Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÃO PAULO
2010
ii
SÃO PAULO
2010
iii
______________________________________________
Nome do Orientador
______________________________________________
Nome do professor da banca
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Agnelo e Henriqueta, e meus irmão Ataliba e as minhas irmãs
Nancy e Adalgisa, que sempre me incentivaram, apoiaram e viabilizaram meus
estudos.
RESUMO
Este trabalho apresenta uma visão geral do sistema de manufatura de uma empresa
metalomecânica de produção não seriada. Foi feito um estudo a partir da
necessidade de se parametrizar a produção para descobrir sua eficiência. O trabalho
também mostrará os indicadores chaves de desempenho sem gerar custos.
Utilizando o conceito da manufatura enxuta, produtividade estratégica e teoria das
restrições, foi analisado os indicadores de processos de produção entre os meses de
maio a julho de 2010, verificando-se as particularidades e dificuldades de otimização
dos processos mais críticos. Através desse caso, concluiu-se que os indicadores são
viáveis. Ficou-se claro que com o auxílio dessas ferramentas é possível conseguir
vantagens significativas das operações, resultando em maior competitividade.
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
Figura 6 – Gráfico comparativo da media aritmética do indicador FTT das operações gargalo. ....... 48
Figura 10 – Gráfico comparativo da média aritmética do indicador DTD das operações gargalo. ..... 51
LISTA DE TABELAS
LISTA DE EXPRESSÕES
SUMÁRIO pag.
1. INTRODUÇÃO 1
2. METODOLOGIA 3
3. REVISÃO DA LITERATURA 5
3.5.1 FILOSOFIA....................................................................................................... 28
3.5.2 PRINCIPIOS..................................................................................................... 29
3.5.3 TECNICA.......................................................................................................... 30
5. ESTUDO DE CASO 42
6. CONCLUSÕES 58
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS 61
1. INTRODUÇÃO
1.2 JUSTIFICATIVA
2. METODOLOGIA
A coleta dos dados ocorreu por meio da interação com os funcionários da empresa,
pelo engajamento na vida dos diversos grupos integrados e pela participação em
suas atividades dos mecanismos de controle adotados.
3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Slack et al. (2002), relacionam também outros três papéis para a produção:
Shingo e Shingeo (1996) citam que, em busca de melhorar seus resultados, Talichi
Ohno, executivo da japonesa Toyota, identificou sete tipos de desperdícios.
Desperdícios de Superprodução
Antecipar a produção, ou seja, produzir mais do que é imediatamente necessário é
um dos grandes pecados do sistema de manufatura empurrada. Toda linha de
produção deve estar corretamente sincronizada de tal forma que somente se
proceda à produção de itens na quantidade, qualidade e tempo que o cliente
determinar. Todos os esforços devem ser concentrados para combatê-la (OHNO,
1997).
Desperdícios de Espera
Quando o fluxo de valor permanece estático, ocorre o desperdício de espera.
Usualmente é produzido muito além do que o próximo centro de trabalho é capaz de
processar, pois se apóiam na justificativa de máxima utilização de todos os recursos.
Entretanto, a filosofia do Just-In-Time (JIT), estabelece que um fluxo ininterrupto e
constante de materiais é melhor do que utilizar a máxima capacidade das máquinas
e gerar estoques intermediários sem necessidade (OHNO, 1997).
Desperdício de Transporte
Apesar de serem oriundas de restrições do processo de fabricação, as atividades de
transporte de matérias e pessoas não agregam valor ao produto. Assim deve-se
buscar uma solução ótima de alocação das linhas de produção que minimize os
tempos improdutivos com grandes distâncias a serem percorridas com recursos
materiais e humanos (OHNO, 1997).
Desperdício de Processamento
É o desperdício inerente de processos não otimizados que incluem atividades ou
funções que não agregam valor ao produto, gerando custos desnecessários. É
preciso investigar quais as reais etapas que devem ser realizadas e as que podem
ser excluídas da linha de produção (OHNO, 1997).
