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NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Coordenação Pedagógica – IBRA

DISCIPLINA

POLÍTICAS PÚBLICAS
PARA
SUSTENTABILIDADE
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..............................................................................................……………... 03

1 SUSTENTABILIDADE – BREVE HISTORICO .....................................………………. 05

2 POLÍTICAS PÚBLICAS .........................................................……...…………............. 08

3 FUNDAMENTOS DO ESTADO SOCIOAMBIENTAL ..........................……………….. 15

4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .................................……….. …..……………….. 22

5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO POLÍTICA PÚBLICA ......……………..……………….. 26

REFERÊNCIAS CONSULTADAS …………………………………………….……………….. 29


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INTRODUÇÃO

Prezados alunos,

Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação e


consequente capacitação daqueles que se candidataram à está Pós-Graduação,
procurando referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis
ao curso.

As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal,
opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos educacionais,
mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou aquela vertente,
estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e provado pelos
pesquisadores.

Apesar de o curso possuir objetivos claros, positivos e específicos, nos colocamos


abertos para críticas e para opiniões, pois somos conscientes que nada está pronto e
acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar nosso trabalho.

Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, você é livre


para estudar do melhor modo que possa. Este arranjo preserva a sua individualidade
impondo, uma responsabilidade imperativa. Organize-se, lembrando que: aprender
sempre, refletir sobre a própria experiência se somam, e que a educação é demasiado
importante para nossa formação e para o bem-estar dos pacientes.

A presente apostila tem como proposito oferecer um conteúdo abrangente de


políticas públicas para sustentabilidade que contempla definições de política pública,
sustentabilidade e desenvolvimento, bem como o detalhamento dos mesmos.

Neste intuito apresentamos um compendio de conhecimento necessários à


compreensão das políticas públicas em sustentabilidade, analise e proposição de medidas.
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A apostila agrupa de maneira ordenada a síntese do pensamento de vários autores


cuja obra que entendemos serem as mais importantes para a disciplina. Sendo fruto de
exaustiva pesquisa bibliográfica, cujas fontes são colocadas ao fim da apostila
possibilitando ao aluno, conforme sua necessidade e disposição, o amplio de seus
conhecimentos.
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1. SUSTENTABILIDADE – BREVE HISTORICO

Antes ignoradas nos planos de desenvolvimento das nações, as questões


ambientais, passaram a ser observadas com mais cuidado pelos governantes a partir da
década de 1970, e foram especialmente impulsionadas pelos eventos internacionais
informados a seguir.

O Clube de Roma – 1972

Uma das mais influentes e conceituadas organizações não governamentais.


Formada em 1968, reunia-se para debater diversos temas de cunho político, econômico,
ambiental e desenvolvimentista. É nessa época que o Clube de Roma publica o relatório
Os limites do crescimento, encomendado ao Massachusset Institute of Tecnology (MIT).
Este relatório preconizava o desenvolvimento zero – o congelamento do
crescimento econômico das nações, na fase em que se encontrava à época - o que era
cômodo para os países desenvolvidos, porém contrário aos interesses dos
subdesenvolvidos, caso do Brasil.
O documento tratava essencialmente de temas já então considerados cruciais
para o futuro da humanidade: energia, poluição, saneamento, saúde, ambiente, tecnologia
e crescimento populacional, dentre outros. Previa um colapso total do sistema global entre
o início e a metade do século XXI, caso não fossem adotadas medidas corretivas urgentes
para evitar uma tragédia ecológica mundial.

A Conferência sobre Meio Ambiente em Estocolmo - 1972

Realizada em Estocolmo (Suécia), a Conferência das Nações Unidas sobre o


Homem e o Meio Ambiente reuniu diversos chefes de Estado para debaterem sobre o
meio ambiente e o desenvolvimento do planeta. A conferência foi marcada pela polêmica
gerada pelo documento do Clube de Roma e pela formação de dois blocos de países: os
que defendiam o desenvolvimento zero (países desenvolvidos) e os que defendiam o
desenvolvimento a qualquer custo (países subdesenvolvidos).
O Brasil, nesta ocasião, tomara partido claramente, a posição brasileira já no
período pré-Estocolmo defendia o desenvolvimento econômico como a forma de correção
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dos desequilíbrios ambientais e sociais. Portanto, as considerações ambientais deveriam


ser incorporadas ao processo de desenvolvimento integral, sem prejuízo do
desenvolvimento econômico (BRASIL, 1991, apud CORBUCCI, 2003, p.75)
A crise petrolífera da década de 1970 desviará temporariamente as atenções
dessas discussões. No Brasil, possivelmente em resposta às questões levantadas na
Conferência, cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), em 1973, vinculada
ao Ministério do Interior e, em 1981, publica-se a Lei nº 6.938, de Política Nacional do
Meio Ambiente (PNMA).
Esta lei criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), composto pelo
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). No entanto, estes instrumentos só
entraram em atividade em 1984.

A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da


ONU – 1983/1987

Em 1983, mais de dez anos após a conferência da Suécia, a ONU encarrega uma
comissão que, sob a presidência de Gro Harlem Brundtland, primeira ministra da Noruega,
apresentará, em 1987, o relatório Nosso Futuro Comum. Este relatório, além de buscar
abrandar os efeitos antagônicos provocados em Estocolmo, preconizava a conciliação
entre o desenvolvimento e o meio ambiente pela implementação de uma concepção de
desenvolvimento sustentável.
Definiu-se desenvolvimento sustentável, então, como aquele “que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem as suas próprias necessidades” (CARVALHO, 2007, p. 509).
A Constituição Federal de 1988 inseriu os princípios do desenvolvimento
sustentável em seu artigo 225. Em 1989, cria-se o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), reunindo nele as competências dos demais
órgãos setoriais de meio ambiente extintos, como o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal (IBDF), a Superintendência de Desenvolvimento da Borracha (SUDHEVEA), a
Superintendência de Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE) e a SEMA. Este fato aparenta
ter sido uma resposta governamental às fortes pressões ambientalistas internas e externas
e que culminaram com o assassinato de Chico Mendes, em 1988.
Tendo em vista, ainda, a conferência da ONU que aconteceria no Rio de Janeiro,
recria-se, em 1990, a Secretaria Especial do Meio Ambiente, desta feita ligada à
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Presidência da República, o que aparentemente lhe dava maior importância.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento


(CNUMAD) - 1992

Conhecida como ECO-92 e RIO-92, realizada na cidade do Rio de Janeiro (Brasil),


foi considerada a primeira reunião expressiva de chefes de Estado após o término da
Guerra Fria e caracterizou-se pelo diálogo, a prevalência dos interesses gerais sobre os
individuais, a intensa participação das ONG e o papel que passaram a exercer, a partir daí,
como fiscalizadoras do cumprimento das ações da Agenda 21.
Os seguintes documentos originaram-se neste evento: Declaração do Rio, Agenda
21 e Declaração de Princípios sobre as Florestas. Também se aprovou a realização de
outras duas convenções: a do Quadro sobre Mudanças Climáticas e a da Diversidade
Biológica. No Brasil, uma das repercussões deste evento foi a extinção da Secretaria
Especial do Meio Ambiente da Presidência da República e a criação do Ministério do Meio
Ambiente (MMA), em 1992.

