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RESUMO
Os conceitos de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável têm como definições básicas as
decisões estratégicas e operacionais das empresas. Trata-se de como devem ser observados quaisquer
empreendimentos de maneira mais detalhada sempre considerando os aspectos ambientais,
econômicos, sociais e humanos na organização. O presente trabalho tem como objetivo principal estudar
os principais aspectos e conceitos que envolvem a temática em torno da Responsabilidade Social e
Desenvolvimento Sustentável. O intuito é demonstrar a tendência que envolve a sociedade junto às
organizações por um mundo ambientalmente responsável. Para tanto, o trabalho discorre sobre a ISO
26000, que trata de um conjunto de normas que pretende padronizar as ações e orientar a implantação
de projetos de Responsabilidade Social pelas empresas, indiferente de porte ou tipo. Além disso, o
trabalho busca demonstrar a importância dada a políticas de Responsabilidade Social nas empresas.
Desta forma, para a concretização deste estudo realizou-se uma pesquisa bibliográfica, através de livros
e artigos científicos relacionados aos conceitos e demais aspectos envolvidos pelo tema, bem como,
informações disponíveis on-line.
1. INTRODUÇÃO
O tema responsabilidade social e desenvolvimento sustentável têm recebido cada vez mais atenção,
tanto por parte de estudos acadêmicos quanto por práticas de várias empresas, deixando de ser uma
questão complementar, para integrar a estratégia do negócio. No âmbito empresarial, o tema tem
tomado proporções mundiais, o que pode ser visto principalmente pelas propostas da Rio + 20
(Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), que recentemente (13 a 22 de
Junho de 2012) abordou temas como Economia Verde e Estrutura Institucional para o Desenvolvimento
Sustentável.
Neste sentido, podemos perceber que responsabilidade social, não se trata somente de ações eventuais
e assistencialistas, mas de atitudes de valor no processo de gestão, aonde se vai além do obrigatório, do
legal, seja com os colaboradores ou com os clientes, sobre este ponto, Lima (2000, p. 62) afirma:
A empresa competitiva não precisa da cidadania empresarial para sobreviver. Ela precisa da cidadania
empresarial para mostrar o quanto é importante a sua participação no processo de desenvolvimento da
sociedade em geral, ultrapassando as barreiras da sua função econômica, participando ativamente como
um ator de transformação social [...].
2.2. SUSTENTABILIDADE
Focar na sustentabilidade é o caminho necessário para não voltarmos aos primórdios do mercado,
quando havia escassez de produtos. Essa teoria se afirma quando Kotler diz que “se negligenciarmos a
sustentabilidade, vamos entrar numa era de escassez”.
Como disse Kofi Annan (sétimo secretário geral das Nações Unidas) “nosso maior desafio neste século é
pegar uma ideia que parece abstrata – desenvolvimento sustentável – e torná-la uma realidade para
todas as pessoas do mundo”.
A partir desta consciência, torna-se clara a escolha de bens e serviços provenientes de empresas que
mostram preocupação e atuam de fato na preservação do meio ambiente e na utilização sustentável dos
recursos naturais. Observa-se então que os objetivos referentes às responsabilidades das empresas
foram ampliados ou redirecionados a fim de estas se tornarem instituições que possibilitem o
enriquecimento da sociedade e gerem lucro como meio de garantir o cumprimento de sua função social.
Este projeto contou com o apoio de diversas instituições, como a ABRAPP: Associação Brasileira das
Entidades Fechadas de Previdência Complementar, ANBID: Associação Nacional dos Bancos de
Investimento, APIMEC: Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais,
IBGC: Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, IFC: International Finance Corporation, Instituto
ETHOS de Empresas e Responsabilidade Social e o Ministério do Meio Ambiente.
5. MARKETING VERDE
O marketing verde é um dos mais novos nichos do marketing, voltado a atender as demandas de seus
clientes que, preocupados com o meio ambiente, exigem que as empresas realizem algumas
modificações nos processos de fabricação de seus produtos a fim de ajudar na preservação e aumentar a
qualidade ambiental, além de servir também para atender às diversas legislações ambientais que vem
surgindo.
