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Edital
BANCA: FGV
CARGO: Analista Bancário
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Módulo
Aula XX
1
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
O acento tônico está relacionado com a intensidade dos fonemas, e o acento gráfico, como o
agudo e o circunflexo, marca a sílaba tônica.
Paroxítonas terminadas em L, N, R, X.
Fácil, acessível, próton, hífen, repórter, cadáver, tórax,
Cuidado
Pólen = Polens
Hífen = Hifens
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Paroxítonas terminados em “US”, “UM”, “UNS”.
bônus – ônus – álbum – álbuns
As oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), éi(s), éu(s), ói(s), em, ens.
atrás – café – bebês – cipó – propôs – além – porém – armazéns – chapéu – herói – papéis
Cuidado
trem – bens – sem
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JU – Í – ZES JU – IZ
MI – Ú – DO RA – UL
FA – ÍS – CA SA – IR
BA – LA - ÚS – TRE RA – I – NHA
Compare
As palavras paroxítonas que têm i ou u tônicos precedidos por ditongos não serão mais
acentuadas.
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Os hiatos “OO” e “EE” não são mais acentuados.
voo / enjoo / perdoo / abençoo / leem / deem / veem / creem
Trema
Trema G E
U
Q I
QUESTÕES
2. (2018 – CESGRANRIO)
A palavra que precisa ser acentuada graficamente para estar correta quanto às normas em
vigor está destacada na seguinte frase:
a) Todo escritor de novela tem o desejo de criar um personagem inesquecível.
b) Os telespectadores veem as novelas como um espelho da realidade.
c) Alguns novelistas gostam de superpor temas sociais com temas políticos.
d) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele sua fala várias vezes.
e) Alguns atores de novela constroem seus personagens fazendo pesquisa.
3. (2018 – FCC)
Todas as palavras estão acentuadas corretamente em:
a) âmbito, mantê-lo-ía.
b) dá, lêem, benção.
c) européia, fôrma, ítem.
d) providências, previdência, mídia.
e) veículo, intuíto, enjôos.
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Módulo 2
As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, adjetivo, pronome,
artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio.
Essas categorias são divididas em palavras variáveis (aquelas que variam em gênero, número
ou grau) e palavras invariáveis (as que não variam).
1) Substantivo
É a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares, qualidades,
ações, dentre outros. Flexões: Gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau
(aumentativo e diminutivo).
•• Ana, Rio de Janeiro, violência, estudo, chuva.
2) Artigo
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Artigos X Semântica
•• Minha cabeça está doendo.
•• André é o cabeça dos professores.
•• O capital financeiro da empresa está sendo analisado.
•• Brasília é a capital do país.
•• o/a moral, o/a rádio, o/a grama
3) Adjetivo
É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos. Flexões: Gênero (uniforme e
biforme), número (simples e composto) e grau (comparativo e superlativo).
•• feliz, superinteressante, amável.
Adjetivos X Semântica
•• Amigo velho x Velho amigo
•• Oficial alto x Alto oficial
•• Pobre criança X criança pobre
Semântica X Contexto
•• Água de chuva (pluvial) Dia de chuva (chuvoso)
•• Problema de coração (cardíaco, denotação)
•• Atendimento de coração (cordial, conotação)
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4) Pronomes
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•• Vossa Excelência vai comemorar seu aniversário onde?
Quando falamos sobre a pessoa, usamos o pronome de tratamento na forma Sua. Observe:
•• Sua excelência logo os visitará.
d) pronomes demonstrativos
pintados.
DESTAQUE!
•• Não entendi o que foi dito pelo professor.
•• Essa apostila não é a que eu comprei.
5) Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o
segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.
Regência verbal: Aspiro a este concurso.
Regência nominal: Estou apto a este concurso.
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•• Combinação: quando na junção da preposição com outra palavra não houver perda de
elemento fonético.
•• Contração: quando na junção da preposição com outra palavra houver perda fonética.
Contração Combinação
Do (de + o) Ao (a + o)
Dum (de + um) Aos (a + os)
Desta (de + esta) Aonde (a + onde)
No (em + o)
Neste (em + este)
6) Advérbio
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo, do próprio
advérbio ou de uma oração inteira.
•• Ela gosta bastante dele.
•• Ela é muito dedicada nesse sentido.
•• Estudo muito pouco.
•• Infelizmente, a prova foi cancelada.
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Intensidade – bastante, demais, mais, menos...
10) Conjunções – ligam orações ou, eventualmente, termos. São divididas em:
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Exercício
1. 2. 3. 4.
5. 6. 7. 8.
9. 10. 11. 12.
13. 14. 15. 16.
17. 18. 19. 20.
21. 22. 23. 24.
25. 26. 27. 28.
29. 30. 31. 32.
33. 34. 35. 36.
37. 38. 39. 40.
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Módulo 3
ANÁLISE SINTÁTICA
Sujeito
O sujeito é alguém ou alguma coisa sobre a qual é dada uma informação. O núcleo do sujeito é
a palavra que tem mais importância, é o principal termo contido no sujeito.
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TIPOS DE SUJEITOS
1) Sujeito simples – é o sujeito determinado que possui um único núcleo, um único vocábulo
diretamente ligado com o verbo.
•• “A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo.” (Nietzsche)
2) Sujeito composto – é o sujeito determinado que possui mais de um núcleo, isto é, mais de
um vocábulo diretamente relacionado com o verbo.
•• “A objeção, o desvio, a desconfiança alegre, a vontade de troçar são sinais de saúde: tudo o
que é absoluto pertence à patologia.” (Nietzsche)
3) Sujeito indeterminado – quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem
o predicado da oração se refere. Observe que há uma referência imprecisa ao sujeito; caso
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
A língua portuguesa apresenta duas maneiras de identificar o sujeito:
a) Com o verbo na 3ª pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente.
•• “Dizem que o sol brilha para todos, mas para algumas pessoas no mundo ele nunca brilha.”
(Bob Marley)
•• “Me disseram que, para quem sonha alto, o tombo é grande. Só que se esqueceram de me
perguntar se eu tenho medo de cair.” (Bob Marley)
b) com o verbo na 3ª p do singular, acrescido do pronome se. Essa construção é típica dos
verbos que não apresentam complemento direto:
•• Não se luta apenas pelos vinte centavos.
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4) Orações sem sujeito – são formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de um
verbo impessoal.
•• “Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.”
(Nietzsche)
5) Sujeito Oracional
•• “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.” (Carl Jung)
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TRANSITIVIDADE VERBAL
•• “Voe por todo mar e volte aqui para o meu peito” (Jota Quest)
O bonde dos amigos invadindo o bonde dos irmãos.” (Ponto de Equilíbrio)
Mas eu sei que o mundo gira, que as coisas vm e também podem voltar,
•• “Entre o chão e os ares, vou sonhando com outros ares.” (Marcelo Camelo)
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•• “A Mônica explicava ao Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.” (Legião)
ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo da oração que indica uma circunstância(dando ideia de tempo, instrumento, lugar,
causa, dúvida, modo, intensidade, finalidade, ...). O adjunto adverbial é o termo que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio.
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Advérbio X Adjunto Adverbial
• • H o j e e u q u e r o v e r e s t a a u l a n o m e u s o f á c o n fo r t a v e l m e n t e .
APOSTO X VOCATIVO
Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto
adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de
forma isolada por pontuação.
Vocativo é o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome.
Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar o receptor a que se
está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação.
•• “Segura teu filho no colo.
Sorria e abraça os teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro,
E a gente é só passageiro prestes a partir.” (trem-bala)
•• “A morte, angústia de quem vive, ocorre ao acaso.”
Adjunto Adnominal
É o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de palavras que podem
desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivos, artigos, pronomes, numerais,
locuções adjetivas. Portanto se trata de um termo de valor adjetivo que modificara o nome ao
qual se refere.
•• Aquele restaurante de luxo serve, durante as refeições, dois pratos lindíssimos.
