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Curso: Português

Teoria e Questões Comentadas


Prof. Bruno Spencer

Aula – Classes Gramaticais


Curso: Português
Professor: Bruno Spencer

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Aula – Classes Gramaticais

Olá amigos!
Em primeiro lugar, quero agradecer pela confiança que depositaram
em nosso curso.
Vamos oferecer a vocês um material completo e objetivo de
Português, para que possam melhorar seus conhecimentos e praticar a matéria
de forma eficaz e eficiente.
Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões, fiquem à vontade para nos
contactarem pelo fórum.
Portanto, mãos à obra e bons estudos!!!

Sumário

1 - Substantivo .................................................................................... 4
2 - Adjetivo ......................................................................................... 7
3 - Artigo .......................................................................................... 12
4 - Numeral ...................................................................................... 13
5 - Pronome ...................................................................................... 14
6 - Verbo .......................................................................................... 14
7 - Advérbio ...................................................................................... 15
8 – Palavras Denotativas ..................................................................... 20
9 - Preposição ................................................................................... 21
10 - Conjunção .................................................................................. 22
11 - Interjeição.................................................................................. 22

Nesta aula vamos ver um assunto muito importante, em que


precisamos estar bem seguros, pois é a BASE do conhecimento da Língua
Portuguesa. Trata-se das classes gramaticais.
Temos em nosso idioma 10 classes gramaticais, além das palavras
denotativas (item 8).
Vamos apenas revisá-las, focando os principais pontos de cada uma,
a fim de abordarmos o conteúdo de forma EFICIENTE e EFICAZ.
Vamos lembrar quais são elas?

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•Nomeiam as coisas, os seres, lugares,


SUBSTANTIVOS sensações e estados. (NOMES)

•Qualificam os nomes ou substantivos.


ADJETIVOS

•Acompanham e definem os nomes ou


ARTIGOS substantivos.

•Enumeram, ordenam as coisas.


NUMERAIS

•Acompanham ou substituem os
PRONOMES nomes.

•Indicam ação, estados ou fenômenos.


VERBOS

•Modificam verbos, adjetivos ou outros


ADVÉRBIOS advérbios.

•Modificam o sentido de uma outra


PALAVRAS DENOTATIVAS palavra ou da oração.

•Ligam palavras ou termos, sendo um


PREPOSIÇÕES principal e um subordinado.

•Ligam palavras ou orações.


CONJUNÇÕES

•Expressam emoções, sentimentos,


INTERJEIÇÕES surpresa e etc...

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1 - Substantivo

Os SUBSTANTIVOS são as palavras que NOMEIAM as coisas, seres e


fenômenos. Eles têm um papel principal na oração, pois são eles que AGEM
(sujeitos) e que SOFREM A AÇÃO (objeto). Nesta aula, porém, trataremos
apenas da morfologia das palavras (valor intrínseco).
Na aula 03, abordaremos detalhadamente as funções sintáticas das palavras
(função das palavras na oração).
Vamos à classificação dos substantivos. Lembram???

Comuns – servem para X Próprios – denominam nomes de


denominar seres ou coisas de pessoas, lugares, entidades de
mesma espécie. forma única, específica.
Ex. casa, menino, água Ex. Lucas, Recife, Clube Português
Simples – formados por apenas X Compostos – Formados por mais
um elemento formador (radical) de um radical.
Ex. trabalho, tapete, crachá Ex. couve-flor, guarda-costas,
passatempo
Concretos – seres materiais ou X Abstratos – nomeiam coisas
que existem independentemente imateriais, tais como sentimentos,
de outros. qualidades e estados de espírito.
Ex. casa, cabelo, céu, mar Ex. amor, riqueza, disciplina,
ordem, progresso
Primitivos – Não derivam de X Derivados – Derivam de outra
outra palavra. palavra.
Ex. terra, casa, verão Ex. terreiro, casarão, veraneio
Coletivos – Denominam um CONJUNTO de coisas ou seres de uma mesma
espécie.
Ex. Alcateia (lobos), enxame (abelhas), flora (plantas de uma região),
biblioteca (livros)

Note que um só substantivo, possui muitas classificações, de acordo com o


critério em que é classificado.
Exemplos:
• casa (comum, simples, concreto e primitivo)
• flora (comum, simples, concreto, primitivo e coletivo)

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Além da tradicional classificação, devemos lembrar das FLEXÕES que


sofrem os substantivos:
• gênero (masculino ou feminino)
• número (singular ou plural)
• grau (aumentativo ou diminutivo)

1.1 – Flexão de Gênero

Existem diferentes maneiras de diferenciar os gêneros masculino e


feminino na Língua Portuguesa. Uma das maneiras mais utilizadas é o
emprego da vogal “a”, para designar o gênero feminino, quer seja
acrescentando-a no final da palavra, substituindo a vogal “o”, ou mesmo
acrescentando o artigo “a” antes da palavra.
Ex. cantor/cantora, menino/menina, o motorista/a motorista

Há casos em que se utiliza de uma mesma palavra para designar os


dois gêneros, sem alteração alguma. Ou ainda, em alguns casos podemos
entender que não há gênero.
Ex. a criança, o tempo, o casal, o dia, a noite

Em alguns casos pode-se lançar mão dos adjetivos macho e fêmea, e


em outros utilizarmos uma palavra totalmente diversa para designar o gênero
oposto.
Ex. peixe macho / peixe fêmea; jacaré macho / jacaré fêmea; boi / vaca;
homem / mulher

ATENÇÃO!
Há situações em que a mudança do artigo, que antecede o nome,
muda o seu sentido e não o seu gênero.
Ex. o grama (unidade de medida) / a grama (relva); o capital (dinheiro) / a
capital (sede de governo)

1.2 – Flexão de Número

Vamos revisar o plural dos substantivos compostos, assunto que, às


vezes, gera alguma dúvida nas pessoas.

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Pluraliza-se apenas o primeiro:


• substantivo + preposição + substantivo – ex. câmaras de ar, pães
de ló, pés de moleque
• substantivo + substantivo (quando o segundo qualifica ou restringe o
sentido do primeiro) – ex. pombos-correio, peixes-boi, bolsas-família

OBS – Neste último caso, é facultativo o uso de plural nos dois termos,
porém a primeira forma é a mais tradicional.
Ex. pombos-correios, peixes-bois, bolsas-famílias

Pluraliza-se apenas o segundo:


• palavras compostas sem hífen – ex. girassóis, pontapés, planaltos
• verbo + substantivo – ex. beija-flores, guarda-roupas, para-choques
• palavras repetidas - ex. tico-ticos, quebra-quebras
• termo invariável + termo variável – ex. recém-nascidos, abaixo-
assinados, vaga-lumes, ave-marias

Pluralizam-se os dois:
• substantivo + substantivo – ex. tenente-coronel / tenentes-coronéis
• substantivo + adjetivo – ex. guada-noturno / guardas-noturnos
• adjetivo + substantivo – ex. curto-circuito / curtos-circuitos
• numeral + substantivo – ex. sexta-feira / sextas-feiras

Pluraliza-se apenas o ARTIGO:


• verbo + advérbio – ex. os fala-mansa, os bota-fora
• verbo + substantivo plural – ex. os saca-rolhas, os salva-vidas

1.3 – Flexão de Grau

Os substantivos flexionam-se nos graus diminutivo e aumentativo.


Exemplos:
• menino – menininho – meninão – menino pequeno - menino grande
As formas contendo os sufixos “ão” e “inho” são chamadas de sintéticas
(formadas de uma só palavra), enquanto flexões formadas pelo acréscimo das
palavras pequeno e grande, são chamadas de analíticas.

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Exemplos:

• barquinho (diminutivo sintético) – barcaça (aumentativo sintético) –


barco pequeno (diminutivo analítico) – barco grande (aumentativo
analítico)
• casinha ou casebre (diminutivo sintético) – casarão (aumentativo
sintético) – casa pequena (diminutivo analítico) – casa grande
(aumentativo analítico)

Outros exemplos de diminutivo sintético:


• livreto, cabrito, riacho, burrico, serrote, vilarejo, flautim...

Mais alguns exemplos de aumentativo sintético:


• muralha, bocarra, fogaréu, homenzarrão, mulherona...

ATENÇÃO!!!
Nosso objetivo nessa aula é revisar o conhecimento básico sobre as classes
gramaticais e entendê-las mais profundamente.
NÃO é produtivo gastar tempo decorando todas as regras ou conceitos, porém
é importante a leitura atenta da teoria e a prática dos exercícios.
Vamos em frente!

2 - Adjetivo

Os adjetivos são palavras que QUALIFICAM o nome (substantivo ou


pronome que o substitua).
Exemplo: Bons jogadores fazem jogadas decisivas.
Observe que os adjetivos “bons” e “decisivas” qualificam os nomes
“jogadores” e “jogadas”, ampliando o sentido da oração.

Os adjetivos também podem vir expressos por um conjunto de


palavras, são as locuções adjetivas.
Exemplos:
• abraço de irmão = abraço fraterno
• água da chuva = água pluvial

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Abaixo, mais alguns exemplos de locuções adjetivas:

LOCUÇÃO
ADJETIVA ADJETIVO
de abelha apícola
de abdômen abdominal
de ano anual
de asno asinino
de astro sideral
de audição ótico ou óptico
de boca bucal
de cão canino
de estrela estelar
de face facial
de gado pecuário
de gato felino
de gelo glacial
de guerra bélico
de junho junino
de lua lunar
de mãe maternal
de pai paternal
de páscoa pascal
de pombo columbino
de rim renal
de serpente ofídico
de sol solar
de tarde vespertino
de verão estival
sem piedade impiedoso

Os adjetivos também se flexionam em gênero, número e grau de forma


análoga aos substantivos.

OBSERVAÇÃO:
No feminino e no plural de adjetivos compostos formados por adjetivo
+ adjetivo, flexiona-se o último termo.
Ex. chapéu azul-claro – capa azul-clara – capas azul-claras

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Exceções:
São invariáveis:
• ultravioleta, sem-vergonha, azul-marinho, cor de rosa, azul celeste,
laranja (cor)
OBSERVAÇÃO:
As cores cinza, laranja, rosa, significam cor de rosa, cor de laranja, cor de
cinza, assim como marinho, celeste, significam cor de mar e cor de céu, todos
eles DERIVAM DE SUBSTANTIVO e são invariáveis.
Ex. chapéu rosa-claro – chapéus rosa-claro

De acordo com Domingos Paschoal Cegalla, flexionam os dois elementos na


palavra surdo-mudo (surdos-mudos).

Vamos ver um esquema com o resumo sobre a flexão dos adjetivos em grau.

sintético
comparativo
analítico
GRAU DO
ADJETIVO
sintético
superlativo
analítico

Exemplos do grau comparativo:


Ela é mais alta que você. (comparativo analítico de superioridade)
Ela é maior que você. (comparativo sintético de superioridade)
Ela é menos alta que você. (comparativo analítico de inferioridade)
Ela é menor que você. (comparativo sintético de inferioridade)
Ela é tão alta quanto você. (comparativo de igualdade)

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Observe as frase abaixo:


Ele é o mais baixo da turma. Ele é o menos alto da turma
Apesar de ambas terem o mesmo sentido, a primeira se trata de um
comparativo de superioridade, enquanto a segunda de um comparativo de
inferioridade.

O grau superlativo indica um alto grau das qualidades e conta ainda com duas
variações: absoluto ou relativo.
Exemplos:
Ela é muito/extremamente bela. (superlativo absoluto analítico)
Ela é belíssima. (superlativo absoluto sintético)
Ela é a mais bela de todas. (superlativo relativo analítico de superioridade)
Este é o melhor livro que já li. (superlativo relativo sintético de superioridade)

Note que no superlativo relativo há uma espécie de “comparação”, enquanto


no absoluto, apenas há um acréscimo no grau do adjetivo.

1) FCC/TJ/TRE-MS/Administrativa/2007
Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções aqui e ali na literatura,
no teatro ou na música erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em
matéria de grandes manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou
a canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma
densidade raramente obtida por nossos melhores artistas plásticos ou
compositores sinfônicos. Outras artes, ditas “menores”, desempenham um
papel fundamental na cultura brasileira. É o caso da crônica e da telenovela.
Gêneros inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis de
superação artística nem sempre observada em seus congêneres de outros
quadrantes do planeta.
Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério de valoração continua
sendo a norma européia: a epopéia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em
geral. O movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não
se geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, “lá” também –
onde quer que seja esse lugar – nunca floresceu uma canção popular como a
nossa que, sem favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi feito
em matéria de poesia e de melodia no Brasil.

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Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente tudo. No conto “Um


homem célebre”, ele nos mostra Pestana, compositor que deseja tornar-se um
Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes de
imenso apelo popular. Morre consagrado – mas como autor pop. Aliás, não foi
à toa que Caetano Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de
Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas “menores” por excelência,
Caetano sempre soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]
O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando para outros campos (e
gramados) da sociedade brasileira. É o caso da consagração do futebol como
esporte nacional, a partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela
imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte.
Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de alguns carnavalescos
é bastante sintomático: eles são os encenadores da mais vista de todas as
nossas óperas, o Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das imensas “qualidades
artísticas” dos desfiles nacionais...
Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em Formação da literatura
brasileira (“Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é
ela, e não outra, que nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção
artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras paragens.
Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim,
Nássara, Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura. Afinal são
eles, e não outros, que expressam o que somos.
(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106,
(Idéias que desafiam o senso comum)

Brasileiro se realiza em arte menor. (1a frase)


O adjetivo flexionado de maneira idêntica ao do grifado acima está na
expressão:
a) com raras exceções.
b) é bastante sintomático.
c) de imenso apelo popular.
d) grandes manifestações artísticas.
e) por nossos melhores artistas plásticos.
Comentários:
O adjetivo “menor” encontra-se flexionado no grau comparativo sintético de
superioridade, sendo originado do adjetivo pequeno.

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Alternativa A – Incorreta – O adjetivo “raras” está flexionado no gênero


feminino e no plural.
Alternativa B – Incorreta – O adjetivo “bastante” não se flexiona em gênero, e,
em relação ao número, encontra-se no singular.
Alternativa C – Incorreta – “Imenso” e “popular” encontram-se no singular,
sendo que apenas o primeiro flexiona-se em gênero. O primeiro está flexionado
no grau superlativo absoluto sintético.
Alternativa D – Incorreta - “Grandes” e “artísticas” estão no plural. Apenas o
segundo flexiona-se em gênero.
Alternativa E – Correta – O adjetivo “melhores”, assim como “menor”, flexiona-
se apenas em número e grau, este também está flexionado no grau
comparativo sintético de superioridade.
Gabarito: E

3 - Artigo

Os artigos acompanham os substantivos, dando-lhes um caráter geral


(artigos indefinidos) ou específico (artigos definidos). Flexionam-se em gênero
e número.

Definidos – o, a, os, as
Indefinidos – um, uma, uns, umas

Exemplos:
• Comprou uma boneca. (sentido geral)
• Comprou a boneca que a filha queria. (sentido específico)

ATENÇÃO – Podemos usar um artigo para MUDAR a classe gramatical de


um termo, fazendo com que ele funcione como SUBSTANTIVO.

Exemplos:
• Ele aprecia o cantar dos pássaros. (a forma verbal “cantar” passou a
funcionar como substantivo)
• Ouviram um sonoro não. (o termo “não” - advérbio de negação - passou
a funcionar como substantivo)

• Olhem o azul do mar. (o adjetivo “azul” funciona como substantivo)

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4 - Numeral

Os numerais são palavras que indicam quantidade, ordem,


multiplicidade ou divisão. Dividem-se em cardinais, ordinais, multiplicativos
e fracionários.

Cardinais – Servem para indicar um determinado número ou quantidade.


Ex. Ele viu quatorze anjos em seu sonho.

Ordinais – Indicam uma ordem ou posição.


Ex. Ela ficou em primeiro lugar no concurso.

Multiplicativos – Dão ideia de multiplicação.


Ex. Eu tenho o dobro da sua idade.

Fracionários – Indicam uma fração ou divisão.


Ex. A metade dos candidatos não estudaram para a prova.

OBS. O termo AMBOS é considerado um numeral.

Abaixo uma tabela para recordarmos!


Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos

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dezessete décimo sétimo - dezessete avos


dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou - nongentésimo
mil noningentésimo
milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

5 - Pronome

Os pronomes foram abordados separadamente na aula 00.

6 - Verbo

“O Verbo se fez carne e habitou entre nós. ”


Os verbos são estruturas fundamentais do idioma, que indicam as ações,
os estados, os fatos e os fenômenos.
Assim como os pronomes, abordaremos esse assunto numa aula
específica (aula 02), a fim de melhor concentrarmos neste assunto, devido à
sua importância e à grande quantidade de informações que contém.

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7 - Advérbio

São palavras que modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios.


Indicam tempo, lugar, modo, intensidade, negação, dúvida, afirmação, ordem
ou interrogação.
OBSERVAÇÃO: Apesar de serem termos invariáveis, muitos advérbios
aceitam a flexão em grau.

Exemplo:
Ele jogou bem.
Ele jogou tão bem quanto Neymar. (comparativo de igualdade)
Ele jogou melhor que Neymar (comparativo de superioridade)
Ele jogou muito bem. (superlativo analítico)

NÃO CONFUNDIR o numeral fracionário “meia” com o advérbio “meio”.


Exemplo:

• Ela comeu meia melancia. (comeu a metade da melancia)

• Ela ficou com a barriga meio cheia após comer a melancia.


Repare que “meio” é advérbio de intensidade, portanto INVARIÁVEL,
significando “um pouco”. Aqui, não cabe a palavra “meia”, ok?

Fique atento às locuções adverbiais.


Elas ocorrem quando duas ou mais palavras juntas adquirem o valor de um
advérbio.
Exemplo:

• Tomaram a decisão às escuras.

• As pessoas saíam às pressas.

Colocamos uma lista de advérbios classificados e com suas respectivas


locuções a seguir, para melhor nos familiarizarmos com esta classe.
NÃO aconselho decorar a lista, pois devemos sempre analisar o
sentido em que a palavra está inserida no texto para podermos classificá-la
corretamente.

