Você está na página 1de 20

Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos utilizados para

o enfrentamento da questão ambiental*


Sustainable development: ESG and practical instruments used to deal with the
environmental issue

Alanis Milena Rodrigues de Souza1


Maria Cristina Gontijo Peres Valdez Silva2

RESUMO: O presente artigo visa apresentar reflexões acerca das práticas ESG (boas práticas
ambientais, sociais e de governança), com enfoque na questão ambiental, evidenciando mecanismos
existentes para o alcance do desenvolvimento sustentável (princípio cuja definição fora determinada
pelo Relatório Nosso Futuro Comum – ONU), com fundamento no necessário estímulo de práticas
sustentáveis e ambientalmente responsáveis pelas empresas/organizações. Tem como objetivo ainda
apresentar a dinâmica na relação do desenvolvimento econômico e o direito ao meio ambiente
equilibrado, tendo em vista as dificuldades enfrentadas e a responsabilidade jurídica. Utiliza-se no
presente estudo como recurso metodológico a análise documental, pesquisa bibliográfica, análise de
artigos científicos, sites jurídicos, legislação nacional e o apoio doutrinário. Conclui-se que ferramentas
de gestão ambiental são indispensáveis para o alcance do almejado desenvolvimento sustentável, razão
pela qual se fazem necessários incentivos e aprimoramentos de tais recurso. A degradação do
ecossistema ocorreu e ainda ocorre, e a dificuldade para a sua recuperação é incontestável. Assim,
embora haja desafios para a implementação de ferramentas para o controle, essas não devem ser
negligenciadas.
PALAVRAS-CHAVES: ESG; Desenvolvimento Sustentável; Meio ambiente; Gestão;
Responsabilidade ambiental.

ABSTRACT: This article aims to encourage sustainable development, based on the need for practical
and environmentally responsible practices by companies/organizations. It also aims to present a
dynamic relationship with economic development and the right to a balanced environment, in view of
the difficulties faced and legal responsibility. Use in the present study as a methodological resource a
documental analysis, bibliographic research, analysis of scientific articles, legal websites, national
legislation and doctrinal support. It is concluded that environmental management tools are improved
to achieve the sustainable goal, which is why such incentives and sustainable resources are made. The
recovery of the ecosystem has taken place and is still taking place, so its recovery is indisputable. Thus,
there are challenges for the implementation of tools for the control, these should not be neglected.

*
Esse trabalho foi apresentado originalmente pela primeira autora como Trabalho de Conclusão do Curso de
Direito da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), orientado pela segunda autora. Em função da recomendação
de publicação dos avaliadores da Mostra de Trabalhos Científicos da UNISANTA, fez-se a presente versão.
1
Graduanda do curso de Direito da Universidade Santa Cecília – UNISANTA. Membro do Grupo de Pesquisa de
Estudos Comparados em Direito da Saúde, da Universidade Santa Cecília, certificado junto ao CNPq.
2
Advogada e Consultora Auditora Ambiental de Portos (ABENDI/RAC). Mestra em Direito Ambiental pela
Universidade Católica de Santos. Especialista em Direito Processual Civil e Direito Processual Constitucional pela
Universidade Católica de Santos. Professora Titular da disciplina de Direito Marítimo e Portuário do Curso de
Direito da Universidade Santa Cecília - UNISANTA. Professora Convidada dos Cursos de Extensão em Direito
da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Coordenadora do NEPOMT - Núcleo de Estudos Portuários
Marítimos e Territoriais (CNPQ - Universidade Santa Cecília). Membro da RETE – Associação para Colaboração
entre Portos e Cidades. Membro Colaborador da Comissão de Direito Marítimo da OAB Santos/SP.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 1
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

KEYWORDS: ESG; Sustainable development; Environment; Management; Environmental


responsibility.

INTRODUÇÃO

A pandemia de COVID-19 e as alterações ocasionadas pelas mudanças climáticas, a


exemplo dos incêndios na região amazônica, colocaram em pauta diversos questionamentos no
que concerne ao trato dos seres humanos face ao meio-ambiente. Como decorrência disso, em
meados de 2020, ganha notoriedade um conceito relevante ao mundo jurídico, empresarial e
para a sociedade em geral: environmental, social and governance.
O termo ESG, embora ainda desconhecido por muitos, tem sido frequentemente
utilizado por aqueles que reconhecem a sua importância, sendo considerado como uma espécie
de chave para a manutenção e melhoramento da existência humana.
Evidentemente, o nosso atual sistema é o responsável pelos danos ao meio ambiente,
muitos deles irreversíveis. No entanto, é possível uma mitigação desses com as práticas
sugeridas, sendo tal explanação de extrema necessidade e urgência, visando os problemas
enfrentados pela sociedade contemporânea.
Necessária se faz a análise, ainda, da responsabilização das empresas pelos danos
causados, visto que uma das maneiras de evitar tais ocorrências é a ameaça de uma justa
punibilidade pelas omissões que acarretam tragédias (sociais e/ou ambientais).
Nesse sentido, aponta-se ainda os termos “ESG”, “certificação ambiental”,
“compliance”, entre outros, sendo esses demais mecanismos para atingir a finalidade desejada:
o desenvolvimento sustentável.

1 ESG – ENVIRONMENTAL, SOCIAL AND GOVERNANCE (AMBIENTAL,


SOCIAL E GOVERNANÇA)

O ESG, inevitavelmente, tornou-se uma agenda adotada por diversas organizações e


empresas por todo o mundo. Surge em meados dos anos 2000, especificamente na publicação
“Who Cares Wins” do Pacto Global3, em parceria com o Banco Mundial.
Desse modo, as práticas ESG crescem desde então, as quais indicam segurança, custos
mais baixos, reações positivas face a dificuldades, incertezas e vulnerabilidades do mercado, e
melhor reputação com os stakeholders4.
A sigla representa, respectivamente e literalmente, “Ambiental, Social e Governança”,
sendo essa a tríade a ser observada para o alcance do desenvolvimento sustentável.
Assim, “Environmental” (Ambiental), observa os impactos que uma empresa,
organização ou associação, têm sobre o meio ambiente, buscando assim minimizar os existentes
e os futuros danos. Nesse contexto, verifica-se a relação entre a atividade econômica e o

3
COMPACT, The Global. Who Cares Wins. Disponível em: <https://www.ifc.org/>. Acesso em: 10 dez. 2021.
4
GLOBAL, Pacto. ESG. Disponível em: <https://www.pactoglobal.org.br/pg/esg>. Acesso em: 15 nov. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 2
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

aquecimento global; desmatamento; gestão de resíduos; degradação do solo; poluição do ar,


