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PUC/SP
Minás Djehizian
SÃO PAULO
2022
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Minás Djehizian
SÃO PAULO
2022
Banca Examinadora
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Agradecimentos
A minha família por estar sempre ao meu lado e pelo amor, carinho, atenção e
incentivo em todos os momentos da minha vida.
A minha orientadora Profa. Dra Maria Helena Roxo Beltran, pela orientação, apoio
e confiança na elaboração desta tese e por compartilhar valorosos cohecimentos.
Title: The transformations resulting from Industry 4.0 and its impact on the
contemporary teachings-learning: A case study of the Fundação Educacional
Inaciana (FEI).
This research show a reflection of the transformations resulting from the 4th
Industrial Revolution (industry 4.0) and they impact, especially in the working relationship,
in the worker's profile and, consequently, in education. It has a propouse to identify the
potential impacts, in order to understand how Educational Institutions are preparing for
the challenges of the future, with regard to education.
The impacts of these transformations will also be deep knowledge in business
organizations. Many companies will have to redefine their activities as a result of changes
that could reduce demand for their products.
It is expected that the continuous training and qualification of the new professional
will be a very important factor for achieving the objectives of Industry 4.0, since substantial
changes will occur both in the professional profile of workers and in their work skills.
As a result of changes in the industrial regime, partnerships between companies
and higher education institutions should become even more important, prioritizing the
assessment of student skills.
The research is characterized as a case study and presents, as the professor, in
this case, the author of the thesis, had to (re)invent himself from the perspective of
innovation and new technologies.
It was proposed to observe and demonstrate some practices adopted in the
training process of the future administrator (and engineer) in an Ignatian University Center
through the use of active teaching and learning methodologies, focused on the need of
the new market of Industry 4.0, highlighting, in this research, learning based on Concept
Maps.
In this sense, from the narrative of the teaching professional life and the historical
rescue of the academic and professional path, I tried to develop the challenges faced at
the beginning of the teaching career, the experiences acquired in the classroom practice,
as well as to reflect on the construction process of the teacher's own identity.
Introdução ............................................................................................................................................................... 1
INTRODUÇÃO
O cenário disruptivo acarretado pela Industria 4.0 trará impactos para a educação,
para o processo de ensino-aprendizado e, claro, na formação de professores capazes
de dar conta da velocidade com que os alunos aprenderão e reaprenderão, seja em
áreas nas quais a interface com a tecnologia é mais evidente, seja em áreas que são
impactadas pelo processo de construção sociotécnica. Proveniente disso, o ambiente de
trabalho, que já passa por transformações, será cada vez mais disruptivo.
Na concepção de Rosa:
1 De acordo com as tradições, o ensinar era tarefa exclusiva da escola. Os conhecimentos eram
apresentados às crianças ao entrarem nas escolas e esses eram finitos e determinados; ao final de uma
determinada formação, o aluno era considerado uma pessoa formada, já que possuía conhecimentos
necessários para o ingresso em alguma profissão. Atualmente, não é possível ter esse mesmo
pensamento, pois as rápidas mudanças tecnológicas atribuem novas formas à atividade de ensinar e
aprender, estando constantemente em processo de aprendizagem e adaptação, não sendo mais possível
considerar uma pessoa completamente formada, independente do seu grau de formação (Kenski,
Educação e Tecnologias).
2 Rosa, “As Tecnologias de Informação e Comunicação.”
2
As inovações tecnológicas trazidas pela Industria 4.0 fazem com que a busca do
conhecimento seja cada vez maior, uma vez que o mercado exige profissionais
polivalentes, capacitados, que se adaptam às diversas situações que surgem e
constantemente buscam qualificação frente às exigências do mercado.3
Nesse sentido, as IES precisam considerar que muitas profissões e carreiras, que
outrora ocupavam posições de destaque, se tornarão obsoletas pelos avanços
tecnológicos perdendo seus postos para a Inteligência Artificial que pode ocupar a
maioria dos postos de trabalho que conhecemos. O preparo do aluno para o convívio
social e sua atuação no mercado deve visar a obtenção de múltiplos saberes incluindo
os digitais permitindo-o interagir nesses ambientes de comunicações e informações e
em constantes transformações. Nesse contexto, é fundamental que certas habilidades
sejam estimuladas desde os primeiros anos escolares, tais como: criatividade,
empreendedorismo, trabalho em equipe, participação em projetos interdisciplinares,
flexibilidade e resiliência, além do desenvolvimento das competências relacionadas aos
conhecimentos das ciências e tecnologias.
conceito de indústria 4.0. Para isso será levantado um conceito histórico referente a
revolução industrial no que diz respeito às suas fases e autores.
Esta análise foi realizada de forma descritiva compondo a vivência como professor
da instituição referida e a pesquisa bibliográfica dos artigos e publicações que fazem
contraponto com as tecnologias e ferramentas metodológicas da pedagogia utilizadas
nesta década.
Assim este estudo tem como proposta fazer uma narrativa utilizando a história de
vida como uma pesquisa de abordagem qualitativa.
5
Ainda é importante lembrar que a história de vida teve seu início em 1920 e é um
método de pesquisa criado a partir da Escola de Chicago.7. A cidade de Chicago sofreu
um aumento populacional muito grande e impactou a vida cotidiana das pessoas que
residiam no local, gerando uma aglomeração urbana nova. Desta forma, a Escola de
Chicago produziu uma abordagem cultural significativa e teve como produto importante
e original o avanço qualitativo gerado pela preocupação empírica e pela clareza e
coerência das pesquisas.
CAPÌTULO 1
Os Impactos Ocasionados pelas Revoluções
Industriais na Sociedade em Geral
7
CAPÍTULO 1
OS IMPACTOS OCASIONADOS PELAS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS NA
SOCIEDADE EM GERAL.
O fenômeno da Indústria 4.0 foi mencionado pela primeira vez durante o evento
“Hannover Fair”, em 2011, na Alemanha, como uma proposta para o desenvolvimento
de um novo conceito de política econômica alemã embasado em estratégias de alta
tecnologia, que simbolizam o início da chamada Quarta Revolução Industrial.9
É importante ressaltar que, este novo momento se trabalha no ambiente fabril por
meio de instalações chamadas inteligentes, que são capazes de aprender e tomar
decisões tornando-se flexíveis em tempo real. Pode-se dizer que esta fase é uma
adaptação para a comunicação instantânea entre máquinas, processos, linhas de
montagem e unidades fabris. Para tanto são utilizados computadores que permitem a
junção das realidades física e virtual para cada micro-operação formando uma rede de
relevância para o usuário do sistema.10
9 Ver Lee, “ Industry 4.0”; e Mosconi, The New European Industrial Policy. Em 2013, a Academia Nacional
de Ciências e Engenharia alemã publicou o relatório intitulado “Recomendações para a implementação da
iniciativa estratégica da Indústria 4.0”, sendo este o marco oficial para a consolidação dos conceitos da
Indústria 4.0 (Kagermann, Wahlster, & Helbig, Recommendations for Implementing the Strategic Initiative
Industrie 4.0).
10 Ver Rifikin, O Fim dos Empregos.
8
A modernização tecnológica, por um lado, parece ser uma resposta para o desafio
da competitividade; por outro, também parece impactar negativamente na geração de
empregos, uma vez que os trabalhadores precisam estar capacitados para exercerem
suas funções junto a todo aporte tecnológico.
