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CÓD: OP-005ST-23

7908403541836

PRIMAVERA DO LESTE - MT
PREFEITURA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE
MATO GROSSO

Fiscal de Obras e Posturas


CONCURSO PÚBLICO – EDITAL N.º 01.001/2023
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,

• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,

• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.

Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. ................................................................................................. 5
2. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. Modos de organização discursiva: descrição, narração, exposição, argumenta-
ção e injunção. ........................................................................................................................................................................... 5
3. Domínio da ortografia oficial. .................................................................................................................................................... 6
4. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conecto-
res e de outros elementos de sequenciação textual. ................................................................................................................. 6
5. Emprego de tempos e modos verbais. Emprego das classes de palavras. ................................................................................. 7
6. Domínio da estrutura morfossintática do período. Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. Rela-
ções de subordinação entre orações e entre termos da oração. ............................................................................................... 14
7. Emprego dos sinais de pontuação.............................................................................................................................................. 18
8. Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................ 21
9. Regência verbal e nominal. ........................................................................................................................................................ 23
10. Emprego do sinal indicativo de crase......................................................................................................................................... 24
11. Colocação dos pronomes átonos. .............................................................................................................................................. 24
12. Reescrita de frases e parágrafos do texto. ................................................................................................................................. 25
13. Significação das palavras. ........................................................................................................................................................... 31
14. Substituição de palavras ou de trechos de texto. ...................................................................................................................... 31
15. Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. ............................................................................................... 32
16. Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. .......................................................................................... 32
17. Sintaxe do período simples. ....................................................................................................................................................... 32
18. Subordinação e coordenação..................................................................................................................................................... 32

Raciocínio Lógico e Matemático


1. Raciocínio lógico numérico: Resolução de problemas envolvendo números reais. Conjuntos.......................................... 41
2. Porcentagem. .................................................................................................................................................................... 47
3. Sequências e padrões (com números, figuras ou palavras)............................................................................................... 48
4. Raciocínio Lógico: Proposições. Conectivos. Negação. Equivalência e implicação lógica.................................................. 49
5. Problemas de contagem: Princípio Aditivo e Princípio Multiplicativo. Arranjos. Combinações. Permutações.................. 54
6. Noções de probabilidade................................................................................................................................................... 56

Conhecimentos Gerais e Legislação


1. Fundamentos históricos e geográficos do Brasil. República Velha (1889 e 1930)...................................................................... 59
2. A Revolução de 1930 e a Era Vargas; O Estado Novo (1937 a 1945)........................................................................................... 64
3. República Liberal-Conservadora (1946 a 1964).......................................................................................................................... 67
4. Governos militares...................................................................................................................................................................... 68
5. A Nova República........................................................................................................................................................................ 69
6. Brasil Contemporâneo................................................................................................................................................................ 73
7. Atualidades: Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia,
energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, problemas ambientais........................................................... 73
8. Interação entre o clima, a vegetação, o relevo, a hidrografia e o solo no espaço natural brasileiro.......................................... 74
ÍNDICE

9. Os recursos minerais e energéticos brasileiros, produção e consumo, conservação e esgotamento......................................... 79


10. Aspectos históricos e geográficos do Município......................................................................................................................... 80
11. Constituição Federal de 1988 e suas alterações (arts. 1º a 14, arts 37 a 43 e arts 196 a 200).................................................. 81
12. Lei Orgânica de Primavera do Leste............................................................................................................................................ 92
13. Estatuto do Servidor Municipal de Primavera do Leste............................................................................................................. 117

Noções de Informática
14. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática:
tipos de computadores, conceitos de hardware e de software, instalação de periféricos................................................ 137
15. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambiente Microsoft Office, versões 2010, 2013 e 365).............................. 137
16. Noções de sistema operacional (ambiente Windows, versões 10 e 11 pro)...................................................................... 143
17. Redes de computadores: conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet.
Programas de navegação................................................................................................................................................... 145
18. Ferramentas Google: Gmail; Google Meet; Google Documentos; Google Planilhas; Google Drive; Google Agenda........ 153
19. Sítios de busca e pesquisa na Internet. ............................................................................................................................. 155
20. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas....................................... 155
21. Segurança da informação: procedimentos de segurança. Noções de vírus, Worms e pragas virtuais. Aplicativos para
segurança (antivírus, firewall, antispyware etc.)................................................................................................................ 156
22. Procedimentos de backup.................................................................................................................................................. 157

Conhecimentos Específicos
Fiscal de Obras e Posturas
1. Legislação Municipal:Código de Obras do Município de Primavera do Leste - Lei Municipal nº 499, de 17 de junho de 1998 e
suas alterações............................................................................................................................................................................ 161
2. Plano Diretor Participativo do Município de Primavera do Leste - Lei Municipal nº 1000, de 19 de julho de 2007 e suas alte-
rações.......................................................................................................................................................................................... 180
3. Zoneamento e Uso do Solo Urbano da Sede do Município de Primavera do Leste - Lei Municipal nº 497, de 17 de junho de
1998 e suas alterações................................................................................................................................................................ 204
4. Parcelamento do Solo Urbano do Município de Primavera do Leste - Lei Municipal nº 498, de 17 de junho de 1998 e suas
alterações................................................................................................................................................................................... 211
5. Código de Posturas do Município de Primavera do Leste - Lei Municipal nº 500, de 17 de junho de 1998 e suas alterações 219
6. Liberdade Econômica do Município de Primavera do Leste - Lei Municipal nº 1.944, de 04 de maio de 2021.......................... 241
7. Perturbação do sossego público - Lei Municipal nº 723, de 16 de abril de 2002 e suas alterações........................................... 248
8. Normas Brasileiras - ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas:Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos - Norma Brasileira ABNT NBR 9050. ..................................................................................................... 253
9. Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas - aplicação de uso geral - Norma Brasileira
ABNT NBR 10151........................................................................................................................................................................ 253
10. Acústica - Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações - Norma Brasileira ABNT NBR 10152. .................... 253
11. Legislação complementar:Estatuto da Cidade -Lei Federal no 10.257, de 10 de julho de 2001................................................. 254
12. Direito Administrativo: Princípios Fundamentais da Administração Pública.............................................................................. 262
13. Deveres e Poderes Administrativos. Poderes da Administração: a) Poder Vinculado; b) Poder Discricionário; c) Poder Hie-
rárquico; d) Poder Disciplinar; e) Poder Regulamentar; f) Poder de polícia............................................................................... 263
14. Atos Administrativos: conceito, classificação, requisitos de validade ou elementos, espécies, atributos, extinção, invalida-
ção, convalidação e conversão.................................................................................................................................................... 270
LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS.

Compreender e interpretar textos é essencial para que o objetivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é impor-
tante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido completo.
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explícita. Só
depois de compreender o texto que é possível fazer a sua interpretação.
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que está
escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpretação é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do repertório do leitor.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou visuais,
isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar expressões,
gestos e cores quando se trata de imagens.

Dicas práticas
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um conceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada parágrafo,
tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhecidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fonte de referências e datas.
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, questões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguintes
expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do texto
aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor quando afirma
que...

RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS. MODOS DE ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA: DESCRIÇÃO, NARRA-


ÇÃO, EXPOSIÇÃO, ARGUMENTAÇÃO E INJUNÇÃO.

A partir da estrutura linguística, da função social e da finalidade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele pertence.
Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas classificações.

Tipos textuais
A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finalidade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se apre-
senta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão específico para se fazer a enunciação.
Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas características:

Apresenta um enredo, com ações e relações entre personagens, que ocorre em determinados espaço e
TEXTO NARRATIVO tempo. É contado por um narrador, e se estrutura da seguinte maneira: apresentação > desenvolvimento >
clímax > desfecho
TEXTO DISSERTATIVO- Tem o objetivo de defender determinado ponto de vista, persuadindo o leitor a partir do uso de argumentos
ARGUMENTATIVO sólidos. Sua estrutura comum é: introdução > desenvolvimento > conclusão.
Procura expor ideias, sem a necessidade de defender algum ponto de vista. Para isso, usa-se comparações,
TEXTO EXPOSITIVO
informações, definições, conceitualizações etc. A estrutura segue a do texto dissertativo-argumentativo.
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas, de modo que sua finalidade é descrever, ou seja, caracterizar algo
TEXTO DESCRITIVO
ou alguém. Com isso, é um texto rico em adjetivos e em verbos de ligação.

Oferece instruções, com o objetivo de orientar o leitor. Sua maior característica são os verbos no modo
TEXTO INJUNTIVO
imperativo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Gêneros textuais • Depois de ditongos (ex: caixa)


A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe- • Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)
cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo Uso do “S” ou “Z”
não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual, Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob-
podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o servadas:
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as- • Depois de ditongos (ex: coisa)
sim como a própria língua e a comunicação, no geral. • Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S”
Alguns exemplos de gêneros textuais: (ex: casa > casinha)
• Artigo • Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou
• Bilhete origem. (ex: portuguesa)
• Bula • Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex:
• Carta populoso)
• Conto
• Crônica Uso do “S”, “SS”, “Ç”
• E-mail • “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex:
• Lista diversão)
• Manual • “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• Notícia • “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passa-
• Poema ram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)
• Propaganda
• Receita culinária Os diferentes porquês
• Resenha
• Seminário Usado para fazer perguntas. Pode ser
POR QUE
substituído por “por qual motivo”
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Usado em respostas e explicações. Pode ser
PORQUE
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, substituído por “pois”
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- O “que” é acentuado quando aparece como
dade e à função social de cada texto analisado. POR QUÊ a última palavra da frase, antes da pontuação
final (interrogação, exclamação, ponto final)
DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL. É um substantivo, portanto costuma vir
PORQUÊ acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo
ou pronome
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes
à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso Parônimos e homônimos
analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo- As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que núncia semelhantes, porém com significados distintos.
também faz aumentar o vocabulário do leitor. Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
atento! “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co- DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL.
nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBS-
alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e TITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE OU-
consoantes (restante das letras). TROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL.
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram
reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo
que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpre-
nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional. tação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os
componentes do texto, de modo que são independentes entre si.
Uso do “X” Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente,
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o e vice-versa.
X no lugar do CH: Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja,
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxer- ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito
gar) ao conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) –
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
anafórica
Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e
africana.
advérbios) – catafórica
Mais um ano igual aos outros...
Comparativa (uso de comparações por semelhanças)
Substituição de um termo por outro, para evitar Maria está triste. A menina está cansada de ficar
SUBSTITUIÇÃO
repetição em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Conexão entre duas orações, estabelecendo relação Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO
entre elas quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL ou palavras que possuem sentido aproximado e
cozinha têm janelas grandes.
pertencente a um mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.

Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...


INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Ana se exercita pela manhã.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza
Todos parecem meio bobos.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo,
VERBO Chove muito em Manaus.
número, pessoa e voz.
A cidade é muito bonita quando vista do
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação
alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão que
protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Causa: por que, por quê • Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.
Orgulhar-me-ei de meus alunos.
Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos. DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora-
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto ções, nem após ponto-e-vírgula.
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que Verbos
• Superlativo analítico: muito cedo Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito
• Superlativo sintético: cedíssimo (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro
possuem subdivisões.
Curiosidades Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
uso de alguns prefixos (supercedo). • Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per-
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do
salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) presente, futuro do pretérito.
e ordem (ultimamente; depois; primeiramente). • Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im-
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem perfeito, futuro.
sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um
sentido próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, Os tempos verbais compostos são formados por um verbo
mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designa- auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre
ção (eis); de realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou me- flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti-
lhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí). cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito,
Pronomes pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté-
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, rito.
isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no • Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito,
enunciado, ele pode ser classificado da seguinte maneira: pretérito mais-que-perfeito, futuro.
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e po- As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem,
dem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...). aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando,
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
nossos...) de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no pio) ou advérbio (gerúndio).
tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questio- Tipos de verbos
namentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...) Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o Desse modo, os verbos se dividem em:
na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...) Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira vender, abrir...)
imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...) • Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situ- ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
ações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...) • Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
(ser, ir...)
Colocação pronominal • Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do (falir, banir, colorir, adequar...)
pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, • Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo). • Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles: conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; acontecer...)
advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demons- • Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
trativos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
gerúndio antecedidos por “em”. • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
Nada me faria mais feliz. átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
pentear-se...)
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da • Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún- verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)

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LÍNGUA PORTUGUESA

• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

Ao conectar os termos das orações, as preposições estabelecem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de:
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila.
• Lugar: O vírus veio de Portugal.
• Companhia: Ela saiu com a amiga.
• Posse: O carro de Maria é novo.
• Meio: Viajou de trem.

Combinações e contrações
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras palavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e
havendo perda fonética (contração).
• Combinação: ao, aos, aonde
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso

Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabelecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante de
conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e interpre-
tação de textos, além de ser um grande diferencial no momento de redigir um texto.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjunções coordenativas Termos da oração


As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti-
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em Termos sujeito
1.
cinco grupos: essenciais predicado
• Aditivas: e, nem, bem como.
• Adversativas: mas, porém, contudo.
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer.
• Conclusivas: logo, portanto, assim.
• Explicativas: que, porque, porquanto. complemento objeto
verbal direto
Termos
Conjunções subordinativas 2. complemento objeto
integrantes
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação nominal indireto
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. agente da passiva
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido)
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas Adjunto
substantivas, definidas pelas palavras que e se. Termos adnominal
3.
• Causais: porque, que, como. acessórios adjunto adverbial
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. aposto
• Condicionais: e, caso, desde que. 4. Vocativo
• Conformativas: conforme, segundo, consoante.
• Comparativas: como, tal como, assim como. Diz-se que sujeito e predicado são termos “essenciais”, mas
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. note que o termo que realmente é o núcleo da oração é o verbo:
• Finais: a fim de que, para que. Chove. (Não há referência a sujeito.)
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. Cansei. (O sujeito e eu, implícito na forma verbal.)
• Temporais: quando, enquanto, agora. Os termos “acessórios” são assim chamados por serem supos-
tamente dispensáveis, o que nem sempre é verdade.
DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO
PERÍODO. RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORA- Sujeito e predicado
ÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO. RELAÇÕES DE Sujeito é o termo da oração com o qual, normalmente, o verbo
SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS concorda.
DA ORAÇÃO.
Exemplos
A notícia corria rápida como pólvora. (Corria está no singular
Frase concordando com a notícia.)
É todo enunciado capaz de transmitir a outrem tudo aquilo que As notícias corriam rápidas como pólvora. (Corriam, no plural,
pensamos, queremos ou sentimos. concordando com as notícias.)

Exemplos O núcleo do sujeito é a palavra principal do sujeito, que encerra


Caía uma chuva. a essência de sua significação. Em torno dela, como que gravitam
Dia lindo. as demais.
Exemplo: Os teus lírios brancos embelezam os campos. (Lí-
Oração rios é o núcleo do sujeito.)
É a frase que apresenta estrutura sintática (normalmente, su-
jeito e predicado, ou só o predicado). Podem exercer a função de núcleo do sujeito o substantivo e
palavras de natureza substantiva. Veja:
Exemplos O medo salvou-lhe a vida. (substantivo)
Ninguém segura este menino. (Ninguém: sujeito; segura este Os medrosos fugiram. (Adjetivo exercendo papel de substanti-
menino: predicado) vo: adjetivo substantivado.)
Havia muitos suspeitos. (Oração sem sujeito; havia muitos sus-
peitos: predicado) A definição mais adequada para sujeito é: sujeito é o termo da
oração com o qual o verbo normalmente concorda.

Sujeito simples: tem um só núcleo.


Exemplo: As flores morreram.

Sujeito composto: tem mais de um núcleo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo: O rapaz e a moça foram encostados ao muro. Predicativo do sujeito


É o termo da oração que, no predicado, expressa qualificação
Sujeito elíptico (ou oculto): não expresso e que pode ser de- ou classificação do sujeito.
terminado pela desinência verbal ou pelo contexto. Exemplo: Você será engenheiro.
Exemplo: Viajarei amanhã. (sujeito oculto: eu)
- O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de liga-
Sujeito indeterminado: é aquele que existe, mas não podemos ção, pode também ocorrer com verbos intransitivos ou com ver-
ou não queremos identificá-lo com precisão. bos transitivos.
Ocorre:
- quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem referência a Predicado verbal
nenhum substantivo anteriormente expresso. Ocorre quando o núcleo é um verbo. Logo, não apresenta pre-
Exemplo: Batem à porta. dicativo. E formado por verbos transitivos ou intransitivos.
Exemplo: A população da vila assistia ao embarque. (Núcleo
- com verbos intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou de li- do sujeito: população; núcleo do predicado: assistia, verbo transi-
gação (VL) acompanhados da partícula SE, chamada de índice de tivo indireto)
indeterminação do sujeito (IIS).
Exemplos: Verbos intransitivos
Vive-se bem. (VI) São verbos que não exigem complemento algum; como a ação
Precisa-se de pedreiros. (VTI) verbal não passa, não transita para nenhum complemento, rece-
Falava-se baixo. (VI) bem o nome de verbos intransitivos. Podem formar predicado sozi-
Era-se feliz naquela época. (VL) nhos ou com adjuntos adverbiais.
Exemplo: Os visitantes retornaram ontem à noite.
Orações sem sujeito
São orações cujos verbos são impessoais, com sujeito inexis- Verbos transitivos
tente. São verbos que, ao declarar alguma coisa a respeito do sujei-
to, exigem um complemento para a perfeita compreensão do que
Ocorrem nos seguintes casos: se quer dizer. Tais verbos se denominam transitivos e a pessoa ou
- com verbos que se referem a fenômenos meteorológicos. coisa para onde se dirige a atividade transitiva do verbo se denomi-
Exemplo: Chovia. Ventava durante a noite. na objeto. Dividem-se em: diretos, indiretos e diretos e indiretos.

- haver no sentido de existir ou quando se refere a tempo de- Verbos transitivos diretos: Exigem um objeto direto.
corrido. Exemplo: Espero-o no aeroporto.
Exemplo: Há duas semanas não o vejo. (= Faz duas semanas)
Verbos transitivos indiretos: Exigem um objeto indireto.
- fazer referindo-se a fenômenos meteorológicos ou a tempo Exemplo: Gosto de flores.
decorrido.
Exemplo: Fazia 40° à sombra. Verbos transitivos diretos e indiretos: Exigem um objeto direto
e um objeto indireto.
- ser nas indicações de horas, datas e distâncias. Exemplo: Os ministros informaram a nova política econômi-
Exempl: São duas horas. ca aos trabalhadores. (VTDI)

Predicado nominal Complementos verbais


O núcleo, em torno do qual as demais palavras do predicado Os complementos verbais são representados pelo objeto direto
gravitam e que contém o que de mais importante se comunica a (OD) e pelo objeto indireto (OI).
respeito do sujeito, e um nome (isto é, um substantivo ou adjetivo,
ou palavra de natureza substantiva). O verbo e de ligação (liga o nú- Objeto indireto
cleo ao sujeito) e indica estado (ser, estar, continuar, ficar, perma- É o complemento verbal que se liga ao verbo pela preposição
necer; também andar, com o sentido de estar; virar, com o sentido por ele exigida. Nesse caso o verbo pode ser transitivo indireto ou
de transformar-se em; e viver, com o sentido de estar sempre). transitivo direto e indireto. Normalmente, as preposições que ligam
Exemplo: o objeto indireto ao verbo são a, de, em, com, por, contra, para etc.
Os príncipes viraram sapos muito feios. (verbo de ligação mais Exemplo: Acredito em você.
núcleo substantivo: sapos)
Objeto direto
Verbos de ligação Complemento verbal que se liga ao verbo sem preposição obri-
São aqueles que, sem possuírem significação precisa, ligam um gatória. Nesse caso o verbo pode ser transitivo direto ou transitivo
sujeito a um predicativo. São verbos de ligação: ser, estar, ficar, pa- direto e indireto.
recer, permanecer, continuar, tornar-se etc. Exemplo: Comunicaram o fato aos leitores.
Exemplo: A rua estava calma.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Objeto direto preposicionado - Complemento nominal – recebe a atividade transitiva de um


É aquele que, contrariando sua própria definição e característi- nome.
ca, aparece regido de preposição (geralmente preposição a). O complemento nominal é sempre ligado ao nome por prepo-
O pai dizia aos filhos que adorava a ambos. sição, tal como o objeto indireto.
Exemplo: Tenho necessidade de dinheiro.
Objeto pleonástico
É a repetição do objeto (direto ou indireto) por meio de um Adjunto adverbial
pronome. Essa repetição assume valor enfático (reforço) da noção É o termo da oração que modifica o verbo ou um adjetivo ou
contida no objeto direto ou no objeto indireto. o próprio advérbio, expressando uma circunstância: lugar, tempo,
Exemplos fim, meio, modo, companhia, exclusão, inclusão, negação, afirma-
Ao colega, já lhe perdoei. (objeto indireto pleonástico) ção, duvida, concessão, condição etc.
Ao filme, assistimos a ele emocionados. (objeto indireto pleo-
nástico) Período
Enunciado formado de uma ou mais orações, finalizado por:
Predicado verbo-nominal ponto final ( . ), reticencias (...), ponto de exclamação (!) ou ponto
Esse predicado tem dois núcleos (um verbo e um nome), é for- de interrogação (?). De acordo com o número de orações, classifi-
mado por predicativo com verbo transitivo ou intransitivo. ca-se em:
Exemplos: Apresenta apenas uma oração que é chamada absoluta.
A multidão assistia ao jogo emocionada. (predicativo do sujei- O período é simples quando só traz uma oração, chamada
to com verbo transitivo indireto) absoluta; o período é composto quando traz mais de uma oração.
A riqueza tornou-o orgulhoso. (predicativo do objeto com ver- Exemplo: Comeu toda a refeição. (Período simples, oração absolu-
bo transitivo direto) ta.); Quero que você leia. (Período composto.)
Uma maneira fácil de saber quantas orações há num período
Predicativo do sujeito é contar os verbos ou locuções verbais. Num período haverá tan-
O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de ligação, tas orações quantos forem os verbos ou as locuções verbais nele
pode também ocorrer com verbos intransitivos ou transitivos. Nes- existentes.
se caso, o predicado é verbo-nominal. Há três tipos de período composto: por coordenação, por su-
Exemplo: A criança brincava alegre no parque. bordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo tempo
(também chamada de misto).
Predicativo do objeto
Exprime qualidade, estado ou classificação que se referem ao Período Composto por Coordenação
objeto (direto ou indireto).
As três orações que formam esse período têm sentido próprio
Exemplo de predicativo do objeto direto: e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: são inde-
O juiz declarou o réu culpado. pendentes. Há entre elas uma relação de sentido, mas uma não de-
Exemplo de predicativo do objeto indireto: pende da outra sintaticamente.
Gosto de você alegre. As orações independentes de um período são chamadas de
orações coordenadas (OC), e o período formado só de orações co-
Adjunto adnominal ordenadas é chamado de período composto por coordenação.
É o termo acessório que vem junto ao nome (substantivo), res- As orações coordenadas podem ser assindéticas e sindéticas.
tringindo-o, qualificando-o, determinando-o (adjunto: “que vem As orações são coordenadas assindéticas (OCA) quando não
junto a”; adnominal: “junto ao nome”). Observe: vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os meus três grandes amigos [amigos: nome substantivo] vie- Os jogadores correram, / chutaram, / driblaram.
ram me fazer uma visita [visita: nome substantivo] agradável on- OCA OCA OCA
tem à noite.
São adjuntos adnominais os (artigo definido), meus (pronome - As orações são coordenadas sindéticas (OCS) quando vêm in-
possessivo adjetivo), três (numeral), grandes (adjetivo), que estão troduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
gravitando em torno do núcleo do sujeito, o substantivo amigos; A mulher saiu do prédio / e entrou no táxi.
o mesmo acontece com uma (artigo indefinido) e agradável (adje- OCA OCS
tivo), que determinam e qualificam o núcleo do objeto direto, o
substantivo visita. As orações coordenadas sindéticas se classificam de acordo
com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas que as in-
O adjunto adnominal prende-se diretamente ao substantivo, troduzem. Pode ser:
ao passo que o predicativo se refere ao substantivo por meio de
um verbo. - Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só...
mas também, não só... mas ainda.
Complemento nominal A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa
É o termo que completa o sentido de substantivos, adjetivos e ideia de acréscimo ou adição com referência à oração anterior, ou
advérbios porque estes não têm sentido completo. seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.
- Objeto – recebe a atividade transitiva de um verbo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém, - Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona pro-
todavia, contudo, entretanto, no entanto. porcionalmente ao que foi enunciado na principal. Conjunções: à
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto
ideia de oposição à oração anterior, ou seja, por uma conjunção menos.
coordenativa adversativa. Orações Subordinadas Substantivas
São aquelas que, num período, exercem funções sintáticas pró-
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, por prias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjun-
isso, pois, logo. ções integrantes que e se.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expres- - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aquela
sa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração anterior, ou que exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.
seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva. Observe: O filho quer a sua ajuda. (objeto direto)
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É aquela
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou, ou... ou, que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração princi-
ora... ora, seja... seja, quer... quer. pal. Observe: Preciso de sua ajuda. (objeto indireto)
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que estabele- - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que
ce uma relação de alternância ou escolha com referência à oração exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observe: É
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa alternativa. importante sua ajuda. (sujeito)
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque, aquela que exerce a função de complemento nominal de um ter-
pois, porquanto. mo da oração principal. Observe: Estamos certos de sua inocência.
A 2ª oração é introduzida por uma conjunção que expressa (complemento nominal)
ideia de explicação, de justificativa em relação à oração anterior, ou - Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela que
seja, por uma conjunção coordenativa explicativa. exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, vindo
sempre depois do verbo ser. Observe: O principal é sua felicidade.
Período Composto por Subordinação (predicativo)
Nesse período, a segunda oração exerce uma função sintática - Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela que
em relação à primeira, sendo subordinada a ela. Quando um perío- exerce a função de aposto de um termo da oração principal. Obser-
do é formado de pelo menos um conjunto de duas orações em que ve: Ela tinha um objetivo: a felicidade de todos. (aposto)
uma delas (a subordinada) depende sintaticamente da outra (prin-
cipal), ele é classificado como período composto por subordinação. Orações Subordinadas Adjetivas
As orações subordinadas são classificadas de acordo com a função Exercem a função de adjunto adnominal de algum termo da
que exercem. oração principal.
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas por
Orações Subordinadas Adverbiais um pronome relativo (que, qual, cujo, quem, etc.) e são classifica-
Exercem a função de adjunto adverbial da oração principal das em:
(OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa - Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando
que as introduz: restringem ou especificam o sentido da palavra a que se referem.
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração prin- - Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas quan-
cipal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, visto do apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se referem,
que. esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-lo ou
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a ocor- especificá-lo.
rência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, contanto
que, a menos que, a não ser que, desde que. Orações Reduzidas
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração São caracterizadas por possuírem o verbo nas formas de gerún-
principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Conjunções: em- dio, particípio ou infinitivo. Ao contrário das demais orações subor-
bora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo que. dinadas, as orações reduzidas não são ligadas através dos conecti-
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com vos. Há três tipos de orações reduzidas:
outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que - Orações reduzidas de infinitivo:
foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim que, Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir.
logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi enun- Reduzida: Meu desejo era ganhar na loteria.
ciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de que, por- Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse na loteria.
que (=para que), que. (Oração Subordinada Substantiva Predicativa)
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enuncia-
do na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), - Orações Reduzidas de Particípio:
pois que, visto que. Particípio: terminações –ado, -ido.
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com referência
à oração principal. Conjunções: como, assim como, tal como, (tão)... Reduzida: A mulher sequestrada foi resgatada.
como, tanto como, tal qual, que (combinado com menos ou mais).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolvida: A mulher que sequestraram foi resgatada. (Ora- — Ponto Parágrafo


ção Subordinada Adjetiva Restritiva) Separa-se por ponto um grupo de período formado por orações
que se prendem pelo mesmo centro de interesse. Uma vez que o
- Orações Reduzidas de Gerúndio: centro de interesse é trocado, é imposto o emprego do ponto pa-
Gerúndio: terminação –ndo. rágrafo se iniciando a escrever com a mesma distância da margem
com que o texto foi iniciado, mas em outra linha.
Reduzida: Respeitando as regras, não terão problemas. O parágrafo é indicado por ( § ) na linguagem oficial dos artigos
Desenvolvida: Desde que respeitem as regras, não terão pro- de lei.
blemas. (Oração Subordinada Adverbial Condicional)
— Ponto de Interrogação
É um sinal (?) colocado no final da oração com entonação inter-
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO. rogativa ou de incerteza, seja real ou fingida.
A interrogação conclusa aparece no final do enunciado e requer
PONTUAÇÃO que a palavra seguinte se inicie por maiúscula. Já a interrogação
Para a elaboração de um texto escrito, deve-se considerar o uso interna (quase sempre fictícia), não requer que a próxima palavra
adequado dos sinais de pontuação como: pontos, vírgula, ponto e se inicia com maiúscula.
vírgula, dois pontos, travessão, parênteses, reticências, aspas, etc. Ex.: — Você acha que a gramática da Língua Portuguesa é com-
Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se utilizados plicada?
corretamente, facilitam a compreensão e entendimento do texto. — Meu padrinho? É o Excelentíssimo Senhor coronel Paulo Vaz
Lobo Cesar de Andrade e Sousa Rodrigues de Matos.
— A Importância da Pontuação
1
As palavras e orações são organizadas de maneira sintática, se- Assim como outros sinais, o ponto de interrogação não requer
mântica e também melódica e rítmica. Sem o ritmo e a melodia, os que a oração termine por ponto final, a não ser que seja interna.
enunciados ficariam confusos e a função comunicativa seria preju- Ex.: “Esqueceu alguma cousa? perguntou Marcela de pé, no pa-
dicada. tamar”.
O uso correto dos sinais de pontuação garante à escrita uma
solidariedade sintática e semântica. O uso inadequado dos sinais de Em diálogos, o ponto de interrogação pode aparecer acompa-
pontuação pode causar situações desastrosas, como em: nhando do ponto de exclamação, indicando o estado de dúvida de
– Não podem atirar! (entende-se que atirar está proibido) um personagem perante diante de um fato.
– Não, podem atirar! (entende-se que é permitido atirar) Ex.: — “Esteve cá o homem da casa e disse que do próximo mês
em diante são mais cinquenta...
— Ponto — ?!...”
Este ponto simples final (.) encerra períodos que terminem por
qualquer tipo de oração que não seja interrogativa direta, a excla- — Ponto de Exclamação
mativa e as reticências. Este sinal (!) é colocado no final da oração enunciada com ento-
Outra função do ponto é a da pausa oracional, ao acompanhar nação exclamativa.
muitas palavras abreviadas, como: p., 2.ª, entre outros. Ex.: “Que gentil que estava a espanhola!”
Se o período, oração ou frase terminar com uma abreviatura, “Mas, na morte, que diferença! Que liberdade!”
o ponto final não é colocado após o ponto abreviativo, já que este,
quando coincide com aquele, apresenta dupla serventia. Este sinal é colocado após uma interjeição.
Ex.: “O ponto abreviativo põe-se depois das palavras indicadas Ex.: — Olé! exclamei.
abreviadamente por suas iniciais ou por algumas das letras com que — Ah! brejeiro!
se representam, v.g. ; V. S.ª ; Il.mo ; Ex.a ; etc.” (Dr. Ernesto Carneiro
Ribeiro) As mesmas observações vistas no ponto de interrogação, em re-
O ponto, com frequência, se aproxima das funções do ponto e lação ao emprego do ponto final e ao uso de maiúscula ou minúscu-
vírgula e do travessão, que às vezes surgem em seu lugar. la inicial da palavra seguinte, são aplicadas ao ponto de exclamação.

Obs.: Estilisticamente, pode-se usar o ponto para, em períodos — Reticências


curtos, empregar dinamicidade, velocidade à leitura do texto: “Era As reticências (...) demonstram interrupção ou incompletude de
um garoto pobre. Mas tinha vontade de crescer na vida. Estudou. um pensamento.
Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do Supremo.”. É muito utilizado Ex.: — “Ao proferir estas palavras havia um tremor de alegria
em narrações em geral. na voz de Marcela: e no rosto como que se lhe espraiou uma onda
de ventura...”
— “Não imagina o que ela é lá em casa: fala na senhora a todos
os instantes, e aqui aparece uma pamonha. Ainda ontem...

Quando colocadas no fim do enunciado, as reticências dispen-


sam o ponto final, como você pode observar nos exemplos acima.
1 BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, As reticências, quando indicarem uma enumeração inconclusa,
2009. podem ser substituídas por etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Ao transcrever um diálogo, elas indicam uma não resposta do Ex.: “No meio da confusão que produzira por toda a parte este
interlocutor. Já em citações, elas podem ser postas no início, no acontecimento inesperado e cujo motivo e circunstâncias inteira-
meio ou no fim, indicando supressão do texto transcrito, em cada mente se ignoravam, ninguém reparou nos dois cavaleiros...”
uma dessas partes.
Quando ocorre a supressão de um trecho de certa extensão, IMPORTANTE!
geralmente utiliza-se uma linha pontilhada. Mesmo separando por vírgula o sujeito expandido pela oração
As reticências podem aparecer após um ponto de exclamação adjetiva, esta pontuação pode acontecer.
ou interrogação. Ex.: Os que falam em matérias que não entendem, parecem fa-
zer gala da sua própria ignorância.
— Vírgula
A vírgula (,) é utilizada: - Para separar orações intercaladas.
- Para separar termos coordenados, mesmo quando ligados por Ex.: “Não lhe posso dizer com certeza, respondi eu”
conjunção (caso haja pausa).
Ex.: “Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado”. - Para separar, geralmente, adjuntos adverbiais que precedem
o verbo e as orações adverbiais que aparecem antes ou no meio da
IMPORTANTE! sua principal.
Quando há uma série de sujeitos seguidos imediatamente de Ex.: “Eu mesmo, até então, tinha-vos em má conta...”
verbo, não se separa do verbo (por vírgula) o ultimo sujeito da série
. - Para separar o nome do lugar em datas.
Ex.: Carlos Gomes, Vítor Meireles, Pedro Américo, José de Alen- Ex.: São Paulo, 14 de janeiro de 2020.
car tinham-nas começado.
- Para separar os partículas e expressões de correção, continua-
- Para separar orações coordenadas aditivas, mesmo que estas ção, explicação, concessão e conclusão.
se iniciem pela conjunção e, proferidas com pausa. Ex.: “e, não obstante, havia certa lógica, certa dedução”
Ex.: “Gostava muito das nossas antigas dobras de ouro, e eu le- Sairá amanhã, aliás, depois de amanhã.
vava-lhe quanta podia obter”.
- Para separar advérbios e conjunções adversativos (porém, to-
- Para separar orações coordenadas alternativas (ou, quer, etc.), davia, contudo, entretanto), principalmente quando pospostos.
quando forem proferidas com pausa. Ex.: “A proposta, porém, desdizia tanto das minhas sensações
Ex.: Ele sairá daqui logo, ou eu me desligarei do grupo. últimas...”

IMPORTANTE! - Algumas vezes, para indicar a elipse do verbo.


Quando ou exprimir retificação, esta mesma regra vigora. Ex.: Ele sai agora: eu, logo mais. (omitiu o verbo “sairei” após
Ex.: Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer ou- “eu”; elipse do verbo sair)
tro nome, que eu de nome não curo.
Caso denote equivalência, o ou posto entre os dois termos não - Omissão por zeugma.
é separado por vírgula. Ex.: Na classe, alguns alunos são interessados; outros, (são) re-
Ex.: Solteiro ou solitário se prende ao mesmo termo latino. lapsos. (Supressão do verbo “são” antes do vocábulo “relapsos”)

- Em aposições, a não ser no especificativo. - Para indicar a interrupção de um seguimento natural das ideias
Ex.: “ora enfim de uma casa que ele meditava construir, para e se intercala um juízo de valor ou uma reflexão subsidiária.
residência própria, casa de feitio moderno...”
- Para evitar e desfazer alguma interpretação errônea que pode
- Para separar os pleonasmos e as repetições, quando não tive- ocorrer quando os termos estão distribuídos de forma irregular na
rem efeito superlativamente. oração, a expressão deslocada é separada por vírgula.
Ex.: “Nunca, nunca, meu amor!” Ex.: De todas as revoluções, para o homem, a morte é a maior
A casa é linda, linda. e a derradeira.

- Para intercalar ou separar vocativos e apostos. - Em enumerações


Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento. sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais, discos.
É aqui, nesta querida escola, que nos encontramos. com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a dor da
despedida.
- Para separar orações adjetivas de valor explicativo.
Ex.: “perguntava a mim mesmo por que não seria melhor depu- Não se separa por vírgula:
tado e melhor marquês do que o lobo Neves, — eu, que valia mais, - sujeito de predicado;
muito mais do que ele, — ...” - objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome;
- Para separar, na maioria das vezes, orações adjetivas restritiva - complemento nominal de nome;
de certa extensão, ainda mais quando os verbos de duas orações - oração principal da subordinada substantiva (desde que esta
distintas se juntam. não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).

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LÍNGUA PORTUGUESA

— Dois Pontos — Travessão


São utilizados: É importante não confundir o travessão (—) com o traço de
- Na enumeração, explicação, notícia subsidiária. união ou hífen e com o traço de divisão empregado na partição de
Ex.: Comprou dois presentes: um livro e uma caneta. sílabas.
“que (Viegas) padecia de um reumatismo teimoso, de uma O uso do travessão pode substituir vírgulas, parênteses, colche-
asma não menos teimosa e de uma lesão de coração: era um hos- tes, indicando uma expressão intercalada:
pital concentrado” Ex.: “... e eu falava-lhe de mil cousas diferentes — do último bai-
“Queremos governos perfeitos com homens imperfeitos: dispa- le, da discussão das câmaras, berlindas e cavalos, de tudo, menos
rate” dos seus versos ou prosas”

- Em expressões que se seguem aos verbos dizer, retrucar, res- Se a intercalação terminar o texto, o travessão é simples; caso
ponder (e semelhantes) e que dão fim à declaração textual, ou que contrário, se utiliza o travessão duplo.
assim julgamos, de outrem. Ex.: “Duas, três vezes por semana, havia de lhe deixar na algi-
Ex.: “Não me quis dizer o que era: mas, como eu instasse muito: beira das calças — umas largas calças de enfiar —, ou na gaveta da
— Creio que o Damião desconfia alguma coisa” mesa, ou ao pé do tinteiro, uma barata morta”

- Em alguns casos, onde a intenção é caracterizar textualmente IMPORTANTE!


o discurso do interlocutor, a transcrição aparece acompanhada de Como é possível observar no exemplo, pode haver vírgula após
aspas, e poucas vezes de travessão. o travessão.
Ex.: “Ao cabo de alguns anos de peregrinação, atendi às suplicas
de meu pai: O travessão pode, também, denotar uma pausa mais forte.
— Vem, dizia ele na última carta; se não vieres depressa acharás Ex.: “... e se estabelece uma cousa que poderemos chamar —,
tua mãe morta!” solidariedade do aborrecimento humano”

Em expressões que, ao serem enunciadas com entonação espe- Além disso, ainda pode indicar a mudança de interlocutor, na
cial, o contexto acaba sugerindo causa, consequência ou explicação. transcrição de um diálogo, com ou sem aspas.
Ex.: “Explico-me: o diploma era uma carta de alforria” Ex.: — Ah! respirou Lobo Neves, sentando-se preguiçosamente
no sofá.
- Em expressões que possuam uma quebra na sequência das — Cansado? perguntei eu.
ideias. — Muito; aturei duas maçadas de primeira ordem (...)
Ex.: Sacudiu o vestido, ainda molhado, e caminhou.
“Não! bradei eu; não hás de entrar... não quero... Ia a lançar-lhe Neste caso, pode, ou não, combinar-se com as aspas.
as mãos: era tarde; ela entrara e fechara-se”
— Parênteses e Colchetes
— Ponto e Vírgula Estes sinais ( ) [ ] apontam a existência de um isolamento sin-
Sinal (;) que denota pausa mais forte que a vírgula, porém mais tático e semântico mais completo dentro de um enunciado, assim
fraca que o ponto. É utilizado: como estabelecem uma intimidade maior entre o autor e seu leitor.
Geralmente, o uso do parêntese é marcado por uma entonação es-
- Em trechos longos que já possuam vírgulas, indicando uma pecial.
pausa mais forte. Se a pausa coincidir com o início da construção parentética, o
Ex.: “Enfim, cheguei-me a Virgília, que estava sentada, e travei- sinal de pontuação deve aparecer após os parênteses, contudo, se
-lhe da mão; D. Plácida foi à janela” a proposição ou frase inteira for encerrada pelos parênteses, a no-
tação deve aparecer dentro deles.
- Para separar as adversativas onde se deseja ressaltar o con- Ex.: “Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que
traste. seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão
Ex.: “Não se disse mais nada; mas de noite Lobo Neves insistiu frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida”
no projeto” “A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que
se tem inventado para a divulgação do pensamento”. (Carta inserta
- Em leis, separando os incisos. nos Anais da Biblioteca Nacional, vol. I) [Carlos de Laet]

- Enumeração com explicitação. - Isolar datas.


Ex.: Comprei alguns livros: de matemática, para estudar para Ex.: Refiro-me aos soldados da Primeira Guerra Mundial (1914-
o concurso; um romance, para me distrair nas horas vagas; e um 1918).
dicionário, para enriquecer meu vocabulário.
- Isolar siglas.
- Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, para mar- Ex.: A taxa de desemprego subiu para 5,3% da população eco-
car distribuição. nomicamente ativa (PEA)...
Ex.: Comprei os produtos no supermercado: farinha para um
bolo; tomates para o molho; e pão para o café da manhã.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Isolar explicações ou retificações. — Asterisco


Ex.: Eu expliquei uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha Sinal (*) utilizado após ou sobre uma palavra, com a intenção
preocupação. de se fazer um comentário ou citação a respeito do termo, ou uma
explicação sobre o trecho (neste caso o asterisco se põe no fim do
Os parênteses e os colchetes estão ligados pela sua função dis- período).
cursiva, mas estes são utilizados quando os parênteses já foram em- Emprega-se ainda um ou mais asteriscos depois de uma inicial,
pregados, com o objetivo de introduzir uma nova inserção. indicando uma pessoa cujo nome não se quer ou não se pode decli-
São utilizados, também, com a finalidade de preencher lacunas nar: o Dr.*, B.**, L.***
de textos ou para introduzir, em citações principalmente, explica-
ções ou adendos que deixam a compreensão do texto mais simples. — Barra
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
— Aspas
A forma mais geral do uso das aspas é o sinal (“ ”), entretanto,
há a possibilidade do uso das aspas simples (‘ ’) para diferentes fina-
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
lidades, como em trabalhos científicos sobre línguas, onde as aspas
simples se referem a significados ou sentidos: amare, lat. ‘amar’ Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação
port. harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser
As aspas podem ser utilizadas, também, para dar uma expres- verbal — refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal —
são de sentido particular, ressaltando uma expressão dentro do refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
contexto ou indicando uma palavra como estrangeirismo ou uma • Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
gíria. • Concordância em número: flexão em singular e plural
Se a pausa coincidir com o final da sentença ou expressão que • Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
está entre aspas, o competente sinal de pontuação deve ser utili-
zado após elas, se encerrarem somente uma parte da proposição; Concordância nominal
mas se as aspas abarcarem todo o período, frase, expressão ou sen- Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos,
tença, a respectiva pontuação é abrangida por elas. artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gêne-
Ex.: “Aí temos a lei”, dizia o Florentino. “Mas quem as há de ro, de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que
segurar? Ninguém.” ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar
“Mísera, tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal, atento, também, aos casos específicos.
que toda a luz resume!” Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo,
“Por que não nasce eu um simples vaga-lume?” o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
- Delimitam transcrições ou citações textuais. • A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e
Ex.: Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.” japonesa.

— Alínea Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo,


Apresenta a mesma função do parágrafo, uma vez que denota a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
diferentes centros de assuntos. Como o parágrafo, requer a mudan- vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o subs-
ça de linha. tantivo mais próximo:
De forma geral, aparece em forma de número ou letra seguida • Linda casa e bairro.
de um traço curvo.
Ex.: Os substantivos podem ser: Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar
a) próprios tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substanti-
b) comuns vos (sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arru-
— Chave mada.
Este sinal ({ }) é mais utilizado em obras científicas. Indicam a • Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arru-
reunião de diversos itens relacionados que formam um grupo. mados.
2
Ex.: Múltiplos de 5: {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35,… }.
Na matemática, as chaves agrupam vários elementos de uma Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou
operação, definindo sua ordem de resolução. de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
Ex.: 30x{40+[30x(84-20x4)]} • As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão
Também podem ser utilizadas na linguística, representando entre os melhores escritores brasileiros.
morfemas.
Ex.: O radical da palavra menino é {menin-}. Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito
ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as conse-
quências do acidente.
2 https://bit.ly/2RongbC.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila
MENOS
existe na língua portuguesa. para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a
da aula.
PRÓPRIO que fazem referência.
Eles próprios sugeriram o tema da formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
Adicione meia xícara de leite.
concordar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser
Quando tem função de advérbio, modificando um
engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligente;
EM
perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

23
LÍNGUA PORTUGUESA

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que • Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado minha avó até à feira.
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática: Ana da faculdade.
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto dire- caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
to), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo: masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo. à escola / Amanhã iremos ao colégio.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto in-


direto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS.
o sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da cam- A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
panha eleitoral. frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposi- após o verbo – ênclise.
ção) e de um objeto indireto (com preposição): De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
à senhora. gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE. Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma dique a eufonia da frase.
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de-
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não Próclise
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão. Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em-
prego da crase: Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
na. cientemente.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
estresse. Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
xando de lado a capacidade de imaginar. Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
à esquerda. Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra- jam reduzidas: Percebia que o observavam.
se: Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. tudo dá.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
mos uma reunião frente a frente. tentos são para nos prejudicarem.
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te Ênclise
atender daqui a pouco. Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras. Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha indicativo: Trago-te flores.
fica a 50 metros da esquina. Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo posição em: Saí, deixando-a aflita.
• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha.
/ Dei um picolé à minha filha.

24
LÍNGUA PORTUGUESA

Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com


outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO.
Apressei-me a convidá-los.
REESCRITA DE FRASES
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. A Reescrita de Frases é um assunto solicitado em muitos edi-
tais. A habilidade de reescrever frases requer diferentes conheci-
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no mentos da Língua Portuguesa, como ortografia, acentuação, pon-
futuro do pretérito que iniciam a oração. tuação, sintaxe, significação das palavras, as classes de palavras e
Dir-lhe-ei toda a verdade. interpretação de texto.
Far-me-ias um favor? A grande maioria das questões de Reescrita de Frases solicitará
que uma frase seja reescrita sem que haja alteração em seu senti-
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de do e que a correção gramatical seja preservada. Ou seja, uma frase
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. reescrita deve obedecer aos padrões da norma-culta e deve manter
Eu lhe direi toda a verdade. o sentido original daquilo que a frase diz.
Tu me farias um favor? Por isso é importante possuir boa habilidade de interpretação
e compreensão de texto, já que é necessário, antes de tudo, com-
preender aquilo que a frase está dizendo.
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal “Desde dezembro, bombeiros salvaram mil pessoas nas praias
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- paulistas”
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos: O que a frase acima está dizendo? Que desde o mês de dezem-
Devo-lhe dizer a verdade. bro, os bombeiros salvaram mil pessoas nas praias do estado de São
Devo dizer-lhe a verdade. Paulo (paulistas). Este é o sentido original da frase, e note que já foi
realizada uma reescrita da frase. Apesar de apresentar palavras di-
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes ferentes, ambas falam a mesma coisa. Além disso, o exemplo acima
do auxiliar ou depois do principal. não apresenta nenhum erro gramatical.
Exemplos: Depois de compreender o sentido da frase, você deve verifi-
Não lhe devo dizer a verdade. car se há erros de grafia, acentuação, concordância, regência, cra-
Não devo dizer-lhe a verdade. se, pontuação. Em uma questão, se a alternativa apresentar algum
destes erros, você já poderá eliminá-la, pois não será a correta.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
o pronome átono ficará depois do auxiliar. Questão: (Câmara de Sertãozinho - SP - Tesoureiro - VUNESP)
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. Uma frase condizente com as informações do texto e escrita em
conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa é:
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do (A) Os brasileiros desconfiam de que adaptarão-se à nova reali-
auxiliar. dade do mercado de trabalho, ainda que estão entusiasmados com
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. as novas tecnologias.
(B) Embora otimistas com os efeitos da revolução digital em
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois suas carreiras, os brasileiros dispõem de capacidades digitais
do infinitivo. aquém do que imaginam.
Exemplos: (C) De acordo com lista do LinkedIn para 2018, quase metade
Hei de dizer-lhe a verdade. dos brasileiros desconhecem as habilidades que o mercado mais
Tenho de dizer-lhe a verdade. necessita.
(D) Fazem cinco anos apenas que certas habilidades digitais
Observação passou a ser requeridas, o que significa que o cenário das empresas
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções: mudou muito rápido.
Devo-lhe dizer tudo. (E) Mais de 80% dos entrevistados afirmaram que estão oti-
Estava-lhe dizendo tudo. mistas no que refere-se às novas tecnologias, mas reconhecem que
Havia-lhe dito tudo. não as domina.

Na alternativa “A”, o correto seria “desconfiam de que se adap-


tarão”. Esta alternativa já poderia ser eliminada.
A alternativa “C” também está incorreta, pois quem desconhe-
ce as habilidades que o mercado mais necessita é quase metade
dos brasileiros, o verbo é no singular.

25
LÍNGUA PORTUGUESA

Na alternativa “D”, temos um erro logo no início. O correto é Ao reescrever uma frase, é possível:
“Faz cinco anos”. Ademais, certas habilidades digitais passaram a
ser requeridas, plural. Substituir verbo por substantivo
Quando o pronome relativo “que” é um fator atrativo, a prócli- Em gramática, temos o substantivo verbal, que é um substanti-
se deve ser utilizada. Por isso, na alternativa “E”, o correto seria “no vo derivado do infinitivo, do gerúndio ou do particípio de um verbo.
que se refere”. Ex.: Espero que se corrija a prova.
Resta-nos a alternativa “B”, que é a correta e não apresenta Espero a correção da prova.
erros.
Substituir substantivo por verbo
Mas não basta somente verificar se há erros, é preciso muito A ideia aqui é a mesma, só que ocorre o oposto.
mais para reescrever frases e mandar bem neste tipo de questão. Ex.: Exijo a dedicação dos alunos.
É preciso ter em mente que as frases reescritas devem: Exijo que os alunos se dediquem.
– Respeitar as sequências de ideias
Ex.: “Você está intragável hoje. Qual é o seu problema?” — A Voz Verbal
Aqui, temos uma afirmação e depois uma pergunta. Essa or- Voz verbal é a forma assumida pelo verbo para indicar se o su-
dem precisa ser respeitada na reescrita. Uma solução seria: Hoje jeito gramatical é agente ou paciente da ação. Existem três vozes
você está intragável. Posso saber por quê? verbais:
– Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expres-
– Não omitir informação essencial sa pelo verbo.
Utilizando o mesmo exemplo acima, se só houvesse a pergun- Ex.: Ele | fez | o trabalho. (ele - sujeito agente) (fez - ação) (o
ta, a informação sobre o sujeito estar intragável hoje seria omitida, trabalho - objeto paciente)
o que seria um erro.
– Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação ex-
– Não expressar opinião pressa pelo verbo.
É uma reescrita daquilo que a frase diz, não daquilo que você Ex.: O trabalho | foi feito | por ele. (O trabalho - sujeito pacien-
acha. Não mude o sentido da frase de acordo com sua opinião. te) (foi feito - ação) (por ele - agente da passiva)

– Utilizar vocabulário e expressões diferentes das do texto – Reflexiva: há dois tipos de voz reflexiva:
original 1) Reflexiva: será chamada simplesmente de reflexiva quando o
Afinal, é para reescrever a frase, utilizar outras palavras. sujeito praticar a ação sobre si mesmo.
Ex.: - Carla machucou-se.
— Sinônimos e Antônimos – Marcos cortou-se com a faca.
Aproveitando o gancho, uma reescrita é utilizar palavras dife-
rentes para dizer a mesma coisa. Para isso, nada melhor do que 2) Reflexiva Recíproca: será chamada de reflexiva recíproca
conhecer os sinônimos e os antônimos. quando houver dois elementos como sujeito: um pratica a ação so-
bre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro.
Sinônimos Ex.: - Paula e Renato amam-se.
São palavras diferentes que possuem o mesmo significado. – Os jovens agrediram-se durante a festa.
Ex.: Muitas pessoas conseguiram emprego. – Os ônibus chocaram-se violentamente.
Diversas pessoas conseguiram emprego.
Apesar de diferentes, as duas palavras expressam valor de A mudança da voz verbal pode ser utilizada na reescrita de fra-
quantidade elevada. ses.
Ex.: Qualquer cidadão comprova isso.
Antônimos Isso é comprovado por qualquer cidadão.
São palavras que se contradizem, opostos. Também podem
ocorrer por complementaridade (onde a negação de uma implica a Pode-se observar isso.
afirmação da outra e vice-versa). Isso pode ser observado.
Ex.: O rapaz estava triste.
O rapaz não estava feliz. Muitas questões, inclusive, solicitam que a frase seja reescrita
Ao negar a felicidade do rapaz, implica-se que este estava triste. em determinada voz verbal.

— Verbos e Substantivos — O Tempo Verbal


3
Os verbos e os substantivos são elementos importantes das 4
Os tempos verbais indicam quando, o momento em que uma
frases. Os substantivos compõem a classe de palavras com que se ação ocorre. Tal ação pode ocorrer no presente, no passado ou no
denominam os seres, animados ou inanimados, concretos ou abs- futuro.
tratos, os estados, as qualidades, as ações. Já os verbos, são a classe
de palavras que, do ponto de vista semântico, contêm as noções de Verbo “ir” - 1ª pessoa do singular
ação, processo ou estado, e, do ponto de vista sintático, exercem a Indicativo
função de núcleo do predicado das sentenças. Presente: vou.
3 https://bit.ly/2U03syd 4 https://bit.ly/36uVZtL

26
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Imperfeito: ia. Ex.: Eu tenho feito exercícios todos os dias.


Pretérito Perfeito: fui.
Pretérito Mais-que-perfeito: fora. – Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo: indica
Futuro do Presente: irei. uma ação que ocorreu no passado, antes de outra ação que tam-
Futuro do Pretérito: iria. bém ocorreu no passado.
Ex.: Eu tinha feito exercícios antes de ir trabalhar.
Subjuntivo
Presente: que eu vá. – Futuro do presente composto do indicativo: indica uma ação
Pretérito Imperfeito: se eu fosse. que ocorrerá no futuro, mas que estará terminada antes de outra
Futuro: quando eu for. ação futura.
Ex.: Eu terei feito exercícios antes de falar com minha mãe ao
Imperativo entardecer.
Imperativo Afirmativo: #-#
Imperativo Negativo: #-# – Futuro do pretérito composto do indicativo: indica uma ação
que poderia ter acontecido, mas que fica condicionada a outra ação
Infinitivo passada.
Infinitivo Pessoal: por ir eu. Ex.: Eu teria feito exercícios se tivesse dormido bastante.

É possível reescrever uma frase alterando o tempo verbal, sem Tempos compostos do subjuntivo
alterar seu sentido. – Pretérito perfeito composto do subjuntivo: indica ação que já
Ex.: Em 1930 ocorreu a Grande Depressão. está concluída e que é anterior a outra.
Em 1930 ocorre a Grande Depressão. Ex.: Ninguém acredita que eu tenha feito exercícios.

Mesmo com os tempos verbais alterados, o sentido da frase foi – Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo: indica
preservado. Ficamos sabendo quando a Grande Depressão ocorreu. ação ocorrida no passado, antes de outra ação que também ocor-
reu no passado.
— A Locução Verbal Ex.: Embora eu tivesse feito exercícios, ninguém acreditou.
5
Uma locução verbal é composta por um verbo principal em
uma de suas formas nominais seguido por verbo auxiliar devida- – Futuro composto do subjuntivo: indica ação que estará ter-
mente flexionado. minada no futuro, antes de outra ação que também ocorrerá no
O verbo principal expressa a ideia principal da frase. O verbo futuro.
auxiliar, por sua vez, auxilia uma das formas nominais, constituindo Ex.: Quando eu tiver feito exercícios, todos acreditarão.
uma locução verbal, onde somente ele é conjugado.
“Ainda estou assistindo àquele filme que você me indicou”. Uso das formas nominais compostas
Locução Verbal: estou assistindo – Infinitivo pessoal composto: indica um fato passado já con-
Verbo auxiliar: estou cluído. Segue as regras de uso do infinitivo pessoal simples.
Verbo principal: assistindo Ex.: Termos feito exercícios melhorou nosso humor.

Ao reescrever uma frase, podemos eliminar a locução verbal e – Infinitivo impessoal composto: indica um fato passado já con-
manter somente o verbo. Ou podemos incluir uma locução verbal cluído. Segue as regras de uso do infinitivo impessoal simples.
na frase. Ex.: Gostei muito de ter feito exercícios.
Ex.: Vou conversar com meu gerente a respeito do emprésti-
mo. – Gerúndio composto: indica uma ação prolongada que termi-
Conversarei com meu gerente a respeito do empréstimo. nou antes da ação da oração principal.
Ex.: Tendo feito exercícios, eu já me sentia bem melhor.
Mesmo com a alteração, a frase ainda diz a mesma coisa, o
sujeito continua praticando a mesma ação. O tempo composto pode ser utilizado para reescrever uma fra-
— O Tempo Composto se e manter seu sentido.
Para ter um tempo composto, é preciso um verbo auxiliar e Ex.: Eu acabara de comer quando o telefone tocou.
um principal. O verbo auxiliar sofrerá flexão em tempo e pessoa, Eu tinha acabado de comer quando o telefone tocou.
ao mesmo tempo em que o verbo principal permanecerá sempre
no particípio. — Discurso Direto e Indireto6
O verbo auxiliar mais utilizado é o “ter”, contudo, o verbo “ha-
ver” também pode ser utilizado. Discurso direto
É uma transcrição exata da fala das personagens, ou de alguém,
Tempos compostos do indicativo sem a participação do narrador.
– Pretérito perfeito composto do indicativo: indica uma ação Ex.: O treinador afirmou:
que ocorreu no passado de maneira repetida, e se prolonga até ao – O elenco precisa focar mais nos jogos.
momento presente.
5 https://bit.ly/2Rvfg9X 6 https://bit.ly/2t2i7hr

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LÍNGUA PORTUGUESA

Discurso indireto – Locução substantiva: desempenha função de substantivo;


É uma intervenção do narrador no discurso ao fazer uso de suas – Locução pronominal: desempenha função de pronome;
próprias palavras para reproduzir as falas das personagens. – Locução interjetiva: desempenha função de interjeição.
Ex.: O treinador afirmara que o elenco precisava focar mais nos
jogos. Ao reescrever uma frase, é possível substituir uma locução e
preservar o sentido original.
Para passar do discurso direto para o discurso indireto Ex.: A higiene da boca das crianças é muito importante. (te-
Mudança das pessoas do discurso: mos uma locução adjetiva, da + substantivo boca, desempenhando
– A 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª pessoa no a função de adjetivo)
discurso indireto. A higiene bucal das crianças é muito importante. (adjetivo bu-
– Os pronomes eu, me, mim, comigo, no discurso direto, pas- cal)
sam para ele, ela, se, si, consigo, o, a, lhe no discurso indireto.
– Os pronomes nós, nos, conosco, no discurso direto, passam Ficou feliz assim que soube o resultado do sorteio.
para eles, elas, os, as, lhes no discurso indireto. Ficou feliz quando soube o resultado do sorteio.
– Os pronomes meu, meus, minha, minhas, nosso, nossos, nos-
sa, nossas, no discurso direto, passam para seu, seus, sua e suas no Ele fez o jantar a fim de impressionar a namorada.
discurso indireto. Ele fez o jantar para impressionar a namorada.

Mudança de tempos verbais: — Oração Desenvolvida Por Reduzida e Vice-Versa7


– O presente do indicativo, no discurso direto, passa para pre- As orações reduzidas são introduzidas por formas nominais (in-
térito imperfeito do indicativo no discurso indireto. finitivo, gerúndio ou particípio) e não são acompanhadas por con-
– O pretérito perfeito do indicativo, no discurso direto, passa junção ou pronome relativo.
para pretérito mais-que-perfeito do indicativo no discurso indireto. Ex.: Oração reduzida de infinitivo: É provável ele atrasar a aula.
– O futuro do presente do indicativo, no discurso direto, passa Oração reduzida de gerúndio: Mesmo atrasando a aula, ele dis-
para futuro do pretérito do indicativo no discurso indireto. se que faria.
– O presente do subjuntivo, no discurso direto, passa para pre- Oração reduzida de particípio: Mesmo atrasado, ele disse que
térito imperfeito do subjuntivo no discurso indireto. daria a aula.
– O futuro do subjuntivo, no discurso direto, passa para preté-
rito imperfeito do subjuntivo no discurso indireto. Oração desenvolvida: Depois de que passar três anos nesta ci-
– O imperativo, no discurso direto, passa para pretérito imper- dade, sentia-se muito triste.
feito do subjuntivo no discurso indireto. Oração Reduzida: Após três anos passados nesta cidade, sen-
tia-se muito triste.
Mudança na pontuação das frases:
– As frases exclamativas, interrogativas imperativas, no discur- É possível reescrever uma frase optando pela forma reduzida
so direto, passam para frases declarativas no discurso indireto. ou desenvolvida, e ainda assim manter o sentido original.
Ex.: Não comendo o jantar, não terás sobremesa.
Mudança dos advérbios e adjuntos adverbiais: Se não comeres o jantar, não terás sobremesa.
– Ontem, no discurso direto, passa para no dia anterior no dis-
curso indireto. Como fizeram bagunça, os meninos ficaram de castigo.
– Hoje e agora, no discurso direto, passam para naquele dia e Quando fizeram bagunça, os meninos ficaram de castigo.
naquele momento no discurso indireto. Fazendo bagunça, os meninos ficaram de castigo.
– Amanhã, no discurso direto, passa para no dia seguinte no
discurso indireto. — Substituir Conectivos de Valor Semântico Equivalente
– Aqui, aí, cá, no discurso direto, passam para ali e lá no dis- Assim como os sinônimos, o mesmo vale para os conectivos
curso indireto. de valor semântico equivalente. Sinônimos são palavras diferentes
– Este, esta e isto, no discurso direto, passam para aquele, que dizem a mesma coisa. Há, também, conectivos que, apesar de
aquela, aquilo no discurso indireto. serem palavras diferentes, exercem a mesma função.
Há questões que solicitam a mudança de discurso. Por isso é possível substituir o conector e manter o sentido da
frase.
— Substituir Locuções por Palavras (e Vice-Versa) Ex.: Conectivos com valor de oposição/restrição: Mas, apesar
As locuções são formadas pelo conjunto de duas ou mais pa- de, no entanto, entretanto, porém, contudo, todavia, tampouco, por
lavras que denotam um único significado, exercendo somente uma outro lado.
função gramatical.
As locuções se classificam de acordo com a função que desem- Eu faria todo o trabalho, mas estava cansado.
penham na oração: Eu faria todo o trabalho, porém estava cansado.
– Locução adjetiva: desempenha função de adjetivo;
– Locução adverbial: desempenha função de advérbio; Ana empurrou a amiga e a ameaçou. (valor de adição)
– Locução prepositiva: desempenha função de preposição; Ana empurrou a amiga, como também a ameaçou. (valor de
– Locução conjuntiva: desempenha função de conjunção; adição)
– Locução verbal: desempenha função de verbo; 7 https://bit.ly/2O2Uw7y

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LÍNGUA PORTUGUESA

— Ordem Das Palavras Na Frase8


As frases podem ser construídas de forma direta ou inversa. Numa frase em ordem direta, os termos regentes precedem os termos
regidos: sujeito + verbo + complementos e/ou adjuntos:
Ex.: Roberto / fez / uma casa de pássaros em seu quintal.

Já na ordem inversa, há alteração na sequência normal dos termos.


Ex.: Em seu quintal, Roberto fez uma casa de pássaros.

Por apresentar maior sentimentalismo, transmitir mais emoção, a ordem inversa aparece mais na literatura.

Há mais...
Um período pode ser organizado de diversas maneiras, sem que isso altere seu sentido original.
Ex.: Ele notou a ponta de sarcasmo em seu sorriso.
Em seu sorriso, ele notou a ponta de sarcasmo.
Ele notou, em seu sorriso, a ponta de sarcasmo.
A ponta de sarcasmo, ele notou em seu sorriso.

Alguns adjetivos, que aparecem antes ou depois dos substantivos, dão à frase maior ou menor ênfase.
Ex.: É um alegre sujeito de boa postura.
É um sujeito alegre de boa postura.

Há maior ênfase ao substantivo e a frase no primeiro caso, pois o adjetivo “alegre” aparece antes dos substantivos.
Contudo, é bom sempre ficar atento, já que alguns adjetivos podem assumir significados diferentes de acordo com sua posição.
Ex.: Moça pobre (sem recursos financeiros), pobre moça (infeliz); jogador simples (humilde), simples jogador (mero).

Em nossa Língua Portuguesa, há a anteposição dos possesivos aos substantivos.


Ex.: Nosso pai.
Teu olhar.
Todavia, há uma posposição proposital quando se trata da linguagem enfática.
Ex.: Pai nosso, que estai no céu...
Quanto meu dói um olhar teu!

É preferível utilizar a conjunção porém intercalada na oração.


Ex.: O filme, porém, se repetia.
Mesmo assim, é possível inserir tal conjunção adversativa ao final da oração pertencente.
Ex.: O filme se repetia, porém.

Lembrando que!9
Frase: É uma junção de palavras que apresenta sentido completo, mesmo que não haja um verbo para dar sentido e termina com
uma pausa pontuada. “Socorro!”, por exemplo, é uma frase que apresenta sentido completo: alguém está pedindo ajuda. As frases que
apresentam verbos são constituídas de oração(ões).

Oração: Toda oração possui um verbo ou uma locução verbal. Uma frase pode conter uma ou mais orações. “Socorro, eu preciso de
ajuda!” Uma oração, sozinha, nem sempre faz sentido. Às vezes ela precisa de outros elementos para ter sentido. Entretanto, sempre que
houver um verbo na frase, há uma oração.

Período: Um período é uma frase que possui uma oração ou mais: “Quando ele apareceu, mostrou as garras com as quais atacaria.”.
Aqui, há três verbos, ou seja, mais de uma oração, o que compõe um período composto. Um período simples apresenta somente uma
oração que se agrupa em torno de apenas um verbo ou locução verbal: “Faltam somente alguns dias.”.

Há algumas questões de concursos públicos que podem solicitar para que diversas frases sejam reescritas em apenas um único perío-
do, sem que o sentido da frase seja alterado.

8 https://bit.ly/2RtO1wG
9 https://bit.ly/2RvjdeN

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LÍNGUA PORTUGUESA

— Dicas para uma boa escrita

Expressões Condenáveis Uso Recomendado


A nível de / Ao nível Em nível, No nível
Face a / Frente a Ante, Diante, Em face de, Em vista de, Perante
Onde (Quando não exprime lugar) Em que, Na qual, Nas quais, No qual, Nos quais
Sob um ponto de vista De um ponto de vista
Sob um prisma Por (ou através de) um prisma
Em virtude de, Por causa de, Em consequência de, Por, Em razão
Em função de
de

Expressões não recomendadas


– a partir de (a não ser com valor temporal).
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...

– através de (para exprimir “meio” ou instrumento).


Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo...

– devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.

– dito.
Opção: citado, mencionado.

– enquanto.
Opção: ao passo que.

– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).


Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.

– no sentido de, com vistas a.


Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.

– pois (no início da oração).


Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.

– principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.

Expressões que demandam atenção


– acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se.
– aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, aceito.
– acendido, aceso (formas similares) – idem.
– à custa de – e não às custas de.
– à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, conforme.
– na medida em que – tendo em vista que, uma vez que.
– a meu ver – e não ao meu ver.
– a ponto de – e não ao ponto de.
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal.
– em termos de – modismo; evitar.
– enquanto que – o que é redundância.
– entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a.
– implicar em – a regência é direta (sem em).
– ir de encontro a – chocar-se com.
– ir ao encontro de – concordar com.
– se não, senão – quando se pode substituir por caso não, separado; quando não se pode, junto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

– todo mundo – todos. Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por-
– todo o mundo – o mundo inteiro. tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
– não pagamento = hífen somente quando o segundo termo Limão é hipônimo de fruta.
for substantivo.
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo Formas variantes
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando). São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem
– esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in-
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre- farto / gatinhar – engatinhar.
sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS. do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante
Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far-
sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça mácia / franquia <—> sinceridade.
as principais relações e suas características:
SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS
Sinonímia e antonímia DE TEXTO.
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES DO TEXTO
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi-
cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: Para a realização de exercícios de substituição de palavras e ex-
forte <—> fraco pressões de um texto, é necessário algum conhecimento gramatical
prévio.
Parônimos e homônimos Substituir uma palavra pode parecer simples, porém é uma
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro- ação que possui certa complexidade. Não basta apenas substituir a
núncia semelhantes, porém com significados distintos. palavra em si, é preciso atenção para manter o sentido original da
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe- frase; em suma, quando substituímos uma palavra de uma frase,
go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal). nenhum erro gramatical ou semântico pode ocorrer.
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma Justamente por isso o conhecimento gramatical prévio é de ex-
grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo trema importância, afinal o ato de substituir palavras ou expressões
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta). requer inúmeras habilidades.
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma Imagine só que uma determinada questão solicite que você
pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu- substitua tal palavra por um sinônimo? Como você vai responder
meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical). se não souber o que é um sinônimo? Ou pode ser que a questão
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, apresente uma alternativa onde é preciso substituir uma figura de
porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver- linguagem, ou até mesmo alternativas onde a regência ou concor-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo). dância precisa ser mantida.

Polissemia e monossemia Por exemplo: “O menino ficou muito triste porque sua bola fu-
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar rou”.
mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a
frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo). A palavra triste poderia ser substituída por chateado, e ainda
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas assim a frase manteria seu significado original.
um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos). Essa mesma frase poderia ser reescrita dessa forma: “A bola
furou, por isso o menino ficou triste”. Veja como a frase foi alterada,
Denotação e conotação porém ainda diz a mesma coisa.
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam Já a conjunção porque pode ser substituída por pois, já que
um sentido objetivo e literal. Ex: Está fazendo frio. / Pé da mulher. ambas são conjunções explicativas.
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam Como você pode ver, não se trata de algo tão simples assim,
um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé entretanto, não é nenhum bicho de sete cabeças. Basta ter bastan-
da cadeira. te atenção, ler a questão com atenção, verificar o que é solicitado.
Também cabe aqui a interpretação de textos, pois muitas vezes ha-
Hiperonímia e hiponímia verá um texto que deverá ser lido e a expressão a ser substituída
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi- será retirada desse mesmo texto, sendo assim, antes de substituir
ficado entre as palavras. será preciso compreender o texto.
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que
tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

Algumas habilidades que você deve possuir para substituir pa- (D) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importan-
lavras ou expressões de textos são: significação das palavras (se- te papel na preservação da memória linguística e da identidade
mântica), ortografia, classes de palavras (morfologia), figuras de nacional.
linguagem e de sintaxe, regência e concordância (nominal e verbal) (E) o grande romancista José de Alencar é importante porque
e interpretação de texto. se destacou por sua temática indianista.

2. (FUVEST - 2013) A essência da teoria democrática é a su-


REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E DE pressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou
PERÍODOS DO TEXTO. na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos,
políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida.
em tópicos anteriores. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos
melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica
nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais
REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difu-
NÍVEIS DE FORMALIDADE. são desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em
termos que os tornem acessíveis a todos.
(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
em tópicos anteriores.
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo
“chamadas” indica que o autor
SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES. (A) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise
crítica da sociedade.
(B) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado (C) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ci-
em tópicos anteriores. ências sociais”.
(D) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
SUBORDINAÇÃO E COORDENAÇÃO. (E) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.

3. (UERJ - 2016)
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
em tópicos anteriores.

QUESTÕES

1. (ENEM - 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu


biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava de-
safetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim
era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guara-
ni e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nati-
vistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque as-
de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e sinala a ausência de um elemento fundamental para a instalação
até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas fa- de um tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado.
cetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação
será digitalizada. aos usuários da internet:
História Viva, n.º 99, 2011. (A) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do
processo.
Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alen- (B) configuram julgamentos vazios, ainda que existam crimes
car e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que comprovados.
(A) a digitalização dos textos é importante para que os leitores (C) emitem juízos sobre os outros, mas não se veem na posição
possam compreender seus romances. de acusados.
(B) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante (D) apressam-se em opiniões superficiais, mesmo que possuam
porque deixou uma vasta obra literária com temática atempo- dados concretos.
ral.
(C) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digi-
talização, demonstra sua importância para a história do Brasil
Imperial.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1. (FUNDEP – 2014) As tipologias textuais são constructos teó- 1. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa em
ricos inerentes aos gêneros, ou seja, lança-se mão dos tipos para a que todas as palavras estão adequadamente grafadas.
produção dos gêneros diversos. Um professor, ao solicitar à turma a (A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
escrita das “regras de um jogo”, espera que os estudantes utilizem, (B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
predominantemente, a tipologia (C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
(A) descritiva, devido à presença de adjetivos e verbos de liga- (D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
ção. (E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.
(B) narrativa, devido à forte presença de verbos no passado.
(C) injuntiva, devido à presença dos verbos no imperativo. 2. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI-
(D) dissertativa, devido à presença das conjunções. RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de
forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta
2. (ENEM 2010) padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas
MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COM- erroneamente, exceto em:
PUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS. (A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006. (B) É um privilégio estar aqui hoje.
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas (C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conte- (D) A criança estava com desinteria.
údo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, (E) O bebedoro da escola estava estragado.
seu objetivo básico é
(A) definir regras de comportamento social pautadas no com- 3. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
bate ao consumismo exagerado. com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
(B) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
que visam à adesão ao consumo. classificação.
(C) defender a importância do conhecimento de informática “____________ o céu é azul?”
pela população de baixo poder aquisitivo. “Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân-
(D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sito pelo caminho.”
sociais economicamente desfavorecidas. “Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado
(E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a ao nosso encontro.”
máquina, mesmo a mais moderna. “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
diais. ____________?”
3. (IBADE – 2020 adaptada) (A) Porque – porquê – por que – Por quê
(B) Porque – porquê – por que – Por quê
(C) Por que – porque – porquê – Por quê
(D) Porquê – porque – por quê – Por que
(E) Por que – porque – por quê – Porquê

1. (ENEM – 2014) Há qualquer coisa de especial nisso de botar


a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não fazia isso há muitos
anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas
vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do
mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá
grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para recla-
mar: moderna demais, antiquada demais.

Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar


ideias. Há os textos que parecem passar despercebidos, outros ren-
https://www.dicio.com.br/partilhar/ acesso em fevereiro de 2020
dem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu
sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso
O texto apresentado é um verbete. Assinale a alternativa que
que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os es-
representa sua definição
tímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é
(A) é um tipo textual dissertativo-argumentativo, com o intuito
como me botarem no colo ‒ também eu preciso. Na verdade, nunca
de persuadir o leitor.
fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De modo
(B) é um tipo e gênero textual de caráter descritivo para de-
que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que
talhar em adjetivos e advérbios o que é necessário entender.
iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a
(C) é um gênero textual de viés narrativo para contar em crono-
sério ser sério… mesmo quando parece que estou brincando: essa
logia obrigatória o enredo por meio de personagens.
é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e
(D) é um gênero textual de caráter informativo, que tem por in-
continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais se-
tuito explicar um conceito, mais comumente em um dicionário
creto de calar.
ou enciclopédia.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.
(E) é um tipo textual expositivo, típico em redações escolares.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a ar- Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
ticulação entre suas partes. Quanto à construção do fragmento, o em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
elemento a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
(A) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
crônica de jornal”. (http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
(B) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.
(C) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”. Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
(D) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
pais”. pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
(E) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”. usuários longe da rede social.”
A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
2. (FCC – 2007) O emprego do elemento sublinhado compro- (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
mete a coerência da frase: preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
(A) Cada época tem os adolescentes que merece, pois estes são ticamente.
influenciados pelos valores socialmente dominantes. (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
(B) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conse- possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
guinte alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno. raria o sentido do texto.
(C) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescen- (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
te, bem como alimentar a confiança em sua própria capacidade informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
criativa. informação nova.
(D) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as ge- (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
rações seguintes serão tão conformistas quanto a atual. e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
(E) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, por- (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
quanto parece faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto. qual são introduzidas de forma mais generalizada

3. (UDESC – 2008) Identifique a ordem em que os períodos de- 2. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
vem aparecer, para que constituam um texto coeso e coerente. dem a um adjetivo, exceto em:
(Texto de Marcelo Marthe: Tatuagem com bobagem. Veja, 05 (A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
mar. 2008, p. 86.) (B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
I - Elas não são mais feitas em locais precários, e sim em gran- (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
des estúdios onde há cuidado com a higiene. (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
II - As técnicas se refinaram: há mais cores disponíveis, os pig- sem fim.
mentos são de melhor qualidade e ferramentas como o laser tor- (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
naram bem mais simples apagar uma tatuagem que já não se quer
mais. 3. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas só
III - Vão longe, enfim, os tempos em que o conceito de tatua- depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
gem se resumia à velha âncora de marinheiro. respectivamente:
IV - Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma tatuagem dei- (A) adjetivo, adjetivo
xou de ser símbolo de rebeldia de um estilo de vida marginal. (B) advérbio, advérbio
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, em que (C) advérbio, adjetivo
os períodos devem aparecer. (D) numeral, adjetivo
(A) II, I, III, IV (E) numeral, advérbio
(B) IV, II, III, I
(C) IV, I, II, III 1. (IABAS – FARMACÊUTICO - IBADE - 2019)
(D) III, I, IV, II
(E) I, III, II, IV Infestação de escorpiões no Brasil pode ser imparável
A infestação de escorpião no Brasil é o exemplo perfeito de
1. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto: como a vida moderna se tornou imprevisível. É uma característica
Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? do que, no complexo campo de problemas, chamamos de um mun-
Uma organização não governamental holandesa está propondo do “VUCA” (Volatility, uncertainty, complexity and ambiguity em in-
um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias glês) - um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.
sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o Escorpiões, como as baratas que eles comem, são um a espécie
grau de felicidade dos usuários longe da rede social. incrivelmente adaptável. O número de pessoas picadas em todo o
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi- Brasil aumentou de 12 mil em 2000 para 140 mil no ano passado,
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que de acordo com o Ministério da Saúde. A espécie que aterroriza os
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par- brasileiros é o perigoso escorpião amarelo, ou Tityus serrulatus. Ele
ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar se reproduz por meio do milagre da partenogênese, significando
um contador na rede social. que um escorpião feminino simplesmente gera cópias de si mesma
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade duas vezes por ano - nenhuma participação masculina é necessária.
dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “pro- COYLE, A. Administração penitenciária: uma abordagem de direitos
blema perverso”. Este termo, usado pela primeira vez em 1973, re- humanos. Manual para servidores penitenciários. Brasília: Ministério
fere-se a enormes problemas sociais ou culturais como pobreza e da Justiça, 2002, p. 21.
guerra - sem solução simples ou definitiva, e que surgem na interse-
ção de outros problemas. Nesse caso, a infestação do escorpião ur- Com base nas relações morfossintáticas estabelecidas pelo au-
bano no Brasil é o resultado de uma gestão inadequada do lixo, sa- tor no primeiro período, assinale a alternativa correta.
neamento inapropriado, urbanização rápida e mudanças climáticas. (A) Na linha 1, a conjunção “Quando” relaciona orações coor-
No VUCA, quanto mais recursos você der para os problemas, denadas entre si.
melhor. Isso pode significar tudo, desde campanhas de conscien- (B) Os termos “em prisões” (linha 1) e “seu aspecto físico” (li-
tização pública que educam brasileiros sobre escorpiões até for- nha 2) funcionam como complementos verbais e classificam-
ças-tarefa exterminadoras que trabalham para controlar sua popu- -se, respectivamente, como objeto indireto e objeto direto.
lação em áreas urbanas. Os cientistas devem estar envolvidos. O (C) As formas verbais “pensam” (linha 1) e “tendem a conside-
sistema nacional de saúde pública do Brasil precisará se adaptar a rar” (linhas 1 e 2) referem-se ao mesmo sujeito sintático: “as
essa nova ameaça. pessoas” (linha 1).
Apesar da obstinada cobertura da imprensa, as autoridades (D) Na linha 1, a exclusão do pronome “elas” alteraria a estru-
federais de saúde mal falaram publicamente sobre o problema do tura do período, pois o predicado da segunda oração passaria a
escorpião urbano no Brasil. E, além de alguns esforços mornos em se referir a um sujeito indeterminado.
nível nacional e estadual para treinar profissionais de saúde sobre o (E) Na linha 2, o adjetivo “físico” completa o sentido do subs-
risco de escorpião, as autoridades parecem não ter nenhum plano tantivo “aspecto”, por isso desempenha a função de comple-
para combater a infestação no nível epidêmico para o qual ela está mento nominal.
se dirigindo.
Temo que os escorpiões amarelos venenosos tenham reivindi- 3. (IF-RO - ENGENHEIRO CIVIL - IBADE - 2019)
cado seu lugar ao lado de crimes violentos, tráfico brutal e outros “Viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, sur-
problemas crônicos com os quais os urbanitas no Brasil precisam gir de ombros e braços nus, para dançar. A Lua destoldara-se nesse
lidar diariamente. momento, envolvendo-a na sua coma de prata, a cujo refulgir os
* Hamilton Coimbra Carvalho é pesquisador em Problemas So- meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça
ciais Complexos, na Universidade de São Paulo (USP). irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso,
com muito de serpente e muito de mulher.
Texto adaptado de Revista Galileu Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebo-
(https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/MeioAmbiente/noti- lando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda,
cia/2019/02/infestacao-de-escorpioes-no-brasilpode-ser-imparavel-di- ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num re-
z-pesquisador.html) quebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga
empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como
Observe a oração destacada: se se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que
se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltas-
“A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “pro- se à vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar
blema perverso.” e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os
quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente,
Sobre seus termos, é correto afirmar que: erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro,
(A) escorpião é núcleo do sujeito. sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, tiri-
(B) urbano é predicativo do objeto. lando.”
(C) perverso é núcleo do sujeito. O cortiço, Aluísio de Azevedo.
(D) clássico é núcleo do predicativo do objeto.
(E) problema é núcleo do predicativo do sujeito. Em “como se se fosse afundando, num prazer grosso que nem
azeite”, é correto afirmar que:
2. (SEAP-GO - AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL - IADES - (A) o termo “que” é um pronome relativo e funciona como su-
2019) jeito.
(B) em “como SE SE fosse afundando”, têm-se, respectivamen-
te, uma conjunção subordinativa de natureza condicional e
uma partícula integrante do verbo.
(C) a expressão “que nem” é uma locução conjuntiva coorde-
nativa aditiva.
(D) em “como se se fosse afundando”, o primeiro “se” é par-
tícula apassivadora, enquanto o segundo “se” é um pronome
clítico.
(E) o termo “num” é uma combinação, entre a preposição “em”
e o artigo definido “um”, que apresenta caráter informal na lín-
gua portuguesa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós 2. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente
____________________.” as lacunas correspondentes.
A arma ___ se feriu desapareceu.
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada- Estas são as pessoas ___ lhe falei.
mente a frase acima. Assinale-a. Aqui está a foto ___ me referi.
(A) desfilando pelas passarelas internacionais. Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
(B) desista da ação contra aquele salafrário. Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. (A) que, de que, à que, cujo, que.
(E) tentamos aquele emprego novamente. (B) com que, que, a que, cujo qual, onde.
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
2. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente as (D) com a qual, de que, que, do qual, onde.
lacunas do texto a seguir: (E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja.
“Todas as amigas estavam _______________ ansiosas
_______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as 3. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa:
críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra- (A) Avisaram-no que chegaríamos logo.
paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên- (B) Informei-lhe a nota obtida.
cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________ (C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos
arte.” sinais de trânsito.
(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a (D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.  
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em (E) Muita gordura não implica saúde.
(C) bastante - por - meias - ao - a - à
(D) meias - para - muito - pelo - em - por 1. (BANCO DO BRASIL) Opção que preenche corretamente as
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e pôs-se ___ falar ___
todas as pessoas convocadas.
3. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo (A) à - à – à
com a gramática: (B) a - à – à
I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores. (C) à - a – a
II - Muito obrigadas! – disseram as moças. (D) a - a – à
III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada. (E) à - a - à
IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso. 2. (FEI) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as
lacunas das seguintes orações:
(A) em I e II I. Precisa falar ___ cerca de três mil operários.
(B) apenas em IV II. Daqui ___ alguns anos tudo estará mudado.
(C) apenas em III III. ___ dias está desaparecido.
(D) em II, III e IV IV. Vindos de locais distantes, todos chegaram ___ tempo ___
(E) apenas em II reunião.
(A) a - a - há - a – à
1. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio (B) à - a - a - há – a
em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma (C) a - à - a - a – há
culta é: (D) há - a - à - a – a
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal (E) a - há - a - à – a.
seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam
líderes pefelistas. 3. (TRE) O uso do acento grave (indicativo de crase ou não) está
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do incorreto em:
qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa- (A) Primeiro vou à feira, depois é que vou trabalhar.
íses passou despercebida. (B) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado.
(C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a (C) Não devemos fazer referências àqueles casos.
dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação (D) Sairemos às cinco da manhã.
social. (E) Isto não seria útil à ela.
(D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um
morador não muito consciente com a limpeza da cidade.
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui-
mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra,
a aventura à repetição.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1. (Prefeitura de Piracicaba - SP - Professor - Educação Infantil 2. (Prefeitura de Caranaíba - MG - Agente Comunitário de Saú-
- VUNESP - 2020) de - FCM - 2019)

Escola inclusiva Dieta salvadora


É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros A ciência descobre um micróbio adepto de um
concordam que há melhora nas escolas quando se incluem alunos alimento abundante: o lixo plástico no mar.
com deficiência.
Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o
os Direitos das Pessoas com Deficiência e assumiu o dever de uma câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não consegue dar um des-
educação inclusiva, era comum ouvir previsões negativas para tal tino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os
perspectiva generosa. Apesar das dificuldades óbvias, ela se tornou mares, rios e lagoas com seus próprios dejetos. Intoxica-os também
lei em 2015 e criou raízes no tecido social. com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até carcaças
A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente qualifi- de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água,
cados até para o mais básico, como o ensino de ciências; o que dizer subterrâneo ou a céu aberto, que se encaminha inevitavelmente
então de alunos com gama tão variada de dificuldades. para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da
Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o en- Guanabara ao Pacífico.
frentado por cadeirantes, a problemas de aprendizado criados por De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália,
limitações sensoriais – surdez, por exemplo – e intelectuais. China e dos Emirados Árabes descobriram em duas ilhas gregas um
Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico
minorar preconceitos. A maioria dos entrevistados (59%), hoje, dis- jogado ao mar. Parece que, depois de algum tempo ao sol e atacado
corda de que crianças com deficiência devam aprender só na com- pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou duro, como o
panhia de colegas na mesma condição. das embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios,
Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de contar de guardanapo ao pescoço, o decomponham e façam a festa. Os
com pessoal capacitado, em cada estabelecimento, para lidar com cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que
necessidades específicas de cada aluno. O censo escolar indica 1,2 eles ajudem os micróbios nativos a devorar o lixo. Haja estômago.
milhão de alunos assim categorizados. Embora tenha triplicado o Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco
número de professores com alguma formação em educação espe- Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explorador descobre na
cial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país. costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher
Não se concebe que possa haver um especialista em cada sala de pérolas e construir diques submarinos. Em troca das pérolas que as
aula. salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se defende-
As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma es- rem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se re-
trutura para o atendimento inclusivo, as salas de recursos. Aí, ao produzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, aprendem a falar
menos um profissional preparado se encarrega de receber o aluno e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo.
e sua família para definir atividades e de auxiliar os docentes do Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem
período regular nas técnicas pedagógicas. se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as salamandras
Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. Compe- aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os micróbios
te ao Estado disseminar essas iniciativas exitosas por seus estabele- no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo.
cimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a segregar
em salas especiais os estudantes com deficiência – que não se con- Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Folha de S. Paulo.
funde com incapacidade, como felizmente já vamos aprendendo. Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019.

(Editorial. Folha de S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado) Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao verbo,
possuem três posições: próclise (antes do verbo), mesóclise (no
Assinale a alternativa em que, com a mudança da posição do meio do verbo) e ênclise (depois do verbo).
pronome em relação ao verbo, conforme indicado nos parênteses, Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes oblíquos
a redação permanece em conformidade com a norma-padrão de nos trechos a seguir.
colocação dos pronomes. I – A próclise se justifica pela presença da palavra negativa: “E
(A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alunos com não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus pró-
deficiência. (incluem-se) prios dejetos.”
(B) ... em educação especial inclusiva, contam-se não muito II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada por verbo:
mais que 100 mil deles no país. (se contam) “Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores,
(C) Não se concebe que possa haver um especialista em cada sofás e até carcaças de automóveis.”
sala de aula. (concebe-se) III – A próclise é sempre empregada quando há locução verbal:
(D) Aí, ao menos um profissional preparado se encarrega de “Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se
receber o aluno... (encarrega-se) tornar as salamandras de Čapek.”
(E) ... que não se confunde com incapacidade, como felizmente IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise: “O ser hu-
já vamos aprendendo. (confunde-se) mano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e pro-
duzir um ‘Dom Quixote’”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Está correto apenas o que se afirma em (D) ... rondaria-lhe ... poderia o marcar
(A) I e II. (E) ... a rondaria ... poderia marcá-lo
(B) I e III.
(C) II e IV. 1. (FMPA – MG)
(D) III e IV. Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen-
te aplicada:
3. (Prefeitura de Birigui - SP - Educador de Creche - VUNESP - (A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
2019) (B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemente bus- (D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
ca indícios de que o problema ambiental seja universal (e de fato (E) A cessão de terras compete ao Estado.
é), atemporal (nem tanto) e generalizado (o que é desejável). Algu-
ma ingenuidade conceitual poderia marcar o ambientalismo apo- 2. (UEPB – 2010)
logético; haveria dilemas ambientais em todos os lugares, tempos, Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
culturas. É a bambificação(*) da natureza. Necessária, no entanto, maiores nomes da educação mundial na atualidade.
como condição de sobrevivência. Há quem tenha encontrado nor-
mas ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito romano. Carlos Alberto Torres
São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria o santo padroeiro 1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
das causas ambientais; falava com plantas e animais. tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no
A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, instintiva, 3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida-
predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e este é o meu de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que
argumento, quando muito, e agora utilizo uma categoria freudiana, se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo
a pretensão de proteção ambiental seria pulsional, dado que resiste de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está
a uma pressão contínua, variável na intensidade. Assim, numa di- relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade
mensão qualitativa, e não quantitativa, é que se deveria enfrentar fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos-
a questão, que também é cultural. E que culturalmente pode ser se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de
abordada. constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre-
O problema, no entanto, é substancialmente econômico. O sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade
dilema ambiental só se revela como tal quando o meio ambiente porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder,
passa a ser limite para o avanço da atividade econômica. É nesse de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
sentido que a chamada internalização da externalidade negativa […]
exige justificativa para uma atuação contra-fática.
Uma nuvem de problematização supostamente filosófica tam- Rosa Maria Torres
bém rondaria a discussão. Antropocêntricos acreditam que a prote- 15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre
ção ambiental seria narcisística, centrada e referenciada no próprio 16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po-
homem. Os geocêntricos piamente entendem que a natureza deva lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e
ser protegida por próprios e intrínsecos fundamentos e característi- pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de
cas. Posições se radicalizam. reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a
A linha de argumento do ambientalista ingênuo lembra-nos o escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
“salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura Walter Benjamin, tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
em uma de suas teses sobre a filosofia da história. Qual um tigre indesejadas.
mergulhamos no passado, e apenas apreendemos o que interessa […]
para nossa argumentação. É o que se faz, a todo tempo. Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi-
lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.
(Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em: https://www.
conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019. Adaptado) Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
(*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo conhe- I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo
cido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela sobrevivência semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni-
na natureza. mo, em relação à “diversidade”.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi-
Assinale a alternativa que reescreve os trechos destacados em- dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
pregando pronomes, de acordo com a norma-padrão de regência e no paradigma argumentativo do enunciado.
colocação. III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co-
Uma nuvem de problematização supostamente filosófica tam- loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi-
bém rondaria a discussão. / Alguma ingenuidade conceitual pode- dade e identidade”.
ria marcar o ambientalismo apologético.
(A) ... lhe rondaria ... o poderia marcar
(B) ... rondá-la-ia ... poderia marcar ele
(C) ... rondaria-a ... podê-lo-ia marcar

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi- 5. (UFMS – 2009)


ção(ões) verdadeira(s). Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de
(A) I, apenas Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em
(B) II e III 30/09/08. Em seguida, responda.
(C) III, apenas “Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con-
(D) II, apenas tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu
(E) I e II cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em
vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima-
3. (UNIFOR CE – 2006) mente do jeito correto.
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi- Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta,
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim,
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que
rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig-
suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per- mática na cabeça.
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-
indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e -adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu-
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida- la, lá vinham as palavras mágicas.
de. Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa – Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui- – Ainda não fomos apresentados – ela disse.
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas- – É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de
sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na terror.
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis- – E ele faz o quê?
tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos – Atrapalha a gente na hora de escrever.
estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […] Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia
usar trema nem se lembrava da regrinha.
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001. Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no
p.68) lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con-
seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras.
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo- Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi-
cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se rão ao menos para determinar minha idade.
o contexto, é – Esse aí é do tempo do trema.”
(A) ceticismo.
(B) desdém. Assinale a alternativa correta.
(C) apatia. (A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons-
(D) desinteresse. tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si.
(E) negligência. (B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a
norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substi-
4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças. tuída por “nós”.
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz. (C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo. correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil acordo com a norma culta da língua portuguesa.
para os carros e os pedestres. (D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça
Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho- e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema.
mônimos e parônimos. (E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no
(A) I e III. texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido.
(B) II e III.
(C) II apenas.
(D) Todas incorretas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO ANOTAÇÕES

______________________________________________________
1 D
2 E ______________________________________________________
3 C ______________________________________________________
4 C
______________________________________________________
5 B
6 D ______________________________________________________
7 A ______________________________________________________
8 B
______________________________________________________
9 C
10 A ______________________________________________________
11 A ______________________________________________________
12 C
______________________________________________________
13 D
14 B ______________________________________________________
15 B ______________________________________________________
16 E
______________________________________________________
17 B
18 B ______________________________________________________

19 C ______________________________________________________
20 A
______________________________________________________
21 C
______________________________________________________
22 E
23 C ______________________________________________________
24 A
______________________________________________________
25 C
______________________________________________________
26 A
27 E ______________________________________________________
28 D ______________________________________________________
29 A
______________________________________________________
30 E
31 C _____________________________________________________
32 B _____________________________________________________
33 D
______________________________________________________
34 C
35 C ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

40
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

RACIOCÍNIO LÓGICO NUMÉRICO: RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO NÚMEROS REAIS. CONJUNTOS.

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS NÃO NULOS
+ Z+ CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS NÃO NEGATIVOS
*E+ Z*+ CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS POSITIVOS
- Z_ CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS NÃO POSITIVOS
*E- Z*_ CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS NEGATIVOS

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.

• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

41
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Operações Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-


• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos tante a REGRA DE SINAIS:
a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.
Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dis-
pensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre negativo.
ser dispensado.
Exemplo:
• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- (PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre (A) 10
será do maior número. (B) 15
(C) 18
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., (D) 20
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti- (E) 22
do, ou seja, é dado o seu oposto.
Resolução:
Exemplo: São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- temos:
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um Resposta: D
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
anotadas, o total de pontos atribuídos foi base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
(A) 50. plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
(B) 45. – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(C) 42. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
(D) 36. inteiro positivo.
(E) 32. – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
mero inteiro negativo.
Resolução:
50-20=30 atitudes negativas Propriedades da Potenciação
20.4=80 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
30.(-1)=-30 e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
80-30=50 2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
Resposta: A base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. (+a)1 = +a
5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo
pelo módulo do divisor. Conjunto dos números racionais – Q
m
ATENÇÃO: Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde m
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

42
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Subconjuntos:

Símbolo Representação Descrição


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:

1
= 0,333...
3
Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado. Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente. Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

43
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

a)

Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

44
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Resolução: ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,


conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen-
tada.

Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
Resposta: B (A) 1/4
(B) 3/10
Caraterísticas dos números racionais (C) 2/9
O módulo e o número oposto são as mesmas dos números in- (D) 4/5
teiros. (E) 3/2

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número Resolução:


(a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi- Somando português e matemática:
nador numerador (b/a)n.

O que resta gosta de ciências:

Representação geométrica

Resposta: B

• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou


pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de
Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini- frações, através de: b d
tos números racionais.

Operações
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma
de frações, através de: b d • Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria
operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
÷ q = p × q-1

• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a


própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é:
p – q = p + (–q) Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
(A) 145
(B) 185

45
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

(C) 220 Procedimentos


(D) 260 1) Operações:
(E) 120 - Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na
ordem que aparecem;
Resolução: - Depois as multiplicações e/ou divisões;
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare-
cem.

2) Símbolos:
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál-
culos dentro dos parênteses,
-Depois os colchetes [ ];
- E por último as chaves { }.

ATENÇÃO:
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais originais.
Resposta: A – Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
• Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme- chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú- com os seus sinais invertidos.
meros racionais.
A) Toda potência com expoente negativo de um número racio- Exemplo:
nal diferente de zero é igual a outra potência que tem a base igual (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do expo- VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
ente anterior.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é


(A) 2
(B) 3
(C) 1
B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da (D) 2,5
base. (E) 1,5

Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Expressões numéricas
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia-
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de
associação, que podem aparecer em uma única expressão.
Resposta: E

46
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo:
PORCENTAGEM. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de
São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de com-
simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou pra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em
seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu- quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior
mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se: ao de compra?
“por cento”). (A) 67%.
(B) 61%.
(C) 65%.
(D) 63%.
(E) 69%.

Exemplo: Resolução:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA- Preço de venda: V
LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O Preço de compra: C
departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio- V – 0,16V = 1,4C
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de 0,84V = 1,4C
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários.
Em relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a
fração de estagiários é igual a
(A) 1/5.
(B) 1/6.
(C) 2/5. O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.
(D) 2/9.
(E) 3/5. Resposta: A
Resolução: Aumento e Desconto em porcentagem
– Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

Resposta: B
- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por
Lucro e Prejuízo em porcentagem
É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se a
diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA,
temos PREJUÍZO (P).
Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C). Logo:

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chama-


mos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos
de porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo
no valor do produto.

47
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos
fatores de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual
o preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

SEQUÊNCIAS E PADRÕES (COM NÚMEROS, FIGURAS OU PALAVRAS).

As sequências podem ser formadas por números, letras, pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma sequência,
o importante é que existem pelo menos três elementos que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries necessitam
de mais elementos para definir sua lógica1. Um bom conhecimento em Progressões Algébricas (PA) e Geométricas (PG), fazem com que
deduzir as sequências se tornem simples e sem complicações. E o mais importante é estar atento a vários detalhes que elas possam ofe-
recer. Exemplos:

Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo número.

Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um mesmo número.

Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer
rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:

Exemplos:
Analise a sequência a seguir:

1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-numeros-com-figuras-de-palavras/

48
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a 277ª
posição dessa sequência é:

Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277 ocu-
pa, então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.
Resposta: B

(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.

Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:

Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou para roda voltar à posição inicial)
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na posição dos 12 segundos.
Resposta: B

RACIOCÍNIO LÓGICO: PROPOSIÇÕES. CONECTIVOS. NEGAÇÃO. EQUIVALÊNCIA E IMPLICAÇÃO LÓGICA.

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposição
é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.

49
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Com isso temos alguns aximos da lógica:


– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

50
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo: • Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver-


2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- Tautologia e vice versa.
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição,
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res- sejam as proposições P0, Q0, R0, ...
pectivamente. • Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q composta que não é tautologia e nem contradição.
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q Exemplos:
(E) p v q, ¬ q, p v q 4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
Resolução: qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- P: Cometeu o crime A.
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma Q: Cometeu o crime B.
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
da pelo símbolo (→). regime fechado.
Resposta: B. S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
Tabela Verdade qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi- Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a que se segue.
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen- A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com- dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados. falsas.
( ) Certo
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú- ( ) Errado
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se- Resolução:
guinte teorema: Considerando P e Q como V.
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro- (V→V) ↔ ((F)→(F))
posições simples componentes contém 2n linhas.” (V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
Exemplo: (F→F) ↔ ((V)→(V))
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim- (V) ↔ (V) = V
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro- Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a: Resposta: Certo.
(A) 2;
(B) 4; Equivalência
(C) 8; Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quan-
(D) 16; do mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
(E) 32. mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
Resolução: GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima,
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade
(última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo por
“e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan expri- CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
mem que NEGAÇÃO trans-
forma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Resposta: B.
PROBLEMAS DE CONTAGEM: PRINCÍPIO ADITIVO
E PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO. ARRANJOS. Fatorial
COMBINAÇÕES. PERMUTAÇÕES. Sendo n um número natural, chama-se de n! (lê-se: n fatorial)
a expressão:
A Análise Combinatória é a parte da Matemática que de- n! = n (n - 1) (n - 2) (n - 3). ... .2 . 1, como n ≥ 2.
senvolve meios para trabalharmos com problemas de contagem.
Vejamos eles: Exemplos:
5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120.
Princípio fundamental de contagem (PFC) 7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040.
É o total de possibilidades de o evento ocorrer.
ATENÇÃO
• Princípio multiplicativo: P1. P2. P3. ... .Pn.(regra do “e”). É 0! = 1
um princípio utilizado em sucessão de escolha, como ordem.
• Princípio aditivo: P1 + P2 + P3 + ... + Pn. (regra do “ou”). É o 1! = 1
princípio utilizado quando podemos escolher uma coisa ou outra. Tenha cuidado 2! = 2, pois 2 . 1 = 2. E 3!
Não é igual a 3, pois 3 . 2 . 1 = 6.
Exemplos:
(BNB) Apesar de todos os caminhos levarem a Roma, eles pas- Arranjo simples
sam por diversos lugares antes. Considerando-se que existem três Arranjo simples de n elementos tomados p a p, onde n>=1 e p
caminhos a seguir quando se deseja ir da cidade A para a cidade é um número natural, é qualquer ordenação de p elementos den-
B, e que existem mais cinco opções da cidade B para Roma, qual a tre os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos
quantidade de caminhos que se pode tomar para ir de A até Roma, se diferenciam pela ordem e natureza dos elementos.
passando necessariamente por B?
(A) Oito. Atenção: Observe que no grupo dos elementos: {1,2,3} um dos
(B) Dez. arranjos formados, com três elementos, 123 é DIFERENTE de 321, e
(C) Quinze. assim sucessivamente.
(D) Dezesseis.
(E) Vinte. • Sem repetição
A fórmula para cálculo de arranjo simples é dada por:
Resolução:
Observe que temos uma sucessão de escolhas:
Primeiro, de A para B e depois de B para Roma.
1ª possibilidade: 3 (A para B).
Obs.: o número 3 representa a quantidade de escolhas para a
primeira opção.
Onde:
2ª possibilidade: 5 (B para Roma). n = Quantidade total de elementos no conjunto.
Temos duas possibilidades: A para B depois B para Roma, logo, P =Quantidade de elementos por arranjo
uma sucessão de escolhas.
Resultado: 3 . 5 = 15 possibilidades. Exemplo: Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão
Resposta: C. escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagó-
gico. Quantas as possibilidades de escolha?
(PREF. CHAPECÓ/SC – ENGENHEIRO DE TRÂNSITO – IOBV) Em n = 18 (professores)
um restaurante os clientes têm a sua disposição, 6 tipos de carnes, p = 3 (cargos de diretor, vice-diretor e coordenador pedagógico)
4 tipos de cereais, 4 tipos de sobremesas e 5 tipos de sucos. Se o
cliente quiser pedir 1 tipo carne, 1 tipo de cereal, 1 tipo de sobre-
mesa e 1 tipo de suco, então o número de opções diferentes com
que ele poderia fazer o seu pedido, é:
(A) 19
(B) 480 • Com repetição
(C) 420 Os elementos que compõem o conjunto podem aparecer re-
(D) 90 petidos em um agrupamento, ou seja, ocorre a repetição de um
mesmo elemento em um agrupamento.
Resolução: A fórmula geral para o arranjo com repetição é representada
A questão trata-se de princípio fundamental da contagem, por:
logo vamos enumerar todas as possibilidades de fazermos o pedi-
do:
6 x 4 x 4 x 5 = 480 maneiras.

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo:
(CESPE) Considere que um decorador deva usar 7 faixas colo-
ridas de dimensões iguais, pendurando-as verticalmente na vitrine
de uma loja para produzir diversas formas. Nessa situação, se 3
Exemplo: Seja P um conjunto com elementos: P = {A,B,C,D}, faixas são verdes e indistinguíveis, 3 faixas são amarelas e indistin-
tomando os agrupamentos de dois em dois, considerando o ar- guíveis e 1 faixa é branca, esse decorador conseguirá produzir, no
ranjo com repetição quantos agrupamentos podemos obter em máximo, 140 formas diferentes com essas faixas.
relação ao conjunto P. ( ) Certo
Resolução: ( ) Errado
P = {A, B, C, D}
n=4 Resolução:
p=2 Total: 7 faixas, sendo 3 verdes e 3 amarelas.
A(n,p)=np
A(4,2)=42=16
Permutação
É a TROCA DE POSIÇÃO de elementos de uma sequência.
Utilizamos todos os elementos. Resposta: Certo.

• Sem repetição • Circular


A permutação circular é formada por pessoas em um formato
circular. A fórmula é necessária, pois existem algumas permuta-
ções realizadas que são iguais. Usamos sempre quando:
a) Pessoas estão em um formato circular.
Atenção: Todas as questões de permutação simples podem ser b) Pessoas estão sentadas em uma mesa quadrada (retangu-
resolvidas pelo princípio fundamental de contagem (PFC). lar) de 4 lugares.

Exemplo:
(PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR SOCIAL –
IDECAN) Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão en-
tre o número de anagramas de seus nomes representa a diferença
entre suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é Exemplo:
(A) 24. (CESPE) Uma mesa circular tem seus 6 lugares, que serão
(B) 25. ocupados pelos 6 participantes de uma reunião. Nessa situação, o
(C) 26. número de formas diferentes para se ocupar esses lugares com os
(D) 27. participantes da reunião é superior a 102.
(E) 28. ( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Anagramas de RENATO Resolução:
______ É um caso clássico de permutação circular.
6.5.4.3.2.1=720 Pc = (6 - 1) ! = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 possibilidades.
Resposta: CERTO.
Anagramas de JORGE
_____ Combinação
5.4.3.2.1=120 Combinação é uma escolha de um grupo, SEM LEVAR EM
CONSIDERAÇÃO a ordem dos elementos envolvidos.
Razão dos anagramas: 720/120=6
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos. • Sem repetição
Resposta: C. Dados n elementos distintos, chama-se de combinação sim-
ples desses n elementos, tomados p a p, a qualquer agrupamento
• Com repetição de p elementos distintos, escolhidos entre os n elementos dados e
Na permutação com elementos repetidos ocorrem permuta- que diferem entre si pela natureza de seus elementos.
ções que não mudam o elemento, pois existe troca de elementos
iguais. Por isso, o uso da fórmula é fundamental. Fórmula:

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo: Elementos da teoria das probabilidades


(CRQ 2ª REGIÃO/MG – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUNDEP)
Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 3 deles. • Experimentos aleatórios: fenômenos que apresentam re-
Como esse grupo deverá ter um coordenador, que pode ser qual- sultados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as condições
quer um deles, o número de maneiras distintas possíveis de se fazer sejam semelhantes.
esse grupo é: • Espaço amostral: é o conjunto U, de todos os resultados
(A) 4 possíveis de um experimento aleatório.
(B) 660 • Evento: qualquer subconjunto de um espaço amostral, ou
(C) 1 320 seja, qualquer que seja E Ì U, onde E é o evento e U, o espaço
(D) 3 960 amostral.

Resolução:
Como trata-se de Combinação, usamos a fórmula:

Onde n = 12 e p = 3

Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo tem


3 pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
Resposta: B. Experimento composto
Quando temos dois ou mais experimentos realizados simulta-
As questões que envolvem combinação estão relacionadas a neamente, dizemos que o experimento é composto. Nesse caso,
duas coisas: o número de elementos do espaço amostral é dado pelo produto
– Escolha de um grupo ou comissões. dos números de elementos dos espaços amostrais de cada experi-
– Escolha de grupo de elementos, sem ordem, ou seja, esco- mento.
lha de grupo de pessoas, coisas, objetos ou frutas. n(U) = n(U1).n(U2)

• Com repetição Probabilidade de um evento


É uma escolha de grupos, sem ordem, porém, podemos repe- Em um espaço amostral U, equiprobabilístico (com elementos
tir elementos na hora de escolher. que têm chances iguais de ocorrer), com n(U) elementos, o evento
E, com n(E) elementos, onde E Ì U, a probabilidade de ocorrer o
evento E, denotado por p(E), é o número real, tal que:

Exemplo:
Em uma combinação com repetição classe 2 do conjunto {a, b,
c}, quantas combinações obtemos?
Utilizando a fórmula da combinação com repetição, verifica- Onde,
mos o mesmo resultado sem necessidade de enumerar todas as n(E) = número de elementos do evento E.
possibilidades: n(S) = número de elementos do espaço amostral S.
n=3ep=2
Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja,
todos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.

ATENÇÃO:
NOÇÕES DE PROBABILIDADE As probabilidades podem ser escritas na forma decimal ou
representadas em porcentagem.
Assim: 0 ≤ p(E) ≤ 1, onde:
A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de p(∅) = 0 ou p(∅) = 0%
ocorrência de um número em um experimento aleatório. p(U) = 1 ou p(U) = 100%

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo: Probabilidade de um evento complementar


(PREF. NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO – FGV) O quadro a É quando a soma das probabilidades de ocorrer o evento E, e
seguir mostra a distribuição das idades dos funcionários de certa de não ocorrer o evento E (seu complementar, Ē) é 1.
repartição pública:

Faixa de idades (anos) Número de funcionários


20 ou menos 2
De 21 a 30 8 Probabilidade condicional
Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral,
De 31 a 40 12 dizemos que se trata de uma probabilidade condicional.
De 41 a 50 14 Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral U, com p(B)
≠ 0. Chama-se probabilidade de A condicionada a B a probabilida-
Mais de 50 4
de de ocorrência do evento A, sabendo-se que já ocorreu ou que
vai ocorrer o evento B, ou seja:
Escolhendo ao acaso um desses funcionários, a probabilidade
de que ele tenha mais de 40 anos é:
(A) 30%;
(B) 35%;
(C) 40%;
(D) 45%;
(E) 55%.
Podemos também ler como: a probabilidade de A “dado que”
Resolução: ou “sabendo que” a probabilidade de B.
O espaço amostral é a soma de todos os funcionário:
2 + 8 + 12 + 14 + 4 = 40 – Caso forem dois eventos simultâneos (ou sucessivos): para
O número de funcionário que tem mais de 40 anos é: 14 + 4 = se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos simultâneos
18 (ou sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a probabi-
Logo a probabilidade é: lidade de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocorrer o
outro, sabendo que o primeiro já ocorreu P (A | B). Sendo:

Resposta: D
– Se dois eventos forem independentes: dois eventos A e B
Probabilidade da união de eventos de um espaço amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A)
Para obtermos a probabilidade da união de eventos utilizamos ou P(B|A) = P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos:
a seguinte expressão:
P (A ∩ B) = P(A). P(B)

Lei Binomial de probabilidade


A lei binominal das probabilidades é dada pela fórmula:

Quando os eventos forem mutuamente exclusivos, tendo A ∩


B = Ø, utilizamos a seguinte equação:
Sendo:
n: número de tentativas independentes;
p: probabilidade de ocorrer o evento em cada experimento
(sucesso);
q: probabilidade de não ocorrer o evento (fracasso); q = 1 - p
k: número de sucessos.

ATENÇÃO:
A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:
– O experimento deve ser repetido nas mesmas condições as
n vezes.

57
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

– Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e . ___________________________________________


– A probabilidade do E deve ser constante em todas as n ve-
___________________________________________
zes.
– Cada experimento é independente dos demais. ___________________________________________
___________________________________________
Exemplo: ___________________________________________
Lançando-se um dado 5 vezes, qual a probabilidade de ocorre-
rem três faces 6? ___________________________________________
___________________________________________
Resolução: ___________________________________________
n: número de tentativas ⇒ n = 5
k: número de sucessos ⇒ k = 3 ___________________________________________
p: probabilidade de ocorrer face 6 ⇒ p = 1/6 ___________________________________________
q: probabilidade de não ocorrer face 6 ⇒ q = 1- p ⇒ q = 5/6 ___________________________________________
___________________________________________
ANOTAÇÕES ___________________________________________
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___________________________________________ ___________________________________________

58
CONHECIMENTOS GERAIS E
LEGISLAÇÃO

do país, o governo autorizou que os bancos concedessem crédito a


FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS DO BRASIL. qualquer cidadão que desejasse abrir uma empresa. E, para cobrir
REPÚBLICA VELHA (1889 E 1930). esses empréstimos, permitiu a impressão de uma imensa quantida-
de de papel-moeda.
— Consolidação da República Como a moeda brasileira tinha como referência a libra inglesa,
Em 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca as emissões de dinheiro sem lastro (sem garantia em ouro) provo-
proclamou a República. Apesar das divergências que existiam sobre caram o aumento acelerado da inflação. Muitos dos empréstimos
o tipo de república a ser construída no país, as elites que domina- concedidos foram usados para abrir empresas que existiam apenas
vam a política em São Paulo, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul no papel, mas cujas ações, ainda assim, eram negociadas na Bolsa
defendiam o federalismo, em oposição à centralização imperial1. de Valores. Como resultado, muitos investidores perderam seu di-
Paulistas e mineiros defendiam propostas inspiradas no libe- nheiro e a inflação aumentou, atingindo toda a sociedade brasileira.
ralismo e tinham, sobretudo os paulistas, o modelo estadunidense Essa medida, que visava estimular a economia, mas resultou em
como referência, em relação à autonomia dos estados e às liberda- desvalorização da moeda e especulação financeira, recebeu o nome
des individuais. de Encilhamento.
No Rio Grande do Sul, havia um importante grupo de políticos Na área política, assistia-se a graves conflitos envolvendo o
liderado por Júlio de Castilhos. Esse grupo defendia, com base nos presidente e os militares que o apoiavam, de um lado, e políticos
ideais positivistas, a instauração de uma ditadura republicana que, liberais e a imprensa, do outro. Oito meses após ser eleito, em no-
ao garantir a ordem, levaria o país ao progresso. Já no Rio de Janei- vembro de 1891, Deodoro da Fonseca determinou o fechamento do
ro, a capital da República, existia um grupo de republicanos radicais, Congresso Nacional e decretou estado de sítio no país. Os oficiais
chamados de jacobinos. Eram civis e militares, alguns deles positi- que seguiam a liderança de Floriano Peixoto não apoiaram o golpe
vistas, que defendiam de maneira exaltada o regime republicano e de Estado; assim como a Marinha, que considerou autoritária a ati-
opunham-se de maneira contundente à volta da monarquia. tude do presidente, e diversas lideranças civis. Sem apoio político, o
Havia também os monarquistas, que desejavam o retorno do presidente renunciou no dia 23.
antigo sistema. Entre os militares, predominavam os republicanos. Nesse mesmo dia, Floriano Peixoto, seu vice, assumiu a presi-
E, mesmo entre estes, havia divergências: enquanto alguns oficiais dência da República.
seguiam a liderança de Deodoro, outros preferiam a de Floriano A posse do novo presidente foi muito questionada. De acordo
Peixoto. Mas havia também os positivistas, que tinham Benjamin com a Constituição, o vice assumiria somente se o presidente hou-
Constant como líder, e alguns monarquistas, sobretudo na Marinha, vesse cumprido metade de seu mandato, ou seja, dois anos. Caso
que tinham fortes ligações com o Império. contrário, ela previa a realização de uma nova eleição. Mas Floriano
Nesse emaranhado de projetos políticos, no início de 1890 o estava decidido a permanecer no poder, com o apoio dos florianis-
Governo Provisório convocou uma Assembleia Nacional Constituin- tas, que alegavam que o dispositivo constitucional só valeria para o
te para institucionalizar o novo regime e elaborar o conjunto de leis próximo mandato presidencial.
que o regeriam. Treze generais do Exército contestaram sua posse e, por meio
Assim, em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira de um manifesto, exigiram eleições presidenciais. Floriano ignorou
Constituição republicana do país, a Constituição dos Estados Uni- o protesto e mandou prender os generais. Receosas com a instabi-
dos do Brasil. Inspirada no modelo vigente nos Estados Unidos, ela lidade da República, as elites políticas de São Paulo, representadas
era liberal e federativa, concedendo aos estados prerrogativas de pelo Partido Republicano Paulista (PRP), apoiaram o novo presiden-
constituir forças militares e estabelecer impostos. te. Floriano, por sua vez, percebeu que o suporte do PRP era fun-
Além disso, ela instaurou o presidencialismo como regime po- damental.
lítico, com a separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciá- Ele também contou com o apoio de importantes setores do
rio, e oficializou a separação entre Estado e Igreja. Os deputados Exército e da população do Rio de Janeiro. Oficiais da Marinha de
constituintes também elegeram o marechal Deodoro da Fonseca Guerra (Armada) tornaram-se a sua principal oposição. Em 6 de
para a presidência e o marechal Floriano Peixoto para a vice-pre- setembro de 1893, posicionaram os navios de guerra na baía de
sidência da República. Mas o novo regime republicano enfrentaria Guanabara, apontaram os canhões para o Rio de Janeiro e Niterói e
crises muito sérias até se consolidar definitivamente. dispararam tiros contra as duas cidades - era o início da Revolta da
Armada. Em março do ano seguinte a situação tornou-se insusten-
— República de Espadas tável nos navios - não havia munição, alimentos, água nem o apoio
Na área econômica, comandada por Rui Barbosa, então minis- da população. Parte dos revoltosos pediu asilo político a Portugal,
tro da Fazenda, a República começou com grande euforia. Com o a outra foi para o Rio Grande do Sul participar de um conflito que
objetivo de estimular o crescimento econômico e a industrialização eclodira um ano antes: a Revolução Federalista.

1 História. Ensino Médio. Ronaldo Vainfas [et al.] 3ª edição. São Paulo.
Saraiva.

59
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

— Revolução Federalista dos coronéis” era um sistema político que resultou da Constituição
A instalação da República alterou a política do Rio Grande do de 1891 e marcou a Primeira República. Se no Império os presiden-
Sul. Com ela, o Partido Republicano Rio-Grandense alcançara o po- tes de estado (hoje denominados governadores) eram nomeados
der. Apoiada por Floriano Peixoto e liderada por Júlio de Castilhos, pelo poder central, com a República eles passaram a ser eleitos pe-
a agremiação de orientação positivista tornou-se dominante no es- los coronéis. Nos municípios, eram os coronéis que, por meio da
tado em que passou a governar de maneira autoritária. violência e da fraude eleitoral, controlavam os votos que elegiam o
A principal força de oposição ao Partido Republicano era o Par- presidente de estado, e também os deputados estaduais e federais,
tido Federalista, liderado por Gaspar Silveira Martins, que defendia os senadores e até mesmo o presidente da República.
o parlamentarismo e a predominância da União Federativa sobre Por outro lado, eles dependiam do governante estadual para
o poder estadual - enquanto os republicanos pregavam o sistema nomear parentes e protegidos a cargos públicos ou liberar verbas
presidencialista e a autonomia dos estados. para obras nos municípios. Assim, criava-se uma ampla rede de
Diante da violência e das fraudes eleitorais, os federalistas uni- alianças e favores, em que coronéis, presidentes de estado, parla-
ram-se a outras forças de oposição, dando origem a uma sangren- mentares e o próprio presidente da República estavam atados por
ta guerra civil, que ficou conhecida como Revolução Federalista fortes laços de interesses. Esse esquema se consolidou na presi-
(1893-1895). Os conflitos não se limitaram ao estado do Rio Grande dência de Campos Sanes (1898-1902), idealizador do que veio a ser
do Sul, estendendo-se aos de Santa Catarina e do Paraná, e só ter- chamado de política dos governadores Ou dos esta- dos.
minaram em junho de 1895 com a vitória dos republicanos sobre os Nela, o governo federal apoiava as oligarquias dominantes nos
federalistas. A Revolução Federalista causou muito sofrimento ao estados, que em troca sustentavam politicamente o presidente da
sul do país. Somente no Rio Grande do Sul, que contava com cerca República no Congresso Nacional, controlando a eleição de senado-
de 900 mil habitantes, morreram de 10 a 12 mil pessoas, muitas res e deputados federais - e evitando, dessa forma, que os candida-
delas degoladas. tos da oposição se elegessem. Ainda assim, caso isso acontecesse, a
Passados cinco anos da proclamação da República, chegava ao Comissão de Verificação de Poderes da Câmara Federal, responsá-
fim o governo de Floriano Peixoto. No dia 15 de novembro de 1894, vel por aprovar e confirmar a vitória dos candidatos eleitos, impug-
o marechal passou a faixa presidencial ao paulista Prudente de Mo- nava a posse, sob a alegação de fraude.
rais, conferindo novos ares à República. Pela primeira vez, um civil Apesar das fraudes eleitorais, as eleições periódicas foram
ligado às elites agrárias, em especial aos cafeicultores, assumia o importantes para a configuração do sistema político brasileiro. Pri-
poder. Com a eleição de Prudente de Morais, encerrava-se o perío- meiro, porque exigiam o mínimo de competição no jogo eleitoral,
do conhecido como República da Espada. permitindo a renovação das elites dirigentes. Segundo, porque,
mesmo com o controle do voto, havia alguma mobilização do elei-
— Modelo Político torado - com o qual as elites, mesmo dispondo de grande poder
A Constituição de 1891 estabeleceu eleições diretas para todos político, precisavam manter alguma interlocução.
os cargos dos poderes Legislativo e Executivo. Também determinou
que, excetuando os mendigos, os analfabetos, os praças de pré, os Política do Café com Leite
religiosos, as mulheres e os menores de 21 anos, todos os cidadãos A política dos governadores inaugurada por Campos Salles fun-
brasileiros eram eleitores e elegíveis. damentou a chamada República Oligárquica. Ela reforçou os pode-
Apesar de suprimir a exigência de renda mínima constante da res das oligarquias - sobretudo as dos estados de São Paulo e Minas
Constituição imperial, a primeira Constituição da República tam- Gerais. Como o número de representantes por estado no Congresso
bém excluía a maioria da população brasileira do direito de votar. O era proporcional à sua população, São Paulo e Minas Gerais, que
voto foi decretado aberto, mas, como não havia Justiça Eleitoral, na eram os estados mais populosos e ricos - da federação, elegiam as
prática as eleições eram caracterizadas pela fraude. A organização maiores bancadas na Câmara dos Deputados.
da eleição dos municípios, bem como a redação da ata da seção Vale lembrar que, à época, os partidos políticos eram estaduais
eleitoral, ficava a cargo dos chefes políticos locais, os chamados co- e proliferavam siglas como Partido Republicano Mineiro, Partido
ronéis. Republicano Paulista, Partido Republicano Rio-Grandense etc. Ex-
Isso lhes permitia registrar o que bem quisessem nas atas - daí pressão simbólica da aliança entre o Partido Republicano Paulista e
o nome “eleições a bico de pena” - e também controlar as escolhas o Partido Republicano Mineiro foi a chamada política do café com
dos eleitores, por meio da violência ou do suborno. Era comum, por leite, que funcionava no momento da escolha do sucessor presi-
exemplo, que nas atas das seções eleitorais constassem votos de dencial.
eleitores já mortos para o candidato dos coronéis. As oligarquias dos dois estados escolhiam um nome comum
Ou então que os coronéis reunissem os eleitores em um de- para presidente, ora filiado ao partido paulista, ora ao mineiro. A
terminado lugar para receber as cédulas eleitorais já preenchidas. cada sucessão presidencial, a aliança entre Minas Gerais e São Pau-
Esses locais eram chamados de “curral eleitoral”. De modo geral, os lo precisava ser renovada, muitas vezes com conflitos e interesses
eleitores votavam no candidato do coronel por vários motivos: obe- divergentes. Por serem fortes em termos políticos e econômicos,
diência, lealdade ou gratidão, ou em busca de algum favor, como formaram-se duas oligarquias dominantes no país: a de São Paulo e
dinheiro, serviços médicos e até mesmo proteção. Afinal, sem a ga- a de Minas Gerais. Embora em posição inferior à aliança entre pau-
rantia dos direitos civis e políticos, grande parte da população rural listas e mineiros, destacavam-se também a do Rio Grande do Sul, a
- vale lembrar que a imensa maioria dos brasileiros então vivia no da Bahia e a do estado do Rio de Janeiro.
campo - buscava a proteção de um coronel e acabava se inserindo Houve eleições em que os vitoriosos não estavam comprometi-
em uma rede de favores e proteção pessoal. dos com a política do café com leite, caso de Hermes da Fonseca em
— O Poder dos Coronéis 1910 e de Epitácio Pessoa em 1919. O importante é considerar que
Também conhecida como coronelismo, a chamada “República as oligarquias dos estados que se encontravam fora da política do

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

café com leite passaram a questionar o sistema político na década que seu preço se estabilizasse no mercado internacional, de modo
de 1920. a garantir o lucro dos cafeicultores. Para o pagamento dos juros da
dívida, seria cobrado um imposto sobre as exportações de café.
— Aspectos Econômicos Dois anos depois, na presidência de Afonso Pena, o governo
Por volta de 1830, o café tornou-se o principal produto de ex- federal deu garantias aos empréstimos. A política de valorização do
portação do Brasil, superando o açúcar. Com a expansão das lavou- café foi benéfica apenas para os cafeicultores, em especial os pau-
ras cafeeiras para o Oeste Paulista, a partir da década de 1870, a listas, em detrimento dos produtores de açúcar, algodão, charque,
cafeicultura estimulou a economia do país, cujo dinamismo atraiu cacau etc. Além de acentuar as desigualdades regionais, grande
investidores estrangeiros, sobretudo britânicos. parte dos custos dessa política acabou recaindo sobre a sociedade
Ela propiciou a construção e o reaparelhamento de ferrovias, brasileira, que teve de arcar com os prejuízos.
estradas, portos e o surgimento de bancos, casas de câmbio e de
exportação. Também foram criados estaleiros, empresas de nave- Economia da Borracha
gação e moinhos. O café mudou o país, inclusive incentivando a sua No começo da República, outro importante produto de exporta-
industrialização. Surgiram, por exemplo, fábricas de tecidos, cha- ção era a borracha da Amazônia, que alcançou seu auge entre 1890 e
péus, calçados, velas, alimentos, utensílios domésticos etc. Trata- 1910. Em meados do século XIX, desenvolveu-se o processo de vulcani-
va-se de um tipo de indústria, a de bens de consumo não duráveis, zação da borracha, por meio do qual ela se tornava endurecida, porém
que não exigia grande tecnologia ou altos investimentos de capital, flexível, perfeita para ser usada em instrumentos cirúrgicos e de labo-
mas que empregava grande quantidade de mão de obra. ratório. O sucesso do produto aconteceu mesmo ao ser empregado na
A riqueza gerada pelas exportações de café possibilitou, ainda, fabricação de pneus tanto de bicicletas como de automóveis. Em 1852,
o aumento das importações e a expansão das cidades, com a ins- o Brasil exportava 1 600 toneladas de borracha (2,3% das exportações
talação de serviços públicos (como iluminação a gás e sistema de nacionais). Em 1900, já ultrapassava os 24 milhões de toneladas, o que
transporte urbano), novas práticas de diversão e até mesmo maior equivalia a quase 30% das exportações.
circulação de jornais e livros. A cidade que mais cresceu foi a de São Além de empregar cerca de 1 10 mil pessoas que trabalhavam
Paulo, principalmente a partir de 1886, com a chegada de milhares nos seringais, a extração do látex na região Norte fez com que as
de imigrantes. cidades de Belém e Manaus passassem por grandes transforma-
ções: expansão urbana, instalação de serviços (iluminação pública,
Crise do Café bondes elétricos, serviços de telefonia e de distribuição de água).
Na década de 1920, o café, que era então responsável por mais A partir de 1910, contudo, a entrada da borracha de origem asiá-
da metade das exportações brasileiras, sustentava a economia do tica no mercado internacional provocou um drástico declínio na
país. Por consequência, a oligarquia paulista tornara-se dominante produção amazónica. Extraída em colônias inglesas e holandesas,
na política brasileira - dos 12 presidentes eleitos entre 1894 e 1930, a borracha asiática tinha maior produtividade, melhor qualidade e
seis eram filiados ao Partido Republicano Paulista. menor preço.
A crescente produção cafeeira, contudo, acabou provocando
graves problemas. O consumo do café brasileiro, que nesse período — Disputas por Território
atendia a 70% da demanda mundial, estabilizou-se, mas os fazen- Os primeiros governos republicanos enfrentaram problemas de
deiros continuaram expandindo suas plantações. Com uma produ- disputas territoriais com os vizinhos latino-americanos.
ção maior do que a capacidade de consumo, os preços internacio- O primeiro deles foi sobre a região oeste dos atuais estados
nais caíram, causando prejuízos e gerando dívidas. de Santa Catarina e Paraná. que era reclamada pelos argentinos.
A primeira crise de superprodução ocorreu em 1893. Ao as- A questão foi resolvida pela arbitragem internacional dos EUA em
sumir a presidência em 1894, Prudente de Morais teve de lidar 1895, confirmando a posse brasileira.
com grave crise econômica. Campos Salles, que o sucedeu na pre- Outra pendência foi com a França, sobre a demarcação das
sidência em 1898, fez um acordo com os credores internacionais fronteiras do Brasil com a Guiana Francesa. Com arbitragem in-
conhecido como funding loan. Pelo acordo, que transformou todas ternacional do governo suíço, o Brasil venceu a disputa em 1900,
as dívidas brasileiras em uma única, cujo credor era a casa bancária impondo sua soberania sobre as terras que hoje integram o estado
britânica dos Rothschild, o Brasil recebeu como empréstimo 10 mi- do Amapá.
lhões de libras esterlinas. Além de oferecer as rendas da alfândega No ano seguinte, o Brasil entrou em disputa com a Grã-Breta-
do Rio de Janeiro como garantia, o governo se comprometeu a rea- nha sobre os limites territoriais entre a Guiana Britânica (ou Inglesa)
lizar uma política económica deflacionária, retirando papel-moeda e o norte do então estado do Amazonas - que hoje corresponde ao
do mercado, o que gerou recessão, falências e desemprego e não estado de Roraima.
resolveu os problemas da superprodução de café e da queda dos O rei da Itália. Vítor Emanuel II, foi convocado como árbitro
preços no mercado internacional. internacional, e em 1904 ele decidiu a favor dos britânicos. Desse
Para evitar maiores prejuízos, representantes das oligarquias modo, o Brasil perdeu parte do território conhecido como Pirara, e
cafeeiras dos estados de São Paulo, Minas Gerais e do Rio de Janeiro a Grã-Bretanha obteve acesso à bacia Amazônica por meio de al-
reuniram-se na cidade paulista de Taubaté e elaboraram, em 1906, guns de seus afluentes.
um plano para a defesa do produto, que, a princípio, não contou Outra disputa, bem mais complexa. foi travada em torno da
com o apoio do governo federal. região onde hoje se localiza o Acre. que então pertencia à Bolívia
Pelo Convénio de Taubaté - como ficou conhecido esse encon- e ao Peru. Muitos nordestinos, em particular cearenses, que so-
tro - estabeleceu-se a política de valorização do café, pela qual os friam com a seca. haviam se estabelecido ali para explorar o látex,
governos dos estados conveniados recorreriam a empréstimos ex- gerando conflitos armados com tropas bolivianas. Os brasileiros
ternos para comprar e estocar o excedente da produção de café, até chegaram a declarar a independência política do Acre. Em 1903, a

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

diplomacia brasileira conseguiu uma vitória com o Tratado de Pe- apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro. Os marujos
trópolis, que incorporava o Acre ao território brasileiro em troca de do encouraçado São Paulo e de outras seis embarcações, também
indenizações à Bolívia e ao Peru. ancoradas na baía de Guanabara, aderiram à revolta. Os revoltosos
Cabe destacar a relevante atuação de José Maria da Silva Para- exigiam melhores condições de trabalho e o fim dos castigos cor-
nhos Júnior, o barão do Rio Branco. responsável pelas relações in- porais.
ternacionais do Brasil entre 1902 e 1912. Ele não só esteve à frente O Congresso negociou com os revoltosos e, somente após sua
das negociações que envolviam disputas territoriais do país como rendição, concedeu-lhes anistia. Mas o ambiente na Armada con-
fez do Ministério das Relações Exteriores uma instituição profissio- tinuou tenso. Em 4 de dezembro, diante de novas punições, outra
nalizada e aproximou o Brasil dos EUA. revolta eclodiu na ilha das Cobras. Os oficiais reagiram de maneira
dura e bombardearam a ilha.
— Movimentos e Revoltas Depois, prenderam 600 marinheiros, inclusive os que participa-
Revolta da Vacina ram da primeira revolta, entre eles João Cândido, apelidado de “al-
Além de modernizar a cidade, era necessário erradicar as mirante negro”. Jogados em prisões solitárias por vários dias, mui-
doenças epidêmicas da capital da República. Com base nas então tos deles morreram. Os demais foram detidos em porões de navios
recentes descobertas sobre os microrganismos e a capacidade de e mandados para a Amazónia - ou executados durante a viagem.
mosquitos, moscas e pulgas transmitirem doenças, o médico sani-
tarista Oswaldo Cruz, a quem coube essa tarefa, estava decidido a Revolta em Juazeiro do Norte
erradicar a febre amarela, com o combate aos mosquitos, a varíola, Em 1889, no povoado de Juazeiro do Norte, no sul do estado
com a vacinação, e a peste bubónica, com a caça aos ratos, cujas do Ceará, durante uma missa celebrada pelo padre Cícero Romão
pulgas transmitiam a doença. Batista, uma beata teria sangrado pela boca logo após receber a
Em junho de 1904, Rodrigues Alves enviou um projeto de lei ao hóstia. A notícia do suposto milagre - da hóstia que teria se transfor-
Congresso que propunha a obrigatoriedade da vacinação contra a mado em sangue - espalhou-se, aumentando o prestígio do padre,
varíola. Havia grande insatisfação popular contra as reformas urba- que passou a ser idolatrado na região. Além das funções de padre,
nas do prefeito Pereira Passos. Mas a obrigatoriedade de introduzir ele desempenhava as de juiz e conselheiro, ensinava práticas de hi-
líquidos desconhecidos no corpo, imposta de maneira autoritária giene, acolhia doentes e criminosos arrependidos.
pelo governo e sem esclarecimentos à população, que à época des- Seu prestígio era tamanho que a alta hierarquia da Igreja che-
conhecia os benefícios da vacinação, gerou forte resistência. gou a ficar incomodada e temerosa de que essa veneração estimu-
Havia também razões morais contra a vacinação obrigatória. À lasse práticas religiosas fora de seu controle - o que, de fato, aconte-
época, os homens não admitiam que, em sua ausência, suas resi- ceu. Em 1892, o padre foi impedido de pregar e ouvir em confissão.
dências fossem invadidas por estranhos que tocassem no corpo de Dois anos depois, a Congregação para a Doutrina da Fé decretou a
suas esposas e filhas para aplicar vacinas. Como a maioria das mu- falsidade do milagre em Juazeiro do Norte, provocando a reação da
lheres partilhava desses mesmos valores, quando a lei da vacinação população. Movimentos de solidariedade se formaram e irmanda-
obrigatória foi publicada nos jornais, estourou uma revolta no Rio des se mobilizaram a favor do padre Cícero. Imensas romarias pas-
de Janeiro. saram a se dirigir à cidade. Beatas diziam ter visões que anunciavam
Inicialmente, militares tentaram depor Rodrigues Alves, mas a proximidade do fim do mundo e o retorno de Cristo. Surgia um
logo foram dominados por tropas fiéis ao governo. A maior reação, movimento que desafiava as autoridades eclesiásticas da região.
entretanto, ficou por conta da população mais pobre. Entre os dias Em 1911, inserido na política oligárquica local, padre Cícero foi
10 e 13 de novembro de 1904, a cidade foi tomada por manifes- eleito prefeito de Juazeiro do Norte e se tornou o principal articula-
tantes populares: as estreitas ruas do centro foram bloqueadas por dor de um pacto entre os coronéis da região do vale do Cariri. Padre
barricadas e os policiais, atacados com pedradas. Cícero lutou em vão até o ano de sua morte, 1934, para provar que
A repressão policial foi violenta. Qualquer suspeito de haver o milagre em Juazeiro do Norte havia ocorrido. Apenas em 2016, a
participado da revolta foi jogado em porões de navios e manda- Igreja Católica se reconciliou com o padre, suspendendo todas as
do para o Acre. A vacinação obrigatória acabou sendo suspensa, e, punições que havia lhe imposto.
quatro anos depois, uma epidemia de varíola matou mais de 6 mil
pessoas no Rio de Janeiro. Foram necessários muitos anos para que Guerra de Canudos
os governantes reconhecessem que nada conseguiam com Imposi- Antônio Vicente Mendes Maciel andava pelos sertões nordes-
ções e práticas autoritárias sobre a população. Nos anos 1960, com tinos pregando a fé católica. Tornou-se um beato conhecido como
campanhas de esclarecimento, a vacinação em massa tornou-se co- Antônio Conselheiro e passou a ser seguido por muitas pessoas.
mum no país. Em 1971, ocorreu o último caso de varíola no Brasil. Em 1877, fixou-se com centenas delas no arraial de Canudos, um
lugarejo abandonado no interior da Bahia, às margens do rio Vaza-
Revolta da Chibata -Barris, ao qual renomearam Belo Monte. A comunidade cresceu
Os marujos da Marinha de Guerra brasileira viviam sob péssi- rapidamente. Famílias, que fugiam da exploração dos latifundiários
mas condições de trabalho: soldos miseráveis, má alimentação, tra- da região ou abandonavam suas terras de origem devido à seca,
balhos excessivos e opressão da oficialidade. Mas os castigos físicos foram para Canudos.
aos quais eram submetidos, principalmente com o uso da chibata, Também foi o caso de jagunços, que serviam aos coronéis, mas
eram ainda mais graves. haviam caído em desgraça. Estima-se que em poucos anos o arraial
Em 22 de novembro de 1910, marinheiros do encouraçado recebeu entre 20 e 30 mil pessoas pobres, em sua grande maioria,
Minas Gerais se revoltaram contra a punição de um colega conde- mas que em Canudos tinham ao menos uma casa para morar e ter-
nado a receber 250 chibatadas. Liderados por João Cândido, eles ra para plantar.
tomaram a embarcação, prenderam e mataram alguns oficiais e

62
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Canudos tinha uma rígida organização social. No comando es- um exército encantado para vencer as forças do mal e implantar o
tava António Conselheiro, também chamado de chefe, pastor ou paraíso na Terra. Em fins de 1916, forças do Exército e das polícias
pai. Doze homens, denominados apóstolos, assumiram as chefias estaduais, com o apoio de aviões, reprimiram o movimento, matan-
dos setores de guerra, economia, vida civil, vida religiosa etc. O do milhares de rebeldes.
arraial contava com uma guarda especial formada pelos jagunços,
chamada Companhia do Bom Jesus ou Guarda Católica. Havia tam- — O Modernismo
bém comerciantes. No Brasil, como em grande parte do mundo ocidental, a vida
Em 1896, um incidente alterou a paz do arraial. Comerciantes cultural era fortemente influenciada pelos europeus. No vestuário,
de Juazeiro não entregaram madeiras compradas por Conselheiro na culinária, na literatura, na pintura, no teatro e em outras mani-
para a construção de uma nova igreja. Os jagunços se vingaram sa- festações artístico-culturais, adorava-se, sobretudo, o padrão fran-
queando a cidade. Em resposta, o governador baiano enviou duas cês como modelo.
expedições punitivas a Canudos, ambas derrotadas pelos conselhei- Com o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, isso começou
ristas. a mudar. A guerra resultou no declínio econômico e político dos
Denúncias de que Canudos e António Conselheiro faziam parte países envolvidos no conflito e suscitou, ao menos nas Américas, a
de um amplo movimento que visava restaurar a monarquia no país dúvida quanto à superioridade da cultura europeia. Nos anos 1920,
chegavam nas capitais dos estados. A imprensa do Rio de Janeiro e em diversas cidades do Brasil, principalmente em São Paulo e no
de São Paulo, sobretudo, insistia na existência de um complô mo- Rio de Janeiro, surgiram jornais, revistas e manifestos publicados
narquista. Na capital da República, estudantes, militares, escritores, por artistas e intelectuais que, preocupados com a modernização
jornalistas, entre outros grupos sociais, responsabilizavam o presi- do país, discutiam o que era ser brasileiro. Recusavam-se a copiar
dente Prudente de Morais por não reprimir Canudos. padrões europeus e propunham uma nova maneira de pensar e de-
Nesse contexto foi então organizada uma terceira expedição, finir o Brasil, valorizando a memória nacional e a pesquisa das raízes
chefiada pelo coronel Moreira César, veterano na luta contra os culturais dos brasileiros.
federalistas gaúchos. Formada por 1.300 homens do Exército bra- Era o movimento modernista, que se manifestou com grande
sileiro e seis canhões, ela foi derrotada pelos conselheiristas, que impacto em São Paulo. Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, o
mataram o coronel. O fato tomou proporções nacionais, e Canudos Teatro Municipal de São Paulo abrigou a Semana de Arte Moderna.
passou a ser visto como uma real ameaça à República. Formou-se, Em três noites de apresentação, artistas e intelectuais exibiram suas
assim, uma quarta expedição, que contava com 10 mil homens. Em obras: houve música, poesia, pintura, escultura, palestras e debates.
outubro de 1897, o arraial foi destruído e sua população, massacra- Nas artes plásticas, destacaram-se Anita Malfatti, Di Cavalcanti
da - mesmo aqueles que se renderam foram degolados. - responsável pela arte da capa do catálogo da exposição - e Lasar
Segall (pintura); Vitor Brecheret (escultura); e Oswaldo Goeldi (gra-
Guerra do Contestado vura). Oswald de Andrade apresentou as revistas Papel e Tinta e
Em 1911, um pregador itinerante de nome José Maria apa- Pirralho, leu textos e poemas.
receu na região central de Santa Catarina. Ele afirmava que tinha Mário de Andrade, Ronald de Carvalho e Graça Aranha tam-
sido enviado pelo monge João Maria, morto alguns anos antes. bém leram seus trabalhos. O maestro Villa-Lobos impressionou o
Na região Sul do país, monge tinha o mesmo significado que bea- público quando, na orquestra que regia, incluiu instrumentos de
to no Nordeste. João Maria, quando vivo, fora contra a instaura- congada, tambores e uma folha de zinco. O público vaiou.
ção da República e acreditava que somente a lei da monarquia era Acostumada ao padrão europeu de música, a audiência rejei-
verdadeira. Apresentando-se como um continuador de suas ideias, tava os instrumentos musicais das culturas africanas e indígenas.
José Maria organizou uma comunidade formada por milhares de Para os modernistas, era preciso mostrar às elites que essas cultu-
homens e mulheres em Taquaruçu, nas proximidades do município ras também eram formadoras da cultura nacional.
catarinense de Curitibanos. Armados e sob a liderança de José Ma-
ria, eles criticavam a República. — O Tenentismo
Muitos homens e mulheres que participavam desse movimen- Enquanto isso, setores da média oficialidade do Exército - como
to conhecido como Contestado, por ter ocorrido em uma área dis- tenentes e capitães - atacavam o governo com armas, em um movi-
putada entre os estados do Paraná e de Santa Catarina, eram pe- mento conhecido como tenentismo. Alguns criticavam o liberalismo
quenos proprietários expulsos de suas terras devido à construção e defendiam um Estado forte e centralizado, expressando um nacio-
de uma ferrovia, a Brazil Railway Company, que ligaria os estados nalismo não muito bem definido. Exigiam a moralização da política
de São Paulo e do Rio Grande do Sul. A empresa pertencia a um dos e das eleições e defendiam a adoção do voto secreto. Muitos se
homens mais ricos do mundo, o estadunidense Percival Farquhar. mostravam ressentidos com os políticos, pelo papel secundário do
Como parte do pagamento à empresa construtora, o governo Exército na política nacional. A primeira revolta tenentista ocorreu
estadual doou 15 quilômetros de terras de cada lado da linha, pre- no Rio de Janeiro, em 1922. Após os rebelados tomarem o Forte de
judicando os camponeses que ali viviam. A situação era agravada Copacabana, canhões foram disparados contra alvos considerados
pela presença de madeireiras. Atacados pela polícia, em 1912, des- estratégicos. O objetivo era impedir posse do presidente eleito Ar-
locaram-se para Palmas, no Paraná. thur Bernardes e, no limite, derrubar o governo.
O governo do estado, que considerou se tratar de uma inva- O presidente Epitácio Pessoa, com o apoio do Exército e da
são dos catarinenses, atacou a comunidade e matou José Maria, Marinha, ordenou o bombardeamento do forte. Muitos desistiram
dispersando a multidão de homens e mulheres que o seguia. Um da luta, mas 17 deles decidiram resistir. Com fuzis nas mãos, mar-
ano depois, cerca de 12 mil fiéis se reagruparam em Taquaruçu. A charam pela avenida Atlântica. Um civil se juntou a eles. Ao final,
liderança do movimento ficou a cargo de um conselho de chefes, sobraram apenas os militares Siqueira Campos e Eduardo Gomes.
que difundiu a crença de que José Maria regressaria à frente de A rebelião ficou conhecida como a Revolta dos 18 do Forte.