solo e do mar; mudanças climáticas; estresse hídrico; perda da biodiversidade; entre outros
desafios de extrema relevância à temática.
Social, por sua vez, atenta-se aos impactos em face à sociedade, na qual se analisa as
preocupações e dificuldades enfrentadas em razão das empresas. Portanto, nessa esfera, a
tendência é a observação dos direitos trabalhistas, direito do consumidor, a gestão empresarial
e todos os reflexos para a população em geral.
Por fim, Governance (Governança) busca um bom gerenciamento empresarial a fim de
atingir processos de gestão responsáveis, incentivando boas práticas, com transparência e
eficiência. Tem como objetivo ainda, impedir atos ilegais e/ou irregulares no exercício da
atividade econômica.
Conforme conceito de Frederico José Gervasio Aburachid5:
Define-se “Programa ESG” (ou de Sustentabilidade) como um conjunto
organizado de regras, protocolos, metas e ações, estabelecido no âmbito
corporativo, com viés ambiental, social e de governança da entidade, com
linguagem clara e compreensível plenamente pelo público destinatário. O
conteúdo desse programa impacta diretamente no exercício das atividades das
entidades, sejam elas econômicas ou não, repercutindo em sua identidade,
imagem e valores perante stakeholders e shareholders.
Nesse sentido, a adoção pelas empresas das práticas recomendadas produz, como
consequência, uma desejável perspectiva de mitigação de danos e riscos, o que decerto atinge
a finalidade de sua implementação.
Ademais, os números evidenciam a força atual no que concerne aos investimentos.
Segundo relatório da PwC (PricewaterhouseCoopers), até 2025, 57% dos ativos de fundos
mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$
8,9 trilhões, em relação a 15,1% no fim do ano passado. Além disso, 77% dos investidores
institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos não
ESG nos próximos dois anos. (Pacto Global)6.
Segundo estudo realizado pela Morningstar e pela Capital Reset, no Brasil, fundos ESG
captaram R$ 2,5 bilhões em 2020 – mais da metade da captação veio de fundos criados no
referido ano.7
Desta forma, tal como os investidores, os consumidores, (e em especial os jovens),
apresentam-se mais conscientes e humanos quanto às exigências socioambientais, governança
e o retorno financeiro. Recente pesquisa da consultoria Mckinsey concluiu que 85% dos
brasileiros dizem que se sentem melhor comprando produtos sustentáveis.8

5
MONTEIRO, Cristiane e ABURACHID, Frederico José Gervasio (org.) Aspectos Jurídicos do ESG. Brasil:
Educatoris, 2022, p. 14.
6
GLOBAL, Pacto. ESG. Disponível em: <https://www.pactoglobal.org.br/pg/esg>. Acesso em: 10 nov. 2021.
7
VIRI, Natália; ADACHI, Vanessa. Fundos ESG captaram ao menos R$ 2,5 bi em 2020 no Brasil. O que está por
trás do número?, 29 jan. 2021. Disponível em: <https://www.capitalreset.com/fundos-esg-captaram-ao-menos-r-
25-bi-em-2020-no-brasil-o-que-esta-por-tras-do-numero/>. Acesso em: 14 nov. 2021.
8
CHIARA, Márcia de. Preocupação com Sustentabilidade começa a pesar na decisão de compra dos brasileiros.
Disponível em: <https://www.terra.com.br/economia/sustentabilidade-ja-pesa-na-decisao-de-compra-de-
brasileiros,460ff010109d1ccaf299ad51ab014f750x9bhymh.html>. Acesso em: 20 dez. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 3
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

Entende-se que a junção de tais valores possui o condão do garantir um melhor


rendimento e, consequentemente, a existência no meio empresarial, visto que àquelas que não
se adequam aos padrões, acabam sendo desconsideradas.
Importante ressaltar ainda, que a comum tentativa de “vender” sustentabilidade não
encontra suporte na realidade atual. Portanto, o que se busca é dificultar a existência do
chamado greenwhashing9 (maquiagem verde/ banho verde), que ocorre quando empresas usam
pautas ambientais como forma de marketing, ou melhor definindo, uma propaganda enganosa
a fim de conquistar consumidores. É comum, ainda, que tais empresas realizem o inverso do
que divulgam.
Para a Geração Z, formada por jovens entre 16 a 24 anos, meio ambiente, questões
políticas e pautas sociais são os temas de maior atenção do momento nas conversas entre seus
grupos. Essa é a conclusão da pesquisa realizada pela Verizon Media.10
Nesse contexto, portanto, vislumbra-se que atualmente o ESG não é uma escolha, mas
sim uma necessidade atual, o qual se aperfeiçoa ao longo dos anos, trazendo resultados práticos
ao meio empresarial e ambiental.

1.1 Previsão normativa – ESG

Evidentemente, o ESG está fundamentado em valores já conhecidos na esfera


normativa. São, inclusive, previsões constitucionais, segundo a Carta Magna de 1988, quais
sejam: dignidade da pessoa humana, promoção da isonomia e redução das desigualdades,
proibição de preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, garantias individuais e sociais,
tais como saúde, educação, ciência, tecnologia e inovação, bem como a proteção do meio
ambiente e a sua preservação para as presentes e futuras gerações.11
Destaca-se, assim, normas com base na proteção ambiental e de boa governança, como
exemplos, pode-se destacar:
Lei 9.605/98 (Crimes ambientais), lei 12.651/12 (Código Florestal), lei 13.123/15 (que
dispõe sobre acesso ao patrimônio genético e repartição de benefícios), lei 14.119/21 (que
institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais), lei 9.279/96 (que disciplina
propriedade industrial, inclusive com aspectos relacionados a patentes "verdes"), lei 13.709/18
(Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
lei 6.404/76 (Lei das S/A) e as normas internacionais de contabilidade (notadamente a lei

9
SANTOS, Ana Paula. Greenwashing: o que significa esse termo? Disponível em: <https://www.politize.com.br/
greenwashing-o-que-e/>. Acesso em: 13 out. 2021.
10
MODERNO, Consumidor. Geração Z é mais politizada do que as anteriores. Como impactar este público?
Disponível em: <https://www.consumidormoderno.com.br/2020/01/29/geracao-z-politizada-propositos-vida/>.
Acesso em: 10 nov. 2021.
11
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal.1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm>. Acesso em 04. dez. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 4
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

americana Sarbanes Oxley). Importante ressaltar que a lei 12.846/13 (Lei Anticorrupção)
estabeleceu contornos mais rígidos para a boa governança das empresas.12
Dessa maneira, infere-se que a edição de uma nova legislação no que concerne ao ESG
é notadamente desnecessária, conforme exemplificação acima. O que é sugerido é a aplicação
efetiva das normas já existentes.
No entanto, pôde-se identificar diversas regulações ao redor do mundo com o intuito de
fomentar referidas práticas. A IOSCO (associação internacional das comissões de valores
mobiliários) no decorrer do ano de 2021 publicou diversos relatórios no tema ESG:
1) FR 09/21: com recomendações para que os reguladores avaliem o uso de ratings e
dados ESG no processo de tomada de decisão de investimentos e as atividades dos provedores
de dados e de ratings ESG em suas jurisdições. Além de sugerir aos usuários de dados e ratings
ESG que avaliem sua qualidade com a devida diligência em seus processos internos. 2) FR
04/21: com recomendações para a elaboração de padrões de divulgação de riscos e oportunidade
climáticos e de sustentabilidade em geral pelas companhias, com base na demanda dos
investidores.13
Tal movimentação fora observada também na Comissão de Valores Mobiliários da
Europa (ESMA), americana (SEC) e o regulador de mercado financeiro e de capitais do Reino
Unido (FCA).
No Brasil, a CVM promoveu alterações na instrução CVM 480 no dia 22 de dezembro
de 2021 as quais contemplam redução do custo de observância e previsão de normas de
divulgação de informações de caráter ambiental, social e de governança corporativa (ASG).

A reforma da Instrução 480 representa mais um marco da agenda de redução


de custo de observância regulatória, com simplificação e reestruturação de
informações exigidas sem prejuízo do essencial para que investidores tomem
decisões adequadas.” - Marcelo Barbosa, Presidente da CVM.
A CVM também buscou atender novos anseios de investidores ao prever
informações sobre aspectos ASG, em especial sobre questões climáticas,
acompanhando movimento similar verificado em outras jurisdições. - Antônio
Berwanger, Superintendente de Desenvolvimento de Mercado da CVM.14

Portanto, observa-se que o país acompanha a tendência e necessidade mundial na


atenção para com as diretrizes recomendadas pela agenda ESG.

