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LÍNGUA

PORTUGUESA
Vozes Verbais e Funções SE

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LÍNGUA PORTUGUESA
Vozes Verbais e Funções SE
Elias Santana

Sumário
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do Se............................................................... 3
1. Pronomes Oblíquos e Colocação Pronominal........................................................................ 3
1.1. Pronomes Pessoais................................................................................................................... 4
1.2. Como Funcionam os Pronomes Oblíquos Átonos?............................................................ 5
1.3. Colocação Pronominal............................................................................................................. 7
2. Vozes Verbais e Funções do SE................................................................................................16
2.1. As Vozes Verbais. . .....................................................................................................................16
2.2. Outras Funções do SE............................................................................................................ 27
Questões de Concurso.................................................................................................................. 29
Gabarito............................................................................................................................................ 62

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Elias Santana
PRONOMES OBLÍQUOS, VOZES VERBAIS E FUNÇÕES DO SE
Olá, querido(a) amigo(a)! Como andam os seus estudos de língua portuguesa? Estamos,
a cada dia, avançando mais em nosso idioma, de uma forma lógica e objetiva. Agora, quero
abordar com você alguns assuntos que possuem íntima conexão com o que já vimos nos PDFs
anteriores. Falaremos sobre pronomes oblíquos, vozes verbais e funções do SE.
Vamos fazer a nossa engenharia reversa:
• pronomes oblíquos: substituição de complementos verbais por pronomes e colocação
pronominal (os casos mais fáceis);
• vozes e SE: 5 questões – transposição de vozes e prioridade para a concordância com
a partícula apassivadora.

Vamos juntos?

1. Pronomes Oblíquos e Colocação Pronominal


Analise comigo o seguinte exemplo:
(1) O professor está feliz! O professor tem alunos dedicados!

A sentença acima é perfeitamente compreensível para qualquer pessoa (até demais)! Note
que o professor que está feliz é o mesmo que tem alunos dedicados. Todavia, você há de con-
vir comigo que é uma construção linguisticamente pobre, uma vez que apresenta um mesmo
vocábulo duas vezes. Esse é um mecanismo chamado de coesão por repetição. Consiste em
repetir uma mesma palavra para formar a malha textual. Vale aqui um aviso importante: repetir
palavras não é um erro gramatical, mas é um recurso que, quando adotado desnecessária ou
abusivamente, torna o texto paupérrimo.
Sei que você já está pensando em inúmeras formas de escrever o texto acima. Quero te
apresentar uma possibilidade:

(2) O professor está feliz! Ele tem alunos dedicados!

Em vez de repetir uma mesma palavra, optei por usar um pronome substantivo. A coesão
foi estabelecida, mas com vocábulos diferentes. Preciso que você relembre o que é um prono-
me, assunto visto no PDF 1.
Agora, veja comigo essa outra construção:

(3) O professor estava em reunião. A diretora chamou o professor.

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Mais uma vez, fiz uso da repetição de palavras na construção do texto. Como você já sabe,
o pronome é uma possibilidade que pode resolver essa questão. Mas o que você acha desta?

(4) O professor estava em uma reunião. A diretora chamou ele.*

Sei que essa é uma forma comumente falada em nosso cotidiano. Ela não é, entretanto,
aceita pela norma culta. Meu objetivo não é (e nunca será) mudar o jeito como você fala, mas
te ensinar os padrões previstos para a língua escrita, a fim de que você seja mais assertivo em
provas e redija melhor. Conforme a tradição gramatical, o correto seria:

(5) O professor estava em uma reunião. A diretora chamou-o.

Agora, você me questiona: “professor, mas como saberei qual pronome usar? E esse prono-
me pode ficar antes do verbo também?” Fique tranquilo(a)! É isso que estudaremos neste PDF!

1.1. Pronomes Pessoais


Você se lembra que, no PDF 2, eu apresentei as pessoas do discurso? Existem, na nossa
gramática, pronomes responsáveis por designar cada uma delas. Esses são os chamados
pronomes pessoais. Eles são assim divididos:

Pronomes pessoais
Pessoas do dis- Do caso reto Do caso oblíquo
curso Átonos (P.O.A.) Tônicos (P.O.T.)
1ª p. do singular Eu me a mim, comigo
2ª p. do singular Tu te a ti, contigo
3ª p. do singular Ele o, a, lhe, se a ele, a ela, a si, consigo
1ª p. do plural Nós nos a nós, conosco
2ª p. do plural Vós vos a vós, convosco
3ª p. do plural Eles os, as, lhes, se a eles, a elas, a sim, consigo

Para você entender bem o que esses pronomes fazem, precisamos voltar um pouco no
tempo e falar sobre o latim. Nessa língua, as funções sintáticas eram chamadas de casos.
Como o português é uma língua derivada do latim, alguns resquícios ficaram na gramática. Em
outras palavras, os pronomes que são classificados em casos já possuem funções sintáticas
predefinidas! Os pronomes pessoais do caso reto, por exemplo, são usados em posição de
sujeito. Já os pronomes pessoais do caso oblíquo, em geral, ocupam a posição de comple-

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mentos! Isso explica o que ocorre nos exemplos que já foram aqui apresentados. Em (2), o
pronome “ele” ficou adequado porque desempenhava a função de sujeito, mas não ficou bom
em (4) porque estava em função de objeto direto. Por isso, em (5), fiz uso de um pronome oblí-
quo átono de 3ª pessoa do singular (“o”) para corrigir o texto. Aqui, algumas perguntas surgem:
ALUNO(A): Professor, mas pronomes como ele, ela, nós, vós, eles e elas aparecem tanto
nos pessoais do caso reto como nos pessoais do caso oblíquo tônico. Como vou diferenciá-los?
ELIAS: Não sei se você percebeu, mas os pronomes oblíquos tônicos são sempre dotados
de preposição! Essa é a diferença! Nem sempre será a preposição “a”, mas sempre haverá uma
preposição!
ALUNO(A): Professor, os pronomes oblíquos só desempenham a função de comple-
mento verbal?
ELIAS: Não. Eles podem também desempenhar outras funções sintáticas, mas isso é pou-
co cobrado em provas.
ALUNO(A): Elias, então o que cai muito em provas?
ELIAS: Os pronomes oblíquos átonos, principalmente os de 3ª pessoa, desempenhando a
função de complementos verbais (OD ou OI). Eu vou te apresentar outras funções dos prono-
mes, mas só ao final do PDF – e de maneira breve! Lembre-se: o seu objetivo aqui é aprender
a resolver questões de gramática! Logo, atacaremos aquilo que é mais frequente em provas!

1.2. Como Funcionam os Pronomes Oblíquos Átonos?

Amigo(a), vou, em um quadro simples, apresentar a você como se distribuem os P.O.A. nas
funções de complemento verbal:
Funções sintáticas dos P.O.A.
me, te, nos, vos (1ª e 2ª p.v.) OD ou OI
o, a, os, as (3ª p.v.) OD
lhe, lhes (3ª p.v.) OI
se (3ª p.v.) estudaremos neste PDF

Os pronomes de primeira e segunda pessoas verbais desempenham tanto a função de objeto


direto quanto a de objeto indireto. Isso, claro, vai depender do verbo a que se ligam. Veja os
exemplos:

(6) Ela te encontrou na reunião.


(7) Ela te disse a verdade.

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Em (6), o pronome “te” desempenha a função de OD porque quem encontra, encontra al-
guém. Em (7), o mesmo pronome é OI, uma vez que quem diz, diz algo (a verdade = OD) a al-
guém (te = OI). Vamos garantir o entendimento por meio de mais um par de orações:

(8) Ela nos viu durante o evento.


(9) Ela nos deu aquele lindo presente.

A situação é semelhante, mas agora com um pronome de primeira pessoa do plural. Em (8),
quem vê, vê alguém (por isso o pronome é OD). Já em (9), quem dá, dá algo a alguém (por isso
o pronome é OI).
Agora, eu vou ser muito sincero com você: são raras as questões de prova que abordam pro-
nomes oblíquos átonos de primeira ou de segunda pessoas. O grande foco dos examinadores
são os pronomes de terceira pessoa. Isso ocorre por dois motivos: a) são mais trabalhosos; e b)
aparecem mais nos textos adotados nas provas.
Vamos ver então como funcionam os pronomes de terceira pessoa:

(10) Ela comunicou o ocorrido aos familiares.

Com a classificação sintática dos termos da oração, podemos determinar quais pronomes
usaremos. “O ocorrido” e “aos familiares” são pessoas de que se fala – por isso, terceira pes-
soa verbal. Como “o ocorrido” é um OD, devemos substituí-lo por “o” (“ocorrido” é masculino e
singular). Por sua vez, “aos familiares” é um OI e pode ser substituído por “lhes” (“familiares”
é plural). Claro que não empregaremos os dois pronomes ao mesmo tempo (essa era uma
possibilidade comum no português arcaico). No português contemporâneo, as construções
possíveis seriam:

(11) Ela comunicou-o aos familiares. (“o” = o ocorrido)


(12) Ela comunicou-lhes o ocorrido. (“lhes” = aos familiares)

001. (IADES/2014) Em “deu-lhe uma bronca” (linha 6), no lugar do pronome destacado, pode-
ria ser empregado o pronome o.

Note que, na construção, quem dá, dá algo (“uma bronca” = OD) a alguém (lhe = OI). A substi-
tuição sugerida é entre pronomes de funções sintáticas distintas.
Errado.
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002. (CESPE/2013) Em busca de mais recursos, Marconi escreveu ao governo italiano, mas
um funcionário descartou a ideia, dizendo que era melhor apresentá-la em um manicômio.
No fragmento II, estaria mantida a correção gramatical do texto caso fosse inserido, logo após
a forma verbal “dizendo”, o pronome lhe ― dizendo-lhe ―, elemento que exerceria a função de
complemento indireto do verbo, retomando, por coesão, “Marconi”.

Pela semântica textual, é possível entender que o funcionário disse algo a Marconi. Colocar o
pronome lhe diante de “dizendo” significa tornar explícito o objeto indireto do verbo.
Certo.