De acordo com Schwab, a sociedade está por enfrentar uma mudança tão
profunda, que da perspectiva da história humana, nunca houve um momento tão
promissor, uma revolução que impactará na forma de se relacionar, trabalhar e no estilo
de vida da humanidade, corroborando com o surgimento de tecnologias que interligam
os mundos físico, digital e biológico, com impacto não só na indústria, mas em todos os
viviam também. A modernidade e a contemporaneidade deram origem a uma nova sociedade que emergia
dos processos de Revolução, tendo sido condicionada, principalmente, pela revolução Tecnológica, a
Sociedade Informacional. Esta tem como matéria prima o conhecimento, e este, não só influência nos
métodos e processos de produção como também na forma e no rumo da nova sociedade (Cuogo, “Reflexo
da Terceira Revolução Industrial”).
10
Nesse sentido, Lima & Neto explicam que o século XVIII, foi uma sucessão de
invenções que deu origem ao modo de produção fabril, no qual uma série de melhorias
no processo produtivo contribuiu para o prelúdio da Revolução Industrial. Tal Revolução
transformou a capacidade produtiva inglesa. De modo geral, foi além do aparecimento
de novas máquinas e fábricas, aumento de produtividade e do nível de renda. Na
verdade, foi uma Revolução que transformou a Inglaterra e o continente europeu de uma
forma brilhante, com consequências enraizadas nas relações sociais.19
Assim, as tarefas, que antes eram executadas arduamente à mão por centenas
de tecelões, usando cada um à sua fiandeira, foram levadas para grandes máquinas de
tecer e, dessa maneira, nasceu a fábrica, provocando o surgimento da manufatura em
grande escala e acarretando o aumento substancial da produtividade do trabalho.
A isso, Cavalcante & Silva enfatizam que a Primeira Revolução Industral não se
limitou a um conjunto de transformações técnicas e tecnológicas aplicadas no processo
de produção de mercadorias. Há uma outra dimensão, de caráter social, que
12
Neste período surgiu para essa principal e inovadora forma de produção material
dos bens de consumo, Frederick Winslow Taylor e Henry Ford como os principais
responsáveis. Cada um com sua respectiva teoria e prática, desenvolvida numa
civilização capitalista onde a burguesia se encontrava no centro econômico, se tinha o
crescimento urbano facilitado pelo êxodo rural que acontecia de forma rápida, e como
consequência, de forma natural, se tinha o aumento da classe operária.
24 Vale lembrar que revoluções não são difundidas de forma homogênea no mundo, pois é necessário
considerar os contextos e acessos das populações heterogêneas em termos sociais e econômicos. Como
retrata Schwab, a “segunda revolução industrial ainda precisa ser plenamente vivida por 17% da população
mundial, pois 1,3 bilhão de pessoas ainda não tem acesso a eletricidade” (Schwab, A Quarta Revolução
Industrial, 244).
25 O setor industrial foi transformado. O trabalho tornou-se ainda mais especializado. Com o modo de
produção capitalista, a divisão de classes fica evidente com a separação nítida dos donos da nova
indústria, a burguesia industrial, dos trabalhadores, a classe proletária (Hobsbawm, 1996).
26 Santos, “Indústria 4.0: Sistemas Inteligentes.”
15
uma determinada parte do processo de forma que domínio das tomadas de decisões era
estabelecido ao longo do processo produtivo.
Com relação a Henry Ford, criador do Fordismo, que teve início no século XX,
movimento que surgiu com base na filosofia de produção em massa que consistia em
elevar a oferta de produtos a preços básicos para conquistar uma maior quantidade de
consumidores. Tal movimento, era caracterizado pela busca de inovações e de
melhorias constantes de novos produtos e técnicas de produção visando um melhor e
maior desempenho industrial, estabelecendo um progresso tecnológico e científico.
Pode-se dizer que essas especificações se estendem até os dias atuais na busca de se
inserir no capitalismo do mundo globalizado.27
O mundo, após a segunda metade do século XX, ou seja, alguns anos após o
término da Segunda Guerra Mundial (1945), ingressou em uma etapa de profundas
evoluções no campo tecnológico, desencadeadas, principalmente, pela junção entre
conhecimento científico e produção industrial, ou seja, ingressou na Terceira Revolução
Industrial29. Nesse período, praticamente todos os conhecimentos alcançados nas
pesquisas foram rapidamente repassados para o desenvolvimento industrial. Alguns
dizem que a Terceira Revolução Industrial tem tudo a ver com a era da informação, que
expandiu muito o alcance dos serviços comercializáveis internacionalmente e tendeu a
transferir muitos empregos para a China, o Vietnã, a Tailândia, a Indonésia, onde a mão
de obra de manufatura era mais barata, e para a Índia, principalmente no setor de
avanço, haja vista que a terceira revolução é também conhecida de revolução informacional
16
intuito, entretanto, é deixar subentendido que o sistema desenvolvido por Ford dependeu e foi plenamente
viabilizado pela anterior difusão das práticas tayloristas. Especificamente a esse respeito, consultar Pinto,
“Uma Abordagem metodológica”; e Pinto, A Organização do Trabalho no Século 20.
33 O Sistema Toyota de Produção (STP) foi fundado por Taiichi Ohno, Engenheiro Chefe da Toyota Motor
Company, Diretor e Vice-presidente da empresa entre 1943 e 1978. No STP qualquer desperdício é igual
à perda de esforços, de materiais e de tempo. Logo, a lógica do sistema é que tudo o que gerar custo e
não agregar valor deve ser eliminado. Também por isto este modelo é conhecido como lean production,
produção enxuta.
17
Nesse sentido, Medeiros & Rocha38 resumem que a Terceira Revolução Industrial
constitui um processo difuso que repercute na dimensão cultural; o chamado pós-
modernismo influencia a arte e os costumes. No que diz respeito à política e à economia,
gerou o chamado neoliberalismo e a era da globalização. Essa transformação no modo
e produção corre simultaneamente na organização do Estado e no processo de trabalho
dos setores: primário (agropecuária, extração de minérios), secundário (indústria,
pesquisa e informática) e terciário (serviços), sendo este último, no âmbito do setor da
saúde.
Essa percepção deve ser tomada sem ideologias, pois a flexibilidade tanto pode
ser libertadora (a pessoa se livra de várias intermediações) como repressiva (redução da
privacidade).
Outro fator a ser destacado com relação a Terceira Revolução Industrial foi o
grande processo de transformação que abrangeu o âmbito cultural, definido como pós-
modernismo, influenciando a arte e os costumes. Com relação a política e a economia,
resulta no que pode ser definido como pensamento neoliberal e o marco da globalização,
o que modifica e transforma toda uma organização de estruturação de produção do
Estado, sendo eles os setores: primário, como a agropecuária, secundário, como a
indústria e pesquisa e terciário, o setor de serviços.42
39 Ibid.
40 Cuogo, “Reflexo da Terceira Revolução Industrial.”
41 Ibid.
42 Medeiros & Rocha, “Considerações sobre a Terceira Revolução Industrial.”
20
A Quarta Revolução vem para mudar alguns paradigmas existentes nas três
primeiras revoluções, ou seja, ela vem causando uma grande e contínua transformação
não só nos processos, mas, também nos relacionamentos e nos hábitos de consumo. A
transformação está sendo tão grande que é denominada de quarta revolução industrial.