12
MARINELLO, Luiz Ricardo. Os critérios ESG já são velhos conhecidos da legislação em vigor. Disponível em:
<https://www.migalhas.com.br/depeso/349325/os-criterios-esg-ja-sao-velhos-conhecidos-da-legislacao-em-
vigor>. Acesso em: 20 out. 2021.
13
GRIZZI, Ana Luci. CVM vai na contramão do mundo e fica para trás em regulação ESG. Disponível em:
<https://www.capitalreset.com/cvm-vai-na-contramao-do-mundo-e-fica-para-tras-em-regulacao-esg/>. Acesso
em: 20 out. 2021.
14
ECONOMIA, Ministério da. CVM promove alterações na Instrução CVM 480. Disponível em:
<https://www.gov.br/cvm/pt-br/assuntos/noticias/cvm-promove-alteracoes-na-instrucao-cvm-480>. Acesso em:
25 out. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 5
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

2 ESG E A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL

O direito ao meio ambiente é considerado um direito fundamental de terceira geração


ou dimensão. É individual e coletivo, concomitantemente, baseado no princípio da
solidariedade:
O direito à integridade do meio ambiente – típico direito de terceira geração –
constitui prerrogativa jurídica de titularidade coletiva, refletindo, dentro do
processo de afirmação dos direitos humanos, a expressão significativa de um
poder atribuído, não ao indivíduo identificado em sua singularidade, mas, num
sentido verdadeiramente mais abrangente, à própria coletividade social” (STF,
MS 22.164-0 SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. 30-10-1995, destaque do
original).15
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.16
É um princípio constitucional e internacional, conforme o Relatório Nosso Futuro Comum
(Bruntland), da Organização das Nações Unidas (ONU, 1986):
Sobre os standards voltados ao critério econômico, social e ambiental, estes
começam a ganhar força desde o Relatório Brundtland, apresentado em 1987, a
partir da Rio 92, da Agenda 21 e finalmente com os ODS – Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável, com metas audaciosas sobre questões
relacionadas à água potável, oceanos limpos, habitação, biodiversidade,
alimentação, etc.17
Observa-se que a partir de 1972, na Conferência de Estocolmo, os desafios para a
preservação do meio ambiente foram apresentados como uma questão global. Posteriormente,
em 1992, no Rio de Janeiro, a Conferência ECO-92 intensificou a temática, e em 2012 a Rio+20
deu prosseguimento ao debate.
Recentemente, ademais, no ano de 2021, ocorreu a COP-26 em Glasgow, na Escócia,
conferência para discutir clima e meio ambiente. O evento dá prosseguimento ao que fora
debatido na COP-21, em 2015, com o tratado Internacional “Acordo de Paris”, dispondo sobre
medidas de redução de emissões de gases estufa, para a contenção do aquecimento global
abaixo de 2º C, com estratégias para o desenvolvimento sustentável e metas voluntárias a serem
alcançadas pelos países.
Assim, é notada a atenção para tais demandas. No entanto, a questão é urgente. Embora
a pandemia gerada pela covid-19 tenha impulsionado uma retração no que concerne aos níveis
de gases efeito estufa, por exemplo, essas atingiram recorde em 202018.

15
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Mandado de Segurança: MS 22164 SP, rel. Min. Celso de Mello,
j.30.05.1995. DJe 17.11.1995.
16
ARE, Federal Office for Spatial Development. 1987: Brundtland Report. Disponível em: <https://w
ww.are.admin.ch/are/en/home/media/publications/sustainable-development/brundtland-report.html>. Acesso em
21 out. 2021.
17
MONTEIRO, Cristiane e ABURACHID, Frederico José Gervasio (org.) Aspectos Jurídicos do ESG. Brasil:
Educatoris, 2022, p. 154.
18
UNIDAS, Nações. Concentração de gases de efeito estufa atinge recorde. Disponível em:
<https://news.un.org/pt/story/2021/10/1767782>. Acesso em 21 out. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 6
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

Além disso, atentando-se ao Brasil, especificamente, o que se conclui é que as


promessas e metas estipuladas serão dificilmente alcançadas considerando o ritmo atual.
A título de exemplificação, tem-se o desmatamento na Amazônia que bateu recorde em
12 anos, no ano de 2020. Segundo relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais,
1.085.100 hectares foram devastados no ano, atingindo Unidades de Conservação Federais,
bem como Terras Indígenas.19 Segundo o mesmo Instituto, ainda, a floresta amazônica
atualmente emite mais gás carbônico do que absorve. Sendo essa o “pulmão do mundo”, a
situação é alarmante, considerando ademais que os números só aumentam nos últimos anos.
Outros fatores que demonstram a problemática são as tragédias com mineradoras, que
trouxeram danos irreversíveis e de proporções incalculáveis ao meio ambiente, e
consequentemente à sociedade. O rompimento da barragem em Mariana no ano de 2015, bem
como o posterior rompimento da barragem em Brumadinho em 2019 no país, evidenciam
atitudes irresponsáveis das empresas envolvidas, com o descumprimento de leis ambientais,
omissões e irregularidades, cuja punições por si só não são capazes de restaurar o que fora
prejudicado, entretanto se fazem necessárias como forma de inibir novas ocorrências.
Nesse contexto, a efetiva cobrança de boas práticas ESG por instituições financeiras,
por exemplo, decorre também dos referidos acontecimentos.
Portanto, é evidente que o problema ambiental é preocupante, para a presente e futuras
gerações, e que promessas de redução de danos e riscos não são suficientes para o controle da
situação.
Nota-se que a percepção de que o meio ambiente e economia não podem coexistir em
harmonia, apesar de ser uma inverdade, ainda é muito forte na sociedade contemporânea. A
razão disso é a ausência de adequadas e efetivas regulamentações para com as ações
empresariais, assim como os diversos danos já evidentes. Os padrões ESG, nesse contexto, têm
obtido êxito na desconstrução de tal dicotomia:
Fundado em deslocamento do eixo normativo do ordenamento para a
autorregulação, o modelo ESG representa o abandono da polarização, da
contraposição entre os aspectos ambiental e social ao aspecto econômico, que
passam a ser considerados de forma integrada, os primeiros como elementos
de qualificação do segundo20.
Portanto, vislumbra-se não apenas a necessidade, mas também a possibilidade da
atenção para com a sustentabilidade, considerando, conjuntamente, o desenvolvimento
econômico.
O Supremo Tribunal Federal decidiu, ao analisar o princípio do desenvolvimento
sustentável, que:
O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter
eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em
compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa

19
SOCIALAMBIENTAL, Instituto. Desmatamento na Amazônia bate recorde em 12 anos e afeta Unidades de
Conservação e Terras Indígenas. Disponível em: <https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-
socioambientais/desmatamento-na-amazonia-bate-recorde-em-12-anos-e-afeta-unidades-de-conservacao-e-
terras-indigenas>. Acesso em: 25 out. 2021.
20
MONTEIRO, Cristiane e ABURACHID, Frederico José Gervasio (org.) Aspectos Jurídicos do ESG. Brasil:
Educatoris, 2022, p. 93.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 7
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da


ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando
ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma
condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o
conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: o
direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da
generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras
gerações” (ADI-MC 3540/DF, Relator Ministro Celso de Mello, j. 1º-9-2005,
Pleno, DJ, 3-2-2006).21

Nesse sentido, o tópico “Environmental” tem sido constantemente posto em pauta nas
discussões nacionais e internacionais, visto a preocupação extrema que emerge. O equilíbrio se
faz necessário no atual contexto.
Aponta-se a ativa atuação de diversas instituições/organizações, em específico as
Organizações Não Governamentais, como por exemplo o Greenpeace (a nível internacional),
WWF-Brasil, SOS Amazônia, dentre outras, que buscam constantemente defender a
biossistema no âmbito prático, e que há décadas sustentam o quão urgente é tal proteção.
Nesse contexto, pôde-se observar atitudes práticas para o controle, visando também a
coexistência de lucro para as instituições, assim como evitar a onerosidade do investimento para
a prevenção e redução dos danos. Uma delas, foi a implementação das certificações ambientais,
as quais promovem um Sistema de Gerenciamento Ambiental, com estruturação desenvolvida
e critérios específicos.

