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ESTUDO DIRIGIDO

1)-Linha do tempo da Gestão Ambiental (datas e acontecimentos).

- Clube de Roma – 1968 - Em 1968, constituiu-se o Clube de Roma, composto por cientistas, industriais e
políticos, que tinha como objetivo discutir e analisar os limites do crescimento econômico levando em
conta o uso crescente dos recursos naturais.

- Conferencia de Tbilisi – 1977 - Conferência Intergovernamental de Tbilisi, na Geórgia, é considerada um


dos principais eventos sobre Educação Ambiental do Planeta. Esta conferência foi organizada a partir de
uma parceria entre a UNESCO e o Programa de Meio Ambiente da ONU - PNUMA e, deste encontro, saíram
as definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a Educação Ambiental no mundo. Nesta
Conferência estabeleceu-se que: O processo educativo deveria ser orientado para a resolução dos
problemas concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e, de participação ativa e
responsável de cada indivíduo e da coletividade.

- Conferencia de Estocolmo – 1972 - Em 1972, foi realizada a Conferência de Estocolmo com o objetivo de
conscientizar a sociedade a melhorar a relação com o meio ambiente e assim atender as necessidades da
população presente sem comprometer as gerações futuras. A conferência das Nações Unidas que
aconteceu na capital da Suécia, Estocolmo, foi a primeira atitude mundial a tentar preservar o meio
ambiente.

Naquela época acreditava-se que o meio ambiente era uma fonte inesgotável e a relação homem com a
natureza era desigual. De um lado os seres humanos gananciosos tentando satisfazer seus desejos de
conforto e consumo; do outro, a natureza com toda a sua riqueza e exuberância, sendo a fonte principal
para as ações dos homens.O que torna isso um problema é o desenvolvimento sem limites realizado pelo
homem em prol de seus objetivos, gerando prejuízos para o meio ambiente.

- Programa ambiental da ONU - Estabelecido em 1972, o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente) tem entre seus principais objetivos manter o estado do meio ambiente global sob
contínuo monitoramento; alertar povos e nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e
recomendar medidas para melhorar a qualidade de vida da população sem comprometer os recursos e
serviços ambientais das gerações futuras.

- Rio 92 – (ECO 92) - Em 1992, vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente,
no Rio de Janeiro, representantes de cento e oito países do mundo reuniram-se para decidir que medidas
tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. [1] A
intenção, nesse encontro, era introduzir a idéia do desenvolvimento sustentável, um modelo de
crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. Os encontros
ocorreram no centro de convenções chamado Rio Centro. A diferença entre 1992 e 1972 (quando teve
lugar a Conferência de Estocolmo) pode ser traduzida pela presença maciça de Chefes de Estado, fator
indicativo da importância atribuída à questão ambiental no início da década de 1990. Já as ONGs fizeram
um encontro paralelo no Aterro do Flamengo. O encontro paralelo era liberado para a população mediante
pagamento. Além do encontro paralelo, certo é que as ONGs, conquanto não tivessem o direito de
deliberar, participaram dos debates na CNUMAD de 1992.

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Durante o evento, as forças armadas fizeram a proteção da cidade, gerando uma sensação de segurança,
que motiva até hoje a defesa da utilização das forças armadas na segurança pública da cidade. O
presidente da República Fernando Collor de Mello transferiu, durante o evento, a capital de Brasília para o
Rio de Janeiro, fazendo durante alguns dias que o Rio voltasse a ser a capital do país, como foi de 1763 até
1960.

Documentos oficiais elaborados na ECO-92:

 A Carta da Terra;
 três convenções
o Biodiversidade,
o Desertificação e
o Mudanças climáticas;
 uma declaração de princípios sobre florestas;
 aDeclaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento; e
 aAgenda 21 - É um programa de ação proposto pelo Comitê preparatório da Conferência das
Nações Unidas para Meio Ambiente e Desenvolvimento durante a realização da ECO 92, no Rio de
Janeiro. O programa foi aprovado por todos os países participantes, cujo objetivo é incentivar os
governos nas esferas nacionais, estaduais e municipais, em conjunto com instituições oficiais,
organizações não governamentais, associações de classe e setor empresarial, a adotar estratégias
de desenvolvimento sustentável. É um roteiro de ações concretas com metas, recursos e
responsabilidades definidas. Esse documento está organizado sob a forma de livro, contendo 40
capítulos, divididos em quatro seções: dimensões sociais e econômicas; conservação e
gerenciamento dos recursos para o desenvolvimento; fortalecimento do papel dos grupos
principais; e meios de implementação.

- Conferencia África do Sul 2002 –(Rio + 10)- As Nações Unidas decidiram realizar, em 2002, na África
doSul, umaConferência para marcar os dez anos do Rio 92, analisar os resultados alcançados e indicar o
caminho a ser seguido para implementação dos compromissos.

A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável reuniu, em Johanesburgo, mais de 100 Chefes de
Estado e reafirmou metas relativas à erradicação da pobreza, à promoção da saúde, à expansão dos
serviços de água e saneamento, à defesa da biodiversidade e à destinação de resíduos tóxicos e não-
tóxicos.

A agenda de debates incluiu energias renováveis e responsabilidade ambiental das empresas, bem como a
necessidade de que todos os atores sociais somem esforços na promoção do desenvolvimento sustentável.

- RIO + 20 - É o nome da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que
ocorreu na cidade do Rio de Janeiro de 13 a 22 de junho de 2012. Participaram líderes dos 193
países que fazem parte da ONU.

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Objetivo: O principal objetivo da Rio+20 foi renovar e reafirmar a participação dos líderes dos
países com relação ao desenvolvimento sustentável no planeta Terra. Foi, portanto, uma segunda
etapa da Cúpula da Terra (ECO-92) que ocorreu a 20 anos na cidade do Rio de Janeiro.

Principais temas que foram debatidos:

- Balanço do que foi feito nos últimos 20 anos em relação ao meio ambiente;

- A importância e os processos da Economia Verde;

- Ações para garantir o desenvolvimento sustentável do planeta;

- Maneiras de eliminar a pobreza;

- A governança internacional no campo do desenvolvimento sustentável.

