos no cotidiano dos cidadãos. A questão-chave
desta política é levar as pessoas a repensarem seus valores e práticas em relação ao
meio ambiente, reduzindo o consumo de bens não essenciais e o desperdício. Os 5R’s
são reduzir o consumo de recursos naturais, repensar o consumo exagerado e as prá-
ticas relacionadas ao meio ambiente, reaproveitar ao invés de descartar, reciclar os ma-
teriais que têm essa possibilidade e recusar consumir produtos que gerem impactos
socioambientais significativos. Esta prática traz diversos benefícios:
 Redução da extração de recursos naturais;
 Redução dos resíduos nos aterros e o aumento da sua vida útil;
 Redução dos gastos do poder público com o tratamento do lixo;
 Redução do uso de energia nas indústrias e intensificação da economia local (su-
cateiros, catadores, etc.).

Figura 3. Política dos 5R’s.


Fonte: Cagna (2013).
O papel do profissional 33

As práticas em educação ambiental são uma boa ferramenta para o de-


senvolvimento desta consciência ecológica. O educador ambiental ensina
conceitos e desenvolve atividades práticas como a criação de composteira,
montagem de horta comunitária, plantio de mudas e reaproveitamento de ma-
teriais que seriam jogados fora, entre outras diversas atividades. Com estas
atividades práticas, o educador ambiental consegue aproximar as pessoas da
natureza e desenvolver a consciência ecológica, fazendo com que cada um
mude seus comportamentos e comece a respeitar mais o ambiente.

1. Considerando os conceitos apre- d) Está relacionada exclusivamente


sentados, é possível afirmar que a à saúde.
ecoeficiência: e) Surgiu em uma conferência junto
a) É sinônimo exclusivo de susten- ao conceito de ecoeficiência.
tabilidade. 3. Dentre estas, qual é considerada uma
b) Abarca apenas o cuidado com o prática sustentável:
meio ambiente. a) Descarte de materiais recicláveis.
c) É uma prática que está relacio- b) Envio de resíduos orgânicos para
nada principalmente aos cida- o aterro.
dãos. c) Reaproveitamento de resíduos
d) Busca a prestação de serviços e como matéria-prima.
a venda de produtos de maneira d) Utilizar recursos não renováveis
eficiente, reduzindo o consumo como matéria-prima.
dos recursos naturais. e) Misturar resíduos orgânicos com
e) Não embasa sua prática nas ques- recicláveis.
tões ambientais e sociais. 4. Assinale a alternativa que comple-
2. Considerando os conceitos apre- menta corretamente a frase a seguir:
sentados, é possível afirmar que a Através da ______________________ ,
sustentabilidade: busca-se equilibrar o ambiente ____
a) Abarca apenas as questões _____________ , social e ambiental,
ambientais. melhorando assim a relação com o
b) Trata-se de um conceito que en- ambiente, enquanto na ____________
globa a parte econômica, social e busca-se reduzir o consumo de
ambiental. ________________ sem deixar de ofe-
c) Apresenta o conceito do tripé da recer serviço de melhor qualidade
sustentabilidade, no qual estão com preço justo.
incluídas as partes social, am- a) ecoeficiência, empresarial, susten-
biental e empresarial. tabilidade, energia
34 Introdução à gestão ambiental

b) ecoeficiência, econômico, sus- b) São práticas ligadas à educação


tentabilidade, matéria-prima ambiental a criação de compos-
c) sustentabilidade, econômico, teira, a destinação de resíduos
ecoeficiência, recursos naturais para o aterro, a montagem de
d) sustentabilidade, empresarial, hortas e a reciclagem.
ecoeficiência, recursos naturais c) Os 5R’s se tratam de reduzir,
e) ecoeficiência, econômico, sus- repensar, reaproveitar, reciclar e
tentabilidade, recursos naturais reorganizar.
5. Com relação à educação am- d) Com a educação ambiental, as
biental, assinale a alternativa pessoas desenvolvem uma cons-
correta: ciência ecológica e se inserem no
a) As práticas em educação meio ambiente, o que gera maior
ambiental não são suficientes preocupação com a preservação
como ferramenta para o de- da natureza.
senvolvimento da consciência e) A Lei 12.305 trata das diretrizes
ecológica. para a educação ambiental.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 26000. 2010. Disponível em:


<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/[field_ge-
nerico_ imagens-filefield-description]_65.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2016.

BRASIL. Lei n° 9.795 de 27 de abril de 1999. Institui a Política Nacional de Educação Am-
biental. Brasília, DF, 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9795.htm>. Acesso em: 01 set. 2016.

CAGNA, C. E. Os 5 “Rs” da reciclagem. É simples ajudar o planeta. jan. 2013. Disponí-


vel em: <http://ecohospedagem.com/os-5-rs-da-reciclagem-e-simples-ajudar-o-
-planeta/#ixzz4KBboCb3V>. Acesso em: 01 set. 2016.

CAMPANHÃ, M. R. Responsabilidade Social Corporativa, funciona?!. 14 abr. 2011. Dispo-


nível em: <https://www.ufrgs.br/vies/vies/responsabilidade-social-corporativa-rsc-
-funciona/>. Acesso em: 01 set. 2016.

DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2. ed., rev. e atual.


São Paulo: Atlas, 2011.

EMPRENEXT. 2016. Disponível em: <http://emprenext.com/>. Acesso em: 01 set. 2016.

JACOBI, P. et al. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de pesquisa,


São Paulo, v. 118, n. 3, p. 189-205, 2003.
O papel do profissional 35

NASCIMENTO, L. F.; LEMOS, Â. D. C.; MELLO, M. C. Gestão socioambiental estratégica. Porto


Alegre: Bookman, 2011.

NASCIMENTO, M. S. Direito ambiental e o princípio do desenvolvimento sustentável. Âmbito


Jurídico, Rio Grande, v. 12, n. 71, dez. 2009. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.
com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6973>. Acesso em:
10 ago. 2016.

SILVA, S. C. Gestão ambiental: O papel do gestor no desenvolvimento socio-econômico e


sustentável do meio ambiente. 2012. 32 f. Monografia (Pós-Graduação em Gestão Am-
biental)–Faculdade Apogeu, Brasília, DF, 2012.

TEIXEIRA, M. Ecoeficiência e sustentabilidade organizacional: o relatório de sustentabilidade.


2010. Disponível em: <http://www.academia.edu/9629667/Ecoefici %C3%AAncia_e_
Sustentabilidade_Organizacional>. Acesso em: 10 ago. 2016.

Leitura recomendada
RUPPENTHAL, J. Gestão ambiental. Santa Maria, RS: Colégio Técnico Industrial de Santa
Maria, 2014.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir apresenta os conceitos básicos inerentes ao papel do profissional gestor


ambiental como educador e transformador da realidade em que vivemos.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Considerando os conceitos apresentados, assinale a alternativa correta sobre


ecoeficiência.

A) É sinônimo exclusivo de sustentabilidade.

B) Abarca apenas o cuidado com o meio ambiente.

C) É uma prática relacionada principalmente aos cidadãos.

D) Busca a prestação de serviços e a venda de produtos de maneira eficiente, reduzindo o


consumo dos recursos naturais.

E) Não embasa sua prática nas questões ambientais e sociais.

2) Considerando os conceitos apresentados, assinale a alternativa correta sobre


sustentabilidade.

A) Abarca apenas as questões ambientais.

B) É um conceito que engloba a parte econômica, a social e a ambiental.


C) Apresenta o conceito do tripé da sustentabilidade, em que estão incluídas a parte social, a
ambiental e a empresarial.

D) Está relacionada exclusivamente à área da saúde.

E) Surgiu em uma conferência junto ao conceito de ecoeficiência.

3) Assinale a alternativa que contém uma prática sustentável.

A) Descarte de materiais recicláveis.

B) Envio de resíduos orgânicos para o aterro.

C) Reaproveitamento de resíduo como matéria-prima.

D) Utilizar recursos não renováveis como matéria-prima.

E) Misturar resíduos orgânicos com recicláveis.

4) A responsabilidade social (RS) se apresenta como um tema cada vez mais importante
no comportamento das organizações. Referente a ela, escolha a alternativa correta.

A) A RS está relacionada à norma ISO 14001, que se trata de uma norma para a certificação
empresarial em responsabilidade social.

B) RS significa seguir corretamente a legislação ambiental e social, ajudando, desta forma, a


preservar o meio ambiente e as relações sociais.

C) Na RS empresarial, estão relacionados dois eixos, o vínculo com a comunidade e a


qualidade de vida na empresa.
D) A RS traz melhorias apenas na organização onde é implantada.

E) A RS vai além de seguir a legislação, ela se trata de ações voluntárias que beneficiam tanto
a organização quanto a comunidade e o meio ambiente.

5) Com relação à educação ambiental, assinale a alternativa correta.

A) As práticas em educação ambiental não são suficientes como ferramenta para o


desenvolvimento da consciência ecológica.

B) São práticas ligadas à educação ambiental: criação de composteira, destinação de resíduos


para o aterro, montagem de hortas e reciclagem.

C) Os 5Rs tratam de reduzir, repensar, reaproveitar, reciclar e reorganizar.

D) Com a educação ambiental, as pessoas desenvolvem uma consciência ecológica e se


inserem no meio ambiente, o que gera maior preocupação com a preservação da natureza.

E) A Lei no 12.305 trata das diretrizes para a educação ambiental.

NA PRÁTICA

Em uma aula de gestão ambiental, o professor, pensando em mostrar aos alunos a importância
do consumo consciente e de se optar por produtos sustentáveis, decide propor um desafio.

Ele solicita que os alunos pesquisem e elaborem uma análise do ciclo de vida de um produto
para que entendam a necessidade de buscar soluções sustentáveis, pensando na aplicabilidade de
todos os conceitos já estudados no semestre.

Na prática, eles podem estruturar uma cadeia produtiva, elaborando o ACV em forma de um
fluxograma ou de um infográfico. Veja as etapas do ciclo de vida de um produto e, em seguida,
o ciclo de vida de um produto específico.
*Obs.: A ACV é regulamentada pelas normas internacionais ISO 14040 e ISO 14044, que no
Brasil são chamadas de NBR ISO 14040 e NBR ISO 14044, respectivamente.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Guia da Rede Produção mais Limpa

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Perspectivas do ciclo de vida a partir da nova ISO 14001:2015

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Atividades autônomas

APRESENTAÇÃO

Você conhece as características e habilidades necessárias para desenvolver atividades


autônomas dentro da gestão ambiental? E os riscos e benefícios, você sabe quais são?

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer três possíveis nichos para a formação do
gestor ambiental, sendo elas a de auditor, a de consultor e de especialista. Além disso, vai
entender quais são as vantagens dessas atuações e o que elas têm em comum.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Diferenciar as principais características entre auditores, consultores e especializados.


• Relacionar as características e habilidades de um profissional autônomo.
• Identificar os nichos de trabalho para o exercício do gestor ambiental autônomo.

DESAFIO

Você, como gestor ambiental, e atuando como auditor, é chamado por uma empresa de
fabricação de telhas para realizar um trabalho.

Ao chegar na primeira reunião, o diretor administrativo recebe você e explica que está
precisando que seja elaborado e implantado um plano de gerenciamento de resíduos (incluindo o
efluente gerado) dentro de sua unidade.

Percebendo que sua atuação não corresponde ao que está sendo solicitado, você deve explicar
para o diretor qual é a diferença entre os dois profissionais - auditor e consultor, explicar em
qual fase você poderá auxiliar e colocar seu serviço à disposição.

INFOGRÁFICO
As possibilidades de atuação para o gestor ambiental, como profissional autônomo, exigem
capacidades específicas para cada ramo:

CONTEÚDO DO LIVRO

No capítulo Atividades autônomas, da obra Introdução à gestão ambiental, base teórica desta
Unidade de Aprendizagem, você vai complementar seu entendimento a respeito da atuação do
consultor no mercado.

Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Vanessa de Souza Machado


I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Atividades autônomas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Diferenciar as principais características entre auditores, consul-
tores e especializados.
 Relacionar as características e habilidades de um profissional au-
tônomo.
 Identificar os nichos mais adequados para o exercício do gestor
ambiental autônomo.

Introdução
Neste texto, você estudará características e habilidades necessá-
rias para desenvolver atividade autônoma, para ter condição de
entender, avaliar, decidir e reconhecer os riscos e benefícios desta
atividade.
Dentre as possibilidades existentes, vamos abordar três possíveis
nichos para a formação do gestor ambiental: a de auditor, a de con-
sultor e a de especialista. Para cada um desses ramos profissionais
possa ser mais bem entendido, serão abordadas principais carac-
terísticas, suas diferenças, habilidades relacionadas e atividades en-
volvidas.

Gestor ambiental consultor,


auditor e especialista
Ao ser um gestor ambiental você já é um consultor. Para ser um consultor, não
precisa atender a nenhum novo requisito legal.
Qualquer profissional pode ser um consultor, e esta é a boa e a má notícia.
Por ser uma atuação que não limita e não define critérios para a concorrência,
dependerá muito de suas habilidades pessoais e de seu grau de inteligência
adquirida durante a formação o sucesso neste ramo.
Um gestor ambiental consultor pode atuar diretamente na elaboração
de procedimentos e de controles para garantir os resultados propostos pela
50 Introdução à gestão ambiental

empresa, assim como também poderá atuar em parcerias com outros pro-
fissionais de áreas específicas. Neste caso, por exemplo, poderá fazer o
gerenciamento de todo processo de licenciamento, contratando e gerindo os
profissionais envolvidos e as informações encaminhadas. Uma das carên-
cias identificadas no processo é justamente a do profissional que gerencie
as informações. Desta forma, garante que não ocorra nenhuma divergência
de informações entre áreas de conhecimentos, pois este profissional fará a
compilação e a revisão das informações, garantindo que tudo tenha relação
e coerência ao final. Desta forma, o gestor ambiental garantirá maior qua-
lidade e agilidade nos trâmites do processo.
O consultor atua em diferentes segmentos, em assuntos relacionados às
questões ambientais, e tem oportunidade de vivenciar uma grande diversi-
dade de assuntos. Isso possibilita que sua experiência seja cada vez maior e
desenvolva sua visão macro e geral dos assuntos, garantindo, desta forma,
bons resultados em sua atuação.
Além disso, este profissional pode atuar como consultor, conforme já
mencionado, no gerenciamento de pequenos a grandes projetos, nos quais
coordenará uma equipe multidisciplinar, a qual atenderá as necessidades
específicas identificadas caso a caso, melhorando a situação do cliente.
Neste ramo de atuação, é fundamental que o gestor ambiental imponha
seu valor, evidenciando, durante todo o processo e, principalmente, no
final, os resultados alcançados com o serviço proposto, se possível, compa-
rando a situação anterior com a situação alcançada com evidências claras.
Outra atividade autônoma que o gestor pode desempenhar é a de au-
ditor. Auditor é o profissional que avaliará de forma sistemática o cumpri-
mento de um determinado programa, sistema de gestão, licença ambiental,
processo e assim por diante.
Um gestor ambiental no ramo auditoria precisa ser capaz de identificar
e apontar possíveis problemas operacionais que afetem os resultados es-
perados, causando, de forma direta ou indireta, efeitos adversos ao meio
ambiente. Para ficar mais claro, este profissional autônomo não atuará na
fase de planejamento ou até mesmo na de elaboração de procedimentos e
normas; ele busca evidências para comprovar o cumprimento das normas
e procedimentos (conforme escopo pré-definido com empreendedor) já es-
tabelecidos em fases anteriores. Um auditor não elabora e não propõe solu-
ções, ele avalia/identifica.
Atividades autônomas 51

Algumas habilidades pessoais são necessárias neste ramo. As principais


são capacidade de interpretação (inteligência) e habilidade para tratar com
pessoas (em diferentes níveis hierárquicos).
Neste ramo de atuação, é fundamental que o gestor ambiental desem-
penhe seu papel sem nenhum tipo de interferência pessoal/emocional.
Ele deve avaliar de forma clara, objetiva e ética o escopo que está sendo
auditado.
O gestor ambiental também pode atuar como especialista. Nesta área,
deverá ser um profissional altamente especializado em alguma das di-
versas áreas relacionadas ao meio ambiente, como, por exemplo, gestão de
resíduos. Ele poderá migrar para uma atuação mais generalista; no entanto,
é uma decisão que deverá tomar avaliando seus objetivos profissionais e
realização pessoal. Uma decisão difícil de ser tomada, que deve ser amadu-
recida durante a vida profissional.
Nas empresas, o cuidado com o meio ambiente não é mais burocrático e
superficial; passou a ser real e estratégico para os resultados.
Para que o gestor tenha qualificação para desempenhar a função de es-
pecialista, é necessário mais que habilidades pessoais como relacionamento
interpessoal. Ele deverá possuir um grande conhecimento e vivências prá-
ticas, independentemente da área escolhida para especialidade.
É muito importante entender bem as habilidades que serão exigidas em
um ou outro caminho. Por exemplo, se você gosta de ‘botar a mão na massa’,
melhor ser especialista, mas se tem habilidade em lidar com pessoas e ne-
gócios, pode buscar a área de consultor ou auditor.

Deverá ficar claro que o mais adequado seria escolher um segmento apenas, sob
pena de não conseguir a colocação em nenhuma das áreas. Todas possuem suas
especificidades, as quais demandam tempo de estudo aprofundado (para o com-
plemento da formação) e experiência para formarem um bom profissional. Assim, é
prudente optar por qual segmento será trilhada essa caminhada de formação, sob
pena de perder o foco.
52 Introdução à gestão ambiental

Tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo, desde o dia 1º de abril de 2016, o


Projeto de Lei 265/2016, do deputado Celso Nascimento (PSC). O projeto dispõe sobre
a realização de auditorias ambientais compulsórias nos empreendimentos que desen-
volvam atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, que impliquem riscos aos
ecossistemas e à qualidade de vida, no âmbito do Estado de São Paulo.
As auditorias envolveriam a execução de avaliações e estudos destinados ao de-
sempenho da gestão ambiental dos empreendimentos; o cumprimento das normas
legais ambientais em vigor; a implementação dos programas ambientais, de controle,
compensação e monitoramento ambiental, bem como das condicionantes técnicas
das licenças e das determinações dos órgãos ambientais competentes; identificação
de eventuais falhas na operação dos empreendimentos e mensuração dos riscos de
danos ambientais; e proposição de medidas para proteger o meio ambiente e a saúde
humana de danos ambientais indesejados.

Características e habilidades associadas


ao profissional autônomo
Um profissional autônomo depende de sua produtividade para alcançar re-
sultados de acordo com metas estabelecidas. Mesmo podendo ter muita faci-
lidade em horários, deve ter planejamento e metas a serem cumpridas, visto
que justamente por ter estas e outras vantagens, terá de cumprir com metas
estabelecidas para alcançar sucesso e garantir a perpetuidade do negócio pro-
posto.
A vantagem de não ficar preso às vagas do mercado de trabalho e poder
atuar na área que escolheu por conta própria garante a tão sonhada flexibili-
dade de horário, mas não o exime da responsabilidade de cumprir prazos com
clientes.
Um profissional autônomo possui vantagens únicas. A mais ressaltada é
a possibilidade de gerenciamento de seus horários, o que possibilita que ele
tenha uma vida pessoal equilibrada com a profissional, de forma a conduzir
concomitantemente atividades físicas, lazer e convivência com a família.
Como tudo que possui boas vantagens, esta forma de atuação no mer-
cado de trabalho possui desvantagens. A mais evidente é a falta de vínculos
empregatícios e de todas as vantagens associadas (férias e fundo de garantia,
por exemplo). Neste caso, será necessário que o profissional desenvolva ou
Atividades autônomas 53

aprimore uma habilidade-chave, a de planejamento e organização da vida fi-


nanceira, assim como, se achar conveniente, tenha um plano de previdência
privada a seu critério. Com isso, garante que não tenha nenhum prejuízo e
possa aproveitar tranquilamente todos os benefícios associados à sua opção
profissional.
A competência e os conhecimentos não são antagônicos, pois qualquer
atuação profissional competente sempre vai relacionar a utilização de conhe-
cimentos com habilidades e atitudes.
Trazendo um pouco de conceitos básicos, habilidade é a capacidade téc-
nica para uma determinada atividade; é a soma do conhecimento e da prá-
tica. O talento está diretamente relacionado com a habilidade de realizar algo,
porém se diferencia pelo simples fato de ser natural; também chamado de
vocação.
Desta forma, podemos dizer que competência é a soma de habilidade e
talento, ou seja, a capacidade de realizar determinada tarefa real de forma
eficiente, e está sempre relacionada à qualidade dos resultados do trabalho.
Sempre estará associada a habilidades individuais natas ou adquiridas na for-
mação intelectual e do ser humano.
Dentre as muitas competências que o profissional autônomo precisa ter ou
desenvolver, podemos citar a expertise, que está mais diretamente relacionada
aos consultores e especialistas, visto que se verificarmos o conceito, expertise
é a capacidade de aplicar, tendo um resultado eficaz, o conhecimento adqui-
rido em estudos (teoria).
Para melhor elucidar e garantir que você possa ter sucesso como profis-
sional autônomo, ressaltaremos o que deverá ser considerado nesta caminhada.
Um bom relacionamento, que resulte em bons contatos, é fundamental, se não
indispensável, além de paixão pelo que se faz e vontade de fazer o melhor.
Cabe salientar que um profissional autônomo deve ter como premissa um
endereço eletrônico que não seja domínio privado, uma logomarca própria
com material personalizado, página na internet, pontualidade nos compro-
missos profissionais assumidos (tanto em reuniões quanto na entrega do ser-
viço contratado), saber ouvir para identificar potencialidades no cliente e falar
com clareza.
Como o relacionamento interpessoal é uma habilidade indispensável, de
forma rápida, vamos abordar seus cinco pilares. São eles: o autoconheci-
mento, fundamental para administrar bem os relacionamentos; a empatia,
que compreende considerar os outros, suas opiniões, sentimentos e motiva-
ções; assertividade, pois para ter bons relacionamentos, além de ouvir, é pre-
54 Introdução à gestão ambiental

ciso falar, expressar nossas opiniões; cordialidade, pois tratar as pessoas com
cordialidade é ser gentil, solícito, agradável e simpático; por último, a ética,
que abarca ter atitudes que não prejudiquem os outros, não quebrem acordos
e não contrariem o que se considera certo e justo. A Figura 1 ilustra o espírito
que deve prevalecer.
Não menos importante, cabe ressaltar ainda neste tópico o instinto em-
preendedor, que precisa estar aflorando em todos os profissionais autônomos.
Cabe ressaltar que o empreendedor, de forma equivocada, é sempre rela-
cionado ao profissional que abre uma nova empresa. O empreendedorismo
está muito relacionado à questão de inovação, à criação algo novo, diferente
do que tem até o momento.