43 A Quarta Revolução Industrial ou também conhecida como Indústria 4.0 na verdade é um conceito criado
pelo alemão Klaus Schwab, Fundador do Fórum Econômico Mundial, onde teve seu início no ano de 2011
quando o governo alemão introduziu a revolução 4.0.
44 A Quarta Revolução Industrial é a fusão dessas tecnologias e a interação com as dimensões física,
digital e biológica que tornam o fenômeno atual diferente de todos os anteriores. Tecnologias emergentes
e inovação em ampla escala têm se difundido mais rapidamente e de maneira mais ampla do que em
movimentos do passado (Schwab, A Quarta Revolução Industrial ).
45 Schwab, A Quarta Revolução Industrial, 16.
21
Por sua vez, Kovaleski admite que “todas as revoluções industriais trouxeram
novos conceitos de produção e, principalmente, novas tecnologias, refletindo a
necessidade de integração de todo o processo produtivo, tornando-se gradativamente
um desafio”49, ou seja, as revoluções industriais consideram as inovações disruptivas
como centrais no processo de acelerar e alavancar a industrialização.
Por sua vez, Buisàn & Valdés, complementa que o que diferencia a quarta
revolução industrial das anteriores é que, as três revoluções anteriores, apesar de terem
contribuído com melhorias nos processos ao longo das cadeias globais de valor, não
demonstraram capacidade de interconexão entre máquinas, produtos, fornecedores e
consumidores, bem como não desenvolveram tão rapidamente ou geraram tanta
conectividade quanto está.50
46 Cyber-Physical Systems (CPS) são sistemas que integram computação, redes de comunicação,
computadores embutidos e processos físicos interagindo entre si e influenciando-se mutuamente.
47 Collabo, “A Indústria 4.0 e a Revolução Digital.”
48 Martins, “A Indústria 4.0,” 27.
49 Kovaleski, “Gestão de Recursos Humanos,” 23.
50 Buisán & Valdés, “La Industria Conectada 4.0,” 89.
51 Bertulucci, “O que é a Indústria 4.0.”
52 Para Moreira, a Alemanha não foi o único país a identificar o grande potencial dessa tecnologia. Os
termos “Produção Inteligente”, “Fabricação Inteligente” ou “Fábrica Inteligente” passam a ser usados na
22
autonomia para agendar manutenções, prever falhas nos processos e se adaptar aos
requisitos e mudanças não planejadas na produção.
Sobre essa questão, Yoon, Shin & Suh, explicam que uma fábrica inteligente deve
combinar tecnologia de computação ubíqua como facilitador para resolver problemas no
chão de fábrica com os elementos existentes.53
Por sua vez, ao avaliar os impactos disruptivos destacados por Schwab, advindos
pela Quarta Revolução Industrial, percebe-se que a natureza do trabalho também será
transformada pelo fato de que atualmente mais empregadores estão usando a “nuvem
humana”54 para que as coisas sejam feitas. Ou seja, as atividades profissionais passarão
cada vez mais a ser separadas em atribuições e projetos distintos e, em seguida, serão
lançadas em uma nuvem virtual de potenciais trabalhadores, localizados em qualquer
lugar do mundo.
Nesse sentido, Schwab adverte que nessa Quarta Revolução Industrial o talento 55,
mais que o capital, representará o fator crucial da produção. Dada a crescente taxa das
mudanças tecnológicas, essa nova revolução exigirá e enfatizará a capacidade de os
trabalhadores se adaptarem continuamente e aprenderem novas habilidades e
abordagens dentro de uma variedade de contextos.
Conforme relatam Stevan Jr, Leme & Santos, a indústria 4.0 traz muitos desafios
e muitas oportunidades, pois o processo de produção conta com a ideia integrada de
vários setores envolvidos.56 Esses processos vão além dos limites das indústrias, pois
passa por outras áreas envolvidas na entrega do produto, como pesquisa e
desenvolvimento (P&D), marketing, logística entre outras.
Europa, na China e nos Estados Unidos para se referir especialmente à rede digital de produção para criar
sistemas de fabricação inteligente (Moreira, Indústria 4.0.).
53 Yoon, Shin, & Suh, “A Conceptual Framework for the Ubiquitous Factory.”
54 A “nuvem” aqui referida possibilita que as conexões entre o mundo sejam mais rápidas e fáceis de usar,
podendo proporcionar as coisas mais complexas, processando dados de forma potente e barata,
eliminando atritos tanto no âmbito dos negócios quanto nas interações humanas.
55 Schwab afirma que à medida que a digitalização e automação da produção se for consolidando haverá
uma deslocação física dos trabalhadores em relação às tecnologias usadas no processo de produção. O
autor realça que no futuro, o talento da força de trabalho irá sobressair ao capital, representando um fator
crítico de produção (Schwab, A Quarta Revolução Industrial).
56 Stevan Jr, Leme, & Santos, Industria 4.0.
23
No entanto, convém destacar que, segundo Schwab, podemos ter certeza de que
as novas tecnologias mudarão de forma relevante a natureza do trabalho em vários
setores e ocupações. A incerteza tem a ver com a quantidade de postos de trabalhos
que serão substituídos com a automação e até onde irá essa grande transformação. Os
seres humanos possuem uma incrível capacidade de adaptação, mas há uma grande
dúvida: quanto tempo ele precisará para se ajustar a essa nova realidade.
Ao contrário do que ocorreu nas três primeiras revoluções, em que não se tinha
uma noção de para onde cada uma delas nos levaria, agora podemos pelo menos, se
não com precisão, vislumbrar que os impactos e transformações na sociedade do século
XXI serão enormes, talvez maiores que as anteriores. Daí a necessidade de
compreendermos que as transformações sociais e econômicas promovidas pela
Indústria 4.0, por adotar uma nova forma de produção de bens e serviços, serão
consideravelmente diferentes, e que num primeiro momento haverá uma redução
drástica da mão de obra, em especial daquela não qualificada, e talvez, em alguns casos,
a não utilização de mão de. obra.
A Quarta Revolução Industrial ainda está nos seus primórdios, mas a sua
influência na sociedade é muito profunda e abrangente. Esta nova combinação de várias
tecnologias está levando a mudanças de paradigmas sem precedentes na economia,
nos negócios, na sociedade, e no próprio individuo e sua relação com o mundo exterior.
57 Frente a essas colocações percebe-se que a “revolução” denota mudanças abrupta e radical. Contudo,
elas têm ocorrido quando novas tecnologias e formas de perceber o mundo desencadeiam alterações
profundas nas estruturas sociais e nos sistemas econômicos.
Mediante esse contexto é imperativo que se reflita sobre a condição humana em um mundo que parece
linear e a tecnologia se mostra em uma curva exponencial.
58 Schwab, A Quarta Revolução Industrial, 15.
24
Segundo Schwab:
Além disso, tem se tornado cada vez mais evidente o interesse por parte da
indústria em profissionais mais qualificados para lidar com novos desafios emergentes
no ambiente do trabalho, deixando clara a importância das instituições de ensino nesse
processo de transição do sistema industrial.