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LOCUÇÃO
TIPO ADVÉRBIO
ADVERBIAL

hoje, ontem, amanhã,


às vezes, à tarde, à
logo, antes, depois,
noite, de manhã, de
agora, tarde, cedo,
repente, de vez em
outrora, ainda,
quando, de quando em
TEMPO antigamente, nunca,
quando, a qualquer
jamais, sempre, já,
momento, de tempos
enfim, afinal, breve,
em tempos, em breve,
constantemente,
hoje em dia
imediatamente

Aqui, ali, acolá, dentro,


fora, adiante, atrás, além,
lá, cá, detrás, aquém, à distancia, de longe,
LUGAR além, abaixo, acima, longe, de perto, em cima, à
perto, aí, aonde, adentro, direita, à esquerda,
afora, embaixo, ao lado, em volta
externamente

bem, mal, assim, pior, às pressas, às claras, às


melhor, depressa, cegas, à toa, à vontade, às
devagar, calmamente, escondidas, aos poucos,
propositadamente, desse jeito, desse modo,
MODO dessa maneira, em geral,
pacientemente,
amorosamente, frente a frente, lado a
generosamente, lado, a pé, de cor, em vão,
bondosamente a maior

muito, pouco, demais,


tão, quanto, menos,
mais, em excesso,
pouco, bastante, de todo, de muito, por
INTENSIDADE
demasiado, quão, tanto, completo
assaz, que (equivale a
quão), tudo, nada, todo,
quase,

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acaso, porventura,
possivelmente,
DÚVIDA provavelmente, por certo, quem sabe
quiçá, talvez,
casualmente

não, nem, nunca, de modo algum, de


NEGAÇÃO forma nenhuma, de
jamais, tampouco
jeito nenhum

sim,
indubitavelmente,
certamente,
AFIRMAÇÃO realmente, decerto, com certeza, sem
efetivamente, certo, dúvida
decididamente,
realmente, deveras

primeiramente,
ORDEM segundamente, em primeiro lugar, por
ultimamente último

onde?(lugar),
como?(modo),
INTERROGAÇÃO quando?(tempo), por que?(causa),
quanto?(preço e para que?(finalidade
intensidade)

2) FGV/Analista Legislativo/SEN/Informática Legislativa/Análise


de Sistemas/2008
Desafios do crescimento econômico
A crise do sistema financeiro internacional, que ameaça lançar o mundo numa
profunda recessão, revela a importância do papel do governo no funcionamento
da economia em diferentes dimensões, sobretudo na promoção de uma melhor
operação dos mercados, da estabilidade e do crescimento econômico.

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Entretanto, após algumas décadas de excessivo crescimento dos gastos


governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros governos,
particularmente em países da América Latina, a eficiência da ação pública
começou a ser questionada.
Novamente vigoravam idéias de que as economias deveriam ser liberalizadas
da ação governamental, de que, quanto menos governo, melhor e de que o
setor privado por si só resolveria todos os problemas.
Na realidade, o que se notou foi uma grande confusão. Em vez de defendermos
um governo eficiente, comprometido com o crescimento econômico, acabamos
por tentar excluir o governo das funções econômicas, esquecendo seu
importante papel. Era muito comum a idéia de que a privatização e a
liberalização dos mercados seriam condições eficientes para que os países
entrassem numa rota de crescimento econômico.
Entretanto, a realidade mostrou que essa bandeira não tem sustentação. A crise
financeira que estamos atravessando e não sabemos ainda suas reais
conseqüências sobre a economia mundial realça um fato inconteste: faltou a
presença do governo, mediante uma regulação mais ativa do mercado
financeiro.
Recente estudo promovido pela Comissão para o Crescimento Econômico, cujo
objetivo primordial é entender o fenômeno do desenvolvimento com base na
experiência mais exitosa dos países durante as décadas de 1950 a 1980,
transmite informações relevantes para o entendimento do momento que
vivemos, ainda que seu objetivo seja totalmente distinto.
Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes
que os mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem
interferências externas, na alocação dos recursos.
Entretanto, não podemos esquecer que as ações tomadas pelos diversos
agentes econômicos se baseiam em perspectivas de retornos privados e,
portanto, na ânsia de obter tais retornos, mercados como o financeiro podem
gerar instabilidades. O papel da regulação, tarefa que deve ser executada por
autoridades governamentais, não pode ser esquecido.

Por outro lado, apesar da virtude dos mercados, não se pode esquecer que eles
não são garantia para a promoção de desenvolvimento econômico ou a melhor
distribuição de renda.
O relatório da comissão enfatiza o papel do governo no processo de
desenvolvimento econômico, mostrando inicialmente que o processo de
desenvolvimento é um fenômeno complexo e difícil de ser entendido. "Não
damos aos formuladores de políticas públicas uma receita ou uma estratégia de
crescimento. Isso porque não existe uma única receita a seguir."
Mais adiante, afirma: "Não conhecemos as condições suficientes para o
crescimento. Podemos caracterizar as economias bemsucedidas do pós guerra,

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mas não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem
os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas."
Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos, especialmente
quando ouvimos as certezas que dominam a maioria dos analistas econômicos
espalhados pelo mundo, em especial quando tratam de fornecer fórmulas
prontas para o crescimento dos países.
A comissão reconhece que a dificuldade do entendimento sobre o fenômeno do
crescimento dificulta a ação governamental na definição das estratégias a serem
seguidas. A recomendação dada é a de que o governo "não deve ficar inerte,
por temor de malograr; os governos devem testar diversos programas e devem
ser rápidos em aprender quando dão errado. Se dão um passo errado, devem
tentar um plano diferente, e não submergir na inação ou recuar."
Outra recomendação dada pela comissão se relaciona com a tentativa de adoção
de receitas prontas de outros países: "Os planos de ação ruins de hoje em geral
são os bons planos de ontem, mas aplicados por tempo demasiado."
Em suma, a comissão defende um governo crível, comprometido com o
crescimento e eficiente. Um governo forte, capaz de realizar investimentos na
área de educação, saúde e infraestrutura a fim de elevar a rentabilidade dos
investimentos privados.
É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que certamente
poderemos promover o desenvolvimento dos países.
(Carlos Luque. Folha de São Paulo, 30 de setembro de 2008.)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada, no texto, se classifique como


advérbio.
a) livre
b) profunda
c) melhor
d) algo
e) após
Comentários:
Alternativa A - A palavra “livre” é um adjetivo que qualifica a palavra
“maneira”.
Alternativa B - A palavra “profunda” é um adjetivo. Repare que ela qualifica o
substantivo “recessão”.
Alternativa C - Igualmente às alternativas anteriores, “melhor” qualifica o
nome “operação”.
Alternativa D - Embora a palavra “algo” seja originalmente um pronome
indefinido, no entanto, temos que ter ATENÇÃO ao sentido empregado pelo

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examinador.
Repare que o sentido de “algo” nessa oração é de “um tanto” ou “um pouco”,
modificando o adjetivo “perplexo”, portanto, sendo empregada como
advérbio.
Alternativa E – A palavra “após” é preposição que liga as orações do período.
Estudaremos esse assunto com mais detalhes na aula sobre períodos e
conectivos.
Gabarito: D

8 – Palavras Denotativas

Tais palavras já foram classificadas como advérbios outrora.


Atualmente, por não enquadrarem-se perfeitamente em nenhuma das outras
classes, são classificadas separadamente pela Nomenclatura Gramatical
Brasileira.
Indicam contextos diversos, modificando sentido de uma palavra
ou mesmo da oração, tais como: situação, designação, exclusão, inclusão,
limitação, realce, retificação, explanação ou afetividade.

SITUAÇÃO - afinal, então, mas, agora...


Ex. Afinal, decidiu se vai estudar

DESIGNAÇÃO - eis.
Ex. Senhor, eis me aqui.

EXCLUSÃO - menos, exceto, salvo, fora, sequer...


Ex. Todos, menos ele, foram ao teatro.

INCLUSÃO - inclusive, também, até, além disso...


Ex. Comemos bem, teve até sobremesa!

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LIMITAÇÃO - apenas, unicamente, somente, só...


Ex. Só o amor constrói.

REALCE - mesmo, lá, embora, é que, sobretudo...


Ex. Eu mesmo é que não dou palpite em briga alheia.

RETIFICAÇÃO - isto é, ou melhor, aliás...


Ex. Chegarei pela manhã, ou melhor, na hora do almoço.

EXPLANAÇÃO - por exemplo, a saber...


Ex. Coma coisas saudáveis, por exemplo, brócolis.

AFETIVIDADE - ainda bem, infelizmente, felizmente...


Ex. Felizmente chegamos bem.

9 - Preposição

São palavras invariáveis que ligam dois termos da oração, sendo um


principal (regente ou subordinante) e um dependente (regido ou
subordinado).
São classificadas em: essenciais e acidentais.
As preposições essenciais são aquelas originalmente classificadas como
preposição, enquanto as acidentais são palavras de outras classes empregadas
como preposição.

Exemplos de preposições essenciais:


a, ante, após, até, com, contra, de desde, em, entre, para, perante, por, sem,
sob, sobre, trás.
Exemplos de preposições acidentais:
conforme, consoante, segundo, durante, mediante

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Vamos ver alguns exemplos de orações com preposições:


• Voltou para casa depois do trabalho. (“voltou” – principal / “casa” –
dependente)
Note que o termo “voltou” necessita do complemento “para casa”, para ter
um sentido completo.

• Pensei em você. (“pensei” – principal ou regente / “você” – regido)


Se você diz para alguém: Pensei, fatalmente, você ouvirá a pergunta em quê?
Ao responder em você, finalmente, estará completando o sentido da frase.

Assim como outras classes, as preposições também formam LOCUÇÕES,


quando se associam a outras palavras (advérbios ou locuções adverbiais) para
exercer a mesma função de preposição.

Eis algumas locuções prepositivas:


Abaixo de, acima de, a fim de, além de, apesar de, atrás de, através de, antes
de, junto a, ao encontro de, embaixo de, em frente a, longe de, por causa de,
por trás de, em virtude de, na proporção de, à custa de...
Exemplos:
• Ele passou no concurso apesar de todas as dificuldades.
• Caminhou ao encontro de seu Mestre com alegria.

10 - Conjunção

Conjunção significa união ou ligação. São palavras que ligam termos de


mesma função sintática em uma oração ou orações em um período
composto. Elas podem ser coordenativas ou subordinativas.
As conjunções serão estudadas detalhadamente na aula 04 - Períodos e
Conectivos.

11 - Interjeição

É um termo que exprime uma ideia de forma independente, expressando


um forte sentimento, emoção, saudação e outros.

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Domingos Pachoal Cegalla, define interjeições como “frases resumidas”,


porque elas contêm em si o sentido implícito de toda uma frase.
Exemplo: Ai!!!
Apenas essa interjeição já diz tudo, você sabe que alguém sentiu dor.

Vamos a alguns exemplos de interjeições e algumas idéias que elas


podem expressar.
Note que, algumas são originalmente ou exclusivamente
interjeições enquanto outras pertencem a outras classes gramaticais,
mas que são usadas em alguns contextos como interjeição.

Aclamação •viva!

Admiração •uau! nossa! caramba!

Advertência •cuidado! atenção! devagar!

Agradecimento •obrigado! grato!

Alegria •oh! viva! aleluia!

Alívio •ufa!

Aprovação •muito bem! boa! isso!

Desculpa •perdão! desculpa!

Desejo •oxalá! tomara!

Despedida •adeus! até logo! tchau!

Dor •ai! ui! oh!

Reprovação •ora! francamente! vixe!

Saudação •salve! ave! bom dia!

Silêncio •psiu! silêncio!

Ok pessoal... mandem suas dúvidas pelo fórum, terei satisfação em


clareá-las!
Não deixem de fazer os exercícios, pois este assunto faz parte da
BASE do conhecimento da Língua Portuguesa.
Vamos aos exercícios!!!

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12 - Questões Comentadas

3) VUNESP/AOJ/TJ SP/Eletricista de Autos/2010


Leia o texto para responder à questão.
Rodar a baiana
Quase todas as expressões que ouvimos ou falamos como – motorista barbeiro,
sem eira nem beira e ganhar de mão beijada – nasceram de alguma situação
do cotidiano. É o caso da expressão rodar a baiana.
Quando alguém diz: pare com isso ou vou rodar a baiana, qualquer pessoa
discreta para na hora ou, pelo menos, toma cuidado. Essa ameaça, na verdade,
consiste em dar um escândalo público.
Mas o que poucos sabem é que rodar a baiana não tem sua origem na Bahia, e
sim na cidade do Rio de Janeiro que, no início do século 20, já era palco de
famosos desfiles de blocos de Carnaval.
No meio desses blocos, alguns espertinhos tascavam beliscões nas nádegas das
moças que desfilavam. Para acabar com o problema, alguns capoeiristas
passaram a se fantasiar de baianas, com direito a saia rodada e turbante na
cabeça. Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe de
capoeira.
As pessoas que assistiam aos desfiles não entendiam nada: só viam a baiana
rodar e começar a confusão.
(Lívia Lombardo, Aventuras na História, junho de 2006. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a palavra destacada na frase tem a função de
adjetivo.
a) ... qualquer pessoa discreta para na hora...
b) ... a cidade já era palco de famosos desfiles...
c) Para acabar com o problema, alguns capoeiristas...
d) Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe...
e) ... a baiana rodar e começar a confusão.
Comentários:
Alternativa A – Correta – O termo “discreta” qualifica o substantivo “pessoa”,
por isso é classificado como adjetivo.
Alternativa B – Incorreta – O termo “desfiles” é um substantivo, que vem
qualificado pelo adjetivo “famosos”.
Alternativa C – Incorreta – O termo “acabar” é verbo.
Alternativa D – Incorreta – O termo “desrespeito” é substantivo.
Alternativa E – Incorreta - O termo “começar” é verbo.

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Gabarito: A

4) VUNESP/At NP/PC SP/2014


Leia o texto para responder à questão.
Ortotanásia e eutanásia
O que é a vida, afinal? É simplesmente um conjunto de reações bioquímicas?
Ou algo maior, sagrado e eterno? A nossa perplexidade diante desse tema tão
polêmico, que é a eutanásia, advém das incertezas que cercam o sentido da
existência humana.
Sou oncologista e imunologista. Faz 28 anos que busco mais vida com qualidade
para os pacientes com câncer e portadores de Aids com câncer. Os pacientes
que já na primeira consulta me dizem que querem morrer antes de tentar os
tratamentos são exceções. Mas existem. Todos os pacientes, tanto os que
querem enfrentar tratamentos antes de morrer como os que não querem, têm
um elemento comum, que é a falta de esperança, a depressão e o medo do
sofrimento. Independentemente das novas e eficientes técnicas de tratamento,
há instantes em que se perde a batalha contra as doenças. É então que uma
pergunta se faz necessária: até quando é lícito prolongar com medidas artificiais
a manutenção da vida vegetativa? Existe grande confusão entre os diversos
tipos de eutanásia – ou boa morte. Uma é a eutanásia ativa, na qual o médico
ou alguém causa ativamente a morte do indivíduo. Ela é proibida por lei no
Brasil, mas é prática regulamentada, em alguns outros países, como Holanda e
Dinamarca.
Em um outro extremo, há a distanásia que, segundo o especialista em bioética
padre Leo Pessini, “é um procedimento médico que prolonga inútil e
sofridamente o processo de morrer procurando distanciar a morte”. Sou contra
a distanásia. E como seria a verdadeira boa morte? Creio que é aquela
denominada morte assistida que prefiro denominar de ortotanásia. É cuidar dos
sintomas sem recorrer a medidas intervencionistas de suporte em quadros
irreversíveis. É respeitar o descanso merecido do corpo, o momento da limpeza
da caixa preta de mágoas e rancores; é a hora de dizer coisas boas, os
agradecimentos que não fizemos antes. É a hora da despedida e da partida.
Então, talvez possamos acreditar no escritor Jorge Luis Borges: “Morrer é como
uma curva na estrada, é não ser visto”.
(Nise Hitomi Yamaguchi, doutora pela Faculdade de Medicina da USP. Folha de
S.Paulo, Tendências/Debates, 26 de março de 2005. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a palavra em destaque na frase pertence à classe
dos adjetivos (palavra que qualifica um substantivo).
a) ... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
b) Ela é proibida por lei no Brasil,...

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c) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eutanásia...


d) E como seria a verdadeira boa morte?
e) prolonga o processo de morrer procurando distanciar a morte.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O termo “alguém” é pronome indefinido.
Alternativa B – Incorreta – O termo “lei” é um substantivo.
Alternativa C – Incorreta – “Confusão” é substantivo, que vem qualificado pelo
adjetivo “grande”, provocando sua flexão para o grau aumentativo analítico.
Alternativa D – Correta – O termo “verdadeira” é adjetivo e qualifica a
expressão “boa morte”.
Alternativa E – Incorreta – O termo “morte” é substantivo.
Gabarito: D

5) VUNESP/Serv/CM Jabo/2015
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Mentem como respiram
Conheço inúmeras pessoas que mentem. Para falar a verdade, mente-se por
qualquer motivo: as pessoas ficam com vergonha quando estão doentes e dizem
que estão ótimas; comentam que a amiga está bem vestida, quando acham um
horror; elogiam alguém que emagreceu, para comentar nas costas que continua
gordíssima. Eu mesmo minto: digo que vou viajar ou reclamo que não me sinto
bem e fujo de um compromisso; finjo para mim mesmo que, no próximo mês,
começo um regime e perderei a barriga.
Ultimamente, tento parar com isso. Se me convidam, digo que não posso. Se
vou a uma peça de teatro e não gosto, digo que não gostei. Sempre dá errado,
a pessoa preferia uma mentira. A franqueza, descobri, é muito malvista. Até
considerada falta de educação.
Quantas mães e avós são assassinadas por empregados que querem faltar ao
trabalho? Outros dizem que estão doentes. E por aí vai. A psicologia forjou um
termo para designar aquele que faz da mentira um hábito: síndrome de
Münchausen. Os mentirosos inventaram outro: “mentira branca”, aquela que
não prejudica ninguém. Para mim, não existe a tal “mentira branca”. Tem gente
que mente como respira. Mentira é mentira, e a tal “mentira branca” é só uma
mentira a mais.
(Walcyr Carrasco. http://epoca.globo.com. Adaptado)
Nos trechos – … comentam que a amiga está bem vestida… – e – Sempre dá
errado… – os termos destacados indicam, correta e respectivamente,
a) lugar e tempo.