Figura 1. Ilustra de forma abrangente a prática dos cinco pilares do relacionamento inter-
pessoal.
Fonte: Shutterstock (2016a).

Comparando as diferenças entre consultor e auditor, um consultor presta um serviço


mais completo dentro de uma empresa. Ele atua desde o planejamento, elaborando,
por exemplo, planos e programas ambientais para o processo de licenciamento am-
biental, o que um auditor não faz.
Atividades autônomas 55

Potencialidades do mercado para


profissionais autônomos
Necessidades do mercado podem estar evidentes ou você deverá ser capaz
de criá-las. Por isso, uma das habilidades mencionadas anteriormente é a ca-
pacidade de saber ouvir. A todo momento, em qualquer lugar, com qualquer
pessoa, temos de estar atentos às possibilidades de atuação do gestor am-
biental como profissional autônomo, independentemente do ramo escolhido.
Porém, de nada adianta ser um bom ouvinte e não aplicar o que se sabe.
Por este motivo, o instinto empreendedor deve estar fortemente vincu-
lado a este profissional. É necessário ter muita atenção a todas possibilidades,
mesmo que pareçam pequenas, e astúcia de potencializar as demandas já exis-
tentes no mercado.
Obviamente o empreendedorismo está diretamente relacionado ao plane-
jamento, que traça passo a passo todas metas a serem alcançadas, avaliando
riscos, identificando possibilidades e iniciando a caminhada. A Figura 2 ilustra
estes passos a serem seguidos, os quais são fundamentais para o sucesso.

Figura 2. Ilustra a relação entre empreendedorismo (sucesso) e um caminho sólido (metas)


a ser trilhado.
Fonte: Shutterstock (2016b).
56 Introdução à gestão ambiental

A inovação, pensando em empreendedorismo, é movida pela habilidade


de estabelecer relações. Não basta apenas detectar as oportunidades; é im-
prescindível saber tirar proveito delas.
No mercado, você, como gestor autônomo terá o desafio de também iden-
tificar a possibilidade de oferecer serviço de forma diferenciada, melhorada,
aprimorando todas as formas já existentes. Independentemente do ramo, con-
sultor, auditor ou especialista, as formas de atender as demandas devem ser
inovadas, identificando pontos fracos e atuando nesta oferta.
De forma inteligente, o profissional autônomo pode criar um serviço que
traga muito resultado para certo ramo de atividade, tendo como partida uma
oferta de serviço já existente há muitos anos. Não podemos ter o pensamento
que no que está dando certo não me mexe; de forma alguma podemos per-
manecer ofertando algo só porque tem resultado assertivo já testado. Muitas
vezes, encontramos algo novo na soma ou mescla de duas ofertas já existentes
alcançando o potencial de mudar a qualidade de vida das futuras gerações. Há
muitas possibilidades no mercado, desde que se tenha o espírito inovador e se
acredite em fazer a diferença.
Um profissional de sucesso não deve pensar em inovação como sendo im-
portante para seu crescimento individualizado, mas como crescimento eco-
nômico em proporções maiores. O conceito se aplica a uma pequena ação
proposta em um pequeno e localizado ponto, a uma grande nova forma de se
extrair petróleo, tendo esta última um resultado de proporções muito maiores.
O profissional dificilmente prosperará e dificilmente será capaz de com-
petir com outros se não buscar soluções inovadoras para problemas emer-
gentes relacionados ao meio ambiente. Por este motivo, estamos enfatizando
a necessidade de o gestor ambiental, sendo ele um profissional autônomo,
aderir a esta forma de pensar. Lembre-se, o mesmo já está ofertado; o desafio
é sempre inovar, criar e realizar (testar) para alcançar o principal objetivo
desta forma de atuação.
Atividades autônomas 57

1. Considerando as diferenças apre- b) A auditoria trabalha na expertise


sentadas entre auditor e consultor, é do especialista.
possível afirmar que: c) O ramo da consultoria está
a) São atividades muito seme- associado à identificação de
lhantes, podendo um desen- problemas sem necessidade de
volver a atividade do outro. indicar solução.
b) São atividades facilmente con- d) O especialista identifica pro-
fundidas, porém com grandes blemas operacionais.
diferenças de atuação. e) A auditoria deve sempre propor
c) São atividades complementares à melhorias.
do especialista. 4. É correto afirmar que a habili-
d) Complementam-se em um pro- dade expertise está diretamente
cesso de avaliação sistemática. associada a:
e) Ambas são executadas por a) Gestores ambientais
especialista. b) Consultores
2. Conforme descrito no capítulo, qual c) Auditores e consultores
das atividades abaixo se relaciona d) Consultores e especialistas
mais com consultor: e) Auditores e especialistas
a) Avaliação sistemática do cumpri- 5. Considerando que existem habili-
mento de programas ambientais. dades comuns entre as diferentes
b) Fiscalização. atuações autônomas, qual seria
c) Identificação de riscos iminentes a que aparece em todas como
à atividade e proposição de principal?
medidas de prevenção. a) Relacionamento interpessoal.
d) Identificação de problemas nos b) Conteúdo técnico específico.
planos ambientais implantados. c) Visão macro do negócio.
e) Busca de evidências para cumpri- d) Identificação de problemas.
mento da licença ambiental. e) Criatividade na solução dos
3. Considerando a dinâmica das ativi- problemas.
dades desenvolvidas nos três ramos
discutidos, é correto afirmar:
a) O ramo de consultoria requer o
desenvolvimento de habilidades
pessoais, além das técnicas.
58 Introdução à gestão ambiental

BESSANT, J.; TIDD, J. Inovação e empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2009.

SÃO PAULO. Assembleia Legislativa. Projeto prevê auditorias ambientais compulsórias em


empreendimentos potencialmente poluidores. 2016. Disponível em: <http://al-sp.jusbrasil.
com.br/noticias/321560443/projeto-preve-auditorias-ambientais-compulsorias-em-
-empreendimentos-potencialmente-poluidores>. Acesso em: 25 ago. 2016.

SHUTTERSTOCK. Team teamwork togetherness collaboration concept. 2016a. Disponível


em: <http://www.shutterstock.com/pic-343048862/stock-photo-team-teamwork-to-
getherness-collaboration-concept.html?src=oYaj_UV9MsjftQER9W1bQA-1-7>. Acesso
em: 10 ago. 2016.

SHUTTERSTOCK. Image of businessman with suitcase. Promotion concept. 2016b. Disponí-


vel em: <http://www.shutterstock.com/pic-343048862/stock-photo-team-teamwork-
-togetherness-collaboration-concept.html?src=oYaj_UV9MsjftQER9W1bQA-1-7>. Aces-
so em: 10 ago. 2016.

WEISS, A. Consultor de ouro: guia profissional para a construção de uma carreira. 4. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2012.

ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Penso, 2014.
E-pub.

Leituras recomendadas
HISRICH, R. D.; PETERS, M. P.; SHEPERD, D. A. Empreendedorismo. 9. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2014. E-book.

POUND, E. S.; BELL, J. H.; SPEARMAN, M. L. A ciência da fábrica para gestores: como lí-
deres melhoram o desempenho em um mundo pós-Lean Seis Sigma. Porto Alegre:
Bookman, 2015.

TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.

STUART, I. C. Serviços de auditoria e asseguração na prática. Porto Alegre: AMGH, 2014.


Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir apresenta alguns tópicos fundamentais sobre os pontos principais das
atividades autônomas.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Considerando as diferenças apresentadas entre auditor e consultor, assinale a


alternativa correta.

A) São atividades muito semelhantes, podendo um profissional desenvolver a atividade do


outro.

B) São atividades facilmente confundidas, porém com grandes diferenças de atuação.

C) São atividades complementares à atuação do especialista.

D) As funções se complementam em um processo de avaliação sistemática.

E) As duas funções são executadas por especialista.

2) Qual das atividades a seguir se relaciona mais com a função de consultor?

A) Avaliação sistemática do cumprimento de programas ambientais.

B) Fiscalização.
C) Identificar riscos iminentes à atividade e propor medidas de prevenção.

D) Identificar problemas em planos ambientais já implantados.

E) Buscar evidências para cumprimento da licença ambiental.

3) Considerando a dinâmica das atividades desenvolvidas nos três ramos discutidos,


assinale a alternativa correta.

A) O ramo de consultoria requer o desenvolvimento de habilidades pessoais, além das


técnicas.

B) A auditoria trabalha na expertise do especialista.

C) O ramo da consultoria está associado à identificação de problemas sem necessidade de


indicar solução.

D) O especialista identifica problemas operacionais.

E) A auditoria deve sempre propor melhorias.

4) Para atuação como autônomo, faz-se necessário ter espírito empreendedor, como se
diz. Quanto ao empreendedorismo, qual das palavras a seguir se relaciona melhor
com o conceito?

A) Gestão.

B) Inovar.

C) Repetir.
D) Coragem.

E) Rotina.

5) Considerando que existem habilidades comuns entre as diferentes atuações


autônomas, qual seria a que aparece em todas como sendo a principal?

A) Relacionamento interpessoal.

B) Conteúdo técnico específico.

C) Visão macro no negócio.

D) Identificação de problemas.

E) Criatividade na solução dos problemas.

NA PRÁTICA

A vida de auditor de uma empresa internacional certificadora parece bastante atrativa. Rotina de
viagens, tratamento vip e bom salário. No entanto, não se engane: é de grande dedicação e
responsabilidade.

Dedicação porque são necessárias horas de estudos e treinamentos, além de viagens constantes e
produção de relatórios.

Responsabilidade porque o auditor certifica ou não uma determinada empresa.

Você consegue dimensionar essa responsabilidade?

Acompanhe agora a contextualização de um case profissional da área de um auditor que atua em


empresa certificadora internacional. Na ocasião, irá auditar, com vista à recertificação, uma
empresa de beneficiamento de tecidos fornecedora de uma marca esportiva renomada.
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SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

FEPAM Ordem de Serviço nº 30/2010

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HISRICH, R. D.; PETERS, M. P.; SHEPHERD, D. A. Empreendedorismo. 9. ed. Porto


Alegre: AMGH, 2014.

POUND, E.S.; BELL, J. H.; SPEARMAN, M. L. A ciência da fábrica para gestores: como
líderes melhoram o desempenho em um mundo pós-Lean Seis Sigma. Porto Alegre:
Bookman, 2015.

STUART, I. C. Serviços de auditoria e asseguração na prática. Porto Alegre: AMGH,


2014.

TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.

Consultor de ouro: guia profissional para a construção de uma carreira

Inicie no Capítulo 1 O que é um consultor (página 03) e leia até o final do tópico Digressão
(página 15).
Atividades no mercado de trabalho

APRESENTAÇÃO

A profissão de gestor ambiental é nova, mas a ofertas na área só tendem a aumentar, visto a
crescente procura pela sustentabilidade, e em âmbito mundial. Mas, além disso, e por
obrigatoriedade dos órgãos públicos brasileiros, qualquer empreendimento precisa apresentar
relatórios ambientais sobre os impactos de suas atividades, e é nesse contexto que se destacam
as consultorias ambientais, que absorvem esses profissionais para o gerenciamento dos mais
diversos projetos na área do meio ambiente.

Nesta Unidade de Aprendizagem, serão abordadas as perspectivas da gestão ambiental no


Brasil, assim como a demanda de mercado, além das atividades de consultorias e diagnósticos
ambientais associadas a sua área no mercado de trabalho.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar as perspectivas da profissão de gestão ambiental no Brasil.


• Reconhecer a demanda do mercado de trabalho do gestor ambiental no Brasil.
• Caracterizar o trabalho do gestor ambiental em empresas de consultorias.

DESAFIO

Recentemente, o Brasil assistiu a um dos maiores desastres ambientais do país: a queda da


barragem da empresa Samarco, em Mariana, Minas Gerais. Milhares de pessoas foram afetadas
pela lama tóxica da barragem do Fundão.

Para garantir que outros desastres como esse não aconteçam, é de suma importância o papel do
gestor ambiental. Esse profissional tem a capacidade de prever acidentes ambientais e, quando
desempenha sua função com competência, diminui e até mesmo elimina os impactos das
empresas e indústrias no meio ambiente.

Contudo, essa não é uma tarefa fácil! Por isso, hoje você é esse gestor ambiental capacitado e
competente de uma grande multinacional petrolífera. Ocorre que a plataforma Sirius acabou de
ter um rompimento em uma de suas bombas e você é acionado.

Indique assim os primeiros passos para o atendimento desse acidente ambiental. Não esqueça
que a mancha de combustível já começa a se espalhar pelo mar.

INFOGRÁFICO

A oferta de emprego para profissionais com capacidade de gerenciamento de projetos que


envolvam o meio ambiente está em expansão no mercado de trabalho. Confira, no infográfico a
seguir, uma oferta de emprego cada vez mais comum e que pode ser preenchida com
competência pelos gestores ambientais.

CONTEÚDO DO LIVRO

No capítulo Atividades no mercado de trabalho, da obra Introdução à gestão ambiental, server


de base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Vanessa de Souza Machado


I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Atividades no mercado
de trabalho
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar as perspectivas da profissão de gestão ambiental no
Brasil.
 Reconhecer a demanda do mercado de trabalho do gestor am-
biental no Brasil.
 Caracterizar o trabalho do gestor ambiental em empresas de con-
sultoria.

Introdução
A profissão de Gestor Ambiental é nova, mas as ofertas na área só ten-
dem a aumentar, visto a crescente procura pela sustentabilidade em
nível mundial. Além disso, e por obrigatoriedade dos órgãos públicos
brasileiros, qualquer empreendimento precisa apresentar relatórios
ambientais sobre os impactos de suas atividades, e é nesse contex-
to que se destacam as consultorias ambientais, que absorvem esses
profissionais para o gerenciamento dos mais diversos projetos na área
do meio ambiente.
Neste texto, serão abordadas as perspectivas da Gestão Ambiental
no Brasil, a demanda de mercado, além das atividades de consulto-
rias e diagnósticos ambientais associadas à sua área no mercado de
trabalho.

Perspectivas da profissão de gestão


ambiental no Brasil
Oportunidades no mercado de trabalho para os formados e formandos na área
de gestão ambiental não faltam. O profissional de gestão ambiental deve se
enquadrar nas necessidades e demandas de cada setor. Existem grandes áreas
de atuação possíveis e, dentro delas, existem perspectivas diferentes.
A atuação em órgãos públicos da área de meio ambiente, agências regu-
ladoras e afins (Secretarias municipais, estaduais e federais), órgãos da ad-
60 Introdução à gestão ambiental

ministração direta (IBAMA, por exemplo), depende de concursos públicos


e da oferta de vagas, mas há uma tendência de abertura de muito espaço,
pois há uma enorme escassez de profissionais, principalmente no IBAMA.
Nestes casos, a pós-graduação na área é uma grande vantagem, senão um
pré-requisito indispensável.
Já a atuação em órgãos certificadores tem cada vez mais demanda no
Brasil. Isso se deve ao crescente nível de especialização das empresas. Para
quem tem interesse em atuar nesta área, é imprescindível além da formação e
especialização, cursos na área de auditoria.
Com o crescimento dos órgãos certificadores, crescem ainda mais as em-
presas prestadoras de serviços de preparação e adequação para certificação
em normas e selos ambientais. Nestes casos, o profissional precisa ter conhe-
cimentos sólidos de processos de planejamento e de auditoria ambiental, além
de forte familiarização com as normas como, por exemplo, a NBR ISO 14000,
além de conhecer muito bem a metodologia e os requisitos dos órgãos certi-
ficadores. Este tipo de empresa costuma ter programas de trainee; por isso,
é uma das áreas com maior possibilidade de início na profissão. Geralmente,
são projetos com equipes multidisciplinares, gerando muita experiência ao
jovem profissional.
A contratação por concessionárias públicas (empresas de saneamento, for-
necimento e abastecimento de água, energia e afins) também depende de con-
curso e da existência de vagas, mas há uma tendência de muito espaço, pois
há grande escassez de profissionais, principalmente nas concessionárias li-
gadas à questão do saneamento urbano e distribuição de água. Normalmente,
é exigida alguma especialização ou pós-graduação na área de engenharia de
saneamento, ambiental, química ou semelhantes.
As indústrias possuem uma forte demanda por profissionais na área am-
biental. No entanto, existe uma forte concorrência com os profissionais de
áreas afins, até porque não há uma base consolidada de pré-requisitos que
facilitem a oferta de vagas nas indústrias para formados especificamente em
gestão ambiental. Este é um dos custos de uma profissão nova. Atualmente,
a produção industrial no País está declinando e demitindo funcionários, mas
assim que houver uma mudança desse cenário, é muito provável que a de-
manda de profissionais da área ambiental aumente, pois há uma crescente
tendência de mercado focada em sustentabilidade e “compra consciente” que
forçará empresários a investirem cada vez mais em cuidados ambientais.
A docência é sempre uma boa aposta aos profissionais, pois, salvo em
tempos de forte crise, o setor de educação está sempre em crescimento. A ten-
Atividades no mercado de trabalho 61

dência deste setor é a contratação somente de profissionais com experiência


de campo fora da docência, principalmente os que trabalham ou já traba-
lharam em empresas. Isso se deve a exigências do MEC no credenciamento
de cursos de pós-graduação, uma vez que essa instituição está exigindo que as
universidades tenham docentes com projetos em conjunto com empresas. A
docência em educação ambiental tem muitas oportunidades, pois faltam pro-
fissionais com experiência de campo, fundamental na área. Para suprir isso,
são necessárias vivências, que, muitas vezes, não são remuneradas.
O campo de trabalho do gestor ambiental dentro de organizações não go-
vernamentais (ONG´s) está se abrindo e tem oferecido boas oportunidades
aos recém-formados e estagiários. Não oferece grandes horizontes de re-
muneração, mas traz consigo algo incalculável: a experiência. A tendência
nesse setor é difícil de entendermos; o aumento do número de ONG’s na área
ambiental depende de muitos fatores, inclusive da existência de verbas go-
vernamentais para manter muitos projetos. O aumento da economia criativa/
colaborativa associado ao fortalecimento da proteção ambiental na indústria
talvez reduza as ações de ONG’s ambientalistas. Devido a esses fatores e
muitos outros, principalmente políticos, as projeções de mercado para os pró-
ximos anos entre especialistas são muito divergentes.
As perspectivas na área são, em geral, muito boas; cabe ao profissional
de gestão ambiental investir na área com que mais se identifica, pois assim
tenderá à excelência.