Esta é a nova realidade das indústrias do futuro. O que de fato necessita ser
entendido é que a mudança é necessária e fundamental, e que a quarta revolução
industrial, assim como todas as revoluções passadas (ver Figura 1), estabelece uma
ampla transição tecnológica ao meio produtivo de maneira que os diversos setores
passarão a vivenciar um novo ambiente de ruptura em que haverá a criação de novos
modelos de negócios com maior flexibilidade e qualidade.
CAPÌTULO 2
Tecnologias da Indústria 4.0
28
CAPÍTULO 2
TECNOLOGIAS DA INDÚSTRIA 4.0
Essa nova Era Industrial engloba tecnologias de ponta que objetivam flexibilizar a
produção e transformar sistemas produtivos simples em colaborativos, além de trazer
um conjunto de mudanças nas estratégias empresariais, em sua organização, modelos
de negócios, cadeia de suprimentos, processos, produtos e em suas relações com as
partes interessadas (stakeholders).
62 O Boston Consulting Group estabeleceu nove pilares que se caracterizam como blocos na construção
da Indústria 4.0, com potencial de beneficiar técnica e economicamente os envolvidos na indústria e na
sociedade em geral.
Schwab define como impulsionadores tecnológicos da Quarta Revolução Industrial (Schwab, A Quarta
Revolução Industrial, 23..
63 Coelho, “Rumo a Indústria 4.0,” 22.
64 Collabo, “A Indústria 4.0 e a Revolução Digital.”
65 Schwab, A Quarta Revolução Industrial, 148.
29
Sobre essa questão, Coelho enfatiza que a Indústria 4.0 é um novo paradigma
que combina técnicas avançadas de produção operação com sistemas digitais
inteligentes. Com isso, é possível vermos empresas digitais não só interligadas e
autônomas mas com capacidade de se comunicar, analisar e usar dados para
impulsionar ações inteligentes adicionais de volta ao ambiente físico.73
Rubmann et al75 afirmam que algumas dessas tecnologias já são realidade para
várias indústrias. Entretanto, a tendência é que eles transformem a produção, agregando
aos fluxos produtivos automatizados as células de fabricação normalmente isoladas.
Com isso, há um aumento na eficiência e mudanças nas relações entre produtores,
fornecedores e clientes, assim como entre homens e máquinas, e eles devem também
debater sobre a necessidade de adaptar a infraestrutura e a educação adequadamente.
De acordo com Schwab & Davis, a Quarta Revolução Industrial terá “foco em
sistemas e não em tecnologias”76. O pensamento do pesquisador pode ser explicado
pelos sistemas norteadores da conectividade entre dispositivos inteligentes – claro que
as bases serão ainda as evoluções tecnológicas da Terceira Revolução Industrial. Porém
podemos entender que a característica principal da Quarta Revolução Industrial seja a
maximização da automação da indústria, agora provocada pela integração plena dos
dispositivos conectados pelos sensores inteligentes da IoT. A partir de agora o desafio
que se apresenta é entendermos melhor o funcionamento e as possibilidades que podem
oferecer os sistemas integrados para a comunicação entre os dispositivos e máquinas
via sensores inteligentes.
Dombrowski & Wagner, afirmam que a Indústria 4.0 terá que permitir a
colaboração entre os sistemas ciber-físicos e os trabalhadores, oferecendo uma efetiva
realização de tarefas complexas e controle de processos e máquinas.79 O trabalho deixa
de se estruturar em torno de tarefas específicas e passa a contar com uma cooperação
interdisciplinar. As competências mudarão de capacidades específicas e relativas a um
o mercado de trabalho precisou mudar, realocar ou até mesmo qualificar os trabalhadores. Antigamente
não era necessário ter qualificação para conseguir um emprego (primeira e segunda revolução industrial),
o trabalhador só precisava ser apto para exercer a função. Já na terceira revolução industrial o trabalhador
melhor qualificado tem vantagens sobre o que não possui qualificação. O trabalhador da Indústria 4.0
deverá ter o máximo de estudos adquiridos para poder entrar no mercado de trabalho, e necessitará estar
sempre se atualizando para que não fique defasado (Naudé, “Industrial Policy: Old and New Issues.”).
34
Essas transformações têm sido caracterizadas por uma nova era de automação
associadas à conjunção de importantes mudanças87: nas redes internas das
organizações, na internet com os avanços da chamada “Internet das Coisas (IoT)”; à
capacidade de acumulação e processamento de dados pelos avanços dos
computadores (Big Data); ao desenvolvimento da Robótica e aos profundos avanços nas
capacidades dos robôs realizarem não somente atividades rotineiras – como no
passado, na substituição do trabalho rotineiro – mas também cognitivas; associadas aos
avanços na chamada “Inteligência Artificial”; a um processo de crescente digitalização
da economia.
86 Dorigati & Luz, “Três Cenários para a Relação entre Trabalho e Gênero.”
87 Segundo Gimenez & Santos (com base em pesquisa da McKinsey), “a adaptação da tecnologia
atualmente demonstrada tem potencial técnico para automatizar aproximadamente 50% das atividades de
trabalho atuais do mundo. Enquanto a data em que isso poderia acontecer seria em torno de 2055.”
(Gimenez & Santos, “Indústria 4.0,” 2, NdA nº 5).
88 Aires et al. “Indústria 4.0,” 7.
36
Em vista disso, quanto maior o nível de inteligência das fábricas, maior o impacto
com relação ao papel desempenhado pelos trabalhadores. Para tanto, além de
treinamento adequado, “o operador exigirá menos treinamento específico de máquina e
produto, mas precisará de recursos aprimorados para utilizar dispositivos digitais e
software e acessar repertório de conhecimento digital.96 Sendo assim, é necessário que
97 Ibid.
98 Ibid.
40
Sobre essa questão Polato, enfatiza que da união entre tecnologia e conteúdos
nascem oportunidades de ensino, entretanto é necessário analisar se essas
oportunidades são significativas, por exemplo, quando as tecnologias ajudam a enfrentar
desafios atuais, como encontrar informações na internet e se localizar em um mapa
virtual.102
101 Silva & Cruz, “As Contribuições das Tecnologias de Informação e Comunicação”.
102 Polato, “Um Guia Sobre o Uso das Tecnologias.”
103 Maria Elizabeth B. Almeida, “Tecnologias Digitais na Educação”.
104 Passerino, “Informática na Educação Infantil,” 4.
42
também do dia-a-dia dos alunos, assim, a metodologia adotada pelo professor deve
contribuir para que este recurso seja incorporado a sua prática e permita resultados
positivos na aprendizagem, além de permitir que os alunos sintam-se mais motivados e
que expressem seus sentimentos, ideias e emoções.107
Dessa forma, o aprender não é mais um trabalho mecânico, mas sim um processo
de construção e transformação do conhecimento, no qual o papel do professor é de
fundamental importância como questionador, investigador e incentivador dessa
construção e transformação vigente na contemporaneidade.
Segundo Castells:
O avanço das novas tecnologias pode ser o motivo que favoreceu para que as
instituições de ensino e, em particular as formas de ensino-aprendizagem, não
acompanhassem a evolução e disponibilidade tecnológica.
