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Aula– Pronomes
Curso: Português
Prof: Bruno Spencer e Luiz Miranda
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Curso: Português
Teoria e Questões Comentadas
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Aula – Pronomes
Olá amigos!
Hoje vamos ao estudo dos PRONOMES. Este é um assunto
importantíssimo e que se reflete em muitos outros, mas que também é muito
abordado diretamente por algumas bancas.
Atentem aos conceitos de cada espécie de pronome. Procurem
entender suas formas de utilização e deem especial ATENÇÃO ao item 2.3 –
Colocação Pronominal.
Vamos nessa!!!
Sumário
1 – Classificação .................................................................................. 3
2 – Pronomes Pessoais ........................................................................ 4
2.1 - Retos ....................................................................................... 4
2.2 - Oblíquos ................................................................................... 5
2.3 – Colocação Pronominal ................................................................ 7
2.4 – Colocação Pronominal nas Locuções Verbais ................................ 10
3 – Pronomes Possessivos ................................................................. 12
4 – Pronomes Demonstrativos ........................................................... 13
5 – Pronomes Relativos ..................................................................... 15
6 – Pronomes Interrogativos ............................................................. 16
7 – Pronomes Indefinidos .................................................................. 16
8 – Pronomes de Tratamento ............................................................. 17
9 – Questões Comentadas ................................................................. 18
10 - Lista de Exercícios ...................................................................... 58
11 – Gabarito ..................................................................................... 84
12 – Referencial Bibliográfico ............................................................ 84
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1 – Classificação
Exemplos:
Meu carro é vermelho.
meu - pronome adjetivo - acompanha e qualifica o nome “carro”
Ele é vermelho.
ele - pronome substantivo - substitui o termo “meu carro”
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2 – Pronomes Pessoais
2.1 - Retos
Eu (singular)
1a Pessoa Quem fala
Nós (plural)
Tu (singular)
2a Pessoa Para quem se fala
Vós (plural)
ele(a) (singular)
3a Pessoa De quem se fala
eles(a) (plural)
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2.2 - Oblíquos
ÁTONOS TÔNICOS
Exemplos:
• Devemos aprender a lição. / Devemos aprendê-la.
• Escolhemos o livro. / Escolhemo-lo.
• Fez as pessoas felizes. / Fê-las felizes.
• Vou cortar as cebolas. / Vou cortá-las.
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FCC/TJ/TST/Administrativa/Segurança Judiciária/2012
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Comentários:
Gabarito: E
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Ex. Atendeu todos aquele que, mesmo envergonhados, lhe solicitaram ajuda.
Nesse caso, o pronome é atraído pelo pronome relativo QUE, mesmo estando
antes do termo intercalado.
Fique ligado!
Nos exercícios, verifique o posicionamento da banca a respeito do tema.
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FUNCAB/ASC/CBM AC/2012
No trecho “[...] esperando uma hipótese muito remota de trazê-LO de volta...
[...]”, o pronome pessoal oblíquo átono O está corretamente empregado.
A opção em que o pronome pessoal oblíquo átono destacado também está
empregado de acordo com as regras da norma culta da língua é:
a) Não queira-ME mal, mas eu precisava fazer esse desabafo com você!
b) Demo-NOS conta, somente agora, de como a vida de um bombeiro é dura!
c) Encontraremos-NOS depois dessa chamada para comemorarmos a vida.
d) Quando sempre chamarem-ME, lembre que estarei disposto a salvar vidas!
e) Jamais desesperes-TE; chegarei logo, são, salvo e feliz. Salvei algumas vidas!
Comentários:
Alternativa A - Incorreta – A palavra “não” atrai o pronome, por isso seria
correto a próclise nesse caso. “Não me queira mal...”
Alternativa B - Correta – Não se começa período com pronome átono, por
isso está correto o emprego da ênclise.
Alternativa C - Incorreta – Por mais esquisito que seja, a nossa gramática atesta
como correto o uso da mesóclise para os tempos futuro de presente e futuro
do pretérito do indicativo. “Encontrar-nos-emos depois...”
Alternativa D - Incorreta – ATENÇÃO, note que “sempre” também é uma palavra
atrativa por ser advérbio.
Eis algumas palavras atrativas: advérbios, pronomes indefinidos, pronomes
relativos, conjunções subordinativas, palavra "só", palavras negativas.
“Quando sempre me chamarem...”
Alternativa E - Incorreta – “Jamais” também é classificado como advérbio,
assim como palavra de negação, por isso atrai o pronome “te” para antes do
verbo. “Jamais te desesperes...”
Gabarito: B
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OBSERVAÇÃO:
1 - As formas verbais no PARTICÍPIO NÃO admitem ÊNCLISE!!!
Ex. Eles haviam ajudado-nos. (ERRADO)
2 - No caso de o verbo principal estar no PARTICÍPIO, a forma ideal será a
segunda (ênclise em relação ao auxiliar).
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linguagem
3 Próclise ao principal OK não conseguiu se livrar
usual
A palavra
4 Ênclise ao principal OK não conseguiu livrar-se atrativa “perde
a força”.
OBSERVAÇÃO
Quando há preposição entre o verbo auxiliar e verbo principal, admite-se a
próclise ou ênclise, desde que não esteja no particípio.
Ex. O médico deixou de se cuidar. / O médico deixou de cuidar-se.
3 – Pronomes Possessivos
meu(s), minha(s)
1a Pessoa
nosso(s), nossa(s)
teu(s),tua(s)
2a Pessoa
vosso(s), vossa(s)
Há situações que o uso dos pronomes possessivos seu(s), sua(s), pode gerar
certa confusão quanto a quem ou a que se referem.
Exemplo:
O cachorro comeu o seu almoço.
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4 – Pronomes Demonstrativos
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QUANDO USAR...
ANTES de enunciar
objeto está momento
algo OU
ESTE(A)(S) PERTO de quem PRESENTE
FALA para citar o TERMO
MAIS PRÓXIMO entre
dois já citados
objeto está momento
algo DEPOIS de
ESSE(A)(S) PERTO de quem PASSADO
mencionado
OUVE PRÓXIMO
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5 – Pronomes Relativos
• O livro que estou lendo é ótimo. / O livro o qual estou lendo é ótimo.
• Falei com a mãe do seu amigo que esteve lá na delegacia.
Para evitar duplo sentido, melhor seria usar “o qual” ou “a qual”, a
depender de quem “esteve lá na delegacia”.