O marketing ambiental (como também é conhecido) também foi discutido por Kotler que o definiu como
sendo: “(...) um movimento das empresas para criarem e colocarem no mercado produtos
ambientalmente responsáveis em relação ao meio ambiente”.
Polonsky, autor de várias obras sobre o tema, propõe um conceito para o marketing verde, que ele
próprio considera como sendo o conceito mais abrangente:
Marketing Verde ou Ambiental consiste em todas as atividades desenvolvidas para gerar e facilitar
quaisquer trocas com a intenção de satisfazer os desejos e necessidades dos consumidores, desde que a
satisfação de tais desejos e necessidades ocorra com o mínimo de impacto negativo sobre o meio
ambiente.
6. EMPRESAS VERDES
Com a moda verde tomando conta do ramo empresarial, surge cada vez mais iniciativas de preservação,
um exemplo dessas práticas responsáveis é o Grupo HSBC, que em 2011 implantou diversas formas de
proteção ao meio ambiente, unindo boas ideias de conscientização a parceiras de renome mundial:
6.1. ECOEFICIÊNCIA
Uma forma consciente de reduzir e gerenciar o impacto ambiental de nossas operações.
Em linha com as diretrizes mundiais do Grupo HSBC, as unidades brasileiras monitoram seus indicadores
ambientais estabelecendo metas anuais de redução de consumo de energia, água, emissão de resíduos e
CO2, além de adotar programas internos de conscientização dos colaboradores como a Campanha Ser
Ecoeficiente, que fornece orientações práticas sobre como cada um pode contribuir para a redução dos
impactos ambientais.
O HSBC Climate Partnership é um programa ambiental inovador, resultado da parceria entre o Grupo
HSBC e quatro organizações ambientais de renome internacional (WWF, The Climate Group, Earthwatch
Institute e Smithsonian Tropical Research Institute).
Com investimento global de 100 milhões de dólares, o programa tem duração de cinco anos (2007 -
2012) e visa combater as ameaças das mudanças climáticas, inspirando ações de indivíduos, empresas e
governos ao redor do mundo, trabalhando em frentes específicas como:
- Proteger alguns dos maiores rios do mundo (Amazonas (Brasil), Ganges (Índia), Tamisa (Inglaterra) e
Yang-Tzé (China)) e as populações que vivem em torno deles, promovendo a adaptação destas
comunidades para as mudanças climáticas;
- Criar e desenvolver “Campeões do Clima”: colaboradores do HSBC em todo o mundo que participarão
ativamente de pesquisas científicas e levarão seus conhecimentos e experiências adquiridas para
atuarem em suas comunidades.
7. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Outro grande exemplo é a marca de cosméticos Natura, que vem aplicando conceitos sustentáveis em
seu empreendimento.
8. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso sobre a ISO 26000 e a sua importância para as organizações que buscam o
sucesso através de práticas sociais e sustentáveis. Foram utilizadas nesta pesquisa, descrições das ações
já executadas e dados de alguns resultados alcançados com a implantação das normas da ISO 26000.
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO
9.1. SOBRE A ISO
É a Organização Internacional de Normalização, com sede em Genébra, na Suíça. Foi criada em 1946 e
tem como associados organismos de normalização de cerca de 160 países.
A ISO tem como objetivo criar normas que facilitem o comércio e promovam boas práticas de gestão e o
avanço tecnológico, além de disseminar conhecimentos.
Essa norma traz a proposta de servir como um importante norte para as corporações e não como uma
certificadora, ou seja, a adesão das organizações será voluntária. Por isso, além dos princípios d e
Responsabilidade, Transparência, Comportamento Ético, Consideração pelas partes Interessadas,
Legalidade, Normas Internacionais e Direitos Humanos, o documento envolve também áreas de Práticas
de Trabalho, Meio Ambiente, Práticas Legais de Operação, Combate a Corrupção e a Propina e
Desenvolvimento aliado à participação comunitária.
De acordo com a própria ISO 26000 a Responsabilidade Social define-se pela responsabilidade de uma
organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de
um comportamento transparente e ético que contribua para o desenvolvimento sustentável, levando em
conta as expectativas dos stakeholders (as partes envolvidas).
