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CÓD: OP-072DZ-22

7908403531080

MP-SP
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Oficial de Promotoria I
EDITAL Nº 02/2022
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,

• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,

• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.

Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Interpretação e compreensão de texto. Organização estrutural dos textos. Marcas de textualidade: coesão, coerência
e intertextualidade. Modos de organização discursiva: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção;
características específicas de cada modo. Tipos textuais: informativo, publicitário, propagandístico, normativo, didático
e divinatório; características específicas de cada tipo. Textos literários e não literários ....................................................... 5
2. Tipologia da frase portuguesa. Estrutura da frase portuguesa: operações de deslocamento, substituição, modificação e
correção. Problemas estruturais das frases. Organização sintática das frases: termos e orações. Ordem direta e inversa..... 17
3. Norma culta ......................................................................................................................................................................... 19
4. Pontuação e sinais gráficos ................................................................................................................................................... 21
5. Tipos de discurso .................................................................................................................................................................. 22
6. Registros de linguagem. Funções da linguagem. Elementos dos atos de comunicação ....................................................... 24
7. Estrutura e formação de palavras. Formas de abreviação .................................................................................................... 25
8. Classes de palavras; os aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos e textuais de substantivos, adjetivos, artigos,
numerais, pronomes, verbos, advérbios, conjunções e interjeições; os modalizadores ...................................................... 26
9. Semântica: sentido próprio e figurado; antônimos, sinônimos, parônimos e hiperônimos. Polissemia e ambiguidade ...... 32
10. Os dicionários: tipos ............................................................................................................................................................. 33
11. A organização de verbetes .................................................................................................................................................... 35
12. Vocabulário: neologismos, arcaísmos, estrangeirismos ....................................................................................................... 41
13. Latinismos ............................................................................................................................................................................. 43
14. Ortografia ............................................................................................................................................................................. 44
15. Acentuação gráfica ............................................................................................................................................................... 44
16. A crase.................................................................................................................................................................................. 45

Matemática e Raciocínio Lógico


1. Lógica: proposições, conectivos, equivalências lógicas, quantificadores e predicados. Estrutura lógica de relações arbitrárias
entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; dedução de novas informações das relações fornecidas e avaliação
das condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Compreensão e análise da lógica de uma situação,
utilizando as funções intelectuais: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial, reconhecimento de
padrões, orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discriminação de elementos. Problemas de lógica e
raciocínio ................................................................................................................................................................................ 49
2. Conjuntos e suas operações, diagramas ................................................................................................................................. 71
3. Números inteiros, racionais e reais e suas operações ............................................................................................................. 74
4. Porcentagem........................................................................................................................................................................... 83
5. Proporcionalidade direta e inversa ......................................................................................................................................... 85
6. Medidas de comprimento, área, volume, massa e tempo ...................................................................................................... 86
7. Compreensão de dados apresentados em gráficos e tabelas ................................................................................................... 88

Noções de Informática
1. Componentes de um computador: processadores, memória e periféricos mais comuns; dispositivos de armazenagem de da-
dos; propriedades e características .............................................................................................................................................. 93
2. Arquivos digitais: documentos, planilhas, imagens, sons, vídeos; principais padrões e características ........................................ 93
3. Arquivos PDF ................................................................................................................................................................................ 97
4. Conhecimentos sobre sistema operacional Windows 10: conceitos gerais, principais utilitários, configurações ............................. 101
5. Produção e edição de documentos. Funções para edição, buscas, formatação, impressão e manipulação de arquivos. Con-
trole de alterações, uso de senhas para proteção, formatos para gravação e integração com outros aplicativos no ambiente
Windows. Produção e edição de planilhas. Funções para edição, buscas, formatação, impressão e manipulação de arquivos.
Manipulação de fórmulas, funções e gráficos. Importação e exportação de dados ...................................................................... 103
ÍNDICE

6. Internet: conceitos gerais e funcionamento. Endereçamento de recursos. Navegadores (browsers) e suas principais funções.
Google Chrome. Firefox. Internet Explorer: buscas, salva de páginas, cache e configurações ..................................................... 112
7. Navegação segura: cuidados, ameaças, uso de senhas e criptografia. Tokens e outros dispositivos de segurança ............................ 117
8. E-mail: utilização e configurações usuais ...................................................................................................................................... 124
9. Transferência de arquivos e dados: upload, download, banda, velocidades de transmissão ........................................................ 129

Direito Constitucional e Ministério Público


1. Constituição Federal: Título II, Capítulos I, II, III e IV ..................................................................................................................... 133
2. Título III, Capítulo VII, Seções I e II ................................................................................................................................................ 140
3. Título IV, Capítulo IV, Seção I ......................................................................................................................................................... 145
4. Lei nº 8.625, de 12 de fevereiro de 1993: Institui a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, dispõe sobre normas gerais
para a organização do Ministério Público dos Estados e dá outras providências 147
5. A Lei Orgânica Estadual do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Lei Estadual nº 7.669/82, com alterações supervenien-
tes) ............................................................................................................................................................................................... 157
6. Lei Orgânica do Ministério Público de São Paulo Lei Complementar Estadual nº 734, de 26 de novembro de 1993), artigos 1° ao
9°; 43 a 48; 59 a 75 ....................................................................................................................................................................... 175

Direito Administrativo
1. Lei de Improbidade Administrativa. Lei 8.429, de 02 de junho de 1992. ...................................................................................... 185
2. Resolução nº 664/2010-PGJ-CGMP-CSMP, de 8 de outubro de 2010 ........................................................................................... 193
3. Resolução nº 1.342/2021-CPJ, DE 1º de julho de 2021 ................................................................................................................. 198
4. Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado - Lei Estadual n° 10.261/68, de 28.10.68: artigos: 241 a 263 .............................. 208

Direito Processual Civil


1. Código de Processo Civil – Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015.Arts 3; 176 a 181; 218 a 235 ........................................ 213
2. Lei nº 13.140, de 26 de Junho de 2015. Art. 1,2 e 3 ............................................................................................................ 215
3. Resolução nº 118, de 1º de dezembro de 2014, do CNMP ................................................................................................. 215
4. Resolução nº 225 de 31/05/2016, artigos 1º, 2º, 4º, 7º e 8º. do CNJ ................................................................................. 218
5. Resolução nº 125 de 29/11/2010 do CNJ art. 1º, 2º, 5º, 6º, Capítulo III, Seção II (do art. 8ª ao art. 11º) ............................... 220

Direito Penal
1. Código Penal - Decreto Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940: artigos 293 a 301 e §§ 1° e 2°; 305; 311-A a 317 e §§ 1° e 2°; 319 225
a 333; 337; 399 a 344; 347; 357 e 359 ..........................................................................................................................................

Direito Processual Penal


1. Código de Processo Penal Decreto Lei 3689 - de 03 de outubro de 1941: artigos 24 e §§ 1º e 2º; 25; 27; 28 e §§ 1º e 2º, e 28-
A incisos e §§ ; 40 a 42; 46 e §§ 1° e 2°;47; 257 e 258 ................................................................................................................. 235
2. Lei nº 9.099, de 26.09.1995, artigos 60; 61; 76 e §§ 1º a 6º; 89 e §§ 1° a 7° ............................................................................... 236
3. Resolução nº 1.364/2021-PGJ-CPJ, DE 14 de setembro de 2021 ............................................................................................... 237
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipologia Textual
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO. A partir da estrutura linguística, da função social e da finali-
ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS TEXTOS. dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele
MARCAS DE TEXTUALIDADE: COESÃO, COERÊNCIA pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas
E INTERTEXTUALIDADE. MODOS DE ORGANIZAÇÃO classificações.
DISCURSIVA: DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO, EXPOSIÇÃO,
ARGUMENTAÇÃO E INJUNÇÃO; CARACTERÍSTICAS Tipos textuais
ESPECÍFICAS DE CADA MODO. TIPOS TEXTUAIS: A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
INFORMATIVO, PUBLICITÁRIO, PROPAGANDÍSTICO, dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
NORMATIVO, DIDÁTICO E DIVINATÓRIO;
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE CADA TIPO.
específico para se fazer a enunciação.
TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS
Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
cas:
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje-
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é Apresenta um enredo, com ações e
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o relações entre personagens, que ocorre
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido em determinados espaço e tempo. É
completo. TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e da seguinte maneira: apresentação >
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- desenvolvimento > clímax > desfecho
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua
interpretação. Tem o objetivo de defender determinado
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- desenvolvimento > conclusão.
tório do leitor. Procura expor ideias, sem a necessidade
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, de defender algum ponto de vista. Para
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- isso, usa-se comparações, informações,
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar estrutura segue a do texto dissertativo-
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. argumentativo.
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
Dicas práticas
de modo que sua finalidade é descrever,
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con-
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
Com isso, é um texto rico em adjetivos e
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
em verbos de ligação.
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca Oferece instruções, com o objetivo de
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
cidas. são os verbos no modo imperativo.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon-
te de referências e datas.
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de Texto Informativo
opiniões. Sua função é ensinar e informar, esclarecendo dúvidas sobre
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques- um tema e transmitindo conhecimentos. Este tipo de texto é co-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- mum em jornais, livros didáticos, revistas, etc.
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do As características do texto informativo são:
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto - Escrito em 3ª pessoa, em prosa.
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor - Apresenta informações objetivas e reais a respeito de um
quando afirma que... tema.
- É um texto que evita ser ambíguo, não fazendo uso de figuras
de linguagem, utilizando a linguagem denotativa.
- A opinião pessoal do autor não se reflete no texto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
- Há a citação de fontes, que garantem a credibilidade, e o texto Sátira
apresenta caráter utilitário e prático. É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém
O conteúdo deste tipo de texto é mais importante que sua es- ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode
trutura. O objetivo do texto é a transmissão de conhecimento sobre abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun-
determinado tema, por isso o texto informativo pode apresentar tos políticos, ou pessoas de relevância social.
diversos recursos, como gráficos, ilustrações, tabelas, etc.
Acalanto
Texto Didático Canção de ninar.
Esse tipo de texto possui objetivos pedagógicos e está disposto
de uma forma a que qualquer leitor tenha a mesma conclusão. Sua Acróstico
construção dá-se de maneira conceitual, visando a necessidade de Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for-
compreensão do assunto exposto por parte do interlocutor. mam uma palavra ou frase. Ex.:
A linguagem de um texto didático não é figurativa, mas sim
própria, utilizando os termos de maneira exata. A apresentação das Amigos são
informações pode considerar, ou não, os conhecimentos prévios do Muitas vezes os
leitor. Trata-se de um tipo textual muito utilizado em artigos cientí- Irmãos que escolhemos.
ficos e livros didáticos. Zelosos, eles nos
Algumas características desse tipo de texto são: impessoalida- Ajudam e
de, objetividade, coesão, abordagem que permite uma interpreta- Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e
ção única e específica. Eterna
https://www.todamateria.com.br/acrostico/
Gêneros Textuais e Gêneros Literários
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe- Balada
rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re- Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas
ferem apenas aos textos literários. de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se
Os gêneros literários são divisões feitas segundo características destinam à dança.
formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité-
rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. Canção (ou Cantiga, Trova)
- Gênero lírico; Poema oral com acompanhamento musical.
- Gênero épico ou narrativo;
- Gênero dramático. Gazal (ou Gazel)
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.
Gênero Lírico
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po- Soneto
ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo- É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte-
ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente tos e dois tercetos.
os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
função emotiva da linguagem. Vilancete
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár-
Elegia nio e de maldizer); satíricas, portanto.
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor-
te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa Gênero Épico ou Narrativo
tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
Shakespeare. o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
Epitalâmia prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro- a crônica, a fábula.
mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é
a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. Épico (ou Epopeia)
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de
Ode (ou hino) um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens,
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem-
alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom- plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
panhamento musical.
Ensaio
Idílio (ou écloga) É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social,
a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for-
diálogos (muito rara).

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LÍNGUA PORTUGUESA
malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de É relevante ressaltarmos também que a linguagem dos textos
caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo- publicitários é pensada no sentido de atingir um grande número de
cke. interlocutores, ou seja, as massas, e, por essa razão, deve ser de
fácil compreensão, objetiva, simples e acessível a interlocutores de
Gênero Dramático todos as classes e faixas etárias.
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse
tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte- Criatividade
ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os De maneira geral, para conseguir causar efeitos de sentido e
papéis das personagens nas cenas. seduzir, chamar a atenção dos interlocutores, os autores das peças
publicitárias fazem trocadilhos e trabalham as linguagens verbal e
Tragédia não verbal de maneira criativa.
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re- Objetividade
presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em Geralmente, os textos publicitários têm extensão bem reduzi-
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando da, já que circulam em suportes cujo espaço também é reduzido
dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare. e o valor de cada anúncio depende de seu tamanho. A seção dos
classificados de jornal, que é um exemplo de texto publicitário, é
Farsa um bom exemplar para que possamos observar essa característica.
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de Outro exemplo que ilustra a objetividade dos textos publicitários é a
processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca- criação de slogan (uma frase curta e de fácil memorização) ou man-
ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o chetes, os quais resumem em um único enunciado as informações
engano. e os objetivos do texto.

Comédia Exemplos de slogan:


É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento - “Cheetos, é impossível comer um só. (Elma Chips)
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu- - Vem pra Caixa você também. Vem! (Caixa Econômica Federal)
lares. - A rádio que toca notícias, só notícias. (Rádio CBN)

Tragicomédia Publicidade e o público


Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi- Em virtude de seu caráter persuasivo e pelo fato de alcançar
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. as grandes massas, o texto publicitário exerce grande influência e
poder sobre o público. Esse texto promove o compartilhamento de
Poesia de cordel ideias, produtos e serviços e, de certa forma, orientações ideológi-
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo cas.
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da Devido ao seu papel importante na nossa cultura, existe uma
realidade vivida por este povo. autorregulamentação para a divulgação/publicação de textos pu-
blicitários, a qual define limites de atuação e aprovação (ou não)
Textos publicitários quanto à veiculação de alguns anúncios. Essa autorregulamentação
“Os textos publicitários são aqueles que têm o objetivo de é necessária porque, conforme o Código de Defesa do Consumidor
anunciar alguma coisa, fazer com que uma informação torne-se pú- (CDC), os textos publicitários respondem pela qualidade dos pro-
blica, desde uma campanha de vacinação até os anúncios de produ- dutos e serviços que estão sendo oferecidos, portanto, não devem
tos e/ou prestação de serviços. Podemos encontrar os textos publi- realizar propaganda enganosa, que é crime.
citários circulando em diversos suportes de comunicação, como os Ainda de acordo com o CDC, propaganda enganosa significa
midiáticos (televisão, internet e rádio) e jornalísticos (jornais, revis- qualquer modalidade de informação falsa, capaz de induzir o con-
tas), e espalhados pelas vias urbanas (outdoors, pontos de ônibus, sumidor ao erro no que diz respeito à natureza, característica, qua-
postes de iluminação pública etc.). lidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros
dados sobre produtos e serviços.
Linguagem
Podemos dizer que a linguagem, sobretudo no que se refere Estrutura do texto publicitário
à sua função e ao tipo, é a característica mais relevante dos textos O texto publicitário é composto, muitas vezes, por imagem, tí-
publicitários, já que se trata do principal recurso que o autor da tulo, texto, assinatura e slogan. A assinatura é o nome do produto/
peça (texto) publicitária tem para que os efeitos de sentido gerados serviço e do anunciante. Slogan, como já dissemos, é um enunciado
sejam aqueles desejados pelo autor para alcançar os leitores. conciso e de fácil associação ao produto e lembrança do leitor. O
Quanto à função da linguagem dos textos publicitários, ela título/headline é um enunciado breve com o objetivo de captar a
pode ser abordada de várias formas: linguagem referencial (quando atenção do leitor, incitando sua curiosidade. O texto deve incitar no
o texto tem o objetivo de divulgar uma informação real), linguagem consumidor o interesse, o desejo por aquilo que está sendo ofere-
emotiva (quando o texto pretende alcançar seu objetivo por meio cido/anunciado.
da emotividade dos leitores) e linguagem apelativa ou conativa A extensão do texto publicitário depende da intencionalidade
(quando o texto tem o objetivo de convencer alguém a fazer ou discursiva do autor/anunciante e do espaço disponível/sugerido
comprar alguma coisa, é conhecida como retórica). pelo suporte de circulação no qual o texto será veiculado: jornal,
Com relação ao tipo de linguagem, os textos publicitários po- revista, outdoors, jingles em rádio (aliado à musicalidade), redes
dem ser criados a partir das linguagens verbal (oral ou escrita), não sociais, sites etc.
verbal (imagens, fotografias, desenhos) e mista (verbal e não ver-
bal).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Vertentes do texto publicitário verdade? Regras de como conviver com outras pessoas. Regras para
Existem duas vertentes filosóficas do texto publicitário, ambas se ter segurança no trânsito. Respeitar normas de boa convivência
com origens filosóficas: a apolínea e a dionisíaca. no trabalho ou na escola. Formais ou informais. No entanto, muitas
vezes para que uma regra seja respeitada é necessário um registro,
Apolínea desta forma protocolos, portarias e editais são claros exemplos de
A vertente apolínea visa ao desenvolvimento de textos que textos normativos.
remetem à individualização, ou seja, descrevendo e/ou narrando, Os textos normativos e legais devem ser claros, de modo a não
como ocorre com as artes plásticas, fotografia e narração de his- causar problemas de compreensão para o público a quem ele se
tórias. destina. Deve ser objetivo e centra-se na regulamentação do que
está em questão, podendo ser relações de convivência, trabalho e
Dionísica comércio.
A vertente dionisíaca busca despertar sentimentos diversos Em nosso cotidiano, temos inúmeros exemplos de textos nor-
em seus leitores/interlocutores para que assim possa criar empa- mativos, dentre eles ressaltamos:
tia, contradição, terror, carinho etc. Geralmente, para causar esses ● Um contrato de trabalho ou compra e venda
efeitos, a música, a dramatização e a expressividade corporal são ● O código de defesa do consumidor
utilizadas. ● As leis de trânsito
● A Constituição Federal
Características do texto propagandístico ● A Declaração Universal dos Direitos Humanos
Os textos propagandísticos/publicitários, como o próprio nome ● Diário Oficial
já diz, têm como objetivo principal a propaganda. Através desta, ● ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
anuncia-se um determinado produto, ideia, benefício, movimento ● Estatuto do idoso
social, partido, entre outros. Como seu objetivo é convencer, é na- Os textos normativos são fundamentais para relações humanas
tural que a função apelativa da linguagem se destaque neste gênero e acima de tudo são considerados como gêneros que asseguram
textual. nossos direitos e deveres.
Sendo o objetivo persuadir o receptor, o texto publicitário, a
fim de chamar a atenção, apresenta um produto ou serviço ao con- Texto divinatório
sumidor, promove sua venda ou garante a boa imagem da marca Função - prever.
explicando por que o produto é bom e, ao mesmo tempo, estimu- Modelos - horóscopo, oráculos.
lando a possuí-lo e depois comprar. No entanto, isso não é feito
aleatoriamente. Fontes: brasilescola.uol.com.br
Toda propaganda tem um público-alvo, sempre voltado para descomplica.com.br
uma pessoa ou coletividade, com base em dados como idade, con-
dição socioeconômica, escolaridade, costumes e hábitos de consu- Gêneros textuais
mo. A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
Para atingir o seu propósito, os textos publicitários costumam cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
utilizar verbos no modo imperativo e contam com outras estratégias da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
argumentativas. A boa propaganda trabalha com uma linguagem não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
sugestiva por meio da ambiguidade, da ironia, do jogo de palavras e podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
de subentendidos, ou seja, vários formatos conotativos que fazem padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
com que o público perceba a sutileza da inteligência dos textos. sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
Alguns exemplos de gêneros textuais:
Estrutura do texto propagandístico • Artigo
Título: É composto de pequenas frases atrativas, com o objeti- • Bilhete
vo de chamar a atenção do leitor. • Bula
Imagem: Apresentam uma imagem, cuidadosamente trabalha- • Carta
da e selecionada, que vai muito além do mero papel de ilustração. • Conto
Nesse gênero textual, a imagem tem um papel persuasivo impor- • Crônica
tante e dialoga com a parte escrita. • E-mail
Corpo do texto: Nele, o anunciante desenvolve melhor sua • Lista
ideia, demonstrando um pouco mais as qualidades e vantagens do • Manual
produto. Normalmente, o vocabulário é adequado ao público para • Notícia
o qual é destinado, contendo frases também atraentes. • Poema
Identificação do produto ou marca: A maioria dos anunciantes • Propaganda
desenvolve um slogan para que o consumidor identifique a marca. • Receita culinária
Certamente você conhece inúmeros exemplos, como músicas que • Resenha
ficam na cabeça. • Seminário

Gênero normativo Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em


Os textos normativos são considerados como textos regulató- determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex-
rios capazes de sistematizar leis e códigos que asseguram nossos to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária,
direitos e deveres. Esta modalidade textual também regula as nor- por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali-
mas funcionais de uma determinada comunidade, instituição, igre- dade e à função social de cada texto analisado.
ja, escola, empresas privadas ou instituições públicas. Atualmente
viver em sociedade significa seguir regras e respeitar normas, não é

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LÍNGUA PORTUGUESA
ARGUMENTAÇÃO se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
texto diz e faça o que ele propõe. mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo entender bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
de linguagem. Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e Tipos de Argumento
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse argumento. Exemplo:
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável.
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que Argumento de Autoridade
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
enunciador está propondo. texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. verdadeira. Exemplo:
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas conhecimento. Nunca o inverso.
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. Alex José Periscinoto.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A é igual a B.
A é igual a C. A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais
Então: C é igual a B. importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo.
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
que C é igual a A. acreditar que é verdade.
Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero. Argumento de Quantidade
A vaca é um ruminante. É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
Logo, a vaca é um mamífero. número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
também será verdadeira. largo uso do argumento de quantidade.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-

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LÍNGUA PORTUGUESA
Argumento do Consenso socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de médico:
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as por bem determinar o internamento do governador pelo período
frases carentes de qualquer base científica. de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
Argumento de Existência alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar hospital por três dias.
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o Como dissemos antes, todo texto tem uma função
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
mão do que dois voando”. para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
navios, etc., ganhava credibilidade. episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
não outras, etc. Veja:
Argumento quase lógico “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa trocavam abraços afetuosos.”
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
provável. amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente,
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais meio ambiente, injustiça, corrupção).
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
indevidas. um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
Argumento do Atributo o argumento.
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do
daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
que é mais grosseiro, etc. exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o outros à sua dependência política e econômica”.
consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
da celebridade. A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos
competência linguística. A utilização da variante culta e formal na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística assunto, etc).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas sociedade.
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. dedução.
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
pensamento e seu comportamento. da verdade:
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão - evidência;
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia - divisão ou análise;
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo - ordem ou dedução;
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não - enumeração.
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares,
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
inflexão de voz, a mímica e até o choro. e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor A forma de argumentação mais empregada na redação
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, alguns não caracteriza a universalidade.
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade (silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se
fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva
vista. à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais,
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação
argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa
discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. para o efeito. Exemplo:
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes, Fulano é homem (premissa menor = particular)
a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase
desenvolver as seguintes habilidades: em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso,
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de
uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O
totalmente contrária; percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os O calor dilata o ferro (particular)
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria O calor dilata o bronze (particular)
contra a argumentação proposta; O calor dilata o cobre (particular)
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação O ferro, o bronze, o cobre são metais
oposta. Logo, o calor dilata metais (geral, universal)

A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido
argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição

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LÍNGUA PORTUGUESA
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar dos elementos que farão parte do texto.
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
- Lógico, concordo. experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
- Claro que não! constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
Exemplos de sofismas: as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
Indução menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. são empregados de modo mais ou menos convencional. A
(particular) classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
– conclusão falsa) artificial.

Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores; canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- sabiá, torradeira.
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
“simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
sentimentos não ditados pela razão. Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação Os elementos desta lista foram classificados por ordem
da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer
existem outros métodos particulares de algumas ciências, que critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem
adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou
análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto
sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
sistematizar a pesquisa. classificação. A elaboração do plano compreende a classificação
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na
depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para
a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas, os pontos de vista sobre ele.
seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
relógio estaria reconstruído. linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento
por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que
conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências.
partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às
ser assim relacionadas: palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:

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LÍNGUA PORTUGUESA
- o termo a ser definido; é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
- o gênero ou espécie; indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
- a diferença específica. o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão.
O que distingue o termo definido de outros elementos da Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
mesma espécie. Exemplo: argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
Elemento especiediferença os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
a ser definidoespecífica apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta assim, desse ponto de vista.
ou instalação”; Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes,
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
expandida;d uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente.
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que,
diferenças). menos que, melhor que, pior que.
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma
palavra e seus significados. afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao
e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento
fundamentação coerente e adequada. tem mais caráter confirmatório que comprobatório.
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido
julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural.
clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas Nesse caso, incluem-se
relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso, mortal, aspira à imortalidade);
é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos
argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar postulados e axiomas);
se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso

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LÍNGUA PORTUGUESA
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda argumento básico;
que parece absurdo). - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados menos a seguinte:
concretos, estatísticos ou documentais.
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação Introdução
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: - função social da ciência e da tecnologia;
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - definições de ciência e tecnologia;
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, Desenvolvimento
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que - apresentação de aspectos positivos e negativos do
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na desenvolvimento tecnológico;
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- condições de vida no mundo atual;
argumentação ou refutação. São vários os processos de contra- - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade
argumentação: tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação países subdesenvolvidos;
demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do
cordeiro”; passado; apontar semelhanças e diferenças;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga urbanos;
verdadeira; - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento mais a sociedade.
à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
universalidade da afirmação; Conclusão
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de consequências maléficas;
autoridade que contrariam a afirmação apresentada; - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em apresentados.
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por redação: é um dos possíveis.
meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já
desenvolvimento é que gera o controle demográfico”. existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas que ela é inserida.
ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
para a elaboração de um Plano de Redação. Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
tecnológica escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder textos caracterizada por um citar o outro.
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando
resposta, justificar, criando um argumento básico; um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira,
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação – a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos
(rever tipos de argumentação); diferentes. Assim, como você constatou, uma história em
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de
podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e opinião pode mencionar um provérbio conhecido.
consequência);
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
argumento básico;

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LÍNGUA PORTUGUESA
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com Pastiche é uma recorrência a um gênero.
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao a recriação de um texto.
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros. Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, comum ao produtor e ao receptor de textos.
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou daquela citação ou alusão em questão.
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido
ou lido. Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
Tipos de Intertextualidade implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
A intertextualidade acontece quando há uma referência ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, A intertextualidade explícita:
novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a – é facilmente identificada pelos leitores;
intertextualidade. – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um – não exige que haja dedução por parte do leitor;
diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando – apenas apela à compreensão do conteúdos.
as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
A intertextualidade implícita:
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do – não é facilmente identificada pelos leitores;
texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
com outras palavras o que já foi dito. – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por
parte dos leitores;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso a compreensão do conteúdo.
é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original PONTO DE VISTA
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e compreende a perspectiva através da qual se conta a história.
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma
de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O
reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. narrador-observador e o narrador-personagem.

A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos Primeira pessoa


científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo
“epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
“graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”. só descobrimos ao decorrer da história.

A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa Segunda pessoa


produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sinta quase como outro personagem que participa da história.
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
termo “citação” (citare) significa convocar. Terceira pessoa
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas
A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
disse.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
leitura não fique confuso.

ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS


São três os elementos essenciais para a composição de um texto: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
cada uma de forma isolada a seguir:

Introdução
É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.

Desenvolvimento
Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a conclu-
são, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicionamento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a finalidade de
dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e aptas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.

São três principais erros que podem ser cometidos na elaboração do desenvolvimento:
- Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
- Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
- Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las, dificultando a linha de compreensão do leitor.

Conclusão
Ponto final de todas as argumentações discorridas no desenvolvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamentos
levantados pelo autor.
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como: “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.

Parágrafo
Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve conter
introdução, desenvolvimento e conclusão.
- Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira sintética de acordo com os objetivos do autor.
- Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução), atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibilidade
na discussão.
- Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupostos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.

Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução, desenvolvimento e conclusão):

“Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá
o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura
suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o caos. ”
(Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)

Elemento relacionador: Nesse contexto.


Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre
as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.

Coerência e a coesão
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

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LÍNGUA PORTUGUESA

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) –
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
anafórica
Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e
africana.
advérbios) – catafórica
Mais um ano igual aos outros...
Comparativa (uso de comparações por semelhanças)
Substituição de um termo por outro, para evitar Maria está triste. A menina está cansada de
SUBSTITUIÇÃO
repetição ficar em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Conexão entre duas orações, estabelecendo relação Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO
entre elas quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL ou palavras que possuem sentido aproximado e
cozinha têm janelas grandes.
pertencente a um mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

TIPOLOGIA DA FRASE PORTUGUESA. ESTRUTURA DA FRASE PORTUGUESA: OPERAÇÕES DE DESLOCAMENTO,


SUBSTITUIÇÃO, MODIFICAÇÃO E CORREÇÃO. PROBLEMAS ESTRUTURAIS DAS FRASES. ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA
DAS FRASES: TERMOS E ORAÇÕES. ORDEM DIRETA E INVERSA

A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras estabelecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enunciados
e suas unidades: frase, oração e período.
Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação e inte-
ração verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo. Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
Oração é um enunciado organizado em torno de um único verbo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo da
oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é opcional.
Período é uma unidade sintática, de modo que seu enunciado é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações (perí-
odo composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e finalizados com a pontuação adequada.

Análise sintática
A análise sintática serve para estudar a estrutura de um período e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
• Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
• Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e nominais, agentes da passiva)
• Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adverbiais, apostos)

Termos essenciais da oração


Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o predicado
é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo, onde o verbo está presente.

O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificável, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se concentra no verbo impessoal):
Lúcio dormiu cedo.
Aluga-se casa para réveillon.
Choveu bastante em janeiro.

Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio da oração:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.

Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, intran-
sitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nominal (apre-
senta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

Termos integrantes da oração


Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior e, nem, também, bem como, não só, tanto...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior (inicia
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
com vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresentada na
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
oração anterior
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior logo, pois, portanto, assim, por isso, com isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


APOSITIVA aposto Esse era meu receio: que ela não discursasse outra vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma infor-
O candidato, que é do partido socialista, está
EXPLICATIVAS mação.
sendo atacado.
Aparece sempre separado por vírgulas.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever seus
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locuções
conjuntivas. Ele foi o primeiro presidente que se preocupou
DESENVOLVIDAS
Apresentam verbo nos modos indicativo ou sub- com a fome no país.
juntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjunções
sou locuções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a corrup-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, gerún- ção.
dio ou infinitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


CAUSAIS Ideia de causa, motivo, razão de efeito porque, visto que, já que, como...
como, tanto quanto, (mais / menos) que, do
COMPARATIVAS Ideia de comparação
que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
caso, se, desde que, contanto que, a menos
CONDICIONAIS Ideia de condição
que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...
FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...
quanto mais / menos... mais /menos, à medida
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
que, na medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

NORMA CULTA

A norma culta é um conjunto de padrões que definem quando um idioma está sendo empregado corretamente pelos seus falantes.
Trata-se de uma expressão empregada pelos linguistas brasileiros para designar o conjunto de variedades linguísticas produzidas pelos
falantes classificado como cidadãos nascidos e criados em zona urbana e com nível de escolaridade elevado. Assim, a norma culta define
o uso correto da Língua Portuguesa com base no que está escrito nos livros de gramática.
A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto familiar, que é o primeiro círculo social para uma criança. A criança imita o
que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis combinatórias da língua. Um falante ao entrar em contato com outras pessoas
em diferentes ambientes sociais como a rua, a escola e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma. Há pessoas que
falam de forma diferente por pertencerem a outras cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo ou classe social. Essas
diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas.
Certas palavras e construções que empregamos acabam denunciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do país nas-
cemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies.
O uso da língua também pode informar nossa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa inse-
gurança.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias tele-
visivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou
profissões. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em
nossa comunidade. O domínio da língua culta, somado ao domínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos
comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos, já que a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mesma utilizada
em uma reunião de amigos no final de semana.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que
participamos.

Norma culta, norma padrão e norma popular

Norma Culta: é uma expressão empregada pelos linguistas brasileiros para designar o conjunto de variantes linguísticas efetivamente
faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos, sendo assim classificando os cidadãos nascidos e criados em zonas urbanas e com grau de
instrução superior completo. É a variante de maior prestígio social na comunidade, sendo realizada com certa uniformidade pelos mem-
bros do grupo social de padrão cultural mais elevado
De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua língua e ainda
procurará seguir, no que diz respeito ao léxico, um repertório que, se não for erudito, também não será vulgar.
Norma Padrão: está vinculada a uma língua modelo. Segue prescrições representadas na gramática, mas é marcada pela língua pro-
duzida em certo momento da história e em uma determinada sociedade. Como a língua está em constante mudança, diferentes formas de
linguagem que hoje não são consideradas pela Norma Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar.
Norma Popular:teria menos prestígio opondo-se à Norma Culta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas anteriores.
A Norma Popular é aquela linguagem que não é formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a linguagem popular, falada no cotidiano.
O nível popular está associado à simplicidade da utilização linguística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos. É utilizado
em contextos informais.

Dúvidas mais comuns da norma culta

- Obrigada ou Obrigado?
O indivíduo do sexo masculino, ao agradecer por algo, deve dizer obrigado;
O indivíduo do sexo feminino, ao agradecer por algo, deve dizer obrigada.

- Encima ou em cima?
A palavra em questão pode ser utilizada em ambos os formatos, porém, “encima”, escrita de modo junto, é um formato de verbo
unicamente utilizado na linguagem formal, na 3ª pessoa do singular do indicativo ou na segunda pessoa do imperativo, com o significado
de coroar ou colocar alguma coisa no alto.
Exemplo: “Uma coroa amarela encima ao cabelo daquele homem”.

Já a palavra ‘em cima’, em seu formato separado, é muito mais comum – tanto na linguagem coloquial como formal. O objetivo dela
é dizer que algo está em uma posição mais alta e/ou elevada do que outra.
Exemplo: “Coloquei suas chaves de casa em cima da escrivaninha”.

- Mau ou mal?
“Mau” é um adjetivo que significa algo contrário ao que é bom. Sendo assim, ele é comumente utilizado em frases que indicam uma
pessoa com atitudes ruins ou como um sinônimo de palavras como: difícil, indelicado, indecente, incapaz.
Exemplo: “Eu acho ele um mau aluno”.
A palavra ‘mal’ é caracterizada como um advérbio utilizado como um antônimo do que é de bem. Sendo assim, ele indica algo sendo
feito errônea ou incorretamente.
Exemplo: “Ele mal sabe como lidar com essa situação”.

Além disso, a palavra ‘mal’ também pode ser utilizada – neste caso, como substantivo – para significar uma angústia, doença ou des-
gosto, retratando algo que aparentemente é nocivo ou perigoso. Neste sentido.
Exemplo: “Você precisa colocar o seu sono em dia, pois está dormindo muito mal”.

- Mas ou mais
‘Mas’ é uma palavra que pode ser utilizada como sinônimo de todavia ou porém, transmitindo a ideia de oposto.
Exemplo: “Queria comprar roupas, mas não tenho dinheiro”.

A palavra ‘mais’ é um advérbio que tem como principal objetivo o de transmitir noções de acréscimo ou intensidade, sendo também
um oposto a palavra ‘menos’.

Exemplo: Ela é a mais chata do curso.

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LÍNGUA PORTUGUESA

PONTUAÇÃO E SINAIS GRÁFICOS

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações
Esse é o problema da pandemia: as
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar ideias
pessoas não respeitam a quarentena.
apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho,
Antes de citação direta
dente por dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem substituir Eu estava cansada (trabalhar e estudar
vírgula e travessão) é puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda
está sendo estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:

• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Ao utilizar o discurso direto – diálogos (com ou sem travessão)
TIPOS DE DISCURSO entre as personagens –, você deve optar por um dos três estilos a
seguir:
Discurso direto
É a fala da personagem reproduzida fielmente pelo narrador, Estilo 1:
ou seja, reproduzida nos termos em que foi expressa. João perguntou:
— Bonito papel! Quase três da madrugada e os senhores com- — Que tal o carro?
pletamente bêbados, não é?
Foi aí que um dos bêbados pediu: Estilo 2:
— Sem bronca, minha senhora. Veja logo qual de nós quatro é João perguntou: “Que tal o carro?” (As aspas são optativas)
o seu marido que os outros querem ir para casa. Antônio respondeu: “horroroso” (As aspas são optativas)
(Stanislaw Ponte Preta)
Estilo 3:
Observe que, no exemplo dado, a fala da personagem é intro- Verbos de elocução no meio da fala:
duzida por um travessão, que deve estar alinhado dentro do pará- — Estou vendo, disse efusivamente João, que você adorou o
grafo. carro.
O narrador, ao reproduzir diretamente a fala das personagens, — Você, retrucou Antônio, está completamente enganado.
conserva características do linguajar de cada uma, como termos de
gíria, vícios de linguagem, palavrões, expressões regionais ou caco- Verbos de elocução no fim da fala:
etes pessoais. — Estou vendo que você adorou o carro — disse efusivamente
O discurso direto geralmente apresenta verbos de elocução (ou João.
declarativos ou dicendi) que indicam quem está emitindo a mensa- — Você está completamente enganado — retrucou Antônio.
gem.
Os verbos declarativos ou de elocução mais comuns são: Os trechos que apresentam verbos de elocução podem vir com
acrescentar travessões ou com vírgulas. Observe os seguintes exemplos:
afirmar — Não posso, disse ela daí a alguns instantes, não deixo meu
concordar filho. (Machado de Assis)
consentir
contestar — Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse
continuar ele, escarrachando-se diante de mim. (Machado de Assis)
declamar
determinar — Vale cinquenta, ponderei; Sabina sabe que custou cinquenta
dizer e oito. (Machado de Assis)
esclarecer
exclamar — Ainda não, respondi secamente. (Machado de Assis)
explicar
gritar Verbos de elocução depois de orações interrogativas e excla-
indagar mativas:
insistir — Nunca me viu? perguntou Virgília vendo que a encarava com
interrogar insistência. (Machado de Assis)
interromper — Para quê? interrompeu Sabina. (Machado de Assis)
intervir — Isso nunca; não faço esmolas! disse ele. (Machado de Assis)
mandar
ordenar, pedir Observe que os verbos de elocução aparecem em letras minús-
perguntar culas depois dos pontos de exclamação e interrogação.
prosseguir
protestar Discurso indireto
reclamar No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala
repetir da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e
replicar passa para o leitor o que ouviu da personagem. Na transcrição, o
responder verbo aparece na terceira pessoa, sendo imprescindível a presen-
retrucar ça de verbos dicendi (dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar,
solicitar pedir, exclamar, contestar, concordar, ordenar, gritar, indagar, de-
clamar, afirmar, mandar etc.), seguidos dos conectivos que (dicendi
Os verbos declarativos podem, além de introduzir a fala, indicar afirmativo) ou se (dicendi interrogativo) para introduzir a fala da
atitudes, estados interiores ou situações emocionais das persona- personagem na voz do narrador.
gens como, por exemplo, os verbos protestar, gritar, ordenar e ou-
tros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava
advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.
histérica, respondeu irritada, explicou docemente. (Ciro dos Anjos)

Exemplo: Fui ter com ela, e perguntei se a mãe havia dito alguma coisa;
— O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realização de nos- respondeu-me que não.
sas vidas. (Machado de Assis)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Discurso indireto livre Discurso Direto
Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe
uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado discurso • Presente
indireto livre, processo de grande efeito estilístico. Por meio dele, A enfermeira afirmou:
o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas das – É uma menina.
personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, so-
nham, desejam etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde • Pretérito perfeito
ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador. – Já esperei demais, retrucou com indignação.
As orações do discurso indireto livre são, em regra, indepen-
dentes, sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passa- • Futuro do presente
gem da fala do narrador para a da personagem, mas com transpo- Pedrinho gritou:
sições do tempo do verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes – Não sairei do carro.
(terceira pessoa). O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse
discurso é muito empregado na narrativa moderna, pela fluência e • Imperativo
ritmo que confere ao texto. Olhou-a e disse secamente:
Fabiano ouviu o relatório desconexo do bêbado, caiu numa in- – Deixe-me em paz.
decisão dolorosa. Ele também dizia palavras sem sentido, conversa
à toa. Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era Outras alterações
bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. • Primeira ou segunda pessoa
Estava preso por isso? Como era? Então mete- se um homem na Maria disse:
cadeia por que ele não sabe falar direito? – Não quero sair com Roberto hoje.
(Graciliano Ramos)
• Vocativo
Observe que se o trecho “Era bruto, sim” estivesse um discur- – Você quer café, João?, perguntou a prima.
so direto, apresentaria a seguinte formulação: Sou bruto, sim; em
discurso indireto: Ele admitiu que era bruto; em discurso indireto • Objeto indireto na oração principal
livre: Era bruto, sim. A prima perguntou a João se ele queria café.
Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo inte-
rior da personagem (seus pensamentos, desejos, sonhos, fantasias • Forma interrogativa ou imperativa
etc.), o narrador precisa ser onisciente. Observe que os pensamen- Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa:
tos da personagem aparecem, no trecho transcrito, principalmente – E o amarelo?
nas orações interrogativas, entremeadas com o discurso do narra-
dor. • Advérbios de lugar e de tempo
aqui, daqui, agora, hoje, ontem, amanhã
Transposição de discurso • Pronomes demonstrativos e possessivos
Na narração, para reconstituir a fala da personagem, utiliza-se essa(s), esta(s)
a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. O esse(s), este(s)
domínio dessas estruturas é importante tanto para se empregar isso, isto
corretamente os tipos de discurso na redação. meu, minha
Os sinais de pontuação (aspas, travessão, dois-pontos) e outros teu, tua
recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não nosso, nossa
aparecem no discurso indireto, a não ser que se queira insistir na
atribuição do enunciado à personagem, não ao narrador. Tal insis- Discurso Indireto
tência, porém, é desnecessária e excessiva, pois, se o texto for bem • Pretérito imperfeito
construído, a identificação do discurso indireto livre não oferece A enfermeira afirmou que era uma menina.
dificuldade. • Futuro do pretérito
Pedrinho gritou que não sairia do carro.
• Pretérito mais-que-perfeito
Retrucou com indignação que já esperara (ou tinha esperado)
demais.
• Pretérito imperfeito do subjuntivo
Olhou-a e disse secamente que o deixasse em paz.
Outras alterações
• Terceira pessoa
Maria disse que não queria sair com Roberto naquele dia.
• Objeto indireto na oração principal
A prima perguntou a João se ele queria café.
• Forma declarativa
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa pelo
amarelo.
lá, dali, de lá, naquele momento, naquele dia, no dia anterior,
na véspera, no dia seguinte, aquela(s), aquele(s), aquilo, seu,
sua (dele, dela), seu, sua (deles, delas)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Trata-se de uma função muito utilizada nas propagandas, pu-
REGISTROS DE LINGUAGEM. FUNÇÕES DA blicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o receptor por
LINGUAGEM. ELEMENTOS DOS ATOS DE meio da mensagem transmitida.
COMUNICAÇÃO Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na ter-
ceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do
Funções da linguagem são recursos da comunicação que, de vocativo.
acordo com o objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem trans- Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com
mitida, em função do contexto em que o ato comunicativo ocorre. a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de ma-
São seis as funções da linguagem, que se encontram direta- neira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios
mente relacionadas com os elementos da comunicação. publicitários que nos dizem como seremos bem-sucedidos, atraen-
tes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos
Funções da Linguagem Elementos da certos produtos.
Comunicação Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
Função referencial ou denotativa contexto lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza-
Função emotiva ou expressiva emissor dos, que se deixam conduzir sem questionar.
Exemplos: Só amanhã, não perca!
Função apelativa ou conativa receptor
Vote em mim!
Função poética mensagem
Função fática canal Função Poética
Esta função é característica das obras literárias que possui
Função metalinguística código como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será
Função Referencial transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das
A função referencial tem como objetivo principal informar, re- figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunica-
ferenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da tivo é a mensagem.
comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural, A função poética não pertence somente aos textos literários.
o que enfatiza sua impessoalidade. Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou
Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas
materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo,
sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem. Exemplo:
“Basta-me um pequeno gesto,
Exemplo de uma notícia: feito de longe e de leve,
O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global para que venhas comigo
para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedica- e eu para sempre te leve...”
da ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi (Cecília Meireles)
decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o
objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo Função Fática
exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentá- A função fática tem como principal objetivo estabelecer um ca-
rias. Em 75% das nações participantes, o nível de atividade física nal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para iniciar a
praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomendado transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua continuação.
para garantir um crescimento saudável e um envelhecimento de A ênfase dada ao canal comunicativo.
qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esquele- Esse tipo de função é muito utilizado nos diálogos, por exem-
tos fortes e funções cognitivas preservadas. De “A” a “F”, a maioria plo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao tele-
dos países tirou nota “D”. fone, etc.
Função Emotiva Exemplo:
Caracterizada pela subjetividade com o objetivo de emocionar. -- Calor, não é!?
É centrada no emissor, ou seja, quem envia a mensagem. A mensa- -- Sim! Li na previsão que iria chover.
gem não precisa ser clara ou de fácil entendimento. -- Pois é...
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que
empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro in- Função Metalinguística
conscientemente. É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a lingua-
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utili- gem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um
zação da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, da- código utilizando o próprio código.
quele que fala. Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem des-
taque são as gramáticas e os dicionários.
Exemplo: Nós te amamos! Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um do-
cumentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema
Função Conativa são alguns exemplos.
A função conativa ou apelativa é caracterizada por uma lingua- Exemplo:
gem persuasiva com a finalidade de convencer o leitor. Por isso, o
grande foco é no receptor da mensagem.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Amizade s.f.: 1. sentimento de grande afeição, simpatia, apreço entre pessoas ou entidades. “sentia-se feliz com a amizade do seu
mestre”
2. POR METONÍMIA: quem é amigo, companheiro, camarada. “é uma de suas amizades fiéis”

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS. FORMAS DE ABREVIAÇÃO

Formação de Palavras
A formação de palavras se dá a partir de processos morfológicos, de modo que as palavras se dividem entre:
• Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra palavra. Ex: flor; pedra
• Palavras derivadas: são originadas a partir de outras palavras. Ex: floricultura; pedrada
• Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radical (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo; azeite
• Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor
Entenda como ocorrem os principais processos de formação de palavras:

Derivação
A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
• Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à palavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
• Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
• Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgovernado
(des + governar + ado)
• Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a palavra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
• Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo para
substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo próprio – sobrenomes).

Composição
A formação por composição ocorre quando uma nova palavra se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
• Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elementos for-
madores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex: aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
• Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, mantendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos formadores.
Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-flor / passatempo.

Abreviação
Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto (fo-
tografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).

Hibridismo
Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binóculo
(bi – grego + oculus – latim).

Combinação
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (aborrecer
+ adolescente).

Intensificação
Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alargamento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita adicionan-
do o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / protocolizar (em vez de protocolar).

Neologismo
Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falante em contextos específicos, podendo ser temporárias ou permanentes.
Existem três tipos principais de neologismos:
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma palavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha)
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao
compromisso) / dar a volta por cima (superar).
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar)

Onomatopeia
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproximada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CLASSES DE PALAVRAS; OS ASPECTOS MORFOLÓGICOS, SINTÁTICOS, SEMÂNTICOS E TEXTUAIS DE SUBSTANTIVOS,


ADJETIVOS, ARTIGOS, NUMERAIS, PRONOMES, VERBOS, ADVÉRBIOS, CONJUNÇÕES E INTERJEIÇÕES; OS
MODALIZADORES

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conecti-
Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO vos)
Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Não sofre variação
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Ana se exercita pela manhã.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza
Todos parecem meio bobos.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo,
VERBO Chove muito em Manaus.
número, pessoa e voz.
A cidade é muito bonita quando vista do
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação
alto.

Substantivo

Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

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LÍNGUA PORTUGUESA
Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.


Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.

28
LÍNGUA PORTUGUESA
Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).

Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.

31
LÍNGUA PORTUGUESA
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, du-
rante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc. SEMÂNTICA: SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO;
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, ANTÔNIMOS, SINÔNIMOS, PARÔNIMOS E
defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc. HIPERÔNIMOS. POLISSEMIA E AMBIGUIDADE

Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele- Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça
• Causa: Morreu de câncer. as principais relações e suas características:
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. Sinonímia e antonímia
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
• Lugar: O vírus veio de Portugal. <—> esperto
• Companhia: Ela saiu com a amiga. Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi-
• Posse: O carro de Maria é novo. cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex:
• Meio: Viajou de trem. forte <—> fraco

Combinações e contrações Parônimos e homônimos


Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e núncia semelhantes, porém com significados distintos.
havendo perda fonética (contração). Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
• Combinação: ao, aos, aonde go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
Conjunção “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu-
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual,
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
mento de redigir um texto. bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e
conjunções subordinativas. Polissemia e monossemia
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar
Conjunções coordenativas mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).
cinco grupos:
• Aditivas: e, nem, bem como. Denotação e conotação
• Adversativas: mas, porém, contudo. Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher.
• Conclusivas: logo, portanto, assim. Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam
• Explicativas: que, porque, porquanto. um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé
da cadeira.
Conjunções subordinativas
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação Hiperonímia e hiponímia
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi-
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) ficado entre as palavras.
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes: tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por-
substantivas, definidas pelas palavras que e se. tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
• Causais: porque, que, como. Limão é hipônimo de fruta.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que.
• Condicionais: e, caso, desde que. Formas variantes
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem
• Comparativas: como, tal como, assim como. que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in-
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. farto / gatinhar – engatinhar.
• Finais: a fim de que, para que.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
• Temporais: quando, enquanto, agora.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Arcaísmo As remissões, introduzidas pela abreviatura V (ver / voir), indi-
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo cam uma forma vocabular mais usual.
do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante ascaris
encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far- as.ca.ris
mácia / franquia <—> sinceridade. [askaʀis]
V ascaride.
OS DICIONÁRIOS: TIPOS desatencioso
de.sa.ten.ci.o.so
O dicionário é um livro que possui a explicação dos significados [dezatẽsj′ozu]
das palavras. As palavras são apresentadas em ordem alfabética. V desatento.
Alguns dicionários são ilustrados para facilitar a assimilação dos sig-
nificados das palavras. Os verbos essencialmente pronominais encontram-se na entra-
da principal da seguinte maneira:
Principais tipos de dicionários
Existem também os dicionários de tradução de línguas, ou seja, blottir (se)
aqueles destinados a mostrar os significados ou sinônimos das pa- blot.tir (se)
lavras em outra língua. Exemplo: Dicionário de português-inglês, [blɔtiʀ]
português-italiano, português-espanhol. vpr
Existem também os dicionários de termos técnicos, usados em enroscar-se, aconchegar-se.
áreas específicas do conhecimento. Num dicionário de medicina,
por exemplo, são explicados os termos relacionados à área médica. ajoelhar-se
Desta forma, existem os dicionários de eletrônica, mecânica, Biolo- a.jo.e.lhar-se
gia, informática, mitologia, etc. [aʒoeλ′arsi]
vpr
Importância do uso s’agenouiller.
O uso de dicionário é muito importante para os estudantes e
profissionais de todas as áreas. Como é impossível conhecer o sig- 2. Transcrição fonética
nificado de todas as palavras, o ideal é consultar o dicionário para A pronúncia figurada é representada entre colchetes. Veja ex-
ganhar vocabulário. plicações detalhadas na seção “Transcrição fonética” em “Como
consultar”.
Dicionários modernos abeille
Com o avanço da informática e da internet, temos atualmente a.beille
os chamados dicionários eletrônicos (em CD-ROMs) e os dicioná- [abɛj]
rios on-line (encontrados na Internet) ou em formato de aplicativos nf
para smartphones. ZOOL abelha.
Exemplos dos principais dicionários da Língua Portuguesa (edi-
tados no Brasil): abaixar
- Dicionário Aurélio a.bai.xar
- Dicionário Houaiss [abajʃ′ar]
- Dicionário Michaelis vt+vpr
- Dicionário da Academia Brasileira de Letras baisser.
- Dicionário Aulete da Língua Portuguesa
- Dicionário Soares Amora da Língua Portuguesa 3. Classe gramatical
É indicada por uma abreviatura. Entenda o que significa cada
Organização do dicionário abreviatura deste dicionário na seção “Abreviaturas” em “Como
1. Entrada consultar”.
A entrada do verbete está em azul e, logo abaixo, há a indica- abolition
ção da divisão silábica. a.bo.li.tion
abécédaire [abɔlisjɔ̃]
a.bé.cé.daire nf
[ɑbesedɛʀ] abolição.
nm
abecedário. abatido
a.ba.ti.do
abanador [abat′idu]
a.ba.na.dor adj
[abanad′or] abattu.
sm
éventoir. alimentar
a.li.men.tar
[alimẽt′ar]
vt+vpr

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LÍNGUA PORTUGUESA
nourrir. 2 início, começo, esboço: cette rencontre pourrait être l’amorce
adj d’une négociation véritable / este encontro poderia ser o início de
alimentaire. uma verdadeira negociação.

4. Área de conhecimento agitado


É indicada por uma abreviatura. Entenda o que significa cada a.gi.ta.do
abreviatura deste dicionário na seção “Abreviaturas” em “Como [aʒit′adu]
consultar”. adj
abdomen agité: o doente passou uma noite agitada / le malade a passé
ab.do.men une nuit agitée.
[abdɔmɛn]
nm 7. Formas irregulares
ANAT abdome, barriga. No final dos verbetes em português, numa seção denominada
“Informações complementares”, registram-se plurais irregulares e
abacate plurais de substantivos compostos com hífen, além dos femininos e
a.ba.ca.te masculinos irregulares.
[abak′ati] açafrão
sm a.ça.frão
BOT avocat. [asafr′ãw]
sm
5. Tradução BOT safran.
Os diferentes sentidos de uma mesma palavra estão separados
por algarismos em negrito. Os sinônimos reunidos num algarismo INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
são separados por vírgulas. PL açafrões.
administrer
ad.mi.nis.trer micro-organismo
[administʀe] mi.cro-or.ga.nis.mo
vt [mikroorgan′ismu]
1 administrar, gerir. sm
2 dar uma medicação. micro-organisme.
3 aplicar um castigo.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
alimento PL micro-organismos.
a.li.men.to
[alim′ẽtu] No final dos verbetes em francês, numa seção denominada “In-
sm formações complementares”, são indicadas as terminação do femi-
1 nourriture. nino e do plural, quando irregulares.
2 denrée. abattu
3 nourriture, victuaille, aliment. a.bat.tu
pl [abaty]
4 alimentos vivres. adj
1 abatido.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 2 triste, decaído.
Veja nota em vivre.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
A tradução, na medida do possível, fornece os sinônimos na ou- -ue
tra língua e, quando estes não existem, define ou explica o termo.
docteur abdominal
doc.teur ab.do.mi.nal
[dɔktœʀ] [abdɔminal]
nm adj
1 doutor, médico. abdominal.
2 doutor, pessoa que possui o maior grau universitário numa
faculdade. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
-aux, -ale
6. Exemplificação
Frases elucidativas usadas para esclarecer definições ou acep- 8. Expressões
ções, são apresentadas em itálico. No final do verbete, numa seção denominada “Expressões” são
amorce apresentadas expressões usuais em ordem alfabética.
a.morce accord
[amɔʀs] ac.cord
nf [akɔʀ]
1 isca. nm
1 acordo, assentimento, concordância, pacto, trato.

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LÍNGUA PORTUGUESA
2 MUS acorde. OAB
Sigla de Ordem dos Advogados do Brasil.
EXPRESSÕES
d’accord de acordo, sim, o.k. °C
donner son accord dar autorização, permissão. FÍS, METEOR Símbolo de grau Celsius.
mettre d’accord conciliar.
tomber d’accord concordar, chegar a um acordo. d.C.
Abreviatura de depois de Cristo.
acaso
a.ca.so Logo após a cabeça de verbete, há a indicação da divisão si-
[ak′azu] lábica assinalada por um ponto, com a separação das vogais dos
sm ditongos (crescentes e decrescentes).
hasard
dedicatória
EXPRESSÕES de·di·ca·tó·ri·a
por acaso par hasard. sf
Palavras afetuosas, escritas principalmente em livros, fotos,
Fonte: michaelis.uol.com.br CDs ou outro objeto artístico, dedicadas a alguém; dedicação.

ETIMOLOGIA
A ORGANIZAÇÃO DE VERBETES fem de dedicatório, como fr dédicatoire.

Organização do verbete As siglas aparecem com letras maiúsculas, mas aquelas que fo-
A cabeça de verbete, também conhecida como entrada de ver- ram cristalizadas apenas com a inicial maiúscula estão no dicionário
bete, constitui-se de uma palavra simples, uma palavra composta respeitando essa forma; já os símbolos científicos aparecem com
por hífen, uma locução, uma sigla, um símbolo ou uma abreviatura. inicial maiúscula ou minúscula.
Ela está destacada na cor azul.
ONU
daltonismo Sigla de Organização das Nações Unidas.
dal·to·nis·mo
sm Unesco
Sigla do inglês United Nations Educational, Scientific and Cultu-
MED Incapacidade congênita para distinguir certas cores, prin- ral Organization (Organização das Nações Unidas para a Educação,
cipalmente o vermelho e o verde, que geralmente afeta indivíduos Ciência e Cultura).
do sexo masculino.
Os substantivos que denominam seres sagrados (Buda, Deus
ETIMOLOGIA etc.), seres mitológicos (Diana, Zeus etc.), astros (Marte, Terra etc.),
der do np Dalton+ismo, como fr daltonisme. festas religiosas (Natal, Páscoa etc.) e pontos cardeais que indicam
regiões são grafados com inicial minúscula e com a informação
pão-durismo “[com inicial maiúscula]”.
pão-du·ris·mo
sm buda
bu·da
COLOQ Qualidade ou característica do que é pão-duro ou sovi- sm
na; avareza, sovinice.
FILOS, REL
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 1 [com inicial maiúscula ] Título dado pelos seguidores do bu-
PL: pão-durismos. dismo a quem alcançou um nível superior de entendimento e che-
gou à plenitude da condição humana por meio da libertação dos
ETIMOLOGIA desejos e da dissolução da ilusão produzida por estes. O título se
der de pão-duro+ismo. refere especialmente a Siddharta Gautama (563-483 a.C.), o maior
de todos os budas e o real fundador do budismo: “E, por fim, can-
piña colada sados, sentaram-se num banco de pedra próximo a uma imagem de
[ˈpiña koˈlada] Buda e foram invadidos pela paz” (CV2).
loc subst 2 Representação de Siddharta Gautama, geralmente em forma
Coquetel preparado com rum, leite de coco, suco de abacaxi de estátua ou estatueta: Suspende o buda de porcelana e o coloca
e gelo. com cuidado sobre a cômoda.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ETIMOLOGIA


PL: piña coladas. sânscr Buddha.

ETIMOLOGIA natal
esp. na·tal
adj m+f

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LÍNGUA PORTUGUESA
1 Relativo ao nascimento; natalício. ETIMOLOGIA
2 Em que ocorre o nascimento; natalício. marca Teflon.

sm As palavras estrangeiras que integram este dicionário são gra-


1 Dia do nascimento; natalício. fadas em itálico e não trazem divisão silábica. A transcrição fonéti-
2 REL [com inicial maiúscula ] O dia de nascimento de Jesus ca, logo após a cabeça de verbete, sempre entre colchetes, indica a
Cristo, comemorado em 25 de dezembro. pronúncia da palavra na língua de origem.
3 MÚS Cântico medieval executado por ocasião das festas na-
talinas. NOTA: Entenda todos os símbolos fonéticos utilizados neste di-
cionário na seção “Transcrição fonética” em “Como consultar”.
ETIMOLOGIA
lat natalis. mailing
[ˈmeɪlɪŋ]
As palavras homógrafas que possuem etimologias próprias são sm
registradas como entradas diferentes, com número sobrescrito, ou Relação de mensagens eletrônicas recebidas por meio de rede
alceado. de computadores.

cabana 1 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES


ca·ba·na PL: mailings.
sf
Pequena habitação rústica, geralmente construída de madeira ETIMOLOGIA
e coberta de colmo; barraca, choupana. ingl.

ETIMOLOGIA Os estrangeirismos que no idioma original são grafados com


lat capannam, como esp cabaña. inicial maiúscula, como, por exemplo, os substantivos da língua ale-
mã, são registrados neste dicionário com inicial minúscula pois as-
cabana 2 sim são usados na língua portuguesa.
ca·ba·na
sf blitz
AERON Conjunto de cabos usado como contravento em asas [bliːtz]
de avião. sf
1 HIST, MIL Ataque aéreo relâmpago e inesperado.
ETIMOLOGIA 2 Batida policial inesperada, com grande número de policiais
ingl cabane armados: “Foi então que vimos a blitz: dois carros da polícia com
aquelas luzes giratórias acionadas, os cones estreitando a pista, al-
As formas do feminino só apresentam entradas autônomas guns carros e motos parados no acostamento e vários policiais em
quando há acepções diferentes daquela da mera indicação de gê- volta deles” (LA3).
nero. 3 Mobilização de improviso, de caráter fiscalizador, a fim de
combater qualquer tipo de infração: “– Se algum vidro for quebra-
nora 1 do, se alguma parede for derrubada, se alguém se machucar, se a
no·ra polícia der uma blitz e apreender drogas ou drogados” (TB1).
sf 4 FUT Ataque em massa; sucessão de ataques.
A mulher do filho em relação aos pais dele.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
ETIMOLOGIA PL: blitze.
lat vulg *nuram.
ETIMOLOGIA
alem Blitz.
nora 2
no·ra A rubrica, sempre destacada no verbete e geralmente abrevia-
sf da, refere-se às categorias gramaticais (substantivo, adjetivo, pro-
Engenho de tirar água de poços, cisternas etc.; sarilho. nome etc.), às áreas de conhecimento (botânica, medicina etc.), aos
regionalismos (Nordeste, Sul etc.) e aos níveis de linguagem (colo-
ETIMOLOGIA quialismo, vulgarismo, gíria etc.).
ár nāᶜūrah, como esp noria.
NOTA: Entenda o que significa cada abreviatura na seção “Abre-
Os verbetes que se referem a marcas registradas são indicados viaturas” em “Como consultar”.
por meio do símbolo ®, grafado logo após a cabeça de verbete.
chapadeiro
teflon® cha·pa·dei·ro
te·flon sm
sm 1 Habitante das chapadas; caipira, matuto.
[com inicial maiúscula ] Marca registrada do produto comercial 2 Terreno irregular e árido de certas chapadas.
feito com politetrafluoretileno. 3 REG (MG) Vvaqueiro, acepção 1.

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LÍNGUA PORTUGUESA
4 REG (MG) Nome de uma raça bovina. barbear
bar·be·ar
ETIMOLOGIA vtd e vpr
der de chapada+eiro. 1 Fazer ou aparar as barbas de: Barbeou o pai doente, pouco
antes de sua morte. “[…] não pudera barbear-se sequer, dizia en-
rabanete quanto ela retirava o chapéu guardando cuidadosamente os gram-
ra·ba·ne·te pos” (CL).
sm
BOT vtd
1 Planta herbácea ( Raphanus sativus), da família das crucífe- 2 ART GRÁF Cortar as barbas de livro, papel etc.; aparar.
ras, de folhas denteadas, flores com veias amarelas e violeta e raiz
branca ou vermelha; nabo-japonês, rábano, rábão. vtd e vint
2 A raiz carnosa dessa planta, de sabor picante, geralmente 3 Passar com uma embarcação muito próximo de outra ou do
usada em saladas. cais; fazer a barba.

ETIMOLOGIA ETIMOLOGIA
der de rábano+ete. der de barba+ear, como esp.

fanchona cromado
fan·cho·na cro·ma·do
sf
PEJ, GÍR Mulher de aspecto e maneiras viris; virago. adj
1 Que tem cromo.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 2 Revestido de cromo.
VAR: fanchonaça.
sm
ETIMOLOGIA Parte ou acessório cromado de um veículo automotor.
fem de fanchão.
ETIMOLOGIA
Registra-se, logo após a cabeça de verbete, a categoria grama- der de cromo+ado, como fr chromé.
tical.
Os substantivos de gênero oscilante apresentam duplo regis-
eclampsia tro, separados por barra (sm/sf).
e·clamp·si·a
sf personagem
per·so·na·gem
MED Afecção que ocorre em geral no final do período de gravi-
dez, caracterizada por convulsões associadas à hipertensão. sm/sf
1 Pessoa que desfruta de atenção por suas qualidades, habili-
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES dades ou comportamento singular e diferenciado.
VAR: eclampse, eclâmpsia. 2 Cada um dos papéis que um ator ou atriz representa baseado
em figuras humanas imaginadas por um autor: Ele já desempenhou
EXPRESSÕES várias personagens: um criminoso sádico, um herói trágico, um ban-
Eclampsia puerperal: convulsões e coma associados com hiper- cário metódico etc.
tensão, edema ou proteinúria que podem ocorrer em paciente após 3 POR EXT Figura humana criada por um autor de obra de fic-
o parto. ção: “A peça vivia esse ponto de crise, que um poeta chamou de
tensão dionisíaca. Eis o que acontecera no palco: o personagem
ETIMOLOGIA central, que passara, até então, por paralítico, ergue-se da cadeira
der do gr éklampsis+ia1, como fr éclampsie. de rodas. “‘– Não sou paralítico, nunca fui paralítico’, é ele próprio
quem o diz” (NR).
ilegal 4 Figura humana representada em diversas expressões artís-
i·le·gal ticas.
adj m+f 5 POR EXT O homem definido por seu papel social.

Que contraria os preceitos ou as determinações da lei; sem le- ETIMOLOGIA


gitimidade jurídica; ilícito. fr personnage.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES A rubrica referente à área de conhecimento, geralmente abre-


ANTÔN: legal. viada, é indicada antes das definições quando se aplica a todas elas.

ETIMOLOGIA labaça 1
voc comp do lat in2-+legal, como fr illégal. la·ba·ça
sf

37
LÍNGUA PORTUGUESA
BOT ETIMOLOGIA
1 Arbusto ( Rumex conglomeratus) da família das poligonáceas, voc comp do gr krýos+hidrato, como ingl cryohydrate.
nativo do sul da Europa e do leste da Ásia; alabaça.
2 Erva ( Rumex obtusifolius) da família das poligonáceas, oriun- Há referência às vozes dos animais, no final do verbete, indi-
da da Europa, muito usada por suas propriedades medicinais; laba- cando-se os verbos e os substantivos que se relacionam a elas.
ça-obtusa, labaçol.
canário
ETIMOLOGIA ca·ná·ri·o
lat lapathia. adj sm
Vcanarino.
emoticon sm
[ɪˈməʊtɪkən] 1 ZOOL Pássaro canoro pequeno da família dos fringilídeos (
Serinus canaria), de plumagem geralmente amarela e canto melo-
sm dioso, originário das ilhas Canárias, da Madeira e dos Açores.
INTERNET Representação pictórica da expressão facial de uma 2 POR EXT Pessoa que canta bem.
pessoa, indicando estados emocionais (alegria, tristeza, espanto,
zanga etc.), que é utilizada nos bate-papos e mensagens. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
VOZ (acepção 1): canta, dobra, modula, trila, trina.
ETIMOLOGIA
ingl. EXPRESSÕES
Canário de uma muda só, COLOQ: pessoa que anda todo o tem-
Quando ocorre mudança de área de conhecimento, a rubrica é po com uma só roupa.
indicada antes de cada acepção. Canário sem muda, COLOQ: Vcanário de uma muda só.

cravo 1 ETIMOLOGIA
cra·vo de Canárias, np, como esp canario.
sm
1 BOT Flor do craveiro1, acepção 1. Todos os comentários gramaticais são sempre mencionados
2 BOT Vcraveiro 1, acepção 1. entre colchetes.
3 BOT Botão da flor do craveiro-da-índia, que é usado no
mundo todo como condimento e tem também usos medicinais e certamente
farmacêuticos, entre outros; africana, cravinho, cravo-aromático, cer·ta·men·te
cravo-cabecinha, cravo-da-índia, cravo-da-terra-de-minas, cravo- adv
-da-terra-de-são-paulo, cravo-de-cabeça, cravo-de-cabecinha, cra- 1 Com certeza, sem dúvida [usado como modificador de frase,
vo-giroflê, girofle, giroflê. indica grande probabilidade e pequeno grau de incerteza ] : “Tão
4 Prego quadrangular que se usa em ferraduras. determinado que, se alguém o olhasse mais atento, certamente
5 Prego com que os pés e as mãos dos suplicados eram fixados perceberia alguma forma mais precisa nos movimentos” (CFA).
à cruz e ao ecúleo. 2 Com certeza, é claro, sim [usado como resposta afirmativa a
6 MED Calo profundo e doloroso que se localiza na planta do pé uma solicitação ] : “[…] não é assim? … – Certamente, respondeu a
e tem forma semelhante a um cone. mocinha, sem perturbar-se” (JMM).
7 MED Afecção do folículo sebáceo, causada pelo acúmulo de
resíduos epiteliais; comedão. ETIMOLOGIA
8 Pessoa incômoda ou nociva; chato, importuno, inconvenien- voc comp do fem de certo+mente.
te.
9 Mau negócio; embuste, fraude, trapaça. A transitividade dos verbos é indicada em todas as acepções,
10 VET Tumor duro no casco das cavalgaduras. antes dos números que as registram, já que os verbos podem exigir
11 Afecção do folículo pilossebáceo; ponto negro. um ou mais complementos no sintagma verbal, a fim de formar um
sentido completo.
EXPRESSÕES
Dar uma no cravo e outra na ferradura, COLOQ: a) dar um golpe excetuar
certo e outro errado; b) apoiar duas coisas que encerram contradi- ex·ce·tu·ar
ção, em geral por maldade ou dissimulação. vtd
1 Fazer exceção de; pôr fora: Conhecia quase todos na festa,
ETIMOLOGIA excetuando um ou outro convidado.
lat clavum, como esp clavo.
vtdi e vpr
A mesma definição pode conter mais de uma rubrica referente 2 Deixar(-se) de fora: Não excetuou nenhum parente de sua
à área de conhecimento. lista de convidados. Conseguiu excetuar-se da lista dos mais bagun-
ceiros da turma.
crioidrato
cri·o·i·dra·to vtd
sm 3 JUR Impugnar uma demanda por meio de exceção.
FÍS, QUÍM Eutético constituído por água e um sal.

38
LÍNGUA PORTUGUESA
vint vtd
4 JUR Propor uma exceção. 1 ANT Arrancar (fios de barba ou de cabelo) em sinal de dor ou
de sentimento.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
VAR: exceptuar. vtd
ANTÔN (acepção 1): incluir. 2 Arrancar (erva daninha ou mato); capinar.

ETIMOLOGIA vtd
der do lat exceptus+ar1. 3 Expressar-se por meio de lamento; chorar, lamentar.

Quando o verbo é essencialmente pronominal, usa-se a partí- vtd e vpr


cula se na cabeça de verbete. 4 Lastimar(-se), prantear(-se).

queixar-se vtd e vint


quei·xar-se 5 Expressar sons tristes e comoventes; sussurrar como que
chorando.
vpr vpr
1 Manifestar lamúrias ou lamentações diante da dor física ou
da mágoa; gemer, lastimar-se, reclamar: No enterro do marido, a 6 Exprimir-se em tom de lamento; lamentar-se, prantear-se.
viúva queixava-se aos prantos. [Verbo defectivo. ]

vpr ETIMOLOGIA
2 Manifestar desgosto ou desprazer; lamentar-se: “A cada dia, lat carpĕre.
a Igreja, contudo, se queixa de que há menos vocações sacerdotais”
(Z1). garoar
ga·ro·ar
vpr vint Cair garoa, chuviscar: Ontem, garoou à noitinha. [Verbo
3 Mostrar-se magoado ou ofendido: Queixa-se diante de tantas impessoal.]
injustiças.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
vpr VAR: garuar.
4 Denunciar algo de que foi vítima: “Se você quiser, vá queixar-
-se à polícia… Está no seu direito! Eu me explicarei em juízo!” (AA1). ETIMOLOGIA
der de garoa1+ar1.
vpr
5 Descrever estado físico ou moral: Ele se queixa de dores crô- Quando uma unidade lexical tem sua definição em outro ver-
nicas no peito. bete, por ser sinônimo ou não ser o termo preferencial, a remissão
é indicada pela letra V (veja) seguida do verbete a consultar. Se a re-
ETIMOLOGIA missão refere-se a determinada acepção, esta também é indicada.
lat vulg *quassiare, como esp quejar.
guri
Os verbos irregulares, defectivos ou impessoais trazem essa in- gu·ri
formação entre colchetes, no final do verbete.
sm
cerzir 1 REG (RS) Vmenino, acepção 1.
cer·zir 2 BOT Vguriri.
3 ZOOL Denominação comum aos peixes teleósteos silurifor-
vtd e vint mes, da família dos ariídeos, encontrados em águas marinhas, com
1 Costurar ou remendar tecido rasgado ou esgarçado, com o corpo revestido de escamas grossas, que formam uma couraça,
pontos miúdos, a fim de reconstituir sua trama original, sem deixar dotados de grandes barbilhões; uri.
defeito: “Na barcaça […], apenas duas ou três mulheres catando su-
ruru, dois ou três pescadores cerzindo redes” (JU). “Foi pouco fogo. ETIMOLOGIA
O buraco é pequeno, dá para cerzir invisível” (TM1). tupi wyrí, como esp.

vtd e vtdi No final do verbete, numa seção denominada “Informações


2 Juntar, reunir ou incorporar alguma coisa a outra: A atitude complementares”, registram-se os sinônimos, os antônimos, as va-
do político perante as câmeras cerziu os piores comentários. O au- riantes, os plurais, os femininos, os aumentativos e os diminutivos
tor cerziu o romance com textos picantes. [Verbo irregular. ] irregulares e os superlativos absolutos sintéticos. Às vezes essas
formas (antônimo, sinônimo, plural etc.) podem referir-se apenas a
ETIMOLOGIA uma acepção. Nesse caso, essa acepção é indicada.
lat sarcire.

carpir
car·pir

39
LÍNGUA PORTUGUESA
molambento 6 COLOQ Pessoa muito rica: Os barões vivem enclausurados em
mo·lam·ben·to suas mansões.
7 Homem que se destaca em determinado ramo de negócios:
adj “Os últimos brilhos do poente já iam e, a pedido do barão do café,
Que está em farrapos; roto e sujo. fogueiras e tochas não deveriam ser acesas” (TM1).
8 OBSOL Cédula antiga de mil cruzeiros.
adj sm 9 ETNOL Entidade sobrenatural do boi de mamão.
Que ou aquele que se veste com farrapos.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES FEM: baronesa.
SIN: maltrapilho, molambudo, mulambudo.
VAR: mulambento. ETIMOLOGIA
lat baronem.
ETIMOLOGIA
der de molambo+ento. animal
a·ni·mal
anorexia
a·no·re·xi·a sm
(cs) 1 BIOL Ser vivo multicelular, dotado de movimento, de cresci-
sf mento limitado, com capacidade de responder a estímulos.
MED Falta ou perda de apetite. 2 Ser animal destituído de razão; animal irracional.
3 COLOQ Pessoa insensível ou cruel.
EXPRESSÕES 4 COLOQ Pessoa muito grosseira ou ignorante.
Anorexia nervosa, MED, PSICOL: distúrbio nervoso grave, ca- 5 Animal cavalar, especialmente o macho.
racterizado pelo medo obsessivo de engordar, fazendo com que a 6 FIG A natureza animal; animalidade.
pessoa pare de se alimentar, fique desnutrida e tenha sua vida ame-
açada. Acomete especialmente mulheres, em geral entre 16 e 25 adj m+f
anos, e provoca menstruação irregular, queda de peso repentina, 1 Relativo ou pertencente aos animais.
palidez, atrofia dos músculos, recusa do organismo em ingerir ali- 2 Próprio de animal.
mentos, insônia, diminuição ou ausência da libido etc. O tratamen- 3 Extraído ou obtido de animal.
to inclui a administração de antidepressivo, psicoterapia individual 4 FIG Que se entrega aos prazeres do sexo; lascivo, libidinoso.
e reeducação alimentar.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES AUM (sm): animalaço, animalzão.
ANTÔN: orexia. DIM: animalzinho, animalejo, animálculo.

ETIMOLOGIA EXPRESSÕES
gr anoreksía. Animal inferior, ZOOL: animal invertebrado.
Animal irracional: qualquer animal, exceto o homem.
plástico-bolha Animal sem fogo, REG (CE): cavalo ainda não marcado ou fer-
plás·ti·co-bo·lha rado.
sm Animal sem rabo, COLOQ: pessoa grosseira, mal-educada.
Material plástico, produzido em polietileno de baixa densida- Animal superior: animal vertebrado.
de, com bolhas de ar prensadas, utilizado na embalagem de pro-
dutos diversos, proporcionando-lhes proteção. É também usado no ETIMOLOGIA
revestimento de pisos, antes da colocação de carpetes de madeira lat anĭmal.
e afins, conferindo-lhes isolação acústica.
ágil
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES á·gil
PL: plásticos-bolhas e plásticos-bolha. adj m+f
1 Que se movimenta com rapidez ou agilidade: “Firmo […] era
ETIMOLOGIA um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito […]”
voc comp. (AA1).
2 FIG Que tem raciocínio rápido; desembaraçado, ligeiro, pers-
barão picaz.
ba·rão 3 Que atua ou trabalha com eficiência; diligente.
sm
1 Título nobiliárquico imediatamente inferior ao de visconde: INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
“Lia-se no Jornal do Comércio que Sua Excelência fora agraciado SUP ABS SINT: agílimo e agilíssimo.
pelo governo português com o título de Barão do Freixal […]” (AA1). ANTÔN: moroso, sonolento, vagaroso.
2 ANT Senhor feudal, subordinado ao rei.
3 ANT Homem ilustre por seus feitos e por sua riqueza. ETIMOLOGIA
4 BOT Variedade de algodoeiro. lat agĭlis.
5 Homem de muito poder: É o barão da pequena cidade.

40
LÍNGUA PORTUGUESA
Também são chamadas de subverbetes as expressões na es- INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
trutura de um verbete. Elas estão destacadas ao final do verbete, VAR: fatigar.
numa seção denominada “Expressões”.
ETIMOLOGIA
barba der de fadiga+ ar1, como esp fatigar.
bar·ba
fabricação
EXPRESSÕES fa·bri·ca·ção
Barba a barba: em situação de confronto.
Barba de baleia, MAR: pequena haste ao lado do mastro da sf
proa, utilizada para disparos de cabos que prendem as velas. 1 Ação, processo ou arte de fabricar algo; fábrica, fabrico, ma-
Barba de bode: Vcavanhaque. nufatura: “Três meses mais tarde Mr. Chang Ling apareceria em
À barba, COLOQ: bem visível. Antares com a mulher e seus cinco filhos e mais três compatriotas
Fazer a barba: raspar a barba, barbear-se. seus, especialistas na fabricação de óleos comestíveis” (EV).
Fazer barba, cabelo e bigode, ESP: vencer pelo menos três ve- 2 POR EXT O que resulta da fabricação; fabrico.
zes o mesmo adversário em categorias diferentes em curto espaço 3 Ação de inventar ou elaborar algo novo; criação, produção: É
de tempo. um mestre na fabricação de personagens.
Nas barbas de: na presença de alguém, faltando-lhe o respeito. 4 Ação de produzir de modo natural: A fabricação de anticor-
Pôr as barbas de molho: agir com prevenção contra alguma si- pos pelo organismo é a sua principal defesa.
tuação perigosa. 5 Produção ou criação de algo de modo ilícito, com o objetivo
Ter barbas: ser muito antigo. de distorcer os fatos: A fabricação das provas era evidente.

tomate EXPRESSÕES
to·ma·te Fabricação em série: fabricação em grande escala, segundo es-
pecificações padronizadas.
EXPRESSÕES
Tomate francês, BOT: tomate de forma e tamanho de um ovo, ETIMOLOGIA
de coloração vermelho-escura, de tom alaranjado no interior, con- der de fabricar+ção, como esp fabricación.
sistência firme, sabor levemente ácido, com sementes pretas.
Tomate italiano, BOT: tomate pequeno, de formato geralmente O campo destinado à etimologia do vocábulo está sempre no
cilíndrico, com a extremidade inferior pontuda. É adocicado e tem final do verbete, após a indicação “Etimologia” e nele há diversos
menos sumo que a maioria das variedades dos tomates. É muito tipos de informação como a língua de origem, o étimo e os elemen-
usado na preparação de molhos. tos de composição.
Tomate seco, CUL: tomate cortado em duas metades, retiran-
do-se as sementes, seco no forno ou ao sol, temperado com azeite, NOTA: Entenda como a etimologia dos vocábulos foi criada e
orégano, sal e, frequentemente, alho. É comumente servido em sa- como está padronizada neste dicionário lendo a seção “Etimologia”
ladas ou como antepasto. em “Como consultar”.

fuga 2 astroquímica
fu·ga as·tro·quí·mi·ca
EXPRESSÕES sf
Fuga escolar, MÚS: aquela com rígida observância das regras ASTROQ Estudo da composição química dos astros, baseado
formais. especialmente nas análises espectroquímicas.
Fuga real, MÚS: aquela cuja resposta não apresenta alterações
intervalares em relação ao sujeito. ETIMOLOGIA
Fuga tonal, MÚS: aquela cuja resposta apresenta alterações in- voc comp do gr ástron+química, como ingl astrochemistry.
tervalares em relação ao sujeito.
Fonte: michaelis.uol.com.br
Foram utilizados exemplos e abonações com o objetivo de au-
torizar o emprego das palavras. As abonações foram extraídas de
textos literários de autores brasileiros consagrados e estão transcri- VOCABULÁRIO: NEOLOGISMOS, ARCAÍSMOS,
tas entre aspas, com a sigla que representa o autor e a obra entre ESTRANGEIRISMOS
parênteses. Os exemplos foram criados pela equipe de lexicógrafos
e são registrados em itálico. É possível encontrar no Brasil diversas variações linguísticas,
como na linguagem regional. Elas reúnem as variantes da língua
NOTA: Entenda o que significa cada sigla das abonações na se- que foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
ção “Abonações – obras e siglas” em “Como consultar”. Delas surgem as variações que envolvem vários aspectos histó-
ricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros.
fadigar Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os
fa·di·gar seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se
vtd e vpr Causar ou sentir fadiga; afadigar: A alta temperatu- que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mes-
ra fadigou alguns corredores. O rapaz fadigou-se com o excesso de mo significado dentro de um mesmo contexto.
trabalho.

41
LÍNGUA PORTUGUESA
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- – ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles che-
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, gou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou naquela se-
sintático e lexical. mana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
– o uso de pronomes do caso reto com outra função que não
Variações Morfológicas a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não irão
Ocorrem nas formas constituintes da palavra. As diferenças en- sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de ti)
tre as variantes não são tantas quanto as de natureza fônica, mas e ele.
não são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar: – o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de
– uso de substantivos masculinos como femininos ou vice- “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha (o – a ausência da preposição adequada antes do pronome relati-
champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal). vo em função de complemento verbal: são pessoas que (em vez de:
– a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e ad- de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que)
jetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os livro eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.
indicado, as noite fria, os caso mais comum.
– o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o Variações Léxicas
Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas eleições; Se Conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do
eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e caracteri-
ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu. zam com nitidez uma variante em confronto com outra. São exem-
– o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o plos possíveis de citar:
superlativo de adjetivos, recurso muito característico da linguagem – as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às
jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssimo), vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado a
uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossan- lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil
te (em vez de possantíssimo). chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Por-
– a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regula- tugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se diz pequeno
res: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se ele ver (vir) almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de
o recado, quando ele repor (repuser). suéter, malha, camiseta.
– a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: – a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para
vareia (varia), negoceia (negocia). formar o grau superlativo dos adjetivos, características da lingua-
gem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil;
Variações Fônicas Esse amigo é um carinha maior esforçado.
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pala-
vra. Entre esses casos, podemos citar: Designações das Variantes Lexicais:
– a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petró- – Arcaísmo: palavras que já caíram de uso. Por exemplo, um
polis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas típicas de bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante usa-
pessoas de baixa condição social. va-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supimpa.
– A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das – Neologismo: contrário do arcaísmo. São palavras recém-cria-
regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande das, muitas das quais mal ou nem entraram para os dicionários. A na
do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipira): computação tem vários exemplos, como escanear, deletar, printar.
quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol. – Estrangeirismo: emprego de palavras emprestadas de outra
– deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, língua, que ainda não foram aportuguesadas, preservando a forma
estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social. de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo da
– a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas
oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô. o corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto
– o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo.
alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica,
hoje frequentes na fala caipira. As palavras de origem inglesas são várias: feeling (“sensibilida-
– a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, ma- de”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações
relo (amarelo), margoso (amargoso), características na linguagem básicas).
oral coloquial. – Jargão: vocabulário típico de um campo profissional como
a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. Furo é no-
Variações Sintáticas tícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma
Correlação entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe, barriga.
como no da morfologia, não são tantas as diferenças entre uma va- – Gíria: vocabulário especial de um grupo que não deseja ser
riante e outra. Como exemplo, podemos citar: entendido por outros grupos ou que pretende marcar sua identida-
– a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome de por meio da linguagem. Por exemplo, levar um lero (conversar).
“que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” com – Preciosismo: é um léxico excessivamente erudito, muito raro:
o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família procrastinar (em vez de adiar); cinesíforo (em vez de motorista).
dele (em vez de cuja família eu já conhecia). – Vulgarismo: o contrário do preciosismo, por exemplo, de
– a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal,
se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com arruinou-se).
você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz
me irrita. Tipos de Variação
As variações mais importantes, são as seguintes:

42
LÍNGUA PORTUGUESA
– Sociocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com Habeas corpus: “Que tenhas o corpo”. Meio extraordinário de
certa facilidade. garantir e proteger todo aquele que sofre violência ou ameaça de
– Geográfica: é, no Brasil, bastante grande. Ao conjunto das constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção, por parte
características da pronúncia de uma determinada região dá-se o de qualquer autoridade legítima.
nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque
gaúcho etc. Habeas data: “Que tenha os dados”, “Que conheça os dados”.
– De Situação: são provocadas pelas alterações das circuns- Trata-se de garantia ativa dos direitos fundamentais, que se destina
tâncias em que se desenrola o ato de comunicação. Um modo de a assegurar:
falar compatível com determinada situação é incompatível com a) o conhecimento de informações relativas à pessoa do impe-
outra trante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
– Histórica: as línguas se alteram com o passar do tempo e com governamentais ou de caráter público;
o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o senti- b) a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro-
do delas. Essas alterações recebem o nome de variações históricas. cesso sigiloso, judicial ou administrativo.

Homo sapiens: homem sábio; nome da espécie humana na no-


LATINISMOS menclatura de Lineu.

EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LATINOS Id est: isto é, quer dizer. Às vezes, aparece abreviadamente
Embora muitos gramáticos e estudiosos da língua defendam (i.e.).
que se deve privilegiar o uso de palavras em português, diversas
palavras e expressões latinas são usadas diariamente pelos falantes In memoriam: em comemoração, para memória, para lem-
da língua, quer em linguagem formal ou de áreas específicas, quer brança.
em linguagem informal.
As expressões latinas não sofrem processos de aportuguesa- In posterum: no futuro.
mento, devendo assim ser escritas em sua forma original, sem qual-
quer tentativa de aproximação às regras ortográficas e fonológicas In terminis: no fim. Decisão final que encerra o processo.
da língua portuguesa.
Deverão, contudo, ser grafadas com algum sinal indicativo da In verbis: nestes termos, nestas palavras. Emprega-se para ex-
sua condição de expressão de outro idioma: em itálico, entre aspas, primir as citações ou as referências feitas com as palavras da pessoa
sublinhadas, em negrito. Confira exemplos das principais palavras e que se citou ou do texto a que se alude.
expressões latinas usadas atualmente na língua portuguesa:
Ipsis Verbis: pelas próprias palavras, exatamente, sem tirar
Ab initio: desde o princípio. nem pôr.

A contrario sensu: em sentido contrário, pela razão contrária. Lato sensu: em sentido amplo, em sentido geral.

A posteriori: pelo que segue, depois de um fato. Diz-se do ra- Per capita: por cabeça, para cada indivíduo.
ciocínio que se remonta do efeito à causa.
Quorum: número mínimo de membros presentes necessário
A priori: segundo um princípio anterior, admitido como eviden- para que uma assembleia possa funcionar ou deliberar regularmen-
te; antes de argumentar, sem prévio conhecimento. te.

Apud: em, junto a, junto em. Emprega-se em citações indiretas, Sic: assim, assim mesmo, exatamente. Pospõe-se a uma cita-
isto é, citações colhidas numa obra. ção, ou nela se intercala, entre parênteses ou entre colchetes, para
indicar que o texto original é da forma que aparece.
Carpe Diem: “Aproveita o dia”. (Aviso para que não desperdi-
cemos o tempo). Statu quo: “No estado em que”. Emprega-se, na linguagem jurí-
dica, para indicar a forma, a situação ou a posição em que se encon-
Curriculum Vitae: conjuntos de dados relativos ao estado civil, tra certa questão ou coisa em determinado momento.
ao preparo profissional e às atividades anteriores de quem se can-
didata a um emprego. Stricto sensu: em sentido restrito, em sentido literal.

Data venia: concedida a licença, com a devida vênia. É uma Verbi gratia: por exemplo.
expressão respeitosa com que se inicia uma argumentação discor-
dante da de outrem. Verbum ad verbum: palavra por palavra, textualmente, literal-
mente.
Et cetera (ou Et caetera) (abrev.: etc.): e as outras coisas, e os
outros, e assim por diante. Apesar de seu sentido etimológico (= e
outras coisas), emprega-se, atualmente, não somente após nomes
de coisas, mas também de pessoas, como expressão continuativa.

Exempli gratia: por exemplo. É expressão sinônima de Verbi


gratia.

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LÍNGUA PORTUGUESA

ORTOGRAFIA

A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso ana-
lisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também
faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!

Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.

Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)

Uso do “S” ou “Z”


Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser observadas:
• Depois de ditongos (ex: coisa)
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” (ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. (ex: portuguesa)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex: populoso)

Uso do “S”, “SS”, “Ç”


• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final
POR QUÊ
(interrogação, exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps, ímã,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido
PAROXÍTONAS órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
ou não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o acento
com o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de
saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

A CRASE

Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é demarcada
com o uso do acento grave (à), de modo que crase não é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o emprego da crase:
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela aluna.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especificadas: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito estresse.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos deixando de lado a capacidade de imaginar.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima à esquerda.

Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a crase:


• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor termos uma reunião frente a frente.
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te atender daqui a pouco.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha fica a 50 metros da esquina.

Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo


• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha. / Dei um picolé à minha filha.
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei minha avó até à feira.
• Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado): Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
Ana da faculdade.
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no masculino.
Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos à escola / Amanhã iremos ao colégio.

