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LÍNGUA PORTUGUESA

Estudo Dirigido: TSE Unificado


/SESAU
Língua Portuguesa – Prof. Jáder – Morfologia
Morfologia – Revisão de classes gramaticais

Morfologia é a parte da gramática que estuda:


o Forma dos vocábulos que possuem três formas: livres, que possuem autonomia semântica; dependentes, que
não estabelecem comunicação sozinhas; e presas, que não existem isoladamente em enunciados.
Normalmente, as palavras se formam a partir da combinação de formas presas: afixos, radical, desinências,
vogal temática.
o Estrutura de palavras trata dos conceitos de radical, prefixo, sufixo, desinência, vogal temática,
vogal/consoante de ligação.
o Processo de formação de palavras trata dos conceitos de Derivação Prefixal, Sufixal, Parassintética, Regressiva
e Imprópria. Além disso, há o conceito de Composição (união de radicais) por Justaposição, em que não há
perda de elementos (exemplo: passatempo, girassol, dezoito) e Aglutinação, em que há perda de elementos
(exemplo: embora, aguardente, vinagre), e outros processos de formação de palavras tais como: 1
Onomatopeia (processo caracterizado por formar palavras que imitam ou reproduzem sons de seres animados
ou inanimados); Abreviação, veja algumas: Português->Portuga, Professor->Fessor, São Paulo->Sampa, etc;
Hibridismo; Combinação; Neologismo; Estrangeirismo.
o Classes gramaticais/morfológicas: artigo, pronome, numeral, adjetivo, substantivo, verbo, advérbio,
conjunção, preposição e interjeição. Neste material, iremos fazer a análise morfológica dessas classes
gramaticais.
“Professor, eu tenho dificuldade em diferenciar a análise sintática da morfológica”. Isso acabou! Veja, no
exemplo abaixo, a diferença entre análise morfológica e análise sintática:
o Exemplo: Caramba! As minhas duas sensacionais professoras vieram do PHD e palestraram aqui.
o Análise morfológica: Caramba é interjeição; As é artigo; minhas é pronome; duas é numeral; sensacionais é
adjetivo; professoras é substantivo; vieram é verbo; do é preposição; e é conjunção; aqui é advérbio.
o Análise sintática: Caramba! interjeição não exerce função sintática; As minhas duas sensacionais exercem a
função sintática de adjunto adnominal; professoras exerce a função de núcleo do sujeito; vieram é o núcleo
do predicado; do PHD exerce a função sintática de adjunto adverbial; aqui exerce a função sintática de adjunto
adverbial.
1 Interjeição
Do ponto de vista semântico, a interjeição pode apresentar muitos valores. Do ponto de vista morfológico, a
interjeição é uma palavra que não muda de forma, portanto é invariável. Do ponto de vista sintático, a
interjeição não exerce função sintática alguma.
o Exemplo: Ufa! Psiu! Oh! Ah! Meu Deus! Quem dera! Etc.

2 Artigo
Do ponto de vista morfológico, o artigo é uma classe variável em gênero e número (artigos definidos: o, a, os,
as; artigos indefinidos: um, uns, uma, umas). Do ponto de vista sintático, o artigo é um termo que funciona
sempre como adjunto adnominal. Do ponto de vista semântico, tudo irá depender do contexto.
o Exemplo: Os leitores deste Material sabem que ele não é um material... é o Material. (o primeiro individualiza
o substantivo “leitores”, o segundo apresenta tom depreciativo sobre o substantivo “material”, o terceiro
determina, com tom apreciativo e qualificador o substantivo “Material”)

3 Pronome
Do ponto de vista semântico, o pronome pode apresentar inúmeros sentidos, a depender do contexto. Do ponto
de vista morfológico e discursivo, o pronome é uma classe de palavras normalmente variável em gênero e
número e que se refere a elementos dentro e fora do discurso. É um determinante quando acompanha o
substantivo (neste caso, é chamado de pronome adjetivo, pois tem valor de adjetivo). Quando substitui o
substantivo, é chamado de pronome substantivo, pois tem valor de substantivo. Do ponto de vista sintático, o
pronome é um termo que funciona como adjunto adnominal quando acompanha um substantivo; quando o
substitui, tem função substantiva.
É muito importante dizer que o pronome serve para indicar as pessoas do discurso: 1ª (falante), 2ª (ouvinte) e
3ª (assunto). Ex.: Eu não te falei que ele era concursado! Neste exemplo, quem fala é a 1ª pessoa (Eu), quem
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ouve é a 2ª pessoa (te) e sobre quem se fala é a 3ª pessoa (ele) do discurso. Os pronomes servem, portanto,
para marcar as pessoas do discurso.
Classificação:
 Pronome Pessoais:

Pronome pessoal reto * Pronome oblíquo átono Pronome oblíquo tônico**


Pessoas (singular) Pessoas (plural)
1ª: Eu Nós Me (singular); Nos(plural) Mim, comigo/Nós, conosco
2ª: Tu Vós Te (singular); Vos (plural) Ti, contigo/Vós, convosco
3ª: Ele/Ela Eles/Elas Se, lhe, lhes, o, a, os, as Si, consigo/Ele(a/s)
 Alguns pronomes de tratamento: você, senhor, senhora, senhorita, dom, dona, madame.
*Em regra, o pronome reto não pode ocupar a posição de complemento do verbo. O pronome que se ocupa 2
disso é o oblíquo.
**São sempre precedidos de preposição!
 Os pronomes oblíquos átonos O, A, OS, AS são sempre empregados como complementos de verbos
transitivos diretos, ao passo que as formas LHE, LHES são empregadas como complementos de verbos
transitivos indiretos.
 Funções sintáticas dos pronomes pessoais
 Reto: sujeito, predicativo do sujeito e vocativo (normalmente)
 Ex.: Eu estou com saudades. (Sujeito)
 Ex.: Eu sou mais eu. (Predicativo do sujeito)
 Ex.: Tu, voltes! (Vocativo)
 Oblíquo átono: complemento verbal (normalmente)
 Ex.: Eu me amo, por isso não posso viver sem mim... (Objeto direto)
 Ex.: Lascaram-me um beijo daqueles! (Objeto indireto)
 Extensões dos pronomes oblíquos átonos (o, a, os e as) quando estiverem ligados a verbos
 Terminados em -R, -S ou –Z, viram –lo(s) e –la(s).
 Ex.: Vou resolver um conflito. = Vou resolvê-lo.
 Ex.: Fiz o concurso porque quis o emprego de funcionário público. = Fi-lo porque qui-lo.
 Terminados em som nasal (-am, -em, -õe, -ão...), viram –no(s) e –na(s).
 Ex.: Pagaram nossas dívidas. = Pagaram-nas.
 Ex.: Você põe a mão onde não deve. = Você põe-na onde não deve.
 Pronomes Indefinidos: referem-se à terceira pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica.
Alguns exemplos de pronomes: todo, algum, nenhum, outro, muito, bastante, pouco, certo, menos.
 Pronomes Possessivos: estabelecem relação de posse (normalmente) entre seres e conceitos e as pessoas
do discurso.
o 1º pessoa: meu, meus, minha, minhas, nosso, nossos, nossa, nossas.
o 2º pessoa: teu, teus, tua, tuas, vosso, vossos, vossa, vossas.
o 3º pessoa: seu, seus, sua, suas.
 Pronomes Interrogativo: exprimem questionamento direto (com ponto de interrogação) ou indireto (sem
ponto de interrogação) em um contexto que sugere desconhecimento ou vontade de saber.
o Ex.: Que é isso? (pergunta direta)
o Ex.: Quero saber que é isso. (pergunta indireta: Que é isso?)
o Ex.: Quem é esse rapaz? (pergunta direta)
o Ex.: Não sabemos quem é esse rapaz. (pergunta indireta: Quem é esse rapaz?)
o Ex.: De qual pintura você está falando? (pergunta direta)
o Ex.: Pergunta-se qual é a altura dela. (pergunta indireta: Qual é a altura dela?)
o Ex.: Por quanto você vende esta garrafa? (pergunta direta)
o Ex.: Verificaram quanto custava o conserto. (pergunta indireta: Quanto custava o conserto?)
 Pronomes Relativo: podem ser preposicionados, são elementos de coesão (caráter anafórico) para evitar
repetições, substituem um termo anterior explícito. Sintaticamente falando, todo pronome relativo sempre
se refere a um termo de outra oração ao introduzir a oração subordinada adjetiva.
 QUE: é invariável para pessoas e coisas.
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 Ex.: Aquele é o livro de que falei. (Quando um nome ou verbo exigir a preposição, ela ficará na frente
do pronome relativo. Quem fala, fala DE ALGO)
 O QUAL (flexões): é utilizado para pessoas e coisas.
 Ex.: Essa é a autora à qual me referi. (O termo “à qual” se refere ao termo “autora”, o acento grave
está empregado devido à regência do verbo “referir”, quem se refere, refere-se A...)