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Exercício
Indique a função sintática dos termos destacados no texto de Claudia Gasparini, de 18 ago
2016, 10h19min
EXAME.com – Em seu novo livro (1), você (2) discute uma das maiores fontes de mal-estar do
mundo contemporâneo: a dificuldade de encontrar motivação para o trabalho. Essa (3) é uma
questão sentida especialmente pelos jovens?
Mário Sérgio Cortella – Antes de tudo, é preciso distinguir motivação e incentivo (4). Motivação
é aquilo que move, que movimenta, como um motor. É, portanto, algo interno, precisa estar
dentro de nós. É possível incentivar outra pessoa, dar estímulos. Mas não dá para motivá-la.
Hoje, o jovem tem esse “motor interno” (5) pouco acelerado em relação ao trabalho. As
gerações anteriores, ao contrário, viam no trabalho (6) uma obrigatoriedade (7), porque não
dava para viver sem trabalhar e era preciso começar cedo (8).
Acontece que, nas últimas décadas (9), o Brasil construiu condições econômicas mais sólidas
(10) e uma parcela das famílias decidiu que iria subsidiar a ausência de ganho dos seus filhos
(11). Isso faz com que o jovem (12) tenha uma motivação muito menor (13). Se eu (14) tenho
18, 19 anos, por que investir na carreira (15), se posso dedicar o meu tempo ao lazer (16)?
Uma parte dos pais e mães (17) enfraqueceu a formação dos filhos (18) nessa direção (19).
Sob o pretexto de poupá-los (20), produziu e produz um efeito que é danoso.
EXAME.com – E agora? O que faz um jovem ter disposição (21) para acordar na segunda-feira
de manhã (22) e ir trabalhar feliz?
Mário Sérgio Cortella – Em primeiro lugar, o propósito. Ele só ficará motivado (23) se enxergar
que aquilo para que vai se esforçar tem uma finalidade clara para ele.
Reconhecimento também é essencial (24), é a coisa de que o jovem mais necessita. Ele (25)
precisa ser entendido como alguém importante, porque a questão autoral (26) se tornou
central (27). O profissional não quer mais ser tratado apenas como uma peça de uma grande
máquina, ele quer ser autor de algo (28). É a mesma lógica da matéria assinada por um
jornalista: aparece lá o nome dele (29), mesmo que seja pequenininho. No mundo do trabalho
(30), o reconhecimento (31) se tornou mais importante (32) do que a própria sobrevivência.
1. 2. 3. 4.
5. 6. 7. 8.
9. 10. 11. 12.
13. 14. 15. 16.
17. 18. 19. 20.
21. 22. 23. 24.
25. 26. 27. 28.
29. 30. 31. 32.
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Módulo 4
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Regra geral
Casos especiais
2) Substantivos de gênero e número diferentes mais adjetivo: concordância com o termo mais
próximo ou uso do masculino plural.
•• Gostaria de pedir frango e costela bem passados.
•• Gostaria de pedir frango e costela bem passada
3) ANEXO
•• Seguem anexos os contratos.
•• As cartas anexas devem conter envelope.
4) SÓ
•• Tati ficou só em casa.
•• André e Ravazolo ficaram sós.
•• Depois da guerra só restaram cinzas.
•• Eles queriam ficar só na sala.
Observação
A locução adverbial a sós é invariável.
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5) OBRIGADO – adjetivo
•• “Muito obrigada”, disse a aniversariante aos convidados!
6) BASTANTE
Adjetivo = vários, muitos
Advérbio = muito, suficiente
•• Recebi bastantes flores.
•• Estudei bastante.
•• Tenho bastantes motivos para estudar com você!
9) MEIO
Adjetivo = metade
Advérbio = mais ou menos
•• Adicione meia colher de açúcar.
•• Isso pesa meio quilo.
•• A porta estava meio aberta.
•• Ela sempre fica meio nervosa nas provas.
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CONCORDÂNCIA VERBAL
Regra geral
Regras especiais
1) SE
b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo (VL, VI ou VTI) não terá sujeito claro! Terá um
sujeito indeterminado.
•• Não se confia nos resultados sem provas.
•• Necessitou-se de funcionárias neste evento.
•• Assistiu-se a todos os jogos neste final de semana.
2) PRONOME DE TRATAMENTO
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (ele – eles).
•• Vossa Excelência deve apurar os fatos.
•• Vossas Altezas devem viajar.
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3) HAVER – FAZER
“Haver” no sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do
singular. É impessoal, ou seja, não possui sujeito.
“Fazer” quando indica “tempo” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e deverá
ficar na terceira pessoa do singular.
•• Nesta sala, há bons alunos.
•• “Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever.” (Clarice Lispector)
•• Faz 3 anos que passei em um concurso.
Complete as frases:
6. Não ________ emoções que __________esse momento. (exite – existem / traduza – traduzam)
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14. Não se __________ boas festas de casamento como antigamente. (faz – fazem)
16. É preciso que se __________ aos vídeos e que se ____________ os recados. (assista – assistam
/ leia – leiam)
17. Convém que se ________ às ordens da sogra e que se _________ os prometidos. (obedeça –
obedeçam / cumpra – cumpram)
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Módulo 5
REGÊNCIA VERBAL
VL – Isso é importante!
Pronomes Relativos
1) QUE
Retoma pessoas ou coisas.
•• Meus colegas, que nos ensinam ótimas matérias, são grandes professores!
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2) CUJO
Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído.
3) ONDE
Só retoma lugar. Sinônimo de EM QUE.
•• Eu me lembrei da senha.
•• Eu lembrei a senha.
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Exercícios
1. Coloque V para verdadeiro ou F para falso, observando a regência verbal das orações abaixo.
a) ( ) Dudan simpatizava com o Ravazolo.
b) ( ) O gerente visou o cheque.
c) ( ) Fomos assistir à aula do André.
d) ( ) Voltamos do curso.
e) ( ) O atirador visou o alvo e acertou!
f) ( ) O médico assistiu a paciente.
g) ( ) Lembraste Carla. Sim, lembrei-me dela
h) ( ) O candidato visava à vaga.
i) ( ) Eu quero muito bem aos meus alunos.
j) ( ) Os filhos muitas vezes não obedecem os pais.
l) ( ) Prefiro ser punido do que obedecer o curso.
m) ( ) Mais tarde iremos no curso.
n) ( ) Ninguém se lembrou daquele colega.
o) ( ) Estudar implica esforço.
p) ( ) Ele agiu sem visar a um reconhecimento.
q) ( ) O advogado informou seus clientes a mudança nos honorários.
r) ( ) Depois de passar no concurso, pretendo usufruir das minhas férias.
s) ( ) Paulo não perdoou o amigo.
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Módulo 6
CRASE
A palavra A
Artigo
Preposição
Pronome oblíquo
Pronome demonstrativo
Ocorre crase
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4) Hora determinada
•• A aula começará às 14h.
•• Das 14h às 16h eu tenho aula.
5) Vai a – volta da
•• Vou à Bahia.
Crase facultativa
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2) Diante de verbos
•• Não sei se Tati chegou a falar sobre a questão anulada.
•• Meu irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário
4) Entre palavras repetidas: face a face, cara a cara, lado a lado, frente a frente, gota a gota,
etc..
•• No altar eles ficaram lado a lado.
•• O médico recomendo-me tomar o remédio gota a gota.
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Exercícios
b) O ser humano é levado a luta que tem por meta a resolução das questões relativas a
sobrevivência.
h) As candidatas as quais foram oferecidas as bolsas devem apresentar-se até a data marcada
no prospecto.
j) Se você for a Europa, visite os lugares a que o material turístico faz referência.
k) Em relação a matéria dada, dê especial atenção aquele caso em que aparece a crase.
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Módulo 7
ORAÇÕES
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•• “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva
intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” (Charles Chaplin)
•• A inflação é o maior inimigo da Nação, portanto é meta prioritária do governo eliminá-la.
que lhe completa o sentido. Podem ser adverbiais, substantivas e adjetivas; neste caso,
1) causais: expressam ideia de causa, motivo ou a razão do fato expresso na oração principal.