OBSERVAÇÃO:
1. O pronome QUEM é usado apenas para PESSOAS.
2. O pronome ONDE é usado apenas para LUGARES.
3. NÃO se usa artigo após o pronome CUJO(A)(S).
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6 – Pronomes Interrogativos
7 – Pronomes Indefinidos
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8 – Pronomes de Tratamento
SENHOR(A) •Respeitoso
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9 – Questões Comentadas
1) FCC/Ana/DPE RS/Contabilidade/2017
A questão baseia no texto apresentado abaixo
Sem privacidade
Ainda é possível ter privacidade em meio a celulares, redes sociais e dispositivos
outros das mais variadas conexões? Os mais velhos devem se lembrar do tempo
em que era feio “ouvir conversa alheia”. Hoje é impossível transitar por qualquer
espaço público sem recolher informações pessoais de todo mundo. Viajando de
ônibus, por exemplo, acompanham-se em conversas ao celular brigas de casal,
reclamações trabalhistas, queixas de pais a filhos e vice-versa, declarações
românticas, acordo de negócios, informações técnicas, transmissão de dados e
um sem-número de situações de que se é testemunha compulsória. Em clara e
alta voz, lances da vida alheia se expõem aos nossos ouvidos, desfazendo-se
por completo a fronteira que outrora distinguia entre a intimidade e a mais
aberta exposição. Nas redes sociais, emoções destemperadas convivem com
confissões perturbadoras, o humor de mau gosto disputa espaço com falácias
políticas – tudo deixando ver que agora o sujeito só pode existir na medida em
que proclama para o mundo inteiro seu gosto, sua opinião, seu juízo, sua reação
emotiva. É como se todos se obrigassem a deixar bem claro para o resto da
humanidade o sentido de sua existência, seu propósito no mundo. A discrição,
a fala contida, o recolhimento íntimo parecem fazer parte de uma civilização
extinta, de quando fazia sentido proteger os limites da própria individualidade.
Em meio a tais processos da irrestrita divulgação da personalidade, as
reticências, a reflexão silenciosa e o olhar contemplativo surgem como sintomas
problemáticos de alienação. Impõe-se um tipo de coletivismo no qual todos se
obrigam a se falar, na esperança de que sejam ouvidos por todos. Nesse imenso
ruído social, a reclamação por privacidade é recebida como o mais condenável
egoísmo. Pretender identificar-se como um sujeito singular passou a soar como
uma provocação escandalosa, em tempos de celebração do paradigma público
da informação.
(Jeremias Tancredo Paz, inédito)
Perdeu-se a antiga privacidade, enterramos a antiga privacidade sob os
conectores modernos, tornamos esses conectores modernos nossos deuses
implacáveis, sob o comando desses conectores modernos trocamos
escandalosamente todas as informações mais pessoais.
Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos
sublinhados, na ordem dada, por:
a) enterramo-la − tornamo-los − sob cujo comando
b) enterramos-lhe − tornamo-lhes − sob cujo comando
c) enterramo-la − os tornamos − sob o qual comando
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2) FCC/TJ/TRE PR/Administrativa/2017
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Muitos duvidam da existência do amor. Muitos afirmam ser ele uma invenção
da literatura. Outros, que se trata de uma projeção neurótica imaginária. Uma
patologia da família das manias. Há quem suspeite de que seja uma doença da
alma. Estão errados.
Quem conhece o amor sabe que ele habita entre nós. E sua presença nos faz
sentir vivos. Por isso, o ressentimento é cego ao amor.
A falta de amor na vida produz um certo ceticismo em relação ao mundo. Ou
pior: o sentimento de inexistência.
Um dos pecados maiores da inteligência é chegar à conclusão de que o amor é
uma ficção. Muitas vezes, pessoas supostamente inteligentes consideram o
amor algo ingênuo e pueril.
A desconfiança se acha a mais completa das virtudes morais ou cognitivas. A
armadilha de quem desconfia sempre é que ele mesmo se sente inexistente
para o mundo porque este é sempre visto com desprezo.
Outra suposta arma contra o amor é a hipocrisia. A hipótese de a hipocrisia ser
a substância da moral pública parece que inviabiliza o amor por conta de sua
cegueira para com esta hipocrisia mesma. É verdade: o amor não vê a
hipocrisia. Søren Kierkegaard (1813-1855) diz que há um "abismo escancarado"
entre eles.
O amor é concreto como o dia a dia. Engana-se quem considera o amor abstrato
e fantasioso. Kierkegaard nos lembra que o amor só se conhece pelos frutos.
Isso implica que não há propriamente uma percepção do amor que não seja
prática. O gosto do amor é a confiança nas coisas que ele dá a quem o
experimenta.
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3) FCC/AJ/TRT 23/Judiciária/2016
Atenção: Para responder à questão, leia o texto abaixo.
Nasci na Rua Faro, a poucos metros do Bar Joia, e, muito antes de ir morar no
Leblon, o Jardim Botânico foi meu quintal. Era ali, por suas aleias de areia cor
de creme, que eu caminhava todas as manhãs de mãos dadas com minha avó.
Entrávamos pelo portão principal e seguíamos primeiro pela aleia imponente
que vai dar no chafariz. Depois, íamos passear à beira do lago, ver as vitórias-
régias, subir as escadarias de pedra, observar o relógio de sol. Mas íamos,
sobretudo, catar mulungu.
Mulungu é uma semente vermelha com a pontinha preta, bem pequena, menor
do que um grão de ervilha. Tem a casca lisa, encerada, e em contraste com a
pontinha preta seu vermelho é um vermelho vivo, tão vivo que parece quase
estranho à natureza. É bonita. Era um verdadeiro prêmio conseguir encontrar
um mulungu em meio à vegetação, descobrir de repente a casca vermelha e
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Gabarito: D
5) FCC/Ana RH/ALMS/2016
A forma de tratamento, o emprego de pronomes e a linguagem utilizada estão
plenamente adequados no seguinte caso:
a) Vimos respeitosamente à presença de Vossa Excelência, chefe dos Recursos
Humanos, solicitar que se dê um jeito na situação precária em que se acham os
funcionários recém-admitidos.
b) Senhor Governador: Vossa Senhoria deveis considerar que nossas demandas
são justas, razão pela qual aqui as reexpomos.
c) Como o Senador não pode comparecer, falará em seu lugar seu assessor
imediato, que tão bem representa Sua Excelência.
d) Não é por nada não, chefia, mas bem que podias honrar-nos a todos que o
estimamos com um atendimento mais cordial.
e) Caros deputados, se não pretendeis votar a emenda ainda hoje, tomamos a
liberdade de lembrar-lhes que a próxima semana estará tomada por outra
pauta.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O pronome de tratamento “vossa excelência” é
utilizado apenas para altas autoridades, como membros dos Poderes
Judiciário, Legislativo e Executivo – ex. juízes, senadores, deputados,
governadores, Presidente da República.
Neste caso, o termo adequado seria “vossa senhoria”.
Alternativa B – Incorreta – Agora sim, utilizamos “vossa excelência” para o
tratamento com governadores.
Segue abaixo trecho do Manual de Redação da Presidência da República - MRPR
sobre o tema:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo:
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
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Gabarito: C
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10) FCC/AP/MANAUSPREV/Administrativa/2015
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Numa definição solta, a floresta tropical é um tapete multicolorido, estruturado
e vivo, extremamente rico. Uma colônia extravagante de organismos que
saíram do oceano há 400 milhões de anos e vieram para a terra. Dentro das
folhas ainda existem condições semelhantes às da primordial vida marinha.
Funciona assim como um mar suspenso, que contém uma miríade de células
vivas, muito elaborado e adaptado. Em temperatura ambiente, usando
mecanismos bioquímicos de complexidade quase inacessível, processam-se
átomos e moléculas, determinando e regulando fluxos de substâncias e
energias.
A mítica floresta amazônica vai muito além de um museu geográfico de espécies
ameaçadas e representa muito mais do que um simples depósito de carbono.
Evoluída nos últimos 50 milhões de anos, a floresta amazônica é o maior parque
tecnológico que a Terra já conheceu, porque cada organismo seu, entre trilhões,
é uma maravilha de miniaturização e automação. Qualquer apelo que se faça
pela valorização da floresta precisa recuperar esse valor intrínseco.
