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Aula 12

ENAM - Direito
Empresarial

Autor
Prof.: Alessandro 18 de Março de 2024
Sanchez
Estratégia Carreira Jurídica
ENAM - Direito Empresarial - Prof.: Alessandro Sanchez

Sumário
Considerações Iniciais ............................................................................................................................. 2

Responsabilidade Ambiental, Social e de Governança na perspectiva do ESG.......................................... 3

Escopo Geral .............................................................................................................................................................................. 3

Legislação e ESG......................................................................................................................................................................... 5

Diferenças entre Sustentabilidade e ESG .................................................................................................................................. 7

Análise Prática ........................................................................................................................................................................... 8

Questões Comentadas ............................................................................................................................ 9

Considerações Finais ............................................................................................................................. 12

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá Estrategistas!

Neste PDF iremos compreender um pouco mais os conceitos e aplicações da Responsabilidade Ambiental,
Social e de Governança na perspectiva do ESG (Environmental, Social and Governance).

Apenas relembrando, esse é um tópico da ementa de Direito Empresarial.

Qualquer dúvida, sugestão ou feedback, você poderá me encontrar-me no seguinte endereço:

@_Profa.Raissa

Bons estudos!

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RESPONSABILIDADE AMBIENTAL, SOCIAL E DE


GOVERNANÇA NA PERSPECTIVA DO ESG
Escopo Geral

A falta de conhecimento pode nos levar a conclusões erradas, mesmo apresentando argumentos
corretos. Um exemplo disso é que na Austrália só havia cisnes brancos. A conclusão geral era: não há cisnes
negros na Austrália. Até algum estudioso da área descobrir um cisne negro.

A consciência da fragilidade, da interdependência entre os países, de algumas desconexões entre


causa e efeito, mas, principalmente, da falta de conhecimento da realidade planetária pelo ser humano,
resulta em uma prioridade de promover a informação, a responsabilização e a transparência para todos os
agentes do mercado.

A preocupação com um futuro que permite o desenvolvimento saudável de diversas gerações gerou
uma sigla que vem permeando as construções de política pública nas relações privadas: ESG.

O termo significa:

Enviromental Social Governance

Meio Ambiente Social Governância

Reponsabilidade
Responsabilidade Governança
Social das
Ambiental Corporativa
Empresas

O conceito foi cunhado em 2004 pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) em
estudo desenvolvido em parceria com representantes de diversas instituições financeiras.

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“O relatório produziu trouxe uma conclusão que alinha as perspectivas regulatórias e financeiras:
empresas que têm um bom desempenho segundo critérios ESG gerenciam melhor os seus riscos e
antecipam ações regulatórias, agregando mais valor aos seus acionistas e aumentando sua
competitividade em um mercado global. Também contribuem para o desenvolvimento sustentável
dos lugares em que operam e para a resiliência do mercado financeiro”1.

A sigla também representa um conjunto de padrões (standards) para as operações de uma


companhia que investidores socialmente conscientes usam para avaliar potenciais investimentos. A ESG,
em termos simples, pode ser compreendida como a responsabilidade com os efeitos externos à atividade
corporativa, seja ela qual for.

As práticas da responsabilidade ambiental podem ser observadas através de ações para conter
mudanças climáticas, emissão de gás carbono, no descarte de resíduos ou na utilização de recursos naturais,
além da preocupação com um ambiente, no geral, propício às gerações futuras. É o manejo de recursos de
forma sustentável.

As práticas sociais podem ser observadas na preocupação com as relações interpessoais, no


desenvolvimento da saúde e bem-estar, na manutenção dos recursos humanos, além da segurança e
diversidade e inclusão da equipe colaborativa. Aqui temos a promoção dos Direitos Humanos em relações
verticais e diagonais.

As práticas de governança corporativa têm papel fundamental na criação de conselhos de


administração efetivos, equipes diversas, prestações de contas transparentes, com políticas bem
estabelecidas, com promoções de estratégias na tratativa de adversidades e sendo indispensável a boa
reputação. O cerne principal aqui é a ética e Transparência.