- Comportamento ético;
Mais apesar das distinções, os líderes internacionais da ISO 26000 sempre estiveram otimistas e
acreditaram que estas diferenças é o que iria fazer da norma algo relevante e verdadeiro.
Outro fator relevante, é a quebra no modelo, no padrão das organizações devido à grande mobilização
para desenvolver uma norma que trata de um conjunto de recomendações, segundo a autora Mello
(2006) “isto reflete um posicionamento de uma corrente que parte da premissa de que as organizações
estarão mais interessadas na revisão de seus valores do que na obtenção de certificados adicionais”.
Para os países pobres ou de poucos recursos, a adoção de um padrão internacional tipo a ISO 26000,
ajudaria a quebrar a visão preconcebida da comunidade internacional sobre os seus desafios internos
(tais como, trabalho infantil, péssimas condições sanitárias, alto índice de pobreza, entre outros), que
resultam em embargos e boicotes comerciais. Ao colocar em prática as ações propostas pela n orma (que
são aceitas no mundo todo), estes países poderão ganhar maior presença e visibilidade, além de melhor
acesso ao comércio internacional.
Outro fator é a tendência histórica do caráter empresarial das certificações ISO e sua força de mercado,
uma norma internacional, aplicada de maneira não certificável pode reduzir a influência de outros
protocolos e iniciativas já existentes. Seguindo a mesma linha de raciocínio, caso no futuro esta no rma se
torne certificável, haverá muita dificuldade em se criar um padrão de auditoria, já que se trata de
questões não mensuráveis ou intangíveis.
Por último, um aspecto que se caracteriza como limitante a ISO 26000 é a possível dificuldade de
comprovar a adesão à norma. Pois, como se trata apenas de diretrizes, como as empresas irão
comprovar que suas atividades estão de acordo com as especificações recomendadas?
11. RECOMENDAÇÕES
A responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável nos dias atuais devem ser considerados como
uma nova abordagem de negócios, como uma nova governança coorporativa, pois ambos agregam valor
à empresa, aos produtos e a marca. Por isso, a exemplo do que foi apresentado, que as instituições tanto
públicas como privadas tomem conhecimento de que há uma norma que oferece a elas diretrizes
capazes de mudar o comportamento das mesmas tornando-as competitivas neste novo mercado.
A partir deste contexto, o presente estudo apresentou os pontos mais relevantes da norma de
Responsabilidade Social ISO 26000, onde a sustentabilidade passa a ser entendida como a forma pela
qual, a responsabilidade social agregará a empresa valores à sua marca e produtos executando uma
abordagem de negócios, isto é, a empresa sustentável é aquela que gera lucros aos acionistas sem que
haja impacto negativo aos seus funcionários, clientes, meio ambiente e comunidade que estão direta ou
indiretamente relacionados a ela.
Todo este discurso é, sem dúvida, de grande importância. No entanto, aplicar esta logística à empresa de
forma concreta e bem sucedida não é uma tarefa fácil. Pois, trata-se de uma mudança na política
empresarial e implantação de novos conceitos, os quais exigem tempo, paciência, inovação e trabalho
integrado com as partes interessadas.
Para isso, este artigo apresentou algumas ideias sobre responsabilidade social empresarial, ressaltando a
importância de se pensar no aprofundamento, não só teórico, mas de estratégias práticas que integrem
esforços de ambos os setores.
13. REFERÊNCIAS
REDE DA SUSTENTABILIDADE. O que é sustentabilidade? – Disponível em:
< http://www.sustentabilidade.org.br/>. Acesso em: 10/08/2012.
WWF-BRASIL. Sustentabilidade: Da teoria à prática. São Paulo, 2011.
ISO 26000 Norma Internacional de Responsabilidade Social. Novo site do Instituto ETHOS sobre a norma
ISO 26000. Disponível em: <www.ethos.org.br/iso26000>. Acesso em: 08/08/2012.
DRUCKER, Peter F. As novas realidades: no governo e na política, na economia e nas empresas, na
sociedade e na visão de mundo. São Paulo: Pioneira, 1993.
ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial - Disponível em: < http://www.bmfbovespa.com.br>. Acesso
em: 07/08/2012.