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b) modo e tempo.
c) dúvida e intensidade.
d) intensidade e tempo.
e) modo e intensidade.
Comentários:
O advérbio “bem” modifica o adjetivo “vestida”, indicando o modo como “a
amiga está vestida”.

bem, mal, assim, pior, às pressas, às claras, às


melhor, depressa, cegas, à toa, à vontade, às
devagar, calmamente, escondidas, aos poucos,
propositadamente, desse jeito, desse modo,
MODO dessa maneira, em geral,
pacientemente,
amorosamente, frente a frente, lado a
generosamente, lado, a pé, de cor, em vão,
bondosamente a maior

Já o advérbio “sempre” modifica o verbo “DAR”, indicando o tempo em que ele


ocorre.
Ex. quando/nunca/sempre/hoje/todos os dias...

hoje, ontem, amanhã,


às vezes, à tarde, à
logo, antes, depois,
noite, de manhã, de
agora, tarde, cedo,
repente, de vez em
outrora, ainda,
quando, de quando em
TEMPO antigamente, nunca,
quando, a qualquer
jamais, sempre, já,
momento, de tempos
enfim, afinal, breve,
em tempos, em breve,
constantemente,
hoje em dia
imediatamente

Aqui, ali, acolá, dentro,


fora, adiante, atrás, além,
lá, cá, detrás, aquém, à distancia, de longe,
LUGAR além, abaixo, acima, longe, de perto, em cima, à
perto, aí, aonde, adentro, direita, à esquerda,
afora, embaixo, ao lado, em volta
externamente

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acaso, porventura,
possivelmente,
DÚVIDA provavelmente, por certo, quem sabe
quiçá, talvez,
casualmente

muito, pouco, demais,


tão, quanto, menos,
mais, em excesso,
pouco, bastante, de todo, de muito, por
INTENSIDADE
demasiado, quão, tanto, completo
assaz, que (equivale a
quão), tudo, nada, todo,
quase,

Gabarito: B

6) VUNESP/ContJ/TJ SP/2015
Leia o texto para responder à questão.
O vilão da história
É um fato incontornável: o planeta passa por um aquecimento global intenso, e
a maior parte da responsabilidade pelo descompasso do clima é do ser humano.
Com fábricas, carros e o desmatamento generalizado de habitats, multiplicamos
por 180 a quantidade de CO2 na atmosfera desde a Revolução Industrial, motor
do efeito estufa, responsável pelo aumento de 0,8 grau na temperatura da
Terra. Parece pouco, mas foi o suficiente para consolidar um caos climático que
se agrava: o calor elevado faz com que eventos extremos, como tempestades
e secas duradouras, sejam cada vez mais frequentes. Em 2014, o ano mais
quente desde que começaram os registros, em 1880, a situação só piorou.
Nesse contexto, cabe, portanto, a pergunta: a falta de chuvas e o calorão do
início de janeiro no Sudeste brasileiro são também filhos do aquecimento global?
Climatologistas dizem não ter certeza, pois dependem de projeções de longo
prazo para responder. Ou seja, precisam esperar para verificar se a situação se
repete por muitos anos ou se trata de uma anomalia, provocada por algum
fenômeno climático pontual e ainda desconhecido. Mas, afastada a
minuciosidade exigida por comprovações científicas, é concebível concluir que o
aquecimento planetário está na origem da seca. E, se essa é a resposta, pode-
se esperar por tempos ainda mais áridos nas próximas décadas.

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Trata-se de uma lógica cujo desfecho é um cenário de contornos assustadores,


com evidentes repercussões econômicas, e que alguns, com certo exagero,
denominam de apocalípticos.
(Veja, 28.01.2015. Adaptado)
Na passagem – ... provocada por algum fenômeno climático pontual e ainda
desconhecido. – (segundo parágrafo), o advérbio em destaque expressa
circunstância de
a) dúvida e, nesse contexto, equivale a “provavelmente”.
b) afirmação e, nesse contexto, equivale a “indubitavelmente”.
c) negação e, nesse contexto, equivale a “absolutamente”.
d) concessão e, nesse contexto, equivale a “apesar disso”.
e) tempo e, nesse contexto, equivale a “até agora”.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O advérbio “ainda” não indica dúvida, não podendo
ser equiparado ao termo “provavelmente”.
Alternativas B e C – Incorretas – O advérbio “ainda” não pode ser utilizado para
substituir os termos “indubitavelmente” ou “absolutamente”, não podendo ser
classificado como advérbio de afirmação ou negação.
Alternativa D – Incorreta – A expressão que indica concessão é “ainda que”,
além disso não é esse o sentido do texto
Alternativa E – Correta – A palavra “ainda” tem simplesmente um valor
temporal, ela indica algo que se espera que aconteça, mais que não aconteceu.
Gabarito: E

7) VUNESP/Dir Esc/Pref Itápolis/2016


Leia o texto “Carnes vivas”, de João Pereira Coutinho, e responda à questão.
Tive uma infância de príncipe. Passei longas horas na rua, sem supervisão
parental, a me aventurar. Isso na cidade.
No campo, o cardápio era melhor. Parti o braço (uma vez) e o pulso (idem).
Tudo porque teimava em subir nas árvores. E, por falar em árvores, cheguei a
construir uma casa rudimentar no cimo de uma oliveira que aguentou apenas
duas horas. Findas as duas horas, já eu estava no chão, com os joelhos em
carne viva.
Às vezes pergunto o que aconteceria aos meus pais se o pequeno selvagem que
fui reaparecesse agora. Provavelmente, seria exibido em uma jaula, como um
King Kong pré-púbere.

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“Minhas senhoras e meus senhores, vejam com os próprios olhos, uma criança
que gosta de brincar!”
Imagino a plateia, horrorizada, tapando os olhos dos filhos – ou, melhor ainda,
ligando os tablets e anestesiando-os com a dose apropriada de pixels.
E a minha mãe certamente estaria presa. Exagero? Não creio. Conta a
“Economist” dessa semana que Debra Harrell, da Carolina do Sul, foi detida por
deixar a filha de nove anos brincar no parque sem vigilância apurada.
Engraçado. Na década de 1950, uma criança tinha cinco vezes mais
possibilidades de morrer precocemente do que uma criança do século 21. Mas
os pais da “baby-boom generation” deixavam as suas crianças à solta, talvez
por entenderem que uma criança é uma criança. Esses pais não eram, como diz
a revista, “pais-helicóptero”.
Expressão feliz. Conheço vários casais que devotam aos filhos a mesma atenção
obsessiva que um pesquisador dedica aos seus ratinhos de laboratório. Gostam
de controlar tudo sobre os filhos. Como os helicópteros, estão constantemente
a planar sobre a existência dos petizes.
E quando finalmente descem a terra, é a desgraça: correm com eles para aulas
de música, caratê, natação, matemática. No regresso a casa, é ver esses
pequenos escravos, mortificados e exaustos, antes de se recolherem aos
quartos. Não sei que tipo de crianças os “pais-helicóptero” estão a produzir.
Deixo essas matérias para os especialistas. Digo apenas que a profusão de
“pais-helicóptero” é uma brutal amputação da infância e da adolescência. Para
além de corromper a relação entre pais e filhos.
Sobre a amputação, não sei que adulto eu seria se nesses primeiros anos não
houvesse a sensação de liberdade, mas também a percepção do risco, que me
acompanhava todos os dias. Apesar dos ossos que quebrei, dores foram
compensadas pela confiança que ganhei e pela intuição de que o mundo não é
uma ameaça constante, povoado por sequestradores, pedófilos ou
extraterrestres.
Mas os “pais-helicóptero” corrompem a relação essencial entre eles e os filhos.
Anos atrás, o filósofo Michael Sandel escreveu um ensaio contra o uso da
engenharia genética para produzir descendências perfeitas. Dizia Sandel que se
os pais pudessem manipular os fetos para terem super-filhos, estaria quebrada
a qualidade essencial da parentalidade: o fato de amarmos os filhos
incondicionalmente. Sejam ou não perfeitos.
Igual raciocínio é aplicável aos “pais-helicóptero”: é natural desejar o melhor
para os filhos. Porém não é natural ter com os filhos a mesma relação que existe
entre um treinador e o seu atleta, como se a vida – acadêmica, pessoal,
emocional – fosse uma mini-Olimpíada permanente.
Na minha infância, as únicas medalhas que colecionei são as cicatrizes que trago
no corpo. Não as troco por nada.

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(Folha de S.Paulo, 29.07.2014. Adaptado)


Assinale a alternativa correta sobre as expressões destacadas.
a) Em “Provavelmente, seria exibido em uma jaula”, ocorre circunstância
adverbial de intensidade, como em: Disse que muito se alegrava com a
promoção na empresa.
b) Em “Minhas senhoras e meus senhores, vejam com os próprios olhos”,
ocorre circunstância adverbial de causa, como em: Saiu às pressas, pois não
queria deixar o colega à sua espera.
c) Em “E a minha mãe certamente estaria presa”, ocorre circunstância
adverbial de afirmação, como em: Encantou-se com o apartamento por ele ser
bem arejado.
d) Em “a filha de nove anos brincar no parque sem vigilância apurada”, ocorre
circunstância adverbial de modo, como em: Sentia-se à vontade na casa dos
sogros.
e) Em “deixavam as suas crianças à solta, talvez por entenderem”, ocorre
circunstância adverbial de dúvida, como em: Infelizmente ele se ofendeu com
o nosso comentário.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O advérbio “muito” realmente indica intensidade,
no entanto, “provavelmente” indica dúvida.
Alternativa B – Incorreta – Ambas as expressões destacadas indicam o modo
como acontece a ação.
VER como/de que forma/de que modo? Com os próprios olhos.
SAIR como/de que forma/de que modo? Às pressas.
Alternativa C – Incorreta – De fato, “certamente” indica afirmação, porém o
advérbio “bem” está indicando a intensidade com a qual o apartamento é
arejado.
Alternativa D – Correta – Ambos indicam modo.
A primeira expressão indica a maneira/o modo como a criança brinca no
parque enquanto a segunda indica a maneira/o modo como a pessoa sentia-
se “na casa dos sogros”.
Alternativa E – Incorreta – O advérbio “talvez” indica dúvida, mas
“infelizmente” quer dizer de modo infeliz, portanto, indica modo.
Gabarito: D

8) VUNESP/Aux PMPE SP/MPE SP/Administrativo/2014


Leia o texto para responder à questão.

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Este ano marca o 20.º aniversário do genocídio em Ruanda. Em exatos cem


dias, de abril a julho de 1994, entre 800 mil e um milhão de ruandeses,
predominantemente da etnia tutsi, foram massacrados, quando um governo
extremista liderado por outra etnia, a hutu, lançou um plano nacional para
basicamente exterminar a minoria tutsi e qualquer outra que fizesse oposição a
suas políticas, até mesmo hutus moderados. Foi um cenário infernal no qual
assassinatos brutais – inclusive de crianças e bebês – eram realizados por
pessoas que poucos dias antes eram vizinhas, colegas ou mesmo amigas.
O genocídio só chegou ao final quando a Frente Patriótica de Ruanda (RPF, na
sigla em inglês), movimento tutsi liderado por Paul Kagame, saiu da vizinha
Uganda e derrubou o governo hutu. Kagame tornou-se presidente em abril de
2000 e continua sendo até hoje.
As coisas mudaram muito em Ruanda desde então, e para melhor. Foi a partir
de 2006 que a evolução do país passou a mostrar dados impressionantes: mais
de um milhão de ruandeses saíram da pobreza; o acesso à saúde e à educação
está em expansão; um boom imobiliário transformou a capital Kigali; e pelo
menos dois terços da população do país estão abaixo dos 25 anos, tornando o
potencial para a força de trabalho de Ruanda extremamente promissor.
Apesar disso, o austero e exigente Kagame reconhece que do vírus do ódio, da
raiva e do desejo de vingança não é fácil de se livrar.
(http://revistasamuel.uol.com.br, 28.03.2014. Adaptado)
Em relação à classificação dos numerais, os fracionários indicam a parte de um
inteiro, como se comprova com a expressão:
a) pelo menos dois terços da população.
b) mais de um milhão de ruandeses.
c) Em exatos cem dias.
d) de abril a julho de 1994.
e) o 20.º aniversário.
Comentários:
Alternativa A – Correta – “Dois terços” (2/3) é um numeral fracionário.
Alternativa B – Incorreta – “Um milhão” é um numeral cardinal.
Alternativa C – Incorreta – “Cem” é numeral cardinal.
Alternativa D – Incorreta - “1994” é numeral cardinal.
Alternativa E – Incorreta - “20º” (vigésimo) é numeral ordinal.
Gabarito: A

9) VUNESP/AuxPMPE SP/MPE SP/Administrativo/2014

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Leia o texto para responder à questão.


Chuvas com lembranças
Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que nem as borboletas
ainda perceberam, e continuam a pousar, às tontas, de jasmim em jasmim. As
pedras estão muito quentes, e cada gota que cai logo se evapora. Os meninos
olham para o céu cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como
desejariam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também, no céu um
sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta gente estará suspirando por um
raio de sol!
Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham cabelos soltos, que
despencam as flores das cercas, que entram pelos cadernos escolares e vão
apagar a caprichosa caligrafia dos exercícios!
Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem os ponteiros do
para-brisa dão vencimento à água; quando apenas se vê, na noite, a paisagem
súbita e fosfórea mostrada pelos relâmpagos.
Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes: a de 1811, que com
o desabamento de uma parte do Morro do Castelo soterrou várias pessoas,
arrastou pontes, destruiu caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que
durante sete dias as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os
sacerdotes e o povo a pedirem a misericórdia divina.
Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas igualmente
transformadas em rios, os barracos a escorregarem pelos morros; barreiras,
pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que nem as borboletas
percebem. Os meninos esperam em vão pelas poças d’água onde pulariam
contentes. Tudo é apenas calor e céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios
e avisados tantas coisas liam, outrora...
“São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito, entre a cruz e a
água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”
(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a preposição em destaque forma uma expressão
indicativa de lugar.
a) Começam a cair uns pingos de chuva.
b) … e causou tal pânico em toda a cidade…
c) Os meninos esperam em vão pelas poças d’água…
d) … quanta gente estará suspirando por um raio de sol!
e) Penso em chuvas de outrora…

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Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A expressão “de chuva” indica matéria.
Alternativa B – Correta – A preposição “em” forma uma locução adverbial
de lugar (“em toda a cidade”).
Alternativa C – Incorreta – A expressão “em vão” é uma locução adverbial de
modo.
Alternativa D – Incorreta – “Por um raio de sol” indica causa.
Alternativa E – Incorreta – A preposição “em” na expressão “em chuvas” tem
valor semântico de assunto (penso sobre/a respeito de chuvas).
Gabarito: B

10) VUNESP/Serv/CM Jabo/2015


Leia a manchete a seguir, publicada em um portal de notícias, e assinale a
alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
Morador flagra suposto descarte de entulho na zona sul de Ribeirão Preto
Restos __________ poda e entulhos seriam deixados em terreno ______
condomínios. Administradora diz ter aval da prefeitura _____ descarte, mas
governo nega.
(http://goo.gl/d4aqut. Adaptado)
a) com … até … em
b) por … de … até
c) de … por … para
d) por … por … com
e) de … para … em
Comentários:
Item I – Nesta lacuna, a preposição correta é DE, a fim de indicar matéria.
Item II – Devemos preencher a segunda lacuna com a preposição POR indicando
a autoria ou o agente da ação.
Item III – A preposição PARA é necessária a fim de indicar o sentido de
finalidade.
Gabarito: C

11) IBFC/Ag PJ/PC-SE/2014


Texto I

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Ética e moral: que significam?


(Leonardo Boff)
Face à crise generalizada de ética e de moral, importa resgatar o sentido
originário das palavras. Ética e moral é a mesma coisa? É e não é.
1. O significado de ética
Ética é um conjunto de valores e princípios, de inspirações e indicações que
valem para todos, pois estão ancorados na nossa própria humanidade. Que
significa agir humanamente?
O primeiro princípio do agir humano, chamado por isso de regra de ouro, é
esse: “não faças ao outro o que não queres que te façam a ti". Ou
positivamente: “faça ao outro o que queres que te façam a ti". Esse princípio
áureo pode ser traduzido também pela expressão de Jesus, testemunhada
em todas as religiões: “ama o próximo como a ti mesmo". É o princípio do
amor universal e incondicional. Quem não quer ser amado? Quem não quer
amar? Alguém quer ser odiado ou ser tratado com fria indiferença? Ninguém.
Outro princípio da humanidade essencial, é o cuidado. Toda vida precisa de
cuidado. Um recém-nascido deixado à sua própria sorte morre poucas horas
após. O cuidado é tão essencial que, se bem observarmos, tudo o que
fazemos vem acompanhado de cuidado ou falta de cuidado. Se fazemos com
cuidado, tudo pode dar certo e dura mais. Tudo o que amamos também
cuidamos.
A ética do cuidado hoje é fundamental: se não cuidarmos do planeta Terra,
ele poderá sofrer um colapso e destruir as condições que permitem o projeto
planetário humano. A própria política é o cuidado para com o bem do povo.
Outro princípio reside da solidariedade universal. Se nossos pais não fossem
solidários conosco quando nascemos e nos tivessem rejeitado, não
estaríamos aqui para falar de tudo isso. Se na sociedade não respeitamos as
normas coletivas em solidariedade para com todos, a vida seria impossível.
A solidariedade para existir de fato precisa sempre ser solidariedade a partir
de baixo, dos últimos e dos que mais sofrem. A solidariedade se manifesta
então como com-paixão. Com-paixão quer dizer ter a mesma paixão que o
outro, alegrar-se com o outro, sofrer com o outro para que nunca se sinta
só em seu sofrimento, construir junto algo bom para todos.
Pertence também à humanidade essencial a capacidade e a vontade de
perdoar. Todos somos falíveis, podemos errar involuntariamente e prejudicar
o outro conscientemente. Como gostaríamos de ser perdoados, devemos
também nós perdoar. Perdoar significa não deixar que o erro e o ódio tenham
a última palavra. Perdoar é conceder uma chance ao outro para que possa
refazer as relações boas.

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Tais princípios e inspirações formam a ética. Sempre que surge o outro


diante de mim, aí surge o imperativo ético de tratá-lo humanamente. Sem
tais valores a vida se torna impossível.
Por isso, ethos, donde vem ética, significava para os gregos, a casa. Na casa
cada coisa tem seu lugar e os que nela habitam devem ordenar seus
comportamentos para que todos possam se sentir bem. Hoje a casa não é
apenas a casa individual de cada pessoa, é também a cidade, o estado e o
planeta Terra como casa comum. Eis, pois, o que é a ética. Vejamos agora
o que é moral.
2. O significado de moral
A forma concreta como a ética é vivida, depende de cada cultura que é
sempre diferente da outra. Um indígena, um chinês, um africano vivem do
seu jeito o amor, o cuidado, a solidariedade e o perdão. Esse jeito diferente
chamamos de moral. Ética existe uma só para todos. Moral existem muitas,
consoante as maneiras diferentes como os seres humanos organizam a vida.
Vamos dar um exemplo. Importante é ter uma casa (ética). O estilo e a
maneira de construí-la pode variar (moral). Pode ser simples, rústica,
moderna, colonial, gótica, contanto que seja casa habitável. Assim é com a
ética e a moral.
Hoje devemos construir juntos a Casa Comum para que nela todos possam
caber inclusive a natureza. Faz-se mister uma ética comum, um consenso
mínimo no qual todos se possam encontrar. E ao mesmo tempo, respeitar
as maneiras diferentes como os povos organizam a ética, dando origem às
várias morais, vale dizer, os vários modos de organizar a família, de cuidar
das pessoas e da natureza, de estabelecer os laços de solidariedade entre
todos, os estilos de manifestar o perdão.
A ética e as morais devem servir à vida, à convivência humana e à
preservação da Casa Comum, a única que temos que é o Planeta Terra.
(Disponível em:
http://www.leonardoboff.com/site/vista/outros/etic...Acesso
em:07/10/2014)

Considerando o contexto, ao fazer uso do hífen na grafia do vocábulo destacado


em “A solidariedade se manifesta então como com-paixão” (5°§), o autor
pretendeu destacar o sentido que é apreendido pelo prefixo. Tal valor está mais
bem explicitado pela noção de:
a) meio
b) causa
c) companhia
d) instrumento

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Comentários:
Alternativa A – Incorreta – Ex. Falei com ele pelo telefone.
Alternativa B – Incorreta – Ex. Fiz tudo aquilo por você. Morreu de medo.
Alternativa C – Correta – Ex. Ele chegou com a sua amiga.
A banca considerou na expressão o valor semântico de companhia (com-paixão
= com ela = em companhia da paixão).
Outro valor semântico relacionado à expressão seria o de MODO. Eis um
exemplo de valor semântico de modo: Fez tudo com amor (de forma amorosa).
Alternativa D – Incorreta – O valor semântico de instrumento está mais ligado
a algum instrumento físico, material com o qual se executa alguma ação.
Ex. Consertei o carro com um alicate. Cortei o papel com uma tesoura. Escrevia
a carta a lápis.
Gabarito: C

12) IBFC/EBSERH/Técnico em Contabilidade/2015


TEXTO
Plataforma
O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe
o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se
transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia
ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil
pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas
noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito
pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade
durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua
reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem
muito banheiro...
Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala
sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem
vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de
antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer
outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas
à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o
minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo
doido.
Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando
"Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma
ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não
pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando

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passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida,
percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o
assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval
de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval
nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas
dos leitores aqui do jornal.
Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011)
transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de
pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes,
de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no
período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com
mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito
a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se
paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão
poucas?"
Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra
e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito
organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar
o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.
(Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)

Em “Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância,


quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de
menos”, o termo em destaque tem os corretos comentários morfológicos e
semânticos indicados em:
a) Advérbio de tempo; indica uma referência ao momento atual vivido pelo
Carnaval.
b) Pronome indefinido; expressa vagamente o momento da ação.
c) Advérbio de tempo; indica uma referência exclusiva ao momento de escrita
da crônica.
d) Advérbio de modo; destaca a pouca relevância das passistas na atualidade.
e) Advérbio de afirmação: realça a imagem negativa das passistas, nos tempos
atuais, incluindo o autor nesse grupo que lhes nega importância.
Comentários:
Alternativa A – Correta – O termo “agora” é um advérbio de tempo e podemos
perceber que ele foi utilizado na frase com esse mesmo valor semântico. Ele
refere-se ao momento do carnaval, o que é ratificado pelas expressões que o
substituem: “quando passistas não têm a menor importância” e “quando eles
mal são vistos na avenida”.