A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de Johanesburgo –


2002

Realizada na África do Sul, também chamada RIO+10, reafirmou os


compromissos da conferência anterior. Possibilitou que os líderes ali reunidos acordassem
regras históricas para o desenvolvimento social, a proteção ambiental e o desenvolvimento
econômico em bases sustentáveis no âmbito local, regional, nacional e global.
Produziu a Declaração de Johanesburgo e o Plano de Implementação, porém
apresentou poucos resultados práticos. O JUSCANZ (Japão, Estados Unidos, Canadá,
Austrália e Nova Zelândia), grupo liderado pelos norte-americanos e apoiado pelos países
árabes, grandes produtores de petróleo, boicotou, entre outras, as propostas do Brasil e da
União Européia sobre energia (a energia solar, a eólica, a geotermal, a das pequenas
hidrelétricas e a da biomassa).
Todos esses grandes eventos de cunho internacional vão repercutir sobre a
agenda das políticas públicas brasileiras, transformando o desenvolvimento sustentável
numa das principais metas do poder público. Eis que surgem, nesta conjuntura, as
chamadas políticas públicas ambientais.
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2. POLÍTICAS PÚBLICAS

Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos


governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a participação, direta ou indireta, de
entes públicos ou privados que visam assegurar determinado direito de cidadania para
vários grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou
econômico. Ou seja, correspondem a direitos assegurados na Constituição.
As políticas públicas, são a soma das atividades dos governos, que agem
diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Pode-se
considerar as Políticas Públicas como "o que o governo escolhe fazer ou não fazer".
Vargas Velasques define o termo como "conjunto de sucessivas iniciativas, decisões e
ações do regime político frente a situações socialmente problemáticas e que buscam a
resolução delas, ou pelo menos trazê-las a níveis manejáveis". Uma política pública pode
tanto ser parte de uma política de Estado ou uma política de governo.
Política de Estado é toda política que independente do governo e do governante
deve ser realizada porque é amparada pela constituição.
Política de governo pode depender da alternância de poder. Cada governo tem
seus projetos, que por sua vez se transformam em políticas públicas.
Como exemplo dessa distinção, tem se a política externa do país que deve ser
uma política de Estado, ou seja, uma política orientada por ideais que transcendem
governos e que se mantêm no longo prazo. Políticas públicas eficientes que têm
continuidade de um governo para outro podem se transformar em política de Estado.
Para Maria Paula Dallari Bucci, políticas públicas são programas de ação
governamental visando a coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades
privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente
determinados. Políticas públicas são metas coletivas conscientes e, como tais, um
problema de direito público, em sentido lato.
A definição mais conhecida continua sendo a de Laswell: decisões e análises
sobre política pública implicam, em linhas gerais, responder as questões: quem ganha o
quê, por quê e que diferença faz. (Souza, 2006).
A Política Pública possui dois elementos fundamentais:
a) Intencionalidade pública – motivação para o estabelecimento de ações para
tratamento ou para resolução de um problema;
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b) Problema público – diferença entre uma situação atual vivida (status quo) e
uma situação ideal possível à realidade coletiva.

Figura 1 – Representação gráfica do problema


Política Pública é um conceito abstrato, isso requer um esforço intelectual para
conseguir torna-lo concreto, palpável. Podemos comparar a Política Pública a alma e para
tomar forma, precisa de um corpo. As políticas públicas ‘tomam forma’ por meio de
programas públicos, projetos, leis, campanhas publicitárias, esclarecimentos públicos,
inovações tecnológicas e organizacionais, subsídios governamentais, rotinas
administrativas, decisões judiciais, coordenação em rede atores, gasto público direto,
contratos com stakeholders dentre outros. Alguns exemplos tornarão tudo isso mais claro:
Saúde: programa de distribuição gratuita de preservativos em parceria com
Sistema Único de Saúde (SUS) e Organizações Não-Governamentais locais;
Educação: programa de reforço escolar para alunos com dificuldades em
Matemática do ensino fundamental do estado de Roraima;
Economia: regime de câmbio flutuante definido pelo Banco Central, que permite
que a taxa de cambio varie de acordo com a oferta e a demanda de moeda estrangeira;
Justiça e cidadania: portaria emitida pelo Juiz da Comarca do município de
Paineiras do Sul, no Paraná, que proíbe o funcionamento de bares e restaurantes após às
22h em dias de semana.
A maioria dos modelos de análises se inspiram no modelo sugerido por Theodore
J. Lowi, no qual as políticas públicas são divididas em 5 tipos:
1. Políticas Distributivas
2. Políticas Constitutivas ou de infraestrutura
3. Políticas Regulamentares
4. Políticas Redistributivas
5. Políticas Específicas

As políticas distributivas não consideram a limitação dos recursos públicos e


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buscam privilegiar não a sociedade como um todo, mas uma parcela da população. Um
risco iminente advindo das políticas distributivas é a ocorrência do que conhecemos como
clientelismo, Assistencialismo etc.
Por meio das Políticas Públicas redistributivas é que se alocam bens ou
serviços a segmentos específicos da sociedade mediante recursos que são extraídos de
outros grupos específicos.
Políticas Públicas regulatórias são as mais facilmente identificadas e envolvem
prioritariamente os policymakers, a administração pública e a burocracia estatal, além de
outros grupos de interesse. As políticas regulatórias conformam-se em ordens e
proibições, decretos e portarias.
Políticas Públicas constitutivas são as políticas que estabelecem as ‘regras do
jogo’, as normas e procedimentos a partir das quais devem ser formuladas e
implementadas outras políticas.
Políticas Públicas Específicas, são aquelas voltadas ao atendimento demandas
especiais de determinados grupos da sociedade. Por exemplo, indígenas, quilombolas e
minorias em geral.

