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2 Artigo
Do ponto de vista morfológico, o artigo é uma classe variável em gênero e número (artigos definidos: o, a, os,
as; artigos indefinidos: um, uns, uma, umas). Do ponto de vista sintático, o artigo é um termo que funciona
sempre como adjunto adnominal. Do ponto de vista semântico, tudo irá depender do contexto.
o Exemplo: Os leitores deste Material sabem que ele não é um material... é o Material. (o primeiro individualiza
o substantivo “leitores”, o segundo apresenta tom depreciativo sobre o substantivo “material”, o terceiro
determina, com tom apreciativo e qualificador o substantivo “Material”)
3 Pronome
Do ponto de vista semântico, o pronome pode apresentar inúmeros sentidos, a depender do contexto. Do ponto
de vista morfológico e discursivo, o pronome é uma classe de palavras normalmente variável em gênero e
número e que se refere a elementos dentro e fora do discurso. É um determinante quando acompanha o
substantivo (neste caso, é chamado de pronome adjetivo, pois tem valor de adjetivo). Quando substitui o
substantivo, é chamado de pronome substantivo, pois tem valor de substantivo. Do ponto de vista sintático, o
pronome é um termo que funciona como adjunto adnominal quando acompanha um substantivo; quando o
substitui, tem função substantiva.
É muito importante dizer que o pronome serve para indicar as pessoas do discurso: 1ª (falante), 2ª (ouvinte) e
3ª (assunto). Ex.: Eu não te falei que ele era concursado! Neste exemplo, quem fala é a 1ª pessoa (Eu), quem
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ouve é a 2ª pessoa (te) e sobre quem se fala é a 3ª pessoa (ele) do discurso. Os pronomes servem, portanto,
para marcar as pessoas do discurso.
Classificação:
Pronome Pessoais:
Atenção! O pronome relativo também serve para desfazer a ambiguidade. Ex.: Visitei o sítio da minha tia,
QUE me deixou muito encantado. (O que deixou o falante encantado? O sítio ou a tia dele? Ficou ambíguo.)
Pronomes Demonstrativo: marcam a posição temporal ou espacial de um ser em relação a uma das três
pessoas do discurso, fora do texto (exófora/dêixis) ou dentro de um texto (endófora – anáfora ou catáfora).
Principais demonstrativos
1º pessoa: este, estes, esta, estas, isto.
2º pessoa: esse, esses, essa, essas, isso.
3º pessoa: aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo.
Obs.: também podem ser empregados como pronomes demonstrativos: o(s), a(s), mesmo(s),
próprio(s), semelhante(s), tal.
Valor discursivo dos pronomes demonstrativos
Função temporal
Ex.: Esta é a hora da verdade. (presente)
Ex.: Este fim de semana será perfeito, pena que ainda é segunda. (futuro)
Ex.: Ninguém se esquecerá desse carnaval. (passado recente)
Ex.: Aquele ano foi terrível para todos. (passado distante)
Função espacial
Ex.: Esta camisa aqui do PHD é minha. (próximo do falante)
Ex.: Essa camisa aí é sua? (próximo do ouvinte)
Ex.: Aquela camisa lá é dele. (distante do ouvinte e falante)
Função distributiva ou referência a elementos dentro do texto
Ex.: Pelas notícias de ontem, o jornal de hoje faz temer as de amanhã;
tanto estas quanto aquelas são terríveis. (“estas” faz referência às “notícias de amanhã”;
“aquelas” faz referência às “notícias de ontem”)
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Função referencial
Ex.: Quando eu saí de casa, meu pai me disse isto: seja bom, ame o próximo e respeite a vida.
(valor catafórico)
Ex.: Como é que pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia nos parece
estranha. (valor anafórico)
Colocação pronominal: é a parte da gramática que estuda a colocação dos pronomes oblíquos átonos junto
aos verbos, que pode ser antes do verbo (próclise); no meio do verbo (mesóclise) e após o verbo (ênclise).
o Casos atrativos de próclise
Pronome relativo
Ex.: Esta é a faculdade onde se formou.
Frases exclamativas
Ex.: Deus te proteja, meu filho!
4
Frases interrogativas
Ex.: Quem te fez a encomenda?
Palavras de sentido negativo: não, nunca, nada, ninguém, nem, jamais...
Ex.: Não se esqueça de mim.
Advérbios
Ex.: Agora se negam a depor.
Entre a preposição “em” e o verbo no gerúndio
Ex.: Em se plantando tudo dá.
Pronomes indefinidos
Ex.: Poucos te deram a oportunidade.
Oração subordinada
Ex.: Soube que me negariam.
o Ênclise: não havendo condições para o uso da próclise ou da mesóclise, a posição norma do pronome
oblíquo átono é depois do verbo.
Início de orações.
Ex.: Sabe-se que você é capaz.
Após pausas.
Ex.: Se eu for aprovado, mudo-me daqui.
Verbo no imperativo afirmativo.
Ex.: Queridos, calem-se!
Verbo no infinitivo não flexionado.
Ex.: Meu amigo, magoá-lo nunca foi minha intenção.
Verbo no gerúndio.