Resultados da Rio+20

Infelizmente o resultado da Rio+20 não foi o esperado. Os impasses, principalmente entre


os interesses dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, acabaram por frustrar as
expectativas para o desenvolvimento sustentável do planeta. O documento final
apresenta várias intenções e joga para os próximos anos a definição de medidas práticas
para garantir a proteção do meio ambiente. Muitos analistas disseram que a crise
econômica mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, prejudicou as
negociações e tomadas de decisões práticas.

2)-Características da Produção mais Limpa (P + L).

O que é Produção Mais Limpa (P+L)?

Produção Mais Limpa significa a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica
integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e
energia, através da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados, com benefícios
ambientais e econômicos para os processos produtivos. (Definição: UNIDO).

Quais são os objetivos da adoção da Produção Mais Limpa?

- Aumentar a vantagem econômica e competitiva da empresa.

- Racionalizar o uso de insumos.

- Reduzir os desperdícios.

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- Minimizar a geração de resíduos, diminuindo os impactos ambientais.

- Aumentar a competitividade, atualizando a empresa de acordo com as exigências do mercado.

- Adequar os processos e produtos em conformidade com a legislação ambiental.

- Permitir a obtenção de indicadores de eficiência.

- Documentar e manter os resultados obtidos.

- Promover e manter a boa imagem da empresa, divulgando a eco eficiência da produção e a qualidade dos

produtos oferecidos.

Quais são as vantagens da Produção Mais Limpa?

Redução dos custos de produção e aumento da eficiência e competitividade.

Redução das infrações aos padrões ambientais previstos na legislação.

Diminuição dos riscos de acidentes ambientais.

Melhoria das condições de saúde e segurança do trabalhador.

Melhoria da imagem da empresa junto aos consumidores, fornecedores e poder público. Ampliação das

perspectivas de mercado interno e externo.

Acesso facilitado às linhas de financiamento.

Melhor relacionamento com os órgãos ambientais, com a mídia e a comunidade.

Quais são os benefícios da Produção Mais Limpa?

Para a produção:
- Redução no consumo de matéria-prima, energia e água.
- Redução de resíduos e emissões.
- Reuso de resíduos de processo.
- Reciclagem de resíduos.

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Para os produtos:
- Redução de desperdícios (Eco design).
- Uso de material reciclável para novos produtos.
- Diminuição do custo final.
- Redução de riscos.

Produção Mais Limpa e Técnicas de Fim de Tubo: qual é a diferença?

Produção Mais Limpa é uma ação preventiva que busca evitar, por exemplo, a geração de resíduos por
meio do aproveitamento máximo das matérias-primas utilizadas durante o processo produtivo. Já as
Técnicas de Fim de Tubo são ações que apenas ajudam a diminuir o impacto ambiental de determinados
resíduos, ao dar-lhes tratamento. Portanto, o Fim de Tubo só é válido para tratar aqueles resíduos que não
puderam ser evitados no processo, sendo considerada uma alternativa de remediação, enquanto a
Produção Mais Limpa é uma proposta de solução.

Quais são as etapas para a implementação da Produção Mais Limpa?

É a aplicação de técnica ou conjunto de técnicas em uma área contaminada, visando a remoção ou


contenção dos contaminantes presentes, de modo a possibilitar a sua reutilização, com limites aceitáveis
de riscos ao meio ambiente e à saúde humana.

3) O que é um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e como ocorre sua implantação.

O sistema de gestão ambiental com base na norma ISO 14001 tem como objetivo prover as organizações
de elementos de um SGA eficaz que possam ser integrados a outros requisitos da gestão e auxiliá-las a
alcançar seus objetivos ambientais e econômicos. A sua finalidade geral é equilibrar a proteção ambiental e
a prevenção de poluição com as necessidades socioeconômicas. Muitos desses requisitos podem ser
abordados simultaneamente ou reapreciados a qualquer momento (ISO, 2004).

Procedimentos Para a Implantação


De acordo com a NBR ISO 14004 (2005) o Sistema de Gestão Ambiental está orientado sob o modelo de
gestão baseado no ciclo do PDCA (PLAN-planejar, DO-executar, CHECK-verificar e ACT-agir) visando o
processo de melhoria contínua. Dias (2006) destaca que uma organização ao implantar este sistema deve
cumprir cinco etapas sucessivas, são elas: estabelecimento da política ambiental, planejamento,
implementação e operacionalização, verificação e análise pela administração. Antes de serem iniciadas
estas fases, recomenda-se fazer uma análise global da relação da empresa com a natureza, por meio de
uma avaliação das atividades produtivas, como também qual a legislação pertinente ao setor de atuação.
Essa fase irá auxiliar o planejamento do sistema a ser implantado pela empresa. A seguir serão discutidos
os requisitos descritos na norma:
3.1- Política Ambiental
Após as avaliações iniciais, o passo seguinte é definir qual a política ambiental a ser seguida pela
organização. Maimon (1996, p.73) define política ambiental como: “declaração quanto aos princípios e

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compromissos assumidos em relação ao meio ambiente.” A decisão de qual política irá ser adotada é uma
definição que a alta administração deverá tomar e disseminar por toda a organização, como também
divulgar para seus fornecedores, investidores, clientes e comunidade em geral. Martins e Nascimento
(1998, p.7) destacam que essa fase tem importância, pois a mesma norteará os passos seguintes do SGA,
além de mostrar “o pensamento, visão e o comprometimento da empresa com o meio ambiente”.

3.2- Planejamento
Posteriormente a definição da política ambiental, dá-se início a segunda etapa para o processo de
implantação. Martins e Nascimento (1998) descrevem que esse momento tem por objetivo construir
condições para a realização da política ambiental adotada pela organização.
Para construção de tal plano tem-se a necessidade de trabalhar subdivisões: classificação e avaliação dos
aspectos ambientais, levantamento dos requisitos legais, definição dos objetivos, metas e programas
ambientais.