O termo “ESG” permeou os cenários dos agentes financeiros, mas o conceito, e os resultados da ESG
estão adentrando as demais atividades empresariais em geral. Em um mundo em que 69 das maiores
organizações do mundo são empresas e apenas 31 países2, as empresas não podem renegar os seus impactos
ambientais e sociais como meras “externalidades”. A dinâmica atual demanda muito além de um “não fazer”
ou “deixar de poluir”, mas sim uma atitude ativa de todos.

Hodiernamente já se têm a percepção de que o risco climático e um risco de investimento – fato


que influencia diversos atores a aplicarem a ESG dentro das empresas.

1
PACTO GLOBAL. Who Cares Wins: Connecting Financial Markets to a Changing World. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/fullscreen/16876740?access_key=key-16pe23pd759qalbnx2pv>.

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https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/03/economia/1509714366_037336.html

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Segundo Ligteringen3, quatro conceitos devem ser internalizados para a efetiva adoção da ESG pelas
empresas:

Competitividade: Reconhecer que as informações sobre sustentabilidade são essenciais para a


criação de uma economia mais justa e mais eficiente na utilização de recursos; Informação: É
preciso melhorar tanto o volume quanto a qualidade das informações. As organizações que não
relatam informações nessa área precisam ser solicitadas a fazê-lo; Stakeholders: Reconhecer que
nenhuma organização, isoladamente, conhece todos os problemas de sustentabilidade ou todas
as soluções para tais problemas; Colaboração: Na transição para uma economia mais eficiente e
mais produtiva, governos do mundo inteiro precisam desenvolver a consciência e a capacidade
social.

Através da agenda ESG, busca-se o reconhecimento pelas empresas do seu papel na proteção do
meio ambiente e promoção de uma sociedade mais justa, com uma atuação efetiva na persecução desses
objetivos, visto que o conceito de “responsabilidade ambiental” atualmente não define apenas a
responsabilidade de indenização, mas sim o dever de segurança prospectiva para futuras gerações.

Legislação e ESG

Lei das S/A

Um dos exemplos normativos que adotam a ESG na legislação pátria é a Lei nº 6.404/79, mais
conhecida como a Lei das S/A. Mesmo com mais de 40 anos de vigência, podemos vislumbrar imposições da
responsabilidade ambiental, social e corporativa para àqueles que integram uma empresa.

A teoria institucionalista surge como um contraponto à teoria contratualista, segundo a qual a


sociedade seria um contrato bilateral, firmado entre os acionistas com a finalidade de atender aos seus
interesses privados. Pela teoria institucionalista, “o interesse social não se limitaria apenas ao interesse dos
acionistas, mas incluiria um interesse público, principalmente dos chamados stakeholders: trabalhadores,
consumidores, fornecedores e a própria coletividade na qual a companhia se insere.

O escopo institucional pode ser constatado em diversas passagens. Como:

Art. 115. O acionista deve exercer o direito a voto no interesse da companhia; considerar-se-á
abusivo o voto exercido com o fim de causar dano à companhia ou a outros acionistas, ou de
obter, para si ou para outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar,
prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.

3
LIGTERINGEN. Ernst. Caminhando e conversando: stakeholders, juntos a caminho de uma Economia Verde. ALMEIDA, F.
(Organizador). In Desenvolvimento sustentável, p.28-29, v. 2050, 2012.

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Art. 116. (...)

Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia
realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e responsabilidades para com
os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua,
cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender.

Ainda, no artigo 154, temos a seguinte redação:

Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para
lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exigências do bem público e da função
social da empresa.

(...)

§ 4º O conselho de administração ou a diretoria podem autorizar a prática de atos gratuitos


razoáveis em benefício dos empregados ou da comunidade de que participe a empresa, tendo
em vista suas responsabilidades sociais.

Por fim, com a finalidade de promover a participação de diferentes stakeholders na sua


administração, os parágrafos do artigo 140 aduzem que:

Art. 140. (...)

§ 1º O estatuto poderá prever a participação no conselho de representantes dos empregados,


escolhidos pelo voto destes, em eleição direta, organizada pela empresa, em conjunto com as
entidades sindicais que os representam. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021)

§ 2º Na composição do conselho de administração das companhias abertas, é obrigatória a


participação de conselheiros independentes, nos termos e nos prazos definidos pela Comissão
de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021)

Ou seja, percebe-se que a Lei nº 6.404/79 não veio apenas para regulamentar o lucro e a estrutura
empresarial. A Lei impõe o dever social e a preocupação com o bem público como uma das balizas da atuação
das companhias.

