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INTRODUÇÃO

Verbos (do latim verbum, que significa palavra) são as palavras variáveis que
exprimem ação (“correr”), estado (“ficar”), ocorrência (“nascer”), desejo
(“querer”) e fenômenos da natureza (“chover”), situando-os no tempo. É a
classe de palavras que apresenta o maior número de flexões na Língua
Portuguesa.
Do ponto de vista estrutural, os verbos são compostos pelo radical (a parte
invariável, que expressa o significado essencial do verbo e que normalmente
se repete), terminação (parte flexionada) e a vogal temática (caracteriza a
conjugação). Ao desenvolvimento deste trabalho abordaremos sobre
“Classificação dos Verbos quanto a sua flexão, à semântica e a
transitividade”.

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CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

Os verbos podem ser classificados quanto à semântica (verbos transitivos,


intransitivos, impessoais, de ligação), quanto à conjugação (primeira, segunda
e terceira conjugação) e quanto à morfologia (verbos regulares, irregulares,
anômalos, defectivos e abundantes).

IDENTIFICAÇÃO DO VERBO
O verbo é uma palavra que termina em -ar (levantar), -er (beber) e -ir (cair) e
que pode ser conjugada por meio de pronomes pessoais do caso reto (eu, tu,
ele, nós, vós, eles). Além disso, os verbos exprimem um fato dentro do tempo,
o que faz com que exista a noção de passado, presente e futuro.
Apenas como um aperitivo, pois veremos isto mais adiante, aqui vão as
conjugações dos verbos que mencionei no parágrafo anterior, no presente,
passado e futuro.
Levantar, no presente do indicativo:
Eu levanto;
Tu levantas;
Ele levanta;
Nós levantamos;
Vós levantais;
Eles levantam;
 Beber, no pretérito perfeito:
 Eu bebi;
 Tu bebeste;
 ele bebeu;
 Nós bebemos;
 Vós bebestes;
 Eles beberam;
Cair, no futuro do presente:
Eu cairei;
Tu cairás;
Ele cairá;
Nós cairemos;
Vós caireis;
Eles cairão;

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FLEXÃO DOS VERBOS
Como disse anteriormente, os verbos variam em vários aspectos, como modo,
tempo, número, pessoa, voz e aspecto. Veremos agora essas variações, de
forma breve.
FLEXÃO DE MODO
O modo é a maneira que o verbo se apresenta para indicar a atitude da pessoa
que o utilizou. Existem três modos, um verbo:
 No indicativo, indica certeza, afirmação, convicção;
 No subjuntivo, indica subjetividade, incerteza, dúvida, hipótese;
 No imperativo, indica ordem, pedido, sugestão, advertência;
Indicativo:
Nossa! como esse hambúrguer está gostoso!
Subjuntivo:
Espero que esteja gostoso mesmo.
Imperativo:
Coma este hambúrguer!

FLEXÃO DE TEMPO
O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo, ou seja,
ele representa as noções de passado, presente e futuro.
Eu faço (presente)
Eu farei (no futuro)
Eu fiz (no passado)
No modo indicativo existem os três tempos (presente, passado e futuro), sendo
que o passado e o futuro apresentam subdivisões:
 Pretérito perfeito;
 Pretérito imperfeito;
 Pretérito mais-que-perfeito;
 Futuro do presente;
 Futuro do pretérito;

No modo subjuntivo existem apenas o presente, o pretérito imperfeito e o


futuro. Veremos como os verbos são conjugados em todas essas formas mais
adiante.

FLEXÃO DE NÚMERO E PESSOA

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Simples, singular e plural. Chamamos as três primeiras conjugações de
pessoas do singular, e as três últimas de pessoas do plural.
Eu (Primeira pessoa do singular);
Tu (Segunda pessoa do singular);
Ele (Terceira pessoa do singular);
Nós (Primeira pessoa do plural);
Vós (Segunda pessoa do plural);
Eles (Terceira pessoa do plural);

RADICAL
Como sabemos, o radical é a parte da palavra que não sofre alterações, como
quando ocorre uma derivação, por exemplo. No caso dos verbos a ideia é a
mesma.
Não posso deixar que isso ocorra.
Note que poss-, deix- e ocorr- são os radicais dos verbos poder, deixar e
ocorrer. Dentre eles, apenas o radical de poder (pod-) sofreu
alteração (poss-). Essa alteração é chamada de alomorfia. Isso ocorre por uma
questão de eufonia, que é o bom som da língua.

