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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTANCIA

Tema:

O Papel das Redes Sociais no Processo de Ensino e Aprendizagem a Distância

Filomena Domingos Mugua - 708211228

Curso: Geografia
Disciplina: MIC II
Ano De Frequência: 2º

Nampula

2022
Índice
Introdução................................................................................................................................2

Resumo....................................................................................................................................3

Tema de pesquisa....................................................................................................................4

Contextualização.....................................................................................................................4

Problematização......................................................................................................................4

Justificava................................................................................................................................5

Hipóteses.................................................................................................................................6

Objectivos................................................................................................................................6

Fundamentação teórica............................................................................................................7

Redes Sociais Digitais.............................................................................................................7

Metodologia..........................................................................................................................12

Tipo de pesquisa....................................................................................................................12

Quanto aos objectivos...........................................................................................................12

Quanto a abordagem..............................................................................................................12

Quanto aos procedimentos ou método da pesquisa...............................................................13

Técnica de recolha de dados..................................................................................................14

A entrevista...........................................................................................................................14

Universo/amostra..................................................................................................................15

Cronograma...........................................................................................................................15

Conclusão..............................................................................................................................16

Bibliografia............................................................................................................................18

1 i
Introdução
As redes sociais podem ser transformadas em um meio para auxiliar no processo de ensino-
aprendizagem na Educação a Distância (EAD), melhorando assim tanto a interacção entre
professor aluno quanto entre os próprios alunos. Além da comunicação e troca de
informações, as redes sociais podem ajudar os professores na mediação do conteúdo com os
seus alunos. O objectivo principal deste trabalho é mostrar como as redes sociais, Facebook,
YouTube, Twitter, Whatsapp e Instagran podem auxiliar no processo educativo na EAD,
fazendo delas uma arma para chamar a atenção do aluno fazendo com que os mesmos fiquem
em constante contacto com o conteúdo estudado. Quando usamos redes sociais na EAD torna-
se possível o uso de novas estratégias e ferramentas para apoiar a aprendizagem, oferecendo
possibilidades inovadoras para servir como apoio para esse processo. Segundo Silva e Cogo
(2007), essas tecnologias estão transformando a maneira de ensinar e aprender, oferecendo
maior versatilidade, interactividade, flexibilidade de tempo e de espaço no processo
educacional. Para Almeida (2001), participar de um ambiente virtual significa actuar nesse
ambiente, expressar pensamentos, tomar decisões, dialogar, trocar informações e experiências
e produzir conhecimento.

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Resumo
Hoje em dia um dos meios de comunicação mais utilizados é a internet, e com ela as redes
sociais que se combinam para formar uma das mais poderosas ferramentas que atingem um
grande número de pessoas e essa ferramenta pode também ser transformada em um meio de
ensino-aprendizagem à distância, melhorando a interacção entre professor/aluno. O objectivo
principal deste trabalho é mostrar como as redes sociais, Facebook, YouTube, Twitter,
Whatsapp e Instagran podem auxiliar no processo educativo a distância, fazendo delas uma
arma para chamar a atenção dos estudantes e desse modo fazer com que os mesmos tenham
um constante contacto com o conteúdo estudado. Os recursos oferecidos pelas redes sociais
podem auxiliar na educação à distância transformando a maneira de ensinar e tornando mais
rápido a troca de conhecimento.

Palavras-chave: Redes Sociais, Ensino à Distância, Ensino-Aprendizagem.

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Tema de pesquisa
1.1. Contextualização
Vivemos numa era onde as tecnologias de informação e comunicação se fazem presentes no
nosso quotidiano assim como no nosso sector educacional (fundamental, básico, médio ou
superior), pois nunca houve tanta evolução tecnológica no mundo quanto nos últimos vinte
anos. Esta evolução impulsionou a comunicação a novos patamares. Nos dias actuais,
trabalhamos a comunicação de muitos para muitos, procurando estar sempre actualizados para
acompanhar o que se passa pelo mundo lá fora. É neste contexto de ciberespaço / cibercultura
que foram criadas as Redes Sociais Virtuais, cujo seu maior objectivo era o de conectar
pessoas de cultura, estatuto social, região e religião diferentes.

