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MEIO AMBIENTE E

SUSTENTABILIDADE
TUTORA: LARISSA DONAIRE COSTA

A Proteção Ambiental Mundial

- Início:
O mundo começou a preocupar-se com o meio ambiente no final da década de 1960, porém,
apenas em 1970, alguns acontecimentos contribuíram para que fosse repensada a ideia de
proteção e qualidade ambiental, uma vez que eram incompatíveis com desenvolvimento
econômico. São os principais acontecimentos: a crise do petróleo, divulgação de relatório
produzido pelo Clube de Roma – conhecido como “Os limites do crescimento”, de 1972, – e
alguns acidentes ambientais que acabaram influenciando a produção de convenções
internacionais e/ou regras internas. Em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, ocorreu a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, com a participação de
113 Estados, um marco do direito ambiental no domínio internacional. Durante os trabalhos,
os países participantes dividiram-se em duas correntes de interpretação sobre as questões
ambientais:
a) os preservacionistas, corrente radical, liderados pelos países desenvolvidos, que
defenderam a mitigação nas intervenções antrópicas sobre o meio ambiente;
b) os desenvolvimentistas, composta pelos países em desenvolvimento, entre os quais o
Brasil; que defendiam sua preocupação com o crescimento econômico.
Ao final da Conferência, foi editada a Declaração de Estocolmo sobre Meio Ambiente
Humano, com 26 princípios, e um Plano de Ações para o Meio Ambiente, com um conjunto
de 109 recomendações.
Com isso, estabeleceu-se em dezembro de 1972 o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA), como programa do Sistema das Nações Unidas responsável por
promover a proteção ao meio ambiente e o uso eficiente de recursos naturais no contexto
do desenvolvimento sustentável. Atualmente, o PNUMA é a principal autoridade global em
meio ambiente.
Após 10 anos, a ONU criou em 1983 a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, que com discussões globais apresentou, em 1987, o Relatório Nosso
Futuro Comum, também conhecido como Relatório Brundtland – em homenagem à senhora
Gro Harlen Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, que presidiu os trabalhos dessa
Comissão Mundial. O Relatório definiu o conceito clássico de desenvolvimento sustentável:
é aquele “que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade
de as futuras gerações terem suas próprias necessidades atendidas.” Com a conclusão desse
Relatório, a ONU decidiu em 1990 a necessidade da realização de uma nova conferência
sobre meio ambiente, que ocorreria no Brasil em 1992.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio/92 ou
Eco/92), realizada em 1992, no Rio de Janeiro, também conhecida como a Cúpula da Terra,
representou o ápice da preocupação ambiental mundial, com a participação de 179 países,
116 chefes de Estado e de governo e mais de 10.000 participantes. Como resultado, a Rio/92
produziu cinco documentos internacionais.
. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: Contém 27 princípios
fundamentais para a compreensão do direito ambiental, na esfera internacional e como
fonte para o desenvolvimento principiológico na legislação ambiental de cada país. Embora
seja uma recomendação, o documento traz preceitos fundamentais para o desenvolvimento
de uma agenda internacional de proteção ao meio ambiente, com uma série de
compromissos e obrigações para os Estados.
. Agenda 21: Definida pelo Ministério do Meio Ambiente como “um instrumento de
planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases
geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência
econômica”, tem 40 capítulos, em que se estabelecem diretrizes para a implementação do