São elas: porque, porquanto, posto que, visto que, já que, uma vez que, como, etc.
•• “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.” (Willian Shakespeare)
•• “Eu possa me dizer do amor (que tive): que não seja imortal, posto que é chama.
•• Mas que seja infinito enquanto dure. “ (Vinicius de Morais)
2) comparativas: estabelecem uma comparação com o elemento da oração principal. São elas:
como, que (precedido de “mais”, de “menos”, de “tão”), etc.
•• “Como arroz e feijão, é feita de grão em grão nossa felicidade.” (Teatro Mágico)
•• “Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.” (Albert Einstein)
•• Esses alunos falam mais do que papagaios.
3) condicionais: expressam ideia de condição ou hipótese para que o fato da oração principal
aconteça. São elas: se, caso, exceto se, a menos que, salvo se, contanto que, desde que, etc.
“Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...” (Mario Quintana)
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•• “Se a gente já não sabe mais rir um do outro, meu bem, então o que resta é chorar.” (Los Hermanos)
6) concessivas: expressam ideia de que algo que se esperava que acontecesse, contrariamente
às expectativas, não acontece. São elas: embora, conquanto, ainda que, se bem que, mesmo
que, apesar de que, etc.
•• “Mesmo que você tenha que partir, o amor não há de ir embora.” (Titãs)
•• “Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada
seria.”
•• “Você é um problema que eu quero ter, mesmo sabendo que eu não consigo resolver.” (Maiara e Maraisa)
Dois e Dois são Quatro
Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena
Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena
- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.
Ferreira Gullar
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7) finais: expressam ideia de finalidade. São elas: a fim de que, para que, que, etc.
•• “Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.” (Pitágoras)
•• Os professores capricham na apostila para que seus alunos gabaritem a prova.
1. Subjetivas – funcionam como sujeito: "É imprescindível que você estude com a Casa do
Concurseiro.
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3. Objetivas Indiretas – Eles gostaram de que eu falasse vinte vezes a mesma coisa!
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Exercícios
1) Ele estudou o ano inteiro para o concurso, logo conseguiu entrar no tão sonhado cargo
público.
e) Posto que meus amigos me peçam de joelhos, não sairei para a balada.
g) Enquanto meus colegas prestam atenção na aula, eu fico olhando para o celular.
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Módulo 8
PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são usados para darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os
limites sintáticos e unidades de sentido.
Para começo de conversa!
Objeto do verbo –“Todo problema é, um prego para quem só sabe usar martelo”
(Maslow)
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Use vírgula para
•• “O melhor trabalho político, social, espiritual que podemos fazer é parar de projetar nossas
sombras nos outros” (C. G. Jung)
•• "A mão, a mente, o gatilho, a favela choram seus filhos" (Criolo)
4.1) Não é recomendável o uso da vírgula quando o adjunto adverbial for um simples
advérbio.
•• “Pode falar que nem ligo. Agora eu sigo o meu nariz. Respiro fundo e canto mesmo que um
tanto rouca.” (Mallu Magalhães)
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•• "O sucesso normalmente vem para quem está ocupado demais para procurar por ele" –
Henry Thoreau, filósofo
•• “Se eu soubesse antes o que sei agora, erraria tudo exatamente igual” (Humberto Gessinger)
•• “Os empreendedores falham, em média, 3,8 vezes antes do sucesso final. O que separa os
bem-sucedidos dos outros é a persistência” – (Lisa M. Amos, executiva)
•• O vício em celular, por exemplo, pode atrapalhar os estudos.
•• “Seu amor me pegou, você bateu tão forte com o teu amor, nocauteou, me tonteou, veio à
tona, fui à lona, foi K.O.” (Pablo Vittar)
•• “Comece onde está. Use o que você tem. Faça o que puder.”
•• “Não encosta, não me beija, só me olha, me deseja, quero ver se você vai aguentar a noite
inteira sem poder me tocar” (Anitta)
•• “Você me encantou demais, mostrou seu coração do que ele é capaz, por isso eu quero te
dizer que a flor dessa canção sempre será você.” (Natiruts)
•• “Garçom, troca o DVD, que essa moda me faz sofrer, e o coração não “guenta””. (Maiara e Maraisa)
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ATENÇÃO! Embora a conjunção "e" seja aditiva,
há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
•• “Eu lembro de nós em nosso quarto e meu coração fica todinho apertado.
•• “Nada sei dessa tarde, se você não vem. Sigo o sol na cidade para te procurar.”
(Marcelo Camelo – Vermelho)
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•• “Nessa cidade, tem uma rua que eu não ouso mais passar.
Nessa cidade, tem uma rosa de pálida agonia a me esperar.
Nessa cidade, tem uma casa que eu não posso mais entrar.
Nessa cidade, tem outra casa cheia de flores para você.” (Vanguart)
•• “Talvez esse seja um castigo justo para aqueles que não possuem coração: só perceber isso
quando não pode mais voltar atrás.” (A Menina que Roubava Livros)
Dois-pontos ( : )
a) Iniciar fala de personagens:
•• O candidato gritou:
– Comecem logo a prova!
b) Apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/
ou resumem ideias anteriores.
•• Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos.
•• Por favor anote o seu número de protocolo: 171171
c) Citação direta:
•• Como já dizia Carl Jung: Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma melhor
compreensão de nós mesmos.
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Ponto e vírgula
1) O ponto e vírgula é usado na separação de orações extensas e relacionadas entre si,
principalmente quando já subdivididas com vírgulas.
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Módulo 9
ORTOGRAFIA
1) Por que
•• Utiliza-se para introduzir perguntas;
•• Utiliza-se quando se troca por “motivo” “razão”;
•• Utiliza-se quando se troca por “pelo qual”
•• “Cê quer saber? Então, vou te falar!
Por que as pessoas sadias adoecem?
Bem alimentadas, ou não...
Por que perecem?
Tudo está guardado na mente!” (Criolo)
•• Ainda não se sabe por que houve o rompimento das barragens de rejeito de minério
em Mariana.
•• A tragédia por que passam as pessoas dessa cidade é triste.
2) Por quê
•• utiliza-se no fim da frase.
•• “Já não me preocupo se eu não sei por quê.
•• Às vezes, o que eu vejo quase ninguém vê.” (Legião Urbana)
3) Porque
•• introduz ideia de causa e explicação. Equivale a “pois”, “já que”
•• “Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.” (Cecília Meireles)
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4) Porquê
•• usa-se como substantivo. Vem acompanhado de um artigo, pronome, numeral.
•• Você tem seus porquês para estar aqui!
•• Preciso de cinco porquês neste caso!
Veja que legal alguns exemplos do uso dos porquês, em um trecho do texto
de Clóvis Sanches “Os porquês do porquinho”:
Aconteceu na Grécia!
Era uma vez um jovem porquinho belo e bom, muito pequenino, cuja vida foi dedicada
à procura dos porquês da floresta. Tal porquinho, incansável em sua busca, passava o
dia percorrendo matas, cavernas e savanas perguntando aos bichos e aos insetos que
encontrava pelo caminho todos os tipos de porquês que lhes viessem à cabeça.
– Por que você tem listras pretas se os cavalos não as têm? – perguntava gentilmente
o porquinho às zebras.
– Pernas compridas por quê, se outros pássaros não as têm? – indagava às seriemas,
de forma perspicaz.
– Por que isso? Por que aquilo?
Era um festival de porquês, dia após dia, ano após ano, sem que ele encontrasse
respostas adequadas aos seus questionamentos de porquinho.
Por exemplo, sempre que se deparava com uma abelha trabalhando arduamente, ele
perguntava por quê. E a pergunta era sempre a mesma:
– Saberias, por acaso, por que fazes o mel, oh querida abelhinha?
E a abelha, com seus conhecimentos de abelha, sempre respondia assim ao porquê:
– Fabrico o mel porque tenho que alimentar a colmeia.
Mas a resposta das abelhas não o satisfazia, porque eram os ursos os maiores
beneficiados com aquela atividade.