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Alternativa B – Incorreta – São exemplos de pronomes indefinidos: alguns,


vários, muitos, tantos e etc. Estes são vagos e imprecisos, o que não acontece
com o advérbio “agora”.
Alternativa C – Incorreta – As expressões “quando passistas não têm a menor
importância” e “quando eles mal são vistos na avenida” indicam que o autor
refere-se ao período do carnaval a que ele se refere no texto.
Alternativa D – Incorreta – São exemplos de advérbios de modo: bem, mal,
assim, pior, melhor, depressa, devagar, calmamente, pacientemente e etc.
Alternativa E – Incorreta – Não há qualquer sentido de afirmação no termo
destacado. Reveja alguns advérbios de afirmação: sim, indubitavelmente,
certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente,
realmente, deveras e etc.
Gabarito: A

13) IBFC/EBSERH/Engenheiro de Segurança do Trabalho/2015

No trecho “na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na


dissonância do outono; no conforto do inverno;", as palavras em destaque, no
contexto em que se encontram, podem ser classificadas, morfologicamente,
como:
a) verbos
b) adjetivos
c) advérbios
d) pronomes
e) substantivos
Comentários:

Alternativa A – Incorreta – Os verbos indicam ações.

Alternativa B – Incorreta – Os adjetivos qualificam os nomes.

Alternativa C – Incorreta – Os advérbios modificam os verbos, adjetivo ou


outros advérbios.

Alternativa D – Incorreta – Os pronomes são termos que substituem ou


acompanham os nomes.

Alternativa E – Correta - As palavras “floração”, “abuso” “dissonância” e


“conforto” são nomes ou substantivos.

Gabarito: E

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14) IBFC/Técnico Contábil/MGS/2016

Texto II

A classe gramatical da palavra “meio”, presente na tira acima é:


a) numeral
b) adjetivo
c) substantivo
d) advérbio
Comentários:
Alternativa A – Incorreta –
NÃO CONFUNDIR o numeral fracionário “meia” com o advérbio “meio”.
Exemplo:

• Ela comeu meia melancia. (comeu a metade da melancia)

• Ela ficou com a barriga meio cheia após comer a melancia.


Repare que “meio” é advérbio de intensidade, portanto INVARIÁVEL,
significando “um pouco”. Aqui, não cabe a palavra “meia”, ok?
Alternativa B – Incorreta – No exemplo acima, “Ela comeu meia melancia”, o
numeral “meia” tem valor adjetivo, embora seja, a rigor, um numeral.
Alternativa C – Incorreta – meio (substantivo) = forma, maneira;
Ex. Aquele é o seu meio de vida
Alternativa D – Correta – A palavra “meio” foi utilizada no sentido de um pouco
(AAV de intensidade).
Gabarito: D

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15) FGV / Aux. Leg. Op. / ALE-MA / Bombeiro Hidráulico /


2013
A Lei seca
A nova Lei Seca ajudou a reduzir o número de mortes nas estradas
federais no feriado de Páscoa, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda está
em alerta para a principal causa de óbitos nas rodovias brasileiras: a colisão
frontal. Com o objetivo de reduzir esse tipo de acidente, o governo planeja
aprovar um pacote de medidas ainda este mês no Congresso, endurecendo
multas e reforçando a fiscalização, a exemplo do que ocorreu em dezembro para
coibir a mistura entre álcool e direção.
Segundo a PRF, a Lei Seca por si só não é capaz de reduzir a colisão
frontal, porque esse tipo de acidente é resultado de outros fatores, como a
disposição das estradas brasileiras e a imprudência dos motoristas, mesmo sem
consumo de álcool. Além disso, a fiscalização é dificultada, já que a colisão pode
ocorrer em qualquer ponto ao longo das rodovias, principalmente na zona rural,
onde a maioria conta com apenas uma pista para ida e outra para volta.
"É um acidente muito fatal. Se vem um carro a 100 km/h e outro, no
sentido oposto, também a 100 km/h, é a mesma coisa que pegar um carro e
bater num muro de concreto a 200 km/h", afirma o inspetor da PRF Stênio Pires.
"Por isso que nós queremos endurecer a legislação. É praticamente um
homicídio, correndo o risco de matar uma pessoa de uma forma muito cruel",
completa.
Em 2011, foram 2.652 mortes nesse tipo de acidente, quase 2.200 em
zona rural. Segundo a PRF, apesar de representar 3,5% dos acidentes, essa
modalidade provoca 40% dos óbitos. Os números de 2012 ainda estão sendo
auditados e não foram divulgados, mas a instituição utiliza dados dos últimos
feriados para avaliar que a Lei Seca não conseguiu inibir essas mortes nas
estradas federais.
(Rosane d’Agostino)
O substantivo “imprudência” está ligado ao adjetivo “imprudente”.
Entre os substantivos e adjetivos a seguir, assinale a correspondência incorreta.
a) Lei / Legal
b) Morte / Mortal
c) Acidente / Acidental
d) Álcool / Alcoolismo
e) Rodovia / Rodoviário
Comentários:

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Observe que em quatro alternativas há um substantivo e um adjetivo derivado


daquele. No entanto, em uma delas, há dois substantivos. Conseguiu
identificar? Vou comentar a questão com exemplos fictícios.
Alternativa A – Incorreta – Ex. Ato legal - “Legal” qualifica o nome “ato”, logo
é adjetivo.
Alternativa B – Incorreta – Ex. Golpe mortal - “Mortal” qualifica “golpe”, logo
é adjetivo.
Alternativa C – Incorreta – Ex. Lance acidental - “Acidental” qualifica “lance”,
logo é adjetivo.
Alternativa D – Correta – Ex. O alcoolismo mata muitas pessoas. Note que o
termo “alcoolismo” não qualifica qualquer termo, ele é um substantivo, sujeito
da oração, pois é ele quem exerce a ação.
Alternativa E – Incorreta – Ex. Policial rodoviário - “Rodoviário” qualifica o
substantivo “policial”, logo é adjetivo.
Gabarito: D

16) FGV / Analista Legislativo / SEN / Apoio Técnico e


Administrativo / Tradução e Interpretação / 2008
Constituição à brasileira
Vinte anos. Congresso superlotado, emoção quase palpável, o presidente
da Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, 71, muito à vontade, no auge da
glória, expressão de felicidade no rosto altivo, termina vigoroso discurso. De pé,
ergue os longos braços para exibir um livro de 292 páginas, capa verde-
amarela, 245 artigos e 70 disposições transitórias, que chama de Constituição
Cidadã, porque acha que recuperará como cidadãos milhões de brasileiros.
"Mudar para vencer! Muda, Brasil!", grita entusiasmado.
Foram 20 meses de muito poder, palco iluminado, pressão, choques,
trabalho extenuante, abertura à participação popular. Esperava muito da Carta,
seu maior feito. E também a Presidência da República.
De outubro a dezembro de 1988, em ambiente nacional de sinistrose e
medo de hiperinflação, funcionou o chamado "pacto social", reunindo governo,
empresários, trabalhadores e, no fim, políticos. Espaço de diálogo e negociação.
Deu certo. Os entendimentos foram essenciais para amenizar o impacto inicial
da Constituição.
A convocação da Assembléia Nacional Constituinte ganhara força na reta
final da ditadura. Tancredo Neves, candidato a presidente, prometera fazê-lo.
Hábil, usava o compromisso para se desvencilhar de questões embaraçosas.
Seu eventual mandato seria de quatro, cinco ou seis anos? "Será o que a
Constituinte fixar." Um dia, na intimidade, perguntei: "Seis anos, doutor
Tancredo?". "Muito", respondeu. "Quatro?". "Pouco." Indispensável, mas

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também fonte de instabilidade, a Constituinte podia quase tudo. Quando foi


instalada, fevereiro de 1987, o presidente Sarney me disse que, apesar de tema
conjuntural, a duração de seu mandato ocuparia o centro das atenções. Tinha
certeza de que iam politizar o assunto. Coisas da política, do poder e da paixão.
Havia forte enxame de moscas azuis no Congresso Nacional, muitos
presidenciáveis. Difícil governar com inflação alta, economia em baixa e um
suprapoder em cima.
No Palácio do Planalto, inesgotável romaria de parlamentares, parte de
nariz empinado, salto 15 ou mais, exalando poder e importância.
A questão do mandato realmente pegou fogo. Em 15/11/1987, um
domingo, a Comissão de Sistematização votou quatro anos para Sarney. A terra
tremeu no Plano Piloto. Final da manhã, telefonema do general Ivan de Souza
Mendes, ministro-chefe do SNI. Está ansioso e preocupado. Pede que eu vá
depressa ao Palácio da Alvorada, residência presidencial.
Meia hora depois, encontro lá o presidente Sarney, os ministros militares
e muitos civis. Dia tenso, perigoso. Grande atividade, agitação, nervosismo. O
presidente ouvia muito e falava pouco. Aguentou firme. Não arredou pé do
compromisso democrático. Começo da noite, li nota à imprensa, em que ele
reafirmava o respeito a todas as decisões que viessem a ser adotadas pela
Constituinte. Inclusive eleições em 1988.
No final do processo, acirrada disputa da duração do mandato e do
sistema de governo. Deu presidencialismo e cinco anos. Mas a alma
parlamentarista ficou, como mostra, por exemplo, o instituto das medidas
provisórias, inspirado no parlamentarismo italiano. Abundante remessa de
matérias polêmicas para a legislação infraconstitucional permitiu aprovar o texto
definitivo em 23/9/1988. Conforme pesquisa do jurista Saulo Ramos, precisava
de 289 leis de concreção, sendo 41 complementares.
A nova Carta serviu bem ao país? Críticos dizem que é irrealista, rica em
contradições e ambiguidades, economicamente desequilibrada e anacrônica,
excessiva em matérias e detalhamentos, mas repleta de lacunas. Que provocou
o maior desastre fiscal da história brasileira, induzindo a disparada do déficit
público, da dívida interna e da carga tributária.
Afirmam que as imperfeições sufocaram o Congresso. Citam o advento
de 56 emendas, 69 leis complementares, além de milhares de propostas de
emenda rejeitadas ou em tramitação.
Também exuberante demanda de interpretações ao STF e implacável
bombardeio de medidas provisórias.
Aspas para Sarney: "Logo, logo se viu que a Constituição Cidadã criava
mais direitos que obrigações, mais despesas que fontes de recursos. Um dos
efeitos danosos foi a necessidade de emendá-la continuamente. A cada emenda,
o governo se torna refém da parte menos nobre do Congresso."

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Ela fez bem à nação? Politicamente, sim. Completou a transição, é


profundamente democrática, assegurou o Estado de Direito. Tem muitas
virtudes. A mais abrangente de todas, trouxe avanços notáveis em campos
como o dos direitos e das garantias individuais, liberdades públicas, meio
ambiente, fortalecimento do Ministério Público, regras de administração pública,
planejamento e Orçamento, nas cláusulas pétreas.
Seu coração, feito de democracia, de cidadania e de esperança, não
perdeu a identidade.
(Ronaldo Costa Couto. Folha de São Paulo, 7 de outubro de 2008.)

Assinale a alternativa em que se tenha correta passagem para o plural da forma


capa verde-amarela, alterando-se a cor.
a) capas cinzas-chumbo
b) capas amarelo-canários
c) capas cinza-claro
d) capas rosa-claras
e) capas azuis-bebês
Comentários:
LEIA sempre O ENUNCIADO da questão ANTES DE LER O TEXTO!
Caso precise ler o texto, já saberá onde focar a atenção. Vamos em frente!!!

O plural correto de capa verde-amarela seria capas verde-amarelas,


pois são dois adjetivos formando uma palavra composta (adjetivo+adjetivo) e
nesse caso apenas a última é flexionada.
Alternativa A – Incorreta – O plural de capa cinza-chumbo é capas cinza-
chumbo. O termo “cinza” significa cor de cinza e “chumbo” cor de chumbo,
assim como azul-marinho = azul cor de mar, todos são invariáveis.
Alternativa B – Incorreta - É o mesmo caso do item anterior (amarelo cor de
canário), portanto, invariável.
Alternativa C – Correta – CUIDADO! Embora o plural esteja correto, a
alternativa NÃO responde à questão, pois o plural não se forma da mesma forma
do termo “capas verde-amarelas”, como pede o enunciado. Lembre-se que a
palavra “cinza” quer dizer “cor de cinza”, portanto é invariável.
Vamos revisar:
No plural de adjetivos compostos formados por adjetivo + adjetivo, flexiona-
se apenas o último termo.
Ex. capa azul-clara – capas azul-claras
Exceções:

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OBSERVAÇÃO:
As cores cinza, laranja, rosa, significam cor de rosa, cor de laranja, cor de
cinza, assim como marinho, celeste, significam cor de mar e cor de céu, todos
eles DERIVAM DE SUBSTANTIVO e são invariáveis.
Alternativa D – Incorreta – O plural correto seria da mesma foma da alternativa
anterior - capas rosa-claro.
Alternativa E – Incorreta – Seria correta a grafia: capas azul-bebê.
Temos apenas uma alternativa com plural correto, no entanto difere do
plural de “verde-amarelo”, como solicitado na questão. No entanto, não dá para
brigar com o examinador. Vá no “menos errado”.
Gabarito: C

17) FGV/Analista Legislativo/SEN/Apoio Téc. e


Administrativo/Administração/2008
Terra, território e diversidade cultural
O voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre a reserva Raposa/Serra do
Sol evidencia a oportunidade de deixarmos para trás os resquícios de uma
mentalidade colonial e termos um avanço histórico, rumo a uma política
contemporânea que contemple o diálogo produtivo entre as diversas etnias e
culturas que compõem um país de dimensões continentais como o Brasil. O voto
deixa claro, ainda, que o respeito ao espírito e à letra da Constituição de 1988
é o caminho.
O relator trouxe à luz o direito inalienável e imprescritível dos índios de
viver nas terras que tradicionalmente ocupam e de acordo com suas próprias
culturas. Trouxe, também, o valor de sua contribuição na formação da
nacionalidade brasileira.
O ministro mostrou que a afirmação das culturas dos primeiros enriquece
a vida de todos nós. Basta lembrar o quanto sua relação positiva com a natureza
tem ajudado na existência da floresta e da megadiversidade brasileira como um
todo. Quem convive com eles sabe que os indígenas cooperam com as Forças
Armadas para proteger a floresta de usos ilegais e ajudam no monitoramento
das fronteiras.
Dois pontos, entre vários outros relevantes abordados pelo voto do
ministro, merecem destaque por suas implicações para a cultura brasileira. Em
primeiro lugar, a distinção entre terra e território, que expressa a maneira
sofisticada e inovadora por meio da qual a Constituição de 1988 solucionou
juridicamente a relação entre as sociedades indígenas e o ambiente em que
vivem.
É sabido que a terra não pertence aos índios; antes, são eles que
pertencem à terra. Por isso mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a

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anterioridade dessa relação ao regime de propriedade, concedeu-lhes o usufruto


das terras que ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e conferiu ao
Estado o dever de zelar pela sua integridade. A Constituição de 1988 selou a
convivência harmoniosa entre duas culturas, uma que reconhece e outra que
não reconhece a apropriação da terra pelos homens.
O segundo ponto refere-se à relação entre terra e cultura, que concerne
à continuidade do território ou sua fragmentação em ilhas. Quem conhece a
questão indígena no Brasil sabe que o rompimento da integridade territorial
implica a morte do modo de vida e, portanto, da cultura e do modo de ser do
índio.
Se, em séculos passados, acreditou-se que os índios eram um arcaísmo,
não é mais possível nem tolerável sustentar tal ponto de vista no século 21. Não
só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos povos
tradicionais para o futuro da humanidade, precisamente em virtude de sua
relação específica com a terra e a natureza, mas também porque a sociedade
do conhecimento, acelerada construção, não pode prescindir da diversidade
cultural para seu próprio desenvolvimento.
Na era da globalização, da cibernetização dos conhecimentos, das
informações e dos saberes, não faz mais sentido opor o tradicional ao moderno,
como se este último fosse melhor e mais avançado que o primeiro. Com efeito,
proliferam na cultura contemporânea, de modo cada vez mais intenso, os
exemplos de processos, procedimentos e produtos que recombinam o moderno
e o tradicional em novas configurações.
Se a China e a Índia hoje surgem no cenário internacional de modo
surpreendente, é porque sabem articular inovadoramente a cultura ocidental
moderna com seus antiqüíssimos modos de pensar e agir, demonstrando que o
desenvolvimento não se dá mais em termos lineares e que o futuro não se
desenha desprezando e recalcando o passado.
Por isso, o Brasil cuja singularidade se caracteriza tanto por sua
megadiversidade biológica quanto por sua grande sociodiversidade e rica
diversidade cultural, precisa urgentemente reavaliar esse patrimônio. Temos
trabalhado com os povos indígenas no Ministério da Cultura e promovido a
diversidade cultural como valor e expressão de uma democracia mais plena, em
que cenas como a defesa da advogada indígena Joênia Batista de Carvalho
Wapichna se tornem mais que exceções históricas.
A soberania não se constrói com fantasmas nem paranóias, mas com a
atualização de nossas forças e nossos potenciais. O ministro Ayres Britto tem
razão ao sublinhar que não precisamos de outro instrumento jurídico além da
Constituição de 1988.
(Juca Ferreira e Sérgio Mamberti. Folha de São Paulo, 9 de setembro de 2008)