2.1 Principais certificações ambientais

No Brasil existem dezenas de certificações verdes. O Sistema Brasileiro de Certificação


22
(SBC) cria a base para tais certificações, considerando a legislação, principalmente, assim
como a realidade atual e os desafios ambientais.
Certificação é a “atividade pela qual uma organização de terceira parte atesta que um
produto, processo ou serviço está em conformidade com requisitos especificados”23
Verifica-se que a implementação atua como um ótimo meio de comunicação entre as
empresas/organizações em face de seus consumidores/clientes, promovendo uma imagem de
consciência ambiental (o que atende aqueles consumidores que já a possuem), bem como
incentiva tal atenção.
Assim, tem-se como exemplos: NBR ISO (International Organization for
Standardization) 14.001; ISO Selos Verdes ou Rótulo Ambientais; CERFLOR; Processo
AQUA, etc.

21
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade: ADI 3540 DF
0003127-38.2005.0.01.0000, rel. Min. Celso de Mello, j.01.09.2005. DJe 03.02.2006.
22
CERTIFICAÇÕES, Serviço Brasileiro de. Disponível em: <https://sbcert.com.br/>. Acesso em: 10 dez. 2021.
23
ABNT. Guia de termos e expressões utilizados na normalização. RJ: ABNT, SEBRAE, 2012, p. 18.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 8
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

2.1.1 ISO 140001 – Sistema de Gestão Ambiental

Uma maneira efetiva de demonstrar a preocupação das organizações com a causa


ambiental é a implantação de uma SGA (Sistema de Gestão Ambiental). Para conceituar, a
norma NBR ISO 14001:2004 definiu:

(...) a parte de um sistema de gestão de uma organização utilizada para


desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus
aspectos ambientais.
Nota 1: Um sistema de gestão é um conjunto de elementos inter-relacionados
utilizados para estabelecer a política e os objetivos para atingir esses objetivos.
Nota 2: Um sistema da gestão inclui estrutura organizacional, atividades de
planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e
recursos 24

A norma ISO 14001 foi a primeira série a ser publicada, no ano de 1996. Em 2004, fora
publicada a ISO 14001:2004, como sendo a primeira revisão da norma.
Importa ressaltar que a certificação envolve diversos órgãos, os quais, no Brasil, são:
 Órgão normalizador, que elabora as normas técnicas: Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT
 Órgão credenciador, responsável pelo credenciamento de organizações
certificadoras: Instituto Nacional de Meteorologia, Normalização e Qualidade
Industrial – INMETRO (no exterior, existem outras instituições credenciadas para
tanto).
 Organismo de certificação credenciado – OCC ou organismo de certificação de
SGA – OCA, o qual realiza a auditoria na instituição que pleiteia pelo certificado,
recomendando ou não a certificação.
A própria NBR ISO 14001:2004 esclarece a finalidade/objetivo para qual foi criada,
afirmando “A finalidade desta Norma é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de
poluição com as necessidades socioeconômicas” 25.
Além disso, tal certificação utiliza a metodologia que aplica uma melhoria contínua,
conhecida como Plan-Do-Check-Act (PDCA) 26, literalmente significando Planejar-Executar-
Verificar-Agir:
 Planejar: considera a política ambiental da empresa para estabelecer os objetivos e
processos para o alcance de bons resultados;
 Executar: basicamente, colocar em prática, implementar o que fora planejado;

24
BRASILEIRA, Norma. ABNT NBR ISO 14001. Disponível em: <http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasghis
laine/iso-14001-2004.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2021.
25
BRASILEIRA, Norma. ABNT NBR ISO 14001, Disponível em: <http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasghis
laine/iso-14001-2004.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2021.
26
WIKIPÉDIA. Ciclo PDCA. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_PDCA>. Acesso em: 10 dez.
2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 9
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

 Verificar: monitorar o atendimento do estabelecido nas etapas anteriores, a fim de


relatar os resultados obtidos.
 Agir: ação para garantir a melhoria constante do desempenho do sistema da gestão
ambiental.

O conjunto, portanto, caracteriza a norma mais conhecida pelas empresas, em esfera


mundial. Essa teve uma versão nova em 2015, tornando-se obrigatória em 2018, que
acompanhou as necessidades identificadas no âmbito ambiental.
Um exemplo notável da implementação da referida norma foi a que ocorreu em Rivieira
de São Lourenço, bairro de Bertioga, em São Paulo. O certificado expedido pelo órgão
certificador ABS Quality Evaluations tornou a Rivieira o primeiro projeto de desenvolvimento
urbano a receber o reconhecimento em todo o mundo27. O fato ocorreu no ano de 2000, e
evidenciou com êxito a possibilidade da união economia e respeito ao meio ambiente.
Infere-se, portanto, que os referidos padrões têm o objetivo de indicar as
empresas/instituições que possuem uma política ambiental determinada, apresentando, assim,
menos impactos ambientais. Esses não possuem o condão de vincular países, porém se nota
uma pressão internacional no que concerne a adoção das certificações.
Todavia, os padrões ISO não se limitam a 14001. Atualmente existem dezenas de
certificações que fortalecem o a pauta ambiental, como por exemplo a ISO 140031 de
desempenho ambiental, ISO 14020 sobre rotulagem ambiental, ISO 19001:2011 diretrizes para
auditoria de sistemas de gestão de qualidade e ambiental, ISSO 14061 organização florestal,
etc.

2.1.2 ISO Selos Verdes ou Rótulo Ambientais, CEFLOR e Processo AQUA

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu em 1995 o Programa


de Rotulagem Ambiental, sendo certificações ambientais voluntárias. Os produtores,
importadores, distribuidores ou empresas declaram a sua consonância com as normas
estabelecidas.
Como exemplos se têm as certificações florestais, orgânicas e de energia, as quais se
considera o ciclo de vida dos produtos, analisando e buscando a redução dos impactos em todo
o processo de produção: extração de recursos, fabricação, distribuição, utilização e descarte. 28
Os critérios são definidos por um comitê técnico da ABNT, sendo as normas avaliadas
e revisadas constantemente, bem como a concessão e manutenção dessa às instituições
certificadas.
O Programa Brasileiro de Certificação Florestal (CERFLOR), por sua vez, também de
caráter voluntário, se destaca no âmbito nacional.