Agora, veja uma outra questão:

003. (IBFC/2011) Assinale a alternativa que indica corretamente a substituição do nome des-
tacado pelo pronome.
Não contei a Paulo a verdade.
a) Não contei-lhe a verdade.
b) Não lhe contei a verdade.
c) Não o contei a verdade.
d) Não contei-o a verdade.

Primeiramente, preciso que você tenha certeza de algo: “a Paulo” é o OI do verbo “contei”. Por
isso, o pronome adequado é lhe. Isso nos permite dispensar as alternativas C e D. Mas surge
uma nova dúvida: qual é a posição correta do pronome? Antes ou depois do verbo “contei”? Por
enquanto, eu vou te deixar nessa expectativa!

1.3. Colocação Pronominal


Em linhas gerais, existem três posições para se colocar um P.O.A.: depois do verbo (ên-
clise), antes do verbo (próclise) ou no meio do verbo (mesóclise). Existem princípios e regras
para o uso de cada uma delas. Vamos conhecê-los.
Princípios (estão acima das regras):
1) Não se usa um pronome oblíquo átono em início de frase ou após pontuação.1
2) Casos facultativos de colocação pronominal (os pronomes podem ser colocados em
duas das três posições previstas):
1
É possível ver P.O.A. após pontuação quando esta representa uma intercalação na oração. Ex.: O professor chegou atra-
sado; ele, todavia, nos dará aula.

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• verbos no infinitivo;
• sujeito explícito anteposto ao verbo;2

004. (IADES/2014)
Mande notícias do mundo de lá.
Diz quem fica.
Me dê um abraço, venha me apertar.
Tô chegando.
A colocação do pronome em “Me dê um abraço” (linha 3) está correta.

Conforme reza o princípio 1, não se inicia uma frase com um P. O. A.


Errado.

005. (CESPE/2013) O filósofo francês Jacques Rancière critica a ideia de democracia que tem
estruturado nossa vida social – regida por uma ordem policial, segundo ele –, devido ao fato
de ela se distanciar do que seria sua razão de ser.
A correção do texto seria mantida caso o pronome “se”, em vez de anteceder, passasse a ocu-
par a posição imediatamente posterior ao verbo: devido ao fato de ela distanciar-se.

Questão simples: você notou que o verbo “distanciar” está no infinitivo? Conforme o princípio
2.1, trata-se de um caso facultativo de colocação pronominal. Logo, o pronome pode ser colo-
cado em próclise ou em ênclise.
Certo.

006. (CESPE/2013) O cenário se repete neste início de 2013, com a redução no nível de água
dos reservatórios.
Em “se repete”, o deslocamento do elemento “se” para depois da forma verbal – repete-se –
preservaria a correção gramatical do trecho.

2
Quando há um caso de sujeito explícito anteposto ao verbo interno a uma oração subordinada, só se pode usar a próclise,
deixando, portanto, de ser um caso facultativo. Falaremos sobre isso quando chegarmos ao período composto (em outro
PDF).

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Esta questão enquadra-se no princípio 2.2. Pergunte ao verbo: quem se repete? “O cenário”,
que é o sujeito da oração. Novamente, estamos diante de mais um caso facultativo!
Certo.

Regras

1) A ênclise é a regra geral! É a colocação em que primeiro devemos pensar! Só que exis-
tem casos em que ela não é aplicável. São eles:
• quando há fator de atração antes do verbo;
• quando o verbo estiver no futuro;
• quando o verbo estiver no particípio.

Para resolver o primeiro caso, usamos a próclise. Para o segundo, a mesóclise. O último
veremos melhor quando estudarmos a colocação pronominal em locuções verbais.
2) A próclise é usada prioritariamente quando há um fator de atração antes do verbo (tam-
bém conhecido como fator de próclise). São algumas palavras que atraem o pronome para
perto delas, o que faz com que este fique antes do verbo. Eis a lista de fatores de atração:
• palavras negativas (Ex.: Ele não se perdoa pelo ocorrido);
• advérbios (Ex.: Ontem me falaram a verdade);
• pronomes:
− indefinidos (Ex.: Alguém te dará atenção);
− interrogativos (Ex.: Quem lhe doou os cobertores?);
− relativos (Ex.: O homem que nos abordou era policial);
• conjunções subordinativas (Ex.: Ele disse que a ouviu atentamente);
• orações exclamativas ou optativas3 (Ex.: Que Jesus te acompanhe!);
• em + gerúndio (Ex.: Em se tratando de gramática, não tenho dificuldades).

Anote, a seguir, algumas dicas importantes sobre os fatores de atração!


• Nenhum fator de atração é tão cobrado quando o NÃO. Sabemos que ele é um advérbio
de negação, mas prefiro separá-lo dos advérbios, uma vez que é muito mais fácil reco-
nhecê-lo como palavra negativa.
• Todo QUE é um fator de atração. Mais tarde, você aprenderá comigo a diferenciar as
classificações dessa palavra. Por enquanto, quero que você saiba apenas que o QUE
atrai os P.O.A.

3
Orações optativas são as que exprimem desejo (quando se deseja algo a alguém).

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• Os advérbios também são muito cobrados em provas, mas tome um certo cuidado! Se o
advérbio estiver isolado por pontuação, ele perde o valor atrativo!

007. (CESPE/2013) Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de
temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia.
Devido à presença do advérbio “apenas” (R.18), o pronome “se” poderia ser deslocado para ime-
diatamente após a forma verbal “coloca”, da seguinte forma: coloca-se.

Uma palavra só é fator de atração se estiver anteposta ao verbo. Logo, “apenas” não influencia
na colocação pronominal. Além disso, veja que, antes do verbo, há uma palavra negativa.
Errado.

008. (CESPE/2013) Diversidade é a semente inesgotável da autenticidade e da individualida-


de humana, que se expressam na subjetividade da liberdade pessoal.
No trecho “que se expressam na subjetividade da liberdade pessoal”, o emprego do pronome
átono “se” após a forma verbal – expressam-se – prejudicaria a correção gramatical do texto,
dada a presença de fator de próclise na estrutura apresentada.

Conforme eu disse, o QUE é sempre fator de atração. Não quero, agora, que você se preocupe
em identificar a função dele. Agora, preocupe-se apenas com a colocação do pronome.
Certo.

3) Há casos em que nem próclise e nem ênclise são aplicáveis. É aí que entra a mesó-
clise. Veja:

(13) Contarei uma história aos meus alunos.

Vou fazer uso do OI – que será substituído por lhes nas minhas construções seguintes. Veja o
resultado:
• Contarei-lhes uma história. (Errado, pois o verbo está no futuro – não admite ênclise).
• Lhes contarei uma história. (Errado, pois fere o primeiro princípio).
• Contar-lhes-ei uma história. (Certo).

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A mesóclise só é aplicável a verbos no futuro! Vamos testar outras duas possibilidades:

(14) Eu contarei uma história aos meus alunos.

• Eu contarei-lhes uma história. (Errado, pois o verbo está no futuro –não admite êncli-
se).
• Eu lhes contarei uma história. (Certo, conforme o segundo princípio – sujeito explícito).
• Eu contar-lhes-ei uma história. (Certo, conforme o segundo princípio – sujeito explícito).

(15) Eu não contarei uma história aos meus alunos.

• Eu não contarei-lhes uma história. (Errado, pois o verbo está no futuro –não admite ên-
clise).
• Eu não lhes contarei uma história. (Certo, pois há respeito ao fator de atração).
• Eu não contar-lhes-ei uma história. (Errado, pois desrespeita a presença do fator de atra-
ção).

009. (CESPE/2013) O Ministério Público Federal impetrou mandado de segurança contra a


decisão do juízo singular que, em sessão plenária do tribunal do júri, indeferiu pedido do im-
petrante para que às testemunhas indígenas fosse feita a pergunta sobre em qual idioma elas
se expressariam melhor, restando incólume a decisão do mesmo juízo de perguntar a cada
testemunha se ela se expressaria em português e, caso positiva a resposta, colher-se-ia o de-
poimento nesse idioma, sem prejuízo do auxílio do intérprete.
A posposição do pronome “se” ao verbo em “colher-se-ia” – colheria-se – comprometeria a
correção gramatical do trecho.

Primeiramente, note que o verbo colheria está no futuro do pretérito, o que já inviabiliza a ên-
clise. No trecho apresentado, a próclise também não é possível, na medida em que há um sinal
de pontuação anteposto ao verbo. A mesóclise é a única opção válida.
Certo.

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Viu como é simples? Não há mistério na colocação dos P.O.A.!

Adaptação fonética dos pronomes o, a, os, as


Por uma questão de eufonia – garantir a composição de uma sonoridade harmoniosa –, os
pronomes o, a, os, as podem sofrer alterações. Veja o quadro abaixo:

Adaptação fonética (o, a, os, as)


Diante de verbos terminados em Usa-se
R, S ou Z lo, la, los, las
Sons nasais (M ou algo com ~) no, na, nos, nas
Demais verbos o, a, os, as

Vejamos alguns exemplos:


• É hora de deixar o apartamento = É hora de deixá-lo.
• Fiz as tarefas = Fi-las.
• Ele quis alguns conselhos = Ele qui-lo.
• Fecharei minha casa com cadeado = Fechá-la-ei com cadeado.
• Declamaram minha poesia favorita = Declamaram-na.
• Ele propõe novas regras = Ele propõe-nas.
• Encontrei meu filho aos prantos = Encontrei-o aos prantos.

Colocação Pronominal em Locuções Verbais

A colocação pronominal em locuções verbais é ainda mais simples do que em um único


verbo! Preciso, primeiramente, que você se lembre de que uma locução verbal é formada por
verbo auxiliar + verbo principal. Vejamos as possibilidades no esquema abaixo:

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1. Sem fator de atração antes da locução verbal:

V. aux. + Infinitivo

V. aux. +Gerúndio Permitido

V. aux.
+ Particípio ø
Permitido Permitido

Neste caso, pode-se usar o pronome antes do auxiliar, entre o auxiliar e o principal e após o
principal (exceto quando este estiver no particípio). Atenção: cuidado para não ferir o princípio
1. Veja exemplos:

(16) Eu vou encontrar novos caminhos.


• Eu os vou encontrar.
• Eu vou(-)os encontrar.
• Eu vou encontrá-los.

(17) Estou construindo uma nova casa.