As implicações que as redes sociais trouxeram para o sector da educação tem sido motivo de
discussão entre didácticos e pedagogos, pois uns são a favor de fazer seu uso em contexto
escolar, ao passo que outros divergem alegando que este recurso serve de distracção no sector
educacional, dai que, na base disto, surge o tema deste trabalho científico: O papel das Redes
Sociais no Processo de Ensino e Aprendizagem, caso dos estudantes do regime a Distancia da
Universidade Católica de Moçambique, Nampula – 2022.

O presente estudo será consagrado a classe estudantil escrita presentemente (2021 – 2022) na
modalidade a distância, na Universidade Católica de Moçambique. É importante frisar que a
Delegação em questão nesta pesquisa é a de Nampula.

1.2. Problematização

Os sistemas de educação à distância enfrentam diversas dificuldades que devem ser


amenizadas de modo que ela venha a existir de forma homogénea com a educação presencial,
sem preconceitos ou divergências nos aspectos técnicos da educação. O que se tem
constatado, nos nossos dias, é que apesar dos meios tecnológicos apresentarem diversos
recursos, a titilo de exemplo «as redes sociais», com os quais os estudantes/alunos assim
como os professores/formadores poderão prosseguir com o ensino/aprendizagem fora da sala
de aulas, o maior numero desses actores o evitam por factores administrativos, sociais ou
ideológicos, ou seja, eles desfavorecem os privilégios que as redes sociais possivelmente
ofereceriam ao sector educativo, como exemplo alastrar o tempo de interacção entre os
actores do processo de ensino e aprendizagem.

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Face as acepções acima referenciadas, ligadas ao não favorecimento das redes sociais no
processo de ensino e aprendizagem a distancia, nos surgiram varias questões de reflexão.
Porem, como é critério da pesquisa científica ter uma e única questão de pesquisa, tomamos a
que captou mais a nossa atenção, se descrevendo na proposição seguinte:

Qual é o impacto das redes sociais no processo de ensino e aprendizagem a distância, dos
estudantes da Universidade Católica de Moçambique?

1.3. Justificava
A motivação para o estudo do tema: o papel das redes sociais no processo de ensino e
aprendizagem a distancia, surgiu no decorrer de nossa formação, com vista a fazer face a
situação pandémica na qual o mundo, o país, a província e distrito de Nampula se encontram
mergulhados, pois, devido a esse fenómeno (pandemia da Covid-19), os actores escolares,
particularmente os professores foram obrigados a procurar outras maneiras de continuar com
as suas actividades profissionais (assegurar a continuidade didáctico-pedagógica). Nesse
sentido, para bem elucidarmos as razões da escolha do nosso tema, fazemos menção a três
perspectivas, a citar: perspectiva pessoal, académica e profissional.

Primeiro, na perspectiva pessoal, nasceu em nós a necessidade de compreender os


mecanismos didácticos através dos quais os actores do PEA (professores-estudantes do
regime a distancia da instituição em alusão nesta pesquisa) asseguram a continuidade de sua
formação em plena pandemia.

De seguida, na perspectiva académica, nosso interesse visa essencialmente mostrar aos


actores do PEA a distância da UCM, sobre o quão privilégioso pode ser esse recurso (redes
sociais) no acto de sua formação académica, pois a diversidade de funcionalidade que elas
apresentam, representa meios que poderão promover as competências exigidas aos estudantes,
independentemente da área de formação.

Em fim, na perspectiva profissional, pensamos que, pelo facto de sermos candidato a


professora da disciplina de Geografia, é importante que dominemos os meios tecnológicos,
pois eles estão a disposição de todos os estudantes/alunos com os quais, provavelmente,
iremos trabalhar, logo, com vista a não estar limitado em conceptualizar os conhecimentos só
em uma sala de aulas, pensamos ser necessário desmembrar estratégias didáctico-
pedagógicas, de modo a fazer uso controlado das redes sociais em situação de ensino e
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aprendizagem, sem que no entanto, estes recursos sirvam de distracção para os nossos
estudantes.