27
LOURENÇO, Rivieira de São. Sobre a Rivieira. Disponível em: <rivieradesaolourenco.com/sobre/certificacao-
iso-14001/>. Acesso em 20 dez. 2021.
28
MOURA, Adriana Maria Magalhães de. O Mecanismo de rotulagem ambiental: perspectivas de aplicação no
Brasil. Disponível em: <http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/5655>. Acesso em: 03 dez. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 10
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

Como mecanismo de mercado, a certificação florestal, por intermédio de sistemas de


avaliação independentes e de adesão voluntária, permite rotular produtos originários de
florestas manejadas de forma sustentável. 29
Na Certificação Florestal, o Manejo Florestal e a Custódia Florestal são as modalidades
existentes. A primeira busca garantir um manejo responsável das florestas, com planejamento
e manutenção, o que promove a possibilidade de um ciclo de corte, e a segunda relaciona-se
com a cadeia de produção e venda de um produto, desde os primeiros procedimentos (matéria-
prima florestal), até os últimos (consumo).30
Por fim, a título de exemplificação, têm-se o processo AQUA-HQE, certificação
internacional, aplicada no Brasil pela Fundação Vanzolini, que visa empreendimento em
construção/edifícios com menos impacto ambiental, com a garantia de controle em todas as
fases.
Assim, o processo de certificação possui dois ciclos: construção (edificações novas) e
operação (edificações existentes).

Tanto no ciclo de operação quanto no de construção o empreendimento é


examinado e classificado através de dois referenciais técnicos: o “Sistema de
Gestão do Empreendimento” (SGE) e a “Qualidade Ambiental do Edifício”
(QAE). Os edifícios em operação também devem seguir parâmetros dados
pelo documento “Gestão Ambiental do Empreendimento” (GAE).
De forma concisa, o SGE faz exigências quanto ao sistema de gestão de
empreendimentos, a GAE discorre sobre requisitos do sistema de gestão do
uso e operação da edificação, enquanto a QAE agrupa as premissas de
avaliação de desempenho ambiental da edificação, objeto da certificação,
agrupando-as em 14 categorias.31

Verifica-se, portanto, que as certificações ambientais, na sua vasta existência, possuem


um papel importante na busca do equilíbrio economia/meio ambiente e
qualidade/sustentabilidade, e que se aperfeiçoa constantemente a fim de atingir melhores
resultados.

29
MOURA, Adriana Maria Magalhães de. O Mecanismo de rotulagem ambiental: perspectivas de aplicação no
Brasil. Disponível em: <http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/5655>. Acesso em: 03 dez. 2021.
30
MEIJUEIRO. Déborah Victória Medici et al. Certificação em Manejo Florestal e em Cadeia de Custódia no
Brasil. Disponível em: <https://doi.org/10.34117/bjdv6n8-223>. Acesso em: 04 dez. 2021.
31
VANZOLINI, Fundação. Disponível em: <https://vanzolini.org.br/produto/aqua-hqe/>. Acesso em: 04 dez.
2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 11
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

3 INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS E SUAS EXIGÊNCIAS DE


ADEQUAÇÃO ÀS LEIS AMBIENTAIS EM RAZÃO DA
RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL

A pessoa física ou jurídica que vier a degradar o meio ambiente, pode ser submetida a
tríplice responsabilidade ambiental (art. 225, §3º, CF/88)32, ou seja, sofrer condenações na
esfera administrativa, civil e penal, que são independentes entre si.
No ano de 1985, fora publicada a lei nº 7.347 a fim de regulamentar a responsabilização
por danos causados ao meio ambiente na esfera civil. As ações, nesse sentido, buscam a
responsabilização por danos morais e patrimoniais, conforme descrito no art. 1º da referida lei.33
No contexto, nota-se, na dinâmica da responsabilidade, figuras de grande importância
no meio empresarial: as Instituições Financeiras. Essas contribuem por meio das suas ofertas
de crédito, a inovação e avanço da tecnologia, giro do capital, incentivando ainda o consumo.
No entanto, com o decorrer dos anos, tais instituições passaram a considerar o risco
ambiental, visto a possibilidade da sua responsabilização conjuntamente por danos causados
pelas organizações financiadas. A lei 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente)34,
desta forma, evidencia possibilidade da incidência do “Princípio do Poluidor Pagador” (4º, VI)
que se resume na expressão: “quem contamina, paga”.
Mirra salienta que:
A partir dessa definição de poluidor ou degradador da LPNMA (Lei de
Política Nacional do Meio Ambiente), o STJ passou a entender como viável a
responsabilização civil de todos aqueles que, de alguma forma, direta ou
indiretamente, realizam condutas e atividades lesivas ao meio ambiente,
ampliando, sem dúvida, o espectro dos sujeitos responsáveis por danos
ambientais; sejam pessoas físicas, sejam pessoas jurídicas, e no tocante às
pessoas jurídicas, sejam de direito privado, sejam de direito público.35
A responsabilidade para a reparação dos danos, ademais, independe de culpa, pois está
submetida a Teoria do Risco Integral, adotada na responsabilidade objetiva, não sendo possível,
ainda, a alegação de força maior, caso fortuito ou excludentes de ilicitude. Essa é, também,
ilimitada e solidária. Tal rigor se justifica na proteção de um direito que não é disponível, e que
mesmo com diversas determinações legislativas, permanece sendo negligenciado:

32
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal.1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 04. dez. 2021.
33
BRASIL. Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l7347orig.htm>. Acesso em: 04 dez. 2021.
34
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Disponível em:<http://www.planalto
.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 04 dez. 2021.
35
CARDOSO, Chandrélin e SILVA, Raimunda Daiana Castro da. A responsabilidade civil das instituições
financeiras por danos ambientais resultante de projetos por ela financiados. Âmbito Jurídico p. 1, 1 jun. 2021.
Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-responsabilidade-civil-dasinstituicoes-
financeiras-por-danos-ambientais-resultante-de-projetos-porela-financiados/>. Acesso em: 22 set. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 12
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO


AMBIENTAL - RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL
- ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - TEORIA DO RISCO
INTEGRAL - REPARAÇÃO INTEGRAL DO DANO - INEXISTÊNCIA DE
DANO MORAL COLETIVO. 1. A responsabilidade civil por dano ambiental
é objetiva, informada pela teoria do risco integral, bastando para a sua
configuração a comprovação do dano e do nexo causal. 2. O desrespeito às
normas de proteção à área de preservação permanente (APP) justifica a
reparação do dano causado ao meio ambiente, com a restauração da área
degradada. 3. O dano extrapatrimonial ambiental somente será passível de
indenização, quando comprovado o prejuízo coletivo resultante da degradação
ambiental irreparável ou de difícil reparação. (TJ-MG - AC:
10702150789833001 MG, Relator: Carlos Henrique Perpétuo Braga, Data de
Julgamento: 23/01/2020, Data de Publicação: 31/01/2020).36
Portanto, indiretamente, as instituições financiadoras, em especial os bancos, estão
suscetíveis a condenações, razão pela qual passaram a regulamentar procedimentos de
prevenção de riscos. Exemplifica-se com a resolução 4.327/201437 aprovada pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN) do Banco Central do Brasil (BCB) que trouxe as diretrizes para a
implementação da Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA) pelas instituições
financeiras e instituições autorizadas pela autarquia federal.
De acordo com a Resolução CMN 4.327/14, o gerenciamento de riscos socioambientais
deve considerar:
i) procedimentos para adequação da gestão dos riscos às mudanças legais,
regulamentares e de mercado;
ii) avaliação prévia dos potenciais impactos socioambientais negativos, inclusive
em relação ao risco de reputação;
iii) sistemas, rotinas e procedimentos que possibilitem identificar, classificar,
avaliar, monitorar, mitigar e controlar o risco presente nas atividades e nas
operações da instituição;
iv) registro de dados referentes às perdas efetivas em função de danos
socioambientais, incluindo valores, tipo, localização e setor econômico objeto
da operação.
Caberá o atendimento das regulações da referida resolução, sob pena da
responsabilidade civil, além de também acarretar malefícios a reputação e imagem das
empresas. Como consequência, o que se observa é que as instituições estão cada vez mais se
comportando como fiscais indiretos do cumprimento das leis de proteção ambiental, bem como
adotando instrumentos de controle/gerenciamento, tais como auditorias, certificações e licenças
ambientais.