• A estou construindo. (Errado – princípio 1).
• Estou(-)a construindo.
• Estou construindo-a.

(18) Ele tinha imprimido o documento.


• Ele o tinha imprimido.
• Ele tinha(-)o imprimido.
• Ele tinha imprimido-o. (Errado – verbos nos particípio não aceitam ênclise).

 Obs.: segundo muitos gramáticos, o emprego do hífen quando o pronome está entre o auxi-
liar e o principal é facultativo.

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2. Com fator de atração antes da locução verbal:

V. aux. + Infinitivo

V. aux. +Gerúndio Permitido

V. aux.
+ Particípio ø
Permitido Permitido

Neste caso, o pronome deve ser empregado antes do auxiliar ou depois do principal. Atenção:
cuidado para não ferir o princípio 1. Veja exemplos:
(19) Eu não vou encontrar novos caminhos.
• Eu não os vou encontrar.
• Eu não vou encontrá-los.

(20) Já estou construindo uma nova casa.


• Já a estou construindo.
• Já estou construindo-a.

(21) Ele nunca tinha imprimido o documento.


• Ele nunca o imprimiu.

Apossínclise
Sempre há um(a) aluno(a) para me perguntar sobre essa quarta forma de colocação pronomi-
nal. Ela é encontrada em registros literários antigos – e, ainda assim, raramente. Ocorre quan-
do há dois fatores de atração antepostos a um verbo.
• O homem que se não respeita pode padecer.
Também seria gramaticalmente correto escrever
• O homem que não se respeita pode padecer.
De coração: acrescentei isso por curiosidade de alguns! Não é uma preocupação para provas.

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Outras Funções Sintáticas dos Pronomes Oblíquos Átonos.

Conforme prometi, ao fim da unidade, apresento a você outras funções sintáticas que os
pronomes oblíquos átonos podem desempenhar. São elas: adjunto adnominal, complemento
nominal e sujeito.

Adjunto adnominal (sempre haverá a semântica de posse)


• Levaram-me a mala. (= Levaram a minha mala).
• Cheirei-te os cabelos. (= Cheirei os seus cabelos).
• A fila do banco nos tirou a paciência. (= A fila do banco tirou a nossa paciência).
• Aquela garota lhe veio ao pensamento. (= Aquela garota veio ao seu pensamento).

Complemento nominal
• Suas ideias sempre me foram agradáveis. (= Suas ideias sempre foram agradáveis a
mim).
• Eu sempre te serei fiel. (= Eu sempre serei fiel a ti).
• Eles sempre nos foram próximos. (= Eles sempre foram próximos a nós).
• A falta de fé não lhe é favorável. (= A falta de fé não é favorável a ele).

Sujeito (quando há um verbo causativo ou sensitivo + infinitivo ou gerúndio)


Os P.O.A. só se tornam sujeitos na configuração que acima apresentei. Os verbos causa-
tivos são mandar, deixar, fazer e os sensitivos são ver, ouvir, sentir, olhar (verbos sinônimos
desses também recebem a mesma classificação). Veja, agora, os exemplos:
• Deixe-me falar de amor! (me é o sujeito do verbo “falar”)
• Mandaram-te comprar um novo par de tênis. (te é o sujeito de “comprar”)
• Ele se deixou levar pela opinião alheia. (se é sujeito de “levar”)
• Sinto-nos levitando pela sala. (nos é sujeito de “levitando”)
• Fizeram-lhes falar a verdade. (lhes é sujeito de “falar”)
• Eu os vi namorando na praça. (os é sujeito de “namorando”)

 Obs.: esse tipo de sujeito também é conhecido como sujeito acusativo.

Repito: isso pouco aparece em provas.

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Referências do pronome no texto (observe a


Coesão concordância nominal do POA com o substantivo
a que se refere)

me, te, nos, vos = OD ou OI


POA Transitividade o, a, os, as = OD
lhe, lhes = OI

Início de frase
Colocação 1o Princípios Verbo no infinitivo
Sujeito explícito

2o Regra

Próclise Verbo Ênclise Regra geral


Fator de atração
Exceto Futuro
Fatores de Mesóclise Particípio
atração
Verbos
no futuro

2. Vozes Verbais e Funções do SE


Nesta seção, quero tratar de um assunto muito importante mesmo em provas de concursos
públicos! Primeiramente, falaremos acerca das vozes verbais. Ao falar desse assunto, inevitavel-
mente, passaremos pelas funções do pronome oblíquo “SE”. Você se lembra de que, na seção
anterior, eu destaquei que, mais a diante, discutiríamos só o “SE”? Chegou o momento! Prepare
seu material! É hora de aprender!

2.1. As Vozes Verbais


As vozes verbais dizem respeito a forma como o verbo estabelece sua relação com o su-
jeito. A tradição gramatical diz que ocorre voz ativa quando o sujeito pratica a ação verbal
(sujeito agente); a voz passiva, quando o sujeito sofre a ação verbal (sujeito paciente); a voz
reflexiva, quando o sujeito pratica e sofre a ação verbal.
Todavia, grande parte dos estudantes de língua portuguesa dão um tratamento errado a
esse conteúdo, por pensar que é uma descrição meramente semântica. Na verdade, o sentido
é fruto de uma estrutura morfossintática. Entenda: para dominar as vozes verbais, você deve

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conhecer as estruturas gramaticais que as caracterizam. O sentido é uma mera consequência
dessa estrutura.
Para facilitar a nossa vida, criei um quadro-resumo, que será detalhado ao longo deste PDF:

Voz verbal Estrutura gramatical Semântica


Locução verbal SER+PARTICÍPIO
(analítica1) OU
Passiva Paciente
Verbo-SE (pronome apassivador)
(sintética)
Reflexiva Pronome reflexivo Agente+paciente
Ativa O resto Agente2

A partir dessas informações, vamos analisar as orações abaixo:

(1) O carro foi levado pelos ladrões durante a madrugada.


(2) Encontrou-se uma nova evidência no local do crime.
(3) Aquele rapaz se olhava no espelho.
(4) O professor chegou atrasado.
(5) As crianças sofreram com a perda do avô.

Em (1), note a presença da locução “foi levado”. Ela indica que a frase está na voz passiva
(analítica). Em (2), além do pronome “se”, veja também que, na oração, ninguém praticou a
ação de encontrar – por isso, voz passiva (sintética). Em (3), também há o pronome “se”, toda-
via podemos identificar que alguém pratica a ação verbal de olhar: “aquele rapaz”. O pronome,
aliás, tem a função de revelar que a ação verbal foi praticada e sofrida pelo sujeito, uma vez
que “aquele rapaz” olhava a si mesmo – portanto, voz reflexiva. Agora, olhe com carinho para
as frases (4) e (5). Você está vendo alguma locução verbal? Você está vendo algum pronome
para ser classificado como apassivador ou reflexivo? NÃO, para as duas perguntas. Isso é o
suficiente para afirmar que 4 e 5 são orações na voz ativa.
Tenho certeza de que você não tem dúvidas acerca da classificação da oração (4), mas
deve estar se remoendo com a (5). “Elias, mas as crianças sofreram! Ninguém pratica a ação
de sofrer!”. Eu concordo com você, mas preciso que você tenha objetividade: as orações (4) e
(5) não possuem estrutura gramatical de voz passiva ou reflexiva, e isso deve bastar a você.
O que ocorre em (5) foi explicado na Moderna Gramática da Língua Portuguesa, de Evanildo Be-
chara. A oração (5) possui semântica de passividade, mas estrutura de voz ativa! Isso porque
a voz passiva, depende, primeiramente, de uma estrutura morfossintática.
Detalhe: não vá pensando que, com essa explicação, você já sabe tudo sobre o assunto! Eu
te garanto que, na frase (2), o “se” é um pronome apassivador, assim como, na frase (3), o “se”

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é reflexivo. Mas esse pronome não seria tão famoso se possuísse apenas duas funções, não é
mesmo? Depois das vozes verbais, falaremos das funções do SE!

A Transposição da Voz Ativa para a Passiva


Agora que você já sabe superficialmente reconhecer as vozes verbais, podemos falar acer-
ca de um assunto MUITO cobrado em qualquer prova de concurso público: a transposição da
voz ativa para a passiva. Primeiramente, preciso que você saiba que nem toda oração da nossa
língua admite isso! Veja as construções abaixo:

(6) As mulheres dominaram a sociedade.


(7) O delegado comunicou as medidas à população.
(8) As crianças gostam de palhaços.
(9) Renato Russo vivia em Brasília.
(10) Os palestrantes permaneceram calados.

Tente, em sua mente, colocar essas cinco construções na voz passiva. Acredito que você
só tenha obtido êxito nos exemplos (6) e (7). Sabe por quê? Colocar uma oração na voz passi-
va (ou apassivar uma oração) significa transformar o objeto direto em sujeito paciente.
Querido(a), a condição para que uma frase possa ir à voz passiva é que ela apresente, ini-
cialmente, um objeto direto, e só funciona com esse tipo de complemento, uma vez que ele, via
de regra, não é preposicionado. Em (6) e (7), existem objetos diretos (“a sociedade” e “a situa-
ção”). Em (8), o verbo é transitivo indireto; em (9), intransitivo; em (10), de ligação.
Agora, analise comigo como é a transposição da voz ativa (VA) para a voz passiva analí-
tica (VPA):

As mulheres dominaram a sociedade


Sujeito VTD OD

A sociedade foi dominada pelas mulheres.


Sujeito VTD Agente da Passiva
Paciente

Note que a única parte que se preservou foi “a sociedade”. “Dominaram” passou a ser “foi
dominada”, e “as mulheres” passou a ser “pelas mulheres” (agente da passiva, que é quem
pratica a ação verbal na voz passiva). O verbo que, na voz ativa, concordava com “as mulheres”
passou a ser uma locução verbal que concorda com “a sociedade”.

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O delegado comunicou as medidas à população.


Sujeito VTDI OD OI

As medidas foram comunicadas pelo delegado à população


Sujeito Agente da Passiva OI
Paciente

Primeiramente, perceba que “as medidas” deixou de ser objeto direto e passou a ser sujeito
paciente. “Comunicou” passou a ser “foram comunicadas”, e “o delegado” passou a ser “pelo
delegado”. Nada ocorreu com “à população”, uma vez que o objeto indireto não participa da
formação da voz passiva.
E se colocarmos os trechos acima na voz passiva sintética (VPS)? Qual será o resultado?