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LÍNGUA PORTUGUESA
(B) micro-computadores / rêde / Internet;
QUESTÕES (C) vôo / rêde / micro-computadores;
(D) rêde / Internet / vôo;
1. FGV - 2022 - TJ-TO - CONTADOR - DISTRIBUIDOR (E) Internet / rêde / revolucionária.
Entre as frases abaixo, aquela que possui um erro gramatical, é:
(A) Respeitemos os lugares-comuns; lembremo-nos sempre 6. FGV - 2022 - TCE-TO - ASSISTENTE DE CONTROLE EXTER-
que eles já foram ideias originais; NO
(B) A carreira artística é difícil porque tem muitos obstáculos; Tecnologia é palavra que tem, em sua formação, o radical grego
(C) Cheguei à conclusão, talvez um pouquinho tarde, de que os -logia (“estudo”); a opção abaixo que indica corretamente o campo
discursos devem ser curtos; de estudo do vocábulo formado com esse mesmo radical, é:
(D) Definir é cercar com um muro de palavras um terreno bal- (A) pneumologia / estudo dos pneus dos veículos;
dio de ideias; (B) radiologia / estudo das transmissões radiofônicas;
(E) Quando a desculpa é gaguejada, é porque a explicação está (C) geologia / estudo geográfico das paisagens;
errada. (D) arqueologia / estudo de realidades antigas;
(E) etnologia / estudo da origem das palavras.
2. FGV - 2022 - IBGE - RECENSEADOR
Assinale a frase abaixo em que não se cometeu nenhum erro 7. FGV - 2022 - SEAD-AP - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSI-
ortográfico. CA - SOCIOLOGIA
(A) Meu filho ainda é adolecente. Na frase “Não se deliberam sentimentos; ama-se ou aborrece-
(B) Nada todos os dias na picina. -se, conforme o coração quer”, as três formas do vocábulo SE são
(C) Xingou os adversários de facistas. respectivamente classificadas como
(D) Toda regra tem exceção. (A) pronome apassivador / indeterminador do sujeito / inde-
(E) Ninguém nace feliz ou infeliz. terminador do sujeito.
(B) pronome apassivador / pronome apassivador / pronome
3. FGV - 2021 - PC-RJ - INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL apassivador.
Todas as frases abaixo foram retiradas de um relatório de segu- (C) indeterminador do sujeito / indeterminador do sujeito / in-
ranças de um shopping; a única opção em que NÃO ocorre nenhu- determinador do sujeito.
ma impropriedade léxica, ou seja, mau emprego de vocábulos, é: (D) pronome reflexivo / pronome apassivador / indetermina-
(A) O segurança de plantão cometeu um ato de heroísmo ao dor do sujeito.
salvar os meninos de atropelamento; (E) pronome apassivador / pronome reflexivo / pronome re-
(B) O entregador escorregou graças à gordura derramada na flexivo.
porta de entrada;
(C) Os seguranças foram hospitalizados e um deles goza de 8. FGV - 2022 - CÂMARA DE TAUBATÉ - SP - CERIMONIALISTA
muito má saúde; LEGISLATIVO - EDITAL Nº 01
(D) Os motoristas não tinham alternativa: ou saíam rapidamen- Entre as opções abaixo, aquela em que o aumentativo subli-
te ou pagariam multas; nhado perdeu o valor de aumentativo, designando uma outra rea-
(E) A vítima do atropelamento era observada com discrição pe- lidade, é:
los clientes que passavam. (A) O turista usava um casacão, que chegava aos joelhos.
(B) O professor não aceitava palavrão em sala de aula.
4. FGV - 2022 - TJ-TO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - INFORMÁTICA (C) O mendigo devorou um pratão de comida.
O verbo ter é um dos mais empregados em língua portuguesa, (D) Havia um cadeirão antigo no canto da sala.
ocupando o espaço de outros verbos; a frase abaixo em que a pro- (E) Um paredão separava os dois pátios de prisioneiros.
posta de substituição desse verbo foi realizada de forma adequada,
é: 9. FGV - 2022 - MPE-SC - AUXILIAR DO MINISTÉRIO PÚBLICO
(A) Certas pessoas têm dificuldade em sentir a poesia, daí dedi- Todas as frases abaixo são iniciadas por um termo preposicio-
carem-se a ensiná-la / exibem; nado; a forma adequada de reescrever uma dessas frases, eliminan-
(B) Cada escritor tem os leitores que merece / arrebata; do a preposição e mantendo o sentido original, é:
(C) Um dos males de nossa literatura é que os nossos sábios (A) Neste livro, há um capítulo sobre esse assunto / Este livro
têm pouco espírito / mostram; contém um capítulo sobre esse assunto;
(D) Um homem que tem um milhão de dólares sente-se tão (B) No preço do hotel, está compreendido o café da manhã / O
bem como se fosse rico / se apodera de; preço do hotel cobra o café da manhã;
(E) Ninguém se lembraria do Bom Samaritano se ele tivesse (C) Para este rio afluem as águas de todo o vale / Este rio desá-
apenas boas intenções; ele também tinha dinheiro / contives- gua as águas de todo o vale;
se. (D) No interesse de todos, as eleições devem acontecer / O in-
teresse de todos evita a realização das eleições;
5. FGV - 2019 - DPE-RJ (E) Pela letra se nota que o aluno escreveu apressadamente / A
“O vôo de Santos Dumont foi fruto de uma idéia revolucionária, letra anota a escrita apressada do aluno.
assim como os micro-computadores e a rêde que hoje chamamos
de Internet”. 10. FGV - 2022 - PREFEITURA DE MANAUS - AM - ANALISTA
O texto 7 é um trecho de redação escolar que não obedece às DE BANCO DE DADOS
modificações propostas pelo Novo Acordo Ortográfico, além de co- Assinale a frase que não se estrutura com base em uma com-
meter outros erros ortográficos já condenados no Acordo anterior. paração.
As palavras que mostram desobediência ao Novo Acordo são: (A) A saúde é como a porcelana: se não tomar cuidado, quebra.
(A) rêde / revolucionária / micro-computadores; (B) Todas as doenças são como visões: aparecem quando me-

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LÍNGUA PORTUGUESA
nos se espera. 15. FGV - 2022 - TJ-MS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA FIM
(C) Tal qual o médico, as enfermeiras devem cuidar do corpo e “na natureza nada é perfeito e tudo é perfeito as árvores po-
da alma. dem ser retorcidas vergadas de modos estranhos e ainda assim são
(D) Os hospitais, assim como os hotéis, só recebem gente em belas”.
trânsito. Observe esse pensamento, transcrito sem os sinais de pontua-
(E) O cliente nunca sabe como chegar a curar-se sozinho. ção originais e todo ele em letras minúsculas.
A forma correta de redigi-lo é:
11. FGV - 2021 - CÂMARA DE ARACAJU - SE - TÉCNICO EM (A) Na natureza, nada é perfeito, e tudo é perfeito. As árvores
TAQUIGRAFIA podem ser retorcidas, vergadas de modos estranhos, e ainda
“Pessoas brilhantes falam sobre ideias. Pessoas medíocres fa- assim são belas.
lam sobre coisas. Pessoas pequenas falam sobre outras pessoas.” (B) Na natureza nada é perfeito e tudo é perfeito! As árvores
Esse pensamento está estruturado em três períodos; entre esses podem ser retorcidas, vergadas de modos estranhos e ainda
três períodos há, implicitamente, uma ideia de: assim são belas.
(A) acréscimo; (C) Na natureza, nada é perfeito e tudo é perfeito; as árvores
(B) oposição; podem ser retorcidas, vergadas de modos estranhos e ainda
(C) alternância; assim são belas.
(D) explicação; (D) Na natureza nada é perfeito e tudo é perfeito; as árvores
(E) equivalência. podem ser retorcidas, vergadas de modos estranhos e ainda
assim são belas.
12. FGV - 2021 - TJ-RO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINIS- (E) Na natureza, nada é perfeito e tudo é perfeito. As árvores
TRADOR podem ser retorcidas, vergadas de modos estranhos, e ainda
Um fabricante de ração para animais colocou no anúncio dessa assim são belas.
comida a seguinte frase: “A qualidade de nossos produtos é tão boa
que qualquer animal se dá conta”. 16. FGV - 2022 - TJ-TO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - INFORMÁ-
Sobre essa frase publicitária, é correto afirmar que: TICA
(A) ocorre a valorização do produto por meio de uma compa- A frase abaixo que NÃO mostra palavras de significação oposta,
ração; é:
(B) a mesma expressão pode referir-se de modo carinhoso ao (A) Os velhos malucos são mais malucos que os jovens;
proprietário dos animais de estimação; (B) A arte existe para perturbar. A ciência tranquiliza;
(C) a oração “que qualquer animal se dá conta” indica a causa (C) Há muitos literatos que, pretendendo castigar o estilo, cas-
da oração anterior; tigam os leitores;
(D) a expressão “qualquer animal” mostra valor ambíguo, po- (D) A crítica é fácil, e a arte é difícil;
dendo ser prejudicial ao anúncio; (E) As gravadoras só contratam bandas por pouco tempo, des-
(E) a frase indica que também os humanos poderiam alimen- contratando-as pouco depois.
tarse com essa ração de ótima qualidade.
17. FGV - 2022 - SSP-AM - ASSISTENTE OPERACIONAL
13. FGV - 2022 - SEAD-AP - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁ- “Algumas vezes o melhor meio de convencer alguém que está
SICA - SOCIOLOGIA errado é deixá-lo seguir seu caminho”.
Assinale a frase abaixo que exemplifica uma interrogação direta Abaixo foram propostas substituições para termos desse pen-
e não uma interrogação indireta ou retórica. samento; a substituição adequada é:
(A) Quem pode orgulhar-se de nunca se ter enganado? (A) “Algumas vezes” = “Frequentemente”.
(B) Já não te disse isso antes? (B) “de convencer alguém” = “de convenção de alguém”.
(C) Quem virá à festa? (C) “de convencer alguém” = “de convencimento a alguém”.
(D) O senhor pode andar mais depressa? (D) “que está errado” = de que está errado.
(E) Você pode me dar licença? (E) “deixa-lo seguir” = deixar-lhe a sequência.

14. FGV - 2022 - SEAD-AP - TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LI- 18. FGV - 2022 - TCE-TO - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO
BRAS - LÍNGUA PORTUGUESA Em todas as opções abaixo há uma frase que foi reescrita de
Todas as frases abaixo foram reescritas após um deslocamento modo a destacar-se um dos seus elementos; a opção em que essa
de termos. reescritura foi feita de forma gramaticalmente inadequada, é:
Assinale a nova forma de escritura que exige o emprego de vír- (A) Eu trouxe a encomenda para meu irmão / A encomenda, eu
gula. lhe dei a meu irmão;
(A) Aqueles que vivem em casas de vidro não deveriam atirar (B) O gerente entregou a chave ao porteiro / Ao porteiro, o ge-
pedras / Não deveriam atirar pedras aqueles que vivem em ca- rente lhe entregou a chave;
sas de vidro. (C) O jogador xingou a torcida ao sair de campo / Ao sair de
(B) Quem elogia todo mundo não elogia ninguém / Não elogia campo, o jogador xingou a torcida;
ninguém quem elogia todo mundo. (D) Nunca mais vi meu pai / Ver meu pai, nunca mais;
(C) A gente foge da solidão quando tem medo dos próprios (E) Observei a camisa na vitrine / A camisa, eu a observei na
pensamentos / Quando tem medo dos próprios pensamentos vitrine.
a gente foge da solidão.
(D) Chateação eterna é o preço da vigilância constante / O pre- 19. FGV - 2022 - SEAD-AP - CUIDADOR
ço da vigilância constante é a chateação eterna. Uma das marcas da textualidade é a coerência. Entre as frases
(E) O insulto é a razão de quem não tem razão / A razão de abaixo, assinale aquela que se mostra coerente.
quem não tem razão é o insulto. (A) Avise-me se você não receber esta carta.

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LÍNGUA PORTUGUESA
(B) Só uma coisa a vida ensina: a vida nada ensina. ______________________________________________________
(C) Quantos sofrimentos nos custaram os males que nunca
ocorreram. ______________________________________________________
(D) Todos os casos são únicos e iguais a outros.
(E) Como eu disse antes, eu nunca me repito. ______________________________________________________

______________________________________________________
20. FGV - 2022 - CÂMARA DE TAUBATÉ - SP - RECEPCIONISTA
LEGISLATIVO - EDITAL Nº 01 ______________________________________________________
Uma das marcas da textualidade é a coerência; assinale a frase
abaixo que está integralmente coerente. ______________________________________________________
(A) A cura da monotonia é a curiosidade. Não há cura para a
curiosidade. ______________________________________________________
(B) Ficar triste por um minuto equivale a ficar 120 segundos
sem alegria. ______________________________________________________
(C) O turista visitou o Pão de Açúcar no Rio de Janeiro e disse
______________________________________________________
que vai repetir a experiência em outros países.
(D) Se você se deparar com uma encruzilhada em seu caminho, ______________________________________________________
entre por ela.
(E) Era uma obra impossível; foi lá e fez. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 A
2 B ______________________________________________________

3 E ______________________________________________________
4 C ______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 D
7 A ______________________________________________________
8 B ______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 E
______________________________________________________
11 B
12 A ______________________________________________________
13 C ______________________________________________________
14 C
______________________________________________________
15 A
16 C ______________________________________________________
17 D ______________________________________________________
18 A
______________________________________________________
19 B
______________________________________________________
20 A
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________

48
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-


LÓGICA: PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, EQUIVALÊNCIAS bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
LÓGICAS, QUANTIFICADORES E PREDICADOS. vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS conhecimento por meio da linguagem.
FICTÍCIOS; DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ções, selecionando uma das possíveis respostas:
ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES. COMPREENSÃO E A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-
ANÁLISE DA LÓGICA DE UMA SITUAÇÃO, UTILIZANDO
formações ou opiniões contidas no trecho)
AS FUNÇÕES INTELECTUAIS: RACIOCÍNIO VERBAL,
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO SEQUENCIAL,
formações ou opiniões contidas no trecho)
RECONHECIMENTO DE PADRÕES, ORIENTAÇÃO
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
ESPACIAL E TEMPORAL, FORMAÇÃO DE CONCEITOS,
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS. PROBLEMAS DE verdadeira ou falsa sem mais informações)
LÓGICA E RACIOCÍNIO
ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições.
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble- atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos.
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife- Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte Elas podem ser:
consiste nos seguintes conteúdos: • Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
- Operação com conjuntos. co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
- Cálculos com porcentagens. não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé- - Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
tricos e matriciais. – Fez Sol ontem?
- Geometria básica. - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Álgebra básica e sistemas lineares. - Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
- Calendários. televisão.
- Numeração. - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
- Razões Especiais. bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
- Análise Combinatória e Probabilidade. do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
- Progressões Aritmética e Geométrica.
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
Argumentação.
Proposições simples e compostas
ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL • Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo. p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envol-
vam os conteúdos: • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
- Lógica sequencial cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
- Calendários simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
conclusões lógicas. por duas proposições simples.

49
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Proposições Compostas – Conectivos
As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

50
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

51
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

52
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivos (conectores lógicos)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

53
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧ . A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V

54
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

55
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Conectivo “ou” (v)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

56
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Mais sobre o Conectivo “ou”
– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

57
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Ordem de precedência dos conectivos: P ~p ~p ^p
O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos
ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate- V F F
mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas: V F F
F V F
F V F
Em resumo:
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “ ⇒”, simbolicamente
temos:

Exemplo: P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).


(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “ ⇒” são completamente dis-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de tintos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um co-
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa nectivo. O segundo (“ ⇒”) representa a relação de implicação
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res- lógica que pode ou não existir entre duas proposições.
pectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q Exemplo:
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta
o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧ . A negação é
representada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma Observe:
proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implica- - Toda proposição implica uma Tautologia:
ção é uma proposição composta do tipo condicional (Se, então) é
representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua - Somente uma contradição implica uma contradição:
tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia. Propriedades
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. • Reflexiva:
(C) uma contradição. – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(D) uma contingência. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(E) uma disjunção.
• Transitiva:
Resolução: – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Montando a tabela teremos que: Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R

58
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.

Regras de Inferência obtidas da implicação lógica

Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
• Silogismo Disjuntivo proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético

• Modus Ponens

Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

• Modus Tollens Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.

Vejamos algumas formas:


- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


Tautologias e Implicação Lógica o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
• Teorema damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,- – Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
q,r,...) categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

59
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B”
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três
representações possíveis:

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.

Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o


conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo
Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no que Algum B não é A.
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de • Negação das Proposições Categóricas
“Todo B é A”. Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
seguintes convenções de equivalência:
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B” – Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum uma proposição categórica particular.
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes- – Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição
mo que dizer “nenhum B é A”. categórica particular geramos uma proposição categórica universal.
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia- – Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
grama (A ∩ B = ø): sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa.
Em síntese:

• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”


Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
dos.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” não miam alto.
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. pardo.

60
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução: O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação. ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo dos e Nenhum, que também são universais.
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C

(CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a


afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem
vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
(A) Todos os não psicólogos são professores. nativas A, B e C.
(B) Nenhum professor é psicólogo. Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
(C) Nenhum psicólogo é professor. cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor. Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo. negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D
Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega- Diagramas lógicos
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra- Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
menos um professor não é psicólogo. argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
Resposta: E dem ser formadas por proposições categóricas.

• Equivalência entre as proposições ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
resolução de questões.
Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto


A, então pertence também a B.
Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
NENHUM
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. E
AéB
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. Existe pelo menos um elemento que
pertence a A, então não pertence a B, e
Resolução: vice-versa.
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.

61
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
tes formas:
ALGUM
I
AéB

- Existem teatros que não são cinemas

- Algum teatro é casa de cultura

ALGUM
O
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a aten- Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
ção está sobre o(s) elemento (s) de A Segundo as afirmativas temos:
que não são B (enquanto que, no “Algum (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
A é B”, a atenção estava sobre os que diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
eram B, ou seja, na intercessão). pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
Temos também no segundo caso, a
diferença entre conjuntos, que forma o
conjunto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.

62
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, Argumentos Válidos
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
nos afirma isso construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.

Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi- conclusão sejam totalmente questionáveis.
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor- ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!
também não é cinema.
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-
do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:

Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

63
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença “Ne- 1º) Fora do conjunto maior;
nhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em comum. 2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:

Comparando a conclusão do nosso argumento, temos: Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não
NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con- (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do - É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho-
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido! colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
Argumentos Inválidos lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)!
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das veracidade da conclusão!
premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.
Métodos para validação de um argumento
Exemplo: Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
P2: Patrícia não é criança. 1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. Patrícia quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor-
pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
premissa não afirmou que somente as crianças gostam de chocolate. nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “ ” e “↔”. Baseia-se
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti- cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des-
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri- vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi-
lidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em
verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside-
rando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é mais complicadas.
criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:

64
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposições simples?
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o 2º método.
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposição simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos seguir
adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta também
é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo 3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q) r é verdade. Sabendo que r é falsa, concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou ambas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores lógicos
de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o argumento é
ou NÃO VÁLIDO.

65
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução pelo 4º Método 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
mos: vai ao cinema tem que ser V.
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
deiro! = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas sai de casa tem que ser F.
verdadeiras! Teremos: 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
- 1ª Premissa) (p∧ q) r é verdade. Sabendo que p e q são // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
verdadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é ser V ou F.
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
r é verdadeiro.
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no Resposta: Errado
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si-
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
Exemplos: é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as bruxa.
seguintes proposições sejam verdadeiras. Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
• Quando Fernando está estudando, não chove. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
• Durante a noite, faz frio. (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o Resolução:


item subsecutivo. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão
( ) Certo o valor lógico (V), então:
( ) Errado (4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)
→V
Resolução: (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- (F) → V
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F)
A = Chove →V
B = Maria vai ao cinema (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
C = Cláudio fica em casa
D = Faz frio Logo:
E = Fernando está estudando Temos que:
F = É noite Esmeralda não é fada(V)
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) Bongrado não é elfo (V)
Lembramos a tabela verdade da condicional: Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verda-


deiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única
que contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elemen-
tos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Veja-
A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa, mos o passo a passo:
utilizando isso temos:
O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando 01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia,
estava estudando. // B → ~E Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles
trabalham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também
Iniciando temos: não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente
4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B descobrir o nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome
= V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove de suas esposas.
tem que ser F. a) O médico é casado com Maria.

66
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N

67
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

68
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, Luiz N S N N
todos para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curi- Arnaldo S N N N
tiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram,
Mariana N N S N
sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; Paulo N N N S
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia; Resposta: B
− Luiz não viajou para Fortaleza.
Quantificador
É correto concluir que, em janeiro, É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
(A) Paulo viajou para Fortaleza. tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
(B) Luiz viajou para Goiânia. proposição aberta em uma proposição lógica.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador. QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
(E) Luiz viajou para Curitiba.
Tipos de quantificadores
Resolução:
Vamos preencher a tabela: • Quantificador universal (∀)
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Exemplo:
Paulo
Todo homem é mortal.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
− Mariana viajou para Curitiba; mortal.
Na representação do diagrama lógico, seria:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;


ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador mem.
Luiz N N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Arnaldo N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Mariana N N S N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Paulo N N
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B).
− Luiz não viajou para Fortaleza.
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N N N Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Arnaldo N N ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos
Mariana N N S N x + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Paulo N N
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
gar, logo, é uma proposição lógica.
Agora, completando o restante:
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
• Quantificador existencial (∃ )
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:

69
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
Exemplo: os valores de x devem satisfazer a propriedade.
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
é: cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. X + 0 = X.
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃ x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
(x)) (A (x) ∧ B). reto.
Resposta: CERTO
Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) As sequências podem ser formadas por números, letras, pes-
∈ N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal soas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma se-
que x + 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a quência, o importante é que existem pelo menos três elementos
sentença será verdadeira? que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, necessitam de mais elementos para definir sua lógica1. Um bom co-
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos nhecimento em Progressões Algébricas (PA) e Geométricas (PG), fa-
julgar, logo, é uma proposição lógica. zem com que deduzir as sequências se tornem simples e sem com-
plicações. E o mais importante é estar atento a vários detalhes que
ATENÇÃO: elas possam oferecer. Exemplos:
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B”
é diferente de “Todo B é A”. Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é número.
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.

Forma simbólica dos quantificadores


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).
Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um
Exemplos: mesmo número.
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo.
(D) Nenhum animal é cavalo.

Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu- Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o
sões: mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente so-
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal. frer rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:
– Se é cavalo, então é um animal.
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça Exemplos:
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma Analise a sequência a seguir:
de conclusão).
Resposta: B

(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a propo-


sição (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-numeros-
-com-figuras-de-palavras/

70
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a 277ª
posição dessa sequência é:

Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277 ocu-
pa, então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.
Resposta: B

(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.

Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:

Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou para roda voltar à posição inicial)
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na posição dos 12 segundos.
Resposta: B

CONJUNTOS E SUAS OPERAÇÕES, DIAGRAMAS

Um conjunto é uma coleção de objetos, chamados elementos, que possuem uma propriedade comum ou que satisfazem determinada
condição.

Representação de um conjunto
Podemos representar um conjunto de várias maneiras.

ATENÇÃO: Indicamos os conjuntos utilizando as letras maiúsculas e os elementos destes conjuntos por letras minúsculas.

Vejamos:
1) os elementos do conjunto são colocados entre chaves separados por vírgula, ou ponto e vírgula.
A = {a, e, i, o, u}

71
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
2) os elementos do conjunto são representados por uma ou
mais propriedades que os caracterize.

3) os elementos do conjunto são representados por meio de


um esquema denominado diagrama de Venn.

Os elementos do conjunto A estão contidos no conjunto B.

ATENÇÃO:
1) Todo conjunto A é subconjunto dele próprio;
2) O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de qualquer
conjunto;
3) O conjunto das partes é o conjunto formado por todos os
subconjuntos de A.
Relação de pertinência 4) O número de seu subconjunto é dado por: 2n; onde n é o nú-
Usamos os símbolos ∈ (pertence) e ∉ (não pertence) para re- mero de elementos desse conjunto.
lacionar se um elemento faz parte ou não do conjunto.
Operações com Conjuntos
Tipos de Conjuntos Tomando os conjuntos: A = {0,2,4,6} e B = {0,1,2,3,4}, como
• Conjunto Universo: reunião de todos os conjuntos que esta- exemplo, vejamos:
mos trabalhando. • União de conjuntos: é o conjunto formado por todos os ele-
• Conjunto Vazio: é aquele que não possui elementos. Repre- mentos que pertencem a A ou a B. Representa-se por A ∪ B. Sim-
senta-se por 0/ ou, simplesmente { }. bolicamente: A ∪ B = {x | x ∈ A ou x ∈ B}. Exemplo:
• Conjunto Unitário: possui apenas um único elemento.
• Conjunto Finito: quando podemos enumerar todos os seus
elementos.
• Conjunto Infinito: contrário do finito.

Relação de inclusão
É usada para estabelecer relação entre conjuntos com conjun-
tos, verificando se um conjunto é subconjunto ou não de outro con-
junto. Usamos os seguintes símbolos de inclusão:

• Intersecção de conjuntos: é o conjunto formado por todos os


elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B. Represen-
ta-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {x | x ∈ A e x ∈ B}
Igualdade de conjuntos
Dois conjuntos A e B são IGUAIS, indicamos A = B, quando pos-
suem os mesmos elementos.
Dois conjuntos A e B são DIFERENTES, indicamos por A ≠ B, se
pelo menos UM dos elementos de um dos conjuntos NÃO pertence
ao outro.

Subconjuntos
Quando todos os elementos de um conjunto A são também
elementos de um outro conjunto B, dizemos que A é subconjunto
de B. Exemplo: A = {1,3,7} e B = {1,2,3,5,6,7,8}.

OBSERVAÇÃO: Se A ∩ B = φ , dizemos que A e B são conjun-


tos disjuntos.

72
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Propriedades da união e da intersecção de conjuntos São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões, pois
13 dos 43 não se inscreveram.
1ª) Propriedade comutativa Portanto, 30 – 7 – 12 – 8 = 3
A U B = B U A (comutativa da união) Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores.
A ∩ B = B ∩ A (comutativa da intersecção)

2ª) Propriedade associativa


(A U B) U C = A U (B U C) (associativa da união)
(A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) (associativa da intersecção)

3ª) Propriedade associativa


A ∩ (B U C) = (A ∩ B) U (A ∩ C) (distributiva da intersecção em
relação à união)
A U (B ∩ C) = (A U B) ∩ (A U C) (distributiva da união em relação
à intersecção)

4ª) Propriedade
Se A ⊂ B, então A U B = B e A ∩ B = A, então A ⊂ B
Em saneamento se inscreveram: 3 + 7 + 8 = 18
Número de Elementos da União e da Intersecção de Conjuntos
E dado pela fórmula abaixo: Resposta: C

• Diferença: é o conjunto formado por todos os elementos que


pertencem a A e não pertencem a B. Representa-se por A – B. Para
determinar a diferença entre conjuntos, basta observamos o que
o conjunto A tem de diferente de B. Tomemos os conjuntos: A =
{1,2,3,4,5} e B = {2,4,6,8}

Exemplo: Note que: A – B ≠ B - A


(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – Exemplo:
FCC) Dos 43 vereadores de uma cidade, 13 dele não se inscreveram (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE NM –
nas comissões de Educação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos AOCP) Considere dois conjuntos A e B, sabendo que assinale a al-
vereadores se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles ternativa que apresenta o conjunto B.
se inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e oito (A) {1;2;3}
deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e Saneamen- (B) {0;3}
to Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu em apenas uma (C) {0;1;2;3;5}
dessas comissões. O número de vereadores inscritos na comissão (D) {3;5}
de Saneamento Básico é igual a (E) {0;3;5}
(A) 15.
(B) 21. Resolução:
(C) 18. A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento de B.
(D) 27. A – B são os elementos que tem em A e não em B.
(E) 16. Então de A ∪ B, tiramos que B = {0; 3; 5}.

Resolução: Resposta: E
De acordo com os dados temos:
7 vereadores se inscreveram nas 3. • Complementar: chama-se complementar de B (B é subcon-
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não junto de A) em relação a A o conjunto A - B, isto é, o conjunto dos
deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele já elementos de A que não pertencem a B. Exemplo: A = {0,1,2,3,4} e
desconsidera os que se inscreveram nos três) B = {2,3}
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.

73
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS E SUAS OPERAÇÕES

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

Operações
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.

74
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dis- Exemplo:
pensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode (PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
ser dispensado. do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos (A) 10
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- (B) 15
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a (C) 18
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre (D) 20
será do maior número. (E) 22
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ...,
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti- Resolução:
do, ou seja, é dado o seu oposto. São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
Exemplo: temos:
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma Resposta: D
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
anotadas, o total de pontos atribuídos foi – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(A) 50. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
(B) 45. inteiro positivo.
(C) 42. – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
(D) 36. mero inteiro negativo.
(E) 32.
Propriedades da Potenciação
Resolução: 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
50-20=30 atitudes negativas e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
20.4=80 2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
30.(-1)=-30 base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
80-30=50 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
Resposta: A os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. (+a)1 = +a
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1

• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- Conjunto dos números racionais – Q m
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde
pelo módulo do divisor. m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.
ATENÇÃO:
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-


tante a REGRA DE SINAIS:

Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo. N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre


negativo.

75
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Subconjuntos:
SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO
* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
= 0,333...
3

Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado.
Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente.

Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

a)

76
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

Resolução:

Resposta: B

Caraterísticas dos números racionais


O módulo e o número oposto são as mesmas dos números inteiros.

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número (a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi-
nador numerador (b/a)n.

77
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Representação geométrica • Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou
pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de
b d
frações, através de:

Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini-


tos números racionais. • Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria
operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
Operações ÷ q = p × q-1
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma
de frações, através de: b d

Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: (A) 145
p – q = p + (–q) (B) 185
(C) 220
(D) 260
(E) 120

Resolução:
ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,
conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen-
tada.

Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4
(B) 3/10
(C) 2/9
(D) 4/5
(E) 3/2
Resposta: A
Resolução:
Somando português e matemática: • Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme-
ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú-
meros racionais.

A) Toda potência com expoente negativo de um número ra-


cional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base
O que resta gosta de ciências: igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do
expoente anterior.

Resposta: B

78
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da
base.

C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Resposta: E

Expressões numéricas Múltiplos


São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primei-
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia- ro é resultado da multiplicação entre o segundo e algum número
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de natural e o segundo, nesse caso, é divisor do primeiro. O que sig-
associação, que podem aparecer em uma única expressão. nifica que existem dois números, x e y, tal que x é múltiplo de y se
existir algum número natural n tal que:
Procedimentos x = y·n
1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e
ordem que aparecem; podemos escrever: x = n/y
- Depois as multiplicações e/ou divisões;
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare- Observações:
cem. 1) Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
2) Todo número natural é múltiplo de 1.
2) Símbolos: 3) Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múltiplos.
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál- 4) O zero é múltiplo de qualquer número natural.
culos dentro dos parênteses, 5) Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares,
-Depois os colchetes [ ]; e a fórmula geral desses números é 2k (k ∈ N). Os demais são cha-
- E por último as chaves { }. mados de números ímpares, e a fórmula geral desses números é 2k
+ 1 (k ∈ N).
ATENÇÃO: 6) O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k ∈ Z.
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais originais.
– Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais invertidos.

Exemplo:
(MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é


(A) 2
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
(E) 1,5

Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

79
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Critérios de divisibilidade Divisores
São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número é ou Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos
não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos a divisão. os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o
No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios: número 12.

Um método para descobrimos os divisores é através da fato-


ração numérica. O número de divisores naturais é igual ao produto
dos expoentes dos fatores primos acrescidos de 1.
Logo o número de divisores de 12 são:

Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos cada


fator da decomposição e seu respectivo expoente natural que varia
de zero até o expoente com o qual o fator se apresenta na decom-
posição do número natural.
12 = 22 . 31 =
22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
20 . 30=1
20 . 31=3
21 . 30=2
21 . 31=2.3=6
(Fonte: https://www.guiadamatematica.com.br/criterios-de-divisibili- 22 . 31=4.3=12
dade/ - reeditado) 22 . 30=4

Vale ressaltar a divisibilidade por 7: Um número é divisível por O conjunto de divisores de 12 são: D (12)={1, 2, 3, 4, 6, 12}
7 quando o último algarismo do número, multiplicado por 2, sub- A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28
traído do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo
de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a quantida- Máximo divisor comum (MDC)
de de algarismos a serem analisados quanto à divisibilidade por 7. É o maior número que é divisor comum de todos os números
dados. Para o cálculo do MDC usamos a decomposição em fatores
Outros critérios primos. Procedemos da seguinte maneira:
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é Após decompor em fatores primos, o MDC é o produto dos FA-
divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo. TORES COMUNS obtidos, cada um deles elevado ao seu MENOR
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é EXPOENTE.
divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo.

Fatoração numérica
Trata-se de decompor o número em fatores primos. Para de-
compormos este número natural em fatores primos, dividimos o
mesmo pelo seu menor divisor primo, após pegamos o quociente
e dividimos o pelo seu menor divisor, e assim sucessivamente até
obtermos o quociente 1. O produto de todos os fatores primos re-
presenta o número fatorado. Exemplo:

80
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
MDC (18,24,42) =

Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor Co-
mum entre 18,24 e 42 é 6.

Mínimo múltiplo comum (MMC)


É o menor número positivo que é múltiplo comum de todos os números dados. A técnica para acharmos é a mesma do MDC, apenas
com a seguinte ressalva:
O MMC é o produto dos FATORES COMUNS E NÃO-COMUNS, cada um deles elevado ao SEU MAIOR EXPOENTE.
Pegando o exemplo anterior, teríamos:
MMC (18,24,42) =
Fatores comuns e não-comuns= 2,3 e 7
Com maiores expoentes: 2³x3²x7 = 8x9x7 = 504. Logo o Mínimo Múltiplo Comum entre 18,24 e 42 é 504.

Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC (A,B). MMC (A,B)= A.B

Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e subtrações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com utilização da álgebra.
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar:

Exemplos:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sabe-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e que
Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70 metros, então é verdade que Mônica tem, de altura:
(A) 1,52 metros.
(B) 1,58 metros.
(C) 1,54 metros.
(D) 1,56 metros.

Resolução:
Escrevendo em forma de equações, temos:
C = M + 0,05 ( I )
C = A – 0,10 ( II )
A = D + 0,03 ( III )
D não é mais baixa que C
Se D = 1,70 , então:

81
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73 Fração é todo número que pode ser escrito da seguinte forma
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 a/b, com b≠0. Sendo a o numerador e b o denominador. Uma fra-
( I ) 1,63 = M + 0,05 ção é uma divisão em partes iguais. Observe a figura:
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m
Resposta: B

(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em


três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca-
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês? O numerador indica quantas partes tomamos do total que foi
(A) R$ 498,00 dividida a unidade.
(B) R$ 450,00 O denominador indica quantas partes iguais foi dividida a
(C) R$ 402,00 unidade.
(D) R$ 334,00 Lê-se: um quarto.
(E) R$ 324,00
Atenção:
Resolução: • Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, quar-
Primeiro mês = x tos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos.
Segundo mês = x + 126 • Frações com denominadores potências de 10: décimos,
Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78 centésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de
Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176 milésimos etc.
3.x = 1176 – 204 • Denominadores diferentes dos citados anteriormente: Enun-
x = 972 / 3 cia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da pa-
x = R$ 324,00 (1º mês) lavra “avos”.
* No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00
Resposta: B Tipos de frações
– Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE Ex.: 7/15
DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos – Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o nador. Ex.: 7/6
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era – Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador.
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra- As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias.
ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven- Ex.: 6/3
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem – Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
(A) 1 / 4. forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
(B) 1 / 3. – Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam
(C) 2 / 5. a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2
(D) 1 / 2. – Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi-
(E) 2 / 3. nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ;

Resolução: Operações com frações


Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú- • Adição e Subtração
mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim: Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so-
B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I ) ma-se ou subtrai-se os numeradores.

, ou seja, 7.Q = 2.B ( II )

Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:


7.Q = 2. (360 – Q)
7.Q = 720 – 2.Q Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mesmo
7.Q + 2.Q = 720 denominador através do MMC entre os denominadores. Usamos
9.Q = 720 tanto na adição quanto na subtração.
Q = 720 / 9
Q = 80 (queimadas)
Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270

Resposta: B
O MMC entre os denominadores (3,2) = 6

82
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Multiplicação e Divisão
Multiplicação: É produto dos numerados pelos denominadores PORCENTAGEM
dados. Ex.:
São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou
simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou
seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu-
mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se:
“por cento”).

Exemplo:
– Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da (CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA-
segunda fração. Ex.: LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O
departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio-
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em
relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fra-
ção de estagiários é igual a
(A) 1/5.
(B) 1/6.
(C) 2/5.
Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da (D) 2/9.
fração resultante de forma a torna-la irredutível. (E) 3/5.

Exemplo: Resolução:
(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IADES)
O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5 pes-
soas. Cada uma recebeu

(A)

(B)
Resposta: B

(C) Lucro e Prejuízo em porcentagem


É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se
a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA,
(D) temos PREJUÍZO (P).
Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).

(E)

Resolução:
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos:

Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de


suco é de 3/5 de suco da garrafa. Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
Resposta: B FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de
16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de com-
pra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em
quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior
ao de compra?
(A) 67%.

83
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(B) 61%.
(C) 65%.
(D) 63%.
(E) 69%.

Resolução:
Preço de venda: V
Preço de compra: C
V – 0,16V = 1,4C
0,84V = 1,4C

O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.


Resposta: A

Aumento e Desconto em porcentagem


– Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chamamos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos fato-
res de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual o
preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

84
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos,
juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Proporção
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$
É uma igualdade entre duas frações ou duas razões.
5.200,00

PROPORCIONALIDADE DIRETA E INVERSA

Razão
Lemos: a esta para b, assim como c está para d.
É uma fração, sendo a e b dois números a sua razão, chama-se
Ainda temos:
razão de a para b: a/b ou a:b , assim representados, sendo b ≠ 0.
Temos que:

Exemplo:
(SEPLAN/GO – PERITO CRIMINAL – FUNIVERSA) Em uma ação
policial, foram apreendidos 1 traficante e 150 kg de um produto
parecido com maconha. Na análise laboratorial, o perito constatou
que o produto apreendido não era maconha pura, isto é, era uma
• Propriedades da Proporção
mistura da Cannabis sativa com outras ervas. Interrogado, o trafi-
– Propriedade Fundamental: o produto dos meios é igual ao
cante revelou que, na produção de 5 kg desse produto, ele usava
produto dos extremos:
apenas 2 kg da Cannabis sativa; o restante era composto por várias
a.d=b.c
“outras ervas”. Nesse caso, é correto afirmar que, para fabricar todo
o produto apreendido, o traficante usou
– A soma/diferença dos dois primeiros termos está para o pri-
(A) 50 kg de Cannabis sativa e 100 kg de outras ervas.
meiro (ou para o segundo termo), assim como a soma/diferença
(B) 55 kg de Cannabis sativa e 95 kg de outras ervas.
dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
(C) 60 kg de Cannabis sativa e 90 kg de outras ervas.
(D) 65 kg de Cannabis sativa e 85 kg de outras ervas.
(E) 70 kg de Cannabis sativa e 80 kg de outras ervas.

Resolução:
O enunciado fornece que a cada 5kg do produto temos que 2kg
da Cannabis sativa e os demais outras ervas. Podemos escrever em
forma de razão , logo :

– A soma/diferença dos antecedentes está para a soma/dife-


rença dos consequentes, assim como cada antecedente está para
o seu consequente.

Resposta: C

Razões Especiais
São aquelas que recebem um nome especial. Vejamos algu-
mas:
Velocidade: é razão entre a distância percorrida e o tempo gas-
Exemplo:
to para percorrê-la.
(MP/SP – AUXILIAR DE PROMOTORIA I – ADMINISTRATIVO –
VUNESP) A medida do comprimento de um salão retangular está
para a medida de sua largura assim como 4 está para 3. No piso
desse salão, foram colocados somente ladrilhos quadrados inteiros,
revestindo-o totalmente. Se cada fileira de ladrilhos, no sentido do
comprimento do piso, recebeu 28 ladrilhos, então o número míni-
Densidade: é a razão entre a massa de um corpo e o seu volu-
mo de ladrilhos necessários para revestir totalmente esse piso foi
me ocupado por esse corpo.
igual a
(A) 588.
(B) 350.
(C) 454.

85
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(D) 476.
(E) 382.

Resolução:

Fazendo C = 28 e substituindo na proporção, temos:

4L = 28 . 3
L = 84 / 4
L = 21 ladrilhos
Assim, o total de ladrilhos foi de 28 . 21 = 588
Resposta: A

MEDIDAS DE COMPRIMENTO, ÁREA, VOLUME, MASSA E TEMPO

O sistema métrico decimal é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado no Brasil tendo como unidade fundamental de me-
dida o metro.
O Sistema de Medidas é um conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.

Medidas de comprimento
Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes distâncias, enquanto os submúltiplos para realizar medição em
pequenas distâncias.

UNIDADE
MÚLTIPLOS SUBMÚLTIPLOS
FUNDAMENTAL
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
km hm Dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Para transformar basta seguir a tabela seguinte (esta transformação vale para todas as medidas):

Medidas de superfície e área


As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o me-
tro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102. A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
acrescidas de quadrado.

Vejamos as relações entre algumas essas unidades que não fazem parte do sistema métrico e as do sistema métrico decimal (valores
aproximados):
1 polegada = 25 milímetros
1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros

Medidas de Volume e Capacidade


Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o centímetro cúbico(cm3).

86
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal. Acrescentamos a nomenclatura cúbico.
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Medidas de Massa
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g). Assim as denominamos:
Kg – Quilograma; hg – hectograma; dag – decagrama; g – grama; dg – decigrama; cg – centigrama; mg – miligrama
Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t). Medidas Especiais:
1 Tonelada(t) = 1000 Kg
1 Arroba = 15 Kg
1 Quilate = 0,2 g

Em resumo temos:

Relações importantes

1 kg = 1l = 1 dm3
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2
1 m3 = 1000 l

Exemplos:
(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Uma peça de um determinado tecido tem 30 metros, e para se confeccionar
uma camisa desse tecido são necessários 15 decímetros. Com duas peças desse tecido é possível serem confeccionadas:
(A) 10 camisas
(B) 20 camisas
(C) 40 camisas
(D) 80 camisas

Resolução:
Como eu quero 2 peças desse tecido e 1 peça possui 30 metros logo:
30 . 2 = 60 m. Temos que trabalhar com todas na mesma unidade: 1 m é 10dm assim temos 60m . 10 = 600 dm, como cada camisa
gasta um total de 15 dm, temos então:
600/15 = 40 camisas.
Resposta: C

(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Um veículo tem capacidade para transportar duas toneladas de carga. Se a
carga a ser transportada é de caixas que pesam 4 quilogramas cada uma, o veículo tem capacidade de transportar no máximo:
(A) 50 caixas
(B) 100 caixas
(C) 500 caixas
(D) 1000 caixas

Resolução:
Uma tonelada(ton) é 1000 kg, logo 2 ton. 1000kg= 2000 kg

87
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Cada caixa pesa 4kg Os gráficos e as tabelas se prestam, portanto, a objetivos distin-
2000 kg/ 4kg = 500 caixas. tos, de modo que a utilização de uma forma de apresentação não
Resposta: C exclui a outra.
Para a confecção de um gráfico, algumas regras gerais devem
ser observadas:
COMPREENSÃO DE DADOS APRESENTADOS EM Os gráficos, geralmente, são construídos num sistema de eixos
GRÁFICOS E TABELAS chamado sistema cartesiano ortogonal. A variável independente é lo-
calizada no eixo horizontal (abscissas), enquanto a variável dependente
Tabelas é colocada no eixo vertical (ordenadas). No eixo vertical, o início da
A tabela é a forma não discursiva de apresentar informações, escala deverá ser sempre zero, ponto de encontro dos eixos.
das quais o dado numérico se destaca como informação central. − Iguais intervalos para as medidas deverão corresponder a iguais
Sua finalidade é apresentar os dados de modo ordenado, simples intervalos para as escalas. Exemplo: Se ao intervalo 10-15 kg corres-
e de fácil interpretação, fornecendo o máximo de informação num ponde 2 cm na escala, ao intervalo 40-45 kg também deverá corres-
mínimo de espaço. ponder 2 cm, enquanto ao intervalo 40-50 kg corresponderá 4 cm.
− O gráfico deverá possuir título, fonte, notas e legenda, ou seja,
Elementos da tabela toda a informação necessária à sua compreensão, sem auxílio do texto.
Uma tabela estatística é composta de elementos essenciais e − O gráfico deverá possuir formato aproximadamente quadrado para
elementos complementares. Os elementos essenciais são: evitar que problemas de escala interfiram na sua correta interpretação.
− Título: é a indicação que precede a tabela contendo a desig-
nação do fato observado, o local e a época em que foi estudado. Tipos de Gráficos
− Corpo: é o conjunto de linhas e colunas onde estão inseridos
os dados. • Estereogramas: são gráficos onde as grandezas são repre-
− Cabeçalho: é a parte superior da tabela que indica o conteú- sentadas por volumes. Geralmente são construídos num sistema
do das colunas. de eixos bidimensional, mas podem ser construídos num sistema
− Coluna indicadora: é a parte da tabela que indica o conteúdo tridimensional para ilustrar a relação entre três variáveis.
das linhas.

Os elementos complementares são:


− Fonte: entidade que fornece os dados ou elabora a tabela.
− Notas: informações de natureza geral, destinadas a esclare-
cer o conteúdo das tabelas.
− Chamadas: informações específicas destinadas a esclarecer
ou conceituar dados numa parte da tabela. Deverão estar indica-
das no corpo da tabela, em números arábicos entre parênteses, à
esquerda nas casas e à direita na coluna indicadora. Os elementos
complementares devem situar-se no rodapé da tabela, na mesma
ordem em que foram descritos.

• Cartogramas: são representações em cartas geográficas (ma-


pas).

Gráficos
Outro modo de apresentar dados estatísticos é sob uma forma
ilustrada, comumente chamada de gráfico. Os gráficos constituem-
-se numa das mais eficientes formas de apresentação de dados.
Um gráfico é, essencialmente, uma figura construída a partir de
uma tabela; mas, enquanto a tabela fornece uma ideia mais precisa
e possibilita uma inspeção mais rigorosa aos dados, o gráfico é mais
indicado para situações que visem proporcionar uma impressão
mais rápida e maior facilidade de compreensão do comportamento
do fenômeno em estudo.

88
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Pictogramas ou gráficos pictóricos: são gráficos puramente c) Gráfico de linhas ou curvas: neste gráfico os pontos são dispostos no
ilustrativos, construídos de modo a ter grande apelo visual, dirigi- plano de acordo com suas coordenadas, e a seguir são ligados por segmen-
dos a um público muito grande e heterogêneo. Não devem ser uti- tos de reta. É muito utilizado em séries históricas e em séries mistas quando
lizados em situações que exijam maior precisão. um dos fatores de variação é o tempo, como instrumento de comparação.

• Diagramas: são gráficos geométricos de duas dimensões, de


fácil elaboração e grande utilização. Podem ser ainda subdivididos d) Gráfico em setores: é recomendado para situações em que se de-
em: gráficos de colunas, de barras, de linhas ou curvas e de setores. seja evidenciar o quanto cada informação representa do total. A figura
a) Gráfico de colunas: neste gráfico as grandezas são compa- consiste num círculo onde o total (100%) representa 360°, subdividido
radas através de retângulos de mesma largura, dispostos vertical- em tantas partes quanto for necessário à representação. Essa divisão se
mente e com alturas proporcionais às grandezas. A distância entre faz por meio de uma regra de três simples. Com o auxílio de um transfe-
os retângulos deve ser, no mínimo, igual a 1/2 e, no máximo, 2/3 da ridor efetuasse a marcação dos ângulos correspondentes a cada divisão.
largura da base dos mesmos.

Exemplo:
(PREF. FORTALEZA/CE – PEDAGOGIA – PREF. FORTALEZA) “Es-
tar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e interpretar
dados apresentados de maneira organizada e construir represen-
tações, para formular e resolver problemas que impliquem o reco-
lhimento de dados e a análise de informações. Essa característica
b) Gráfico de barras: segue as mesmas instruções que o gráfico da vida contemporânea traz ao currículo de Matemática uma de-
de colunas, tendo a única diferença que os retângulos são dispostos manda em abordar elementos da estatística, da combinatória e da
horizontalmente. É usado quando as inscrições dos retângulos fo- probabilidade, desde os ciclos iniciais” (BRASIL, 1997).
rem maiores que a base dos mesmos. Observe os gráficos e analise as informações.

89
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(D) 36.
(E) 48.

3. FGV - 2022 - SEFAZ-BA - Agente de Tributos Estaduais - Admi-


nistração Tributária
Em um grupo de profissionais da saúde, para cada homem há
duas mulheres e o número de profissionais de enfermagem é igual
ao número de profissionais de medicina. Os profissionais citados
são os únicos do grupo.
Sabe-se que há 20 profissionais de medicina mulheres e 8 pro-
fissionais de enfermagem homens.
O número de profissionais de enfermagem mulheres é
(A) 30.
(B) 29.
(C) 28.
A partir das informações contidas nos gráficos, é correto afir- (D) 27.
mar que: (E) 26.
(A) nos dias 03 e 14 choveu a mesma quantidade em Fortaleza
e Florianópolis. 4. FGV - 2021 - Câmara de Aracaju - SE - Assistente Adminis-
(B) a quantidade de chuva acumulada no mês de março foi trativo
maior em Fortaleza. Um conjunto A tem 30 elementos e um conjunto B tem 20 ele-
(C) Fortaleza teve mais dias em que choveu do que Florianó- mentos.
polis. O menor número de elementos que a união de A e B pode ter
(D) choveu a mesma quantidade em Fortaleza e Florianópolis. é:
(A) 50;
Resolução: (B) 40;
A única alternativa que contém a informação correta com os (C) 30;
gráficos é a C. (D) 20;
Resposta: C (E) 10;

5. FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Analista de Patologia Clínica


QUESTÕES Em um conjunto de 12 números, a média de 4 deles é 15 e a
média dos outros 8 é 18. A média dos 12 números é
1. FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Analista de Banco (A) 17.
de Dados (B) 16,8.
Considere os seguintes conjuntos: (C) 16,5.
• A = conjunto dos números inteiros maiores do que 1 e meno- (D) 16.
res do que 100. (E) 15,5.
• B = conjunto dos números que pertencem a A e que são múl-
tiplos de 6. 6. FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Condutor de Am-
• C = conjunto dos números que pertencem a A e que são múl- bulância
tiplos de 8. A terça parte de um número X mais o dobro de seu antecessor
O número de elementos que pertencem a A e não pertencem é igual a 54.
a B nem a C é A soma dos algarismos de X é
(A) 70. (A) 4.
(B) 72. (B) 5.
(C) 74. (C) 6.
(D) 76. (D) 7.
(E) 78. (E) 8.

2. FGV - 2022 - SEFAZ-BA - Agente de Tributos Estaduais - Tec- 7. FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Condutor de Am-
nologia da Informação bulância
Considere o conjunto de números naturais C = {1, 2, 3, ⋯ , n} Em um grupo de pessoas, há somente amazonenses, paraenses
onde n > 6. e cariocas. Para cada paraense há dois amazonenses e para cada
O conjunto A é formado pelos elementos de C que são múlti- três amazonenses há dois cariocas.
plos de 2 e o conjunto B é formado pelos elementos de C que são Em relação ao total de pessoas no grupo, os amazonenses re-
múltiplos de 3. presentam
Sabe-se que o número de elementos de C que não está nem (A) 3/5.
em A e nem em B é o dobro do número de elementos de C que está (B) 4/7.
simultaneamente em A e em B. (C) 6/13.
O menor valor possível de n é (D) 4/15.
(A) 18. (E) 7/12.
(B) 24.
(C) 30.

90
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
8. FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Analista de Patologia Clínica (D) 25,0.
Três profissionais de enfermagem atendem, em média, 12 (E) 32,5.
ocorrências em 2 horas. Com a mesma eficiência, duas profissionais
de enfermagem atendem, em 4 horas, em média, 13. FGV - 2022 - EPE - Analista de Pesquisa Energética - Petróleo
(A) 8 ocorrências. - Abastecimento
(B) 9 ocorrências. Um acionista investiu em quatro ações da carteira de energias
(C) 12 ocorrências. renováveis e o quadro abaixo mostra o percentual investido em
(D) 15 ocorrências. cada ação e o respectivo retorno anual.
(E) 16 ocorrências.

9. FGV - 2021 - IMBEL - Advogado


Duas urnas contêm a mesma quantidade de fichas. Nas duas
urnas só há fichas vermelhas ou azuis. Na primeira urna, a razão do
número de fichas vermelhas para o número de fichas azuis é de 5:1
e, na segunda urna, de 3:1.
No total, há 45 fichas azuis.
O total de fichas vermelhas é O retorno anual esperado pelo acionista é de
(A) 180. (A) –0,1%.
(B) 175. (B) –0,75%.
(C) 171. (C) –1,0%.
(D) 165. (D) 2,0%.
(E) 162. (E) 9,0%.

10. FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Analista de Banco 14. FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Condutor de Am-
de Dados bulância
Considere que X representa 40% de Y. Norma comprou um vestido e pagou à vista, obtendo um des-
A porcentagem que Y representa de X é conto de 5% sobre o valor original.
(A) 25%. Sabendo que Norma pagou R$ 133,00, o preço do vestido sem
(B) 60%. o desconto era de
(C) 75%. (A) R$ 139,25.
(D) 150%. (B) R$ 139,65.
(E) 250%. (C) R$ 140,00.
(D) R$ 141,50.
11. FGV - 2022 - TJ-TO - Técnico Judiciário - Informática (E) R$ 142,25.
Sabe-se que o número X representa 20% do número Y.
A metade do número X, em relação ao dobro do número Y, re- 15. FGV - 2022 - MPE-GO - Analista Contábil
presenta: Antônio teve seu aluguel reajustado em 10%.
(A) 40%; O valor do aluguel reajustado é R$ 2772,00. O valor do aluguel
(B) 25%; de Antônio antes do reajuste era
(C) 20%; (A) R$ 2072,00.
(D) 10%; (B) R$ 2494,80.
(E) 5%. (C) R$ 2520,00.
(D) R$ 2507,70.
12. FGV - 2022 - EPE - Analista de Pesquisa Energética - Petróleo (E) R$ 2527,20.
- Abastecimento
A tabela a seguir apresenta os preços de produtos que com- 16. FGV - 2022 - IBGE - Agente Censitário - Municipal e Super-
põem a base de cálculo de um índice de preços hipotético. visor
Sabe-se que 10% de X equivalem a 25% de Y.
Assim, Y corresponde a N% de X.
O valor de N é
(A) 40.
(B) 30.
(C) 25.
(D) 4.
(E) 2,5.

17. FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Analista Administrativo - Ad-


ministração
Com base nos dados fornecidos, a inflação no período em Seja N a quantidade de números inteiros pares, de dois algaris-
questão, em valores percentuais, é mos, tais que o algarismo das dezenas é maior do que o algarismo
(A) 10,0. das unidades. O valor de N é
(B) 15,0. (A) 45.
(C) 20,0. (B) 40.
(C) 30.

91
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(D) 25.
(E) 20. GABARITO

18. FGV - 2022 - EPE - Analista de Pesquisa Energética - Petróleo


1 C
- Abastecimento
A figura a seguir mostra a curva de custo de produção de uma 2 A
empresa hipotética. 3 C
4 C
5 A
6 C
7 C
8 E
9 C
10 E
11 E
12 C
13 A
14 C
15 C
16 A
17 D
Após a análise da curva, é correto afirmar que
(A) o custo fixo de produção é de R$ 20.000,00. 18 D
(B) o custo de produção não varia em função da quantidade de 19 C
bens produzidos.
20 E
(C) o custo marginal de produção para aumentar a produção de
1 mil para 2 mil unidades é de R$ 1.000,00 por unidade.
(D) o custo marginal de produção para aumentar a produção de
1 mil para 2 mil unidades é de R$ 1,00 por unidade.
ANOTAÇÕES
(E) o custo de produção para mil unidades é R$ 12.000,00.
______________________________________________________
19. FGV - 2022 - IBGE - Recenseador
Considere o comprimento de 1 milha igual a 1610 metros. Um ______________________________________________________
avião está voando com velocidade de 500 milhas por hora.
Essa velocidade em quilômetros por minuto é, aproximada- ______________________________________________________
mente, igual a
(A) 10,6. ______________________________________________________
(B0 12,2.
(C) 13,4. ______________________________________________________
(D) 14,8.
______________________________________________________
(E) 16,0.
______________________________________________________
20. FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Técnico de Enfermagem
Uma máquina trabalha continuamente produzindo 1 objeto a ______________________________________________________
cada 22 minutos. O tempo necessário para que essa máquina pro-
duza 25 objetos é ______________________________________________________
(A) 7h32min.
(B) 8h24min. ______________________________________________________
(C) 8h48min.
______________________________________________________
(D) 9h00min.
(E) 9h10min. ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tipos:
COMPONENTES DE UM COMPUTADOR:
PROCESSADORES, MEMÓRIA E PERIFÉRICOS MAIS
COMUNS; DISPOSITIVOS DE ARMAZENAGEM DE PERIFÉRICOS
Utilizados para a entrada de dados;
DADOS; PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DE ENTRADA
PERIFÉRICOS Utilizados para saída/visualização de
Hardware DE SAÍDA dados
Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os
dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o compu- • Periféricos de entrada mais comuns.
tador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígi- – O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item
do, monitor, scanner, etc. essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonômicos
para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular;
Software – Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados
Software, na verdade, são os programas usados para fazer ta- para uso no computador;
refas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software – O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele
são programadas em uma linguagem de computador, traduzidas podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso do com-
em linguagem de máquina e executadas por computador. putador.
O software pode ser categorizado em dois tipos:
– Software de sistema operacional • Periféricos de saída populares mais comuns
– Software de aplicativos em geral – Monitores, que mostra dados e informações ao usuário;
– Impressoras, que permite a impressão de dados para mate-
• Software de sistema operacional rial físico;
O software de sistema é o responsável pelo funcionamento do – Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador;
computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos de – Fones de ouvido.
software do sistema incluem sistemas operacionais como Windo-
ws, Linux, Unix , Solaris etc. Sistema Operacional
O software de sistema operacional é o responsável pelo funcio-
• Software de aplicação namento do computador. É a plataforma de execução do usuário.
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para Exemplos de software do sistema incluem sistemas operacionais
execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicati- como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.
vos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc.
• Aplicativos e Ferramentas
Para não esquecer: São softwares utilizados pelos usuários para execução de tarefas
específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access,
além de ferramentas construídas para fins específicos.
HARDWARE É a parte física do computador
São os programas no computador (de fun-
SOFTWARE ARQUIVOS DIGITAIS: DOCUMENTOS, PLANILHAS,
cionamento e tarefas)
IMAGENS, SONS, VÍDEOS; PRINCIPAIS PADRÕES E
CARACTERÍSTICAS
Periféricos
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados
no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionali- Vamos primeiramente definir o que é um arquivo.
dades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou Arquivo é uma forma de armazenar informação. Antes dos
aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo computadores serem tão populares como é hoje toda informa-
melhorar o desempenho do computador, tais como design, qualida- ção gerada era arquivada, das mais variadas formas, para ser
de de som, alto falantes, etc. usada ou consultada posteriormente.
Esta informação poderia ser um texto como um jornal,
revista ou uma carta por exemplo, poderia ser um álbum de
fotos, um filme gravado em uma fita de vídeo VHS, um CD
de música etc. Todos estes exemplos são diferentes tipos de
informação armazenada.

93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Você verá que todas as tarefas envolvendo o computador Outro detalhe é que as imagens possuem vários tipos de
tem uma relação muito forte com as mesmas tarefas quando estrutura, temos músicas mais encorpadas, outras mais leves
realizadas no nosso dia-a-dia. Pensando desta forma vamos e isto influencia em sua extensão. Desta forma temos arquivos
traçar analogias entre o mundo real em que vivemos e o mun- de música .mp3, .wma, .wav, etc, cada tipo de música significa
do digital. estrutura interna diferente, mas podem ser executados pelo
Voltando aos arquivos, um arquivo digital é uma informação mesmo programa, muitas vezes necessitando apenas de um
armazenada em algum dispositivo digital como um HD, pen- codec (codificador/decodificador de som) para reconhecer
drive, máquina fotográfica digital, celular, etc. Por exemplo, a todas as extensões.
música originalmente gravada em um CD pode ser gravada em Fato semelhante acontece com vídeos, existem várias
um HD dentro do seu computador, neste mesmo HD você pode estruturas que geram várias extensões como .mp4, .avi, .divx
gravar as fotos das suas últimas férias em vez de guarda-las em dentre muitas outras.
um álbum, texto contendo um trabalho da faculdade, planilhas Então um arquivo pode conter qualquer tipo de informação
de cálculos, filmes, todos estes arquivos podem ser gravados como texto, música, foto, etc. Cada tipo de arquivo possui
em qualquer dispositivo de forma digital. uma estrutura e cada estrutura uma extensão. Cada programa
Em nosso mundo você precisa de equipamentos para trabalha com tipos de arquivos como texto, música, filme, etc.
produzir ou armazenas as informações que possuem o mesmo Normalmente um programa é capaz de trabalhar com várias
formato. Para ouvir qualquer música gravada em um CD você extensões do mesmo tipo de arquivo.
necessita de um equipamento que “toque” as músicas deste
CD em casa ou no carro, sem estes equipamentos é impossível Principais modelos de arquivo
ouvir qualquer música mesmo tendo vários CD da nossa banda Documentos de texto: como o nome diz, são arquivos feitos
preferida. por programas especialistas em trabalhar com textos, como na
Com as fotos, continuamos necessitando de uma máquina antiga máquina de escrever são programas utilizados para digi-
fotográfica ou até mesmo nosso celular para obter as fotos e tar trabalhos escolares, cartas, currículos e vários documentos
“armazenar” esta informação, nossas fotos, em algum disposi- em formato de texto.
tivo, mas necessitamos de um programa para visualizar estas
fotos ou até mesmo fazer retoques. Principais programas editores de texto e suas extensões:
Da mesma forma que em nosso mundo existem diferentes Microsoft Word: .doc, .docx, .dot, .dotx, .rtf, .txt, etc
equipamentos para diferentes tipos de informação, no mundo LibreOffice Writer: .odt, .doc, .txt, etc
digital os programas, conhecidos como softwares, fazem o Planilhas eletrônicas: São programas que realizam cálculos
trabalho destes equipamentos. Dentro do computador precisa- utilizando fórmulas e funções. Trabalham com gráficos e ma-
mos de programas para criar, editar ou manipular os diferentes pas. Muito utilizados em folhas de pagamento, controles de
tipos de informação. Existem programas que só trabalham com estoque e bancos de dados.
músicas, outros que trabalham com vídeo, outros com texto,
enfim, para cada tipo de informação é necessário utilizar um Principais programas e suas extensões:
software específico que “saiba” como trabalhar com aquele Microsoft Excel: .xls, .xlsx, .xml, etc
tipo de arquivo. LibreOffice Calc: .ods, .xls, .sxc, etc
Arquivos de áudio: São arquivos que contém algum tipo de
Cada tipo de arquivo possui uma estrutura interna diferen- som. Podem ser música, som ambiente, voz, etc.
te, e esta estrutura é o que diferencia os tipos de arquivo e Principais programas: Windows Media Player, Winamp,
especifica qual programa é responsável por “abrir” aquele tipo Groove, Rhythmbox, VLC, etc
de arquivo. Por este motivo é que existem softwares específi- Extensões: .mp3, .wma, .mid, ogg, .cda, .mka, etc
cos para cada lidar com cada tipo de arquivo. Um programa que
é usado para digitar texto não pode ser utilizado para “tocar” Arquivos de vídeos: Os arquivos de vídeos são arquivos mul-
música, um programa que toca música você não consegue ver timídia, ou seja, reúnem em um só arquivo, sons, imagens fixas
suas fotos e assim por diante. Esta estrutura é elaborada pelo e em movimento, legendas, etc. Este tipo de arquivo também
Sistema Operacional. é conhecido como “arquivo recipiente”, pois assim como em
Os diferentes tipos de arquivo são identificados de várias nosso mundo, em um recipiente como uma forma de bolo
formas. No Windows são identificados pela “extensão”. A ex- colocamos vários tipos diferentes de ingredientes. Os arquivos
tensão do arquivo são algumas letras que o Windows coloca de vídeos podem ter camadas de som ou vídeo comprimido
após um ponto no final do nome do arquivo que você definiu. utilizando um CODEC. Existem vários tipos de codec para som
Um arquivo que você “salvou” com o nome de “Currículo”, e vídeo, para cada extensão existe um tipo de codec. O arquivo
feito no Microsoft Word versão 2010, ficará assim “Currículo. recipiente é responsável por identificar os diferentes tipos de
docx”. A extensão .docx indica que “Currículo” é um arquivo arquivo.
de texto pois foi feito em um programa que é utilizado apenas Arquivos PDF: Portable Document Format, em português
para digitar textos, Microsoft Word, e todo arquivo feito no Documento de formato portátil, é um tipo de arquivo desen-
Microsoft Word possui a extensão “.docx”. volvido pela Adobe System em 1993. O PDF foi criado para
Já em qualquer Sistema Operacional Unix, ou seus de- garantir a abertura e visualização do arquivo independente
rivados como o Linux ou o Android, a identificação do tipo do Sistema Operacional ou programa responsável por editar
de arquivo é feito pela leitura da estrutura do arquivo, não aquele arquivo. É possível converter em PDF arquivos como
há necessidade de colocar extensões quando utilizado estes textos, planilhas ou apresentação de slides e garantir que eles
Sistemas Operacionais. sejam visualizados em qualquer computador, celular ou tablet.
Existem vários programas que possibilitam a visualização de

94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
um arquivo PDF, o mais popular é o Adobe Reader, porém, existem outros para plataformas Windows, Linux e Mac. Um arquivo
PDF é inalterado, ou seja, não editável, somente com programas visualizadores não é possível fazer qualquer alteração no
arquivo. Para editá-lo é necessário utilizar um programa na versão pago, chamado de PRO. Um arquivo PDF é criado em um
aplicativo de texto ou planilha ou apresentação e, depois de terminado, é convertido em PDF. Na conversão de um arquivo para
o formato PDF é possível inserir senhas para abrir, imprimir ou editar.

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)1.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

1 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas

95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Nomenclatura dos arquivos e pastas
Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft2.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.
2 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Localizando Arquivos e Pastas
No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

ARQUIVOS PDF

Adobe Reader é um software que permite que o usuário do computador visualize, navegue e imprima arquivos no formato PDF.
PDF é a sigla para Portable Document Format - um formato de arquivo desenvolvido pela Adobe Systems em 1993, para visualizar
documentos de maneira independente do aplicativo, do hardware e do sistema operacional usados para criá-los. Um arquivo PDF
pode descrever documentos que contenham texto, gráficos e imagens num formato independente de dispositivo e resolução. Como
detentora do desenvolvimento do PDF, a Adobe sempre foi líder em todos os aplicativos referentes ao formato.

Os arquivos convertidos para PDF pelo Adobe Acrobat possuem a extensão .pdf e trazem como vantagens:
► Pequeno tamanho de arquivo: os arquivos possuem uma compactação aceitável (por exemplo, arquivos de Word com 1MB
chegam a ficar, após a conversão para PDF, com 100 kB de tamanho - 10% do original).
► Não apresentam problemas de compatibilidade e/ou formatação dos arquivos.
► Garantem a integridade da informação: é possível assinar digitalmente um PDF.

Ter um arquivo em PDF facilita o compartilhamento de documentos porque diminui os problemas de incompatibilidade na hora de ler
arquivos eletrônicos, como ler um texto elaborado no MS-Word sem ter este programa instalado. E ele também facilita a manutenção dos
direitos autorais, já que não é possível editar o texto do programa.
Para fazer uma edição em um arquivo em PDF é necessário ter o Adobe Acrobat Professional. O Adobe Reader sozinho não tem
capacidade para realizar modificações. O que ele permite é acrescentar comentários, marcar o texto além de outras possibilidades.
E dependendo de como o criador do arquivo em PDF criar o documento, talvez não seja possível nem copiar, nem imprimir o texto,
opções de segurança através de senha.

97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Principais recursos
No Reader é possível fazer anotações, buscar um conteúdo por
palavra-chave e aumentar ou diminuir o zoom. O programa é gra-
tuito e pode ser usado em plataformas Mac OS, Linux e Windows
além de dispositivos móveis com o iOS, Android e Windows Phone.
Sua interface é simples e os ícones são bem intuitivos.
Nas últimas versões o software acrescentou recursos interes-
santes e melhorou especialmente as questões relativas a segurança.
Plugin
Se você tiver instalado o programa no seu PC, também poderá Examine cada função e descubra suas possibilidades, como
visualizar arquivos online sem a necessidade do download do arqui- a alternativa para ler o documento em voz alta, o que é muito
vo. O Reader da Adobe vem com um plugin para visualizar e salvar interessante. Vale lembrar que a opção é acessível apenas em do-
documentos PDF que tenham sido abertos a partir de uma página cumentos em inglês, e exibe falas pausadas, semelhantes a robôs
na internet, podem ser visualizados dentro do navegador. falando.
O Reader é muito utilizado para abrir portfólios, documentos Documento: A opção menos utilizada do aplicativo contém
oficiais e outros que costumam ser salvos no formato PDF. Editais funções para assinar o documento, além de várias configurações
de concursos, provas e gabaritos são disponibilizados normalmente acerca do nível de segurança empregado no documento. Também
em formato PDF. há opções de acessibilidade encontradas nesse menu.
Na primeira vez em que você abrir o programa, aparecerá uma Ferramentas: Dentro do guia de ferramentas do Reader, estão
janela com o Contrato de Licença do Adobe Reader. Clique em presentes algumas das funções mais importantes do aplicativo. O
“Aceitar” para concordar com o Contrato de Licença e continuar o guia “Selecionar e Zoom” contém as formas de manipular o docu-
Adobe Reader será aberto. mento através do mouse, que serão explicadas logo abaixo.
ACROBAT READER 7 e 8 Janela: Organiza as janelas do programa, caso você esteja
Utilização da Barra de ferramentas lateral com marcadores manipulando diversos documentos ao mesmo tempo. Também
Barra de Ferramenta de navegação em páginas e zoom conta como a interessante função para visualização em tela
Várias formas de visualização de página e botão visualização em cheia, ideal para quem gosta de ler livros eletrônicos em PDF.
Tela Cheia.
ACROBAT READER 9.0
A versão 9.0 do visualizador de arquivos em PDF mais conhecido
pelos usuários apresentava todas as características fundamentais
para um programa do gênero, permitindo exibir qualquer dado no Principais botões
formato apropriado sem complicações. Logo abaixo da barra de menu do Adobe Reader estão inseridos
Para facilitar um pouco as coisas, vamos separar as funções do seus principais botões.Através deles, que tem suas funções bem
aplicativo por descrições de cada ação encontrada no programa, na distribuídas, é possível realizar as tarefas fundamentais do progra-
ordem em que aparecem em sua tela principal. Depois, analisare- ma, sem maiores complicações.
mos seus botões padrão, explicando um pouco sobre o que cada Dentre os botões principais, estão funções para imprimir ou
um deles permite. salvar os arquivos, compartilhá-los, alterar a página visualizada,
quantidade de zoom e modos de exibição pré-definidos, como
exibir as páginas em tamanho real ou com as laterais alinhadas
à tela.

Barra de menu
Todas as funções do Adobe Reader podem ser rapidamente
acessadas através de sua barra de menus, que é muito parecida
com diversos aplicativos conhecidos pelos usuários, como visuali-
zadores e editores de texto em geral.
Arquivo: Permite abrir novos documentos, além de alternar
entre funções de salvamento, compartilhamento, propriedades,
edições, impressão, entre outras. Na parte inferior do menu, ficam
salvos os últimos arquivos abertos, o que torna mais rápido reen-
contrar algum deles.
Editar: Como o próprio nome sugere, esta opção permite fazer
edições simples nos documentos, como recortar, copiar e colar Menu de contexto
trechos dele, além de localizar ou pesquisar palavras dentro do do- Clicando sobre as páginas do documento com o botão direito
cumento. Vale lembrar que muitos arquivos são protegidos quanto do mouse, é possível exibir o menu de contexto do programa. Ele
a esse tipo de alterações. contém algumas das funções já citadas, o que torna mais rápido e
Visualizar: Por esta ser a função principal do Reader, é fácil per- dinâmico alterar certas configurações.
ceber que a grande maioria das opções do aplicativo se encontra
nela. Basta percorrer o mouse para abrir novas funções inerentes
às primeiras, como alterar a forma de exibição do documento ou a
quantidade de zoom exibida nele.

98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
É possível alternar o manuseio do documento, escolhendo as ACROBAT READER X
opções de seta, mão ou zoom, em que cada uma contém funções Quem tem Mac não precisa do Adobe Reader, já que o pró-
especificas, ao gosto de cada usuário. Também há alternativas para prio sistema consegue exibir arquivos PDF, mas continua sendo
imprimir o documento, visualizar suas propriedades e escolher importante tê-lo no Windows. E é aí que residem os problemas: é
entre os modos de exibição disponíveis. absolutamente comum que empresas de segurança informem bre-
Para abrir um documento em PDF, clique no menu “Arquivo” chas no aplicativo, relegando a ele uma das primeiras colocações
e clique em “Abrir”, clique no comando “Abrir” no assistente do no ranking dos softwares mais vulneráveis.
programa, ou ainda, pressione simultaneamente as teclas “Ctrl” e A Adobe vem trabalhando para melhorar o Reader juntamente
“o”; com algumas empresas também interessadas em melhorar rapida-
mente a segurança da visualização de PDF. O novo Reader X vem com
uma sandbox, a função “Enhanced Security”, um sistema de segurança
que isola os processos e evita que algum código malicioso impregnado
no arquivo PDF consiga acessar diretamente a memória RAM e outros
componentes do computador.
Outra grande novidade do software é a facilidade para compartilhar
arquivos com amigos, o que cada vez mais tem sido procurado na
internet. Para dados pequenos, de até 25 Mb (tamanho normalmente
suportado por servidores de e-mail), é possível enviar diretamente para
a sua conta de e-mail através de um clique. O programa envia o arquivo
como anexo para a conta de e-mail e só é necessário adicionar os conta-
tos que quiser e escrever alguma mensagem.
A principal vantagem para compartilhar arquivos vem com a
integração ao serviço Adobe SendNow. Com isso, o utilizador pode
enviar arquivos com até 500 Mb para vários amigos, e ao mesmo
tempo, com a maior facilidade. É só clicar para enviá-lo ao progra-
ma de compartilhamento da Adobe, escolher seus destinatários e
Navegue até um documento em PDF que esteja gravado em seu enviar.
HD, pendrive ou pasta compartilhada em Rede e clique no botão Quando o arquivo a ser compartilhado não for tão grande
“Abrir”. a ponto de exigir o SendNow ou um FTP, o documento pode ser
anexado automaticamente a uma mensagem de correio eletrônico,
também com um simples clique.

O arquivo no formato PDF será aberto normalmente, exibindo


seus marcadores e capítulos na coluna do lado esquerdo da tela.

Outro benefício que o programa te proporciona é a possibili-


dade de criar marcadores para ir diretamente para uma seção no
documento PDF.

Novidades
Alguns recursos foram adicionados ao programa para otimizar a
experiência do usuário. Entre eles, melhorias nas opções de preen-
chimento, assinatura e a possibilidade de gravação de formulários.
Foi acrescentado, também, a função de proteção de roubo de
dados, modo de comentários com carimbos, anexos e áudio. Além
disso, agora é possível criar PDF exportados de arquivos compatí-
veis com Word e Excel.

99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Você também pode exportar arquivos facilmente utilizando o Mesmo que não seja um substituto real para os softwares ded-
Adobe ExportPDF, que pode ser comprado diretamente pelo Adobe icados à leitura de livros digitais, em um momento de necessidade
Reader. extrema ou de impossibilidade na instalação do Digital Editions, o
Reader XI pode servir como alternativa.
ADOBE READER XI Outra novidade introduzida no Adobe Reader XI é o Modo
Uma possibilidade interessante que aparece no Adobe Reader de Toque. Este modo deixa os elementos da interface maiores
XI é a criação de arquivos PDF a partir do serviço oficial de con- e mais espaçados para facilitar seu uso com telas sensíveis ao
versão online. O Adobe CreatePDF permite que a criação de PDF toque.
seja feita diretamente do Adobe Reader XI, ou em programas como
o Word ou Excel usando a opção “Print to PDF” (imprimir em PDF).
Apesar de serem possíveis em versões anteriores do programa,
as anotações foram aprimoradas no Reader XI. Um painel lateral
exibe as ferramentas de anotação – comentários “Sticky Note” ou
marca-texto “Highlight Text” – e uma lista com todas as notas feitas
no documento, facilitando encontrar uma determinada citação ou
passagem importante do texto.

Outro detalhe é que todas as versões mais recentes do Adobe


Reader agora incluem o suporte para instalação automática de no-
vas atualizações, basta marcar a opção abaixo durante a instalação
do aplicativo ou na tela Preferências:

Da mesma forma, a cópia de imagens ou passagens de texto


no Reader XI também recebeu novidades. A ferramenta “Take
snapshot”, tirar retrato, dentro do menu “Editar”, copia uma região
selecionada pelo usuário para a área de transferência. Ao colar
essa seleção, uma imagem é posicionada, reproduzindo o conteúdo
escolhido.
Além da segurança e da velocidade, o Adobe Reader XI aprove-
ita conceitos do Adobe Digital Editions e outras experiências
da empresa no mundo dos e-books no “Read Mode”, ou modo
de leitura. Apresentando menos controles na tela, o aplicativo Dispositivos Móveis
oferece uma interface mais agradável para leituras continuadas. Com o aplicativo para Android, iOS e Windows Phone, a visu-
alização e o compartilhamento de arquivos PDF fica mais rápidas.
Além disso, há a possibilidade de visualizar, e interagir com os
arquivos em seu celular ou tablet.
Ao baixar o app do Adobe Reader, o usuário pode pesquisar
textos, utilizar marcadores, ampliar letras ou imagens de forma
simples e prática, navegar rapidamente com miniaturas, acessar
documentos criptografados e exibir portfólios e pacotes em PDF,
entre outras funcionalidades. Há também o modo noturno, que
permite a leitura em locais escuros.
Para deixar seus arquivos mais organizados, crie pastas para
ajudar na localização e copie documentos para serem usados ou
marcados como modelo.
Ele também permite que o usuário marque facilmente o
documento PDF com a ferramenta de desenho à mão livre, sendo
possível desfazer eventuais erros sem qualquer dificuldade. Além

100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
disso, ele permite compartilhar arquivos por e-mail e, até mesmo, Arquivos e atalhos
imprimir documentos sem a necessidade utilizar um fio sequer, Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
pelo AirPrint da Apple. vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
ADOBE READER DC Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
O software Adobe Acrobat Reader DC é o padrão gratuito e vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
confiável para visualizar, imprimir, assinar e anotar PDFs. É o único • Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
visualizador de PDF que pode abrir e interagir com todos os tipos da pasta ou arquivo propriamente dito.
de conteúdo PDF, incluindo formulários e multimídia. Agora, ele
está conectado à Adobe Document Cloud – para que você possa
trabalhar com PDFs no computador e em dispositivos móveis.
Preencha, assine e envie os formulários de maneira fácil e rápi-
da, diretamente do seu computador, navegador ou tablet.
A ferramenta “Preencher e assinar” fornece uma maneira fácil
de trabalhar com formulários ou PDF que não foram otimizados
para o preenchimento de formulários. É possível salvar com segu-
rança as informações mais usadas com frequência na sua coleção
pessoal de preenchimento automático. Na próxima vez, apenas
arraste e solte as informações para preencher os formulários mais
rápido.
Assine seu formulário digitando ou desenhando sua assinatura,
ou ainda usando uma imagem. Envie os formulários preenchidos a Área de trabalho
outras pessoas e armazene formulários com segurança na Adobe
Document Cloud.
O Acrobat DC e o Acrobat Reader DC permitem abrir e salvar
arquivos em serviços de gerenciamento de arquivos online, como o
Dropbox, Microsoft SharePoint, OneDrive e Box. Você pode acessar
arquivos PDF hospedados nestes serviços online pela interface da
Web, ou diretamente no Adobe Acrobat DC ou Adobe Acrobat
Reader DC.

CONHECIMENTOS SOBRE SISTEMA OPERACIONAL


WINDOWS 10: CONCEITOS GERAIS, PRINCIPAIS
UTILITÁRIOS, CONFIGURAÇÕES

Área de transferência
WINDOWS 10 A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
Conceito de pastas e diretórios tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas- – Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze- estamos copiando dados para esta área intermediária.
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos – Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos). estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o área de transferência.
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos.

101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Manipulação de arquivos e pastas
A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.

Uso dos menus • O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-


tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

Programas e aplicativos e interação com o usuário


Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.
– Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo
para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma • O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-
excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center. pia de segurança.

102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Inicialização e finalização Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.

• Área de trabalho do Word


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo
com a necessidade.

Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no Win-


dows, porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:

• Iniciando um novo documento

PRODUÇÃO E EDIÇÃO DE DOCUMENTOS. FUNÇÕES


PARA EDIÇÃO, BUSCAS, FORMATAÇÃO, IMPRESSÃO
E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS. CONTROLE DE
ALTERAÇÕES, USO DE SENHAS PARA PROTEÇÃO,
FORMATOS PARA GRAVAÇÃO E INTEGRAÇÃO COM
OUTROS APLICATIVOS NO AMBIENTE WINDOWS.
PRODUÇÃO E EDIÇÃO DE PLANILHAS. FUNÇÕES
PARA EDIÇÃO, BUSCAS, FORMATAÇÃO, IMPRESSÃO
E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS. MANIPULAÇÃO DE
FÓRMULAS, FUNÇÕES E GRÁFICOS. IMPORTAÇÃO E
EXPORTAÇÃO DE DADOS

Microsoft Office

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.

GUIA PÁGINA TECLA DE


ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
Justificar (arruma a direito
e a esquerda de acordo Ctrl + J
com a margem

Alinhamento à direita Ctrl + G


O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para
uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas Centralizar o texto Ctrl + E
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos –
Alinhamento à esquerda Ctrl + Q
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações –
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum:

103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
Verificação e
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos Revisão correção ortográ-
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação), fica
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.
Arquivo Salvar

Excel
GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
Tipo de letra dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
Tamanho – Planilha de vendas;
– Planilha de custos.
Aumenta / diminui tamanho
Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-
tomaticamente.
Recursos automáticos de caixa-altas
e baixas • Mas como é uma planilha de cálculo?
– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
Limpa a formatação calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
pecíficas do aplicativo.
• Marcadores – A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se- entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos:

• Outros Recursos interessantes:


– Podemos também ter o intervalo A1..B3

GUIA ÍCONE FUNÇÃO


- Mudar
Forma
Página - Mudar cor
inicial de Fundo
- Mudar cor
do texto

- Inserir
Tabelas
Inserir
- Inserir
Imagens
– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
uma planilha.

104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Formatação células Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-
ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

• Fórmulas básicas
Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY) tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY) Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY) ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, ti-
DIVISÃO =(célulaX/célulaY) pos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
• Fórmulas de comum interesse utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
MÉDIA (em um intervalo de trabalho com o programa.
=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários Office 2013
no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe- A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho. a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque
apresentado anteriormente. (TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen-
tos com telas simples funciona normalmente.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po-
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart-
fones diversos.

• Atualizações no Word
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s).

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.
Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro
slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se • Atualizações no PowerPoint
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de – O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
uma posição para outra utilizando o mouse. ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados de apresentações profissionais;
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas – O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
para passagem entre elementos das apresentações. – Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- quisa inteligente;
vando a experiência dos usuários a outro nível. – É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.

106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Atualizações no Excel • Atualizações no Excel
– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante- – Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó- destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a algum mapa que deseja construir.
questão do compartilhamento dos arquivos.

• Atualizações no PowerPoint
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
tão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
3D na apresentação.

Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.

• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
desenvolvimento de documentos;

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.


Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.

107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Office 365 Área de trabalho do Writer
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura Nesta área podemos digitar nosso texto e formatá-lo de acordo
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário com a necessidade. Suas configurações são bastante semelhantes
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o às do conhecido Word, e é nessa área de trabalho que criaremos
Word, Excel e PowerPoint. nossos documentos.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

LIBREOFFICE OU BROFFICE

Iniciando um novo documento

Conhecendo a Barra de Ferramentas


LibreOffice é uma suíte de aplicativos voltados para atividades
de escritório semelhantes aos do Microsoft Office (Word, Excel, Po-
Alinhamentos
werPoint ...). Vamos verificar então os aplicativos do LibreOffice:
Ao digitar um texto frequentemente temos que alinhá-lo para
Writer, Calc e o Impress).
atender as necessidades do documento em que estamos trabalha-
O LibreOffice está disponível para Windows, Unix, Solaris, Linux
mos, vamos tratar um pouco disso a seguir:
e Mac OS X, mas é amplamente utilizado por usuários não Windo-
ws, visto a sua concorrência com o OFFICE.
Abaixo detalharemos seus aplicativos:

LibreOffice Writer
O Writer é um editor de texto semelhante ao Word embutido
na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir cartas, livros, aposti- GUIA PÁGINA
ALINHAMENTO TECLA DE ATALHO
las e comunicações em geral. INCIAL
Vamos então detalhar as principais funcionalidades. Alinhamento a
Control + L
esquerda
Centralizar o texto Control + E

Alinhamento a direita Control + R

Justificar (isto é
arruma os dois lados,
direita e esquerda Control + J
de acordo com as
margens.

108
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formatação de letras (Tipos e Tamanho) Área de trabalho do CALC
Nesta área podemos digitar nossos dados e formatá-los de
acordo com a necessidade, utilizando ferramentas bastante seme-
lhantes às já conhecidas do Office.

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho da letra

Aumenta / diminui tamanho

Itálico

Sublinhado

Taxado

Sobrescrito

Subescrito

Marcadores e listas numeradas Vamos à algumas funcionalidades


Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se- — Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
guinte forma:

OU GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Nesse caso podemos utilizar marcadores ou a lista numerada


Tamanho da letra
na barra de ferramentas, escolhendo um ou outro, segundo a nossa
necessidade e estilo que ser aplicado no documento. Aumenta / diminui
tamanho

Itálico

Cor da Fonte
Outros Recursos interessantes:
Cor Plano de Fundo
ÍCONE FUNÇÃO
Mudar cor de Fundo Outros Recursos interessantes
Mudar cor do texto
Inserir Tabelas ÍCONE FUNÇÃO
Inserir Imagens Ordenar
Inserir Gráficos Ordenar em ordem
Inserir Caixa de Texto crescente
Verificação e correção ortográfica Auto Filtro
Inserir Caixa de Texto
Inserir imagem
Salvar Inserir gráfico
Verificação e correção
LibreOffice Calc ortográfica
O Calc é um editor de planilhas semelhante ao Excel embutido
na suíte LibreOffice, e com ele podemos redigir tabelas para cálcu-
los, gráficos e estabelecer planilhas para os mais diversos fins. Salvar

109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cálculos automáticos Fórmulas básicas
Além das organizações básicas de planilha, o Calc permite a — SOMA
criação de tabelas para cálculos automáticos e análise de dados e A função SOMA faz uma soma de um intervalo de células. Por
gráficos totais. exemplo, para somar números de B2 até B6 temos
São exemplos de planilhas CALC. =SOMA(B2;B6)
— Planilha para cálculos financeiros.
— Planilha de vendas — MÉDIA
— Planilha de custos A função média faz uma média de um intervalo de células. Por
exemplo, para calcular a média de B2 até B6 temos
Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au- =MÉDIA(B2;B6)
tomaticamente. Mas como funciona uma planilha de cálculo? Veja:
LibreOffice impress
O IMPRESS é o editor de apresentações semelhante ao Power-
Point na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir apresentações
para diversas finalidades.
São exemplos de apresentações IMPRESS.
— Apresentação para uma reunião;
— Apresentação para uma aula;
— Apresentação para uma palestra.

A apresentação é uma excelente forma de abordagem de um


tema, pois podemos resumir e ressaltar os principais assuntos abor-
dados de forma explicativa. As ferramentas que veremos a seguir
facilitam o processo de trabalho com a aplicação. Confira:
A unidade central de uma planilha eletrônica é a célula que
Área de trabalho
nada mais é que o cruzamento entre a linha e a coluna. Neste exem-
Ao clicarmos para entrar no LibreOffice Impress vamos nos de-
plo coluna A, linha 2 ( Célula A2 )
parar com a tela abaixo. Nesta tela podemos selecionar um modelo
Podemos também ter o intervalo A1..B3
para iniciar a apresentação. O modelo é uma opção interessante
visto que já possui uma formatação prévia facilitando o início e de-
senvolvimento do trabalho.

Para inserirmos dados basta posicionarmos o cursor na célula e


digitarmos, a partir daí iniciamos a criação da planilha.

Formatação células

Neste momento já podemos aproveitar a área interna para es-


crever conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas, ou
até mesmo excluí-las.
No exemplo a seguir perceba que já escrevi um título na caixa
superior e um texto na caixa inferior, também movi com o mouse os
quadrados delimitados para adequá-los melhor.

110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formatação dos textos:

Itens demarcados na figura acima:


— Texto: Largura, altura, espaçamento, efeitos. Percebemos agora que temos uma apresentação com dois sli-
— Caractere: Letra, estilo, tamanho. des padronizados, bastando agora alterá-los com os textos corre-
— Parágrafo: Antes, depois, alinhamento. tos. Além de copiar podemos movê-los de uma posição para outra,
— Marcadores e numerações: Organização dos elementos e trocando a ordem dos slides ou mesmo excluindo quando se fizer
tópicos. necessário.

Outros Recursos interessantes: Transições


Um recurso amplamente utilizado é o de inserir as transições,
que é a maneira como os itens dos slides vão surgir na apresenta-
ÍCONE FUNÇÃO
ção. No canto direito, conforme indicado a seguir, podemos selecio-
Inserir Tabelas nar a transição desejada:
Inserir Imagens
Inserir Gráficos
Inserir Caixa de Texto
Verificação e correção
ortográfica

Salvar

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo obtendo vários no


mesmo formato, e podemos apenas alterar o texto e imagens para
criar os próximos.

111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A partir daí estamos com a apresentação pronta, bastando cli- • WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que
car em F5 para exibirmos o trabalho em tela cheia, também aces- a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
sível no menu “Apresentação”, conforme indicado na figura abaixo. mos o conceito.

Navegação e navegadores da Internet


INTERNET: CONCEITOS GERAIS E FUNCIONAMENTO.
• Internet
ENDEREÇAMENTO DE RECURSOS. NAVEGADORES
(BROWSERS) E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES. GOOGLE É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção
CHROME. FIREFOX. INTERNET EXPLORER: BUSCAS, global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co-
SALVA DE PÁGINAS, CACHE E CONFIGURAÇÕES municam.

• Procedimentos de Internet e intranet


Tipos de rede de computadores
Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas
• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido.
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa-
Exemplos: casa, escritório, etc.
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down-
load), etc.

• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem-


plo.
• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns


dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Internet Explorer 11

• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifi-
cado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://www.
gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre ou-
tras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços

113
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa-
procurada; dor público sempre desative a sincronização para manter seus da-
dos seguros após o uso.
3. Ícones para manipulação do endereço da URL
Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da Google Chrome
situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos


O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi-
Mozila Firefox biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa-
das por concorrentes.
Vejamos:

• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto (+).
de nosso estudo: A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página


Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

4 Voltar para a página inicial do Firefox


1 Botão Voltar uma página
5 Barra de Endereços
2 Botão avançar uma página
6 Ver históricos e favoritos
3 Botão atualizar a página
Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,
7 4 Barra de Endereço.
Menu e outros)
Sincronização com a conta FireFox (Vamos 5 Adicionar Favoritos
8
detalhar adiante)
6 Usuário Atual
9 Mostra menu de contexto com várias opções
Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na seguir.
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc., O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado

114
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum • Downloads
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio- Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
nalidades. site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o
• Favoritos progresso e os downloads concluídos.
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
pronto.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.

• Sincronização
Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
• Histórico se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao rão disponíveis na sua conta Google.
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- Por exemplo:
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do – Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, disponíveis.
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo – Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.
dia a dia se preferir.
No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do
usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

Safari

• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta. ções implementadas.

115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Vejamos: Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você
pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para remo-
• Guias vê-lo, basta clicar em excluir.

