Desde o início de sua existência, o homem promoveu alterações no
meio em que vive, afim de adapta-lo as suas necessidades, mas os impactos ambientais se intensificaram a partir da Revolução Industrial, com as mudanças do arranjo do trabalho para atender ao novo modo capitalista de produção. Porém, as questões ambientais só passaram a ser discutidas mais amplamente na década de 1960, Pós-Segunda Guerra Mundial, pois nesse período foram implantadas técnicas de produção que contribuíram ainda mais para a degradação ambiental. O primeiro grande evento ambiental só ocorreu em 1972, a Conferencia de Estocolmo, devido ao surgimento dos movimentos de proteção ambiental que questionavam modelo de produção, e os países industrializados começaram a perceber os impactos negativos gerados por suas atividades, como, poluição das águas, destruição das florestas, poluição atmosférica, entre outros. Vinte anos após, foi realizada a Conferencias das Nações Unidas a Rio- 92 ou Eco-92 que foi o maior evento ambiental até aquele momento, gerando resultados importantes, com progressos científicos e políticos. Este evento contou com a participação de 179 países e teve como alguns de seus objetivos realizar um diagnóstico das mudanças ambientais ocorridas nos vinte anos anteriores, afim de aprimorar a legislação ambiental internacional e desenvolver ações internacionais para a proteção ambiental por meio de políticas de desenvolvimento sustentável (PATRIARCHA-GRACIOLLI, 2015). A Conferência estabeleceu como prioridade garantir as políticas de desenvolvimento e propor medidas de manutenção da qualidade ambiental, como resultado, foram gerados cinco instrumentos normativos, entre eles, a Agenda 21. A reflexão gerada foi o reconhecimento de que o modelo de produção não era ambientalmente sustentável, e que a ferramenta chave para evolução seria a educação ambiental (PATRIARCHA-GRACIOLLI, 2015). Ainda na década de 1990, foi assinado o Protocolo de Kyoto, que consiste em um acordo que compromete uma série de países industrializados a reduzir suas emissões em 5,2%, em relação aos níveis de 1990, para o período de 2008- 2012. Os primeiros resultados deveriam ser apresentados em 2005. A princípio a Europa assumiu o compromisso de reduzir em 8%; os Estados Unidos assinou uma redução de 7%; e o Japão 6%. Alguns países como a Rússia e Ucrânia não assumiriam compromisso de redução durante a primeira parte do acordo, alegando já ter reduzido suas emissões, devido a crise econômica nesse período. Alguns países, como Islândia, Austrália e Noruega ainda teriam permissão para aumentar suas emissões, alegando baixas emissões e por estarem em desenvolvimento. O grande desafio inicial foi a concretização do acordo, pois países como os Estados Unidos, tentaram evitar a imposição de limites (SOUZA; CORAZZA, 2017). Para entrar em vigor, o Protocolo de Kyoto precisou ser ratificado por, no mínimo 55 países, que representassem 55% das emissões de CO 2 produzidas pelos países industrializados. Embora tenha sido assinado em 1997, só entrou em vigor em 2005. Como evento de maior representatividade no momento, por conter as metas ambientais atuais, temos a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em 2015 e contou com 193 países. Como resultado, surgiu a Agenda 2030, documento de referência para a formulação das políticas ambientais nos países participantes, que conta com metas a serem atingidas no período. Os princípios fundamentais da Agenda 2030 são: universalidade; não deixar ninguém para trás; integração e indivisibilidade; inclusão; e parcerias entre múltiplas partes interessadas. Além disso, são consideradas dimensões que contam com fatores não contemplados anteriormente, que são: pessoas, prosperidade, planeta, parceria e paz. Deste modo, o conceito de sustentabilidade passou a ser mais amplo, incluindo questões como a miséria, a falta de educação, e os conflitos entre alguns países (ANJOS, et al, 2021).
REFERÊNCIAS
ANJOS, Silvina Maria, et al. Uma discussão da Agenda 2030 em capitais do
Brasil, sob a ótica dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. XXIV SEMEAD Seminários em Administração. Novembro de 2021. PATRIARCHA-GRACIOLLI, Suelen Regina. Acordos Mundiais estabelecidos na Rio-92: uma reflexão do panorama atual. Revista brasileira de Educação Ambiental – Revbea, São Paulo, V. 10, No 3: 69-81, 2015.
SOUZA, Maria Cristina Oliveira; CORAZZA, Rosana Icassatti. Do Protocolo
Kyoto ao Acordo de Paris: uma análise das mudanças no regime climático global a partir do estudo da evolução de perfis de emissões de gases de efeito estufa. Desenvolv. Meio Ambiente, v. 42, p. 52-80, dezembro 2017.
Desenvolvimento Sustentável É Um Conceito Sistémico Que Se Traduz Num Modelo de Desenvolvimento Global Que Incorpora Os Aspectos de Desenvolvimento Ambiental