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BNB (Analista Bancário) – Português – Prof. Carlos Zambeli
Exercício
1. Quer dizer que você não revisou nada até agora, ______________ ?
Sinônimos Antônimos
•• Sinônimos Perfeitos: são as palavras que Antônimos com radicais diferentes:
compartilham significados idênticos, por
exemplo: léxico e vocabulário; morrer e •• bom e mau;
falecer; após e depois. •• bonito e feio;
•• Sinônimos Imperfeitos: são as palavras que •• alto e baixo.
compartilham significados semelhantes e
não idênticos, por exemplo: feliz e alegre; Antônimos com prefixos de negação:
cidade e município; córrego e riacho.
•• feliz e infeliz;
Adversário e antagonista
Adversidade e problema •• atento e desatento;
Alegria e felicidade •• típico e atípico.
Alfabeto e abecedário
Ancião e idoso Antônimos com prefixos contraditórios:
Apresentar e expor
Belo e bonito •• exteriorizar e interiorizar;
Brado e grito •• progressão e regressão;
Bruxa e feiticeira
Calmo e tranquilo •• ascendente e descendente.
Carinho e afeto
Carro e automóvel
Cão e cachorro
Casa e lar
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Homônimas Parônimas
Parônimos ou palavras parônimas são palavras
Palavras homônimas ou homônimos são palavras
que são escritas de forma parecida e são
que são pronunciadas da mesma forma, mas têm
pronunciadas de forma parecida, mas que
significados diferentes.
apresentam significados diferentes.
Leve Fluvial/pluvial
•• Essa apostila é leve. •• Demasiada essa precipitação na floresta
•• “Leve com você só o que foi bom!” pluvial. (chuva)
•• Existem no Brasil diariamente transpor-
Morro tes fluviais. (rio)
•• Algumas pessoas moram no morro.
Imergir/emergir
•• Eu morro de medo de concurso.
•• Ele imergiu nos estudos
Rio •• O corpo emergiu depois de 2 dias.
•• Este rio está poluído?
Imigrar/emigrar
•• Eu rio de suas bobagens
•• Muitos imigrantes chegam até hoje no
São Brasil.
•• O aluno se encontra são e feliz! •• Queria emigrar deste país logo!
•• Que horas são?
Iminente/eminente
Verão •• Cuidado! Risco de perigo iminente.
•• Odeio o verão! •• Realmente ele é um palestrante eminente
•• Eles verão esta aula no EAD?
Infligir/infringir
•• O juiz infligirá uma multa no advogado.
Outros casos importantes
•• Ele infringiu as leis de conduta.
Sessão/seção/cessão
Retificar/ratificar
•• Hoje vou ver o filme da sessão da tarde!
•• É preciso retificar este gabarito.
•• Onde fica minha seção eleitoral?
•• É preciso ratificar este gabarito.
•• A família permitiu a cessão de seus
órgãos para transplantes Ao encontro de/ DE encontro a
Trás/traz •• Minhas ideias vão ao encontro das suas.
•• Não se detenha olhando para trás. •• Minhas ideias vão de encontro às suas.
•• ele traz o material para a aula! A princípio/ Em princípio
•• Acabo a matéria em princípio hoje.
•• A princípio vamos nos reunir.
Denotação e Conotação
A Denotação é a palavra utilizada em seu sentido literal, original, real, objetivo; enquanto a
Conotação é o uso figurado, subjetivo ou expressivo da palavra e depende do contexto em que
é empregado.
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BNB (Analista Bancário) – Português – Prof. Carlos Zambeli
Inferência
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Módulo 10
Emprego
Formas de tratamento
a) O/A X Lhe
b) o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –r, -s, -z, assumem a forma lo,
la, los, las,e os verbos perdem aquelas terminações.
c) o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –m, -ão, -õe, assumem a forma
no, na, nos, nas.
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Colocação
É o emprego dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em
relação ao verbo na frase.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio do verbo
(mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
PRÓCLISE
a) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo
algum.
•• Nada me emociona.
b) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que,
caso
•• Quando me perguntaram, respondi que te amava!
c) Advérbios
•• Aqui se estuda de verdade.
d) Pronomes
•• Alguém me perguntou isso? (indefinido)
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BNB (Analista Bancário) – Português – Prof. Carlos Zambeli
•• Macacos me mordam!
MESÓCLISE
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito
•• Convidar-me-ão para a festa.
•• Entregá-lo-ia a você, se tivesse tempo.
ÊNCLISE
a) Com o verbo no início da frase
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá
depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
Infinitivo
•• Quero-lhe dizer o que aconteceu.
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Gerúndio
•• Estou lhe dizendo a verdade.
•• Ia escrevendo-lhe o email.
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.
Infinitivo
•• Não lhe vou dizer aquela história.
Gerúndio
•• Não lhe ia dizendo a verdade.
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Português – Interpretação de Texto
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Edital
BANCA: FGV
CARGO: Analista Bancário
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Português
Olá! Tudo bem com você? Espero que sim! Olha, nós vamos explicar a diferença entre
compreensão e interpretação de texto usando uma estratégia diferente. Em vez de teoria
“seca”, que tal se a gente fizesse uma explicação contextualizada? Vamos fazer assim: eu vou
comentar uma questão e, nesse comentário, toda a teoria e as dicas para você acertar as
questões serão dadas. Combinado? Vamos lá!
A questão que vamos comentar agora tem uma importância fundamental em nossa aprovação.
É possível até que mais de 50% das questões tratem daquilo que chamarei aqui, genericamente,
de leitura. Então, não temos tempo a perder. A primeira providência é saber que, quando
lemos qualquer texto, realizamos dois processos mentais que se dão ao mesmo tempo. Nossa
banca quer que saibamos exatamente o que é cada processo. Assim, se não sabemos que eles
existem, é possível que marquemos o item errado em muitas questões. Para o concurseiro, não
há margem para erro. Ele tem que ser preciso em sua leitura e saber dividir muito bem as duas
partes. As duas partes a que me refiro são as seguintes: compreensão e interpretação.
A compreensão diz respeito àquela informação que está, explicitamente, no texto. Tudo está
à vista do leitor: fatos citados; números percentuais; comparações; citações de estudiosos,
políticos, advogados etc.; discordâncias ou concordâncias do autor, entre outras. Ou seja, a
compreensão de textos consiste em analisar o que realmente está escrito. Porém, a banca
não vai, simplesmente, fazer um “Ctrl C/Ctrl V” e pedir para você checar essa informação. Na
verdade, ela vai retirar uma passagem do texto e fazer uma paráfrase dela. Paráfrase consiste
em dizer uma mesma informação, mas com palavras diferentes. Parece algo simples, mas
nem sempre o é. Muitas vezes, a abanca muda tanto as palavras do texto original, que muitos
candidatos não reconhecem que a mesma informação está ali, porém bem diferente, como
uma “nova roupa”, uma “nova maquiagem”. Para não cair nessa trapaça, fique bem atento
ao vocabulário e às equivalências de cada passagem proposta na questão. Reitero: não faça
julgamentos pela “aparência”. Duas frases podem ser bem diferentes no que diz respeito à
forma, mas iguais no que diz respeito ao conteúdo que elas veiculam.
Mas como vou saber que uma questão é de compreensão de textos? Para tal, você terá alguns
enunciados básicos, os quais se repetem com bastante frequência. Os comandos (enunciados)
de compreensão são, na maioria das vezes, os seguintes:
•• Segundo o texto...
•• O autor/narrador do texto diz que...
•• O texto informa que...
•• No texto, há uma crítica sobre...
•• Tendo em vista o texto...
•• De acordo com o texto...
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•• O autor defende que...
•• O autor afirma que...
•• Na opinião do autor do texto...
Entre os citados acima, tenha muito cuidado com os que dizem respeito à opinião do autor. Sabe
qual o principal problema que vejo nos meus alunos? Eles acabam envolvendo as suas próprias
opiniões com as do autor do texto. Cuidado!!! Não é o seu ponto de vista que está em debate,
mas sim o daquele(a) que escreveu o texto. Entendido? Creio que sim! Vamos continuar.
