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OS CAMINHOS

DO RELATO ESG
Um panorama sobre os frameworks
e standards mais utilizados

Apoio Institucional
Os caminhos do relato ESG 2

Sumário
Apresentação
O grupo report
Apoiadores
Ponto de partida
O dilema da escolha
Entenda o ecossistema
Materialidade: dupla e dinâmica
Todos por um
A fusão do IIRC e do SASB
Reportes climáticos
IFRS entra no jogo para valer
Um padrão para o green deal europeu
WEF incui o E de economia no ESG
GRI atualiza as normas
Vai virar obrigação

Frameworks, standards e iniciativas


Como o Brasil relata
O novo ISE B3
Metodologia de pesquisa
Principais achados

Créditos
Os caminhos do relato ESG 3

Apresentação

Um mundo de
possibilidades
São diversos os padrões de relato (standards), que se mostram, muitas vezes, riscos relevantes
as diretrizes, as estruturas (frameworks) e as lis- para todo tipo de negócio – é que organizações,
tas de indicadores. Por isso, muitas empresas se empresas e governos estão mais e mais inclina-
perguntam quais adotar. dos a adotar relatórios que integrem, realmente,
os aspectos ESG (sigla em inglês para ambien-
Há duas décadas, apenas o resultado financeiro tal, social e de governança) às informações
importava para o mercado. Depois, a sustenta- financeiras.
bilidade conquistou seu espaço na agenda. As-
sim, de um único relatório com as informações A pandemia contribuiu para acelerar essa dinâ-
financeiras, as empresas passaram a publicar mica. No Brasil, 2020 foi o ano em que muitas
dois, sendo o segundo, o relatório de sustenta- empresas se viram tomadas pela urgência de
bilidade. desenvolver, implementar ou comunicar melhor
a sua estratégia ESG.
O que a discussão mundial hoje aponta – muito
impulsionada pelo interesse cada vez maior dos Dar mais transparência às informações sobre
investidores em relação às questões climáticas riscos, impactos e resultados financeiros relacio-
Os caminhos do relato ESG 4

nados às questões ambientais, sociais e de go- Quais as tendências de relato


vernança é um tema quente entre as empresas.
E esse clima tem levado as organizações que
adotadas pelas empresas?
propõem frameworks e standards a aperfeiçoa- Responder essa pergunta é a
rem protocolos e métricas, além de celebrarem
fusões e acordos para trabalhar em conjunto.
principal missão desta publicação
O fato é que, em meio a essas discussões, as
empresas se veem desnorteadas com tantas O acompanhamento necessário do desempe-
possibilidades e não se sentem tão seguras na nho de cada indicador e a evolução do relato
decisão de optar por uma ou outra diretriz. em mais de um padrão requerem que a gestão
da informação e sistematização de dados sejam
Quais as tendências de relato adotadas pelas integradas e robustas. Nesse sentido, é essen-
empresas? Quais frameworks e standards são cial que os padrões e frameworks utilizados es-
fundamentais para o meu relato? Quais fra- tejam conectados de forma coesa para, assim,
meworks e standards estão sendo mais integra- criar perspectivas e oportunidades.
dos?
Organizar a informação sobre esses frameworks
Importante destacar que é essencial entender e standards, reunir as novidades em discussão
as diferenças, o papel e protagonismo de cada e oferecer as informações necessárias para a
framework e standard. Afinal, cada organização melhor decisão das empresas é a missão desta
tem objetivos, propósitos e direcionamentos es- publicação, que traz ainda uma pesquisa com o
pecíficos para oferecer caminhos para a gestão panorama dos reportes das empresas brasilei-
da sustentabilidade. Saber diferenciar cada um ras elegíveis em 2021 para compor a carteira do
deles demonstra maturidade empresarial, não Índice de Sustentabilidade Empresarial - ISE B3.
apenas em sustentabilidade, mas na governan-
ça e na gestão organizacional como um todo. Esperamos ajudar você. Boa leitura!
Os caminhos do relato ESG 5

O grupo report
Somos uma empresa que tem como modelo de negócio
a inserção da sustentabilidade no mundo corporativo

O valor que aportamos a essa agenda está de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e na


nos trabalhos que executamos, no conhe- divulgação de informações ESG.
cimento que adquirimos, disseminamos e
levamos às empresas e na influência que po- A report publica, anualmente, um estudo de
demos exercer em estratégias e práticas das maneira independente ou em parceria com
organizações. outras organizações. Iniciamos essa tradição
de pesquisas anuais em 2013, com duas publi-
Nosso grupo atua por meio de quatro uni- cações: “Relato Integrado – uma perspectiva
dades de negócio que prestam serviços de brasileira” e “Materialidade no Brasil – como as
consultoria (rpt.sustentabilidade), comuni- empresas identificam os temas relevantes”. No
cação (rpt.com), educação corporativa (rpt. ano passado, lançamos a pesquisa “Sustenta-
edu) e estratégia (rpt.estratégia). Atende- bilidade em tempos de pandemia – o impacto
mos a cada ano cerca de 100 clientes e, em da Covid-19 no reporte das empresas”.
nossa trajetória de quase duas décadas, já
trabalhamos com mais de 250 das maiores É nesse âmbito que desenvolvemos o presen-
empresas do país em mais de mil projetos. te material, com o objetivo de contribuir para
a tomada de decisão das companhias em
Atuamos, na disseminação das diretrizes da relação à adoção de frameworks e standards
Global Reporting Initiative (GRI) e do Relato para os seus reportes sobre os aspectos ESG
Integrado, da Agenda 2030 e seus Objetivos (environmental, social and governance).
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Apoiadores
Rede Brasil do Pacto Global Standards (da VRF). Juntos, esses recursos faci- Aberje
litam a comunicação da estratégia de criação de
O Pacto Global das Nações Unidas é a maior ini- valor para as empresas, proporcionando aos in- A Associação Brasileira de Comunicação Em-
ciativa em cidadania corporativa do mundo. Com vestidores uma visão abrangente de desempenho presarial (Aberje) acredita que, mais do que
escritório central em Nova York, foi idealizado pelo corporativo. O International Sustainability Stan- um bom discurso sobre sustentabilidade, é
ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan em 2000 dards Board (ISSB) da IFRS Foundation utilizará necessário que organizações comuniquem evi-
com o objetivo de mobilizar a comunidade empre- os recursos da VRF para desenvolver padrões que dências embasadas em dados comprováveis
sarial para a adoção e promoção, em suas práticas proporcionam uma linha de base global abrangen- de atuação sustentável. E falamos especifica-
de negócios, dos Dez Princípios universalmente te de divulgações/conteúdos de sustentabilidade. mente para cada público de uma maneira com-
aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, preensível, ou seja, não se comunica susten-
https://www.valuereportingfoundation.org/
meio ambiente e combate à corrupção. Com o tabilidade ou ESG da mesma forma para todos
lançamento dos Objetivos de Desenvolvimento os públicos com quem uma empresa interage.
Sustentável (ODS), que abrangem os 10 Princípios, GRI Essa é grandeza da comunicação: se fazer en-
o Pacto Global da ONU também assume a missão tender em diferentes realidades, prezando para
A Global Reporting Initiative (GRI) é uma organi-
de engajar o setor privado nesta nova agenda. que todos façam parte desse diálogo.
zação independente com atuação internacional,
www.pactoglobal.org fundada em 1997 e pioneira em relatos de susten- Paulo Nassar
tabilidade. A GRI ajuda governos e empresas em Diretor-Presidente da Aberje e Prof. Titular da ECA-USP
Value Reporting Foundation todo o mundo a entender e relatar seus impactos
Hamilton dos Santos
sobre aspectos críticos da sustentabilidade como
Diretor-Geral da Aberje
A Value Reporting Foundation (VRF) ajuda em- mudança climática, direitos humanos, governança
presas e investidores a desenvolverem um enten- e bem-estar social. Os GRI Standards para reporte www.aberje.com.br
dimento compartilhado da maneira como valor de sustentabilidade são desenvolvidos com con-
empresarial é gerado, preservado e destruído tribuições de múltiplos grupos de stakeholders e
com o decorrer do tempo por meio de três re- fundamentados no interesse público.
cursos principais: os Princípios do Pensamento
Integrado, o <IR> Framework (da VRF) e os SASB https://www.globalreporting.org
Ponto de partida
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 8

O dilema da escolha
O mundo dos frameworks e standards de relato corporativo
está em ebulição. O que a sua empresa precisa saber para
tomar a decisão certa sobre qual adotar

• GRI é o padrão global? Para responder a essas perguntas, é preciso,


além de conhecer a própria empresa, ouvir o
• Os investidores só se interessam
mercado e entender os caminhos que existem
por SASB Standards (da VRF) e <IR>
para o relato corporativo.
Framework (da VRF)?
• O que o World Economic Forum O crescente interesse de investidores e acio-
recomenda? nistas pelos aspectos ambientais, sociais e de
governança tem fortalecido as organizações
• É verdade que o IFRS (International
que atuam para desenvolver padrões (stan-
Financial Reporting Standards) vai se
dards) e estruturas (frameworks) para relatórios
transformar em ISRS (International
corporativos. Se antes bastava contemplar um
Sustainability Reporting Standards)?
aspecto, hoje, a busca é por complementarida-
• O que está sendo proposto e de e junção de métricas para aumentar a trans-
imposto em outros mercados e que parência, comparabilidade e tangibilidade das
vai impactar o meu relato? informações relatadas.
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 9

Esse movimento deve favorecer companhias,


acionistas, investidores e sociedade. É o reco- FRAMEWORKS (Estruturas)
nhecimento de que o E e o S estão alcançando
Conjunto de orientações baseadas em princípios de “COMO” as informa-
o status do G e passando a fazer parte da estra-
ções devem ser preparadas e estruturadas, e de “QUAIS” tópicos abran-
tégia corporativa.
gentes são abordados.

Ao lado, ajudamos a <IR> Framework


diferenciar as principais TCFD CDSB
(da VRF)
categorias de divulgação e,
na sequência, contamos
os principais movimentos
nesse sentido STANDARDS (Normas)
Requerimentos específicos, detalhados e replicáveis sobre “O QUE” deve
ser reportado em cada tópico.

SASB Standards
GRI ISSB
(da VRF)
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Entenda o
ecossistema
Quais as diferenças entre ratings, RATING – representa a avaliação do risco de
índices, standards e frameworks? crédito dada por uma agência internacional de
classificação a um protagonista econômico,
seja um país ou uma empresa. Ou seja, é a nota
atribuída diante da identificação da possibilida-
de de não pagamento de dívidas em um prazo
estipulado. Embora cada agência adote uma
metodologia própria, as notas costumam ir de
A até D e receberem “graduações” indicadas
por sinais matemáticos de + ou – (como, por
exemplo, AA-) ou numéricas (Baa1, por exem-
plo). Nessas escalas, AAA é a nota que indica
menor risco, ou seja, maior capacidade do cre-
dor honrar seus pagamentos. Entre as agências
de classificação mais conhecidas, estão Fitch,
Moody’s, Standards & Poor’s, MSCI.