No link a seguir, você encontrará um trabalho sobre os desafios e perspectivas da pro-


fissão de gestor ambiental: http://bdm.unb.br/bitstream/10483/9748/1/2014_Nayara-
FerreiraDeMatosLima.pdf

A demanda do gestor ambiental no mercado


de trabalho no Brasil
O mercado de trabalho para gestores ambientais é amplo, está em expansão
e tende a crescer ainda mais com o aumento da preocupação das empresas e
instituições com a responsabilidade ambiental.
62 Introdução à gestão ambiental

Nos últimos anos, houve uma crescente preocupação com as questões am-
bientais. Isso ocorre por diversos fatores, como divulgação de resultados de
pesquisas que demonstram uma piora na qualidade ambiental a níveis alar-
mantes, aumento na especialização dos profissionais, maior rigor da legislação,
aumento de fiscalização e o surgimento de uma geração mais preocupada com a
sustentabilidade ambiental e a busca de vida com mais qualidade. Essa nova ge-
ração é responsável por muitas modificações em empresas tradicionais, e novos
empreendedores estão surgindo mais conscientes e motivados. Como nunca
antes visto, agora as pessoas, ao comprarem um produto, estão se preocupando
com a origem, a embalagem, o descarte e o impacto dessa compra (veja na Fi-
gura 1 como as empresas estão se preparando para atender este público). Esse
conjunto de fatores está forçando que empresas se regularizem nas questões
ambientais, empreguem produção cada vez mais limpa, se preocupem com a
origem da matéria-prima, com o tratamento de suas emissões e seus efluentes,
com o tratamento e destinação de seus resíduos, com a implantação de pro-
cessos de reciclagem e reaproveitamentos, além de motivar a implementação de
sistemas de certificação ambiental e, principalmente, o marketing ambiental.
Para tudo isso, é imprescindível a presença do profissional da área ambiental.
O ano de 2016 foi marcado pelo recuo nas contratações em função da
queda na produção industrial brasileira, que até o mês de junho já tinha mar-
cado 25 meses de quedas consecutivas. Apesar do cenário desfavorável, o
crescente mercado de produtos naturais mostra que a busca por “compras
conscientes” é uma tendência de mercado e que cada vez mais os profissionais
de gestão ambiental serão procurados e valorizados.
Os profissionais dessa área são requisitados tanto no setor privado quanto
no setor público. Organizações não governamentais ligadas ao meio ambiente
também empregam profissionais da área. Os trabalhos internos em organi-
zações vêm crescendo, mas, além da atuação organizacional, o gestor am-
biental pode, também, criar a sua própria empresa de consultoria, participar
de projetos públicos em educação ambiental, ajudar no planejamento e/ou
recuperação de áreas degradadas, dar aulas em universidades e até mesmo
pleitear vagas em concursos públicos. As empresas voltadas para atividades
de alto impacto ambiental, como as hidrelétricas, siderúrgicas, mineradoras e
petrolíferas são as que mais empregam esses profissionais. Segundo dados do
Ministério do Meio Ambiente, estima-se que 85% das grandes empresas do
País empreguem esse tipo de profissional. Outros segmentos que costumam
contratar gestores ambientais são centros de saúde, hospitais, companhias de
abastecimento de água e energia, aeroportos, portos, construtoras e fábricas
de produtos plásticos, pré-moldados, cerâmicas, cimentos, entre outras.
Atividades no mercado de trabalho 63

Oportunidades de trabalho também são encontradas em fazendas, coope-


rativas e agroindústrias, uma vez que o novo Código Florestal impõe regras
mais rígidas para o uso da terra.
Apesar de tudo, o setor ainda deveria ser mais incentivado, pois ainda há
muito que fazer nesse sentido. Empresas públicas e privadas investem em
projetos de gestão ambiental e de preservação natural, embora ainda não seja
o bastante.

Figura 1. Infográfico mercado e consumo consciente.


Fonte: SEBRAE (2016).

Em busca de divulgar suas atividades de controles e cuidados com meio ambiente e


até para ter ações na bolsa de valores, as empresas estão cada vez mais interessadas e
preocupadas com sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.
Um texto muito interessante sobre demanda na área ambiental pode ser encontrado
neste link: http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/2016/06/26/
demanda-na-area-ambiental-e-crescente/
64 Introdução à gestão ambiental

O trabalho do gestor ambiental em


empresas de consultoria
Empresas de consultoria possuem um grande campo de trabalho, pois existem
muitos clientes em potencial, empresas que não possuem ainda a estrutura ne-
cessária para ter um setor de meio ambiente próprio ou simplesmente empresas
que preferem terceirizar essas atividades. Muitas, também, são as exigências
dos órgãos ambientais como IBAMA e agências estaduais e municipais para as
atividades produtivas, sendo que, quanto maior o potencial poluidor ou maior a
produção, maiores são as cobranças.
Como dito no tópico anterior, o gestor ambiental pode criar a sua própria em-
presa de consultoria ou ser um dos colaboradores de uma firma de consultoria.
O trabalho que ele realizará será voltado a atender as demandas dos clientes.
Esses clientes podem ser empresas privadas ou, caso a consultoria concorra a
licitações, instituições públicas.
Na maior parte do tempo, salvo seja uma empresa de consultoria mais es-
pecializada, o gestor ambiental trabalha na obtenção e manutenção de licenças
ambientais; geralmente, são trabalhos realizados para empresas com atividades
industrias, sendo que, ao emitir a licença, a agência ambiental exige condicio-
nantes para operação do empreendimento. Essas condicionantes são compostas
por controles e monitoramentos ambientais, tabelas de gerações e comprovações
de destinação dos resíduos, relatórios de auditorias ambientais, entre outras, que
devem, periodicamente, ser encaminhadas à agência ambiental. Essas atividades
são gerenciadas pelo gestor ambiental da empresa de consultoria contratada.
Apesar desse trabalho, tão burocrático quanto técnico, o gestor possui
grandes desafios a serem enfrentados com alguns clientes como, por exemplo,
encontrar soluções tecnológicas capazes de controlar a poluição sem alterar ex-
pressivamente os processos de produção e o produto final. Outro grande desafio
é o gerenciamento de passivos ambientais; neste caso, o gestor tem o papel de
mitigar um problema ambiental que já ocorreu utilizando tecnologias desenvol-
vidas para esse fim (a Figura 2 demonstra com uma foto o que é um passivo
ambiental). Um tema muito em voga nos últimos tempos, devido ao desastre
ambiental da queda da barragem da empresa Samarco, recentemente ocorrido
em Mariana/Minas Gerais, é a prevenção de riscos naturais, sendo esse outro
dos maiores desafios do gestor ambiental na atualidade. Para adiantar-se aos
problemas, ele precisa ter conhecimentos avançados sobre solo, materiais e seus
efeitos. Também é necessário fazer protótipos e imaginar as mais diversas si-
tuações para evitar que muitas áreas e pessoas sejam prejudicadas, inclusive que
empresas percam muito dinheiro em multas e indenizações.
Atividades no mercado de trabalho 65

Outro papel comum do gestor ambiental em empresas de consultoria é arti-


cular situações de conflito. Em muitas ocasiões, consultorias ambientais são cha-
madas para resolver uma questão entre empresa e órgão ambiental ou empresa e
comunidade, e ele deve ser capaz de articular e negociar nessas situações. Não é
raro encontrar empresários que, por serem donos do terreno e possuírem pouca
compreensão do assunto, negligenciam as questões ambientais. No entanto, o
meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todos (artigo 225
da Constituição Federal), incluindo clientes, acionistas, colaboradores, concor-
rentes e a comunidade, ou seja, as questões ambientais vão muito além da área
física da empresa.
Na atuação em empresas de consultoria, o gestor ambiental pode ser con-
tratado para criar programas de conscientização sobre a importância da preser-
vação ambiental. Ele pode implementar e coordenar programas de educação am-
biental e pode também elaborar material educativo e dar palestras sobre temas
ambientais, orientando sobre como ajudar o meio ambiente e adotar atitudes
mais sustentáveis no dia a dia.
Portanto, a atuação do profissional nas empresas de consultorias é bem re-
quisitada, e o trabalho se caracteriza por ser bastante variado, apresentar desa-
fios, mas também ser muito focado na obtenção e manutenção de licenciamento
ambiental e suas condicionantes, que necessita lidar com a parte técnica e buro-
crática. Sendo assim, é um campo de trabalho que produz grandes experiências
em pouco tempo. Fica a dica!

Figura 2. Foto de uma área contaminada. O gerenciamento dessas áreas é um desafio na


atualidade para o gestor ambiental.
Fonte: Mediotejo (2015).
66 Introdução à gestão ambiental

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305/10, lançada em agosto de 2010,


trouxe grandes mudanças para a preservação e cuidados com o meio ambiente no País
e também abriu um vasto campo de oportunidades de atuação em empresas de con-
sultoria. Tenha domínio dela! Você pode encontrar a PNRS no link: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm

1. É correto afirmar que a demanda c) Sua principal função é ser respon-


do mercado de trabalho do gestor sável técnico pelos estudos de
ambiental _________________. levantamento de fauna e flora.
a) está saturada. d) Sua principal função é gerenciar
b) é limitada a consultorias am- projetos de meio ambiente,
bientais. como, por exemplo, licencia-
c) tem boas perspectivas devido ao mentos ambientais de clientes.
desenvolvimento insustentável. e) Sua principal função é de auditor.
d) tem boas perspectivas, pois 3. Quais são as organizações que mais
os profissionais dessa área são contratam gestores ambientais no
requisitados em diversos setores Brasil?
da sociedade. a) Devido ao novo Código Florestal,
e) é maior em fazendas, coopera- fazendas, cooperativas e agroin-
tivas e agroindústrias. dústrias atualmente são as que
2. Como podemos descrever a principal mais contratam gestores ambien-
função do gestor ambiental em tais no Brasil.
empresas de consultoria: b) Organizações não governamen-
a) Sua principal função é desen- tais ligadas ao meio ambiente são
volver as soluções para pro- as que mais empregam profissio-
blemas ambientais como po- nais de gestão ambiental.
luição no solo, nas águas ou no ar. c) Empresas de consultoria são as
b) Sua principal função é manter que mais empregam profissionais
o licenciamento ambiental da de gestão ambiental.
sede da empresa de consultoria d) A maior parte das vagas para
em ordem, cumprindo com as gestor ambiental está em pro-
normas e condicionantes da jetos públicos em educação
licença. ambiental.
Atividades no mercado de trabalho 67

e) As grandes empresas voltadas na manutenção de licenças ambien-


para atividades de alto impacto tais, sendo que, ao emitir a licença,
ambiental, como as hidrelétricas, a agência ambiental exige condicio-
siderúrgicas, mineradoras e petro- nantes para operação do empreen-
líferas são as que mais empregam dimento. Pois bem, marque a opção
esses profissionais. que possui exemplos de condicio-
4. Marque um dos maiores desafios nantes de licença ambiental:
atuais da profissão, além de ser a) Controles e monitoramentos am-
emergencial: bientais, tabelas de funcionários e
a) Gerenciar processos de licencia- comprovações de destinação dos
mento ambiental. resíduos, relatórios de auditorias
b) Elaborar planos de gerencia- ambientais.
mento de resíduos. b) Relatório de auditoria ISO 9001.
c) Gerenciar e recuperar áreas c) Exclusivamente tabelas de gera-
degradadas. ções e comprovações de desti-
d) Criar programas de conscienti- nação dos resíduos.
zação sobre a importância da d) Controles e monitoramentos
preservação ambiental. ambientais, tabelas de gerações e
e) Implantar um sistema de gestão comprovações de destinação dos
ambiental. resíduos, relatórios de auditorias
5. Como vimos nessa unidade, o gestor ambientais.
ambiental em uma empresa de e) Contabilidade mensal da em-
consultoria passa a maior parte do presa.
tempo trabalhando na obtenção e

ABREU, B. S. Os 3 principais desafios da carreira do gestor ambiental. [2016]. Disponível


em:<http://blog.unipe.br/graduacao/os-3-principais-desafios-da-carreira-do-gestor-
-ambiental>. Acesso em: 22 ago. 2016.

ALBUQUERQUE, D. Gestão e marketing: o gestor ambiental nas organizações. [2008].


Disponível em: <http://certificacaoiso.com.br/gestor-ambiental-nas-organizacoes>.
Acesso em: 24 ago. 2016.

ALEGRIA, M. A importância do gestor ambiental no processo SGA. [2008]. Disponível em:


<http://www.revistameioambiente.com.br/2008/02/25/a-importancia-do-gestor-am-
biental-no-processo-sga>. Acesso em: 24 ago. 2016.
68 Introdução à gestão ambiental

ALMEIDA, J. R. Gestão ambiental para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Thex


Editora, 2008.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:


Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

GUIA DA CARREIRA. O que faz um gestor ambiental? [2016]. Disponível em: <http://www.
guiadacarreira.com.br/carreira/o-que-faz-um-gestor-ambiental>. Acesso em: 23 ago.
2016.

GUIA DO ESTUDANTE. Gestão ambiental. [2016]. Disponível em: <http://guiadoestudan-


te.abril.com.br/profissoes/meio-ambiente-ciencias-agrarias/gestao-ambiental-686365.
shtml>. Acesso em: 22 ago. 2016.

MERCADO EM FOCO. O papel do gestor ambiental no controle da poluição. [2016]. Dispo-


nível em: <http://mercadoemfoco.unisul.br/o-papel-do-gestor-ambiental-no-contro-
le-da-poluicao>. Acesso em: 23 ago. 2016.

SEBRAE. Infográficos: gestão ambiental. [2016?]. Disponível em: <http://sustentabilida-


de.sebrae.com.br/sites/Sustentabilidade/Para%E2%80%93sua%E2%80%93Empresa/
Publicacoes/Infograficos/Gest%C3%A3o-ambiental>. Acesso em 20 de agosto de 2016.

SEBRAE. Infográficos: mercado e consumo consciente. [2016?]. Disponível em: <http://


sustentabilidade.sebrae.com.br/sites/Sustentabilidade/Para%E2%80%93sua%E2%80%
93Empresa/Publicacoes/Infograficos/Mercado-e-consumo-consciente>. Acesso em:
10 ago. 2016.

VETORAZZO, L. Mercado: produção industrial recua 11,4% em março e comple-


ta 25 meses de queda. [2016]. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/
mercado/2016/05/1767220 -producao -industrial-recua-114 - em-marco - e -
-completa-25-meses-de-queda.shtml>. Acesso em: 20 ago. 2016.

Leituras recomendadas
ENVOLVERDE. A evolução e desafios da gestão ambiental nas empresas. 2008. Disponí-
vel em: <http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/3264>. Acesso em: 22
ago. 2016.

MERCADO EM FOCO. O consumidor-cidadão e os novos hábitos de consumo. [2016?].


Disponível em: <http://mercadoemfoco.unisul.br/o-consumidor-cidadao-e-os-novos-
-habitos-de-consumo/>. Acesso em: 22 ago. 2016.

NOVAIS, V. M. S. Desafios para uma efetiva gestão ambiental no Brasil. [2011]. Disponível
em: <http://www.uesb.br/eventos/ebg/anais/4h.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2016.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir apresenta um pouco mais sobre os desafios e principais atividades do gestor
ambiental no mercado de trabalho.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Sobre a demanda do mercado de trabalho do gestor ambiental, assinale a alternativa


correta.

A) O mercado de trabalho está saturado.

B) A área de trabalho é limitada às consultorias ambientais.

C) Tem boas perspectivas devido ao desenvolvimento insustentável.

D) Tem boas perspectivas, pois os profissionais dessa área são requisitados em diversos
setores da sociedade.

E) É maior em fazendas, cooperativas e agroindústrias.

2) Como podemos descrever a principal função do gestor ambiental em empresas de


consultoria?

A) Sua principal função é desenvolver as soluções para problemas ambientais como poluição
no solo, nas águas ou no ar.
B) Sua principal função é manter o licenciamento ambiental da sede da empresa de
consultoria em ordem, cumprindo com as normas e com os condicionantes da licença.

C) Sua principal função é ser responsável técnico pelos estudos de levantamento de fauna e
flora.

D) Sua principal função é gerenciar projetos de meio ambiente, como, por exemplo,
licenciamentos ambientais de clientes.

E) Sua principal função é de auditor.

3) Quais são as organizações que mais contratam gestores ambientais no Brasil?

A) Devido ao novo Código Florestal, fazendas, cooperativas e agroindústrias atualmente são


as que mais contratam gestores ambientais no Brasil.

B) Organizações não governamentais (ONGs) ligadas ao meio ambiente são as que mais
empregam profissionais de gestão ambiental.

C) Empresas de consultoria são as que mais empregam profissionais de gestão ambiental.

D) A maior parte das vagas para gestor ambiental é por meio de projetos públicos em
educação ambiental.

E) As grandes empresas voltadas para atividades de alto impacto ambiental, como as


hidrelétricas, siderúrgicas, mineradoras e petrolíferas, são as que mais empregam esses
profissionais.

4) Marque um dos maiores desafios atuais da profissão, além de emergencial.


A) Gerenciar processos de licenciamento ambiental.

B) Elaborar planos de gerenciamento de resíduos (PGRs).

C) Gerenciar e recuperar áreas degradadas.

D) Criar programas de conscientização sobre a importância da preservação ambiental.

E) Implantar um sistema de gestão ambiental (SGA).

5) Em uma empresa de consultoria, o gestor ambiental passa a maior parte do tempo


trabalhando na obtenção e na manutenção de licenças ambientais, sendo que, ao
emitir a licença, a agência ambiental exige condicionantes para operação do
empreendimento. Nesse sentido, marque a opção que possui exemplos de
condicionantes de licença ambiental.

A) Controles e monitoramentos ambientais, tabelas de funcionários e comprovações de


destinação dos resíduos, relatórios de auditorias ambientais, etc.

B) Relatório de auditoria ISO 9001.

C) Exclusivamente por tabelas de gerações e comprovações de destinação dos resíduos.

D) Controles e monitoramentos ambientais, tabelas de gerações e comprovações de


destinação dos resíduos, relatórios de auditorias ambientais, etc.

E) Contabilidade mensal da empresa.

NA PRÁTICA
Com os avanços da legislação ambiental cada vez mais atuante para que as empresas se
condicionem a controlar seus impactos ambientais, temos o licenciamento ambiental,
instrumento de gestão ambiental estabelecido pela Lei Federal nº 6938, de 31 de agosto de 1981,
também conhecida como Lei da Política Nacional do Meio Ambiente.

Essa lei é utilizada para licenciar a instalação, ampliação, modificação e operação de atividades
e empreendimentos que utilizam recursos naturais, ou que sejam potencialmente poluidores ou
que possam causar degradação ambiental.

Observe como, na prática, um gestor ambiental deve agir para elaborar um projeto de educação
ambiental (PEA), integrante do processo de licenciamento ambiental:

Tatiana é gestora ambiental de uma consultoria que acaba de assumir a elaboração de um PEA
para um condomínio horizontal.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

A Última Hora - Trailer

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Implementação de certificação ISO 14.001

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Manual de Licenciamento Ambiental

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Meio Ambiente e Sustentabilidade

Leia todo o tópico Gestão de resíduos sólidos no Brasil (página 371 a 373).
Ética Profissional e bases legais da
profissão

APRESENTAÇÃO

A educação ética é complexa, pois trabalha com princípios, valores, e não apenas com regras.
Assim, aprendemos não apenas racionalmente, mas envolvendo os sentimentos e toda a nossa
personalidade. Além disso, precisamos conhecer as bases legais da nossa profissão, para que
possamos ter consciência de nossos deveres e direitos profissionais.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a ética profissional e as bases legais da
profissão: alguns conceitos e os principais tópicos associados à ética, assim como bases legais
para exercer a profissão de gestor ambiental.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Caracterizar os conceitos da ética profissional.


• Identificar os princípios que norteiam a ética do gestor ambiental.
• Reconhecer as bases legais da profissão de gestor ambiental.

DESAFIO

Imagine-se formado em gestão ambiental. Recentemente você assumiu um cargo na Secretaria


de Meio Ambiente de seu Município, localizado próximo à região de Cubatão, em São Paulo.
Todos na secretaria são convocados para uma reunião geral e, como pauta, tem-se a
apresentação do arquivo final do Plano Diretor Municipal.

Na ocasião, é então apresentado o plano de desenvolvimento do Município, e você se


surpreende com a localização da área destinada para as indústrias. No mapa apresentado, é
possível observar a área industrial em apenas um local, mas, como plano para o
desenvolvimento do Município para os próximos anos, essa área aparece bem ampliada.
Como um profissional da área ambiental, é necessário que você faça um alerta na reunião.
Como você faria esse alerta?

(1) Explique por que é seu dever fazê-lo, relacionando-o com a questão de responsabilidade
ética que está envolvida. Em seguida, (2) explique quais são os riscos de degradação da área
escolhida, (3) argumentando com um exemplo que ocorreu na mesma região nos anos
1970/1980. Por fim, (4) dê uma possível saída para evitar o problema.

INFOGRÁFICO

Observe o infográfico a seguir, que apresenta dois importantes artigos do projeto de lei, ainda
em construção, e indica duas lacunas existentes. Quando completo, o documento será a base
legal da profissão de gestor ambiental.

CONTEÚDO DO LIVRO

Aprofunde seus conhecimento com a leitura do capítulo Ética Profissional e bases legais da
profissão, da obra Introdução à gestão ambiental.

Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Vanessa de Souza Machado


I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Ética profissional e bases
legais da profissão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Caracterizar os conceitos da ética profissional.
 Identificar a importância dos princípios que norteiam a ética.
 Reconhecer as bases legais da profissão.

Introdução
Neste texto, você estudará sobre ética profissional e bases legais da
profissão. Serão abordados os conceitos, além dos principais tópicos
associados à ética, assim como bases legais para exercer a profissão
de gestor ambiental.
A educação ética é complexa, pois trabalha com princípios, valores
e não apenas com regras. Quando começamos a estudar ética pro-
fissional, podemos nos formar ou nos deformar, pois não podemos
utilizar a imposição, e sim a inspiração e a cooperação. Assim, apren-
demos não apenas racionalmente, mas envolvendo os sentimentos e
toda nossa personalidade. Além disso, precisamos conhecer as bases
legais da nossa profissão para que possamos ter consciência de nos-
sos deveres e direitos profissionais.
Diante deste cenário, surge a reflexão sobre o tema ética profissio-
nal por parte dos profissionais da gestão ambiental. Estes, durante
sua formação, devem explorar o tema para vivenciar alguns pontos
cruciais na atividade profissional.