A nossa pesquisa, de certa forma, não só trará benefícios para a componente pedagógica,
tendo em conta que sugestões serão colocadas com vista a melhoria do PEA, particularmente
das interacções professor-aluno, mas também ela impulsionará a socialização entre os actores
escolares, pois de maneira virtual, até o estudante mais tímido no sistema presencial, pode
conseguir interagir com os outros de maneira virtual.

1.4. Hipóteses
Na tentativa de responder a questão de pesquisa levantada, foram traçadas as seguintes
hipóteses:

 O recurso a redes sociais para a realização das actividades curriculares no PEA daria
uma vantajosa facilidade aos professores para confrontar seus alunos (do regime a
distancia) a situações reais de interacção professor-aluno;
 O uso das redes sociais pelos intervenientes do PEA poderia impulsionar a
aprendizagem individualizada, tornando os estudantes autónomos, ou seja, controlador
de sua aprendizagem.
1.5. Objectivos

Constitui objectivo geral da nossa pesquisa:

 Desenvolver um conjunto de estratégias didáctico-pedagógicas de um


ensino/aprendizagem inspirado nas redes sociais e explicar os processos de sua
integração no PEA.

Este objectivo está operacionalizado nos seguintes objectivos específicos:

 Descrever as estratégias didáctico-pedagógicas de exploração das redes sociais no PEA,


de modo a não surgirem eventuais efeitos negativos durante o uso desse recurso no
contexto educacional;
 Esquematizar um conjunto de actividades curriculares realizáveis nas redes sociais;
 Caracterizar as redes sociais que podem favorecer o PEA a distância;
 Descrever os pontos negativos e positivos do uso das redes sociais no PEA.

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Fundamentação teórica
2.1. Redes Sociais Digitais

Em 1984, Willian Gibson criou o termo ciberespaço para se referir ao espaço baseado em
dados. O prefixo ciber, a partir deste momento, passou a ser associado a todas as formas de
interacção mediadas por computadores. Com o advento da internet, houve um
desenvolvimento do ciberespaço, como também a interacção homem-tecnologia. A interacção
tornou-se intrínseca ao constructo tecnológico (VERMELHO; VELHO, 2016). Nesse
contexto, as redes sociais digitais podem ser entendidas como programas de colaboração
social, sendo um espaço comum de compartilhamento, de conhecimento, de interacção e
comunicação (PETTENATI; RANIERI, 2006; BRANDTZAEG; HEIM, 2007).

As redes sociais digitais representam o quarto marco da evolução da computação. Em


um primeiro momento, estavam ligadas aos semicondutores e computadores
institucionais, evoluindo no segundo momento para a posse do computador pessoal e
num terceiro momento revolucionando a forma de interacção social na internet. Por
sua grande disseminação de informação e o compartilhamento rápido de posts de
diversos assuntos, as redes sociais passaram a influenciar o comportamento dos
jovens online e offline. Essa influência na vida das pessoas tem-se tornado uma
preocupação para governos, empresas, mercado e dentro das escolas e universidades
(SANTAELLA, 2013).

O Facebook é a rede social mais utilizada em todo o mundo, e funciona como um espaço de
encontro, de partilha, de interacção e de discussão das ideias e temas de interesse comum.
Criado, em 4 de Fevereiro de 2004, por Mark Zuckerberg e alguns colegas estudantes da
Universidade de Harvard, o site foi desenvolvido para comunicação, envio de mensagens e
publicação de fotografias. Actualmente, o aplicativo conecta os usuários baseados em seus
interesses pessoais e/ou profissionais, localização, trabalho, ensino, entretenimento, esportes
etc. Além disso, oferece uma ampla gama de ferramentas para entreter, informar e partilhar
uma infinidade de conteúdos, possibilitando a interacção dos usuários entre si ou através de
comunidades virtuais temáticas (EDUCAUSE, 2007).