desenvolvimento sustentável. O êxito de sua execução é responsabilidade, antes de mais
nada, dos Governos. Para concretizá-la, são cruciais as estratégias, os planos, as políticas e
os processos nacionais. A cooperação internacional deverá apoiar e complementar tais
esforços nacionais. Para acompanhar o progresso na implementação da Agenda 21, a
Assembleia-Geral das Nações Unidas criou em dezembro de 1992 a Comissão das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que é uma comissão funcional vinculada ao
Conselho Econômico e Social da ONU. Apesar de ser um documento da Rio/92, a
implementação da Agenda 21 é um objetivo que permeou as conferências posteriores, em
especial a Rio+10 e a Rio+20.
. Convenção-Quadro sobre Mudanças do Clima: Adotada em 1992 e com entrada em vigor
em 1994, a possui como objetivo a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa
na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema
climático.
. Convenção sobre Diversidade Biológica ou da Biodiversidade: Declaração de princípios
sem força jurídica e que exprime fundamentalmente que os países, em especial os
desenvolvidos, deveriam empreender esforços para recuperar a Terra por meio de
reflorestamento e conservação florestal. Houve também uma Declaração de Princípios
sobre Florestas, que foi pouco efetiva devido ao desejo de soberania e desenvolvimento dos
países.
Em 1997, fora feito o Protocolo de Kyoto, um acordo de cooperação internacional assinado
na cidade japonesa de Kyoto, em 1997. Seu principal objetivo era a redução da emissão de
gases do efeito estufa. Passou a vigorar em 2005, mas não contou com a ratificação de todos
os países industrializados, como os Estados Unidos. Embora não obrigado a seguir metas, o
Brasil aderiu ao Protocolo de Kyoto. As medidas foram prorrogadas em 2012, mas
posteriormente o documento foi substituído pelo Acordo de Paris.
10 anos após a Rio/92, realizou-se em 2002, na África do Sul, a Cúpula Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+10. Discutiram-se medidas concretas
para executar os objetivos da Agenda 21, que não tinham sido suficientemente
implementados, buscando a concretização de políticas públicas necessárias a um
crescimento com sustentabilidade. Dois foram os documentos oficiais da cúpula mundial:
a) a Declaração Política, denominada “O compromisso de Joanesburgo sobre
desenvolvimento sustentável”, que reafirma os princípios das duas conferências anteriores
e faz uma análise da pobreza e da má-distribuição de renda no mundo;
b) o Plano de Implementação, composto de três objetivos: a erradicação da pobreza, a
mudança nos padrões insustentáveis de produção e consumo e a proteção dos recursos
naturais.
Em 2012, foi realizada a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, com dois temas principais: a economia verde no contexto do desenvolvimento
sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento
sustentável. O documento final da Conferência foi denominado “O Futuro que Queremos”;
possui tópicos que renovam os compromissos políticos das Conferências anteriores
(Estocolmo/1972, Rio/1992 e Joanesburgo/2002) e consignam proposições genéricas sobre
a economia verde, o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável e os meios de
implementação.
O Acordo de Paris é um acordo internacional adotado em 2016 e tem como principal
objetivo a redução da emissão de gases do efeito estufa, semelhante ao Protocolo de Kyoto,
prevendo um aumento na temperatura terrestre de no máximo 2ºC. No entanto,
diferentemente de seu antecessor, estabelece metas para países desenvolvidos e em
desenvolvimento, o que o torna mais abrangente e completo.
MEIO AMBIENTE: DIREITO, ÉTICA E CIDADANIA