3.3- Implementação e operacionalização

A terceira fase do processo de implantação do sistema de gerenciamento ambiental é caracterizada pela


execução do que foi planejado no estágio anterior. Nessa etapa da implantação tem-se sete passos a
seremcumpridos. O Quadro 2, abaixo irá descrever quais itens e o que são exigidos deles:

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3.4- Verificação

Essa etapa é referente ao check do ciclo do PDCA, pois são desenvolvidas ações que objetivam avaliar o
funcionamento do SGA, como: análise do desempenho ambiental, por meio do “monitoramento e
medição”;verificação do atendimento aos requisitos legais; identificação de “não-conformidades” assim
como açõescorretivas e preventivas que visem a solucionar as falhas identificadas; controlar e registrar as
informaçõesobtidas com as avaliações e por fim desenvolver periodicamente auditorias internas.
Diante desses requisitos pode-se destacar a última etapa (auditoria interna) como de fundamental
importânciapara que haja uma avaliação crítica do desenvolvimento do SGA na organização.

3.5- Análise pela Administração

Neste item, a norma solicita que haja, por parte da alta direção, uma avaliação do seu SGA com o objetivo
deaprimorar a performanceambiental da organização. (NBR ISO 14004: 2005)
Por fim com o cumprimento de todas as etapas inicia-se um novo ciclo, porém este deverá conter novas
atribuições ao SGA mesmo que as metas e os objetivos propostos inicialmente sejam atendidos. Este fato
sedeve ao processo de melhoria contínua ao qual o gerenciamento ambiental se propõe a executar,
procurandosempre aperfeiçoar a responsabilidade e o desempenho ambiental.
Após essa breve contextualização dos requisitos necessários a implantação de um Sistema de Gestão
Ambiental baseado na NBR ISO 14001 haverá uma explanação sobre a metodologia adotada para a
construção desta pesquisa.

4) - Características do Sistema Integrado de Gestão (SGI) e conhecer as ISOs que compõem o SGI.

Sistema de Gestão Integrada - (SGI) pode ser definido como a combinação de processos, procedimentos e
práticas utilizados em uma organização para implementar suas políticas de gestão e que pode ser mais
eficiente na consecução dos objetivos oriundos delas do que quando há diversos sistemas individuais se
sobrepondo DE CICCO (2004).
O SGI visa unir o atendimento às normas de forma simultânea para os pontos comuns, como, por exemplo,
no processo de aquisição deve ser verificado tanto as especificações técnicas, como as especificações
ambientais e de saúde e segurança no trabalho. E incluir os valores não contemplados em alguma norma
de forma que sejam visto como um só processo de garantia de qualidade. Sendo que conceito de
qualidade desta forma se amplia, pois o cliente não leva somente em conta as características do produto
ou serviço, mesmo que esse já contemple um valor agregado. Ele também busca uma maior coerência
ambiental e uma garantia que não está comprado de empresas que não respeitam os seus funcionários e o
meio ambiente.
A figura 3 demonstra a integração dos sistemas, onde o SGI interage com os demais níveis :
Sistemas de Gestão de Qualidade – SGQ, Sistema de Gestão Ambiental – SGA e Sistema de Gestão de
Saúde e Segurança do Trabalho – SGSST.

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Segundo DE CICCO (2004), a Gestão Integrada apresenta a sistemática e as diretrizes do Sistema de Gestão
de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde do local de implantação da Gestão, as quais provêem
confiança a todas as partes interessadas em seu desempenho em relação aos requisitos especificados e
procurando superar as expectativas do cliente.
Gerenciamento SMS :
 Medidas Preventivas: atividades e produtos devem ser, constantes e continuamente,
supervisionados e acompanhados, com o enfoque de identificar possíveis riscos que possam
provocar efeitos adversos ao meio ambiente e ao colaborador.
 Informações ao público: todas as informações sobre os controles e as condições ambientais e
trabalhistas da unidade, deverão estar sempre disponíveis e abertas ao público e aos clientes da
unidade.
 Novos processos, produtos e serviços: quando da implantação de novos processos,atividades ou
produtos, deve-se avaliar e identificar as possíveis interações com o meioambiente e com a
segurança do trabalho e definir ações de controle e de contingênciaquando necessário.
 Escolha de novas tecnologias: medidas para evitar ou eliminar riscos potenciais deagressões
ambientais, ao trabalhador e ao patrimônio devem ser escolhidas utilizando-seas melhores
tecnologias disponíveis com base na disponibilidade financeira e no critériode custo benefício que a
situação representa, sempre tomando como referencial, umasituação existente que tenha obtido
bons resultados práticos.
 Comprometimento dos funcionários: continua e constantemente, para todos osfuncionários da
unidade, deve-se fomentar a consciência, a responsabilidade e amotivação sobre a relação entre as
atividades e os produtos com a condição de segurança,meio ambiente e saúde ocupacional.
 Recebimento de reclamações: solicitações, reclamações e outros posicionamentos de autoridades
Ambientais e do Trabalho e Emprego, clientes, vizinhos, etc., deverão ser sempre aceitas e se
procedentes, Planos de Ação deverão ser providenciados para que na maior brevidade possível, as
irregularidades sejam sanadas.
 Plano de Emergência: medidas para evitar e para controlar inícios de emissões acidentais de
substâncias ou de energias e de acidentes de trabalho, devem ser definidas, estabelecidas e
desconhecimento absoluto e inequívoco por parte de todos que com elas estejam envolvidos.

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 Registros: registros e procedimentos para o atendimento das Metas, dos Objetivos e da Política de
Segurança, Meio Ambiente e Saúde – SMS deverão ser constantes e continuamente documentados
e atualizados.
 Funcionários de Terceiros: devem-se prever mecanismos para que funcionários de empresas
contratadas e visitantes apliquem as normas sobre SMS e que estejam sempre disponíveis,
existentes e aplicáveis.

Tipos de Implantação do Sistema de Gestão Integrada

Conforme as características da empresa que está implementado o SGI, diferentes caminhos podem ser
percorridos durante as etapas de implementação. Diversos fatores influenciam na decisão de como a
mesma será conduzida, como a existência ou não de sistemas de gestão já implantados, sejam quais
forem, a cultura de gestão em vigor na empresa, o planejamento da direção, considerando objetivos,
prazos e motivações. Os recursos financeiros e humanos também têm grande influência neste processo.
Para Labodová (2003) existem duas formas de integração verificadas em empresas na Europa, que são
elas:

a) Implementação seqüencial de sistemas individuais – qualidade, meio ambiente e saúde e


segurança – são combinados, formando o SGI;

b) Implementação do SGI, sendo que apenas um sistema engloba todas as três áreas. Para essa forma de
implementação, a metodologia escolhida está baseada nas teorias da análise de risco, cujo significado
pode ser usado como um fator integrador – risco para o meio ambiente, para a saúde e dos empregados e
população ao redor e risco de perdas econômicas decorrentes a problemas no produto.

