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FGV revisão -

PORTUGUÊS
B&E ASSESSORIA
Verbo
Flexões verbais

Os verbos variam em número, pessoa, modo, tempo, voz e aspecto.

• Número

As formas verbais variam quanto ao número, pois podem apresentar-se no


singular ou no plural a depender da relação que se estabelece entre elas e as
formas nominais a que se referem.

Se fizerem referência a apenas um ser, estarão no singular. Se a referência for a


mais de um ser, estarão no plural. Assim, trabalha é uma forma verbal no singular,
enquanto trabalham é uma forma verbal no plural.
• Pessoa

Também são formalmente marcadas, nas formas verbais, as


chamadas pessoas do discurso, que já estudamos com
relação aos pronomes. Por esse motivo, diz-se que a forma
verbal está na 1ª pessoa, se fizer referência à primeira
pessoa do discurso, a pessoa que fala (eu trabalho, nós
trabalhamos). Diz-se que está na 2ª pessoa, se fizer
referência à segunda pessoa do discurso, a pessoa com
quem se fala (tu trabalhas, vós trabalhais). Diz-se que o
verbo está na 3ª pessoa, se fizer referência à terceira pessoa
do discurso, a pessoa de quem se fala, ou seja, o referente
do discurso (ele/ela trabalha, eles/elas trabalham).
• Modo

Os modos verbais indicam a atitude do falante com relação ao


conteúdo de seus enunciados. São três os modos em que se
podem manifestar as formas verbais: o Indicativo, o
Subjuntivo e o Imperativo.

Indicativo:

O conteúdo do enunciado é tomado, pelo falante, como certo:


Meus filhos comem frutas e bebem leite todos os dias. Por isso serão
adultos saudáveis.
No caso das formas do futuro, a efetiva realização da ação
verbal é, ainda, uma probabilidade: Pedro chegará amanhã.
Subjuntivo
O conteúdo do enunciado é tomado, pelo falante, como
duvidoso, hipotético, incerto:

Espero que você traga o material que eu pedi.


Eu ficaria agradecida se você me ajudasse a terminar os exercícios
de Matemática.

Imperativo
O conteúdo do enunciado expressa uma atitude de mando,
conselho, súplica:

Arrume imediatamente o seu quarto.


Não deixe a roupa espalhada pelo chão.
• Tempo

Tomando-se como ponto de referência o momento da


enunciação, os fatos expressos pelo verbo podem referir-se a
um momento presente (o momento em que se fala), a um
momento passado ou pretérito (anterior ao momento em
que se fala) ou, ainda, a um momento futuro (posterior ao
momento em que se fala).
Emprego e sentido dos diferentes tempos verbais do modo Indicativo
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As noções de voz e aspecto verbal
Além das variações de tempo, modo, pessoa e número, existem variações nas
formas verbais que podem expressar outras duas noções importantes, a de voz
verbal e a de aspecto verbal. Conheceremos melhor essas variações a seguir.

As vozes verbais
A voz verbal indica a relação que se estabelece entre o verbo e o seu sujeito
sintático. Existem três vozes verbais:

Voz ativa
Diz-se que o verbo está na voz ativa quando o processo verbal é visto como
ação, atividade ou estado que, no enunciado, origina-se no sujeito sintático.
Observe os exemplos a seguir:

Os nômades atravessam o deserto montados em seus camelos.


O sol brilha no céu.
O rio serpenteia pela floresta.
Voz passiva

Diz-se que o verbo está na voz passiva quando o sujeito é o


paciente do processo expresso pelo verbo, ou seja, esse
sujeito sintático sofre a ação verbal. Apenas os verbos
transitivos diretos, que sintaticamente têm como
complemento objetos diretos, podem expressar voz passiva.
Há dois tipos de voz passiva, a analítica e a pronominal.

Voz passiva analítica

A voz passiva analítica é expressa através de uma locução


verbal formada pelo verbo ser + Particípio passado do verbo
principal. Observe o quadrinho a seguir.
No primeiro quadrinho, a conclusão de Garfield vem expressa por meio de uma
voz passiva: “… os gatos sempre acabam sendo salvos”. Observe que uma outra
maneira de dizer a mesma coisa seria utilizar a voz ativa: “… alguém sempre acaba
salvando os gatos”.