Atenção! O pronome relativo também serve para desfazer a ambiguidade. Ex.: Visitei o sítio da minha tia,
QUE me deixou muito encantado. (O que deixou o falante encantado? O sítio ou a tia dele? Ficou ambíguo.)

 QUEM: é invariável, sempre preposicionado, usado para pessoas.


 Ex.: Aquela é a jovem a quem nos referimos. (Cuidado para não confundir com o “quem” pronome
indefinido. Ex.: Quem será nomeado?)
 ONDE (substituível por “em que”, “no qual” e flexões): é invariável, usado para lugares reais ou 3
figurados.
 Ex.: A cidade onde moro e linda. /A cidade em que moro e linda. /A cidade na qual moro e linda.
 Ex.: Meu coração, onde tu habitas, é teu e de mais ninguém.
 Ex.: As praias aonde fui eram fantásticas.
 Ex.: O lugar donde retornei era ótimo.
 CUJO (flexões): indica posse e não aceita artigo, concorda com a coisa possuída. Entre dois nomes
diferentes. Não é possível sofrer substituição.
 Ex.: Esse candidato de cuja honestidade desconfio.
 COMO: é invariável, precedido pelas palavras modo, maneira, forma e jeito. Equivale a “pelo qual”,
normalmente.
 Ex.: Acertei o jeito como fazer as coisas.
 QUANTO: é variável, aparece sempre após os pronomes “tudo, todo (e variações) e tanto (e variações)”
seguidos ou não de substantivo ou pronome, não vem preposicionado, pois exerce função de sujeito e
objeto direto apenas.
 Ex.: Ele encontrou tudo quanto procurava.
 QUANDO: é invariável, retoma antecedente que exprime valor temporal, equivale a “em que”.
 Ex.: Ele era do tempo quando se amarrava cachorro pelo rabo.

 Pronomes Demonstrativo: marcam a posição temporal ou espacial de um ser em relação a uma das três
pessoas do discurso, fora do texto (exófora/dêixis) ou dentro de um texto (endófora – anáfora ou catáfora).
 Principais demonstrativos
 1º pessoa: este, estes, esta, estas, isto.
 2º pessoa: esse, esses, essa, essas, isso.
 3º pessoa: aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo.
Obs.: também podem ser empregados como pronomes demonstrativos: o(s), a(s), mesmo(s),
próprio(s), semelhante(s), tal.
 Valor discursivo dos pronomes demonstrativos
 Função temporal
 Ex.: Esta é a hora da verdade. (presente)
 Ex.: Este fim de semana será perfeito, pena que ainda é segunda. (futuro)
 Ex.: Ninguém se esquecerá desse carnaval. (passado recente)
 Ex.: Aquele ano foi terrível para todos. (passado distante)
 Função espacial
 Ex.: Esta camisa aqui do PHD é minha. (próximo do falante)
 Ex.: Essa camisa aí é sua? (próximo do ouvinte)
 Ex.: Aquela camisa lá é dele. (distante do ouvinte e falante)
 Função distributiva ou referência a elementos dentro do texto
 Ex.: Pelas notícias de ontem, o jornal de hoje faz temer as de amanhã;
tanto estas quanto aquelas são terríveis. (“estas” faz referência às “notícias de amanhã”;
“aquelas” faz referência às “notícias de ontem”)
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 Função referencial
 Ex.: Quando eu saí de casa, meu pai me disse isto: seja bom, ame o próximo e respeite a vida.
(valor catafórico)
 Ex.: Como é que pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia nos parece
estranha. (valor anafórico)
 Colocação pronominal: é a parte da gramática que estuda a colocação dos pronomes oblíquos átonos junto
aos verbos, que pode ser antes do verbo (próclise); no meio do verbo (mesóclise) e após o verbo (ênclise).
o Casos atrativos de próclise
 Pronome relativo
 Ex.: Esta é a faculdade onde se formou.
 Frases exclamativas
 Ex.: Deus te proteja, meu filho!
4
 Frases interrogativas
 Ex.: Quem te fez a encomenda?
 Palavras de sentido negativo: não, nunca, nada, ninguém, nem, jamais...
 Ex.: Não se esqueça de mim.
 Advérbios
 Ex.: Agora se negam a depor.
 Entre a preposição “em” e o verbo no gerúndio
 Ex.: Em se plantando tudo dá.
 Pronomes indefinidos
 Ex.: Poucos te deram a oportunidade.
 Oração subordinada
 Ex.: Soube que me negariam.

o Mesóclise: emprega-se o pronome oblíquo átono no meio.