No entanto, segundo Soler (2002), existem diversas formas de implantação de SGI. Tais formatos
dependem de características próprias da Organização que irá implantá-los. Desta forma, antes da
implementação, deve-se definir a forma de desenvolvimento do SGI mais adequada e eficiente, que atenda
às necessidades da Organização.

Alguns dos formatos de implementação:


Sistemas Paralelos: Os sistemas são separados e, para suas diferentes especificidades (saúde esegurança
do trabalho e meio ambiente), apenas os formatos quanto à numeração, terminologia e organização são
semelhantes.
Representantes da administração;
Programas de treinamento;
Conjuntos de documentos;
Programas de controle de documentos e dados;
Instruções de trabalho;
Sistemas de gestão de registros;
Sistemas de calibração;

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Programas de auditoria interna;
Controles de procedimentos para não-conformidades;
Programas de ações corretiva e preventiva;
Reuniões para análise crítica pela administração

Sistemas Fundidos: Neste caso, há o compartilhamento de algumas partes dos sistemas de gestão
relacionadas com procedimentos e processos, porém continuam sendo sistemas separados em várias
outras áreas. O grau de integração, em geral, dependerá da própria organização como:
Sistema de registros de programas de treinamento;
Programa de controle de documentos e dados;
Sistemas de calibração;
Sistema de gestão de registros.

Sistemas Totalmente Integrados: A proposta do SGI envolve um sistema de gestão homogêneo, adequado
tanto aos requisitos da ISO 14001 e aos da BS 8800 / OHSAS 18001.
Todos os elementos dos sistemas de gestão são comuns.
Conjunto de documentos;
Política abrangendo os diferentes requisitos;
Representante da administração;
Sistema de gestão de registros e de treinamentos;
Sistema de controle de documentos e dados;
Conjunto de instruções de trabalho;
Sistema de calibração de equipamentos;
Programa de auditoria interna;
Plano de reação às não-conformidades específicas;
Programa de ações corretiva e preventiva;
Sistema de gestão de registros;
Reunião para análise crítica pela administração.

Soler (2002), diz que o principal argumento que tem compelido as empresas a integrar os processos de
qualidade, meio ambiente e de segurança e saúde no trabalho é o efeito positivo que um SGI pode ter
sobre os funcionários.

5)- Ciclo do PDCA (Processo de Implantação)

Ciclo de Shewhart (PDCA)

O Ciclo de Shewhart, conhecido também como Ciclo de Deming ou Ciclo PDCA (do inglês plan –
planejar, do - executar, check - verificar e act – agir), é a base metodológica utilizada pela Norma ISO
14001, bem como por outras normas de sistemas de gestão, como a ISO 9001. No caso de um Sistema de

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Gestão Ambiental (SGA), este ciclo, conforme exemplifica a figura 1 abaixo, objetiva internalizar uma
metodologia pragmática para a ordenação dos requisitos gerenciais da Norma e estimular a melhoria
contínua do sistema de gestão e do desempenho ambiental da organização.

Uma vez implantado como metodologia de base do SGA, o PDCA será o moto perpetuum estratégico do
sistema de gestão rumo à melhoria contínua. Espera-se que a cada ciclo executado, obtenham-se os
resultados planejados em seu início, sempre mais ambiciosos em relação aos ciclos percorridos
anteriormente. Assim, garante-se a evolução dos indicadores de desempenho ambiental e a permanente
melhoria gerencial e operacional. A figura 2 ilustra bem este processo.

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Abordagem de Processo

Além da metodologia PDCA, tanto o Sistema de Gestão da Qualidade como o Ambiental se apoiam na
chamada “abordagem de processo”. Esta perspectiva facilita a compreensão dos complexos conjuntos
operacionais ou atividades, desmembrando-os em operações unitárias interativas e evidenciando seus
principais aspectos: as “entradas e saídas”. É o que se denomina “Mapeamento de Processos”, uma
ferramenta gerencial da qualidade bastante útil para a identificação destas amplas redes analíticas de
interações. Através deste mapeamento, torna-se possível focar sobre cada processo de uma organização,
destacando sua influência sistêmica na rede global de processos da qual faz parte. Além disso, o
mapeamento permite uma avaliação criteriosa entre o conjunto de processos e a circunvizinhança em que a
organização opera. As figuras 3A e 3B ilustram bem esta abordagem:

A figura acima destaca um marcroprocesso organizacional, contemplando todos os processos interativos que
se utilizam de recursos (entradas) e os transformam e produtos, subprodutos ou serviços (saídas).

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A figura 3B exemplifica um processo unitário com destaque para suas entradas e saídas.

Este processo pode ser, hipoteticamente, a fabricação e posterior lavagem de caixas plásticas. Pode-se
considerar como entradas o polietileno, seus aditivos e pigmentos, água tratada, óleos e graxas das
máquinas operatrizes, energia elétrica e térmica. Como saídas, têm-se as caixas de plástico conformadas
(produto esperado), vapores da fundição do polietileno, rebarbas plásticas provenientes da extrusão e
acabamento das peças, efluentes de lavagem, caixas plásticas refugadas, dentre outras. Diante dessas
informações sobre entradas e saídas, é possível levantar a interferência individual deste processo na
qualidade do ambiente em que ele se insere.

A interferência citada no exemplo acima, conhecida como “impacto ambiental”, será discutida
exaustivamente mais adiante, bem como suas causas ou “aspectos ambientais” (setas vermelhas).

A abordagem de processo é, desse modo, uma perspectiva que fragmenta a complexidade dos conjuntos
operacionais, permitindo que os gestores identifiquem as respectivas variáveis ambientais significativas e
possam gerenciá-las com maior eficácia.