Cada nova iniciativa em defesa da floresta tem trilhado os mesmos caminhos e
pressionado as mesmas teclas. Neste comportamento, identificamos o que
Einstein definiu como a própria insanidade: “fazer a mesma coisa, de novo,
esperando resultados diferentes”.
Análises abrangentes mostram numerosas oportunidades para a harmonização
dos interesses da sociedade contemporânea com uma Amazônia viva e vigorosa.
Para chegarmos lá, é preciso compenetração, modéstia, dedicação e
compromisso com a vida. Com os recursos tecnológicos disponíveis, podemos
agregar inteligência à ocupação, otimizando um novo uso do solo, que abra
espaço para a reconstrução ecológica da floresta. Podemos também revelar
muitos outros segredos ainda bem guardados da resiliente biologia tropical e,
com isso, ir muito além de compreender seus mecanismos.
A maioria dos problemas atuais podem se resolver por meio dos diversos
princípios que guiam o funcionamento da natureza. Uma lista curta desses
princípios, arrolados pela escritora Janine Benyus, constata que a natureza é
propelida pela luz solar; utiliza somente a energia de que necessita; recicla
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13) CESPE/Analista/MPU/Atuarial/2015
A persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de
inquérito policial, e uma fase jurisdicional, de ação penal. Assim, nada mais é o
inquérito policial que um procedimento administrativo destinado a reunir
elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e de sua
autoria. Em outras palavras, o inquérito policial é um procedimento policial que
tem por finalidade construir um lastro probatório mínimo, ensejando justa causa
para que o titular da ação penal possa formar seu convencimento, a opinio
delicti, e, assim, instaurar a ação penal cabível. Nessa linha, percebe-se que o
destinatário imediato do inquérito policial é o Ministério Público, nos casos de
ação penal pública, e o ofendido, nos casos de ação penal privada.
De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação penal
possa, enfim, ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa causa,
identificada por parte da doutrina como uma condição da ação autônoma,
consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade
delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita
acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa forma, é imprescindível
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14) CESPE/Adm/FUB/2015
Texto III
A UnB investe em ideias e projetos comprometidos com a crítica social e
a reflexão. Muitas dessas experiências têm fomentado o debate nacional de
temas polêmicos da realidade brasileira, das quais uma foi a criação, em 2003,
de cotas no vestibular para inserir negros e indígenas na universidade e ajudar
a corrigir séculos de exclusão racial. A medida foi polêmica, mas a UnB — a
primeira universidade federal a adotar o sistema — buscou assumir seu papel
na luta por um projeto de combate ao racismo e à exclusão.
Outra inovação é o Programa de Avaliação Seriada (PAS), criado como
alternativa ao vestibular, em que candidatos são avaliados em provas aplicadas
ao término de cada uma das séries do ensino médio. A intenção é a de estimular
as escolas a preparar melhor o aluno, com conteúdos mais densos desde o
primeiro ano do ensino médio.
Em treze anos de criação, mais de oitenta mil estudantes participaram
desse processo seletivo, dos quais 13.402 tornaram-se calouros da UnB.
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No que se refere aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item a seguir.
Nas estruturas “que se repetem” e “que se revela”, o pronome “se” poderia ser
deslocado, sem prejuízo da correção gramatical do texto, para imediatamente
após as formas verbais “repetem” e “revela” — que repetem-se e que revela-
se, respectivamente.
Certo
Errado
Comentários:
Em ambos os casos há presença de palavra atrativa, o pronome relativo QUE,
por isso a próclise é obrigatória.
Palavras de ATRAÇÃO (invariáveis): advérbios, pronomes indefinidos,
pronomes relativos, conjunções subordinativas, palavra "só", palavras
negativas.
Gabarito: Errado
17) CESPE/AnaTA/SUFRAMA/Geral/2014
O primeiro europeu a pisar as terras amazônicas, o espanhol Vicente Pinzon
(janeiro de 1500), percorreu a foz do Amazonas, conheceu a ilha de Marajó e
surpreendeu-se em ver que essa era uma das regiões mais intensamente
povoadas do mundo então conhecido. Ficou perplexo vendo a pororoca e
maravilhado com as águas doces do mais extenso e mais volumoso rio do
mundo. Foi bem acolhido pelos índios da região. No entanto, apesar de
fantástica, sua viagem marcou o primeiro choque cultural e o primeiro ato de
violência contra os povos da Amazônia: Pinzon aprisionou índios e os levou
consigo para vender como escravos na Europa.
A viagem de Orellana (1549) instaura o momento fundador dos primeiros mitos,
como o das amazonas — índias guerreiras, bravas habitantes de uma aldeia
sem homens. Outros viajantes, aventureiros e exploradores que procuravam
riquezas espalharam mundo afora mitos e fantasias. De todos, o mito mais
persistente parece ter sido sempre o da superabundância e da resistência da
natureza da região: florestas com árvores altíssimas que penetravam nas
nuvens; frutos e flores de cores e sabores indescritíveis; rios largos a se
perderem no horizonte (povoados de monstros engolidores de navios nas noites
escuras); animais estranhos e abundantes por todo o chão; pássaros cobrindo
o céu e colorindo-o em nuvens de penas e plumas de todas as cores.
Violeta Refkalefsky Loureiro. Amazônia: uma história de perdas e danos, um
futuro a (re)construir. Estudav. [online]. 2002, vol. 16, n.º 45, p. 10721 (com
adaptações).
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Lendo o parágrafo do texto com atenção, vemos que a forma pronominal “LA”
refere-se ao termo “carteira”.
“A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira
à polícia, ou anunciá-la.” (anunciar o quê?? a carteira)
Gabarito: E
19) CESPE/AA/ICMBio/2014
Construímos coisas o tempo todo, mas como saberemos quanto tempo vão
durar? Se construirmos depósitos para resíduos nucleares, precisaremos ter
certeza de que os contêineres vão resistir até que o material dentro deles não
mais seja perigoso. E, se não quisermos encher o planeta de lixo, é bom
sabermos quanto tempo leva para que plásticos e outros materiais se
decomponham. A única forma de termos certeza é submetendo esses materiais
a testes de estresse por cerca de 100 mil anos para ver como reagem. Então,
poderíamos aprender a construir coisas que realmente duram — ou que se
decompõem de uma forma “verde”. Experimentos submeteriam materiais ao
desgaste e a ataques químicos, como variações de alcalinidade, e, ainda,
alterariam a temperatura ambiente para simular os ciclos de dia e noite e das
estações. Com as técnicas de simulação em laboratórios de que dispomos
atualmente, por exemplo, não se pode prever como será o desempenho da
bateria de um carro elétrico nos próximos quinze anos. As simulações de
computador podem, por fim, tornar-se sofisticadas a ponto de substituir
experimentos de longo prazo. Enquanto isso, no entanto, precisamos adotar
cautela extra ao construirmos coisas que precisam durar.
Kristin Persson. Como os materiais se decompõem? In: Scientific American
Brasil, s/d, 2013 (com adaptações).
Acerca de aspectos estruturais do texto acima e das ideias nele contidas, julgue
o item a seguir.