36
BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Cível: AC 10702150789833001, min. Carlos Henrique
Perpétuo Braga, j. 23.01.2020, DJe 31.01.2020.
37
BRASIL, Banco do. Resolução nº 4.237. <https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/ 2014/pdf/res_4327
_v1_O.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2022.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 13
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

4 AUDITORIAS, COMPLIANCE E LICENCIAMENTO AMBIENTAIS COMO


DEMAIS INSTRUMENTOS PARA UMA GESTÃO EMPRESARIAL
SUSTENTÁVEL

Ao longo dos anos o Direito buscou instrumentos para aprimorar a gestão com base nas
premissas dos princípios voltados à sustentabilidade. Com isso, surgiram técnicas a partir dos
conceitos da Administração, e instrumentos de controle jurídico, que se complementam, para o
alcance do referido objetivo.

4.1 Auditoria Ambiental

A auditoria ambiental tem sua definição estabelecida pela NBR ISO 14010 como:
Processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e
avaliar, de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se as
atividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais específicos ou
as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios
de auditoria e para comunicar os resultados deste processo ao cliente.
É, portanto, utilizada para a gestão ambiental, sendo um processo sistemático de
avaliação das atividades empresarias/institucionais/organizacionais e/ou processos fabris.
Normalmente gerida por um auditor líder, com uma equipe técnica, com o objetivo de
avaliar e documentar o efetivo desempenho das empresas, públicas ou privadas, para com o
desenvolvimento sustentável. Atua, ainda, como ferramenta de fiscalização de todos os
processos nesse sentido.
As auditorias ambientais são classificadas em categorias, sendo,
exemplificativamente38:
 Auditoria de Conformidade Legal: analisa a conformidade com a legislação
ambiental, bem como grau.
 Auditoria de Desempenho Ambiental: verifica o desempenho face ao meio
ambiente, no que concerne especificamente a geração de poluentes e resíduos,
consumo de energia, consumo dos recursos naturais e os objetivos estabelecidos
pela própria empresa.
 Auditoria de Responsabilidade: analisa o passivo ambiental, bem como qualquer
fator que venha a afetar a situação patrimonial da organização/empresa.
 Auditoria de Desperdício e de Emissões: verifica os desperdícios e as emissões com
o objetivo do melhoramento ou da criação de novos procedimentos ou
equipamentos.
 Auditoria Pós-acidente: após acidentes ambientais, tal auditoria é realizada para
verificar causas e consequências, avaliar danos, estipulando medidas para a redução
desses.
 Auditoria de Fornecedor: avaliar atuais fornecedores e futuros, bem como realizar
as seleções.

38
ORSINE, Eliane Maria de Almeida et al. Auditoria e Certificação Ambiental. São Paulo: Editora Sol, 2020.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 14
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

 Auditoria de Sistema de Gestão Ambiental: verificar o desempenho do sistema de


gestão ambiental face as normas e requisitos adotados, e a conformidade com a
política da empresa.
 Auditoria de Certificação: fornecer o certificado ambiental às empresas, após
análises devidas.
 Auditoria de Descomissionamento: avaliar as consequências (danos e riscos) ao
ecossistema no processo e encerramento da atividade da empresa.
 Auditoria de Sítios: verificar o estágio de contaminação do local.
 Auditoria Pontual: pontualmente, melhorar e otimizar a gestão empresarial com
vistas a redução de impactos ambientais
 Auditoria de Cadeia Produtiva: fiscalizar todas as etapas de produção, com o
objetivo de avaliar os danos e possíveis riscos da atividade.

Citadas categorias possuem como objetivo garantir uma melhor análise de cada tópico
empresarial, com o enfoque ambiental.
Conforme a resolução nº 8/92 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (CONMETRO)39 a auditoria ambiental pode ser de primeira parte,
segunda parte ou terceira parte. Na auditoria de primeira parte a declaração é feita pela própria
empresa; na de segunda parte, pelo comprador; e, na de terceira, um agente/órgão
completamente independente das partes envolvidas a realiza.
Além disso, existem as auditorias obrigatórias, quando determinada pelo setor público,
órgãos ambientais ou o Ministério Público, e as auditorias voluntárias, àquelas realizadas pelas
empresas/organizações de forma voluntária.
Assim, conclui-se que a auditoria possui um papel importante no contexto do
desenvolvimento sustentável, direta e indiretamente.

4.2 Compliance ambiental

O termo Compliance significa “estar em conformidade”. Nesse sentido, a principal


função do compliance ambiental é promover a consonância entre a dinâmica empresarial e as
normas e regulamentos ambientais.
Em seu conjunto de objetivos, observa-se a preocupação no que concerne a prevenção
de danos ambientais, a análise/antecipação dos riscos e irregularidades, prevenção de punições
ou multas e a promoção de uma boa reputação e imagem empresarial, tendo em vista o clamor
da sociedade por ações responsáveis no presente contexto.
O procedimento ainda não possui legislação específica. No entanto, tramita na Câmara
dos Deputados o Projeto de Lei 5449/2019 que regulamenta os programas de conformidade
ambiental.
Na justificação para a criação da lei, os deputados Deputado Luiz Flávio Gomes
(PSB/SP) Deputado Rodrigo Agostinho (PSB/SP) relataram:

Nesse cenário, os programas de conformidade ambiental, também conhecidos


como programas de compliance ambiental, apresentam-se como os
instrumentos mais modernos na garantia dos interesses da coletividade. Em

39
NACIONAL, Imprensa. Resolução nº 8, de 22 de dezembro de 2016. Disponível em:
<https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/24801188/do1-2016-12-27-
resolucao -n-8-de-22-de-dezembro-de-2016-24801157>. Acesso em: 21 dez. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 15
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

linhas gerais, o compliance “diz respeito a uma prática empresarial que


pretende colocar padrões internos de acordo e em cumprimento de dados
normativos”. (SILVEIRA, Renato de Mello Jorge. DINIZ-SAAD, Eduardo.
Compliance, Direito Penal e Lei Anticorrupção. São Paulo: Saraiva, 2015).
Assim, ao mesmo tempo em que promove a observância das exigências legais,
o compliance ambiental é uma importante ferramenta na redução de riscos
ambientais relacionados às atividades das pessoas jurídicas exploradoras de
atividade econômica. Inclusive, deve-se destacar que a lógica por trás do
presente projeto segue as diretrizes do inciso VI do art. 170 da CF, no sentido
de que a ordem econômica deve observar a defesa do meio ambiente.

O projeto evidencia, portanto, a não obrigatoriedade da adoção, mais mecanismos


capazes de incentivá-la. Assim, observa-se uma forte movimentação a fim de padronizar e
regular o procedimento, visando, desta forma, impedir que as empresas causem cada vez mais
danos ao meio ambiente.