Conceitos de ética profissional


De acordo com a literatura, os conceitos de ética profissional tendem a con-
vergir; mesmo assim, alguns autores debatem alguns tópicos por considerá-
-los mais significativos que outros. Portanto, a concepção de ética é exteriori-
70 Introdução à gestão ambiental

zada, visto que o mundo ético é o mundo do “deve ser” e do “ser”; o primeiro
significa o mundo dos juízos de valor, e o segundo, o mundo dos juízos de
realidade.
Também é importante mencionar que “a moral é a parte subjetiva da ética”.
Sendo assim, a moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo,
pois se trata dos costumes, deveres e modo de proceder dos homens com os
outros homens segundo a justiça e a equidade natural. Em outras palavras, os
princípios éticos e morais são, na verdade, os pilares da construção de uma
identidade profissional e de sua moral mais do que sua representação social
contribui com a formação da consciência profissional.
Refletindo sobre o tema, a moral é o conjunto de regras restritivas de con-
duta consideradas válidas no convívio social. É imperativa, restritiva, sujei-
tando o ato à condenação, à punição e conduzindo à heteronomia. A ética é
aconselhadora: sujeita o ato à avaliação crítica e conduz à autonomia.
Ética profissional é um conjunto de normas e valores de relacionamento e
comportamento que é adotado no ambiente de trabalho. Ética, em um sentido
mais amplo, refere-se à ciência da conduta. De origem grega, éthos, a palavra
ética significa “costume”, “propriedade do caráter” ou “modo de ser”.
Também pode-se trabalhar com o conceito de ética como o conjunto de
normas tomado pela pessoa que vai adquirindo consciência de como deve se
portar um profissional, e isso passa a fazer parte de sua conduta. O indivíduo
que possui ética profissional e cumpre com as normas de conduta de uma
organização é mais valorizado e reconhecido, afinal, ética é a reflexão crítica
sobre valores e princípios referentes à conduta humana para o agir consciente,
o senso crítico e a arte de conviver e de ser feliz.
A ética profissional é comparada com a filosofia do agir humano, visto
que a vida é considerada como o bem em organizações humanas. A vida ple-
namente humana participa da cidadania, assumindo com plena consciência
a recíproca relação entre direitos e deveres, sem esquecer que consiste essa
mesma existência na esfera profissional.
Esse mundo humano não é uma dádiva da natureza; é uma conquista cul-
tural. A ética é aplicada no campo das atividades profissionais; assim, há a
ética profissional do estudante de gestão ambiental e das demais outras pro-
fissões. A ética é ainda indispensável ao profissional, porque “o fazer” e “o
agir” estão interligados na ação humana. O fazer diz respeito à competência,
à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua pro-
fissão; o agir refere-se à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que
deve assumir no desempenho de sua profissão.
Ética profissional e bases legais da profissão 71

Trabalhamos com a informação que a moral estabelece regras que são


assumidas pela pessoa como uma forma de garantir o seu bem-viver. Inde-
pende das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que
sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum. O
direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas
fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial; valem apenas para a
área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem.
Pode se reafirmar que a ética é o estudo geral do que é bom ou mau,
correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos seus
objetivos é a busca de justificativas para as regras propostas pela moral e pelo
Direito. Ela é diferente de ambos – moral e Direito – porque não estabelece
regras.
Os líderes de empresas têm defendido a ideia de que as pessoas éticas pro-
fissionalmente têm mais comprometimento com o trabalho e contribuem para
o aumento do nível de confiança, o que resulta em mais produção e desenvol-
vimento da organização. No ambiente profissional, a ética se refere ao caráter
e é nela que se baseiam as relações interpessoais, objetivando principalmente
o bem-estar e respeito no campo laboral.
Mais uma reflexão importante: afinal, quando se inicia a pensar sobre
ética profissional? Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma
profissão deve iniciar bem antes da prática profissional.
A escolha profissional, muitas vezes, pode acontecer na adolescência e já
deve ser permeada por esta reflexão. Escolher uma profissão é uma opção,
mas, ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório.
Muitas vezes, quando somos jovens, escolhemos uma carreira sem conhecer
o conjunto de deveres que estamos prestes a assumir, tornando-nos, assim,
parte daquela categoria.
Voltando a reforçar a ideia da reflexão, esta deve incluir toda a fase de for-
mação profissional, o aprendizado das competências e habilidades referentes
à prática específica em uma determinada área antes do início do trabalho.
Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que
significa seu comprometimento com a categoria profissional em que formal-
mente ingressa. A adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas
como sendo as mais adequadas para o seu exercício é entendida pelo aspecto
moral da chamada ética profissional.
É importante ter sempre em mente que há atitudes que não estão escritas,
ou mesmo descritas nos códigos de todas as profissões, mas são comuns a
todas as atividades que uma pessoa pode exercer. Estas atitudes são, por
72 Introdução à gestão ambiental

exemplo, generosidade e cooperação no trabalho em equipe. Mesmo quando


exercidas solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior de
atividades de que depende o bom desempenho desta. Também há atitudes
consideradas como postura proativa como, por exemplo, não ficar restrito
às tarefas solicitadas, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho,
mesmo que temporário.
A pessoa ética segue estritamente todas as tarefas exigidas de seu cargo
e cumpre os princípios estabelecidos pela sociedade e por sua equipe de tra-
balho. Também se menciona que qualquer profissão possui um conjunto de
normas que serve de base da conduta dos profissionais, ou seja, a ética pro-
fissional vale para todos os colaboradores de uma empresa. Esse conjunto de
normas se chama código de ética.

Identificar a importância dos princípios que


norteiam à ética
O código de ética profissional é um dos princípios que norteiam a ética e
tem algumas diferenciações, pois varia de acordo com os campos de atuação.
Porém, alguns itens da ética profissional são universais, ou seja, são aplicados
independentemente da área em que o profissional atua.
Alguns elementos de ética profissional são válidos para qualquer pro-
fissão:

 Respeito à vida;
 Cooperação;
 Seriedade;
 Competência;
 Respeito à hierarquia;
 Responsabilidade, entre outros.

Os conselhos de representação das profissões têm como responsabili-


dade criar os códigos de ética para cada área de atuação. Os códigos de ética
servem para padronizar as condutas de comportamento e procedimentos ope-
racionais. Dessa maneira, será garantida a segurança dos usuários de cada
serviço e dos profissionais atuantes.
Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, porém deveria
ter força simbólica para tal. Embora um código de ética possa prever sanções
para os descumprimentos de seus dispositivos, elas sempre dependerão da
Ética profissional e bases legais da profissão 73

respectiva legislação, ou mesmo da sua existência; sendo assim, o código de


ética é por ela limitado. Por essa limitação, o código de ética é um instru-
mento frágil de regulação dos comportamentos de seus membros. Essa regu-
lação só será ética quando o respectivo código for uma convicção que venha
do interior das pessoas. Sendo assim, a elaboração do código de ética é um ato
de muita responsabilidade para que ele tenha a força da legitimidade.
Não se pode esquecer que quanto mais democrático e participativo esse
processo de elaboração do código de ética, maiores as chances de identifi-
cação dos membros do grupo com seu referido código. Como consequência,
serão maiores as suas chances de eficácia.
Este é o princípio fundamental que constitui a ética: o outro é um sujeito
de direitos e sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser. O fun-
damento dos direitos e da dignidade do outro é a sua própria vida e a sua
liberdade de viver plenamente.
Um dos princípios que norteiam a ética é o meio ambiente. A voracidade
predatória do sistema econômico vigente o faz enxergar a natureza tão so-
mente como fonte de matérias-primas para a produção de mercadorias. Com
isso, a natureza torna-se ela própria uma mercadoria.
O trabalho é a ação humana que transforma a natureza para o homem. No
entanto, para que cumpra essa finalidade de sustentar e humanizar o homem
deve realizar-se de modo autossustentável para a natureza e para o homem. A
fúria predatória de nosso sistema econômico está rompendo perigosamente o
equilíbrio de autossustentabilidade entre a natureza e o homem.
Do trabalho do gestor ambiental, dentre as atitudes e valores, é esperado
o respeito à qualidade e complexidade ambiental e a todas as formas de vida.
Espera-se, assim, que suas ações no decorrer da vida profissional sejam pau-
tadas na ética para com o ambiente e na manutenção da qualidade de vida, na
perspectiva da busca por uma sociedade justa, democrática e ambientalmente
sustentável.
O gestor ambiental deve, portanto, ter uma série de valores consolidados,
como os seguintes:

 Respeito à qualidade e à complexidade ambiental e a todas as formas


de vida;
 Percepção do papel da natureza e suas relações com a humanidade;
 Postura ética frente ao meio ambiente e à qualidade de vida, na pers-
pectiva da busca por uma sociedade justa, democrática e ambiental-
mente sustentável;
74 Introdução à gestão ambiental

 Ética profissional, tanto no desenvolvimento de suas pesquisas e de-


mais atividades, quanto no relacionamento com colegas;
 Engajamento e compromisso sociopolítico para a conservação da bio-
diversidade e para a melhoria da qualidade de vida da sociedade;
 Conscientização ecológica da sociedade.

Preservar e cuidar da natureza são o mesmo que preservar e cuidar da hu-


manidade, das gerações atuais e futuras. Preservar e cuidar do meio ambiente
é uma responsabilidade ética diante da natureza humana.
O pensamento pós-moderno rejeita o conceito defendido pela moderni-
dade de que existem verdades absolutas e fixas. Toda verdade é relativa e de-
pende do contexto social e cultural em que as pessoas vivem. Como cada um
percebe a verdade de sua própria forma, podemos dizer que não há “verdade”,
mas sim “verdades” que não se contradizem, mas se complementam. A única
“inverdade” que existe é insistir em dizer que existe verdade fixa e absoluta.
Nesta época de pós-modernidade, surgiu o conceito que é tão utilizado
nas questões ambientais: o politicamente correto. A opinião e as convicções
de todos têm de ser respeitadas. A razão para esse “respeito” é que a opinião
de um é vista como tão verdadeira quanto a do outro. Assim, torna-se poli-
ticamente incorreto criticar a conduta, as opiniões e as preferências morais,
religiosas e políticas de alguém.
Existem quatro eixos de conteúdos relativos a ética. São eles: justiça, res-
peito mútuo, solidariedade e diálogo.
Quando nos referimos ao espectro ético em uma determinada prática so-
cial/profissional, de maneira que possamos reconhecer a existência de ex-
pectativas e de avaliações, cabe-nos sempre uma profunda indagação: o que
se tem feito e dito a respeito de nós, profissionais da área ambiental? Qual a
nossa imagem de ética vivenciada? Essa imagem de gestor ambiental consi-
derada como ética revela a essência de minha função profissional e obscurece
uma prática contrária aos princípios que acredito existirem?
A transgressão da ética surge pela inconformidade e pela falta do conhe-
cimento, não necessariamente pela má-fé, a não ser que estejam atreladas
ao não moral. No entanto, não podemos esquecer que, no campo da ética,
não devemos estabelecer configurações prontas, afinal de contas, as regras
dificilmente serão as mesmas. Porém, mesmo quando o conhecimento e as
competências são diferentes, a funcionalidade processual formal deve ser ex-
plicitada. Caso existam rompimentos de regras, é preciso rever o contrato e
Ética profissional e bases legais da profissão 75

refletir a prática do exercício, nascendo, assim, a semente da ética do sucesso


de qualquer profissão.
A ação do gestor ambiental, por exemplo, observa sob uma visão multilo-
cular o mesmo fenômeno, realizando múltiplas leituras para interpretar a rea-
lidade refletida na compreensão global do real. Deve, de forma clara e compe-
tente, transformar o universo interdisciplinar e multidisciplinar de sua formação
acadêmica através de um suporte sólido o suficiente para a formação do conhe-
cimento a partir de suas próprias experiências ambientais, sociais e humanas.
Reconstruir valores de forma convergente, contínua e integradora ao co-
nhecimento de outras disciplinas permite desenvolver, no campo filosófico,
espaços para a compreensão na prática humana que dão real sentido à vida
ambiental, social e profissional.

As bases legais da profissão


A regulamentação de uma determinada profissão é realizada por meio de lei.
A iniciativa desse processo pode ser dos deputados federais e dos senadores,
bem como do presidente da República. A apreciação é feita pelo Congresso
Nacional e a posterior sanção, pelo presidente da República.
A regulamentação delimita as atribuições da profissão, o que significa
um conjunto de habilidades e competências atribuídas a uma carreira pro-
fissional. Faz-se quando o exercício das atribuições pertinentes pode criar
mecanismos de prevenção e/ou identificação e punição do profissional que
cometa transgressões das atribuições regulamentadas.
Com atribuições delimitadas por lei e instrumentos de fiscalização sobre
o exercício profissional, a tendência é de que a inserção desse profissional no
mercado de trabalho se consolide em definitivo. Antes de criar mecanismos
de controle sobre o exercício, nosso pleito pela regulamentação pretende co-
locar esse profissional em igualdade de condições com outras carreiras.
A profissão gestor ambiental ainda é uma carreira recente, mas a cada dia
ganha espaço no mercado profissional. A profissão surgiu diante da necessi-
dade das empresas e dos órgãos públicos se adaptarem às questões ambien-
tais, especialmente para economizar e evitar danos.
A profissão de gestor ambiental ainda não foi regulamentada. A regu-
lamentação está na etapa de projeto de lei (PL 2664/2011) e deve colocar
ponto final em uma discussão que transborda para além do ofício em questão.
76 Introdução à gestão ambiental

O projeto pretende que a profissão de gestor ambiental seja regulamentada


de acordo com a norma de criação do curso de graduação, por intermédio do
MEC, em obediência à lei 9.394 de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional (LDB).
De acordo com o projeto de lei (PL 2664/2011), no art. 3, é mencionado
que o exercício da profissão no País compete:

 I – aos que possuam diploma de graduação em Gestão Ambiental, re-


conhecido oficialmente;
 II – aos que possuam diploma de graduação no exterior, devidamente
revalidado e registrado no País.

Também é apresentado no projeto de lei (PL 2664/2011), no art. 4, que


a profissão de gestor ambiental apresenta características de interesse social,
humano e ambiental que implicam na realização das seguintes atividades:

 I – educação ambiental;
 II – gerenciamento e implantação de Sistema de Gestão Ambiental
(SGA);
 III – gestão de resíduos;
 IV – elaboração de políticas ambientais;
 V – desenvolvimento, implantação e assinatura de projetos ambientais;
 VI – auditorias, elaboração e assinatura de laudos e pareceres am-
bientais;
 VII – avaliação de impactos ambientais;
 VIII – assessoria ambiental;
 IX – implementação de procedimentos de remediação;
 X – docência;
 XI – elaboração de relatórios ambientais;
 XII – monitoramento de qualidade ambiental;
 XIII – avaliação de conformidade legal;
 XIV – recuperação de áreas degradadas;
 XV – elaboração e implantação de projetos de desenvolvimento sus-
tentável;
 XVI – licenciamento ambiental;
 XVII – elaboração de plano de manejo.
Ética profissional e bases legais da profissão 77

De acordo com o PL 2664/2011, no art. 8, constam as informações sobre


atuação ilegal da profissão, que pode ocorrer quando:

 I – a pessoa jurídica que realizar atos ou prestar serviços públicos ou


privados em nome de um profissional de que trata essa lei sem a efetiva
participação do mesmo;
 II – o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas, organi-
zações ou empresas sem sua real participação nos trabalhos por elas
desenvolvidos;
 III – o profissional que, suspenso de seu exercício, continue em ati-
vidade.

A justificativa para este projeto de lei considera a Lei nº 9.394, de 20 de


dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
além da Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre Educação Am-
biental, particularmente em seu capítulo I, inciso IV, que versa sobre a for-
mação de profissionais educadores na área de meio ambiente.

Regulamentação da profissão de gestor ambiental: a Comissão de Educação da Câmara


dos Deputados aprovou o projeto de lei (PL 2664/2011), apresentado em outubro de
2011 pelo deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP). O profissional da área ambiental
é responsável, entre outras atividades, pela elaboração de políticas ambientais, pare-
ceres e projetos ambientais ou de desenvolvimento sustentável; avaliação de impactos
ambientais; e licenciamento ambiental. A proposta determina que o gestor ambiental
tenha diploma de graduação em gestão ambiental, mas garante o direito dos profissio-
nais que já atuarem na área na data da publicação da lei.

A ética profissional é de extrema relevância no exercício da profissão de gestor am-


biental, assim como em qualquer outra. O importante é sempre estar revendo postura,
princípios, atitudes, valores. Assim estará avaliando sua atuação profissional dentro de
uma linha ética.
78 Introdução à gestão ambiental

1. O conceito de ÉTICA aborda uma c) A área da profissão, a área da


reflexão crítica. A partir desta infor- ordem profissional e a área da
mação, assinale a assertiva abaixo clientela profissional.
que representa a verdadeira reflexão d) A área do serviço, a área do
crítica associada ao conceito de empreendedorismo e a área do
ética: plano de negócios.
a) É apenas uma reflexão crítica e) A área da ética, a área da moral e
sobre valores humanos, muito a área social.
mais do que suas ações e com- 3. De acordo com o Projeto de Lei nº
portamentos. 2664/2011, a profissão de gestor
b) É a reflexão crítica sobre valores ambiental é caracterizada pela
e princípios referentes à conduta realização de atividades de interesse
humana, para o agir consciente, o _____________________ que impli-
senso crítico e arte de conviver e quem na realização das atividades
de ser feliz. profissionais. Assinale a assertiva que
c) É a reflexão crítica sobre o com- preenche a lacuna acima.
portamento profissional durante a) dos acionistas e da empresa
sua jornada na empresa. como um todo
d) É a reflexão crítica sobre a moral b) dos stakeholders
de convivência. c) econômico
e) É a reflexão crítica sobre as restri- d) ambiental
ções, condenações, punições, a e) social, humano e ambiental
qual conduzindo à heteronomia. 4. É fundamental ter sempre em mente
2. Partindo do pressuposto de que que há atitudes que não estão
toda atividade profissional é sujeita à descritas nos códigos de todas as
norma moral, a deontologia pro- profissões, mas que são comuns a
fissional elabora sistematicamente todas as atividades que uma pessoa
os ideais e as normas que devem pode exercer. Assinale a assertiva
orientar a atividade profissional. A abaixo que contemple algumas
partir deste entendimento, assinale a destas atitudes que sejam comuns a
assertiva que apresenta o esquema todas as profissões.
básico de conduta profissional, a) Atitudes individualistas no
visto que este é composto por três trabalho.
áreas: b) Uma postura proativa.
a) A área social, a área ambiental e a c) Atitudes egoístas para priorizar o
área econômica. resultado final.
b) A área pessoal, a área profissional d) Atitudes que priorizem o resul-
e a área afetiva. tado final, independentemente
Ética profissional e bases legais da profissão 79

de existir o comprometimento b) No empreendimento ambiental,


com a empresa que trabalha. deverá constar uma placa ou
e) Atitudes inconsequentes, inde- identificação pública com o
pendentes das regras estabele- nome do diretor da empresa.
cidas pela empresa. c) O projeto ou plano original só
5. No Projeto de Lei nº 2664/2011, está poderá ser alterado pelo diretor
definida a “responsabilidade e autoria da empresa.
de planos ou projetos” pelo gestor d) Em um plano ou projeto que
ambiental. Assinale a assertiva abaixo for elaborado em conjunto por
que apresenta uma das responsa- profissionais legalmente habili-
bilidades e autorias da profissão de tados, todos terão seus direitos
gestor ambiental de acordo com este e deveres correspondentes com
projeto de lei. suas habilitações.
a) Os direitos de autoria de um e) O autor do projeto ou seus pre-
plano ou projeto ambiental, res- postos não poderão acompanhar
peitadas as relações contratuais a execução do projeto, mesmo
expressas entre o autor e outros que disso dependa a garantia do
interessados, serão direcionados serviço.
somente ao diretor da empresa.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 2664/2011. Brasília, DF, 2011. Disponível
em: <http://www.anagea.org.br/wp-content/uploads/pl-2664-11.pdf>. Acesso em: 25
ago. 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecno-


lógica. Catálogo Nacional de Cursos Superiores. Brasília, DF: Ministério da Educa-
ção, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=7931-cat-cur-sup-05-11-pdf&Itemid=30192>. Acesso
em: 25 ago. 2016.

BRASIL PROFISSÕES. Profissão Gestor Ambiental. 2016. Disponível em: <http://www.bra-


silprofissoes.com.br/profissao/gestor-ambiental/>. Acesso em: 25 ago. 2016.

GUIA DA CARREIRA. O que faz um Gestor Ambiental? 2016. Disponível em: <http://www.
guiadacarreira.com.br/carreira/o-que-faz-um-gestor-ambiental/>. Acesso em: 25 ago.
2016.
80 Introdução à gestão ambiental

OLIVEIRA, A. R. Ética profissional. Belém: IFPA; Santa Maria: UFSM, 2012. Disponível em:
<http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/ifpa/tecnico_metalurgica/etica_profissional.
pdf>. Acesso em: 25 ago. 2016.