Para Ulhôa et al., a escola contemporânea não pode mais ser vista como
transmissora de conteúdos, e sim, deve formar alunos capazes de pensar, refletir e
propor soluções diante de questões atuais. Trabalho em equipe e cooperação deve ser
o foco dos educadores modernos, favorecendo a formação de indivíduos críticos e
participativos diante de novas demandas exigidas.117
Ainda que seja muito discutida a importância de uma prática docente reflexiva,
que promova o pensamento crítico, parece que as metodologias utilizadas pelos
professores não conseguem, efetivamente, se articular neste sentido, pois, segundo
Freiberger & Berbel, a ênfase em “conteúdos que ‘precisam ser vencidos’ no decorrer
dos bimestres letivos, a busca prioritária pelos resultados e, em alguns casos pelas
notas, faz com que o professor acabe sendo um transmissor desses conteúdos”119 e
assim adotem metodologias mais mecânicas, como a cópia e a resolução de
questionários mais diretos, onde não há muito estimulo à discussão.
Ainda segundo Wall, Prado & Carraro, as estratégias de ensino utilizadas devem
estimular a cooperação para o trabalho em equipe e a comunicação, considerando as
peculiaridades de cada aluno e respeitando seu tempo de aprendizagem. 121
Schwab afirma que “as instituições acadêmicas costumam ser consideradas como
um dos locais mais importantes para as ideias pioneiras”126.
humanas, sendo mais provável a valorização cada vez mais expressiva do trabalho
humano como parte fundamental do sistema de produção, tendo as tecnologias como
suporte para otimizar tais habilidades.127
nova postura do professor, uma prática pedagógica que se volte para as demandas do
educando e para a realidade permanente.129
As metodologias ativas são pontos de partida para avançar para processos mais
avançados de reflexão, de integração cognitiva, de generalização e de reelaboração de
novas práticas.
As metodologias ativas têm como objetivo a atuação do aluno frente a sua própria
conquista de aprendizagem. Esta pode favorecer o aluno em diversos aspectos, dando-
lhe características excepcionais não só para sua vida profissional, como também
pessoal. Estas podem ser aplicadas a partir de diferentes métodos, contudo, seguem o
mesmo perfil onde o professor torna-se tutor e o aluno ator principal das atividades
propostas.131
Portanto, para cada qualidade que o professor busca identificar no aluno, temos
metodologias que melhor desenvolvem essas qualidades, conforme menciona Moran:
Dado o esposto, segundo Oliveira & Mussi, “as metodologias ativas proporcionam
formar espaços de aprendizagem, nos quais, o conhecimento é construído coletivamente
através da personalização dos processos de ensino e aprendizagem”. 134
CAPÌTULO 3
O Surgimento da Companhia de Jesus
54
CAPÍTULO 3
A ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO: FEI/SBC (ESAN/SBC)
Antes de partilhar minha experiência pedagógica vivida na FEI, irei discorrer sobre
a Companhia de Jesus e a pedagogia inaciana.
Decidido a imitar Jesus, como um estranho peregrino, partiu para Jerusalém. Sua
primeira parada foi na abadia de Montserrat, onde se consagrou como servidor de Jesus.
Deixou a espada e o punhal diante do altar de Nossa Senhora de Montserrat, trocou suas
roupas de fidalgo pelas de um mendigo, ficou toda a noite em vigília e seguiu
mendigando seu sustento, passando quase todo o seu tempo em oração.
Em Paris, por volta de 1534, um grupo de amigos de Inácio juntou-se a ele com a
intenção de fundar a Companhia de Jesus. O primeiro dos companheiros era Pedro
Fabro, depois vieram Simão Rodrigues, Francisco Xavier, Diogo Laínez, Afonso
Salmerón e Nicolau Afonso.
Os seis jovens liderados por Inácio formaram um grupo bem unido de “amigos no
Senhor”.
Mais tarde, estes exercícios vieram compor um opúsculo que se tornou um marco
na história da espiritualidade cristã.
Mais três companheiros passaram a fazer parte do grupo de jovens: Cláudio Jayo,
João Codure e Pascásio Broet.
... parecia ver Cristo com a cruz às costas, e junto d’Ele o Eterno
Pai que lhe dizia: “Quero que tomes este por meu servidor”. E assim
Jesus o tomava e dizia: “Quero que tu Nos sirvas.139
Em 1773 a Companhia de Jesus foi suprimida por uma Bula Pontifícia, destruindo
uma rede de 845 instituições educacionais espalhadas por toda a Europa, as Américas,
Ásia, e África. A supressão só não teve efeito na Rússia, permanecendo lá alguns poucos
colégios.
Em 1814 o Papa Pio VII restaurou a Companhia, alegando que sua decisão era
para que a Igreja pudesse contar novamente com os benefícios de sua experiência
educativa.
Retomado o trabalho educativo, em 1832 foi publicada uma nova versão da Ratio
Studiorum.
Existe aqui uma forte preocupação pelos “direitos humanos”; a crescente tomada
de consciência da interdependência de todos os povos; a importância do respeito pela
“vida humana”, pelo “meio ambiente” e o desenvolvimento de uma “comunidade de
solidariedade”.
O termo cultura deve aqui ser compreendido em seu sentido mais profundo e
global.
❖ Ação – Consiste em conhecer bem a realidade para nela atuar. A ação deve
se estender por duas vertentes: do mundo físico, por meio das técnicas e da
tecnologia; do mundo sociocultural, por meio do combate aos falsos valores,
às ideias estereotipadas, à luta pela justiça, pela solidariedade e pela paz.
Abrange os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso.
❖ Província da Bahia
BAHIA 72 32 15 121
Um estudo sobre uma Instituição Educacional não pode deixar de explorar a figura
de seu fundador, que neste caso, além de ser dotado de espírito empreendedor, exerce
forte influência sobre a cultura da organização. Este conhecimento é de fundamental
importância para a compreensão da cultura organizacional e seus valores. A
personalidade do fundador imprime sua marca na instituição, deixando-a como legado
às gerações seguintes.
Grande parte de sua vida esteve vinculada à questão social, com especial
relevância nos problemas dos trabalhadores. Homem de temperamento expansivo e
dinâmico não conseguia fazer nada com morosidade. Não suportando mediocridade,
vivia numa angústia ininterrupta, carregando como lema:
Fiel à sua filosofia: ”a indústria devia manter a formação dos profissionais de que
ela necessitava”, iniciou a luta pelas doações.
Em 1944 fez a primeira de uma série de viagens aos Estados Unidos com a
finalidade de conhecer a organização, os currículos e os métodos utilizados pelas
Universidades americanas, além de angariar subvenções e equipamentos para suas
escolas, instituições e seu novo empreendimento: FEI – Faculdade de Engenharia
Industrial.
Para melhor propagar suas obras montou em Washington, D.C., uma exposição
com o material doado, principalmente os equipamentos conseguidos para a Clínica
Santo Inácio, onde oferecia serviços médicos e odontológicos para operários e pessoas
carentes.
Inicialmente ela passou a funcionar no “morro” como era chamado o local onde
funcionava a ETI – Escola Técnica Industrial, situada na Avenida Pereira Barreto no
centro da cidade de São Bernardo do Campo. Este pavilhão foi cedido a pedido do então
prefeito Lauro Gomes.
Identidade
Deste modo, como instituição educacional jesuíta, a ESAN tem em sua cultura os
seguintes valores que lhe dão um caráter distintivo: FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL,
“CURA PERSONALIS” COMO MÉTODO, O “MAGIS” COMO BUSCA DA MELHOR
QUALIDADE e EDUCAÇÃO PARA A PROMOÇÃO DA JUSTIÇA.