Assinale a alternativa em que o termo indicado não tenha valor adjetivo.


a) claro

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b) mais
c) diversas
d) dos índios
e) Dois
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – o termo “claro” refere-se à oração que vem em
seguida. Podemos compreender melhor da seguinte maneira: “O voto deixa isso
claro”. Logo, tem valor adjetivo.
Alternativa B – Correta – O termo “mais” é advérbio que modifica o adjetivo
“avançado” (imprime um grau aumentativo à palavra “avançado”).
Alternativa C – Incorreta – A palavra “diversas” é pronome indefinido, assim
como “muitas”. Tem valor adjetivo, pois não substitui o nome, mas acompanha
e o determina “etnias e culturas”.
Alternativa D – Incorreta – O termo “dos índios” qualifica o substantivo
“direito”, portanto tem valor adjetivo.
Alternativa E – Incorreta – Mesmo sendo um numeral, o termo “dois” tem valor
adjetivo, pois acompanha o substantivo “pontos”, determinado-o.
Gabarito: B

18) FGV / ACI / SEFAZ RJ / 2011


Cidadania e Responsabilidade Social do Contador como agente da
conscientização tributária das empresas e da sociedade
Entende-se que a arrecadação incidente sobre os diversos(e) setores
produtivos é necessária para a manutenção da máquina governamental, para a
sustentação do Estado em suas atribuições sociais e para aplicação na melhoria
da qualidade de vida da população. É imprescindível que a tributação seja
suportável e mais bem distribuída e que contribuam com justiça e se beneficiem
dessa contribuição.
A conjuntura atual exige maior qualificação em todas as áreas do
conhecimento; assim, a profissão contábil deve despertar para a
conscientização tributária. Conceitos como parceria e corresponsabilidade no
sistema tributário somente podem ser efetivados se a sociedade como um todo
estiver mais esclarecida e comprometida. Apresentar alguns(b) fatores como a
falta de conscientização tributária e participação cidadã pode representar um
alerta, mas não é o suficiente(a).
Ao analisar o progresso da humanidade, percebe-se que o
desenvolvimento social e econômico foi possível porque o homem sistematizou
formas de organização entre os povos. A necessidade de organização fez com
que o Estado se tornasse o elemento direcionador desse processo. E, como

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forma de se autofinanciar, criou o tributo a fim de possibilitar as condições


mínimas de sobrevivência para a sociedade civil. E, como partícipe e ponto
referencial de controle, exatidão e confiança, surgiu o profissional contábil.
O contador aqui citado na forma masculina sem querer suscitar questões
de gênero não pode mais ser visto como o profissional dos números, e sim um
profissional que agrega valor, espírito investigativo, consciência crítica e
sensibilidade ética. Se a atual conjuntura exige maior qualificação profissional,
o conhecimento contábil deve transcender o processo específico e visualizar
questões globais pertinentes ao novo mundo do trabalho, que exige criatividade,
perfil de empreender e habilidade de aprender, principalmente nas relações
sociais.
Sendo assim, alguns conceitos tornam-se essenciais para estabelecer a
relação entre Estado, sociedade, empresa e o contador. O Estado tem por
missão suprir as necessidades básicas da população; assim, sua eficiência e
transparência tornam-se mister do processo.
Entre a sociedade, a empresa e o Estado, está o profissional contábil,
que, por sua(c) vez, é o elo entre Fisco e contribuinte. É de fundamental
importância que esse profissional aprimore seu entendimento tributário,
percebendo sua necessidade. Ratifica-se, assim, o conceito de que a
conscientização tributária pode representar um ponto de partida para a
formação cidadã como uma das formas eficazes de atender às demandas
sociais, com maior controle sobre a coisa pública.
É dever do Estado manter as necessidades básicas da população; e, para
isso, são impostas obrigações. Os contribuintes, porém, não possuem apenas
deveres, mas também plenos direitos.
Se o Fisco aqui referenciando-se o estadual é por demais significativo
para o funcionamento da máquina administrativa, sua eficiência e transparência
tornam-se mister do processo. Nesse sentido, se a evasão tributária é uma
doença social, seu combate ou tratamento não pode ficar restrito aos seus
agentes; é necessário o envolvimento de toda a sociedade. Entretanto,
interesses diversos sempre deixaram a sociedade à margem do processo, como
se ela não precisasse participar de forma efetiva das decisões econômicas e, em
contrapartida, contribuir de forma direta e irrestrita para a própria(d)
sustentação.
(...)
(Merlo, Roberto Aurélio; Pertuzatti, Elizandra. Disponível em
<www.rep.educacaofiscal.com.br/material/fisco_contador.pdf>. Com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, NÃO desempenhe papel adjetivo.


a) suficiente
b) alguns
c) sua

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d) própria
e) diversos
Comentários:
Alternativa A – Correta – O termo “suficiente” pode ser adjetivo quando
acompanha e qualifica um substantivo. Neste caso, ele assume valor de
substantivo, sendo determinado pelo artigo “o” (o suficiente). Veja o capítulo
sobre artigos!
Alternativa B – Incorreta – O pronome “alguns” tem valor adjetivo, pois
acompanha o substantivo “fatores” determinando-o. (Note que poderíamos ter
muitos, poucos, nenhum, mas temos “alguns”.)
Alternativa C – Incorreta – Tem valor adjetivo, pois determina o substantivo
“vez” (Que vez?? A sua.).
Alternativa D – Incorreta – Qualifica o nome “sustentação”, por isso tem valor
adjetivo.
Alternativa E – Incorreta – Faz referência ao termo “setores produtivos”,
quantificando-o de forma imprecisa ou indeterminada. Logo, também tem valor
adjetivo
Gabarito: A

19) FGV / Técnico Legislativo / SEN / Polícia Legislativa /


Policial Legislativo Federal / 2008
Maldades contra Machado
Entre os terríveis efeitos da crise econômica global está o de prejudicar
as festividades relativas ao centenário da morte de Machado de Assis, ocorrido
na segunda-feira 29 de setembro, quando os mercados desabaram no mundo
inteiro.
Não é a primeira vez, nem a segunda, que Machado de Assis se vê
atropelado pelos eventos da economia.
A primeira humilhação mais fundamental teve a ver com o patrimônio
que deixou para seus herdeiros. Em julho de 1898, temendo por sua saúde,
escreveu um testamento, deixando para Carolina, sua esposa, entre outros
bens, 7.000 contos em títulos da dívida pública do empréstimo nacional de
1895. Esses títulos entraram em moratória pouco antes da data desse
testamento.
Em 1906, com a morte de Carolina, Machado escreveu um novo
testamento, declarando possuir não mais 7, mas 12 apólices do empréstimo de
1895, ou seja, as sete originais mais títulos novos que recebeu pelos juros e
principal não pagos.

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A moratória perdurou até 1910, quando a nova herdeira, a menina Laura,


filha de sua sobrinha, começou a receber juros. Em 1914, uma nova moratória
interrompe os pagamentos até 1927, e novamente em 1931. Depois de alguns
pagamentos em 1934, veio um "calote" completo em 1937. Nos 40 anos entre
1895 e 1935, menos de 18% do empréstimo foi amortizado, e os juros foram
pagos apenas em 12 anos.
O Estado a que Machado serviu e honrou ao longo de sua vida devastou-
lhe a herança, a pecuniária ao menos, com essa sucessão de "calotes". E, a
partir de 1943, quando os pagamentos foram retomados, a inflação funcionou
como uma crueldade superveniente, pois os títulos não tinham correção
monetária.
Como se não bastasse a desfeita, ou para tentar uma compensação, em
1987, resolvemos homenagear Machado de Assis em uma cédula de mil
cruzados. A cédula foi colocada em circulação em 29 de setembro de 1987,
exatos 79 anos da morte do escritor, e nesse dia valia pouco menos de US$ 20.
Em 16 de janeiro de 1989, em conseqüência do Plano Verão e da
mudança do padrão monetário, Machado recebe um vergonhoso carimbo
triangular cortando-lhe três zeros: a cédula agora correspondia a um cruzado
novo, que nascia valendo cerca de US$ 1, conforme a cotação oficial. No
"paralelo" valia bem menos.
Em 31 de outubro de 1990, depois de três anos de militância, a cédula
com Machado deixa de circular por valer menos de um centavo de dólar.
Só se pode imaginar o que Machado diria disso tudo.
(Gustavo Franco. Folha de São Paulo, 4 de outubro de 2008.)

Assinale a alternativa em que se encontre um advérbio.


a) terríveis
b) partir
c) menos
d) mais
e) inteiro
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O termo “terríveis” qualifica o substantivo “efeitos”,
logo concluímos que se trata de um adjetivo, ok?
Alternativa B – Incorreta – A palavra “partir” é forma infinitiva do mesmo verbo
e faz parte da locução prepositiva “a partir de” que significa “de agora em
diante”.
Alternativa C – Incorreta – A palavra “menos” é pronome indefinido e é usada
com esse mesmo sentido (menos de...).

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Alternativa D – Correta – A expressão “não mais” tem valor adverbial e


modifica o verbo “possuir”, dando ideia de modificação.
Alternativa E – Incorreta – Semelhante à alternativa A, o termo “inteiro”
qualifica o substantivo “mundo”.
Gabarito: D

20) FGV / Técnico Legislativo / SEN / Policial Legislativo Federal


/ 2008
A palavra centenário corresponde a cem anos.
Assinale a alternativa em que não tenha havido correta associação da noção
temporal à palavra indicada.
a) 400 anos quadringentenário
b) 400 anos quadricentenário
c) 600 anos sesquicentenário - 150anos
d) 150 anos tricinqüentenário
e) 7 anos septenário
Comentários:
Questão raríssima cobrando conhecimentos de numerais.
Alternativa A – Correta – 400 anos
Alternativa B – Correta – 400 anos
Alternativa C – Incorreta – igual a tricinquentenário – 150 anos
(3 x cinquentenário)
Alternativa D – Correta – 150 anos
Alternativa E – Correta – 7 anos
Gabarito: C

21) FGV / AFRE / SEFAZ RJ / 2011


Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica
No Brasil, embora exista desde 1988 o permissivo constitucional para
responsabilização penal das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais
(artigo 225, parágrafo 3º), é certo que a adoção, na prática, dessa possibilidade
vem se dando de forma bastante(b) tímida, muito em razão das inúmeras
deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei 9.605, de 1998, que a
tornam quase que inaplicável neste âmbito.

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A partir de uma perspectiva que tem como ponto de partida os debates


travados no âmbito doutrinário nacional, insuflados pelos também acalorados
debates em plano internacional sobre o tema e pela crescente aceitação da
possibilidade da responsabilização penal da pessoa jurídica em legislações de
países de importância central na atividade econômica globalizada, é possível
vislumbrar que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do rol das
possibilidades desse tipo de responsabilização penal ganhem cada vez mais(a)
espaço no Brasil.
É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas
principalmente, as transnacionais, decorrerá também de ajustamentos de
postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização
penal da pessoa jurídica em seus países de origem. Tais mudanças,
inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas de suas
congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos de
responsabilização em sua matriz.
Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal que
atende diretivas da União Europeia sobre o tema trouxe, no artigo 31 bis, não
só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos que
sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por conta, nome,
ou em proveito delas), mas também estabelece regras de como essa
responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável [...], em
função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades
desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu
nome). A vigência na nova norma penal já trouxe efeitos práticos no cotidiano
acadêmico e empresarial, pois abundam, naquele país, ciclos de debates acerca
dos instrumentos de controle da administração empresarial, promovidos por
empresas que pretendem implementar, o quanto antes(e), práticas
administrativas voltadas à prevenção de qualquer tipo de responsabilidade
penal.
Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se pode
inferir, ganham importância, no espectro de preocupação não só(d) das
empresas estrangeiras situadas no Brasil, mas também das próprias empresas
nacionais, as práticas de criminal compliance.
Tem-se, grosso modo, por compliance a submissão ou a obediência a
diversas obrigações impostas às empresas privadas, por meio da
implementação de políticas e procedimentos gerenciais adequados, com a
finalidade de detectar e gerir os riscos da atividade da empresa.
Na atualidade, o direito penal tem assumido uma função muito próxima
do direito administrativo, isto é, vêm-se incriminando, cada vez mais, os
descumprimentos das normas regulatórias estatais, como forma de reforçar a
necessidade de prevenção de riscos a bens juridicamente tutelados. Muitas
vezes, o mero descumprimento doloso dessas normas e diretivas
administrativas estatais pode conduzir à responsabilização penal de funcionários

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ou dirigentes da empresa, ou mesmo à própria responsabilização da pessoa


jurídica, quando houver previsão legal para tanto.
Assim sendo, criminal compliance pode ser compreendido como prática
sistemática de controles internos com vistas a dar cumprimento às normas e
deveres ínsitos a cada atividade econômica, objetivando prevenir possibilidades
de responsabilização penal decorrente da prática dos atos normais de gestão
empresarial.
No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance previstas
na Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro Lei 9.613, de 3 de março de 1998
que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas que tenham como atividade principal
ou acessória a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros,
compra e venda de moeda estrangeira ou ouro ou títulos ou valores mobiliários,
à obrigação de comunicar aos órgãos oficiais sobre as operações tidas como
"suspeitas", sob pena de serem responsabilizadas penal(c) e
administrativamente.
Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros,
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam
sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas
que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros
segmentos da economia. Trata-se, portanto, de um assunto de relevante
interesse para as empresas nacionais e estrangeiras que atuam no Brasil, bem
como para os profissionais especializados na área criminal, que atuarão cada
vez mais veementemente na prevenção dos riscos da empresa. (...)
(Leandro Sarcedo e Jonathan Ariel Raicher. In: Valor Econômico. 29/03/2011 com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, NÃO tenha valor adverbial.


a) mais
b) bastante
c) penal
d) só
e) antes
Comentários:
Alternativa A – Correta – Note que a palavra “mais”, que neste caso é pronome
indefinido, acompanha e determina o substantivo “espaço”, portanto tem valor
de adjetivo.
Alternativa B – Incorreta – OK, a palavra “bastante” acompanha e modifica o
adjetivo “tímida”, portanto tem função de advérbio.
Alternativa C – Incorreta – OK, a palavra “penal” (penalmente) modifica o
adjetivo “responsabilizadas”. Há uma sequencia de advérbios terminados em
“mente” (penalmente e administrativamente), nesse caso o sufixo pode ser
utilizado no último apenas.

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Alternativa D – Incorreta – OK, o termo “só” tem função adverbial, pois se


trata de uma palavra denotativa de limitação. Esta classe tem grande
similaridade com os advérbios.
Alternativa E – Incorreta – OK, o termo “antes” refere-se ao verbo
“implementar”, portanto também tem função adverbial.
Gabarito: A

22) FGV / AP / TCE-BA / 2014


Desenvolvimento Urbano
As cidades representam o duplo desafio com o qual a União Europeia se
depara atualmente: aumentar a competitividade satisfazendo simultaneamente
determinados requisitos de ordem social e ambiental.
As cidades são os centros da atividade econômica da Europa, assim como
da inovação e do emprego. Mas também elas se debatem com uma série de
problemas, nomeadamente, a tendência para a suburbanização, a concentração
da pobreza e do desemprego em zonas urbanas e os problemas resultantes de
um crescente congestionamento. Problemas tão complexos como esses
requerem imediatamente respostas integradas a nível dos transportes, da
habitação, da formação e do emprego, bem como respostas adaptadas às
necessidades locais. As políticas regional e de coesão europeias têm como
objetivo fazer face a estes desafios.
Foram afetados cerca de 21,1 mil milhões de euros ao desenvolvimento
urbano para o período entre 2007 e 2013, o que representa 6,1% do orçamento
total da política de coesão europeia. Desse montante, 3,4 mil milhões de euros
destinam‐se à reabilitação de sítios industriais e terrenos contaminados, 9,8 mil
milhões de euros a projetos de regeneração urbana e rural, 7 mil milhões de
euros a transportes urbanos limpos e 917 milhões de euros à habitação. Outros
investimentos em infraestrutura nos domínios da investigação e da inovação,
dos transportes, do ambiente, da educação, da saúde e da cultura têm também
um impacto significativo nas cidades.
(Comissão Europeia)

Os advérbios terminados pelo sufixo –mente são formados a partir da forma


feminina dos adjetivos; no texto aparecem quatro desses advérbios:
atualmente, simultaneamente, nomeadamente e imediatamente.
São exemplos visíveis da formação citada:
a) atualmente, simultaneamente e imediatamente.
b) apenas nomeadamente e simultaneamente.
c) apenas nomeadamente e imediatamente.

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d) todos os quatro advérbios.


e) apenas simultaneamente, nomeadamente e imediatamente.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O adjetivo “atual” é masculino e feminino (o
atual/a atual), portanto não se enquadra nos requisitos do enunciado.
Alternativa B – Incorreta – O adjetivo “imediato” tem como feminino “imediata”
de onde deriva o advérbio “imediatamente”. Portanto, não pode ser a letra B.
Alternativa C – Incorreta – “Simultânea” é feminino de “simultâneo” e dela
deriva o advérbio “simultaneamente”.
Alternativa D – Incorreta – Não é possível, pois o advérbio “atualmente” não se
enquadra de maneira visível, como pede o enunciado.
Alternativa E – Correta – O advérbio “nomeadamente” vem do adjetivo
feminino “nomeada”, cujo masculino é “nomeado”. Portanto, a alternativa está
correta.
Gabarito: E

23) FGV/ACI/SEFAZ RJ/2011

(Rodrigo Zoom. http://tirasnacionais.blogspot.com)

Na fala da mãe, há
a) um artigo.
b) dois artigos.
c) três artigos.

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d) cinco artigos.
e) quatro artigos.
Comentários:
Ah (interjeição), filho! Basta ser uma boa pessoa, fazer o bem ao próximo, não
mentir e comer os legumes.
Gabarito: E

24) FGV / ACI / SEFAZ RJ / 2011

Em relação à expressão Putz!, enunciada pelo menino, analise as afirmativas a


seguir:
I. Constitui exemplo de palavra formada por onomatopeia.
II. Classifica-se como interjeição.
III. É exemplo de estrangeirismo.
Assinale
a) se apenas a afirmativa III estiver correta.
b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
c) se todas as afirmativas estiverem corretas.
d) se apenas a afirmativa II estiver correta.
e) se nenhuma afirmativa estiver correta.
Comentários:

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Alternativa A – Incorreto – Não é caso de estrangeirismo, pois não há tal palavra


em língua estrangeira.
Alternativa B – Incorreto – Onomatopeia são palavras que imitam sons de
coisas ou bichos, tal como: au, miau, pow, cocoricó, bang e etc.
Alternativa C – Incorreta – Já vimos que os itens I e III estão errados.
Alternativa D – Correta – É um exemplo clássico de interjeição. Expressa uma
reação de surpresa do filho diante das palavras de sua mãe.
Alternativa E – Incorreta – A alternativa II está correta.
Gabarito: D

VALEU PESSOAL!!!