PINEDA, E. S.; MARROQUÍN, A. C. J. Ética nas empresas. Porto Alegre: AMGH, 2009.

Leituras recomendadas
IRIGARAY, H. A. R.; VERGARA, S. C. O tempo como dimensão de pesquisa sobre uma
política de diversidade e relações de trabalho. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 9, n.
4, p. 1085-1098, dez. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1679-39512011000400009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 ago. 2016.

PATI, C. 7 dilemas éticos e como os profissionais reagem a eles. Revista Exame, São Pau-
lo, 11 jun. 2013. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/7-dilemas-
-eticos-e-como-os-profissionais-reagem-a-eles?page=2>. Acesso em: 21 ago. 2016.

SERAFIM, M.; BENDASSOLLI, P. A redução da dimensão ética nas organizações. Revista Por-
tuguesa e Brasileira de Gestão, Lisboa, v. 8, n. 3, p. 46-54, jul. 2009. Disponível em: <http://
www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-44642009000300005&ln
g=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 ago. 2016.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir apresenta uma contextualização relacionada à ética profissional, mais


especificamente sobre quais são as posturas que o gestor ambiental deve estabelecer no
exercício da sua profissão.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) O conceito de ética aborda que seja uma reflexão crítica. A partir dessa informação,
assinale a assertiva a seguir que representa a verdadeira reflexão crítica associada ao
conceito de ética:

A) É apenas uma reflexão crítica sobre valores humanos, muito mais do que suas ações e
comportamentos.

B) É a reflexão crítica sobre valores e princípios referentes à conduta humana, para o agir
consciente, o senso crítico e a arte de conviver e de ser feliz.

C) É a reflexão crítica sobre o comportamento profissional durante sua jornada na empresa.

D) É a reflexão crítica sobre a moral de convivência.

E) É a reflexão crítica sobre as restrições, condenações e punições, conduzindo à


heteronomia.

2) Partindo do pressuposto de que toda atividade profissional é sujeita à norma moral, a


deontologia profissional elabora sistematicamente os ideais e as normas que devem
orientar a atividade profissional. A partir desse entendimento, assinale a assertiva
que apresenta o esquema básico de conduta profissional, visto que este é composto
por três áreas:

A) Na área social, na área ambiental e na área econômica.

B) Na área pessoal, na área profissional e na área afetiva.

C) Na área da profissão, na área da ordem profissional e na área da clientela profissional.

D) Na área do serviço, na área do empreendedorismo e na área do plano de negócios.

E) Na área da ética, na área da moral e na área social.

3) De acordo com o Projeto de Lei n.o 2.664/2011, a profissão de gestor ambiental é


caracterizada pela realização de atividades de interesse _________________ que
impliquem na realização das atividades profissionais. Assinale a assertiva que
preenche corretamente a lacuna acima.

A) dos acionistas e da empresa como um todo

B) os stakeholders

C) econômico

D) ambiental

E) social, humano e ambiental

4) É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão
descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades
que uma pessoa pode exercer. Assinale a assertiva a seguir que contemple algumas
dessas atitudes que sejam comuns a todas as profissões:

A) Atitudes individualistas no trabalho.

B) Uma postura proativa.

C) Atitudes egoístas para priorizar o resultado final.

D) Atitudes que priorizem o resultado final, independentemente de existir o


comprometimento com a empresa em que trabalha.

E) Atitudes inconsequentes, independentes das regras estabelecidas pela empresa.

5) No Projeto de Lei n.o 2.664/2011, está definida a "Responsabilidade e Autoria de


Planos ou Projetos" pelo gestor ambiental. Assinale a assertiva a seguir que
apresenta uma das responsabilidades e autorias da profissão de gestor ambiental de
acordo com esse projeto de lei:

A) Os direitos de autoria de um plano ou projeto ambiental, respeitadas as relações contratuais


expressas entre o autor e outros interessados, serão direcionados somente ao diretor da
empresa.

B) No empreendimento ambiental, deverá constar uma placa ou identificação pública com o


nome do diretor da empresa.

C) O projeto ou plano original só poderá ser alterado pelo diretor da empresa.

D) Um plano ou projeto que for elaborado em conjunto por profissionais legalmente


habilitados; todos terão seus direitos e deveres correspondentes com suas habilitações.
E) O autor do projeto ou seus prepostos não poderão acompanhar a execução do projeto,
mesmo que dependa da garantia do serviço.

NA PRÁTICA

Todos os profissionais devem agir de acordo com o código de ética da sua profissão. O gestor
ambiental considera a ética pautada na busca por uma sociedade ambientalmente sustentável.
Observe uma demonstração na prática a esse respeito:

Pedro atua como gestor de projetos em uma consultoria ambiental e no momento está
gerenciando a realização de um estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto
ambiental (EIA-RIMA) para a construção de uma hidroelétrica.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

A redução da dimensão ética nas organizações

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

O tempo como dimensão de pesquisa sobre uma política de diversidade e de relações de


trabalho

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Ética nas Empresas

Pineda, Eduardo S.; Marroquín, José Antonio C.


Entidades de classe

APRESENTAÇÃO

É importante você saber que o mercado de trabalho na área ambiental está bem concorrido. Os
atributos para ser um gestor ambiental estão previstos na grade da formação da área. Há uma
variação entre essa grade pelos estados brasileiros, sendo assim, de acordo com a formação da
área, o gestor escolhe um conselho profissional para se registrar, entre eles são: Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), Conselho Regional de Administração (CRA) ou
Conselho Regional de Química (CRQ).

Os conselhos profissionais são entidades que se destinam ao controle e à fiscalização de


determinadas profissões regulamentadas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as
entidades de classe associadas à profissão do gestor ambiental.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar as entidades de classe do gestor ambiental.


• Caracterizar os registros profissionais do gestor ambiental.
• Relacionar as atribuições legais da profissão.

DESAFIO

Você foi contratado para trabalhar como gestor ambiental em uma empresa de consultoria
ambiental. Os serviços de uma consultoria são os mais diversos possíveis dentro do segmento
meio ambiente.

Você já trabalhou na equipe de atendimento e vendas, já trabalhou no setor de execução de


projetos e agora foi transferido para o setor de elaboração de projetos e vai fazer parte da equipe
que participará de uma licitação. A você cabe elaborar um plano de gerenciamento de resíduos
sólidos (PGRS).

Para participar de uma licitação, é necessário vários documentos comprobatórios da equipe e da


empresa.

O que o gestor ambiental deve providenciar junto a sua entidade de classe para comprovação de
sua experiência profissional?

E qual é a entidade de classe mais adequada para que o gestor ambiental tenha o referido
registro profissional?

INFOGRÁFICO

Observe, no infográfico a seguir, as principais atribuições dos três conselhos de classes para os
profissionais da gestão ambiental.

CONTEÚDO DO LIVRO

Existem distintas organizações que regulam a atuação profissional, como as entidades de classe,
os conselhos e os sindicatos. As entidades de classe, por exemplo, são independentes do Estado,
tanto para a sua sustentação econômica quanto para sua afirmação institucional. São instituições
de natureza política e cultural, dedicadas ao debate das questões decisivas das profissões. O
gestor ambiental hoje conta com uma entidade de classe, a Associação Nacional dos Gestores
Ambientais (ANAGEA).

No capítulo Entidades de classe do livro Introdução à gestão ambiental, você vai encontrar mais
informações a respeito das entidades de classe da profissão de gestor ambiental.

Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Vanessa de Souza Machado


I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Entidades de Classe
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar as entidades de classe do Gestor Ambiental.
 Caracterizar os registros profissionais do Gestor Ambiental.
 Relacionar as atribuições legais da profissão.

Introdução
Neste texto, você irá estudar sobre as entidades de classe. Serão
abordados os tipos de entidades de classe, além da avaliação da im-
portância do registro profissional, assim como estudar as atribuições
legais da profissão de gestor ambiental.
O reconhecimento profissional, a regulamentação da profissão e a
efetiva inserção do gestor ambiental no mercado de trabalho contri-
buíram para a necessidade da existência do registro profissional. Este
momento ocorre quando se conclui o curso de Gestão Ambiental.
Seja ele bacharelado ou tecnólogo, o profissional tem a necessidade
de se registrar em um conselho de classe, e este fica vinculado às
atribuições de acordo com o conselho escolhido, para validar e reco-
nhecimento do exercício profissional.
Diante deste cenário, surge a necessidade de informações sobre o
tema entidades de classe pelos profissionais da gestão ambiental, os
quais, durante sua formação, devem estudar as atribuições legais da
profissão de acordo as opções entre os conselhos profissionais que
este profissional tem a sua disposição.

Entidades de classe do gestor ambiental


Entidades de classe existem por iniciativa e responsabilidade exclusiva dos
profissionais, que as fundam e as mantêm. Entidades profissionais são ins-
tituições de natureza política e cultural, dedicadas ao debate das questões
decisivas das profissões em torno das quais se constituem, visando ao apri-
moramento dessas profissões.
As entidades de classe são caracterizadas como independentes do Estado,
tanto para sua sustentação econômica quanto para sua afirmação institu-
82 Introdução à gestão ambiental

cional. Para existir, uma entidade profissional conta apenas com sua própria
capacidade de coletar os recursos necessários à sua sobrevivência e com sua
própria capacidade de legitimar-se perante os profissionais que procura repre-
sentar, sendo aquela a viabilização econômica, que é decorrência direta desta,
a legitimidade.
A legitimidade de uma entidade profissional se constrói na defesa de prin-
cípios e valores considerados fundamentais e justos, tanto pelos profissionais
que a constituem quanto pela sociedade em seu todo; sendo assim, podemos
afirmar que é uma legitimidade de natureza política e, ainda, antes disso,
ÉTICA. Sem ela, uma entidade não sobrevive, pois precisa obter da capaci-
dade de seus afiliados e da sociedade, com autoridade moral, os recursos de
que necessita para manter sua estrutura administrativa em funcionamento.
A gestão ambiental conta com uma entidade de classe. A ANAGEA – As-
sociação Nacional dos Gestores Ambientais, é uma instituição que tem por
objetivo promover, congregar e representar os gestores ambientais em âmbito
nacional. Foi fundada em 2008, na capital do estado de São Paulo, devido
à ausência de representação da classe frente às discussões relacionadas ao
reconhecimento, regulamentação profissional e inserção no mercado de tra-
balho. Tem a presença de graduandos e graduados em gestão ambiental de
várias partes do Estado e conta com apoio de gestores de outros estados do
País. A ANAGEA também atua junto à sociedade, isenta do vínculo político-
-partidário, compartilhando o conhecimento de seus profissionais nas ques-
tões ambientais, cumprindo assim com suas responsabilidades ideológicas
intrínsecas à profissão.

Veja mais sobre a Associação Nacional dos Gestores ambientais (ANAGEA) no link:
http://www.anagea.org.br/

Já os conselhos profissionais, por seu turno, diferentemente das entidades


profissionais, são instituições do Estado, por ele criadas e mantidas pelas
contribuições compulsórias que todos os profissionais vinculados aos respec-
tivos conselhos estão legalmente obrigados a pagar. Na condição de órgãos do
Entidades de Classe 83

Estado, conselhos profissionais existem para controlar e fiscalizar o exercício


das diferentes profissões, visando ao benefício e à proteção dos interesses da
sociedade.
Os conselhos de fiscalização das profissões regulamentadas exercem uma
função que lhes é delegada pelo Poder Público. Logo, são considerados uma
“autarquia especial ou corporativa”, pois são dotados da função de fiscalizar
os membros de determinadas categorias profissionais para a defesa da socie-
dade. Diz-se que tal atribuição lhes é delegada, pois, originalmente, a fisca-
lização das profissões é uma atribuição da União, prevista na Constituição
Federal, a qual pode ser delegada.
Para tanto, somente gozam destas prerrogativas os conselhos criados por
lei federal para atuarem como um braço auxiliar do Estado. São dotados de
personalidade jurídica de direito público, e as anuidades são consideradas
obrigatórias e, se não forem pagas, poderão ser executadas na via judicial. O
profissional que deixar de pagá-la corre o risco de não ter mais permitida sua
atuação profissional.
Portanto, para fiscalizar cada profissão, foi criado um Conselho Federal
com sede em Brasília, mas existem Conselhos Regionais em todos os Estados,
e todos eles estão sob fiscalização contábil e financeira do Tribunal de Contas
da União, por força do inciso II do artigo 71 da Constituição Federal.
No caso da área da Gestão Ambiental, que não possui conselho próprio,
esse profissional encontra amparo em conselhos de outras áreas. São eles:
CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), CRA (Conselho Re-
gional de Administração) ou CRQ (Conselho Regional de Química).
Dentro da temática de entidades de classe, também é importante mencionar
os sindicatos, visto que é a associação sindical de primeiro grau de trabalha-
dores pertencentes a uma mesma categoria profissional e tem o intuito de res-
guardar seus interesses econômicos e laborais, bem como a representatividade
e a defesa desta categoria de trabalhadores. Portanto, eles têm como missão
principal a luta pela melhoria das condições de trabalho, da remuneração dos
profissionais, das relações entre proprietários de empresas privadas, públicas e
colaboradores, bem como a defesa da classe, entre outras atividades.
A Constituição Federal assegura a organização sindical e, de acordo com
a Consolidação das Leis do Trabalho, é livre a associação no Brasil para fins
defesa e coordenação dos interesses econômicos ou profissionais de todos os
que exerçam a mesma atividade ou profissão.
84 Introdução à gestão ambiental

Os sindicatos têm como atribuição específica verificar jornada ideal de


trabalho do profissional, piso salarial, acordos anuais, fazendo prevalecer
todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT.
A obrigatoriedade da contribuição sindical anual está prevista no artigo
579 da CLT, que dispõe: “A contribuição sindical é devida por todos aqueles
que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional,
ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma
categoria ou profissão, ou inexistindo este, na conformidade do disposto no
art. 591”.
A Gestão Ambiental ainda não tem um sindicato próprio. Para que isto
aconteça, é necessário que o Projeto de Lei – PL 2664 seja aprovado, e a
profissão seja regulamentada. Enquanto isto não ocorre, a profissão fica am-
parada por um dos sindicatos vinculados as profissões vinculadas de acordo
com os conselhos de classe (Administração, Química ou Engenharia), depen-
dendo do registro profissional que este profissional escolher. Sendo assim, é
importante ter o conhecimento de tudo que envolve a organização sindical.

O registro profissional para o gestor ambiental


Antes de entrar no mérito da questão do registro profissional, é importante
falar sobre o projeto de lei 58/2009 que, aprovado, exige que todas as em-
presas do cadastro de potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos
naturais contratem um profissional graduado ou pós-graduado em gestão am-
biental exigindo apenas o diploma na área correspondente.
Sem dúvida, a grande conquista dos tecnólogos em gestão ambiental foi o
reconhecimento profissional por parte do Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) que, sob o código 2140-10, com a denominação “Tecnólogo em Gestão
Ambiental” incluiu esse profissional no mercado de trabalho de forma con-
sistente e definitiva. Sendo assim, qualquer empresa pública ou privada que
necessite contratar um gestor ambiental sob o regime de trabalho celetista, ou
seja, com a carteira de trabalho assinada e com todos os direitos trabalhistas
assegurados, a partir de agora poderá fazê-lo, ou, até mesmo, contratar uma
assessoria de um tecnólogo em gestão ambiental.
O reconhecimento por parte do governo federal desse profissional também
é digno de menção. A lei 10.410, de 2002, que cria e disciplina a carreira de
especialista em meio ambiente no âmbito da administração pública federal,
Entidades de Classe 85

prevê a presença do gestor ambiental, com todas as atribuições. Para isso,


basta a comprovação do diploma de curso superior na área para, depois de
processo seletivo, ingressar na carreira e, o mais importante, sem a necessi-
dade de registro em conselho de classe para o ingresso.
Também é importante ter o conhecimento da existência da CBO (Classi-
ficação Brasileira de Ocupações). Esta classificação, instituída por portaria
ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, tem por finalidade a identificação
das ocupações no mercado de trabalho para fins classificatórios junto aos
registros administrativos e domiciliares. Os efeitos de uniformização preten-
didos pela Classificação Brasileira de Ocupações são de ordem administrativa
e não se estendem a relações de trabalho. Já a regulamentação da profissão,
diferentemente da CBO, é realizada por meio de lei, cuja apreciação é feita
pelo Congresso Nacional, por meio de seus deputados e senadores, e levada
à sanção do presidente da República. A nova CBO (Classificação Brasileira
de Ocupações) reconhece o profissional de gestão ambiental como ativo no
mercado de trabalho e o codifica com o nº 2140-10 com a denominação “Tec-
nólogo em Gestão Ambiental”.
Como já mencionado neste material, o gestor ambiental não possui con-
selho próprio. Em contraponto, e em virtude das diferentes grades de formação
deste profissional pelos estados brasileiros e também pela diversificação nas
atividades profissionais, o gestor ambiental poderá contar com a opção de três
conselhos profissionais para seu registro: CREA (Conselho Regional de En-
genharia e Agronomia), CRA (Conselho Regional de Administração) ou CRQ
(Conselho Regional de Química).
O CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) é um conselho
profissional que não recebe nenhum tipo de subsídio do governo. Assim como
todos os outros distribuídos pelo Brasil, é vinculado ao Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia – CONFEA, que é a instância superior de regula-
mentação das profissões abrangidas. Cabe ao CONFEA garantir a unidade
de ação e a normatização de todos os CREAs, exercendo funções de super-
visão financeira e administrativa sobre eles, formando-se assim, o Sistema
CONFEA/CREA. Ciente da importância do papel que desempenha na so-
ciedade em que está inserido, o Conselho abrange os profissionais da En-
genharia Civil; Geografia; Agrimensura; Engenharia Elétrica e Eletrônica,
Eletrotécnica; Engenharias Industrial, Mecânica, Têxtil, Naval, Aeronáutica
e Metalúrgica; Agronomia; Meteorologia; Geologia; Engenharia de Minas;
86 Introdução à gestão ambiental

Engenharia Florestal; Engenharia Química; Engenharia de Segurança do Tra-


balho; Tecnólogos e os Técnicos de nível médio.
O CRA (Conselho Regional de Administração) é o órgão disciplinador e
fiscalizador do exercício profissional do Administrador. Foi criado com a pro-
mulgação da Lei nº. 4.769, de 09/09/1965, que previa a constituição de órgãos
que garantissem o cumprimento da mesma. É uma entidade de vida própria,
que se mantém sem nenhuma verba governamental, sendo sua única fonte
de recursos as anuidades e taxas de serviços pagas pelos administradores e
empresas registrados. Porém, presta contas ao TCU, Tribunal de Contas da
União, e ao CFA, Conselho Federal de Administração. O órgão maior dos
conselhos é o CFA, que atua como controlador e fiscalizador das atividades
financeiras e administrativas do Sistema CFA/CRAs. Sua sede é em Brasília.
Por fim, o CRQ (Conselho Regional de Química) promove o exercício
legal da atividade química dentro do Estado em que se localize, registrando
e fiscalizando empresas e profissionais, visando ao bem-estar da sociedade.
O Conselho Federal (CFQ) e os Conselhos Regionais (CRQs) são agrupados
informalmente em um Sistema de Química. No dia 18 de junho de 1956, a
Lei 2.800 criou os Conselhos Profissionais de Química em âmbitos federal e
regional.
Fica aqui o registro que o profissional, após sua formatura, para exercer
sua profissão, terá de ter o registro em um conselho profissional. Caso con-
trário, estará exercendo a profissão ilegalmente. A escolha do conselho po-
derá ser feita a partir das orientações da instituição em que o gestor ambiental
estiver se formando ou o próprio profissional poderá escolher o seu conselho
de acordo com as atribuições que lhe forem mais adequadas para o exercício
de suas atividades.
Todo profissional da área técnica necessita apresentar um documento para
comprovar sua responsabilidade diante do serviço executado. Os conselhos
chamam de documento que comprova a responsabilidade técnica de elabo-
ração e/ou execução de uma determinada atividade profissional. No Conselho
de Administração (CFA/CRA) e de Engenharia e Agronomia (CONFEA/
CREA), chama-se ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). No Con-
selho de Química, AFT (Anotação de Função Técnica). As duas designações
(ART ou AFT) definem o documento necessário para os profissionais que
assumem a responsabilidade técnica pela atividade desenvolvida em uma in-
dústria, prestadora de serviço, laboratório ou outro tipo de pessoa jurídica,
de acordo com o artigo 350 da CLT, de 1943. É importante lembrar que este
Entidades de Classe 87

documento faz parte do histórico profissional e assegura às pessoas jurídicas


que a atividade do gestor ambiental anotada é de responsabilidade exclusiva
do profissional para todos os fins.

De acordo com o Projeto de Lei – PL 2664/2011, existe a sugestão para que todas as em-
presas cadastradas sejam obrigadas a contratar um gestor ambiental. Assim, foram am-
pliados, de forma extraordinária, os postos de trabalho, além da segurança ambiental
desejada ao sistema produtivo. Mesmo sabendo que a Constituição Federal não per-
mite, a princípio, a reserva de direitos, por sua vez, a resolução do CONAMA 001/86
também prevê a presença de equipes multidisciplinares. Tudo isso só reforça que esta
sugestão será muito bem-vinda se for aprovada junto ao projeto de lei em questão.