O Pré-planejamento

É uma fase prévia da implantação do SGA, na qual se definem os dois primeiros requisitos que estabelecem
as bases de todo o sistema: o requisito “4.1 Requisitos Gerais” e “4.2 Política Ambiental“. O pré-
planejamento é desenvolvido antes de se rodar o primeiro ciclo PDCA (anterior à certificação), ou seja, na
fase de estabelecimento do sistema de gestão. Do segundo ciclo em diante, quando geralmente a organização
já passou pela primeira certificação, o pré-planejamento será substituído pela última fase do PDCA anterior,
isto é, pela fase “Agir”. A análise crítica sobre a adequação dos requisitos 4.1 e 4.2, neste caso, ocorrerá
durante a “ação” para a busca de possíveis melhorias a serem planejadas, executadas e verificadas nos ciclos
posteriores.

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Abaixo se iniciam os comentários acerca dos requisitos da ISO 14001, objetivo principal desta série de
artigos.

REQUISITO NORMATIVO: Requisitos Gerais (item 4.1)

A Norma ISO 14001:2004 especifica que

A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e continuamente melhorar um sistema


de gestão ambiental em conformidade com os requisitos desta Norma e determinar como ela irá atender a
esses requisitos.

A organização deve definir e documentar o escopo de seu sistema de gestão ambiental.

Logo neste primeiro requisito fica evidente que a metodologia PDCA está atrelada ao sistema de gestão.
“Estabelecer, documentar, implementar, manter e continuamente melhorar” um SGA nada mais são do que
as intermitentes fases de planejamento, execução, verificação e ação para a melhoria, conforme já discutido
anteriormente.

O requisito também especifica que o sistema seja obrigatoriamente documentado, pois assim poderá ser
formalizado, disseminado, acessado, operado e verificado por meio de auditorias. Grosso modo, um sistema
não documentado não existe. Portanto, o gestor e sua equipe deverão garantir uma documentação que
permita assegurar todos os processos relacionados ao SGA. Em artigos subseqüentes serão abordados
maiores detalhes sobre quais requisitos exigem documentação.

Outro importante aspecto deste requisito é a obrigatoriedade de que a organização especifique claramente
“como” irá atender aos requisitos da Norma. Isto é, não basta assumir a implantação de um SGA sem que se
especifique os meios pelos quais esta implantação será viabilizada. Na fase do planejamento, como se verá,
o detalhamento desses meios deverá estar bastante claro, incluindo a definição de recursos necessários para
se atender os requisitos.

A definição do escopo e a sua documentação também são critérios obrigatórios especificados por este
requisito. O escopo é a definição dos limites organizacionais em que o SGA será estabelecido e
implementado. Pode-se entendê-lo como o “alvo global” do sistema de gestão ou o macroprocesso que
estará sujeito aos requisitos normativos. Esta definição delimita claramente até onde o SGA sistematiza as
operações e os processos gerenciais. O estabelecimento do escopo do SGA é essencial, pois o gestor e outros
responsáveis pela manutenção e melhoria do sistema, além dos auditores de órgãos certificadores, passam a
conhecer exatamente os limites do macroprocesso sob influência dos requisitos do sistema, ou seja, onde tais
requisitos estão ou serão implementados. Mas como determinar e onde documentar o escopo do SGA?

Para se determinar o escopo do SGA a organização deve refletir sobre as motivações que a levam a adotar o
sistema. Perguntas úteis que podem ser feitas para ajudar a definir o escopo são:

 qual a razão da sistematização da gestão ambiental em nossa organização?


 Os impactos provenientes de qual conjunto de processos devem ser exaustivamente mitigados, para
atender aos anseios de todas as partes interessadas?
 O que os tomadores dos nossos serviços/consumidores dos nossos produtos esperam de nossa gestão
ambiental?
 De quais critérios ambientais os nossos clientes, ou o nosso mercado global, exigem cumprimento?
 Quais são os conjuntos de processos que interferem na qualidade do meio ambiente em que nossa
organização se insere?
 Haveria razão plausível para não incluir algum processo ou conjunto de processos na sistematização
da gestão ambiental?

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Geralmente, as respostas a estas e outras perguntas conduzem as organizações a definirem com sucesso o
escopo do SGA. Para perguntar e responder, recomenda-se o uso de brainstormings entre as pessoas-chave
do sistema, como supervisores ambientais, gerentes de área, consultores, diretoria e presidência.

Uma empresa, por exemplo, pode dispor de várias unidades operacionais, cada qual com um tipo de
negócio. A determinação do escopo delimita exatamente qual unidade ou tipo de macroprocesso estará
sujeito aos requisitos normativos, de forma a atender a todos os anseios da organização e das partes
interessadas nos seus impactos ambientais globais.

Ilustra-se, abaixo, um dos fatores decisivos para a definição de escopo do SGA numa determinada empresa:

Uma fábrica que produz sucos de uma variedade de frutas pode definir como um dos objetivos da
implantação da ISO 14001, além da prevenção da poluição (motivação intrínseca dada pela Norma),
participar do mercado externo de sucos de laranja (motivação mercadológica da organização). Seu cliente
no país importador exige que sua produção de sucos de laranja seja certificada nos padrões da ISO 14001.
A empresa, desse modo, poderá optar pela implantação e certificação ISO 14001 apenas de sua linha de
produção de sucos de laranja, conquistando assim o seu potencial cliente no mercado externo. Como a
organização não dispõe de recursos imediatos para certificar todos os processos, muito menos seus clientes
no mercado interno ou partes interessadas não o exigem, esta seria uma boa estratégia para iniciar a
cultura da sistematização do gerenciamento ambiental em uma de suas unidades. Posteriormente, ela
poderia ampliar este escopo para outras linhas produtivas.

A organização dispõe de livre escolha para estabelecer qual documento poderá conter uma declaração sobre
os limites em que o SGA terá influência. Porém, a experiência recomenda que o escopo seja exposto
claramente junto à Política Ambiental, pois é nela em que a organização declara as suas intenções de
comprometimento e conformidade global com os critérios ambientais. Indicando o escopo junto à Política
Ambiental, permite-se a conjunção das principais informações que darão o norte do SGA num único
documento acessado por todos os responsáveis diretos e indiretos pelo sistema, além das partes interessadas
nos impactos ambientais do negócio.

6)-Tipos e classificação de resíduos (Orgânico, Reciclável, Resíduos Perigosos e Não


Reciclável).