Dúvidas???

Contactem-me pelo FÓRUM, terei satisfação em respondê-los.

Bons estudos e mantenham o foco!!!

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13 - Lista de Exercícios

1) FCC/TJ/TRE-MS/Administrativa/2007
Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções aqui e ali na literatura,
no teatro ou na música erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em
matéria de grandes manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou
a canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma
densidade raramente obtida por nossos melhores artistas plásticos ou
compositores sinfônicos. Outras artes, ditas “menores”, desempenham um
papel fundamental na cultura brasileira. É o caso da crônica e da telenovela.
Gêneros inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis de
superação artística nem sempre observada em seus congêneres de outros
quadrantes do planeta.
Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério de valoração continua
sendo a norma européia: a epopéia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em
geral. O movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não
se geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, “lá” também –
onde quer que seja esse lugar – nunca floresceu uma canção popular como a
nossa que, sem favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi feito
em matéria de poesia e de melodia no Brasil.
Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente tudo. No conto “Um
homem célebre”, ele nos mostra Pestana, compositor que deseja tornar-se um
Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes de
imenso apelo popular. Morre consagrado – mas como autor pop. Aliás, não foi
à toa que Caetano Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de
Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas “menores” por excelência,
Caetano sempre soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]
O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando para outros campos (e
gramados) da sociedade brasileira. É o caso da consagração do futebol como
esporte nacional, a partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela
imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte.
Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de alguns carnavalescos
é bastante sintomático: eles são os encenadores da mais vista de todas as
nossas óperas, o Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das imensas “qualidades
artísticas” dos desfiles nacionais...
Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em Formação da literatura
brasileira (“Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é
ela, e não outra, que nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção
artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras paragens.
Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim,

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Nássara, Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura. Afinal são


eles, e não outros, que expressam o que somos.
(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106,
(Idéias que desafiam o senso comum)

Brasileiro se realiza em arte menor. (1a frase)


O adjetivo flexionado de maneira idêntica ao do grifado acima está na
expressão:
a) com raras exceções.
b) é bastante sintomático.
c) de imenso apelo popular.
d) grandes manifestações artísticas.
e) por nossos melhores artistas plásticos.

2) FGV/Analista Legislativo/SEN/Informática Legislativa/Análise


de Sistemas/2008
Desafios do crescimento econômico
A crise do sistema financeiro internacional, que ameaça lançar o mundo numa
profunda recessão, revela a importância do papel do governo no funcionamento
da economia em diferentes dimensões, sobretudo na promoção de uma melhor
operação dos mercados, da estabilidade e do crescimento econômico.
Entretanto, após algumas décadas de excessivo crescimento dos gastos
governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros governos,
particularmente em países da América Latina, a eficiência da ação pública
começou a ser questionada.
Novamente vigoravam idéias de que as economias deveriam ser liberalizadas
da ação governamental, de que, quanto menos governo, melhor e de que o
setor privado por si só resolveria todos os problemas.
Na realidade, o que se notou foi uma grande confusão. Em vez de defendermos
um governo eficiente, comprometido com o crescimento econômico, acabamos
por tentar excluir o governo das funções econômicas, esquecendo seu
importante papel. Era muito comum a idéia de que a privatização e a
liberalização dos mercados seriam condições eficientes para que os países
entrassem numa rota de crescimento econômico.
Entretanto, a realidade mostrou que essa bandeira não tem sustentação. A crise
financeira que estamos atravessando e não sabemos ainda suas reais
conseqüências sobre a economia mundial realça um fato inconteste: faltou a

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presença do governo, mediante uma regulação mais ativa do mercado


financeiro.
Recente estudo promovido pela Comissão para o Crescimento Econômico, cujo
objetivo primordial é entender o fenômeno do desenvolvimento com base na
experiência mais exitosa dos países durante as décadas de 1950 a 1980,
transmite informações relevantes para o entendimento do momento que
vivemos, ainda que seu objetivo seja totalmente distinto.
Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes
que os mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem
interferências externas, na alocação dos recursos.
Entretanto, não podemos esquecer que as ações tomadas pelos diversos
agentes econômicos se baseiam em perspectivas de retornos privados e,
portanto, na ânsia de obter tais retornos, mercados como o financeiro podem
gerar instabilidades. O papel da regulação, tarefa que deve ser executada por
autoridades governamentais, não pode ser esquecido.

Por outro lado, apesar da virtude dos mercados, não se pode esquecer que eles
não são garantia para a promoção de desenvolvimento econômico ou a melhor
distribuição de renda.
O relatório da comissão enfatiza o papel do governo no processo de
desenvolvimento econômico, mostrando inicialmente que o processo de
desenvolvimento é um fenômeno complexo e difícil de ser entendido. "Não
damos aos formuladores de políticas públicas uma receita ou uma estratégia de
crescimento. Isso porque não existe uma única receita a seguir."
Mais adiante, afirma: "Não conhecemos as condições suficientes para o
crescimento. Podemos caracterizar as economias bemsucedidas do pós guerra,
mas não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem
os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas."
Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos, especialmente
quando ouvimos as certezas que dominam a maioria dos analistas econômicos
espalhados pelo mundo, em especial quando tratam de fornecer fórmulas
prontas para o crescimento dos países.
A comissão reconhece que a dificuldade do entendimento sobre o fenômeno do
crescimento dificulta a ação governamental na definição das estratégias a serem
seguidas. A recomendação dada é a de que o governo "não deve ficar inerte,
por temor de malograr; os governos devem testar diversos programas e devem
ser rápidos em aprender quando dão errado. Se dão um passo errado, devem
tentar um plano diferente, e não submergir na inação ou recuar."
Outra recomendação dada pela comissão se relaciona com a tentativa de adoção
de receitas prontas de outros países: "Os planos de ação ruins de hoje em geral
são os bons planos de ontem, mas aplicados por tempo demasiado."

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Em suma, a comissão defende um governo crível, comprometido com o


crescimento e eficiente. Um governo forte, capaz de realizar investimentos na
área de educação, saúde e infraestrutura a fim de elevar a rentabilidade dos
investimentos privados.
É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que certamente
poderemos promover o desenvolvimento dos países.
(Carlos Luque. Folha de São Paulo, 30 de setembro de 2008.)

Assinale a alternativa em que a palavra indicada, no texto, se classifique como


advérbio.
a) livre
b) profunda
c) melhor
d) algo
e) após

3) VUNESP/AOJ/TJ SP/Eletricista de Autos/2010


Leia o texto para responder à questão.
Rodar a baiana
Quase todas as expressões que ouvimos ou falamos como – motorista barbeiro,
sem eira nem beira e ganhar de mão beijada – nasceram de alguma situação
do cotidiano. É o caso da expressão rodar a baiana.
Quando alguém diz: pare com isso ou vou rodar a baiana, qualquer pessoa
discreta para na hora ou, pelo menos, toma cuidado. Essa ameaça, na verdade,
consiste em dar um escândalo público.
Mas o que poucos sabem é que rodar a baiana não tem sua origem na Bahia, e
sim na cidade do Rio de Janeiro que, no início do século 20, já era palco de
famosos desfiles de blocos de Carnaval.
No meio desses blocos, alguns espertinhos tascavam beliscões nas nádegas das
moças que desfilavam. Para acabar com o problema, alguns capoeiristas
passaram a se fantasiar de baianas, com direito a saia rodada e turbante na
cabeça. Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe de
capoeira.
As pessoas que assistiam aos desfiles não entendiam nada: só viam a baiana
rodar e começar a confusão.
(Lívia Lombardo, Aventuras na História, junho de 2006. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a palavra destacada na frase tem a função de
adjetivo.

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a) ... qualquer pessoa discreta para na hora...


b) ... a cidade já era palco de famosos desfiles...
c) Para acabar com o problema, alguns capoeiristas...
d) Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe...
e) ... a baiana rodar e começar a confusão.

4) VUNESP/At NP/PC SP/2014


Leia o texto para responder à questão.
Ortotanásia e eutanásia
O que é a vida, afinal? É simplesmente um conjunto de reações bioquímicas?
Ou algo maior, sagrado e eterno? A nossa perplexidade diante desse tema tão
polêmico, que é a eutanásia, advém das incertezas que cercam o sentido da
existência humana.
Sou oncologista e imunologista. Faz 28 anos que busco mais vida com qualidade
para os pacientes com câncer e portadores de Aids com câncer. Os pacientes
que já na primeira consulta me dizem que querem morrer antes de tentar os
tratamentos são exceções. Mas existem. Todos os pacientes, tanto os que
querem enfrentar tratamentos antes de morrer como os que não querem, têm
um elemento comum, que é a falta de esperança, a depressão e o medo do
sofrimento. Independentemente das novas e eficientes técnicas de tratamento,
há instantes em que se perde a batalha contra as doenças. É então que uma
pergunta se faz necessária: até quando é lícito prolongar com medidas artificiais
a manutenção da vida vegetativa? Existe grande confusão entre os diversos
tipos de eutanásia – ou boa morte. Uma é a eutanásia ativa, na qual o médico
ou alguém causa ativamente a morte do indivíduo. Ela é proibida por lei no
Brasil, mas é prática regulamentada, em alguns outros países, como Holanda e
Dinamarca.
Em um outro extremo, há a distanásia que, segundo o especialista em bioética
padre Leo Pessini, “é um procedimento médico que prolonga inútil e
sofridamente o processo de morrer procurando distanciar a morte”. Sou contra
a distanásia. E como seria a verdadeira boa morte? Creio que é aquela
denominada morte assistida que prefiro denominar de ortotanásia. É cuidar dos
sintomas sem recorrer a medidas intervencionistas de suporte em quadros
irreversíveis. É respeitar o descanso merecido do corpo, o momento da limpeza
da caixa preta de mágoas e rancores; é a hora de dizer coisas boas, os
agradecimentos que não fizemos antes. É a hora da despedida e da partida.
Então, talvez possamos acreditar no escritor Jorge Luis Borges: “Morrer é como
uma curva na estrada, é não ser visto”.
(Nise Hitomi Yamaguchi, doutora pela Faculdade de Medicina da USP. Folha de
S.Paulo, Tendências/Debates, 26 de março de 2005. Adaptado)

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Assinale a alternativa em que a palavra em destaque na frase pertence à classe


dos adjetivos (palavra que qualifica um substantivo).
a) ... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
b) Ela é proibida por lei no Brasil,...
c) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eutanásia...
d) E como seria a verdadeira boa morte?
e) prolonga o processo de morrer procurando distanciar a morte.

5) VUNESP/Serv/CM Jabo/2015
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Mentem como respiram
Conheço inúmeras pessoas que mentem. Para falar a verdade, mente-se por
qualquer motivo: as pessoas ficam com vergonha quando estão doentes e dizem
que estão ótimas; comentam que a amiga está bem vestida, quando acham um
horror; elogiam alguém que emagreceu, para comentar nas costas que continua
gordíssima. Eu mesmo minto: digo que vou viajar ou reclamo que não me sinto
bem e fujo de um compromisso; finjo para mim mesmo que, no próximo mês,
começo um regime e perderei a barriga.
Ultimamente, tento parar com isso. Se me convidam, digo que não posso. Se
vou a uma peça de teatro e não gosto, digo que não gostei. Sempre dá errado,
a pessoa preferia uma mentira. A franqueza, descobri, é muito malvista. Até
considerada falta de educação.
Quantas mães e avós são assassinadas por empregados que querem faltar ao
trabalho? Outros dizem que estão doentes. E por aí vai. A psicologia forjou um
termo para designar aquele que faz da mentira um hábito: síndrome de
Münchausen. Os mentirosos inventaram outro: “mentira branca”, aquela que
não prejudica ninguém. Para mim, não existe a tal “mentira branca”. Tem gente
que mente como respira. Mentira é mentira, e a tal “mentira branca” é só uma
mentira a mais.
(Walcyr Carrasco. http://epoca.globo.com. Adaptado)
Nos trechos – … comentam que a amiga está bem vestida… – e – Sempre dá
errado… – os termos destacados indicam, correta e respectivamente,
a) lugar e tempo.
b) modo e tempo.
c) dúvida e intensidade.
d) intensidade e tempo.
e) modo e intensidade.

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6) VUNESP/ContJ/TJ SP/2015
Leia o texto para responder à questão.
O vilão da história
É um fato incontornável: o planeta passa por um aquecimento global intenso, e
a maior parte da responsabilidade pelo descompasso do clima é do ser humano.
Com fábricas, carros e o desmatamento generalizado de habitats, multiplicamos
por 180 a quantidade de CO2 na atmosfera desde a Revolução Industrial, motor
do efeito estufa, responsável pelo aumento de 0,8 grau na temperatura da
Terra. Parece pouco, mas foi o suficiente para consolidar um caos climático que
se agrava: o calor elevado faz com que eventos extremos, como tempestades
e secas duradouras, sejam cada vez mais frequentes. Em 2014, o ano mais
quente desde que começaram os registros, em 1880, a situação só piorou.
Nesse contexto, cabe, portanto, a pergunta: a falta de chuvas e o calorão do
início de janeiro no Sudeste brasileiro são também filhos do aquecimento global?
Climatologistas dizem não ter certeza, pois dependem de projeções de longo
prazo para responder. Ou seja, precisam esperar para verificar se a situação se
repete por muitos anos ou se trata de uma anomalia, provocada por algum
fenômeno climático pontual e ainda desconhecido. Mas, afastada a
minuciosidade exigida por comprovações científicas, é concebível concluir que o
aquecimento planetário está na origem da seca. E, se essa é a resposta, pode-
se esperar por tempos ainda mais áridos nas próximas décadas.
Trata-se de uma lógica cujo desfecho é um cenário de contornos assustadores,
com evidentes repercussões econômicas, e que alguns, com certo exagero,
denominam de apocalípticos.
(Veja, 28.01.2015. Adaptado)
Na passagem – ... provocada por algum fenômeno climático pontual e ainda
desconhecido. – (segundo parágrafo), o advérbio em destaque expressa
circunstância de
a) dúvida e, nesse contexto, equivale a “provavelmente”.
b) afirmação e, nesse contexto, equivale a “indubitavelmente”.
c) negação e, nesse contexto, equivale a “absolutamente”.
d) concessão e, nesse contexto, equivale a “apesar disso”.
e) tempo e, nesse contexto, equivale a “até agora”.

7) VUNESP/Dir Esc/Pref Itápolis/2016


Leia o texto “Carnes vivas”, de João Pereira Coutinho, e responda à questão.

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Tive uma infância de príncipe. Passei longas horas na rua, sem supervisão
parental, a me aventurar. Isso na cidade.
No campo, o cardápio era melhor. Parti o braço (uma vez) e o pulso (idem).
Tudo porque teimava em subir nas árvores. E, por falar em árvores, cheguei a
construir uma casa rudimentar no cimo de uma oliveira que aguentou apenas
duas horas. Findas as duas horas, já eu estava no chão, com os joelhos em
carne viva.
Às vezes pergunto o que aconteceria aos meus pais se o pequeno selvagem que
fui reaparecesse agora. Provavelmente, seria exibido em uma jaula, como um
King Kong pré-púbere.
“Minhas senhoras e meus senhores, vejam com os próprios olhos, uma criança
que gosta de brincar!”
Imagino a plateia, horrorizada, tapando os olhos dos filhos – ou, melhor ainda,
ligando os tablets e anestesiando-os com a dose apropriada de pixels.
E a minha mãe certamente estaria presa. Exagero? Não creio. Conta a
“Economist” dessa semana que Debra Harrell, da Carolina do Sul, foi detida por
deixar a filha de nove anos brincar no parque sem vigilância apurada.
Engraçado. Na década de 1950, uma criança tinha cinco vezes mais
possibilidades de morrer precocemente do que uma criança do século 21. Mas
os pais da “baby-boom generation” deixavam as suas crianças à solta, talvez
por entenderem que uma criança é uma criança. Esses pais não eram, como diz
a revista, “pais-helicóptero”.
Expressão feliz. Conheço vários casais que devotam aos filhos a mesma atenção
obsessiva que um pesquisador dedica aos seus ratinhos de laboratório. Gostam
de controlar tudo sobre os filhos. Como os helicópteros, estão constantemente
a planar sobre a existência dos petizes.
E quando finalmente descem a terra, é a desgraça: correm com eles para aulas
de música, caratê, natação, matemática. No regresso a casa, é ver esses
pequenos escravos, mortificados e exaustos, antes de se recolherem aos
quartos. Não sei que tipo de crianças os “pais-helicóptero” estão a produzir.
Deixo essas matérias para os especialistas. Digo apenas que a profusão de
“pais-helicóptero” é uma brutal amputação da infância e da adolescência. Para
além de corromper a relação entre pais e filhos.
Sobre a amputação, não sei que adulto eu seria se nesses primeiros anos não
houvesse a sensação de liberdade, mas também a percepção do risco, que me
acompanhava todos os dias. Apesar dos ossos que quebrei, dores foram
compensadas pela confiança que ganhei e pela intuição de que o mundo não é
uma ameaça constante, povoado por sequestradores, pedófilos ou
extraterrestres.
Mas os “pais-helicóptero” corrompem a relação essencial entre eles e os filhos.
Anos atrás, o filósofo Michael Sandel escreveu um ensaio contra o uso da

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engenharia genética para produzir descendências perfeitas. Dizia Sandel que se


os pais pudessem manipular os fetos para terem super-filhos, estaria quebrada
a qualidade essencial da parentalidade: o fato de amarmos os filhos
incondicionalmente. Sejam ou não perfeitos.
Igual raciocínio é aplicável aos “pais-helicóptero”: é natural desejar o melhor
para os filhos. Porém não é natural ter com os filhos a mesma relação que existe
entre um treinador e o seu atleta, como se a vida – acadêmica, pessoal,
emocional – fosse uma mini-Olimpíada permanente.
Na minha infância, as únicas medalhas que colecionei são as cicatrizes que trago
no corpo. Não as troco por nada.
(Folha de S.Paulo, 29.07.2014. Adaptado)
Assinale a alternativa correta sobre as expressões destacadas.
a) Em “Provavelmente, seria exibido em uma jaula”, ocorre circunstância
adverbial de intensidade, como em: Disse que muito se alegrava com a
promoção na empresa.
b) Em “Minhas senhoras e meus senhores, vejam com os próprios olhos”,
ocorre circunstância adverbial de causa, como em: Saiu às pressas, pois não
queria deixar o colega à sua espera.
c) Em “E a minha mãe certamente estaria presa”, ocorre circunstância
adverbial de afirmação, como em: Encantou-se com o apartamento por ele ser
bem arejado.
d) Em “a filha de nove anos brincar no parque sem vigilância apurada”, ocorre
circunstância adverbial de modo, como em: Sentia-se à vontade na casa dos
sogros.
e) Em “deixavam as suas crianças à solta, talvez por entenderem”, ocorre
circunstância adverbial de dúvida, como em: Infelizmente ele se ofendeu com
o nosso comentário.