Atribuições legais da profissão


Tendo em vista que a regulamentação da profissão de gestor ambiental ainda
é um Projeto de Lei, o PL 2664/11, as atribuições legais até o momento são
consideradas as dos Conselhos, que determinam as atribuições de cada pro-
fissional no âmbito de sua área de atuação. Abaixo, serão apresentadas as
atribuições previstas pelas resoluções dos conselhos de classe em que o pro-
fissional da gestão ambiental pode atuar.
Atribuições previstas pelas resoluções do CONFEA, do CFA e do CFQ,
que o MEC estabeleceu para esta formação. Sendo assim, para quem possui
registro no CREA, aplica-se a Resolução CONFEA n° 218: “Art. 23: Compete
ao TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR ou TECNÓLOGO: – o desempenho
das atividades 09 a 18 do artigo 1º desta Resolução, circunscritas ao âmbito
das respectivas modalidades profissionais; II – as relacionadas nos números
06 a 08 do artigo 1º desta Resolução, desde que enquadradas no desempenho
das atividades referidas no item I deste artigo.
ART 1°:

 Atividade 06 – Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e pa-


recer técnico;
88 Introdução à gestão ambiental

 Atividade 07 – Desempenho de cargo e função técnica;


 Atividade 08 – Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e
divulgação técnica; extensão;
 Atividade 09 – Elaboração de orçamento;
 Atividade 10 – Padronização, mensuração e controle de qualidade;
 Atividade 11 – Execução de obra e serviço técnico;
 Atividade 12 – Fiscalização de obra e serviço técnico;
 Atividade 13 – Produção técnica e especializada;
 Atividade 14 – Condução de trabalho técnico;
 Atividade 15 – Condução de equipe de instalação, montagem, ope-
ração, reparo ou manutenção;
 Atividade 16 – Execução de instalação, montagem e reparo;
 Atividade 17 – Operação e manutenção de equipamento e instalação;
 Atividade 18 – Execução de desenho técnico.”

Para quem possui registro no CRQ, aplica-se a Resolução Normativa nº


36, de 25/04/1974, do Conselho Federal de Química – CFQ “Art. 6º – Com-
pete ao profissional com currículo de “Química Tecnológica”, de acordo
com a extensão do mesmo, o desempenho de atividades constantes dos
números 01 a 13 do artigo 1º desta Resolução Normativa”.
“Art. 1º – fica designado, para efeito do exercício profissional, corres-
pondente às diferentes modalidades de profissionais da química, o seguinte
elenco de atividades:

1. Direção, supervisão, programação, coordenação, orientação e res-


ponsabilidade técnica no âmbito das atribuições respectivas.
2. Assistência, assessoria, consultoria, elaboração de orçamentos, di-
vulgação e comercialização, no âmbito das atribuições respectivas.
3. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e serviços técnicos; ela-
boração de pareceres, laudos e atestados, no âmbito das atribuições
respectivas.
4. Exercício do magistério, respeitada a legislação específica.
5. Desempenho de cargos e funções técnicas no âmbito das atribuições
respectivas.
6. Ensaios e pesquisas em geral. Pesquisa e desenvolvimento de mé-
todos e produtos.
Entidades de Classe 89

7. Análise química e físico-química, químico-biológica, bromatoló-


gica, toxicológica e legal, padronização e controle de qualidade.
8. Produção, tratamentos prévios e complementares de produtos e re-
síduos.
9. Operação e manutenção de equipamentos e instalações, execução de
trabalhos técnicos.
10. Condução e controle de operações e processos industriais, de traba-
lhos técnicos, reparos e manutenção.
11. Pesquisa e desenvolvimento de operações e processos industriais.
12. Estudo, elaboração e execução de projetos de processamento.
13. Estudo de viabilidade técnica e técnico-econômica no âmbito das
atribuições respectivas”.

O CFQ determina que o tecnólogo pode realizar qualquer atividade


dentro da área da Química, menos aquelas que envolvam planejamento,
projeto e montagem de equipamentos e instalações industriais.
O tecnólogo em determinada área da Administração com registro em
CRA e em dia com as suas obrigações tem o direito a assumir Responsabi-
lidade Técnica Específica, desde que seja dentro da sua área de formação
profissional. Segue o elenco de atividades:

 Elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos.


 Realização de perícias, assessoria e consultoria em geral, pesquisas,
estudos, análises, interpretações, planejamento, implantação, coor-
denação e controle de trabalhos.
 Exercício de funções e cargos de administrador do serviço público
federal, estadual, municipal, autárquico, sociedades de economia
mista, empresas estatais, paraestatais e privadas, em que fique ex-
presso e declarado o título do cargo abrangido.
 Exercício de funções de chefia ou direção intermediária ou superior,
assessoramento e consultoria em órgãos, ou seus compartimentos,
da administração pública ou de entidades privadas, cujas atribuições
envolvam, principalmente, a aplicação de conhecimentos inerentes a
técnicas de administração.
 Magistério em matérias técnicas dos campos da administração e or-
ganização.
90 Introdução à gestão ambiental

Avaliar a importância do registro profissional, estudar as atribuições legais da profissão,


assim como conhecer as entidades de classe da sua profissão é de extrema relevância
no exercício da profissão de gestor ambiental, assim como em qualquer outra. O im-
portante é estar sempre atento às responsabilidades associadas à profissão, assim
como quais são suas direitos e deveres junto a essas entidades.

Sites:
CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA. Disponível em: <http://www.
confea.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2016.
obs.: procurar o CREA da sua região.
CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA. Disponível em: <http://www.cfq.org.br>. Acesso
em: 22 ago. 2016.
obs.: procurar o CRQ da sua região.
CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO. Disponível em: <http://www.cfa.org.br/>.
Acesso em: 22 ago. 2016.
obs.: procurar o CRA da sua região.

1. De acordo com as diferenças exis- c) Conselho profissional são insti-


tentes entre conselho profissional, tuições do Estado por ele criadas
sindicato e entidades de classe, assi- e mantidas pelas contribuições
nale a alternativa abaixo que apre- compulsórias que todos os profis-
senta o entendimento de conselho sionais vinculados aos respectivos
profissional. conselhos estão legalmente
a) Conselho profissional tem como obrigados a pagar.
atribuição específica verificar d) Conselho profissional tem como
jornada ideal de trabalho do missão principal a luta pela me-
profissional, piso salarial, acordos lhoria das condições de trabalho,
anuais, entre outros, para garantir da remuneração, das relações
os direitos trabalhistas. entre outras atividades.
b) Conselho profissional é uma e) Conselho profissional é carac-
instituição de natureza política e terizado pelo fato de que são
cultural dedicada ao debate das independentes do Estado, tanto
questões decisivas das profissões para sustentação econômica
em torno das quais se consti- quanto para sua afirmação
tuem. institucional.
Entidades de Classe 91

2. O profissional da gestão ambiental, junto aos registros administrativos e


quando se registra no Conselho de domiciliares. Assinale a assertiva que
Química e for exercer suas atribui- preenche a lacuna acima.
ções, estas necessitam de um registro a) a Classificação Brasileira de Ocu-
técnico junto a este conselho. Como pações (CBO)
é a sigla do registro junto ao Con- b) o Projeto de Lei 58/2009
selho de Química? c) o artigo 579 da Consolidação das
a) ART. Leis do Trabalho – CLT
b) SINDQUIM. d) a Lei nº. 4.769, de 09/09/1965
c) SENGE. e) a Lei 2.800, de 18/06/1956
d) AFT. 5. Uma entidade de classe pretende
e) ARF. zelar pela ética profissional, cuidar
3. Os Conselhos de Fiscalização Pro- dos interesses dos profissionais
fissional são entidades prestadoras associados, promover a cidadania,
de serviços públicos, com “poder de defender o meio ambiente e a
polícia”, criados por lei federal para sociedade. Assinale a assertiva que
fiscalizar o exercício da profissão contempla esta afirmação.
respectiva, em defesa da sociedade. a) O objetivo comum da entidade
Assinale a assertiva CORRETA sobre o de classe é que os profissionais
assunto. estejam apenas se qualificando
a) Habilitar legalmente os profissio- tecnicamente.
nais para o exercício da profissão, b) Entidades de classe são criadas
mas não existe a necessidade do apenas para contribuir com
registro profissional. o conhecimento técnico dos
b) Fiscalizar somente o exercício de profissionais.
algumas atividades profissionais, c) Uma entidade de classe desen-
informadas previamente. volve um importante papel de
c) Aplicar e cobrar multas somente conscientização e fiscalização
quando o profissional for regis- da sociedade, porque através
trado como pessoa jurídica. de suas ações é que se criam
d) Cobrar anuidades somente espaços de partilha, pontos de
quando exercer a atividade encontro, dinâmicas desportivas,
profissional. entre outros, zelando pela ética e
e) Aplicar o Código de Ética Profis- a defesa dos profissionais.
sional. d) Entidade de classe tem um papel
4. De acordo com ________________ , superficial no desenvolvimento
a qual foi instituída por portaria de aprendizagem dos profis-
ministerial nº. 397, de 9 de outubro sionais.
de 2002, tem por finalidade a identi- e) Uma entidade de classe só terá
ficação das ocupações no mercado sucesso a partir do pagamento
de trabalho para fins classificatórios mensal dos profissionais filiados.
92 Introdução à gestão ambiental

ANTUNES, J. et al. Uma revolução na produtividade: a gestão lucrativa dos postos de


trabalho. Porto Alegre: Bookman, 2013.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS GESTORES AMBIENTAIS. Relatório da família. 2016. Dispo-


nível em: <http://anagea-rj.org/wp-content/uploads/CBO-2140.10.pdf>. Acesso em: 27
ago. 2016.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 2664/2011. Brasília, DF, 2011. Disponível
em: <http://www.anagea.org.br/wp-content/uploads/pl-2664-11.pdf>. Acesso em: 26
ago. 2016.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/


cbosite/pages/home.jsf>. Acesso em: 28 ago. 2016.

GUIA TRABALHISTA. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/sindica-


to.htm>. Acesso em: 27 ago. 2016.

Leitura recomendada
FERRAZ, D. L. S.; MENNA-BARRETO, J. A. A organização dos trabalhadores desempre-
gados como mediação para a consciência de classe. Organizações e Sociedade, Sal-
vador, v. 19, n. 61, p. 187-207, jun. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1984-92302012000200002&lng=en&nrm=iso>. Acesso
em: 24 ago. 2016.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir promove uma contextualização relacionada às entidades de classe. Conheça a


diferença entre as entidades, conselhos e sindicatos.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) De acordo com as diferenças existentes entre conselho profissional, sindicato e


entidades de classe, assinale a alternativa a seguir que apresenta o entendimento de
conselho profissional.

A) Conselho profissional tem como atribuição específica verificar a jornada ideal de trabalho
do profissional, o piso salarial, os acordos anuais, entre outros, para garantir os direitos
trabalhistas.

B) Conselho profissional é uma instituição de natureza política e cultural, dedicada ao debate


das questões decisivas das profissões em torno das quais se constituem.

C) Conselho profissional são instituições do Estado, criadas por ele, e mantidas pelas
contribuições compulsórias que todos os profissionais vinculados aos respectivos
conselhos estão legalmente obrigados a pagar.

D) Conselho profissional tem como missão principal a luta pela melhoria das condições de
trabalho, da remuneração, das relações, entre outras atividades.

E) Conselho profissional é caracterizado pelo fato de que são independentes do Estado, tanto
para sustentação econômica quanto para sua afirmação institucional.
2) O profissional da gestão ambiental, quando se registra no Conselho de Química e for
exercer suas atribuições, estas necessitam de um registro técnico junto a este
conselho. Como é a sigla do registro junto ao Conselho de Química?

A) ART.

B) SINDQUIM.

C) SENGE.

D) AFT.

E) ARF.

3) Os conselhos de fiscalização profissional são entidades prestadoras de serviços


públicos, com “poder de polícia”, criados por lei federal para fiscalizar o exercício da
profissão respectiva, em defesa da sociedade. Assinale a assertiva correta sobre o
assunto.

A) Habilitar legalmente os profissionais para o exercício da profissão, mas não existe a


necessidade do registro profissional.

B) Fiscalizar somente o exercício de algumas atividades profissionais informadas


previamente.

C) Aplicar e cobrar multas somente quando o profissional for registrado como pessoa
jurídica.

D) Cobrar anuidades somente quando exercer a atividade profissional.


E) Aplicar o código de ética profissional.

4) De acordo com _____________, a qual foi instituída por Portaria Ministerial no 397,
de 9 de outubro de 2002, tem por finalidade a identificação das ocupações no
mercado de trabalho para fins classificatórios junto aos registros administrativos e
domiciliares. Assinale a assertiva que preenche corretamente a lacuna acima.

A) A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

B) O Projeto de Lei (PL) no 58/2009.

C) O artigo 579 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

D) A Lei no 4.769 de 09 de setembro de 1965.

E) A Lei no 2.800 de 18 de junho de 1956.

5) Uma entidade de classe pretende zelar pela ética profissional, cuidar dos interesses
dos profissionais associados, promover a cidadania, defender o meio ambiente e a
sociedade. Assinale a assertiva que contempla essa afirmação.

A) O objetivo comum da entidade de classe é que os profissionais estejam apenas se


qualificando tecnicamente.

B) Entidades de classe são criadas apenas para contribuir com o conhecimento técnico dos
profissionais.

C) Uma entidade de classe desenvolve um importante papel de conscientização e fiscalização


da sociedade, porque, por meio de suas ações, criam-se espaços de partilha, pontos de
encontro, dinâmicas desportivas, entre outros, zelando pela ética e a defesa dos
profissionais.
D) Entidade de classe tem um papel superficial no desenvolvimento de aprendizagem dos
profissionais.

E) Uma entidade de classe só terá sucesso a partir do pagamento mensal dos profissionais
filiados.

NA PRÁTICA

Para o desempenho do exercício de qualquer profissão técnica, é essencial o registro no


respectivo conselho. Essa entidade de classe também comprova a competência do profissional
para atuar na sua área.

De que forma? Acompanhe o que acontece com Laura, formada há três anos em gestão
ambiental. Ela atua como consultora autônoma e tem registro no Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia (CREA).

Laura separa as suas ARTs sobre o assunto e encaminha para a empresa contratante. Logo
recebe a resposta com o aceite das ARTs, mas solicitando que seja feita a baixa desses
documentos no respectivo conselho.

Então descobre que, após realizado o trabalho, é necessário levar duas cópias das ARTs ao
conselho, que irá enquadrar e fiscalizar o trabalho, e, caso tudo esteja em ordem, irá carimbar e
assinar a baixa do documento.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

A organização dos trabalhadores desempregados como mediação para a consciência de


classe

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Conselho Federal de Química (CFQ)

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Conselho Federal de Administração (CFA)

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

ANTUNES, Junico; KLIPPEL, Altair Flamarion; SEIDEL, André; KLIPPEL, Marcelo.


Uma revolução na produtividade: a gestão lucrativa dos postos de trabalho. Porto Alegre:
Bookman, 2013.
Os serviços da profissão

APRESENTAÇÃO

Você sabe o que implica os serviços prestados pelo gestor ambiental tanto na esfera privada
quanto na pública? Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai perceber que o gestor ambiental
pode se inserir em distintas áreas do setor público, mas também atuar em praticamente todos os
setores dentro de uma organização.

Você também vai ter informações importantes sobre os serviços prestados, como o de
planejamento ambiental, gestão de resíduos, auditorias, políticas ambientais, programa de
recuperação de áreas degradadas, plano diretor, zoneamento ambiental, entre outros, além de
discutir algumas das principais características dos serviços prestados por esse profissional.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Caracterizar os serviços do gestor ambiental.


• Identificar os serviços prestados pelo gestor ambiental.
• Relacionar os serviços do gestor ambiental no setor público.

DESAFIO

Imagine-se gestor ambiental e trabalhando como consultor autônomo. Você é procurado por
uma empresa de tintas que foi autuada, e fechada, pelo órgão ambiental devido a três aspectos:
falta de estação de tratamento de esgoto (ETE), falta de licença e presença de resíduos sólidos,
inclusive contaminados com corantes ao longo de toda a área da empresa, incluindo uma parcela
de área de preservação permanente (APP) da margem de córrego.

Diante do fato, você realiza vistoria e constata o cenário de degradação ambiental. Os


proprietários informam que não vão regularizar a atividade naquele local, mas necessitam
finalizar as atividades e entregar o terreno, pois é alugado.

Seu desafio, assim, é orientar essa empresa na finalização de sua atividade, explicando os
serviços que serão realizados por você.

INFOGRÁFICO

Acompanhe, no infográfico a seguir, algumas das consequências da incorporação do gestor


ambiental e seus serviços nos distintos setores de atuação, público, privado e filantrópico.

CONTEÚDO DO LIVRO

Um dos grandes desafios do gestor ambiental é buscar tecnologias energéticas menos


impactantes, além de alternativas aos combustíveis fósseis, que são recursos não renováveis.
Leia o capítulo Os serviços da profissão, do livro Introdução à gestão ambiental, base teórica
desta Unidade de Aprendizagem.

Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Vanessa de Souza Machado


I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


Os serviços da profissão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Caracterizar os serviços do gestor ambiental.
 Identificar os serviços prestados pelo gestor ambiental.
 Caracterizar os serviços do gestor ambiental no setor público.

Introdução
Neste texto, você aprenderá sobre os serviços prestados pelo gestor
ambiental, tanto na esfera privada, quanto na pública. Você perceberá
que o gestor ambiental pode se inserir em distintas áreas do setor
público, mas também atuar em praticamente todos os setores dentro
de uma organização. O texto trará informações importantes sobre os
serviços prestados, como o de planejamento ambiental, gestão de re-
síduos, auditorias, políticas ambientais, programa de recuperação de
áreas degradadas, plano diretor, zoneamento ambiental, entre outros,
além de discutir algumas das principais características dos serviços
prestados por esse profissional.

Características dos serviços do


gestor ambiental
O gestor ambiental é um administrador do meio ambiente; seu trabalho é o
de administrar a relação das atividades/empresas com respeito às questões de
meio ambiente, impostas principalmente na legislação brasileira e em nor-
matizações internacionais. Nesse sentido, o trabalho e serviço do gestor am-
biental deverá sempre estar em concordância com os aspectos legais aplicados
às distintas áreas de atuação desse profissional.
O gestor ambiental é o profissional que fará a administração de programas
e projetos vinculados à área do meio ambiente. Nesse sentido, o serviço do
gestor ambiental requer conhecimentos e práticas em várias áreas ao mesmo
94 Introdução à gestão ambiental

tempo. Além disso, em muitos serviços vinculados à profissão, como, por


exemplo, a elaboração do estudo de impacto ambiental e respectivo relatório
de impacto ambiental (EIA-RIMA), previsto na legislação para novos em-
preendimentos, o gestor ambiental terá também de compor e gerenciar uma
equipe de profissionais especializados, como geólogos, biólogos, topógrafos,
entre outros.
De forma geral, podemos dizer que qualquer serviço do gestor ambiental
envolve um ciclo que tem início com a fase de planejamento ambiental, de de-
finição de objetivos, seguida pela fase de inventário, que fundamenta a última
etapa, de diagnóstico e de prognóstico. Os passos seguintes são de tomada de
decisão e formulação de diretrizes, conforme pode ser observado na Figura 1.
Após esses passos de planejamento propriamente dito, temos, então, a implan-
tação e o início da gestão do serviço. Esse processo finaliza com a avaliação
dos resultados e produção de conhecimento, o que permite uma retroalimen-
tação em que os resultados servem como subsídio para o início de um novo
ciclo de planejamento e melhoria do sistema.

PLANEJAMENTO AMBIENTAL

Definição
de
objetivo Inventário

Diagnóstico

Tomada Formulação
Prognóstico de de Implantação
decisões diretrizes

Produção de Avaliação
conhecimento de resultados

GESTÃO AMBIENTAL

Figura 1. Ciclo e composição do processo de gestão ambiental.


Fonte: Rosa A. H., 2012.

Quando inferimos planejamento e prognósticos, outro aspecto do serviço


do gestor ambiental pode ser ressaltado: o de identificar impactos e riscos
Os serviços da profissão 95

ambientais dentro de uma empresa ou mesmo para futuros empreendimentos,


seja ela do setor privado ou público, além de propor soluções para os pro-
blemas detectados. Nesse sentido, o trabalho do gestor deve ser minucioso
e extremamente correto na hora de relatar impactos, riscos e/ou possíveis
acidentes, além de estratégico, prevendo e antecipando qualquer situação
de risco.
Um dos principais serviços do gestor ambiental é a implantação de um
sistema de gestão ambiental – SGA, que é fundamental para o cumprimento
da legislação e benéfico para a empresa e para a comunidade na qual está
inserida. O gestor ajuda a empresa a ganhar um diferencial competitivo e
conquista benefícios como gerenciamento de riscos, redução de custos, de-
sempenho ambiental melhorado, economia de energia e imagem corporativa.
Um aspecto do serviço do gestor ambiental de extrema importância e que
merece destaque está na conscientização dos administradores e funcionários
em relação à responsabilidade ambiental, para que ela seja incorporada nos
valores de cada um. Sem a consciência ambiental e a colaboração de todos,
o gestor não consegue exercer suas funções (Fig. 2). Através de seu trabalho,
ele deve promover um meio ambiente equilibrado, socialmente justo e econo-
micamente viável.

