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Português

Pronome

Objetivo
Reconhecer os usos do pronome de acordo com o norma-padrão da Língua Portuguesa e o papel dessa classe
gramatical em relação às pessoas do discurso. Identificar a função dos pronomes pessoais nas orações, o
papel coesivo dessa classe gramatical em um texto e como utilizar os pronomes oblíquos (átonos) em relação
aos verbos.

Se liga
Relembre o conceito de pronome e as suas funções aqui.

Curiosidade
Os pronomes, assim como outras classes gramaticais, são mecanismos de coesão e auxiliam na escrita da
redação. A função de um pronome no texto contribui para a coesão referencial, ou seja, aquela responsável
pela retomada ou antecipação de elementos, a qual evita a repetição excessiva de palavras.

Teoria

Pronome
Pronome é a classe de palavra responsável por acompanhar ou substituir um nome (substantivo). Essa classe
tem fundamentalmente a finalidade de indicar a pessoa do discurso. Além disso, em termos morfológicos,
são palavras variáveis em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e pessoa (1ª pessoa, 2ª
pessoa ou 3ª pessoa). Confira os exemplos:
1. A menina é muito inteligente. Ela é a melhor aluna da turma. (substituição do nome)
2. A menina que é a melhor da turma é muito divertida. (substituição do nome)
3. Essa menina mora perto da minha casa. (acompanha o nome qualificando-o)

Em relação às pessoas do discurso que os pronomes fazem referência, destaca-se:


● Quem fala: 1ª pessoa – eu (singular), nós (plural).
● Com quem se fala: 2ª pessoa – tu (singular), vós (plural).
● De quem se fala: 3ª pessoa – ele, ela (singular), eles, elas (plural).

Atenção! Os pronomes são elementos importantes para a coesão textual, pois evita repetições de palavras
de modo que o texto se torna mais enxuto e elegante. Esse recurso pode ser feito a partir do processo
catafórico (antecipação de uma palavra a partir de um pronome) ou anafórico (retomada de um nome por
meio de um pronome).

Em relação à classificação, há cinco tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos e


indefinidos.
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Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais servem para identificar as pessoas da fala, por exemplo, a 1ª pessoa (quem fala), a 2ª
pessoa (com quem se fala) e a 3ª pessoa (de quem se fala). Além disso, funcionam como elemento de coesão
visto que, em geral, resgata uma informação textual.

Exemplo: “Levantaram Dona Rosário, embora ela não quisesse.”

Retos Oblíquos átonos Oblíquos tônicos

1ª pessoa eu me mim, consigo


Singular 2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele, ela o, a, olhe ele, ela

nós
1ª pessoa nos nós, conosco
vós
Plural 2ª pessoa vos vós, convosco
eles,
3ª pessoa os, as, lhes eles, elas
elas

Pronomes pessoais do caso reto


São normalmente omitidos na língua portuguesa porque as desinências verbais bastam para a indicar a
pessoa a que se refere, bem como o número gramatical (singular ou plural) dessa pessoa. Exemplo: (Eu) ando;
(Nós) rimos.
Além disso, são os pronomes que usamos para efetuar a flexão dos verbos: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas.
No plano sintático, eles predominantemente atuam como sujeito da oração. Por exemplo: Nós precisamos
nos dedicar aos estudos.

Pronomes pessoais do caso oblíquo


São os pronomes pessoais que desempenham funções sintáticas diversas: complemento verbal, adjunto
adnominal, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva. Por isso, eles têm maior variedade e
complexidade. Veja os exemplos:
● Eu a vi na feira. → objeto direto
● Dediquei-lhe minhas homenagens. → objeto indireto
● Vovó tem grande apreço por mim. → complemento nominal

De forma mais simplificada e prática, basta reconhecer que os oblíquos exercem funções sintáticas diferentes
das exercidas pelos retos. Em suma, os oblíquos não atuam como sujeito, mas, em geral, como objeto. Veja
os exemplos:
● Encontrei ela ali na esquina. → coloquial
● Encontrei-a ali na esquina. → norma-padrão
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Dentro dos pronomes oblíquos, há uma subdivisão entre átonos e tônicos. Os átonos (que não são
antecedidos por preposição) e os tônicos (que são antecedidos por preposição); veja o quadro no início do
material.

Colocação pronominal
Chamamos de colocação pronominal a posição dos pronomes oblíquos átonos em relação ao verbo. Elas
são três: próclise, mesóclise e ênclise.