8
Desperdício de Movimentação
É considerado como qualquer movimento de pessoas devido à falta de um acesso
direto a dados, ferramentas, pessoas ou sistemas dentro do sistema de informação.
O sistema de Manufatura Enxuta utiliza metodologias simples que tragam a
economia de movimentos nos postos de trabalho e, conseqüentemente, o aumento
de produtividade fabril. É fundamental eliminar os desperdícios de movimentos antes
de tentar automatizar o processo (OHNO, 1997).
Desperdícios de Estoque
Problemas com estoques desnecessários e descontrole de inventário são comuns
no sistema de produção tradicional. Equipamentos de movimentação e de
armazenagem, pessoal treinado, seguro e aluguel de imóvel imobilizam o capital e
não adicionam valor (OHNO, 1997).
9
De acordo com Womack e Jones (1998), o STP veio a contrapor-se aos dois outros
métodos clássicos de manufatura até então existentes: a Produção Artesanal e a
Produção em Massa. Estes definem também a Manufatura Enxuta como sendo uma
nova abordagem segundo a qual existe uma forma melhor de organizar e gerenciar
os relacionamentos de uma empresa com os clientes, cadeia de fornecedores,
desenvolvimento de produtos e operações de produção. Dentro dessa abordagem
tenta-se cada vez fazer mais com menos recursos.
Segundo Slack et al. (2002), o desperdício pode ser definido como qualquer
atividade que não agregue valor ao produto e/ou serviço. E na tentativa de eliminar o
excesso de produção, produzindo apenas os componentes certos e na hora certa, a
Toyota foi à empresa precursora na introdução de instrumentos e técnicas de
controle de desperdícios em sua linha de produção.
Especificar o Valor
Conforme Womack e Jones (1998), oferecer um produto ou serviço errado da
maneira correta é desperdício. Portanto, o primeiro passo básico no pensamento
enxuto é especificar precisamente o valor de produtos específicos, com capacidades
específicas, com preços específicos para clientes específicos. Antes de aumentar o
portfólio de produtos da empresa ou mesmo de tomar ações focadas na redução de
custos, é essencial descobrir o que o cliente realmente deseja.
Trabalho em Fluxo
De acordo com esse princípio, o aumento da velocidade da matéria prima dentro da
empresa pode ser obtido com um fluxo contínuo na cadeia de valor da manufatura.
Para orientar e estruturar toda a implementação da Manufatura Enxuta, torna-se
preciso a criação do Mapeamento do Fluxo de Valor (Value Stream Map ou VSP). A
capacidade de implementação de um fluxo unitário é o que pode realmente conduzir
ao fluxo contínuo de produção. Assim, os estoques intermediários entre processos
podem acabar de maneira geral. Com isso, assegura-se a eliminação das perdas por
estoque e perdas por espera, o que levará a diminuição do lead time de produção. O
desenvolvimento de um encadeamento contínuo do fluxo de materiais necessita de
um ótimo sincronismo entre a fabricação e a montagem. Para isto, Moden (1984)
trabalha com o sistema kanban para interligar as células de produção e, também por
meio da produção em fluxo unitário em linha chamado One Piece Flow.
11
Produção Puxada
O sistema de produção puxada, também conhecido como sistema Just- In-Time
(JIT), é uma maneira de conduzir o processo produtivo de tal forma que cada
operação requisite a operação anterior, e os componentes e materiais para sua
implementação, somente para o instante exato e nas quantidades necessárias.
Deixar que o cliente "puxe" a produção, especificando aquilo que ele quer e quando
necessário confronta-se com o método tradicional (Just-In-Case) no qual a projeção
de vendas empurra os produtos, muitas vezes indesejados, aos clientes. Adotando
esse princípio a toda a empresa, pode-se dizer que é o cliente quem decide o que se
vai produzir, pois o processo de puxar a produção transmite a necessidade de
demanda especifica a cada elo da corrente.