8) VUNESP/Aux PMPE SP/MPE SP/Administrativo/2014


Leia o texto para responder à questão.
Este ano marca o 20.º aniversário do genocídio em Ruanda. Em exatos cem
dias, de abril a julho de 1994, entre 800 mil e um milhão de ruandeses,
predominantemente da etnia tutsi, foram massacrados, quando um governo
extremista liderado por outra etnia, a hutu, lançou um plano nacional para
basicamente exterminar a minoria tutsi e qualquer outra que fizesse oposição a
suas políticas, até mesmo hutus moderados. Foi um cenário infernal no qual
assassinatos brutais – inclusive de crianças e bebês – eram realizados por
pessoas que poucos dias antes eram vizinhas, colegas ou mesmo amigas.
O genocídio só chegou ao final quando a Frente Patriótica de Ruanda (RPF, na
sigla em inglês), movimento tutsi liderado por Paul Kagame, saiu da vizinha

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Uganda e derrubou o governo hutu. Kagame tornou-se presidente em abril de


2000 e continua sendo até hoje.
As coisas mudaram muito em Ruanda desde então, e para melhor. Foi a partir
de 2006 que a evolução do país passou a mostrar dados impressionantes: mais
de um milhão de ruandeses saíram da pobreza; o acesso à saúde e à educação
está em expansão; um boom imobiliário transformou a capital Kigali; e pelo
menos dois terços da população do país estão abaixo dos 25 anos, tornando o
potencial para a força de trabalho de Ruanda extremamente promissor.
Apesar disso, o austero e exigente Kagame reconhece que do vírus do ódio, da
raiva e do desejo de vingança não é fácil de se livrar.
(http://revistasamuel.uol.com.br, 28.03.2014. Adaptado)
Em relação à classificação dos numerais, os fracionários indicam a parte de um
inteiro, como se comprova com a expressão:
a) pelo menos dois terços da população.
b) mais de um milhão de ruandeses.
c) Em exatos cem dias.
d) de abril a julho de 1994.
e) o 20.º aniversário.

9) VUNESP/AuxPMPE SP/MPE SP/Administrativo/2014


Leia o texto para responder à questão.
Chuvas com lembranças
Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que nem as borboletas
ainda perceberam, e continuam a pousar, às tontas, de jasmim em jasmim. As
pedras estão muito quentes, e cada gota que cai logo se evapora. Os meninos
olham para o céu cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como
desejariam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também, no céu um
sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta gente estará suspirando por um
raio de sol!
Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham cabelos soltos, que
despencam as flores das cercas, que entram pelos cadernos escolares e vão
apagar a caprichosa caligrafia dos exercícios!
Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem os ponteiros do
para-brisa dão vencimento à água; quando apenas se vê, na noite, a paisagem
súbita e fosfórea mostrada pelos relâmpagos.
Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes: a de 1811, que com
o desabamento de uma parte do Morro do Castelo soterrou várias pessoas,

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arrastou pontes, destruiu caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que
durante sete dias as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os
sacerdotes e o povo a pedirem a misericórdia divina.
Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas igualmente
transformadas em rios, os barracos a escorregarem pelos morros; barreiras,
pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que nem as borboletas
percebem. Os meninos esperam em vão pelas poças d’água onde pulariam
contentes. Tudo é apenas calor e céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios
e avisados tantas coisas liam, outrora...
“São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito, entre a cruz e a
água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”
(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a preposição em destaque forma uma expressão
indicativa de lugar.
a) Começam a cair uns pingos de chuva.
b) … e causou tal pânico em toda a cidade…
c) Os meninos esperam em vão pelas poças d’água…
d) … quanta gente estará suspirando por um raio de sol!
e) Penso em chuvas de outrora…

10) VUNESP/Serv/CM Jabo/2015


Leia a manchete a seguir, publicada em um portal de notícias, e assinale a
alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
Morador flagra suposto descarte de entulho na zona sul de Ribeirão Preto
Restos __________ poda e entulhos seriam deixados em terreno ______
condomínios. Administradora diz ter aval da prefeitura _____ descarte, mas
governo nega.
(http://goo.gl/d4aqut. Adaptado)
a) com … até … em
b) por … de … até
c) de … por … para
d) por … por … com
e) de … para … em

11) IBFC/Ag PJ/PC-SE/2014

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Texto I

Ética e moral: que significam?


(Leonardo Boff)
Face à crise generalizada de ética e de moral, importa resgatar o sentido
originário das palavras. Ética e moral é a mesma coisa? É e não é.
1. O significado de ética
Ética é um conjunto de valores e princípios, de inspirações e indicações que
valem para todos, pois estão ancorados na nossa própria humanidade. Que
significa agir humanamente?
O primeiro princípio do agir humano, chamado por isso de regra de ouro, é
esse: “não faças ao outro o que não queres que te façam a ti". Ou
positivamente: “faça ao outro o que queres que te façam a ti". Esse princípio
áureo pode ser traduzido também pela expressão de Jesus, testemunhada
em todas as religiões: “ama o próximo como a ti mesmo". É o princípio do
amor universal e incondicional. Quem não quer ser amado? Quem não quer
amar? Alguém quer ser odiado ou ser tratado com fria indiferença? Ninguém.
Outro princípio da humanidade essencial, é o cuidado. Toda vida precisa de
cuidado. Um recém-nascido deixado à sua própria sorte morre poucas horas
após. O cuidado é tão essencial que, se bem observarmos, tudo o que
fazemos vem acompanhado de cuidado ou falta de cuidado. Se fazemos com
cuidado, tudo pode dar certo e dura mais. Tudo o que amamos também
cuidamos.
A ética do cuidado hoje é fundamental: se não cuidarmos do planeta Terra,
ele poderá sofrer um colapso e destruir as condições que permitem o projeto
planetário humano. A própria política é o cuidado para com o bem do povo.
Outro princípio reside da solidariedade universal. Se nossos pais não fossem
solidários conosco quando nascemos e nos tivessem rejeitado, não
estaríamos aqui para falar de tudo isso. Se na sociedade não respeitamos as
normas coletivas em solidariedade para com todos, a vida seria impossível.
A solidariedade para existir de fato precisa sempre ser solidariedade a partir
de baixo, dos últimos e dos que mais sofrem. A solidariedade se manifesta
então como com-paixão. Com-paixão quer dizer ter a mesma paixão que o
outro, alegrar-se com o outro, sofrer com o outro para que nunca se sinta
só em seu sofrimento, construir junto algo bom para todos.
Pertence também à humanidade essencial a capacidade e a vontade de
perdoar. Todos somos falíveis, podemos errar involuntariamente e prejudicar
o outro conscientemente. Como gostaríamos de ser perdoados, devemos
também nós perdoar. Perdoar significa não deixar que o erro e o ódio tenham
a última palavra. Perdoar é conceder uma chance ao outro para que possa
refazer as relações boas.

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Tais princípios e inspirações formam a ética. Sempre que surge o outro


diante de mim, aí surge o imperativo ético de tratá-lo humanamente. Sem
tais valores a vida se torna impossível.
Por isso, ethos, donde vem ética, significava para os gregos, a casa. Na casa
cada coisa tem seu lugar e os que nela habitam devem ordenar seus
comportamentos para que todos possam se sentir bem. Hoje a casa não é
apenas a casa individual de cada pessoa, é também a cidade, o estado e o
planeta Terra como casa comum. Eis, pois, o que é a ética. Vejamos agora
o que é moral.
2. O significado de moral
A forma concreta como a ética é vivida, depende de cada cultura que é
sempre diferente da outra. Um indígena, um chinês, um africano vivem do
seu jeito o amor, o cuidado, a solidariedade e o perdão. Esse jeito diferente
chamamos de moral. Ética existe uma só para todos. Moral existem muitas,
consoante as maneiras diferentes como os seres humanos organizam a vida.
Vamos dar um exemplo. Importante é ter uma casa (ética). O estilo e a
maneira de construí-la pode variar (moral). Pode ser simples, rústica,
moderna, colonial, gótica, contanto que seja casa habitável. Assim é com a
ética e a moral.
Hoje devemos construir juntos a Casa Comum para que nela todos possam
caber inclusive a natureza. Faz-se mister uma ética comum, um consenso
mínimo no qual todos se possam encontrar. E ao mesmo tempo, respeitar
as maneiras diferentes como os povos organizam a ética, dando origem às
várias morais, vale dizer, os vários modos de organizar a família, de cuidar
das pessoas e da natureza, de estabelecer os laços de solidariedade entre
todos, os estilos de manifestar o perdão.
A ética e as morais devem servir à vida, à convivência humana e à
preservação da Casa Comum, a única que temos que é o Planeta Terra.
(Disponível em:
http://www.leonardoboff.com/site/vista/outros/etic...Acesso
em:07/10/2014)

Considerando o contexto, ao fazer uso do hífen na grafia do vocábulo destacado


em “A solidariedade se manifesta então como com-paixão” (5°§), o autor
pretendeu destacar o sentido que é apreendido pelo prefixo. Tal valor está mais
bem explicitado pela noção de:
a) meio
b) causa
c) companhia
d) instrumento

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12) IBFC/EBSERH/Técnico em Contabilidade/2015


TEXTO
Plataforma
O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe
o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se
transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia
ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil
pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas
noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito
pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade
durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua
reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem
muito banheiro...
Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala
sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem
vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de
antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer
outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas
à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o
minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo
doido.
Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando
"Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma
ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não
pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando
passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida,
percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o
assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval
de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval
nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas
dos leitores aqui do jornal.
Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011)
transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de
pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes,
de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no
período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com
mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito
a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se
paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão
poucas?"

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Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra
e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito
organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar
o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.
(Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011)

Em “Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância,


quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de
menos”, o termo em destaque tem os corretos comentários morfológicos e
semânticos indicados em:
a) Advérbio de tempo; indica uma referência ao momento atual vivido pelo
Carnaval.
b) Pronome indefinido; expressa vagamente o momento da ação.
c) Advérbio de tempo; indica uma referência exclusiva ao momento de escrita
da crônica.
d) Advérbio de modo; destaca a pouca relevância das passistas na atualidade.
e) Advérbio de afirmação: realça a imagem negativa das passistas, nos tempos
atuais, incluindo o autor nesse grupo que lhes nega importância.

13) IBFC/EBSERH/Engenheiro de Segurança do Trabalho/2015

No trecho “na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na


dissonância do outono; no conforto do inverno;", as palavras em destaque, no
contexto em que se encontram, podem ser classificadas, morfologicamente,
como:
a) verbos
b) adjetivos
c) advérbios
d) pronomes
e) substantivos

14) IBFC/Técnico Contábil/MGS/2016

Texto II

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A classe gramatical da palavra “meio”, presente na tira acima é:


a) numeral
b) adjetivo
c) substantivo
d) advérbio

15) FGV/Aux. Leg. Op./ALE-MA/Bombeiro Hidráulico/2013


A Lei seca
A nova Lei Seca ajudou a reduzir o número de mortes nas estradas
federais no feriado de Páscoa, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda está
em alerta para a principal causa de óbitos nas rodovias brasileiras: a colisão
frontal. Com o objetivo de reduzir esse tipo de acidente, o governo planeja
aprovar um pacote de medidas ainda este mês no Congresso, endurecendo
multas e reforçando a fiscalização, a exemplo do que ocorreu em dezembro para
coibir a mistura entre álcool e direção.
Segundo a PRF, a Lei Seca por si só não é capaz de reduzir a colisão
frontal, porque esse tipo de acidente é resultado de outros fatores, como a
disposição das estradas brasileiras e a imprudência dos motoristas, mesmo sem
consumo de álcool. Além disso, a fiscalização é dificultada, já que a colisão pode
ocorrer em qualquer ponto ao longo das rodovias, principalmente na zona rural,
onde a maioria conta com apenas uma pista para ida e outra para volta.
"É um acidente muito fatal. Se vem um carro a 100 km/h e outro, no
sentido oposto, também a 100 km/h, é a mesma coisa que pegar um carro e
bater num muro de concreto a 200 km/h", afirma o inspetor da PRF Stênio Pires.
"Por isso que nós queremos endurecer a legislação. É praticamente um
homicídio, correndo o risco de matar uma pessoa de uma forma muito cruel",
completa.

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Em 2011, foram 2.652 mortes nesse tipo de acidente, quase 2.200 em


zona rural. Segundo a PRF, apesar de representar 3,5% dos acidentes, essa
modalidade provoca 40% dos óbitos. Os números de 2012 ainda estão sendo
auditados e não foram divulgados, mas a instituição utiliza dados dos últimos
feriados para avaliar que a Lei Seca não conseguiu inibir essas mortes nas
estradas federais.
(Rosane d’Agostino)

O substantivo “imprudência” está ligado ao adjetivo “imprudente”.


Entre os substantivos e adjetivos a seguir, assinale a correspondência incorreta.
a) Lei / Legal
b) Morte / Mortal
c) Acidente / Acidental
d) Álcool / Alcoolismo
e) Rodovia / Rodoviário

16) FGV/Analista Legislativo/SEN/Apoio Técnico e


Administrativo/Tradução e Interpretação/2008
Constituição à brasileira
Vinte anos. Congresso superlotado, emoção quase palpável, o presidente
da Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, 71, muito à vontade, no auge da
glória, expressão de felicidade no rosto altivo, termina vigoroso discurso. De pé,
ergue os longos braços para exibir um livro de 292 páginas, capa verde-
amarela, 245 artigos e 70 disposições transitórias, que chama de Constituição
Cidadã, porque acha que recuperará como cidadãos milhões de brasileiros.
"Mudar para vencer! Muda, Brasil!", grita entusiasmado.
Foram 20 meses de muito poder, palco iluminado, pressão, choques,
trabalho extenuante, abertura à participação popular. Esperava muito da Carta,
seu maior feito. E também a Presidência da República.
De outubro a dezembro de 1988, em ambiente nacional de sinistrose e
medo de hiperinflação, funcionou o chamado "pacto social", reunindo governo,
empresários, trabalhadores e, no fim, políticos. Espaço de diálogo e negociação.
Deu certo. Os entendimentos foram essenciais para amenizar o impacto inicial
da Constituição.
A convocação da Assembléia Nacional Constituinte ganhara força na reta
final da ditadura. Tancredo Neves, candidato a presidente, prometera fazê-lo.
Hábil, usava o compromisso para se desvencilhar de questões embaraçosas.
Seu eventual mandato seria de quatro, cinco ou seis anos? "Será o que a
Constituinte fixar." Um dia, na intimidade, perguntei: "Seis anos, doutor

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Tancredo?". "Muito", respondeu. "Quatro?". "Pouco." Indispensável, mas


também fonte de instabilidade, a Constituinte podia quase tudo. Quando foi
instalada, fevereiro de 1987, o presidente Sarney me disse que, apesar de tema
conjuntural, a duração de seu mandato ocuparia o centro das atenções. Tinha
certeza de que iam politizar o assunto. Coisas da política, do poder e da paixão.
Havia forte enxame de moscas azuis no Congresso Nacional, muitos
presidenciáveis. Difícil governar com inflação alta, economia em baixa e um
suprapoder em cima.
No Palácio do Planalto, inesgotável romaria de parlamentares, parte de
nariz empinado, salto 15 ou mais, exalando poder e importância.
A questão do mandato realmente pegou fogo. Em 15/11/1987, um
domingo, a Comissão de Sistematização votou quatro anos para Sarney. A terra
tremeu no Plano Piloto. Final da manhã, telefonema do general Ivan de Souza
Mendes, ministro-chefe do SNI. Está ansioso e preocupado. Pede que eu vá
depressa ao Palácio da Alvorada, residência presidencial.
Meia hora depois, encontro lá o presidente Sarney, os ministros militares
e muitos civis. Dia tenso, perigoso. Grande atividade, agitação, nervosismo. O
presidente ouvia muito e falava pouco. Aguentou firme. Não arredou pé do
compromisso democrático. Começo da noite, li nota à imprensa, em que ele
reafirmava o respeito a todas as decisões que viessem a ser adotadas pela
Constituinte. Inclusive eleições em 1988.
No final do processo, acirrada disputa da duração do mandato e do
sistema de governo. Deu presidencialismo e cinco anos. Mas a alma
parlamentarista ficou, como mostra, por exemplo, o instituto das medidas
provisórias, inspirado no parlamentarismo italiano. Abundante remessa de
matérias polêmicas para a legislação infraconstitucional permitiu aprovar o texto
definitivo em 23/9/1988. Conforme pesquisa do jurista Saulo Ramos, precisava
de 289 leis de concreção, sendo 41 complementares.
A nova Carta serviu bem ao país? Críticos dizem que é irrealista, rica em
contradições e ambiguidades, economicamente desequilibrada e anacrônica,
excessiva em matérias e detalhamentos, mas repleta de lacunas. Que provocou
o maior desastre fiscal da história brasileira, induzindo a disparada do déficit
público, da dívida interna e da carga tributária.
Afirmam que as imperfeições sufocaram o Congresso. Citam o advento
de 56 emendas, 69 leis complementares, além de milhares de propostas de
emenda rejeitadas ou em tramitação.
Também exuberante demanda de interpretações ao STF e implacável
bombardeio de medidas provisórias.
Aspas para Sarney: "Logo, logo se viu que a Constituição Cidadã criava
mais direitos que obrigações, mais despesas que fontes de recursos. Um dos
efeitos danosos foi a necessidade de emendá-la continuamente. A cada emenda,
o governo se torna refém da parte menos nobre do Congresso."

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Ela fez bem à nação? Politicamente, sim. Completou a transição, é


profundamente democrática, assegurou o Estado de Direito. Tem muitas
virtudes. A mais abrangente de todas, trouxe avanços notáveis em campos
como o dos direitos e das garantias individuais, liberdades públicas, meio
ambiente, fortalecimento do Ministério Público, regras de administração pública,
planejamento e Orçamento, nas cláusulas pétreas.
Seu coração, feito de democracia, de cidadania e de esperança, não
perdeu a identidade.
(Ronaldo Costa Couto. Folha de São Paulo, 7 de outubro de 2008.)