Missão
“Nortear os alunos não só pela ânsia de instruí-los para o presente, mas também
educá-los para o futuro”.
Perfil Profissiográfico
Objetivos Educacionais
Instituições Complementares
72
O CIEP, órgão que conta com o trabalho de dois professores e quatro estagiários,
visa principalmente promover a extensão do ensino voltado à pesquisa e tem como
proposta de trabalho superar os limites da formação acadêmica. Desenvolvendo
atividades relacionadas com empresas de pequeno e médio porte da economia formal e
informal da região, tem como objetivos:
Desta forma, devemos explicitar mais amplamente o conceito proposto por Schein
que tem sido utilizado como um referencial teórico e metodológico na maioria das
pesquisas sobre cultura organizacional.
A cultura de uma organização pode ser aprendida em vários níveis segundo este
autor:
CAPÌTULO 4
A Identidade Inaciana
76
CAPÍTULO 4
A IDENTIDADE INACIANA
Assim, a resposta aos novos desafios não requer apenas um novo método para
pensar sobre o problema, mas também exige novas competências e culturas gerenciais
capazes de traduzir o pensamento em ação. Para isto, ela pode beneficiar-se do
conhecimento resultante de inúmeras pesquisas realizadas na área das Ciências do
Comportamento, que quando aplicado na administração provoca fortes mudanças na
forma de perceber a organização.
A face informal das organizações, criada pela própria iniciativa de seus membros,
não pode ser excluída nem tampouco ignorada. Desvendá-la é um dos grandes objetivos
do enfoque comportamental da administração moderna.
Uma vez que valores organizacionais também fazem parte deste conjunto de
variáveis e considerando-se que as instituições que perduram no tempo estão
equacionadas por valores, entendemos que eles também devem ser compartilhados por
todos, a fim de que possam auxiliar na formação de um ambiente social satisfatório e
adequado para o bem-estar comum.
Com esta orientação as escolas evidenciam que, para atingir gradualmente sua
maturidade, trabalham sempre comprometidas e co-responsabilizadas pela preservação
e manifestação dos valores transpostos dos ensinamentos de Santo Inácio, conhecidos
como valores inacianos.
Deste modo, em termos ideais, consideramos que a cultura deva ser internalizada
por todas as pessoas, a fim de que elas tenham comportamentos manifestos que
confirmem os padrões esperados. Acreditamos que o principal elemento desta relação
seja a identificação das pessoas com os valores organizacionais.
Esta liberdade pode ser aferida na medida em que as mais importantes decisões,
neste tipo de organização, sejam tomadas pelos órgãos colegiados, ou seja, por um
conjunto de professores que tem representatividade acadêmica.
Segundo Katz & Kahn, quando as pessoas têm em comum certas metas e
expectativas mútuas sobre como devem agir para a consecução dos objetivos
organizacionais, as pressões de controle tendem a ser mais resultantes destas
expectativas e valores compartilhados do que de normas impostas pela organização.157
Deste modo, podemos afirmar que a atividade cooperativa engendrada tem sua origem
baseada mais nos valores compartilhados do que nas exigências imperativas de uma
tarefa objetiva.
Sob esta ótica, convém notar que quando se trata de instituição educacional na
qual a jornada de trabalho dos professores é relativamente insignificante por causa do
reduzido número de horas aula, podemos nos defrontar com uma situação um pouco
diferente. Muitos professores poderão não compartilhar dos valores organizacionais, por
não se sentirem envolvidos com a escola na qual ministram suas aulas. Deste modo,
pertencendo a várias organizações, até mesmo não educacionais, criam muitos grupos
de referência e passam a ter sistemas próprios de valor.158
Este conjunto de fatores tem estimulado alguns estudiosos nos últimos anos, tais
como Buchanan, e Cook & Wall,a desvendar este enigma.160
As metas, como também os valores defendidos por uma organização, têm sido
predominantemente apontadas pelos pesquisadores como elementos do sistema
capazes de suscitar em seus empregados atitudes favoráveis ou desfavoráveis frente a
ela.161
Por outro lado, na medida em que as metas perseguidas pelos indivíduos são
divergentes ou até mesmo opostas entre si, ou ainda, na medida em que as metas
individuais são conflitantes com as metas organizacionais, passa a predominar um
ambiente de competição ou de oposição.
Trust”.
161 Siqueira, “Antecedentes de Comportamento de Cidadania Organizacional,” 169.
81
Isto dificulta, sem dúvida, o compartilhar dos valores institucionais que depende
da percepção e da avaliação que o professor faz dos mesmos, levando a maior
discrepância entre a cultura ideal e a cultura real da organização, pois a forma autocrata
ignora o contexto no qual o comportamento acontece. Na verdade, a coerência entre a
cultura ideal e a cultura real depende da percepção e da avaliação que o docente faz
das dimensões relevantes da escola, como os valores e as normas. 163
indivíduo acredita que deva fazer em uma dada situação. Talvez a imagem convencional
ou ideal e o comportamento praticado não coincidam.
Neste estudo focamos os valores culturais como uma das variáveis capazes de
influenciar a face humana da organização.
Este modelo reflete a opinião de que o homem, embora visto como uma coletânea
de sentimentos, é a peça mais importante das organizações. É evidente que estes
sentimentos devem ser considerados.
164 Elton Mayo (1880-1949), psicólogo, professor sociólogo e pesquisador das organizações.
165 Maximiano, Teoria Geral da Administração.
84
Contudo, muitos dos gestores das instituições de ensino não tomaram ainda
consciência do quanto estes problemas afetam o processo ensino/aprendizagem.
Deste modo, pode-se admitir que para compreender sua cultura, suas crenças e
seus valores, é preciso primeiro compreender a visão de seus fundadores. Muitas vezes
os valores iniciais influenciam e persistem na orientação da administração. Quando isto
acontece, sua identidade original conserva-se inalterada. Outras vezes, em virtude do
caráter complexo que a instituição vai assumindo, os valores podem ficar tão distorcidos
que a organização perde sua identidade.
Por isso, tentar conhecer a organização apenas por meio de estatutos e relatórios
pode não ser o mais adequado. Estes documentos formais nem sempre revelam a
realidade existente no presente momento histórico.
É preciso pensar no aluno hoje e em um novo contexto ao qual está inserido. Esse
contexto nos apresenta um mundo profundamente impactado pelo avanço tecnológico
e, ao mesmo tempo, por profundas transformações sociais. Há demandas diferentes e,
ao mesmo tempo, indivíduos que aprendem de forma diferente, em tempos e espaços
Por outro lado, dentro dos limites do sistema educacional de hoje (e procurando
ultrapassá-los), os professores estão mais interessados em dar voz ativa ao aluno, em
formar seres capazes de se expressar por si mesmos, de dar suas opiniões e tirar suas
próprias conclusões. Pessoas capazes de refletir com consciência crítica sobre a
realidade, e de transformá-la.
educadores que sabem captar os sinais dos tempos e cumprir seu papel de construtores
de uma nova história pedagógica em que as novas tecnologias na sala de aula
constituem uma das mais significativas diferenças.