- Introdução
O art. 225 da Constituição Federal dispõe: “todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida”. As questões ambientais são alicerçadas por questões éticas e políticas, que envolvem
o ser humano como um cidadão que possui responsabilidade pelo ambiente em que vive. O
direito ao meio ambiente é de interesse difuso. Para que seja ecologicamente equilibrado,
os homens precisam ter a consciência que vivem e dependem do meio ambiente. Assim, é
fundamental uma consciência ética e cidadã, amparada pelo direito.

- Conteúdo
O Direito Ambiental possui um conjunto de regras e princípios:
- Princípio do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado como Direito Fundamental:
Cabe ao Estado e à coletividade defender e preservar em benefício da atual e das futuras
gerações o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (sem poluição, com
salubridade e higidez). Pois todos “têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia
com a natureza” (Declaração do Rio, Princípio 1).
- Princípio do Desenvolvimento Sustentável: Envolve práticas que atendem às
necessidades presentes, mas não compromete as práticas de desenvolvimento das futuras
gerações. A proteção ambiental é fundamental para o desenvolvimento de práticas
sustentáveis. Assim, as práticas econômicas não podem ser desenvolvidas em desarmonia
com a proteção do meio ambiente.
- Princípio da Solidariedade Intergeracional: Trata-se de um princípio ético entre gerações.
Sabemos que os recursos naturais são finitos, então, devemos lega-los às futuras gerações.
- Princípio da Função Socioambiental da Propriedade: O uso da propriedade, urbana ou
rural, somente se legitima com o cumprimento da função socioambiental.
- Princípio da Prevenção: Quando falamos em direito ambiental, estamos lidando com uma
ótica preventiva, ou seja, não cabe o seu oposto: a reparação. É aplicável ao risco conhecido,
que é aquele identificado pelas pesquisas e informações ambientais ou conhecido porque já
ocorreu anteriormente, como em uma atividade de mineração, em que as degradações
ambientais são de conhecimento geral. Por exemplo, o Licenciamento Ambiental e Auditorias
Ambientais, que são exemplos vindos deste princípio
- Princípio da Precaução: Vem para a proteção ambiental no caso de riscos ou impactos
desconhecidos, e em hipóteses de incerteza científica de danos que podem ocorrer. De
acordo com a Declaração do Rio, de 1992, “o princípio da precaução deverá ser amplamente
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos
graves ou irreversíveis (...)”. O risco ou o perigo sempre são abstratos, ou seja,
desconhecidos, incertos, então, conclui-se que, na dúvida, não se deve fazer intervenções no
meio ambiente (in dubio, pro ambiente).
- Princípio do Poluidor Pagador: Este é um princípio de natureza econômica. O poluidor
deve arcar com as despesas de prevenção dos danos ao meio ambiente, oriundos do
desenvolvimento de sua atividade. O empreendedor deve adotar todas as medidas para
evitar as externalidades ambientais negativas (emissão de gases, efluentes, resíduos sólidos).
E ainda que adote todas as medidas de prevenção e ocorra um dano ocorra, será o
empreendedor poluidor obrigado a repará-lo, já que a responsabilidade civil ambiental é
objetiva.
- Princípio do Usuário Pagador: É a cobrança pela utilização de recursos naturais, ou seja,
a necessidade de valoração econômica dos recursos naturais, evitando a superexploração.
- Princípio do Protetor-Recebedor: Aos agentes que adotam medidas de proteção aos
recursos naturais são concedidos benefícios econômicos, fiscais e tributários. Exemplos:
ICMS Ecológico, isenção de ITR em APP, reserva Legal, RPPN, etc.
- Princípio da Informação Ambiental: Com este princípio confere-se à população o direito
de receber e ter acesso às informações sobre todos os procedimentos, públicos ou privados,
que intervenham no meio ambiente. Dessa forma, a população tem o direito de ser
informada sobre a qualidade dos bens ambientais, sobre a realização de obras e atividades
efetiva e potencialmente poluidoras que possam afetar a saúde humana e o meio ambiente.
- Princípio da Participação Comunitária: Este princípio permite uma atuação conjunta do
Poder Público e da sociedade na proteção do meio ambiente. Para que haja uma efetiva ação
conjunta é necessária a informação e educação ambiental. A participação na tomada de
decisões ambientais não é somente uma faculdade, mas um dever jurídico, como expressa o
caput do art. 225 da Constituição, ao impor ao Poder Público e à coletividade o dever de
proteger o meio ambiente para a presente e as futuras gerações.
- Princípio da Educação Ambiental: A Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente
Humano, de 1972, já destacava a importância da educação ambiental, para que haja
responsabilidade sobre a proteção do meio ambiente. Em nossa Constituição, o inciso VI, §
1º, do art. 225, dispõe que compete ao Poder Público “promover a educação ambiental em
todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
Entende-se como educação ambiental “os processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à
sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
- Princípio da Cooperação: Prevê a cooperação entre os povos visando à preservação do
meio ambiente. Notamos a prática deste princípio, por exemplo, nos assuntos referentes à
emissão de gases que causam o efeito estufa, como versa o Protocolo de Kyoto e o Acordo
de Paris.
- Princípio da Natureza Pública da Proteção Ambiental: Como o meio ambiente é um bem
de uso comum do povo, indisponível e insusceptível de apropriação, então, é considerado
como valor necessariamente assegurado e protegido para o uso de todos. Com isso, nem o
Poder Público, nem particulares podem transigir em matéria ambiental.
- Princípio da Proibição de Retrocesso Ecológico: Também conhecido como princípio “da
vedação de retrocesso ambiental” ou “princípio da proibição de retrogradação
socioambiental”, ele trata que em matéria ambiental não se pode retroceder em níveis de
proteção inferiores aos anteriores.
- Princípio do Progresso Ecológico: Este princípio impõe ao Estado a obrigatoriedade de
rever e aprimorar a legislação e os mecanismos de proteção ao meio ambiente, promovendo
a não estagnação da legislação.