4.3 Licenciamento Ambiental

O licenciamento ambiental é uma ferramenta prevista pela Lei 6.938/81- Política


Nacional do Meio Ambiente, na qual o poder público autoriza e fiscaliza as atividades
empresariais com potencial lesivo ao meio ambiente ou que utilizem os seus recursos naturais,
a fim de resguardar o bem coletivo meio ambiente, e, concomitantemente, possibilitar o
desenvolvimento econômico.40
Em geral, tal instrumento é utilizado pelo Poder Executivo, no regular exercício da
polícia administrativa. Desta forma, o procedimento do licenciamento possibilita a concessão
de licenças ambientais, na forma de atos administrativos.
No que concerne a competência, o licenciamento poderá ser realizado pela União,
Estado e Municípios, respeitando-se as determinações legislativas dos entes federativos, tais
como, exemplificativamente: Lei Complementar 140/2011 e Resolução CONAMA 237/97.
No âmbito federal o órgão executor do licenciamento ambiental é o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente (IBAMA), que apresenta como etapas do licenciamento ambiental federal:
1) abertura de processo; 2) triagem e enquadramento; 3) definição de escopo; 4) elaboração do
estudo ambiental; 5) requerimento de licença; 6) análise técnica; 7) decisão; 8) pagamento; 9)
acompanhamento41.
Há ainda, espécies de licenças, sendo:
 Licença Prévia – primeira fase, que preliminarmente atesta a viabilidade ambiental
e determina os requisitos a serem atendidos nas próximas fases.
 Licença de instalação – segunda fase, que autoriza a instalação empresarial com
diretrizes específicas estabelecidas, medidas de controle ambiental e demais
condições.
 Licença de operação – terceira fase, que autoriza a operação do empreendimento,
após verificação necessária.

40
AMBIENTE, Ministério do Meio. O que é licenciamento ambiental? Disponível em: <http://pnla.mma.gov.br/o-
que-e-licenciamento-ambiental>. Acesso em: 03 dez. 2021.
41
IBAMA. Sobre o Licenciamento Ambiental Federal. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/laf/sobre-o-
licenciamento-ambiental-federal>. Acesso em: 20 dez. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 16
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

Além das supracitadas, tem-se a licença de pesquisa sísmica; autorização de supressão


de vegetação; e autorização para coleta, captura e transporte de material biológico.
Para tanto, o licenciamento ambiental utiliza de estudos específicos e periódicos, para
atingir o propósito prático da sua implementação: Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
O maior desafio, portanto, é a produção de resultados efetivos, e não somente a emissão
de documentos/autorizações ineficazes, as quais ainda podem demorar anos para serem
concedidas devido as dificuldades enfrentadas no poder público. Destaca-se a existência de
muitas empresas que atuam sem licenças, tendo em vista a dificuldade da fiscalização, a
sobreposição de legislações ambientais na esfera federal e estadual, e a demanda crescente para
a regularização das empresas/organizações.
Infere-se, desta maneira, que apesar de ser um instrumento relevante para o alcance do
desenvolvimento sustentável, o licenciamento ambiental possui desafios/problemáticas que
merecem atenção, precisando de soluções para o alcance de seus objetivos, principalmente no
que concerne a qualidade da gestão ambiental e a proteção do biossistema.

CONCLUSÃO

Conclui-se que apesar da existência dos supracitados mecanismos, ainda se verifica uma
grande dificuldade para a existência harmônica de um meio ambiente equilibrado e o
desenvolvimento econômico almejado. O Brasil é um dos países mais avançados em termos de
legislação ambiental, e, mesmo assim, não evidencia um controle exemplar.
Desta forma, necessário se faz que os instrumentos já utilizados sejam constantemente
revisados e melhorados, com vistas aos resultados de suas implementações, utilizando-se ainda
das inovações tecnológicas disponíveis para tanto, medindo os danos, realizando estudos e
gerenciando da melhor maneira. Os estudos científicos e as bases tecnológicas são de extrema
necessidade e devem ser observados no planejamento e na execução de medidas a fim de
garantir os melhores resultados.
O que se observa é que, no entanto, os referidos estudos não geram atitudes adequadas,
sendo a maioria ignorados pela sociedade e, principalmente, pela gestão política nacional e
internacional. No geral, existe o consenso da questão ambiental que se enfrenta, porém poucos,
de fato, se empenham para um maior controle e preservação.
Vislumbra-se que a criação de novas ferramentas não seja o mais indicado na situação
apresentada, mas sim o aprimoramento das já existentes e a aplicação, com a intenção de um
controle efetivo e um intenso incentivo de adoção.
A sociedade já expressa um descontentamento evidente no que concerne às
prejudicialidades de um avanço econômico ambientalmente irresponsável. Isso porque as
consequências já fazem parte do nosso dia-a-dia.
O Brasil, sendo considerado o país com a maior biodiversidade do mundo, tem também
a responsabilidade de a preservar o quanto possível para o bem da humanidade. Portanto, a
esperança que se tem é que atitudes efetivas sejam tomadas enquanto é tempo (juntamente com
o fomento às pesquisas científicas), e que a retomada da economia pós pandemia considere os
fatores ambientais como questão de importância máxima.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 17
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

REFERÊNCIAS

ABNT. Guia de termos e expressões utilizados na normalização. RJ: ABNT, SEBRAE, 2012.
ABNT. NBR ISO 14001:2004, Sistemas da gestão ambiental Requisitos com orientações para uso.
Disponível em: <http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasghislaine/iso-14001-2004.pdf>. Acesso em: 15
jan. 2022.
AMBIENTE, Ministério do Meio. O que é licenciamento ambiental? Disponível em:
http://pnla.mma.gov.br/o-que-e-licenciamento-ambiental. Acesso em: 03 dez. 2021.
BENJAMIN, Antônio Herman V. Responsabilidade civil pelo dano ambiental. Revista de Direito
Ambiental, São Paulo, v. 9, p. 5-52, jan.-mar. 1988.
BRASIL, Banco do. Resolução nº 4.237. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/
res/2014/pdf/res_4327 _v1_O.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2021.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal.1988.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm>. Acesso em 04.
dez. 2021.
BRASIL. Lei Complementar n° 140, de 8 de dezembro de 2011. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp140.htm>. Acesso em: 10 jan. 2022.
BRASIL. Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 04 dez. 2021.
BRASIL. Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Disponível em:<http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/
leis/l7347orig.htm>. Acesso em: 04 dez. 2021.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 237, de 19 de dezembro de 1997. Disponível em:
<https://www.icmbio.gov.br/cecav/images/download/CONAMA%20237_191297.pdf>. Acesso em: 10
jan. 2022.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Mandado de Segurança: MS 22164 SP, rel. Min. Celso de Mello,
j.30.05.1995. DJe 17.11.1995.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade: ADI
3540 DF 0003127-38.2005.0.01.0000, rel. Min. Celso de Mello, j.01.09.2005. DJe 03.02.2006.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental / Tribunal de Contas da
União; com colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
2.ed. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007.
BRASIL. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Cível: AC 10702150789833001, min. Carlos
Henrique Perpétuo Braga, j. 23.01.2020, DJe 31.01.2020.
CARDOSO, Chandrélin e SILVA, Raimunda Daiana Castro da. A responsabilidade civil das
instituições financeiras por danos ambientais resultante de projetos por ela financiados. Âmbito
Jurídico, p. 1, 1 jun. 2021. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-
responsabilidade-civil-dasinstituicoes-financeiras-por-danos-ambientais-resultante-de-projetos-por-
ela-financiados/>. Acesso em: 22 set. 2021.
CERTIFICAÇÕES, Serviço Brasileiro de. Certificações. Disponível em: <https://sbcert.com.br/>.
Acesso em: 10 dez. 2021.
CHIARA, Márcia de. Preocupação com Sustentabilidade começa a pesar na decisão de compra dos
brasileiros. Disponível em: <https://www.terra.com.br/economia/ sustentabilidade-ja-pesa-na-decisao-
de-compra-de brasileiros,460ff010109d1ccaf299ad51ab0 14f750x9bhymh.html>. Acesso em: 20 dez.
2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 18
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