Em “se decompõem” e “se pode”, o pronome “se” poderia ser posposto à forma
verbal — decompõem-se e pode-se —, sem prejuízo para a correção
gramatical do texto.
Certo
Errado
Comentários:
Em ambos os casos há presença de palavra atrativa, o pronome relativo QUE
e o advérbio NÃO – respectivamente, por isso a próclise é obrigatória.
Palavras de ATRAÇÃO (invariáveis): advérbios, pronomes indefinidos,
pronomes relativos, conjunções subordinativas, palavra "só", palavras
negativas.
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Gabarito: Errado
20) CESPE/Cont/MTE/2014
Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira
— aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma
avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian
mostrou que o pelotão formado por essa turma, que se convencionou chamar
de classe C, estaria no grupo das 20 maiores nações no consumo mundial, caso
fosse classificado como um país. Juntos, os milhares de neocompradores
movimentam quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é mais do que consome a
população inteira de uma Holanda ou uma Suíça, para ficar em exemplos do
primeiro mundo. Não por menos, tal massa de compradores se converteu na
locomotiva da economia brasileira e em alvo preferido das empresas. Com mais
crédito e programas sociais, em especial o Bolsa Família, os emergentes daqui
saíram às lojas e estão gradativamente se tornando mais e mais criteriosos em
suas aquisições.
Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: <www.istoedinheiro.com.br>
(com adaptações).
21) CESPE/Tec./MPU/Administração/2013
Dependerá da adesão dos demais ministros o êxito de um apelo feito pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para que seja extinta a prática
de esconder os nomes de investigados em inquéritos criminais na mais alta corte
do país. Ele defende que o STF deve livrar-se do costume de manter identidades
em segredo, ou estará contrariando todos os esforços em busca de maior
transparência. Enfatiza o ministro que o bom senso recomenda a mudança,
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22) CESPE/PRF/PRF/2013
Todos nós, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte da
vida tendo de optar entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Na realidade,
entre o que consideramos bem e o que consideramos mal. Apesar da longa
permanência da questão, o que se considera certo e o que se considera errado
muda ao longo da história e ao redor do globo terrestre.
Ainda hoje, em certos lugares, a previsão da pena de morte autoriza o
Estado a matar em nome da justiça. Em outras sociedades, o direito à vida é
inviolável e nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia.
Tempos atrás era tido como legítimo espancarem-se mulheres e crianças,
escravizarem-se povos. Hoje em dia, embora ainda se saiba de casos de
espancamento de mulheres e crianças, de trabalho escravo, esses
comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo.
Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de
temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Muitas e muitas vezes é na
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A partir das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item
que se segue.
Devido à presença do advérbio “apenas”, o pronome “se” poderia ser deslocado
para imediatamente após a forma verbal “coloca”, da seguinte forma: coloca-
se.
Certo
Errado
Comentários:
“o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos”
No trecho acima, temos a presença da palavra atrativa “não”, que além de
advérbio, é uma palavra de negação, a qual atrai o pronome para a posição
de próclise.
As palavras atrativas “atraem” o pronome apenas para a posição de
PRÓCLISE.
Palavras de ATRAÇÃO (invariáveis): advérbios, pronomes indefinidos,
pronomes relativos, conjunções subordinativas, palavra "só", palavras
negativas.
Gabarito: Errado
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24) CESPE/AnaTA/MJ/2013
Marilena Chaui, filósofa brasileira, afirma que, para a classe dominante brasileira
(os “liberais”), democracia é o regime da lei e da ordem. Para a filósofa, no
entanto, a democracia é “o único regime político no qual os conflitos são
considerados o princípio mesmo de seu funcionamento”: impedir a expressão
dos conflitos sociais seria destruir a democracia. O filósofo francês Jacques
Rancière critica a ideia de democracia que tem estruturado nossa vida social —
regida por uma ordem policial, segundo ele —, devido ao fato de ela se
distanciar do que seria sua razão de ser: a instituição da política. Estamos
acomodados por acreditar que a política é isso que está aí: variadas formas de
acordo social a partir das disputas entre interesses, resolvidas por um conjunto
de ações e normas institucionais. Essa ideia empobrecida do que seja
a política está, para o autor, mais próxima da ideia de polícia, já que diz respeito
ao controle e à vigilância dos comportamentos humanos e à sua distribuição nas
diferentes porções do território, cumprindo funções consideradas mais ou
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ANTES de
enunciar algo OU
objeto está PERTO momento ou local
ESTE(A)(S)
de quem FALA PRESENTE para citar o
TERMO MAIS
PRÓXIMO entre
dois já citados
momento
objeto está PERTO algo DEPOIS de
ESSE(A)(S) PASSADO
de quem OUVE mencionado
PRÓXIMO
para citar o
objeto está LONGE momento PRIMEIRO
AQUELE(A)(S)
de quem FALA e de PASSADO TERMO entre dois
quem OUVE DISTANTE já citados
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b) este/àquele;
c) aquele a esse;
d) aquele a este;
e) esse a este.
Comentários:
QUANDO USAR...
ANTES de
enunciar algo OU
objeto está PERTO momento ou local
ESTE(A)(S) de quem FALA PRESENTE para citar o
TERMO MAIS
PRÓXIMO entre
dois já citados
momento
objeto está PERTO algo DEPOIS de
ESSE(A)(S) PASSADO
de quem OUVE mencionado
PRÓXIMO
para citar o
momento
objeto está LONGE PRIMEIRO
AQUELE(A)(S) PASSADO
de quem FALA e TERMO entre dois
DISTANTE
de quem OUVE já citados
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Gabarito: D
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31) FGV/AB/BNB/2014
Observe a charge a seguir.
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c) empobrecem-lo;
d) empobrece-no;
e) empobrece-lo.
Comentários:
Em formas verbais terminadas sons nasais AM, EM, ÃO, ÕE acrescentamos a
consoante N antes de o(s), (a)(s).
Exemplo:
• Enrolavam o novelo. / Enrolavam-no.
Portanto, apenas acrescentamos a consoante N antes do pronome “O”.
• empobrecem-no
Gabarito: B
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33) FGV/AB/BNB/2014
SEM SOLUÇÃO
Carlos Heitor Cony - Folha de São Paulo
Foi melancólico o 1º de Maio deste ano. Não tivemos a tragédia do Riocentro,
que até hoje não foi bem explicada e, para todos os efeitos, marcou o início do
fim da ditadura militar.
Tampouco ressuscitamos o entusiasmo das festividades, os desfiles e a
tradicional arenga de um ditador que, durante anos, começava seus discursos
com o famoso mantra: "Trabalhadores do Brasil".
De qualquer forma, era um pretexto para os governos de plantão forçarem um
clima de conciliação nacional, o salário mínimo era aumentado e, nos teatros da
praça Tiradentes, havia sempre uma apoteose patriótica com os grandes nomes
do rebolado agitando bandeirinhas nacionais. Nos rádios, a trilha musical era
dos brados e hinos militares, na base do "avante camaradas".
Este ano, a tônica foram as vaias que os camaradas deram às autoridades
federais, estaduais e municipais. Com os suculentos escândalos (mensalão,
Petrobrás e outros menos votados), as manifestações contra os 12 anos de PT,
que começaram no ano passado, só não tiveram maior destaque porque a mídia
deu preferência mais que merecida aos 20 anos da morte do nosso maior ídolo
esportivo.
