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O verbo integra uma das classes gramaticais, cuja importância é fundamental aos discursos que proferimos
cotidianamente.
O que é verbo?
O verbo é uma classe gramatical que expressa ações e acontecimentos, estados ou fenômenos naturais, de acordo
com o sujeito que executa o verbo e com o tempo em que a ação foi executada. Assim devem ser flexionados de
acordo com o número, a pessoa, o tempo, o modo e a voz.
Estrutura verbal
Uma palavra na forma verbal apresenta alguns elementos que nos permite identificá-la como um verbo.
• o radical;
• a vogal temática;
• a desinência.
• Radical é a parte que dá origem ao verbo e, por isso, costuma não se modificar durante as flexões.
Ele possui o significado essencial do verbo, indica qual é a ação a que ele se refere e, por isso, é a parte,
praticamente, invariável.
Exemplo: O verbo “parar“ pode ser flexionado e assumir as formas: “parei”, “parava”, “param”. Observando o que
há de comum e invariável nessas flexões, concluímos que o seu radical é “par” (par-ei, par-ava, par-am).
• Vogal temática refere-se à vogal que vem logo após o radical. Os verbos podem ser de 1ª conjugação (vogal
temática a, terminados em –ar), de 2ª conjugação (vogal temática e, terminados em –er) ou de 3ª conjugação (vogal
temática i, terminados em –ir).
Tema é o nome que damos quando consideramos o radical + a vogal temática. A vogal temática é uma vogal que
indica a qual conjugação o verbo pertence.
Exemplos:
Nas conjugações, o radical tende a se manter o mesmo, enquanto a desinência muda, ou seja, flexiona de acordo
com a conjugação (a vogal temática pode ou não desaparecer dependendo da conjugação):
cantamos – vendiam – partiu
A desinência de um verbo é toda a parte que sobra depois que já identificamos qual é o radical e o tema. Portanto,
desinências são as terminações que os verbos podem assumir.
Desinência Modo-Temporal
É aquela que flexiona para mostrar o tempo e o modo em que o verbo foi colocado.
Exemplos:
A desinência modo-temporal da primeira frase é “va”, pois é a forma que o verbo assume quando o colocamos no
pretérito imperfeito do indicativo.
A da segunda frase é “sse” porque é a forma que o verbo assume quando o colocamos no pretérito imperfeito do
subjuntivo.
É aquela que flexiona para mostrar de qual pessoa do discurso o verbo veio.
Exemplos:
A desinência número-pessoal da primeira frase é “mos”, pois é a forma que flexionamos o verbo para indicar que
quem o falou foi a segunda pessoa do plural (nós).
A da segunda frase é “am”, pois é a forma que flexionamos o verbo para indicar que quem o falou foi a terceira
pessoa do plural (eles ou elas).
Flexão verbal
Em relação ao número, podemos ter o sujeito no singular ou no plural. O sujeito também pode ser de 1ª, 2ª ou 3ª
pessoa, sendo a 1ª a que fala, a 2ª com quem se fala e a 3ª outra que não se enquadra nas duas categorias
anteriores.
Você já entendeu que uma parte do verbo se mantém para expressar qual é a ação e outra flexiona (muda) de
acordo com quem fala, com o tempo em que aconteceu, com o modo e com o número de pessoas.
Agora, vamos entender o que significa flexionar em cada categoria dessa e quais são as possíveis formas que o verbo
pode ter dentro de cada uma delas.
Quando falamos em flexionar o verbo de acordo com uma pessoa, estamos falando sobre as pessoas dos discursos.
Elas podem ser pronomes pessoais ou substantivos que equivalham a alguma dessas pessoas (Juliana = ela).
Quando falamos em flexionar verbos em número, significa adequar ao plural (várias pessoas que fazem a ação) ou
ao singular (uma pessoa faz a ação).
Todos os tempos e modos verbais podem mudar sua desinência dependendo da flexão em número:
• Plural (vários sujeitos verbais): nós comemos, eles comerão, vós comisteis.
Dizemos que há diferentes pessoas envolvidas na etapa de um discurso, dependendo da posição que ocupam:
Por meio da união entre flexão em pessoa e número, juntamente com os pronomes pessoais do caso reto, temos
a conjugação verbal:
Modos verbais
Flexão de Modo
Na Língua Portuguesa, existem três modos verbais: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo. Eles são usados para indicar
as diferentes intenções de quem fala.
Os modos verbais expressam a relação da pessoa que fala em relação ao fato dado pelo verbo.
• O modo indicativo expressa certeza em relação ao fato, que é ou será dado como real, que realmente acontece, é
concreta.
A pessoa que fala possui segurança e certeza, falando usando o verbo com exatidão.
• O modo subjuntivo expressa suposição, possibilidade ou dúvida para um fato que não é dado como real ainda ou
que não pode ser dado como real.
Ele transmite a ideia de ação possível, mas incerta. Usamos para expressar uma ação que tem chance de acontecer,
embora não tenha se concretizado ainda.
A pessoa que fala possui dúvida ou formula uma hipótese, usando os verbos sem exatidão.
• O modo imperativo expressa uma ordem, uma exigência, uma correção ou conselho, um pedido, que se espera ser
realizado.
A pessoa que fala está exigindo algo, falando o que deseja que o outro faça. Nesse modo, a pessoa é direcionada a
cumprir aquela ação.
Tempos verbais
Quando nós contamos coisas para as pessoas no dia a dia, fica muito fácil identificar que falamos de coisas que já
aconteceram, outras que estão acontecendo e aquelas que ainda acontecerão.