 Se o verbo estiver no futuro do presente do indicativo.
 Ex.: Realizar-se-á um grande evento na próxima semana.
 Se o verbo estiver no futuro do pretérito do indicativo.
 Ex.: Não fosse o meu compromisso, acompanhá-la-ia nesta viagem.
 Obs.: a próclise prevalece sobre a mesóclise.

o Ênclise: não havendo condições para o uso da próclise ou da mesóclise, a posição norma do pronome
oblíquo átono é depois do verbo.
 Início de orações.
 Ex.: Sabe-se que você é capaz.
 Após pausas.
 Ex.: Se eu for aprovado, mudo-me daqui.
 Verbo no imperativo afirmativo.
 Ex.: Queridos, calem-se!
 Verbo no infinitivo não flexionado.
 Ex.: Meu amigo, magoá-lo nunca foi minha intenção.
 Verbo no gerúndio.
 Ex.: Recusou a proposta, fazendo-se de desentendida.
 ABL (Associação Brasileira de Letras) RESPONDE.
Pergunta: Oi. Após vírgula, pode o pronome ficar antes ou depois do verbo quando há distanciamento do
termo atrativo ou do termo que permite o facultar da posição do clítico? Exemplos: “As mulheres, a quem
muito amei, me eram (eram-me) leais.” ou “Nunca, mesmo depois da separação, me comuniquei
(comuniquei-me) com ela.”. Ambas as posições (próclise ou ênclise) estão certas? Obrigado!
Resposta: Prezado, ambos corretos, pode empregar a próclise ou a ênclise nos seus exemplos. De nada,
disponha.
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o Colocação pronominal em locuções verbais: ocorre quando há uma junção de verbo auxiliar mais o
verbo principal. Todos os exemplos abaixo estão corretos, com exceção dos exemplos em vermelho.

Infinitivo Gerúndio Particípio Palavra atrativa


Vou-lhe falar. Vou-lhe falando. Tenho-lhe falado. Não lhe vou falar.
Vou lhe falar. Vou lhe falando. Tenho lhe falado. Não vou lhe falar.
Vou falar-lhe Vou falando-lhe Tenho falado-lhe. * Não vou falar-lhe.
Não vou-lhe falar. **
*Havendo uma locução verbal, sem atrativo de próclise, o pronome oblíquo átono só não poderá ficar depois
do verbo no particípio.
**Havendo um atrativo de próclise, o pronome oblíquo átono só não poderá ficar em ênclise com o verbo
auxiliar. 5
4 Numeral
Do ponto de vista semântico, o numeral indica, essencialmente, quantidade absoluta (cardinal), quantidade
fracionária (fracionário), quantidade multiplicativa (multiplicativo) e ordem, sequência, posição (ordinal) de
coisas ou pessoas. Do ponto de vista sintático, o numeral é um termo que, normalmente, funciona como adjunto
adnominal. Do ponto de vista morfológico e discursivo, o numeral é uma classe normalmente variável em
gênero e número.
 Cardinal: um, dois, três. Exemplo: Só um aluno e uma aluna da turma passaram na prova.
 Fracionário: um quarto, dois quartos, duas quartas, trinta e quatro avos.
 Multiplicativo: dobro, triplo, quádruplo. Exemplo: Os saltos e piruetas triplas daquela ginasta deixaram-nos
de queixo caído.
 Ordinal: primeiro, primeiras, primeira, primeiras.

