Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conjugação pronominal
Segundo PINTO & LOPES (1998:149), a conjugação pronominal “ocorre com os pronomes pessoais: o, a, os, as. A
acção do sujeito reflecte-se num outro.”
Para UAFEUA, Salvador (2013:48), chama-se conjugação pronominal “quando os verbos estão conjugados com os
pronomes.” Existem, no entanto, algumas diferenças que são dependentes dos pronomes usados.
Com os pronomes pessoais: o, a, os, as, lo, la, los, las, nos, nas.
Na perspectiva de BECHARA (2009:148), a reflexividade consiste, “na essência, na inversão (ou negação) da
transitividade da acção verbal”. Em outras palavras, significa que a acção denotada pelo verbo não passa a outra
pessoa, mas reverte-se à pessoa do próprio sujeito (ele é, ao mesmo tempo, agente e paciente).
Para UAFEUA (2013:49), é “a conjugação feita com os pronomes (me, te, se, nos e vos) e, chama-se reflexa porque
o sujeito pratica e sofre ao mesmo tempo a acção que ele próprio pratica. O pronome aparece como complemento
directo.”
Os pronomes reflexivos propriamente ditos são “aqueles em que os pronomes pessoais (me, te, se, nos e vos),
indicam uma acção que recai ou se reflecte no agente, ou seja, uma acção que é realizada e sofrida pelo sujeito.
Ibidem
De acordo com GARCIA & REIS (2009:129) (apud CUNHA & CINTRA (2005:281) o pronome reflexivo
“expressa o objecto directo ou indirecto que representa a mesma pessoa ou a mesma coisa que o sujeito do verbo.
Tem três formas próprias: se, si e consigo, que se aplicam tanto à 3ª pessoa do singular quanto à do plural.”
Nas demais pessoas, as suas formas identificam-se com as do pronome oblíquo: me, te, nos e vos.
As formas do reflexivo nas pessoas do plural (nos, vos e se) empregam-se também para exprimir a reciprocidade da
acção, isto é, para indicar que a acção é mútua entre dois ou mais indivíduos. Neste caso, diz-se que o pronome é
reciproco. CUNHA & CINTRA (2005:281)
Ex.: Carlos e eu abraçamo-nos. / Vós vos queríeis muito. / José e António não se cumprimentam.
Como são idênticas as formas do pronome reciproco e do reflexivo, pode haver ambiguidade com o sujeito plural.
1) Para marcar expressamente a acção reflexiva, acrescenta-se-lhes, conforme a pessoa, a mim mesmo, a ti
mesmo, a si mesmo, etc.
2) Para marcar expressamente a acção reciproca, junta-se-lhes, ou uma expressão pronominal, como um ao
outro, uns aos outros, entre si, etc. Ou um advérbio, como reciprocamente, mutuamente:
Ex.: Joaquim e António enganaram-se entre si. / Joaquim e António engaram-se um ao outro.
Não raro, a reciprocidade da acção esclarece-se pelo emprego de uma forma verbal derivado com o prefixo entre-:
Segundo PINTO & LOPES (1998:149), a conjugação pronominal recíproca é “aquela cuja acção de cada um dos
sujeitos recai mutuamente sobre ambos. É formada com os pronomes pessoais do plural, exprimindo reciprocidade
na acção praticada.”
Ocorre quando o verbo tem mais de um sujeito (ou, ao menos, sujeito no plural) e sua acção é reflectida em cada um
desses sujeitos, ou seja, a acção do verbo é executada quando o sujeito pode ser substituído por um pronome na 1ª,
2ª e 3ª pessoa do plural. www.portugues.com.br
Para UAFEUA (2013:48), é “a que se obtém juntando às formas verbais do plural ou ao gerúndio de um verbo
transitivo os pronomes nos, vos e se. Tem significado de «um ao outro «ou «uns aos outros».”
1. O sujeito da frase deve ser plural ou coordenado, como é visível a partir da agramaticalidade:
Ex.: O rapaz beijou-se (só gramatical se "o rapaz se tiver beijado a ele próprio")
Portanto, reflexos e recíprocos são anáforas no sentido de anáforas ligadas, uma vez que são formas linguísticas cujo
valor referencial é necessariamente definido pela relação com um antecedente. Ibidem
Reflex Recípro
os cos
1ª Me a mim
Singular próprio/mesm
o
2ª Te A ti
Singular próprio/mesm
o
3ª Se Si A si
Singular próprio/mesm
o
3ª Plural Se Si A si (S Uns
próprios/mes e) (prep)
mos outros
CUNHA & CINTRA (2005) concentram o maior número de usos do pronome «se», sendo esses usos apresentados
de forma objectiva.
a) Objecto directo
b) Objecto indirecto
c) Sujeito de um infinitivo
d) Pronome apassivador
f) Palavra expletiva (para realçar, com verbos intransitivos, a espontaneidade de uma atitude ou de um
movimento do sujeito)
g) Parte integrante de certos verbos (que geralmente exprimem sentimento ou mudança de estado: admirar-
se, arrepender-se, atrever-se, indignar-se, queixar-se; congelar-se, derreter-se, etc.)