Próclise
Denomina-se próclise a colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo. A próclise exige que haja, antes
do verbo, um fator de atração do pronome átono.
Vejamos, a seguir, os fatores de atração:
● Pronomes demonstrativos – Ex.: Aquilo me angustiava.
● Pronomes indefinidos – Ex.: Tudo se transforma quando o verão chega.
● Pronomes relativos – Ex.: A música que a deixa feliz tocou no rádio.
● Advérbios – Ex.: Nunca o tolerei.
● Conjunções subordinativas – Ex.: Enquanto nos olhávamos, ficávamos em silêncio.
● Orações exclamativas ou interrogativas com palavra antes do verbo – Ex.: Senhor me ajude!
● Em + gerúndio – Ex.: Em se concordando com essa atitude, as circunstâncias mudam.

Ênclise
Como a ordem direta dos termos em língua portuguesa é sujeito – verbo – complemento, e o pronome oblíquo
átono atua como complemento do verbo, define-se que a posição normal do pronome átono com relação ao
verbo é a ênclise.
Veja os exemplos:
1. Levou-me ao desespero.
2. Amo-o muito.
3. Refere-se a várias pessoas.
4. Deixou-me para trás.
5. Esforçamo-nos para obter boas notas.

A ênclise deve ser usada nos seguintes casos:

a. Verbo iniciando a oração


Telefonei-lhe na hora marcada!

b. Verbo no imperativo afirmativo


Imagine-se em um mundo mais justo.

c. Verbo no infinitivo
Meu dever é ensinar-lhe a matéria.
É um prazer recebê-lo. (receber + o)
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d. Verbo no gerúndio
A diretora saiu deixando-nos por instantes.

Importante: Se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá a próclise:


Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.

Obs.: Adaptações fonéticas entre oblíquos átonos e verbos


Quando os pronomes “o(s)” e “a(s)” se posicionam após determinados verbos, podem assumir formas
especiais.

Veja:
● Quando o verbo (ou o pronome) terminar em R, S ou Z, seguido de O, A, OS, AS, corta-se a consoante e
adiciona-se o L.
Ex.: fazer + o = fazê-lo
fiz + a = fi-la
● Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas NO(S) e NA(S).
Ex.: dão + o = dão-no
tem + a = tem-na

Atenção!
Hoje em dia, nos casos em que não há obrigatoriedade de nenhuma regra, recomenda-se o uso da ênclise,
pois é mais “formal”. No entanto, a próclise é admitida. Dessa forma, tudo depende do contexto: tipo textual,
situação comunicacional e receptor da mensagem.
Ex.: João me chamou. (Informal) – João chamou-me. (Formal)
Os ruídos os incomodam. (Informal) – Os ruídos incomodam-nos.

Mesóclise
Denomina-se mesóclise a colocação do pronome oblíquo átono no meio do verbo. A mesóclise exige que o
verbo esteja flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo.
Ex.: Ajudar-te-ei quando puder. (Futuro do presente)
Tornar-se-ia mais eficiente se procrastinasse menos. (Futuro do pretérito)

Obs.: Se, na frase, for apresentado um fator de próclise e outro de mesóclise, o pronome deve ficar antes do
verbo.
Ex.: Não te perdoarei.
Amanhã nos encontraremos.

Obs.:
● o(s) e a(s) são usados para objeto direto:
Ex.: Conheci o professor quando o vi em seu primeiro dia de aula.

● lhe(s) é usado para objeto indireto e é empregado para referir-se a pessoas:


Ex.: Conheci o ganhador e enviei-lhe os parabéns.
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Pronomes possessivos
Enquanto os pronomes pessoais apenas indicam as pessoas gramaticais, os possessivos indicam essas
pessoas para marcar posse. Eles apresentam formas correspondentes à pessoa a que se referem. Observe o
quadro:
Um possuidor Vários possuidores

Um objeto Vários objetos Um objeto Vários objetos

1ª pessoa masculino meu meus nosso nossos


feminino minha minhas nossa nossas

2ª pessoa masculino teu teus vosso vossos


feminino tua tuas vossa vossas

3ª pessoa masculino seu seus seu seus


feminino sua suas sua suas

Atenção! O emprego da 3ª pessoa do singular ou do plural pode gerar ambiguidade em uma frase por conta
da dúvida a respeito do possuidor. Para evitar qualquer ambiguidade, a língua portuguesa nos oferece precisar
o possuidor com a utilização das formas: dele(s), dela(s), de você(s), do(s) senhor(es), da(s) senhora(s), entre
outras expressões.
Por exemplo: Ana e Luís seguiram diferentes linhas de abordagem para chegar a um mesmo resultado. Porém,
prefiro concordar com os seus métodos, que são mais objetivos.
Trata-se dos métodos de Ana, de Luis ou da pessoa com a qual falo?