5 Adjetivo
O adjetivo do ponto de vista morfológico é uma palavra que varia em gênero, número e/ou grau. Do ponto de
vista sintático, o adjetivo só exerce duas funções sintáticas na frase: adjunto adnominal ou predicativo (do
sujeito ou do objeto). Do ponto de vista semântico, o adjetivo, que pode trazer um juízo de valor, é um
caracterizador, um modificador de sentido.
Classificação: I) primitivo: sorriso amarelo; II) derivado: sorriso amarelado; III) simples: visão social; IV)
composto: visão socioeconômica; V) relação* ou relativo, que possui valor semântico objetivo, vem após o
substantivo, normalmente derivado por sufixação e não varia em grau: vinho chileno; VI) restritivo: homem
feliz; VI) explicativo: homem mortal; VIII) pátrio/gentílico: indígena, negro, branco.
*A FGV costuma cobrar essa classificação, fique ligado!
o Alguns exemplos de valores discursivo dos adjetivos: Aquela blusa é preta? (Adjetivo relativo à cor,
predicativo do sujeito); Ele é um homem pobre. (“sem recursos”, adjunto adnominal); Ele é um pobre homem.
(“coitado”); Não sou um autor defunto, mas um defunto autor. ( autor que é defunto, ou seja, autor que
morreu; defunto que é autor, ou seja, defunto que escreve)
O adjetivo varia em grau, dizer isso significa que, em algumas construções, ele terá seu valor intensificado,
normalmente por um advérbio ou um sufixo. Existem normalmente duas situações: comparação e
superlativação.
o Grau comparativo de igualdade (tão...quanto/como):
 Exemplo: Português é tão divertido quanto (ou como) Matemática.
o Grau comparativo de superioridade* “mais... (do) que”:
 Exemplo: Português é mais divertido (do) que Matemática.
o Grau comparativo de inferioridade “menos... (do) que”:
 Exemplo: Português é menos divertido (do) que Matemática.
*bom, mau/ruim, grande, pequeno.
o Grau superlativo absoluto analítico, o adjetivo é modificado por um advérbio de intensidade:
 Exemplo: João é muito inteligente e bastante humilde, mas extremamente pobre.
o Grau superlativo absoluto sintético, quando há acréscimo de um sufixo -íssimo, -(r)imo, -(l)imo:
 Exemplo: João é inteligentíssimo, mas paupérrimo e humílimo.
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o Grau superlativo relativo de superioridade, há o enaltecimento da qualidade de um ser dentre outros seres,
por meio da construção o/a mais + adjetivo + de/dentre.
 Exemplo: João é o mais inteligente dentre todos da sala.
o Grau superlativo relativo de inferioridade, há uma desvalorização ou minimização da qualidade de um ser
dentre outros seres, por meio da construção o/a menos + adjetivo + de/dentre.
 Exemplo: Joana é o menos inteligente do grupo.

6 Substantivo
O substantivo do ponto de vista morfológico é uma palavra que varia em número e gênero. Do ponto de vista
sintático, é normalmente o núcleo dos termos sintáticos. Do ponto de vista semântico, ele nomeia tudo que
existe.
Atenção para as palavras substantivadas:
o Exemplo: O não que ela me deu. O andar dela é lindo. Preta, você me ama? 6
Classificação quanto a forma:
o Primitivo: pedra, Marte, agenda.
o Derivado: pedreiro, marciano, extra-agenda.
o Simples: samba, enredo, caixa, água.
o Composto: samba-enredo, caixa-d’água.
Classificação quanto a significação:
o Comum: homem, cidade, bairro.
o Próprio: Pedro, Portugal, Maria.
o Abstrato: corrida, fome, beleza.
o Concreto: luz, som, chuva, Deus.
o Coletivo: vara, alcateia, cáfila.
Variável em número, singular: carro, pele, chapéu; plural: carros, peles, chapéus.
Variável em gênero, masculino e feminino, há dois tipos:
o Biforme, há mudança de forma para indicar gêneros diferentes: o filho, a filha, o gato, a gata.
o Uniforme, NÃO muda de forma para indicar gêneros diferentes:
 Comum de dois gêneros só se refere a pessoas e tem seu gênero indicado por determinantes: um
gerente, uma gerente.
 Sobrecomum só se refere a pessoas e tem seu gênero indicado por um determinante apenas: o
cônjuge, a vítima.
 Epiceno refere-se a animais e plantas e tem seu gênero indicado por determinantes, o sexo é indicado
pelos adjetivos “macho” e “fêmea”: cobra macho, cobra fêmea.