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Em 1924, eclodiu outra revolta tenentista, dessa vez em São Eleitoral, a moralização da prática política, a anistia para os militares
Paulo. Os revoltosos tomaram o poder na capital paulista. O objeti- revoltosos dos anos 1920 e o estabelecimento de leis trabalhistas.
vo era incentivar revoltas todo o país até a derrubada do presiden- Nas eleições ocorridas em março de 1930, Júlio Prestes venceu,
te Arthur Bernardes. A reação do governo federal foi bombardear mas os políticos da Aliança Liberal não aceitaram a derrota, alegan-
a cidade. Acuados, os revoltosos resolveram marchar para Foz do do fraudes eleitorais. Mineiros e gaúchos conseguiram o apoio dos
Iguaçu. tenentes na luta contra o governo. No exilio argentino, Luís Carlos
Prestes tinha aderido ao comunismo e recusou-se a participar das
A Coluna Prestes conversações. A crise eclodiu com o assassinato de João Pessoa,
Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, o jovem capitão Luís em julho de 1930. Apesar de se tratar de um crime que misturava
Carlos Prestes liderava uma coluna militar que, partindo de Santo razões políticas locais e passionais, os políticos da Aliança Liberal
Ângelo, marchava ao encontro dos rebelados paulistas em Foz do transformaram o episódio em questão nacional e deflagraram uma
Iguaçu. Quando se encontraram, em abril de 1925, formaram a revolução.
Coluna Prestes-Miguel Costa e partiram em direção ao interior do Iniciada em 3 de outubro de 1930, em Minas Gerais e no Rio
país, para mobilizar a população contra o governo e as oligarquias. Grande do Sul, ela se alastrou rapidamente pelo Nordeste. Diante
Com cerca de 1500 homens, atravessaram 13 estados. Perse- da possibilidade de uma guerra civil, altos oficiais do Exército e da
guido pelo Exército, Prestes, com táticas militares inteligentes, im- Marinha depuseram o presidente Washington Luís e formaram uma
pôs várias derrotas às tropas governistas - que nunca o derrotaram. Junta Militar. Com a chegada das tropas rebeldes ao Rio de Janeiro,
Após marcharem 25 mil quilômetros, cansados e sem perspectivas, entregaram o poder a Getúlio Vargas. O movimento político-militar
em 1927 os soldados da coluna entraram no território boliviano, conhecido como Revolução de 1930 saía vitorioso. Era o início da
onde conseguiram asilo político. Por sua luta e capacidade de co- Era Vargas.
mando, Luís Carlos Prestes passou a ser considerado um herói e
conhecido como “Cavaleiro da Esperança “.
A REVOLUÇÃO DE 1930 E A ERA VARGAS; O ESTADO NOVO
(1937 A 1945).
— A Revolução de 1930
No início da década de 1920, o sistema político da Primeira Re-
pública começava a apresentar sinais de esgotamento. A realização A Revolução de 1930: movimento organizado pelos estados
da Semana de Arte Moderna, a fundação do Partido Comunista do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba, que sucedeu no golpe
Brasil e a eclosão da Revolta dos 18 do Forte eram indícios desse de Estado que destituiu Washington Luís do cargo de Presidente
esgotamento. A própria sucessão presidencial, também no ano de da República, além de impossibilitar a posse do novo eleito para o
1922, foi marcada por uma forte disputa entre os grupos políticos cargo, Júlio Prestes.
estaduais. Motivação: a principal justificativa para a revolta foi a fraude
Paulistas e mineiros haviam concordado em apoiar o mineiro eleitoral. Além disso, duas outras causas favoreceram o movimen-
Arthur Bernardes. Mas as lideranças políticas do Rio de Janeiro, do to: o homicídio de João Pessoa, governador da Paraíba, e a insatisfa-
Rio Grande do Sul, da Bahia e de Pernambuco optaram por lançar ção provocada na população pela a crise econômica de 1929.
Nilo Peçanha como candidato. O movimento, conhecido como Rea- Liderança: o líder articulador do movimento, Getúlio Dorneles
ção Republicana, não propunha romper com o sistema oligárquico, Vargas, governador do Rio Grande do Sul (ou “presidente”, confor-
mas abrir espaço para os grupos dominantes de outros estados, de- me se denominava o cargo naquela época), ficou encarregado do
safiando o domínio de paulistas e mineiros. No entanto, os resulta- novo comando político do país, com a missão de dissolver o sistema
dos das eleições eram previsíveis e Arthur Bernardes saiu vitorioso. oligárquico que dominava a política brasileira.
Os líderes da Reação Republicana não aceitaram a derrota e A Era Vargas como a principal consequência: a liderança de
apelaram para os militares - o que fez eclodir a revolta tenentista Vargas, que, inicialmente, era de natureza temporária, prolongou-
no Forte de Copacabana, em 5 de julho de 1922. Arthur Bernardes -se por 15 anos, e o período ficou conhecido como a Era Vargas. De
governou sob estado de sítio, perseguiu o movimento operário e 1930 a 1945, o Brasil viveu o período caracterizado como “a ditadu-
atuou de maneira bastante impopular nas cidades. Em 1926, dissi- ra de Vargas” ou Estado Novo, cujo aspecto principal foi a proximi-
dentes do PRP fundaram o Partido Democrático (PD), em São Paulo. dade com as massas populacionais.
O novo partido defendia a adoção do voto secreto e obrigatório, a Importância histórica da Revolução de 1930: pôs fim às alian-
criação da Justiça Eleitoral e a independência dos três pode ças políticas entre as autoridades das diversas regiões do país, que
O sucessor de Arthur Bernardes, Washington Luís, suspendeu o favoreciam conveniências pessoais em detrimento do benefício do
estado de sítio e as perseguições ao movimento sindical. No entan- Estado. Portanto, extinguiu a denominada República Velha, sendo
to, não concedeu a anistia política aos tenentes, como exigiam as considerada o grande acontecimento do período republicano da
oposições. Em 1929, começaram as articulações para a nova suces- história do Brasil.
são presidencial. O presidente Washington Luís, do Partido Repu- Cenário político
blicano Paulista, indicou para sucedê-lo o presidente do estado de Política do café com leite: as oligarquias de São Paulo e Mi-
São Paulo, Júlio Prestes. Inconformadas, as oligarquias mineiras se nas Gerais conduziam a política nacional, e, por meio de eleições
aliaram aos gaúchos e aos paraibanos, lançando o nome do gaúcho fraudulentas, submetiam todo o país a uma economia agroexpor-
Getúlio Vargas para a presidência e do paraibano João Pessoa para tadora. Nesse sistema político, também chamado de “política dos
a vice-presidência. governadores”, as elites dos dois estados revezavam-se no cargo de
O Partido Democrático, de São Paulo, apoiou a candidatura de presidente da República, sempre nomeando candidatos que favore-
Vargas. Os dissidentes então formaram a Aliança Liberal, cuja pla- ceriam seus interesses.
taforma política defendia o voto secreto, a criação de uma Justiça

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Queda da Bolsa de Nova Iorque: a crise, também conhecida tituídos por interventores, pessoas da confiança do presidente, es-
por Grande Depressão Americana, afetou diretamente a exporta- colhidos por ele entre os egressos do movimento tenentista2.
ção do café paulista, principal fluxo da economia brasileira na épo- Em São Paulo, a nomeação do tenentista pernambucano João
ca. Houve problemas financeiros e muito desemprego. A mesma Alberto Lins de Barros para interventor provocou descontentamen-
oligarquia que chefiava esse setor econômico também controlava to entre as elites, que passaram a exigir um interventor civil e pau-
o poder político, e sua estratégia de recuperação econômica era lista. Os desdobramentos do descontentamento da população em
integralmente centrada na sucessão à presidência da República. A relação a Vargas levaram à deflagração da Revolução Constituciona-
recessão da economia provocou insatisfação da população com re- lista, em julho de 1932.
lação ao governo de Washington Luís. Devido à debilidade de suas convicções ideológicas, o tenentis-
Aliança Liberal (AL): quando Washington Luís indicou Júlio mo perdeu muito de sua influência junto ao governo Vargas. Vários
Prestes, também paulista, para seu sucessor, o então presidente de seus representantes voltaram para os quartéis, outros se aliaram
contrariou a articulação política que alternava o poder entre Mi- ao comunismo ou a grupos simpatizantes do fascismo. Os que con-
nas e São Paulo. Esse conflito entre os dois estados foi seguido pela tinuaram no governo permaneceram subordinados ao presidente.
Aliança Liberal, constituída por autoridades políticas de Pernambu-
co, Paraíba, cujo intuito era promover concorrentes à presidência — Legislação Trabalhista
que proporcionassem uma alternativa à política do café com leite. A obra pela qual o governo de Getúlio Vargas é mais lembra-
Assim, lançou-se a chapa formada por Getúlio Vargas para presi- do é a legislação trabalhista, iniciada com a criação do Ministério
dente e João Pessoa para vice. do Trabalho, Indústria e Comércio, em novembro de 1930. As leis
Eleições de 1930: a chapa “Vargas Pessoa” não foi suficiente de proteção ao trabalhador regularam o trabalho de mulheres e
para concorrer à altura com a máquina eleitoreira comandada por crianças, estabeleceram jornada máxima de oito horas diárias de
Washington Luís, que admitia, apoio de políticos de outros estados, trabalho, criaram o descanso semanal remunerado e garantiram o
compra de votos, coerções e fraudes nas urnas. direito a férias (já concedido anteriormente, em 1923, porém nunca
colocado em prática) e à aposentadoria, entre outras novidades.
Cenário favorável ao golpe Esse conjunto de leis seria sistematizado em 1943, com a Con-
• Aliados importantes: após a incontestável fraude eleitoral, a solidação das Leis do Trabalho (CLT). Ao mesmo tempo, em 1931
AL conseguiu reforço de ninguém menos que os militares. O exérci- 0 governo aprovou a Lei de Sindicalização, que estabelecia o con-
to, inclusive (mais propriamente a sua baixa patente, os tenentes), trole do Ministério do Trabalho sobre a ação sindical. Os sindica-
já possuía antecedentes de iniciativas no combate ao sistema polí- tos passaram a ser órgãos consultivos do poder público; só podiam
tico desde o princípio da chamada Velha República, com destaque funcionar com autorização do Ministério do Trabalho, que, por sua
para a Revolta do Forte de Copacabana e a Revolta Paulista, em vez, tinha poderes de intervenção tão importantes nas atividades
1922 e 1924, respectivamente. sindicais que podia até afastar diretores.
• Assassinato de João Pessoa: em 26 de julho de 1930, portan- Assim, anarquistas e comunistas foram afastados do movimen-
to, meses antes do golpe, que ocorreu em 24 de outubro, o então to sindical pelo governo e reagiram à lei, considerada autoritária,
governador da Paraíba foi morto por um adversário político, João por meio de greves e manifestações. Aos poucos, porém, diversos
Duarte Dantas. Apesar da alegação dos revolucionários, a motiva- setores sindicais passaram a acatá-la.
ção desse crime não foi de natureza política, e, sim, por desavenças A legislação trabalhista - apresentada à população como uma
pessoais, segundo o próprio algoz. “dádiva do governo” - e a aproximação em relação aos sindicatos
Características da Era Vargas faziam parte de um tipo de política que seria caracterizado como
1. Centralização do poder: Vargas atuou para fortalecer os po- populista, anos mais tarde. Apresentado como autor magnânimo
deres do Executivo e tornar o Legislativo cada vez mais fraco. das leis trabalhistas, Getúlio era chamado de “pai dos pobres”, uma
2. Negociação política: desde a Revolução de 1930, o potencial espécie de protetor da classe trabalhadora, desconsiderando as
de Vargas na conciliação de grupos contrário foi construído e apri- conquistas como resultado das lutas dos trabalhadores.
morado durante sua atuação política.
3. Política Trabalhista: a criação do Ministério do Trabalho, — A Constituição de 1934
bem como das leis trabalhistas, é resultado dessa política focada Em 1932, Getúlio Vargas ainda governava sob um regime de
nas camadas operárias. Uso de propaganda política: Vargas criou o exceção. Em fevereiro do mesmo ano, o governo aprovou um novo
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), para promover os Código Eleitoral que trazia algumas novidades:
atributos e iniciativas do seu governo. – criava a Justiça Eleitoral, para coibir as fraudes eleitorais;
4. Populismo: Vargas promoveu intensamente a relação direta – instituía o voto secreto, principalmente para minar a influên-
e não institucionalizada entre líder e massas, o enfraquecimento cia dos coronéis sobre os eleitores (releia o Capítulo 3);
do sistema partidário, a defesa da união das massas e a liderança – reduzia de 21 anos para 18 a idade mínima do eleitor;
alicerçada no carisma. – garantia o direito de voto às mulheres, antiga reivindicação
dos grupos feministas, que tinham entre suas principais militantes a
— Governo Provisório enfermeira Bertha Lutz (1894-1976).
Ao assumir a chefia do governo provisório em 1930, apoiado
pelos militares, Getúlio Vargas aboliu a Constituição de 1891, dis- Pressionado por diversos setores da sociedade, juntamente
solveu o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas estaduais com a divulgação do novo Código Eleitoral, o governo convocou
e as Câmaras municipais e instituiu um regime de emergência. Com eleições para maio de 1933, visando à formação de uma Assembleia
exceção do governador Olegário Maciel, de Minas Gerais, todos os 2 Azevedo, Gislane. História: passado e presente / Gislane Azevedo,
demais (na época, chamados de presidentes de estado) foram subs- Reinaldo Seriacopi. 1ª ed. São Paulo. Ática.

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Constituinte. Entre os 254 constituintes eleitos encontrava-se a mé- mente condenado a dezesseis anos de reclusão) e sua mulher, a
dica Carlota Pereira de Queirós, candidata por São Paulo e primeira judia alemã Olga Benário. Ela, grávida de sete meses, foi deportada
deputada do Brasil. para a Alemanha nazista em setembro de 1936, onde morreu em
Promulgada em julho de 1934, a nova Constituição incorporou um campo de concentração em 1942.
a legislação trabalhista em vigor, acrescentando a ela a instituição
do salário mínimo (que seria criado somente em 1940) e criou o — Eleições Canceladas
Tribunal do Trabalho. Pela nova Carta, analfabetos e soldados conti- Em meio a esse clima de repressão à esquerda, teve início, em
nuavam proibidos de votar. 1937, a campanha eleitoral para a escolha do sucessor de Getúlio
Ainda em julho de 1934 os constituintes elegeram Getúlio Var- Vargas. O presidente, contudo, articulava sua permanência no po-
gas para a Presidência da República, pondo fim ao governo provisó- der junto às Forças Arma das e aos governadores. No final de 1937,
rio. De acordo com a Constituição, o mandato presidencial se esten- o capitão integralista Olímpio Mourão Filho elaborou um plano de
deria até 1938, quando um novo presidente escolhido por voto livre uma conspiração comunista para a tomada do poder e o entregou à
e direto assumiria o cargo. cúpula das Forças Armadas.
Era o Plano Cohen, nome de seu suposto autor. O documen-
— Governo Constitucional de Vargas to era falso, mas serviu de pretexto para um golpe de Estado. No
Os anos 1930 foram marcados por uma forte polarização po- dia 10 de novembro de 1937, o presidente ordenou o fechamento
lítica, com o surgimento de dois movimentos antagônicos: a Ação do Congresso por tropas do Exército. Pelo rádio, Vargas declarou
Integralista Brasileira (AIB), de direita, e a Aliança Nacional Liber- canceladas as eleições presidenciais e anunciou a instauração do
tadora (ANL), de esquerda. Estado Novo, que ele definiu como “um regime forte, de paz, justiça
A exemplo do que acontecia na Europa, onde a população geral e trabalho”.
estava desacreditada da democracia liberal - o que favorecia o sur- A seguir, foi outorgada uma nova Constituição, que logo pas-
gimento de regimes totalitários em diversos países -, surgiram no saria a ser chamada de Polaca, em alusão a suas semelhanças com
Brasil grupos que reivindicavam a implantação de uma ditadura de a Constituição polonesa, de inspiração fascista. As garantias indivi-
direita, semelhante à de Mussolini na Itália. duais foram suspensas e o direito de reunião, abolido. A população
Em 1932, foi formada a Ação Integralista Brasileira, de inspi- ficou proibida de se organizar, reivindicar seus direitos e de ma-
ração fascista, liderada pelo escritor Plínio Salgado e composta de nifestar livremente suas opiniões. Sem reação popular, começava
intelectuais, religiosos, alguns ex-tenentistas e setores das classes uma nova fase do governo getulista: a de uma ditadura declarada,
médias e da burguesia. Tendo como lema “Deus, Pátria e Família”, o centralizada em torno da figura de Getúlio Vargas.
integralismo era um movimento de caráter nacionalista, antiliberal,
anticomunista e contrário ao capitalismo financeiro internacional. — O Estado Novo
Os integralistas defendiam o controle do Estado sobre a eco- Vargas passou a governar por meio de decretos-lei. Todos os
nomia e o fim de instrumentos democráticos, como a pluralidade partidos políticos foram extintos, incluindo a Ação Integralista, que
partidária e a democracia representativa. Nas eleições municipais apoiara o golpe. A ideologia do Estado Novo enfatizava principal-
de 1936, os integralistas elegeram vereadores em diversos municí- mente a ideia de reconstrução da nação - pautada na ordem, na
pios brasileiros e conquistaram várias prefeituras, entre elas as de obediência à autoridade e na aceitação das desigualdades sociais
Blumenau (SC) e Presidente Prudente (SP). - e a de tutela do Estado sobre a nacionalidade brasileira.
A Aliança Nacional Libertadora surgiu em março de 1935, e
tinha como presidente de honra o líder comunista Luís Carlos Pres- Departamento de Imprensa e Propaganda
tes. O Partido Comunista do Brasil (PC do B) tinha grande ascendên- Em 1939, foi criado o Departamento de Imprensa e Propagan-
cia sobre a ANL, mas o movimento reunia em suas fileiras grupos da (DIP), inspirado no serviço de comunicação da Alemanha nazista.
de variadas tendências: socialistas, liberais, anti-integralistas, inte- Os agentes do DIP controlavam os meios de comunicação por meio
lectuais independentes, estudantes e ex-tenentistas descontentes da censura a jornais, revistas, livros, rádio e cinema. Eles também
com o autoritarismo do governo Vargas. Seu programa político era elaboravam a propaganda oficial do Estado Novo, produzindo peças
nacionalista e anti-imperialista. Entre suas principais bandeiras es- publicitárias que mostravam o presidente como uma figura pater-
tavam a suspensão do pagamento da dívida externa, a nacionaliza- nal, bondosa, severa e exigente a fim de agradar à opinião pública.
ção de empresas estrangeiras e a reforma agrária. O DIP elaborava também cine documentários, como o Cine-
A ANL cresceu rapidamente, chegando a reunir entre 70 mil e jornal Brasileiro - exibido obrigatoriamente em todos os cinemas,
100 mil filiados, segundo estimativas do historiador Robert Levine. antes do início dos filmes -, livros e cartilhas escolares enaltecendo
Quatro meses depois de fundada, foi declarada ilegal pelo presi- a figura de Vargas e transmitindo noções de patriotismo e civismo.
dente Vargas. Em meio ao ambiente de controle e repressão, a Polícia Espe-
A partir de então, seus militantes passaram a agir na clandes- cial de Getúlio Vargas ganhou força. Comandada pelo ex-tenentista
tinidade. Em novembro de 1935, setores da ANL ligados ao PC do Filinto Muller, ela ficou conhecida por suas prisões arbitrárias e pela
B lideraram, sob orientação da Internacional Comunista, insurrei- prática de tortura contra os presos.
ções mi- litares nas cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro, com
o intuito de tomar o poder e implantar o comunismo no Brasil. Mal — O Brasil e a Segunda Guerra Mundial
articulados, os levantes fracassaram e a Intentona Comunista, como Em 1940, Vargas fez um discurso elogiando o sucesso das tropas
ficou conhecido o episódio, levou o presidente a decretar estado de nazistas na Europa. Entretanto, embora se aproximasse dos países
sítio e determinar a prisão de mais de 6 mil pessoas - entre as quais do Eixo por suas posturas autoritárias, o governo de Getúlio Vargas
um senador e quatro deputados. manteve uma postura ambígua sobre a Segunda Guerra Mundial,
Entre os detidos encontravam-se Luís Carlos Prestes (posterior- pois mantinha relações econômicas com os Estados Unidos.

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Para impedir a influência europeia sobre o Brasil, o governo


estadunidense pôs em prática a política de boa vizinhança, que se REPÚBLICA LIBERAL-CONSERVADORA (1946 A 1964).
manifestou por meio do fim do intervencionismo político e da cola-
boração econômica e militar. O rompimento definitivo com o bloco Desde o início de 1964, as propostas de reformas de base in-
nazifascista ocorreu em 1942, quando navios mercantes brasileiros tensificaram as manifestações de apoio e de repulsa ao governo de
foram afundados por submarinos alemães. João Goulart. Disseminou-se o medo das reformas3.
Em agosto daquele ano, após manifestações populares e es- Em 31 de março, o alto escalão de oficiais do Exército, com
tudantis exigindo que o governo entrasse no conflito ao lado das apoio de vários governadores, como Magalhães Pinto (1909-1996),
democracias, Getúlio declarou guerra aos países do Eixo. Em julho de Minas Gerais, Carlos Lacerda (1914-1977), da Guanabara, e
de 1944, aproximadamente 25 mil soldados, integrantes da Força Adhemar de Barros (1901-1969), de São Paulo, rebelou-se contra
Expedicionária Brasileira (FEB) desembarcaram na Itália. o governo de Jango.
O primeiro passo coube ao general Olímpio Morão Filho, que
— O Fim do Estado Novo mobilizou o exército de Belo Horizonte, o mesmo que, 27 anos
Em 1942, as manifestações estudantis e populares lideradas antes, ainda capitão e integralista, havia forjado o famoso Plano
pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a favor da participação Cohen. Segundo o pesquisador e historiador Carlos Fico, os revolto-
do Brasil na guerra contra o nazifascismo, deram início a um lento sos contavam com a Operação Brother Sam, que incluía a possível
processo de distensão no clima sufocante do Estado Novo. Outras intervenção planejada pelo embaixador estadunidense Lincoln Gor-
manifestações ocorreram, agora pelo fim do Estado Novo e pela don, associado às elites económicas, políticas e militares.
volta da democracia. A operação contava com uma forca tarefa naval estadunidense
Em 1943, houve o Manifesto dos Mineiros, de um grupo de po- (porta-aviões, porta-helicópteros, contratorpedeiros) que atuaria
líticos e intelectuais de Minas Gerais durante um congresso da Or- nas costas brasileiras e incluía a entrega de armas, munições e com-
dem dos Advogados do Brasil (OAB). No início de 1945, foi a vez dos bustível (quatro navios-petroleiros). O plano entraria em ação em
participantes do Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores. Ainda marco.
em 1945, Getúlio pôs fim à censura da imprensa, anistiou presos Entretanto, o golpe teve um desfecho rápido e sem lutas. Cul-
políticos - entre eles, Luís Carlos Prestes - e convocou eleições para minou com a deposição do presidente João Goulart, que deixou
uma Assembleia Constituinte. Brasília, dirigiu-se para o Rio Grande do Sul e em seguida para o
Surgiram então diversos partidos políticos, entre os quais a Uruguai, onde pediu asilo. Já no dia 12 de abril, o embaixador Lin-
União Democrática Nacional (UDN), formada por setores das clas- coln Gordon foi avisado de que não era mais necessário o apoio
ses médias e altas, o Partido Social Democrático (PSD), composto de logístico estadunidense. Era o fim de uma experiência republicana
antigos coronéis e interventores nos estados e o Partido Trabalhista reformista e o início da ditadura comandada pelos militares.
Brasileiro (PTB), constituído por líderes sindicais ligados ao Ministé- Após a deposição do presidente João Goulart, uma junta mili-
rio do Trabalho, além do Partido Comunista do Brasil (PC do B), que tar, formada pelo general Artur da Costa e Silva (1899-1969), pelo
voltou a ser legalizado. brigadeiro Francisco Correia de Melo (1903-1971) e pelo almirante
Durante a campanha eleitoral, líderes do PTB e de alguns sin- Augusto Rademaker (1905-1985) foi instalada no poder. A primeira
dicatos, com o apoio do Partido Comunista e com o aval do presi- medida tomada por essa junta foi a decretação do Ato Institucional
dente, passaram a defender a permanência de Getúlio Vargas na nº 1 (Al-1).
Presidência. A expressão “Queremos Getúlio!”, repetida em coro O decreto garantia amplos poderes ao Executivo, como cassar
pelos partidários desse grupo, deu nome ao movimento: queremis- mandatos, suspender direitos políticos, aposentar funcionários ci-
mo. Para evitar a permanência de Vargas no poder, os generais Góis vis e militares e decretar estado de sítio sem autorização do Con-
Monteiro e Eurico Gaspar Dutra exigiram sua renúncia. gresso. Milhares de brasileiros foram atingidos pelos expurgos, civis
Com o afastamento de Getúlio em Outubro de 1945, o Estado e militares.
Novo chegava ao fim. Em seguida, o Alto Comando das Forças Armadas indicou para
a Presidência o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco
Constituição - 1937 - Estado Novo (1897-1967). Com o golpe de 1964, teve início uma série de gover-
Decretada por: Getúlio Vargas nos militares que permaneceu no poder até 1985. Nesse período,
Forma de promulgação: imposição. A partir da publicação da as liberdades democráticas foram anuladas e os poderes Legislativo
Carta Constitucional do Estado Novo, fundamentada em princípios e Judiciário foram submetidos. Também foi uma época em que es-
fascistas, os partidos políticos foram suprimidos e o poder foi con- tados e municípios perderam sua autonomia, passando a ser sim-
centrado nas mãos do líder supremo do poder Executivo. ples executores das decisões federais.
Principais diligências:
• supressão das liberdades de imprensa e partidária Principais características:
• extinção das independências dos Poderes Legislativo e Judi- - Nome do país – Estados Unidos do Brasil.
ciário - Promulgada no governo de Eurico Gaspar Dutra, após o perío-
• autorização para suspensão da imunidade parlamentar do do Estado Novo, restabeleceu os direitos individuais e extinguiu
• limitação das garantias do Congresso Nacional a censura e a pena de morte.
• eleição indireta para presidente da República e mandato de - Instituiu eleições diretas para presidente da República, com
seis anos
• exílio e prisão de opositores do governo 3 Vicentino, Cláudio. Olhares da História Brasil e Mundo. Cláudio
• instauração da pena de morte Vicentino. José Bruno Vicentino. Savério Lavorato Júnior. 1ª ed. São
Paulo. Scipione.

67
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

mandato de cinco anos. • retomada da linha democrática de 1934


- Ampla autonomia político-administrativa para estados e mu- • restabelecimento dos direitos individuais
nicípios. • fim da censura e da pena de morte
- Retomou a independência dos três poderes (Executivo, Legis- • retorno da a independência ao Executivo, Legislativo e Judi-
lativo e Judiciário). ciário
- Defesa da propriedade privada (e do latifúndio). • restabelecimento o equilíbrio entre esses poderes autonomia
- Restabeleceu o direito de greve e o direito à estabilidade de de estados e municípios
emprego após 10 anos de serviço. • instituição de eleições diretas para presidente da República,
- Garantia liberdade de opinião e de expressão. com mandato de cinco anos
- Contraditória na medida em que conciliava resquícios do au- • incorporação da Justiça do Trabalho e do Tribunal Federal de
toritarismo anterior (intervenção do Estado nas relações patrão x Recursos ao Poder Judiciário
empregado) com medidas liberais (favorecimento ao empresaria- • pluralidade partidária
do). • direito de greve e livre associação sindical
- Retomada do pleno estado de direito democrático após o pe- • condicionamento do uso da propriedade ao bem-estar social,
ríodo militar. possibilitando a desapropriação por interesse social
- Ampliação e fortalecimento das garantias dos direitos indivi-
duais e das liberdades públicas.
GOVERNOS MILITARES
- Retomada do regime representativo, presidencialista e fede-
rativo.
- Destaque para a defesa do meio ambiente e do patrimônio Uma característica proeminente observada em muitos países
cultural da nação. ao longo do decorrer do século XX, têm sido alvo de discussões e
- Garantia do direito de voto aos analfabetos e aos maiores de análises profundas e minuciosas. A emergência de regimes milita-
16 anos (opcional) em eleições livres e diretas, para todos os níveis, res a posições de comando em diferentes partes do globo trouxe
com voto universal, secreto e obrigatório, isentando os soldados e consigo uma série de dinâmicas políticas, sociais e econômicas que
religiosos. deixaram suas marcas na trajetória dessas nações e deixaram uma
influência palpável em suas relações internacionais. Este texto tem
Reformas Constitucionais como objetivo empreender uma exploração detalhada das caracte-
rísticas primordiais e dos impactos resultantes dos governos milita-
1961 - Adoção do Parlamentarismo res, com um enfoque particular nas vivências experimentadas por
Foi aprovada na Câmara dos Deputados, em primeira discus- alguns países.
são, por 234 votos contra 59, e, em segunda discussão, por 233 Um governo militar é comumente caracterizado como um regi-
votos contra 55, a ementa constitucional que instituiu um regime me em que o controle político é exercido por líderes pertencentes
parlamentar no Brasil semelhante ao vigente na República Federal às forças armadas. Esse tipo de governo pode surgir em cenários de
da Alemanha (Alemanha Ocidental), cujos dispositivos visavam im- instabilidade política, tal como acontecimentos de golpes de Estado
pedir a queda sucessiva de gabinetes e limitar a casos muito espe- ou em meio a conflitos internos. Apesar de diversos governos mili-
cíficos o poder do Presidente da República de dissolver a Câmara tares terem alegado estar intervindo no sentido de restabelecer a
dos Deputados. ordem e a estabilidade, frequentemente eles também foram alvos
de acusações de imposição de restrições às liberdades civis, repres-
1963 - Volta ao Presidencialismo são da oposição política e violações dos direitos humanos.
Cerca de 80% dos eleitores votaram pelo restabelecimento do Os efeitos decorrentes dos governos militares apresentam va-
presidencialismo. O plebiscito foi convocado pelo presidente João riações significativas dependendo do país e do contexto em que ti-
Goulart (Jango) para decidir sobre a manutenção ou não do sistema veram lugar. No Brasil, a título de exemplo, o período de domínio
parlamentarista, em vigor desde a renúncia de Jânio Quadros, em militar que se iniciou em 1964 e se estendeu até 1985 foi marcado
1961. A partir da vitória no plebiscito, João Goulart passou a gover- por uma repressão rigorosa contra os opositores políticos, censura
nar o país com todos os poderes constitucionais. direcionada à mídia e uma abordagem econômica orientada para
um modelo de desenvolvimento de cunho mais autoritário.
1964 - 1967- Atos Institucionais Por outro lado, o governo militar no Chile, sob a liderança de
Com o golpe de Estado e até 1967, são decretados quatro atos Augusto Pinochet a partir de 1973, ficou associado a graves viola-
institucionais que permitem ao governo legislar sobre qualquer as- ções dos direitos humanos, incluindo práticas de tortura e execu-
sunto. É instituída, entre outras coisas, a Lei de Greve e o Fundo ções sumárias. Em certos casos, os governos militares afirmaram
de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); decretam-se o fim da estar buscando a modernização e o progresso econômico como
estabilidade no emprego, as eleições indiretas para presidente da justificativas para assumirem o controle. Entretanto, os resultados
República e governadores de estados. O Poder Judiciário torna-se das políticas econômicas empregadas frequentemente tiveram um
mais dependente do Executivo. São extintos os partidos políticos e caráter ambíguo.
é criado o bipartidarismo. Ainda que alguns governos militares tenham conseguido atin-
gir determinados níveis de estabilidade econômica no curto prazo,
Constituição - 1946 - República muitas vezes esse êxito foi alcançado à custa das liberdades civis
Decretada por: Congresso e da inclusão social. Além disso, muitos desses regimes não con-
Forma de promulgação: Assembleia Nacional Constituinte seguiram estabelecer alicerces sólidos para um desenvolvimento
Principais diligências:

68
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

sustentável a longo prazo. dólares. Sem alternativas, em 1987, o governo decretou moratória;
Nos anos recentes, tem havido um aumento no interesse di- ou seja, tomou a decisão unilateral de não pagar a dívida. No ano
recionado à compreensão dos legados deixados pelos governos seguinte, ela foi renegociada com o Fundo Monetário Internacio-
militares em várias regiões do planeta. Muitos países têm buscado nal (FMI). Outro grave problema era a inflação. Em março de 1985,
a verdade e a reconciliação no que concerne às transgressões ocor- quando Sarney tomou posse, ela era de 12,7% ao mês. Os traba-
ridas durante esses períodos. lhadores eram os mais prejudicados, pois o salário recebido perdia
Comissões voltadas para a apuração da verdade e da justiça parte de seu poder aquisitivo já no dia seguinte.
foram estabelecidas em múltiplos lugares, com o intuito de investi- Para enfrentá-la, o governo recorreu a planos de estabilização,
gar as violações aos direitos humanos perpetradas sob a égide dos chamados de choques econômicos. O primeiro foi o Plano Cruzado.
governos militares. Essas iniciativas têm o propósito de lançar luz Adorado em 1986, ele “congelava” os preços de mercadorias, alu-
sobre as atrocidades ocorridas no passado e de construir um cami- guéis, salários, tarifas públicas e passagens pelo prazo de um ano,
nho em direção à justiça e à reconciliação. além de substituir a moeda do país, que era então o cruzeiro, pelo
No entanto, é fundamental destacar que as análises relativas cruzado. O efeito imediato foi o desejado: uma brusca queda da in-
aos governos militares frequentemente se revestem de complexi- flação. Com isso os índices de popularidade de Sarney se elevaram.
dade e são repletas de sutilezas. Nem todos os regimes militares Aproveitando-se do enorme apoio social, o presidente chegou
seguiram um padrão idêntico, e nem todas as ações por eles empre- a convocar os brasileiros pela televisão para ajudar na fiscalização
endidas podem ser categorizadas de maneira uniforme. Ademais, do congelamento dos preços.
os desdobramentos decorrentes desses governos frequentemente Em poucos meses, contudo, o Plano Cruzado começou a des-
se prolongam por décadas e têm o potencial de influenciar profun- moronar. Primeiro, houve o desabastecimento (ausência de ofer-
damente as estruturas políticas e sociais de uma nação. ta de mercadorias nas lojas), depois, o chamado ágio (a cobrança
Desse modo, os governos militares representam um elemento de um preço maior do que o tabelado por mercadorias vendidas
de relevo na história política de muitos países. As suas dinâmicas, clandestinamente). No segundo semestre de 1986, o plano chegou
repercussões e legados são diversificados e intrincados, e o estudo ao limite. Ainda assim, dada a proximidade das eleições legislativas
desses regimes contribui para uma apreensão mais abrangente das e estaduais, marcadas para novembro, Sarney manteve o congela-
intersecções entre poder, autoridade e governança em contextos mento dos preços.
históricos e culturais distintos. Ao mergulharmos nas análises des- Apostando no sucesso do Plano Cruzado e apoiando Sarney, os
ses governos, somos prontamente recordados da necessidade de brasileiros votaram em peso no PMDB, o partido do governo, que
preservar a democracia, os direitos humanos e as instituições que elegeu a maioria dos governadores, deputados e senadores. Passa-
garantem a participação cidadã e a liberdade em uma sociedade. dos apenas cinco dias das eleições, Sarney autorizou o reajuste dos
preços e dos impostos. Temendo novos congelamentos, os empre-
sários aumentaram os preços das mercadorias.
A NOVA REPÚBLICA.
Os combustíveis, por exemplo, chegaram a ficar 60% mais ca-
ros. Os índices de popularidade do presidente despencaram. A in-
— Transição para a Democracia flação voltou, e os salários novamente perderam parte de seu po-
O fim da ditadura militar veio acompanhado por um desejo de der aquisitivo. Greves e manifestações de protesto ocorreram em
mudança: os brasileiros desejavam a construção de um novo país - várias cidades. Em uma delas, na Companhia Siderúrgica Nacional,
sem autoritarismo, sem corrupção, sem inflação, sem concentração o enfrentamento entre operários e soldados do Exército resultou na
de renda, sem arrocho salarial, sem Injustiças sociais. Em um país morte de três grevistas. Em meio à crise económica, intensificavam-
ansioso por mudanças, José Sarney, o vice-presidente eleito em -se os conflitos sociais.
1985, assumiu a presidência, em decorrência da morte de Tancre- No campo, os enfrentamentos entre proprietários rurais e tra-
do Neves, com a tarefa de conduzir a transição da ditadura para o balhadores sem-terra aumentaram. Latifundiários se organizaram
regime democrático4. na União Democrática Ruralista (UDR), enquanto trabalhadores
O Congresso Nacional revogou leis criadas durante o regime rurais formaram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
militar, acabou com a censura aos meios de comunicação e restituiu (MST). Atentados - a mando ou não de latifundiários - contra líderes
aos cidadãos brasileiros o livre exercício de expressão e pensamen- camponeses, padres e sindicalistas tornaram-se comuns.
to. O movimento sindical também adquiriu liberdade de acuação, No final da década de 1980, o problema da inflação tornou-se
o que levou à criação de centrais sindicais. Foi instituída, ainda, a crônico. Em maio de 1987, ela atingiu 23,2%; no final do ano, al-
liberdade de organização partidária, incluindo a legalização dos par- cançou o índice acumulado de 366%. No ano seguinte, a inflação
tidos comunistas. Em termos de transição democrática, o governo chegou ao nível estratosférico de 933%. O país vivia a hiperinflação.
Sarney cumpria suas obrigações. Os preços eram reajustados diariamente. De fevereiro de 1989 a
Na política externa, o Brasil reatou relações diplomáticas com fevereiro de 1990, a inflação atingiu 2751%. Sem ter como controlar
Cuba e tomou a iniciativa de formar com a Argentina um mercado a disparada dos preços, o governo Sarney se limitou a cumprir a
comum latino-americano, que, com a adesão do Uruguai e do Para- tarefa da transição democrática.
guai, daria origem ao Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 1991. — A Constituição de 1988
— Economia da Nova República Apesar do descontrole da economia. a sociedade brasileira
A Nova República se deparou com uma pesada herança do regi- continuava no caminho da democracia. Em 1988, o então deputado
me militar: uma enorme dívida externa de cerca de 100 bilhões de Ulysses Guimarães. do PMDB. presidiu a sessão em que o Congres-
so Nacional promulgou a nova Constituição, que garantia amplos
4 História. Ensino Médio. Ronaldo Vainfas [et al.] 3ª edição. São Paulo. direitos civis, políticos e sociais a todos os brasileiros. Com o fim da
Saraiva. ditadura militar, cidadania havia se tornado uma palavra recorrente

69
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

no vocabulário brasileiro. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mun-


Não por acaso, ao promulgar a nova Constituição, Ulysses Gui- dial (Bird) reuniram-se em um seminário com economistas latino-a-
marães a chamou de “Constituicão Cidadã”. De todas as Consti- mericanos com o objetivo de reorganizar a economia desses países.
tuições da história do país, ela é a mais avançada no tocante aos As medidas sugeridas ao final do encontro, que aconteceu
direitos de cidadania. No âmbito dos direitos políticos, ela garantiu em Washington, foram: não interferência do Estado na economia;
eleições diretas em todos os níveis, estendendo o direito ao voto a abertura dos mercados nacionais para importações e entrada de
analfabetos e a maiores de 16 anos, e ampla liberdade de organi- capital estrangeiro; privatização de empresas estatais; equilíbrio do
zação partidária. orçamento do Estado, com a diminuição de investimentos na área
A nova Constituição também garantiu os direitos sociais exis- social, como saúde e educação; e combate à inflação. Esse conjunto
tentes até então e incluiu outros, como a licença-paternidade. Na de diretrizes ficou conhecido como Consenso de Washington.
questão dos direitos civis, houve muitos avanços, como o direito Fernando Collor assumiu a presidência em 15 de março de
à liberdade de expressão, de reunião e de organização. A impren- 1990, mostrando-se de pleno acordo com o Consenso de Washin-
sa tornou-se livre de qualquer censura, e as liberdades individuais gton e determinado a aplicar o conjunto de diretrizes. Já no dia se-
também foram garantidas no texto constitucional. guinte, anunciou um novo plano de estabilização económica para
O racismo e a tortura tornaram-se crimes inafiançáveis. A Lei o país, cuja inflação atingia então 80% ao mês. O Plano Collor, ou
de Defesa do Consumidor, de 1990, transformou-se em importan- Plano Brasil Novo, abrangia uma série de medidas para controlar a
te instrumento de defesa dos cidadãos. Outra importante inovação inflação e reestruturar o Estado: reforma administrativa com demis-
foi a criação dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, facilitando o são de funcionários públicos; abertura comercial ao exterior e ao
acesso da população à justiça, também foram ampliados os poderes capital estrangeiro; eliminação dos incentivos fiscais às indústrias;
de instituições, como a Defensoria Pública e o Ministério Público. liberalização da taxa do dólar; e um programa de privatização das
— O Caçador de Marajás empresas estatais.
Para a consolidação da transição democrática, restava ainda O plano também recorria a métodos já conhecidos dos brasi-
a tão aguardada eleição presidencial: os brasileiros não elegiam leiros, como o congelamento de preços e salários e a adoção de
presidente da República pelo voto direto havia quase 30 anos. As uma nova moeda. Saía o cruzado novo, voltava o cruzeiro. Havia
esquerdas apresentaram seus candidatos. O do Partido dos Traba- um item no plano, contudo, que ninguém esperava: o confisco dos
lhadores (PT), na época identificado com um projeto socialista, era depósitos bancários em contas-correntes, aplicações financeiras e
Luiz Inácio Lula da Silva. cadernetas de poupança por 18 meses.
O Partido Democrático Trabalhista (PDT) apresentou a candi- O objetivo era estabilizar a economia por meio da retirada de
datura de Leonel Brizola, herdeiro do projeto trabalhista anterior dinheiro do mercado. A medida causou tremendo impacto. Sem di-
a 1964. Outros candidatos, mais ao centro, foram: Ulysses Guima- nheiro no mercado, os preços desabaram. E a recessão foi quase
rães, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), e imediata: falências, brusca queda no consumo e nas vendas, perda
Mário Covas, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). do poder aquisitivo dos salários, demissões, desemprego.
Partidos de direita e conservadores também concorreram nas Apesar do elevado custo social e econômico que impôs ao país,
eleições. Contudo, as pesquisas foram rapidamente lideradas por o plano não extinguiu a inflação. Ao contrário do que se previa, a
um candidato quase desconhecido: Fernando Collor de Mello, do inflação retornou - e com ferocidade. O Plano Collor foi um total
inexpressivo Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Collor havia fracasso. Um ano depois, o governo Collor estava mergulhado na
feito carreira política no partido da ditadura e ganhara visibilidade crise. Ao fracasso do Plano Collor somavam-se denúncias de corrup-
no governo de Alagoas, especialmente após o corte de altos salários ção, abalando ainda mais o governo. O ex-tesoureiro da campanha
na máquina administrativa do estado, o que o fez ficar conhecido presidencial de Collor, Paulo César Farias, mais conhecido como PC
como “caçador de marajás”. Farias, foi acusado de chefiar um esquema de corrupção.
Collor recebeu o apoio de grupos económicos poderosos e PC Farias arrecadava dinheiro de empresas, facilitava contratos
também da mídia quando subiu nas pesquisas e se mostrou capaz mediante elevadas comissões e, com elas, financiava as despesas
de derrotar Lula e Brizola nas eleições. Em suas campanhas, Lula de- pessoais do presidente. As denúncias eram muito graves. Tanto que
fendia a anulação da dívida externa e a reforma agrária; Brizola, por foi instituída no Congresso Nacional uma Comissão Parlamentar de
sua vez, ressaltava a necessidade de preservar as empresas estatais Inquérito (CPI) para investigar as acusações. Nas ruas setores orga-
e realizar amplos investimentos em educação; já Collor pregava a nizados da sociedade exigiam o impeachment do presidente.
modernização do país e a sua entrada no Primeiro Mundo. Milhares de jovens estudantes com o rosto pintado de verde e
Collor soube aproveitar o desejo de mudança que tomara a amarelo, que ficaram conhecidos como caras-pintadas, foram para
sociedade brasileira logo após o fim da ditadura. Como resultado, as ruas protestar. Além do impeachment do presidente, exigiam o
ele obteve 28,52% dos votos, contra 16,08% alcançados por Lula no fim da corrupção e a ética na política. Em 29 de setembro de 1992,
primeiro turno das eleições - o que os levou para o segundo turno, a Câmara dos Deputados aprovou o afastamento de Collor da pre-
como determinava a nova Constituição. sidência: foram 441 votos a favor e 38 contra. Três meses depois,
Contando com o apoio de amplos setores da sociedade, sobre- julgado pelo Senado, Collor teve seu mandato e seus direitos po-
tudo dos conservadores, Collor venceu as eleições com dos votos. líticos cassados por oito anos. Vaga, a presidência da República foi
Lula, em torno do qual se uniram as esquerdas e as forças conside- assumida pelo vice, Itamar Franco.
radas progressistas, recebeu 37,86% dos votos. — O Plano Real
— A Democracia Resistiu Itamar Franco assumiu a presidência com amplo apoio político
Na América Latina, o Brasil não era o único país com dificulda- no Congresso Nacional. Fernando Henrique Cardoso foi nomeado
des de pagar sua dívida externa. Em decorrência dessa situação, em ministro da Fazenda em março de 1993. Com um grupo de econo-
fins de 1989, técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), do mistas, ele começou a elaborar um plano para estabilizar a econo-

70
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

mia do país. Seguindo as indicações do Consenso de Washington, namento de energia à população. Nos oito anos de governo FHC,
FHC e sua equipe concluíram que, para alcançar a estabilidade da medidas importantes foram tomadas, como o Código de Trânsito
moeda, era preciso reformar o Estado, reduzir os gastos do governo Brasileiro ( 1997), a venda de medicamentos genéricos ( 1999), a Lei
e privatizar as empresas estatais. de Responsabilidade Fiscal (2000), a quebra de patentes de remé-
Em fevereiro do ano seguinte, o governo criou a Unidade Real dios contra a Aids (2001), o Bolsa-escola (2001), o Vale-Gás (2001),
de Valor (URV), atrelando-a ao dólar. Se a arrecadação de impostos entre outras.
se mantivesse alta, os gastos na área social fossem reduzidos e as — Mudança de Rumos
grandes reservas em dólar, preservadas, a URV se manteria estável. Com o Plano Real, a sociedade brasileira conheceu a importân-
Em julho de 1994, o governo transformou a URV em uma nova moe- cia da estabilidade da moeda. As políticas neoliberais adoradas por
da, o real. Em apenas 15 dias, a inflação caiu drasticamente. Fernando Henrique resultaram no controle da inflação, mas tam-
O real equiparou-se ao dólar, obtendo estabilidade. Era o fim bém na alta do desemprego e na perda de diversos direitos sociais.
da alta constante e acelerada dos preços, beneficiando os assala- Ao final de seu segundo mandato havia um novo desejo de mudan-
riados. Com o sucesso do Plano Real, que conseguiu derrubar a ça entre os brasileiros.
inflação, Fernando Henrique Cardoso foi lançado candidato à presi- Nas eleições presidenciais de 2002, Lula foi novamente candi-
dência pela coligação PSDB/PFL. Seu principal adversário era Lula, dato pelo PT. Em sua quarta disputa pela presidência, ele deixava
novamente candidato pelo PT. de lado o discurso socialista dos anos anteriores e apresentava um
Exausta da inflação, a sociedade brasileira apoiou a estabiliza- programa moderado, buscando o apoio das classes médias e dos
ção monetária e o Plano Real, elegendo FHC já no primeiro turno empresários. Contando com amplo apoio político, Lula recebeu
com 54,27% dos votos. 46,4% dos votos no primeiro turno das eleições de 2002, e 61,2%
— Governo FHC no segundo turno.
Fernando Henrique Cardoso foi eleito e assumiu a presidên- O governo Lula optou por dar continuidade à política econômi-
cia com o projeto de reduzir o tamanho do Estado e seu papel na ca de FHC, mantendo a estabilidade da moeda por meio do equilí-
economia. Adorando políticas neoliberais, o presidente extinguiu o brio fiscal e do controle dos gastos públicos. Como os números mos-
monopólio estatal da exploração e do refino do petróleo pela Petro- travam-se bastante favoráveis, a credibilidade do país no mercado
bras, eliminou as restrições à entrada de capital estrangeiro no país financeiro internacional cresceu. Apesar dessas semelhanças, ao re-
e implementou reformas administrativas. Era o fim da Era Vargas, tomar o nacional-desenvolvimentismo característico da Era Vargas,
segundo o próprio FHC. o novo governo mostrou que tinha um projeto político diferente do
Além disso, o governo estabeleceu acordos com o FMI e deu de seu antecessor.
início a um programa de privatização das estatais. Foram leiloadas Nesse sentido, as privatizações foram suspensas e o papel
empresas dos setores siderúrgico, elétrico, químico, petroquímico e do Estado, reforçado. A pesquisa científica, por exemplo, recebeu
de fertilizantes. O mesmo ocorreu com portos, rodovias e ferrovias. apoio e incentivos financeiros. Na política externa, o governo Lula
Bancos estaduais e empresas como a Embraer e a Companhia Vale ampliou as relações comerciais e diplomáticas do Brasil com os paí-
do Rio Doce também foram privatizados. ses da União Europeia, da África, da Ásia e da América Latina. O
Segundo dados do BNDES, entre 1991 e 2002, o governo fe- reforço do Mercosul também foi uma iniciativa nesse sentido.
deral arrecadou cerca de 30 bilhões de dólares com todas essas No plano social, o governo dedicou-se ao combate da pobreza,
vendas - 22 bilhões de dólares somente com a do Sistema Telebras retirando milhões de pessoas da miséria. Além da criação do Pro-
de Telecomunicações. Com o Plano Real, a inflação estava sob con- grama Bolsa Família, em que há transferência direta de renda às
trole. Mas havia um problema: manter o real equivalente ao dólar. famílias em situação de pobreza, o governo diminuiu os impostos
A alternativa foi aumentar as taxas de juros e atrair investimen- sobre produtos da cesta básica e materiais de construção e reajus-
tos especulativos em dólares. Os juros altos, no entanto, resultaram tou o salário mínimo acima dos índices de inflação, beneficiando os
em recessão econômica e desemprego. E os recursos arrecadados trabalhadores e as camadas mais pobres da população.
com a venda das empresas estatais acabaram sendo utilizados para Crise e Reeleição
pagar as altas taxas de juros. Foi também no governo FHC que a Em 2005, no terceiro ano do mandato de Lula, vieram a públi-
emenda à Constituição que dispunha sobre a reeleição para cargos co denúncias de que o governo pagava regularmente a deputados
do Poder Executivo foi aprovada. e senadores para que matérias de interesse do Executivo fossem
Isso permitiu que o presidente concorresse a um novo manda- aprovadas pelo Congresso. O “mensalão”, como o esquema de ar-
to nas eleições presidenciais de 1998. recadação de dinheiro ficou conhecido, envolvia empresários, mi-
Nas eleições de 1998, Lula foi novamente o maior adversário nistros de Estado e parlamentares. Em fins de 2012, muitos foram
de Fernando Henrique. Mesmo com a aliança de duas lideranças de condenados em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Mesmo
esquerda - o vice de Lula era Leonel Brizola -, FHC foi reeleito com com a queda dos índices de popularidade do governo durante a cri-
53% dos votos. Em seu segundo mandato, Fernando Henrique deu se política, o presidente continuou a contar com o apoio de amplos
continuidade ao Plano Real, preservando a estabilidade da econo- setores da população.
mia. Em 2006, Lula lançou-se à reeleição e foi eleito para um novo
A manutenção das taxas de juros altas e a sobrevalorização do mandato, com a maioria dos votos dos trabalhadores, dos setores
real aumentaram ainda mais a dívida pública nesses quatro anos. mais pobres da população e de parte significativa das classes mé-
Em 2001, o presidente, que gozava de boa popularidade, teve sua dias. Ao ser novamente empossado presidente, em 2007, Lula tam-
imagem afetada pelo chamado “apagão”. bém contava com uma ampla coalização de partidos políticos no
Uma seca inesperada esvaziou os reservatórios das hidrelétri- Congresso Nacional.
cas, resultando em falta de energia elétrica no país. Sem planeja- Apesar dos juros altos praticados pelo Banco Central e do con-
mento e sem investimentos no setor, foi necessário impor racio- trole das contas públicas pelo governo, necessários para garantir a

71
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

estabilidade econômica do país, os investimentos na área de educa- protestos contra a presidente.


ção triplicaram. O governo também investiu em energia e transpor- No início de 2016, a sociedade brasileira se encontrava muito
te; apoiou as indústrias de exportação, obtendo saldos comerciais dividida. No Congresso Nacional, a oposição entrou com pedido de
positivos; e incentivou a internacionalização de muitas empresas. impeachment, cuja instauração foi aprovada pelo Senado no dia
O bom desempenho da agricultura e o aumento do preço de pro- 12 de maio. Com a decisão, Dilma foi afastada da presidência para
dutos primários no mercado internacional beneficiaram o conjunto aguardar o julgamento final pelo Senado. O vice Michel Temer, do
da economia. PMDB, assumiu como presidente em exercício.
No plano social, o governo deu continuidade ao combate à po- Muitos, porém, interpretaram o movimento oposicionista a
breza. Além disso, propiciou um aumento real do poder de compra Dilma como um golpe contra a democracia e também foram para
dos trabalhadores, com a oferta de crédito à população e outras as ruas protestar. O clima se radicalizou, inviabilizando o diálogo e
medidas. O resultado foi a criação de 15 milhões de novos empre- colocando em risco a capacidade da sociedade de resolver suas di-
gos, a ascensão social de milhões de pessoas, o crescimento acen- ferenças por meio de acordos e negociações políticas.
tuado da chamada classe C e o fortalecimento do mercado interno — Governo Temer
brasileiro. A crise no governo Dilma e o impeachment
Foi devido ao fortalecimento de seu mercado interno que o Devido à crise política e econômica que se instalou no país,
Brasil demonstrou capacidade de resistir à crise mundial que teve com a corrução generalizada denunciada pela “Operação Lava-Ja-
origem nos Estados Unidos em fins de 2007. Em meados de 2009, to”, em agosto de 2015, Temer comunicou o seu afastamento da
o país voltou a crescer. Em 2010, o crescimento econômico foi de articulação política5.
7%. Ao deixar o governo, em 1º de janeiro de 2011, Lula contava No dia 2 de dezembro, o presidente da Câmara aceitou a aber-
com 87% de aprovação entre os brasileiros, segundo pesquisa de tura do processo de impeachment da presidente Dilma.
opinião encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes Em março de 2016, o PMDB deixou a base do governo para
(CNT). apoiar o processo de impeachment que tramitava na Câmara dos
— Governo Dilma Rousseff Deputados.
Para concorrer à presidência da República nas eleições de 2010, No dia 17 de abril de 2016, com 367 votos favoráveis e 137 con-
o Partido dos Trabalhadores (PT) lançou o nome de Dilma Rousseff, trários, a Câmara dos Deputados aprovou o relatório do impeach-
então ministra da Casa Civil do governo Lula. A eleição foi decidida ment e autorizou o Senado Federal a julgar a presidente por crime
no segundo turno, com a vitória de Dilma com 56,05% dos votos. de responsabilidade.
Dilma, quando jovem, fora presa e torturada pela ditadura O Senado determinou, em sessão iniciada no dia 11 de maio de
militar. Sua vitória representou um grande avanço para a demo- 2016 e concluída na madrugada do dia 12 de maio, o afastamento
cracia brasileira. Pela primeira vez, uma mulher e ex-integrante da de Dilma. Na sessão que durou 22 horas, o resultado foi de 55 votos
luta armada contra a ditadura assumia o cargo de presidente da a favor do afastamento e 22 contra.
República. O governo Dilma deu continuidade às políticas sociais A tomada de posse
e desenvolvimentistas do governo Lula, como o programa Minha No dia 12 de maio de 2016, Michel Temer assumiu interina-
Casa, Minha Vida, e promoveu outros, como o Programa Nacional mente a Presidência do Brasil, se tornando o 37º mandatário da
de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). República. Ainda sem receber a faixa presidencial, Temer aguardou
No final de 2011, os jornais noticiaram que o Brasil havia se até que o Congresso realizasse o julgamento que afastaria definiti-
tornado a 6ª maior economia do mundo, ultrapassando a Grã-Bre- vamente a presidente.
tanha, então na 7ª posição. No dia 31 de agosto de 2016, após a aprovação do impeach-
No governo Dilma foi aprovado o Marco Civil da Internet ment da presidente Dilma, Michel Temer tomou posse como Pre-
(2014), foram leiloados campos de petróleo do pré-sal (2013) e foi sidente da República, se tornando o 14º a assumir o cargo sem ter
instituída a Comissão Nacional da Verdade (2012). Sua popularida- sido eleito diretamente pelo povo.
de manteve-se em alta, mas foi abalada pelos pro- testos que toma- Michel Temer foi Presidente do Brasil de 31 de agosto de 2016
ram o país em junho de 2013. Ela sofreu críticas pelo baixo cresci a 31 de dezembro de 2018.
mento do Produto Interno Bruto do país, pela alta da inflação e pe- — Governo Bolsonaro
los gastos com a Copa do Mundo de Futebol realizada no Brasil em Jair Messias Bolsonaro, do PSL, foi eleito o 38º presidente da
2014. Ao final de seu primeiro mandato, Dilma Rousseff concorreu República ao derrotar em segundo turno o petista Fernando Ha-
à reeleição. Com dos votos, sua vitória sobre o candidato do PSDB ddad, interrompendo um ciclo de vitórias do PT que vinha desde
foi apertada no segundo turno. 20026.
Como no seu primeiro mandato, os gastos públicos aumenta- A vitória foi confirmada às 19h18, quando, com 94,44% das se-
ram demasiadamente, e a ameaça da inflação voltou. O governo, ções apuradas, Bolsonaro alcançou 55.205.640 votos (55,54% dos
então, adorou política recessiva, cortando drasticamente os gastos válidos) e não podia mais ser ultrapassado por Haddad, que naque-
públicos, o que gerou recessão econômica e perda do poder aqui- le momento somava 44.193.523 (44,46%). Com 100% das seções
sitivo da população. apuradas, Bolsonaro recebeu 57.797.847 votos (55,13%) e Haddad,
A popularidade do PT e do governo Dilma diminuiu e as oposi- 47.040.906 (44,87%).
ções aumentaram. Inicialmente, grupos radicais de direita pediam No discurso da vitória, Bolsonaro afirmou que o novo governo
a volta da ditadura militar. Depois, passeatas tomaram as grandes 5 Dilva Frazão. E-Biografias. https://www.ebiografia.com/michel_te-
cidades, criticando o governo e exigindo a saída de Dilma da presi- mer/.
dência da República. As investigações da Operação Lava Jato pre- 6 Guilherme Mazui. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/elei-
judicaram a imagem do PT e de Dilma. As denúncias de corrupção coes/2018/noticia/2018/10/28/jair-bolsonaro-e-eleito-presidente-e-in-
na Petrobras serviram de combustível para aumentar ainda mais os terrompe-serie-de-vitorias-do-pt.ghtml.

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

será um “defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”. censão de startups e a adoção de tecnologias ecologicamente sus-
Aos 63 anos, capitão reformado do Exército, deputado federal tentáveis têm o potencial de alavancar o crescimento econômico e
desde 1991 e dono de uma extensa lista de declarações polêmicas, resolver dilemas complexos, como a gestão ambiental e o acesso à
Jair Bolsonaro materializou em votos o apoio que cultivou e am- educação.
pliou a partir das redes sociais e em viagens pelo Brasil para obter o A cultura brasileira é notória internacionalmente por sua rica
mandato de presidente de 2019 a 2022. expressão artística, música, dança e literatura. O Brasil contemporâ-
Na campanha, por meio das redes sociais e do aplicativo de neo revela uma mutação constante nesse campo, à medida que ar-
mensagens WhatsApp, apostou em um discurso conservador nos tistas se empenham em refletir a complexidade da sociedade atual
costumes, de aceno liberal na economia, de linha dura no combate e explorar temas como identidade, gênero e senso de pertencimen-
à corrupção e à violência urbana e opositor do PT e da esquerda. to. No palco internacional, o Brasil contemporâneo desempenha
um papel de destaque como uma das principais economias emer-
BRASIL CONTEMPORÂNEO gentes e um pioneiro em questões ambientais. Sua posição como
um relevante produtor de commodities e sua busca por parcerias
estratégicas são indícios de sua aspiração em ser uma influência de
O Brasil contemporâneo se apresenta como uma composição peso no contexto global.
de desafios e transformações, profundamente arraigada em uma Em última análise, o Brasil contemporâneo, com todas as suas
narrativa rica e intrincada que delineou sua estrutura social, eco- contradições e perspectivas, está imerso em um processo ininter-
nomia e cultura. Essa nação vasta e diversificada, com suas amplas rupto de construção. As escolhas feitas atualmente, seja no que
florestas tropicais, rios abundantes, cidades vibrantes e uma mescla tange à conservação ambiental, inclusão social, avanço tecnológico
variada de etnias, se depara com uma série de problemáticas que ou representação cultural, irão determinar a trajetória que essa na-
refletem tanto suas potencialidades quanto suas vulnerabilidades. ção seguirá. A busca pelo equilíbrio entre tradição e modernidade,
A pluralidade cultural e étnica, um pilar do Brasil contemporâ- progresso e preservação, caracteriza o desafio que define o Brasil
neo, enraíza-se na herança dos povos indígenas, nas influências afri- do século XXI.
canas, europeias e asiáticas. Este país abarca uma multiplicidade de
tradições, crenças, linguagens e culinárias. Esse mosaico não ape-
nas enriqueceu a identidade nacional, mas também trouxe consigo ATUALIDADES: TÓPICOS RELEVANTES E ATUAIS DE
desafios no contexto da busca por uma coesão cultural e igualdade. DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO POLÍTICA, ECONOMIA,
Apesar de suas riquezas naturais e culturais, o Brasil enfrenta SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA, ENERGIA,
persistentes disparidades sociais e econômicas. A distinção entre RELAÇÕES INTERNACIONAIS, DESENVOLVIMENTO
camadas privilegiadas e menos favorecidas, notavelmente observá- SUSTENTÁVEL, PROBLEMAS AMBIENTAIS.
vel nas metrópoles, constitui um obstáculo para a construção de
uma sociedade mais justa. A discrepância no acesso à educação, A importância do estudo de atualidades
serviços de saúde e oportunidades econômicas permanece como Dentre todas as disciplinas com as quais concurseiros e estu-
uma barreira para inúmeros brasileiros. Quanto à rápida urbani- dantes de todo o país se preocupam, a de atualidades tem se tor-
zação que aconteceu e acontece no Brasil, podemos considerar nado cada vez mais relevante. Quando pensamos em matemática,
que é uma característica marcante contemporaneamente falando, língua portuguesa, biologia, entre outras disciplinas, inevitavelmen-
marcada pela migração das áreas rurais em busca de oportunida- te as colocamos em um patamar mais elevado que outras que nos
des urbanas. Isso propiciou o crescimento econômico, entretanto, parecem menos importantes, pois de algum modo nos é ensinado a
também trouxe à tona problemáticas ambientais. A expansão das hierarquizar a relevância de certos conhecimentos desde os tempos
áreas urbanas com frequência acarreta em degradação e poluição de escola.
ambiental, bem como em carência de infraestrutura. A busca pelo No, entanto, atualidades é o único tema que insere o indivíduo
equilíbrio entre progresso e preservação torna-se preponderante. no estudo do momento presente, seus acontecimentos, eventos
No meio ambiente brasileiro temos uma diversidade extre- e transformações. O conhecimento do mundo em que se vive de
ma, mas a Amazônia, frequentemente apelidada de “pulmão do modo algum deve ser visto como irrelevante no estudo para concur-
mundo”, desempenha um papel central nas discussões ambientais sos, pois permite que o indivíduo vá além do conhecimento técnico
globais atualmente. O desflorestamento e a deterioração dessa e explore novas perspectivas quanto à conhecimento de mundo.
floresta tropical carregam consigo repercussões não apenas para Em sua grande maioria, as questões de atualidades em con-
a biodiversidade, mas também para o equilíbrio climático. Adicio- cursos são sobre fatos e acontecimentos de interesse público, mas
nalmente, a gestão inadequada dos recursos hídricos, poluição e podem também apresentar conhecimentos específicos do meio po-
mudanças climáticas impactam todo o território brasileiro. lítico, social ou econômico, sejam eles sobre música, arte, política,
Já o espectro político do Brasil contemporâneo é caracterizado economia, figuras públicas, leis etc. Seja qual for a área, as questões
por uma alternância entre períodos de estabilidade e instabilida- de atualidades auxiliam as bancas a peneirarem os candidatos e se-
de. Desde a redemocratização nos anos 1980, o país tem avançado lecionarem os melhores preparados não apenas de modo técnico.
consideravelmente, porém, também enfrentou escândalos de cor- Sendo assim, estudar atualidades é o ato de se manter cons-
rupção e convulsões políticas. A intrincada relação entre os pode- tantemente informado. Os temas de atualidades em concursos são
res executivo, legislativo e judiciário continua a modelar o cenário sempre relevantes. É certo que nem todas as notícias que você vê
político do Brasil. na televisão ou ouve no rádio aparecem nas questões, manter-se
Assim como outros tópicos, a era contemporânea também foi informado, porém, sobre as principais notícias de relevância nacio-
testemunha de avanços tecnológicos e inovações que estão remol- nal e internacional em pauta é o caminho, pois são debates de ex-
dando a sociedade brasileira. O aumento da conectividade, a as-

73
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

trema recorrência na mídia. Sendo que:


O grande desafio, nos tempos atuais, é separar o joio do trigo. — Planalto é uma superfície irregular, com altitude acima de
Com o grande fluxo de informações que recebemos diariamente, é 300 metros e produto de erosão.
preciso filtrar com sabedoria o que de fato se está consumindo. Por — Planície é uma área plana, formada pelo acúmulo recente
diversas vezes, os meios de comunicação (TV, internet, rádio etc.) de sedimentos.
adaptam o formato jornalístico ou informacional para transmitirem — Depressão é uma superfície entre 100 e 500 metros de al-
outros tipos de informação, como fofocas, vidas de celebridades, titude, com inclinação suave, mais plana que o planalto e formada
futebol, acontecimentos de novelas, que não devem de modo al- por processo de erosão.
gum serem inseridos como parte do estudo de atualidades. Os in- O território brasileiro é constituído, basicamente, por grandes
teresses pessoais em assuntos deste cunho não são condenáveis de maciços cristalinos (36%) e grandes bacias sedimentares (64%).
modo algum, mas são triviais quanto ao estudo. Aproximadamente 93% do território brasileiro apresenta altitudes
Ainda assim, mesmo que tentemos nos manter atualizados inferiores a 900 m. Em grande parte as estruturas geológicas são
através de revistas e telejornais, o fluxo interminável e ininterrupto muito antigas, datando da Era Paleozoica à Mesozoica, no caso das
de informações veiculados impede que saibamos de fato como es- bacias sedimentares, e da Era Pré-Cambriana, caso dos maciços
tudar. Apostilas e livros de concursos impressos também se tornam cristalinos.
rapidamente desatualizados e obsoletos, pois atualidades é uma As bacias sedimentares formam-se pelo acúmulo de sedimen-
disciplina que se renova a cada instante. tos em depressão. É um terreno rico em combustíveis fósseis, como
O mundo da informação está cada vez mais virtual e tecnoló- carvão, petróleo, gás natural e xisto betuminoso. Os maciços são
gico, as sociedades se informam pela internet e as compartilham mais antigos e rígidos e se caracterizam pela presença de rochas
em velocidades incalculáveis. Pensando nisso, a editora prepara cristalinas, como granitos e gnaisses, e são ricos em riquezas mine-
mensalmente o material de atualidades de mais diversos campos rais metálicas, como ferro e manganês.
do conhecimento (tecnologia, Brasil, política, ética, meio ambiente, O relevo brasileiro não sofre mais a ação de vulcões e terremo-
jurisdição etc.) na “Área do Cliente”. tos, agentes internos, porém, os agentes externos, como chuvas,
Lá, o concurseiro encontrará um material completo de aula pre- ventos, rios, marés, calor e frio, continuam sua obra de esculpir as
parado com muito carinho para seu melhor aproveitamento. Com formas do relevo. Eventualmente, em determinados pontos do ter-
o material disponibilizado online, você poderá conferir e checar os ritório brasileiro podem-se sentir os reflexos dos tremores de terra
fatos e fontes de imediato através dos veículos de comunicação vir- ocorridos em alguns pontos distantes, como no Chile e Peru.
tuais, tornando a ponte entre o estudo desta disciplina tão fluida e As unidades do relevo brasileiro são:
a veracidade das informações um caminho certeiro. a) Planaltos: das Guianas e Brasileiro (formado pelo Planalto
Central, Atlântico e Meridional).
Planalto das Guianas
INTERAÇÃO ENTRE O CLIMA, A VEGETAÇÃO, O Ocupando a porção extremo setentrional do país, tem sua
RELEVO, A HIDROGRAFIA E O SOLO NO ESPAÇO maior parte fora do território brasileiro, em terras da Venezuela,
NATURAL BRASILEIRO. Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Constituído por rochas crista-
linas pré-cambrianas, pode ser dividido em duas porções:
Relevo – Planalto Norte-Amazônico: também chamado de Baixo Pla-
O relevo do Brasil tem formação antiga e atualmente existem tô, apresenta pequenas elevações levemente onduladas, formando
várias classificações para o mesmo. Entre elas, destacam-se as dos uma espécie de continuação das terras baixas da Planície Amazô-
seguintes professores: nica.
Aroldo de Azevedo - esta classificação data de 1940, sendo a – Região Serrana: situada na porção Norte do Planalto, acom-
mais tradicional. Ela considera principalmente o nível altimétrico panha de perto as fronteiras do Brasil com as Guianas e com a Vene-
para determinar o que é um planalto ou uma planície. zuela. Dominada por dois arcos de escarpas (o Maciço Oriental e o
Aziz Nacib Ab’Saber - criada em 1958, esta classificação des- Maciço Ocidental), separados por uma área deprimida e aplainada
preza o nível altimétrico, priorizando os processos geomorfológicos, no noroeste de Roraima. O Maciço Oriental é caracterizado por pe-
ou seja, a erosão e a sedimentação. Assim, o professor considera quenas altitudes que raramente superam os 600 m, onde se encon-
planalto como uma superfície na qual predomina o processo de tram serras como as de Tumucumaque e Açari, enquanto no Maci-
desgaste, enquanto planície é considerada uma área de sedimen- ço Ocidental encontram-se as maiores altitudes absolutas do Brasil,
tação. destacando-se na serra do Imeri ou Tapirapecó o pico da Neblina,
Jurandyr Ross - é a classificação mais recente, criada em 1995. com 3.014 m de altitude (ponto culminante do país); na fronteira
Baseia-se no projeto Radambrasil, um levantamento feito entre do estado do Amazonas com a Venezuela, o pico 31 de Março, com
1970 e 1985, onde foram tiradas fotos aéreas da superfície do terri- 2.992 m; e na serra de Pacaraima o monte Roraima, com 2.727 m.
tório brasileiro, por meio de um sofisticado radar. Jurandyr também
utiliza os processos geomorfológicos para elaborar sua classifica-
ção, destacando três formas principais de relevo:
1) Planaltos
2) Planícies
3) Depressões

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Planalto das Guianas (Fonte: www.sogeografia.com.br)


Planalto Brasileiro
Uma das mais vastas regiões planálticas do mundo, estendendo- se do sul da Amazônia ao Rio Grande do Sul e de Roraima ao litoral
Atlântico. É dominado por terrenos cristalinos amplamente recobertos por sedimentos. Por motivos didáticos e pelas diferenças morfoló-
gicas que apresenta, pode-se dividi-lo em três subunidades:
– Planalto Central: Abrange uma extensa região do Brasil Central, englobando partes do Norte, Nordeste, Sudeste e principalmente
do Centro-Oeste. Apresenta terrenos cristalinos antigos fortemente erodidos e amplamente recobertos por sedimentos paleozoicos e
mesozoicos. Além de planaltos cristalinos, destacam-se as chapadas recobertas por sedimentos, como dos Parecis, entre Roraima e Mato
Grosso.
– Planalto Atlântico ou Planalto Oriental: Estende-se do Nordeste, onde é bastante largo, ao nordeste do Rio Grande do Sul. Pode-se
também o dividir em duas subunidades distintas:
I) Região das Chapadas no Nordeste
II) Região Serrana
– Planalto Meridional ou Arenito Basáltico: Abrange grande parte das terras da região Sul, o centro-oeste de São Paulo, o sul de Mi-
nas Gerais e o Triângulo Mineiro, o sul de Goiás e parte leste do Mato Grosso do Sul, correspondendo às terras drenadas pela bacia do
rio Paraná. Predominam terrenos sedimentares, assentados sobre o embasamento cristalino, sendo os terrenos mesozoicos associados a
rochas vulcânicas, provenientes do derrame de lavas ocorrido nessa era. Essas rochas vulcânicas, em especial o basalto e o diabásio, com
o passar do tempo sofreram desagregação pela ação dos agentes erosivos, dando origem a um dos solos mais férteis do Brasil, a chamada
“terra roxa”. As áreas onde predominam sedimentos paleozoicos e mesozoicos (arenitos), associados às rochas vulcânicas, constituem uma
subunidade do planalto Meridional. Outra subunidade é a Depressão Periférica, uma estreita faixa de terrenos relativamente baixos que
predominam arenitos, que se estende de São Paulo a Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul. É no planalto Meridional que aparece
com destaque o relevo de “Cuestas”, costas (escarpas) sucessivas de leste para oeste.
b) Planícies: Amazônica, do Pantanal, Costeira e Gaúcha.
Planície Amazônica
Vasta área de terras baixas e planas que corresponde à Bacia Sedimentar Amazônica, onde se distinguem alongadas faixas de sedi-
mentos paleozoicos que afloram na sua porção centro-oriental, além de predominar arenitos, argilitos e areias terciárias e quaternárias.
Localizada entre o planalto das Guianas ao norte e o Brasileiro ao sul, a planície é estreita a leste, próximo ao litoral do Pará, e alarga-se
bastante para o interior na Amazônia Ocidental.
Planície do Pantanal
Ocupando quase toda metade oeste do Mato Grosso do Sul e o sudeste do Mato Grosso, a planície do Pantanal se estende para além
do território brasileiro, em áreas do Paraguai, Bolívia e extremo norte da Argentina, recebendo nesses países a denominação de “Chaco”.
Com terras muito planas e baixas (altitude média de 100 m), o Pantanal se constitui numa grande depressão interior do continente que
se inunda largamente no verão. Os pontos mais elevados da planície, que ficam a salvo das cheias, levam o nome de “cordilheiras”, e as
partes mais baixas, “baías” ou “lagos”.
Planície Costeira
Estendendo-se por quase todo o litoral brasileiro, do Pará ao Rio Grande do Sul, é uma área de sedimentos recentes: terciários e
quaternários. Em alguns trechos, principalmente no Sul e Sudeste, a planície é interrompida pela proximidade do planalto Atlântico, dan-
do origem às falésias; em alguns pontos surgem as baixadas litorâneas, destacando-se a baixada Capixaba no Espírito Santo, a baixada
Fluminense no Rio de Janeiro, as baixadas Santista e de Iguape em São Paulo, a de Paranaguá no Paraná e a de Laguna em Santa Catarina.
Planície Gaúcha ou dos Pampas
Ocupa, esquematicamente, a metade sul do Rio Grande do Sul, constituída por sedimentos recentes; apresenta-se plana e suavemen-
te ondulada, recebendo a denominação de Coxilhas.

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Pontos mais altos


Os relevos brasileiros caracterizam-se por baixas altitudes. Os maiores picos brasileiros, assim como sua localização e altitude, são:

Fonte: www.sogeografia.com.br
Hidrografia
O Brasil é um país rico em rios e pobre em formações lacustres. Os rios brasileiros são predominantemente de planaltos, o que deter-
mina um grande potencial hidrelétrico.
Nossas bacias apresentam como principais dispersores de água: Cordilheira dos Andes, Planalto Guiano e Planalto Brasileiro. Os rios
brasileiros são, direta ou indiretamente, afluentes do Atlântico, em consequência da presença da Cadeia Andina, que impossibilita a pas-
sagem dos rios em direção ao Pacífico.
Quanto à foz, há uma predominância de estuários, exceto no caso do rio Parnaíba (foz em delta) e do Amazonas (mista = delta + estu-
ário). Predomina o regime pluvial tropical (cheias de verão e vazantes de inverno).
Principais características da hidrografia brasileira
– Grande riqueza fluvial, tanto na quantidade quanto na extensão e no volume de água;
– Pobreza de lagos;
– Predomínio do regime pluvial;
– Predomínio dos rios perenes e de bacias exorreicas (que deságua no mar);
– Predomínio de foz do tipo estuário (que desemboca no mar em forma de um único canal).
– Na produção de energia elétrica, o uso dos rios é muito grande. Aproximadamente cerca de 90% da eletricidade brasileira provém
dos rios. Seu potencial hidráulico vem de quedas d’água e corredeiras, dificultando a navegabilidade desses mesmos rios. Na construção
da maioria das usinas hidrelétricas, não foi levado em conta a possibilidade futura de navegação, dificultando o transporte hidroviário.
O Brasil apresenta fundamentalmente nove bacias hidrográficas: Amazônia, Paraná, Tocantins, São Francisco, Paraguai, Uruguai, Nor-
deste, Leste e Sudeste.
Em termos de tamanho e volume de água, as principais bacias hidrográficas brasileiras são:
– Bacia Amazônica: é a maior bacia fluvial do mundo. Cobre 46,93% do território brasileiro e ainda penetra na Bolívia, Peru, Colômbia
e Venezuela. É formada pelo rio principal, o Amazonas, e por seus vários afluentes.
– Bacia do Paraná: cobre 10% do país e faz parte da Bacia Platina. É formada pelo rio principal, o Paraná, e destaca-se pelo seu po-
tencial hidrelétrico, em virtude da sua localização favorável: na região Sudeste do país (maior mercado consumidor de energia do país).
– Bacia do Tocantins-Araguaia: com uma área superior a 800.000 km2, a bacia do rio Tocantins-Araguaia é a maior bacia hidrográfica
inteiramente situada em território brasileiro. O rio Tocantins nasce na confluência dos rios Maranhão e Paraná (GO), enquanto o Araguaia
nasce no Mato Grosso. Localiza-se nessa bacia a usina de Tucuruí (PA), que abastece projetos para a extração de ferro e alumínio.
– Bacia do São Francisco: abrange cerca de 7,5% do território brasileiro. Nasce ao sul de Minas Gerais (Serra da Canastra) e é formada
pelo rio principal, o São Francisco, e seus inúmeros afluentes. É a maior bacia hidrográfica genuinamente brasileira. Seu principal trecho
navegável está entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA). E entre esses pontos, acham-se as eclusas da usina de Sobradinho.
– Bacia do Paraguai: destaca-se por sua navegabilidade, sendo bastante utilizada para o transporte de carga. Assim, torna-se impor-
tante para a integração dos países do Mercosul. Suas águas banham terras brasileiras, paraguaias e argentinas.
– Bacia do Uruguai: é formada pelo rio Uruguai e por seus afluentes, desaguando no estuário do rio da Prata, já fora do território bra-
sileiro. O rio Uruguai é formado pelos rios Canoas e Pelotas e serve de divisa entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Faz
ainda a fronteira entre Brasil e Argentina e entre Argentina e Uruguai. Deságua no oceano após percorrer 1.400 km. A região hidrográfica
do Uruguai apresenta um grande potencial hidrelétrico, possuindo uma das maiores relações energia/km² do mundo.
– Bacia do Nordeste: abrange diversos rios de grande porte e de significado regional, como: Acaraú, Jaguaribe, Piranhas, Potengi,
Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu, Pindaré, Grajaú, Itapecuru, Mearim e Parnaíba. O rio Parnaíba forma a fronteira dos estados do Piauí e
Maranhão, desde suas nascentes na serra da Tabatinga até o oceano Atlântico, além de representar uma importante hidrovia para o trans-
porte dos produtos agrícolas da região.
– Bacia do Leste: assim como a bacia do nordeste, esta bacia possui diversos rios de grande porte e importância regional. Entre eles,
temos os rios Pardo, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas, Paraguaçu, entre outros. O rio Paraíba do Sul, por
exemplo, situa-se entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, apresentando ao longo do seu curso diversos aproveita-
mentos hidrelétricos, cidades ribeirinhas de porte e indústrias importantes, como a Companhia Siderúrgica Nacional.
– Bacia do Sudeste-Sul: é composta por rios da importância do Jacuí, Itajaí e Ribeira do Iguape, entre outros. Os mesmos possuem
importância regional, pela participação em atividades como transporte hidroviário, abastecimento d’água e geração de energia elétrica.

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Clima
Uma das primeiras realidades que se evidenciam, quando se examina a colocação no Brasil no planisfério terrestre, é sua localização
na faixa intertropical.

Cortado ao norte pela linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, o Brasil é um país quase inteiramente tropical. Cerca de
92% do seu território se localiza na zona intertropical. Sua localização na área de maior aquecimento solar da superfície terrestre é respon-
sável, juntamente com outros fatores, pela predominância dos climas quentes, mas que apresenta variações e dá origem a vários subtipos
climáticos, em função da altitude, da continentalidade (maior ou menor distância em relação à costa) e da maritimidade que favorece a
visita constante das massas de ar, de origem tanto tropical como polar.
Do ponto de vista físico, dois fatores são responsáveis por ser o clima brasileiro predominantemente tropical:
– Sua posição geográfica na faixa intertropical.
– A modéstia de seu relevo, na sua quase totalidade, com altitudes inferiores a 1.300 m, com muita pouca influência na caracterização
climática geral do país.

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Apenas a região Sul foge à regra, não chegando, porém, nem Vegetação
a se caracterizar seu clima como tipicamente temperado, sendo O Brasil apresenta uma grande variedade de paisagens vege-
muito mais de transição (subtropical), nem a influir decisivamente tais, por sua grande extensão territorial e pela influência de vários
no quadro geral dos climas brasileiros, já que essa região abrange fatores: clima, solo, relevo, fauna e ação humana.
pouco mais de 10% do nosso território.
Temos então, como principais tipos climáticos brasileiros: Sub-
tropical, Semiárido, Equatorial úmido, Equatorial semiúmido, Tropi-
cal e Tropical de altitude.
– Clima subtropical: As regiões que possuem clima subtropical
apresentam grande variação de temperatura entre verão e inverno,
não possuem uma estação seca e as chuvas são bem distribuídas
durante o ano. É um clima característico das áreas geográficas a sul
do Trópico de Capricórnio e a norte do Trópico de Câncer, com tem-
peraturas médias anuais nunca superiores a 20ºC. A temperatura
mínima do mês mais frio nunca é menor que 0ºC.
– Clima semiárido: O clima semiárido, presente nas regiões
Nordeste e Sudeste, apresenta longos períodos secos e chuvas oca-
sionais concentradas em poucos meses do ano. As temperaturas
são altas o ano todo, ficando em torno de 26 ºC. A vegetação típica
desse tipo de clima é a caatinga.
– Clima equatorial úmido: Este tipo de clima apresenta tempe-
raturas altas o ano todo. As médias pluviométricas são altas, sendo Fonte: www.sogeografia.com.br
as chuvas bem distribuídas nos 12 meses, e a estação seca é curta. O fator mais importante é o clima, que exerce grande influên-
Aliando esses fatores ao fenômeno da evapotranspiração, garan- cia na distribuição dos vegetais, através da temperatura, umidade,
te-se a umidade constante na região. É o clima predominante no pressão atmosférica e insolação.
complexo regional amazônico. Higrófitos: vegetais adaptados aos ambientes de elevada quan-
– Clima equatorial semiúmido: Uma pequena porção setentrio- tidade de água (comuns nas regiões de clima tropical super úmido
nal do país, existe o clima equatorial semiúmido, que também é ou equatorial).
quente, mas menos chuvoso. Isso ocorre devido ao relevo aciden- Xerófitos: vegetais adaptados aos ambientes com pouca água
tado (o planalto residual norte-amazônico) e às correntes de ar que (comuns nas áreas do semiárido nordestino).
levam as massas equatoriais para o sul, entre os meses de setembro Normalmente, as formações vegetais são divididas de acordo
a novembro. Este tipo de clima diferencia-se do equatorial úmido com o porte dos vegetais que as compõem. Assim, podemos ter:
por essa média pluviométrica mais baixa e pela presença de duas – Formações arbóreas ou florestais (grande porte);
estações definidas: a chuvosa, com maior duração, e a seca. – Formações arbustivas (médio porte);
– Clima tropical: Presente na maior parte do território brasi- – Formações herbáceas (pequeno porte).
leiro, este tipo de clima caracteriza-se pelas temperaturas altas. As
temperaturas médias de 18 °C ou superiores são registradas em Formações florestais
todos os meses do ano. O clima tropical apresenta uma clara distin- Originalmente eram as predominantes em nosso território,
ção entre a temporada seca (inverno) e a chuvosa (verão). O índice tendo sofrido ao longo dos tempos intensa devastação, o que levou
pluviométrico é mais elevado nas áreas litorâneas. largas áreas, principalmente próximas ao litoral, a perder quase to-
– Clima tropical de altitude: Apresenta médias de temperaturas talmente sua cobertura original. É o caso do estado de São Paulo,
mais baixas que o clima tropical, ficando entre 15º e 22º C. Este que hoje não chega a ter 3% do seu território ocupado por vegeta-
clima é predominante nas partes altas do Planalto Atlântico do Su- ção florestal nativa. As principais formações vegetais do território
deste, estendendo-se pelo centro de São Paulo, centro-sul de Minas brasileiro são:
Gerais e pelas regiões serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. – Floresta Latifoliada Equatorial (pluvial): Trata-se da Floresta
As chuvas se concentram no verão, sendo o índice de pluviosidade Amazônica, batizada de Hiléia por Humboldt. É a maior floresta úmi-
influenciado pela proximidade do oceano. da do mundo em variedade e quantidade de espécies vegetais. Cobre
uma área superior a 6 milhões de km2, dos quais cerca de 4 milhões
em território brasileiro. Sua vegetação predominante é do tipo hi-
grófila, heterogênea, densa e latifoliada (vegetais com folhas largas).
– Floresta Latifoliada Tropical: Originalmente ocupava toda
área do litoral brasileiro. Era estreita no Nordeste, alargava-se no
Sudeste, e no Sul voltava a se estreitar. Composta por inúmeras es-
pécies, de vegetação bastante densa (menos que a Floresta Latifo-
liada Equatorial), foi intensamente devastada pela lógica de ocu-
pação do espaço adotada ao longo da história econômica do país.
– Floresta Subtropical (araucária): Também conhecida como
Mata dos Pinhais, é mais aberta e homogênea que as duas forma-
ções mencionadas anteriormente. É formada principalmente pela
Araucária Angustifolia, espécie de pinheiro, e por algumas espécies

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

associadas, incluindo as do tipo latifoliada, como a Imbuia, Canela, A atual matriz energética brasileira é resultado de políticas na-
Cedro etc. Originalmente ocupava os planaltos de clima tropical de cionais de desenvolvimento adotadas durante o processo de indus-
altitude em São Paulo e Paraná, até as áreas de clima subtropical do trialização brasileira, especialmente a partir de 1960. Essas políticas
Rio Grande do Sul. Sua intensa exploração levou a ser considerada foram baseadas na indústria automotiva e nas obras de infraestru-
extinta pelo IBDF (Instituto Brasileiro de Defesa Florestal) em 1985. tura. A abertura de rodovias e a construção de grandes hidrelétri-
cas têm sido os destaques dos projetos de desenvolvimento do go-
Formações herbáceas verno. Quanto às possibilidades de produção de energia, o Brasil
Como principais exemplos deste tipo de formação vegetal temos: tem uma grande vantagem em relação à maioria dos países pois as
– Campos ou Pradarias: Predominam espécies rasteiras do tipo condições naturais – clima, relevo e hidrografia – e a extensão ter-
gramínea, caracterizada por pequenos arbustos espalhados pelo ritorial brasileira permitem que o país disponha de diversas opções
terreno. Quando grandes áreas do terreno são cobertas pelo tipo energéticas, muitas delas renováveis e menos poluentes do que os
de vegetação predominantemente de espécies gramíneas, tem-se combustíveis fósseis. Entre 1970 e 2014 houve uma profunda trans-
a formação de campos limpos; quando aparecem arbustos, trata-se formação na estrutura da matriz energética brasileira, com forte re-
de campos sujos. dução da participação da lenha e da hulha vegetal, pois houve signi-
– Cerrado: Trata-se de vegetação predominantemente arbus- ficante expansão do uso de fogões movidos a GLP (Gases Liquefeito
tiva, encontrada em quase todo Brasil Central, cobrindo particular- de Petróleo) e combustíveis naturais. A expansão da capacidade de
mente o Planalto Central. Seus arbustos de galhos retorcidos po- geração hidrelétrica, com a construção de grandes hidrelétricas, e
dem aparecer espalhados ou em formações compactas. a produção de biocombustíveis, incluindo programas específicos
– Caatinga: Vegetação típica do semiárido nordestino, formada como o Proálcool (programa Nacional do Álcool).
por espécies xerófitas, representada pelas espécies de cactáceas e Uma das desvantagens da matriz energética brasileira está re-
bromeliáceas. lacionada à energia hidráulica, que é responsável pela maior produ-
– Formação Litorânea: formada pelo mangue, é uma paisagem ção de energia do país. O uso dessa fonte de energia causa grandes
vegetal típica de litorais tropicais como o nosso. Ocorre em terrenos impactos socioambientais. A instalação de hidrelétricas altera o
baixos que sofrem a ação das marés ou da água salobra. Suas espé- meio ambiente, altera o ciclo biológico dos rios, bem como a vida
cies vegetais são geralmente arbustivas, adaptadas a ambientes de das famílias que vivem próximos às áreas de instalação. Há também
grande umidade (higrófilos) e grande acidez (halófilo). mudanças no solo e impactos na biodiversidade da água do rio usa-
da para produzir energia.
OS RECURSOS MINERAIS E ENERGÉTICOS O setor mineral e os grandes projetos de mineração
BRASILEIROS, PRODUÇÃO E CONSUMO, Quando falamos da relação entre mineração e meio ambiente
CONSERVAÇÃO E ESGOTAMENTO. vemos que é um tema controverso. A mineração se faz necessária,
pois dela se obtém produtos que fazem parte da vida de todas as
Recursos minerais pessoas do mundo. Do alimento de cada dia às mais ousadas ino-
Graças a sua formação rochosa antiga, o Brasil possui grande vações da humanidade, sem a mineração tudo isso seria inviável.
quantidade de minerais. Destacando os minerais metálicos, como A mineração também é a ponte para um futuro de baixo car-
o ferro, o manganês e a bauxita (minério de alumínio). Esses bono. Uma economia descarbonizada só será possível com o pleno
minerais fazem parte da base da indústria mineradora brasileira, aproveitamento de metais como cobre, lítio e níquel.
principalmente o minério de ferro. Em menor escala, porém não A mineração pode e deve:
menos importante, tem-se também o ouro, o cobre e o nióbio. – Ser um vetor para o desenvolvimento;
– Indutora da transformação tecnológica;
Matriz energética no Brasil – Contribuinte ativa para um modo de vida equilibrado e in-
A matriz energética do Brasil usa mais fontes renováveis que clusivo;
no resto do mundo. Somando lenha e carvão vegetal, hidráulica, – Protagonista no incentivo à economia circular;
derivados de cana e outras renováveis, totalizam cerca 44,8%. – Agente de cuidado com o meio ambiente.
Antes de tudo e fundamentalmente, a mineração precisa ser
responsável.
O setor mineral, principalmente após o rompimento das barra-
gens de Mariana e Brumadinho, posicionou-se a favor de uma pro-
funda e rápida transmutação de suas práticas, buscando um maior
equilíbrio entre exploração de recursos com preservação ambien-
tal, desenvolvimento econômico e compromisso com a saúde e a
qualidade de vida dos assalariados e da população do entorno.
Diante do contexto das mudanças ocorridas após o rompimen-
to da represa, a indústria de mineração está procurando tomar
medidas para afinar suas práticas para encontrar operações mais
sustentáveis para o futuro. A indústria foi umas das primeiras a ade-
quar sua estratégia de negócios aos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), da agenda de 2030, da Organização das Nações
(BEN, 2022; total: 302 milhões de tep - tonelada-equivalente de petró- Unidas (ONU), onde existem metas que contribuem para o desen-
leo) volvimento sustentável em todo o mundo.

79
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

As fontes de energia são de grande importância para o desen- água e abriga uma grande diversidade de organismos. Entretanto,
volvimento de um país. No Brasil, as principais fontes de energia são sua degradação, causada pela erosão, contaminação, uso intensivo
a energia hidrelétrica, petróleo, biocombustíveis e carvão mineral. e desmatamento, é uma preocupação ambiental. Adotar práticas
• Hidrelétrica: utiliza usinas hidrelétricas para a produção de agrícolas sustentáveis, bem como a implementação de técnicas de
eletricidade. conservação do solo e a promoção de políticas de preservação, são
• Petróleo: utilizado para produzir combustíveis como a gasoli- importantes para a proteção desse recurso natural.
na e óleo diesel e abastecer usinas termelétricas. Gestão e conservação dos recursos naturais
• Carvão Mineral: utilizado para produzir energia termelétrica Requereram implementação de políticas ambientais efetivas,
e é a matéria prima para as indústrias siderúrgicas. capazes de promoverem a utilização sustentável dos recursos, a re-
• Biocombustíveis: são combustíveis alternativos originados dução do consumo excessivo, o incentivo às energias renováveis, a
de produtos vegetais e renováveis. proteção dos ecossistemas, bem como, a promoção da educação
— Fontes de Energia Renováveis e não renováveis ambiental. Ademais, a participação ativa da sociedade civil e o en-
As fontes de energia não renováveis são aquelas que podem se volvimento das comunidades locais são essenciais para garantir sua
esgotar do planeta, por não terem regeneração. As renováveis po- preservação, bem como a sustentabilidade dos recursos naturais
dem se regenerar e portanto, não agridem tanto o meio ambiente. em diferentes lugares.
• Fontes de Energia não Renováveis: petróleo, carvão mineral,
energia nuclear e gás natural.
• Fontes de Energia Renováveis: energia solar, energia eólica,
ASPECTOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS DO
biocombustíveis, energia hidráulica e energia geotérmica.
MUNICÍPIO
Os recursos naturais são elementos presentes na natureza, são
fundamentais para a sobrevivência e o desenvolvimento das socie- Primavera do Leste é um município brasileiro do estado de
dades. Eles incluem, portanto: água, energia, biodiversidade, bem Mato Grosso. Localiza-se a uma latitude 15º33’32” sul e a uma lon-
como o solo, desempenhando assim, papéis essenciais no equilíbrio gitude 54º17’46” oeste, estando a uma altitude de 636 metros. O
dos ecossistemas e no sustento de vida no planeta. município é carinhosamente chamado de A Dubai Mato-grossense
Água pelos seus habitantes.
Recurso vital, indispensável para a sobrevivência de todos os Está localizada na mesorregião do Sudeste Mato-Grossense e
seres vivos. Também utilizada para o consumo humano, para a agri- divide a Microrregião de Primavera do Leste com o município de
cultura, para indústria, na produção de energia, entre outros fins. Campo Verde.
Entretanto, seu uso desordenado e a poluição dos recursos hídricos O município está em constante crescimento populacional:
têm levado à escassez, bem como à degradação da qualidade da enquanto no Censo 2010 a população era de 52.066 habitantes, a
água em muitas regiões. A gestão sustentável da água envolve, por- estimativa de 2018 contabilizava 63.876 habitantes.[1] Na prévia
tanto, sua conservação, o uso eficiente e a proteção dos recursos do Censo 2021, Primavera do Leste foi classificada como a sétima
hídricos e a implementação de políticas de preservação dos ecos- maior cidade do estado do Mato Grosso, com 93.263 habitantes. [2]
sistemas aquáticos. A cidade se localiza no entroncamento de uma rodovia fede-
Energia ral (BR-070) e uma rodovia estadual (MT-130), auxiliando no esco-
Recurso essencial para o desenvolvimento social e econômico. amento agropecuário do norte para o Terminal Portuário de Ron-
Podendo ser obtida, a partir de fontes renováveis, como: a solar, a donópolis. A região receberá os trilhos da Ferrovia de Integração
eólica e a hidrelétrica, bem como, de fontes não renováveis, como: Estadual de Mato Grosso, projetada para chegar ao norte do estado
petróleo, carvão e o gás natural. Seu uso de fontes não renováveis e cruzará entre os municípios de Campo Verde e Primavera do Les-
tem impactos ambientais relevantes, como a emissão de gases de te. [3]
efeito estufa, bem como a degradação de ecossistemas. Buscar por Primavera do Leste é um município encantador localizado no
alternativas sustentáveis de geração de energia e adotar políticas estado de Mato Grosso, no coração do Brasil. Conhecido por suas
de eficiência energética são essenciais para a preservação dos re- vastas áreas de agricultura e pecuária, Primavera do Leste exala um
cursos naturais, bem como reduzir os impactos ambientais. espírito de progresso e vitalidade. Suas paisagens deslumbrantes,
Biodiversidade repletas de campos verdejantes e colinas ondulantes, proporcio-
Relativo à diversidade de vida existente no planeta, inclusive nam um cenário espetacular para os moradores e visitantes. Além
as plantas, os animais, os microrganismos, bem como seus habi- disso, a cidade possui uma infraestrutura moderna, com uma varie-
tats. Essa biodiversidade desempenha um papel fundamental nos dade de comércios, serviços e opções de lazer, atendendo às neces-
ecossistemas, fornecendo assim, serviços ecossistêmicos, como a sidades de sua crescente população. Com um clima agradável e um
polinização de plantas, a purificação do ar e da água, e a regulação povo acolhedor, Primavera do Leste é um lugar encantador para se
do clima. Entretanto, sua perda é uma preocupação global, devido à viver, onde se pode desfrutar da tranquilidade do campo sem abrir
destruição de habitats naturais, a introdução de espécies invasoras, mão das comodidades da vida urbana.
bem como a exploração excessiva de recursos naturais. Por outro História
lado, sua conservação envolve não só a criação de áreas protegidas, Na década de 1960, a cidade chamava-se Bela Vista das Placas.
mas o manejo sustentável dos recursos naturais, bem como a pro- A modificação para o atual nome ocorreu no dia 26 de setembro de
moção de políticas de preservação da fauna e da flora. 1979, com o apoio do pioneiro Edgard Cosentino, responsável por
Solo criar o projeto urbano na região.
Recurso de vital importância para a produção de alimentos, Com um vertiginoso crescimento populacional, já no ano de
bem como a sustentação dos ecossistemas terrestres. É ele que 1981, face ao seu franco desenvolvimento, Primavera do Leste é
fornece os nutrientes essenciais às plantas, atua como filtro para a

80
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

elevada a categoria de Distrito, pertencente ao Município de Po- prever que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
xoréo, começando assim, a dar os primeiros passos em busca de sua de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons-
independência política. A partir daí, vislumbrando um futuro pro- tituição”.
missor, uniram-se às forças representativas e lideranças do Distrito
e, em 24 de agosto de 1984, criou-se a Comissão Pró-Emancipação – Princípio da Separação dos Poderes
do distrito, composta por vinte e seis abnegados pioneiros que es- A visão moderna da separação dos Poderes não impede que
colheram por unanimidade, Darnes Egydio Cerutti para presidi-la. cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de
Como primeira sugestão, a comissão acatou o nome de Primave- sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Po-
ra D`Oeste, para o novo município pleiteado, nome este rejeitado der.
pela Comissão de Emancipação da Assembleia Legislativa Estadual, Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden-
pois o mesmo estava incorreto geograficamente em relação a lo- tes ao tema supracitado:
calização no estado. Em vista disto, no dia 27 de junho de 1985 ,
por maioria simples, definiu-se que o novo Município deveria cha- TÍTULO I
mar-se Primavera do Leste, sendo de imediato rejeitadas as demais DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
sugestões como Nova Primavera e Alto Primavera.
Cumpridas todas as demais formalidades legais, burocráticas Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
e políticas que a questão exigia, no plebiscito realizado no dia 21 indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-
de abril de 1986, de 1.142 eleitores, compareceram 741 eleitores, tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
sendo que 704 votaram à favor da criação do Município de Prima- I - a soberania;
vera do Leste. Em 13 de maio de 1986, o então Governador do Esta- II - a cidadania
do de Mato Grosso, Júlio Campos, assinou a Lei estadual n°. 5.014, III - a dignidade da pessoa humana;
que outorgava ao distrito, a categoria de Município de Primavera IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
do Leste. V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E SUAS ALTERAÇÕES
desta Constituição.
(ARTS. 1º A 14, ARTS 37 A 43 E ARTS 196 A 200).
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Forma, Sistema e Fundamentos da República Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
rativa do Brasil:
– Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária II - garantir o desenvolvimento nacional;
na aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual-
integração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e ve- dades sociais e regionais;
tor interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
normatividade. raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
– Princípio Federativo ções internacionais pelos seguintes princípios:
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal I - independência nacional;
e os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determi- II - prevalência dos direitos humanos;
nado grau de liberdade referente à sua organização, à sua adminis- III - autodeterminação dos povos;
tração, à sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por IV - não-intervenção;
certos princípios consagrados pela Constituição Federal. V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
– Princípio Republicano VII - solução pacífica dos conflitos;
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
as pessoas, em que os detentores do poder político exercem o IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
comando do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário dade;
e com responsabilidade. X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
– Princípio do Estado Democrático de Direito tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao de nações.
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo.

– Princípio da Soberania Popular


O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal reve-
la a adoção da soberania popular como princípio fundamental ao

81
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

TÍTULO II XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-


DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
CAPÍTULO I XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS necer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- extrajudicialmente;
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à XXII - é garantido o direito de propriedade;
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
termos desta Constituição; por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
coisa senão em virtude de lei; previstos nesta Constituição;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu- XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
mano ou degradante; petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o prietário indenização ulterior, se houver dano;
anonimato; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
além da indenização por dano material, moral ou à imagem; pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for- XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência ros pelo tempo que a lei fixar;
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re- a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir desportivas;
prestação alternativa, fixada em lei; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí- obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima- XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
gem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano ma- vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
terial ou moral decorrente de sua violação; ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran- desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, XXX - é garantido o direito de herança;
por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015)(Vigência) XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica- regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a do “de cujus”;
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução pro- XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
cessual penal;(Vide Lei nº 9.296, de 1996) sumidor;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis- XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos in-
são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; formações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguarda- geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsa-
do o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; bilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu-
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de rança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527,
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per- de 2011)
manecer ou dele sair com seus bens; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pa-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- gamento de taxas:
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe-
petente; sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
a de caráter paramilitar; ou ameaça a direito;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência perfeito e a coisa julgada;
estatal em seu funcionamento; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

82
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
que lhe der a lei, assegurados: meios ilícitos;
a) a plenitude de defesa; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
b) o sigilo das votações; gado de sentença penal condenatória;
c) a soberania dos veredictos; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identifi-
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento)
a vida; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena esta não for intentada no prazo legal;
sem prévia cominação legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi- LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
tos e liberdades fundamentais; dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres- salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; litar, definidos em lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecen- serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion- do preso ou à pessoa por ele indicada;
dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento) de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de lia e de advogado;
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por
o Estado Democrático; sua prisão ou por seu interrogatório policial;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden- LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori-
do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de dade judiciária;
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
outras, as seguintes: pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen-
a) privação ou restrição da liberdade; tícia e a do depositário infiel;
b) perda de bens; LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
c) multa; ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
d) prestação social alternativa; de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
XLVII - não haverá penas: reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
art. 84, XIX; autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
b) de caráter perpétuo; atribuições do Poder Público;
c) de trabalhos forçados; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
d) de banimento; por:
e) cruéis; a) partido político com representação no Congresso Nacional;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física defesa dos interesses de seus membros ou associados;
e moral; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que pos- de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamen- liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali-
tação; dade, à soberania e à cidadania;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, LXXII - conceder-se-á habeas data:
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
drogas afins, na forma da lei; de entidades governamentais ou de caráter público;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
político ou de opinião; por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela au- LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
toridade competente; popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
devido processo legal; ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, da sucumbência;
com os meios e recursos a ela inerentes;

83
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
aos que comprovarem insuficiência de recursos; que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- para qualquer fim;
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- trabalho;
ma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
a) o registro civil de nascimento; ou acordo coletivo;
b) a certidão de óbito; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, percebem remuneração variável;
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
(Regulamento) ou no valor da aposentadoria;
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional retenção dolosa;
nº 45, de 2004)(Vide ADIN 3392) XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda sa, conforme definido em lei;
Constitucional nº 115, de 2022) XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen- dor de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
tais têm aplicação imediata. Constitucional nº 20, de 1998)
§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex- XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas di-
cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adota- árias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
dos, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
do Brasil seja parte. coletiva de trabalho;(Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu- XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem- XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
bros, serão equivalentes às emendas constitucionais.(Incluído pela mingos;
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)(Vide DLG nº 186, de 2008), XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni-
(Vide Decreto nº 6.949, de 2009), (Vide DLG 261, de 2015), (Vide mo, em cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59
Decreto nº 9.522, de 2018) (Vide ADIN 3392)(Vide DLG 1, de 2021), §1º)
(Vide Decreto nº 10.932, de 2022) XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter- terço a mais do que o salário normal;
nacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
CAPÍTULO II XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in-
DOS DIREITOS SOCIAIS centivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ- XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência normas de saúde, higiene e segurança;
aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) insalubres ou perigosas, na forma da lei;
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade XXIV - aposentadoria;
social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
público em programa permanente de transferência de renda, cujas nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, observa- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
da a legislação fiscal e orçamentária(Incluído pela Emenda Consti- XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
tucional nº 114, de 2021) trabalho;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
outros que visem à melhoria de sua condição social: XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre-
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá incorrer em dolo ou culpa;
indenização compensatória, dentre outros direitos; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha-
III - fundo de garantia do tempo de serviço; dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa- nº 28, de 2000)
mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº §1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá
28, de 2000) sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
b) (Revogada).(Redação dada pela Emenda Constitucional nº §2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da
28, de 2000) lei.
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de fun- Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em-
ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte-
estado civil; resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e deliberação.
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é as-
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e segurada a eleição de um representante destes com a finalidade
intelectual ou entre os profissionais respectivos; exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre-
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a gadores.
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Re- CAPÍTULO III
dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) DA NACIONALIDADE
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso. Art. 12. São brasileiros:
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado- I - natos:
res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim- país;
plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei-
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida- ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como tiva do Brasil;
a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra-
Constitucional nº 72, de 2013) sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
o seguinte: optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas nal nº 54, de 2007)
ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sin- II - naturalizados:
dical; a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi-
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econô- dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
mica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalha- b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
dores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup-
área de um Município; tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coleti- brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
vos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou nº 3, de 1994)
administrativas; §1º Aos portugueses com residência permanente no País, se
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratan- houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
do de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons-
do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in- tituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
dependentemente da contribuição prevista em lei; 3, de 1994)
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a §2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros na-
sindicato; tos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações §3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
coletivas de trabalho; I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
organizações sindicais; III - de Presidente do Senado Federal;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par- IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação V - da carreira diplomática;
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do VI - de oficial das Forças Armadas.
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga- Constitucional nº 23, de 1999)
nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas §4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
as condições que a lei estabelecer. I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos tra- virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
balhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação
interesses que devam por meio dele defender. dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- §8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
trangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de condições:
1994) I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao da atividade;
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) da diplomação, para a inatividade.
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fe- §9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
derativa do Brasil. inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
§1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
o hino, as armas e o selo nacionais. considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
§2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou
símbolos próprios. o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta.
CAPÍTULO IV §10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
DOS DIREITOS POLÍTICOS Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída
a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer- fraude.
sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos §11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
termos da lei, mediante: de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou
I - plebiscito; de manifesta má-fé.
II - referendo; §12. Serão realizadas concomitantemente às eleições
III - iniciativa popular. municipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas
§1º O alistamento eleitoral e o voto são: pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites
II - facultativos para: operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela
a) os analfabetos; Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
b) os maiores de setenta anos; §13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. submetidas às consultas populares nos termos do §12 ocorrerão
§2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional
§3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: nº 111, de 2021)
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos; (...)
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; CAPÍTULO VII
V - a filiação partidária; DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Re- SEÇÃO I
pública e Senador; DISPOSIÇÕES GERAIS
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e
do Distrito Federal; Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
d) dezoito anos para Vereador. ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
§5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou como aos estrangeiros, na forma da lei;
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
único período subsequente. aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
§6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car-
Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
meses antes do pleito. III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
§7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o anos, prorrogável uma vez, por igual período;
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se- direta ou indiretamente, pelo poder público;
rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri- rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
buições de direção, chefia e assessoramento; sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
ciação sindical; autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco-
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl-
definidos em lei específica; timo caso, definir as áreas de sua atuação;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim
sua admissão; como a participação de qualquer delas em empresa privada;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
interesse público; cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
trata o §4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
de índices; obrigações.
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio-
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa- de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou- §1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li- informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do de autoridades ou servidores públicos.
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no §2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen- da lei.
tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do §3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
aos Defensores Públicos; em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- dos serviços;
tivo; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do e XXXIII;
serviço público; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi- ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
co não serão computados nem acumulados para fins de concessão §4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
de acréscimos ulteriores; suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci- gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
§2º, I; praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em ressarcimento.
qualquer caso o disposto no inciso XI: §6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
a) a de dois cargos de professor; privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
saúde, com profissões regulamentadas; de dolo ou culpa.
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- §7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, possibilite o acesso a informações privilegiadas.

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

§8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação ração;
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
dispor sobre: dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
I - o prazo de duração do contrato; ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi- havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
III - a remuneração do pessoal.” de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
§9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdên-
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
em geral. 2019)
§10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a Servidores Públicos
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi-
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá-
exoneração. rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao
§11. Não serão computadas, para efeito dos limites Distrito Federal ou aos Municípios.
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas
§12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos:
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, SEÇÃO II
como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do DOS SERVIDORES PÚBLICOS
respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único
parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos e planos de carreira para os servidores da administração pública
Vereadores. direta, das autarquias e das fundações públicas.
§13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e instituirão conselho de política de administração e remuneração de
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po-
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto deres.
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o §1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida componentes do sistema remuneratório observará:
a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
Constitucional nº 103, de 2019) cargos componentes de cada carreira;
§14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo II - os requisitos para a investidura;
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, III - as peculiaridades dos cargos.
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o §2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
§15. É vedada a complementação de aposentadorias de requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
que não seja decorrente do disposto nos §§14 a 16 do art. 40 ou que §3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
§16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, §4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
nº 109, de 2021) vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
guintes disposições: §5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por
caso, o disposto no art. 37, XI. equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
§6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão Constitucional nº 103, de 2019)
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e §4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
empregos públicos. do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
§7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos
provenientes da economia com despesas correntes em cada de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização §4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
produtividade. diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades
§8º A remuneração dos servidores públicos organizados em sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos
carreira poderá ser fixada nos termos do §4º. e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
§9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído §5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores aplicação do disposto no inciso III do §1º, desde que comprovem
titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) §6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
§1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção
social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de
nº 103, de 2019) previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para Constitucional nº 103, de 2019)
verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces- §7º Observado o disposto no §2º do art. 201, quando se
são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa- tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o
tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta hipótese de morte dos servidores de que trata o §4º-B decorrente
e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, §8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons- critérios estabelecidos em lei.
tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os §9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo municipal será contado para fins de aposentadoria, observado
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, o disposto nos §§9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço
de 2019) correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação
§2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ao valor mínimo a que se refere o §2º do art. 201 ou superiores §10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência de tempo de contribuição fictício.
Social, observado o disposto nos §§14 a 16. (Redação dada pela §11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes
§3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de previdência social, e ao montante resultante da adição de
§4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei
social, ressalvado o disposto nos §§4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) §12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em
§4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

89
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

§13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
§14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
regime de previdência complementar para servidores públicos qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos 2019)
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Inclu-
aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
social, ressalvado o disposto no §16. (Redação dada pela Emenda VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
Constitucional nº 103, de 2019) servados os princípios relacionados com governança, controle in-
§15. O regime de previdência complementar de que trata o §14 terno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição de 2019)
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta-
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada mente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucio-
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nal nº 103, de 2019)
§16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela
nos §§14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição
correspondente regime de previdência complementar. de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
§17. Todos os valores de remuneração considerados para o pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cálculo do benefício previsto no §3° serão devidamente atualizados, Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
na forma da lei. vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
§18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias concurso público.
e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que §1º O servidor público estável só perderá o cargo:
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. rada ampla defesa;
§19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
que tenha completado as exigências para a aposentadoria §2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Constitucional nº 103, de 2019) §3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
§20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os cargo.
poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão §4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão
parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de instituída para essa finalidade.
que trata o §22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019) SEÇÃO III
§21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
nº 103, de 2019) TERRITÓRIOS
§22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de
previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os 1998)
que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento
e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
2019) disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o tórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- §1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
tucional nº 103, de 2019) dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re- do art. 14, §8º; do art. 40, §9º; e do art. 142, §§2º e 3º, cabendo
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, §3º,

90
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos organizado de acordo com as seguintes diretrizes:(Vide ADPF 672)
governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, I - descentralização, com direção única em cada esfera de go-
de 15/12/98) verno;
§2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Fe- II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
deral e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional III - participação da comunidade.
nº 41, 19.12.2003) §1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos
§3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da
dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de
da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, outras fontes. (Parágrafo único renumerado para §1º pela Emenda
de 2019) Constitucional nº 29, de 2000)
§2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios apli-
SEÇÃO IV carão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos
DAS REGIÕES mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo
sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por
a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§1º - Lei complementar disporá sobre: II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da ar-
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimen- recadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de
to; que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (In-
forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais cluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da
com estes. arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos
§2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e §3º. (Incluído
na forma da lei: pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos §3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada
e preços de responsabilidade do Poder Público; cinco anos, estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
II - juros favorecidos para financiamento de atividades priori- 29, de 2000) Regulamento
tárias; I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do §2º; (Reda-
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos ção dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivan-
baixa renda, sujeitas a secas periódicas. do a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela
§3º - Nas áreas a que se refere o §2º, IV, a União incentivará a Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e mé- III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas
dios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (In-
fontes de água e de pequena irrigação. cluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV - (revogado) . (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
(...) 86, de 2015)
§4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
TÍTULO VIII admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
DA ORDEM SOCIAL endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a
natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específi-
SEÇÃO II cos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51,
DA SAÚDE de 2006)
§5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti- profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá- agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos
rio às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saú- Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido
de, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser 2010) Regulamento
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa §6º Além das hipóteses previstas no §1º do art. 41 e no §4º
física ou jurídica de direito privado. do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descum-

91
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

primento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exer- mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferên-
cício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) cia as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos §2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
agentes de combate às endemias fica sob responsabilidade da subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios §3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou
estabelecer, além de outros consectários e vantagens, incentivos, capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos
auxílios, gratificações e indenizações, a fim de valorizar o trabalho previstos em lei.
desses profissionais.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, §4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facili-
de 2022) tem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins
§8º Os recursos destinados ao pagamento do vencimento dos de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, proces-
agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às ende- samento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado
mias serão consignados no orçamento geral da União com dotação todo tipo de comercialização.
própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
de 2022) atribuições, nos termos da lei:
§9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias
agentes de combate às endemias não será inferior a 2 (dois) salá- de interesse para a saúde e participar da produção de medicamen-
rios mínimos, repassados pela União aos Municípios, aos Estados tos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros in-
e ao Distrito Federal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, sumos;
de 2022) II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
§10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de com- bem como as de saúde do trabalhador;
bate às endemias terão também, em razão dos riscos inerentes às III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
funções desempenhadas, aposentadoria especial e, somado aos IV - participar da formulação da política e da execução das
seus vencimentos, adicional de insalubridade.(Incluído pela Emen- ações de saneamento básico;
da Constitucional nº 120, de 2022) V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
§11. Os recursos financeiros repassados pela União aos Esta- científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios para pagamento do ven- Constitucional nº 85, de 2015)
cimento ou de qualquer outra vantagem dos agentes comunitários VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle
de saúde e dos agentes de combate às endemias não serão objeto de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
de inclusão no cálculo para fins do limite de despesa com pessoal. humano;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022) VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans-
§12. Lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfer- tóxicos e radioativos;
magem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreen-
direito público e de direito privado. (Incluído pela Emenda Consti- dido o do trabalho.
tucional nº 124, de 2022)
§13. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, até
LEI ORGÂNICA DE PRIMAVERA DO LESTE
o final do exercício financeiro em que for publicada a lei de que tra-
ta o §12 deste artigo, adequarão a remuneração dos cargos ou dos
respectivos planos de carreiras, quando houver, de modo a atender LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA DO LESTE/MT.
aos pisos estabelecidos para cada categoria profissional.(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 124, de 2022) PREÂMBULO
§14. Compete à União, nos termos da lei, prestar assistência O Povo Primaverense atento a seus valores históricos e de ci-
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu- dadania, considerando os princípios constitucionais, buscando as-
nicípios e às entidades filantrópicas, bem como aos prestadores de segurar o exercício dos direitos sociais e individuais; consciente,
serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60% (sessenta ainda, de seus ideais de liberdade, bemestar, igualdade, justiça,
por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde, para o dignidade da pessoa humana e bem comum, na construção de uma
cumprimento dos pisos salariais de que trata o §12 deste artigo. sociedade solidária, fraterna, harmônica, pluralista e participativa,
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 127, de 2022) sob a proteção de Deus e confiante na Sua Orientação e Sabedoria,
§15. Os recursos federais destinados aos pagamentos da assis- promulga, por seus representantes, a LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO
tência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e DE PRIMAVERA DO LESTE, com as seguintes disposições:
aos Municípios e às entidades filantrópicas, bem como aos presta-
dores de serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60%
(sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde,
para o cumprimento dos pisos salariais de que trata o §12 deste
artigo serão consignados no orçamento geral da União com dotação
própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 127,
de 2022)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§1º - As instituições privadas poderão participar de forma com-
plementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,

92
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

TÍTULO I mavera do Leste, dependente da consulta prévia às populações dos


DAS DISPOSIÇÕES PERMANENTES Municípios envolvidos, mediante plebiscito, após divulgação dos
Estudos de Viabilidade Municipal do distrito que, eventualmente,
CAPÍTULO I queira se emancipar, apresentados e publicados na forma da lei.
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO Art. 6º É vedado ao Município:
I - estabelecer cultos religiosos ou igreja, subvencioná-los, em-
SEÇÃO I baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre-
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
da lei, a colaboração de interesse público;
Art. 1º O Município de Primavera do Leste, em união indisso- II - recusar fé aos documentos públicos;
lúvel ao Estado de Mato Grosso e à República Federativa do Brasil, III - criar distinções entre brasileiros ou preferência entre si;
constituído dentro do Estado Democrático de Direito, em esfera de IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recursos
governo local, objetiva, na sua área territorial e competencial, o seu pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa, rádio, tele-
desenvolvimento com a construção de uma comunidade livre, justa visão, serviço de alto-falantes ou qualquer outro modo de comu-
e solidária, fundamentada na autonomia, na cidadania, na digni- nicação, propaganda político-partidário ou fins estranhos à admi-
dade da pessoa humana, nos valores sociais do trabalho, na livre nistração;
iniciativa e no pluralismo político, exercendo o seu poder por deci- V - manter a publicidade de atos, programas, obras, serviços e
são dos Munícipes, através de seus representantes eleitos, ou dire- campanhas de órgãos públicos que não tenham caráter educativo,
tamente, nos termos desta Lei Orgânica, da Constituição Estadual e informativo ou de orientação social, assim como a publicidade da
da Constituição Federal. qual constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem pro-
§1º A ação Municipal desenvolve-se em todo o seu território, moção pessoal de autoridades ou servidores públicos;
sem privilégios de distritos ou bairros, reduzindo as desigualdades VI - outorgar isenções e anistias fiscais, ou permitir a remissão
regionais e sociais, promovendo o bem estar de todos, sem precon- de dívidas ou qualquer renúncia fiscal sem interesse público justifi-
ceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas cado, sob pena de nulidade do ato;
de discriminação. VII - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
§2º Todo munícipe terá assegurado, nos termos da Constitui- encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção
ção Federal, da Constituição Estadual e desta Lei Orgânica, o direito em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, in-
à saúde, ao trabalho, à educação, ao lazer, ao transporte, à seguran- dependentemente de denominação jurídica dos rendimentos, títu-
ça, à proteção à maternidade e à infância, à assistência aos desam- los ou direitos;
parados, à moradia e a um meio ambiente equilibrado. VIII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de
Art. 2º-A A partir do ano de 2023 a Revisão Geral Anual - RGA qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino;
será pago a partir de 1º de janeiro, ressalvadas as categorias com IX - cobrar tributos:
previsão diversa em Lei específica. (Redação acrescida pela Emenda a) Em relação a fatos gerados e ocorridos antes do início da
à Lei Orgânica nº 19/2022) vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
Art. 3º O Município, objetivando integrar a organização, pla- b) No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
nejamento e a execução de funções públicas de interesse regional lei que os instituiu ou aumentou.
comum, pode associar-se aos demais Municípios limítrofes e ao Es- X - utilizar tributos, com efeito, de confisco;
tado, para formar a Região. XI - estabelecer limitações do tráfego de pessoas ou bens, por
Parágrafo Único - A defesa dos interesses municipalistas fica meio de tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização
assegurada por meio de associação ou convênio com outros Muni- de vias conservadas pelo Poder Público;
cípios ou entidades localistas. XII - instituir impostos sobre:
Art. 4º São símbolos do Município a Bandeira, o Brasão e o a) Patrimônio, renda ou serviço da União, Estado ou de outros
Hino Municipal. Municípios;
b) Templos de qualquer culto;
SEÇÃO II c) Patrimônio, renda ou serviço de partidos políticos, inclusive
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATÍVA suas fundações, de entidades sindicais dos trabalhadores, das ins-
tituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos ou
Art. 5º O Município, unidade territorial do Estado de Mato declarados de utilidades públicas,
Grosso, pessoa jurídica de direito público interno, com autonomia d) Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impres-
política, administrativa e financeira, é organizado e regido pela pre- são.
sente Lei Orgânica, na forma da Constituição Federal e da Constitui- XIII - celebrar ou promover a manutenção de contratos com
ção Estadual. empresas que não comprovem o atendimento das normas de pre-
§1º O Governo fica instalado no Distrito Sede do Município de venção ambiental, e as relativas à saúde, segurança do trabalho e
Primavera do Leste. das obrigações trabalhistas, previdenciárias, sociais e de proteção
§2º A criação, a organização e a supressão de distritos depen- ao menor que trabalha.
dem de Lei Municipal, observada a legislação Estadual. §1º A vedação do inciso XII, alínea “a”, é extensiva às autarquias
§3º Qualquer alteração territorial do Município, inclusive para e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se
criação de novo Município, só pode ser feita por Lei Estadual, na refere ao patrimônio, renda e aos serviços, vinculados às suas fina-
forma da Lei Complementar Federal, preservando a continuidade e lidades essenciais, ou delas decorrentes.
a unidade histórico-cultural do ambiente urbano da cidade de Pri- §2º As vedações do inciso XII, alínea “a”, e as do §1º, deste ar-

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

tigo, não se aplicam ao patrimônio, renda ou serviços relacionados midades públicas;


com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas XVI - legislar sobre a licitação e contratação em todas modali-
aplicáveis e empreendimentos privados ou que haja contrapresta- dades, para administrações públicas municipal, diretas e indiretas,
ção ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o inclusive as fundações públicas municipais e em empresas sob seu
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamen- controle, respeitadas as normas gerais da legislação federal.
te ao bem imóvel. XVII - organizar e prestar diretamente ou sob regime de conces-
§3º As vedações expressas no inciso XII, alíneas “b” e “c”, deste são ou permissão, entre outros, os seguintes serviços:
artigo, compreendem somente o patrimônio, a renda e os servi- a) limpeza pública, coleta domiciliar e coleta seletiva de lixo.
ços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas XVIII - executar obras ou exigir dos proprietários sob sua apro-
mencionadas. vação nos termos da Lei: abertura, pavimentação e conservação de
vias, drenagem pluvial, construção e conservação de estradas vici-
SEÇÃO III nais, parques, jardins e horto florestal, e edificação e conservação
DOS BENS E DA COMPETÊNCIA de prédios públicos municipais.
XIX - fixar tarifas dos serviços públicos, serviços de táxi e lo-
Art. 7º São bens do Município os que atualmente lhe perten- tação, bem como horário de funcionamento dos estabelecimentos
cem os que vierem a ser adquirido ou lhe forem atribuídos. industriais, comerciais e de serviços.
Parágrafo Único - Fica assegurado ao Município se ocorrer o, XX - Conceder licença para localização, instalação e funciona-
caso positivo, o direito à participação no resultado da exploração mento de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços, a
de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração fixação de cartazes, letreiros, anúncios, faixas, emblemas e utiliza-
de energia elétrica e de outros recursos minerais de seu território. ção de alto-falantes para fins de publicidade e propaganda, exercí-
Art. 8º Compete ao Município: cio de comércio eventual e ambulante, realização de jogos, espe-
I - legislar sobre assuntos de interesse local, inclusive concor- táculos e divertimentos públicos, observadas as prescrições legais.
rentemente com a União e o Estado; XXI - apoiar instituições ou profissionais que queiram investir
II - suplementar à legislação federal e estadual, no que couber; no Município com cursos profissionalizantes, práticos e educativos,
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência; intensivos e extensivos, bem como outros cursos livres diversos,
IV - aplicar suas rendas, prestando contas e publicando balan- que contribuem para a formação e aperfeiçoamento global do ho-
cetes, nos prazos fixados em lei; mem.
V - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação Art. 9º É da competência administrativa do Município, em co-
estadual: mum com a União e o Estado:
VI - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- I - zelar pela guarda da Constituição Federal, da Constituição
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluindo Estadual, desta Lei Orgânica do Município e das leis destas esferas
o de transporte coletivo, que terá caráter essencial; de governo, das instituições democráticas e conservar o patrimônio
VII - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e público;
do Estado programas de educação infantil e de ensino fundamental; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia
VIII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e das pessoas portadoras de deficiência;
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
IX - promover, no que couber, adequado ordenamento territo- histórico, artístico cultural, os monumentos, as paisagens naturais
rial mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e notáveis e os sítios arqueológicos;
da ocupação do solo urbano; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
X - promover a proteção do patrimônio histórico cultural local, obras de arte, e de outros bens de valor histórico, artístico ou cul-
observadas a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual; tural;
XI - elaborar e executar a política de desenvolvimento urbano V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à
com objetivo de ordenar as funções sociais das áreas habitadas do ciência;
Município e garantir o bem estar de seus habitantes; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em quais-
XII - elaborar e executar o plano diretor como instrumento quer de suas formas;
básico da política de desenvolvimento, de expansão urbana e de VII - preservar os mananciais, as florestas, as matas nativas, as
planificação do ambiente rural, assegurando o crescimento de sua matas ciliares, a fauna e a flora e demais recursos naturais;
agro-indústria; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste-
XIII - exigir do proprietário do solo urbano não edificado, su- cimento alimentar;
butilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aprovei- IX - promover programas de construção de moradias e melho-
tamento, na forma do plano diretor, sob pena sucessivamente, de ria das condições habitacionais e de saneamento básico;
parcelamento ou edificação compulsórios, impostos sobre a pro- X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginaliza-
priedade urbana progressiva no tempo e desapropriação com pa- ção, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
gamentos mediante títulos da dívida pública municipal, com prazo XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos
de resgate em até, dez anos, em parcelas anuais e sucessivas, asse- de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seu
gurados o valor real da indenização e os juros legais; território;
XIV - constituir a guarda municipal destinada à proteção de XII - estabelecer e implantar a política de educação para a se-
seus bens, serviços e instalações e de outros serviços de segurança, gurança do trânsito.
conforme dispuser a lei; Parágrafo Único - A cooperação do Município com a União
XV - planejar e promover a defesa permanente contra as cala- e o Estado, tendo em vista o equilíbrio de desenvolvimento e do

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

bem-estar na sua área territorial, será feita na conformidade de Lei Orgânica nº 06/2011)
Complementar federal fixadora dessas normas. §1º O mandato dos Vereadores é de quatro anos.
§2º A eleição dos Vereadores se dá no primeiro domingo do
SEÇÃO IV mês de outubro do ano anterior ao inicio do mandato e em simultâ-
DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA neo aos demais Municípios.
Art. 14 Salvo disposição em contrário, desta Lei Orgânica, as
Art. 10 Até 30 (trinta) dias antes das eleições municipais, o Pre- deliberações da Câmara Municipal são tomadas em votação aberta,
feito Municipal deverá preparar para entrega ao sucessor, relatório por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus mem-
da situação da administração Municipal que conterá, entre outras, bros.
informações atualizadas sobre:10
I - divida do Município, por credor, com as datas dos respec- SEÇÃO II
tivos vencimentos, inclusive das dividas a longo prazo e encargos DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL
decorrentes de operações de crédito, informando sobre a capaci-
dade da Administração Municipal realizar operações de crédito de Art. 15 Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito,
qualquer natureza; não exigida esta para o especificado nos arts. 13 e 35, dispor sobre
II - medidas necessárias à regularização das contas municipais todas as matérias da competência do Município, especialmente so-
perante o Tribunal de Contas ou órgão equivalente, se for o caso; bre:
III - prestação de contas de convênios celebrados com organis- I - sistema tributário municipal, arrecadação e distribuição de
mos da União e do Estado, bem como do recebimento de subven- suas rendas;
ções ou auxílios; II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anu-
IV - situação dos contratos com concessionárias e permissioná- al, operações de crédito e dívida pública;
rias de serviços públicos; III - fixação e modificação do efetivo da Guarda Municipal;
V - estado dos contratos de obras e serviços em execução ou IV - planos e programas municipais de desenvolvimento;
apenas formalizados, informando sobre o que foi realizado e pago e V - bens do domínio do Município;
o que há por executar e pagar, com os prazos respectivos; VI - transferência temporária da sede do Governo Municipal;
VI - transferências a serem recebidas da União e do Estado por VII - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
força do mandamento constitucional ou de convênios; funções públicas municipais;
VII - projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo em curso VIII - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câ-
na Câmara Municipal, para permitir que a nova Administração deci- mara Municipal;
da quanto à conveniência de lhes dar prosseguimento, acelerar seu IX - normatização da cooperação das associações representati-
andamento ou retirá-los; vas no planejamento municipal;
VIII - situação dos servidores do Município, seu custo, quanti- X - normatização da iniciativa popular de projetos de lei de inte-
dade e órgãos em que estão lotados e em exercício. resse específico do Município, da cidade, de vilas ou bairros, através
Art. 11 É vedado ao Prefeito Municipal assumir, por qualquer de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
forma, compromissos financeiros para execução de programas ou XI - criação, estruturação e atribuições das Secretarias Munici-
projetos, após o término do seu mandato, não previstos na legisla- pais e órgãos da administração pública;
ção orçamentária. XII - criação, transformação, extinção e estruturação de empre-
§1º O disposto neste artigo não se aplica nos casos comprova- sas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e funda-
dos de calamidade pública. ções públicas municipais, mediante Lei Complementar específica;
§2º Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os empenhos Art. 16 É de competência exclusiva da Câmara Municipal:
e atos praticados em desacordo deste artigo, sem prejuízo da res- I - elaborar seu regimento interno, aplicando-se as disposições
ponsabilidade do Prefeito Municipal. processuais das leis complementares;
Art. 12 É vedado ao Poder Público Municipal realizar despesas II - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria-
com alugueis de âmbito Estadual ou Federal, para qualquer finali- ção, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de
dade, ressalvado, caso de caráter especial com prévia autorização seus serviços e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
Legislativa. ração, observados os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orçamentárias;
CAPÍTULO II III - resolver definitivamente sobre convênios ou acordos que
DO PODER LEGISLATIVO acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio mu-
nicipal;
SEÇÃO I IV - autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a se ausentarem do
DA CÂMARA MUNICIPAL Município, quando a ausência exceder a quinze dias;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
Art. 13 O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câma- seu poder regulamentar, ou os limites da delegação legislativa;
ra Municipal, que compõe-se de 15 (quinze)Vereadores conforme VI - mudar, temporariamente, sua sede;
dispõe o inciso IV do Art. 29 da Constituição Federal alterado pela VII - propor o projeto de lei que fixa os subsídios do Prefeito, do
Emenda Constitucional nº 58 de 23 de setembro de 2009, represen- Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais, observado o que dispõe
tantes da comunidade, eleitos pelo sistema proporcional em todo os incisos XI e XIV, do art. 127;
o território municipal, pelo voto direto e secreto dos cidadãos no VIII - fixar os subsídios dos Vereadores em cada legislatura, para
exercício dos direitos políticos. (Redação dada pela Emenda à Lei a subseqüente;

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

IX - fixar a Verba de Representação do Presidente da Câmara tantes na alínea a, deste inciso, excluídos os consequentes de con-
Municipal, como espécie indenizatória. curso público.
X - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito e apre- II - desde a posse;
ciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; c) Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
XI - proceder à tomada de contas do Prefeito e da Mesa da Câ- que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de
mara, quando não apresentadas até o dia 31 de março de cada ano; direito público municipal ou nela exerça função remunerada;
XII - fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Executi- d) Ocupar cargo ou função que sejam demissíveis, ad nutum,
vo, incluídos os da administração indireta; nas entidades referidas no Inciso I, Alínea “a”;
XIII - zelar pela preservação de sua competência legislativa em e) Patrocinar causa em que esteja interessada qualquer das en-
face da atribuição normativa do Poder Executivo; tidades a que se refere o Inciso I, Alínea “a”;
XIV - apreciar e autorizar a concessão ou permissão, bem como f) Ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivos.
renovações de concessão ou permissão de serviços de transporte Art. 20 Perde mandato o Vereador:
coletivo de qualquer natureza, e a fixação e atualização das respec- I - que infringir quaisquer das proibições estabelecidas no Art.
tivas tarifas; 19;
XV - apresentar ao Ministério Público, por dois terços de seus II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro
membros, instauração de processo contra o Prefeito, o Vice-Prefei- parlamentar;
to e os Secretários Municipais pela prática de crime contra a admi- III - que deixar de comparecer, em cada Sessão Legislativa, à
nistração pública de que tomar conhecimento; terça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou mis-
XVI - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de imó- são por esta autorizada;
veis municipais. IV - que perder, ou tiver suspensos, os direitos políticos;
XVII - criar comissões especiais de inquéritos sobre fato deter- V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos constitucio-
minado que se inclua na competência da Câmara Municipal, sem- nalmente previstos;
pre que o requerer pelo menos um terço dos membros da Câmara; VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
XVIII - conceder título honorífico a pessoas que tenham reco- julgado;
nhecidamente prestado serviços ao município, mediante decreto VII - Que deixar de residir no município;
legislativo aprovado pela maioria de dois terços de seus membros. VIII - Que deixar de tomar posse sem motivo justificado, dentro
XIX - decidir sobre a perda de mandato de Vereador, por voto do prazo estabelecido nesta Lei Orgânica.
secreto e maioria absoluta, nas hipóteses previstas nesta Lei Orgâ- §1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos
nica; definidos no Regimento Interno e no Código de Ética Parlamentar,
Art. 17 A Câmara Municipal, pelo seu Presidente, bem como o abuso das prerrogativas asseguradas aos Vereadores ou a percep-
qualquer de suas Comissões, pode convocar Secretários Municipais ção de vantagens indevidas.
ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados ao Pre- §2º Nos casos dos incisos I, II, VI e VII, do caput, deste artigo, a
feito para, no prazo de oito dias, pessoalmente, prestar informações perda do mandato é decidida pela Câmara Municipal, por maioria
sobre assunto previamente determinado, importando crime contra absoluta, mediante a provocação da Mesa, de partido político re-
a administração pública a ausência sem justificação adequada ou a presentado na Casa ou de eleitor do Município, assegurada ampla
prestação de informações falsas. defesa. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 12/2016)
§1º Os Secretários Municipais podem comparecer à Câmara §3º Nos casos previstos nos incisos III, IV, V e VIII, a perda é
Municipal, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e declarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou mediante provocação
mediante entendimentos com o Presidente respectivo, para expor de qualquer de seus membros, de partido político representado na
assunto previamente determinado e de relevância de sua Secreta- Casa ou de eleitor do Município, assegurada ampla defesa.
ria. §4º O Regimento Interno regulará a advertência e o afastamen-
§2º A Mesa da Câmara Municipal pode encaminhar pedidos es- to preventivo do Vereador, na forma da Lei Federal e indicará o pro-
critos de informação aos Secretários Municipais, importando crime cesso de perda do mandato.
contra a administração pública a recusa ou o não atendimento no §5º A renúncia de Vereador submetido a processo que vise ou
prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. possa levar à perda do mandato, terá seus efeitos suspensos até as
deliberações finais de que tratam os §§2º e 3º, deste Artigo.
SEÇÃO III Art. 21 Não perde o mandato o Vereador:
DOS VEREADORES I - investido no cargo de Secretário Municipal, Secretário ou Mi-
nistro de Estado;
Art. 18 Os Vereadores, agentes políticos do Município, são in- II - licenciado pela Câmara por motivo de doença ou para tra-
violáveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do manda- tar, sem remuneração, de assunto de seu interesse particular, desde
to e na circunscrição do Município. que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias
Art. 19 Os Vereadores não podem: por sessão legislativa.
I - desde a expedição do diploma; §1º O suplente deve, imediatamente, ser convocado em todos
a) Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú- os casos de vaga, licença ou impedimento.
blico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou §2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, e se faltarem mais
empresa concessionária de serviço público municipal, salvo quando de quinze meses para o término do mandato, a Câmara representa-
o contrato obedecer à cláusula uniforme; rá à Justiça Eleitoral para a realização de eleições para preenchê-la.
b) Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
inclusive os que sejam demissíveis, ad nutum, nas entidades cons-

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

§3º Na hipótese do inciso I, do caput deste artigo, o Vereador §5º As sessões da Câmara Municipal deverão ser realizadas em
poderá optar pelo subsídio do mandato ou do cargo em que foi in- recinto destinado ao seu funcionamento, considerando-se nulas as
vestido. que se realizarem fora dele, exceto as sessões itinerantes ou previa-
mente divulgadas com no mínimo 48 horas de antecedência.
SEÇÃO IV §6º As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto
DA POSSE E DAS REUNIÕES da Câmara.
§7º As sessões somente poderão ser abertas pelo Presidente
Art. 22 A Câmara Municipal reunir-se-á, ordinariamente, em da Câmara ou por outro membro da Mesa com a presença mínima
sessão legislativa anual, de 02 de Fevereiro à 17 de Julho e de 1º de de um terço dos seus membros.
Agosto à 22 de Dezembro. §8º Considerar-se-á presente à sessão o vereador que assinar
§1º As reuniões marcadas para estas datas serão transferidas o livro ou as folhas de presença até o início da ordem do dia e par-
para o primeiro dia útil subseqüente quando recaírem em sábados, ticipar das votações.
domingos e feriados. §9º O Vereador que não tomar posse na sessão prevista neste
§2º A Câmara Municipal reunir-se-á em sessão de instalação artigo deverá fazê-lo no prazo de 15 (quinze) dias, salvo motivo jus-
legislativa, em sua sede, em 1º, de janeiro do ano subsequente to aceito pela Câmara Municipal.
às eleições, às 09h00min horas, para a posse de seus membros e §10 No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibili-
eleição da Mesa. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº zar-se e fazer declaração de seus bens repetida quando do término
11/2015) do mandato, sendo ambas transcritas em livro próprio, resumidas
§3º A solenidade de posse será conduzida pelo vereador mais em ata e divulgadas para o conhecimento público.
votado entre os presentes, que proferirá o seguinte compromisso. §11 A sessão legislativa anual não será interrompida sem a
“Prometo cumprir a Constituição Federal, a Constituição Esta- aprovação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias.
dual e a Lei Orgânica Municipal, observar as leis, desempenhar o
mandato que me foi confiado e trabalhar pelo progresso do Municí- SEÇÃO V
pio e bem-estar de seu povo”. DA MESA E DAS COMISSÕES
§4º O Presidente convocará um de seus pares para secretariar
os trabalhos da mesa. Art. 24 A Mesa da Câmara Municipal será composta de um Pre-
§5º O Presidente convocará os vereadores devidamente diplo- sidente, de um 1º Vice-Presidente e um 2º Vice-Presidente, de um
mados para que prestem individualmente o seguinte juramento: 1º Secretário, um 2º Secretário e um 3º Secretário, eleitos para um
“Prometo exercer com dedicação e lealdade, o meu mandato, mandato de dois anos. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
respeitando a Lei e promovendo o bem estar do Município”. nº 07/2012)
§6º Após o juramento o Presidente declara empossados os ve- §1º As competências e as atribuições dos membros da Mesa, a
readores e encaminhará a votação para eleição da Mesa Diretora, forma de substituição, as eleições para sua composição e os casos
para o 1º Biênio, que tomará posse imediatamente. de destituição são definidos no Regimento Interno.
§7º Após a eleição da Mesa, o Presidente convidará o Prefeito §2º O Presidente representa o Poder Legislativo.
e o Vice-Prefeito eleitos e devidamente diplomados, a prestarem §3º Para substituir o Presidente em suas faltas, impedimentos
o compromisso a que se refere o §3º, e tomará posse às 16h00 do e licenças, haverá um 1º Vice-Presidente e um 2º Vice-Presidente
mesmo dia, nos termos do §1º, do artigo 51 desta lei. (Redação que o substituirão sucessivamente. (Redação dada pela Emenda à
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/2015) Lei Orgânica nº 07/2012)
§8º Fica vedado ao vereador se ausentar da sessão de “Posse §4º As eleições para composição da Mesa dar-se-ão em 1º de
e Eleição da Mesa Diretora” enquanto não for esgotada a pauta, Janeiro do ano inicial de legislatura, para o primeiro biênio, e na
considerando-se presente, para efeito de quorum, ainda que se au- última sessão ordinária do anterior, para o segundo biênio.
sente durante a sessão. §5º Caso não ocorra a composição da Mesa, na data previs-
§9º As comissões serão eleitas na primeira sessão subseqüente ta no §4º, o Presidente em exercício convocará sessões diárias, no
à posse. mesmo horário, até concluir a eleição de seus membros.
Art. 23 As sessões somente poderão ser abertas pelo Presiden- §6º Qualquer componente da mesa poderá ser destituído, pelo
te da Câmara ou por outro membro da Mesa com a presença míni- voto da maioria absoluta dos membros da casa, quando faltoso,
ma de um terço dos seus membros. omisso ou ineficiente no desempenho de suas atribuições, devendo
§1º A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-se- o regimento interno da Câmara Municipal dispor sobre o processo
-á por seu Presidente, pelo Prefeito ou mediante requerimento da de destituição e sobre a substituição do membro destituído.
maioria dos Vereadores, em caso de urgência ou de interesse pú- §7º Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
blico relevante. cabem:
§2º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara somente de- I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do
liberará sobre a matéria para a qual foi convocada. 16 Regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recursos de
§3º A convocação extraordinária da Câmara deverá ser feita um décimo dos membros da Câmara;
por escrito e com antecedência mínima de 24 horas. II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci-
§4º A Câmara Municipal reunir-se-á em sessões ordinárias, ex- vil;
traordinárias, solenes, secretas e participativas, conforme dispuser III - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
seu Regimento Interno e as remunerará de acordo com o estabe- IV - apreciar programas de obras e planos e sobre eles emitir
lecido nesta Lei Orgânica e na legislação específica. (Redação dada parecer;
pela Emenda à Lei Orgânica nº 10/2013) V - acompanhar junto à Prefeitura Municipal a elaboração da

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

proposta orçamentária, bem como a sua posterior execução. VII - apresentar ao Plenário, até o dia 30 (trinta) de cada mês,
Art. 25 As comissões especiais de inquérito, que terão poderes o balanço relativo aos recursos recebidos e às despesas realizadas
de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros no mês anterior;
previstos no regimento interno, serão criadas pela Câmara median- VIII - requisitar o numerário da Câmara;
te requerimento de um terço de seus membros, para apuração de IX - exercer, em substituição, a chefia do Executivo Municipal
fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o nos casos previstos em lei;
caso, encaminhadas ao Ministério Público para que este promova a X - designar comissões especiais nos termos regimentais, ob-
responsabilidade civil ou criminal dos infratores. servadas as indicações partidárias;
Art. 26 Qualquer entidade da sociedade civil poderá solicitar XI - mandar prestar informações por escrito e expedir certidões
ao Presidente da Câmara que lhe permita emitir conceitos ou opi- requeridas para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações;
niões, junto às comissões, sobre projetos que nelas se encontrem XII - realizar audiências públicas com entidades da sociedade
para estudo. civil e com membros da comunidade;
Parágrafo Único - O Presidente da Câmara enviará o pedido ao XIII - administrar os serviços da Câmara Municipal, fazendo la-
Presidente da respectiva comissão, a quem caberá deferir ou inde- vrar os atos pertinentes a essa área de gestão.
ferir o requerimento, indicando, se for o caso, dia e hora para o Art. 31 O Presidente da Câmara, ou quem o substituir, somente
pronunciamento e seu tempo de duração. manifestará o seu voto nas seguintes hipóteses:
Art. 27 Compete à Mesa dentre outras atribuições fixadas no I - na eleição da Mesa Diretora;
Regimento Interno: II - quando a matéria exigir, para a sua aprovação, o voto favo-
I - propor os projetos de resolução que criam, modificam ou rável de maioria absoluta e dois terços;
extingam cargos ou funções dos serviços da Secretaria da Câmara III - quando ocorrer empate em qualquer votação no Plenário.
Municipal ou nos gabinetes e os projetos de lei para a correspon- Art. 32 O Presidente da Câmara Municipal na abertura e encer-
dente remuneração, ou alteração, observados os parâmetros esta- ramento das reuniões legislativas deverá invocar o nome de Deus,
belecidos na lei de diretrizes orçamentárias; vazado nos seguintes termos: “SOB A PROTEÇAO DE DEUS, DECLA-
II - tomar as providências necessárias à regularidade dos traba- RO ABERTA A SESSÃO”.
lhos legislativos e fiscalizatórios;
III - orientar os serviços da Secretaria da Câmara Municipal; SUBSEÇÃO I
IV - elaborar até 30 de julho, conforme a lei de diretrizes orça- DA CONVOCAÇÃO DOS SUPLENTES
mentárias, a previsão de despesas do Poder Legislativo a ser incluí-
da na proposta orçamentária do Município e fazer, mediante ato, a Art. 33 No caso de vaga, licença ou investidura no cargo de Se-
discriminação analítica das dotações respectivas, bem como alterá- cretário Municipal ou equivalente, far-se-á convocação do suplente
-los no limite autorizado. pelo Presidente da Câmara no prazo máximo de 48 horas:
V - enviar ao Prefeito Municipal, até o primeiro dia de março, as §1º O suplente convocado deverá tomar posse dentro do prazo
contas do exercício anterior. de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo aceito pela Câmara, sob pena
VI - Promulgar a Lei Orgânica Municipal e emendas à lei Orgâ- de ser considerado renunciante.
nica. §2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, o Presidente da
Art. 28 Na constituição da Mesa e de cada Comissão é asse- Câmara comunicará o fato, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, ao
gurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos Tribunal Regional Eleitoral.
partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Câmara. §3º Enquanto a vaga a que se refere o parágrafo anterior não
Art. 29 Na última sessão ordinária de cada período legislativo, for preenchida, calcular-se-á o quorum em função dos Vereadores
o Presidente da Câmara publicará a escala dos membros da Mesa e remanescentes.
seus substitutos que responderão pelo expediente do Poder Legis-
lativo durante o recesso seguinte. SEÇÃO VII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SEÇÃO VI
DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL Art. 34 O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Lei Orgânica do Município;
Art. 30 Compete ao Presidente da Câmara, além de outras atri- II - consolidação de leis;
buições estipuladas no Regimento Interno: III - leis complementares;
I - representar a Câmara Municipal; IV - leis ordinárias;
II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e admi- V - leis delegadas;
nistrativos da Câmara; VI - medidas provisórias;
III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno; VII - decretos legislativos;
IV - Promulgar as Resoluções e os Decretos Legislativos, bem VIII - resoluções.
como as Leis que receberam sanção tácita e as cujo veto tenha sido Parágrafo Único - A elaboração, redação, alteração e consolida-
rejeitado pelo Plenário e não tenham sido promulgadas pelo Pre- ção de leis dar-se-á na conformidade da Lei Complementar Federal,
feito Municipal; desta Lei Orgânica Municipal e do Regimento Interno.
V - fazer publicar os atos da Mesa, bem como as resoluções, os
decretos legislativos e as leis por ele promulgadas;
VI - declarar extinto o mandato do Prefeito, do Vice- Prefeito e
dos Vereadores, nos casos previstos em lei;

98
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

SUBSEÇÃO I II - disponham sobre:


DA EMENDA À LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO a) Criação de cargos, funções ou empregos públicos na admi-
nistração direta e autárquica e fixação de sua remuneração;
Art. 35 Esta Lei Orgânica poderá ser emendada mediante pro- b) Servidores públicos do Município, seu regime jurídico, pro-
posta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara, ou do Pre- vimento de cargos, estabilidade, disponibilidade e aposentadoria;
feito. c) Criação, estruturação e atribuições das Secretarias Munici-
§1º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com pais e órgãos da administração pública municipal;
interstício mínimo de quinze dias, considerando-se aprovada se ob- d) Estabelecimento do plano plurianual, das diretrizes orça-
tiver, em cada um, dois terços dos votos dos membros da Câmara. mentárias e dos orçamentos anuais;
§2º A Emenda à Lei Orgânica do Município será promulgada e) Criação e definição das áreas de atuação de autarquias, fun-
pela Mesa da Câmara, com o respectivo número de ordem. dações, empresas públicas, sociedades de economia mista e suas
§3º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada, ou subsidiárias.
havida por prejudicada, não pode ser objeto de nova proposta na §2º São de iniciativa privativa da Câmara Municipal os projetos
mesma sessão legislativa. de lei que fixem os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Se-
cretários Municipais e a remuneração dos cargos, empregos e fun-
SUBSEÇÃO II ções de seus serviços.
DAS CODIFICAÇÕES §3º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação, à
Câmara Municipal, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, cinco
Art. 36 As leis municipais serão reunidas em codificações e por cento do eleitorado do Município.
consolidações, integradas por volumes contendo matérias conexas
ou afins, constituindo em seu todo a Consolidação de Legislação SUBSEÇÃO IV
Municipal. DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS
§1º A consolidação consistirá na integração de todas as leis
pertinentes à determinada matéria num único diploma legal, re- Art. 38 Em caso de relevância e urgência, o Prefeito poderá
vogando-se formalmente as leis incorporadas à consolidação, sem adotar Medidas Provisórias, com força de lei, devendo submetê-las,
modificação do alcance nem interrupção da força normativa dos de imediato, à Câmara Municipal.
dispositivos consolidados. §1º É vedada a edição de Medidas Provisórias sobre as seguin-
§2º Preservando-se o conteúdo normativo original dos dispo- tes matérias:
sitivos consolidados, poderão ser feitas as seguintes alterações nos a) plano plurianual, Diretrizes Orçamentárias, orçamento e cré-
projetos de lei de consolidação: ditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167,
I - introdução de novas divisões do texto legal base; §3º, da Constituição Federal;
II - diferente colocação e numeração dos artigos consolidados; b) reservadas a Lei Complementar;
III - fusão de disposições repetitivas ou de valor normativo c) já disciplinadas em Projeto de Lei aprovado pela Câmara Mu-
idêntico; nicipal e pendente de sanção ou veto do Prefeito.
IV - atualização da denominação de órgãos e entidades da ad- §2º Medida Provisória que implique em instituição ou majora-
ministração pública; ção de imposto, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguin-
V - atualização de termos antiquados e modos de escrita ultra- te se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que
passados; foi editada.
VI - atualização do valor de penas pecuniárias, com base em §3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§9º e
indexação padrão; 10, perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em
VII - eliminação de ambigüidades decorrentes do mau uso do lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do §7º, uma
vernáculo; vez por igual período, devendo a Câmara Municipal disciplinar, por
VIII - homogeneização terminológica do texto; Decreto Legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
IX - supressão de dispositivos declarados inconstitucionais pelo §4º O prazo a que se refere o §3º contar-se-á da publicação da
Tribunal de Justiça, observada, no que couber, a suspensão pela Câ- Medida Provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso
mara Municipal de execução de dispositivos, na forma do Art. 52, X, da Câmara Municipal.
da Constituição Federal; §5º A deliberação da Câmara Municipal, sobre o mérito das
Parágrafo Único - As providências a que se referem os Incisos medidas provisórias, dependerá do parecer prévio da Comissão de
IX, do §2º, deste artigo, deverão ser expressa e fundadamente jus- Justiça, Legislação e Redação sobre o atendimento de seus pressu-
tificadas, com indicação precisa das fontes de informação que lhes postos constitucionais.
serviram de base. §6º Se a Medida Provisória não for apreciada em até quarenta
e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de ur-
SUBSEÇÃO III gência, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as
DAS LEIS demais deliberações legislativas.
§7º Prorrogar-se-á, uma única vez por igual período, a vigência
Art. 37 A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe de Medida Provisória que, no prazo de sessenta dias, contados de
a qualquer Vereador ou Comissão, ao Prefeito e aos Cidadãos, na sua publicação, não tiver a sua votação.
forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica. §8º É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de Me-
§1º São de iniciativa privativa do Prefeito as leis que: dida Provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua
I - fixem ou modifiquem o efetivo da Guarda Municipal; eficácia por decurso de prazo.