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar


CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos


da imagem:

1 Botão Voltar uma página


• Histórico e Favoritos
2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bas-


tante comuns.
Vejamos algumas de suas funcionalidades: • Pesquisar palavras
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em
• Lista de Leitura e Favoritos busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o
No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para pos- atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po-
terior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endere- demos digitar parte do que procuramos, e será localizado.
ços. Para adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e • Salvando Textos e Imagens da Internet
pronto. Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

116
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Downloads lhas de segurança, nosso computador e nossa rede também devem
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al- estar seguros, pois o vazamento de nossas informações e falhas
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). de segurança podem estar em nossos dispositivos, neste caso, nós
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o somos o elo fraco da corrente.
progresso e os downloads concluídos.
1- Cuidado com o nosso computador
Primeira preocupação que devemos ter quando falamos de
segurança de dados deve ser o nosso dispositivo: computador,
notebook, tablete ou smartphone.
Devemos evitar programas piratas pois eles abrem brechas,
portas que já falamos sobre elas, que possibilitam a transmissão de
informações sem nosso conhecimento ou autorização.
Utilizar um antivírus eficiente, atualizado diariamente e exe-
cutar o scan semanalmente (no mínimo). Existem antivírus pagos
e gratuitos. Faça uma pesquisa em sites confiáveis sobre a per-
formance e confiabilidade de programas antivírus e decida sobre
qual utilizar, mas independente da sua escolha, utilize o software
antivírus.
Existem outros programas que auxiliam a defesa do computa-
dor como firewall, antispyware e outros. Lembre-se que proteção
e velocidade de transmissão de dados estão em pontos opostos
de uma gangorra, quanto mais proteção menos velocidade você
terá, pois a proteção é feita através de uma análise do tráfego de
informações que entram e saem do seu dispositivo.
Cuidados com os Downloads. Para um furto de informações
é basicamente necessário que haja códigos maliciosos em sua
máquina ou que hajam brechas para que o cracker instale estes
programas e assim consiga monitorar seu teclado e vídeo coletando
informações importantes sobre seus dados que serão enviados ao
cracker e utilizados por ele. Uma forma destes códigos estarem em
seu dispositivo é através do Download de programas, onde muitas
NAVEGAÇÃO SEGURA: CUIDADOS, AMEAÇAS, USO
DE SENHAS E CRIPTOGRAFIA. TOKENS E OUTROS vezes, há uma instalação por demanda, ou seja, ao instalar um pro-
DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA grama que você deseja é instalado outros sem seu conhecimento
ou que são indicados nas telas e que clicamos em “próximo” ou
“next” sem ao menos ler o que está escrito. Esta é uma das formas
O uso da Internet é algo que faz parte do nosso dia a dia, faz mais eficazes de instalar programas ou plug-ins em seu computador
parte do cotidiano da maioria das pessoas e é muito difícil imaginar sem que você saiba que está instalando. Cuidado com programas
um mundo sem ela. que prometem acelerar seu dispositivo, consertar erros do Sistema
A Internet é usada para trabalhos escolares, conhecer pessoas, Operacional, ou ainda, protege-lo contra vírus e outras pragas
realizar pagamentos, publicar documentos e fotos, estudar, ouvir digitais. Instale programas que tenham boa reputação e ainda
música, assistir vídeos, obter arquivos e programas, procurar em- mais, que sejam de fontes confiáveis, procurar pelo software utili-
pregos, realizar cursos, declarar imposto de renda, etc... zando um mecanismo de busca e clicar em qualquer site para fazer
No entanto, ela também possui muitos perigos, pois qualquer download é o primeiro erro que cometemos para abrir as portas de
um está sujeito a sofrer ataques de crackers ou ter seu computador nosso computador tornando-o vulnerável.
invadido por vírus ao acessar e-mails e documentos mal-intencio- Cuidados com os arquivos que tiverem a extensão “.exe.”. Na
nados. Internet é comum tentar fazer o download de uma música e o
Com o crescimento do uso de da informática para comércio arquivo aparecer assim: “musica.mp3.exe” na realidade, o arquivo
eletrônico, acesso às instituições financeiras e várias áreas com não é um mp3 e sim um exe, portanto, um programa e não uma
tecnologia digital as empresas se viram obrigadas a pensar na segu- música. Esteja sempre atendo ao nome e tipo de arquivo do down-
rança de suas informações para evitar ameaças e golpes. Assim, a load e em todas as telas que aparecerem durante a instalação.
segurança da informação surgiu para reduzir possíveis ataques aos Atualize todos os programas que você utiliza, eles também
sistemas empresariais e domésticos. Resumindo, a segurança da podem servir de brechas no seu computador.
informação é uma maneira de proteger os sistemas de informação
contra diversos ataques mantendo documentações e arquivos em 2- Cuidados ao navegar na Internet
segurança. Não utilizar sites de busca para sites de compras ou institui-
A primeira ideia que deve ser deixada de lado é que a Internet ções financeiras, muitas vezes, o resultado do site não é aquele
não tem nada de “virtual”. Tudo que é realizado lá tem suas conse- que você procura e poderá te levar para sites falsos, isto não é
quências no mundo real. um padrão, mas pode acontecer devido aos inúmeros resultados
Lembre-se que a segurança é uma corrente e se algum elo apresentados pelo site de busca. Digite o endereço diretamente
estiver rompido, não basta que todos os outros estejam fortes a na barra do navegador e ao constatar que o endereço é verda-
corrente estará fraca e poderá ser rompida, como nesta metáfora deiro, guarde-o como favorito no seu navegador para acessa-lo
não basta somente os sites se preocuparem com os ataques e fa-

117
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
novamente com segurança. Caso você não saiba o endereço e Elabore “senhas em grupos”, utilize senhas diferentes para
terá que recorrer a um site buscador, preste atenção no endereço bancos, trabalho, redes sociais e e-mail.
de redirecionamento, e não somente no título da busca. Cuidado ao fazer cadastros em sites onde é obrigatório digitar
algumas informações como nome, CPF e e-mail, entre outros, esco-
lha bem os sites que merecem ou que você necessita de cadastro.
Troque sua senha periodicamente e utilize navegadores dife-
rentes, existem bons navegadores que podem ser utilizados, alter-
nar sua utilização dificulta sua rastreabilidade, e sempre utilizar a
opção “não quero ser rastreado” e utilizar janelas de navegação
anônima ou privada.

3- Utilizando o e-mail e redes sociais


Ponto muito explorado por crackers na tentativa de invasão
e inserir códigos maliciosos em seu computador é através do
e-mail. Fique atento nestes procedimentos para garantir sua
segurança utilizando esta importante ferramenta da WEB, o
Em sites de instituição financeira ou aqueles que necessitam de e-mail, uma das principais formas de comunicação na atualidade.
seu login e senha, tenha certeza de que está navegando apenas MUITO CUIDADO com os anexos recebidos pelo e-mail. Fique
utilizando uma conexão segura (https://). atendo com as extensões dos arquivos, sendo os mais comuns
Mantenha sempre o flash player e o Java atualizados, esta documentos de texto (.docxe .odt), planilhas de cálculo (.xlsx e
atualização é feita automaticamente, toda vez que há a neces- .ods), apresentações de slides (.pptx e .odp), fotos (.gif .jpg .jpeg
sidade de atualizar é o próprio programa, Java ou adobe, que .png entre outros) e claro que o .pdf é um dos arquivos mais trans-
irá lhe informar que existe uma atualização a ser feita para o mitidos pela WEB através do e-mail. Nunca clique sobre arquivos
recurso e não o site. Não permita qualquer instalação que o que contenham a extensão .exe (programas), mesmo que tenham
site solicite para “executar” alguma atividade. Por exemplo, algo parecido como (musica.mp3.exe) ou (documento.pdf.exe) isto
ao entrar em um site ele solicita que você atualize o player é uma armadilha.
para executar uma música. Na dúvida, visite o site oficial do O golpe mais comum é o link existente dentro do e-mail ou dos
programa e confirme se há necessidade de atualizar a versão posts das redes sociais. Este é o método mais eficaz e dá muito
que você está utilizando ou se trata de um golpe do site. resultado para os que tentam invadir seu computador e inserir
Não salve senhas no seu navegador. A senha a comprovação programas indesejados.
que é você quem está realizando aquela tarefa. Não armazene sua LEMBRE-SE QUE NENHUMA EMPRESA GOVERNAMENTAL
senha e deixe sempre DESABILITADO a função “Manter conectado” COMO RECEITA FEDERAL, CERASA, CORREIOS e instituições fi-
ou “Continuar conectado” principalmente em computadores com- nanceiras como BANCO DO BRASIL, CAIXA ECONOMICA FEDERAL,
partilhados ou em Lan house ou cyber café. Outra dica importan- BRADESCO, ETC... não enviam códigos de segurança nem informam
tíssima é clicar “desconectar, Sair, Logoff ou Logout” de qualquer sobre cancelamento de CPF, dívidas e protestos sobre contas não
site em que você tenha feito o Login, só fechar o navegador, por pagas e outras informações que tenham o texto “clique aqui para
padrão, não faz o logoff. Se você estiver lendo seus e-mails e fechar verificar....”, como já disse, este é o golpe que dá mais resultado,
o navegador sem clicar em Logoff e outra pessoa abrir o navegador pois todos os dias pessoas clicam nestes links e instalam programas
e entrar no mesmo e-mail, sua caixa de entrada se abrirá automa- espiões e que abrem brechas para uma futura invasão.
ticamente para esta outra pessoa, olha o risco! Estes e-mails muitas vezes trazem assuntos importantes vincu-
Por falar em senha, use senhas difíceis utilizando números, lados na mídia e que atiça a curiosidade do ser humano. Um golpe
letras maiúsculas e minúsculas e símbolos. Por exemplo se você que deu muito certo foram os e-mails que traziam a seguinte frase:
usa uma senha muito fraca “maria” e quer torna-la mais segura “clique aqui para ver as fotos do Bin Laden morto”, “clique aqui
utilize por exemplo “M@r!4”. Substituir a letra “a” pelo número para saber o escândalo em que o Brasil vendeu a copa do mundo
“4” e a letra “e” pelo número “3” é bem útil e fácil de gravar. Outra para a Alemanha”, ou seja, os assuntos que despertam a curiosida-
substituição útil é trocar a letra “a” pelo símbolo “@” e a letra “i” de são comumente usados, cuidados com estes links.
pelo símbolo “!”. São símbolos fáceis de se lembrar e fazem muita Outro golpe são as liquidações como “Black Friday”, passagens
diferença com relação a segurança. Porém, nunca utilize nomes aéreas, pacotes de viajem recebidas por e-mail de agências que
como de esposa, filhos, pai e mãe. Para utilizar nomes use nome você nunca se cadastrou. Caso o anuncio te desperte curiosidade
de animais de estimação que você tinha quando era criança, não os abra uma nova aba no navegador e já até o site e procure pela
atuais, não use datas de nascimento ou casamento. Para quem tem promoção, caso você não a encontre É GOLPE!!! Delete o e-mail e
dificuldade de memorizar senhas difíceis experimente fazer uma não clique em nada.
senha intercalando um nome, de animal de estimação ou primeiro Se você não conhece o remetente do e-mail já desconfie, de
namorado, etc, com uma sequência numérica por exemplo a senha preferência, delete.
“solucao” fica assim: “s1o2l3u4c5a6o7”. Repare a palavra solucao Em redes sociais o golpe é parecido cuidado com os links que
está intercalado com os números de 1-7, ficou uma senha grande aparecem em posts.
e difícil de reproduzir caso alguém que esteja olhando e é fácil de Nas redes sociais a preocupação com sigilo e privacidade das
memorizar pelo usuário. Para dificultar um pouco mais a sequência suas informações é o ponto explorado por quem quer te atacar.
pode ser decrescente ficando: “s7o6l5u4c3a2o1” só coloquei os Não coloque informações como número de telefone e endereço.
números de 7-1 e a palavra continua a mesma “solucao”, evite Cuidado com as fotos, elas falam mais do que você pretende.
colocar “ç”, pois você poderá ter que digitar sua senha em teclado Cuidados com os comentários do tipo “este é o barzinho que vou
que não tem esta tecla dificultando ou impedindo sua utilização.

118
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
toda quinta-feira”. Se alguém estiver te seguindo ou querendo te Perda da Integridade: quando uma informação é acessada por
sequestrar esta informação é muito valiosa e pode fazer a diferença pessoa não autorizada, que pode ou não efetuar alguma alteração
entre o sucesso e o fracasso do ocorrido. em seu conteúdo sem registrar estas alterações. A informação fica
Não coloque fotos da sua casa ou apartamento elas mostram o exposta sem segurança e controle.
interior da sua casa, dando detalhes de janelas e objetos existentes Perda de confidencialidade: quando uma informação é acessa-
no ambiente. Restrinja apenas aos seus amigos a visibilidade do seu da por pessoa que utiliza a senha ou outro método de certificação,
álbum de fotos. Evite de postar fotos dizendo os lugares que você para acessar dados restritos e que ela não deveria ter acesso devido
está e o caminho que irá fazer e não poste suas rotinas diárias. Não à sua posição, cargo ou tipo da informação.
dê informações sobre viagem como “este mês estarei em Ubatu- Perda de disponibilidade: quando uma informação torna-se
ba”. Só adicione pessoas que você conheça. indisponível às pessoas que deviam ter acesso à ela. Esta indis-
Não coloque muitos detalhes no seu perfil, seja uma pessoa ponibilidade pode ser causada por falhas no hardware, software
discreta. E cuidado com os “fakes” perfil falso. ou ambos, falta de conexão de rede ou simplesmente queda de
A Internet nos traz várias opções de conectividade com o energia.
mundo, podemos obter informações em sites de qualquer lugar do
planeta, podemos descobrir qualquer coisa e cabe a nós separar- Além das ameaças existem algumas vulnerabilidades que
mos o “joio do trigo”. devem ser sempre observadas evitando ataques. Os pontos vulne-
ráveis são fraquezas de segurança sobre os ativos e que, quando
Através da Internet podemos: explorados, podem causar as perdas de informação que acabamos
• Utilizar serviços bancários e de instituições financeiras de ver e que devem ser tratados e corrigidos o quanto antes e
como pagar contas, obter empréstimos e extratos; sempre devem ser monitorados. As vulnerabilidades devem ser
• Realizar compras de qualquer gênero nos mais diversos identificadas e nunca ignoradas, conhecer os ativos vulneráveis é
sites; a primeira ação na melhoria constante para uma segurança eficaz.
• Se divertir nos sites de jogos online; A segurança da informação diz respeito a proteção constante
• Interagir com pessoas através de redes sociais voltadas ao dos dados, da informação propriamente dita, dos sistemas, da
lazer e empresas; infraestrutura e dos serviços que a suporta.
• Consultar CEP, rastrear encomendas, Enviar declaração de Nas empresas os ativos são os objetos que devem ser protegi-
Imposto de Renda, renovar CNH e consultar seus pontos e dos, a informação, como vimos, é um ativo muito importante, pois
multas, solicitar táxi, pedir comidas em geral via delivery, a proteção dela, pode garantir inclusive a continuação do negócio e
vender ou trocar objetos, emitir segunda via de contas prosperidade da empresa.
diversas e muitos outros serviços de relacionamento com Os elementos que compõem o que são considerados de ativos
as mais diversas empresas; são: as informações, os equipamentos (hardwares) e sistemas
• Acessar sites de notícia no Brasil e no mundo; (softwares) e as pessoas que fazem o uso desse conjunto.
• Assistir filmes online; As ameaças exploram a fragilidade dos processos, das falhas
de hardware, das falhas humanas (intencionais ou não), naturais
E muito mais incontáveis possibilidades de acesso à informação. (queda da energia, alagamentos, raios, etc). Estas são chamadas de
Ao navegar tome muito cuidado com os sites que você frequen- vulnerabilidade.
ta, existem alguns dispositivos nos navegadores, como já vimos,
que nos informam a reputação do site, isto é extremamente útil ao Criptografia
visita-lo ou ficar “tentado” a realizar qualquer transação financeira O requisito básico de segurança da informação assegurado pela
com ele. criptografia é a confidencialidade.
Cuidado com os links que aparecem em outros sites informando O envio e o recebimento de informações sigilosas são uma
promoções, caso seja do seu interesse, abra uma nova aba no nave- necessidade antiga que existe há centenas de anos. Com o surgi-
gador e digite o endereço do site da empresa confira se a promoção mento da Internet e de sua consequente facilidade de transmitir
existe mesmo. Em alguns casos a promoção não existe e o link te dados de maneira precisa e extremamente rápida, a criptografia
leva para uma página falsa (phishing). tornou-se uma ferramenta fundamental para permitir que apenas
o emissor e o receptor tenham acesso livre à informação traba-
Ameaças à segurança da Informação lhada. Mesmo inconscientemente a criptografia já faz parte da
Para a segurança das informações existem dois campos distin- sua vida digital já há algum tempo. O termo criptografia surgiu
tos a proteção dos dados empresarial e a proteção de seus dados da fusão das palavras gregas “kryptós” e “gráphein”, que signi-
quando navega ou realiza compras pela Internet. ficam “oculto” e “escrever”, respectivamente. Literalmente, a
Em organizações existem três tipos de “ativos”, ou seja, ob- criptografia é a técnica em que a informação transmitida pode ser
jetos de valor que as empresas possuem e que são a essência da transformada da sua forma original para outra impossível de ser
Segurança da Informação. Os ativos de uma empresa são o que ela identificada; a intenção é que apenas o destinatário certo e com a
tem de mais valioso e são os pontos sensíveis que constantemente chave específica possa ter acesso àquela informação.
sofrem tentativas de quebra da Segurança. Durante a segunda guerra a criptografia foi muito difundida. Os
Para a maioria dos Administradores de Rede de Computadores alemães utilizavam a famosa “enigma” uma máquina muito pareci-
os ativos de uma empresa são: informações, hardware, software e da com a de escrever que alterava tudo que você digitava deixando
usuários. o texto incompreensível. Apenas utilizando o código correto para
As ameaças à segurança de uma organização estão, relaciona- desfazer a bagunça do texto era possível saber exatamente a men-
das com a perda de uma ou mais das suas características principais: sagem.

119
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na computação, as técnicas mais conhecidas envolvem o con- RC (Ron’sCode ou RivestCipher)
ceito de chaves, as chamadas chaves criptográficas. Trata-se de um Desenvolvido por Ron Rivest, é largamente utilizado em e-
conjunto de bits baseado em um determinado algoritmo capaz de mails. Possui diversas versões (RC2, RC4, RC5 e RC6), com chaves
codificar e de decodificar informações. que vão de 8 à 1024 bits
Se o receptor da mensagem usar uma chave incompatível Existem ainda o 3DES, o Twofish e o Blowfish, entre outros.
com a chave do emissor, não conseguirá extrair a informação. Porém, a Chave Simétrica apresenta alguns problemas graves,
O grau de segurança de uma criptografia é a quantidade de bits tais como a necessidade da troca constante dessas chaves e a
aplicados à codificação. Começando do básico, uma chave de impossibilidade de serem usados com fins de autenticação (já
oito bits é capaz de gerar 256 combinações diferentes. Hoje, que a transmissão da chave privada de um para o outro pode
a maioria dos algoritmos de criptografia possuem chaves de não ser segura e acabar caindo em outras mãos), apesar de seus
128 bits, o que já é bastante seguro. Pois, se forem usados 128 algoritmos serem mais rápidos do que os algoritmos assimétricos.
ou mais bits para chaves (faça 2 elevado a 128 para ver o que
acontece), teremos uma quantidade extremamente grande de Chaves Assimétricas
combinações, deixando a informação criptografada bem mais Diferentemente do método de Chave Simétrica, esse tipo
segura. utiliza 2 chaves, uma pública e uma privada. O sistema funciona
Existem dois tipos de criptografia: simétrica e assimétrica. da forma que alguém cria uma chave e envia essa chave à quem
A primeira é quando emissor e receptor possuem a mesma quiser mandar informações à ela, essa é a chamada chave pública.
chave, que é capaz de codificar ou traduzir mensagens. Este é o Com ela é feita a codificação da mensagem. Para decodificação será
método aplicado no envio de e-mails, por exemplo. Já a cripto- necessário utilizar uma outra chave que deve ser criada, a chave
grafia assimétrica utiliza duas chaves diferentes: uma pública e privada – que é secreta.
outra privada. A única capaz de traduzir a informação é a chave Esse esquema de chaves pública e privada atuando em con-
privada, assim, apenas o receptor pode traduzir o que qualquer junto funciona muito bem, principalmente quando queremos
um pode codificar. Este é o método aplicado às senhas de cartão garantir a confiabilidade nos dados, já que somente o proprietário
de crédito. da chave privada será capaz de descriptografar a mensagem e
A criptografia é indispensável para a troca de informações na vice-versa (nem mesmo o dono da chave pode decriptar a mensa-
internet. Mas apesar de tanta segurança, só esta tecnologia não gem que ele encriptou, a não ser que ele possua a outra chave),
é capaz de garantir segurança absoluta. Sempre vai existir alguém ou seja, mesma que ela caia em “mãos erradas”, essa pessoa não
tentando desenvolver técnicas para quebrar essas chaves; é exa- será capaz de decifrar o que está escrito.
tamente por isso que novas técnicas são criadas a cada dia. Além Existem diversos algoritmos criptográficos que fazem uso da
da criptografia, é importante o usuário saber usar a internet e suas Chave Simétrica, tais como:
ferramentas de forma segura.
RSA (Rivest, Chamir e Adleman)
Criado em 1977 por Ron Rivest, Adi Shamir e LenAdleman,
é um dos algoritmos de chave assimétrica mais utilizados. Seu
funcionamento consiste na multiplicação de 2 números primos
muito grandes para a geração de um terceiro número. Para quebrar
essa criptografia, seria necessário a fatoração desse número para
encontrar os 2 números primos que o geraram, porém, para isso
é necessário um poder muito alto de processamento, o que acaba
inviabilizando a tarefa. A chave privada são os dois números primos
e a pública é o terceiro número.
Chaves Simétricas
É o tipo mais simples de criptografia, já que tanto o emissor ElGamal
quanto o receptor da mensagem possuem a mesma chave, ou seja, Desenvolvido por TaherElGamal, faz uso de um algoritmo
a mesma chave é usada tanto na codificação quanto na decodifi- conhecido como “logaritmo discreto” para se tornar seguro. É
cação. frequente seu uso em assinaturas digitais.
Para ser realizada, basta que o emissor, antes de enviar a Existe ainda o DSS (Digital Signature Standard), entre outros.
mensagem criptografada, envie a chave privada que será utilizada Assim como a Chave Simétrica, a Assimétrica também tem seus
para descriptografar a informação. Existem vários algoritmos que problemas. A utilização de algoritmos reversos para decriptação de
usam chaves simétricas, como o DES, o IDEA, e o RC: mensagens acaba por elevar o tempo computacional dos algorit-
mos de criptografia assimétrica, tornando inviável o seu uso em
DES (Data Encryption Standard) uma comunicação intensa.
Criado pela IBM em 1977, usa criptografia de 56 bits, o que
corresponde a cerca de 72 quatrilhões de chaves diferentes. Apesar Combinação dos Tipos
de ser um valor bastante alto, foi quebrado por em 1997 por força Com os dois tipos de Chaves (Simétrica e Assimétrica) tendo
bruta (tentativa e erro), em um desafio feito na Internet. suas vantagens e desvantagens, era natural o surgimento um méto-
do que buscasse mixar as vantagens de cada um, eliminando assim,
IDEA (Internacional Data EncryptionAlgorithm) suas desvantagens.
Criado em 1991 utiliza chaves de 128 bits com uma estrutura Os protocolos TLS (TransportLayer Security) e SSL (Secure
semelhante ao anteriormente citado DES, porém, possui uma Sockets Layer) são exemplos dessa mixagem. Para compensar o
implementação mais simples. problema do segredo pré-estabelecido da chave simétrica e o alto
poder computacional necessário na chave simétrica, foi elaborado

120
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
um meio onde em sua primeira etapa (handshake), seja utilizado a outro computador usando a criptografia de chave pública. Os dois
criptografia assimétrica, autenticando assim os nós e combinando computadores podem se comunicar usando a criptografia de chave
uma chave secreta para um uso posterior na criptografia simétrica. simétrica. Assim que a sessão for concluída, cada computador des-
Como o algoritmo de chave pública garante que a negociação foi carta a chave simétrica usada para essa sessão. Quaisquer sessões
realizada em um canal seguro, não havendo a necessidade da adicionais requerem que uma nova chave simétrica seja criada, e o
troca periódica da chave (problemas no caso da Chave Simétrica), processo é repetido.
todo o restante do processo pode passar a ser realizado utilizando
algoritmos de chave simétrica, o que diminui potencialmente a Autenticação
necessidade do poder computacional, permitindo seu uso em Como falado anteriormente, o processo de criptografia é juntar
uma comunicação mais intensa (problemas encontrados na Chave todos os dados que serão enviados de um computador para outro
Assimétrica). e codifica-las para uma forma que apenas o outro computador será
capaz de descodificar. Outro processo de autenticação é utilizado
O protocolo Handshake para verificar se a informação vem de uma fonte confiável. Basica-
É o responsável pela negociação de uma sessão, que é com- mente, se a informação é “autêntico”, você sabe que o criou e você
posta do seu identificador, dos certificados padrão X.509 de ambas sabe que ele não tenha sido alterado de alguma forma, uma vez
as partes (ou de apenas um lado), do método de compressão a ser que a pessoa criou. Estes dois processos, criptografia e autentica-
utilizado, das especificações criptográficas (algoritmos de encripta- ção, trabalham lado a lado para criar um ambiente seguro.
ção e autenticação), entre outros.
Os dados contidos neste protocolo servirão de parâmetros Existem várias maneiras para autenticar uma pessoa ou uma
para o protocolo de Registro, quando este estiver cuidando da informação em um computador:
segurança do protocolo de Aplicação. Uma sessão já iniciada pelo Senha – O uso de um nome de usuário e senha fornece a forma
protocolo Handshake pode ser retomada, pois este é um recurso mais comum de autenticação. Você digita seu nome e senha quan-
do subprotocolo. do solicitado pelo computador. Ele verifica o par em um arquivo
Quando cliente e servidor iniciam uma conexão, eles concor- seguro, se o nome ou a senha não corresponder, então você não
dam quanto à versão do protocolo que está sendo utilizada, quanto tem permissão de acesso.
aos algoritmos criptográficos, e fazem a autenticação um do outro. SmartCard – Estes cartões podem variar de um simples cartão
O protocolo implementa isso através da troca de mensagens de com uma fita magnética, similar a um cartão de crédito, os cartões
“Hello”, da troca de parâmetros de criptografia e da troca de certi- inteligentes sofisticados que têm um chip de computador embuti-
ficados visando a autenticação dos pares. do.
As assinaturas digitais – Uma assinatura digital é basicamente
Protocolos de segurança uma forma de garantir que um documento eletrônico (e-mail,
A implementação popular de criptografia de chave pública é planilhas, arquivos de texto) é autêntico. Para conseguir uma assi-
o Secure Sockets Layer (SSL). Originalmente desenvolvido pela natura digital, qualquer pessoa ou empresa deve ir até uma entida-
Netscape, o SSL é um protocolo de segurança da Internet usado por de autorizada pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação
navegadores da Internet e servidores Web para transmitir informa- (TI) – chamadas de Autoridades Certificadoras (AC) – e requisitar
ções sensíveis. SSL tornou-se parte de um protocolo de segurança uma chave privada.
global conhecido como TransportLayer Security (TLS). Token – Trata-se de um hardware que armazena certificados
No seu navegador, é possívelobservar quando você está usando e servem para autenticar uma pessoa ou instituição. Hoje em
um protocolo de segurança, como TLS, em duas maneiras diferen- dia ele se parece muito com um pendrive e quando plugado no
tes. Você vai notar que o protocolo “http”, na barra de endereço, computador ele tem a finalidade de fornecer as “credenciais”
é substituído por “https”, e você deve ver um pequeno cadeado na que estão armazenadas no token. Juntamente com outras senhas
barra de status ou na barra de endereço do navegador (depende este “conjunto” de informações, token+senhas, proporcionará
do navegador). Quando você está acessando informações sigilosas, uma autenticação digital diminuindo quase que completamente a
como uma conta bancária on-line ou um serviço de transferência probabilidade de pessoa não autorizada a realizações operações,
de pagamento como o PayPal ou Google Checkout, compras online, financeiras ou documentais, que não seja a entidade cadastrada no
certifique-se de que está em uma conexão segura e autenticada token. Existe também tokens que exibem senhas atualizadas a todo
para garantir que seus dados estejam seguros. minuto ou duas vezes por minuto e são fornecidas por exemplo
TLS e seu predecessor SSL fazem uso significativo de auto- por instituições financeiras onde a senha do token é solicitada para
ridades de certificação. Uma vez que seu navegador solicita uma completar uma transação financeira.
página segura e adiciona o “s” para “http”, alterando o protocolo
de comunicação e definindo como será feita a comunicação de
agora em diante, o navegador envia a chave pública e da certidão
e faz a verificação de três coisas: 1) que o certificado venha de uma
local confiável registrado e autenticado; 2) que o certificado esteja
válido naquele momento; e 3) que o certificado tenha uma relação
com o local de onde ele está vindo.
O navegador, em seguida, usa a chave pública para criptografar As chaves são um conjunto de bits criptografados usados para
uma chave simétrica selecionados aleatoriamente. Criptografia de habilitar apenas algumas pessoas para emitir e receber certos ar-
chave pública tem alto uso de computação, por isso a maioria dos quivos. Se você for detentor de uma chave privada, vai ser possível
sistemas usam uma combinação de criptografia de chave de chave emitir dados com uma identidade própria, sem haver a chance de
pública e simétrica. Quando dois computadores iniciam uma sessão alguém se passar por você.
segura, um computador cria uma chave simétrica e envia-lo para o

121
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Caso você tenha uma chave pública, vai haver apenas a possibili- Criptografia só pode ser considerada como tal se 4 princípios
dade de acessar um documento recebido e repassar essa informação. básicos forem seguidos e oferecidos: confidencialidade, autentica-
No entanto, o nome do emissor original vai estar sempre atrelado ao ção, integridade da informação e não repudiabilidade (o remeten-
arquivo ou serviço, de modo que não haja dúvidas de quem o produ- te não pode negar o envio da informação).
ziu, ou seja, o verdadeiro responsável por ele. É por isso que a criptografia é um recurso tão importante na trans-
Contudo, a assinatura digital ainda não está completa. Para re- missão de informações pela Internet e, mesmo assim, não é capaz de
passar as informações de maneira completamente segura, é neces- garantir 100% de segurança, pois sempre existe alguém que consegue
sário obter um hash, que é o resultado de uma função responsável desenvolver uma maneira de “quebrar” uma codificação.
por criptografar e dar “identidade” única para os dados usados.
Com tudo isso feito, um certificado é emitido e é possível Como os dados são violados
estabelecer comunicação entre duas ou mais pessoas, desde que Roubo
pelo menos uma delas tenha a chave simétrica (privada) e as outras Ataques deliberados nos sistemas e indivíduos que têm acesso a
tenham as assimétricas (públicas). dados sensíveis pode causar mais danos do que a exposição involun-
tária. Os ex-empregados, pessoas que trabalharam com a segurança
Certificação digital das informações e que têm um rancor contra uma organização, ou
O certificado digital é um registro eletrônico composto por um criminosos que procuram ganhar dinheiro com a venda dos dados
conjunto de dados que distingue uma entidade e associa a ela uma vão procurar dados armazenados em computadores portáteis, discos
chave pública. Ele pode ser emitido para pessoas, empresas, equi- rígidos e pen drives. Pessoas internas são responsáveis pelo maior
pamentos ou serviços na rede (por exemplo, um site Web) e pode número um de violações de dados, enquanto os crackers têm uma
ser homologado para diferentes usos, como confidencialidade e responsabilidade um pouco menor, de acordo com um estudo reali-
assinatura digital. zado pelo Instituto Ponemon.
Um certificado digital pode ser comparado a um documento
de identidade, por exemplo, o seu passaporte, no qual constam os Perda
seus dados pessoais e a identificação de quem o emitiu. No caso do Exposição inadvertida, devido à perda dos meios de comunica-
passaporte, a entidade responsável pela emissão e pela veracidade ção é uma outra maneira de dados está exposta. As fitas de backup
dos dados é a Polícia Federal. No caso do certificado digital esta ou arquivos de papel perdidos durante um deslocamento dentro ou
entidade é uma Autoridade Certificadora (AC). fora das instalações da empresa, ou laptops e celulares, contendo
Uma AC emissora é também responsável por publicar infor- senhas memorizadas e históricos armazenados, deixados para trás
mações sobre certificados que não são mais confiáveis. Sempre em aeroportos, metrô ou em táxis, são formas comuns de dados
que a AC descobre ou é informada que um certificado não é mais acabarem nas mãos de pessoas não autorizadas.
confiável, ela o inclui em uma “lista negra”, chamada de “Lista de
Certificados Revogados” (LCR) para que os usuários possam tomar Negligência
conhecimento. A LCR é um arquivo eletrônico publicado periodi- Quando os computadores antigos ou discos rígidos são
camente pela AC, contendo o número de série dos certificados vendidos, doados ou reciclados, as informações contidas neles
que não são mais válidos e a data de revogação.Você pode não devem ser apagadas, mas se não for feito corretamente, os dados
perceber, mas o seu navegador confere os certificados dos sites podem ser recuperados por qualquer pessoa com apenas algumas
acessados o tempo todo. Cada browser identifica problemas de ferramentas baratas da Internet. Além disso, deixando os dados em
uma maneira diferente. mídia que não estão devidamente protegidos com uma senha forte
Quando um certificado apresenta um problema, independente ou com criptografia deixa-o vulnerável a um cracker ou ladrão ou,
da origem da falha de segurança, vai aparecer uma página pergun- quando plugados em dispositivos infectados, terem seus arquivos
tando se você quer continuar acessando o endereço. A escolha é copiados automaticamente para o Disco Rígido daquele dispositivo
inteiramente sua, assim como os problemas que podem aparecer sem seu conhecimento. O mesmo se aplica a arquivos importantes
decorrentes dessa operação. em papel, que devem ser eliminados com um triturador de papel
Essa é uma maneira que os navegadores têm de avisar a você ou um serviço de coleta para serem incinerados.
se os seus dados pessoais estão realmente guardados e seguros.
Além disso, também é assim que eles avisam se você pode levar Práticas inseguras
em consideração todas as informações passadas pelo site, como Coletar, armazenar, enviar, criptografar, encontrar e remover
boletos bancários e confirmações de identidade. todos os dados podem ter implicações para a sua segurança. Aque-
Portanto, se você estiver prestes a fazer uma compra online, les que estão lidando com dados sensíveis, podem achar que eles
fique muito (muito!) atento à certificação, pois ela é uma maneira estão fazendo uma ou mais destas atividades. Se as precauções de
bastante segura de dizer se o site que você está acessando é ver- segurança adequadas não forem tomadas, a exposição inadvertida
dadeiro. de dados pode ser o resultado. Por exemplo, as violações de dados
Recentemente, formas mais sofisticadas de autenticação co- sensíveis armazenados em pastas acessíveis através da Internet,
meçaram a mostrar-se em sistemas de computadores domésticos como através de software de compartilhamento de arquivos, P2P,
e de escritório. A maioria desses novos sistemas usam diferentes ocorreram diversas vezes.
formas de biometria para autenticação. Biometria usa informações
biológicas para verificar a identidade. Métodos de autenticação bio- Malware
métrica incluem: Impressão digital, mapeamento da retina ocular, Introdução
identificação facial e reconhecimento de voz. Os vírus, worms, cavalos de Troia e bots são todos parte de
uma classe de software chamado malware. Malware é a abreviação
de software malicioso. É um código ou software que é projetado

122
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
especificamente para danificar, destruir, roubar ou em infligir com- Para se espalharem vermes exploram uma vulnerabilidade no sistema
pletamente um sistema computacional ou alguma área “ruim” em de destino ou usam algum tipo de engenharia social para enganar os
hosts (dispositivos) ou redes. usuários para executá-los – e-mails falsos com promoções e assun-
Há muitas classes diferentes de malware que têm diferentes tos da mídia. Um worm entra em um computador através de uma
maneiras de infectar sistemas e eles mesmos se propagam. Um vulnerabilidade no sistema e aproveita os recursos de transporte
Malware pode infectar sistemas por estar embutido com outros de arquivos ou de transporte de informações no sistema, permitin-
programas ou anexado como macros para aplicativos ou ainda ane- do-lhe viajar sem ajuda.
xo em mensagens de e-mail. Outros estão instalados, explorando
uma vulnerabilidade conhecida em um sistema operacional (SO), Trojans – Cavalo de Troia
dispositivo de rede, ou outro software, como uma brecha no na- Um cavalo de Troia é um outro tipo de malware com o nome
vegador que só exige que os usuários visitem um site para infectar do cavalo de madeira que os gregos usaram para se infiltrar em
seus computadores. A grande maioria, no entanto, são instalados Troia. É um software nocivo que parece legítimo. Os usuários são
por alguma ação de um usuário, como clicar em um anexo de e-mail normalmente aliciados para carregar e executá-lo em seus siste-
ou baixar um arquivo da Internet de fontes não confiáveis. mas. Depois que ele estiver ativado, ele pode executar vários tipos
Alguns dos tipos mais comumente conhecidas de malware de ataques contra o hospedeiro, de irritar o usuário (aparecendo
são vírus, worms, cavalos de Troia, bots, backdoors, spyware janelas ou alterar desktops) a danificar o dispositivo (a exclusão
e adware. Os Malware podem causar danos que variam de de arquivos, roubo de dados, ou ativar e espalhar outros tipos de
uma irritação leve (como anúncios pop-up do navegador), até malware, como vírus). Trojans são também utilizados para criar
o roubo de informações confidenciais resultando em saques, backdoor, outro tipo de malware, para dar aos usuários maliciosos
transferências e compras via Internet Banking, apagando dados acesso remoto ao seu sistema.
e comprometendo parcial ou totalmente os sistemas e redes. Ao contrário dos vírus e worms, cavalos de Troia não se reprodu-
Malware não pode danificar o hardware físico de sistemas e zem para infectar outros arquivos nem se autorreplicam. Trojans se
equipamentos de rede, mas pode danificar os dados, os softwares espalham por meio da interação do usuário, como abrir um anexo de
instalados e as configurações dos equipamentos. Malware também e-mail ou baixar e executar um arquivo da Internet.
não deve ser confundido com software defeituoso, que é destinado
para fins legítimos, mas tem erros ou bugs. Bots
“Bot” é derivado da palavra “robot” é um processo automati-
Classes de Software Malicioso zado que interage com outros serviços de rede. Bots automatizam
Dois dos tipos mais comuns de malware são os vírus e worms tarefas e fornecem informações ou serviços que poderiam ser rea-
(vermes). Esses tipos de programas são capazes de se autorreplicar lizados por um ser humano. Um uso típico de bots é reunir as infor-
e pode espalhar cópias de si mesmos, inclusive cópias modificadas. mações (como rastreadores da web), ou interagir automaticamente
Para ser classificado como um vírus ou worm, malware deve ter a com mensagens instantâneas, reunir o poder de processamento de
capacidade de se propagar. A diferença é que um verme opera mais vários computadores para executar um ataque a servidores, reunir
ou menos independentemente dos outros ficheiros, ao passo que estes computadores para funcionarem como Spammers ou outras
um vírus depende de um programa hospedeiro para se espalhar. interfaces web. Eles também podem ser utilizados para interagir
com sites de forma dinâmica.
Vírus Bots pode ser usado para o bem ou o mal. Umbot malicioso
Um vírus de computador é um tipo de malware que se propaga é um malware projetado para infectar um hospedeiro e conectaa
através da inserção de uma cópia de si mesmo e se tornando parte um servidor central ou servidores que atuam como um centro de
de outro programa. Espalha-se a partir de um computador para controle de uma rede de dispositivos comprometidos, ou “botnet”.
outro, deixando infecções medida que se propaga. Os vírus podem Com uma botnet, os atacantes podem lançar uma ampla ofensiva,
variar quanto ao seu poder ofensivo e seus efeitos desde pequenos “de controle remoto”, ataques do tipo inundação contra o seu
incômodos até perda de dados e causando negação de serviço. alvo. Além da capacidade de auto propagar, bots podem incluir a
Quase todos os vírus são anexados a um arquivo executável, o que capacidade de combinações de ataques, obter senhas, capturar e
significa que o vírus pode existir em um sistema, mas não vai ser analisar pacotes, captura de dados financeiros, lançar ataques de
ativo ou capaz de se espalhar até que um usuário execute ou abra negação de serviço, fornecer spam, e abrir backdoor no hospedeiro
o arquivo malicioso ou programa. Quando o programa é executado infectado. Bots tem todas as vantagens de vermes, mas são geral-
no hospedeiro, o vírus é executado bem. Normalmente, o progra- mente muito mais versáteis em seu vetor de infecção, e são muitas
ma continua a funcionar com a máquina infectada pelo vírus. No vezes modificados antesde autorreplicarem e se enviarem a outros
entanto, alguns vírus substituem outros programas com cópias de dispositivos. Eles exploram as portas abertas já conhecidas e retor-
si mesmos, que destrói o programa hospedeiro completamente. Os nam à elas que foram abertas por worms e vírus, o que lhes permite
vírus se espalham quando o software ou documento em que estão acessar redes que têm uma boabanda de tráfego. Bots raramente
ligados, é transferido de um computador para outro usando a rede, anunciam a sua presença, não fazem altas taxas de digitalização
um disco, compartilhamento de arquivos, pendrive ou anexos de nem utilizam demasiadamente a infraestrutura de rede de dados;
e-mail infectados. tudo para se manter no anonimato e se manter ativo.

Worms Melhores práticas para combater vírus, worms, cavalos de


Os worms são semelhantes aos vírus que se replicam em cópias Troia e Bots
funcionais de si mesmo e podem fazer o mesmo tipo de dano que eles. Os primeiros passos para proteger o seu computador tendem a
Em contraste com o vírus, que exigem a divulgação de um arquivo garantir que seu sistema operacional seja atualizado. Isso significa
hospedeiro infectado, vermes são software autônomo e não exigem aplicar regularmente os patches mais recentes e correções reco-
um programa de acolhimento ou a ajuda humana para se propagar. mendadas pelo fornecedor SO. Em segundo lugar, você deve ter um

123
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
software antivírus instalado em seu sistema e baixar atualizações Spyware pode usar keyloggers, espiões que gravam tudo o que
com frequência (diariamente) para garantir que o seu software te- você digita, Key = tecla, para obter dados pessoais, como o nome do
nha as últimas correções para novos vírus, worms, cavalos de Troia usuário, endereço, senhas e informações de banco de instituições
e bots. Além disso, você quer ter certeza de que seu programa anti- de crédito e informações empresarial. Ele pode verificar os arquivos
vírus poça verificar e-mails e arquivos que são baixados da Internet. para o disco rígido do sistema, bisbilhotar outras aplicações, insta-
Isso ajudará a evitar que programas mal-intencionados atinjam seu lar spyware adicional, ler cookies e modificar as configurações de
computador. Você também pode instalar de um firewall adicional. Internet do sistema e bibliotecas ligadas dinamicamente (DLL). Isso
pode resultar em configurações de baixa segurança (permitindo a
Backdoor execução de outros malware), e comprometendo o computador
Um backdoor, ou porta dos fundos, é uma forma não do- variando de inúmeros anúncios pop-up, seja online ou offline, até
cumentada de acessar um sistema, ignorando os mecanismos falhas de conectividade de origem profunda nas configurações
normais de autenticação e uso. Algumas portas são utilizadas por de Internet do sistema. Muitas dessas mudanças são difíceis de
software pelo programador original para acessar seus servidores reverter ou recuperar o sistema. Forma avançada de keylogger, o
para atualizações e outras são abertas pelos malware deixando Screenlogger (screen = monitor) é capaz de armazenar a posição
todo o sistema vulnerável e propício a invasões. Normalmente, do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em que
os atacantes usam as backdoor que facilitam seu contínuo acesso o mouse é clicado, ou armazenar a região que circunda a posição
remoto a um sistema depois de ter sido comprometido. Permite o onde o mouse é clicado. Executa um “Print Screen” sempre que o
retorno de um invasor a um computador comprometido, por meio da mouse é pressionado e as informações enviadas ao cracker respon-
inclusão de serviços criados ou modificados para esse fim. sável pelo malware.

Rootkit Programas de segurança


Um rootkit é um conjunto de programas que uma pessoa do Sempre tenha um antivírus instalado em seu dispositivo,
exterior utiliza para se camuflar e assegurar a sua presença no seu computador, notebook, tablet e smartphone. Existem programas
computador depois de o invadir. É muito importante ressaltar que pagos e gratuitos e há diferenças entre eles, procure por “testes
o nome rootkit não indica que os programas e as técnicas que o de laboratórios de antivírus” na Internet e tire suas conclusões
compõe são usadas para obter acesso privilegiado a um computa- e escolha qual lhe agrada mais, porém, nunca deixe de usar um
dor, mas sim para mantê-lo. É uma caixa de ferramentas com pro- programa antivírus. Um dispositivo sem antivírus é uma casa sem
gramas e técnicas que permitem esconder e assegurar a presença muros e sem portão.
de um invasor ou de outro código malicioso em um computador Todos os dias um programa antivírus atualiza seu banco de
comprometido. dados, esta atualização é como se os arquivos que entram na má-
quina precisam apresentar uma “credencial”, existe uma lista de
Spyware “credenciais” que devem ser barradas e, portanto, são impedidos
Spyware é um tipo de malware (software malicioso), que cole- de entrarem e serem executados, esta é a função do antivírus.
ta e compartilha informações sobre um computador ou rede sem Desta forma, o programa monitora constantemente (proteção
o consentimento do usuário. Ele pode ser instalado como parte ativada) os softwares e procura por “padrões” de formato e com-
oculta de software genuíno ou através de programas baixados pela portamento e, baseado no banco de dados, move o arquivo para a
Internet e links disponíveis como anúncios enganosos, sites, e-mail, quarentena ou o elimina do sistema, isto depende da configuração
mensagens instantâneas, bem como conexões de compartilhamen- que é feita no antivírus.
to de arquivos diretos (P2P). Ao contrário de outros tipos de malwa- Existe também o processo chamado de análise heurística que
re, spyware é muito utilizado não só por organizações criminosas, monitora constantemente as atividades do computador e entra
mas também por anunciantes inescrupulosos e empresas que utili- em ação quando algum programa tenta modificar configurações
zam spyware para coletar dados sobre o perfil do usuários sem seu do sistema ou arquivos importantes. Pelo fato de vírus inéditos
consentimento. Independentemente de sua origem, spyware roda surgirem todos os dias, a biblioteca pode deixar alguma ameaça
oculto do usuário e muitas vezes é difícil de detectar, mas pode passar batida pela segurança inicial. Com a análise heurística, esse
levar a sintomas como o desempenho do sistema travado e uma invasor pode ser descoberto enquanto age silenciosamente.
alta frequência de comportamento indesejado (pop-ups, página Um programa antivírus atual engloba as funções de vários
inicial do navegador redirecionado, de resultados de pesquisa, etc.) outros programas usados antigamente como: anti-adware, antis-
O Spyware possui um notável poder de utilizar uma rede de pyware, anti-rootkit, firewall, etc. Um antivírus monitora: arquivos
dados. Utiliza de um valor baixíssimo de banda para se comunicar (transferência, download, upload e execução), e-mail (abertura,
com o cracker, um spyware emprega uma grande variedade de anexos), Internet (monitora todas as informações que entram e
técnicas para se tentar comunicar com o atacante, tudo para não saem), entre outras dependendo do antivírus.
levantar suspeitas que o sistema encontra-se infectado.
Como uma ferramenta para a publicidade, spyware é usado
E-MAIL: UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÕES USUAIS
para coletar e vender informações de perfil de usuários para
anunciantes interessados ou outras pessoas. Spyware pode coletar
quase qualquer tipo de dados, incluindo hábitos de navegação na Correio Eletrônico
web e atividade de download. Talvez a maior preocupação relacio- O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
nada à spyware é que, por se tratar de presença não detectável o serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
usuário não tem nem ideia do qual informação está sendo captu- e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.
rada, transmitida, ou usadas em ter um mecanismo ou tecnologia Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-
para descobrir sua existência. Um bom antivírus detecta este tipo nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
de malware. cal.

124
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o • Boas práticas para criação de mensagens
e-mail – Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado;
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é – A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao
nome do usuário; extremo dando muitas voltas;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos; – Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados.
das vezes, a empresa;
• Anexação de arquivos
Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail.
com.br / @editora.com.br
– Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas;
– Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
não enviadas;
– E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
e-mails que foram enviados;
– Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
nou de redigir;
– Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.
Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane-
Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:
xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com
– Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá-
o texto.
rio do e-mail;
– CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
• Boas práticas para anexar arquivos à mensagem
sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
– E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
destinatários envolvidos;
que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
– Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da
e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.
mensagem;
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem;
Computação de nuvem (Cloud Computing)
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens,
programas, música, textos e outros);
• Conceito de Nuvem (Cloud)
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem.

• Uso do correio eletrônico


– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail;
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra-
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
ção de contas estão no tópico acima;
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera
Mail, Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi-
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de-
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas- mandas de usuários e empresas.
tante parecidas.

• Preparo e envio de mensagens

125
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A internet é a base da computação em nuvem, os servidores remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usuários
e às empresas.
A computação em nuvem permite que os consumidores aluguem uma infraestrutura física de um data center (provedor de serviços
em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus arquivos,
aplicações, etc., a partir de qualquer computador conectado no mundo.
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em um local chamado Data Center dentro do provedor.
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses produtos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem,
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas de
TI, Telecomunicações.

• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage)

A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é simples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser acessados
em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas que tiverem acesso.
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, OneDrive.
As informações são mantidas em grandes Data Centers das empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos responsáveis
por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem seus dados e
recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos de
praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nuvem que
podem ser contratados.

OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.

126
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail
5 Enviar Alt+S Botão enviar
6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho
7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa
8 Responder Ctrl+R Barra superior do painel da mensagem
9 Encaminhar Ctrl+F Barra superior do painel da mensagem
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R Barra superior do painel da mensagem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
17 Mostrar campo cco (cópia oculta) ALT +S + B Menu opções CCO

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
va@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;

Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las conforme
a necessidade.

127
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Adicionar conta de e-mail Enviar
Siga os passos de acordo com as imagens: De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.

Encaminhar e responder e-mails


Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a
e-mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os botões
indicados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros de texto,
para a indicação de endereços e digitação do corpo do e-mail de
resposta ou encaminhamento.

A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de e-mail,


referida no item “Endereços de e-mail”.

Criar nova mensagem de e-mail

Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para digita- Adicionar, abrir ou salvar anexos
ção do texto e colocar o destinatário, podemos preencher também A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no corpo
os campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta), porém esta do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão corresponden-
outra pessoa não estará visível aos outros destinatários. te, segundo a figura abaixo:

128
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Adicionar assinatura de e-mail à mensagem
Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos TRANSFERÊNCIA DE ARQUIVOS E DADOS:
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida a UPLOAD, DOWNLOAD, BANDA, VELOCIDADES DE
TRANSMISSÃO
nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em cada
mensagem.
Transferência de informação e arquivos, bem como aplicati-
vos de áudio, vídeo e multimídia
Um meio recente e também uma ótima forma de exemplo para
explicar a transferência remota são os aplicativos e sites de “Nu-
vem” isso é, Cloud. Google Drive e Dropbox são exemplos conhe-
cidos desses aplicativos, mas como isso funciona? A internet serve
nesse caso como conexão entre o usuário e o servidor onde os ar-
quivos estão guardados, um usuário cadastrado pode acessar esses
arquivos de qualquer lugar do mundo, pode baixá-los (download)
ou até mesmo carregá-los (upload) na internet.
O processo não funciona diferente de movimentar pastas em
seu computador ou smartphone, porém essas pastas estão locali-
zadas em um computador ou servidor na maioria das vezes muitos
quilômetros longe do usuário.

Upload e Download
São termos utilizados para definir a transmissão de dados de
um dispositivo para outro através de um canal de comunicação pre-
viamente estabelecido3.

Fonte: https://www.cursosdeinformaticabasica.com.br/qual-a-diferen-
ca-entre-download-e-upload/

Download
Está relacionado com a obtenção de conteúdo da Internet, o
popular “baixar”, onde um servidor remoto hospeda dados que são
acessados pelos clientes através de aplicativos específicos que se
comunicam com o servidor através de protocolos, como é o caso do
navegador web que acessa os dados de um servidor web normal-
mente utilizando o protocolo HTTP.

Imprimir uma mensagem de e-mail Upload


Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos pos- O termo upload faz referência a operação inversa a do downlo-
sibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora ligada ao ad, isto é, ao envio de conteúdo à Internet.
computador. Um recurso que se assemelha aos apresentados pelo
pacote Office e seus aplicativos.

3 Hunecke, M. Acesso à Distância a Computadores, Transferência de Informa-


ção e Arquivos.

129
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
5. FGV - 2021 - IMBEL - Cargos de Nível Médio - Reaplicação
QUESTÕES Considere os tipos de artefatos para armazenagem de dados
a seguir.
1. FGV - 2022 - SEFAZ-BA - Agente de Tributos Estaduais - Admi- I. Drive HD.
nistração Tributária II. Drive SSD.
Os notebooks, desktops e servidores utilizam diversos tipos de III. Pen Drive.
memória que possuem diferentes características técnicas, usos, ve-
locidades e capacidades de armazenamento próprias. Considerando os modelos mais comuns de cada tipo, assinale
Assinale a opção que indica a hierarquia que apresenta as me- a opção que mostra a ordem correta, do mais rápido para o mais
mórias, em termos de crescimento de capacidade de armazena- lento.
mento (A) I, II e III.
(A) Memória secundária – memória principal – memória cache (B) I, III e II.
e registradores. (C) II, I e III.
(B) Memória principal – memória secundária – memória cache (D) III, I e II.
e registradores. (E) III, II e I.
(C) Memória cache – memória principal – memória secundária
e registradores. 6. FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Administrador Ge-
(D) Memória cache – memória secundária – memória principal ral
e registradores. No Windows 10, o nome da assistente virtual de produtividade
(E) Registradores – memória cache – memória principal e me- pessoal é
mória secundária. (A) Alexa.
(B) Cortana.
2. FGV - 2021 - Prefeitura de Paulínia - SP - Agente de Apoio (C) Lucy.
Administrativo (D) Siri.
Analise as afirmativas a seguir referentes à comparação entre (E0 Windy.
discos rígidos tradicionais (HD) e discos sólidos (SSD).
I. HDs em geral são mais baratos. 7. FGV - 2022 - Prefeitura de Santo André - SP - Agente de Polí-
II. SSDs em geral são mais rápidos. ticas Públicas e Gestão Governamental
III. SSDs são mais silenciosos. No âmbito do Windows 10, sobre a Área de Trabalho (Desktop),
considere as afirmativas a seguir.
Está correto o que se afirma em I. Cada usuário do sistema tem sua própria área de trabalho.
(A) II, somente. II. Os arquivos localizados numa área de trabalho não podem
(B) I e II, somente. ser visualizados por meio do Explorador de Arquivos.
(C) I e III, somente. III. Não é possível ter pastas de arquivos localizadas na área de
(D) II e III, somente. trabalho.
(E) I, II e III.
Está correto o que se afirma em
3. FGV - 2021 - Prefeitura de Paulínia - SP - Cargos de Nível Fun- (A) I e II, apenas.
damental (B) I e III, apenas.
Assinale o dispositivo de computador que serve exclusivamen- (C) I, apenas.
te para entrada de dados. (D) II e III, apenas.
(A) HD. (E) II, apenas.
(B) Impressora.
(C) Memória. 8. FGV - 2022 - TJ-TO - Técnico Judiciário - Informática
(D) Monitor de vídeo. No sistema operacional Microsoft Windows 10, o atalho de te-
(E) Teclado. clado ALT + F4 serve para:
(A) fechar o item ativo ou sair do aplicativo ativo;
4. FGV - 2021 - Câmara de Aracaju - SE - Técnico de Tecnologia (B) ativar a barra de menus no aplicativo ativo;
da Informação (C) alternar entre aplicativos abertos;
Observe os dispositivos listados abaixo, tipicamente encontra- (D) renomear o item selecionado;
dos em um computador pessoal. (E) desfazer uma ação.
1. Impressora
2. Mouse
3. Teclado
4. Monitor de vídeo

São dispositivos de saída:


(A) 1 e 2;
(B) 2 e 3;
(C) 1 e 4;
(D) 2 e 4;
(E) 3 e 4.

130
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
9. FGV - 2022 - MPE-GO - Assistente de Informática 13. FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Terapeuta Ocu-
Por meio do Explorador de Arquivos do Windows 10, João pre- pacional
tendia arrastar uma pasta X, com todos os seus arquivos, para den- Sobre o recurso denominado Pincel de Formatação, considere
tro da pasta Y. Porém, logo após a movimentação, João percebeu as seguintes afirmativas.
que tinha feito o movimento errado com o mouse, e arrastado a I. Está disponível no Excel 2010.
pasta X para dentro de outra pasta. Felizmente, João lembrou-se de II. Está disponível no Word 2010.
um atalho de teclado e desfez a operação imediatamente. III. Pode ser acionado com um clique único. IV. Pode ser aciona-
O atalho usado por João foi do com um clique duplo.
(A) Ctrl+S
(B) Ctrl+Shift+D Está correto o que se afirma em
(C) Ctrl+U (A) I, II e III, somente.
(D) Ctrl+Y (B) I, II e IV, somente.
(E) Ctrl+Z (C) I, II, III e IV.
(D) I, III e IV, somente.
10. FGV - 2022 - MPE-GO - Assistente de Informática (E) II, III e IV, somente.
O Gerenciador de Tarefas do Windows 10 permite que o usu-
ário analise o desempenho do sistema. Na guia Processos, os itens 14. FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Administrador
listados são categorizados em grupos. Geral
Assinale a correta identificação desses grupos. No âmbito da impressão de planilhas eletrônicas, considere as
(A) Aplicativos; Processos ativos. eventuais possibilidades de dimensionamento da mancha impressa
(B) Aplicativos; Processos em segundo plano; Processos do em relação ao papel em uso.
Windows. I. Ajustar planilha em uma página.
(C) Processos ativos; Processos em segundo plano; Processos II. Ajustar todas as colunas em uma página.
em espera. III. Ajustar todas as linhas em uma página.
(D) Processos do usuário; Processos do Windows. IV. Ajustar para um dado percentual do tamanho normal.
(E) Programas; Bibliotecas; Windows.
Dessas possibilidades, o Excel 2010 permite
11. FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Guarda Civil Mu- (A) I e IV, somente.
nicipal (B) I, II e III, somente.
O uso de estilos no MS Office 2016 BR permite (C) II e III, somente.
(A) alterar rapidamente a formatação de partes de um docu- (D) II, III e IV, somente.
mento baseadas em um mesmo estilo. (E) I, II, III e IV.
(B) aplicar um conjunto predefinido de cores, fontes e plano de
fundo aos slides de um documento do PowerPoint. 15. FGV - 2022 - Prefeitura de Manaus - AM - Administrador
(C) controlar todas as alterações feitas em um documento. Geral
(D) inserir um índice de autoridades no documento.
No Word 2010, há um conjunto de “quebras” disponíveis. Assi-
(E) utilizar conteúdo e elementos de design como ponto de par-
nale o tipo de quebra que permite reiniciar a numeração de páginas
tida para criar um documento.
e alternar cabeçalhos.
(A) Coluna.
12. FGV - 2022 - Senado Federal - Técnico Legislativo - Policial
(B) Linha.
Legislativo
(C) Página.
No contexto do MS Word 2010, acerca do Controle de Altera-
(D) Parágrafo.
ções, analise as afirmativas a seguir.
(E) Seção.
I. Quando as alterações feitas num documento são exibidas
embutidas no próprio texto, os trechos incluídos aparecem com as
16. FGV - 2022 - Senado Federal - Técnico Legislativo - Policial
letras tachadas (riscadas).
Legislativo
II. Observações na forma de comentários podem fazer parte
Na utilização da Internet, é comum o ato de fechar uma ou
das marcações controladas pelo controle de alterações.
mais guias e, imediatamente, voltar atrás, tentando descobrir quais
III. Para mostrar a versão final corrente de um documento, sem
foram as páginas recentemente fechadas e/ou consultas.
as marcações, é preciso aceitar e/ou rejeitar todas as marcações
No contexto do Google Chrome, assinale a opção que indica o
pendentes.
atalho de teclado que permite visualizar as guias abertas ou recen-
temente fechadas.
Está correto o que se afirma em
(A) Ctrl+PgDn
(A) I, somente.
(B) Ctrl+PgUp
(B) II, somente.
(C) Ctrl+Shift+A
(C) III, somente.
(D) Ctrl+Shift+Y
(D) I e II, somente.
(E) Ctrl+Z
(E) II e III, somente.

131
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
17. FGV - 2022 - MPE-GO - Assistente de Informática
João quer usar um serviço de armazenamento em nuvem que GABARITO
ofereça o recurso de verificação de sua identidade em duas etapas.
Para isso, João escolheu um serviço que usa um aplicativo autenti- 1 E
cador instalado em seu dispositivo móvel.
O tipo de verificação em duas etapas do serviço escolhido por 2 E
João é o(a) 3 E
(A) código de verificação.
4 C
(B) token gerador de senhas.
(C) cartão de segurança. 5 C
(D) dispositivo confiável. 6 B
(E) chave de recuperação.
7 C
18. FGV - 2022 - Prefeitura de Santo André - SP - Agente de 8 A
Políticas Públicas e Gestão Governamental 9 E
Considere os endereços de e-mail exibidos a seguir.
andre@gmail.com 10 B
andre@gmail.com.br 11 A
É correto afirmar que
12 B
(A) o primeiro é inválido porque não identifica o país onde foi
registrado. 13 C
(B) o segundo foi registrado no Brasil e o primeiro é universal, 14 E
pois é registrado automaticamente em todos os países.
(C) o segundo não poderia existir se o primeiro já tivesse sido 15 E
registrado. 16 C
(D) os dois são distintos e válidos, pois e-mails registrados nos
Estados Unidos não usam o sufixo de país. 17 A
(E) os dois são equivalentes, pois referem-se ao mesmo e-mail. 18 D
19 A
19. FGV - 2022 - MPE-GO - Assistente de Informática
Sophia recebeu a seguinte mensagem por e-mail e percebeu 20 B
que Pedro não estava na cópia:
De: julio@email.com Para: sophia@email.com Cc: tomas@
email.com Assunto: Reunião Olá Sophia, vamos fazer uma reunião ANOTAÇÕES
amanhã, com o Tomas e o Pedro, 9h.
______________________________________________________
Para compartilhar a mensagem com Pedro, que não está nas
linhas Para nem Cc, Sophia deve ______________________________________________________
(A) Encaminhar.
(B0 Responder. ______________________________________________________
(C) Mover.
(D) Redirecionar. ______________________________________________________
(E) Categorizar.
______________________________________________________
20. FGV - 2021 - Câmara de Aracaju - SE - Assistente Adminis- ______________________________________________________
trativo
Isabela pretende enviar um e-mail para um grupo de colegas, ______________________________________________________
de modo que cada um deles receba o e-mail sem saber que outros
o receberam. ______________________________________________________
O recurso usualmente encontrado para esse tipo de procedi-
______________________________________________________
mento é identificado nos aplicativos gerenciadores de e-mail por:
(A) Cc ______________________________________________________
(B) Cco
(C) Fwd ______________________________________________________
(D) Inbox
(E) Outbox ______________________________________________________

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO

Direitos Fundamentais de Terceira Geração


CONSTITUIÇÃO FEDERAL: TÍTULO II, CAPÍTULOS I, II, III Em um próximo momento histórico, foi despertada a preocu-
E IV pação com os bens jurídicos da coletividade, com os denominados
interesses metaindividuais (difusos, coletivos e individuais homo-
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA gêneos), nascendo os direitos fundamentais de terceira geração.
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
Direitos Metaindividuais
PREÂMBULO
Natureza Destinatários
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem- Difusos Indivisível Indeterminados
bléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, Determináveis ligados por uma
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, Coletivos Indivisível
relação jurídica
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
dade e a justiça como valores supremos de uma sociedade frater- Individuais Determinados ligados por uma
Divisível
na, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e Homogêneos situação fática
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, Os Direitos Fundamentais de Terceira Geração possuem as se-
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. guintes características:
a) surgiram no século XX;
Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais b) estão ligados ao ideal de fraternidade (ou solidariedade),
Pode-se dizer que os direitos fundamentais são os bens jurídi- que deve nortear o convívio dos diferentes povos, em defesa dos
cos em si mesmos considerados, de cunho declaratório, narrados bens da coletividade;
no texto constitucional. Por sua vez, as garantias fundamentais são c) são direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes
estabelecidas na mesma Constituição Federal como instrumento povos uma firme atuação no tocante à preservação dos bens de
de proteção dos direitos fundamentais e, como tais, de cunho as- interesse coletivo;
securatório. d) correspondem ao direito de preservação do meio ambiente,
de autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da humani-
Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais dade, do patrimônio histórico e cultural, etc.

Direitos Fundamentais de Primeira Geração Direitos Fundamentais de Quarta Geração


Possuem as seguintes características: Segundo Paulo Bonavides, a globalização política é o fator his-
a) surgiram no final do século XVIII, no contexto da Revolução tórico que deu origem aos direitos fundamentais de quarta gera-
Francesa, fase inaugural do constitucionalismo moderno, e domi- ção. Eles estão ligados à democracia, à informação e ao pluralismo.
naram todo o século XIX; Também são transindividuais.
b) ganharam relevo no contexto do Estado Liberal, em oposi-
ção ao Estado Absoluto; Direitos Fundamentais de Quinta Geração
c) estão ligados ao ideal de liberdade; Paulo Bonavides defende, ainda, que o direito à paz represen-
d) são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado taria o direito fundamental de quinta geração.
em favor das liberdades públicas;
Características dos Direitos e Garantias Fundamentais
e) possuíam como destinatários os súditos como forma de pro- São características dos Direitos e Garantias Fundamentais:
teção em face da ação opressora do Estado; a) Historicidade: não nasceram de uma só vez, revelando sua
f) são os direitos civis e políticos. índole evolutiva;
b) Universalidade: destinam-se a todos os indivíduos, indepen-
Direitos Fundamentais de Segunda Geração dentemente de características pessoais;
Possuem as seguintes características: c) Relatividade: não são absolutos, mas sim relativos;
a) surgiram no início do século XX; d) Irrenunciabilidade: não podem ser objeto de renúncia;
b) apareceram no contexto do Estado Social, em oposição ao e) Inalienabilidade: são indisponíveis e inalienáveis por não
Estado Liberal; possuírem conteúdo econômico-patrimonial;
c) estão ligados ao ideal de igualdade; f) Imprescritibilidade: são sempre exercíveis, não desparecen-
d) são direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação do pelo decurso do tempo.
positiva do Estado;
e) correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
Todas as pessoas físicas, sem exceção, jurídicas e estatais, são anonimato;
destinatárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
compatíveis com a sua natureza. além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
Eficácia Horizontal dos Direitos e Garantias Fundamentais assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
Muito embora criados para regular as relações verticais, de ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
subordinação, entre o Estado e seus súditos, passam a ser empre- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
gados nas relações provadas, horizontais, de coordenação, envol- religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
vendo pessoas físicas e jurídicas de Direito Privado. VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
Natureza Relativa dos Direitos e Garantias Fundamentais eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
Encontram limites nos demais direitos constitucionalmente prestação alternativa, fixada em lei;
consagrados, bem como são limitados pela intervenção legislativa IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
ordinária, nos casos expressamente autorizados pela própria Cons- fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
tituição (princípio da reserva legal). X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
gem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano ma-
Colisão entre os Direitos e Garantias Fundamentais terial ou moral decorrente de sua violação;
O princípio da proporcionalidade sob o seu triplo aspecto (ade- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
quação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito) é a penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
ferramenta apta a resolver choques entre os princípios esculpidos te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
na Carta Política, sopesando a incidência de cada um no caso con- por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
creto, preservando ao máximo os direitos e garantias fundamentais XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-
constitucionalmente consagrados. ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
Os quatro status de Jellinek lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução pro-
a) status passivo ou subjectionis: quando o indivíduo encon- cessual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
tra-se em posição de subordinação aos poderes públicos, caracteri- XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
zando-se como detentor de deveres para com o Estado; são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
b) status negativo: caracterizado por um espaço de liberdade XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguarda-
de atuação dos indivíduos sem ingerências dos poderes públicos; do o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
c) status positivo ou status civitatis: posição que coloca o indi- XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de
víduo em situação de exigir do Estado que atue positivamente em paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per-
seu favor; manecer ou dele sair com seus bens;
d) status ativo: situação em que o indivíduo pode influir na for- XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
mação da vontade estatal, correspondendo ao exercício dos direi- cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
tos políticos, manifestados principalmente por meio do voto. que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
Referências Bibliográficas: petente;
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
Os individuais estão elencados no caput do Artigo 5º da CF. rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
Vejamos: estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
TÍTULO II das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS -se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
CAPÍTULO I necer associado;
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto-
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- extrajudicialmente;
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- XXII - é garantido o direito de propriedade;
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (....) XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
termos desta Constituição; diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma previstos nesta Constituição;
coisa senão em virtude de lei; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu- petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
mano ou degradante; prietário indenização ulterior, se houver dano;

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- o Estado Democrático;
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
ros pelo tempo que a lei fixar; executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e outras, as seguintes:
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades a) privação ou restrição da liberdade;
desportivas; b) perda de bens;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das c) multa;
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- d) prestação social alternativa;
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; e) suspensão ou interdição de direitos;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri- XLVII - não haverá penas:
vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria- a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas art. 84, XIX;
e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o b) de caráter perpétuo;
desenvolvimento tecnológico e econômico do País; c) de trabalhos forçados;
XXX - é garantido o direito de herança; d) de banimento;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será e) cruéis;
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos,
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
do “de cujus”; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- e moral;
sumidor; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor- sam permanecer com seus filhos durante o período de amamen-
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, tação;
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
sociedade e do Estado; (Regulamento)(Vide Lei nº 12.527, de 2011) comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pa- drogas afins, na forma da lei;
gamento de taxas: LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- político ou de opinião;
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela au-
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe- toridade competente;
sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão devido processo legal;
ou ameaça a direito; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
perfeito e a coisa julgada; com os meios e recursos a ela inerentes;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização meios ilícitos;
que lhe der a lei, assegurados: LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
a) a plenitude de defesa; gado de sentença penal condenatória;
b) o sigilo das votações; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identifi-
c) a soberania dos veredictos; cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento)
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
a vida; esta não for intentada no prazo legal;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
sem prévia cominação legal; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi- dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
tos e liberdades fundamentais; salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres- litar, definidos em lei;
critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecen- do preso ou à pessoa por ele indicada;
tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion- LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento) lia e de advogado;

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu-
sua prisão ou por seu interrogatório policial; manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem-
dade judiciária; bros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a Emenda Constitucional nº 45, de 2004)(Atos aprovados na forma
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008 , DEC 6.949, de 2009 , DLG
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável 261, de 2015 , DEC 9.522, de 2018 ) (Vide ADIN 3392)
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen- § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter-
tícia e a do depositário infiel; nacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela
LXVIII - conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém so- Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
frer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; Direito à Vida
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito
reito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habe- de permanecer vivo e o direito de uma vida digna.
as-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exemplo,
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra declarada).
atribuições do Poder Público; Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura,
por: penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc.
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- Direito à Liberdade
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém
defesa dos interesses de seus membros ou associados; será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta virtude de lei. Tal dispositivo representa a consagração da autono-
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e mia privada.
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali- Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende, den-
dade, à soberania e à cidadania; tre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de locomoção,
LXXII - conceder-se-á “habeas-data”: de consciência, de crença, de reunião, de associação e de expressão.
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados Direito à Igualdade
de entidades governamentais ou de caráter público; A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constituição
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve ser en-
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; carada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade formal.
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce-
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de didos aos membros da coletividade por meio da norma.
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o
da sucumbência; princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam.
aos que comprovarem insuficiência de recursos; Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com-
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da
ma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) formação social.
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito; Direito à Privacidade
LXXVII - são gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas- Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gê-
-data”, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cida- nero, do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada
dania. (Regulamento) e a imagem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- assegura-se o direito à indenização pelo dano moral ou material
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a decorrente de sua violação.
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)(Vide ADIN 3392) Direito à Honra
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen- O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti-
tais têm aplicação imediata. nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não tal motivo, são previstos no Código Penal.
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado-
tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federati-
va do Brasil seja parte.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Direito de Propriedade XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas di-
É assegurado o direito de propriedade, contudo, com restri- árias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
ções, como por exemplo, de que se atenda à função social da pro- horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
priedade. Também se enquadram como espécies de restrição do coletiva de trabalho;
direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
e o usucapião. ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu- XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade mingos;
intelectual) e os direitos reativos à herança. XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni-
mo, em cinquenta por cento à do normal;
Referências Bibliográficas: XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- terço a mais do que o salário normal;
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
com a duração de cento e vinte dias;
Os direitos sociais estão previstos na CF nos artigos 6 a 11. Vejamos: XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in-
CAPÍTULO II centivos específicos, nos termos da lei;
DOS DIREITOS SOCIAIS XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ- normas de saúde, higiene e segurança;
dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada insalubres ou perigosas, na forma da lei;
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) XXIV - aposentadoria;
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilida- XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas-
de social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo cimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
poder público em programa permanente de transferência de renda, XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, ob- trabalho;
servada a legislação fiscal e orçamentária (Incluído pela Emenda XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
Constitucional nº 114, de 2021) XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre-
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando
outros que visem à melhoria de sua condição social: incorrer em dolo ou culpa;
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha-
indenização compensatória, dentre outros direitos; dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; contrato de trabalho;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; a) (Revogada).
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, b) (Revogada).
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa- XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções
mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos civil;
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário
para qualquer fim; e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e
trabalho; intelectual ou entre os profissionais respectivos;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
ou acordo coletivo; menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
percebem remuneração variável; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral empregatício permanente e o trabalhador avulso.
ou no valor da aposentadoria; Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado-
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X,
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
retenção dolosa; e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim-
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da em- acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
presa, conforme definido em lei; des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalha- sua integração à previdência social.
dor de baixa renda nos termos da lei; Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado
o seguinte:

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a funda- → Princípio do mínimo existencial: é um conjunto de bens
ção de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, veda- e direitos vitais básicos indispensáveis a uma vida humana digna,
das ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização intrinsecamente ligado ao fundamento da dignidade da pessoa
sindical; humana previsto no Artigo 1º, III, CF. A efetivação do mínimo exis-
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, tencial não se sujeita à reserva do possível, pois tais direitos se en-
em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou eco- contram na estrutura dos serviços púbicos essenciais.
nômica, na mesma base territorial, que será definida pelos traba-
lhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior Referências Bibliográficas:
à área de um Município; DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coleti- cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
vos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas; Os direitos referentes à nacionalidade estão previstos dos Arti-
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratan- gos 12 a 13 da CF. Vejamos:
do de categoria profissional, será descontada em folha, para cus-
teio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, CAPÍTULO III
independentemente da contribuição prevista em lei; DA NACIONALIDADE
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
sindicato; Art. 12. São brasileiros:
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações I - natos:
coletivas de trabalho; a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
organizações sindicais; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei-
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par- ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação tiva do Brasil;
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra-
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga- petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
as condições que a lei estabelecer. nacionalidade brasileira;
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos traba- II - naturalizados:
lhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os inte- a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
resses que devam por meio dele defender. exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi-
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup-
da lei. tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em- brasileira.
pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte- § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se
resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
deliberação. direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons-
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é as- tituição.
segurada a eleição de um representante destes com a finalidade § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros na-
exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre- tos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
gadores. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
Os direitos sociais regem-se pelos princípios abaixo: II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
→ Princípio da proibição do retrocesso: qualifica-se pela im- III - de Presidente do Senado Federal;
possibilidade de redução do grau de concretização dos direitos IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
sociais já implementados pelo Estado. Ou seja, uma vez alcança- V - da carreira diplomática;
do determinado grau de concretização de um direito social, fica o VI - de oficial das Forças Armadas.
legislador proibido de suprimir ou reduzir essa concretização sem VII - de Ministro de Estado da Defesa.
que haja a criação de mecanismos equivalentes chamados de me- § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
dias compensatórias. que:
→ Princípio da reserva do possível: a implementação dos di- I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
reitos e garantias fundamentais de segunda geração esbarram no virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
óbice do financeiramente possível. II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es-
trangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.

136
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fe- Cargos privativos de brasileiros natos → Artigo 12, §3º, CF;
derativa do Brasil. Função no Conselho da República → Artigo 89, VII, CF;
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, Extradição → Artigo 5º, LI, CF; e
o hino, as armas e o selo nacionais. Direito de propriedade → Artigo 222, CF.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter
símbolos próprios. Perda da Nacionalidade
O Artigo 12, §4º da CF refere-se à perda da nacionalidade, que
A Nacionalidade é o vínculo jurídico-político de Direito Público apenas poderá ocorrer nas duas hipóteses taxativamente elenca-
interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da di- das na CF, sob pena de manifesta inconstitucionalidade.
mensão pessoal do Estado (o seu povo).
Considera-se povo o conjunto de nacionais, ou seja, os brasilei- Dupla Nacionalidade
ros natos e naturalizados. O Artigo 12, §4º, II da CF traz duas hipóteses em que a opção
por outra nacionalidade não ocasiona a perda da brasileira, passan-
Espécies de Nacionalidade do o nacional a possuir dupla nacionalidade (polipátrida).
São duas as espécies de nacionalidade: Polipátrida → aquele que possui mais de uma nacionalidade.
a) Nacionalidade primária, originária, de 1º grau, involuntá- Heimatlos ou Apátrida → aquele que não possui nenhuma na-
ria ou nata: é aquela resultante de um fato natural, o nascimento. cionalidade.
Trata-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do
simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo Estado Idioma Oficial e Símbolos Nacionais
na sua Constituição Federal. Descrita no Artigo 12, I, CF/88. Por fim, o Artigo 13 da CF elenca o Idioma Oficial e os Símbolos
b) Nacionalidade secundária, adquirida, por aquisição, de 2º Nacionais do Brasil.
grau, voluntária ou naturalização: é a que se adquire por ato voliti-
vo, depois do nascimento, somado ao cumprimento dos requisitos Referências Bibliográficas:
constitucionais. Descrita no Artigo 12, II, CF/88. DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
O quadro abaixo auxilia na memorização das diferenças entre cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
as duas:
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Nacionalidade
Primária Secundária Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer-
Nascimento + Requisitos cons- Ato de vontade + Requisitos sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos
titucionais constitucionais termos da lei, mediante:
Brasileiro Nato Brasileiros Naturalizado I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Critérios para Adoção de Nacionalidade Primária
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
O Estado pode adotar dois critérios para a concessão da na-
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
cionalidade originária: o de origem sanguínea (ius sanguinis) e o de
II - facultativos para:
origem territorial (ius solis).
a) os analfabetos;
O critério ius sanguinis tem por base questões de hereditarie-
b) os maiores de setenta anos;
dade, um vínculo sanguíneo com os ascendentes.
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
O critério ius solis concede a nacionalidade originária aos nas-
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, du-
cidos no território de um determinado Estado, sendo irrelevante a
rante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
nacionalidade dos genitores.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
A CF/88 adotou o critério ius solis como regra geral, possibili-
I - a nacionalidade brasileira;
tando em alguns casos, a atribuição de nacionalidade primária pau-
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
tada no ius sanguinis.
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
Portugueses Residentes no Brasil
V - a filiação partidária;Regulamento
O §1º do Artigo 12 da CF confere tratamento diferenciado aos
VI - a idade mínima de:
portugueses residentes no Brasil. Não se trata de hipótese de natu-
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Re-
ralização, mas tão somente forma de atribuição de direitos.
pública e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e
Portugueses Equiparados do Distrito Federal;
Igual os Direitos Se 1) Residência permanente no Brasil; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual
dos Brasileiros houver 2) Reciprocidade aos brasileiros em ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
Naturalizados Portugal. d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Distinção entre Brasileiros Natos e Naturalizados
A CF/88 em seu Artigo 12, §2º, prevê que a lei não poderá fazer
distinção entre brasileiros natos e naturalizados, com exceção às
seguintes hipóteses:

137
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado
e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou TÍTULO III, CAPÍTULO VII, SEÇÕES I E II
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subseqüente.(Redação dada pela Emenda Constitu- TÍTULO III
cional nº 16, de 1997) DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú-
blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos CAPÍTULO VII
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o côn- Disposições gerais e servidores públicos
juge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz
por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte-
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já e pessoas que desempenham função pública.
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra-
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con- ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de-
dições: sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se seja, que estão a serviço da coletividade.
da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela Princípios da Administração Pública
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi-
da diplomação, para a inatividade. ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibi- do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
lidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
administrativa, a moralidade para exercício de mandato conside- As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a
rada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memo-
das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do rização, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou “LIMPE”. Observe o quadro abaixo:
indireta.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
4, de 1994) PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
L Legalidade
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída
a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou I Impessoalidade
fraude. M Moralidade
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
P Publicidade
de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
manifesta má-fé. E Eficiência
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições munici- LIMPE
pais as consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas
Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (no- Passemos ao conceito de cada um deles:
venta) dias antes da data das eleições, observados os limites ope-
racionais relativos ao número de quesitos.(Incluído pela Emenda Princípio da Legalidade
Constitucional nº 111, de 2021) De acordo com este princípio, o administrador não pode agir
§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determina-
submetidas às consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão da. O quadro abaixo demonstra suas divisões.
durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda
gratuita no rádio e na televisão.(Incluído pela Emenda Constitucio-
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
nal nº 111, de 2021)
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou A Administração Pública somente
Em relação à
suspensão só se dará nos casos de: pode fazer o que a lei permite →
Administração Pública
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em Princípio da Estrita Legalidade
julgado; O Particular pode fazer tudo que a
II - incapacidade civil absoluta; Em relação ao Particular
lei não proíbe
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
rarem seus efeitos; Princípio da Impessoalidade
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de-
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra de sua função é sempre o interesse público.
até um ano da data de sua vigência.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 4, de 1993)

138
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Princípio da Moralidade CAPÍTULO VII
Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de
probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé. SEÇÃO I
A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen- DISPOSIÇÕES GERAIS
tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
(moral comum) e sim com a profissional (ética profissional). Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi- dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
do a atos de improbidade administrativa: cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
SANÇÕES AO COMETIMENTO DE ATOS DE IMPROBIDADE I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
ADMINISTRATIVA brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei;
Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
Perda da função pública (responsabilidade disciplinar) aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial) títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial) cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
ção;
Princípio da Publicidade III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
O princípio da publicidade determina que a Administração Pú- anos, prorrogável uma vez, por igual período;
blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con-
salvo a hipótese de sigilo necessário. vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concur-
e tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e sados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
possibilitar o controle por todos os interessados. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
Princípio da Eficiência preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per-
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui-
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, ções de direção, chefia e assessoramento;
evitando atuações amadorísticas. VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir ciação sindical;
com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça definidos em lei específica;
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
boa administração). para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a sua admissão;
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul- IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado interesse público;
for atingido. X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
Disposições Gerais na Administração Pública lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú- gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
blica: de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
DIRETA INDIRETA fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
Autarquias (podem ser qualificadas como agências mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen-
Federal reguladoras) sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamen-
Estadual Fundações (autarquias e fundações podem ser qua- te ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
Distrital lificadas como agências executivas) natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Municipal Sociedades de economia mista
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
Empresas públicas
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Entes Cooperados Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe-
Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen- por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre-
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos:

139
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
mo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
Defensores Públicos; ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder dos serviços;
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
tivo; mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- e XXXIII;
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
serviço público; ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponi-
acréscimos ulteriores; bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em- previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
qualquer caso o disposto no inciso XI: vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
a) a de dois cargos de professor; seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
saúde, com profissões regulamentadas; de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possi-
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções bilite o acesso a informações privilegiadas.
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ou indiretamente, pelo poder público; ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; I - o prazo de duração do contrato;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl- III - a remuneração do pessoal.”
timo caso, definir as áreas de sua atuação; § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, geral.
serviços, compras e alienações serão contratados mediante proces- § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
so de licitação pública que assegure igualdade de condições a to- sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
dos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exo-
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das neração.
obrigações. § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera-
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona- caráter indenizatório previstas em lei.
mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste ar-
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e tigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ-
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. nica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor- e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
mativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste pa-
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto- rágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
ridades ou servidores públicos. Vereadores.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser re-
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos adaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabili-
da lei. dades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição,
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori-
gem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

140
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisi-
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (In- tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
cluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de convênios ou contratos entre os entes federados.
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser- § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis-
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de ad-
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência missão quando a natureza do cargo o exigir.
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, indi- Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
vidual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
resultados alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Cons- prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
titucional nº 109, de 2021) obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárqui- § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
ca e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as cípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
seguintes disposições: neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, disposto no art. 37, XI.
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera- empregos públicos.
ção; § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- pios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenien-
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego tes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdên- carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo
2019) em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 103, de 2019)
Servidores Públicos Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
Distrito Federal ou aos Municípios. Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)
SEÇÃO II I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
DOS SERVIDORES PÚBLICOS que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa-
planos de carreira para os servidores da administração pública dire- tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
instituirão conselho de política de administração e remuneração de e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
deres (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
(Vide ADIN nº 2.135-4) e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo- idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
nentes do sistema remuneratório observará: tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
cargos componentes de cada carreira; ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
II - os requisitos para a investidura; de 2019)
III - as peculiaridades dos cargos.

141
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores gem de tempo de contribuição fictício.
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi-
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons-
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so- exoneração, e de cargo eletivo.
cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regi-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) me próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e cri-
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- térios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
dos para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi- cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
profissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
nº 103, de 2019) emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins-
para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re-
incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitu- gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias
cional nº 103, de 2019) e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- 103, de 2019)
dos para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exer- § 15. O regime de previdência complementar de que trata o §
cidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui-
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a ca- ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
racterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dispos-
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem to nos§§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressa-
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação do no serviço público até a data da publicação do ato de instituição
infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei comple- do correspondente regime de previdência complementar.
mentar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
Constitucional nº 103, de 2019) cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualiza-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos dos, na forma da lei.
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado-
mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên- rias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitu- igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
cional nº 103, de 2019) § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do res-
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tra- pectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha
tar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que
nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compul-
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação sória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, ór-
estabelecidos em lei. gãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres- § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada § 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nº 103, de 2019)

142
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ- De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilida-
dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que de poder ser definida como a garantia constitucional de permanên-
já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de cia no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, de concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo,
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) após o transcurso de estágio probatório.
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe-
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse
tucional nº 103, de 2019) é o estágio probatório citado pela lei.
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado,
recursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41,
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído § 1º da CF.
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia-
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela dos concursos públicos, segue a tabela explicativa:
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ- ESTABILIDADE DO SERVIDOR
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de Cargo de provimento efetivo/ocupado em
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de razão de concurso público
2019) Requisitos para
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Inclu- aquisição de 3 anos de efetivo exercício
Estabilidade
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Avaliação de desempenho por comissão
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
instituída para esta finalidade
servados os princípios relacionados com governança, controle in-
terno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, Em virtude de sentença judicial transitada
de 2019) em julgado
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen- Mediante processo administrativo em que
Hipóteses em
te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional lhe seja assegurada ampla defesa
que o servidor
nº 103, de 2019) estável pode
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Mediante procedimento de avaliação
perder o cargo
periódica de desempenho, na forma de lei
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
complementar, assegurada ampla defesa
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
Em razão de excesso de despesa
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
Referências Bibliográficas:
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
concurso público. cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: Editora JusPODIVM.
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Administrativo – Série
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- Resumo. 3ª edição. São Paulo: Editora Método.
rada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. TÍTULO IV, CAPÍTULO IV, SEÇÃO I
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es- TÍTULO IV,
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re- CAPÍTULO IV
muneração proporcional ao tempo de serviço. DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser- (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 80, DE
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor- 2014)
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
outro cargo. SEÇÃO I
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga- DO MINISTÉRIO PÚBLICO
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
para essa finalidade. Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essen-
cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
Estabilidade ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de individuais indisponíveis.
permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro- § 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a uni-
vado em estágio probatório. dade, a indivisibilidade e a independência funcional.