• CSRHub
• ISS
• Sustainalytics
• VigeoEiris
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 11

ÍNDICE ou INDEX – trata-se de um conjunto tarem de forma transparente dados críticos de


de indicadores que são avaliados para classi- sustentabilidade, como impactos econômicos,
ficar empresas de acordo com o atendimento ambientais e sociais. Outro exemplo são os Por que os ratings
a critérios específicos. O objetivo é destacar e SASB Standards (da VRF). são tão diferentes?
reconhecer empresas mais bem classificadas
dentro das exigências de cada um. Dois índi- • GRI É difícil entender por que empresas
ces bastante famosos são o DJSI Dow Jones • SASB Standards (da VRF) podem brilhar em um rating de sus-
Sustainability Index (Índice de Sustentabilida- tentabilidade, mas fracassar em ou-
• IFRS
de Dow Jones) e o ISE B3 (Índice de Sustenta- tro? A explicação é que cada índice
bilidade Empresarial). tem sua própria metodologia. E, ainda
que as agências utilizem protocolos
• Suíte Bloomberg Barclays MSCI Emer- FRAMEWORK - modelo de estrutura que ofe- ou standards internacionalmente
ging Markets ESG Index rece diretrizes para a forma de divulgar dados aceitos (GRI, SASB Standards (da
e informações. Exemplo de framework: relato VRF), por exemplo), os pesos atribuí-
• S&P/B3 Brasil ESG integrado e o Task Force on Climate-Related dos a cada tema ou a avaliação feita
• ICO2 B3 Financial Disclosures (TCFD). tendo com base a resposta de deter-
• FTSE4Good minado indicador podem ser muito
• TCFD
diferentes.
• <IR> Framework (da VRF)
STANDARD, PADRÃO ou NORMA – conjunto • CDSB Um estudo realizado por pesquisado-
de regras, padrões e procedimentos que de- res do Massachusetts Institute of Tech-
vem ser seguidos para padronizar a maneira nology (MIT) e da Universidade de Zu-
como dados e informações são coletados, rique mostra que a divergência maior
mensurados, monitorados e divulgados a fim entre seis agências de rating - KLD
de permitir comparações. Por exemplo, as nor- (MSCI Stats), Sustainalytics, Vigeo Eiris
mas GRI (GRI Standards), da Global Reporting (Moody's), RobecoSAM (SP Global),
Initiative, unificam indicadores para auxiliar Asset4 (Refinitiv) e MSCI IVA – se dá
empresas e instituições a analisarem e repor- em relação a escopo e medição.
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 12

Materialidade: Todos conhecem (ou deveriam conhecer) o prin-


cípio da materialidade, que orienta a definição do
conteúdo dos relatos corporativos, sejam relatos
identifica os tópicos sociais, ambientais e de
governança que impactam, de maneira relevante,
positiva ou negativa, os resultados financeiros e a

dupla e financeiros, sejam relatos não financeiros, a partir


de um processo de engajamento conduzido pela
criação ou a destruição de valor da companhia);
e a materialidade de impacto (que identifica os

dinâmica empresa com seus públicos internos e externos,


análises e validações.
tópicos da sociedade e do meio ambiente que
são impactados, de maneira relevante, positiva
ou negativa, pela estratégia e pelas operações da
Mas nem todos sabem das evoluções do con- empresa).
O conceito evoluiu para deixar ceito para dupla materialidade e materialidade
mais evidente o que é relevante dinâmica. A materialidade dinâmica significa que as em-
para os investidores presas devem monitorar permanentemente o
A dupla materialidade congrega duas pers- cenário e fazer atualizações constantes da mate-
pectivas: a materialidade financeira / ESG (que rialidade.

Impacto
externo

Dupla Sociedade e
Empresa
materialidade planeta

Impacto
interno
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Todos por um SASB Standards (da VRF)


Organizações se unem na busca por OU GRI?
um sistema global de relato Trata-se de um falso dilema, pois são com-
plementares. Tanto que as organizações
prometem o lançamento para dezembro de
A Global Reporting Initiative (GRI), o CDP, o Cli- As organizações preveem uma abordagem 2021 de um guia para orientar as empresas
mate Disclosure Standards Board (CDSB), o Sus- que considere o fornecimento de informa- a trabalhar com as duas normas.
tainability Accounting Standards Board (SASB ções sobre riscos e oportunidades financei-
Standards, da VRF) e o International Integrated ros relacionados ao clima e seu impacto nos SASB Standards (da VRF) – normas seto-
Reporting Council (<IR> Framework, da VRF) resultados financeiros, no desempenho e riais que ajudam a identificar um conjunto
publicaram uma carta de intenções declarando na criação de valor da empresa que reporta. de riscos e oportunidades relacionados a
que é possível, juntos, abrangendo o TCFD (Task Demanda, ainda, em relação a esses riscos sustentabilidade com maior probabilidade
Force on Climate-Related Financial Disclosu- e oportunidades, informações sobre sua go- de causar impactos financeiros, impactos
res) e o IFRS (International Financial Reporting vernança, estratégia, processos de gestão, no desenvolvimento operacional ou afetar o
Standards), formar um único sistema global para métricas e metas relevantes. valor de mercado e de capital da empresa.
reportar informações ESG.
GRI Standards - normas globais com foco
E, em dezembro de 2020, lançaram um docu- Para saber mais, acesse nos impactos econômicos, ambientais e
mento com um protótipo de padrão de reporte o documento Reporting on sociais de uma empresa e, portanto, em
único para divulgação de aspectos financeiros enterprise value. suas contribuições - positivas ou negati-
relacionados ao clima, oferecendo o trabalho vas - para o desenvolvimento sustentável.
como um insumo a ser adotado pelo IFRS. Vale Esses impactos são levantados a partir
lembrar que o IFRS é a organização que esta- da identificação de questões primordiais
belece o padrão globalmente aceito para as (tópicos materiais) para o conjunto de
divulgações financeiras. stakeholders.
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 14

A fusão do IIRC e do SASB


e a criação da Value Reporting
Foundation (VRF)
Organização reúne framework e standard para mostrar
aos investidores como as empresas criam valor

Para atender à crescente demanda das em- • Princípios de Pensamento Integrado: O <IR> Framework (da VRF) e os SASB Stan-
presas e investidores por mais clareza e obje- orientam o planejamento e conduzem a uma dards (da VRF) podem continuar sendo utili-
tividade no cenário de relatórios corporativos, melhor compreensão de como o valor é cria- zados como ferramentas independentes e/ou
o International Integrated Reporting Council do, para aprimorar a tomada de decisões e as integradas a outros frameworks e standards. En-
(IIRC) e o Sustainability Accounting Standards ações dos conselhos e da administração. tretanto, embora as organizações não precisem
Board (SASB) se uniram, em junho de 2021, adotar ambos conjuntamente, tal prática agrega
formando a Value Reporting Foundation (VRF). • Estrutura de Relatórios Integrados: for- valor pela sua abordagem de gestão, uma vez
nece uma orientação baseada em princípios que o uso desses recursos juntos auxilia no
Com essa fusão, a VRF pretende abranger um de vários capitais para relatórios corporativos entendimento de como o valor da empresa é
escopo maior a respeito da criação de valor abrangentes, de modo a demonstrar o pensa- gerado, comunicado e medido, potencializando
em longo prazo e permitir a comparabilidade mento integrado robusto da organização. a tomada de decisões dos investidores.
de informações entre relatos, uma forte de-
manda por parte do público investidor. • Normas SASB: fornecem tópicos detalhados de
divulgação específicos para 77 setores e métricas
O objetivo geral é alinhar os princípios de pen- para informar o que deve ser incluído no relatório Para saber mais, acesse o site da
samento integrado, a estrutura de relatórios integrado, dando clareza aos dados comparáveis Value Reporting Foundation
integrados e as normas SASB: e confiáveis buscados pelos investidores.
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Reportes climáticos
Entenda o que une e o que diferencia
as organizações que versam sobre o tema CDP
A plataforma de reporte ambiental traz
questionários específicos nos temas mu-
A relevância e a urgência da crise climática danças climáticas, florestas e segurança
demandam a divulgação de dados mensurá- hídrica, que possibilitam uma análise com-
veis e comparáveis, assim como a análise de pleta de riscos, oportunidades e impactos
cenários futuros, o estabelecimento e acom- ambientais de cidades e empresas. Um
panhamento de metas climáticas. Por isso, os dos diferenciais da organização é o CDP
standards e os frameworks têm aplicado cada Supply Chain Program, que destaca a im-
vez mais esforços para estimular a integração portância do setor privado em colaborar
da estratégia organizacional com a gestão e com a sua cadeia de fornecedores e ofe-
monitoramento de riscos e oportunidades cli- rece às organizações a possibilidade de
máticos. convidá-los para responderem ao ques-
tionário. Para saber mais, clique aqui. Os
As organizações CDP, CDSB, SBTi e TCFD es- questionários CDP são alinhados com as
tabelecem diretrizes para o relato sobre ques- recomendações da TCFD, introduzem um
tões climáticas. Cada uma tem sua particulari- enfoque setorial e adotam uma abordagem
dade, entenda: mais objetiva para a divulgação do risco cli-
mático. Dessa forma, facilita o mapeamento
de informações para a adoção das Reco-
mendações TCFD. Para saber mais, acesse
a Norma Técnica.
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 16

1. Governança: papel da Governança Corporativa


na avaliação e administração dos riscos e oportunidades
relacionados ao clima.

2. Estratégia: identificação dos riscos e oportunidades


relacionados ao clima em curto, médio e longo
prazos, integrando os seus impactos na estratégia
e no planejamento financeiro organizacionais. O
TCFD desenvolvimento dessa recomendação deve ser baseado
em uma análise de cenários futuros para demonstrar a
O framework orienta as organizações
robustez da estratégia.
a divulgarem informações sobre os
impactos financeiros relacionados a
riscos e oportunidades decorrentes 3. Gestão de Riscos: processos utilizados para
das mudanças climáticas, com foco na identificação, avaliação e gerenciamento dos riscos
transição para uma economia de baixo climáticos e como esses processos são integrados na
carbono. As recomendações da For- gestão de risco geral da empresa.
ça-Tarefa destacam a importância das
organizações estabelecerem metas
climáticas integradas às estruturas de
4. M
 étricas e Metas: divulgação de metas, assim
como dos indicadores de desempenho usados para a
governança, gestão de riscos e estra-
avaliação dos riscos e oportunidades. Neste pilar devem
tégia. A estrutura é baseada em quatro
ser informados os dados históricos das emissões de gases
pilares que devem ser divulgados pe-
de efeito estufa (GEE).
las organizações:
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 17

CDSB SBTi
O framework estabelece uma abordagem A iniciativa fornece um caminho que de-
para relatar informações ambientais e de fine quanto e em que velocidade as em-
mudança climática em relatórios anuais, presas devem reduzir as suas emissões
formulário 20-F (padrão SEC – Securities de gases de efeito estufa (GEE). Para
and Exchange Comission para empresas isso, a empresa deve estabelecer metas
estrangeiras com ações negociadas nas baseadas na ciência (em inglês, Science
bolsas de valores dos Estados Unidos) Based Targets), a fim de limitar o aqueci-
ou relatório integrado. Modelo mais vol- mento global a muito abaixo de 2° C, com
tado para investidores, padroniza a forma relação aos níveis pré-industriais, e fazer
de reportar temas ambientais relevantes todos os esforços possíveis para limitá-lo
em concordância com os relatórios fi- a um aquecimento de até 1,5 °C. As me-
nanceiros. Está alinhado às organizações tas são alinhadas com o que a ciência do
europeias Non-Financial Reporting Di- clima indica para que seja possível cum-
rective (NFRD) e Corporate Sustainability prir o Acordo de Paris. A partir de junho
Reporting Directive (CSRD). Apresenta re- de 2022, serão aceitas somente metas
quisitos gerais baseados principalmente alinhadas a até 1,5 °C.
na TCFD, mas também considera outros
padrões, como GRI.
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 18

IFRS entra no jogo para valer


Padrão global de divulgações financeiras
agora também quer informar investidores sobre
clima e sustentabilidade

A organização International Financial Repor- relatoras continuem a usar os frameworks e


ting Standards (IFRS) estabelece as Normas standards existentes no mercado, mais especifi-
Internacionais de Relatório Financeiro, formato camente aqueles que forneceram a base técnica
padrão internacional para elaboração de de- para a consolidação da iniciativa ISSB: VRF,
monstrações financeiras por companhias de TCFD, CDSB e WEF.
grande porte. No Brasil, são aquelas contem-
pladas pela Lei nº. 11.638/2007.
Para saber mais sobre o ISSB,
Durante a COP26, o IFRS anunciou a criação
acesse a página da iniciativa.
do International Sustainability Standards Board
(ISSB) para desenvolver standards de divulga-
ção de informações sobre mudanças climáti- Para consultar o documento sobre
cas e sustentabilidade, sempre com foco nos clima, clique aqui.
investidores.
Para consultar o documento sobre
O ISSB divulgou dois documentos para con- sustentabilidade, clique aqui.
sulta, um focado em divulgações relacionada
Para saber mais sobre a IFRS,
às mudanças climáticas e outro sobre susten-
acesse aqui.
tabilidade, mas recomendou que as empresas
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 19

Um padrão para
o green deal europeu
Iniciativa quer conciliar as demandas
da sociedade e dos investidores

A Comissão Europeia lançará, em 2022, um mação (divulgações gerais do setor em que


novo standard de reporte de informações ESG a companhia atua, específicas do setor e as
para as companhias com sede no bloco. O específicas da companhia), considerando
padrão já tem nome – Corporate Sustainability estratégia, implementação e mensuração da
Reporting Directive (CSRD) – e será obrigató- performance nos tópicos governança, am-
rio a partir de 2024 para relatórios com ano-ba- biental e social e a obrigatoriedade de asse-
se 2023 para empresas de mercado regulado guração independente.
de grande ou médio porte.
Embora o padrão não esteja pronto, já foi
A novidade é que será um padrão totalmente anunciado que serão adotadas as recomen-
adequado à legislação europeia, em espe- dações TCFD para os conteúdos relacionados
cial ao novo Pacto Ecológico Europeu, que às mudanças climáticas e que ele englobará o
tem como principal objetivo promover a novo padrão do IFRS para relatos de susten-
transição para uma economia de baixa emis- tabilidade, bem como outros standards e fra-
são de carbono. meworks já existentes, como a GRI.