As mulheres dominaram a sociedade. (VA)


A sociedade foi dominada pelas mulheres. (VPA)
PA
Dominou-se a sociedade. (VPS)
VTD Sujeito paciente

O delegado comunicou as medidas à população. (VA)


As medidas foram comunicadas pelo delegado à população. (VA)
PA
Comunicaram-se as medidas à população. (VPS)
VTD Sujeito paciente OI

Inicialmente, note o aparecimento da partícula “se”. Ela é responsável por transformar o


objeto direto em sujeito paciente. Por esse motivo, é conhecida como pronome apassivador ou
partícula apassivadora (PA). Na VPS, não é permitida a presença do agente da passiva.
Vou listar aqui alguns cuidados que você deve ter acerca desse assunto:
• em qualquer voz passiva, o que seria o objeto direto é transformado em sujeito paciente,
sempre;

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• em qualquer transposição de vozes, esteja atento ao tempo e ao modo verbal. Eles preci-
sam ser preservados. Se, na voz ativa, o verbo estiver no presente do indicativo, ele deve
permanecer no presente do indicativo, tanto na VPA quanto na VPS;
• na voz passiva analítica, tome muito cuidado com a concordância verbal. O verbo auxi-
liar (verbo “ser”) concorda em número com o sujeito; o verbo principal (verbo no particí-
pio) concorda em gênero e número com o sujeito. Na VPA, pode aparecer o agente da
passiva;
• na voz passiva sintética, é preciso ter muito cuidado com a concordância (apenas em
número) entre o sujeito paciente e o verbo. Na VPS, não há agente da passiva.

Como diferenciar o pronome apassivador do índice de indeterminação do sujeito?


Vamos fazer um retorno aos exemplos de 6 a 10:

Orações na voz ativa Orações com a partícula SE


As mulheres dominaram a sociedade. Dominou-se a sociedade.
O delegado comunicou as medidas à população. Comunicaram-se as medidas à população.
As crianças gostam de palhaços. Gosta-se de palhaços.
Renato Russo vivia em Brasília. Vive-se em Brasília.
Os palestrantes permaneceram calados. Permanece-se calado.

O que quero que você entenda: nem todas as cinco orações admitem a voz passiva, mas todas
admitem uma reescrita com o pronome “se”! As duas primeiras, por aceitarem a voz passiva,
possuem pronome apassivador. As três últimas, que não podem ser apassivadas, apresentam
índice de indeterminação do sujeito (IIS).

Vamos sistematizar a análise das cinco construções com o pronome “se”:


• As cinco orações possuem algo em comum: em nenhuma delas é possível identificar
quem pratica a ação verbal4.
• A partícula apassivadora serve para transformar objetos diretos (não preposicionados5)
em sujeitos pacientes (que também não são preposicionados). Nesses casos, como há
sujeito, o verbo deve concordar com ele. A PA só ocorre com VTD ou VTDI.

4
Existe uma diferença entre identificar quem pratica a ação verbal e identificar o sujeito da oração. Identificar quem pratica
a ação verbal é completamente semântico (e nem sempre será o sujeito); identificar o sujeito da oração é sintático (e nem
sempre será quem pratica a ação verbal), pois sujeito é o termo com quem o verbo estabelece concordância.
5
Na língua portuguesa, existem os chamados “objetos diretos preposicionados”. Nesses casos, o verbo não é responsável
pela presença da preposição. Ela aparece para garantir algum efeito semântico ou para conferir ênfase. Veja:

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• O índice de indeterminação só aparece quando não é possível apassivar. Isso ocorre
com o VTI, VI e VL. Nesses casos, como não há sujeito, o verbo deve ficar sempre no
singular.

010. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2003) Na Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita a


el-rei D. Manuel, observam-se melhor as obsessões dos portugueses.
No texto, a estrutura da voz passiva em “observam-se” equivale a foram observados.

Primeiramente, note que, no texto, não há quem pratica a ação de observar. Como o verbo está
no plural, sabemos que o pronome “se” é uma partícula apassivadora. O sujeito paciente é a
expressão “as obsessões dos portugueses”. Como o núcleo do sujeito é feminino e plural, e o
verbo está no presente do indicativo, a correta transposição para a voz passiva analítica seria
são observadas as obsessões dos portugueses. “Foram observados” está no pretérito perfeito
do indicativo, e o verbo no particípio está no masculino.
Errado

011. (CESPE/ANS/2013) A avaliação das operadoras de planos de saúde em relação às ga-


rantias de atendimento, previstas na RN 259, é realizada de acordo com dois critérios.
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “é realizada” por realiza-se.

No texto, a forma “é realizada” está na voz passiva analítica, e o sujeito paciente tem como
núcleo o vocábulo “avaliação”. Para transpor para a voz passiva sintética, além da presença do
pronome apassivador, é necessário observar a concordância, o tempo e o modo verbal. Ambas

Ex.: O aniversariante comeu do bolo (a preposição só aparece para dar a ideia de que o aniversariante comeu apenas uma
parte do bolo).
Ex.: Eu não vejo a ele desde o Natal (os pronomes oblíquos tônicos são sempre preposicionados).
Ex.: O pai ama ao filho (a preposição aparece para conferir ênfase, para garantir o entendimento de quem pratica e quem
recebe a ação de amar).
Aí vem um detalhe: essas construções não podem ser apassivadas. Portanto, uma oração como “comeu-se do bolo” possui
um índice de indeterminação do sujeito, e não uma partícula apassivadora. Veja, novamente, como a voz passiva está com-
pletamente ligada à estrutura morfossintática. A ausência de um objeto direto sem preposição impede a possibilidade de
formação da voz passiva.
Observação importante: esse assunto praticamente não aparece em provas!

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as construções estão no singular e no presente do indicativo. Portanto, não haveria prejuízo à
correção gramatical.
Errado.

012. (CESPE/PCDF/2013) Em agosto deste ano, foram registrados 39 casos de sequestro-


-relâmpago em todo o DF, o que representa redução de 32% do número de ocorrências dessa
natureza criminal em relação ao mesmo mês de 2012.
A correção gramatical e o sentido da oração “Em agosto deste ano, foram registrados 39 casos
de sequestro-relâmpago em todo o DF” seriam preservados caso se substituísse a locução
verbal “foram registrados” por registrou-se.

A locução verbal “foram registrados” está no plural para concordar com o núcleo do sujeito “ca-
sos”. Coloque uma ideia em sua cabeça: o que é sujeito para a voz passiva analítica também
é sujeito para a voz passiva sintética! Portanto, não há motivos para que o verbo “registrou-se”
seja empregado, uma vez que está no singular. O correto seria registraram-se
Errado.

013. (CESPE/MI/2013) Os efeitos da seca espalham-se no campo e são visíveis nos incontá-
veis animais mortos por onde passam as rodovias sertanejas.
Em “espalham-se”, o termo “se” indica que o sujeito da oração é indeterminado.

Primeiramente, lembre-se de que o “se” só será índice de indeterminação do sujeito com ver-
bos no singular (o que já é suficiente para julgar o item). O verbo possui um sujeito paciente,
que é “os efeitos da seca”. O pronome é PA.
Errado.

014. (IBFC/EBSERH/2013) Considere as orações abaixo.


I – Prescreveu-se vários medicamentos.
II – Trata-se de doenças graves.
A concordância está correta em
a) somente I.
b) somente II.
c) I e II.
d) nenhuma.

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Em I, a expressão “vários medicamentos” é sujeito paciente (uma vez que o “se” é PA). Por-
tanto, o correto seria prescreveram-se. Em contrapartida, a II está correta, pois “de doenças
graves” é um objeto indireto. O pronome é um IIS, e o verbo deve permanecer no singular.
Letra b.

015. (IBFC/IDECI/2013) Considere a oração e as afirmativas a seguir.


Precisa-se de funcionário com experiência.
I – A oração encontra-se na voz passiva.
II – O sujeito é indeterminado.
Está correto o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) nenhuma.

A forma verbal “precisa” é transitiva indireta, a expressão “de funcionário com experiência” é
o OI, e o pronome é IIS. Nesse caso, a frase está na voz ativa (só seria voz passiva se o “se”
fosse PA).
Letra b.

016. (IBFC/PGE-SP/2013) Assinale a alternativa em que a oração não está na voz passiva.
a) Necessita-se de funcionários capacitados.
b) Comentou-se o caso do sequestro.
c) O aluno foi reprovado no exame.
d) As ruas foram cercadas pela polícia.
e) Alugam-se salas.

Na letra “a”, a forma verbal “necessita” é transitiva indireta, e a expressão “de funcionários ca-
pacitados” é o objeto indireto. O pronome funciona como um índice de indeterminação do su-
jeito. Detalhe importantíssimo: quando o “se” é IIS, a oração está na voz ativa! Nas alternativas
“b” e “e”, há a voz passiva sintética. Nas alternativas “c” e “d”, voz passiva analítica.
Letra a.

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017. (IBFC/ILSL/2013) Considere as orações abaixo.
I – Devem-se pensar em todos os aspectos do problema.
II – Devem-se analisar todos os aspectos do problema.
A concordância está correta em
a) somente I.
b) somente II.
c) I e II.
d) nenhuma.

Agora, estamos falando de casos em que o pronome “se” está associado a locuções verbais.
O procedimento será:
• buscar a transitividade no verbo principal;
• verificar a concordância no verbo auxiliar.
Em I, o verbo “pensar” é transitivo indireto, a expressão “em todos os aspectos do problema” é
o OI. Portanto, o “se” é IIS, e o verbo auxiliar deveria estar no singular. Em II, o verbo “analisar” é
transitivo direto, e a expressão “todos os aspectos do problema” é o sujeito paciente, uma vez
que o “se” é PA (e o verbo auxiliar está em concordância com o sujeito). Detalhe: as locuções
verbais apresentadas na questão são formadas pelo verbo auxiliar DEVER e pelo verbo princi-
pal no INFINITIVO. Nada de pensar em voz passiva analítica, ok?
Letra d.