Segundo PINTO & LOPES (2006:208), os valores dos pronomes pessoais são:
As formas me, te, se, nos, vos, si, comigo, contigo, consigo, connosco e convosco podem apresentar-se com valor de
reflexividade, ou seja, o sujeito é simultaneamente aquele que pratica a acção e aquele sobre quem recai a acção do
verbo. Estes pronomes podem surgir acompanhados de expressões como: a mim/ ti/ si próprio (a)/ mesmo (a).
Neste caso, o sujeito é necessariamente plural: implica duas ou mais entidades que estão envolvidas numa situação
simultaneamente como agentes e pacientes da acção. Estes pronomes podem surgir reforçados por expressões como
um (a) ao/à outro (a) ou uns/umas aos/às outro (a)s ou entre si.
As formas me, te, se, nos e vos podem também surgir exigidas ou admitidas pela construção do verbo com que se
combina, mas sem terem valor reflexo ou reciproco. Não podem pois ser acompanhadas das expressões a si próprio
ou um ao outro.
Se pode implicar um sujeito nulo indeterminado quando é utilizado na 3ª pessoa do singular ou com o verbo no
infinitivo impessoal. Equivale às expressões: há pessoa que, há quem (alguém)
Ex.: Diz-se que os preços dos combustíveis vão baixar. (= alguém diz/há quem diga que os preços dos combustíveis
vão baixar.)
Ex.: Vendem-se livros usados aqui (Livros usados são vendidos aqui).
Se usa-se a 3ª pessoa do singular, pode-se criar ambiguidade entre o se com valor impessoal e o se com valor
passivo.
Ex.: Vende-se fruta aqui. (= Fruta é vendida aqui (se com valor passivo ou = Há quem venda/alguém vende fruta
aqui (se com valor impessoal).
São “obrigatoriamente conjugados com pronome oblíquo. Assim, eles não podem ser conjugados sem o pronome
oblíquo, pois não fazem sentido sem ele, por exemplos, os verbos abster-se, condoer-se, apiedar-se, queixar-se,
arrepender-se, atrever-se, suicidar-se, zangar-se, etc.” MARTINO, A. (2012)
São aqueles que podem ser conjugados com ou sem o pronome oblíquo. Nesse caso, são
verbos que não necessariamente são acompanhados desse pronome, porem, depende do
contexto, precisam do pronome oblíquo como o seu complemento. Por exemplo, os
verbos aceitar/aceitar-se, debater/ debater-se, enganar/enganar-se, esquecer/esquecer-se,
iludir/iludir-se. Contudo, atenção à regência. Muitas vezes o verbo pronominal é regido
por preposição. (Ibidem)
Ex.: Ele esqueceu-se de algo em casa.
Ex2: Elas lembraram-se do que aconteceu naquela noite.
No que se refere às alterações no uso de pronomes pessoais reflexivos «não argumentais», destacam-se, em primeiro
lugar, a tendência para a sua supressão nas construções intransitivas, que alternam tipicamente com uma construção
transitiva de natureza causativa, como afundar vs. Afundar-se. (PE: Afundamos o navio vs. O navio afundou-se).
GONҪALVES (2010)
Uma outra inovação de relevo na área dos pronomes «não argumentais» regista-se no uso de um pronome de flexão
reflexiva, inexistente em PE, cuja função é assinalar a afectação das entidades designadas pelos SN sujeito pelas
acções descritas pelo verbo. De um modo geral, este pronome é inserido junto de verbos que descrevem experiências
psicológicas da entidade designada pelo SN sujeito [⁺humano]: Tanto quanto os dados disponíveis mostram, a
presença deste pronome não tem carácter obrigatório, funcionando como um recurso opcional destinado a enfatizar
o papel do SN sujeito na acção descrita pelo verbo. Ibidem
CUNHA & CINTRA (1999:405), afirmam que, “muitos verbos são conjugados com pronomes átonos, à semelhança
dos reflexivos, sem que tenham exactamente o seu sentido.” São chamados verbos pronominais de que podemos
distinguir dois tipos:
b) Os que usam também na forma simples, mas esta difere pelo sentido ou pela construção da forma
pronominal, como: debater=discutir; debater-se=agitar-se
O verbo vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objecto directo ou mais raramente, de objecto
indirecto e representa a mesma pessoa que o sujeito. Ibidem
O verbo reflexivo pode indicar também a reciprocidade, isto é, uma acção mútua de dois ou mais sujeitos.