Tipos de resíduos

A) Quanto à sua origem (fontes geradoras)


• Domiciliar (residências).
• Comercial (é o que pode conter a maior porcentagem deresíduos recicláveis, dependendo do tipo de
estabelecimento. Se for um restaurante, por exemplo tempotencialidade para a compostagem e se for um
escritório,tem grande quantidade de papéis e, portanto, seremdestinados para a reciclagem).
• Público (varrição das vias públicas, limpeza de praias,galerias, córregos, restos de podas de plantas,
limpeza defeiras livres, etc).
• Industrial.
• Hospitalar ou de serviços de saúde.
• Agrícola.
• Portos, aeroportos e terminais rodoviários ou ferroviários.

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ESTUDO DIRIGIDO
• Entulho (construção civil).
B) Quanto à sua composição química
• Orgânico (ou biodegradável): restos dealimentos, cascas de frutas, de legumes e deovos, cabelos, podas
de jardim, excrementode animais etc.
• Inorgânico:
a) Reciclável
b) Não reciclável

Como classificar os resíduos (lixo?)

São várias as formas possíveis de se classificar o lixo


• por sua natureza física: seco e molhado
• por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica
• pelos riscos potenciais ou meio ambientes
• perigosos não-inertes (NBR-100004)

Classificação resíduos:
 Orgânico - Resíduos orgânicos são restos de alimentos e outros materiais que degradam
rapidamente na natureza, tais como: cascas, folhas, restos de frutos e vegetais, pó de café, esterco
de animais, aparam de grama, galhos papel, restos de culturas agrícolas, etc.

 Recicláveis - Materiais recicláveis são aqueles que após sofrerem uma transformação física ou
química podem ser reutilizados no mercado, seja sob a forma original ou como matéria-prima de
outros materiais para finalidades diversas.
 Não recicláveis - Materiais não recicláveis são aqueles que não podem ser reutilizados após
transformação química ou física, porém muitos materiais não são reciclados no Brasil apenas por
ainda não existir tecnologia para o tipo específico de material. Fique atento quando comprar uma
embalagem que é reciclável pois dependendo do material, ela poderá ir para o lixo comum no final
do processo.

 Resíduos perigosos - é o material descartado, geralmente na forma química, que pode causar a
morte ou danos à seres vivos. Normalmente são resíduos vindos da indústria ou comércio, porém
também pode ter resíduos residenciais, da agricultura, militar, hospitais, fontes radioativas bem
como lavanderias e tinturarias. Como muitos outros problemas de poluição, os resíduos tóxicos
começam a ser um problema significativo durante a revolução industrial.

7)- Gerenciamento de Resíduos

As empresas dentro dos princípios da globalização estão promovendo parcerias e terceirizando a


operação de Estações de Tratamento de Efluentes Industriais. Desta forma, transferem responsabilidades
para quem entende de engenharia química, biologia e administração de problemas da geração, transporte
e destinação final de resíduos industriais perigosos.

7.1 Saneamentos de solos contaminados

Os solos contaminados com hidrocarbonetos (gasolina, querosene, óleo diesel, álcool, óleos e graxas
diversos) existentes em todos os postos de abastecimento de combustíveis licenciados até os anos

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ESTUDO DIRIGIDO
recentes, uma vez identificados os vazamentos e contaminações pelos órgãos de meio ambiente estaduais,
aplicada a legislação, devem ser saneados, como remediação pelo dano ambiental causado.

7.2 Desumidificação

Equipamento de desumidificação que retira água em até 100% de diversas soluções orgânicas e
inorgânicas. É o caso da desumidificação de lodos galvânicos úmidos gerados nas estações de tratamento
de efluentes de sistemas de eletrodeposição de metas. Quanto menos água contiver, mais estáveis
permanecerão e mais fácil será tratá-los. Um desses tratamentos seria a deposição em aterro sanitário
especial licenciado.

7.3 Recuperações de solventes

Processo que promove a recuperação de solventes, evitando assim que sejam lançados ao meio
ambiente. Esses resíduos perigosos estão disponíveis em indústrias que manipulam tintas, plásticos,
moldes, etc.

7.4 Pirólise

Tratamento é a destinação final do lixo, sendo energeticamente autossustentável não necessitando de


energia externa.
Decomposição química por calor na ausência de oxigênio, com balanço energético positivo, ou seja,
produz mais energia do que consome.
Os resíduos que alimentam o reator pirolítico podem ··ser provenientes do lixo doméstico, do
processamento de plásticos e industriais.

7.5 Compostagem

Processo biológico de decomposição de matéria orgânica que pode estar contido em restos de origem
animal ou vegetal.
O produto final resultante do processo de compostagem pode ser considerado como um enriquecedor
do solo, ou seja, ele poderá ser aplicado ao solo para melhorar as suas características, sem que haja uma
contaminação do meio ambiente.

7.6 Incineração

Destruição integral do lixo pela incineração a altas temperaturas é uma das alternativas para o destino final
do lixo urbano. É um método de redução de volume e peso do lixo, através da combustão controlada,
porém sempre haverá um resíduo a ser disposto em aterro sanitário, podendo chegar a valores em torno
de 20% do peso inicial.

8)-O tripé da Política Ambiental

A sustentabilidade, em termos de documentos da ONU (Organização das Nações Unidas) e rascunhos para
a Rio+20, gerou uma visão de base para sustentabilidade que tem o seguinte tripé:

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ESTUDO DIRIGIDO
1. Ser economicamente viável;
2. Ser socialmente justo;
3. Ser ambientalmente correto.

Também conhecido como “Triple BottonLine” , linha de três pilastras, foi criado em 1990, por John
Elkington, inglês, fundador da ONG SustainAbility. Essa concepção de tripé de sustentabilidade tem
recebido críticas de diversas correntes.

No quesito de “economicamente viável” há um paradoxo, pois a economia atual, ainda preenchida de


conceitos e ações do século XX em pleno início do século XXI, ainda é estimulada pela concorrência, pela
contratação de mão-de-obra mais barata e busca do lucro pelos estímulos do consumismo que mantém o
faturamento das empresas e do ritmode geração de empregos.