Ex.: Recusou a proposta, fazendo-se de desentendida.
ABL (Associação Brasileira de Letras) RESPONDE.
Pergunta: Oi. Após vírgula, pode o pronome ficar antes ou depois do verbo quando há distanciamento do
termo atrativo ou do termo que permite o facultar da posição do clítico? Exemplos: “As mulheres, a quem
muito amei, me eram (eram-me) leais.” ou “Nunca, mesmo depois da separação, me comuniquei
(comuniquei-me) com ela.”. Ambas as posições (próclise ou ênclise) estão certas? Obrigado!
Resposta: Prezado, ambos corretos, pode empregar a próclise ou a ênclise nos seus exemplos. De nada,
disponha.
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o Colocação pronominal em locuções verbais: ocorre quando há uma junção de verbo auxiliar mais o
verbo principal. Todos os exemplos abaixo estão corretos, com exceção dos exemplos em vermelho.
5 Adjetivo
O adjetivo do ponto de vista morfológico é uma palavra que varia em gênero, número e/ou grau. Do ponto de
vista sintático, o adjetivo só exerce duas funções sintáticas na frase: adjunto adnominal ou predicativo (do
sujeito ou do objeto). Do ponto de vista semântico, o adjetivo, que pode trazer um juízo de valor, é um
caracterizador, um modificador de sentido.
Classificação: I) primitivo: sorriso amarelo; II) derivado: sorriso amarelado; III) simples: visão social; IV)
composto: visão socioeconômica; V) relação* ou relativo, que possui valor semântico objetivo, vem após o
substantivo, normalmente derivado por sufixação e não varia em grau: vinho chileno; VI) restritivo: homem
feliz; VI) explicativo: homem mortal; VIII) pátrio/gentílico: indígena, negro, branco.
*A FGV costuma cobrar essa classificação, fique ligado!
o Alguns exemplos de valores discursivo dos adjetivos: Aquela blusa é preta? (Adjetivo relativo à cor,
predicativo do sujeito); Ele é um homem pobre. (“sem recursos”, adjunto adnominal); Ele é um pobre homem.
(“coitado”); Não sou um autor defunto, mas um defunto autor. ( autor que é defunto, ou seja, autor que
morreu; defunto que é autor, ou seja, defunto que escreve)
O adjetivo varia em grau, dizer isso significa que, em algumas construções, ele terá seu valor intensificado,
normalmente por um advérbio ou um sufixo. Existem normalmente duas situações: comparação e
superlativação.
o Grau comparativo de igualdade (tão...quanto/como):
Exemplo: Português é tão divertido quanto (ou como) Matemática.
o Grau comparativo de superioridade* “mais... (do) que”:
Exemplo: Português é mais divertido (do) que Matemática.
o Grau comparativo de inferioridade “menos... (do) que”:
Exemplo: Português é menos divertido (do) que Matemática.
*bom, mau/ruim, grande, pequeno.
o Grau superlativo absoluto analítico, o adjetivo é modificado por um advérbio de intensidade:
Exemplo: João é muito inteligente e bastante humilde, mas extremamente pobre.
o Grau superlativo absoluto sintético, quando há acréscimo de um sufixo -íssimo, -(r)imo, -(l)imo:
Exemplo: João é inteligentíssimo, mas paupérrimo e humílimo.
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o Grau superlativo relativo de superioridade, há o enaltecimento da qualidade de um ser dentre outros seres,
por meio da construção o/a mais + adjetivo + de/dentre.
Exemplo: João é o mais inteligente dentre todos da sala.
o Grau superlativo relativo de inferioridade, há uma desvalorização ou minimização da qualidade de um ser
dentre outros seres, por meio da construção o/a menos + adjetivo + de/dentre.
Exemplo: Joana é o menos inteligente do grupo.
6 Substantivo
O substantivo do ponto de vista morfológico é uma palavra que varia em número e gênero. Do ponto de vista
sintático, é normalmente o núcleo dos termos sintáticos. Do ponto de vista semântico, ele nomeia tudo que
existe.
Atenção para as palavras substantivadas:
o Exemplo: O não que ela me deu. O andar dela é lindo. Preta, você me ama? 6
Classificação quanto a forma:
o Primitivo: pedra, Marte, agenda.
o Derivado: pedreiro, marciano, extra-agenda.
o Simples: samba, enredo, caixa, água.
o Composto: samba-enredo, caixa-d’água.
Classificação quanto a significação:
o Comum: homem, cidade, bairro.
o Próprio: Pedro, Portugal, Maria.
o Abstrato: corrida, fome, beleza.
o Concreto: luz, som, chuva, Deus.
o Coletivo: vara, alcateia, cáfila.
Variável em número, singular: carro, pele, chapéu; plural: carros, peles, chapéus.
Variável em gênero, masculino e feminino, há dois tipos:
o Biforme, há mudança de forma para indicar gêneros diferentes: o filho, a filha, o gato, a gata.
o Uniforme, NÃO muda de forma para indicar gêneros diferentes:
Comum de dois gêneros só se refere a pessoas e tem seu gênero indicado por determinantes: um
gerente, uma gerente.