Obs.: Para reforçar a ideia de posse visando à clareza e à ênfase, costumam-se utilizar as palavras: próprio,
mesmo. Por exemplo: Era ela mesma; eram os seus mesmos braços.
Vale destacar, no entanto, que "mesmo" e "próprio" não devem ser utilizados isoladamente, mas apenas como
acompanhantes de um substantivo ou de outro pronome.

Veja os exemplos a seguir:


I. Durante séculos, a riqueza brasileira dependia da exploração de matérias-primas. Devido à falta de
investimento em tecnologias, o mesmo se repete na atualidade → uso inadequado
II. Durante séculos, a riqueza brasileira dependia da exploração de matérias-primas. Devido à falta de
investimento em tecnologias, o mesmo processo se repete na atualidade → uso adequado
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Pronomes demonstrativos
São pronomes utilizados para indicar posição de algo (no espaço, no tempo ou no discurso) em relação às
pessoas do discurso.

1º pessoa 2° pessoa 3º pessoa

Esta(s), este(s), Esse(s), essa(s), isso Aquele(s), Aquela(s), Aquilo


isto

Funções
No tempo
Este ano está perfeito. (presente)
Esse ano foi/será perfeito. (passado ou futuro próximo)
Aquele ano foi perfeito. (passado remoto)

No espaço
Este é meu carro. (próximo de quem fala – locutor)
Esse é meu carro. (próximo de quem recebe a mensagem – interlocutor)
Aquele carro é meu. (distante do emissor e do interlocutor)

No texto
Referência a termos precedentes
O pronome “esse” e suas variações (“esses”, “essa(s)”, “isso”) podem atuar anaforicamente, retomando algo
que já foi mencionado no texto. Já pronome “este” e suas variações atuam cataforicamente, fazendo
referência a algo que ainda será mencionado. Veja:

A violência é o principal problema do Rio de Janeiro. Isso deve ser combatido.


Este é principal problema do Rio de Janeiro: a violência.

Quando queremos fazer alusão a dois termos já citados, utilizamos “aquele” (e suas variações) para o primeiro
termo e “este” (e suas variações) para o último. Por exemplo:

João e Roberto trabalham na empresa. Aquele (João) é gerente, este (Roberto), secretário.

Observações:

1. O, A, OS, AS – além de poderem ser artigos e pronomes pessoais – são pronomes demonstrativos quando
equivalem a isto, aquilo, aqueles, aquelas. Exemplo: Leve o (= aquilo) que lhe pertence.

2. A locução o quê, é pronome demonstrativo em frases como: “O médico examinou cuidadosamente o


enfermo; após o quê, prescreveu-lhe os remédios necessários”. [o quê = isso].

3. Pode ocorrer a contração da preposição a, de, em com pronome demonstrativo.


Por exemplo: àquele, àquela, deste, desta, disto, disso, nisso etc.

4. “Mesmo” e “próprio” serão pronomes demonstrativos em frases como:


Elas mesmas resolveram a situação.
Eles próprios resolveram a situação.
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Pronomes indefinidos
Os indefinidos, são os pronomes utilizados para representar a 3ª pessoa do discurso de maneira
indeterminada ou imprecisa.

Masculino Feminino

Alguns(s), certo(s), muito(s), Alguma(s), certa(s), muita(s),


nenhum(uns), outro(s), qualquer(quaisquer), nenhuma(s), outra(s), qualquer(quaisquer),
tanto(s), todo(s), vários, pouco(s), bastante(s) tanta(s), toda(s), várias, pouca(s), bastante(s)

Invariáveis

Alguém, algo, nada, ninguém, outrem, cada, tudo

Existem pronomes indefinidos que são utilizados na formulação de perguntas. Eles são chamados de
interrogativos
Interrogativos

Quem, que, quanto, qual

Observação: Os pronomes indefinidos podem aparecer como substitutos genéricos de substantivos. Por
exemplo: “Algo foi dito na reunião”. Além disso, podem, também, ser acompanhantes de substantivos, tal
como em: “Certas pessoas têm enxaqueca crônica”.