Buscar a Perfeição
A busca pela perfeição nas empresas deve ser contínua e incessante. Importantes
autores trabalham com a idéia da perfeição em todos os processos, através da
redução de esforço, tempo, espaço, custo e, principalmente, erros. Assim, pode-se
ter capacidade em ofertar produtos que se aproximam ainda mais da necessidade e
desejo do cliente. O kaizen é uma ferramenta estratégica de muita eficácia utilizada
para este fim.
Plano Detalhado
Previsões mais próximas da realidade devem ser encaminhadas à produção,
ajustando-se a demanda. Uma programação única e balanceada é enviada ao final
da linha de montagem, assim como todas as mudanças diárias, para adequar a
produção aos pedidos reais. Utilizando-se o sistema Kanban, as modificações são
então transmitidas de volta, ao longo da linha (SHINGO; SHINGEO, 1996).
No final dos anos 80 e começo dos anos 90, indústrias japonesas tradicionalmente
seriadas puderam sentir profundamente a grande característica de empresas de
sistemas de produção não seriadas com o salto expressivo na variedade de
produtos.
Como observa Zaccarelli (1990, apud CONTADOR 1998), os casos de sucessos das
empresas japonesas permitem concluir que existe uma forte correlação entre
produtividade e vantagem competitiva em qualquer campo.
Outro autor bastante renomado deste meio, Drucker (1975), emitiu opinião
semelhante: "Produtividade é o grande desafio dos anos 90.”
Dessa maneira, uma melhor margem das operações, obtida pela competição em
custos, significa um maior pulmão financeiro para a empresa. Isso resultará no
usufruto de maiores lucros quer seja por investimentos na modernização de
equipamentos ou até mesmo no desenvolvimento de produtos.
Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão ergueu sua base industrial baseado nos
conceitos de Produtividade e Qualidade. E, agora, o mundo adota-o como
Benchmarking.
20
Contador (1996), diz que Qualidade e Produtividade são as armas essenciais para
se competir num mercado cada vez mais acirrado e globalizado. Entretanto,
dependem de uma grande quantidade de fatores. Três deles são tão relevantes e de
usos tão gerais que é adequado elevá-los da categoria de fator para a de armas que
são: tecnologia, estoque reduzido e pessoal capacitado, motivado e participativo.
Todas essas armas são fundamentais para a sobrevivência e competitividade da
indústria.
Conforme Contador (1996), estas cinco primeiras armas são as mais gerais dentre
outras também necessárias, porque agem diretamente sobre o custo. Jamais o
aspecto de custo deve ser colocado como secundário, mesmo em empresas que
não pretendem competir em preço ou aquelas que concorrem num dos campos da
diferenciação. Como conclui Porter (1985), uma empresa diferenciada deve possuir
paridade ou proximidade de custos em relação a seus concorrentes para não perder
a vantagem adquirida.
A seguir será discorrido um breve comentário sobre cada uma das cinco armas para
melhor entendimento de seus benefícios.
Produtividade
Sendo uma das melhores armas da competição dos últimos tempos, a produtividade
é justificada pela redução de custos em todos os níveis dentro da empresa. Somente
esta vantagem seria necessária para implementação de uma política focada neste
princípio.
Porém ainda existem outros fatores que justificam o empenho pela alta
produtividade. Conforme salienta Zaccarelli (1990 apud CONTADOR, 1996), a
análise das empresas japonesas bem sucedidas permite concluir que há forte
correlação entre produtividade e outras vantagens competitivas. Alta qualidade no
21
Qualidade no Processo
A qualidade é, sem dúvida, outra importante aliada da manufatura, para as
empresas que desejam estarem presentes num futuro próximo.