Temos a adoção das políticas de ESG também em matéria infralegal. Em janeiro de 2023, entrou em
vigor a Resolução nº 59/2021 da Comissão de Valores Mobiliários, que instituiu um novo regime de
divulgação de informações ESG pelas companhias abertas. O modelo adotado pelo novo marco foi o
“pratique ou explique”, isto é, demanda que as companhias apenas prestem informações sobre as suas
práticas ESG e que justifiquem o porquê de adotar (ou não) determinada medida. Com isso, o objetivo da
resolução foi garantir maior transparência ao mercado de capitais e fornecer informações mais claras e
padronizadas a acionistas e investidores.

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LGPD

A própria Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi elaborada para atender aos princípios da ESG com
os fluxos de informações pessoais. Na lei, almeja-se que tanto a pessoa quem recebe, quanto quem fornece
os dados, estejam em uma relação garantidora dos direitos humanos e na consecução de um interesse
público. Vejam os fundamentos elaborados:

Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:

I - o respeito à privacidade;

II - a autodeterminação informativa;

III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;

IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;

V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;

VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e

VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício da


cidadania pelas pessoas naturais.

PNMA

A Lei que institui a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) também tem os traços da ESG aplicadas às
pessoas jurídicas. Há, inclusive, ferramentas para fomentar a responsabilidade ambiental dentro das
instituições, condicionando o oferecimento de crédito à implementação de licenciamento ambiental:

Art 12 - As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a


aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao
cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA.

Parágrafo único - As entidades e órgãos referidos no " caput " deste artigo deverão fazer constar
dos projetos a realização de obras e aquisição de equipamentos destinados ao controle de
degradação ambiental e à melhoria da qualidade do meio ambiente.

Diferenças entre Sustentabilidade e ESG

Sustentabilidade

A sustentabilidade é o objetivo final do desenvolvimento sustentável. É o equilíbrio entre melhorar a


qualidade de vida da sociedade, respeitando os limites ambientais, e promover a prosperidade econômica.

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No mundo dos negócios, a sustentabilidade significa entregar valor de longo prazo, incorporando valores
sociais e ambientais, além do valor econômico.

ESG

O termo ESG foi cunhado para referir-se a um conjunto de critérios ambientais, sociais e de governança
usados para avaliar riscos, oportunidades e impactos, com o objetivo de orientar atividades, negócios e
investimentos sustentáveis. A mensagem do mercado é clara: o desempenho econômico-financeiro
favorável não é suficiente; as empresas também devem apresentar resultados positivos em aspectos
ambientais, sociais e de governança.

A convergência entre ESG e sustentabilidade é inquestionável, mas é vital entender que ESG não
é uma evolução da sustentabilidade, mas sim uma perspectiva específica dos negócios.

Análise Prática

“Em 2022, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou uma consulta junto a 100 empresas para
identificar o grau de incorporação dos critérios ESG pela indústria nacional. O estudo apontou que 71% das
empresas consultadas já estão integrando os critérios ESG em suas estratégias corporativas.

As principais motivações mapeadas pelo levantamento foram: fortalecer o relacionamento da empresa com
seus públicos (44,4% das respostas), o uso sustentável dos recursos naturais e a gestão de riscos. Quando
questionadas sobre os benefícios de incorporar critérios ESG, os mais mencionados foram: gestão de riscos,
valor da marca, uso dos recursos naturais, competitividade e imagem.

Entre os principais desafios mais indicados pelas empresas que já integraram ESG em sua estratégia e pelas
que ainda estão planejando essa integração, cinco são os mesmos: carência de recursos humanos dedicados
ao tema; falta de entendimento sobre os critérios e sobre como instituí-los; ausência de termos
padronizados; falta de fornecedores e parceiros que cumpram os critérios; e custos elevados para
implementação.”4

4
https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/esg-o-que-
e/#:~:text=O%20ESG%20simboliza%20uma%20abordagem,a%20redu%C3%A7%C3%A3o%20de%20impactos%20adversos.

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QUESTÕES COMENTADAS

Analista Administrador. 2023. FCC.

O termo ESG NÃO é um conceito em si, mas

A) uma prática no nível da dimensão interna, em que se espera que a organização promova relações éticas
e sustentáveis com seus colaboradores e fornecedores.