Assim, a flexão de tempo diz respeito a qual momento em que ocorreu ou deve ocorrer a ação. Eles são chamados
de tempos verbais e há três básicos:
Os tempos verbais ainda se subdividem em simples ou compostos e cada modo verbal possui seus tempos verbais.
O tempo verbal indica quando ocorre a ação em relação ao enunciado, podendo ser essencialmente
passado/pretérito (antes do enunciado), presente (junto com o enunciado) e futuro (após o enunciado). Os tempos
verbais são diferentes de acordo com o modo verbal. Veja:
Os tempos verbais do modo indicativo exprimem acontecimentos precisos e podem ser divididos em simples (só
precisam de um verbo) e compostos (verbo auxiliar + verbo principal).
• Pretérito imperfeito: ação ocorria em momento anterior ao da fala, mas parou de ocorrer.
• Pretérito mais-que-perfeito: ação ocorrera em momento anterior ao de outra ação já ocorrida em momento
anterior ao da fala. É o passado do passado.
• Futuro do pretérito: ação ocorreria em momento posterior ao de outra ação já ocorrida no passado, mas ambas
anteriores ao momento da fala. É o futuro do passado.
→ Tempos verbais do modo subjuntivo
Os tempos verbais do modo subjuntivo expressam acontecimentos possíveis, dependentes de outros. Eles também
podem ser divididos em simples (só precisam de um verbo) e compostos (verbo auxiliar + verbo principal).
O modo imperativo é aquele que exprime uma ordem, então só possui duas divisões: o imperativo afirmativo e o
imperativo negativo (possui um “não” antes do verbo).
Coma a salada!
• Presente: por se tratar de uma ordem, o imperativo só é conjugado no presente. Ex.: Faça algo!
Vozes verbais
• Voz ativa: o sujeito pratica a ação do verbo. Ex.: João penteou Maria.
• Voz passiva: a ação do verbo é sofrida pelo sujeito. Ex.: João foi penteado por Maria.
• Voz reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação do verbo ao mesmo tempo. Ex.: João se penteou
• Verbos regulares seguem o modelo padrão de flexão, no qual o radical não se altera e a desinência muda conforme
os elementos que vimos anteriormente. Ex.: cantar, vender, partir.
• Verbos irregulares tendem a seguir o modelo padrão, mas com algumas conjugações que se afastam desse
modelo. São casos em que o radical pode ser alterado eventualmente durante uma ou outra conjugação. Ex.: dar,
caber, ouvir.
• Verbos anômalos: alguns gramáticos consideram como anômalos os verbos com mais de um radical (fazendo com
que não tenham padrão definido nas conjugações), enquanto outros consideram anômalos qualquer verbo que não
apresente um padrão definido (sem necessariamente ter mais de um radical). Ex.: ser, ir.
• Verbos defectivos são aqueles que não podem ser conjugados em todas as formas, tempos e pessoas. Ex.: falir,
colorir.
• Verbos abundantes têm mais de uma forma equivalente para a mesma conjugação em determinados casos. Ex.:
entregar (entregado e entregue), pagar (pagado e pago), haver (havemos e hemos).
Formas nominais
As formas nominais não participam de nenhum tempo ou modo. Elas são formas que os verbos assumem para
serem usados em contextos bem específicos e independentes.
Podem, inclusive, desempenhar a função de nome (substantivo) ao invés de verbo em certos contextos.
• Infinitivo: é o ato verbal em si e pode ser usado como substantivo. Ex.: cantar, vender, partir.
• Gerúndio: é o ato verbal em curso e pode ser usado como advérbio ou adjetivo. Ex.: cantando, vendendo,
partindo.
• Particípio: é o ato verbal enquanto resultado e pode ser usado como adjetivo. Ex.: brincado, vendido, partido.
A única forma nominal que flexiona em pessoa é a pessoal. Tirando ela, todas as demais são invariáveis. Observe:
Infinitivo pessoal
Infinitivo impessoal
Particípio
Locuções verbais
Locuções verbais são a combinação de um verbo auxiliar com um verbo principal, ou seja, dois ou mais verbos
juntos. O verbo principal permanece em sua forma nominal, cabendo ao verbo auxiliar ser conjugado de acordo com
o tempo e o modo adequados.
Flexão em Voz – Quais são as vozes do verbo? Você já parou para observar que podemos descrever uma mesma
situação de dois pontos de vista? Assim: “José vendeu a casa” ou “ A casa foi vendida por José”. Interessante, não é?
A flexão em voz de um verbo indica se o sujeito é o agente ou o paciente da ação verbal, ou seja, se ele pratica ou se
sofre a ação.
Na Língua Portuguesa, existem três vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva. Vamos conhecê-las para entender logo
tudo sobre o que é verbo!
Voz Ativa
A voz ativa acontece quando o sujeito pratica a ação verbal, ou seja, quando ele é o agente da ação.
Voz Passiva
A voz passiva acontece quando o sujeito sofre a ação verbal, ou seja, é o paciente de uma ação praticada por outro.
“Comprou-se o celular.”
“Leram-se os livros.”
Observe que, nesse caso, a partícula “se” é indeterminadora, porque omite quem foi que realizou a ação e deixa o
foco para quem sofreu.
Voz Reflexiva
A voz reflexiva acontece quando o sujeito pratica e sofre a ação ao mesmo tempo, sendo o agente e o paciente
simultaneamente.
As frases apresentam sempre um pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos, se).
Observe que, nesse caso, a partícula “se” é reflexiva, porque indica que o sujeito fez a ação com ele mesmo.