Alguns pronomes indefinidos possuem algumas especificações em relação ao seu emprego. É o caso dos
pronomes ninguém, algum, qualquer. Veja abaixo:

1. Ninguém: admite dupla negação, quando estiver proposto ao verbo.


Exemplo: Não achei ninguém.

2. Algum: Possui valor positivo, se vier anteposto ao substantivo; posposto, negativo.


Exemplo: Alguma pessoa virá à festa. / Pessoa alguma virá à festa.

3. Qualquer: não devemos utilizá-lo como sinônimo de “nenhum”.


Exemplo: Ele não tem qualquer chance de conseguir o emprego. (errado)

Há outra distinção que deve ser feita em relação à oposição entre os pronomes indefinidos e adjetivos e
entre os indefinidos e os advérbios. Observe:

Exemplo:
Certa pessoa passou por aqui. (pronome indefinido)
A pessoa certa (= correta) passou por aqui. (adjetivo)
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Exemplo 2:
Toda semana eu estudava. (pronome indefinido)
Toda a semana (= a semana inteira) eu estudava. (adjetivo)

Exemplo 3:
Tenho bastantes cabelos. (pronome indefinido)
Gosto bastante dela. (advérbio de intensidade)

Pronomes relativos
São os pronomes que não só unem orações, como também substituem um termo anterior. Por exemplo: O
perfume que adoro custa caro. (refere-se ao antecedente “perfume”).

Variáveis Invariáveis

o qual, os quais, a qual, as quais, quanto(a), quantos(as), cujo(a), cujos(as) onde, que, quem

Observação: Os pronomes relativos podem ser precedidos pela preposição exigida pelo verbo da oração na
qual se encontram.

Por exemplo:
Esse é o menino de quem gosto.
Essa é a festa sobre a qual falei.

Alguns pronomes relativos possuem algumas especificações em relação ao seu emprego. É o caso dos
pronomes onde, cujo, quem, que, o qual, quanto. Veja abaixo:

1. Onde: Só pode ser utilizado para fazer referência a lugares. Equivale a “em que”.
Exemplo: O Brasil é o país onde moro.
Observação: Muitas vezes, o pronome “onde” é empregado de maneira coloquial. Na língua culta, o uso
desse relativo deve ser limitado aos casos em que há referência a lugares físicos e espaciais. Caso não
haja, devemos utilizar “em que”, “no qual” (e suas flexões).

2. Cujo(a)(s): apesar de não ser pronome possessivo, é utilizado para estabelecer relação de posse. Não é
correto utilizar artigo após o “cujo” e suas variações.
Exemplo: Passei pela mulher cuja beleza é infinita.
Derrubaram as casas cujas as paredes estavam caindo. (ERRADO, devido ao artigo “as”)

3. Quem: Só pode ter como antecedente pessoa (ou coisa personificada). Costuma ser precedido por
preposição.
Exemplo: Ela é a pessoa por quem fui apaixonado.

4. Que, o(a) qual/os(as) quais: podem fazer referência tanto a pessoas, quanto a coisas. Porém, é preciso
ter atenção ao uso da preposição. Se a preposição possuir duas ou mais sílabas “entre”, sobre”, “para”,
utilizamos o(a) qual, os(as) quais.
Exemplo: A cidade em que/na qual moro é maravilhosa.
Os assuntos sobre os quais falei cairão na prova.
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5. Quanto(a)(s): são utilizados após os indefinidos “todo”, “tanto” e “tudo”.


Exemplo: Fiz tanto quanto ele.
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Exercícios de fixação

1. Qual é a função de um pronome em um texto?

2. Quais são as classificações dos pronomes?

3. O que são as pessoas do discurso?

4. Qual é a diferença entre os pronomes oblíquos átonos e os tônicos?

5. Marque a alternativa que apresenta a classificação INCORRETA da palavra destacada.


a) Estes rapazes são os mesmos que vieram ontem. (pronome demonstrativo)
b) Meu relógio estava atrasado. (pronome possessivo)
c) Suas palavras nada valem. (pronome possessivo)
d) Aquilo que Dario está levando não é dele. (pronome possessivo)
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Exercícios de vestibulares

1. (Fuvest) Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma potência colonizadora à feição da antiga
Grécia. O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento de
nenhum excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta de
lucros, e que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A
ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono português trouxe esta burguesia para um primeiro
plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da nobreza, representado pela
Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia
merecer do novo rei o melhor das suas atenções. Esgotadas as possibilidades do reino com as pródigas
dádivas reais, restou apenas o recurso da expansão externa para contentar os insaciáveis
companheiros de D. João I.
Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.