A opção pela voz passiva faz com que o sujeito sintático (os gatos) ganhe destaque
na construção e, nesse caso, torna desnecessária a explicitação do agente da ação
verbal, pois o que Garfield pretende dizer é que os gatos, por serem especiais,
sempre são salvos.
Voz passiva pronominal ou sintética

A voz passiva pronominal, também denominada voz passiva


sintética, é formada pelo acréscimo do pronome pessoal se, na
função de partícula apassivadora, a uma forma verbal de 3ª
pessoa. Veja a tira a seguir.
Na tira anterior, após a “ameaça” feita por uma
mulher pouco atraente, um dos soldados da legião
faz uso da voz passiva pronominal para dar uma
informação. O humor da tira é criado pela sugestão
de que, amedrontados pela fala da mulher, os
soldados resolveram eliminar a possibilidade de
casamentos futuros, incendiando o cartório.
Voz reflexiva

Diz-se que ocorre voz reflexiva quando o sujeito é, ao mesmo tempo,


agente e paciente do processo expresso pelo verbo. A ação verbal
origina-se, portanto, no sujeito do verbo e sobre ele se reflete: Depois das
denúncias de corrupção, o governador demitiu-se de suas funções.

Aspecto verbal

Para que se compreenda bem a maneira como são escolhidas e utilizadas


as formas verbais nos enunciados da língua portuguesa, é necessário
levarmos também em conta uma noção muito importante: o aspecto
verbal.

O aspecto designa a duração de um processo ou a maneira pela qual o


falante considera o processo expresso pelo verbo (se em seu início, em
seu curso, ou como algo que produz efeitos permanentes).
Aspecto durativo

A noção de aspecto não é marcada morfologicamente, através de


sufixos específicos, mas é expressa pelas formas verbais em si.
Observe o exemplo da tira abaixo.

Na tira, o humor é criado pelo aspecto durativo associado à ação verbal. Como o
aspecto durativo indica que a ação do verbo ocupa uma razoável extensão de tempo,
é engraçado imaginar alguém que “está caindo” em uma escada há meia hora. O uso
da preposição em (caindo na escada) ajuda a marcar o aspecto durativo da ação
verbal.
Aspecto incoativo

Indica início da ação.


Exemplo: Começamos a estudar Física.

Aspecto permansivo

Indica permanência, continuidade da ação.


Exemplo: Continuamos a estudar Física.

Aspecto conclusivo

Indica término da ação.


Exemplo: Acabamos de estudar Física.
As formas nominais

Algumas das formas verbais exercem funções que são


típicas dos nomes, sendo por isso chamadas de formas
nominais dos verbos.

• Infinitivo

Tem valor equivalente ao de um substantivo.


Normalmente, os verbos são nomeados através da sua
forma do infinitivo. Referimo-nos, assim, aos verbos falar,
comprar, atrapalhar, deter, comer, romper, servir, mentir,
dormir, etc.
Observe a propaganda a seguir.
Na propaganda feita para divulgar um programa de televisão, foram usados vários
infinitivos verbais: nascer, crescer, andar, descobrir, pensar, amar, casar, gerar,
viver, saber. Eles poderiam ser substituídos pelos substantivos correspondentes,
sem qualquer alteração no sentido original: “Nascimento, crescimento, [o] andar,
pensamento, amor, casamento, geração, vida".
• Gerúndio

Tem valor de advérbio ou de adjetivo: “O menino quebrou a perna jogando


bola” (valor adverbial =quando/no momento em que jogava bola).
Na tira a seguir, os gerúndios têm valor de adjetivo: “Carro passando!!” (=
carro que passa). Eles ajudam a construir o sentido da tira, em que se
destaca o fato de que o mesmo latido que anuncia o movimento do
galho na árvore anuncia também a chegada de um ladrão.
• Particípio

Tem valor equivalente ao de um adjetivo: Os trabalhos feitos a lápis não


serão aceitos; Qualquer livro deve ser lido criticamente. Observe como, na tira
a seguir, o Particípio (partido) indica o resultado da ação de o coração do
menino se partir: seu coração ficará partido.
Na tira anterior, é interessante observar que o efeito
de sentido é construído pela exploração dos dois
sentidos do verbo partir: ir embora (ou morrer, no
caso da borboleta) e quebrar (no caso do coração do
menino).

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