99
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

§9º Não editado o decreto legislativo a que se refere o §3º até pelo Prefeito, nos casos dos §3º e §5º, deste artigo, o Presidente
sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia da Medida Provi- da Câmara a promulgará, se não o fizer, em igual prazo, caberá ao
sória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos prati- Vice-presidente fazê-lo.
cados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. Art. 42 A matéria constante de projeto de lei rejeitado somen-
§10 Aprovado projeto de lei de conversão, alterando o texto te poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão le-
original da Medida Provisória, esta, manter-se-á integralmente em gislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. Câmara.

SUBSEÇÃO V SUBSEÇÃO VIII


DOS PROJETOS QUE AUMENTAM DESPESAS DAS LEIS DELEGADAS

Art. 39 Não será admitido aumento da despesa prevista: Art. 43 As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito ou por
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, ressalvado o Comissão Permanente.
disposto no art. 75, §§3º e 4º. §1º Não serão objetos de delegação ao Prefeito os atos de com-
II - nos projetos sobre a organização da Secretaria da Câmara petência exclusiva da Câmara Municipal, a matéria reservada à Lei
Municipal, e os que estabeleçam a remuneração dos cargos, em- Complementar, nem a legislação sobre os planos plurianuais, dire-
pregos e funções dos seus serviços, de iniciativa privativa da Mesa. trizes orçamentárias e orçamentos.
§2º A delegação terá a forma de decreto legislativo da Câmara
SUBSEÇÃO VI Municipal, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exer-
DOS PROJETOS EM REGIME DA URGÊNCIA. cício.
§3º Se o decreto legislativo determinar a apreciação do projeto
Art. 40 O Prefeito poderá solicitar urgência e votação em um só pela Câmara Municipal, esta o fará em votação única, vedada qual-
turno para apreciação dos projetos de sua iniciativa. quer emenda.
§1º Se a Câmara não se manifestar em até quarenta e cinco
dias sobre a proposição, esta será incluída na ordem do dia, sobres- SUBSEÇÃO IX
tando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se DAS LEIS COMPLEMENTARES
ultime a votação, excetuados os casos previstos nos artigos 42 e 75,
que são preferenciais na ordem enumerada. Art. 44 As Leis Complementares serão aprovadas por maioria
§2º O prazo previsto no §1º deste artigo, não corre nos perí- absoluta.
odos de recesso, nem se aplica aos projetos de Código e de Leis Parágrafo Único - Serão objetos de Lei Complementar, expres-
Complementares. samente:
§3º No caso de pedido com urgência, o Presidente terá que I - o Código Tributário;
submeter o pedido à apreciação do Plenário, necessitando de maio- II - o Código de Obras;
ria simples para sua aceitação. III - a Lei de Ordenação, Uso e Ocupação do Solo;
IV - o Código do Meio Ambiente;
SUBSEÇÃO VII V - o Plano Diretor;
DO VETO VI - o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais.
II - a criação de autarquias, fundações, empresas públicas, so-
Art. 41 O projeto de lei aprovado será enviado, como Autógra- ciedades de economia mista e da Guarda Municipal;
fo, ao Prefeito que, aquiescendo, o sancionará. VIII - a criação, transformação e extinção de cargos, empregos
§1º Se o Prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte, e funções públicas.
inconstitucional ou contrário ao interesse público, poderá vetá-lo, IX - Estatuto dos Profissionais da Educação.
total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis contados da X - Previdência dos Servidores Públicos Municipais.
data do recebimento e comunicará, dentro de quarenta e oito ho-
ras, os motivos do veto ao Presidente da Câmara. SEÇÃO VIII
§2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, DA FISCALIZAÇÃO
de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Prefeito im- Art. 45 A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
portará em sanção. cional e patrimonial do Município e das entidades da administração
§4º O veto será apreciado pela Câmara, dentro de trinta dias a direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da aplicação das subvenções e renúncia de receitas será exercida pela
maioria absoluta dos vereadores. (Redação dada pela Emenda à Lei Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelo sistema de
Orgânica nº 12/2016) controle interno de cada Poder, observada a Lei de Responsabili-
§5º Se o veto não for mantido, será o texto enviado ao Prefeito dade Fiscal.
para promulgação. Parágrafo Único - Prestará contas qualquer pessoa física ou
§6º Esgotando sem deliberação o prazo estabelecido no §4º, entidade pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou admi-
deste artigo, será o veto colocado na ordem do dia da sessão ime- nistre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais o Município
diata, sobrestadas as demais proposições até sua votação final, res- responda ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza
salvadas as matérias referidas no art. 39, §1º, desta Lei. pecuniária.
§7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Art. 46 O controle externo da Câmara Municipal será exercido §3º A Comissão Permanente de Finanças e Orçamento da Câ-
com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, através de parecer mara Municipal, ao tomar conhecimento de irregularidades ou ile-
prévio sobre as contas que o Prefeito deverá prestar anualmente, a galidades, poderá solicitar à autoridade responsável que, no prazo
sua e as do Poder Legislativo. de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários, agindo na for-
§1º As contas deverão ser apresentadas até o dia 31 de março ma prevista no parágrafo único do art. 47.
de cada ano. §4º Entendendo pela irregularidade ou ilegalidade, a Comissão
§2º Se até esse prazo não tiverem sido apresentadas, a Câmara Permanente de Finanças e Orçamento proporá à Câmara Municipal
Municipal procederá à tomada das contas através da Comissão Per- as medidas que julgar convenientes à situação.
manente de Finanças e Orçamento, em trinta dias. Art. 49 O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos
§3º Apresentadas as contas, o Presidente da Câmara publican- Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Po-
do edital, as porá, pelo prazo de sessenta dias, à disposição de qual- der e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas
quer contribuinte para exame e apreciação, o qual poderá questio- desta Lei Orgânica, com ênfase no que se refere a:
nar-lhes a legitimidade, na forma da Lei. I - atingimento das metas estabelecidas na Lei de Diretrizes Or-
§4º Vencido o prazo do §3º, deste artigo, as contas e as ques- çamentárias:
tões levantadas serão enviadas ao Tribunal de Contas do Estado II - limites e condições para realização de operações de crédito
para emissão de parecer prévio, separadamente, do Poder Execu- e inscrição em Restos a Pagar;
tivo e do Poder Legislativo. III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pes-
§5º Recebido o parecer prévio, este será publicado e posto à soal ao respectivo limite;
disposição dos interessados pelo prazo de quinze dias e, a seguir, IV - providências tomadas para recondução dos montantes das
será enviado à Comissão Permanente de Finanças e Orçamento dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;
para sobre ele e sobre as contas dar o seu parecer, em quinze dias. V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos,
§6º Somente pela decisão de dois terços dos membros da Câ- tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Orgânica;
mara Municipal, em votação nominal, deixará de prevalecer o pare- VI - cumprimento do limite de gastos totais do legislativo muni-
cer prévio do Tribunal de Contas do Estado. cipal, quando houver.
§7º Se a Câmara Municipal rejeitar as contas do Prefeito ou da
Mesa da Câmara, estas, com os pareceres e as atas dos debates e da CAPÍTULO III
votação, serão enviadas ao Ministério Público. DO PODER EXECUTIVO
§8º É assegurado o direito do contraditório e da ampla defesa
no processo de julgamento das contas perante a Câmara Municipal. SEÇÃO I
Art. 47 A Comissão Permanente de Finanças e Orçamento, dian- DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
te de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma
de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, Art. 50 O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal,
poderá solicitar da autoridade responsável que, no prazo de oito auxiliado pelos Secretários Municipais.
dias, preste os esclarecimentos necessários. Art. 51 A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, para mandato
Parágrafo Único - Não prestados os esclarecimentos, ou consi- de quatro anos, dar-se-á no primeiro domingo do mês de outubro
derados estes insuficientes, a Comissão Permanente de Finanças e do ano anterior ao início do mandato.
Orçamento proporá à Câmara Municipal a sua sustação. §1º O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse em sessão da
Art. 48 Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma Câmara Municipal, em sua sede, no dia 1º de janeiro do ano subse-
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: quente à eleição, às 16h00, prestando o compromisso de manter,
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria- defender e cumprir a Constituição Federal, a Constituição Estadual
nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos do e esta Lei Orgânica, observar as leis e promover o bem geral do
Município, o relatório resumido da Execução Orçamentária e o rela- Município. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/2015)
tório da Gestão Fiscal; §2º Se decorridos dez dias da data fixada para a posse o Prefei-
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à to, ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver assu-
eficácia e à eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patri- mido o cargo, este será declarado vago.
monial nos órgãos e entidades da administração pública municipal, Art. 52 É permitida ao Prefeito e ao Vice-Prefeito a reeleição
bem como da aplicação de recursos públicos municipais por entida- para os mesmos cargos, somente uma vez, para o período imediata-
des de direito privado; mente subseqüente, em conformidade com a Constituição Federal.
III - exercer o controle das operações de crédito e garantias, Art. 53 Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, e su-
bem como dos direitos e haveres do Município; cedê-lo-á, no caso de vacância e férias, o Vice-Prefeito, automati-
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti- camente.
tucional. §1º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem
§1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhe- atribuídas por Lei Complementar, auxiliará o Prefeito sempre que
cimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciên- por ele convocado para missões especiais.
cia à Comissão Permanente de Finanças e Orçamento da Câmara §2º A investidura do Vice-Prefeito em Secretaria Municipal não
Municipal. impedirá as funções previstas no §1º deste artigo, devendo optar
§2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindica- pelos subsídios de um ou de outro cargo.
to é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidade Art. 54. Em casos de impedimento do Prefeito ou do Vice-Pre-
ou ilegalidade perante a Comissão Permanente de Finanças e Orça- feito, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente
mento da Câmara Municipal. chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo, o Presiden-

101
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

te da Câmara de Vereadores e o Diretor do Fórum da Comarca de mestre, relatório resumido da Execução Orçamentária;
Primavera do Leste. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº XIII - emitir, ao final de cada quadrimestre o relatório de Gestão
19/2022) Fiscal;
Art. 55 Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-á XIV - prover extinguir os cargos públicos municipais, na forma
eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. da lei;
Parágrafo Único - Ocorrendo a vacância, nos últimos dois anos XV - exercer outras atribuições previstas na Lei Orgânica;
de mandato, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias XVI - Declarar calamidade pública.
após a abertura da última vaga, pela Câmara Municipal. XVII - dispor, nos termos da legislação sobre desapropriação e
Art. 56 O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, sem licença da tombamento.
Câmara Municipal, ausentar-se do Município por período superior a XVIII - dispor sobre a organização e o funcionamento da admi-
quinze dias, sob pena de perda do cargo. nistração municipal, mediante Decreto Municipal;
Art. 57 O Prefeito, regularmente licenciado, terá direito a per- a) organização e funcionamento da administração municipal,
ceber remuneração quando: quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção
I - impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença de órgãos públicos;
devidamente comprovada; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. (Re-
II - em gozo de férias; dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 16/2021)
III - a serviço ou em missão de representação do Município. XIX - celebrar convênios com entidades públicas ou privadas
IV - na gestação, por cento e vinte dias, ou na paternidade, pelo para a realização de objetivos de interesse do Município;
prazo de lei; XX - prestar à Câmara, dentro de 15 (quinze) dias, as informa-
V - na adoção nos termos em que a lei dispuser. ções solicitadas, podendo o prazo ser prorrogado, a pedido, pela
§1º O Prefeito gozará de férias anuais de 30 (trinta) dias, sem complexidade da matéria ou pela dificuldade de obtenção dos da-
prejuízo dos subsídios, ficando a seu critério a época em que irá dos solicitados;
usufruir seu descanso, comunicando à Câmara Municipal com ante- XXI - convocar extraordinariamente a Câmara;
cedência de trinta dias. XXII - determinar a feitura e colocação de placas indicativas dos
§2º O Prefeito fará declaração de seus bens na ocasião da pos- nomes dos próprios municipais e logradouros públicos;
se e do término do mandato, a qual ficará arquivada na Câmara, XXIII - superintender a arrecadação dos tributos e preços, bem
constando das respectivas atas o seu resumo. como a guarda e a aplicação da receita, autorizando as despesas e
§3º O Vice-Prefeito fará declaração de seus bens no momento os pagamentos, dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos
em que assumir, pela primeira vez, o exercício do cargo. créditos autorizados pela Câmara;
XXIV - aplicar as multas previstas na legislação e nos contratos
SEÇÃO II ou convênios, bem como relevá-las quando for o caso;
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO XXV - realizar audiências públicas com entidades da sociedade
civil e com membros da comunidade;
Art. 58 Compete, privativamente, ao Prefeito: XXVI - resolver sobre os requerimentos, as reclamações ou as
I - nomear e exonerar os Secretários Municipais; representações que lhe forem dirigidos.
II - exercer, com o auxílio dos Secretários Municipais, a direção XXVII - solicitar o auxilio das forças policiais para garantir o
superior da administração municipal; cumprimento de seus atos, bem como fazer uso da guarda munici-
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos pal, na forma da lei;
nesta Lei Orgânica; O Prefeito Municipal poderá delegar as atribuições menciona-
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como das nos Incisos VII e XV, XIX, XXIII, XXV, XXVI e XXVII deste Artigo.
expedir decreto e regulamentos para sua fiel execução; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 09/2013)
V - adotar Medidas Provisórias com força de lei;
VI - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; SEÇÃO III
VII - repassar, até o dia 20 de cada mês, o duodécimo ao Poder DA RESPONSABILIDADE E DO JULGAMENTO DO PREFEITO
Legislativo.
VIII - comparecer ou remeter mensagem e plano de governo Art. 59 Os crimes e as infrações político-administrativas de res-
à Câmara Municipal por ocasião da abertura da sessão legislativa, ponsabilidade do Prefeito Municipal, no exercício do mandato ou
expondo a situação do Município e solicitando as providências que em decorrência dele serão julgados:
julgarem necessárias; I - Pelo Tribunal de Justiça do Estado, no caso de infrações pe-
IX - nomear, os servidores e autoridades que a lei assim deter- nais comuns;
minar; II - Pela Câmara Municipal de Vereadores, no caso das infrações
X - enviar a Câmara Municipal, até 30 de junho do ano em que político-administrativas, na forma desta Lei Orgânica e do Regimen-
tomar posse, o plano plurianual; até 30 de agosto de cada ano o to Interno da Câmara e subsidiariamente por legislação federal.
projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias; e, até 30 de outubro de §1º São crimes de responsabilidade do Prefeito municipal, os
cada ano, as propostas dos orçamentos anuais previstos nesta Lei definidos em lei federal.
Orgânica; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 08/2013) §2º São infrações político-administrativas do Prefeito sujeitas
XI - prestar anualmente a Câmara Municipal, dentro de sessen- ao julgamento pela Câmara de Vereadores e sancionadas com a cas-
ta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao sação do mandato:
exercício anterior; I - descumprir as obrigações dispostas nesta Lei Orgânica;
XII - publicar, até trinta dias após o encerramento de cada bi- II - impedir o funcionamento regular da Câmara de Vereadores;

102
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

III - impedir o exame de documentos em geral por parte de c) O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
Comissão Parlamentar de Inquérito ou auditoria oficial; d) a probidade administrativa;
IV - impedir a verificação de obras e serviços municipais por e) o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
parte da Comissão Parlamentar de Inquérito ou perícia oficial; §3º A Câmara municipal tomando conhecimento de qualquer
V - deixar de atender, sem motivo justo, no prazo legal, os pe- ato do Prefeito que possa configurar infração penal comum ou cri-
didos de informação da Câmara de Vereadores, legitimamente for- me de responsabilidade, nomeará comissão especial para apurar
malizados; os fatos que, no prazo de trinta dias, deverão ser apreciados pelo
VI - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos Plenário;
sujeitos a essa formalidade; §4º Se a maioria absoluta do plenário entender que em tese
VII - deixar de apresentar à Câmara, sem motivo justo, no prazo as acusações tem procedência, o Presidente determinará o envio
legal, os projetos do Plano Plurianual de Investimentos, Diretrizes do apurado à Procuradoria Geral de Justiça para as providências; se
Orçamentárias e Orçamento Anual; não, determinará o arquivamento, publicando as conclusões;
VIII - descumprir o Orçamento Anual; §5º Recebida à denúncia contra o Prefeito, pelo Tribunal de Jus-
IX - assumir obrigações que envolvam despesas públicas sem tiça, a Câmara decidirá sobre a designação de Procurador para atuar
que haja suficiente recurso orçamentário na forma da Constituição como assistente de acusação.
Federal; §6º O Prefeito ficará suspenso de suas funções, sem direito a
X - praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua com- remuneração, com o recebimento da denúncia pelo Tribunal de Jus-
petência ou omitir-se na sua prática; tiça, suspensão que cessará dentro de cento e oitenta dias, se neste
XI - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direi- prazo o julgamento não for concluído, sem prejuízo do prossegui-
tos ou interesses do Município, sujeitos à administração municipal; mento do processo;
XII - ausentar-se do Município, por tempo superior ao previsto §7º O processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câ-
na lei, ou afastar-se do Município sem autorização legislativa nos mara, por infrações definidas no §2º do artigo anterior, obedecerá
casos exigidos em lei; ao seguinte rito:
XIII - iniciar investimento sem as cautelas que determinam a I - a denúncia escrita da infração poderá ser feita por qualquer
inclusão no Plano Plurianual, ou sem que lei autorize a inclusão, sob eleitor, com a exposição dos fatos e a indicação das provas. Se o
pena de responsabilidade político-administrativa. denunciado for Vereador, ficará impedido de votar e de integrar a
XIV - proceder de modo incompatível com a dignidade e o de- Comissão processante, podendo, todavia, praticar todos os atos de
coro do cargo; acusação. Se o denunciado for o Presidente da Câmara, passará a
XV - tiver cassados os direitos políticos ou for condenado por Presidência ao substituto legal, para os atos do processo. Será con-
crime funcional ou eleitoral, sem a pena acessória da perda do car- vocado o suplente do Vereador impedido de votar, o qual não po-
go; derá integrar a Comissão processante;
XVI - incidir nos impedimentos estabelecidos no exercício do II - de posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira
cargo e não se desincompatibilizar nos casos supervenientes e nos sessão, determinará sua leitura e consultará a Câmara sobre o seu
prazos fixados. recebimento. Decidido o recebimento, pelo voto da maioria sim-
XVII - praticar, contra expressa disposição da lei, ato de sua ples, na mesma sessão será constituída a Comissão processante,
competência, ou omitir-se na sua prática; com três Vereadores sorteados entre os desimpedidos, os quais
XVIII - omitir-se ou negligenciar na defesa dos bens, rendas, di- elegerão, desde logo, o Presidente e o Relator;
reitos e interesses do Município; III - Admitida à denuncia por dois terços dos membros da Câ-
XIX - proceder de modo incompatível com a dignidade do car- mara, o Prefeito ficará suspenso de suas funções, sem direito a re-
go; muneração enquanto estiver afastado;
XX - residir fora dos limites do Município; IV - recebendo o processo, o Presidente da Comissão iniciará
XXI - negar cumprimento às leis e decisões judiciais; os trabalhos, dentro de cinco dias, notificando o denunciado, com
XXII - não repassar, até vinte de cada mês, o duodécimo do Po- a remessa de cópia da denúncia e documentos que a instruírem,
der Legislativo. para que, no prazo de dez dias, apresente defesa prévia, por escri-
XXIII - firmar ou manter contrato com o Município ou com suas to, indique as provas que pretender produzir e arrole testemunhas,
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fun- até o máximo de dez. Se estiver ausente do Município, a notifica-
dações ou empresas concessionárias de serviço público municipal, ção far-se-á por edital publicado duas vezes, no órgão oficial, com
salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; intervalo de três dias, pelo menos, contado o prazo da primeira
XXIV - aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remune- publicação. Decorrido o prazo de defesa, a Comissão processante
rado, inclusive os de que seja demissível “ad nutum”, na Adminis- emitirá parecer dentro de cinco dias, opinando pelo prosseguimen-
tração Pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de to ou arquivamento da denúncia, o qual, neste caso, será subme-
concurso público, aplicando-se nesta hipótese, o disposto no artigo tido ao Plenário. Se a maioria dos membros da Comissão opinar
38 da Constituição Federal; pelo prosseguimento, o Presidente designará desde logo, o início
XXV - ser titular de mais de um mandato eletivo; da instrução, e determinará os atos, diligências e audiências que se
XXVI - ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que fizerem necessários, para o depoimento do denunciado e inquirição
goze de favor decorrente de contrato celebrado com o Município ou das testemunhas;
nela exercer função remunerada; V - o denunciado deverá ser intimado de todos os atos do pro-
XXVII - atentar contra: cesso, pessoalmente, ou na pessoa de seu procurador, com a ante-
a) a autonomia do município; cedência, pelo menos, de vinte e quatro horas, sendo-lhe permitido
b) o livre exercício do Poder Legislativo; assistir às diligências e audiências, bem como formular perguntas

103
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

e reperguntas às testemunhas e requerer o que for de interesse da IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
defesa; outorgadas ou delegadas pelo Prefeito.
VI - concluída a instrução, será aberta vista do processo ao de- §1º O Prefeito Municipal, por intermédio de ato administrativo,
nunciado, para razões escritas, no prazo de cinco dias, e após, a estabelecerá as atribuições dos seus auxiliares diretos, definindo-
Comissão processante emitirá parecer final, pela procedência ou -lhes competências, deveres e responsabilidades.
improcedência da acusação, e solicitará ao Presidente da Câmara §2º Os auxiliares diretos do Prefeito Municipal são solidaria-
a convocação de sessão para julgamento. Na sessão de julgamen- mente responsáveis, junto com este, pelos atos que assinarem, or-
to, o processo será lido, integralmente, e, a seguir, os Vereadores denarem ou praticarem.
que o desejarem poderão manifestar-se verbalmente, pelo tempo §3º Os auxiliares diretos do Prefeito Municipal deverão fazer
máximo de quinze minutos cada um, e, ao final, o denunciado, ou declaração de bens no ato de sua posse em cargo ou função pública
seu procurador, terá o prazo de duas horas para produzir sua defesa municipal e quando de sua exoneração.
oral; §4º é vedado aos secretários municipais acumular empregos
VII - concluída a defesa, proceder-se-á tantas votações nomi- e funções públicas em autarquias, fundações, empresas públicas,
nais quantas forem as infrações articuladas na denúncia. Conside- sociedades de economia mista, suas subsidiárias, sindicatos e as-
rar-se-á afastado, definitivamente, do cargo, o denunciado que for sociações.
declarado, pelo voto de maioria absoluta, pelo menos, dos mem- Art. 62 Lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuição
bros da Câmara, incurso em qualquer das infrações especificadas das Secretarias Municipais.
na denúncia. Concluído o julgamento, o Presidente da Câmara pro- §1º Nenhum órgão da administração pública municipal, direta
clamará imediatamente o resultado e fará lavrar ata que consigne ou indireta, deixará de ser estruturado a uma Secretaria Municipal.
a votação secreta sobre cada infração, e, se houver condenação, §2º A Chefia de Gabinete e a Procuradoria Geral do Município
expedirá o competente Decreto Legislativo de cassação do mandato terão a estrutura de Secretaria Municipal.
de Prefeito. Se o resultado da votação for absolutório, o Presidente
determinará o arquivamento do processo. Em qualquer dos casos, SEÇÃO V
o Presidente da Câmara comunicará à Justiça Eleitoral o resultado; DA PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
VIII - o processo a que se refere este artigo deverá estar conclu-
ído dentro de noventa dias, contados da data em que se efetivar a Art. 63 A Procuradoria Geral do Município é a instituição que
notificação do acusado. Transcorrido o prazo sem o julgamento, o representa, como advocacia geral, o Município, judicial e extraju-
processo será arquivado, a não ser que o Plenário da Câmara, por dicialmente, cabendo-lhe, nos termos da Lei Complementar que
maior simples de seus membros autorize a prorrogação, que só po- dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de
derá ocorrer por mais trinta dias, sem prejuízo de nova denúncia consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
ainda que sobre os mesmos fatos. Parágrafo único. A Procuradoria Geral do Município tem por
Art. 60 Extingue-se o mandato de Prefeito, e, assim, deve ser chefe o Procurador Geral do Município, de livre nomeação, pelo
declarado pelo Presidente da Câmara de Vereadores, quando: Prefeito, conforme disposição na legislação específica. (Redação
I - ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos di- dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 14/2018)
reitos políticos, ou condenação criminal ou eleitoral com sentença Art. 64 O ingresso na carreira de procurador municipal far-se-á
transitada em julgado. mediante concurso público de prova e títulos, assegurada a parti-
II - deixar de tomar posse na sessão especial prevista nesta lei cipação da subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil em
orgânica, ou no prazo de 15 dias, sem motivo justo aceito pela Câ- sua realização, inclusive na elaboração do programa e quesitos das
mara. provas, sendo observada, nas nomeações, a ordem de classificação.
III - incidir nos impedimentos para o exercício do cargo, estabe-
lecidos em lei, e não se desincompatibilizar até a posse, e, nos casos SEÇÃO VI
supervenientes, no prazo que a lei ou a Câmara fixar. DA GUARDA MUNICIPAL
Parágrafo Único - A extinção do mandato independe de delibe-
ração do plenário e se tornará efetiva desde a declaração do fato ou Art. 65 A Guarda Municipal destina-se à proteção dos bens, pa-
ato extintivo pelo Presidente e sua inserção em ata. trimônio, serviços e instalações do Município e terá organização,
funcionamento e comando na forma da Lei Complementar que a
SEÇÃO IV criar.
DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS
CAPÍTULO IV
Art. 61 Os Secretários Municipais, como agentes políticos, se- DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
rão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos no
exercício de seus direitos políticos, tendo como principais atribui- SEÇÃO I
ções. DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e
entidades da administração municipal na área de sua competência SUBSEÇÃO I
e referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito; DOS PRINCÍPIOS GERAIS
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e re-
gulamentos; Art. 66 O Município poderá instituir os seguintes tributos:
III - apresentar ao Prefeito relatório anual de sua gestão na Se- I - impostos;
cretaria; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela

104
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e lados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
divisíveis prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; §2º As vedações do inciso VI, alínea “a”, e do §1º, deste artigo,
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados
§1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, aplicáveis a empreendimentos privados ou em que haja contrapres-
facultado a administração tributária, especialmente para conferir tação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera
efetividade a estes objetivos, identificar, respeitados os direitos in- o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativo ao
dividuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as bem imóvel.
atividades econômicas do contribuinte. §3º As vedações expressas neste artigo, no inciso I, alíneas “b”
§2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de im- e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços
postos. relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
§3º A legislação municipal sobre matéria tributária respeitará mencionadas.
as disposições da Lei Complementar federal: §4º A lei determinará medidas para que os consumidores se-
I - sobre conflito de competência; jam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercado-
II - regulamentação às limitações constitucionais do poder de rias e serviços.
tributar; §5º A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de na-
III - as normas gerais sobre: tureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar
a) Definição de tributos e suas espécies, bem como fatos gera- acompanhada de estimativa do impacto orçamentário financeiro
dores, base de cálculos e contribuintes de impostos; no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes,
b) Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tri- atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias e a pelo me-
butária; nos uma das seguintes condições:
c) Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo pelas a) Demonstração de que a renúncia foi considerada na estima-
sociedades cooperativas. tiva de receita de lei orçamentária, e de que não afetará as metas
§4º O Município poderá instituir contribuição, cobrada de seus de resultados fiscais previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes
servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistema de segu- Orçamentárias;
ridade e assistência social. b) Estar acompanhada de medidas de compensação, no perí-
odo mencionado no caput, por meio do aumento de receita, pro-
SUBSEÇÃO II veniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo,
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR majoração ou criação de tributo ou contribuição.
I - a renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito
Art. 67 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contri- presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração
buinte, é vedado ao Município: de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redu-
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; ção descriminada de tributos ou contribuição.
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se en- II - se o ato de concessão ou ampliação de incentivo ou benefí-
contrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em cio de que trata o caput deste Art. decorrer da condição contida na
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde- Alínea b, deste parágrafo, o benefício só entrará em vigor quando
pendentemente de denominação jurídica dos rendimentos, títulos implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.
ou direitos; III - o disposto neste Artigo não se aplica:
III - cobrar tributos: a) Às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos in-
a) Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da cisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu §1º;
vigência da lei que os houver instituído ou aumentando; b) Ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao
b) No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a dos respectivos custos de cobrança
lei que os instituiu ou aumentou. §6º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributá-
IV - utilizar tributo, com efeito, de confisco; ria a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou con-
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por tribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegura-
meio de tributos intermunicipais, ressalvado a cobrança de pedágio da à imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não
pela utilização de vias conservadas pelo Município; se realize o fato gerador presumido.
VI - instituir impostos sobre:
a) Patrimônio, renda ou serviço da União ou do Estado; SUBSEÇÃO III
b) Templos de qualquer culto; 36 DOS IMPOSTOS DO MUNICÍPIO
c) Patrimônio, rendas ou serviços de partidos políticos, inclusi-
ve suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das Art. 68 Os tributos de competência municipal serão instituídos
instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, no Código Tributário do Município, consoante a outorga da Consti-
atendidos os requisitos da lei; tuição Federal.
d) Livros, jornais e periódicos.
VII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
§1º A vedação do inciso VI, alínea “a”, deste artigo, é extensiva
às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder pú-
blico, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vincu-

105
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

SUBSEÇÃO IV §2º O Anexo conterá, ainda:


DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS REPARTIDAS I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano ante-
rior;
Art. 69 Pertence ao Município, na forma da Constituição Fede- II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e
ral, a proporção do produto de arrecadação de impostos da União e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos,
do Estado, ali consagradas. comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evi-
Art. 70 O Município acompanhará o cálculo das quotas e a libe- denciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da
ração de sua participação nas receitas tributárias a serem repartidas política econômica nacional.
pela União e pelo Estado, na forma da Lei Complementar federal. III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três
exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos
SUBSEÇÃO V com a alienação de ativos;
DA DIVULGAÇÃO DA RECEITA IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
a) dos regimes geral de previdência social e própria dos servi-
Art. 71 O Município divulgara, até o último dia do mês sub- dores públicos;
seqüente ao da arrecadação, o montante de cada um dos tributos b) dos demais fundos públicos e programas municipais de na-
arrecadados e os recursos recebidos, discriminados por distritos. tureza atuarial;
Parágrafo Único - O Poder Executivo publicará, até trinta dias V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia
após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da exe- de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de
cução orçamentária. caráter continuado.
§3º A Lei de Diretrizes Orçamentárias conterá Anexo de Riscos
SEÇÃO II Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros ris-
DAS FINANÇAS PÚBLICAS cos capazes de afetar as contas públicas, informando as providên-
cias a serem tomadas, caso se concretizem. 39
Art. 72 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: Art. 75 O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de for-
I - o plano plurianual; ma compatível com o plano plurianual, com a Lei de Diretrizes Orça-
II - as diretrizes orçamentárias; mentárias e com as normas desta Lei Complementar:
III - os orçamentos anuais. I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da
§1º A proposta do Plano Plurianual será encaminhada, pelo programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes
Prefeito, a Câmara Municipal, até 30 de junho do ano inicial do man- do documento de que trata o §1º do art. 65;
dato e será devolvida para sanção até o encerramento da sessão II - será acompanhado do documento a que se refere o §6º do
legislativa. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 08/2013) art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação
§2º A proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias será enca- a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de
minhada, pelo Prefeito, à Câmara Municipal até o dia 30 de agosto caráter continuado;
de cada exercício. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e
08/2013) montante, definido com base na receita corrente líquida, serão es-
§3º A proposta de Lei Orçamentária Anual será encaminhada tabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, destinadas ao aten-
pelo Prefeito à Câmara Municipal até 30 de outubro do ano ante- dimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais
rior à sua vigência. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº imprevistos.
08/2013) §1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou
Art. 73 A lei que estabelecer o plano plurianual estabelecerá, contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orça-
por distritos, bairros e regiões, as diretrizes, objetivos e metas da mentária anual.
administração pública municipal para as despesas de capital e ou- §2º O refinanciamento da dívida pública constará separada-
tras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração mente na lei orçamentária e nas de crédito adicional.
continuada. §3º A atualização monetária do principal da dívida mobiliária
Art. 74 A Lei de Diretrizes Orçamentárias atenderá o disposto refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços
no §2º do art. 165 da Constituição Federal e disporá sobre: previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, ou em legislação es-
a) Equilíbrio entre receitas e despesas; pecífica.
b) Critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada §4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finali-
nas hipóteses previstas na alínea b, do inciso II, deste artigo, no art. dade imprecisa ou com dotação ilimitada.
9º e no inciso II do §1º, do art. 31, da Lei Complementar nº 101 de §5º A lei orçamentária não consignará dotação para inves-
04.05.2000. timento com duração superior a um exercício financeiro que não
c) Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos re- esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua in-
sultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; clusão, conforme disposto no §1º do art. 167 da Constituição.
d) Demais condições e exigências para transferências de recur- Art. 75-A As emendas propostas pelos vereadores ao projeto
sos a entidades públicas e privadas; de Lei Orçamentária Anual, respeitados os limites e disposições des-
§1º Integrará o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias o te artigo desta Lei Orgânica, serão de execução obrigatória.
Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, §1º As emendas propostas pelos Vereadores ao projeto de Lei
em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, Orçamentária Anual, conforme previsto nesta Lei, serão aprovadas
resultado nominal e primário e montante da dívida pública, para o no limite de 1,2% (um vírgula dois décimos por cento inteiros) da
exercício a que se referirem e para os dois seguintes. receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Po-

106
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

der Executivo, devendo 50% (cinquenta por cento inteiros) desse III - a alegação de insuficiência do valor da programação, salvo
percentual ser destinada a ações e serviços públicos de saúde. se a insuficiência for superior a 30% (trinta por cento inteiros) do
§2º A execução do montante destinado a ações e serviços pú- montante necessário para a execução do Projeto de Lei. (Redação
blicos de saúde previstos no “caput” do §1º, deste artigo, inclusive acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 18/2022)
custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I, do Art. 76 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às dire-
§2º, do Art. 198, da Constituição da República Federativa do Brasil trizes orçamentárias e à proposta do orçamento anual serão apre-
de 1988, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou en- ciados pela Câmara Municipal na forma do Regimento Interno, res-
cargos sociais. peitados os dispositivos deste artigo.
§3º É obrigatória à execução orçamentária e financeira das pro- §1º Caberá à Comissão Permanente de Finanças e Orçamento:
gramações a que se refere o §1º deste artigo, em montante corres- I - examinar e emitir parecer sobre os projetos e propostas refe-
pondente a 1,2% (um vírgula dois décimos por cento inteiros) da ridos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os Prefeito;
critérios para a execução equitativa da programação definidos na II - examinar e emitir parecer sobre planos e programas muni-
lei complementar prevista no §9º, do art. 165 da Constituição da cipais, distritais, de bairros, regionais e setoriais previstos nesta Lei
República. Orgânica e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamen-
§4º Considera-se equitativa a execução das programações de tária, sem prejuízo da atuação das demais comissões da Câmara
caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e impessoal às Municipal.
emendas apresentadas, independentemente da autoria. §2º As emendas só serão apresentadas perante a Comissão,
§5º As programações orçamentárias previstas no §1º deste ar- que sobre elas emitirá parecer escrito.
tigo, não serão de execução obrigatória nos casos de impedimentos §3º As emendas à proposta de orçamento anual ou aos proje-
de ordem técnica, na forma do §6º deste artigo. tos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
§6º No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a Lei de
da despesa que integre a programação, na forma do §3º, deste arti- Diretrizes Orçamentárias;
go, serão adotadas as seguintes despesas: II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os pro-
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da Lei Orça- venientes de anulação de despesa, excluídos os que incidem sobre:
mentária, o Poder Executivo enviará ao Poder Legislativo as justifi- a) Dotações para pessoal e seus encargos;
cativas do impedimento, sob pena de incorrer em crime de respon- b) Serviço da dívida municipal.
sabilidade; III - sejam relacionadas:
II - até 30 (trinta dias) após o término do prazo previsto no in- a) Com a correção de erros ou omissões;
ciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o remaneja- b) Com os dispositivos do texto da proposta ou do projeto de
mento da programação cujo impedimento seja insuperável; lei.
III - até 30 (trinta dias) após o prazo previsto no inciso II, o Po- §4º As emendas ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
der Executivo encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plu-
da programação cujo impedimento seja insuperável; rianual.
IV - se, até 30 (trinta dias) após o término do prazo previsto no §5º O Prefeito Municipal poderá enviar mensagem à Câmara
inciso III, o Poder Legislativo não deliberar sobre o projeto, o re- Municipal para propor modificação nos projetos e propostas a que
manejamento será implementado por ato do Poder Executivo, nos se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão,
termos previstos na Lei Orçamentária. da parte cuja alteração é proposta.
§7º Após o prazo previsto no inciso IV do §6º deste artigo, as §6º Não enviados no prazo previsto na Lei Complementar, a Co-
programações orçamentárias previstas no §3º, não serão de execu- missão elaborará, nos trinta dias seguintes, os projetos e propostas
ção obrigatória nos casos de impedimentos justificados na notifica- de que trata este artigo.
ção prevista no inciso I, do §6º deste artigo. §7º Aplicam-se aos projetos e propostas mencionados neste
§8º Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de artigo, no que não contrariar o disposto nesta subseção, as demais
cumprimento da execução financeira prevista no §3º deste artigo, normas relativas ao processo legislativo.
até o limite de 0,6% (zero vírgula seis décimos por cento inteiros) da §8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou re-
receita corrente líquida realizada no exercício anterior. jeição da proposta de orçamento anual, ficarem sem despesas cor-
§9º Se for verificado que a reestimativa da receita e da des- respondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
pesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica auto-
fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentária, o montante rização legislativa.
previsto no §3º deste artigo, poderá ser reduzido em até a mesma §9º As emendas ao plano plurianual ficam sujeitas à projeção
proporção da limitação incidente sobre o conjunto das despesas da capacidade econômica do Município.
discricionárias. Art. 77 São vedados:
§10 Não constitui causa para impedimento técnico: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
I - alegação de falta de liberação ou disponibilidade orçamen- mentária anual;
tária ou financeira, observado o disposto no inciso IV do §3º, deste II - a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas
artigo; que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
II - o óbice que possa ser sanado mediante procedimentos ou III - a realização de operações de crédito que excedam o mon-
providências de responsabilidade exclusiva do órgão de execução; tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas median-
ou, te créditos suplementares e especiais com as finalidades precisas,
aprovadas pela Câmara Municipal por maioria absoluta;

107
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou des- §2º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste
pesas, ressalvada a destinação de recursos para manutenção e de- artigo, não serão computadas as despesas:
senvolvimento do ensino e a prestação de garantias às operações I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
de crédito por antecipação da receita e para pagamento de débito II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
com a União; III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II, do §6º, do
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia art. 57, da Constituição Federal;
autorização legislativa, por maioria absoluta, e sem indicação dos IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de perío-
recursos correspondentes; do anterior ao da apuração a que se refere o §2º, do art. 18;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de V - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico,
recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um custeadas por recursos provenientes:
órgão para outro, sem prévia autorização legislativa, por maioria a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
absoluta, exigindo-se justificativa, caso a caso; b) da compensação financeira de que trata o §9º do art. 201 da
VII - a concessão ou utilização de crédito ilimitado; Constituição;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, por c) Das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vin-
maioria absoluta, de recursos do orçamento anual para suprir ne- culado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens,
cessidade ou cobrir déficit de empresa, fundações ou fundos do direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.
Município; §3º Observado o disposto no inciso IV do §2º, deste artigo, as
IX - a instituição de fundos e qualquer natureza sem prévia au- despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão in-
torização legislativa, por maioria absoluta; cluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no caput,
X - o pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo ou pen- deste artigo.
sionista, com recursos transferidos voluntariamente por emprésti- §4º É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da
mo da União ou do Estado, inclusive por suas instituições financei- despesa com pessoal e não atenda:
ras. I - as exigências do arts. 16 e 17, da Lei Complementar nº 101,
§1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer- de 04.05.2000, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no §1º do art.
cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano 169 da Constituição Federal;
plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas
contra a administração e responsabilidade fiscal. com pessoal inativo.
§2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no §5º Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte au-
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de mento de despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder.
exercício, caso em que, reabertos os limites de seus saldos, serão §6º A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente. nos artigos 19 e 20, da Lei Complementar nº 101, de 04.05.2000,
§3º A abertura de crédito extraordinário somente será admiti- será realizada ao final de cada quadrimestre.
da para atender as despesas imprevisíveis e urgentes decorrentes §7º Se a despesa total com pessoal exceder a noventa e cin-
de calamidade pública, pelo Prefeito Municipal, por Medida Pro- co por cento do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no
visória. caput deste artigo que houver incorrido no excesso:
Art. 78 Os recursos correspondentes às dotações orçamentá- I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
rias, compreendidos os créditos suplementares e especiais desti- remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença ju-
nados a Câmara Municipal, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de dicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão
cada mês. prevista no inciso X, do art. 37, da Constituição Federal;
Art. 79 A despesa com o pessoal ativo e inativo do Município II - criação de cargo, emprego ou função;
não poderá exceder o limite de sessenta por cento, sendo cinqüen- III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento
ta e quatro por cento para o Poder Executivo e seis por cento para de despesa;
o Poder Legislativo. IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação
§1º Para os efeitos desta Lei Orgânica, entende-se como des- de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de
pesa total com pessoal: o somatório dos gastos do Município com aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação,
os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos ele- saúde e segurança;
tivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros V - contratações de hora extra, salvam no caso do disposto no
de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como venci- inciso II do §6º, do art. 57, da Constituição Federal e as situações
mentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da apo- previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
sentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, §8º Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido
horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como no caput deste artigo, ultrapassar os limites definidos no mesmo
encargos sociais e contribuições recolhidas pelo Município às enti- Artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, da Lei Com-
dades de previdência. plementar nº 101, de 04.05.2000, o percentual excedente terá de
I - Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos
que se referem à substituição de servidores e empregados públicos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências
serão contabilizados como Outras Despesas de Pessoal. previstas nos §§3º e 4º, do art. 169, da Constituição Federal.
II - A despesa total com pessoal será apurada somando-se a I - No caso do inciso I, do §3º, do art. 169, da Constituição Fede-
realizada no mês em referência com as dos onze meses imediata- ral, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e
mente anteriores, adotando-se o regime de competência. funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos.

108
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

II - É facultada a redução temporária da jornada de trabalho de criar ou manter.


com adequação dos vencimentos à nova carga horária. §3º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da autarquia, da em-
III - Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquan- presa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiá-
to perdurar o excesso, o Município não poderá: rias que explorem atividade econômica de produção ou comerciali-
a) Receber transferências voluntárias; zação de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
b) Obter garantia, direta ou indireta, de outro Ente Federativo; I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
c) Contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao sociedade;
refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
despesas com pessoal. inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, traba-
IV - As restrições do inciso III, aplicam-se imediatamente se a lhistas e tributárias;
despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimes- III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e aliena-
tre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão refe- ções, observados os princípios da administração pública;
ridos no art. 20, da Lei Complementar nº 101, de 04.05.2000. IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de admi-
§9º Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
de custeio total, nos termos do §5º do art. 195 da Constituição Fe- dade dos administradores;
deral, atendidas ainda as exigências do art.17 da Lei Complementar VI - proibição de privilégios fiscais não extensivos ao setor pri-
nº 101, de 04.05.2000. vado;
I - É dispensada da compensação, o aumento de despesa de- VII - subordinação a uma Secretaria Municipal;
corrente de: VIII - adequação da atividade ao Plano Diretor, ao plano pluria-
a) concessão de benefício a quem satisfaça as condições de ha- nual e às diretrizes orçamentárias;
bilitação prevista na legislação pertinente; IX - orçamento anual sancionado pelo Prefeito.
b) expansão quantitativa do atendimento e dos serviços pres- Art. 81 A prestação de serviços públicos, pelo Município, dire-
tados; tamente ou sob regime de concessão ou permissão será regulada
c) Reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de pre- em Lei Complementar, que assegurará:
servar o seu valor real. I - a exigência de licitação, em todos os casos;
II - O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de II - definição do caráter especial nos contratos de concessão e
saúde, previdência e assistência social, inclusive os destinados aos permissão, casos de prorrogação, condições de caducidade, forma
servidores públicos ativos e inativos, e aos pensionistas. de fiscalização e rescisão;
III - os direitos dos usuários;
CAPÍTULO V IV - a política tarifária;
DA ORDEM ECONÔMICA V - a obrigação de manter serviço adequado.
§1º O Município poderá valer-se de contratos de gestão com
SEÇÃO I organizações sociais para atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preserva-
ção do meio ambiente, à cultura e à saúde.
Art. 80 O Município, na sua circunscrição territorial e dentro §2º Os serviços públicos de cemitérios serão regulados em lei
de sua competência constitucional, assegura a todos, dentro dos especial.
princípios da ordem econômica, fundada na valorização do trabalho Art. 82 O Município promoverá e incentivará o turismo como
humano e na livre iniciativa, existência digna, observados os seguin- fator de desenvolvimento social e econômico.
tes princípios:
I - autonomia municipal; SEÇÃO II
II - propriedade privada; DA POLÍTICA URBANA
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência; Art. 83 A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
V - defesa do consumidor; Poder Público Municipal, conforme diretrizes fixadas em Leis, tem
VI - defesa do meio ambiente; por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções da cida-
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; de e seus bairros, dos distritos e dos aglomerados urbanos e garan-
VIII - busca do pleno emprego; tir o bem-estar de seus habitantes.
IX - tratamento favorecido para as cooperativas e empresas §1º O Plano Diretor aprovado pela Câmara Municipal, é o ins-
brasileiras de pequeno porte e microempresas constituídas sob as trumento básico da política de desenvolvimento, de expansão urba-
leis brasileiras, e que tenham sua sede e administração no país. na e de adequação da zona rural.
§1º É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade §2º A propriedade cumpre a sua função social quando atende
econômica, independentemente de autorização dos órgãos públi- as exigências fundamentais de ordenação urbana e de adequação
cos municipais, salvo nos casos previstos em lei. da zona rural, expressas no Plano Diretor.
§2º A criação de autarquia e a exploração direta da atividade §3º Os imóveis urbanos desapropriados pelo Município serão
econômica pelo Município, só será permitida em caso de relevante pagos com prévia e justa indenização em dinheiro, salvo nos casos
interesse coletivo, na forma da Lei Complementar específica que, do inciso III, do §4º, deste artigo.
dentre outras, especificará sua área de atuação e as exigências para §4º O proprietário do solo urbano incluído no Plano Diretor,
as empresas públicas e sociedades de economia mista ou entidade com área não edificada, subtilizada ou não utilizada, nos termos

109
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

da lei federal, deverá promover seu adequado aproveitamento sob deral e municipal pertinentes, sempre através de licitação pública.
pena, sucessivamente, de: Art. 91 O Poder Público Municipal só permitirá a entrada em
I - parcelamento ou edificação compulsória; circulação de novos ônibus no transporte coletivo municipal se es-
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana tes estiverem adaptados para o livre acesso e circulação das pesso-
progressivo no tempo. as portadoras de deficiências físicas e motoras.
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida Art. 92 O transporte coletivo entre os Municípios limítrofes po-
pública, de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, derá ser gerido por meio de entidade criada através de consórcio,
com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e com participação do órgão estadual competente.
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Art. 93 Além do transporte coletivo de passageiros por ônibus,
§5º As áreas ociosas dos parques industriais terão de ser arbo- se permitirá os de modalidade seletiva, os especiais, por meio de
rizadas, sob pena de aplicação do imposto territorial progressivo. lotação, na forma de lei própria.
Parágrafo Único - O Município fará a integração das linhas dos
SEÇÃO III ônibus intermunicipais às linhas urbanas, em estação rodoviárias e
DA POLÍTICA RURAL estabelecerá o itinerário urbano dessas linhas e das que utilizarem
as estradas vicinais.
Art. 84 A política de desenvolvimento rural integrará o Plano
Diretor que fixará as diretrizes para as atividades agrícolas, pasto- CAPÍTULO VII
ril, extrativa, agro-industrial e de preservação ambiental, e disporá DOS RECURSOS HÍDRICOS
sobre educação, saúde, assistência social, transporte, e assistência
técnica à população do campo. Art. 94 O Município participará do sistema integrado de ge-
§1º Será estabelecido um plano de uso da água para fins de renciamento de recursos hídricos do Estado, isoladamente ou em
irrigação agrícola e da atividade industrial. consórcio com outros Municípios da mesma bacia da região hidro-
§2º A atividade agro-industrial terá política participativa da ini- gráfica, assegurando meios financeiros e institucionais.
ciativa privada, impondo ao Município priorizar as ações desenvol- Art. 95 Caberá ao Município, no campo dos recursos hídricos:
vimentistas desse setor. I - instituir processo permanente de regularização do uso de
Art. 85 A atuação do Município na zona rural terá como princi- águas destinadas ao abastecimento público e industrial e à irriga-
pais objetivos. ção, assim como de combate às inundações e à erosão, urbana e
I - oferecer meios para assegurar ao pequeno produtor e traba- rural, e de conservação do solo e da água;
lhador rural condições de trabalho e de mercado para os produtos, II - estabelecer medidas para prestação e conservação das
a rentabilidade dos empreendimentos e a melhoria do padrão de águas, superficiais e subterrâneas, para sua utilização racional es-
vida da família rural; pecialmente daquelas destinadas ao abastecimento público;
II - garantir o escoamento da produção, sobretudo o abasteci- III - celebrar convênio com o Estado para a gestão das águas de
mento alimentar; interesse exclusivamente local;
III - garantir a utilização racional dos recursos naturais. IV - proceder no zoneamento das áreas sujeitas a risco de inun-
Art. 86 Como principais instrumentos para o fomento da pro- dações, erosão e deslizamento do solo, estabelecendo restrições e
dução na zona rural, o Município utilizará a assistência técnica, a proibições ao uso, parcelamento e à edificação nos locais impró-
extensão rural, o armazenamento, o transporte, o associativismo e prios ou críticos, de forma a preservar a segurança e a saúde pú-
a divulgação das oportunidades de crédito e de incentivos fiscais. blica;
Art. 87 O Município poderá consorciar-se com outras munici- V - ouvir a Defesa Civil a respeito da existência, em seu territó-
palidades visando o desenvolvimento de atividades econômicas de rio, de habitações em área de risco, sujeitas a desmoronamentos,
interesse comum, bem como integrar-se em programas de desen- contaminações ou explosões, providenciando a remoção, compul-
volvimento regional a cargo de outras esferas de Governo. sória se for o caso, dos seus ocupantes;
VI - implantar sistemas de alerta e Defesa Civil para garantir a
CAPÍTULO VI saúde e segurança pública, quando de eventos hidrológicos inde-
DOS TRANSPORTES sejáveis;
VII - proibir o lançamento de efluentes e esgotos urbanos e in-
Art. 88 O transporte é um direito fundamental do cidadão, sen- dustriais em qualquer curso d`água, sem o devido tratamento, pro-
do de responsabilidade do Poder Público Municipal o planejamen- videnciando, isoladamente ou em conjunto com o Estado ou outros
to, o gerenciamento e a operação dos vários meios de transporte. Municípios da bacia da região hidrográfica, as medidas cabíveis;
Art. 89 Fica assegurada a participação organizada da comuni- VIII - complementar, no que lhe couber e de acordo com as
dade no planejamento e operação dos transportes, bem como no peculiaridades municipais, as normas federais e estaduais sobre
acesso a informações sobre o seu sistema de transporte. produção, armazenamento, utilização e transporte de substâncias
Art. 90 É dever do Poder Público fornecer um transporte com tóxicas, perigosas ou poluidoras, e fiscalizar a sua aplicação;
tarifa condizente com o poder aquisitivo da população, bem como IX - provar a adequada disposição de resíduos sólidos, de modo
assegurar a qualidade dos serviços. a evitar o comprometimento dos recursos hídricos, em termos de
§1º O Executivo Municipal definirá, segundo o critério do Plano quantidade e qualidade;
Diretor, o percurso, a freqüência, e a tarifa do transporte coletivo X - disciplinar a movimentação de terra e retirada de cobertura
local. vegetal, para prevenir a erosão do solo, o assoreamento e a polui-
§2º A operação e execução do sistema serão feitas de forma ção dos córregos e água;
direta, ou por concessão ou por permissão, nos termos das leis fe- XI - confirmar os atos de outorga de direitos que possam influir

110
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

na qualidade ou quantidade das águas superficiais e subterrâneas, dos, com as seguintes diretrizes:
em especial a extração de areia, à aprovação prévia dos organismos I - gerenciamento do Município;
de controle ambiental e de gestão de recursos hídricos, fiscalizando II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
e controlando as atividades decorrentes; preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
XII - exigir, quando da aprovação dos loteamentos, completa III - participação da comunidade, através do Conselho Munici-
infra-estrutura urbana, correta drenagem das águas pluviais, pro- pal de Saúde.
teção do solo superficial e reserva das águas destinadas ao escoa- §1º O Município financiará, de sua parte, o Sistema Único de
mento de águas pluviais e às canalizações de esgotos públicos, em Saúde, com quinze por cento do produto da arrecadação dos im-
especial nos fundos de vale; postos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os
XIII - zelar pela manutenção da capacidade de infiltração do Arts 158 e 159 incisos I, alíneas b e §3º, da Constituição Federal.
solo, principalmente nas áreas de recarga de aqüíferas subterrâ- §2º A assistência à saúde é livre à iniciativa privada;
neas, protegendo-as por leis específicas, em consonância com as §3º As instituições privadas poderão participar, de forma com-
normas federais e estaduais de preservação dos seus depósitos na- plementar, do Sistema Único de Saúde, seguindo as diretrizes deste
turais; e mediante contrato de direito público, ou sem fins lucrativos;
XIV - capacitar sua estrutura técnica-administrativa para o co- §4º É vedada ao Município a destinação de recursos públicos
nhecimento do meio físico do território municipal, do seu potencial para auxílios e subvenções a instituições privadas com fins lucrati-
e vulnerabilidade, para elaboração de normas da política das ações vos do percentual de 15% previsto na CF.
sobre uso e ocupação do solo, zoneamento, edificações e transpor- Art. 98 Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras
te; atribuições nos termos da lei:
XV - compatibilizar as licenças municipais de parcelamento do I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias
solo de edificações e de funcionamento de estabelecimentos co- de interesse para a saúde e participar da produção de medicamen-
merciais e industriais com as exigências quantitativas e qualitativas tos, equipamentos imunobiológicos, hemoderivados e outros insu-
dos recursos hídricos existentes; mos;
XVI - adotar, sempre que possíveis soluções não estruturais II - executar as ações de vigilância sanitária epidemiológica,
quando em execução de obras, de canalização e drenagem d`água; bem como as de saúde do trabalhador;
XVII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
de pesquisa e exploração dos recursos hídricos e minerais no terri- IV - participar da formulação da política e da fiscalização das
tório municipal; 49 ações de saneamento básico;
XVIII - aplicar, prioritariamente, o produto da participação no V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
resultado da exploração hidroenergética e hídrica em seu território, científico e tecnológico;
ou na compensação financeira, nas ações de proteção e conserva- VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle
ção das águas, na prevenção contra seus efeitos adversos e no tra- de seu teor nutricional, bem como bebidas e água para consumo
tamento das águas residuais; humano;
XIX - manter a população informada sobre os benefícios do uso VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans-
racional da água, da proteção contra sua poluição e da desobstru- porte, guarda e utilização de substâncias e princípios psicoativos,
ção dos cursos d`água. tóxicos e radioativos;
Parágrafo Único - Sem prejuízo das normas penais e ambientais VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreen-
aplicáveis, lei municipal estabelecerá sanções aos agentes públicos dido o do trabalho.
e aos particulares que, por ação ou omissão, deixarem de observar
as medidas destinadas ao atendimento das disposições dos incisos SEÇÃO III
IV e V, deste artigo. DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

CAPÍTULO VIII Art. 99 O Município executará, em sua circunscrição territorial,


DA ORDEM SOCIAL com recursos da seguridade social, consoante normas gerais fede-
rais, os programas de ação governamental de assistência social.
SEÇÃO I §1º As entidades beneficentes e de assistência social sediada
DISPOSIÇÕES GERAIS no Município poderão integrar os programas referidos no caput
deste Artigo.
Art. 96 A ordem social tem por base o primado do trabalho e, §2º A comunidade, por meio de suas organizações represen-
como objetivo, o bem-estar e a justiça social. tativas, participará da formulação das políticas e do controle das
Parágrafo Único - O Município assegurará, em seus orçamentos ações, em todos os níveis, através do Conselho Municipal de Assis-
anuais, a sua parcela de contribuição para financiar a seguridade tência Social.
social. Art. 100 As ações do Município, por meio de programas e pro-
jetos na área de promoção social, serão organizadas, elaboradas,
SEÇÃO II executadas e acompanhadas com base nos seguintes princípios:
DA SAÚDE I - participação da comunidade;
II - descentralização administrativa, respeitada a legislação Es-
Art. 97 O Município integra, com a União e o Estado, com os re- tadual e Federal;
cursos da seguridade social, o Sistema Único de Saúde cujas ações e III - integração das ações dos órgãos e entidades compatibili-
serviços públicos em sua circunscrição territorial, são por ele dirigi- zando programas e serviços, e evitando a duplicidade de atendi-

111
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

mento; de ensino municipal, mediante convênio.


IV - combate à causa dos problemas e seus efeitos. §5º Na organização de seu sistema de ensino o Município defi-
Art. 101 Compete ao Município, na área de promoção social: nirá com o Estado as formas de colaboração, de modo a assegurar a
I - formular políticas municipais de promoção social em articu- universalização do ensino obrigatório.
lação com a política estadual e federal; Art. 105 Os currículos escolares serão adequados às peculiari-
II - planejar, coordenar, executar, controlar, fiscalizar e avaliar a dades do Município e valorização de sua cultura e de seu patrimô-
prestação de serviços assistenciais a nível municipal, em articulação nio histórico, cultural e ambiental.
com as demais esferas de governo. §1º O ensino Religioso do Município deverá ser orientado por
III - O município através da Secretaria de Promoção Social e uma comissão formada de Pastores e Padres das igrejas de confis-
Conselho Municipal de Assistência Social promoverá o credencia- sionalidade cristã em conjunto com a Secretaria Municipal de Edu-
mento das entidades assistenciais, bem como cadastro único de cação e Cultura.
seus usuários, integrados com a Secretária Municipal de Saúde. §2º O ensino religioso será de natureza interconfissional cristã,
Art. 102 O Poder Público Municipal fará constar, anualmente, fundamentado na Bíblia e obrigatório em todas as escolas públicas
em seu orçamento, as verbas destinadas a auxílios e subvenções e particulares.
das entidades de promoção e assistência social, cadastradas e de- §3º As aulas de ensino Religioso deverão ser ministradas por
claradas de utilidade pública, sem fins lucrativos. pessoas devidamente qualificadas.
Parágrafo Único - As verbas serão concedidas por Lei e distribuí- §4º Considerando a natureza particular da matéria acima ci-
das pelo órgão competente, adotando-se critério técnico-científico. tada, os professores deverão gozar de idoneidade moral dentro da
Art. 103 É vedada a distribuição de recursos públicos na área de comunidade.
promoção social e assistência social, diretamente ou por indicação Art. 106 A Lei assegurará a valorização dos profissionais do En-
e sugestão ao órgão competente, por ocupantes de cargos eletivos. sino Municipal mediante:
I - aprovação do Plano de Carreira do Magistério Municipal;
SEÇÃO IV II - fixação de piso salarial considerando-se a titulação dos pro-
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO E DO LAZER. fissionais e a hierarquia dos níveis;
III - aprovação em concurso público de provas e títulos para
SUBSEÇÃO I ingresso no Magistério Municipal;
DA EDUCAÇÃO IV - a lei estabelecerá percentual nunca inferior a vinte por cen-
to de gratificação sobre os vencimentos a quem exercer a função de
Art. 104 A educação, direito de todos e dever do Poder Público Diretor em Escola Municipal.
e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da so-
ciedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo SUBSEÇÃO II
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. DA CULTURA
§1º O ensino será ministrado com base nos seguintes princí-
pios: Art. 107 O Município apoiará e incentivará a valorização e a di-
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es- fusão das manifestações culturais, prioritariamente, as diretamente
cola; ligadas à história e à cultura municipal da cidade, à sua comunidade
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pen- e aos seus bens.
samento, a arte e o saber; Art. 108 Ficam sob a proteção do Município os conjuntos e sí-
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexis- tios de valor histórico, arquitetônico, paisagístico, artístico, arqueo-
tência de instituições públicas e privadas de ensino; lógico, paleontológico, ecológico e científico tombados pelo Poder
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; Público Municipal.
V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na for- Parágrafo Único - Os bens tombados pela União ou pelo Estado
ma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso merecerão idêntico tratamento, mediante convênio.
salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público Art. 109 O Município promoverá o levantamento e a divulgação
de provas e títulos; das manifestações culturais da memória municipal e realizará con-
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; cursos, exposições e publicações para sua divulgação.
VII - garantia de padrão de qualidade. Art. 110 O acesso à consulta dos arquivos e da documentação
VIII - participação da comunidade, através do Conselho Muni- oficial do Município é livre.
cipal de Educação.
§2º O Município manterá seu sistema de ensino em colabora- SUBSEÇÃO III
ção com a União e o Estado, atuando, prioritariamente, no ensino DO DESPORTO E DO LAZER
fundamental e na educação infantil.
§3º Os recursos para a manutenção e desenvolvimento do en- Art. 111 O Município fomentará as práticas desportivas formais
sino compreenderão: e não formais, dando prioridade aos esportes olímpicos, aos alunos
I - vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de de sua rede de ensino e à promoção desportiva dos clubes locais.
impostos, compreendida a proveniente de transferências; Parágrafo Único - Os alunos da rede municipal de ensino e os
II - as transferências específicas da União e do Estado. sócios dos clubes esportivos locais terão assegurado programas es-
§4º Os recursos referidos no §3º, deste Artigo, poderão ser di- pecíficos de prática desportiva.
rigidos, também, às escolas comunitárias, confessionais ou filantró- Art. 112 A Municipalidade criará o setor de esportes do Municí-
picas, na forma da lei, desde que atendidas as prioridades da rede pio, que se subordinará a Secretaria de Educação e Cultura.

112
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

SUBSEÇÃO IV VIII - É vedada a prática de queimadas e a incineração de lixos


DO LAZER e/ou dejetos, nos lotes e terrenos urbanos no Município de Prima-
vera do Leste. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
Art. 113 O Município proporcionará meios de recreação sadia e 05/2009)
construtiva à comunidade, mediante: §2º Os cursos d`água e sua mata ciliar, bem como os bosques
I - reserva de espaços verdes ou livres, em forma de parques, e as florestas, ficam sob a proteção do Município que poderá tom-
bosques, jardins, e assemelhados como base física da recreação hu- bá-los, e sua utilização dar-se-á sob a forma da lei, dentro das con-
mana; dições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
II - construção e equipamento de parques infantis, centros de quanto ao uso dos recursos naturais.
juventude e edifícios de convivência comunal; §3º Aquele que explorar recursos minerais, inclusive extração
III - aproveitamento e adaptação de rios, lagos, represas, gru- de areia, cascalho ou pedreiras, fica obrigado a recuperar o meio
tas, matas, e outros recursos naturais como locais de passeio e dis- ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
tração; órgão público competente, na forma da lei.
IV - criação de centros esportivos populares em particular nos §4º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio am-
bairros de residências populares e conjuntos habitacionais. biente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às san-
Art. 114 Os serviços municipais de esportes e recreação articu- ções administrativas e penais, independentemente da obrigação de
lar-se-ão entre si e com as atividades culturais do município. reparar os danos causados. 55
Art. 115 A Lei Complementar criará e definirá as atribuições do
Conselho Municipal de Esportes. SUBSEÇÃO V
Art. 116 Cabe ao Poder Público Municipal providenciar a cons- DA FAMÍLIA, DOS DEFICIENTES, DA CRIANÇA E DO IDOSO.
trução e adaptação de locais e dos equipamentos para práticas es-
portivas e de lazer das pessoas deficientes. Art. 119 Lei disporá sobre a exigência e adaptação dos logra-
Art. 117 Serão organizadas escolinhas desportivas nas praças douros, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte
de esportes e campos de futebol, com o objetivo de desenvolver as coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras
diversas modalidades do esporte amador e do atletismo. de deficiência física ou sensorial e sobre a reserva de percentual
mínimo e condições de admissibilidade, às mesmas pessoas, para
SEÇÃO V cargos e empregos públicos.
DO MEIO AMBIENTE Art. 120 Serão proporcionadas pelo Município assistências es-
peciais à maternidade, à infância e à adolescência, aos idosos e às
Art. 118 Todos têm direitos a um meio ambiente ecologica- pessoas portadoras de deficiência, podendo para esses fins firmar
mente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia convênios, inclusive com entidades assistenciais.
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à comunidade o Parágrafo Único - Para a execução do previsto neste artigo, se-
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras ge- rão adotadas, entre outras, as seguintes medidas:
rações. I - amparo às famílias numerosas e sem recursos;
§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Mu- II - estímulo aos pais e às organizações sociais, para formação
nicípio: moral, cívica, física e intelectual da juventude;
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e III - colaboração com a União, o Estado e outros Municípios vi-
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; zinhos, para a solução do problema dos menores desamparados,
II - definir, em Lei Complementar, os espaços territoriais do Mu- desajustados e infratores, através de processos adequados de per-
nicípio e seus componentes a serem especialmente protegidos, e a manente recuperação.
forma de permissão para alteração e supressão, vedada qualquer Art. 121 Compete ao Poder Público Municipal proporcionar:
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifi- I - ao menor, ao idoso e às pessoas portadoras de deficiências,
quem sua proteção; o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, ao
III - exigir, na forma da lei, para instalação de obra, atividade esporte, à profissionalização e à cultura;
ou parcelamento de solo potencialmente causador de significativa II - a integração social das pessoas portadoras de deficiências,
degradação do meio ambiente, estudos práticos de impacto am- mediante treinamento para o trabalho e facilidade do acesso aos
biental, a que se dará publicidade, garantidas audiências públicas; serviços coletivos;
IV - controlar a produção, a comercialização e o emprego de III - a integração da pessoa portadora de deficiência e da idosa
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a à sociedade, através de condições de vida apropriada e participação
qualidade de vida e o meio ambiente; nos programas culturais, educacionais, esportivos e de lazer;
V - promover a educação ambiental em sua rede de ensino e IV - a criação de centros profissionalizantes para treinamentos,
a conscientização da comunidade para a preservação do meio am- habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiências;
biente; V - aos portadores de deficiências o acesso adequado aos lo-
VI - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prá- gradouros, edifícios públicos e aos transportes coletivos;
ticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a VI - a adaptação de passeios e sanitários públicos para o livre
extinção de espécies ou submetam animais à crueldade. acesso de pessoas portadoras de deficiência.
VII - É vedada no perímetro urbano a queima de madeiras/le- Art. 122 As pessoas carentes portadoras de deficiência serão
nhas e assemelhados que exceda a 1m³ (um) metro cúbico em área socorridas pelo Poder Público Municipal, na aquisição de órteses
aberta de propriedade pública ou privada. (Redação acrescida pela e próteses.
Emenda à Lei Orgânica nº 05/2009) Art. 123 O Município garantirá à criança carente portadora

113
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

de deficiência visual, acesso ao material escolar afim, bem como específica, observada a iniciativa privativa, em cada caso, assegura-
providenciará leituras e imprensa através do sistema “Braille” nas da revisão geral anual, sempre na mesma data;
Bibliotecas Públicas. XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, em-
pregos e funções públicas na administração direta, indireta, autár-
SUBSEÇÃO V quica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes do Mu-
DOS CONSELHOS nicípio, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
Art. 124 Os Conselhos Municipais são órgãos governamentais, percebidos cumulativamente ou não, não incluídas as vantagens
que têm por finalidade auxiliar a administração municipal na orien- pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o
tação, planejamento e interpretação de matérias de sua competên- subsídio mensal, em espécie, do Prefeito Municipal;
cia. XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não pode-
Art. 125 A Lei especificará as atribuições de cada Conselho, sua rão ser superiores aos pagos pelo Valor Executivo;
organização, paridade na composição, funcionamento, forma de XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espé-
nomeação de titular e suplente e tempo de duração do mandato. cies remuneratórias, para o efeito de remuneração do pessoal do
Art. 126 Os Conselhos Municipais são compostos por um nú- serviço público municipal;
mero ímpar de membros, observado, quando for o caso, a repre- XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
sentatividade da Administração das Entidades Públicas, classistas e co municipal não serão computados nem acumulados para fins de
da Sociedade Civil. concessão de acréscimos ulteriores;
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
CAPÍTULO IX empregos públicos municipais são irredutíveis, ressalvado o dispos-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA to nos incisos XI e XIII deste artigo e no §4º do artigo 102;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
SEÇÃO I exceto quando houver compatibilidade de horários, observado em
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
Art. 127 A administração pública municipal, direta, indireta b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
ou fundacional de ambos os Poderes obedecerá aos princípios da c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e saúde, com profissões regulamentadas.
também ao seguinte: XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos ções e abrange autarquias e fundações mantidas pelo Poder Público
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, bem Municipal, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
como aos estrangeiros, na forma da lei; subsidiárias e sociedades controladas direta e indiretamente pelo
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de Poder Público Municipal;
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e XVIII - nenhum servidor será designado para funções não cons-
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em- tantes das atribuídas do cargo que ocupa, a não ser em substituição
prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car- e, se acumulada, com gratificação de lei;
go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; XIX - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão,
III - o prazo de validade do concurso público será de dois anos, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência so-
prorrogável uma vez por igual período; bre os demais setores administrativos, na forma da lei;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con- XX - somente por lei específica poderão ser criadas autarquias
vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de ou fundações publicas e autorizada à instituição de empresa pública
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos con- e sociedade de economia mista, cabendo a Lei Complementar defi-
cursados para assumir cargo ou emprego na carreira; nir as áreas de atuação;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser- XXI - ressalvados os cargos determinados na legislação federal
vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se- específica, as obras, serviços, compras e alienações serão contrata-
rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e das mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
percentuais mínimos previsto em lei, destinam-se apenas às atri- de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabele-
buições de direção, chefia e assessoramento; çam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
VI - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos proposta, nos termos da lei, a qual somente permitirá as exigências
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de qualificação técnica e econômica indispensável à garantia do
para sua admissão; cumprimento das obrigações.
VII - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- XXII - além dos requisitos mencionados no inciso anterior, o ór-
terminado para atender à necessidade temporária de excepcional gão licitante deverá nos processos licitatórios através dos editais de
interesse público; certame em quaisquer modalidades, estabelecer, os preços máxi-
VIII - é garantido ao servidor público municipal o direito à livre mos das obras, serviços, compras e alienações a serem contratados,
associação sindical; sob pena de nulidade do certame; (Redação acrescida pela Emenda
IX - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites à Lei Orgânica nº 02/2008)
definidos em lei específica; XXIII - É obrigatória a publicação e disponibilização dos editais
X - a remuneração dos servidores públicos e os subsídios dos de licitação de quaisquer modalidades nos sites (home-page) dos
agentes políticos somente poderão ser fixados ou alterados por lei Poderes do Município, sem prejuízo da publicação no Diário Oficial

114
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

do Município, sob pena de nulidade. (Redação acrescida pela Emen- 01/2008)


da à Lei Orgânica nº 02/2008) IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
§1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
panhas dos órgãos públicos municipais deveram ter caráter educa- os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
tivo, informativo ou de orientação social, dela não poderão constar V - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de mandato eletivo, o tempo de serviço será contado para todos os
de autoridade ou servidores públicos. efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; (Redação
§2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 01/2008)
na nulidade do ato e na punição da autoridade responsável, nos VI - para efeito de benefício previdenciário, nos casos de afas-
termos da lei. tamento, os valores serão determinados como se no exercício esti-
§3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na vesse. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 01/2008)
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos SEÇÃO II
em geral, asseguradas a manutenção dos serviços de atendimento DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS
ao usuário e as avaliações periódicas, externas e internas, da quali-
dade dos serviços; Art. 129 O Município instituirá conselho de política de adminis-
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- tração e remuneração de pessoal, integrado por servidores desig-
mações sobre atos de governo, observado o disposto no artigo 5º, nados pelos respectivos Poderes.
incisos X e XXXIII, da Constituição Federal; §1º A fixação dos padrões de vencimentos e dos demais com-
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ponentes do sistema remuneratório obedecerá:
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
§4º Os atos de improbidade administrativa importarão na sus- cargos componentes de cada carreira;
pensão dos direitos políticos, na perda da função pública, na in- II - os requisitos para a investidura;
disponibilidade dos bens e no ressarcimento ao erário, na forma e III - as peculiaridades do cargo.
gradação previstas na legislação federal, sem prejuízo da ação penal §2º O Município manterá escola de administração para a for-
cabível. mação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-
§5º O Município e as pessoas jurídicas de direito privado, pres- -se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na
tadoras de serviços públicos municipais, por concessão, permissão carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contra-
ou autorização, responderão pelos danos que seus agentes, nesta tos com outros Entes Federados.
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso §3º Aplicam-se aos servidores ocupantes de cargo público as
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. disposições seguintes, podendo a lei estabelecer requisitos diferen-
§6º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante ciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir:
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possi- I - piso de vencimento, fixado em lei, capaz de atender às suas
bilite o acesso a informações privilegiadas. necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimen-
§7º As autonomias gerenciais, orçamentárias e financeiras dos tação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e pre-
órgãos e entidades da administração, direta e indireta, poderá ser vidência social, com reajustes peródicos que lhe preservem o poder
ampliada mediante contrato a ser firmado entre seus administrado- aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
res e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de II - garantia de vencimento, nunca inferior ao piso, para os que
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo a lei dispor sobre: percebem remuneração variável;
I - o prazo de duração do contrato; III - décimo-terceiro vencimento com base na remuneração in-
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi- tegral, ou no valor da aposentadoria;
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; IV - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
III - a remuneração do pessoal. V - salário família;
§8º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às VI - duração do trabalho normal não superior a oito horas di-
sociedades de economia mista e suas subsidiárias que receberem árias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
recursos do Município para pagamento de despesas de pessoal e horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção
de custeio em geral. coletiva de trabalho;
Art. 128 Ao servidor público municipal da administração direta, VII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
autárquica ou fundacional, no exercício de mandato eletivo, apli- mingos;
cam-se as seguintes disposições: VIII - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni-
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou munici- mo, em cinqüenta por cento à do normal;
pal ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; (Redação dada IX - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
pela Emenda à Lei Orgânica nº 01/2008) terço a mais do que o vencimento normal;
II - investido no mandato de Prefeito será afastado do cargo, X - licença à gestante, sem prejuízo do cargo e do vencimen-
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune- to, com duração de 180 (cento e oitenta) dias; (Redação dada pela
ração; Emenda à Lei Orgânica nº 15/2019)
III - Investido no mandato de Vereador será afastado do cargo, XI - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
emprego ou função, salvo se houver compatibilidade de horários, XII - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in-
sendo-lhe facultado optar por sua remuneração ou pelo subsídio centivos específicos, nos termos da lei;
de seu cargo eletivo; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº XIII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de nor-

115
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

mas de saúde, higiene e segurança; §5º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
XIV - proibição de diferença de vencimentos, de exercício de acumuláveis na forma desta Lei Orgânica, é vedada a percepção de
funções e de critério de admissão por motivos de sexo, idade, cor mais de uma aposentadoria à conta do regime previdenciário do
ou estado civil. Município.
§4º Os detentores de mandato eletivo e os Secretários Muni- §6º Lei disporá sobre a concessão do benefício da pensão por
cipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em morte, que será igual ao valor dos proventos do servidor falecido
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicio- ou ao valor dos proventos a que teria o servidor em atividade na
nal, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remu- data de seu falecimento, observado o disposto no §2º, deste Artigo.
neratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no artigo 127, §7º Observado o disposto no Art. 101, §5º desta Lei Orgâni-
incisos X e XI. ca, os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na
§5º Lei Municipal poderá estabelecer a relação entre a maior mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a
e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em remuneração dos servidores em atividade, sendo também esten-
qualquer caso, o disposto no Artigo 127, inciso XI. didos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou
§6º Os Poderes Executivo e Legislativo publicarão anualmente vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade,
os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação
públicos. do cargo ou função em que se deu a aposentadoria, ou que serviu
§7º Lei Municipal disciplinará a aplicação de recursos orçamen- de referência para a concessão da pensão, na forma da lei.
tários provenientes da economia com despesas correntes em cada §8º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal
órgão, autarquia ou fundação, para aplicação no desenvolvimento será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desen- correspondente para efeito de disponibilidade.
volvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do §9º A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de de tempo de contribuição fictício.
produtividade. §10 Aplica-se o limite fixado no Art. 102, §5º, desta Lei Orgâ-
§8º A remuneração dos servidores públicos organizados em nica à soma dos proventos de inatividade, inclusive quando decor-
carreira poderá ser fixada nos termos do §4º, deste Artigo. rentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como
Art. 130 O servidor será aposentado: de outras atividades sujeitas à contribuição para o regime geral de
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio- previdência social, e ao montante resultante da adição de proven-
nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente tos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou desta Lei Orgânica, cargo em comissão declarado em lei de livre no-
incurável, especificadas em lei; meação e exoneração e cargo eletivo.
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven- §11 Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
tos proporcionais ao tempo de contribuição; dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de couber, o requisito e critério fixado para o regime geral de previ-
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco no cargo dência social.
efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes §12 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comis-
condições: são declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem como
a) aos sessenta anos de idade e trinta e cinco anos de serviço, de outro cargo temporário ou de emprego público, aplicase o regi-
se homem, e aos cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de con- me geral de previdência social.
tribuição, se mulher; §13 As aposentadorias e pensões dos servidores públicos mu-
b) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessen- nicipais serão custeadas com recursos da autarquia competente e
ta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo das contribuições dos servidores, na forma da lei.
de contribuição. Art. 131 São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
§1º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respecti- concurso público.
vo servidor no cargo efetivo em que se seu a aposentadoria, ou que §1º O servidor público estável só perderá o cargo:
serviu de referência para a concessão de sua pensão. I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
§2º Os proventos de aposentadoria, por ocasião de sua con- II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
cessão, serão calculados com base na remuneração do servidor no rada ampla defesa;
cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
corresponderão à totalidade da remuneração. penho, na forma de Lei Complementar, assegurada ampla defesa.
§3º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados §2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
para a concessão de aposentadoria, ressalvados os casos de ativi- estável, ele será reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
dades exercidas exclusivamente sob condições especiais que pre- tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização,
judiquem a saúde ou a integridade física, definidos em Lei Comple- aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
mentar. muneração proporcional ao tempo de serviço.
§4º Os requisitos de idade e tempo de contribuição serão re- §3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
duzidos em cinco anos em relação ao disposto no Inciso III, a, deste vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
Artigo, para o professor que comprove exclusivamente tempo de cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e outro cargo.
no ensino fundamental e médio. §4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-

116
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída


para esta finalidade. ESTATUTO DO SERVIDOR MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO
LESTE.
SEÇÃO III
DAS INFORMAÇÕES, DO DIREITO DE PETIÇÃO E DAS CERTI- LEI Nº 679 DE 25 DE SETEMBRO DE 2001
DÕES.
“Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos do Município de
Art. 132 Todos têm direito a receber dos órgãos públicos muni- Primavera do Leste, Estado de Mato Grosso e de suas Autarquias e
cipais informações de seu interesse particular ou de interesse cole- Fundações e dá outras Providências.”
tivo ou geral, que serão prestadas no prazo de quinze dias úteis, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja im- A CÂMARA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE, ESTADO DE
prescindível à segurança da sociedade ou das instituições públicas. MATO GROSSO, APROVOU, E EU PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO
Parágrafo Único - São assegurados a todos, independente do A SEGUINTE LEI:
pagamento de taxas: DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
I - o direito de petição aos Poderes Públicos Municipais para
defesa de direitos contra ilegalidade ou abuso de poder; Art. 1º Esta Lei institui o ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
II - a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe- DO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA DO LESTE, ESTADO DE MATO GROS-
sa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal. SO, de ambos os seus poderes e de suas Autarquias e Fundações
Públicas, que não estejam sujeitas a outro regime jurídico na forma
TÍTULO II da lei.
ATO DAS DISPOSIÇÕES ORGANIZACIONAIS TRANSITÓRIAS Parágrafo único. Integram o regime jurídico, a que se refere
este Estatuto o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos e as Leis
Art. 1º O Prefeito Municipal e os Vereadores prestarão o com- sobre pessoal.
promisso de manter, defender e cumprir a Lei Orgânica do Municí- Art. 2º Para os efeitos desta lei, servidor é a pessoa legalmente
pio na data e no ato de sua promulgação. investida em cargo público.
Art. 2º Consideram-se servidores não estáveis, aqueles que Art. 3º Cargo Público é o conjunto de atribuições e responsabi-
foram admitidos na administração direta, autárquica e fundacional lidades previstas na estrutura organizacional que devem ser come-
sem concurso público de provas ou de provas e títulos, após o dia tidas a um servidor.
05 de outubro de 1983. Parágrafo único. Os cargos públicos, devem ser acessíveis a to-
Art. 3º Até 31 de Dezembro de 2006 o Município destinará dos os brasileiros, e são criados por lei, com denominação própria
nada menos de sessenta por cento dos recursos a que se refere o e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em cará-
Inciso I, do Art. 88, da Lei Orgânica do Município, ao objetivo de ter efetivo ou em comissão.
universalizar o ensino e remunerar condignamente o magistério. Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
Parágrafo Único - O Município integrará o Fundo Estadual de casos previstos em lei.
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, contribuindo propor-
cionalmente ao número de alunos da rede municipal de ensino fun- TÍTULO I
damental. DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
Art. 4º Dentro de noventa dias, o Prefeito Municipal enviará ao
Poder Legislativo o projeto de Lei Complementar, dispondo sobre a CAPÍTULO I
Procuradoria Geral do Município. DO PROVIMENTO
Art. 5º O Poder Executivo reavaliará, dentro de noventa dias,
todos os incentivos fiscais de natureza setorial ora em vigor, pro- SEÇÃO I
pondo ao Legislativo as medidas cabíveis. DISPOSIÇÕES GERAIS
§1º Permanece em vigor, os incentivos que não forem revoga-
dos por lei. Art. 5º O servidor será admitido ao serviço público municipal:
§2º A revogação não prejudicará os direitos que já tiverem sido I - em caráter permanente, para o cargo de provimento efetivo,
adquiridos, àquela data, em relação a incentivos sob condição e sujeito ao concurso público;
com prazo determinado. II - em caráter de confiança, para o cargo de provimento em co-
Art. 6º A Mesa da Câmara, após promulgar a presente Emenda missão, de livre nomeação e exoneração, pelo critério de confiança
Organizacional, mandará editar, em livreto, a Lei Orgânica do Muni- da autoridade competente;
cípio, para sua efetiva divulgação, em composição gráfica. III - em caráter temporário, por tempo determinado, para aten-
Primavera do Leste, 03 de Maio de 2007. der a necessidade de excepcional interesse público, nos termos da
lei. (Inciso regulamentado pelo Decreto nº 793/2004)
Art. 6º O ingresso no serviço público municipal é assegurado a
todos que preencham os requisitos legais e especialmente:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

117
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

V - a boa saúde física e mental; te de sua transformação.


VI - idade mínima de 18 (dezoito) anos. Parágrafo único. Encontrando-se provido este cargo, o servi-
§1º As atribuições dos cargos podem justificar a exigência de dor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de
outros requisitos estabelecidos em lei. vaga.
§2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direi- Art. 16. Não poderá reverter, o aposentado que já tiver com-
to de se inscrever em concurso público para provimento de cargos pletado 75 (setenta e cinco) anos de idade. (Redação dada pela Lei
cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são nº 2065/2022)
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 5% (cinco por
cento) das vagas oferecidas no concurso. SEÇÃO V
Art. 7º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato DO APROVEITAMENTO
da autoridade competente de cada Poder.
Art. 8º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. Art. 17 O aproveitamento é o retorno a cargo público, de servi-
Art. 9º São formas de provimento de cargo público: dor colocado em disponibilidade.
I - nomeação; Art. 18 O aproveitamento é o direito do servidor em disponi-
II - readaptação; bilidade e dever da administração, que o conduzirá quando houver
III - reversão; vaga, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
IV - aproveitamento; anteriormente ocupado.
V - reenquadramento; Art. 19 Será tornado sem efeito o aproveitamento, e cassada a
VI - recondução; disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal,
VII - reintegração; salvo doença comprovada por junta médica oficial.
VIII - promoção.
SEÇÃO VI
SEÇÃO II DO REENQUADRAMENTO
DA NOMEAÇÃO
Art. 20 O Reenquadramento é mudança do servidor de quadro
Art. 10 A nomeação far-se-á: em extinção para quadro novo, na forma do Plano de cargos, carrei-
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de pro- ra e Vencimentos.
vimento efetivo ou de carreira;
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos SEÇÃO VII
de confiança vagos; DA RECONDUÇÃO
III - em função gratificada quando se tratar de cargos em co-
missão que deverão ser ocupados por servidor efetivo, a ser esta- Art. 21 Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
belecido em lei. anteriormente ocupado e decorrerá de:
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interi- II - reintegração do anterior ocupante.
namente em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem,
do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela re- o servidor será aproveitado em outro, observado a correlação de
muneração de um deles durante o período da interinidade. cargos.
Art. 11 A nomeação para cargo efetivo depende de prévia habi-
litação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obe- SEÇÃO VIII
decidas a ordem de classificação e o prazo de sua validade. DA REINTEGRAÇÃO

SEÇÃO III Art. 22 Reintegração é a reinvestidura do servidor estável no


DA READAPTAÇÃO cargo anteriormente ocupado ou em cargo resultante de sua trans-
formação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis-
Art. 12 Readaptação é a investidura do servidor em cargo de trativa ou judicial.
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que §1º Na hipótese do cargo ter sido extinto, o servidor ficará em
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins- disponibilidade, observado o disposto nos arts 55 e 56.
peção médica oficial. §2º Encontrando-se provido o cargo, seu eventual ocupante
Art. 13 A readaptação será efetivada em cargo de atribuições será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização ou
afins, respeitada a habilitação exigida e não implicará em aumento aproveitado em outro ou posto ou em disponibilidade.
ou diminuição de vencimentos. §3º O servidor reintegrado será ressarcido de todas as remu-
nerações a que tiver direito, contando-se o tempo de serviço, em
SEÇÃO IV que esteve afastado por demissão invalidada como se em exercício
DA REVERSÃO estivesse.

Art. 14 Reversão é o retorno à atividade do servidor aposenta-


do por invalidez quando, por junta médica oficial, forem declarados
insubsistentes os motivos determinantes da aposentadoria.
Art. 15 A reversão far-se-á no mesmo cargo, ou cargo resultan-

118
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

SEÇÃO IX CAPÍTULO III


DA PROMOÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO

Art. 23 A promoção relaciona-se com o desenvolvimento fun- SEÇÃO I


cional do servidor e têm seu regime previsto no Plano de Cargos, DA REMOÇÃO
Carreiras e Vencimentos, podendo ocorrer somente dentro de uma
mesma classe. Art. 30 Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de
ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
CAPÍTULO II Parágrafo único. Dar-se-á remoção, a pedido, para outra loca-
DA VACÂNCIA lidade, independentemente do interesse da administração, para
acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor, deslocado
Art. 24 A vacância do cargo público decorrerá de: no interesse da administração, ou por motivo de saúde do servidor,
I - exoneração; cônjuge, companheiro ou dependente que viva as suas expensas e
II - demissão; conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprova-
III - readaptação; ção por junta médica.
IV - aposentadoria;
V - posse em outro cargo inacumulável; SEÇÃO II
VI - falecimento. DA SUBSTITUIÇÃO

SEÇÃO I Art. 31 Os servidores em cargos ou função de direção ou chefia


DA EXONERAÇÃO e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos in-
dicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente
Art. 25 A exoneração de oficio dar-se-á mediante processo ad- designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
ministrativo, assegurada ampla defesa, quando: §1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem
I - não satisfeitas as condições do estágio probatório; prejuízo do cargo que ocupa, o exercício de cargo ou função de di-
II - tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no reção ou chefia nos afastamentos, impedimentos legais ou regula-
prazo legal. mentares do titular.
Art. 26 A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de §2º O substituto fará jus a retribuição pelo exercício do cargo
função de confiança dar-se-ão: ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial,
I - a juízo da autoridade competente; nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, su-
II - a pedido do próprio servidor. periores a 30 (trinta dias) consecutivos, paga na proporção dos dias
Art. 27 O afastamento do servidor de função de direção, chefia de efetiva substituição, que excederem o referido período.
e assessoramento dar-se-á:
I - a pedido; SEÇÃO III
II - mediante dispensa nos casos de: DA REDISTRIBUIÇÃO
a) Cumprimento de prazo exigido para rotatividade na função.
b) Por falta de exação no exercício de suas atribuições, segundo Art. 32 Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento
o resultado do processo de avaliação, conforme estabelecido em lei efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal,
e regulamento, por ato do Prefeito Municipal. para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, observados os
c) Afastamento para mandato eletivo. seguintes preceitos:
Art. 28 A vaga ocorre na data: I - interesse da administração;
I - do falecimento; II - equivalência de vencimentos;
II - da publicação. III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
a) Da lei que cria o cargo. IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexi-
b) Do ato que exonera, demite ou aposenta. dade das atividades;
III - da posse, nos casos de provimento derivado. V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação
profissional;
SEÇÃO II VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalida-
DA DEMISSÃO des institucionais do órgão ou entidade.
§1º A redistribuição ocorrerá de oficio para ajustamento de
Art. 29 A demissão tem caráter punitivo e é precedida de pro- lotação e da força de trabalho às necessidade dos serviços, inclu-
cesso administrativo. sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
entidade.
§2º A redistribuição de cargos efetivos vagos, de uma entidade
para outra, se dará mediante ato conjunto dos dirigentes das enti-
dades envolvidas.
§3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou enti-
dade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou
entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado
em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 55

119
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

e 56. publicação dos atos oficiais do Município.


§4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em dispo- Art. 35 A realização do concurso pode ser feita em etapas, se-
nibilidade poderá ter exercício provisório, em outro órgão ou enti- gundo critérios fixados no edital.
dade, até seu adequado aproveitamento. Art. 36 As provas e a documentação relacionadas com os con-
cursos públicos serão guardadas e conservadas pelo período míni-
TÍTULO II mo de 05 (cinco) anos, a contar da homologação do concurso.
DO CONCURSO PÚBLICO, DA POSSE E DO EXERCÍCIO Art. 37 É admitida a revisão de prova, desde que requerida até
05 (cinco) dias após divulgação do respectivo resultado, a ser defi-
CAPÍTULO ÚNICO nida no edital do respectivo concurso.
Parágrafo único. A decisão sobre o pedido de revisão é pro-
SEÇÃO I ferida no prazo de 20 (vinte) dias, a contar do término quinquídio
DO CONCURSO PÚBLICO previsto neste artigo, sendo definitiva na instância administrativa.
Art. 38 Realizados todos os procedimentos estabelecidos no
Art. 33 O concurso público será de provas ou de provas e títu- edital do concurso, o resultado final será homologado pelo Chefe
los, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor do Poder Executivo ou a quem delegado, em 30 (trinta) dias, conta-
fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, ressalvadas dos da divulgação da relação de candidatos classificados, em ordem
as hipóteses de isenção nele previstas. decrescente, salvo se ocorrer pedido de revisão.
§1º As provas destinam a aferir conhecimentos e habilidades Parágrafo único. Havendo pedido de revisão, o prazo deste arti-
do candidato, quando necessário, devendo os conteúdos dos exa- go iniciar-se-á após a decisão contida no caput do art. 37.
mes ser compatíveis com as necessidades da Administração Muni- Art. 39 O concurso terá sua validade fixada no edital e não po-
cipal e com as atribuições do cargo a ser provido. derá exceder a 02 (dois) anos, prorrogável uma única vez pelo mes-
§2º Os títulos serão exigidos e examinados com vistas a apu- mo período, a juízo da autoridade competente.
rar a experiência e o valor profissional do candidato, de acordo Art. 40 Não será convocado candidato de novo concurso públi-
com os critérios estabelecidos no edital. (Redação dada pela Lei nº co, para o mesmo cargo, enquanto houver candidato em condições
2065/2022) de ser nomeado e de tomar posse, aprovado em concurso ante-
§3º O edital do concurso deverá especificar os títulos admitidos rior com prazo de validade não expirado. (Redação dada pela Lei nº
e fixar critérios para sua valorização, atribuindo-lhes pontos que 2112/2022)
não poderão exceder a 15% (quinze por cento) do total de pontos Art. 41 Será exigido do candidato, para inscrição e participação
distribuídos. (Redação dada pela Lei nº 2065/2022) no concurso, apenas documento de identidade e prova do paga-
§4º Não são considerados títulos os requisitos já exigidos para mento do preço estabelecido no edital.
o provimento. §1º Os requisitos para provimento do cargo são comprovados
§5º A prova de títulos tem finalidade exclusivamente classifica- pelo candidato, na forma estabelecida no edital do concurso, até a
tória, devendo ser realizada juntamente com o concurso de provas, data designada para sua posse.
em procedimento único. §2º Não comprovados os requisitos para provimento do cargo,
§6º As provas poderão abranger aspectos de formação geral o ato de nomeação será revogado pelo Chefe do Poder Executivo
específica de acordo com a habilitação exigida pelo cargo. (Redação ou a quem delegado, convocando-se para nomeação o candidato
acrescida pela Lei nº 2065/2022) subsequentemente aprovado, pela ordem de classificação.
§7º Para ingresso na carreira dos Profissionais da Educação Art. 42 O candidato aprovado em concurso público e classifica-
Municipal o julgamento dos títulos dar-se-á valor à experiência de do até o número de vagas oferecidas não tem direito à nomeação,
magistério a graus e conclusões de cursos reconhecidos pelo siste- ficando esta adstrita à possibilidade e conveniência administrativa.
ma. (Redação acrescida pela Lei nº 2065/2022) Parágrafo único. As vagas supervenientes, ocorridas após a pu-
Art. 33-A Compete a Comissão Organizadora do Concurso Pú- blicação do edital do concurso, podem ser providas com candidatos
blico o acompanhamento, fiscalização de atividades e eventos de aprovados no mesmo concurso, chamados pela ordem de aprova-
todo o processo do certame. ção, desde que no prazo de validade do concurso.
§1º A Comissão será responsável executar, acompanhar e fis- Art. 43 A nomeação dos candidatos é feita na ordem de classi-
calizar o certame, podendo ser contratada empresa para atuar no ficação no concurso.
processo mediante procedimento licitatório.
§2º A Comissão será composta de 3 (três) servidores municipais SEÇÃO II
e deverá convocar para acompanhar e integrar a comissão do con- DA POSSE
curso sempre que o cargo em específico exigir, cabendo ao presente
o voto de desempate. (Redação acrescida pela Lei nº 2065/2022) Art. 44 A posse é a aceitação expressa das atribuições, deveres
Art. 34 O edital do concurso fixará as regras para sua realização, e responsabilidades inerentes ao cargo público, com o compromis-
não podendo estabelecer, requisitos não previstos em Lei, nem exi- so de bem servir, formalizado com assinatura do termo pela autori-
gências que comprometam o caráter competitivo do concurso ou dade competente e pelo empossado e haverá posse, nos casos de
em desconformidade com a Constituição Federal. nomeação e readmissão.
§1º O resumo do edital será publicado em jornal de grande Art. 45 A posse deverá verificar-se no prazo de 30 (trinta) dias,
circulação no Município de Primavera do Leste, pelo menos uma contados da data da publicação do edital de convocação ou ato de
vez, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias da realização do readmissão.
concurso. §1º Antes de esgotado o prazo de que trata este artigo, o inte-
§2º O edital, em inteiro teor, será afixado em local destinado à ressado poderá requerer sua prorrogação por mais 15 (quinze) dias.

120
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

§2º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de será determinado por meio de Decreto do Poder Executivo respei-
bens e valores que constituem o seu patrimônio e declaração quan- tando as legislações específicas que regulamentam cada profissão,
to ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública admitindo em todos os casos a compensação de horas quando pre-
e outras declarações conforme previsão em edital. (Redação dada sente o interesse público. (Redação dada pela Lei nº 1009/2007)
pela Lei nº 2065/2022) (Regulamentado pelos Decretos nº 1563/2016, nº 1577/2016 e nº
§3º A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção 1707/2018)
médica oficial, a ser regulamentada por ato do Prefeito Municipal.
§4º Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física SEÇÃO V
e mentalmente, para o exercício do cargo. DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
§5º Se por omissão do interessado a posse não se der no prazo
estabelecido no caput deste artigo e seu §1º, o ato de provimento Art. 52 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado em virtude
ficará automaticamente sem efeito, decaindo o concursado do di- de concurso público fica sujeito a estágio probatório, pelo período
reito a nova nomeação. de 36 (trinta e seis) meses, durante os quais lhe serão apurados e
Art. 46 A posse dependerá do cumprimento, pelo interessado, avaliados os seguintes requisitos: (Vide regulamentação dada pelo
das exigências legais e regulamentadas para investidura no cargo. Decreto nº 754/2003)
Art. 47 São competentes para dar posse, o Prefeito Municipal e I - assiduidade;
o Coordenador de Recursos Humanos. II - pontualidade;
Art. 48 Em se tratando de servidor que esteja na data da pu- III - produtividade;
blicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, IV - senso de disciplina;
II, e V e IX do art. 92, ou afastado nas hipóteses do incisos I, IV, VI, V - capacidade de iniciativa e cooperação;
alíneas a, b, d, e, f, do art. 141, o prazo será contado do término do VI - capacidade de aprendizado e desenvolvimento;
impedimento. VII - aspectos observáveis de seu grau de responsabilidade e
probidade.
SEÇÃO III §1º A avaliação de desempenho será, obrigatoriamente, feita
DO EXERCÍCIO no intervalo máximo de 06 (seis) meses, ficando submetida a ho-
mologação da autoridade competente.
Art. 49 Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do §2º A confirmação no cargo será automática, caso o servidor
cargo e completa o procedimento de investidura. em estágio probatório seja aprovado na avaliação de desempenho,
§1º A entrada em exercício é imediata, podendo ser adiada em prevista neste artigo, sendo desnecessário qualquer ato adminis-
até 15 (quinze) dias mediante requerimento. (Redação dada pela trativo a respeito.
Lei nº 2065/2022) §3º O servidor não confirmando no estágio probatório, estável
§2º O servidor será exonerado do cargo se não entrar em exer- em outro cargo, será reconduzido ao mesmo, observado o disposto
cício no prazo previsto no parágrafo anterior. nos arts 49 e 50.
§3º Ao Prefeito ou ao Coordenador de Recursos Humanos com- §4º O servidor em estágio poderá exercer quaisquer cargos de
pete dar exercício ao servidor nomeado. provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
Art. 50 O início, a suspensão, a interrupção e o reinicio do exer- ramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser ce-
cício serão registrados no assentamento individual do servidor. dido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de natureza es-
pecial, cargos de provimento em comissão, de níveis equivalentes.
SEÇÃO IV §5º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser
DA JORNADA concedidas as licenças previstas no art. 92, incisos I a IV.
§6º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças
Art. 51 - Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em previstas no art. 92, incisos I, II, IX, bem assim na hipótese de parti-
razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, conforme cipação em curso de formação e será retomado a partir do término
for estabelecido em Decreto do Executivo respeitada a duração má- do impedimento.
xima do trabalho semanal de 40 (quarenta) horas e observados os §7º Para finalidade de avaliação mencionada no §1º deste ar-
limites mínimos e máximos de 6 (seis) horas e 8 (oito) horas diárias, tigo, a chefia imediata do servidor deverá comunicar, mensalmen-
respectivamente. te ou de imediato, conforme o caso requerer, ao setor de pessoal,
§1º - O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança qualquer procedimento que não atender aos requisitos enumera-
é submetido ao regime de integral dedicação ao serviço, podendo dos no caput deste artigo.
ser convocado sempre que houver interesse da administração. §8º O laudo de avaliação final será homologado no prazo máxi-
§2º - O disposto neste artigo não se aplica à duração de traba- mo de 30 (trinta) dias, pelo Chefe do Executivo Municipal.
lho estabelecida em leis especiais. §9º Contra a decisão que considerar o servidor inabilitado no
§3º - O disposto neste artigo não se aplica aos servidores do estágio probatório, caberá recurso ao Chefe do Poder Executivo, no
quadro do magistério e legislativo municipal, que será definido nos prazo de 15 (quinze) dias.
respectivos Planos de Cargos, Carreira e Vencimentos do Magistério §10 A decisão final sobre o recurso dá-se no prazo improrrogá-
Municipal e do Legislativo Municipal. vel de 15 (quinze) dias.
§4º - O disposto no caput deste artigo não se aplica as ativida- §11 O servidor que não for aprovado em estágio probatório
des que devam por sua natureza serem desempenhadas em turnos, será exonerado, após processo administrativo em que se lhe asse-
igualmente não se aplica a locais que demandem atendimento vin- gure ampla defesa.
te e quatro horas ao público, sendo que para estes casos o horário

121
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

TÍTULO III Art. 59 Nenhum servidor poderá receber, mensalmente, a tí-


DA ESTABILIDADE E DA DISPONIBILIDADE tulo de remuneração, importância superior à soma dos valores
percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, pelo
CAPÍTULO I Prefeito Municipal.
DA ESTABILIDADE Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vanta-
gens previstas nos incisos II a VIII do art. 78.
Art. 53 O servidor habilitado em concurso público e empossado Art. 60 O servidor perderá:
em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço I - a remuneração dos dias que faltar ao serviço, sem motivo
público ao completar 3 (três) anos de efetivo exercício. justificado;
Art. 54 O servidor estável só perderá o cargo em virtude de II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos,
sentença judicial transitada em julgado, de processo administrativo ausências não justificadas, saídas antecipadas, salvo na hipótese de
disciplinar no qual seja assegurada ampla defesa, mediante proce- compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência,
dimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei a ser estabelecida pela chefia imediata.
complementar, assegurada ampla defesa. Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso for-
tuito ou força maior poderão ser compensadas a critério da chefia
CAPÍTULO II imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO Art. 61 Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum
desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.
Art. 55 Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou enti- Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá ha-
dade, extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade no órgão ver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a cri-
ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será tério da administração e com reposição de custos, na forma defini-
colocado em disponibilidade, até o seu aproveitamento na forma da em regulamento, por ato do Prefeito Municipal.(Regulamentado
do artigo 32. pelo Decreto nº 2104/2021)
§1º O servidor que não for colocado em disponibilidade poderá Art. 62 As reposições e indenizações ao erário serão previa-
ser mantido sob responsabilidade do Departamento de Administra- mente comunicadas ao servidor e descontadas em parcelas men-
ção, ou ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até sais e atualizados com índices praticados a espécie.
sua redistribuição. §1º A indenização será feita em parcelas cujo valor não exceda
§2º A Secretaria Municipal de Administração determinará a 10% (dez por cento) da remuneração ou provento.
imediata redistribuição de servidor em disponibilidade, em vaga §2º A reposição será feita em parcelas cujo valor não exceda
que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da administração pú- 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração ou provento.
blica municipal. §3º A reposição será feita em uma única parcela quando cons-
§3º O Presidente da Câmara Municipal determinará a redistri- tatado pagamento indevido no mês anterior ao do processamento
buição que vier a ocorrer no âmbito do Poder Legislativo. da folha.
§4º Se julgado apto, o servidor assumirá o exercício do cargo Art. 63 O servidor em débito com o erário, que for demitido,
no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de re- exonerado, ou que tiver a sua aposentadoria ou disponibilidade
distribuição. cassada, ou ainda aquele cuja dívida relativa à reposição seja supe-
§5º Verificada a incapacidade definitiva, o servidor em disponi- rior a 5 (cinco) vezes o valor da sua remuneração terá o prazo de 60
bilidade será aposentado, obedecendo a proporcionalidade quanto (sessenta) dias para quitar o débito.
ao vencimento. Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto
§6º O servidor em disponibilidade poderá se aposentar, desde implicará sua inscrição em dívida ativa.
que preencha os requisitos aplicados à aposentadoria, ou ser colo- Art. 64 O vencimento, a remuneração e o provento não serão
cado à disposição de outro órgão público, a seu pedido. objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de pres-
Art. 56 Será tornado sem efeito a redistribuição e cassada a tação de alimentos resultantes de decisão judicial.
disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, Art. 65 O servidor público enquadrado em cargo de provimento
salvo doença comprovada através de junta médica oficial. efetivo que vier ocupar um cargo de provimento em comissão, po-
derá escolher pelo maior vencimento entre os cargos.
TÍTULO IV Parágrafo único. Exonerado este, do cargo em comissão, retor-
DOS DIREITOS E VANTAGENS DO SERVIDOR nará ao cargo e vencimento de provimento efetivo, salva a hipótese
de incorporação prevista no art. 88.
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS
Art. 57 Vencimento é retribuição pecuniária pelo exercício de
cargo público, com valor fixado em lei. SEÇÃO I
Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de venci- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
mento, importância inferior ao salário mínimo vigente.
Art. 58 Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres- Art. 66 Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
cido das vantagens pecuniárias permanentes, estabelecidas em lei. seguintes vantagens:
Parágrafo único. O vencimento do cargo efetivo, acrescido das I - indenizações;
vantagens de caráter permanente, é irredutível. II - gratificações;

122
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

III - adicionais; por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no


IV - auxílios. prazo de 5 (cinco) dias.
§1º As indenizações e auxílios não se incorporam ao vencimen- Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
to ou provento para qualquer efeito. prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá
§2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci- as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput, deste
mento ou provento, nos casos e condições indicados por lei. artigo.
Art. 67 As vantagens previstas no inciso I e IV do artigo anterior Art. 76 Constitui infração disciplinar grave, punível na forma de
não serão computadas nem acumuladas para efeito de concessão lei, conceder ou receber diária indevidamente.
de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores sob o mes-
mo título ou idêntico fundamento. SEÇÃO III
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE
SEÇÃO II
DAS INDENIZAÇÕES Art. 77 Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo-
Art. 68 Constituem indenizações ao servidor: ção para a execução de serviços externos, por força das atribuições
I - ajuda de custo; próprias do cargo conforme se dispuser em regulamento, por ato
II - diárias; do Prefeito Municipal.
III - transporte. Parágrafo único. Independentemente do disposto no caput, o
Art. 69 Os valores das indenizações, assim como as condições servidor fará jus ao vale transporte conforme for disposto em regu-
para a sua concessão, serão estabelecidas em regulamento, por ato lamento, por ato do Prefeito Municipal.
do Prefeito Municipal.
SEÇÃO IV
SUBSEÇÃO I DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
DA AJUDA DE CUSTO
Art. 78 Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
Art. 70 A ajuda de custo destina-se à compensação das despe- lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratifi-
sas de instalação do servidor que, no interesse de serviço, passa a cações e adicionais:
ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qual- sessoramento;
quer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha II - gratificação natalina;
também a condição de servidor vier a ter exercício na mesma sede. III - adicional por tempo de serviço;
Art. 71 Correm por conta da administração as despesas de IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
transporte de servidor e de sua família, compreendendo passagem, ou penosas;
bagagem e bens pessoais. V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
Parágrafo único. A família do servidor que falecer na nova sede VI - adicional noturno;
são asseguradas ajuda de custo e transporte para a localidade de VII - abono família;
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito. VIII - adicional de férias;
Art. 72 A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do IX - outros, relativos ao local ou à natureza de trabalho.
servidor, conforme se dispuser em regulamento, por ato do Prefeito
Municipal, não podendo exceder a importância correspondente a 3 SUBSEÇÃO I
(três) meses. DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
Art. 73 Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se
afastar do cargo, ou reassumi-lo em virtude de mandato eletivo. Art. 79 A gratificação natalina correspondente a 1/12 (um doze
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem-
SUBSEÇÃO II bro, por mês de exercício no respectivo ano.
DAS DIÁRIAS Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias
será considerada como mês integral.
Art. 74 O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter Art. 80 A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de
eventual ou transitório, para outro ponto do território nacional ou dezembro de cada ano, ou no mês de aniversário do servidor, a cri-
para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar tério da administração pública.
as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação §1º O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina,
e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Artigo proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remu-
regulamentado pelo Decreto nº 2332/2023) neração do mês de exoneração.
§1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo de- §2º A gratificação natalina será estendida aos pensionistas e
vida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora inativos, com base nos proventos que perceberem na data do res-
da sede, ou quando o Município custear, por meio diverso, as des- pectivo pagamento.
pesas extraordinárias cobertas por diárias. §3º A gratificação natalina não será considerada para cálculo
§2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exi- de qualquer vantagem pecuniária.
gência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
Art. 75 O servidor que receber diárias e não se afastar da sede,

123
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

§4º No cálculo da remuneração da gratificação natalina, incluir- SUBSEÇÃO V


-se-á a média anual da remuneração por horas extraordinária tra- DO ADICIONAL NOTURNO
balhadas habitualmente.
Art. 86 O serviço noturno, prestado entre as 22 (vinte e duas)
SUBSEÇÃO II horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá seu valor/
ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO hora acrescido de 20% (vinte por cento), computando-se cada hora
como 52(cinquenta e dois) minutos e 30(trinta) segundos.
Art. 81 O adicional é devido a razão de 5% (cinco por cento) a Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o
cada 5 (cinco) anos de serviço público efetivo prestado ao municí- acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre o valor da hora
pio, autarquias e fundações públicas municipais, observado o limi- extraordinária.
te máximo de 35%, incidente sobre o vencimento básico do cargo
efetivo. SUBSEÇÃO VI
Parágrafo único. A. Este artigo não se aplica aos profissionais DO SALÁRIO FAMÍLIA
abrangidos pelo PCCS da Educação. (Redação dada pela Lei nº
2065/2022) Art. 87 É devido salário família ao servidor ativo ou inativo por
dependente econômico, cujo valor e definição de dependentes
SUBSEÇÃO III obedecem as normas do sistema previdenciário municipal.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE Parágrafo único. Nenhum desconto incidirá sobre o salário-fa-
mília, nem este servirá de base a qualquer contribuição, ainda que
Art. 82 Os servidores que trabalhem com habitualidade em lo- para fins de previdência social.
cais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas,
radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o SUBSEÇÃO VII
vencimento do cargo efetivo. DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO
§1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de
periculosidade deverá optar por um deles. Art. 88 Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
§2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram cau- em comissão ou de natureza especial é devida retribuição pelo seu
sa a sua concessão. exercício.
Art. 83 Haverá permanente controle da atividade de servidor §1º A retribuição que trata o caput deste artigo, ou parcela da
em operações ou locais considerados insalubres, perigosos ou pe- mesma, incorpora-se, conforme disposto em lei, à remuneração do
nosos. servidor ocupante de cargo efetivo e integra o provento de aposen-
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta- tadoria.
da, enquanto durar a gestação ou lactação, das operações e locais §2º A incorporação é devida na proporção de 1/10 (um décimo)
previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre da retribuição ou parcela da mesma, por ano completo de exercício
e em serviço não perigoso e não penoso, sua jornada de trabalho. consecutivo ou não, nas funções e cargos de confiança, até o limite
Art. 84 Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de de 10/10 (dez décimos), sendo exigidos 5 (cinco) anos de exercício
insalubridade e de periculosidade serão observadas as situações para a concessão da primeira fração e as subsequentes a cada ano
estabelecidas em legislação específica, regulamentada, por ato do em que se completar o respectivo interstício.
Prefeito Municipal. §3º Quando mais de uma função ou cargo houver sido desem-
Parágrafo único. Os locais de trabalho e os servidores que ope- penhado no período de 1 (um) ano, a importância a ser incorporada
ram com Raios-X ou substâncias radioativas serão mantidos sob terá como base de cálculo a função ou cargo exercido por maior
controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante tempo.
não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação específica. §4º Ocorrendo o exercício de função ou cargo de nível mais
elevado, por período de 12 (doze) meses, após a incorporação da
SUBSEÇÃO IV fração de 10/10 (dez décimos), poderá haver a atualização progres-
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO siva das parcelas já incorporadas, observado o disposto no parágra-
fo anterior.
Art. 85 O serviço extraordinário será remunerado com acrés- §5º Será admitida a conversão dos décimos já incorporados,
cimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de por parcelas equivalentes quando ocorrer transformação do cargo
trabalho e com acréscimo de 100% (cem por cento), se executado ou função que tenha originado a incorporação.
em domingos e feriados. (Artigo regulamentado pelo Decreto nº Art. 89 A Lei Municipal estabelecerá o valor da remuneração
795/2004) dos cargos em comissão e das gratificações previstas no artigo an-
Parágrafo único. Somente será permitido serviço extraordinário terior.
para atender as situações excepcionais e temporárias, devidamente Art. 90 O exercício de função adicional de gratificação ou fun-
justificadas pela Chefia Imediata, respeitando o limite máximo de 2 ção gratificada só assegurará direitos ao servidor durante o período
(duas) horas por jornada. em que ele estiver no cargo ou função. (Redação dada pela Lei nº
2095/2022)
Parágrafo único. Afastando-se do cargo em comissão ou da
função gratificada o servidor perderá o direito à gratificação cor-
respondente.

124
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

SUBSEÇÃO VIII zirá efeitos depois de homologado pelo setor médico do respectivo
DO ADICIONAL DE FÉRIAS órgão ou entidade.
§4º O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite
Art. 91 Independentemente de solicitação, será pago ao servi- de 30 (trinta) dias de licença para tratamento de saúde, consecuti-
dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 da vos ou não, para concessão de nova licença, independentemente
remuneração do período das férias. do prazo de sua duração, será submetido a inspeção por junta mé-
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de di- dica oficial.
reção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a Art. 96 Findo o prazo da licença o servidor será submetido a
respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de nova inspeção médica que concluirá pela sua volta ao serviço, pela
que trata este artigo. prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
Art. 97 O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao
CAPÍTULO III nome da doença, entretanto, deverá constar o CID (Cadastro de In-
DAS LICENÇAS formação de Doenças), salvo quando se tratar de lesões produzidas
por acidentes em serviço ou doença profissional.
SEÇÃO I Art. 98 O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ou funcionais, será submetido à inspeção médica.

Art. 92 Conceder-se-á ao servidor licença: SEÇÃO III


I - para tratamento de saúde; DA LICENÇA PARA GESTANTE, ADOTANTE E PATERNIDADE
II - para gestante, à adotante e paternidade;
III - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; Art. 99 Será concedida licença à servidora gestante, por 180
IV - para serviço militar; (cento e oitenta) dias consecutivos, sem prejuízo de sua remunera-
V - para atividade política; ção. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 15/2019)
VI - para capacitação; §1º A licença poderá ter início no 1º (primeiro) dia do 9º mês
VII - para tratar de interesses particulares; de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
VIII - para desempenho de mandato classista; §2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
IX - por acidente em serviço; partir do parto.
X - por motivo de doença em pessoas da família; (Inciso regula- §3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
mentado pelo Decreto nº 792/2004) to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
XI - prêmio por assiduidade. reassumirá o exercício.
XII - para servir a outro órgão ou entidade. (Redação acrescida §4º No caso de aborto, atestado por médico oficial, a servidora
pela Lei nº 1605/2015) terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
§1º A licença prevista no inciso X está precedida de exame por Art. 100 Pelo nascimento ou adoção do filho, o servidor terá
médico ou junta médica oficial. direito à licença paternidade de 05 (cinco) dias consecutivos.
§2º O servidor não poderá permanecer em licença da mesma Art. 101 Para amamentar o próprio filho, até a idade de 06
espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos (seis) meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de
casos dos incisos III, IV, V e VIII. trabalho, a 01 (uma) hora de descanso, que poderá ser parcelada
§3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o em períodos de 1/2 (meia) hora.
gozo da licença prevista no inciso X deste artigo. Art. 102 À servidora que adotar ou obtiver a guarda judicial de
Art. 93 A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do criança até 01 (um) ano de idade, serão concedidas 90 (noventa)
término de outra da mesma espécie será considerada como pror- dias de licença remunerada.
rogação. Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de crian-
ça com mais de 01 (um) ano de idade, a licença de que trata este
SEÇÃO II artigo será de 30(trinta) dias.
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
SEÇÃO IV
Art. 94 Será concedida ao servidor licença para tratamento de DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE
saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica por servi- OU COMPANHEIRO
ço credenciado ou indicado pela Prefeitura Municipal, sem prejuízo
da remuneração que o servidor fizer jus. Art. 103 Poderá ser concedida licença, sem remuneração, ao
Art. 95 Para licença de até 30 (trinta) dias, a inspeção será fei- servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro, servidor pú-
ta por um médico da Prefeitura e, se por prazo superior, por junta blico civil ou militar, que for designado para prestar serviço fora do
médica oficial. Município, ou empossado em cargo eletivo estadual ou federal.
§1º Sempre que necessária a inspeção médica será realizada Parágrafo único. A licença será concedida mediante pedido de-
na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde vidamente instruído e vigorará pelo tempo que durar a designação
estiver internado. do cônjuge ou companheiro.
§2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se
encontre ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, será
aceito atestado passado por médico particular.
§3º No caso do parágrafo anterior, o atestado somente produ-

125
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

SEÇÃO V §1º (Revogado pela Lei nº 1906/2020)


DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR §2º A concessão da licença-prêmio se dará preferencialmente
mediante requerimento do servidor, dirigido à sua Secretaria de Lo-
Art. 104 Ao servidor convocado para o serviço militar será con- tação, e será deferido após a verificação do cumprimento dos requi-
cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe- sitos legais, iniciando-se o período de fruição em data que melhor
cífica. atenda aos interesses da Administração, a juízo da chefia imediata.
§1º Do vencimento do servidor será descontado a importância (Redação dada pela Lei nº 2065/2022)
percebida na qualidade de incorporado, salvo se tiver havido opção §3º É permitida a conversão de licença-prêmio em espécie,
pelas vantagens do serviço militar. desde que atendido o interesse público e havendo disponibilidade
§2º Ao servidor desincorporado será concedido um prazo de 07 orçamentária, e em caso de rescisão contratual. (Redação dada pela
(sete) dias para reassumir o exercício de suas funções, sem perda Lei nº 1906/2020)
de vencimento. §4º A conversão da licença-prêmio em espécie deverá respeitar
a ordem de maior tempo de vencimento, e limitada ao pagamento
SEÇÃO VI de no máximo 02 (duas) por servidor, por exercício financeiro. (Re-
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA dação acrescida pela Lei nº 2065/2022)
§5º Será vedada a acumulação de 03 (três) licenças-prêmio,
Art. 105 O servidor terá direito a licença, sem remuneração, sendo que vencida a segunda, caberá ao município efetuar o paga-
durante o período que mediar entre a sua escolha, em convenção mento na forma do Parágrafo Anterior ou indicar a data para gozo
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro do período de licença-prêmio, a critério do executivo municipal.
de sua candidatura perante a justiça eleitoral. (Redação acrescida pela Lei nº 2065/2022) (Vide regulamentação
§1º O servidor candidato a cargo público na localidade onde dada pelo Decreto nº 2196/2022)
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, §6º Em caso de impossibilidade de cumprimento do §5º deste
assessoramento, arrecadação, dele será afastado 03 (três) meses Artigo em vista de questão orçamentária ou risco de ultrapassar o
antes do pleito eleitoral, até o 10º (décimo) dia seguinte ao do plei- limite prudencial, deverá ser formulado justificativa para tanto. (Re-
to. (Redação dada pela Lei nº 2065/2022) dação acrescida pela Lei nº 2065/2022)
§2º De 03 (três) meses antes do pleito eleitoral e até 10º (déci- Art. 109 O número de servidores em licença-prêmio não pode-
mo) dia seguinte ao da eleição o servidor fará jus a licença, assegu- rá ser superior a 1/4 (um quarto) da lotação da respectiva unidade
rados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de 3 administrativa do órgão ou entidade.
(três) meses e 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 2065/2022) Art. 109-A A concessão da Licença Prêmio, na proporção pres-
crita no Artigo 109, deverá respeitar a ordem de data de vencimen-
SEÇÃO VII to e respectivo requerimento do profissional interessado, se venci-
DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO da apenas 01 (uma) licença-prêmio.
Parágrafo único. Para possibilitar o controle das concessões, o
Art. 106 Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor órgão de lotação deverá proceder anualmente à escala dos profis-
poderá, no interesse da administração, afastar-se do exercício do sionais que farão jus ao benefício. (Redação acrescida pela Lei nº
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até 3 (três) me- 2065/2022)
ses, para participar de curso de capacitação profissional.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput SEÇÃO IX
não são acumuláveis. DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES

SEÇÃO VIII Art. 110 A critério da administração, poderá ser concedida ao


DA LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em está-
gio probatório, licença para o trato de assuntos particulares, pelo
Art. 107 Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o ser- prazo de até 02 (dois) anos consecutivos, sem remuneração, prorro-
vidor efetivo fará jus a 3 (três) meses de licença, a título de prêmio gável uma única vez, por período não superior a esse limite.
por assiduidade, com a remuneração do cargo efetivo. Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer
Parágrafo único. Para fins da licença-prêmio de que trata este tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.
Artigo, será considerado o tempo de serviço desde seu ingresso no
cargo. (Redação acrescida pela Lei nº 2065/2022) SEÇÃO X
Art. 108 Não se concederá licença-prêmio ao servidor que, no DA LICENÇA PARA DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA
respectivo período aquisitivo:
I - sofrer penalidade disciplinar de suspensão; Art. 111 É assegurado ao servidor o direito à licença do car-
II - tiver 10 (dez) faltas, devidamente não justificadas; go efetivo para desempenho de mandato em confederação, fede-
III - afastar-se do cargo em virtude de: ração, associação de classe, sindicato representativo da categoria
a) Licença por motivo de doença em pessoa da família sem re- ou entidade fiscalizadora da profissão. (Redação dada pela Lei nº
muneração. 1572/2015)
b) Licença para tratar de assuntos e interesses particulares. §1º Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para
c) Condenação a pena privativa de liberdade em virtude de cargos de direção ou representação nas referidas entidades, limita-
sentença definitiva. da a licença a um servidor por entidade de classe.
d) Afastamento para acompanhar cônjuge ou companheiro. §2º A licença terá duração idêntica à do mandato, podendo ser

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

prorrogada no caso de reeleição e por uma única vez. II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
§3º O servidor ocupante de cargo em comissão ou função gra- sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
tificada deverá desencompatibilizar-se do cargo ou função quando III - investido no mandato de vereador:
empossar-se no mandato de que trata este artigo. a) Havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta-
§4º Salvo a licença para desempenho de mandato classis- gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.
ta junto ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Ativos e b) Não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
Inativos de Primavera do Leste, todas as demais serão concedidas cargo, sendo-lhe facultativo optar pela sua remuneração.
sem remuneração do cargo efetivo. (Redação acrescida pela Lei nº
1572/2015) SEÇÃO XIV
PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE (REDAÇÃO
SEÇÃO XI ACRESCIDA PELA LEI Nº 1605/2015)
DA LICENÇA POR ACIDENTE DE SERVIÇO
Art. 117-A O servidor poderá ser cedido ou permutado, sempre
Art. 112 Será licenciado com remuneração integral, o servidor com prévia e expressa autorização do Prefeito, para ter exercício
acidentado em serviço. em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do
Art. 113 Configura acidente em serviço o dano físico ou mental Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
sofrido pelo servidor, que se relacione mediata ou imediatamente, I - para exercício de cargo ou função de direção, chefia ou as-
com as atribuições do cargo exercido. sessoramento, federal, estadual ou municipal;
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano: II - colocados à disposição da União, Estados, do Distrito Fede-
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi- ral ou Municípios, ainda que por permuta.
dor no exercício de seu cargo; §1º Nas hipóteses dos incisos de que trata este artigo, o ônus
II - sofrido no percurso de sua residência para o trabalho ou da remuneração do servidor, ficará a critério do Chefe do Poder Exe-
vice-versa. cutivo.
Art. 114 O servidor acidentado em serviço que necessite de §2º A cessão ou permuta se dará mediante Portaria ou, ainda,
tratamento especializado poderá fazê-lo em instituição privada, à Convênio, com publicação no Diário Oficial Municipal.
conta dos recursos públicos. §3º No que tange a permuta, a mesma só será admitida entre
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médi- cargos e carga horária correlatos. (Redação acrescida pela Lei nº
ca oficial constitui medida de exceção e somente será admissível 1605/2015)
quando inexistirem meios e recursos adequados em instituições §4º Ao servidor cedido ou permutado será devida a remunera-
públicas. ção do cargo de origem. (Redação acrescida pela Lei nº 2065/2022)
Art. 115 A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem ou a qualquer CAPÍTULO IV
época quando se tratar de doença profissional comprovada por pe- DAS FÉRIAS E ADICIONAL
rícia médica realizada por junta médica oficial.
SEÇÃO I
SEÇÃO XII DAS FÉRIAS
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOAS DA FAMÍ-
LIA Art. 118 O servidor fará jus a 30 (trinta) dias consecutivos de
férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de 2 (dois) perí-
Art. 116 Poderá ser concedida licença ao servidor por moti- odos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses
vo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do em que haja legislação específica.
padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva às suas §1º Para cada período aquisitivo de férias serão exigidos 12
expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante com- (doze) meses de exercício.
provação por junta médica oficial. §2º É vedado levar a conta de férias qualquer falta ao serviço.
§1º A licença somente será deferida se a assistência direta do §3º No cálculo da remuneração das férias incluir-se-á a media
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultanea- anual da remuneração por horas extraordinária trabalhadas habi-
mente com o exercício do cargo, ou mediante compensação de ho- tualmente.
rário na forma do inciso II, do art. 60. Art. 118-A O profissional da Educação Básica Pública em efetivo
§2º A licença será concedida, sem prejuízo da remuneração do exercício do cargo de Professor, Professor Infantil, e Professor em
cargo efetivo, até 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogada por até assessoramento pedagógico, gozará de férias anuais de 45 (qua-
30 (trinta) dias, mediante parecer de junta médica oficial e, exce- renta e cinco) dias, de acordo com o calendário escolar. (Redação
dendo estes prazos, sem remuneração, por até 90 (noventa) dias. acrescida pela Lei nº 2065/2022)
Art. 118-B O profissional da Educação Básica Pública básica
SEÇÃO XIII municipal em efetivo exercício do cargo de Coordenador/a Escolar,
DA LICENÇA PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO Supervisor/a Educacional, Secretário/A, Secretário/a Escolar, Co-
ordenador/a da Merenda Escolar e Auxiliar Educacional gozará de
Art. 117 Ao servidor investido em mandato eletivo aplica-se as férias anuais de 30 (trinta dias) de acordo com o calendário escolar,
seguintes disposições: resguardada a necessidade de cada unidade escolar, ao término do
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará ano letivo. (Redação acrescida pela Lei nº 2065/2022)
afastado do cargo; Art. 119. O pagamento da remuneração das férias será efetu-

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

ado sempre no dia 15 (quinze) do mês ou no primeiro dia útil sub- SEÇÃO I
sequente em que se iniciar o respectivo período, observando-se o DO HORÁRIO ESPECIAL PARA ESTUDANTE
disposto no §1º, do Artigo 118.
Parágrafo único. É facultado ao servidor converter 1/3 (um ter- Art. 127 Será concedido horário especial ao servidor estudante,
ço) das férias em abono pecuniário, desde que requeira com pelo quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o
menos 60 (sessenta) dias de antecedência, mediante disposição or- da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
çamentária e conveniência administrativa. (Redação dada pela Lei §1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compen-
nº 2065/2022) sação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeita-
Art. 120 O servidor exonerado do cargo efetivo, perceberá in- da a duração semanal do trabalho.
denização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao in- §2º Também será concedido horário especial ao servidor por-
completo, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo tador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta
exercício, ou fração igual ou superior a 15 (quinze) dias. médica oficial, independentemente de compensação de horário.
Parágrafo único. A indenização será calculada com base na re-
muneração do mês em que for publicado o ato de exoneração. CAPÍTULO VII
Art. 121 O servidor que opera direta e permanentemente com DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecuti-
vos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em Art. 128 O Município manterá planos de custeio e de benefícios
qualquer hipótese a acumulação. previdenciários para o servidor e seus dependentes, mediante siste-
Art. 122 As férias somente poderão ser interrompidas por mo- ma previdenciário próprio, instituído através de Lei Complementar.
tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, Parágrafo único. O Município contratará Plano de Saúde médi-
serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade de serviço, declara- co-odontológico em benefício de seus servidores conforme dispu-
da pela autoridade máxima do órgão ou entidade. ser em regulamento, por ato do Prefeito Municipal.
Parágrafo único. O restante do período interrompido será goza-
do em uma só vez, observado o disposto no artigo 118. CAPÍTULO VIII
Art. 123 O servidor em regime de acumulação lícita, perceberá DO DIREITO DE PETIÇÃO
o adicional calculado sobre a remuneração dos cargos, cujo período
aquisitivo lhe garanta o gozo das férias. Art. 129 É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Po-
Art. 123-A Permite-se o fracionamento das férias em até 3 deres Públicos, em defesa de direito ou de interesses legítimos.
(três) períodos, mediante requerimento do servidor e a critério da Art. 130 O requerimento será dirigido ao Secretário Municipal
Administração. (Redação acrescida pela Lei nº 2065/2022) de Administração, e encaminhado por intermédio da autoridade a
que estiver imediatamente subordinado o requerente.
CAPÍTULO V Art. 131 Cabe pedido de reconsideração à autoridade que hou-
DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO NO EXTERIOR ver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo
ser renovado.
Art. 124 O servidor não poderá ausentar-se do País para estu- Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração
do, sem autorização do Prefeito Municipal ou tratando-se de servi- de que tratam o art. 132 e o caput deste artigo, deverão ser despa-
dor do Poder Legislativo, do Presidente da Câmara Municipal. chados no prazo máximo de 05 (cinco) dias e decididos dentro de
§1º A ausência não excederá de 4 (quatro) anos e, findo o estu- 30 (trinta) dias.
do, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência. Art. 132 Caberá recurso:
§2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo, cuja I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
despesa for custeada pelo Tesouro Municipal, não será concedida II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
exoneração ou licença para tratar de interesse particular, antes de §1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe-
decorrido o período igual ao afastamento, ressalvada a hipótese de rior a que estiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessi-
ressarcimento da despesa efetuada com seu afastamento. vamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
Art. 125 O afastamento para estudo no exterior obedecerá ao §2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade
disposto em regulamento, por ato do Prefeito Municipal. a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
Art. 133 O prazo para interposição de pedido de reconsidera-
CAPÍTULO VI ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da
DAS CONCESSÕES ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
Art. 134 O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo,
Art. 126 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se a juízo da autoridade competente.
do serviço: Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsi-
I - por 01(um) dia, para doação de sangue; deração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do
II - por 02 (dois) dias, para se alistar como eleitor; ato impugnado.
III - por 08 (oito) dias consecutivos em razão de: Art. 135 O direito de requerer prescreve:
a) Casamento Civil. (Redação dada pela Lei nº 2065/2022) I - em 05 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e disponi-
b) Falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta e pa- bilidade ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes
drasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela, irmãos e avós. das relações de trabalhos.
(Redação dada pela Lei nº 2065/2022) II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando
outro prazo for fixado em lei.