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE: INTRUMENTOS DE


PROTEÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL

- Introdução
A consciência ecológica chegou tardiamente no Brasil, com uma história marcada pela
superexploração de recursos naturais. Apenas com a criação do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro em 1808 o país passou a ter uma área de proteção ambiental com caráter
conservacionista. E o antigo Código Civil (de 1916), foi o primeiro diploma legal
genuinamente brasileiro, que demonstrava preocupação com a proteção ambiental,
proibindo construções capazes de poluir, ou inutilizar para o uso ordinário, a água de poço
ou fonte alheia, a elas preexistentes.
Nas décadas de 30 e 60, começa a surgir no país a legislação tutelar do meio ambiente, com
o aparecimento de alguns diplomas normativos, como o Código Florestal, Código de Águas,
Estatuto da Terra, Código de Pesca, Código de Mineração, Responsabilidade Civil por Danos
Nucleares, e Parcelamento do Solo Urbano.
Os principais órgãos de meio ambiente tiveram suas atividades desenvolvidas após a
Conferência de Estocolmo (1972), como a criação, em 1973, da Secretaria de Meio Ambiente
da Presidência da República. A partir da década de 1980, a legislação ambiental brasileira
passou a se desenvolver de modo efetivo.
- Política Nacional do Meio Ambiente
Um dos principais diplomas brasileiros para compreender as questões ambientais é a
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), de 1981, devido a urgência da época.
Observamos que ela antecedeu em sete anos a promulgação da Constituição Federal de
1988. Essa é considerada a “Lei Mãe” da política ambiental brasileira. São princípios do
PNMA:
a. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo
em vista o uso coletivo;
b. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
c. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
d. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
e. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
f. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais;
g. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
h. Recuperação de áreas degradadas;
i. Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
j. Educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade,
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente
O PNMA tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental,
visando assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Devemos observar o
momento histórico de sua edição, ao término do regime militar, razão pela qual a acepção
“interesses da segurança nacional” se inseriu. Os objetivos específicos da Política Nacional
do Meio Ambiente são:
a. A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
b. A definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios;
c. O estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas
ao uso e manejo de recursos ambientais;
d. O desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso
racional de recursos ambientais;
e. A difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados e
informações ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de
preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
f. A preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional
e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico
propício à vida;
g. A imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os
danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com
fins econômicos.
Possui treze instrumentos, mecanismos legais, que conferem efetividade à Política Nacional
do Meio Ambiente, por meio de leis, decretos, resoluções, portarias, normas técnicas, etc.
Assim, um eventual descumprimento implicaria em sanções às pessoas físicas e jurídicas.
Vejamos quais são esses instrumentos:
- Padrões de Qualidade Ambiental: Esses padrões são estabelecidos pelas resoluções do
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Por meio deles, o Poder Público estabelece
os limites máximos de lançamentos de matérias ou energias, de efluentes ou resíduos no
meio ambiente.
- Zoneamento Ambiental (ou ZEE): O Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) é um
instrumento de organização do território obrigatório na implantação de planos, obras e
atividades públicas e privadas, estabelecendo padrões de proteção ambiental. Visa garantir
o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. O ZEE
organiza, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos,
programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais.
Dessa forma, o ZEE dividirá o território em zonas, de acordo com as necessidades de
proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento
sustentável.
- Avaliação de Impactos Ambientais (AIA): É um conjunto de estudos ambientais. O Estudo
Prévio de Impacto Ambiental, por exemplo, necessário para obras e atividades
potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental, é uma espécie de AIA. O
EIA/RIMA é uma sigla para Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental,
respectivamente. Ambos são documentos direcionados à sustentabilidade, visando avaliar e
precisar a intensidade e dimensão do impacto no meio ambiente. Se a obra ou a atividade
não se caracterizar como causadora de significativa degradação ambiental, então,
demandará outras espécies de AIA, como o Relatório Ambiental Simplificado (RAS), o
Relatório Ambiental Preliminar (RAP), etc.
- Licenciamento Ambiental: É um dos principais instrumentos do PNMA para atividades e
empreendimentos potencialmente causadores de degradação ambiental. Trata-se de um
procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,
instalação, ampliação e operação de empreendimentos e de atividades utilizadoras de
recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que,
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
- Os Incentivos à Produção e Instalação de Equipamentos e à Criação ou Absorção de
Tecnologias Voltadas para a Melhoria da Qualidade Ambiental: Incentivo ao empreendedor
para a produção e instalação de tecnologias voltadas para a melhoria da qualidade
ambiental.
- A Criação de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos: A gestão das unidades de
conservação incluiu todos os entes federativos, cada qual com a possibilidade de criação de
unidades e respectiva gestão em seu âmbito. O SNUC (Sistema Nacional de Unidades de
Conservação, 2000) é gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições: a) órgão
consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com as
atribuições de acompanhar a implementação do Sistema; b) órgão central: o Ministério do
Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o Sistema; e c) órgãos executores: o Instituto
Chico Mendes e o IBAMA, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a
função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades
de conservação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuação.
- Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SISNIMA): Tem como objetivo
articular a troca de informações entre os entes e órgãos ambientais no Brasil.
- Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental: Um
cadastro para as pessoas físicas e jurídicas que se dediquem à consultoria técnica sobre
problemas ecológicos e ambientais, assim como à indústria e ao comércio de equipamentos,
aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras. O cadastro é obrigatório, sob pena de multa.
- Penalidades Disciplinares: São entendidos os efeitos decorrentes do exercício do poder
de polícia ambiental conferido aos entes e órgãos integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional
do Meio Ambiente) para a aplicação de sanções àqueles que cometem infrações
administrativas ambientais. A responsabilidade administrativa ambiental encontra previsão
entre o art. 70 e o art. 76 da Lei nº 9.605/1998, regulamentados pelo Decreto nº 6.514/2008
(infrações e sanções administrativas ao meio ambiente e processo administrativo federal
para apuração destas infrações), e, no âmbito do poder sancionador do Ibama, pela Instrução
Normativa nº 10/2012.
- Relatório de Qualidade do Meio Ambiente: Tem como objetivo a avaliação dos recursos
ambientais disponíveis no País.
- A Garantia da Prestação de Informações Relativas ao Meio Ambiente, Obrigando-se o
Poder Público a Produzi-las, Quando Inexistentes: É dever do Poder Público prestar à
população informações relativas à qualidade dos recursos ambientais. Trata-se de
manifestação do princípio da informação. O instrumento evidencia que, na ausência dessas
informações, o Poder Público deverá produzi-las.
- Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras
dos Recursos Ambientais: Cadastro para as pessoas jurídicas potencialmente poluidoras ou
que se utilizem dos recursos ambientais. Possibilita o mapeamento das atividades poluidoras
no país e, com essa identificação, o exercício da fiscalização ambiental. Além disso, vincula-
se ao cadastro a cobrança da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), e o fato
gerador do TCFA é o exercício regular do poder de polícia conferido ao IBAMA para o controle
e a fiscalização de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras ou utilizadoras de
recursos ambientais que possam causar degradação ambiental.
- Instrumentos Econômicos: São mecanismos para garantir a efetividade da política, como:
a Servidão Ambiental (limita o uso da propriedade para que se preserve, conserve ou
recupere recursos ambientais), a Concessão Florestal (delegação onerosa, feita pelo poder
concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos
e serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou
não, que atenda às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado), e, por fim, o Seguro
Ambiental (ainda não possui regulamentação correspondente).