143
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, me-
e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, pro- diante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Pú-
por ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e ser- blico, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
viços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de ampla defesa;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a 2004)
lei disporá sobre sua organização e funcionamento.(Redação dada c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º,
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º,
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária I;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. II - as seguintes vedações:
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva pro- a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorá-
posta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de dire- rios, percentagens ou custas processuais;
trizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de b) exercer a advocacia;
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites es- d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun-
tipulados na forma do § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº ção pública, salvo uma de magistério;
45, de 2004) e) exercer atividade político-partidária;(Redação dada pela
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas
fins de consolidação da proposta orçamentária anual.(Incluído pela as exceções previstas em lei.(Incluída pela Emenda Constitucional
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) nº 45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto
haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que no art. 95, parágrafo único, V.(Incluído pela Emenda Constitucional
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen- nº 45, de 2004)
tárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
créditos suplementares ou especiais.(Incluído pela Emenda Consti- I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
tucional nº 45, de 2004) da lei;
Art. 128. O Ministério Público abrange: II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos servi-
I - o Ministério Público da União, que compreende: ços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constitui-
a) o Ministério Público Federal; ção, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
b) o Ministério Público do Trabalho; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a pro-
c) o Ministério Público Militar; teção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; interesses difusos e coletivos;
II - os Ministérios Públicos dos Estados. IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representa-
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador- ção para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos pre-
-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre vistos nesta Constituição;
integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a apro- V - defender judicialmente os direitos e interesses das popula-
vação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado ções indígenas;
Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução. VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por inicia- sua competência, requisitando informações e documentos para ins-
tiva do Presidente da República, deverá ser precedida de autoriza- truí-los, na forma da lei complementar respectiva;
ção da maioria absoluta do Senado Federal. VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal da lei complementar mencionada no artigo anterior;
e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de in-
na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, quérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas mani-
que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de festações processuais;
dois anos, permitida uma recondução. IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Fede- compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação
ral e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar res- § 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis
pectiva. previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó-
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciati- teses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
va é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a § 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da res-
observadas, relativamente a seus membros: pectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.(Redação
I - as seguintes garantias: dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo per- § 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á me-
der o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; diante concurso público de provas e títulos, assegurada a partici-
pação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exi-
gindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade
jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o dispos- § 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor
to no art. 93.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram,
2004) vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será ime- lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:(Incluído pela Emenda
diata.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribu- I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado,
nais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços au-
direitos, vedações e forma de investidura. xiliares;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe- II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e cor-
-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, reição geral;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Fe- III requisitar e designar membros do Ministério Público, dele-
deral, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, gando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Minis-
sendo:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) tério Público.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I o Procurador-Geral da República, que o preside;(Incluído pela § 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advo-
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) gados do Brasil oficiará junto ao Conselho. (Incluído pela Emenda
II quatro membros do Ministério Público da União, assegura- Constitucional nº 45, de 2004)
da a representação de cada uma de suas carreiras; (Incluído pela § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Minis-
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) tério Público, competentes para receber reclamações e denúncias
III três membros do Ministério Público dos Estados;(Incluído de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.(Incluído
outro pelo Superior Tribunal de Justiça;(Incluído pela Emenda Cons- pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
titucional nº 45, de 2004)
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem
LEI Nº 8.625, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1993: INSTITUI
dos Advogados do Brasil;(Incluído pela Emenda Constitucional nº
A LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO,
45, de 2004) DISPÕE SOBRE NORMAS GERAIS PARA A ORGANIZAÇÃO
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, DO MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS E DÁ OUTRAS
indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Fe- PROVIDÊNCIAS
deral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público
serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da LEI Nº 8.625, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1993
lei.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o Institui a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, dispõe sobre
controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Pú- normas gerais para a organização do Ministério Público dos Esta-
blico e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, dos e dá outras providências.
cabendo lhe: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
competência, ou recomendar providências;(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) CAPÍTULO I
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou me- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
diante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados
por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Esta- Art. 1º O Ministério Público é instituição permanente, essen-
dos, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;(Incluído pela individuais indisponíveis.
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Parágrafo único. São princípios institucionais do Ministério Pú-
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou blico a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive con- Art. 2º Lei complementar, denominada Lei Orgânica do Minis-
tra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar tério Público, cuja iniciativa é facultada aos Procuradores-Gerais de
e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplina- Justiça dos Estados, estabelecerá, no âmbito de cada uma dessas
res em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar unidades federativas, normas específicas de organização, atribui-
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;(Redação ções e estatuto do respectivo Ministério Público.
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Parágrafo único. A organização, atribuições e estatuto do Mi-
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disci- nistério Público do Distrito Federal e Territórios serão objeto da Lei
plinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados Orgânica do Ministério Público da União.
julgados há menos de um ano;(Incluído pela Emenda Constitucional Art. 3º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcio-
nº 45, de 2004) nal, administrativa e financeira, cabendo-lhe, especialmente:
V elaborar relatório anual, propondo as providências que jul- I - praticar atos próprios de gestão;
gar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional e adminis-
atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista trativa do pessoal, ativo e inativo, da carreira e dos serviços auxilia-
no art. 84, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) res, organizados em quadros próprios;

145
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
III - elaborar suas folhas de pagamento e expedir os competen- SEÇÃO II
tes demonstrativos; DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
IV - adquirir bens e contratar serviços, efetuando a respectiva
contabilização; Art. 7º São órgãos de execução do Ministério Público:
V - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de cargos, I - o Procurador-Geral de Justiça;
bem como a fixação e o reajuste dos vencimentos de seus mem- II - o Conselho Superior do Ministério Público;
bros; III - os Procuradores de Justiça;
VI - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos car- IV - os Promotores de Justiça.
gos de seus serviços auxiliares, bem como a fixação e o reajuste dos
vencimentos de seus servidores; SEÇÃO III
VII - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxilia- DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
res, bem como nos casos de remoção, promoção e demais formas
de provimento derivado; Art. 8º São órgãos auxiliares do Ministério Público, além de ou-
VIII - editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que tros criados pela Lei Orgânica:
importem em vacância de cargos e carreira e dos serviços auxiliares, I - os Centros de Apoio Operacional;
bem como os de disponibilidade de membros do Ministério Público II - a Comissão de Concurso;
e de seus servidores; III - o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional;
IX - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Procu- IV - os órgãos de apoio administrativo;
radorias e Promotorias de Justiça; V - os estagiários.
X - compor os seus órgãos de administração;
XI - elaborar seus regimentos internos; CAPÍTULO III
XII - exercer outras competências dela decorrentes. DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO
Parágrafo único As decisões do Ministério Público fundadas em
sua autonomia funcional, administrativa e financeira, obedecidas as SEÇÃO I
formalidades legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata, DA PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA
ressalvada a competência constitucional do Poder Judiciário e do
Tribunal de Contas. Art. 9º Os Ministérios Públicos dos Estados formarão lista trípli-
Art. 4º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentá- ce, dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para
ria dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentá- escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do
rias, encaminhando-a diretamente ao Governador do Estado, que a Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recon-
submeterá ao Poder Legislativo. dução, observado o mesmo procedimento.
§ 1º Os recursos correspondentes às suas dotações orçamen- § 1º A eleição da lista tríplice far-se-á mediante voto plurinomi-
tárias próprias e globais, compreendidos os créditos suplementares nal de todos os integrantes da carreira.
e especiais, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada mês, sem § 2º A destituição do Procurador-Geral de Justiça, por iniciativa
vinculação a qualquer tipo de despesa. do Colégio de Procuradores, deverá ser precedida de autorização
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacio- de um terço dos membros da Assembléia Legislativa.
nal e patrimonial do Ministério Público, quanto à legalidade, legiti- § 3º Nos seus afastamentos e impedimentos o Procurador-Ge-
midade, economicidade, aplicação de dotações e recursos próprios ral de Justiça será substituído na forma da Lei Orgânica.
e renúncia de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo, me- § 4º Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação
diante controle externo e pelo sistema de controle interno estabe- do Procurador-Geral de Justiça, nos quinze dias que se seguirem
lecido na Lei Orgânica. ao recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no
cargo o membro do Ministério Público mais votado, para exercício
CAPÍTULO II do mandato.
DA ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO Art. 10. Compete ao Procurador-Geral de Justiça:
I - exercer a chefia do Ministério Público, representando-o judi-
SEÇÃO I cial e extrajudicialmente;
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO II - integrar, como membro nato, e presidir o colégio de Pro-
curadores de Justiça e o Conselho Superior do Ministério Público;
Art. 5º São órgãos da Administração Superior do Ministério Pú- III - submeter ao Colégio de Procuradores de Justiça as propos-
blico: tas de criação e extinção de cargos e serviços auxiliares e de orça-
I - a Procuradoria-Geral de Justiça; mento anual;
II - o Colégio de Procuradores de Justiça; IV - encaminhar ao Poder Legislativo os projetos de lei de inicia-
III - o Conselho Superior do Ministério Público; tiva do Ministério Público;
IV - a Corregedoria-Geral do Ministério Público. V - praticar atos e decidir questões relativas à administração
Art. 6º São também órgãos de Administração do Ministério Pú- geral e execução orçamentária do Ministério Público;
blico: VI - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxilia-
I - as Procuradorias de Justiça; res, bem como nos casos de remoção, promoção, convocação e de-
II - as Promotorias de Justiça. mais formas de provimento derivado;
VII - editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que im-
portem em vacância de cargos da carreira ou dos serviços auxiliares
e atos de disponibilidade de membros do Ministério Público e de
seus servidores;

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
VIII - delegar suas funções administrativas; VI - destituir o Corregedor-Geral do Ministério Público, pelo
IX - designar membros do Ministério Público para: voto de dois terços de seus membros, em caso de abuso de poder,
a) exercer as atribuições de dirigente dos Centros de Apoio conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo, por
Operacional; representação do Procurador-Geral de Justiça ou da maioria de seus
b) ocupar cargo de confiança junto aos órgãos da Administra- integrantes, assegurada ampla defesa;
ção Superior; VII - recomendar ao Corregedor-Geral do Ministério Público
c) integrar organismos estatais afetos a sua área de atuação; a instauração de procedimento administrativo disciplinar contra
d) oferecer denúncia ou propor ação civil pública nas hipóteses membro do Ministério Público;
de não confirmação de arquivamento de inquérito policial ou civil, VIII - julgar recurso contra decisão:
bem como de quaisquer peças de informações; a) de vitaliciamento, ou não, de membro do Ministério Público;
e) acompanhar inquérito policial ou diligência investigatória, b) condenatória em procedimento administrativo disciplinar;
devendo recair a escolha sobre o membro do Ministério Público c) proferida em reclamação sobre o quadro geral de antigüi-
com atribuição para, em tese, oficiar no feito, segundo as regras dade;
ordinárias de distribuição de serviços; d) de disponibilidade e remoção de membro do Ministério Pú-
f) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de vacância, blico, por motivo de interesse público;
afastamento temporário, ausência, impedimento ou suspeição de e) de recusa prevista no § 3º do art. 15 desta lei;
titular de cargo, ou com consentimento deste; IX - decidir sobre pedido de revisão de procedimento adminis-
g) por ato excepcional e fundamentado, exercer as funções trativo disciplinar;
processuais afetas a outro membro da instituição, submetendo sua X - deliberar por iniciativa de um quarto de seus integrantes ou
decisão previamente ao Conselho Superior do Ministério Público; do Procurador-Geral de Justiça, que este ajuíze ação cível de decre-
(Vide ADIN 2854) tação de perda do cargo de membro vitalício do Ministério Público
h) oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira instância, ou nos casos previstos nesta Lei;
junto ao Procurador-Regional Eleitoral, quando por este solicitado; XI - rever, mediante requerimento de legítimo interessado, nos
X - dirimir conflitos de atribuições entre membros do Ministé- termos da Lei Orgânica, decisão de arquivamento de inquérito po-
rio Público, designando quem deva oficiar no feito; licial ou peças de informações determinada pelo Procurador-Geral
XI - decidir processo disciplinar contra membro do Ministério de Justiça, nos casos de sua atribuição originária;
Público, aplicando as sanções cabíveis; XII - elaborar seu regimento interno;
XII - expedir recomendações, sem caráter normativo aos órgãos XIII - desempenhar outras atribuições que lhe forem conferidas
do Ministério Público, para o desempenho de suas funções; por lei.
XIII - encaminhar aos Presidentes dos Tribunais as listas sêx- Parágrafo único. As decisões do Colégio de Procuradores da Jus-
tuplas a que se referem os arts. 94, caput, e 104, parágrafo único, tiça serão motivadas e publicadas, por extrato, salvo nas hipóteses
inciso II, da Constituição Federal; legais de sigilo ou por deliberação da maioria de seus integrantes.
XIV - exercer outras atribuições previstas em lei. Art. 13 Para exercer as atribuições do Colégio de Procuradores
Art. 11. O Procurador-Geral de Justiça poderá ter em seu Gabine- de Justiça com número superior a quarenta Procuradores de Justi-
te, no exercício de cargo de confiança, Procuradores ou Promotores ça, poderá ser constituído Órgão Especial, cuja composição e núme-
de Justiça da mais elevada entrância ou categoria, por ele designados. ro de integrantes a Lei Orgânica fixará.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às hipó-
SEÇÃO II teses previstas nos incisos I, IV, V e VI do artigo anterior, bem como
DO COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA a outras atribuições a serem deferidas à totalidade do Colégio de
Procuradores de Justiça pela Lei Orgânica.
Art. 12. O Colégio de Procuradores de Justiça é composto por
todos os Procuradores de Justiça, competindo-lhe: SEÇÃO III
I - opinar, por solicitação do Procurador-Geral de Justiça ou de DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO
um quarto de seus integrantes, sobre matéria relativa à autonomia
do Ministério Público, bem como sobre outras de interesse institu- Art. 14. Lei Orgânica de cada Ministério Público disporá sobre a
cional; composição, inelegibilidade e prazos de sua cessação, posse e dura-
II - propor ao Procurador-Geral de Justiça a criação de cargos ção do mandato dos integrantes do Conselho Superior do Ministé-
e serviços auxiliares, modificações na Lei Orgânica e providências rio Público, respeitadas as seguintes disposições:
relacionadas ao desempenho das funções institucionais; I - o Conselho Superior terá como membros natos apenas o
III - aprovar a proposta orçamentária anual do Ministério Pú- Procurador-Geral de Justiça e o Corregedor-Geral do Ministério Pú-
blico, elaborada pela Procuradoria-Geral de Justiça, bem como os blico;
projetos de criação de cargos e serviços auxiliares; II - são elegíveis somente Procuradores de Justiça que não este-
IV - propor ao Poder Legislativo a destituição do Procurador- jam afastados da carreira;
-Geral de Justiça, pelo voto de dois terços de seus membros e por III - o eleitor poderá votar em cada um dos elegíveis até o nú-
iniciativa da maioria absoluta de seus integrantes em caso de abuso mero de cargos postos em eleição, na forma da lei complementar
de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do estadual.
cargo, assegurada ampla defesa; Art. 15. Ao Conselho Superior do Ministério Público compete:
V - eleger o Corregedor-Geral do Ministério Público; I - elaborar as listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94,
caput e 104, parágrafo único, II, da Constituição Federal;
II - indicar ao Procurador-Geral de Justiça, em lista tríplice, os
candidatos a remoção ou promoção por merecimento;

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
III - eleger, na forma da Lei Orgânica, os membros do Ministé- V - instaurar, de ofício ou por provocação dos demais órgãos da
rio Público que integrarão a Comissão de Concurso de ingresso na Administração Superior do Ministério Público, processo disciplinar
carreira; contra membro da instituição, presidindo-o e aplicando as sanções
IV - indicar o nome do mais antigo membro do Ministério Públi- administrativas cabíveis, na forma da Lei Orgânica;
co para remoção ou promoção por antigüidade; VI - encaminhar ao Procurador-Geral de Justiça os processos
V - indicar ao Procurador-Geral de Justiça Promotores de Justi- administrativos disciplinares que, na forma da Lei Orgânica, incum-
ça para substituição por convocação; ba a este decidir;
VI - aprovar os pedidos de remoção por permuta entre mem- VII - remeter aos demais órgãos da Administração Superior
bros do Ministério Público; do Ministério Público informações necessárias ao desempenho de
VII - decidir sobre vitaliciamento de membros do Ministério suas atribuições;
Público; VIII - apresentar ao Procurador-Geral de Justiça, na primeira
VIII - determinar por voto de dois terços de seus integrantes a quinzena de fevereiro, relatório com dados estatísticos sobre as ati-
disponibilidade ou remoção de membros do Ministério Público, por vidades das Procuradorias e Promotorias de Justiça, relativas ao ano
interesse público, assegurada ampla defesa; anterior.
IX - aprovar o quadro geral de antigüidade do Ministério Públi- Art. 18. O Corregedor-Geral do Ministério Público será asses-
co e decidir sobre reclamações formuladas a esse respeito; sorado por Promotores de Justiça da mais elevada entrância ou ca-
X - sugerir ao Procurador-Geral a edição de recomendações, tegoria, por ele indicados e designados pelo Procurador-Geral de
sem caráter vinculativo, aos órgãos do Ministério Público para o de- Justiça.
sempenho de suas funções e a adoção de medidas convenientes ao Parágrafo único. Recusando-se o Procurador-Geral de Justiça a
aprimoramento dos serviços; designar os Promotores de Justiça que lhe foram indicados, o Cor-
XI - autorizar o afastamento de membro do Ministério Público regedor-Geral do Ministério Público poderá submeter a indicação à
para freqüentar curso ou seminário de aperfeiçoamento e estudo, deliberação do Colégio de Procuradores.
no País ou no exterior;
XII - elaborar seu regimento interno; SEÇÃO V
XIII - exercer outras atribuições previstas em lei. DAS PROCURADORIAS DE JUSTIÇA
§ 1º As decisões do Conselho Superior do Ministério Público se-
rão motivadas e publicadas, por extrato, salvo nas hipóteses legais Art. 19. As Procuradorias de Justiça são órgãos de Administra-
de sigilo ou por deliberação da maioria de seus integrantes. ção do Ministério Público, com cargos de Procurador de Justiça e
§ 2º A remoção e a promoção voluntária por antigüidade e por serviços auxiliares necessários ao desempenho das funções que lhe
merecimento, bem como a convocação, dependerão de prévia ma- forem cometidas pela Lei Orgânica.
nifestação escrita do interessado. § 1º É obrigatória a presença de Procurador de Justiça nas ses-
§ 3º Na indicação por antigüidade, o Conselho Superior do Mi- sões de julgamento dos processos da respectiva Procuradoria de
nistério Público somente poderá recusar o membro do Ministério Justiça.
Público mais antigo pelo voto de dois terços de seus integrantes, § 2º Os Procuradores de Justiça exercerão inspeção permanen-
conforme procedimento próprio, repetindo-se a votação até fixar- te dos serviços dos Promotores de Justiça nos autos em que ofi-
-se a indicação, após o julgamento de eventual recurso interposto ciem, remetendo seus relatórios à Corregedoria-Geral do Ministério
com apoio na alínea e do inciso VIII do art. 12 desta lei. Público.
Art. 20. Os Procuradores de Justiça das Procuradorias de Justiça
SEÇÃO IV civis e criminais, que oficiem junto ao mesmo Tribunal, reunir-se-ão
DA CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO para fixar orientações jurídicas, sem caráter vinculativo, encami-
nhando-as ao Procurador-Geral de Justiça.
Art. 16. O Corregedor-Geral do Ministério Público será eleito Art. 21. A divisão interna dos serviços das Procuradorias de
pelo Colégio de Procuradores, dentre os Procuradores de Justiça, Justiça sujeitar-se-á a critérios objetivos definidos pelo Colégio de
para mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado Procuradores, que visem à distribuição eqüitativa dos processos
o mesmo procedimento. por sorteio, observadas, para esse efeito, as regras de proporciona-
Parágrafo único. O Corregedor-Geral do Ministério Público é lidade, especialmente a alternância fixada em função da natureza,
membro nato do Colégio de Procuradores de Justiça e do Conselho volume e espécie dos feitos.
Superior do Ministério Público. Parágrafo único. A norma deste artigo só não incidirá nas hipó-
Art. 17. A Corregedoria-Geral do Ministério Público é o órgão teses em que os Procuradores de Justiça definam, consensualmen-
orientador e fiscalizador das atividades funcionais e da conduta te, conforme critérios próprios, a divisão interna dos serviços.
dos membros do Ministério Público, incumbindo-lhe, dentre outras Art. 22. À Procuradoria de Justiça compete, na forma da Lei Or-
atribuições: gânica, dentre outras atribuições:
I - realizar correições e inspeções; I - escolher o Procurador de Justiça responsável pelos serviços
II - realizar inspeções nas Procuradorias de Justiça, remetendo administrativos da Procuradoria;
relatório reservado ao Colégio de Procuradores de Justiça; II - propor ao Procurador-Geral de Justiça a escala de férias de
III - propor ao Conselho Superior do Ministério Público, na for- seus integrantes;
ma da Lei Orgânica, o não vitaliciamento de membro do Ministério III - solicitar ao Procurador-Geral de Justiça, em caso de licença
Público; de Procurador de Justiça ou afastamento de suas funções junto à
IV - fazer recomendações, sem caráter vinculativo, a órgão de Procuradoria de Justiça, que convoque Promotor de Justiça da mais
execução; elevada entrância ou categoria para substituí-lo.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
SEÇÃO VI IX - interpor recursos ao Supremo Tribunal Federal e ao Supe-
DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA rior Tribunal de Justiça;
X - (Vetado);
Art. 23. As Promotorias de Justiça são órgãos de administração XI - (Vetado).
do Ministério Público com pelo menos um cargo de Promotor de Parágrafo único. É vedado o exercício das funções do Ministé-
Justiça e serviços auxiliares necessários ao desempenho das fun- rio Público a pessoas a ele estranhas, sob pena de nulidade do ato
ções que lhe forem cometidas pela Lei Orgânica. praticado.
§ 1º As Promotorias de Justiça poderão ser judiciais ou extraju- Art. 26. No exercício de suas funções, o Ministério Público po-
diciais, especializadas, gerais ou cumulativas. derá:
§ 2º As atribuições das Promotorias de Justiça e dos cargos I - instaurar inquéritos civis e outras medidas e procedimentos
dos Promotores de Justiça que a integram serão fixadas mediante administrativos pertinentes e, para instruí-los:
proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada pelo Colégio de a) expedir notificações para colher depoimento ou esclareci-
Procuradores de Justiça. mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
§ 3º A exclusão, inclusão ou outra modificação nas atribuições condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar, ressalva-
das Promotorias de Justiça ou dos cargos dos Promotores de Justi- das as prerrogativas previstas em lei;
ça que a integram serão efetuadas mediante proposta do Procura- b) requisitar informações, exames periciais e documentos de
dor-Geral de Justiça, aprovada por maioria absoluta do Colégio de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como dos órgãos
Procuradores. e entidades da administração direta, indireta ou fundacional, de
Art. 24. O Procurador-Geral de Justiça poderá, com a concor- qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dância do Promotor de Justiça titular, designar outro Promotor para dos Municípios;
funcionar em feito determinado, de atribuição daquele. c) promover inspeções e diligências investigatórias junto às au-
toridades, órgãos e entidades a que se refere a alínea anterior;
CAPÍTULO IV II - requisitar informações e documentos a entidades privadas,
DAS FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO para instruir procedimentos ou processo em que oficie;
III - requisitar à autoridade competente a instauração de sindi-
SEÇÃO I cância ou procedimento administrativo cabível;
DAS FUNÇÕES GERAIS IV - requisitar diligências investigatórias e a instauração de in-
quérito policial e de inquérito policial militar, observado o disposto
Art. 25. Além das funções previstas nas Constituições Federal e no art. 129, inciso VIII, da Constituição Federal, podendo acompa-
Estadual, na Lei Orgânica e em outras leis, incumbe, ainda, ao Mi- nhá-los;
nistério Público: V - praticar atos administrativos executórios, de caráter prepa-
I - propor ação de inconstitucionalidade de leis ou atos norma- ratório;
tivos estaduais ou municipais, em face à Constituição Estadual; VI - dar publicidade dos procedimentos administrativos não
II - promover a representação de inconstitucionalidade para disciplinares que instaurar e das medidas adotadas;
efeito de intervenção do Estado nos Municípios; VII - sugerir ao Poder competente a edição de normas e a alte-
III - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma ração da legislação em vigor, bem como a adoção de medidas pro-
da lei; postas, destinadas à prevenção e controle da criminalidade;
IV - promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma VIII - manifestar-se em qualquer fase dos processos, acolhendo
da lei: solicitação do juiz, da parte ou por sua iniciativa, quando entender
a) para a proteção, prevenção e reparação dos danos causa- existente interesse em causa que justifique a intervenção.
dos ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor § 1º As notificações e requisições previstas neste artigo, quan-
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, e a outros inte- do tiverem como destinatários o Governador do Estado, os mem-
resses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos; bros do Poder Legislativo e os desembargadores, serão encaminha-
b) para a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao das pelo Procurador-Geral de Justiça.
patrimônio público ou à moralidade administrativa do Estado ou de § 2º O membro do Ministério Público será responsável pelo uso
Município, de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de indevido das informações e documentos que requisitar, inclusive
entidades privadas de que participem; nas hipóteses legais de sigilo.
V - manifestar-se nos processos em que sua presença seja obri- § 3º Serão cumpridas gratuitamente as requisições feitas pelo
gatória por lei e, ainda, sempre que cabível a intervenção, para as- Ministério Público às autoridades, órgãos e entidades da Adminis-
segurar o exercício de suas funções institucionais, não importando tração Pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Po-
a fase ou grau de jurisdição em que se encontrem os processos; deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
VI - exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e dos § 4º A falta ao trabalho, em virtude de atendimento à notifi-
que abriguem idosos, menores, incapazes ou pessoas portadoras cação ou requisição, na forma do inciso I deste artigo, não autoriza
de deficiência; desconto de vencimentos ou salário, considerando-se de efetivo
VII - deliberar sobre a participação em organismos estatais de exercício, para todos os efeitos, mediante comprovação escrita do
defesa do meio ambiente, neste compreendido o do trabalho, do membro do Ministério Público.
consumidor, de política penal e penitenciária e outros afetos à sua § 5º Toda representação ou petição formulada ao Ministério
área de atuação; Público será distribuída entre os membros da instituição que te-
nham atribuições para apreciá-la, observados os critérios fixados
VIII - ingressar em juízo, de ofício, para responsabilizar os ges- pelo Colégio de Procuradores.
tores do dinheiro público condenados por tribunais e conselhos de
contas;

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 27. Cabe ao Ministério Público exercer a defesa dos direi- SEÇÃO III
tos assegurados nas Constituições Federal e Estadual, sempre que DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO
se cuidar de garantir-lhe o respeito:
I - pelos poderes estaduais ou municipais; Art. 30. Cabe ao Conselho Superior do Ministério Público rever
II - pelos órgãos da Administração Pública Estadual ou Munici- o arquivamento de inquérito civil, na forma da lei.
pal, direta ou indireta;
III - pelos concessionários e permissionários de serviço público
estadual ou municipal; SEÇÃO IV
IV - por entidades que exerçam outra função delegada do Es- DOS PROCURADORES DE JUSTIÇA
tado ou do Município ou executem serviço de relevância pública.
Parágrafo único. No exercício das atribuições a que se refere Art. 31. Cabe aos Procuradores de Justiça exercer as atribuições
este artigo, cabe ao Ministério Público, entre outras providências: junto aos Tribunais, desde que não cometidas ao Procurador-Geral
I - receber notícias de irregularidades, petições ou reclamações de Justiça, e inclusive por delegação deste.
de qualquer natureza, promover as apurações cabíveis que lhes se-
jam próprias e dar-lhes as soluções adequadas; SEÇÃO V
II - zelar pela celeridade e racionalização dos procedimentos DOS PROMOTORES DE JUSTIÇA
administrativos;
III - dar andamento, no prazo de trinta dias, às notícias de irre- Art. 32. Além de outras funções cometidas nas Constituições
gularidades, petições ou reclamações referidas no inciso I; Federal e Estadual, na Lei Orgânica e demais leis, compete aos Pro-
IV - promover audiências públicas e emitir relatórios, anual ou motores de Justiça, dentro de suas esferas de atribuições:
especiais, e recomendações dirigidas aos órgãos e entidades men- I - impetrar habeas-corpus e mandado de segurança e requerer
cionadas no caput deste artigo, requisitando ao destinatário sua correição parcial, inclusive perante os Tribunais locais competentes;
divulgação adequada e imediata, assim como resposta por escrito. II - atender a qualquer do povo,tomando as providências ca-
Art. 28. (Vetado). bíveis;
III - oficiar perante à Justiça Eleitoral de primeira instância, com
SEÇÃO II as atribuições do Ministério Público Eleitoral previstas na Lei Orgâ-
DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA nica do Ministério Público da União que forem pertinentes, além de
outras estabelecidas na legislação eleitoral e partidária.
Art. 29. Além das atribuições previstas nas Constituições Fede-
ral e Estadual, na Lei Orgânica e em outras leis, compete ao Procu- CAPÍTULO V
rador-Geral de Justiça: DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
I - representar aos Tribunais locais por inconstitucionalidade de
leis ou atos normativos estaduais ou municipais, em face da Cons- SEÇÃO I
tituição Estadual; DOS CENTROS DE APOIO OPERACIONAL
II - representar para fins de intervenção do Estado no Municí-
pio, com o objetivo de assegurar a observância de princípios indica- Art. 33. Os Centros de Apoio Operacional são órgãos auxiliares
dos na Constituição Estadual ou prover a execução de lei, de ordem da atividade funcional do Ministério Público, competindo-lhes, na
ou de decisão judicial; forma da Lei Orgânica:
III - representar o Ministério Público nas sessões plenárias dos I - estimular a integração e o intercâmbio entre órgãos de exe-
Tribunais; cução que atuem na mesma área de atividade e que tenham atri-
IV - (Vetado); buições comuns;
V - ajuizar ação penal de competência originária dos Tribunais, II - remeter informações técnico-jurídicas, sem caráter vincula-
nela oficiando; tivo, aos órgãos ligados à sua atividade;
VI - oficiar nos processos de competência originária dos Tribu- III - estabelecer intercâmbio permanente com entidades ou ór-
nais, nos limites estabelecidos na Lei Orgânica; gãos públicos ou privados que atuem em áreas afins, para obtenção
VII - determinar o arquivamento de representação, notícia de de elementos técnicos especializados necessários ao desempenho
crime, peças de informação, conclusão de comissões parlamentares de suas funções;
de inquérito ou inquérito policial, nas hipóteses de suas atribuições IV - remeter, anualmente, ao Procurador-Geral de Justiça rela-
legais; tório das atividades do Ministério Público relativas às suas áreas de
VIII - exercer as atribuições do art. 129, II e III, da Constituição atribuições;
Federal, quando a autoridade reclamada for o Governador do Esta- V - exercer outras funções compatíveis com suas finalidades,
do, o Presidente da Assembléia Legislativa ou os Presidentes de Tri- vedado o exercício de qualquer atividade de órgão de execução,
bunais, bem como quando contra estes, por ato praticado em razão bem como a expedição de atos normativos a estes dirigidos.
de suas funções, deva ser ajuizada a competente ação;
IX - delegar a membro do Ministério Público suas funções de SEÇÃO II
órgão de execução. DA COMISSÃO DE CONCURSO

Art. 34. À Comissão de Concurso, órgão auxiliar de natureza


transitória, incumbe realizar a seleção de candidatos ao ingresso na
carreira do Ministério Público, na forma da Lei Orgânica e observa-
do o art. 129, § 3º, da Constituição Federal.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Parágrafo único - A Lei Orgânica definirá o critério de escolha Art. 39. Em caso de extinção do órgão de execução, da Comarca
do Presidente da Comissão de Concurso de ingresso na carreira, ou mudança da sede da Promotoria de Justiça, será facultado ao
cujos demais integrantes serão eleitos na forma do art. 15, inciso Promotor de Justiça remover-se para outra Promotoria de igual en-
III, desta Lei. trância ou categoria, ou obter a disponibilidade com vencimentos
integrais e a contagem do tempo de serviço como se em exercício
SEÇÃO III estivesse.
DO CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL § 1º O membro do Ministério Público em disponibilidade remu-
nerada continuará sujeito às vedações constitucionais e será classi-
Art. 35. O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional é ficado em quadro especial, provendo-se a vaga que ocorrer.
órgão auxiliar do Ministério Público destinado a realizar cursos, se- § 2º A disponibilidade, nos casos previstos no caput deste arti-
minários, congressos, simpósios, pesquisas, atividades, estudos e go outorga ao membro do Ministério Público o direito à percepção
publicações visando ao aprimoramento profissional e cultural dos de vencimentos e vantagens integrais e à contagem do tempo de
membros da instituição, de seus auxiliares e funcionários, bem serviço como se em exercício estivesse.
como a melhor execução de seus serviços e racionalização de seus Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério
recursos materiais. Público, além de outras previstas na Lei Orgânica:
Parágrafo único. A Lei Orgânica estabelecerá a organização, I - ser ouvido, como testemunha ou ofendido, em qualquer pro-
funcionamento e demais atribuições do Centro de Estudos e Aper- cesso ou inquérito, em dia, hora e local previamente ajustados com
feiçoamento Funcional. o Juiz ou a autoridade competente;
II - estar sujeito a intimação ou convocação para compareci-
SEÇÃO IV mento, somente se expedida pela autoridade judiciária ou por ór-
DOS ÓRGÃOS DE APOIO ADMINISTRATIVO gão da Administração Superior do Ministério Público competente,
ressalvadas as hipóteses constitucionais;
Art. 36. Lei de iniciativa do Procurador-Geral de Justiça discipli- III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em fla-
nará os órgãos e serviços auxiliares de apoio administrativo, organi- grante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará, no pra-
zados em quadro próprio de carreiras, com os cargos que atendam zo máximo de vinte e quatro horas, a comunicação e a apresentação
às suas peculiaridades e às necessidades da administração e das do membro do Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça;
atividades funcionais. IV - ser processado e julgado originariamente pelo Tribunal de
Justiça de seu Estado, nos crimes comuns e de responsabilidade,
SEÇÃO V ressalvada exceção de ordem constitucional;
DOS ESTAGIÁRIOS V - ser custodiado ou recolhido à prisão domiciliar ou à sala es-
pecial de Estado Maior, por ordem e à disposição do Tribunal com-
Art. 37. Os estagiários do Ministério Público, auxiliares das Pro- petente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final;
motorias de Justiça, serão nomeados pelo Procurador-Geral de Jus- VI - ter assegurado o direito de acesso, retificação e comple-
tiça, para período não superior a três anos. mentação dos dados e informações relativos à sua pessoa, existen-
Parágrafo único. A Lei Orgânica disciplinará a seleção, inves- tes nos órgãos da instituição, na forma da Lei Orgânica.
tidura, vedações e dispensa dos estagiários, que serão alunos dos Art. 41. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério
três últimos anos do curso de bacharelado de Direito, de escolas Público, no exercício de sua função, além de outras previstas na Lei
oficiais ou reconhecidas. Orgânica:
I - receber o mesmo tratamento jurídico e protocolar dispensa-
CAPÍTULO VI do aos membros do Poder Judiciário junto aos quais oficiem;
DAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DO MI- II - não ser indiciado em inquérito policial, observado o dispos-
NISTÉRIO PÚBLICO to no parágrafo único deste artigo;
III - ter vista dos autos após distribuição às Turmas ou Câmaras
Art. 38. Os membros do Ministério Público sujeitam-se a regi- e intervir nas sessões de julgamento, para sustentação oral ou es-
me jurídico especial e têm as seguintes garantias: clarecimento de matéria de fato;
I - vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo per- IV - receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de
der o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; jurisdição, através da entrega dos autos com vista;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público; V - gozar de inviolabilidade pelas opiniões que externar ou pelo
III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à re- teor de suas manifestações processuais ou procedimentos, nos limi-
muneração, o disposto na Constituição Federal. tes de sua independência funcional;
§ 1º O membro vitalício do Ministério Público somente perderá VI - ingressar e transitar livremente:
o cargo por sentença judicial transitada em julgado, proferida em a) nas salas de sessões de Tribunais, mesmo além dos limites
ação civil própria, nos seguintes casos: que separam a parte reservada aos Magistrados;
I - prática de crime incompatível com o exercício do cargo, após b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartó-
decisão judicial transitada em julgado; rios, tabelionatos, ofícios da justiça, inclusive dos registros públicos,
II - exercício da advocacia; delegacias de polícia e estabelecimento de internação coletiva;
III - abandono do cargo por prazo superior a trinta dias corridos. c) em qualquer recinto público ou privado, ressalvada a garan-
§ 2º A ação civil para a decretação da perda do cargo será pro- tia constitucional de inviolabilidade de domicílio;
posta pelo Procurador-Geral de Justiça perante o Tribunal de Justiça VII - examinar, em qualquer Juízo ou Tribunal, autos de proces-
local, após autorização do Colégio de Procuradores, na forma da Lei sos findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
Orgânica. podendo copiar peças e tomar apontamentos;

151
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
VIII - examinar, em qualquer repartição policial, autos de fla- Parágrafo único. Não constituem acumulação, para os efeitos
grante ou inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos do inciso IV deste artigo, as atividades exercidas em organismos es-
à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos; tatais afetos à área de atuação do Ministério Público, em Centro de
IX - ter acesso ao indiciado preso, a qualquer momento, mesmo Estudo e Aperfeiçoamento de Ministério Público, em entidades de
quando decretada a sua incomunicabilidade; representação de classe e o exercício de cargos de confiança na sua
X - usar as vestes talares e as insígnias privativas do Ministério administração e nos órgãos auxiliares.
Público;
XI - tomar assento à direita dos Juízes de primeira instância ou CAPÍTULO VIII
do Presidente do Tribunal, Câmara ou Turma. DOS VENCIMENTOS, VANTAGENS E DIREITOS
Parágrafo único. Quando no curso de investigação, houver indí-
cio da prática de infração penal por parte de membro do Ministério Art. 45. O membro do Ministério Público, convocado ou desig-
Público, a autoridade policial, civil ou militar remeterá, imediata- nado para substituição, terá direito à diferença de vencimento en-
mente, sob pena de responsabilidade, os respectivos autos ao Pro- tre o seu cargo e o que ocupar.
curador-Geral de Justiça, a quem competirá dar prosseguimento à Art. 46. A revisão da remuneração dos membros do Ministério
apuração. Público far-se-á na forma da lei estadual.
Art. 42. Os membros do Ministério Público terão carteira fun- Art. 47. Os vencimentos dos membros do Ministério Público
cional, expedida na forma da Lei Orgânica, valendo em todo o ter- serão fixados com diferença não excedente a dez por cento de uma
ritório nacional como cédula de identidade, e porte de arma, inde- para outra entrância ou categoria, ou da entrância mais elevada
pendentemente, neste caso, de qualquer ato formal de licença ou para o cargo de Procurador-Geral de Justiça, garantindo-se aos Pro-
autorização. curadores de Justiça não menos de noventa e cinco por cento dos
vencimentos atribuídos ao Procurador-Geral.
CAPÍTULO VII Art. 48. A remuneração dos membros dos Ministérios Públicos
DOS DEVERES E VEDAÇÕES DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO dos Estados observará, como limite máximo, os valores percebidos
PÚBLICO como remuneração, em espécie, a qualquer título, pelos membros
do Poder Judiciário local.
Art. 43. São deveres dos membros do Ministério Público, além Art. 49. Os vencimentos do Procurador-Geral de Justiça, em
de outros previstos em lei: cada Estado, para efeito do disposto no § 1º do art. 39 da Cons-
I - manter ilibada conduta pública e particular; tituição Federal, guardarão equivalência com os vencimentos dos
II - zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerrogativas e pela Desembargadores dos Tribunais de Justiça. (Vide ADIN nº 1.274-6)
dignidade de suas funções; Art. 50. Além dos vencimentos, poderão ser outorgadas, a
III - indicar os fundamentos jurídicos de seus pronunciamentos membro do Ministério Público, nos termos da lei, as seguintes van-
processuais, elaborando relatório em sua manifestação final ou re- tagens:
cursal; I - ajuda de custo, para despesas de transporte e mudança;
IV - obedecer aos prazos processuais; II - auxílio-moradia, nas Comarcas em que não haja residência
V - assistir aos atos judiciais, quando obrigatória ou convenien- oficial condigna para o membro do Ministério Público;
te a sua presença; III - salário-família;
VI - desempenhar, com zelo e presteza, as suas funções; IV - diárias;
VII - declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da lei; V - verba de representação de Ministério Público;
VIII - adotar, nos limites de suas atribuições, as providências VI - gratificação pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral,
cabíveis em face da irregularidade de que tenha conhecimento ou equivalente àquela devida ao Magistrado ante o qual oficiar;
que ocorra nos serviços a seu cargo; VII - gratificação pela prestação de serviço à Justiça do Trabalho,
IX - tratar com urbanidade as partes, testemunhas, funcioná- nas Comarcas em que não haja Junta de Conciliação e Julgamento;
rios e auxiliares da Justiça; VIII - gratificação adicional por ano de serviço, incidente sobre
X - residir, se titular, na respectiva Comarca; o vencimento básico e a verba de representação, observado o dis-
XI - prestar informações solicitadas pelos órgãos da instituição; posto no § 3º deste artigo e no inciso XIV do art. 37 da Constituição
XII - identificar-se em suas manifestações funcionais; Federal;
XIII - atender aos interessados, a qualquer momento, nos casos IX - gratificação pelo efetivo exercício em Comarca de difícil
urgentes; provimento, assim definida e indicada em lei ou em ato do Procura-
XIV - acatar, no plano administrativo, as decisões dos órgãos da dor-Geral de Justiça;
Administração Superior do Ministério Público. X - gratificação pelo exercício cumulativo de cargos ou funções;
Art. 44. Aos membros do Ministério Público se aplicam as se- XI - verba de representação pelo exercício de cargos de direção
guintes vedações: ou de confiança junto aos órgãos da Administração Superior;
I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorá- XII - outras vantagens previstas em lei, inclusive as concedidas
rios, percentagens ou custas processuais; aos servidores públicos em geral.
II - exercer advocacia; § 1º Aplicam-se aos membros do Ministério Público os direitos
III - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, sociais previstos no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII e XIX, da Cons-
exceto como cotista ou acionista; tituição Federal.
IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun- § 2º Computar-se-á, para efeito de aposentadoria, disponibi-
ção pública, salvo uma de Magistério; lidade e adicionais por tempo de serviço, o tempo de exercício da
V - exercer atividade político-partidária, ressalvada a filiação e advocacia, até o máximo de quinze anos.
as exceções previstas em lei. § 3º. Constitui parcela dos vencimentos, para todos os efeitos,
a gratificação de representação de Ministério Público.

152
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 51. O direito a férias anuais, coletivas e individuais, do Art. 57. Ao cônjuge sobrevivente e, em sua falta, aos herdei-
membro do Ministério Público, será igual ao dos Magistrados, regu- ros ou dependentes de membro do Ministério Público, ainda que
lando a Lei Orgânica a sua concessão e aplicando-se o disposto no aposentado ou em disponibilidade, será pago o auxílio-funeral, em
art. 7º, inciso XVII, da Constituição Federal. importância igual a um mês de vencimentos ou proventos percebi-
Art. 52. Conceder-se-á licença: dos pelo falecido.
I - para tratamento de saúde; Art. 58. Para os fins deste Capítulo, equipara-se à esposa a com-
II - por motivo de doença de pessoa da família; panheira, nos termos da lei.
III - à gestante;
IV - paternidade; CAPÍTULO IX
V - em caráter especial; DA CARREIRA
VI - para casamento, até oito dias;
VII - por luto, em virtude de falecimento do cônjuge, ascenden- Art. 59. O ingresso nos cargos iniciais da carreira dependerá da
te, descendente, irmãos, sogros, noras e genros, até oito dias; aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, organiza-
VIII - em outros casos previstos em lei. do e realizado pela Procuradoria-Geral de Justiça, com participação
Parágrafo único. A Lei Orgânica disciplinará as licenças referidas da Ordem dos Advogados do Brasil.
neste artigo, não podendo o membro do Ministério Público, nessas § 1º É obrigatória a abertura do concurso de ingresso quando o
situações, exercer qualquer de suas funções. número de vagas atingir a um quinto dos cargos iniciais da carreira.
Art. 53. São considerados como de efetivo exercício, para to- § 2º Assegurar-se-ão ao candidato aprovado a nomeação e a
dos os efeitos legais, exceto para vitaliciamento, os dias em que o escolha do cargo, de acordo com a ordem de classificação no con-
membro do Ministério Público estiver afastado de suas funções em curso.
razão: § 3º São requisitos para o ingresso na carreira, dentre outros
I - de licença prevista no artigo anterior; estabelecidos pela Lei Orgânica:
II - de férias; I - ser brasileiro;
III - de cursos ou seminários de aperfeiçoamento e estudos, no II - ter concluído o curso de bacharelado em Direito, em escola
País ou no exterior, de duração máxima de dois anos e mediante oficial ou reconhecida;
prévia autorização do Conselho Superior do Ministério Público; III - estar quite com o serviço militar;
IV - de período de trânsito; IV - estar em gozo dos direitos políticos.
V - de disponibilidade remunerada, exceto para promoção, em § 4º O candidato nomeado deverá apresentar, no ato de sua
caso de afastamento decorrente de punição; posse, declaração de seus bens e prestar compromisso de desem-
VI - de designação do Procurador-Geral de Justiça para: penhar, com retidão, as funções do cargo e de cumprir a Constitui-
a) realização de atividade de relevância para a instituição; ção e as leis.
b) direção de Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional Art. 60. Suspende-se, até definitivo julgamento, o exercício fun-
do Ministério Público; cional de membro do Ministério Público quando, antes do decurso
VII - de exercício de cargos ou de funções de direção de associa- do prazo de dois anos, houver impugnação de seu vitaliciamento.
ção representativa de classe, na forma da Lei Orgânica; § 1º A Lei Orgânica disciplinará o procedimento de impugna-
VIII - de exercício das atividades previstas no parágrafo único ção, cabendo ao Conselho Superior do Ministério Público decidir,
do art. 44 desta lei; no prazo máximo de sessenta dias, sobre o não vitaliciamento e ao
IX - de outras hipóteses definidas em lei. Colégio de Procuradores, em trinta dias, eventual recurso.
Art. 54. O membro do Ministério Público será aposentado, com § 2º Durante a tramitação do procedimento de impugnação,
proventos integrais, compulsoriamente, por invalidez ou aos seten- o membro do Ministério Público perceberá vencimentos integrais,
ta anos de idade, e, facultativamente, aos trinta anos de serviço, contando-se para todos os efeitos o tempo de suspensão do exercí-
após cinco anos de efetivo exercício na carreira. cio funcional, no caso de vitaliciamento.
Art. 55. Os proventos da aposentadoria, que corresponderão à Art. 61. A Lei Orgânica regulamentará o regime de remoção e
totalidade dos vencimentos percebidos no serviço ativo, a qualquer promoção dos membros do Ministério Público, observados os se-
título, serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sem- guintes princípios:
pre que se modificar a remuneração dos membros do Ministério I - promoção voluntária, por antigüidade e merecimento, alter-
Público em atividade, sendo também estendidos aos inativos quais- nadamente, de uma para outra entrância ou categoria e da entrân-
quer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos àqueles, cia ou categoria mais elevada para o cargo de Procurador de Justiça,
inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação aplicando-se, por assemelhação, o disposto no art. 93, incisos III e
do cargo ou função em que se deu a aposentadoria. VI, da Constituição Federal;
Parágrafo único. Os proventos dos membros do Ministério Pú- II - apurar-se-á a antigüidade na entrância e o merecimento
blico aposentados serão pagos na mesma ocasião em que o forem pela atuação do membro do Ministério Público em toda a carreira,
os vencimentos dos membros do Ministério Público em atividade, com prevalência de critérios de ordem objetiva levando-se inclusi-
figurando em folha de pagamento expedida pelo Ministério Público. ve em conta sua conduta, operosidade e dedicação no exercício do
Art. 56. A pensão por morte, igual à totalidade dos vencimen- cargo, presteza e segurança nas suas manifestações processuais, o
tos ou proventos percebidos pelos membros em atividade ou ina- número de vezes que já tenha participado de listas, bem como a
tividade do Ministério Público, será reajustada na mesma data e freqüência e o aproveitamento em cursos oficiais, ou reconhecidos,
proporção daqueles. de aperfeiçoamento;
Parágrafo único. A pensão obrigatória não impedirá a percep- III - obrigatoriedade de promoção do Promotor de Justiça que
ção de benefícios decorrentes de contribuição voluntária para qual- figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de
quer entidade de previdência. merecimento;

153
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
IV - a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exer- CAPÍTULO X
cício na respectiva entrância ou categoria e integrar o Promotor de DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Justiça a primeira quinta parte da lista de antigüidade, salvo se não
houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago, ou quando o Art. 69. Os Ministérios Públicos dos Estados adequarão suas
número limitado de membros do Ministério Público inviabilizar a tabelas de vencimentos ao disposto nesta Lei, visando à revisão da
formação de lista tríplice; remuneração dos seus membros e servidores.
V - a lista de merecimento resultará dos três nomes mais vo- Art. 70. Fica instituída a gratificação pela prestação de serviço à
tados, desde que obtida maioria de votos, procedendo-se, para Justiça Eleitoral, de que trata o art. 50, VI, desta Lei.
alcançá-la, a tantas votações quantas necessárias, examinados em Art. 71. (Vetado).
primeiro lugar os nomes dos remanescentes de lista anterior; Art. 72. Ao membro ou servidor do Ministério Público é vedado
VI - não sendo caso de promoção obrigatória, a escolha recairá manter, sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,
no membro do Ministério Público mais votado, observada a ordem cônjuge, companheiro, ou parente até o segundo grau civil.
dos escrutínios, prevalecendo, em caso de empate, a antigüidade Art. 73. Para exercer as funções junto à Justiça Eleitoral, por
na entrância ou categoria, salvo se preferir o Conselho Superior de- solicitação do Procurador-Geral da República, os membros do Mi-
legar a competência ao Procurador-Geral de Justiça. nistério Público do Estado serão designados, se for o caso, pelo res-
Art. 62. Verificada a vaga para remoção ou promoção, o Con- pectivo Procurador-Geral de Justiça.
selho Superior do Ministério Público expedirá, no prazo máximo de § 1º Não ocorrendo designação, exclusivamente para os servi-
sessenta dias, edital para preenchimento do cargo, salvo se ainda ços eleitorais, na forma do caput deste artigo, o Promotor Eleitoral
não instalado. será o membro do Ministério Público local que oficie perante o Juí-
Art. 63. Para cada vaga destinada ao preenchimento por remo- zo incumbido daqueles serviços.
ção ou promoção, expedir-se-á edital distinto, sucessivamente, com § 2º Havendo impedimento ou recusa justificável, o Procura-
a indicação do cargo correspondente à vaga a ser preenchida. dor-Geral de Justiça designará o substituto.
Art. 64. Será permitida a remoção por permuta entre membros Art. 74. Para fins do disposto no art. 104, parágrafo único, in-
do Ministério Público da mesma entrância ou categoria, observado, ciso II, da Constituição Federal e observado o que dispõe o art. 15,
além do disposto na Lei Orgânica: inciso I, desta Lei, a lista sêxtupla de membros do Ministério Público
I - pedido escrito e conjunto, formulado por ambos os preten- será organizada pelo Conselho Superior de cada Ministério Público
dentes; dos Estados.
II - a renovação de remoção por permuta somente permitida Art. 75. Compete ao Procurador-Geral de Justiça, ouvido o Con-
após o decurso de dois anos; selho Superior do Ministério Público, autorizar o afastamento da
III - que a remoção por permuta não confere direito a ajuda de carreira de membro do Ministério Público que tenha exercido a op-
custo. ção de que trata o art. 29, § 3º, do Ato das Disposições Constitucio-
Art. 65. A Lei Orgânica poderá prever a substituição por con- nais Transitórias, para exercer o cargo, emprego ou função de nível
vocação, em caso de licença do titular de cargo da carreira ou de equivalente ou maior na Administração Direta ou Indireta.
afastamento de suas funções junto à Procuradoria ou Promotoria Parágrafo único. O período de afastamento da carreira estabe-
de Justiça, somente podendo ser convocados membros do Minis- lecido neste artigo será considerado de efetivo exercício, para todos
tério Público. os efeitos legais, exceto para remoção ou promoção por mereci-
Art. 66. A reintegração, que decorrerá de sentença transitada mento.
em julgado, é o retorno do membro do Ministério Público ao cargo, Art. 76. A Procuradoria-Geral de Justiça deverá propor, no pra-
com ressarcimento dos vencimentos e vantagens deixados de per- zo de um ano da promulgação desta Lei, a criação ou transformação
ceber em razão do afastamento, inclusive a contagem do tempo de de cargos correspondentes às funções não atribuídas aos cargos já
serviço. existentes.
§ 1º Achando-se provido o cargo no qual será reintegrado o Parágrafo único. Aos Promotores de Justiça que executem as
membro do Ministério Público, o seu ocupante passará à disponibi- funções previstas neste artigo assegurar-se-á preferência no con-
lidade, até posterior aproveitamento. curso de remoção.
§ 2º O membro do Ministério Público reintegrado será subme- Art. 77. No âmbito do Ministério Público, para os fins do dispos-
tido a inspeção médica e, se considerado incapaz, será aposentado to no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, ficam estabelecidos
compulsoriamente, com as vantagens a que teria direito se efetiva- como limite de remuneração os valores percebidos em espécie, a
da a reintegração. qualquer título, pelo Procurador-Geral de Justiça.
Art. 67. A reversão dar-se-á na entrância em que se aposentou Art. 78. O Ministério Público poderá firmar convênios com as
o membro do Ministério Público, em vaga a ser provida pelo critério associações de membros de instituição com vistas à manutenção de
de merecimento, observados os requisitos legais. serviços assistenciais e culturais a seus associados.
Art. 68. O aproveitamento é o retorno do membro do Ministé- Art. 79. O disposto nos arts. 57 e 58 desta Lei aplica-se, a partir
rio Público em disponibilidade ao exercício funcional. de sua publicação, aos proventos e pensões anteriormente concedi-
§ 1º O membro do Ministério Público será aproveitado no ór- dos, não gerando efeitos financeiros anteriormente à sua vigência.
gão de execução que ocupava quando posto em disponibilidade, Art. 80. Aplicam-se aos Ministérios Públicos dos Estados, sub-
salvo se aceitar outro de igual entrância ou categoria, ou se for pro- sidiariamente, as normas da Lei Orgânica do Ministério Público da
movido. União.
§ 2º Ao retornar à atividade, será o membro do Ministério Pú- Art. 81. Os Estados adaptarão a organização de seu Ministério
blico submetido a inspeção médica e, se julgado incapaz, será apo- Público aos preceitos desta lei, no prazo de cento e vinte dias a con-
sentado compulsoriamente, com as vantagens a que teria direito se tar de sua publicação.
efetivado o seu retorno.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 82. O dia 14 de dezembro será considerado “Dia Nacional III - elaborar suas folhas de pagamento e expedir os competen-
do Ministério Público”. tes demonstrativos;
Art. 83. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. IV - adquirir bens e contratar serviços, efetuando a respectiva
Art. 84. Revogam-se as disposições em contrário. contabilização;
V - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de seus
cargos, bem como a fixação e o reajuste dos vencimentos de seus
A LEI ORGÂNICA ESTADUAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
membros;
DO RIO GRANDE DO SUL (LEI ESTADUAL Nº 7.669/82,
VI - prover a política remuneratória e os planos de carreira dos
COM ALTERAÇÕES SUPERVENIENTES)
seus membros e dos seus servidores;
VII - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos car-
LEI N. 7.669, DE 17 DE JUNHO DE 1982.1 gos de seus serviços auxiliares, bem como a fixação e o reajuste dos
vencimentos de seus servidores;
Promulga a Lei Orgânica do Ministério Público. VIII - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxilia-
res, bem como nos casos de remoção, promoção e demais formas
TÍTULO I de provimento derivado;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES IX - editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que im-
portem em vacância de cargos de carreira e dos serviços auxiliares,
Art. 1.º O Ministério Público é instituição permanente, essen- bem como os de disponibilidade de membros do Ministério Público
cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da e de seus servidores;
ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e dos X - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Procu-
interesses individuais indisponíveis.2 radorias e das Promotorias de Justiça;
§ 1.º São princípios institucionais do Ministério Público a unida- XI - compor os seus órgãos de administração;
de, a indivisibilidade e a independência funcional.3 XII - elaborar os regimentos internos dos seus órgãos colegia-
§ 2.º Todos os atos e julgamentos dos órgãos do Ministério Pú- dos e os da própria Instituição;
blico serão públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena XIII - exercer outras competências dela decorrentes.
de nulidade, podendo ser limitada a presença, em determinados § 1.º As decisões do Ministério Público, fundadas em sua au-
atos, às próprias partes e a seus advogados ou somente a estes, nos tonomia funcional, administrativa e financeira, obedecidas as for-
casos em que a preservação do direito à intimidade do interessado malidades legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata,
no sigilo não prejudique o interesse público à informação.4 ressalvada a competência constitucional do Poder Judiciário e do
§ 3.º As decisões administrativas do Ministério Público serão Tribunal de Contas.
motivadas e, quando for o caso, tomadas em sessão pública.5 § 2.º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentá-
§ 4.º As atividades no âmbito do Ministério Público, por sua ria conjuntamente com os Poderes de Estado, dentro dos limites
essencialidade, serão ininterruptas, sendo vedadas férias coletivas, estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, encaminhando-a,
funcionando em plantão permanente nos dias em que não houver diretamente, ao Governador do Estado, que a submeterá ao Poder
expediente normal.6 Legislativo.
Art. 2.º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcio- § 3.º Os recursos correspondentes às suas dotações orçamen-
nal, administrativa e financeira, cabendo-lhe, especialmente:7 tárias próprias e globais, compreendidos os créditos suplementares
I - praticar atos próprios de gestão; e especiais, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada mês, sem
II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional e adminis- vinculação a qualquer tipo de despesa.
trativa do pessoal, ativo e inativo, da carreira e dos serviços auxilia- § 4.º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
res, organizados em quadros próprios; cional e patrimonial do Ministério Público, quanto à legalidade, le-
gitimidade, moralidade, publicidade, eficiência, eficácia, economi-
1 Alterada pelas Leis n.s 7.744/82, 7.755/82, 7.834/83, 7.997/85, 8.147/86, cidade, aplicação de subvenções, de recursos financeiros próprios e
8.149/86, 8.155/86, 8.161/86, 8.267/86, 8.651/88, 8.871/89, 9.195/91, renúncia de receitas, será exercida pela Assembleia Legislativa, com
9.505/92, 9.686/92, 9.727/92, 9.763/92, 10.558/95, 10.730/96, 10.871/96, auxílio do Tribunal de Contas, mediante controle externo e pelo sis-
10.927/97, 11.003/97, 11.168/98, 11.252/98, 11.282/98, 11.295/98, tema de controle interno estabelecido através de Provimento do
11.297/98, 11.301/99, 11.350/99, 11.356/99, 11.410/00, 11.484/00, 11.486/00, Procurador-Geral de Justiça.
11.581/2001, 11.582/2001, 11.583/2001, 11.584/2001, 11.577/2001,
11.655/2001, 11.723/2002, 11.733/2002, 11.734/2002, 11.809/2002,
11.850/2002, 11.851/2002, 11.852/2002, 11.978/2003, 11.997/2003, TÍTULO II
11.998/2003, 12.008/2003, 12.015/2003, 12.040/2003, 12.267/2005, DA ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
12.268/2005, 13.283/2009, 13.291/2009, 13.385/2010, 13.385/2010,
13.386/2010, 13.387/2010, 13.440/2010, 13.517/2010, 13.560/2010, CAPÍTULO I
13.724/2011, 13.732/2011, 13.847/2011, 13.999/2012, 14.031/2012, DOS ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO8
14.114/2012, 14.332/2013, LEC 14.333/2013, LEC 14.334/2012, 14.416/2014,
14.417/2014, LEC 14.771/2015 LEC 14.844/2016, LEC 14.883/2016.
Art. 3.º O Ministério Público compreende: Órgãos de Adminis-
2 Redação de caput do art. 1º e de seu parágrafo único dada pela Lei n.
tração Superior, Órgãos de Administração, Órgãos de Execução e
11.301/99.
Órgãos auxiliares.9
3 Parágrafo único renumerado pela Lei n. 12.796/2007.
§ 1.º São Órgãos da Administração Superior do Ministério Pú-
4 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 12.796/2007.
5 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 12.796/2007.
blico:
6 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 12.796/2007.
I - a Procuradoria-Geral de Justiça;
7 Redação de caput do art. 2º e de seus respectivos incisos e parágrafos confe- 8 Redação da Lei n. 11.003, de 19/08/1997.
ridos pela Lei n. 11.301/99. 9 Redação do “caput” e dos parágrafos dada pela Lei n. 11.003, de 19/08/1997.

155
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
II - o Colégio de Procuradores de Justiça; § 7.º O Membro do Ministério Público que pretender concorrer
III - o Conselho Superior do Ministério Público; deverá apresentar sua candidatura à Comissão Eleitoral até 40 (qua-
IV - a Corregedoria-Geral do Ministério Público. renta) dias antes da eleição.17
§ 2.º São, também, Órgãos de Administração do Ministério Pú- § 8.º É inelegível para a lista tríplice o Membro do Ministério
blico: Público que não tenha se afastado, no prazo de 40 (quarenta) dias
I - as Procuradorias de Justiça; antes da eleição, de qualquer dos seguintes cargos ou funções:18
II - as Promotorias de Justiça; I - Procurador-Geral de Justiça, SubProcurador-Geral de Jus-
§ 3.º São Órgãos de Execução do Ministério Público: tiça para Assuntos Jurídicos, SubProcurador-Geral de Justiça para
I - o Procurador-Geral de Justiça; Assuntos Administrativos, SubProcurador-Geral de Justiça para As-
II - o Conselho Superior do Ministério Público; suntos Institucionais e SubProcurador-Geral de Justiça de Gestão
III - os Procuradores de Justiça; Estratégica;19
IV - os Promotores de Justiça. II - Corregedor-Geral do Ministério Público e SubCorregedor-
§ 4.º São Órgãos Auxiliares do Ministério Público:10 -Geral do Ministério Público;20
I - a SubProcuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos; III - Membros que exerçam funções de confiança no âmbito do
II - a SubProcuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Adminis- Ministério Público;21
trativos; IV - dirigentes de entidades classistas e culturais, vinculadas ao
III - a SubProcuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institu- Ministério Público;
cionais; V - o membro do Ministério Público que estiver exercendo
IV - a SubProcuradoria-Geral de Justiça de Gestão Estratégica11; mandato no Conselho Nacional do Ministério Público ou no Conse-
V - Os Centros de Apoio Operacional; lho Nacional de Justiça. 22
VI - o Gabinete de Articulação e Gestão Integrada;12 § 9.º São inelegíveis os membros do Ministério Público que:
VII - o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional; I - aposentados ou quem, por qualquer modo, se encontre afas-
VIII - os Órgãos de Apoio Administrativo; tado da carreira;
IX - os Estagiários. II - tiverem sido condenados por crimes dolosos, com decisão
transitada em julgado;
SEÇÃO I III - tiverem sido condenados a pena disciplinar e desde que
DA PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA13 não reabilitados;
IV - estiverem inscritos ou integrarem as listas a que se referem
Art. 4.º O Procurador-Geral de Justiça é o chefe do Ministério os artigos 94, “caput”, e 104, parágrafo único, inciso II, da Constitui-
Público, incumbindo-lhe a sua administração e a da Procuradoria- ção Federal.
-Geral de Justiça.14 § 10. Se o Procurador-Geral de Justiça pretender concorrer,
§ 1.º O Procurador-Geral de Justiça será nomeado pelo Go- para fim de recondução, deverá apresentar sua candidatura à Co-
vernador do Estado, para um mandato de 2 (dois) anos, dentre os missão Eleitoral até 40 (quarenta) dias antes da eleição.
Membros do Ministério Público com mais de 10 (dez) anos de efeti- § 10-A. No caso do afastamento do Procurador-Geral de Justiça
vo exercício na carreira e, no mínimo, 35 (trinta e cinco) anos de ida- previsto no parágrafo anterior, assumirá interinamente o cargo o
de implementados até a data da posse, indicados em lista tríplice.15 Procurador de Justiça mais antigo na carreira, sendo-lhe vedada a
§ 2.º Será permitida uma recondução por igual período, obser- participação na Comissão Eleitoral de que trata o ¨caput¨ do artigo
vado o mesmo procedimento. 5.º desta Lei.23
§ 3.º A formação da lista tríplice de que trata o § 1.º far-se-á § 11. Dentro de 72 (setenta e duas) horas, após o encerramento
mediante voto secreto, no terceiro sábado do mês de maio do ano do prazo para a apresentação de candidaturas, a Comissão Eleitoral
da eleição, podendo o Membro do Ministério Público em efetivo divulgará, através do Diário Oficial, observada a ordem alfabética,
exercício votar em até 3 (três) nomes habilitados.16 os nomes dos candidatos à formação da lista tríplice que preenche-
§ 4.º O Procurador-Geral de Justiça tomará posse em sessão rem os requisitos legais.
pública e solene do Colégio de Procuradores. § 12. O prazo para impugnação de candidaturas será de 5 (cin-
§ 5.º O Procurador-Geral de Justiça tem prerrogativas e repre- co) dias a contar da data da publicação da nominata dos candidatos
sentação de Chefe de Poder. à formação da lista tríplice.
§ 6.º O Procurador-Geral de Justiça, mediante edital ampla- § 13. A impugnação poderá ser feita por qualquer membro do
mente divulgado, convocará a eleição para a formação da lista trípli- Ministério Público no exercício de suas funções, por escrito, à Co-
ce com, no mínimo, 60 (sessenta) dias de antecedência, nomeando missão Eleitoral, que terá 72 (setenta e duas) horas para decidir.
a Comissão Eleitoral, na forma do artigo 5.º e seus parágrafos. § 14. Decorrido o prazo do parágrafo 12, não havendo impug-
nações, os nomes serão homologados pela Comissão Eleitoral, que
fará a divulgação, no âmbito do Ministério Público, da nominata dos
elegíveis.
10 Redação do parágrafo 4º e de seus incisos alterada pela Lei Complementar
n. 15.005/2017 17 Redação alterada pela Lei n. 13.662/2011.
11 Redação alterada pela Lei Complementar n. 15.005/2017. 18 Redação alterada pela Lei n. 13.662/2011.
12 Redação alterada pela Lei Complementar n. 15.005/2017. 19 Redação do parágrafo 4º e de seus incisos alterada pela Lei Complementar
13 Título da Seção I com redação alterada pela Lei n. 11.350/99. n. 15.005/2017.
14 Caput do artigo 4º, incisos e parágrafos com redação alterada pela Lei n. 20 Redação alterada pela Lei n. 11.734/2002.
11.350/99. 21 Redação alterada pela Lei n. 13.662/2011.
15 Redação alterada pela Lei n. 13.662/2011. 22 Inciso acrescentado pela Lei n. 12.796/2007.
16 Redação do parágrafo alterada pela Lei n. 13.662/2011. 23 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 11.734/2002.

156
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 15. No caso de não haver número suficiente de candidatos Art. 7.º O Procurador-Geral de Justiça poderá ser destituído por
à formação da lista tríplice, serão considerados elegíveis todos os deliberação da maioria da Assembleia Legislativa, nos casos e na
Membros do Ministério Público com mais de 10 (dez) anos de efeti- forma da lei complementar estadual.28
vo exercício na carreira e, no mínimo, 35 (trinta e cinco) anos de ida-
de, que não manifestarem recusa expressa no prazo de 30 (trinta) SEÇÃO II
dias antes da eleição, ressalvadas as hipóteses do § 8.º, limitando DO COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA E DO SEU ÓR-
ao número de três, observada a antiguidade.24 GÃO ESPECIAL29
Art. 5.º A eleição para a formação da lista tríplice será presidida
e apurada por uma Comissão Eleitoral constituída pelos três Procu- Art. 8.º Ao Colégio de Procuradores de Justiça, presidido pelo
radores de Justiça mais antigos no cargo, em efetivo exercício, e que Procurador-Geral de Justiça e composto por todos os Procuradores
se tenham manifestado, expressamente, pela recusa em concorrer de Justiça em exercício do cargo, compete:30
em ofício dirigido ao Procurador-Geral de Justiça, sob a presidência I - opinar, por solicitação do Procurador-Geral de Justiça ou de
do mais antigo entre eles, observado o seguinte:25 um quarto (1/4) de seus integrantes, sobre matéria relativa à auto-
I - será realizada no horário compreendido entre as 8h e as 17h, nomia do Ministério Público, bem como sobre outras de interesse
ininterruptamente, no edifício-sede da Procuradoria-Geral de Justiça; institucional;
II - encerrada a votação e feita a apuração dos votos, a Comis- II - propor, na forma desta Lei, ao Poder Legislativo, a destitui-
são Eleitoral organizará a lista em ordem decrescente de votação, ção do Procurador-Geral de Justiça, pelo voto de 2/3 (dois terços)
devendo nela constar o número de votos de cada integrante, o de seus membros e por iniciativa da maioria absoluta de seus inte-
número de votos nulos e brancos e, ainda, o índice de abstenção, grantes em caso de abuso de poder, conduta incompatível ou grave
proclamando a composição da lista com os três candidatos mais vo- omissão nos deveres do cargo, assegurada ampla defesa;
tados; III - deliberar, pelo voto de dois terços de seus membros, sobre
III - em caso de empate no número de votos para compor a a admissibilidade de representação de membro do Ministério Públi-
lista, obedecer-se-á, para desempate, a antiguidade na carreira. co para a destituição do Procurador-Geral de Justiça e constituir a
Persistindo o empate, preferirá o mais idoso; respectiva Comissão de Sindicância;
IV - cada candidato à lista tríplice poderá indicar, à Comissão IV - julgar, assegurada a ampla defesa, a representação para
Eleitoral, até 72 (setenta e duas) horas antes da eleição, um fiscal, destituição do Procurador-Geral de Justiça, arquivando-a ou pro-
integrante da carreira, para acompanhar a votação, a apuração dos pondo a destituição à Assembleia Legislativa;
votos, a organização da lista tríplice e a proclamação dos eleitos. V - eleger o Corregedor-Geral do Ministério Público;31
§ 1.º A eleição referida no “caput” deste artigo será regulamen- VI - destituir o Corregedor-Geral do Ministério Público, pelo
tada pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça, por voto de dois terços de seus membros, em caso de abuso de poder,
meio de Resolução, admitindo o voto por meio eletrônico e vedan- conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo, por
do o voto por procuração.26 representação do Procurador-Geral de Justiça ou da maioria de seus
§ 2.º A lista tríplice será entregue ao Governador do Estado integrantes, assegurada ampla defesa;
pelo Procurador-Geral de Justiça em exercício no primeiro dia útil VII - eleger, dentre seus membros, em votação secreta, os inte-
após a eleição. grantes do Órgão Especial e dar-lhes posse;
§ 3.º Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação VIII - aprovar a proposta orçamentária do Ministério Público,
do Procurador-Geral de Justiça nos 15 (quinze) dias que se seguirem elaborada pelo Procurador-Geral de Justiça;
ao recebimento da lista, será investido no cargo o membro do Mi- IX - dar posse ao Procurador-Geral do Ministério Público, ao
nistério Público mais votado, para o exercício do mandato, na forma Corregedor-Geral do Ministério Público e aos membros do Conse-
do artigo 108, § 1.º, da Constituição Estadual. lho Superior do Ministério Público e seus suplentes;32
§ 4.º A Presidência da Comissão Eleitoral poderá requisitar os X - recomendar à Corregedoria-Geral do Ministério Público a
servidores necessários ao desenvolvimento dos trabalhos. instauração de processo administrativo-disciplinar contra membro
Art. 6.º Ocorrendo vacância no cargo de Procurador-Geral de do Ministério Público;
Justiça, assumirá o Procurador de Justiça indicado, em sessão ex- XI - julgar recurso, nos termos do seu regimento interno, contra
traordinária do Órgão Especial do Colégio de Procuradores, convo- decisão:
cada e presidida pelo Corregedor-Geral do Ministério Público, que a) de vitaliciamento, ou não, de membro do Ministério Público,
deverá marcar nova eleição no prazo de 60 (sessenta) dias, nos ter- no prazo de trinta dias;
mos os artigos 4.º e 5.º desta Lei.27 b) condenatória em processo administrativo-disciplinar;
§ 1.º São formas de vacância a destituição, a renúncia, a exone- c) proferida em reclamação sobre o quadro geral de antiguidade;
ração, a aposentadoria e a morte. d) de disponibilidade e remoção compulsória de membro do
§ 2.º Nos impedimentos e suspeições, a função de Procurador- Ministério Público, por motivo de interesse público;
-Geral de Justiça será exercida, interinamente, pelo Procurador de e) de recusa prevista no parágrafo 3.º do artigo 15 da Lei n.
Justiça mais antigo na carreira. 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, no prazo de trinta dias;
f) de autorização ou de interrupção de afastamento de mem-
bro do Ministério Público para frequentar curso ou seminário de
aperfeiçoamento e estudo no País ou no exterior;
24 Redação alterada pela Lei n. 13.662/2011. Redação alterada pela Lei n. 28 Caput do art. 7º com redação alterada pela Lei n. 11.350/99.
14.971/2016. 29 Título alterado pela Lei n. 11.252/98.
25 Caput do art. 5º, incisos e parágrafos com redação alterada pela Lei n. 30 Redação do caput do art. 8º e de seus respectivos incisos e alíneas dada pela
11.350/99. Lei n. 11.252/98.
26 Redação alterada pela Lei n. 14.971/2016. 31 Redação alterada pela Lei n. 11.734/2002.
27 Caput do art. 6º e seus parágrafos com redação alterada pela Lei n. 11.350/99. 32 Redação alterada pela Lei n. 11.734/2002.

157
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
XII - rever, mediante requerimento do Corregedor-Geral do Mi- decretação de sigilo, mediante decisão fundamentada, apenas nas
nistério Público, decisão de absolvição proferida pelo Conselho Su- hipóteses em que a preservação da intimidade não prejudique o in-
perior do Ministério Público em processo administrativo-disciplinar, teresse público à informação (art. 93, IX, da Constituição Federal).35
cuja pena em abstrato seja suspensão e/ou demissão, e decisão de Art. 10. O Órgão Especial do Colégio de Procuradores será com-
permanência ou confirmação na carreira de Promotor de Justiça; posto pelos doze Procuradores de Justiça mais antigos no cargo e
XIII - propor, ao Procurador-Geral de Justiça, a criação de cargos por doze Procuradores de Justiça eleitos pelos demais, para um
no Ministério Público e no quadro de seus serviços auxiliares, mo- mandato de dois anos, além do Procurador-Geral de Justiça, seu
dificações na Lei Orgânica e providências relacionadas ao desempe- Presidente, que terá voto qualificado, e do Corregedor-Geral do Mi-
nho das funções institucionais; nistério Público, estes membros natos.36
XIV - rever, mediante requerimento de legítimo interessado, § 1.º Os Procuradores de Justiça eleitos para integrarem o Ór-
decisões de arquivamento de inquérito policial, representações ou gão Especial do Colégio de Procuradores serão substituídos, nos ca-
de peças de informações determinadas pelo Procurador-Geral de sos de vacância e de impedimento, pelos suplentes, assim conside-
Justiça, nos casos de sua atribuição originária, sorteando, dentre rados os doze Procuradores de Justiça que se seguirem na votação,
seus membros, o que deverá oficiar sendo procedente a revisão; pela ordem.
XV - decidir sobre pedido de revisão de processo administrati- § 2.º Os Procuradores de Justiça que integrarem o Órgão Es-
vo-disciplinar, no prazo de trinta dias; pecial pelo critério de antiguïdade serão substituídos, nos casos de
XVI - deliberar, por iniciativa de um quarto de seus integrantes vacância e de impedimento, pelos demais Procuradores de Justiça,
ou do Procurador-Geral de Justiça, para que este ajuíze ação civil observada, igualmente, a ordem de antiguidade no cargo, ainda
de decretação de perda do cargo de membro vitalício do Ministério que eleitos para o mesmo Órgão, caso em que serão, igualmente,
Público, nos casos previstos em lei; substituídos na forma do parágrafo anterior.
XVII - opinar sobre anteprojetos de lei de iniciativa do Ministé- § 3.º Quando não houver inscritos em número suficiente para o
rio Público; preenchimento das vagas de titular e suplente, serão considerados
XVIII - Conhecer e deliberar sobre relatório reservado, emitido habilitados todos os Procuradores de Justiça que não sejam inelegí-
pela Corregedoria-Geral do Ministério Público em correições e ins- veis e que não manifestarem recusa.37
peções nas Procuradorias de Justiça; § 4.º Será permitida uma reeleição.38
XIX - sortear, dentre os Procuradores de Justiça em exercício, os § 5.º Sempre que houver vagas às funções do Órgão Especial
membros para integrar comissão processante quando o indiciado do Colégio de Procuradores, a critério e proposta do Colegiado, será
for Procurador de Justiça; realizada eleição para o restante dos mandatos, preferencialmente
XX - provocar a apuração da responsabilidade criminal de por meio eletrônico.39
membro do Ministério Público quando, em processo administrati- § 6.º O Procurador-Geral de Justiça presidirá as sessões do Ór-
vo-disciplinar, verificar a existência de crime de ação pública; gão Especial do Colégio de Procuradores sem direito a voto nos pro-
XXI - eleger quatro integrantes do Conselho Superior do Minis- cedimentos disciplinares.40
tério Público e seus suplentes;
XXII - autorizar Procurador de Justiça, a pedido da Corregedo- SEÇÃO III
ria-Geral do Ministério Público, a auxiliar em correições e inspeções DO CONSELHO SUPERIOR
especialmente designadas;
XXIII - aprovar a concessão de comenda a pessoas que tenham con- Art. 11. O Conselho Superior do Ministério Público, com atribui-
tribuído para o aperfeiçoamento e o aprimoramento da Instituição; ção de fiscalizar e superintender a atuação do Ministério Público,
XXIV - elaborar seu Regimento Interno; bem como a de velar pelos seus princípios institucionais, compõe-
XXV - desempenhar outras atribuições que lhe forem conferi- -se do Procurador-Geral de Justiça, seu Presidente, do Corregedor-
das por lei. -Geral do Ministério Público, estes membros natos, e de nove Pro-
Art. 9.º Excedendo de quarenta o número de Procuradores de curadores de Justiça que não estejam afastados da carreira.41
Justiça, o Colégio de Procuradores funcionará em Órgão Especial.33 § 1.º Os Procuradores de Justiça serão eleitos, no mês de junho,
§ 1.º O Colégio de Procuradores exercerá as atribuições pre- através de votação secreta, para mandato de 2 (dois) anos, sendo
vistas pelos incisos VIII a XXV do artigo 8.º desta Lei, por seu Órgão 5 (cinco), nos anos ímpares, pelos membros do Ministério Público
Especial. em exercício, e 4 (quatro), nos anos pares, pelo Órgão Especial do
§ 2.º O Órgão Especial do Colégio de Procuradores reunir-se-á, Colégio de Procuradores do Ministério Público.
ordinariamente, uma vez por mês e, extraordinariamente, por con- § 2.º Os suplentes serão escolhidos, a cada eleição, em número
vocação de seu Presidente ou a requerimento de oito Procuradores igual ao de titulares, pela ordem de votação, para substituí-los em
de Justiça, pelo menos. suas faltas e impedimentos.
§ 3.º É facultado ao titular continuar a exercer suas funções no § 3.º Será permitida uma reeleição.42
Órgão Especial do Colégio de Procuradores durante as férias, me-
diante prévia comunicação ao Presidente.
35 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 14.771/2015.
§ 4.º As decisões do Órgão Especial do Colégio de Procuradores
36 Redação do caput do art. 10 e de seus respectivos parágrafos dada pela Lei
serão motivadas e publicadas, por extrato, salvo nas hipóteses do
n. 11.252/98.
§ 5.º.34
37 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 13.999/2012.
§ 5.º As sessões do Órgão Especial do Colégio de Procurado-
38 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 13.999/2012.
res serão públicas, assim como públicos serão os julgamentos re-
39 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 13.999/2012.
ferentes aos processos administrativo-disciplinares, admitindo-se a 40 Redação do parágrafo acrescentada pela Lei n. 12.497/2006. Parágrafo renu-
33 Redação do caput do art. 9º e de seus respectivos parágrafos dada pela Lei merado pela Lei n. 13.999/2012.
n. 11.252/98. 41 Redação do caput e dos parágrafos 1º, 2º e 3º dada pela Lei n. 11.168/98.
34 Redação alterada pela Lei n. 14.771/2015. 42 Redação alterada pela Lei n. 13.999/2012.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 4.º Quando não houver inscritos em número suficiente para o SEÇÃO IV
preenchimento das vagas de titular e suplente, serão considerados DA CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO51
habilitados todos os Procuradores de Justiça que não sejam inelegí-
veis e que não manifestarem recusa.43 Art. 13. O Corregedor-Geral do Ministério Público será eleito
§ 5.º Sempre que houver vagas às funções do Conselho Superior do pelo Colégio de Procuradores, dentre os Procuradores de Justiça,
Ministério Público, a critério e proposta do Colegiado, será realizada eleição para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, obser-
para o restante dos mandatos, preferencialmente por meio eletrônico.44 vado o mesmo procedimento.52
§ 6.º O Conselho Superior reunir-se-á semanalmente, desde que § 1.º O Corregedor-Geral do Ministério Público é membro nato
presentes cinco Conselheiros, pelo menos. Suas decisões serão funda- do Órgão Especial do Colégio de Procuradores e do Conselho Supe-
mentadas e tomadas por maioria de votos, cabendo ao Presidente, sal- rior do Ministério Público.53
vo nas votações secretas, também o voto de desempate.45 § 2.º O Corregedor-Geral do Ministério Público não terá direito
§ 7.º Aplica-se aos membros do Conselho Superior do Ministé- a voto, nas sessões do Órgão Especial do Colégio de Procuradores
rio Público o disposto no § 1.º do art. 10 desta lei.46 e do Conselho Superior do Ministério Público, nos procedimentos
§ 8.º É vedado:47 disciplinares.54
I - o exercício de função de integrante do Conselho Superior do Minis- § 3.º Não poderá exercer a função de Corregedor-Geral do Minis-
tério Público quando o membro estiver no exercício de mandato no Con- tério Público o membro que estiver exercendo mandato no Conselho
selho Nacional do Ministério Público e no Conselho Nacional de Justiça; Nacional do Ministério Público e no Conselho Nacional de Justiça.55
II - a acumulação do exercício de função de confiança com a Art. 14. A Corregedoria-Geral do Ministério Público é órgão
função de integrante do Conselho Superior do Ministério Público. orientador e fiscalizador das atividades funcionais e da conduta
§ 9.º Estão impedidos de integrar o Conselho Superior do Mi- dos membros do Ministério Público, incumbindo-lhe, dentre outras
nistério Público os Procuradores de Justiça que sejam parentes en- atribuições:56
tre si, até o terceiro grau, e os cônjuges, nestas hipóteses decidin- I - realizar correições e inspeções;
do-se em favor do mais antigo no cargo.48 II - realizar inspeções nas Procuradorias de Justiça, remetendo
§ 10. O Procurador-Geral de Justiça presidirá as sessões do Con- relatório reservado ao Órgão Especial do Colégio de Procuradores;
selho Superior do Ministério Público sem direito a voto nos procedi- III - propor, ao Conselho Superior do Ministério Público, o não
mentos disciplinares.49 vitaliciamento de membro do Ministério Público;
Art. 12. A eleição dos membros do Conselho Superior será rea- IV - fazer recomendações, sem caráter vinculativo, a órgão de
lizada de acordo com instruções baixadas pelo Procurador-Geral de execução;
Justiça, observadas as seguintes normas: V - instaurar, de ofício ou por provocação dos demais órgãos da
I - publicação de aviso no Diário Oficial, fixando horário, não Administração Superior do Ministério Público, processo disciplinar
inferior a seis horas diárias, e o local da votação, na sede da Procu- contra membro da Instituição, presidindoo e aplicando as sanções
radoria-Geral de Justiça; administrativas cabíveis.
II - adoção de medidas que assegurem o sigilo do voto; VI - encaminhar ao Procurador-Geral de Justiça os processos
III - proibição de voto por portador ou procurador, admitindo- administrativo-disciplinares que incumba a este decidir;
-se, todavia, o voto por via postal, desde que recebido no protocolo VII - remeter aos demais órgãos da Administração Superior
da Secretaria da Procuradoria-Geral de Justiça, até o encerramento do Ministério Público informações necessárias ao desempenho de
da votação, bem como o voto por meio eletrônico, com regras defi- suas atribuições;
nidas em ato normativo pelo Procurador-Geral de Justiça;50 VIII - apresentar ao Procurador-Geral de Justiça, na primeira
IV - apuração pública realizada por dois membros do Ministé- quinzena de fevereiro, relatório com dados estatísticos sobre as ati-
rio Público, escolhidos pelo Procurador-Geral e sob sua presidência, vidades das Procuradorias e das Promotorias de Justiça, relativas ao
logo após o encerramento da votação; ano anterior.
V - imediata proclamação dos eleitos. Art. 15. O Corregedor-Geral do Ministério Público indicará, ao
Parágrafo único. Em caso de empate, será considerado eleito o Procurador-Geral de Justiça, que o designará, um Procurador de
Procurador de Justiça mais antigo na carreira. Persistindo o empate, Justiça para as funções de SubCorregedor-Geral do Ministério Pú-
será considerado eleito o que tiver exercido menor número de ve- blico que o auxiliará em correições e inspeções nas Procuradorias
zes o mandato de Conselheiro. de Justiça e no controle de vacâncias e provimentos das Promoto-
rias e Procuradorias de Justiça, substituindo-o em eventuais faltas,
impedimentos e suspeições.57
§ 1.º O Corregedor-Geral do Ministério Público será assessora-
do por Promotores de Justiça de entrância final, denominados Pro-
motores-Corregedores, por ele indicados e designados pelo Procu-
43 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 13.999/2012. rador-Geral de Justiça.
44 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 13.999/2012.
45 Parágrafo renumerado pela Lei n. 11.168/98. Parágrafo renumerado pela Lei
n. 13.999/2012.
46 Parágrafo renumerado pela Lei n. 11.168/98; redação alterada pela Lei n.
11.734/2002. Parágrafo renumerado pela Lei n. 13.999/2012. 51 Redação da Lei n. 11.297/98.
47 Parágrafo alterado pela Lei n. 12.796/2007. Parágrafo renumerado pela Lei 52 Caput e parágrafo único com redação da Lei n. 11.297/98.
n. 13.999/2012. 53 Renumerado pela Lei n. 12.497/2006.
48 Parágrafo renumerado pela Lei n. 13.999/2012. 54 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 12.497/2006.
49 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 12.497/2006. Parágrafo renumerado pela 55 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 12.796/2007.
Lei n. 13.999/2012. 56 Caput e incisos com redação da Lei n. 11.297/98.
50 Redação alterada pela Lei n. 13.999/2012. 57 Caput e parágrafos com redação da Lei n. 11.297/98.