O quesito socialmente justo falha na concepção de uma sociedade que se mantém no ciclo lucrativo
da competição que deixa à margem cerca de 2 bilhões de pessoas na miséria no mundo e, principalmente,
nos países mais pobres do mundo alheios a uma política social e institucional séria.

O terceiro item, o “ambientalmente correto” também é considerado utópico pelo ritmo desenfreado de
ações extrativistas e destruidoras nos ecossistemas do planeta em prol da produção de serviços e produtos
nãos-sustentáveis, ou sustentáveis em nível simbólico e marketista em algumas ações de comunicação
empresarial. A humanidade e o seu ritmo produtivo pós-industrial ainda não conseguiu mitigar o avanço
das poluições e do excesso de consumo de energia no planeta, havendo somente ações e projetos
pontuais de relevância contra o aquecimento global e na defesa de biomas e espécies.

O tripé da sustentabilidade tem sido considerado um conceito puramente retórico, porém é utilizado como
medidor em nível social, ambiental e econômicas em relatórios oficiais de empresas privadas e públicas
comprometidas com o desenvolvimento sustentável em todo o mundo.

Também referido como 3P´s depende de questões políticas e culturais, de um alto nível de coerência para
que as dúvidas e falhas relatadas anteriormente possam ser detectadas e superadas, sempre equilibrando
o que é esperado de um projeto de desenvolvimento e o que está sendo verdadeiramente implementado.

9)- Objetivos da Rotulagem Ambiental, ISO 14020

A Rotulagem Ambiental
A comunicação é a chave para a mudança de comportamento na sociedademoderna em direção ao
desenvolvimento sustentável e o setor produtivo tem dadoimportantes contribuições através de
mecanismos os mais variados. Um exemplo é arotulagem ambiental de produtos que se consolidou em
diversos países através dasauto-declarações, muitas já ajustadas aos padrões internacionais da ISO. Atenta
à necessidade de normatizar a relação entre produtos e consumidores ou relações B2B(Business to
Business) a ISO criou a série de normas 14020. No escopo da ISO, os tipos derotulagem ambiental são três,
a saber:
• Rotulagem Tipo I – Programas de Selo Verde
• Rotulagem Tipo II – Auto-declarações ambientais
• Rotulagem Tipo III – Inclui avaliações de Ciclo de Vida

Rotulagem Tipo I – NBR ISO 14024

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ESTUDO DIRIGIDO
Esta Norma “estabelece os princípios e procedimentos para o desenvolvimento de programas de
rotulagem ambiental, incluindo a seleção de categorias de produtos, critérios ambientais dos produtos e
características funcionais dos produtos, e paraavaliar e demonstrar sua conformidade. Esta Norma
também estabelece os procedimentos de certificação para a concessão do rótulo”.

Rotulagem Tipo II – NBR ISO 14021


Esta Norma “especifica os requisitos para auto declarações ambientais, incluindo textos, símbolos e
gráficos, no que se refere aos produtos. Ela descreve, ainda,termos selecionados usados comumente em
declarações ambientais e fornece qualificações para seu uso. Esta Norma também descreve uma
metodologia de avaliação e verificação geral para auto declarações ambientais e métodos específicos de
avaliação everificação para as declarações selecionadas nesta Norma”.

Rotulagem Tipo III – ISO 14025


Esta Norma ainda está sendo elaborada no âmbito da ISO. Ela tem alto graude complexidade devido à
inclusão da ferramenta Avaliação do Ciclo de Vida. A percepção é de que ainda há um longo caminho a ser
percorrido para que este tipo derotulagem ganhe o mercado, visto que a ferramenta de ACV ainda não
está definitivamente consolidada do ponto de vista técnico.

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ESTUDO DIRIGIDO

11)-Definições e termos técnicos na gestão ambiental no setor empresarial

Ação corretiva
É uma ação implementada para eliminar as causas de uma não conformidade, de um defeito ou de outra
situação indesejável, a fim de prevenir sua repetição.
Ação preventiva
Ação implementada para eliminar as causas de uma possível não-conformidade, defeito ou outra
situação indesejável, a fim de prevenir sua ocorrência.
Aspecto ambiental
Elemento de atividades, produtos ou serviços de uma empresa que pode interagir com o meio ambiente.
Ativo Ambiental
Bens ambientais da empresa.
Auditoria Ambiental
Verificação sistemática, documentada, objetiva e periódica, efetuada na empresa, por entidade
regulamentada, como objetivo de determinar seu nível de conformidade com a legislação vigente, avaliar a
eficácia do sistema de gestão ambiental existente e avaliar os riscos provenientes de materiais e práticas
regulamentadas ou não.
Avaliação do desempenho ambiental
Ferramenta de gestão que auxilia a empresa a identificar e melhorar seu desempenho ambiental,
mediante processo de medição, análise, registro e comunicação, segundo critérios acordados pelo gerente.
Avaliação do impacto ambiental
É um procedimento para encorajar a tomada de decisão em relação aos possíveis efeitos dos projetos de
investimentos sobre a qualidade ambiental e a produtividade dos recursos naturais, e um instrumento
para a coleta e organização dos dados que os planejadores necessitam para fazer com que os projetos
sejam válidos e ambientalmente fundamentados.
Certificação/ rotulagem
Procedimento pelo qual um organismo certificador dá garantia, por escrito, de que o produto, processo,
serviço e/ou sistema de gestão está conforme as exigências de uma norma específica.
Ciclo de vida
Estágios consecutivos e inter-relacionados dos estágios de um sistema de produtos, desde a aquisição da
matéria-prima até a sua disposição final.Correção
Refere-se a um reparo, um ajuste e está relacionada a resolução de uma não conformidade existente.
Degradação ambiental
Termo usado para qualificar os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se
perdem ou se produzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade ou a capacidade produtiva
de recursos ambientais.