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DIRETRIZES


CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

- Introdução
A educação ambiental são “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade”, segundo a Lei 9.795/99. A Declaração de
Estocolmo sobre o Meio Ambiente (1972), já se versava sobre a importância da educação
ambiental. Apenas em 2012 fora estabelecida Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Ambiental.
A educação ambiental consiste numa construção de valores sociais, conhecimentos e
práticas voltadas à conservação do meio ambiente. Ela deve manter seu caráter
interdisciplinar e integrar várias disciplinas, assim como toda a comunidade, e todos têm
direito à educação ambiental.
Os princípios da educação ambiental correspondem ao enfoque humanista, holístico,
democrático e participativo. Sua constância no processo educativo também é essencial.
Uma das questões centrais é o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social.

- A Política Nacional de Educação Ambiental


A Política Nacional de Educação Ambiental tem em sua esfera de ação os órgãos e entidades
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições educacionais
públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e organizações não-governamentais com atuação em
educação ambiental. As atividades educacionais promovidas devem atuar nas seguintes
linhas: capacitação de recursos humanos; desenvolvimento de estudos, pesquisas e
experimentações; produção e divulgação de material educativo; acompanhamento e
avaliação.
Um aspecto importante da dimensão ambiental é sua obrigatoriedade nos currículos de
formação de professores, em todos os níveis e disciplinas.
A educação ambiental não-formal compreende ações e práticas educativas voltadas à
sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e
participação na defesa da qualidade do meio ambiente.

- Diretrizes Curriculares para a Educação Ambiental


Muitos anos após a PNEA (Política Nacional de Educação Ambiental), veio as Diretrizes
Curriculares para a Educação Ambiental, que ajudam a colocar em prática as questões de
educação ambiental. Com seus princípios, compreendemos que suas práticas devem ser
comprometidas com a construção de uma sociedade justa e sustentável, fundamentada em
valores como liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social e
responsabilidade.
Notamos, assim, que a escola é o meio em que todas as práticas podem ocorrer, pela sua
pluralidade de pessoas, pelo que ela proporciona na relação tanto entre os alunos quanto
alunos com a comunidade.
PEDAGOGIA ECOLÓGICA