159
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 2.º Recusando-se o Procurador-Geral de Justiça a designar o V - elaborar, anualmente, o relatório geral do movimento pro-
Procurador de Justiça e os Promotores de Justiça que lhe foram in- cessual e dos trabalhos realizados pela Assessoria, remetendo-o ao
dicados, o Corregedor-Geral do Ministério Público poderá submeter Procurador-Geral de Justiça e ao Corregedor-Geral do Ministério
a indicação à deliberação do Colégio de Procuradores. Público;64
§ 3.º No caso de impedimento do Corregedor-Geral do Minis- VI - exercer outras atribuições que lhe sejam conferidas ou de-
tério Público e do SubCorregedor-Geral do Ministério Público, o Ór- legadas.
gão Especial do Colégio de Procuradores indicará um Procurador de § 2.º Ao SubProcurador-Geral de Justiça para Assuntos Admi-
Justiça para substituí-los em caso específico. nistrativos compete:
I - substituir o Procurador-Geral, na falta do SubProcurador-Ge-
CAPÍTULO II ral para Assuntos Jurídicos;
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES II - assistir o Procurador-Geral de Justiça no desempenho de
suas funções administrativas e legislativas;
SEÇÃO I III - executar a política administrativa da instituição;
DO GABINETE DA PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA58 IV - REVOGADO;65
V - elaborar anteprojetos de lei sobre matéria de interesse do
Art. 16. O Gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça será che- Ministério Público, acompanhando sua tramitação;
fiado por um Membro do Ministério Público, com mais de 10 (dez) VI - aprovar a indicação ou designar servidores para responde-
anos de efetivo exercício na carreira e, no mínimo, 35 (trinta e cin- rem pelo expediente das unidades subordinadas, em caráter per-
co) anos de idade, implementados até a data da posse, de livre es- manente ou em substituição;
colha do Procurador-Geral de Justiça.59 VII - Coordenar a elaboração da proposta orçamentária do Mi-
Parágrafo único. São atribuições do Chefe de Gabinete: nistério Público e encaminhá-la ao Procurador-Geral;
I - assistir e assessorar o Procurador-Geral de Justiça em suas VIII - supervisionar as atividades administrativas que envolvam
atividades sociais e políticas; membros do Ministério Público;
II - orientar a organização da pauta e da agenda do Procurador- IX - coordenar a elaboração do Plano Anual de Atividades e o
-Geral de Justiça; Relatório Anual;
III - dirigir os serviços do Gabinete, cabendo-lhe: X - coordenar as atividades de Promotor-Assessor designado
a) despachar o expediente do Gabinete; para secretariar os Órgãos Colegiados;66
b) preparar o expediente para o despacho do Procurador-Geral XI - exercer outras atribuições que lhe sejam conferidas ou de-
de Justiça; legadas.
c) exercer outras atribuições que lhe sejam conferidas ou dele- § 3.º Ao SubProcurador-Geral de Justiça para Assuntos Institu-
gadas pelo Procurador-Geral de Justiça.60 cionais compete:67
I - substituir o Procurador-Geral de Justiça na falta dos Subpro-
SEÇÃO II curadores-Gerais de Justiça para Assuntos Jurídicos e para Assuntos
DOS SUBPROCURADORES-GERAIS DE JUSTIÇA61 Administrativos, respectivamente;
II - assistir o Procurador-Geral de Justiça no desempenho de
Art. 17. O SubProcurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídi- suas funções;
cos, com atuação delegada, será escolhido, livremente, pelo Procu- III - ressalvadas as atribuições da Corregedoria-Geral do Mi-
rador-Geral de Justiça dentre os Procuradores de Justiça e Promoto- nistério Público, prestar assistência aos órgãos de execução e au-
res de Justiça da mais elevada entrância, com mais de 10 (dez) anos xiliares do Ministério Público no planejamento e execução de suas
de efetivo exercício na carreira e, no mínimo, 35 (trinta e cinco) atividades de natureza funcional;
anos de idade, implementados até a data da posse.62 IV - assistir o Procurador-Geral de Justiça na promoção da inte-
§ 1.º Ao SubProcurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídi- gração dos órgãos de execução do Ministério Público, visando esta-
cos compete: belecer a ação institucional;
I - substituir o Procurador-Geral em suas faltas; V - promover a cooperação entre o Ministério Público e as enti-
II - Coordenar os serviços da Assessoria;63 dades envolvidas com a atividade penal e nãocriminal;
III - Coordenar o recebimento e a distribuição dos processos VI - fornecer ao Procurador-Geral de Justiça e ao Corregedor-
oriundos dos Tribunais, entre os Procuradores de Justiça com atua- -Geral do Ministério Público o relatório anual de suas atividades;
ção perante os respectivos colegiados, obedecida a respectiva clas- VII - exercer outras atribuições que lhe sejam conferidas ou de-
sificação ou designação; legadas.
IV - remeter, mensalmente, ao Corregedor-Geral do Ministério § 4.º REVOGADO 68
Público, relatório dos processos recebidos e dos pareceres emitidos § 5.º Para a execução da atribuição constante no inciso III do
pelos Procuradores de Justiça junto aos Tribunais; parágrafo 3.º deste artigo, o SubProcurador-Geral de Justiça para
Assuntos Institucionais providenciará em obter a manifestação pré-
via de todos os agentes do Ministério Público, levando o resultado

58 Redação da Lei n. 11.003/97.


59 Redação do caput do art. 16 alterada pela Lei Complementar n. 14.883/2016. 64 Redação alterada pela Lei n. 11.734/2002.
60 Redação do “caput” do art. 16 e de seu parágrafo único dada pela Lei n. 65 Revogado pela Lei n. 15.005/2017.
11.003/97. 66 Redação alterada pela Lei n. 11.734/2002.
61 Redação da Lei n. 11.003/97. 67 Parágrafo 3º e seus incisos acrescentados pela Lei n. 11.410/00.
62 Redação do caput do Art. 17 alterada pela Lei Complementar n. 14.883/2016. 68 Parágrafo renumerado pela Lei n. 11.410/00; REVOGADO pela Lei n.
63 Redação alterada pela Lei n. 11.734/2002. 11.734/2002.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
de tal manifestação à Chefia da Instituição, que ouvirá o Colégio de Art. 18-A. O Gabinete de Articulação e Gestão Integrada está
Procuradores antes de adotar a política institucional que entender vinculado à SubProcuradoria-Geral de Justiça de Gestão Estratégica,
adequada.69 tendo as seguintes atribuições:81
§ 6.º Ao SubProcurador-Geral de Justiça de Gestão Estratégica I - assistir e assessorar o SubProcurador-Geral de Justiça de
compete:70 Gestão Estratégica e o Procurador-Geral de Justiça em seu progra-
I - substituir o Procurador-Geral de Justiça na falta dos Subpro- ma de gestão;
curadores-Gerais de Justiça para Assuntos Jurídicos, para Assuntos II - estabelecer diretrizes para a adoção de programas e mode-
Administrativos e para Assuntos Institucionais; los de gestão no âmbito do Ministério Público e para a formação de
II - assistir o Procurador-Geral de Justiça no desempenho de gestores da instituição;
suas funções; III - propor readequações na estrutura organizacional da Procu-
III - exercer outras funções que lhe sejam conferidas ou dele- radoria-Geral de Justiça e dos Órgãos de Administração;
gadas;
IV - acompanhar a edição de atos normativos e o trâmite de SEÇÃO IV
procedimentos junto ao Conselho Nacional do Ministério Público. DA PROCURADORIA DE FUNDAÇÕES
§ 7.º São vinculados à SubProcuradoria-Geral de Justiça de
Gestão Estratégica o Gabinete de Articulação e Gestão Integrada, Art. 19. À Procuradoria de Fundações, dirigida por um Procu-
o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional e a Unidade de rador de Justiça escolhido livremente pelo Procurador-Geral, com-
Concursos.71 pete:
Art. 17-A. Os Subprocuradores-Gerais de Justiça para Assuntos I - a elaboração de pareceres pertinentes a qualquer assunto
Administrativos, para Assuntos Institucionais e de Gestão Estratégica, sobre fundações;
com atuação delegada, serão escolhidos, livremente, pelo Procurador- II - auxiliar o Procurador-Geral:
-Geral de Justiça dentre Membros do Ministério Público, com mais de a) na aprovação dos estatutos das fundações e das alterações
10 (dez) anos de efetivo exercício na carreira e, no mínimo, 35 (trinta e neles introduzidas, bem como na promoção das alterações que en-
cinco) anos de idade, implementados até a data da posse. 72 tender necessárias;
b) na autorização da venda de bens imóveis das fundações e na
SEÇÃO III constituição de ônus reais sobre eles;
DA ASSESSORIA E DO GABINETE DE ARTICULAÇÃO E GESTÃO c) na homologação da aprovação das contas das fundações.
INTEGRADA73 Art. 20. REVOGADO82

Art. 18. A Procuradoria-Geral de Justiça poderá contar com até CAPÍTULO III
40 (quarenta) assessores, dentre Membros do Ministério Público, DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLI-
com mais de 10 (dez) anos de efetivo exercício na carreira e, no mí- CO83
nimo, 35 (trinta e cinco) anos de idade, implementados até a data
da posse, de livre escolha do Procurador-Geral de Justiça.74 SEÇÃO I
§ 1.º Compete à Assessoria auxiliar o Procurador-Geral de Jus- DAS PROCURADORIAS DE JUSTIÇA84
tiça em suas atribuições legais.
§ 2.º REVOGADO75 Art. 21. As Procuradorias de Justiça são órgãos de administra-
I - REVOGADO76 ção do Ministério Público, com cento e vinte e cinco (125) cargos de
II - REVOGADO77 Procuradores de Justiça e serviços auxiliares necessários ao desem-
III - REVOGADO78 penho de suas funções.85
IV - REVOGADO79 § 1.º A constituição e as atribuições das Procuradorias de Justi-
§ 3.º Quando a escolha recair sobre Promotores de Justiça de ça e dos cargos de Procuradores de Justiça serão fixadas mediante
entrância inicial ou intermediária, deverá ser observada a limitação proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada pelo Órgão Es-
do percentual máximo de 20% (vinte por cento) da Assessoria da pecial do Colégio de Procuradores, com voto da maioria absoluta
Administração Superior, sendo vedada a indicação de mais de um de seus integrantes, que deverá conter a denominação das Procu-
Promotor de Justiça por Comarca. 80 radorias de acordo com a respectiva área de atuação, o número de
cargos de Procuradores de Justiça que as integrarão e normas de
organização interna e de funcionamento.86
§ 2.º A exclusão, inclusão ou outra modificação na constituição
ou nas atribuições das Procuradorias de Justiça ou dos cargos de
69 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 11.410/00. Procuradores de Justiça serão fixadas mediante proposta do Procu-
70 Parágrafo e incisos acrescentados pela Lei Complementar n. 15.005/2017 rador-Geral de Justiça, aprovada pelo Órgão Especial do Colégio de
71 Parágrafo acrescentado pela Lei Complementar n. 15.005/2017.
Procuradores, com voto da maioria absoluta de seus integrantes.87
72 Redação acrescentada na Lei n. 7.669/82, pela Lei Complementar n.
14.883/2016, e alterada pela Lei n. 15.005/2017.
73 Redação da Lei n. 11.003/97, alterada pela Lei n. 15.005/2017.
74 Redação do caput do Art. 18 alterada pela Lei Complementar n. 14.883/2016. 81 Artigo e incisos acrescentados pela Lei n. 15.005/2017.
75 Revogado pela Lei n. 15.005/2017. 82 Artigo 20 e seus parágrafos revogados pela Lei n. 11.486/2000.
76 Revogado pela Lei n. 15.005/2017. 83 Redação alterada pela Lei n. 11.282/98.
77 Revogado pela Lei n. 15.005/2017. 84 Redação alterada pela Lei n. 11.282/98.
78 Revogado pela Lei n. 15.005/2017. 85 Redação do caput e de seus parágrafos alterada pela Lei n. 11.282/98.
79 Revogado pela Lei n. 15.005/2017. 86 Redação alterada pela Lei n. 11.486/2000.
80 Parágrafo acrescentado pela Lei Complementar n. 14.883/2016. 87 Redação alterada pela Lei n. 11.486/2000.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 3.º Visando à distribuição equitativa dos processos, a divisão SEÇÃO II90
interna dos serviços das Procuradorias de Justiça sujeitar-se-á a cri- DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA
térios objetivos definidos pelo Órgão Especial do Colégio de Procu-
radores que proporá a designação de Procuradores de Justiça Subs- Art. 23. As Promotorias de Justiça são órgãos de administração do
titutos para atuarem em regimes de exceção quando necessário. Ministério Público com, pelo menos, um cargo de Promotor de Justiça e
§ 4.º Poderá a Procuradoria de Justiça, por consenso, definir a serviços auxiliares necessários ao desempenho de suas funções.91
distribuição dos processos, submetendo a decisão ao Órgão Espe- § 1.º As Promotorias de Justiça poderão ser judiciais ou extra-
cial do Colégio de Procuradores. judiciais, especializadas, gerais ou cumulativas, locais, regionais ou
§ 5.º Os cargos de Procurador de Justiça de movimento redu- itinerantes.92
zido, assim considerados por proposição do Procurador-Geral de § 2.º As atribuições das Promotorias de Justiça e dos cargos de
Justiça, aprovada pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores, Promotores de Justiça que as integram serão fixadas mediante pro-
quando vagos, poderão ser declarados desativados. posta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada pelo Órgão Especial
§ 6.º Enquanto não ocorrer a desativação nos termos do pará- do Colégio de Procuradores.
grafo anterior, as atribuições correspondentes poderão ser integra- § 3.º A divisão interna, a exclusão, a inclusão ou outra modifi-
das às do outro cargo de Procurador de Justiça. cação nas atribuições das Promotorias de Justiça ou dos cargos de
§ 7.º As Procuradorias de Justiça farão reuniões periódicas Promotores de Justiça que as integram serão efetuadas mediante
de seus integrantes, sob a presidência do SubProcurador-Geral de proposta do Procurador-Geral de Justiça, aprovada, por maioria ab-
Justiça para Assuntos Jurídicos, para fixação de orientações, sem soluta, pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores.
caráter vinculativo, com encaminhamento ao Procurador-Geral de § 4.º Para os efeitos do parágrafo anterior, os Promotores de
Justiça e para deliberação sobre matéria administrativa, com com- Justiça, havendo consenso entre eles, poderão propor ao Procu-
parecimento obrigatório, salvo motivo justificado, devendo ser la- rador-Geral de Justiça a divisão interna, a exclusão, a inclusão ou
vrada ata registrando o que foi discutido. outra modificação das atribuições da Promotoria de Justiça em que
§ 8.º O Procurador-Geral de Justiça, ouvido o Órgão Especial do estiverem classificados, que ouvirá a Corregedoria-Geral do Minis-
Colégio de Procuradores, poderá instituir Procuradorias de Justiça tério Público, apreciará a proposta e a encaminhará à deliberação
Especializadas. do Órgão Especial do Colégio de Procuradores.
§ 9.º As Procuradorias de Justiça encaminharão, para aprova- § 5.º O Procurador-Geral de Justiça poderá, com a concordân-
ção do Órgão Especial do Colégio de Procuradores, proposta de re- cia do Promotor de Justiça titular, por ato fundamentado, designar
gimento interno destinada a regular o funcionamento de seus ser- outro Promotor de Justiça para funcionar em feito determinado, de
viços administrativos e a coordenação das atividades desenvolvidas atribuição daquele.
no desempenho de suas atribuições. § 6.º As Promotorias de Justiça da Capital são divididas em
§ 10. As Procuradorias de Justiça, por seus cargos, poderão fun- áreas cível, criminal, regional, especializada e de plantão:93
cionar descentralizadamente, a fim de assegurar o pleno exercício I - na área cível, haverá as seguintes Promotorias:
das funções e atribuições dos órgãos do Ministério Público.88 a) Promotoria de Justiça Cível, Registros Públicos e Acidentes
Art. 22. Os integrantes de cada Procuradoria de Justiça escolhe- do Trabalho;
rão dois Procuradores de Justiça para exercerem, durante o período b) Promotoria de Justiça da Fazenda Pública e dos Juizados Es-
de um ano, permitida uma recondução consecutiva, as funções de peciais Cíveis;
coordenador e seu substituto, que serão os responsáveis pelos ser- c) Promotoria de Justiça de Família e Sucessões;
viços administrativos, competindo-lhes, sem prejuízo das normais d) Promotoria de Justiça de Falências e Recuperação de Em-
atribuições:89 presas;94
I - propor, ao Procurador-Geral de Justiça, a escala de férias de II - na área criminal, haverá as seguintes Promotorias:
seus integrantes; a) Promotoria de Justiça Criminal;
II - organizar o arquivo geral da Procuradoria de Justiça, reco- b) Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri;
lhendo e classificando as cópias de todos os trabalhos forenses ela- c) Promotoria de Justiça Militar;
borados pelos seus integrantes, bem como o material legislativo, d) Promotoria de Justiça de Controle e de Execução Criminal95;
doutrinário e jurisprudencial; e) Promotoria de Justiça dos Juizados Especiais Criminais.
III - remeter, até o final do mês de dezembro, ao SubProcura- III - na área regional, haverá as seguintes Promotorias de Jus-
dor-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos e ao Corregedor-Geral tiça:
do Ministério Público, o relatório anual das atividades da Procura- a) Promotoria de Justiça Regional do Sarandi;
doria de Justiça; b) Promotoria de Justiça Regional do Alto Petrópolis;
IV - fiscalizar a distribuição eqüitativa dos autos ou outro expe- c) Promotoria de Justiça Regional do Partenon;
diente em que deva funcionar Procurador de Justiça; d) Promotoria de Justiça Regional da Tristeza;
V - propor, à SubProcuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Ad- e) Promotoria de Justiça Regional do 4.º Distrito;
ministrativos, a organização dos serviços auxiliares da Procuradoria de f) Promotoria de Justiça Regional da Restinga.
Justiça, distribuindo tarefas e fiscalizando trabalhos executados.
90 Título da Seção II inserido pela Lei n. 11.486/2000.
91 Redação do artigo 23, caput, e de seus parágrafos, incisos e alíneas, alterada
pela Lei n. 11.486/2000.
92 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007.
93 Redação do § 6º alterada pela Lei n. 11.655/2001.
94 Alterada pela Lei n. 12.474/2006.
95 Alterada pela Lei n. 12.015/2003. PJ transformada em PJ de Execução Crimi-
88 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 12.796/2007. nal e PJ de Controle Externo da Atividade Policial, ambas Especializadas - Lei n.
89 Redação do caput e dos incisos dada pela Lei n. 11.282/98. 14.332/2013.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
IV - na área especializada, haverá as seguintes Promotorias de III - supervisionar, conforme diretrizes fixadas pela SubProcu-
Justiça: radoria-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos, a padroni-
a) Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude; zação e a organização administrativa dos serviços auxiliares da(s)
b) Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente; Promotoria(s) de Justiça;
c) Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor; IV - representar o Ministério Público nas solenidades oficiais no
d) Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos;96 interior do Estado ou indicar membro que possa fazê-lo;
e) Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público; V - remeter ao SubProcurador-Geral de Justiça para Assuntos
f) Promotoria de Justiça Especializada Criminal; Administrativos o relatório anual das atividades da gestão da(s) Pro-
g) Promotoria de Justiça de Execução Criminal;97 motoria(s) de Justiça;
h) Promotoria de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Ur- VI - solicitar ao Procurador-Geral de Justiça a designação de es-
banística;98 tagiários e de voluntários, nos termos da legislação em vigor;
i) Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Po- VII - encaminhar ao Procurador-Geral de Justiça sugestões para
licial,99 a elaboração do planejamento e da gestão estratégica do Ministério
j) Promotoria de Justiça Especializada de Combate à Violência Público;
Doméstica e Familiar contra a Mulher100. VIII - delegar, na falta do substituto, em caráter excepcional e
V - na área de plantão, haverá a seguinte Promotoria de Justi- eventual, a integrante da(s) Promotoria(s) de Justiça o exercício de
ça:101 suas funções, sem ônus, comunicando ao Procurador-Geral de Jus-
a) Promotoria de Justiça de Plantão. tiça;
§ 7.º Nas comarcas do interior do Estado, haverá uma ou mais IX - receber e encaminhar ao Coordenador Administrativo Re-
Promotorias de Justiça, com um ou mais cargos numerados de Pro- gional e/ou à SubProcuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Ad-
motor de Justiça, que poderão exercer funções judiciais ou extra- ministrativos, as demandas encaminhadas pelos Coordenadores de
judiciais, cíveis ou criminais, especializadas, gerais ou cumulativas. cada Promotoria, onde houver;
§ 8.º Havendo mais de um membro do Ministério Público com X - zelar pela manutenção e conservação das instalações físicas
funções idênticas ou concorrentes na mesma Promotoria de Justiça, e dos equipamentos da Promotoria de Justiça;
a denominação do cargo será precedida do número indicativo da XI - autorizar a utilização das instalações físicas da Promotoria
ordem de sua criação. de Justiça para atividades de cunho comunitário, cultural e educa-
§ 9.º A elevação ou rebaixamento da Comarca não importa cional.
em alteração funcional do titular do cargo de Promotor de Justi- § 14. Os Promotores de Justiça Substitutos serão designados em
ça correspondente, que poderá optar por nela ter exercício ou ter casos de vacância e no lugar dos titulares nas suas faltas, impedimen-
sua remoção para outra Promotoria de Justiça de entrância idêntica tos, suspeições, licenças ou férias, atuando em todos os processos que,
àquela anteriormente ocupada, desde que haja cargo vago. no período, receberem e participando das audiências, e auxiliarão os
§ 10. Os cargos de Promotor de Justiça de reduzido movimento, demais Promotores de Justiça, por designação do Procurador-Geral de
assim considerados por proposição do Procurador-Geral de Justiça, Justiça, sempre que a necessidade ou a conveniência do serviço o exigir.
aprovada pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores, quando § 15. A Corregedoria-Geral do Ministério Público organizará,
vagos, poderão ser desativados. dentre os Promotores de Justiça, a escala de plantão. 103
§ 11. Enquanto não ocorrer a desativação prevista no parágrafo § 16. Nas comarcas do interior do Estado com apenas um cargo
anterior, as atribuições correspondentes poderão ser integradas às de Promotor de Justiça, o Procurador-Geral de Justiça designará este
de outro cargo, ou cargos, de Promotor de Justiça, da mesma ou de como Diretor da Promotoria de Justiça para que exerça, sem ônus para
outra Promotoria de Justiça. o Ministério Público, as atribuições previstas no § 13 deste artigo e ou-
§ 12. Os serviços auxiliares das Promotorias de Justiça, destina- tras fixadas em ato regulamentar do Procurador-Geral de Justiça.104
dos a dar suporte administrativo necessário ao seu funcionamento § 17. Não havendo interessados em exercer as funções previstas no §
e ao desempenho das funções dos Promotores de Justiça, serão ins- 13, o Procurador-Geral de Justiça designará como Diretor da(s) Promoto-
tituídos e organizados por ato do Procurador-Geral de Justiça. ria(s) e seu substituto os Promotores de Justiça mais antigos na comarca;
§ 13. Nas comarcas do interior com mais de um cargo de Pro- havendo recusa, sucessivamente, proceder-se-á mediante sorteio.105
motor de Justiça, haverá um Diretor da(s) Promotoria(s) e seu subs- § 18. Em cada Promotoria de Justiça da Comarca de Porto Ale-
tituto, escolhidos dentre e pelos Promotores de Justiça locais e de- gre haverá um Diretor da Promotoria e seu substituto, escolhidos
signados pelo Procurador-Geral de Justiça, pelo prazo de um ano, dentre e pelos seus integrantes e designados pelo Procurador-Geral
admitida a recondução, competindo-lhes, sem prejuízo de suas atri- de Justiça, pelo prazo de um ano, admitida a recondução, compe-
buições normais e de outras fixadas em ato regulamentar do Procu- tindo-lhes, sem prejuízo de suas atribuições normais e de outras
rador-Geral de Justiça:102 fixadas em ato regulamentar do Procurador-Geral de Justiça, as atri-
I - atestar a efetividade dos servidores do Ministério Público buições previstas no § 13, salvo as previstas nos incisos IV e IX.106
lotados na(s) Promotoria(s) de Justiça e dos estagiários; § 19. Na ausência do Diretor titular ou de seu substituto de-
II - implementar a Política de Gestão Administrativa na(s) Pro- sempenhará as respectivas funções quem substituir o primeiro na
motoria(s) de Justiça; Promotoria de Justiça.107
Art. 24. REVOGADO108
96 Redação alterada pela Lei n. 11.851/2002.
97 Redação alterada pela Lei n. 12.015/2003; alterada pela Lei n. 14.332/2013. 103 Redação alterada pela Lei n. 11.655/2001.
98 Alínea criada pela Lei n. 12.159/2004. 104 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 13.847/2011.
99 Alínea acrescentada pela Lei n. 14.332/2013. 105 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 13.847/2011.
100 Promotoria de Justiça criada pela Lei n. 15.169/2018. 106 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 13.847/2011.
101 Inciso V e sua alínea “a” inseridos pela Lei n. 11.655/2001. 107 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 13.847/2011.
102 Redação alterada pela Lei n. 13.847/2011. 108 Artigo revogado pela Lei n. 11.577/2001.

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 24-A. Nas comarcas do interior do Estado com mais de 1 a) o SubProcurador-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, o
(uma) Promotoria de Justiça, haverá um Coordenador em cada Pro- SubProcurador-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos, o
motoria de Justiça (Cível, Criminal e Especializada), escolhido pelos SubProcurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, o Sub-
Promotores de Justiça dela integrantes e designado pelo Procura- Procurador-Geral de Justiça de Gestão Estratégica, o Procurador das
dor-Geral de Justiça, pelo prazo de um ano, admitida recondução, Fundações, o Chefe de Gabinete, o Diretor do Centro de Estudos
competindo-lhe, sem ônus para o Ministério Público e sem prejuízo e Aperfeiçoamento Funcional, os Coordenadores dos Centros de
de suas atribuições normais e de outras fixadas em ato regulamen- Apoio Operacional, os Procuradores-Assessores e os Promotores-
tar do Procurador-Geral de Justiça:109 -Assessores;111
I - distribuir e fiscalizar, no âmbito da Promotoria de Justiça, b) os Promotores de Justiça responsáveis pela direção dos ser-
tarefas a serem executadas pelos serviços auxiliares; viços administrativos das Promotorias de Justiça e seus substitutos;
II - Coordenar, no âmbito da Promotoria de Justiça, as iniciati- c) o Procurador de Justiça e os Promotores de Justiça de entrân-
vas conjuntas relacionadas com a atividade-fim; cia final, por indicação do Corregedor-Geral do Ministério Público
III - sugerir o aperfeiçoamento das rotinas dos serviços auxilia- para exercerem as funções de SubCorregedor-Geral do Ministério
res ao Diretor da(s) Promotoria(s) de Justiça. Público e de Promotores-Corregedores, limitados em até 13treze)
Parágrafo único. Na Comarca de Porto Alegre, exercerá as atri- Membros do Ministério Público. 112
buições de Coordenador da Promotoria de Justiça o respectivo Di- d) os membros do Ministério Público para oficiar junto à Justiça
retor da Promotoria de Justiça. Eleitoral de primeira instância;
e) os membros do Ministério Público para representar a Insti-
TÍTULO III tuição em órgãos externos;
DAS ATRIBUIÇÕES E PRERROGATIVAS DOS ÓRGÃOS DO MI- f) os membros do Ministério Público para atuar em plantão nas
NISTÉRIO PÚBLICO férias forenses;
g) os estagiários do Ministério Público e dispensá-los da função
CAPÍTULO I a pedido, a requerimento dos órgãos do Ministério Público junto aos
DO PROCURADORGERAL quais servirem e, obrigatoriamente, quando concluírem o curso;
XII - designar, motivadamente, em caráter excepcional e tem-
Art. 25. Além das atribuições previstas nas Constituições Fede- porário, ouvido o Conselho Superior do Ministério Público:
ral e Estadual, na Lei Orgânica Nacional e em outras leis, compete a) membro do Ministério Público para acompanhar inquérito
ao Procurador-Geral de Justiça:110 policial ou diligência investigatória, devendo recair a escolha sobre
I - exercer a chefia do Ministério Público, representando-o judi- aquele com atribuição para, em tese, oficiar no feito, segundo as
cial e extrajudicialmente; regras ordinárias de distribuição de serviços;
II - encaminhar ao Poder Legislativo os projetos de lei de inicia- b) Procurador de Justiça para atuar junto a qualquer órgão ju-
tiva do Ministério Público, após submetê-los à apreciação do Órgão risdicional de segundo grau;
Especial do Colégio de Procuradores; c) Promotor de Justiça para atuar junto a qualquer órgão juris-
III - elaborar o relatório das atividades anuais do Ministério Pú- dicional de primeiro grau;
blico para submetê-lo à Assembleia Legislativa; XIII - autorizar membro do Ministério Público a:
IV - comparecer à Assembleia Legislativa para relatar as ativida- a) acompanhar comissão de sindicância ou de processo admi-
des anuais e as necessidades do Ministério Público; nistrativo-disciplinar estranho à Instituição;
V - elaborar, até trinta dias após a posse, o plano de atividades b) utilizar, em objeto de serviço, qualquer meio de transporte,
do Ministério Público; à custa do erário;113
VI - elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público, c) ausentar-se do Estado em objeto de serviço;
submetendo-a ao Órgão Especial do Colégio de Procuradores; d) afastar-se para frequentar curso ou seminário de aperfeiçoa-
VII - dirigir os serviços administrativos da Procuradoria-Geral mento e estudo, no País ou no exterior, ou para ministrar cursos e
de Justiça; seminários destinados ao aperfeiçoamento dos membros da Insti-
VIII - praticar todos os atos referentes à carreira dos membros tuição, por prazo não superior a 10 (dez) dias;
e dos servidores do Ministério Público, tais como nomear, remover, e) ausentar-se do Estado ou do País em missão oficial, por pra-
promover, exonerar, demitir, colocar em disponibilidade, reverter, zo não superior a 10 (dez) dias;
aproveitar, designar para exercer atividades administrativas e apo- f) excepcionalmente, residir fora da respectiva comarca.114
sentar, bem como conceder vantagens pessoais; XIV - propor, fundamentadamente, ao Colégio de Procurado-
IX - integrar, como membro nato, convocar e presidir as sessões res, a destituição do Corregedor-Geral do Ministério Público, ou,
do Colégio de Procuradores, do seu Órgão Especial e do Conselho por deliberação daquele, destituí-lo;
Superior do Ministério Público, ouvindo-os nos casos previstos em XV - conceder dispensa da atividade funcional aos Presidentes
lei; eleitos para as entidades de classe dos membros e dos servidores
X - nomear: do Ministério Público e do Diretor da Fundação Escola Superior do
os membros do Órgão Especial do Colégio de Procuradores e Ministério Público;
do Conselho Superior do Ministério Público e respectivos suplentes; XVI - determinar:
o Corregedor-Geral do Ministério Público, no prazo de dez dias a) as medidas necessárias à verificação da incapacidade física,
a contar da eleição; mental ou moral dos membros e servidores do Ministério Público;
XI - designar:
111 Redação alterada pela Lei n. 11.734/2002; alterada pela Lei Complementar
n. 14.333/2013, e novamente alterada pela Lei 15.005/2017.
109 Artigo acrescentado pela Lei n. 13.847/2011. 112 Redação alterada pela Lei Complementar n. 14.883/2016.
110 Caput do art. 25, incisos e alíneas com redação alterada pela Lei n. 113 Redação alterada pela Lei n. 11.734/2002.
11.350/99. 114 Alínea acrescentada pela Lei n. 12.796/2007.

164
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
b) a instauração de sindicância ou processo administrativo para XXXIV - promover a abertura de crédito e a alteração no orça-
apurar as faltas funcionais dos servidores do Ministério Público; mento analítico do Ministério Público dos recursos dos elementos
XVII - apurar infração penal praticada por membro do Minis- semelhantes, de um para outro, dentro das consignações respecti-
tério Público, prosseguindo nas investigações ainda que iniciadas vas, de acordo com as necessidades do serviço e as normas legais
pela autoridade policial ou avocando-as quando não lhe tiverem vigentes;
sido remetidas; XXXV - celebrar convênios, com quaisquer órgãos municipais,
XVIII - aplicar as punições disciplinares de sua atribuição; estaduais e federais, para atendimento das necessidades da Insti-
XIX - resolver os conflitos de atribuições entre membros do Mi- tuição;
nistério Público; XXXVI - proferir voto de qualidade nos órgãos colegiados da
XX - expedir provimento ou resolução, aos órgãos do Ministério Administração Superior, salvo em matéria disciplinar, quando pre-
Público, para o desempenho de suas funções nos casos em que se valecerá a decisão mais favorável ao membro do Ministério Público;
mostrar conveniente a atuação uniforme da Instituição, resguarda- XXXVII - requisitar, de qualquer autoridade, repartição, cartório
da a independência funcional; ou ofício da Justiça, certidões, exames, diligências e esclarecimen-
XXI - avocar, excepcional e fundamentadamente, inquérito po- tos necessários ao exercício de suas funções;
licial em andamento; XXXVIII - representar, ao Corregedor-Geral do Ministério Públi-
XXII - interromper, por conveniência do serviço, licença para co, acerca de infração disciplinar praticada por membro da Institui-
tratamento de interesse particular de membros e de servidores do ção;
Ministério Público; XXXIX - determinar, sempre que o interesse público o exigir, a
XXIII - elaborar e encaminhar ao Conselho Superior do Ministé- investigação sumária de fatos típicos;
rio Público, até trinta e um de outubro de cada ano, as escalas de XL - expedir carteira funcional dos membros e dos servidores
substituição e de férias dos membros do Ministério Público, dando- do Ministério Público;
-lhes a devida publicidade; XLI - deferir o compromisso de posse dos membros e dos servi-
XXIV - mandar publicar os atos administrativos de interesse do dores do Ministério Público;
Ministério Público e, até trinta e um de janeiro de cada ano, a lista XLII - deferir o compromisso dos estagiários, designando-os
de antiguidade dos membros do Ministério Público referente ao úl- para funcionar junto aos órgãos do Ministério Público;
timo dia do ano anterior; XLIII - solicitar, ao Colégio de Procuradores, manifestação sobre
XXV - determinar a abertura de concurso para ingresso na car- matéria relativa à autonomia do Ministério Público, bem como so-
reira do Ministério Público e presidir a respectiva comissão; bre outras de interesse institucional;
XXVI - indicar membro do Ministério Público: 115 XLIV - decidir sobre as sugestões encaminhadas pelo Órgão Es-
a) para o Conselho Nacional do Ministério Público, nos termos pecial do Colégio de Procuradores acerca da criação, transformação
da Lei Federal n. 11.372, de 28 de novembro de 2006; e extinção de cargos do Ministério Público e dos serviços auxilia-
b) para o Conselho Nacional de Justiça, nos termos do art. res, modificações na Lei Orgânica e providências relacionadas ao
103B, inciso XI, da Constituição Federal; desempenho das funções institucionais;
c) para presidir a comissão de concurso para os serviços auxilia- XLV - propor, ao Órgão Especial do Colégio de Procuradores, a
res do Ministério Público. fixação, a exclusão, a inclusão ou modificação no que concerne às
XXVII - solicitar, ao Conselho Seccional da Ordem dos Advoga- atribuições das Procuradorias e das Promotorias de Justiça;
dos do Brasil, remessa de lista sêxtupla para indicação de represen- XLVI - dispor a respeito da movimentação dos Promotores de
tante na comissão de concurso para ingresso na carreira do Minis- Justiça Substitutos no interesse do serviço;
tério Público; XLVII - Convidar Membros do Ministério Público para prestar,
XXVIII - declarar vitalício na carreira o Promotor de Justiça que temporariamente, serviços à Procuradoria-Geral de Justiça.116
houver concluído o estágio probatório, após decisão favorável do XLVIII - designar membros da Instituição para plantões em fi-
Conselho Superior do Ministério Público; nais de semana, feriados ou em razão de outras medidas urgentes;
XXIX - representar, ao Procurador-Geral da República, sobre cri- XLIX - decidir sobre escalas de férias e atuação em plantões fo-
me comum ou de responsabilidade praticado pelo Governador do renses propostas pelas Procuradorias e Promotorias de Justiça;
Estado, por membro do Tribunal de Justiça e por Conselheiros do L - conceder férias, licenças-prêmios, licenças, afastamentos,
Tribunal de Contas do Estado; adicionais e outras vantagens pessoais previstas em lei;
XXX - dar publicidade aos despachos de arquivamento que pro- LI - requisitar as dotações orçamentárias destinadas ao custeio
ferir nas representações cíveis ou criminais que lhe forem direta- das atividades do Ministério Público, nos termos do artigo 168 da
mente dirigidas; Constituição Federal;
XXXI - editar atos e decidir, na forma da lei, sobre as implemen- LII - expedir atos normativos que visem à celeridade e à racio-
tações decorrentes do sistema remuneratório, bem como sobre a nalização das atividades do Ministério Público;
situação funcional e administrativa do pessoal ativo e inativo da car- LIII - encaminhar, ao Poder Judiciário, as listas sêxtuplas de que
reira e dos serviços auxiliares; tratam os artigos 94, “caput”, e 104, parágrafo único, inciso II, da
XXXII - exercer as demais competências concernentes à admi- Constituição Federal;
nistração financeira, orçamentária, patrimonial e de pessoal; LIV - propor, ao Órgão Especial do Colégio de Procuradores, a
XXXIII - representar, de ofício ou por provocação do interessa- concessão de comenda a pessoas que tenham contribuído para o
do, à Corregedoria-Geral da Justiça sobre falta disciplinar de magis- aperfeiçoamento e o aprimoramento da Instituição;
trado ou de servidor da Justiça; LV - decidir sobre questões referentes a licitações, nos termos
da lei respectiva;
LVI - cassar ou suspender, por ato motivado, o porte de arma de
membros do Ministério Público, mesmo aposentados;
115 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007. 116 Redação alterada pela Lei Complementar n. 14.883/2016.

165
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
LVII - indicar os representantes do Ministério Público, às autori- CAPÍTULO III
dades competentes, para integrar Conselhos e Comissões; DO CONSELHO SUPERIOR
LVIII - exercer outras atribuições compatíveis e necessárias ao
desempenho do cargo; Art. 27. São atribuições do Conselho Superior do Ministério Pú-
LIX - delegar suas funções de órgão de execução a membro do blico:125
Ministério Público, observada a simetria do cargo com a natureza I - elaborar:
da delegação; a) em votação secreta, com a presença mínima de dois terços
LX - representar, com fundamento no interesse público e na dos seus membros, as listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94,
conveniência do serviço, ao Conselho Superior do Ministério Públi- “caput”, e 104, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal;
co, pela remoção por interesse público ou disponibilidade de mem- b) por Resolução, o procedimento para a constituição das lis-
bro do Ministério Público;117 tas tríplices para a indicação, pelo Procurador-Geral de Justiça, de
LXI - delegar a membros ou servidores do Ministério Público a membros ao Conselho Nacional do Ministério Público e ao Conse-
prática de atos de administração e atos de mero expediente, sem lho Nacional de Justiça, como referem os artigos 130A, inciso III, e
caráter decisório;118 130B, inciso XI, da Constituição Federal e artigo 4.º da Lei Federal
LXII - receber representações do Conselho Nacional de Justiça e n. 11.372/2006;126
do Conselho Nacional do Ministério Público;119 c)seu Regimento Interno;127
LXIII - delegar suas funções administrativas.120 II - indicar:
Art. 26. REVOGADO121 a) ao Procurador-Geral de Justiça, com a presença mínima de
dois terços dos seus membros, a lista tríplice dos candidatos à re-
CAPÍTULO IIA122 moção ou promoção por merecimento;128
DAS ATRIBUIÇÕES CONCORRENTES E DOS CONFLITOS DE b) ao Procurador-Geral de Justiça, o nome do membro do Mi-
ATRIBUIÇÃO nistério Público mais antigo, para remoção ou promoção por anti-
guidade;
Art. 26-A. Não oficiará, simultaneamente, na mesma entrância, c) ao Procurador-Geral de Justiça, Promotores de Justiça para
no mesmo processo ou procedimento, mais de um órgão do Minis- substituição por convocação;
tério Público.123 d) para aproveitamento ou classificação, membro do Ministério
§ 1.º Será admitida a atuação simultânea de membros do Mi- Público em disponibilidade ou afastado do cargo;
nistério Público para fins de atuação conjunta e integrada para pro- e) ao Procurador-Geral da República, membro do Ministério
positura de ações ou interposição de recursos e em outros casos Público para compor o Conselho Nacional de Justiça;129
em que se verificar a necessidade da simultaneidade de atuação f) membros do Ministério Público para compor o Conselho Na-
institucional. cional do Ministério Público.130
§ 2.º Se houver causa para a intervenção de mais de um órgão III - decidir:
do Ministério Público, nele oficiará o órgão incumbido do zelo do a) com a presença mínima de dois terços de seus membros,
interesse público mais abrangente. sobre a permanência de membro do Ministério Público no estágio
§ 3.º Tratando-se de interesses de abrangência equivalente, ofi- probatório, após um ano de atividade;
ciará no feito o órgão do Ministério Público investido da atribuição b) com a presença mínima de dois terços de seus membros, so-
mais especializada; sendo todas as atribuições igualmente especia- bre o vitaliciamento, propondo a exoneração quando entender que
lizadas, incumbirá ao órgão que por primeiro oficiar no processo ou não foram preenchidos os requisitos do estágio probatório;
procedimento, ou a seu substituto legal, exercer todas as funções c) sobre a abertura de concurso para o provimento de cargos
de Ministério Público. iniciais da carreira, sempre que o número de vagas existentes no
Art. 26-B. Os conflitos de atribuição deverão ser suscitados, quadro e as necessidades do serviço o recomendarem, indepen-
fundamentadamente, nos próprios autos em que ocorrerem e se- dentemente da conclusão de concurso em andamento;
rão decididos pelo Procurador-Geral de Justiça, conforme o inciso d) de plano e conclusivamente sobre a admissão ou cancela-
XIX do artigo 25 desta Lei, mantendo-se cópia de inteiro teor do mento de inscrição de candidato ao concurso de ingresso na carrei-
processo na Promotoria de Justiça suscitante.124 ra do Ministério Público, apreciando suas condições para o exercício
do cargo mediante entrevistas, exame de documentos e informa-
ções fidedignas, sem prejuízo de investigação sigilosa que entenda
promover;
e) processos disciplinares, fixando as penas;
f) sobre o requerimento de postergação de nomeação de can-
didato aprovado no concurso para ingresso no Ministério Público;
g) sobre a classificação dos membros do Ministério Público;
h) sobre a participação de membro do Ministério Público em
organismos estatais afetos às áreas de atuação da Instituição;
117 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007.
118 Inciso acrescentado pela Lei n. 12.796/2007. 125 Redação de Caput do art. 27 e de seus respectivos incisos, parágrafos e
119 Inciso acrescentado pela Lei n. 12.796/2007. alíneas alterada pela Lei n. 11.168/98.
120 Inciso acrescentado pela Lei n. 12.796/2007. 126 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007.
121 Revogado pela Lei n. 11.252/98. 127 Alínea acrescentada pela Lei n. 12.796/2007.
122 Acrescentado pela Lei n. 11.733/2002. 128 Redação alterada pela Lei n. 11.723/2002.
123 Caput e parágrafos acrescentados pela Lei n. 11.733/2002. 129 Alínea acrescentada pela Lei n. 12.796/2007.
124 Acrescentado pela Lei n. 11.733/2002. 130 Alínea acrescentada pela Lei n. 12.796/2007.

166
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
i) sobre reclamações formuladas a respeito do quadro geral de § 1.° As decisões do Conselho Superior do Ministério Público
antiguidade do Ministério Público; serão motivadas e publicadas, por extrato, salvo nas hipóteses do
IV - determinar, pelo voto da maioria absoluta de seus integran- § 4.º.132
tes, a disponibilidade ou a remoção por interesse público de mem- § 2.° A remoção e a promoção voluntária por antiguidade e por
bros do Ministério Público, assegurada a ampla defesa;131 merecimento, bem como a convocação, dependerão de prévia ma-
V - aprovar: nifestação escrita do interessado.
a) os pedidos de remoção por permuta entre membros do Mi- § 3.° Na indicação por antiguidade, o Conselho Superior do Mi-
nistério Público; nistério Público somente poderá recusar o membro do Ministério
b) o quadro geral de antiguidade do Ministério Público; Público mais antigo pelo voto de dois terços de seus integrantes,
c) o Regulamento do Estágio Probatório; conforme procedimento próprio, repetindo-se a votação até fixar-
d) anualmente, as escalas de substituição e de férias dos mem- -se a indicação, após o julgamento de eventual recurso interposto
bros do Ministério Público; com apoio na alínea “e” do inciso VIII do artigo 12 da Lei Federal n°
VI - autorizar e interromper: 8.625, de 12 de fevereiro de 1993.
a)por conveniência do serviço, o afastamento de membro do Mi- § 4.º As sessões do Conselho Superior do Ministério Público
nistério Público para frequentar curso ou seminário de aperfeiçoamen- serão públicas, assim como públicos serão todos os julgamentos de
to e estudo, de interesse da Instituição, no País ou no exterior; processos administrativo-disciplinares, admitindo-se a decretação
b) motivadamente, os afastamentos do cargo formulados por de sigilo, mediante decisão fundamentada, apenas nas hipóteses
membro do Ministério Público nas hipóteses do art. 46, da Lei n. em que a preservação da intimidade não prejudique o interesse pú-
6.536, de 31 de janeiro de 1973, ressalvados os casos de mandato blico à informação (art. 93, IX, da Constituição Federal).133
eletivo;
VII - propor: CAPÍTULO IV
a) ao Procurador-Geral de Justiça, a suspensão preventiva de DO CORREGEDOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
membro do Ministério Público;
b) à Corregedoria-Geral do Ministério Público, a instauração de Art. 28. Incumbe ao Corregedor-Geral, dentre outras atribui-
processo administrativo disciplinar contra membro do Ministério ções:134
Público; I - organizar e dirigir os serviços da Corregedoria-Geral;
VIII - apreciar: os motivos de suspeição de natureza íntima, II - fazer recomendações, sem caráter vinculativo, a órgão de
invocados por membros do Ministério Público; a justificação apre- execução;
sentada por membro do Ministério Público que deixar de atender III - Convocar e realizar reuniões com os membros do Ministé-
a qualquer determinação para cujo cumprimento tenha sido mar- rio Público para tratar de questões ligadas a sua atuação funcional;
cado prazo certo; IV - dar andamento às reclamações de membros do Ministério
c) pedido de reversão de membro do Ministério Público; Público a respeito de quaisquer órgãos administrativos que tenham
IX - opinar sobre: relação, de algum modo, com os seus serviços;
a) o aproveitamento de membro do Ministério Público, consi- V - instaurar, de ofício ou por provocação dos demais Órgãos da
derada a conveniência do serviço; Administração Superior do Ministério Público, processo disciplinar
b) o pedido de aumento de ajuda de custo; contra membro da instituição, presidindoo e aplicando as sanções
X - escolher os membros do Ministério Público que integrarão a administrativas cabíveis, na forma desta Lei;
Comissão de Concurso para ingresso na carreira; VI - dirigir e acompanhar o Estágio probatório dos membros do
XI - homologar o resultado do concurso e elaborar, de acordo Ministério Público;
com a ordem de classificação, a lista dos candidatos aprovados, VII - elaborar o Regulamento do Estágio Probatório dos mem-
para efeito de nomeação; bros do Ministério Público;135
XII - fazer recomendações, por intermédio do Corregedor-Ge- VIII - propor ao Conselho Superior do Ministério Público, na for-
ral, aos membros do Ministério Público, a título de instrução, quan- ma da Lei Orgânica, o não vitaliciamento de membro do Ministério
do, em documentos oficiais, verificar deficiências, erros ou faltas Público;
por estes praticadas; IX - remeter aos demais Órgãos da Administração do Ministério
XIII - provocar a apuração da responsabilidade criminal de Público informações necessárias ao desempenho de suas atribuições;
membro do Ministério Público quando, em processo administrati- X - indicar Promotor-Corregedor para participar de comissão de
vo, verificar a existência de crime de ação pública; sindicância ou processo administrativo instaurado contra servidor
XIV - requisitar, ao Corregedor-Geral, informações sobre a con- do Ministério Público;
duta e atuação funcional de membro do Ministério Público, deter- XI - apresentar ao Procurador-Geral de Justiça, na primeira
minando a realização de inspeções para verificação de eventuais quinzena de fevereiro, relatório com dados estatísticos sobre as ati-
irregularidades nos serviços; vidades das Procuradorias e Promotorias de Justiça, relativas ao ano
XV - tomar conhecimento dos relatórios da Corregedoria-Geral anterior;
do Ministério Público; XII - realizar:
XVI - sugerir, ao Procurador-Geral, a edição de recomendações, a) correições e inspeções nas Promotorias de Justiça;
sem caráter vinculativo, aos órgãos do Ministério Público para o de-
sempenho de suas funções e a adoção de medidas convenientes ao
aprimoramento dos serviços;
XVII - exercer outras atribuições previstas em lei ou regulamento. 132 Redação alterada pela Lei n. 14.771/2015.
133 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 14.771/2015.
134 Redação do caput e dos incisos dada pela Lei n. 11.003/97.
131 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007. 135 Redação alterada pela Lei n. 12.644/2006

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DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
b) pessoalmente ou pelo SubCorregedor-Geral, correições e III - ter assento à direita do órgão jurisdicional e participar das
inspeções nas Procuradorias de Justiça, remetendo relatório reser- sessões dos Tribunais, oferecendo parecer oral, tomando ciência,
vado ao Colégio de Procuradores136; pessoalmente e mediante vista dos autos respectivos, das decisões
c) de ofício ou mediante determinação do Conselho Superior proferidas;
do Ministério Público, inspeções para verificação da regularidade IV - receber intimação pessoal nos processos em que oficiar o
dos serviços dos inscritos à promoção ou remoção voluntária; Ministério Público, no limite de suas atribuições;
XIII - informar ao Conselho Superior do Ministério Público so- V - na Junta Comercial:
bre a conduta pessoal e a atuação funcional dos membros da Insti- - fiscalizar e promover o cumprimento das normas legais e exe-
tuição inscritos à promoção ou remoção voluntária; cutivas e dos usos e práticas mercantis assentados;
XIV - requisitar exames periciais, cíveis e criminais, documen- - oficiar perante o Poder Judiciário nas questões relacionadas
tos, diligências, certidões, pareceres técnicos e informações de com os atos de registro do comércio;
qualquer autoridade, inclusive judicial, necessárias ao desempenho - exercer as demais atribuições previstas no Regimento Inter-
da função do Ministério Público; no da Junta Comercial e na legislação sobre registro do comércio e
XV - manter atualizados e sob sigilo, salvo para o próprio inte- atividades afins;
ressado ou para defesa de direito, os assentamentos da vida funcio- VI - interpor, quando for o caso, recursos aos Tribunais locais ou
nal dos membros do Ministério Público; 137 superiores, ou sugerir ao Procurador-Geral de Justiça, fundamen-
XVI - receber os relatórios de atividades dos membros do Mi- tadamente, a interposição ou adoção de outras medidas cabíveis;
nistério Público, adotando ou sugerindo ao Procurador-Geral de VII - presidir e integrar comissões de sindicâncias e de processo
Justiça e ao Conselho Superior do Ministério Público as medidas administrativo, no âmbito do Ministério Público, quando designa-
que julgar convenientes. dos nos termos da lei;
§ 1.º Dos assentamentos funcionais dos membros do Ministé- VIII - exercer, por designação do Procurador-Geral de Justiça, a
rio Público, que serão mantidos atualizados e sob sigilo, salvo para direção de órgãos auxiliares e, ouvido o Conselho Superior do Mi-
o próprio interessado, deverão constar:138 nistério Público, a direção dos órgãos de apoio administrativo;
a) os documentos e cópias dos trabalhos enviados pelo Promo- IX - impetrar habeas corpus, mandado de segurança, requerer
tor de Justiça em estágio probatório; correição parcial, bem como propor outras medidas cabíveis, pe-
b) as apreciações feitas pelos Procuradores de Justiça e as refe- rante os Tribunais competentes;
rências constantes em julgados dos Tribunais e dos Órgãos Colegia- X - compor os órgãos colegiados da Instituição;
dos do Ministério Público; XI - integrar Comissão de Concurso para ingresso na carreira do
c) a conclusão das correições e inspeções. Ministério Público;
§ 2.º As anotações desabonatórias ou que importem em demé- XII - desempenhar outras atribuições que lhes forem conferidas
rito poderão ser lançadas no assentamento funcional, após ciência por lei.
ao interessado, em despacho fundamentado do Corregedor-Geral § 1.º É obrigatória a presença de Procurador de Justiça nas ses-
do Ministério Público, com recurso ao Conselho Superior do Minis- sões de julgamento dos processos da respectiva Procuradoria de
tério Público em 3 (três) dias, a contar da intimação.139 Justiça.
§ 2.º Os Procuradores de Justiça exercerão inspeção permanen-
CAPÍTULO V te dos serviços dos Promotores de Justiça nos autos em que ofi-
DOS PROCURADORES DE JUSTIÇA ciem, remetendo seus relatórios à Corregedoria-Geral do Ministério
Público.
Art. 29. Cabe aos Procuradores de Justiça, no exercício das atri- § 3.º Os Procuradores de Justiça Substitutos assumirão o lugar
buições do Ministério Público junto aos Tribunais, desde que não dos titulares nas suas faltas, impedimentos, suspeições, licenças ou
cometidas ao Procurador-Geral de Justiça, e inclusive por delegação férias, emitindo pareceres em todos os processos que nesse perío-
deste:140 do receberem e participando das sessões de julgamento, e auxilia-
I - oficiar: rão os demais Procuradores de Justiça, por designação do Procura-
a) perante os Grupos, Turmas e as Câmaras Cíveis e Criminais dor-Geral de Justiça, sempre que a necessidade ou a conveniência
do Tribunal de Justiça;141 do serviço o exigir.
b) perante o Tribunal Militar; § 4.º A SubProcuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurí-
c) perante a Junta Comercia; dicos organizará, dentre os Procuradores de Justiça Substitutos, a
d) perante o Conselho da Magistratura e a Corregedoria-Geral escala de plantão.
de Justiça, quando órgãos jurisdicionais;
e) REVOGADA142; CAPÍTULO VI
II - oficiar e emitir parecer escrito nos processos cíveis, crimi- DOS PROMOTORES DE JUSTIÇA
nais e administrativos, indicando a motivação fática e jurídica, ela-
borando relatório em sua manifestação final ou recursal; Art. 30. Cabe aos Promotores de Justiça, no exercício de suas
atribuições do Ministério Público, além das previstas na Constitui-
ção Federal, na Constituição Estadual, na Lei Orgânica Nacional do
136 Alínea “b” com redação dada pela Lei n. 11.297/98.
Ministério Público, nesta e em outras leis:143
137 Redação alterada pela Lei n. 12.644/2006.
I - impetrar “habeas corpus”, mandado de segurança e reque-
138 Redação de parágrafo e alíneas dada pela Lei n. 11.297/98.
rer correição parcial e ajuizar ação rescisória, inclusive perante os
139 Redação de parágrafo dada pela Lei n. 11.297/98.
140 Redação de caput, incisos e parágrafos dada pela Lei n. 11.282/98.
Tribunais locais competentes;
141 Redação alterada pela Lei n. 11.734/2002. Redação alterada pela Lei n.
12.819/2007. 143 Redação do artigo 30, caput, e de seus incisos alterada pela Lei n.
142 Alínea revogada pela Lei n. 11.486/2000. 11.583/2001.

168
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
II - oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira instância, com XI - participar, por designação do Procurador-Geral de Justiça,
as atribuições previstas na Lei Orgânica do Ministério Público da de comissão de concurso para provimento de cargos dos serviços
União e outras estabelecidas na legislação eleitoral e partidária; auxiliares do Ministério Público e dos demais Poderes do Estado,
III - propor ação de perfilhação compulsória; quando solicitado;
IV - oficiar, obrigatoriamente, nos juizados especiais cíveis, cri- XII - requisitar a cartórios, a repartições ou a autoridade com-
minais e nos processos de suas atribuições; petente certidões, exames e esclarecimentos necessários ao exercí-
V - permanecer no Fórum ou nos locais destinados às Promoto- cio de suas funções;
rias de Justiça quando necessário ou conveniente ao desempenho XIII - fiscalizar, nos casos de intervenção obrigatória, o Regi-
de sua função, salvo nos casos de realização de diligência indispen- mento de Custas do Estado e o recolhimento de multas impostas,
sável ao exercício de suas atribuições; adotando as providências cabíveis;
VI - acompanhar o alistamento, participar da verificação de XIV - zelar pela regularidade da distribuição de feitos nas Procu-
urna referida na lei processual penal e assistir ao sorteio de jurados; radorias ou Promotorias de Justiça;
VII - prestar assistência jurídica, nos casos previstos em lei, para XV - receber e devolver cargas de processo, no livro próprio,
a defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis; onde houver;
VIII - zelar pela regularidade dos registros públicos; XVI - conservar, pelo prazo determinado pela Administração
IX - defender, supletivamente, os direitos e interesses das po- Superior do Ministério Público, em arquivo informatizado da Procu-
pulações indígenas; radoria ou da Promotoria de Justiça, cópias de manifestações pro-
X - zelar pela gratuidade do registro civil de nascimento e de cessuais e outros atos praticados no exercício do cargo;
óbito para os reconhecidamente pobres; XVII - oferecer sugestões, aos Órgãos da Administração Supe-
XI - participar, obrigatoriamente, das audiências dos processos rior, para o aperfeiçoamento dos serviços do Ministério Público;
de sua atribuição; XVIII - zelar pela rigorosa observância dos prazos processuais e
XII - exercer outras atribuições definidas em lei ou ato normati- da correção dos procedimentos judiciais que intervém o Ministério
vo, desde que afetas à sua área de atuação; Público;
XIII – VETADO. XIX - manifestarse nos processos em que sua presença seja
obrigatória por lei e, ainda, sempre que cabível a intervenção, para
CAPÍTULO VII assegurar o exercício de suas funções institucionais, não importan-
DAS FUNÇÕES GERAIS DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO144 do a fase ou grau de jurisdição em que se encontrem;
XX - participar de organismos estatais afetos à sua área de atua-
Art. 31. Além das funções previstas na Constituição Federal, ção quando solicitado;
na Constituição Estadual, na Lei Orgânica Nacional do Ministério XXI - ingressar em juízo para responsabilizar os gestores do di-
Público, nesta e em outras leis, incumbe, ainda, aos membros do nheiro público;
Ministério Público: XXII - VETADO
I - atender a qualquer do povo, tomando as providências cabí- XXIII - exercer o controle externo da atividade policial civil e
veis, dandolhe encaminhamento e cientificando o interessado das militar, nos termos da lei complementar, por meio de medidas ad-
medidas efetivadas; ministrativas e judiciais, visando assegurar a indisponibilidade da
II - expedir notificações e requisições e instaurar procedimen- persecução penal e a prevenção ou correção de ilegalidades ou do
tos investigatórios nos casos afetos à sua área de atuação; abuso de poder.
III - inspecionar e fiscalizar, periodicamente, hospitais de custó- Art. 32. No exercício de suas funções, os membros do Ministé-
dia e tratamento psiquiátrico, estabelecimentos prisionais de qual- rio Público poderão:
quer natureza, hospitais públicos ou conveniados e os locais e os I - exercer a defesa dos direitos assegurados nas Constituições
órgãos públicos ou privados que abriguem idosos, crianças, adoles- Federal e Estadual, sempre que se cuidar de garantir-lhes o respei-
centes, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência, adotando to:
as medidas cabíveis para preservação dos direitos e garantias indivi- a) pelos poderes estaduais ou municipais;
duais, da higiene e da decência no tratamento de presos e internos; b) pelos órgãos da Administração Pública Estadual ou Munici-
IV - VETADO pal, direta ou indireta;
V - exercer funções nos órgãos de administração do Ministério c) pelos concessionários e permissionários de serviço público
Público; estadual ou municipal;
VI - integrar comissão de processo administrativo-disciplinar; d) por entidades que exerçam outra função delegada do Estado
VII - solicitar, para o exercício de suas funções, o auxílio de ser- ou do Município ou executem serviço de relevância pública;
viços médicos, educacionais e assistenciais públicos ou convenia- II - promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma
dos; da lei:
VIII - requisitar a instauração de inquérito policial e diligências a) para proteção, prevenção e reparação dos danos causados
investigatórias para apuração de crime de ação penal pública; ao meio ambiente, aos bens e direitos de valor artístico, estético,
IX - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma histórico, turístico e paisagístico, ao consumidor e a outros interes-
da lei e processos especiais conforme art. 125, § 4.º da Constituição ses difusos, coletivos individuais homogêneos e individuais indispo-
Federal; níveis;para anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao
X - assumir a direção de qualquer investigação quando designa- patrimônio público ou à moralidade administrativa do Estado ou de
do pelo Procurador-Geral de Justiça; Município, da administração indireta ou fundacional ou de entida-
des privadas de que participem;
c) para proteção da criança e do adolescente;
144 Redação do Capítulo VII, de seus artigos 31, 32 e 33, com os respectivos d) para proteção da saúde, cidadania, da pessoa do idoso, dos
incisos, alíneas e parágrafos, alterada pela Lei n. 11.583/2001. direitos humanos;

169
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
III - instaurar inquéritos civis e outras medidas e processos ad- Art. 33. No exercício das atribuições de defesa e garantia do
ministrativos pertinentes e, para instruí-los: respeito aos direitos sociais e individuais indisponíveis assegurados
expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci- nas Constituições Federal e Estadual, cabe aos membros do Minis-
mentos e, em caso de nãocomparecimento injustificado, requisitar tério Público, entre outras providências:
condução coercitiva, inclusive pelas polícias civis ou milita ressalva- I - receber notícias de irregularidades, petições ou reclamações
das as prerrogativas previstas em lei; de qualquer natureza, promovendo as apurações cabíveis que lhes
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de sejam próprias e dar-lhes as soluções adequadas;
autoridades municipais, estaduais e federais, bem assim dos órgãos II - zelar pela celeridade e racionalidade dos processos adminis-
e entidades da administração direta, indireta ou fundacional, de trativos, estabelecendo prioridades quando necessário, de forma
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e justificada;
dos Municípios; III - dar andamento, no prazo de trinta dias, às notícias de irre-
c) promover inspeções e diligências investigatórias junto às au- gularidades, petições ou reclamações referidas no inciso I;
toridades, órgãos e entidades a que se refere a alínea anterior; IV - promover audiências públicas e emitir relatórios anuais ou
d) estabelecer, fundamentadamente, tendo em vista a nature- especiais, e reclamações dirigidas aos Poderes estadual ou muni-
za da matéria, o sigilo das investigações nos inquéritos civis; cipais, aos órgãos da Administração Pública estadual direta ou in-
IV - fazer recomendações aos órgãos ou entidades referidas direta, aos concessionários e permissionários de serviço público
no inciso I deste artigo, para maior celeridade e racionalização dos estadual ou municipal, às entidades que exerçam outra função de-
procedimentos administrativos, requisitando do destinatário sua legada do Estado ou do Município ou executem serviço de relevân-
divulgação adequada e imediata, bem como resposta por escrito; cia pública, requisitando ao destinatário sua divulgação adequada e
V - requisitar informações e documentos a entidades privadas imediata, assim como resposta por escrito.
para instruir processos ou procedimentos em que oficie;
VI - VETADO CAPÍTULO VIII
VII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de in- DAS GARANTIAS E DAS PRERROGATIVAS145
quérito policial e de inquérito policial militar, observado o disposto
no artigo 129, inciso VIII, da Constituição Federal, podendo acom- Art. 34. Os membros do Ministério Público sujeitam-se a regi-
panhá-los; me jurídico especial, são independentes no exercício de suas fun-
VIII - praticar atos administrativos executórios de caráter pre- ções, cumprindo-as nos termos da lei, e têm as seguintes garantias:
paratório; I - vitaliciedade, nos termos do art. 128, § 5.º, inciso I, da Cons-
IX - apresentar sugestões ao Procurador-Geral de Justiça no tituição Federal, não podendo perder o cargo senão por sentença
que se refere à edição de normas e alterações da legislação em vi- judicial transitada em julgado;
gor, bem como à adoção de medidas propostas, destinadas à pre- II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público em
venção e ao controle da criminalidade. ato devidamente fundamentado, assegurada a ampla defesa;
§ 1.º O procedimento do inquérito civil será regulado por ato III - VETADO
do Procurador-Geral de Justiça, aprovado pelo Conselho Superior § 1.º O membro vitalício do Ministério Público somente perde-
do Ministério Público; rá o cargo por sentença judicial transitada em julgado, proferida em
§ 2.º Os membros do Ministério Público deverão remeter ao ação civil própria, nos seguintes casos:
Procurador-Geral de Justiça as notificações e requisições que tive- I - exercício da advocacia;
rem como destinatários o Governador do Estado, os membros do II - abandono do cargo pela interrupção injustificada do exercí-
Poder Legislativo estadual, os Desembargadores e os Conselheiros cio das funções por mais de 30 (trinta) dias consecutivos;146
do Tribunal de Contas do Estado, para subsequente encaminha- III - Condenação definitiva por crime doloso incompatível com
mento. o exercício do cargo, após decisão transitada em julgado;147
§ 3.º Os membros do Ministério Público deverão remeter ao IV - atos de improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
Procurador-Geral de Justiça cópias das notificações e dos ofícios en- § 4.º, da Constituição Federal.148
viadas a Prefeitos e a Presidentes da Câmara de Vereadores. V - condenação definitiva por crime contra o patrimônio, costu-
§ 4.º Os membros do Ministério Público devem dar publicidade mes, administração e fé públicas ou tráfico de entorpecentes;
dos processos administrativos não disciplinares que instaurarem e VI - incontinência pública e escandalosa que comprometa, a
das medidas adotadas, observadas as vedações constitucionais. dignidade da Instituição;
§ 5.º Os membros do Ministério Público serão responsáveis VII - improbidade administrativa, nos termos do artigo 37, pa-
pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, rágrafo 4.º, da Constituição Federal;
inclusive nas hipóteses legais de sigilo. VIII - recebimento, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
§ 6.º As requisições feitas pelo Ministério Público às autorida- em razão de sua atividade profissional, de honorários advocatícios,
des, órgãos e entidades da Administração Pública direta, indireta percentagens e custas processuais.
ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do § 2.º A ação civil para decretação da perda do cargo será pro-
Distrito Federal e dos Municípios serão cumpridas gratuitamente, posta pelo Procurador-Geral de Justiça perante o Tribunal de Justi-
nos termos da lei federal. ça, após autorização do Órgão Especial do Colégio de Procuradores,
§ 7.º A falta ao trabalho, em virtude de atendimento a notifica- em decisão tomada pela maioria absoluta de seus membros.
ção ou a requisição, na forma do inciso II, letra “a” do “caput” deste
artigo, não autoriza desconto de vencimentos ou subsídios, con-
145 Redação do Capítulo VIII e seus artigos 34 e 35, com seus respectivos inci-
siderando-se de efetivo exercício, para todos os efeitos, mediante sos, alíneas e parágrafos, alterada pela Lei n. 11.584/2001.
comprovação escrita do membro do Ministério Público, nos termos 146 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007.
da lei federal. 147 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007.
148 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007.

170
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 3.º O membro do Ministério Público aposentado terá cassada XVII - ter vista dos autos, nos termos da lei, e intervir nas ses-
a aposentadoria, em ação civil proposta pelo Procurador-Geral de sões de julgamento para sustentação oral ou esclarecimento de ma-
Justiça, se, em atividade, incorreu nas vedações previstas no pará- téria de fato, quando parte ou fiscal da lei;
grafo 1.º deste artigo, em decisão tomada por maioria absoluta do XVIII - receber intimação pessoal em qualquer processo e grau
Órgão Especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público. de jurisdição, através da entrega dos autos com vista;
§ 4.º VETADO. XIX - ser ouvido, como testemunha ou ofendido, em qualquer
Art. 35. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério processo ou inquérito, em dia, hora e local previamente ajustados
Público, no exercício de suas funções: com o juiz ou com a autoridade competente.
I - receber o mesmo tratamento jurídico e protocolar dispensa- XX - podendo falar sentado ao fazer sustentação oral;
do aos membros do Poder Judiciário junto aos quais oficiem; XXI - Ter a palavra, pela ordem, perante qualquer Juízo ou Tribu-
II - tomar assento à direita dos juízes singulares ou do Presiden- nal, para replicar acusação ou censura que lhes tenham sido feitas;
te do Tribunal e dos órgãos fracionários do Tribunal; § 1.º Quando, no curso de investigação, houver indício de prá-
III - usar as vestes talares e as insígnias privativas do Ministério tica de infração penal por parte de membro do Ministério Público,
Público; a autoridade policial civil ou militar remeterá, imediatamente, sob
IV - dispor e utilizar livremente, nas comarcas em que servir, de pena de responsabilidade, os respectivos autos ao Procurador-Ge-
instalações próprias e condignas nos prédios dos fóruns; ral de Justiça, a quem competirá dar prosseguimento à apuração.
V - gozar de inviolabilidade pelas opiniões que externar ou pelo § 2.º Os membros do Ministério Púbico terão carteira funcio-
teor de suas manifestações processuais ou procedimentos, nos limi- nal, na forma de ato expedido pelo Procurador-Geral de Justiça,
tes de sua independência funcional; válida em todo o território nacional como cédula de identidade e
VI - não estar sujeito a intimação ou a convocação para compa- porte de arma, independentemente, neste caso, de qualquer ato
recimento, exceto se expedida pela autoridade judiciária ou por Ór- formal de licença ou autorização.
gão da Administração Superior do Ministério Público competente, § 3.º VETADO
ressalvadas as hipóteses constitucionais, nos termos da lei; § 4.º Ao membro do Ministério Público aposentado são asse-
VII - VETADO gurados, em razão do cargo que exerceu, a carteira funcional nas
VIII - ingressar e transitar livremente: condições estabelecidas no parágrafo 2.º deste artigo e o uso das
a) nas salas de sessões de Tribunais, mesmo além dos limites insígnias privativas, preservadas as garantias previstas no artigo 34,
que separam a parte reservada aos magistrados; incisos I e III, desta Lei.
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartó- § 5.º A carteira funcional do membro do Ministério Público
rios, tabelionatos, ofícios da Justiça e edifícios dos fóruns; aposentado por invalidez decorrente de doença mental não valerá
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição como licença para porte de arma e a constatação de doença mental,
judicial, policial ou estabelecimento de internação coletiva onde posterior à expedição, implicará o cancelamento da autorização.
deva praticar ato, colher prova ou informação útil ao desempenho § 6.º As garantias e as prerrogativas dos membros do Ministério
de suas funções, inclusive, quando indispensável, fora do expedien- Público são inerentes ao exercício de suas funções e irrenunciáveis.
te regulamentar, requisitando, nesse caso, a presença de funcioná- § 7.º As garantias e as prerrogativas previstas neste Capítulo
rio; não excluem outras estabelecidas em lei.
d) em qualquer recinto público ou privado, ressalvada a garan-
tia constitucional de inviolabilidade de domicílio; CAPÍTULO IX149
IX - examinar, em qualquer juízo ou Tribunal, autos de proces- DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
sos findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos; SEÇÃO I
X - examinar, em qualquer repartição policial, autos de flagran- DOS CENTROS DE APOIO OPERACIONAL
te ou inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, inclusive Art. 36. Os Centros de Apoio Operacional são órgãos auxiliares
em relação a termos circunstanciados, livros de ocorrência e quais- da atividade funcional do Ministério Público, instituídos por ato do
quer registros policiais; Procurador-Geral de Justiça, competindo-lhes:
XI - ter acesso ao preso a qualquer momento. I - estimular a integração e o intercâmbio entre órgãos de exe-
XII - ser custodiado ou recolhido à prisão domiciliar ou a sala cução que atuem na mesma área de atividade e que tenham atri-
especial do Estado Maior, por ordem e à disposição do Tribunal buições comuns;
competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final; II - remeter informações técnico-jurídicas, sem caráter vincula-
XIII - VETADO tivo, aos órgãos ligados à sua atividade;
XIV - não ser preso senão por ordem judicial escrita, salvo em III - estabelecer intercâmbio permanente com entidades ou ór-
flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará, ime- gãos públicos ou privados que atuem em áreas afins, para a obten-
diatamente, a comunicação e a apresentação do membro do Minis- ção de elementos técnicos especializados necessários ao desempe-
tério Público ao Procurador-Geral de Justiça; nho de suas funções;
XV - ter assegurado o direito de acesso, retificação e comple- IV - apresentar ao Procurador-Geral de Justiça relatório anual
mentação dos dados e informações relativos à sua pessoa, existen- de suas atividades;
tes nos órgãos da Instituição; V - prestar auxílio aos órgãos de execução do Ministério Público
XVI - ser processado e julgado originariamente pelo Tribunal de na instrução de inquéritos civis ou na preparação e na proposição
Justiça do Estado, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressal- de medidas processuais;
vadas exceções de ordem constitucional; 149 Redação do Capítulo IX, formado pelas Seções I a V e pelos artigos 36 a
43, com seus respectivos incisos, alíneas e parágrafos, alterada pela Lei n.
11.577/2001.

171
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
VI - encaminhar representações e expedientes recebidos para § 4.º Persistindo eventuais faltas ou impedimentos, nos casos
os respectivos órgãos de execução; dos parágrafos anteriores, o Conselho Superior indicará um Procu-
VII - recolher informações legislativas, doutrinárias e jurispru- rador de Justiça.153
denciais sobre assuntos de interesse para o exercício da função, di- Art. 39. Cabe à Comissão de Concurso:
vulgando-as aos membros do Ministério Público; I - dirimir dúvidas sobre os requisitos para a inscrição no Con-
VIII - apresentar ao Procurador-Geral de Justiça sugestões para: curso de Ingresso à Carreira do Ministério Público;
a) estabelecimento de programas específicos de atuação; II - examinar autos criminais ou cíveis em que figure candidato
b) realização de convênios, cursos, palestras e outros eventos; como parte ou interveniente para efeitos de inscrição;
c) alterações ou edição de normas, sem caráter vinculativo, in- III - requisitar, de quaisquer fontes, as informações necessárias,
clusive atos, instruções e convênios, tendentes à melhoria do servi- ampliando as investigações, quando for o caso, ao círculo familiar,
ço do Ministério Público; social ou profissional do candidato, estabelecendo, se assim delibe-
IX - encaminhar ao SubProcurador-Geral de Justiça para Assun- rar, prazo para explicações escritas;
tos Institucionais sugestões para o aperfeiçoamento institucional e IV - elaborar, aplicar e julgar as provas e os títulos;
para o planejamento de suas atividades; V - excluir, até o julgamento final do concurso, candidato que,
X - exercer outras funções compatíveis com suas finalidades, embora inscrito, demonstre desatendimento de exigência legal, ca-
definidas em lei ou ato do Procurador-Geral de Justiça, vedado o bendo a decisão ao Conselho Superior do Ministério Público, para o
exercício de qualquer atividade de órgão de execução, bem como a qual caberá pedido de reconsideração com efeito suspensivo;
expedição de atos normativos a estes dirigidos. VI - apreciar recursos nos termos da Lei;
Parágrafo único. A direção de Centro de Apoio Operacional VII - Cancelar a inscrição de candidato que não comparecer
será exercida por um Coordenador, escolhido dentre Membros do sem justa causa a exames de saúde física e mental e psicotécnico.
Ministério Público, com mais de 10 (dez) anos de efetivo exercício Art. 40. Para a seleção de candidatos ao ingresso nos cargos
na carreira e, no mínimo, 35 (trinta e cinco) anos de idade, de livre dos serviços auxiliares do Ministério Público haverá uma Comissão
designação pelo Procurador-Geral de Justiça.150 de Concurso nos termos da lei ou de ato administrativo do Procura-
dor-Geral de Justiça.
SEÇÃO II
DA COMISSÃO DE CONCURSO SEÇÃO III
DO CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL
Art. 37. À Comissão de Concurso, órgão auxiliar de natureza
transitória, incumbe realizar, com o auxílio dos Serviços de Apoio Art. 41. O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional é
Administrativo vinculados à DireçãoGeral da Procuradoria-Geral de órgão auxiliar do Ministério Público destinado a realizar cursos, se-
Justiça, a seleção de candidatos ao ingresso na carreira do Minis- minários, congressos, simpósios, pesquisas, atividades, estudos e
tério Público, na forma das disposições estatutárias e observado o publicações visando ao aprimoramento profissional e cultural dos
artigo 129, parágrafo 3.º, da Constituição Federal. membros da Instituição e de seus servidores, bem como à melhor
Art. 38. A Comissão de Concurso é constituída por: execução de seus serviços e à racionalização de seus recursos ma-
I - Procurador-Geral de Justiça, seu Presidente, ou quem este teriais.
designar dentre os Procuradores de Justiça; § 1.º A organização, o funcionamento e as demais atribuições
II - Corregedor-Geral do Ministério Público; do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional serão estabele-
III - três membros do Ministério Público eleitos pelo Conselho cidos através de ato do Procurador-Geral de Justiça.
Superior; § 2.º O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional poderá
IV - um integrante da Ordem dos Advogados do Brasil – Sec- celebrar convênios com entidades públicas ou privadas para a reali-
ção do Rio Grande do Sul, indicado em lista sêxtupla, pelo Conselho zação de suas atividades.
Seccional e escolhido pelo Conselho Superior do Ministério Público; § 3.º A direção de Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Fun-
V - um professor universitário de Direito, de livre escolha do cional será exercida por um Coordenador, escolhido dentre Mem-
Procurador-Geral de Justiça. bros do Ministério Público, com mais de 10 (dez) anos de efetivo
§ 1.º A Comissão de Concurso poderá receber o acréscimo de exercício na carreira e, no mínimo, 35 (trinta e cinco) anos de idade,
um ou mais membros, a critério do Conselho Superior do Ministério de livre designação pelo Procurador-Geral de Justiça. 154
Público através de eleição.
§ 2.º Nas faltas ou impedimentos do Procurador-Geral de Justi- SEÇÃO IV
ça exercerão suas funções, sucessivamente, o SubProcurador-Geral DOS ESTAGIÁRIOS
de Justiça para Assuntos Jurídicos, o SubProcurador-Geral de Justi-
ça para Assuntos Administrativos, o SubProcurador-Geral de Justiça Art. 42. Poderão ser estagiários do Ministério Público alunos
para Assuntos Institucionais ou o SubProcurador-Geral de Justiça de dos três últimos anos do Curso de Bacharelado em Direito ou Ciên-
estão Estratégica.151 cias Jurídicas e Sociais, de escolas oficiais ou reconhecidas, desig-
§ 3.º Nas faltas ou impedimentos do Corregedor-Geral do Mi- nados por ato do Procurador-Geral de Justiça, competindolhes, no
nistério Público exercerá suas funções o SubCorregedor-Geral do exercício de suas funções auxiliares:
Ministério Público.152 I - o levantamento de dados, de conteúdo doutrinário ou juris-
prudencial, necessários ao correspondente exercício funcional;
II - o acompanhamento das diligências de investigação de que
for incumbido, exceto as de polícia judiciária e para apuração de
150 Redação alterada pela Lei Complementar n. 14.883/2016.
infrações penais;
151 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007; alterada pela Lei n. 15.005/2017. 153 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 12.796/2007.
152 Redação alterada pela Lei n. 12.796/2007. 154 Parágrafo acrescentado pela Lei Complementar n. 14.883/2016.

172
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
III - o estudo das matérias que lhe sejam confiadas, propondo a TÍTULO IV163
adoção dos procedimentos consequentes; DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
IV - a execução dos serviços de datilografia, digitação, corres-
pondência, escrituração, registro e arquivo, que lhe forem atribuí- Art. 44. Os membros do Ministério Público designados para as
dos; funções elencadas no artigo 25, inciso XI, alíneas “a” e “c”, desta Lei,
V - o desempenho de quaisquer outras atividades compatíveis não perderão a classificação nos cargos de que forem titulares.164
com sua condição acadêmica. Parágrafo único. REVOGADO.165
§ 1.º A designação será precedida de requerimento do candida- § 1.º REVOGADO166
to, acompanhado de informação favorável do membro do Ministé- § 2.º Os Procuradores de Justiça e os Promotores de Justiça
rio Público junto ao qual pretende servir e dos documentos a serem afastados do cargo para frequentar cursos ou seminários de aper-
definidos em ato do Procurador-Geral de Justiça.155 feiçoamento e estudos, no País ou no exterior, por período superior
§ 2.º O estagiário poderá ser dispensado, de ofício ou a pedido, a 6 (seis) meses, perderão a classificação no cargo de que forem
a qualquer tempo, pelo Procurador-Geral de Justiça e, obrigatoria- titulares, ficando como Substitutos.167
mente, quando concluir o curso. § 3.º Os Membros do Ministério Público, excetuados os Sub-
§ 3.º O exercício da função será gratuito, valendo como título procuradores-Gerais de Justiça, poderão exercer uma ou mais fun-
para o concurso de ingresso na carreira do Ministério Público, quan- ções previstas no art. 25, inciso XI, alíneas “a” e “c”, desta Lei, até o
do desenvolvido, no mínimo, pelo prazo de um (1) ano, nos termos limite de 4 (quatro) anos, vedada nova designação antes do prazo
do Edital de Concurso. de 2 (dois) anos, contados a partir da revogação ou exoneração. 168
§ 4.º É vedado ao estagiário exercer atividades relacionadas § 4.º Na hipótese do lapso temporal de permanência na Admi-
com a advocacia, com funções judiciárias e policiais, observado o nistração Superior, previsto no parágrafo anterior, implementar-se
disposto nesta Lei. nos últimos 30 (trinta) dias do mandato do Procurador-Geral de Jus-
§ 5.º Os estagiários serão designados para atuar nas Promoto- tiça, fica autorizada, de forma excepcional, a prorrogação da desig-
rias de Justiça;156 nação por até 30 (trinta) dias. 169
§ 6.º A orientação do serviço de estagiário competirá ao mem- Art. 45. Os cargos efetivos e os Órgãos da Administração Su-
bro do Ministério Público junto ao qual servir. perior do Ministério Público são os constantes dos Quadros 1 a 4
§ 7.º A fiscalização da frequência, que é obrigatória, competirá desta Lei.
ao Promotor de Justiça junto ao qual o estagiário atuar.157 Art. 46. Fica instituído o “Dia do Ministério Público do Rio Gran-
§ 8.º Poderá ser permitido ao estagiário afastar-se do serviço de do Sul”, a ser comemorado, anualmente, no dia 29 de junho.
nos dias de seus exames, mediante prévia comunicação ao Promo-
tor de Justiça coordenador dos serviços administrativos da Promo- LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO
toria de Justiça, ficando, todavia, obrigado a comprovar a prestação LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 734, DE 26 DE NO-
dos respectivos exames.158 VEMBRO DE 1993), ARTIGOS 1° AO 9°; 43 A 48; 59 A 75
§ 9.º Os casos omissos nesta Lei serão resolvidos por meio de
atos normativos regulamentares.159
§ 10. REVOGADO.160 LEI COMPLEMENTAR Nº 734, DE 26 DE NOVEMBRO DE 1993
§ 11. REVOGADO.161 (ATUALIZADA ATÉ A LEI COMPLEMENTAR Nº 1.316, DE 12 DE
Art. 42-A. As demais modalidades de estágio, bolsista e volun- JANEIRO DE 2018)
tário, serão regulamentadas por ato do Procurador-Geral de Justi- INSTITUI A LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
ça.162
O Governador do Estado de São Paulo:
SEÇÃO V Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo
DOS ÓRGÃOS DE APOIO ADMINISTRATIVO a seguinte lei complementar:

Art. 43. Lei de iniciativa do Procurador-Geral de Justiça discipli-


nará os órgãos e serviços auxiliares de apoio administrativo, orga-
nizados em quadro próprio de carreira, com cargos que atendam
às suas peculiaridades e às necessidades da administração e das
atividades funcionais.

163 Redação do Título IV alterada, também com o acréscimo dos artigos 44 a


46, pela Lei n. 11.577/2001.
164 Redação alterada pela Lei n. 11.723/2002; redação do “caput” alterada pela
155 Redação alterada pela Lei n. 12.644/2006. Lei n. 14.333/2013.
156 Redação alterada pela Lei n. 12.644/2006. 165 Ver Súmula n. 19/05, do Conselho Superior do Ministério Público. Parágrafo
157 Redação alterada pela Lei n. 12.644/2006. revogado pela Lei n. 14.333/2013.
158 Redação alterada pela Lei n. 12.644/2006. 166 Parágrafo revogado pela Lei Complementar n. 14.883/2016.
159 Redação alterada pela Lei n. 12.644/2006. 167 Parágrafo acrescentado pela Lei n. 14.333/2013.
160 Revogado pela Lei n. 12.644/2006. 168 Parágrafo acrescentado pela Lei Complementar n. 14.883/2016 (produzin-
161 Revogado pela Lei n. 12.644/2006. do efeitos a contar de 11 de junho de 2017).
162 Artigo acrescentado pela Lei n. 12.644/2006. 169 Parágrafo acrescentado pela Lei Complementar n. 14.883/2016.

173
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
LIVRO I § 3º - As decisões do Ministério Público fundadas em sua au-
DA AUTONOMIA, DA ORGANIZAÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES DO tonomia funcional e administrativa, obedecidas as formalidades
MINISTÉRIO PÚBLICO legais, têm auto-executoriedade e eficácia plena, ressalvada a com-
petência constitucional do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas.
TÍTULO I § 4º - Os atos de gestão administrativa do Ministério Público,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E DA AUTONOMIA DO MINISTÉRIO inclusive no tocante a convênios, contratações e aquisições de bens
PÚBLICO e serviços, não podem ser condicionados à apreciação prévia de
quaisquer órgãos do Poder Executivo.
CAPÍTULO I Artigo 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orça-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS mentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Or-
çamentárias, encaminhando-a, por intermédio do Procurador-Geral
Artigo 1º - O Ministério Público é instituição permanente, es- de Justiça, diretamente ao Governador do Estado para inclusão no
sencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa projeto de lei orçamentária a ser submetido ao Poder Legislativo.
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e § 1º - Os recursos correspondentes às suas dotações orçamen-
individuais indisponíveis. tárias próprias e globais, compreendidos os créditos suplementa-
§ 1º - A organização, as atribuições e o estatuto do Ministério res e especiais, ser-lhe-ão postos à disposição em duodécimos, até
Público são estabelecidos por esta lei complementar. o dia 20 (vinte) de cada mês, sem vinculação a qualquer tipo de
§ 2º - São princípios institucionais do Ministério Público a uni- despesa, em cotas estabelecidas na programação financeira, com
dade, a indivisibilidade e a independência funcional. participação percentual nunca inferior à estabelecida pelo Poder
§ 3º - A Chefia do Ministério Público cabe ao Procurador-Geral Executivo para seus próprios órgãos.
de Justiça. § 2º - Os recursos próprios, não originários do Tesouro Estadu-
al, serão utilizados em programas vinculados aos fins da instituição,
CAPÍTULO II vedada outra destinação.
DA AUTONOMIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO § 3º - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope-
racional e patrimonial do Ministério Público, quanto à legalidade,
Artigo 2º - Ao Ministério Público é assegurada autonomia fun- legitimidade, economicidade, aplicação de dotações e recursos pró-
cional e administrativa, cabendo-lhe, especialmente: prios e renúncia de receitas, será exercida, mediante controle exter-
I - praticar atos próprios de gestão; no, pelo Poder Legislativo e, mediante controle interno, pela Dire-
II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional e adminis- toria Técnica de Fiscalização e Controle da Execução Orçamentária,
trativa do pessoal, ativo e inativo, da carreira e dos serviços auxilia- organizada e estruturada por ato do Procurador-Geral de Justiça.
res, organizados em quadros próprios;
III - elaborar suas folhas de pagamentos e expedir os compe- TÍTULO II
tentes demonstrativos; DA ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
IV - adquirir bens e contratar serviços, efetuando a respectiva
contabilização; CAPÍTULO I
V - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de seus DA ESTRUTURA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
cargos, bem como a fixação e o reajuste dos vencimentos de seus
membros; SEÇÃO I
VI - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos car- DOS ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
gos de seus serviços auxiliares, bem como a fixação e o reajuste dos
vencimentos de seus servidores; Artigo 4º - O Ministério Público compreende:
VII - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxilia- I - órgãos de Administração Superior;
res, bem como nos casos de remoção, promoção e demais formas II - órgãos de Administração;
de provimento derivado; III - órgãos de Execução;
VIII - editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que im- IV - órgãos Auxiliares.
portem em vacância de cargos de carreira e dos serviços auxiliares,
bem como os de disponibilidade de membros do Ministério Público SEÇÃO II
e de seus servidores; DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
IX - instituir e organizar seus órgãos de apoio administrativo,
suas secretarias e os serviços auxiliares das Procuradorias e Promo- Artigo 5º - São órgãos da Administração Superior do Ministério
torias de Justiça; Público:
X - compor os seus órgãos de Administração; I - a Procuradoria-Geral de Justiça;
XI - elaborar seus regimentos internos; II - o Colégio de Procuradores de Justiça;
XII - exercer outras competências decorrentes de sua autono- III - o Conselho Superior do Ministério Público;
mia. IV - a Corregedoria-Geral do Ministério Público.
§ 1º - O Ministério Público instalará seus órgãos de adminis-
tração, de execução e de serviços auxiliares em prédios sob sua SEÇÃO III
administração, além de poder contar com as dependências a ele DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO
destinadas nos prédios do Poder Judiciário.
§ 2º - Na construção dos edifícios dos fóruns, serão reservadas Artigo 6º - São órgãos de Administração do Ministério Público:
instalações adequadas para o Ministério Público em prédio ou ala I - as Procuradorias de Justiça;
própria, independentes e sob sua administração. II - as Promotorias de Justiça.

174
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
SEÇÃO IV CAPÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Artigo 7º - São órgãos de execução do Ministério Público: SEÇÃO I


I - o Procurador-Geral de Justiça; DAS PROCURADORIAS DE JUSTIÇA
II - o Colégio de Procuradores de Justiça;
III - o Conselho Superior do Ministério Público; Artigo 43 - As Procuradorias de Justiça são Órgãos de Adminis-
IV - os Procuradores de Justiça; tração do Ministério Público, com cargos de Procurador de Justiça e
V - os Promotores de Justiça. serviços auxiliares necessários ao desempenho das funções que lhe
forem cometidas por esta lei complementar.
SEÇÃO V Artigo 44 - As Procuradorias de Justiça serão instituídas por Ato
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES do Colégio de Procuradores de Justiça, mediante proposta do Pro-
curador-Geral de Justiça, que deverá conter:
Artigo 8º - São órgãos auxiliares do Ministério Público: I - a denominação das Procuradorias de Justiça, de acordo com
I - os Centros de Apoio Operacional; a respectiva área de atuação;
II - a Comissão de Concurso; II - o número de cargos de Procurador de Justiça que a integra-
III - o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional; rão;
IV - os órgãos de apoio técnico e administrativo; III - as normas de organização interna e de funcionamento.
V - os Estagiários. § 1º - O remanejamento de cargos de Procurador de Justiça
VI - a Comissão Processante Permanente. (NR) de uma para outra Procuradoria dependerá de aprovação do Ór-
- Inciso VI acrescentado pela Lei Complementar nº 1.147, de gão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça, por iniciativa
06/09/2011. de Procurador de Justiça, sempre com fundamento na necessidade
do serviço.
CAPÍTULO II § 2º - Os integrantes de cada Procuradoria de Justiça escolhe-
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR rão dois Procuradores de Justiça para exercerem, durante o período
de 1 (um) ano, permitida uma recondução consecutiva, as funções
SEÇÃO I de Secretário Executivo e de Suplente de Secretário Executivo, com
DA PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA incumbência de responder pelos serviços administrativos da Pro-
curadoria.
SUBSEÇÃO I § 3º - Cada Procuradoria de Justiça definirá consensualmente,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS conforme critérios próprios, a divisão interna dos serviços proces-
suais dentre seus integrantes; não havendo consenso aplicar-se-á o
Artigo 9º - A Procuradoria-Geral de Justiça, órgão executivo da disposto no inciso XVII, do artigo 22, desta lei complementar.
Administração Superior do Ministério Público, tem por Chefe o Pro- § 4º - As Procuradorias de Justiça realizarão, obrigatoriamente,
curador-Geral de Justiça. reuniões mensais para tratar de assunto de seu peculiar interesse,
Parágrafo único - Revogado. e especialmente para:
- Parágrafo único revogado pela Lei Complementar nº 1.083, I - fixação de tese jurídica, sem caráter vinculativo, inclusive
de 17/12/2008. para interposição de recursos aos Tribunais Superiores, encami-
§ 1º - Poderão ser instituídas na Procuradoria-Geral de Justiça nhando-as ao Procurador-Geral de Justiça para conhecimento e
até 4 (quatro) Subprocuradorias-Gerais de Justiça, a serem chefia- publicidade;
das por Subprocuradores-Gerais designados na forma do artigo 20. II - propor ao Procurador-Geral de Justiça a escala de férias in-
(NR) dividuais de seus integrantes;
- § 1º acrescentado pela Lei Complementar nº 1.083, de III - Revogado.
17/12/2008. - Inciso III revogado pela Lei Complementar nº 981, de
§ 2º - O Procurador-Geral de Justiça será substituído: (NR) 21/12/2005.
1 - em suas faltas, férias, licenças e afastamentos, a qualquer IV - encaminhar à Procuradoria-Geral de Justiça sugestões para
título, por período não superior a 15 (quinze) dias, pelo Subprocu- a elaboração do Plano Geral de Atuação do Ministério Público;
rador-Geral de Justiça que indicar; (NR) V - definir critérios para a presença obrigatória de Procurador
2 - nos casos de impedimentos, vacância ou afastamento por de Justiça nas sessões de julgamento dos processos;
período superior a 15 (quinze) dias, pelo membro do Conselho Su- VI - estabelecer o sistema de inspeção permanente dos servi-
perior do Ministério Público mais antigo na segunda instância. (NR) ços dos Promotores de Justiça nos autos em que oficiem, cujos rela-
§ 3º - Das decisões dos Subprocuradores-Gerais de Justiça ca- tórios serão remetidos à Corregedoria-Geral do Ministério Público.
berão recursos, no prazo de 3 (três) dias, ao Procurador-Geral de VII - solicitar ao Procurador-Geral de Justiça a designação de
Justiça. (NR) estagiários; (NR)
- §§ 2º e 3º acrescentados pela Lei Complementar nº 1.083, de VIII - sugerir as atribuições a serem desempenhadas por funcio-
17/12/2008. nários e estagiários. (NR)
- Incisos VII e VIII acrescentados pela Lei Complementar nº
1.278, de 06/01/2016.