Assinale a alternativa em que se tenha correta passagem para o plural da forma


capa verde-amarela, alterando-se a cor.
a) capas cinzas-chumbo
b) capas amarelo-canários
c) capas cinza-claro
d) capas rosa-claras
e) capas azuis-bebês

17) FGV/Analista Legislativo/SEN/Apoio Técnico e


Administrativo/Administração/2008
Terra, território e diversidade cultural
O voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre a reserva Raposa/Serra do
Sol evidencia a oportunidade de deixarmos para trás os resquícios de uma
mentalidade colonial e termos um avanço histórico, rumo a uma política
contemporânea que contemple o diálogo produtivo entre as diversas etnias e
culturas que compõem um país de dimensões continentais como o Brasil. O voto
deixa claro, ainda, que o respeito ao espírito e à letra da Constituição de 1988
é o caminho.
O relator trouxe à luz o direito inalienável e imprescritível dos índios de
viver nas terras que tradicionalmente ocupam e de acordo com suas próprias
culturas. Trouxe, também, o valor de sua contribuição na formação da
nacionalidade brasileira.
O ministro mostrou que a afirmação das culturas dos primeiros enriquece
a vida de todos nós. Basta lembrar o quanto sua relação positiva com a natureza
tem ajudado na existência da floresta e da megadiversidade brasileira como um
todo. Quem convive com eles sabe que os indígenas cooperam com as Forças
Armadas para proteger a floresta de usos ilegais e ajudam no monitoramento
das fronteiras.

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Dois pontos, entre vários outros relevantes abordados pelo voto do


ministro, merecem destaque por suas implicações para a cultura brasileira. Em
primeiro lugar, a distinção entre terra e território, que expressa a maneira
sofisticada e inovadora por meio da qual a Constituição de 1988 solucionou
juridicamente a relação entre as sociedades indígenas e o ambiente em que
vivem.
É sabido que a terra não pertence aos índios; antes, são eles que
pertencem à terra. Por isso mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a
anterioridade dessa relação ao regime de propriedade, concedeu-lhes o usufruto
das terras que ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e conferiu ao
Estado o dever de zelar pela sua integridade. A Constituição de 1988 selou a
convivência harmoniosa entre duas culturas, uma que reconhece e outra que
não reconhece a apropriação da terra pelos homens.
O segundo ponto refere-se à relação entre terra e cultura, que concerne
à continuidade do território ou sua fragmentação em ilhas. Quem conhece a
questão indígena no Brasil sabe que o rompimento da integridade territorial
implica a morte do modo de vida e, portanto, da cultura e do modo de ser do
índio.
Se, em séculos passados, acreditou-se que os índios eram um arcaísmo,
não é mais possível nem tolerável sustentar tal ponto de vista no século 21. Não
só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos povos
tradicionais para o futuro da humanidade, precisamente em virtude de sua
relação específica com a terra e a natureza, mas também porque a sociedade
do conhecimento, acelerada construção, não pode prescindir da diversidade
cultural para seu próprio desenvolvimento.
Na era da globalização, da cibernetização dos conhecimentos, das
informações e dos saberes, não faz mais sentido opor o tradicional ao moderno,
como se este último fosse melhor e mais avançado que o primeiro. Com efeito,
proliferam na cultura contemporânea, de modo cada vez mais intenso, os
exemplos de processos, procedimentos e produtos que recombinam o moderno
e o tradicional em novas configurações.
Se a China e a Índia hoje surgem no cenário internacional de modo
surpreendente, é porque sabem articular inovadoramente a cultura ocidental
moderna com seus antiqüíssimos modos de pensar e agir, demonstrando que o
desenvolvimento não se dá mais em termos lineares e que o futuro não se
desenha desprezando e recalcando o passado.
Por isso, o Brasil cuja singularidade se caracteriza tanto por sua
megadiversidade biológica quanto por sua grande sociodiversidade e rica
diversidade cultural, precisa urgentemente reavaliar esse patrimônio. Temos
trabalhado com os povos indígenas no Ministério da Cultura e promovido a
diversidade cultural como valor e expressão de uma democracia mais plena, em
que cenas como a defesa da advogada indígena Joênia Batista de Carvalho
Wapichna se tornem mais que exceções históricas.

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A soberania não se constrói com fantasmas nem paranóias, mas com a


atualização de nossas forças e nossos potenciais. O ministro Ayres Britto tem
razão ao sublinhar que não precisamos de outro instrumento jurídico além da
Constituição de 1988.
(Juca Ferreira e Sérgio Mamberti. Folha de São Paulo, 9 de setembro de 2008)

Assinale a alternativa em que o termo indicado não tenha valor adjetivo.


a) claro
b) mais
c) diversas
d) dos índios
e) Dois

18) FGV/ACI/SEFAZ-RJ/2011
Cidadania e Responsabilidade Social do Contador como agente da
conscientização tributária das empresas e da sociedade
Entende-se que a arrecadação incidente sobre os diversos(e) setores
produtivos é necessária para a manutenção da máquina governamental, para a
sustentação do Estado em suas atribuições sociais e para aplicação na melhoria
da qualidade de vida da população. É imprescindível que a tributação seja
suportável e mais bem distribuída e que contribuam com justiça e se beneficiem
dessa contribuição.
A conjuntura atual exige maior qualificação em todas as áreas do
conhecimento; assim, a profissão contábil deve despertar para a
conscientização tributária. Conceitos como parceria e corresponsabilidade no
sistema tributário somente podem ser efetivados se a sociedade como um todo
estiver mais esclarecida e comprometida. Apresentar alguns(b) fatores como a
falta de conscientização tributária e participação cidadã pode representar um
alerta, mas não é o suficiente(a).
Ao analisar o progresso da humanidade, percebe-se que o
desenvolvimento social e econômico foi possível porque o homem sistematizou
formas de organização entre os povos. A necessidade de organização fez com
que o Estado se tornasse o elemento direcionador desse processo. E, como
forma de se autofinanciar, criou o tributo a fim de possibilitar as condições
mínimas de sobrevivência para a sociedade civil. E, como partícipe e ponto
referencial de controle, exatidão e confiança, surgiu o profissional contábil.
O contador aqui citado na forma masculina sem querer suscitar questões
de gênero não pode mais ser visto como o profissional dos números, e sim um
profissional que agrega valor, espírito investigativo, consciência crítica e

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sensibilidade ética. Se a atual conjuntura exige maior qualificação profissional,


o conhecimento contábil deve transcender o processo específico e visualizar
questões globais pertinentes ao novo mundo do trabalho, que exige criatividade,
perfil de empreender e habilidade de aprender, principalmente nas relações
sociais.
Sendo assim, alguns conceitos tornam-se essenciais para estabelecer a
relação entre Estado, sociedade, empresa e o contador. O Estado tem por
missão suprir as necessidades básicas da população; assim, sua eficiência e
transparência tornam-se mister do processo.
Entre a sociedade, a empresa e o Estado, está o profissional contábil,
que, por sua(c) vez, é o elo entre Fisco e contribuinte. É de fundamental
importância que esse profissional aprimore seu entendimento tributário,
percebendo sua necessidade. Ratifica-se, assim, o conceito de que a
conscientização tributária pode representar um ponto de partida para a
formação cidadã como uma das formas eficazes de atender às demandas
sociais, com maior controle sobre a coisa pública.
É dever do Estado manter as necessidades básicas da população; e, para
isso, são impostas obrigações. Os contribuintes, porém, não possuem apenas
deveres, mas também plenos direitos.
Se o Fisco aqui referenciando-se o estadual é por demais significativo
para o funcionamento da máquina administrativa, sua eficiência e transparência
tornam-se mister do processo. Nesse sentido, se a evasão tributária é uma
doença social, seu combate ou tratamento não pode ficar restrito aos seus
agentes; é necessário o envolvimento de toda a sociedade. Entretanto,
interesses diversos sempre deixaram a sociedade à margem do processo, como
se ela não precisasse participar de forma efetiva das decisões econômicas e, em
contrapartida, contribuir de forma direta e irrestrita para a própria(d)
sustentação.
(...)
(Merlo, Roberto Aurélio; Pertuzatti, Elizandra. Disponível em
<www.rep.educacaofiscal.com.br/material/fisco_contador.pdf>. Com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, NÃO desempenhe papel adjetivo.


a) suficiente
b) alguns
c) sua
d) própria
e) diversos

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19) FGV/Técnico Legislativo/SEN/Polícia Legislativa/Policial


Legislativo Federal/2008
Maldades contra Machado
Entre os terríveis efeitos da crise econômica global está o de prejudicar
as festividades relativas ao centenário da morte de Machado de Assis, ocorrido
na segunda-feira 29 de setembro, quando os mercados desabaram no mundo
inteiro.
Não é a primeira vez, nem a segunda, que Machado de Assis se vê
atropelado pelos eventos da economia.
A primeira humilhação mais fundamental teve a ver com o patrimônio
que deixou para seus herdeiros. Em julho de 1898, temendo por sua saúde,
escreveu um testamento, deixando para Carolina, sua esposa, entre outros
bens, 7.000 contos em títulos da dívida pública do empréstimo nacional de
1895. Esses títulos entraram em moratória pouco antes da data desse
testamento.
Em 1906, com a morte de Carolina, Machado escreveu um novo
testamento, declarando possuir não mais 7, mas 12 apólices do empréstimo de
1895, ou seja, as sete originais mais títulos novos que recebeu pelos juros e
principal não pagos.
A moratória perdurou até 1910, quando a nova herdeira, a menina Laura,
filha de sua sobrinha, começou a receber juros. Em 1914, uma nova moratória
interrompe os pagamentos até 1927, e novamente em 1931. Depois de alguns
pagamentos em 1934, veio um "calote" completo em 1937. Nos 40 anos entre
1895 e 1935, menos de 18% do empréstimo foi amortizado, e os juros foram
pagos apenas em 12 anos.
O Estado a que Machado serviu e honrou ao longo de sua vida devastou-
lhe a herança, a pecuniária ao menos, com essa sucessão de "calotes". E, a
partir de 1943, quando os pagamentos foram retomados, a inflação funcionou
como uma crueldade superveniente, pois os títulos não tinham correção
monetária.
Como se não bastasse a desfeita, ou para tentar uma compensação, em
1987, resolvemos homenagear Machado de Assis em uma cédula de mil
cruzados. A cédula foi colocada em circulação em 29 de setembro de 1987,
exatos 79 anos da morte do escritor, e nesse dia valia pouco menos de US$ 20.
Em 16 de janeiro de 1989, em conseqüência do Plano Verão e da
mudança do padrão monetário, Machado recebe um vergonhoso carimbo
triangular cortando-lhe três zeros: a cédula agora correspondia a um cruzado
novo, que nascia valendo cerca de US$ 1, conforme a cotação oficial. No
"paralelo" valia bem menos.
Em 31 de outubro de 1990, depois de três anos de militância, a cédula
com Machado deixa de circular por valer menos de um centavo de dólar.

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Só se pode imaginar o que Machado diria disso tudo.


(Gustavo Franco. Folha de São Paulo, 4 de outubro de 2008.)

Assinale a alternativa em que se encontre um advérbio.


a) terríveis
b) partir
c) menos
d) mais
e) inteiro

20) FGV/Técnico Legislativo/SEN/Policial Legislativo


Federal/2008
A palavra centenário corresponde a cem anos.
Assinale a alternativa em que não tenha havido correta associação da noção
temporal à palavra indicada.
a) 400 anos quadringentenário
b) 400 anos quadricentenário
c) 600 anos sesquicentenário - 150anos
d) 150 anos tricinqüentenário
e) 7 anos septenário

21) FGV/AFRE/SEFAZ RJ/2011


Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica
No Brasil, embora exista desde 1988 o permissivo constitucional para
responsabilização penal das pessoas jurídicas em casos de crimes ambientais
(artigo 225, parágrafo 3º), é certo que a adoção, na prática, dessa possibilidade
vem se dando de forma bastante(b) tímida, muito em razão das inúmeras
deficiências de técnica legislativa encontradas na Lei 9.605, de 1998, que a
tornam quase que inaplicável neste âmbito.
A partir de uma perspectiva que tem como ponto de partida os debates
travados no âmbito doutrinário nacional, insuflados pelos também acalorados
debates em plano internacional sobre o tema e pela crescente aceitação da
possibilidade da responsabilização penal da pessoa jurídica em legislações de
países de importância central na atividade econômica globalizada, é possível
vislumbrar que, em breve, discussões sobre a ampliação legal do rol das
possibilidades desse tipo de responsabilização penal ganhem cada vez mais(a)
espaço no Brasil.

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É certo que a mudança do enfoque sobre o tema, no âmbito das empresas


principalmente, as transnacionais, decorrerá também de ajustamentos de
postura administrativa decorrentes da adoção de critérios de responsabilização
penal da pessoa jurídica em seus países de origem. Tais mudanças,
inevitavelmente, terão que abranger as práticas administrativas de suas
congêneres espalhadas pelo mundo, a fim de evitar respingos de
responsabilização em sua matriz.
Na Espanha, por exemplo, a recentíssima reforma do Código Penal que
atende diretivas da União Europeia sobre o tema trouxe, no artigo 31 bis, não
só a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica (por delitos que
sejam cometidos no exercício de suas atividades sociais, ou por conta, nome,
ou em proveito delas), mas também estabelece regras de como essa
responsabilização será aferida nos casos concretos (ela será aplicável [...], em
função da inoperância de controles empresariais, sobre atividades
desempenhadas pelas pessoas físicas que as dirigem ou que agem em seu
nome). A vigência na nova norma penal já trouxe efeitos práticos no cotidiano
acadêmico e empresarial, pois abundam, naquele país, ciclos de debates acerca
dos instrumentos de controle da administração empresarial, promovidos por
empresas que pretendem implementar, o quanto antes(e), práticas
administrativas voltadas à prevenção de qualquer tipo de responsabilidade
penal.
Dessa realidade legal e da tendência político-criminal que dela se pode
inferir, ganham importância, no espectro de preocupação não só(d) das
empresas estrangeiras situadas no Brasil, mas também das próprias empresas
nacionais, as práticas de criminal compliance.
Tem-se, grosso modo, por compliance a submissão ou a obediência a
diversas obrigações impostas às empresas privadas, por meio da
implementação de políticas e procedimentos gerenciais adequados, com a
finalidade de detectar e gerir os riscos da atividade da empresa.
Na atualidade, o direito penal tem assumido uma função muito próxima
do direito administrativo, isto é, vêm-se incriminando, cada vez mais, os
descumprimentos das normas regulatórias estatais, como forma de reforçar a
necessidade de prevenção de riscos a bens juridicamente tutelados. Muitas
vezes, o mero descumprimento doloso dessas normas e diretivas
administrativas estatais pode conduzir à responsabilização penal de funcionários
ou dirigentes da empresa, ou mesmo à própria responsabilização da pessoa
jurídica, quando houver previsão legal para tanto.
Assim sendo, criminal compliance pode ser compreendido como prática
sistemática de controles internos com vistas a dar cumprimento às normas e
deveres ínsitos a cada atividade econômica, objetivando prevenir possibilidades
de responsabilização penal decorrente da prática dos atos normais de gestão
empresarial.

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No Brasil, por exemplo, existem regras de criminal compliance previstas


na Lei dos Crimes de Lavagem de Dinheiro Lei 9.613, de 3 de março de 1998
que sujeitam as pessoas físicas e jurídicas que tenham como atividade principal
ou acessória a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros,
compra e venda de moeda estrangeira ou ouro ou títulos ou valores mobiliários,
à obrigação de comunicar aos órgãos oficiais sobre as operações tidas como
"suspeitas", sob pena de serem responsabilizadas penal(c) e
administrativamente.
Porém, sofrendo o Brasil os influxos de modelos legislativos estrangeiros,
assim como estando as matrizes das empresas transnacionais que aqui operam
sujeitas às normas de seus países de origem, não tardará para que as práticas
que envolvem o criminal compliance sejam estendidas a diversos outros
segmentos da economia. Trata-se, portanto, de um assunto de relevante
interesse para as empresas nacionais e estrangeiras que atuam no Brasil, bem
como para os profissionais especializados na área criminal, que atuarão cada
vez mais veementemente na prevenção dos riscos da empresa. (...)
(Leandro Sarcedo e Jonathan Ariel Raicher. In: Valor Econômico. 29/03/2011 com adaptações)

Assinale a palavra que, no texto, NÃO tenha valor adverbial.


a) mais
b) bastante
c) penal
d) só
e) antes

22) FGV/AP/TCE-BA/2014
Desenvolvimento Urbano
As cidades representam o duplo desafio com o qual a União Europeia se
depara atualmente: aumentar a competitividade satisfazendo simultaneamente
determinados requisitos de ordem social e ambiental.
As cidades são os centros da atividade econômica da Europa, assim como
da inovação e do emprego. Mas também elas se debatem com uma série de
problemas, nomeadamente, a tendência para a suburbanização, a concentração
da pobreza e do desemprego em zonas urbanas e os problemas resultantes de
um crescente congestionamento. Problemas tão complexos como esses
requerem imediatamente respostas integradas a nível dos transportes, da
habitação, da formação e do emprego, bem como respostas adaptadas às
necessidades locais. As políticas regional e de coesão europeias têm como
objetivo fazer face a estes desafios.

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Foram afetados cerca de 21,1 mil milhões de euros ao desenvolvimento


urbano para o período entre 2007 e 2013, o que representa 6,1% do orçamento
total da política de coesão europeia. Desse montante, 3,4 mil milhões de euros
destinam‐se à reabilitação de sítios industriais e terrenos contaminados, 9,8 mil
milhões de euros a projetos de regeneração urbana e rural, 7 mil milhões de
euros a transportes urbanos limpos e 917 milhões de euros à habitação. Outros
investimentos em infraestrutura nos domínios da investigação e da inovação,
dos transportes, do ambiente, da educação, da saúde e da cultura têm também
um impacto significativo nas cidades.
(Comissão Europeia)

Os advérbios terminados pelo sufixo –mente são formados a partir da forma


feminina dos adjetivos; no texto aparecem quatro desses advérbios:
atualmente, simultaneamente, nomeadamente e imediatamente.
São exemplos visíveis da formação citada:
a) atualmente, simultaneamente e imediatamente.
b) apenas nomeadamente e simultaneamente.
c) apenas nomeadamente e imediatamente.
d) todos os quatro advérbios.
e) apenas simultaneamente, nomeadamente e imediatamente.

23) FGV/ACI/SEFAZ-RJ/2011

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Na fala da mãe, há
a) um artigo.
b) dois artigos.
c) três artigos.
d) cinco artigos.
e) quatro artigos.

24) FGV/ACI/SEFAZ-RJ/2011

Em relação à expressão Putz!, enunciada pelo menino, analise as afirmativas a


seguir:
I. Constitui exemplo de palavra formada por onomatopeia.
II. Classifica-se como interjeição.
III. É exemplo de estrangeirismo.
Assinale
a) se apenas a afirmativa III estiver correta.
b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
c) se todas as afirmativas estiverem corretas.
d) se apenas a afirmativa II estiver correta.
e) se nenhuma afirmativa estiver correta.

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14 - Gabarito

1 E 7 D 13 E 19 D
2 D 8 A 14 D 20 C
3 A 9 B 15 D 21 A
4 D 10 C 16 C 22 E
5 B 11 C 17 B 23 E
6 E 12 A 18 A 24 D

15 – Referência Bibliográfica

1. CEGALLA, DOMINGOS PASCHOAL - Novíssima Gramática da Língua


Portuguesa, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008.

2. BECHARA, EVANILDO – Moderna Gramática Portuguesa, Nova Fronteira,


Rio de Janeiro, 2009.

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