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CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da Municípios e ao Distrito Federal;
publicação do ato impugnado ou da data da ciência, pelo interessa- II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do
do quando o ato não for publicado. servidor, com remuneração;
Art. 136 O pedido de reconsideração e o recurso quando cabí- III - a licença para atividade política, com remuneração, na hi-
veis, interrompem a prescrição. pótese prevista no art. 105, §2º;
Parágrafo único. Interrompida a prescrição, o prazo começará a IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele-
correr, novamente, por inteiro, no dia em que cessar a interrupção. tivo federal, estadual, municipal ou distrital, vinculado a previdên-
Art. 137 Para o exercício do direito de petição, é assegurada cia social;
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à pre-
procurador por ele constituído. vidência social;
Art. 138 A Administração deverá rever seus atos, a qualquer VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
tempo, quando eivados de ilegalidade. §1º O tempo de serviço em que o servidor esteve aposentado
Art. 139 A prescrição é de ordem pública, não podendo ser re- será contado apenas para nova aposentadoria.
levada pela administração. §2º É vedado a contagem cumulativa de tempo de serviço pres-
tado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão
CAPÍTULO IX ou entidade dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Mu-
DO TEMPO DE SERVIÇO nicípio, autarquia fundação pública, sociedade de economia mista
e empresa pública.
Art. 140 A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que
serão convertidos em anos, considerado o ano como 365 (trezen- TÍTULO V
tos e sessenta e cinco) dias. DO REGIME DISCIPLINAR
Art. 141 Além das ausências do servidor previstas no art. 126,
são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em vir- CAPÍTULO I
tude de: DOS DEVERES
I - férias;
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão Art. 144 São deveres do servidor:
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Dis- I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
trito Federal; II - ser leal às instituições a que servir;
III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, III - observar as normas legais e regulamentos;
em qualquer parte do município, por nomeação do Prefeito Muni- IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-
cipal; mente ilegais;
IV - participação em programa de treinamento regularmente V - atender com presteza:
instituído, conforme dispuser em regulamento, por ato do Prefeito a) Ao público em geral, prestando as informações requeridas,
Municipal; ressalvadas as protegidas por sigilo;
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, munici- b) À expedição de certidões requeridas para defesa de direito
pal ou do Distrito Federal; ou esclarecimento de situações de interesse pessoal.
VI - licença: c) Às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
a) À gestante, à adotante e à paternidade VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregula-
b) Para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 (vinte ridades de que tiver ciência em razão do cargo;
e quatro) meses cumulativos ao longo do tempo de serviço público VII - zelar pela economia do material e a conservação do patri-
prestado ao Município, em cargo de provimento efetivo. mônio público;
c) Para desempenho de mandato classista, exceto para efeito VIII - guardar sigilo sobre assuntos da repartição;
de promoção por merecimento. IX - manter conduta compatível com a moralidade administra-
d) Por motivo de acidente em serviço ou doença profissional. tiva;
e) Para capacitação conforme dispuser o regulamento, por ato X - ser assíduo e pontual ao serviço;
do Prefeito Municipal. XI - tratar com urbanidade as pessoas;
f) Por convocação para o serviço militar. XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po-
VII - deslocamento para a nova sede; der;
VIII - participação em competição esportiva ou convocação Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será
para integrar representação desportiva municipal, estadual e na- encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su-
cional, no país ou no exterior, conforme disposto em lei específica; perior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre-
IX - disponibilidade. sentado o direito de ampla defesa.
Parágrafo único. Aprovado, o candidato no programa de forma-
ção, o tempo destinado ao seu cumprimento será computado, para CAPÍTULO II
todos os efeitos, como de efetivo exercício no cargo público em que DAS PROIBIÇÕES
venha a ser investido.
Art. 142 Contar-se-á para efeito de disponibilidade, somente Art. 145 Ao servidor público é proibido:
o tempo de serviço prestado ao Município de Primavera do Leste. I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au-
Art. 143 Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria: torização do chefe imediato;
I - o tempo de serviço público prestado à União, aos Estados, II - retirar, sem prévia anuência da autoridade, qualquer docu-

129
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

mento ou objeto da repartição; CAPÍTULO IV


III - recusar fé a documentos públicos; DAS RESPONSABILIDADES
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento
e processo ou execução de serviço; Art. 148 O servidor responde civil, penal e administrativamente
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto pelo exercício irregular de suas atribuições.
da repartição; Art. 149 A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos pre- comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou
vistos em lei, o desempenho de atribuições que seja de sua respon- a terceiros.
sabilidade ou de seu subordinado; §1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se somente será liquidada na forma prevista no art. 63, na falta de
ou desfiliarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido outros bens que assegurar a execução do débito pela via judicial.
político; §2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o ser-
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de vidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau §3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores
civil; e contra eles será executada, até o limite do valor da herança rece-
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou- bida.
trem, em detrimento da dignidade da função pública; Art. 150 A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-
X - participar de gerência ou administração de empresa priva- venções imputados ao servidor, nessa qualidade.
da, de sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade Art. 151 A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato
de acionista, quotista ou comanditário; omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou fun-
XI - atuar, como procurador intermediário, junto a repartições ção.
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou Art. 152 As sanções civis, penais e administrativas poderão
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou com- cumular-se, sendo independentes entre si.
panheiro; Art. 153 A responsabilidade administrativa do servidor será
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual- afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do
quer espécie, em razão de suas atribuições; fato ou a sua autoria.
XIII - proceder de forma desidiosa;
XIV - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em CAPÍTULO V
serviços ou atividades particulares; DAS PENALIDADES
XV - cometer a outro servidor atribuições estranhas às do cargo
que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; Art. 154 São penalidades disciplinares:
XVI - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis I - advertência;
com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; II - suspensão;
XVII - recusar-se de atualizar seus dados cadastrais quando so- III - demissão;
licitado. (Vide regulamentação dada pelo Decreto nº 1332/2013) IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão;
CAPÍTULO III VI - destituição de função comissionada.
DA ACUMULAÇÃO Art. 155 Na aplicação das penalidades serão consideradas a
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
Art. 146 Ressalvados os casos previstos na Constituição da Re- provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
pública, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. atenuantes e os antecedentes funcionais.
§1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Art. 156 A advertência será aplicada por escrito, nos casos de
Estados e dos Municípios. violação de proibição constante do art. 145, incisos I a VIII e XVII e
§2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamento
à comprovação da compatibilidade de horários. ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais
Art. 147 O servidor não poderá exercer mais de um cargo em grave.
comissão, exceto nos casos previsto no parágrafo único do art. 10, Art. 157 A suspensão será aplicada em caso de reincidência das
nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições
coletiva. que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não
§1º O servidor vinculado ao regime desta lei, que acumular li- podendo exceder de 90 (noventa) dias.
citamente dois cargos efetivos, quando investido em cargos de pro- §1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servi-
vimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos dor que injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção
recebendo sua remuneração do cargo em exercício. médica determinada pela autoridade, cessando os efeitos de pena-
§2º O afastamento previsto neste artigo ocorrerá apenas em lidade uma vez cumprida a determinação.
relação a um dos cargos, se houver compatibilidade de horário e §2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade
local. de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin-
quenta por cento) do dia de vencimento ou remuneração, ficando o
servidor obrigado a permanecer em serviço.

130
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

Art. 158 As penalidades de advertência e de suspensão terão ticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
seus registros cancelados após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos §6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, apli-
de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, car-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposenta-
nesse período, praticado nova infração disciplinar. doria ou disponibilidade em relação aos cargos ou funções públicas
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou en-
efeitos retroativos tidades de vinculação serão comunicados.
Art. 159 A demissão será aplicada nos seguintes casos: §7º O prazo para a conclusão do processo administrativo dis-
I - crime contra a administração pública; ciplinar submetido ao rito sumário não excederá 30 (trinta) dias,
II - abandono de cargo; contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
III - inassiduidade habitual; admitida a sua prorrogação por até 15 (quinze) dias, quando as cir-
IV - improbidade administrativa; cunstâncias o exigirem.
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; §8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste
VI - insubordinação grave em serviço; artigo, observando-se no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo disposições do título VI desta lei.
em legítima defesa própria ou de outrem; Art. 161 As penalidades disciplinares serão aplicadas:
VIII - aplicação irregular de dinheiro público; I - pelo Prefeito, pelo Presidente da Câmara e pelo dirigente
IX - revelação de segredo apropriado em razão de cargo; superior de Autarquia ou Fundação, quando se tratar de demissão
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio mu- e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vincu-
nicipal; lado ao respectivo poder ou entidade;
XI - corrupção; II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata-
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi- mente inferior àquelas mencionadas no inciso I, quando se tratar
cas; de suspensão, superior a 30 (trinta) dias;
XIII - transgressão do art. 145, incisos IX a XV. III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
Art. 160 Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de respectivos regimentos, nos casos de advertência ou de suspensão
cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade competente, de até 30 (trinta) dias;
notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se
apresentar opção no prazo improrrogável de 10 (dez) dias, contados tratar de destituição de cargo em comissão.
da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento Art. 162 A ação disciplinar prescreverá:
sumário para sua apuração e regularização imediata, cujo processo I - em 05 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis-
administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: são, cassação de aposentadoria e destituição de cargo de comissão;
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- II - em 02 (dois) anos quanto à suspensão;
missão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultanea- III - em 180 (cento e oitenta) dias quanto à advertência;
mente indicar a autoria e materialidade da transgressão objeto da §1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
apuração; fato se tornou conhecido.
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e re- §2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às
latório; infrações disciplinares capituladas também com crime.
III - julgamento; §3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo dis-
§1º A indiciação da autoria de que trata o inciso I, deste artigo, ciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por
dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela autoridade competente.
descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação §4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das correr novamente a partir do dia em que cessar a interrupção.
datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente re-
gime jurídico. TÍTULO VI
§2º A comissão lavrará, até 3 (três) dias após a publicação do DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E DISCIPLINAR
ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas
as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como pro- CAPÍTULO I
moverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio DISPOSIÇÕES GERAIS
de sua chefia imediata, para no prazo de 05 (cinco) dias, apresentar
defesa, assegurando-lhe vista do processo na repartição, observado Art. 163 A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
os dispostos nos arts 163 e 164. serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
§3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório con- mediante sindicância ou processo disciplinar, assegurada ao acusa-
clusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em do ampla defesa.
que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude Art. 164 As denúncias sobre irregularidades serão objeto de
da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e sindicância, desde que contenham a identificação e o endereço do
remeterá o processo à autoridade instaladora para o julgamento. denunciante, e sejam formuladas por escrito, confirmada a auten-
§4º No prazo de 05 (cinco) dias, contados do recebimento do ticidade.
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando- Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar eviden-
-se, quando for o caso, o disposto no parágrafo único do art. 165. te infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada por
§5º A opção pelo servidor até o último dia do prazo para defesa falta de objeto.
configurará sua boa-fé hipótese em que se converter-se-á automa- Art. 165 Da sindicância poderá resultar:

131
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

I - arquivamento do processo; SEÇÃO I


II - instauração de processo disciplinar. DO INQUÉRITO
Art. 166 Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a
imposição de qualquer penalidade, será obrigatória a instauração Art. 173 O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do
de processo disciplinar. contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utiliza-
ção dos meios e recursos admitidos em direito.
CAPÍTULO II Art. 174 Os autos da sindicância integrarão o processo discipli-
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO nar como peça informativa da instrução.
Parágrafo único. Na hipótese do relatório da sindicância con-
Art. 167 Como medida cautelar e a fim de que o servidor não cluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instala- competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, in-
dora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento dependente da imediata instauração do processo disciplinar.
do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem pre- Art. 175 Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada
juízo da remuneração. de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis,
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a
igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos
concluído o processo. fatos.
Art. 176 É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o
CAPÍTULO III processo, pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e
DO PROCESSO DISCIPLINAR reinquirir testemunhas, produzir provas e contra provas e formular
quesitos, quando se tratar de prova pericial.
Art. 168 O processo disciplinar é o instrumento destinado a §1º O presidente da Comissão poderá denegar pedidos con-
apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exer- siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum
cício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições interesse para o esclarecimento dos fatos.
do cargo em que se encontre investido. §2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-
Art. 169 O processo disciplinar será conduzido por comissão, provação do fato independer de conhecimento especial de perito.
composta de 03 (três) servidores estáveis, designados pela autori- Art. 177 As testemunhas serão intimadas a depor mediante
dade competente que indicará dentre eles, o seu presidente, que mandado expedido pelo Presidente da Comissão, devendo a segun-
deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou do mesmo nível, da via, com ciente do interessado, ser anexada aos autos.
ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expe-
§1º A comissão terá como secretário servidor designado pelo dição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da
seu presidente, podendo a designação recair em um dos seus mem- repartição onde serve, com indicação do dia e hora marcados para
bros. a inquirição.
§2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou in- Art. 178 O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
quérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguí- termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo escrito.
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até terceiro grau. §1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.
Art. 170 A comissão exercerá suas atividades com independên- §2º Na hipótese de depoimentos contraditórios, proceder-se-á
cia e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do à acareação entre os depoentes.
fato ou exigido pelo interesse da administração. Art. 179 Concluída a inquirição das testemunhas a comissão
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões te- promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi-
rão caráter reservado. mentos previstos nos artigos 177 e 178.
Art. 171 O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fa- §1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvi-
ses: do separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- sobre os fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre
missão; eles.
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa §2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório,
e relatório; bem como a inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interfe-
III - julgamento. rir nas perguntas e respostas, facultando-lhe, porém, reinquirí-las,
Art. 172 O prazo para conclusão do processo disciplinar não por intermédio do Presidente da Comissão.
excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato Art. 180 Quando houver dúvidas sobre a sanidade mental do
que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual pra- acusado, a comissão proporá a autoridade competente que ele seja
zo, quando as circunstâncias o exigirem. submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo
§1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo in- menos um médico psiquiatra.
tegral, aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processa-
ponto, até a entrega do relatório final. do em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expe-
§2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que de- dição do laudo pericial.
verão detalhar as deliberações adotadas. Art. 181 Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indi-
ciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e
das respectivas provas.
§1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo Presi-

132
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

dente da Comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
(dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. responsabilidade.
§2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo comum será de Art. 189 Verificada a existência de vício insanável, a autoridade
20 (vinte) dias. que determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia
§3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para superior, declarará a nulidade, total ou parcial, e ordenará a cons-
diligências reputadas indispensáveis. tituição de outra comissão para a instauração de novo processo.
§4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia §1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada em processo.
termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a §2º A autoridade julgadora que der causa a prescrição de que
assinatura de 02 (duas) testemunhas. trata o §1º artigo 162, será responsabilizada na forma do capítulo
Art. 182 O indiciado que mudar de residência fica obrigado a IV do título V.
comunicar o lugar onde poderá ser encontrado. Art. 190 Extinta a punibilidade pela prescrição a autoridade
Art. 183 Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indi-
será citado por Edital, publicado no Diário Oficial e/ou em jornal de viduais do servidor.
grande circulação no Município de Primavera do Leste, para apre- Art. 191 Quando a infração estiver capitulada como crime, o
sentar defesa, ou ainda por afixação na Prefeitura e Câmara Muni- processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para ins-
cipal. tauração da ação penal, ficando traslado na repartição.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa Art. 192 O servidor que responde a processo disciplinar só
será de 15 (quinze) dias a partir da publicação do Edital. poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado voluntariamente,
Art. 184 Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, caso
citado, não apresentar defesa no prazo legal. aplicada.
§1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo
e devolverá o prazo para a defesa. SEÇÃO III
§2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora DA REVISÃO DO PROCESSO
do processo designará um servidor como defensor dativo, que de-
verá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de um mesmo nível, Art. 193 O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
Art. 185 Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório mi- circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
nucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará inadequação de penalidade aplicada.
as provas em que se baseou para formar a sua convicção. §1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
§1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do
responsabilidade do servidor. processo.
§2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão in- §2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será
dicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como requerida pelo respectivo curador.
circunstâncias agravantes ou atenuantes. Art. 194 No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re-
Art. 186 O processo disciplinar, com o relatório da comissão, querente.
será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para Art. 195 A simples alegação de injustiça da penalidade não
julgamento. constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos,
ainda não apreciados no processo originário.
SEÇÃO II Art. 196 O requerimento de revisão do processo será dirigido
DO JULGAMENTO ao Prefeito Municipal que, se autorizar a revisão, encaminhará o
pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o pro-
Art. 187 No prazo de 20 (vinte) dias contados do recebimento cesso disciplinar.
do processo a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente
§1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori- providenciará a constituição de comissão, na forma prevista no art.
dade instauradora do processo, este será encaminhado à autorida- 169 desta lei.
de competente, que decidirá em igual prazo. Art. 197 A revisão correrá em apenso ao processo originário.
§2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e
o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição de hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que
pena mais grave. arrolar.
§3º Se a penalidade prevista for demissão ou cassação de apo- Art. 198 A Comissão revisora terá até 60 (sessenta) dias para
sentadoria ou disponibilidade, o julgamento final caberá às autori- conclusão dos trabalhos, prorrogável por igual prazo, quando as cir-
dades de que trata o inciso I do art. 161. cunstâncias o exigirem.
§4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a au- Art. 199 Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que
toridade instaladora do processo determinará o seu arquivamento, couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do pro-
salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos. cesso disciplinar.
Art. 188 O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo Art. 200 O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pena-
quando contrário às provas dos autos. lidade nos termos do art. 161 desta lei.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as Parágrafo único. O prazo para julgamento será de até 20 (vinte)
provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a au-

133
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

toridade julgadora poderá determinar diligências. ção necessária ou mediante crédito especial, na forma da lei.
Art. 201 Julgada procedente a revisão, será declarada sem Art. 212 A licença prêmio a que se refere o artigo 107, refe-
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos rente ao tempo de serviço decorrido antes da vigência da presente
do servidor, exceto em relação à destituição de cargo em comissão, lei, desde a data de admissão do servidor, será concedida parce-
que será convertida em exoneração. ladamente, a requerimento do interessado, na oportunidade que
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar melhor atenda aos interesses do serviço público, a juízo da chefia
agravamento de penalidade. imediata do servidor.
Parágrafo único. Não aplica-se o §1º do artigo 108, para os pe-
TÍTULO VII ríodos previstos no Caput deste artigo.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 213 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Art. 202 Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por GABINETE DO PREFEITO, Em 25 de setembro de 2.001
esta lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores de am-
bos os Poderes do Município, das autarquias e fundações munici-
QUESTÕES
pais, regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-lei nº 5452, de 1º de maio de 1.943, exceto os contratados
por prazo determinado, que ficaram sujeitos a regime especial a ser 1. Qual é uma característica marcante dos governos militares
disciplinado em Lei específica. (Vide regulamentação dada pela Lei ao longo do século XX em muitos países?
nº 888/2005) (A) Modernização econômica
Parágrafo único. Os empregos ocupados pelos servidores in- (B) Estabilidade política
cluídos no regime instituído por esta lei ficam transformados em (C) Inclusão social
cargos, na data de sua publicação. (D) Influência religiosa
Art. 203 O dia do servidor público será comemorado a 28 (vinte
e oito) de outubro. 2. O que pode motivar a ascensão de regimes militares ao po-
Art. 204 Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe- der em um país?
cutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcionais, (A) Crescimento econômico
além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira: (B) Desejo de democratização
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos (C) Conflitos internos
que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos (D) Desenvolvimento sustentável
operacionais;
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, con- 3. Qual é uma das acusações frequentes contra governos mi-
decoração e elogio. litares?
Art. 205 Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias (A) Promoção da liberdade de expressão
corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o vencimen- (B) Supressão da oposição política
to, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo (C) Fortalecimento da sociedade civil
vencido em dia que não haja expediente. (D) Incentivo à participação cívica
Art. 206 Por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica
ou política, nenhum servidor poderá ser privado de quaisquer de 4. Qual foi um resultado comum das políticas econômicas em-
seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem exi- pregadas por governos militares?
mir-se do cumprimento de seus deveres. (A) Inclusão social significativa
Art. 207 São assegurados ao servidor público os direitos de as- (B) Desenvolvimento sustentável a longo prazo
sociação profissional, sindical e o de greve. (C) Estabilidade política imediata
Parágrafo único. O direito de greve será exercido nos termos e (D) Restrições à liberdade civil
nos limites definidos em Lei Federal.
Art. 208 Ao servidor estudante que mudar de sede, dentro do 5. Que país teve um governo militar marcado por uma repres-
Município, no interesse da Administração, é assegurada na localida- são severa a opositores políticos e censura à imprensa?
de da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição (A) Chile
de ensino congênere, em qualquer época, independente de vaga. (B) Argentina
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge (C) Brasil
ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na (D) Uruguai
sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com au-
torização judicial. 6. Qual líder chileno esteve associado a violações graves dos
Art. 209 O servidor público municipal, de ambos os Poderes, direitos humanos durante seu governo militar?
de suas autarquias e fundações, vincula-se, obrigatoriamente, ao (A) Fidel Castro
sistema previdenciário municipal ou convênio. (B) Hugo Chávez
Art. 210 Nos casos omissos neste Estatuto serão aplicados sub- (C) Salvador Allende
sidiariamente, as disposições da Lei Orgânica Municipal, Plano de (D) Augusto Pinochet
Cargos e Vencimentos e da Constituição Federal.
Art. 211 Para custeio das despesas decorrentes desta lei, serão
utilizados os recursos orçamentários próprios, com a suplementa-

134
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

7. Além das repressões políticas, que tipo de impacto os go- 13. FAUEL - 2021 - Prefeitura de São José dos Pinhais - PR -
vernos militares frequentemente deixaram em relação à economia? Guarda Municipal
(A) Desenvolvimento sustentável
(B) Inclusão social A Constituição Federal de 1988, além de regular o funciona-
(C) Liberdade de mercado mento do Estado, elenca a dignidade da pessoa humana como um
(D) Ambiguidade econômica dos fundamentos da República e prevê, expressamente, diversos
direitos e garantias fundamentais. A respeito do tema, assinale a
8. O que são as comissões de verdade e justiça mencionadas alternativa CORRETA.
no texto? (A) Nenhum brasileiro será extraditado, ainda que naturaliza-
(A) Organizações militares do, salvo em caso de crime comum ou de comprovado envol-
(B) Entidades de ajuda humanitária vimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
(C) Grupos de oposição política forma da lei.
(D) Iniciativas de investigação de abusos (B) O civilmente identificado será submetido a identificação cri-
minal, ressalvadas as exceções previstas em lei.
9. Qual é a principal razão para a complexidade das análises (C) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
relativas aos governos militares? líquido e certo, amparado por habeas corpus ou habeas data,
(A) Falta de dados históricos quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
(B) Diferenças culturais autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
(C) Influências religiosas atribuições do Poder Público.
(D) Variações e sutilezas nos regimes (D) No caso de iminente perigo público, a autoridade compe-
tente poderá usar de propriedade particular, sendo assegurada
10. O que o estudo dos governos militares ajuda a entender ao proprietário indenização posterior, desde que haja dano.
nas sociedades? (E) A lei penal retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
(A) Diferenças culturais
(B) Desenvolvimento sustentável 14. IBFC - 2022 - SESACRE - Agente Administrativo
(C) Relações internacionais
(D) Estabilidade política As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regio-
nalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, conforme
11 CESPE / CEBRASPE - 2023 - Prefeitura de Boa Vista - RR - dispõe a Constituição Federal de 1988. Acerca do assunto, assinale
Guarda Municipal a alternativa que não apresenta uma diretriz do sistema único.
(A) Participação da comunidade
De acordo com as disposições constitucionais acerca dos di- (B) Atendimento integral, com prioridade para as atividades
reitos e garantias fundamentais relativos à prisão, assinale a opção preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais
correta. (C) Descentralização, com direção única em cada esfera de go-
(A) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre de- verno
vem ser comunicados imediatamente ao juiz competente e à (D) Equidade na forma de participação no custeio
família do preso, mas este não poderá indicar pessoa para ob-
ter essa informação, sob pena de colocar em risco a efetividade 15. IBADE - 2020 - Prefeitura de Santa Luzia D`Oeste - RO -
da medida. Agente Administrativo
(B) A pessoa que for presa tem o direito à identificação do res-
ponsável por sua prisão, sendo, entretanto, garantido o sigilo Prevê a Constituição Federal no Art. 41, que são estáveis após
da identidade daquele que realizar o seu interrogatório. três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
(C) Quando a lei admitir a liberdade provisória, ninguém será de provimento efetivo em virtude de concurso público. Assinale a
mantido preso, independentemente do pagamento de fiança. alternativa que corresponde a uma das situações em que o servidor
(D) A prisão ilegal deve ser imediatamente relaxada por auto- público estável perderá o cargo.
ridade policial. (A) Por avaliação especial de desempenho por comissão insti-
tuída para essa finalidade
12. ADVISE - 2022 - Prefeitura de Paranatama - PE - Guarda Mu- (B) Na estruturação do órgão ou entidade gestora do regime
nicipal (C) Na extinção e consequente migração para o Regime Geral
de Previdência Social
O direito de propriedade garantido pela Constituição Federal (D) Mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
é um dos direitos e garantias fundamentais e impõe que a proprie- penho não assegurada ampla defesa
dade: (E) Em virtude de sentença judicial transitada em julgado
(A) Deve atender a função social.
(B) Deve ser absoluta.
(C) Deve ser irrestrita e não passível de desapropriação.
(D) Deve ser da coletividade, nunca privada.
(E) Não deve atender a função social.

135
CONHECIMENTOS GERAIS E LEGISLAÇÃO

16. IBADE - 2020 - Prefeitura de Ministro Andreazza - RO - Agen- (C) É assegurada a participação dos trabalhadores e emprega-
te Administrativo dores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interes-
ses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão
O instituto da estabilidade no serviço público é conhecido há e deliberação.
mais de um século no Brasil, e é fundamental para garantir que o (D) São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
servidor público possa desempenhar suas funções sem pressões trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ-
políticas ou de grupos econômicos interessados em obter privilé- dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistên-
gios e favorecimentos. Assim, o servidor não poderá ser demitido cia aos desamparados, na forma desta Constituição.
simplesmente por se recusar a cumprir uma ordem ilegal de seu su-
perior hierárquico, garantindo que possa agir sempre em consonân- 20. IBADE - 2022 - Faceli - Agente Administrativo
cia com o princípio da impessoalidade. Nesse contexto, a Constitui- Analise as assertivas e responda.
ção Federal de 1988 prevê a obtenção da estabilidade pelo servidor I – Cidadania.
concursado que completar: II – Dignidade da pessoa humana.
(A) um ano de efetivo exercício. III – Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
(B) três anos de efetivo exercício. IV – Direitos e garantias fundamentais.
(C) quatro anos de efetivo exercício. À luz da Constituição Federal de 1988, Carta Magna, a Repúbli-
(D) cinco anos de efetivo exercício. ca Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Esta-
(E) dez anos de efetivo exercício. dos e Municípios e do Distrito Federal. Nesse sentido, das assertivas
dispostas, é CORRETO afirmar ser fundamento da República Fede-
17. VUNESP - 2023 - CAMPREV - SP - Agente Administrativo rativa do Brasil:
(A) II, III e IV.
A respeito dos princípios fundamentais da Constituição da Re- (B) I, III e IV.
pública de 1988, assinale a alternativa correta. (C) I, II e IV.
(A) O pluralismo político constitui um dos fundamentos da Re- (D) I, II e III.
pública Federativa do Brasil. (E) I, II, III e IV.
(B) Todo o poder emana do povo, que o exerce diretamente,
por meio de representantes eleitos, ou indiretamente, por
GABARITO
meio de plebiscito e referendo, nos termos da Constituição.
(C) São Poderes da União, autônomos e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo, o Judiciário e Moderador.
(D) A concessão de asilo político não é um dos princípios de 1 B
relações internacionais da República Federativa do Brasil. 2 C
(E) A República Federativa do Brasil buscará a integração ét-
3 B
nica, política, tecnológica e cultural dos povos da América do
Sul, visando à formação de uma comunidade sul-americana de 4 D
povos. 5 C
18. VUNESP - 2020 - Câmara de Boituva - SP - Agente Adminis- 6 D
trativo 7 D

A transparência na administração pública é um dos princípios 8 D


fundamentais da democracia e, apesar de não estar explicitada no 9 D
caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, tem como um
10 C
dos seus principais componentes o princípio constitucional da
(A) publicidade. 11 C
(B) eficiência. 12 A
(C) legalidade.
(D) eficácia. 13 D
(E) moralidade. 14 D
15 E
19. OMNI - 2021 - Prefeitura de Lençóis Paulista - SP - Agente
Administrativo 16 B
17 A
A respeito da Constituição da República Federativa do Brasil,
dos direitos sociais é INCORRETO afirmar: 18 A
(A) É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado 19 A
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
(B) É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalha- 20 D
dores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os in-
teresses que devam por meio dele defender.

136
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tipos:
CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE
TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PRO- PERIFÉRICOS
Utilizados para a entrada de dados;
CEDIMENTOS DE INFORMÁTICA: TIPOS DE COMPUTA- DE ENTRADA
DORES, CONCEITOS DE HARDWARE E DE SOFTWARE, PERIFÉRICOS
Utilizados para saída/visualização de dados
INSTALAÇÃO DE PERIFÉRICOS. DE SAÍDA

• Periféricos de entrada mais comuns.


Hardware – O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item
Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonômicos
dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o compu- para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular;
tador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígi- – Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados
do, monitor, scanner, etc. para uso no computador;
– O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele
Software podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso do com-
Software, na verdade, são os programas usados para fazer ta- putador.
refas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software • Periféricos de saída populares mais comuns
são programadas em uma linguagem de computador, traduzidas – Monitores, que mostra dados e informações ao usuário;
em linguagem de máquina e executadas por computador. – Impressoras, que permite a impressão de dados para mate-
O software pode ser categorizado em dois tipos: rial físico;
– Software de sistema operacional – Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador;
– Software de aplicativos em geral – Fones de ouvido.
• Software de sistema operacional Sistema Operacional
O software de sistema é o responsável pelo funcionamento do O software de sistema operacional é o responsável pelo funcio-
computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos de namento do computador. É a plataforma de execução do usuário.
software do sistema incluem sistemas operacionais como Windo- Exemplos de software do sistema incluem sistemas operacionais
ws, Linux, Unix , Solaris etc. como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.
• Software de aplicação • Aplicativos e Ferramentas
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para São softwares utilizados pelos usuários para execução de tare-
execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicati- fas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Ac-
vos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc. cess, além de ferramentas construídas para fins específicos.
Para não esquecer:
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES
(AMBIENTE MICROSOFT OFFICE, VERSÕES 2010, 2013
HARDWARE É a parte física do computador
E 365).
São os programas no computador (de fun-
SOFTWARE
cionamento e tarefas)
Microsoft Office
Periféricos
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados
no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionali-
dades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou
aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo
melhorar o desempenho do computador, tais como design, qualida-
de de som, alto falantes, etc.

137
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para


uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas Alinhamento à direita Ctrl + G
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos –
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – Centralizar o texto Ctrl + E
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum:
Alinhamento à esquerda Ctrl + Q
Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele • Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
então apresentar suas principais funcionalidades. trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
• Área de trabalho do Word se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo máticos.
com a necessidade.

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho

Aumenta / diminui tamanho


• Iniciando um novo documento
Recursos automáticos de caixa-altas
e baixas

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar
Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações diferentes tipos de marcadores automáticos:
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.

GUIA PÁGINA TECLA DE


ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
Justificar (arruma a direito
e a esquerda de acordo Ctrl + J
com a margem

138
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Outros Recursos interessantes: – Podemos também ter o intervalo A1..B3

GUIA ÍCONE FUNÇÃO


- Mudar Forma
- Mudar cor de
Página inicial Fundo
- Mudar cor do
texto

- Inserir Tabelas
Inserir
- Inserir Imagens

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-


lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
Verificação e cor- uma planilha.
Revisão
reção ortográfica
• Formatação células

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente.

• Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
• Fórmulas básicas
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )

ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

139
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre- Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários
ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior, A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor. apresentado anteriormente.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo


tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o
Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referen- Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro
te ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais. fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente uma posição para outra utilizando o mouse.
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
trabalho com o programa. para passagem entre elementos das apresentações.

140
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide


antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade quisa inteligente;
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- – É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
vando a experiência dos usuários a outro nível. que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.
Office 2013
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar • Atualizações no Excel
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
tos com telas simples funciona normalmente. questão do compartilhamento dos arquivos.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- • Atualizações no PowerPoint
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart- – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
fones diversos. riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
• Atualizações no Word tão do compartilhamento dos arquivos;
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); 3D na apresentação.
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos Office 2019
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura; O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
editar PDF(s). veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
• Atualizações no Excel • Atualizações no Word
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário desenvolvimento de documentos;
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;

141
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”. – Inclusão de imagens 3D na apresentação.
Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.

• Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
algum mapa que deseja construir.

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

142
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Área de trabalho
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL (AMBIENTE
WINDOWS, VERSÕES 10 E 11 PRO).

Windows 10
Conceito de pastas e diretórios
Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.

Manipulação de arquivos e pastas


A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos. executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.
Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

143
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Uso dos menus que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza


internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

Programas e aplicativos e interação com o usuário


Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas. • O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-
– Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar pia de segurança.
bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar
CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center.

Inicialização e finalização

– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.
Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no Windows,
porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:

Windows 11 Pro
• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-
O Windows 11 Pro é a versão mais avançada do sistema
tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
operacional da Microsoft, oferecendo uma ampla variedade de
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
ferramentas e recursos que podem ser utilizados para melhorar

144
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a produtividade e a eficiência no trabalho. Nesta apostila, — Outros recursos


apresentaremos algumas das principais ferramentas do Windows Além das ferramentas mencionadas acima, o Windows 11 Pro
11 Pro, mostrando como elas podem ser usadas para melhorar o apresenta uma série de outros recursos que podem melhorar a
desempenho do computador e otimizar o trabalho diário. produtividade no trabalho, como:
– Área de trabalho virtual: permite que o usuário crie várias
— Iniciando o Windows 11 Pro áreas de trabalho virtuais, organizando seus aplicativos e janelas
Ao iniciar o Windows 11 Pro, o usuário encontrará uma por projetos ou tarefas.
interface totalmente repaginada, com um novo menu Iniciar, novos – Busca aprimorada: a busca no Windows 11 Pro foi aprimorada,
ícones e um design mais moderno e intuitivo. Para acessar o menu permitindo que o usuário encontre arquivos, aplicativos e
Iniciar, basta clicar no ícone do Windows, localizado no canto configurações com mais facilidade.
inferior esquerdo da tela. – Modo escuro: o modo escuro é uma opção de design que
A barra de tarefas também foi aprimorada, apresentando novas apresenta a interface do Windows 11 Pro com cores mais escuras,
opções de personalização, como a possibilidade de fixar aplicativos reduzindo o cansaço visual e ajudando a economizar bateria em
favoritos e acessar rapidamente as janelas abertas. Para alternar dispositivos móveis.
entre as janelas abertas, basta clicar no ícone do aplicativo na barra – Assistente de foco: o assistente de foco é uma ferramenta
de tarefas ou pressionar as teclas “Alt” + “Tab”. que ajuda o usuário a manter o foco no trabalho, bloqueando
notificações e chamadas durante um determinado período de
— Microsoft Edge tempo.
O Microsoft Edge é o navegador padrão do Windows 11 Pro
e apresenta uma série de recursos que o tornam mais seguro e O Windows 11 Pro apresenta uma ampla variedade de
eficiente para navegar na internet. Uma das principais ferramentas ferramentas e recursos que podem melhorar a produtividade e a
do Edge é o “Modo de Aplicativo”, que permite que o usuário acesse eficiência no trabalho. Desde o novo menu Iniciar até o Microsoft
sites como se fossem aplicativos, com uma interface mais limpa e Edge, o Windows Defender e o Gerenciador de Tarefas, o sistema
sem as barras de ferramentas do navegador. operacional da Microsoft oferece um ambiente de trabalho
Outra ferramenta importante do Edge é o “Collections”, completo e intuitivo para profissionais de todas as áreas. Com
que permite que o usuário salve links, imagens e informações a ajuda das ferramentas apresentadas nesta apostila, o usuário
de uma página em uma coleção organizada. Essa ferramenta é poderá aproveitar ao máximo todas as funcionalidades do Windows
especialmente útil para pesquisas e trabalhos acadêmicos. 11 Pro e otimizar o seu trabalho diário.

— Windows Defender
O Windows Defender é o antivírus padrão do Windows 11 Pro
REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS BÁSICOS,
e oferece uma proteção completa contra vírus, malware e outras
FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE
ameaças online. O Defender apresenta uma interface mais simples
INTERNET E INTRANET. PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO
e intuitiva, permitindo que o usuário monitore facilmente o status
da proteção e execute varreduras completas ou rápidas no sistema. Tipos de rede de computadores
Outra ferramenta interessante do Windows Defender é o • LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido.
“Controle dos Pais”, que permite que os pais monitorem a atividade Exemplos: casa, escritório, etc.
online de seus filhos e restrinjam o acesso a sites inapropriados ou
perigosos.

— Gerenciador de Tarefas
O Gerenciador de Tarefas é uma ferramenta essencial do
Windows 11 Pro, permitindo que o usuário monitore o desempenho
do sistema e gerencie os processos em execução. Para abrir o
Gerenciador de Tarefas, basta clicar com o botão direito do mouse
na barra de tarefas e selecionar a opção “Gerenciador de Tarefas”.
No Gerenciador de Tarefas, o usuário pode visualizar o uso
da CPU, memória e disco rígido, além de encerrar processos que
estejam causando lentidão ou travamentos no sistema.

— Microsoft Office
O Microsoft Office é uma suíte de aplicativos essencial para a
produtividade no trabalho, apresentando ferramentas como Word,
Excel, PowerPoint e Outlook. O Office 365, que é a versão mais
atualizada do Office, está integrado ao Windows 11 Pro, permitindo
que o usuário acesse facilmente os aplicativos e utilize recursos de
armazenamento em nuvem através do OneDrive. • MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem-
plo.

145
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que • Sites
a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender- Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
mos o conceito. chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns


dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

Internet Explorer 11

Navegação e navegadores da Internet

• Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co- • Identificar o ambiente
municam.

• Procedimentos de Internet e intranet


Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa-
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down-
load), etc. O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Micro-
soft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador sim-
plificado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que
protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um en-
dereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://
www.gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No
exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos

146
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre outras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox

147
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto Vejamos:


de nosso estudo:
• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
(+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.
Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox

5 Barra de Endereços

6 Ver históricos e favoritos


Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:
Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,
7
Menu e outros)
Sincronização com a conta FireFox (Vamos 1 Botão Voltar uma página
8
detalhar adiante)
2 Botão avançar uma página
Mostra menu de contexto com várias op-
9
ções
3 Botão atualizar a página
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
4 Barra de Endereço.
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc.,
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado 5 Adicionar Favoritos
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa-
6 Usuário Atual
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da-
dos seguros após o uso. Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
seguir.
Google Chrome
O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
nalidades.

• Favoritos
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi- No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa- cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
das por concorrentes. da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
pronto.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.

148
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces-
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, • Sincronização
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
dia a dia se preferir. portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
rão disponíveis na sua conta Google.
Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do


usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado. Safari

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.

O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-


ções implementadas.

149
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Vejamos:

• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bastante comuns.


Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para posterior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endereços. Para
adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e pronto.
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para removê-lo,
basta clicar em excluir.

150
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.

• Histórico e Favoritos

Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.
Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-
nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
cal.
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o
e-mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
nome do usuário;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos;
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria
das vezes, a empresa;

• Pesquisar palavras Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail.


Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em com.br / @editora.com.br
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o – Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po- recebidas;
demos digitar parte do que procuramos, e será localizado. – Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
não enviadas;
• Salvando Textos e Imagens da Internet – E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão e-mails que foram enviados;
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta. – Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
nou de redigir;
– Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.

Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:

151
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá- • Anexação de arquivos


rio do e-mail;
– CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos;
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da
mensagem;
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem;

– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens,


programas, música, textos e outros);
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem.

• Uso do correio eletrônico Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane-
– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail; xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra- o texto.
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
ção de contas estão no tópico acima; • Boas práticas para anexar arquivos à mensagem
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente – E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível; que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no – Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.
Mail, Gmail, etc.; Computação de nuvem (Cloud Computing)
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos • Conceito de Nuvem (Cloud)
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas-
tante parecidas.

• Preparo e envio de mensagens

A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi-


ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de-
mandas de usuários e empresas.

• Boas práticas para criação de mensagens


– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado;
– A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao
extremo dando muitas voltas;
– Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto
de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados.

A internet é a base da computação em nuvem, os servidores


remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usuá-
rios e às empresas.

152
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A computação em nuvem permite que os consumidores alu-


guem uma infraestrutura física de um data center (provedor de ser- FERRAMENTAS GOOGLE: GMAIL; GOOGLE MEET;
viços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas GOOGLE DOCUMENTOS; GOOGLE PLANILHAS;
usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus GOOGLE DRIVE; GOOGLE AGENDA.
arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer computador conec-
tado no mundo. A empresa GOOGLE disponibiliza várias ferramentas para todos
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em os públicos. Suas ferramentas garantem a privacidade e a segurança
um local chamado Data Center dentro do provedor. abrangendo cenários como: educação, trabalho, lazer, ferramentas
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses pro- para o dia a dia, uso, científico, programação, etc.
dutos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem, Dentro deste contexto vamos listas abaixo as várias ferramen-
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas tas GOOGLE de acordo com a categoria de aplicabilidade:
áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas
de TI, Telecomunicações. — Ferramentas de busca
Pesquisa do GOOGLE: Trata-se de um mecanismo de pesquisa
• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage) na web e o principal produto do Google.
Alertas do GOOGLE: Trata-se de um serviço de notificação por
e-mail que envia os alertas com base nos termos de pesquisa esco-
lhidos sempre que encontra novos resultados. Os alertas incluem
resultados da web, resultados dos Grupos do Google, notícias e ví-
deos.
Google arts & culture: Trata-se de uma plataforma online para
visualizar obras de arte e artefatos culturais.
Google assistant: Trata-se de um assistente virtual que ajuda
em tarefas do dia a dia.
Google bookmarks: Trata-se de um serviço gratuito de armaze-
namento de favoritos online.
Google books: Trata-se de um site que lista livros publicados
e hospeda uma grande seleção pesquisável de livros digitalizados.
Pesquisa personalizada do GOOGLE:
Trata-se de uma experiência de mecanismo de pesquisa perso-
nalizável para uso em sites.
Google dataset search: Permite pesquisar conjuntos de dados
A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é sim- em repositórios de dados e sites de governos locais e nacionais.
ples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet. Google finance: Trata-se de notícias, opiniões e dados finan-
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez ceiros.
que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser aces- Google flights: Trata-se de um motor de busca de passagens
sados em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas aéreas.
que tiverem acesso. Imagens do Google: Trata-se de um mecanismo de busca de
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, One- imagens.
Drive. Google News: Trata-se de um serviço automatizado de compi-
As informações são mantidas em grandes Data Centers das lação de notícias e mecanismo de busca de notícias em mais de 20
empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos res- idiomas.
ponsáveis por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem Patentes do Google: Trata-se de um mecanismo de pesquisa
relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem para pesquisar milhões de patentes, cada resultado com sua pró-
seus dados e recursos, podendo modificar conforme a necessidade. pria página, incluindo desenhos, reivindicações e citações.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características Google scholar: Trata-se de um mecanismo de busca para o
que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos texto completo da literatura acadêmica em uma variedade de for-
de praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade. matos de publicação e campos acadêmicos. Inclui praticamente to-
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais dos os periódicos revisados ​​por pares.
como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nu- Google shopping: Trata-se de um motor de busca de produtos
vem que podem ser contratados. em lojas online.
YouTube: Trata-se de um serviço de hospedagem de vídeo.

— Serviços de publicidade
Google ads: Trata-se de uma plataforma de publicidade online.
ADMOB: Trata-se de uma rede de publicidade móvel.
Google adsense: Trata-se de um programa de publicidade con-
textual para editores da web que oferece anúncios baseados em
texto que são relevantes para as páginas de conteúdo do site.

153
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Google Ad Manager: Trata-se de uma plataforma de troca de Google Mars: Imagens de Marte usando a interface do GOO-
anúncios. GLE MAPS. Elevação, imagens visíveis e imagens infravermelhas po-
Google Marketing Platform: Trata-se de uma plataforma de dem ser mostradas.
análise e publicidade online. Google Moon: Trata-se de imagens da Lua da NASA através da
Google Tag Manager: Trata-se de um sistema de gerenciamen- interface do GOOGLE MAPS.
to de TAGS para gerenciar TAGS JAVASCRIPT e HTML, incluindo web Google Street View: Trata-se de fornece panoramas interativos
BEACONS, para rastreamento e análise da web. de posições ao longo de muitas ruas do mundo.
— Ferramentas de comunicação e publicação Google Sky: Trata-se de veja planetas, estrelas e galáxias.
Blogger: Trata-se de uma ferramenta de publicação de WE- Google Santa Tracker: Trata-se de simula o rastreamento do
BLOG; Papai Noel na véspera de Natal.
Feedburner: Trata-se de uma ferramenta em serviços de geren-
ciamento de FEED de notícias, incluindo análise de tráfego de FEED — Ferramentas estatísticas
e recursos de publicidade. Google Analytics: Trata-se de um gerador de estatísticas de
Gmail: Trata-se de um serviço de e-mail. tráfego para sites definidos, com integração do GOOGLE ADS. Os
Conta do Google: Trata-se de controlar como um usuário se webmasters podem otimizar campanhas publicitárias, com base
apresenta nos produtos do Google. nas estatísticas.
Google chat: Trata-se de um software de mensagens instantâ- Google Surveys: Trata-se de uma ferramenta de pesquisa de
neas com capacidade de criar “SALAS” - MULTIUSUÁRIO. mercado.
Google charts: Trata-se de uma geração de imagem de gráfico Firebase: Trata-se de uma coleção aberta, CREATIVE COM-
interativa e baseada na WEB a partir de JAVASCRIPT fornecido pelo MONS, licenciada por atribuição de dados estruturados e uma pla-
usuário. taforma FREEBASE para acessar e manipular esses dados por meio
Google classroom: Trata-se de um sistema de gerenciamento da API FREEBASE.
de conteúdo para escolas que auxilia na distribuição e classificação Google Ngram Viewer: Trata-se de gráficos de frequências ano
de tarefas e na comunicação em sala de aula. a ano de qualquer conjunto de STRINGS delimitadas por vírgulas
Google currents: Trata-se de um quadro de avisos digital. nos corpora de texto do Google.
Editores do google docs: Trata-se de um pacote de escritório Google Public Data Explorer: Trata-se de fornecer dados públi-
de produtividade com recursos de colaboração e publicação de do- cos e previsões de organizações internacionais e instituições aca-
cumentos. Fortemente integrado com o GOOGLE DRIVE. dêmicas.
Google docs: Trata-se da edição de documentos. Tensorflow: Trata-se de um serviço de aprendizado de máqui-
Planilhas Google: Trata-se da edição de planilhas. na que simplifica o design de redes neurais de maneira mais fácil e
Apresentações Google: Trata-se da edição de apresentação. visível
Desenhos Google: Trata-se da diagramação. Google Trends: Trata-se de um aplicativo gráfico para estatís-
Formulários Google: Trata-Se Da Criação De Pesquisas. ticas de pesquisa na web, mostrando a popularidade de termos de
Google Sites: Trata-se da criação e publicação de páginas da pesquisa específicos ao longo do tempo. Vários termos podem ser
web. mostrados de uma só vez. Os resultados podem ser exibidos por
Google Keep: Trata-se de anotações. cidade, região ou idioma. Notícias relacionadas são mostradas. Tem
Google Domains: Serviço de registro de domínio, com parcei- a subseção “GOOGLE TRENDS FOR WEBSITES” que mostra a popu-
ros de publicação de sites. laridade dos sites ao longo do tempo.
Google Drive: Trata-se de serviço de hospedagem de arquivos Relatório de atividades do Google: Trata-se de um relatório
com opção de sincronização; totalmente integrado com os Editores mensal que inclui estatísticas sobre o uso do Google por um usuá-
do Google Docs. rio, como LOGIN, alterações de autenticação de terceiros, uso do
Google Fonts: Serviço de hospedagem de WEBFONTS. Gmail, calendário, histórico de pesquisa e YOUTUBE.
Grupos do Google: Serviço de discussão online que também Google Data Studio: Trata-se de uma ferramenta online para
oferece acesso USENET. converter dados em relatórios e painéis informativos personalizá-
Google Meet: Trata-se de uma plataforma de videoconferên- veis.
cia.
Google Translate: Serviço que permite realizar a tradução au- — Produtos voltados para negócios
tomática de qualquer texto ou página web entre pares de idiomas. Google Workspace: Trata-se de um conjunto de aplicativos da
Google Voice: Trata-se de um sistema VOIP que fornece um nú- WEB para empresas, instituições educacionais e organizações sem
mero de telefone que pode ser encaminhado para linhas telefônicas fins lucrativos que inclui versões personalizáveis ​​de vários produ-
reais. tos do Google acessíveis por meio de um nome de domínio per-
sonalizado. Os serviços incluem, entre outros, GMAIL, Contatos do
— Produtos relacionados a mapas GOOGLE, GOOGLE AGENDA, EDITORES DO GOOGLE DOCS, GOOGLE
Google Maps: Trata-se de serviço de mapeamento que indexa SITES, GOOGLE MEET, GOOGLE CHAT, GOOGLE CLOUD SEARCH e
ruas e exibe imagens de satélite e de rua, fornecendo direções e muito mais.
busca de empresas locais. Google meu negócio: Perfil de empresa gratuito para interação
Google My Maps: Trata-se de uma ferramenta social de criação online com o cliente.
de mapas personalizados baseada no Google Maps. Google Tables (beta): Trata-se de uma ferramenta de automa-
Galeria do Google Maps: Trata-se de uma coleção de dados e ção de fluxo de trabalho empresarial.
mapas históricos.

154
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conclusão Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, ar-


Vimos na lista acima que a Google possui várias ferramentas quivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são univer-
para diversos fins. Mas popularmente para a maioria das pessoas sais podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros
as ferramentas DOCS, MAPS, MEET, YOUTUBE, GMAIL, DRIVE, DUO, que dependem de um programa específico como os arquivos do
CHAT são amplamente utilizadas. Corel Draw que necessita o programa para visualizar. Nós identifi-
A empresa Google tem várias ferramentas voltadas aos progra- camos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas
madores para o mundo MOBILE, CLOUD (nuvem) e etc. letras que ficam no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA INTERNET. .html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado .doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.
em tópicos anteriores.
É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documen-
to do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO do LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não
DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.
PROGRAMAS.
Nomenclatura dos arquivos e pastas
Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no
Pasta
momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tama-
(letras, números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \
nhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras
| > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.
pastas (subpastas)1.
Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são
um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um
só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os
quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identi-
fica o tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

EXTENSÃO TIPO
.jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
.xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
.txt Texto sem formatação
Windows Explorer
.mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arqui-
.mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo vos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Mi-
.zip, .rar, .7z, ... Compactadores crosoft2.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computa-
.ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação dor e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Ex-
.exe Executável plorer.
.msl, ... Instalador
2 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organi-
1 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/ zacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-progra-
aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas mas/

155
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Possui uma interface fácil e intuitiva. Localizando Arquivos e Pastas


Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de ar- No Windows Explorer tem duas:
quivo ou Explorador de arquivos. Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pes-
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão quisar. Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a
Iniciar > Programas > Acessórios. sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema.
Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alte-
ração, poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows
Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.
Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a mui-
tas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear,
excluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: PROCEDIMENTOS
funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum DE SEGURANÇA. NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E
arquivo. PRAGAS VIRTUAIS. APLICATIVOS PARA SEGURANÇA
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTISPYWARE ETC.).
você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são
as de Download, documentos e imagens.
Noções de vírus, worms e pragas virtuais (Malwares)
Operações básicas com arquivos do Windows Explorer – Malwares (Pragas): São programas mal intencionados, isto é,
• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com programas maliciosos que servem pra danificar seu sistema e dimi-
o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. nuir o desempenho do computador;
Você pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar – Vírus: São programas maliciosos que, para serem iniciados, é
melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mes- necessária uma ação (por exemplo um click por parte do usuário);
ma pasta um arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver – Worms: São programas que diminuem o desempenho do
extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc sistema, isto é, eles exploram a vulnerabilidade do computador se
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanece- instalam e se replicam, não precisam de clique do mouse por parte
rá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado do usuário ou ação automática do sistema.
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá
para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o etc.)
local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do
mouse e selecionar colar. • Antivírus
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou O antivírus é um software que encontra arquivos e programas
clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce um pa-
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por pel fundamental protegendo o computador. O antivírus evita que
exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou até mesmo
com detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na de uma ação inesperada em que o usuário aciona um executável
mesma barra do lado direito. que contém um vírus. Ele pode executar algumas medidas como
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas cli- quarentena, remoção definitiva e reparos.
cando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos po-
arquivo e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e tencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e toma as
selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente medidas de segurança.
no botão direito do mouse e selecionar colar.

156
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Firewall
Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele determina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou corporativa, blo-
queando entradas indesejáveis e protegendo assim o computador. Pode ter regras simples ou complexas, dependendo da implementação,
isso pode ser limitado a combinações simples de IP / porta ou fazer verificações completas.

• Antispyware
Spyware é um software espião, que rouba as informações, em contrário, o antispyware protege o computador funcionando como o
antivírus em todos os sentidos, conforme relatado acima. Muitos antivírus inclusive já englobam tais funções em sua especificação.

Procedimentos de backup
Backup é uma cópia dos dados para segurança e proteção. É uma forma de proteger e recuperar os dados na ocorrência de algum
incidente. Desta forma os dados são protegidos contra corrupção, perda, desastres naturais ou causados pelo homem.
Nesse contexto, temos quatro modelos mais comumente adotados: o backup completo, o incremental, o diferencial e o espelho.
Geralmente fazemos um backup completo na nuvem (Através da Internet) e depois um backup incremental para atualizar somente o que
mudou, mas vamos detalhar abaixo os tipos para um entendimento mais completo.

• Backup completo
Como o próprio nome diz, é uma cópia de tudo, geralmente para um disco e fita, mas agora podemos copiar para a Nuvem, visto que
hoje temos acesso a computadores através da internet. Apesar de ser uma cópia simples e direta, é demorada, nesse sentido não é feito
frequentemente. O ideal é fazer um plano de backup combinado entre completo, incremental e diferencial.

• Backup incremental
Nesse modelo apenas os dados alterados desde a execução do último backup serão copiados. Geralmente as empresas usam a data
e a hora armazenada para comparar e assim atualizar somente os arquivos alterados. Geralmente é uma boa opção por demorar menos
tempo, afinal só as alterações são copiadas, inclusive tem um tamanho menor por conta destes fatores.

• Backup diferencial
Este modelo é semelhante ao modelo incremental. A primeira vez ele copia somente o que mudou do backup completo anterior. Nas
próximas vezes, porém, ele continua fazendo a cópia do que mudou do backup anterior, isto é, engloba as novas alterações. Os backups
diferenciais são maiores que os incrementais e menores que os backups completos.

• Backup Espelho
Como o próprio nome diz, é uma cópia fiel dos dados, mas requer uma estrutura complexa para ser mantido. Imaginem dois lugares
para gravar dados ao mesmo tempo, daí o nome de espelho. Este backup entra em ação rápido na falha do principal, nesse sentido este
modelo é bom, mas ele não guarda versões anteriores. Se for necessária uma recuperação de uma hora específica, ele não atende, se os
dados no principal estiverem corrompidos, com certeza o espelho também estará.

SEQUÊNCIA DE BACKUP BACKUP COMPLETO BACKUP ESPELHO BACKUP INCREMENTAL BACKUP DIFERENCIAL
Seleciona tudo e
Backup 1 Copia tudo - -
copia
Seleciona tudo e Copia as mudanças do Copia as mudanças do
Backup 2 Copia tudo
copia backup 1 backup 1
Seleciona tudo e Copia as mudanças do Copia as mudanças do
Backup 3 Copia tudo
copia backup 2 backup 1
Seleciona tudo e Copia as mudanças do Copia as mudanças do
Backup 4 Copia tudo
copia backup 3 backup 1

PROCEDIMENTOS DE BACKUP.

Backup é uma cópia de segurança que você faz em outro dispositivo de armazenamento como HD externo, armazenamento na nuvem
ou pen drive por exemplo, para caso você perca os dados originais de sua máquina devido a vírus, dados corrompidos ou outros motivos
e assim possa restaurá-los (recuperá-los)3.
Backups são extremamente importantes, pois permitem4:

3 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/02/procedimentos-de-backup/
4 https://cartilha.cert.br/mecanismos/

157
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Proteção de dados: você pode preservar seus dados para que


sejam recuperados em situações como falha de disco rígido, atua- QUESTÕES
lização malsucedida do sistema operacional, exclusão ou substitui-
ção acidental de arquivos, ação de códigos maliciosos/atacantes e 1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como
furto/perda de dispositivos. principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as
• Recuperação de versões: você pode recuperar uma versão versões em papel para o formato digital, é denominado
antiga de um arquivo alterado, como uma parte excluída de um tex- (A) joystick.
to editado ou a imagem original de uma foto manipulada. (B) plotter.
(C) scanner.
Muitos sistemas operacionais já possuem ferramentas de ba- (D) webcam.
ckup e recuperação integradas e também há a opção de instalar (E) pendrive.
programas externos. Na maioria dos casos, ao usar estas ferramen-
tas, basta que você tome algumas decisões, como: 2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um
• Onde gravar os backups: podem ser usadas mídias (como CD, novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem
DVD, pen-drive, disco de Blu-ray e disco rígido interno ou externo) erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou
ou armazená-los remotamente (on-line ou off-site). A escolha de- baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna-
pende do programa de backup que está sendo usado e de ques- tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou
tões como capacidade de armazenamento, custo e confiabilidade. adicionada para resolver o problema constatado por João.
Um CD, DVD ou Blu-ray pode bastar para pequenas quantidades de (A) Placa de som
dados, um pen-drive pode ser indicado para dados constantemen- (B) Placa de fax modem
te modificados, ao passo que um disco rígido pode ser usado para (C) Placa usb
grandes volumes que devam perdurar. (D) Placa de captura
• Quais arquivos copiar: apenas arquivos confiáveis e que (E) Placa de vídeo
tenham importância para você devem ser copiados. Arquivos de
programas que podem ser reinstalados, geralmente, não precisam 3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe-
ser copiados. Fazer cópia de arquivos desnecessários pode ocupar riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída
espaço inutilmente e dificultar a localização dos demais dados. Mui- e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta
tos programas de backup já possuem listas de arquivos e diretórios um exemplo de periférico somente de entrada.
recomendados, podendo optar por aceitá-las ou criar suas próprias (A) Monitor
listas. (B) Impressora
• Com que periodicidade realizar: depende da frequência com (C) Caixa de som
que os arquivos são criados ou modificados. Arquivos frequente- (D) Headphone
mente modificados podem ser copiados diariamente ao passo que (E) Mouse
aqueles pouco alterados podem ser copiados semanalmente ou
mensalmente. 4. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
(A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
Tipos de backup nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
• Backups completos (normal): cópias de todos os arquivos, de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
independente de backups anteriores. Conforma a quantidade de meros e letras.
dados ele pode ser é um backup demorado. Ele marca os arquivos (B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
copiados. e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
• Backups incrementais: é uma cópia dos dados criados e al- (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
terados desde o último backup completo (normal) ou incremental, útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
ou seja, cópia dos novos arquivos criados. Por ser mais rápidos e que o Excel.
ocupar menos espaço no disco ele tem maior frequência de backup. (D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
Ele marca os arquivos copiados. gens de correio eletrônico.
• Backups diferenciais: da mesma forma que o backup incre- (E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
mental, o backup diferencial só copia arquivos criados ou alterados e recebimento de páginas web.
desde o último backup completo (normal), mas isso pode variar em
diferentes programas de backup. Juntos, um backup completo e 5. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresenta
um backup diferencial incluem todos os arquivos no computador, uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Página
alterados e inalterados. No entanto, a diferença deste para o incre- Inicial” do Word 2010.
mental é que cada backup diferencial mapeia as modificações em (A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
relação ao último backup completo. Ele é mais seguro na manipula- (B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
ção de dados. Ele não marca os arquivos copiados. do documento.
(C) Definir o alinhamento do texto.
• Arquivamento: você pode copiar ou mover dados que deseja (D) Inserir uma tabela no texto
ou que precisa guardar, mas que não são necessários no seu dia a
dia e que raramente são alterados.

158
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

6. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint 2002 12. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO
ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse aplicativo. AMBIENTAL - COTEC/2020) Acerca do Windows Explorer, analise as
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?. seguintes afirmações e assinale V para as verdadeiras e F para as
falsas.
( ) - A partir da versão do Windows 10 em diante, a ferramenta
Windows Explorer passou a se chamar Navegador de Arquivos.
( ) - É considerada uma das ferramentas mais importantes do
Sistema Operacional Windows.
( ) - Existem basicamente três formas de acessá-lo: no Menu
Iniciar, acionando as teclas do Windows + a letra E ou clicando no
ícone com o desenho de uma pasta, localizada na Barra de Tarefas.
( ) - Tem recebido novos incrementos a cada nova versão, pas-
( ) CERTO sando a oferecer também suporte a novos recursos, como reprodu-
( ) ERRADO ção de áudio e vídeo.
( ) - Trata-se de uma espécie de pasta utilizada somente para
7. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so- movimentar os arquivos do computador.
noros à apresentação em elaboração. A sequência CORRETA das afirmações é
( ) CERTO
( ) ERRADO (A) F, V, F, V, F.
(B) V, F, F, V, V.
8. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado- (C) F, V, V, V, F.
res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi- (D) F, V, F, F, V.
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende- 13. (PREFEITURA DE SANTA LUZIA/MG - ARQUIVISTA -
reço válido na Internet é: IBGP/2018) Sobre as operações de manipulação de pastas e arqui-
(A) http:@site.com.br vos no Windows 7, assinale V para afirmativas verdadeiras e F para
(B) HTML:site.estado.gov as falsas.
(C) html://www.mundo.com ( ) A operação “mover pasta para” equivale à sequência de ope-
(D) https://meusite.org.br rações “copiar” e “colar”.
(E) www.#social.*site.com ( ) A sequência de operações “recortar” e “colar” transfere um
arquivo de pasta.
9. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- ( ) A sequência de operações “copiar” e “colar” duplica um ar-
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e quivo em outra pasta.
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso
presencial, chamamos esse serviço de: Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(A) Computação On-Line. (A) F F F.
(B) Computação na nuvem. (B) F V V.
(C) Computação em Tempo Real. (C) V F V.
(D) Computação em Block Time. (D) V V F.
(E) Computação Visual
14. (CÂMARA DE PERDIZES/MG - ADVOGADO - IBGP/2019)
10. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos Um usuário, utilizando o Windows 10, versão português, seleciona
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- um arquivo do tipo txt, cujo nome é Currículo. Nesse momento,
tos associados à Internet, julgue o próximo item. esse usuário copia o arquivo e o cola várias vezes na mesma pasta.
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter- Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE o nome
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o dado a esse arquivo para a primeira cópia.
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no (A) Currículo - Copia (1).txt
Youtube (http://www.youtube.com). (B) Copia - Currículo.txt
( ) CERTO (C) Currículo - Copia.txt
( ) ERRADO (D) Copia - Currículo (1).txt

11. (PREFEITURA DE EDÉIA/GO - TÉCNICO DE ENFERMAGEM 15. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a
- ITAME/2020) Em relação a arquivos e pastas no sistema operacio- execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar
nal Windows é correto afirmar: danos ao computador do usuário.
(A) a extensão da Pasta no Windows é .EXE; ( ) CERTO
(B) arquivos com extensão .xlsx são próprio do Power Point; ( ) ERRADO
(C) a estrutura de uma Pasta pode ser composta com Pastas e
Subpastas;
(D) arquivos com extensão .docx podem ser abertos pelo sof-
tware PAINT.

159
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

16. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um


e-mail com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa GABARITO
existência de vírus.
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
adotado no exemplo acima. 1 C
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo 2 E
ao administrador de rede.
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo 3 E
de vírus. 4 A
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo.
5 D
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
toramento. 6 CERTO
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a 7 CERTO
analisá-lo posteriormente.
8 D
17. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ/SC - MÉDICO VETERINÁRIO - 9 B
ESES/2019) As cópias de segurança (backup) são imprescindíveis
nas organizações. Elas podem ser armazenadas de diversas formas. 10 ERRADO
O tipo de backup onde cópias são feitas apenas dos arquivos que 11 C
foram modificados desde a última interação é denominado:
12 C
(A) Backup diferencial.
(B) Backup cumulativo. 13 B
(C) Backup completo. 14 C
(D) Backup incremental.
15 CERTO
18. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ/SC - ANALISTA JURÍDICO - IE- 16 C
SES/2019) Qual o tipo de backup que deve ser realizado para fazer
17 D
a cópia apenas das alterações relativas ao último backup?
(A) Diferencial. 18 C
(B) Completo. 19 CERTO
(C) Incremental.
(D) Analógico. 20 D

19. (CRN - 9 - AUXILIAR ADMINISTRATIVO - QUADRIX/2019)


No que se refere aos conceitos de organização e de gerenciamento ANOTAÇÕES
de arquivos e pastas, aos procedimentos de segurança da informa-
ção e às noções de vírus, worms e pragas virtuais, julgue o item. ___________________________________________
Com a finalidade de substituir, de forma rápida, sistemas crí-
ticos de uma organização em caso de falha de disco, dispositivos
___________________________________________
de backup podem ser utilizados. Tal procedimento visa a manter a ___________________________________________
disponibilidade da informação. ___________________________________________
( ) Certo
___________________________________________
( ) Errado
___________________________________________
20. (PREFEITURA DE MARINGÁ/PR - AGENTE MUNICIPAL DE ___________________________________________
TRÂNSITO - FAUEL/2019) Avalie os seguintes itens de I a IV, e assi- ___________________________________________
nale a alternativa que lista somente os itens que podem ser utiliza-
dos para fazer backup de um documento Word: ___________________________________________
I - CD ___________________________________________
II - Pen drive ___________________________________________
III - Armazenamento na nuvem
IV - HD externo ___________________________________________
___________________________________________
(A) II, III, IV. ___________________________________________
(B) I, II, IV.
(C) III, IV.
___________________________________________
(D) I, II, III, IV. ___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

160
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fiscal de Obras e Posturas

V - Alvará de Construção: Documento expedido pela Prefeitura


LEGISLAÇÃO MUNICIPAL:CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍ- que autoriza a execução de obras sujeitas a sua fiscalização;
PIO DE PRIMAVERA DO LESTE - LEI MUNICIPAL Nº 499, DE VI - Altura da Edificação: É a medida em metros, tomada sem-
17 DE JUNHO DE 1998 E SUAS ALTERAÇÕES pre entre o nível mediano do meio-fio ao ponto mais alto da edifi-
cação;
LEI Nº 499 DE 17 DE JUNHO DE 1998 VII - Ampliação: Alteração no sentido de tornar maior a cons-
trução;
Dispõe sobre o CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DE PRIMA- VIII - Andaime: Obra provisória destinada a suster operários e
VERA DO LESTE e dá outras providências. materiais durante a execução da obra;
IX - Ante-sala: Compartimento que antecede a uma sala, sala
A CÂMARA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE, ESTADO DO de espera;
MATO GROSSO, APROVOU E EU, PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO X - Anteprojeto: Solução geral do problema, com a definição
A SEGUINTE LEI: do partido adotado, da concepção estrutural e das instalações em
geral, possibilitando clara concepção da obra a ser executada;
CAPÍTULO I XI - Aprovação do Projeto: Ato administrativo que precede o
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES licenciamento da construção;
XII - Apartamento: Unidade autônoma de moradia em edifica-
Art. 1º É regulada por este Código, toda construção, reconstru- ção multifamiliar;
ção, reforma, ampliação ou demolição promovida por particulares XIII - Área de Recuo: Espaço livre e desembaraçado em toda a
ou entidades públicas, no Município de PRIMAVERA DO LESTE, obe- altura da edificação;
decidas as normas Federais e Estaduais relativas a matéria. XIV - Área Edificada: Superfície do lote ocupada pela projeção
§ 1º Para o licenciamento das atividades de que reza este Có- da edificação;
digo, serão observadas as disposições da Lei de Zoneamento e Uso XV - Área Não-Computável: É a somatória das áreas construídas
do Solo, incidentes sobre o lote onde a edificação será implantada. que não serão computadas no cálculo do coeficiente de aproveita-
§ 2º A Prefeitura usará de critérios próprios para o licenciamen- mento;
to das atividades citas no caput deste artigo, a serem desenvolvidas XVI - Área Útil: Superfície utilizável de uma edificação, excluídas
na área rural do Município. as paredes;
XVII - Área do Pavimento: É a soma das áreas cobertas e des-
SEÇÃO I cobertas, reais, de um determinado pavimento, ou seja, área de su-
DOS OBJETIVOS perfície limitada pelo perímetro externo da edificação no nível igual
ao pavimento imediatamente acima, acrescida das áreas cobertas
Art. 2º Este Código tem como principais objetivos, os seguintes: que tenham recebido tratamento destinado a aproveitá-la para ou-
I - Orientar os projetos e a execução de edificações no Muni- tros fins, não apenas os de ventilação e iluminação;
cípio; XVIII - Área Total Construída: É a somatória das áreas de todos
II - Assegurar a observância e promover a melhoria de padrões os pisos de uma edificação, inclusive as áreas ocupadas por paredes
mínimos de segurança, higiene, salubridade e conforto de todas as e pilares;
edificações executadas no seu território. XIX - Átrio: Pátio interno, de acesso a uma edificação;
XX - Auditório: Recinto de características apropriadas para a
SEÇÃO II audição e visualização;
DA NOMENCLATURA XXI - Balanço: Avanço de uma edificação acima do pavimento
térreo sobre os alinhamentos ou recuos;
XXII - Baldrame: Viga de concreto ou madeira que corre sobre
Art. 3º São adotadas as seguintes definições, para efeito do fundações ou pilares para apoiar o assoalho;
presente Código: XXIII - Beiral: Prolongamento do telhado, além da prumada das
I - ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas; paredes;
II - Acréscimo: Ampliação de uma edificação, feita durante a XXIV - Brise: Conjunto de placas de concreto ou chapas de ma-
construção ou após a conclusão da mesma; terial opaco que são fixadas nas fachadas expostas ao sol para evitar
III - Alinhamento: Linha divisória legal entre lote e logradouro o aquecimento excessivo dos ambientes sem prejudicar a ventila-
público; ção e a iluminação;
IV - Alpendre: Área Coberta, saliente da edificação cuja cober- XXV - Caixa de Escada: Espaço ocupado por uma escada, desde
tura é sustentada por colunas, pilares ou consolos; o pavimento inferior até o último pavimento;

161
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XXVI - Caixilho: a parte de uma esquadria onde se fixam os vi- LIV - Habitação Unifamiliar: é a que constitui unidade inde-
dros; pendente, não integrante de um grupo de edificações projetadas e
XXVII - Caramanchão: Construção de ripas, canas ou estacas construídas em conjunto, e contendo apenas uma unidade autôno-
com objetivo de sustentar trepadeiras; ma residencial; (Redação dada pela Lei nº 1818/2019)
XXVIII - Casa de Máquinas: Compartimento em que se instala LV - Habitação Multifamiliar: são duas ou mais unidades autô-
máquinas comuns da edificação; nomas residências integradas numa mesma edificação, construídas
XXIX - Certificado de Conclusão de Obra: Documento, expedido ou projetadas em conjunto, de forma a terem elementos construti-
pela Prefeitura, que autoriza a ocupação de uma edificação; vos em comum; (Redação dada pela Lei nº 1818/2019)
XXX - Compartimento: Cada uma das divisões de uma edifica- LVI - Hachura: Raiado, que no desenho produz efeitos de som-
ção; bra ou meio tom;
XXXI - Conserto: Obra de reparação, sem modificação da parte LVII - “Hall”: Dependência de uma edificação que serve de liga-
essencial; ção entre outros compartimentos;
XXXII - Construção: É, de modo geral, a realização de qualquer LVIII - Infração: Violação da lei;
obra nova; LIX - Jirau: Piso intermediário dividindo compartimento exis-
XXXIII - Cortiço: Habitação coletiva das classes de baixa renda, tente com área até 1/4 da área do compartimento;
com qualquer número de compartimento no mesmo lote; LX - “Kit”: Pequeno compartimento de apoio aos serviços de
XXXIV - Corrimão: Peça ao longo e ao(s) lado(s) de uma escada, copa de cada pavimento nas edificações comerciais;
e que serve de resguardo, ou apoio para a mão, de quem sobe ou LXI - Ladrão: Tubo de descarga colocado nos depósitos de água,
desce; banheiros, pias, etc. para escoamento automático do excesso de
XXXV - Cota: Indicação ou registro numérico de dimensões, me- água;
dida; LXII - Lanternim: Telhado sobreposto às cumeeiras, que permi-
XXXVI - Croqui: Esboço preliminar de um projeto; te a ventilação e iluminação de grandes compartimentos;
XXXVII - Declividade: Relação percentual entre a diferença das LXIII - Lavatório: Bacia para lavar as mãos, com água encanada
cotas altimétricas de dois pontos e a sua distância horizontal; e esgoto;
XXXVIII - Degrau: Desnível formado por duas superfícies hori- LXIV - Largura de Uma Via: Distância medida entre o alinha-
zontais; mento das duas faces da mesma via;
XXXIX - Demolição: Deitar abaixo, deitar por terra qualquer LXV - Licenciamento de Construção: Ato administrativo que
construção; concede licença e prazo para o início e término de uma construção;
XL - Depósito: Edificação ou parte de uma edificação destinada LXVI - Lindeiro: Limítrofe, que faz divisa;
a guarda prolongada de materiais ou mercadorias; LXVII - Logradouro Público: Toda parcela de território de pro-
XLI - Dependência de Uso Comum: Conjunto de dependências priedade pública e de uso comum da população;
da edificação que poderão ser utilizadas em comum por todos ou LXVIII - Lote: Porção de terreno com testada para logradouro
por parte dos titulares de direito das unidades de moradia; público;
XLII - Dependências de Uso Privativo: Conjunto de dependên- LXIX - Marquise: Cobertura em balanço;
cias de uma unidade de moradia, cuja utilização é reservada aos LXX - Meia-Água: Cobertura constituída de um só plano de te-
respectivos titulares de direito; lhado;
XLIII - Edícula: Denominação genérica para compartimento LXXI - Meio-Fio: Peça de pedra ou de concreto que separa em
acessório de habitação, separado da edificação principal; desnível o passeio da pista de rolamento das ruas;
XLIV - Elevador: Máquina que executa o transporte em altura, LXXII - Mezanino: Andar intermediário, em parte de área de
de pessoas e mercadorias; andar principal;
XLV - Embargo: Ato Administrativo que determina a paralisação LXXIII - Muro: Maciço de alvenaria que serve de vedação ou se-
de uma obra; paração entre terrenos contíguos, entre edificações ou entre pátios
XLVI - Entulho: Materiais ou fragmentos resultantes de demo- do mesmo terreno;
lição ou construção; LXXIV - Nicho: Reentrância nas paredes;
XLVII - Escala: Relação entre as dimensões do desenho e a do LXXV - Parapeito: Resguardo de pequena altura colocado nos
que ele representa; bordos das sacadas, terraços e pontes;
XLVIII - Fachada: Elevação das paredes externas de uma edifi- LXXVI - Pára-Raios: Dispositivo destinado a proteger as edifica-
cação; ções contra o efeito dos raios;
XLIX - Forro: Revestimento da parte inferior do madeiramento LXXVII - Parede-Cega: Parede sem aberturas;
do telhado; LXXVIII - Passeio: Parte do logradouro público destinado ao
L - Fossa Séptica: Tanque de concreto ou alvenaria revestida, trânsito de pedestres;
em que se deposita águas servidas; LXXIX - Patamar: Superfície intermediária entre dois lances de
LI - Fundações: Parte da construção destinada a distribuir as escada;
cargas sobre o terreno; LXXX - Pavimento: Conjunto de compartimentos situados no
LII - Galpão: Construção constituída por uma cobertura fechada mesmo nível, numa edificação;
total ou parcialmente, pelo menos em três de suas faces por meio LXXXI - Playground: Local destinado à recreação infantil, apare-
de paredes ou tapumes, não podendo servir para uso residencial; lhado com brinquedos e/ou equipamentos de ginástica.
LIII - Guarda-corpo: É o vedo de proteção contra quedas; LXXXII - Pé-Direito: Distância vertical entre o piso e o forro de
um compartimento;

162
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

LXXXIII - Poço-de-Luz: Área livre de cobertura, destinada a ilu- SEÇÃO I


minar e ventilar compartimento; DA CONSULTA PRÉVIA
LXXXIV - Profundidade de um Compartimento: É a distância en-
tre a face que dispõe de abertura para insolação e a face oposta;. Art. 5º Antes de solicitar aprovação do projeto, o requeren-
LXXXV - Reconstrução: Construir de novo, no mesmo lugar e na te deverá efetivar a Consulta Prévia através do preenchimento da
forma primitiva, qualquer obra, em parte ou em todo; “Consulta Prévia para Requerer Alvará de Construção”.
LXXXVI - Recuo: Distância entre o limite externo da área ocupa- § 1º Ao Requerente cabe as indicações:
da por edificação e divisa do lote; a) Nome e endereço do proprietário;
LXXXVII - Reforma: Fazer obra que altere a edificação em parte b) Endereço da obra (lote, quadra e loteamento);
essencial por supressão, acréscimo ou modificação; c) Finalidade da obra (residencial, comercial, industrial etc.);
LXXXVIII - Reparo: Serviço executado numa edificação, sem mo- d) Natureza da obra(alvenaria, madeira ou mista);
dificar a sua forma externa ou interna ou seus elementos essenciais; e) Croqui de localização do lote.
LXXXIX - Sacada: Construção que avança da fachada de uma § 2º À Prefeitura cabe a indicação das normas urbanísticas in-
parede; cidentes sobre o lote (zona de uso, taxa de ocupação, coeficiente
XC - Saguão: Parte descoberta, fechada por parede, em parte de aproveitamento, altura máxima e recuos mínimos), de acordo
ou em todo o seu perímetro, pela própria edificação; com a Lei de Zoneamento e Uso do solo e demais informações per-
XCI - Saliência: Elemento ornamental da edificação, que avança tinentes.
dos planos das fachadas, molduras, frisos;
XCII - Sarjeta: Escoadouro, nos logradouros públicos, para as SEÇÃO II
águas de chuva; DA CERTIDÃO DE ALINHAMENTO
XCIII - Sobreloja: Pavimento situado acima do pavimento térreo
e de uso exclusivo do mesmo; Art. 6º Consiste em documento fornecido pelo Município, que
XCIV - Subsolo: Pavimento que tenha, no mínimo, metade do atesta as medidas e confrontações dos lotes, após levantamento
seu pé-direito abaixo do nível do passeio; topográfico realizado por equipe do Órgão Público.
XCV - Tapume: Vedação frontal provisória usada durante a Art. 7º Dependem de Certidão de Alinhamento:
construção; I - Qualquer obra de construção no alinhamento dos logradou-
XCVI - Telheiro: Superfície coberta e sem paredes em todas as ros públicos ou fora dele, abaixo ou acima do nível do passeio;
faces; II - Qualquer modificação de construção que implica em modi-
XCVII - Terraço: Espaço descoberto sobre edifício ou ao nível de ficação de alinhamento.
um pavimento desse; Art. 8º Não dependem de Certidão de Alinhamento:
XCVIII - Testada: É a linha que separa o logradouro público da I - Reconstrução de muros ou gradis cujas fundações se encon-
propriedade particular; tram feitas segundo o alinhamento em vigor;
XCIX - Unidade de Moradia: Conjunto de compartimentos de II - Qualquer obra de emergência para garantir a estabilidade
uso privativo de uma família. No caso de edifícios coincide com ameaçada de construções existentes abaixo ou acima do nível do
apartamento; passeio, sobre os alinhamentos ou fora deles.
C - Varanda: Espécie de alpendre à frente e/ou em volta da edi-
ficação; SEÇÃO III
CI - Vestíbulo: Espaço entre a porta e o acesso a escada, no DO ANTEPROJETO
interior de edificações;
CII - Vistoria: Diligência efetuada por funcionários habilitados Art. 9º A partir das informações prestadas pelo Município, na
para verificar determinadas condições das obras. Consulta Prévia, o requerente poderá solicitar a aprovação do An-
teprojeto mediante requerimento, plantas e demais documentos
CAPÍTULO II exigidos para a provação do Projeto Definitivo, conforme Seção IV
DAS DISPOSIÇÕES ADMINISTRATIVAS E TÉCNICAS deste Capítulo.

Art. 4º A execução de qualquer das atividades citadas no artigo SEÇÃO IV


1º deste Código, com exceção de demolição, será precedida dos se- DO PROJETO DEFINITIVO
guintes Atos Administrativos:
I - Consulta prévia para construção; Art. 10 Após obtida a Consulta Prévia e a Certidão de Alinha-
II - Certidão de Alinhamento; mento, ou após a aprovação do Anteprojeto (se houver), o reque-
III - Aprovação do Anteprojeto - não obrigatório; rente apresentará o Projeto Definitivo composto e acompanhado
IV - Aprovação do Projeto Definitivo; de:
V - Liberação do Alvará de Construção. I - Requerimento, solicitando a aprovação do Projeto Defini-
Parágrafo único. O inciso V deste artigo poderá ser solicitado tivo assinado pelo proprietário ou representante legal, sendo que
junto com o inciso IV ou em separado. Se em separado, o interes- o interessado poderá solicitar concomitantemente a liberação do
sado apresentará para tal um requerimento assinado e a cópia do Alvará de Construção.
projeto definitivo aprovado. II - Consulta Prévia para Requerer Alvará de Construção, defe-
rida.
III - Certidão de Alinhamento fornecida pelo Município.

163
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - Projeto Arquitetônico completo, contendo as seguintes in- § 5º Quando o projeto for aprovado e não for expedido o Alvará
formações: de Construção simultaneamente, esta aprovação terá validade so-
a) Planta de Localização (na Escala 1:2000), que consiste no de- mente durante a vigência desta lei.
senho da quadra, com indicação do número do lote onde será im- Art. 11 Sempre que julgue necessário, poderá a repartição
plantada a edificação e dos lotes vizinhos, nomes das vias públicas competente exigir do autor do projeto a apresentação de cálculos
adjacentes e a indicação Norte; de resistência e estabilidade, além de desenhos dos respectivos de-
b) Planta Baixa de cada pavimento não repetido, na Escala talhes, que deverão ser apresentados em duas vias.
1:50, contendo as dimensões e áreas de todos os compartimentos Art. 12 O Município, pela sua repartição competente, poderá
inclusive dimensões de vãos de iluminação, ventilação, garagens e entrar na indagação do destino das obras, no todo ou em parte,
áreas de estacionamento; a finalidade de cada compartimento; a recusando a aceitação das que forem julgadas inadequadas ou in-
indicação das espessuras das paredes e dimensões internas e exter- convenientes, no que se refere a segurança, higiene ou modalidade
nas totais da obra; e os traços indicativos dos cortes longitudinais de utilização, mediante justificativa por escrito.
e transversais; Art. 13 Não se achando os requerimentos de licença instruídos
c) Cortes longitudinais e transversais na mesma escala da plan- na forma estabelecida neste Código e mais regulamentos referen-
ta baixa, com a indicação dos elementos necessários a compreen- tes às petições, não serão os mesmos apreciados pela repartição
são do projeto como pé-direito, altura das janelas e peitoris, perfis competente.
dos telhados; § 1º Os excessos e falta de terreno encontrados na documenta-
d) Elevação das fachadas voltadas para as vias públicas na mes- ção dominial não habilitarão os interessados a aprovação de qual-
ma escala da planta-baixa; quer ato junto à Prefeitura, enquanto não os corrigirem pela via
e) Planta de cobertura com indicação dos caimentos, na escala Judicial.
1:100, para a perfeita compreensão do projeto; § 2º A aprovação de qualquer ato previsto nesta Lei, relacio-
f) Planta de Situação (Implantação), que poderá conter a planta nados com imóveis em situação de condomínio, só será deferida
de cobertura, sendo na mesma escala daquela, onde constarão pro- mediante a apresentação de declaração dos condôminos e docu-
jeção da edificação ou das edificações dentro do lote, configurando mentação provando a origem da comunhão, com firma reconhecida
rios, canais ou outros elementos que possam orientar a decisão das por tabelião, concordando com o pedido.
autoridades municipais; as dimensões das divisas do lote e os re- Art. 14 Serão indeferidos os requerimentos quando os projetos
cuos da edificação em relação às divisas; os usos externos como, apresentarem incorreções insanáveis.
calçadas, piscinas, acessos etc.; § 1º No caso de apresentarem os projetos pequenas inexati-
g) Estatística, localizada no quadro-legenda, contendo a área dões ou equívocos sanáveis, será feito um comunicado para que o
do lote, área de construção de cada unidade ou pavimento a ser interessado faça as alterações ou correções, não sendo admitidas
construído, área das construções já existentes (quando houver), indicações a tinta ou rasuras.
área total a construir, taxa de ocupação, taxa de impermeabilização § 2º O prazo para apresentação das correções é de 30 (trinta)
e coeficiente de aproveitamento; dias, contados da data da entrega do comunicado. Não sendo apre-
h) Quadro-legenda conforme indicação na seção V deste Ca- sentados no prazo fixado, os requerimentos serão arquivados.
pítulo.
V - ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de projetos e SEÇÃO V
execução, conforme normas do Crea/MT. DO ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO
VI - Escritura do terreno, registrada no Registro de Imóveis.
(Revogado pela Lei nº 2107/2022) Art. 15 Procedida a análise dos elementos fornecidos, se os
VIII - Parecer do Órgão Ambiental para edificações com fins mesmos estiverem de acordo com as legislações pertinentes, o Mu-
industriais, hospitalares e de prestação de serviços, que geram nicípio aprovará o projeto e fornecerá ao requerente o Alvará de
efluentes poluidores, e para aquelas que serão implantadas em Construção, que também poderá ser parcial, desde que contenha
área de Proteção de Fundo de Vale. discriminação das unidades ou pavimentos.
§ 1º Em todas as partes gráficas dos itens B, C, D, E e F, deve- § 1º Caso no processo conste aprovação de Anteprojeto, cabe-
rão constar as dimensões da obra, bem como as especificações dos rá à Prefeitura a comparação do Anteprojeto com o Projeto Defini-
materiais utilizados. tivo para sua aprovação.
§ 2º Nos casos de projetos para construção de edificações de § 2º O Alvará de Construção deverá conter:
grandes proporções, as escalas mencionadas poderão ser alteradas a) Nome do Proprietário;
devendo contudo ser consultado previamente o órgão competente b) Número e data do Protocolo solicitando aprovação do pro-
do Município. Para edificações com dimensões superiores a 25 x 50 jeto;
metros poderá ser utilizada a escala 1:100. c) Descrição sumária da obra, com indicação da área construí-
§ 3º Todas as pranchas relacionadas nos Incisos anteriores de- da, finalidade e natureza;
verão ser apresentadas em 3 (três) vias, uma das quais será arquiva- d) Local da obra, lote, quadra, loteamento, rua e número pre-
da pela Prefeitura e as outras serão devolvidas ao requerente após dial;
aprovação, contendo em todas as folhas os carimbos de aprovação e) Profissionais responsáveis pelo projeto arquitetônico e pela
e as rubricas dos funcionários encarregados. construção;
§ 4º O Município exigirá autorização (com firma reconhecida), f) Nome e assinatura da autoridade do Município, bem como
do proprietário do terreno, para que o requerente construa sobre qualquer outra indicação que for julgada necessária.
o imóvel, se o proprietário da obra não for proprietário do terreno.

164
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 16 O Alvará de Construção terá validade de 12 (doze) me- SEÇÃO VI


ses, contados a partir da data de sua expedição. Se a obra não for DAS NORMAS TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO DE PROJETO
iniciada dentro deste prazo, o alvará prescreverá.
§ 1º Uma obra será considerada iniciada, desde que suas fun- Art. 25 Os projetos somente serão aceitos se legíveis e de acor-
dações estejam totalmente construídas, inclusive baldrames. do com as normas de desenho arquitetônico, estabelecidas pela
§ 2º Considera-se prescrito o Alvará de Construção de obra que ABNT.
após iniciada, sofrer interrupção superior a 180 (cento e oitenta) § 1º As folhas de projeto deverão seguir as normas da ABNT
dias. quanto aos tamanhos escolhidos, sendo apresentadas em cópias
§ 3º A prescrição do Alvará de Construção anula a aprovação cuidadosamente dobradas, nunca em rolo, tomando-se por tama-
do projeto. nho padrão um retângulo de 21,0 cm x 29,7 cm, (tamanho A4), com
Art. 17 Se houver alteração do projeto depois de aprovado o número ímpar de dobras, tendo margem de 1,0 cm em toda a peri-
Projeto Definitivo e expedido o Alvará de Construção, o interessa- feria da folha, exceto na margem lateral esquerda, a qual será de 2,5
do deverá requerer reaprovação, conforme prevê a seção VII deste cm (orelha) para fixação em pastas.
Capítulo. § 2º No canto inferior direito da(s) folha(s) do projeto, será de-
Art. 18 Se a construção não for concluída no período fixado, senhado um quadro-legenda com 17,5 cm de largura e 27,7 cm de
deverá ser requerida a prorrogação do prazo, que será concedido altura, ( tamanho A4, reduzidas as margens), onde constarão:
pelo Município, em cada nova solicitação, por prazo máximo de 180 I - Um carimbo ocupando o canto inferior especificando:
(cento e oitenta) dias, sendo necessário o pagamento de emolu- a) Natureza e finalidade da obra;
mentos respectivos. b) Referência da folha (Conteúdo: Plantas, cortes, elevações
Art. 19 O alvará de construção será mantido no local da obra, etc.);
juntamente com o projeto aprovado, para comprovação do licencia- c) Tipo de Projeto (arquitetônico, estrutural, elétrico, telefôni-
mento da obra para efeitos de fiscalização. co, hidro-sanitário etc.);
Art. 20 Ficam dispensadas de apresentação de projeto, ficando d) Indicação do nome e assinatura do requerente, do autor do
porém sujeitos à apresentação de croquis e expedição de Alvará, as projeto e do responsável técnico pela execução da obra, sendo es-
seguintes obras: tes últimos, com indicação dos números de Registro no Conselho
I - Dependências não destinadas a moradia, de uso comercial e Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA;
industrial, tais como, telheiros, galpões, depósitos de uso domésti- e) Data;
co, viveiros, galinheiros, caramanchões ou similares, desde que não f) Escala;
ultrapassem a área de 16m² (dezesseis metros quadrados); g) Nome do desenhista;
II - Rebaixamento de meio-fio para acesso de veículos e abertu- h) No caso de vários desenhos de um projeto, que não caibam
ra de gárgulas para escoamento de águas pluviais; em uma única folha, será necessário numerá-las em ordem cres-
III - Abertura de valas em logradouros pavimentados ou não; cente.
IV - Construção de muros com mais de 2 (dois) metros de al- II - Espaço reservado para inserção dos dados estatísticos do
tura. projeto, conforme especificado no item G do inciso IV do artigo 10º
V - Instalação de toldos ou qualquer elemento de proteção nas deste Código.
fachadas de edificações; III - Espaço, com dimensão de 17,5 cm x 6,0 cm, reservado à
VI - Abertura de poços artesianos. Prefeitura e demais órgãos competentes para aprovação, observa-
Parágrafo único. A obtenção de Alvará de Licença de Constru- ções e anotações.
ção, nestes casos, se fará através de requerimento protocolado jun- § 3º Nos projetos de reforma, ampliação ou reconstrução, as
to à Prefeitura. peças gráficas serão apresentadas:
Art. 21 A instalação de placas ou luminosos nas fachadas das I - Em cheio, as partes conservadas.
edificações ou na faixa de passeio correspondente a estas depen- II - Em hachurado, as partes a construir.
derá de apresentação de projeto para aprovação e expedição de III - Em pontilhado, as partes a demolir.
autorização por parte do Município.
Art. 22 As obras a serem executadas pelos concessionários de SEÇÃO VII
serviços públicos ou de utilidade pública dependem de autorização, DAS MODIFICAÇÕES DOS PROJETOS APROVADOS
a ser fornecida obedecendo os termos dos respectivos contratos.
Art. 23 É dispensável a apresentação de projeto e requerimen- Art. 26 Será necessária a aprovação do projeto modificativo ou
to para expedição de Alvará de Construção nos seguintes casos: substitutivo, no caso de modificações em projeto aprovado, assim
I - Construção de pequenos barracões provisórios destinados como para alteração do destino de qualquer compartimento cons-
a depósito de materiais durante a construção de edificações, que tante do mesmo.
deverão ser demolidos após o término das obras; § 1º O requerimento solicitando aprovação do projeto modifi-
II - Obras de reparos em fachadas quando não compreendem cativo ou substitutivo deverá ser acompanhado de cópia do projeto
alteração das linhas arquitetônicas. anteriormente aprovado e do respectivo “Alvará de Construção”, se
Art. 24 A Prefeitura Municipal terá o prazo máximo de 30 (trin- houver.
ta) dias para aprovação do Projeto Definitivo e expedição do Alvará § 2º Na aprovação do projeto modificativo será expedido novo
de Construção, a contar da data de entrada do requerimento no “Alvará de Construção”, que substituirá o anterior.
Protocolo da Prefeitura ou da última chamada para esclarecimen- § 3º Nas modificações de projetos que apresentarem acrés-
tos, desde que o projeto apresentado esteja em condições de apro- cimo ou diminuição da área da construção deverão ser anexadas
vação. novas ARTs.

165
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 4º Do requerente, serão cobrados emolumentos em todas as SEÇÃO X


situações e impostos, quando as modificações de projeto apresen- DA FISCALIZAÇÃO
tarem acréscimo de área.
Art. 31 As diversas obras requeridas serão submetidas à fis-
SEÇÃO VIII calização do Município, a fim de assegurar que as mesmas sejam
DO CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DE OBRA executadas dentro das disposições deste Código, demais leis perti-
nentes e de acordo com os projetos aprovados.
Art. 27 As edificações só poderão ser ocupadas depois de pro- § 1º Os engenheiros e fiscais da Prefeitura terão ingresso a to-
cedida a vistoria por parte do Município e expedido o respectivo das as obras, mediante a apresentação de prova de identidade, in-
Certificado de Conclusão de Obra. dependentemente de qualquer outra formalidade.
§ 1º O Certificado de Conclusão de Obra é solicitado junto à § 2º Os funcionários investidos em função fiscalizadora pode-
Prefeitura, pelo proprietário ou responsável técnico pela execução, rão, observadas as formalidades legais, inspecionar bens e papéis
através de requerimento. de qualquer natureza, desde que constituam objeto da presente
§ 2º O Certificado de Conclusão de Obra só será expedido quan- legislação.
do a edificação apresentar condições de habitabilidade, estando em Art. 32 Em qualquer período da execução da obra, o órgão
funcionamento as instalações hidro-sanitárias, elétricas e demais competente da Prefeitura poderá exigir que lhe sejam exibidos as
instalações necessárias; além do Laudo de Vistoria expedido pelo plantas, cálculos e demais detalhes que julgar necessário.
Corpo de Bombeiros no que couber. § 1º O responsável pela construção terá prazo de 10 (dez) dias
§ 3º É condição para a expedição do Certificado de Conclusão para apresentar à repartição competente, os detalhes exigidos, po-
de Obra que os passeios públicos fronteiriços estejam pavimenta- dendo solicitar a prorrogação do mesmo.
dos e arborizados. § 2º Não sendo apresentados os detalhes exigidos dentro do
§ 4º O Certificado de Conclusão de Obra poderá ser expedido prazo estipulado no parágrafo anterior, a obra será embargada.
parcialmente, desde que:
I - Coincidente com os termos contidos no Alvará de Constru- SEÇÃO XI
ção. DA RESPONSABILIDADE TÉCNICA
II - Quando as áreas comuns da edificação estiverem concluídas
de acordo com os projetos aprovados. Art. 33 Somente profissionais habilitados, devidamente cadas-
§ 5º A Prefeitura tem um prazo de 20 (vinte) dias, para vistoriar trados e quites com a Prefeitura Municipal, para efeito deste Códi-
a obra e para expedir o Certificado de Conclusão de Obra. go, poderão projetar, orientar, administrar e executar qualquer obra
Art. 28 Por ocasião da vistoria, se for constatado que a edifi- no Município.
cação foi construída, ampliada, reconstruída ou reformada em de- Art. 34 Apenas profissionais devidamente registrados no Con-
sacordo com o projeto aprovado, o responsável técnico será notifi- selho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) po-
cado, e obrigado a regularizar o projeto dentro dos padrões deste derão ser cadastrados junto à Prefeitura.
código, em caso negativo, deverá demoli-las. Parágrafo único. Poderá ser cancelada a inscrição de profissio-
Art. 29 As edificações, no todo ou em parte, só podem ter o nais, (pessoa física ou jurídica), verificadas as irregularidades previs-
destino e a ocupação indicados nos Alvarás de Construção e Certifi- tas na seção III do capítulo X.
cado de Conclusão de Obras. Art. 35 Os profissionais responsáveis pelo projeto e pela exe-
Parágrafo único. A mudança de finalidade e o aumento de car- cução da obra, deverão colocar em lugar apropriado placa, nas di-
gas nas edificações já licenciadas só poderão ser permitidos pelo mensões exigidas pelas normas legais, contendo informações usu-
Município, mediante solicitação do interessado, tendo como condi- almente exigidas pelo CREA.
ção não oferecer risco à segurança da edificação e nem à segurança Art. 36 Se no decurso da obra o responsável técnico quiser dar
e saúde de seus usuários. baixa da responsabilidade assumida por ocasião da aprovação do
projeto, deverá comunicar por escrito à Prefeitura essa pretensão,
SEÇÃO IX a qual só será concedida após vistoria procedida pela Prefeitura e se
DAS OBRAS PARALISADAS nenhuma infração for verificada.
§ 1º Realizada a vistoria e constatada a inexistência de qual-
Art. 30 Quando uma construção ficar paralisada por mais de quer infração, será intimado o proprietário para dentro de 03 (três)
180 (cento e oitenta) dias, o proprietário deverá: dias sob pena de embargo e/ou multa, apresentar novo responsável
I - Fazer o fechamento do terreno no alinhamento do logradou- técnico, o qual deverá satisfazer as condições deste Código e assinar
ro, com muro dotado de portão de entrada; também a comunicação a ser dirigida para a Prefeitura.
II - Remover andaimes e tapumes, deixando o passeio público § 2º A comunicação de baixa de responsabilidade técnica po-
em perfeitas condições de uso; derá ser feita conjuntamente com a assunção do novo responsável
III - Tomar providências necessárias para que não resulte em técnico, desde que o proprietário e os dois responsáveis técnicos
perigo à segurança pública. assinem conjuntamente.
§ 3º A alteração de responsabilidade técnica deverá ser ano-
tada em Alvará de Construção, que substituirá o anteriormente ex-
pedido.

166
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO XII § 2º A limpeza do logradouro público, em toda a extensão em


DA LICENÇA PARA DEMOLIÇÃO que for prejudicada em conseqüência dos serviços ou pelo movi-
mento de veículos de transporte de material, será permanente-
Art. 37 O interessado em realizar demolição de edificação, ou mente mantida pela empresa empreendedora.
parte dela, deverá solicitar à Prefeitura, através de requerimento, § 3º O canteiro de serviços deverá ser dotado de instalações sa-
que será concedida através de Autorização de Demolição onde nitárias e outras dependências para os empregados de acordo com
constará: as normas oficiais.
I - Nome do Proprietário; § 4º Nenhum material de construção poderá permanecer no
II - Número e data do protocolo do requerimento solicitando a leito da via pública ou fora do tapume.
demolição; Art. 40 Nenhuma obra, inclusive demolição, quando feita no
III - Localização da edificação a ser demolida: Lote, quadra, lo- alinhamento das vias públicas, poderá dispensar o tapume provi-
teamento; sório, que ocupará uma faixa de largura máxima igual a 2/3 (dois
IV - Nome do profissional responsável, quando exigido; terços) do passeio, salvo em casos especiais, a juízo da Prefeitura
V - Característica da edificação a ser demolida, tais como, área, Municipal.
natureza e utilização. § 1º Os tapumes deverão ter, no mínimo 2,20 m (dois metros e
§ 1º Se a edificação ou parte a ser demolida estiver no alinha- vinte centímetros) de altura. Acima desta, em ângulo de 45º (qua-
mento, ou encostada em outra edificação, ou tiver uma altura supe- renta e cinco graus), deverá sair uma aba com, no mínimo 1,20 m
rior a 6 (seis) metros, será exigida a responsabilidade de profissional (um metro e vinte) de largura por sobre a calçada.
habilitado. § 2º Quando os tapumes forem construídos em esquinas, as
§ 2º Qualquer edificação que esteja, a juízo do departamento placas de nomenclatura dos logradouros serão neles afixados de
competente da prefeitura, ameaçada de desabamento deverá ser forma bem visível.
demolida pelo proprietário. Este recusando-se a fazê-la, a Prefei- § 3º Dispensa-se o tapume quando se tratar de:
tura executará a demolição cobrando do mesmo as despesas cor- I - Construção ou reparos de muros ou grades com altura não
respondentes, acrescidas de taxa de 20% (vinte por cento) de ad- superior a 3,00 m (três metros);
ministração. II - Pinturas ou pequenos reparos.
§ 3º É dispensada a licença para demolição de muros de fecha- § 4º Quando da necessidade de acabamento da fachada loca-
mento com até 3,00 (três) metros de altura. lizada no alinhamento até a altura de 4 (quatro) metros, acima do
§ 4º Poderá ser exigida a construção de tapumes e outros ele- nível do passeio do logradouro, poderá o tapume avançar sobre o
mentos que, de acordo com análises técnicas do Órgão Público, passeio, pelo prazo estritamente necessário e obedecendo as de-
sejam necessários, a fim de garantir a segurança dos vizinhos e pe- mais disposições desta seção.
destres. Art. 41 É permitido a utilização de andaimes suspensos, segu-
ros por cabos, de acordo com o seguinte:
SEÇÃO XIII I - Será construída uma ponte de no mínimo 2 (dois) metros e
DAS EDIFICAÇÕES EM DESACORDO 20 (vinte) centímetros acima do passeio, com largura máxima igual
a do passeio;
Art. 38 Nas edificações existentes em desacordo com o presen- II - Os andaimes suspensos terão a largura mínima de 1(um)
te Código, só serão permitidos serviços de limpeza, consertos ou metro e serão protegidos lateralmente até a altura de 1(um) metro
alterações estritamente exigidas pelas normas de higiene ou segu- e 20 (vinte) centímetros, para segurança dos operários.
rança.
Parágrafo único. Nestas condições, somente serão permitidas SEÇÃO II
obras de acréscimo, reconstrução parcial ou reforma, desde que sa- DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
tisfaçam as exigências do presente Código.
Art. 42 Os materiais de construção, seu emprego e técnica de
CAPÍTULO III utilização deverão satisfazer as especificações e normas oficiais da
DAS EDIFICAÇÕES EM GERAL Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Art. 43 No caso de materiais cuja aplicação não esteja definiti-
SEÇÃO I vamente consagrada pelo uso, o Município poderá exigir análises e
DOS CANTEIROS DE OBRA, TAPUMES E ANDAIMES ensaios comprobatórios de sua adequacidade.
Art. 44 Para os efeitos deste Código, consideram-se “Materiais
Art. 39 Enquanto durarem os serviços de construção, reforma Resistentes ao Fogo” concreto simples ou armado, peças metálicas,
ou demolição, o responsável pela obra deverá adotar as medidas tijolos, pedras, materiais cerâmicos ou de fibrocimento, e outros
necessárias para a proteção e segurança dos trabalhadores, do pú- cuja resistência ao fogo seja reconhecida pelas especificações da
blico, das propriedades vizinhas e dos logradouros públicos. Para Associação Brasileira de Normas Técnicas.
tanto deverá observar as normas oficiais relativas à segurança e
medicina do trabalho. SEÇÃO III
§ 1º Os encarregados pelas obras, especialmente no caso de DAS ESCAVAÇÕES E ATERROS
demolições, escavações e fundações não deverão prejudicar imó-
veis e instalações vizinhas, nem os passeios dos logradouros. Art. 45 Nas escavações e aterros deverão ser adotadas medi-
das de segurança para evitar o deslocamento de terra nas divisas
do lote em construção ou eventuais danos às construções vizinhas.

167
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 46 No caso de escavações e aterros de caráter permanen- SEÇÃO III


te, que modificam o perfil do lote, o responsável técnico é obriga- DAS COBERTURAS
do a proteger as edificações lindeiras e o logradouro público, com
obras de proteção contra o deslocamento de terra. Art. 56 As edificações receberão cobertura de material imper-
Art. 47 Os interessados pelos serviços de escavações e aterros meável e permanente, adequado a sua finalidade. Nas edificações
são responsáveis pela manutenção e limpeza das vias e logradouros de caráter permanente, a cobertura será em material incombus-
públicos. tível, de baixa condutividade calorífica, podendo ser estabelecido
sobre estrutura de madeira, a não ser em casos especiais previstos
SEÇÃO IV neste Código.
DAS FUNDAÇÕES E ALICERCES Art. 57 Quando a cobertura for constituída por laje de concreto
armado, deverá apresentar espessura mínima de 8 (oito) centíme-
Art. 48 Nos terrenos permanentemente úmidos, não será per- tros. Será prevista a impermeabilização e garantida a não-elevação
mitido edificar sem prévia drenagem e autorização do Município. térmica, por processo considerado eficiente.
Art. 49 Quando julgar necessário, o Município exigirá verifica- Art. 58 Sempre que pareça conveniente, o Município poderá,
ções por meio de sondagens ou outras provas de capacidade útil por sua repartição competente, exigir detalhes e cálculos justifica-
do terreno. tivos das armações de cobertura. Especialmente para os casos de
Art. 50 Para os prédios de 2 (dois) ou mais pavimentos, o Mu- grandes vãos, disposições pouco usuais ou de locais de reunião.
nicípio exigirá a apresentação de projetos das fundações, alicerces Art. 59 A não ser em casos de pé-direito muito elevado ou de
e demais detalhes. grandes recintos com facilidades especiais de circulação de ar, será
Art. 51 Os alicerces das edificações serão respaldados com ca- adotado dispositivo de modo a evitar a irradiação do calor solar. De
mada isoladora de material apropriado. um modo geral, este dispositivo será constituído de forro de madei-
ra ou de argamassa sobre armadura apropriada, ou outro material
CAPÍTULO IV aceito como equivalente.
DAS CONDIÇÕES GERAIS DOS PROJETOS Art. 60 As chaminés, nas edificações, terão altura suficiente
para que a fumaça não incomode os prédios vizinhos, devendo ele-
SEÇÃO I var-se, pelo menos, 1 (um) metro acima do telhado. O Município
DAS PAREDES poderá determinar acréscimo de altura ou modificação, quando se
tornar necessário.
Art. 52 Quando executadas em alvenaria de tijolo comum, as Art. 61 A cobertura será completamente independente das edi-
paredes deverão ter espessura mínima de: ficações vizinhas e deverá sofrer interrupção na linha de divisa:
a) Externas - 0,13 metro (treze centímetros); I - A cobertura, quando se tratar de edificações agrupadas ho-
b) Internas - 0,10 metro (dez centímetros). rizontalmente, terá parede divisória que assegure total separação
§ 1º Quando se tratar de paredes de alvenaria que constituí- entre forros e demais elementos estruturais das unidades;
rem divisões entre habitações distintas ou se construídas na divisa II - As águas pluviais das coberturas deverão escoar dentro dos
do lote, deverão ter 0,15 metro (quinze centímetros) de espessura limites do imóvel, não sendo permitido desaguamento para os lotes
mínima. vizinhos ou logradouros públicos.
§ 2º Estas espessuras poderão ser alteradas quando forem
utilizados materiais de natureza diversa, desde que possuam, com- SEÇÃO IV
provadamente, no mínimo, os mesmos índices de resistência, im- DAS PORTAS, PASSAGENS OU CORREDORES
permeabilidade e isolamento térmico e acústico, conforme o caso.
Art. 62 As portas de acesso às edificações, bem como as pas-
SEÇÃO II sagens ou corredores, terão largura suficiente para a descarga dos
DOS PISOS compartimentos ou setores da edificação a que dão acesso, exceto
para as atividades específicas, detalhadas na própria seção:
Art. 53 Nos compartimentos em que, por este Código, for exigi- I - Quando de uso privativo a largura mínima será de 0,80 metro
do piso de material cerâmico ou impermeável, o mesmo deverá ser (oitenta centímetros);
assentado sobre terrapleno ou laje de concreto armado. II - Quando de uso coletivo, a largura livre deverá corresponder
Art. 54 É obrigatório a construção de piso externo (calçada) em a 0,01 metro (um centímetro) por pessoa de lotação prevista para
torno das edificações, com largura mínima de 70 (setenta) centí- os compartimentos, respeitando o mínimo de 1,20 metro (um me-
metros. tro e vinte centímetros).
Art. 55 Os pisos de madeira poderão ser constituídos de tacos, § 1º As portas de acesso a gabinetes sanitários e banheiros,
assentados sobre lajes de concreto ou tábuas fixadas sobre caibros terão largura mínima de 0,60 metro (sessenta centímetros).
ou barrotes. § 2º As cozinhas e áreas de serviço terão porta com largura
§ 1º Quando pisos sobre terrapleno, os caibros serão mergu- mínima de 0,80 metro (oitenta centímetros).
lhados em concreto alisado e revestidos de material betuminoso. § 3º Os demais compartimentos terão porta com largura míni-
§ 2º Quando pisos sobre laje de concreto, o espaço entre as ma de 0,70 metro (setenta centímetros).
tábuas e a laje será completamente cheio de concreto ou material
equivalente.

168
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO V I - Terão altura mínima de 3,00 m (três metros), cotados da li-


DAS ESCADAS E RAMPAS nha do solo;
II - A projeção da face externa da marquise será no máximo
Art. 63 As escadas de uso comum ou coletivo deverão ter lar- igual a 70% (setenta por cento) da largura do passeio, não podendo
gura suficiente para proporcionar o escoamento do número de exceder 2,00 m (dois metros);
pessoas que dela dependem, exceto para as atividades específicas III - As marquises não poderão receber guarda-corpo, nem se-
detalhadas na própria seção, sendo: rem utilizadas para outro fim que não o de abrigo;
I - A largura mínima das escadas de uso comum ou coletivo IV - As marquises não poderão ocultar aparelhos de iluminação
será de 1,20 metro (um metro e vinte centímetros) e não inferior às pública e nem placas de sinalização ou nomenclatura dos logradou-
portas e corredores de que trata o artigo 62º; ros públicos;
II - As escadas de uso privativo ou restrito ao compartimento, V - A cobertura será de material que não se fragmente quando
ambiente ou local, poderão ter largura mínima de 0,80 metro (oi- danificado;
tenta centímetros); VI - As águas pluviais não poderão ser lançadas diretamente
III - As escadas deverão oferecer passagem com altura mínima na via pública, devendo ser captadas por dispositivo adequado e
nunca inferior a 2,00 metros (dois metros); condutores.
IV - Só serão permitidas escadas em caracol quando interliga- Art. 69 As fachadas das edificações, quando construídas no ali-
rem somente dois compartimentos; nhamento predial, poderão ter sacadas, floreiras, caixas para condi-
V - Nas escadas em leque, a largura mínima do degrau será de cionadores de ar e brises, se:
0,07 metro (sete centímetros), devendo a 0,50 metro (cinqüenta a) Estiverem acima de 3,00 m (três metros);
centímetros) do bordo interno, o degrau apresentar largura mínima b) Tiverem dutos até o solo, para canalização das águas cole-
do piso de 0,25 metro (vinte e cinco centímetros); tadas.
VI - As escadas deverão ser de material resistente ao fogo, Parágrafo único. Os elementos mencionados no caput deste
quando atenderem a mais de dois pavimentos; Artigo poderão projetar-se além do alinhamento predial a distância
VII - As escadas deverão ter seus degraus com altura máxima de máxima de 0,60 metro (sessenta centímetros).
0,19 metro (dezenove centímetros) e largura mínima de 0,25 metro
(vinte e cinco centímetros); SEÇÃO VII
VIII - Ter um patamar intermediário, de pelo menos 0,80 metro DOS RECUOS
(oitenta centímetros) de profundidade, quando o lance de escada
exceder a 15 degraus. Art. 70 Os recuos das edificações construídas na área urbana
Art. 64 Em todas as edificações com mais de 2 (dois) pavimen- do Município deverão estar de acordo com o disposto na Lei de Zo-
tos, qualquer que seja o seu uso, as caixas de escada apresentarão neamento e Uso do Solo.
em cada pavimento, uma janela abrindo para o exterior, saguão ou § 1º Todas as edificações residenciais obedecerão recuo frontal
área de reentrância. A área de ventilação destas janelas será de, no mínimo de 5 (cinco) metros, medidos a partir do alinhamento pre-
mínimo, 1/20 (um para vinte) da área da caixa da escada em um dial. Quando lote de esquina, uma das testadas poderá ter recuo de
pavimento. apenas 3 (três) metros.
Art. 65 No caso de emprego de rampas, em substituição às § 2º No caso de edificações mistas, onde a parte residencial
escadas da edificação, aplicam-se as mesmas exigências relativas não situar-se no pavimento térreo ou na parte frontal, o recuo po-
ao dimensionamento e especificações de materiais fixadas para as derá ser dispensado, desde que não fira o previsto na Lei de Zonea-
escadas. mento e Uso do Solo.
§ 1º As rampas poderão apresentar inclinação máxima de 20% § 3º Nos casos em que o lote for de esquina, poderá ser dis-
(vinte por cento) para uso de veículos e de 12% (doze por cento) pensado o recuo de uma das testadas, desde que haja na referida
para uso de pedestres. testada parede nua, ou parede com abertura instalada a mais de
§ 2º As rampas de acesso para pedestres, quando externas se- 2,00 (dois) metros de altura, contados do nível do passeio público
rão revestidas com piso antiderrapante. ou ainda muro com o mínimo de 2,20m (dois metros e vinte centí-
§ 3º As rampas de acesso para veículos deverão ter seu início, metros de altura) contados do nível do passeio público.
no mínimo a 1,50 metro (um metro e cinqüenta centímetros) do § 4º Somente será possível a dispensa do recuo se respeitados
alinhamento. os demais limites de ocupação do solo como a taxa de impermea-
Art. 66 As escadas e rampas deverão observar no que couber as bilização ou de ocupação. (Redação dada pela Lei nº 1241/2011)
exigências da NBR 90771/1993 ou substituta. Art. 71 Qualquer janela, porta ou sacada aberta em parede per-
pendicular às divisas de fundo ou lateral do lote deverá estar à dis-
SEÇÃO VI tância mínima de 0,80 metro (oitenta centímetros) da divisa. Esta
DAS MARQUISES E SALIÊNCIAS distância mínima será dispensada quando houver isolamento por
parede ou muro e, se abertas em parede situada horizontalmente
Art. 67 Nas edificações a serem implantadas junto ao alinha- para as divisas, esta distância será de, no mínimo, 1,50 metro (um
mento, não serão permitidas construções em balanço formando metro e cinqüenta centímetros).
recinto fechado, somente marquises e saliências executadas con- Art. 72 As edificações situadas nos cruzamentos de logradouros
forme disposições desta seção. públicos, aonde não houver recuo frontal obrigatório, serão proje-
Art. 68 As edificações poderão ser dotados de marquises, obe- tadas de modo que, no pavimento térreo deixem livre um canto
decendo às seguintes condições: chanfrado de 2,00 m (dois metros), em cada testada, a partir do
ponto de encontro das testadas.

169
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO VIII SEÇÃO X


DOS COMPARTIMENTOS DAS ÁREAS DE RECREAÇÃO

Art. 73 As características mínimas dos compartimentos das Art. 76 Residências em série, a partir de 10 unidades, e con-
edificações residenciais e comerciais estão definidas nas Tabelas I juntos residenciais deverão possuir área de recreação na equiva-
e II respectivamente, partes integrantes e complementares deste lência de no mínimo 8 m² (oito metros quadrados) por unidade de
Código. moradia. Esta área não poderá localizar-se em área de trânsito e
Parágrafo único. Os conjuntos habitacionais populares seguirão estacionamento de veículos, podendo localizar-se, se descoberta,
norma própria do órgão gestor em questão, não contrariando con- nos recuos.
tudo, as normas mínimas deste Código. Art. 77 Nos edifícios residenciais com mais de 10 unidades de-
verá ser prevista área mínima de recreação e lazer na proporção de
SEÇÃO IX 1/10 (um para dez) da soma das áreas privativas das unidades.
DAS ÁREAS DE ESTACIONAMENTO PARA VEÍCULOS Parágrafo único. A área de recreação e lazer poderá ter, no má-
ximo, 1/3 (um terço) da sua superfície coberta.
Art. 74 Será exigido áreas para estacionamento de veículos in-
terno ao lote, nas edificações abaixo relacionadas: SEÇÃO XI
I - Edificações comerciais e de prestação de serviços de médio e DA INSOLAÇÃO, ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO
grande porte, na relação de 1 (uma) vaga para cada 125 m² (cento e
vinte e cinco metros quadrados); Art. 78 Todos os compartimentos, de qualquer local habitável,
II - Para edificações residenciais com mais de 10 unidades, na para os efeitos de insolação, ventilação e iluminação, deverão ter
relação mínima de 1 (uma) vaga para cada 125 m² (cento e vinte e aberturas, abrindo diretamente para logradouro público, espaço li-
cinco metros quadrados) de área privativa; vre do próprio imóvel ou área de servidão legalmente estabelecida.
III - Residências em série e conjuntos residenciais, na relação Parágrafo único. As aberturas para os efeitos deste artigo, de-
mínima de 1 (uma) vaga para cada 125 m² (cento e vinte e cinco vem distar 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros) no mínimo,
metros quadrados) de área privativa; de qualquer parte das divisas do lote medindo-se esta distância na
IV - Supermercados, Hipermercados, Shopping Centers e simi- direção perpendicular à abertura, da parede à extremidade mais
lares, 1 (uma) vaga para cada 30 m² (trinta metros quadrados) da próxima da divisa.
área privativa da área de venda; Art. 79 Os compartimentos das edificações de até dois (dois)
V - Para os demais usos não relacionados, caberá análise pela pavimentos também poderão ser ventilados e iluminados através
Prefeitura da proposta apresentada pelo autor do projeto. A Pre- de aberturas para pátios internos, descobertos, cujas dimensões
feitura poderá solicitar pareceres de órgãos competentes, quando não deverão estar abaixo dos seguintes índices:
achar necessário. I - Área mínima de 6,00 m² (seis metros quadrados);
Art. 75 As dependências destinadas a estacionamento de veí- II - Diâmetro mínimo do círculo inscrito, 1,50 metro (um metro
culos deverão atender as seguintes exigências, além das relaciona- e cinqüenta centímetros).
das no Artigo anterior: Parágrafo único. Os compartimentos de permanência transi-
I - As vagas de garagem não deverão obstruir passagens de pe- tória e cozinhas de edificações referidas neste artigo, poderão ser
destre ou qualquer outro uso; ventilados e iluminados por pátios internos, descobertos, com área
II - Ter pé-direito mínimo de 2,20 m (dois metros e vinte cen- mínima de 2,25 m², com círculo inscrito de diâmetro mínimo igual
tímetros); a 1,50 metro.
III - Ter sistema de ventilação permanente; Art. 80. Será permitida a utilização de ventilação e iluminação
IV - Ter vão de entrada com largura mínima de 3,00m (três me- zenital ou mecânica nos seguintes compartimentos: Vestíbulos, ba-
tros). Ter vão de saída de 3,00m (três metros) quando comportarem nheiros, corredores, depósitos, lavanderias e sótãos. (Redação dada
mais de 50 (cinqüenta) veículos, exceção aos edifícios residenciais, pela Lei nº 2185/2023)
que poderão utilizar um único vão como entrada e saída; Parágrafo único. Nos demais compartimentos será permitida
V - Ter vagas de estacionamento para cada veículo locadas em iluminação e ventilação zenital desde que pelo menos 50% da ilu-
planta e numeradas, com largura mínima de 2,20 m (dois metros e minação e ventilação mínima ocorra por meio de abertura direta
vinte centímetros) e comprimento mínimo de 4,50 m (quatro me- para o exterior, no plano vertical.
tros e cinqüenta centímetros); Art. 81 Para edificações com mais de 2 (dois) pavimentos de-
VI - Ter o corredor de circulação largura mínima de 3,70 m (três verão ser observadas as seguintes condições de iluminação e ven-
metros e setenta centímetros) e 5,00 m (cinco metros), quando o tilação:
local das vagas de estacionamento formar em relação aos mesmos, § 1º Quando iluminarem e ventilarem compartimentos de per-
ângulos de 45º (quarenta e cinco graus) ou 90º (noventa graus), manência prolongada diurna ou noturna (salas, quartos, estúdios,
respectivamente; bibliotecas, etc.), deverão obedecer as seguintes condições:
VII - Será permitido estacionar veículos atrás de outro, de modo I - Quando abertas:
a obstruírem vagas, desde que estas pertençam ao mesmo proprie- a) O afastamento de qualquer vão de parede oposta deverá ser,
tário. no mínimo, de 1,50 metro;
b) Ter o pavimento inicial 9,00 m² (nove metros quadrados),
acrescendo-se 15% (quinze por cento) a cada novo pavimento;

170
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Permitir ao nível de cada pavimento, em qualquer de seus pontos inscrição em um círculo cujo diâmetro seja dado pela fórmula:
D=½(s)½ - (metade da raiz quadrada da área).
II - Quando semi-abertas:
a) O afastamento de qualquer vão de parede oposta deverá ser, no mínimo, de 1,80 metro;
b) Ter o pavimento inicial 9,00 m² (nove metros quadrados), acrescendo-se 30% (trinta por cento) a cada novo pavimento;
c) Permitir ao nível de cada pavimento, em qualquer de seus pontos a inscrição de um círculo cujo diâmetro seja dado pela fórmula:
D = 3/5(s)½ - (três quintos da raiz quadrada da área).
III - Quando fechadas:
a) O afastamento de qualquer vão de parede oposta deverá ser, no mínimo, de 2,25 metros;
b) Ter o pavimento inicial 9,00 m² (nove metros quadrados), acrescendo-se 50% (cinqüenta por cento) a cada novo pavimento;
c) Permitir ao nível de cada pavimento, em qualquer de seus pontos inscrição em um círculo cujo diâmetro seja dado pela fórmula:
D = 3/4(s)½ - (três quartos da raiz quadrada da área).
§ 2º Quando iluminarem e ventilarem copa, cozinha e ante-sala, consideradas áreas de iluminação e ventilação secundárias deverão
ter no mínimo as seguintes medidas:
I - Quando abertas:
a) O afastamento de qualquer vão de parede oposta deverá ser, no mínimo, de 1,50 metro;
b) Ter o pavimento inicial 6,00 m² (seis metros quadrados), acrescendo-se 10% (dez por cento) a cada novo pavimento;
c) Permitir ao nível de cada pavimento, em qualquer de seus pontos inscrição em um círculo cujo diâmetro seja dado pela fórmula:
D = 3/5(s)½ - (três quintos da raiz quadrada da área).
II - Quando semi-abertas:
a) O afastamento de qualquer vão de parede oposta deverá ser, no mínimo, de 1,50 metro;
b) Ter o pavimento inicial 6,00 m² (seis metros quadrados), acrescendo-se 20% (vinte por cento) a cada novo pavimento;
c) Permitir ao nível de cada pavimento, em qualquer de seus pontos inscrição em um círculo cujo diâmetro seja dado pela fórmula:
D = 3/5(s)½ - (três quintos da raiz quadrada da área).
III - Quando fechadas:
a) O afastamento de qualquer vão de parede oposta deverá ser, no mínimo, de 1,84 metro;
b) Ter o pavimento inicial 6,00 m² (seis metros quadrados), acrescendo-se 30% (trinta por cento) a cada novo pavimento;
c) Permitir ao nível de cada pavimento, em qualquer de seus pontos inscrição em um círculo cujo diâmetro seja dado pela fórmula:
D =¾(s)½ - (três quartos da raiz quadrada da área).
NOTAS EXPLICATIVAS: Anexo - Lei nº 499/1998 - Primavera do Leste-MT
Notas Explicativas - Artigo 81º - § 1º - (SALA, QUARTO, ESTÚDIO, BIBLIOTECA)

171
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 82 São suficientes para a insolação, ventilação e iluminação dos compartimentos, a abertura de espaços (portas, janelas etc.) que
obedeçam as tabelas I e II, anexos deste Código.
Art. 83 Os compartimentos sanitários, ante-salas, corredores, kit e lavanderias, poderão ser ventilados indiretamente, por meio de
forro falso (dutos horizontais) através de compartimentos contínuos com a observância das seguintes condições:
I - Terem a largura do compartimento a ser ventilado;
II - Altura mínima livre de 0,20 m (vinte centímetros);
III - Comprimento máximo de 6,00 m (seis metros), exceto no caso de serem abertos nas duas extremidades, quando não haverá
limitação àquela medida;
IV - Comunicação direta com espaços livres;
V - A(s) boca(s) voltada(s) para o exterior deverá(ão) ter tela metálica e proteção contra água de chuva.
Art. 84 Os compartimentos sanitários, ante-salas, kit e lavanderias poderão ter ventilação forçada, mecânica ou não, por chaminé de
tiragem, observadas as seguintes condições:
a) Serem visitáveis na base. No caso da ventilação natural (não mecânica), terem abertura de saída de 0,50 m (cinqüenta centímetros)
acima da cobertura;
b) Permitirem a inscrição de um círculo de 0,50 m (cinqüenta centímetros) de diâmetro;
c) Terem revestimento interno liso, e não comportarem qualquer tipo de obstrução, nem mesmo canalizações.
Art. 85 Quando os compartimentos tiverem aberturas para ventilação e iluminação sob alpendre, terraço ou qualquer cobertura,
a área do vão iluminante natural deverá ser acrescida de mais 25% (vinte e cinco por cento), além do mínimo exigido nas tabelas I e II,
anexas.

SEÇÃO XII
DAS ÁREAS NÃO-COMPUTÁVEIS

Art. 86 Para efeito de cálculo do Coeficiente de Aproveitamento, são consideradas áreas não-computáveis as que seguem:
I - Áreas dos pavimentos situadas no subsolo destinadas aos compartimentos considerados de permanência transitória e os sem
permanência;
II - Áreas ocupadas por poços de elevadores, central de gás, casa de máquinas e outras similares;
III - Terraços descobertos e sacadas;
IV - Áreas de recreação e lazer em edifícios residenciais e conjuntos residenciais;
V - Estacionamentos e garagens de edifícios comerciais e residenciais, exceto edifícios garagem. São considerados edifícios garagem
aqueles que destinem para tal fim no mínimo 50% (cinqüenta por cento) de sua área total.

172
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO XIII Art. 91 Todos os edifícios com mais de 2 (dois) pavimentos de-
DOS PASSEIOS E MUROS verão possuir instalações contra incêndio, de acordo com as normas
da ABNT e do Corpo de Bombeiros, vigentes na ocasião da aprova-
Art. 87 Os proprietários de imóveis que tenham frente para ção do projeto.
ruas pavimentadas ou com meio-fio e sarjeta, são obrigados a pavi-
mentar os passeios à frente de seus lotes. Os passeios terão declivi- SEÇÃO I
dade transversal de 2% (dois por cento). DAS INSTALAÇÕES DE ÁGUAS PLUVIAIS
§ 1º Quando os passeios se acharem em mau estado, a Prefei-
tura intimará os proprietários a consertá-los. Se estes não os con- Art. 92 O terreno circundante a qualquer edificação deverá per-
sertarem, a Prefeitura realizará o serviço, cobrando do proprietário mitir o fácil escoamento das águas pluviais, para a via pública ou
as despesas totais, acrescido do valor da multa correspondente. para terreno a jusante.
§ 2º O revestimento do passeio deverá ser antiderrapante. § 1º Quando for necessário conduzir as águas pluviais através
§ 3º Nos acessos de veículo, será permitido o rebaixamento da de terreno a jusante, este procedimento deverá ser feito de forma a
guia ou meio-fio, na extensão máxima de 6,00 m (seis metros), por não causar qualquer prejuízo à propriedade lindeira.
testada de unidade imobiliária. Quando de acesso para residências § 2º O escoamento de águas pluviais do lote edificado, para a
geminadas, o rebaixamento da guia ou meio-fio poderá ser feito sarjeta, será realizado através de canalização construída sob o pas-
em extensão máxima de 3,00 m (três metros) para cada unidade seio.
residencial. I - Em casos especiais de inconveniência ou impossibilidade de
§ 4º A largura e demais especificações da execução dos pas- conduzir as águas pluviais às sarjetas, será permitido o lançamento
seios será fornecido pelo Município, mediante requerimento. dessas águas nas galerias de águas pluviais, após aprovação, pelo
Art. 88 Os lotes baldios situados em logradouros pavimentados Município, de esquema gráfico apresentado por responsável téc-
devem ter, nos respectivos alinhamentos, muros em bom estado e nico;
aspecto, com altura mínima de 80 (oitenta) centímetros. II - As despesas com a execução da ligação às galerias pluviais
Parágrafo único. Nos terrenos de esquina os muros terão can- correrão integralmente por conta do interessado. Haverá fiscaliza-
to chanfrado de 2,00 m (dois metros) em cada testada, a partir do ção das obras e/ou serviços pelo Município;
ponto de encontro de duas testadas. III - A ligação será concedida a título precário, cancelável a qual-
quer momento pelo Município, caso haja qualquer prejuízo ou in-
SEÇÃO XIV conveniência.
DAS EDIFICAÇÕES EM MADEIRA Art. 93 Nas edificações construídas no alinhamento, ás águas
pluviais provenientes de telhados, balcões e marquises deverão ser
Art. 89 As edificações em madeira só serão permitidas com as captadas por meio de calhas e condutores.
seguintes restrições: Parágrafo único. Os condutores nas fachadas lindeiras à via pú-
I - O número máximo de pavimentos será de 2 (dois); altura blica serão embutidos até a altura mínima de 3,00 m (três metros),
máxima, de 6 (seis) metros; superfície máxima coberta, de 150 m² acima do nível do passeio.
(centro e cinqüenta metros quadrados); Art. 94 Não será permitida a ligação de condutores de águas
II - Repousarão sobre baldrames de alvenaria com altura míni- pluviais à rede pública de coleta de esgotos.
ma de 50 (cinqüenta) centímetros;
III - Ficarão afastadas 2 (dois) metros, no mínimo, de qualquer SEÇÃO II
ponto da divisa do lote e 6 (seis) metros, no mínimo, de qualquer DAS INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS
outra edificação de madeira dentro do mesmo lote;
IV - Ter afastamento de 2 (dois) metros do alinhamento predial Art. 95 Todas as edificações em lotes com frente para logra-
nas zonas de Serviços e de Alta e Média Densidade e 5 (cinco) me- douros que possuam redes de água potável e de esgoto deverão
tros nas demais zonas. servir-se destas redes.
Parágrafo único. Não será permitida a implantação de edifica- Art. 96 Quando a rua não possuir rede de esgoto, a edificação
ções geminadas, em madeira. deverá ser dotada de fossa séptica cujo efluente será lançado em
poço absorvente.
CAPÍTULO V Art. 97 Toda unidade residencial deverá possuir, no mínimo um
DAS INSTALAÇÕES EM GERAL tanque, um vaso sanitário, um chuveiro, um lavatório e uma pia de
cozinha, que deverão ser ligados à rede pública de coleta de esgoto
Art. 90 As instalações hidráulico-sanitárias, elétricas, de gás, de ou à fossa séptica.
antenas coletivas, dos pára-raios, de proteção contra incêndio e te-
lefônicas deverão estar de acordo com as normas e especificações SEÇÃO III
ABNT, salvo os casos previstos nas seções deste Capítulo, onde pre- DAS INSTALAÇÕES DE ELEVADORES
valecerá o determinado por este Código, por força de lei.
Parágrafo único. As entradas ou tomadas das instalações pre- Art. 98 Será obrigatório a instalação de no mínimo 01 (um) ele-
diais referidas no caput deste artigo, deverão obedecer as normas vador nas edificações que tiverem entre a soleira da porta do pavi-
técnicas exigidas pelas concessionárias locais. mento de acesso principal e o piso de maior cota, altura superior a
11,00 m (onze metros), e de no mínimo 2 (dois) elevadores no caso
desta altura ser superior a 20 m (vinte metros).

