Você está na página 1de 16

As conferências em defesa

do meio ambiente
Para debater tais problemas, foi realizada, de 5 a 16 de
junho de 1972, a Conferência das Nações Unidas sobre o
Homem e o Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia). Nesse
encontro, foram rediscutidas as polêmicas sobre o
antagonismo entre desenvolvimento e meio ambiente
apresentadas em 1971 pelo Clube de Roma.

A Declaração de Estocolmo estipulou ações para que os países buscassem


resolver os conflitos inerentes entre as práticas de preservação ambiental e o
crescimento econômico.
Outras decisões importantes desse encontro foram a criação do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a instituição do dia 5 de
junho, data do seu início, como Dia Internacional do Meio Ambiente.
Ao longo da década de 1970, após a Conferência, vários países passaram a
criar órgãos de defesa do meio ambiente e legislações de controle contra a
poluição ambiental – em vários países, poluir passou a ser crime.
Em 1983, a Assembleia Geral da ONU indicou a então primeira-ministra da Noruega,
Gro Harlem Brundtland, para presidir uma comissão encarregada de estudar o tema
ambiental. Em 1987, foi publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento da ONU um estudo denominado Nosso futuro comum, mais
conhecido como Relatório Brundtland. Esse estudo, que defendia o desenvolvimento
para todos, buscava um equilíbrio entre as posições antagônicas surgidas na
Estocolmo-72 e criou a noção de desenvolvimento sustentável, “aquele que atende
às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações
futuras atenderem às suas próprias necessidades”. Já as sociedades sustentáveis
estariam baseadas em igualdade econômica, justiça social, preservação da
diversidade cultural, da autodeterminação dos povos e da integridade ecológica. Isso
obrigaria pessoas e países a mudanças não apenas econômicas, mas sociais, morais
e éticas. A Constituição Federal brasileira de 1988 foi promulgada um ano após a
publicação desse relatório e incorporou em seu texto o conceito de desenvolvimento
sustentável, sendo a primeira da história brasileira a dedicar um capítulo ao meio
ambiente.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
também conhecida como Cúpula da Terra, Rio-92 ou Eco-92, foi realizada em
1992 no Rio de Janeiro e reuniu representantes de 178 países, ONGs em uma
conferência paralela. O objetivo era tentar minimizar os impactos ambientais no
planeta, garantindo, assim, o futuro das próximas gerações. Na busca pelo
desenvolvimento sustentável, foram elaboradas duas convenções, uma sobre
biodiversidade, outra sobre mudanças climáticas; uma declaração de princípios
relativos às florestas e um plano de ação.
• Convenções: têm como agente financiador o Fundo Global para o Meio Ambiente.
Essas convenções tratavam de:

• biodiversidade: em vigor desde 1993, buscava frear a destruição da fauna e da flora,


concentradas principalmente nas florestas tropicais,
• mudanças climáticas: em vigor desde 1994, estabeleceu medidas para diminuir a
emissão de poluentes pelas indústrias, automóveis e outras fontes poluidoras. Nessa
convenção, foi assinado o Protocolo de Kyoto (Japão, 1997).
• Declaração de princípios relativos às florestas: é uma série de indicações sobre manejo,
uso sustentável e outras práticas voltadas à preservação desses biomas.
• Plano de ação: mais conhecido como Agenda 21, é um programa para a implantação
de um modelo de desenvolvimento sustentável em todo o mundo durante o século XXI.
Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio +
10, foi realizada em Johannesburgo, África do Sul, em 2002, reunindo
delegações de 191 países. O principal objetivo do encontro foi realizar um
balanço dos resultados práticos obtidos depois da Rio-92.

Nesse encontro foram discutidos quatro temas, escolhidos como mais


importantes para a busca do desenvolvimento sustentável:
• erradicação da pobreza;
• mudanças no padrão de produção e consumo;
• utilização sustentável dos recursos naturais;
• possibilidades de se compatibilizar os efeitos da globalização com a busca
do desenvolvimento sustentável.

Desde o início das discussões ficou acordado entre os participantes que na


ocasião não seriam discutidos os temas das duas convenções assinadas na
Rio-92 (biodiversidade e mudanças climáticas), mas sim os mecanismos que
possibilitassem ampliar sua implantação na prática.
Vinte anos depois da Rio-92 foi realizada novamente no Rio de Janeiro em
junho de 2012. Inicialmente, havia a expectativa de que fossem realizadas
ações concretas para colocar em prática os temas discutidos durante a Rio-
92, como a implantação da Agenda 21 em escala global e outros também
ligados ao desenvolvimento sustentável, na busca de maior justiça social,
crescimento econômico e preservação ambiental. Entretanto, o documento
final ficou restrito a uma série de declarações e não vinculou nenhuma
obrigação aos países participantes.
Visando ao enfrentamento do problema, foi realizada em 1997 a
Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Kyoto (Japão).
Nessa reunião foi firmado um acordo para a redução da emissão de
gases do efeito estufa. Chamado de Protocolo de Kyoto, esse acordo
entrou oficialmente em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, após
ratificação da Rússia em novembro de 2004. Com base nos níveis de
1990, esse documento definiu uma redução média de 5,2%, meta que
deveria ter sido atingida em 2012 e foi estendida até 2020 na
Conferência das Partes (COP18), realizada nesse mesmo ano. Para os
principais países emissores, o índice fixado foi maior (membros da União
Europeia, 8%; Estados Unidos, 7%; Japão, 6%). Entretanto, até esse ano a
meta não foi cumprida, o Protocolo expirou e não havia sido realizado
outro acordo que o substituísse, apesar das tentativas durante a Rio + 20.
Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas
Principais Conferências
COP 21 - A conferência histórica ocorreu em 2015 e firmou o famoso Acordo de
Paris. Assinaram o documento 195 países, que entrou em vigor no final de 2016
e estabelece que a temperatura do planeta não deve aumentar mais do que 2
°C. Assim, a meta de reduzir a emissão de gases de efeito estufa é evidenciada.

COP 27 - Foi realizada no mês de novembro de 2022 na cidade de Sharm El-


Sheikh, no Egito.
O principal objetivo da COP 27 foi a reiteração e cumprimento dos
compromissos fixados anteriormente e das metas de redução da emissão de
gases do efeito estufa estabelecidos em sessões anteriores, visando a acelerar
a ação sobre as mudanças climáticas.
A participação do Brasil foi fundamental nas discussões da COP 27, tendo o
país assumido um papel importante no combate às mudanças climáticas e na
preservação do meio ambiente, dando ênfase na Amazônia.

Em novembro de 2023 acontecerá a 28ª edição da Conferência das Partes, a


COP28 nos Emirados Árabes Unidos, onde a Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) irá se reunir mais uma vez.

Você também pode gostar