Figura 2. O gestor em serviço.


Fonte: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS GESTORES AMBIENTAIS, 2016.
96 Introdução à gestão ambiental

Para finalizar essa narrativa acerca das características do serviço de gestor


ambiental, é de fundamental importância dizer que o objetivo direto é a me-
lhoria dos resultados de produtos/processos em concordância com a preser-
vação do meio ambiente, mas também e fundamentalmente quanto a melhoria
do meio social e de saúde coletiva. Nesse sentido, destacam-se os serviços na
área do saneamento básico, recuperação de áreas degradadas e educação am-
biental, que promovem diretamente uma melhora no ambiente e na qualidade
de vida das pessoas, e assim, consequentemente, na saúde coletiva.

Os serviços prestados pelo gestor ambiental


De acordo com a regulamentação da profissão de gestor ambiental ainda
em elaboração e tramitação no Brasil, Projeto de Lei 2664/11, a profissão de
gestor ambiental será regulamentada de acordo com a norma de criação do
curso de graduação, por intermédio do MEC, em obediência à lei 9.394 de
1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Nesse PL, art.
4, já podemos ter uma ideia dos serviços que serão delimitados para o gestor
ambiental por essa lei. São os seguintes:

 I – educação ambiental;
 II – gerenciamento e implantação de sistema de gestão ambiental
(SGA);
 III – gestão de resíduos;
 IV – elaboração de políticas ambientais;
 V – desenvolvimento, implantação e assinatura de projetos
ambientais;
 VI – auditorias, elaboração e assinatura de laudos e pareceres
ambientais;
 VII – avaliação de impactos ambientais;
 VIII – assessoria ambiental;
 IX – implementação de procedimentos de remediação;
 X – docência;
 XI – elaboração de relatórios ambientais;
 XII – monitoramento de qualidade ambiental;
 XIII – avaliação de conformidade legal;
 XIV – recuperação de áreas degradadas;
 XV – elaboração e implantação de projetos de desenvolvimento
sustentável;
Os serviços da profissão 97

 XVI – licenciamento ambiental;


 XVII – elaboração de plano de manejo.

De qualquer forma, o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agro-


nomia), o CRA (Conselho Regional de Administração) e o CRQ (Conselho
Regional de Química) já possibilitam a atuação do gestor ambiental no mer-
cado de trabalho exercendo as atribuições colocadas acima.
Vamos agora detalhar alguns desses serviços?

Educação ambiental
Na educação ambiental, o gestor tem o papel de contribuir na criação de uma
consciência ecológica fazendo com que a comunidade perceba os problemas
derivados da relação do homem com a natureza. Neste processo, busca-se
despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental. Ele
deve ser realizado com atividades práticas e acesso à informação com uma
linguagem fácil. Através da educação ambiental, ocorre a mudança cultural e
a transformação social.

Sistema de gestão ambiental


O sistema de gestão ambiental (SGA) é uma forma de tornar uma empresa
mais sustentável. São necessários vários passos para que se consiga imple-
mentar um SGA. Entre eles, estão a política ambiental, que trará medidas a
serem implementadas; o planejamento, em que serão planejadas as medidas e
sua forma de implementação através de um plano de ação, implementação e
operação, no qual será oferecido um treinamento pelo gestor para implemen-
tação. Além disso, há a etapa de verificação e ação corretiva, na qual serão
realizadas atividades de monitoramento, medição, ações corretivas e preven-
tivas e registros de tudo que está sendo realizado; por fim a análise crítica,
em que será avaliado o SGA implantado e será considerada possibilidade de
mudança na política ambiental.

Gestão de resíduos
Na gestão de resíduos, busca-se a diminuição do impacto causado pela falta
de gerenciamento, separação inadequada e o excesso de resíduos encami-
98 Introdução à gestão ambiental

nhados para o aterro. Nela são trazidos dois conceitos muito importantes; o
conceito de resíduo é aquele material que sobra, como garrafas pet, cascas de
alimentos, entre outros, e que podem ser recuperados de alguma forma, seja
na reciclagem ou na sua utilização como matéria-prima para outro produto. Já
o rejeito é aquilo que não se pode aproveitar de nenhuma forma e não existe
ainda tecnologia adequada para recuperá-lo. O gestor deve implementar um
sistema para os resíduos que vise primeiramente a não geração, a redução,
a reutilização como matéria prima, a reciclagem, o tratamento dos resíduos
sólidos através de processos como a incineração e a compostagem e, por fim,
disposição dos rejeitos em um aterro sanitário.

Elaboração de políticas ambientais


As políticas ambientais são ações tomadas com o objetivo de preservar o meio
ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável, que alia o crescimento
econômico com a preservação da natureza. O gestor tem o papel de elaborar e
implementar as políticas ambientais dentro de uma empresa. Essas políticas,
além de ajudarem na obtenção de uma certificação ambiental, também trazem
benefícios como economia de recursos, energia e podem até gerar lucros para
empresa.

Auditorias
As auditorias podem estar ligadas diretamente ao sistema de gestão ambiental
que trabalha com o conceito de melhoria contínua. A auditoria pode ser rea-
lizada pelo gestor e deve ser toda registrada. Ela procura avaliar requisitos
como o cumprimento da legislação ambiental, os danos que a empresa pode
estar causando, se as melhorias que ela implementou estão gerando resul-
tados, entre vários outros pontos que podem ser analisados em uma auditoria.

Recuperação de áreas degradadas


Atualmente, o País possui muitas áreas que foram degradadas através de ati-
vidades como mineração, desmatamento e disposição de resíduo. Estas áreas
não podem ser utilizadas novamente sem que seja feito um trabalho de re-
cuperação. O gestor tem o papel de fazer um plano de recuperação de áreas
degradadas identificando o que ocorreu naquela área, quais foram os danos
Os serviços da profissão 99

causados e como ela pode ser recuperada, se é através do plantio de mudas,


sementes ou de sua regeneração natural.

Avaliação de impacto ambiental


A avaliação de impactos ambientais é uma atribuição muito importante do
gestor ambiental, pois é através dela que são identificados os danos que um
projeto pode causar ao meio físico, ou seja, no ambiente, meio biótico, com-
posto pela fauna e flora e meio socioeconômico, composto pela população e
suas atividades. Sem esta avaliação, empreendimentos altamente impactantes
poderiam se instalar em qualquer lugar, causando um grande problema para
a sociedade.

Aplicação de métodos de eliminação ou de redução


de impactos ambientais
O gestor pode identificar dentro de uma empresa os impactos positivos e ne-
gativos e partir desta avaliação. Ele desenvolve e aplica métodos para que os
impactos positivos sejam preservados e melhorados e os impactos negativos
sejam reduzidos ou até mesmo eliminados através da substituição de matérias
primas danosas, máquinas obsoletas e através da eliminação de práticas er-
radas como o desperdício de água, uso de materiais descartáveis, entre outros.

Estudo de impacto de vizinhança (EIV)


Previsto pelo estatuto da cidade, Lei Federal 10.257/2001, pode ser conside-
rado um instrumento básico e fundamental para a aplicação de forma legal e
adequada da avaliação de impactos do meio urbano de qualquer empreendi-
mento para a gestão ambiental urbana. Trata-se de um documento técnico exi-
gido legalmente para empreendimentos que possam causar impactos no meio
urbano. Nesse sentido, ele trata dos impactos que um determinado empreen-
dimento terá no seu entorno, com foco na infraestrutura urbana e, sobretudo,
na proposição de melhorias. Em alguns casos, as melhorias esperadas para a
área já estarão indicadas no respectivo plano diretor do município e podem
ser, durante a instalação do empreendimento, colocadas em prática como con-
trapartida para a cidade/vizinhança.
00 Introdução à gestão ambiental

O gestor ambiental, quando atua em uma empresa/indústria específica, acaba exer-


cendo as suas atividades nos mais diversos departamentos dessa instituição, como nas
áreas de marketing, relações jurídicas, qualidade, manutenção, comunicação externa,
relações com representantes internos, sensibilização do pessoal, segurança, gestão de
riscos, auditoria interna, implementação de procedimentos e relações/administração.
Na Figura 3, estão relacionadas às frequências de trabalho nas empresas em cada área.

Competências do “responsável ambiental” nas corporações


(frequência das tarefas executadas)

marketing

relações jurídicas

qualidade

manutenção

comunicação externa

relações com representantes internos

sensibilização do pessoal

segurança

gestão de riscos

auditoria interna

implementação de procedimentos

relações/administração

Figura 3. Competências do gestor ambiental nas corporações e frequência das tarefas exe-
cutadas.
Fonte: Corazza (2003 apud VATIMBELLA, 1992).

O papel do gestor no setor público


O gestor ambiental, apesar de ainda pouco representado no setor público,
possui formação adequada para o desempenho de funções em distintos de-
partamentos que tenham como foco o meio ambiente ou mesmo o planeja-
Os serviços da profissão 101

mento urbano. Promover o desenvolvimento sustentável é o grande objetivo


do gestor ambiental na gestão pública, pois fornece alternativas e mecanismos
para que o município possa se desenvolver mais sem agredir o meio ambiente
e prejudicar o bem-estar dos seus habitantes.
No setor público, o desafio do gestor ambiental é maior, pois envolve não
só a gestão ambiental dentro dos setores públicos, mas também a conscienti-
zação da população através de campanhas e programas. Este é outro grande
desafio, pois, no setor público, a gestão ambiental não é um dos pontos prin-
cipais de preocupação. No entanto, na verdade, este é o fator principal quando
pensamos em qualidade de vida e saúde coletiva. Dentre os serviços do gestor
ambiental no setor público, podemos destacar sua atuação direta no plane-
jamento urbano e ambiental. Hoje, o planejamento urbano não é mais visto
como separado das questões ambientais; muito pelo contrário, é integrado
e essencial para a tomada de decisão. São serviços vinculados à gestão am-
biental no setor público:
Plano diretor: previsto na Constituição Federal para municípios com mais
de 20 mil habitantes, é o principal instrumento da política de desenvolvimento
e de ordenamento territorial. Pode ser entendido como um plano básico de
desenvolvimento municipal. São assuntos que integram o plano diretor: orde-
namento territorial, diretrizes para infraestruturas, transporte urbano, áreas
de preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental, por exemplo.

Acesse o link e saiba mais sobre o plano diretor de Porto Alegre, Lei complementar nº
434. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre: http://
www.portoalegre.rs.gov.br/planeja/spm/default.htm

Zoneamento Ambiental: é a divisão do território em zonas distintas, vi-


sando ao desenvolvimento planejado e levando em consideração aspectos re-
lacionados à proteção, à conservação e à recuperação dos recursos naturais e
do desenvolvimento sustentável. Questões de uso e ocupação do solo são os
principais focos do zoneamento.
Desenvolvimento urbano sustentável: A Portaria n° 61, de 15 de maio de
2008 do Ministério do Meio Ambiente (MMA), estabelece práticas de sus-
02 Introdução à gestão ambiental

tentabilidade ambiental a serem observadas pelo MMA e suas entidades vin-


culadas. Nesta portaria, são listados bons exemplos de práticas sustentáveis
que o gestor pode implementar na gestão pública, como a preferência por
fornecedores e produtos de menor impacto ambiental nas licitações e, nos
procedimentos licitatórios de compras públicas, escolher preferencialmente
lâmpadas de alto rendimento, usar o correio eletrônico sempre que for pos-
sível ao invés de papéis, utilizar equipamentos duráveis e reparáveis, adotar
práticas corretas de descarte, utilização de papel reciclado, previsão de utili-
zação de produtos biodegradáveis nos contratos de limpeza, desenvolvimento
de medidas de redução do consumo e reuso de água, entre outras práticas mais
sustentáveis.
Além desses serviços, também podemos listar outras atividades em que o
gestor pode se envolver na administração pública:

 Criação de benefícios como incentivos fiscais para empresas sustentá-


veis e ecoeficientes;
 Estabelecimento de padrões ambientais de qualidade para ajudar na
preservação de rios e conservação do ar sem poluentes;
 Licenciamento de empresas e avaliação dos seus impactos ambientais;
 Controle do uso de recursos ambientais para que eles não sejam reti-
rados em excesso;
 Promoção da educação ambiental;
 Pesquisa sobre a situação ambiental das cidades, com o planejamento
de ações de melhoria e mapeamento estratégico;
 Elaboração de plano de metas;
 Criação de projetos como cidades sustentáveis com mais áreas verdes,
menos áreas de inundação, com planejamento urbano, com uma qua-
lidade do ar melhor e com a destinação correta dos resíduos sólidos.

As atividades ambientais dentro da administração pública não são só


estas; elas envolvem também a fiscalização, a pesquisa, o monitoramento e a
penalização daqueles que não cumprem com as legislações ambientais. Estas
atividades realizadas pelo poder público são fundamentais para melhoria da
qualidade de vida, pois fazem a gestão de recursos da flora e da fauna, de
pessoas e de tecnologias (Fig. 4).
Os serviços da profissão 103

Figura 4. Gestão de pessoas, recursos e tecnologias.


Fonte: Grupo Anchieta (2014).

1. Considerando os conceitos apre- b) Laudos geológicos.


sentados, é possível afirmar que as c) Fiscalização e regulação de
políticas ambientais: empresas.
a) São criadas para certificar as em- d) Laudos de cobertura vegetal.
presas do setor público e privado. e) Controle e auditoria em saúde.
b) São políticas formuladas exclusi- 3. Sobre os serviços prestados
vamente pelo governo. pelo gestor, é correto afirmar
c) É uma prática social interdisci- que:
plinar. a) O sistema de gestão ambiental
d) É exclusivamente uma disciplina envolve alguns passos, como
acadêmica. formulação das políticas públicas,
e) São um conjunto de práticas planejamento, verificação e
que visam preservar o ambiente análise crítica.
e garantir o desenvolvimento b) A educação ambiental visa
sustentável. ao desenvolvimento de uma
2. O gestor ambiental pode trabalhar consciência ecológica para que
com: se possa aliar o crescimento
a) Plano de recuperação de áreas econômico com a preservação da
degradadas (PRAD). natureza.
04 Introdução à gestão ambiental

c) Na recuperação de áreas degra- b) Elaboração do zoneamento


dadas, o gestor avalia os danos ambiental.
causados por atividades como c) Elaboração do EIA-RIMA.
plantio de monoculturas e d) Elaboração do EIV.
mineração e faz um plano para e) Elaboração do PGRS.
recuperá-las, podendo escolher 5. Plano diretor é:
entre a regeneração natural do a) Um instrumento básico da
local ou plantio com espécies política de desenvolvimento e de
exóticas. expansão urbana.
d) As auditorias visam à certificação b) Um processo administrativo
das empresas que não a possuem associado ao licenciamento
ainda. ambiental.
e) As políticas ambientais devem ser c) Um instrumento de comando e
elaboradas apenas pelo poder controle do município.
público. d) Um instrumento de tomada de
4. É um serviço do gestor ambiental no decisão do município.
setor público: e) Um documento que trata dos
a) Implementação SGA. impactos do meio urbano.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS GESTORES AMBIENTAIS. [2016]. Disponível em: <http://


www.anagea.org.br/>. Acesso em: 01 set. 2016.

BARBIERI, J. C. Avaliação de impacto ambiental na legislação brasileira. Revista de Admi-


nistração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 78-85, 1995.

BARBOSA, M. S.; KRAVETZ, M. C. Gestão ambiental na gestão pública. Caderno Meio Am-
biente e Sustentabilidade, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 5-20, 2013.

CORAZZA, R. I. Gestão ambiental e mudanças da estrutura organizacional. Revista de


Administração de Empresas, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 1-23, 2003.

COUTO, S. Gestão ambiental: o caminho da sustentabilidade. [2009]. Disponível em:


<http://www.academiadetalentos.com.br/05.pdf >. Acesso em: 20 jul. 2015.

DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

FERRAZ, J. C.; KUPFER, D.; HAGUENAUER, L. Made in Brazil: desafios competitivos para a
indústria. Rio de Janeiro: Campus, 1995.

GRUPO ANCHIETA. IX Semana de Estudos: gestão ambiental nas esferas pública e pri-
vada – propostas e desafios. 2014. Disponível em: <http://www.anchieta.br/evento/
Os serviços da profissão 105

ix-semana-de-estudos-gestao-ambiental-nas-esferas-publica-e-privada-propostas-e-
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INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS.


Cadernos de formação. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2006. v. 1 a 5.

OLIVEIRA, R. C.; SANTOS, J. B. Gestão ambiental nas empresas do setor de petróleo e gás
em mossoró-rn. Holos, Natal, v. 3, p. 126-137, maio 2008. Disponível em: <http://www2.
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QUINTAS, J. S. Introdução à gestão ambiental pública. Brasília, DF: IBAMA, 2005.

ROSA, A. H., FRACETO, L. F., MOSCHINI-CARLOS, V. Meio Ambiente e Sustentabilidade. Por-


to Alegre: Bookman, 2012.

VATIMBELLA, A. Le capitalisme vert. Coll. Alternatives Économiques. Paris: Syros, 1992.

Leituras recomendadas
MENEGUETTI, C. F. Gestão ambiental empresarial. 22. ed. Maringá, PR: Cesumar, 2012. v. 1.

SABBAGH, R. B. Gestão ambiental. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 2011. (Ca-
dernos de Educação Ambiental, 16). Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/
wp-content/uploads/2011/10/16-GestaoAmbiental.pdf>. Acesso em: 10 set. 2016.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir apresenta informações sobre os serviços do gestor ambiental nos setores
privado e público. Você vai concluir que todos os serviços desse profissional possuem um foco
bastante específico: o desenvolvimento sustentável.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Marque a alternativa que apresenta corretamente o serviço do gestor ambiental e sua


descrição.

A) Assessoria ambiental, que corresponde à elaboração de inúmeros laudos e relatórios.

B) A recuperação de áreas degradadas consiste na elaboração de projetos de desenvolvimento


sustentável.

C) A educação ambiental nas empresas promove o desenvolvimento sustentável do processo


de produção da empresa.

D) A avaliação de impactos ambientais é um documento técnico de avaliação prévia de


impactos ambientais imposto a qualquer empreendimento que utilize recursos naturais ou
que possa causar danos ao meio ambiente.

E) O estudo de impacto de vizinhança (EIV) está relacionado com a identificação e com os


impactos de uma atividade no meio ambiente.

2) Quanto ao planejamento ambiental, característica presente em praticamente todos os


serviços do gestor ambiental, assinale a alternativa correta.
A) O planejamento ambiental inclui o diagnóstico e a avaliação de resultados.

B) O prognóstico trata do levantamento de dados.

C) O planejamento ambiental é fundamental para a correta implantação e avaliação de


resultados.

D) A definição dos objetivos deve ser feita no final da fase de planejamento.

E) A produção de conhecimento subsidia a etapa de avaliação de resultados.

3) O programa de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) já é uma realidade nas


indústrias. Sobre o objetivo direto desse serviço do gestor ambiental, assinale a
alternativa correta.

A) Promover a sustentabilidade.

B) Promover a preservação ambiental.

C) Promover a qualidade ambiental e sanitária.

D) Promover a reutilização dos resíduos.

E) Promover apenas a compostagem.

4) Qual das alternativas a seguir contém um serviço do gestor ambiental no setor


público?

A) Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD).


B) Laudos geológicos.

C) Implantação SGA.

D) Laudos de cobertura vegetal.

E) Zoneamento ambiental.

5) O gestor ambiental é preparado para a elaboração do plano diretor. Assinale a


alternativa que define corretamente o plano diretor.

A) Um instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

B) Um instrumento do licenciamento ambiental.

C) Um instrumento de comando e controle do município.

D) Um documento de análise de impactos urbanos.

E) É um documento que trata dos impactos do meio urbano.

NA PRÁTICA

O gerenciamento do processo de licenciamento nas empresas hoje é uma demanda real do


mercado de trabalho, incluindo a do gestor ambiental.

Esse processo possui distintas fases (prévia, instalação e operação), e cada uma delas associadas
a condicionantes que controlam e regulam o funcionamento das distintas atividades que utilizam
recursos naturais ou mesmo que podem de alguma forma impactar o meio ambiente. Imagine a
seguinte situação:
Resolvido o problema prático, Bárbara abre uma notificação. Como sugestão de ação para o
ocorrido, sugere um treinamento com todos os funcionários sobre os condicionantes legais para
o funcionamento da empresa, garantindo assim que novas irregularidades voltem a ocorrer.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Gestão ambiental nas empresas do setor de petróleo e gás em Mossoró (RN)

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Avaliação de impacto ambiental na legislação brasileira

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Meio Ambiente e Sustentabilidade

Inicie sua leitura no Capítulo 6, Recursos energéticos e meio ambiente, com o tópicos Energia
(página 126) e finalize em Conversão de outras energias em energia elétrica, que se encerra na
página 132.
A profissão dentro da área de atuação:
regional, nacional e mundial

APRESENTAÇÃO

Os problemas ambientais são alguns dos problemas mais sérios vividos pela humanidade,
porque neles estão embutidos a fome e a situação de miséria em que se encontram milhões de
pessoas no mundo. Há uma vertente de maior preocupação com as questões ambientais,
sobretudo a partir de focos significativos de cidadania, tendo como importantes atores as
organizações não governamentais (ONGs) ligadas ao ambientalismo e demais segmentos
sociais.