De acordo com Panteli (2009), o Facebook é uma rede social com um tipo de participação
massiva, característica relacionada com o número de membros registados. Quando esse
número é muito elevado, provoca um efeito de aglomerado, formando um grupo sólido que
tende a agir de uma forma homogénea e consistente.

Segundo Alon et al. (2004 apud PANTELI, 2009) e Valck et al. (2006 apud PANTELI, 2009),
as pesquisas “demonstram que o tempo que os usuários passam nas comunidades formadas

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nas redes sociais auxilia no desenvolvimento de laços emocionais, elevando ainda mais a
frequência de acesso ao aplicativo.”

Em números, o Facebook tem demonstrado um crescimento incomum. No ano de 2004,


apresentava 1 milhão de usuários; no ano de 2006 cerca de 12 milhões de usuários; em 2011
já eram mais de 800 milhões de usuários. Segundo dados publicados pela empresa
Socialbakers (2014), que controla as estatísticas geradas pela utilização das redes sociais na
internet, em dezembro de 2014, o Facebook alcançava o número de 1,350 bilhão de usuários.
Dados actualizados pela companhia Facebook, em Abril de 2020, mostram um contínuo
crescimento no uso da plataforma, que neste último relatório contava com 2,6 bilhões de
usuários activos. Números que reforçam a relevância de pesquisas na área de ensino-
aprendizagem que fazem uso das redes sociais (MENLO PARK, 2020).

O crescimento exponencial deste tipo de app deu-se, em parte, pela popularização de


dispositivos individuais, como tablets, smartphones e computadores pessoais que facilitaram a
produção e o compartilhamento de conteúdo. No caso específico dos materiais de vídeo, em
2012, 49% dos brasileiros consumidores de internet assistiam vídeos online. Já em 2018, o
volume de adesão era de 71%. Tal crescimento, pode ser explicado pelo engajamento dos
brasileiros nas redes sociais digitais e a popularização do YouTube (BONA et al., 2019).

Para Martín-Moreno (2004), as redes sociais podem auxiliar na aprendizagem colaborativa, ao


permitir maior participação dos indivíduos e, com isso, do próprio grupo. A possibilidade de
uma maior participação individual e sua interacção favorece a retenção de aprendizagem, bem
como, a discussão crítica, oportunizando assim, maiores debates sobre o conteúdo, visto que a
diversidade de cultura e experiência dos estudantes é compartilhada entre todos.

2.2. O uso de redes sociais como ferramenta de ensino-aprendizagem

A utilização das redes sociais, em contexto educacional, é uma área de pesquisa que teve
início em meados dos anos 2000, no entanto, teve seu pico de estudos entre 2008 e 2011,
quando houve maior adesão dos usuários a este tipo de plataforma. As pesquisas foram
realizadas e aplicadas nos mais variados níveis educacionais (VERMELHO; VELHO, 2016).
Alguns resultados promissores, são apresentados nos trabalhos desenvolvidos por Dotta
(2011), Minhoto e Meirinhos (2011), Raupp e Eichler (2012), Costa e Ferreira (2013) e ainda
Quintanilha (2017), em sua maioria, citados neste trabalho.

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A cibercultura foi assimilada pelos jovens e se transformou em um modelo de convergência
de médias (em um primeiro momento guiado pela TV, rádio, jornais e revistas e,
posteriormente, pela internet), meios comunicacionais baseados nas trocas simbólicas
mediadas por signos estritamente vinculados à evolução tecnológica, cuja característica
principal é a interactividade (SODRÉ, 1996). Na concepção de Dotta (2011), o uso de redes
sociais como ambientes virtuais de aprendizagem deve considerar os conceitos de
colaboração, aprendizagem colaborativa e espaços colaborativos.

Patrício e Gonçalves (2010) desenvolveram uma pesquisa com alunos do 1º ano da


licenciatura em Educação Básica, na unidade curricular de Informação e Comunicação em
Educação no Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal, que explorou as aplicações e
funcionalidades do Facebook, concluindo que o aplicativo pode ser utilizado como um
recurso/instrumento pedagógico importante para promover uma maior participação,
interacção e colaboração dos alunos no processo educativo, além de impulsionar a construção
partilhada, crítica e reflexiva de informação e conhecimento distribuídos em prol da
inteligência colectiva.