VOGAL TEMÁTICA
A vogal temática aparece imediatamente após o radical, por
motivo eufônico  (boa pronúncia) e/ou para formar o tema do verbo, indicando
como vai ser o modelo das conjugações. Os temas verbais são:
 a, primeira conjugação (amar);
 e, segunda conjugação (beber);
 i, terceira conjugação (sorrir);

O verbo pôr e suas derivações são de segunda conjugação, ou seja, possuem


vogal temática -e, visto que a palavra pôr vem do latim poer.
Vejamos a vogal temática dos verbos amar (no pretérito perfeito do indicativo),
comer (no pretérito imperfeito do indicativo) e partir (no presente do indicativo):
Eu amei, tu amaste, ele amou, nós amamos, vós amastes, eles amaram.
Eu comia, tu comias, ele comia, nós comíamos, vós comíeis, eles comiam.
Eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem.
Como você pôde perceber, o verbo amar sofreu alomorfia apenas na 1a e na
3a pessoa do singular, em todas as outras a vogal temática se mantém -a. Já o
verbo comer sofreu alomorfia em toda a conjugação, fugindo da vogal

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temática -e. Por fim, o verbo partir sofreu alomorfia na 2a e na 3a pessoa do
singular e do plural, nos demais a vogal temática se mantém -i.

LOCUÇÃO VERBAL
Locução verbal é um grupo de verbos que tem uma só unidade de sentido,
como se fosse apenas um verbo. É formada por um verbo auxiliar + verbo
principal (sempre no gerúndio, infinitivo ou particípio).
Para que seja uma locução verbal, todos os verbos que a compõem devem se
referir ao mesmo sujeito. Exemplo: “Vou estudar.” Quem vai? eu. Quem
estudará? eu.
A locução verbal representa uma só oração dentro da frase. Lembre-se disto!
Um verbo auxiliar serve para formar uma locução verbal. Ele, e apenas ele,
concorda em número e pessoa com o sujeito, o verbo principal nunca varia. A
função do verbo principal é carregar o significado da locução.
Os principais verbos auxiliares são: os auxiliares de voz (formam a voz
passiva): ser, estar, ficar, viver, andar, ir e vir;
Fomos vistos por ela.
Estive vencido pelo cansaço, mas agora é diferente.
O mestre ficou rodeado de alunos.
Josete e Albertina vivem cercadas de estudantes.
Toda a vizinhança anda aterrorizada pelos assaltantes.
O preso ia escoltado pelos guardas.
O carro vinha pilotado por um profissional.
Auxiliares de tempo composto (formam o tempo composto dos verbos): ter e
haver;
 Espero que tenha/haja começado o jogo.
 Se nós tivéssemos/houvéssemos vibrado mais, talvez
conquistaríamos a Copa.
Auxiliares de aspecto (precisam o momento em que a ação verbal se
realiza): passar, estar, ficar, tornar, acabar, continuar;
 Passou/Começou/Pôs-se a estudar. (início)
 Estou para estudar. (iminência)

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 Fiquei/Ando/Estou (a) escrever/escrevendo. Venho/Vou escrevendo.
(continuidade)
 Tornamos/Voltamos a estudar. Costumamos escrever. (repetição)
 Acabaram/Deixaram/Cessaram/Pararam de estudar. (cessação)
 Continuo/Permaneço estudando. (permansivo)
Auxiliares de modo (precisam o modelo como a ação verbal se realiza ou deixa
de se realizar): ter, poder, querer, pretender, dever, conseguir, parecer, ir;
Tinha/Havia de estudar. Preciso (de) estudar. (obrigação, necessidade,
dever)
Posso estudar. (possibilidade, capacidade, permissão)
Você pode começar a pagar a dívida, senão vai preso!
(obrigação/imposição)

ASPECTO VERBAL
Alguns verbos possuem particularidades dentro da perspectiva temporal, ou
seja, dependendo da forma e do contexto podem indicar diferentes durações
ou sentidos para a ação. O importante nesse tópico não é decorar os
nomes, mas sim entender o conceito, pois é ele que vai cair da sua prova.
O aspecto pontual ou momentâneo, não apresenta duração, o fato é
instantâneo e ocorre no momento da declaração.
Eu estou vendo TV agora.
O aspecto inceptivo ou incoativo indica que a ação está sendo apresentada em
seu início.
Meu filho começou a andar... passou a falar... daqui a pouco só vai fazer
arte.
O aspecto cursivo ou durativo indica que a ação já teve início e continuou ou
continua, sem conclusão, em um movimento progressivo.
Eu estava falando ao telefone, e me interromperam.
Temos exercitado muito a Língua Portuguesa.
O aspecto cessativo ou conclusivo apresenta a conclusão de um fato. A ação já
teve seu começo, meio e fim.
Conseguimos ler todo o texto.
Malhei durante duas horas ontem.
O aspecto iterativo indica uma ideia de repetição, hábito, costume, frequência.
Ele me beija três vezes ao me ver.
Você tem falado muito sobre passar na prova.

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O aspecto permansivo indica que a ação já foi concluída, mas os efeitos
permanecem.
Só aprendi português no ensino médio.
O aspecto genérico ou universal indica uma verdade absoluta.
- Todo número par será divisível por dois.
- Mulher é bicho difícil de entender.
Por fim, o aspecto iminencial indica que algo está prestes a ocorrer.
- Ele está para viajar.
- Nós vamos cair.