O pronome “ela” da frase “Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas
atenções”, refere-se a
a) “desmedida ambição”.
b) “Casa de Avis”.
c) “esta burguesia”.
d) “ameaça castelhana”.
e) “Rainha Leonor Teles”.

2. (Famerp) Considere a tirinha Garfield, de Jim Davis.

O pronome “este”, no terceiro quadrinho


a) refere-se ao presente do personagem, em que não há diversão.
b) retoma o sentido das palavras “o mundo”.
c) refere-se ao período em que o mundo diverte o personagem.
d) aponta para um momento em que o desejo do personagem se realizaria.
e) retoma o sentido da frase “o mundo existe para me divertir”.
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3. (Insper)

O que motivou o apito do juiz foi


a) a necessidade de empregar a ênclise para seguir a norma padrão.
b) o uso de um objeto direto no lugar de um objeto indireto.
c) a opção pelo pronome pessoal oblíquo “o” em vez de “a”.
d) a obrigatoriedade da mesóclise nessa construção linguística.
e) a transgressão às regras de concordância nominal relacionadas ao pronome.

4. (Unifesp) Leia o poema de Oswald de Andrade:

Senhor feudal
Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia

De acordo com a norma padrão, o último verso assumiria a seguinte forma:


a) Eu boto-lhe na cadeia.
b) Boto-no na cadeia.
c) Eu o boto na cadeia.
d) Eu lhe boto na cadeia.
e) Lhe boto na cadeia.
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5. (Enem, 2009) Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene.
– A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene! – comenta Sílvia, maravilhada diante dos
canteiros de rosas e hortênsias.
– Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona” também – diz Irene, sorrindo. – Já é um
custo aguentar a Vera me chamando de Tia o tempo todo. Meu nome é Irene.
Todos sorriem. Irene prossegue:
– Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de fazê-los para a Eulália, que é quem cuida das flores.
Eu sou um fracasso na jardinagem.
BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolçinguística. São Paulo: Contexto, 2003. (Adaptação).

Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “senhor(a)” denota o grau de liberdade ou de respeito
que deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado, observa-se o emprego dessas formas.
A personagem Sílvia emprega a forma “senhora” ao se referir à Irene. Na situação apresentada no texto,
o emprego de “senhora” ao se referir à interlocutora ocorre porque Sílvia:
a) pensa que Irene é a jardineira da casa.
b) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.
c) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem em área rural.
d) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua família conhecer Irene.
e) considera que Irene é uma pessoa mais velha, com a qual não tem intimidade.

6. (Enem) Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento
conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente.
Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um
imenso cavalo de madeira.
Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam
escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão
"presente de grego".
DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Em "puseram-no", a forma pronominaI "no" refere-se:


a) ao termo “rei grego”.
b) ao antecedente “gregos”.
c) ao antecedente distante “choque”.
d) à expressão “muros fortificados”.
e) aos termos “presente” e “cavalo de madeira”.

7. (Col. Naval) Em que opção utilizou-se corretamente o pronome relativo?


a) Admiro as pessoas as quais os filhos são gentis e educados a qualquer tempo.
b) A adolescência é a idade onde as pessoas apresentam conflitos existenciais.
c) César é o profissional a quem confiei a educação e o futuro dos meus filhos.
d) A prova em cujos textos nos baseamos foi aplicada há dois anos por esta instituição.
e) Não é possível domesticar animais a quem não se ame verdadeiramente.
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8. (Enem, 2011)

VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997. (Foto:
Reprodução/Enem)

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto,
em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma-padrão da língua, esse uso é inadequado, pois
a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.
c) gera inadequação na concordância com o verbo.
d) gera ambiguidade na leitura do texto.
e) apresenta dupla marcação de sujeito.

9. (FGV) Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são
os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina
fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que
não pertence à física. William Blake* sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma
árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como
Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da
minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão,
dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado
disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond
viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
(Rubem Alves. A complicada arte de ver. Folha de S.Paulo, 26.10.2004)

* William Blake (1757-1827) foi poeta romântico, pintor e gravador inglês. Autor dos livros de poemas
Song of Innocence e Gates of Paradise.