Tecnologias
"Grande partes das armas a serem analisadas são armas de combate, como
produtividade, qualidade no processo, Engenharia e Análise de Valor, rapidez na
manufatura, agilidade para lançar novos produtos etc… Tecnologia não é arma de
combate, mas sim de apoio a estas" (CONTADOR, 1996, p. 97).
Contador (1996), diz que somente quando o chão - de fábrica conseguir os recursos
necessários, a tecnologia estará realmente firmada na empresa. Com enfoque na
área fabril, convém observar que a tecnologia só está efetivamente absorvida pela
empresa quando estiver no piso de fábrica. Antes disso, ela é etérea, está na
cabeça de pessoas ou no papel. Por esta razão, é fundamental para a empresa
dispor de um corpo técnico próprio e capacitado que conheça profundamente sua
realidade interna em termos de suas fraquezas, suas forças e suas potencialidades,
e que tenha competência para transformar a tecnologia em realidade.
24
Estoque reduzido
Despesas operacionais são geradas com a manutenção do inventário, como juros,
espaço de armazenamento, obsolescência, movimentação de material e pessoal
ligado à administração de materiais. Goldratt e Cox (1997) estimaram que a maioria
das companhias americanas possuíam despesas da ordem de 25% do valor do
inventário. Seguindo esse raciocínio, se os estoques fossem reduzidos,
conseqüentemente a despesa operacional diminuiria na mesma proporção.
3.5.1 FILOSOFIA
Nos anos 70, o físico israelense Eliyahu Goldratt se deparou com problemas da
logística de produção. Frente a estas situações, buscaram na Física, métodos de
solução de problemas para tentar resolver as dificuldades encontradas em uma linha
de produção.
Para ele o primeiro passo de qualquer empresa é ter uma meta explícita para seu
ramo de atividade. A razão da existência das organizações, baseada nesse
conceito, é determinada pela sua meta.
Se tivermos, por exemplo, uma organização sendo uma indústria, pode haver
diversas metas como não agredir a natureza, criar empregos, satisfazer o cliente,
contribuir para o desenvolvimento do país, etc. No entanto, a existência da empresa
do ponto de vista dos proprietários e acionistas é bem clara: Lucratividade. Isto é,
eles esperam que o capital investido retorne com ganho, gerando ainda mais
dinheiro e riqueza.
"A Restrição é qualquer elemento ou fator que impede que um sistema conquiste um
nível melhor de desempenho no que diz respeito a sua meta. (As restrições podem
ser físicas, como por exemplo, um equipamento ou a falta de material, mas elas
29
Já Goldratt e Cox (1997) definem a TOC (Theory Of Constraints) como uma nova
filosofia de gerenciamento e defendem o processo de raciocínio como um método
especial aplicado a difíceis soluções.
3.5.2 PRINCIPIOS
Diversos autores, entre eles, Goldratt e Cox (1997) e Noreen, Smith e Mackey
(1996) consideram o TPC como um sistema de empurrar-puxar (pushpull system),
justificando que o pulmão deve possuir uma produção planejada e nivelada para
30
3.5.3 TÉCNICA
Como ganhar dinheiro sempre será a meta das empresas, os resultados diretos
serão medidos e avaliados pelo seu demonstrativo financeiro.
Ainda na visão desses autores, na grande maioria das empresas os custos são bem
elevados por decisões tomadas inadequadamente. É muito comum as empresas
utilizarem indicadores que não refletem na realidade dos fatos. Além disso, podem
também existem erros na coleta de dados e má interpretação dos resultados.
Com intuito de melhorar seus índices de desempenho, as empresas têm tentado nos
últimos anos implementar novas estruturas organizacionais através de adaptação de
atividades, treinamento dos colaboradores, aquisição de sistemas integrados de
gestão, modificando as políticas de manufatura e introduzindo novas tecnologias
(KARDEC; FLORES; SEIXAS, 2002).