- Sustentabilidade: matrizes que norteiam seus conceito


O discurso da sustentabilidade surge para tentar responder às demandas do embate
desenvolvimento x conservação. Afinal, a sustentabilidade é a relação entre o ambiente, o
social e o econômico.
Existem duas matrizes polarizadoras:
. A primeira matriz diz respeito ao discurso oficial sobre sustentabilidade, compreende o
desdobramento da proposta originada nos trabalhos da Comissão Brundtland. Essa posição
foi assimilada por diversos setores não-governamentais e empresariais. Notamos a ênfase
em uma dimensão econômica e tecnológica, que entende que a economia de mercado pode
liderar o processo de transição para o desenvolvimento sustentável. Trata-se de um discurso
conservador que opera com a lógica mercadológica.
. A segunda matriz vai em direção oposta à primeira; considera que a sociedade deve ter
papel predominante na transição para a sustentabilidade social, por meio de uma
democracia participativa, em que haja igualdade de acesso a todos. Esta matriz mais social
coloca o Estado como agente no processo de transição e desconfia das iniciativas do
mercado; ademais, a sociedade civil sozinha não é capaz de se opor às forças do mercado.
A Pegada Ecológica é uma expressão ambiental que avalia a pressão do consumo das
populações humanas sobre os recursos naturais. Expressada em hectares globais (gha),
permite comparar diferentes padrões de consumo e verificar se estão dentro da capacidade
ecológica do planeta.

TEMAS ESPECIAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 1

- Introdução
Incumbe ao Poder Público “definir espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos.” Temos como espaços ambientalmente protegidos: unidade de
conservação, área de preservação permanente, reserva legal, servidão ambiental e
tombamento ambiental. Agora serão abordados os dois principais espaços: área de
preservação permanente e reserva legal.
- Código Florestal
Em maio de 2012, institui-se um novo Código Florestal pela Lei n° 12.651, revogando a Lei de
1965. O Código Florestal tem como objetivo estabelecer normas gerais sobre a proteção da
vegetação às Áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal. O objetivo
básico do Código Florestal é o desenvolvimento sustentável e devem ser observados os
seguintes princípios:
. Compromisso soberano do País com a preservação de sua natureza;
. Reafirmação da importância da função estratégica da agropecuária, e do papel das florestas
e das áreas nativas na sustentabilidade, crescimento econômico, na melhoria da qualidade
de vida da população e da participação do país nos mercados nacionais e internacionais de
alimentos e bioenergia;
. Ação governamental de proteção e uso sustentável das florestas;
. Responsabilidade comum dos entes federativos com a sociedade;
. Fomento às pesquisas científicas e tecnológicas;
. Criação e mobilização de incentivos econômico.

- Áreas de Preservação Permanente (APP)


“Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar
os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”.
As APP incidem sobre imóveis em área rural ou urbana.
A intervenção ou a supressão da vegetação na APP somente ocorrerá nas hipóteses de
utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental, previstas no Código
Florestal. Suprimir vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente se
autorizada em caso de utilidade pública. O acesso de pessoas e animais em Áreas de
Preservação Permanente é permitido a pessoas e animais para obtenção de água e para a
realização de atividades de baixo impacto ambiental.
Podem ser APPs por força de lei (devido a localização), ou por declaração de interesse social
via chefe do executivo.
São 11 as espécies de APP, segundo o art. 4º. do Código Florestal:
I. faixas marginais de qualquer curso d´água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros;
II. áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais;
III. áreas no entorno dos reservatórios d´água artificiais, decorrentes de barramento ou
represamento de cursos d´água naturais;
IV. áreas no entorno das nascentes e dos olhos d´água perenes, qualquer que seja sua
situação topográfica;
V. encostas ou partes destas com declividade superior a 45º;
VI. restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII. manguezais, em toda a sua extensão;
VIII. bordas dos tabuleiros ou chapadas;
IX. topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 metros e
inclinação média maior que 25º.;
X. áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação.
XI. Veredas.