173
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º Admite-se para soleira, altura máxima de 1,20 m (um me- SEÇÃO I


tro e vinte centímetros), acima do nível do passeio no ponto onde DAS RESIDÊNCIAS ISOLADAS
se caracteriza o acesso principal da edificação.
§ 2º Os espaços de acesso às portas dos elevadores deverão ter Art. 105 Residências Isoladas são as habitações unifamiliares
dimensão mínima de 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros), edificadas sobre lote urbano. Deverão obedecer ao disposto na Ta-
medida perpendicularmente às portas dos elevadores, e permitir bela I deste Código.
acesso também à escada de serviço.
§ 3º No caso de obrigatoriedade de instalação de elevadores, SEÇÃO II
eles deverão também atender aos pavimentos de subsolo e esta- DAS RESIDÊNCIAS GEMINADAS
cionamentos.
§ 4º Os elevadores não poderão ser o único meio de acesso aos Art. 106 Consideram-se residências geminadas, duas unidades
pavimentos superiores de qualquer edificação. As escadas deverão de moradia contíguas, que possuam uma parede comum.
ser projetadas conforme normas da ABNT. Parágrafo único. O lote das residências geminadas só poderá
§ 5º O sistema mecânico de circulação vertical (número de ele- ser desmembrado, quando cada unidade tiver as dimensões míni-
vadores, cálculo de tráfego e demais características) está sujeito às mas de lote estabelecidas por lei, e as moradias, isoladamente, es-
normas técnicas da ABNT. Tanto para a instalação como para a sua tejam de acordo com este Código.
manutenção, deve ter um responsável técnico legalmente habilita-
do. SEÇÃO III
§ 6º Não será considerado para efeito de altura, o último pavi- DAS RESIDÊNCIAS EM SÉRIE, PARALELAS AO
mento, quando este for de uso exclusivo do penúltimo, destinado a ALINHAMENTO PREDIAL
servir de moradia do zelador, ou quando utilizado para área de lazer
comunitário. Art. 107 Consideram-se residências em série, paralelas ao ali-
nhamento predial as situadas ao longo de logradouros públicos, ge-
SEÇÃO IV minadas ou não, em regime de condomínio, as quais não poderão
DAS INSTALAÇÕES PARA DEPÓSITO DE LIXO ser em número superior a 20 (vinte) unidades de moradia.
Art. 108 As residências em série, paralelas ao alinhamento pre-
Art. 99 Todas as edificações - residenciais, comerciais, de pres- dial, deverão obedecer às seguintes condições:
tação de serviços, indústrias etc. - deverão prever local com dimen- I - A testada do lote de uso exclusivo de cada unidade terá, no
sões compatíveis para armazenagem de lixo, no térreo ou subsolo, mínimo 6,00 m (seis metros);
onde o mesmo deverá permanecer até o momento da apresenta- II - Cada unidade deverá possuir área não edificada de, no mí-
ção à coleta. nimo, 30% (trinta por cento) da fração de terreno onde for implan-
Art. 100 Para a coleta, o lixo deverá estar embalado conforme tada;
exigências da Saúde Pública e será depositado em recipiente pró- III - As áreas de recreação deverão obedecer ao disposto no
prio, móvel, que não interfira no uso das calçadas e/ou pistas da Artigo 76º desta lei.
via pública.
Art. 101 Tanto o local de armazenagem como o recipiente pró- SEÇÃO IV
prio e o local de estacionamento deste deverão estar perfeitamente DAS RESIDÊNCIAS EM SÉRIE TRANSVERSAIS AO
limpos e higienizados. ALINHAMENTO PREDIAL

CAPÍTULO VI Art. 109 Consideram-se residências em série, transversais ao


DAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS alinhamento predial, geminadas ou não, em regime de condomínio,
aquelas cuja disposição exija abertura de corredor de acesso, não
Art. 102. As unidades residenciais serão constituídas de, no mí- podendo ser superior a 10 (dez) o número de unidades no mesmo
nimo Quarto, Sala e BWC. (Redação dada pela Lei nº 2185/2023) alinhamento, não ultrapassando a 20 (vinte) no total.
Art. 103 Para cada compartimento das unidades residenciais Art. 110 As residências em série, transversais ao alinhamento
são definidos o diâmetro mínimo do círculo inscrito, a área mínima, predial, deverão obedecer às seguintes condições:
a iluminação mínima, a ventilação mínima, o pé-direito mínimo, I - O acesso será através de corredor, que considerará o trânsito
os revestimentos de suas paredes, os revestimentos de seu piso e de veículos, pedestres e estacionamento, tendo as seguintes largu-
observações, conforme Tabela I, parte integrante e complementar ras mínimas:
deste Código. a) Quando se destinar somente para uso de pedestres, 1,50 m
Parágrafo único. Os edifícios residenciais deverão observar, (um metro e cinqüenta centímetros);
além de todas as exigências cabíveis, especificadas neste Código, as b) Quando se destinar a veículos, e as unidades residenciais si-
exigências da Tabela II, no que couber para as partes comuns. tuarem-se de um só lado do corredor, 5,00 m (cinco metros);
Art. 104 A Taxa de Ocupação, o Coeficiente de Aproveitamento, c) Quando se destinar a veículos, e as unidades residenciais si-
Taxa de Impermeabilização, Recuos e demais parâmetros para ela- tuarem-se em ambos os lados do corredor, 7,50 m (sete metros e
boração de projetos são os definidos na Lei Zoneamento e Uso do cinqüenta centímetros), sendo 1,50 m (um metro e cinqüenta cen-
Solo, para a zona onde o lote estiver situado. tímetros) de passeio em cada lado do corredor e 4,50 m (quatro
metros e cinqüenta centímetros) de pista de rolamento.

174
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - Quando houver mais de 5 (cinco) moradias no mesmo ali- Art. 115 O Hall dos pavimentos para edifícios com qualquer
nhamento, será feito um bolsão de retorno, onde as condições es- número de moradias, deverá atender ao disposto em portas, pas-
pecificadas no inciso I, deverão ser consideradas. sagens e corredores, instalação de elevadores, e outras exigências
III - Obedecer ao artigo 76º desta lei. pertinentes.
IV - Cada unidade deverá possuir área não edificada de no mí-
nimo 30% (trinta por cento) da fração de terreno onde for implan- CAPÍTULO VII
tada. DAS EDIFICAÇÕES COMERCIAS
V - Se não geminadas e com aberturas para a mesma face, as
edificações obedecerão uma distância mínima de 3,00 (três) me- SEÇÃO I
tros, a partir da projeção mais avançada da edificação, excetuando- DO COMÉRCIO EM GERAL
-se as projeções de beirais.
Art. 116 As edificações destinadas ao comércio em geral deve-
SEÇÃO V rão observar os seguintes requisitos:
DOS CONJUNTOS RESIDENCIAIS I - O “Hall” de edificações comerciais, observará:
a) Quando houver um só elevador, o disposto na Tabela II, des-
Art. 111 Consideram-se conjuntos residenciais os que tenham te Código;
mais de 20 (vinte) unidades de moradia, em lotes individualizados, b) A área do “Hall” será aumentada em 30% (trinta porcento)
de uma só pessoa, ou em condomínio, respeitadas as seguintes por elevador excedente.
condições: II - Todas as unidades das edificações comerciais deverão ter
I - O anteprojeto será submetido à apreciação da Prefeitura acesso a sanitários, no mesmo pavimento:
Municipal, que recomendará, quando couber, revisão da proposta; a) Em todas as unidades com área útil acima de 120,00 m² (cen-
II - Obedecer ao artigo 76, deste Código; to e vinte metros quadrados), é obrigatória a construção de sanitá-
III - Os conjuntos residenciais deverão obedecer, no que couber, rios separados para os dois sexos;
ao disposto na Lei de Loteamento e Parcelamento do Solo, quando b) Os sanitários, quando de uso comum para várias unidades
implantados em áreas não loteadas; comerciais, independente da soma das áreas das mesmas, deverão
IV - Os conjuntos residenciais deverão obedecer ao disposto na apresentar instalações separadas, para ambos os sexos;
Lei de Zoneamento e Uso do Solo; III - Os diversos compartimentos das unidades comerciais deve-
V - Os conjuntos residenciais deverão obedecer às exigências rão obedecer as disposições da Tabela II, anexo deste Código;
legais com respeito ao meio ambiente. IV - Nos locais onde houver preparo, manipulação ou depósito
VI - Ás áreas de acesso serão revestidas de asfalto ou similar; de alimentos, os pisos e as paredes até 2,00 m (dois metros) de
VII - O terreno deverá ser convenientemente drenado; altura, deverão ser revestidos com material liso, resistente, lavável
VIII - Os conjuntos poderão ser constituídos de prédios de apar- e impermeável, e as aberturas deverão ser protegidas com tela me-
tamentos ou residências isoladas, geminadas ou em série; tálica;
IX - O terreno, no todo ou em parte, poderá ser desmembrado V - Nas farmácias, os compartimentos destinados à guarda de
em várias propriedades, de uma só pessoa ou condomínio, desde drogas, aviamento de receitas, curativos e aplicação de injeção, de-
que cada parcela mantenha as dimensões mínimas permitidas por verão atender às mesmas exigências do Inciso anterior;
lei e as construções estejam de acordo com este Código. VI - Os açougues, peixarias e estabelecimentos congêneres de-
verão obedecer os seguintes requisitos:
SEÇÃO VI a) As paredes serão revestidas até a altura de 2,00 m (dois me-
DOS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS tros), com azulejo ou material similar;
b) O Piso será de material cerâmico ou similar, dotado de decli-
Art. 112 São edifícios, as construções que possuírem mais de vidade suficiente para o fácil escoamento das águas utilizadas para
2 (dois) pavimentos, podendo ter uso residencial, comercial e de lavagem, e provido de ralo;
serviços e misto. c) Deverão dispor de, no mínimo, um banheiro composto de
Art. 113. Edificações de uso misto poderão ter o acesso com- vaso sanitário e lavatório. Este deverá ser na proporção de um para
partilhado horizontal e/ou vertical, desde que controlado. cada 150,00 m² (cento e cinqüenta metros quadrados) de área útil.
§ 1º Os compartimentos de uso misto, deverão ter a especifi- Art. 117 As galerias comerciais, além das disposições do pre-
cação do uso predominante para fins de expedição do competente sente Código que lhes forem aplicáveis, deverão:
alvará de construção, sendo que as áreas de circulação compartilha- I - Ter pé-direito mínimo de 3,00 m (três metros).
das deverão ser consideradas como comercial ou de serviço. II - Ter largura não inferior a 1/10 (um décimo) do seu maior
§ 2º Para edifícios mistos, as vagas residenciais deverão ser se- percurso e no mínimo 3,00m (três metros).
paradas das vagas comerciais; III - Quando a galeria possuir mais do que um acesso a logra-
§ 3º Fica permitido o uso misto do estacionamento, bem como, douro público, terá largura não inferior a 1/20 (um vinte avos) do
a utilização de vagas gaveta desde que possua 50 (cinquenta) va- percurso total, com no mínimo 3,00 m (três metros).
gas ou mais e acesso por intermédio de manobrista, devidamente IV - O átrio dos elevadores que se ligar à galeria deverá:
informado junto ao Projeto Arquitetônico; (Redação dada pela Lei a) Formar um remanso;
nº 2185/2023) b) Não interferir na circulação da galeria.
Art. 114 Nos edifícios com mais de 10 (dez) unidades de mo- Art. 118 Será permitida a construção de mezaninos, obedeci-
radia deverá ser previsto Hall do edifício conforme Tabela II, deste das as seguintes condições:
Código.

175
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - Não deverão prejudicar as condições de ventilação e ilumina- XII - Haverá compartimento especial destinado a depósito de
ção dos compartimentos; lixo, conforme previsto na Seção IV do Capítulo V deste Código;
II - Sua área não deverá exceder a 70% (setenta por cento) da XIII - Os acessos para os veículos de carga e descarga deverão
área do compartimento. ser independentes dos acessos destinados ao público;
III - O pé-direito deverá ter, no mínimo, na parte superior 2,50 XIV - O acondicionamento, a exposição e venda dos gêneros ali-
m (dois metros e cinqüenta centímetros) e na parte inferior 3,00 m mentícios deverão seguir as normas de proteção, higiene e saúde.
(três metros).
SEÇÃO IV
SEÇÃO II DO COMÉRCIO E ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS
DOS RESTAURANTES, BARES, CAFÉS, CONFEITARIAS
LANCHONETES E CONGÊNERES Art. 123 As edificações destinadas ao comércio de veículos,
novos e usados, bem como para estacionamento, só poderão ser
Art. 119 As cozinhas, copas, despensas e locais de consumação localizadas em áreas permitidas pela Lei de Zoneamento e Uso do
não poderão ter ligação direta com compartimentos sanitários ou Solo e obedecerão os seguintes requisitos:
destinados a habitação. I - Serão construídas de material resistente ao fogo;
Art. 120 Os compartimentos sanitários para o público, para II - O piso será de material impermeável e resistente;
cada sexo, deverão obedecer às seguintes condições: III - O escritório, depósito e instalações de reparo e limpeza se-
a) Para o sexo feminino, no mínimo 01 (um) vaso sanitário e 01 rão implantados em compartimentos em separado.
(um) lavatório para cada 120,00 m² (cento e vinte metros quadra- § 1º Quando ocupar edifícios com 2 (dois) ou mais pavimentos,
dos) de área útil; apresentarão:
b) Para o sexo masculino, no mínimo, 01 (um) vaso sanitário, I - Pé-direito de, no mínimo, 3,00 m (três metros);
01 (um) lavatório e 01 (um) mictório para cada 120,00 m² (cento e II - Rampa de acesso aos pavimentos com inclinação não supe-
vinte metros quadrados) de área útil. rior a 20%.
Art. 121 Essas edificações deverão observar, ainda, no que cou- § 2º Quando instalados em pavimentos abaixo do nível da via
ber, as disposições da Seção I, deste Capítulo. pública, deverão ter:
I - Perfeita ventilação e escoamento de águas servidas;
SEÇÃO III II - O subsolo só poderá abrigar veículos e pertences.
DOS SUPERMERCADOS Art. 124 Os acessos aos estacionamentos coletivos e às lojas de
comércio de veículos, tanto novos como usados, deverão atender
Art. 122 As edificações para supermercados deverão observar as seguintes exigências:
os seguintes requisitos: I - Ter acesso para pedestres independente dos para veículos;
I - Só poderão ser implantados em áreas cujo funcionamento é II - Possuir rebaixamento máximo de 6,00 m (seis metros), ao
permitido pela Lei de Zoneamento e Uso do Solo; longo do meio-fio, para entrada e saída de veículos;
II - As portas de acesso principal deverão ter altura mínima de III - Quando o acesso de veículos ocorrer através de rampa, seu
2,60 m (dois metros e sessenta centímetros) e largura mínima de início não poderá ficar a menos de 1,50 m (um metro e cinqüenta
3,00 m (três metros); centímetros) do alinhamento predial;
III - O pé-direito deverá ser de, no mínimo, 5,00 m (cinco me- IV - Se localizados junto aos logradouros públicos, os acessos de
tros), medido no ponto mais baixo do forro; entrada e saída de veículos serão separados e terão sinalização de
IV - As áreas de circulação principais apresentarão largura míni- advertência para quem transita no passeio.
ma de 3,50 m (três metros e cinqüenta centímetros) e ser pavimen-
tadas com material impermeável e resistente; SEÇÃO V
V - A superfície mínima dos compartimentos será de 10,00 m² DAS OFICINAS MECÂNICAS, DE CHAPEAÇÃO E PINTURA
(dez metros quadrados) e dimensão mínima de 2,00 m (dois me-
tros); Art. 125 As edificações destinadas às oficinas mecânicas, de
VI - As paredes internas terão acabamento compatível com o chapeação e pintura deverão obedecer as seguintes condições:
uso a que serão destinadas; I - Área coberta e espaço próprio suficientes para executar os
VII - Os pisos serão de material durável, liso, impermeável e serviços de reparo e abrigar os veículos deixados para manutenção;
resistente; II - Pé-direito mínimo de 3,50 m (três metros e cinqüenta centí-
VIII - A superfície e as aberturas, quer em plano vertical, quer metros), tanto na parte inferior como na parte superior (mezanino);
em clarabóias, serão conveniente estabelecidas, procurando ilumi- III - Possuir vestiário, compartimento sanitário com vaso, chu-
nação uniforme de todo o ambiente; veiro e lavatório e demais dependências destinadas aos funcioná-
IX - A superfície de ventilação permanente em plano vertical, rios;
janelas ou lanternins, não poderá ser inferior a 1/10 (um décimo) IV - Quantos a acessos, deverá ser seguido o disposto no artigo
da área do piso; 124º deste Código;
X - Com respeito às instalações sanitárias, será obedecido o que V - Quando não houver muro no alinhamento do lote, deverá
determina o artigo 116º deste Código; ser construída uma mureta com 50 (cinqüenta) centímetros de altu-
XI - As câmaras frigoríficas para o armazenamento de carnes, ra, para evitar o trânsito de veículos sobre o passeio público.
frios, laticínios e outros produtos do gênero serão dotadas de equi- Art. 126 Os serviços especiais de chapeação e pintura deverão
pamento de gerador de frio capaz de assegurar temperatura ade- ser executados em ambiente apropriado, conforme normas de se-
quada com as câmaras à plena carga; gurança e saúde.

176
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 127 Os efluentes originários dos diversos serviços de repa- Parágrafo único. Não haverá mais de uma entrada e uma saí-
ro de veículos deverão ter destinação de acordo com o que prevê- da com largura máxima de 6,00 m (seis metros) cada uma, mesmo
em as normas ambientais vigentes. que a localização seja em terreno de esquina e seja prevista mais
de uma fila de veículos para abastecimento simultâneo, e não será
SEÇÃO VI permitido acesso ou saída por esquina.
DOS POSTOS DE SERVIÇOS E DE ABASTECIMENTO Art. 135 Os postos situados às margens de rodovias poderão
DE VEÍCULOS ter dormitórios localizados em edificação isolada, distante 10,00
m (dez metros), no mínimo, de sua área de serviço, obedecidas as
Art. 128 Os postos de serviço e abastecimento de veículos só prescrições deste Código, referentes aos Hotéis e Congêneres.
poderão ser instalados em edificações destinadas exclusivamente Art. 136 Os depósitos de combustível dos postos de serviços e
para este fim. abastecimento deverão obedecer às normas do Conselho Nacional
§ 1º Nas áreas de circulação de veículos e abastecimento, o do Petróleo - CNP ou órgão sucessor.
pé-direito das edificações deverá ser de, no mínimo, 5,00 m (cinco
metros). CAPÍTULO VIII
§ 2º Serão permitidas atividades comerciais junto aos postos DAS EDIFICAÇÕES INDUSTRIAIS
de serviço e abastecimento, somente quando localizadas no mes-
mo nível dos logradouros de uso público, com acesso direto e in- Art. 137 Além das disposições específicas pertinentes, as edifi-
dependente. cações destinadas às indústrias em geral deverão:
Art. 129 As instalações de abastecimento, inclusive bombas de I - Ser executadas de material resistente ao fogo, tolerando-se
combustível e apoio da cobertura, deverão distar, no mínimo 5,00 o emprego de madeira ou outro material combustível apenas nas
m (cinco metros) do alinhamento do logradouro público ou de qual- esquadrias e estruturas da cobertura;
quer ponto das divisas laterais e de fundos do lote, observadas as II - Prever iluminação natural nos locais de trabalho, qual não
exigências de recuos maiores contidas na Lei de Zoneamento e Uso poderá ser inferior a 1/5 (um quinto) da área do piso do comparti-
do Solo e Legislação do Meio Ambiente. (Redação dada pela Lei nº mento considerado e será uniformemente distribuída, podendo ser
1198/2010) completada, até a proporção de 30% (trinta por cento) por telhas
Art. 130 As instalações para lavagem ou lubrificação deverão de vidro ou clarabóias;
obedecer às seguintes condições: III - Prever ventilação natural dos locais de trabalho, que não
I - Estar localizadas em compartimentos fechados em 2 (dois) poderá ser inferior a 1/7 (um sétimo) da área do compartimento
de seus lados, no mínimo; considerado;
II - Ter as partes internas das paredes, revestidas de material IV - Apresentar distribuição de aberturas para o exterior em
impermeável, liso e resistente a freqüentes lavagens até a altura de alturas diferentes, a fim de facilitar a circulação do ar;
2,50 m (dois metros e cinqüenta centímetros), no mínimo; V - Possuir dispositivos de prevenção contra incêndio de con-
III - Ter pé-direito mínimo de 3,00 m (três metros) ou de 4,50 m formidade com as normas técnicas de prevenção contra incêndio;
(quatro metros e cinqüenta centímetros) quando houver elevador VI - Os seus compartimentos de produção, quando tiverem
para veículo; área superior a 75,00 m² (setenta e cinco metros quadrados), de-
IV - Ter as paredes externas fechadas em toda a altura ou ter verão ter pé-direito mínimo de 3,50 m (três metros e cinqüenta
caixilhos fixos sem abertura; centímetros);
V - Ter as aberturas de acesso distantes, 6,00 m (seis metros) no VII - Quando seus compartimentos forem destinados à manipu-
mínimo, dos logradouros públicos ou das divisas do lote; lação ou depósito de inflamáveis, os mesmos deverão localizar-se
VI - Ter um filtro de areia destinado a reter óleos e graxas pro- em lugar convenientemente separados, de acordo com as normas
venientes da lavagem de veículos, localizado antes do lançamento específicas relativas a segurança na utilização de inflamáveis líqui-
no coletor de esgoto e/ou alternativa proposta pelos órgãos compe- dos ou gasosos, ditados pelos órgãos competentes;
tentes de meio ambiente. VIII - A não ser nos casos especiais, os pisos e paredes deverão
Art. 131 Os postos de serviço e abastecimento deverão ter, apresentar revestimentos impermeáveis, indeformáveis e que per-
no mínimo, um compartimento sanitário independente para cada mitam fácil limpeza, e os forros deverão ser de material resistente
sexo, no mínimo, para uso público. ao fogo.
Art. 132 Os postos de serviço e abastecimento deverão ter ves- Art. 138 A ligação entre os diversos pavimentos de edificações
tiários, compartimentos sanitários equipados com vaso, chuveiro e industriais deverá ser garantida por meio de escadas e, no caso de
lavatório e demais dependências para o uso exclusivo dos empre- mais de 3 (três) pavimentos, deverão ser providos também de ele-
gados. vadores.
Art. 133 As áreas de circulação e serviço dos postos terão pavi- Parágrafo único. É facultada a execução de rampas com decli-
mentação impermeável, tendo declividade máxima de 3% (três por vidade não superior a 12% (doze por cento), em lugar das escadas.
cento) e mínima de 1% (um por cento) com drenagem que evite o Art. 139 As edificações industriais em geral disporão de instala-
escoamento das águas de lavagem para os logradouros públicos. As ções sanitárias proporcionais ao número de operários trabalhando
áreas não pavimentadas deverão possuir mureta de proteção (ou em cada pavimento, de acordo com o seguinte:
solução similar), para contenção de efluentes. I - Não poderão apresentar comunicação direta com o local de
Art. 134 Nos postos de abastecimento e serviço, quando não trabalho;
houver muros no alinhamento do lote, este terá uma mureta com II - As instalações sanitárias serão separadas para cada sexo;
0,50 m (cinqüenta centímetros) de altura para evitar a passagem de
veículos sobre os passeios.

177
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - A cada grupo de 20 (vinte) funcionários, deverá ser prevista V - Máquina de refrigeração;
um vaso e um lavatório, sendo que para a instalação para o sexo VI - Câmara frigorífica;
masculino deverá ser previsto também um mictório. VII - Exposição;
Art. 140 Os fornos, máquinas, caldeiras, estufas, fogões ou VIII - Depósito de vasilhames;
quaisquer outros aparelhos onde se produza ou concentre calor de- IX - De pessoal, incluindo vestiários, instalações sanitárias com
verão ser dotados de isolamento térmico, admitindo-se: banheiro completamente isoladas do corpo principal da usina;
I - Uma distância mínima de 1,00 m (um metro) do teto, sendo X - Piso em material cerâmico ou equivalente, de cor clara, im-
esta distância aumentada para 1,50 m (um metro e cinqüenta centí- permeável e resistente, com declividade que permita o fácil escoa-
metros), pelo menos, quando houver pavimento superposto; mento das águas de lavagens, providos de ralos localizados conve-
II - Uma distância mínima de 1,00 m (um metro) das paredes da nientemente;
própria edificação ou das edificações vizinhas. XI - Paredes revestidas com azulejos ou similar, de cor clara,
com até 2,00 m (dois metros) de altura.
SEÇÃO I
DAS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS SEÇÃO II
DAS INDÚSTRIAS E DEPÓSITOS DE EXPLOSIVOS
Art. 141 Além das disposições já citadas para as edificações de
indústrias em geral, as instalações das unidades industriais de pro- Art. 145 Para todos os efeitos são considerados explosivos os
dutos alimentícios deverão observar as normas do Código Sanitário corpos de composição química definida ou misturas de compostos
do Estado, quanto à higiene e à segurança. químicos que, sob a ação do calor, atrito, choque, percussão, faís-
Art. 142 Para o funcionamento de estabelecimentos industriais ca elétrica ou qualquer outra causa produzam reações exotérmicas
de preparo de carne, seus derivados e seus subprodutos, as edifica- instantâneas, dando em resultado, a formação dos gases super-a-
ções devem ser observados os seguintes requisitos: quecidos, cuja pressão seja suficiente para destruir ou danificar
I - Piso em material cerâmico ou equivalente, de cor clara, im- pessoas ou coisas.
permeável e resistente, com declividade que permita o fácil escoa- Art. 146 As fábricas de explosivos somente poderão ser cons-
mento das águas de lavagens, providos de ralos localizados conve- truídas na área rural, afastadas o máximo possível das aglomera-
nientemente; ções urbanas e em lugares previamente aceitos pelo Órgão Público
II - Paredes revestidas com azulejos ou similar, de cor clara, com Municipal.
até 2,00 m (dois metros) de altura; Art. 147 As edificações para abrigar indústria de explosivos e os
III - Instalação de câmaras frigoríficas com capacidade para es- depósitos de explosivos devem ser executadas seguindo as normas
tocar a produção obtida em período não inferior a 6 (seis) dias; estabelecidas pelo Ministério do Exército, para estas atividades.
IV - Janelas e portas providas de tela metálica, a prova de in-
setos; CAPÍTULO IX
V - Compartimentos e instalações destinadas ao preparo de DAS EDIFICAÇÕES ESPECIAIS
produtos alimentícios separados das dependências utilizadas para
preparo de subprodutos não-comestíveis. Art. 148 Todas as edificações consideradas especiais pela Pre-
Art. 143 As edificações para panificadoras, indústrias de doces, feitura ou pelos órgãos Federal e Estadual terão a anuência de Pre-
massas e congêneres deverão cumprir os seguintes requisitos: feitura somente após a aprovação pelo órgão competente.
I - Compartimento em separado para depósito da matéria-pri- Art. 149 Os estabelecimentos hospitalares, prisionais e outros
ma; não relacionados neste Código, especificamente, serão regidos pe-
II - Espaço para preparo, depósitos de matéria-prima e câmaras las normas ou códigos dos órgãos a eles afetos, cumpridas as exi-
de secagem com piso e parede de material cerâmico ou similar; gências mínimas deste Código.
III - Forro de material resistente ao fogo;
IV - Portas e janelas protegidas com tela metálica, a prova de SEÇÃO I
insetos; DAS ESCOLAS E ESTABELECIMENTOS CONGÊNERES
V - Os equipamentos destinados à mistura de massa e outros
serão assentados sobre bases próprias, de maneira a evitar ruídos e Art. 150 As edificações destinadas a escolas e estabelecimentos
vibrações incômodas à vizinhança; congêneres, além das exigências do presente Código no que lhes
VI - Piso em material cerâmico ou equivalente, de cor clara, couber, deverão:
impermeável e resistente, com declividade que permita o fácil es- I - Estar recuadas no mínimo 3,00 m (três metros) de qualquer
coamento das águas de lavagens, providos de ralos localizados con- divisa;
venientemente; II - Ter área não-edificada de, no mínimo, 3 (três) vezes a super-
VII - Paredes revestidas com azulejos ou similar, de cor clara, fície total das salas de aula;
com até 2,00 m (dois metros) de altura. III - Obedecer às normas da Secretaria de Educação do Estado
Art. 144 As edificações para abrigar usinas de beneficiamento e/ou do Município.
de leite serão compostas, no mínimo, dos seguintes compartimen- SEÇÃO II
tos: DOS HOTÉIS E CONGÊNERES
I - Recepção de leite in natura;
II - Lavatório de controle; Art. 151 As edificações destinadas a hotéis e congêneres deve-
III - Beneficiamento; rão obedecer às seguintes disposições:
IV - Lavagem e esterilização do vasilhame;

178
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - Ter, além dos apartamentos ou quartos, dependência para Art. 156 O Espaçamento mínimo entre os tanques de arma-
vestíbulo e local para instalação da portaria e sala-de-estar; zenamento de produtos inflamáveis e os dispositivos de funciona-
II - Ter instalações sanitárias, na proporção de um vaso sanitá- mento deverão observar o disposto nas normas do CNP (Conselho
rio, um chuveiro e um lavatório, no mínimo, para cada grupo de 04 Nacional de Petróleo) ou órgão sucessor.
(quatro) quartos, por pavimento, devidamente separados por sexo; Art. 157 O armazenamento de líquidos inflamáveis dentro de
III - Ter pisos e paredes de copas, cozinhas, despensas e ins- qualquer edificação só poderá ser feito em recipiente com capaci-
talações sanitárias, até a altura mínima de 2,00 m (dois metros), dade máxima de 250 litros.
revestidos com material lavável e impermeável; § 1º Os compartimentos de armazenamento deverão obedecer
IV - Ter vestiário e instalação sanitária privativos para o pessoal os seguintes itens:
de serviço; I - As paredes, pisos e tetos deverão ser construídos de material
V - Serem regidos e aprovados pelos órgãos a eles afetos (Saú- resistente ao fogo e maneira que facilite a limpeza e não provoque
de Pública etc.). centelha pelo atrito de sapatos ou ferramentas;
II - As passagens e portas serão providas de soleiras ou ram-
SEÇÃO III pas com pelo menos 15 (quinze) centímetros de desnível ou valetas
DOS LOCAIS DE REUNIÃO E SALAS DE ESPETÁCULOS abertas e cobertas com grade de aço, com escoamento para local
seguro;
Art. 152 As edificações destinadas a auditórios, cinemas tea- III - Deverá ter instalações elétricas apropriadas a prova de ex-
tros, salões de baile, ginásios de esporte, templos religiosos, salões plosão, conforme recomendações das normas de segurança;
comunitários e similares deverão atender às disposições seguintes: IV - Deverá ser ventilado, de preferência através de processo
I - Instalações sanitárias separadas para cada sexo, com as se- natural;
guintes proporções mínimas: V - Deverá ter sistema de combate a incêndios, conforme nor-
a) Para o sanitário masculino, um vaso sanitário, um lavatório e mas do Corpo de Bombeiros;
um mictório para cada 100 (cem) lugares; VI - Nas portas de acesso deverá estar escrito de forma bem
b) Para o sanitário feminino um vaso sanitário, um lavatório visível “INFLAMÁVEL - NÃO FUME”.
para cada 100 (cem) lugares; Art. 158 Para efeito desta Lei, fica definido como gás liquefeito
c) Para efeito do cálculo do número de lugares, será conside- de petróleo (GLP) o produto constituído predominantemente pelo
rado, quando não houverem lugares fixos, a proporção de 1,00 m² hidrocarboneto propano, propeno, butano e buteno.
(um metro quadrado) por pessoa. Parágrafo único. A área de armazenamento de GLP, incluindo
II - As circulações internas à sala de espetáculos de até 100 tomada de descarga e seus aparelhos serão delimitados por um
(cem) lugares, terão nos seus corredores longitudinais e transver- alambrado de material vazado que permita boa ventilação e com
sais largura mínima de 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros). altura mínima de 1,80 m (um metro e oitenta centímetros).
Estas larguras mínimas serão acrescidas de 0,10 m (dez centíme- Art. 159 O Município, pela repartição competente, poderá exi-
tros) por fração de 50 lugares. gir, a qualquer tempo, medidas complementares de segurança, que
III - Para salas de espetáculo tais como: Teatros, anfiteatros, ci- julgar necessárias.
nemas e auditórios, haverá obrigatoriamente sala de espera, cuja Art. 160 Todos os depósitos de produtos inflamáveis serão pro-
área mínima deverá ser de 0,20 m² (vinte centímetros quadrados) vidos de equipamentos de prevenção contra incêndio aprovados
por pessoa, considerando-se a lotação máxima. pelos órgãos competentes.
IV - As escadas e rampas deverão cumprir, no que couber, o
estabelecido na Seção V, do Capítulo IV, deste Código. CAPÍTULO X
V - Ter os dispositivos de prevenção contra incêndio de confor- DOS EMOLUMENTOS, EMBARGOS, SANÇÕES E MULTAS
midade com as normas técnicas específicas.
VI - Todos os locais de reunião e salas de espetáculo deverão SEÇÃO I
ter iluminação e ventilação adequada à sua função, natural ou arti- DOS EMOLUMENTOS
ficial, e sob responsabilidade do autor do projeto.
Art. 161 Os emolumentos referentes aos atos administrativos
SEÇÃO IV definidos neste Código serão cobrados de conformidade com o Có-
DOS INFLAMÁVEIS digo Tributário do Município.
Parágrafo único. Estão isentas de emolumentos, as aprovações
Art. 153 A instalação dos entrepostos e depósitos de inflamá- de projetos e os alvarás de licença para as construções públicas da
veis no Município dependem de licenciamento prévio do Órgão Pú- União, Estado, Município, Autarquias, Templos Religiosos e cons-
blico. truções consideradas de utilidade pública, a partir de avaliação do
Art. 154 É considerado líquido inflamável aquele cujo ponto de Executivo Municipal.
inflamabilidade é inferior a 135 graus centígrados, entendendo-se
por “ponto de inflamabilidade” a temperatura em que o líquido SEÇÃO II
emite vapores em quantidade tal que se possa inflamar ao contato DOS EMBARGOS
de uma centelha ou chama.
Art. 155 Os tanques de armazenagem de líquidos combustíveis Art. 162 Obras em andamento, sejam elas construções ou re-
serão constituídos de aço ou de concreto, a menos que a caracterís- formas, serão embargadas, quando:
tica do líquido requeira material especial, segundo normas técnicas I - Estiverem sendo executadas sem o respectivo Alvará, emiti-
oficiais vigentes no País. do pela Prefeitura;

179
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - Estiverem sendo executadas sem a responsabilidade do pro- III - Houver desrespeito à intimação de regulamentação de
fissional registrado na Prefeitura; obra;
III - Estiver em risco a sua estabilidade, com perigo para o pes- IV - Houver desrespeito ao embargo;
soal que a execute, ou para as pessoas e edificações vizinhas; V - Faltar placa na obra;
IV - Se for construída, reconstruída ou ampliada em desacordo VI - Iniciar obra dependente de Certidão de Alinhamento, sem
com os termos do Alvará de Construção; estar de posse da mesma ou se a obra estiver em desacordo com
V - Se não for observado o alinhamento. a certidão;
§ 1º Ocorrendo qualquer das infrações especificadas neste Ar- VII - Ocupação ou utilização de qualquer obra dependente de
tigo, e a qualquer dispositivo deste Código, o encarregado pela fis- Alvará de Construção, sem estar de posse do Certificado de Conclu-
calização comunicará o infrator através de Notificação de Embargo, são de Obra;
para regularização da situação no prazo que lhe for determinado, VIII - Obra for reformada construída ou ampliada em desacordo
ficando a obra embargada até que isso aconteça. com o Projeto Aprovado;
§ 2º A Notificação de Embargo será levada ao conhecimento do IX - Estar em risco a estabilidade da obra, com perigo para o
infrator - proprietário e/ou responsável técnico - para que a assine, público ou pessoa que a constrói.
e se se recusar a isso, ela será acompanhada de assinaturas de duas Art. 165 Aplicar-se-ão as multas cabíveis ao proprietário e/ou
testemunhas, se houver. ao responsável técnico, graduando-se de acordo com a metragem
§ 3º Se ocorrer decurso do prazo ou o descumprimento do em- da obra, na seguinte ordem:
bargo comunicado ao infrator através da Notificação de Embargo, o 1 - Até 60m² ...................50 UFIRs
encarregado lavrará o Auto de Infração. 2 - De 61m² à 120m² ...........100 UFIRs
§ 4º O embargo só será levantado após o cumprimento das exi- 3 - De 121m² à 240m² ..........180 UFIRs
gências da Prefeitura, decorrentes do que especifica este Código. 4 - De 241m² à 500m² ..........240 UFIRs
§ 5º Após o embargo, seguir-se-á a demolição total ou parcial 5 - De 501m² à 1.200m² ........360 UFIRs
da mesma, se não houver alternativa de regularização da obra. 6 - De 1.201m² à 2.500m² ......480 UFIRs
7 - De 2.501m² acima ..........600 UFIRs
SEÇÃO III Parágrafo único. Os valores das multas dobrarão, a cada rein-
DAS SANÇÕES cidência das infrações cometidas, previstas no caput deste artigo,
sem prejuízo de outras penalidades legais cabíveis.
Art. 163 O Município poderá cancelar o cadastro dos profis- Art. 166 A infração de qualquer disposição para a qual não haja
sionais (pessoa física ou jurídica) responsáveis por desrespeito ao penalidade expressamente estabelecida neste Código serão puni-
Código de Obras. Também comunicará ao Conselho Regional de das com multa de 50 a 600 (cinquenta a seiscentas) UFIRs, a critério
Engenharia Arquitetura e Agronomia - CREA as irregularidades co- do departamento competente do Município.
metidas.
Parágrafo único. São irregularidades passíveis das sanções pre- CAPÍTULO X
vistas no caput deste artigo: DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
I - Não obedecer os projetos previamente aprovados, amplian-
do ou reduzindo as dimensões indicadas nas plantas e cortes; Art. 167 Os casos omissos no presente Código serão estudados
II - Dar seqüência à execução da obra embargada pela Prefei- e normatizados pelo órgão competente, aplicando-se Leis, Decretos
tura; e Regulamentos Especiais.
III - Incorrer em 3 (três) multas por infração cometida na mes- Art. 168 São partes integrantes deste Código os seguintes ane-
ma obra; xos:
IV - Alterar as especificações indicadas no projeto, as dimen- a) Tabela I - Edificações Residenciais;
sões, ou especificações dos elementos estruturais previamente b) Tabela II - Edificações Comerciais.
aprovados pela Prefeitura; Art. 169 Este Código entrará em vigor na data de sua publica-
V - Responsabilizar-se como executores de obra que não sejam ção, revogando as demais disposições em contrário, especialmente
dirigidas realmente pelos mesmos; a Lei 047/88.
VI - Iniciar qualquer obra sem o necessário Alvará de Constru-
ção; GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL, Em 17 de junho de 1998
VII - Cometer, por imperícia, faltas que venham a comprometer
a segurança da obra ou de terceiros.
PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DO MUNICÍPIO DE
PRIMAVERA DO LESTE - LEI MUNICIPAL Nº 1000, DE 19 DE
SEÇÃO IV
JULHO DE 2007 E SUAS ALTERAÇÕES
DAS MULTAS

Art. 164 Aos infratores das disposições da presente Lei, além LEI Nº 1000, DE 19 DE JULHO DE 2007.
das medidas judiciais cabíveis, ser-lhe-ão aplicadas multas.
Parágrafo único. As multas serão aplicadas quando: PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA
I - Obra dependente de Alvará for iniciada sem o licenciamento DO LESTE.
e Projeto Aprovado; A CÂMARA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE, ESTADO DE
II - Houver falta de Projeto Aprovado e do Alvará de Licença na MATO GROSSO, APROVOU, E EU PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO
obra quando solicitado pela Fiscalização; A SEGUINTE LEI:

180
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 1º Atendendo o disposto no Artigo 182 da Constituição VI - maneje corretamente o solo evitando sua degradação.
Federal, e no Capítulo III da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Parágrafo Único - A Área de Proteção Ambiental tem como fun-
Estatuto da Cidade - e ao inciso XII do Artigo 8º da Lei Orgânica do ção social à produção de água para consumo público, da qualidade
Município de Primavera do Leste - MT, fica aprovado, nos termos do ar e manutenção do potencial turístico, assim como proteção da
desta Lei, o Plano Diretor do Município de Primavera do Leste. flora e fauna local.
Art. 2º O Plano Diretor, abrangendo a totalidade do territó- Art. 6º Gestão democrática e participativa é a interação dos di-
rio, é o instrumento básico da política de desenvolvimento urba- ferentes segmentos da sociedade nas políticas de desenvolvimento,
no do Município e integra o processo de planejamento municipal, na formulação, execução e acompanhamento.
devendo o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Art. 7º Sustentabilidade urbana e rural é o desenvolvimento
Orçamento Anual incorporarem as diretrizes e as prioridades nele produzido a partir do local: socialmente justo, ambientalmente
contidas. equilibrado, e economicamente viável, garantindo qualidade de
§ 1º - O Plano Diretor tem como objetivo principal à valorização vida para as gerações presentes e futuras.
do ser humano. Art. 8º A gestão da política urbana se fará de forma democráti-
§ 2º - Para produzir sua sustentabilidade é necessário o envolvi- ca, incorporando a participação dos diferentes segmentos da socie-
mento da população no âmbito intelectual e cultural. dade em sua formulação, execução e acompanhamento.
Art. 9º São objetivos gerais da política urbana:
TÍTULO I I - promover o desenvolvimento econômico local, de forma so-
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA URBANA cial e ambientalmente sustentável;
II - garantir o direito universal à moradia digna, democratizando
Art. 3º A política urbana deve se pautar pelos seguintes prin- o acesso a terra e aos serviços públicos de qualidade, priorizando os
cípios: segmentos sociais de menor renda;
I - a política de desenvolvimento urbano e rural do município; III - reverter o processo de segregação sócio-espacial na cida-
II - função social da cidade; de por intermédio da oferta de áreas para produção habitacional
III - função social da propriedade urbana, de expansão urbana dirigida aos segmentos sociais de menor renda, inclusive em áreas
e rural; centrais, e da urbanização e regularização fundiária de áreas ocu-
IV - sustentabilidade urbana; padas por população de baixa renda, visando à inclusão social de
V - gestão democrática e participativa. seus habitantes;
§ 1º - Para facilitar o planejamento e a execução dos serviços e IV - garantir a justa distribuição dos benefícios e ônus decorren-
obras necessários ao bem-estar da comunidade e atender à legis- tes do processo de urbanização, recuperando e transferindo para a
lação tributária pertinente, o Município de Primavera do Leste fica coletividade a valorização imobiliária decorrente da ação do poder
dividido em quatro áreas distintas e integradas entre si: público;
I - área urbana; V - prevenir distorções e abusos na utilização econômica da
II - área de proteção ambiental; propriedade, coibindo o uso especulativo de imóveis urbanos como
III - área de expansão urbana; reserva de valor, que resulte na sua sub-utilização ou não utilização,
IV - área rural. de modo a assegurar o cumprimento da função social da proprie-
§ 2º - A área urbana é delimitada segundo a Lei Municipal nº dade;
796 de 06 de novembro de 2003. VI - adequar o adensamento à capacidade de suporte do meio
§ 3º - A área de expansão urbana fica delimitada no Mapa B01. físico, potencializando a utilização das áreas bem providas de infra-
§ 4º - A área de proteção ambiental, corresponde às unidades -estrutura e evitando a sobrecarga nas redes instaladas;
de conservação existentes, previstas no Sistema Nacional de Unida- VII - promover o equilíbrio entre a proteção e ocupação das
des de Conservação - SNUC e as áreas de Preservação Permanente. áreas de mananciais, assegurando sua função de produtora de água
§ 5º - A área rural é a porção restante do município. para consumo público;
Art. 4º A propriedade imobiliária urbana e de expansão urbana VIII - conter o espraiamento da ocupação habitacional ao sul da
cumpre sua função social quando, respeitadas as funções sociais da área urbanizada;
cidade, for utilizada para: IX - garantir a melhoria da qualidade de vida da população, as-
I - habitação, especialmente habitação de interesse social; segurando o oferecimento de saneamento ambiental, segurança
II - atividades econômicas geradoras de emprego e renda; pública, infra-estrutura, saúde, educação, áreas verdes e de lazer
III - proteção do meio ambiente; com equidade territorial;
IV - preservação do patrimônio cultural. X - garantir a acessibilidade universal, entendida como o acesso
Art. 5º A propriedade rural cumprirá sua função social desde de todos a qualquer ponto do território, por intermédio da rede
que: viária e do sistema de transporte público;
I - destine área mínima para reserva legal em conformidade XI - estimular parcerias entre os setores público e privado em
com a legislação em vigor; projetos de urbanização e de ampliação e transformação dos es-
II - garanta a proteção de áreas de preservação permanente, paços públicos da cidade, mediante o uso de instrumentos para o
quando se aplicar o caso, utilizando conforme indicação da legisla- desenvolvimento urbano atendendo às funções sociais da cidade;
ção específica; XII - contribuir para a construção e difusão da memória e iden-
III - preserve e proteja a fauna existente; tidade local, por intermédio da proteção do patrimônio histórico,
IV - respeite a legislação trabalhista, coibindo o trabalho escra- artístico, urbanístico, cultural e paisagístico, utilizando-o como meio
vo; de desenvolvimento sustentável;
V - não pratique atividades ilícitas;

181
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XIII - aumentar a eficiência econômica da cidade, de forma a VIII - fortalecimento do turismo, explorando sustentavelmente
ampliar os benefícios sociais e reduzir os custos operacionais para o potencial do território;
os setores público e privado, inclusive por meio do aperfeiçoamen- IX - apoio ao acesso à informação sobre os avanços científicos
to administrativo do setor público; e tecnológicos de interesse da comunidade, bem como a difusão de
XIV - fiscalizar e monitorar o cumprimento da legislação am- tecnologias existentes ou alternativas para o incremento das ativi-
biental, fortalecendo a gestão ambiental; dades produtivas;
XV - desenvolver relações regionais, nacionais e internacio- X - estímulo ao associativismo, ao cooperativismo e ao empre-
nais com associações e instituições multilaterais, bem como com endedorismo;
organismos governamentais, no intuito de estabelecer parcerias e XI - incentivo e sensibilização da população para o uso do po-
convênios de interesse da cidade e viabilizar financiamentos e pro- tencial turístico local;
gramas de assistência técnica; XII - criação de um sistema de acompanhamento e avaliação
XVI - apoiar as capacitações técnicas e a geração de empregos; das atividades produtivas;
XVII - estimular parcerias com institutos de ensino e pesquisa XIII - incentivo à integração regional;
visando à produção de conhecimento científico e a formulação de XIV - incentivo à criação e funcionamento das associações de
soluções tecnológica e ambientalmente adequadas às políticas pú- bairros;
blicas; XV - promoção do acesso dos portadores de necessidades es-
XVIII - promover a inclusão social, reduzindo as desigualdades peciais aos serviços regulares prestados pelo município mediante a
que atingem segmentos da população e se refletem no território, remoção de barreiras arquitetônicas;
por meio de políticas públicas sustentáveis; XVI - apoio e participação nos consórcios intermunicipais visan-
XIX - incluir políticas afirmativas nas diretrizes dos planos seto- do à criação de infra-estrutura necessária à circulação e distribuição
riais, visando à redução das desigualdades de gênero; da produção;
XX - criar mecanismos de planejamento e Gestão Participativa XVII - fortalecimento das atividades do comércio local e apoio à
mobilizando a população nos processos de tomada de decisão; criação de formas alternativas de comercialização;
XXI - associar o planejamento local ao regional, por intermédio XVIII - incentivo aos proprietários rurais na implantação de cul-
da cooperação e articulação com os demais municípios da Região turas não tradicionais;
da Grande Primavera, contribuindo para a gestão integrada; XIX - elaboração de programas de prevenção ao tráfico e a uti-
XXII - elevar a qualidade do ambiente urbano por meio da obri- lização de drogas;
gatoriedade da existência de espaços destinados à absorção das XX - proibição em áreas residenciais da instalação de estabele-
águas pluviais; cimentos que emitem poluição;
XXIII - manter atualizado o cadastro imobiliário; XXI - incentivo à cultura e sua produção;
XXIV - impedir que estabelecimentos ruidosos se instalem na XXII - aprimoramento da oferta de serviços de saúde conside-
zona residencial; rando a eqüidade territorial;
XXV - fortalecer os conselhos municipais. XXIII - incentivo à oferta e melhoria da qualidade da educação;
XXIV - análise e proposição de taxa de iluminação pública dife-
TÍTULO II renciada conforme a demanda e tipo de consumidor;
DAS DIRETRIZES E DOS OBJETIVOS SETORIAIS DA POLÍTICA XXV - garantia de retransmissão de canais de tv regionais;
URBANA XXVI - incentivo à criação de estação de rádios comunitárias;
XXVII - elaboração de manual simplificado para criação de em-
CAPÍTULO I preendimentos comerciais e industriais.
DO DESENVOLVIMENTO SOCIO-ECONÔMICO
SEÇÃO I
Art. 10 - A política do desenvolvimento econômico do Muni- DO DESENVOLVIMENTO RURAL
cípio articula-se às demais políticas setoriais, objetivando redução
das desigualdades sociais e a melhoria da qualidade de vida da po- Art. 12 - Para atingir as diretrizes da política de desenvolvimen-
pulação. to rural, o município adotará como estratégia a elaboração do Plano
Art. 11 - Para que se realize a política de desenvolvimento de- de Desenvolvimento Rural que deverá conter:
vem ser priorizadas as seguintes diretrizes: I - programa de recuperação de áreas degradadas priorizadas
I - incentivo à produção agrícola e pecuária nas pequenas pro- as microbacias, evitando o escoamento superficial;
priedades rurais; II - programa de controle de pragas e doenças;
II - parcerias público-privadas para melhorar o atendimento e III - programa de fomento de eletrificação rural;
a qualificação dos pequenos, médios e grandes produtores rurais; IV - programa para agroindustrialização de produtos da produ-
III - gestão junto aos organismos competentes para garantia da ção familiar;
qualidade da energia distribuída no município; V - programa de fomento à capacidade de armazenamento;
IV - parcerias para formação e qualificação da mão-de-obra; VI - programa de sensibilização dos produtores rurais para uso
V - elaboração de programas que visem reduzir as diferenças adequado da propriedade;
sociais; VII - criação de um fundo municipal para aquisição e recupera-
VI - prioridade dos investimentos com prévia avaliação de cada ção de áreas ambientais de interesse público;
setor; VIII - programa de apoio à patrulha agrícola para mini e peque-
VII - incentivo à implantação de indústrias para geração de em- nos produtores rurais;
pregos e renda;

182
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IX - programa de controle da qualidade da água nas proprieda- VI - estimular o fortalecimento das cadeias produtivas do mu-
des rurais; nicípio e da Região.
X - programa de distribuição de sementes, insumos, implemen- VII - atrair novos setores produtivos para o Município, em con-
tos agrícolas e mudas aos pequenos agricultores através de parce- sonância com a política de desenvolvimento regional.
rias;
XI - parcerias público-privadas para melhorar o atendimento e SEÇÃO IV
a qualificação dos pequenos, médios e grandes produtores rurais. DA SAÚDE

SEÇÃO II Art. 15 - Para cumprir as diretrizes sobre a saúde deverá ser ela-
DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL borado o Plano Municipal de Saúde, respeitadas a oportunidade e
conveniência do Município para implementação das medidas, com
Art. 13 - Para alcançar as diretrizes do desenvolvimento social, as seguintes estratégias:
o município deverá elaborar o Plano Municipal de Política Social, I - criação de um sistema de telefone 24 horas para denúncias
Trabalho e Renda com as seguintes estratégicas: de práticas nocivas à saúde;
I - subsidiar os lotes para indústrias que desejarem se instalar II - criação de conselho de segurança anti-drogas comunitário,
em área industrial definida pelo Plano Diretor, exceto para as liga- representado pelos mais diversos segmentos sociais;
das a produtos agrotóxicos, que atenderão a legislação própria; III - obrigatoriedade de cumprimento pelo município dos re-
II - implantação de centros sociais regionalizados no município quisitos necessários para a permanência da gestão plena de saúde;
para atividades de entretenimento, ocupação e formação dos jo- IV - criação da Fundação Hospitalar e da estrutura física do hos-
vens; pital municipal com número mínimo de leitos;
III - fomento ao “PROJETO CONVIVER”; V - obrigatoriedade do município em estabelecer prioritaria-
IV - regularização e manutenção das atividades de indústria, mente, dentro dos princípios de eficiência, qualidade e econômia,
comércio e serviços já instalados; convênios de compra de serviços de média e alta complexidade da
V - regularização e incentivo ao artesanato e pequenas indús- fundação hospitalar;
trias caseiras; VI - obrigatoriedade pelo município da continuidade dos PSF
VI - regulamentação e fiscalização da construção civil; já existentes, uniformização dos serviços prestados e ampliação de
VII - regulamentação do horário de atendimento das atividades sua estrutura conforme crescimento populacional;
econômicas; (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) VII - implantação de UTI na estrutura física onde funciona a
VIII - melhoria das creches existentes e implantação de novas Fundação Hospitalar;
unidades, conforme a demanda; VIII - programas de acompanhamento de gestantes, neonatal,
IX - promoção periódica de cursos profissionalizantes; infância, adolescência e até a velhice;
X - definição de setores prioritários para destinação de verbas; IX - apoio ao tratamento de doenças não solucionadas no mu-
XI - campanha de conscientização da população para exigir nicípio;
nota fiscal no momento da compra; X - criação do Centro de Doenças Epidêmicas;
XII - cobrança de IPTU em acordo com a política urbana e as XI - ampliação de corpo clínico e procedimentos na área de
diretrizes desta lei. odontologia, fonoaudiologia, psicologia e fisioterapia;
XII - disponibilização de ambulância e médicos 24 horas para
SEÇÃO III atendimentos emergenciais;
DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO XIII - os hospitais e unidades clínicas de saúde, deverão dispor
de gerenciamento de resíduos hospitalares, de acordo com as nor-
Art. 14 - Para alcançar as diretrizes relativas às atividades desta mas vigentes, e também da CONAMA e da ANVISA, podendo para
seção, deverá ser elaborado o Plano Municipal de Desenvolvimento tanto, firmar um convênio com a municipalidade através das Ope-
da Indústria e do Comércio contendo as seguintes estratégias: rações Consorciadas;
I - sessão em comodato de terrenos para implantação de indús- XIV - execução do Cemitério Municipal, ou privado através de
trias nos locais indicados no Mapa B02 em conformidade com suas Operação Consorciada, instalação no mesmo de ambientes de vela-
características. ção adequadas em numero suficiente com reserva de áreas e salas
II - incentivos fiscais: de velório para pessoas carentes.
a) sessão em comodato de terrenos;
b) isenção de impostos; SEÇÃO V
c) terraplanagem; DA EDUCAÇÃO
d) ampliação da rede de telefonia;
e) ampliação da rede de água; Art. 16 - Objetivando a realização das diretrizes para a educa-
f) ampliação da rede de energia elétrica. ção deverá ser elaborado o Plano Municipal de Educação sendo
III - indicação da Zona Especial de Interesse Comercial, onde participativo e contendo as seguintes estratégias:
será permitida a ocupação mista (residências e comércio), confor- I - implantação e desenvolvimento de centro de excelência em
me o Mapa B02. educação visando a modernização do padrão de ensino e a forma-
IV - gestão junto aos organismos competentes para garantia da ção dos profissionais em educação;
qualidade da energia distribuída no município. II - incentivo do conselho municipal de educação;
V - estimular parcerias com organizações, instituições e/ou ser-
viços de apoio ao pequeno empresário e a indústria.

183
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - programa de avaliação da necessidade de criação, manu- SEÇÃO VII


tenção e expansão da rede pública de ensino conforme a demanda DO TURISMO E DA CULTURA
populacional;
IV - distribuição de recursos e equipamentos adequados para a Art. 18 - Para o desenvolvimento do potencial turístico e forta-
implantação de centro de educação infantil, educação pré-escolar, lecimento da cultura, o Município implementará o Plano Municipal
ensino fundamental e médio; do Turismo e Cultura, considerando as seguintes estratégias:
V - estratégias de integração entre as escolas e a comunidade, I - preservação de locais de interesses turísticos e históricos;
visando atividades de educação, saúde e lazer; II - programa de incentivos ao Turismo e Cultura, destacando a
VI - inclusão na grade escolar do município de atividades como: parceria pública privada para investimentos na área;
música, canto, dança e teatro; III - criação de projetos incentivando a cultura, o lazer e turismo
VII - inclusão na grade escolar do município a Educação Am- à Terceira Idade;
biental; IV - elaboração de calendário anual dos eventos no município;
VIII - incentivo ao aprendizado do espanhol e do inglês visando V - programa de cooperação técnica e financeira que estimu-
o potencial turístico do município; lem as práticas culturais;
IX - programa de acesso à informática a todos os estudantes VI - fiscalização dos serviços turísticos para que sejam de boa
do município; qualidade;
X - presença de policiais ou guarda de trânsito em frente aos VII - ampliação da Casa da Cultura e da Casa do Artesão;
estabelecimentos de ensino nos períodos de entrada e saída de alu- VIII - obrigatoriedade de que todas as praças tenham espaço
nos; adequado para apresentações culturais;
XI - construção e adequação de quadras cobertas em todas as IX - incentivo à criação de grupos culturais;
escolas do município, para as práticas esportivas diurnas e notur- X - sinalização identificando regiões e locais turísticos;
nas; XI - incentivo e desenvolvimento das atividades de turismo eco-
XII - fomento à criação de cursos pré-vestibular e cursos técni- lógico;
cos e profissionalizantes; XII - incentivo às iniciativas culturais particulares.
XIII - fomento à instalação de campus de universidade pública
no município; CAPÍTULO II
XIV - estabelecimento de critérios para que a iniciativa privada DA HABITAÇÃO
e pública possam ser parceiras;
XV - incentivo a estudos para implementação de metodologia Art. 19 - A política municipal de habitação tem como objetivos:
diferenciada para alunos da zona rural. I - garantir o acesso a terra urbanizada e à moradia, ampliando
XVI - disponibilização de profissional na área de psicopedagogia a oferta e melhorando as condições de habitabilidade da população
para atender necessidade educacional; de baixa renda;
XVII - implementar e ampliar a biblioteca municipal; II - estimular a produção de Habitação de Interesse Social - HIS
XVIII - distribuição adequada do número de vagas nas escolas, e Loteamentos pela iniciativa privada, contíguos à área urbanizada
nos bairros inibindo o deslocamento de alunos de outras regiões; da cidade;
XIX - fomento à criação de uma escola agrícola profissionali- III - garantir a sustentabilidade social, econômica e ambiental
zante no município com todos os recursos adequados para a im- nos programas habitacionais, por intermédio das políticas de de-
plantação; senvolvimento econômico e de gestão ambiental;
XX - assegurar transporte escolar para alunos do ensino públi- IV - garantir padrões mínimos de qualidade da estrutura física e
co. ambiental dos empreendimentos imobiliários.
Art. 20 - Para a consecução da política deverão ser adotadas as
SEÇÃO VI seguintes diretrizes:
DO ESPORTE E DO LAZER I - promover a requalificação urbanística e regularização fundi-
ária dos assentamentos habitacionais precários e irregulares, inclu-
Art. 17 - Para atender as diretrizes desta seção deverá ser ela- sive de áreas centrais degradadas;
borado o Plano Municipal de Esportes e Lazer com as seguintes es- II - assegurar o apoio e o suporte técnico às iniciativas indivi-
tratégias: duais ou coletivas da população para produzir ou melhorar sua mo-
I - estudo de viabilidade de locais para construção de pistas radia;
para caminhadas que contemplem os bairros; III - garantir o incentivo e o apoio à formação de agentes pro-
II - incentivo aos esportes para portadores de necessidades es- motores e financeiros não estatais, a exemplo das cooperativas e
peciais; associações comunitárias autogestionárias na execução de progra-
III - programa de inserção da população em práticas esportivas, mas habitacionais;
em especial junto às entidades educacionais incentivando compe- IV - promover o acesso a terra, por meio do emprego de instru-
tições regionais; mentos que assegurem as utilizações adequadas das áreas vazias e
IV - a construção de um centro educacional com modalidades subutilizadas;
esportivas para os jovens carentes tais como, pista de atletismo, pis- V - impedir novas ocupações irregulares nas áreas urbanas e
cina de natação, quadra de esporte, campo suíço, sala para cine/te- de mananciais;
atro cultural, academia esportiva para formação de atletas e outras VI - inibir o adensamento dos núcleos habitacionais de baixa
vinculadas à educação. renda urbanizados ou não urbanizados;

184
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII - implementar programas de reabilitação física e ambiental III - Habitação de Interesse Especifico - HIE é aquela destinada a
nas áreas de risco; setores específicos da população com renda familiar mensal acima
VIII - garantir alternativas habitacionais para a população remo- de 4 salários mínimos, produzida pela iniciativa privada, com 2 ba-
vida das áreas de risco ou decorrentes de programas de recupera- nheiros e em terrenos de no mínimo 360,00m².
ção ambiental e intervenções urbanísticas;
IX - promover o tratamento urbanístico das áreas de risco, vi- CAPÍTULO III
sando evitar novas situações de risco; DO SANEAMENTO AMBIENTAL
X - recuperar as áreas de preservação ambiental, ocupadas por
moradia, não passíveis de urbanização e regularização fundiária; Art. 23 - A política de saneamento ambiental integrado tem
XI - fortalecer os mecanismos e instâncias de participação com como objetivo manter o meio ambiente equilibrado, alcançando
representantes do poder público, dos usuários e do setor produtivo níveis crescentes de salubridade, por meio da gestão ambiental, do
na formulação e deliberação das políticas, na definição das priorida- abastecimento de água potável, da coleta e tratamento do esgo-
des e na implementação dos programas. tamento sanitário, do manejo dos resíduos sólidos e da drenagem
XII - garantir uma reserva mínima de área permeabilizável em e reutilização das águas pluviais, promovendo a sustentabilidade
todo terreno urbano; ambiental do uso e da ocupação do solo, além de assegurar saúde
XIII - estabelecer áreas prioritárias para expansão urbana; pública a todos os cidadãos do município.
XIV - impedir o estabelecimento de atividades comerciais (ba- Art. 24 - A política de saneamento ambiental integrado deverá
res, lanchonetes e similares) em bairros eminentemente residen- respeitar as seguintes diretrizes:
ciais, a não ser que haja interesse público; I - assegurar à população do município oferta domiciliar de
XV - definir as áreas residenciais da cidade, garantindo condi- água para consumo residencial e outros usos, em quantidade sufi-
ções de tranqüilidade à moradia; ciente para atender as necessidades básicas e em qualidade compa-
XVI - obrigar que os loteamentos públicos ou privados a serem tível com os padrões de potabilidade;
implantados nas proximidades de áreas de preservação permanen- II - incorporar às políticas setoriais o conceito da sustentabilida-
te obedeçam a um recuo equivalente a partir da mesma, como zona de e as abordagens ambientais;
de amortecimento de impactos, podendo ser computada como III - implementar o Sistema Municipal de Áreas Verdes e de La-
área verde do loteamento, resguardando ainda os 15 m para im- zer;
plantação da rua; IV - ampliar a rede de saneamento básico prioritariamente para
XVII - respeitada a área de preservação permanente, nos lote- as áreas mais comprometidas e posteriormente a toda extensão
amentos de chácaras urbanas existentes será obrigatório a reserva das Zonas Urbanas;
de no mínimo 15 m para implantação de rua. V - viabilizar estudo e implementar sistema de gestão e plano
Art. 21 - Com base nos objetivos e diretrizes enunciados nesta de manejo de resíduos sólidos, inclusive seu tratamento, coleta se-
Lei, o Poder Executivo Municipal elaborará o Plano Municipal de letiva e reciclagem de lixo;
Habitação (PMH), contendo no mínimo: VI - garantir a limpeza pública das ruas e coleta de lixo confor-
I - diagnóstico das condições de moradia no município; me a demanda de cada loteamento;
II - identificação das demandas por região e natureza das mes- VII - garantir o fornecimento da rede pública de água potável e
mas; esgoto em todo o perímetro urbano;
III - objetivos, diretrizes e ações estratégicas para a política de VIII - garantir a conservação e recuperação das áreas de preser-
habitação definida nesta lei; vação permanente e das unidades de proteção ambiental existen-
IV - definição de metas de atendimento da demanda, com pra- tes no município;
zos, priorizando as áreas mais carentes; IX - estabelecer a criação de um órgão de fiscalização da polui-
V - articulação com Planos e Programas da Região da Grande ção sonora;
Primavera; X - garantir que o cidadão não fique exposto a poluição sonora
VI - revisão da legislação habitacional do Município, compati- e odorífica;
bilizando os parâmetros de uso, ocupação e parcelamento do solo XI - adequar o funcionamento das lagoas de efluentes, da rede
das zonas especiais de interesse social com as normas construtivas de captação e elevação de esgoto, utilizando as novas tecnologias
de habitação de Interesse Social. de acordo com as normas ambientais;
Art. 22 - Esta lei considera os seguintes empreendimentos imo- XII - proibir a criação de animais (excetuando os domésticos)
biliários e as seguintes definições: em bairros residenciais, comerciais e industriais;
I - Habitação de Interesse Social - HIS que se destina à popula- XIII - proibir a colocação de lixo em terrenos baldios ou situados
ção com renda familiar mensal inferior a 1,5 salários mínimos, sen- nas proximidades do perímetro urbano, principalmente próximo
do produzida pelo poder público municipal em parceria ou não com aos mananciais;
a iniciativa particular, com um banheiro por unidade habitacional e XIV - proibir a queima de lixo e equivalentes no perímetro ur-
em terrenos de 150,00m²; bano;
II - Habitação de Interesse Comum - HIC é aquela destinada à XV - realizar ampla divulgação da política de saneamento am-
população com renda familiar mensal superior a 1,5 e até 4 salários biental;
mínimos, produzida pela iniciativa privada, com 1 (um) e no máxi- XVI - promover a política de educação sanitária e ambiental;
mo 2 banheiros e em terrenos de no mínimo 200,00m²; (Redação XVII - incentivar estudos para o monitoramento das águas flu-
dada pela Lei nº 1136/2010) viais, do lençol freático e dos solos próximos a indústrias e aterros
sanitários;

185
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XVIII - promover política tarifária que considere as condições VI - programa de investimento em obras e outras medidas rela-
econômicas, garantindo que a tarifa de água e de esgoto não seja tivas à utilização, recuperação, conservação e proteção do sistema
empecilho para a prestação do serviço; de saneamento ambiental;
XIX - ampliar a fiscalização de vigilância sanitária, inclusive dos VII - a regulamentação do Sistema Municipal de Áreas Verdes e
equipamentos de aplicação de produtos fitossanitários; de Lazer, com disposições sobre:
XX - proibir o uso de fossa séptica em locais servidos pela rede a) a hierarquização das áreas verdes destinadas à preservação
pública de esgoto; e ao lazer;
XXI - criar e implementar um sistema de coleta e destinação b) os critérios de provisão e distribuição das áreas verdes e de
adequada ao lixo hospitalar (Plano de Gerenciamento de Resíduos lazer;
de Serviços Hospitalares); c) o tratamento paisagístico a ser conferido às unidades do sis-
XXII - estabelecer que as empresas de perfuração de poços se- tema, de forma a garantir multifuncionalidade às mesmas e atender
jam cadastradas no município e apresentem ao SAAE (Sistema de às demandas por gênero, idade e condição física;
Abastecimento de Água e Esgoto) a mesma documentação exigida d) os critérios para definição da vegetação a ser empregada no
para funcionamento junto aos órgãos competentes para cada poço paisagismo urbano, garantindo sua diversificação.
perfurado; Parágrafo Único - Nos casos de concessão, as empresas con-
XXIII - manter o bom funcionamento da estação meteorológica cessionárias deverão atender o caput deste artigo e seus incisos,
do município; fazendo-os cumprir e apresentar relatórios semestrais atualizados.
XXIV - garantir junto aos órgãos competentes o histórico de da-
dos pluviométricos; CAPÍTULO IV
XXV - garantir aos imóveis locados em áreas de declive con- DOS RECURSOS NATURAIS
trário a canalização da vazão pluvial e de esgoto sanitário pela via
terrenos de fundo, mediante acordo entre os proprietários; Art. 27 - A gestão recursos naturais obedecerá as seguintes di-
XXVI - cadastrar os poços artesianos existentes no município retrizes:
junto ao SAAE (Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto); I - elaborar plano de controle para pesca nas proximidades das
XXVII - fomentar a implantação de núcleos de captação do lixo dependências da Usina Hidrelétrica Carmelito Torres (Usina do Rio
da área rural. das Mortes);
Art. 25 - São estratégias da Política de Saneamento Ambiental: II - incentivar a criação de Unidades de Conservação;
I - concessão de alvará para localização de estabelecimentos III - promover o manejo sustentável e ações de combate ao trá-
industriais, comerciais e de serviços mediante a apresentação das fico de espécies, incidentes sobre a flora e a fauna e no que couber
licenças previstas nos sistemas de licenciamentos de atividades po- aos microorganismos;
luidoras; IV - criar em áreas de cerrado, espaços para coleta de matéria
II - permissão para instalação na área rural de atividades que prima para o trabalho dos artesãos locais (frutos nativos, madeiras,
utilize insumos agropecuários ou explore recursos naturais; raízes etc.), através do manejo sustentável;
III - criação de um centro de controle de zoonoses com local V - preservar áreas de entorno de cavidades (cavernas, grutas,
para recolher os animais; cânion, voçorocas, ravinas, etc);
IV - autorização de funcionamento pelo município das casca- VI - garantir a proteção das nascentes e cursos fluviais.
lheiras após devidamente licenciadas nas demais instancias, obede- VII - preservar áreas de entorno de atrativos naturais (Lagoa
cendo a legislação ambiental; Azul, Ilha Flutuante, etc).
V - implantação da defesa civil municipal; Art. 28 - São estratégias para realização dessas diretrizes:
VI - adequação e ampliação do aterro sanitário, com definições I - estudo da desapropriação de áreas do entorno de manan-
de uso e de acordo com as normas vigentes, no prazo de 3 anos. ciais com o objetivo de verificar a viabilidade de instalação de par-
Art. 26 - Para se alcançar o objetivo de promoção do Sanea- ques municipais visando a proteção da unidade de conservação;
mento Ambiental, deve ser elaborado Plano de Gestão e Sanea- II - fomento à criação de RPPN (Reserva Particular do Patrimô-
mento Ambiental, como instrumento da gestão do saneamento nio Natural) a partir de estudo e indicação de áreas;
ambiental, que deverá conter no mínimo: III - estudo e indicação de áreas para pesquisa, preservação e
I - diagnóstico sócio-ambiental que caracterize e avalie a situa- recuperação ambiental;
ção de salubridade ambiental no município, por meio de indicado- IV - plano de manejo dos mananciais e do sistema de abasteci-
res sanitários, epidemiológicos e ambientais; mento de água do município;
II - metas e diretrizes gerais da política de saneamento ambien- V - criação de unidades de uso sustentável voltada aos produ-
tal, com base na compatibilização, integração e coordenação dos tos do cerrado;
planos setoriais de água, esgoto, drenagem, resíduos sólidos, con- VI - proteção, fiscalização e monitoramento das áreas legal-
trole de riscos ambientais e gestão ambiental; mente protegidas;
III - definição dos recursos financeiros necessários, das fontes VII - confecção de um mapa de remanescentes de vegetação e
de financiamento e formas de aplicação; declividade de forma a identificar as áreas legalmente protegidas;
IV - caracterização e quantificação dos recursos humanos, ma- VIII - criação do Fundo Municipal do Meio Ambiente;
teriais, tecnológicos, institucionais e administrativos necessários à IX - aplicação dos recursos provenientes da compensação am-
execução das ações propostas; biental preferencialmente nas proximidades do empreendimento.
V - regulação dos instrumentos de planejamento e controle
ambiental;

186
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO V a) acidentes de trânsito;


DA MOBILIDADE URBANA E RURAL b) congestionamentos;
c) poluições sonoras, atmosféricas e visuais.
Art. 29 - São objetivos do Sistema de Mobilidade Urbana: IV - construção da rede virtual de mobilidade e simulação dos
I - priorizar a acessibilidade cidadã: pedestres, ciclistas, pesso- fluxos predominantes das demandas manifestas dos transportes:
as com necessidades especiais e de mobilidade reduzida, sobre o coletivo, carga e individual, caracterizando os principais trechos de
transporte motorizado; deseconomias ou impactos negativos;
II - priorizar o transporte coletivo sobre o individual; V - simulação dos fluxos de mobilidade de demandas futuras,
III - reduzir a necessidade de deslocamento; de macro empreendimentos públicos ou privados, geradores/atra-
IV - melhorar a fluidez do trânsito, mantendo-se os níveis de tores de transportes;
segurança internacional definidos pela comunidade técnica; VI - elaboração da rede proposta de mobilidade, caracterizando
V - considerar as questões de logística empresarial no sistema as principais intervenções no sistema viário, transportes e trânsito
de mobilidade urbana, garantindo a fluidez no transporte de cargas para dois cenários básicos:
e mercadorias, visando o desenvolvimento econômico; a) situação atual otimizada - minimização das deseconomias;
VI - implementar avanço tecnológico-ambiental nos compo- b) situação futura ideal - sustentabilidade social, econômica e
nentes do sistema; ambiental.
VII - articular o sistema de mobilidade municipal com o metro- Art. 33 - São diretrizes da Política de Mobilidade Urbana e Ru-
politano e o estadual, existente e planejado; ral:
VIII - facilitar o acesso da população rural à cidade. I - estabelecer horário de carga e descarga de caminhão;
Parágrafo Único - Entende-se por Sistema de Mobilidade Urba- II - priorizar a circulação de pedestres, garantindo-lhes segu-
na a articulação e integração dos componentes estruturadores da rança e conforto;
mobilidade, incluindo transporte, sistema viário, trânsito, educação III - promover campanhas de conscientização buscando harmo-
de trânsito e integração regional, de forma a assegurar o direito de nia no trânsito;
ir e vir, com sustentabilidade e a melhor relação custo-benefício so- IV - municipalizar o trânsito para que percentual das multas
cial. seja aplicado no município;
Art. 30 - Com base nos objetivos enunciados no artigo anterior, V - integrar a sede com os distritos.
e de acordo com o disposto no artigo 41, § 2º, da Lei 10.257, de 10 Art. 34 - São estratégias para se estabelecer essas diretrizes:
de julho de 2001, deve ser elaborado Plano Diretor de Mobilidade I - implantação de redutores de velocidade nos locais em que
Urbana. se registram maior fluxos de veículos e pedestres;
Art. 31 - O Plano Diretor de Mobilidade Urbana tratará o Siste- II - adequação das rotatórias existentes;
ma de Mobilidade Urbana com base nas seguintes diretrizes: III - adequações dos redutores de velocidade existentes à le-
I - transporte: gislação;
a) promover a vanguarda tecnológica dos componentes do IV - implantação do anel viário para retirada do tráfego pesado
sistema de transporte coletivo, garantindo eficiência operacional, do centro da cidade;
segurança, conforto e qualidade ambiental; V - implantação de transporte coletivo em horários alternativos
b) qualificar a ambiência urbana dos corredores de transporte para que atenda a necessidade local;
coletivo; VI - implantação de ciclovias nas avenidas e ruas onde estudos
c) qualificar o sistema de atendimento às pessoas deficientes e comprovarem suas necessidades e possibilidades;
com necessidades especiais; VII - campanha de sensibilização para o respeito às leis de trân-
d) desenvolver o sistema cicloviário; sito em parceria com órgãos públicos e iniciativa privada;
e) reordenar o tráfego de cargas perigosas. VIII - criação de guarda municipal de orientação do trânsito;
II - sistema viário: readequar o sistema viário, considerando as IX - adequação das calçadas para a circulação dos pedestres
demandas manifestas referentes à mobilidade. com rampas de acesso em todos os cruzamentos, facilitando a pas-
III - trânsito: sagem dos portadores de necessidades especiais e idosos;
a) promover a vanguarda tecnológica dos componentes do X - proibição de estacionamento nas calçadas;
sistema de trânsito, garantindo segurança, fluidez e qualidade am- XI - reestruturação e planejamento do sistema viário da cidade;
biental; XII - vigilância e segurança do transporte urbano e escolar;
b) minimizar o impacto de tráfego de passagem na área central. XIII - implantação de cobertura nos pontos de ônibus;
IV - educação de trânsito: definir os programas, ações, equipa- XIV - proibição de carga e descarga de caminhão nas avenidas,
mentos e estratégias necessários à educação de trânsito para todos. ruas e locais regulamentados por lei municipal;
Art. 32 - O Plano Diretor de Mobilidade Urbana deverá conter: XV - sinalização nas estradas vicinais;
I - matriz de origem e destino de mobilidade;
II - caracterização dos fluxos predominantes de pessoas e bens, CAPÍTULO VI
identificando por intermédio da pesquisa de origem e destino: DO PATRIMÔNIO CULTURAL
a) principais regiões de origem e destino;
b) modos de circulação; Art. 35 - Entende-se por Patrimônio Cultural as transformações
c) motivos das viagens; históricas, as expressões artísticas, arquitetônicas, paisagísticas e
d) horários e volumetrias das viagens. urbanísticas, além dos rituais, festas, religiosidade, entretenimen-
III - identificação dos principais trechos de deseconomias de to e outras práticas sociais, literárias, musicais, inerentes à cultura
mobilidade: local.

187
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 36 - São objetivos da Política Municipal de Patrimônio Cul- h) Cemitério;


tural: i) Parques;
I - divulgar o patrimônio cultural; Art. 39 - Para viabilizar essas diretrizes o Poder Executivo pode-
II - garantir que o patrimônio arquitetônico seja preservado e rá utilizar os seguintes instrumentos:
possa ser utilizado sustentavelmente; I - desapropriação;
III - desenvolver o potencial turístico; II - desapropriação com pagamento em títulos da dívida públi-
IV - inventariar o patrimônio histórico, cultural e paisagístico; ca;
V - estabelecer e consolidar a gestão participativa do patrimô- III - direito de preempção;
nio cultural; IV - transferência do direito de construir.
VI - reservar o túmulo da senhora conhecida como “Velha Jo-
ana”; TÍTULO III
VII - elaboração e oficialização através de pesquisa científica da DO ORDENAMENTO TERRITORIAL
história do município.
Art. 37 - Para se alcançar os objetivos de promoção do Patri- Art. 40 - Consoante os objetivos gerais da política urbana, o
mônio Cultural, a que se refere o artigo 36, deverá ser elaborado o ordenamento territorial obedece as seguintes diretrizes:
Plano de Preservação do Patrimônio Cultural de Primavera do Leste, I - planejamento do desenvolvimento da cidade, da distribuição
que conterá: espacial da população e das atividades econômicas do Município,
I - as diretrizes para preservação e proteção do patrimônio; de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e
II - o inventário de bens culturais materiais e imateriais; seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
III - a definição dos imóveis de interesse do patrimônio, para II - integração e complementaridade entre a destinação da por-
fins de preservação e a definição dos instrumentos aplicáveis; ção urbanizada do território e a área de proteção e recuperação dos
IV - as formas de gestão do patrimônio cultural, inclusive: mananciais;
a) os mecanismos e os instrumentos para a preservação do pa- III - ordenação e controle do uso do solo, de forma a combater
trimônio; e evitar:
b) as compensações, incentivos e estímulos à preservação; a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
c) os mecanismos de captação de recursos para a política de b) a proximidade ou conflitos entre usos e atividades incompa-
preservação e conservação. tíveis ou inconvenientes;
V - a revisão das atribuições do Conselho Municipal de Cultura c) o uso ou aproveitamento excessivos ou inadequados em re-
em defesa do Patrimônio Artístico, Arquitetônico, Paisagístico de lação à infra-estrutura urbana;
Primavera do Leste; d) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na
VI - as estratégias para inclusão do componente patrimônio sua sub-utilização ou não utilização;
cultural nas políticas públicas municipais e para criação de progra- e) a deterioração das áreas urbanizadas e dotadas de infra-es-
mas municipais de educação para o patrimônio. trutura, especialmente as centrais;
Parágrafo Único - O Plano de Preservação do Patrimônio Cultu- f) o uso inadequado dos espaços públicos;
ral de Primavera do Leste será instituído por lei. g) a poluição e a degradação ambiental.

CAPÍTULO VII CAPÍTULO I


DOS IMÓVEIS PÚBLICOS DO ZONEAMENTO

Art. 38 - A gestão e uso dos imóveis públicos obedecerá as se- Art. 41 - O zoneamento estabelece as regras básicas para o or-
guintes estratégias: denamento territorial, considerando o uso e ocupação do solo a
I - implantação de um sistema de informações geográficas das partir das características dos seus ambientes.
áreas públicas, atualizando constantemente de modo a: Art. 42 - O município fica dividido em quatro áreas, delimitadas
a) identificar e viabilizar programas habitacionais de interesse no Mapa B03, integrante desta Lei:
social; I - Área Urbana - delimitada segundo Lei Municipal nº 796 de
b) implantar equipamentos públicos e comunitários; 06 de novembro de 2003;
c) implantar infra-estrutura e serviços urbanos considerando a II - Área de Proteção Ambiental - corresponde às Unidades de
equidade territorial. Conservação existentes, previstas no SNUC (Sistema Nacional de
II - controle dos bens imóveis públicos; Unidades de Conservação) e as áreas de Preservação Permanente;
III - estabelecimento de critérios para a utilização de imóveis III - Área de Expansão Urbana - correspondem à área urbanizá-
públicos por terceiros; vel do município destinada ao crescimento urbano.
IV - indicação da construção de novos equipamentos públicos, IV - Área Rural - corresponde aos demais espaços do território
como: municipal;
a) Centro de Zoonose; Art. 43 - A delimitação da área urbana tem como objetivos:
b) Delegacia Especializada da Mulher; I - controlar e direcionar o adensamento e a expansão urbana;
c) Centro de Convenções e Anfiteatro; II - induzir o uso dos imóveis não edificados, sub-utilizados e
d) Museu; não utilizados;
e) Polícia Militar Ambiental; III - cobrar o Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU;
f) Defesa Civil;
g) Hospital Municipal;

188
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - garantir a utilização adequada dos recursos naturais, evi- a) Atividades técnico-científicas, com profissões fiscalizadas e
tando a degradação ambiental pelas edificações existentes às mar- regulamentadas por conselhos e ou organismos próprios, desenvol-
gens dos Rios. vidas por pessoas físicas ou jurídicas e que não sejam geradoras
de maiores transtornos aptos a afetarem o direito de vizinhança,
SEÇÃO I dependendo em qualquer caso da análise e aprovação prévia da
DA ÁREA URBANA Comissão de Zoneamento do Município;
b) Atividades voltadas a disseminação do ensino, inclusive em
SUBSEÇÃO I relação a creches e pré-escola, desenvolvidas por pessoas físicas ou
DA ZONA DE QUALIFICAÇÃO URBANA jurídicas que não sejam geradoras de maiores transtornos aptos a
afetarem o direito de vizinhança, dependendo em qualquer caso da
Art. 44 - A Zona de Qualificação Urbana caracteriza-se por ter análise e aprovação prévia da Comissão de Zoneamento do Muni-
uso predominantemente residencial, atividades econômicas disper- cípio;
sas e infra-estrutura consolidada. II - garantir a tranquilidade dos moradores;
Art. 45 - São objetivos na Zona de Qualificação Urbana: III - incentivar a ocupação dos terrenos sub-utilizados ou não
I - ordenar o adensamento construtivo; utilizados como forma de aproveitar a infra-estrutura possível. (Re-
II - evitar a saturação do sistema viário; dação dada pela Lei nº 1334/2013)
III - permitir o adensamento populacional onde este ainda for
possível, como forma de aproveitar a infra-estrutura disponível; SUBSEÇÃO V
IV - ampliar a disponibilidade de equipamentos públicos, os es- DA ZONA RESIDENCIAL II
paços verdes e de lazer.
Art. 52 - Caracteriza-se por ter uso exclusivamente residencial,
SUBSEÇÃO II com média densidade populacional, carência de equipamentos pú-
DA ZONA DE REESTRUTURAÇÃO URBANA blicos, infra-estrutura consolidada.
Art. 53 - São objetivos da Zona Residencial II:
Art. 46 - A Zona de Reestruturação Urbana caracteriza-se pela I - proibir a ocupação comercial e industrial;
predominância de uso misto, carência de equipamentos públicos e II - garantir a tranqüilidade dos moradores;
terrenos sub-utilizados ou não utilizados. III - incentivar a ocupação dos terrenos sub-utilizados ou não
Art. 47 - São objetivos da Zona de Reestruturação Urbana: utilizados como forma de aproveitar a infra-estrutura possível;
I - reconverter e implantar novos usos e atividades, inclusive o IV - implantar equipamentos públicos, espaços verdes e lazer;
habitacional; V - inibir a ocupação de áreas ambientalmente sensíveis.
II - requalificar a paisagem;
III - estabelecer um controle ambiental eficiente; SUBSEÇÃO VI
IV - valorizar e proteger o patrimônio cultural. DA ZONA RESIDENCIAL III

SUBSEÇÃO III Art. 54 - Caracteriza-se por ter uso exclusivamente residencial,


DA ZONA DE RECUPERAÇÃO URBANA com alta densidade populacional, carência de equipamentos públi-
cos, infra-estrutura consolidada.
Art. 48 - A Zona de Recuperação Urbana caracteriza-se pelo uso Art. 55 - São objetivos da Zona Residencial III:
predominantemente residencial, carência de infra-estrutura e equi- I - proibir a ocupação comercial e industrial;
pamentos públicos e alta incidência de loteamentos irregulares e II - garantir a tranqüilidade dos moradores;
núcleos habitacionais de baixa renda. III - incentivar a ocupação dos terrenos sub-utilizados ou não
Art. 49 - São objetivos na Zona de Recuperação Urbana: utilizados como forma de aproveitar a infra-estrutura possível;
I - priorizar o atendimento de infra-estrutura básica; IV - implantar equipamentos públicos, espaços verdes e lazer;
II - implantar equipamentos públicos, espaços verdes e de la- V - inibir a ocupação de áreas ambientalmente sensíveis.
zer;
III - promover a regularização fundiária das moradias irregula- SUBSEÇÃO VII
res; DA ZONA DE EXPANSÃO RESIDENCIAL I
IV - incentivar a construção de moradias populares, ocupando
prioritariamente loteamentos providos de infra-estrutura; Art. 56 - Caracteriza-se por ser um espaço destinado ao uso ex-
V - conter a ocupação de áreas ambientalmente fragilizadas. clusivamente residencial, com baixa densidade populacional, com
carência de equipamento públicos e infra-estrutura.
SUBSEÇÃO IV Art. 57 - São objetivos da Zona de expansão Residencial I:
DA ZONA RESIDENCIAL I I - proibir a ocupação comercial e industrial;
II - garantir a tranqüilidade dos moradores;
Art. 50 Caracteriza-se por ter uso predominantemente residen- III - incentivar a ocupação dos terrenos sub-utilizados ou não
cial, com baixa densidade populacional e infra-estrutura consolida- utilizados como forma de aproveitar a infra-estrutura possível.
da. (Redação dada pela Lei nº 1138/2010)
Art. 51 São objetivos da Zona Residencial I:
I - proibir a ocupação comercial e industrial, exceto para:

189
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SUBSEÇÃO VIII III - atrair investimentos industriais para o município;


DA ZONA DE EXPANSÃO RESIDENCIAL II IV - permitir o monitoramento ambiental;

Art. 58 - Caracteriza-se por ser um espaço destinado ao uso ex- SUBSEÇÃO XII
clusivamente residencial, com média densidade populacional, com DA ZONA EXCLUSIVAMENTE INDUSTRIAL
carência de equipamento públicos e infra-estrutura.
Art. 59 - São objetivos da Zona Residencial II: Art. 66 - As zonas de uso estritamente industrial destinamse,
I - proibir a ocupação comercial e industrial; preferencialmente, à localização de estabelecimentos industriais
II - garantir a tranqüilidade dos moradores; cujos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, ruídos, vibrações, ema-
III - incentivar a ocupação dos terrenos sub-utilizados ou não nações e radiações possam causar perigo à saúde, ao bem-estar e
utilizados como forma de aproveitar a infra-estrutura possível; a segurança da população, mesmo depois da aplicação de métodos
IV - implantar equipamentos públicos, espaços verdes e lazer; adequados de controle e tratamento de efluentes.
V - inibir a ocupação de áreas ambientalmente sensíveis. Art. 67 - São objetivos na Zona Exclusivamente Industrial:
I - potencializar a atividade industrial;
SUBSEÇÃO XIX II - permitir o monitoramento e o controle ambiental;
ZONA COMERCIAL III - vedar o estabelecimento de quaisquer atividades não es-
senciais as suas funções básicas, nos arredores;
Art. 60 - Caracteriza-se pela predominância de comércio, com IV - atrair investimentos industriais para o município.
alta densidade populacional e infra-estrutura consolidada, sem ex-
cluir o uso residencial e classificam-se em: SEÇÃO II
I - Zona Comercial I - ZCI: com permissão para unidades resi- DA ÁREA RURAL
denciais multifamiliares, observados os parâmetros urbanísticos;
(Redação dada pela Lei nº 1656/2016) SUBSEÇÃO I
II - Zona Comercial II - ZCII: com permissão para unidades re- ZONA RURAL
sidenciais multifamiliares, observados os parâmetros urbanísticos;
(Redação dada pela Lei nº 1656/2016) Art. 68 - São objetivos dessa área:
III - Zona Comercial Adensada - ZCA - caracteriza-se pela predo- I - regular a aplicação de agrotóxicos;
minância de comércio, com alta densidade populacional e infraes- II - garantir o escoamento da produção, mediante manutenção
trutura consolidada, permitindo capacidade construtiva superior ao das estradas;
estabelecido para a Zona Comercial 1, sem excluir o uso residencial III - incentivar a diversificação produtiva e ambientalmente cor-
e de serviços, estabelecidos seus parâmetros. (Redação acrescida reta;
pela Lei nº 1656/2016) IV - adequar o acesso ao rebanho bovino aos cursos fluviais
Art. 61 - São objetivos da Zona Comercial: evitando a formação de trilhas que canalizam as águas superficiais
I - ordenar o adensamento construtivo; provocando o assoreamento;
II - evitar a saturação do Sistema Viário; V - garantir a utilização adequada dos recursos naturais, evitan-
III - permitir o adensamento populacional onde este ainda for do a formação de erosões e o desmatamento das áreas de nascen-
possível, como forma de aproveitar a infra-estrutura possível; tes e das matas ciliares;
IV - regular o desenvolvimento do comércio e serviço. (Redação VI - zelar para que a propriedade rural desempenhe sua função
dada pela Lei nº 1944/2021) social.

SUBSEÇÃO X SUBSEÇÃO II
ZONA DE SERVIÇOS DA ZONA URBANA DESLOCADA DA VILA UNIÃO

Art. 62 - Caracteriza-se pela predominância do exercício das Art. 69 - É considerada área urbana deslocada da Vila União, a
atividades de serviço, devendo predominar o uso, especializado ou área delimitada à porção urbanizada da Vila União.
não, sem excluir o uso residencial. Art. 70 - São objetivos dessa área:
Art. 63 - São objetivos da Zona de Serviços: I - promover a regularização fundiária das moradias;
I - regular os espaços dedicados a serviços; II - implantar infra-estrutura básica incentivando a construção
II - limitar a ocupação residencial; de moradias;
III - atrair investimentos na área de serviços para o município; III - conter a ocupação de áreas ambientalmente fragilizadas;
IV - permitir o monitoramento ambiental. IV - regular o desenvolvimento das atividades comerciais e de
serviços; (Redação dada pela Lei nº 1944/2021)
SUBSEÇÃO XI V - garantir espaço de expansão para o comércio;
ZONA INDUSTRIAL VI - permitir múltiplo uso do solo, residencial, comercial e de
lazer;
Art. 64 - Caracteriza-se pelo uso predominante industrial, que VII - implantar atendimento médico-odontológico;
não desenvolvam atividades impactantes ao meio ambiente. VIII - melhorar a infra-estrutura educacional.
Art. 65 - São objetivos da Zona Industrial:
I - regular os espaços dedicados á atividade industrial;
II - proibir a ocupação residencial;

190
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SUBSEÇÃO III E - 779702.30 N - 8275983.28 87º07`11” e 794 m até o vértice 1,


DA ZONA URBANA DESLOCADA DA COMUNIDADE ponto inicial da descrição, cujo mapa passa a ser parte integrante
CARAZINHO desta lei. (Redação acrescida pela Lei nº 1801/2019)
Art. 76-B São objetivos dessa área:
Art. 71 - É considerada área urbana deslocada da Comunidade I - Estimular a implantação de indústrias no Município de Pri-
Carazinho, a área delimitada no Mapa B01. mavera do Leste;
Art. 72 - São objetivos dessa área: II - Proibir a utilização da área para fins residenciais. (Redação
I - estimular a criação de loteamentos com infra-estrutura bá- acrescida pela Lei nº 1801/2019)
sica;
II - permitir múltiplo uso do solo, residencial, comercial e de SEÇÃO III
lazer; DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
III - conter a ocupação de áreas ambientalmente fragilizadas;
IV - regular o desenvolvimento das atividades comerciais e de Art. 77 - São consideradas Zonas de Proteção Ambiental as uni-
serviços; (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) dades de conservação existentes previstas no Sistema Nacional de
V - implantar atendimento médico-odontológico. Unidades de Conservação e Áreas de Preservação Permanente;
Art. 78 - São objetivos na zona de Conservação Ambiental:
SUBSEÇÃO IV I - conservar os recursos naturais disponíveis;
DA ZONA URBANA DESLOCADA DA COMUNIDADE MASSAPÉ II - ampliar os espaços destinados à conservação ambiental;
III - recuperar a mata ciliar, prioritariamente as da Bacia do Rio
Art. 73 - É considerada área urbana deslocada da comunidade das Mortes;
Massapé, a área delimitada no Mapa B01. IV - proibir novas ocupações de áreas ambientalmente fragili-
Art. 74 - São objetivos dessa área: zadas;
I - implantar infra-estrutura básica, tais como: V - viabilizar infra-estrutura adequada à proteção e ao lazer;
a) levantamento das estradas; VI - recuperar ambientalmente as demais áreas degradáveis;
b) pavimentação; VII - garantir a produção de água e energia com a devida prote-
c) construção de pontes; ção dos recursos naturais;
d) iluminação pública; VIII - promover a regularização fundiária e urbanística das ocu-
e) telefonia pública; pações consolidadas;
f) áreas de lazer IX - fomentar o potencial turístico.
II - inibir ocupação de áreas ambientalmente fragilizadas;
III - implantar atendimento médico-odontológico. CAPÍTULO II
DAS ZONAS ESPECIAIS
SUBSEÇÃO V
DA ZONA URBANA DESLOCADA DA VILA CAROLINA Art. 79 - As Zonas Especiais compreendem áreas do território
que exigem tratamento especial na definição de parâmetros regula-
Art. 75 - É considerada área urbana deslocada da Vila Carolina dores de usos e ocupação do solo, sobrepondo-se ao zoneamento,
(a delimitação é o entroncamento do Gaúcho), a área delimitada e classificam-se em:
no Mapa B01. I - Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS;
Art. 76 - São objetivos dessa área: II - Zonas Especiais de Interesse Ambiental - ZEIA;
I - promover a criação de um distrito nesta área; III - Zonas Especiais de Interesse Comercial - ZEIC;
II - incentivar a criação de loteamentos com infra-estrutura bá- IV - Zonas Especiais de Interesse do Patrimônio - ZEIP;
sica; V - Zonas Especiais de Interesse Industrial - ZEII.
III - controlar a ocupação de áreas ambientalmente fragilizadas; Art. 80 - Salvo disposições em contrario nesta lei, as Zonas Es-
IV - permitir múltiplo uso de solo, residencial, comercial e de peciais obedecerão aos parâmetros de uso do solo e os coeficientes
lazer; de aproveitamento da Zona onde se localizam.
V - implantar atendimento médico-odontológico; Art. 81 - Os demais parâmetros urbanísticos para as Zonas
Especiais serão definidos por leis municipais que regulamentarão
SUBSEÇÃO VI (SUBSEÇÃO ACRESCIDA PELA LEI Nº 1801/2019) cada uma das classes nomeadas nos incisos de I a V.

Art. 76-A É considerada área urbana deslocada o Distrito In- SEÇÃO I


dustrial IV, criado pela Lei Municipal nº 1.788 de 11 de abril de DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL
2019, com as seguintes coordenadas: No vértice 1, de coordena-
das E - 780495.91 N - 8276023.21 Fazenda Company; deste, segue Art. 82 - As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) são por-
confrontando com parte da Fazenda Company, com os seguintes ções do território destinadas prioritariamente à regularização fun-
azimutes e distâncias: 177º24`31” e 252.14 m até o vértice 2, Fa- diária, urbanização e à produção de habitação de interesse social
zenda 13 de Maio de coordenadas: E - 780507.31 N - 8275771.33 (HIS).
267º10`43” e 794,52 m até o vértice 3, Fazenda Estância Transpai- Parágrafo Único - As Zonas Especiais de Interesse Social estão
zinho de coordenadas: E - 779713.75 N - 8275732.22 357º23`19” e delimitadas no Mapa B02.
251,32 m até o vértice 4 Rodovia Federal BR 070 de coordenadas:

191
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO II TÍTULO IV
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE COMERCIAL DOS PARÂMETROS PARA O USO, A OCUPAÇÃO E O PARCELA-
MENTO DO SOLO
Art. 83 - As Zonas Especiais de Interesse Comercial (ZEIC) são
espaços destinados a se consolidar como centros comerciais e de CAPÍTULO I
prestação de serviços, cujo objetivo é o fomento das atividades eco- DO USO, DA OCUPAÇÃO E DO PARCELAMENTO DO SOLO NA
nômicas. ÁREA URBANA
Art. 84 - As Zonas Especiais de Interesse Comercial classificam-
-se em: SEÇÃO I
I - ZEIC A - correspondente ao centro principal; DO USO DO SOLO
II - ZEIC B - correspondente aos centros secundários.
Art. 85 - As Zonas Especiais de Interesse Comercial estão deli- Art. 93 - O uso do solo fica classificado em:
mitadas no Mapa B04. I - residencial;
II - não-residencial;
SEÇÃO III III - misto.
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE AMBIENTAL § 1º - Considera-se uso residencial aquele destinado à moradia
unifamiliar e multifamiliar.
Art. 86 - As Zonas Especiais de Interesse Ambiental, ZEIA, são § 2º - Considera-se uso não-residencial aquele destinado ao
espaços destinados à proteção e recuperação ambiental. exercício das atividades industrial, comercial, de prestação de ser-
Art. 87 - As ZEIAS subdividem-se em: viços e institucional.
I - ZEIA A - zonas verdes públicas localizadas na Zona Urbana, § 3º - Considera-se uso misto aquele constituído por mais de
delimitadas no Mapa B02; um uso, residencial e não-residencial, ou por mais de uma atividade
II - ZEIA B - zonas das nascentes das bacias e micro-bacias hi- não residencial na mesma edificação.
drográficas do Município delimitadas no Mapa B01; Art. 94 - Todos os usos e atividades poderão se instalar na Área
III - ZEIA C - zonas de matas ciliares delimitadas no Mapa B01; Urbana, desde que obedeçam às condições estabelecidas nas Se-
IV - ZEIA D - zonas das Unidades de Conservação delimitadas ções I e II deste Capítulo, determinadas em função do (a):
no Mapa B01; I - característica das Zonas;
V - ZEIA E - zonas de preservação permanente localizada na II - objetivo(s) do planejamento;
área urbana delimitadas no Mapa B02; III - nível de incomodidade.
VI - ZEIA F - zonas públicas ou privadas, em situação de degra- Art. 95. Os usos deverão atender aos requisitos de instalação
dação ambiental que devam ser recuperadas e destinadas, prefe- definidos com base nos níveis de incomodidade em função de
rencialmente ao lazer da população, de forma a contribuir com o sua potencialidade como geradores de: (Redação dada pela Lei nº
equilíbrio ambiental, delimitadas no Mapa B02. 2104/2022)
I - incômodo;
SEÇÃO IV II - interferência no tráfego;
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE DO PATRIMÔNIO III - impacto à vizinhança.
Parágrafo Único - Considera-se incomodidade o estado de de-
Art. 88 - As Zonas Especiais de Interesse do Patrimônio (ZEIP) sacordo de uso ou atividade com os condicionantes locais, causan-
são áreas formadas por sítios, ruínas e conjuntos de relevante ex- do reação adversa sobre a vizinhança, tendo em vista suas estrutu-
pressão arquitetônica, histórica, cultural e paisagística, cuja ma- ras físicas e vivências sociais.
nutenção seja necessária à preservação do patrimônio cultural do
Município. SUBSEÇÃO I
Art. 89 - Fica criada a Zona Especial de Interesse do Patrimô- DOS USOS GERADORES DE INCÔMODO
nio onde se encontra sepultada a senhora conhecida como Velha
Joana, por ser identificada como a mais antiga moradora da região. Art. 96 - Para fins de análise do nível de incomodidade deverão
Art. 90 - A Zona Especial de Interesse do Patrimônio objetiva a ser observados os seguintes fatores:
preservação do túmulo da Velha Joana e sua incorporação ao patri- I - poluição sonora: geração de impacto causada pelo uso de
mônio histórico. máquinas, utensílios ruidosos, aparelhos sonoros ou similares no
entorno próximo;
SEÇÃO V II - poluição atmosférica: lançamento na atmosfera de partícu-
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE INDUSTRIAL las provenientes do uso de combustíveis nos processos de produ-
ção ou, simplesmente, lançamento de material particulado inerte
Art. 91 - As Zonas Especiais de Interesse Industrial, ZEII, são os na atmosfera acima dos níveis admissíveis;
espaços onde se localiza os núcleos industriais existentes e as áreas III - poluição hídrica: efluentes líquidos incompatíveis ao lança-
para expansão dessas atividades. mento na rede hidrográfica ou sistema coletor de esgotos ou polui-
Art. 92 - Fica proibido a construção destinada a qualquer tipo ção do lençol freático;
de moradia num raio de 2 km da Zona Exclusivamente Industrial, e IV - geração de resíduos sólidos: produção, manipulação ou
1 km da Zona Industrial. estocagem de resíduos sólidos, com riscos potenciais ao meio am-
biente e à saúde pública;

192
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - vibração: impacto provocado pelo uso de máquinas ou equi- SEÇÃO II


pamentos que produzam choques repetitivos ou vibração sensível, DA OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA URBANA
causando riscos potenciais à propriedade, ao bem estar ou à saúde
pública; Art. 107 - São parâmetros urbanísticos reguladores da ocupa-
VI - periculosidade: atividades que apresentem risco ao meio ção do solo:
ambiente e à saúde, em função da produção, comercialização, uso I - coeficiente de aproveitamento;
ou estocagem de materiais perigosos, como explosivos, gás lique- II - taxa de ocupação;
feito de petróleo (GLP), inflamáveis, tóxicos e equiparáveis, confor- III - taxa de permeabilidade do solo;
me normas técnicas e legislação específica. IV - recuo;
Art. 97 - Os níveis de incomodidade e os seus parâmetros para V - gabarito.
enquadramento e localização serão definidos em Lei Municipal am- Art. 108 Os parâmetros urbanísticos para a Área Urbana são
parada na Legislação Estadual e Federal pertinente. aqueles definidos nos Anexos II, III e IV, à exceção do disposto
Art. 98 - Os usos e as atividades não incômodos poderão se nos artigos subsequentes desta seção. (Redação dada pela Lei nº
instalar em toda a Área Urbana, exceto na Zona Exclusivamente In- 1656/2016)
dustrial. Parágrafo Único - Em loteamentos aprovados junto ao Muni-
Art. 99 - Em edificações residenciais, será admitido o uso não- cípio de Primavera do Leste, cujos lotes possuírem primitivamente
-residencial não incômodo, limitado aos dois primeiros pavimentos dimensão de 300 (trezentos) metros quadrados, o recuo frontal po-
da edificação. derá ser reduzido para 04 (quatro) metros. (Redação dada pela Lei
nº 1272/2011)
SUBSEÇÃO II Art. 109 - O uso residencial multifamiliar seguirá os índices, re-
DOS USOS GERADORES DE INTERFERÊNCIA NO TRÁFEGO cuos e demais restrições constantes do anexo II.
Parágrafo Único - O uso não-residencial não incômodo poderá
Art. 100 - Para os fins desta Lei são considerados usos gerado- se valer do coeficiente de aproveitamento básico do uso residencial
res de interferência no tráfego às atividades: multifamiliar da Zona.
I - geradoras de carga e descarga; Art. 110 - Nas ZEIC, nas Vias Arteriais Primárias e Secundárias
II - geradoras de embarque e desembarque; e nas Vias Coletoras Primárias será admitida taxa de ocupação de
III - geradoras de tráfego de pedestres; 80% nos dois primeiros pavimentos e de 50% nos pavimentos su-
IV - caracterizadas como pólos geradores de tráfego. periores.
Art. 101 - A análise dos usos geradores de interferência no trá- § 1º - Mediante análise especial, poderá ser dispensado recuo
fego será feita pelo órgão municipal competente. de frente.
Parágrafo Único - Os parâmetros para enquadramento como § 2º - O coeficiente de aproveitamento será o fixado para a
uso gerador de interferência no tráfego e as exigências da análise Zona.
técnica serão definidos pela legislação municipal. Art. 111 - Deverá ser revista Lei Municipal de Uso e Ocupação
Art. 102 - A análise técnica dos usos geradores de interferência do Solo da Área Urbana, detalhando e complementando os parâ-
no tráfego não dispensa o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e metros definidos nesta lei, assim como definido os percentuais en-
o licenciamento ambiental, nos casos que a Lei os exigir. tre os usos residenciais e não residenciais numa mesma edificação,
para ser caracterizado como uso misto.
SUBSEÇÃO III
DOS EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO SEÇÃO III
DO PARCELAMENTO DO SOLO NA ÁREA URBANA
Art. 103. Os empreendimentos de impacto são aqueles que
podem causar impacto e/ou alteração no ambiente natural ou Art. 112 - O parcelamento do solo da Área Urbana será regula-
construído ou sobrecarga na capacidade de atendimento de infra- do em Lei específica.
estrutura básica, quer sejam construções públicas ou privadas, resi- Art. 113 - Para fins de garantia de execução das obras de infra-
denciais ou não residenciais. (Redação dada pela Lei nº 2104/2022) -estrutura nos loteamentos aprovados, poderão ser aceitas todas as
Art. 104 - São considerados empreendimentos de impacto: garantias em direito admitidas.
I - as edificações com área construída igual ou superior a
2.000m² (dois mil metros quadrados); CAPÍTULO II
II - os empreendimentos residenciais com mais de 100 (cem) DO PARCELAMENTO DO SOLO NA ÁREA DE
unidades. PROTEÇÃO AMBIENTAL
Parágrafo Único - A aprovação dos empreendimentos previstos
no inciso I está condicionada a parecer favorável do Conselho de Art. 114 - O parcelamento do solo na Zona de Proteção Am-
Desenvolvimento de Primavera do Leste. biental deve obedecer à legislação ambiental vigente e as disposi-
Art. 105 (Revogado pela Lei nº 2104/2022) ções desta Lei.
Art. 106 - A aprovação para funcionamento dos empreendi- SEÇÃO I
mentos de impacto somente será concedida pelo poder Executivo DO USO DO SOLO NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAl
após parecer favorável do Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano, mediante análise do Relatório de Impacto de Vizinhança Art. 115 - A Área de Proteção Ambiental tem como critério fun-
(RIV), após a realização de um estudo de Impacto de Vizinhança damental para definição dos usos e atividades a compatibilidade
(EIV), conforme disposto no Capítulo IX do Título V. destes com a proteção dos recursos ambientais em cada zona.

193
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 116 - O uso do solo fica classificado em: n) Desapropriação;


I - residencial - aquele destinado a moradias consolidadas; o) Compensação Ambiental.
II - não-residencial - aquele destinado á implantação de áreas III - Instrumentos de regularização fundiária:
verdes. a) Concessão de Direito Real de Uso;
Art. 117 - Na Área de Proteção Ambiental serão admitidas ativi- b) Concessão de Uso Especial para fins de moradia;
dades não-residencias referentes à pesquisa e turismo sustentável c) Assistência técnica e jurídica para os indivíduos de baixa ren-
somente se compatíveis aos objetivos de conservação da Área. da, especialmente para casos de ações de usucapião.
Art. 118 - Na ZEIA B fica proibido o uso agrícola, da pecuária e IV - Instrumentos tributários e financeiros:
de moradia. a) Tributos municipais diversos;
Art. 119 - Na ZEIA D fica permitido o uso especificado no plano b) Taxas e tarifas públicas específicas;
de manejo. c) Contribuição de melhoria;
Art. 120 - A instalação de qualquer uso ou atividade na área de d) Incentivos e benefícios fiscais;
Proteção Ambiental fica sujeita à legislação ambiental vigente. V - Instrumentos jurídico-administrativos:
a) Servidão Administrativa e limitações administrativas;
SEÇÃO II b) Concessão, Permissão ou Autorização de uso de bens públi-
DA OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA DE cos municipais;
PROTEÇÃO AMBIENTAL c) Contratos de concessão dos serviços públicos urbanos;
d) Contratos de gestão com concessionária pública municipal
Art. 121 - O uso, a ocupação e o parcelamento do solo na Área de serviços urbanos;
de Proteção Ambiental será regulado em Lei Municipal a ser elabo- e) Convênios e acordos técnicos, operacionais e de cooperação
rada. institucional;
Art. 122 - Para as áreas localizadas no entorno das unidades de f) Termo administrativo de ajustamento de conduta
conservação, quando da instalação de futuros empreendimentos g) Doação de Imóveis em pagamento da dívida.
ou ampliação dos já existentes, o Poder Público poderá determinar VI - Instrumentos de democratização da gestão urbana:
os requisitos de instalação visando garantir os objetivos e caracte- a) Conselhos municipais;
rísticas da Zona. b) Fundos municipais;
TÍTULO V c) Gestão orçamentária participativa;
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA d) Audiências e consultas públicas;
e) Conferências municipais;
Art. 123 - Para a promoção, planejamento, controle e gestão do f) Iniciativa popular de projetos de lei;
desenvolvimento urbano, serão adotados, dentre outros, os seguin- g) Referendo popular e plebiscito.
tes instrumentos:
I - Instrumentos de planejamento: CAPÍTULO I
a) Plano Plurianual; DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias; COMPULSÓRIOS
c) Lei de Orçamento Anual;
d) Lei de Uso e Ocupação do Solo da Área Urbana; Art. 124 - São passíveis de parcelamento, edificação ou utiliza-
e) Lei de Parcelamento do Solo da Área Urbana; ção compulsórios, nos termos do artigo 182 da Constituição Federal
f) Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo da Zona de e dos artigos 5º e 6º da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de
Proteção Ambiental; 2.001 - Estatuto da Cidade, os imóveis não edificados, sub-utilizados
g) Planos de desenvolvimento econômico e social; ou não utilizados localizados na Área Urbana.
h) Planos, programas e projetos setoriais; § 1º - Fica facultado aos proprietários dos imóveis de que tra-
i) Instituição de unidades de conservação; ta este artigo propor ao Executivo o estabelecimento do Consórcio
j) Zoneamento Ambiental; Imobiliário, conforme disposições do artigo 46 do Estatuto da Ci-
k) Programas e projetos especiais de urbanização. dade.
II - Instrumentos Jurídicos e Urbanísticos: § 2º - Considera-se solo urbano não edificado os terrenos e gle-
a) Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios; bas, localizados nas áreas urbanas quando o coeficiente de aprovei-
b) Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) Progressivo no tamento utilizado for igual à zero.
Tempo; § 3º - Considera-se solo urbano sub-utilizado os terrenos e gle-
c) Desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; bas situados na área Urbana, quando o coeficiente de aproveita-
d) Zonas Especiais de Interesse Social; mento não atingir o mínimo definido para a zona onde se situam,
e) Outorga Onerosa do Direito de Construir; conforme anexo II.
f) Transferência do Direito de Construir; § 4º - Ficam excluídos da obrigação estabelecida no caput os
g) Operações Urbanas Consorciadas; imóveis:
h) Consórcio Imobiliário; I - utilizados para instalação de atividades econômicas que não
i) Direito de Preempção; necessitem de edificações para suas atividades, condicionado ao
j) Direito de Superfície; parecer do Poder Executivo;
k) Estudo de Impacto de Vizinhança; II - exercendo função ambiental essencial, tecnicamente com-
l) Licenciamento Ambiental; provada pelo órgão municipal competente;
m) Tombamento; III - de interesse do patrimônio cultural ou ambiental;

194
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - ocupados por clubes ou associações de classe; I - 10% do valor venal do imóvel cobrada após completar o pri-
V - de propriedade de cooperativas habitacionais; meiro ano da notificação do proprietário;
§ 5º - Considera-se solo urbano não utilizado todo tipo de edi- II - 12% do valor venal do imóvel cobrada após completar o
ficação que esteja desocupada há mais de dois anos, ressalvados os segundo ano da notificação do proprietário;
casos dos imóveis integrantes de massa falida. III - 13% do valor venal do imóvel cobrada após completar o
§ 6º - O proprietário será notificado pelo Poder Executivo Muni- terceiro ano da notificação do proprietário;
cipal para o cumprimento da obrigação, devendo, a notificação ser IV - 14% do valor venal do imóvel cobrada após completar o
averbada no cartório de registro de imóveis. quarto ano da notificação do proprietário;
Art. 125 - Os imóveis nas condições a que se refere o Art. an- V - 15% do valor venal do imóvel cobrada após completar o
terior quando do interesse do Executivo serão identificados e seus quinto ano da notificação do proprietário;
proprietários notificados. Art. 128 - Baseado no § 1º artigo 7º do Estatuto da Cidade, fica
§ 1º - A notificação far-se-á: estabelecido que a gradação anual das alíquotas progressivas para
I - por funcionário do órgão competente do Executivo, ao pro- aplicação deste instrumento em solo sub-utilizado será de:
prietário do imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem I - 2% do valor venal do imóvel cobrada após completar o pri-
tenha poderes de gerência geral ou administrativa; meiro ano da notificação do proprietário;
II - por edital quando frustrada, por três vezes, a tentativa de II - 4% do valor venal do imóvel cobrada após completar o se-
notificação na forma prevista pelo inciso I. gundo ano da notificação do proprietário;
§ 2º - Os proprietários notificados deverão, no prazo máximo III - 8% do valor venal do imóvel cobrada após completar o ter-
de um ano a partir do recebimento da notificação, protocolar pedi- ceiro ano da notificação do proprietário;
do de aprovação e execução de parcelamento ou edificação. IV - 12% do valor venal do imóvel cobrada após completar o
§ 3º - Somente poderão apresentar pedidos de aprovação de quarto ano da notificação do proprietário;
projeto até 02 (duas) vezes para o mesmo lote. V - 15% do valor venal do imóvel cobrada após completar o
§ 4º - Os parcelamentos e edificações deverão ser iniciados no quinto ano da notificação do proprietário.
prazo máximo de dois anos a contar da aprovação do projeto. Parágrafo Único - As alíquotas progressivas de que trata este ar-
§ 5º - As edificações enquadradas no § 5º do artigo 124 deve- tigo, deverão ser aplicadas sem prejuízo das que já incidem sobre o
rão estar ocupadas no prazo máximo de um ano a partir do recebi- imóvel, sendo assim quando no caso de sua aplicação, será cobrada
mento da notificação. a alíquota mais alta da que se esta em vigor.
§ 6º - Em empreendimentos de grande porte, em caráter ex- Art. 129 - Decorridos os 5 (cinco) anos de cobrança do IPTU Pro-
cepcional, poderá ser prevista a conclusão em etapas, assegurando- gressivo no Tempo sem que o proprietário tenha cumprido a obri-
-se que o projeto aprovado compreenda o empreendimento como gação de parcelamento, edificação e utilização, o Município poderá
um todo. proceder à desapropriação do imóvel com pagamento em títulos da
§ 7º - A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa dívida pública.
mortis, posterior à data da notificação, transfere as obrigações de § 1º - Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo
parcelamento, edificação ou utilização previstas neste artigo, sem Senado Federal e serão resgatados no prazo de até dez anos, em
interrupção de quaisquer prazos. prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
§ 8º - Os lotes que atendam as condições estabelecidas nos indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.
§ 2º e § 3º do artigo 124 e notificados de acordo com o caput do § 2º - O valor real da indenização:
artigo 125 não poderão sofrer parcelamento sem que esteja condi- I - refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o
cionado à aprovação de projeto de ocupação. montante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder
Público na área onde o mesmo se localiza após a notificação previs-
CAPÍTULO II ta no inciso I, do § 1º, do artigo 125;
DO IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO E DA DESAPROPRIAÇÃO II - não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e
COM PAGAMENTO EM TÍTULOS juros compensatórios.
§ 3º - Os títulos de que trata este artigo não terão poder libera-
Art. 126 - Em caso de descumprimento das etapas e dos prazos tório para pagamento de tributos.
estabelecidos nos artigos 124 e 125, o Município aplicará alíquotas § 4º - O Município procederá ao adequado aproveitamento do
progressivas do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua in-
Urbano - IPTU, majoradas anualmente, pelo prazo de 5 (cinco) anos corporação ao patrimônio público.
consecutivos até que o proprietário cumpra com a obrigação de § 5º - O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado direta-
parcelar, edificar ou utilizar, conforme o caso. mente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou concessão
§ 1º - Caso a obrigação de parcelar, edificar e utilizar não esteja a terceiros, observando-se, nestes casos, o devido procedimento
atendida no prazo de 5 (cinco) anos o Município manterá a cobran- licitatório.
ça pela alíquota máxima, até que se cumpra à referida obrigação, § 6º - Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos termos
garantida a aplicação da medida prevista no artigo 129 desta lei. do § 5º as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou utili-
§ 2º - É vedada a concessão de isenções ou de anistias relativas zação previstas no artigo 124 desta Lei.
à tributação progressiva de que trata este artigo.
Art. 127 - Baseado no § 1º artigo 7º do Estatuto da Cidade, fica
estabelecido que a gradação anual das alíquotas progressivas para
aplicação deste instrumento em solo urbano não edificado será de:

195
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO III § 3º - A transferência de potencial construtivo prevista no in-


DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR ciso III deste artigo só será concedida ao proprietário que doar ao
Município seu imóvel, para os fins previstos neste artigo.
Art. 130 - O Poder Executivo Municipal poderá exercer a facul- § 4º - Fica vedada a transferência de potencial construtivo da
dade de outorgar onerosamente o exercício do direito de construir, Zona Exclusivamente Industrial.
mediante contrapartida financeira a ser prestada pelo beneficiário, § 5º - Fica vedada a transferência de potencial construtivo para
conforme disposições de acordo com os critérios e procedimentos imóveis situados na Zona de Recuperação Urbana, na Zona Exclusi-
definidos nesta Lei. vamente Industrial e nas áreas dentro do perímetro das Operações
Parágrafo Único - A concessão da Outorga Onerosa do Direito Urbanas Consorciadas.
de Construir poderá ser negada pelo Conselho Municipal de Política Art. 137 - O volume construtivo a ser transferido será calculado
Urbana caso se verifique possibilidade de impacto não suportável segundo a equação a seguir:
pela infraestrutura ou o risco de comprometimento da paisagem | VTc CAr |
urbana. |ACr = --- x --- x xATc |
Art. 131 - As áreas passíveis de Outorga Onerosa são aquelas | CAc CTr |
onde o direito de construir poderá ser exercido acima do permitido
pela aplicação do Coeficiente de Aproveitamento Básico até o limite ACr = Área construída a ser recebida
estabelecido pelo uso do Coeficiente de Aproveitamento Máximo, VTc = Maior valor do m² (metro quadrado) do terreno cedente,
mediante contrapartida financeira, de acordo com o anexo II. calculado pela
Art. 132 A contrapartida financeira, que corresponde à outorga NBR 5676 ou pelo valor venal.
onerosa de potencial construtivo adicional, será calculada segundo CAc = Coeficiente de Aproveitamento básico do terreno ceden-
a seguinte equação: te
BE = Aexc x Vm x Fp CAr = Coeficiente de Aproveitamento máximo do terreno re-
BE - Benefício Financeiro; ceptor
Aexct - Área excedente a ser requerida; VTr = Maior valor do m²( metro quadrado) do terreno receptor,
Vm - Valor do metro quadrado do terreno definido pela Comis- calculado pela
são de Avaliação NBR 5676 ou pelo valor venal
Fp - Fator de planejamento (variando de 0,3 a 2,0) ATc = Área do terreno cedente
Parágrafo único. A decisão sobre o índice de planejamento a Parágrafo Único - O CAc básico será o do uso da zona.
ser aplicado, caberá ao Conselho de Desenvolvimento de Primavera Art. 138 - Os Imóveis tombados e aqueles definidos como de
do Leste-MT - CODEPRIM. (Redação dada pela Lei nº 1656/2016) Interesse do Patrimônio, poderão transferir seu potencial constru-
Art. 133 - Poderá ser permitida a utilização do coeficiente má- tivo não utilizado para outro imóvel observando-se o coeficiente
ximo sem contrapartida financeira na produção de Habitação de de aproveitamento máximo permitido na zona para onde ele for
Interesse Social (HIS). transferido.
Art. 134 - Na produção de habitação de mercado popular o va- Parágrafo Único - O proprietário do imóvel que transferir po-
lor da outorga será reduzido em 50% (cinqüenta por cento). tencial construtivo, nos termos deste artigo, assumirá a obrigação
Art. 135 - Os recursos auferidos com a adoção da outorga one- de manter o mesmo preservado e conservado.
rosa do direito de construir serão destinados ao Fundo Municipal de Art. 139 - O impacto da concessão de outorga de potencial
Desenvolvimento Urbano e deverão ser aplicados em infra-estrutu- construtivo adicional e de transferência do direito de construir de-
ra, equipamentos públicos e Habitação de Interesse Social (HIS). verá ser monitorado permanentemente pelo Executivo, que tornará
públicos, anualmente, os relatórios do monitoramento.
CAPÍTULO IV
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR CAPÍTULO V
DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS
Art. 136 - O proprietário de imóvel localizado na Área Urbana
poderá exercer em outro local, passível de receber o potencial cons- Art. 140 - Operações Urbanas Consorciadas são o conjunto de
trutivo, ou alienar, total ou parcialmente, o potencial construtivo intervenções e medidas coordenadas pelo Município com a par-
não utilizado no próprio lote, mediante prévia autorização do Poder ticipação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e
Executivo Municipal, quando se tratar de imóvel: investidores privados, com o objetivo de alcançar transformações
I - de interesse do patrimônio, histórico, cultural, paisagístico urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambien-
e social; tal, ampliando os espaços públicos, melhorias de infra-estrutura e
II - exercendo função ambiental essencial, tecnicamente com- sistema viário, num determinado perímetro contínuo ou desconti-
provada pelo órgão municipal competente; nuado.
III - servindo a programas de regularização fundiária, urbaniza- Art. 141 - As Operações Urbanas Consorciadas têm, como fi-
ção de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação nalidades:
de interesse social. I - implantação de equipamentos estratégicos para o desenvol-
§ 1º - Os imóveis listados nos incisos I e II poderão transferir até vimento urbano;
100% do coeficiente de aproveitamento básico não utilizado; II - otimização de áreas envolvidas em intervenções urbanís-
§ 2º - Os imóveis listados nos incisos III poderão transferir até ticas de porte e reciclagem de áreas consideradas sub-utilizadas;
50% do coeficiente de aproveitamento básico não utilizado; III - implantação de programas de habitação de interesse social;

196
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - ampliação e melhoria da rede estrutural de transporte pú- ração, para aquisição de terreno para a construção de Habitação de
blico coletivo; Interesse Social HIS na área de abrangência da Operação, visando o
V - implantação de espaços públicos; barateamento do custo da unidade para o usuário final e como ga-
VI - valorização e criação de patrimônio ambiental, histórico, rantia para obtenção de financiamentos para a sua implementação.
arquitetônico, cultural e paisagístico; § 1º - Os Certificados de Potencial Adicional de Construção -
VII - melhoria e ampliação das infra-estruturas e da rede viária CEPAC serão livremente negociados, mas convertidos em direito de
estrutural; construir unicamente na área objeto da Operação.
Art. 142 - Ficam permitidas Operações Urbanas Consorciadas § 2º - A vinculação dos Certificados de Potencial Adicional de
nas áreas delimitadas no Mapa B04. Construção - CEPAC poderá ser realizada no ato da aprovação de
Art. 143 - Cada Operação Urbana Consorciada será criada por projeto de edificação específico para o terreno;
lei específica que, de acordo com as disposições dos artigos 32 a § 3º - Os Certificados de Potencial Adicional de Construção - CE-
34 da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da PACs, poderão ser vinculados ao terreno por intermédio de decla-
Cidade, conterá, no mínimo: ração da Municipalidade, os quais deverão ser objeto de Certidão;
I - delimitação do perímetro da área de abrangência; § 4º - A lei a que se refere o caput deverá estabelecer:
II - finalidade da operação; I - a quantidade de Certificados de Potencial Construtivo Adi-
III - programa básico de ocupação da área e intervenções pre- cional de Construção - CEPACs, a ser emitida, obrigatoriamente
vistas; proporcional ao estoque de potencial construtivo adicional previsto
IV - estudo Prévio de Impacto Ambiental e de Vizinhança; para a Operação;
V - programa de atendimento econômico e social para a popu- II - o valor mínimo do CEPAC;
lação diretamente afetada pela operação; III - as formas de cálculo das contrapartidas;
VI - solução habitacional dentro de seu perímetro ou vizinhan- IV - as formas de conversão e equivalência dos CEPACs em me-
ça próxima, no caso da necessidade de remover os moradores de tros quadrados de potencial construtivo adicional;
favelas e cortiços; V - o limite do valor de subsidio previsto no caput deste Art.
VII - garantia de preservação dos imóveis e espaços urbanos para aquisição de terreno para construção de Habitação de Inte-
de especial valor cultural e ambiental, protegidos por tombamento resse Social.
ou lei;
VIII - contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários CAPÍTULO VI
permanentes e investidores privados em função dos benefícios re- DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO
cebidos;
IX - forma de controle e monitoramento da operação, obriga- Art. 147 - O Poder Público Municipal poderá aplicar o instru-
toriamente compartilhado com representação da sociedade civil; mento do consórcio imobiliário além das situações previstas no
X - conta ou fundo específico que deverá receber os recursos artigo 46 do Estatuto da Cidade, para viabilizar empreendimentos
de contrapartidas financeiras decorrentes dos benefícios urbanísti- habitacionais de interesse social (HIS), na Zona de Reestruturação
cos concedidos. Urbana, na Zona de Recuperação Urbana e nas ZEIS B e C.
§ 1º - Todas as operações urbanas deverão ser previamente § 1º - Considera-se consórcio imobiliário a forma de viabiliza-
aprovadas pelo Conselho Municipal de Política Urbana. ção de planos de urbanização ou edificação, por meio do qual o
§ 2º - Os recursos obtidos pelo Poder Público na forma do inci- proprietário transfere ao Poder Público Municipal o seu imóvel e,
so VIII deste artigo serão aplicados exclusivamente no programa de após a realização das obras, recebe como pagamento, unidades
intervenções, definido na lei de criação da Operação Urbana Con- imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.
sorciada. § 2º - A Prefeitura poderá promover o aproveitamento do imó-
Art. 144 - A Outorga Onerosa do Direito de Construir das áreas vel que receber por transferência nos termos deste artigo, direta ou
compreendidas no interior dos perímetros das Operações Urbanas indiretamente, mediante concessão urbanística ou outra forma de
Consorciadas, se regerá, exclusivamente, pelas disposições de suas contratação.
leis específicas, respeitados os coeficientes de aproveitamento má- § 3º - O proprietário que transferir seu imóvel para a Prefeitura
ximo para operações urbanas estabelecidos no anexo II. nos termos deste artigo receberá, como pagamento, unidades imo-
Parágrafo Único - Os imóveis localizados no interior dos perí- biliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.
metros das Operações Urbanas Consorciadas, não são passíveis de Art. 148 - O valor das unidades imobiliárias a serem entregues
receber o potencial construtivo transferido de imóveis não inseri- ao proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da
dos no seu perímetro. execução das obras.
Art. 145 - O estoque de potencial construtivo adicional a ser Parágrafo Único - O valor real da indenização deverá:
definido para as áreas de Operação Urbana deverá ter seus critérios I - refletir o valor da base de cálculo do Imposto Predial e Ter-
e limites definidos na Lei Municipal específica que criar e regula- ritorial Urbano- IPTU, descontado o montante incorporado em fun-
mentar a Operação Urbana Consorciada, respeitando o coeficiente ção das obras realizadas, direta ou indiretamente, pelo Poder Públi-
de aproveitamento máximo para operações urbanas, previsto no co, na área onde o mesmo se localiza;
anexo II desta lei. II - excluir do seu cálculo expectativas de ganhos, lucros cessan-
Art. 146 - A lei específica que criar a Operação Urbana Con- tes e juros compensatórios.
sorciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade Art. 149 - O Consórcio Imobiliário aplica-se tanto aos imóveis
determinada de Certificados de Potencial Adicional de Construção sujeitos à obrigação legal de parcelar, edificar ou utilizar nos termos
- CEPAC, que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no desta lei, quanto àqueles por ela não abrangidos, mas necessários à
pagamento das obras, desapropriações necessárias à própria Ope- realização de intervenções urbanísticas previstas nesta lei.

197
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 150 - Os consórcios imobiliários deverão ser formalizados Art. 155 - Recebida à notificação a que se refere o artigo an-
por termo de responsabilidade e participação pactuados entre o terior, a Administração poderá manifestar, por escrito, dentro do
proprietário urbano e a Municipalidade, visando à garantia da exe- prazo legal, o interesse em exercer a preferência para aquisição de
cução das obras do empreendimento, bem como das obras de uso imóvel.
público. § 1º - A Prefeitura fará publicar no Jornal DIOPRIMA (Diário
Oficial de Primavera do Leste) ou regional de grande circulação,
CAPÍTULO VII edital de aviso da notificação recebida, nos termos do artigo 150
DO DIREITO DE PREFERÊNCIA e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da proposta
apresentada.
Art. 151 - O Poder Público Municipal poderá exercer o Direito § 2º - O decurso de prazo de trinta dias após a data de recebi-
de Preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação mento da notificação do proprietário sem a manifestação expres-
onerosa entre particulares, conforme disposto nos artigos 25, 26 e sa do Poder Executivo Municipal de que pretende exercer o direi-
27 da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da to de preferência faculta o proprietário a alienar onerosamente o
Cidade. seu imóvel ao proponente interessado nas condições da proposta
Parágrafo Único - O Direito de Preferência será exercido sempre apresentada sem prejuízo do direito do Poder Executivo Municipal
que o Poder Público necessitar de áreas para: exercer a preferência em face de outras propostas de aquisições
I - regularização fundiária; onerosas futuras dentro do prazo legal de vigência do direito de
II - execução de programas e projetos habitacionais de interes- preferência.
se social; Art. 156 - Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica
III - constituição de reserva fundiária; obrigado a entregar ao órgão competente do Poder Executivo Mu-
IV - ordenamento e direcionamento da expansão urbana; nicipal cópia do instrumento particular ou público de alienação do
V - implantação de equipamentos urbanos e comunitários; imóvel dentro do prazo de 30 (trinta) dias após sua assinatura.
VI - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; § 1º - O Executivo promoverá as medidas judiciais cabíveis para
VII - criação de unidades de conservação ou proteção de outras a declaração de nulidade de alienação onerosa efetuada em condi-
áreas de interesse ambiental; ções diversas da proposta apresentada.
VIII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou pai- § 2º - Em caso de nulidade da alienação efetuada pelo proprie-
sagístico. tário, o Executivo poderá adquirir o imóvel pelo valor base de cálcu-
Art. 152 - Lei Municipal delimitará as áreas em que incidirá o lo do imposto predial e territorial urbano ou pelo valor indicado na
Direito de Preferência nas Zonas de Reestruturação Urbana, Recu- proposta apresentada, se este for inferior àquele.
peração Urbana e na Área de Proteção Ambiental. Art. 157 - Lei Municipal com base no disposto no Estatuto da
Parágrafo Único - Os imóveis colocados à venda nas áreas de- Cidade definirá todas as demais condições para aplicação do ins-
finidas no caput deverão ser necessariamente oferecidos ao Muni- trumento.
cípio, que terá preferência para aquisição pelo prazo de cinco anos.
Art. 153 - O Executivo deverá notificar o proprietário do imóvel CAPÍTULO VIII
localizado em área delimitada para o exercício do direito de prefe- DO DIREITO DE SUPERFÍCIE
rência, dentro do prazo de 30 (trinta) dias a partir da vigência da lei
que a delimitou. Art. 158 - O Direito de Superfície poderá ser exercido em todo
Art. 154 - O proprietário deverá notificar sua intenção de alie- o território municipal, nos termos dos artigos 21 a 24 do Estatuto
nar o imóvel para que o município, no prazo máximo de trinta dias da Cidade.
manifeste por escrito seu interesse em comprá-lo. Art. 159 - Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a exercer
§ 1º - À notificação mencionada no caput será anexada pro- o Direito de Superfície:
posta de compra assinada por terceiro interessado na aquisição do I - em áreas particulares com carência de equipamentos públi-
imóvel, da qual constarão: preço, condições de pagamento e prazo cos e comunitários;
de validade. II - para remoção temporária de moradores em áreas de ris-
§ 2º - A declaração de intenção de alienar onerosamente o imó- co ou áreas desprovidas de urbanização pelo tempo que durar as
vel deve ser apresentada com os seguintes documentos: obras.
I - proposta de compra apresentada pelo terceiro interessado Art. 160 - O Poder Público poderá conceder onerosamente o
na aquisição do imóvel, da qual constarão preço, condições de pa- Direito de Superfície do solo, subsolo ou espaço aéreo nas áreas
gamento e prazo de validade; públicas integrantes do seu patrimônio, para exploração por parte
II - endereço do proprietário, para recebimento de notificação das concessionárias de serviços públicos.
e de outras comunicações; Parágrafo Único - O proprietário de terreno poderá conceder
III - certidão de inteiro teor da matrícula do imóvel, expedida ao Município o direito de superfície, nos termos da legislação em
pelo cartório de registro de imóveis da circunscrição imobiliária vigor, para cumprimento das diretrizes desta lei.
competente;
IV - declaração assinada pelo proprietário, sob as penas da lei, CAPÍTULO IX
de que não incidem quaisquer encargos e ônus sobre o imóvel, in- DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA
clusive os de natureza real, tributária ou executória.
Art. 161 - Os empreendimentos que causam grande impacto
urbanístico e ambiental, definidos na Subseção III, Capítulo I, Título
IV desta Lei, adicionalmente ao cumprimento dos demais disposi-

198
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tivos previstos na legislação urbanística, terão sua aprovação con- VII - percentual de habitação de interesse social no empreen-
dicionada à elaboração e aprovação de Estudo Prévio de Impacto dimento;
de Vizinhança (EIV), a ser apreciado pelos órgãos competentes da VIII - possibilidade de construção de equipamentos sociais em
Administração Municipal. outras áreas da cidade.
Art. 162. Decreto Municipal definirá os empreendimentos e § 1º - As exigências previstas nos incisos anteriores deverão ser
atividades que dependerão de elaboração do Estudo Prévio de Im- proporcionais ao porte e ao impacto do empreendimento.
pacto de Vizinhança (EIV) e do Relatório de Impacto de Vizinhança § 2º - A aprovação do empreendimento ficará condicionada
(RIV) para obter as permissões de construção, ampliação ou regu- à assinatura de Termo de Compromisso pelo interessado, em que
larização de obras. este se compromete a arcar integralmente com as despesas decor-
§ 1º O decreto Municipal a que se refere o caput deste Artigo rentes das obras e serviços necessários à minimização dos impactos
poderá prever outros empreendimentos e atividades além dos es- decorrentes da implantação do empreendimento e demais exigên-
tabelecidos na Subseção III, Capítulo I, do Título IV desta Lei. (Reda- cias apontadas pelo Poder Executivo Municipal, antes da finalização
ção dada pela Lei nº 1944/2021) do empreendimento.
Art. 163 - O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) deve- § 3º O Certificado de Conclusão da Obra só será emitido me-
rá contemplar os aspectos positivos e negativos do empreendimen- diante comprovação da conclusão das obras previstas no parágrafo
to sobre a qualidade de vida da população residente ou usuária da anterior. (Redação dada pela Lei nº 1944/2021)
área em questão e seu entorno, devendo incluir, no que couber, a Art. 165 - A elaboração do EIV não substitui o licenciamento
análise e proposição de solução para as seguintes questões: ambiental requerido nos termos da legislação ambiental.
I - adensamento populacional; Art. 166 - Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do
II - uso e ocupação do solo; EIV/RIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão municipal
III - valorização imobiliária; competente, por qualquer interessado.
IV - áreas de interesse histórico, cultural, paisagístico e ambien- § 1º - Serão fornecidas cópias do EIV/RIV, quando solicitadas
tal; pelos moradores da área afetada ou suas associações.
V - equipamentos urbanos, incluindo consumo de água e de § 2º - O órgão público responsável pelo exame do EIV/RIV deve-
energia elétrica, bem como geração de resíduos sólidos, líquidos e rá realizar audiência pública, antes da decisão sobre o projeto, sem-
efluentes de drenagem de águas pluviais; pre que sugerida, na forma da lei, pelos moradores da área afetada
VI - equipamentos comunitários, como os de saúde e educa- ou suas associações.
ção; CAPÍTULO X
VII - sistema de circulação e transportes, incluindo, entre ou- DO ZONEAMENTO AMBIENTAL
tros, tráfego gerado, acessibilidade, estacionamento, carga e des-
carga, embarque e desembarque; Art. 167 - O Plano Municipal de Gestão e Saneamento Ambien-
VIII - poluição sonora, atmosférica e hídrica; tal (PLAGESAM), instituirá o zoneamento ambiental, como instru-
IX - vibração; mento definidor das ações e medidas de promoção, proteção e
X - periculosidade; recuperação da qualidade ambiental do espaço físico-territorial,
XI - geração de resíduos sólidos; segundo suas características ambientais.
XII - riscos ambientais; Parágrafo Único - O zoneamento ambiental deverá ser observa-
XIII - impacto sócio-econômico na população residente ou atu- do na legislação de uso e ocupação do solo.
ante no entorno. Art. 168 - Na elaboração do zoneamento ambiental, serão con-
Art. 164 - O Poder Executivo Municipal, para eliminar ou mini- siderados, entre outros fatores:
mizar impactos negativos a serem gerados pelo empreendimento, I - as características ambientais definidas em diagnóstico am-
deverá solicitar como condição para aprovação do projeto altera- biental;
ções e complementações no mesmo, bem como a execução de me- II - a lista de distâncias mínimas entre usos ambientalmente
lhorias na infraestrutura urbana e de equipamentos comunitários, compatíveis;
tais como: III - a compatibilização dos usos à qualidade ambiental;
I - ampliação das redes de infra-estrutura urbana; IV - a compatibilização da ocupação urbana ao meio físico;
II - área de terreno ou área edificada para instalação de equipa- V - as áreas contaminadas relacionadas no cadastro disponível
mentos comunitários em percentual compatível com o necessário à época de sua elaboração.
para o atendimento da demanda a ser gerada pelo empreendimen- Parágrafo Único - Os proprietários rurais deverão, no prazo de
to; 06 (seis) meses da aprovação desta lei, identificar junto ao depar-
III - ampliação e adequação do sistema viário, faixas de desace- tamento municipal adequado, suas áreas de reserva legal para ca-
leração, ponto de ônibus, faixa de pedestres; dastramento.
IV - proteção acústica, uso de filtros e outros procedimentos
que minimizem incômodos da atividade;
V - manutenção de imóveis, fachadas ou outros elementos
arquitetônicos ou naturais considerados de interesse paisagístico,
histórico, artístico ou cultural, bem como recuperação ambiental da
área;
VI - cotas de emprego e cursos de capacitação profissional, en-
tre outros;

199
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

TÍTULO VI VI - receitas provenientes da Concessão do Direito Real de Uso


DA GESTÃO DA POLÍTICA URBANA de áreas públicas, exceto nas Zonas Especiais de Interesse Social
(ZEIS);
CAPÍTULO I VII - receitas provenientes de outorga onerosa;
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO VIII - receitas provenientes da Concessão do Direito de Super-
fície;
Art. 169 - Fica criado o Sistema Municipal de Planejamento e IX - rendas provenientes da aplicação financeira dos seus re-
Gestão (SMPG), instituindo estruturas e processos democráticos e cursos próprios;
participativos, que visam permitir o desenvolvimento de um pro- X - doações;
cesso contínuo, dinâmico e flexível de planejamento e gestão da XI - outras receitas que lhe sejam destinadas por lei.
política urbana. Parágrafo Único - O Fundo Municipal de Desenvolvimento Ur-
Art. 170 - São objetivos do Sistema Municipal de Planejamento bano será gerido pelo Conselho de Desenvolvimento Municipal -
e Gestão: CODEPRIM.
I - criar canais de participação da sociedade na gestão munici- SEÇÃO III
pal da política urbana; DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS MUNICIPAL
II - garantir eficiência e eficácia à gestão, visando à melhoria da
qualidade de vida; Art. 177 - Deverá ser implantado o Sistema de Informações Ge-
III - instituir um processo permanente e sistematizado de deta- ográfica Municipal (SIG) tendo por objetivo fornecer informações
lhamento, atualização e revisão do Plano Diretor. atualizadas a fim de facilitar o processo de planejamento municipal,
Art. 171 - O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão atua devendo conter os seguintes dados municipais:
nos seguintes níveis: a) índices de mortalidade, natalidade e esperança de vida;
I - nível de formulação de estratégias, das políticas e de atuali- b) faixa etária, localização, doença;
zação do Plano Diretor; c) distribuição de renda;
II - nível de gerenciamento do Plano Diretor, de formulação e d) adensamento populacional;
aprovação dos programas e projetos para a sua implementação; e) trabalho infantil;
III - nível de monitoramento e controle dos instrumentos urba- f) educação;
nísticos e dos programas e projetos aprovados. g) moradia;
Art. 172 - O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão é h) saúde;
composto por: i) emprego;
I - Conselho Municipal de Política Urbana; j) habilidades;
II - Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano; k) situação social por etnias;
III - Sistema de Informações Municipais. l) imagem de satélite de alta resolução para área urbana;
IV - Unidade Organizacional de Urbanização. (Redação acresci- m) zoneamento;
da pela Lei nº 1656/2016) n) mapas de informações urbanas e rurais.
Art. 178 - O Sistema de Informações Municipais deverá obede-
SEÇÃO I cer aos princípios:
DO CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL I - da simplificação, economicidade, eficácia, clareza, precisão e
segurança, evitando-se a duplicação de meios e instrumentos para
Art. 173 - Fica alterado o Conselho de Desenvolvimento de Pri- fins idênticos;
mavera do Leste - CODEPRIM, agora órgão consultivo e deliberativo II - democratização, publicidade e disponibilização das infor-
em matéria de natureza urbanística e de política urbana, além de mações, em especial as relativas ao processo de implementação,
traçar políticas municipais de desenvolvimento econômico e social, controle e avaliação do Plano Diretor.
composto por representantes do Poder Público e da Sociedade Civil.
Art. 174 - O CODEPRIM poderá instituir câmaras técnicas e gru- CAPÍTULO II
pos de trabalho específicos. DOS INSTRUMENTOS DE DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO
Art. 175 - O Poder Executivo Municipal garantirá o suporte téc-
nico e operacional necessário ao pleno funcionamento do CODE- Art. 179 - Fica assegurada a participação da população em to-
PRIM. das as fases do processo de gestão democrática da política urbana,
mediante as seguintes instâncias de participação:
SEÇÃO II I - Conferência Municipal de Política Urbana;
DO FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO II - Assembléias territoriais de política urbana;
III - Audiências Públicas;
Art. 176 - Fica criado o Fundo Municipal de Desenvolvimento IV - Iniciativa popular de projetos de lei, de planos, programas
Urbano, formado pelos seguintes recursos: e projetos de desenvolvimento urbano;
I - recursos próprios do Município; V - Plebiscito e Referendo popular;
II - transferências inter-governamentais; VI - Conselhos municipais relacionados à política urbana.
III - transferências de instituições privadas; Art. 180 - Anualmente, o Executivo submeterá ao Conselho de
IV - transferências do exterior; Desenvolvimento Municipal relatório de gestão do exercício e plano
V - transferências de pessoa física; de ação para o próximo período.