O estudo de Dotta (2011) também apresentou a rede social como um ambiente de


aprendizagem colaborativa e identificou as formas de apropriação do espaço virtual pelos
estudantes, inferindo que as características da interface podem ser responsáveis por estimular
a colaboração.

No estudo realizado por Minhoto e Meirinhos (2011), a rede social digital foi utilizada como
meio para criar um contexto propício à aprendizagem participativa, devido à facilidade da
ferramenta para a partilha de conteúdo em múltiplos suportes. Os autores perceberam que a
familiaridade dos alunos com as redes sociais pode facilitar a sua utilização em contextos
escolares de aprendizagem, tendo em vista que não se faz necessária a ambientação do aluno
com a ferramenta, pois já é familiar. Os alunos assimilaram imediatamente o processo e o
sentimento de que a construção do conhecimento dependia da contribuição de todos e não
somente do professor.

O estudo de Diógenes, Silva e Souza (2020) abordou o papel do tutor na educação


profissional superior em modalidade a distância pela ferramenta Moodle, demostrando que o
tutor necessita estar disposto a aprender com as conjunturas do processo de ensino-
aprendizado, estar atento às alterações e actualizações que podem ocorrer na plataforma, vista
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como assustadora para alguns estudantes que se envergonham de dizer que estão com
dificuldades em assimilar a modalidade de ensino a distância à sua vida, achado que corrobora
com Minhoto e Meirinhos (2011) que a familiaridade do aluno com a plataforma facilita o
processo de ensinoaprendizagem, eliminando barreiras à comunicação.

Raupp e Eichler (2012) trataram da potencialidade do uso de plataformas online, como: redes
sociais, blogs, wikis e podcasts, e identificaram no Facebook as páginas e comunidades
activas que, de alguma forma, divulgam temas relacionados à química, ampliando e
facilitando o acesso dos estudantes a este conteúdo.

Costa e Ferreira (2013) analisaram as mudanças, tanto nas formas de ensinar quanto nas
formas de aprender nas redes sociais, mediante ao uso da metodologia de projectos
educacionais. Os achados evidenciaram que as redes sociais, Twitter e Facebook, possibilitam
diversas oportunidades para a criação de um ambiente de aprendizagem cooperativo e
colaborativo. O ambiente informal do Twitter e do Facebook está organizado como espaço de
integração, comunicação, compartilhamento e colaboração entre professor-aluno. A tendência
é de ambientes de aprendizagem efectivos, eficazes e envolventes por fazerem parte do
quotidiano discente, podendo se tornar ferramentas pedagógicas. Conforme apresentado por
Diógenes, Silva e Souza (2020), o aluno necessita mais do que sanar dúvidas e correcção de
actividades, precisa de apoio e condução ao caminho da leitura, da persistência, do salto sobre
obstáculos do quotidiano, além da construção reflexiva e crítica, encaminhando-os para o
desenvolvimento de um pensamento crítico acerca da realidade vivida.

Quintanilha (2017) desenvolveu uma pesquisa com universitários da geração Z, utilizando o


Facebook e o YouTube, na qual foi verificada maior participação dos estudantes nas
actividades propostas. Além disso, a percepção de que tais actividades foram eficazes para a
construção do conhecimento. O autor sugere que os professores busquem os meios de
comunicação mais utilizados por cada grupo de estudantes e adaptem o processo de ensino-
aprendizagem para que possa auxiliar no engajamento dos alunos.

Percebe-se que o Facebook ajuda a melhorar e ampliar as possibilidades de aprendizagem,


também oferecendo ao educador outras maneiras de se relacionar e interagir com os discentes.
Além disso, estreitam a relação professor-aluno e ampliam o espaço da sala de aula,
permitindo que estes estudantes se tornem mais responsáveis por seu próprio aprendizado.
Com o aumento da responsabilidade do aluno, evidencia-se sua autoria no processo de
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geração de conhecimento. Na concepção de Almeida (2014), o aluno constrói sua autonomia e
torna-se autor na construção do seu conhecimento por meio das descobertas, de forma
desafiadora e prazerosa.