Estas fazem pressão pela criação de mecanismos legais, como políticas públicas, com o objetivo
de promover efetivamente a proteção ambiental. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai
conhecer as atuações do gestor ambiental no primeiro, segundo e terceiro setor.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Caracterizar as áreas de atuação do gestor ambiental nos âmbitos regional e nacional.


• Apontar a atuação do gestor ambiental no âmbito internacional.
• Reconhecer a atuação do gestor ambiental no terceiro setor.

INFOGRÁFICO

O infográfico a seguir possui informações acerca dos setores correspondentes às áreas de


atuação nas esferas regional, nacional e internacional. Por meio dele, é possível entender o
amplo mercado de trabalho que engloba o segmento ambiental.
CONTEÚDO DO LIVRO

Alguns instrumentos do gestor ambiental possuem reconhecimento internacional de qualidade.


Acompanhe a leitura do trecho selecionado a seguir para aprofundar o seu conhecimento sobre a
importância do sistema de gestão ambiental nas empresas, e que está baseada em normas e
procedimentos internacionais.

Aprofunde seus conhecimentos com o capítulo A profissão dentro da área de atuação: regional,
nacional e mundial, da obra Introdução à gestão ambiental.

Boa leitura!
INTRODUÇÃO À
GESTÃO AMBIENTAL

Vanessa de Souza Machado


I61 Introdução à gestão ambiental [recurso eletrônico] /
Organizadoras, Vanessa de Souza Machado, Juliana
Saccol. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-89-0

1. Gestão ambiental. 2. Gestor ambiental - Atuação. 3.


Ética profissional. I. Machado, Vanessa de Souza. II. Saccol,
Juliana.

CDU 658:504

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


A profissão dentro da área
de atuação: regional, nacional
e mundial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Caracterizar as áreas de atuação do Gestor Ambiental nos âmbitos
regional e nacional.
 Discutir a atuação do Gestor Ambiental no âmbito internacional.
 Verificar a atuação do Gestor Ambiental no terceiro setor.

Introdução
Os problemas ambientais, talvez sejam os mais sérios vividos pela
humanidade, porque neles estão embutidos a fome e situação de
miséria em que se encontram milhões de indivíduos no mundo.
Contudo, há uma vertente de maior preocupação com as questões
ambientais, sobretudo a partir de focos significativos de cidadania,
tendo como importantes atores as ONG’s (Organizações Não Gover-
namentais) ligadas ao ambientalismo e demais segmentos sociais,
que fazem pressão pela criação de mecanismos legais, como políti-
cas públicas, com o objetivo de promover efetivamente a proteção
ambiental.
Empresas públicas e privadas investem em projetos de gestão am-
biental e de preservação, por isso, profissionais dessa área são muito
requisitados. ONG’s (Organizações Não Governamentais) ligadas ao
meio ambiente também empregam profissionais da área.
A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial 107

Áreas de atuação do gestor ambiental nos


âmbitos regional e nacional
O profissional da área de Gestão Ambiental pode trabalhar em três instân-
cias, como órgãos públicos ou primeiro setor, empresas privadas ou segundo
setor, e terceiro setor (ONGs – Organizações Não Governamentais e sem fins
lucrativos).
Primeiro Setor – Governamental: atividades técnico/administrativas.

 Municipais: (secretarias de meio ambiente das prefeituras e outros se-


tores institucionais vinculados ao Município de cada região);
 Estaduais: (os próprios conselhos regionais, secretarias de meio am-
biente ou órgãos de proteção ambiental, de licenciamento, fiscali-
zação e execução de condicionantes ambientais dentro de cada Estado,
exemplo FEPAM, CETESB, IAP, Ministério Público Estadual etc.);
 Federais: (órgãos legisladores, fiscalizadores e executivos a nível Na-
cional, como por exemplo, o SISNAMA, IBAMA, CONAMA, Mi-
nistério Público Federal, ICMBio, ANA, Jardim Botânico do Rio de
Janeiro, etc.).

Segundo Setor – Empresas privadas ou parceria publica-privadas: ativi-


dades técnicas de gestão ambiental. Micro e pequenas empresas.
Terceiro Setor – ONGs (organizações não governamentais e sem fins lu-
crativos): atividades de gestão socioambiental e ativismo ambiental. ONGs
tanto regionais como nacionais, podendo receber remuneração pelos projetos
desenvolvidos, ou se condicionar as ações voluntárias.
Particularmente tratando do Primeiro Setor, o surgimento da lei nº 6938
de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, criou um
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), com a finalidade de es-
tabelecer um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas res-
ponsáveis pela proteção e pela melhoria da qualidade ambiental. Os órgãos e
entidades da União, dos estados, do Distrito Federal, e dos municípios, bem
como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção
e melhoria da qualidade ambiental, são apresentados na Figura 1. Cabe des-
tacar que o Gestor Ambiental tem competência para atuar em todos esses
órgãos, mas claro, mediante concurso público.
08 Introdução à gestão ambiental

Figura 1. Composição do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA.


Fonte: Cadernos de formação (IBAMA, 2006).

Atuação do gestor ambiental


no âmbito internacional
De modo geral, a gestão ambiental internacional baseia-se essencialmente
nos princípios da Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento,
na Agenda 21 e nos preceitos ditados por organismos internacionais como
a ONU, ISO e OMC. Organizações financeiras internacionais como Banco
Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial com suas exigên-
cias direcionam o campo da gestão ambiental internacional também.
As atuações do Gestor Ambiental nesse contexto são diversas, ele pode
atuar em ONG’s contribuindo para o desenvolvimento de políticas ambien-
tais, nos organismos internacionais como na ONU, e ainda, nas organiza-
ções financeiras como BID, onde pode atuar como analista.
Em empresas privadas, as questões ambientais são objeto de inicia-
tivas de normatização e certificação no âmbito nacional e internacional.
A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial 109

Algumas destas normas são certificáveis possibilitando a empresa de-


monstrar para terceiros o atendimento a suas diretrizes. Isso é importante
pois traz visibilidade a marca empresarial e cada vez mais é cobrado por
organismos financiadores, acionistas, companhias de seguro e clientes,
sejam eles pessoa física ou jurídica. Essas normas de âmbito nacional e
internacional visam à melhoria da gestão ambiental nas empresas, tendo
como destaque a ISO 14000, instrumento mundial de critérios ambientais
na gestão de empresas (Figura 2).
Pode-se dizer que a gestão ambiental virou um fator de competição co-
mercial, isso devido à tendência das pessoas em preferir produtos e ser-
viços ambientalmente corretos e, além disso, contratos de comércio in-
ternacional são facilitados para as organizações que adotam sistemas de
gestão baseados em normas reconhecidas internacionalmente como as do
FSC e da ISO.
Ainda no âmbito internacional, as organizações que encaminham seus
resíduos para outros países devem seguir a Convenção de Basiléia sobre o
Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu De-
pósito, essa trata-se de um acordo que define mecanismos de organização
dos movimentos transfronteiriços de resíduos sólidos e líquidos perigosos
e sua disposição final.
As atuações do Gestor Ambiental nesse contexto de empresas privadas
que necessitam interagir com órgãos internacionais são relacionadas ao
atendimento das normas e certificações. Empresas que realizam exporta-
ções, multinacionais e empresas que encaminham resíduos para fora do
país necessitam de Gestores Ambientais capazes de trabalhar com ques-
tões internacionais. Há também empresas que importam matéria-prima e
possuem política de comprar apenas de empresas ambientalmente respon-
sáveis, neste caso, o Gestor Ambiental deve ser capaz de analisar se a em-
presa ofertante da matéria-prima se enquadra nesse preceito. Há também
algumas certificadoras internacionais onde o Gestor Ambiental pode atuar
como analista.
Profissionais que desejam adentrar nessa área de atuação internacional
precisam ter um bom conhecimento dos acordos internacionais e de como
eles são operacionalizados, além disso, é indispensável conhecimentos em
inglês. Porém, essa é a área onde os profissionais de gestão são melhores
remunerados.
10 Introdução à gestão ambiental

Figura 2. Figura representando a importância que a normatização da ISO 14001 tem para
as corporações.
Fonte: ShutterStock.

Em um mundo no qual as fronteiras políticas se tornam cada vez mais voláteis e a velo-
cidade de informações aumenta exponencialmente, novas questões e atores assumem
o protagonismo no cenário internacional, em especial na área ambiental.

Atuação do gestor ambiental no terceiro setor


Organizações não se limitam as empresas com fins lucrativos, há também as
organizações públicas e as organizações sem fins lucrativos. Estas últimas
fazem parte do chamado Terceiro Setor e também são chamadas de Organi-
zações Não Governamentais (ONGs). O Terceiro Setor engloba todas as or-
ganizações não governamentais e sem fins lucrativos presentes na sociedade.
Estas organizações são criadas a partir da sociedade civil e desempenham um
importante papel social.
A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial 111

Este setor, até poucos anos atrás, não era muito organizado, teria se ini-
ciado com as ações filantrópicas promovidas pela Igreja e outras obras de ca-
ridade, porém, nos últimos anos vem sendo profissionalizado. A qualificação
necessita ser específica para este setor, pois o gerenciamento de uma ONG é
bem diferente do gerenciamento de uma empresa com fins lucrativos.
Por se tratarem de organizações que visem o atendimento de fragilidades
sociais, se supõe que elas deveriam ser mais conscientes dos cuidados com
o meio ambiente do que as organizações com fins lucrativos. Porém, muitas
delas ainda não possuem processos de gerenciamento devidamente estrutu-
rados, assim, a gestão ambiental também não recebe a devida atenção. Esta
lacuna abre espaço para o profissional em gestão ambiental nesse setor, in-
dependentemente do tipo de serviço oferecido pela ONG. Apesar destas en-
tidades terem um forte impacto, a utilização de algum tipo de Gestão Am-
biental especificamente em ONG’s que não se dedicam a causa ambiental, não
foi ainda suficientemente abordada, e a bibliografia a respeito é ainda pobre.
Existem ONG’s espalhadas pelo mundo, de diversos portes, que traba-
lham diretamente com a questão ambiental, como o Greenpeace (Figura 3),
Friends of the Earth, World Conservation Union, Fundação SOS Mata Atlân-
tica, TAMAR e a World Wide Fund for Nature. As primeiras ONG’s com
atuação no ambientalismo surgiram no século XVII, e eram formadas, em sua
maioria, por cientistas. Hoje, essas organizações são formadas por pessoas de
vários seguimentos sociais diferentes, porém com objetivos comuns. Estas
ONG’s prestam serviços à comunidade e realizam diversos projetos voltados
a conservação, o Gestor Ambiental pode atuar nestes dois campos.
Entre os serviços realizados ativamente pelas ONG’s que se dedicam a
causa ambiental, podemos destacar: análises para identificar contaminações;
tratamento de resíduos domésticos e industriais; sistemas de gestão ambiental;
reaproveitamento de matérias primas através de reciclagem e reutilização;
educação ambiental; entre outros.
O profissional de Gestão Ambiental pode atuar também junto as ONG’s
na formulação de políticas ambientais. O trabalho das ONG’s é importante
na formulação de políticas ambientais, não só em nível internacional, mas
também na formulação de políticas ambientais brasileiras.
As políticas de gestão ambiental são criadas, principalmente, durante as
conferências das Nações Unidas relacionadas a esta área. O documento de
maior importância é a AGENDA 21, nela estão às principais políticas ambien-
tais e de desenvolvimento em nível internacional. A AGENDA 21 foi criada
12 Introdução à gestão ambiental

durante a ECO-92, Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desen-


volvimento, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992. Na mesma conferência foi
criada a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, esta contém
27 princípios para proteção da integridade dos sistemas ambientais globais e
para o desenvolvimento humano de forma sustentável.
Gestor Ambiental é um profissional multidisciplinar, isso traz muitos
benefícios tanto para as ONG’s quanto para o profissional que ganha muita
experiência e transita em áreas distintas, como: Direito, Administração, Bio-
logia, Engenharia, Relações internacionais entre outras. Além disso, com a
profissionalização das ONG’s, se abrirá cada vez mais oportunidades para
este profissional dentro do terceiro setor.

Figura 3. O Greenpeace é uma das ONG’s mais conhecidas no mundo, sua atuação em prol
do meio ambiente é marcada por ações enérgicas.
Fonte: ShutterStock.

Leia mais sobre sustentabilidade no terceiro setor no link: http://revistas.una.br/index.


php/reuna/article/view/431/470
A profissão dentro da área de atuação: regional, nacional e mundial 113

1. Quanto à atuação do profissional organismo internacional que norteia


de Gestão Ambiental em âmbito a atuação do Gestor Ambiental a
Regional e Federal, ela pode ser nível mundial.
realizada em três instâncias (primeiro, a) ONU – International World Wide
segundo e terceiro setor), quais são Fund for Nature.
eles de acordo com as alternativas b) BID – Banco Mundial.
abaixo. c) OMC – Organização Mundial do
a) Órgãos públicos, empresas pri- Comércio.
vadas e ONGs. d) ONG – Organização das Nações
b) Nacional, estadual e primeiro Unidas.
setor. e) ISO – Organização Internacional
c) Governamental, ONGs e terceiro para a Sustentabilidade.
setor. 4. O Gestor Ambiental atuando nas em-
d) Empresas, segundo setor e ONGs. presas privadas necessitam interagir
e) Pessoa Física, pessoa jurídica e com órgãos internacionais para o
parcerias público/privadas. atendimento de normas e certifica-
2. Particularmente sobre o Primeiro ções. Marque a alternativa que apre-
Setor, é correto afirmar que: senta as normas mais conhecidas e
a) O Gestor Ambiental desempenha utilizadas no mundo:
atividades técnico/administra- a) FSC e ISO.
tivas nas esferas estaduais e b) ONG e ISO.
municipais. c) ISO e BID.
b) A FEPAM, CETESB e IAP são órgãos d) Selo AQUA e FSC.
públicos de atuação do Gestor e) LEED e FSC.
Ambiental nos municípios. 5. Em se tratando de políticas am-
c) A ANA é uma instituição de bientais internacionais, existe um
atuação do Gestor Ambiental a documento de maior repercussão
nível federal. criado em uma Conferência Brasileira.
d) O Primeiro Setor corresponde as De acordo com o texto a alternativa
organizações não governamen- que responde corretamente essa
tais e sem fins lucrativos. questão é:
e) O Gestor atuando a nível muni- a) Acordo Global sobre Sustentabili-
cipal pode trabalhar também em dade na COP 21.
empresas privadas ou de parceria b) PNRS na ECO-92.
publica-privadas. c) Protocolo de Montreal na ECO-92.
3. Marque a alternativa que apresenta d) Protocolo de Kyoto na COP 21.
corretamente a sigla e a descrição do e) Agenda 21 na ECO-92.
14 Introdução à gestão ambiental

A INFLUÊNCIA da certificação ISO 14001 nas empresas: gestão ambiental empresarial.


[2006]. Disponível em: <http://docplayer.com.br/5106756-A-influencia-da-certificacao-
-iso-14001-nas-empresas-gestao-ambiental-empresarial.html>. Acesso em: 20 ago. 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecno-
lógica. Catálogo Nacional de Cursos Superiores. Brasília, DF: Ministério da Educa-
ção, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=7931-cat-cur-sup-05-11-pdf&Itemid=30192>. Acesso
em: 25 ago. 2016.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Convenção de Basiléia. [2012]. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-perigosos/convencao-de-ba-
sileia>. Acesso em: 10 set. 2016.
CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA. Resolução n° 218, de 29 jun 1973.
Brasília, DF, 1973. Disponível em: <http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.
asp?idEmenta=266>. Acesso em: 20 ago. 2016.
CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA. 4ª Região. Resolução normativa nº 36, de 25/04/1974. Pi-
nheiros, SP, 1974. Disponível em: <http://www.crq4.org.br/resolucao_normativa_n_36__
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FLORIANO, E. P. Políticas de gestão ambiental. 3. ed. rev. Santa Maria, RS: UFSM, 2007. Dispo-
nível em: <http://coral.ufsm.br/dcfl/seriestecnicas/serie7.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2016.
GONÇALVES, A. G. C. Órgãos ambientais do Brasil: federais e estaduais. 27 nov. 2010. Dis-
ponível em: <http://diariodoverde.com/orgaos-ambientais-do-brasil-federais-e-estadu-
ais/>. Acesso em: 20 ago. 2016.
VEIGA, M. M. A competitividade e a gestão ambiental internacional de resíduos sólidos
perigosos. Revista Pesquisa & Desenvolvimento Engenharia de Produção, Itajubá, MG, n. 4, p.
67-80, fev. 2005. Disponível em: <http://docplayer.com.br/17158181-A-competitividade-
-e-a-gestao-ambiental-internacional-de-residuos-solidos-perigosos.html>. Acesso em:
25 ago. 2016.
VIRTUOSO, J. C. Desenvolvimento, gestão ambiental e sustentabilidade: compreendendo
o novo paradigma. Revista Espaço Acadêmico, Florianópolis, n. 38, jul. 2004. Disponível em:
<http://www.espacoacademico.com.br/038/38cvirtuoso.htm>. Acesso em: 25 ago. 2016.

Leituras recomendadas
INDICADORES ambientais para uma globalização sustentável. [201-?]. Disponível em:
<http://livros01.livrosgratis.com.br/mre000099.pdf>. Acesso em: 10 set. 2016.
SABBAGH, R. B. Gestão ambiental. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 2011. (Ca-
dernos de Educação Ambiental, 16). Disponível em: <http://www.ambiente.sp.gov.br/
wp-content/uploads/2011/10/16-GestaoAmbiental.pdf>. Acesso em: 10 set. 2016.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir apresenta os três setores de atuação do gestor público: público, privado e
organizações não governamentais (ONGs).

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Quanto à atuação do profissional de gestão ambiental em âmbito regional e federal,


ela pode ser realizada em três instâncias (primeiro, segundo e terceiro setor). Quais
são eles de acordo com as alternativas a seguir?

A) Órgãos públicos, empresas privadas e organizações não governamentais (ONGs).

B) Nacional, estadual e primeiro setor.

C) Governamental, ONGs e terceiro setor.

D) Empresas, segundo setor e ONGs.

E) Pessoa física, pessoa jurídica e parcerias público-privadas.

2) Particularmente sobre o primeiro setor, assinale a alternativa correta.

A) O gestor ambiental desempenha atividades técnico-administrativas nas esferas estaduais e


municipais.

B) A Fundação Ambiental de Proteção Ambiental (FEPAM), a CETESB e o Instituto


Ambiental do Paraná (IAP) são órgãos públicos de atuação do gestor ambiental nos
municípios.

C) A Agência Nacional das Águas (ANA) é uma instituição de atuação do gestor ambiental
em âmbito federal.

D) O primeiro setor corresponde às organizações não governamentais e sem fins lucrativos.

E) O gestor atuando em âmbito municipal pode trabalhar também em empresas privadas ou


de parceria público-privadas.

3) Marque a alternativa que apresenta corretamente a sigla e a descrição do organismo


internacional que norteia a atuação do gestor ambiental em âmbito mundial.

A) ONU - International World Wide Fund for Nature.

B) BID - Banco Mundial.

C) OMC - Organização Mundial do Comércio.

D) ONG - Organização das Nações Unidas.

E) ISO - Organização Internacional para a Sustentabilidade.

4) O gestor ambiental atuando nas empresas privadas necessita interagir com órgãos
internacionais para o atendimento de normas e certificações. Marque a alternativa
que apresenta as normas mais conhecidas e utilizadas no mundo.

A) FSC e ISO.
B) ONG e ISO.

C) ISO e BID.

D) Selo AQUA e FSC.

E) LEED e FSC.

5) Quanto às políticas ambientais internacionais, existe um documento de maior


repercussão criado em uma Conferência Brasileira. De acordo com o texto, qual
alternativa responde corretamente essa questão?

A) Acordo Global sobre Sustentabilidade na COP 21.

B) PNRS na ECO-92.

C) Protocolo de Montreal na ECO-92.

D) Protocolo de Kyoto na COP 21.

E) Agenda 21 na ECO-92.

NA PRÁTICA

Agnes, gestora ambiental, passou em um concurso público para fiscal do IBAMA. Em sua
primeira ação de fiscalização ambiental, foi chamada para integrar uma equipe que irá
acompanhar o Projeto Arara Azul na Amazônia brasileira.

No entanto, chegando no local, a equipe se deparou com a terrível realidade da caça ilegal e do
tráfico de animais nessa região, e indicou a realização de um plano de ação com medidas de
controle para solucionar ou amenizar o problema.

Visando diminuir a incidência dessa prática de crime ambiental, Agnes sugere as seguintes
ações:

O IBAMA é um dos órgãos de atuação do gestor ambiental que tem fundamental importância
para o meio ambiente no Brasil.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Política Nacional do Meio Ambiente

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

O Trabalho e as Organizações - Atuações a partir da Psicologia


Leia o item O Sistema de Gestão Ambiental (página 188) e os Quadros 6.2, 6.3 e 6.4.

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