Sobrecomum só se refere a pessoas e tem seu gênero indicado por um determinante apenas: o
cônjuge, a vítima.
Epiceno refere-se a animais e plantas e tem seu gênero indicado por determinantes, o sexo é indicado
pelos adjetivos “macho” e “fêmea”: cobra macho, cobra fêmea.
7 Verbo
Do ponto de vista semântico, o verbo normalmente indica uma ação ou um processo, mas pode indicar estado,
mudança de estado ou fenômeno natural – sempre dentro de uma perspectiva temporal. Do ponto de vista
morfológico, o verbo varia em modo, tempo, número e pessoa. Do ponto de vista sintático, o verbo tem um
papel importantíssimo dentro da frase; sem ele (explícito ou implícito) não há orações na língua portuguesa,
pois o verbo é o núcleo do predicado.
Exemplo: ser, ir, vir (e derivados), ver (e derivados), pôr (e derivados), ter (e derivados), caber, valer, adequar,
haver, reaver, precaver-se, requerer, prover, viger, preterir, eleger, impugnar, trazer, os terminados em – ear, -
iar, -uar etc.
A FGV gosta de cobrar em suas provas: emprego de tempos e modos verbais (pretérito, presente, futuro,
indicativo, imperativo, subjuntivo), vozes verbais (ativa e passiva), conjugação, uniformidade de tratamento.
Dica: para saber se é verbo, conjuga!
8 Preposição
Do ponto de vista semântico, a preposição estabelece determinadas relações de sentido (valor nocional), mas
tudo dependerá do contexto. Do ponto de vista morfológico, a preposição é uma palavra invariável que tem o
papel de conector/conectivo (valor relacional), isto é, cumpre a função de ligar palavras entre si, palavras a
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orações ou orações entre si. Do ponto de vista sintático, a preposição nunca exerce função sintática, mas
participa no sistema de transitividade, introduzindo complementos (verbais ou nominais), ou na construção de
adjuntos (adnominais ou adverbiais).
Exemplo: Morreu de fome. (Causa) /Casa de vovó. (Posse) /Casa de madeira. (Matéria)
Preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, per, por, para, perante, sem, sob
(é sinônimo de “abaixo de”), sobre (é sinônimo de “por cima de”), trás (“traz” é verbo, “atrás” é advérbio”).
9 Conjunção
Do ponto de vista semântico, a conjunção é uma palavra que traz embutida um sentido (ou mais de um). Só a
conjunção integrante (que e se) não carrega consigo um sentido. Do ponto de vista morfológico, a conjunção é
uma palavra que não muda de forma, portanto é invariável. Do ponto de vista sintático, a conjunção não exerce
função sintática alguma, mas participa de construções coordenadas e subordinadas, ligando normalmente
termos de mesma função sintática, orações, períodos e parágrafos, numa relação lógica. 7
o Exemplo de conjunções coordenadas: e, nem, tampouco, mas, porém, contudo, todavia, ou, portanto,
logo, por conseguinte, porque, que, porquanto...
o Exemplo de conjunções subordinadas: porque, já que, uma vez que, tal qual, embora, conquanto, caso,
contanto, conforme, como, para que, a fim de que, à medida que, quando, enquanto...
Conjunção subordinativa integrante, para identificá-la, utilize o bizu do “substitua a oração iniciada por que ou
se por isso”.
o Exemplo: É necessário que se estude. (É necessário isso.)
o Exemplo: Não desejamos saber se ela é velha, mas sim se ela é eficiente. (Não desejamos saber isso,
mas sim isso.)
10 Advérbio
Do ponto de vista semântico, o advérbio é um modificador ou ampliador de sentido, indicando uma
circunstância (tempo, lugar, intensidade, modo, etc). Do ponto de vista morfológico, o advérbio não se flexiona
em gênero nem em número, por isso é chamado de palavra invariável. Do ponto de vista sintático,
tradicionalmente falando, o advérbio se refere a um verbo, a um adjetivo (ou locução adjetiva), a outro advérbio
(ou locução adverbial) ou a uma oração inteira, exercendo apenas uma função sintática na frase: adjunto
adverbial.
o Exemplo: advérbio de negação (não), intensidade (muito), lugar (aqui), tempo (sempre), modo
(facilmente).
o Exemplo: Sempre acordou cedo. /Continuo bastante disposto. /Dormiram muito tarde.
Variável em grau, há dois tipos:
o O comparativo pode ser de igualdade:
Exemplo: Aquela menina escreve tão depressa quanto/como eu.
o O comparativo pode ser de superioridade:
Exemplo: aquela menina escreve mais depressa (do) que eu.
o O comparativo pode ser de inferioridade:
Exemplo: aquela menina escreve menos depressa (do) que eu.).
o O superlativo pode ser apenas absoluto sintético:
Exemplo: Ele estava muitíssimo bêbado. /Ele acordou apressadissimante.
o O superlativo pode ser apenas absoluto analítico, em que o advérbio de intensidade modifica outro
advérbio:
Exemplo: Eu corri muito bem naquela prova. /Ela corre muito mal.