Depois de Ayrton Senna, o prestígio de nossas cores está em baixa, a menos
que Paulo Coelho ganhe antecipadamente o Nobel de Literatura e Roberto Carlos
dê um show no Teatro alla Scala, em Milão, ou no Covent Garden, em Londres.
Sim, teremos uma Copa do Mundo para exorcizar o gol de Alcides Gighia, na
Copa de 1950, mas há presságios sinistros de grandes manifestações contra o
governo e a FIFA, que de repente tornou-se a besta negra da nossa soberania.
A única solução para tantos infortúnios seria convidar o papa Francisco para
apitar a final do Mundial, desde que Sua Santidade não roube a favor da
Argentina.
“A única solução para tantos infortúnios seria convidar o papa Francisco para
apitar a final do Mundial, desde que Sua Santidade não roube...”; se, em lugar
de “o papa Francisco” estivesse “o rei da Espanha”, a forma “Sua Santidade”
deveria ser substituída adequadamente por:
a) Vossa Excelência;
b) Vossa Majestade;
c) Vossa Senhoria;
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d) Sua Excelência;
e) Sua Majestade.
Comentários:
Quando nos dirigimos diretamente a uma autoridade, um juiz por
exemplo, devemos falar da seguinte maneira:
Gabarito: E
34) FGV/AB/BNB/2014
SEM SOLUÇÃO
Carlos Heitor Cony – Folha de São Paulo
Foi melancólico o 1º de Maio deste ano. Não tivemos a tragédia do Riocentro,
que até hoje não foi bem explicada e, para todos os efeitos, marcou o início do
fim da ditadura militar.
Tampouco ressuscitamos o entusiasmo das festividades, os desfiles e a
tradicional arenga de um ditador que, durante anos, começava seus discursos
com o famoso mantra: "Trabalhadores do Brasil".
De qualquer forma, era um pretexto para os governos de plantão forçarem um
clima de conciliação nacional, o salário mínimo era aumentado e, nos teatros da
praça Tiradentes, havia sempre uma apoteose patriótica com os grandes nomes
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10 - Lista de Exercícios
1) FCC/Ana/DPE RS/Contabilidade/2017
A questão baseia no texto apresentado abaixo
Sem privacidade
Ainda é possível ter privacidade em meio a celulares, redes sociais e dispositivos
outros das mais variadas conexões? Os mais velhos devem se lembrar do tempo
em que era feio “ouvir conversa alheia”. Hoje é impossível transitar por qualquer
espaço público sem recolher informações pessoais de todo mundo. Viajando de
ônibus, por exemplo, acompanham-se em conversas ao celular brigas de casal,
reclamações trabalhistas, queixas de pais a filhos e vice-versa, declarações
românticas, acordo de negócios, informações técnicas, transmissão de dados e
um sem-número de situações de que se é testemunha compulsória. Em clara e
alta voz, lances da vida alheia se expõem aos nossos ouvidos, desfazendo-se
por completo a fronteira que outrora distinguia entre a intimidade e a mais
aberta exposição. Nas redes sociais, emoções destemperadas convivem com
confissões perturbadoras, o humor de mau gosto disputa espaço com falácias
políticas – tudo deixando ver que agora o sujeito só pode existir na medida em
que proclama para o mundo inteiro seu gosto, sua opinião, seu juízo, sua reação
emotiva. É como se todos se obrigassem a deixar bem claro para o resto da
humanidade o sentido de sua existência, seu propósito no mundo. A discrição,
a fala contida, o recolhimento íntimo parecem fazer parte de uma civilização
extinta, de quando fazia sentido proteger os limites da própria individualidade.
Em meio a tais processos da irrestrita divulgação da personalidade, as
reticências, a reflexão silenciosa e o olhar contemplativo surgem como sintomas
problemáticos de alienação. Impõe-se um tipo de coletivismo no qual todos se
obrigam a se falar, na esperança de que sejam ouvidos por todos. Nesse imenso
ruído social, a reclamação por privacidade é recebida como o mais condenável
egoísmo. Pretender identificar-se como um sujeito singular passou a soar como
uma provocação escandalosa, em tempos de celebração do paradigma público
da informação.
(Jeremias Tancredo Paz, inédito)
Perdeu-se a antiga privacidade, enterramos a antiga privacidade sob os
conectores modernos, tornamos esses conectores modernos nossos deuses
implacáveis, sob o comando desses conectores modernos trocamos
escandalosamente todas as informações mais pessoais.
Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos
sublinhados, na ordem dada, por:
a) enterramo-la − tornamo-los − sob cujo comando
b) enterramos-lhe − tornamo-lhes − sob cujo comando
c) enterramo-la − os tornamos − sob o qual comando
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2) FCC/TJ/TRE PR/Administrativa/2017
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Muitos duvidam da existência do amor. Muitos afirmam ser ele uma invenção
da literatura. Outros, que se trata de uma projeção neurótica imaginária. Uma
patologia da família das manias. Há quem suspeite de que seja uma doença da
alma. Estão errados.
Quem conhece o amor sabe que ele habita entre nós. E sua presença nos faz
sentir vivos. Por isso, o ressentimento é cego ao amor.
A falta de amor na vida produz um certo ceticismo em relação ao mundo. Ou
pior: o sentimento de inexistência.
Um dos pecados maiores da inteligência é chegar à conclusão de que o amor é
uma ficção. Muitas vezes, pessoas supostamente inteligentes consideram o
amor algo ingênuo e pueril.
A desconfiança se acha a mais completa das virtudes morais ou cognitivas. A
armadilha de quem desconfia sempre é que ele mesmo se sente inexistente
para o mundo porque este é sempre visto com desprezo.
Outra suposta arma contra o amor é a hipocrisia. A hipótese de a hipocrisia ser
a substância da moral pública parece que inviabiliza o amor por conta de sua
cegueira para com esta hipocrisia mesma. É verdade: o amor não vê a
hipocrisia. Søren Kierkegaard (1813-1855) diz que há um "abismo escancarado"
entre eles.
O amor é concreto como o dia a dia. Engana-se quem considera o amor abstrato
e fantasioso. Kierkegaard nos lembra que o amor só se conhece pelos frutos.
Isso implica que não há propriamente uma percepção do amor que não seja
prática. O gosto do amor é a confiança nas coisas que ele dá a quem o
experimenta.
(Adaptado de: PONDÉ, Luiz Felipe Disponível em: www.folha.uol.com.br)
A substituição do elemento sublinhado pelo pronome correspondente, com os
necessários ajustes no segmento, foi realizada de acordo com a norma padrão
em:
a) quem considera o amor abstrato = quem lhe considera abstrato
b) consideram o amor algo ingênuo e pueril = consideram-lhe algo ingênuo e
pueril
c) parece que inviabiliza o amor = parece que inviabiliza-lhe
d) o ressentimento é cego ao amor = o ressentimento lhe é cego
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3) FCC/AJ/TRT 23/Judiciária/2016
Atenção: Para responder à questão, leia o texto abaixo.
Nasci na Rua Faro, a poucos metros do Bar Joia, e, muito antes de ir morar no
Leblon, o Jardim Botânico foi meu quintal. Era ali, por suas aleias de areia cor
de creme, que eu caminhava todas as manhãs de mãos dadas com minha avó.