B) um acrônimo adotado pelo mercado para destacar um conjunto de práticas e ferramentas que serve para
avaliar a sustentabilidade corporativa.

C) um modelo que determina e atribui os papéis e responsabilidades dos conselhos de administração e da


diretoria executiva da organização.

D) um conjunto de métricas que mensuram os impactos ambientais na cadeia produtiva da organização.

E) um direcionador da alocação de recursos para benefício da sociedade que está vinculado ao modelo de
negócio da organização.

Comentários:

Primeiramente, é relevante esclarecer que “acrônimo” é o nome dado quando uma sigla pode ser lida como
uma nova palavra, e não necessariamente letra a letra, pode ser chamada também de acrônimo (Ex.: ONU).

Em segundo lugar, a ESG é muito mais do que um conjunto de métricas voltadas ao impacto ambiental, e
não se resume à relação interna – muito pelo contrário.

A ESG é um conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se uma empresa é socialmente consciente,
sustentável e corretamente gerenciada. Trata-se de uma forma de medir o desempenho de
sustentabilidade de uma organização.

Portanto, a única alternativa correta é a Letra B.

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TRT. 2022. FGV.

O ESG surgiu no mercado financeiro como uma forma de medir o impacto que as ações de sustentabilidade
geram nos resultados das empresas. A sigla surgiu a primeira vez em 2004, dentro de um grupo de trabalho
do Principles for Responsible Investment (PRI), rede ligada à ONU que tem como objetivo atrair
investimentos sustentáveis.

James Gifford, economista que liderava o PRI, resumiu assim o significado de ESG:

“O ESG é apenas um subgrupo inserido no contexto maior do investimento sustentável. O termo foi
criado, especificamente, para focar em questões materiais. A ideia foi inverter a lógica do que, na época,
era chamado de investimento ético, para se concentrar em fatores relevantes para os investidores. Se você
tem uma responsabilidade fiduciária, como no caso de um fundo de pensão, não deveria estar pensando
num horizonte de nove meses, mas sim de nove anos, ou de 20 anos. E quando se considera esse horizonte,
temas como mudanças climáticas, riscos sociopolíticos etc., se tornam relevantes. Algumas pessoas usam
o termo de maneira mais ampla, mas o ponto central é a incorporação de fatores socioambientais nos
investimentos para gerenciar riscos. Não é mais sobre ética.”(https://exame.com/esg/)

A sigla em inglês ESG significa:

A) meio ambiente, social e governança.

B) economia, social e gestão.

C) energia, sustentabilidade e gestão.

D) ética, natureza e economia.

E) eficiência, sustentação e ação global.

Comentários:

Como aprendido acima, a sigla pode ser traduzida como: Meio ambiente, Social e Governança. Dessa forma,
a única alternativa correta é a Letra B.

Questão Discursiva

ENADE. 2022. Em consonância com o mercado global, o número de empresas alinhadas às boas práticas
de Environmental, Social and Governance (ESG), na América Latina, disparou em 2022. É o que revela o
estudo “Sustentabilidade na Agenda das Lideranças”, realizado por uma empresa de tecnologia com mais
de 400 executivos nos mercados da Argentina, do Brasil, da Colômbia e do México. De acordo com a
pesquisa, chegou a 69%, ante 46%, em 2021, o percentual de companhias latino-americanas que iniciaram
ou aceleraram estratégias de sustentabilidade. Algumas decidiram passar por esse processo movidas por
profunda convicção da contribuição que poderiam oferecer aos Objetivos de Desenvolvimento

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Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Outras foram motivadas pelas demandas de
clientes, funcionários e cadeias de suprimentos e pelo consequente impacto que isso teria em suas
reputações. As ações relacionadas à igualdade, à diversidade e à inclusão social foram apontadas como o
principal foco das estratégias de ESG em 63% das empresas consultadas. Ainda, de acordo com o estudo,
os números registrados podem indicar que a pauta de diversidade está servindo como uma espécie de
“porta de entrada” para os executivos começarem a abordar outros pilares da agenda ESG nas
organizações.