Em relação ao tipo reflexivo, foram encontrados: a) reflexivo simples; b) reflexivo recíproco, no qual a reflexividade
se expressa por uma acção recíproca realizada pelos dois agentes, e c) reflexivo duplicado, no qual o pronome é
duplicado com o intuito de reforçar a reflexividade.
a) Reflexivo simples
b) Reflexivo recíproco
c) Reflexivo duplicado
Quanto à estrutura temática, os verbos em estrutura reflexiva atribuem dois papéis temáticos simultaneamente, isto
é, agente e paciente, que estão coindexados por meio do pronome «se». De salientar que o agente é sempre
interpretado como + animado. Quanto a estrutura temática, o verbo é, portanto, sempre + bi-argumental. VITRAL,
Lorenzo citado por LIMA, Bruno Fernandes Zenóbio de (2006)
Nas orações em que se encontram o se-reflexivo, o pronome «se» apresenta a possibilidade de sua substituição pelas
formas a si mesmo, a si mesma, etc., e recebe caso acusativo, o que não acontece com os tipos estilísticos e
pronominal. Ibidem
Há ainda, como dissemos, construções em que aparece o «se» estilístico. Nesses casos, tem-se um verbo
intransitivo:
Nas orações em que se encontra o «se» -estilístico, o pronome «se» exprime a vivacidade ou espontaneidade do
movimento da acção executada pelo sujeito, mas não recebe nenhum caso, diferentemente do reflexivo que recebe
acusativo. LIMA (2006)
Não é possível em b) a interpretação reflexiva, já que o verbo tornar não é um verbo transitivo directo, portanto, não
exigindo complemento.
Quanto aos seus traços semânticos, o «se» -pronominal pode ser caracterizado como: em relação
ao aspecto sujeito, ele apresenta sempre os traços + animado e + experienciador, é sempre um ser
animado que vivencia um estado emocional; quanto ao verbo, é sempre + bi-argumental, ou seja,
há a exigência de dois papéis temáticos, o de + experienciador e o de + experienciado. LIMA
(2006)
Outro emprego do pronome «se» assinalado por Kury é na formação da voz passiva pronominal. O autor considera
que, quando numa oração na voz activa com verbo transitivo directo o agente é indeterminado e o paciente é
inanimado, e, por isso, incapaz de exercer a função de sujeito, essa construção pode admitir uma voz passiva, como
em construíram-se muitos edifícios, caracteriza-se, então, a voz passiva por uma perspectiva diferente de foco da
oração, ou seja, o foco perspectiva que é estabelecido nas construções activas no sujeito, passa a ser, no caso da
construção passiva, no objecto.
Pronomes pessoais
1ª do singular Me Me Me
2ª do singular Te Te Te
Na perspectiva de BECHARA (2009:139) os pronomes pessoais designam as duas pessoas do discurso e a não
pessoa (não eu, não tu), considerada pela tradição, a 3ª pessoa:
A cada um destes pronomes pessoais rectos corresponde um pronome pessoal oblíquo e pode apresentar-se em
forma átona ou forma tónica. Ao contrário das formas átonas, as tónicas vêm sempre presas a preposição.
De um modo geral, para indicar que o objecto da acção é a mesma pessoa que o sujeito que a pratica, é obrigatório a
concordância entre o pronome reflexivo e a pessoa a qual se refere.
Ex.: Eu se machuquei.
Ainda segundo BECHARA (2009:140), o pronome oblíquo reflexivo é o pronome oblíquo da mesma pessoa do
pronome recto, significando a mim mesmo, a ti mesmo, etc. e, o pronome oblíquo recíproco é representado pelos
pronomes nos, vos, se quando traduzem a ideia de um ao outro, reciprocamente.
Segundo MATEUS (2003:847) os pronomes clíticos têm um comportamento uniforme quanto aos padrões de
colocação. Assim, todos eles exigem um hospedeiro verbal, o que se traduz num requisito de adjacência entre o
pronome clítico e uma forma verbal, finita ou não finita.
Para MARTINO (2012) a colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na
frase em relação ao verbo. A colocação pronominal faz referência à posição dos pronomes pessoais oblíquos átonos
em relação ao verbo. Os pronomes pessoais oblíquos átonos são: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos, vos.
III. Mesoclítico, ou seja, no meio do verbo, colocação que só é possível com formas do futuro do presente ou
do futuro do pretérito. Ex.: Calar-me-ei; Calar-me-ia.
a. Usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o verbo
principal esteja no infinitivo ou no gerúndio:
b. Caso não haja palavra que atraia a próclise, usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar em que o verbo
principal esteja no participo.
No PE, se não houver algo que atraia o clítico para outra posição, a ênclise é a posição padrão, isto é, o clítico surge
depois do verbo (Ele ofereceu-me um livro). Esta é, aliás, uma diferença em relação ao PB, onde a próclise é mais
frequente, isto é, posição antes do verbo (Me desculpa se falei demais). Mateus (2003:849)
Há, no entanto, um conjunto de situações em que o clítico é atraído para antes do verbo, sendo que, em algumas
destas situações, a próclise é mesmo considerada obrigatória. Os contextos que atraem os clíticos para antes do
verbo podem sistematizar-se da seguinte maneira:
a) Partículas de negação: (não, nunca, jamais, ninguém, nada) quando entre ela e o verbo não há pausa.
c) Palavras exclamativas, bem como nas orações que exprimem desejo (optativas):
Ex2: Como lhe disse anteriormente, estou convencido da veracidade dos factos.
g) Advérbios ou locuções adverbiais como: ainda, já, oxalá, sempre, só, talvez, também.