175
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
§ 5º - A participação nas reuniões das Procuradorias de Justiça d) propor a constituição de Grupos de Atuação Especial, de ca-
é obrigatória e delas serão lavradas atas cujas cópias serão reme- ráter transitório, para consecução dos objetivos e diretrizes defini-
tidas ao Procurador-Geral de Justiça, ao Corregedor-Geral do Mi- dos nos Planos Gerais de Atuação e nos respectivos Programas de
nistério Público e ao Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Atuação;
Justiça. (NR) e) solicitar ao Procurador-Geral de Justiça a designação de Esta-
- § 5º com redação dada pela Lei Complementar nº 1.147, de giários do Ministério Público para a Promotoria de Justiça, definin-
06/09/2011. do as respectivas funções;
§ 6º - Qualquer membro do Colégio de Procuradores de Jus- f) sugerir a organização administrativa de seus serviços auxilia-
tiça poderá propor alteração na organização das Procuradorias de res internos;
Justiça. g) sugerir as atribuições a serem desempenhadas por funcio-
§ 7º - O prazo para devolução dos autos com manifestação de nários e estagiários.
Procurador de Justiça não poderá exceder, salvo situações espe- § 1º - Todas as deliberações tomadas sobre as matérias referi-
ciais, 30 (trinta) dias. das no inciso V, deste artigo, sempre por maioria simples de voto
Artigo 45 - Os serviços auxiliares das Procuradorias de Justiça presente a maioria absoluta dos integrantes da Promotoria de Jus-
destinar-se-ão a dar suporte administrativo necessário ao seu fun- tiça, serão comunicadas ao Procurador-Geral de Justiça para as pro-
cionamento e ao desempenho das funções dos Procuradores de vidências cabíveis e, se for o caso, para registro ou expedição do ato
Justiça e serão instituídos e organizados por Ato do Procurador-Ge- competente para conferir-lhes eficácia.
ral de Justiça. § 2º - A participação nas reuniões da Promotoria de Justiça é
obrigatória, dela lavrando-se ata, da qual remeter-se-á cópia à Pro-
SEÇÃO II curadoria-Geral de Justiça.
DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA § 3º - Consideram-se:
I - Promotorias Especializadas, aquelas cujos cargos que as in-
Artigo 46 - As Promotorias de Justiça são Órgãos de Adminis- tegram têm suas funções definidas pela espécie de infração penal,
tração do Ministério Público com um ou mais cargos de Promotor pela natureza da relação jurídica de direito civil ou pela competên-
de Justiça e serviços auxiliares necessários ao desempenho das fun- cia de determinado órgão jurisdicional, fixada exclusivamente em
ções que lhe forem cometidas na forma desta lei complementar. razão da matéria;
Parágrafo único - As Promotorias de Justiça serão integradas II - Promotorias Criminais, aquelas cujos cargos que as integram
por Promotores de Justiça encarregados de exercer as funções têm suas funções definidas para a esfera penal, exclusivamente, sem
institucionais de Ministério Público e tomar as medidas judiciais e distinção entre espécies de infração penal ou de órgão jurisdicional
extrajudiciais necessárias à consecução dos objetivos e diretrizes com competência fixada exclusivamente em razão da matéria;
definidos nos Planos Gerais de Atuação do Ministério Público e nos III - Promotorias Cíveis, aquelas cujos cargos que as integram
respectivos Programas de Atuação. têm suas funções definidas para a esfera civil, sem distinção quanto
Artigo 47 - As Promotorias de Justiça serão organizadas por Ato a natureza da relação jurídica de direito civil ou de órgão jurisdicio-
do Procurador-Geral de Justiça, observadas as seguintes disposi- nal com competência fixada exclusivamente em razão da matéria;
ções: IV - Promotorias Cumulativas ou Gerais, aquelas cujos cargos
I - as Promotorias de Justiça poderão ser Especializadas, Crimi- que as integram têm, simultaneamente, as funções daqueles que
nais, Cíveis, Cumulativas ou Gerais; compõem as Promotorias Criminais e Cíveis.
II - nas Promotorias de Justiça com mais de 1 (um) integran- § 4º - Os Grupos de Atuação Especial deverão ser aprovados
te serão escolhidos Promotores de Justiça para exercer, durante o pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça.
período de 1 (um) ano, permitida uma recondução consecutiva, as § 5º - O Ato do Procurador-Geral de Justiça que organizar as
funções de Secretário Executivo e respectivo Suplente, com incum- Promotorias definirá se ela é Especializada, Criminal, Cível ou
bência de responder pelos serviços administrativos da Promotoria; Cumulativa ou Geral.
III - cada Promotoria de Justiça encaminhará ao Procurador-Ge- § 6º - A Promotoria de Justiça será obrigatoriamente especiali-
ral de Justiça a sugestão de divisão interna dos serviços, processu- zada se os cargos que a integram contiverem na sua denominação
ais e extraprocessuais, bem como suas alterações, para deliberação indicativo de espécie de infração penal, de relação jurídica de direi-
pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça; to civil ou de órgão jurisdicional com competência definida exclusi-
IV - cada Promotoria de Justiça deverá manter os livros, pastas vamente em razão da matéria.
e arquivos obrigatórios, bem como registro e controle permanente § 7º - Sem prejuízo do disposto no § 3º deste artigo, as Promo-
dos seus procedimentos e expedientes, findos ou em andamento; torias de Justiça poderão ter atuação local ou regional, conforme
V - as Promotorias de Justiça realizarão reuniões mensais para Ato do Procurador-Geral de Justiça, considerando-se: (NR)
tratar de assunto de seu peculiar interesse, e especialmente para: 1 - Promotoria de Justiça Local, aquela cujos cargos que a in-
a) encaminhar à Procuradoria-Geral de Justiça sugestões para a tegram têm atribuições em base territorial compreensiva de uma
elaboração do Plano Geral de Atuação do Ministério Público; comarca ou foro distrital ou regional; (NR)
b) definir, de acordo com o Plano Geral de Atuação, os respec- 2 - Promotoria de Justiça Regional, aquela cujos cargos que a
tivos Programas de Atuação da Promotoria e os Programas de Atu- integram têm atribuições em base territorial compreensiva de um
ação Integrada; conjunto de Municípios de uma mesma região. (NR)
c) propor ao Procurador-Geral de Justiça a escala de férias in- - § 7º acrescentado pela Lei Complementar nº 1.279, de
dividuais de seus integrantes, a de substituição automática para 11/01/2016.
atuação em procedimentos ou processos judiciais, observados os
critérios de proximidade e facilidade de acesso, e a de plantão, sem-
pre que o exigirem as necessidades da Promotoria ou os serviços
judiciários;

176
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
Artigo 48 - Os serviços auxiliares das Promotorias de Justiça § 1º - A Área de Saúde tem atribuição especializada para reali-
destinar-se-ão a dar suporte administrativo necessário ao seu fun- zação de exames, perícias e inspeções médicas de que trata a pre-
cionamento e ao desempenho das funções dos Promotores de Jus- sente lei complementar, além de outras atividades que lhe sejam
tiça e serão instituídos e organizados por Ato do Procurador-Geral próprias. (NR)
de Justiça. § 2º - A execução das atividades da Área de Saúde poderão ser
realizadas por outros órgãos oficiais ou credenciados, conforme Ato
SEÇÃO IV regulamentar do Procurador-Geral de Justiça. (NR)
DOS ÓRGÃOS DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO - §§ 1º e 2º acrescentados pela Lei Complementar nº 1.155, de
26/10/2011.
SUBSEÇÃO I
DA ESTRUTURA GERAL SUBSEÇÃO IV
DA ASSESSORIA TÉCNICA
Artigo 59 - Os órgãos e serviços auxiliares de apoio técnico e
administrativo do Ministério Público serão organizados e instituí- Artigo 63 - A Assessoria Técnica compreende:
dos por Ato do Procurador-Geral de Justiça e contarão com quadro I - Corpo Técnico;
próprio de cargos de carreira que atendam suas peculiaridades, as II - Corpo de Apoio Técnico.
necessidades da administração e as atividades funcionais. § 1º - O Corpo Técnico é constituído de Assessores designados
Artigo 60 - Os serviços auxiliares de apoio técnico e administra- dentre os membros do Ministério Público com, no mínimo, 10 (dez)
tivo atuarão junto ao: anos de carreira. (NR)
I - Gabinete do Procurador-Geral de Justiça; - § 1º com redação dada pela Lei Complementar nº 1.083, de
II - Corregedoria-Geral do Ministério Público; 17/12/2008.
III - Colégio de Procuradores de Justiça; § 2º - O Corpo de Apoio Técnico é constituído de Assessores,
IV - Conselho Superior do Ministério Público; designados dentre funcionários ou servidores administrativos, com
V - Procuradorias de Justiça; diploma de nível universitário ou habilitação legal correspondente
VI - Promotorias de Justiça; e experiência profissional comprovada em assuntos relacionados
VII - Centro de Estudo e Aperfeiçoamento Funcional. com as funções a serem desempenhadas.
Parágrafo único - Para a descentralização dos serviços auxilia-
res e de apoio técnico o Procurador-Geral de Justiça poderá instituir SUBSEÇÃO V
Áreas Regionais, que contarão com estrutura necessária para o de- DA DIRETORIA-GERAL
sempenho de suas funções.
Artigo 64 - A Diretoria Geral compreende:
SUBSEÇÃO II I - Corpo de Apoio Técnico;
DA ESTRUTURA DO GABINETE DO PROCURADOR-GERAL DE II - Sub-Área de Apoio Técnico;
JUSTIÇA III - Sub-Área de Apoio Administrativo;
IV - Centro de Recursos Humanos,
Artigo 61 - O Gabinete do Procurador-Geral de Justiça compre- V - Departamento de Administração;
ende as seguintes funções de confiança: VI - Departamento de Finanças e Contabilidade;
I - Chefia de Gabinete; VII - Grupo de Planejamento Setorial;
II - Assessoria Técnica; VIII - Comissão Processante Permanente;
III - Centros de Apoio Operacional; IX - Áreas Regionais.
IV - Diretoria-Geral e Diretorias Regionais. (NR) Artigo 65 - O Corpo de Apoio Técnico da Diretoria Geral tem a
- Inciso IV com redação dada pela Lei Complementar nº 1.155, atribuição de prestar assistência técnica ao Diretor-Geral em assun-
de 26/10/2011. tos relacionados à sua área de atuação.
Parágrafo único - Competirá às Subprocuradorias-Gerais de Jus- Artigo 66 - A Sub-área de Apoio Técnico da Diretoria Geral tem,
tiça, quando implantadas, as atribuições conferidas à Chefia de Ga- dentre outras, a atribuição de elaborar quadros, tabelas e mapas,
binete e à Diretoria-Geral, além de outras que lhes forem delegadas pesquisas, ofícios, contratos, pareceres, planilhas e gráficos.
por ato específico do Procurador-Geral de Justiça. (NR) Artigo 67 - A Subárea de Apoio Administrativo tem, dentre
- Parágrafo único acrescentado pela Lei Complementar nº outras, a atribuição de receber, registrar, distribuir e expedir pro-
1.083, de 17/12/2008. cessos, correspondências e papéis, manter arquivo de correspon-
dência expedida e das cópias dos documentos preparados, executar
SUBSEÇÃO III serviços de datilografia e providenciar cópias de textos.
DA CHEFIA DE GABINETE Artigo 68 - Ao Centro de Recursos Humanos em relação à Admi-
nistração de Pessoal do Ministério Público, dentre outras atividades
Artigo 62 - A Chefia de Gabinete compreende: próprias de suas funções, cabe assistir as autoridades nos assuntos
I - Centro de Informática; relacionados com a Administração de Pessoal, planejar a execução,
II - Área de Serviços Estatísticos; das políticas e diretrizes relativas à Administração de Pessoal, coor-
III - Área de Documentação e Divulgação; denar, prestar orientação técnica, controlar e, quando for o caso,
IV - Área de Apoio à Segunda Instância; executar as atividades de administração do pessoal, inclusive dos
V - Área de Expediente e Secretarias. estagiários e do pessoal contratado para prestação de serviços.
VI - Área de Saúde. (NR) Artigo 69 - Cabe ao Departamento de Administração prestar
- Inciso VI acrescentado pela Lei Complementar nº 1.155, de às unidades do Ministério Público serviços na área de administra-
26/10/2011. ção de material e patrimônio, de compras, de transportes internos

177
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
motorizados e de zeladoria, propiciando-lhes condições de desem- g) autorizar:
penho adequado, além de outros necessários ao exercício de suas 1. o pagamento de diárias a funcionários e servidores, até 30
atribuições. (trinta) dias;
Artigo 70 - O Centro de Finanças e Contabilidade contará com 2. o pagamento de transportes a funcionários e servidores,
Corpo de Apoio Técnico, com uma Área de Pagamentos, uma Área bem como ajuda de custo, na forma da legislação pertinente;
de Orçamento e Despesas, uma Área de Contabilidade e uma Área 3. por ato específico, as autoridades que lhe são subordinadas,
de Fiscalização e Controle de Execução Orçamentária, competindo- a requisitarem transporte de pessoal por conta do Estado, observa-
-lhe, dentre outras, as atribuições de: das as restrições legais vigentes;
I - supervisionar os serviços de Contabilidade, Execução Orça- h) requisitar passagens aéreas para funcionário ou servidor a
mentária, Extra-Orçamentária, Inspeção e Tomada de Contas; serviço dentro do País, até o limite máximo fixado na legislação per-
II - exercer o controle interno de que cuida o artigo 3º, § 3º, tinente;
desta lei complementar; i) autorizar:
III - fazer cumprir as normas estaduais referentes à execução 1. a concessão e fixar o valor da gratificação “pro labore” a fun-
orçamentária e de encerramento do exercício financeiro; cionário ou servidor que pagar ou receber em moeda corrente, ob-
IV - propor normas para aprimorar a execução orçamentária e servada a legislação pertinente;
financeira; 2. o gozo de licença especial para funcionário que freqüentar
V - emitir pareceres sobre assuntos técnico-administrativos; curso de graduação em Administração Pública da Fundação Getúlio
VI - elaborar tabelas e quadros orçamentários, financeiros, con- Vargas ou da Universidade de São Paulo;
tábeis e estatísticos. 3. horários especiais de trabalho;
Artigo 71 - A Área de Contabilidade tem as atribuições de exe- 4. o gozo de férias não-usufruídas no exercício correspondente;
cutar os serviços contábeis, de acordo com os planos de contas vi- j) aprovar o conteúdo, a duração e a metodologia a ser adotada
gentes e opinar sobre questões de contabilidade pública. nos programas de treinamento e desenvolvimento de recursos a se-
Artigo 72 - Ao Grupo de Planejamento Setorial incumbe as atri- rem executados sob a responsabilidade direta ou indireta do Centro
buições definidas na legislação pertinente. de Recursos Humanos;
Artigo 73 - A Comissão Processante Permanente tem por atri- l) convocar, quando cabível, funcionário ou servidor para pres-
buição conduzir os processos administrativos ou sindicâncias de tação de serviço em Jornada Completa de Trabalho, observada a
funcionários e servidores do Ministério Público. legislação pertinente;
Artigo 74 - As Áreas Regionais da Capital e do Interior têm, den- m) decidir, nos casos de absoluta necessidade dos serviços, so-
tre outras, as atribuições de receber, registrar e encaminhar autos bre a impossibilidade de gozo de férias regulamentares;
de processos judiciais em que devam oficiar órgãos de execução n) conceder:
do Ministério Público de Primeira Instância, assim como papéis e 1. licença a funcionários para tratar de interesses particulares;
outros documentos relacionados com a atividade dos órgãos de 2. adicionais por tempo de serviço e sexta-parte, bem como,
execução. conceder ou suprimir salário-família aos membros do Ministério
Artigo 75 - Ao Diretor-Geral, na sua área de atuação, compete, Público;
além das delegações que lhe forem feitas pelo Procurador-Geral de 3. licença-prêmio, ou autorizar a correspondente indenização
Justiça: quando indeferida por necessidade do serviço, aos membros do
I - quanto à administração de pessoal: Ministério Público;
a) dar posse e exercício aos funcionários e servidores do Minis- 4. licença a funcionária casada com funcionário ou militar que
tério Público, inclusive àqueles nomeados para cargos em comis- for mandado servir, independente de solicitação, em outro ponto
são, bem como de direção e chefia; do Estado ou território nacional ou estrangeiro;
b) aprovar a indicação ou designar funcionários ou servidores o) publicar periodicamente a distribuição quantitativa e quali-
para responder pelo expediente das unidades subordinadas, bem tativa de cargos e funções nas respectivas unidades administrativas
como de substitutos de cargos, funções-atividades ou funções de subordinadas, em função da necessidade de serviço;
serviço público de direção, chefia ou encarregatura; p) deferir a averbação de tempo de serviço anterior público ou
c) designar funcionário ou servidor para o exercício de substi- particular, nos termos da lei, aos membros, funcionários ou servido-
tuição remunerada; res do Ministério Público;
d) autorizar ou prorrogar a convocação de funcionários e servi- q) atestar o exercício dos membros do Ministério Público da
dores para a prestação de serviços extraordinários; Capital e, supletivamente, do Interior;
e) encaminhar: r) expedir títulos de nomeação, apostilas de nomenclatura de
1. ao Procurador-Geral de Justiça, propostas de designação de cargos e de aposentadoria, relativas aos membros do Ministério
funcionários e servidores, nos termos da legislação em vigor; Público;
2. ao Centro de Recursos Humanos, as declarações de freqüên- II - quanto à matéria disciplinar:
cia firmadas pelos Membros do Ministério Público, para efeito de a) determinar:
pagamento de diárias; 1. a instauração de processo administrativo ou sindicância, in-
f) autorizar, cessar ou prorrogar afastamento de funcionários e clusive para apuração de responsabilidade em acidentes com veí-
servidores para dentro do País e por prazo não superior a 30 (trinta) culos oficiais;
dias, nas seguintes hipóteses: 2. as providências para instauração de inquérito policial;
1. missão ou estudo de interesse do serviço público; b) ordenar ou prorrogar a suspensão preventiva de funcionário
2. participação em congressos ou outros certames culturais, ou servidor, até 30 (trinta) dias;
técnicos ou científicos; c) aplicar pena de repreensão e suspensão, limitada a 30 (trin-
3. participação em provas ou competições desportivas, desde ta) dias, bem como converter em multa a suspensão aplicada;
que haja solicitação de autoridade competente; III - quanto à administração financeira e orçamentária:

178
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
a) elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público, com
dotação própria, devidamente instruída e quanto à sua aplicação e QUESTÕES
execução submetendo-a à apreciação do Procurador-Geral de Jus-
tiça; 1. [...] não se pode deduzir que todos os direitos fundamen-
b) autorizar: tais possam ser aplicados e protegidos da mesma forma, embora
1. despesa dentro dos limites impostos pelas dotações libera- todos eles estejam sob a guarda de um regime jurídico reforçado,
das para as respectivas unidades de despesa, bem como firmar con- conferido pelo legislador constituinte. (HACHEM, Daniel Wunder.
tratos, quando for o caso; Mandado de Injunção e Direitos Fundamentais, 2012.)
2. alteração de tabelas explicativas e de distribuição de recur- Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
sos orçamentários; (A)É compatível com a posição do autor inferir-se que, não
3. adiantamento; obstante o reconhecimento do princípio da aplicabilidade ime-
4. liberação, restituição ou substituição de caução em geral e diata das normas definidoras de direitos e garantias fundamen-
de fiança, quando dadas em garantia de execução de contrato; tais, há peculiaridades nas consequências jurídicas extraíveis
c) submeter a proposta orçamentária à aprovação do dirigente de cada direito fundamental, haja vista existirem distintos ní-
da unidade orçamentária; veis de proteção.
IV - quanto à administração de material e patrimônio: (B)É compatível com a posição do autor a recusa ao reconhe-
a) assinar editais de concorrência; cimento do princípio da aplicabilidade imediata das normas
b) decidir sobre assuntos relativos a licitação, nas modalidades definidoras de direitos e garantias fundamentais no sistema
de Tomada de Preços e Convite, podendo exercer as atribuições re- constitucional brasileiro.
feridas no artigo 19, inciso IX, letra “c”, nº 1 a 9, desta lei comple- (C) O autor se refere particularmente à distinção existente
mentar, bem como aplicar penalidade, exceto a de decretação de entre direitos fundamentais políticos e direitos fundamentais
inidoneidade para licitar ou contratar; sociais, haja vista a mais ampla proteção constitucional aos pri-
c) autorizar, mediante ato específico, autoridades subordina- meiros, que não estão limitados ao mínimo existencial.
das, a requisitarem transporte de material por conta do Estado; (D) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
V - quanto à organização dos serviços administrativos da Insti- reitos fundamentais que consistem em cláusulas pétreas e os
tuição, visando à modernização administrativa, aprovar e encami- direitos fundamentais que não estão protegidos por essa cláu-
nhar ao Procurador-Geral de Justiça as propostas de alterações da sula, sendo que a maior proteção dada aos primeiros os torna
estrutura administrativa do Ministério Público; imunes à incidência da reserva do possível.
VI - quanto às atividades gerais: (E) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
a) assistir o Procurador-Geral de Justiça no desempenho de reitos fundamentais que estão expressos na Constituição de
suas funções; 1988 e aqueles que estão implícitos, decorrendo dos princípios
b) propor o programa de trabalho das unidades subordinadas e por ela adotados, haja vista o expresso regime diferenciado de
as alterações que se fizerem necessárias; proteção estabelecido em nível constitucional para esses dois
c) coordenar, orientar e acompanhar as atividades das unida- grupos de direitos.
des subordinadas;
d) zelar pelo cumprimento dos prazos fixados para o desenvol- 2. De acordo com a Constituição Federal de 1988, é certo di-
vimento dos trabalhos; zer que quando a propriedade rural atende, simultaneamente, se-
e) baixar normas de funcionamento das unidades subordina- gundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos se-
das; guintes requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização
f) responder, conclusivamente, às consultas formuladas pelos adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
órgãos de Administração Pública sobre assuntos de sua competên- ambiente; observância das disposições que regulam as relações de
cia; trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários
g) solicitar informações a outros órgãos ou entidades; e dos trabalhadores, está cumprida a:
h) encaminhar papéis, processos e expedientes diretamente (A) Função econômica.
aos órgãos competentes para manifestação sobre os assuntos neles (B) Reforma agrária.
tratados; (C) Desapropriação.
i) decidir os pedidos de certidões e vista de processos adminis- (D) Função social.
trativos;
j) despachar o expediente da Diretoria-Geral com o Procura- 3. Assinale a única alternativa que não contemple um direito
dor-Geral de Justiça; social previsto na Constituição Federal.
l) propor ao Procurador-Geral de Justiça normas de funciona- (A)direito ao lazer
mento das unidades subordinadas, fixando-lhes as áreas de atua- (B) . direito à previdência social
ção, quando for o caso; (C) direito à alimentação
m) visar extratos para publicação na imprensa oficial. (D)direito à ampla defesa
Parágrafo único - Ato do Procurador-Geral de Justiça poderá (E) direito à educação
constituir Diretorias Regionais para o exercício de funções que lhes
sejam delegadas, ficando-lhes vinculadas as respectivas Áreas Re-
gionais e os corpos de apoio técnico nelas lotados. (NR)
- Parágrafo único acrescentado pela Lei Complementar nº
1.155, de 26/10/2011.

179
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
4. Segundo as disposições do Art. 12 da Constituição Federal, é 7. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República,
privativo de brasileiro nato o cargo de: auxiliado pelos Ministros de Estado. No que se refere às disposi-
(A)Ministro do Supremo Tribunal Federal. ções constitucionais sobre o Poder Executivo, analise as afirmativas
(B)Ministro de Estado da Justiça e da Segurança Pública. abaixo:
(C) Ministro do Superior Tribunal de Justiça. I. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições
(D) Deputado Federal. que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presi-
(E) Senador da República. dente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
II. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presi-
5. Com base nas disposições constitucionais sobre os direitos e dente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente
garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir: chamados ao exercício da Presidência o Presidente do Supremo
I. Os cargos de Vice-Presidente da República e Senador são pri- Tribunal Federal, da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal.
vativos de brasileiro nato. III. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
II. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
III. Os partidos políticos não estão subordinados a nenhum tipo depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
de governo, mas podem receber recursos financeiros de entidades
nacionais ou estrangeiras. Assinale a alternativa correta.
(A)As afirmativas I, II e III estão corretas
Assinale (B)Apenas as afirmativas I e II estão corretas
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. (D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(C) se somente a afirmativa III estiver correta
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 8. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
6. Doutrinariamente, o conceito e a classificação das constitui- órgãos, EXCETO:
ções podem variar de acordo com o sentido e o critério adotados (A) Polícia Federal.
para sua definição. A respeito dessa temática, leia as afirmativas (B) Polícia Rodoviária Federal.
abaixo: (C) Defesa Civil.
I. Para o sociólogo Ferdinand Lassalle, “Constituição” seria a (D) Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
somatória dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade,
enquanto reflexo do embate das forças econômicas, sociais, polí- 9. De acordo com as disposições constitucionais acerca da Or-
ticas e religiosas de um Estado. Nesse sentido, por ser uma norma dem Social, assinale a afirmativa incorreta.
jurídica, ainda que não efetiva, uma Constituição legítima é aquela (A)A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata-
escrita em uma “folha de papel”. mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
II. O alemão Carl Schmitt define “Constituição” como sendo progresso da ciência, tecnologia e inovação.
uma decisão política fundamental, cuja finalidade precípua é orga- (B)A educação básica pública terá como fonte adicional de fi-
nizar e estruturar os elementos essenciais do Estado. Trata-se do nanciamento a contribuição social do salário-educação, reco-
sentido político delineado na teoria decisionista ou voluntarista, lhida pelas empresas na forma da lei.
em que a Constituição é um produto da vontade do titular do Po- (C) A União, os Estados e o Distrito Federal estão obrigados a
der Constituinte. vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públi-
III. Embasada em uma concepção jurídica, “Constituição” é cas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
uma norma pura, a despeito de fundamentações oriundas de ou- (D) Incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental
tras disciplinas. Através do sentido jurídico-positivo, Hans Kelsen em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
define a Constituição como norma positiva suprema, dentro de um preservação do meio ambiente.
sistema escalonado e hierarquizado de normas, em que aquela ser- (E) Compete ao Poder Público recensear os educandos no en-
ve de fundamento de validade para todas as demais. sino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais
IV. “Constituição-dirigente ou registro” é aquela que traça di- ou responsáveis, pela frequência à escola.
retrizes objetivando nortear a ação estatal, mediante a previsão de
normas programáticas. Marcante em nações socialistas, visa reger 10. A Constituição Brasileira instituiu um modelo de proteção
o ordenamento jurídico de um Estado durante certo período de social aos brasileiros que inclui a assistência social como um direi-
tempo nela estabelecido, cujo decurso implicará a elaboração de to de seguridade social reclamável juridicamente e traduzível em
uma nova Constituição ou adaptação de seu texto. proteção social não contributiva devida ao cidadão (BRASIL, 2013).
V. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é Sobre a assistência social como direito à seguridade social é COR-
classificada, pela doutrina majoritária, como sendo de ordem de- RETO afirmar que:
mocrática, nominativa, analítica, material e super-rígida. (A) A confguração da assistência social como política pública
lhe atribui um campo específico de ação, no caso, a proteção
Assinale a alternativa correta. social não contributiva como direito de cidadania, aos que dela
(A)Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas necessitar, os pobres.
(B) . Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas (B)A política de assistência social, como política de seguridade
(C)Apenas as afirmativas II, III e V estão corretas social, é responsável pela provisão de direitos sociais.
(D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas

180
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
(C) Na condição de prática, a política de assistência social pode 13. Sobre o Poder Legislativo da União, assinale a alternativa
ter múltiplas expressões, ser realizada em direções e abran- INCORRETA.
gências diferentes, desenvolver experiências, fazer uma ou (A)A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do
outra atenção. povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada estado, em
(D)A atenção prestada não se refere ao escopo de um indiví- cada território e no Distrito Federal.
duo ou uma família, mas deve ter presente que sua responsa- (B) O Senado Federal compõe-se de representantes dos esta-
bilidade exige que se organize para que a ela tenham acesso dos e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majori-
todos aqueles que estão na mesma situação. tário.
(E) Atenções prestadas de modo focalizadas a grupos de po- (C) Cada estado, território e o Distrito Federal elegerão três se-
bres e miseráveis, de forma subalternizadora, constituindo um nadores, com mandato de oito anos.
processo de assistencialização das políticas sociais. (D) O número total de deputados, bem como a representação
por estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
11. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op- complementar, proporcionalmente à população, procedendo-
ção CORRETA. -se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para
(A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da que nenhuma das unidades da Federação tenha menos de oito
norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em ou mais de setenta deputados.
regra, são ex nunc.
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re- 14. Referente ao Poder Judiciário, assinale a alternativa cor-
gulamentar deve ser realizado pela via difusa. reta.
(C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de (A)O ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por
Inconstitucionalidade. interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
(D) Após a propositura da Ação Declaratória de Constituciona- do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, as-
lidade é admissível a desistência. segurada ampla defesa.
(E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto (B)Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgado-
formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada res, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de
à Constituição. onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da
12. Sobre a aplicabilidade das normas constitucionais, examine competência do tribunal pleno, provendo-se metade das va-
as assertivas seguintes: gas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
I – Para Hans Kelsen, eficácia é a possibilidade de a norma jurí- pleno.
dica, a um só tempo, ser aplicada e não obedecida, obedecida e não (C) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal
aplicada. Para se considerar um preceito como eficaz deve existir a do qual se afastou, antes de decorridos 02 (dois) anos do afas-
possibilidade de uma conduta em desarmonia com a norma. Uma tamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
norma que preceituasse um certo evento que de antemão se sabe (D) As custas e emolumentos serão destinados, preferencial-
que necessariamente se tem de verificar, sempre e em toda parte, mente, ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas
por força de uma lei natural, será tão absurda como uma norma da Justiça.
que preceituasse um certo fato que de antemão se sabe que de (E)O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
forma alguma se poderá verificar, igualmente por força de uma lei membros com mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução.
natural.
II – O fenômeno relativo à desconstitucionalização, ou seja, a 15. O Ministério Público da União compreende:
retirada de temas do sistema constitucional e a sua inserção em (A)o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
sede de legislação ordinária, pode ser observado no Brasil. lho e o Ministério Público Militar.
III – A norma constitucional com eficácia relativa restringível (B) o Ministério Público Estadual, o Ministério Público do Tra-
tem aplicabilidade direta e imediata, podendo, todavia, ter a am- balho e o Ministério Público Militar.
plitude reduzida em razão de sobrevir texto legislativo ordinário ou (C) o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
mesmo sentença judicial que encurte o espectro normativo, como lho e o Ministério Público do Distrito Federal.
é, por exemplo, o direito individual à inviolabilidade do domicílio, (D)o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Tra-
desde que é possível, por determinação judicial, que se lhe promo- balho e o Ministério Público Militar, do Distrito Federal e ter-
va restrição. ritórios.
(E) o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
Assinale a alternativa CORRETA: lho e o Ministério Público Militar e territórios.
(A)Apenas as assertivas I e II estão corretas.
(B)Apenas as assertivas I e III estão corretas.
(C) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
(D) Todas as assertivas estão corretas.

181
DIREITO CONSTITUCIONAL E MINISTÉRIO PÚBLICO
16. Com base nas disposições constitucionais sobre a Advoca- 20. Leia as afirmativas a seguir:
cia Pública e a Defensoria Pública, analise os itens abaixo: I. De acordo com o artigo 20 da Constituição da República Fe-
I. Aos advogados públicos são assegurados a inamovibilidade, a derativa do Brasil de 1988, são bens da União as terras devolutas
independência funcional e a estabilidade após três anos de efetivo dispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e constru-
exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos ções militares, das vias internacionais de comunicação e à degrada-
próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. ção ambiental, definidas em lei.
II. A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral II. A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 7º, a idade
da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre inicial e as condições em que é permitido trabalhar no Brasil. O dis-
cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e positivo constitucional estabelece a proibição de trabalho noturno,
reputação ilibada. perigoso ou insalubre aos menores de dezesseis anos e de qual-
III. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à quer trabalho aos menores de quatorze anos, salvo na condição de
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, dentre outras atri- aprendiz, a partir de doze anos.
buições, a orientação jurídica aos necessitados.
Marque a alternativa CORRETA:
Assinale: (A) . As duas afirmativas são verdadeiras.
(A)se apenas a afirmativa I estiver correta. (B)A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta. (C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (D)As duas afirmativas são falsas.
(D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
GABARITO
17. A respeito do controle de constitucionalidade preventivo
no direito brasileiro, é correto afirmar que
(A)é exercido pelo Legislativo ao sustar os atos normativos do 1 A
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos 2 D
limites de delegação legislativa.
(B)é praticado, por exemplo, quando o Senado suspende a exe- 3 D
cução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional 4 A
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
5 B
(C) não cabe ao Poder Judiciário exercer esse tipo de controle,
Poder este que tem competência apenas para exercer o con- 6 D
trole repressivo. 7 D
(D) as comissões parlamentares têm competência para exer-
8 C
cer esse tipo de controle ao examinar os projetos de lei a elas
submetidos. 9 C
(E) o veto presidencial, que é uma forma de controle preven- 10 D
tivo de constitucionalidade, é sujeito à apreciação e anulação
pelo Poder Judiciário. 11 E
12 B
18. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op- 13 C
ção CORRETA.
(A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da 14 B
norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em 15 D
regra, são ex nunc.
16 D
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re-
gulamentar deve ser realizado pela via difusa. 17 D
(C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de 18 E
Inconstitucionalidade.
(D)Após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionali- 19 D
dade é admissível a desistência. 20 D
(E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto
formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada
à Constituição.

19. A luz da Constituição Federal de 1988, é CORRETO afirmar


que é um princípio da República Federativa do Brasil, em que irá
reger-se em suas relações internacionais.
(A) Soberania.
(B)Garantir o desenvolvimento nacional.
(C) A dignidade da pessoa humana.
(D) Auto determinação dos povos.

182
DIREITO ADMINISTRATIVO

custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou


LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. LEI 8.429, DE receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à
02 DE JUNHO DE 1992. repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 § 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente
de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain-
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente
atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais
da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na- que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi-
CAPÍTULO I das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública,
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con-
administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de
exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei
do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada nº 14.230, de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber,
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
de 2021) dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con- pela Lei nº 14.230, de 2021)
dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de
tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im-
2021) probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se,
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan- comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso
çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela
bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica,
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de compe- caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona-
tências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº
afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona- Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organiza- Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade
ção do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe-
patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju- tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº
diciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da 14.230, de 2021)
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida- Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao
de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú- obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa-
blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de
estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica- transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

185
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara- sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi- nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão atividade;
ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
14.230, de 2021) X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara-
CAPÍTULO II ção a que esteja obrigado;
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en-
SEÇÃO I tidades mencionadas no art. 1° desta lei;
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPOR- XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores
TAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei.
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan-
do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do- SEÇÃO II
loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM
exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati- PREJUÍZO AO ERÁRIO
vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe-
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire- tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do Lei nº 14.230, de 2021)
agente público; I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa- incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica,
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo
a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação
preço superior ao valor de mercado; dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa- II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri-
cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne- vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
mercado; observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, à espécie;
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper-
no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre- sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren-
gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual- bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas,
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta por preço inferior ao de mercado;
ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni- V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre ou serviço por preço superior ao de mercado;
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado- VI - realizar operação financeira sem observância das normas
rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art. legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) nea;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda- VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser-
to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles, vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es-
bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput pécie;
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô- VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo
nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-
agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo-
Lei nº 14.230, de 2021) nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza-
das em lei ou regulamento;

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DIREITO ADMINISTRATIVO
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, SEÇÃO II-A
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi- (REVOGADO PELA LEI Nº 14.230, DE 2021)
co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
gular; SEÇÃO III
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATEN-
queça ilicitamente; TAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio- contra os princípios da administração pública a ação ou omissão
nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de
empregados ou terceiros contratados por essas entidades. legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda-
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa- I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 11.107, de 2005) III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi- das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando
ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali- beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco
dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo- 14.230, de 2021)
ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou
pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli- 14.230, de 2021)
cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató-
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto,
pela administração pública a entidade privada mediante celebração ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula- VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo,
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
(Vigência) irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida- VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei-
des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula- ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
(Vigência) VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca- e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú-
lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas blica com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35,
pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
pela Lei nº 14.230, de 2021) IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor- XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori-
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
pela Lei nº 13.204, de 2015) em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu- na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes
tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com-
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei preendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela
nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur-
ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º
ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro-
pela Lei nº 14.230, de 2021) gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi-
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô- cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro- § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a
vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro
14.230, de 2021) de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica-
ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do

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DIREITO ADMINISTRATIVO
agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para § 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in-
si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma
de 2021) qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos o poder público na época do cometimento da infração, podendo
de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe- o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em
ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis- caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas
trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de Lei nº 14.230, de 2021)
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da práti- § 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside-
ca de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado
das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para
pela Lei nº 14.230, de 2021) reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem nº 14.230, de 2021)
lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis § 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con-
de sancionamento e independem do reconhecimento da produção siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a
de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos. viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi- § 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida-
cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen- mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o
do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de
agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídi-
CAPÍTULO III ca, conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº
DAS PENAS 14.230, de 2021)
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute-
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem
patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon- prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes Lei nº 14.230, de 2021)
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen- § 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do
te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri-
14.230, de 2021) do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus- § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta
pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar
multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi- o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº
ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou 14.230, de 2021)
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que § 8º A sanção de proibição de contratação com o poder pú-
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, blico deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas
pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto
nº 14.230, de 2021) de 2013, observadas as limitações territoriais contidas em decisão
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân- nº 14.230, de 2021)
cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 § 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser
(doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, § 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen-
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma- são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter-
joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da
pela Lei nº 14.230, de 2021) sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil
de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida CAPÍTULO IV
pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de DA DECLARAÇÃO DE BENS
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio-
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos; nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven-
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser-
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
14.230, de 2021) 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

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DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste arti- § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a
go será atualizada anualmente e na data em que o agente público oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com-
deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função. provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a § 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores
declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado
prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí-
pela Lei nº 14.230, de 2021) cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de
dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por
CAPÍTULO V caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial,
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDI- a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a
CIAL instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de-
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad- monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu-
ministrativa competente para que seja instaurada investigação des- rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de
tinada a apurar a prática de ato de improbidade. incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro-
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230,
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações de 2021)
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha § 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei,
conhecimento. no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen- § 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in-
tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen- § 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem
te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in-
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis- cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de
tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade
procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im- lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
probidade. § 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve-
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo-
de Contas poderá, a requerimento, designar representante para ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples
acompanhar o procedimento administrativo. e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub-
formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis- sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao
ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo- longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique- § 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens
cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre-
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº
o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da 14.230, de 2021)
representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº § 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de
14.230, de 2021) até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man- § 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de
tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van-
internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta
no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re- Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento
sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili- comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda- de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela
mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN 7043)
em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

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DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser § 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as
proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro-
jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar- § 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação
tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste- de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230,
riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o de 2021)
mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021) II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen- tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte- 2021)
ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi- § 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis-
bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230, tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce-
de 2021) dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - será instruída com documentos ou justificação que con- § 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo § 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de § 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica inte-
apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação ressada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (In-
vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In- 7043)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju-
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provisó- rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135,
rias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil (Incluí- Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
do pela Lei nº 14.230, de 2021), (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN 7043) § 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis-
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se-
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para
bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da
os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen- demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im-
te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº
nº 14.230, de 2021) 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará § 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação
autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº
no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do 14.230, de 2021)
art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro- § 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre
cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa:
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Inclu- I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode- 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes- Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi-
nº 13.964, de 2019) nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do
§ 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor, Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros
o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo, 2021)
observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida- IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou
de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230,
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a de 2021)
instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de- legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis-
cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi- trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este
dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a
o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu- decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN 7043) (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN 7043)
§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá § 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen-
necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre- to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita-
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
de 2021) 2021)

190
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí-
III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) do pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela
Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns- Lei nº 14.230, de 2021)
tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil, III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor
desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In- e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve-
I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído
14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada
obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (In-
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste arti- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
go dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida;
2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230,
ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór- nº 14.230, de 2021)
gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela
de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da Lei nº 14.230, de 2021)
ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên-
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela
ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade Lei nº 14.230, de 2021)
administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere 2021)
o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu- V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san-
reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela
improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da Lei nº 14.230, de 2021)
rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro,
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua
deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver
se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais
de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje-
celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº
da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença 14.230, de 2021)
condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se re- configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
fere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de § 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor-
um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor. rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con- § 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata
templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in- esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-
da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu- seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por
danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou-

191
DIREITO ADMINISTRATIVO
tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba- § 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o
nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego
e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática
Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à § 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90
perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con- (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median-
forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10
procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar- desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens. II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên- § 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con-
cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses, siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a
contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação § 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as
do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação
do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre- da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con-
juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Inclu- duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con-
ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua- § 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa-
renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi- tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da
to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis- qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen-
trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de
imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei
Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da nº 14.230, de 2021)
sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras § 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve-
já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con- rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta
tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis-
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati-
sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe- va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto
nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230, no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen-
de 2021) to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei,
Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por
e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre- escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações
ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2021)

CAPÍTULO VI CAPÍTULO VII


DAS DISPOSIÇÕES PENAIS DA PRESCRIÇÃO

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida- Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
da denúncia o sabe inocente. ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per-
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
imagem que houver provocado. III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos § 1º A instauração de inquérito civil ou de processo adminis-
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con- trativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o
denatória. curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta)
dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso
não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)

192
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será CAPÍTULO VIII
concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun-
damentado submetido à revisão da instância competente do órgão Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
pela Lei nº 14.230, de 2021) 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação de- em contrário.
verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar- Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e
quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 104° da República.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter- FERNANDO COLLOR
rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Célio Borja
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
RESOLUÇÃO Nº 664/2010-PGJ-CGMP-CSMP, DE 8 DE
II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela
OUTUBRO DE 2010
Lei nº 14.230, de 2021)
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena- SUBPROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA JURÍDICA RESOLU-
tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei ÇÃO* Nº 664/2010-PGJ-CGMP-CSMP, DE 8 OUTUBRO DE 2010
nº 14.230, de 2021) (Protocolado nº 54.212/09)
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu-
nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma *Nova denominação dada ao ATO NORMATIVO pelos arts.
acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 1º e 4º da Resolução nº 1.177/2019-PGJ/CGMP/CSMP/CPJ, de
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal 11/11/2019
Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór- Texto compilado Regulamenta as funções dos Oficiais de
dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Promotoria nos inquéritos civis e procedimentos preparatórios de
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do inquéritos civis e dá outras providências.
dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA, o CORREGEDOR-GERAL
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei- DO MINISTÉRIO PÚBLICO e o CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO
tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato PÚBLICO, no uso das suas
de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) atribuições legais e com fundamento no art. 19, inc. X, alínea
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do “a”, e art. 42, inc. XI, da Lei Complementar Estadual n. 734, de 26
mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer de novembro de 1993 (Lei Orgânica do Ministério Público de São
deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de Paulo) e,
2021) CONSIDERANDO a necessidade de atualização da Resolução nº
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, 212-PGJ-CGMP-CSMP, de 04 de novembro de 1999, e de consolida-
deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe- ção das regras relativas às funções desempenhadas pelos Oficiais
cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre- de Promotoria nos inquéritos civis, nos procedimentos prepara-
tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no tórios de inquérito civil e nos procedimentos administrativos para
§ 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído pela preservação de direitos indisponíveis assegurados pelas Constitui-
Lei nº 14.230, de 2021) ções Federal e Estadual;
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita- CONSIDERANDO a conveniência de reunir na mesma Resolução
ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou as normas internas que regem as atividades dos servidores nos pro-
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei cedimentos investigatórios, de forma a criar e uniformizar a rotina
nº 14.230, de 2021) de trabalho;
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não CONSIDERANDO, por fim, a necessidade de uniformizar a tra-
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de mitação dos referidos procedimentos à vista dos princípios que re-
honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela gem a Administração Pública e dos direitos e garantias individuais,
Lei nº 14.230, de 2021) bem como o deliberado pelo Conselho Superior do Ministério Públi-
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des- co na reunião realizada em 6 de agosto de 2010;
pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230, RESOLVEM EXPEDIR A SEGUINTE RESOLUÇÃO:
de 2021)
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em CAPÍTULO I
caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada DA ESCRITURAÇÃO DE LIVROS, DOCUMENTOS E OUTROS
má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) PAPÉIS DE INTERESSE DA PROMOTORIA DE JUSTIÇA
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri-
monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re- Art. 1º. Os procedimentos administrativos presididos por ór-
cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão gão do Ministério Público, instaurados nas Promotorias de Justiça
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de ou Grupos de Atuação Especial, serão secretariados por Oficial de
1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Promotoria ou servidor nele lotado, ou, na falta, por pessoa idônea
nomeada sob compromisso.

193
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 2º. A escrituração nos livros, autos e papéis deve ser sem- Art. 7º. As certidões, as requisições, as cartas precatórias, os
pre feita em vernáculo, com tinta preta ou azul, indelével, seguin- ofícios, os termos de conclusão, de juntada e de data e os demais
do-se as orientações previstas na Resolução nº 429/06- PGJ, sendo atos e termos serão elaborados por processamento de dados e se-
vedado o uso de borracha ou qualquer meio corretivo. guirão os modelos estabelecidos no Anexo desta Resolução, deven-
§ 1º. Deverão ser evitados erros, omissões, emendas, rasuras, do conter, de forma legível e a fim de permitir rápida identificação,
borrões ou entrelinhas, efetuando-se, quando necessário, as devi- o nome, o número de matrícula, o cargo ou função e a rubrica do
das ressalvas, antes da subscrição do ato, de forma legível e auten- Oficial de Promotoria que os lavrou.
ticada. Parágrafo único. Não se juntará nenhum documento ou petição
§ 2º. As anotações de “sem efeito” deverão ser autenticadas nos autos, sem o respectivo termo de juntada.
com a assinatura de quem as fez. Art. 8º. Inexistindo prazo expressamente determinado, as re-
§ 3º. Deverá ser evitado o uso de espaço número um nos atos quisições e notificações serão encaminhadas em até 5 (cinco) dias.
digitados ou datilografados. Quando se cuidar de notificação para comparecimento em audiên-
§ 4º. Nos autos e nos livros deverão ser evitados e inutilizados cia, o aviso de recebimento de correspondência deve ser devolvido
os espaços em branco. e juntado aos autos até 10 (dez) dias antes da data designada, caso
§ 5º. Os livros e papéis em andamento ou findos deverão ser não haja determinação do Promotor de Justiça em sentido diverso.
bem conservados pelo Oficial de Promotoria e, se o caso, encader- Parágrafo único. A notificação deve conter a indicação do dia,
nados, classificados ou catalogados. da hora e do local para comparecimento, bem como a natureza do
Art. 3º. Nos registros dos autos e na expedição dos ofícios, procedimento e do fato investigado, com a advertência de que o
requisições e notificações, o Oficial de Promotoria deve utilizar os não atendimento poderá ensejar condução coercitiva pela Polícia
impressos e papéis confeccionados segundo modelo oficial do Mi- Civil ou Militar (art. 26, inc. I, alínea “a”, da Lei Federal nº 8.625/93 e
nistério Público e juntar cópia nos autos. art. 104, inc. I, alínea “a”, da Lei Complementar Estadual nº 734/93),
§ 1º. Nos ofícios, requisições, notificações e comunicações de- nos termos do disposto no artigo 38 da Resolução nº. 484/06-CPJ.
vem constar o número do procedimento e a indicação da Promoto-
ria de Justiça remetente com endereço completo, inclusive o núme- SEÇÃO I
ro do Código de Endereçamento Postal e o telefone. DA ATUAÇÃO NOS PROCEDIMENTOS
§ 2º. Os ofícios, requisições, notificações e comunicações de-
vem ser encaminhados aos seus destinatários pela via postal, cor- Art. 9º. Incumbe ao Oficial de Promotoria a manutenção, a
reio eletrônico, “fac-símile” ou qualquer outro meio que atinja essa guarda, a escrituração, os registros e a regularidade formal dos au-
finalidade, devendo o respectivo comprovante de recebimento ser tos.
juntado aos autos do procedimento ou anexado à cópia a ser arqui- § 1º. Ressalvados os casos urgentes, o Oficial de Promotoria
vada em pasta própria. deve, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, abrir conclusão de
§ 3º. Na hipótese de envio de documento por “fac-símile” ou quaisquer autos protocolizados na Promotoria para análise do ór-
correio eletrônico, deve o Oficial de Promotoria informar esta pro- gão do Ministério Público.
vidência nos autos e juntar o comprovante. § 2º. Exceto nos casos urgentes, é de 5 (cinco) dias o prazo para
§ 4º. Na hipótese de recebimento de documento por “fac-sí- executar as determinações do Promotor de Justiça.
mile” ou correio eletrônico, deve ser providenciada a extração ou § 3º. Nenhuma diligência ou ato deverá ser realizado sem de-
impressão de cópia para a juntada aos autos. terminação expressa do presidente da investigação, ressalvando-se
Art. 4º. Os livros obrigatórios serão aqueles confeccionados atos de mero expediente, desde que estabelecidos em Portaria ex-
segundo modelo oficial do Ministério Público e serão abertos, nu- pedida pelo Promotor de Justiça.
merados, autenticados e encerrados pelo Promotor de Justiça Se- § 4º. O procedimento não deve ficar sem andamento por mais
cretário, mediante a lavratura dos respectivos termos e seguirão os de 30 (trinta) dias no aguardo do cumprimento de diligências, cum-
modelos estabelecidos nesta Resolução. prindo ao Oficial de Promotoria promover a conclusão ao Promotor
de Justiça para as providências cabíveis.
CAPITULO II § 5º. Nenhum procedimento deve permanecer paralisado além
DOS PROCEDIMENTOS EM GERAL dos prazos fixados nesta Resolução, salvo determinação expressa
em sentido contrário, devidamente registrada nos autos.
Art. 5º. O Oficial de Promotoria procederá à numeração das
folhas dos autos, que não poderão exceder 200 (duzentas) em cada SEÇÃO II
volume, exceto em casos especiais, decididos pelo Promotor de Jus- DA ENTRADA E SAÍDA DE AUTOS DA SECRETARIA DA PROMO-
tiça. TORIA DE JUSTIÇA
§ 1º. Para o encerramento e abertura de novos volumes, o Ofi-
cial de Promotoria lançará termos de abertura e encerramento, se- Art. 10. A remessa dos procedimentos ao Promotor de Justiça
guindo os modelos constantes do Anexo desta Resolução, em folhas será registrada no livro carga, devendo todos os campos ser preen-
regularmente numeradas, prosseguindo sem solução de continui- chidos de maneira legível com a indicação das datas de recebimen-
dade no volume subsequente. to e devolução dos autos.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será seccionada peça processual § 1º. O Oficial de Promotoria enviará os autos ao Promotor de
com os documentos que a acompanham, podendo, neste caso, o Justiça no dia em que assinar o termo de conclusão, não sendo per-
volume ser encerrado com mais ou menos de 200 (duzentas) folhas. mitida, sob qualquer pretexto, a permanência de autos na secreta-
Art. 6º. É vedado o lançamento nos autos de cotas marginais ou ria com tais termos.
interlineares ou o uso de sublinhar palavras ou expressões, deven- § 2º. O Oficial de Promotoria certificará por termo de data o
do o Oficial de Promotoria, ao constatar tais irregularidades, comu- recebimento dos autos remetidos à conclusão.
nicá-las ao Promotor de Justiça. Art. 11. O Oficial de Promotoria deverá registrar no livro carga:

194
DIREITO ADMINISTRATIVO
I– a remessa de representações, peças de informação e autos § 8º. A autuação de todos os procedimentos administrativos
de inquéritos civis, procedimentos preparatórios de inquéritos civis deve conter, sempre que disponíveis, as informações indicadas no
ou procedimentos administrativos para Promotores de Justiça inte- “Modelo 1” do Anexo desta Resolução.
grantes de Grupos de Atuação Especial que oficiam na mesma sede
da Promotoria de Justiça; SEÇÃO IV
II– a retirada de autos por advogados; DAS OBRIGAÇÕES DO OFICIAL DE PROMOTORIA APÓS A INS-
§ 1º. O registro do encaminhamento e da devolução de repre- TAURAÇÃO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
sentação, peças de informação e autos de inquéritos civis, procedi-
mentos preparatórios de inquéritos civis ou procedimentos admi- Art. 13. Os registros nos sistemas eletrônicos devem ser feitos
nistrativos para os Promotores de Justiça que oficiam fora da sede no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
da Promotoria de Justiça, designados em Grupos de Atuação Espe- Art. 14. Nos procedimentos o Oficial de Promotoria deverá:
cial ou designados para auxilio será feito no livro carga da Promoto- I– havendo determinação para complementação da represen-
ria de Justiça de origem ou em relação de remessa. tação:
§ 2º. A relação de remessa deve conter o número dos autos, a)notificar o representante para prestar informações comple-
a indicação da Promotoria de Justiça de origem e a identificação mentares no prazo de 10 (dez) dias; certificar o decurso do prazo se
do destinatário. Após seu recebimento, o Oficial de Promotoria da a representação não for complementada pelo seu autor, abrindo-se
Promotoria de Justiça destinatária deverá datá-la, assiná-la e devol- em seguida conclusão ao Promotor de Justiça;
vê-la à origem. II– havendo indeferimento da representação, notificar o repre-
§ 3º. A remessa de autos de inquéritos civis, procedimentos sentante com cópia da decisão e cientificá-lo do prazo de 10 (dez)
preparatórios de inquéritos civis ou procedimentos administrativos dias para a interposição de recurso ao Conselho Superior do Minis-
para assistente técnico do Ministério Público observará, no que tério Público;
couber, o disposto no § 2º deste artigo. III– havendo interposição de recurso:
a)fazer as anotações no livro de registro de recursos
SEÇÃO III b)juntar aos autos a petição e as razões recursais e promover a
DA RECEPÇÃO, REGISTRO DE DOCUMENTOS E PROVIDÊNCIAS conclusão ao Promotor de Justiça para reexame do decidido;
PRELIMINARES c)mantida a decisão recorrida, o Oficial de Promotoria pro-
videnciará, por meio de ofício, a remessa dos autos ao Conselho
Art. 12. Todos os documentos recebidos no Ministério Público Superior do Ministério Público, no prazo de três dias, sob pena de
noticiando lesão ou ameaça de lesão a interesses difusos, coletivos, responsabilidade funcional.
individuais homogêneos e individuais indisponíveis, sob a forma IV– decorrido o prazo recursal, deverá ser lançada a certidão
de representação ou peça de informação, independentemente de respectiva e os autos remetidos à conclusão do Promotor de Justiça
despacho, serão imediatamente anotados no livro de registro de para, configurado o disposto no artigo 9º, § 1º da Lei 7.347/85, se-
protocolo geral. rem encaminhados, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior
§ 1º. O registro no livro de protocolo geral obedecerá a ordem do Ministério Público ou remetidos ao arquivo.
cronológica de chegada à Promotoria de Justiça devendo o Oficial V– nas hipóteses do art. 17 da Resolução nº 484/06-CPJ, após
de Promotoria, sob pena de responsabilidade, efetuá- lo em 48 ho- despacho do Promotor de Justiça, o Oficial de Promotoria deverá
ras. comunicar ao interessado o teor da decisão, por meio eletrônico ou
§ 2º. Havendo apenas um Promotor de Justiça com atribuição por telefone, certificando-se no procedimento.
para análise e conhecimento do caso, os documentos devem ser a Art. 15. Instaurado o inquérito civil, o Oficial de Promotoria de-
ele encaminhados imediatamente. verá promover a autuação, nos termos do art. 18 da Resolução nº
§ 3º. Havendo mais de um Promotor de Justiça com atribuição 484/06–CPJ, atualizar os registros e digitalizar a portaria nos siste-
para análise e conhecimento do caso, os documentos serão encami- mas eletrônicos, bem como:
nhados ao Promotor de Justiça Secretário da Promotoria de Justiça I- cientificar o representante;
para distribuição em 72 (setenta e duas) horas e, posteriormente, II- juntar aos autos cópia da publicação da instauração do in-
encaminhados ao Promotor de Justiça a quem foram distribuídos. quérito civil;- notificar o interessado da instauração do inquérito
§ 4º. A distribuição deve atender ao que dispuser o ato de im- civil, por ordem do presidente da investigação;
plantação da Promotoria de Justiça ou de criação do Grupo de Atu- III- adotar providências para que os documentos sigilosos se-
ação Especial. jam envelopados, lacrados e rubricados pelo Promotor de Justiça
§ 5º. Recebido o expediente na secretaria da Promotoria de que presidir o procedimento investigatório, se possível na presença
Justiça, devidamente despachado, o Oficial de Promotoria deverá do interessado ou responsável, com vista à preservação do sigilo, na
registrá-lo nos sistemas eletrônicos de gestão de procedimentos, forma do art. 69, da Resolução nº 484/06-CPJ.
seguindo a ordem cronológica, autuá-lo e cumprir as determina- § 1º. O recurso interposto pelo investigado será juntado aos
ções do Promotor de Justiça na forma do artigo 14 desta Resolução. autos e o Oficial de Promotoria deverá anotar a ocorrência nos sis-
§ 6º. Na autuação das representações, das peças de informa- temas eletrônicos e abrir conclusão ao presidente da investigação.
ção e dos procedimentos devem constar os nomes do representan- § 2º. Não havendo retratação pelo presidente da investigação,
te e representado, o objeto da investigação, o número do registro os autos serão encaminhados, no prazo de 3 (três) dias, ao Conse-
no sistema eletrônico respectivo e o número de registro no Centro lho Superior do Ministério Público, sob pena de responsabilidade
de Apoio Operacional Cível e da Tutela Coletiva. funcional.
§ 7º. Havendo determinação do Promotor de Justiça, o Oficial § 3º. Decorrido o prazo para interposição de recurso, o Oficial
de Promotoria deverá autuar o procedimento administrativo inicia- de Promotoria deverá certificá- lo nos autos e abrir conclusão.
do a partir da ficha de atendimento, seguindo as regras desta Reso-
lução e as previstas na Resolução nº 619/09-PGJ-CGMP.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 16. Havendo instauração de procedimento preparatório de § 6º. Na hipótese de carta precatória recebida por telefone, o
inquérito civil, o Oficial de Promotoria deverá observar o disposto Oficial de Promotoria deverá lavrar certidão do recebimento da co-
no art. 15 e parágrafos desta Resolução. municação, que deverá detalhar os requisitos do parágrafo anterior,
Art. 17. Na hipótese de instauração de inquérito civil ou pro- transcrevendo-se, por extrato, a portaria de instauração.
cedimento investigatório por determinação do Procurador-Geral § 7º. A carta precatória deverá ser cumprida no prazo de 30
de Justiça ou do Conselho Superior do Ministério Público, além das dias a contar de seu recebimento, salvo se, justificadamente, for
providências indicadas no art. 15 e parágrafos desta Resolução, o fixado prazo menor.
Oficial de Promotoria deverá encaminhar cópia da portaria àquelas Art. 22. O Oficial de Promotoria deverá, ao final do prazo de
autoridades, conforme o caso. 180 (cento e oitenta) dias ou de prazo menor assinado pelo presi-
Art. 18. Na hipótese prevista no artigo 103, § 2º, da Lei Com- dente da investigação, promover os autos do inquérito civil à con-
plementar Estadual nº 734/93 (representação por desrespeito aos clusão para os fins do artigo 24 da Resolução nº. 484/06-CPJ.
direitos assegurados na Constituição Federal ou Estadual), além das Art. 23. O Oficial de Promotoria deverá efetuar os registros de
providências de caráter geral, deve ser comunicado ao representan- movimentação dos autos nos sistemas eletrônicos e digitalizar as
te por ofício o seu recebimento, expondo-lhe as medidas adotadas, peças obrigatórias, enumeradas no Aviso nº 11/09- CGMP, e a ata
no prazo máximo de 30 (trinta) dias. de audiência pública e os votos e deliberação do Conselho Superior
Art. 19. Os prazos para interposição de recursos fluirão da data do Ministério Público relativos à promoção de arquivamento ou ho-
da ciência da decisão, se a notificação for pessoal; da juntada aos mologação de compromisso de ajustamento de conduta.
autos do aviso de recebimento, se a notificação for pelo correio, ou
da data da juntada aos autos da publicação no Diário Oficial da ins- SEÇÃO VII
tauração do inquérito civil (art. 8º, I, da Resolução nº 484/06–CPJ), DAS AUDIÊNCIAS E REUNIÕES
valendo o evento que acontecer primeiramente (art. 121, § 3º, da
Resolução nº 484/06–CPJ). Art. 24. Incumbe ao Oficial de Promotoria secretariar as audi-
ências e reuniões designadas pelo Promotor de Justiça para instru-
SEÇÃO V ção dos procedimentos administrativos.
DOS IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO § 1º. No prazo de até dez dias anteriores às audiências, o Oficial
de Promotoria deverá verificar se todas as providências para inti-
Art. 20. Oposta exceção de suspeição ou de impedimento do mação de depoentes e interessados foram tomadas, comunicando
Promotor de Justiça presidente do procedimento investigatório, o eventual irregularidade ou omissão imediatamente ao Promotor de
Oficial de Promotoria, depois de autuá-la em apartado, efetuará Justiça.
o registro no sistema eletrônico e a apensará aos autos principais, § 2º. Aqueles que forem ouvidos deverão ser qualificados, me-
abrindo-se conclusão ao Promotor de Justiça no prazo de 48 (qua- diante indicação de nome, filiação, nacionalidade, data e local de
renta e oito) horas. nascimento, estado civil, profissão, endereço residencial e do local
Parágrafo único. Aplica-se a esta Seção, no que couber, as re- onde exerce a profissão, número do respectivo registro geral ou de
gras previstas nos arts. 25 e seguintes da Resolução nº 484/06–CPJ. outro documento hábil de identificação, observando-se, no que
couber, as normas previstas no art. 6º, da Resolução nº 595/2009-
SEÇÃO VI PGJ, de 26 de junho de 2009.
DA INSTRUÇÃO E DA PRORROGAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS § 3º. O termo de audiência deve ser subscrito pelo represen-
tante do Ministério Público que presidiu o ato; pelo investigado, se
Art. 21. Os autos dos procedimentos permanecerão sob os cui- presente; pelo declarante ou depoente; pelo advogado, se presen-
dados do Oficial de Promotoria que velará pelo cumprimento das te, e pelo Oficial de Promotoria.
diligências nos prazos previstos nesta Resolução. § 4º. Das reuniões realizadas deverá ser lavrada ata ou elabo-
§ 1º. No caso de descumprimento de qualquer diligência, o Ofi- rada ficha resumo contendo os dados previstos no artigo 2º do Ato
cial de Promotoria certificará a ocorrência nos autos e abrirá con- (N) nº 1/06-CGMP.
clusão para deliberação do Promotor de Justiça.
§ 2º. Na hipótese em que houver reiteração da diligência não SEÇÃO VIII
atendida, o fato deverá constar do novo ofício, da notificação ou da DA ATUAÇÃO QUANDO DO ARQUIVAMENTO DOS PROCEDI-
requisição, anotando-se as advertências legais. MENTOS
§ 3º. Atendidas as diligências, o Oficial de Promotoria deverá
promover a conclusão dos autos ao Promotor de Justiça. Art. 25. O Oficial de Promotoria certificará em termo a data
§ 4º. Havendo necessidade de realização de diligência em ou- do recebimento dos autos com promoção de arquivamento. Após
tra comarca e determinada a expedição de carta precatória, com consertados, os autos serão encaminhados ao Conselho Superior
caráter itinerante (art. 106, § 3º da Lei Complementar Estadual nº do Ministério Público, no prazo de três dias, nos termos do art. 110,
734/93 e arts. 76 a 78 da Resolução nº 484/06-CPJ), o Oficial de Pro- § 1º da Lei nº 734/93 e do art. 100, da Resolução nº. 484/06-CPJ.
motoria providenciará a sua expedição e encaminhamento no prazo Parágrafo único. O mesmo procedimento deve ser adotado nos
de 5 (cinco) dias, salvo nos casos de urgência, quando poderá ser casos de celebração de compromisso definitivo ou preliminar de
transmitida por telegrama, “fac-símile”, correio eletrônico, telefone ajustamento (art. 87 da Resolução nº. 484/06-CPJ).
ou outro meio, certificando-se nos autos. Art. 26. Homologada a promoção de arquivamento ou o com-
§ 5º. A carta precatória será confeccionada em 2 (duas) vias, promisso de ajustamento, o Oficial de Promotoria deve certificar
indicando-se o Promotor de Justiça deprecado e a diligência preten- o recebimento dos autos na Secretaria da Promotoria de Justiça e
dida. Será encerrada com a assinatura da autoridade deprecante e abrir conclusão ao Promotor de Justiça, anotando-se a ocorrência
instruída com cópia da portaria e demais documentos necessários à nos sistemas eletrônicos.
compreensão do seu conteúdo.

196
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. É vedado ao Oficial de Promotoria promover a CAPÍTULO V
remessa dos autos ao arquivo sem determinação expressa do Pro- DAS PROVIDÊNCIAS RELATIVAS AO AJUIZAMENTO DA AÇÃO
motor de Justiça. CIVIL PÚBLICA
Art. 27. Se o Conselho Superior do Ministério Público devolver
os autos do procedimento de investigação para realização de dili- Art. 31. Recebidos os autos com petição inicial de ação civil pú-
gências, os autos serão conclusos para deliberação do Promotor de blica, o Oficial de Promotoria deverá:
Justiça, anotando-se nos sistemas eletrônicos. I– anexar cópia da petição inicial na capa do primeiro volume
Parágrafo único. Na hipótese da rejeição da promoção do ar- dos autos do procedimento e, no prazo de 48 horas, salvo se outro
quivamento e designação de outro órgão do Ministério Público pelo prazo for fixado pelo presidente da investigação, encaminhar todos
Procurador-Geral de Justiça (art. 110, § 3º, da Lei Complementar os volumes para distribuição no juízo indicado;
Estadual nº 734/93), os autos serão conclusos ao Promotor de Justi- II– providenciar, a critério do presidente da investigação, a ex-
ça designado, registrando-se a ocorrência nos sistemas eletrônicos tração de cópia da petição inicial da ação civil pública, bem como
e anotando-se na autuação a designação do Promotor de Justiça. das principais peças dos autos para fins de controle e acompanha-
mento ou formação de autos suplementares;
CAPÍTULO III III– efetuar o registro nos sistemas eletrônicos e digitalizar a
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS petição inicial para fins de publicação;
IV– comunicar o ajuizamento da ação civil pública, com indica-
Art. 28. Designada audiência pública (artigo 3º, da Resolução ção da vara e do número do processo, ao Centro de Apoio Operacio-
nº 484/06-CPJ), o Oficial de Promotoria, no prazo de 5 (cinco) dias, nal, encaminhando cópia da petição inicial.
deverá: V– atualizar os registros no livro de registro dos procedimentos
I- expedir o edital de convocação do qual constará a data, o ho- que não estejam registrados nos sistemas eletrônicos.
rário e o local da reunião, o objetivo, a forma de cadastramento dos
expositores e de participação dos interessados presentes, dentre CAPÍTULO VI
outras informações a critério do Promotor de Justiça; DAS CERTIDÕES E DA EXTRAÇÃO DE CÓPIAS
II– providenciar as comunicações devidas, cuidando para que
os comprovantes de recebimentos sejam juntados aos autos com Art. 32. A expedição de certidão e a extração de cópias dos
antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis. autos dependem de prévio requerimento escrito e autorização
Parágrafo único. Publicado o edital, o Oficial de Promotoria cer- do presidente a investigação, competindo ao Oficial de Promoto-
tificará a sua tempestividade e afixará cópia na sede da Promotoria ria executá-los, observadas as demais disposições da Resolução nº
de Justiça com antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis. 484/06–CPJ.
Art. 29. Realizada a audiência pública, será lavrada ata circuns- § 1º. O Oficial de Promotoria deverá certificar nos autos a ex-
tanciada, no prazo de 5 (cinco) dias. pedição de certidão ou a extração de cópias, bem como juntar aos
§ 1º. A ata e seu extrato serão encaminhados ao Procurador- autos cópia da guia de recolhimento da taxa respectiva, quando ca-
-Geral de Justiça para conhecimento, no prazo de 5 (cinco) dias con- bível.
tados da data da sua lavratura, certificando-se nos autos. § 2º. O exame de autos por terceiros será permitido apenas na
§ 2º. A ata, por seu extrato, será publicada no Diário Oficial do secretaria da Promotoria de Justiça.
Estado e afixada na sede da Promotoria de Justiça, em prazo assina- Art. 33. As certidões serão expedidas no prazo máximo de 15
lado pelo Promotor de Justiça, certificando-se nos autos. (quinze) dias, com base nas informações constantes dos autos, dos
§ 3º. Na hipótese de realização de audiência pública antes da livros de registro da Promotoria de Justiça ou dos sistemas eletrô-
instauração do inquérito civil, os atos necessários à organização e nicos.
realização devem ser arquivados em pasta ou autos próprios.
CAPÍTULO VII
CAPITULO IV DAS RECOMENDAÇÕES FINAIS E DA VIGÊNCIA
DO SIGILO DAS INVESTIGAÇÕES
Art. 34. Sempre que necessário e havendo dificuldade no cum-
Art. 30. Na hipótese de sigilo, o Oficial de Promotoria, sob pena primento das diligências determinadas, o Oficial de Promotoria
de responsabilidade funcional, deverá se certificar desta ocorrência deverá mencionar a ocorrência nos autos e abrir conclusão ao Pro-
e de seu alcance antes de prestar informações, expedir certidões ou motor de Justiça para que solicite, se o caso, apoio administrativo e
entregar os autos para consulta de terceiros. operacional à Diretoria Geral, ao Centro de Apoio Operacional ou a
§ 1º. Nos autos em que foi decretado o sigilo, a consulta é res- outros órgãos do Ministério Público.
trita ao investigado pessoalmente ou a procurador com poderes Art. 35. É dever do Oficial de Promotoria manter relatório cir-
específicos. cunstanciado e atualizado do acervo dos feitos em andamento na
§ 2º. O Oficial de Promotoria, sob pena de responsabilidade Promotoria, procedendo a sua entrega formal ao Promotor de Justi-
funcional, zelará pela guarda e conservação dos documentos sigi- ça que assumir a Promotoria de Justiça a qualquer título.
losos, lacrados na forma do artigo 69 da Resolução nº 484/06–CPJ, Parágrafo único. O relatório deve conter breve resumo e a fase
que somente poderão ser examinados pelo investigado ou seu pro- em que se encontra cada procedimento, para os fins do disposto no
curador mediante requerimento escrito e autorização do presiden- Aviso 4/99–CGMP.
te da investigação.
§ 3º. Na autuação deve ser anotada a decretação do sigilo, as-
sim como nos sistemas eletrônicos.

197
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 36. Esta Resolução entrará em vigor no prazo de 30 (trinta) Art. 3º. O inquérito civil é investigação administrativa, de cará-
dias da data da sua publicação, revogadas as disposições contrárias ter inquisitorial, unilateral e facultativo, instaurado e presidido pelo
e, em especial, o Ato (N) 212/99–PGJ- CGMP-CSMP, de 04 de no- Ministério Público e destinado a apurar a ocorrência de danos efeti-
vembro de 1999. vos ou potenciais a direitos ou interesses difusos, coletivos ou indi-
viduais homogêneos ou outros que lhe incumba defender, servindo
São Paulo, 8 de outubro de 2010. como preparação para o exercício das atribuições inerentes às suas
FERNANDO GRELLA VIEIRA funções institucionais.
Procurador-Geral de Justiça Parágrafo único. O inquérito civil não é condição de procedibi-
Presidente do Conselho Superior do Ministério Público lidade para o ajuizamento das ações a cargo do Ministério Público,
nem para a concretização das demais medidas de sua atribuição
ANTONIO DE PADUA BERTONE PEREIRA própria.
Corregedor-Geral do Ministério Público Art. 4º. As audiências públicas são instrumentos para coleta
de provas, dados, informações ou esclarecimentos em inquérito
civil, ou com a finalidade de zelar para que os Poderes Públicos e
RESOLUÇÃO Nº 1.342/2021-CPJ, DE 1º DE JULHO DE
os serviços de relevância pública e social obedeçam aos direitos as-
2021
segurados nas Constituições Federal e Estadual e no ordenamento
jurídico.
COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA ÓRGÃO ESPECIAL Parágrafo único. A audiência pública será organizada e presidi-
da pelo Ministério Público, precedida da publicidade devida.
RESOLUÇÃO Nº 1.342/2021-CPJ, DE 1º DE JULHO DE 2021 (SEI Art. 5º. O compromisso de ajustamento de conduta é instru-
29.0001.0123476.2021-37) mento de garantia dos direitos e interesses difusos e coletivos, indi-
Disciplina a notícia de fato, o inquérito civil, o procedimento viduais homogêneos e outros direitos de cuja defesa está incumbi-
preparatório, a expedição de recomendações, a realização de au- do o Ministério Público, com natureza de negócio jurídico que tem
diência pública, a celebração de compromissos de ajustamento de por finalidade a adequação da conduta às exigências legais e consti-
conduta e dá outras providências. tucionais, com eficácia de título executivo extrajudicial.
O COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA, por meio de seu Art. 6º. A recomendação é instrumento de atuação extrajudi-
ÓRGÃO ESPECIAL, no uso da atribuição que lhe é conferida pelo ar- cial do Ministério Público por intermédio do qual este expõe, em
tigo 105 da Lei Complementar Estadual nº 734, de 26 de novembro ato formal, razões fáticas e jurídicas sobre determinada questão,
de 1993: com o objetivo de persuadir o destinatário a praticar ou deixar de
Considerando que a Lei Orgânica do Ministério Público de São praticar determinados atos em benefício da melhoria dos serviços
Paulo conferiu ao Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Jus- públicos e de relevância pública ou do respeito aos interesses, di-
tiça atribuição para editar resolução disciplinando o inquérito civil; reitos e bens defendidos pela instituição, atuando, assim, como
Considerando a necessidade de consolidar, numa única reso- instrumento de prevenção de responsabilidades ou correção de
lução, as normas internas que regem o inquérito civil, de forma a condutas.
adequar as investigações na área dos interesses difusos, coletivos e
individuais homogêneos à atual estrutura da Instituição; CAPÍTULO II
Considerando, por fim, a necessidade de uniformizar os proce- DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ATIVIDADE INVESTIGA-
dimentos extrajudiciais investigativos à vista dos princípios que re- TÓRIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
gem a Administração Pública e dos direitos e garantias individuais;
Resolve: Art. 7º. A atividade investigatória do Ministério Público rege-se
pelos princípios gerais da atividade administrativa, pelos direitos e
TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES garantias individuais e pelos princípios especiais que regulam o Mi-
nistério Público, obedecendo notadamente:
CAPÍTULO I I– ao respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana;
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO E DAS DEFINIÇÕES II– à atuação segundo os parâmetros da vocação e da ética ins-
titucional, observando-se o decoro, a boa-fé e a imparcialidade;
Art. 1º. Esta resolução disciplina a notícia de fato, o inquérito III– à independência funcional;
civil e os demais meios de investigação da atribuição do Ministério IV– à facultatividade, unilateralidade e ao caráter inquisitorial;
Público, na área dos interesses difusos, coletivos e individuais ho- V– à formação de convicção para o exercício responsável do di-
mogêneos, as audiências públicas, os compromissos de ajustamen- reito de ação ou para a tomada das demais medidas de sua atribui-
to de conduta e as recomendações. ção no seu complexo de funções institucionais, relacionadas com:
Parágrafo único. Todos os meios de investigação devem, obri- a)a defesa da ordem jurídica, do Estado Democrático de Direito
gatória e independentemente da denominação que se lhes atribua, e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;
ser regidos por esta resolução. b)a proteção dos interesses difusos, coletivos e individuais ho-
Art. 2º. A Notícia de Fato é qualquer demanda dirigida aos ór- mogêneos;
gãos da atividade-fim do Ministério Público, submetida à aprecia- c)o zelo pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos servi-
ção das Procuradorias e Promotorias de Justiça, conforme as atri- ços de relevância pública aos direitos assegurados no ordenamento
buições das respectivas áreas de atuação, podendo ser formulada jurídico e a promoção das medidas necessárias à sua garantia;
presencialmente ou não, entendendo-se como tal a realização de d)outras funções previstas em lei;
atendimentos e o recebimento de notícias, documentos, requeri- VI– à exclusividade e indelegabilidade da instauração, direção,
mentos ou representações. instrução e conclusão, nos termos do disposto nesta resolução e na
legislação específica;

198
DIREITO ADMINISTRATIVO
VII– à motivação das decisões e, quando cabível, das diligên- § 4º. A restrição à publicidade deverá ser decretada em decisão
cias; motivada, para fins do interesse público, e poderá ser, conforme o
VIII– à revisão das decisões e deliberações emitidas, nos ter- caso, limitada a determinadas pessoas, provas, informações, dados,
mos do disposto nesta resolução e na legislação específica; períodos ou fases, cessando quando extinta a causa jurídica que a
IX– à publicidade oficial para fins de conhecimento público, motivou.
ressalvadas as exceções disciplinadas no ordenamento jurídico para § 5º. O membro do Ministério Público é pessoalmente respon-
tutela do interesse público, da segurança da sociedade e do Estado sável, nos termos da lei, pela determinação da preservação e de-
e da intimidade e da privacidade; cretação do sigilo e pelo uso adequado das informações sigilosas
X– à distribuição ao membro do Ministério Público dotado de obtidas para fins de interesse público.
atribuição legal fixada por critérios objetivos prévios; § 6º. A expedição de certidões ou a prestação de informações
XI– à celeridade, eficiência, razoabilidade e proporcionalidade deverão observar o disposto nos §§ 3º e 4º deste artigo, sendo:
na tramitação e na solução; I– vedado o acesso a dados sensíveis ligados à esfera da intimi-
XII– ao impulso oficial, sem prejuízo do direito de petição e da dade e privacidade das pessoas;
colaboração de qualquer pessoa física ou jurídica; II– condicionado o acesso às demais informações sigilosas a le-
XIII– à adoção de formas ou formalidades simples, no que cou- gítimo interesse e demais requisitos da legislação específica.
ber, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança § 7º. Na consecução das finalidades da Instituição e conside-
e respeito aos direitos das pessoas, e à observância de formalidades rando o princípio da unidade do Ministério Público, os dados de na-
essenciais à garantia dos direitos individuais. tureza sigilosa poderão ser enviados a outro membro do Ministério
XIV- à resolutividade na atuação funcional, entendida como Público, observado o § 5º deste artigo.
aquela por meio da qual o membro do Ministério Público, no âm- § 8º. O membro do Ministério Público poderá prestar informa-
bito de suas atribuições, contribui decisivamente para prevenir ou ções, inclusive aos meios de comunicação social, a respeito das pro-
solucionar, de modo efetivo, o conflito, o problema ou a contro- vidências adotadas para apuração de fatos em tese ilícitos, absten-
vérsia envolvendo a concretização de direitos ou interesses para do-se, contudo, de externar ou antecipar juízos de valor a respeito
cuja defesa e proteção é legitimado o Ministério Público, bem como de apurações ainda não concluídas.
para prevenir, inibir ou reparar adequadamente a lesão ou ameaça Art. 9º. A atribuição do membro do Ministério Público deverá
a esses direitos ou interesses e efetivar as sanções aplicadas judi- obedecer às regras ordinárias de distribuição de serviços, recaindo
cialmente em face dos correspondentes ilícitos, assegurando-lhes naquele que for dotado de atribuição legal fixada por critérios ob-
a máxima efetividade possível por meio do uso regular dos instru- jetivos prévios, salvo:
mentos que lhe são disponibilizados. I– nos casos de substituição por falta, impedimento, suspeição,
Art. 8º. A publicidade consistirá na divulgação oficial com o ex- afastamento temporário ou vacância;
clusivo fim de conhecimento público mediante publicação de extra- II– por designação de outro membro à vista da recusa de ho-
tos na imprensa oficial e, facultativamente, em meios cibernéticos mologação de promoção de arquivamento ou de provimento de
ou eletrônicos, dela devendo constar: recurso contra o indeferimento de representação;
I– as portarias de instauração e os atos de conclusão; III– por ato excepcional e fundamentado do Procurador-Geral
II– a indicação do objeto da investigação e sua necessidade e, de Justiça, condicionado à prévia autorização do Conselho Superior
se possível, dos interessados. do Ministério Público;
§ 1º. Sem prejuízo desses meios de publicidade, outros pode- IV– nos casos de concordância do titular da atribuição;
rão ser utilizados, inclusive para possibilitar a colaboração de pes- V– nos demais casos previstos em lei.
soas físicas ou jurídicas interessadas no objeto da investigação ou § 1º. Havendo conflito de atribuições, negativo ou positivo,
em sua instrução, conforme disposto nesta resolução e na legisla- este deverá ser suscitado nos próprios autos ao Procurador-Geral
ção específica. de Justiça, que o decidirá em 30 (trinta) dias.
§ 2º. A publicidade também consistirá: § 2º. Em caso de necessidade de prática de atos urgentes, o
I– na expedição de certidões ou na prestação de informações Procurador-Geral de Justiça designará um dos membros do Minis-
ao interessado, no prazo de 15 (quinze) dias; tério Público até solução definitiva do conflito.
II– na concessão de exame dos autos, na secretaria, bem como Art. 10. A colaboração de pessoas legitimamente interessadas
extração de cópias, mediante o prévio pagamento dos emolumen- para a instauração ou instrução da investigação será concedida, em
tos fixados; especial, a:
III– no fornecimento ao investigado, às suas expensas, de cópia I– pessoas físicas ou jurídicas, direta ou indiretamente interes-
do termo de declarações por ele prestadas, ou de ato do qual tenha sadas, ou no exercício do direito de petição;
participado pessoalmente, ainda que a investigação seja sigilosa. II– órgãos e entidades públicas da Administração Pública.
§ 3º. Os atos e peças da investigação são públicos, nos termos e
limites desta resolução e da legislação específica, salvo:
I– disposição legal em contrário;
II– como medida de conveniência para eficiência das investi-
gações ou como garantia da ordem pública, decretadas em decisão
motivada;
III– em razão da proteção jurídica da privacidade e da intimi-
dade, em especial do sigilo fiscal, bancário, financeiro, comercial
ou industrial e, conforme o caso, dos dados pessoais ou sensíveis.

199
DIREITO ADMINISTRATIVO
TÍTULO II Art. 15. Não havendo recurso, a notícia de fato será arquivada
DA INSTAURAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS na unidade que a apreciou, registrando-se no sistema respectivo,
em ordem cronológica, ficando a documentação à disposição dos
CAPÍTULO I órgãos correcionais, salvo se a notícia de fato estiver instruída com
DA NOTÍCIA DE FATO peças de informação, hipótese em que os autos deverão ser reme-
tidos para o Conselho Superior do Ministério Público no prazo de 3
Art. 11. A notícia de fato deverá ser registrada no SIS-MP Inte- (três) dias.
grado, nos termos da Resolução nº 665/2010-PGJ-CGMP, e distri- Parágrafo único. A notícia de fato será considerada acompa-
buída livre e aleatoriamente entre os integrantes da Promotoria de nhada de peças de informação quando o teor delas for suficiente,
Justiça com atribuição para apreciá-la. por si só, para comunicar fato lesivo ou que enseje risco concreto
§ 1º. Ainda que iniciada de ofício ou recepcionada diretamen- de lesão a interesses transindividuais, independentemente do teor
te pelo membro do Ministério Público, por meio de documento ou da representação, nos moldes dos arts. 6º e 7º da nº 7.347, de 24
atendimento pessoal, neste caso reduzida a termo, a notícia de fato de julho de 1985.
deverá ser objeto de livre distribuição. Art. 16. O membro do Ministério Público, ao verificar que o fato
§ 2º. Quando o fato noticiado for objeto de procedimento em requer apuração ou acompanhamento, ou, ainda, vencido o pra-
curso ou processo judicial, ou que com eles guarde conexão, a no- zo do caput do art. 12 desta Resolução, instaurará o procedimento
tícia de fato será distribuída por prevenção, em despacho devida- próprio.
mente motivado.
§ 3º. Se aquele a quem for encaminhada a notícia de fato en- CAPÍTULO II
tender que a atribuição para a apreciar é de outro membro do Mi- DO PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO DO INQUÉRITO CIVIL
nistério Público promoverá a sua remessa a este, comunicando o
noticiante e procedendo a regularização do envio junto ao SIS-MP Art. 17. De ofício ou mediante notícia de fato, e sempre que ne-
Integrado. cessário para formar seu convencimento, o membro do Ministério
§ 4º. Havendo conflito de atribuições, negativo ou positivo, Público dotado de atribuição poderá determinar providências pre-
este deverá ser suscitado nos próprios autos ao Procurador-Geral paratórias à instauração do inquérito civil, observados os critérios
de Justiça, que o decidirá em 30 (trinta) dias. de distribuição a que alude o art. 11.
§ 5º. Havendo declínio de atribuição em prol de Ministério Pú- § 1º. O expediente será instaurado e registrado, no SIS MP In-
blico diverso, os autos deverão ser remetidos ao Conselho Superior tegrado, como procedimento preparatório, observando-se, no que
do Ministério Público, no prazo de 3 (três) dias, para apreciação. couber, o disposto no artigo 18 desta Resolução.
Art. 12. A notícia de fato será apreciada no prazo de 30 (trinta) § 2º. O procedimento preparatório deverá ser concluído no
dias, a contar do seu recebimento, prorrogável uma vez, fundamen- prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual prazo, uma única
tadamente, por até 90 (noventa) dias. vez, em caso de motivo justificável.
Parágrafo único. No prazo do caput, o membro do Ministério § 3º. Encerrado o prazo, com ou sem atendimento das provi-
Público poderá colher informações preliminares imprescindíveis dências preparatórias, o membro do Ministério Público poderá:
para deliberar sobre a instauração do procedimento próprio, sendo I– promover o arquivamento, encaminhando os autos ao Con-
vedada a expedição de requisições ou a realização de conduções selho Superior do Ministério Público, na forma do Capítulo IV do
coercitivas. Título V desta resolução;
Art. 13. A Notícia de Fato será arquivada quando: II– promover a ação civil pública; III – instaurar inquérito civil.
I– o fato narrado não configurar lesão ou ameaça de lesão aos § 4º. Em nenhuma hipótese o procedimento preparatório tra-
interesses ou direitos tutelados pelo Ministério Público ou for in- mitará por prazo superior a 180 (cento e oitenta) dias.
compreensível;
II– o fato narrado já tiver sido objeto de investigação ou de ação CAPÍTULO III
judicial ou já se encontrar solucionado; DO INQUÉRITO CIVIL E SUA INSTAURAÇÃO
III– a lesão ao bem jurídico tutelado for manifestamente insig-
nificante, nos termos de jurisprudência consolidada ou orientação Art. 18. O inquérito civil poderá ser instaurado:
do Conselho Superior; I– de ofício, pelo membro do Ministério Público dotado de atri-
IV– for desprovida de elementos de prova ou de informação buição ao tomar ciência de fato determinado, respeitadas as regras
mínimos para o início de uma apuração, e o noticiante não atender de distribuição previstas no art. 11, bem como a atribuição originá-
à intimação para complementá-la; ria do Procurador-Geral de Justiça.
Parágrafo único. A notícia anônima não será arquivada se o no- II– em razão de notícia de fato, regularmente distribuída, desde
ticiante fornecer os elementos de prova ou de informação mínimos que o noticiante forneça, por meio legalmente permitido, informa-
para o início de uma apuração, mencionados no item IV deste ar- ções sobre o fato e seu provável autor, bem como a qualificação
tigo. mínima que permita sua identificação e localização;
Art. 14. No caso de arquivamento, o noticiante será cientifica- III– por determinação do Procurador-Geral de Justiça, nos ter-
do da decisão, preferencialmente por correio eletrônico, cabendo mos da lei, ou do Conselho Superior do Ministério Público ao prover
recurso no prazo de 10 (dez) dias. recurso contra a não–instauração de inquérito civil ou desacolher a
§ 1º. A cientificação é facultativa no caso de a notícia de fato ter promoção de arquivamento de procedimento preparatório.
sido encaminhada ao Ministério Público em face de dever de ofício. Parágrafo único. A notícia anônima não implicará ausência de
§ 2º. O recurso será protocolado na secretaria do órgão que a providências, desde que obedecidos aos requisitos constantes no
arquivou e juntado à notícia de fato, que deverá ser remetida, no inciso II deste artigo.
prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público
para apreciação, caso não haja reconsideração.

200
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 19. O inquérito civil será instaurado por portaria, numera- CAPÍTULO V
da em ordem sequencial pelo respectivo registro no SIS MP Integra- DAS INCOMPATIBILIDADES
do e autuada, observando-se, no que couber, o disposto no artigo
11 quanto ao registro e a regra de distribuição, devendo conter:– a Art. 23. O presidente do inquérito civil, havendo causa sufi-
ementa; ciente, declarará, em qualquer momento, seu impedimento ou sua
I– a descrição do fato objeto do inquérito civil e a correspon- suspeição.
dente fundamentação legal que legitima a ação do Ministério Pú- Art. 24. Em qualquer momento da tramitação da investigação,
blico; o interessado poderá arguir o impedimento ou a suspeição do pre-
II– o nome e a qualificação possível da pessoa jurídica e/ou físi- sidente do inquérito civil.
ca a quem o fato é atribuído; Parágrafo único. Considera-se interessado aquele em face de
III– a data, o local da instauração e a determinação das diligên- quem pode ser proposta a ação civil pública.
cias iniciais, se isso não for prejudicial à investigação; Art. 25. A arguição de suspeição ou impedimento, para ser co-
IV– a determinação para cientificação do noticiante, se conhe- nhecida, deve ser formulada em peça própria, acompanhada das
cido, a afixação de cópia da portaria em local de costume, sua dis- razões e instruída com prova do fato constitutivo do alegado.
ponibilização no SIS MP Integrado e no portal da Instituição, se não Art. 26. Recebidas as razões e eventuais provas, serão elas au-
houver prejuízo para a investigação. tuadas em apartado.
V– a determinação para cientificação do(s) investigado(s) da Art. 27. O presidente do inquérito civil lançará nos autos da
decisão de instauração do inquérito civil, observadas as disposições exceção, no prazo de 5 (cinco) dias, manifestação fundamentada
do artigo 8º. na qual:
Art. 20. Da instauração do inquérito civil caberá recurso ao Con- I– recusará a suspeição ou impedimento, remetendo os autos,
selho Superior do Ministério Público, nos termos desta resolução, em 3 (três) dias, ao Procurador-Geral de Justiça para deliberação;
devendo constar da notificação do investigado o respectivo prazo. ou
Art. 21. As notícias ou comunicações que se refiram a fatos co- II– concordará com a alegação, remetendo os autos, imediata-
nexos, cujo liame seja reconhecido em despacho motivado, previ- mente, ao seu substituto automático.
nem a atribuição do membro do Ministério Público, devendo este Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o Procura-
promover, se for o caso, o aditamento da portaria ou a extração dor-Geral de Justiça poderá, sendo relevante a fundamentação da
de peças para a instauração de outro procedimento, respeitadas as arguição de suspeição ou impedimento, suspender o andamento
normas atinentes à divisão de atribuições. do inquérito civil até pronunciamento definitivo, comunicando -se
Parágrafo único. Havendo conflito de atribuições, negativo ou ao presidente.
positivo, este deverá ser suscitado nos próprios autos ao Procura- Art. 28. Aplicam-se as disposições deste capítulo, no que cou-
dor-Geral de Justiça, que o decidirá em 30 (trinta) dias. ber, aos procedimentos preparatórios de inquérito civil e notícias
de fato.
CAPÍTULO IV
DO PRAZO DE CONCLUSÃO TÍTULO III
DA INSTRUÇÃO
Art. 22. O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de um
ano, prorrogável quando necessário, cabendo ao órgão de execução CAPÍTULO I
motivar, de forma fundamentada e justificada, a pertinência das di- DISPOSIÇÕES GERAIS
ligências ainda necessárias.
§1º. A motivação referida no “caput” deverá necessariamente Art. 29. A investigação dos fatos constantes da portaria será
ser precedida de um relatório circunstanciado acerca das providên- feita por todos os meios admitidos em direito e as provas colhidas
cias já tomadas e daquelas ainda em curso. serão juntadas aos autos em ordem cronológica e devidamente nu-
§ 2º. O despacho de prorrogação de prazo para a conclusão do meradas em ordem crescente.
inquérito civil que tramita há mais de 2 (dois) anos será submeti- § 1º. Admite-se o uso de gravações, filmagens e registros ele-
do por ofício ao Conselho Superior do Ministério Público conten- trônicos dos atos do inquérito civil.
do informação do número dos autos e da data de sua instauração, § 2º. Não se admitirá a juntada aos autos de prova obtida por
devendo ser acompanhado de cópia dos despachos motivados das meio ilícito.
prorrogações anteriores. Art. 30. Todas as diligências realizadas serão documentadas
§ 3º. O Conselho Superior do Ministério Público poderá requi- mediante termo ou auto circunstanciado, assinado pelos partici-
sitar o encaminhamento do inquérito civil, caso entenda necessária pantes do ato e pelo presidente do inquérito civil, se presente.
a providência para melhor alicerçar a sua análise, hipótese em que § 1º. As declarações e depoimentos serão tomados por termo
a remessa deverá ocorrer no prazo de 3 (três) dias. pelo membro do Ministério Público, juntando-os aos autos do pro-
§ 4º. Não se convencendo da justificativa apresentada para a cedimento, devidamente assinados pelo Promotor de Justiça, pelo
prorrogação, o Conselho Superior deliberará a respeito e, verificada investigado e seu advogado, se presentes, pelo depoente ou decla-
possível prática de infração disciplinar, comunicará o fato à Correge- rante, salvo se estes não puderem ou se recusarem a assinar, hipó-
doria-Geral do Ministério Público. tese em que deverão ser colhidas assinaturas de duas testemunhas.
§ 2º. As gravações, filmagens e registros eletrônicos poderão
ser oportunamente transcritos.
§ 3º. Será mantida em arquivo próprio, devidamente registra-
da, cópia das gravações digitais dos atos procedimentais.