Arenas de Políticas Públicas

São espaços dedicados a debates, disputas ou mesmo contendas políticas. Este


espaço pode ser virtual (campanhas políticas) real (debates televisionados) ou midiático
(onde os políticos/candidatos são notícia, compram espaço ou usam os direitos
constitucionais para defenderem-se de eventuais acusações).

Ciclo das Políticas Públicas

As Políticas Públicas são um sistema (conjunto de elementos que se interligam,


com vistas ao cumprimento de um fim: o bem-comum da população a quem se destinam),
ou mesmo como um processo, pois tem ritos e passos, encadeados, objetivando uma
finalidade.
Tais ritos e (ou) passos, normalmente estão associados à passos importantes
como a sua concepção, a negociação de interlocutores úteis ao desenvolvimento
(técnicos, patrocinadores, associações da sociedade civil e demais parceiros
institucionais), a pesquisa de soluções aplicáveis, uma agenda de consultas públicas (que
é uma fase importante do processo de legitimação do programa no espaço público
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democrático), a eleição de opções razoáveis e aptas para o atingimento da finalidade, a


orçamentação e busca de meios ou parceiros para o suporte dos programas, oportunidade
em que se fixam os objetivos e as metas de avaliação. Finalmente, a implementação direta
e/ou associada, durante o prazo estimado e combinado com os gestores e financiadores, o
monitoramento (acompanhamento e reajustamento de linhas - refinamento) e a sua
avaliação final, com dados objetivamente mensuráveis.
As atividades das políticas não ocorrem em “estágios”, com uma progressão linear
de um para o outro. Ao contrário, são conjuntos de atividades discretas, embora inter-
relacionadas, em que os gestores públicos podem se envolver para alcançar os objetivos
das políticas da sua sociedade e do seu governo.

Definição da Agenda.

A política pública se inicia quando a agenda é definida. A menos que um problema


entre para a agenda do governo, nada será feito a respeito dele. O motivo pelo qual uma
questão passa a ser vista como um problema, envolve processos sociais e políticos
complexos, bem como circunstâncias dinâmicas, tais como o surgimento de uma crise e os
complicados papéis dos gestores públicos na definição de agenda.
A fim de minimizar os efeitos desses fatores, os gestores públicos precisam de
uma base sólida de conhecimento, forte capacidade analítica e uma estratégia bem
elaborada, mas flexível.
Incluir um problema na agenda de políticas públicas do governo é apenas um
começo. O problema precisa passar por mais duas etapas – a de formulação de políticas e
a de tomada de decisão.

Figura 1 – Esquema do Ciclo de Política Pública


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Formulação de Políticas Públicas

A formulação de políticas públicas se refere ao processo de gerar um conjunto de


escolhas de políticas plausíveis para resolver problemas. Nessa fase do processo, uma
gama de potenciais escolhas de políticas é identificada e uma avaliação preliminar da sua
viabilidade é oferecida.

Tipos de opções de políticas públicas

Alternativas incrementais: são opções de políticas marginalmente diferentes do


status quo;

Alternativas fundamentais: representam uma mudança significativa do status quo


em termos das ideias que elas incorporam, dos interesses a que servem e dos
instrumentos de políticas que propõem.

A experiência mostra que há uma forte tendência à escolha de alternativas


incrementais na formulação de políticas. Isso acontece por várias razões. Primeiro, porque
as alternativas fundamentais requerem várias mudanças nas políticas existentes, exigindo
informações sobre o impacto de tais mudanças, e isto é mais difícil de obter. Como
resultado, essas alternativas têm mais chances de serem deixadas de lado, pela alegação
de que “não são comprovadas” ou de que não se têm evidências de sua eficácia.
Segundo, as alternativas fundamentais envolvem um risco relativamente elevado
para os formuladores de políticas por causa de maiores incertezas de modo geral. Logo,
implicam maior grau de risco do que aos orçamentos, a sociedade, reputações políticas e
administrativas se algo ocorrer de forma errada. Terceiro, alternativas incrementais
consomem menos recursos, porque acordos financeiros, de pessoal e organizacionais por
vezes já estão instituídos e só precisam ser “ajustados” para implementar as alterações
propostas. E por último, as características de organizações grandes e complexas – a
fragmentação, a inércia, a burocracia e metas conflitantes – tendem a ser fortemente
inclinadas para a preservação da situação dada.

Instrumentos de políticas públicas

As ferramentas de políticas públicas, também conhecidas como instrumentos de


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políticas ou instrumentos de governo, são os meios ou dispositivos que os governos de


fato usam para implementar políticas. As ferramentas de políticas públicas dividem-se em
duas categorias principais, dependendo do grau de recursos privados ou da autoridade
pública que contam para sua eficácia.

a) Instrumentos privados: envolvem pouca ou nenhuma atividade (ou


participação) direta do governo, com base na crença de que uma solução
é/ou será fornecida, de forma mais eficiente e/ou efetiva, por atores
privados apenas.
b) Instrumentos públicos: são apoiados pela soberania do Estado e/ou
informações que residem dentro dos governos e são direcionados pelos
formuladores de políticas públicas para certos tipos de atividades, ligadas à
resolução esperada dos problemas de políticas.

As partes envolvidas nos conflitos são chamados de atores políticos. Porém nem
sempre as Políticas Públicas emergem de conflitos. Elas são, no fundo, um processo, com
múltiplos atores sociais, que atuam de modo concertado. Daí o termo "concertação" muitas
vezes encontrado na literatura sobre o tema.
Quando atuam em conjunto, esses atores, tendo sido estabelecido um projeto a
ser desenvolvido onde estão claras as necessidade e obrigações das partes chegam a um
estágio de harmonia que viabiliza a política pública. (Ferreira, 2008)

Atores Públicos Políticos Eleitos, Burocratas, Tecnocratas, deputados e outros

Atores Privados Empresários, trabalhadores etc.