200
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo Único - Uma vez analisado pelo Conselho, o Execu- TÍTULO VII
tivo o enviará à Câmara Municipal e dará publicidade ao mesmo, DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
por meio do Jornal Dioprima (Diário Oficial de Primavera do Leste)
e outros jornais locais. Art. 187 - O Poder Executivo, em cumprimento da Cláusula
SEÇÃO I Quinta, do COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA, cele-
DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA brado com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, em 24
de outubro de 2006, instituirá no âmbito da administração muni-
Art. 181 - As Conferências Municipais ocorrerão ordinariamen- cipal, e no prazo de dois (02) meses após a aprovação desta lei, o
te a cada dois anos, e extraordinariamente quando convocadas pelo NÚCLEO DE GESTÃO E PLANEJAMENTO URBANO, composto de pelo
Conselho Municipal de Política Urbana. menos 03 (três) profissionais com capacitação para a atividade, que
Parágrafo Único - As conferências serão abertas à participação será responsável pela avaliação, adequação, revisão e fiscalização
de todos os cidadãos e cidadãs. inerentes a este Plano Diretor Participativo, garantindo a efetivida-
Art. 182 - A Conferência Municipal de Política Urbana, deverá, de quanto à sua aplicação e atualização às necessidades do Municí-
dentre outras atribuições: pio, com vistas a evitar que o Plano Diretor se torne um documento
I - apreciar as diretrizes da política urbana do Município; meramente programático, mas sim um efetivo instrumento direcio-
II - debater os relatórios anuais de gestão da política urbana, nador das políticas públicas do Município.
apresentando criticas e sugestões; Art. 188 - O Poder Executivo deverá encaminhar à Câmara Mu-
III - sugerir ao Executivo adequações nas ações estratégicas nicipal projeto de lei de revisão do Plano Diretor Participativo de 4
destinadas a implementação dos objetivos, diretrizes, planos pro- (quatro) em 4 (quatro) anos, sempre no segundo ano de cada man-
gramas e projetos; dato.
IV - deliberar sobre plano de trabalho para o biênio seguinte; Art. 188-A Acompanhará o projeto de lei de revisão do Plano
V - sugerir propostas de alteração da Lei do Plano Diretor, a Diretor Participativo a revisão e atualização dos mapas indicados no
serem consideradas no momento de sua modificação ou revisão. Art. 191 desta Lei. (Redação acrescida pela Lei nº 1962/2021)
Art. 189 - O Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal,
SEÇÃO II em até 1 (um) ano após a aprovação desta lei:
DAS ASSEMBLÉIAS TERRITORIAIS DE POLÍTICA URBANA I - Projeto de Lei da Operação Consorciada; (Redação dada pela
Lei nº 1656/2016)
Art. 183 - As Assembléias Territoriais de Política Urbana serão II - Projeto de Lei delimitando áreas em que incidirá o direito de
sempre que necessário, com o objetivo de consultar a população superfície; (Redação dada pela Lei nº 1656/2016)
das unidades territoriais de planejamento sobre as questões urba- III - Projeto de Lei do Plano Diretor de Mobilidade Urbana;
nas relacionadas àquela territorialidade, de forma a ampliar o de- IV - Projeto de Lei do Plano de Preservação do Patrimônio Cul-
bate e dar suporte à tomada de decisões do CMPU. tural de Primavera do Leste;
V - Projetos de Lei das Zonas Especiais;
SEÇÃO III VI - Projeto de Lei do Plano de Reserva Particular do Patrimônio
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS Natural;
VII - Projeto de Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo
Art. 184 - As Audiências Públicas são instrumentos de apoio na Área de Proteção Ambiental;
no acompanhamento, implementação e alteração do Plano Diretor VIII - Projeto de Lei da Operação Consorciada;
Municipal, podendo ser solicitada pelos Vereadores, Executivo Mu- IX - Projeto de Lei delimitando áreas em que incidirá o direito
nicipal ou Conselho de Desenvolvimento Municipal, sempre que se de superfície;
fizer necessário, considerando os interesses da população. X - Projeto de Lei regulando o instrumento do Estudo de Impac-
to de Vizinhança;
SEÇÃO IV XI - Plano Municipal de Esportes e Lazer;
DA INICIATIVA POPULAR DE PROJETOS DE LEI, DE PLANOS, XII - Projeto de Lei do Fundo Municipal do Meio Ambiente;
PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO XIII - Projeto de Lei do Plano de Desenvolvimento Rural.
Art. 190 O Poder Executivo Municipal encaminhará à Câmara
Art. 185 - A iniciativa popular de projetos de lei, de planos, pro- Municipal, em até 6 (seis) meses da aprovação desta lei, projetos de
gramas e projetos de desenvolvimento poderá ocorrer a qualquer leis de revisão e adequação, nos termos do Plano Diretor Participa-
momento objetivando a melhoria da qualidade de vida dos cida- tivo, das seguintes normas:
dãos e direcionada ao Conselho de Desenvolvimento Municipal. I - Lei nº 497 de 17 de junho de 1998 - Lei do Zoneamento e Uso
do Solo Urbano;
SEÇÃO V II - Lei nº 498 de 17 de junho de 1998 - Lei de Parcelamento do
DO PLEBISCITO E REFERENDO POPULAR Solo Urbano;
III - Lei nº 499 de 17 de junho de 1998 - Código de Obras;
Art. 186 - O Plebiscito e referendo popular poderão ser convo- IV - Lei nº 500 de 17 de junho de 1998 - Código de Posturas
cados para fins e nos termos da Legislação em vigor. Municipal;
V - Lei nº 691/2001 - Código Sanitário;
VI - Lei nº 699/1999 - Código Tributário;
VII - Plano Municipal de Educação;
VIII - Plano Municipal de Esportes;

201
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IX - Plano Municipal de Lazer; V - gerir os recursos oriundos do Fundo Municipal de Desenvol-


X - Plano Municipal de Cultura; vimento Urbano;
XI - Plano Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural; VI - monitorar a concessão de outorga onerosa do direito de
XII - Plano Municipal de Mobilidade Urbana; construir e a aplicação da transferência do direito de construir;
XIII - Sistema Municipal de Áreas Verdes; VII - aprovar e acompanhar a implementação das Operações
XIV - Plano Municipal de Desenvolvimento Rural; Urbanas Consorciadas;
XV - Plano Municipal de Desenvolvimento da Indústria e Co- VIII - acompanhar a implementação dos demais instrumentos
mércio; urbanísticos;
XVI - Plano Municipal de Desenvolvimento da Piscicultura; XIX - zelar pela integração das políticas setoriais;
XVII - Plano Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental; X - deliberar sobre as omissões e casos não perfeitamente defi-
XVIII - Plano Municipal de Saneamento Básico; nidos pela legislação urbanística municipal;
XIX - Plano Municipal de Turismo; XI - convocar, organizar e coordenar as conferências e assem-
XX - Plano Municipal de Política Social, Trabalho e Renda; bléias territoriais;
XXI - Plano Municipal de Habitação; XII - convocar audiências públicas;
XXII - Plano Municipal de Segurança Pública; XIII - elaborar Plano de Desenvolvimento para o município;
XXIII - Plano Municipal de Saúde; XIV - definir instrumentos de apoio à expansão das empresas
XXIV - Sistema de Informações Geográficas Municipal; locais e à atração de novos empreendimentos;
XXV - Sistema Municipal de Planejamento e Gestão; XV - propor mecanismos que possibilitem a expansão da ativi-
XXVI - Projeto de Lei do Impacto de Vizinhança; (Redação dada dade rural;
pela Lei nº 1656/2016) XVI - apresentar propostas visando à revitalização da microem-
Art. 191 Fazem parte integrante desta lei, os seguintes Anexos presa;
e Mapas: XVII - sugerir iniciativas para a expansão da atividade turística
I - ANEXO I - Glossário; no Município;
II - ANEXO II - Quadro do Zoneamento e Uso do Solo; XVIII - definir programas integrados de recursos humanos, ob-
III - ANEXO III - Relação de Altura de Edifícios entre desnível jetivando a melhoria dos níveis educacional e de formação profis-
natural do solo e Área de Proteção do Aeroporto Municipal Ernesto sional dos trabalhadores primaverenses, em convênio com institui-
Ruaro; ções ou órgãos públicos ou privados;
IV - ANEXO IV - Planta do Plano Básico de Zona de Proteção de XIX - assessorar a administração municipal na definição de me-
Aeródromo (Aeroporto Municipal Ernesto Ruaro); tas e na obtenção de fontes de recursos para a sua execução;
V - Mapa A01 - Cidade de Primavera do Leste - Perímetro; XX - discutir e propor outras políticas e projetos voltados ao
VI - Mapa A01a - Detalhe da Cidade de Primavera do Leste; desenvolvimento do município;
VII - Mapa A02 - Terrenos construídos; XXI - elaborar e aprovar o regimento interno.”
VIII - Mapa A03 - Assistência à Saúde; b) “Art. 4º O Conselho Municipal de Política Urbana (CODE-
IX - Mapa A04 - Assistência escolar; PRIM) será composto por 20 ( vinte ) membros, sem suplentes, de
X - Mapa A05 - Assistência esportiva; acordo com os seguintes critérios:
XI - Mapa A06 - Ciclovias; I - 7 (sete) representantes do Governo Municipal, sendo eles
XII - Mapa A07 - Cemat - REDE; vice-prefeito do município de Primavera do Leste; Secretário de
XIII - Mapa B01 - Áreas Urbanas, Expansão Urbana, Proteção Agronegócios e Meio Ambiente; Secretário de Administração; As-
Ambiental e Rural; sessor de Planejamento e Coordenador Geral; Presidente da Câma-
XIV - Mapa B02 - Zoneamento, Zonas Especiais de Interesse Co- ra Municipal;
mercial (ZEIC) e Zonas Especiais de Interesse do Patrimônio (ZEIP), II - 3 (quatro) representantes dos empresários, sendo, pelo me-
Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), Parâmetros Urbanísticos nos, 1 do setor imobiliário, 1 da construção civil;
para a Ocupação do Solo na Área Urbana; III - 3 (três) representantes dos movimentos sociais, sendo ne-
XV - Mapa B03 - Zonas Especiais de Interesse Ambiental (ZEIA); cessariamente, 1 do movimentos de habitação e 1 de sindicato de
XIV - Mapa B04 - Operações Urbanas Consorciadas; trabalhadores;
XV - Mapa B05 - Propostas do Município de Primavera do Leste; IV - 4 (quatro) representantes de organizações não governa-
XVI - Mapa B06 - Sistema viário; (Redação dada pela Lei nº mentais, entidades técnicas ou profissionais e instituições de en-
1656/2016) sino ou pesquisa, sendo 1 de entidade ambiental, 1 de categoria
Art. 192 - Ficam alterados os artigos 3º e 4º Lei nº 449, de 31 de profissional relacionada a desenvolvimento urbano, 1 de entidade
outubro de 1997, que passam a vigorar com as seguintes redações: ligada à preservação do patrimônio e 1 de instituição de ensino ou
a) “Artigo 3º - Compete ao Conselho de Desenvolvimento de pesquisa;
Primavera do Leste - CODEPRIM: V - 3 (três) representantes dos conselhos municipais afins - Ha-
I - acompanhar a implementação do Plano Diretor, analisando e bitação, Saneamento Ambiental, Desenvolvimento Econômico.”
deliberando sobre questões relativas à sua aplicação; Art. 193 - Esta lei entra em vigor após decorridos 03 (três) me-
II - deliberar e emitir pareceres sobre proposta de alteração da ses de sua publicação.
Lei do Plano Diretor;
III - acompanhar a execução de planos e projetos de interesse GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL, Em 19 de julho de 2007.
do desenvolvimento urbano, inclusive os planos setoriais;
IV - deliberar sobre projetos de lei de interesse da política urba-
na, antes de seu encaminhamento à Câmara Municipal;

202
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ANEXO I XIX - Inócuo - inofensivo à saúde, à segurança e ao bemestar


GLOSSÁRIO da sociedade;
XX - Leasing - também denominado arrendamento mercantil, é
I - Alinhamento - limite entre o lote e o logradouro público; uma operação em que o proprietário (arrendador, empresa de ar-
II - Afastamentos - representam as distâncias mínimas que de- rendamento mercantil) de um bem móvel ou imóvel cede à terceiro
vem ser observadas entre as edificações e as divisas do lote, consti- (arrendatário, cliente, “comprador”) o uso desse bem por prazo de-
tuindo-se em afastamento frontal, lateral e de fundos; terminado, recebendo em troca uma contraprestação, dando-se, ao
III - Aluguel Social - Aluguel, à população de baixa renda, de final do contrato as seguintes opções:
imóvel de propriedade pública, com valores compatíveis com os a) comprar o bem por valor previamente contratado;
rendimentos familiares, de forma a garantir o direito à moradia; b) renovar o contrato por um novo prazo, tendo como principal
IV - Área construída - é a soma da área coberta de todos os o valor residual;
pavimentos de uma edificação, excetuando-se as áreas definidas no c) devolver o bem ao arrendador;
Código de Obras e Edificações; XXI - Lote - é o terreno resultante de loteamento, desmembra-
V - Benefício Econômico - é a valorização do lote decorrente da mento, desdobramento ou englobamento para fins urbanos, com
obtenção de Potencial Construtivo Adicional; pelo menos uma divisa com logradouro público;
VI - Certificado de Potencial Construtivo Adicional (CEPAC ) - XXII - Lote defrontante - são considerados lotes defrontantes
é uma forma de contrapartida financeira da Outorga Onerosa do aqueles que estão situados na face da quadra oposta;
Potencial Construtivo Adicional para uso específico nas Operações XXIII - Lote lindeiro - são considerados lotes lindeiros aqueles
Urbanas Consorciadas; limítrofes com outro lote ou logradouro público;
VII - Coeficiente de Aproveitamento ( Ca ) - é a relação entre XXIV - Pavimento - espaço construído em uma edificação, com-
a área edificada, excluída a área não computável, e a área do lote; preendido entre dois pisos sobrepostos ou entre o piso e o teto;
VIII - Coeficiente de Aproveitamento Básico - é a relação entre XXV - Pilotis - espaço livre sob a edificação;
a área edificada, excluída a área não computável, e a área do lote, XXVI - Potencial Construtivo - é o produto resultante da multi-
outorgado gratuitamente; plicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento;
IX - Coeficiente de Aproveitamento Máximo - é a relação entre XXVII - Potencial Construtivo Adicional - é a diferença entre
a área edificada, excluída a área não computável, e a área do lote, o Potencial Construtivo igual ou inferior ao Máximo e o Potencial
outorgado onerosamente. Construtivo Básico;
X - Coeficiente de Aproveitamento Mínimo é a relação entre XXVIII - Potencial Construtivo Básico - é o produto resultante
a área edificada, excluída a área não computável, e a área do lote, da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento
abaixo do qual ele será considerado subtilizado; Básico fixado para a zona onde está localizado;
XI - Desenvolvimento Local Endógeno - desenvolvimento que XXIX - Potencial Construtivo Máximo - é o produto resultante
se faz a partir das características próprias do local, assentadas nas da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento
competências e saberes acumulados ao longo do tempo pelos ato- Máximo fixado para a zona onde está localizado;
res produtivos (empresários, trabalhadores, entidades representa- XXX - Potencial Construtivo Mínimo - é o produto resultante
tivas, universidade, poder público local etc.); da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento
XII - Edificação - construção, edifício, casa ou prédio; Mínimo fixado para a zona onde está localizado;
XIII - Estoque - é o limite do potencial construtivo adicional XXXI - Potencial Construtivo Utilizado - é a área construída com-
definido para a zona, passível de ser adquirido mediante Outorga putável;
Onerosa; XXXII - Potencial Construtivo Não Utilizado - é opotencial dos
XIV - Estudo de Impacto de Vizinhança - é o estudo técnico que Imóveis de Interesse do Patrimônio, ou de lindeiros ou defrontantes
deve ser executado de forma a analisar os efeitos positivos e nega- a parques, e, de interesse para a regularização fundiária, passível de
tivos de um empreendimento ou atividade quanto à qualidade de ser transferido para outras áreas;
vida da população residente na área e suas proximidades, devendo XXXIII - Pólo Gerador de Tráfego - Pólo Gerador de Tráfego: uso
observar no mínimo as questões de Adensamento populacional, ou atividade que para seu funcionamento gere interferências no
equipamentos urbanos e comunitários, uso e ocupação do solo, va- tráfego do entorno impondo necessidades de área para estaciona-
lorização imobiliária, geração de tráfego e demanda por transporte mento, embarque e desembarque de passageiros, carga e descarga
público, ventilação iluminação, paisagem urbana e patrimônio na- de mercadorias.
tural e cultural; XXXIV - Recuo - é a menor distância medida entre a divisa do
XV - Frente do lote ou Testada - é a dimensão da face do lote lote e o limite da projeção horizontal da edificação;
voltada para o logradouro; XXXV - Residencial Multifamiliar - é a edificação destinada a
XVI - Gabarito - Considera-se como gabarito a altura da edifica- mais de uma unidade habitacional;
ção a partir do térreo, portanto os pavimentos no subsolo não deve- XXXVI - Residencial Unifamiliar - é a edificação destinada à ha-
rão ser considerados para cálculo da altura da edificação. (Redação bitação para uma única família;
dada pela Lei nº 1656/2016) XXXVII - Sistema Viário - compreende as áreas utilizadas para
XVII - Impacto Urbanístico - Impacto físico-funcional, na paisa- vias de circulação, parada ou estacionamento de pedestres ou ve-
gem urbana, sócio-econômicas-culturais, causado por um empre- ículos;
endimento ou uma intervenção urbana; XXXVIII - Taxa de Ocupação - é a relação percentual entre a área
XVIII - Incômodo - potencialidade ou efeito gerado pela ativi- da projeção horizontal da edificação e a área do lote;
dade incompatível com o bem-estar coletivo e os padrões definidos
para uma determinada área;

203
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XXXIX - Taxa de Permeabilidade - é a relação percentual entre Art. 6º Os loteamentos e arruamentos em qualquer nível ou
a parte permeável, que permita infiltração de água no solo, livre de escala, as edificações, obras e serviços públicos ou particulares, de
qualquer edificação, e a área do lote. iniciativa ou a cargo de quaisquer empresas ou entidades, mesmo
(Vide Leis nº 1054/2008, nº 1063/2008, nº 1112/2009, nº as de direito público, ficam sujeitos aos critérios e diretrizes estabe-
1136/2010, nº 1239/2011, nº 1246/2011, nº 1271/2011, nº lecidos nesta lei, dependendo de prévia licença da Administração
1302/2012, nº 1312/2012, nº 1393/2013, nº 1400/2013, nº Municipal.
1443/2014, nº 1541/2015, nº 1656/2016, nº 1811/2019, nº Art. 7º A Área Urbana da Sede do Município de Primavera do
1818/2019 e nº 2014/2021) Leste, fica dividida nas seguintes zonas:
I - Zonas Residenciais - ZR;
II - Zonas de Comércio - ZC;
ZONEAMENTO E USO DO SOLO URBANO DA SEDE DO III - Zonas de Serviços - ZS;
MUNICÍPIO DE PRIMAVERA DO LESTE - LEI MUNICIPAL Nº
IV - Zonas de Qualificacão Urbana - ZQ;
497, DE 17 DE JUNHO DE 1998 E SUAS ALTERAÇÕES
V - Zonas de Recuperação Urbana - ZREC;
VI - Zonas de Reestruturação Urbana - ZRU;
LEI Nº 497 DE 17 DE JUNHO DE 1998 VII - Zonas Industriais - ZI;
VIII - Zonas Estritamente Industriais - ZII
DISPÕE SOBRE O ZONEAMENTO E USO DO SOLO URBANO DA IX - Zonas Especiais de Interesses - ZEI;
SEDE DO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA DO LESTE. X - Zonas de Expansão - ZE. (Redação dada pela Lei nº
1062/2008)
Art. 8º As zonas mencionadas no artigo 7º, possuirão as seguin-
A CÂMARA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE, ESTADO DO tes características:
MATO GROSSO, APROVOU E EU, PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO § 1º - As Zonas Residenciais - ZR, segundo suas características e
A SEGUINTE LEI: intensidade de uso e ocupação do solo são as seguintes:
I - Zona Residencial I - ZR-1 - Caracteriza-se por ter uso exclu-
CAPÍTULO I sivamente residencial, com baixa densidade populacional, infra-es-
ZONEAMENTO E USO DO SOLO trutura consolidada.
II - Zona Residencial II - ZR-2 - Caracteriza-se por ter uso pre-
Art. 1º Para fins desta lei, Zoneamento é a divisão da área urba- dominantemente residencial, com média densidade populacional,
na da Sede do Município de Primavera do Leste em zonas de usos carência de equipamentos públicos, infra-estrutura consolidada,
diferentes, tendo como finalidade ordenar o crescimento da cidade podendo no local desenvolver-se atividades caracterizadas como
e proteger os interesses da coletividade, assegurando o uso racional comércio e serviços vicinais e de locais.
do solo e condições mínimas de habitabilidade. III - Zona Residencial III - ZR-3 - Caracteriza-se por ter uso pre-
Art. 2º A implantação deste zoneamento pelo Poder Público dominantemente residencial, com alta densidade populacional,
visa atingir os seguintes objetivos: carência de equipamentos públicos, infra-estrutura consolidada,
I - Estruturar e ordenar a ocupação do solo, garantindo uma podendo no local desenvolver-se atividades caracterizadas como
densidade populacional equilibrada e adequada à oferta de infra- comércio e serviços vicinais e de locais.
-estrutura e equipamento comunitário. § 2º - As Zonas de Comércio - ZC, caracterizam-se pela predo-
II - Criar melhor condição de ambiente urbano no que se refere minância de comércio, com alta densidade populacional e infra-
às relações entre as diversas atividades. -estrutura consolidada, semexcluir o uso residencial e de serviços
III - Incentivar o adensamento das áreas já dotadas de infra-es- estabelecidos seus parâmetros e classificam-se em:
trutura. I - Zona de Comércio I - ZC-1
IV - Compatibilizar o uso e ocupação do solo com o sistema II - Zona de Comércio I I - ZC-2
viário, de transporte coletivo e com os eixos funcionais de bairros. III - Zona Comercial Adensada - ZCA - caracteriza-se pela predo-
V - Orientar o uso do solo em benefício do bem comum, que minância de comércio, com alta densidade populacional e infraes-
naturalmente deve prevalecer sobre os interesses individuais. trutura consolidada, permitindo capacidade construtiva superior ao
VI - Evitar o uso abusivo do solo assim como regular o seu desu- estabelecido para a Zona Comercial 1, sem excluir o uso residencial
so, com o fim de evitar danos materiais, desconfortos e insegurança e de serviços, estabelecidos seus parâmetros (Redação acrescida
a população. pela Lei nº 1656/2016)
Art. 3º Uso do solo, para efeito desta lei, é o relacionamento § 3º - As Zonas de Serviços - ZS, são áreas que, por seu porte ou
das diversas atividades para uma determinada zona, na forma que natureza, são geradoras de tráfego pesado ou intenso, com predo-
dispuser o respectivo regulamento. minância do exercício das atividades de serviço, devendo predomi-
Art. 4º As zonas serão delimitadas por vias, logradouros públi- nar o uso, especializado ou não, sem excluir o uso residencial e de
cos, acidentes topográficos e divisas de lotes. (Redação dada pela comércio, classificando-se em:
Lei nº 1062/2008) I - Zona de Serviço I - ZS-1
II - Zona de Serviço II - ZS-2;
Art. 5º O Zoneamento regular-se-á pela presente lei da qual III - Zona de Serviço III - ZS3 - A Zona de Serviço III diferencia-se
fazem parte integrante o Anexo I desta, qual seja: da ZS-2 pelo gabarito. (Redação acrescida pela Lei nº 1656/2016)
I - Relação Geral dos Imóveis por Zona. (Redação dada pela Lei
nº 1062/2008)

204
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 4º - Fazem parte integrante da Zona de Serviço I e II - ZS-1, § 12 - As Zonas Especiais de Interesse Comercial (ZEIC) são
ZS-2, os terrenos com testada para a BR-070 - Primavera do Leste espaços destinados a se consolidar como centros comerciais e de
- Cuiabá, no trecho compreendido entre os limites do perímetro ur- prestação de serviços, cujo objetivo é o fomento das atividades eco-
bano, com uma profundidade de 100,00m (cem metros), contados nômicas.
a partir do alinhamento predial. I - Zona Especial de Interesse Comercial - ZEIC A;
§ 5º - A Zona de Qualificação Urbana caracteriza-se por ter uso II - Zona Especial de Interesse Comercial - ZEIC B1;
predominantemente residencial, atividades econômicas dispersas III - Zona Especial de Interesse Comercial - ZEIC B2.
e infra-estrutura consolidada, podendo no local desenvolver-se ati- § 13 - As Zonas Especiais de Interesse Ambiental (ZEIA) são es-
vidades caracterizadas como comércio e serviços vicinais e locais, paços destinados à proteção e recuperação ambiental.
classificando-se em: I - Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA A1 - (zonas ver-
I - Zona de Qualificação Urbana I - ZQ-1 des públicas localizadas na Zona Urbana).
II - Zona de Qualificação Urbana II - ZQ-2; II - Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA B - (zonas das
§ 6º - A Zona de Reestruturação Urbana caracteriza-se pela pre- nascentes das bacias e micro-bacias).
dominância de uso misto, carência de equipamentos públicos e ter- III - Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA C - (zonas de
renos sub-utilizados ou não utilizados, podendo no local desenvol- matas ciliares).
ver-se atividades caracterizadas como comércio e serviços vicinais, IV - Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA D - (zonas das
locais e setoriais, classificando-se em: Unidades de Conservação).
I - Zona de Reestruturação Urbana I - ZREE-1 V - Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA E1 à ZEIA E-16
II - Zona de Reestruturação Urbana II - ZREE-2; - (zonas de preservação permanente localizadas na área urbana).
§ 7º - A Zona de Recuperação Urbana caracteriza-se pelo uso VI - Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA F1 à ZEIA F5 -
predominantemente residencial, carência de infra-estrutura e equi- (zonas públicas ou privadas, em situação de degradação ambiental
pamentos públicos e alta incidência de loteamentos irregulares e que devam ser recuperadas e destinadas, preferencialmente ao la-
núcleos habitacionais de baixa renda, podendo no local desenvol- zer da população, de forma a contribuir com o equilíbrio ambiental).
ver-se atividades caracterizadas como comércio e serviços vicinais, § 14 - As Zonas Especiais de Interesse do Patrimônio (ZEIP) são
locais e setoriais, sub classificando-se em: áreas formadas por sítios, ruínas e conjuntos de relevante expres-
I - Zona de Recuperação Urbana I - ZREC-1; são arquitetônica, histórica, cultural e paisagística, cuja manutenção
II - Zona de Recuperação Urbana II - ZREC-2; seja necessária à preservação do patrimônio cultural do Município.
III - Zona de Recuperação Urbana III - ZREC-3; I - Zona Especial de Interesse do Patrimônio - ZEIP 1
IV - Zona de Recuperação Urbana IV - ZREC-4; § 15 - As Zonas Especiais de Interesse Industrial (ZEII) são os es-
V - Zona de Recuperação Urbana V - ZREC-5; paços onde se localizam os núcleos industriais existentes e as áreas
VI - Zona de Recuperação Urbana VI - ZREC-6; para expansão dessas atividades.
§ 8º - As Zonas Industriais (ZI) caracterizam-se pelo uso predo- I - Zona Especial de Interesse do Industrial 1-ZEII1
minantemente industrial, que não desenvolvam atividades impac- II - Zona Especial de Interesse do Industrial2-ZEII 2
tantes ao meio ambiente, sendo classificadas em: § 16 - As Zonas de Expansão (ZE) são os espaços destinados à
I - Zona Industrial I - ZI-1 ampliação e expansão das diversas zonas estabelecidos os parâme-
II - Zona Industrial 2 - ZI-2; tros de zoneamento futuro.
III - Zona Industrial 3 - ZI-3; I - Zona de Expansão Residencial - ZER1
§ 9º - As Zonas de Uso Exclusivamente Industrial - ZEI destinam- II - Zona de Expansão Residencial - ZER2
-se, preferencialmente, à localização de estabelecimentos indus- III - Zona de Expansão Exposição - ZEEX
triais cujos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, ruídos, vibrações, IV - Zona de Expansão Industrial - ZEII
emanações e radiações possam causar perigo à saúde, ao bem-es- V - Zona de Expansão Industrial - ZEII 1
tar e a segurança da população, mesmo depois da aplicação de mé- VI - Zona de Expansão Urbana - ZEU
todos adequados de controle e tratamento de efluentes. VII - Zona de Expansão Urbana - ZEU 1
I - Zona de Uso Exclusivamente Industrial - ZEI 1; § 17 - As Zonas Especiais, as Áreas Verdes e a Área de Preser-
II - Zona de Uso Exclusivamente Industrial - ZEI 2; vação Permanente serão disciplinadas de acordo com o que segue
§ 10 - As Zonas Especiais de Interesses-ZEI compreendem áreas abaixo:
do território que exigem tratamento especial na definição de parâ- I - As Zonas Especiais serão disciplinadas pela Comissão de Zo-
metros reguladores de usos e ocupação do solo, sobrepondo-se ao neamento do Município.
zoneamento, e classificam-se em: II - Áreas Verdes: serão disciplinadas por lei, no que diz refere
I - Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS; ao uso do solo, bem como quanto aos parâmetros de coeficiente
II - Zonas Especiais de Interesse Comercial - ZEIC; de aproveitamento, taxa de ocupação, altura máxima e recuos. En-
III - Zonas Especiais de Interesse Ambiental-ZEIA; quanto não houver lei específica tais atribuições serão exercidas
IV - Zonas Especiais de Interesse do Patrimônio-ZEIP; pela Comissão de Zoneamento do Município.
V - Zonas Especiais de Interesse Industrial- ZEII; III - Área de Preservação Permanente: delimitada pela de
§ 11 - As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) são porções 150,00 metros ao longo da Serra de Poxoréo, será disciplinada por
do território destinadas prioritariamente à regularização fundiária, Lei, proibindo-se a alteração de suas características naturais. (Reda-
urbanização e à produção de habitação de interesse social (HIS); ção dada pela Lei nº 1062/2008)
I - Zona Especial de Interesse Social - ZEIS A; Art. 9º O uso do solo, coeficiente de utilização e as taxas de
II - Zona Especial de Interesse Social - ZEIS B; ocupação e impermeabilização dos terrenos, a altura máxima e os
recuos das edificações, segundos as respectivas zonas, constam no

205
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Anexo II desta Lei, e serão informados aos interessados através de Art. 14. A Administração Pública Municipal, através dos órgãos
formulário próprio, a ser expedido pelo Município, especificamente competentes para tais atos, poderão determinar medidas correti-
para cada lote, em forma de consulta prévia. (Redação dada pela vas a serem tomadas pelos interessados, em relação às entidades
Lei nº 1062/2008) já localizadas, que se revelem inconvenientes às diretrizes da estru-
Art. 10 - As edificações nos lotes deverão ocupar áreas e espaço tura urbana.
segundo os seguintes fatores condicionantes: Parágrafo único. Os Alvarás de Localização poderão ser cassa-
I - Coeficiente de Aproveitamento do Lote, definido pela rela- dos a qualquer momento ou título, embasado em parecer técnico
ção entre a soma da área computável de todos os pavimentos da fiscal, parecer jurídico ou decisão judicial, desde que o uso demons-
construção e a área total do lote. tre ser inconveniente ao bem estar da coletividade, sem direito a
II - Coeficiente de Aproveitamento Máximo do lote é a relação nenhuma espécie de indenização por parte do ente Municipal. (Re-
entre a área edificada, excluída a área não computável, e a área do dação dada pela Lei nº 1944/2021)
lote, outorgada onerosamente. Art. 15 - Fica criada a Comissão de Zoneamento do Município,
III - Coeficiente de Aproveitamento Mínimo do lote é a relação a ser constituída por ato do Prefeito, tendo na presidência o As-
entre a área edificada, excluída a área não computável, e a área do sessor de Planejamento e sendo integrada ainda pelos seguintes
lote, abaixo do qual o lote será considerado subutilizado. membros:
IV - Recuos Frontais, Laterais e de Fundos, definidos pela dis- I - 01 (um) Representante do Corpo de Bombeiros
tância da edificação a cada uma das divisas do lote, medindo-se o II - 01 (um) Representante do órgão municipal do Meio Am-
recuo frontal a partir do alinhamento existente ou projetado. biente
V - A altura da edificação será definida pela soma de todos os III - 01 (um) Representante da Associação Comercial e Indus-
pavimentos, inclusive o térreo, que poderá ter seu acesso principal trial de Primavera do Leste
situado a 1,50 metro acima do nível do passeio público, consideran- IV - 01 (um) Representante indicado pelas a Associações de
do a menor cota deste. Será considerado subsolo o pavimento que Moradores
possuir no mínimo a metade do seu pé-direito enterrado. V - 01 (um) Técnico do órgão municipal de planejamento
VI - Taxa de Ocupação do Lote, definida pela relação percentual VI - 01 (um) Representante do Conselho Municipal de Saúde;
entre a área da projeção horizontal do maior pavimento da edifica- (Redação dada pela Lei nº 1656/2016)
ção e a área do lote. VII - 01 (um) Representante da Associação de Engenheiros
VII - Taxa de Impermeabilização, é o percentual expresso pela e Arquitetos de Primavera do Leste. (Redação dada pela Lei nº
relação entre a área ocupada pelas edificações, estacionamentos, 1656/2016)
acessos, calçadas, quadras impermeáveis, piscinas e a área do lote, (Suprimido pela Lei nº 1656/2016)
inclusive no subsolo. (Redação dada pela Lei nº 1062/2008) § 1º A Comissão Municipal de Zoneamento tem por finalidade
Art. 11 - Quando o lote for de esquina e/ou tiver mais de uma emitir pareceres opinativos aos projetos de lei referentes ao zonea-
testada para logradouro público, o recuo frontal, quando obriga- mento urbano, notadamente àqueles que visem modificar a Lei de
tório, obedecerá o disposto na Anexo II desta lei. O lote é conside- Zoneamento, nos termos do artigo 8º, desta lei, relativas a Zonas
rado como com duas frentes, sendo que as demais divisas neste Especiais e Áreas Verdes. (Redação dada pela Lei nº 1656/2016)
caso serão consideradas laterais do lote. (Redação dada pela Lei nº § 2º Os assuntos discutidos pela Comissão de Zoneamento
1062/2008) serão registrados em ata e os pareceres serão estabelecidos pela
Art. 12 - As dimensões mínimas dos lotes ficarão condicionadas maioria simples de seus membros, devendo todo e qualquer pare-
às respectivas localizações, segundo a zona em que estejam situa- cer ou decisão ser comunicado ao Poder Legislativo e ao requerente
dos, cujos padrões estão localizados nas tabelas anexas. de cada solicitação. (Redação dada pela Lei nº 1656/2016)
Art. 13 - O uso das atuais edificações será mantido, desde que § 3º Os integrantes da Comissão de Zoneamento não poderão
licenciadas, vedando-se as ampliações que contrariem as disposi- ser remunerados por esta função específica. (Redação acrescida
ções estabelecidas nesta lei e seus respectivos regulamentos. pela Lei nº 1656/2016)
I - Serão respeitados os Alvarás de Construção já expedidos Art. 16 - Compete à Comissão de Zoneamento: (Redação dada
desde que a construção esteja em andamento ou que tenha o seu pela Lei nº 1062/2008)
início dentro de 60 (sessenta) dias, contados da vigência desta lei. I - emitir parecer sobre propostas de alteração da legislação de
II - Admitir-se-á a transferência ou substituição de alvará de lo- Zoneamento e Uso do Solo Urbano, quando solicitado pelo Presi-
calização de entidade, desde que o imóvel esteja em zoneamento dente; (Redação dada pela Lei nº 1656/2016)
que permita o desenvolvimento das atividades pretendidas pela re- II - analisar questões de aplicação do Plano Diretor; (Redação
querente. (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) dada pela Lei nº 1656/2016)
III - Os Alvarás de Localização dos comércios, dos prestadores III - Exercer as atribuições previstas no Artigo 8º desta lei, re-
de serviços, das indústrias, entidades públicas, entidades religiosas, lativas a Zonas Especiais e Áreas Verdes. (Redação dada pela Lei nº
entidades privadas com ou sem fins lucrativos, serão concedidos 1656/2016)
com prazo máximo de 1 (um) ano, em caráter provisório, definiti- § 1º Fica instituída a Subcomissão de Zoneamento, a qual será
vo ou eventual, sendo sua renovação anual condicionada as regras formada por três servidores do Poder Executivo, sendo um membro
estipuladas pelo município, através de regulamento próprio. (Reda- do setor de engenharia, um do setor de meio ambiente e outro do
ção dada pela Lei nº 1944/2021) setor de fiscalização de obras e posturas, tendo como competência
manifestar-se em assuntos de ordem urbanísticas relacionadas ao
zoneamento municipal, subsidiando as consultas e requerimentos

206
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

direcionados a comissão de zoneamento na figura de seu presiden- 1 - Vicinal - Atividades de pequeno porte disseminadas em
te, nos casos de alteração de zoneamento e omissos a esta Lei. (Re- áreas residenciais, de utilização imediata e cotidiana, observada a
dação dada pela Lei nº 1944/2021) dimensão prevista no nº 1, do inciso I, do § 4º, excetuando-se des-
§ 2º Os membros da Subcomissão de Zoneamento não serão ta dimensão as Sedes de entidades religiosas, Creches, Escolas e
remunerados por esta função específica. (Redação acrescida pela Pré-escolas:
Lei nº 1944/2021) 1.1. Albergues
Art. 17 - Compete ao presidente da Comissão de Zoneamento: 1.2. Armarinhos e aviamentos.
I - Marcar a data das reuniões da Comissão. 1.3. Asilos e orfanatos
II - Convocar os membros com no mínimo 3 (três) dias de an- 1.3. Ateliê de arte
tecedência. 1.4. Atividades profissionais não incômodas, exercidas indivi-
III - Apresentar as solicitações em reunião, para análise e pare- dualmente na própria residência ou atividades desenvolvidas como
cer dos membros presentes. comércio ou serviços observado o porte do estabelecimento.
IV - O Presidente da Comissão Municipal de Zoneamento - CMZ, 1.5. Barbearias e salão de beleza
poderá convidar, sempre que o assunto a ser tratado o exigir, outras 1.6. Bijuterias
personalidades ou técnicos especializados, para participarem das 1.7. Bombonieres e sorveterias
reuniões. (Redação acrescida pela Lei nº 1656/2016) 1.8. Boutiques e perfumarias
Art. 18. Os licenciamentos de qualquer atividade econômica 1.9. Cafés
considerada o grau de risco alto, perigosa, incômoda ou nociva, ob- 1.10. Casas lotéricas
servará a competência de cada órgão licenciador e as legislações 1.11. Chaveiros
existentes seja na esfera federal, estadual e municipal. (Redação 1.12. Comércio de Carnes
dada pela Lei nº 1944/2021) 1.13. Comércio de produtos para informática
I - Da aprovação pela Prefeitura Municipal, representada pelo 1.14. Confeitarias
órgão municipal de planejamento. 1.15. Consultórios odontológicos
II - De projetos detalhados das instalações para depuração dos 1.16. Consultórios médicos
resíduos ou efluentes líquidos e gasosos. 1.17. Correios e telégrafos
III - Dos equipamentos de prevenção e segurança, conforme 1.18. Creches
cada caso, devendo estar acompanhado de parecer técnico do ór- 1.19. Encadernadoras, livrarias e serviços de cópias reprográ-
gão responsável a nível estadual e federal. ficas
1.20. Entidades Financeiras, Factorings
CAPÍTULO II 1.21. Entidades de ensino
DA CLASSIFICAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 1.22. Escritório de prestação de serviços
1.23. Escritórios profissionais liberais
1.24. Escritório exclusivamente administrativo de atacadistas e
Art. 19 - Ficam classificados, definidos e relacionados os usos varejistas de quaisquer ramos, proibido manutenção de qualquer
e ocupação do solo, para implantação do Zoneamento na área ur- estoque
bana da Sede do Município de Primavera do Leste. (Redação dada 1.25. Escritório exclusivamente administrativo de transporta-
pela Lei nº 1062/2008) dora, proibido estacionamento de veículos de grande porte
§ 1º - Quanto às atividades e características: (Redação dada 1.26. Espaços desportivos
pela Lei nº 1062/2008) 1.27. Farmácias
I - Habitação: 1.28. Galeria de arte
1 - Unifamiliar - Habitação Unifamiliar: é a que constitui unida- 1.29. Entidades religiosas
de independente, não integrante de um grupo de edificações proje- 1.30. Imobiliárias
tadas e construídas em conjunto, e contendo apenas uma unidade 1.31. Joalherias e relojoarias
autônoma residencial; 1.32. Laboratórios e estúdios fotográficos
2 - Multifamiliar: - Habitação Multifamiliar: são duas ou mais 1.33. Laboratório de análises clínicas
unidades autônomas residências integradas numa mesma edifica- 1.34. Lanchonete
ção, construídas ou projetadas em conjunto, de forma a terem ele- 1.35. Lan-house
mentos construtivos em comum; 1.36. Locadoras de vídeo
3 - Mistas: - Construções em que hajam áreas destinadas a mo- 1.37. Manufaturas e artesanato
radias e áreas destinadas a outras atividades. (Redação dada pela 1.38. Mercearias e mini mercados
Lei nº 1818/2019) 1.39. Oficinas de bicicletas
II - Comércio e Serviços: Atividades pela qual fica definida uma 1.40. Oficinas de eletroeletrônicos
relação de troca, visando lucro e estabelecendo-se a circulação 1.41. Panificadoras (Fabricação de pães, bolos, massas e con-
de mercadorias, como comércio, e atividade remunerada ou não, gênere
pela qual fica caracterizado o préstimo de mão de obra ou assis- 1.42. Papelaria
tência de ordem intelectual ou espiritual. (Redação dada pela Lei 1.43. Pastelarias
nº 1818/2019) 1.44. Peixarias
Classificação Hierárquica do Comércio e Serviços: 1.45. Pequenas confecções
1.46. Pré-escola
1.47. Postos combustíveis e energias renováveis

207
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.48. Quitandas 2.41. Restaurantes


1.49. Representação Comercial - exclusivamente escritórios 2.42. Revendedoras e Locadoras de veículos exceto caminhões
1.50. Revistarias 2.43. Spá, Saunas e massagens
1.51. Sapatarias 2.44. Sede de entidades religiosas
1.52. Serigrafia 2.45. Veículos de comunicação em massa (rádios comunitários,
1.53. Serviços de entrega - Delivery FMs, AMs) - Exceto comunicação escrita e impressa.
1.54. Tabacaria 2.46. Vendas de móveis
1.55. Unidades de saúde pública ou privada 2.47. Vendas eletrodomésticos
1.56. Vidraçarias. (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) 2.48. Vidraçarias (Redação dada pela Lei nº 1944/2021)
1.57. Escritório administrativo com CNAE de qualquer tipo de 3 - Setoriais - Atividades de grande porte, destinadas a atender
Fabricação, para não impossibilitar a abertura de filiais, proibido de- a população em geral, observada a dimensão prevista no nº 3, do
senvolver esta atividade principal ou secundaria no endereço licen- inciso I, do § 4º, deste artigo:
ciado, sem manutenção de estoque inclusive para filiais. (Redação 3.1. Apart-hotéis
dada pela Lei nº 2104/2022) 3.2. Casas de espetáculos e shows
2 - Local - Atividades de médio porte de utilização intermitente 3.3. Centrais de abastecimentos de produtos e serviços
e mediata, destinada a atender determinado bairro ou zona, obser- 3.4. Centrais de carga e descarga
vada a dimensão prevista no nº 2, do inciso I, do § 4º, deste artigo, 3.5. Centros comerciais
excetuando-se desta dimensão as Sedes de entidades religiosas, 3.6. Centro de eventos
Creches, Escolas e Pré-escolas: 3.7. Circos
2.1. Academias desportivas 3.8. Clínicas veterinárias
2.2. Agências bancárias 3.9. Clubes
2.3. Agências de modelos e empregos 3.10. Depósitos de gás liquefeito (gl
2.4. Agências de publicidade 3.11. Edifícios garagem
2.5. Agências de viagens 3.12. Estacionamento de veículos
2.6. Alinhamento e balanceamento de veículos 3.13. Estações de rádio base
2.7. Ambulatórios 3.14. Estações de tratamento
2.8. Antiquários 3.15. Grandes escritórios
2.9. Atividades Recreativas 3.16. Grandes lojas
2.10. Auditórios 3.17. Hotéis
2.11. Borracharias 3.18. Lavagem e lubrificação de veículos
2.12. Cartórios 3.19. Lojas de materiais de construção
2.13. Cinemas 3.20. Motéis
2.14. Clínicas médicas 3.21. Museus
2.15. Clubes e soc. Recreativas 3.22. Pequenas funilarias
2.16. Comércio e serviços náuticos 3.23. Pequenas Serralherias
2.17. Comércio de ferramentas 3.24. Repetidoras (televisão, telefonia etc.)
2.18. Comércio de piscinas e produtos correlatos 3.25. Restaurantes
2.19. Comércio de flores 3.26. Shopping center
2.20. Comércio eletro-eletrônicos 3.27. Supermercados
2.21. Consertos de pequenas máquinas e equipamentos co- 3.28. Teatros
merciais 3.29. Unidades socioeducativas
2.22. Consultórios veterinários (sem internaçã 3.30. Viveiros de flores e árvores (Redação dada pela Lei nº
2.23. Correios - agência 1944/2021)
2.24. Editoras 4 - Gerais - Atividades destinadas a população em geral, as
2.25. Escolas profissionalizantes e técnicas quais por seu porte e natureza, exigem confinamento em áreas pró-
2.26. Estabelecimentos de ensino prias, observada a dimensão prevista no nº 3, do inciso I, do § 4º,
2.27. Estofarias e tapeçarias deste artigo:
2.28. Funerárias 4.1. Aeroclubes
2.29. Gráficas, parques gráficos e editoriais 4.2. Armazéns gerais
2.30. Laboratório de análises clínicas químicas 4.2. Beneficiamento de cereais e condimentos
2.31. Laboratórios radiológicos 4.3. Beneficiamento de madeiras
2.32. Lavanderias 4.4. Comércio atacadista
2.33. Lojas calçados e roupas 4.5. Com. de máquinas e equip. agrícolas pesadas
2.34. Lojas de conveniências 4.6. Com. equipamentos pesados
2.35. Lojas de utensílios domésticos 4.7. Com. produtos agropecuários
2.36. Malharias 4.8. Comércio de venenos e defensivos agrícolas
2.37. Mercados e supermercados 4.9. Cooperativas (depósito
2.38. Oficinas mecânicas e auto elétricas 4.10. Distribuidoras
2.39. Pensionatos 4.11. Depósitos de areia, pedra, inflamáveis, tóxicos e similares
2.40. Pizzarias 4.12. Fábricas de produtos de gesso e de concreto

208
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4.13. Fábricas de Tijolos, Telhas e Cerâmica 1 - Pequeno Porte - Construção com área não superior a 60,00
4.14. Fábricas de esquadrias metálicas m².
4.15. Funilarias de grande porte 2 - Médio Porte - Construção com área não superior a 400,00
4.16. Garagem de veículos para transporte de passageiros m².
4.17. Garagem de veículos para transporte de passageiros 3 - Grande Porte - Construção com área superior a 400,00 m².
4.18. Oficinas de funilaria e pintura (Redação dada pela Lei nº 1062/2008)
4.19. Marcenarias II - Em se tratando de estabelecimentos industriais:
4.20. Marmorarias 1 - Pequeno Porte - Construções e pátios de serviço ocupando
4.21. Retíficas de peças e motores área até 3.000,00 m².
4.22. Serralherias 2 - Médio Porte - Construções e pátios de serviço ocupando
4.23. Silos área até 15.000,00 m².
4.24. Tornearias 3 - Grande Porte - Construções e pátios de serviço ocupando
4.25. Transportadoras (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) área maior que 15.000,00 m². (Redação dada pela Lei nº 1062/2008)
III - Indústrias: Atividade pela qual resulta a produção de bens § 5º - Entre as Classificações Hierárquicas do Comércio e Servi-
pela transformação de insumos. As categorias de uso industrial ços, verifica-se especificamente para os casos de Vicinais, Locais e
compreendem: Setorias o seguinte:
1 - Uso de indústrias não incômodas: - São as que podem ade- I - todos os comércios e serviços Vicinais poderão instalar-se
quar-se aos mesmos padrões de usos não industriais, no que diz nas áreas destinadas aos serviços e comércios Locais e Setoriais;
respeito às características de ocupação dos lotes, de acesso, de II - todos os comércios e serviços Locais poderão instalar-se nas
localização, de tráfego, de serviços urbanos e aos níveis de ruído áreas destinadas aos serviços e comércios Setoriais. (Redação dada
de vibração e de poluição ambiental, poluição hídrica, geração de pela Lei nº 1062/2008)
resíduos sólidos ou periculosidade. § 6º Os cemitérios em detrimento de suas particularidades es-
2 - Uso de indústrias diversificadas: - Indústrias que implicam truturais, operacionais e de meio ambiente, somente poderão ser
na fixação de padrões específicos referentes às características de instalados e desenvolver suas atividades em Zona de Expansão Ur-
ocupação dos lotes, de acesso, de localização, de tráfego, de ser- bana - ZEU ou Zona Rural desta municipalidade. (Redação acrescida
viços urbanos e aos níveis de ruído de vibração e de poluição am- pela Lei nº 2104/2022)
biental.
3 - Uso de indústrias incomodas: - Estabelecimentos industriais CAPÍTULO III
cujo funcionamento possa causar prejuízos à saúde, à segurança, CORREDORES DE COMÉRCIO E SERVIÇO
ao bem-estar público e à integridade da flora e da fauna regional,
mesmo obedecida legislação específica quanto a poluição sonora, Art. 20 - Visando a compatibilização do uso do solo com o siste-
poluição atmosférica, poluição hídrica, geração de resíduos sóli- ma viário e os principais acessos aos bairros, estimula-se os corre-
dos, vibração ou periculosidade, somente podendo ser instaladas dores de comércio e serviço.
em Zonas Exclusivamente Industrial. (Redação dada pela Lei nº Art. 21 - Os corredores de comércio e serviço estão identifica-
1062/2008) dos nos mapas que acompanham a Lei Municipal nº 1000, de 19 de
§ 2º - Quanto à natureza: julho de 2007, suas posteriores alterações ou outra norma que lhe
I - Perigosos - Usos que possam dar origem a explosões, incên- vier a suceder. (Redação dada pela Lei nº 1062/2008)
dios, trepidações, produção de gases, poeiras, exalações e detritos Art. 22 Ficam beneficiados com o uso e parâmetros de ocupa-
danosos à saúde ou que, eventualmente, possam por em perigo ção do solo, os imóveis lindeiros às vias que compõem os corredores
pessoas ou propriedades circunvizinhas. de comércios e serviços identificados nos mapas que acompanham
II - Incômodos: - Usos que possam produzir ruídos, trepidações, a Lei Municipal nº 1000, de 19 de julho de 2007, suas posteriores
gases, poeiras, exalações ou conturbações no tráfego, causar preju- alterações ou outra norma que lhe vier a suceder.
ízos à saúde, à segurança, ao bem-estar público e à integridade da § 1º - Excepcionando o Anexo II, da Lei Municipal nº 497, de 17
flora e da fauna regional, mesmo obedecida legislação específica de junho de 1998, alterada pela Lei Municipal nº 1.062, de 24 de ju-
quanto a poluição sonora, poluição atmosférica, poluição hídrica, nho de 2008, terão Taxa de Ocupação de 90 % (noventa por cento),
geração de resíduos sólidos, vibração ou periculosidade, que ve- os imóveis localizados nos logradouros abaixo descritos:
nham a incomodar a vizinhança. I - Em todas as Avenidas do Município de Primavera do Leste,
III - Nocivos: - Usos que impliquem na manipulação de ingre- que estejam classificadas em relação ao uso permitido como de co-
dientes, matérias primas ou processos que prejudiquem a saúde ou mércio e serviços vicinais, locais, setoriais e gerais, exceto aquelas
cujos resíduos líquidos ou gasosos posam poluir a atmosfera ou os compreendidas em áreas pertencentes a Zona Industrial e Zona Ex-
cursos d`água. clusivamente Industrial;
IV - Inofensivos: - Usos que não causam danos de nenhuma II - em toda extensão da Rua do Comércio;
espécie. (Redação dada pela Lei nº 1062/2008) III - em toda a extensão da Rua São Paulo;
§ 3º - Quanto ao grau de adequação à Zona ou ao Setor: IV - em toda a extensão da Rua Olivério Porta;
I - Recomendados - Adequados à zona. V - em toda extensão da Rua Rio de Janeiro;
II - Proibidos: - Inadequados à zona. (Redação dada pela Lei nº VI - em toda extensão da Rua Piracicaba;
1062/2008) VII - em toda extensão da Avenida Florianópolis.
§ 4º - Quanto à Escala:
I - Em se tratando de estabelecimentos comerciais e de presta-
ção de serviços:

209
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º - Excepcionando o Anexo II, da Lei Municipal nº 497, de 17 II - Áreas de Preservação Permanente dividem-se em:
de junho de 1998, alterada pela Lei Municipal nº 1.062, de 24 de 1 - Áreas ao Longo dos Rios ou Qualquer Curso D`água - A pre-
junho de 2008, terão Taxa de Impermeabilização de 95 % (noventa servação será medida horizontalmente desde seu nível d`água mais
e cinco por cento), os imóveis localizados nos logradouros abaixo alto em faixa marginal, denominada de proteção ciliar, cuja largura
descritos: mínima deverá obedecer a seguinte tabela:
I - Em todas as Avenidas do Município de Primavera do Leste,
que estejam classificadas em relação ao uso permitido como de co- Faixa Marginal com Largu- LARGURA DO RIO (metros)
mércio e serviços vicinais, locais, setoriais e gerais, exceto aquelas ra Mínima de Preservação LARGURA DO RESERVAT.
compreendidas em áreas pertencentes a Zona Industrial e Zona Ex- de cada lado do Rio, Lago (metros)
clusivamente Industrial; ou Reservatório de Água
II - em toda extensão da Rua do Comércio; Natural ou Artificial
III - em toda a extensão da Rua São Paulo;
IV - em toda a extensão da Rua Olivério Porta; 50 m 0 a 10
V - em toda extensão da Rua Rio de Janeiro; 50m 10 a 50
VI - em toda extensão da Rua Piracicaba.
100m 50 a 200
§ 3º - Os terrenos com testada para a Rua Rio de Janeiro, Rua
São Paulo, Rua do Comércio, Rua Olivério Porta, Rua Piracicaba e 200m 200 a 600
Avenida Florianópolis, passam a integrar a Zona de Serviço 1. (Re- 500m acima de 600
dação dada pela Lei nº 1140/2010)
Art. 23 - Nos corredores de comércio e serviços, a altura máxi- 2 - Áreas ao redor de Lagoas, Lagos ou Reservatórios de Água
ma permitida será aquela prevista no Anexo II, da Lei Municipal nº Natural ou Artificial - A preservação será medida horizontalmente,
1000, de 19 de julho de 2007, consideradas as suas peculiaridades. em faixa marginal cuja largura mínima será de 50 m, a partir do ní-
(Redação dada pela Lei nº 1062/2008) vel mais alto, aumentando proporcionalmente conforme quadro de
faixa marginal com largura mínima de preservação acima.
CAPÍTULO IV 3 - Áreas Onde se Encontram as Nascentes Temporárias ou
FUNDOS DE VALE Permanentes, Inclusive Olhos D`Água e Veredas a preservação será
medida horizontalmente com faixa mínima de 50 m a partir de sua
Art. 24 - Ficam definidos os seguintes parâmetros, para efeito margem, de forma que as nascentes sejam protegidas.
da proteção necessária aos recursos hídricos do Município: III - Faixa de Drenagem são faixas de terreno compreendendo
I - Áreas de Proteção de Fundos de Vale são áreas localizadas os cursos d`água ou fundos de vale dimensionadas de forma a ga-
nas imediações ou no fundo de vale, sujeitas a inundações e/ou rantir o perfeito escoamento das águas pluviais das bacias hidrográ-
erosão, ou que possam acarretar transtornos à coletividade por ficas, obedecendo os seguintes requisitos:
uso inadequado. Estas áreas, determinadas pelo órgão municipal 1 - Apresentar uma largura mínima de forma a acomodar satis-
de meio-ambiente, devem ser preservadas de acordo com suas ca- fatoriamente um canal aberto (valeta), cuja seção transversal seja
racterísticas, obedecendo a legislação vigente e nas seguintes con- capaz de escoar as águas pluviais da bacia hidrográfica à montante
dições: do ponto considerado.
1 - As áreas de proteção dos fundos de vale em novos projetos 2 - Para determinação da seção de vazão, deverá a bacia hidro-
de loteamento serão doadas ao município, sem serem computadas gráfica ser interpretada como totalmente urbanizada e ocupada.
no cálculo das áreas mínimas a serem doadas, conforme legislação 3 - Os elementos necessários aos cálculos de dimensionamento
pertinente. hidráulico, tais como intensidade de chuvas, coeficiente de escoa-
2 - Só poderão ser realizadas canalizações, desvios das margens mento “run-of”, tempo de concentração, coeficiente de distribuição
e obras de arte sobre os cursos d`água, com a prévia licença dos de chuvas, tempo de recorrência, etc., serão definidos por órgãos
órgãos ambientais, que deverão exigir projetos que sejam submeti- técnicos competentes, levando sempre em consideração as condi-
dos à aprovação. Tais projetos apresentarão soluções para execução ções mais críticas.
das obras julgadas convenientes, assegurando fácil escoamento das 4 - Para efeito de pré-dimensionamento, na estimativa das se-
águas. A execução das obras necessárias é de responsabilidade do ções transversais das faixas de drenagem, deverá ser obedecida a
interessado. tabela seguinte:
3 - No que concerne ao uso do solo, as áreas de proteção de
fundos de vale deverão sempre atender, prioritariamente, aos
parques lineares, envolvendo atividades destinadas à prática de ÁREA CONTRIBUINTE DA FAIXA DE DRENAGEM
recreação, esporte, lazer, e proteção ambiental. Também poderão BACIA (Hectares)
ser implantadas edificações residenciais, comerciais e públicas, de 0 a 25 04
pequeno porte, se estas não causarem danos ao meio ambiente,
25 a 50 06
principalmente no que diz respeito ao destino dos efluentes, que
deverão ser conduzidos para rede pública ou fossa séptica apropria- 50 a 75 10
da. As características naturais das áreas de fundo de vale devem ser 75 a 100 15
mantidas; ou seja, a vegetação não pode ser retirada e, se necessá-
ria, deve ser restaurada para evitar que o solo seja conduzido para 100 a 200 20
o leito dos córregos através de erosão, criando problemas para o 200 a 350 25
perfeito escoamento das águas.

210
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

350 a 500 30 Parágrafo Único - Os loteamentos, desmembramentos e re-


membramentos efetivados em inventários, por decisão amigável
500 a 700 35 ou judicial, para extinção de comunhão de bens ou qualquer outro
700 a 1000 40 título, também são obrigados a seguir o disposto na presente Lei.
Art. 2º Para efeitos desta lei, o loteador é o principal responsá-
1000 a 1300 50
vel pela execução do projeto de parcelamento do solo urbano, res-
1300 a 1500 60 pondendo, civil e penalmente, na forma da legislação vigente, pela
1500 a 1700 70 inexecução ou pela sua execução em desrespeito às normas legais.
Art. 3º As obrigações assumidas pelo loteador perante o Mu-
1700 a 2000 80 nicípio estendem-se aos adquirentes de lotes, aos seus sucessores
2000 a 5000 100 ou a quem quer que, a qualquer título, utilize-se do solo parcelado.
5000 a 10000 150 § 1º - O loteador não pode transferir a terceiro as obrigações
assumidas com a execução das obras referidas no Capítulo VI desta
10000 a 20000 200 Lei.
20000 a mais 250 § 2º - Para fins previstos neste artigo, o loteador, os adquirentes
de lotes e seus sucessores farão sempre constar nos contratos de
(Redação dada pela Lei nº 1062/2008) alienação a obrigatoriedade de respeito às restrições e obrigações a
que está sujeito o loteamento, sob pena de responsabilidade.
Art. 25 - Dependendo da categoria dos cursos D`água ou cór- Art. 4º Embora satisfazendo as exigências da presente Lei, qual-
rego, ou mesmo em função da topografia, o órgão municipal de quer projeto de parcelamento pode ser recusado ou alterado, total
meio-ambiente poderá admitir ou mesmo exigir aterros, movimen- ou parcialmente, pelo Município, tendo em vista:
tos de terra, respeitadas as faixas mínimas de drenagem e faixa de I - As diretrizes municipais para o uso e ocupação do solo esta-
preservação permanente ou a solução técnica proposta e aprovada. belecidas no Plano Diretor e Leis Complementares do mesmo;
Art. 26 - Todos os proprietários de imóvel ficam obrigados a II - As diretrizes de desenvolvimento regional definidas em pla-
executar as obras necessárias ao pronto escoamento das águas plu- nos oficiais em vigor;
viais caídas sobre a superfície livre do terreno, não sendo permitida, III - Defesa de recursos naturais ou paisagísticos do Município;
em hipótese alguma, a sua drenagem na rede coletora de esgotos. IV - Evitar o excessivo número de lotes subutilizados, com con-
Art. 27 - Quando da ocupação das áreas de proteção de fundo seqüente aumento de investimento por parte do poder público em
de vale, com edificações, o órgão de planejamento municipal de- obras de infra-estrutura e custeio de serviços públicos.
finirá os recuos que devem ser observados para a implantação da Art. 5º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins
obra, levando em consideração o disposto na legislação municipal, urbanos em glebas situadas em áreas urbanas, definidas por Lei do
estadual e federal pertinente. Perímetro Urbano e cumpridos os requisitos urbanísticos mínimos.
Art. 28 - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação, Parágrafo Único - Somente serão loteadas as glebas com acesso
revogando as disposições em contrário. direto à via pública, em boas condições de trafegabilidade, a critério
do Poder Público.
GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL Em 17 de junho de 1998 Art. 6º O parcelamento do solo não será permitido nos seguin-
tes casos:
I - Em terrenos situados nos fundos de vale essenciais para o
PARCELAMENTO DO SOLO URBANO DO MUNICÍPIO DE escoamento natural das águas e/ou abastecimento público;
PRIMAVERA DO LESTE - LEI MUNICIPAL Nº 498, DE 17 DE II - Nas nascentes, mesmo nos chamados “olhos-d`água”, seja
JUNHO DE 1998 E SUAS ALTERAÇÕES. qual for a sua situação topográfica;
III - Em terrenos que tenham sido aterrados com material noci-
LEI Nº 498 DE 17 DE JUNHO DE 1998 vo à saúde, sem que tenham sido previamente saneados;
IV - Em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta
DISPÕE SOBRE O PARCELAMENTO DO SOLO URBANO DO MU- por cento);
NICÍPIO DE PRIMAVERA DO LESTE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. V - Terrenos onde exista degradação da qualidade ambiental,
A CÂMARA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE, ESTADO DO até a sua correção;
MATO GROSSO, APROVOU E EU, PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO VI - Em terrenos onde as condições geológicas e topográficas
A SEGUINTE LEI: não aconselham a edificação;
VII - Em terrenos alagadiços e sujeitos à inundação, antes de
CAPÍTULO I tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas.
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO II
Art. 1º O parcelamento do solo urbano da sede do Município DAS DEFINIÇÕES
de Primavera do Leste será feito através de loteamento, desmem-
bramento ou remembramento, cujos projetos devem observar as Art. 7º Para efeito de aplicação da presente Lei são adotadas as
disposições desta Lei, que complementa, com normas específicas seguintes definições:
de competência do Município, a Lei Federal 6.766/79 e demais dis- I - Área Total do Parcelamento: É a gleba que o loteamento,
posições sobre a matéria. desmembramento ou remembramento abrange;

211
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - Área de Domínio Público: É a área ocupada pelas vias de II - Loteamento de acesso controlado; (Redação dada pela Lei
circulação, praças, jardins, parques e bosques - que não poderão, nº 1943/2021)
em nenhum caso, ter seu acesso restrito; II-A - Condomínio de Lotes; (Redação acrescida pela Lei nº
III - Área Total dos Lotes: É a resultante da diferença entre a 1943/2021)
área total do parcelamento e a área de domínio público; II-B - Condomínio Edilício de Lotes integrado à Edificação; (Re-
IV - Arruamento: É o ato de abrir via ou logradouro destinados dação acrescida pela Lei nº 1943/2021)
à circulação ou utilização pública; III - Para fins industriais;
V - Caixa da Rua: É a largura total da via pública, medida entre IV - Loteamentos Mistos (residencial e comercial).
os alinhamentos prediais; V - Para fins comerciais e de serviços; (Redação acrescida pela
VI - Loteamento de acesso controlado: modalidade de lotea- Lei nº 2142/2022)
mento, cujo controle de acesso será regulamentado por ato do po- § 2º - Quanto à localização, deverão ser observados os parâme-
der público Municipal, sendo vedado o impedimento de acesso a tros de uso e ocupação do solo estabelecidos na Lei de Zoneamento
pedestres ou a condutores de veículos, não residentes, devidamen- e normas de proteção ambiental.
te identificados ou cadastrados, nos termos do §8º do art. 2º da Lei
Federal nº 6.766; (Redação dada pela Lei nº 1943/2021) SEÇÃO I
VI-A - Condomínio de Lotes:composto de lotes de terreno, de- DOS REQUISITOS COMUNS A TODOS OS PARCELAMENTOS
nominados de unidades imobiliárias, sem edificação privativa, so-
mente com as edificações das áreas comuns, nos termos do Art.
1.358-A do Código Civil; (Redação acrescida pela Lei nº 1943/2021) Art. 9º Os loteamentos deverão atender pelo menos os seguin-
VI-B - Condomínio edilícios de Lotes Integrado à Edificação: tes requisitos:
composto de lotes de terreno, denominados de unidades imobiliá- I - Todo projeto de loteamento deverá incorporar no seu traça-
rias, com edificação na área privativa e nas áreas comuns, nos ter- do viário os trechos que o Poder Público indicar, para assegurar a
mos do Art. 8º, alínea “a”, da Lei Federal nº 4.591; (Redação acres- continuidade do sistema viário geral da cidade.
cida pela Lei nº 1943/2021) II - O comprimento máximo da quadra será igual a 150,00 (cen-
VII - Desmembramento: É a subdivisão de glebas em lotes, com to e cinquenta) metros e a largura mínima igual, de 80,00 (oitenta)
aproveitamento do sistema viário existente e registrado, desde que metros;
não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem III - As vias de loteamento deverão articular-se com as vias ad-
no prolongamento; modificação ou ampliação dos já existentes; jacentes oficiais existentes ou projetadas e harmonizar-se com a
VIII - Equipamentos Comunitários: São os equipamentos pú- topografia local.
blicos de educação, cultura, saúde, lazer, segurança e assistência IV - A hierarquia viária deverá respeitar as diretrizes de arrua-
social; mento constantes na Lei do Sistema Viário ou as dimensões míni-
IX - Equipamentos Urbanos: São os equipamentos públicos de mas das alíneas deste inciso:
abastecimento de água, coleta de esgoto, fornecimento de energia a) Quando se tratar de via estrutural (vias expressas), conforme
elétrica, coleta de água pluvial e telefonia; parâmetros estabelecidos pelo Órgão Público:
X - Faixa Não-Edificável (“Non aedificandi”): Área da gleba onde - Largura mínima da caixa da rua: 30,00 (trinta) metros;
não será permitida qualquer construção, salvo aquelas necessárias - Duas pistas de rolamento de 9,00 (nove) metros cada uma,
à correção e proteção de margens de cursos d`água, barrancos e separadas por um canteiro longitudinal de 3,00 (três) metros de lar-
sistemas de circulação, a critério do Poder Público; gura, no mínimo;
XI - Loteamento: É a subdivisão de glebas em lotes, com aber- - Largura mínima de cada passeio: 4,50 m (quatro metros e cin-
tura ou efetivação de novas vias de circulação, de logradouros pú- quenta centímetros;
blicos, prolongamento ou modificação das vias existentes; - Não poderão terminar em ruas sem saída.
XII - Parcelamento do Solo: Ato de subdividir ou desmembrar b) Quando se tratar de via coletoras (principais), de caráter lo-
glebas e lotes; cal:
XIII - Remembramento: É a fusão de lotes com o aproveitamen- - Largura mínima da caixa da rua: 20 (vinte) metros;
to do sistema viário existente; - Largura mínima da pista de rolamento: 12,00 (doze) metros;
XIV - Testada: É a linha que separa o logradouro público da pro- - Largura mínima de cada passeio: 4,00 (quatro) metros.
priedade particular; c) Quando se tratar de vias locais:
XV - Via de Circulação: É a via destinada à circulação de veículos - Largura mínima da caixa da rua: 15,00 (Quinze) metros;
e pedestres. - Largura da pista de rolamento: 9,00 (nove) metros;
- Largura mínima de cada passeio: 3,00 (três) metros.
CAPÍTULO III d) Vias exclusivas de pedestres: 6,00 (seis) metros.
DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS PARA LOTEAMENTO V - Os parcelamentos situados ao longo de rodovias e ferrovias
Federais, Estaduais ou Municipais deverão conter ruas marginais
Art. 8º Os requisitos urbanísticos serão em função do fim a que paralelas à faixa de domínio das referidas estradas, com largura mí-
o loteamento se destina e a área do perímetro urbano onde se lo- nima de 15,00 (quinze) metros, atendendo às dimensões mínimas
calizar a gleba. respectivas:
§ 1º - Quanto aos fins, serão válidas as exigências da seção cor- a) Pista de rolamento igual a 8,00 (oito) metros;
respondente, para além daquelas fixadas na Seção I deste Capítulo, b) Passeio lateral à faixa de domínio igual a 4,50 m (quatro me-
e poderão destinar-se: tros e cinqüenta centímetros);
I - Loteamentos Residenciais e Populares;

212
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Passeio do lado do alinhamento predial: 2,50 m (dois metros § 4º Pode o loteador sugerir qual equipamento comunitário
e cinqüenta centímetros). será construído, cabendo ao Poder Executivo a decisão final sobre a
VI - Possuir infra-estrutura básica constituída por vias abertas e escolha deste, seja mediante aceite da sugestão ou nova proposta,
dotadas de meio-fio e pavimentação asfáltica, obras de escoamento bem como, a determinação exata de seu local, observadas as se-
de águas pluviais, redes de abastecimento de água e energia elétri- guintes premissas; (Redação dada pela Lei nº 2177/2023)
ca, além de terrenos e quadras devidamente demarcados, obras e I - Para fins desta Lei, será considerada a razão de uma criança
serviços estes sob responsabilidade e ônus do loteador. ou adolescente para cada 03 (três) lotes que possivelmente utilizar-
VII - O loteador será obrigado a deixar a faixa “non aedificandi”, -se-ão de Creche ou Escola Pública;
como reserva, nas seguintes situações: II - Para fins desta Lei, será de 30 (trinta) o número de alunos
a) Ao longo dos rios, córregos ou das águas dormentes: mínimo por sala;
de 30,00 (trinta) metros de cada lado de suas margens - para garan- III - Para todos os loteamentos será exigido um equipamento
tir o escoamento das águas de superfície - medidos horizontalmen- comunitário de educação que deve contar com:
te desde o seu nível mais alto; a) número de salas de aula em resultado obtido entre a divisão
b) Ao longo das faixas de domínio público, das rodovias, ferro- do número de lotes pelo número de alunos por sala nos termos do
vias, linhas de transmissão de energia elétrica de alta tensão e ou- inciso II, deste § 4º, e, a divisão do resultado pela razão encontrada
tros: 15,00 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências no inciso I, também deste § 4º;
dos órgãos competentes; b) além das salas de aula previstas na alínea “a” deste inciso,
c) Em terrenos onde for necessária a sua preservação para o deverá o loteador construir, por equipamento, mais três salas com
sistema de controle da erosão urbana; finalidades administrativas. (Redação dada pela Lei nº 1894/2020)
d) Em locais destinados a implantação de equipamentos urba- c) Todas as salas mencionadas nas alíneas “a” e “b” terão 48,00
nos definidos no Plano Diretor. m² (quarenta e oito metros quadrados), sendo tal medida decom-
VIII - Ter parecer favorável de órgão público ambiental. posta em largura de 06,00 (seis) metros e comprimento de 08 (oito)
Art. 10 - Em novos loteamentos, desmembramentos e remem- metros;
bramentos, as áreas mínimas dos lotes, bem como as testadas são d) Os resultantes das divisões mencionadas na alínea “a”, que
definidas na Lei de Zoneamento e Uso do Solo, não podendo ter não resultarem em número inteiro, serão arredondados para o nú-
área inferior a 225,00m2 (duzentos e vinte e cinco metros quadra- mero inteiro imediatamente superior.
dos) e testada mínima de 12,00m (doze metros). (Redação dada IV - Para loteamentos com mais de 1.000 (um mil) lotes, serão
pela Lei nº 528/1999) exigidos equipamentos comunitários de educação e de saúde nos
Art. 11 O proprietário de gleba a ser loteada será obrigado a seguintes termos:
ceder ao Município, sem ônus para este, por escritura pública, as a) o equipamento comunitário de educação obedecerá os parâ-
seguintes áreas: metros do inciso III, deste § 4º;
I - A utilizada pelas vias públicas que compõem o arruamento b) o equipamento comunitário de saúde será calculado na
do loteamento; proporção de 0,38 m² por terreno, de área fechada e construída,
II - Reserva técnica, destinada à implantação de equipamen- respeitando os parâmetros da alínea d) do inciso III deste mesmo
tos urbanos e comunitários, correspondente a 9% (nove por cento artigo. (Redação dada pela Lei nº 1894/2020)
inteiros) da área parcelada a partir da publicação desta Lei, sendo V - A depender da oportunidade e conveniência, desde que de-
reduzida em 1% (um por cento inteiros) a cada ano subsequente vidamente justificado em documento que será arquivado junto ao
até chegar ao mínimo de 6% (seis por cento inteiros), ou seja, da processo de aprovação do loteamento, os equipamentos comuni-
área líquida, cuja localização será indicada pelo Município quando tários exigíveis previstos neste artigo poderão ser substituídos por
da consulta prévia; (Redação dada pela Lei nº 2142/2022) outros, tais como:
III - 10% (dez por cento) para áreas verdes, incluindo praças a) Quadras Poliesportivas;
públicas, parques e canteiros centrais. (Redação dada pela Lei nº b) Pistas de Caminhada;
2142/2022) c) Imóveis destinados ao Serviço Social;
§ 1º A percentagem das áreas públicas previstas nos incisos I, d) imóveis destinados à educação que por sua peculiaridade
II e III deste artigo quando somadas não poderá ser inferior a 35% não possam ser contemplados nos moldes do inciso III, deste pa-
(trinta e cinco por cento) da gleba, salvo nos loteamentos destina- rágrafo;
dos ao uso industrial, cujos lotes sejam maiores do que 15.000m² e) imóveis destinados a saúde que por sua peculiaridade não
(quinze mil metros quadrados), situação em que o percentual pode- possam ser contemplados nos moldes do inciso IV, deste parágrafo;
rá ser reduzido. (Redação dada pela Lei nº 2142/2022) f) imóveis destinados ao fomento da cultura;
§ 2º As áreas das faixas não-edificáveis ao longo das águas g) imóveis destinados ao fomento do emprego e renda;
correntes e dormentes, das rodovias, ferrovias, dutos e linhas de h) imóveis destinados ao fomento da ciência e tecnologia;
transmissão de energia elétrica de alta tensão não poderão ser i) outros imóveis, abertos ou fechados, destinados a atender a
computadas para efeito dos percentuais exigidos no inciso II deste população local na salvaguarda de seus direitos fundamentais;
artigo, mas poderá ser computada no percentual indicado no Inciso j) obras de infraestrutura, revitalização, recuperação ambien-
III. (Redação dada pela Lei nº 2142/2022) tal, desde que não sejam no loteamento proposto; (Redação dada
§ 3º O loteador obriga-se a erigir um equipamento comunitário pela Lei nº 2177/2023)
nos termos do inciso VIII, do artigo 7º, desta Lei. k) projetos arquitetônicos de interesse do município, desde
que não sejam em benefício do loteamento proposto. (Redação
acrescida pela Lei nº 2177/2023)

213
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI - Quando houver a opção pela exigência das obras constan- SEÇÃO II


tes no inciso V, deste Parágrafo, será utilizado o indicador mone- DOS LOTEAMENTOS RESIDENCIAIS E POPULARES
tário denominado Custo Unitário Básico (CUB), nos termos do art.
54, da Lei Federal nº 4.591, de 16 de dezembro de 1.964, ou outra
norma que oficialmente lhe substitua, para determinar o valor a ser Art. 12 - São classificados como loteamentos residenciais os
investido pelo loteador. (Redação dada pela Lei nº 1744/2018) que serão concretizados pela iniciativa privada, sem interferência
VII - No caso da aplicação do Custo Unitário Básico, o Poder do Poder Público ou órgãos financeiros, na sua execução e comer-
Executivo tomará por base o investimento que seria necessário para cialização.
o equipamento comunitário previsto no inciso III, deste parágrafo, Parágrafo Único - Para a implantação dos loteamentos residen-
para criar a equivalência reveladora do investimento que será efe- ciais deverão ser observados os parâmetros estipulados na Seção I
tuado pelo loteador. deste Capítulo.
VIII - Caso determinada obra prevista dentre as alíneas do inci- Art. 13 - Considera-se loteamento popular aquele executado
so V, deste parágrafo não alcancem o valor de equivalência com o para atender programas especiais de habitação, como desfavela-
investimento que seria necessário para o equipamento comunitá- mento, conjunto habitacionais populares e programas em sistema
rio previsto no inciso III, também deste parágrafo, deverá haver a de mutirão, com participação do Poder Público e/ou instituições fi-
cumulação com outra obra. nanceiras oficiais.
IX - Havendo necessidade, o Poder Executivo poderá ceder me- § 1º - A localização dos loteamentos populares depende de
diante convênio os equipamentos comunitários para outros Entes análise do Órgão Público, que considerará nestas decisões dispo-
da Federação. sições do Plano Diretor, Lei de Zoneamento e Uso do Solo, além de
§ 5º Os projetos técnicos necessários à construção do equipa- concepções de desenvolvimento do Município.
mento comunitário serão, preferencialmente, elaborados pelo Po- § 2º - O arruamento deverá ser projetado levando em conta as
der Executivo, podendo, contudo, serem doados pelo loteador sem seguintes exigências:
ônus para o município, mediante avaliação e aprovação deste;(Re- I - Deve permitir circulação interna no loteamento, com vias
dação dada pela Lei nº 2177/2023) de escoamento que se integrem harmonicamente ao sistema viário
§ 6º Caso o loteador não dispuser de meios para construir a existente;
citada obra deverá disponibilizar o valor equivalente em terrenos II - Ruas de circulação interna com largura mínima de 12,00
cuja localização será definida pelo Poder Executivo. (doze) metros, sendo 7,00 (sete) metros para pista de rolamento
§ 7º Além das exigências constantes do § 4º deste artigo, será e 2,50 m (dois metros e cinqüenta centímetros) para cada passeio
ainda de responsabilidade do loteador as placas de sinalização do lateral à pista;
trânsito nos termos do Anexo II, da Lei Federal nº 9.503, de 23 de III - As ruas internas que se integram como projeção das vias já
setembro de 1997, qual seja o Código de Trânsito Brasileiro, apro- definidas no sistema viário existente deverão apresentar medidas
vado pela Resolução nº 160, de 22 de abril de 1994, do Conselho similares às estabelecidas nos incisos IV e V do artigo 9º desta Lei.
Nacional de Trânsito (CONTRAN), ou outra norma que oficialmente § 3º - Os lotes dos loteamentos populares não poderão ter área
lhe substituir. inferior a 180,00 m2 (cento e oitenta metros quadrados) e nem tes-
§ 8º Também são de responsabilidade do loteador as placas tada menor que 8,00 (oito) metros.
contendo a denominação das vias públicas, instaladas em locais de- § 4º - A infra-estrutura mínima a ser executada nestes lotea-
finidos pelo Departamento de Engenharia do Município. mentos será determinada pelo Município.
§ 9º Nos denominados loteamentos de acesso controlado, Art. 13-A Considera-se conjunto habitacional ou loteamento
condomínios de lotes ou condomínio edilício de lotes integrado à de interesse social aquele executado para atender demandas ha-
edificação serão exigidas normalmente os equipamentos comunitá- bitacionais de baixo custo, visando reduzir o déficit habitacional no
rios de educação e saúde nos termos do § 4º, deste artigo, estando município e dar acesso a moradia digna atendendo população baixa
localizadas preferencialmente no entorno da área restrita do lotea- renda.
mento. (Redação dada pela Lei nº 1943/2021) § 1º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins
§ 10 Estão dispensados das obras previstas no § 4º, os lotea- habitacionais declarados de interesse social em áreas de zonea-
mentos que possuam menos de 100 (cem) lotes, aplicando-se po- mento de interesse social, em zonas urbanas ou de expansão urba-
rém a exigência quando o loteador investir em outro loteamento na assim definidas em lei;
em área limítrofe ou não, e a soma dos lotes deste novo loteamento § 2º Cabe ao Poder Executivo Municipal a declaração do lotea-
com o loteamento já existente igualar ou superar a quantia de 100 mento ou conjunto habitacional como de interesse social;
(cem) lotes. § 3º Os lotes dos conjuntos habitacionais ou loteamentos de
§ 11 Havendo interesse público justificado, a área institucional interesse social não poderão ter área inferior a 140,00 m² (cento e
poderá ser localizada em área nas adjacências do loteamento. (Re- quarenta metros quadrados) e nem testada menor que 7,00 (sete
dação dada pela Lei nº 2177/2023) metros); (Redação dada pela Lei nº 2151/2023)
§ 12 As obras previstas no § 4º deverão ser concluídas e en- § 4º O arruamento respeitará o disposto no § 2º do Artigo 13
tregues no prazo de 24 (vinte e quatro) meses a contar da data da desta Lei;
ciência da notificação. (Redação dada pela Lei nº 2127/2022) § 5º Os conjuntos habitacionais ou loteamento de interesse so-
§ 13 Na ausência de marco indicado em Lei, o marco passa a ser cial poderão integrar programas do Governo Federal ou do Governo
a notificação do município para a execução da obra, indicando qual Estadual, devendo a determinação estar inserida no ato de registro
a obra a ser executada. (Redação acrescida pela Lei nº 2127/2022) do parcelamento no Cartório de Registro de Imóveis competente;

214
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 6º A Prefeitura Municipal pode participar dos empreendi- SEÇÃO III-A


mentos de interesse social para viabilizar a implantação do progra- DOS CONDOMÍNIOS DE LOTES E EDILÍCIO DE LOTES
ma habitacional de interesse social, casos em que: INTEGRADOS À EDIFICAÇÃO
I - Será necessário que sejam destinados às famílias com renda (REDAÇÃO ACRESCIDA PELA LEI Nº 1943/2021)
familiar de até 05 (cinco) salários-mínimos;
II - A seleção dos interessados deverá ser avaliada e acompa- Art. 16-A São considerados como condomínios de lotes e edilí-
nhada pela Secretaria de Assistência Social do Município: cio de lotes integrados à edificação os que se enquadram na defini-
§ 7º Para aprovação do conjunto habitacional ou loteamento ção constante nos incisos VI e VI-A do art. 7º desta Lei.
de interesse social, será exigida documentação na forma do Artigo § 1º O parcelamento de glebas em unidades isoladas entre si,
53-A da Lei Federal nº 6.766/1979. (Redação acrescida pela Lei nº sob forma de condomínio de lotes, poderá ser alienado no todo
2142/2022) ou em parte, cada unidade constituindo-se em propriedade autô-
noma, sujeitas às limitações que a Lei Regulamentar definir, res-
SEÇÃO III peitadas suas exigências mínimas. (Redação acrescida pela Lei nº
DOS LOTEAMENTOS DE ACESSO CONTROLADO (REDAÇÃO 1943/2021)
DADA PELA LEI Nº 1943/2021)
SEÇÃO IV
Art. 14. São considerados como loteamentos de acesso contro- DOS LOTEAMENTOS PARA FINS INDUSTRIAIS, COMERCIAIS E
lado os que se enquadram na definição constante no inciso VI do DE SERVIÇOS (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 2142/2022)
art. 7º desta Lei.
§ 1º O parcelamento de glebas em unidades isoladas entre si, Art. 17 A localização, dimensões mínimas e outros requisitos
sob forma de loteamento de acesso controlado, poderá ser aliena- para a implantação de loteamentos industriais, comerciais e de ser-
do no todo ou em parte, cada unidade constituindo-se em proprie- viços são aqueles definidos na Lei de Zoneamento e Uso do Solo
dade autônoma, respeitadas as exigências mínimas desta Lei. Urbano e/ou regulamentação específica. (Redação dada pela Lei nº
§ 2º Os loteamentos de que trata o caput deste artigo depende- 2142/2022)
rão de aprovação pelo Município; de instrumento contratual onde Art. 17-A Para loteamentos exclusivamente industriais, comer-
constarão as restrições urbanísticas convencionais do loteamento, ciais e de serviços, ficam dispensadas as obrigações previstas no Ar-
supletivas da legislação pertinente; do plano de execução da infra- tigo 11 desta Lei. (Redação acrescida pela Lei nº 2142/2022)
estrutura; e de equipamentos obrigatórios a serem estabelecidos, Art. 18 A aprovação de loteamentos exclusivamente indus-
de acordo com cada caso, pelo Órgão Municipal. triais, comerciais e de serviços depende ainda de análise e anuência
§ 3º A aprovação dos loteamentos de acesso controlado, espe- prévia de órgão público ambiental.
cificamente no que se refere a sua localização, dependerá de aná- § 1º No caso de loteamentos destinados a implantação de ati-
lise técnica do órgão de planejamento, considerando o que dispõe vidades industriais, comerciais e de serviços potencialmente causa-
no Plano Diretor, Lei de Zoneamento e Uso do Solo e Lei do Sistema doras de significativa degradação do meio ambiente será necessá-
Viário. (Redação dada pela Lei nº 1943/2021) rio estudo prévio de impacto ambiental (EIA). (Redação dada pela
Art. 15. As vias de circulação interna nos loteamentos de aces- Lei nº 2142/2022)
so controlado deverão possuir largura mínima de 12,00 (doze) me-
tros, sendo 7,00 (sete) metros para pista de rolamento e 2,50 m CAPÍTULO IV
(dois metros e cinquenta centímetros) de passeio em cada um dos DA CONSULTA PRÉVIA E DAS DIRETRIZES URBANÍSTICAS
lados da pista.
Parágrafo único. O acesso e saída dos loteamentos de acesso Art. 19 - O interessado em elaborar projeto de loteamento de-
controlado deverão ser projetados em locais de acordo com as dire- verá solicitar junto à Prefeitura, em consulta prévia, a viabilidade do
trizes expedidas pela Repartição Pública competente, tendo como mesmo e as diretrizes para o uso do solo urbano e sistema viário,
precaução viabilizar a situação que implique na menor conturbação apresentando, para este fim, os seguintes documentos:
possível do tráfego. (Redação dada pela Lei nº 1943/2021) I - Requerimento assinado pelo proprietário da área ou por seu
Art. 16. A execução dos equipamentos urbanos e comunitários representante legal.
especificados nos incisos VIII e IX do artigo 7º desta Lei e toda a II - Prova de domínio sobre o terreno a lotear (escritura regis-
infraestrutura prevista no inciso VI do artigo 9º desta Lei, dos lo- trada).
teamentos de acesso controlado, serão de responsabilidade dos III - Planta planialtimétrica da área a ser loteada, em duas vias,
empreendedores. nas escala 1:2.000 (um por dois mil), assinada pelo responsável téc-
Parágrafo único. A manutenção dos equipamentos urbanos e nico e pelo proprietário ou por seu representante, indicando:
comunitários e da infraestrutura dos loteamentos fechados será a) divisas da propriedade, perfeitamente definidas;
de responsabilidade do condomínio, não havendo, em tempo al- b) Localização dos cursos d`água, áreas sujeitas a inundação,
gum, qualquer ônus para o Município. (Redação dada pela Lei nº bosques, árvores de grande porte e construções existentes;
1943/2021) c) Arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização de
vias de comunicação e de áreas livres, de equipamentos urbanos e
comunitários existentes no local ou em suas adjacências, num raio
de 1.000 (um mil) metros, com as respectivas distâncias da área a
ser loteada;
d) Esquema do loteamento pretendido, onde deverá constar a
estrutura viária básica e as dimensões mínimas dos lotes e quadras.

215
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - Planta de situação da área a ser loteada, em duas vias, nas II - O desenho do projeto de loteamento em escala 1:1.000 (um
escala 1:10.000 (um por dez mil), com indicação do Norte Magné- por um mil), em 3 (três) vias, com as seguintes informações:
tico, área total e dimensões dos terrenos e seus principais pontos a) Subdivisão da quadras em lotes, com as respectivas dimen-
de referência. sões e numerações;
V - O tipo de uso predominante a que o loteamento se destina. b) Dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cor-
Parágrafo Único - As pranchas de desenho devem obedecer a das, ponto de tangência e ângulos centrais das vias e cotas;
normatização estabelecida pela Associação Brasileira de Normas c) Sistema de vias, com respectivas larguras, com proposta do
Técnicas. zoneamento para cada via a ser arruada, mantendo o zoneamento
Art. 20 - Havendo viabilidade de implantação, o órgão de plane- das vias a serem continuadas; (Redação dada pela Lei nº 1962/2021)
jamento municipal, de acordo com as diretrizes do Plano Diretor do d) Perfis longitudinais e transversais de todas as vias de circu-
Município e demais leis pertinentes, após consulta aos órgãos seto- lação, respectivamente, nas escalas de 1:2.000 (um por dois mil) e
riais responsáveis pelos serviços e equipamentos urbanos, indicará 1:500 (um por quinhentos);
na planta apresentada na consulta prévia: e) Curvas de níveis atuais e projetadas com eqüidistância de
I - As vias de circulação existentes ou projetadas que compõem 1,00 (um) metro;
o sistema viário básico da cidade, relacionadas ao loteamento pre- f) Indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localiza-
tendido, apontando suas dimensões mínimas e o traçado dos eixos; dos nos ângulos de curvas e vias projetadas;
II - Fixação da zona ou zonas de uso predominante, de acordo g) A indicação das áreas que passarão ao domínio do Municí-
com a Lei de Zoneamento e Uso do Solo; pio, perfazendo, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) da área
III - Escolha da localização aproximada das reservas técnicas total loteada;
destinadas a equipamentos urbanos e comunitários e das áreas li- h) Orientação magnética;
vres de uso público e indicação das áreas verdes e faixas de servidão i) Indicação de áreas de reserva técnica, mais áreas verdes e
ou domínio público, quando houver; faixas não-edificáveis, se houverem;
IV - Faixas sanitárias do terreno para escoamento de águas plu- j) Estatística contendo área total do parcelamento, área total
viais e outras faixas não edificáveis, como reservas florestais e de dos lotes e área pública, discriminando área destinada à circulação,
preservação permanente, conforme estabelece o Código Florestal; áreas verdes, áreas destinadas a equipamentos comunitários, pra-
V - Relação dos equipamentos urbanos que deverão ser proje- ças e jardins.
tados e executados pelo interessado. § 1º - Todas as pranchas do desenho devem obedecer a norma-
§ 1º - O prazo máximo para estudo e fornecimento das dire- tização indicada pela ABNT.
trizes será de 45 (quarenta e cinco) dias, não sendo computados § 2º - Todas as peças do projeto de loteamento deverão ser
o tempo dispendido na prestação de esclarecimentos pela parte assinadas pelo proprietário e responsável técnico, devendo o últi-
interessada. mo mencionar o número do seu registro no Conselho Regional de
§ 2º - As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de Engenharia e Arquitetura e o número do seu cadastro na Prefeitura.
1 (um) ano, após o qual deverá ser solicitada nova consulta prévia. Art. 23 - O memorial descritivo será em 3 (três) vias, devendo
§ 3º - A aceitação da consulta prévia não implica em aprovação conter, no mínimo:
da proposta de loteamento. I - Denominação do loteamento;
II - Descrição sucinta do loteamento, com suas características;
CAPÍTULO V III - As condições urbanísticas do loteamento e as limitações
DO PROJETO DE LOTEAMENTO que incidem sobre os lotes e suas construções, além daquelas cons-
tantes das diretrizes fixadas;
Art. 21 - Cumpridas as etapas do Capitulo anterior, o interessa- IV - Indicação das áreas que passarão ao domínio público no
do apresentará: ato do registro do loteamento;
I - Projeto de loteamento, orientado pelo traçado e Diretrizes, V - Relação dos equipamentos urbanos, comunitários, dos ser-
definidas pelo Departamento de Planejamento Urbano da Prefeitu- viços públicos e de utilidade pública já existentes na área e adjacên-
ra Municipal; cias, e aqueles que serão implantados pelo loteador;
II - Memorial descritivo; VI - Limites e confrontações de todos os lotes originários do
III - Título de propriedade do imóvel; parcelamento;
IV - Certidões de ônus reais e negativa de tributos; VII - Área total do loteamento; área total dos lotes; e área total
V - Cópia aprovada da planta de diretrizes; pública, discriminando as áreas do sistema viário, área das praças
VI - Anotação de responsabilidade técnica (ART) dos profissio- e demais espaços destinados a equipamentos comunitários - com
nais envolvidos no projeto e execução do loteamento; suas respectivas percentagens.
VII - Parecer do órgão público ambiental estadual. Art. 24 - O interessado deverá apresentar ainda um exemplar
§ 1º - O prazo máximo para aprovação do projeto definitivo, de contrato padrão de promessa de venda ou de cessão, do qual
após cumpridas pelo interessado todas as exigências do Município, constarão, obrigatoriamente, as obrigações previstas no artigo 26
será de 60 (sessenta) dias. da Lei Federal nº 6.766/79, de 19 de dezembro de 1.979.
Art. 22 - O projeto de loteamento deverá conter, pelo menos:
I - Planta de situação da área a ser loteada, na escala 1:10.000
(um por dez mil), em 3 (três) vias, e com informações sobre a orien-
tação magnética e equipamentos públicos e comunitários existen-
tes em um raio de 1.000 (um mil) metros.

216
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO VI § 1º - Os projetos de obras citadas no caput deste artigo deve-


DA APROVAÇÃO E REGISTRO DE LOTEAMENTO rão ser acompanhados de orçamento e cronograma físico-financei-
ro. (Parágrafo Único transformado em § 1º pela Lei nº 739/2002)
Art. 25 - O Município tomará as seguintes providências ao rece- § 2º - A construção de Rede de Esgoto fica condicionada ao
ber o projeto de loteamento com todos os elementos e de acordo fornecimento de certidão positiva ou negativa de viabilidade pela
com as exigências desta Lei: concessionária do Serviço de Saneamento Básico do Município. (Re-
I - Analisará se o projeto cumpre as diretrizes expedidas de dação acrescida pela Lei nº 739/2002)
acordo com o que alude o artigo 20º desta Lei; § 3º Fica estabelecido o prazo de 01 (um) ano, a partir da pu-
II - Examinará todos os documentos apresentados, tomando blicação da presente Lei em Diário Oficial, para que as empresas
por base as exigências especificadas no Capitulo V desta Lei. loteadoras se adaptem ao contido no inciso I e IV, de acordo com os
III - Avaliará a proposta de zoneamento do arruamento de acor- padrões técnicos de qualidade definidos pelos órgãos competentes.
do com a prevalência do zoneamento das vias já existentes e com o (Redação acrescida pela Lei nº 1793/2019)
interesse público. (Redação acrescida pela Lei nº 1962/2021) Art. 28. O loteador deverá executar, sem ônus para o Municí-
Parágrafo Único - O Município poderá exigir modificações que pio e dentro do prazo do cronograma aprovado, todos os serviços
se façam necessárias. e obras de infraestrutura especificados nos projetos enumerados
Art. 26 - Atendidas todas as formalidades e exigências desta no artigo 27 e seus incisos desta Lei, antes de começar a venda dos
Lei, o Projeto de Loteamento terá parecer prévio favorável, pelo Se- lotes, observado o limite imposto pela lei federal 6.766/79.
tor de Planejamento do Município e por uma Comissão formada § 1º Para os empreendimentos de interesse social enquadrados
pela Câmara de Vereadores (Redação dada pela Lei nº 739/2002) na lei que institui o “PROGRAMA DE INCENTIVOS A PROJETOS HABI-
(Art. 26 declarado inconstitucional, conforme ADIN nº 57636/2016) TACIONAIS DE INTERESSE SOCIAL” cujos lotes estarão vinculados à
Art. 27 - Depois do projeto receber o parecer prévio favorável, construção de unidade habitacional, as vendas poderão ser realiza-
o Executivo Municipal baixará um Decreto e expedirá Alvará de Lo- das logo após a emissão do Alvará das unidades habitacionais a ser
teamento e exigirá para isso, ainda, os seguintes projetos, detalha- expedido em conjunto com o Decreto de aprovação do loteamento.
dos, que deverão, novamente ser analisados e pré-aprovados pelos § 2º Ante a ausência de caucionamento, em não se concluindo
órgãos competentes do Executivo e por Comissão formada pela Câ- as obras de infraestrutura no prazo do cronograma, poderá o ente
mara Municipal de Vereadores, sob pena de caducar a aprovação: municipal executar os serviços e obras que julgar necessários e pro-
(Redação dada pela Lei nº 739/2002) (Art. 27 declarado inconstitu- moverá a competente ação visando o ressarcimento dos gastos ou
cional, conforme ADIN nº 57636/2016) acionamento do seguro garantia.
I - De terraplanagem e tratamento superficial triplo, o chamado § 3º No caso de atraso na forma do parágrafo anterior, será
TST, nos termos da Norma DNIT 148/2012 - ES, em todas as vias devida ainda multa de 1.000 (mil) a 20.000 (vinte mil) UPFs, a ser
do loteamento, que deverá ser aferida mediante Certidão do En- calculada de acordo com o volume de infraestrutura já realizada.
genheiro (a) da Prefeitura Municipal de Primavera do Leste - MT; (Redação dada pela Lei nº 2184/2023)
(Redação dada pela Lei nº 1793/2019) Art. 29. Como garantia da execução dos serviços e obras de in-
II - De obras de consolidação e arrimo, para a boa conservação fraestrutura, conforme exigência estabelecida no artigo 28, o lote-
das ruas, bueiros e pontilhões, quando consideradas indispensáveis ador será obrigado a oferecer como caução a totalidade da área do
em função das condições da conformação do terreno, viárias e sa- loteamento. (Redação dada pela Lei nº 1894/2020)
nitárias; § 1º Concluídos todos os serviços e obras de infraestrutura exi-
III - De galerias de águas pluviais e obras complementares ne- gidos para o loteamento, o Município liberará, mediante requeri-
cessárias para o perfeito escoamento; mento do interessado, as garantias de sua execução, após vistoria.
IV - De equipamentos públicos de abastecimento de água, es- (Redação acrescida pela Lei nº 1894/2020)
goto, energia elétrica e iluminação pública de LED, conforme aten- § 2º O Município poderá, mediante requerimento do interes-
dimento à ABNT NBR 5101. (Redação dada pela Lei nº 1793/2019) sado, liberar proporcionalmente a garantia da execução, à medida
V - De elaboração e implantação de ciclovias e ciclofaixas, de- que os serviços e obras forem sendo concluídos. (Redação acrescida
vendo conter modelo funcional interconectada entre si e ao centro pela Lei nº 1894/2020)
da cidade, atendendo as seguintes diretrizes: § 3º O loteador poderá oferecer em substituição ao cauciona-
a) Mão única em cada faixa, no mesmo sentido dos carros; mento das áreas, mediante aceite do ente municipal, como garan-
b) Obstáculos terminando um metro antes e começando um tia as obras de infraestrutura urbana, seguro garantia emitida por
metro depois das entradas das garagens; seguradora filiada à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP),
c) Demarcação do símbolo de bicicleta no pavimento, no mes- contemplando o valor correspondente a totalidade das respectivas
mo sentido da faixa; obras e serviços e o prazo do cronograma de obra aprovado. (Reda-
d) Redimensionamento momentâneo das faixas para carro, e ção acrescida pela Lei nº 2184/2023)
não sua eliminação; § 4º Em havendo qualquer impossibilidade/indeferimento do
e) Largura de pelo menos 1,50 m (um metro e cinquenta centí- acesso pelo ente municipal ao seguro contratado, será de responsa-
metros) para o ciclista pedalar com segurança; bilidade do loteador indenizar e/ou ressarcir o município quanto às
f) Pavimento demarcado por contraste de cor seguindo padrão obras não executadas. (Redação acrescida pela Lei nº 2184/2023)
já existente no Município; Art. 30 - No decreto de aprovação de loteamento deverão cons-
g) Instalação de tachões bidirecionais na cor amarela para se- tar as condições em que o loteamento é autorizado e as obras a
parar a ciclofaixas das ruas e avenidas. (Redação acrescida pela Lei serem realizadas, o prazo de execução destas, áreas caucionadas
nº 1836/2019)

217
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

como garantia de execução das obras de infra-estrutura, bem como § 3º A abertura de acesso pelo lote de maior restrição será ob-
a indicação das áreas que passarão ao domínio do Município no ato jeto de análise pelo setor de engenharia, que avaliará o impacto
do registro do loteamento. deste acesso na via lateral, e, de forma fundamentada, indicará o
Art. 31 - Findo o prazo de 2 (dois) anos, a contar da data da zoneamento que prevalecerá para todo o lote unificado ou remem-
escritura de caução, caso não tenham sido realizadas os serviços e brado, ante este acesso. (Redação dada pela Lei nº 2000/2021)
obras de infra-estrutura, o Município executará os serviços e obras Art. 36 - A aprovação do projeto a que se refere o artigo an-
que julgar necessários e promoverá ação competente para adjudi- terior só será permitida quando os terrenos resultantes do lote a
car a seu patrimônio, as áreas caucionadas. desmembrar, ainda que edificados, compreenderem porções que
Parágrafo Único - Estas áreas se constituirão em bens dominiais possam constituir lotes independentes, com acesso direto ao logra-
do Município, que poderá usá-las livremente, nos casos que a legis- douro público, observadas as dimensões mínimas para a respectiva
lação prescrever. zona prevista na Lei de Zoneamento e Uso do Solo Urbano.
Art. 32 - A aprovação do projeto de arruamento do loteamento Art. 37 Para desmembrar terrenos não-loteados, já arruados
ou desmembramento não implica em nenhuma responsabilidade em função de implantação de loteamentos anteriores, serão reser-
por parte do Município quanto a eventuais divergências referentes vados 6% (seis por cento) da área líquida, proporcionais à área a
a dimensões de quadras ou lotes, quanto ao direito de terceiros em ser desmembrada, para implantação de equipamentos públicos e
relação à área arruada, loteada ou desmembrada, nem para quais- comunitários. (Redação dada pela Lei nº 2142/2022)
quer indenizações decorrentes de traçados que não obedecem os Art. 38 - O prazo máximo para aprovação do projeto de des-
arruamentos de plantas limítrofes mais antigas ou as disposições membramento ou remembramento, após cumpridas pelo interes-
legais aplicadas. sado todas as exigências do Município, será de 20 (vinte) dias.
Art. 33 - Aprovado o projeto de loteamento, baixado decreto e
expedido alvará, o loteador deverá submetê-lo ao registro de imó- CAPÍTULO VIII
veis no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade DAS ALTERAÇÕES DO PROJETO DE LOTEAMENTO
da aprovação, acompanhado dos documentos exigidos pelos res-
pectivo registro. (Vide Decreto nº 2242/2022) Art. 39 - Qualquer alteração do plano do loteamento registrado
dependerá de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes
CAPÍTULO VII atingidos pela alteração, bem como da aprovação do Município, e
DO PROJETO DE DESMEMBRAMENTO E REMEMBRAMENTO devendo ser averbada no registro de imóveis, em complemento ao
projeto original.
Art. 34 - A solicitação de desmembramento e remembramento § 1º - Em se tratando de simples alteração de perfis, o interes-
de áreas de lotes será feita mediante requerimento do interessado, sado apresentará novas plantas, de conformidade com o disposto
junto à Prefeitura Municipal, acompanhado dos seguintes docu- nesta Lei, para que seja feita a anotação de modificação no alvará
mentos: de loteamento, pelo Município.
I - Planta de situação do imóvel em escala de 1:500 (um por § 2º - Quando houver mudança substancial do plano, o pro-
quinhentos), contendo: jeto será examinado, no todo ou na parte alterada, observando as
a) Indicação das vias e lotes adjacentes existentes; disposições desta Lei e aquelas constantes no alvará e do decreto
b) Dimensões lineares e angulares e áreas, atuais e pretendi- de aprovação, expedindo-se então, um novo alvará e baixando-se
das, dos lotes, devidamente numerados, abrangidos pelo desmem- também um novo decreto.
bramento ou remembramento; Art. 40 - Toda e qualquer alteração, total ou parcial, secundá-
c) Indicação de edificações existentes. ria ou substancial, no plano de loteamento, durante a vigência do
II - Título de propriedade e certidão negativa de ônus dos imó- alvará de licença para execução, dependerá de prévia anuência dos
veis abrangidos pelo projeto, fornecidos pelo registro de imóveis; titulares de direito sobre os lotes vendidos ou compromissados à
III - Memorial descritivo dos lotes abrangidos, contendo áreas, venda.
medidas e confrontações. CAPÍTULO IX
IV - Anotação de responsabilidade técnica emitida pelo (s) pro- DAS PENALIDADES
fissional (is) responsáveis pelos projetos.
Parágrafo Único - Todas as peças gráficas e demais documen- Art. 41 - Haverá cassação de alvará, embargo administrativo da
tos exigidos deverão ser apresentadas de acordo com as normas da obra e à aplicação de multa, a partir da publicação desta Lei, quan-
ABNT e conter nomes e assinaturas do (s) proprietário (s) e respon- do:
sável técnico. I - For dado início, de qualquer modo, ou efetuado loteamento,
Art. 35 - Após analisado o projeto e examinada toda a docu- desmembramento ou arruamento do solo para fins urbanos, sem
mentação, será aprovado o projeto de desmembramento ou re- autorização do Município, ou em desacordo com as disposições
membramento, para averbação no registro de imóveis. desta Lei e das normas Federais e Estaduais pertinentes;
§ 1º Somente após a averbação dos novos lotes no registro de II - For dado início, de qualquer modo, ou efetuado loteamento,
imóveis, o Município poderá conceder licença para construção nos desmembramento ou arruamento do solo para fins urbanos, sem
mesmos. (Redação dada pela Lei nº 1962/2021) observância das determinações do projeto aprovado e do ato admi-
§ 2º Em caso de unificação de lotes ou remembramento de lo- nistrativo de licença;
tes de zoneamentos diferentes, prevalecerá o zoneamento de me-
nor restrição, sendo vedada a abertura de acessos para zoneamen-
tos de maior restrição. (Redação acrescida pela Lei nº 1962/2021)

218
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - For registrado loteamento ou desmembramento não apro- § 4º No Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) deverão cons-
vado pelos órgãos competentes, registrado compromisso de com- tar as condições e justificativas que levam o Município a aprovar
pra e venda, cessão ou promessa de cessão de direito, ou efetuado esses loteamentos e desmembramentos irregulares, assim como as
registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento obrigações estipuladas para a devida regularização e flexibilizações
não aprovado. relativas a obrigações previstas em outras Leis além desta.
§ 1º - A multa a que se refere este artigo corresponderá ao § 5º Caso a comissão designada constate que o loteamento
valor de 300 (trezentas) UFIRs. ou desmembramento não possui condições de ser aprovado, en-
§ 2º - O pagamento da multa não eximirá o responsável das caminhará expediente ao Prefeito solicitando que o Departamento
demais cominações legais, nem sana a infração, ficando o infrator Jurídico seja autorizado a pleitear a anulação do mesmo, se este já
obrigado a legalizar as obras de acordo com as disposições vigentes. estiver registrado junto ao registro de imóveis. (Redação dada pela
§ 3º - A reincidência específica da infração acarretará, ao res- Lei nº 2185/2023)
ponsável pela obra, multa no valor do dobro da inicial, além da Art. 46 - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação,
suspensão de sua licença para o exercício de suas atividades e de revogando a Lei 023/87, de 20 de novembro de 1.987, e demais
construir no Município pelo prazo de 2 (dois) anos. disposições em contrário.
Art. 42 - O responsável pela implantação de arruamento, lo-
teamento ou desmembramento sem autorização do órgão público GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL Em 17 de junho de 1998
competente, será notificado pelo Município, tão logo este tome co-
nhecimento da irregularidade, para pagamento de multa prevista
CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA
e terá o prazo de 60 (sessenta) dias para regularizar a situação do
DO LESTE - LEI MUNICIPAL Nº 500, DE 17 DE JUNHO DE
imóvel, ficando suspensa a continuação dos trabalhos.
1998 E SUAS ALTERAÇÕES
Parágrafo Único - Cumpridas as exigências constantes na Noti-
ficação de Embargo, será lavrado o Auto de Infração, podendo ser
solicitado, se necessário, o auxílio de autoridades judiciais e poli- LEI Nº 500 DE 17 DE JUNHO DE 1998
ciais do Estado.
Art. 43 - São passíveis de punição, a bem do serviço público, Dispõe sobre o CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE PRI-
conforme a legislação específica em vigor, os servidores do Muni- MAVERA DO LESTE e dá outras providências.
cípio que, direta e indiretamente, fraudando o espírito da presente A CÂMARA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE, ESTADO DO
Lei, concedam ou contribuam para que sejam concedidas licenças, MATO GROSSO, APROVOU E EU, PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO
alvarás, certidões, declarações ou laudos técnicos irregulares ou A SEGUINTE LEI:
falsos.
CAPÍTULO X CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 44 - Nenhum serviço ou obra pública será prestado ou exe- Art. 1º O Código de Posturas do Município de PRIMAVERA DO
cutado em áreas arruadas e loteadas sem prévia autorização da Ad- LESTE - MT tem por finalidade instituir as normas disciplinadoras
ministração Municipal. de higiene, de segurança, da ordem pública, do bem-estar público
Art. 45. Os loteamentos e desmembramentos de terrenos que e da localização dos estabelecimentos comerciais, dos prestadores
encontram-se irregulares no Município, inscritos ou não no Regis- de serviços, das indústrias, entidades públicas, entidades religiosas,
tro de Imóveis, com obras comprovadamente consolidadas no tem- entidades privadas com ou sem fins lucrativos, bem como as cor-
po e/ou cujos lotes já tenham sido alienados ou compromissados respondentes relações entre o Poder Público Municipal e os seus
a terceiros, serão examinados por comissão a ser designada pelo Munícipes. (Redação dada pela Lei nº 1944/2021)
Prefeito composta por 01 (um) representante da Procuradoria Geral Art. 2º Ao Prefeito e aos Servidores Públicos Municipais com-
do Município, 01 (um) representante da Secretaria de Governo e 01 pete cumprir e fazer cumprir as prescrições deste Código.
(um) representante da Secretaria de Fazenda. Art. 3º Toda pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou
§ 1º A aprovação de loteamento ou desmembramento dos ca- em trânsito neste Município está sujeita às prescrições deste Códi-
sos enquadrados no caput deste artigo será feita mediante Termo go, ficando, portanto, obrigada a cooperar por meios próprios com
de Ajustamento de Conduta (TAC)assinado pelo incorporador e pelo a Administração Municipal no desempenho de suas funções legais.
Prefeito Municipal, baseado no relato da referida comissão. Art. 4º Todo cidadão é habilitado a comunicar à Municipalidade
§ 2º A aprovação estará condicionada a: os atos que transgridam leis e regulamentos pertinentes à postura
I - o lançamento de multa prevista no Capítulo IX desta Lei; municipal.
II - à notificação de exigibilidade de doação de área para fins Art. 5º As disposições contidas neste Código, referentes a utili-
de utilidade pública ou compensação correspondente, quando esta zação das áreas, quer de domínio público ou privado e do exercício
obrigação estiver pendente; das atividades comerciais, industriais e de prestação de serviços
III - arbitramento de indenização, quando identificado prejuízo visam:
social. I - Garantir o respeito às relações sociais específicas da Região;
§ 3º A compensação correspondente, a penalidade e a inde- II - Estabelecer padrões mínimos relativos à qualidade de vida
nização devidamente apuradas pela comissão poderão ser estipu- e de conforto ambiental;
ladas em valores a serem repassados ao Executivo Municipal e/ou III - Promover a segurança e a harmonia entre os munícipes.
em obras de interesse do município, preferencialmente às de cunho
social.

219
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO I § 1º Nos relógios localizados nos logradouros públicos só será


DOS BENS PÚBLICOS MUNICIPAIS permitido, e assim mesmo, a juízo do Município, a propaganda co-
mercial ou industrial de um único estabelecimento particular, desde
Art. 6º Constituem-se bens públicos municipais, para efeito que haja ele suportado as despesas de aquisição e instalação do
desta Lei: relógio, bem como com a sua manutenção.
I - Bens de uso comum do povo, tais como, logradouros, equi- § 2º É vedada a utilização dos logradouros públicos para ativi-
pamentos e mobiliário urbano; dades diversas daquelas permitidas neste Código.
II - Bens de uso especial, tais como, edificações e terrenos des- Art. 10 A realização de eventos e reuniões públicas, a colocação
tinados a serviços ou estabelecimentos públicos municipais. de mobiliários e equipamentos, a execução de obras públicas ou
§ 1º É livre a utilização dos bens de uso comum, respeitados os particulares nos logradouros públicos dependem de licença prévia
costumes, a tranqüilidade e a higiene. do Município.
§ 2º É livre o acesso aos bens de uso especial nas horas de ex- Art. 11 A numeração das edificações será fornecida pelo Mu-
pediente ou visitação pública, respeitado o seguinte: nicípio, de maneira que cada número corresponda à distância em
a) O regulamento pertinente aos recintos dos bens de uso es- metros, medida sobre o eixo da via pública, desde o seu início até o
pecial; meio da testada da edificação existente no lote.
b) Licença prévia no que tange aos recintos de trabalho. Art. 12 A numeração de edificações atenderá as seguintes nor-
Art. 7º Todo cidadão é obrigado a zelar pelos bens públicos mas:
municipais, respondendo civil e penalmente pelos danos que aos I - A numeração será par à direita e impar à esquerda do eixo da
mesmos causar, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei. via pública, crescente, no sentidos Sul-Norte e Leste-Oeste;
Parágrafo único. Os responsáveis por danos causados aos bens II - Os números adotados serão sempre inteiros;
públicos municipais ficam obrigados a indenizar o Município dos III - Serão fornecidos tantos números por lote quantas forem as
custos para a reparação dos prejuízos que os seus atos resultarem, unidades de edificações que tiverem acesso à rua.
acrescidas de 20% (vinte por cento). Art. 13 A número predial será fornecido juntamente com o Al-
vará de Construção.
SEÇÃO II Art. 14 A placa de numeração será colocada pelo proprietário,
DO CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO obedecendo padrão definido pelo Município.
Parágrafo único. A placa será afixada no alinhamento predial ou
Art. 8º Serão submetidas ao Conselho de Desenvolvimento na fachada da edificação, a uma altura entre 2,00 m (dois metros)
Urbano, instituído por lei específica, e à aprovação do Prefeito, as e 2,50 m (dois metros e cinqüenta centímetros) acima do nível do
decisões que versarem sobre: passeio, em local visível.
I - Os casos omissos neste Código; Art. 15 É proibida a colocação de placa de numeração diversa
II - As normas técnicas complementares a este Código; da que tenha sido oficialmente indicada pelo Município.
III - Os fatos novos decorrentes da dinâmica e do desenvolvi-
mento da Município, resguardada a competência da Câmara Mu- SEÇÃO I
nicipal. DOS PASSEIOS PÚBLICOS
Parágrafo único. O conselho a que se refere este artigo será
composto pelos seguintes membros, tendo como presidente o Pre- Art. 16 É de responsabilidade dos proprietários de lote a cons-
feito ou representante legal indicado pelo chefe do Executivo Mu- trução e manutenção do passeio público, em toda a testada dos
nicipal: terrenos, localizados em logradouros públicos providos de meio-fio
a) Três representantes do órgão municipal, sendo um do setor e asfalto.
de planejamento, um do setor de meio ambiente e um técnico do Parágrafo único. A construção do passeio lindeiro à proprieda-
setor de obras e serviços urbanos; de de cada munícipe respeitará as disposições do Código de Obras,
b) Um representante da área médica; além de obedecer as seguintes condições:
c) Um representante da comunidade, apontado por associa- I - É proibida a alteração da declividade e a construção de de-
ções de moradores; graus em passeios públicos, exceção feita aos logradouros públicos
d) Um representante da Comissão de Educação do Município; com declividade maior do que 20% (vinte por cento), que terão pro-
e) Um representante indicado pela Associação Comercial e In- jeto específico aprovado pelo Município;
dustrial de Primavera do Leste; II - O acesso de veículos deverá situar-se a uma distância mí-
f) Dois vereadores, indicados pelo plenário do Legislativo Mu- nima de 6,50 m (seis metros e cinqüenta centímetros) da esquina,
nicipal. entendida como o ponto de interseção dos alinhamentos do lote;
CAPÍTULO II II - O acesso de veículos deverá situar-se a uma distância míni-
DOS LOGRADOUROS PÚBLICOS ma da esquina, neste caso entendida como o ponto de interseção
das testadas do lote, de forma que não prejudique a instalação de
Art. 9º É garantido o livre acesso e trânsito da população nos lo- chanfra quando esta for exigida e não prejudique as larguras míni-
gradouros públicos, exceto no caso de realização de obras públicas mas exigidas para os passeios públicos;
ou em razão de exigência de segurança. III - É obrigatória a execução de rampa, com rebaixamento de
meio-fio, em esquinas, na posição correspondente a travessia de
pedestres, para passagem de deficientes físicos, tendo declividade
máxima de 12% (doze por cento), comprimento de 1,50 m (um me-
tro e cinqüenta centímetros) e largura de 1,00 (um) metro;

220
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - O canteiro central e a ilha de canalização do tráfego inter- I - Instalação de mobiliário urbano de grande porte, tais como,
ceptados por faixa de travessia de pedestres terá rampas para - de- bancas de revistas e abrigo de parada do transporte coletivo: a
ficientes físicos, nos termos do inciso anterior; partir de 10,00 (dez) metros da interseção dos alinhamentos dos
V - Não será permitida a colocação de caixa coletora de água meios-fio;
pluvial, grade ou boca-de-lobo sobre a sarjeta no local de travessia II - As placas de sinalização de trânsito de veículos, de pedestre
de pedestres. (Redação dada pela Lei nº 1273/2011) e toponímico poderão ser instaladas na esquina, próximo ao meio-
Art. 17 O revestimento do passeio será dos seguintes tipos: -fio.
I - Argamassa de cimento e areia ou lajotão pré-moldado;
II - Ladrilhos de cimento; SEÇÃO II
III - Mosaico tipo português; DAS BARRACAS NAS FESTAS PÚBLICAS
IV - Paralelepípedo de pedra granítica.
§ 1º O Município adotará, de acordo com o seu planejamento, Art. 22 É proibido o licenciamento para localização de barra-
para cada logradouro ou trecho de logradouro público, tipo de re- cas para fins comerciais, nos passeios e nos leitos dos logradouros
vestimento do passeio público dentro de padrão específico. públicos.
§ 2º É vedada a pavimentação com ladrilhos entremeados de Parágrafo único. As prescrições do presente artigo não se aplica
grama, na faixa mínima definida para travessia de pedestres. à barracas móveis, armadas nas feiras livres, quando instaladas nos
§ 3º O passeio com faixa gramada obedecerá os seguintes re- dias e horários determinados pelo Município.
quisitos: Art. 23 As barracas com permissão para instalação, conforme as
a) A faixa gramada será localizada junto ao meio-fio e não po- prescrições deste Código, e mediante licença do Município, solicita-
derá ser superior a 50% (cinqüenta por cento) da largura do passeio; da pelos interessados, deverão apresentar bom aspecto estético.
b) A faixa pavimentada terá largura mínima de 1,25 m (um me- § 1º As barracas de que trata o presente artigo deverão obe-
tro e vinte e cinco centímetros). decer as especificações técnicas estabelecidas pelo Município, não
§ 4º Nos passeios públicos, será prevista abertura para a arbo- podendo ter área superior a 6,00 m (seis metros quadrados).
rização, ao longo do meio-fio, com dimensões determinadas pelo § 2º Na instalação de barracas deverão ser observadas as se-
órgão público competente. guintes exigências:
Art. 18 É proibido expor, lançar ou depositar nos passeios, a) Ficarem fora da faixa de rolamento de logradouros públicos
canteiros, sarjetas, bocas-de-lobo, jardins e demais logradouros e pontos de estabelecimentos de veículos;
públicos, quaisquer materiais, mercadorias, objetos, mostruários, b) Não prejudicarem o trânsito de veículos;
cartazes faixas, placas e similares, sob pena de apreensão dos bens c) Não prejudicar o trânsito de pedestres, quando localizadas
e pagamento de custos de remoção e multa. no passeio público;
§ 1º O responsável pelo veículo automotor de aluguel utilizado d) Não serem localizadas em áreas ajardinadas;
para depositar entulho, terra e resíduos de construções em logra- e) Serem armadas a uma distância mínima de 100,00 (cem)
douros públicos, será multado e, no caso de reincidência, terá sua metros, de templos, hospitais, casas de saúde, escolas e cinemas.
licença municipal cassada. § 3º Nas barracas, não serão permitidos jogos de azar, sob qual-
§ 2º Excepciona a proibição do caput deste artigo a instalação quer pretexto.
de mesas e cadeiras nos estabelecimentos como bares, lanchonetes § 4º Nas barracas, é proibido perturbar, com ruídos excessivos,
e afins, após às 18:00 (dezoito) horas, desde que sejam salvaguar- os moradores da vizinhança.
dados 1,50 (Um metro e cinqüenta centímetros) de forma a viabili- § 5º No caso do proprietário da barraca modificar o comércio,
zar a utilização normal do passeio público. para o qual foi licenciada, ou mudá-la de local sem prévia autoriza-
§ 3º A medida prevista no § 2º, deste artigo, será contada da ção do Município, a mesma será desmontada, independentemente
via pública para o estabelecimento, descontando-se a medida do de intimação, não cabendo ao proprietário, o direito a qualquer in-
meio-fio. denização por parte da Municipalidade, nem a esta, qualquer res-
§ 4º O proprietário do estabelecimento que deseja utilizar o ponsabilidade por danos decorrentes do desmonte.
passeio público na forma prevista no § 2º, deste artigo, deverá pro- Art. 24 Nas festas de caráter público ou religioso, poderão ser
videnciar a pintura, bem como conservá-la, de faixa de 10 (dez ) instaladas barracas provisórias, para divertimentos.
centímetros de largura no passeio público, com o fim de permitir a § 1º As barracas deverão funcionar exclusivamente no horário
correta fiscalização da medida estabelecida. e no período fixados para a festa, para a qual foram licenciadas.
§ 5º O horário previsto no § 2º, deste artigo será liberado nos § 2º Quando de prendas, as barracas deverão ser providas de
sábados após às 11:00 (onze) horas, domingos e feriados. (Redação mercadorias para pagamento dos prêmios.
dada pela Lei nº 1199/2011) § 3º Quando destinadas à venda de alimentos e refrigerantes,
Art. 19 É proibida a colocação de objetos ou dispositivos delimi- as barracas deverão ter licença expedida pela autoridade compe-
tadores de estacionamento e garagens que não os autorizados pelo tente, além da licença do Município.
órgão público competente. Art. 25 Nos festejos juninos, não poderão ser instaladas barra-
Art. 20 É proibido o estacionamento e o trânsito de veículos cas provisórias para a venda de fogos de artifício.
nos passeios. Art. 26 Nas festas juninas e comemorações religiosas, será per-
Art. 21 É proibida a instalação de qualquer mobiliário urbano, mitida a instalação de barracas para a instalação de artigos próprios
nos passeios públicos, exceto os permitidos por este Código e que para os referidos períodos, bem como de alimentos e refrigerantes.
deverão atender os seguintes requisitos: § 1º Além das demais exigências, as barracas devem ter entre
si e para qualquer edificação, o afastamento mínimo de 3,00 (três)
metros.

221
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º O prazo máximo de funcionamento das barracas referidas Art. 32 A feira será realizada sempre em área fechada ao trân-
no presente artigo será de 8 (oito) dias. sito de veículos.
Art. 33 Ao Poder Executivo Municipal é reservado o direito de
SEÇÃO III transferir, modificar, adiar, suspender, suprimir ou restringir a reali-
DAS FEIRAS EM LOGRADOUROS PÚBLICOS zação de qualquer feira, em virtude de:
I - Impossibilidade de ordem técnica, material, legal ou finan-
Art. 27 As feiras em logradouros públicos constituem-se em ceira, para a sua realização;
centro de exposição, produção e comercialização de produtos ali- II - Desvirtuamento de suas finalidades determinantes;
mentícios, bebidas, artesanato, obras de artes plásticas, peças anti- III - Distúrbios no funcionamento da vida comunitária da área
gas, livros e similares, bem como locais para promoção de eventos onde se localizar.
culturais, com o objetivo de estimular a venda direta ao público
consumidor, de produtos regionais. SEÇÃO IV
Art. 28 Compete ao Município aprovar, organizar, supervisio- DOS ESTORES E TOLDOS
nar, orientar, dirigir, promover, assistir e fiscalizar a instalação, fun-
cionamento e atividade da feira, bem como articular-se com os de- Art. 34 São denominados de estores as cortinas instaladas nas
mais órgãos envolvidos no funcionamento das mesmas. fachadas das edificações ou nas extremidades das marquises, com
Parágrafo único. A organização, promoção e divulgação da feira a finalidade de proteção contra a ação do sol.
poderá ser delegada a terceiros, mediante contrato de prestação de Art. 35 Os estores só poderão ser instalados se atenderem as
serviços, nos termos da legislação própria. seguintes exigências:
Art. 29 O Executivo Municipal estabelecerá o regulamento das I - Não descerem, quando completamente distendidos, da cota
feiras que disciplinará o funcionamento das mesmas, considerando de 2,20 m (dois metros e vinte centímetros), em relação ao nível
sua tipicidade. do passeio;
Parágrafo único. Além de outras normas, o regulamento defi- II - Serem de enrolamento mecânico, a fim de que possam ser
nirá: recolhidos ao cessar a ação do sol;
a) Dia, horário, local de instalação, funcionamento da feira; III - Serem mantidos em perfeito estado de conservação e as-
b) Padrão dos equipamentos a serem utilizados; seio;
c) Produtos a serem expostos ou comercializados; IV - Serem munidos, na extremidade inferior, de vergalhões
d) Normas de seleção e cadastramento dos feirantes. metálicos, ou de outros dispositivos, convenientemente capeados
Art. 30 As feiras deverão atender as disposições constantes e suficientemente pesados, a fim de lhes garantir, quando distendi-
neste Código, no que trata das condições higiênico-sanitárias. dos, relativa fixidez.
Art. 31 Compete aos feirantes: Art. 36 Denomina-se toldo, o mobiliário urbano fixado nas fa-
I - Cumprir normas deste Código e do regulamento; chadas das edificações, projetado sobre os afastamentos existentes
II - Expor e comercializar exclusivamente no local e em área ou sobre o passeio, destinado à proteção do sol e da chuva, de uti-
demarcada pelo Município; lização transitória, sem característica de edificação.
III - Não utilizar letreiro, cartaz, faixa e outro processo de co- Art. 37 A instalação do toldo dependerá de prévia autorização
municação visual, sem prévia e expressa autorização do Município. do Município.
IV - Apresentar seus produtos e trabalhos em mobiliário urba- Art. 38 Somente poderão ser instalados nas fachadas das edifi-
no padronizado pelo Município; cações, toldos que se projetem sobre o passeio público, em balan-
V - Não utilizar aparelho sonoro ou qualquer forma de propa- ço, sem coluna de sustentação.
ganda que tumultue a realização da feira ou agrida a sua programa- Art. 39 O toldo pode ser fixo ou removível, obedecendo as se-
ção visual; guintes exigências:
VI - Zelar pela conservação de jardins, monumentos e mobiliá- a) Projetar-se, em balanço, até a metade da largura do passeio
rio urbano existentes na área de realização das feiras; público, observando a medida máxima de 1,50 m (um metro e cin-
VII - Respeitar o horário de funcionamento da feira; qüenta centímetros;
VIII - Portar carteira de inscrição e de saúde e exibi-las quando b) Deixar livre, no mínimo, 2,20 m (dois metros e vinte centíme-
solicitado pela fiscalização; tros) entre o nível do piso e o toldo;
IX - Fixar em local visível ao público, o número de sua inscrição. c) Não poderão ser instaladas bambinelas verticais com mais
§ 1º Em feira de comercialização de produtos é obrigatória a de 50 (cinqüenta) centímetros, nos toldos localizados no passeio
colocação de preços, nas mercadorias expostas, bem como sua clas- público;
sificação, de maneira bem visível. d) Ser mantido em perfeito estado de segurança, funcionamen-
§ 2º Terão prioridade nestas feiras, os produtores e lavradores to, limpeza e conservação;
da Região. e) Não prejudicar a arborização e iluminação pública;
§ 3º É proibida a venda de animais em feiras de bairro. f) Não ocultar placa de sinalização, nomenclatura de logradou-
§ 4º Após o encerramento de suas atividades diárias, os feiran- ro e numeração de edificação.
tes procederão a varredura de suas barracas e da área de circulação Art. 40 Quando qualquer toldo não se encontrar em perfeito
adjacente, recolhendo e acondicionando, corretamente, em sacos estado de conservação, o órgão competente do Município deverá
plásticos, o produto da varredura, os resíduos e detritos de qual- intimar o responsável a retirar imediatamente a instalação.
quer natureza, para fins de coleta e transporte, a cargo do Municí-
pio ou de concessionária.

222
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO V SEÇÃO VII


DA EXECUÇÃO DE OBRAS E SERVIÇOS NOS LOGRADOUROS DAS INVASÕES NOS LOGRADOUROS PÚBLICOS
PÚBLICOS
Art. 48 As invasões de logradouros públicos serão punidas de
Art. 41 A execução de obra ou serviço público ou particular em acordo com a legislação vigente.
logradouro público depende de prévio licenciamento do Município, § 1º Verificada, mediante vistoria administrativa, a invasão ou
com especificação de início e término e horários de trabalhos ad- usurpação de logradouro público, em conseqüência de obra de
mitidos. caráter permanente, ou provisório, exceto tapumes e barraco de
Art. 42 A realização de obra e serviço em logradouro público, obra, o Município deverá promover, imediatamente, a demolição
por entidade de prestação de serviços da Administração Direta ou necessária, a fim de que o referido logradouro fique desembaraça-
Indireta, será autorizada mediante o atendimento dos seguintes re- do e a área invadida reintegrada ao domínio público.
quisitos: § 2º Idêntica providência à referida no parágrafo anterior, deve-
I - A obra ou serviço constará, obrigatoriamente, de programas rá ser tomada pela fiscalização municipal, nos casos de invasão de
anuais ou plurianuais, que tenham sido submetidos ao Município, leito de cursos d`água ou de valas, de desvio de cursos ou valas e de
com antecedência de 6 (seis) meses; redução indevida da seção da respectiva vazão.
II - A licença para a execução de obra ou serviço será requerida § 3º Em qualquer dos casos previstos neste artigo, o infrator,
com antecedência mínima de 1 (um) mês, pelo interessado; além da penalidade cabível, será obrigado a pagar ao Município, os
III - O requerimento de licença será instruído com as informa- serviços feitos por este, acrescentando-se 20% (vinte por cento) aos
ções necessárias para caracterizar a obra e o seu desenvolvimento, custos, correspondente às despesas de administração.
sendo exigível, no mínimo:
a) croquis de localização, SEÇÃO VIII
b) Projetos técnicos, DA COMUNICAÇÃO E PUBLICIDADE
c) Projetos de desvio de trânsito,
d) Cronograma de execução; Art. 49 A exploração dos meios de publicidade nos logradou-
IV - A compatibilização prévia do projeto com as interferências ros públicos, bem como nos lugares de acesso comum, depende de
na infra-estrutura e mobiliário urbano situados na área de abran- licença do Município, sujeitando o interessado, ao pagamento de
gência da obra ou serviço. taxa definida no Código Tributário.
Parágrafo único. A exigência de licenciamento prévio não se § 1º Incluem-se na obrigatoriedade deste artigo, todos os carta-
aplica à instalação domiciliar de serviço público e à obra de serviço zes, letreiros, painéis, emblemas, placas, faixas, tabuletas, folhetos
de emergência. ou similares, mostruários e out-doors, feitos por qualquer modo,
Art. 43 A realização de obra ou serviço em logradouro público processo ou engenho, suspensos, distribuídos, afixados ou pintados
deverá ser submetida à normas técnicas do Município, quanto à sua em paredes, muros, tapumes, veículos ou calçadas.
execução, sinalização, utilização do espaço aéreo e subterrâneo. § 2º Incluem-se ainda na obrigatoriedade deste artigo, os
Art. 44 O executor da obra ou serviço em logradouro público anúncios que, embora postos em terrenos próprios ou de domínio
será responsabilizado pelos custos referentes a instalação, rema- privado, forem visíveis dos lugares públicos.
nejamento, remoção ou recomposição de equipamento público ou Art. 50 Não será permitida a colocação de anúncio quando:
mobiliário urbano, para a execução da obra, bem como pelos danos I - Pela sua natureza, provoque aglomeração prejudicial ao
causados aos bens públicos e privados. trânsito público;
Art. 45 A obra ou serviço licenciados pelo Município deverá II - De alguma forma, prejudique os aspectos paisagísticos da
cumprir todas as exigências desta Lei e seus regulamentos, ficando cidade, seus panoramas naturais, monumentos típicos, históricos
sujeito à fiscalização pelo setor competente, quanto à sua obser- e tradicionais;
vância, podendo o Poder Público, tendo em vista o seu cumprimen- III - Seja ofensivo à moral especialmente aqueles ofensivos a
to, suspender, embargar ou interditar a obra ou serviço irregular, dignidade da mulher, da criança e do adolescente ou contenha di-
sem prejuízo das multas cabíveis. zeres desfavoráveis a indivíduos, crenças e instituições. (Redação
Art. 46 O executor fará constar em seus editais e contratos, dada pela Lei nº 1625/2016)
para execução de obra ou serviço em logradouro público, a necessi- IV - Obstrua, intercepte ou reduza o vão das portas e janelas;
dade do cumprimento no disposto nesta Seção. V - Contenha incorreção de linguagem;
VI - Faça uso da língua estrangeira, salvo aqueles termos que,
SEÇÃO VI por insuficiência do nosso léxico, a ele estejam incorporado;
DA PROIBIÇÃO DE SERVIÇOS DE ATENDIMENTO DE VEÍCULOS VII - Pelo seu número ou má distribuição, prejudique o aspecto
EM LOGRADOURO PÚBLICO das fachadas.
Art. 51 A propaganda falada em lugares públicos, por meio de
Art. 47 É vedada a reparação de veículos nos logradouros públi- ampliadores de voz, alto-falantes e propagandista, assim como feita
cos localizados nas áreas urbanas, sob pena de multa. por meio de cinema ambulante, não será permitida, salvo se regu-
Parágrafo único. Excetuam-se, das prescrições do presente ar- lamentada por Lei específica.
tigo, os casos de assistência de urgência, inclusive os borracheiros Art. 52 Os pedidos de licença para publicidade ou propaganda
que limitem a sua atividade apenas a pequenos consertos, absolu- por meio de anúncios deverão mencionar:
tamente indispensáveis ao prosseguimento da marcha normal do I - A indicação dos locais em que serão colocados ou distribuí-
veículo. dos os anúncios;
II - A natureza do material da sua confecção;

223
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - As dimensões; § 1º O Município, para concessão de licença, exigirá croquis de


IV - As inscrições e o texto; situação e, quando for o caso, a apresentação de perspectivas e de
V - As cores empregadas. fotografias, para análise do impacto do mobiliário no meio urbano.
Art. 53 Tratando-se de pedidos para instalação de luminosos, § 2º O novo mobiliário urbano não poderá prejudicar o pleno
os pedidos deverão, ainda, indicar o sistema de iluminação a ser funcionamento daqueles já existentes e legalmente instalados.
adotado. § 3º Compete ao Município definir, através do seu órgão de
Art. 54 Os anúncios luminosos deverão ser colocados a uma planejamento, a prioridade do mobiliário, bem como determinar a
altura mínima de 2,50 m (dois metros e cinqüenta centímetros) do remoção ou transferência dos conflitantes.
passeio público, não podendo sua luminosidade ser projetada con-
tra edificação habitacional. SEÇÃO I
Art. 55 É proibido distribuir folheto, prospecto, volante ou simi- DA ARBORIZAÇÃO PÚBLICA
lar, com fim publicitário, em logradouro público.
Art. 56 É proibido pichar e afixar cartazes em mobiliário urba- Art. 62 Para efeitos desta Lei, entende-se por arborização públi-
no, muro, parede e tapume. ca, toda vegetação localizada em vias e logradouros públicos, com
Art. 57 Os anúncios e letreiros deverão ser conservados em finalidade ornamental, amenizadora climática, purificadora do ar,
boas condições, renovados ou consertados, sempre que tais pro- amortizadora da poluição sonora e atrativa para a fauna local.
vidências sejam necessárias para o seu bom aspecto e segurança. Art. 63 É expressamente proibido:
Art. 58 A instalação de elementos de comunicação e publicida- I - Podar, cortar, derrubar, remover ou sacrificar árvores, sem
de, além das demais exigências contidas neste Código, obedecerá: prévio licenciamento do Município;
I - Projeção, no máximo, até a metade do passeio público; II - Pintar, caiar e pichar as árvores públicas e as pertencentes
II - Altura mínima de 2,50 m (dois metros e cinqüenta centíme- ao setor especial de áreas verdes, com a intuito de promoção, di-
tros), medidos do piso do passeio até a parte inferior do elemento; vulgação e propaganda;
III - Não poderá ter haste de fixação ou apoio no passeio pú- III - Fixar faixas, cartazes e anúncios, nas árvores;
blico. IV - Prender animais nos troncos da arborização urbana;
Art. 59 Os anúncios encontrados sem que os responsáveis te- V - Jogar água servida ou água de lavagem de substâncias no-
nham satisfeito às formalidades desta Seção, poderão ser apreendi- civas, às árvores e plantas, nos locais onde as mesmas estiverem
dos e retirados pelo Município, até que sejam atendidas as exigên- plantadas.
cias legais não-cumpridas, além de pagamento de multa prevista Art. 64 Compete exclusivamente ao Município, executar o plan-
nesta Lei. tio, a poda, o replantio, a troca e a manutenção das árvores nos
logradouros públicos.
CAPÍTULO III § 1º O Município, na execução dos serviços previstos neste arti-
DO MOBILIÁRIO URBANO go, observará o disposto em Plano de Arborização, regulamentado
por decreto.
Art. 60 Considera-se mobiliário urbano os elementos de esca- § 2º Na necessidade de complementação de serviços de poda,
la micro-arquitetônica, integrantes do espaço público urbano, tais estende-se a competência à companhia de fornecimento de ener-
como: gia elétrica, segundo parâmetros definidos pela legislação munici-
I - Arborização pública; pal competente, e após liberação do Município, excetuando-se os
II - Jardins e canteiros; casos emergenciais.
III - Postes e hastes; Art. 65 Constitui infração punição civil, penal e administrativa,
IV - Palanque, palco e arquibancadas; quaisquer atos lesivos que importem na destruição total ou parcial
V - Caixa de correio; das árvores que compõem a arborização pública.
VI - Termômetros e relógios públicos; Parágrafo único. São responsáveis, pessoalmente e solidaria-
VII - Comando de portão eletrônico; mente, todos os que concorram, direta ou indiretamente, para a
VIII - Banca de jornal e revista; prática de atos prescritos no caput deste artigo.
IX - Abrigo para passageiros do transporte coletivo;
X - Banco de jardim; SEÇÃO II
XI - Hidrante; DOS POSTES
XII - Telefone público e armário de controle mecânico;
XIII - Cabine de sanitário público; Art. 66 A colocação em logradouro público, de poste destinado
XIV - Painel de informação de interesse e utilidade pública; à iluminação pública, rede de energia elétrica, telefonia, sinalização
XV - Equipamento sinalizador; pública e de trânsito, nomenclatura de logradouro, comando de
XVI - Outros de natureza similar. portão eletrônico, relógio e termômetro público e similar, depende
§ 1º O mobiliário urbano será, obrigatoriamente, padronizado, de prévia autorização do Município, que, atendidas as disposições
pelo órgão de planejamento do Município. desta Seção e da Seção que trata da execução de obras e serviços
§ 2º O mobiliário urbano será mantido permanentemente, em nos logradouros públicos, indicará a posição e as condições conve-
perfeitas condição de funcionamento e conservação. nientes da instalação.
Art. 61 A localização de mobiliário urbano depende de licença Art. 67 A colocação de poste no passeio público será:
do Município e obedecerá as disposições deste Código. I - Preferencialmente na projeção da divisa dos lotes;

224
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - A distância, entre a face externa do meio-fio e eixo do poste a) 2,50 m (dois metros e cinqüenta centímetros) de projeção
será aquela aprovada pela concessionária de serviços de manuten- horizontal, de cumprimento;
ção de rede e distribuição de energia elétrica, no competente pro- b) 2,00 (dois) metros de projeção horizontal, de largura;
jeto técnico. c) 2,50 m (dois metros e cinqüenta centímetros) de projeção
III - Em qualquer caso, a disposição dos postes não poderá vertical, de altura.
prejudicar o direito à acessibilidade. (Redação dada pela Lei nº Art. 71 É vedado alterar ou modificar o modelo padrão da ban-
1350/2013) ca, com instalações móveis ou fixas, colocar anúncios diversos do
referente ao exercício da atividade licenciada ou mudar a localiza-
SEÇÃO III ção da banca, sem prévia autorização municipal.
DOS PALANQUES, PALCOS, CORETOS, ARQUIBANCADAS E
INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS CAPÍTULO IV
DA HIGIENE PÚBLICA NO MUNICÍPIO
Art. 68 A juízo exclusivo do Município, poderá ser armando em
logradouro público, palanque, palco coretos e arquibancadas para Art. 72 Compete ao Município, zelar pela higiene pública, vi-
comícios políticos e festividades cívicas, religiosas ou de caráter po- sando a melhoria do ambiente e o bem-estar da população, favore-
pular, desde que sejam solicitados à autoridade competente, obser- cendo o seu desenvolvimento social e ao aumento da expectativa
vadas as seguintes condições: de vida.
I - Ter localização e projeto aprovados pelo órgão municipal Art. 73 Para assegurar a melhoria constante das condições de
competente; higiene, compete ao Município fiscalizar:
II - Não perturbar o trânsito público; I - A higiene dos passeios e logradouros públicos;
III - Não prejudicar a arborização urbana, o calçamento, a pavi- II - A higiene das edificações uni-habitacionais e pluri-habita-
mentação e escoamento das águas pluviais, correndo por conta dos cionais;
responsáveis pela promoção, os estragos por ventura verificados; III - A higiene das edificações na área rural;
IV - Instalar iluminação elétrica, na hipótese de utilização no- IV - A higiene dos poços e fontes de abastecimento de água
turna, conforme normas técnicas da concessionária. domiciliar;
Parágrafo único. Encerrado o evento, o responsável removerá V - A higiene da alimentação pública;
o mobiliário no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após o qual, o VI - Higiene nos estabelecimentos comerciais, industriais e de
Município fará a remoção, cobrando as respectivas despesas, acres- prestadores de serviços;
cidas de 20% (vinte por cento), e dará ao mesmo, a destinação que VII - A higiene nas piscinas de natação;
entender. VIII - A higiene quanto ao acondicionamento, coleta e destino
final dos resíduos sólidos urbanos;
SEÇÃO IV IX - A poluição do ar e das águas e do controle dos despejos
DAS BANCAS DE JORNAIS E REVISTAS industriais;
X - A limpeza dos terrenos;
Art. 69 A localização das bancas de jornais e revistas nos logra- XI - Limpeza e desobstrução dos cursos d`água e das valas;
douros públicos obedecerá: XII - As condições higiênicas e sanitárias dos cemitérios muni-
I - A distância mínima entre uma banca e outra: cipais.
a) De 120,00 (cento e vinte) metros de raio, quando situadas Art. 74 Em cada inspeção, em que for verificada irregularidade,
na área central; o servidor público municipal competente deverá apresentar relató-
b) De 300,00 (trezentos) metros de raio, quando situadas fora rio circunstanciado, sugerindo medidas ou solicitando providências
da área central; a bem da higiene pública.
c) De 60,00 (sessenta) metros de raio, quando situadas em uma Parágrafo único. O Município tomará as providências cabíveis
mesma praça pública; ao caso, quando o mesmo for de sua alçada, ou remeterá cópia do
II - É vedada a localização a uma distância mínima de: relatório às autoridades estaduais ou federais competentes, quan-
a) 10 (dez) metros da esquinas, ou seja, da interseção dos ali- do as providências necessárias forem da alçada das mesmas.
nhamentos dos meios-fio; Art. 75 Quando se tratar de infração a qualquer dispositivo des-
b) 6,00 (seis) metros dos pontos de parada do transporte co- te Código, o servidor público municipal competente deverá lavrar o
letivo; respectivo auto de infração, que fundamentará o processo adminis-
c) 5,00 (cinco) metros de edificação tombada ou destinada a trativo de contravenção.
órgão de segurança e militar;
d) 5,00 (cinco) metros de acesso a estabelecimento bancário SEÇÃO I
ou de repartição pública; DA HIGIENE DOS LOGRADOUROS PÚBLICOS
e) 120,00 (centro e vinte) metros de raio, de loja destinada à
venda de jornais e revistas. Art. 76 O serviço de limpeza das ruas, praças e demais logra-
Parágrafo único. Não poderão ser instaladas em passeios pú- douros públicos será executado pelo Município, diretamente, por
blicos com largura inferior a 4,00 (quatro) metros e nem poderão concessão ou permissão.
prejudicar a arborização urbana. Art. 77 Os proprietários de imóveis urbanos são responsáveis
Art. 70 Os padrões municipais para bancas de jornais e revistas pela construção, limpeza e conservação do passeio público e sar-
não poderão ultrapassar as seguintes dimensões: jetas fronteiriços à sua propriedade, zelando pelo seu uso devido.