201
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 31. O presidente poderá designar servidor do Ministério Art. 42. A notificação será encaminhada pelo Procurador-Geral
Público para secretariar o procedimento ou, na sua falta, pessoa de Justiça, no prazo de 10 (dez) dias, se tiver por destinatários o Pre-
idônea, mediante compromisso firmado nos autos. sidente da República, o Vice-Presidente da República, o Governador
Art. 32. Se no curso da instrução surgirem novos fatos que com- do Estado, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Ministros de
portem investigação, poderá o presidente aditar a portaria ou, ain- Estado, Conselheiros do Conselho Nacional de Justiça ou do Conse-
da, investigá-los em separado, nos termos desta Resolução. lho Nacional do Ministério Público, Desembargadores, Conselheiros
§ 1º. O aditamento da portaria será anotado na capa dos autos, dos Tribunais de Contas do Estado ou do Município, Secretários de
observando-se as regras de registro e publicidade previstas nesta Estado ou Chefes de missão diplomática de caráter permanente.
Resolução. Art. 43. O Procurador-Geral de Justiça encaminhará a notifica-
§ 2º. A instauração de novo inquérito civil será certificada nos ção sem valorar seu conteúdo, mas poderá deixar de enviá-la se:
autos e registrada no SIS MP Integrado. I– não contiver os requisitos legais, na forma indicada nesta
Art. 33. Terão preferência as diligências que devam ser feitas resolução;
em procedimentos relativos a fatos cuja prescrição esteja mais pró- II– não empregar o tratamento protocolar devido ao destina-
xima. tário.
Parágrafo único. A data da prescrição será anotada no SIS MP Art. 44. A recusa de encaminhamento será comunicada ao pre-
Integrado e na capa dos autos, de forma visível. sidente para a retificação necessária.
Art. 34. Nenhuma diligência ou ato serão realizados sem de- Art. 45. Se a notificação tiver por destinatário servidor público
terminação expressa do membro do Ministério Público que estiver civil ou militar, o presidente o requisitará ao chefe da repartição ou
presidindo a investigação. ao comando do corpo a que servir.
Art. 35. Os Centros de Apoio Operacional, órgãos auxiliares da
atividade funcional do Ministério Público, que integram o Gabine- CAPÍTULO III
te do Procurador-Geral de Justiça, prestarão apoio administrativo e DAS REQUISIÇÕES
operacional para a realização dos atos do inquérito civil.
Art. 36. O presidente poderá expedir portaria interna em que Art. 46. Na instrução do inquérito civil o presidente poderá
constem os atos de mero expediente que o Oficial de Promotoria requisitar informações, exames, perícias e documentos de auto-
realizará independentemente de determinação expressa. ridades federais, estaduais e municipais, bem como dos órgãos e
Parágrafo único. Não constitui ato de mero expediente a deter- entidades da administração direta, indireta ou fundacional de qual-
minação de remessa dos autos para reexame do Conselho Superior quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
do Ministério Público. Municípios.
Art. 47. O presidente poderá, também, requisitar informações
CAPÍTULO II e documentos a entidades privadas e, quando a lei assim o permitir,
DAS NOTIFICAÇÕES a pessoas físicas.
Art. 48. As requisições serão cumpridas gratuitamente.
Art. 37. O presidente poderá expedir notificações, das quais de- Art. 49. A requisição será sempre escrita, fundamentada e con-
verão obrigatoriamente constar: terá:
I– o objeto da notificação; I– a providência requisitada e a forma e o local da prestação;
II– a natureza do procedimento e do fato investigado; II– prazo razoável de atendimento;
III– a data, o local e a hora em que será realizado o ato; III– as consequências do não atendimento. IV – o objeto da in-
IV– eventuais consequências advindas do não atendimento. vestigação.
Art. 38. Se o descumprimento da notificação implicar condução § 1º. Se o destinatário for agente público, considerar-se-á rece-
coercitiva, esta só poderá ser determinada se houver prova do rece- bida a requisição se protocolada na repartição em que tenha exer-
bimento pessoal da notificação. cício.
Parágrafo único. Se o destinatário da notificação for agente § 2º. A requisição será acompanhada de cópia da portaria que
público, considerar-se-á recebida a notificação se protocolada na instaurou o procedimento ou indicará o endereço eletrônico oficial
repartição em que tenha exercício. em que tal peça estará disponível para visualização.
Art. 39. As notificações serão expedidas com antecedência ra- § 3º. A requisição será encaminhada pelo Procurador-Geral de
zoável para a realização do ato. Justiça, no prazo de 10 dias, se tiver por destinatário qualquer das
Parágrafo único. Não se admite que a notificação seja feita em autoridades indicadas no art. 43, aplicando-se o disposto nos arts.
período inferior a 24 (vinte e quatro) horas da realização do ato. 44 e 45, todos desta Resolução.
Art. 40. Não se fará notificação, salvo em caso de urgência: Art. 50. A requisição não atendida poderá ser, em caráter ex-
I– a quem estiver assistindo qualquer culto religioso; cepcional, reiterada por uma única vez.
II– ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consanguíneo Art. 51. Não atendida a requisição ou sua eventual reiteração,
ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia o presidente adotará imediatamente as providências necessárias
do falecimento até o encerramento dos funerais. para a aplicação das sanções decorrentes de lei, sem prejuízo das
Art. 41. Não se fará a notificação aos doentes, enquanto grave medidas judiciais cabíveis.
o seu estado, e quando se verificar que o notificando é portador Art. 52. O Presidente poderá valer-se de mera solicitação às
de deficiência mental que o impossibilite de entender a natureza pessoas referidas no art. 43 para a obtenção de informações ou
do ato. providências, fixando prazo razoável para atendimento.
Parágrafo único. A gravidade da doença e a deficiência mental Parágrafo único. A solicitação não poderá conter advertência
que impossibilite entender a natureza do ato serão comprovadas ou expressão que, direta ou indiretamente, caracterize requisição.
por atestado médico na oportunidade da notificação ou em até 5 Art. 53. A solicitação será encaminhada diretamente ao desti-
(cinco) dias úteis. natário pelo presidente da investigação.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 54. Aplicam-se às solicitações as disposições dos artigos 49 CAPÍTULO VI
e 50, desta Resolução. DA PROVA DOCUMENTAL
Art. 55. Não atendida a solicitação ou sua eventual reiteração,
a informação ou providência deverá ser requisitada, observando-se Art. 65. Serão juntados aos autos os documentos obtidos pelo
o disposto no art. 43 desta Resolução. Ministério Público e aqueles apresentados pelo investigado, por
testemunhas e por qualquer do povo.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Deverão ser certificados nos autos, se conhe-
DAS INSPEÇÕES E VISTORIAS cidos, o nome e a qualificação daquele que apresentar o documen-
to, bem como a data de seu recebimento na Promotoria de Justiça.
Art. 56. O presidente poderá realizar inspeções necessárias à Art. 66. As cópias de documentos serão juntadas aos autos in-
investigação do fato, lavrando- se auto circunstanciado. dependentemente de autenticação, salvo se:
Art. 57. O presidente poderá determinar vistorias, indicando os I– relativas à capacidade para firmar compromisso de ajusta-
pontos que entenda devam ser verificados. mento de conduta;
Art. 58. Se a vistoria for feita por servidor do Ministério Público, II– o presidente entender necessária a autenticação.
será lavrado auto circunstanciado. Parágrafo único. Quando o documento original ou cópia já es-
tiver nos autos, eventuais novas cópias serão autuadas em apenso
CAPÍTULO V denominado “Cópias repetidas”, ou arquivadas em pasta própria,
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS certificando a ocorrência nos autos.
Art. 67. Para facilidade de manuseio ou exame, poderá ser for-
Art. 59. Audiências públicas são reuniões organizadas e pre- mado apenso destinado a capear documentos ou cópias, certifican-
sididas pelo Ministério Público, abertas a qualquer do povo, para do-se tal ocorrência nos autos principais.
discussão de situações das quais decorra ou possa decorrer lesão a Parágrafo único. Na capa do apenso deverá haver menção ex-
interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. pressa ao seu conteúdo.
§ 1º. As audiências públicas têm por finalidade coletar, junto Art. 68. Os documentos sigilosos serão envelopados, lacrados e
à sociedade e ao Poder Público, elementos que embasem decisão rubricados pelo presidente, se possível na presença do interessado
do órgão do Ministério Público quanto à matéria objeto da convo- ou responsável, com vista à preservação do sigilo.
cação. Parágrafo único. Os documentos resguardados por sigilo legal
§ 2º. Os órgãos do Ministério Público podem realizar audiên- deverão ser autuados em apenso.
cias públicas no curso de inquérito civil ou antes de sua instauração.
Art. 60. As audiências públicas serão precedidas da expedição CAPÍTULO VII
de edital de convocação do qual constará, no mínimo, a data, o ho- DA PROVA TESTEMUNHAL
rário e o local da reunião, o objetivo e a forma de cadastramento
dos expositores e da participação dos presentes. Art. 69. As testemunhas serão ouvidas pelo presidente do pro-
Art. 61. Ao edital de convocação será dada a publicidade pos- cedimento investigatório, em dia e hora previamente agendados.
sível, sendo obrigatória sua publicação no Diário Oficial do Estado § 1º. A critério do presidente, a testemunha poderá ser ouvida
e sua afixação na sede da Promotoria de Justiça, com antecedência independentemente de prévio agendamento.
mínima de 10 (dez) dias úteis. § 2º. Estando a testemunha na comarca e não sendo possível
Parágrafo único. Serão inseridos em campo próprio da página sua presença na sede da Promotoria de Justiça, por doença, defi-
oficial do Ministério Público, com antecedência mínima de 10 (dez) ciência física ou outra causa, poderá ser ouvida onde se encontre, a
dias úteis, todos os editais de convocação de audiências públicas a critério do presidente.
serem realizadas. Art. 70. As testemunhas que tenham a prerrogativa de ser ou-
Art. 62. Da audiência será lavrada ata circunstanciada, no prazo vidas em data, hora e local previamente ajustados serão contatadas
de 5 (cinco) dias, a contar de sua realização. pelo presidente para a realização do ato, certificando-se nos autos.
§ 1º. A ata e seu extrato serão encaminhados ao Procurador- § 1º. Não sendo possível o contato pessoal ou o ajuste, o pre-
-Geral de Justiça ou a quem este indicar, no prazo de 5 (cinco) dias sidente oficiará à testemunha com sugestão de local, data e hora
após sua lavratura, para fins de conhecimento, providências e pu- para oitiva.
blicação. § 2º. Não obtendo resposta ou se esta for considerada desar-
§ 2º. A ata, por extrato, será afixada na sede da Promotoria de razoada, o presidente comunicará o fato ao Procurador-Geral de
Justiça e será publicada no Diário Oficial do Estado. Justiça para as providências cabíveis.
Art. 63. Se o objeto da audiência pública consistir em fato da § 3º. O Procurador-Geral de Justiça comunicará ao presidente
atribuição de mais de um Promotor de Justiça, o órgão do Ministé- a data, hora e local em que o ato deva ser realizado. Se o local ajus-
rio Público que teve a iniciativa do ato comunicará sua realização tado se situar fora do prédio que servir de sede da Promotoria de
aos demais membros do Ministério Público, com antecedência mí- Justiça, a pedido do presidente poderá ser designado outro mem-
nima de 10 (dez) dias úteis. bro do Ministério Público para a oitiva.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público, sempre que
possível, comunicará a realização da audiência pública aos demais
legitimados para o ajuizamento de ação civil pública, às instituições
públicas ou privadas que possam contribuir com a matéria objeto
da convocação e aos representantes do grupo, categoria ou classe
de lesados.
Art. 64. O resultado da audiência pública não vinculará a atua-
ção do órgão do Ministério Público.

203
DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO VIII § 2º. Em caso de urgência, devidamente justificado, o presiden-
DA PROVA PERICIAL te poderá fixar prazo menor para cumprimento.
Art. 81. A dúvida quanto à autenticidade da carta precatória
Art. 71. As perícias serão realizadas por servidores do Minis- será dirimida pelo Promotor de Justiça deprecado, que só a devol-
tério Público ou por servidores públicos da União, Estado ou Mu- verá se constatada não ser autêntica.
nicípio e respectivas administrações indiretas, por universidades Parágrafo único. A carta precatória terá caráter itinerante.
públicas, por entidades de pesquisa técnica e científica, oficiais ou Art. 82. A carta precatória, prevista nos artigos 75 e seguintes
subvencionadas pelo Poder Público, ou por aquelas que tenham desta Resolução, pode ser substituída pelo sistema de videoconfe-
convênio com a Instituição para esta finalidade. rência.
Parágrafo único. Poderá ser convencionada a produção anteci- Parágrafo único. Nos casos referidos no caput deste artigo, o
pada de provas, na forma do artigo 381, inciso II, c.c o artigo 190, membro do Ministério Público solicitará ao órgão ministerial local
ambos do Código de Processo Civil, desde que custeada pelo inves- as providências necessárias para viabilizar o ato instrutório.
tigado, não estando o Promotor de Justiça adstrito ao resultado da
perícia, podendo formar sua convicção com outros elementos ou TÍTULO IV
fatos provados no curso da investigação. DO COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA
Art. 72. Da requisição de perícia constará, obrigatoriamente, o
ponto sobre o qual deva incidir. CAPÍTULO I
Parágrafo único. Sendo conveniente, o presidente elaborará DISPOSIÇÕES GERAIS
quesitos.
Art. 83. Desde que o fato esteja devidamente esclarecido em
CAPÍTULO IX qualquer fase do inquérito civil ou no curso de ação civil pública, o
DA OITIVA DO INVESTIGADO presidente do inquérito civil poderá tomar dos interessados com-
promisso de ajustamento para adequação de sua conduta às exi-
Art. 73. A pessoa que, em tese, possa figurar no polo passivo gências legais, impondo- lhe o cumprimento das obrigações neces-
de eventual ação civil pública a ser proposta poderá ser convidada a sárias à prevenção, cessação ou reparação do dano.
prestar declarações ou oferecer subsídios para esclarecimento dos § 1º. O compromisso de ajustamento de conduta é título exe-
fatos, sem prejuízo da natureza inquisitiva do inquérito. cutivo extrajudicial e, para sua plena eficácia, deverá revestir-se da
Art. 74. Independentemente de convite, poderá o investigado característica de liquidez, estipulando obrigação certa, quanto à sua
apresentar razões e documentos, que serão juntados aos autos, existência, e determinada, quanto ao seu objeto.
bem como indicar provas, cuja realização ficará a critério do pre- § 2º. Como garantia do cumprimento da obrigação principal,
sidente. deverão ser estipuladas multas cominatórias, especificando a sua
forma de incidência.
CAPÍTULO X § 3º. O disposto no § 2º deste artigo não impede o cumprimen-
DAS CARTAS PRECATÓRIAS to imediato da obrigação.
§ 4º. A eficácia do compromisso ficará condicionada à homolo-
Art. 75. Será expedida carta precatória para a colheita de prova gação da promoção de arquivamento do inquérito civil pelo Conse-
em outra comarca. lho Superior do Ministério Público.
§ 1º. Nas comarcas contíguas e de fácil comunicação, a expedi- § 5º. A celebração de compromisso de ajustamento de conduta
ção de carta precatória só será feita se assim entender o presidente. não impede que outro, desde que mais abrangente, seja celebrado
§ 2º. Se a testemunha não tiver domicílio na comarca, sua oiti- por quaisquer legitimados.
va será deprecada, salvo se comparecer espontaneamente na sede § 6º. Poderão ser inseridas convenções processuais como cláu-
da Promotoria de Justiça. sulas do compromisso de ajustamento de conduta, desde que não
Art. 76. Da carta precatória constarão: coloquem em risco a satisfação do direito material e não se mos-
I– a indicação do Promotor de Justiça deprecado; trem prejudiciais à tutela processual da coletividade.
II– a menção da diligência que lhe constitui o objeto; § 7º. A multa cominatória é exigível a partir do descumprimen-
III– o encerramento, com a assinatura do Promotor de Justiça. to do compromisso de ajustamento de conduta, independentemen-
Art. 77. A carta precatória será instruída com cópia da portaria te do cumprimento da obrigação principal.
de instauração e demais documentos necessários à compreensão § 8º. A qualidade de título executivo extrajudicial do compro-
de seu conteúdo. misso de ajustamento de conduta permitirá a promoção direta de
Art. 78. Em caso de urgência, a carta precatória poderá ser execução por titular de direito nele amparado, nos limites de seu
transmitida por via eletrônica ou qualquer outro meio, inclusive por interesse.
telefone.
Parágrafo único. Se transmitida por telefone, o Promotor de CAPÍTULO II
Justiça deprecado mandará lavrar certidão da comunicação e, in- DA FORMALIZAÇÃO
continenti, determinará a realização do ato.
Art. 79. Independem de carta precatória as diligências que de- Art. 84. O compromisso será formalizado pelo presidente, por
vam ser realizadas pelos Centros de Apoio Operacional. termo nos autos, com observância das exigências legais para a ce-
Art. 80. O cumprimento de carta precatória só pode ser recu- lebração de acordos.
sado se não estiver revestida dos requisitos mencionados nesta re- § 1º. O compromisso será assinado pelo membro do Ministé-
solução. rio Público e pelo compromitente, cuidando-se para que este esteja
§ 1º. A carta precatória deverá ser cumprida no prazo de 30 devidamente qualificado e, quando for o caso, legalmente repre-
(trinta) dias, a contar de seu recebimento. sentado nos autos.

204
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º. É vedada a dispensa, total ou parcial, das obrigações re- TÍTULO V
clamadas para a efetiva satisfação do interesse ou direito lesado, DO ENCERRAMENTO
devendo a convenção com o responsável restringir- se às condições
e estipulações de cumprimento das obrigações. CAPÍTULO I
§ 3º. Do termo de compromisso constará, obrigatoriamente, a DISPOSIÇÕES GERAIS
seguinte cláusula: “Este compromisso produzirá efeitos legais de-
pois de homologado o arquivamento do respectivo inquérito civil Art. 90. O inquérito civil será encerrado, depois de esgotadas
pelo Conselho Superior do Ministério Público”. todas as diligências a que se destinava, mediante:
Art. 85. O termo de compromisso deverá ser elaborado em pelo I– propositura de ação civil pública;
menos duas vias, devidamente assinadas e rubricadas pelo presi- II– arquivamento.
dente do inquérito civil e pelo compromitente, devendo a segunda Parágrafo único. A celebração de compromisso de ajustamen-
via ficar arquivada em pasta própria, juntamente com cópias, au- to, desde que não se caracterize como ajuste preliminar previsto
tenticadas por Oficial de Promotoria, dos documentos comproba- no art. 87 desta Resolução, implicará no arquivamento definitivo
tórios da qualidade e representatividade legal do compromitente. do inquérito civil, observando-se o disposto no art. 86, § 2º, desta
Art. 86. Após a celebração do compromisso de ajustamento, o resolução.
presidente do inquérito civil, no prazo de 10 (dez) dias, lançará nos Art. 91. O encerramento do inquérito civil, em quaisquer das
autos promoção de arquivamento, nos termos do artigo 91 desta hipóteses referidas no artigo anterior, não constitui ato de mero
resolução, para cumprimento do disposto no artigo 112, parágrafo expediente, e deverá ser determinado sempre de forma fundamen-
único, da Lei Complementar Estadual nº 734, de 26 de novembro tada.
de 1993. Art. 92. Quando a ação civil pública não abranger todos os fatos
§ 1º. Homologado o arquivamento, os autos do inquérito ci- e pessoas mencionadas na portaria inicial do inquérito civil, será
vil serão restituídos ao órgão do Ministério Público de origem, que promovido, em decisão fundamentada, o arquivamento em relação
providenciará a imediata notificação do compromitente para o a eles, enviando-se cópia dos autos ao Conselho Superior do Minis-
cumprimento das obrigações na forma e nos prazos avençados. tério Público para o reexame necessário, no prazo de 3 (três) dias.
§ 2º. O acompanhamento periódico da execução deverá ser fei-
to em procedimento próprio, previsto na Resolução nº 934/15-PG- CAPÍTULO II
J-CPJ-CGMP, de 15 de outubro de 2015, registrando-se no SIS MP DA PROPOSITURA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Integrado o arquivamento do respectivo inquérito civil.
Art. 87. Quando houver necessidade da celebração de compro- Art. 93. Os autos principais do inquérito civil instruirão a ação
misso de ajustamento com característica de ajuste preliminar ou de civil pública.
convenção processual autônoma, que não dispensem o prossegui- § 1º. No órgão do Ministério Público será mantida cópia da
mento de diligências para uma solução definitiva ou mais completa petição inicial da ação civil pública e, a critério do presidente, das
da questão, o membro do Ministério Público poderá celebrá-los, principais peças dos autos do inquérito civil.
justificadamente, encaminhando os autos, no prazo de 3 (três) dias, § 2º. Os apensos relativos às cópias repetidas de documentos,
ao Conselho Superior do Ministério Público para homologação so- referidos no parágrafo único do artigo 67 desta Resolução, deverão
mente do compromisso ou da convenção processual, autorizando o permanecer no arquivo do órgão do Ministério Público.
prosseguimento das investigações.
Art. 88. Havendo ação civil pública em andamento, o compro- CAPÍTULO III
misso será formalizado no processo respectivo, para eventual ho- DAS RECOMENDAÇÕES
mologação por sentença, não intervindo o Conselho Superior do
Ministério Público, salvo nos casos previstos no art. 10, §§ 1º e 2º Art. 94. No exercício da tutela dos interesses difusos, coletivos
da Resolução nº 1.193/2020-CPJ. e individuais homogêneos, poderá o presidente do inquérito civil
expedir recomendação, sem caráter coercitivo, com o objetivo de
CAPÍTULO III persuadir o destinatário a praticar ou deixar de praticar determina-
DA NOVAÇÃO dos atos em benefício da melhoria dos serviços públicos e de rele-
vância pública ou do respeito aos interesses, direitos e bens defen-
Art. 89. Em caráter excepcional, poderá ser celebrada a nova- didos pela Instituição.
ção, nos termos da lei civil, caso em que o presidente do inquérito Parágrafo único. É vedada a expedição de recomendação como
civil deverá, justificadamente: medida substitutiva ao compromisso de ajustamento de conduta
I– submetê-lo à homologação pelo Conselho Superior do Mi- ou à ação civil pública.
nistério Público, na hipótese de compromisso de ajustamento preli- Art. 95. O presidente do inquérito civil poderá recomendar aos
minar ou de convenção processual autônoma, nos termos do artigo órgãos ou entidades competentes a adoção de medidas destinadas
87 desta Resolução; à efetividade dos direitos assegurados nas Constituições Federal e
II– promover novo arquivamento do inquérito civil, na hipótese Estadual, bem como para que sejam tomadas, em prazo razoável,
de compromisso de ajustamento definitivo, nos termos do artigo 86 as providências legais, no âmbito de seu poder de polícia, a fim de
desta Resolução; assegurar o respeito a interesses sociais e individuais indisponíveis,
III– observar, no que couber, o disposto no Capítulo II deste Tí- tratados coletivamente.
tulo. Art. 96. O membro do Ministério Público, com ou sem a reali-
zação de audiências públicas, também poderá expedir recomenda-
ções aos órgãos ou entidades competentes, sugerindo a edição de

205
DIREITO ADMINISTRATIVO
normas, a alteração da legislação em vigor ou a adoção de medidas II– determinar o ajuizamento da ação civil pública;
destinadas à efetividade dos direitos assegurados nas Constituições III– determinar a conversão do julgamento em diligência, com o
Federal e Estadual, ou prevenção ou controle de irregularidades. prosseguimento no inquérito civil já instaurado, indicando de forma
Art. 97. A recomendação conterá a indicação de prazo razoá- expressa as diligências necessárias.
vel para a adoção das providências cabíveis, indicando-as de forma § 2º. Até a sessão do Conselho Superior do Ministério Público
clara e objetiva. que apreciará a promoção de arquivamento, as pessoas colegitima-
Art. 98. O membro do Ministério Público poderá requisitar ao das poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão
destinatário a adequada e imediata divulgação da recomendação juntados aos autos do procedimento investigatório.
expedida, incluindo sua afixação em local de fácil acesso ao público, § 3º. Se o Conselho Superior do Ministério Público deixar de
se necessária à efetividade da recomendação. homologar a promoção de arquivamento, comunicará o fato, desde
Art. 99. O membro do Ministério Público poderá requisitar, em logo, ao Procurador-Geral de Justiça, para a designação de outro
prazo razoável, resposta por escrito sobre o atendimento ou não da órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação ou o pros-
recomendação, bem como instar os destinatários a respondê-la de seguimento das investigações.
modo fundamentado. § 4º. A designação, salvo motivo justificado, deverá recair no
Parágrafo único. Havendo resposta fundamentada de não substituto automático do membro impedido ou, na impossibilida-
atendimento, ainda que não requisitada, impõe-se ao membro do de de fazê-lo, sobre membro do Ministério Público com atribuição
Ministério Público que expediu a recomendação apreciá-la funda- para, em tese, oficiar no caso, segundo as regras ordinárias de dis-
mentadamente. tribuição de serviço
Art. 100. Na hipótese de desatendimento à recomendação, de § 5º. Na hipótese de não homologação do arquivamento pro-
falta de resposta ou de resposta considerada inconsistente, o mem- posto pelo Procurador-Geral de Justiça, os autos serão remetidos ao
bro do Ministério Público adotará as medidas cabíveis à obtenção seu substituto legal.
do resultado pretendido com a expedição da recomendação. § 6º. Não ocorrendo a remessa no prazo previsto no “caput”
§ 1º No intuito de evitar a judicialização e fornecer ao destina- deste artigo, o Conselho Superior do Ministério Público, de ofício ou
tário todas as informações úteis à formação de seu convencimento a pedido de qualquer interessado, requisitará os autos do inquérito
quanto ao atendimento da recomendação, poderá o membro do civil ou das peças de informação, para exame e deliberação.
Ministério Público, ao expedir a recomendação, indicar as medidas Art. 103. Convertido o julgamento em diligência, reabre-se ao
que entende cabíveis, em tese, no caso de desatendimento da reco- Promotor de Justiça que tinha promovido o arquivamento do inqué-
mendação, desde que incluídas em sua esfera de atribuições. rito civil ou das peças de informação a oportunidade de reapreciar
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, o membro do Ministé- o caso, podendo manter sua posição favorável ao arquivamento ou
rio Público não adotará as medidas indicadas antes de transcorrido propor a ação civil pública, como lhe pareça mais adequado. Neste
o prazo fixado para resposta, exceto se fato novo determinar a ur- último caso, será desnece ssária a remessa dos autos ao Conselho
gência dessa adoção. Superior, bastando comunicar, por ofício, o ajuizamento da ação.
§ 3º A efetiva adoção das medidas indicadas na recomendação Art. 104. Na hipótese prevista na primeira parte do inciso II do
como cabíveis em tese pressupõe a apreciação fundamentada da artigo 101, o controle do arquivamento será exercido pelo Conselho
resposta de que trata o parágrafo único do artigo anterior. Superior do Ministério Público, na forma de seu regimento interno,
atendidas pelo membro do Ministério Público as prescrições do ar-
CAPÍTULO IV tigo 90, ambos desta Resolução.
DO ARQUIVAMENTO Art. 105. Na hipótese referida no inciso III do artigo 101, o con-
trole do arquivamento será exercido pelo Conselho Superior do Mi-
Art. 101. O inquérito civil e o procedimento preparatório do nistério Público, na forma de seu regimento interno, atendidas pelo
inquérito civil serão arquivados de forma fundamentada: membro do Ministério Público as prescrições dos artigos 86 e 90,
I– diante da inexistência de fundamento para a propositura da ambos desta Resolução.
ação civil pública ou para as medidas previstas no capítulo anterior,
depois de esgotadas todas as diligências; CAPÍTULO V
II– na hipótese de a ação civil pública ou as recomendações DO DESARQUIVAMENTO
expedidas não abrangerem todos os fatos referidos na portaria de
instauração do inquérito civil; Art. 106. Depois de homologada, pelo Conselho Superior do
III– quando celebrado compromisso de ajustamento definitivo. Ministério Público, a promoção de arquivamento do inquérito civil
Parágrafo único. Se a investigação versar sobre mais de um ou do procedimento preparatório, o membro do Ministério Público
fato e a ação civil pública proposta referir-se apenas a um ou alguns poderá proceder a novas investigações se de outras provas ou fatos
deles, os demais fatos deverão ser objeto de promoção de arqui- conexos tiver notícia, bem como se surgirem novos dados técnicos
vamento, se for o caso, observando-se, no que couber, o disposto ou jurídicos.
neste Capítulo. Art. 107. O desarquivamento de inquérito civil deverá ser feito
Artigo 102. Sob pena de falta grave, os autos principais, com a por decisão na qual seja indicado o fundamento de fato ou de direi-
promoção de arquivamento, deverão ser remetidos no prazo de 3 to que determinar o início de novas investigações, comunicando-se
(três) dias contados da data da promoção, mediante comprovante, o fato ao Centro de Apoio Operacional respectivo, procedendo-se à
ao Conselho Superior do Ministério Público. anotação junto ao SIS MP Integrado.
§ 1º. A promoção de arquivamento será submetida, na forma § 1º. O desarquivamento do inquérito civil, diante de novas
do regimento interno, a exame e deliberação do Conselho Superior provas ou para investigar fato novo relevante, poderá ocorrer no
do Ministério Público em sessão pública, salvo se houver sigilo, que prazo máximo de 6 (seis) meses após o arquivamento. Decorrido o
poderá: prazo, será instaurado novo inquérito civil, sem prejuízo das provas
I– homologá-la; já colhidas.

206
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º. Em qualquer das situações previstas no parágrafo ante- CAPÍTULO III
rior, a atribuição será do órgão do Ministério Público que promoveu DO EXAME E DA VISTA DOS AUTOS
o arquivamento do inquérito civil.
Art. 117. O pedido de exame dos autos na secretaria do órgão
TÍTULO VI do Ministério Público poderá ser formulado por qualquer pessoa,
DA PUBLICIDADE NA TRAMITAÇÃO verbalmente ou por escrito.
Parágrafo único. Se escrito, o seu deferimento será comunicado
CAPÍTULO I ao requerente, lavrando-se certidão nos autos.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 118. O pedido de vista dos autos, mediante requerimento
fundamentado, poderá ser feito pelo interessado ou procurador le-
Art. 108. A publicidade na tramitação do inquérito civil será fei- galmente constituído, dependendo de deferimento total ou parcial
ta, nos termos do § 2º do artigo do presidente do inquérito civil, ficando vedada a retirada dos autos
104 da Lei Complementar Estadual nº. 734, de 26 de novem- da secretaria.
bro de 1993, mediante a publicação de relatórios pelos Centros de Art. 119. Ressalvadas as hipóteses de sigilo, poderá ser deferida
Apoio Operacional. a extração de cópias, sempre às expensas do interessado, obser-
Parágrafo único. Os relatórios conterão: vando-se as devidas cautelas quanto ao deslocamento e à posse
I– as portarias de inquéritos civis ou procedimentos preparató- dos autos.
rios instaurados;
II– os arquivamentos; TÍTULO VII
III– as ações civis públicas ajuizadas, com menção dos números DOS RECURSOS
dos registros e das varas para as quais foram distribuídas;
IV– os requisitos previstos no inciso II do artigo 8º desta reso- CAPÍTULO I
lução. DO RECURSO CONTRA O INDEFERIMENTO DA NOTÍCIA DE
Art. 109. Os relatórios serão publicados em, no máximo, 5 (cin- FATO
co) dias contados do recebimento da comunicação.
Art. 110. A publicidade na tramitação dos inquéritos civis, pro- Art. 120. Da decisão do membro do Ministério Público que ar-
cedimentos preparatórios e representações no Conselho Superior quivar, fundamentadamente, a notícia de fato, caberá recurso ao
do Ministério Público serão feitos na forma prevista em seu regi- Conselho Superior do Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias,
mento interno. contados da data da juntada aos autos do comprovante da ciência
Art. 111. A publicidade por qualquer dos meios previstos neste dada ao noticiante.
título observará o disposto no § 1º. Se não houver comprovante da entrega da notificação,
§ 6º do artigo 8º desta Resolução. o prazo será contado da data da ciência inequívoca do noticiante.
§ 2º. O recurso deverá vir acompanhado das respectivas ra-
CAPÍTULO II zões, sob pena de não recebimento, e será interposto perante o
DAS CERTIDÕES E INFORMAÇÕES membro do Ministério Público oficiante.
§ 3º. O dia e a hora da entrega do recurso e das respectivas
Art. 112. Os requerimentos de expedição de certidão e de ex- razões deverão ser certificados nos autos, entregando-se recibo ao
tração de cópias sobre os fatos investigados serão encaminhados ao recorrente.
Presidente do procedimento. § 4º. O recurso será juntado aos autos, dele se fazendo anota-
Parágrafo único. As certidões serão expedidas no prazo máxi- ção no SIS MP integrado.
mo de 15 (quinze) dias, contados do protocolo do respectivo re- Art. 121. Do arquivamento da notícia de fato deverá ser dada
querimento, nos termos do artigo 8º, § 2º, I, desta Resolução, que ciência ao noticiante, juntando- se aos autos o respectivo compro-
deverá mandar expedi-los no prazo de até 15 (quinze) dias. vante.
Art. 113. O pedido de certidão deverá ser formulado por es- § 1º A cientificação é facultativa no caso de a notícia de fato ter
crito, admitindo-se que seja reduzido por termo pela secretaria do sido encaminhada ao Ministério Público em face de dever de ofício.
órgão do Ministério Público. § 2º. Da decisão de arquivamento deverá constar que o noti-
Art. 114. Serão juntados aos autos o pedido e a cópia da cer- ciante poderá recorrer ao Conselho Superior do Ministério Público
tidão expedida, ressalvada a hipótese de sigilo da matéria, quando no prazo de 10 (dez) dias.
deverão ser arquivados em pasta própria. § 3º. Se a ciência for dada mediante notificação, nela deverão
Art. 115. Se a certidão tiver por objeto registro do órgão do Mi- constar os mesmos requisitos previstos no artigo anterior.
nistério Público, o pedido será arquivado em pasta própria, acom- Art. 122. O Promotor de Justiça ou o Procurador-Geral de Justi-
panhado de cópia da certidão. ça, na condição de presidente do inquérito civil, no prazo de 5 (cin-
Art. 116. As informações serão prestadas: co) dias, poderá reconsiderar a decisão recorrida.
I– verbalmente, aos interessados que compareçam na sede do Parágrafo único. Mantida a decisão, de forma fundamentada,
órgão de execução; os autos serão encaminhados, no prazo de 3 (três) dias, ao Conse-
II– pela entrega de cópias requeridas, após o pagamento dos lho Superior do Ministério Público, com despacho fundamentado.
emolumentos, nos termos do inciso II do § 2º do artigo 8º.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO II VIII– de recursos, ainda que não se refiram à decisão final da
DO RECURSO CONTRA A INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO CIVIL causa;
IX– de termos de compromisso de ajustamento de conduta,
Art. 123. Da instauração do inquérito civil caberá recurso do mesmo que lavrados no curso de ação judicial;
interessado, com efeito suspensivo, ao Conselho Superior do Mi- X– de trânsito em julgado de sentença final, quando ocorrer em
nistério Público. primeiro grau de jurisdição;
§ 1º. Considera-se interessado aquele em face de quem poderá XII– de certidão de cumprimento integral de compromisso de
ser ajuizada a ação civil pública. ajustamento de conduta ou de decisão judicial.
§ 2º. Deverá ser juntada aos autos cópia da publicação da ins-
tauração do inquérito civil, prevista no inciso I do artigo 8º desta CAPÍTULO II
Resolução. DA VIGÊNCIA
§ 3º. O prazo para a interposição do recurso será de 5 (cinco)
dias, contados da juntada da cópia da publicação mencionada no Art. 131. Esta resolução entrará em vigor em 30 (trinta) dias
parágrafo anterior ou da data da ciência, pelo interessado, da ins- a contar da data de sua publicação, revogadas as disposições em
tauração do inquérito civil, valendo o evento que acontecer primei- contrário, em especial a Resolução nº 484/2006- CPJ.
ramente.
Art. 124. O recurso deverá ser acompanhado das respectivas São Paulo, 1º de julho de 2021.
razões, sob pena de indeferimento, e será interposto perante o MÁRIO LUIZ SARRUBBO
membro do Ministério Público oficiante. Procurador-Geral de Justiça e
§ 1º. O recurso e as respectivas razões serão juntados aos au- Presidente do Colégio de Procuradores de Justiça
tos, dele se fazendo registro no SIS MP Integrado.
§ 2º. Serão certificados nos autos o dia e a hora da entrega do
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO
recurso e das respectivas razões, dando-se recibo ao recorrente.
ESTADO - LEI ESTADUAL N° 10.261/68, DE 28.10.68: ARTI-
Art. 125. O presidente do inquérito civil, no prazo de 5 (cinco)
GOS: 241 A 263
dias, lançará nos autos do procedimento manifestação de sustenta-
ção do ato impugnado.
Art. 126. O presidente do inquérito civil não poderá negar se- LEI Nº 10.261, DE 28 DE OUTUBRO DE 1968
guimento ao recurso, ainda que intempestivo.
Art. 127. O recurso subirá nos próprios autos do inquérito civil, TÍTULO VI
que deverão ser remetidos ao Conselho Superior do Ministério Pú- DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS RESPONSABILIDADES
blico no prazo de 3 (três) dias.
CAPÍTULO I
TÍTULO VIII DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES
DISPOSIÇÕES FINAIS
SEÇÃO I
CAPÍTULO I DOS DEVERES
DOS REGISTROS, DAS ANOTAÇÕES E DAS COMUNICAÇÕES
Artigo 241 - São deveres do funcionário:
Art. 128. Os membros do Ministério Público que tenham por I - ser assíduo e pontual;
atribuição a instauração de inquérito civil manterão os registros II - cumprir as ordens superiores, representando quando forem
atualizados junto ao SIS MP Integrado, conforme previsto nesta Re- manifestamente ilegais;
solução, na forma estabelecida pela Corregedoria-Geral do Minis- III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for
tério Público. incumbido;
Art. 129. As comunicações e correspondências referentes a re- IV - guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e, especial-
quisições, notificações, intimações e cartas precatórias serão prefe- mente, sobre despachos, decisões ou providências;
rencialmente realizadas por meio eletrônico. V - representar aos superiores sobre todas as irregularidades
Art. 130. Serão encaminhadas, por meio eletrônico, ao de que tiver conhecimento no exercício de suas funções;
Centro de Apoio Operacional respectivo, dentre outras especifica- VI - tratar com urbanidade as pessoas; (NR)
das em Ato próprio, as seguintes peças: - Inciso VI com redação dada pela Lei Complementar nº 1.096,
I– das portarias de instauração de inquérito civil ou de procedi- de 24/09/2009.
mento preparatório deste último; VII - residir no local onde exerce o cargo ou, onde autorizado;
II– das notícias de fato e eventuais decisões de arquivamento; VIII - providenciar para que esteja sempre em ordem, no assen-
III– de promoções de arquivamento de inquéritos civis ou pro- tamento individual, a sua declaração de família;
cedimentos preparatórios; IX - zelar pela economia do material do Estado e pela conserva-
IV– de petições iniciais de ação civil pública, com a indicação do ção do que for confiado à sua guarda ou utilização;
número que tomou o feito e a vara a que foi distribuído; X - apresentar -se convenientemente trajado em serviço ou
V– das medidas tomadas na forma do artigo 113 da Lei Com- com uniforme determinado, quando for o caso;
plementar Estadual nº. XI - atender prontamente, com preferência sobre qualquer ou-
734, de 26 de novembro de 1993; tro serviço, às requisições de papéis, documentos, informações ou
VI– de recomendações; providências que lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou
VII– de reabertura de inquérito civil;– de sentenças; administrativas, para defesa do Estado, em Juízo;

208
DIREITO ADMINISTRATIVO
XII - cooperar e manter espírito de solidariedade com os com- Parágrafo único - Não está compreendida na proibição dos itens
panheiros de trabalho, II e VI deste artigo, a participação do funcionário em sociedades em
XIII - estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, ins- que o Estado seja acionista, bem assim na direção ou gerência de
truções e ordens de serviço que digam respeito às suas funções; e cooperativas e associações de classe, ou como seu sócio.
XIV - proceder na vida pública e privada na forma que dignifi- Artigo 243-A - O disposto no artigo 243, inciso IV, desta lei, não
que a função pública. se aplica ao funcionário de órgão ou entidade concedente de está-
gio que atuar como professor orientador.
SEÇÃO II - “Caput” acrescentado pela Lei Complementar nº 1.361, de
DAS PROIBIÇÕES 21/10/2021.
Parágrafo único - O funcionário de que trata o ‘caput’ deste ar-
Artigo 242 - Ao funcionário é proibido: tigo deverá evitar qualquer conflito de interesses e estará sujeito,
I - Revogado. inclusive, aos deveres de:
- Inciso I revogado pela Lei Complementar nº 1.096, de - Parágrafo único acrescentado pela Lei Complementar nº
24/09/2009. 1.361, de 21/10/2021.
II - retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, 1 - comunicar, ao superior hierárquico, qualquer circunstância,
qualquer documento ou objeto existente na repartição; suspeição ou fato impeditivo de sua participação em decisão a ser
III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, lei- tomada no âmbito da unidade administrativa;
turas ou outras atividades estranhas ao serviço; - Item 1 acrescentado pela Lei Complementar nº 1.361, de
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada; 21/10/2021.
V - tratar de interesses particulares na repartição; 2 - abster-se de atuar nos processos ou procedimentos em que
VI - promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da houver interesse da instituição de ensino. (NR)
repartição, ou tornar-se solidário com elas; - Item 2 acrescentado pela Lei Complementar nº 1.361, de
VII - exercer comércio entre os companheiros de serviço, pro- 21/10/2021.
mover ou subscrever listas de donativos dentro da repartição; e Artigo 244 - É vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens
VIII - empregar material do serviço público em serviço parti- imediatas de parentes, até segundo grau, salvo quando se tratar de
cular. função de confiança e livre escolha, não podendo exceder a 2 (dois)
Artigo 243 - É proibido ainda, ao funcionário: o número de auxiliares nessas condições.
I - fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Go-
verno, por si, ou como representante de outrem; CAPÍTULO II
II - participar da gerência ou administração de empresas ban- DAS RESPONSABILIDADES
cárias ou industriais, ou de sociedades comerciais, que mantenham
relações comerciais ou administrativas com o Governo do Estado, Artigo 245 - O funcionário é responsável por todos os prejuízos
sejam por este subvencionadas ou estejam diretamente relaciona- que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por dolo ou culpa,
das com a finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado; devidamente apurados.
III - requerer ou promover a concessão de privilégios, garantias Parágrafo único - Caracteriza-se especialmente a responsabi-
de juros ou outros favores semelhantes, federais, estaduais ou mu- lidade:
nicipais, exceto privilégio de invenção própria; I - pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guar-
IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou da ou responsabilidade, ou por não prestar contas, ou por não as
função em empresas, estabelecimentos ou instituições que tenham tomar, na forma e no prazo estabelecidos nas leis, regulamentos,
relações com o Governo, em matéria que se relacione com a finali- regimentos, instruções e ordens de serviço;
dade da repartição ou serviço em que esteja lotado; II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos que
V - aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autoriza- sofrerem os bens e os materiais sob sua guarda, ou sujeitos a seu
ção do Presidente da República; exame ou fiscalização;
VI - comerciar ou ter parte em sociedades comerciais nas con- III - pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas
dições mencionadas no item II deste artigo, podendo, em qualquer notas de despacho, guias e outros documentos da receita, ou que
caso, ser acionista, quotista ou comanditário; tenham com eles relação; e
VII - incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de sabota- IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda
gem contra o serviço público; Estadual.
VIII - praticar a usura; Artigo 246 - O funcionário que adquirir materiais em desacor-
IX - constituir-se procurador de partes ou servir de intermediá- do com disposições legais e regulamentares, será responsabilizado
rio perante qualquer repartição pública, exceto quando se tratar de pelo respectivo custo, sem prejuízo das penalidades disciplinares
interesse de cônjuge ou parente até segundo grau; cabíveis, podendo-se proceder ao desconto no seu vencimento ou
X - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de entidades remuneração.
fiscalizadas, no País, ou no estrangeiro, mesmo quando estiver em Artigo 247 - Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o
missão referente à compra de material ou fiscalização de qualquer funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a importância do
natureza; prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, remissão ou
XI - valer-se de sua qualidade de funcionário para desempe- omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais.
nhar atividade estranha às funções ou para lograr, direta ou indire- Artigo 248 - Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a im-
tamente, qualquer proveito; e portância da indenização poderá ser descontada do vencimento ou
XII - fundar sindicato de funcionários ou deles fazer parte. remuneração não excedendo o desconto à 10ª (décima) parte do
valor destes.

209
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único - No caso do item IV do parágrafo único do art. Artigo 256 - Será aplicada a pena de demissão nos casos de:
245, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, I - Revogado;
na reincidência, a de suspensão. - Inciso I revogado pela Lei Complementar 1.361, de 21/10/2021,
Artigo 249 - Será igualmente responsabilizado o funcionário com efeitos a partir de 01/11/2021.
que, fora dos casos expressamente previstos nas leis, regulamen- II - procedimento irregular, de natureza grave;
tos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas às repartições, o III - ineficiência no serviço;
desempenho de encargos que lhe competirem ou aos seus subor- IV - aplicação indevida de dinheiros públicos, e
dinados. V - inassiduidade. (NR)
Artigo 250 - A responsabilidade administrativa não exime o fun- - Inciso V com redação dada pela Lei Complementar nº 1.361,
cionário da responsabilidade civil ou criminal que no caso couber, de 21/10/2021.
nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado, na forma § 1º - Considerar-se-á inassiduidade a ausência ao serviço, sem
dos arts. 247 e 248, o exame da pena disciplinar em que incorrer. causa justificável, por mais de 15 (quinze) dias consecutivos, ou por
§ 1º - A responsabilidade administrativa é independente da ci- mais de 20 (vinte) dias úteis intercalados, durante 1 (um) ano. (NR)
vil e da criminal. (NR) - § 1º com redação dada pela Lei Complementar nº 1.361, de
- § 1º acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de 21/10/2021.
06/06/2003. § 2º - A pena de demissão por ineficiência no serviço, só será
§ 2º - Será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupa- aplicada quando verificada a impossibilidade de readaptação.
va e com todos os direitos e vantagens devidas, o servidor absolvido § 3º - Para configuração do ilícito administrativo de inassidui-
pela Justiça, mediante simples comprovação do trânsito em julgado dade em razão da ausência ao serviço por mais de 15 (quinze) dias
de decisão que negue a existência de sua autoria ou do fato que deu consecutivos, observar-se-á o seguinte: (NR)
origem à sua demissão. (NR) - § 3º acrescentado pela Lei Complementar nº 1.361, de
- § 2º acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de 21/10/2021.
06/06/2003. 1 - serão computados os sábados, os domingos, os feriados e os
§ 3º - O processo administrativo só poderá ser sobrestado para pontos facultativos subsequentes à primeira falta; (NR)
aguardar decisão judicial por despacho motivado da autoridade - Item 1 acrescentado pela Lei Complementar nº 1.361, de
competente para aplicar a pena. (NR) 21/10/2021.
- § 3º acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de 2 - se o funcionário cumprir a jornada de trabalho sob regime
06/06/2003. de plantão, além dos sábados, dos domingos, dos feriados e dos
pontos facultativos, serão computados os dias de folga subsequen-
TÍTULO VII tes aos plantões a que tenha faltado. (NR)
DAS PENALIDADES, DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, DAS - Item 2 acrescentado pela Lei Complementar nº 1.361, de
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES, DAS PRÁTICAS AUTOCOM- 21/10/2021.
POSITIVAS, DO TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA E DA Artigo 257 - Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA SINDICÂNCIA. (NR) público ao funcionário que:
- DENOMINAÇÃO DO TÍTULO VII COM REDAÇÃO DADA I - for convencido de incontinência pública e escandalosa e de
PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 1.361, DE 21/10/2021. vício de jogos proibidos;
II - praticar ato definido como crime contra a administração pú-
CAPÍTULO I blica, a fé pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas
DAS PENALIDADES E DE SUA APLICAÇÃO à segurança e à defesa nacional; (NR)
- Inciso II com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de
Artigo 251 - São penas disciplinares: 06/06/2003.
I - repreensão; III - revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do
II - suspensão; cargo, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para o Estado
III - multa; ou particulares;
IV - demissão; IV - praticar insubordinação grave;
V - demissão a bem do serviço público; e V - praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade particulares, salvo se em legítima defesa;
Artigo 252 - Na aplicação das penas disciplinares serão consi- VI - lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
deradas a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela VII - receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou
provierem para o serviço público. vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de
Artigo 253 - A pena de repreensão será aplicada por escrito, outrem, ainda que fora de suas funções mas em razão delas;
nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres. VIII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a
Artigo 254 - A pena de suspensão, que não excederá de 90 (no- pessoas que tratem de interesses ou o tenham na repartição, ou
venta) dias, será aplicada em caso de falta grave ou de reincidência. estejam sujeitos à sua fiscalização;
§ 1º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e di- IX - exercer advocacia administrativa; e
reitos decorrentes do exercício do cargo. X - apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário-
§ 2º - A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá -família, sem prejuízo da responsabilidade civil e de procedimento
converter essa penalidade em multa, na base de 50% (cinqüenta criminal, que no caso couber.
por cento) por dia de vencimento ou remuneração, sendo o funcio- XI - praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico
nário, nesse caso, obrigado a permanecer em serviço. ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo; (NR)
Artigo 255 - A pena de multa será aplicada na forma e nos casos - Inciso XI acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
expressamente previstos em lei ou regulamento. 06/06/2003.

210
DIREITO ADMINISTRATIVO
XII - praticar ato definido como crime contra o Sistema Finan- § 1º - A prescrição começa a correr: (NR)
ceiro, ou de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores; (NR) - § 1º acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
- Inciso XII acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de 06/06/2003, revogado o parágrafo único.
06/06/2003. 1 - do dia em que a falta for cometida; (NR)
XIII - praticar ato definido em lei como de improbidade. (NR) - Item 1 acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
- Inciso XIII acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de 06/06/2003.
06/06/2003. 2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a permanên-
Artigo 258 - O ato que demitir o funcionário mencionará sem- cia, nas faltas continuadas ou permanentes. (NR)
pre a disposição legal em que se fundamenta. - Item 2 acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
Artigo 259 - Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria 06/06/2003.
ou disponibilidade, se ficar provado que o inativo: § 2º - Interrompem a prescrição a portaria que instaura sindi-
I - praticou, quando em atividade, falta grave para a qual é co- cância e a que instaura processo administrativo. (NR)
minada nesta lei a pena de demissão ou de demissão a bem do - § 2º acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
serviço público; 06/06/2003.
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; § 3º - O lapso prescricional corresponde: (NR)
III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia - § 3º acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
autorização do Presidente da República; e 06/06/2003.
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas. 1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da pena efe-
Artigo 260 - Para aplicação das penalidades previstas no artigo tivamente aplicada; (NR)
251, são competentes: (NR) - Item 1 acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
- “Caput” com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de 06/06/2003.
06/06/2003. 2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese
I - o Governador; (NR) cabível. (NR)
- Inciso I com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de - Item 2 acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
06/06/2003. 06/06/2003.
II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do Estado e os § 4º - A prescrição não corre: (NR)
Superintendentes de Autarquia; (NR) - § 4º acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
- Inciso II com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de 06/06/2003.
06/06/2003. 1 - enquanto sobrestado o processo administrativo para aguar-
III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; (NR) dar decisão judicial, na forma do § 3º do artigo 250; (NR)
- Inciso III com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de - Item 1 acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
06/06/2003. 06/06/2003.
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada a 60 (ses- 2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a ser
senta) dias; e (NR) restabelecido. (NR)
- Inciso IV com redação dada pela Lei Complementar nº 942, - Item 2 acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
de 06/06/2003. 06/06/2003.
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de suspensão 3 - durante a suspensão da sindicância, nos termos do artigo
limitada a 30 (trinta) dias. (NR) 267-N desta lei; (NR)
- Inciso V com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de - Item 3 acrescentado pela Lei Complementar nº 1.361, de
06/06/2003. 21/10/2021.
Parágrafo único - Havendo mais de um infrator e diversidade de 4 - no curso das práticas autocompositivas; (NR)
sanções, a competência será da autoridade responsável pela impo- - Item 4 acrescentado pela Lei Complementar nº 1.361, de
sição da penalidade mais grave. (NR) 21/10/2021.
- Parágrafo único acrescentado pela Lei Complementar nº 942, 5 - durante o prazo estabelecido para o cumprimento do Termo
de 06/06/2003. de Ajustamento de Conduta. (NR)
Artigo 261 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição: (NR) - Item 5 acrescentado pela Lei Complementar nº 1.361, de
- “Caput” com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de 21/10/2021.
06/06/2003. § 5º - Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julga-
I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão ou multa, dora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais
em 2 (dois) anos; (NR) do servidor. (NR)
- Inciso I com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de - § 5º acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
06/06/2003. 06/06/2003.
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a bem do § 6º - A decisão que reconhecer a existência de prescrição de-
serviço público e de cassação da aposentadoria ou disponibilidade, verá desde logo determinar, quando for o caso, as providências ne-
em 5 (cinco) anos; (NR) cessárias à apuração da responsabilidade pela sua ocorrência. (NR)
- Inciso II com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de - § 6º acrescentado pela Lei Complementar nº 942, de
06/06/2003. 06/06/2003.
III - da falta prevista em lei como infração penal, no prazo de Artigo 262 - O funcionário que, sem justa causa, deixar de aten-
prescrição em abstrato da pena criminal, se for superior a 5 (cinco) der a qualquer exigência para cujo cumprimento seja marcado pra-
anos. (NR) zo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remu-
- Inciso III com redação dada pela Lei Complementar nº 942, de neração até que satisfaça essa exigência.
06/06/2003.

211
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único - Aplica-se aos aposentados ou em disponibili- ______________________________________________________
dade o disposto neste artigo.
Artigo 263 - Deverão constar do assentamento individual do ______________________________________________________
funcionário todas as penas que lhe forem impostas.
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ANOTAÇÕES
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídi-


CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – LEI Nº 13.105, DE 16 DE ca, o Ministério Público:
MARÇO DE 2015.ARTS 3; 176 A 181; 218 A 235 I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de
todos os atos do processo;
LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais
pertinentes e recorrer.
Código de Processo Civil. Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: pessoal, nos termos do art. 183, § 1º .
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem
PARTE GERAL o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará anda-
mento ao processo.
LIVRO I § 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério
Público.
TÍTULO ÚNICO Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressi-
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NOR- vamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício
MAS PROCESSUAIS de suas funções.

CAPÍTULO I LIVRO IV
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou TÍTULO I


lesão a direito. DA FORMA, DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução con- CAPÍTULO III
sensual dos conflitos. DOS PRAZOS
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advoga- Seção I
dos, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusi- Disposições Gerais
ve no curso do processo judicial.
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos pres-
LIVRO III critos em lei.
DOS SUJEITOS DO PROCESSO § 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em
consideração à complexidade do ato.
TÍTULO V § 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações
DO MINISTÉRIO PÚBLICO somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quaren-
ta e oito) horas.
Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem ju- § 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz,
rídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a
individuais indisponíveis. cargo da parte.
Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do ter-
conformidade com suas atribuições constitucionais. mo inicial do prazo.
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei
30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que en- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos
volvam: prazos processuais.
I - interesse público ou social; Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias
II - interesse de incapaz; compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. § 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não confi- por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria
gura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público. Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão
suas atribuições durante o período previsto no caput .

213
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiên- § 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas
cias nem sessões de julgamento. 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles.
Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado § 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos
em detrimento da parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do eletrônicos.
art. 313 , devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pú-
faltava para sua complementação. blica, a Defensoria Pública e o Ministério Público será contado da
Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução citação, da intimação ou da notificação.
de programa instituído pelo Poder Judiciário para promover a auto- Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia
composição, incumbindo aos tribunais especificar, com antecedên- do começo do prazo:
cia, a duração dos trabalhos. I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quan-
Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for do a citação ou a intimação for pelo correio;
difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando
meses. a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuên- III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela
cia das partes. se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz,
para prorrogação de prazos poderá ser excedido. quando a citação ou a intimação for por edital;
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da inti-
de emendar o ato processual, independentemente de declaração mação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a
judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não o reali- citação ou a intimação for eletrônica;
zou por justa causa. VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou,
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da par- não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem
te e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário. devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar
§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática em cumprimento de carta;
do ato no prazo que lhe assinar. VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diá-
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão con- rio da Justiça impresso ou eletrônico;
tados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão pro- retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
traídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista
que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois na mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por
da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação ele- meio eletrônico. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021)
trônica. § 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo
§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil para contestar corresponderá à última das datas a que se referem
seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça os incisos I a VI do caput .
eletrônico. § 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que contado individualmente.
seguir ao da publicação. § 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela par-
Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido ex- te ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a
clusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa. intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo
Art. 226. O juiz proferirá: para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data
I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias; em que se der a comunicação.
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias; § 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com
III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias. hora certa.
Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo jus- Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogató-
tificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está ria ou de ordem, a realização da citação ou da intimação será ime-
submetido. diatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao
Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclu- juiz deprecante.
sos no prazo de 1 (um) dia e executar os atos processuais no prazo
de 5 (cinco) dias, contado da data em que: Seção II
I - houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi impos- Da Verificação dos Prazos e das Penalidades
to pela lei;
II - tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz. Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu,
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a sem motivo legítimo, os prazos estabelecidos em lei.
hora em que teve ciência da ordem referida no inciso II. § 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de proces-
§ 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada de petições so administrativo, na forma da lei.
ou de manifestações em geral ocorrerá de forma automática, inde- § 2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria
pendentemente de ato de serventuário da justiça. Pública poderá representar ao juiz contra o serventuário que injus-
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procurado- tificadamente exceder os prazos previstos em lei.
res, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor públi-
dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tri- co e o membro do Ministério Público devem restituir os autos no
bunal, independentemente de requerimento. prazo do ato a ser praticado.

214
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
§ 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado CAPÍTULO I
que exceder prazo legal. DA MEDIAÇÃO
§ 2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo
de 3 (três) dias, perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá Seção I
em multa correspondente à metade do salário-mínimo. Disposições Gerais
§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local
da Ordem dos Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes princípios:
imposição de multa. I - imparcialidade do mediador;
§ 4º Se a situação envolver membro do Ministério Público, da II - isonomia entre as partes;
Defensoria Pública ou da Advocacia Pública, a multa, se for o caso, III - oralidade;
será aplicada ao agente público responsável pelo ato. IV - informalidade;
§ 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão com- V - autonomia da vontade das partes;
petente responsável pela instauração de procedimento disciplinar VI - busca do consenso;
contra o membro que atuou no feito. VII - confidencialidade;
Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria VIII - boa-fé.
Pública poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao Conse- § 1º Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de
lho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente mediação, as partes deverão comparecer à primeira reunião de me-
exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou regimento in- diação.
terno. § 2º Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento
§ 1º Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido de mediação.
previamente o juiz, não sendo caso de arquivamento liminar, será Art. 3º Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre
instaurado procedimento para apuração da responsabilidade, com direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam
intimação do representado por meio eletrônico para, querendo, transação.
apresentar justificativa no prazo de 15 (quinze) dias. § 1º A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte
§ 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até dele.
48 (quarenta e oito) horas após a apresentação ou não da justifica- § 2º O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis,
tiva de que trata o § 1º, se for o caso, o corregedor do tribunal ou mas transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do
o relator no Conselho Nacional de Justiça determinará a intimação Ministério Público.
do representado por meio eletrônico para que, em 10 (dez) dias,
pratique o ato.
RESOLUÇÃO Nº 118, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2014, DO
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto CNMP
legal do juiz ou do relator contra o qual se representou para decisão
em 10 (dez) dias.
RESOLUÇÃO Nº 118, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2014.

LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015. ART. 1,2 E 3 Dispõe sobre a Politica Nacional de Incentivo à Autocompo-
sição no âmbito do Ministério Público e dá outras providências.
LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015. O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício
da competência prevista no art.130-A, § 2º, inciso I, da Constituição
Dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de so- da República Federativa do Brasil e com fundamento no artigo 147
lução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no e seguintes do seu Regimento Interno, em conformidade com a de-
âmbito da administração pública; altera a Lei nº 9.469, de 10 de cisão Plenária tomada na 23ª Sessão Ordinária, realizada em 1º de
julho de 1997, e o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972; e dezembro de 2014, e, ainda;
revoga o § 2º do art. 6º da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997. Considerando que o acesso à Justiça é direito e garantia fun-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- damental da sociedade e do indivíduo e abrange o acesso ao Judi-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ciário, mas vai além para incorporar, também, o direito de acesso
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução a outros mecanismos e meios autocompositivos de resolução dos
de controvérsias entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos e controvérsias, inclusive o acesso ao Ministério Público
conflitos no âmbito da administração pública. como garantia fundamental de proteção e de efetivação de direitos
Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica e interesses individuais indisponíveis e sociais (art. 127, caput, da
exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido CR/1988);
ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desen- Considerando que a adoção de mecanismos de autocomposi-
volver soluções consensuais para a controvérsia. ção pacífica dos conflitos, controvérsias e problemas é uma tendên-
cia mundial, decorrente da evolução da cultura de participação, do
diálogo e do consenso;
Considerando a necessidade de se consolidar, no âmbito do
Ministério Público, uma política permanente de incentivo e aperfei-
çoamento dos mecanismos de autocomposição;

215
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Considerando a importância da prevenção e da redução da liti- I – a formação e o treinamento de membros e, no que for cabí-
giosidade e que as controvérsias e os conflitos envolvendo o Poder vel, de servidores;
Público e os particulares, ou entre estes, notadamente aquelas de II – o acompanhamento estatístico específico que considere o
natureza coletiva, podem ser resolvidas de forma célere, justa, efe- resultado da atuação institucional na resolução das controvérsias
tiva e implementável; e conflitos para cuja resolução possam contribuir seus membros e
Considerando que a negociação, a mediação, a conciliação, as servidores;
convenções processuais e as práticas restaurativas são instrumen- III – a revisão periódica e o aperfeiçoamento da Política Nacio-
tos efetivos de pacificação social, resolução e prevenção de litígios, nal e dos seus respectivos programas;
controvérsias e problemas e que a sua apropriada utilização em IV – a valorização do protagonismo institucional na obtenção
programas já implementados no Ministério Público têm reduzido de resultados socialmente relevantes que promovam a justiça de
a excessiva judicialização e têm levado os envolvidos à satisfação, à modo célere e efetivo.
pacificação, a não reincidência e ao empoderamento; Art. 3º O Conselho Nacional do Ministério Público, com as uni-
Considerando ser imprescindível estimular, apoiar e difundir dades e ramos dos Ministérios Públicos, promoverá a organização
a sistematização e o aprimoramento das práticas já adotadas pelo dos mecanismos mencionados no art. 1º.
Ministério Público;
Considerando o teor do Acordo de Cooperação Técnica nº CAPÍTULO II
14/2012, firmado entre o Ministério da Justiça, com a interveniên- DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO
cia da Secretaria de Reforma do Judiciário, e o Conselho Nacional PÚBLICO E DO MINISTÉRIO PÚBLICO BRASILEIRO
do Ministério Público;
Considerando a necessidade de uma cultura da paz, que priori- Art. 4º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público
ze o diálogo e o consenso na resolução dos conflitos, controvérsias fomentar e implementar, com a participação de todas as unidades
e problemas no âmbito do Ministério Público; e ramos do Ministério Público, os programas e ações de incentivo à
Considerando as várias disposições legais (art. 585, inciso II, do autocomposição.
CPC; art. 57, parágrafo único, da Lei nº 9.099/1995; art. 5º, § 6º, da Art. 5º O Conselho Nacional do Ministério Público tem, entre
Lei nº 7.347/1985, dentre outras), que conferem legitimidade ao outras funções, o objetivo de avaliar, debater e propor medidas
Ministério Público para a construção de soluções autocompositivas; administrativas, reformas normativas e projetos que incentivem a
Considerando que o Ministério Público, como instituição per- resolução autocompositiva extrajudicial ou judicial consensual de
manente, é uma das garantias fundamentais de acesso à justiça da conflitos e controvérsias no âmbito do Ministério Público.
sociedade, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime Art. 6º Para consecução dos objetivos supracitados, o CNMP
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis poderá:
(arts. 127, caput, e 129, da CR/1988), funções essenciais à efetiva I – Propor e promover a realização de seminários, congressos
promoção da justiça; e outros eventos;
Considerando que na área penal também existem amplos es- II – Promover a articulação e integração com outros projetos
paços para a negociação, sendo exemplo o que preveem os artigos e políticas nesta temática, desenvolvidos pelos Poderes Executivo,
72 e 89, da Lei nº 9.099/1995 (Dispõe sobre os Juizados Cíveis e Judiciário, Legislativo e pelas instituições que compõem o sistema
Criminais), a possível composição do dano por parte do infrator, de Justiça;
como forma de obtenção de benefícios legais, prevista na Lei nº III – Mapear as boas práticas nesta temática e incentivar a sua
9.605/1998 (Dispõe sobre as sanções penais e administrativas deri- difusão;
vadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente), a delação IV – Realizar pesquisas sobre negociação, mediação, concilia-
premiada inclusa na Lei nº 8.137/1990, artigo 16, parágrafo único, ção, convenções processuais, processos restaurativos e outros me-
e Lei nº 8.072/1990, artigo 8º, parágrafo único, e a Lei 9.807/1999, canismos autocompositivos;
e em tantas outras situações, inclusive atinentes à execução penal, V – Promover publicações sobre negociação, mediação, con-
em que seja necessária a atuação do Ministério Público, RESOLVE: ciliação, convenções processuais, processos restaurativos e outros
mecanismos autocompositivos.
CAPÍTULO I Art. 7º Compete às unidades e ramos do Ministério Público bra-
DA POLÍTICA NACIONAL DE INCENTIVO À AUTOCOMPOSIÇÃO sileiro, no âmbito de suas atuações:
NO ÂMBITO DO MINISTÉRIO PÚBLICO I – o desenvolvimento da Política Nacional de Incentivo à auto-
composição no âmbito do Ministério Público;
Art. 1º Fica instituída a POLÍTICA NACIONAL DE INCENTIVO À II – a implementação, a manutenção e o aperfeiçoamento das
AUTOCOMPOSIÇÃO NO ÂMBITO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, com o ações voltadas ao cumprimento da política e suas metas;
objetivo de assegurar a promoção da justiça e a máxima efetividade III – a promoção da capacitação, treinamento e atualização
dos direitos e interesses que envolvem a atuação da Instituição. permanente de membros e servidores nos mecanismos autocom-
Parágrafo único. Ao Ministério Público brasileiro incumbe im- positivos de tratamento adequado dos conflitos, controvérsias e
plementar e adotar mecanismos de autocomposição, como a nego- problemas;
ciação, a mediação, a conciliação, o processo restaurativo e as con- IV – a realização de convênios e parcerias para atender aos fins
venções processuais, bem assim prestar atendimento e orientação desta Resolução;
ao cidadão sobre tais mecanismos. V – a inclusão, no conteúdo dos concursos de ingresso na car-
Art. 2º Na implementação da Política Nacional descrita no ar- reira do Ministério Público e de servidores, dos meios autocompo-
tigo 1º, com vista à boa qualidade dos serviços, à disseminação da sitivos de conflitos e controvérsias;
cultura de pacificação, à redução da litigiosidade, à satisfação social, VI – a manutenção de cadastro de mediadores e facilitadores
ao empoderamento social e ao estímulo de soluções consensuais, voluntários, que atuem no Ministério Público, na aplicação dos me-
serão observados: canismos de autocomposição dos conflitos.

216
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
VII – a criação de Núcleos Permanentes de Incentivo à Auto- III – as técnicas do mecanismo de mediação podem ser utiliza-
composição, compostos por membros, cuja coordenação será atri- das na atuação em geral, visando ao aprimoramento da comunica-
buída, preferencialmente, aos profissionais atuantes na área, com ção e dos relacionamentos.
as seguintes atribuições, entre outras: §1º Ao final da mediação, havendo acordo entre os envolvidos,
a) propor à Administração Superior da respectiva unidade ou este poderá ser referendado pelo órgão do Ministério Público ou
ramo do Ministério Público ações voltadas ao cumprimento da Po- levado ao Judiciário com pedido de homologação.
lítica Nacional de Incentivo à autocomposição no âmbito do Minis- §2º A confidencialidade é recomendada quando as circuns-
tério Público; tâncias assim exigirem, para a preservação da intimidade dos in-
b) atuar na interlocução com outros Ministérios Públicos e com teressados, ocasião em que deve ser mantido sigilo sobre todas as
parceiros; informações obtidas em todas as etapas da mediação, inclusive nas
c) propor à Administração Superior da respectiva unidade ou sessões privadas, se houver, salvo autorização expressa dos envol-
ramo do Ministério Público a realização de convênios e parcerias vidos, violação à ordem pública ou às leis vigentes, não podendo o
para atender aos fins desta Resolução; membro ou servidor que participar da mediação ser testemunha
d) estimular programas de negociação e mediação comunitá- do caso, nem atuar como advogado dos envolvidos, em qualquer
ria, escolar e sanitária, dentre outras. hipótese.
§ 1º A criação dos Núcleos a que se refere o inciso VII deste arti-
go e sua composição deverão ser informadas ao Conselho Nacional Seção III
do Ministério Público. (Antigo parágrafo único renumerado para § Da Conciliação
1º pela Resolução nº 222, de 03 de dezembro de 2020)
§ 2º As unidades e os ramos do Ministério Público poderão in- Art. 11. A conciliação é recomendada para controvérsias ou
cluir, a seu critério, representantes da Ouvidoria, do Centro de Estu- conflitos que envolvam direitos ou interesses nas áreas de atuação
dos e Aperfeiçoamento Funcional ou de outros órgãos auxiliares na do Ministério Público como órgão interveniente e nos quais sejam
composição dos Núcleos Permanentes de Incentivo à Autocomposi- necessárias intervenções propondo soluções para a resolução das
ção. (Acrescido pela Resolução nº 222, de 03 de dezembro de 2020) controvérsias ou dos conflitos.
§ 3º É vedada a participação dos órgãos mencionados no § 2º Art. 12. A conciliação será empreendida naquelas situações em
em atividades dos Núcleos Permanentes de Incentivo à Autocom- que seja necessária a intervenção do membro do Ministério Públi-
posição que constituam atos típicos de órgãos de execução. (Acres- co, servidor ou voluntário, no sentido de propor soluções para a
cido pela Resolução nº 222, de 03 de dezembro de 2020) resolução de conflitos ou de controvérsias, sendo aplicáveis as mes-
mas normas atinentes à mediação.
CAPÍTULO III
DAS PRÁTICAS AUTOCOMPOSITIVAS NO ÂMBITO DO MINIS- Seção IV
TÉRIO PÚBLICO Das Práticas Restaurativas

Seção I Art. 13. As práticas restaurativas são recomendadas nas situa-


Da Negociação ções para as quais seja viável a busca da reparação dos efeitos da
infração por intermédio da harmonização entre o (s) seu (s) autor
Art. 8º A negociação é recomendada para as controvérsias ou (es) e a (s) vítima (s), com o objetivo de restaurar o convívio social e
conflitos em que o Ministério Público possa atuar como parte na a efetiva pacificação dos relacionamentos.
defesa de direitos e interesses da sociedade, em razão de sua condi- Art. 14. Nas práticas restaurativas desenvolvidas pelo Ministé-
ção de representante adequado e legitimado coletivo universal (art. rio Público, o infrator, a vítima e quaisquer outras pessoas ou seto-
129, III, da CR/1988); res, públicos ou privados, da comunidade afetada, com a ajuda de
Parágrafo único. A negociação é recomendada, ainda, para a um facilitador, participam conjuntamente de encontros, visando à
solução de problemas referentes à formulação de convênios, redes formulação de um plano restaurativo para a reparação ou minora-
de trabalho e parcerias entre entes públicos e privados, bem como ção do dano, a reintegração do infrator e a harmonização social.
entre os próprios membros do Ministério Público.
Seção V
Seção II Das Convenções Processuais
Da Mediação
Art. 15. As convenções processuais são recomendadas toda vez
Art. 9º A mediação é recomendada para solucionar controvér- que o procedimento deva ser adaptado ou flexibilizado para permi-
sias ou conflitos que envolvam relações jurídicas nas quais é impor- tir a adequada e efetiva tutela jurisdicional aos interesses materiais
tante a direta e voluntária ação de ambas as partes divergentes. subjacentes, bem assim para resguardar âmbito de proteção dos
Parágrafo único. Recomenda-se que a mediação comunitária e direitos fundamentais processuais.
a escolar que envolvam a atuação do Ministério Público sejam regi- Art. 16. Segundo a lei processual, poderá o membro do Minis-
das pela máxima informalidade possível. tério Público, em qualquer fase da investigação ou durante o pro-
Art. 10. No âmbito do Ministério Público: cesso, celebrar acordos visando constituir, modificar ou extinguir
I – a mediação poderá ser promovida como mecanismo de pre- situações jurídicas processuais.
venção ou resolução de conflito e controvérsias que ainda não te- Art. 17. As convenções processuais devem ser celebradas de
nham sido judicializados; maneira dialogal e colaborativa, com o objetivo de restaurar o con-
II – as técnicas do mecanismo de mediação também podem ser vívio social e a efetiva pacificação dos relacionamentos por inter-
utilizadas na atuação em casos de conflitos judicializados; médio da harmonização entre os envolvidos, podendo ser docu-
mentadas como cláusulas de termo de ajustamento de conduta.

217
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
CAPÍTULO IV tiva, como a composição civil, a transação penal ou a condição da
DA ATUAÇÃO DOS NEGOCIADORES, CONCILIADORES E ME- suspensão condicional do processo de natureza criminal que trami-
DIADORES tam perante os Juizados Especiais Criminais ou nos Juízos Criminais;
CONSIDERANDO que o art. 35, II e III, da Lei 12.594/2012 esta-
Art. 18. Os membros e servidores do Ministério Público serão belece, para o atendimento aos adolescentes em conflito com a lei,
capacitados pelas Escolas do Ministério Público, diretamente ou que os princípios da excepcionalidade, da intervenção judicial e da
em parceria com a Escola Nacional de Mediação e de Conciliação imposição de medidas, favorecendo meios de autocomposição de
(ENAM), da Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da conflitos, devem ser usados dando prioridade a práticas ou medidas
Justiça, ou com outras escolas credenciadas junto ao Poder Judiciá- que sejam restaurativas e que, sempre que possível, atendam às
rio ou ao Ministério Público, para que realizem sessões de negocia- vítimas;
ção, conciliação, mediação e práticas restaurativas, podendo fazêlo CONSIDERANDO que compete ao CNJ o controle da atuação
por meio de parcerias com outras instituições especializadas. administrativa e financeira do Poder Judiciário, bem como zelar
pela observância do art. 37 da Constituição da República;
CAPÍTULO V CONSIDERANDO que compete, ainda, ao CNJ contribuir com o
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS desenvolvimento da Justiça Restaurativa, diretriz estratégica de ges-
tão da Presidência do CNJ para o biênio 2015-2016, nos termos da
Art. 19. Caberá ao Conselho Nacional do Ministério Público Portaria 16 de fevereiro de 2015, o que gerou a Meta 8 para 2016,
compilar informações sobre a resolução autocompositiva de con- em relação a todos os Tribunais;
flitos. CONSIDERANDO o Grupo de Trabalho instituído pela Portaria
Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica- CNJ 74 de 12 de agosto de 2015 e o decidido pelo Plenário do CNJ
ção. nos autos do Ato Normativo 0002377-12.2016.2.00.0000, na 232ª
Brasília/DF, 1º de dezembro de 2014. Sessão Ordinária realizada em 31 de maio de 2016;
RESOLVE:
RESOLUÇÃO Nº 225 DE 31/05/2016, ARTIGOS 1º, 2º, 4º,
7º E 8º. DO CNJ CAPÍTULO I
DA JUSTIÇA RESTAURATIVA

Resolução Nº 225 de 31/05/2016 Art. 1º. A Justiça Restaurativa constitui-se como um conjunto
ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades
Dispõe sobre a Política Nacional de Justiça Restaurativa no próprias, que visa à conscientização sobre os fatores relacionais,
âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências. institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e por
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), no meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato,
uso de suas atribuições legais e regimentais, são solucionados de modo estruturado na seguinte forma:
CONSIDERANDO as recomendações da Organização das Na- I – é necessária a participação do ofensor, e, quando houver,
ções Unidas para fins de implantação da Justiça Restaurativa nos da vítima, bem como, das suas famílias e dos demais envolvidos no
estados membros, expressas nas Resoluções 1999/26, 2000/14 e fato danoso, com a presença dos representantes da comunidade
2002/12, que estabelecem os seus princípios básicos; direta ou indiretamente atingida pelo fato e de um ou mais facilita-
CONSIDERANDO que o direito ao acesso à Justiça, previsto no dores restaurativos;
art. 5º, XXXV, da Carta Magna, além da vertente formal perante os II – as práticas restaurativas serão coordenadas por facilitado-
órgãos judiciários, implica o acesso a soluções efetivas de conflitos res restaurativos capacitados em técnicas autocompositivas e con-
por intermédio de uma ordem jurídica justa e compreende o uso sensuais de solução de conflitos próprias da Justiça Restaurativa,
de meios consensuais, voluntários e mais adequados a alcançar a podendo ser servidor do tribunal, agente público, voluntário ou in-
pacificação de disputa; dicado por entidades parceiras;
CONSIDERANDO que, diante da complexidade dos fenômenos III – as práticas restaurativas terão como foco a satisfação das
conflito e violência, devem ser considerados, não só os aspectos re- necessidades de todos os envolvidos, a responsabilização ativa da-
lacionais individuais, mas também, os comunitários, institucionais queles que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência
e sociais que contribuem para seu surgimento, estabelecendo-se do fato danoso e o empoderamento da comunidade, destacando
fluxos e procedimentos que cuidem dessas dimensões e promovam a necessidade da reparação do dano e da recomposição do tecido
mudanças de paradigmas, bem como, provendo-se espaços apro- social rompido pelo conflito e as suas implicações para o futuro.
priados e adequados; § 1º Para efeitos desta Resolução, considera-se:
CONSIDERANDO a relevância e a necessidade de buscar unifor- I – Prática Restaurativa: forma diferenciada de tratar as situa-
midade, no âmbito nacional, do conceito de Justiça Restaurativa, ções citadas no caput e incisos deste artigo;
para evitar disparidades de orientação e ação, assegurando uma II – Procedimento Restaurativo: conjunto de atividades e eta-
boa execução da política pública respectiva, e respeitando as espe- pas a serem promovidas objetivando a composição das situações a
cificidades de cada segmento da Justiça; que se refere o caput deste artigo;
CONSIDERANDO que cabe ao Poder Judiciário o permanente III – Caso: quaisquer das situações elencadas no caput deste
aprimoramento de suas formas de resposta às demandas sociais re- artigo, apresentadas para solução por intermédio de práticas res-
lacionadas às questões de conflitos e violência, sempre objetivando taurativas;
a promoção da paz social; IV – Sessão Restaurativa: todo e qualquer encontro, inclusive
CONSIDERANDO que os arts. 72, 77 e 89 da Lei 9.099/1995 per- os preparatórios ou de acompanhamento, entre as pessoas dire-
mitem a homologação dos acordos celebrados nos procedimentos tamente envolvidas nos fatos a que se refere o caput deste artigo;
próprios quando regidos sob os fundamentos da Justiça Restaura-

218
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
V – Enfoque Restaurativo: abordagem diferenciada das situa- III – estabelecer interlocução com a Ordem dos Advogados do
ções descritas no caput deste artigo, ou dos contextos a elas rela- Brasil, as Defensorias Públicas, as Procuradorias, o Ministério Públi-
cionados, compreendendo os seguintes elementos: co e as demais instituições relacionadas, estimulando a participa-
a) participação dos envolvidos, das famílias e das comunidades; ção na Justiça Restaurativa e valorizando a atuação na prevenção
b) atenção às necessidades legítimas da vítima e do ofensor; dos litígios.
c) reparação dos danos sofridos;
d) compartilhamento de responsabilidades e obrigações entre CAPÍTULO IV
ofensor, vítima, famílias e comunidade para superação das causas e DO ATENDIMENTO RESTAURATIVO EM ÂMBITO JUDICIAL
consequências do ocorrido.
§ 2° A aplicação de procedimento restaurativo pode ocorrer de Art. 7º. Para fins de atendimento restaurativo judicial das situ-
forma alternativa ou concorrente com o processo convencional, de- ações de que trata o caput do art. 1º desta Resolução, poderão ser
vendo suas implicações ser consideradas, caso a caso, à luz do cor- encaminhados procedimentos e processos judiciais, em qualquer
respondente sistema processual e objetivando sempre as melhores fase de sua tramitação, pelo juiz, de ofício ou a requerimento do
soluções para as partes envolvidas e a comunidade. Ministério Público, da Defensoria Pública, das partes, dos seus Ad-
Art. 2º São princípios que orientam a Justiça Restaurativa: a vogados e dos Setores Técnicos de Psicologia e Serviço Social.
corresponsabilidade, a reparação dos danos, o atendimento às ne- Parágrafo único. A autoridade policial poderá sugerir, no Termo
cessidades de todos os envolvidos, a informalidade, a voluntarieda- Circunstanciado ou no relatório do Inquérito Policial, o encaminha-
de, a imparcialidade, a participação, o empoderamento, a consen- mento do conflito ao procedimento restaurativo.
sualidade, a confidencialidade, a celeridade e a urbanidade. Art. 8º. Os procedimentos restaurativos consistem em sessões
§ 1º Para que o conflito seja trabalhado no âmbito da Justiça coordenadas, realizadas com a participação dos envolvidos de for-
Restaurativa, é necessário que as partes reconheçam, ainda que em ma voluntária, das famílias, juntamente com a Rede de Garantia de
ambiente confidencial incomunicável com a instrução penal, como Direito local e com a participação da comunidade para que, a partir
verdadeiros os fatos essenciais, sem que isso implique admissão de da solução obtida, possa ser evitada a recidiva do fato danoso, ve-
culpa em eventual retorno do conflito ao processo judicial. dada qualquer forma de coação ou a emissão de intimação judicial
§ 2º É condição fundamental para que ocorra a prática restau- para as sessões.
rativa, o prévio consentimento, livre e espontâneo, de todos os seus § 1º. O facilitador restaurativo coordenará os trabalhos de es-
participantes, assegurada a retratação a qualquer tempo, até a ho- cuta e diálogo entre os envolvidos, por meio da utilização de méto-
mologação do procedimento restaurativo. dos consensuais na forma autocompositiva de resolução de confli-
§ 3º Os participantes devem ser informados sobre o procedi- tos, próprias da Justiça Restaurativa, devendo ressaltar durante os
mento e sobre as possíveis consequências de sua participação, bem procedimentos restaurativos:
como do seu direito de solicitar orientação jurídica em qualquer es- I – o sigilo, a confidencialidade e a voluntariedade da sessão;
tágio do procedimento. II – o entendimento das causas que contribuíram para o con-
§ 4º Todos os participantes deverão ser tratados de forma jus- flito;
ta e digna, sendo assegurado o mútuo respeito entre as partes, as III – as consequências que o conflito gerou e ainda poderá ge-
quais serão auxiliadas a construir, a partir da reflexão e da assunção rar;
de responsabilidades, uma solução cabível e eficaz visando sempre IV – o valor social da norma violada pelo conflito.
o futuro. § 2º. O facilitador restaurativo é responsável por criar ambiente
§ 5º O acordo decorrente do procedimento restaurativo deve propício para que os envolvidos promovam a pactuação da repara-
ser formulado a partir da livre atuação e expressão da vontade de ção do dano e das medidas necessárias para que não haja recidiva
todos os participantes, e os seus termos, aceitos voluntariamente, do conflito, mediante atendimento das necessidades dos partici-
conterão obrigações razoáveis e proporcionais, que respeitem a pantes das sessões restaurativas.
dignidade de todos os envolvidos. § 3º. Ao final da sessão restaurativa, caso não seja necessário
designar outra sessão, poderá ser assinado acordo que, após ouvi-
CAPÍTULO II do o Ministério Público, será homologado pelo magistrado respon-
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA sável, preenchidos os requisitos legais.
§ 4º. Deverá ser juntada aos autos do processo breve memória
Art. 4º. O programa será implementado com a participação da sessão, que consistirá na anotação dos nomes das pessoas que
de rede constituída por todos os órgãos do Poder Judiciário e por estiveram presentes e do plano de ação com os acordos estabe-
entidades públicas e privadas parceiras, inclusive universidades e lecidos, preservados os princípios do sigilo e da confidencialidade,
instituições de ensino, cabendo ao Conselho Nacional de Justiça: exceção feita apenas a alguma ressalva expressamente acordada
I – assegurar que a atuação de servidores, inclusive indicados entre as partes, exigida por lei, ou a situações que possam colocar
por instituições parceiras, na Justiça Restaurativa seja não compul- em risco a segurança dos participantes.
sória e devidamente reconhecida para fins de cômputo da carga §5º. Não obtido êxito na composição, fica vedada a utilização
horária, e que o exercício das funções de facilitador voluntário seja de tal insucesso como causa para a majoração de eventual sanção
considerado como tempo de experiência nos concursos para ingres- penal ou, ainda, de qualquer informação obtida no âmbito da Justi-
so na Magistratura; ça Restaurativa como prova.
II – buscar a cooperação dos órgãos públicos competentes e das §6º. Independentemente do êxito na autocomposição, poderá
instituições públicas e privadas da área de ensino, para a criação de ser proposto plano de ação com orientações, sugestões e encami-
disciplinas que propiciem o surgimento da cultura de não-violência nhamentos que visem à não recidiva do fato danoso, observados o
e para que nas Escolas Judiciais e da Magistratura, bem como nas sigilo, a confidencialidade e a voluntariedade da adesão dos envol-
capacitações de servidores e nos cursos de formação inicial e conti- vidos no referido plano.
nuada, haja módulo voltado à Justiça Restaurativa;

219
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
CAPÍTULO I
RESOLUÇÃO Nº 125 DE 29/11/2010 DO CNJ ART. 1º, 2º, DA POLÍTICA PÚBLICA DE TRATAMENTO ADEQUADO DOS
5º, 6º, CAPÍTULO III, SEÇÃO II (DO ART. 8ª AO ART. 11º) CONFLITOS DE INTERESSES

Resolução Nº 125 de 29/11/2010 Art. 1º Fica instituída a Política Judiciária Nacional de Tratamen-
to Adequado dos Conflitos de Interesses, tendente a assegurar a
Dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento ade- todos o direito à solução dos conflitos por meios adequados à sua
quado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e natureza e peculiaridade. (Redação dada pela Resolução nº 326, de
dá outras providências. 26.6.2020)
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso Parágrafo único. Aos órgãos judiciários incumbe, nos termos do
de suas atribuições constitucionais e regimentais, art. 334 do Código de Processo Civil de 2015, combinado com o art.
CONSIDERANDO que compete ao Conselho Nacional de Justiça 27 da Lei 13.140, de 26 de junho de 2015 (Lei de Mediação), an-
o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciá- tes da solução adjudicada mediante sentença, oferecer outros me-
rio, bem como zelar pela observância do art. 37 da Constituição da canismos de soluções de controvérsias, em especial os chamados
República; meios consensuais, como a mediação e a conciliação, bem assim
CONSIDERANDO que a eficiência operacional, o acesso ao sis- prestar atendimento e orientação ao cidadão. (Redação dada pela
tema de Justiça e a responsabilidade social são objetivos estratégi- Resolução nº 326, de 26.6.2020)
cos do Poder Judiciário, nos termos da Resolução/CNJ nº 70, de 18 Art. 2º Na implementação da Política Judiciária Nacional de
de março de 2009; Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesses, com vista à boa
CONSIDERANDO que o direito de acesso à Justiça, previsto no qualidade dos serviços e à disseminação da cultura de pacificação
art. 5º, XXXV, da Constituição Federal além da vertente formal pe- social, serão observados: (Redação dada pela Resolução nº 326, de
rante os órgãos judiciários, implica acesso à ordem jurídica justa e 26.6.2020)
a soluções efetivas; I - centralização das estruturas judiciárias;
CONSIDERANDO que, por isso, cabe ao Judiciário estabelecer II - adequada formação e treinamento de servidores, concilia-
política pública de tratamento adequado dos problemas jurídicos dores e mediadores;
e dos conflitos de interesses, que ocorrem em larga e crescente es- III - acompanhamento estatístico específico.
cala na sociedade, de forma a organizar, em âmbito nacional, não
somente os serviços prestados nos processos judiciais, como tam- CAPÍTULO II
bém os que possam sê-lo mediante outros mecanismos de solução DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
de conflitos, em especial dos consensuais, como a mediação e a
conciliação; Art. 5º O programa será implementado com a participação de
CONSIDERANDO a necessidade de se consolidar uma política rede constituída por todos os órgãos do Poder Judiciário e por en-
pública permanente de incentivo e aperfeiçoamento dos mecanis- tidades públicas e privadas parceiras, inclusive universidades e ins-
mos consensuais de solução de litígios; tituições de ensino.
CONSIDERANDO que a conciliação e a mediação são instrumen- Art. 6º Para o desenvolvimento da rede referida no art. 5º desta
tos efetivos de pacificação social, solução e prevenção de litígios, e Resolução, caberá ao Conselho Nacional de Justiça: (Redação dada
que a sua apropriada disciplina em programas já implementados no pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
país tem reduzido a excessiva judicialização dos conflitos de interes- I - estabelecer diretrizes para implementação da política públi-
ses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças; ca de tratamento adequado de conflitos a serem observadas pelos
CONSIDERANDO ser imprescindível estimular, apoiar e difundir Tribunais;
a sistematização e o aprimoramento das práticas já adotadas pelos II – desenvolver parâmetro curricular e ações voltadas à capa-
tribunais; citação em métodos consensuais de solução de conflitos para servi-
CONSIDERANDO a relevância e a necessidade de organizar e dores, mediadores, conciliadores e demais facilitadores da solução
uniformizar os serviços de conciliação, mediação e outros métodos consensual de controvérsias, nos termos do art. 167, § 1º, do Códi-
consensuais de solução de conflitos, para lhes evitar disparidades go de Processo Civil de 2015; (Redação dada pela Resolução nº 326,
de orientação e práticas, bem como para assegurar a boa execução de 26.6.2020)
da política pública, respeitadas as especificidades de cada segmen- III - providenciar que as atividades relacionadas à conciliação,
to da Justiça; mediação e outros métodos consensuais de solução de conflitos se-
CONSIDERANDO que a organização dos serviços de conciliação, jam consideradas nas promoções e remoções de magistrados pelo
mediação e outros métodos consensuais de solução de conflitos critério do merecimento;
deve servir de princípio e base para a criação de Juízos de resolução IV - regulamentar, em código de ética, a atuação dos concilia-
alternativa de conflitos, verdadeiros órgãos judiciais especializados dores, mediadores e demais facilitadores da solução consensual de
na matéria; controvérsias;
CONSIDERANDO o deliberado pelo Plenário do Conselho V - buscar a cooperação dos órgãos públicos competentes e das
Nacional de Justiça na sua 117ª Sessão Ordinária, realizada em instituições públicas e privadas da área de ensino, para a criação de
de 23 de 2010, nos autos do procedimento do Ato 0006059- disciplinas que propiciem o surgimento da cultura da solução pací-
82.2010.2.00.0000; fica dos conflitos, bem como que, nas Escolas de Magistratura, haja
RESOLVE: módulo voltado aos métodos consensuais de solução de conflitos,
no curso de iniciação funcional e no curso de aperfeiçoamento;

220
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
VI - estabelecer interlocução com a Ordem dos Advogados do § 4º Nos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça, é
Brasil, Defensorias Públicas, Procuradorias e Ministério Público, es- facultativa a implantação de Centros onde exista um juízo, juizado,
timulando sua participação nos Centros Judiciários de Solução de vara ou subseção, desde que atendidos por centro regional ou iti-
Conflitos e Cidadania e valorizando a atuação na prevenção dos li- nerante, nos termos do § 3º deste artigo. (Redação dada pela Reso-
tígios; lução nº 326, de 26.6.2020)
VII - realizar gestão junto às empresas, públicas e privadas, bem § 5º Nas comarcas das capitais dos estados, bem como nas co-
como junto às agências reguladoras de serviços públicos, a fim de marcas do interior, subseções e regiões judiciárias, o prazo para a
implementar práticas autocompositivas e desenvolver acompanha- instalação dos Centros será concomitante à entrada em vigor do
mento estatístico, com a instituição de banco de dados para visuali- Código de Processo Civil de 2015. (Redação dada pela Resolução nº
zação de resultados, conferindo selo de qualidade; 326, de 26.6.2020)
VIII - atuar junto aos entes públicos de modo a estimular a con- § 6º Os Tribunais poderão, excepcionalmente: (Redação dada
ciliação, em especial nas demandas que envolvam matérias sedi- pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
mentadas pela jurisprudência; (Redação dada pela Emenda nº 2, I – estender os serviços do Centro a unidades ou órgãos situa-
de 08.03.16) dos em outros prédios, desde que próximos daqueles referidos no
XI - criar parâmetros de remuneração de mediadores, nos ter- § 2º deste artigo; e (Incluído pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
mos do art. 169 do Novo Código de Processo Civil; (Incluído pela II – instalar Centros Regionais, enquanto não instalados Centros
Emenda nº 2, de 08.03.16) nos termos referidos no § 2º deste artigo, observada a organização
XI – criar parâmetros de remuneração de mediadores, nos ter- judiciária local. (Incluído pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
mos do art. 169 do Código de Processo Civil de 2015; (Redação dada § 7º O coordenador do Centro poderá solicitar feitos de outras
pela Resolução nº 326, de 26.6.2020) unidades judiciais com o intuito de organizar pautas concentradas
XII - monitorar, inclusive por meio do Departamento de Pesqui- ou mutirões, podendo, para tanto, fixar prazo. (Redação dada pela
sas Judiciárias, a instalação dos Centros Judiciários de Solução de Resolução nº 326, de 26.6.2020)
Conflitos e Cidadania, o seu adequado funcionamento, a avaliação § 8º Para efeito de estatística de produtividade, as sentenças
da capacitação e treinamento dos mediadores/conciliadores, orien- homologatórias prolatadas em processos encaminhados ao Centro,
tando e dando apoio às localidades que estiverem enfrentando di- de ofício ou por solicitação, serão contabilizadas: (Redação dada
ficuldades na efetivação da política judiciária nacional instituída por pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
esta Resolução. (Incluído pela Emenda nº 2, de 08.03.16) I – para o próprio Centro, no que se refere à serventia judicial;
(Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
CAPÍTULO III II – para o magistrado que efetivamente homologar o acordo,
DAS ATRIBUIÇÕES DOS TRIBUNAIS esteja ele oficiando no juízo de origem do feito ou na condição de
coordenador do Centro; e (Redação dada pela Resolução nº 326,
SEÇÃO II de 26.6.2020)
DOS CENTROS JUDICIÁRIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E CI- III – para o juiz coordenador do Centro, no caso de reclama-
DADANIA ção pré-processual. (Redação dada pela Resolução nº 326, de
26.6.2020)
Art. 8º Os tribunais deverão criar os Centros Judiciários de So- § 9º Para o efeito de estatística referido no art. 167, § 4º, do
lução de Conflitos e Cidadania (Centros ou Cejuscs), unidades do Código de Processo Civil de 2015, os Tribunais disponibilizarão às
Poder Judiciário, preferencialmente, responsáveis pela realização partes a opção de avaliar câmaras, conciliadores e mediadores, se-
ou gestão das sessões e audiências de conciliação e mediação que gundo parâmetros estabelecidos pelo Comitê Gestor da Concilia-
estejam a cargo de conciliadores e mediadores, bem como pelo ção. (Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
atendimento e orientação ao cidadão. (Redação dada pela Emenda Art. 9º Os Centros contarão com um juiz coordenador e, se ne-
nº 2, de 08.03.16) cessário, com um adjunto, aos quais caberá: (Redação dada pela
§ 1º As sessões de conciliação e mediação pré-processuais de- Resolução nº 326, de 26.6.2020)
verão ser realizadas nos Centros, podendo as sessões de conciliação I – administrar o Centro; (Incluído pela Resolução nº 326, de
e mediação judiciais, excepcionalmente, serem realizadas nos pró- 26.6.2020)
prios juízos, juizados ou varas designadas, desde que o sejam por II – homologar os acordos entabulados; (Incluído pela Resolu-
conciliadores e mediadores cadastrados pelo Tribunal (inciso VII do ção nº 326, de 26.6.2020)
art. 7º) e supervisionados pelo juiz coordenador do Centro (art. 9º). III – supervisionar o serviço de conciliadores e mediadores. (In-
(Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020) cluído pela Resolução nº 326, de 26.6.2020)
§ 2º Nos Tribunais de Justiça, os Centros deverão ser instalados § 1º Salvo disposição diversa em regramento local, os magistra-
nos locais onde existam dois juízos, juizados ou varas com compe- dos da Justiça Estadual e da Justiça Federal serão designados pelo
tência para realizar audiência, nos termos do art. 334 do Código de Presidente de cada Tribunal entre aqueles que realizaram treina-
Processo Civil de 2015. (Redação dada pela Resolução nº 326, de mento segundo o modelo estabelecido pelo Conselho Nacional de
26.6.2020) Justiça, conforme Anexo I desta Resolução. (Redação dada pela Re-
§ 3º Os Tribunais poderão, enquanto não instalados os Centros solução nº 326, de 26.6.2020)
nas comarcas, regiões, subseções judiciárias e nos juízos do interior § 2º Caso o Centro atenda a grande número de juízos, juizados,
dos estados, implantar o procedimento de conciliação e mediação varas ou região, o respectivo juiz coordenador poderá ficar desig-
itinerante, utilizando-se de conciliadores e mediadores cadastra- nado exclusivamente para sua administração.(Redação dada pela
dos. (Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020) Resolução nº 326, de 26.6.2020)

221
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
§ 3º Os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais 3. FGV - TÉCNICO JUDICIÁRIO (TJDFT)/ADMINISTRATI-
deverão assegurar que nos Centros atue ao menos um servidor VA/2022
com dedicação exclusiva, capacitado em métodos consensuais de Pretendendo recorrer de uma sentença que lhe condenou a
solução de conflitos, para triagem e encaminhamento adequado de pagar uma prestação pecuniária, o réu, por seus advogados cons-
casos. (Redação dada pela Resolução nº 326, de 26.6.2020) tituídos, apresenta, no prazo recursal, duas apelações em datas
§ 4º O treinamento dos servidores referidos no § 3º deste ar- distintas.
tigo deverá observar as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Na- Assim agindo, é correto afirmar que:
cional de Justiça, conforme Anexo I desta Resolução. (Incluído pela (A) as duas apelações podem ser reunidas, uma vez que foram
Resolução nº 326, de 26.6.2020) apresentadas dentro do prazo legal;
Art. 10. Cada unidade dos Centros deverá obrigatoriamente (B) a segunda apelação distribuída não deve ser conhecida,
abranger setor de solução de conflitos pré-processual, de solução pela ocorrência de preclusão consumativa;
de conflitos processual e de cidadania. (Redação dada pela Resolu- (C) a primeira apelação distribuída não deve ser admitida, pre-
ção nº 326, de 26.6.2020) valecendo a posterior, pois ocorreu o efeito substitutivo do re-
Art. 11. Nos Centros poderão atuar membros do Ministério Pú- curso;
blico, defensores públicos, procuradores e/ou advogados. (D) a segunda apelação distribuída deve ser inadmitida, por for-
ça da ocorrência de preclusão temporal;
(E) o juiz deve intimar o apelante para que informe com quais
QUESTÕES das apelações distribuídas pretende prosseguir, devendo de-
sentranhar a outra apelação dos autos.
1. FGV - JUIZ ESTADUAL (TJ AP)/2022
Em uma demanda judicial proposta por um único autor em 4. FGV - ANALISTA TÉCNICO (TCE TO)/DIREITO/2022
face de dois réus, em litisconsórcio passivo comum, apenas um de- Feita a citação por meio eletrônico, no endereço previamente
les ofereceu contestação, não obstante ter o revel constituído pro- indicado pelo citando nos cadastros do Poder Judiciário, acompa-
curador distinto e de outro escritório de advocacia. nhada das orientações para a realização da confirmação de rece-
Tratando-se de autos eletrônicos, e sabendo-se que o juízo jul- bimento e de código identificador, o prazo de resposta começa a
gou procedente o pedido, é correto afirmar que: fluir no:
(A) será contado em dobro o prazo para que qualquer um dos (A) dia útil seguinte à confirmação do recebimento da citação;
litisconsortes ofereça o recurso de apelação; (B) dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz;
(B) não será admissível a apelação do réu revel, uma vez que a (C) dia útil seguinte à juntada aos autos da confirmação do re-
revelia gerou presunção de certeza do direito do autor; cebimento da citação;
(C) o prazo para o réu contestante oferecer o recurso de apela- (D) segundo dia útil seguinte à confirmação do recebimento da
ção não será contado em dobro; citação;
(D) o prazo para o réu contestante recorrer será contado em (E) quinto dia útil seguinte à confirmação do recebimento da
dobro, e para o réu revel será contado de forma simples; citação.
(E) o prazo para o autor recorrer será contado em dobro, caso
entenda existir interesse recursal. 5. FGV - OFICIAL DE JUSTIÇA ESTADUAL (TJ RS)/2020
Credor de obrigação contratual propôs ação de cobrança em
2. FGV - ANALISTA JUDICIÁRIO (TJDFT)/JUDICIÁRIA/”SEM face dos três devedores solidários, o que deu azo à instauração de
ESPECIALIDADE”/2022 processo eletrônico.
Juiz proferiu sentença em que condenava o réu, assistido pelo Validamente citados, os réus constituíram advogados diferen-
órgão da Defensoria Pública, a cumprir determinada obrigação con- tes, pertencentes a escritórios de advocacia distintos, tendo cada
tratual, tendo, ainda, ordenado a suspensão da exigibilidade do pa- qual, então, ofertado a sua peça contestatória.
gamento dos honorários de sucumbência, em razão da gratuidade Encerrada a fase instrutória e proferida sentença em que se jul-
de justiça deferida ao demandado. gava procedente o pleito autoral, o prazo de que os demandados
A princípio, o ato decisório foi publicado no órgão oficial do dia dispõem para interpor recurso de apelação é:
14 de março de 2022, embora tenha sido promovida a intimação (A) simples;
pessoal do defensor público em 16 de maio de 2022. (B) duplicado;
Levando-se em conta que o réu interpôs a apelação no dia 15 (C) duplicado, desde que a peça recursal seja formalmente una;
de junho de 2022, deverá a serventia certificar: (D) triplicado;
(A) a intempestividade do recurso, cabendo ao juiz, na sequên- (E) quadruplicado.
cia, deixar de admiti-lo;
(B) a intempestividade do recurso, impondo-se a remessa dos 6. FGV - ESTAGIÁRIO FORENSE (MPE RJ)/2018/IX
autos ao órgão ad quem, após a intimação do autor para ofer- O Ministério Público, pelo Promotor de Justiça com atribuição,
tar as contrarrazões; ajuizou uma demanda cível em face de uma empresa particular e do
(C) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa ime- Estado do Rio de Janeiro, em litisconsórcio passivo.
diata dos autos ao órgão ad quem, sem a intimação do autor Sabendo-se que os autos são eletrônicos e que cada réu tem o
para ofertar contrarrazões; seu próprio procurador, é correto afirmar que o prazo da empresa
(D) a tempestividade do recurso, impondo-se a remessa dos particular para oferecer eventual contestação será de:
autos ao órgão ad quem, após a eventual apresentação pelo (A) 30 dias úteis, uma vez que há litisconsórcio passivo com
autor das contrarrazões; procuradores distintos e o prazo é processual;
(E) a falta de preparo do recurso, cabendo ao juiz, na sequên- (B) 15 dias úteis, uma vez que os autos são eletrônicos e o prazo
cia, inadmiti-lo. é processual;

222
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
(C) 15 dias corridos, uma vez que os autos são eletrônicos e o ______________________________________________________
prazo é material;
(D) 30 dias corridos, uma vez que há litisconsórcio passivo com ______________________________________________________
procuradores distintos e o prazo é material;
(E) 60 dias úteis, uma vez que há litisconsórcio passivo com pro- ______________________________________________________
curadores distintos e o prazo é processual.
______________________________________________________
7. FGV - TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR (TJ SC)/2018 ______________________________________________________
De acordo com o Código de Processo Civil em vigor, é correto
afirmar, no tocante aos prazos processuais, que: ______________________________________________________
(A) devem eles ser contados em dias corridos;
(B) o ato processual praticado antes de seu termo inicial deve ______________________________________________________
ser reputado intempestivo;
(C) ficam eles suspensos entre os dias 24 de dezembro e 07 de ______________________________________________________
janeiro, inclusive;
______________________________________________________
(D) não havendo regra legal ou prazo fixado pelo juiz, será de
cinco dias o prazo para a prática do ato a cargo da parte; ______________________________________________________
(E) salvo disposição em contrário, são eles contados incluindo-
-se o dia do começo e o do vencimento. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITOS
______________________________________________________
1 C ______________________________________________________
2 D
______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 E
5 A ______________________________________________________
6 B ______________________________________________________
7 D
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
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______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
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223
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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224
DIREITO PENAL

§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de


CÓDIGO PENAL - DECRETO LEI 2.848, DE 7 DE boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se re-
DEZEMBRO DE 1940: ARTIGOS 293 A 301 E §§ 1° E 2°; ferem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou
305; 311-A A 317 E §§ 1° E 2°; 319 A 333; 337; 399 A 344;
alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
347; 357 E 359
ou multa.
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
TÍTULO X III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos
e em residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS Petrechos de falsificação
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto
Falsificação de papéis públicos especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis refe-
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: ridos no artigo anterior:
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qual- Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
quer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
(Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III - vale postal; CAPÍTULO III
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econô- DA FALSIDADE DOCUMENTAL
mica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito
público; Falsificação do selo ou sinal público
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento re- Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
lativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de
que o poder público seja responsável; Estado ou de Município;
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público,
administrada pela União, por Estado ou por Município: ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº § 1º - Incorre nas mesmas penas:
11.035, de 2004) I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsifi- II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
cados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, de prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
2004) III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logoti-
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, pos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificado-
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a res de órgãos ou entidades da Administração Pública. (Incluído pela
controle tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) Lei nº 9.983, de 2000)
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime pre-
em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de valecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: (Inclu- Falsificação de documento público
ído pela Lei nº 11.035, de 2004) Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público,
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle ou alterar documento público verdadeiro:
tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária de- § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime pre-
termina a obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei nº valecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
11.035, de 2004) § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento pú-
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, blico o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou
com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indi- transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os li-
cativo de sua inutilização: vros mercantis e o testamento particular.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (In-
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.