O standard está sendo criado já com base


em dupla materialidade (financeira e de
impacto), reporte em três camadas de infor- Para saber mais, acesse o site da CSRD.
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 20

WEF inclui o
E de economia no ESG
Modelo usa como base os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável e diretrizes já estabelecidas

O Fórum Econômico Mundial (World Econo- Em parceria com as auditorias Deloitte, EY, versais e aplicáveis a qualquer indústria, setor e
mic Forum - WEF), do International Business KPMG e PwC, o Fórum realizou uma pesquisa modelo de negócios, como GRI, TCFD e SASB
Council (IBC), formalizou o comprometimento com mais de 200 companhias, investidores Standards (da VRF).
de mais de 140 CEOs das organizações-mem- e outros players e obteve a concordância da
bro em alinhar os valores e estratégias cor- grande maioria dos respondentes quanto à ne- A proposta dessa forma de relato não é limitan-
porativas aos Objetivos de Desenvolvimento cessidade de se ter um padrão de reporte ESG te. Ao contrário, estimula que as companhias
Sustentável (ODS) da Organização das Nações que permita a comparabilidade. ampliem – se desejarem, e sempre que for re-
Unidas (ONU). Dois anos depois, a sigla ESG lacionado à sua materialidade – o reporte com
já foi presença forte no discurso do Fórum de A partir daí, o IBC e as Big Four delinearam um mais conteúdos e indicadores do que os apon-
2019, em que as companhias reconheceram modelo de apresentação de informações e mé- tados por este modelo.
a influência dos aspectos ambiental, social e tricas reunidas em quatro pilares alinhados aos
de governança nos riscos e performance dos ODS e aos temas ESG: Princípios de Gover-
negócios na criação de valor em longo prazo. nança, Planeta, Pessoas e Prosperidade. Este Para saber mais, acesse o
E, nesse sentido, o IBC destacou a existência último pilar inclui o desempenho econômico,
documento: Measuring Stakeholder
de inúmeros frameworks para o reporte dos investimento financeiro e criação de empregos.
Capitalism – Towards Common
aspectos ESG e o problema de falta de compa-
As métricas utilizadas para o reporte foram se- Metrics and Consistent Reporting of
rabilidade entre eles.
lecionadas a partir de frameworks e standards Sustainable Value Creation.
já existentes, e de acordo com o IBC, são uni-
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 21

GRI atualiza as normas


A Global Reporting Initiative coloca relevância nos Direitos
Humanos e inicia o lançamento de suplementos setoriais

A GRI anunciou, em outubro de 2021, o lan- cíficos com indicadores a serem reportados no
çamento da revisão dos padrões universais. padrão GRI, a começar pelos setores de agri-
Os antigos 101, 102 e 103 agora serão 1, 2 e 3, cultura, pesca e carvão.
mas as mudanças vão além da nomenclatura.
Por exemplo: a inclusão de conteúdos relacio- O movimento da GRI, em direção à customiza-
nados a Direitos Humanos e a adoção do con- ção de divulgações diante da realidade e ne-
ceito de due diligence para forma de gestão. cessidades de cada setor, iniciou-se em 2014,
ainda na versão GRI G4, cobrindo os setores:
A nova versão do padrão entra em vigor em 1º Operações aeroportuárias, Construção e Imó-
de janeiro de 2023, mas já pode ser adotada veis, Elétrico, Organização de Eventos, Servi-
antes dessa data. Ela torna obrigatória a asse- ços Financeiros, Alimentos, Mídia, Mineração e
guração do relatório, medida tomada com o ob- Metais, Óleo e Gás, e ONGs.
jetivo de colocar o reporte de sustentabilidade
no mesmo nível de acurácia do financeiro. Esses cadernos são usados ainda hoje, com
a previsão de serem completamente descon-
Para saber mais sobre a nova tinuados a partir da evolução do novo "GRI
versão, acesse aqui. Sector Program", em andamento desde 2020.
Contudo, ainda não há um cronograma de lan-
O primeiro lançamento do caderno de indica- çamentos dos cadernos.
dores setoriais GRI Sector Program aconteceu
em outubro de 2021, com o setor de Óleo e
Gás. Outras 40 indústrias terão cadernos espe-
Os caminhos do relato ESG Ponto de partida 22

Vai virar obrigação


As empresas que se preparem para passar das
divulgações ESG voluntárias para as mandatórias

Em 2020, a Comissão de Valores Mobi- lidade adotada e indicadores-chave de Outra iniciativa partiu do Banco Central
liários (CVM) abriu uma consulta pública desempenho. E, caso não tenha esses do Brasil, que abriu duas consultas públi-
(SDM n. 09/20) para discutir a inclusão de dados e tampouco publique relatório de cas no primeiro semestre deste ano para
informações e indicadores relacionados a sustentabilidade, a organização deve ex- discutir a inclusão do gerenciamento de
ESG no formulário de referência. O obje- plicar os motivos. riscos sociais, ambientais e climáticos
tivo é fornecer a investidores e acionistas aplicáveis a instituições financeiras e a for-
subsídios para a tomada de decisão em A consulta foi encerrada em março de ma como as informações relacionadas aos
relação a esses temas de forma mais con- 2021 e até novembro do mesmo ano as temas ESG são apresentadas por elas. O
sistente e transparente. contribuições estavam em análise. TCFD deve se tornar framework obrigatório
para o reporte das instituições financeiras.
A CVM não pretende criar padrões ou A CVM também tornou obrigatória, por
A obrigatoriedade deve ser anunciada e
frameworks para esse reporte, mas as meio da Resolução 14, a asseguração
passar a valer em 2022.
empresas devem indicar seus fatores de limitada por auditor independente do
risco nesse âmbito, a matriz de materia- Relato Integrado quando publicado por
companhias abertas.
Frameworks,
standards e iniciativas
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 24

NOME GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI)

Sede Amsterdã/Holanda

Ano de fundação 1977

Site https://www.globalreporting.org/

Categoria Normas (Standards) | Iniciativa

Tema Geral

Dimensões Gestão; Econômica; Ambiental e Social

Geral e Setorial

A atualização dos indicadores setoriais está em desenvolvimento. O GRI Sector


Program contemplará 40 setores divididos em quatro grupos: Materiais e Ne-
Abordagem cessidades Básicas; Industrial; Transporte, Infraestrutura e Turismo; e Outros
Serviços e Manufatura Leve.

Para saber os setores, acesse a lista revisada dos setores priorizados pelo GRI
Sector Program.

Conexão com resultados


Sim
financeiros

Geral (acionistas, investidores, comunidade, imprensa, organizações da


Público de interesse
sociedade civil, entre outros)
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 25

Por que GRI?


• Por que a minha empresa deve usar as gócios, mas um ponto vital para que eles possam
diretrizes da GRI? alocar recursos é a credibilidade, a reputação – in-
timamente ligada à capacidade de cumprimento
Particularmente, não vejo motivo para forçar de promessas. E esses atributos dependem de
Entrevista com Glaucia Terreo, head nenhuma empresa a usar este ou aquele instru- terceiros, ou seja, dos outros stakeholders – aí se
do hub regional da GRI no Brasil mento. O mais importante é a real transformação fundamenta a interdependência sustentabilidade
da gestão, direcionamento, modelo de negócios & criação e proteção de valor.
e cultura organizacional. É a conscientização de
que uma empresa só será saudável numa socie- • Qual o futuro das diretrizes GRI?
dade saudável.
As Normas GRI continuarão focadas nos impac-
A GRI como instituição e sua participação no mo- tos, gerenciamento e transparência das empresas.
vimento da sustentabilidade tem um valor extraor- Continuará fiel ao seu processo de construção
dinário, que é a experiência de mais de 25 anos multi-stakeholders, focando em todos os públicos
entre erros e acertos, construção multi-stakehol- de relacionamento da companhia e trazendo os
ders, democrática e na constância de propósito assuntos fronteiriços para a mesa das empresas
da organização por uma economia mais justa e como fez com tributos, por exemplo. A primeira
sustentável, sendo mais transparente, regenerati- e única norma para relato sobre governança e
va e próspera para todos. posicionamento das empresas sobre esse tema
espinhoso.
Os desafios que enfrentamos são inúmeros: de
mudanças climáticas à perda da biodiversidade, • Qual o futuro do relato corporativo?
desigualdade social crescente, crise humanitária,
crise de saúde global e escassez de recursos... Os relatos corporativos abordando ESG já são
essa complexidade exige um novo olhar sobre regulados em mais de 68 países e a tendência
os modelos de negócios. Para contribuir com um é essa: envolvimento cada vez mais forte de re-
futuro sustentável, as empresas precisam reco- guladores – vemos as movimentações do IFRS
nhecer e gerenciar seus impactos de forma trans- criando o ISSB, o Green Deal na União Europeia, a
parente, confiável e objetiva. As Normas da GRI China exigindo ESG nos reportes de todas as em-
auxiliam as empresas a fazerem isso numa lingua- presas listadas, entre outros.
gem global e acessível a todos gratuitamente.
Espero que esse futuro tenha como base principal
Por fim, além da perspectiva do próprio impacto, a a conscientização da interdependência entre a
GRI tem o foco em todos os stakeholders, além do saúde e prosperidade da sociedade, da preserva-
investidor. Os investidores são vitais para os ne- ção do meio ambiente e o sucesso dos negócios.
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 26

INTERNATIONAL INTEGRATED REPORTING COUNCIL


NOME
(<IR> FRAMEWORK, DA VRF)

Sede Londres/Reino Unido

Ano de fundação 2010

Site https://integratedreporting.org/

Estrutura (Framework)

São sete Princípios Norteadores (em inglês, Guiding Principles) para a prepa-
Categoria ração e apresentação do conteúdo de um Relato Integrado: Foco Estratégico
e Orientação Futura; Conectividade de Informações; Relações com as Partes
Interessadas; Materialidade; Concisão; Confiabilidade e Integridade; Consis-
tência e Comparabilidade.

Tema Geral

Um relatório integrado não se baseia em dimensões, mas abrange oito Ele-


mentos de Conteúdo: Visão Geral e Organizacional e Ambiente Externo; Go-
Dimensões
vernança; Modelo de Negócio; Riscos e Oportunidades; Estratégia e Alocação
de Recursos; Performance; Perspectiva; e Base para a Apresentação.