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ESTUDO DIRIGIDO
Desenvolvimento sustentável
Processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação
do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais se harmonizam e reforçam o potencial
presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas (COMISSÃO MUNDIAL DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL)

Eco-business
Produtos e serviços, cuja demanda cresce com a difusão da consciência ecológica. Incluem-se em eco-
business as indústrias de equipamentos de depuração, as empresas de serviços de despoluição do ar e das
águas, de reciclagem de lixo, de controle de resíduos e uma extensa lista de produtos que são vendidos a
partir de sua imagem ecológica.
EMAS (Environmental Management and Audit Scheme)
Norma da União Européia válida a partir de abril de 1995. Norma voluntária para prover a
sustentabilidade.Impacto Ambiental
Qualquer alteração do meio ambiente quer adversa ou benéfica, total ou parcialmente resultante das
atividades, produtos ou serviços de uma empresa.
Legislação ambiental
Conjunto de regulamentos jurídicos especificamente voltados às atividades que afetam a qualidade do
meio ambiente.
Meio ambiente
Arredores no qual uma organização opera, incluindo ar, água, terra, recursos naturais, flora, fauna,
homens e suas relações. Arredores no contexto estende de dentro da organização para o sistema global.
Melhoria contínua
Processo de intensificação do sistema de gestão ambiental de modo a alcançar melhorias no
desempenho ambiental da organização, de acordo com sua política ambiental.
Meta ambiental
Requisito detalhado da performance, quantificável quando possível, aplicável às partes da organização,
decorrentes dos objetivos ambientais que necessitam ser alcançados.
Monitoramento
Determinação contínua e periódica da quantidade de poluentes ou de contaminação radioativa presente
no meio ambiente.Normas ambientais
Regra, modelo, paradigma, forma ou tudo que se estabeleça em lei ou regulamento para servir de ajuda
ou padrão na maneira de agir.
Objetivo ambiental
Resultado ambiental global, fundamentado na Política Ambiental da empresa e nos impactos ambientais
significativos, estabelecido pela organização para que ela própria o alcance, e que deve ser passível de
realização e quantificação.
Ökotex – 100
Selo verde de origem alemã que confere certificação ambiental à indústria têxtil.

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ESTUDO DIRIGIDO
ONG
Organização não-governamental e sem fins lucrativos.
Padrões de qualidade ambiental
Condições limitantes de qualidade ambiental, muitas vezes expressam, em termos numéricos,
usualmente estabelecidos por lei e sob jurisdição específica, para a proteção da saúde e do bem-estar dos
homens.
Partes interessadas
Pessoas físicas ou jurídicas com interesse nos efeitos ambientais das atividades, produtos e serviços da
organização. Estão incluídos os clientes, acionistas, fornecedores, credores, colaboradores, órgãos de
fiscalização, ONG’s, comunidade e público em geral.Passivo ambiental
Resultado econômico das empresas passível de ser sacrificado em função da preservação, recuperação e
proteção do meio ambiente.
Poluição ambiental
Adição, por fonte natural ou humana, de qualquer substância estranha ao ar, água ou solo, em tais
quantidades que tornem este recurso impróprio para uso específico ou estabelecido. Presença de matéria
ou energia, cuja natureza, localização e quantidade produzam efeitos ambientais indesejáveis.
Prevenção de poluição
Uso dos processos, práticas, materiais ou produtos que evitam, reduzem ou controlam a poluição, que
podem incluir reciclagem, tratamento, mudança de processo, mecanismos de controle, uso eficiente de
recursos e substituição de material. Os benefícios potenciais de prevenção de poluição incluem redução
dos impactos ambientais adversos, aumento de eficiência e redução de custos.
Qualidade ambiental
É o estado do ar, da água, do solo e dos ecossistemas, em relação aos efeitos da ação humana.
Regulamento ambiental
Atos administrativos, postos em vigência por decreto, para especificar os mandamentos da lei, ou prover
situações ainda não disciplinadas por lei.Relatório de impacto ambiental
Documento que apresenta os resultados dos estudos técnicos e científicos de avaliação de impacto
ambiental. Constitui um documento de processo de avaliação de impacto ambiental, devendo esclarecer
todos os elementos da proposta em estudo, de modo que possam ser divulgados e apreciados pelos
grupos sociais interessados e por todas as instituições envolvidas na tomada de decisão.
Riscos ambientais
Produto entre a probabilidade de ocorrência de evento indesejável e a magnitude do dano por ele
causado ao meio ambiente. Também pode ser definido pela razão entre o perigo e as medidas mitigadoras.
Não-conformidade
O não atendimento a um requisito especificado.
Relatório de não-conformidade
Documento no qual são registradas as informações relativas a não-conformidades. Usa-se muito na forma
abreviada: RNC.

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ESTUDO DIRIGIDO
12)- Certificação ambiental

O Selo verde surgiu com a crescente preocupação ambiental dos consumidores, e vem ganhando adeptos
em todo o mundo. Devido a essa preocupação, governos e organizações não governamentais (ONGs) de
vários países formularam um conjunto de normas para regular o comércio de produtos, provenientes das
florestas tropicais através de acordos internacionais.

13)- Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

O Sistema de Gestão Ambiental é um processo voltado a resolver, mitigar e/ou prevenir os problemas de
caráter ambiental, com o objetivo de desenvolvimento sustentável.

Podemos definir Sistema de gestão Ambienta (SGA), segundo a NBR ISO 14001, como a parte do sistema
de gestão que compreende a estrutura organizacional, as responsabilidades, as práticas, os
procedimentos, os processos e recurso para aplicar, elaborar, revisar e manter a política ambiental da
empresa.

O processo de implementação de um Sistema de Gestão consta de 4 fases:

1 - Definição e comunicação do projeto (gera-se um documento de trabalho que irá detalhar as bases do
projeto para implementação do SGA);

2 - Planejamento do SGA (realiza-se a revisão ambiental inicial, planejando-se o sistema);

3 - Instalação do SGA (realiza-se a implementação do SGA);

4 - Auditoria e certificação.

Uma vez implementado o SGA, pode-se tramitar sua certificação.

Qualquer empresa pode implementar o SGA.

O Sistemas de Gestão Ambiental permitem as empresas, de forma imediata:

 Segurança, na forma de redução de riscos de acidentes, de sanções legais, etc;


 Qualidade dos produtos, serviços e processos;
 Economia e/ou redução no consumo de matérias-primas, água e energia;
 Mercado, com a finalidade de captar novos clientes;
 Melhora na imagem;
 Melhora no processo;
 Possibilidade de futuro e a permanência da empresa;
 Possibilidade de financiamentos, devido ao bom histórico ambiental.

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