CAPÌTULO 5
A Minha História de Vida Profissional em uma Instituição Inaciana
93
CAPÍTULO 5
A MINHA HISTÓRIA DE VIDA PROFISSIONAL EM UMA INSTITUIÇÃO
INACIANA
O primeiro contato com a escola e com a sala de aula foi intercalado por alegrias
e expectativas. Nesse momento, eu iniciava a formação da identidade profissional de
professor. Essa identidade se deu na aprendizagem da docência, na aquisição de
saberes específicos e pedagógicos provenientes da prática, o que me levou a mudar de
atitude e até mesmo o modo de pensar e de agir, que havia sido internalizado ao longo
da minha graduação no curso de Engenharia. Foram desafios importantes ao longo da
minha carreira e da percepção que eu tinha como profissional e assim, foram trabalhados
na medida que minha identidade foi mudando e projetando novos valores e novas
atitudes vinculadas ao papel de professor.
A habilidade de professor começava a entrar em campo, mas tudo era feito com
um estilo de engenheiro: cartesiano, racional e lógico.
Behrens coloca como ponto de proveitosa reflexão para o profissional que opta
pela docência, tomar consciência de que, “ao adentrar a sala de aula, o seu papel
essencial é o de ser professor”.176
Na sala de aula se contava com recurso exclusivo do uso de giz, quadro negro, e
o livro didático e, considerando as exigências daquela época, esses recursos eram
satisfatórios e traziam os devidos resultados para a prática escolar. O livro era usado na
forma de “guia”, onde se podia determinar o conteúdo a ser trabalhado bem como a
metodologia a ser utilizada.
A transmissão dos conteúdos era feita via exposição oral e/ou demonstrações,
cabendo ao aluno decorar e repetir a sequências em situações semelhantes.
Havia um predomínio do discurso da minha parte que exigia atitude receptiva dos
alunos e impedia qualquer comunicação entre eles durante as aulas. O reconhecimento
da estrutura hierárquica da sala de aula me colocava em um grau de superioridade em
relação ao aluno, do qual era exigido atenção e silêncio absoluto como garantia para
assegurar o respeito e a disciplina.
96
Hoje, tal exigência deixa de existir, porque acredito que com tantos anos de
magistério no ensino superior me tornei mais flexível, e essa flexibilidade é necessária
para manter uma relação aberta, harmoniosa e de respeito mútuo com os alunos. Fica
claro também, que o fato de ter essa postura de relacionamento com os alunos não
significa que a minha autoridade como professor deixa de existir.
Outra técnica que eu utilizava era saber como fazer perguntas para a classe toda
e ou apenas aos alunos que levantavam a mão para responder. Na verdade, eu escolhia
qual era o aluno que daria a resposta. Era uma técnica, do meu ponto de vista, eficiente
não só para avaliar o que o aluno aprendeu, mas, também, para deixar a sala atenta.
Talvez hoje em dia, possa ser vista como vexatória ao aluno, mas, se feita corretamente
97
é o jeito mais eficiente de ouvir os alunos que gostariam de responder, mas hesitam em
levantar a mão para perguntar.
Existia, porém, uma parcela de alunos que, mesmo dedicando-se aos estudos,
não conseguia aprovação na minha disciplina que era do ciclo básico, e apresentava
altos índices de retenção. Então, onde estaria a falha? É notório que a maioria dos alunos
universitários brasileiros cursa o ensino médio em escolas públicas cujo nível de ensino,
na maioria das vezes, é de baixa qualidade, ou em escolas privadas que às vezes
também não oferecem um ensino de boa qualidade. Especificamente esses alunos,
quando chegam às universidades, demonstram um fraco aproveitamento nas disciplinas
da graduação, as quais exigem conhecimentos que deveriam ter sido adquiridos no
ensino médio. Percebia-se que existia uma pequena parcela de alunos que tinha um
conhecimento adequado ao bom desenvolvimento do curso.
A FEI sendo uma fundação de caráter religioso, tinha em sua missão educativa
fazer com que esses alunos evoluíssem em seus aproveitamentos em cada disciplina.
Ela oferecia programas de apoio e nivelamento aos alunos ingressantes, tais como;
plantão de dúvidas, monitorias e outros, que facilitava para nós professores manter uma
certa qualidade nas aulas.
média final do ano era considerado reprovado e o que conseguia atingir era aprovado
para cursar a série subsequente.
Convém destacar que, como professor, ficava atento ao fato que os alunos tinham
o hábito de apenas memorizarem mecanicamente e acreditarem que compreenderam o
assunto, quando na realidade podem ter aprendido apenas um conjunto vago e difuso
de palavreados. Esse hábito parecia ser muito comum durante as aulas, pois pelo
momento atual em que é feita a educação escolar, os alunos procuram somente a
praticidade dos conceitos apresentados, deixando de lado o pensamento analítico, tão
importante para que ocorra uma aprendizagem significativa. Sentia a necessidade de
explorar o pensamento analítico dos meus alunos, sabendo de antemão que não teria
um retorno desejável.
Outro aspecto que levava em consideração nas minhas aulas para uma boa
apresentação era a utilização do “humor”, onde percebia, de uma maneira geral, os
alunos se aproximarem com maior facilidade, porém é claro que não havia necessidade
de ministrar aulas contando piadas. Quando se fala em bom humor, significa aproveitar
os comentários proferidos pelos alunos, sejam dúvidas ou sugestões, para de forma
bem-humorada apresentar explicações conceituais em um ambiente saudável e de
descontração, mas com a parte disciplinar preservada.
Não podia deixar de abordar que até nas avaliações objetivas, as quais também
fizeram parte do curso, aprendi novas técnicas de elaboração de prova, de formatação
de exercícios de interdisciplinaridade e de apresentação das teorias.
Para isso, foi possível utilizar e usufruir das primeiras ferramentas oferecidas pela
tecnologia, a partir do ano de 2000, tais como PowerPoint, Data Show, Retroprojetor e
Internet. Esses recursos ajudaram a diversificar a prática pedagógica, promovendo uma
efetiva interação dentro do contexto escolar. Esses recursos didáticos utilizados
permitiram que os alunos conseguissem visualizar (imagens, animações etc.) o que
estava sendo trabalhado por mim, pois eu conseguia explicar melhor por meio da
visualização, e, ato contínuo, havia uma melhor fixação do conteúdo por parte do aluno.
Ainda percebo que a minha relação atual com as novas tecnologias ainda está
caminhando devagar, pois em minhas práticas ainda há pouca utilização e introdução
das novas tecnologias, talvez por ter a consciência de que devo me aperfeiçoar, me
capacitar e interagir melhor com os equipamentos, para que tenha noção do manuseio
deles, entender como devo utilizá-los, cada um com foco nos resultados esperados do
meu planejamento de sala de aula.
101
As aulas presenciais foram invertidas para aulas virtuais, com a presença do aluno
em tempo real, diferentemente do ensino a distância.
Preparar uma aula remota é bem diferente da prática presencial de sala de aula,
a dinâmica de interação com os alunos é outra, e o conhecimento das tecnologias
educacionais177 é imprescindível.
Para que as aulas remotas acontecessem de maneira satisfatória tive que adaptar
todo o meu material em prol de trabalhar o conteúdo por meio da tecnologia. Sem as
devidas formações que me qualificassem para atuar nas atividades remotas, pois são
maneiras totalmente diferentes de uma sala de aula, e tendo que arcar com meus
próprios custos e ferramentas, trabalhando por meio da internet, acredito que devo ter
demonstrado falta de habilidade para manusear os recursos digitais disponíveis.