Para Pasquino existem várias maneiras principais dos atores que formulam
políticas públicas interagirem entre si. Um desses modelos é o governo de partido, ou
Party Government, em que o papel decisor é atribuído a intervenientes de origem
partidária, responsáveis perante os dirigentes dos partidos de os controlar e substituir.
Assim, ainda que não sejam atores exclusivos e dominantes na produção de políticas
públicas, estes e os seus representantes estão sempre presentes em posições de revelo
nos diversos modelos de Party Government.
Segundo o mesmo autor, as políticas públicas podem ainda ser criadas através de
“Triângulos de Ferro”, cujos três agrupamentos principais de atores são: os grupos de
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interesse; os serviços burocráticos e administrativos e as comissões parlamentares,


existindo uma sólida relação entre eles. Os triângulos podem ser numerosos e difusos
existindo pelo menos um triângulo de ferro para cada área das políticas públicas e
distinguem-se das “Issue Networks” na medida em que estas consistem numa maior
abertura a uma série de participantes. Aqui, passa a existir uma certa aliança entre
diversos grupos de interesse e indivíduos que se unem para promover uma causa para
influenciar as políticas públicas.
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3. FUNDAMENTOS DO ESTADO SOCIOAMBIENTAL

Do entendimento de que a positivação dos direitos de terceira dimensão e o


direito/dever à proteção dos direitos coletivos colaborou para a configuração do Estado
Socioambiental, surge a necessidade de analisarmos melhor o direito fundamental ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações, previsto no
art. 225 da CF, bem como os princípios da solidariedade e da sustentabilidade,
estruturantes do Estado Socioambiental.

O Direito Fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

O Estado Socioambiental fundamenta-se, basicamente, no direito fundamental à


vida, que depende de um meio ambiente saudável e equilibrado para se manter. Todavia,
antes de adentrarmos na problemática do direito fundamental ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado cabe esclarecer a discussão acerca da perspectiva
antropocêntrica e ecocêntrica do Direito Ambiental.
Na visão antropocêntrica, a principal finalidade do direito ambiental seria a de
preservar a vida humana, já na visão ecocêntrica, o foco principal é a defesa do próprio
ambiente e da natureza. Nos anos 70, a legislação de defesa do meio ambiente tinha um
enfoque basicamente antropocêntrico, mas, atualmente, tem havido uma mudança de
entendimento, onde se considera que o homem também é parte da natureza e é
justamente este o entendimento trazido pela Constituição Federal de 1988, a de um
antropocentrismo alargado que assegura a todos o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado e ao mesmo tempo que impõe o dever de proteção e
conservação para as futuras gerações, tanto para o Estado quanto para os
cidadãos.(BIRNFELD, 2013)
A Constituição de 1988 foi a única a tratar de forma explícita a proteção ambiental,
consagrando o meio ambiente tanto como direito dos cidadãos, quanto como fim e tarefa
do Estado.
José Rubens Morato Leite e Germana Parente Neiva Belchior (2014) afirmam que
o antropocentrismo alargado centraliza a preservação do meio ambiente na garantia da
dignidade do homem, negando a visão estritamente econômica do ambiente, considerando
o homem como um ser racional que vê uma autonomia do ambiente como requisito para a
sobrevivência humana. Nesse contexto, Ingo Wolfgang Sarlet (2014, p. 24) menciona que
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a Constituição de 1988 é claramente antropocêntrica, vez que consagra a dignidade


humana como um princípio basilar, todavia, atualmente, fala-se em “antropocentrismo
ecológico” ou alargado, o que significa dizer que o Princípio da sustentabilidade consagra
tanto o âmbito ambiental, quanto o âmbito econômico e social.
Assim, ainda que a proteção constitucional ambiental são esteja totalmente
separada da doutrina antropocêntrica, nota-se que legislador constituinte buscou atribuir
ao meio ambiente uma dimensão diferenciada do conceito meramente unitarista.
O Direito ao meio ambiente equilibrado, previsto no art. 225 da Constituição
Federal, estabelece quatro aspectos à serem observados pelos interpretes do Direito,
quais sejam: uma relação jurídica entre o sujeito e o bem ambiental; o bem ambiental é de
uso comum do povo e é essencial para a qualidade de vida; coletividade e poder público
tem comum dever de defender o bem ambiental; e tal defesa deve se estender às futuras
gerações (BIRNFELD, 2013).
José Afonso da Silva (1997) entende que a preservação do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico é uma forma de realizar os demais direitos fundamentais da pessoa
humana, pois a qualidade do meio ambiente está diretamente ligada à qualidade de vida.
Morato Leite (2012, p. 23-24) nos ensina que a proteção ao meio ambiente tem
alguns objetivos, quais sejam, propiciar maior compreensão do objeto estudado, qual seja:
o meio ambiente. Viabilizar o desenvolvimento de um conceito de direito ambiental
integrativo, estimular a formação da consciência ambiental, indispensável para o exercício
da responsabilidade compartilhada e a participação pública nos processos ambientalmente
relevantes. Favorecer a institucionalização de mecanismos mais compatíveis com a
natureza diferenciada dos problemas ambientais, priorizando a gestão de riscos que
possam comprometer significativamente a qualidade do meio ambiente. Possibilitar a
juridicização de instrumentos capazes de garantir um nível de proteção adequado ao meio
ambiente, fortalecendo os enfoques: preventivo e de precaução.
Dentro dos objetivos mencionados, principalmente no que diz respeito à
compreensão do meio ambiente, o legislador constituinte não particulariza os seus
elementos constitutivos, entretanto, mesmo antes da Constituição de 1988 a legislação
ordinária já nos fornecia um conceito de meio ambiente, como, por exemplo, o conceito
trazido no art. 3º, inciso I, da Lei nº 6.938/1981 que entende como meio ambiente “o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Além das previsões do art. 225, a Constituição, no Capítulo que trata da Ordem
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Econômica e Social, ratifica o dever de proteção ambiental. Habitualmente o conceito que


tínhamos de desenvolvimento econômico era de uma “forma degradadora e poluidora,
sem qualquer preocupação com a sustentabilidade ambiental dos recursos utilizados”,
posteriormente, a Constituição passou a estabelecer uma “obrigatoriedade da preservação
do meio ambiente, possibilitando inclusive um tratamento diferenciado”, assim, percebe-se
que o dever de proteção ao meio ambiente não se esgota no art. 225. (BIRNFELD, 2013,
p. 61)
De igual maneira, o constituinte protegeu as atuais e as futuras gerações,
estabelecendo entre elas um compromisso de solidariedade intergeracional. Assim
chegamos ao próximo tópico do trabalho que abordará os Princípios da solidariedade e da
sustentabilidade.