Entrávamos pelo portão principal e seguíamos primeiro pela aleia imponente
que vai dar no chafariz. Depois, íamos passear à beira do lago, ver as vitórias-
régias, subir as escadarias de pedra, observar o relógio de sol. Mas íamos,
sobretudo, catar mulungu.
Mulungu é uma semente vermelha com a pontinha preta, bem pequena, menor
do que um grão de ervilha. Tem a casca lisa, encerada, e em contraste com a
pontinha preta seu vermelho é um vermelho vivo, tão vivo que parece quase
estranho à natureza. É bonita. Era um verdadeiro prêmio conseguir encontrar
um mulungu em meio à vegetação, descobrir de repente a casca vermelha e
viva cintilando por entre as lâminas de grama ou no seio úmido de uma
bromélia. Lembro bem com que alegria eu me abaixava e estendia a mão para
tocar o pequeno grão, que por causa da ponta preta tinha uma aparência que a
mim lembrava vagamente um olho.
Disse isso à minha avó e ela riu, comentando que eu era como meu pai, sempre
prestava atenção nos detalhes das coisas. Acho que já nessa época eu olhava
em torno com olhos mínimos. Mas a grandeza das manhãs se media pela
quantidade de mulungus que me restava na palma da mão na hora de ir para
casa. Conseguia às vezes juntar um punhado, outras vezes apenas dois ou três.
E é curioso que nunca tenha sabido ao certo de onde eles vinham, de que árvore
ou arbusto caíam aquelas sementes vermelhas. Apenas sabíamos que surgiam
no chão ou por entre as folhas e sempre numa determinada região do Jardim
Botânico.
Mas eu jamais seria capaz de reconhecer uma árvore de mulungu. Um dia,
procurei no dicionário e descobri que mulungu é o mesmo que corticeira e que
também é conhecido pelo nome de flor-de-coral. ''Árvore regular, ornamental,
da família das leguminosas, originária da Amazônia e de Mato Grosso, de flores
vermelhas, dispostas em racimos multifloros, sendo as sementes do fruto do
tamanho de um feijão (mentira!), e vermelhas com mácula preta (isto, sim)'',
dizia.
Mas há ainda um outro detalhe estranho – é que não me lembro de jamais ter
visto uma dessas sementes lá em casa. De algum modo, depois de catadas elas
desapareciam e hoje me pergunto se não era minha avó que as guardava e
tornava a despejá-las nas folhagens todas as manhãs, sempre que não
estávamos olhando, só para que tivéssemos o prazer de encontrá-las. O fato é
que não me sobrou nenhuma e elas ganharam, talvez por isso, uma aura de
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5) FCC/Ana RH/ALMS/2016
A forma de tratamento, o emprego de pronomes e a linguagem utilizada estão
plenamente adequados no seguinte caso:
a) Vimos respeitosamente à presença de Vossa Excelência, chefe dos Recursos
Humanos, solicitar que se dê um jeito na situação precária em que se acham os
funcionários recém-admitidos.
b) Senhor Governador: Vossa Senhoria deveis considerar que nossas demandas
são justas, razão pela qual aqui as reexpomos.
c) Como o Senador não pode comparecer, falará em seu lugar seu assessor
imediato, que tão bem representa Sua Excelência.
d) Não é por nada não, chefia, mas bem que podias honrar-nos a todos que o
estimamos com um atendimento mais cordial.
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10) FCC/AP/MANAUSPREV/Administrativa/2015
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Numa definição solta, a floresta tropical é um tapete multicolorido, estruturado
e vivo, extremamente rico. Uma colônia extravagante de organismos que
saíram do oceano há 400 milhões de anos e vieram para a terra. Dentro das
folhas ainda existem condições semelhantes às da primordial vida marinha.
Funciona assim como um mar suspenso, que contém uma miríade de células
vivas, muito elaborado e adaptado. Em temperatura ambiente, usando
mecanismos bioquímicos de complexidade quase inacessível, processam-se
átomos e moléculas, determinando e regulando fluxos de substâncias e
energias.
A mítica floresta amazônica vai muito além de um museu geográfico de espécies
ameaçadas e representa muito mais do que um simples depósito de carbono.
Evoluída nos últimos 50 milhões de anos, a floresta amazônica é o maior parque
tecnológico que a Terra já conheceu, porque cada organismo seu, entre trilhões,
é uma maravilha de miniaturização e automação. Qualquer apelo que se faça
pela valorização da floresta precisa recuperar esse valor intrínseco.
Cada nova iniciativa em defesa da floresta tem trilhado os mesmos caminhos e
pressionado as mesmas teclas. Neste comportamento, identificamos o que
Einstein definiu como a própria insanidade: “fazer a mesma coisa, de novo,
esperando resultados diferentes”.
Análises abrangentes mostram numerosas oportunidades para a harmonização
dos interesses da sociedade contemporânea com uma Amazônia viva e vigorosa.
Para chegarmos lá, é preciso compenetração, modéstia, dedicação e
compromisso com a vida. Com os recursos tecnológicos disponíveis, podemos
agregar inteligência à ocupação, otimizando um novo uso do solo, que abra
espaço para a reconstrução ecológica da floresta. Podemos também revelar
muitos outros segredos ainda bem guardados da resiliente biologia tropical e,
com isso, ir muito além de compreender seus mecanismos.
A maioria dos problemas atuais podem se resolver por meio dos diversos
princípios que guiam o funcionamento da natureza. Uma lista curta desses
princípios, arrolados pela escritora Janine Benyus, constata que a natureza é
propelida pela luz solar; utiliza somente a energia de que necessita; recicla
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13) CESPE/Analista/MPU/Atuarial/2015
A persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de
inquérito policial, e uma fase jurisdicional, de ação penal. Assim, nada mais é o
inquérito policial que um procedimento administrativo destinado a reunir
elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e de sua
autoria. Em outras palavras, o inquérito policial é um procedimento policial que
tem por finalidade construir um lastro probatório mínimo, ensejando justa causa
para que o titular da ação penal possa formar seu convencimento, a opinio
delicti, e, assim, instaurar a ação penal cabível. Nessa linha, percebe-se que o
destinatário imediato do inquérito policial é o Ministério Público, nos casos de
ação penal pública, e o ofendido, nos casos de ação penal privada.
De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação penal
possa, enfim, ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa causa,
identificada por parte da doutrina como uma condição da ação autônoma,
consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade
delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita
acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa forma, é imprescindível
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14) CESPE/Adm/FUB/2015
Texto III
A UnB investe em ideias e projetos comprometidos com a crítica social e
a reflexão. Muitas dessas experiências têm fomentado o debate nacional de
temas polêmicos da realidade brasileira, das quais uma foi a criação, em 2003,
de cotas no vestibular para inserir negros e indígenas na universidade e ajudar
a corrigir séculos de exclusão racial. A medida foi polêmica, mas a UnB — a
primeira universidade federal a adotar o sistema — buscou assumir seu papel
na luta por um projeto de combate ao racismo e à exclusão.
Outra inovação é o Programa de Avaliação Seriada (PAS), criado como
alternativa ao vestibular, em que candidatos são avaliados em provas aplicadas
ao término de cada uma das séries do ensino médio. A intenção é a de estimular
as escolas a preparar melhor o aluno, com conteúdos mais densos desde o
primeiro ano do ensino médio.