A Voz Reflexiva

Antes de iniciarmos a terceira seção, quero fazer um comentário importante: até aqui, vi-
mos a parte da matéria que cai em 90% das questões sobre funções do SE (e esse percentual
ainda pode ser maior)! A verdade é que PA e IIS dominam as provas de concursos!
Compare comigo as seguintes orações:

(11) Vendem-se casas de praia.


(12) Não se depende de novas políticas públicas.
(13) Maria olhou-se no espelho.
(14) João se deu um carro novo.

Há algo em comum entre (11) e (12): não é possível identificar quem pratica a ação verbal.
Há algo em comum entre (13) e (14): é possível identificar quem pratica a ação verbal. Esse

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é o primeiro passo que você deve dar sempre que for analisar as funções do “se”! Veja este
quadro e grave-o na sua memória:

Situação Resultado
Quando não é possível identificar quem O pronome “se” ou é PA ou é IIS.
pratica a ação verbal.
Quando é possível identificar quem pra- O pronome “se” possui qualquer outra
tica a ação verbal. função diferente de PA ou IIS.

Isso vai mudar a sua vida para sempre! Você precisa ter essa consciência antes de tentar
identificar a função do pronome! Sabemos agora que (11) e (12) possuem ou PA ou IIS, assim
como sabemos que (13) e (14) não podem apresentar PA ou IIS.
Em (11), temos PA, pois “casas de praia” é sujeito paciente. Em (12), temos IIS, pois “de
novas políticas públicas” é objeto indireto.
Já em (13) e (14), note que a ação verbal que é praticada pelo sujeito recai sobre o próprio
sujeito! Maria poderia olhar outra pessoa, mas olhou a si mesma. João poderia dar algo a outra
pessoa, mas deu a si mesmo. Estamos diante da chamada voz reflexiva6, também conhecida
como voz medial. Nesses casos, o “se” é classificado como pronome reflexivo e pode assumir
a função de objeto direto (como ocorre em 13) ou de objeto indireto (como ocorre em 14).

018. (CESPE/CFO-BM/2011) Acorriam todos os aguadeiros com suas pipas, e também os po-
pulares, que faziam longas filas até o chafariz mais próximo, transportando de mão em mão os
baldes de água, ao mesmo tempo em que se improvisavam escadas de madeira para efetuar
salvamentos, retirando-se os moradores, antes que eles se atirassem das janelas dos sobrados.
As partículas “se” destacadas exercem a mesma função sintática em ambas as ocorrências.

Note: pela estrutura textual, não é possível identificar quem praticou a ação de retirar, mas é
possível identificar quem praticou a ação de atirar (eles = os moradores). O primeiro “se” é uma
partícula apassivadora, ao passo que o segundo é um pronome reflexivo.
Errado.

6
A voz reflexiva também pode ser praticada com outros pronomes oblíquos, tudo depende da pessoa verbal.
Ex.: Nós nos olhamos no espelho.
Ex.: Eu me dei um carro novo.
Todavia, em provas, esse assunto sempre aparece vinculado ao pronome “se”.

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019. (CESPE/CORREIOS/2011) Nos primeiros anos como seminarista, em Bois le Due, na
Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do que à filosofia e à religião.
Na Universidade de Oxford, terminou os estudos da língua grega — idioma dominado apenas
por eruditos. A partir de então, conheceu o filósofo Juan Colet, que lhe apresentou a primeira
versão da Bíblia. O acesso ao livro foi decisivo para Erasmo se afastar da filosofia escolástica.
As formas verbais “dedicou-se” e “se afastar” estão na voz reflexiva.

Primeiramente, é possível identificar quem pratica a ação verbal, nos dois casos. Erasmo dedi-
cou a si mesmo. Erasmo afastou a si mesmo.
Certo.

020. (CESPE/MPU/2013) Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a edição de bio-


grafias à autorização do biografado ou descendentes. As consequências da norma são ne-
gativas. Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar para a posteridade a vida de
personagens importantes na formação do país, em qualquer ramo de atividade.
O termo se, em “se registrar”, é utilizado para indicar reflexividade.

É fácil dizer que o “se” não é reflexivo, pois, no texto, não é possível identificar quem pratica a
ação de registrar. O pronome é PA.
Errado.

Pronome recíproco?
Compare as seguintes construções:
• O garoto se machucou na cozinha.
• As amigas se abraçaram com carinho.
Há uma pequena diferença de sentido entre as duas construções. Na primeira, o garoto abra-
çou a si mesmo, ao passo que, na segunda, as amigas abraçaram umas às outras. A pronome
“se” pode ser chamado de reflexivo nos dois casos, mas, no segundo, é possível também atri-
buir uma outra nomenclatura: pronome recíproco ou pronome reflexivo recíproco!

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2.2. Outras Funções do SE

Agora que você já conhece a partícula apassivadora, o índice de indeterminação do sujeito


e o pronome reflexivo, posso afirmar que você já sabe 99% da matéria! O pronome “se” possui,
na língua portuguesa, outras funções, mas são pouco exploradas em provas. Mas não pode-
mos deixar de falar sobre elas, não é mesmo?

Parte Integrante do Verbo

Compare comigo as seguintes construções:

(15) Kurt se matou.

(16) Kurt se suicidou.


Semanticamente, as duas construções são semelhantes, pois ambas indicam que alguém
tirou a própria vida. Todavia, gramaticalmente, as duas construções são diferentes, pois os
verbos apresentam entendimentos diferentes. O verbo “matar” significa “tirar a vida”, que pode
ser a vida de alguém ou a do próprio sujeito que pratica ação. Portanto, podemos afirmar que
a reflexividade da oração (15) é de inteira responsabilidade do pronome, pois é ele quem faz
com que a ação recaia sobre o sujeito.
Já o verbo “suicidar-se” significa “tirar a própria vida”. É inconcebível a ideia de que “alguém
suicida outra pessoa”. Isso mostra que a reflexividade não está no pronome, mas no próprio
verbo. Vou ser ainda mais explícito: na língua portuguesa, não existe o verbo “suicidar”, mas
apenas “suicidar-se”. Ele só existe com o pronome! Por isso, o “se” é conhecido como parte
integrante do verbo, e o verbo que possui esse tipo de estrutura é conhecido como verbo
pronominal.
A parte integrante do verbo acompanha apenas verbos intransitivos ou transitivos indire-
tos. Eles podem indicar sentimentos (arrepender-se, queixar-se, lembrar-se, esquecer-se, or-
gulhar-se, alegrar-se, admirar-se) ou ações do ser que são praticadas em relação a si próprio
(suicidar-se, concentrar-se, precaver-se).

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Exemplo: A samaritana se arrependeu dos pecados cometidos.
Exemplo.: A aluna se concentrou antes da prova.

Detalhe: os verbos pronominais se conjugam sempre com o pronome.

Pronome Expletivo

Também conhecido como partícula expletiva ou partícula de realce. É um elemento com-


pletamente dispensável na estrutura oracional. Sua presença (ou ausência) não altera o senti-
do ou a morfossintaxe da sentença. Ocorre, geralmente, com verbos intransitivos.

Exemplo: Ela se riu da situação.  Ela riu da situação.


Exemplo: Ele se tremeu durante o assalto.  Ele tremeu durante o assalto.
Exemplo: O show se acabou.  O show acabou.
Exemplo: Ele se foi sem dizer nada.  Ele foi sem dizer nada.

Lembrar X lembrar-se/Esquecer X esquecer-se


Inicialmente, ao ver que as formas verbais acima apresentadas podem existir com ou sem o
pronome, pensamos que o pronome “se” é classificado como partícula expletiva. No entanto,
esse pensamento é incorreto. Veja o porquê:
• Ela lembrou o seu nome. (lembrar = VTD)
• Ela se lembrou do seu nome. (lembrar-se = VTI)
• Ele esqueceu o seu aniversário. (esquecer = VTD)
• Ele se esqueceu do seu aniversário. (esquecer-se = VTI)

Em resumo: as formas verbais lembrar esquecer (sem o pronome) são transitivas diretas, ao
passo que lembrar-se e esquecer-se (com o pronome) são transitivas indiretas. Uma partícula
expletiva pode ser colocada ou retirada sem causar qualquer alteração na sentença. E, para a
nossa gramática, construções como:
• Ela lembrou do seu nome.
• Ela se lembrou o seu nome.
• Ele esqueceu do seu aniversário.
• Ele se esqueceu o seu aniversário.
São consideradas agramaticais.
Verbos como lembrar-se e esquecer-se são classificados como acidentalmente pronominais,
e a função do “se”, nesses casos, é parte integrante do verbo.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IADES/CORREIOS/TÉCNICO EM SEGURANÇA/2017)

De acordo com a norma-padrão e as questões gramaticais referentes ao período “Os temas


tratados neste blog se referem aos assuntos institucionais das diversas áreas dos Correios
e os posts publicados poderão ser comentados pelos leitores” (linhas de 8 a 10), assinale a
alternativa correta.
a) Caso o autor resolvesse substituir a expressão “Os temas tratados” pela construção Gran-
de parte dos temas, a nova redação poderia manter o verbo da oração na 3ª pessoa do plural.
b) O trecho “das diversas áreas dos Correios” poderia ser substituído pela redação das diver-
sas áreas que existe nos Correios, pois o verbo existir é impessoal.
c) Do ponto de vista da concordância, o trecho “Os temas tratados neste blog” poderia ser
substituído pela redação “Os temas o qual é tratado neste blog”.
d) A redação “Se faz necessário dizer que os temas tratados neste blog se referem aos assun-
tos institucionais das diversas áreas dos Correios” poderia substituir a original, pois o pronome
Se está corretamente colocado no início da oração.
e) A concordância está correta na redação e serão possíveis aos leitores comentar os posts
publicados e poderia substituir a original, pois as regras de concordância foram devidamente
observadas.

a) Correto. Por haver um núcleo partitivo, a concordância pode ser feita com o núcleo ou com
o determinante.
b) Errado. O correto é existem.
c) Errado. Os temas os quais são tratados.

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d) Errado. Não se pode usar POA em início de frase.
e) Errado. O correta é não será possível, pois o sujeito é oracional.
Letra a.

002. (IADES/FUNDAÇÃO HEMOCENTRO/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2017) Texto 1 para


responder à questão.