Abordagem Geral

Conexão com resultados


Sim
financeiros

Público de interesse Investidores


Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 27

SUSTAINABILITY ACCOUNTING STANDARDS BOARD


NOME
(SASB STANDARDS, DA VRF)
Sede São Francisco/Estados Unidos

Ano de fundação 2011

Site https://www.sasb.org/

Categoria Normas (Standards)

Tema Geral

Meio Ambiente; Capital Social; Capital Humano; Modelo de Negócio e


Dimensões
Inovação; Liderança e Governança.

Setorial

São 77 indústrias distribuídas em 11 setores: Bens de Consumo;


Processamento de Extrativos e Minerais; Finanças; Comida & Bebida;
Cuidados de saúde; Infraestrutura; Recursos Renováveis e Energia
Abordagem
Alternativa; Transformação de Recursos; Serviços; Tecnologia e
Comunicações; e Transporte.

Para saber quais são as indústrias contempladas por cada setor, acesse
o Sustainable Industry Classification System.

Conexão com resultados


Sim
financeiros

Público de interesse Investidores


Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 28

Por que VRF? • Por que as empresas devem usar os e ambiental dentro do qual opera. Os SASB
SASB Standards (da VRF) e o <IR> Standards (da VRF) proporcionam métricas de-
Framework (da VRF)? talhadas que podem informar o que incluir em
um relato integrado, oferecendo insights sobre
Entrevista com Arturo Rodríguez, líder o subconjunto de questões de sustentabilidade
• A IFRS Foundation tem estimulado empresas
de divulgação da VRF para a Ibero- que relatam ou que estão se preparando mais proximamente ligados ao processo de ge-
América para relatar informações de sustentabilidade ração de valor de uma organização e, ao mesmo
a utilizar os recursos da VRF — incluindo o tempo, providenciando os dados comparáveis e
Integrated Reporting Framework e os SASB confiáveis procurados por investidores. Juntos,
Standards. A Value Reporting Foundation (VRF) os recursos da VRF ajudam os usuários a enten-
juntou os recursos dos antigos International derem (Integrated Thinking Principles), comuni-
Integrated Reporting Council (IIRC) e do carem (Integrated Reporting Framework) e me-
Sustainability Accounting Standards Board direm (SASB Standards) melhor seu processo
(SASB) para criar um conjunto de ferramentas de criação de valor ao longo do tempo.
que ajude as empresas e os investidores a
desenvolverem um entendimento da maneira • Qual o futuro da VRF, dos SASB
como valor empresarial é gerado, preservado e Standards (da VRF), do <IR>
erodido com o tempo. Framework (da VRF) e de relatórios de
sustentabilidade corporativos?
Pensamento integrado é uma abordagem geren-
cial projetada para aperfeiçoar a tomada de de- Enquanto líderes mundiais se encontravam
cisão e ações por conselhos de administração e em Glasgow para a COP26, a IFRS Foundation
lideranças, considerando holisticamente recur- anunciou dois desenvolvimentos significativos
sos e relações – ou capitais – que a organização para proporcionar aos mercados financeiros
utiliza ou afeta para gerar valor, e as dependên- globais divulgações/conteúdos de alta qualida-
cias e as perdas e ganhos (trade-offs) entre eles. de sobre questões climáticas e outras questões
relacionadas à sustentabilidade.
O relato integrado proporciona uma represen-
tação clara e concisa do processo de criação Primeiro, veio o anúncio sobre a formação de
de valor da organização ao juntar informações um novo International Sustainability Standards
materiais sobre a estratégia, governança, de- Board (ISSB) para desenvolver uma linha de
sempenho e perspectivas da organização de base global abrangente de padrões de divulga-
maneira que reflita o contexto comercial, social ção de sustentabilidade de alta qualidade para
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 29

atender às necessidades de informações de (Padrões de Divulgação de Sustentabilidade


investidores. O segundo foi a consolidação da IFRS). O ISSB aproveitará e se baseará nos tra-
expertise técnica, conteúdos, pessoal, e outros balhos feitos por iniciativas de relato focadas
recursos da VRF dentro do novo ISSB. em investidores existentes para se tornar o for-
mador de padrões de divulgações de sustenta-
Juntos, esses desenvolvimentos criam os bilidade global para os mercados financeiros.
arranjos institucionais necessários, e propor- Dependerá dos recursos da VRF – incluindo o
cionam os fundamentos técnicos para um for- <IR> Framework e os SASB Standards – junto
mador de padrões de divulgações/conteúdos com os da Task Force on Climate-related Finan-
de sustentabilidade global para os mercados cial Disclosures (TCFD), do Climate Disclosure
financeiros e atendem à demanda crescente Standards Board (CDSB) e Stakeholder Capi-
e urgente de racionalizar e formalizar divulga- talism Metrics do Fórum Econômico Mundial
ções de sustentabilidade corporativa. (WEF, na sigla em inglês). O G20 e o Financial
Stability Board acolheram o programa de traba-
O ISSB e o International Accounting Standards lho da IFRS Foundation.
Board (IASB) – o braço de formação de pa-
drões financeiros da IFRS Foundation – serão Como os padrões do ISSB se basearão em
independentes, e seus padrões se comple- arcabouços e orientações existentes, a IFRS
mentarão mutuamente para proporcionar infor- Foundation tem estimulado empresas que
mações abrangentes a investidores e a outros estão relatando ou se preparando para relatar
fornecedores de capital. O ISSB trabalhará em informações sobre sustentabilidade a utilizar os
conjunto e cooperará proximamente com o recursos da VRF, da TCFD, do CDSB e do WEF.
IASB, assegurando conectividade e compati- Espera-se que os esforços dispendidos no re-
bilidade entre os Padrões de Contabilidade da lato de assuntos de sustentabilidade agora aju-
IFRS e os padrões do ISSB – que serão chama- dem as empresas a implementarem os padrões
dos os IFRS Sustainability Disclosure Standards ISSB no futuro.
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 30

NOME TASK FORCE ON CLIMATE-RELATED FINANCIAL DISCLOSURES (TCFD)

Sede Basileia/Suíça

Ano de fundação 2015

Site https://www.fsb-tcfd.org/

Categoria Estrutura (Framework)

Tema Específico (Mudanças Climáticas)

As quatro recomendações principais (core recommendations) da TCFD


são baseadas nos seguintes elementos centrais: Governança; Estraté-
Dimensões gia; Gestão de Riscos; e Métricas e Metas. Essas Recomendações são
detalhadas em 11 Divulgações Recomendadas. Para cada uma delas, há
também orientações que guiam o reporte de informações.
Geral e Setorial

A TCFD dispõe de orientações gerais para todos os setores; e espe-


Abordagem cíficas para o setor financeiro (Bancos; Seguradoras; Proprietários de
Ativos; e Gestores de Ativos); e para grupos não financeiros (Energia;
Transporte; Materiais e Edificações; e Agricultura, Alimentos e Produtos
Florestais).

Conexão com resultados


Sim
financeiros

Público de interesse Investidores


Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 31

NOME CDP

Sede Londres/Reino Unido

Ano de fundação 2008

Site cdp.net

Categoria Plataforma de reporte ambiental (Questionários)

Tema Específico (Meio Ambiente)

Os questionários CDP não se baseiam em dimensões, mas em três mó-


Dimensões dulos com tópicos específicos: Mudanças Climáticas, Florestas e Segu-
rança Hídrica.
Geral e Setorial

As atividades econômicas específicas são agrupadas em 13 setores:


Têxtil; Biotecnologia, Saúde e Farmacêutico; Alimentos, Bebidas e
Agricultura; Combustíveis Fósseis; Hospitalidade; Infraestrutura; Orga-
Abordagem
nismos Internacionais; Manufatureiro; Materiais; Geração de Energia;
Varejo; Serviços; e Serviços de Transporte.

Para saber mais sobre as indústrias contempladas, acesse o CDP’s Acti-


vity Classification System (CDP-ACS).

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Sim
financeiros

Público de interesse Investidores, empresas e governos


Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 32

Por que CDP?


• Por que minha empresa deve responder ao • Qual o futuro do CDP?
CDP?
O CDP já é a maior base de dados ambientais
Ao responder os questionários do CDP, as sobre empresas no mundo, mas isso não é
Entrevista com Rebeca Lima, diretora empresas têm como referência os principais suficiente: queremos que cada vez mais em-
executiva do CDP América Latina padrões globais e melhores práticas de merca- presas reportem e melhorem sua gestão de
do. Dessa maneira, poderão identificar pontos riscos e oportunidades ambientais, alcançando
fortes e pontos de melhoria em sua gestão de 90% das empresas de maior impacto até 2025.
riscos e oportunidades ambientais, alinhan- Nossos questionários se tornam cada vez mais
do-se às principais referências globais em abrangentes, incorporando mais variáveis am-
sustentabilidade, como GRI, TCFD, ODS, CEO bientais, de modo a contribuir para que empre-
Water Mandate, SBTi, dentre outras iniciativas e sas tomem ações urgentes para construir uma
padrões. economia verdadeiramente sustentável, medin-
do e compreendendo seu impacto ambiental.
As empresas podem responder de maneira O CDP trabalha para ser um ponto de conver-
voluntária, mas majoritariamente o convite para gência de diversas partes interessadas, como
responder o CDP vem em nome dos mais de empresas, investidores e governos, para alcan-
590 investidores signatários com mais de 110 çarmos uma economia próspera que funcione
trilhões de dólares sob gestão, ou dos 200 para as pessoas e o planeta no longo prazo.
clientes do Programa Supply Chain, que pos-
suem um poder de compra anual de US$ 4 tri- A nova estratégia 2021-25 do CDP reconhece
lhões. Esses investidores e clientes, utilizam as a necessidade urgente de garantir que empre-
informações reportadas por meio do CDP para sas, cidades, estados e regiões tenham planos
embasar a tomada de decisão, incentivando a concretos para cumprir seus compromissos
ação em sustentabilidade. declarados e fornecer evidências de progresso
nesses objetivos. Para isso, aprofundaremos
Portanto, responder ao CDP proporciona visi- o envolvimento, acompanhamento e análise
bilidade internacional e acesso a um grupo ex- através de uma multiplicidade de partes inte-
tenso de investidores engajados no tema. Além ressadas, cobrindo mais mercados de capitais,
disso, a empresa respondente receberá uma mais questões ambientais (oceanos, uso da
nota ao final do ciclo, permitindo que ela pos- terra, biodiversidade, produção de alimentos
sa se comparar com outros pares e identificar e resíduos) e aumentando seu foco em metas
oportunidades de melhoria em suas próprias tangíveis, planos de transição e desempenho.
práticas.
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 33

Por meio da expansão do nosso comprovado


sistema de divulgação, o CDP reforçará seu
papel de mecanismo definitivo para rastrear a
natureza, a extensão e a velocidade da ação
corporativa, municipal, estadual e regional em
relação a compromissos e impactos no meio
ambiente.

• Qual o futuro dos relatos corporativos?

Os relatos corporativos devem integrar cada


vez mais informações socioambientais, que
necessariamente devem ser acompanhadas de
metas e métricas. Uma empresa efetivamente
responsável não deve se abster de transformar
compromissos em ação, publicando relatos
completos, baseados em dados e com metas
que sejam mensuráveis e abranjam o curto,
médio e longo prazo. A integração dessas infor-
mações também deverá acompanhar a asso-
ciação e consolidação entre marcos de referên-
cia e padrões, como anunciado recentemente
durante a COP26.
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 34

NOME OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)

Sede Nova Iorque/Estados Unidos

Ano de fundação 2015

Site https://sdgs.un.org/goals

Categoria Princípios e Diretrizes | Objetivos e Metas

Tema Geral

Dimensões Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias

Abordagem Geral

Conexão com resultados


Não
financeiros

Geral (acionistas, investidores, comunidade, imprensa, organizações da


Público de interesse
sociedade civil, entre outros)
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 35

Por que ODS?