A partir das informações apresentadas, faça o que se pede nos itens a seguir.

a) Discorra sobre a importância dos seguintes critérios ESG: ambiental, social e de governança, para o
desenvolvimento das práticas de responsabilidade social das organizações brasileiras. (valor: 6,0 pontos)

b) Analise a importância da igualdade, diversidade e inclusão para as práticas de ESG, identificando dois
benefícios da adoção dessas práticas para as organizações. (valor: 4,0 pontos)

Padrão Resposta

O estudante deve discorrer sobre os três critérios do ESG para o desenvolvimento das práticas de
responsabilidade social das organizações brasileiras, abordando os elementos apresentados a seguir.

Environmental (meio ambiente), primeiro aspecto levantado quando se trata de sustentabilidade. Esse é o
pilar que diz respeito a todas as práticas e ações que uma empresa pode promover para reduzir o impacto
negativo na natureza, porém ainda não orienta o aspecto social. Os principais pontos levantados pelo tripé
environmental são: adequação ao mercado de carbono, redução das emissões de gases, substituição da
matriz energética, combate ao desmatamento, menor desperdício de recursos nos processos produtivos e
gerenciais, entre outros.

Social (social), legado da revolução industrial, principalmente após a universalização do modelo fordista de
produção, em que os colaboradores precisavam ser produtivos ao máximo, mesmo que isso significasse a
sua exaustão. No entanto, a agenda ESG é muito mais sobre pessoas. É preciso garantir que o ambiente de
trabalho seja amigável, promova o crescimento profissional e contribua par o bem-estar de todos os
envolvidos. Isso não deve ser adotado apenas pelos colaboradores, mas diz respeito também ao modo como
a empresa se posiciona diante da sociedade. As discussões quanto à inclusão, à luta contra a discriminação
e à promoção do pluralismo de ideias e da democracia constituem um pilar que consolida esse conceito. Os
principais pontos nesse pilar são: melhores condições de trabalho, políticas de remuneração justa, inclusão
de minorias sociais nos quadros da empresa, comunicação clara com a sociedade no seu entorno, promoção
de bem-estar dos envolvidos, entre outros.

Governance (governança) está relacionada ao código de conduta e aos princípios de gestão ética e
responsável. É preciso ter em mente que é um falso dilema escolher entre sucesso econômico e
responsabilidade socioambiental. É um pilar que diz respeito à cultura organizacional e à ética que norteiam
o negócio. É natural que empresas comecem, aos poucos, a dar pequenos passos por vez e aprender a gerir
ao longo do caminho. No entanto, essa gestão incerta pode levar a graves prejuízos e, até mesmo, a

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pendências judiciais. A governança estabelece um conjunto de práticas validadas ao redor do mundo como
as mais indicadas para que um negócio se mantenha ativo apresentando bons resultados ou, pelo menos,
tenha seus desafios identificados antes que surjam graves problemas. Os pontos chave da governança no
contexto ESG são: promover a diversidade nos cargos de liderança, implementar políticas de combate a
desvios e má conduta, consolidar a cultura organizacional, a transparência na divulgação de resultados, as
políticas claras de remuneração de investidores.

b) O estudante deve analisar a importância da igualdade, diversidade e inclusão para as práticas de ESG,
identificando dois benefícios dessas práticas, conforme apresentado a seguir.

É preciso garantir que o ambiente de trabalho e o clima organizacional sejam amigáveis, promovam o
crescimento e contribuam com o bem-estar de todos os envolvidos. As discussões quanto a inclusão, luta
contra a discriminação, justiça social e promoção do pluralismo de ideias e da democracia, constituem pilares
que consolidam esse conceito. Os principais pontos a serem observados nesses pilares são: melhores
condições de trabalho, políticas de remuneração justas, inclusão de minorias sociais nos quadros da
empresa, comunicação clara com a sociedade no seu entorno, promoção de bem-estar para os envolvidos,
promoção da diversidade e igualdade no ambiente de trabalho, melhoraria da visibilidade da empresa, maior
reconhecimento, reputação da marca, sendo bem-vista no mercado. Benefícios: diversidade de opiniões,
que estrategicamente beneficiam a organização, mais representatividade dos quadros da organização,
melhoria da imagem da marca, melhoria da produtividade, mais satisfação dos colaboradores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com isso, terminamos o estudo proposto e despeço-me por aqui.

Qualquer dúvida, sugestão ou feedback:

@_Profa.Raissa

Até mais!

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