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Função sintática
O foco principal desta aula são os pronomes oblíquos átonos e a sua colocação,
ou seja, a posição que eles ocupam na oração em relação ao verbo. Antes, porém, vamos
falar um pouco sobre as funções sintáticas desempenhadas por eles.
Os pronomes retos são empregados como sujeito (Eles deram ao filho a melhor
educação) ou predicativo do sujeito (A responsável sou eu). Já os oblíquos podem
assumir várias outras funções.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos de preposição e podem
exercer a função de:
Porém, mesmo entre os brasileiros cultos essas formas vêm sendo cada vez
menos usadas, o que acaba por se refletir na escrita. Diante de um escritor de ficção que
prefere a forma “Entre eu e você”, preparadores e revisores podem sugerir a mudança se
julgarem que a construção de alguma maneira destoa do restante do texto. Caso
contrário, melhor manter a forma escolhida pelo autor. (Estamos falando de obras de
ficção, ok?)
Os pronomes oblíquos átonos podem funcionar como objeto direto ou objeto indireto.
Ø Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objeto direto como objeto indireto.
Deu-me um carro de presente. (OI)
Convidou-me para a festa de casamento. (OD)
Ø Os pronomes o, a, os e as funcionam exclusivamente como objeto direto.
Convidou-o para a festa de casamento.
Salvou-a da saia justa.
Ø Os pronomes lhe e lhes exercem sempre a função de objeto indireto na oração.
Pediu-lhe que chegasse cedo.
Permitiram-lhe ficar com o filho três vezes por semana.
Elas se entreolharam.
Não me conformo.
Meu filho e eu nos abraçamos.
Cumprimentamo-nos com alegria.
Não sabe nada de si.
Vestiu-se depressa.
O escritor trouxe o livro consigo.
Ou então:
E por fim:
Com um só verbo:
Obs. Sempre que houver uma pausa entre o verbo e um elemento que provoca a
próclise, pode ocorrer a ênclise, como em:
Dir-lhe-ia se soubesse.
Procurá-lo-ei assim que tiver uma resposta.
Deus te crie!
Quanto se desperdiça!
Que a vida lhe seja leve!
Como se trabalhava mal!
9. Emprega-se a próclise quando o verbo é precedido dos pronomes
relativos, que, quem, qual, onde, etc.
12. Com o infinitivo, mesmo quando modificado por palavra negativa, podemos
empregar a próclise ou a ênclise.
Infinitivo?
Se você pensou em corrigir a primeira e deixar a segunda como está, saiba que
estaria aplicando critérios diferentes para a mesma situação. A questão é que, ao
contrário do que possa parecer, nos casos acima os verbos trazer e superar não estão no
infinitivo, e sim no futuro do subjuntivo. Quando eu fizer, para quem fizer, quando eu
trouxer, para quem trouxer, quando eu superar, para quem superar, etc.
Tal como acontece com o futuro do presente e o futuro do pretérito, a próclise
também é a regra com o futuro do subjuntivo. Sendo assim, devemos corrigir as frases
acima:
Oferecemos uma recompensa para quem a trouxer até aqui.
Estabelecemos metas e também um prêmio para quem as superar.
A gente
A expressão a gente é uma locução pronominal equivalente à primeira pessoa do
plural (nós). É usada em registros muito informais e, do ponto de vista gramatical,
corresponde à terceira pessoa do singular. Ou seja, o verbo que a acompanha deve ficar
no singular.
Leia agora o texto complementar, no qual o editor Luiz Schwarcz, fundador e diretor do
grupo Companhia da Letras, fala sobre a relação de alguns editores míticos com os seus
principais escritores. Depois, faça os exercícios.
Evanildo Bechara, Moderna gramática portuguesa, Rio de Janeiro, Editora Lucerna,
2005, p. 587, destaque meu.
José Carlos de Azeredo, Gramática Houaiss da língua portuguesa, São Paulo,
Publifolha, 2010, p. 258, 259, destaque meu.
Celso Cunha, Gramática do português contemporâneo, Rio de Janeiro, Padrão Livraria
Editora, 1983, p. 225, destaque meu.
Evanildo Bechara, Moderna gramática portuguesa, Rio de Janeiro, Editora Lucerna,
2005, p. 588