Quase 90% da população brasileira têm sangue dos tipos A ou O

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A respeito das estruturas do texto, assinale a alternativa correta.


a) No período “Cada bolsa de sangue, com 400 ml, é capaz de salvar até quatro vidas.” (linhas
15 e 16), o termo sublinhado representa o núcleo do sujeito dessa oração.
b) No título, conforme regra de concordância verbal, em se tratando de percentagem, o verbo
apresenta dupla concordância, podendo ser flexionado, nesse caso, no singular ou no plural.
c) Na linha 11, o termo “Aproximadamente” pode ser substituído por Acerca de, mantendo-se
a coerência da informação, por serem vocábulos correlatos.
d) As palavras “possível” (linha 9) e “saúde” (linha 23) são acentuadas segundo a mesma
regra gramatical.

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e) O trecho “Estima-se que três milhões” (linha 18) pode ser substituído por Se estima que
três milhões, sem que haja prejuízo quanto às regras de colocação pronominal.

b) Correto. Mais um caso de concordância verbal facultativa, por ser núcleo partitivo.
a) Errado. O núcleo é “bolsa”.
c) Errado. O correto seria “cerca de”.
d) Errado. A palavra “possível” está na regra das paroxítonas; saúde, regra do hiato.
e) Errado. Um POA não pode ser usado em início de frase.
Letra b.

003. (IADES/CRESS-MG/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2016)

De acordo com as regras de concordância prescritas pela norma-padrão, o trecho “Na carta, o
CRESS-MG também solicita ao governo a realização de novos concursos públicos para assis-
tentes sociais” (linhas de 11 a 13) poderia ser substituído pela seguinte oração:
a) Na carta, o CRESS-MG também solicita ao governo que seja realizado novos concursos
públicos para assistentes sociais.

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b) Na carta, o CRESS-MG também solicita ao governo que se realizem novos concursos públi-
cos para assistentes sociais.
c) Na carta, o CRESS-MG também solicita ao governo que se garantam a realização de novos
concursos públicos para assistentes sociais.
d) Na carta, o CRESS-MG também solicita ao governo que seja feito a realização de novos
concursos públicos para assistentes sociais.
e) Na carta, o CRESS-MG também é solicitado ao governo a realização de novos concursos
públicos para assistentes sociais.

Em virtude da partícula apassivadora, a expressão “novos concursos públicos para assistentes


sociais” exerce a função de sujeito paciente. Por isso, o verbo deve ficar no plural.
Letra b.

004. (IADES/CEITEC S.A./ANALISTA ADMINISTRATIVO/2016) Texto 1

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Assinale a alternativa que apresenta uma nova redação para o período “Mas esse comércio só
tem garantias se o boi tiver origem comprovada.” (linhas 10 e 11), que está totalmente correta
quanto às regras de concordância prescritas pela norma-padrão.
a) Mas só é dado a esse comércio as garantias se o boi tiver acompanhamento e origem
comprovada.
b) Mas só se dão as garantias a esse comércio se a maioria dos bois tiverem origem compro-
vada.
c) Mas a maior parte das garantias a esse comércio só será dada se o boi tiver atendimento
e origem comprovado.
d) Mas esse comércio só tem bastante garantias se 1,98% do rebanho tiverem origem com-
provada.
e) Mas poucos de nós só daríamos garantias a esse comércio se a raça caracu e nelore tiver
vacinada.

Mais uma questão que sugere a concordância com um sujeito paciente. Na alternativa correta,
há uma partícula apassivadora; por isso, “as garantias” é sujeito paciente.
Letra b.

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005. (IADES/CEITEC S.A./ANALISTA ADMINISTRATIVO/2016) Texto 2

Assinale a alternativa que apresenta outra redação para o período “O problema é que essa
determinação quase nunca é cumprida” (linhas 18 e 19), que está de acordo com as regras de
colocação pronominal prescritas pela norma-padrão.
a) O problema é que entende-se que essa determinação quase nunca é cumprida.
b) O problema é que quase nunca se cumpre essa determinação.
c) Me ocorre que o problema é que essa determinação quase nunca é cumprida.
d) Aqui acha-se que o problema é que essa determinação quase nunca é cumprida.
e) Se sabe que o problema é que essa determinação quase nunca é cumprida.

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Nas letras “a” e “d”, houve desrespeito ao fator de atração; em “c” e “e”, o pronome foi usado
em início de oração.
Letra b.

006. (IADES/CEITEC S.A./ADVOGADO/2016) Texto 3 para responder a questão.

Assinale a alternativa que, em conformidade com as regras de colocação pronominal prescri-


tas pela norma padrão, apresenta outra redação para o trecho “O pior de tudo é que a garantia
é perdida na maioria dos casos” (linhas 10 e 11).
a) O pior de tudo é que perde-se a garantia na maioria dos casos.
b) Nunca se consegue a garantia na maioria dos casos. Isso é o pior de tudo.
c) O pior de tudo é que não tem-se a garantia na maioria dos casos.
d) Se perde a garantia na maioria dos casos, o que é o pior de tudo.
e) A garantia sempre perde-se na maioria dos casos. Isso é o pior de tudo.

Nas letras “a”, “c” e “e”, houve desrespeito ao fator de atração. Em “d”, o pronome incorretamen-
te inicia o período.
Letra b.

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007. (IADES/EBSERH/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/2015) Texto 3

Acerca de aspectos gramaticais presentes no texto, assinale a alternativa correta.


a) O termo “pelo Ministério do Trabalho e Emprego” (linha 9) representa o agente da passiva
da respectiva oração.
b) No contexto apresentado, o verbo visar, em todas as ocorrências do texto, significa mirar.
c) Na linha 13, a vírgula que isola o termo “Segundo o diretor do DSST” é facultativa.
d) Na linha 19, a expressão “de acidentes” completa o sentido da palavra “medidas”.
e) Conforme a norma-padrão da língua portuguesa, é correto substituir a expressão “por meio”
(linhas 9 e 10) pelo vocábulo através.

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No trecho, a locução verbal “foi conduzida” marca a existência de uma voz passiva analítica,
cujo sujeito é “a iniciativa”. A expressão destaca funciona como agente da passiva dessa locu-
ção. Letra a.

008. (IADES/SEAP-DF/ANALISTA – DIREITO/2014)

De acordo com a norma-padrão, assinale a alternativa correta acerca do emprego das pala-
vras no texto.

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a) No período “Teodoro Freire punha o pilão na rede em que dormia para disfarçar” (linhas 2 e
3), “em que” não poderia ser substituído por onde.
b) Em “deu-lhe uma bronca” (linha 6), no lugar do pronome destacado, poderia ser empregado
o pronome o.
c) Na oração “Ela foi aceitando aos poucos a participação de Teodoro em festas populares”
(linhas 6 e 7), o pronome em destaque poderia ser substituído pela expressão Esta senhora.
d) A conjunção destacada no período “e organizou o bumba meu boi com a ajuda de um de-
putado conterrâneo.” (linhas de 10 a 12) tem valor adversativo, logo, poderia ser substituída
por mas.
e) Na linha 18, a conjunção destacada em “como conta a família, por 28 anos.” poderia ser
substituída por segundo.

e) Correto. No texto, “como” foi usado com valor conformativo.


a) Errado. Pode-se usar “onde”, pois se trata te um lugar.
b) Errado. O pronome “lhe” funciona como objeto indireto do verbo “deu”.
c) Errado. O pronome retoma “a mãe”. Como não há ambiguidade, o correto seria essa senhora.
d) Errado. Possui valor aditivo.
Letra e.

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009. (IADES/SEAP-DF/ANALISTA – DIREITO/2014)

De acordo com a norma-padrão e as questões gramaticais que envolvem o trecho “Frustrei-me


por não ver o Escola” (linha 27), é correto afirmar que
a) “me” poderia ser deslocado para antes do verbo que acompanha.
b) “me” deveria obrigatoriamente ser deslocado para antes do verbo que acompanha.
c) a ênclise em “Frustrei-me” e´ facultativa.

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d) a inclusão do advérbio Não, no início da oração “Frustrei-me”, tornaria a próclise obrigató-
ria.
e) a ênclise em “Frustrei-me” é obrigatória.

Tanto a letra “d” quanto a “e” são corretas.


Questão anulada.

010. (IADES/CAU-RJ/NÍVEL MÉDIO/2014) Texto 3 para responder as questões 9 e 10.

Disponível em: <http://sustentabilizando.wordpress.com/page/2/>. Acesso em: 10/3/2014.

Acerca das estruturas do texto, assinale a alternativa correta.


a) No primeiro quadro, a vírgula após a palavra “Mãe” é facultativa.
b) No segundo quadro, é correto inserir ponto final em substituição ao ponto de exclamação
que encerra o período, garantindo assim a correção gramatical desse trecho.
c) Todos os verbos utilizados no segundo quadro expressam ações futuras.
d) No terceiro quadro, o vocábulo “mim” pode ser substituído pelo pronome eu, mantendo-se
a coesão textual.
e) De acordo com a norma-padrão, a oração “não me falaram nada”, presente no segundo
balão do último quadro, pode ser assim reescrita: Não falaram-me nada.

b) Correto. Por ser o encerramento de um período, o ponto final pode substituir a exclamação
sem prejuízos.
a) Errado. A vírgula é obrigatória, pois é vocativo.
c) Errado. O verbo “dizem” está no presente.
d) Errado. Por não ser sujeito de um verbo, não se pode usar “eu”.
e) Errado. Há um desrespeito ao fator de atração.
Letra b.
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011. (IADES/METRÔ-DF/ENGENHEIRO ELETRICISTA/2014) Texto para responder a questão.

Considerando a norma-padrão e as construções linguísticas utilizadas no texto, assinale a al-


ternativa correta.
a) A colocação do pronome em “Me dê um abraço” (linha 3) está correta.
b) No verso “Coisa que gosto é poder partir” (linha 5), não foi observada a regência do verbo
gostar.
c) O verso “Quando quero” (linha 8) contém uma oração que introduz ideia de condição refe-
rente ao que é declarado no verso anterior.
d) O emprego de “Tem” como sinônimo de existir, na maioria dos versos da segunda estrofe,
está correto.
e) Em “Tem gente a sorrir e a chorar” (linha 16), a conjunção em destaque foi empregada para
reunir dois termos por meio da subordinação.