225
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º A lavagem ou varredura do passeio público e sarjeta deve- Parágrafo único. No caso de reservatório inferior, a sua localiza-
rá ser efetuada em hora conveniente e de pouco trânsito. ção ficará sempre condicionada às necessárias precauções quando
§ 2º É absolutamente proibido, em qualquer caso, varrer o lixo à natureza e à proximidade de instalações de esgoto.
ou detrito sólido de qualquer natureza, para os receptores e boca- Art. 86 Tanto nas instalações individuais, como nas coletivas, as
-de-lobo dos logradouros público. fossas só serão permitidas onde não existir rede de esgoto sanitário
§ 3º É proibido fazer varredura do interior dos prédios, terrenos e quanto à localização, deverão observar os seguintes requisitos:
e dos veículos, para a via pública, assim como, despejar ou atirar I - O local deve ser seco, bem como drenado e acima das águas
papéis, reclames ou quaisquer detritos sobre o leito de logradouro que correm na superfície;
público. II - A superfície do solo não deve ser contaminada e não deve
Art. 78 A ninguém é lícito, sob qualquer pretexto, impedir ou haver perigo à poluição do solo;
dificultar o livre escoamento das águas, pelos canos, valas, sarjetas III - A execução deve ser de forma que evite a proliferação de
ou canais das vias públicas, danificando ou obstruindo tais servi- insetos, mau cheiro e aspectos desagradáveis à vista;
dões. IV - Deve oferecer conforto e resguardo, bem como, facilidade
Art. 79 Para preservar de maneira geral a higiene pública, fica de uso;
terminantemente proibido: V - As fossas secas ou sumidouros devem ser limpas, obrigato-
I - Consentir o escoamento de águas servidas das edificações, riamente, a cada 2 (dois) anos.
para as ruas; Art. 87 Na impossibilidade do suprimento de água a qualquer
II - Conduzir, sem as precauções devidas, quaisquer materiais edificação, pelo sistema de abastecimento público, o suprimento
que possam comprometer o asseio das vias públicas; poderá ser feito por meio de poços freáticos, artesianos ou semi-ar-
III - Queimar, mesmo nos próprios quintais, lixos ou quaisquer tesianos, seguindo as condições hidrológicas locais e necessidade
corpos, em quantidade capaz de molestar a vizinhança; de consumo.
IV - Atirar nas vias públicas, lixo, materiais velhos ou quaisquer Art. 88 Os poços ou fontes para abastecimento de água domici-
detritos. liar deverão ser, periodicamente, limpos.
Art. 80 É proibido comprometer, por qualquer forma, a limpeza Art. 89 Os poços artesianos ou semi-artesianos deverão ser
das águas destinadas ao consumo público ou particular. adotados nos casos de grande consumo de água e quando as possi-
Art. 81 É proibido a construção de fossas e poços em passeios bilidades de lençol profundo permitirem volume suficiente de água
públicos. em condições de potabilidade.
§ 1º Os estudos e projetos relativos à perfuração de poços ar-
SEÇÃO II tesianos e semi-artesianos deverão ser aprovados pelo órgão com-
DA HIGIENE DAS HABITAÇÕES petente do Município.
§ 2º A perfuração dos poços artesianos e semi-artesianos deve-
Art. 82 Os proprietários ou inquilinos são obrigados e conservar rá ser executada por firma especializada.
em perfeito estado de asseio, os seus quintais, pátios e terrenos. § 3º Além do teste dinâmico de vazão e do equipamento de
Parágrafo único. Não é permitida a existência de terrenos co- elevação, quando for o caso, os poços artesianos e semi-artesianos
bertos de mato, pantanosos, com água estagnada ou como depósi- deverão ter a necessária proteção sanitária, por meio de encamisa-
to de lixo, dentro dos limites do perímetro urbano. mento e vedação adequados.
Art. 83 Não será permitido nos quintais ou pátios das edifica- SEÇÃO III
ções situadas na área urbana, a permanência de água estagnada DA HIGIENE DOS ESTABELECIMENTOS
contaminada ou que de alguma forma compromete a higiene das
habitações vizinhas. Art. 90 Os hotéis, restaurantes, bares, cafés, botequins e esta-
Parágrafo único. As providências para o escoamento das águas belecimentos congêneres deverão observar o seguinte:
estagnadas em terrenos particulares competem ao respectivo pro- I - A lavagem de louça e talhares deverá ser feita em água cor-
prietário. rente e tratada, não sendo permitida, sob qualquer hipótese, a la-
Art. 84 As chaminés, de qualquer espécie de fogão, de edifica- vagem em baldes, tonéis ou vasilhames;
ções particulares, terão altura suficiente para que a fumaça, a fu- II - A higienização da louça e talheres deverá ser feita com água
ligem ou outros resíduos que possam expelir, não incomodem os fervente;
vizinhos. III - Os guardanapos e toalhas serão de uso individual;
Parágrafo único. Esta exigência é extensiva às chaminés de es- IV - A louça e os talheres deverão ser guardados em armários
tabelecimentos comerciais, industriais e de prestadores de serviços. com portas ventiladas, não podendo ficar expostos à poeira e inse-
Art. 85 Os reservatórios de água deverão obedecer os seguin- tos.
tes requisitos: V - O uso de toalha de papel descartável;
I - Existir absoluta impossibilidade de elementos que possam VI - A higienização constante e permanente nos sanitários.
poluir ou contaminar a água; Parágrafo único. Nos festejos e divertimentos populares, de
II - Existir absoluta facilidade de inspeção e limpeza; qualquer natureza, deverão ser usados somente copos e pratos
III - Ter o extravasor dotado de canalização de limpeza, bem descartáveis, tanto nas barracas de comidas típicas, como em bal-
como de telas ou outros dispositivos contra a entrada de pequenos cões de bebidas.
animais, no reservatório; Art. 91 Os estabelecimentos a que se refere o artigo anterior
IV - Tampa removível. são obrigados a manter seus empregados ou garçons, limpos, con-
venientemente trajados, de preferência uniformizados.

226
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 92 Nos salões de barbeiro, cabeleireiro, manicure, pedicu- I - O estabelecimento terá, para depósito de verduras que de-
re, calista ou assemelhados, todos os aparelhos, ferramentas, uten- vam ser consumidas em cocção, recipientes ou dispositivos com
sílios, toalhas e golas deverão ser esterilizados antes e após cada superfície impermeável, a prova de insetos, poeira e quaisquer con-
utilização, a menos que sejam substituídos por descartáveis. taminações;
Art. 93 Os hospitais, casas de saúde, maternidades e estabele- II - As frutas expostas à venda serão colocadas sobre as mesas
cimentos assemelhados, além das disposições que lhes forem apli- ou estantes rigorosamente limpas;
cadas, deverão cumprir as normas do Código Sanitário do Estado e III - As gaiolas para aves serão de fundo móvel, para facilitar a
do Ministério da Saúde. sua limpeza, a ser feita diariamente;
IV - O leite, a manteiga e o queijo expostos à venda, deverão
SEÇÃO IV ser conservados em recipientes apropriados, a prova de impurezas
DAS EDIFICAÇÕES NA ÁREA RURAL e insetos;
V - Os salames, salsichas e produtos similares deverão ser sus-
Art. 94 Nas edificações em geral, na área rural, deverão ser pensos em ganchos de metal polido ou estanhado ou colocados em
observadas as seguintes condições de higiene, além dos requisitos recipientes apropriados;
estabelecidos neste Código: VI - Os biscoitos, pães e farinhas deverão ser conservados, obri-
I - Ter cuidados especiais com profilaxia sanitária de todas as gatoriamente, em latas, caixas ou recipientes fechados.
dependências, promovendo, inclusive, a sua dedetização periódica; § 1º É proibido utilizar para qualquer outro fim os depósitos de
II - Fazer com que não se verifiquem, junto às mesmas, empo- hortaliças, legumes e frutas.
çamento de águas pluviais ou de águas servidas; § 2º É proibido ter em depósito ou exposto à venda:
III - Assegurar a necessária proteção aos poços ou fontes utiliza- a) Aves doentias;
dos para abastecimento de água domiciliar. b) Legumes, hortaliças, frutas ou ovos deteriorados;
Art. 95 Os estábulos, estrebarias, pocilgas e currais, bem como c) Carnes, peixes e seus derivados deteriorados.
as estrumeiras e os depósitos de lixo, deverão ser localizados a uma Art. 100 O gelo destinado ao uso alimentar deverá ser fabrica-
distância mínima de 50,00 (cinqüenta) metros das habitações e ser do com água potável, isenta de qualquer contaminação.
construídos de forma a proporcionar requisitos mínimos de higiene. Art. 101 Toda água a ser utilizada na manipulação ou preparo
§ 1º No manejo dos locais referidos no caput deste artigo de- de gêneros alimentícios, desde que não provenha do abastecimen-
verá ser impedida a estagnação de resíduos e dejetos, de forma a to público, deve ser examinada periodicamente, quanto a sua po-
assegurar a necessária limpeza. tabilidade.
§ 2º O animal que for constatado doente deverá colocado, ime- Art. 102 Não é permitido colocar à venda carne fresca cujos
diatamente, em compartimento isolado, até ser removido para lo- animais não tenham sido abatidos em matadouro licenciado pelo
cal apropriado. Município e sujeito à fiscalização.
§ 3º As águas residuais deverão ser canalizadas para local reco- Art. 103 Os vendedores ambulantes de alimentos preparados
mendável, do ponto de vista sanitário. não poderão estacionar em locais que seja fácil a contaminação dos
produtos à venda.
SEÇÃO V
DA HIGIENE DA ALIMENTAÇÃO SEÇÃO VI
DA HIGIENE NAS PISCINAS DE NATAÇÃO
Art. 96 O Município exercerá, em colaboração com as autorida-
des do Estado, severa fiscalização sobre o comércio e o consumo de Art. 104 As piscinas de natação ficam sujeitas à fiscalização per-
gêneros alimentícios em geral. manente do Município.
Parágrafo único. Para efeito deste Código, considera-se gênero Art. 105 As piscinas de natação devem ser executadas de acor-
alimentício toda substância, sólida ou líquida, destinadas à alimen- do com as normas técnicas e sanitárias.
tação humana, excetuando-se os medicamentos. Art. 106 O equipamento especial da piscina deverá assegurar
Art. 97 Não será permitida a produção, exposição e venda de permanente e uniforme recirculação, filtração e esterilização da
gêneros alimentícios deteriorados, falsificados, adulterados ou no- água.
civos à saúde, os quais serão apreendidos pelo funcionário encarre- Parágrafo único. A limpeza da água deve ser tal que, da borda,
gado da fiscalização e removidos para local destinado à inutilização possa ser visto com nitidez o seu fundo.
dos mesmos. Art. 107 Todo freqüentador de piscina de uso coletivo deverá
§ 1º A inutilização dos gêneros não eximirá a fábrica ou estabe- ser submetido a exames médicos periodicamente.
lecimento comercial do pagamento das multas e demais penalida- Parágrafo único. Para acessar à piscina, todo freqüentador é
des que possam sofrer em virtude da infração. obrigado a banho prévio de chuveiro.
§ 2º A reincidência na prática das infrações previstas neste arti- Art. 108 Nenhuma piscina poderá ser usada quando suas águas
go determinará a cassação do Alvará de localização da distribuidora forem julgadas poluídas pela autoridade sanitária competente.
ou indústria. (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) Art. 109 As piscinas das residências ficam sujeitas aos disposi-
Art. 98 O máximo asseio e limpeza deverão ser observados na tivos desta Seção, excetuando-se o disposto no artigo 107º e seu
fabricação, manipulação, preparo, conservação, acondicionamento, parágrafo único.
transporte e venda de gêneros alimentícios.
Art. 99 Nas quitandas e casas congêneres, além das disposições
gerais concernentes aos estabelecimentos de gêneros alimentícios,
deverão ser observadas as seguintes condições:

227
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO V VI - Os de apitos ou silvos de sereia de fábricas, cinemas ou


DA POLÍCIA DE COSTUMES, SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA estabelecimentos outros, por mais de 30 (trinta) segundos e nem
depois das 22:00 h (vinte e duas horas) do dia anterior e antes das
SEÇÃO I 6:00 h (seis horas) do dia posterior;
DOS COSTUMES, DA MORALIDADE E SOSSEGO PÚBLICO VII - Os batuques, congadas e outros divertimentos congêne-
res, sem licença das autoridades;
Art. 110 É proibido fumar em estabelecimentos públicos fecha- VIII - Shows musicais ao vivo, através de aparelhos mecânicos,
dos, onde for obrigatório o trânsito e permanência de pessoas, as- executados em restaurantes, bares e similares, nas proximidades de
sim considerados, entre outros, os seguintes locais: edificações residenciais, antes de tomadas as precauções necessá-
I - Auditórios, salas de conferências e de convenções; rias quanto ao isolamento acústico, previsto nas normas técnicas;
II - Museus, teatros, salas de projeção, bibliotecas e salas de IX - Os produzidos por equipamentos elétricos ou eletrônicos.
exposição de qualquer natureza; Parágrafo único. Excetuam-se das proibições deste artigo:
III - Corredores, salas e enfermarias de hospitais e casas de saú- a) Os tímpanos, sinetas ou sirenes dos veículos de assistência
de; médica, corpo de bombeiro e de polícia, quando em serviço;
IV - Creches e salas de aula das escolas públicas e particulares; b) Os apitos das rondas e guardas policiais.
V - Veículos de transporte coletivo, táxis e ambulâncias; Art. 115 É proibido executar qualquer trabalho ou serviço que
VI - Elevadores; produza ruído, antes das 6:00 h (seis horas) e depois das 20:00 h
VII - Depósitos de inflamáveis, postos de combustíveis, gara- (vinte horas), nas proximidades de hospitais, escolas, asilos e edifi-
gens, estacionamento e depósito de material de fácil combustão. cações residenciais.
§ 1º Nos locais em que aludem os incisos deste artigo é obriga- Parágrafo único. Excetua-se da proibição deste artigo, a execu-
tória a afixação de cartazes ou avisos indicativos da proibição e em ção de serviços públicos de emergência.
posição de fácil visibilidade. Art. 116 As instalações elétricas só poderão funcionar quando
§ 2º Nos locais a que se refere o inciso VII deste artigo, nos car- tiverem dispositivos capazes de eliminar, ou pelo menos reduzir ao
tazes e avisos deverão constar ainda os seguintes dizeres: “Material mínimo, as correntes parasitas, diretas ou induzidas, as oscilações
inflamável”. de alta freqüência, chispas e ruídos prejudiciais à rádio recepção.
§ 3º É considerado infrator deste artigo, o fumante e estabele- Parágrafo único. As máquinas e aparelhos que, a despeito da
cimento/entidade, que ficam obrigados ao cumprimentos das de- aplicação dos dispositivos especiais, não apresentarem diminuição
terminações deste artigo. sensível das perturbações, não poderão funcionar aos domingos e
Art. 111. É expressamente proibido aos estabelecimentos, aos feriados, nem a partir das 18 (dezoito) horas, nos dias úteis.
ambulantes, a exposição de cartazes, gravuras, livros, revistas ou
jornais pornográficos ou obscenos. SEÇÃO II
Parágrafo único. A reincidência na infração deste artigo deter- DOS DIVERTIMENTOS PÚBLICOS
minará a cassação do Alvará de localização. (Redação dada pela Lei
nº 1944/2021) Art. 117 Divertimentos públicos para os efeitos deste código
Art. 112 Não serão permitidos banhos nos rios, córregos ou la- são os que se realizarem nas vias públicas ou em recintos fechados
goas, exceto nos locais designados pelo órgão competente, como de livre acesso ao público.
próprios para banhos ou esportes náuticos. Art. 118 Nenhum divertimento público poderá ser realizado
Parágrafo único. Os praticantes de esportes náuticos ou banhis- sem satisfazer as condições dispostas nas demais leis urbanísticas
tas deverão trajar roupa apropriada. vigentes e sem licença do Município.
Art. 113 Os proprietários de estabelecimentos em que se venda § 1º (Revogado pela Lei nº 1944/2021)
bebidas alcoólicas serão responsáveis pela manutenção da ordem § 2º A licença somente será fornecida se comprovada a quita-
dos mesmos. ção, por parte do interessado, dos tributos municipais.
Parágrafo único. As desordens, algazarras ou barulhos verifi- Art. 119 Em todas as casas de diversões públicas serão obser-
cados nos referidos estabelecimentos sujeitarão os proprietários vadas as seguintes disposições, além das estabelecidas no Código
à multa, podendo ser cassado o Alvará de localização, no caso de de Obras:
reincidência. (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) I - Tanto as salas de entrada, como as de espetáculo, serão
Art. 114 É expressamente proibido perturbar o sossego público mantidas rigorosamente limpas;
com ruídos ou sons excessivos, tais como: (Artigo regulamentado II - Os aparelhos a renovação do ar deverão ser conservados e
pela Lei nº 723/2002) mantidos em perfeito funcionamento;
I - Os de motores de explosão desprovidos de silenciadores, ou III - Haverá instalações sanitárias independentes, para os sexos
com estes em mau estado de funcionamento; masculino e feminino;
II - Os de buzinas, clarins, tímpanos, campainhas ou quaisquer IV - Deverão satisfazer as normas de segurança estabelecidas
outros aparelhos; pelo corpo de bombeiros e, deste, obter a anuência de funciona-
III - A propaganda realizada com alto-falantes, tambores, cor- mento para o fim determinado;
netas ou outro objetos; V - Deverão obedecer as normas quanto à edificação, com es-
IV - Os produzidos por arma de fogo; pecial atenção ao isolamento acústico, de forma a não causar incô-
V - Os de morteiro, bombas e demais fogos ruidosos; modo à vizinhança;

228
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI - Deverão satisfazer as normas de higiene prescritas por este § 5º A seu juízo, poderá o Município, não renovar a autorização
Código e a Saúde Pública e desta obter anuência de funcionamento para um circo ou parque de diversão, ou obrigá-los a novas restri-
para o fim determinado, ostentando em lugar visível, a concessão ções, ao conceder-lhes a renovação solicitada.
de licença de funcionamento e a sua última renovação; Art. 126 Para permitir a armação de circos, palcos ou barra-
VII - O mobiliário será mantido em perfeito estado de conser- cas em logradouros públicos, poderá, o Município, exigir, se julgar
vação; conveniente, um depósito em dinheiro, como garantia das despesa
VIII - Todas as portas de saída deverão abrir de dentro para fora com eventual limpeza e recomposição do logradouro.
e encimadas pela inscrição “Saída”, à distância e luminosa, de forma Parágrafo único. O depósito será restituído integralmente se
suave, quando se apagarem as luzes da sala; não houver necessidade de limpeza especial ou reparos; caso con-
IX - Possuirão bebedouro automático de água filtrada em per- trário, serão deduzidas, do mesmo, as despesa com tais serviços.
feito estado de funcionamento; Art. 127 Os espetáculos, bailes ou festas de caráter público de-
X - As portas e os corredores para o exterior serão amplos e pendem, para serem realizados, de licença do Município.
conservar-se-ão sempre livres de grades, móveis e quaisquer obje- Parágrafo único. Excetuam-se das disposições deste artigo, as
tos que possam dificultar a retirada rápida do público, em caso de reuniões de qualquer natureza, sem convites ou entradas pagas, le-
emergência. vadas a efeito por clubes ou entidades de classe, em sua sede, ou as
Art. 120 Nas casas de espetáculo de sessões consecutivas, que realizadas em residências particulares.
não tiverem exaustores suficientes, deve haver, entre a saída e a Art. 128 Nos estádios, ginásios, campos esportivos ou quais-
entrada dos espetáculos, intervalo suficiente para o efeito de reno- quer outros locais onde se realizam competições esportivas, é proi-
vação do ar. bida, por ocasião destas, a venda de bebidas em vasilhame de vidro,
Art. 121 Os programas anunciados serão executados integral- a fim de evitar risco de vida, integridade corporal ou a saúde dos
mente, não podendo, os espetáculos ser iniciados em hora diversa esportistas, juízes, autoridades em serviços e assistentes em geral.
da marcada. Parágrafo único. Nos casos a que se refere o presente artigo,
§ 1º Em caso de modificação do programa ou de horário, o em- só será permitida a venda de bebidas em vasilhames plásticos ou
presário devolverá aos espectadores, o preço integral da entrada. similar, que sejam apropriados e de uso absolutamente individual.
§ 2º As disposições deste artigo se aplicam inclusive, às com- Art. 129 É vedado, durante os festejos carnavalescos, apresen-
petições esportivas, para as quais se exija pagamento de entrada. tar-se com fantasias indecorosas, ou atirar água ou qualquer subs-
Art. 122 Os bilhetes de entrada não poderão ser vendidos por tância que possa molestar os transeuntes.
preço superior ao anunciado e em número excedente à lotação do Parágrafo único. Fora do período destinado aos festejos car-
teatro, cinema, circo ou salas de espetáculo e similares. navalescos, não é permitido, a quem quer que seja, apresentar-se
Art. 123 Não serão fornecidas licenças para realização de jogos mascarado ou fantasiado, nos logradouros públicos, salvo com li-
ou diversões ruidosas em locais compreendidos em área formada cença especial das autoridades competentes.
por um raio de 100,00 (cem) metros de hospitais, casas de saúde
ou maternidades. SEÇÃO III
Art. 124. Para a localização de teatros, além das demais dispo- DO TRÂNSITO PÚBLICO
sições aplicáveis deste Código, deverá a parte destinada ao público,
ser inteiramente separada da parte destinada aos artistas, não ha- Art. 130 O trânsito, de acordo com as leis vigentes, é livre, e sua
vendo entre as duas, mais do que a indispensável comunicação com regulamentação tem por objetivo manter a ordem, a segurança e o
as vias públicas, de maneira que assegure saída ou entrada franca, bem-estar dos transeuntes e da população em geral.
sem dependência da parte destinada à permanência do público. Art. 131 É proibido embaraçar ou impedir, por qualquer meio,
(Redação dada pela Lei nº 1944/2021) o livre trânsito de pedestres ou veículos nas ruas, praças, passeios,
Art. 125 A armação de circos de pano, parques de diversões estradas e caminhos públicos, exceto no caso de obras públicas,
ou palcos para shows e comícios só poderá ser permitida em locais eventos culturais, sociais, filantrópicos e afins ou quando exigências
determinados pelo Município. de policiamento o determinarem.
§ 1º O Município só autorizará a armação dos estabelecimen- § 1º Sempre que houver necessidade de interromper o trânsi-
tos de que trata este artigo, se os requerentes apresentarem à (s) to, deverá ser colocada sinalização claramente visível de dia e lumi-
respectiva (s) anotações de responsabilidade técnica - ART`s do (s) nosos à noite.
profissional (is) responsável (is) pelo projeto estrutural, elétrico e § 2º Em relação aos passeios públicos somente resta excepcio-
demais projetos necessários, conforme normas do Crea/MT. nada a previsão do caput deste artigo, nos termos dos §§ 2º, 3º e 4º
§ 2º Os estabelecimentos de que trata este artigo, embora au- do artigo 18 desta Lei, ou nos casos em que ocorrerem as circuns-
torizados, só poderão ser franqueados ao público depois de visto- tâncias descritas no parágrafo terceiro deste artigo.
riados em todas as suas instalações, pelas autoridades competen- § 3º Na eventualidade dos eventos sociais, culturais, filantró-
tes, e expedido o laudo de vistoria respectiva. picos ou afins, descritos no caput deste artigo, será exigida prévia
§ 3º Autorização de localização dos estabelecimentos de que comunicação ao órgão competente, com antecedência mínima de
trata este artigo não poderá ser por prazo superior a 30 (trinta) dias. 72 horas, desde que, não frustre outro evento anteriormente agen-
(Redação dada pela Lei nº 1944/2021) dado para a mesma localidade, sendo vedada a total interdição de
§ 4º Ao conceder a autorização, poderá o Município estabele- avenidas com grande fluxo de veículos e pedestres. (Redação dada
cer as restrições que julgar convenientes, no sentido de assegurar a pela Lei nº 1292/2012)
ordem e a moralidade dos divertimentos e o sossego da vizinhança. Art. 132 Compreende-se na proibição do artigo anterior, o de-
pósito de quaisquer materiais, inclusive de construção, nas vias pú-
blicas em geral.

229
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º Tratando-se de materiais cuja carga não possa ser feita di- Parágrafo único. A modificação de estradas urbanas dentro do
retamente no interior dos prédios, será tolerada a descarga e per- limite de terrenos de propriedade particular deverá ocorrer, me-
manência na via pública, com o mínimo prejuízo ao trânsito, por diante autorização prévia do Município e à custa do proprietário,
tempo não superior a 3 (três) horas. sem interromper o trânsito, não lhe assistindo o direito de qualquer
§ 2º Nos casos previstos no parágrafo anterior, os responsá- indenização.
veis pelos materiais depositados na via pública deverão advertir os Art. 138 Para a utilização das estradas rurais, deverá ser ob-
veículos, à distância conveniente, dos prejuízos causados ao livre servado, além do disposto na legislação estadual pertinente, o que
trânsito. segue:
Art. 133 É proibido danificar, encobrir ou retirar placas de si- I - As propriedades adjacentes às estradas rurais, por sua vez,
nalização de trânsito existentes nas áreas urbanas de circulação não poderão utilizar-se do leito destas para canalizar as águas das
pública. chuvas oriundas da própria propriedade, bem como não poderão
Art. 134 Nos logradouros públicos urbanos, ficam proibidos os utilizar as faixas de domínio para plantio;
seguintes atos prejudiciais à segurança no trânsito: II - As obras de conservação de solo não poderão danificar as
I - Atirar ou depositar detritos que possam causar danos aos vias e rodovias, nem lançar para as mesmas, as águas pluviais reti-
transeuntes ou incomodá-los; das;
II - Conduzir veículos em alta velocidade ou animal em dispa- III - É atribuição do departamento estadual de estradas de ro-
rada; dagem marcar os limites da faixa de domínio, com o intuito de con-
III - Domar animal ou fazer prova de equitação; ter a erosão e permitir o crescimento da mata natural, até onde não
IV - Arrastar madeira ou qualquer outro material volumoso e haja comprometimento da segurança da rodovia.
pesado; Parágrafo único. Na utilização das estradas rurais ficam proi-
V - Conduzir animal bravio ou xucro, sem a necessária precau- bidos:
ção; a) Fazer qualquer tipo de alteração, como fechar, estreitar ou
VI - Estacionar veículo, inutilmente, à porta de qualquer edifí- mudar o traçado, sem prévia licença do Município;
cio público, pluri-habitacional, de diversão pública e de outros usos b) Impedir a livre passagem pelas estradas, com a colocação de
coletivos; tranqueiras, palanques etc.;
VII - Fazer exercício da patinação, jogar futebol, peteca ou qual- c) Jogar objetos que possam prejudicar os veículos e as pessoas
quer outro tipo de esporte nos passeios públicos e pistas de rola- que nelas transitam;
mento; d) Destruir as valetas que servem de escoamento de águas plu-
VIII - Amarrar animais em postes, árvores, grades ou portas; viais;
IX - Conduzir ou conservar animais de grande porte sobre pas- e) Fazer escavações de qualquer natureza, na área de domínio.
seio, praças ou jardins públicos.
§ 1º É proibido conduzir sobre os passeios públicos, veículos de SEÇÃO V
qualquer espécie, exceto os carrinhos de crianças ou de paralíticos. DAS MEDIDAS REFERENTES AOS ANIMAIS
§ 2º Nos passeios públicos das vias locais, poderão trafegar os
triciclos e bicicletas de uso exclusivamente infantil. Art. 139. É permitida a permanência de animais nas vias e lo-
§ 3º É vedado a qualquer ciclista apoiar-se em veículo em mo- gradouros públicos, desde que acompanhado de seu tutor, com co-
vimento ou conduzir volume sobre a cabeça. leira e guia curta e se seu porte for acima de 15 kg será obrigatório
Art. 135 Não será permitida a passagem ou estacionamento o uso de focinheira. (Redação dada pela Lei nº 1858/2019)
de tropas ou rebanhos na cidade, exceto em logradouros para isso Art. 140. Os animais encontrados nas ruas, praças, estradas ou
designados. caminhos públicos serão recolhidos ao abrigo Municipal. (Redação
Art. 136 Assiste ao Município, o direito de impedir o trânsito dada pela Lei nº 1858/2019)
e estacionamento de qualquer tipo de máquinas agrícolas, cami- Art. 141. O animal recolhido, em virtude do disposto nesta Se-
nhões, carretas, bi-trens, exceto nos locais e horários regulamen- ção, poderá ser retirado no prazo máximo de 30 (trinta) dias, me-
tados para carga e descarga, que deverá ser das 19h00min às diante o pagamento da multa e taxa de manutenção respectiva.
06h00min da manhã de segunda feira a sexta feira e nos sábados, Parágrafo único. Não sendo retirado o animal neste prazo, o
domingos e feriados das 13h00min as 18h00min, no perímetro ur- Município poderá efetuar a sua venda, em hasta pública, precedida
bano desta cidade. (Redação dada pela Lei nº 1317/2012) da necessária publicação, ou realizar leilões beneficentes e ou co-
§ 1º Nos logradouros de pavimentação asfáltica, é proibido o locar o animal para adoção. (Redação dada pela Lei nº 1858/2019)
trânsito de veículo com rodas de aro de ferro e esteiras de metal ou Art. 142. Os cães que forem encontrados nas vias públicas da
outros tipos semelhantes. cidade serão apreendidos e recolhidos ao abrigo Municipal. (Reda-
§ 2º O infrator das prescrições do presente artigo e do pará- ção dada pela Lei nº 1858/2019)
grafo anterior fica sujeito à apreensão imediata de seu veículo e ao § 1º Tratando-se de cão não-registrado, será, o mesmo recolhi-
pagamento dos danos causados à pavimentação. do ao abrigo e se não retirado, por seu dono, dentro de 30 (trinta)
dias, mediante o pagamento da multa e taxas respectivas será colo-
SEÇÃO IV cado para adoção. (Redação dada pela Lei nº 1858/2019)
DAS VIAS URBANAS E ESTRADAS RURAIs § 2º O proprietário de cão registrado será notificado, devendo
retirá-lo em idêntico prazo, sem o que, serão, os animais, igualmen-
Art. 137 A construção, modificação e utilização das vias urba- te colocados para adoção. (Redação dada pela Lei nº 1858/2019)
nas, além do previsto nesta Lei, obedecerá as imposições contidas
na Lei do Sistema Viário Básico.

230
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º Quando se tratar de cão de raça, poderá o Município, a seu XII - Não proporcionar morte rápida e indolor a todo animal
critério, agir de conformidade com o que estipula o parágrafo único cuja eutanásia seja necessária;
do artigo 141 deste Código. XIII - Exercitá-los ou conduzi-los presos a veículo motorizado
Art. 143 Haverá, na Prefeitura, o registro de cães, que será feito em movimento;
anualmente, mediante o pagamento de taxa respectiva. XIV - Abusá-los sexualmente;
§ 1º Aos proprietários de cães registrados, o Município forne- XV - Promover distúrbio psicológico e comportamental;
cerá uma placa de identificação, a ser colocada na coleira do animal. XVI - Manter animais em condições ambientais de modo a pro-
§ 2º Para registro dos cães é obrigatória a apresentação do piciar a proliferação de microrganismos nocivos;
comprovante de vacinação anti-rábica. XVII - Outras práticas que possam ser consideradas e constata-
§ 3º O Município estabelecerá os prazos máximo de permanên- das como maus tratos pela autoridade ambiental, sanitária, policial,
cia para os animais de proprietários em trânsito. judicial ou outra qualquer com esta competência.
Art. 144. O cão registrado não poderá andar solto na via, res- XVIII - confinamento, acorrentamento e/ou alojamento inade-
pondendo o seu dono, pelas perdas e danos que o animal causar a quado. (Redação acrescida pela Lei nº 1918/2020)
terceiros. (Redação dada pela Lei nº 1858/2019) § 2º Para efeitos do inciso XVIII, do artigo 148 desta Lei, en-
Art. 145. Ficam proibidos os espetáculos de feras e as exibições tende-se como “confinamento, acorrentamento e/ou alojamento
de cobras ou quaisquer animais bravios e perigosos. (Redação dada inadequado” qualquer meio de restrição à liberdade de locomo-
pela Lei nº 1858/2019) ção dos animais domésticos, que ocorrerá por qualquer meio de
Art. 146 É expressamente proibido criar ou manter animal, em aprisionamento permanente ou rotineiro do animal a um objeto
espaços particulares, no meio urbano, que venha a prejudicar ou estacionário por períodos contínuos. (Redação acrescida pela Lei nº
colocar em risco a vizinhança, tais como: 1918/2020)
I - Abelhas; § 3º Nos casos de impossibilidade temporária por falta de ou-
II - Eqüinos, muares, bovinos, ovinos e suínos; tro meio de contenção, o animal será preso a uma corrente do tipo
III - Pequenos animais: coelhos, perus, patos, galinhas poedei- “vai-vem” com no mínimo oito metros de comprimento, de modo a
ras ou de corte; não causar quaisquer ferimentos, dores ou angústias, sendo que a
IV - Pombos nos forros e no interior das residências. corrente utilizada não poderá pesar mais de 10% do peso do animal
Art. 147 Na área rural, os proprietários de gado e outros ani- e ficará vedado o uso de cadeado para fechamento da coleira; (Re-
mais serão obrigados a manter cercas reforçadas e adotar providên- dação acrescida pela Lei nº 1918/2020)
cias adequadas para que estes não incomodem ou causem prejuí- § 4º É proibido o confinamento de animais em alojamentos e/
zos a terceiros, nem vaguem pelas estradas. ou locais que não respeitem as condições adequadas ao bem-estar
Parágrafo único. Os proprietários que infringirem as prescri- do animal, observando-se:
ções do presente artigo ficam sujeitos às penalidades legais. 1. Dimensões apropriadas à espécie, necessidade e tamanho
Art. 148 É proibido a qualquer pessoa, maltratar os animais ou do animal;
praticar atos de crueldade contra os mesmos. 2. Espaço suficiente para ampla movimentação;
§ 1º Consideram-se maus tratos de animais: 3. Incidência de sol, luz, sombra e ventilação;
I - Mantê-los desabrigados ou em lugares em condições inade- 4. Fornecimento de alimento e água limpa, além de continuo
quadas de temperatura, ao seu porte e espécie ou que ocasionem atendimento das suas necessidades, incluindo atendimento veteri-
desconforto mental ou físico; nário; 5. Asseio e conservação de higiene do alojamento e do pró-
II - Privá-los das necessidades básicas como alimento adequado prio animal;
à espécie e água fresca; 6. Restrição de contato com outros animais agressivos e/ou
III - Lesar ou agredir animais (fisicamente por espancamento, portadores de doenças. (Redação acrescida pela Lei nº 1918/2020)
lapidação, instrumentos cortantes, contundentes, substâncias quí-
micas, escaldantes, tóxicas, fogo, procedimentos invasivos ou cirúr- SEÇÃO VI
gicos sem os devidos cuidados anestésicos, analgésicos e higiênico- DAS QUEIMADAS
-sanitários, tecnicamente recomendados) e praticar atividade capaz
de causar-lhes sofrimento, dano mental, físico ou morte; Art. 149 As queimadas em roçados, palhadas ou matos ficarão
IV - Abandoná-los, em quaisquer circunstâncias; sujeitas à regulamentação federal e estadual, relativas à matéria e
V - Deixar o tutor ou responsável de buscar assistência médica ao disposto nesta Seção, no que couber.
veterinária quando necessária Art. 150 Para evitar a propagação de incêndio, observar-se-ão,
VI - Obrigá-los a trabalhos excessivos ou superiores as suas for- nas queimadas, as medidas preventivas necessárias.
ças e a todo ato que resulte em sofrimento; Art. 151 A ninguém é permitido atear fogo em roçados, pasta-
VII - Castigá-los, física ou mentalmente, ainda que para apren- gens e palhadas que limitem em terras de outrem, sem tomar as
dizagem ou adestramento; seguintes precauções:
VIII - Criá-los, mantê-los ou expô-los em recintos desprovidos I - Preparar aceiros com no mínimo 7,00 (sete) metros de lar-
de limpeza e desinfecção; gura;
IX - Utilizá-los em lutas, duelos, entre animais da mesma espé- II - Mandar aviso, escrito e testemunhado, aos confinantes,
cie ou de espécies diferentes; com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas, marcando
X - Provocar-lhes envenenamento, podendo causar-lhes morte dia, hora e lugar para lançamento do fogo.
ou não; Art. 152 A ninguém é permitido atear fogo em matas, lavouras
XI - Eliminação de cães e gatos como método de controle po- ou campos alheios.
pulacional;

231
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. Salvo acordo entre os interessados, é proibido § 1º Verificada pela fiscalização do Município, a infração ao que
queimar campos de criação comum. dispõe o caput deste artigo, será emitida intimação ao proprietário
Art. 153. Nas áreas urbanas do Município, fica proibido praticar do terreno, marcando-se o prazo, improrrogável, de 30 (trinta) dias,
qualquer tipo de queimada de qualquer porte sem autorização ex- para regularização do problema.
pressa da prefeitura, sendo o infrator multado por autoridade com- § 2º Se após este prazo, não forem tomadas as providências,
petente. (Redação dada pela Lei nº 2010/2021) pelo proprietário, o Município incumbir-se-á de tomá-las, cobrando
§ 1º Caso seja descumprido o disposto nesta seção, será im- do mesmo, as despesas que tiver, acrescidas de 20% (vinte por cen-
posta uma advertência e multa mínima correspondente a metade to), pelos custos de administração, sem prejuízo da multa cabível.
do valor de 1225 UPFs (Unidade Padrão Fiscal) ou outro índice que § 3º As despesas de que trata o parágrafo anterior correspon-
vier a substituir a UPF, salvo em disposição contrária, aplicando-se derão ao custo com mão-de-obra, transporte e inseticida, e serão
o valor integral ou até o dobro da multa em caso de reincidência. cobradas no ato da prestação do serviço, na forma determinada
(Redação dada pela Lei nº 2010/2021) pela legislação municipal vigente.
§ 1º-A O valor da multa em caso de reincidência será definido Art. 155 No caso de extinção de insetos nocivos em edificações
pelo agente fiscalizador ou competente, que se baseará no dano que exijam serviços especiais, estes deverão ser executados sob a
causado pela queimada. (Redação acrescida pela Lei nº 2010/2021) responsabilidade de profissional habilitado, com assistência direta
§ 2º (Revogado pela Lei nº 2010/2021) do proprietário do imóvel ou seu representante legal.
§ 3º(Revogado pela Lei nº 2010/2021)
§ 4º(Revogado pela Lei nº 2010/2021) CAPITULO VI
§ 5º Em caso de queima de pneus e plásticos a céu aberto, em DO CONTROLE DA POLUIÇÃO AMBIENTAL E CONSERVAÇÃO
fornos ou queimadores sem filtros necessários para evitar o lança- DO MEIO AMBIENTE
mento de poluentes na atmosfera, será aplicada uma multa míni-
ma de 1500 UPFs, ou outro índice que vier a substituir a UPF, salvo Art. 156 Para o exercício de seu Poder de polícia quanto ao con-
em autorização expressa pela prefeitura. (Redação dada pela Lei nº trole da poluição ambiental, o Município poderá celebrar convênios
2010/2021) com órgãos públicos federais ou estaduais, para execução de tare-
§ 6º Os pneus a serem descartados, deverão ser transportados, fas que objetivem a proteção e conservação do meio ambiente.
por conta de seu proprietário ao Aterro Sanitário da cidade ou ou- Art. 157 É proibida qualquer alteração das propriedades físicas,
tro local destinado a descarte para tal. (Redação dada pela Lei nº químicas ou biológicas do meio ambiente: solo, água e ar, causa-
2010/2021) das por substancia sólida, líquida, gasosa ou em qualquer estado de
§ 6º-A A multa em caso de descumprimento do §6º será de 500 matéria que direta ou indiretamente:
UPFs por pneu descartado de forma irregular. (Redação acrescida I - Crie ou possa criar condições nocivas ou ofensivas à saúde, à
pela Lei nº 2010/2021) segurança ou ao bem-estar público;
§ 7º(Revogado pela Lei nº 2010/2021) II - Prejudique a flora e fauna;
§ 8º - Para nenhum caso citado nesta Lei, haverá notificação III - Contenha óleo, graxa ou lixo;
preliminar, ou seja, não haverá emissão de auto de notificação, ape- IV - Prejudique o uso do meio ambiente para fins domésticos,
nas o auto de infração e demais sanções previstas neste código. agropecuários, recreativos, de piscicultura e outros fins úteis, ou
§ 9º Ficam as autoridades devidamente credenciadas pelo Mu- que afetem a sua estética.
nicípio, autorizadas a adentrar na área em que esteja ocorrendo Art. 158 O Município desenvolverá ações no sentido de:
a queimada, a fim de verificar o grau do dano causado. (Redação I - Controlar as novas fontes de poluição ambiental;
dada pela Lei nº 2010/2021) II - Controlar a poluição através de análise, estudos e levanta-
§ 10 - Para a efetivação da emissão do auto de infração, será mentos das características do solo, das águas e do ar.
considerada qualquer área queimada ou material queimado, não Art. 159 As autoridades incumbidas da fiscalização ou inspe-
havendo necessidade de flagrante para tal. ção, para fins de controle de poluição ambiental, terão livre acesso,
a qualquer dia e hora, às instalações industriais, comerciais, agro-
§ 11 Na apuração da responsabilidade pela queimada em vias pecuárias ou outras, particulares ou públicas, capazes de poluir o
públicas ou em propriedades particulares, a autoridade competen- meio ambiente.
te para fiscalização e autuação deverá comprovar o nexo de causa-
lidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e a quei- SEÇÃO I
mada. (Redação dada pela Lei nº 2010/2021) DO CONTROLE DOS DESPEJOS INDUSTRIAIS
§ 12 - Os valores apurados pelo pagamento das multas serão
destinados ao Fundo Municipal do Meio Ambiente. Art. 160 Compete ao Município fiscalizar a poluição do ar, das
§ 13(Revogado pela Lei nº 2010/2021) águas, bem como de controlar os despejos industriais.
Art. 161 Quando da implantação de estabelecimento industrial
SEÇÃO VII no município, deverá, o setor competente, efetuar vistoria e exigir
DA EXTINÇÃO DE INSETOS NOCIVOS a adoção de providencias que impeçam a ejeção de detritos e de
substâncias residuais e a poluição do ar, prejudiciais ao estado sani-
Art. 154 Todo proprietário de terreno, cultivado ou não, dentro tário da população.
dos limites do Município, é obrigado a extinguir os formigueiros, Art. 162 Os responsáveis pelos estabelecimentos industriais
focos ou viveiros de moscas e mosquitos e demais animais nocivos deverão dar aos resíduos, tratamento e destino que os tornem ino-
existentes dentro de sua propriedade. fensivos aos empregados e à coletividade.

232
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º Os resíduos industriais sólidos deverão ser submetidos a Art. 171 As fontes de poluição adotarão sistemas de controle
tratamento, antes de incinerados, enterrados ou removidos. de poluição do ar, baseados na melhor tecnologia e prática disponí-
§ 2º O lançamento de resíduos industriais líquidos nos cursos vel para cada caso.
de água depende de permissão da autoridade sanitária competen- Parágrafo único. A adoção de tecnologia para o controle da po-
te, a qual fixará o teor máximo de materiais poluidores admissíveis luição do ar deverá observar os padrões de emissão recomendada
no fluente. pelos órgãos competentes, da União e do Estado.

SEÇÃO II SEÇÃO IV
DA PRESERVAÇÃO DO SOLO DA PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Art. 163 Não é permitido depositar, dispor, descarregar, enter- Art. 172 É proibido fazer despejos e atirar detritos em qualquer
rar, infiltrar ou acumular resíduos no solo, sem prévia autorização curso d`água, canal, lagoas, poços e chafarizes.
do Município e dos órgãos federais ou estaduais, no que couber. Art. 173 Não é permitida a localização de instalações sanitárias
Parágrafo único. A utilização do solo como destino final de resí- externas, pocilgas, estábulos e demais usos assemelhados, a menos
duos potencialmente poluidores deverá ser feita de forma adequa- de 30 metros dos cursos d`água.
da, estabelecida em projetos específicos, de transporte e destino Art. 174 É proibido desviar o leito das correntes d`água, bem
final, aprovados pelo Município ou órgão estadual, seja em proprie- como obstruir, de qualquer forma, o seu curso.
dade pública ou particular. Parágrafo único. As águas correntes, nascidas no limite de um
Art. 164 Quando a deposição final dos resíduos exigir a execu- terreno e que correm por ele, poderão ser reguladas e retificadas,
ção de aterro sanitário, deverão ser tomadas as medidas adequadas dentro dos limites do mesmo terreno, mas nunca serão desviadas
para a proteção das águas superficiais e subterrâneas. de seu escoamento natural ou repassadas em prejuízo dos vizinhos
Art. 165 Depende de prévia autorização do Município, a movi- ou das vias públicas.
mentação de terra para execução de aterro, desaterro e bota-fora,
quando implicarem em sensível degradação ambiental, incluindo SEÇÃO V
modificação indesejável da cobertura vegetal, erosão, assoreamen- DA FAUNA E DA FLORA
to e contaminação de recursos hídricos, poluição atmosférica ou
descaracterização significativa da paisagem. Art. 175 O Município colaborará com a União e o Estado para
Art. 166 Para quaisquer movimentos de terra, deverão ser fiscalizar a legislação destinada à proteção da fauna e da flora, nos
previstos mecanismos de manutenção da estabilidade de taludes, seus limites territoriais.
rampas e platôs, de modo a impedir a erosão e suas conseqüências. Art. 176 Considera-se de preservação permanente, as diversas
Parágrafo único. O aterro ou desaterro deverá ser seguido de formas de preservação nativa previstas no Código Florestal e reso-
recomposição do solo e da cobertura vegetal, adequada à conten- luções dos diversos órgãos competentes.
ção do carreamento pluvial dos sólidos. Art. 177 A derrubada de mata dependerá de licença do órgão
estadual de meio ambiente e de licença, também, do Município.
SEÇÃO III Parágrafo único. A licença poderá ser negada, se a mata for
DA PRESERVAÇÃO DO AR considerada de utilidade pública.
Art. 178 Qualquer árvore ou planta poderá ser considerada
Art. 167 É proibido a queima, ao ar livre, de resíduos sólidos, imune de corte, por motivo de originalidade, idade, localização,
líquidos ou de qualquer outro material combustível, exceto median- beleza, interesse histórico ou condição de porta-sementes, mesmo
te autorização prévia do Município, para: estando em terreno particular.
I - Treinar combate a incêndio; Art. 179 Os espécimes de fauna silvestre, em qualquer fase de
II - Evitar o desenvolvimento de espécies indesejáveis, animais seu desenvolvimento, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais
ou vegetais, para a proteção à agricultura e à pecuária. são bens de interesse comum, sendo proibido a sua utilização, des-
Art. 168 É proibida a instalação e funcionamento de incinera- truição, perseguição, caça ou aprisionamento.
dores domiciliares ou prediais, de quaisquer tipos. Art. 180 É proibido a comercialização de espécimes da fauna e
Art. 169 Toda fonte de poluição do ar deverá ser provida de sis- flora silvestres ou de objetos deles derivados.
tema de ventilação local exaustora, e o lançamento de efluentes na
atmosfera somente poderá ser realizado através de chaminé. CAPÍTULO VII
Parágrafo único. As operações, processos ou funcionamento DA LIMPEZA URBANA
dos equipamentos de britagem, moagem, transporte, manipulação,
carga e descarga de material fragmentado ou particulado poderão Art. 181 A limpeza urbana seguirá as definições contidas nes-
ser dispensados das exigências referidas neste artigo, desde que re- ta Lei e regulamentos, competindo ao Município, exclusivamente,
alizado à úmido, mediante processo de umidificação permanente. planejar, desenvolver, regulamentar, fiscalizar, executar, manter e
Art. 170 O armazenamento de material fragmentado ou par- operar esse serviços.
ticulado deverá ser feito em silos adequadamente vedados ou em Parágrafo único. É facultado ao Município, delegar a tercei-
outros sistemas de controle de poluição do ar, de eficiência igual ros, sob regime de concessão, precedido de concorrência pública,
ou superior, de modo a impedir o arraste, pela ação dos ventos, do a execução dos serviços de limpeza urbana, comercialização dos
respectivo material. produtos e subprodutos dos resíduos sólidos, bem como contratar

233
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

empresas particulares para o serviço de coleta de lixo domiciliar, caso, pelo Poder Público, através do órgão competente, a exceção
observada a legislação para contratos administrativos, sob forma de dos resíduos classificados nos incisos I e II do artigo anterior, que
autorização e fiscalização deste. deverão receber tratamento conforme regulamento específico.
Art. 182 Para efeito desta Lei, os resíduos sólidos classificam-se Parágrafo único. Os resíduos sólidos citados nos itens J, L e M
em: do parágrafo terceiro do artigo 182º deverão ser coletados e trata-
I - Resíduo sólido domiciliar; dos pela própria fonte produtora.
II - Resíduo sólido público; Art. 183-A Fica expressamente proibido o abandono de veícu-
III - Resíduo sólido especial. los, carcaças, chassis, tratores e seus implementos ou quaisquer
§ 1º Considera-se resíduo sólido domiciliar, para fins de coleta outras partes dos mesmos, inclusive carrocerias, reboques, semi-
regular ou de coleta seletiva, os produzidos pela ocupação de imó- -reboques e outros bens nas vias e logradouros públicos.
veis públicos ou particulares, residenciais ou não, acondicionáveis Parágrafo único. Considera-se abandonado qualquer dos bens
na forma estabelecida na lei e nos regulamentos. especificados no caput deste artigo, por mais de 30 (trinta) dias
§ 2º Considera-se resíduo sólido público, o material resultante consecutivos, com sinais exteriores de abandono.
da atividades de limpeza urbana, executadas em passeios, vias e lo- Art. 183-B Caracterizado o abandono o proprietário ou deten-
gradouros públicos e do recolhimento de resíduos depositados em tor do bem será notificado para a remoção do mesmo da via ou do
cestos públicos. logradouro públicos, no prazo não superior a 15 (quinze) dias, sob
§ 3º Considera-se resíduo sólido especial aquele cuja produção pena de aplicação de multa de 50 (cinquenta) a 500 (quinhentas)
diária exceda o volume ou peso fixados para a coleta regular ou o vezes o valor da UPF e remoção.
que, por sua composição qualitativa ou quantitativa requeira cui- Art. 183-C Caracterizado o abandono e não identificado ou lo-
dados especiais, em pelo menos uma das seguintes fases: acondi- calizado o seu proprietário ou detentor, o bem será marcado por
cionamento, coleta, transporte, deposição final, assim classificados: adesivo de fácil visibilidade, mencionando o prazo não superior a 15
a) Resíduo sólido declaradamente contaminado, considerados (quinze) dias para a sua retirada pelo seu proprietário ou detentor,
contagiosos ou suspeitos de contaminação, proveniente de estabe- sob pena de aplicação de multa de 50 (cinquenta) a 500 (quinhen-
lecimentos hospitalares, laboratórios, farmácias, drogarias, clínicas, tas) vezes o valor da UPF e remoção.
maternidades, ambulatórios, casas de saúde, necrotérios, prontos- Art. 183-D Nas hipóteses dos artigos 183-B e 183-C, não sendo
-socorros, sanatórios, consultórios e congêneres; o bem retirado do local, será removido pelo Município, através da
b) Materiais biológicos, assim considerados: restos de tecidos SINFRA, com auxílio da Coordenadoria de Fiscalização de Posturas e
orgânicos, restos de órgãos humanos ou animais, restos de labo- CMTU, para local destinado pela Prefeitura, permanecendo à dispo-
ratórios de análises clínicas e de anatomia patológica, animais de sição de seu proprietário pelo prazo de 90 (noventa) dias.
experimentação e outros materiais similares; § 1º Não sendo o bem retirado no prazo mencionado no caput
c) Cadáveres de animais de grande porte; deste artigo, após notificação pessoal ou publicada no Diário Ofi-
d) Restos de matadouros de aves e pequenos animais, restos cial do Município quando não identificado o proprietário ou deten-
de entrepostos de alimentos, restos de alimentos sujeitos à rápida tor, será vendida em hasta pública, sendo a importância aplicada
deterioração, provenientes de feiras públicas permanentes, mer- na indenização das multas e despesas provenientes da remoção e
cados, supermercados, açougues e estabelecimentos congêneres, guarda.
alimentos deteriorados ou condenados, ossos, cebos, vísceras e re- § 2º Não sendo possível ou viável o processo de venda em has-
síduos sólidos tóxicos em geral; ta pública, o Município dará a destinação que lhe convier, mediante
e) Substância e produtos venenosos ou envenenados, restos de despacho instruído e processado, ou inutilizará o mesmo, conforme
material farmacológico e drogas condenadas; cada caso. (Redação acrescida pela Lei nº 1618/2016)
f) Resíduos contundentes ou perfurantes, cuja produção exce-
da o volume de 100 (cem) litros ou 50 (cinqüenta) quilos, por perío- SEÇÃO I
do de 24 (vinte e quatro) horas; DO ACONDICIONAMENTO E DA APRESENTAÇÃO DOS RESÍ-
g) Veículos inservíveis ou irrecuperáveis abandonados nos lo- DUOS SÓLIDOS À COLETA
gradouros públicos, carcaças, pneus e acessórios de veículos, bens
móveis domésticos imprestáveis e resíduos volumosos; Art. 184 Entende-se por acondicionamento, o ato de embalar
h) Resíduo sólido industrial ou comercial cuja produção exceda em sacos plásticos ou em outras embalagens permitidas, de aco-
o volume de 500 (quinhentos) litros ou 220 (duzentos) quilos, por modar em contêineres ou recipientes padronizados, os resíduos
período de 24 (vinte e quatro) horas; sólidos para fins de coleta e transporte.
i) - Resíduo sólido proveniente de calamidade pública; Art. 185 O resíduo sólido domiciliar destinado a coleta regular
j) Resíduo sólido poluente, corrosivo e químico em geral; será acondicionado em sacos plásticos, outras embalagens permiti-
l) - Resíduo sólido de material bélico, explosivo e inflamável; das, em recipientes e contêineres padronizados, observando-se os
m) Resíduo sólido nuclear e/ou radioativo; limites de volume e peso fixados no Código Tributário Municipal.
n) Outros que, pela sua composição, se enquadrem na presen- § 1º Os munícipes deverão providenciar, por meios próprios, os
te classificação. sacos plásticos, as embalagens e os recipientes de que trata o caput
Art. 183 O Município de Primavera do Leste poderá executar deste artigo.
a coleta e deposição final dos resíduos classificados no parágrafo § 2º Quando da implantação de coleta seletiva de resíduos sóli-
terceiro do artigo anterior, em caráter facultativo e a seu exclusivo dos urbanos, o Município providenciará os sacos plásticos, as emba-
critério, cobrando sob forma de preço público, a ser fixado em cada lagens e os recipientes de que trata o caput deste artigo, conforme
regulamentação própria.

234
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º É proibido acondicionar junto com o lixo domiciliar, quais- Parágrafo único. O posicionamento da lixeira, mesmo fazendo
quer explosivos ou materiais tóxicos em geral. parte integrante do gradil, deverá permitir fácil acesso e retirada
Art. 186 As características dos recipientes, sua forma de acon- do lixo, pelo lado do passeio público, pelos servidores do órgão de
dicionamento e obrigatoriedade de uso deverão atender as deter- limpeza pública ou funcionário da concessionária.
minações contidas nas Normas Técnicas Especiais e no Regulamen-
to desta lei. SEÇÃO II
Art. 187 Os sacos plásticos e as embalagens da coleta seletiva DA COLETA, DO TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO FINAL
deverão ter a capacidade máxima de 100 (cem) litros e mínima de DE RESÍDUOS SÓLIDOs
20 (vinte) litros.
Art. 188 O lixo proveniente de hospitais, ambulatórios, casas de Art. 195 Entende-se por coleta regular de resíduo sólido domi-
saúde, farmácias, clínicas médica e odontológicas e estabelecimen- ciliar, a remoção e o transporte para os destinos apropriados, do
tos congêneres será, obrigatoriamente, acondicionado em sacos conteúdo dos recipientes e contêineres padronizados ou das pró-
plástico de cor branca, de acordo com as especificações da ABNT. prias embalagens, como as de resíduos sólidos acondicionados em
Art. 189 O acondicionamento em recipientes far-se-á de forma sacos plásticos e dos fardos embalados previamente, em obediên-
que os resíduos sejam mantidos em medida rasa, limitada a sua cia às regulamentações de peso e/ou volume, bem como de horário
altura à boca do recipiente, que deverá apresentar-se com a tampa determinado.
ajustada e sem nenhum coroamento. Parágrafo único. Os recipientes e contêineres em desacordo
Art. 190 Serão considerados irregulares os recipientes que não com a padronização prevista serão recolhidos juntamente com o
seguirem a padronização, os que apresentarem mau estado de con- lixo e terão conveniente destino, a critério do setor competente do
servação e asseio ou os que não permitirem o ajuste da tampa. Município
Art. 191 O Município poderá, em casos especiais, a seu exclusi- Art. 196 A coleta e o transporte de resíduo sólido público pro-
vo critério, exigir, para o acondicionamento de lixo comercial, indus- cessar-se-á de conformidade com as normas e planos estabelecidos
trial e domiciliar, caçambas metálicas basculantes com capacidade para as atividades regulares de limpeza urbana, pelo órgão compe-
mínima de 3,00 m³ (três metros cúbicos) e máxima de 7,00 m³ (sete tente municipal ou pela concessionária.
metros cúbicos), as quais serão removidas por veículos com poli- Art. 197 Dependerão também de plano estabelecidos pelo
guindaste. órgão municipal competente, de acordo com as normas especiais
Art. 192 Somente será permitido o uso dos tipos e modelos de para o tipo de resíduo a ser coletado e transportado, devendo ser
contêineres e caçambas metálicas basculantes aprovados e regis- estabelecido em regulamento.
trados no Município de Primavera do Leste. Art. 198 A destinação e a deposição final de resíduos sólidos
Art. 193 O lixo domiciliar acondicionado na forma desta Lei de- domiciliar, público e especial somente poderão ser realizadas, res-
verá ser apresentado pelo munícipe, à coleta, com a observância pectivamente, em locais e por métodos aprovados pelo Município,
das seguintes determinações: dentro de sua área de jurisdição.
I - Os recipientes e contêineres devem apresentar-se conve-
nientemente fechados ou tampados e em perfeitas condições de SEÇÃO III
conservação e higiene; DA COLETA, DO TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO FINAL DO LIXO E
II - Para a apresentação do lixo corretamente acondicionado, RESÍDUOS SÓLIDOS ESPECIAIS POR PARTICULARES
caso o Município ou a concessionária do serviço de coleta de lixo
determine horário para a mesma, será concedido ao munícipe, o Art. 199 A coleta, o transporte e a deposição final do resíduo
prazo de uma hora antes do horário fixado para a coleta; sólido domiciliar, público e especial somente poderão ser realizados
III - O munícipe terá prazo de uma hora depois da coleta, para o por particulares mediante prévia e expressa autorização do Muni-
recolhimento dos recipientes ou contêineres, salvo motivo de força cípio.
maior; Parágrafo único. O serviço prestado pelos particulares seguirá
IV - Quando a coleta regular de lixo domiciliar for realizada em as orientações do Município e será, pelo mesmo, fiscalizado, tendo
horário noturno, não será permitida a exposição do lixo antes das caráter precário, ficando sujeito à rescisão unilateral do contrato,
18:30 h (dezoito horas e trinta minutos), devendo, os munícipes, caso os serviços estejam sendo deficientes ou descumpridor das
obrigatoriamente, recolherem os recipientes até às 8:00 h (oito ho- normas legais e regulamentares impostas.
ras) do dia seguinte. Art. 200 O transporte em veículos, de qualquer material a gra-
§ 1º Os horários de coleta regular de lixo, reciclável ou não, nel ou de resíduos sólidos que exalem odores desagradáveis, de-
poderão ser fixados ou modificados por Portaria, fundamentadas vem ser executados de forma a não provocar derramamento nas
na conveniência pública, com divulgação prévia aos munícipes, po- vias e logradouros públicos e em condições que não tragam incon-
dendo ser feita por Zona Urbana ou outro critério venientes à saúde e ao bem-estar público.
§ 2º Os recipientes e contêineres que não forem recolhidos § 1º Os veículos transportadores de material a granel, assim
dentro dos prazos fixados para tal serão apreendidos pelo setor entendidos os que transportam terra, resíduos de aterro e/ou de
competente municipal, a exceção do inciso II deste artigo, por força terraplenagem em geral, entulho de construção e/ou demolição,
maior, justificada. areia, cascalho, brita, agregados, escórias, serragem, carvão, adubo,
Art. 194 A colocação de lixeira ou cesto de apresentação de fertilizantes, composto orgânico, cereais e similares deverão:
lixo domiciliar de propriedade particular à coleta, poderá ser sobre a) Ser dotados de cobertura ou sistema de proteção que impe-
o passeio público, desde que não cause transtornos ao trânsito de ça o derramamento dos resíduos;
pedestres, obedecidos critérios estabelecidos pelo órgão público
competente.

235
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) Trafegar com carga rasa, com altura limitada à borda da ca- Parágrafo único. Para o licenciamento de qualquer tipo de enti-
çamba do veículo, sem qualquer coroamento e ter equipamento de dade pública ou privada será observado às características do imóvel
rodagem limpo, antes de atingir a via pública. objeto do requerimento e as particularidades das atividades. (Reda-
§ 2º Produtos pastosos e resíduos sólidos que exalem odores ção acrescida pela Lei nº 1944/2021)
desagradáveis, como os provenientes de limpeza ou esvaziamento Art. 203. Para ser expedido o Alvará de localização, fase de
de fossas ou poços absorventes, restos de abatedouros, restos de licenciamento pelo Município, será levado em consideração o ca-
açougues, sebos, vísceras e similares só poderão ser transportados dastro imobiliário municipal, as áreas rurais, zoneamento e grau de
em carrocerias estanques. risco das atividades, sendo este último liberado logo após os atos
§ 3º Nos serviços de carga e descarga dos veículos, os responsá- constitutivos quando for considerado baixo ou médio seu risco,
veis, tanto pelo serviço quanto pela guarda dos produtos transpor- todo e qualquer comercio, prestadora de serviço, indústria, enti-
tados, sob pena de incidirem ambos nas mesmas sanções previstas dade pública, entidade religiosa, entidade privada com ou sem fins
nesta Lei, deverão: lucrativos, onde serão fiscalizados pelos órgãos competentes muni-
a) Adotar precauções na execução dos serviços, de forma a evi- cipais, posteriormente aos atos constitutivos, no que diz respeito às
tar prejuízos à limpeza dos ralos, caixas receptores de águas plu- condições de localização, sanitária, ambiental e de segurança, em
viais, passeios, vias e logradouros públicos; qualquer que seja o ramo de atividade a que se destinem. (Redação
b) Providenciar imediatamente, a retirada dos passeios e logra- dada pela Lei nº 1944/2021)
douros públicos, das cargas e produtos descarregados; Art. 204 Para efeito de fiscalização, o proprietário do estabele-
c) Providenciar a limpeza dos locais públicos utilizados, reco- cimento licenciado colocará o alvará de localização em lugar visível
lhendo convenientemente todos os resíduos caídos; e o exibirá à autoridade competente, sempre que esta o exigir.
d) Obedecer os horários e locais indicados pelo Município. Art. 205. Para alteração de endereço, de estabelecimento co-
mercial, prestador de serviço, industrial, entidade pública, entidade
SEÇÃO IV religiosa, entidade privada com ou sem fins lucrativos, deverá ser
DOS DEMAIS SERVIÇOS DE LIMPEZA PÚBLICA solicitada mediante processo próprio, físico devidamente proto-
colado, utilizando tecnologias da informação, sistemas, aplicativos
Art. 201 A varrição, a raspagem ou remoção de terra, arreia e próprios ou contratados para este fim e por convênio, a necessá-
material carregado pelas águas pluviais para as vias e logradouros ria anuência do Município, que verificará se o novo local satisfaz as
públicos, a capinação das calçadas e sarjetas, a limpeza de áreas condições exigidas por este Código, bom como a Lei de Zoneamen-
públicas em aberto, a desobstrução de boca-de-lobo e bueiros e to e Uso do Solo Urbano. (Redação dada pela Lei nº 1944/2021)
demais serviços de limpeza pública serão regulamentados por de- Art. 206. O Alvará de localização de estabelecimento comercial,
creto do Poder Executivo, de acordo com os programas e planos prestador de serviço, industrial, entidade pública, entidade religio-
estabelecidos pelo órgão competente municipal. sa, entidade privada com ou sem fins lucrativos, poderá ser cassada
embasado em processo próprio, assegurado a ampla defesa e con-
CAPÍTULO VIII traditório nos seguintes casos:
I - quando for exercida atividade diferente da requerida e li-
DA LOCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO, DA PRESTAÇÃO DE SERVI- cenciada;
ÇOS, INDÚSTRIAS E DEMAIS ENTIDADES PUBLICAS OU PRIVA- II - quando o proprietário licenciado se negar a exibi-la;
DAS (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 1944/2021) III - quando não dispuser das necessárias condições de higiene
ou de segurança;
Art. 202. Nenhuma entidade comercial, prestadora de serviço, IV - quando no estabelecimento forem exercidas atividades
industrial, entidade pública, entidade religiosa, entidade privada prejudiciais a saúde ou à higiene;
com ou sem fins lucrativos, poderão desenvolver suas atividades V - quando o localização do estabelecimento for prejudicial a
sem a prévia licença de localização do Município, que a concederá ordem, ao sossego público ou a fluidez do sistema viário;
aos interessados, se observadas as disposições deste código, de- VI - quando o responsável pelo estabelecimento se recusar ao
mais normas legais e regulamentos pertinentes, mediante as regras cumprimento da intimação expedida pela Prefeitura, mesmo de-
de tributação municipal. (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) pois de aplicadas multas ou outras penalidades cabíveis;
§ 1º O pedido para formalização de entidades públicas e pri- VII - quando forem prestadas falsas informações no processo
vadas deverá ser feito mediante requerimento físico devidamente de requerimento ou por processo instruído com documentos falsos
protocolado, utilizando tecnologias da informação, sistemas, aplica- ou adulterados;
tivos próprios ou contratados para este fim, por convênio, especifi- VIII - por solicitação de autoridade competente provados os
cando com clareza: (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) motivos que fundamentarem a solicitação;
I - As atividades a serem desenvolvidas pelo empreendedor ou IX - nos demais casos previstos em leis.
entidade; (Redação dada pela Lei nº 1944/2021) § 1º Poderá ser igualmente fechado todo o estabelecimento
II - Local em que o requerente pretende exercer suas ativida- que exercer atividade sem a necessária licença expedida em confor-
des, através da inscrição imobiliária ou Nirf cadastro Cafir RFB; (Re- midade com o que preceitua este Capítulo.
dação dada pela Lei nº 1944/2021) § 2º Cassada a licença, não poderá o proprietário do estabeleci-
III - Área útil da(s) instalação(ões); (Redação dada pela Lei nº mento, salvo se for revogada a cassação, obter outra para o mesmo
1944/2021) ramo de atividade ou para ramo semelhante durante três anos.
IV - Dados e informações do negócio através de questionário
próprio a ser disponibilizado ao empreendedor (Redação dada pela
Lei nº 1944/2021)

236
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º Notificado o interessado do despacho denegatório de re- CAPÍTULO IX


novação de licença ou publicado o ato de cassação de licença, bem DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADES E USOS ESPECIAIS
como expirado o prazo de vigência da licença temporária, deverá
ser o estabelecimento de imediato fechado. SEÇÃO I
§ 4º Sem prejuízo das multas cabíveis, o Prefeito poderá, ou- DA EXPLORAÇÃO MINERAL
vido o Departamento Jurídico do Município, determinar que seja
compulsoriamente fechado o estabelecimento, requisitando, para Art. 234 A exploração de pedreiras, cascalheiras, olarias e de-
esse fim, se necessário, o concurso de força policial. (Redação dada pósitos de areia e saibro dependem de licença do Município, que as
pela Lei nº 1944/2021) concederá, observados os preceitos deste Código, do Código Muni-
Art. 207 Não será concedida licença, dentro do perímetro ur- cipal de Defesa do Meio Ambiente e Recursos Naturais e as disposi-
bano, aos estabelecimentos urbanos industriais que, pela sua natu- ções vigentes na legislação federal e estadual pertinentes.
reza de produtos, pelas matérias-primas utilizadas, pelos combustí- § 1º O Município estabelecerá regulamentação própria sobre
veis empregados ou por qualquer outro motivo, possam prejudicar locais, sanções e reserva de área para este fim.
à saúde pública. § 2º Não será permitida a exploração mineral dentro da área
urbana de Primavera do Leste. Exceto a exploração de cascalheiras
SEÇÃO I que não dependem do uso de explosivos.
§ 3º Juntamente com o pedido de licença, o requerente deverá
HORÁRIO DE ATENDIMENTO DAS ENTIDADES PÚBLICAS OU apresentar um plano de recuperação ambiental, que deverá ser im-
PRIVADAS (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 1944/2021) plementado, concomitantemente, com a lavra.
Art. 235 A licença será processada mediante a apresentação de
Art. 208. O horário de atendimento dos estabelecimentos co- requerimento assinado pelo proprietário do solo ou pelo explora-
merciais, prestadores de serviços, industriais, entidades públicas, dor e instruído de acordo com este artigo.
entidades religiosas, demais entidades privadas com ou sem fins § 1º Do requerimento deverão constar as seguintes indicações:
lucrativos e do comercio eventual ou ambulante, será de livre atu- a) Nome e residência do proprietário do terreno;
ação, podendo ser regulamentado por decreto municipal as ativi- b) Nome e residência do explorador, se este não for o proprie-
dades econômicas que produzam impactos nas necessidades da tário;
sociedade e nas questões municipais que envolvam saúde, segu- c) Localização precisa da entrada do terreno;
rança pública, perturbação do sossego público e meio ambiente. d) Declaração do processo de exploração e da qualidade de ex-
(Redação dada pela Lei nº 1944/2021) plosivo a ser empregado, quando for o caso.
Art. 209 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) § 2º O requerimento de licença deverá ser instruído com os
Art. 210 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) seguintes documentos:
Art. 211 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) a) Prova de propriedade do terreno;
Art. 212 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) b) Autorização para a exploração, passada pelo proprietário em
Art. 213 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) cartório, no caso de não ser ele próprio o explorador;
(Revogado pela Lei nº 1333/2013) c) Planta de situação, na escola 1:5.000 (um por cinco mil), com
Art. 214 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) a indicação do relevo do sol, por meio de curvas de nível, contendo
a delimitação exata da área a ser explorada, com a localização das
Art. 215 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) respectivas instalações e indicando as construções, logradouros,
Art. 216 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) mananciais e cursos d`água situados em toda a faixa de largura de
Art. 217 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) 100,00 (cem) metros em torno da área a ser explorada;
Art. 218 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) d) Perfis do terreno;
Art. 219 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) e) Ventos predominantes na Região.
Art. 220 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) Art. 236 As licenças para exploração serão sempre por prazo
Art. 221 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) fixo.
Art. 222 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) Parágrafo único. Será interditada a atividade, embora licencia-
Art. 223 (Revogado pela Lei nº 1944/2021) da e explorada de acordo com este Código, desde que posterior-
mente se verifique que a sua exploração acarreta perigo ou dano à
SEÇÃO II vida ou à propriedade.
Art. 237 Ao conceder as licenças, o Município poderá fazer as
Art. 224 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) restrições que julgar necessária, baseadas no Plano Diretor.
Art. 225 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) Art. 238 Os pedidos de prorrogação de licença, para continua-
Art. 226 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) ção da exploração, serão feitos por meio de requerimento e acom-
Art. 227 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) panhado com o documento de licença anteriormente concedido.
Art. 228 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) Parágrafo único. Para concessão de prorrogação de licença, de-
Art. 229 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) verá ser observado o artigo 235º.
Art. 230 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) Art. 239 O Município poderá, a qualquer tempo, determinar a
Art. 231 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) execução de obras no local da exploração, com o intuito de proteger
Art. 232 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) propriedades particulares ou públicas ou evitar danos irreparáveis à
Art. 233 (Revogado pela Lei nº 1820/2019) fauna, flora, cursos ou mananciais d`água.

237
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 240 A exploração de pedreiras a fogo depende de autoriza- SEÇÃO III


ção do Ministério do Exército, ficando sujeita, tanto a implantação DOS CEMITÉRIOS
de suas instalações como o seu funcionamento, a disposições esta-
belecidas por aquele órgão. Art. 247 Os cemitérios são logradouros públicos considerados
de utilidade pública, destinados ao sepultamento dos mortos.
SEÇÃO II Art. 248 Compete, exclusivamente ao Município, organizar, su-
DOS INFLAMÁVEIS E EXPLOSIVOS pervisionar, orientar dirigir, promover, assistir e fiscalizar a instala-
ção e funcionamento dos cemitérios.
Art. 241 É expressamente proibido, sem prévia licença do Mu- Art. 249 É vedado criar restrições ao sepultamento, com fun-
nicípio, fabricar, guardar, armazenar, vender e transportar materiais damento em crença religiosa, por discriminação de raça, sexo, cor,
inflamáveis e explosivos de qualquer natureza. condição social ou econômica ou por convicções políticas.
Parágrafo único. O licenciamento das atividades referidas no Parágrafo único. É vedado, no interior dos cemitérios, pertur-
caput deste artigo dependerá de condições especiais de controle bar a ordem e a tranqüilidade, desrespeitar os sentimentos alheios
ambiental, das exigências contidas na Lei de Zoneamento e Uso do e os credos religiosos, ou assumir qualquer atitude contrária aos
Solo Urbano, no Código de Obras, além da legislação estadual e fe- bons costumes ou que firam princípios éticos.
deral pertinente. Art. 250 O Município poderá conceder a terceiros, o direito de
Art. 242 São considerados inflamáveis: construir, explorar ou operar os cemitério, sempre precedido de
I - O fósforo e os materiais fosforados; concorrência pública.
II - A gasolina e demais derivados de petróleo; Art. 251 Os cemitérios novos a serem implantados serão prefe-
III - Os éteres, álcoois, aguardente e óleos em geral; rencialmente do tipo “Parque”, com forração e arborização formada
IV - Os carburetos, o alcatrão e materiais betuminosos líquidos; por espécies nativas.
V - O gás metano e o gás liqüefeito de petróleo (GLP); Art. 252 A concessionária de cemitério formalizará os seus con-
VI - Toda e qualquer substância cujo ponto de inflamabilidade tratos com os adquirentes de titularidade de direito, regendo-se
seja acima de 135 graus celsius. pela Lei Civil.
Art. 243 Consideram-se explosivos: Art. 253 A concessionária de cemitério obrigar-se-á:
I - Fogos de artifício; I - Manter em livro próprio, o registro de inumação e exuma-
II - Nitroglicerina, seus compostos e derivados; ção, em ordem cronológica, com indicações necessárias à localiza-
III - Pólvora e algodão-pólvora; ção do jazigo;
IV - Espoletas e estopins; II - Comunicar mensalmente ao Município, a relação dos inu-
V - Fulminantes, cloretos, forminatos e congêneres; mados, acompanhada das fichas individuais, contendo os dados
VI - Cartuchos de guerra, caça e minas. descritos no óbito;
Art. 244 É absolutamente proibido: III - Comunicar as transladações e exumações, com prévia apro-
I - Fabricar ou comercializar explosivos sem licença especial e vação do Município, lavrando-se os termos, obedecidos os prazos
em local não autorizado pelo Município; regimentais;
II - Manter depósito de substâncias inflamáveis ou de explosi- IV - Manter em perfeitas condições de higiene e limpeza, o ce-
vos, sem atender as exigências legais quanto à construção e segu- mitério, benfeitorias e instalações;
rança; V - Cumprir e fazer cumprir as determinações e regulamentos
III - Depositar ou conservar nas vias públicas, mesmo proviso- municipais atinentes à espécie;
riamente, inflamáveis ou explosivos. VI - Manter o serviço de vigilância na necrópole, impedindo o
Art. 245 É expressamente proibido: uso indevido de sua área;
I - Queimar fogos de artifício, bombas, busca-pés, morteiros e VII - Cumprir as obrigações assumidas com os adquirentes;
outros fogos perigosos, nos logradouros públicos, ou em janelas e VIII - colocar à disposição do Município, para inumação de indi-
portas que abrirem para logradouros; gentes, a cota de 10% (dez por cento) do total dos jazigos;
II - Soltar balões de gazes rarefeitos, produzidos a partir da IX - Manter o serviço de sepultamento durante o horário regi-
queima de oxigênio, balões de São João, em todo o território do mental;
Município; X - Manter as suas expensas, as áreas ajardinadas, devidamen-
III - Fazer fogueira nos logradouros públicos, sem a prévia auto- te cuidadas e tratadas;
rização do Município; XI - Manter livros, fichas e outros materiais de expediente, de
IV - Utilizar, sem justo motivo, armas de fogo, dentro do perí- acordo com modelos fornecidos pelo Município;
metro urbano do Município. XII - Não construir, nem permitir a construção de benfeitorias
§ 1º As proibições do que tratam os incisos I e III poderão ser na área do cemitério, além das necessárias para a sua administra-
suspensas mediante licença do Município, em dias de regozijo pú- ção e manutenção, e desde que licenciadas pelo Município;
blico ou festividade religiosa de caráter tradicional. XIII - Sepultar sem indagar razões de ordem religiosa, política
§ 2º Os casos previstos no parágrafo anterior serão regulamen- ou racial.
tados pelo Município, que poderá, inclusive, estabelecer, para cada Art. 254 O Município aprovará a tabela de preços nos casos de
caso, as exigências que julgar necessárias ao interesse da segurança cemitérios concedidos, obrigando-se o concessionário a dar publi-
pública. cidade à mesma, sendo vedado criar outros encargos para os adqui-
Art. 246 No interesse público, o Município fiscalizará a fabrica- rentes que não os constantes da tabela.
ção, o armazenamento, o comércio, o transporte e o comércio de Art. 255 A concessionária é a responsável direta pelos tributos
materiais inflamáveis e explosivos de qualquer natureza. que incidam sobre o imóvel e a atividade.

238
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 256 Os direitos dos adquirentes são limitados pelo regula- Art. 266 Será considerado infrator todo aquele que cometer in-
mento municipal que disciplina a inumação e exumação, bem como fração, assim como quem auxiliar alguém na prática de infração e
pelas condições constantes do convênio celebrado entre o Municí- os encarregados da execução das leis, que, tendo conhecimento da
pio e o concessionário. infração, deixarem de autuar o infrator.
Art. 257 Em casos excepcionais e imprevisíveis, que aumentem Art. 267 Não são diretamente passíveis de aplicação das penas
consideravelmente o número de sepultamentos, o Município reser- definidas neste Código:
va-se o direito de utilizar o cemitério, sujeitando-se os sucessores, I - Os incapazes, na forma da Lei;
às condições normais de pagamento vigorantes na necrópole par- II - Os que forem coagidos a cometer infração.
ticular. Art. 268 Sempre que a infração for praticada por qualquer dos
Parágrafo único. Ocorrendo a condição prevista neste artigo, o agentes, a que se refere o artigo anterior, a pena recairá:
Município dará tratamento igual aos indigentes e não havendo vaga I - Sobre os pais, tutores ou pessoas sob cuja guarda estiver o
nos jazigos a eles reservados, assumirá o ônus do sepultamento. menor;
Art. 258 O cemitério obedecerá a legislação federal e estadual II - Sobre o curador ou pessoa sob cuja guarda estiver o incapaz;
pertinente, o Código de Obras, a Lei de Zoneamento e Uso do Solo, III - Sobre aquele que deu causa a contravenção forçada.
o Código de Defesa do Meio Ambiente, o presente Código e o regu- Art. 269 Dará motivo à lavratura dos autos administrativo cor-
lamento desta Lei. respondentes qualquer violação das normas deste Código, que for
Art. 259 É vedado o sepultamento antes do prazo de 12 (doze) levada a conhecimento do órgão municipal competente, devendo,
horas, contado do momento do falecimento, salvo: a comunicação, ser acompanhada de prova devidamente testemu-
I - Quando a causa da morte tiver sido moléstia contagiosa ou nhada.
epidêmica; Parágrafo único. Recebendo tal comunicação, a autoridade
II - Quando o cadáver apresentar sinais inequívocos de putre- competente deverá, sempre que couber, ordenar as medidas cabí-
fação. veis e as previstas nas Seções deste Capítulo.
Art. 260 É vedada a permanência de cadáver insepulto, no ce-
mitério, por mais de 36 (trinta e seis) horas, contadas do momento SEÇÃO I
em que se verificou o óbito, salvo quando o corpo estiver embalsa- DA NOTIFICAÇÃO
mado ou se houver ordem expressa das autoridades sanitárias do
Município. Art. 270 Todo infrator que cometer pela primeira vez, uma ação
Art. 261 É vedado o sepultamento humano sem o correspon- ou omissão contrária às disposições deste Código, sofrerá uma ad-
dente atestado de óbito. vertência sob a forma de Notificação, obrigando-o a interromper e
Parágrafo único. Excepcionalmente, na impossibilidade de ob- a reparar, se for o caso, a ação infringente, por força deste Código,
tenção do documento, o sepultamento será realizado mediante salvo nos casos:
determinação da autoridade competente, ficando a obrigação do I - Em que a ação danosa seja irreversível;
posterior envio do atestado ou certidão de óbito ao cemitério. II - Ponha em risco a vida de pessoas e propriedades;
Art. 262 É vedada a exumação antes de decorrido o prazo regu- III - Em que haja desacato ou desobediência à autoridade do
lamentar, salvo em virtude de requisição, por escrito, da autoridade Poder Municipal;
competente, ou mediante parecer favorável do serviço sanitário da IV - Atividade funcionando sem devida licença ou em local ina-
Municipalidade. dequado.
Art. 263 Toda sepultura deverá apresentar condições para que Parágrafo único. Os casos previstos nos incisos deste artigo mo-
não haja a liberação de gazes ou odores pútridos, que possam po- tivarão a lavratura, imediata, do Auto de Infração ou Apreensão,
luir ou contaminar o ar e para que não haja contaminação do lençol conforme instrução da Seção III deste Capítulo.
d`água subterrânea e de rios, de vales, de canais, assim como de Art. 271 Nos casos de reincidência ou em que permaneça a
vias públicas. ação ou o estado infringente, será lavrado um Auto de Infração e
§ 1º Todo sepultamento deverá ser feito abaixo do nível do ter- aplicadas as demais penas previstas em Lei.
reno, nos cemitérios tipo “parque” e tipo tradicional. Parágrafo único. Reincidente é aquele que violar preceito deste
§ 2º Quando os sepultamentos forem realizados em cemitério Código, por cuja infração já estiver sido notificado preliminarmente.
público municipal, bem como os demais serviços funerários, os va- Art. 272 A Notificação será emitida pela autoridade competen-
lores cobrados serão os da Taxa de Cemitério, constantes no Código te, dada a conhecer ao infrator, onde constará:
Tributário Municipal. I - Dia, mês, ano, hora e lugar onde foi constatada a infração;
Art. 264 A execução de covas, muretas, carneiras, nichos, gave- II - Nome e sobrenome do infrator, sua profissão e residência;
tas de túmulos, jazigos e mausoléus devem obedecer normas técni- III - Natureza da infração;
cas e regulamento municipal específico. IV - Prazo para regularizar, reparar e/ou suspender a ação in-
fringente;
CAPÍTULO X V - Identificação de testemunhas, quando o infrator se recusar
DAS INFRAÇÕES, AUTOS ADMINISTRATIVOS E PENALIDADES a assinar o conhecimento da Notificação ou na ausência e impedi-
mento deste.
Art. 265 Constitui-se infração toda ação ou omissão contrária Parágrafo único. A Notificação poderá ser dirigida publicamen-
às disposições deste Código ou de outras leis, decretos, resoluções te, através dos meios de comunicação locais, sem especificação
ou atos baixados pelo Governo Municipal, no uso do poder de po- individual do imóvel ou do proprietário, mantendo-se, contudo, a
lícia. especificação da natureza da infração e a determinação para regu-
larizar, reparar e/ou suspender a ação infringente.

239
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO II Art. 281 No caso de não ser reclamado e retirado no prazo de


DO AUTO DE INFRAÇÃO 30 (trinta) dias, o bem apreendido será vendido em hasta pública,
pelo Município, sendo a importância aplicada na indenização das
Art. 273 Auto de Infração é o instrumento por meio do qual a multas e despesas de que trata o artigo anterior, cobradas quais-
autoridade municipal apura a violação das disposições deste Código quer outras despesas e destinado, o saldo, para entidades filantró-
e de outras leis, decretos e regulamentos do Município. picas, mediante requerimento instruído e processado.
Parágrafo único. São autoridades para lavrar o Auto de Infra- § 1º Quando se tratar de material ou mercadoria perecível, o
ção, os fiscais ou outros funcionários designados pelo Prefeito Mu- prazo para reclamação e retirada do depósito do Município, será de
nicipal. 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 274 Os Autos de Infração obedecerão a modelo especial e § 2º Em caso de bem apreendido em que não for possível ou
conterão, obrigatoriamente: viável o processo de venda em hasta pública, o Município dará a
I - Dia, mês, ano, hora e lugar em que foi lavrado; destinação que lhe convier ou inutilizará, conforme cada caso.
II - Nome de quem o lavrou, relatando com toda a clareza o
fato constante da infração e os pormenores que possam servir de SEÇÃO IV
atenuantes ou de agravantes à ação; DAS MULTAS
III - Nome e sobrenome do infrator, sua profissão e residência;
IV - A disposição infringida; Art. 282 A pena, além de impor a obrigação de fazer e desfazer,
V - A assinatura de quem lavrou o auto, do infrator ou de duas será pecuniária através de cobrança de multa.
testemunhas capazes, se houver. Art. 283 O pagamento da multa não exime o infrator de reparar
Parágrafo único. Recusando-se, o infrator, a assinar o Auto, será os danos causados ou de cumprir outras penalidades previstas.
tal recusa averbada no mesmo, pela autoridade que o lavrou, nar- Art. 284 Independente de outras penalidades previstas na le-
rando o motivo da recusa, na presença das testemunhas, se houver. gislação em geral e pelo presente Código, serão aplicadas multas,
Art. 275 O infrator terá prazo de 5 (cinco) dias, a partir da data através do Auto de Infração e nos seguintes valores:
de lavratura do Auto de Infração, para apresentar defesa, através de I - De 50 (cinquenta) a 500 (quinhentas) vezes o valor da UFIR,
requerimento dirigido ao setor competente. nas infrações aos dispositivos dos Capítulos VI e IX deste Código;
Art. 276 Julgada improcedente ou não sendo, a defesa, apre- II - De 50 (cinquenta) a 200 (duzentas) vezes o valor da UFIR,
sentada no prazo previsto, será imposta a multa ao infrator, o qual nas infrações aos demais dispositivos deste Código.
será intimado a recolhê-la dentro do prazo de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Na imposição da multa e para graduá-la, ter-
Art. 277 O Auto de Infração poderá ser cancelado somente pelo -se-á em vista:
órgão expedidor ou superior, devidamente justificado. a) A maior ou menor gravidade da infração;
Art. 278 A aplicação de penalidades referidas neste Código não b) As suas circunstâncias atenuantes ou agravantes;
isenta o infrator, das demais penalidades que lhe forem aplicáveis c) Os antecedentes do infrator, com relação as disposições des-
pelos mesmos motivos e previstas pela legislação federal ou esta- te Código.
dual, nem da obrigação de reparar os danos resultantes da infração, Art. 285 A penalidade pecuniária será judicialmente executada,
na forma do aplicado no Código Civil. se imposta de forma regular e pelos meios hábeis, e o infrator se
recusar a satisfazê-la no prazo legal.
SEÇÃO III § 1º A multa não paga no prazo regulamentar, será inscrita em
DO AUTO DE APREENSÃO dívida ativa.
§ 2º Os infratores que estiverem em débito de multa, não po-
Art. 279 Nos casos de apreensão, o bem apreendido será re- derão receber quaisquer quantias ou créditos que tiverem com o
colhido ao depósito do Município, e quando a isto não se prestar Município, participar de concorrência, coleta ou tomada de preço,
ou quando a apreensão se realizar fora da cidade, poderá ser de- celebrar contratos ou termos de qualquer natureza ou transacionar
positado em mãos de terceiros ou do próprio detentor, se idôneo, a qualquer título, com a Administração Municipal.
observadas as formalidades legais. Art. 286 Nas reincidências, as multas serão aplicadas em dobro.
Parágrafo único. O Auto de Apreensão obedecerá a modelo es- Parágrafo único. Reincidente, neste caso, é o que violar precei-
pecial e conterá, obrigatoriamente: to neste Código, por cuja infração já tenha sido autuado e punido.
a) Dia, mês, ano, hora e lugar em que o bem foi apreendido; Art. 287 Os débitos decorrentes de multas não pagas nos pra-
b) Nome e sobrenome do infrator, sua profissão e residência; zos legais terão seus valores monetários atualizados com base nos
c) Natureza da infração; coeficientes de correção monetária, fixados periodicamente em re-
d) Nome de quem o lavrou, relatando com toda a clareza o (s) soluções do órgão federal competente.
bem (ns) apreendido (s), o estado e as condições em que se encon- Parágrafo único. Nos cálculos de atualização dos valores mone-
tra (m); tários, dos débitos decorrentes de multas a que se refere o presente
e) A assinatura de quem o lavrou, do infrator ou de duas teste- artigo, serão aplicados os coeficientes de correção monetária que
munhas capazes, se houver. estiverem em vigor na data de liquidação das importâncias devidas.
Art. 280 A devolução do bem apreendido só ser fará depois de
pagas as multas que tiverem sido aplicadas e indenizado o Municí-
pio, das despesas que tiverem sido feitas com a apreensão, trans-
porte e/ou depósito.

240
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO XI § 3º Consideram-se atos públicos de liberação inicial, conforme


DAS DISPOSIÇÕES FINAIS descriminado nesta Lei, a licença, a autorização, a concessão, a ins-
crição, a permissão, o alvará, o cadastro, a localização, o credencia-
Art. 288 O não cumprimento dos deveres do Poder Público Mu- mento, o estudo, o plano, o registro e os demais atos exigidos, sob
nicipal estabelecidos neste Código incorrerá em crime de responsa- qualquer denominação, por órgão ou entidade da administração
bilidade administrativa. pública municipal na aplicação de legislação ou legislações com-
Art. 289 Os prazos estabelecidos neste Código contar-se-ão por binadas, como condição para o exercício de atividade econômica,
dias corridos. inclusive o início, a continuação e o fim para a instalação, a cons-
Parágrafo único. Não será computado no prazo, o dia inicial. trução, a operação, a produção, o funcionamento, o uso, o exer-
Prorrogar-se-á para o primeiro dia útil, o vencimento de prazo que cício ou a realização, no âmbito público ou privado, de atividade,
incidir em sábado, domingo ou feriado. serviço, estabelecimento, profissão, instalação, operação, produto,
Art. 290 O Poder Executivo Municipal deverá baixar decretos, equipamento, veículo, edificação e outros que possam por ventura
portarias, circulares, ordens de serviços e outros atos administra- substituir algum destes citados.
tivos que se fizerem necessários a fiel observância das disposições § 4º Todo e qualquer ato público municipal de liberação, seja
deste Código. inicial, de renovação, para fins de localização de empresas e negó-
Art. 291 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, cios autônomos, de cunho sanitário ou ambiental, deverão ser pre-
revogando a Lei nº 362, de 22 de dezembro de 1.995, e demais dis- ferencialmente automatizados via tecnologias da informação, ser
posições em contrário. menos burocráticos, devem tentar fomentar o empreendedorismo,
eliminando a morosidade, simplificando a documentação necessá-
GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL, Em 17 de junho de 1998 ria, eliminando fases dos processos quando possíveis, não deixando
de lado a segurança jurídica tanto para o empreendedor, como para
o ente público municipal e seus agentes públicos representantes.
LIBERDADE ECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA
Art. 2º São fundamentos que orientam o discriminado nesta
DO LESTE - LEI MUNICIPAL Nº 1.944, DE
Norma:
04 DE MAIO DE 2021.
I - a boa-fé do particular perante o poder público municipal;
II - a liberdade como uma garantia na execução de atividades
LEI Nº 1.944, DE 04 DE MAIO DE 2021. econômicas;
III - a intervenção subsidiária e singular do Município sobre o
“Cria a Declaração de Direitos e Garantias de livre mercado e exercício de atividades econômicas; e
Liberdade Econômica do Município de Primavera do Leste - MT, IV - o reconhecimento da fragilidade do particular perante o
estabelece normas para localização, para os atos de liberação de Município.
atividade econômica e a análise de impacto regulatório, altera e Parágrafo único. Regulamento municipal disporá sobre os crité-
revoga dispositivos das Leis Municipais nº 497 de 17 de junho de rios de aferição para afastamento do inciso IV do caput deste artigo,
1998 (Código de Zoneamento), 500 de 17 de junho de 1998 (Código limitados a questões de má-fé, hiper suficiência ou reincidência.
de Posturas), 699 de 20 de dezembro de 2001 (Código Tributário
Municipal) 1000, de 19 de julho de 2007 (Plano Diretor), 1507 de 16 CAPÍTULO II
de dezembro de 2014, revoga o Decreto nº 1777 de 18 de dezembro DA DECLARAÇÃO MUNICIPAL DE DIREITOS DE LIBERDADE
de 2018”. ECONÔMICA

A CÂMARA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE, ESTADO DO Art. 3º São direitos das pessoas naturais ou jurídicas, reconhe-
MATO GROSSO, APROVOU E EU, PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO cidos pelo município de Primavera do Leste, Estado de Mato Gros-
A SEGUINTE LEI: so, e perante todos os órgãos da sua Administração Pública munici-
pal Direta, Indireta e Fundacional:
CAPÍTULO I I - criar, elaborar e desenvolver, para o sustento próprio ou fa-
DISPOSIÇÕES GERAIS miliar, atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha ex-
clusivamente de propriedade privada própria, pública ou de tercei-
Art. 1º Fica criada a Declaração de Direitos de Liberdade Eco- ros consensuais, sem a necessidade de atos públicos de liberação
nômica, que estabelece normas de proteção à livre iniciativa e ao li- inicial da atividade econômica, na busca de formalizar o negócio na
vre exercício de atividade econômica e disposições sobre a atuação fase cadastral, para posterior fiscalização do Alvará de localização,
do ente municipal como agente normativo e regulador, nos termos Licença sanitária e Licenças Ambientais.
do inciso IV do caput do art. 1º, do parágrafo único do art. 170 e II - produzir, empregar e gerar renda, assegurada a liberdade
caput do art. 174 da Constituição Federal, bem como § 1º, inciso IV para desenvolver atividade econômica em horário ou dia da sema-
e caput do art. 80 da Lei Orgânica Municipal. na devidamente regulamentado por norma cabível municipal, des-
§ 1º O elencado nos dispositivos desta Lei não se confunde na de que sejam observadas:
aplicação do direito tributário e ao direito financeiro, independente a) as diretrizes de proteção ao meio ambiente, incluídas as de
da fonte do direito. repressão à poluição sonora e à perturbação do sossego público;
§ 2º Interpretam-se em favor da liberdade econômica, da boa- b) as restrições advindas de contrato, de regulamento condo-
-fé e do respeito aos contratos, aos investimentos e à propriedade minial ou de outro negócio jurídico, bem como as decorrentes das
todas as normas de ordenação pública municipal sobre atividades normas de direito real, incluídas as de direito de vizinhança; e
econômicas, seja de origem privada ou pública. c) a legislação trabalhista;

241
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - não ter restringida, por qualquer autoridade municipal, sua Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Em-
liberdade de definir o preço de produtos e de serviços como con- presas e Negócios - CGSIM, e suas alterações vigentes, bem como as
sequência de alterações da oferta e da demanda no mercado não regras da Lei nº 11.598, de 03 de dezembro de 2007.
regulado, ressalvadas as situações de emergência ou de calamidade II - Consideram-se, igualmente, como de baixo risco as ativida-
pública, quando assim declarada pela autoridade competente; des econômicas que não estejam expressamente definidas como de
IV - receber tratamento isonômico de órgãos e de entidades médio ou alto risco em lei ou decreto municipal.
da administração pública municipal quanto ao exercício de atos de III - Fica a critério do ente municipal, estabelecer através de
liberação da atividade econômica, hipótese em que o ato de libera- regulamento municipal próprio as atividades econômicas de baixo,
ção estará vinculado aos mesmos critérios de interpretação adota- médio ou alto risco de forma unificada.
dos em decisões administrativas análogas anteriores, observado o § 2º Os procedimentos de fiscalização do exercício do direito de
disposto em regulamento; que trata o inciso I do caput seja de localização, para fins sanitários
V - gozar de presunção de boa-fé nos atos praticados no exer- ou ambientais, serão realizados posteriormente, de ofício ou como
cício da atividade econômica, para os quais as dúvidas de interpre- consequência de denúncia encaminhada à autoridade competente,
tação do direito civil, empresarial, econômico e urbanístico serão cabendo à administração pública municipal o ônus de demonstrar,
resolvidas de forma a preservar a autonomia privada, exceto se de forma expressa e excepcional, a imperiosidade da eventual res-
houver expressa disposição legal em contrário; trição.
VI - desenvolver, executar, operar ou comercializar novas mo- § 3º Para fins do disposto no inciso VII do caput, entende-se
dalidades de produtos e de serviços livremente, sem a necessida- como restrito o grupo de integrantes não superiores aos limites es-
de de autorização prévia para quando tais modalidades não forem pecíficos estabelecidos para a prática da modalidade de implemen-
abarcadas por norma já existente, ou quando as normas infralegais tação, teste ou oferta.
se tornarem desatualizadas por força de desenvolvimento tecnoló- § 4º O disposto no inciso VIII do caput não se aplica à empresa
gico consolidado internacionalmente, nos termos estabelecidos em pública e à sociedade de economia mista definidas no art. 3º e no
regulamento federal, que disciplinará os requisitos para aferição da art. 4º da Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016.
situação concreta, os procedimentos, o momento e as condições § 5º O disposto no inciso III do caput não se aplica:
dos efeitos; I - às situações em que o preço de produtos e de serviços seja
VII - ter a garantia de que os negócios jurídicos empresariais utilizado com a finalidade de reduzir o valor do tributo, de poster-
serão objeto de livre estipulação das partes pactuantes, subsidia- gar a sua arrecadação ou de remeter lucros em forma de custos ao
do pelas regras de direito empresarial ao avençado, desde que ne- exterior; e
nhuma norma municipal possa beneficiar qualquer uma das partes, II - à legislação da defesa da concorrência, aos direitos do con-
exceto se para resguardar direitos tutelados pela administração pú- sumidor e às demais disposições protegidas por lei.
blica municipal ou de terceiros alheios ao contrato; § 6º O disposto no inciso IX do caput não se aplica quando:
VIII - ter a garantia de que, nas solicitações de atos públicos de I - versar sobre questões tributárias de qualquer espécie;
liberação de atividade econômica que se sujeitam ao disposto nesta II - versar sobre situações, prévia e motivadamente, considera-
Lei, apresentados todos os elementos necessários à instrução do das pelo órgão ou pela entidade da administração pública municipal
processo, o particular receberá imediatamente, independente da responsável pelo ato de liberação da atividade econômica como de
emissão de licença provisória, um prazo expresso que estipulará o justificável risco;
tempo máximo para a devida análise de seu pedido e que, transcor- III - a decisão importar em compromisso financeiro da adminis-
rido o prazo fixado, na hipótese de silêncio por parte do setor ou ór- tração pública municipal; e
gão da administração pública municipal, pelo servidor competente, IV - houver objeção expressa em lei ou em tratado em vigor
importará em aprovação tácita para todos os efeitos; no País.
IX - arquivar qualquer documento por meio de microfilme ou § 7º A aprovação tácita prevista no inciso VIII do caput não se
por meio digital, conforme técnica e requisitos estabelecidos em aplica quando a titularidade da solicitação for de agente público ou
regulamento, hipótese em que se equiparará a documento físico de seu cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral,
para todos os efeitos legais e para a comprovação de qualquer ato por consanguinidade ou afinidade, até o terceiro grau, dirigida a
de direito público; autoridade administrativa ou política do próprio órgão ou entidade
X - não ser exigida medida, prestação compensatória, mitigató- da administração pública municipal em que desenvolva suas ativi-
ria abusiva, em sede de estudos de impacto ou outras liberações de dades funcionais.
atividade econômica no direito urbanístico, entendida como aquela § 8º Os prazos a que se refere o inciso VIII do caput serão defi-
que: nidos de forma individual ou coletiva, através de regulamento pró-
a) requeira ata, relatório, parecer ou qualquer outro tipo de prio, pelos setores ou órgãos da administração pública municipal,
documento de conselho, comissão, subcomissão e congêneres; que deverá observar as particularidades próprias de cada ato públi-
b) mostre-se sem razoabilidade ou desproporcional, inclusive co de liberação, bem como o grau de risco de cada atividade.
utilizada como meio de coação ou intimidação; e
XI - não ser exigida pela administração pública municipal direta CAPÍTULO III
ou indireta certidão sem previsão expressa em normas infralegais. DAS GARANTIAS DE LIVRE INICIATIVA
§ 1º Para fins do disposto no inciso I caput:
I - As atividades de baixo risco serão verificadas através de re- Art. 4º É dever da Administração Pública municipal e dos de-
gulamento municipal próprio, tendo este como norte para sua edi- mais órgãos que se vinculam ao disposto nesta Lei, no exercício de
ção o disposto na Resolução nº 51 do Comitê para Gestão da Rede regulamentação de norma pública pertencente à legislação sobre

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a qual esta Lei versa, exceto se em estrito cumprimento a previsão “Art. 7º Fica alterado o parágrafo único do art. 16 da Lei nº 497
explícita em norma, evitar o abuso do poder regulatório de maneira de 17 de junho de 1998, que passa a vigorar com a seguinte reda-
a, indevidamente: ção:
I - criar reserva de mercado ao favorecer, na regulação, grupo “Art. 16. (...)
econômico, ou profissional, em prejuízo dos demais concorrentes; § 1º Fica instituída a Subcomissão de Zoneamento, a qual será
II - redigir enunciados que impeçam a entrada de novos compe- formada por três servidores do Poder Executivo, sendo um membro
tidores nacionais ou estrangeiros no mercado; do setor de engenharia, um do setor de meio ambiente e outro do
III - criar privilégio exclusivo para determinado segmento eco- setor de fiscalização de obras e posturas, tendo como competência
nômico, que não seja acessível aos demais segmentos; manifestar-se em assuntos de ordem urbanísticas relacionadas ao
IV - exigir documentos ou especificação técnica que não seja zoneamento municipal, subsidiando as consultas e requerimentos
necessária para atingir o fim desejado; direcionados a comissão de zoneamento na figura de seu presiden-
V - redigir enunciados que impeçam ou retardem a inovação te, nos casos de alteração de zoneamento e omissos a esta Lei.
e a adoção de novas tecnologias, processos ou modelos de negó- § 2º Os membros da Subcomissão de Zoneamento não serão
cios, ressalvadas as situações consideradas em regulamento como remunerados por esta função específica.
de alto risco; Parágrafo único. Regulamento municipal próprio definirá re-
VI - aumentar os custos de transação sem demonstração de gras e prazos de análise, forma de atuação de cada membro, prazo
benefícios; de vigente dos membros na subcomissão, forma de documentação
VII - criar demanda artificial ou compulsória de produto, servi- a ser expedida para cada consulta ou requerimento.
ço, ou atividade profissional, inclusive de uso de cartórios, registros “Art. 8º Fica alterado o caput do art. 18 da Lei nº 497 de 17 de
ou cadastros; junho de 1998, que passa a vigorar com a seguinte redação:
VIII - introduzir limites à livre formação de sociedades empresa- “Art. 18. Os licenciamentos de qualquer atividade econômica
riais ou de atividades econômicas; considerada o grau de risco alto, perigosa, incômoda ou nociva, ob-
IX - restringir o uso e o exercício da publicidade e propaganda servará a competência de cada órgão licenciador e as legislações
sobre um setor econômico, ressalvadas as hipóteses expressamen- existentes seja na esfera federal, estadual e municipal.
te vedadas em lei; “Art. 9º Fica alterado o art. 19 da Lei nº 497 de 17 de junho de
X - exigir identificação ou comunicação visual para liberação de 1998, que passa a vigorar com a seguinte redação:
qualquer ato público, seja no início, alteração ou na renovação das “Art. 19. (...)
atividades. § 1º Quanto às atividades e características:
I - (...)
CAPÍTULO IV II - (...)
DAS ALTERAÇÕES LEGAIS E DISPOSIÇÕES FINAIS Classificação Hierárquica do Comércio e Serviços:
1 - Vicinal - Atividades de pequeno porte disseminadas em
Art. 5º Fica alterado o art. 13 da Lei nº 497 de 17 de junho de áreas residenciais, de utilização imediata e cotidiana, observada a
1998, que passa a vigorar com a seguinte redação: dimensão prevista no nº 1, do inciso I, do § 4º, excetuando-se des-
“Art. 13. (...) ta dimensão as Sedes de entidades religiosas, Creches, Escolas e
I - (...) Pré-escolas:
II - Admitir-se-á a transferência ou substituição de alvará de lo- 1.1. Albergues
calização de entidade, desde que o imóvel esteja em zoneamento 1.2. Armarinhos e aviamentos.
que permita o desenvolvimento das atividades pretendidas pela 1.3. Asilos e orfanatos
requerente. 1.3. Ateliê de arte
III - Os Alvarás de Localização dos comércios, dos prestadores 1.4. Atividades profissionais não incômodas, exercidas indivi-
de serviços, das indústrias, entidades públicas, entidades religiosas, dualmente na própria residência ou atividades desenvolvidas como
entidades privadas com ou sem fins lucrativos, serão concedidos comércio ou serviços observado o porte do estabelecimento.
com prazo máximo de 1 (um) ano, em caráter provisório, definitivo 1.5. Barbearias e salão de beleza
ou eventual, sendo sua renovação anual condicionada as regras es- 1.6. Bijuterias
tipuladas pelo município, através de regulamento próprio. 1.7. Bombonieres e sorveterias
“Art. 6º Fica alterado o art. 14 e seu Parágrafo Único da Lei nº 1.8. Boutiques e perfumarias
497 de 17 de junho de 1998, que passa a vigorar com a seguinte 1.9. Cafés
redação: 1.10. Casas lotéricas
“Art. 14. A Administração Pública Municipal, através dos órgãos 1.11. Chaveiros
competentes para tais atos, poderão determinar medidas correti- 1.12. Comércio de Carnes
vas a serem tomadas pelos interessados, em relação às entidades 1.13. Comércio de produtos para informática
já localizadas, que se revelem inconvenientes às diretrizes da estru- 1.14. Confeitarias
tura urbana. 1.15. Consultórios odontológicos
Parágrafo único. Os Alvarás de Localização poderão ser cassa- 1.16. Consultórios médicos
dos a qualquer momento ou título, embasado em parecer técnico 1.17. Correios e telégrafos
fiscal, parecer jurídico ou decisão judicial, desde que o uso demons- 1.18. Creches
tre ser inconveniente ao bem estar da coletividade, sem direito a 1.19. Encadernadoras, livrarias e serviços de cópias reprográ-
nenhuma espécie de indenização por parte do ente Municipal. ficas
1.20. Entidades Financeiras, Factorings

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.21. Entidades de ensino 2.17. Comércio de ferramentas


1.22. Escritório de prestação de serviços 2.18. Comércio de piscinas e produtos correlatos
1.23. Escritórios profissionais liberais 2.19. Comércio de flores
1.24. Escritório exclusivamente administrativo de atacadistas e 2.20. Comércio eletro-eletrônicos
varejistas de quaisquer ramos, proibido manutenção de qualquer 2.21. Consertos de pequenas máquinas e equipamentos co-
estoque merciais
1.25. Escritório exclusivamente administrativo de transporta- 2.22. Consultórios veterinários (sem internação)
dora, proibido estacionamento de veículos de grande porte 2.23. Correios - agência
1.26. Espaços desportivos 2.24. Editoras
1.27. Farmácias 2.25. Escolas profissionalizantes e técnicas
1.28. Galeria de arte 2.26. Estabelecimentos de ensino
1.29. Entidades religiosas 2.27. Estofarias e tapeçarias
1.30. Imobiliárias 2.28. Funerárias
1.31. Joalherias e relojoarias 2.29. Gráficas, parques gráficos e editoriais
1.32. Laboratórios e estúdios fotográficos 2.30. Laboratório de análises clínicas químicas
1.33. Laboratório de análises clínicas 2.31. Laboratórios radiológicos
1.34. Lanchonete 2.32. Lavanderias
1.35. Lan-house 2.33. Lojas calçados e roupas
1.36. Locadoras de vídeo 2.34. Lojas de conveniências
1.37. Manufaturas e artesanato 2.35. Lojas de utensílios domésticos
1.38. Mercearias e mini mercados 2.36. Malharias
1.39. Oficinas de bicicletas 2.37. Mercados e supermercados
1.40. Oficinas de eletroeletrônicos 2.38. Oficinas mecânicas e auto elétricas
1.41. Panificadoras 2.39. Pensionatos
1.42. Papelaria 2.40. Pizzarias
1.43. Pastelarias 2.41. Restaurantes
1.44. Peixarias 2.42. Revendedoras e Locadoras de veículos exceto caminhões
1.45. Pequenas confecções 2.43. Spá, Saunas e massagens
1.46. Pré-escola 2.44. Sede de entidades religiosas
1.47. Postos combustíveis e energias renováveis 2.45. Veículos de comunicação em massa (rádios comunitários,
1.48. Quitandas FMs, AMs) - Exceto comunicação escrita e impressa.
1.49. Representação Comercial - exclusivamente escritórios 2.46. Vendas de móveis
1.50. Revistarias 2.47. Vendas eletrodomésticos
1.51. Sapatarias 2.48. Vidraçarias
1.52. Serigrafia 3 - Setoriais - Atividades de grande porte, destinadas a atender
1.53. Serviços de entrega - Delivery a população em geral, observada a dimensão prevista no nº 3, do
1.54. Tabacaria inciso I, do § 4º, deste artigo:
1.55. Unidades de saúde pública ou privada 3.1. Apart-hotéis
1.56. Vidraçarias. (Redação dada pela Lei nº 1370/2013) 3.2. Casas de espetáculos e shows
2 - Local - Atividades de médio porte de utilização intermitente 3.3. Centrais de abastecimentos de produtos e serviços
e mediata, destinada a atender determinado bairro ou zona, obser- 3.4. Centrais de carga e descarga
vada a dimensão prevista no nº 2, do inciso I, do § 4º, deste artigo, 3.5. Centros comerciais
excetuando-se desta dimensão as Sedes de entidades religiosas, 3.6. Centro de eventos
Creches, Escolas e Pré-escolas: 3.7. Circos
2.1. Academias desportivas 3.8. Clínicas veterinárias
2.2. Agências bancárias 3.9. Clubes
2.3. Agências de modelos e empregos 3.10. Depósitos de gás liquefeito (glp)
2.4. Agências de publicidade 3.11. Edifícios garagem
2.5. Agências de viagens 3.12. Estacionamento de veículos
2.6. Alinhamento e balanceamento de veículos 3.13. Estações de rádio base
2.7. Ambulatórios 3.14. Estações de tratamento
2.8. Antiquários 3.15. Grandes escritórios
2.9. Atividades Recreativas 3.16. Grandes lojas
2.10. Auditórios 3.17. Hotéis
2.11. Borracharias 3.18. Lavagem e lubrificação de veículos
2.12. Cartórios 3.19. Lojas de materiais de construção
2.13. Cinemas 3.20. Motéis
2.14. Clínicas médicas 3.21. Museus
2.15. Clubes e soc. Recreativas 3.22. Pequenas funilarias
2.16. Comércio e serviços náuticos 3.23. Pequenas Serralherias

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3.24. Repetidoras (televisão, telefonia etc.) Parágrafo único. A reincidência na infração deste artigo deter-
3.25. Restaurantes minará a cassação do Alvará de localização.
3.26. Shopping center “Art. 13. Fica alterado o art.113 da Lei nº 500 de 17 de junho de
3.27. Supermercados 1998, que passa a vigorar com a seguinte redação:
3.28. Teatros “Art. 113. (...)
3.29. Unidades socioeducativas Parágrafo único. As desordens, algazarras ou barulhos verifi-
3.30. Viveiros de flores e árvores cados nos referidos estabelecimentos sujeitarão os proprietários
4 - Gerais - Atividades destinadas a população em geral, as à multa, podendo ser cassado o Alvará de localização, no caso de
quais por seu porte e natureza, exigem confinamento em áreas pró- reincidência.
prias, observada a dimensão prevista no nº 3, do inciso I, do § 4º, “Art. 14. Fica alterado o art.124 da Lei nº 500 de 17 de junho de
deste artigo: 1998, que passa a vigorar com a seguinte redação:
4.1. Aeroclubes “Art. 124. Para a localização de teatros, além das demais dispo-
4.2. Armazéns gerais sições aplicáveis deste Código, deverá a parte destinada ao público,
4.2. Beneficiamento de cereais e condimentos ser inteiramente separada da parte destinada aos artistas, não ha-
4.3. Beneficiamento de madeiras vendo entre as duas, mais do que a indispensável comunicação com
4.4. Comércio atacadista as vias públicas, de maneira que assegure saída ou entrada franca,
4.5. Com. de máquinas e equip. agrícolas pesadas sem dependência da parte destinada à permanência do público.
4.6. Com. equipamentos pesados “Art. 15. Fica alterado o art.125 da Lei nº 500 de 17 de junho de
4.7. Com. produtos agropecuários 1998, que passa a vigorar com a seguinte redação:
4.8. Comércio de venenos e defensivos agrícolas “Art. 125. (...)
4.9. Cooperativas (depósitos) § 1º (...)
4.10. Distribuidoras § 2º (...)
4.11. Depósitos de areia, pedra, inflamáveis, tóxicos e similares § 3º Autorização de localização dos estabelecimentos de que
4.12. Fábricas de produtos de gesso e de concreto trata este artigo não poderá ser por prazo superior a 30 (trinta) dias.
4.13. Fábricas de Tijolos, Telhas e Cerâmica § 4º (...)
4.14. Fábricas de esquadrias metálicas § 5º (...)
4.15. Funilarias de grande porte “Art. 16. Fica alterado o art.153 da Lei nº 500 de 17 de junho de
4.16. Garagem de veículos para transporte de passageiros 1998, que passa a vigorar com a seguinte redação:
4.17. Garagem de veículos para transporte de passageiros “Art. 153. (...)
4.18. Oficinas de funilaria e pintura § 1º Na infração de qualquer disposição deste título, será im-
4.19. Marcenarias posta a multa correspondente ao valor de 70,49 (setenta vírgula
4.20. Marmorarias quarenta e nove) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência) ou outro ín-
4.21. Retíficas de peças e motores dice que vier a substituir a UFIR, aplicando-se o dobro da multa em
4.22. Serralherias caso de reincidência específica, seguindo-se da apreensão de bens,
4.23. Silos interdição das atividades, cassação de licença de localização e proi-
4.24. Tornearias bição de transitar com repartições municipais.
4.25. Transportadoras “Art. 17. Fica alterado o título do capítulo VIII da Lei nº 500 de
“Art. 10. Fica alterado o art.1º da Lei nº 500 de 17 de junho de 17 de junho de 1998, que passa a vigorar com a seguinte redação:
1998, que passa a vigorar com a seguinte redação: DA LOCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO, DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS,
“Art. 1º O Código de Posturas do Município de PRIMAVERA DO INDÚSTRIAS E DEMAIS ENTIDADES PUBLICAS OU PRIVADAS
LESTE - MT tem por finalidade instituir as normas disciplinadoras “Art. 18. Fica alterado o art.202 da Lei nº 500 de 17 de junho de
de higiene, de segurança, da ordem pública, do bem-estar público 1998, que passa a vigorar com a seguinte redação:
e da localização dos estabelecimentos comerciais, dos prestadores “Art. 202. Nenhuma entidade comercial, prestadora de serviço,
de serviços, das indústrias, entidades públicas, entidades religiosas, industrial, entidade pública, entidade religiosa, entidade privada
entidades privadas com ou sem fins lucrativos, bem como as cor- com ou sem fins lucrativos, poderão desenvolver suas atividades
respondentes relações entre o Poder Público Municipal e os seus sem a prévia licença de localização do Município, que a concederá
Munícipes. aos interessados, se observadas as disposições deste código, de-
“Art. 11. Fica alterado o art.97 da Lei nº 500 de 17 de junho de mais normas legais e regulamentos pertinentes, mediante as regras
1998, que passa a vigorar com a seguinte redação: de tributação municipal.
“Art. 97. (...) § 1º O pedido para formalização de entidades públicas e pri-
§ 1º (...) vadas deverá ser feito mediante requerimento físico devidamente
§ 2º A reincidência na prática das infrações previstas neste arti- protocolado, utilizando tecnologias da informação, sistemas, aplica-
go determinará a cassação do Alvará de localização da distribuidora tivos próprios ou contratados para este fim, por convênio, especifi-
ou indústria. cando com clareza:
“Art. 12. Fica alterado o art. 111 da Lei nº 500 de 17 de junho de I - As atividades a serem desenvolvidas pelo empreendedor ou
1998, que passa a vigorar com a seguinte redação: entidade;
“Art. 111. É expressamente proibido aos estabelecimentos, aos II - Local em que o requerente pretende exercer suas ativida-
ambulantes, a exposição de cartazes, gravuras, livros, revistas ou des, através da inscrição imobiliária ou Nirf cadastro Cafir RFB;
jornais pornográficos ou obscenos. III - Área útil da(s) instalação(ões);

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - Dados e informações do negócio através de questionário § 3º Notificado o interessado do despacho denegatório de re-
próprio a ser disponibilizado ao empreendedor novação de licença ou publicado o ato de cassação de licença, bem
Parágrafo único. Para o licenciamento de qualquer tipo de enti- como expirado o prazo de vigência da licença temporária, deverá
dade pública ou privada será observado às características do imóvel ser o estabelecimento de imediato fechado.
objeto do requerimento e as particularidades das atividades. § 4º Sem prejuízo das multas cabíveis, o Prefeito poderá, ou-
“Art. 19. Fica alterado o art.203 da Lei nº 500 de 17 de junho de vido o Departamento Jurídico do Município, determinar que seja
1998, que passa a vigorar com a seguinte redação: compulsoriamente fechado o estabelecimento, requisitando, para
“Art. 203. Para ser expedido o Alvará de localização, fase de esse fim, se necessário, o concurso de força policial.
licenciamento pelo Município, será levado em consideração o ca- “Art. 22. Fica alterado o título horário de funcionamento da Lei
dastro imobiliário municipal, as áreas rurais, zoneamento e grau de nº 500 de 17 de junho de 1998, que passa a vigorar com a seguinte
risco das atividades, sendo este último liberado logo após os atos redação:
constitutivos quando for considerado baixo ou médio seu risco, “HORÁRIO DE ATENDIMENTO DAS ENTIDADES PÚBLICAS OU
todo e qualquer comercio, prestadora de serviço, indústria, enti- PRIVADAS”.
dade pública, entidade religiosa, entidade privada com ou sem fins Art. 23. Fica alterado o art.208 da Lei nº 500 de 17 de junho de
lucrativos, onde serão fiscalizados pelos órgãos competentes muni- 1998, que passa a vigorar com a seguinte redação:
cipais, posteriormente aos atos constitutivos, no que diz respeito às Art. 208. O horário de atendimento dos estabelecimentos co-
condições de localização, sanitária, ambiental e de segurança, em merciais, prestadores de serviços, industriais, entidades públicas,
qualquer que seja o ramo de atividade a que se destinem. entidades religiosas, demais entidades privadas com ou sem fins
“Art. 20. Fica alterado o art.205 da Lei nº 500 de 17 de junho de lucrativos e do comercio eventual ou ambulante, será de livre atua-
1998, que passa a vigorar com a seguinte redação: ção, podendo ser regulamentado por decreto municipal as ativida-
“Art. 205. Para alteração de endereço, de estabelecimento co- des econômicas que produzam impactos nas necessidades da so-
mercial, prestador de serviço, industrial, entidade pública, entidade ciedade e nas questões municipais que envolvam saúde, segurança
religiosa, entidade privada com ou sem fins lucrativos, deverá ser pública, perturbação do sossego público e meio ambiente.
solicitada mediante processo próprio, físico devidamente proto- Art. 24. Fica alterado o título horário de funcionamento da Lei
colado, utilizando tecnologias da informação, sistemas, aplicativos nº 1.820, de 19 de setembro de 2019, que passa a vigorar com a
próprios ou contratados para este fim e por convênio, a necessá- seguinte redação:
ria anuência do Município, que verificará se o novo local satisfaz as “HORÁRIO DE ATENDIMENTO DAS ATIVIDADES AMBULANTES”.
condições exigidas por este Código, bom como a Lei de Zoneamen- Art. 25. Fica alterado o art.10 da Lei nº Lei nº 1.820, de 19 de
to e Uso do Solo Urbano. setembro de 2019, que passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 21. Fica alterado o art.206 da Lei nº 500 de 17 de junho de Art. 10. O horário de atendimento do comércio eventual ou
1998, que passa a vigorar com a seguinte redação: ambulante de alimentação obedecerá ao disposto no artigo 208 da
“Art. 206. O Alvará de localização de estabelecimento comer- Lei Municipal nº 500 de 17 de junho de 1998, bem como suas alte-
cial, prestador de serviço, industrial, entidade pública, entidade rações vigentes.
religiosa, entidade privada com ou sem fins lucrativos, poderá ser (...)
cassada embasado em processo próprio, assegurado a ampla defe- Art. 26. Fica alterado o art.220 da Lei nº Lei nº 699 de 20 de
sa e contraditório nos seguintes casos: dezembro de 2001, que passa a vigorar com a seguinte redação:
I - quando for exercida atividade diferente da requerida e li- Art. 220. A taxa é devida em detrimento da atividade da Admi-
cenciada; nistração Pública Municipal, que no exercício regular do poder de
II - quando o proprietário licenciado se negar a exibi-la; polícia do Município, regula a prática de ato, abstenção ou isenção
III - quando não dispuser das necessárias condições de higiene de fato em razão de interesse público concernente à segurança, à
ou de segurança; higiene, à saúde, à ordem, aos costumes, à localização de estabele-
IV - quando no estabelecimento forem exercidas atividades cimentos comerciais, prestadores de serviços, industriais, entidades
prejudiciais a saúde ou à higiene; públicas, entidades religiosas, entidades privadas com ou sem fins
V - quando o localização do estabelecimento for prejudicial a lucrativos e comercio eventual ou ambulante, à tranquilidade públi-
ordem, ao sossego público ou a fluidez do sistema viário; ca, à propriedade, aos direitos individuais e coletivos e à legislação
VI - quando o responsável pelo estabelecimento se recusar ao urbanística a que se submete qualquer pessoa física ou jurídica.
cumprimento da intimação expedida pela Prefeitura, mesmo de- § 1º Estão sujeitos à taxa de Alvará de localização:
pois de aplicadas multas ou outras penalidades cabíveis; a) a localização de estabelecimentos em fase inicial, alteração
VII - quando forem prestadas falsas informações no processo e renovação periódica.
de requerimento ou por processo instruído com documentos falsos b) a veiculação de publicidade em geral.
ou adulterados; c) a execução de obra, arruamento e loteamento.
VIII - por solicitação de autoridade competente provados os d) a ocupação de área em terrenos, vias ou logradouros públi-
motivos que fundamentarem a solicitação; cos.
IX - nos demais casos previstos em leis. e) as atividades econômicas exercidas de forma ambulante,
§ 1º Poderá ser igualmente fechado todo o estabelecimento eventual ou por prazo determinado.
que exercer atividade sem a necessária licença expedida em confor- f) quaisquer dos estabelecimentos previstos no Anexo IX desta
midade com o que preceitua este Capítulo. Lei; sendo a licença outorgada pela Vigilância Sanitária Municipal,
§ 2º Cassada a licença, não poderá o proprietário do estabeleci- analisando as condições de higiene que possam representar riscos
mento, salvo se for revogada a cassação, obter outra para o mesmo à saúde e a população.
ramo de atividade ou para ramo semelhante durante três anos.

246
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Nenhuma pessoa física ou jurídica que opere no comercio, § 2º (...)


preste serviços, industrializa, seja entidades públicas, entidades re- Art. 30. Fica alterado art.227 da Lei nº Lei nº 699 de 20 de de-
ligiosas, entidades privadas com ou sem fins lucrativos e comercio zembro de 2001, que passa a vigorar com a seguinte redação:
eventual ou ambulante, não poderão sem prévia licença da Prefei- Art. 227. São isentos do pagamento da taxa de licença:
tura, exercer suas atividades no Município, sejam elas permanen- I - para a localização de estabelecimentos em fase inicial, alte-
tes, intermitentes ou por período determinado. ração e renovação periódica:
§ 3º (...) (...)
§ 4º Nenhum Alvará de localização poderá ser concedido por Art. 31. Fica alterado art.13 da Lei nº Lei nº 1000, de 19 de julho
prazo superior a um ano, salvo os casos expressos neste Código e de 2007, que passa a vigorar com a seguinte redação:
do qual conste o seu prazo no respectivo alvará. Art. 13. (...).
§ 5º Em relação à localização: I - (...);
I - (...); II - (...);
II - (...); III - (...);
III - a taxa será devida e emitido o respectivo Alvará de Licença, IV - (...);
nas seguintes ocasiões: V - (...);
a) licenciamento inicial, sendo, neste caso taxa única, referente VI - (...);
ao primeiro ano de atividade do estabelecimento, ocasião em que VII - regulamentação do horário de atendimento das atividades
se encontra sem estimativa de faturamento anterior; econômicas;
b) renovação do Alvará de localização de atividade em cada VIII - (...);
período anual subsequente, podendo ser feito pelas informações IX - (...);
mobiliarias dos contribuintes ou via tecnologias da informação; e, X - (...);
c) (...). XI - (...);
IV - as atividades múltiplas num mesmo estabelecimento, sem XII - (...).
delimitação de espaço, por mais de um contribuinte, são sujeitas ao Art. 32. Fica alterado art.61 da Lei nº Lei nº 1000, de 19 de julho
licenciamento e à taxa, isoladamente, nos termos do inciso II deste de 2007, que passa a vigorar com a seguinte redação:
artigo; Art. 61. (...).
V - (...). I - (...);
VI - (...) II - (...);
§ 7º (...) III - (...);
§ 8º (...) IV - regular o desenvolvimento do comércio e serviço.
§ 10 (...). Art. 33. Fica alterado art.70 da Lei nº Lei nº 1000, de 19 de julho
§ 11 (...) de 2007, que passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 12 (...) Art. 70. (...).
§ 13 As licenças de que trata o § 1º deste artigo terão os seguin- São objetivos dessa área:
tes prazos e condições de validade: I - (...);
I - as relativas à alínea “a”, validade no exercício em que forem II - (...);
concedidas; III - (...);
II - as concernentes às alíneas “b” a “e”, pelo período solicitado IV - regular o desenvolvimento das atividades comerciais e de
e autorizado; serviços;
§ 14 (...) V - (...);
§ 16 O Poder Executivo expedirá os regulamentos necessários à VI - (...);
fiscalização, requisitos, restrições, e demais institutos assegurado- VII - (...);
res do pleno exercício do poder de polícia municipal. (Redação dada VIII - (...);
pela Lei nº 1203/2011) Art. 34. Fica alterado art.72 da Lei nº Lei nº 1000, de 19 de julho
Art. 27. Fica alterado o art.222 da Lei nº Lei nº 699 de 20 de de 2007, que passa a vigorar com a seguinte redação:
dezembro de 2001, que passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 72. (...):
Art. 222. As bases de cálculo das taxas são as constantes das I - (...);
Tabelas I, II, IV, V, VI, VII e VIII deste Código Tributário Municipal. II - (...);
Art. 28. Fica alterado o título da tabela II da Lei nº 699 de 20 III - (...);
de dezembro de 2001, que passa a vigorar com a seguinte redação: IV - regular o desenvolvimento das atividades comerciais e de
“TABELA PARA COBRANÇA DA TAXA DE ALVARÁ DE LOCALIZA- serviços;
ÇÃO”. V - (...);
Art. 29. Fica alterado o art.223 da Lei nº Lei nº 699 de 20 de Art. 35. Fica alterado art.162 da Lei nº Lei nº 1000, de 19 de
dezembro de 2001, que passa a vigorar com a seguinte redação: julho de 2007, que passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 223. A taxa será lançada com base nos dados fornecidos Art. 162. Decreto Municipal definirá os empreendimentos e
pelo contribuinte, constatados no local e/ou existentes no cadastro atividades que dependerão de elaboração do Estudo Prévio de Im-
imobiliário ou mobiliário. pacto de Vizinhança (EIV) e do Relatório de Impacto de Vizinhança
§ 1º A taxa será lançada a cada licença requerida, concedida ou (RIV) para obter as permissões de construção, ampliação ou regu-
a constatação de funcionamento de atividade a ela sujeita, seja na larização de obras.
fase inicia das atividades, quer seja na renovação.