7 Verbo
Do ponto de vista semântico, o verbo normalmente indica uma ação ou um processo, mas pode indicar estado,
mudança de estado ou fenômeno natural – sempre dentro de uma perspectiva temporal. Do ponto de vista
morfológico, o verbo varia em modo, tempo, número e pessoa. Do ponto de vista sintático, o verbo tem um
papel importantíssimo dentro da frase; sem ele (explícito ou implícito) não há orações na língua portuguesa,
pois o verbo é o núcleo do predicado.
Exemplo: ser, ir, vir (e derivados), ver (e derivados), pôr (e derivados), ter (e derivados), caber, valer, adequar,
haver, reaver, precaver-se, requerer, prover, viger, preterir, eleger, impugnar, trazer, os terminados em – ear, -
iar, -uar etc.
A FGV gosta de cobrar em suas provas: emprego de tempos e modos verbais (pretérito, presente, futuro,
indicativo, imperativo, subjuntivo), vozes verbais (ativa e passiva), conjugação, uniformidade de tratamento.
Dica: para saber se é verbo, conjuga!

8 Preposição
Do ponto de vista semântico, a preposição estabelece determinadas relações de sentido (valor nocional), mas
tudo dependerá do contexto. Do ponto de vista morfológico, a preposição é uma palavra invariável que tem o
papel de conector/conectivo (valor relacional), isto é, cumpre a função de ligar palavras entre si, palavras a
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orações ou orações entre si. Do ponto de vista sintático, a preposição nunca exerce função sintática, mas
participa no sistema de transitividade, introduzindo complementos (verbais ou nominais), ou na construção de
adjuntos (adnominais ou adverbiais).
Exemplo: Morreu de fome. (Causa) /Casa de vovó. (Posse) /Casa de madeira. (Matéria)
Preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, per, por, para, perante, sem, sob
(é sinônimo de “abaixo de”), sobre (é sinônimo de “por cima de”), trás (“traz” é verbo, “atrás” é advérbio”).

9 Conjunção
Do ponto de vista semântico, a conjunção é uma palavra que traz embutida um sentido (ou mais de um). Só a
conjunção integrante (que e se) não carrega consigo um sentido. Do ponto de vista morfológico, a conjunção é
uma palavra que não muda de forma, portanto é invariável. Do ponto de vista sintático, a conjunção não exerce
função sintática alguma, mas participa de construções coordenadas e subordinadas, ligando normalmente
termos de mesma função sintática, orações, períodos e parágrafos, numa relação lógica. 7
o Exemplo de conjunções coordenadas: e, nem, tampouco, mas, porém, contudo, todavia, ou, portanto,
logo, por conseguinte, porque, que, porquanto...
o Exemplo de conjunções subordinadas: porque, já que, uma vez que, tal qual, embora, conquanto, caso,
contanto, conforme, como, para que, a fim de que, à medida que, quando, enquanto...
Conjunção subordinativa integrante, para identificá-la, utilize o bizu do “substitua a oração iniciada por que ou
se por isso”.
o Exemplo: É necessário que se estude. (É necessário isso.)
o Exemplo: Não desejamos saber se ela é velha, mas sim se ela é eficiente. (Não desejamos saber isso,
mas sim isso.)

10 Advérbio
Do ponto de vista semântico, o advérbio é um modificador ou ampliador de sentido, indicando uma
circunstância (tempo, lugar, intensidade, modo, etc). Do ponto de vista morfológico, o advérbio não se flexiona
em gênero nem em número, por isso é chamado de palavra invariável. Do ponto de vista sintático,
tradicionalmente falando, o advérbio se refere a um verbo, a um adjetivo (ou locução adjetiva), a outro advérbio
(ou locução adverbial) ou a uma oração inteira, exercendo apenas uma função sintática na frase: adjunto
adverbial.
o Exemplo: advérbio de negação (não), intensidade (muito), lugar (aqui), tempo (sempre), modo
(facilmente).
o Exemplo: Sempre acordou cedo. /Continuo bastante disposto. /Dormiram muito tarde.
Variável em grau, há dois tipos:
o O comparativo pode ser de igualdade:
 Exemplo: Aquela menina escreve tão depressa quanto/como eu.
o O comparativo pode ser de superioridade:
 Exemplo: aquela menina escreve mais depressa (do) que eu.
o O comparativo pode ser de inferioridade:
 Exemplo: aquela menina escreve menos depressa (do) que eu.).
o O superlativo pode ser apenas absoluto sintético:
 Exemplo: Ele estava muitíssimo bêbado. /Ele acordou apressadissimante.
o O superlativo pode ser apenas absoluto analítico, em que o advérbio de intensidade modifica outro
advérbio:
 Exemplo: Eu corri muito bem naquela prova. /Ela corre muito mal.

No que diz respeito ao empenho, ao


compromisso, ao esforço, à dedicação, não
existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem
feita ou não faz. (Ayrton Senna)

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