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b) Correto. Segundo a regência do verbo, seria coisa de que gosto.


a) Errado. Não se pode usar POA em início de frase.
c) Errado. A ideia é de tempo.
d) Errado. O verbo “ter” não pode ser usado para indicar existência.
e) Errado. A conjunção “e” possui valor coordenativo.
Letra b.

012. (IADES/METRÔ-DF/ENGENHEIRO ELETRICISTA/2014) Texto para responder a questão.

Considerando a norma-padrão e as questões gramaticais referentes ao período “A exclusi-


vidade não se aplica aos sábados, domingos e feriados.” (linhas 6 e 7), assinale a alternati-
va correta.
a) “A exclusividade” funciona como objeto direto de “aplica”.
b) Em “não se aplica”, o pronome poderia ser deslocado para depois do verbo.
c) No lugar de “aos sábados, domingos e feriados”, poderia ser utilizada a redação aos sába-
dos, os domingos e feriados.
d) O artigo definido feminino “A” determina e precisa o sentido do substantivo “exclusividade”,
e, do ponto de vista sintático, funciona como adjunto adnominal.
e) A conjunção “e” funciona como um conectivo adversativo.

d) Correto. O próprio item faz a justificativa morfossintática adequadamente.


a) Errado. Funciona como sujeito.
b) Errado. Haveria desrespeito ao fator de atração.
c) Errado. Quebra de paralelismo sintático.

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e) Errado. A conjunção foi empregada como aditiva.
Letra d.

013. (IADES/METRÔ-DF/TÉCNICO EM ELETRÔNICA/2014) Texto 1

Caso fosse necessário substituir o termo destacado em “Basta apresentar um documento” por um
pronome, de acordo com a norma-padrão, a nova redação deveria ser
a) Basta apresenta-lo.
b) Basta apresentar-lhe.
c) Basta apresenta-lhe.
d) Basta apresentá-la.
e) Basta apresentá-lo.

Como “um documento” é objeto direto, deve-se usar “o”; por adaptação fonética, o correto é
apresentá-lo.
Letra e.

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014. (IADES/METRÔ-DF/ADMINISTRADOR/2014)

Conforme a norma-padrão, a oração “As obras foram iniciadas em janeiro de 1992” (linha 8)
poderia ser reescrita da seguinte maneira:
a) Iniciou-se as obras em janeiro de 1992.
b) Se iniciou as obras em janeiro de 1992.
c) Iniciaram-se as obras em janeiro de 1992.
d) Teve início as obras em janeiro de 1992.
e) Deu-se início as obras em janeiro de 1992.

A única que emprega o pronome na posição correta e respeita os fatores de concordância


verbal. Letra c.

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015. (IADES/CAU-RJ/NÍVEL SUPERIOR/2014) Texto 3

Acerca dos aspectos gramaticais do texto, assinale a alternativa correta.


a) Na expressão “se interpenetram” (linha 13), o termo sublinhado exerce a função de prono-
me reflexivo recíproco.
b) Os termos “dos processos” (linha 2), “das relações” (linha 3) e “das formas” (linha 3) com-
pletam o sentido da expressão “espaço público” (linha 1).
c) Na oração “dão suporte à vida” (linhas 9 e 10), a crase é facultativa.
d) Conforme a norma-padrão, o termo “Para arquitetos e urbanistas” (linha 19) não precisa ser
isolado por vírgula.
e) Os vocábulos “público” (linha 1), “política” (linha 6), “domínio” (linha 15) e “dinâmicos” (linha
18) são acentuados seguindo a mesma regra gramatical.

No trecho, é possível entender que “esses dois sentidos” interpenetram entre si. Por isso, o
valor reflexivo-recíproco é identificável.
Letra a.

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016. (IADES/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014)

Com relação à norma padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa correta.


a) Outra redação possível para a oração “há 86 anos” (linha 2) seria fazem 86 anos.
b) Na oração “ela requereu sua inclusão no rol de eleitores do município de Mossoró-RN, onde
nasceu e viveu.” (linhas de 5 a 7), no lugar de “sua inclusão” poderia ser utilizado o pronome lhe.
c) Na oração “onde nasceu e viveu” (linhas 6 e 7), o pronome destacado deveria ser substitu-
ído por aonde.
d) O emprego da vírgula, no início e no fim da oração “onde nasceu e viveu” (linhas 6 e 7), é
facultativo.
e) No trecho “mulheres das cidades de Natal, Mossoró, Açari e Apodi alistaram-se como elei-
toras em 1928.” (linhas de 12 a 14), a vírgula foi utilizada adequadamente, nas duas ocasiões,
para separar termos que desempenham a mesma função sintática.

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e) Correto. Por ser uma enumeração, os termos têm a mesma função sintática.
a) Errado. Por ser impessoal, o correto é faz.
b) Errado. Por ser objeto direto, o correto é usar o pronome a.
c) Errado. Como não há a exigência da preposição “a”, deve-se usar onde.
d) Errado. Por ser oração subordinada adjetiva, o emprego da vírgula altera o sentido do tex-
to. Letra e.

017. (IADES/TRE-PA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2014) Texto 1

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa que apresenta a


nova redação do período, caso o autor optasse por deslocar o complemento verbal destacado
em “O nome ‘biometria’ ocorre do fato de coletarmos e armazenarmos dados físicos do elei-
tor.” (linhas 3 e 4), para logo depois de “coletarmos”, e ainda resolvesse utilizar um pronome
oblíquo depois de “armazenarmos”.
a) O nome ‘biometria’ ocorre do fato de coletarmos dados físicos do eleitor e armazenarmo-
-lhes.
b) O nome ‘biometria’ ocorre do fato de coletarmos dados físicos do eleitor e armazenarmo-
-lhe.
c) O nome ‘biometria’ ocorre do fato de coletarmos dados físicos do eleitor e armazenarmo-
-os.
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d) O nome ‘biometria’ ocorre do fato de coletarmos dados físicos do eleitor e armazenarmo-
-nos.
e) O nome ‘biometria’ ocorre do fato de coletarmos dados físicos do eleitor e armazenarmo-
-los.

Como o termo destacado funciona como OD, deve-se empregar o pronome os. Por adaptação
fonética, o correto é armazenamo-los.
Letra e.

018. (IADES/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/TAQUIGRAFIA/2014)

Códigos do poder

Em meio à usual cacofonia, duplas de taquígrafos se revezam com discrição no plenário da


Câmara. Chegam, sentam-se por poucos minutos, rabiscam códigos indecifráveis em seus
cadernos e saem.
“Muita gente não sabe quem nós somos. Tem deputado que chega perto e pergunta se é para
votar “sim” ou “não”. Já pegaram até óculos nossos emprestados”, brinca Graciete Pedreira,
taquígrafa há 15 anos na Casa. Ela integra o grupo de 187 profissionais no Congresso Nacional
que diariamente se dedica a registrar tudo o que é dito nos plenários e em algumas comissões.
Em plena era digital, o serviço ainda é feito com os tradicionais bloquinho e caneta, num ritmo
que pode chegar a 120 palavras por minuto. As anotações são rapidamente checadas, às ve-
zes com ajuda do áudio, e veiculadas na internet.

Maria Clara Cabral. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0603201107.


htm>. Acesso em: 6 fev. 2013.

Considerando a oração destacada no período “Chegam, sentam-se por poucos minutos, ra-
biscam códigos indecifráveis em seus cadernos e saem.”, assinale a alternativa correta, com
relação à norma padrão.
a) A próclise é facultativa.
b) A mesóclise é obrigatória.
c) A ênclise é facultativa.
d) A próclise é proibida.
e) A ênclise é proibida.

Pela pontuação, o uso da próclise é proibido.


Letra d.

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Vozes Verbais e Funções SE
Elias Santana
019. (IADES/IPHAN/NÍVEL SUPERIOR/2014) Texto 1 para responder a questão.
Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida

Disponível em: <http://vemviverbrasilia.com.br/atrativos/catedralmetropolitananossa-senhora-

-aparecida>. Acesso em: 19 nov. 2013, com adaptações.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa correta.


a) O 1º período também poderia ser assim reescrito: A Catedral de Brasília, a qual foi projeta-
da pelo arquiteto Oscar Niemeyer foi inaugurada em 1971.
b) As palavras “Brasília” (linha 1) e “referência” (linha 3) não são acentuadas graficamente
pela mesma regra.
c) A redação O projeto singular se tornou referência poderia substituir o trecho “O projeto sin-
gular tornou-se referência” (linhas 2 e 3).
d) Se no trecho “e abriga, em seu interior, esculturas de três anjos suspensas no teto.” (linhas
6 e 7), o verbo fosse substituído por existe, a norma padrão seria preservada.
e) Caso fosse necessária a substituição do complemento verbal por um pronome, na oração
“que representam os quatro evangelistas.” (linha 9), a nova redação seria que lhes representam.

Como o sujeito está explícito, pode-se usar tanto a próclise quanto a ênclise.
Letra c.

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Vozes Verbais e Funções SE
Elias Santana
020. (IADES/CAU-BR/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2013)

Assinale a alternativa correta considerando a estruturação linguística e a organização das


ideias do texto.
a) Em “No Pará, são 4,2%.” (linha 8), foi utilizado o mecanismo de substituição do verbo como
recurso coesivo para evitar repetição.
b) A oração correspondente a “foi encontrada contaminação por metais pesados” (linha 15)
na voz ativa é metais pesados contaminaram.
c) As palavras “domésticos” (linha 3), “média” (linha 7) e “público” (linha 19) seguem ‘a mes-
ma regra de acentuação gráfica.
d) A oração “produzido diariamente por milhões de pessoas” (linha 9) tem valor adverbial.
e) A palavra “efluentes” (linha 3) poderia ser substituída por dejetos sem alterar a correção
gramatical e as relações semânticas do texto.

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a) Correto. O emprego da vírgula marca uma elipse.


b) Errado. Está na voz passiva.
c) Errado. “Domésticos” e “público” são proparoxítonas; média, paroxítona.
d) Errado. Tem valor adjetivo.
e) Errado. A palavra “efluentes” são produtos líquidos, o que não é o mesmo que dejetos.
Letra a.