Porém, se a informação estiver além do que o texto literalmente quis dizer, fora dele, trata-se de
uma questão de interpretação. Vamos fazer uma analogia: o que um ator faz quando interpreta
um personagem? Ele sai de si e entra noutra pessoa, concorda? Então, ele fala diferente, veste-
se de forma diferente de si, pensa com os paradigmas daquela nova pessoa etc. Ou seja, se ele
não sair do seu mundo, não haverá a interpretação. Conosco, vai ocorrer algo semelhante.
E como o leitor vai conseguir enxergar fora do texto (sair do texto)? Aliás, o que significa “fora
do texto”? Vamos às respostas. Todo texto diz algo literal e que qualquer leitor consegue
perceber. Porém, todo texto também “diz” algo de forma “secreta”. Pus aspas no “diz” para
afirmar que ele quer dizer, na verdade, “permite entender”: um texto vale por aquilo que ele
diz e também por aquilo que ele permite que eu (a partir de uma lógica universal) entenda.
Se encontro uma pessoa no corredor do trabalho, e tal pessoa me diz um “Bom dia!!!” de
forma radiante, entendo duas mensagens: primeira, ela está sendo educada e me dando bom
dia (compreensão); segunda, tal pessoa deve estar vivendo um ótimo momento de sua vida,
daí imagino que ela esteja feliz (interpretação). Mas veja: ela não me “disse”, literalmente,
que estava feliz, ela apenas me deu autorização para que eu entendesse isso. Pronto, isso é
um exemplo de “interpretação”. Ou seja, as questões de interpretação são essas discretas
“autorizações” que o texto nos dá. Para ter mais consciência desse processo, você precisará
dominar o uso de uma ferramenta bem especial: a inferência textual. Uma inferência é uma
triangulação entre os seguintes pontos: texto, contexto e mundo. O texto é a parte “material”
que você tem: todas as palavras são importantes nesse momento. Porém, o contexto (a parte
mental) é a mais valiosa nesse processo. O contexto é, na verdade, um conjunto de informações
que está em sua cabeça. Por exemplo, quando você percebe que o texto da prova trata de
alimentação saudável, automaticamente, você aciona um exército de informações a respeito
desse assunto: documentários que você já tenha visto, textos que já tenha lido, conversas entre
amigos, lembranças de sua infância à mesa, idas a feiras para a compra de frutas e legumes etc.
É esse conjunto de informações que auxilia você a fazer as inferências textuais. O terceiro e
último ponto dessa triangulação é o mundo. O mundo é a realidade. É ela quem autoriza você
a confirmar ou não a inferência. Assim, se digo “João foi jogar futebol com os seus amigos e
voltou com um galo enorme na cabeça”, embora o texto não afirme, posso chegar à seguinte
conclusão: João sofreu um pequeno acidente quando jogava futebol. Isso é possível porque o
texto nos dá pistas, o contexto nos diz que futebol é um esporte de contato e que acidentes
são normais e o mundo nos autoriza essa conclusão. Contudo, se a frase fosse “João foi jogar
xadrez com os seus amigos e voltou com um galo enorme na cabeça”, jamais poderíamos inferir
que João se acidentara quando jogava xadrez, pois o contexto e o mundo não nos permitiriam
chegar a essa conclusão.
Portanto, a interpretação de texto consiste em saber o que se infere do que está escrito, tem a
ver com o que podemos chamar de “vazios textuais”, que todo texto deixa para o leitor.
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BNB (Analista Bancário) – Português – Prof. Eli Castro
E como vamos saber que a questão é de interpretação? Agora, a nossa banca vai alternar,
normalmente, os seguintes verbos: inferir, depreender, concluir, deduzir. Detalhe: todos esses
verbos significam a mesma coisa, ou seja, são sinônimos. Os comandos de Interpretação são,
na maioria das vezes, os seguintes:
•• Depreende-se/infere-se/conclui-se do texto que...
•• O texto permite deduzir que...
•• É possível subentender-se a partir do texto que...
•• Qual a intenção do autor quando afirma que...
•• O texto possibilita o entendimento de que...
•• Com o apoio do texto, infere-se que...
•• O texto encaminha o leitor para...
•• Pretende o texto mostrar ao leitor que...
•• O texto possibilita deduzir que...
QUESTÃO ÚNICA
Os anônimos
Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino
uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um pouco como
certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida entre as necessidades de bajular o poder e de
refletir a realidade. O espelho tentou mudar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”.
Seu nome: Branca de Neve.
A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve para a floresta,
matá-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o lenhador poupou
Branca de Neve. Toda a história depende da compaixão de um lenhador sobre o qual não se
sabe nada. Seu nome e sua biografia não constam em nenhuma versão do conto. (...)
A rainha má é a rainha má, claramente um arquétipo, e os arquétipos não precisam de nome.
O Príncipe Encantado, que aparecerá no fim da história, também não precisa. É um símbolo
reincidente, talvez nem a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu nome. Mas o
personagem principal da história, sem o qual a história não existiria e os outros personagens
não se tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele só entra na trama para fazer uma
escolha, mas toda a narrativa fica em suspenso até que ele faça a escolha certa, pois se fizer
a errada não tem história. O lenhador compadecido representa dois segundos de livre-arbítrio
que podem desregular o mundo dos deuses e dos heróis. Por isso é desprezado como qualquer
intruso e nem aparece nos créditos.
Muitas histórias mostram como são os figurantes anônimos que fazem a história, ou como,
no fim, é a boa consciência que move o mundo. Mas uma das pessoas do grupo em que
conversávamos sobre esses anônimos discordou dessa tese, e disse que a entrada do lenhador
simbolizava um problema da humanidade, que é a dificuldade de conseguir empregados de
confiança, que façam o que lhes for pedido.
(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses)
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1. Após a leitura, marque a opção incorreta:
a) Segundo o texto, parte da imprensa brasileira não segue uma linha jornalística clara, pois
oscila em sua atividade.
b) Infere-se do texto que uma parte da imprensa brasileira omite a realidade a fim de ganhar
crédito com os poderosos.
c) É possível depreender, a partir do segundo parágrafo, que o lenhador não tem um caráter
exemplar de cidadão.
d) Deduz-se do texto que o lenhador é figura decisiva no conto.
e) O texto faz um paralelo entre os espelhos de castelos e uma parte da imprensa nacional.
ITEM A: Certo. Lembre-se de que este item trata de uma questão de compreensão, pois o
comando diz: “Segundo o texto”. Lembra a história da paráfrase? Então, é isso o que temos.
Veja:
Texto Paráfrase
“...certa imprensa brasileira...” “...parte da imprensa brasileira...”
“...muitas vezes dividida...” “...não segue uma linha jornalística clara...”
“...as necessidades de bajular o poder e de
“...oscila em sua atividade...”
refletir a realidade...”
Viu como, de fato, tudo o que está no item está também no texto? Claro que uma paráfrase
pode detalhar mais ou menos o que está escrito. Isso é do jogo! O que vale, no fim das contas,
é você responder à seguinte pergunta: o texto disse isso mesmo?
ITEM B: Certo. O detalhe desse item está em você notar que o texto não diz, literalmente,
que uma parte da imprensa omite a realidade. Mas, quando se lê que a dita imprensa está
“...dividida entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade”, raciocina-se
da seguinte maneira: se ora a imprensa reflete a realidade, ora bajula o poder, deduzo que,
quando bajula, essa certa imprensa não faz o seu real papel, daí ser possível dizer que ela
“omite” (esconde) a realidade, em vez de refleti-la. O outro ponto desse item é como se chegar
à conclusão de que a dita imprensa deseja ganhar crédito com os poderosos. Como é possível
depreender essa informação? Simples: quando se bajula uma pessoa, por exemplo, não se está
sendo espontâneo, não se está sendo 100% verdadeiro com ela. Nenhuma bajulação é sem
“segundas intenções”. É próprio do ato de bajular querer alguma coisa em troca, e tal coisa tem
que ser boa, valiosa. A bajulação tem, intrinsecamente, uma essência falsa e individualista. Se
eu bajulo meu pai, por exemplo, tenho algum interesse por trás desse ato. Se bajulo o poder,
quero algo dele. Concorda?