• Por que as empresas devem se Deve-se, porém, atentar para o fato de que
comprometer com a Agenda 2030 e compromissos reais devem estar ancorados
comunicar suas metas associadas aos em metas ambiciosas e baseadas na ciência.
ODS? Uma forma de fazer isso, e de maneira conjunta,
Entrevista com Carlo Linkevieius é alinhar os compromissos a metas da Agenda
Pereira, diretor executivo da Rede Brasil A Agenda 2030 é a principal agenda de de- 2030, como àqueles trazidos pela Ambição pe-
do Pacto Global das Nações Unidas senvolvimento sustentável do mundo e é um los ODS.
chamado para governos, empresas e socieda-
de civil atuarem de forma conjunta frente desa- • Quais as perspectivas da Agenda 2030?
fios mais prementes de nossas sociedades e
planeta. Como diz o Secretário Geral da ONU, Não estamos avançando na escala e na velo-
Antonio Guterres, é nosso atestado global de cidade necessária para o alcance dos ODS.
interdependência. Sem trabalharmos nessa Nos últimos anos, regredimos em muitas metas
direção de forma conjunta, não conseguiremos e deve haver um impacto ainda maior ao fim
enfrentar esses desafios a tempo. E empresas desse ano, ainda marcado pela pandemia da
não prosperam em sociedades falidas. Covid-19. A boa notícia é que temos direcio-
nadores de uma retomada mais sustentável,
Mas, se esse argumento não convence, há o os ODS, e uma vontade cada vez maior de um
de que trabalhar em direção aos ODS traz mais setor importante, o empresarial.
oportunidades de crescimento e longevidade
aos negócios. Empresas com atuação desa- Nesta Década de Ação, que teve início no ano
linhada à Agenda Global de Sustentabilidade passado e que marca a contagem regressiva
perderão espaço dentro da sociedade. Pesquisa para 2030, temos focado em uma palavra: am-
feita com 20 mil adultos de Brasil, Índia, Reino bição. Por isso estamos propondo compromis-
Unido, Estados Unidos e Turquia pela consulto- sos empresariais atrelados a metas ambiciosas
ria Europanel aponta que 1/3 dos consumidores e liderando movimentos para uma transforma-
compra de empresas com impactos positivos, ção de sociedade e planeta. Apenas de forma
21% consomem produtos de marcas aparente- conjunta e sintonizada, conseguiremos avançar
mente sustentáveis e, no Brasil, 85% sentem-se para o alcance desses objetivos.
melhores quando compram produtos mais sus-
tentáveis. Do lado dos investidores, basta olhar
a tendência: nos últimos 5 anos, o interesse por
investimentos ESG cresceu cinco vezes no mun-
do, e 14 vezes mais no Brasil.
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 36

NOME PACTO GLOBAL

Sede Nova Iorque/Estados Unidos

Ano de fundação 2000

Site https://www.unglobalcompact.org/

Categoria Princípios e Diretrizes

Tema Geral

Dimensões Direitos Humanos; Trabalho; Meio Ambiente e Anticorrupção

Abordagem Geral

Conexão com resultados


Não
financeiros

Geral (acionistas, investidores, comunidade, imprensa, organizações da


Público de interesse
sociedade civil, entre outros)
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 37

Por que
• Por que as empresas devem aderir e • Qual o futuro do Pacto Global?
comunicar os princípios do Pacto Global?
A crescente ESG e o chamado para uma reto-

Pacto Global?
O Pacto Global da ONU é a maior iniciativa de mada mais sustentável fez com que mais em-
sustentabilidade corporativa do mundo e a presas buscassem atuar com sustentabilidade
principal do país. É um chamado para que em- no último ano. Como consequência, o número
presas alinhem seus negócios a 10 princípios de membros do Pacto Global cresceu expo-
Entrevista com Carlo Linkevieius universais baseados em Direitos Humanos, nencialmente, e a Rede Brasil foi a que mais
Pereira, diretor executivo da Rede Brasil Direitos do Trabalho, Meio Ambiente e Comba- cresceu globalmente no ano passado. Desde
te à Corrupção. Além disso, tem como missão janeiro, de 2020, já foram quase 600 novos
do Pacto Global das Nações Unidas apoiar as empresas para que trabalhem em membros. Devemos ter uma Rede com 1.600
direção aos Objetivos de Desenvolvimento integrantes no próximo ano (estamos com
Sustentável – ODS, a principal agenda global 1.350), alcançando nossa meta prevista para
de desenvolvimento sustentável. 2025.

Trabalhar com sustentabilidade já não é mais Além do tamanho da Rede, buscamos também
uma escolha, mas uma questão de longevi- organizações engajadas. Cada vez mais vamos
dade e competitividade aos negócios. É uma trabalhar com compromissos públicos ancora-
demanda de diversos stakeholders, inclusive dos em metas ambiciosas, como equidade de
investidores, como mostra a crescente ESG gênero, clima, salário digno e transparência nas
dos últimos anos. Soma-se a isso o chamado organizações. Visamos liderar movimentos que
de retomada mais sustentável pós-covid. Atuar impulsionam o impacto do setor empresarial
em direção aos princípios do Pacto Global e no enfrentamento dos principais desafios da
aos ODS é um norte para as empresas, e inte- Agenda 2030 no Brasil.
grar o Pacto Global da ONU é uma sinalização
dos compromissos do negócio com essas
agendas.
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 38

• Qual o futuro do relato corporativo?

O relato corporativo deve olhar para o futuro, e


não apenas para o passado. Construir relatos à
luz dos ODS já possibilita essa narrativa, visto
que trazem os compromissos da empresa e
como ela tem avançado em cada um deles.

Também é importante que os dados reportados


nos relatos empresariais partam de indica-
dores comuns, para que possamos cada vez
mais analisar o avanço do setor empresarial de
forma agregada e inteligente. Por exemplo, os
benchmarks da Ambição pelos ODS, iniciativa
do Pacto Global da ONU, trazem indicadores
transversais para metas ambiciosas e basea-
das na ciência. Esses benchmarks, inclusive,
servirão de insumo para a mudança da COP –
Comunicação de Progresso, relato obrigatório
para empresas integrantes do Pacto Global,
bem com os 10 princípios da iniciativa.

Em vez de submeterem o relatório e responde-


rem a perguntas básicas, as empresas deverão
reportar o avanço em mais indicadores a partir
de 2022. É uma forma de avaliarmos o avanço
individual de cada organização, bem como de
monitorar o quanto o setor empresarial tem
avançado em determinados temas. Com da-
dos, poderemos nortear melhor nossa atuação.
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 39

NOME SCIENCE BASED TARGETS INITIATIVE (SBTI)

Sede Nova Iorque/Estados Unidos

Ano de fundação 2015

Site https://sciencebasedtargets.org/

Categoria Iniciativa

Tema Específico (Mudanças Climáticas)

Dimensões (não se aplica)

Geral e Setorial

Para a elaboração de metas baseadas na ciência (SBT) deve-se adotar a rota


padrão (grandes empresas) ou a rota SMEs (pequenas e médias empresas).
Abordagem
O método de Contração Absoluta é aplicável a todos os setores, exceto
geração de energia e petróleo e gás. O método de Descarbonização Setorial
está disponível para os setores de Energia; Ferro e Aço; Cimento; Alumínio;
Papel e Celulose; Transporte; e Serviços – Construção.

Conexão com resultados


Não
financeiros

Geral (acionistas, investidores, comunidade, imprensa, organizações da


Público de interesse
sociedade civil, entre outros)
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 40

Por que SBTi?


• Por que minha empresa deve estabelecer com a SBTi devem participar de um rigoroso
metas de acordo com a SBTi? processo de estabelecimento de metas e den-
tro de 24 meses receber a validação de suas
A ciência climática é clara. Devemos reduzir metas. Se esse prazo não for cumprido, a em-
Entrevista com Alberto Carrillo Pineda, pela metade as emissões globais antes de presa deixa de ser uma empresa comprometida
diretor executivo da SBTi 2030 e alcançar as emissões líquidas zero com a SBTi e é removida do site da iniciativa.
antes de 2050. As empresas desempenham Uma vez aprovada a meta de uma empresa, ela
um papel fundamental na transformação que deve informar anualmente suas emissões de
é necessária. Empresas com metas baseadas GEE e seu progresso em relação às metas, por
na ciência estão no caminho certo para reduzir meio de relatórios anuais, relatórios de susten-
as emissões pela metade nesta década – esse tabilidade, o website da empresa e/ou a divul-
é exatamente o ritmo e a escala exigidos pela gação através do questionário anual do CDP.
ciência climática. Não há tempo a perder.
A SBTi está atualmente criando uma estrutura de
*Para mais informações sobre como empresas com medição, relatório e verificação (MRV) para garan-
metas baseadas na ciência estão reduzindo suas emis- tir transparência e responsabilidade em torno do
sões, por favor, consulte o SBTi Progress Report 2020. progresso e cumprimento das metas corporativas
baseadas na ciência de curto e longo prazos.
• Qual o futuro da SBTi, considerando o
cenário do SBTi’s Corporate Net-Zero Essa estrutura estabelecerá expectativas e
Standard? orientações claras para as empresas sobre
como relatar, avaliar e verificar o progresso em
A SBTi planeja acelerar o crescimento expo- relação às metas e a declarações de alcance
nencial do número de empresas que estabele- dessas metas. Isso melhorará a qualidade dos
cem metas de redução de emissões de curto e dados e a responsabilidade das empresas
longo prazos, baseadas na ciência, com foco comprometidas com a SBTi e, assim, construirá
em ações imediatas, ambiciosas e robustas. confiança entre as partes interessadas.
Todas as empresas em todas as geografias e
setores devem agir urgentemente. O desenvolvimento dessa estrutura de mensu-
ração, relato e verificação será apoiado por um
• Qual o futuro do relato corporativo? processo multistakeholder e explorará parcerias
com atores-chave para a criação de um MRV
A prestação de contas quanto aos compromis-
robusto. Esse processo será lançado juntamen-
sos corporativos é a chave para construir con-
te com a publicação de nosso Relatório de Pro-
fiança e apoiar a entrega de metas corporativas
gresso 2021, no início de 2022.
confiáveis. Todas as empresas comprometidas
Os caminhos do relato ESG Frameworks, standards e iniciativas 41