247
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º O decreto Municipal a que se refere o caput deste Artigo


poderá prever outros empreendimentos e atividades além dos es- PERTURBAÇÃO DO SOSSEGO PÚBLICO - LEI MUNICIPAL
tabelecidos na Subseção III, Capítulo I, do Título IV desta Lei. Nº 723, DE 16 DE ABRIL DE 2002 E SUAS ALTERAÇÕES
Art. 36. Fica alterado § 3º, do art.164 da Lei nº 1000, de 19 de
julho de 2007, que passa a vigorar com a seguinte redação: LEI Nº 723 DE 16 DE ABRIL DE 2002
§ 3º O Certificado de Conclusão da Obra só será emitido me-
diante comprovação da conclusão das obras previstas no parágrafo DISPÕE SOBRE A REGULAMENTAÇÃO DO ARTIGO 114 DA LEI
anterior. MUNICIPAL Nº 500 DE 17 DE JUNHO DE 1.998, QUE TRATA DO CÓDI-
Art. 37. Fica alterado o art.151 da Lei nº 1507, de 16 de dezem- GO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA DO LESTE - MATO
bro de 2014, que passa a vigorar com a seguinte redação: GROSSO.
Art. 151. É vedada as concessionárias o exercício de qualquer A CÂMARA MUNICIPAL DE PRIMAVERA DO LESTE, ESTADO DE
atividade estranha aos serviços funerários previsto nesta Lei muni- MATO GROSSO, APROVOU, E EU, PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO
cipal, salvo a venda de planos de serviços funerários. A SEGUINTE LEI:
Art. 38. O poder público municipal, a partir da data de publi-
cação desta, terá 60 dias para editar e publicar todas as normas Art. 1º É proibido perturbar o sossego e o bem-estar público
regulamentadoras descritas nesta Lei Municipal. com ruídos, barulhos, vibrações, som excessivo ou incômodo de
Art. 39. Ficam revogados: qualquer natureza, produzidos por qualquer forma ou que contra-
I - os seguintes dispositivos da Lei nº 500 de 17 de junho de riem os níveis máximos de intensidade fixados nesta lei.
1998: § 1º Fica facultado ao Poder Executivo Municipal criar no âm-
a) § 1º do art. 118; bito do Município de Primavera do Leste - MT o DISQUE SILÊNCIO.
b) V do art. 202; a) O DISQUE SILÊNCIO consiste em oferecer à população de
c) art.209; Primavera do Leste um número de telefone, disponível 24h (vinte
d) art.210; e quatro horas) por dia, todos os dias da semana, para adotar provi-
e) art.211; dências necessárias quando a paz e o sossego do cidadão estiverem
f) art.212; sendo perturbados por ruídos, barulhos ou sons produzidos por
g) art.213; qualquer forma, que ultrapassem os níveis de intensidade tolera-
h) art.214; dos por esta lei e prejudique o sossego, a segurança ou o bem-estar;
i) art.215; b) Para fins de educar preventivamente os cidadãos, fica facul-
j) art.216; tado ao Poder Executivo Municipal divulgar junto à população, atra-
k) art.217; vés dos meios de comunicação disponíveis, matérias educativas e
l) art.218; conscientizadoras dos efeitos prejudiciais causados pelo excesso de
m) art.219; ruídos, bem como para divulgação do DISQUE SILÊNCIO.
n) art.220; c) O Poder Executivo Municipal firmará parceria com os diver-
o) art.221 sos órgãos de Segurança Pública, especialmente com o Gabinete de
p) art.222 e Gestão Institucional do Município de Primavera do Leste - GGI-M,
q) art.223 Promotoria de Justiça/Ministério Público Estadual, Polícias Militar e
II - os seguintes dispositivos da Lei nº 699 de 20 de dezembro Judiciária Civil do Estado do Mato Grosso, visando à aplicação inte-
de 2001: gral desta lei. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
a) incisos I, II e III do § 6º do art.220; Art. 2º Para os efeitos da presente lei, consideram-se aplicáveis
b) § 6º do art.220; as seguintes definições:
c) § 9º do art.220; 1. - poluição sonora: toda emissão de som que, direta ou indi-
d) § 15º do art.220; retamente, seja ofensiva ou nociva à saúde, à segurança e ao bem-
e) § 1º do art.222; -estar da coletividade ou transgrida as disposições fixadas nesta lei;
f) § 2º do art.222 e 2. - nível de pressão sonora SPL: (Sound Pressure Level) - me-
g) a tabela III da Lei nº 699 de 20 de dezembro de 2001. dida para determinar o grau de potência de uma onda sonora. É
III - os seguintes dispositivos da Lei nº 1000, de 19 de julho de determinada pela amplitude da onda sonora por duas razões: pela
2007: sensibilidade do ouvido às variações de pressão, e por ser uma
a) art. 106. quantidade simples de ser medida. A unidade internacional do nível
IV - o Decreto nº 1777 de 18 de dezembro de 2018; de pressão sonora é o decibel (dB);
Art. 40. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 3. - som: fenômeno físico provocado pela propagação de vibra-
ções mecânicas em um meio elástico, dentro da faixa de frequência
GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL de 16 Hz (dezesseis Hertz) a 20 Hz (vinte Hertz) e passível de excitar
Em 04 de maio de 2021. o aparelho auditivo humano;
4. - som impulsivo: de curta duração, com o início abrupto e
parada rápida, caracterizado por um pico de pressão de duração
menor que um segundo;
5. - som ambiente: música de fundo, compatível com a possibi-
lidade de conversação;
6. - decibel (dB): unidade de intensidade física relativa do som:

248
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) [dB (A)]: intensidade do som medida na curva de ponderação Parágrafo único. Nos locais de que trata o caput deste artigo,
“A” - para medidas gerais de nível de pressão sonora - SPL - definida deverão ser afixadas placas, de fácil visibilidade, com o dizer “PROI-
na NBR 10151 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; BIDO SOM AUTOMOTIVO”, registrando a norma legal proibitiva.
b) [dB (C)]: intensidade do som medida na curva de pondera- (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
ção “C” - para verificação de componentes de baixa frequência de Art. 5º Os serviços de exploração carro de som do Município de
ruídos - definida na NBR 10151 da Associação Brasileira de Normas Primavera do Leste, só será permitido mediante concessão pública
Técnicas - ABNT. de até 02 (dois) veículos por 10.000 (dez mil) habitantes e desde
7. - calibração a RCB/INMETRO: são padrões de referência uti- que sejam para pessoas jurídicas e deverão obrigatoriamente:
lizados em Laboratórios de Calibração pertencentes à RBC - Rede I - ser vistoriados por órgão competente da Prefeitura Munici-
Brasileira de Calibração/Inmetro; pal, incluído neste item o fator peso e densidade de som;
7. - distúrbio por ruído ou distúrbio sonoro: significa qualquer II - estar em nome da pessoa jurídica;
som que: § 1º - O disposto previsto no “Caput” deste artigo, não se aplica
a) ponha em perigo ou prejudique a saúde de seres humanos aos contribuintes que já encontram-se devidamente cadastrados
ou animais; no setor competente da Prefeitura Municipal.
b) cause danos de qualquer natureza à propriedade pública ou § 2º - A concessão prevista no parágrafo anterior será para um
privada; só veículo, por contribuinte.
c) possa ser considerado incômodo ou que ultrapasse os níveis § 3º - Os contribuintes que não encontram nas condições pre-
máximos fixados nesta lei. vistas nos incisos I e II, terão o prazo de 60 (sessenta) dias para re-
IX - zona sensível a ruído ou zona de silêncio: é aquela que, gularização.
para atingir seus propósitos, necessita que lhe seja assegurado um § 4º - Os contribuintes que não regularizarem no prazo previs-
silêncio excepcional; to, perderão o direito de exploração.
10. a) - serviços de construção civil: qualquer operação em can- III - não se abrirá nova concessão enquanto não estiver enqua-
teiro de obras, montagem, elevação, reparo substancial, alteração drado nos limites previstos no “Caput” do disposto do artigo 5º;
ou ação similar, demolição ou remoção no local, de qualquer estru- IV - Só será permitido a exploração de carro de som, de quais-
tura, instalação ou adição a estas, incluindo todas as atividades re- quer espécies, nos horários compreendidos de 8h às 12h e de 14h
lacionadas, mas não restritas à limpeza de terreno, movimentação às 18h, excetuados Domingos e feriados. (Redação dada pela Lei nº
e paisagismo; 895/2005)
10. a) - centrais de serviços: canteiros de manutenção e/ou pro- V - o disposto neste artigo não se aplica aos comerciantes que
dução de peças e insumos para atendimento de diversas obras de necessitarem de uso de carro de som para divulgarem seus próprios
construção civil; produtos, desde que autorizados pelo Setor Competente da Prefei-
10. a) - vibração: movimento oscilatório transmitido pelo solo tura Municipal, e observado o disposto no inciso I.
ou uma estrutura qualquer; § 5º - Só será concedido alvará no caso previsto no inciso V, pelo
10. a) - meio ambiente: conjunto formado pelo espaço físico prazo de 30 (trinta) dias, quando será necessário a sua renovação.
e os elementos naturais nele contidos, até o limite do território do Art. 6º Os serviços de construção civil da responsabilidade de
município, passível de ser alterado pela atividade humana; entidades públicas ou privadas e música ao vivo e mecânica, depen-
10. a) - limite real da propriedade: representado por um plano dem de autorização prévia da Coordenadoria de Tributação, Cadas-
imaginário, que separa a propriedade real de uma pessoa física ou tro e Fiscalização, quando executados nos seguintes horários:
jurídica de outra; I - domingos e feriados, em qualquer horário;
10. a) - horários: para fins de aplicação desta lei ficam defini- II - dias úteis, em horário noturno e, em horário vespertino.
dos: Art. 7º O nível máximo de som ou ruído permitido por veículos
a) 1. diurno - compreendido entre 6h (seis horas) e 18h (dezoi- é de oitenta e cinco decibéis (85 dB), medindo na curva “B” do Me-
to horas); didor de Intensidade de Som, à distância de quatro metros (4 mts)
b) 2. noturno - compreendido entre 18h (dezoito horas) e 6h do veículo, ao ar livre. (Redação dada pela Lei nº 1153/2010)
(seis horas). (Redação dada pela Lei nº 1848/2019) Art. 8º Independentemente da medição do nível de pressão
Art. 3º Nos logradouros públicos são expressamente proibidos sonora, são expressamente proibidos os sons ou ruídos produzidos
anúncios, pregões, locuções ou propagandas comerciais, por meio por:
de aparelhos ou instrumentos, de qualquer natureza, produtores I - apitos, silvos ou sirenes de guardas, vigias e/ou seguranças
ou amplificadores de som ou ruídos, com localização fixa. noturnos em serviços de vigilância e ronda em logradouros públi-
Parágrafo único. Fica proibida a utilização de equipamentos so- cos. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
noros fixos para fins de propagandas em logradouros e passeios pú- Art. 9º A emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer ati-
blicos, na frente de estabelecimentos, sendo permitida a utilização vidades industriais, comerciais, prestação de serviços, inclusive de
interna, desde que respeitados os limites e horários estabelecidos propaganda, bem como sociais e recreativas, obedecerá aos pa-
nesta lei. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019) drões e critérios estabelecidos nesta Lei.
Art. 4º Os estabelecimentos comerciais, de quaisquer áreas de Art. 10. Ficam estabelecidos os seguintes limites máximos per-
exploração, com música ao vivo ou reproduzida, a partir das 22h missíveis de ruídos, independente do ruído de fundo, o nível de
(vinte e duas) horas, manterão o som da música em volume de pressão sonora proveniente da fonte poluidora não poderá exceder
“som ambiente”, de modo a não perturbar o sossego alheiro e os os níveis máximos estabelecidos na Tabela 1 - NCA para ambientes
estabelecimentos lindeiros. externos coforme ABNT/NBR 10151.
§ 1º Nível de Critério de Avaliação para ambientes externos,
em dB(A):

249
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tipos de áreas Diurno Noturno


Áreas de sítios e fazendas. 40 35
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas. 50 45
Área mista, predominantemente residencial. 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa. 60 55
Área mista, com vocação recreacional. 65 55
Área predominantemente industrial. 70 60

§ 2º Quando os sons e ruídos forem causados por máquinas, motores, compressores, câmaras frias ou geradores estacionários os
níveis máximos de sons e ruídos deverão obedecer àqueles dispostos no §1º. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
Art. 11. A medição do nível de pressão sonora - SPL - será feita utilizando a curva de ponderação “A” [dB (A)] com circuito de resposta
rápida, e o microfone deverá estar afastado, no mínimo, de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) dos limites reais da propriedade
onde se dá o suposto incômodo, e à altura de 1,20m (um metro e vinte centímetros) do solo, devendo o aparelho estar guarnecido com
tela protetora de vento.
§ 1º O tempo de medição deve ser escolhido de forma a permitir a caracterização do ruído em questão. A medição pode envolver uma
única amostra ou uma sequência delas;
§ 2º As medições em ambientes internos devem ser efetuadas a uma distância de no mínimo 1m (um metro) de quaisquer superfícies,
como paredes, teto, pisos e móveis. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
Art. 12. O nível de pressão sonora - SPL - medido será em função da natureza da emissão, aplicando-se as seguintes definições:
1. nível de pressão sonora equivalente (l aeq), em decibel ponderado em “A” [dB (A)]: Nível obtido a partir do valor médio quadrático
da pressão sonora, com a ponderação “A” [dB (A)] referente a todo o intervalo de medição;
2. ruído com caráter impulsivo: ruído que contém impulsos, que são picos de energia acústica com duração menor do que 1s (um
segundo) e que se repetem a intervalos maiores do que 1s (um segundo), tais como: martelagens, bate-estacas, tiros e explosões;
3. ruído com componentes tonais: ruído que contém tons puros, como o som de apitos ou zumbidos;
4. nível de ruído ambiente (L ra): nível de pressão sonora equivalente, ponderado em “A” [dB (A)], no local e horário considerados, na
ausência do ruído gerado pela fonte sonora em questão. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
Art. 13. O nível de pressão sonora (SPL) provocado por máquinas e aparelhos utilizados nos serviços de construção civil, manutenção
dos logradouros públicos e dos equipamentos e infraestrutura urbana, deverá atender aos limites máximos de pressão sonora estabele-
cidos nesta lei.
§ 1º A atividade de bate-estaca só poderá operar de segunda a sexta-feira no horário compreendido entre 8h (oito horas) e 18h (de-
zoito horas) e aos sábados entre 8h (oito horas) e 12h (doze horas). (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
Art. 14. O Medidor de Nível de Pressão Sonora - Decibelímetro, o calibrador de decibelímetro e o método utilizado para a medição e
avaliação dos níveis de som e ruído deverão atender o disposto na NBR 10151 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT ou outra
que venha sucedê-la ou substituí-la com igual finalidade, utilizando sempre a curva de ponderação “A” [dB (A)], do respectivo aparelho.
§ 1º O Medidor de Nível de Pressão Sonora - Decibelímetro deverá ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele acreditada,
obrigatoriamente com periodicidade máxima de 02 (dois) anos e, eventualmente, conforme determina a legislação metrológica em vigor;
§ 2º Até que o INMETRO publique Regulamento Técnico Metrológico sobre o decibelímetro, os certificados de calibração emitidos
pelo INMETRO ou entidade por ele acreditada são condições suficientes para validar o seu uso. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
Art. 15. A emissão de som ou ruído produzido por veículos automotores, aeroplanos ou aeronaves, nos terminais rodoviários e ae-
ródromos, bem como os produzidos no interior dos ambientes de trabalho obedecerá, as normas expedidas pelo Conselho Nacional de
Trânsito - CONTRAN e pelos órgãos competentes dos Ministérios da Aeronáutica e do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
Art. 16. Verificado o descumprimento das normas estabelecidas nesta lei, o órgão competente da Prefeitura Municipal, sem prejuízo
das sanções estabelecidas na legislação federal ou estadual, aplicará ao infrator as seguintes penalidades:
I - Notificação;
a) o infrator que cometer pela primeira vez, uma ação ou omissão contrária às disposições desta Lei, sofrerá uma advertência sob a
forma de Notificação, obrigando-o a interromper e a reparar, se for o caso, a ação infringente, salvo nos casos:
1. em que a ação danosa seja irreversível;
2. que ponha em risco a vida de pessoas e propriedades;
3. que haja desacato ou desobediência à autoridade do Poder Executivo Municipal;
b) os casos previstos nos itens desta alínea motivarão a lavratura, imediata, do Auto de infração ou Apreensão;
b) o infrator será notificado, obrigando-o a interromper e a reparar, se for o caso, a ação infringente, sob pena de imposição de outras
sanções previstas nesta lei, excetuando-se àquelas contidas na alínea “a”;
b) a notificação poderá ser aplicada quando o infrator cometer pela primeira vez, uma ação ou omissão contrária às disposições desta
lei, não podendo ser aplicada mais de uma vez para uma mesma infração cometida por um único infrator;
b) a notificação será emitida pela autoridade competente, dada a conhecer ao infrator, onde constará:
1. número sequencial, data do fato, horário do fato, data da lavratura, horário da lavratura e código do agente de fiscalização;

250
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2. nome do infrator, CPF, CNPJ, inscrição municipal (quando se a) a medida administrativa de retenção do veículo será aplica-
tratar de Pessoa Jurídica), atividade econômica (quando se tratar da somente quando a irregularidade não puder ser sanada no local
de Pessoa Jurídica), domicilio fiscal, bairro, município e local da in- da infração, sendo veículo retido/recolhido ao pátio designado pela
fração; Coordenadoria de Fiscalização, até que as irregularidades constan-
3. dados da infração, fonte causadora, nível de pressão sonora tes nos autos sejam sanadas;
(SPL) medido, nível de pressão sonora (SPL) permitido, equipamen- 1. - número sequencial, data do fato, horário do fato, data da
to utilizado na medição (instrumento, fabricante, modelo, série e lavratura, horário da lavratura e código do agente de fiscalização;
certificado de calibração); 2. - nome do infrator, CPF, CNPJ, inscrição municipal (quando se
4. legislação infringida, ciência, assinatura e matricula do agen- tratar de Pessoa Jurídica), domicílio fiscal, bairro, município e local
te, assinatura do infrator e assinatura de testemunhas, se houver. da infração;
b) recusando-se, o infrator, a assinar a notificação, será tal recu- 3. - dados da infração, legislação infringida, dados do veículo
sa averbada na mesma, pela autoridade que a lavrou, na presença e descrição do equipamento constando com clareza o bem apre-
das testemunhas, se houver; endido, o estado e a condição em que se encontra, assinatura e
II - Apreensão da fonte causadora da perturbação; matricula do agente e assinatura do infrator.
1. número sequencial, data do fato, horário do fato, data da a) recusando-se, o infrator, a assinar o Auto de Retenção, será
lavratura, horário da lavratura e código do agente de fiscalização; tal recusa averbada no mesmo pela autoridade que o lavrou, na
2. nome do infrator, CPF, CNPJ, inscrição municipal (quando se presença das testemunhas, se houver;
tratar de Pessoa Jurídica), atividade econômica (quando se tratar b) o infrator que tiver o veículo retido pela Coordenadoria de
de Pessoa Jurídica), domicilio fiscal, bairro, município e local da in- Fiscalização de Tributos, deverá indenizar o Município com o pa-
fração; gamento de 5 (cinco) UPF`s por dia corrido inerentes às despesas
3. dados da infração e legislação infringida, descrição do equi- relacionadas com a apreensão, retenção, remoção, transporte, de-
pamento constando com clareza o bem apreendido, o estado e as pósito ou guarda do mesmo.
condições em que se encontra, assinatura e matricula do agente e 1. - a remoção e/ou transporte que trata a alínea “b”, refere-se
assinatura do infrator. ao uso de guincho plataforma, no qual as despesas de remoção,
a) recusando-se, o infrator, a assinar o Auto de apreensão, será transporte e pátio correrão por conta do infrator
tal recusa averbada no mesmo pela autoridade que o lavrou, na IV - Embargo da obra (fonte causadora da perturbação);
presença das testemunhas, se houver; V - Interdição da atividade (fonte causadora da perturbação);
b) a fonte causadora da perturbação apreendida pela Coorde- VI - Fechamento do estabelecimento (fonte causadora da per-
nadoria de Fiscalização será encaminhada a depósito próprio da Se- turbação);
cretaria Municipal de Fazenda; VII - Cassação do alvará de autorização ou de licença (fonte cau-
c) o infrator que tiver a fonte causadora da perturbação apre- sadora da perturbação);
endida pela fiscalização deverá indenizar o Município, com o pa- VIII - Cassação do alvará de localização e funcionamento (fonte
gamento de 5 (cinco) UPF`s por dia corrido, inerentes as despesas causadora da perturbação);
relacionadas com a apreensão, retenção, remoção, transporte, de- IX - Auto de infração.
pósito ou guarda da mesma; a) o auto de infração é o instrumento por meio do qual a autori-
1. a indenização constante na alínea “c”, não poderá ser supe- dade municipal apura a violação das disposições desta lei, decretos
rior a 30 (trinta) dias. e regulamentos do Poder Executivo Municipal;
d) sendo a apreensão objeto de Boletim de Ocorrência Policial b) o auto de infração será emitido pela autoridade competente,
que possua efeito no que tange a legislação penal e/ou ambiental, a e obedecerá à modelo especial e conterá obrigatoriamente:
fonte causadora da perturbação ficará em poder da Coordenadoria 1. número sequencial, data do fato, horário do fato, data da
de Fiscalização de Tributos até que sejam transitadas em julgado to- lavratura, horário da lavratura e código do agente de fiscalização;
das e quaisquer ações judiciais alusivas ao caso, ficando a liberação 2. nome do infrator, CPF, CNPJ, inscrição municipal (quando se
da mesma condicionada à ordem judicial; tratar de Pessoa Jurídica), atividade econômica (quando se tratar
e) a devolução do bem apreendido só se fará depois de pagas de Pessoa Jurídica), domicilio fiscal, bairro, município e local da in-
às multas que tiverem sido aplicadas e indenizado o Município, das fração;
despesas que tiverem sido feitas com a apreensão, retenção re- 3. dados da infração, fonte causadora, nível de pressão sonora
moção, transporte, depósito ou guarda da mesma, excetuando-se (SPL) medido, nível de pressão sonora (SPL) permitido, equipamen-
aquela prevista na alínea “d”. to utilizado na medição (instrumento, fabricante, modelo, série e
f) no caso de não ser reclamada e retirada no prazo de 30 (trin- certificado de calibração);
ta) dias úteis, a fonte causadora da perturbação será vendida em 4. legislação infringida, multa/penalidade, intimação/ciência,
hasta pública, pelo Município, sendo a importância aplicada na in- assinatura e matricula do agente, assinatura do infrator e assinatura
denização das multas e despesas provenientes da apreensão, em de testemunhas, se houver.
havendo saldo, o mesmo será destinado à implementação ou me- c) recusando-se, o infrator, a assinar o auto, será tal recusa
lhorias nas ações de prevenção e combate a perturbação do sosse- averbada no mesmo, pela autoridade que o lavrou na presença das
go público; testemunhas, se houver.
g) no caso de apreendida a fonte causadora da perturbação, e § 1º O infrator terá prazo de 5 (cinco) dias, a partir da data de
não sendo possível ou viável o processo de venda em hasta pública, lavratura do Auto de infração, para apresentar defesa, através de
o Município dará a destinação que lhe convier, mediante despacho requerimento dirigido ao Secretário Municipal de Fazenda.
instruído e processado, ou inutilizará a mesma, conforme cada caso.
III - Retenção do veículo (fonte causadora da perturbaçã

251
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. julgada improcedente ou não sendo, a defesa, apresentada 1. - aparelhos sonoros de qualquer natureza, fixos ou móveis,
no prazo previsto no parágrafo anterior, será imposta a multa ao usados na propaganda eleitoral nos termos da Lei Federal nº 9.504
infrator. de 30 de setembro de 1997, campanhas de relevante interesse pú-
§ 2º Por descumprimento ao disposto nesta lei a responsabili- blico e social;
dade pelas infrações poderá ser: 2. - sirenes ou aparelhos sonoros de viaturas quando em servi-
1. - pessoal do infrator; ço de socorro ou de policiamento;
2. - da empresa, quando a infração for provocada por pessoa na 3. - hinos e cânticos religiosos, pregações feitas mediante siste-
condição de mandatário, preposto ou empregado; ma de som no interior dos templos religiosos, até o limite máximo
3. - dos pais, tutores ou curadores, quando cometidos por seus constante no art. 10, §1º da presente lei;
filhos menores, tutelados e curatelados, respectivamente; 4. - por sinos de igrejas ou templos religiosos, desde que sirvam
4. - dos proprietários/locadores/administradores de imóveis exclusivamente para indicar horas ou anunciar realização de atos ou
residenciais, comerciais ou industriais, quando cometidos por lo- cultos religiosos;
catários. 5. - por fanfarras ou bandas de músicas em procissões, corte-
a) as informações referentes aos proprietários dos imóveis se- jos, desfiles cívicos, solenidades públicas e atividades similares;
rão obtidas através do cadastro imobiliário, mantido junto a Coor- 6. - por explosivos utilizados em demolições, desde que deto-
denadoria de Tributação e Cadastro da Prefeitura de Primavera do nados em horário e com carga previamente autorizada e licenciada
Leste. por órgão competente;
5. - dos proprietários de bares, restaurantes, lanchonetes e si- 7. - por alarme sonoro de segurança residencial, comercial ou
milares quando permitirem a utilização de sons internos e/ou ex- veicular, desde que o sinal sonoro não se prolongue por tempo su-
ternos acima dos níveis e horários permitidos por esta lei, onde não perior a 30min (trinta minutos) e no limite máximo constante no
haja placa proibitiva, conforme dispõe o §1º do artigo 4º desta lei. art. 10, §1º da presente lei;
§ 3º A autoridade competente responsável pela autuação po- 8. - as obras e os serviços urgentes e inadiáveis decorrentes
derá solicitar, sempre que necessário, auxilio de força policial quan- de casos fortuitos ou de força maior, acidentes graves ou perigo
do o infrator dificultar o cumprimento do presente artigo. (Redação iminente à segurança e ao bem-estar da comunidade, bem como o
dada pela Lei nº 1848/2019) restabelecimento de serviços públicos essenciais, tais como energia
Art. 17. Independente de outras penalidades previstas na legis- elétrica, telefone, água, esgoto, coleta de lixo e sistema viário. (Re-
lação em geral e pela presente lei, serão aplicadas multas, através dação dada pela Lei nº 1848/2019)
do Auto de infração nos seguintes valores: Art. 19. Para as atividades industriais, comerciais ou prestado-
1. - INFRAÇÕES LEVES - até 10 dB (dez decibéis) acima do limite ras de serviços, já instaladas e cuja intensidade de ruído ultrapasse
constante no art. 10, §1º da presente lei - multa de 250 (duzentas os níveis estabelecidos nesta lei, fica fixado o prazo máximo de 90
e cinquenta) UPF`s; (noventa) dias para a definitiva eliminação dos eventuais excessos
2. - Infrações moderadas - de 10.1 dB (dez ponto um decibéis) verificados, sob pena de aplicação dos incisos I, II, IV, V, VII e VIII,
a 30 dB (trinta decibéis) acima do limite constante no art. 10, §1º da dispostos no caput do artigo 16 desta lei.
presente lei - multa de 500 (quinhentas) UPF`s; § 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica às empresas
3. - Infrações graves - de 30.1 dB (trinta ponto um decibéis) a 40 instaladas nos Parques e Distritos Industriais deste município;
dB (quarenta decibéis) acima do limite constante no art. 10, §1º da § 2º Havendo justo motivo, o prazo referido no caput deste ar-
presente lei - multa de 750 (setecentas e cinquenta) UPF`s; tigo poderá ser prorrogado, mediante despacho do titular da Secre-
4. - Infrações gravíssimas - mais de 40.1 dB (quarenta ponto um taria Municipal de Fazenda, se observadas às exigências previstas
decibéis) acima do limite constante no art. 10, §1º da presente lei - nesta lei, sendo imprescindível a prova por parte do contribuinte
multa de 1.000 (mil) UPF`s. das suas alegações;
§ 1º A Unidade Padrão Fiscal do Município é a instituída pelo § 3º Findo o prazo previsto no “Caput” deste artigo, o Poder
artigo 305 da Lei Municipal nº 699, de 20 de dezembro de 2001, que Executivo poderá proibir a continuidade da atividade considerada
trata do Código Tributário Municipal, ou outra que venha sucedê-la prejudicial ao bem estar coletivo, nos termos do artigo 206 da Lei
ou substituí-la com igual finalidade; Municipal nº 500, de 17 de junho de 1998, que trata do Código de
§ 2º A aplicação de qualquer penalidade não exonera o infrator Posturas do Município de Primavera do Leste, ou outra que venha
da obrigatoriedade de eliminar excessos, sendo que, sua manuten- sucedê-la ou substituí-la com igual finalidade. (Redação dada pela
ção ou reincidência, implicará na aplicação de multa em dobro; Lei nº 1848/2019)
§ 3º A penalidade pecuniária será judicialmente executada, se Art. 20. O Poder Executivo Municipal regulamentará a presente
imposta de forma regular e pelos meios hábeis, e o infrator se recu- Lei por meio de Decreto, no que couber. (Redação dada pela Lei nº
sar a satisfazê-la no prazo legal; 1848/2019)
§ 4º Julgada improcedente ou não sendo, a defesa, apresenta- Art. 21. Os casos omissos ou não devidamente contemplados
da no prazo supracitado implicará a revelia, sendo imposta a multa nesta lei serão regidos pela Lei Municipal nº 500, de 17 de junho de
ao infrator, com imediata inscrição do crédito tributário em dívida 1998, que trata do Código de Posturas do Município de Primavera
ativa, bem como protesto da Certidão de Dívida Ativa e consequen- do Leste, ou outra que venha sucedê-la ou substituí-la com igual
te Execução Fiscal. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019) finalidade. (Redação dada pela Lei nº 1848/2019)
Art. 18. Não se compreende, nas proibições dos artigos ante- Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revo-
riores, os ruídos e sons produzidos por: gando-se as disposições em contrário. (Redação acrescida pela Lei
nº 1848/2019)

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL Em 16 de abril de 2.002.

252
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

NORMAS BRASILEIRAS - ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEI- ACÚSTICA - MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO DE NÍVEIS DE PRES-
RA DE NORMAS TÉCNICAS:ACESSIBILIDADE A EDIFICA- SÃO SONORA EM ÁREAS HABITADAS - APLICAÇÃO DE
ÇÕES, MOBILIÁRIO, ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS URBA- USO GERAL - NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 10151.
NOS - NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 9050.
Norma técnica brasileira que estabelece os procedimentos e
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é responsá- critérios para a medição e avaliação dos níveis de pressão sonora
vel por desenvolver e manter diversas normas técnicas que regula- em áreas habitadas. Essa norma tem como objetivo fornecer dire-
mentam diferentes áreas da engenharia e da construção no Brasil. trizes para a avaliação do ruído ambiental visando à proteção da
Uma das normas mais importantes nesse contexto é a ABNT NBR saúde e do bem-estar da população.
9050, que trata da acessibilidade em edificações, mobiliário, espa- A NBR 10.151/2019 estabelece os requisitos técnicos para a
ços e equipamentos urbanos. realização de medições do ruído ambiental em áreas urbanas, ru-
A ABNT NBR 9050 é uma norma brasileira que estabelece dire- rais ou mistas. Ela define parâmetros e critérios para a avaliação
trizes e requisitos técnicos para tornar ambientes urbanos e edifica- do ruído em diferentes ambientes, como residenciais, comerciais,
ções acessíveis a todas as pessoas, incluindo aquelas com deficiên- escolares, hospitais, entre outros.
cia ou mobilidade reduzida. Ela foi criada com o objetivo de garantir Além disso, a norma também estabelece os procedimentos
a igualdade de acesso e uso desses espaços, promovendo a inclusão para a realização das medições, incluindo a seleção dos pontos de
e a participação plena de todos na sociedade. medição, a calibração dos equipamentos e a análise dos resultados.
A aplicação da NBR 10.151/2019 é importante para o controle
Principais aspectos abordados pela ABNT NBR 9050 do ruído ambiental e para a promoção de um ambiente sonoro ade-
1. Rampas e escadas: a norma define critérios para a constru- quado. Ela auxilia na identificação de fontes de ruído excessivo, na
ção de rampas acessíveis, incluindo inclinações adequadas, largura avaliação do impacto do ruído na saúde e no bem-estar das pessoas
mínima, corrimãos e sinalização. Também aborda as especificações e na definição de medidas de controle e mitigação do ruído.
para escadas acessíveis, como largura dos degraus e corrimãos. Dentre os principais aspectos abordados pela norma, podemos
2. Pisos táteis: são estabelecidas regras para a instalação de destacar:
pisos táteis, que são superfícies texturizadas no chão utilizadas por – Definição dos níveis de ruído aceitáveis: a norma estabele-
pessoas com deficiência visual para orientação. A norma determina ce limites de níveis de pressão sonora em diferentes horários do
as características desses pisos, como dimensões e cores. dia, levando em consideração a sensibilidade do período noturno,
3. Sinalização: a ABNT NBR 9050 define padrões para sinali- quando o ruído pode interferir no descanso e no sono das pessoas.
zação tátil e visual em ambientes públicos, incluindo informações – Critérios de medição: a NBR 10.151/2019 define os equipa-
em braile, letras contrastantes, e alturas adequadas para placas e mentos e procedimentos adequados para a realização das medi-
avisos. ções, incluindo a calibração dos instrumentos de medição e a iden-
4. Dimensionamento de espaços: a norma estabelece critérios tificação precisa dos pontos de medição.
para o dimensionamento de espaços acessíveis, como banheiros, – Avaliação dos resultados: a norma apresenta critérios para a
vagas de estacionamento, elevadores e portas. Essas medidas vi- interpretação dos resultados das medições, levando em considera-
sam acomodar cadeiras de rodas e permitir a circulação de pessoas ção o contexto e a finalidade da avaliação. Essa avaliação permite
com deficiência. identificar se os níveis de pressão sonora estão em conformidade
5. Instalações sanitárias acessíveis: são especificadas as carac- com os limites estabelecidos.
terísticas de banheiros acessíveis, incluindo dimensões, barras de – Orientações para controle e mitigação do ruído: a NBR
apoio, altura de vasos sanitários e pias, entre outros detalhes. 10.151/2019 fornece orientações gerais sobre medidas de controle
6. Mobiliário urbano: a norma também aborda a acessibilida- e mitigação do ruído, com o objetivo de reduzir os impactos nega-
de em mobiliário urbano, como bancos, telefones públicos, lixeiras tivos do ruído ambiental na saúde e no bem-estar da população.
e parques. Ela define critérios para a altura, largura e disposição
desses elementos. Em suma, a norma NBR 10.151/2019 é um importante instru-
7. Equipamentos Urbanos: a ABNT NBR 9050 inclui requisitos mento para a avaliação e controle do ruído ambiental em áreas ha-
para a acessibilidade em equipamentos urbanos, como semáforos bitadas. Sua aplicação contribui para a promoção de um ambiente
sonoros, rampas de calçadas e cruzamentos acessíveis. sonoro mais saudável, garantindo o bem-estar e a qualidade de vida
das pessoas.
Essa norma desempenha um papel fundamental na promoção
da inclusão e no cumprimento dos direitos das pessoas com de- ACÚSTICA - NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA EM AMBIENTES
ficiência, contribuindo para a construção de uma sociedade mais INTERNOS A EDIFICAÇÕES - NORMA BRASILEIRA ABNT
igualitária e acessível. Ela é aplicada em projetos de arquitetura, en- NBR 10152.
genharia civil e urbanismo, orientando profissionais na concepção e
execução de projetos que atendam às necessidades de acessibilida-
A norma brasileira ABNT NBR 10152 trata dos níveis de pressão
de. Além disso, a ABNT NBR 9050 é fundamental para a fiscalização
sonora em ambientes internos a edificações e estabelece critérios e
e a certificação da acessibilidade em edificações e espaços públicos.
procedimentos para a medição e avaliação do ruído ambiental em
locais fechados, tais como residências, escritórios, escolas, hospitais

253
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e outros tipos de edificações. A norma visa proporcionar diretrizes O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
para avaliar e controlar os níveis de ruído em ambientes internos, cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
visando ao conforto acústico e à qualidade de vida das pessoas.
CAPÍTULO I
Principais pontos abordados pela ABNT NBR 10152 DIRETRIZES GERAIS
1. Objetivos e Aplicação: a norma estabelece os objetivos da
medição de ruído em ambientes internos, que incluem a avaliação Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os arts.
do nível de pressão sonora, a determinação dos níveis de pressão 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta
sonora contínuo equivalente (NPS Leq), e a elaboração de relatórios Lei.
técnicos. Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada
2. Parâmetros de Medição: define os parâmetros técnicos a se- Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interes-
rem utilizados nas medições, como o período de integração, a faixa se social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem
de frequência e o tempo de medição. coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do
3. Equipamentos de Medição: estabelece os requisitos para os equilíbrio ambiental.
equipamentos de medição de ruído, garantindo que eles estejam Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno de-
calibrados e em conformidade com os padrões de precisão. senvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade ur-
4. Localização das Medidas: define os pontos de medição em bana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
relação às fontes de ruído, considerando diferentes situações, como I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como
áreas residenciais, salas de aula, hospitais, entre outros. o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à
5. Metodologia de Medição: detalha o procedimento a ser infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao
seguido durante a medição de ruído, incluindo a configuração do trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
equipamento, a coleta de dados e o cálculo dos resultados. II – gestão democrática por meio da participação da população
6. Critérios de Avaliação: a norma estabelece critérios para a e de associações representativas dos vários segmentos da comuni-
avaliação dos níveis de ruído, com base em limites máximos aceitá- dade na formulação, execução e acompanhamento de planos, pro-
veis em decibéis (dB) para diferentes tipos de ambientes. gramas e projetos de desenvolvimento urbano;
7. Relatórios Técnicos: define o conteúdo mínimo dos relató- III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os de-
rios técnicos que devem ser gerados após as medições, incluindo mais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendi-
informações sobre as condições de medição, os resultados obtidos mento ao interesse social;
e as conclusões. IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distri-
buição espacial da população e das atividades econômicas do Mu-
A ABNT NBR 10152 é de extrema importância para garantir o nicípio e do território sob sua área de influência, de modo a evitar
conforto acústico em ambientes internos, contribuindo para a qua- e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos nega-
lidade de vida das pessoas que frequentam ou habitam edificações. tivos sobre o meio ambiente;
Ela é utilizada por profissionais da área de acústica, engenheiros, V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transpor-
arquitetos e órgãos de fiscalização para assegurar que os níveis de te e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da
ruído estejam em conformidade com as normas e regulamentações população e às características locais;
vigentes. VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
Além disso, essa norma desempenha um papel fundamental a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
na prevenção de problemas relacionados à poluição sonora e na b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
promoção de ambientes mais saudáveis e confortáveis. c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou
inadequados em relação à infra-estrutura urbana;
Esta Norma não se aplica à: d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam
– Avaliação de desempenho acústico de sistemas construtivos funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da in-
de edificações. Para esta finalidade, aplicam-se as normas especí- fra-estrutura correspondente;
ficas; e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na
– Avaliação do nível de exposição ocupacional de trabalhado- sua subutilização ou não utilização;
res, bem como questões ergonômicas relacionadas às atividades f) a deterioração das áreas urbanizadas;
laborais dos ambientes em uso; g) a poluição e a degradação ambiental;
– Avaliação sonora de impacto ambiental. Para esta finalidade h) a exposição da população a riscos de desastres. (Incluído
se aplica a ABNT NBR 10151 e a ABNT NBR 16425 (todas as partes). dada pela Lei nº 12.608, de 2012)
VII – integração e complementaridade entre as atividades ur-
banas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR:ESTATUTO DA CIDADE -LEI
do Município e do território sob sua área de influência;
FEDERAL NO 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001
VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e
serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sus-
LEI N° 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001 tentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do ter-
ritório sob sua área de influência;
Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, es- IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do
tabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providên- processo de urbanização;
cias.

254
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

X – adequação dos instrumentos de política econômica, tribu- to básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano
tária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvol- e dos demais espaços de uso público; (Redação dada pela Lei nº
vimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores 13.146, de 2015) (Vigência)
de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusi-
sociais; ve habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana,
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público; (Re-
tenha resultado a valorização de imóveis urbanos; dação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente V – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena-
natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, ção do território e de desenvolvimento econômico e social.
paisagístico e arqueológico;
XIII – audiência do Poder Público municipal e da população CAPÍTULO II
interessada nos processos de implantação de empreendimentos DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA
ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio
ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da po- SEÇÃO I
pulação; DOS INSTRUMENTOS EM GERAL
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas
por população de baixa renda mediante o estabelecimento de nor- Art. 4o Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros ins-
mas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, trumentos:
consideradas a situação socioeconômica da população e as normas I – planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do ter-
ambientais; ritório e de desenvolvimento econômico e social;
XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupa- II – planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações
ção do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução urbanas e microrregiões;
dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacio- III – planejamento municipal, em especial:
nais; a) plano diretor;
XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e priva- b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;
dos na promoção de empreendimentos e atividades relativos ao c) zoneamento ambiental;
processo de urbanização, atendido o interesse social. d) plano plurianual;
XVII - estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
edificações urbanas, de sistemas operacionais, padrões construti- f) gestão orçamentária participativa;
vos e aportes tecnológicos que objetivem a redução de impactos g) planos, programas e projetos setoriais;
ambientais e a economia de recursos naturais.(Incluído pela Lei nº h) planos de desenvolvimento econômico e social;
12.836, de 2013) IV – institutos tributários e financeiros:
XVIII - tratamento prioritário às obras e edificações de infraes- a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana -
trutura de energia, telecomunicações, abastecimento de água e sa- IPTU;
neamento. (Incluído pela Lei nº 13.116, de 2015) b) contribuição de melhoria;
XIX – garantia de condições condignas de acessibilidade, utiliza- c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
ção e conforto nas dependências internas das edificações urbanas, V – institutos jurídicos e políticos:
inclusive nas destinadas à moradia e ao serviço dos trabalhadores a) desapropriação;
domésticos, observados requisitos mínimos de dimensionamento, b) servidão administrativa;
ventilação, iluminação, ergonomia, privacidade e qualidade dos c) limitações administrativas;
materiais empregados. (Incluído pela Lei nº 13.699, de 2018) d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
XX - promoção de conforto, abrigo, descanso, bem-estar e e) instituição de unidades de conservação;
acessibilidade na fruição dos espaços livres de uso público, de seu f) instituição de zonas especiais de interesse social;
mobiliário e de suas interfaces com os espaços de uso privado, ve- g) concessão de direito real de uso;
dado o emprego de materiais, estruturas, equipamentos e técni- h) concessão de uso especial para fins de moradia;
cas construtivas hostis que tenham como objetivo ou resultado o i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
afastamento de pessoas em situação de rua, idosos, jovens e ou- j) usucapião especial de imóvel urbano;
tros segmentos da população. (Redação dada pela Lei nº 14.489, l) direito de superfície;
de 2022) m) direito de preempção;
Art. 3o Compete à União, entre outras atribuições de interesse n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração de
da política urbana: uso;
I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico; o) transferência do direito de construir;
II – legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os p) operações urbanas consorciadas;
Estados, o Distrito Federal e os Municípios em relação à política q) regularização fundiária;
urbana, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem- r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e
-estar em âmbito nacional; grupos sociais menos favorecidos;
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Es- s) referendo popular e plebiscito;
tados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção t) demarcação urbanística para fins de regularização fundiária;
de moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamen- (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)
u) legitimação de posse. (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009)

255
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI – estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio § 1o O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado
de impacto de vizinhança (EIV). na lei específica a que se refere o caput do art. 5o desta Lei e não
§ 1o Os instrumentos mencionados neste artigo regem-se pela excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada
legislação que lhes é própria, observado o disposto nesta Lei. a alíquota máxima de quinze por cento.
§ 2o Nos casos de programas e projetos habitacionais de in- § 2o Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não es-
teresse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da Adminis- teja atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança pela
tração Pública com atuação específica nessa área, a concessão de alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida
direito real de uso de imóveis públicos poderá ser contratada cole- a prerrogativa prevista no art. 8o.
tivamente. § 3o É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à
§ 3o Os instrumentos previstos neste artigo que demandam tributação progressiva de que trata este artigo.
dispêndio de recursos por parte do Poder Público municipal devem
ser objeto de controle social, garantida a participação de comuni- SEÇÃO IV
dades, movimentos e entidades da sociedade civil. DA DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS

SEÇÃO II Art. 8o Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progres-


DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO sivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de par-
COMPULSÓRIOS celamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder
à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida
Art. 5o Lei municipal específica para área incluída no plano di- pública.
retor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a utili- § 1o Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo
zação compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado ou Senado Federal e serão resgatados no prazo de até dez anos, em
não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para imple- prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
mentação da referida obrigação. indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.
§ 1o Considera-se subutilizado o imóvel: § 2o O valor real da indenização:
I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no I – refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o
plano diretor ou em legislação dele decorrente; montante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder
II – (VETADO) Público na área onde o mesmo se localiza após a notificação de que
§ 2o O proprietário será notificado pelo Poder Executivo muni- trata o § 2o do art. 5o desta Lei;
cipal para o cumprimento da obrigação, devendo a notificação ser II – não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e
averbada no cartório de registro de imóveis. juros compensatórios.
§ 3o A notificação far-se-á: § 3o Os títulos de que trata este artigo não terão poder libera-
I – por funcionário do órgão competente do Poder Público mu- tório para pagamento de tributos.
nicipal, ao proprietário do imóvel ou, no caso de este ser pessoa § 4o O Município procederá ao adequado aproveitamento do
jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou administração; imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua in-
II – por edital quando frustrada, por três vezes, a tentativa de corporação ao patrimônio público.
notificação na forma prevista pelo inciso I. § 5o O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado direta-
§ 4o Os prazos a que se refere o caput não poderão ser infe- mente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou concessão
riores a: a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido procedimento
I - um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o licitatório.
projeto no órgão municipal competente; § 6o Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos termos
II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as do § 5o as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou uti-
obras do empreendimento. lização previstas no art. 5o desta Lei.
§ 5o Em empreendimentos de grande porte, em caráter excep-
cional, a lei municipal específica a que se refere o caput poderá pre- SEÇÃO V
ver a conclusão em etapas, assegurando-se que o projeto aprovado DA USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO
compreenda o empreendimento como um todo.
Art. 6o A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urba-
mortis, posterior à data da notificação, transfere as obrigações de na de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos,
parcelamento, edificação ou utilização previstas no art. 5o desta ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia
Lei, sem interrupção de quaisquer prazos. ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja pro-
prietário de outro imóvel urbano ou rural.
SEÇÃO III § 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mu-
DO IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO lher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao
Art. 7o Em caso de descumprimento das condições e dos pra- mesmo possuidor mais de uma vez.
zos previstos na forma do caput do art. 5o desta Lei, ou não sendo § 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua,
cumpridas as etapas previstas no § 5o do art. 5o desta Lei, o Muni- de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no
cípio procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majo-
ração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.

256
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição § 1o O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo,
há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabele-
possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados cida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística.
por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, § 2o A concessão do direito de superfície poderá ser gratuita
desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel ou onerosa.
urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017) § 3o O superficiário responderá integralmente pelos encargos
§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiária, arcando,
este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto ainda, proporcionalmente à sua parcela de ocupação efetiva, com
que ambas sejam contínuas. os encargos e tributos sobre a área objeto da concessão do direito
§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será de- de superfície, salvo disposição em contrário do contrato respectivo.
clarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para § 4o O direito de superfície pode ser transferido a terceiros,
registro no cartório de registro de imóveis. obedecidos os termos do contrato respectivo.
§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a § 5o Por morte do superficiário, os seus direitos transmitem-se
cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que a seus herdeiros.
cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condômi- Art. 22. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de su-
nos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. perfície, o superficiário e o proprietário, respectivamente, terão
§ 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo direito de preferência, em igualdade de condições à oferta de ter-
passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no ceiros.
mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urba- Art. 23. Extingue-se o direito de superfície:
nização posterior à constituição do condomínio. I – pelo advento do termo;
§ 5o As deliberações relativas à administração do condomínio II – pelo descumprimento das obrigações contratuais assumi-
especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos pre- das pelo superficiário.
sentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. Art. 24. Extinto o direito de superfície, o proprietário recupe-
Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, fi- rará o pleno domínio do terreno, bem como das acessões e benfei-
carão sobrestadas quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, torias introduzidas no imóvel, independentemente de indenização,
que venham a ser propostas relativamente ao imóvel usucapiendo. se as partes não houverem estipulado o contrário no respectivo
Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usu- contrato.
capião especial urbana: § 1o Antes do termo final do contrato, extinguir-se-á o direito
I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário de superfície se o superficiário der ao terreno destinação diversa
ou superveniente; daquela para a qual for concedida.
II – os possuidores, em estado de composse; § 2o A extinção do direito de superfície será averbada no cartó-
III – como substituto processual, a associação de moradores rio de registro de imóveis.
da comunidade, regularmente constituída, com personalidade ju-
rídica, desde que explicitamente autorizada pelos representados. SEÇÃO VIII
§ 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a in- DO DIREITO DE PREEMPÇÃO
tervenção do Ministério Público.
§ 2o O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judi- Art. 25. O direito de preempção confere ao Poder Público mu-
ciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis. nicipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alie-
Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser in- nação onerosa entre particulares.
vocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reco- § 1o Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as
nhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis. áreas em que incidirá o direito de preempção e fixará prazo de vi-
Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urba- gência, não superior a cinco anos, renovável a partir de um ano
no, o rito processual a ser observado é o sumário. após o decurso do prazo inicial de vigência.
§ 2o O direito de preempção fica assegurado durante o prazo
SEÇÃO VI de vigência fixado na forma do § 1o, independentemente do núme-
DA CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA ro de alienações referentes ao mesmo imóvel.
Art. 26. O direito de preempção será exercido sempre que o
Art. 15. (VETADO) Poder Público necessitar de áreas para:
Art. 16. (VETADO) I – regularização fundiária;
Art. 17. (VETADO) II – execução de programas e projetos habitacionais de inte-
Art. 18. (VETADO) resse social;
Art. 19. (VETADO) III – constituição de reserva fundiária;
Art. 20. (VETADO) IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
SEÇÃO VII V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
DO DIREITO DE SUPERFÍCIE VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de ou-
Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o tras áreas de interesse ambiental;
direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou pai-
indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório sagístico;
de registro de imóveis. IX – (VETADO)

257
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. A lei municipal prevista no § 1o do art. 25 SEÇÃO X


desta Lei deverá enquadrar cada área em que incidirá o direito de DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS
preempção em uma ou mais das finalidades enumeradas por este
artigo. Art. 32. Lei municipal específica, baseada no plano diretor, po-
Art. 27. O proprietário deverá notificar sua intenção de alienar derá delimitar área para aplicação de operações consorciadas.
o imóvel, para que o Município, no prazo máximo de trinta dias, § 1o Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de
manifeste por escrito seu interesse em comprá-lo. intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal,
§ 1o À notificação mencionada no caput será anexada proposta com a participação dos proprietários, moradores, usuários perma-
de compra assinada por terceiro interessado na aquisição do imó- nentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma
vel, da qual constarão preço, condições de pagamento e prazo de área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a
validade. valorização ambiental.
§ 2o O Município fará publicar, em órgão oficial e em pelo me- § 2o Poderão ser previstas nas operações urbanas consorcia-
nos um jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso das, entre outras medidas:
da notificação recebida nos termos do caput e da intenção de aqui- I – a modificação de índices e características de parcelamento,
sição do imóvel nas condições da proposta apresentada. uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das nor-
§ 3o Transcorrido o prazo mencionado no caput sem manifes- mas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente;
tação, fica o proprietário autorizado a realizar a alienação para ter- II – a regularização de construções, reformas ou ampliações
ceiros, nas condições da proposta apresentada. executadas em desacordo com a legislação vigente.
§ 4o Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica obri- III - a concessão de incentivos a operações urbanas que utili-
gado a apresentar ao Município, no prazo de trinta dias, cópia do zam tecnologias visando a redução de impactos ambientais, e que
instrumento público de alienação do imóvel. comprovem a utilização, nas construções e uso de edificações urba-
§ 5o A alienação processada em condições diversas da propos- nas, de tecnologias que reduzam os impactos ambientais e econo-
ta apresentada é nula de pleno direito. mizem recursos naturais, especificadas as modalidades de design
§ 6o Ocorrida a hipótese prevista no § 5o o Município poderá e de obras a serem contempladas. (Incluído pela Lei nº 12.836, de
adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do IPTU ou pelo 2013)
valor indicado na proposta apresentada, se este for inferior àquele. Art. 33. Da lei específica que aprovar a operação urbana con-
sorciada constará o plano de operação urbana consorciada, conten-
SEÇÃO IX do, no mínimo:
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR I – definição da área a ser atingida;
II – programa básico de ocupação da área;
Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o direito III – programa de atendimento econômico e social para a popu-
de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de aproveita- lação diretamente afetada pela operação;
mento básico adotado, mediante contrapartida a ser prestada pelo IV – finalidades da operação;
beneficiário. V – estudo prévio de impacto de vizinhança;
§ 1o Para os efeitos desta Lei, coeficiente de aproveitamento é VI - contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários per-
a relação entre a área edificável e a área do terreno. manentes e investidores privados em função da utilização dos be-
§ 2o O plano diretor poderá fixar coeficiente de aproveitamen- nefícios previstos nos incisos I, II e III do § 2o do art. 32 desta Lei;
to básico único para toda a zona urbana ou diferenciado para áreas (Redação dada pela Lei nº 12.836, de 2013)
específicas dentro da zona urbana. VII – forma de controle da operação, obrigatoriamente com-
§ 3o O plano diretor definirá os limites máximos a serem atin- partilhado com representação da sociedade civil.
gidos pelos coeficientes de aproveitamento, considerando a pro- VIII - natureza dos incentivos a serem concedidos aos pro-
porcionalidade entre a infra-estrutura existente e o aumento de prietários, usuários permanentes e investidores privados, uma vez
densidade esperado em cada área. atendido o disposto no inciso III do § 2o do art. 32 desta Lei. (Incluí-
Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais poderá ser do pela Lei nº 12.836, de 2013)
permitida alteração de uso do solo, mediante contrapartida a ser § 1o Os recursos obtidos pelo Poder Público municipal na for-
prestada pelo beneficiário. ma do inciso VI deste artigo serão aplicados exclusivamente na pró-
Art. 30. Lei municipal específica estabelecerá as condições a pria operação urbana consorciada.
serem observadas para a outorga onerosa do direito de construir e § 2o A partir da aprovação da lei específica de que trata o
de alteração de uso, determinando: caput, são nulas as licenças e autorizações a cargo do Poder Público
I – a fórmula de cálculo para a cobrança; municipal expedidas em desacordo com o plano de operação urba-
II – os casos passíveis de isenção do pagamento da outorga; na consorciada.
III – a contrapartida do beneficiário. Art. 34. A lei específica que aprovar a operação urbana consor-
Art. 31. Os recursos auferidos com a adoção da outorga one- ciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade deter-
rosa do direito de construir e de alteração de uso serão aplicados minada de certificados de potencial adicional de construção, que
com as finalidades previstas nos incisos I a IX do art. 26 desta Lei. serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no pagamento
das obras necessárias à própria operação.
§ 1o Os certificados de potencial adicional de construção serão
livremente negociados, mas conversíveis em direito de construir
unicamente na área objeto da operação.

258
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2o Apresentado pedido de licença para construir, o certifica- CAPÍTULO III


do de potencial adicional será utilizado no pagamento da área de DO PLANO DIRETOR
construção que supere os padrões estabelecidos pela legislação de
uso e ocupação do solo, até o limite fixado pela lei específica que Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função social quan-
aprovar a operação urbana consorciada. do atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade ex-
Art. 34-A. Nas regiões metropolitanas ou nas aglomerações ur- pressas no plano diretor, assegurando o atendimento das neces-
banas instituídas por lei complementar estadual, poderão ser reali- sidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social
zadas operações urbanas consorciadas interfederativas, aprovadas e ao desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas as
por leis estaduais específicas. (Incluído pela Lei nº 13.089, de 2015) diretrizes previstas no art. 2o desta Lei.
Parágrafo único. As disposições dos arts. 32 a 34 desta Lei aplicam- Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instru-
-se às operações urbanas consorciadas interfederativas previstas no mento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.
caput deste artigo, no que couber. (Incluído pela Lei nº 13.089, de 2015) § 1o O plano diretor é parte integrante do processo de pla-
nejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes
SEÇÃO XI orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR prioridades nele contidas.
§ 2o O plano diretor deverá englobar o território do Município
Art. 35. Lei municipal, baseada no plano diretor, poderá autorizar como um todo.
o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em ou- § 3o A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo
tro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir menos, a cada dez anos.
previsto no plano diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, § 4o No processo de elaboração do plano diretor e na fisca-
quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de: lização de sua implementação, os Poderes Legislativo e Executivo
I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; municipais garantirão:
II – preservação, quando o imóvel for considerado de interesse I – a promoção de audiências públicas e debates com a parti-
histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural; cipação da população e de associações representativas dos vários
III – servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas segmentos da comunidade;
ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social. II – a publicidade quanto aos documentos e informações pro-
§ 1o A mesma faculdade poderá ser concedida ao proprietário duzidos;
que doar ao Poder Público seu imóvel, ou parte dele, para os fins III – o acesso de qualquer interessado aos documentos e infor-
previstos nos incisos I a III do caput. mações produzidos.
§ 2o A lei municipal referida no caput estabelecerá as condi- § 5o (VETADO)
ções relativas à aplicação da transferência do direito de construir. Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
SEÇÃO XII II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações ur-
DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA banas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instru-
Art. 36. Lei municipal definirá os empreendimentos e ativida- mentos previstos no § 4o do art. 182 da Constituição Federal;
des privados ou públicos em área urbana que dependerão de ela- IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
boração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou ativida-
as licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funciona- des com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.
mento a cargo do Poder Público municipal. VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas
Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inun-
positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à dações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.
qualidade de vida da população residente na área e suas proximida- (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
des, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões: § 1o No caso da realização de empreendimentos ou atividades
I – adensamento populacional; enquadrados no inciso V do caput, os recursos técnicos e financei-
II – equipamentos urbanos e comunitários; ros para a elaboração do plano diretor estarão inseridos entre as
III – uso e ocupação do solo; medidas de compensação adotadas.
IV – valorização imobiliária; § 2o No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitan-
V – geração de tráfego e demanda por transporte público; tes, deverá ser elaborado um plano de transporte urbano integra-
VI – ventilação e iluminação; do, compatível com o plano diretor ou nele inserido.
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural. § 3o As cidades de que trata o caput deste artigo devem ela-
Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos documentos inte- borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no
grantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem
competente do Poder Público municipal, por qualquer interessado. implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a ga-
Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a rantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade
aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), requeridas reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concen-
nos termos da legislação ambiental. trem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,

259
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de II - delimitação dos trechos com restrições à urbanização e dos
maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de pas- trechos sujeitos a controle especial em função de ameaça de desas-
sageiros. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) tres naturais; (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
Art. 42. O plano diretor deverá conter no mínimo: III - definição de diretrizes específicas e de áreas que serão uti-
I – a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado lizadas para infraestrutura, sistema viário, equipamentos e insta-
o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, consideran- lações públicas, urbanas e sociais; (Incluído pela Lei nº 12.608, de
do a existência de infra-estrutura e de demanda para utilização, na 2012)
forma do art. 5o desta Lei; IV - definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação
II – disposições requeridas pelos arts. 25, 28, 29, 32 e 35 desta do solo, de modo a promover a diversidade de usos e contribuir
Lei; para a geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.608,
III – sistema de acompanhamento e controle. de 2012)
Art. 42-A. Além do conteúdo previsto no art. 42, o plano diretor V - a previsão de áreas para habitação de interesse social por
dos Municípios incluídos no cadastro nacional de municípios com meio da demarcação de zonas especiais de interesse social e de
áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, outros instrumentos de política urbana, quando o uso habitacional
inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos corre- for permitido;(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
latos deverá conter: (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) VI - definição de diretrizes e instrumentos específicos para pro-
I - parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de teção ambiental e do patrimônio histórico e cultural; e (Incluído
modo a promover a diversidade de usos e a contribuir para a ge- pela Lei nº 12.608, de 2012)
ração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) VII - definição de mecanismos para garantir a justa distribuição
II - mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrência dos ônus e benefícios decorrentes do processo de urbanização do
de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou pro- território de expansão urbana e a recuperação para a coletividade
cessos geológicos ou hidrológicos correlatos;(Incluído pela Lei nº da valorização imobiliária resultante da ação do poder público.
12.608, de 2012) § 1o O projeto específico de que trata o caput deste artigo de-
III - planejamento de ações de intervenção preventiva e realo- verá ser instituído por lei municipal e atender às diretrizes do plano
cação de população de áreas de risco de desastre;(Incluído pela Lei diretor, quando houver.(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
nº 12.608, de 2012) § 2o Quando o plano diretor contemplar as exigências estabe-
IV - medidas de drenagem urbana necessárias à prevenção e à lecidas no caput, o Município ficará dispensado da elaboração do
mitigação de impactos de desastres; e(Incluído pela Lei nº 12.608, projeto específico de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela
de 2012) Lei nº 12.608, de 2012)
V - diretrizes para a regularização fundiária de assentamentos § 3o A aprovação de projetos de parcelamento do solo no novo
urbanos irregulares, se houver, observadas a Lei no 11.977, de 7 de perímetro urbano ficará condicionada à existência do projeto espe-
julho de 2009, e demais normas federais e estaduais pertinentes, cífico e deverá obedecer às suas disposições. (Incluído pela Lei nº
e previsão de áreas para habitação de interesse social por meio da 12.608, de 2012)
demarcação de zonas especiais de interesse social e de outros ins-
trumentos de política urbana, onde o uso habitacional for permiti- CAPÍTULO IV
do.(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE
VI - identificação e diretrizes para a preservação e ocupação
das áreas verdes municipais, quando for o caso, com vistas à redu- Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão
ção da impermeabilização das cidades. (Incluído pela Lei nº 12.983, ser utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos:
de 2014) I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional,
§ 1o A identificação e o mapeamento de áreas de risco leva- estadual e municipal;
rão em conta as cartas geotécnicas. (Incluído pela Lei nº 12.608, II – debates, audiências e consultas públicas;
de 2012) III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos ní-
§ 2o O conteúdo do plano diretor deverá ser compatível com veis nacional, estadual e municipal;
as disposições insertas nos planos de recursos hídricos, formulados IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas
consoante a Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997. (Incluído pela Lei e projetos de desenvolvimento urbano;
nº 12.608, de 2012) V – (VETADO)
§ 3o Os Municípios adequarão o plano diretor às disposições Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participa-
deste artigo, por ocasião de sua revisão, observados os prazos le- tiva de que trata a alínea f do inciso III do art. 4o desta Lei incluirá
gais. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as
§ 4o Os Municípios enquadrados no inciso VI do art. 41 desta propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e
Lei e que não tenham plano diretor aprovado terão o prazo de 5 do orçamento anual, como condição obrigatória para sua aprova-
(cinco) anos para o seu encaminhamento para aprovação pela Câ- ção pela Câmara Municipal.
mara Municipal.(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) Art. 45. Os organismos gestores das regiões metropolitanas e
Art. 42-B. Os Municípios que pretendam ampliar o seu períme- aglomerações urbanas incluirão obrigatória e significativa partici-
tro urbano após a data de publicação desta Lei deverão elaborar pação da população e de associações representativas dos vários
projeto específico que contenha, no mínimo: (Incluído pela Lei nº segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle direto
12.608, de 2012) de suas atividades e o pleno exercício da cidadania.
I - demarcação do novo perímetro urbano; (Incluído pela Lei nº
12.608, de 2012)

260
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO V II – deixar de proceder, no prazo de cinco anos, o adequado


DISPOSIÇÕES GERAIS aproveitamento do imóvel incorporado ao patrimônio público, con-
forme o disposto no § 4o do art. 8o desta Lei;
Art. 46. O poder público municipal poderá facultar ao proprie- III – utilizar áreas obtidas por meio do direito de preempção em
tário da área atingida pela obrigação de que trata o caput do art. 5o desacordo com o disposto no art. 26 desta Lei;
desta Lei, ou objeto de regularização fundiária urbana para fins de IV – aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa do
regularização fundiária, o estabelecimento de consórcio imobiliário direito de construir e de alteração de uso em desacordo com o pre-
como forma de viabilização financeira do aproveitamento do imó- visto no art. 31 desta Lei;
vel. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017) V – aplicar os recursos auferidos com operações consorciadas
§ 1o Considera-se consórcio imobiliário a forma de viabiliza- em desacordo com o previsto no § 1o do art. 33 desta Lei;
ção de planos de urbanização, de regularização fundiária ou de re- VI – impedir ou deixar de garantir os requisitos contidos nos
forma, conservação ou construção de edificação por meio da qual incisos I a III do § 4o do art. 40 desta Lei;
o proprietário transfere ao poder público municipal seu imóvel e, VII – deixar de tomar as providências necessárias para garantir
após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades a observância do disposto no § 3o do art. 40 e no art. 50 desta Lei;
imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas, ficando as de- VIII – adquirir imóvel objeto de direito de preempção, nos ter-
mais unidades incorporadas ao patrimônio público. (Redação dada mos dos arts. 25 a 27 desta Lei, pelo valor da proposta apresentada,
pela lei nº 13.465, de 2017) se este for, comprovadamente, superior ao de mercado.
§ 2o O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao Art. 53. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.180-35, de
proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da exe- 24.8.2001)
cução das obras. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017) Art. 54. O art. 4o da Lei nº 7.347, de 1985, passa a vigorar com
§ 3o A instauração do consórcio imobiliário por proprietários a seguinte redação:
que tenham dado causa à formação de núcleos urbanos informais, “Art. 4o Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta
ou por seus sucessores, não os eximirá das responsabilidades ad- Lei, objetivando, inclusive, evitar o dano ao meio ambiente, ao
ministrativa, civil ou criminal (incluído pela lei nº 13.465, de 2017) consumidor, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor
Art. 47. Os tributos sobre imóveis urbanos, assim como as ta- artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO).” (NR)
rifas relativas a serviços públicos urbanos, serão diferenciados em Art. 55. O art. 167, inciso I, item 28, da Lei no 6.015, de 31 de
função do interesse social. dezembro de 1973, alterado pela Lei no 6.216, de 30 de junho de
Art. 48. Nos casos de programas e projetos habitacionais de 1975, passa a vigorar com a seguinte redação:
interesse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da Admi- “Art. 167. ...................................................
nistração Pública com atuação específica nessa área, os contratos I - ..............................................................
de concessão de direito real de uso de imóveis públicos: ..................................................................
I – terão, para todos os fins de direito, caráter de escritura pú- 28) das sentenças declaratórias de usucapião, independente
blica, não se aplicando o disposto no inciso II do art. 134 do Código da regularidade do parcelamento do solo ou da edificação;
Civil; .........................................................” (NR)
II – constituirão título de aceitação obrigatória em garantia de Art. 56. O art. 167, inciso I, da Lei no 6.015, de 1973, passa a
contratos de financiamentos habitacionais. vigorar acrescido dos seguintes itens 37, 38 e 39:
Art. 49. Os Estados e Municípios terão o prazo de noventa dias, “Art. 167. ....................................................
a partir da entrada em vigor desta Lei, para fixar prazos, por lei, I – ..............................................................
para a expedição de diretrizes de empreendimentos urbanísticos, 37) dos termos administrativos ou das sentenças declaratórias
aprovação de projetos de parcelamento e de edificação, realização da concessão de uso especial para fins de moradia, independente
de vistorias e expedição de termo de verificação e conclusão de da regularidade do parcelamento do solo ou da edificação;
obras. 38) (VETADO)
Parágrafo único. Não sendo cumprida a determinação do 39) da constituição do direito de superfície de imóvel urbano;”
caput, fica estabelecido o prazo de sessenta dias para a realização (NR)
de cada um dos referidos atos administrativos, que valerá até que Art. 57. O art. 167, inciso II, da Lei no 6.015, de 1973, passa a
os Estados e Municípios disponham em lei de forma diversa. vigorar acrescido dos seguintes itens 18, 19 e 20:
Art. 50. Os Municípios que estejam enquadrados na obrigação “Art. 167. ....................................................
prevista nos incisos I e II do caput do art. 41 desta Lei e que não II – ..............................................................
tenham plano diretor aprovado na data de entrada em vigor desta 18) da notificação para parcelamento, edificação ou utilização
Lei deverão aprová-lo até 30 de junho de 2008. (Redação dada pela compulsórios de imóvel urbano;
Lei nº 11.673, 2008) Vigência 19) da extinção da concessão de uso especial para fins de mo-
Art. 51. Para os efeitos desta Lei, aplicam-se ao Distrito Federal radia;
e ao Governador do Distrito Federal as disposições relativas, res- 20) da extinção do direito de superfície do imóvel urbano.”
pectivamente, a Município e a Prefeito. (NR)
Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros agentes públicos Art. 57-A. A operadora ferroviária, inclusive metroferroviária,
envolvidos e da aplicação de outras sanções cabíveis, o Prefeito in- poderá constituir o direito real de laje de que trata a Lei nº 10.406,
corre em improbidade administrativa, nos termos da Lei no 8.429, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e o de superfície de que
de 2 de junho de 1992, quando: trata esta Lei, sobre ou sob a faixa de domínio de sua via férrea,
I – (VETADO) observado o plano diretor e o respectivo contrato de outorga com
o poder concedente. (Incluído pela Lei nº 14.273, de 2021) Vigência

261
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. A constituição do direito real de laje ou de


superfície a que se refere o caput deste artigo é condicionada à Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas
existência prévia de licenciamento urbanístico municipal, que es- de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a
tabelecerá os ônus urbanísticos a serem observados e o direito de indisponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que
construir incorporado a cada unidade imobiliária. (Incluído pela Lei tais prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses
nº 14.273, de 2021) Vigência privados, termina por colocar limitações aos agentes públicos
Art. 58. Esta Lei entra em vigor após decorridos noventa dias no campo de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de
de sua publicação. aprovação em concurso público para o provimento dos cargos
públicos.
DIREITO ADMINISTRATIVO: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Princípios Administrativos
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal,
a Administração Pública deverá obedecer aos princípios da
Princípios da administração pública Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017), Vejamos:
princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de – Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito
um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento Administrativo, apresenta um significado diverso do que apresenta
jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpretes no Direito Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do
do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato de indivíduo que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária
que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da ordem à lei, é considerada legal. O termo legalidade para o Direito
jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada pelos Administrativo, significa subordinação à lei, o que faz com que o
contornos que conferem à determinada seara jurídica. administrador deva atuar somente no instante e da forma que a lei
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade permitir.
aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.
Referente à função hermenêutica, os princípios são — Observação importante: O princípio da legalidade considera
amplamente responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei,
parâmetros legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
ato de tutela dos casos concretos. Por meio da função integrativa, art. 59 da Constituição Federal.
por sua vez, os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais
lacunas legais observadas em matérias específicas ou diante das – Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas
particularidades que permeiam a aplicação das normas aos casos óticas:
existentes. a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação
Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar
integrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que
legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo, o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e
dando-lhe unicidade e coerência. na objetividade.
Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve
expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não executar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo
positivados e não escritos na lei de forma expressa. primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
— Observação importante: ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
Não existe hierarquia entre os princípios expressos e podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
implícitos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’
que dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente
implícitos. – Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrativa
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestidade,
princípios e demais dispositivos legais que formam o Direito probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção na
Administrativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois Administração Pública.
princípios centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
Interesse Público e a Indisponibilidade do Interesse Público. conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que
Conclama a necessidade da obedecer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o
Supremacia do agente atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado
sobreposição dos interesses da
Interesse Público apenas nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à
coletividade sobre os individuais.
moralidade.
Sua principal função é
orientar a atuação dos agentes – Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de
Indisponibilidade do
públicos para que atuem em controle dos atos administrativos por meio da sociedade. A
Interesse Público
nome e em prol dos interesses publicidade está associada à prestação de satisfação e informação
da Administração Pública.

262
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da atuação pública aos administrados. Via de regra é que a atuação Denota-se, porém, que o dever de obediência do subordinado
da Administração seja pública, tornando assim, possível o controle não o obriga a cumprir as ordens manifestamente ilegais, advindas
da sociedade sobre os seus atos. de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116,
Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é absoluto. XII, da Lei 8.112/1990, o subordinado tem a obrigação funcional
Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções previstas de representar contra o seu superior caso este venha a agir com
em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam ser ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e Registra-se que a delegação de atribuições é uma das
intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá manifestações do poder hierárquico que consiste no ato de conferir
ser afastado. a outro servidor atribuições que de âmbito inicial, faziam parte
Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos dos atos de competência da autoridade delegante. O ilustre Hely
administrativos que se voltam para a sociedade, pondera-se que Lopes Meirelles aduz que a delegação de atribuições se submete a
os mesmos não poderão produzir efeitos enquanto não forem algumas regras, sendo elas:
publicados. A) A impossibilidade de delegação de atribuições de um
Poder a outro, exceto quando devidamente autorizado pelo texto
– Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá da Constituição Federal. Exemplo: autorização por lei delegada,
ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e que ocorre quando a Constituição Federal autoriza o Legislativo a
economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém, delegar ao Chefe do Executivo a edição de lei.
hodiernamente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88, B) É impossível a delegação de atos de natureza política.
com a EC n. 19/1998. Exemplos: o veto e a sanção de lei;
C) As atribuições que a lei fixar como exclusivas de determinada
São decorrentes do princípio da eficiência: autoridade, não podem ser delegadas;
a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, D) O subordinado não pode recusar a delegação;
orçamentária e financeira de órgãos, bem como de entidades E) As atribuições não podem ser subdelegadas sem a devida
administrativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão. autorização do delegante.
b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial
para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do Sem prejuízo do entendimento doutrinário a respeito da
art. 41, § 4º da CFB/88. delegação de competência, a Lei Federal 9.784/1999, que estabelece
os ditames do processo administrativo federal, estabeleceu as
seguintes regras relacionadas a esse assunto:
DEVERES E PODERES ADMINISTRATIVOS. PODERES DA
– A competência não pode ser renunciada, porém, pode ser
ADMINISTRAÇÃO: A) PODER VINCULADO; B) PODER
delegada se não houver impedimento legal;
DISCRICIONÁRIO; C) PODER HIERÁRQUICO; D) PODER
– A delegação de competência é sempre exercida de forma
DISCIPLINAR; E) PODER REGULAMENTAR; F) PODER DE
POLÍCIA
parcial, tendo em vista que um órgão administrativo ou seu titular
não detém o poder de delegar todas as suas atribuições;
– A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode
Poder Hierárquico ser feita para órgãos ou agentes subordinados hierarquicamente, e,
Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos
administrativa para distribuir e dirimir funções em escala de e agentes não subordinados à hierarquia.
seus órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação
e subordinação entre os servidores que estiverem sob a sua Não podem ser objeto de delegação:
hierarquia. – A edição de atos de caráter normativo;
A estrutura de organização da Administração Pública é baseada – A decisão de recursos administrativos;
em dois aspectos fundamentais, sendo eles: a distribuição de – As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade;
competências e a hierarquia.
Em decorrência da amplitude das competências e das Ressalta-se com afinco que o ato de delegação e a sua
responsabilidades da Administração, jamais seria possível que toda revogação deverão ser publicados no meio oficial, nos trâmites da
a função administrativa fosse desenvolvida por um único órgão ou lei. Ademais, deverá o ato de delegação especificar as matérias e os
agente público. Assim sendo, é preciso que haja uma distribuição poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração
dessas competências e atribuições entre os diversos órgãos e e os objetivos da delegação e também o recurso devidamente
agentes integrantes da Administração Pública. cabível à matéria que poderá constar a ressalva de exercício da
Entretanto, para que essa divisão de tarefas aconteça de atribuição delegada.
maneira harmoniosa, os órgãos e agentes públicos são organizados O ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo
em graus de hierarquia e poder, de maneira que o agente que pela autoridade delegante como forma de transferência não
se encontra em plano superior, detenha o poder legal de emitir definitiva de atribuições, devendo as decisões adotadas por
ordens e fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Essa relação delegação, mencionar de forma clara esta qualidade, que deverá
de subordinação e hierarquia, por sua vez, causa algumas sequelas, ser considerada como editada pelo delegado.
como o dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de No condizente à avocação, afirma-se que se trata de
o imediato superior avocar atribuições, bem como a atribuição de procedimento contrário ao da delegação de competência, vindo
rever os atos dos agentes subordinados. a ocorrer quando o superior assume ou passa a desenvolver as
funções que eram de seu subordinado. De acordo com a doutrina,

263
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a norma geral, é a possibilidade de avocação pelo superior


hierárquico de qualquer competência do subordinado, ressaltando-
se que nesses casos, a competência a ser avocada não poderá ser
privativa do órgão subordinado.
Dispõe a Lei 9.784/1999 que a avocação das competências
do órgão inferior apenas será permitida em caráter excepcional e
temporário com a prerrogativa de que existam motivos relevantes e
impreterivelmente justificados.
O superior também pode rever os atos dos seus subordinados,
como consequência do poder hierárquico com o fito de mantê-los,
convalidá-los, ou ainda, desfazê-los, de ofício ou sob provocação
do interessado. Convalidar significa suprir o vício de um ato
administrativo por intermédio de um segundo ato, tornando válido
o ato viciado. No tocante ao desfazimento do ato administrativo, Poder conferido à autoridade
infere-se que pode ocorrer de duas formas: administrativa para distribuir e dirimir funções
a) Por revogação: no momento em que a manutenção do ato PODER em escala de seus órgãos, que estabelece
válido se tornar inconveniente ou inoportuna; HIERÁRQUICO uma relação de coordenação e subordinação
b) Por anulação: quando o ato apresentar vícios. entre os servidores que estiverem sob a sua
hierarquia.
No entanto, a utilização do poder hierárquico nem sempre
poderá possibilitar a invalidação feita pela autoridade superior dos
atos praticados por seus subordinados. Nos ditames doutrinários, a A edição de atos de caráter
revisão hierárquica somente é possível enquanto o ato não tiver se normativo
tornado definitivo para a Administração Pública e, ainda, se houver Não podem ser A decisão de recursos
sido criado o direito subjetivo para o particular. objeto de delegação administrativos
– Observação importante: “revisão” do ato administrativo As matérias de competência
não se confunde com “reconsideração” desse mesmo ato. A exclusiva do órgão ou autoridade
revisão de ato é condizente à avaliação por parte da autoridade
superior em relação à manutenção ou não de ato que foi praticado Por revogação: quando a
por seu subordinado, no qual o fundamento é o exercício do manutenção do ato válido se tornar
Desfazimento do inconveniente ou inoportuna
poder hierárquico. Já na reconsideração, a apreciação relativa
ato administrativo
à manutenção do ato administrativo é realizada pela própria Por anulação: quando o ator
autoridade que confeccionou o ato, não existindo, desta forma, apresentar vícios
manifestação do poder hierárquico.
Ressalte-se, também, que a relação de hierarquia é inerente Poder Disciplinar
à função administrativa e não há hierarquia entre integrantes O poder disciplinar confere à Administração Pública o poder
do Poder Legislativo e do Poder Judiciário no desempenho de de autorizar e apurar infrações, aplicando as devidas penalidades
suas funções típicas constitucionais. No entanto, os membros aos servidores público, bem como às demais pessoas sujeitas à
dos Poderes Judiciário e Legislativo também estão submetidos à disciplina administrativa em decorrência de determinado vínculo
relação de hierarquia no que condiz ao exercício de funções atípicas específico. Assim, somente está sujeito ao poder disciplinar o
ou administrativas. Exemplo: um juiz de Primeira Instância, não é agente que possuir vínculo certo e preciso com a Administração,
legalmente obrigado a adotar o posicionamento do Presidente não importando que esse vínculo seja de natureza funcional ou
do Tribunal no julgamento de um processo de sua competência, contratual.
porém, encontra-se obrigado, por ditames da lei a cumprir ordens Existindo vínculo funcional, infere-se que o poder disciplinar
daquela autoridade quando versarem a respeito do horário de é decorrente do poder hierárquico. Em razão da existência de
funcionamento dos serviços administrativos da sua Vara. distribuição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a
Por fim, é de suma importância destacar que a subordinação não uma mesma pessoa jurídica, competirá ao superior hierárquico
se confunde com a vinculação administrativa, pois, a subordinação determinar o cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for
decorre do poder hierárquico e existe apenas no âmbito da mesma subordinado, o cumprimento destas. Não atendendo o subordinado
pessoa jurídica. Já a vinculação, resulta do poder de supervisão às determinações do seu superior ou descumprindo o dever
ou do poder de tutela que a Administração Direta detém sobre as funcional, o seu chefe poderá e deverá aplicar as sanções dispostas
entidades da Administração Indireta. no estatuto funcional.
Esquematizando, temos: Conforme dito, o poder disciplinar também detém o poder
de alcançar particulares que mantenham vínculo contratual com
o Poder Público, a exemplo daqueles contratados para prestar
serviços à Administração Pública. Nesse sentido, como não existe
relação de hierarquia entre o particular e a Administração, o

264
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

pressuposto para a aplicação de sanções de forma direta não é o A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão
poder hierárquico, mas sim o princípio da supremacia do interesse poder regulamentar. Isso acontece, por que há autores que,
público sobre o particular. assemelhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam
Denota-se que o poder disciplinar é o poder de investigar e punir esta expressão somente para se referirem à faculdade de editar
crimes e contravenções penais não se referem ao mesmo instituto regulamentos conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores,
e não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado somente a usam com conceito mais amplo, acoplando também os atos
àqueles que possuem vínculo específico com a Administração de gerais e abstratos que são emitidos por outras autoridades, tais
forma funcional ou contratual, o segundo é exercido somente sobre como: resoluções, portarias, regimentos, deliberações e instruções
qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes. normativas. Há ainda uma corrente que entende essas providências
Da mesma forma, o exercício do poder de polícia também não gerais e abstratas editadas sob os parâmetros e exigências da
se confunde com as penalidades decorrentes do poder disciplinar, lei, com o fulcro de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de
que, embora ambos possuam natureza administrativa, estas deverão manifestações do poder normativo.
ser aplicadas a qualquer pessoa que esteja causando transtornos ou No entanto, em que pese a mencionada controvérsia, prevalece
pondo em risco a coletividade, pois, no poder de polícia, denota- como estudo e aplicação geral adotada pela doutrina clássica, que
se que o vínculo entre a Administração Pública e o administrado utiliza a expressão “poder regulamentar” para se referir somente
é de âmbito geral, ao passo que nas penalidades decorrentes do à competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo para
poder disciplinar, somente são atingidos os que possuem relação editar regulamentos, mantendo, por sua vez, a expressão “poder
funcional ou contratual com a Administração. normativo” para os demais atos normativos emitidos por outras
Em suma, temos: espécies de autoridades da Administração Direta e Indireta, como
1º - Sanção Disciplinar: Possui natureza administrativa; advém por exemplo, de dirigentes de agências reguladoras e de Ministros.
do poder disciplinar; é aplicável sobre as pessoas que possuem Registra-se que os regulamentos são publicados através de
vínculo específico com a Administração Pública. decreto, que é a maneira pela qual se revestem os atos editados
2º - Sanção de Polícia: Possui natureza administrativa; advém pelo chefe do Poder Executivo. O conteúdo de um decreto pode ser
do poder de polícia; aplica-se sobre as pessoas que desobedeçam por meio de conteúdo ou de determinado regulamento ou, ainda,
às regulamentações de polícia administrativa. a pela adoção de providências distintas. A título de exemplo desta
3º - Sanção Penal: Possui natureza penal; decorre do poder última situação, pode-se citar um decreto que dá a designação de
geral de persecução penal; aplica-se sobre as pessoas que cometem determinado nome a um prédio público.
crimes ou contravenções penais. Em razão de os regulamentos serem editados sob forma
condizente de decreto, é comum serem chamados de decretos
Por fim, registre-se que é comum a doutrina afirmar que o poder regulamentares, decretos de execução ou regulamentos de
disciplinar é exercido de forma discricionária. Tal afirmação deve execução.
ser analisada com cuidado no que se refere ao seu alcance como Podemos classificar os regulamentos em três espécies
um todo, pois, se ocorrer de o agente sob disciplina administrativa diferentes:
cometer infração, a única opção que restará ao gestor será aplicar á A) Regulamento executivo;
situação a penalidade devidamente prevista na lei, pois, a aplicação B) Regulamento independente ou autônomo;
da pena é ato vinculado. Quando existente, a discricionariedade c) Regulamento autorizado.
refere-se ao grau da penalidade ou à aplicação correta das sanções
legalmente cabíveis, tendo em vista que no direito administrativo Vejamos a composição de cada em deles:
não é predominável o princípio da pena específica que se refere à
necessidade de prévia definição em lei da infração funcional e da – Regulamento Executivo
exata sanção cabível. Existem leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições
Em resumo, temos: suficientes para sua execução, enquanto outras pugnam por
um regulamento para serem executadas. Entretanto, em tese,
Poder Disciplinar qualquer lei é passível de ser regulamentada. Diga-se de passagem,
– Apura infrações e aplica penalidades; até mesmo aquelas cuja execução não dependa de regulamento.
– Para que o indivíduo seja submetido ao poder disciplinar, é Para isso, suficiente é que o Chefe do Poder Executivo entenda
preciso que possua vínculo funcional com a administração; conveniente detalhar a sua execução.
– A aplicação de sanção disciplinar deve ser acompanhada de O ato de regulamento executivo é norma geral e abstrata.
processo administrativo no qual sejam assegurados o direito ao Sendo geral pelo fato de não possuir destinatários determinados
contraditório e à ampla defesa, devendo haver motivação para que ou determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas que estejam
seja aplicada a penalidade disciplinar cabível; nas situações reguladas; é abstrata pelo fato de dispor sobre
– Pode ter caráter discricionário em relação à escolha entre hipóteses que, se e no momento em que forem verificadas no
sanções legalmente cabíveis e respectiva gradação. mundo concreto, passarão a gerar as consequências abstratamente
previstas. Desta forma, podemos afirmar que o regulamento possui
Poder regulamentar conteúdo material de lei, porém, com ela não se confunde sob o
Com supedâneo no art. 84, IV, da Constituição Federal, consiste aspecto formal.
o poder regulamentar na competência atribuída aos Chefes do O ato de regulamento executivo é constituído por importantes
Poder Executivo para que venham a editar normas gerais e abstratas funções. São elas:
destinadas a detalhar as leis, possibilitando o seu fiel regulamento
e eficaz execução.

265
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.º) Disciplinar a discricionariedade administrativa Embora exista uma enorme importância em termos de
Ocorre, tendo em vista a existência de discricionariedade praticidade, denota-se que os regulamentos de execução gozam
quando a lei confere ao agente público determinada quantidade de de hierarquia infralegal e não detém o poder de inovar na ordem
liberdade para o exercício da função administrativa. Tal quantidade jurídica, criando direitos ou obrigações, nem contrariando,
e margem de liberdade termina sendo reduzida quando da editação ampliando ou restringindo as disposições da lei regulamentada.
de um regulamento executivo que estipula regras de observância São, em resumo, atos normativos considerados secundários que
obrigatória, vindo a determinar a maneira como os agentes devem são editados pelo Chefe do Executivo com o fulcro de detalhar a
proceder no fiel cumprimento da lei. execução dos atos normativos primários elaborados pelas leis.
Ou seja, ao disciplinar por intermédio de regulamento Dando enfoque à subordinação dos regulamentos executivos
o exercício da discricionariedade administrativa, o Chefe do à lei, a Constituição Federal prevê a possibilidade de o Congresso
Poder Executivo, termina por voluntariamente limitá-la, vindo a Nacional sustá-los, caso exorbite do poder regulamentar nos
estabelecer autêntica autovinculação, diminuindo, desta forma, o parâmetros do art. 49, inc. V da CF/88. É o que a doutrina chama
espaço para a discussão de casos e fatos sem importância para a de “veto legislativo”, dentro de uma analogia com o veto que o
administração pública. Chefe do Executivo poderá apor aos projetos de lei aprovados pelo
Parlamento.
2.º) Uniformizar os critérios de aplicação da lei Pondera-se que a aproximação terminológica possui limitações,
É interpretada no contexto da primeira, posto que o uma vez que o veto propriamente dito do executivo, pode ocorrer
regulamento ao disciplinar a forma com que a lei deve ser fielmente em função de o Presidente da República entender que o projeto
cumprida, estipula os critérios a serem adotados nessa atividade, de lei é incompatível com a Constituição Federal, que configuraria
fato que impede variações significativas nos casos sujeitos à lei o veto jurídico, ou, ainda, contrário ao interesse público, que seria
aplicada. Exemplo: podemos citar o desenvolvimento dos servidores o veto político. Por sua vez, o veto legislativo só pode ocorrer
na carreira de Policial Rodoviário Federal. por exorbitância do poder regulamentar, sendo assim, sempre
Criadora da carreira de Policial Rodoviário Federal, a Lei jurídico. Melhor dizendo, não há como imaginar que o Parlamento
9.654/1998 estabeleceu suas classes e determinou que a investidura venha a sustar um decreto regulamentar por entendê-lo contrário
no cargo de Policial Rodoviário Federal teria que se dar no padrão ao interesse público, uma vez que tal norma somente deve
único da classe de Agente, na qual o titular deverá permanecer por detalhar como a lei ao ser elaborada pelo próprio Legislativo, será
pelo menos três anos ou até obter o direito à promoção à classe indubitavelmente cumprida. Destarte, se o Parlamento entende
subsequente, nos termos do art. 3.º, § 2.º. que o decreto editado dentro do poder regulamentar é contrário
A antiguidade e o merecimento são os principais requisitos ao interesse público, deverá, por sua vez, revogar a própria lei que
para que os servidores públicos sejam promovidos. No entanto, lhe dá o sustento.
o vocábulo “merecimento” é carregado de subjetivismo, fato que Ademais, lembremos que os regulamentos se submetem ao
abriria a possibilidade de que os responsáveis pela promoção dos controle de legalidade, de tal forma que a nulidade decorrente da
servidores, alegando discricionariedade, viessem a agir com base exorbitância do poder regulamentar também está passível de ser
em critérios obscuros e casuístas, vindo a promover perseguições reconhecida pelo Poder Judiciário ou pelo próprio Chefe do Poder
e privilégios. E é por esse motivo que existe a necessidade de Executivo no exercício da autotutela.
regulamentação dos requisitos de promoção, como demonstra o
próprio estatuto dos servidores públicos civis federais em seu art. – Regulamento independente ou autônomo
10, parágrafo único da Lei 8.112/1990. Ressalte-se que esta segunda espécie de regulamento, também
Com o fulcro de regulamentar a matéria, foi editado o Decreto adota a forma de decreto. Diversamente do regulamento executivo,
8.282/2014, que possui como atributo, detalhar os requisitos esse regulamento não se presta a detalhar uma lei, detendo o
e estabelecer os devidos critérios para promoção dos Policiais poder de inovar na ordem jurídica, da mesma maneira que uma
Rodoviários Federais, dentre os quais se encontra a obtenção de lei. O regulamento autônomo (decreto autônomo) é considerado
“resultado satisfatório na avaliação de desempenho no interstício ato normativo primário porque retira sua força exclusivamente e
considerado para a progressão”, disposta no art. 4.º, II, “b”. Da diretamente da Constituição.
mesma forma, a expressão “resultado satisfatório” também é A Carta Magna de 1988, em sua redação original, deletou a
eivada de subjetividade, motivo pelo qual o § 3.º do mesmo figura do decreto autônomo no direito brasileiro. No entanto, com
dispositivo regulamentar designou que para o efeito de promoção, a Emenda Constitucional 32/2001, a possibilidade foi novamente
seria considerado satisfatório o alcance de oitenta por cento das inserida na alínea a do inciso VI do art. 84 da CFB/88.
metas estipuladas em ato do dirigente máximo do órgão. Mesmo havendo controvérsias, a posição dominante na doutrina
Assim sendo, verificamos que a discricionariedade do é no sentido de que a única hipótese de regulamento autônomo que
dirigente máximo da PRF continua a existir, e o exemplo disso, é o direito brasileiro permite é a contida no mencionado dispositivo
o estabelecimento das metas. Entretanto, ela foi reduzida no constitucional, que estabelece a competência do Presidente da
condizente à avaliação da suficiência de desempenho dos servidores República para dispor, mediante decreto, sobre organização e
para o efeito de promoção. O que nos leva a afirmar ainda que, funcionamento da administração federal, isso, quando não implicar
diante da regulamentação, erigiu a existência de vinculação da em aumento de despesa nem mesmo criação ou extinção de órgãos
autoridade administrativa referente ao percentual considerado públicos.
satisfatório para o efeito de promoção dos servidores, critério que Por oportuno, registarmos que a autorização que está prevista
inclusive já foi uniformizado. na alínea b do mesmo dispositivo constitucional, para que o
Presidente da República, mediante decreto, possa extinguir cargos
públicos vagos, não se trata de caso de regulamento autônomo.

266
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cuida-se de uma xucra hipótese de abandono do princípio do – Regulamento autorizado ou delegado


paralelismo das formas. Isso por que em decorrência do princípio Denota-se que além das espécies anteriores de regulamento
da hierarquia das normas, se um instituto jurídico for criado por apresentadas, a doutrina administrativista e jurista também
intermédio de determinada espécie normativa, sua extinção apenas menciona a respeito da existência do regulamento autorizado ou
poderá ser veiculada pelo mesmo tipo de ato, ou, ainda, por um de delegado.
superior hierarquia. De acordo com a doutrina tradicional, o legislador ordinário
Nesse sentido, sendo os cargos públicos criados por lei, nos não poderá, fora dos casos previstos na Constituição, delegar de
parâmetros do art. 48, inc. X da CFB/88, apenas a lei poderia forma integral a função de legislar que é típica do Poder Legislativo,
extingui-los pelo sistema do paralelismo das formas. Entretanto, aos órgãos administrativos.
deixando de lado essa premissa, o legislador constituinte derivado Entretanto, em decorrência da complexidade das atividades
permitiu que, estando vago o cargo público, a extinção aconteça técnicas da Administração, contemporaneamente, embora haja
por decreto. Poderíamos até dizer que foi autorizado um decreto controvérsias em relação ao aspecto da constitucionalidade, a
autônomo, mas nunca um regulamento autônomo, isso posto pelo doutrina maior tem aceitado que as competências para regular
fato de tal decreto não gozar de generalidade e abstração, não determinadas matérias venham a ser transferidas pelo próprio
regulamentando determinada matéria. Cuida-se, nesse sentido, de legislador para órgãos administrativos técnicos. Cuida-se do
um ato de efeitos concretos, amplamente desprovido de natureza fenômeno da deslegalização, por meio do qual a normatização sai
regulamentar. da esfera da lei para a esfera do regulamento autorizado.
De forma diversa do decreto regulamentar ou regulamento No entanto, o regulamento autorizado não se encontra limitado
executivo, que é editado para minuciar a fiel execução da lei, somente a explicar, detalhar ou complementar a lei. Na verdade, ele
destaca-se que o decreto autônomo ou regulamento independente, busca a inovação do ordenamento jurídico ao criar normas técnicas
encontra-se sujeito ao controle de constitucionalidade. O que não contidas na lei, ato que realiza em decorrência de expressa
justifica a mencionada diferenciação, é o fato de o conflito entre um determinação legal.
decreto regulamentar e a lei que lhe atende de fundamento vir a Depreende-se que o regulamento autorizado não pode ser
configurar ilegalidade, não cabendo o argumento de que o decreto confundido com o regulamento autônomo. Isso ocorre, porque,
é inconstitucional porque exorbitou do poder regulamentar. ao passo que este último retira sua força jurídica da Constituição,
Assim, havendo agressão direta à Constituição, a lei, com certeza aquele é amplamente dependente de expressa autorização contida
pode ser considerada inconstitucional, mas não o decreto que a na lei. Além disso, também se diverge do decreto de execução
regulamenta. Agora, em se tratando do decreto autônomo, infere- porque, embora seja um ato normativo secundário que retira sua
se que este é norma primária, vindo a fundamentar-se no próprio força jurídica da lei, detém o poder de inovar a ordem jurídica, ao
texto constitucional, de forma a ser possível uma agressão direta contrário do que ocorre com este último no qual sua destinação é
à Constituição Federal de 1988, legitimando desta maneira, a apenas a de detalhar a lei para que seja fielmente executada.
instauração de processo de controle de constitucionalidade. Assim Nos moldes da jurisprudência, não é admitida a edição de
sendo, podemos citar a lição do Supremo Tribunal Federal: regulamento autorizado para matéria reservada à lei, um exemplo
Com efeito, o que é necessário demonstrar, é que o decreto do disso é a criação de tributos ou da criação de tipos penais, tendo
Chefe do Executivo advém de competência direta da Constituição, em vista que afrontaria o princípio da separação dos Poderes, pelo
ou que retire seu fundamento da Carta Magna. Nessa sentido, caso fato de estar o Executivo substituindo a função do Poder Legislativo.
o regulamento não se amolde ao figurino constitucional, caberá, por Entretanto, mesmo nos casos de inexistência de expressa
conseguinte, análise de constitucionalidade pelo Supremo tribunal determinação constitucional estabelecendo reserva legal, tem sido
Federal. Se assim não for, será apenas vício de inconstitucionalidade admitida a utilização de regulamentos autorizados, desde que a lei
reflexa, afastando desta forma, o controle concentrado em ADI venha a os autorizar e estabeleça as condições, bem como os limites
porque, como adverte Carlos Velloso: “é uma questão de opção. da matéria a ser regulamentada. É nesse sentido que eles têm sido
Hans Kelsen, no debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou isso claro. adotados com frequência para a fixação de normas técnicas, como
E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle difuso, por exemplo, daquelas condições determinadas pelas agências
quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucionalidade reguladoras.
indireta. Não há falar-se em inconstitucionalidade indireta reflexa. É
uma opção da Corte para que não se realize o velho adágio: ‘muita – Regulamentos jurídicos e regulamentos administrativos
jurisdição, resulta em nenhuma jurisdição’” (ADI 2.387-0/DF, Rel. A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que é possível
Min. Marco Aurélio). fazer a distinção entre os regulamentos jurídicos ou normativos e
Em suma, conforme dito anteriormente, convém relembrar os regulamentos administrativos ou de organização.
que o art. 13, I, da Lei 9.784/1999 proíbe de forma expressa a Afirma-se que os regulamentos jurídicos ou normativos, criam
delegação de atos de caráter normativo. No entanto, com exceção regras ou normas para o exterior da Administração Pública, que
a essa regra, o decreto autônomo, diversamente do que acontece passam a vincular todos os cidadãos de forma geral, como acontece
com o decreto regulamentar que é indelegável, pode vir a ser com as normas inseridas no poder de polícia. No condizente aos
objeto de delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral regulamentos administrativos ou de organização, denota-se que
da República e ao Advogado estes estabelecem normas sobre a organização administrativa
Geral da União, conforme previsão contida no parágrafo único ou que se relacionam aos particulares que possuem um vínculo
do art. 84 da Constituição Federal. específico com o Estado, como por exemplo, os concessionários de
serviços públicos ou que possuem um contrato com a Administração.

267
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De acordo com a ilustre professora, outra nota que merece em vigor, desde que devidamente contados da constituição
destaque em relação à distinção entre os mencionados institutos, definitiva do crédito, nos termos da Lei 9.873/1999, art. 1.º-A, com
é a de que os regulamentos jurídicos, pelo fato de se referirem à sua redação incluída pela Lei 11.941/2009.
liberdade e aos direitos dos particulares sem uma relação específica Denota-se que a mencionada norma prevê, ainda, a possibilidade
com a Administração, são, por sua vez, elaborados com menor grau de prescrição intercorrente, ou seja, aquela que ocorre no curso
de discricionariedade em relação aos regulamentos administrativos. do processo, quando o procedimento administrativo vir a ficar
Esquematicamente, temos: paralisado por mais de três anos, desde que pendente de despacho
ou julgamento, tendo em vista que os autos serão arquivados de
Regulamentos jurídicos ou ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem que
normativos haja prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente
Espécies de da paralisação, se for o caso, nos parâmetros do art. 1.º, § 1.º.
regulamento quanto aos Regulamentos Vale a pena mencionar com destaque que a prescrição da ação
destinatários administrativos ou de punitiva, no caso das sanções de polícia, se interrompe no decurso
organização das seguintes hipóteses:
A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por
Poder de Polícia meio de edital;
O poder de polícia é a legítima faculdade conferida ao Estado B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do
para estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício de fato; pela decisão condenatória recorrível;
direitos e garantias individuais, tendo sempre em vista o interesse C)Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação
público. expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da
Administração Pública Federal.
– Limites
No exercício do poder de polícia, os atos praticados, assim Registramos que a Lei em estudo, prevê a possibilidade de
como todo ato administrativo, mesmo sendo discricionário, está em determinadas situações específicas, quando o interessado
eivado de limitações legais em relação à competência, à forma, aos interromper a prática ou sanar a irregularidade, que haja a
fins, aos motivos ou ao objeto. suspensão do prazo prescricional para aplicação das sanções de
Ressalta-se de antemão com ênfase, que para que o ato de polícia, nos parâmetros do art. 3.º.
polícia seja considerado legítimo, deve respeitar uma relação Por fim, denota-se que as determinações contidas na Lei
de proporcionalidade existente entre os meios e os fins. Assim 9.873/1999 não se aplicam às infrações de natureza funcional e aos
sendo, a medida de polícia não poderá ir além do necessário com processos e procedimentos de natureza tributária, nos termos do
o fito de atingir a finalidade pública a que se destina. Imaginemos art. 5º.
por exemplo, a hipótese de um estabelecimento comercial que
somente possuía licença do poder público para atuar como revenda – Atributos
de roupas, mas que, além dessa atividade, funcionava como atelier Segundo a maior parte da doutrina, são atributos do poder
de costura. Caso os fiscais competentes, na constatação do fato, de polícia: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a
viessem a interditar todo o estabelecimento, pondera-se que tal coercibilidade. Entretanto, vale explicitar que nem todas essas
medida seria desproporcional, tendo em vista que, para por fim características estão presentes de forma simultânea em todos os
à irregularidade, seria suficiente somente interditar a parte da atos de polícia.
revenda de roupas. Vejamos detalhadamente a definição e atribuição de cada
Acontece que em havendo eventuais atos de polícia que atributo:
estejam eivados de vícios de legalidade ou que se demonstrem
desproporcionais devem ser, por conseguinte, anulados pelo — Discricionariedade
Poder Judiciário por meio do controle judicial, ou, pela própria Consiste na liberdade de escolha da autoridade pública em
administração no exercício da autotutela. relação à conveniência e oportunidade do exercício do poder de
polícia. Entretanto, mesmo que a discricionariedade dos atos de
– Prescrição polícia seja a regra, em determinadas situações o exercício do
Determina a Lei 9.873/1999 que na Administração Pública poder de polícia é vinculado e por isso, não deixa margem para que
Federal, direta e indireta, são prescritíveis em cinco anos a ação a autoridade responsável possa executar qualquer tipo de opção.
punitiva para apuração da infração e a aplicação da sanção de Como exemplo do mencionado no retro parágrafo, comparemos
polícia, desde que contados da data da prática do ato ou, em se os atos de concessão de alvará de licença e de autorização,
tratando de infração de forma permanente ou continuada, do dia respectivamente. Em se tratando do caso do alvará de licença,
em que tiver cessado (art. 1.º). Entretanto, se o fato objeto da depreende-se que o ato é vinculado, significando que a licença não
ação punitiva da Administração também for considerado crime, a poderá ser negada quando o requerente estiver preenchendo os
prescrição deverá se reger pelo prazo previsto na lei penal em seu requisitos legais para sua obtenção. Diga-se de passagem, que isso
art. 1.º, § 2.º. ocorre com a licença para dirigir, para construir bem como para
exercer certas profissões, como a de enfermagem, por exemplo.
Ademais, a Lei determina que prescreve em cinco anos a ação Referente à hipótese de alvará de autorização, mesmo o requerente
de execução da administração pública federal relativa a crédito não atendendo aos requisitos da lei, a Administração Pública poderá ou
tributário advindo da aplicação de multa por infração à legislação

268
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

não conceder a autorização, posto que esse ato é de natureza discricionária e está sujeito ao juízo de conveniência e oportunidade da
autoridade administrativa. É o que ocorre, por exemplo, coma autorização para porte de arma, bem como para a produção de material
bélico.

— Autoexecutoriedade
Nos sábios dizeres de Hely Lopes Meirelles, o atributo da autoexecutoriedade consiste na “faculdade de a Administração decidir e
executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário”. Assim, se um estabelecimento comercial estiver
comercializando bebidas deteriorados, o Poder Público poderá usar do seu poder para apreendê-los e incinerá-los, sendo desnecessário
haver qualquer ordem judicial. Ocorre, também, que tal fato não impede ao particular, que se sentir prejudicado pelo excesso ou desvio
de poder, de buscar o amparo do Poder Judiciário para fazer cessar o ato de polícia abusivo.
Entretanto, denota-se que nem todas as medidas de polícia são dotadas de autoexecutoriedade. A doutrina majoritária afirma que a
autoexecutoriedade só pode existir em duas situações, sendo elas: quando estiver prevista expressamente em lei; ou mesmo não estando
prevista expressamente em lei, se houver situação de urgência que demande a execução direta da medida. O que infere que, não sendo
cumprido nenhum desses requisitos, o ato de polícia autoexecutado será considerado abusivo. Cite-se como exemplo, o de ato de polícia
que não contém autoexecutoriedade, como o caso de uma autuação por desrespeito à normas sanitárias. Nesse caso específico, se o
poder público tiver a pretensão de cobrar o mencionado valor, não poderá fazê-lo de forma direta, sendo necessário que promova a
execução judicial da dívida.
A renomada Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que alguns autores dividem o atributo da autoexecutoriedade em dois,
sendo eles: a exigibilidade (privilège du préalable) e a executoriedade (privilège d’action d’office). Nesse diapasão, a exigibilidade ensejaria
a possibilidade de a Administração tomar decisões executórias, impondo obrigações aos administrados mesmo sem a concordância
destes, e a executoriedade, que consiste na faculdade de se executar de forma direta todas essas decisões sem que haja a necessidade
de intervenção do Poder Judiciário, usando-se, quando for preciso, do emprego direto da força pública. Imaginemos como exemplo, um
depósito antigo de carros que esteja ameaçado de desabar. Nessa situação específica, a Administração pode ordenar que o proprietário
promova a sua demolição (exigibilidade). E não sendo a ordem cumprida, a própria Administração possui o poder de mandar seus
servidores demolirem o imóvel (executoriedade).
Ainda, pelos ensinamentos da ilustre professora, ao passo que a exigibilidade se encontra relacionada com a aplicação de meios
indiretos de coação, como a aplicação de multa ou a impossibilidade de licenciamento de veículo enquanto não forem pagas as multas
de trânsito, a executoriedade irá se consubstanciar no uso de meios diretos de coação, como por exemplo dissolução de reunião, da
apreensão de mercadorias, da interdição de estabelecimento e da demolição de prédio.
Adverte-se, por fim, que a exigibilidade se encontra presente em todas as medidas de polícia, ao contrário da executoriedade, que
apenas se apresenta nas hipóteses previstas por meio de lei ou em situações de urgência.

— Coercibilidade
É um atributo do poder de polícia que faz com que o ato seja imposto ao particular, concordando este, ou não. Em outras termos, o
ato de polícia, como manifestação do ius imperi estatal, não está consignado à dependência da concordância do particular para que tenha
validade e seja eficaz. Além disso, a coercibilidade é indissociável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só poderá ser autoexecutável
pelo fato de ser dotado de força coercitiva.
Assim sendo, a coercibilidade ou imperatividade, definida como a obrigatoriedade do ato para os seus destinatários, acaba se
confundindo com a definição dada de exigibilidade que resulta do desdobramento do atributo da autoexecutoriedade.

– Poder de polícia originário e poder de polícia delegado


Nos parâmetros doutrinários, o poder de polícia originário é aquele exercido pelos órgãos dos próprios entes federativos, tendo como
fundamento a própria repartição de competências materiais e legislativas constante na Constituição Federal Brasileira de 1988.
Referente ao poder de polícia delegado, afirma-se que este faz referência ao poder de polícia atribuído às pessoas de direito público
da Administração Indireta, posto que esta delegação deve ser feita por intermédio de lei do ente federativo que possua o poder de polícia
originário.
Como uma das mais claras manifestações do princípio segundo o qual o interesse público se sobrepõe ao interesse privado, no
exercício do poder de polícia, o Estado impõe aos particulares ações e omissões independentemente das suas vontades. Tal possibilidade
envolve exercício de atividade típica de Estado, com clara manifestação de potestade (poder de autoridade). Assim, estão presentes
características ínsitas ao regime jurídico de direito público, o que tem levado o STF a genericamente negar a possibilidade de delegação do
poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, ainda que integrantes da administração indireta (ADI 1717/DF).

269
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Esquematizando, temos:

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA


Discricionariedade Autoexecutoriedade Coercibilidade
Liberdade de escolha da autoridade Faculdade de a Administração
pública em relação à conveniência e decidir e executar diretamente sua Faz com que o ato seja imposto ao
oportunidade do exercício do poder de decisão por seus próprios meios, sem particular, concordando este, ou não.
polícia. intervenção do Judiciário.

Uso e abuso de poder


De antemão, depreende-se que o exercício de poder acontece de forma legítima quando desempenhado pelo órgão competente,
desde que esteja nos limites da lei a ser aplicada, bem como em atendimento à consecução dos fins públicos.
No entanto, é possível que a autoridade, ao exercer o poder, venha a ultrapassar os limites de sua competência ou o utilize para fins
diversos do interesse público. Quando isto ocorre, afirma-se que houve abuso de poder. Ressalta-se que o abuso de poder ocorre tanto por
meio de um ato comissivo, quando é feita alguma coisa que não deveria ser feita, quanto por meio de um ato omissivo, por meio do qual
se deixa de fazer algo que deveria ser feito.
Pode o abuso de poder se dividido em duas espécies, são elas:
– Excesso de poder: Ocorre a partir do momento em que a autoridade atua extrapolando os limites da sua competência.
– Desvio de poder ou desvio de finalidade: Ocorre quando a autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, porém, o
utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária ao interesse público como um todo.

Convém mencionar que o ato praticado com abuso de poder pode ser devidamente invalidado pela própria Administração por
intermédio da autotutela ou pelo Poder Judiciário, sob controle judicial.

ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REQUISITOS DE VALIDADE OU ELEMENTOS, ESPÉCIES, ATRIBUTOS,


EXTINÇÃO, INVALIDAÇÃO, CONVALIDAÇÃO E CONVERSÃO

Conceito
Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria”.
Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez, explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
regulamentos.
No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade
por órgão jurisdicional”.

B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta forma,
no entendimento estrito de ato administrativo por ele exposta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, por exemplo,
bem como os atos abstratos.
Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir da análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos conceitos
retro apresentados, é possível extrair alguns elementos fundamentais para a definição dos conceitos do ato administrativo.
De antemão, é importante observar que, embora o exercício da função administrativa consista na atividade típica do Poder Executivo,
os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos. Exemplo: ao
realizar concursos públicos, os três Poderes devem nomear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo benefícios legais aos
servidores, dentre outras atividades. Acontece que em todas essas atividades, a função administrativa estará sendo exercida que, mesmo
sendo função típica, mas, recordemos, não é função exclusiva do Poder Executivo.
Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato administrativo, isso por que em inúmeras
situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado, desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico de direito
público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: a emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida providência deve ser
disciplinada exclusivamente por normas de direito privado e não público.
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que o
represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem como, os entes da Administração Indireta e particulares, como acontece com
as permissionárias e com as concessionárias de serviços públicos.

270
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não imposto e também para estabelecer as respectivas infrações e
apresentar caráter de definitividade, está sujeito a controle penalidades. Já em relação à instituição do tributo e cominação de
por órgão jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, penalidades, que é de competência do legislativo, dentre os Órgãos
compreendemos que ato administrativo é a manifestação unilateral Constitucionais da União, o Órgão que possui tal competência, é o
de vontade proveniente de entidade arremetida em prerrogativas Congresso Nacional no que condizente à fiscalização e aplicação das
estatais amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico respectivas penalidades.
de direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e Em relação às fontes, temos as competências primária e
sujeitos a controle judicial específico. secundária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos
Em suma, temos: abaixo:
ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade a) Competência primária: quando a competência é estabelecida
proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais pela lei ou pela Constituição Federal.
amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico de b) Competência Secundária: a competência vem expressa em
direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos normas de organização, editadas pelos órgãos de competência
a controle judicial específico. primária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão
ou agente que possui competência primária.
Atos administrativos em sentido amplo
Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de
Atos de Direito Privado forma aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico
Atos materiais informando a distribuição de competências, como a matéria, o
território, a hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao
Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor critério da matéria, é a criação do Ministério da Saúde.
Atos políticos Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendências
Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
Contratos
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF),
Atos normativos órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da
Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos Receita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da
Verdade que trabalham na investigação de violações graves de
Requisitos Direitos Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que
A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência resulta na combinação dos critérios da matéria e do tempo.
de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência, A competência possui como características:
finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma
falta ou o defeito desses elementos pode resultar. vez que se trata de um poder-dever de ambos.
De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vontade
simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidando da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez
o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente. que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo:
No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e
designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá
legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos
pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para a crimes considerados menos graves.
fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou
incompetente em termos jurídicos para executar tal tarefa. acordo com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra
Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades públicas, pessoa. Frise-se que a delegação de competência não provoca a
de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) transferência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de
não possui competência para conferir o passaporte e liberar a entrada determinadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante,
de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o controle de imigração que poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo,
brasileiro é atividade exclusiva e privativa da Polícia Federal. revogar a delegação.
Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente,
o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente
pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar estas normas poderão alterá-la.
o desempenho de suas atividades. e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que
A competência possui como fundamento do seu instituto não tenha sido utilizada por muito tempo.
a divisão do trabalho com ampla necessidade de distribuição f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista
do conjunto das tarefas entre os agentes públicos. Desta em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo
forma, a distribuição de competências possibilita a organização mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a
administrativa do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua
a cada pessoa política, órgão ou agente. prática.
Relativo à competência com aplicação de multa por infração
à legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas, Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a
a União é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o avocação, que podem ser definidas da seguinte forma:

271
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias
intermédio do qual um órgão administrativo ou um agente e poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do
público delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de delegado, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
executar parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a
delegação é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico Importante ressaltar:
inferior. No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício
justificadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança
hierárquica. ou a medida judicial.
Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamento
atribuição da autoridade delegante, que continua competente para do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não
o exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada.
foi delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada,
atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato
em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos. deverão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.
Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando
cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também poderá Seguindo temos:
revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormente. a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação
Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de e se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer
competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer para si de forma temporária o devido exercício de competências
impedimentos legais vigentes. legalmente estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente
inferiores. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da
É importante conhecer a respeito da delegação de competência linha de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente
o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo de poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal, Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de
incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, delegação:
dispondo em seus arts. 11 a 14: – Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competência
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
delegação e avocação legalmente admitidos. sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não autoridade avocante.
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou- – Já na revogação de delegação, anteriormente, a competência
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica- já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns- achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delegação,
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à cunho de mão própria.
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes. Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: ser exercido com autocontrole, o poder originário de avocar
I - a edição de atos de caráter normativo; competência também se constitui em regra na Administração
II - a decisão de recursos administrativos; Pública, uma vez que é inerente à organização hierárquica como
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori- um todo. Entretanto, conforme a doutrina de forma geral, o órgão
dade. superior não pode avocar a competência do órgão subordinado em
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi- se tratando de competências exclusivas do órgão ou de agentes
cados no meio oficial. inferiores atribuídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes Pública, mesmo estando alguns degraus hierárquicos acima de
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob- todos os Delegados da Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si
jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de a competência para presidir determinado inquérito policial, tendo
exercício da atribuição delegada. em vista que esta competência é exclusiva dos titulares desses
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela cargos.
autoridade delegante. Não convém encerrar esse tópico acerca da competência
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar ex- sem mencionarmos a respeito dos vícios de competência que
plicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo dele- é conceituado como o sofrimento de algum defeito em razão de
gado. problemas com a competência do agente que o pratica que se
subdivide em:
Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica
leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica, o ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo
social, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável além das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo
a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de a praticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre
delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente poderá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista
que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso.

272
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se
atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse verifica em duas hipóteses. São elas:
atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
casamentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz. prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato de punição.
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com
ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo a finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento. interesse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de
Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem perseguir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da interesse público.
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta Em resumo, temos:
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato. Específica ou Imediata e Geral
Em suma, temos: Finalidade Pública
ou Mediata
Ato praticado com finalidade
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA diversa da prevista em Lei.
Em determinadas Desvio de finalidade e Ato praticado formalmente
Excesso de poder situações é possível a ou desvio de poder com finalidade prevista em Lei,
convalidação porém, visando a atender a fins
Usurpação de função Ato inexistente pessoais de autoridade.

Ato válido, se houver Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas


Função de fato
boa-fé do administrado distintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas:
ABUSO DE AUTORIDADE A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o
modo de exteriorização do ato administrativo.
Excesso de poder Vício de competência B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no
Desvio de poder Desvio de finalidade conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem
como todas as formalidades que devem ser destacadas e observadas
Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é no seu curso de formação.
uma das características do princípio da impessoalidade. Nesse
diapasão, a Administração não pode atuar com o objetivo de Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se
beneficiar ou prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo
seu comportamento deverá sempre ser norteado pela busca do que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto
interesse público. Além disso, existe determinada finalidade típica exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da
para cada tipo de ato administrativo. formação do ato administrativo.
Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies
de finalidade pública. São elas: Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade
a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse público de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra
considerado de forma geral. é o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser
b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico revestido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que
previsto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado ele seja escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo
ato. em vista que em alguns casos, via de regra, o agente público
tem a possibilidade de se manifestar de outra forma, como
Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a acontece nas ordens verbais transmitidas de forma emergencial
lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato. aos subordinados, ou, ainda, por exemplo, quando um agente
Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas de trânsito transmite orientações para os condutores de veículos
finalidades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado através de silvos e gestos.
desvio de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado
vício que não pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser vício de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à
convalidado. forma e sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via
A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágrafo de regra, considera-se plenamente possível a convalidação do
único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se verifica ato administrativo que contenha vício de forma. No entanto, tal
quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele convalidação não será possível nos casos em que a lei estabelecer
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”. que a forma é requisito primordial à validade do ato.
Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência Devemos explanar também que a motivação declarada e
estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser escrita dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando
seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser for de caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta
praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício maneira, quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja
de finalidade. vício de forma, mas não vício de motivo.

273
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve
autoridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
elemento motivo. de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte
Motivo integrante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de
O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que “motivação aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo. que está sendo admitida no direito brasileiro.
Quando a autoridade administrativa não tem margem para
decidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato A motivação dos atos administrativos
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a
ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade respeito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos
administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a motivos determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei
prática do ato. não exigindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele
Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se só terá validade se os motivos declarados forem verdadeiros.
trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser
verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática Exemplo
do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de
empírico da situação prevista em lei. servidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de
Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente
administrativo depende da presença adjunta dos motivos de fato venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualidade
e de direito, posto que para isso, são imprescindíveis à existência habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
abstrata de previsão normativa bem como a ocorrência, de fato a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já
concreto que se integre à tal previsão. se o interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua
De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de pontualidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial,
ocorrer nas seguintes situações: deverá ser anulada.
a) quando o motivo é inexistente. É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes
b) quando o motivo é falso. pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto
c) quando o motivo é inadequado. aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado.
Em suma, temos:
É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e
motivação. Vejamos: – Motivo do ato administrativo
– Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do ato – Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a
administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrativo, edição do ato administrativo.
sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legítimo – Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma
ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo. abstrata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo.
– Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, – Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real
sendo a declaração das razões que motivaram à edição do que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei,
ato. Já a motivação declarada e expressa dos motivos dos atos caracterizando o motivo de direito.
administrativos, via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se
for obrigatória pela lei, sua ausência causará invalidade do ato Vícios de motivo do ato administrativo
administrativo por vício de forma, e não de motivo.
Inexistente
Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o Falso
processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o
seguinte: Inadequado
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: – Teoria dos motivos determinantes
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; – O ato administrativo possui sua validade vinculada aos
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; motivos expostos mesmo que não seja exigida a motivação.
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção – Só é aplicada apenas se o ato conter motivação.
pública; – STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não
licitatório; está adequado à realidade fática”.
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício; Objeto
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação palavras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo
de ato administrativo.

274
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cuida-se da alteração da situação jurídica que o ato administrativo não está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações
se propõe a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por falsas, poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus
exemplo, o objeto é a punição do transgressor. efeitos.
Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve Denota-se que a principal consequência da presunção
ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os de veracidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido,
padrões aceitos como éticos e justos. relembremos que em regra, segundo os parâmetros jurídicos,
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir o dever de provar é de quem alega o fato a ser provado. Desta
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse maneira, se o particular “X” alega que o particular “Y” cometeu ato
sentido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam ilícito em prejuízo do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que
os seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos: está alegando, de maneira que, em nada conseguir provar os fatos,
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspensão “Y” não poderá ser punido.
por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para – Imperatividade
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo. Em decorrência desse atributo, os atos administrativos são
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas concordância destes. Infere-se que a imperatividade é proveniente
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá
autoridade pública ou flagradas no teste do bafômetro. editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado
pessoas específicas para a ocupação noturna de determinado em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente
trecho de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua
o objeto é tido como imoral. expressa concordância.
Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperatividade,
Atributos do Ato Administrativo característica presente exclusivamente nos atos que impõem
Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o
público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos ato administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por
são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos exemplo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda,
privados. quando possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão,
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente atestado ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade.
ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento,
bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos – Autoexecutoriedade
públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem
pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. executados diretamente pela Administração Pública, por
Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos intermédio de meios coercitivos próprios, sem que seja necessário
atos administrativos são: a intervenção prévia do Poder Judiciário.
Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do
– Presunção de legitimidade interesse público, típico do regime de direito administrativo, fato
Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos que acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente
atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos à rapidez e eficiência.
administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a
quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a autoexecutoriedade somente é possível quando estiver
administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros expressamente prevista em lei, ou, quando se tratar de medida
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade, urgente, que não sendo adotada de imediato, ocasionará, por sua
os atos administrativos presumem-se editados em conformidade vez, prejuízo maior ao interesse público.
com a lei, até que se prove o contrário.
De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e Exemplos de Atos Administrativos Autoexecutórios
da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como apreensão de mercadorias impróprias para o consumo
presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da humano
presunção de que o ato administrativo foi editado em conformidade demolição de edifício em situação de risco
com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzidas
pela administração são verdadeiras. internação de pessoa com doença contagiosa
As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos dissolução de reunião que ameace a segurança
e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da
ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido prestação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular
contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado que considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado,
por algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá possa livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da
submetê-lo ao controle pela própria administração pública, bem defesa dos seus direitos.
como pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática

275
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Tipicidade b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem


De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita a ser atos vinculados e discricionários.
tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo fato – Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração
de tal característica não estabelecer um privilégio da administração, Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que
mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de que comprovados os requisitos legais, a edição do ato se torna
a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos obrigatória, nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para
atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, a construção de imóvel.
deveremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos – Já os discricionários são aqueles em que a Administração
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que acabam Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administração com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar
toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada. decisões quando e como o ato será praticado, com a definição de
Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria seu conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
Sylvia Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato
administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos
pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim administrativos podem ser atos de império, de gestão e de
sendo, em consonância com esse atributo, para cada finalidade que expediente.
a Administração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato – Atos de império são atos por meio dos quais a Administração
previamente definido na lei. Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais usando
Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio o poder de império para impô-los de modo unilateral e coercitivo
da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabelecimentos
atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o comerciais.
atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da
autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberdade d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos
para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos quais a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas
inominados. provenientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de
Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se administração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais
que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontrando com os particulares.
presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos.
a firmar com o particular um contrato inominado desprovido de
regulamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de Exemplo:
atender tanto ao interesse público como ao interesse particular. uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de
forma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do
Classificação dos Atos Administrativos contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada
à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse – Já os atos de expediente são tidos como aqueles que
motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classificações impulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante
mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade e sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos
prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante e papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos.
abordagem nas provas de concursos públicos. Exemplo:
Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as
a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. devidas análises”.
Os atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários
determinados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos
de uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas simples, complexos e compostos.
que correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o – O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas
Regulamento do Imposto de Renda. um órgão da administração pública, pouco importando se esse
órgão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um
– Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada
individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo
será singular quando alcançar um único sujeito determinado e administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples
será plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos colegiado.
determinados em si. – O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou
mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os
Exemplo: sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo
O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado.
Por outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita- É importante não confundir ato complexo com procedimento
se: o ato de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato
aos destinatários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES complexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção
PLÚRIMOS

276
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto
praticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a regulamentar, também designado de decreto de execução.
obtenção de um ato final e principal”. A doutrina o conceitua como sendo aquele que introduz um
regulamento, não permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance
f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que possam ir além daqueles do que é permitido por Lei.
este também decorre do resultado da manifestação de vontade de Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre
dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito.
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem Pondera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos, autônomo admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84,
um principal e outro acessório. VI, “a”, da Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes 32/2001, que predispõe a competência privativa do Presidente da
Meirelles, para quem o ato administrativo composto “é o que República para dispor, mediante decreto, sobre a organização e
resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação funcionamento da administração federal, quando não incorrer em
por parte de outro, para se tornar exequível”. A mencionada aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
definição, embora seja discutível, vem sendo muito utilizada
pelas bancas examinadoras na elaboração de questões de provas – Atos ordinatórios
de concurso público. Isso ocorreu na aplicação da prova para Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem
Assistente Jurídico do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro
considerado correto o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja de disciplinar as relações internas da Administração Pública.
prática dependa de vontade única de um órgão da administração, Detalharemos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as
mas cuja exequibilidade dependa da verificação de outro órgão, dá- instruções, as circulares, os avisos, as portarias, as ordens de
se o nome de ato administrativo composto”. serviço, os ofícios e os despachos.
Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
Espécies autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar
O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos a atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo:
administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos as instruções que ordenam os atos que devem ser usados de
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e forma interna na análise do pedido de utilização de bem público
atos punitivos. formalizado unicamente por particular.
Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretanto,
– Atos normativos de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência.
Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados
esmiuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução por Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos
da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais, correlatos aos respectivos Ministérios.
não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas, Portarias: são atos administrativos respectivamente editados
versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos. por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe
do Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria
Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos determinando a instauração de processo disciplinar específico.
podem ser: Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos
a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos ordenadores da adoção de conduta específica em circunstâncias
chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação especiais. Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de
geral ou individual prevista na legislação, englobando também de obra pública.
forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se
Casas Legislativas. responsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita
O decreto é de suma importância no direito brasileiro, motivo e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como
pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser de entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição
classificados em decreto geral e individual. Vejamos: de informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por
b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras meio de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de
gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta Saúde.
aplicação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento Despachos: são atos administrativos eivados de poder
do Imposto de Renda”. decisório ou apenas de mero expediente praticados em processos
c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação administrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo
específica de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua disciplinar, é emitido despacho especifico determinando a oitiva de
publicação produz de imediato, efeitos concretos. testemunhas.

Exemplo: – Atos negociais


Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem Também chamados de atos receptícios, são atos administrativos
para fim de desapropriação. de caráter administrativo editados a pedido do particular, com o
fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração

277
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte 3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado
desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão. de forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade
Vejamos: administrativa com o dever de acatá-lo.
a) Licença: possui algumas características. São elas: b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem
Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos
legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade,
licença; porém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas.
Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a
Administração se torna conivente com o exercício da atividade *Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal
privada como um todo; consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais,
Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado,
particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício. independentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de
b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
dotado da permissão do exercício de atividades específicas esclarecimento de situações de interesse pessoal”.
realizadas pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado
bem público. Exemplo: a permissão para uso de bem público c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
específico. certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
A permissão é dotada de características essenciais. São elas: de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as
Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a certidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
Administração Pública concorda com o exercício da atividade ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
privada, bem como da utilização de bem público por particulares; públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de
Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade retratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos
administrativa é dotada de liberdade de análise referente à da Administração Pública.
conveniência e à oportunidade do ato administrativo; d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
apenas de direito subjetivo ao ato. o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
c)Autorização: é detentora de características iguais às da contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
permissão, vindo a constituir ato administrativo discricionário de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°,
permissionário do exercício de atividade específica pelo particular da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
ou, ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que
a permissão, a autorização possui como características: o ato de – Atos punitivos
consentimento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo. Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos
d)Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de
do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público interesses dos administrados que vierem a atuar em desalento com
específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer
o particular preencha devidamente os requisitos legais. forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na
edição de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição
– Atos enunciativos Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas
São atos administrativos que expressam opiniões ou, ainda, tenham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio
que certificam fatos no campo da Administração Pública. A doutrina da legalidade.
reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres, as Podemos dividir as sanções em dois grupos:
certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos: 1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com
a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar supedâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos
a opinião do agente público a respeito de determinada questão de particulares em geral. Exemplo: multa de trânsito.
ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de 2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com
licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico. embasamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às
demais pessoas que se encontram especialmente vinculadas
De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espécies à Administração Pública. Exemplo: reprimenda imposta à
de pareceres. São eles: determinada empresa contratada pela Administração.
1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as
para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições
vincula a autoridade competente; de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada
2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessariamente espécie:
elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas
opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade aos administrados.
responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou
parecer de forma motivada; suspensivos do exercício de atividades diversas.

278
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar
aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido
população em risco. fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento,
Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com
a autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento
à coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis-
situação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para trativo.
momento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada
medida, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser
feita de forma prévia no processo administrativo, situação por proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen-
intermédio da qual, a ampla defesa será postergada para momento tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên-
ulterior. cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria,
Sanções disciplinares: também chamadas de sanções acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de
funcionais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores dados públicas.
públicos e aos administrados possuidores de relação jurídica Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa-
especial com a Administração Pública, desde que tenha sido recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad-
constatada a violação ao ordenamento jurídico, bem como aos vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários
termos do negócio jurídico. Um exemplo disso, é a demissão de para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo
servidor público que tenha cometido falta grave. que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
ocorreu na formação do ato.
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas
aos particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, – Anulação
as sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
sujeição especial de administrados específicos do poder disciplinar de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
da Administração Pública, como é o caso dos servidores e e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle
contratados. Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou
o exterior da Administração - as chamadas sanções externas - as legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito
sanções disciplinares são aplicadas no interior da Administração do ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar
Pública, - as denominadas sanções internas. o ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por
conseguinte, revogá-lo, e não o anular.
Extinção do ato administrativo Diferentemente da revogação, que mantém incidência
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção somente sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de os atos discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado
Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá pelo fato de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de
ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos, legalidade.
vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito, Em relação à competência, a anulação do ato administrativo
vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo
objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do Poder Judiciário.
beneficiário. Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de
Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por autotutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do
meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos STF:
ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
situações:
a Administração Pública pode declarar a
Súmula 346
– Cassação nulidade dos seus próprios atos.
É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido a Administração pode anular seus
condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar próprios atos, quando eivados de vícios
continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção que os tornam ilegais, porque deles não
do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo se originam direitos; ou revogá-los, por
sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua Súmula 473
motivo de conveniência ou oportunidade,
execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento respeitados os direitos adquiridos, e
de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de ressalvada, em todos os casos, a apreciação
prostituição. judicial.

Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de


um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu-
lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar.
Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de-

279
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem
ser invocado para anular o ato administrativo por motivo de o praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de
ilegalidade, bem como para revogá-lo por razões de conveniência autoridade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o
e oportunidade. praticou deixou de ser competente para revogá-lo;
A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados,
provocação do interessado. votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela
Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no lei;
exercício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada
administrativo havendo pedido do interessado. novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior;
Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF.
legalmente estabelecido. À vista da autonomia administrativa
atribuída de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e – Convalidação
Municípios, cada uma dessas esferas tem a possibilidade de, É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando
observado o princípio da razoabilidade e mediante legislação por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos,
própria, fixar os prazos para o exercício da autotutela. inclusive aqueles que foram gerados antes da providência
Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no saneadora. Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc,
âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os uma vez que retroage à data da edição do ato original, mantendo-
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os lhe todos os efeitos.
destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos, Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez,
estipulação de prazos diferentes em outras esferas. passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos.
Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios
– Revogação sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela anuláveis.
própria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade, À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi
sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão,
conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento o art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a
do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e perfeito possibilidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos
se torna inconveniente ao interesse público, a administração pública sanáveis, levando em conta que tal providência não acarrete lesão
poderá suprimi-lo por meio da revogação. ao interesse público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja
A revogação resulta de um controle de conveniência e destinada à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento
oportunidade do ato administrativo promovido pela própria tem sido aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da
Administração que o editou. existência de dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante
É fundamental compreender que a revogação somente pode analogia com a esfera federal e também com fundamento na
atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que prevalência doutrinária vigente.
quando a administração está à frente do motivo que ordena a Assim, é de suma importância esclarecermos que a
prática do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória, jurisprudência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em
não lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de determinadas lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em
analisar a conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. decorrência do princípio da segurança jurídica.
Desta maneira, não havendo possibilidade de análise de mérito
para a edição do ato, essa abertura passará a não existir para que o Decadência Administrativa
ato seja desfeito pela revogação. O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi-
to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter-
Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda
princípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que
qualquer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei.
certos limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como
Zanella Di Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos: sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
análise de conveniência e oportunidade; única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com
b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con-
retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam funde com o exercício da ação para manifestá-lo”.
próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o
transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público, disposto legal sobre a decadência do direito de a administração
após o gozo do direito, não há como revogar o ato; pública anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses
vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos:

280
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 54. O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai
em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade
do ato.”

O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi praticado.
Isso significa que durante esse decurso, o administrado permanecerá submetido a revisões ou anulações do ato administrativo que o
beneficia.
Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, o administrado poderá ter suas relações com a administração consolidadas
contando com a proteção da segurança jurídica.
Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento sobre
a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu:
“No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente
essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não para
iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem que estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em decadência (grifo
aditado). Eu registro também que é da doutrina do Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da proteção da confiança,
que são expressões do Estado Democrático de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético, social e jurídico, projetando
sobre as relações jurídicas, inclusive, as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável o fato de que o Poder Público não
se submente também a essa consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo decurso do tempo.”
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e Administração Pública, suprimindo da administração o poder de usar
abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato administrativo, o que proporciona maior equilíbrio entre as partes interessadas.
Em resumo, é de grande importância o posicionamento adotado pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só tempo,
propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de contagem do prazo decadencial.

QUESTÕES

1. UFSM - 2022
A imagem abaixo consiste em um esquema gráfico de uma calçada, retirado da Norma Brasileira de Acessibilidade a edificações, mo-
biliário, espaços e equipamentos urbanos (NBR 9050-2020). Sobre acessibilidade em calçadas, assinale a alternativa correta.

Fonte: ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050:2020

281
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(A) A faixa de serviço representa a área primordial para circula- II. Resolução CONAMA n° 002, de 08.03.1990, instituiu o Pro-
ção de pessoas, tendo, eventualmente, algum mobiliário. grama Nacional de Educação e Controle de Poluição Sonora – “Si-
(B) A faixa livre consiste no espaço de circulação apenas para lêncio”, sendo os estados e municípios responsáveis em estabelecer
equipamentos com rodas, como cadeira de rodas e bicicletas. e implementar os programas locais de educação e controle da po-
(C) A faixa de acesso tem função de circulação das pessoas e é luição sonora, em conformidade com o Programa Silêncio.
onde se implantam os pisos táteis direcionais. III. Tem-se que as normas NBR 10.151 e NBR 10.152, da As-
(D) A faixa livre não deve acomodar mobiliários ou quaisquer sociação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, tratam, respectiva-
tipos de obstáculos à circulação. mente, sobre avaliação do ruído em áreas habitadas visando o con-
(E) A faixa de acesso é mais comum em calçadas estreitas, com forto da comunidade e sobre níveis de ruído para conforto acústico.
dimensões inferiores a 1,20 m. Com relação à legislação nacional básica aplicável à emissão de
ruídos e poluição sonora, está(ão) CORRETA(AS):
2. COPESE - UFT - 2019 (A) somente a afirmativa I.
A versão recente da norma brasileira de acessibilidade a edifi- (B) somente a afirmativa II.
cações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos (ABNT NBR (C) somente a afirmativa III.
9050) é de 2015 e deve ser um guia de consulta a ser utilizado nos (D) apenas as afirmativas I e III.
projetos dos espaços construídos. (E) todas as afirmativas.
Assinale a resposta INCORRETA sobre os termos e definições
constantes na NBR 9050. 5. Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à
(A) Rampa é uma inclinação da superfície de piso, longitudinal autoridade administrativa para distribuir e dirimir funções em
ao sentido de caminhamento, com declividade igual ou supe- escala de seus órgãos, vindo a estabelecer uma relação de
rior a 30%. coordenação e subordinação entre os servidores que estiverem sob
(B) Área de transferência é um espaço livre de obstáculos, cor- a sua hierarquia.
respondente no mínimo a um módulo de referência, a ser uti- ( ) CERTO
lizado para transferência por pessoa com deficiência ou mobi- ( ) ERRADO
lidade reduzida, observando as áreas de circulação e manobra.
(C) Linha-guia é qualquer elemento natural ou edificado que 6. O dever de obediência do subordinado o obriga a cumprir
possa ser utilizado como referência de orientação direcional as ordens manifestamente ilegais, advindas de seu superior
por todas as pessoas, especialmente as com deficiência visual; hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116, XII, da Lei 8.112/1990,
e guia de balizamento é um elemento edificado ou instalado o subordinado não tem a obrigação funcional de representar contra
junto aos limites laterais das superfícies de piso, destinado a o seu superior caso este venha a agir com ilegalidade, omissão ou
definir claramente os limites da área de circulação de pedes- abuso de poder.
tres. ( ) CERTO
(D) Piso tátil é o piso caracterizado por textura e cor contrastan- ( ) ERRADO
tes em relação ao piso adjacente, destinado a constituir alerta
ou linha-guia, servindo de orientação, principalmente, às pes- 7. A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode
soas com deficiência visual ou baixa visão. São de dois tipos: ser feita para órgãos ou agentes subordinados hierarquicamente, e,
piso tátil de alerta e piso tátil direcional. a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos
e agentes não subordinados à hierarquia.
3. FAU - 2022 ( ) CERTO
Segundo a Norma Brasileira de Acessibilidade, NBR 9050 da ( ) ERRADO
ABNT, na seção de Sinalização, os sinais podem ser classificados
como (assinale a alternativa correta): 8. Não podem ser objeto de delegação: A edição de atos de
(A) Sinais de localização, sinais de advertência e sinais de ins- caráter normativo; a decisão de recursos administrativos e as
trução. matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
(B) Sinais de presença, sinais de advertência e sinais de demar- ( ) CERTO
cação. ( ) ERRADO
(C) Sinais de perda, sinais de advertência e sinais de vizinhança.
(D) Sinais de direção, sinais de advertência e sinais de sentido. 9. O ato de delegação não poderá ser revogado a qualquer
(E) Nenhuma das alternativas está correta. tempo pela autoridade delegante como forma de transferência não
definitiva de atribuições, não podendo as decisões adotadas por
4. FAUEL - 2023 delegação, mencionar de forma clara esta qualidade, que deverá
Analise as afirmativas: ser considerada como editada pelo delegado.
I. A resolução CONAMA n° 001, de 08.03.1990, dispõe que a ( ) CERTO
emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades indus- ( ) ERRADO
triais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda
política, obedecerá, no interesse da saúde, do sossego público, aos
padrões, critérios e diretrizes estabelecidos na resolução.

282
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

10. A avocação é um procedimento contrário ao da delegação 16. O ato de regulamento executivo não é norma geral e
de competência, vindo a ocorrer quando o superior assume ou abstrata. Sendo geral pelo fato de não possuir destinatários
passa a desenvolver as funções que eram de seu subordinado. determinados ou determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas
De acordo com a doutrina, a norma geral, é a impossibilidade de que estejam nas situações reguladas; é abstrata pelo fato de dispor
avocação pelo superior hierárquico de qualquer competência do sobre hipóteses que, se e no momento em que forem verificadas no
subordinado, ressaltando-se que nesses casos, a competência a ser mundo concreto, passarão a gerar as consequências abstratamente
avocada poderá ser privativa do órgão subordinado. previstas. Desta forma, podemos afirmar que o regulamento possui
( ) CERTO conteúdo material de lei, porém, com ela não se confunde sob o
( ) ERRADO aspecto formal.
( ) CERTO
11. No tocante ao desfazimento do ato administrativo, infere- ( ) ERRADO
se que pode ocorrer de duas formas: por revogação, no momento
em que a manutenção do ato válido se tornar conveniente ou 17. A discricionariedade consiste na liberdade de escolha da
inoportuna e por anulação, quando o ato não apresentar vícios. autoridade pública em relação à conveniência e oportunidade
( ) CERTO do exercício do poder de polícia. Entretanto, mesmo que a
( ) ERRADO discricionariedade dos atos de polícia seja a regra, em determinadas
situações o exercício do poder de polícia é vinculado e por isso, não
12. Inexistindo vínculo funcional, infere-se que o poder deixa margem para que a autoridade responsável possa executar
disciplinar é decorrente do poder hierárquico. Em razão da existência qualquer tipo de opção.
de distribuição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a ( ) CERTO
uma mesma pessoa jurídica, competirá ao superior hierárquico ( ) ERRADO
determinar o cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for
subordinado, o cumprimento destas. 18. A prescrição da ação punitiva, no caso das sanções de
( ) CERTO polícia, se interrompe no decurso das seguintes hipóteses:
( ) ERRADO (A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive
por meio de edital;
13. Poder disciplinar é o poder de investigar e punir crimes (B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do
e contravenções penais não se referem ao mesmo instituto e fato; pela decisão condenatória recorrível;
não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado somente (C) Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação
àqueles que possuem vínculo específico com a Administração de expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito inter-
forma funcional ou contratual, o segundo é exercido somente sobre no da Administração Pública Federal.
qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes. (D) Todas as alternativas estão corretas.
( ) CERTO
( ) ERRADO 19. Ocorre o desvio de poder ou desvio de finalidade quando a
autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, porém,
14. A sanção disciplinar possui natureza administrativa; advém o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária ao
do poder disciplinar e é aplicável sobre as pessoas que possuem interesse público como um todo.
vínculo específico com a Administração Pública. A sanção de polícia ( ) CERTO
possui natureza administrativa; advém do poder de polícia e aplica- ( ) ERRADO
se sobre as pessoas que desobedeçam às regulamentações de
polícia administrativa. Já a sanção penal possui natureza penal; 20. O princípio da publicidade dispõe que a atuação
decorre do poder geral de persecução penal e aplica-se sobre as administrativa deve ser totalmente pautada nos princípios da ética,
pessoas que cometem crimes ou contravenções penais. honestidade, probidade e boa fé. Esse princípio está conexo à não
( ) CERTO corrupção na Administração Pública.
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO
15. A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão
poder regulamentar. Isso acontece, por que há autores que, 21. O princípio da Eficiência dispõe que a atividade administrativa
assemelhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam deverá ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade
esta expressão somente para se referirem à faculdade de editar e economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém,
regulamentos conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, hodiernamente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88,
a usam com conceito mais amplo, acoplando também os atos com a EC n. 19/1998.
gerais e abstratos que são emitidos por outras autoridades, tais ( ) CERTO
como: resoluções, portarias, regimentos, deliberações e instruções ( ) ERRADO
normativas. Há ainda uma corrente que entende essas providências
gerais e abstratas editadas sob os parâmetros e exigências da 22. O princípio da Publicidade pode ser considerado um
lei, com o fulcro de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de mecanismo de controle dos atos administrativos por meio da
manifestações do poder normativo. sociedade.
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) ERRADO

283
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

23. Nos parâmetros do art. 82, caput da Constituição Federal,


a Administração Pública deverá obedecer aos princípios da
ANOTAÇÕES
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
24. A indisponibilidade do interesse público possui como
principal função orientar a atuação dos agentes públicos para que ______________________________________________________
atuem em nome e em prol dos interesses da Administração Pública.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
25. Em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em ______________________________________________________
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções
administrativas em sentido objetivo, sendo subdividida também na ______________________________________________________
atividade exercida por esses entes em sentido subjetivo.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 D
______________________________________________________
2 A
3 A ______________________________________________________
4 E ______________________________________________________
5 CERTO
______________________________________________________
6 ERRADO
______________________________________________________
7 CERTO
8 CERTO ______________________________________________________
9 ERRADO ______________________________________________________
10 ERRADO
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11 ERRADO
12 ERRADO ______________________________________________________

13 CERTO ______________________________________________________
14 CERTO
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15 CERTO
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16 ERRADO
17 CERTO _____________________________________________________
18 D _____________________________________________________
19 CERTO
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20 ERRADO
21 CERTO ______________________________________________________

22 CERTO ______________________________________________________
23 ERRADO ______________________________________________________
24 CERTO
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25 ERRADO
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