ITEM C: certo. Talvez, este seja o item mais curioso dessa questão, porém será o mais fácil de
ser explicado. Quem marcou este item como o incorreto pensou da seguinte forma: o texto
diz que “o lenhador poupou Branca de Neve” e que “Toda a história depende da compaixão
de um lenhador”; então, o lenhador só pode ser uma pessoa de bom caráter. Contudo, esse
mesmo candidato se esquece de levar em conta que esse mesmo lenhador aceitou a proposta
da rainha de sequestrar Branca de Neve, matá-la e ocultar o seu cadáver em troca de algum
dinheiro. Você considera que uma pessoa que aceita esse tipo de proposta tenha um caráter
exemplar de cidadão? É próprio de um cidadão aceitar encomendas de morte? Como se vê,
é uma simples dedução. Uma pergunta final: o arrependimento e, consequentemente, o não
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BNB (Analista Bancário) – Português – Prof. Eli Castro
assassinato de Branca de Neve transformam o lenhador em uma pessoa de bom caráter? Claro
que não. Ele só não matou Branca de Neve por alguma razão não mencionada no texto, mas
seu objetivo era matá-la.
ITEM D: Errado. Eis uma enorme “casca de banana”. O erro deste item está no simples fato
de essa informação não ser adquirida a partir de uma dedução (inferência). Na verdade, está
claramente explícito no texto que o lenhador é figura fundamental para o conto. Ou seja, se, em
vez de “Deduz-se do texto que o lenhador é figura decisiva no conto” fosse “Segundo o texto,
o lenhador é figura decisiva no conto”, aí teríamos mais um idem certo. Moral da história: fique
atento aos comandos de cada item e sempre reflita se aquele é um item de compreensão ou de
interpretação.
ITEM E: Certo. Embora não use os comandos habituais, nota-se que este item é de compreensão,
pois ele diz que “o texto faz um paralelo entre...”. Ou seja, se o texto, literalmente, fizer essa
comparação, o item é verdadeiro. Veja: “Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um
pouco como certa imprensa brasileira”. Não há o que discutir: item verdadeiro.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Os textos não são puros. Eles, na verdade, são formados pela reunião de várias tipologias. É
claro que, entre as tipologias presentes, uma sempre se destaca; daí afirmar-se que haverá
sempre uma predominante. As bancas de concursos querem que o candidato perceba qual está
em evidência no texto da prova. As tipologias existentes são as seguintes: narrativa, descritiva,
dissertativa, injuntiva, preditiva e dialogal (conversacional).
Narrativa
É da natureza humana contar histórias. Talvez seja este o tipo mais antigo e do qual todos os
demais tenham surgido. Quem não gosta de ouvir uma bela história? Um texto pertencerá à
tipologia narrativa quando as seguintes características aparecerem:
a) Haverá um narrador (na 1ª ou na 3ª pessoa do singular ou do plural) que contará um fato real
(quando a história tratar de pessoas) ou ficcional (quando a história utilizar personagens).
b) Um texto narrativo responde, explícita ou implicitamente, às seguintes perguntas:
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Exemplo:
Descritivo
A descrição costuma ambientar as narrações e, quando o faz, escolhe um “objeto” para dedicar
suas atenções. Pode ser uma casa, um livro, uma floresta, uma cena (sim, é possível descrever
uma cena), uma fotografia etc. Um texto predominantemente descritivo apresentará as
seguintes características:
a) O texto apresenta uma cadeia de características ou de procedimentos.
b) Nesse modelo, é frequente haver adjetivos, locuções adjetivas.
c) Esse tipo de texto costuma ter verbos de ligação, mas não é obrigatório.
Texto
Como você pode ver, uma garotinha está deitada displicentemente no colo de um senhor bem
velhinho e bem simpático. Ela parece um anjo. Loirinha, cabelo castanho claro, encaracolado,
nariz e boca perfeitos, ar inteligente e sadio, uma dessas crianças que a gente vê em anúncios.
Pelo jeito, deve ter uns três ou quatro anos, não mais que isso. Ela está vestida em um desses
macaquinhos de flanela, com florezinhas azuis e vermelhas e uma malha creme por baixo.
Calçando um tênis transadíssimo nas discretas cores amarelo, vermelho e azul, o que nos
mostra que a mocinha não é apenas novinha, mas moderninha também. O velhinho tem um
tipo bem italiano. O boné cinza é típico desses senhores que a gente vê passeando pelo Bixiga
nos domingos à tarde. (...)
Note que predomina no texto a descrição, já que o relato feito envolve uma cena
estática, isto é, em que nenhum acontecimento pode ser considerado cronologicamente
anterior a outro.
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BNB (Analista Bancário) – Português – Prof. Eli Castro
Dissertativo
Dissertar é um ato cognitivo e exige, portanto, conhecimento enciclopédico do redator. Além
de ter conhecimento de mundo, o autor desse tipo de texto deve saber fazer formulações,
lançar teses, defender seu ponto de vista a partir de argumentos, fazer comparações, chegar a
conclusões etc. Essa tipologia de texto pode ser escrita na 1ª ou na 3ª pessoa (do singular ou do
plural), cujo objetivo principal é manusear ideias (fatos, problemas sociais, leis, acontecimentos
históricos, questões filosóficas, descobertas científicas etc.) a fim de informar ou opinar.
Por isso, há dois formatos do tipo dissertativo:
a) Dissertação expositiva: não há uma tomada de partido ou mesmo presença de tese, pois o
autor apenas traz ideias a público.
Injuntivo
Nesse modelo de texto, o autor indica ao leitor como realizar uma ação, orienta um
procedimento, dá instruções ao leitor, enfim. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos
desses textos são, em sua maioria, empregados no modo imperativo.
Ex.:
a) manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos;
b) textos com regras de comportamento;
c) textos de orientação (ex.: recomendações de trânsito);
d) receitas.
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Texto
Note que há, nesse texto, características das tiplogias expositiva e injuntiva, como
prediminância da última.
Preditivo
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está
por ocorrer. É o tipo predominante nos seguintes gêneros: previsões astrológicas, previsões
meteorológicas, análise de mercado, previsões escatológicas/apocalípticas etc.
Dialogal / Conversacional
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros:
entrevista, conversa telefônica, “watts zap”, peças teatrais etc.
GÊNEROS TEXTUAIS
Como nós já sabemos quais são os tipos de textos, ou seja, já conhecemos as tipologias textuais,
vamos agora entender os gêneros textuais. Estes seriam uma espécie de aprofundamento dos
tipos de textos.
Assim, se os gêneros textuais dizem respeito ao particular, a tipologia textual diz respeito ao
geral. Para que você tenha uma ideia, numa determinada tipologia, muitos gêneros podem
estar presentes, por exemplo: na tipologia narrativa, podemos encontrar os seguintes gêneros:
piada, conto, romance, novela, fábula, lenda etc. Por outro lado, exemplos de gêneros possíveis
para a tipologia dissertativa seriam os seguintes: ensaio, dissertação de mestrado, TCC, artigo
de opinião, peça processual, relatório etc.
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BNB (Analista Bancário) – Português – Prof. Eli Castro
Tipos textuais:
•• Texto narrativo;
•• Texto descritivo;
•• Texto dissertativo expositivo;
•• Texto dissertativo argumentativo;
•• Texto injuntivo;
•• Texto preditivo;
•• Texto dialogal/conversacional.
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Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos:
•• textos de divulgação científica;
•• enciclopédias;
•• resumos escolares;
•• verbetes de dicionário;
•• notas de aula;
(entre outros afins)
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BNB (Analista Bancário) – Português – Prof. Eli Castro
A COERÊNCIA TEXTUAL
Quando estamos numa conversa entre amigos, e um assunto polêmico surge, é normal que
o debate fique cada vez mais acalorado. Daí alguém pode dizer: “Isso que você falou não tem
coerência nenhuma!”. Quando alguém diz isso, é esperado que esse alguém tenha comparado
as palavras da pessoa que estava falando como aquilo que chamaremos de a lógica do mundo.