Conforme Lima et al. (2015), as novas tecnologias, no contexto escolar, fortalecem a


produção autoral e ajudam a transformar o conteúdo aprendido em algo criativo e não apenas
em uma reprodução do que foi passado. E, nesse contexto, o aluno terá um ambiente propício
para o desenvolvimento de habilidades e exposição de suas ideias de forma crítica por meio
de textos, vídeos e outros tipos de recursos.

Fae e Sonza (2020) abordam as redes sociais como uma ferramenta mediática a serviço do
consumismo. A partir daí, explicam que os adolescentes com seus corpos e mentes em
formação são susceptíveis à persuasão da ideologização da tecnologia e ao discurso
hegemónico, que é transmitido rapidamente e sem questionamento por meio de imagens
postadas e compartilhadas incansavelmente. O que reafirma a necessidade da ocupação destes
espaços virtuais pela escola, com a finalidade de uma educação crítica voltada à realidade
vivida pelos alunos combatendo à postura acrítica, alienada e consumista.

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Metodologia
3.1. Tipo de pesquisa
O tipo de pesquisa pode ser determinado em função dos objectivos, da abordagem e, dos
procedimentos técnicos.

3.1.1. Quanto aos objectivos


Quanto aos objectivos traçados, a nossa pesquisa será descritiva – explicativa. A sua escolha
deve-se ao facto da pesquisa tencionar, por um lado, desenvolver um conjunto de estratégias
didáctico-pedagógicas de um ensino/aprendizagem inspirado nas redes sociais e, por outro
lado, explicar os processos de sua integração no PEA.

Para SILVA, Edna Lúcia & MENEZES, Estera Muszkat (2001:21), a pesquisa descritiva
‟visa descrever as características de determinada população ou fenómeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis.”

Segundo GIL, António Carlos (2002:42), a pesquisa explicativa “tem como preocupação
central identificar os factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenómenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade,
explica a razão das coisas.” Nesse sentido, a nossa preocupação será tentar explicar os
benefícios que as redes sociais podem trazer para a componente didáctica, particularmente nos
alunos do regime a distância.

3.1.2. Quanto a abordagem


Do ponto de vista da abordagem ou tratamento de dados, a nossa pesquisa será qualitativa.
Segundo refere o MANUAL DE NORMATIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
DA FAMESC (2012:12), a abordagem qualitativa considera que:
Há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo
indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser
traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados
são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e
técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para colecta de dados e o
pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar
seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de
abordagem.

A nossa escolha por essa abordagem deve-se ao facto da pesquisa tencionar descrever, de
maneira verbal, as estratégias didáctico-pedagógicas de exploração das redes sociais no PEA,
de modo a não surgirem eventuais efeitos negativos durante o uso desse recurso no contexto

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educacional. Com isso, queremos dizer que a pesquisa não se vai interessar a dados contáveis
ou estatísticos, isto é, ela aglomerará unicamente dados verbais, interpretando as respostas, os
sentimentos, as experiencias, as manifestações e as práticas da população em estudo nesta
pesquisa.

3.1.3. Quanto aos procedimentos ou método da pesquisa


Esta pesquisa, quanto aos procedimentos será basicamente de campo e bibliográfica. A
pesquisa de campo, segundo MORETTI, Neuza (2008:15-16), é assim denominada porque “a
colecta de dados é efetuada «em campo», onde ocorrem espontaneamente os fenómenos, uma
vez que não há interferência do pesquisador sobre eles.”

Já na óptica de SEVERINO, António Joaquim (2007, p.123).