Falas como “parece que o meu trabalho com o ensino remoto triplicou”; “com o
ensino remoto tive que ser professor, psicólogo, técnico de informática, auxiliar
administrativo, gerenciador de conflitos etc. Enquanto no presencial, dava minha aula e
177As tecnologias educacionais promovem ainda meios de colaboração para a execução das atividades e
de compartilhamento de experiências de maneira assíncrona, ou seja, as participações são registradas e
acessadas por todos a qualquer momento.
102
só”; “em todos os meus e-mails e aplicativos de mensagens, não importava o dia, ou
hora, tinha sempre um aluno perguntando ou reclamando de alguma coisa”, dava a
sensação de que o ensino remoto se desenvolvia em tempo integral.
Até aqui foi descrito um pouco o meu perfil como professor e como ainda utilizo
uma pedagogia que vem se apresentando um pouco defasada e dificultando o processo
de aprendizagem dos educandos. Agora é hora de discutir a prática, ou o que pode ser
feito para o envolvimento do aluno no processo, para que este adquira uma postura mais
participativa e protagonista em sua aprendizagem.
A partir do que foi exposto, acredito que as novas tecnologias poderão viabilizar
alguns avanços para os processos educativos179, tendo para isto a necessidade de uma
apropriação da cultura digital, que pode contribuir para a criação de novas metodologias
ativas.
- A orientação dos estudantes nas suas atividades não somente em ambientes formais de aula, mas em
qualquer ambiente informal, em qualquer tempo e espaço em que se encontram tanto os professores
quanto os acadêmicos.
- A possibilidade de flexibilização do currículo em relação a sua forma de organização, principalmente
quanto a seleção de conteúdos, metodologias de trabalho e formas de avaliação das atividades
desenvolvidas.
- Os professores passam a ser vistos como mediadores pedagógicos dos processos de ensino-
aprendizagem e não mais como fontes únicas e exclusivas no processo de construção e aquisição do
saber.
180 Berbel, “As Metodologias Ativas,” 20.
181 Gemignani, “Formação de Professores ,” 24.
104
Segundo Cardoso,
Esta ferramenta começou a ser implanta nas disciplinas que leciono, a partir de
2017. Acredito que esta metodologia pode auxiliar na compreensão dos conceitos de
forma mais detalhada e contribuir para melhorar o aprendizado dos conteúdos da
disciplina de Matemática. Tudo isso trará consequências diretas no amadurecimento do
estudante na disciplina e na qualidade do conhecimento que será levado para as
disciplinas posteriores.
Percebi que o mapa Conceitual foi capaz de promover uma aprendizagem que fez
sentido para o aluno, principalmente porque o levou a refletir e interpretar aquilo que lê.
Também se constituiu em valoroso auxiliar nas tarefas do cotidiano escolar, pois, além
de promover o ensino de novos tópicos, contribuiu para reforçar a compreensão,
identificar conceitos pouco compreendidos e avaliar qualitativamente os conhecimentos
do aluno.
184 Mapas conceituais criam oportunidades para os alunos mostrarem relações significativas entre os
conceitos estudados. Trata-se de uma estratégia adequada a mudança do paradigma da avaliação
tradicional para os processos de aprendizagem qualitativa e formativa. Sua lógica baseia-se na teoria da
aprendizagem cognitiva de David Ausubel. É uma técnica desenvolvida em meados dos anos setenta por
Joseph Novak e seus colegas na Universidade de Cornell.
106
CÁLCULO
BÁSICO
IMPLICA IMPLICA
FORMADO POR
DERIVADAS TAXA
INTEGRAIS ENVOLVE ENVOLVE MÉDIA
DE
VARIAÇÃO
IMPLICA
Usuais
Crescente
Decresc.
COM APLICAÇÃO
Concavida
de Ponto
OTIMIZAÇÃO de Inflexão
108
Ainda assim, é possível afirmar que a maioria dos alunos conseguiu evoluir na
habilidade de construir o Mapa Conceitual e consequentemente ajudou na assimilação
do conteúdo da matéria proposta, como mostra a Figura 3.
Um outro fator que causou um impacto positivo na atividade foi permitir o uso de
tecnologias (CmapTools)186 para a construção dos mapas conceituais, onde a maioria
se mostrou favorável ao uso das tecnologias nas atividades. Nesse sentido, os mapas
conceituais associados à tecnologia promovem maior participação e envolvimento dos
estudantes.
Nota-se que tais construções realizada pelos alunos é passível de revisão, na qual
as dúvidas podem ser sanadas e, assim, o tema pode ser trabalhado de uma maneira
mais rica pelos alunos, que passam, com a mediação do professor, a ter uma
aprendizagem significativa acerca do tema, possibilitando aos alunos um melhor
desenvolvimento do conteúdo proposto.
186CMapTools, software (dowload gratuito) desenvolvido na University of West Florida pelo Institute for
Human Machine Cognition (IHMC, que auxilia a construção dos mapas por meio de recursos multimídia
que podem ilustrar os conceitos, como imagens, vídeos e links, além de proporcionar a inserção de outros
mapas dentro do mapa principal.
109
TAXA
INTEGRAIS RELACIONA-SE DERIVADAS RELACIONA-SE MÉDIA
DE
VARIAÇÃO
CONSIDERANDO-SE COMPREENDENDO
Crescente
Decresc.
COM APLICAÇÃO
Concavida
de Ponto
OTIMIZAÇÃO de Inflexão
111
A prática docente que era prática no início da minha carreira como professor era
pautada em atividades prontas, sugeridas pelos livros. E que agora, depois de anos
aperfeiçoando minhas práticas, comecei a elaborar ativas mais significativas para os
alunos, partindo, algumas vezes, de situações do interesse deles ou que tenham
significado no mundo deles. Ficou bastante evidente, na metodologia adotada, através
do uso do Mapa Conceitual, a valorização da participação dos alunos, da troca de ideias
e das reflexões que emergem dessa forma investigativa de realizar o trabalho em sala
de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O caminho para que nossa sociedade seja beneficiada amplamente pela Quarta
Revolução Industrial não deve passar apenas pelo desenvolvimento das novas
tecnologias, visando aumento de produtividade, mas, sobretudo, no investimento em
educação. Faz-se imprescindível investir na formação, capacitação e requalificação das
pessoas, para que estas estejam aptas e possam atuar como protagonistas desse
processo, integrando conhecimento e tecnologia, homens e máquinas numa convivência
que possa nos levar a um novo patamar de civilização.
Pelo que foi exposto no estudo , ou seja, compreender as razões que a nova
revolução tecnológica provocará na educação e no processo evolutivo do ensino e
aprendizagem na sociedade contemporânea, percebe-se que a prática pedagógica da
escola não está mais restrita ao professor e ao aluno. Essa prática lança um desafio aos
sujeitos do processo de ensinar e aprender (professor e aluno), o de romper com práticas
mecanicistas , para que as novas práticas possibilitem o aprender e construir
conhecimentos.
Fica claro também, que não basta informatizar a escola, é fundamental repensar
o projeto pedagógico, realizando uma refexão sobre as finalidades da escola,
explicitando seu papel social, bem como quais ações deverão ser empreendidas pela
escola frente às novas tecnologias.
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