Alguns fatos, dados ou conceitos costumam ser incontestáveis em nossa consciência porque
são entendidos, coletivamente, como lógicos, como racionais. É como se todos nós tomássemos
certas informações que estão no mundo como referência daquilo que vamos designar, ao longo
da vida, como o certo e o errado. Por exemplo, matar pessoas é errado. Sabemos disso porque
certos “instrumentos” (como a bíblia e as leis) nos dizem, há séculos, que não é correto matar
pessoas. Assim, quando alguém, por conta da criminalidade urbana crescente, clama pela paz
nas grandes cidades e coloca como argumento central de seu discurso que “bandido bom é
bandido morto”, a coerência começa a ser quebrada porque uma regra maior foi violada. Assim,
a coerência textual diz respeito a essa “malha” de informações que, quando cruzada, pode ser
entendida como coerente ou incoerente. Nessa linha de pensamento, quanto mais leituras de
mundo você tem, mais há possibilidades de você ser coerente como aquilo que vê, lê, fala ou
escreve.
A COESÃO TEXTUAL
A coesão textual diz respeito às diversas formas que um produtor de texto tem para fazer ligação
entre as ideias do texto. Essas estratégias, quase sempre, exigem o domínio de elementos
gramaticais, como conjunções, locuções conjuntivas, pronomes ou advérbios, por exemplo.
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Coesão referencial
Na coesão referencial, são utilizados elementos, como pronomes e expressões adverbiais, que
evitam a repetição de palavras ou expressões já mencionadas no texto. Tem-se um caso de
coesão anafórica, ou seja, a referência se dá para trás.
Ex.:
“Francisco foi a Porto Alegre no final deste mês. Lá, ele disse que a igreja católica tem que
aderir aos movimentos sociais”.
Note que “Lá” retoma, anaforicamente, Porto Alegre; e “ele” retoma, também
anaforicamente, “Francisco”.
Coesão sequencial
Na coesão sequencial, é estabelecida uma conexão entre as ideias do texto por meio de
conjunções, conectivos ou expressões que servem para dar continuidade aos assuntos,
estabelecendo, assim, uma sequência entre aquilo que já foi afirmado e aquilo que se deseja
dizer. Nesse tipo de coesão, a lógica entre as ideias é determinante. Veja algumas palavras ou
expressões que podem realizar esse tipo de coesão: por conseguinte, portanto, logo, embora,
ainda que, dessa forma, caso, entretanto, porém, ainda assim, mesmo que, por esse motivo
etc.
Ex.:
Anteriormente à primeira Constituição pátria, a de 1824, vigoraram as Ordenações Afonsinas,
as Manuelinas e as Filipinas. Destas, somente as Ordenações Filipinas, sancionadas em 1595
e que construíram a base do direito português até o século XIX, com vigência de 1603 até o
Código Civil brasileiro de 1916, trazem, em seu texto, algo que remete ao entendimento de
concessão de justiça gratuita, prevendo que, se o agravante fosse tão pobre que jurasse não ter
bens móveis, nem bens de raiz, nem como pagar o agravo e se rezasse, na audiência, uma vez, a
oração do Pai-Nosso pela alma do rei de Portugal, seria considerado quitado o pagamento das
custas de então.
Ainda com relação ao aspecto da gratuidade, em particular, o colonizador português trouxe
para o território brasileiro a praxe forense de acordo com a qual os advogados deveriam assistir,
de maneira gratuita e voluntária, os pobres que a solicitassem.
Note que a expressão em destaque retoma o parágrafo anterior e promove a sequência do
raciocínio.
Coesão lexical
Léxico significa “conjunto de vocábulos de uma língua”. Na coesão lexical, são utilizados recursos
coesivos que permitem a manutenção do tema a partir de troca de vocábulos afins.
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Ex.:
“Francisco foi a Porto Alegre no final deste mês. Na capital gaúcha, o Sumo Pontífice disse que
a igreja católica tem que aderir aos movimentos sociais”.
Note que “capital gaúcha” e “Sumo Pontífice” são sinônimos de Porto Alegre e
Francisco, respectivamente. Por isso, essa coesão lexical pode ser chamada também
de coesão lexical por sinonímia.
Ex.:
“O médico desatento esqueceu uma tesoura ventre de seu paciente. O instrumento
permaneceu dentro da pessoa por três dias sem ser notado pelo obstetra”.
Esse tipo de coesão lexical exige que você conheça dois conceitos: hiponímia
e hiperonímia. Hiponímia é a relação vocabular que se dá do menor para o maior:
tesoura é mais específico (menor) e instrumento é mais genérico (maior); assim, pode-
se dizer que tesoura é um hipônimo de instrumento, nessa sequência. Hiperonímia é o
contrário. Pode-se dizer que médico é mais genérico (maior) do que obstetra (menor);
assim, médico é um hiperônimo de obstetra, considerando, claro, essa sequência de
aparecimento das palavras no texto.
Detalhe 01: esse tipo de coesão lexical pode ser chamado de coesão lexical por
hiponímia ou hiperonímia, a depender da sequência dos vocábulos no texto.
Detalhe 02: ocorre também coesão lexical por hiponímia entre paciente e pessoa.
Note que antes de “deixou” fica elidida (omitida) a expressão “minha namorada”. Isso
é coesão por elipse.
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Coesão por substituição
Na coesão por substituição são também utilizadas palavras que retomam termos já referidos,
havendo, contudo, uma nova definição desse termo, sem que haja correspondência total ao
primeiro termo.
Ex.:
“Gosto muito de fotografia e de cinema. Embora este seja incrível e mais comum, é aquela que
me deixa mais impressionado”.
EXERCÍCIO DE REFLEXÃO
Este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso, aquilo, tal, tais.
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“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele
realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Estas deveriam ser mais valorizadas, pois aquele
lutou muito para que elas se realizassem”.
– “Após a Lava a Jato, o único político tucano punido foi este: nenhum”.
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– “Este” remete a........................................
SITUAÇÃO 01
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito
até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência
renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Esse fenômeno
também pôde ser notado....
SITUAÇÃO 02
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito
até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência
renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essa pesquisa
foi divulgada....
SITUAÇÃO 03
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até
o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal,
infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Tais consequências
já apreciam em ....
SITUAÇÃO 04
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até
o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal,
infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essas patologias se
destacaram em um estudo...
SITUAÇÃO 05
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito
até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência
renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Tal curso
também divulgou trabalhos em áreas...
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SITUAÇÃO 06
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até
o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal,
infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essa universidade
colabora com produções científicas....
RESPOSTAS DO EXERCÍCIO
“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que
ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Esta, infelizmente, já não parece fazer muito
sentido para aquela”.
“A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele
realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Estas deveriam ser mais valorizadas, pois aquele
lutou muito para que elas se realizassem”.
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O “Este(a)(s)” pode surgir sozinho no texto:
•• “Ela comprou os livros, os cadernos e os lápis. Estes, contudo, foram os mais fáceis de
achar”.
•• “Após a Lava a Jato, o único político tucano punido foi este: nenhum”.
SITUAÇÃO 01
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito
até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência
renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Esse fenômeno
também pôde ser notado....
(TEMPERATURAS ALTAS)
SITUAÇÃO 02
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito
até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência
renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essa pesquisa
foi divulgada....
(UM ESTUDO)
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SITUAÇÃO 03
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até
o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal,
infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Tais consequências
já apreciam em ....
(O AUMENTO DAS HOSPITALIZAÇÕES)
SITUAÇÃO 04
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até
o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal,
infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essas patologias se
destacaram em um estudo...
(FALÊNCIA RENAL, INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO, SEPSE)
SITUAÇÃO 05
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito
até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência
renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Tal curso
também divulgou trabalhos em áreas...
(FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA)
SITUAÇÃO 06
Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até
o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal,
infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. Essa universidade
colabora com produções científicas....
(HARVARD)
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Como usar o ISTO
“Só desejo a você isto: que seja aprovado”.
•• “Isto” refere-se a TUDO O QUE FOI DITO POSTERIORMENTE”.
INTERTEXTUALIDADE
Quando escrevemos um texto, podemos “pedir ajuda” a um outro texto. Esse “pedir” ajuda é
a intertextualidade. O objetivo desse gesto é fazer com que o nosso texto ganhe força e fique
mais robusto.
Na história, inúmero grandes autores fizeram intertextualidade, o que mostra que tal
procedimento é normal e, muitas vezes, necessário.
A intertextualidade pode se fazer presente em inúmeros textos de quaisquer gêneros: poesia,
conto, artigo de opinião, crônica, notícia, romance etc.
A intertextualidade explícita
Quando explícita, ela é facilmente identificada pelos leitores, uma vez que estabelece uma
relação direta com o texto fonte, o texto de origem. Quando digo, por exemplo, “Michel
Foucault, em seu livro História da loucura, afirma que...”, a intertextualidade é flagrante, pois
aparecem elementos que identificam facilmente o texto fonte. Nesse tipo de intertextualidade,
não há a necessidade de dedução por parte do leitor, já que tudo está à vista de quem lê.
A intertextualidade implícita
Já quando implícita, ela não é facilmente identificada pelos leitores, haja vista que não
estabelece uma relação direta com o texto de origem. É como se as evidências ou pistas das
citações desaparecessem. Nesse caso, cabe ao leitor realizar deduções para notar que aquela
parte do texto vem de outro texto. Esse difícil procedimento exige que os leitores recorram a
conhecimentos prévios para a compreensão do conteúdo. Aqui, quanto mais leituras tiver o
leitor, mais facilmente notará a intertextualidade.
Tipos de intertextualidade
A intertextualidade não é única. Assim, ela pode ter diversas formas e ser realizada de diversas
maneiras. Vamos a elas.
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Paráfrase
Parafrasear é dizer o que outro disse, mas mudando as palavras originais. É claro que, nesse
processo, é possível que o texto original seja diminuído ou ampliado.
Ex.:
– “O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte”. Friedrich Nietzsche
– “O que não me mata me fortalece”. Ditado popular.
Paródia
A paródia ocorre quando se distorce da temática do texto fonte, alterando e contrariando o
que foi dito no texto original; nesse caso, usa-se a ironia e sátira. O objetivo da paródia é fazer
uma reflexão crítica usando um tom jocoso e zombeteiro.
Ex.:
IMAGEM ORIGINAL
IMAGEM PARODIADA
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Referência ou alusão
Na referência ou alusão, é realizada uma sugestão ou insinuação de algo, que pode ser
um acontecimento, personalidade, personagem, local, obra etc. Não é apresentada a
intertextualidade de forma direta, mas sim através da apresentação de características
simbólicas. Exige atenção e conhecimento de mundo do leitor.
Ex.:
“Todo camburão tem um pouco de navio negreiro”. O Rappa
Nesse caso, o título da música, assim como a música inteira, faz referência ao poema Navio
Negreiro, de Castro Alves. Se o leitor não conhece o poema e todo o contexto que o envolve,
não percebe que está havendo intertextualidade.
Citação
Já na citação, não há sutileza; pelo contrário, ocorre uma intertextualidade de forma direta,
havendo a reprodução de parte do texto fonte. Há a transcrição das palavras de outro autor,
com a presença obrigatória das aspas. A citação tem como objetivo dar credibilidade ao novo
texto. Esse recurso é muito comum nos textos acadêmicos.
Ex.:
Segundo QUINTET (2006, p.17), "A civilização exige do sujeito uma renúncia pulsional. Todo
laço social é, portanto, um enquadramento da pulsão, resultando em uma perda real de gozo".
Epígrafe
Nesse tipo de intertextualidade, o autor utiliza uma passagem de um texto fonte para iniciar
um novo texto. Costuma aparecer isoladamente em uma única folha ou antes de capítulos.
É comum em trabalhos acadêmicos ou em obras literárias. Uma epígrafe é uma espécie de
antecipação cujo objetivo é fazer com que o leitor realize pontes com o texto que irá começar.
Ex.:
“Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em
monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para
dentro de ti” Friedrich Nietzsche
Pastiche
Aqui, ocorre a imitação direta do estilo de outro autor, misturando esses diversos estilos numa
única (e nova) forma. Surge como uma criação independente, sem o intuito de criticar ou
satirizar, o que o difere da paródia. O pastiche é muito utilizado em músicas e imagens, mas
pode ocorrer também na literatura.
Ex.:
As adaptações literárias são um belo exemplo. Fernando Sabino fez uma adaptação da obra
Dom Casmurro, de Machado de Assis. Ao seu pastiche, Sabino deu o título Amor de Capitu, e
construiu uma narrativa independente, mas muito ligada à obra original do grande mestre.
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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Assim como muitas coisas que existem no mundo, é inerente a qualquer língua sofrer varia-
ções. Assim, variação linguística é o modo pelo qual ela se diferencia, sistemática e coerente-
mente, de acordo com o contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa
língua se manifestam verbalmente. Trata-se do conjunto das diferenças de realização linguística
falada pelos locutores de uma mesma língua. Veja um simples exemplo: seu avô não fala do
mesmo jeito que um adolescente de 14 anos, concorda? Eis um exemplo de variação. Tais di-
ferenças ocorrem porque um sistema linguístico não é unitário, por isso aceita (suporta) vários
eixos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e a
mudança podem ocorrer em algum ou em vários aspectos de uma língua (fonético, morfológi-
co, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui a evolução
dessa língua. Não entenda “evolução”, aqui, como sinônimo de “melhoramento”.
A variação é também descrita como um fenômeno pelo qual, na prática corrente de um dado
grupo social, em uma época e em certo lugar, uma língua nunca é idêntica ao que ela é em ou-
tra época e outro lugar, na prática de outro grupo social. O termo variação pode também ser
usado como sinônimo de variante. Existem diversos fatores de variação possíveis – associados
a aspectos geográficos e sociolinguísticos, à evolução linguística e ao registro linguístico.
Variedade ou variante linguística se define pela forma pela qual determinada comunidade de
falantes, vinculados por relações sociais ou geográficas, usa as formas linguísticas de uma lín-
gua natural. É um conceito mais forte do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Refere-se
a cada uma das modalidades em que uma língua se diversifica, em virtude das possibilidades
de variação dos elementos do seu sistema (vocabulário, pronúncia, sintaxe) ligadas a fatores
sociais ou culturais (escolaridade, profissão, sexo, idade, grupo social etc.) e geográficos (tais
como o português do Brasil, o português de Portugal, os falares regionais etc.). A língua padrão
e a linguagem popular também são variedades sociais ou culturais. Um dialeto é uma varieda-
de geográfica. Variações de léxico, como ocorre na gíria e no calão, podem ser consideradas
como variedade, mas também como registros ou, ainda, como estilos – a depender da defini-
ção adotada em cada caso.
Utiliza-se o termo 'variedade' como uma forma neutra de se referir a diferenças linguísticas
entre os falantes de um mesmo idioma. Evita-se assim ambiguidade de termos como língua
(geralmente associado à norma padrão) ou dialeto (associado a variedades não padronizadas,
consideradas de menor prestígio ou menos corretas do que a norma padrão). O termo "leto"
também é usado quando há dificuldade em decidir se duas variedades devem ser consideradas
como uma mesma língua ou como línguas ou dialetos diferentes. Alguns sociolinguistas usam o
termo leto no sentido de variedade linguística – sem especificar o tipo de variedade. As varie-
dades apresentam não apenas diferenças de vocabulário, mas também diferenças de gramáti-
ca, fonologia e prosódia.
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TIPOS DE VARIEDADES
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