Em treze anos de criação, mais de oitenta mil estudantes participaram
desse processo seletivo, dos quais 13.402 tornaram-se calouros da UnB.
Internet: < www.unb.br> (com adaptações).
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No que se refere aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item a seguir.
Nas estruturas “que se repetem” e “que se revela”, o pronome “se” poderia ser
deslocado, sem prejuízo da correção gramatical do texto, para imediatamente
após as formas verbais “repetem” e “revela” — que repetem-se e que revela-
se, respectivamente.
Certo
Errado
17) CESPE/AnaTA/SUFRAMA/Geral/2014
O primeiro europeu a pisar as terras amazônicas, o espanhol Vicente Pinzon
(janeiro de 1500), percorreu a foz do Amazonas, conheceu a ilha de Marajó e
surpreendeu-se em ver que essa era uma das regiões mais intensamente
povoadas do mundo então conhecido. Ficou perplexo vendo a pororoca e
maravilhado com as águas doces do mais extenso e mais volumoso rio do
mundo. Foi bem acolhido pelos índios da região. No entanto, apesar de
fantástica, sua viagem marcou o primeiro choque cultural e o primeiro ato de
violência contra os povos da Amazônia: Pinzon aprisionou índios e os levou
consigo para vender como escravos na Europa.
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19) CESPE/AA/ICMBio/2014
Construímos coisas o tempo todo, mas como saberemos quanto tempo vão
durar? Se construirmos depósitos para resíduos nucleares, precisaremos ter
certeza de que os contêineres vão resistir até que o material dentro deles não
mais seja perigoso. E, se não quisermos encher o planeta de lixo, é bom
sabermos quanto tempo leva para que plásticos e outros materiais se
decomponham. A única forma de termos certeza é submetendo esses materiais
a testes de estresse por cerca de 100 mil anos para ver como reagem. Então,
poderíamos aprender a construir coisas que realmente duram — ou que se
decompõem de uma forma “verde”. Experimentos submeteriam materiais ao
desgaste e a ataques químicos, como variações de alcalinidade, e, ainda,
alterariam a temperatura ambiente para simular os ciclos de dia e noite e das
estações. Com as técnicas de simulação em laboratórios de que dispomos
atualmente, por exemplo, não se pode prever como será o desempenho da
bateria de um carro elétrico nos próximos quinze anos. As simulações de
computador podem, por fim, tornar-se sofisticadas a ponto de substituir
experimentos de longo prazo. Enquanto isso, no entanto, precisamos adotar
cautela extra ao construirmos coisas que precisam durar.
Kristin Persson. Como os materiais se decompõem? In: Scientific American
Brasil, s/d, 2013 (com adaptações).
Acerca de aspectos estruturais do texto acima e das ideias nele contidas, julgue
o item a seguir.
Em “se decompõem” e “se pode”, o pronome “se” poderia ser posposto à forma
verbal — decompõem-se e pode-se —, sem prejuízo para a correção
gramatical do texto.
Certo
Errado
20) CESPE/Cont/MTE/2014
Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira
— aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma
avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian
mostrou que o pelotão formado por essa turma, que se convencionou chamar
de classe C, estaria no grupo das 20 maiores nações no consumo mundial, caso
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21) CESPE/Tec./MPU/Administração/2013
Dependerá da adesão dos demais ministros o êxito de um apelo feito pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para que seja extinta a prática
de esconder os nomes de investigados em inquéritos criminais na mais alta corte
do país. Ele defende que o STF deve livrar-se do costume de manter identidades
em segredo, ou estará contrariando todos os esforços em busca de maior
transparência. Enfatiza o ministro que o bom senso recomenda a mudança,
mesmo que alguns dos integrantes do Supremo defendam a manutenção do
procedimento adotado em 2010.
É ultrapassado o entendimento de que, ao não identificar os investigados, o STF
estaria protegendo pessoas que, no desfecho dos processos, poderiam vir a ser
absolvidas ou ter seus casos arquivados. Por essa norma, os investigados são
identificados apenas pelas iniciais, como se o STF estivesse, de alguma forma,
resguardando acusados de algum delito. Assegura o presidente que a presunção
de inocência não justifica o que define como “opacidade que prevalece no
âmbito dos processos criminais no Supremo”.
Reverter essa restrição significa, segundo a argumentação do ministro, ser
transparente não só para a justiça, mas também para toda a sociedade.
Zero Hora, 8/4/2013.
Com base na leitura do texto acima, julgue o item a seguir.
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22) CESPE/PRF/PRF/2013
Todos nós, homens e mulheres, adultos e jovens, passamos boa parte da
vida tendo de optar entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Na realidade,
entre o que consideramos bem e o que consideramos mal. Apesar da longa
permanência da questão, o que se considera certo e o que se considera errado
muda ao longo da história e ao redor do globo terrestre.
Ainda hoje, em certos lugares, a previsão da pena de morte autoriza o
Estado a matar em nome da justiça. Em outras sociedades, o direito à vida é
inviolável e nem o Estado nem ninguém tem o direito de tirar a vida alheia.
Tempos atrás era tido como legítimo espancarem-se mulheres e crianças,
escravizarem-se povos. Hoje em dia, embora ainda se saiba de casos de
espancamento de mulheres e crianças, de trabalho escravo, esses
comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo.
Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de
temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Muitas e muitas vezes é na
solidão da consciência de cada um de nós, homens e mulheres, pequenos e
grandes, que certo e errado se enfrentam.
E a ética é o domínio desse enfrentamento.
Marisa Lajolo. Entre o bem e o mal. In: Histórias sobre a ética. 5.ª ed. São
Paulo: Ática, 2008 (com adaptações).
A partir das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item
que se segue.
Devido à presença do advérbio “apenas”, o pronome “se” poderia ser deslocado
para imediatamente após a forma verbal “coloca”, da seguinte forma: coloca-
se.
Certo
Errado
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24) CESPE/AnaTA/MJ/2013
Marilena Chaui, filósofa brasileira, afirma que, para a classe dominante brasileira
(os “liberais”), democracia é o regime da lei e da ordem. Para a filósofa, no
entanto, a democracia é “o único regime político no qual os conflitos são
considerados o princípio mesmo de seu funcionamento”: impedir a expressão
dos conflitos sociais seria destruir a democracia. O filósofo francês Jacques
Rancière critica a ideia de democracia que tem estruturado nossa vida social —
regida por uma ordem policial, segundo ele —, devido ao fato de ela se
distanciar do que seria sua razão de ser: a instituição da política. Estamos
acomodados por acreditar que a política é isso que está aí: variadas formas de
acordo social a partir das disputas entre interesses, resolvidas por um conjunto
de ações e normas institucionais. Essa ideia empobrecida do que seja
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a política está, para o autor, mais próxima da ideia de polícia, já que diz respeito
ao controle e à vigilância dos comportamentos humanos e à sua distribuição nas
diferentes porções do território, cumprindo funções consideradas mais ou
menos adequadas à ordem vigente. Estamos geralmente tão hipnotizados pela
“necessidade de um compromisso para se alcançar o bem comum” e pela
opinião de que “as instituições sociais já estão fazendo todo o possível para
isso”, que não conseguimos perceber nossa contribuição na legitimação dessa
política policial que administra alguns corpos e torna invisíveis outros.