Na pesquisa de campo, o objecto/fonte é abordado em seu meio ambiente próprio. A
colecta dos dados é feita nas condições naturais em que os fenómenos ocorrem, sendo
assim directamente observados, sem intervenção e manuseio por parte do
pesquisador. Abrange desde os levantamentos, que são mais descritivos, até estudos
mais analíticos.

É importante referir, também, que a nossa pesquisa em algum momento, assumirá a forma de
pesquisa bibliográfica. Para MARCONI, Marina de Andrade & LAKATOS, Eva Maria
(2003:41), a pesquisa bibliográfica é considerada como sendo “o método principal de uma
pesquisa científica, pois ela nos permite ter conhecimentos das teorias sobre as quais se centra
o tema e a reflexão de alguns autores a cerca do domínio em estudo.”

Nesta pesquisa, quanto ao método, privilegiaremos o método hipotético – dedutivo, pois este
método “inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos, acerca da qual formula
hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenómenos
abrangidos pela hipótese ”. Ibidem (2004:91)

Portanto, a partir do desfavorecimento das redes sociais em actividades curriculares por


alguns actores do PEA, pensamos que existem lacunas, relativas a integração desse recurso
em contexto escolar. Com efeito, essa pesquisa permitir-nos-á testar a ocorrência deste
fenómeno através das hipóteses formuladas.

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3.2. Técnica de recolha de dados
As técnicas de investigação são ‟conjuntos de procedimentos bem definidos e transmissíveis,
destinados a produzir certos resultados na recolha e tratamento da informação requerida pela
actividade de pesquisa”, como refere THIOLLENT (apud MORETTI, 2003 p. 85).”

Existem várias técnicas de colecta de dados ligadas aos métodos qualitativos. Porém, para
colectar os dados relacionados a nossa pesquisa (o papel das redes sociais no PEA a
distância), optaremos unicamente pela técnica de entrevista. Quanto a técnica da entrevista, a
nossa escolha se deve ao facto desta técnica, diferentemente das outras, nos permitir recolher
e analisar vários elementos durante o desdobramento dos entrevistados, a saber: suas atitudes,
suas opiniões, seus sentimentos e suas representações.

3.2.1. A entrevista
A entrevista é ‟um método de pesquisa que visa obter de uma pessoa informações,
representações, percepções ou motivações relacionadas ao fenómeno em estudo.” BLANC,
Valérie (1983:94)

Para a recolha dos dados, no que concerne a nossa pesquisa, optaremos por realizar um estudo
através da entrevista semiestruturada.

Segundo LINCOLN (1995), a entrevista semiestruturada é ‟uma técnica de colecta de dados


que contribui para o desenvolvimento do conhecimento privilegiando abordagens qualitativas
e interpretativas relacionadas, em particular, aos paradigmas construtivistas.”

A nossa escolha por esse tipo de entrevista em particular, deve-se ao facto dela,
diferentemente de outros tipos, permitir observar o pensamento do entrevistado em toda a sua
riqueza e complexidade, bem como as articulações do discurso e as ligações lógicas
estabelecidas por ele. Também a escolhemos porque ela permite-nos abordar aspectos que não
foram previstos no roteiro da entrevista.

A implementação desta técnica na nossa pesquisa tem como pano de fundo conhecer as
representações dos actores educativos (professores e estudantes da Universidade Católica de
Moçambique, delegação de Nampula, regime a distância), sobre a integração das redes sociais
no PEA.

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3.3. Universo/amostra
O universo populacional da nossa pesquisa é constituído, de uma parte, por estudantes
heterogéneos (sexo, cultura, situação económica) do regime a distância da UCM, Delegação
de Nampula. De outra parte, o nosso universo populacional é composto pelos professores que
ministram suas aulas nesse regime (a distância).

O nosso estudo conta com uma amostragem do tipo aleatória simples. BELLO, José Luiz de
Paiva (2005:226) a considera como sendo ‟a selecção que se faz de forma que cada membro
da população sinta-se que tem a mesma probabilidade de ser escolhido. Esta maneira
possibilita compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a representatividade e
significância da amostra.”