Outros frameworks
Corporate Sustainability Reporting Directive
(CSRD) – Comissão Europeia

e standards Em elaboração, com previsão de ser obrigatório a


partir de 2024 para grandes e médias* companhias
da União Europeia que fazem parte do mercado
regulado. É recomendável que empresas brasilei-
ras que tenham negócios com países da União Eu-
Measuring Stakeholder Capitalism – WEF IBC Climate Disclosure Standards Board (CDSB) ropeia também passem a adotar o padrão, a fim de
comparabilidade e compliance.
Conjunto de 21 métricas principais e 34 métricas ex- Framework que estabelece uma abordagem para
pandidas, baseadas em quatro pilares: princípios de relatar informações ambientais e de mudança Iniciativa da Comissão Europeia, tem como objeti-
governança, pessoas (social), planeta (meio ambiente) climática em relatórios anuais, formulário 20-F vo desenvolver um padrão para o reporte de temas
e prosperidade (promoção do progresso econômico (padrão SEC – Securities and Exchange Comission ESG que seja equiparável ao reporte financeiro
e tecnológico para comunidades), alinhados aos ODS para empresas estrangeiras com ações negocia- obrigatório. O protocolo considerará a dupla ma-
(Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). das nas bolsas de valores dos Estados Unidos) ou terialidade (financeira e de impacto), abordará três
relatório integrado. camadas de informação (divulgações gerais do
Iniciativa do International Business Council do Fórum setor, específicas do setor e as específicas da com-
Econômico Mundial (WEF-IBC), tem como objetivo Modelo mais voltado para investidores, padroniza a panhia), considerando estratégia, implementação
propor métricas que relatem de forma mais conden- forma de reportar temas ambientais relevantes em e mensuração da performance nos tópicos gover-
sada a forma de gestão dos aspectos ESG por em- concordância com os relatórios financeiros. nança, ambiental e social.
presas e possibilitar comparação entre as performan-
ces delas dentro do mesmo setor ou região. A ideia é Envolve 12 requisitos: governança; metas, políticas De acordo com o cronograma, o primeiro draft das
atender a expectativa de investidores e stakeholders e estratégias da gestão ambiental; riscos e opor- normas será publicado em meados de 2022, tra-
que esperam que as companhias relatem seus temas tunidade; fontes de impacto ambiental; análise zendo os tópicos padrão essenciais e devem ser
não financeiros, riscos e oportunidades com o mes- do desempenho corporativo; conclusões (análise utilizados para os reportes referentes a 2023, a se-
mo rigor que a informação financeira. sintética, integrada e com visão de futuro sobre os rem publicados em 2024. Vale destacar que já está
cinco requisitos anteriores); limite organizacional; previsto que os relatórios resultantes precisarão ter
Vale destacar que as métricas são baseadas em políticas de relatório; periodicidade de relatórios; asseguração por empresa independente.
diversos protocolos já consolidados como GRI, reformulações; conformidade; garantias.
SASB Standards (da VRF), CDSB, TCFD, <IR> Fra- Para mais informações, clique aqui.
mework (da VRF), WBCSD (World Business Council Para mais informações, clique aqui.
for Sustainable Development), EPIC (Embankment *São consideradas médias ou grandes empresas aquelas que
cumprem ao menos dois dos seguintes requisitos: mais de 250
Project for Inclusive Capitalism). funcionários, balanço total superior a 20 milhões de euros, volu-
me de negócios (net turnover) acima de 40 milhões de euros.
Para mais informações, clique aqui.
Como o
Brasil relata
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 43

O novo ISE B3
Utilizamos como base desta pesquisa as em- te por meio do Questionário CDP – Mudanças
presas elegíveis para o Índice de Sustentabi- Climáticas (cujo score mínimo exigido para
lidade Empresarial da B3 (ISE B3). O índice é integrar a carteira do ISE é C). Com esse peso
uma ferramenta para análise comparativa da para a questão climática, a empresa que quiser
performance das empresas listadas na B3 sob ser reconhecida por ter as melhores práticas de
o aspecto da sustentabilidade corporativa. sustentabilidade, precisará, obrigatoriamente,
responder ao questionário CDP – Mudanças
O processo de inclusão das companhias na Climáticas, no qual são informados o mapea-
carteira do ISE B3 pressupõe o preenchimento mento e gestão de riscos e oportunidades rela-
de um questionário. O mais recente, lançado cionadas ao clima, o inventário de emissões de
em julho de 2021, traz perguntas muito mais gases de efeito estufa, os projetos e seu custo
assertivas e aprofundadas, a fim de que as em- para reduzir as emissões, e as metas de curto,
presas candidatas a integrar a carteira compro- médio e longo prazo.
vem suas práticas de gestão.

O novo questionário é composto por cinco


dimensões: Capital Humano; Governança Cor-
porativa e Alta Gestão; Modelo de Negócio e
Inovação; Capital Social; e Meio Ambiente.

O Índice não deixou de considerar a sexta di-


mensão, Mudanças Climáticas. No entanto,
esse tema passou a ser avaliado exclusivamen-
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 44

Foi firmada, ainda, uma parceria do ISE B3 com O fato é que as companhias que divulgam seus
o RepRisk, instituição pioneira em ciências de relatos corporativos – e adotam as normas GRI e
dados ESG, condicionando o acesso da empre- SASB Standards (da VRF) – estão em vantagem
sa à carteira ISE ao índice de risco reputacional para integrar a carteira ISE B3, mas será que es-
igual ou inferior a 50 pontos. O produto princi- tas normas são as únicas que são fiéis ao mode-
pal da RepRisk, o RepRisk ESG Risk Platform, lo de negócio de cada uma delas?
usa um banco de dados de devida diligência
(due diligence) do mundo sobre riscos de ESG e Apresentamos, nas próximas páginas, a me-
de conduta empresarial. Esses dados permitem todologia e os resultados do estudo realizado
que os tomadores de decisões financeiras rea- pelo grupo report sobre os frameworks e stan-
jam rapidamente aos riscos ESG materiais que dards utilizados nos relatórios não financeiros
podem se traduzir em financeiros, de reputação pelas empresas elegíveis a integrar a carteira
ou de conformidade. Para saber mais, acesse o do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE
site da RepRisk. B3). Esta é a primeira edição do índice após
revisão de metodologia realizada em 2021.
Considerando que as dimensões e temas do
questionário são baseadas nas normas SASB
Standards (da VRF) e que, para o conteúdo,
são usadas como referenciais as ferramentas
publicadas pelo GRI e pelo Sistema B, resta sa-
ber se as empresas listadas estão prontas para
disponibilizar tais informações.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 45

Metodologia de pesquisa
Com base na lista das 187 empresas
O QUE FOI ANALISADO?
elegíveis para compor a carteira ISE
• A qual ano se refere o relatório mais recente
B3 2021, foi realizada uma prospecção publicado pela empresa?
dos reportes anuais não financeiros • Qual o título atribuído ao reporte?
publicados por essas companhias • Qual o setor da empresa?
• Quais frameworks e standards foram mais
reportados?
• Quais frameworks e standards foram integrados ao
longo do relatório?
• Quais frameworks e standards foram correlacionados
Para uma análise criteriosa dos relatos, no sumário de conteúdo?
algumas premissas foram adotadas: • Qual foi a opção escolhida para o relato GRI?
Essencial ou Abrangente?
• Foram consideradas apenas as publicações
• Qual foi o desdobramento com relação aos ODS? A
referentes ao ano de 2020; empresa adere somente aos objetivos ou especifica
as metas?
• Foram consideradas apenas as empresas
• A empresa relata os seus riscos e oportunidades
que publicaram o reporte até setembro/2021.
relacionados às mudanças climáticas?
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 46

Principais achados
A maioria relata, mas ainda há retardatários

A boa prática caminha para que os relatórios não tral dos indicadores de sustentabilidade tal
Relatórios publicados financeiros sigam um calendário semelhante ao como ocorre com os financeiros.
das divulgações financeiras, obedecendo o prin-
cípio da tempestividade, ou seja, da divulgação Considerando que, das 187 empresas elegí-
2020/2021 1
de informações no momento e com a periodici- veis para a carteira ISE B3 2021, 110 (58,8%)
2020 106 dade adequados às expectativas do mercado. publicaram relatos referentes a 2020, o relató-
rio não financeiro (ou não exclusivamente fi-
2019/2020 3 Isso significa publicar o relatório anualmente, nanceiro) parece ser uma prática consolidada.
de preferência no primeiro trimestre ou no iní- Ainda assim, 13 (6,9%) publicaram relatos em
2019 4 cio do segundo trimestre do ano seguinte. anos anteriores e 64 (34,2%) nunca elabora-
ram um relatório ou não o deixam disponível
2018/2019 1 Além disso, já se observa um movimento, que para consulta ao público externo. Trata-se de
pode vir a ser tendência, de atualização trimes- um índice significativo.
2018 4

Comentário
2017 2

Mesmo que as 77 empresas que não relataram o seu desempe-


2016 1
nho referente a 2020 tenham estratégias e gestão de sustenta-
bilidade, elas pecam em termos de transparência ao não divul-
2013 1
gar relatório. São retardatárias em relação ao espírito do nosso
Não tempo, pois deixam de atender às demandas de investidores
64
encontrado ESG e demais públicos de interesse.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 47

Sustentabilidade é o título principal


Considerando os 110 relatos referentes a 2020, fizeram alguma referência no título como um
40% (44) das empresas nomearam sua publi- Relato/Relatório Integrado. Apenas 5,5% (5)
cação como Relatório de Sustentabilidade; referem-se, no título, à sigla ESG.
22,7% (25) como Relatório Anual; e 14,6% (16)

Títulos das publicações


Comentário
Relatório de A sustentabilidade não deve ser encarada
40,0% Relatório Anual ESG 0,9%
Sustentabilidade
como uma “caixinha” separada no organogra-
Relatório Anual 22,7% Relatório Anual ma da organização, mas como transversal a
0,9%
e de ESG todas as estruturas institucionais. A forte pre-
Relato Integrado 8,2% sença da palavra “sustentabilidade” nos títu-
Relatório Anual Integrado
0,9% los dos relatórios pode indicar que as empre-
de Sustentabilidade
Relatório Integrado 6,4% sas ainda não a integram de forma sistêmica.
Relatório da
0,9%
Relatório Anual de Administração Embora o presente estudo não tenha o objeti-
Sustentabilidade 6,4%
vo de analisar a pertinência da adoção de um
Relatório de Posicionamento
0,9% ou outro nome no relato, vale também apontar
Relatório Anual e de Estratégico ESG
3,6%
Sustentabilidade que a sigla ESG e a palavra sustentabilidade
Relatório Anual Relatório 0,9% têm sido usadas muitas vezes como sinôni-
3,6%
Integrado mo. Isso significa que relatórios com títulos
Sustentabilidade Ambiental, diferentes podem seguir o mesmo objetivo
Relatório ESG 2,7% 0,9%
Social e Corporativa de relato.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 48

ESG não é o ESG Sustentabilidade


mesmo que • Público: investidores
• Foco nos resultados financeiros e na
• Público: multistakeholders
•F
 oco nos impactos sociais e ambientais

sustentabilidade
criação ou destruição de valor econômico na sociedade e no meio ambiente
• Foco na transparência •N
 ão olha somente para os riscos, mas
também para as oportunidades
• Mensuração do desempenho da gestão
ambiental e social e das práticas de •A
 genda mais ampla de toda a
governança de uma organização sociedade e suas demandas
• Evidencia os impactos e riscos inerentes •P
 ensamento estratégico da
ao negócio organização, integrando aspectos não
financeiros considerados pelo ESG ao
• O olhar para oportunidades é voltado para
modelo de negócios voltado à geração
a mitigação dos riscos
de valor para a sociedade
• Produz evidências e gera credibilidade
para os compromissos de uma
organização em sua estratégia
comunicada para a sociedade
• Gestão das questões sociais, ambientais e
de governança que impactam o resultado
financeiro e a criação ou destruição de
valor da empresa

Para saber mais, leia o artigo:


ESG parece, mas não é o mesmo que sustentabilidade.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 49

Setores que mais publicaram


Locação de
Energia 16,4% 2,7%
Veículos

Financeiro 10,9% Papel e Celulose 2,7%

Saúde 9,1% Saneamento 2,7%


Analisando de forma setorial, 16,4% (18) das
Vestuário, Calçados
8,2% Agronegócio 1,8% 110 empresas que divulgaram informações so-
e Acessórios
bre o ano de 2020 pertencem ao setor de Ener-
Alimentos 7,3% Telecomunicações 1,8% gia, 10,9% (12) são do setor Financeiro e 9,1%
(10) são do setor de Saúde.
Bens e Serviços
7,3% Transporte Aéreo 1,8%
Industriais
Imobiliário e
4,5% Bebidas 0,9%
Construção Comentário
Educação 3,6% Cosméticos 0,9% O setor de Energia no Brasil tem um histórico
de transparência, impulsionado pela pressão
Infraestrutura 3,6% Logística 0,9% da legislação. Além disso, vale comentar que
este é o segundo segmento com o maior vo-
Petróleo e Gás 3,6% Mineração 0,9% lume de emissões de gases de efeito estufa
(GEE) no país – seguido pelo setor de Agro-
Siderurgia 3,6% Petroquímico 0,9% negócio, segundo levantamento do Climate
Bens e Serviços de Watch (2018).
2,7% Tecnologia 0,9%
Consumo
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 50