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021. (IADES/EBSERH/NÍVEL SUPERIOR/2013)

Tendo como referência a norma padrão da língua portuguesa e os aspectos gramaticais que
envolvem a oração “para os locais onde há maior vulnerabilidade à doença, o Ministério da
Saúde repassou R$ 15 milhões.” (linhas 21 e 22), assinale a alternativa correta.

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a) O pronome “onde” equivale a aonde.
b) Também seria possível escrever vulnerabilidade à essa doença.
c) Por desempenhar a função de objeto direto, o termo “R$ 15 milhões” poderia ser substitu-
ído pelo pronome lhes.
d) No lugar de “onde” poderia ser empregado tanto nos quais quanto em que.
e) “onde” tem como referência “Ministério da Saúde”.

d) Correto. Nas três opções, a preposição “em” foi mantida.


a) Errado. Possuem preposições diferentes.
b) Errado. Erro de crase, pois “essa doença” rejeita artigo.
c) Errado. O termo “lhes” é pronome para objeto indireto.
e) Errado. Retoma “locais”.
Letra d.

022. (IADES/EBSERH/NÍVEL SUPERIOR/2013) Transpondo-se a oração “O recurso foi utili-


zado para a instalação de mais de 1 milhão de mosquiteiros com inseticidas.” (linhas 22 a 24)
para a voz passiva sintética, a nova redação deveria ser
a) Utilizou-se o recurso para a instalação de mais de 1 milhão de mosquiteiros com insetici-
das.
b) Utilizaram-se o recurso para a instalação de mais de 1 milhão de mosquiteiros com inseti-
cidas
c) Utilizaram o recurso para a instalação de mais de 1 milhão de mosquiteiros com insetici-
das.
d) Foi utilizado o recurso para a instalação de mais de 1 milhão de mosquiteiros com inseti-
cidas.
e) Utilizado foi o recurso para a instalação de mais de 1 milhão de mosquiteiros com inseti-
cidas.

É a única alternativa em que o verbo foi corretamente flexionado em concordância com o su-
jeito paciente.
Letra a.

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023. (IADES/CFA/ANALISTA DE SISTEMAS/2010)

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O trecho “Ela está criando uma sociedade global, (...)” (linhas 6 e 7) estaria adequadamente
transposto para a voz passiva analítica em
a) “Ela será criada por uma sociedade global, (...)”.
b) “Uma sociedade global seria criada por ela, (...)”.
c) “Uma sociedade global está sendo criada por ela, (...)”.
d) “Ela poderia ser criada por uma sociedade global, (...)”.

É uma questão de transposição de voz ativa para a voz passiva analítica. Note que a forma
resultante fica com três verbos, pois, na voz ativa, há uma locução verbal.
Letra c.

024. (CESPE/SEDF/2017) “Quando a gente compreende a infância, a criança, é possível pensar


em uma estratégia para melhor atender o aluno”.
Seria mantido o sentido original do texto caso o termo “a gente” (l. 11) fosse substituído por se.

Questão da banca Cespe que exige o conhecimento gramatical e a interpretação do texto. Ao


dizer “quando a gente compreende a infância”, o termo “a gente” é interpretado em sentido
genérico, sem a intenção de gerar uma particularização. Ao fazer a substituição sugerida pela
questão (quando se compreende a infância), a interpretação genérica é mantida. Cabe res-

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saltar que, na reescrita, o pronome é uma partícula apassivadora e “a infância” passa a ser o
sujeito paciente.
Certo.

025. (CESPE/SEDF/2017) Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto


se o trecho “São duas gramáticas distintas” (l. 8) fosse reescrito da seguinte forma: “Tratam-se
de duas gramáticas diferentes”.

A reescrita está incorreta na concordância verbal, pois o verbo é transitivo indireto. A expres-
são “de duas gramáticas diferentes” é o OI, e o pronome “se” é um índice de indeterminação do
sujeito. O verbo deveria estar no singular.
Errado.

026. (CESPE/SEDF/2017) Por isso, a universidade, como instituição pública, pode assumir a
função de garantir o efetivo caráter público de que, em princípio, se revestem os bens de cultu-
ra historicamente legados ao presente.
Seria mantida a correção gramatical do texto caso a partícula “se”, no trecho “em princípio, se
revestem” (l. 28 e 29), fosse suprimida.

Na construção original, devido à presença da partícula apassivadora, o verbo “revestem” está


no plural para concordar com o sujeito paciente “os bens de cultura”. Ao retirar a partícula
apassivadora, o que era sujeito paciente passa a ser objeto direto. O verbo deveria, com a
alteração, concordar com “universidade”. Por isso, o verbo deveria passar ao singular, e não
permanecer no plural.
Errado.

027. (CESPE/TCE-PA/2017) Tratando-se do dever de prestar contas anuais, cabe, inicialmen-


te, verificar como tal obrigação está preceituada no ordenamento jurídico. A Constituição Fede-
ral prevê que cabe ao presidente prestar contas anualmente ao Poder Legislativo. Por simetria,
tal obrigação estende-se ao governador do estado e aos prefeitos municipais.
Sem prejuízo da correção gramatical, o trecho “estende-se” (l. 5) poderia ser substituído por é
estendida.

No texto original, o sujeito paciente da voz passiva sintética “estende-se” é “tal obrigação”. Ao
passar para a voz passiva analítica, o correto é tal obrigação é estendida.
Certo.

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028. (CESPE/PC-PE/PERITO/2016) Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo e,
para situar um acontecimento no tempo, é preciso que se tenha um conceito claro do que seja
tempo. Fugindo das conceituações matemáticas ou filosóficas de tempo, pragmaticamente
aceitamos a conceituação popular de tempo, isto é, a grandeza que se mede em minutos, ho-
ras, dias, meses ou anos.
No texto CG1A01AAA, a partícula “se”, em “a grandeza que se mede em minutos, horas, dias,
meses ou anos” (l. 30 e 31), classifica-se como
a) parte integrante de verbo.
b) pronome reflexivo recíproco.
c) pronome apassivador.
d) palavra expletiva.
e) índice de indeterminação do sujeito.

Com a transposição para a voz passiva analítica – a grandeza que é medida em minutos – fica
fácil perceber que a oração está na voz passiva, e o “se” é uma PA.
Letra c.

029. (CESPE/INSS/ANALISTA DE SEGURO SOCIAL/2016) Pena ganhou evidência como co-


mediógrafo a partir de 1838, ano em que foi encenada sua peça O Juiz de Paz na Roça. Em-
bora tenha produzido alguns dramas (que lhe renderam duras críticas), destacou-se de fato
pelas suas comédias e farsas, nas quais retratou a cultura e os costumes da sociedade do
seu tempo.
A substituição de “destacou-se” (l.11) por foi destacado prejudicaria o sentido original
do período.

Primeiramente, note que, segundo o texto, há quem pratica a ação de destacar: “Pena”. Por isso,
sabemos que o pronome “se” não pode ser PA ou IIS. Se não pode ser PA, não há voz passiva sinté-
tica; se não há voz passiva sintética, não há transposição para a voz passiva analítica! Nesse caso,
o pronome é uma parte integrante do verbo.
Certo.

030. (CESPE/TRE-PI/2016) Em suma, deve-se atentar para o fato de que a existência de refe-
rências comuns entre os indivíduos pode interferir em sua ação política, direcionando-a em um
mesmo sentido.
A partícula “se”, em “deve-se” (l. 28), classifica-se como pronome apassivador.

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Eu te pergunto: como o “se” será PA se não há sujeito paciente? Nesse caso, o pronome é um IIS.
Errado.

031. (CESPE/TRE-PI/2016) Nossas mensagens e documentos agora são digitais: encaminha-


das em segundos, ao clicar de uma tecla, ao toque dos dedos ou em resposta a um comando
de voz, materializam-se diante dos nossos olhos em telas, telinhas e telonas do computador, do
tablet, do celular e até do relógio de pulso.
A partícula “se”, em “materializam-se” (l. 9), classifica-se como pronome apassivador.

Basta perceber o sentido do verbo: dizer que “nossas mensagens e documentos (...) se mate-
rializam” é o mesmo que dizer que nossas mensagens e documentos aparecem. Portanto, o
sujeito pratica a ação verbal. O pronome é uma parte integrante do verbo.
Errado.

032. (CESPE/TRE-PI/2016) Em municípios de Pernambuco, até meados de novembro do ano


passado, haviam sido registrados 141 casos suspeitos da referida malformação congênita.
A coerência e a correção gramatical do texto seriam mantidas caso se substituísse “haviam
sido registrados” (l. 5) por registrou-se.

Por ser uma locução verbal com três verbos, a transposição para a voz passiva analítica exige
o emprego de dois verbos. O correto é haviam se registrado.
Errado.

033. (CESPE/DPU/2016) O surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de relação


jurídica então existentes – e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas – já
dava início a situações em que constantemente as partes se viam impossibilitadas de arcar
com os possíveis custos judiciais das demandas.
Em “as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais das deman-
das” (l. 7 e 8), a partícula “se” foi empregada no sentido de umas às outras.

O sentido não é de reciprocidade, mas de reflexividade. Portanto, a ideia é de que as partes


viam a si mesmas.
Errado.

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Fiz questão de fazer este adendo porque esses verbos são muito cobrados em prova. Os exa-
minadores não costumam perguntar sobre a função do “se” nesses casos, mas sobre a regên-
cia desses verbos!

O que cai, Elias?

Aprenda o seguinte:
• qual pronome oblíquo de terceira pessoa serve para cada tipo de complemento verbal;
• as adaptações fonéticas;
• as regras básicas de colocação pronominal (principalmente próclise);
• como mudar a voz de um verbo;
• como identificar uma partícula apassivadora.

Com isso, você mata uma grande quantidade de questões da IADES sobre esses assuntos.

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Elias Santana
GABARITO
1. a
2. b
3. b
4. b
5. b
6. b
7. a
8. e
9. Anulada (d/e)
10. b
11. b
12. d
13. e
14. c
15. a
16. e
17. e
18. d
19. c
20. a
21. d
22. a
23. c
24. C
25. E
26. E
27. C
28. c
29. C
30. E
31. E
32. E
33. E

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Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de pro­fessor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramá­tica, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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