Neste contexto, reagruparemos por um lado, dois (2) professores que leccionam suas aulas
nesse regime, no estabelecimento acima citado, para os entrevistar de maneira individual e,
por outro lado, seleccionaremos quinze (15) estudantes para também os entrevistar, de modo a
verificar se estes têm integrado as redes sociais nas suas actividades curriculares com vista a
elevar o PEA.

3.4. Cronograma
Actividades Agosto Setembro Outubro Novembro
1 Levantamento da literatura X
2 Montagem do projecto X
3 Colecta de dados X
4 Tratamento dos dados X
5 Elaboração do relatório final X
6 Revisão do texto X
7 Entrega do trabalho X

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Conclusão
Com a presença massiva da tecnologia da informação e comunicação no dia-a-dia das pessoas
é inevitável que as culturas sociais se alterem, pois a sociedade encontra novas maneiras de
transmitir informações e gerar conhecimento.
De acordo com Panseri (2009), o modelo de educação que caracterizará a sociedade da
informação e do conhecimento provavelmente não será calcado no ensino, presencial ou
remoto: será calcado na aprendizagem. Consequentemente, não será um modelo de Educação
a Distância, mas, provavelmente, um modelo de Aprendizagem Mediada pela Tecnologia.
Assim, aprender a utilizar as tecnologias da informação e comunicação para mediar a
educação, destacando actualmente as redes sociais, será essencial para as Instituições de
Ensino em todos os níveis, pois as novas gerações de estudantes estão cada vez mais
conectadas a essas novidades.
As redes sociais podem motivar as pessoas a buscar o conteúdo desejado e fazer desses
ambientes, repositórios de objectos de aprendizagem, salas de discussões e trocar
conhecimentos. Contudo, há que se levar as pessoas a reflectirem seus esquemas mentais, a
entenderem a importância e os ganhos que terão ao participarem de processos interactivos
como os proporcionados pelas redes sociais.
Todas as redes sociais apresentadas nesse trabalho possuem características que as permitem
candidatarem-se a serem utilizadas na educação, principalmente se associadas a metodologias
de ensino que enfatizam o estudo auto dirigido, como por exemplo, o Aprendizado Baseado
em Problemas (Problem-Based Learning - PBL), sendo que o estudante sai do papel de
receptor passivo, para o de agente e principal responsável pelo seu aprendizado. Como os
conteúdos trafegam numa velocidade constante, a troca de informações entre os usuários
favorece a disseminação do conteúdo, pois é possível acossá-lo em qualquer local através de
vários dispositivos.
Ressalta-se ainda que aplicativos educacionais já estão sendo implementados para as redes
sociais e poderão ser utilizados como ferramentas de estudo pelos estudantes que acessam
constantemente as redes sociais.
Finalizando, evidencia-se que conteúdos de disciplinas e de cursos, assim como palestras com
especialistas, entre outros materiais educacionais podem ser oferecidos através das redes
sociais, permitindo diversas possibilidades para o estudante aproveitar o tempo na rede para
aprofundar seus conhecimentos. Assim, é sabido, que as instituições de ensino deverão

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desenvolver modelos para fazer o uso das redes sociais como meio de apoio ao processo
ensino-aprendizagem para atender seus estudantes.

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Bibliografia
BELLO, José Luiz de Paiva. (2005). Metodologia Científica: manual para elaboração de
textos académicos, monografias, dissertações e teses. Rio de Janeiro. 61 págs.

Faculdade Metropolitana São Carlos: MANUAL DE NORMATIZAÇÃO DE TRABALHOS


ACADÊMICOS DA FAMESC. 2012. Quissamã – RJ.

GIL, António Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. 4ª Edição. Editora ATLAS. São
Paulo. 2002.

LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia


científica, São Paulo, Atlas 2003.

MORETTI, Neuza. (2008). Manual de metodologia científica: como elaborar trabalhos


académicos. Cafelândia. 93 págs.

SEVERINO, António Joaquim, Metodologia do Trabalho Científico, 23ª ed. Revista e


Actualizada, Cortez Editora, São Paulo, 2007.

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Sitografia

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