GRI é o padrão dos padrões


GRI 94,5%
84,6%
ODS 94,5%

Pacto
73,6% 94,5%
Global
Adotam GRI 9,6%
<IR> Framework 51,8%
(da VRF)
4,8%
1,0%
SASB Standards 35,5%
(da VRF)
Essencial Abrangente G4 – Não
TCFD 30,9% Essencial especificado

O padrão GRI é o standard mais abordado pelas companhias GRI Essencial ou Abrangente
94,5% (104), sendo que 84,6% (88) delas relatam na opção
Essencial – opção indica um relatório com o mínimo de informações
Essencial. Importante notar que 9,6% (10) dos relatórios GRI
necessárias para que os stakeholders entendam a natureza da
não especificam a opção escolhida para o relato, o que não
organização, seus tópicos materiais e impactos a eles relacionados,
está de acordo com o determinado pelo protocolo.
e como tais impactos são geridos.
Abrangente - opção parte da Essencial e exige a divulgação
Comentário
de informações adicionais sobre estratégia, ética, integridade e
governança da organização. Além disso, a organização deverá relatar
As diretrizes GRI continuam como a principal referência
seus impactos de forma mais ampla, relatando todos os conteúdos
no Brasil e no mundo, e é o caminho seguro para quem
específicos para cada tópico material coberto pelas Normas GRI.
inicia seu processo de relato de sustentabilidade.
No entanto, com a atualização das normas GRI que passará a ser
Fonte: GRI Standards 102: Conteúdos Gerais 2016 padrão a partir de 2023, haverá uma única opção de reporte.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 51

ODS são muito abordados,


mas a maioria das empresas
não se aprofunda nas metas
Os ODS são incorporados nas estratégias de
negócio em 94,5% (104) dos relatórios, mas, Comentário
destes, 73,1% (76) citam apenas o alinhamento
Já foi dito que algumas empresas usam os
aos Objetivos e somente 26,9% (28) mostram
ODS no mesmo espírito do álbum de figuri-
sua aderência a metas específicas.
nhas da copa. Colam os ícones da iniciativa
da ONU no relatório, correlacionando o
que já fazem com alguns dos Objetivos de
73,1% Desenvolvimento Sustentável da Agenda
2030. Permanecem no nível dos 17 objeti-
vos, sem se aprofundarem para o nível das
metas e dos indicadores.

94,5% A recomendação do Pacto Global é que as


Incorporam 26,9% empresas estabeleçam metas ambiciosas
os ODS
e integrem os ODS em suas estratégias
de negócio. Isso significa selecionar um
número reduzido de Objetivos (até mesmo
Objetivos Metas um único) para o qual possa contribuir de
maneira relevante.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 52

Pacto Global
se faz presente

Em seguida, vem o Pacto Global, com citação


73,6% em 73,6% (81) dos relatórios. Desses, apenas
São signatárias/
apoiam o Pacto 82,7% 17,3% (14) afirmam os Princípios do Pacto Global
Global como incorporados na estratégia do negócio.

Comentário

17,3% A Rede Brasil do Pacto Global é uma


das mais ativas no mundo. Tem desem-
penhado um papel relevante em levar
a Agenda 2030 para o setor empresa-
Não Incorporam rial brasileiro, contando hoje com 800
incorporam os Princípios do
Pacto Global
signatárias.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 53

Relato Integrado Comentário

está presente em Um relatório integrado visa fornecer uma perspec-


tiva sobre os recursos e relacionamentos usados

metade dos relatórios e afetados por uma organização – definidos como


capitais financeiro, manufaturado, intelectual, hu-
mano, social e de relacionamento, e natural – na
Estrutura do <IR> Framework (da VRF).
Embora apenas 14,6% (16) dos reportes tenham
Essa estrutura tem como objetivo destacar como a
feito menção a “Integrado” em seu título, 51,8%
organização interage com o ambiente externo e os
(57) das publicações referentes a 2020 fazem
seis capitais para criar, preservar ou perder valor
referência ao <IR> Framework (da VRF) alguma
no curto, médio e longo prazos. Um dos oitos ele-
vez no conteúdo. Destes, somente 84,2% (48)
mentos de conteúdo é a Performance, que orienta
abordam os capitais ao longo do relatório.
o relato sobre até que ponto a organização alcan-
çou seus objetivos estratégicos para o período e
quais são seus resultados em termos de efeitos
84,2%
sobre os capitais.

Embora não seja obrigatória, a escolha de identificar


os capitais nos relatórios se justifica por essa abor-
51,8% dagem ser altamente recomendada para a criação de
Citam o <IR> valor a partir do modelo de negócio da organização
Framework (da
15,8% e mensuração do impacto da estratégia de negócios.
VRF)
Com o aumento do interesse dos investidores pelas
questões ESG, as diretrizes do Relato Integrado de-
vem avançar no mercado, já que a iniciativa nasceu
Apresentam Não
os Capitais apresentam
exatamente para atender a esse público.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 54

SASB Standards (da VRF)


começa a ganhar força
Energia 17,9% Petróleo e Gás 2,6%

Financeiro 15,4% Petroquímico 2,6%

35,5% Alimentos 7,7% Saneamento 2,6%

Adotam SASB Saúde 7,7% Siderurgia 2,6%


Standards (da
VRF) Bens e Serviços
5,1% Telecomunicações 2,6%
de Consumo
Imobiliário e
5,1%
Construção
Comentário
Locação de
5,1%
Veículos
Os SASB Standards (da VRF) é um padrão
Papel e
5,1% com abordagem setorial, o que facilita a
Celulose
Mesmo que esteja presente em menos da meta- comparação do reporte de indústrias de
Transporte
de dos relatórios, os SASB Standards (da VRF) 5,1% um mesmo setor. Traz informações relacio-
Aéreo
representam o segundo standard mais adotado, Vestuário, Calçados nadas a sustentabilidade e sua geração de
5,1%
sendo apresentado em 35,5% (39) dos relatos. e Acessórios valor e de impactos para a companhia.
Infraestrutura 2,6%
Os setores que mais adotam os SASB Standards Voltado especialmente para o público in-
(da VRF) são o de Energia em 17,9% (7), Finan- vestidor, tem o objetivo de dar a mesma
Logística 2,6%
ceiro em 15,4% (6), Alimentício em 7,7% (3) e o relevância a esses tópicos quanto a im-
de Saúde em 7,7% (3) dos relatórios. Mineração 2,6% portância dada às questões estritamente
econômico-financeiras.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 55

Crise Climática em foco Energia 20,3%

Bens e Serviços
13,3%
de Consumo

TCFD Financeiro 13,3%

Alimentos 6,7%
44,1%
41,2% Bens e Serviços
6,7%
Industriais

Infraestrutura 6,7%
30,9%
Apoiam a
Locação de
TCFD 14,7% 6,7%
Veículos

Mineração 6,7%

Integram as Não integram as Planejam integrar as


Recomendações Recomendações Recomendações Siderurgia 6,7%

Transporte Aéreo 6,7%


Das 110 empresas, 30,9% (34) declararam Entre os setores que mais integram a TCFD no
apoio à TCFD, mas, desse total, apenas 44,1% relato, destacam-se o de Energia em 20,0% Vestuário, Calçados
6,7%
(15) integraram as recomendações ao longo (3), seguido por Bens e Serviços de Consumo e Acessórios
do relato. Vale destacar que somente 14,7% em 13,3% (2), e o Financeiro em 13,3% (2).
(5) especificaram metas de publicar as suas Ressalta-se que o Brasil possui regulações que Comentário
ações alinhadas às recomendações futura- determinam como obrigatória a divulgação por
O que se verá nos próximos anos é uma ace-
mente, e 69,1% (76) não citaram a TCFD em parte de todas as instituições financeiras licen-
leração dos relatórios climáticos, capitanea-
sua publicação. ciadas pelo Banco Central (BC), previstas para
dos, a princípio, pela TCFD.
entrar em vigor em 2022. Saiba mais aqui.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 56

CDP
A 1,0%

A- 3,1%
58,8%
B 1,0% Publicaram
51,3% relatório anual de
Responderam ao B- 20,8% 2020
questionário
C 7,3%

C- 16,7%

D 12,5%

D- 3,1%

84,4%

A adesão da empresa ao CDP não é uma con- das empresas, representando 48,7% (91), não
dição para a publicação do relatório anual. Por possuem o score disponível.
essa razão, neste caso, avaliamos todas as 187
empresas listadas como elegíveis pela B3. Em Importante lembrar que, de acordo com a nova 15,6%
relação ao questionário CDP-Mudanças Climá- metodologia ISE, é desclassificada qualquer
ticas, 51,3% (96) responderam ao questionário empresa que não responde ao CDP referente
2020 ou estão aguardando o seu score 2021. ao ano da carteira, ou que tem um score inferior
Chama a atenção que quase metade do total a “C”. Portanto, com base nos dados referentes Possuem score Score não
2020/ Aguardando disponível
score 2021
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 57

ao ano de 2020, mais da metade (67,9%, equi- que já respondem ao CDP-Mudanças Climáticas
valente a 127) das empresas elegíveis seriam não aproveitam a oportunidade de integrarem a
excluídas do processo. Contudo, considerando TCFD em seus processos e para estruturarem o
que os scores CDP 2021 estão previstos para relato climático da organização.
serem lançados em dezembro de 2021, esse
panorama pode ser alterado. Os números são claros: das 96 empresas que
responderam ao CDP, 29,2% (28) apoiam a
Das 77 empresas que não publicaram relatório TCFD, apenas 15,6% (15) integraram as reco-
anual referente a 2020, 15,6% (12) responde- mendações TCFD ao longo do relato, e 5,2% (5)
ram ao Questionário CDP-Mudanças Climáti- apresentam a meta de passar a integrar a TCFD.
cas de 2020, ou estão aguardando score 2021. Contudo, 65,6% (63) das empresas que respon-
dem ao CDP, não se posicionaram quanto a um
O CDP pode ser considerado como um forte alinhamento à Força-Tarefa.
e consistente ponto de partida para as empre-
sas que visam se engajar na agenda climática,
pois reúne aspectos essenciais para a formu-
Apoiam a TCFD 29,2%
lação da estratégia climática empresarial. A
empresa pode estender a análise até a sua Integraram as
cadeia de valor e alcançar as emissões de 15,6%
Recomendações
escopo 3, tema que tem ganhado relevância
Planejam integrar
para a gestão de GEE. 5,2%
a TCFD
As empresas que respondem ao CDP já se
Não citam 65,6%
alinham a algumas recomendações da TCFD.
Contudo, de acordo com os dados, as empresas
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 58

SBTi
A Science Based Targets initiative (SBTi) é a sem precedentes nos últimos 800 mil anos.
iniciativa climática menos citada pelos relató- Destaca-se que as concentrações de CO2 au- 79,1%
rios. Apenas 16,4% (18) das empresas citam mentaram 40% desde o período pré-industrial
a iniciativa e informam estar em processo de devido a emissões provenientes de combustí- 11,8%
terem as suas metas aprovadas, e não mais que veis fósseis e mudança de uso da terra.
10,0% (11) estão listadas no site da SBTi como
Portanto, esse é um sinal de alerta para que em-
empresas que já assinaram a carta de compro-
presas desse setor assumam o compromisso
metimento da iniciativa (em inglês, Commitment 4,5% 4,5%
urgente de estabelecer metas ambiciosas de re-
Letter). E das 110 empresas, 4,5% (5) planejam
dução de emissão com base na ciência (SBTi),
integrar à iniciativa.
considerando também o CH4 e o N2O, não ape-
Citam a Possuem Planejam Não
O setor de Energia lidera na divulgação do ali- nas o CO2. Para saber mais, leia Entendendo o SBTi metas em integrar à citam
nhamento com a iniciativa, representando 27,8% relatório do IPCC. processo de iniciativa
(5), seguido pelos setores de Alimentos, Loca- aprovação

ção de Veículos e Transporte Aéreo, cada um


com 11,1% (2). Somente 1,8% (2) das empresas,
dos setores de Energia e de Papel e Celulose, 27,8%
têm metas aprovadas pela SBTi.