- Reserva Legal
A Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade rural com a função de
assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural,
auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação
da biodiversidade, bem como a proteção da fauna e da flora.
Deve ser conservada com vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, sendo que
todo imóvel rural deve manter sua reserva legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre
as áreas de preservação permanente.
A área destinada à Reserva Legal no imóvel rural deve levar em consideração para a sua
localização os seguintes critérios: plano de bacia hidrográfica; zoneamento ecológico
econômico; formação de corredores ecológicos com outra reserva legal, com área de
preservação permanente, com unidade de conservação ou com outra área legalmente
protegida; as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e, as áreas
de maior fragilidade ambiental.
O percentual da Reserva Legal é definido de acordo com a região do Brasil. São observados
os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel:
Se localizado na Amazônia Legal:
a. 80% no imóvel situado em área de florestas;
b. 35% no imóvel situado em área de cerrado; e,
c. 20% no imóvel situado em área de campos gerais.
Se localizado nas demais regiões do País: 20%.
A Amazônia Legal é compreendida pelos Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima,
Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados
de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão.
Por fim, Reserva Legal e Área de Preservação Permanente não se confundem. A primeira é
aplicável às propriedades e posses rurais no país, enquanto que a APP ocorre em áreas
urbanas ou em áreas rurais que se enquadrem nas 11 espécies elencadas no art. 4º, ou nas
instituídas conforme o artigo 6º.

TEMAS ESPECIAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 2

- Introdução
No Brasil há uma dinâmica de criação de Políticas Nacionais, como a Política Nacional de
Meio Ambiente (1981) e a Política Nacional de Educação Ambiental (1999). Quanto aos
recursos hídricos e sólidos, temos a Política Nacional de Recursos Hídricos (1997) e a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (2012).

- Política Nacional de Recursos Hídricos


Versa sobre a água (recurso hídrico), especificamente sobre às águas doces. Esta política se
estrutura em alguns fundamentos para a proteção desse recurso:
I. A água é um bem de domínio público;
II. A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III. Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e
a dessedentação de animais;
IV. A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
V. A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI. A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do
Poder Público, dos usuários e das comunidades.
O objetivo da Política Nacional de Recursos Hídricos é assegurar a preservação da água,
protegendo-a dos homens e natureza, para assegurar para a sociedade atual e futura.
- Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010)
Estabelece a responsabilidade dos geradores de resíduos. Compreende-se por resíduos
sólidos “material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas
em sociedade, a cuja destinação final se procede nos estados sólido ou semissólido, bem
como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções
técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”.
Busca-se incentivar a não geração desses, a redução, a reutilização, a reciclagem, o
tratamento e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Rejeitos são
“resíduos sólidos que depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não
apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”. A
destinação final inclui: reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação e
aproveitamento energético, disposição final.
Logística Reversa: Conjunto de procedimentos e meios para recolher e dar encaminhamento
pós-venda ou pós-consumo ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação
correta de resíduos. Serve para materiais perigosos ao humano e ambiente.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos possui os princípios:
I. da prevenção e da precaução;
II. do poluidor-pagador e do protetor-recebedor;
III. a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental,
social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;
IV. o desenvolvimento sustentável;
V. a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos,
de bens e serviços qualificados, que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade
de vida; e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no
mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta;
VI. a cooperação entre as diferentes esferas do Poder Público, o setor empresarial e demais
segmentos da sociedade;
VII. a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII. o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e
de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;
IX. o respeito às diversidades locais e regionais;
X. o direito da sociedade à informação e ao controle social;
XI. a razoabilidade e a proporcionalidade.
Os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos são:
I. proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II. não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem
como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
III. estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;
IV. adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar impactos ambientais;
V. redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI. incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matériasprimas e
insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII. gestão integrada de resíduos sólidos;
VIII. articulação entre as diferentes esferas do Poder Público, e destas com o setor
empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos
sólidos;
IX. capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
X. regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com a adoção de mecanismos
gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados,
como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira.
XI. prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: produtos reciclados e
recicláveis; e para bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões
de consumo social e ambientalmente sustentáveis;
XII. integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam
a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtores;
XIII. estímulo à implementação da avaliação do ciclo da vida do produto;
XIV. incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados
para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos,
incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;
XV. estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
Devemos destacar que na gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos há uma ordem, a
saber: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamentos dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente adequado dos rejeitos.

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