Princípios da Solidariedade e da Sustentabilidade no contexto ambiental

Pela ótica da economia, temos que o desenvolvimento sustentável propõe uma


exploração harmônica dos recursos naturais, a fim de se satisfaçam as necessidades da
geração presente, sem que os interesses das gerações futuras restem comprometidos.
(SILVA, 2003)
Assim, levando-se em conta o Princípio do desenvolvimento sustentável, temos
que a defesa do meio ambiente está positivada em nossa Constituição, claramente, como
limitadora da atividade econômica, nesse sentido, o tratamento diferenciado de acordo
com o impacto ambiental, previsto no art. 170 da Constituição, pode ser entendido como
uma tributação extrafiscal, diferenciada e moldada de acordo com os comportamentos
econômicos voltados para a preservação ambiental.
No âmbito do Direito Interacional o desenvolvimento sustentável, que assegure o
desenvolvimento da atual geração sem prejuízos para o desenvolvimento das futuras
gerações também está firmado pela Assembleia Geral da ONU, de 1982, pela Declaração
de Estocolmo, de 1972, pela Declaração do Rio e pela Agenda 21. (BIRNFELD, 2013)
Juarez de Freitas (2011, p. 41) explica que a sustentabilidade pode ser
representada por cinco dimensões interligadas, quais sejam: ambiental, econômica, social,
jurídico-política e ética. A harmonia destas cinco dimensões garante o desenvolvimento
sustentável que supre as necessidades das gerações atuais, sem comprometer o
suprimento das necessidades das gerações futuras, logo, a plena realização do Princípio
da sustentabilidade tende a garantir a solidariedade intergeracional.
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Semelhante a esta visão de sustentabilidade, o autor Ignacy Sachs (1927,


economista polonês, naturalizado francês) deixa escancarado que se deve ter uma visão
holística dos problemas da sociedade, e não focar apenas na gestão dos recursos
naturais. É pensar em algo muito mais profundo, que visa uma verdadeira metamorfose do
modelo civilizatório atual.
As cinco dimensões do eco desenvolvimento, segundo Ignacy Sachs (1993). (Mais
recentemente, Sachs passou a considerar 8 dimensões, lei sobre elas aqui: Dimensões da
sustentabilidade). Todo o planejamento de desenvolvimento precisa levar em conta,
simultaneamente, as seguintes cinco dimensões de sustentabilidade:

1. Social, que se entende como a criação de um processo de desenvolvimento que


seja sustentado por um outro crescimento e subsidiado por uma outra visão do que seja
uma sociedade boa. A meta é construir uma civilização com maior equidade na
distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos
ricos e dos pobres.

2. Econômica, que deve ser tornada possível através da alocação e do


gerenciamento mais eficiente dos recursos e de um fluxo constante de investimentos
públicos e privados. Uma condição importante é a de ultrapassar as configurações
externas negativas resultantes do ônus do serviço da dívida e da saída líquida de recursos
financeiros do Sul, dos termos de troca desfavoráveis, das barreiras protecionistas ainda
existentes no Norte e do acesso limitado à ciência e tecnologia. A eficiência econômica
deve ser avaliada em termos macrossociais, e não apenas através do critério da
rentabilidade empresarial de caráter microeconômico.

3. Ecológica, que pode ser melhorada utilizando-se das seguintes ferramentas:

 Ampliar a capacidade de carga da espaçonave Terra, através da


criatividade, isto é, intensificando o uso do potencial de recursos dos
diversos ecossistemas, com um mínimo de danos aos sistemas de
sustentação da vida;

 Limitar o consumo de combustíveis fósseis e de outro recursos e produtos


que são facilmente esgotáveis ou danosos ao meio ambiente, substituindo-
os por recursos ou produtos renováveis e/ou abundantes, usados de forma
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não agressiva ao meio ambiente;

 Reduzir o volume de resíduos e de poluição, através da conservação de


energia e de recursos e da reciclagem;

 Promover a autolimitação no consumo de materiais por parte dos países


ricos e dos indivíduos em todo o planeta;

 Intensifica a pesquisa para a obtenção de tecnologias de baixo teor de


resíduos e eficientes no uso de recursos para o desenvolvimento urbano,
rural e industrial;

 Definir normas para uma adequada proteção ambiental, desenhando a


máquina institucional e selecionando o composto de instrumentos
econômicos, legais e administrativos necessários para o seu cumprimento.

4. Espacial, que de ser dirigida para a obtenção de uma configuração rural-urbana


mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial de assentamentos urbanos e
atividades econômicas, com ênfase no que segue:

 Reduzir a concentração excessiva nas áreas metropolitanas;

 Frear a destruição de ecossistemas frágeis, mas de importância vital,


através de processos de colonização sem controle;

 Promover a agricultura e a exploração agrícola das florestas através de


técnicas modernas, regenerativas, por pequenos agricultores, notadamente
através do uso de pacotes tecnológicos adequados, do crédito e do acesso
a mercados;

 Explorar o potencial da industrialização descentralizada, acoplada à nova


geração de tecnologias, com referência especial às indústrias de biomassa
e do seu papel na criação de oportunidades de emprego não-agrícolas nas
áreas rurais: nas palavras de M. S. Swaminatha “uma nova forma de
civilização baseada no uso sustentável de recursos não é apenas possível,
mas essencial” (McNeely et al. 1990: 10);
20

 Criar uma rede de reservas naturais e de biosfera, para proteger a


biodiversidade.

5. Cultural, incluindo a procura de raízes endógenas de processos de


modernização e de sistemas agrícolas integrados, processos que busquem mudanças
dentro da continuidade cultural e que traduzam o conceito normativo de eco
desenvolvimento em um conjunto de soluções específicas para o local, o ecossistema, a
cultura e a área.