COMPACT, The Global. Who Cares Wins. Disponível em: <https://www.ifc.org/> Acesso em: 10 dez.
2021.
ECONOMIA, Ministério. CVM promove alterações na Instrução CVM 480. [S. l.], 22 dez. 2021.
Disponível em: <https://www.gov.br/cvm/pt-br/assuntos/noticias/cvm-promove-alteracoes-na-
instrucao-cvm-480cidos-da-legislacao-em-vigor>. Acesso em: 19 ago. 2021.
ESPACIAIS, Instituto Nacional de Pesquisas. Monitoramento do Desmatamento da Floresta
Amazônica Brasileira por Satélite. [S. l.], 19 nov. 2021. Disponível em:
<http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/prodes>. Acesso em: 15 dez. 2021.
GATTI, L.V., BASSO, L.S., MILLER, J.B. et al. Amazonia as a carbon source linked to
deforestation and climate change. Nature 595, 388–393 (2021). Disponível em:
<https://doi.org/10.1038/s41586-021-03629-6.> Acesso em 20 out. 2021.
GLOBAL, Pacto. ESG. Disponível em: <https://www.pactoglobal.org.br/pg/esg>. Acesso em: 15 nov.
2021.
GOTTI, Isabella Alice et al. Gestão ambiental. São Paulo: Editora e Distribuidora Educacional S.A.,
2019.
GRIZZI, Ana Luci. CVM vai na contramão do mundo e fica para trás em regulação ESG. 15 dez.
2021. Disponível em: <https://www.capitalreset.com/cvm-vai-na-contramao-do-mundo-e-fica-para-
tras-em-regulacao-esg/>. Acesso em: 5 jan. 2022.
IBAMA. Sobre o Licenciamento Ambiental Federal. [S. l.], 23 ago. 2020. Disponível em:
<http://www.ibama.gov.br/laf/sobre-o-licenciamento-ambiental-federal>. Acesso em: 17 nov. 2021.
LOURENÇO, Rivieira de São. Sobre a Rivieira. Disponível em:
<rivieradesaolourenco.com/sobre/certificacao-iso-14001/>. Acesso em 20 dez. 2021.
MANZANNO, Maria Carolina Rodella. Auditoria ambiental. 13 dez. 2016. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/administracao_/auditoria-ambiental/>. Acesso em: 18 out. 2021.
MARINELLO, Luiz Ricardo. Os critérios ESG já são velhos conhecidos da legislação em vigor. [S.
l.], 9 jul. 2021. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/depeso/349325/os-criterios-esg-ja-sao-
velhos-conhecidos-da-legislacao-em-vigor>. Acesso em: 19 ago. 2021.
MEIJUEIRO. Déborah Victória Medici et al. Certificação em Manejo Florestal e em Cadeia de
Custódia no Brasil. Disponível em: <https://doi.org/10.34117/bjdv6n8-223>. Acesso em: 04 dez. 2021.
MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Responsabilidade civil ambiental e a reparação integral do dano.
ConJur, “Ambiente Jurídico”. <https://www.conjur.com.br/2017-nov-25/ambiente-juridico-
responsabilidade-civil-ambiental-instituicoes-financeiras> Acesso em 20 dez. 2021.
MODERNO, Consumidor. Geração Z é mais politizada do que as anteriores. Como impactar este
público? Disponível em: <https://www.consumidormoderno.com.br/2020/01/29/geracao-z-politizada-
propositos-vida/>. Acesso em: 10 nov. 2021.
MONTEIRO, Cristiane e ABURACHID, Frederico José Gervasio (org.) Aspectos Jurídicos do ESG.
Brasil: Educatoris, 2022
MOURA, A. M. M. Contribuição da certificação de florestas para o cumprimento da legislação
florestal no Brasil. 2016. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/
agencia/images/stories/PDFs/livros/livros/160812._livro_mudancas_codigo_florestal_brasileiro_cap1
3.pdf>. Acesso em 20 dez. 2021.
MOURA, Adriana Maria Magalhães de. O Mecanismo de rotulagem ambiental: perspectivas de
aplicação no Brasil. Disponível em: <http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/5655>. Acesso em:
03 dez. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 19
Desenvolvimento sustentável: ESG e instrumentos práticos... SOUZA & SILVA

NACIONAL, Imprensa. Resolução nº 8, de 22 de dezembro de 2016. Disponível em:


<https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/24801188/ do1-2016-
12-27-resolucao-n-8-de-22-de-dezembro-de-2016-24801157>. Acesso em: 21 dez. 2021.
ORSINE, Eliane Maria de Almeida et al. Auditoria e Certificação Ambiental. São Paulo: Editora Sol,
2020.
PROJETO DE LEI N.º 5.442, DE 2019. Regulamenta os programas de conformidade ambiental e
dá outras disposições. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/proposicoes
Web/prop_mostrarintegra;jsessionid=39259790A21119A0896CD13209E81E44.proposicoesWebExte
rno1?codteor=1824652&filename=Avulso+-PL+5442/2019>. Acesso em: 20 out. 2021.
RUOTOLO, Caio Cesar Braga. A importância de compliance ambiental na empresa. [S. l.], 4 dez.
2017. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/depeso/270490/a-importancia-de-compliance-
ambiental-na-empresa>. Acesso em: 9 set. 2021.
SANTOS, Ana Paula. Greenwashing: o que significa esse termo? 19 nov. 2020. Disponível em:
<https://www.politize.com.br/greenwashing-o-que-e/>. Acesso em: 13 out. 2021.
SILVA, Karoline Veloso. Auditoria Ambiental: Vantagens E Desvantagens. 2 ago. 2019. Disponível
em: <https://cadernosuninter.com/index.php/meioAmbiente/article/view/482>. Acesso em: 20 maio
2021.
SOCIALAMBIENTAL, Instituto. Desmatamento na Amazônia bate recorde em 12 anos e afeta
Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Disponível em: <https://www.socioambiental.org/pt-
br/noticias-socioambientais/desmatamento-na-amazonia-bate-recorde-em-12-anos-e-afeta-unidades-
de-conservacao-e-terras-indigenas>. Acesso em: 25 out. 2021.
SOLER, Fabrício. Política de responsabilidade socioambiental de instituições financeiras. [S. l.], 14
maio 2014. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/depeso/200787/politica-de-
responsabilidade-socioambiental-de-instituicoes-financeiras>. Acesso em: 21 dez. 2021.
SOUZA, Paula Bagrichevsky de. Instituições financeiras e a proteção ao meio ambiente. Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, [S. l.], p. 1, 1 fev. 2019. Disponível em:
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/16501. Acesso em: 5 out. 2021.
UNIDAS, Nações. Concentração de gases de efeito estufa atinge recorde. [S. l.], 25 out. 2021.
Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2021/10/1767782. Acesso em: 15 dez. 2021.
VANZOLINI, Fundação. AQUA-HQE™., Disponível em: https://vanzolini.org.br/produto/ aqua-hqe/.
Acesso em: 17 nov. 2021.
VIRI, Natália; ADACHI, Vanessa. Fundos ESG captaram ao menos R$ 2,5 bi em 2020 no Brasil. O
que está por trás do número? 29 jan. 2021. Disponível em: <https://www. capitalreset.com/fundos-
esg-captaram-ao-menos-r-25-bi-em-2020-no-brasil-o-que-esta-por-tras-do-numero/>. Acesso em: 14
nov. 2021.
WIKIPÉDIA. Ciclo PDCA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_PDCA. Acesso em: 10
dez. 2021.

UNISANTA Law and Social Science, Vol. 11, N. 1 (2022) – ISSN 2317-1308 p. 20

Você também pode gostar