A respeito do pronome ‘disso’, sublinhado no texto, pode-se dizer que é um:


a) possessivo de segunda pessoa e se refere ao conteúdo do parágrafo anterior.
b) demonstrativo combinado com prefixo e se refere aos ipês floridos citados a seguir.
c) demonstrativo masculino de segunda pessoa e se refere ao poeta William Blake.
d) demonstrativo neutro que tem como referência a última frase do parágrafo anterior.
e) possessivo neutro e se refere a Moisés diante da sarça ardente.
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10. (Col. Naval) Assinale a opção em que está correto o emprego do pronome pessoal.
a) Os viciados em Web são reais. Precisamos ajudar-lhes.
b) Podemos ter relacionamentos virtuais, mas não devemos priorizá-los.
c) A Internet é útil e pode ser produtiva. Não devemos atribuí-la a culpa pelo uso exagerado.
d) Os filhos mais jovens costumam extrapolar o limite de horas na internet. Por isso, os pais devem
orientar-lhes.
e) Os estragos para os jovens que não sabem tirar proveito da Web são enormes. Usam-a
compulsivamente, a ponto de perderem os elos com o mundo real.

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Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. O pronome é a classe de palavra responsável por acompanhar ou substituir um nome (substantivo).


Essa classe tem fundamentalmente a finalidade de indicar a pessoa do discurso.

2. Em relação à classificação, há cinco tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos


e indefinidos.

3. De acordo com a gramática, discurso significa o mesmo que “conversa”, “texto”, ou seja, representa um
ato de comunicação entre dois seres: um emissor e um receptor. Por outro lado, as pessoas do discurso
são as que tomam parte em uma conversa, as quais podem ser: 1ª pessoa (quem fala ou escreve); 2ª
pessoa (quem escuta ou lê); 3ª pessoa (assunto – o ser de quem se fala ou escreve).

4. São chamados átonos, os pronomes oblíquos que não são precedidos de preposição e possuem a
acentuação tônica fraca. Já os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por preposições, em
geral as preposições a, para, de e com. Por isso, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto
da oração e possuem acentuação tônica forte.

5. D
O pronome destacado “aquilo” é um pronome demonstrativo.

Exercícios de vestibulares

1. C
“Ela” é utilizado para evitar a repetição do termo sobre o qual se fala: “esta burguesia”.

2. A
O pronome “este” relaciona-se com o momento em que Garfield vê frustrada a sua crença de que o
mundo é, para ele, uma constante diversão, ou seja, com o momento presente refletido na expressão de
enfado do personagem que ilustra a frase “este deve ser o intervalo”.

3. B
No primeiro quadro, observa-se falha gramatical na fala da cobra que usa o pronome oblíquo “o” em vez
de “lhe”. O verbo “escapar” é transitivo indireto, exigindo assim o pronome com essa função.

4. C
O pronome reto “ele” deve assumir a função de sujeito ao invés de objeto, de acordo com a norma padrão.
Neste sentido, o complemento do verbo “botar” deve ser o pronome “o”, pois é complemento direto.

5. E
A partir do contexto e do nosso conhecimento sobre as formas de tratamento, é possível entender que a
personagem opta pela forma “senhora”, ao fazer referência à Irene, pois trata-se de uma pessoa mais
velha com a qual não há intimidade, mostrando, assim, respeito por ela.
Português

6. E
A forma pronominal “no” faz referência à “presente”, que, pelo contexto, sabemos que é um “cavalo de
madeira”.

7. C
As expressões corretas para as alternativas são: (a) cujos; (b) na qual; (d) cujos; (e) os quais.

8. B
No segundo quadrinho, o pronome pessoal “eles” é inadequado, pois deve ser usado para desempenhar
função de sujeito. Como o verbo “arrasar” é transitivo, o pronome deveria ser substituído pelo pronome
oblíquo “os” em função de objeto direto. Segundo a norma padrão da língua, a frase deveria ser substituída
por “Vamos arrasá-los!”.

9. D
O pronome “disso” é anafórico e resumitivo, se referindo ao que foi mencionado anteriormente e
englobando todo o sentido já exposto.

10. B
Por se tratar de um verbo transitivo direto, “priorizar” exige o pronome oblíquo átono “o” ao referir-se a
“relacionamentos virtuais” expresso na oração anterior. A forma “los” resulta da supressão do “r” do
infinitivo e do uso da modalidade “lo”, conforme as regras ortográficas da linguagem padrão. Nas demais
opções, incorretas, os termos sublinhados deveriam ser substituídos por “ajudá-los”, “atribuir-lhe”,
orientá-los” e “usam-na”, respectivamente.

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