Importante ressaltar a ausência da participação


16,4%
do setor do Agronegócio brasileiro, o que é con- Citam a SBTi ou
siderado como um ponto crítico. De acordo com possuem metas 11,1% 11,1% 11,1%
o Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do Painel em processo de
aprovação
Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC), lançado em agosto de 2021, as concen-
Energia Alimentos Locação Transporte
trações de dióxido de carbono (CO2), metano
de Veículos Aéreo
(CH4) e óxido nitroso (N2O) cresceram a níveis
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 59

Em 28 de outubro de 2021, a Science Based


Targets initiative (SBTi) lançou o primeiro fra- Comentário
mework do mundo dedicado a auxiliar as em-
presas na definição de suas metas Net-Zero Como visto, as organizações têm buscado Para avançarem nesse tema urgente, as
alinhadas à ciência climática: the SBTi’s Corpo- realizar integrações de frameworks e stan- empresas precisam se posicionar e se
rate Net-Zero Standard (ou somente Net-Zero dards para atender às demandas globais preparar rapidamente para os riscos e vul-
Standard). de relato das informações relacionadas nerabilidades do negócio de forma fun-
ao clima. Entretanto, este estudo mostra damentada, assumindo metas ambiciosas
O framework tem como objetivo destacar o pa- que muitas das principais companhias de redução de emissão de GEE com base
pel-chave da descarbonização nas estratégias brasileiras aqui representadas ainda não na ciência (SBTi). Dessa forma, poderão
corporativas Net-Zero de curto e longo prazos. deram esse passo. demonstrar quanto e em que velocidade
Além disso, a Net-Zero Standard oferece crité- reduzirão as suas emissões.
rios, guias, ferramentas e recomendações para A adesão a frameworks e standards rela-
as empresas, a fim de ajudá-las a concretizar o cionados à questão do clima se mostrou Ressalta-se que a única maneira de desa-
seu comprometimento com a limitação do au- baixa, ainda que a crise climática seja um celerar o aquecimento global é reduzindo
mento de temperatura global a 1,5° C. fator impactante para todos os setores. as emissões de GEE a zero. Não há espaço
Esse é um tema de grande relevância e para o modelo business as usual, focando
O lançamento da estrutura é uma grande opor- que desafia as empresas a pensarem na apenas na compensação do carbono emiti-
tunidade para as empresas desenvolverem uma integração dos riscos climáticos na estra- do. Todas as formas tradicionais de produ-
perspectiva de como trabalhar a agenda climáti- tégia organizacional. ção e consumo devem ser redesenhadas.
ca com premissas consistentes e compreende-
rem a perspectiva científica do Net-Zero. Saiba O caminho se torna claro com o apoio A campanha Race to Zero, lançada em
mais aqui. do CDP e da TCFD, que orientam como o 2020 pela Convenção-Quadro das Nações
tema precisa ser incorporado na estrutura Unidas sobre Mudanças Climáticas (UN-
da organização e como as ações devem FCCC), é um chamado para impulsionar as
ser comunicadas. empresas a assumirem o compromisso de
implementar metas de emissão zero líqui-
do (incluindo a cadeia de valor) e esteve
no centro das atenções na COP26.
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 60

Dobradinha GRI-ODS prevalece


Frameworks e standards mais conectados nos relatórios

GRI + ODS 30,9% ODS 1,8%

GRI + ODS + <IR> GRI + <IR> Framework (da VRF)


16,4% + CDP + TCFD 0,9%
Framework (da VRF)
GRI + ODS + SASB GRI + ODS + <IR> Framework (da VRF) + SASB
Standards (da VRF)
9,1% Standards (da VRF) + CDP + TCFD 0,9%

GRI + ODS + <IR> Framework (da GRI + ODS + <IR> Framework (da VRF)
VRF) + SASB Standards (da VRF)
8,2% + SASB Standards (da VRF) + ISE 0,9%

GRI + ODS + <IR> Framework (da VRF)


+ SASB Standards (da VRF) + TCFD
5,5% GRI + ODS + Pacto Global 0,9%

GRI + ODS + Pacto Global GRI + ODS + Pacto Global + <IR>


+ <IR> Framework (da VRF)
4,5% Framework (da VRF) + PRME1 0,9%

GRI + ODS + Pacto Global + <IR> Framework (da VRF)


GRI 2,7% + SASB Standards (da VRF) + CDP + TCFD 0,9%

GRI + ODS + Pacto Global


Não aplicado 1,8% + SASB Standards (da VRF) 0,9%

GRI + <IR> Framework (da VRF) GRI + ODS + Pacto Global


+ SASB Standards (da VRF)
1,8% + SASB Standards (da VRF) + PSI2 0,9%

GRI + ODS + Pacto Global + <IR> Framework GRI + ODS + SASB Standards
(da VRF) + SASB Standards (da VRF)
1,8% (da VRF) + TCFD 0,9%

GRI + ODS + Pacto Global + SASB


Standards (da VRF) + TCFD
1,8% GRI + SASB Standards (da VRF) 0,9%

GRI + ODS + TCFD 1,8% GRI + SASB Standards (da VRF) + TCFD 0,9%

1. Princípios para Educação Executiva Responsável (PRME, na sigla em inglês) ODS + <IR> Framework (da VRF) 0,9%
2. Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI, na sigla em inglês)
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 61

Os gráficos demonstram que a maioria das


empresas brasileiras já adota abordagem simul- Frameworks e standards mais correlacionados nos sumários
tânea de dois ou mais standards e frameworks
para seu relato. Apenas 4,5% (5) delas utilizam Não aplicado 36,4%
somente uma categoria. E, ainda, 2,7% (3) dos
relatórios não definem qualquer adesão. GRI x ODS 21,8%

GRI x ODS x Pacto Global 20,9%


Comentário
GRI x ODS x Pacto Global x SASB
Standards (da VRF) 4,5%
Os frameworks, os standards e as iniciati-
vas, se completam e se fortalecem, suprindo GRI x SASB Standards (da VRF) 3,6%
necessidades específicas e atendendo as
GRI x ODS x SASB Standards (da VRF) 2,7%
demandas do mercado e dos stakeholders.
ODS x Pacto Global 1,8%
A ideia não é necessariamente separar ou
ter diferentes produtos de divulgação, mas GRI x ODS x Pacto Global x SASB
1,8%
Standards (da VRF) x UNCTAD1
sim conectar as iniciativas. Para isso, a or-
GRI x ODS x <IR> Framework (da VRF)
ganização deve desenvolver uma visão sis- x SASB Standards (da VRF) x ISE 0,9%
têmica de longo prazo e estabelecer uma GRI x ODS x Pacto Global x <IR>
governança para a gestão e a divulgação Framework (da VRF) 0,9%
das informações.
GRI x ODS x Pacto Global x Ipieca2 0,9%
Quem souber conectar de forma coerente GRI x ODS x Pacto Global x SASB
Standards (da VRF) x PSI 0,9% 1
Conferência das Nações Unidas sobre
consegue avançar mais rapidamente nas Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na
agendas, trazendo mais clareza e mais trans- GRI x ODS x SASB Standards sigla em inglês)
(da VRF) x ICMM3 0,9% 2
Associação Internacional de Conservação
parência nas divulgações para a sociedade do Meio Ambiente da Indústria do Petróleo
GRI x ODS x SASB Standards
no geral e para os investidores em particular. (da VRF) x TCU4 0,9% (Ipieca, na sigla em inglês)
3
Conselho Internacional de Mineração e
Contudo, esse processo requer tempo, apoio, GRIxPacto Global x SASB Metais (ICMM, na sigla em inglês)
0,9%
dedicação e compromisso firme. Standards (da VRF) 4
Tribunal de Contas da União (TCU)
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 62

O que encontramos?
• 110 empresas (58,8%) publicaram al- • Os standards e frameworks mais • A maior parte das empresas (73,1%)
gum tipo de relatório não exclusiva- abordados foram GRI (94,5%), <IR> não especifica as metas de cada
mente financeiro, referente ao ano de Framework (da VRF) (51,8%), SASB ODS priorizado em sua estratégia
2020, e 64 (32,4%) nunca elaboraram Standards (da VRF) (35,5%) e TCFD
ou não divulgaram o seu relatório • As iniciativas mais conectadas ao
(30,9%)
anual longo do relatório foram GRIxODS
• A opção mais escolhida para o relato (30,9%), que também lideraram nas
• O título mais adotado (40%) para as GRI foi a Essencial (84,6%) correlações no sumário, com 36,4%
publicações foi “Relatório de Susten-
tabilidade” • Os Objetivos de Desenvolvimento • A agenda climática precisa ser ur-
Sustentável da ONU (ODS) apa- gentemente impulsionada, tendo
• O setor que mais divulgou relatórios recem em 94,5% dos relatórios e em vista que apenas 51,3% das 187
anuais foi o de Energia (16,4%) 73,6% das organizações se declara- empresas responde ao CDP, 44,1%
ram como signatárias ou participan- integra a TCFD em seu relato e 16,4%
tes do Pacto Global da ONU cita a SBTi ou possuem metas em
processo de aprovação
Os caminhos do relato ESG Como o Brasil relata 63

O que recomendamos?
Como as leitoras e os leitores deste estudo climáticas, dupla materialidade, entre tantos
puderam ver, o cenário de frameworks e stan- outros temas. Mas, diante de tudo isso, quais
dards de relatório está frenético: novas diretri- os direcionamentos? Seguem alguns:
zes no horizonte, parcerias, fusões, mudanças

• Tem que relatar • Ambição ODS


Quem não publica relatório deve começar a divulgar informações A empresa deve identificar com quais ODS da Agenda 2030 ela pode
sobre sua estratégia, sua gestão, seu desempenho e suas metas de contribuir de maneira mais impactante. Esse processo de definição
sustentabilidade o quanto antes. Até porque a prática caminha para da sua ambição em relação aos ODS ajuda a direcionar sua estratégia
se tornar obrigatória. de negócios e a criação de prosperidade para a sociedade e para a
própria empresa.
• Dupla materialidade
As empresas devem realizar seus processos de materialidade focando não • Alinhamento com as divulgações financeiras
apenas no impacto das questões de sustentabilidade no seu resultado fi- As divulgações não financeiras devem ter a mesma tempestividade
nanceiro ou criação de valor econômico (visão dos investidores ESG), mas das divulgações financeiras, ou seja, serem publicadas simultanea-
também no impacto de suas atividades no planeta e na sociedade. mente. Isso pode não ser exequível imediatamente, mas deve ser uma
meta da empresa.
• GRI & VRF
É essencial a adoção das diretrizes da GRI, dos SASB Standards (da • Complementaridade
VRF) e do <IR> Framework (da VRF). A sustentabilidade é um tema multidisciplinar e complexo que de-
manda a integração das abordagens de cada standard e framework. A
• Estratégia climática conexão entre eles faz com que diversas agendas de sustentabilidade
A empresa deve estabelecer a estratégia do negócio para o enfrenta- sejam interligadas de forma sistêmica, interconectada e profunda.
mento das mudanças climáticas e fazer as divulgações sobre o tema
se valendo da TCFD, CDP e CDSB.
Créditos
Realização Projeto gráfico e diagramação
grupo report – rpt.sustentabilidade Pedro Henrique Andrade Silva
Sergio Almeida
Coordenação
Estevam Pereira Gestão
Ana Souza
Reportagem e edição
Renata Costa Parcerias estratégicas
Juliane Duarte Gilberto Longo

Pesquisa e análise de dados Revisão ortográfica


Amanda Regueira Katia Shimabukuro
Jeniffer Sant'Anna
Joana Cruz Fotos
Mariana Chapouto unsplash,com
Renata Castellini

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