VERBOS IMPESSOAIS
Verbos impessoais são verbos que não apresentam sujeito. Por este motivo,
são conjugados apenas na 3° pessoa do singular. Os principais são:
 Haver (com sentido de existir);
 Fazer (quando indica tempo decorrido);
 Verbos que indicam fenômeno da natureza;
Há inúmeras razões para eu estar chateada com você.
Havia muitas pessoas esperando na fila.
Houve reclamações sobre o desempenho do governante.
faz duas semanas, faz cinco meses, faz três horas,...
Faz cinco anos que não vejo minha irmã.
Faz trinta minutos que eu estou esperando você.
Casei faz duas semanas.
Na minha cidade, faz sol todos os dias.
Faz muito calor a esta hora!
Verbos que indicam fenômenos da natureza e atmosféricos, como o
verbo chover, anoitecer, nevar, escurecer,… são verbos impessoais, devendo
ser conjugados apenas na 3° pessoa do singular: choveu, anoitece, nevava,
escurecerá, …
Exemplos: amanhecer, anoitecer, escurecer, alvorecer, gear, chover, nevar,
ventar, relampejar, trovejar, orvalhar, saraivar, garoar, etc.
1. Todas as noites chove na minha cidade.
2. Nevará todos os dias durante o inverno?
3. Anoitece sempre à mesma hora.

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Além dos verbos acima referidos, existem outros verbos que possuem
impessoalidade em algumas situações.
Em linguagem coloquial, o verbo ter é impessoal quando sinônimo de haver,
com sentido de ter existência:
Há pessoas na fila.
Tem pessoas na fila.
O verbo passar é impessoal quando seguido da preposição de, indicando
tempo:
Já passa das sete horas.
Passava das três da tarde quando ele chegou.
O verbo bastar e o verbo chegar são impessoais quando seguidos da
preposição de, indicando que algo é suficiente:
Basta de confusões!
Chega de mentiras!
 O verbo tratar é impessoal quando conjugado pronominalmente, seguido
da preposição de:
Trata-se de assuntos pessoais.
Trata-se de problemas familiares.
 Um verbo impessoal, quando utilizado em sentido figurado, perde a sua
impessoalidade, e pode ser conjugado em todas as pessoas do discurso
normalmente.
Choveram comentários inadequados nas redes sociais.
Hoje eu amanheci de mau humor.

TRANSITIVIDADE VERBAL
A transitividade verbal indica o tipo de ligação que um verbo estabelece com os
seus complementos. Um verbo pode ser transitivo direto (VTD), transitivo
indireto (VTI), transitivo direto e indireto (VTDI) ou intransitivo (VI).
Um verbo transitivo é um verbo que necessita de complementos para
completar o seu sentido. Sozinho, ele apresenta um significado incompleto. Os
complementos verbais são o objeto direto e o objeto indireto.
Qual a diferença? Um verbo transitivo direto necessita de um
complemento sem necessidade de preposição, por isso é chamado de direto.
Esse complemento é o objeto direto.
Ouvir
⇒ Quem ouve ouve alguma coisa

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- Eu ouvi um barulho alto.
⇒ Quem ouve ouve alguém
- Eu ouvi minha mãe.
Um verbo transitivo indireto necessita de um complemento com necessidade
de preposição, por isso é chamado de indireto. Esse complemento é o objeto
indireto.
CONCLUSÃO

Da investigação realizada, podemos concluir que, Verbo é uma palavra


variável, que exprime ideia de estado, ação e fenômenos naturais, sendo que
todos esses acontecimentos são representados no tempo. Ele se flexiona em
número (singular ou plural), pessoal (primeira, segunda ou terceira), modo
(indicativo, subjuntivo ou imperativo), tempo (presente, pretérito ou futuro) e
voz (ativa, passiva ou reflexiva). É importante ressaltar que, os verbos não são
caracterizados somente por seus possíveis significados, mas também, por
suas flexões.

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REFERÊNCIAS

 Disponivel em:

HTTP://WWW.BRASILESCOLA.COM.
↑ ALMEIDA, NAPOLEÃO MENDES DE, 1911, GRAMÁTICA METÓDICA DA
LÍNGUA PORTUGUESA, CAP. VIII, §157 - 38. ED. - SÃO PAULO : SARAIVA,
1992. PESTANA, FERNANDO (2015). A GRAMÁTICA PARA CONCURSOS
PÚBLICOS 2. ED. SÃO PAULO: MÉTODO. PP. 418–419
↑ ALMEIDA, NILSON TEIXEIRA DE (2009). GRAMÁTICA DA LÍNGUA
PORTUGUESA PARA CONCURSOS, VESTIBULARES, ENEM, COLÉGIOS
TÉCNICOS E MILITARES 9. ED. SÃO PAULO: SARAIVA. P. 173

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