O desenvolvimento econômico é indispensável para o crescimento de um país,


mas não se pode, jamais, em prol do desenvolvimento econômico, desprezar a
preservação ambiental e a justiça social, logo “a economia deve sim seguir seu curso sem
deixar ‘rastros’ de irresponsabilidade ambiental e social”. (BIRNFELD, 2013, p. 65) A partir
desta consciência de desenvolvimento sustentável, onde proteção ambiental e
desenvolvimento econômico caminham juntos em prol de uma melhora na qualidade de
vida dos cidadãos, surgiu o termo “eco desenvolvimento”.
O Estado é o instrumento adequado para atender as necessidades fundamentais
dos cidadãos e tem como fim a realização do bem-estar social, da segurança e da justiça.
Hodiernamente, superado o Estado-liberal, temos um Estado fundado na solidariedade
entre Público e Privado, que impõe dever de defesa e preservação do meio ambiente a
ambos, assim, a proteção ambiental ora aparece como direito, ora como dever.
Nesse sentido, temos que o “princípio da solidariedade é o fundamento teórico-
jurídico do Estado de Direito Ambiental, ou seja, um dos princípios fundantes do novo
paradigma estatal” (LEITE; BELCHIOR, 2014, p. 33). Assim, a proteção ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, consta como um dever de todos, do Estado, dos órgãos
Públicos e Privados, das pessoas físicas e jurídicas e não apenas para o bem-estar da
população atual, mas sempre garantindo o um meio ambiente igualmente saudável para
as futuras gerações. Logo, é a plena realização do Princípio da solidariedade, tanto no
contexto dos entes responsáveis, quanto no contexto da solidariedade intergeracional.
Segundo Klaus Bosselmann (2015, p. 18), “salta aos olhos que nossa
sobrevivência depende da habilidade de manter e respeitar a integridade ecológica da
Terra. Essa é a ideia principal do princípio da sustentabilidade”. Luís Paulo Sirvinskas
(2015, p. 144) define como finalidade de tal princípio a busca pela compatibilização do
atendimento das necessidades sociais e econômicas do homem com a necessidade de
21

preservação do meio ambiente, assegurando, assim, a subsistência de todas as formas de


vida na Terra, incluindo a humana.
O autor ainda complementa que a sustentabilidade prega pelo respeito da
capacidade de suporte do meio ambiente quando das tentativas de melhora na qualidade
de vida, ou seja, o declínio de fatores como a pobreza e a exclusão social e econômica
deve vir acompanhar a diminuição da degradação do meio ambiente.
O Estado Socioambiental é muito mais que um Estado Ecológico, um Estado
Ambiental ou um Estado Social, possui um contexto mais amplo onde a sustentabilidade
surge como um metaprincípio que deve ser projetado para todos os ambientes. (SARLET,
2014)
Confirmado que a sustentabilidade e a solidariedade são princípios basilares para
a efetivação do Direito Fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
como, são princípios estruturantes do Estado Socioambiental de Direito.
22

4. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento com sua sustentabilidade inerente voltada também para a


proteção do meio ambiente leva o nome de “desenvolvimento sustentável”. Branca Martins
da Cruz (2009) caracteriza o contexto de surgimento da ideia de desenvolvimento
sustentável como a época em que o avanço tecnológico, responsável pela globalização,
expôs de forma inegável a existência de tantos mundos diferentes em um só planeta, ou
seja, expôs quão complexa é a sociedade global atual, separada pelas diferenças
culturais, mas unida pelos mesmos desejos de crescimento econômico e exploração
irracional dos recursos naturais, assim como pela crescente tentativa de se exonerar de
responsabilidades que atravanquem o alcance de tais desejos. Cruz (2009, p. 4)
finaliza: “o desenvolvimento sustentável surge-nos assim como um imperativo categórico e
mostra-se indissociável de uma gestão adequada dos recursos naturais”.
Ingo Wolfgang Sarlet e Tiago Fernsterseifer (2014) enxergam o surgimento do
desenvolvimento sustentável como “o estabelecimento de uma nova ordem de valores que
devem conduzir a ordem econômica rumo a uma produção social e ambientalmente
compatível com a dignidade de todos os integrantes da comunidade político-estatal”, isto é,
uma ordem em que o desenvolvimento econômico obrigatoriamente contribui para a
melhoria da qualidade de vida. Para tanto, Terence Trennepohl (2010, p. 58) destaca que
precisam ser “observados os princípios científicos e as leis naturais que regem a
manutenção do equilíbrio dos ecossistemas”, visto que o básico precisa ser levado em
consideração, aquilo que a própria natureza já é capaz de demonstrar.
A partir de uma visão antropocêntrica, Guerra e Guerra (2014) afirmam que “o
princípio do desenvolvimento sustentável tem por conteúdo a manutenção das bases vitais
da produção e reprodução do homem e de suas atividades, garantindo igualmente uma
relação satisfatória entre os homens e destes com o seu ambiente”.
A finalidade de tal manutenção, segundo Guerra e Guerra (2014), é alcançar “o uso
adequado, racional e responsável dos recursos naturais para as gerações atuais e futuras”,
ou seja, garantir que as futuras gerações humanas possam desfrutar do meio ambiente na
23

mesma medida, ou similar, que a geração da atualidade. Nos termos de Bosselmann


(2015), o desenvolvimento sustentável é aquele “baseado na sustentabilidade ecológica a
fim de atender às necessidades das pessoas que vivem hoje e no futuro”.
Bosselmann (2015) ainda salienta que o núcleo do desenvolvimento sustentável
também conta com fortes aspectos sociais e econômicos, o que em nada deveria
atrapalhar suas ambições ecológicas, é justamente esta mistura que dá operacionalidade
ao conceito, somente com a ajuda de instrumentos sociais e econômicos é possível
preservar os sistemas ecológicos. Este aspecto integrativo é o que dá o caráter
“sustentável” ao desenvolvimento.
Ainda sobre os demais aspectos do desenvolvimento sustentável, Amado (2014)
destaca a acepção social do termo que consiste na justa repartição das riquezas naturais
do planeta, uma vez que não é razoável clamar pela preservação antes de assegurar o
acesso a tais recursos, ou seja, antes de assegurar o mínimo de dignidade humana para a
população em geral. Sarlet e Fernsterseifer (2014, p. 348) afirmam que um Estado
socioambiental garante necessariamente a regulação do mercado pelo Direito, ou seja,
o mais interessado em consolidar a justiça, mesmo motivo que legitima a conclusão de
que, nos termos de Sarlet e Fernsterseifer (2014, p. 130), “os princípios que regem o
desenvolvimento ambiental e socialmente sustentável devem pautar e vincular as condutas
públicas e privadas no seu trânsito pela ordem econômica”, sempre com o intuito de
garantir a prévia e justa distribuição de riquezas naturais.
Quanto ao tão discutido antagonismo dos termos desenvolvimento e
sustentabilidade, Machado (2014, p. 70) afirma que por muito tempo se fechou os olhos
para tal conflito, colocando-se de lado o interesse ambiental e destacando-se apenas os
aspectos econômicos em qualquer processo de tomada de decisões. Machado (2014, p.
70) repreende tal atitude: “a harmonização dos interesses em jogo não pode ser feita ao
preço da desvalorização do meio ambiente ou da desconsideração de fatores que
possibilitam o equilíbrio ambiental”.
Neste mesmo sentido, Amado (2014) defende que o desenvolvimento sustentável
deve decorrer da ponderação casuística entre o direito fundamental ao desenvolvimento e
o direito à preservação ambiental, utilizando-se para tanto o famoso princípio da
proporcionalidade.
Evidenciando a sustentabilidade enquanto núcleo do desenvolvimento, Cruz (2009)
explica que o objetivo deste é criar vínculos interoperacionais que permitam a utilização de
recursos naturais de forma racional e equilibrada, afastando o seu esgotamento ou
24