34
"As medidas de desempenho têm sido mal entendidas e mal utilizadas por muitas
empresas. A principal função dos indicadores de desempenho é indicar
oportunidades de melhoria dentro das organizações. Medidas de desempenho
devem ser utilizadas para indicar os pontos fracos e analisá-los para identificar os
possíveis problemas que estão causando resultados indesejados." (KARDEC;
FLORES; SEIXAS, 2002, p. 41).
Bariani (2005), afirma que os principais benefícios da utilização desse indicador são:
A − (B + C + D + E + F + G )
FTT = x100
A
500 − (0 + 3 + 4 + 2 + 1+ 0 )
FTT = x100
500
FTT = 98,0%
O indicador DTD mede o tempo decorrido entre o recebimento da matéria prima até
a expedição dos produtos acabados. O tempo Doca a Doca é o índice que melhor
representa o nível de implementação da manufatura enxuta de uma organização e,
37
Onde:
G
DTD (horas) =
C
1767
DTD (horas) =
37,5
Este índice é utilizado para medir o quão bem a empresa e os grupos de trabalho
planejam e possuem flexibilidade para produzir o número correto de diferentes
modelos de produtos dentro do dia e na seqüência requisitada, diz Bariani (2005).
39
Este indicador está relacionado com a demanda diária de mercado e tem seu
alicerce nos princípios da manufatura enxuta, exigindo confiabilidade dos processos
industriais. Os elementos que compõem o BTS podem ser observados na equação
abaixo:
Programado Produzido
Seqüência Modelo Quantidade Quantidade
1 Peça A 500 500
2 Peça B 300 380 (150 na freq. Correta)
3 Peça C 150 90
Total 950 970
Dados Coletados:
A – Unidades programadas: 950 un.
40
B
Volume (%) = x 100 (5)
A
970
Volume (%) = x 100
950
C
Mix (%) = x 100 (6)
Menor valor entre A e B
740
Mix (%) = x 100
950
D
Seqüência (%) = x 100 (7)
C
650
Seqüência (%) = x 100
740
5. ESTUDO DE CASO
Neste caso, três processos de produção distintos foram estudados, os quais foram
denominados pelos números: 1, 2 e 3. O estudo foi conduzido seguindo-se os quatro
passos conforme a figura 4:
Como o estudo é avaliado com foco na produtividade, foi necessário uma etapa de
levantamento, preliminar à pesquisa de campo para a identificação dos respectivos
gargalos.
A pesquisa foi composta pelo total controle da área de produção e qualidade dos
grupos de trabalho no período entre maio a julho de 2010. Os dados foram coletados
com o acompanhamento dos centros de trabalho e com a interação dos funcionários
da empresa. Esses dados eram registrados manualmente, porém após o lançamento
dos mesmos em uma planilha eletrônica, os respectivos índices e gráficos eram
gerados automaticamente. Na seqüência, os principais indicadores de manufatura
enxuta: First Time Through (FTT), Doc to Doc (DTD), Built to Schedule (BTS),
possibilitaram a análise e julgamento qualitativo (bom, mau ou indiferente) dos
resultados obtidos. Há diversas formas de fazer a comparação do nível de
desempenho obtido com algum tipo de padrão. Entretanto, os padrões de
desempenho absolutos foram utilizados, porém, outros geralmente empregados são:
padrões históricos, padrões de desempenho meta e padrões de desempenho
concorrência.
45
Neste capítulo são apresentados e discutidos os valores diários dos três indicadores
chaves de desempenho, largamente utilizados em indústrias de produção seriada.
Os gráficos representam os três processos da empresa em estudo, considerando os
diferentes parâmetros que são FTT, DTD e BTS.
Em geral, cada equipamento gargalo era operado por apenas um funcionário por
turno. Apesar de a empresa utilizar alguns indicadores, eles não transmitem
nenhuma informação consistente relacionado à manufatura, tendo como
conseqüência a falta de planos de melhoria contínua. Antes deste período a
empresa não dispunha de registros adequados para elaboração de índices que
colaborassem com a gestão da produtividade.