O conceito de política trabalhado pelo autor traz como princípio a igualdade.
Uma igualdade que não está lá como sonho a ser alcançado um dia, mas que é
uma potencialidade que “só ganha realidade se é atualizada no aqui e agora”. E
essa atualização se dá por ações que irão construir a possibilidade de os “não
contados” serem levados em conta, serem considerados nesse princípio básico
e radical de igualdade. Para além dos movimentos sociais, existem os ainda-
sem-nome e ainda-sem-movimento. Diz o autor que a política é a reivindicação
da parte daqueles que não têm parte; política se faz reivindicando “o que não é
nosso” pelo sistema de direitos dominantes, criando, assim, um campo de
contestação. Em uma sociedade em que os que não têm parte são a maior parte,
é preciso fazer política.
Marco Antonio Sampaio Malagodi. Geografias do dissenso: sobre conflitos,
justiça ambiental e cartografia social no Brasil. In: Espaço e economia: Revista
Brasileira de Geografia Econômica. jan./2012. Internet:
<http://espacoeconomia.revues.org/136> (com adaptações).
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31) FGV/AB/BNB/2014
Observe a charge a seguir.
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SEM SOLUÇÃO
Carlos Heitor Cony - Folha de São Paulo
Foi melancólico o 1º de Maio deste ano. Não tivemos a tragédia do Riocentro,
que até hoje não foi bem explicada e, para todos os efeitos, marcou o início do
fim da ditadura militar.
Tampouco ressuscitamos o entusiasmo das festividades, os desfiles e a
tradicional arenga de um ditador que, durante anos, começava seus discursos
com o famoso mantra: "Trabalhadores do Brasil".
De qualquer forma, era um pretexto para os governos de plantão forçarem um
clima de conciliação nacional, o salário mínimo era aumentado e, nos teatros da
praça Tiradentes, havia sempre uma apoteose patriótica com os grandes nomes
do rebolado agitando bandeirinhas nacionais. Nos rádios, a trilha musical era
dos brados e hinos militares, na base do "avante camaradas".
Este ano, a tônica foram as vaias que os camaradas deram às autoridades
federais, estaduais e municipais. Com os suculentos escândalos (mensalão,
Petrobrás e outros menos votados), as manifestações contra os 12 anos de PT,
que começaram no ano passado, só não tiveram maior destaque porque a mídia
deu preferência mais que merecida aos 20 anos da morte do nosso maior ídolo
esportivo.
Depois de Ayrton Senna, o prestígio de nossas cores está em baixa, a menos
que Paulo Coelho ganhe antecipadamente o Nobel de Literatura e Roberto Carlos
dê um show no Teatro alla Scala, em Milão, ou no Covent Garden, em Londres.
Sim, teremos uma Copa do Mundo para exorcizar o gol de Alcides Gighia, na
Copa de 1950, mas há presságios sinistros de grandes manifestações contra o
governo e a FIFA, que de repente tornou-se a besta negra da nossa soberania.
A única solução para tantos infortúnios seria convidar o papa Francisco para
apitar a final do Mundial, desde que Sua Santidade não roube a favor da
Argentina.
“A única solução para tantos infortúnios seria convidar o papa Francisco para
apitar a final do Mundial, desde que Sua Santidade não roube...”; se, em lugar
de “o papa Francisco” estivesse “o rei da Espanha”, a forma “Sua Santidade”
deveria ser substituída adequadamente por:
a) Vossa Excelência;
b) Vossa Majestade;
c) Vossa Senhoria;
d) Sua Excelência;
e) Sua Majestade.
34) FGV/AB/BNB/2014
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SEM SOLUÇÃO
Carlos Heitor Cony – Folha de São Paulo
Foi melancólico o 1º de Maio deste ano. Não tivemos a tragédia do Riocentro,
que até hoje não foi bem explicada e, para todos os efeitos, marcou o início do
fim da ditadura militar.
Tampouco ressuscitamos o entusiasmo das festividades, os desfiles e a
tradicional arenga de um ditador que, durante anos, começava seus discursos
com o famoso mantra: "Trabalhadores do Brasil".
De qualquer forma, era um pretexto para os governos de plantão forçarem um
clima de conciliação nacional, o salário mínimo era aumentado e, nos teatros da
praça Tiradentes, havia sempre uma apoteose patriótica com os grandes nomes
do rebolado agitando bandeirinhas nacionais. Nos rádios, a trilha musical era
dos brados e hinos militares, na base do "avante camaradas".
Este ano, a tônica foram as vaias que os camaradas deram às autoridades
federais, estaduais e municipais. Com os suculentos escândalos (mensalão,
Petrobrás e outros menos votados), as manifestações contra os 12 anos de PT,
que começaram no ano passado, só não tiveram maior destaque porque a mídia
deu preferência mais que merecida aos 20 anos da morte do nosso maior ídolo
esportivo.
Depois de Ayrton Senna, o prestígio de nossas cores está em baixa, a menos
que Paulo Coelho ganhe antecipadamente o Nobel de Literatura e Roberto Carlos
dê um show no Teatro alla Scala, em Milão, ou no Covent Garden, em Londres.
Sim, teremos uma Copa do Mundo para exorcizar o gol de Alcides Gighia, na
Copa de 1950, mas há presságios sinistros de grandes manifestações contra o
governo e a FIFA, que de repente tornou-se a besta negra da nossa soberania.
A única solução para tantos infortúnios seria convidar o papa Francisco para
apitar a final do Mundial, desde que Sua Santidade não roube a favor da
Argentina.
Na frase “Foi melancólico o 1º de Maio deste ano”, o emprego do demonstrativo
“este” se justifica pela mesma razão que na seguinte frase:
a) João e Mário partiram, mas só este foi de ônibus;
b) Não me venha com este pedido de novo;
c) Passo por este momento com muita revolta;
d) Este é o meu e esse é o seu!
e) Este livro não me pertence.
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Jeffrey Archer, cujos livros sempre marcaram presença nas listas de bestsellers
em todo o mundo, com mais de 250 milhões de exemplares vendidos em 97
países e mais de 37 línguas, já escreveu romances, contos e obras de não ficção
que alcançaram o topo das vendas.
O autor estudou na Oxford University e durante cinco anos foi membro da
Câmara dos Comuns, durante dezesseis, da Câmara dos Lordes, e por dois anos
trabalhou no serviço penitenciário de Sua Majestade – o que inspirou muitas de
suas histórias.
(Jeffrey Archer)
“...trabalhou no serviço penitenciário de Sua Majestade”.
O emprego da forma de tratamento Sua Majestade se justifica por
a) referir-se a uma pessoa ausente.
b) tratar-se de uma pessoa da nobreza.
c) ser o título empregado ao dirigir-se a uma rainha.
d) demonstrar respeito e admiração.
e) indicar distância entre classes sociais.
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11 – Gabarito
1 A 7 A 13 E 19 E 25 A 31 B
2 D 8 D 14 E 20 C 26 B 32 D
3 C 9 C 15 C 21 C 27 B 33 E
4 D 10 D 16 E 22 E 28 D 34 C
5 C 11 E 17 E 23 C 29 B 35 A
6 C 12 B 18 E 24 C 30 A 36 C
12 – Referencial Bibliográfico
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