danificação irreversível, de maneira a defender a perenidade de tais recursos e o seu


usufruto por gerações vindouras.
A constante reafirmação deste núcleo conceitual, para Bosselmann (2015), é o que
vai permitir que “o desenvolvimento sustentável se torne o paradigma global da lei e
governança”.
Tratando sobre a distinção entre desenvolvimento sustentável e sustentabilidade,
Bosselmann (2015, p. 89) condena o uso dos termos como sinônimos e explica que o
primeiro tem o segundo como fundamento, isto é, o segundo é a base da essência do
primeiro. Nos termos de Bosselmann (2015): “o desenvolvimento sustentável deve ser
entendido como aplicação do princípio da sustentabilidade, e não o contrário”. Cruz (2009,)
ainda alerta para a possibilidade de encarar a sustentabilidade “como uma espécie de
limite, de travão necessário ao desenvolvimento, obrigando o crescimento econômico a
conciliar-se com a proteção e preservação ambientais”.
Focando agora na mais simples das finalidades econômicas, a obtenção de
lucro, Gilvan Luiz Hansen (2012, p. 319), a partir do raciocínio de que no capitalismo o
lucro é a ambição de todo e qualquer empreendimento, defende um reposicionamento de
finalidades decorrente do conceito plural de desenvolvimento sustentável, onde benefícios
sociais sejam consequências obrigatórias de todo empreendimento capitalista, sendo o
lucro apenas mais uma consequência, desta vez mais que merecida, e não como única
finalidade almejada em detrimento da manutenção do meio ambiente. Hansen (2012, p.
319) conclui: “a obtenção de lucros não pode ser justificativa para a destruição ambiental
nem para o esgotamento dos recursos naturais”.
Para Fink (2009, p. 111), “será sustentável o processo produtivo ou de consumo
que atenda ao equilíbrio ecológico e à preservação do meio ambiente”, isto é, os
produtores e consumidores precisam ser os primeiros a compreender o conceito de
desenvolvimento sustentável para que o processo deste se dê de forma eficaz.
Fink (2009, p. 114) acrescenta: “produtores e consumidores (e, por que não os
englobar todos na condição de cidadãos e agentes sociais e políticos?) devem
compreender integralmente o conceito de sustentabilidade, não apenas como postulado
teórico, mas como modus vivendi cotidiano e rotineiro”.
No Brasil, este raciocínio encontra-se cristalizado na Constituição Brasileira de
1988, mais especificamente em seu artigo 170, inciso VI, onde o legislador constitucional
incluiu a defesa do meio ambiente como um dos princípios da ordem econômica brasileira.
Fiorillo (2013) destaca a importância da previsão de tal princípio, uma vez que a
25

delimitação de parâmetros de livre concorrência e iniciativa é necessária para evitar o


desregramento do desenvolvimento econômico.
Fiorillo (2013) também aponta que a previsão perfaz um acerto do legislador
constitucional ao harmonizar a economia com a tentativa de amenizar a crise ecológica
global, visto que a degradação ambiental é capaz de gerar um momentâneo crescimento
econômico, mas um futuro e permanente declínio da capacidade econômica,
concomitantemente.
Acerca da previsão constitucional do princípio do desenvolvimento sustentável, são
variadas as opiniões doutrinárias. Uadi Lâmmego Bulos (2015) a enxerga como um claro
“limite ao exercício da livre iniciativa e da livre concorrência”. Paulo de Bessa Antunes
(2010) destaca o valor hierárquico de tal previsão, afirmando que resta “assentado que
licitude constitucional de qualquer atividade fundada na livre iniciativa está,
necessariamente, vinculada à observância do respeito ao meio ambiente”. Já Fiorillo e
Thaís Carmo (2009) assinalam que tal previsão “visa à satisfação dos preceitos
fundamentais descritos no art. 1º da Carta Maior, destacando-se o fundamental princípio da
dignidade da pessoa humana”.
Quanto à correta interpretação do princípio, Fiorillo e Carmo (2009, p. 60) afirmam
ser evidente o seu caráter prevencionista, ou seja, possui o intuito de impedir que
atividades econômicas sejam desenvolvidas em completa dissonância da certeza da
finitude dos recursos naturais. Fiorillo (2013) ainda afasta a ideia de que o princípio impede
o desenvolvimento econômico com o argumento de que todo empreendimento gera
alguma degradação ambiental, o princípio apenas busca amenizar ou neutralizar esta.
Seguindo este mesmo pensamento, Sirvinskas (2010, p. 185) explica: “não se pode perder
de vista que o Brasil precisa crescer, e sem crescimento haverá estagnação e
empobrecimento geral. O poder aquisitivo cai e, consequentemente, a qualidade de vida
em todos os níveis”.
Sobre a forma como o desenvolvimento sustentável foi aos poucos encontrando
espaço nos ordenamentos jurídicos espalhados pelo mundo, com a ajuda de certa pressão
internacional, Anjos Filho (2013, p. 32) afirma que houve resistência por parte de alguns
países em desenvolvimento, uma vez que suas ambições desenvolvimentistas estavam
apenas começando a se concretizar. Nos termos de Anjos Filho (2013, p. 32): “os debates
ficaram centrados entre a ideia de crescimento zero de um lado e o crescimento em
primeiro lugar, ou a qualquer custo, de outro”. Essa situação de resistência explicita como a
sustentabilidade pode gerar descontentamentos que levam a questionamentos acerca do
26

exercício da soberania estatal a fim de assegurar o sucesso de pretensões de


desenvolvimento, o que representa verdadeiro retrocesso no processo de fortalecimento de
uma consciência ecológica global idealizado por Morin como sendo o primeiro passo para a
resolução da crise ambiental.
27

5. EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO POLÍTICA PÚBLICA

O Poder público tem o dever constitucional de prevenir os danos ambientais, bem


como, de prover aos cidadãos políticas públicas que lhes garantam um meio ambiente
ecologicamente equilibrado e sadio. Nesse sentido, a educação ambiental surge como
instrumento para a realização de uma sustentabilidade socioambiental, para tanto, deve
ser analisada por uma ótica transdisciplinar e “pensando o meio ambiente não como
sinônimo de natureza, mas uma base de interações entre o meio físico-biológico com as
sociedades e a cultura produzida pelos seus membros”. (SORRENTINO. et.al. 2005, p.
289)
As inúmeras práticas danosas ao meio ambiente além de prejudicarem a natureza
nos colocam em uma encruzilhada, onde, ou mudamos a forma como exploramos os
recursos naturais, vivendo de maneira mais sustentável, ou pereceremos em nossos
próprios detritos. Para tanto, primordial a implementação, pelo Poder Público, de
programas que sejam capazes de promover a importância de uma educação ambiental,
para infiltrar na mente da população a importância de práticas de sustentabilidade e de
diminuição de impactos no nosso ecossistema.
A educação ambiental, com foco na sustentabilidade acaba servindo para amplos
propósitos, pois, além de colaborar com a preservação da natureza, auxilia os indivíduos e
as comunidades que sofrem as consequências das práticas danosas e predatórias do
meio ambiente, portanto, também colabora para a justiça social e para a configuração do
Estado Socioambiental de Direito.

Em 1972, a Conferência de Estocolmo trouxe, no princípio 19 de sua Declaração3


sobre o ambiente humano, a expressa previsão da educação ambiental como política
pública, a partir daí, começaram as pressões internacionais para que os países
introduzissem as políticas públicas ambientais em suas agendas. Para tanto, interessante
transcrever o princípio 19 da referida Declaração, vejamos:

É indispensável um esforço para a educação em questões ambientais,


dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a
devida atenção ao setor da população menos privilegiado, para
fundamentar as bases de uma opinião pública bem informada, e de
uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades
inspirada no sentido de sua responsabilidade sobre a proteção e
28

melhoramento do meio ambiente em toda sua dimensão humana. É


igualmente essencial que os meios de comunicação de massas evitem
contribuir para a deterioração do meio ambiente humano e, ao
contrário, difundam informação de caráter educativo sobre a
necessidade de protege-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem possa
desenvolver-se em todos os aspectos.

Posteriormente a essa previsão, com a pressão do âmbito internacional, o Brasil,


em 1973, criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente, ligada diretamente à Presidência
da República, o que representou o começo da institucionalização da educação ambiental
no âmbito do governo federal. Desse modo, atualmente, a demonstrada concepção de
educação ambiental acabou sendo parcialmente empregada pela Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA), que será melhor abordada no tópico seguinte.

Tendências de educação ambiental no Brasil

No Brasil a educação ambiental vem sendo prevista na legislação ordinária desde


1981, quando a Lei nº 6.938, trouxe a previsão da educação ambiental como um dos
princípios da Política Nacional do Meio Ambiente, conforme podemos observar da análise
do texto do inciso X, do art. 2º, da referida lei, que assim dispõe:

Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,


melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no
País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

[...]

X - Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da


comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

Posteriormente, um importante instrumento referente à educação ambiental é a


Política Nacional de Educação Ambiental, instituída pela Lei nº 9.795/1999 e
subsequentemente regulamentada pelo Decreto nº 4.281/2002 que instituiu o Programa
Nacional de Educação Ambiental. Com tais dispositivos legais surgiu o compromisso de
solidariedade entre os entes da Federação para promover uma educação para a
29

sustentabilidade, afim de formar uma sociedade ambientalmente educada.


Atualmente, o Ministério da Educação e o Ministério do Meio Ambiente são os
responsáveis pela Política e pelo Programa Nacional de Educação Ambiental e possuímos
algumas políticas pública de ações sinérgicas e perspectivas sistêmicas, que possuem
grande potencial para promover sinergia entre a educação formal e a educação não-
formal, bem como conjugam esforços intersetoriais e favorecem a cidadania ambiental.
Em 2004, membros dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação reunidos,
elaboraram o “Compromisso de Goiânia”4, documento que chancelou um pacto entre os
representantes dos estados e municípios participantes com o Órgão Gestor da Política
Nacional de Educação Ambiental, com proposições para ser envidado um esforço conjunto
e colaborativo capaz de fixar a educação ambiental em todo o território nacional.
Deste documento, surgiu o programa Municípios Educadores Sustentáveis com o
intuito de implementar e promover ações integradas que potencializam a educação
ambiental e a gestão municipal, tal programa tem o objetivo de transformar os espaços
coletivos dos municípios em “espaços educadores”, que formem os munícipios para a
construção da cidadania ambiental e participação na gestão pública. Assim, a fim de
auxiliar na implementação das políticas públicas e na formação de educadores ambientais
surgiu o conceito de “coletivos educadores” com o papel de articular as instituições atuam
com processos formativos nos municípios e compostos por pessoas ligadas a instituições,
redes e movimentos sociais que atuam em processos formativos de educação ambiental.
Além dos coletivos educadores, uma política pública interessante para a educação
ambiental são as “comissões de meio ambiente e qualidade de vida”6, com foco na
educação ambiental que visam estimular o diálogo entre as escolas e a comunidade por
meio de problemáticas socioambientais.
Assim, resta claro que a educação ambiental é uma política pública importante
para pôr em prática o Direito Fundamental intergeracional à um meio ambiente
ecologicamente equilibrado. Outrossim, em que pesem as políticas públicas existentes no
campo da educação ambiental, o Brasil ainda tem desafios a enfrentar para que possamos
formar cidadãos responsáveis por uma melhoria da qualidade de vida da população e do
mundo em que vivem, o que, claramente colabora para a realização plena do Estado
Socioambiental de Direito.
30

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