A última versão do roteiro de pesquisa adotado durante esse período de tempo para
todas as unidades inicia-se com a seleção do local de estudo e termina com a
apresentação da situação produtiva do chão de fábrica conforme mostra o
fluxograma da figura 5.
46
No entanto, o resultado do processo 2 não foi tão bom quanto os outros. Durante o
primeiro dia de coleta de dados, notou-se que o índice de defeitos foi de 3,85%. No
dia seguinte o indicador atingiu o patamar de zero defeito que se manteve durante 3
dias consecutivos até que o índice de qualidade baixou novamente para 62,50%. A
situação voltou ao normal sem a ocorrência de peças defeituosas por mais oito dias.
Porém, um problema de material foi encontrado nos lotes dos dias 14 e 15,
despencando o indicador de qualidade ao nível de 25%. O índice de defeito se
tornou zero nos dois últimos dias.
Na coleta desses dados, foi dada total autonomia aos operadores das máquinas
registrarem os valores da produção. Sentindo-se policiados, os próprios não
anotavam os fatos realmente ocorridos, pois imaginavam que aqueles números
pudessem servir contra eles mesmos. Ao contrário disso, a idéia principal da
aplicação desses indicadores é identificar onde estão surgindo problemas para que
um plano de ação seja elaborado com o intuito de minimizar os gastos com
problemas da não qualidade, seja por treinamentos, pelo ajuste de máquinas, pela
aferição de instrumentos de metrologia ou até pela aquisição de equipamentos mais
modernos.
À partir disso, o próprio colaborador deve ser a autoridade máxima no seu local de
trabalho e caso haja algum registro negativo, ele terá consciência que isso servirá de
experiência para que problemas de mesma natureza sejam evitados no futuro.
Essas medidas resultarão numa melhoria contínua dos processos de fabricação e do
produto.
51
6. CONCLUSÕES
A principal contribuição deste estudo de caso foi mostrar que, utilizando-se dos
conceitos de manufatura enxuta é possível conseguir otimizações significativas dos
processos produtivos internos e podem-se usar dinamicamente para a tomada de
decisões no dia a dia nas organizações inclusive em níveis estratégicos. O presente
trabalho também mostrou que o conceito enxuto pode ser introduzido em outro
ambiente industrial como a empresa objeto de estudo, ou seja, além de empresas de
manufatura seriada.
Ficou claro que deve ser feito, preliminarmente, um trabalho intensivo na fábrica
para mudança de filosofia em todos os níveis hierárquicos envolvidos com a
produção. Feito isso, outro passo importantíssimo seria a replicação do conceito de
manufatura enxuta e dos indicadores chaves de desempenho para todas as outras
áreas da empresa, com especial atenção aos seus respectivos gargalos, pois para o
processo onde a unidade é do tipo pulmão à melhoria sugerida para o futuro é evitar
que as operações gargalos sejam interrompidas ou subutilizadas, concentrando
pulmões no processo, ou seja, criar os meios de proteção contra possíveis
desfalques ou atrasos causados pela operação anterior, pois o pulmão deve possuir
uma produção planejada e nivelada para puxar as operações anteriores e empurrar
os componentes para as etapas futuras de manufatura.
Não se deve esquecer que para continuidade da técnica para outras unidades de
negócio, a transferência e treinamento de outras pessoas com os conhecimentos
adquiridos e particularidades na execução desta é essencial, uma vez que, alguns
60
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS
COX III, F.; SPENCER, M. S. Manual da teoria das restrições: Porta Alegre:
Bookman, 2002.
NOREEN, E.; SMITH, D.; MACKEY, J. A teoria das restrições e suas implicações
na contabilidade gerencial: Um relatório independente, São Paulo: Educador,
1996.
ANEXO B
3
ANEXO C
4
ANEXO D
5
ANEXO E
6
ANEXO F