225
DIREITO PENAL
I – na folha de pagamento ou em documento de informações Falsidade material de atestado ou certidão
que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pes- § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou
soa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova
pela Lei nº 9.983, de 2000) de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público,
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência vantagem:
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; Pena - detenção, de três meses a dois anos.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento da pena privativa de liberdade, a de multa.
relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (In- Supressão de documento
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular
mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a verdadeiro, de que não podia dispor:
remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento
de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
é particular.
Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei
nº 12.737, de 2012) Vigência CAPÍTULO V
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
ou alterar documento particular verdadeiro: DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela Lei
Vigência 12.550. de 2011)
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de
documento particular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Falsidade ideológica II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, decla- 2011)
ração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir de- III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (In-
claração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de cluído pela Lei 12.550. de 2011)
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela
juridicamente relevante: Lei 12.550. de 2011)
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído
é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil pela Lei 12.550. de 2011)
réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. (Vide Lei nº § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
7.209, de 1984) qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete mencionadas no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração públi-
é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta ca: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
parte. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído
pela Lei 12.550. de 2011)
Falso reconhecimento de firma ou letra § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função por funcionário público. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é TÍTULO XI
público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Certidão ou atestado ideologicamente falso CAPÍTULO I


Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CON-
pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo pú- TRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
blico, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer
outra vantagem: Peculato
Pena - detenção, de dois meses a um ano. Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem
a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

226
DIREITO PENAL
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embo- Excesso de exação
ra não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con- § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
corre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen- sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na co-
do-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. brança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Peculato culposo Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
outrem: § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
Pena - detenção, de três meses a um ano. trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pú-
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se blicos:
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
posterior, reduz de metade a pena imposta.
Corrupção passiva
Peculato mediante erro de outrem Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
pela Lei nº 9.983, de 2000) § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inser- da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de prati-
ção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corre- car qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
tos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administra- § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
ção Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou
outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) influência de outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
pela Lei nº 9.983, de 2000)
Prevaricação
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor- Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
mações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfa-
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de infor- zer interesse ou sentimento pessoal: (Vide ADPF 881)
mações ou programa de informática sem autorização ou solicitação Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pú-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. blico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº
metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Admi- 11.466, de 2007).
nistração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
de 2000)
Condescendência criminosa
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsa-
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que bilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou,
tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
parcialmente: autoridade competente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
crime mais grave.
Advocacia administrativa
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da perante a administração pública, valendo-se da qualidade de fun-
estabelecida em lei: cionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Concussão Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamen-
te, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão Violência arbitrária
dela, vantagem indevida: Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretex-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação to de exercê-la:
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena cor-
respondente à violência.

227
DIREITO PENAL
Abandono de função CAPÍTULO II
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMI-
em lei: NISTRAÇÃO EM GERAL
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Usurpação de função pública
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fron- Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
teira: Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Resistência


Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa- Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência
tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori- ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem
zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, lhe esteja prestando auxílio:
substituído ou suspenso: Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Violação de sigilo funcional § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das cor-
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e respondentes à violência.
que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato Desobediência
não constitui crime mais grave. Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e Desacato
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pesso- Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função
as não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da ou em razão dela:
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000) Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Públi- Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para ou-
ca ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) trem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Reda-
pela Lei nº 9.983, de 2000) ção dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação
Violação do sigilo de proposta de concorrência dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência públi- Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente
ca, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcioná-
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. rio. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Funcionário público Corrupção ativa


Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos pe- Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcio-
nais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce nário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato
cargo, emprego ou função pública. de ofício:
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em ra-
execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído zão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato
pela Lei nº 9.983, de 2000) de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores
dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em Subtração ou inutilização de livro ou documento
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro ofi-
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pú- cial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário,
blica ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
nº 6.799, de 1980) Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui
crime mais grave.

228
DIREITO PENAL
CAPÍTULO III Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual. (In-
cluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de pro- Fraude processual
cedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo
administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbi- civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
dade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
dada pela Lei nº 14.110, de 2020) Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em do-
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve bro.
de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prá- Exploração de prestígio
tica de contravenção. Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra uti-
lidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério
Comunicação falsa de crime ou de contravenção Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou tes-
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a temunha:
ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter veri- Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
ficado: Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se des-
tina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente Violência ou fraude em arrematação judicial
ou praticado por outrem: Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial;
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Falso testemunho ou falsa perícia Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade pena correspondente à violência.
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em pro-
cesso judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbi- Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão
tral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) de direito
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou
dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter
prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em proces- QUESTÕES
so civil em que for parte entidade da administração pública direta
ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no pro- 1. FGV - 2022 - PC-AM - DELEGADO DE POLÍCIA - EDITAL Nº
cesso em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a ver- 01
dade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Quanto ao crime de falsidade ideológica, assinale a afirmativa
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra correta.
vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, (A) O elemento “devia constar” é elemento normativo do tipo,
para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimen- que pode converter-se em lei penal em branco se o dever for
to, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: (Redação dada pela legal.
Lei nº 10.268, de 28.8.2001) (B) Não é possível a configuração do delito na modalidade cri-
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada me omissivo.
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) (C) Na inserção indireta, a terceira pessoa deve ter conheci-
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um ter- mento de que confecciona o documento de maneira falsa.
ço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a (D) No caso de concurso de pessoas, é possível que um agente
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for responda por inserir e, outro, por fazer inserir.
parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Reda- (E) O delito é despido de especial de agir, bastando a declara-
ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) ção de conteúdo falso.

Coação no curso do processo


Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em
processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.

229
DIREITO PENAL
2. FGV - 2018 - TJ-AL - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICI- (D) a desclassificação para os crimes de falsificação de docu-
ÁRIA mento particular e uso de documento particular, em concurso
Pablo, funcionário público do Tribunal de Justiça, tem a respon- material.
sabilidade de registrar em um livro próprio do cartório os proce- (E) a desclassificação para os crimes de falsificação de docu-
dimentos que estão há mais de dez dias conclusos, permitindo o mento particular e uso de documento particular, em continui-
controle dos prazos por parte de advogados. Por determinação do dade delitiva.
juiz responsável, que queria evitar que terceiros soubessem de sua
demora, Pablo deixa de lançar diversos processos que estavam con- 5. FGV - ANALISTA JUDICIÁRIO (TRT 16ª REGIÃO)/JUDICIÁ-
clusos para sentença há vários meses. RIA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2022
Considerando apenas as informações narradas, descoberto o Antônio, Oficial de Justiça, com vontade livre e consciente, ao
fato, é correto afirmar que Pablo: cumprir mandado de penhora, avaliação e intimação, certificou
(A) não praticou crime, porque agiu em estrita obediência a or- falsamente, em razão de sua função pública, fato que habilitou o
dem de superior hierárquico; executado Jorge a obter vantagem, consistente em ocultar bens
(B) não praticou crime, porque agiu em estrito cumprimento penhoráveis, na medida em que Antônio falsamente certificou que
de dever legal; não havia qualquer bem a ser penhorado.
(C) deverá responder pelo crime de prevaricação; Assim agindo, Antônio praticou
(D) deverá responder pelo crime de falsidade ideológica; (A) infração penal de certidão ideologicamente falsa.
(E) não praticou crime, porque agiu no exercício regular de di- (B) infração penal de falsidade material de certidão.
reito. (C) crime de abuso de autoridade.
(D) crime de falsificação de documento público.
3. FGV - ESCRIVÃO DE POLÍCIA (PC AM)/4ª CLASSE/2022 (E) crime de falsificação de papéis públicos
Otávio, conhecido criminoso, é encontrado, durante cumpri-
mento de Mandado de Busca e Apreensão em sua residência, de 6. FGV - PROMOTOR DE JUSTIÇA (MPE GO)/2022/61º CON-
posse de 10 folhas de cheque falsificadas, todas em nome do BAN- CURSO
CO AZUL, sendo certo que todas foram feitas em sua casa, a partir De acordo com o Art. 327, §2º, do Código Penal, “A pena será
de seu computador pessoal. aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos
Com relação à conduta criminosa de Otávio é correto afirmar neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de fun-
que responderá pelo crime de ção de direção ou assessoramento de órgão da administração di-
(A) falsificação de documento particular. reta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
(B0 falsificação de documento público. instituída pelo poder público”.
(C) falsidade ideológica. Na hipótese dos agentes que se enquadram na situação do
(D) uso de documento falso. Art. 327, §1º, do Código Penal (“Equipara-se a funcionário público
(E) reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica. quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e
quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
4. FGV - OFICIAL POLICIAL MILITAR (PM RJ)/2021 conveniada para a execução de atividade típica da Administração
Carlos, 18 anos de idade, pretendendo participar de uma festa Pública”), a mencionada causa de aumento de pena:
em que era proibida a entrada de menores de 21 anos, cola um (A) não deve incidir, pois os próprios elementos do tipo não
papel com ano de nascimento diverso do real em uma xerox do seu podem ser utilizados para majoração da pena;
documento de identidade que mantinha em sua residência. Após a (B) deve incidir, desde que o agente tenha praticado o fato no
colagem da data de nascimento, que indicaria falsamente que teria exercício do cargo;
22 anos, Carlos faz nova fotocópia, dessa vez já nela constando a (C) não deve incidir, pois a majoração da pena fica reservada
alteração em relação à data de nascimento. para quem é ocupante de cargo efetivo;
Uma semana após, Carlos comparece ao evento pretendido e (D) deve incidir, desde que o agente permaneça no exercício do
apresenta ao segurança particular a fotocópia da carteira de identi- cargo quando do julgamento;
dade, que não estava autenticada, com a data de nascimento diver- (E) não deve incidir, pois a majoração da pena destina-se a
sa da real. O segurança, todavia, acionou policiais militares, descon- quem já ocupava cargo distinto daquele em comissão.
fiando da autenticidade do documento apresentado.
Carlos foi denunciado pelos crimes de falsificação de documen- 7. FGV - TÉCNICO JUDICIÁRIO (TJ TO)/APOIO JUDICIÁRIO E
to público e uso de documento público falso em concurso material. ADMINISTRATIVO/2022
Com base apenas na situação apresentada, a defesa de Carlos, Em relação à possibilidade de imputação de um crime funcio-
sob ponto de vista técnico, poderá buscar nal a uma pessoa que não ostente a posição de funcionário público,
(A) o reconhecimento do crime único de uso de documento é correto afirmar que:
público falso. (A) não é possível a imputação, pois não se comunicam as cir-
(B) o reconhecimento do crime único de uso de documento cunstâncias e as condições de caráter pessoal;
particular falso. (B) é possível a imputação de um crime funcional próprio a um
(C) a absolvição, diante da atipicidade decorrente do material particular que tenha contribuído para a prática delitiva;
utilizado. (C) é possível a imputação de um crime funcional impróprio
a um particular que tenha contribuído para a prática delitiva;
(D) é possível a imputação de um crime funcional próprio ou
impróprio a um particular que tenha contribuído para a prática
delitiva;
(E) não é possível a imputação, pois a condição de funcionário
público é elementar subjetiva que não se comunica.

230
DIREITO PENAL
8. FGV - TÉCNICO JUDICIÁRIO (TJ TO)/APOIO JUDICIÁRIO E 11. FGV - OFICIAL DE JUSTIÇA ESTADUAL (TJ RS)/2020
ADMINISTRATIVO/2022 Ao receber a intimação para efetuar pagamento decorrente
O artigo 327 do Código Penal traz o conceito penal de funcio- de condenação judicial, o réu, pessoa de baixa instrução, entrega
nário público, especificando em seu parágrafo único o conceito de o valor pertinente ao oficial de justiça Roberto, que o utiliza para o
funcionário público por equiparação. pagamento de uma dívida própria.
Sobre esse tema, é correto afirmar que: Sobre a conduta praticada por Roberto, é correto afirmar que:
(A) o desenvolvimento de ação criminosa envolvendo interesse (A) o fato é atípico porque o Código Penal não pune o chamado
de entidade paraestatal é suficiente para atrair a incidência do peculato de uso;
conceito de funcionário público por equiparação; (B) foi cometido o crime de peculato mediante erro de outrem,
(B) empregado de empresa privada, concessionária de serviço já que o oficial de justiça não colaborou para o erro do sujeito
público, que subtraia para proveito próprio valores destinados passivo;
à realização de serviços particulares, responde por peculato (C) Roberto deve responder pelo crime de peculato na modali-
furto; dade apropriação, definido no art. 312 do Código Penal;
(C) o diretor de uma Santa Casa de Misericórdia, ente responsá- (D) Roberto cometeu o crime de corrupção passiva porque re-
vel por prestação de serviço na área de saúde, que se aproprie cebeu vantagem indevida em razão do cargo;
de valores públicos, responderá por apropriação indébita; (E) não há crime devido ao exercício regular de um direito.
(D) há equiparação quando o trabalhador de empresa presta-
dora de serviços contratada executa atividade típica para a Ad- 12. FGV - ANALISTA LEGISLATIVO (ALERO)/PROCESSO LE-
ministração Pública; GISLATIVO/2018
(E) não há equiparação quando o trabalhador de empresa pres- Funcionário da Assembleia Legislativa recebeu procedimento
tadora de serviços conveniada exerce atividade atípica da Ad- que versava sobre a edição de lei estadual de grande relevância.
ministração Pública. Ciente da controvérsia e da grande pressão que existia contrária à
edição da inovação legislativa, resolveu esconder o procedimento
9. FGV - ESTAGIÁRIO (MPE BA)/DIREITO/2022 entre sua mesa e a parede, no chão, para que ninguém soubesse
Semprônio, conhecido autor de delitos patrimoniais, convence que estava com o documento para apresentação de parecer. Ocorre
Marcondes, estagiário do Ministério Público do Estado da Bahia, a que o funcionário, por descuido, veio a derrubar café no documen-
valer-se da facilidade proporcionada pela função pública exercida e to, tornando-o totalmente inutilizável e gerando prejuízos ao anda-
permitir o seu acesso à sede da instituição. Semprônio e Marcondes mento do procedimento.
ingressam em sala-cofre contendo telefones celulares e valores em Considerando apenas as informações narradas, é correto afir-
espécie apreendidos por força de operação do Ministério Público mar que a conduta do funcionário é
deflagrada no dia anterior, utilizando-se do crachá do estagiário, (A) atípica, não configurando crime.
subtraindo em seguida o material sob custódia da instituição. (B) típica, ilícita e culpável, configurando crime de “extravio,
Com base no exposto, é correto afirmar que: sonegação ou inutilização de livro ou documento”, previsto no
(A) Marcondes não pode ser considerado como funcionário pú- Art. 314 do Código Penal.
blico para fins penais; (C) típica, ilícita, mas não culpável, não configurando crime.
(B) o delito de peculato é próprio, razão pela qual apenas Mar- (D) típica, ilícita e culpável, configurando o crime de “subtração
condes responderá pela infração, enquanto Semprônio deverá ou inutilização de livro ou documento”, prevista no Art. 337 do
responder somente por furto; Código Penal.
(C) Semprônio e Marcondes responderão por peculato, uma (E) típica, mas não ilícita, não configurando crime.
vez que é irrelevante a condição de funcionário público para
caracterização do delito; 13. FGV - PROMOTOR DE JUSTIÇA (MPE GO)/2022/61º CON-
(D) Marcondes e Semprônio responderão pelo delito de pecu- CURSO
lato, uma vez que a condição de funcionário público do agente O registrador titular do Ofício de Registro de Imóveis de de-
corresponde a circunstância inerente ao tipo penal, que se co- terminada cidade, durante os meses de maio a junho do ano de
munica ao extraneus; 2021, cobrou, em cinco registros de imóveis, emolumentos que sa-
(E) Semprônio e Marcondes responderão por furto, uma vez bia indevidos, num total de R$ 30.000,00, ao aplicar procedimento
que a tipificação pelo delito de peculato tem como objeto ma-
diverso do estabelecido na Lei Complementar estadual que regula
terial apenas os bens de titularidade pública.
o tema, quando em um dos lados negociais existiam duas ou mais
pessoas.
10. FGV - ESPECIALISTA EM SAÚDE (SEMSA MANAUS)/AD-
Sobre o delito de excesso de exação, é correto afirmar que:
VOGADO/2022
(A) o tipo penal pune a conduta de cobrança de tributo não
Em relação ao crime de peculato-desvio, é correto afirmar que devido, não acobertando hipótese de valor acima do correto;
(A) o agente atua no sentido de inverter a posse da coisa, agin- (B) o tipo penal pune a conduta de cobrança de tributo acima
do como se fosse dono. do valor correto, não acobertando uso de meio vexatório;
(B) o mero proveito econômico não é suficiente para tipificar (C) o elemento subjetivo do crime é o dolo específico, consis-
o crime. tente na vontade de empregar meio gravoso na cobrança;
(C) se consuma no momento em que o agente manifesta a in- (D) o tipo exige, além dos normais requisitos do dolo com re-
tenção de desviar a coisa. lação aos elementos de fato, o saber que a exação é indevida;
(D) a obtenção de proveito próprio é requisito para a consuma- (E) a dúvida escusável diante da complexidade de determinada
ção do crime. lei tributária não afeta a configuração do delito.
(E) a obtenção de proveito alheio é requisito para a consuma-
ção do crime.

231
DIREITO PENAL
14. FGV - PERITO CRIMINAL (PC AM)/4ª CLASSE/BIOLO- 16. FGV - ESPECIALISTA EM SAÚDE (SEMSA MANAUS)/AD-
GIA/2022 VOGADO/2022
Sávio, policial militar, durante operação policial, para um veí- Quanto ao delito de coação no curso do processo, assinale a
culo e realiza revista pessoal nos passageiros, bem como no auto- afirmativa correta.
móvel. Durante a busca no veículo, Sávio coloca um pacote com um (A) Trata-se de crime comum, desprovido de especial fim de
quilo de maconha no carro e diz ao motorista que teria localizado agir.
aquela substância no interior do veículo. (B) Trata-se de crime material, de perigo concreto à adequada
Muito assustado, o motorista Pedro informa que aquele mate- prestação de resolução de conflitos.
rial não era dele e que não tinha nenhum conhecimento de como (C) Para a configuração do crime é necessário que a pessoa in-
aquilo fora parar no seu carro. Sávio diz a Pedro que eles podem re- timidada atue no processo.
solver aquele problema de uma forma amigável, desde que ocorra (D) É irrelevante para a configuração do crime se a ameaça de-
o pagamento de R$20.000,00 (vinte mil reais). riva de um motivo justo.
Pedro informa ao policial que não tem aquele dinheiro ali, mas (E) O delito, por ser formal, não admite a forma tentada na sua
que teria o valor guardado em um cofre em sua casa. O policial, en- execução.
tão, determina que Pedro pegue um táxi, vá até sua casa e retorne
com o numerário para pagá-lo e ser liberado. Pedro, que gravara 17. FGV - TÉCNICO JUDICIÁRIO (TJ TO)/APOIO JUDICIÁRIO E
toda a conversa com seu aparelho celular, de dentro do táxi liga ADMINISTRATIVO/2022
para a Delegacia da área, que manda uma viatura ao local e realiza Em relação ao delito de coação no curso do processo, é correto
a prisão de Sávio. afirmar que:
Acerca da responsabilização penal de Sávio é correto afirmar (A) o processo judicial afetado pela coação deve ser de natu-
reza criminal;
que
(B) ameaças proferidas antes da formalização do inquérito per-
(A) deverá ser acusado pela prática do crime de corrupção pas-
mitem a caracterização do crime;
siva consumada, por ser crime formal.
(C) não pode ser praticado no decorrer de procedimento inves-
(B) deverá responder pela prática do crime de corrupção passi-
tigatório criminal do Ministério Público;
va tentada, por ser crime formal.
(D) a existência de procedimento alfandegário de verificação
(C) deverá responder pela prática do crime de corrupção ativa
de bagagens pode ser considerada para o delito;
tentada, por ser crime material.
(E) não pode ser praticado no decorrer de inquérito civil presi-
(D) deverá responder pela prática do crime de corrupção passi-
dido pelo Ministério Público.
va consumada por ser crime material.
(E) deverá ser acusado pela prática do crime de corrupção ativa
consumada, por ser crime formal. 18. FGV - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL (RN)/2021
Gustavo, ouvido na condição de testemunha em ação penal,
15. FGV - OAB UNIFICADO - NACIONAL/2022/XXXV EXAME prestou declarações falsas em busca de auxiliar seu amigo Luiz,
Para satisfazer sentimento pessoal, já que tinha grande relação que figurava como réu no processo. Dias depois, após alegações fi-
de amizade com Joana, Alan, na condição de funcionário público, nais apresentadas pelo Ministério Público, mas antes da sentença,
deixou de praticar ato de ofício em benefício da amiga. O supervisor Gustavo se arrependeu de sua conduta, comparecendo em juízo e
de Alan, todavia, identificou o ocorrido e praticou o ato que Alan apresentando declarações no sentido de que tinha prestado infor-
havia omitido, informando os fatos em procedimento administra- mações na condição de testemunha que não condiziam com a rea-
tivo próprio. lidade, se retratando daquelas declarações prestadas em audiência.
Após a conclusão do procedimento administrativo, o Ministério O magistrado competente determinou a reprodução da prova,
Público denunciou Alan pelo crime de corrupção passiva consuma- bem como a extração de cópias para apurar o ocorrido.
do, destacando que a vantagem obtida poderia ser de qualquer na- Com base nas informações expostas, a autoridade policial de-
tureza para tipificação do delito. verá concluir que Gustavo praticou a conduta tipificada abstrata-
Confirmados os fatos durante a instrução, caberá à defesa téc- mente como crime de:
nica de Alan pleitear sob o ponto de vista técnico, no momento das (A) falso testemunho, punível na modalidade tentada, com cau-
sa de aumento de pena pela circunstância de as declarações se
alegações finais,
destinarem a produzir prova em processo penal;
(A) o reconhecimento da tentativa em relação ao crime de cor-
(B) falso testemunho, punível na forma consumada, com causa
rupção passiva.
de aumento de pena pela circunstância de as declarações se
(B) a desclassificação para o crime de prevaricação, na forma
destinarem a produzir prova em processo penal;
tentada.
(C) falso testemunho, punível na modalidade tentada, sem
(C) a desclassificação para o crime de prevaricação, na forma
qualquer causa de aumento de pena;
consumada.
(D) falso testemunho, punível na forma consumada, sem qual-
(D) o reconhecimento da prática do crime de condescendência
quer causa de aumento de pena;
criminosa, na forma consumada.
(E) falso testemunho, mas o fato não será punível em razão da
retratação realizada.

232
DIREITO PENAL
19. FGV - ANALISTA JUDICIÁRIO (TJ AL)/OFICIAL DE JUSTIÇA
15 C
AVALIADOR/2018
Caio, Oficial de Justiça, após cumprir diversos mandados de ci- 16 D
tação referentes a várias ações penais, retornou para sua residência 17 B
com os documentos que comprovavam a efetiva citação dos denun-
18 E
ciados. Em razão de seu descuido e do grande número de manda-
dos, colocou dois deles em cima de seu carro enquanto guardava 19 E
sua bolsa na mala do veículo, mas os esqueceu lá quando deu a 20 B
partida do carro, acabando por extraviar os documentos, o que ge-
rou prejuízo no curso da ação penal e benefício para os acusados
dos respectivos processos. ANOTAÇÕES
Considerando apenas as informações narradas, o comporta-
mento de Caio configura:
(A) crime de extravio, sonegação ou inutilização de livro ou do- ______________________________________________________
cumento;
(B) crime de subtração ou inutilização de livro ou documento; ______________________________________________________
(C) crime de sonegação de papel ou objeto de valor probatório;
(D) crime de prevaricação; ______________________________________________________
(E) conduta atípica. ______________________________________________________
20. FGV - ANALISTA JUDICIÁRIO (TJ AL)/OFICIAL DE JUSTIÇA ______________________________________________________
AVALIADOR/2018
Jorge, de origem humilde, atua como Oficial de Justiça em de- ______________________________________________________
terminado Tribunal de Justiça. Quando cumpria ordem de busca e
apreensão na comunidade em que nasceu, viu, de longe, que seu ______________________________________________________
irmão dispensou uma sacola plástica com grande quantidade de ______________________________________________________
drogas, empurrou um policial militar e tentava empreender fuga e
evitar o flagrante de crime de tráfico, crime este punido com pena ______________________________________________________
mínima de cinco anos de reclusão. Diante disso, quando seu irmão
corre em sua direção, o auxilia, escondendo-o dentro de seu veículo ______________________________________________________
particular, enquanto continua a cumprir o mandado pendente.
Descobertos os fatos, considerando apenas a situação narrada, ______________________________________________________
o ato de Jorge configura: ______________________________________________________
(A) crime de evasão mediante violência contra a pessoa;
(B) conduta típica, mas não punível; ______________________________________________________
(C) crime de favorecimento pessoal;
(D) crime de favorecimento real; ______________________________________________________
(E) conduta atípica.
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 A
______________________________________________________
2 D
______________________________________________________
3 B
4 C ______________________________________________________
5 A ______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 D
8 E ______________________________________________________

9 D _____________________________________________________
10 B
_____________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 A
13 D ______________________________________________________
14 A ______________________________________________________

233
DIREITO PENAL
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234
DIREITO PROCESSUAL PENAL

persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprova-


CÓDIGO DE PROCESSO PENAL DECRETO LEI 3689 - DE 03 ção e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajusta-
DE OUTUBRO DE 1941: ARTIGOS 24 E §§ 1º E 2º; 25; 27; das cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964,
28 E §§ 1º E 2º, E 28- A INCISOS E §§ ; 40 A 42; 46 E §§ 1° E de 2019) (Vigência)
2°;47; 257 E 258
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impos-
sibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vi-
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. gência)
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do cri-
confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei: me;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência)
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por
TÍTULO III período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminu-
DA AÇÃO PENAL ída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execu-
ção, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
Art 24.Nos crimes de ação pública, esta será promovida por de- de 1940 (Código Penal);          (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
núncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, (Vigência)
de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofen- IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos
dido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Có-
§1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado au- digo Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indi-
sente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Parágrafo único re- função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparen-
numerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993) temente lesados pelo delito; ou       (Incluído pela Lei nº 13.964, de
§2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do 2019)      (Vigência)
patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indica-
será pública. (Incluído pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993) da pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível
Art. 25.A representação será irretratável, depois de oferecida com a infração penal imputada.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de
a denúncia. 2019)      (Vigência)
Art. 27.Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se
do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, for- refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumen-
necendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e in- to e diminuição aplicáveis ao caso concreto.     (Incluído pela Lei nº
dicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. 13.964, de 2019)      (Vigência)
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguin-
quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do tes hipóteses:     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência)
Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autorida- I - se for cabível transação penal de competência dos Juiza-
de policial e encaminhará os autos para a instância de revisão mi- dos Especiais Criminais, nos termos da lei;      (Incluído pela Lei nº
nisterial para fins de homologação, na forma da lei. (Redação dada 13.964, de 2019)      (Vigência)
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos
6.300 (Vide ADI 6.305) probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéri-
com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 tas;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência)
(trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores
à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal,
dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, de transação penal ou suspensão condicional do processo; e    (Incluí-
2019) (Vigência) do pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detri- IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou
mento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamen- familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de
to do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão sexo feminino, em favor do agressor.    (Incluído pela Lei nº 13.964,
a quem couber a sua representação judicial. (Incluído pela Lei nº de 2019)      (Vigência)
13.964, de 2019) (Vigência) § 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investi- escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo in-
gado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração vestigado e por seu defensor.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de
penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 2019)      (Vigência)
4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não

235
DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução pe- §1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial,
nal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em
voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do que tiver recebido as peças de informações ou a representação
seu defensor, e sua legalidade.   (Incluído pela Lei nº 13.964, de §2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, conta-
2019)      (Vigência) do da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos,
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusi- e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que
vas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, de- não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do pro-
volverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a cesso.
proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defen- Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores es-
sor.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência) clarecimentos e documentos complementares ou novos elementos
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer auto-
penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que ini- ridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los.
cie sua execução perante o juízo de execução penal.    (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência) CAPÍTULO II
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não DO MINISTÉRIO PÚBLICO
atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a ade-
quação a que se refere o § 5º deste artigo.     (Incluído pela Lei nº Art. 257. Ao Ministério Público cabe:                (Redação dada
13.964, de 2019)      (Vigência) pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Mi- I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
nistério Público para a análise da necessidade de complementação estabelecida neste Código; e (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
das investigações ou o oferecimento da denúncia.     (Incluído pela II - fiscalizar a execução da lei.               (Incluído pela Lei nº
Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência) 11.719, de 2008).
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos
persecução penal e de seu descumprimento.     (Incluído pela Lei nº processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou
13.964, de 2019)      (Vigência) parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for apli-
acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá co- cável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos
municar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento juízes.
de denúncia.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência)
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal
LEI Nº 9.099, DE 26.09.1995, ARTIGOS 60; 61; 76 E §§ 1º A
pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Pú-
6º; 89 E §§ 1° A 7°
blico como justificativa para o eventual não oferecimento de sus-
pensão condicional do processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995.
2019)      (Vigência)
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não perse-
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá ou-
cução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais,
tras providências.
exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.   (In-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência)
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução pe-
nal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade.    (In-
CAPÍTULO III
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência)
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em
propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá re-
DISPOSIÇÕES GERAIS
querer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28
deste Código.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)      (Vigência)
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados
Art. 40. Quando, em autos ou papeis de que conhecerem, os
ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julga-
juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pú-
mento e a execução das infrações penais de menor potencial ofen-
blica, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos
sivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Re-
necessários ao oferecimento da denúncia.
dação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato cri-
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo co-
minoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado
mum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de
ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação
conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação
do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
nº 11.313, de 2006)
Art.46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial
preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério
ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os
Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do
cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data
11.313, de 2006)
em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.

236
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de
ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamen- RESOLUÇÃO Nº 1.364/2021-PGJ-CPJ, DE 14 DE SETEMBRO
to, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena DE 2021
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o RESOLUÇÃO Nº 1.364/2021-PGJ-CPJ, DE 14 DE SETEMBRO DE
Juiz poderá reduzi-la até a metade. 2021.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de cri- Regulamenta, na área criminal, o PROCEDIMENTO INVESTIGA-
me, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; TÓRIO CRIMINAL, nos termos da Resolução n° 181/17 do CNMP e
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de dos arts. 26, I, da Lei Federal nº 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, e
cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos art. 104, I, da Lei Complementar Estadual nº 734, de 26 de novem-
deste artigo; bro de 1993, e dá providências correlatas.
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a perso- O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições
nalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser legais, em especial da que lhe é conferida pelo art. 19, XII, c, da Lei
necessária e suficiente a adoção da medida. Complementar Estadual nº 734, de 26 de novembro de 1993, e o
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA, por meio de seu ÓRGÃO
será submetida à apreciação do Juiz. ESPECIAL,
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo au- CONSIDERANDO o disposto nos arts. 127, caput, e 129, I, II, VIII
tor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, e IX, da Constituição Federal, art. 26 da Lei nº 8.625/1993 (Lei Orgâ-
que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para nica Nacional do Ministério Público), art. 8º. da Lei Complementar
impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. no 75/1993 (LOMPU) e art. 104, I, da Lei Complementar Estadual
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apela- nº 734/1993;
ção referida no art. 82 desta Lei. CONSIDERANDO que o Plenário do Supremo Tribunal Federal,
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não fixou em repercussão geral (RE 593.727-MG) a tese de que o Mi-
constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins nistério Público detém atribuição para promover, por autoridade
previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, des-
aos interessados propor ação cabível no juízo cível. de que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual pessoa sob investigação do Estado;
ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministé- CONSIDERANDO a necessidade de permanente aprimoramen-
rio Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do to das investigações criminais promovidas pelo Ministério Público,
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja especialmente no que tange à modernização das investigações com
sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, o escopo de agilização, efetividade e proteção dos direitos funda-
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão con- mentais dos investigados, das vítimas e das prerrogativas dos advo-
dicional da pena (art. 77 do Código Penal). gados, superando um paradigma de investigação cartorial, burocra-
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presen- tizada, centralizada e sigilosa;
ça do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o pro- CONSIDERANDO a exigência de soluções alternativas no pro-
cesso, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes cesso penal que proporcionem celeridade na resolução dos casos
condições: menos graves, priorização dos recursos financeiros e humanos do
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; Ministério Público e do Poder Judiciário para processamento e jul-
II - proibição de freqüentar determinados lugares; gamento dos casos mais graves e minoração dos efeitos deletérios
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem au- de uma sentença penal condenatória aos acusados em geral, que
torização do Juiz; teriam mais uma chance de evitar uma condenação judicial, redu-
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmen- zindo os efeitos sociais prejudiciais da pena e desafogando estabe-
te, para informar e justificar suas atividades. lecimentos prisionais;
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica su- CONSIDERANDO o disposto na Resolução n° 181, de 01 de
bordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação agosto de 2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, RE-
pessoal do acusado. SOLVEM EXPEDIR A SEGUINTE RESOLUÇÃO:
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o bene-
ficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem CAPÍTULO I
motivo justificado, a reparação do dano. DA DEFINIÇÃO E FINALIDADE
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser
processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir Art. 1º. O procedimento investigatório criminal é instrumento
qualquer outra condição imposta. sumário e desburocratizado de natureza administrativa e investi-
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a gatória, instaurado e presidido pelo membro do Ministério Público
punibilidade. com atribuição criminal, e terá como finalidade apurar a ocorrência
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do de infrações penais de iniciativa pública, servindo como preparação
processo. e embasamento para o juízo de propositura, ou não, da respectiva
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, ação penal.
o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. § 1º. O procedimento investigatório criminal não é condição de
procedibilidade ou pressuposto processual para o ajuizamento de
ação penal e não exclui a possibilidade de formalização de investiga-
ção por outros órgãos legitimados da Administração Pública.

237
DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 2º. A regulamentação do procedimento investigatório crimi- Art. 5º. Da instauração do procedimento investigatório criminal
nal prevista nesta Resolução não se aplica às autoridades abrangi- far-se-á imediato registro em sistema eletrônico, no qual constará o
das pela previsão do art. 33, parágrafo único, da Lei Complementar nome do investigado, incluindo-o, ainda, na capa dos autos físicos
nº 35, de 14 de março de 1979. tal condição.
Art. 2º. Em poder de quaisquer peças de informação, o mem-
bro do Ministério Público poderá: CAPÍTULO II
I – promover a ação penal cabível; DAS INVESTIGAÇÕES CONJUNTAS
II – instaurar procedimento investigatório criminal;
III – encaminhar as peças para o Juizado Especial Criminal, caso Art. 6º. O procedimento investigatório criminal poderá ser ins-
a infração seja de menor potencial ofensivo; taurado de forma conjunta, por meio de força tarefa ou por grupo
IV – promover fundamentadamente o respectivo arquivamen- de atuação especial composto por membros do Ministério Público,
to; cabendo sua presidência àquele que o ato de instauração designar.
V – requisitar a instauração de inquérito policial, indicando, § 1º. Poderá também ser instaurado procedimento investiga-
sempre que possível, a sua capitulação legal e as diligências neces- tório criminal, por meio de atuação conjunta entre Ministérios Pú-
sárias à elucidação dos fatos, sem prejuízo daquelas que vierem a blicos dos Estados, da União e de outros países.
ser realizadas por iniciativa da autoridade policial competente. § 2º. O arquivamento do procedimento investigatório deverá
Art. 3º. O procedimento investigatório criminal poderá ser ins- ser objeto de controle, cuja apreciação se limitará ao âmbito de
taurado de ofício, por membro do Ministério Público, no âmbito de atribuição do respectivo Ministério Público, observando o Capítulo
suas atribuições criminais, ao tomar conhecimento de infração pe- VIII desta Resolução.
nal de iniciativa pública, por qualquer meio, ainda que informal, ou § 3º. Nas hipóteses de investigações que se refiram a temas
mediante provocação. que abranjam atribuições de mais de um órgão de execução do
§1º. A tramitação, a comunicação e a transmissão de peças do Ministério Público, os procedimentos investigatórios deverão ser
procedimento investigatório criminal deverão ocorrer, preferencial- objeto de arquivamento com observância das regras de atribuição
mente, por meio eletrônico. de cada órgão de execução, também de acordo com o disposto no
§ 2º. A distribuição de peças de informação deverá observar as Capítulo VIII desta Resolução.
regras internas previstas no sistema de divisão de serviços.
§ 3º. No caso de instauração de ofício, o procedimento inves- CAPÍTULO III
tigatório criminal será distribuído livremente entre os membros da DA INSTRUÇÃO
instituição que tenham atribuições para apreciá-lo, incluído aquele
que determinou a sua instauração, respeitadas as regras de atri- Art. 7º. O membro do Ministério Público, observadas as hipóte-
buição temporária em razão da matéria, a exemplo de grupos es- ses de reserva constitucional de jurisdição e sem prejuízo de outras
pecíficos criados para apoio e assessoramento e de forças-tarefas providências inerentes a sua atribuição funcional, poderá:
devidamente designadas pelo Procurador-Geral. I – fazer ou determinar vistorias, inspeções e quaisquer outras
§ 4º. Na hipótese de ser proposta medida judicial para instruir diligências, inclusive em organizações militares;
procedimento investigatório criminal, firmado o promotor natural, II – requisitar informações, exames, perícias e documentos de
este poderá prosseguir nas investigações com exclusividade, atuar autoridades, órgãos e entidades da Administração Pública direta e
em conjunto ou anuir para que a investigação criminal tenha pros- indireta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
seguimento pelo autor da providência judicial. pios; III – requisitar informações e documentos de entidades priva-
§ 5º. O membro do Ministério Público, no exercício de suas atri- das, inclusive de natureza cadastral;
buições criminais, deverá dar andamento, no prazo de 30 (trinta) IV – notificar testemunhas e vítimas e requisitar sua condução
dias a contar de seu recebimento, às representações, requerimen- coercitiva, nos casos de ausência injustificada, ressalvadas as prer-
tos, petições e peças de informação que lhe sejam encaminhadas, rogativas legais;
podendo ser prorrogado, fundamentadamente, por até 90 (noven- V – acompanhar buscas e apreensões deferidas pela autorida-
ta) dias, nos casos em que sejam necessárias diligências prelimina- de judiciária;
res. VI – acompanhar cumprimento de mandados de prisão pre-
Art. 4º. O procedimento investigatório criminal será instaura- ventiva ou temporária deferidas pela autoridade judiciária;
do por portaria fundamentada, devidamente registrada e autuada, VII – expedir notificações e intimações necessárias;
com a indicação dos fatos a serem investigados e sua capitulação VIII – realizar oitivas para colheita de informações e esclareci-
legal, devendo conter, sempre que possível, o nome e a qualificação mentos;
do autor da representação e a determinação das diligências iniciais. IX – ter acesso incondicional a qualquer banco de dados de
Parágrafo único. Se durante a instrução do procedimento inves- caráter público ou relativo a serviço de relevância pública;
tigatório criminal for constatada a necessidade de investigação de X – requisitar auxílio de força policial.
outros fatos, o membro do Ministério Público poderá: § 1º. Nenhuma autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
I - aditar a portaria inicial, se necessário; no exercício de função pública poderá opor ao Ministério Público,
II - determinar a extração de peças para instauração de outro sob qualquer pretexto, a exceção de sigilo, sem prejuízo da subsis-
procedimento, no âmbito da sua atribuição; tência do caráter sigiloso da informação, do registro, do dado ou
III – não sendo da sua atribuição, determinar a extração de pe- do documento que lhe seja fornecido, ressalvadas as hipóteses de
ças e remessa para outro órgão de execução, sem prejuízo do art. reserva constitucional de jurisdição.
6º desta Resolução. § 2º. As respostas às requisições realizadas pelo Ministério
Público deverão ser encaminhadas, sempre que determinado, em
meio informatizado e apresentadas em arquivos que possibilitem a
migração e informações para os autos do processo sem redigitação.

238
DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 3º. As requisições do Ministério Público serão feitas fixando- § 3º. O órgão de execução que presidir a investigação facultará
-se prazo razoável de até 10 (dez) dias úteis para atendimento, pror- ao defensor constituído nos autos assistir o investigado durante a
rogável mediante solicitação justificada. apuração de infrações.
§ 4º. Ressalvadas as hipóteses de urgência as notificações para § 4º. O presidente do procedimento investigatório criminal po-
comparecimento devem ser efetivadas com a antecedência mínima derá delimitar o acesso do defensor aos elementos de prova rela-
de 48 (quarenta e oito) horas, respeitadas, em qualquer caso, as cionados a diligências em andamento e ainda não documentados
prerrogativas legais pertinentes. nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência,
§ 5º. A notificação deverá mencionar o número de procedi- da eficácia ou da finalidade das diligências, nos termos da Súmula
mento e, no caso do investigado, a faculdade de se fazer acompa- Vinculante 14 do Supremo Tribunal Federal.
nhar por defensor. Art. 10. As diligências serão documentadas em autos de modo
§ 6º. As correspondências, notificações, requisições e intima- sucinto e circunstanciado.
ções do Ministério Público quando tiverem como destinatário o Art. 11. As inquirições que devam ser realizadas fora dos limi-
Presidente da República, o Vice-Presidente da República, membro tes territoriais da unidade em que se realizar a investigação serão
do Congresso Nacional, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Mi- feitas, sempre que possível, por meio de videoconferência, poden-
nistro de Estado, Ministro de Tribunal Superior, Ministro do Tribu- do ainda ser deprecadas ao respectivo órgão do Ministério Público
nal de Contas da União ou chefe de missão diplomática de caráter local.
permanente, o Governador do Estado, os membros do Poder Legis- § 1º. Nos casos referidos no caput deste artigo, o membro do
lativo e os desembargadores serão encaminhadas pelo Procurador- Ministério Público poderá optar por realizar diretamente a inqui-
-Geral de Justiça ou outro órgão do Ministério Público a quem essa rição com a prévia ciência ao órgão ministerial local, que deverá
atribuição seja delegada. tomar as providências necessárias para viabilizar a diligência e cola-
§ 7º. As autoridades referidas no § 6º poderão fixar data, hora borar com o cumprimento dos atos para a sua realização.
e local em que puderem ser ouvidas, se for o caso. § 2º. A deprecação e a ciência referidas neste artigo poderão
§ 8º. O membro do Ministério Público será responsável pelo ser feitas por qualquer meio hábil de comunicação.
uso indevido das informações e documentos que requisitar, inclu- Art. 12. A pedido da pessoa interessada, será fornecida com-
sive nas hipóteses legais de sigilo e de documentos assim classifi- provação escrita de comparecimento.
cados. Art. 13. O procedimento investigatório criminal deverá ser con-
Art. 8º. A colheita de informações e depoimentos deverá ser cluído no prazo de 90 (noventa) dias, permitidas, por igual período,
feita preferencialmente de forma oral, mediante a gravação audio- prorrogações sucessivas, por decisão fundamentada do membro do
visual, com o fim de obter maior fidelidade das informações pres- Ministério Público responsável pela sua condução.
tadas. § 1º. Cada unidade do Ministério Público manterá, para conhe-
§ 1º. Somente em casos excepcionais e imprescindíveis, a cri- cimento dos órgãos superiores, controle atualizado, preferencial-
tério do presidente do procedimento investigatório, deverá ser feita mente por meio eletrônico, do andamento de seus procedimentos
a transcrição dos depoimentos colhidos na fase investigatória. investigatórios criminais, observado o nível de sigilo e confidencia-
§ 2º. O membro do Ministério Público poderá solicitar coope- lidade que a investigação exigir, nos termos do art. 15 desta Reso-
ração no cumprimento das diligências de oitiva de testemunhas ou lução.
informantes a servidores da instituição, policiais civis, militares ou § 2º. O controle referido no parágrafo anterior poderá ter nível
federais, guardas municipais ou a qualquer outro servidor público de acesso restrito ao Procurador-Geral de Justiça e ao respectivo
que tenha como atribuições fiscalizar atividades cujos ilícitos pos- Corregedor-Geral, mediante justificativa lançada nos autos.
sam também caracterizar delito.
§ 3º. A solicitação referida no parágrafo anterior deverá ser co- CAPÍTULO IV
municada ao seu destinatário pelo meio mais expedito possível, e a DA PERSECUÇÃO PATRIMONIAL
oitiva deverá ser realizada, sempre que possível, no local em que se
encontrar a pessoa a ser ouvida. Art. 14. A persecução patrimonial voltada à localização de
§ 4º. O interrogatório de suspeitos e a oitiva das pessoas referi- qualquer benefício derivado ou obtido, direta ou indiretamente,
das nos § 6º do art. 7º deverão necessariamente ser realizados pelo da infração penal, ou de bens ou valores lícitos equivalentes, com
membro do Ministério Público. vistas à propositura de medidas cautelares reais, confisco definitivo
§ 5º. As testemunhas, informantes e suspeitos ouvidos na fase e identificação do beneficiário econômico final da conduta, será,
de investigação serão informados do dever de comunicar ao Minis- preferencialmente, realizada em anexo autônomo do procedimen-
tério Público qualquer mudança de endereço, telefone ou e-mail, to investigatório criminal.
observando-se, em caso de descumprimento, o disposto no art. 224 § 1º. Proposta a ação penal, a instrução do procedimento trata-
do Código de Processo Penal. do no caput poderá prosseguir até que ultimadas as diligências de
Art. 9º. O autor do fato investigado poderá apresentar, queren- persecução patrimonial.
do, as informações que considerar adequadas, facultado o acompa- § 2°. Caso a investigação sobre a materialidade e autoria da
nhamento por defensor. infração penal já esteja concluída, sem que tenha sido iniciada a in-
§ 1º. O defensor poderá examinar, mesmo sem procuração, au- vestigação tratada neste Capítulo, procedimento investigatório es-
tos de procedimento de investigação criminal, findos ou em anda- pecífico poderá ser instaurado com o objetivo principal de realizar a
mento, ainda que conclusos ao presidente, podendo copiar peças e persecução patrimonial.
tomar apontamentos, em meio físico ou digital.
§ 2º. Para os fins do parágrafo anterior, o defensor deverá apre-
sentar procuração, quando decretado o sigilo das investigações, no
todo ou em parte.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
CAPÍTULO V supostos legais, para inclusão em Programa de Proteção de Assis-
DA PUBLICIDADE tência a Vítimas e a Testemunhas ameaçadas ou em Programa de
Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados, conforme o caso.
Art. 15. Os atos e peças do procedimento investigatório crimi- § 3º. Em caso de medidas de proteção ao investigado, as víti-
nal são públicos, nos termos desta Resolução, salvo disposição legal mas e testemunhas, o membro do Ministério Público observará a
em contrário ou por razões de interesse público ou social, defesa tramitação prioritária do feito, bem como providenciará, se o caso,
da intimidade ou conveniência da investigação, mediante despacho a oitiva antecipada dessas pessoas ou pedirá a antecipação dessa
fundamentado. oitiva em juízo.
§ 4º. O membro do Ministério Público que preside o proce-
PARÁGRAFO ÚNICO. dimento investigatório criminal providenciará o encaminhamento
A PUBLICIDADE CONSISTIRÁ: da vítima e outras pessoas atingidas pela prática do fato criminoso
apurado à rede de assistência, para atendimento multidisciplinar,
I – na expedição de certidão, mediante requerimento do inves- especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de
tigado, da vítima ou seu representante legal, do Poder Judiciário, do saúde, a expensas do ofensor ou do Estado.
Ministério Público ou de terceiro diretamente interessado; § 5º. Nos procedimentos de acolhimento, oitiva e atenção à
II – no deferimento de pedidos de extração de cópias, com vítima, o membro do Ministério Público diligenciará para que a ela
atenção ao disposto no § 1º. do art. 3º desta Resolução e ao uso seja assegurada a possibilidade de prestar declarações e informa-
preferencial de meio eletrônico, desde que realizados de forma ções em geral, eventualmente sugerir diligências, indicar meios de
fundamentada pelas pessoas referidas no inciso I, pelos seus pro- prova e deduzir alegações, que deverão ser avaliadas fundamenta-
curadores com poderes específicos ou por advogado, independen- damente pelo Ministério Público.
temente de fundamentação, ressalvada a limitação de acesso aos § 6º. Os procedimentos previstos nesse artigo poderão ser es-
autos sigilosos a defensor que não possua procuração ou não com- tendidos aos familiares da vítima.
prove atuar na defesa do investigado; § 7º. O membro do Ministério Público deverá diligenciar para a
III – no deferimento de pedidos de vista, realizados de forma comunicação da vítima ou, na ausência desta, dos seus respectivos
fundamentada pelas pessoas referidas no inciso I ou pelo defen- familiares sobre o oferecimento de ação penal.
sor do investigado, com atenção à restrição de acesso às diligências § 8º. Nas investigações que apurem notícia de violência ma-
cujo sigilo tenha sido determinado na forma do § 4º. do art. 9º des- nifestada por agentes públicos em desfavor de vítimas negras, em
ta Resolução; atenção ao disposto no art. 53 da Lei nº 12.288/2010, o membro
IV – na prestação de informações ao público em geral, a critério do Ministério Público deve levar em consideração, para além da
do presidente do procedimento investigatório criminal, observados configuração típico penal, eventual hipótese de violência sistêmica,
o princípio da presunção de não culpa e as hipóteses legais de sigilo. estrutural, psicológica, moral, entre outras, para fins dos encami-
Art. 16. O presidente do procedimento investigatório criminal nhamentos previstos no presente artigo.
poderá decretar o sigilo das investigações, no todo ou em parte, § 9º. A criança ou o adolescente, vítima ou testemunha de cri-
por decisão fundamentada, quando a elucidação do fato ou inte- me, será resguardado de qualquer contato, ainda que visual, com
resse público exigir, garantido o acesso aos autos ao investigado e o suposto autor, investigado ou acusado, ou com outra pessoa que
ao seu defensor naquilo que lhe diga respeito e que instrumenta- represente ameaça, coação ou constrangimento, devendo sua oiti-
lizem prova já produzida, desde que munido de procuração ou de va observar o disposto na Lei n° 13.431/17.
meios que comprovem atuar na defesa do investigado, cabendo a
ambos preservar o sigilo sob pena de responsabilização. Parágrafo CAPÍTULO VII
único. Em caso de pedido da parte interessada para a expedição de DO ACORDO DE NÃO-PERSECUÇÃO PENAL
certidão a respeito da existência de procedimentos investigatórios
criminais, é vedado fazer constar qualquer referência ou anotação Art. 18. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investiga-
sobre investigação sigilosa. do confessado formal e circunstancialmente a prática de infração
penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior
CAPÍTULO VI a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de
DOS DIREITOS DAS VÍTIMAS não persecução penal, desde que necessário e suficiente para re-
provação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições
Art. 17. O membro do Ministério Público que preside o pro- ajustadas cumulativa e alternativamente: (Nova Redação dada pela
cedimento investigatório criminal esclarecerá a vítima sobre seus Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022)
direitos materiais e processuais, devendo tomar todas as medidas I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na im-
necessárias para a preservação dos seus direitos, a reparação dos possibilidade de fazê-lo; (Nova Redação dada pela Resolução n°
eventuais danos por ela sofridos e a preservação da intimidade, 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022)
vida privada, honra e imagem. II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo
§ 1º. O membro do Ministério Público velará pela segurança Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do cri-
de vítimas, testemunhas e colaboradores que sofrerem a ameaça me; (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de
ou que, de modo concreto, estejam suscetíveis a sofrer intimidação 11/10/2022)
por parte de acusados, de parentes destes ou pessoas a seu mando, III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por
podendo, inclusive, requisitar proteção policial em seu favor. período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminu-
§ 2º. O membro do Ministério Público que preside o procedi- ída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execu-
mento investigatório criminal, no curso da investigação ou mesmo ção, na forma do art. 46 do Código Penal. (Nova Redação dada pela
após o ajuizamento da ação penal, deverá providenciar o encami- Resolução n° 1.526/2022- PGJ-CPJ, de 11/10/2022)
nhamento da vítima ou de testemunhas, caso presentes os pres-

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica
art. 45 do Código Penal, a entidade pública ou de interesse social, ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição
a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmen- de sexo feminino, em favor do agressor. (Nova Redação dada pela
te, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022)
aparentemente lesados pelo delito; ou ; (Nova Redação dada pela § 8º. O acordo de não persecução penal será formalizado por
Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022) escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo in-
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada vestigado e por seu defensor. (Nova Redação dada pela Resolução
pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022)
a infração penal imputada. (Nova Redação dada pela Resolução n° § 9º. Para a homologação do acordo de não persecução penal,
1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022) será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua volun-
§ 1º. Não há obrigatoriedade de o órgão de execução do Minis- tariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu
tério Público notificar o(a) investigado(a) que não confessou formal- defensor, e sua legalidade. (Nova Redação dada pela Resolução n°
mente a prática da infração penal durante a investigação e que sua 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022)
defesa técnica não tenha sinalizado quanto à pretensão daquele em § 10. A vítima será intimada da homologação do acordo de não
fazê-lo. (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, persecução penal e de seu descumprimento. (Nova Redação dada
de 11/10/2022) pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022)
§ 2º. Buscando efetivar a reparação dos danos civis causados às § 11. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no
vítimas hipossuficientes, o Ministério Público, quando necessário, acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comu-
deve encaminhá-las, mediante comunicação formal, a serviços gra- nicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de
tuitos de atendimento jurídico. (Nova Redação dada pela Resolução denúncia. (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-
n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022) § 3º. Considerando que a -CPJ, de 11/10/2022)
norma do art. 28-A do Código de Processo Penal não limitou o res- § 12. O descumprimento do acordo de não persecução penal
sarcimento da vítima em relação aos prejuízos sofridos, o órgão de pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Pú-
execução do Ministério Público pode, diante do caso concreto, fixar blico como justificativa para o eventual não oferecimento de sus-
o valor mínimo do dano moral. (Nova Redação dada pela Resolução pensão condicional do processo. (Nova Redação dada pela Resolu-
n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022) ção n° 1.5262022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022) § 13. A celebração e o
§ 4º. Com fundamento nos arts. 8º, 141, 356, 492 e 515, III, cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de
todos do Código de Processo Civil, aplicados ao Código de Processo certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no
Penal (art. 3º), o capítulo do acordo de não persecução penal rela- inciso III do § 7º deste artigo. (Nova Redação dada pela Resolução
tivo à composição de danos civis poderá ser pactuado com caráter n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022)
de autonomia, constituindo título executivo de natureza cível apto § 14. Cumprido integralmente o acordo de não persecução
à execução, mesmo na hipótese de posterior descumprimento do penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade.
acordo. (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ- (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.5262022-PGJ-CPJ, de
-CPJ, de 11/10/2022) 11/10/2022) § 15. No caso de recusa, por parte do Ministério Pú-
§ 5º. No caso de ter havido fixação de fiança e está tiver sido blico, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado
efetivamente paga pelo(a) investigado(a), mostra-se possível pac- poderá requerer a remessa dos autos ao órgão superior, na forma
tuar como cláusula do ajuste, considerando o disposto no art. 336 do art. 28 do Código de Processo Penal. (Nova Redação dada pela
do CPP, que o valor depositado judicialmente seja revertido a título Resolução n° 1.526/2022-PGJCPJ, de 11/10/2022) § 16. Na recusa
de reparação de danos civis. (Nova Redação dada pela Resolução n° do Ministério Público em propor o acordo de não persecução penal,
1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022) a denúncia deve ser oferecida e o(a) investigado(a) poderá reque-
§ 6º. Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se rer o reexame previsto no parágrafo anterior no prazo da resposta
refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumen- prevista no art. 396-A do Código de Processo Penal, sob pena de
to e diminuição aplicáveis ao caso concreto. (Nova Redação dada preclusão. (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-
pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022) -CPJ, de 11/10/2022)
§ 7º. O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes
hipóteses: (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ- CAPÍTULO VIII
-CPJ, de 11/10/2022) DA CONCLUSÃO E DO ARQUIVAMENTO
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados
Especiais Criminais, nos termos da lei; (Nova Redação dada pela Re- Art. 19. O membro do Ministério Público com atribuição no
solução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022) inquérito policial, termo circunstanciado, procedimento investiga-
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos tório criminal ou peças de informação, ao se convencer da ausência
probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou de justa causa para a propositura de ação penal, promoverá fun-
profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéri- damentadamente o arquivamento dos autos. (Nova Redação dada
tas; (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de pela Resolução n° 1.526/2022-PGJCPJ, de 11/10/2022)
11/10/2022) Art. 20. Os autos, com a promoção de arquivamento, perma-
III - ter sido o agente beneficiado nos 05 (cinco) anos anterio- necerão à disposição das partes, dos interessados e da autoridade
res ao cometimento da infração, em acordo de não persecução policial, observadas as regras de sigilo legal. (Nova Redação dada
penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022)
; (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de § 1º. A promoção de arquivamento será comunicada, por meio
11/10/2022) eletrônico, às vítimas ou a seus representantes legais para fins do
artigo 28, § 1° do Código de Processo Penal. (Nova Redação dada
pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022)

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 2°. Serão também comunicados por meio eletrônico os in- (D) o Art. 139, IV, do Código de Processo Civil, que autoriza
vestigados e, para fins de registro, a autoridade policial e o órgão o juiz a determinar todas as medidas indutivas, coercitivas,
jurisdicional competente. (Nova Redação dada pela Resolução n° mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o
1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022) cumprimento de ordem judicial, não tem aplicação ao processo
§ 3°. Estando o investigado preso, a comunicação ao órgão penal;
jurisdicional deverá ser feita no prazo de 24 (vinte e quatro) ho- (E) não viola o princípio do contraditório a constrição de nume-
ras. (Nova Redação dada pela Resolução n° 1.526/2022-PGJ-CPJ, rário por meio do sistema BacenJud quando o devedor, após
de 11/10/2022) § 4º. Inviabilizada a comunicação eletrônica das deixar de cumprir determinação judicial anterior e de realizar
vítimas, seus representantes legais ou investigados, poderá ser o pagamento de multa diária cominada, é alertado do risco de
feita por edital publicado no sítio eletrônico do Ministério Públi- adoção de outras medidas cautelares.
co ou outro meio oficial de divulgação de seus atos, na forma de
regulamentação própria. (Nova Redação dada pela Resolução n° 2.(FGV - PJ (MPE GO)/MPE GO/2022)
1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022). Assunto: Processo Penal, seus Sistemas e Princípios
Segundo orientação do Superior Tribunal de Justiça, o “poder
CAPÍTULO IX geral de cautela”:
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS (A) pode ser aplicado ao processo penal, havendo restrição a
ele no que diz respeito às cautelares pessoais que, de alguma
Art. 21. No procedimento investigatório criminal serão obser- forma, restrinjam o direito de ir e vir da pessoa;
vados os direitos e as garantias individuais consagrados na Cons- (B) não pode ser aplicado ao processo penal, pois há incidência
tituição da República Federativa do Brasil, bem como as prerro- do princípio do procedimento tipificado;
gativas funcionais do investigado, aplicando-se, no que couber, as (C)pode ser aplicado ao processo penal, não havendo restrição
normas do Código de Processo Penal e a legislação especial per- a ele, pois há incidência da teoria dos poderes implícitos, capa-
tinente. §1º. (Revogado conforme Resolução n° 1.526/2022-PG- citando o juiz criminal a atuar de forma livre;
J-CPJ, de 11/10/2022). §2º. (Revogado conforme Resolução n° (D)não pode ser aplicado ao processo penal, pois há proibição
1.526/2022-PGJ-CPJ, de 11/10/2022). decorrente do princípio do nemo tenetur se detegere e da ve-
Art. 22. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica- dação à analogia in malam partem;
ção. (E)pode ser aplicado ao processo penal, havendo restrição a
Art. 23. Fica revogada a Resolução n° 314/2003-PGJ/CPJ, de 27 ele no que diz respeito ao procedimento probatório que, de
de junho de 2003. alguma forma, afete o direito de defesa.

Publicado em: Diário Oficial: Poder Executivo, Seção I, São Pau- 3.(FGV - ALUN OF (PM AM)/PM AM/2022)
lo, v.131, n.178, p.63-64, de 15 de Setembro de 2021. Assunto: Inquérito Policial (arts. 4º a 23 do CPP)
Retificado em: Diário Oficial: Poder Executivo – Seção I, São A propósito do inquérito policial, é correto dizer que
Paulo, v.131, n.184, p.48-49, de 23 de Setembro de 2021. (A) o delegado de polícia pode arquivar inquéritos policiais por
Retificado em: Diário Oficial: Poder Executivo – Seção I, São ele instaurados.
Paulo, v.131, n.241, p.83-84, de 18 de Dezembro de 2021. (B) nos crimes de ação penal de iniciativa pública incondiciona-
da, uma das formas de instauração do inquérito policial se dá
pela requisição do Ministério Público.
QUESTÕES
(C) o inquérito policial é a única forma de investigação prelimi-
nar existente no processo penal brasileiro.
1.(FGV - PJ (MPE GO)/MPE GO/2022) (D) o Código de Processo Penal prevê que o inquérito policial
Assunto: Processo Penal, seus Sistemas e Princípios terá, em qualquer caso, duração de 20 dias.
Sobre a possibilidade de imposição de astreintes no processo (E) nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada,
penal, visando conferir efetividade às decisões judiciais, é correto o inquérito pode ser iniciado pelo delegado sem necessidade
afirmar que: de representação.
(A)no balizamento dos valores da multa coercitiva devem in-
cidir aqueles decorrentes da penalidade por ato atentatório à 4.(FGV - INSP POL (PC RJ)/PC RJ/2022)
dignidade da justiça; Assunto: Inquérito Policial (arts. 4º a 23 do CPP)
(B)sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais ca- Quanto à investigação preliminar realizada sob a forma de in-
bíveis, deve o juiz aplicar multa, de acordo com a gravidade da quérito policial, é correto afirmar que:
conduta do réu e as circunstâncias concretas do caso submeti- (A)ainda que no curso da investigação policial se realizem atos
do a processo e julgamento; concretos de perturbação da liberdade jurídica do indivíduo,
(C) a decisão que impõe medida cautelar emergencial de cons- não há submissão a controle jurisdicional;
trição de ativos financeiros mediante a utilização do sistema (B)gravidade e complexidade do fato investigado não são fato-
BacenJud é incompatível com o contraditório diferido e a pos- res que legitimam, por si sós, a duração alongada da investiga-
terior revisão da decisão; ção preliminar, ensejando constrangimento ilegal;
(C) a reforma do Código de Processo Penal pela Lei nº
12.403/2011 passou a prever, em hipóteses urgentes ou com
risco de ineficiência da medida, que o juiz da causa poderá es-
tabelecer cautelas, independentemente da oitiva antecipada
do interessado, no curso da investigação;

242
DIREITO PROCESSUAL PENAL
(D)não há nulidade na juntada posterior de provas colhidas 7.(FGV - JE TJAP/TJ AP/2022)
durante o inquérito, desde que a defesa seja intimada para se Assunto: Da Ação Civil ex delicto (arts. 63 a 68 do CPP)
manifestar sobre elas antes da sentença; Adalberto está sendo acusado de, ao conduzir seu veículo em-
(E)a jurisprudência dos Tribunais Superiores entende que é briagado, ter atropelado e causado danos a Lucélia. Ele está sendo
necessária a presença de advogado durante o interrogatório acionado na esfera criminal por conta das lesões que teria causado
policial do réu. a ela.
Sobre sua obrigação de indenizá-la na esfera cível pelos danos
5.(FGV - DEL POL (PC RN)/PC RN/2021) sofridos, é correto afirmar que:
Assunto: Da Ação Penal (arts. 24 a 62 do CPP) (A) ainda que condenado na esfera criminal, a quantificação do
Ao sair de sua casa, em 17/05/2020, Miriam foi surpreendida dever de indenizar depende de procedimento cível, tendo em
por faixa anônima estendida na via pública com diversas ofensas à vista a diversidade de requisitos entre o ilícito penal e o civil;
sua honra. Diante da humilhação sofrida, Miriam deixou o país e (B) a absolvição no âmbito penal impede que ele seja condena-
foi morar no exterior sem se interessar em descobrir o responsável do no âmbito cível, se a sentença for fundada na inexistência
pelos fatos. Em 03/01/2021, Miriam recebeu mensagem de Sandra, do fato ou da autoria;
sua antiga vizinha, confessando ser ela a autora das ofensas, bem (C)a sentença penal absolutória fundada em excludente de ilici-
como esclarecendo que informou os fatos ao delegado de polícia, tude vincula o juízo cível, inviabilizando qualquer pretensão da
em razão de seu arrependimento. vítima à indenização em face dele;
(D)absolvido na seara criminal por falta de provas do fato, da
Miriam entrou em contato com seu advogado, em 25/01/2021, culpa ou da autoria, fica Adalberto liberado de responsabilida-
para esclarecimentos jurídicos, informando que permanece no ex- de civil;
terior. (E)a sentença penal absolutória fundada em atipicidade do fato
O advogado deverá esclarecer naquela data que o crime prati- afasta a obrigação de indenizar na esfera cível, inviabilizando a
cado seria de injúria, de ação penal privada, logo: investigação sobre ato ilícito nessa seara.
(A) a abertura do inquérito policial poderá ser determinada
pela autoridade policial, diretamente, mas a ação penal depen- 8.(FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/OFICIAL DE JUSTIÇA/2021)
de da iniciativa da vítima; Assunto: Critério de Fixação de Competência
(B) a abertura do inquérito policial não poderá ser determinada Nos crimes previstos no Art. 171 do Código Penal, a partir de
pela autoridade policial nem requerida por Miriam, pois ope- junho de 2021, quando praticados mediante depósito, mediante
rou-se o prazo prescricional para representação; emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder
(C) a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, mas, se do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferên-
através de procurador, exigem-se poderes especiais; cia de valores, a competência será definida, no caso de vítima única:
(D) a inicial acusatória não poderá ser oferecida por Miriam, (A) pela prevenção;
pois operou-se o prazo decadencial; (B) pelo local da ação;
(E) a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, pessoal- (C) pelo local da consumação;
mente ou por procurador sem poderes especiais. (D) pelo domicílio do réu;
(E) pelo domicílio da vítima.
6.(FGV - DEL POL (PC RN)/PC RN/2021)
Assunto: Da Ação Penal (arts. 24 a 62 do CPP) 9. FGV - Delegado de Polícia Civil (RN)/2021
Concluídas investigações de inquérito policial, a autoridade po- O direito processual penal é regido por diversos princípios,
licial indiciou Francisco, sem envolvimento anterior com o aparato dentre os quais o do nemo tenetur se detegere, pelo qual ninguém
policial ou judicial pela prática de crimes, como incurso nas sanções será obrigado a produzir prova contra si mesmo.
penais do delito de lesão corporal de natureza gravíssima (Art. 129, Com base no princípio em questão e na jurisprudência dos
§2º, CP – pena: reclusão de 2 a 8 anos). Tribunais Superiores:
(A) a atribuição de falsa identidade pelo suspeito ou investiga-
Tendo Francisco confessado formal e circunstancialmente a do, ainda que em situação de autodefesa, configura fato típico;
prática da infração penal na delegacia, o acordo de não persecução (B) a recusa do investigado em prestar informações quando in-
penal, no caso em tela: timado em sede policial poderá justificar, por si só, o seu indi-
(A) poderá ser proposto pelo delegado, considerando a confis- ciamento pela autoridade policial;
são e a pena mínima cominada ao delito; (C) as provas que exijam comportamento passivo do investiga-
(B) não poderá ser proposto, diante da natureza do delito im- do não poderão ser produzidas sem sua concordância;
putado; (D) a alteração de cena do crime pelo agente não configura
(C) não poderá ser proposto, pois a pena máxima cominada é fraude processual;
superior a quatro anos; (E) apenas o preso poderá valer-se do direito ao silêncio, não se
(D) poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não pelo estendendo tal proteção aos investigados.
delegado, considerando a pena cominada e a confissão em
sede policial;
(E) poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não pelo
delegado, e, havendo concordância do indiciado e de sua defe-
sa técnica, independerá de homologação judicial.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
10. FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/Exame Anual 1/2021/ A decisão está:
XXXII Exame (A) incorreta, pois deveria ser assegurado o direito de acesso
Após concluído inquérito policial para apurar a prática do crime aos elementos já documentados, associados ao direito de de-
de homicídio em desfavor de Jonas, o Ministério Público requereu fesa;
o seu arquivamento por falta de justa causa, pois não conseguiu (B) correta, pois, no caso concreto, a ponderação dos valores
identificar o(s) autor(es) do delito, o que restou devidamente envolvidos conduz à preponderância do interesse público;
homologado pelo juiz competente. Um mês após o arquivamento (C) correta, desde que a decretação do sigilo tenha sido devida-
do inquérito policial, uma testemunha, que não havia sido mente fundamentada;
anteriormente identificada, compareceu à delegacia de polícia (D) incorreta, pois o sigilo do inquérito policial é incompatível
alegando possuir informações quanto ao autor do homicídio de com o princípio republicano;
Jonas. (E) incorreta, pois o sigilo do inquérito policial não é oponível a
A família de Jonas, ao tomar conhecimento dos fatos, procura nenhum advogado.
você, como advogado(a) da família, para esclarecimentos. Diante
da notícia de existência de novas provas aptas a identificar o autor 13. FGV - Delegado de Polícia Civil (RN)/2021
do crime, você deverá esclarecer aos familiares da vítima que o Enquanto realizava compras em uma famosa loja de grife da
órgão ministerial cidade, Roberto iniciou discussão com a vendedora Joana, vindo a
(A) poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a afirmar, na presença de quinze clientes, que o mau atendimento
decisão de arquivamento não faz coisa julgada material inde- só poderia ter sido causado por uma “negrinha que deveria estar
pendentemente de seu fundamento. comendo banana”. Joana ficou envergonhada com toda a situação,
(B) não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois optando por ir para casa e não contar a ninguém sobre o ocorrido.
a decisão de arquivamento é imutável na presente hipótese. Contudo, a proprietária do estabelecimento compareceu em sede
(C) não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois policial e narrou os fatos.
se trata de mera notícia, inexistindo efetivamente qualquer
prova nova quanto à autoria do delito. Considerando apenas as informações expostas, é correto
(D) poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a afirmar que o delegado:
decisão de arquivamento fez apenas coisa julgada formal no (A) deverá instaurar inquérito policial, pois o crime em tese
caso concreto. praticado foi de injúria racial sem causa de aumento, que é de
ação penal pública incondicionada;
11. FGV - Agente de Polícia Civil (RN)/2021 (e mais 1 concurso) (B) não poderá instaurar inquérito policial, pois o crime em tese
O inquérito policial é procedimento administrativo que praticado foi de injúria racial majorada, que exige representa-
possui características próprias destacadas pela doutrina e pela ção da vítima;
jurisprudência. (C) deverá instaurar inquérito policial, pois foi praticado crime
Com relação ao tema, analise as afirmativas a seguir. de racismo, que é de ação penal pública incondicionada;
I. Pode ser instaurado de ofício ou a requerimento, tanto (D) não poderá instaurar inquérito policial, pois foi praticado
nos crimes de ação pública quanto nos de ação privada, mas o crime de injúria racial simples, que é de ação penal privada;
oferecimento da ação penal dependerá da vontade da vítima nesse (E) deverá instaurar inquérito policial, pois o crime praticado
último caso. foi de injúria racial majorada, que é de ação penal pública in-
II. Contra a decisão que indefere o seu requerimento de condicionada.
abertura, cabe recurso ao Poder Judiciário.
III. Pode ser requerida sua abertura, ainda que não seja possível 14. FGV - Delegado de Polícia Civil (RN)/2021
identificar o autor do fato naquele momento. Após receber os autos de inquérito policial encaminhado
pela autoridade policial, o promotor de justiça com atribuição
Está correto somente o que se afirma em: para o caso verificou que não havia indícios suficientes quanto à
(A) II; autoria e materialidade do delito, pois não fora realizada no curso
(B) III; do procedimento administrativo busca e apreensão que entendia
(C) I e II; imprescindível.
(D) I e III;
(E) II e III. Nesse sentido, o membro do órgão ministerial deverá:
(A) promover o arquivamento do inquérito, por tratar-se de hi-
12. FGV - Delegado de Polícia Civil (RN)/2021 pótese de absolvição sumária;
Maria, advogada de João, compareceu à Delegacia de Polícia da (B) requisitar à autoridade policial que realize, diretamente, a
Circunscrição XX, e requereu vista do Inquérito Policial nº 123, no diligência de busca e apreensão pretendida;
qual seu cliente figurava como um dos investigados. O requerimento (C) requerer ao juiz a realização de diligência investigatória an-
foi negado pelo delegado de polícia sob o argumento de que a tes do oferecimento da denúncia;
investigação dizia respeito a uma perigosa organização criminosa, o (D) oferecer a denúncia e, após, requerer ao juiz a realização de
que levou à decretação do sigilo, para que fosse assegurado o êxito diligência investigatória;
das investigações. (E) promover diretamente a realização da diligência investiga-
tória.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
15. FGV - Delegado de Polícia Civil (RN)/2021 De acordo com a situação exposta e considerando as inovações
A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre a trazidas pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime) sobre a natureza
existência de um grupo que se destinava a praticar roubos a da ação penal nos crimes de estelionato, é correto afirmar que:
agências bancárias. (A) a ação penal deverá ser suspensa e a vítima notificada para,
Diante da notícia recebida, com base no entendimento dos em trinta dias, contados da notificação, dizer se deseja repre-
Tribunais Superiores, a autoridade policial: sentar contra o acusado, sob pena de decadência;
(A) terá discricionariedade para instauração ou não do inqué- (B) a denúncia deverá ser rejeitada, ante a decadência, eis que,
rito policial; com a nova lei, a ação penal do crime de estelionato passou a
(B) não poderá adotar qualquer medida, por tratar-se de de- ser pública condicionada à representação do ofendido em to-
núncia anônima; dos os casos;
(C) deverá realizar diligências preliminares para averiguação, (C) a denúncia deverá ser rejeitada, eis que, embora idosa, não
antes de instaurar o inquérito policial; sendo a vítima pessoa maior de 70 anos, a ação penal no crime
(D) deverá instaurar imediatamente inquérito policial para apu- de estelionato, com a mudança legislativa, passou a ser pública
rar o fato; condicionada à representação do ofendido;
(E) poderá dispensar o inquérito policial e encaminhar as in- (D) a denúncia deverá ser rejeitada, ante a ilegitimidade do Mi-
formações recebidas ao órgão ministerial para o oferecimento nistério Público para propor a ação penal, eis que, com a nova
imediato de denúncia. lei, a ação penal no crime de estelionato passou a ser de natu-
reza privada;
16. FGV - Soldado (PM CE)/2021/CFS (E) é cabível a suspensão condicional do processo, já que, em-
Pedro sofre escoriações no rosto após receber um soco de seu bora a nova lei não tenha alterado a natureza da ação penal
irmão João, durante uma discussão em um almoço familiar. Fica quando a vítima for pessoa idosa, que continua sendo pública
indeciso sobre comunicar o fato à polícia, e sua namorada, Mariana, incondicionada, o crime possui pena mínima igual a um ano.
inconformada, dirige-se à delegacia, onde faz notícia crime contra
João. 18. FGV - Advogado (IMBEL)/2021
A autoridade policial imediatamente instaura inquérito para Relativamente à ação penal, assinale a alternativa correta.
apurar o delito de lesão corporal leve qualificada pela violência (A) Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do
doméstica, nos termos do Art. 129, § 9º, do Código Penal. O crime Ministério Público, nos casos em que caiba a ação penal pri-
em questão é punido com pena de detenção de três meses a três vada, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e
anos, sendo a ação penal pública condicionada à representação. a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de con-
vicção
Com base nos dados fornecidos, assinale a afirmativa correta. (B) Nos crimes que se processa por ação penal pública condi-
(A) O delegado de polícia não pode instaurar inquérito, assim cionada, a representação será retratável, depois de oferecida a
como o Ministério Público não pode oferecer denúncia sem a denúncia, exclusivamente por declaração escrita da vítima ou
representação de Pedro. por procurador com poderes especiais.
(B) Embora a autoridade policial possa instaurar inquérito, o (C) Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes
Ministério Público não pode oferecer denúncia sem a repre- ou tribunais verificarem a existência de crime de ação privada,
sentação de Pedro. determinarão a extração de cópias e a intimação da vítima para
(C) O inquérito pode ser instaurado pela autoridade policial e que exerça o direito de queixa.
o Ministério Público pode oferecer denúncia, independente- (D) O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
mente da manifestação de Pedro, pois trata-se de ação penal (E) No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausen-
pública. te por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosse-
(D) O delegado de polícia não pode instaurar inquérito sem a guir na ação passará às pessoas mencionadas no art. 31, do
representação de Pedro, mas o Ministério Público pode ofere- Código de Processo Penal (ascendente, descendente, cônjuge
cer denúncia, ainda que a vítima não tenha manifestado seu ou irmão), tendo preferência dentre eles o ascendente (art. 36,
interesse em ver instaurada a persecução. Código de Processo Penal).
(E) Ainda que a vítima seja homem, por se tratar de violência
praticada contra irmão no âmbito doméstico, o delegado pode 19. FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/Exame Anual 2/2021/
instaurar inquérito e o Ministério Público pode oferecer denún- XXXIII Exame
cia sem a manifestação da vítima. Carlos, em relatório final conclusivo de inquérito policial, foi
indiciado pela prática do crime de receptação qualificada (Art.
17. FGV - Defensor Público do Estado do Rio de Janeiro/2021/ 180, §1º, CP – pena: 3 a 8 anos de reclusão e multa). Recebido
XXVII o procedimento investigatório, o Promotor de Justiça verificou,
Laura, idosa de 69 anos, em 02/02/2020, foi vítima de na Folha de Antecedentes Criminais, que Carlos possuía uma
estelionato praticado por Mário, quando ambos estavam em uma única anotação e era tecnicamente primário, mas que teria sido
festa. O crime foi testemunhado por Carla e José, amigos de Laura beneficiado, oito anos antes da suposta nova prática delitiva, por
que, no dia seguinte, compareceram à Delegacia, ocasião em que proposta de suspensão condicional do processo em relação a crime
foram ouvidos na qualidade de testemunhas. Laura, apesar de ter de estelionato.
ciência da autoria do crime, preferiu não ir à Delegacia, deixando
de ser ouvida em sede extrajudicial. Passados sete meses da data
do crime, o Ministério Público denunciou Mário pelo crime de
estelionato perpetrado contra Laura.

245
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Considerando as informações expostas, você, como
10 D
advogado(a) de Carlos, deverá esclarecer que, de acordo com o
Código de Processo Penal, 11 B
(A) poderá ser proposto acordo de não persecução penal, inde- 12 A
pendentemente da confissão do indiciado, podendo, contudo,
13 B
ser imposto ressarcimento do dano e prestação de serviço à
comunidade por tempo limitado em caso de aceitação. 14 C
(B) não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, 15 C
tendo em vista que o suposto autor já foi beneficiado com sus-
pensão condicional do processo anteriormente. 16 A
(C) poderá ser proposto acordo de não persecução penal, con- 17 C
siderando a pena e natureza do crime, mas Carlos necessaria- 18 D
mente deverá confessar a prática delitiva.
(D) não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, 19 C
em razão da pena máxima prevista para o delito ultrapassar 20 A
quatro anos de reclusão.

20. FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/Exame Anual 1/2020/ ANOTAÇÕES


XXXI Exame
Caio foi denunciado pela suposta prática do crime de estupro
de vulnerável. Ocorre que, apesar da capitulação delitiva, a ______________________________________________________
denúncia apresentava-se confusa na narrativa dos fatos, inclusive
não sendo indicada qual seria a idade da vítima. Logo após a citação, ______________________________________________________
Caio procurou seu advogado para esclarecimentos, destacando a ______________________________________________________
dificuldade na compreensão dos fatos imputados.
______________________________________________________
O advogado de Caio, constatando que a denúncia estava
inepta, deve esclarecer ao cliente que, sob o ponto de vistatécnico, ______________________________________________________
com esse fundamento poderia buscar
(A) a rejeição da denúncia, podendo o Ministério Público apre- ______________________________________________________
sentar recurso em sentido estrito em caso de acolhimento do ______________________________________________________
pedido pelo magistrado, ou oferecer, posteriormente, nova de-
núncia. ______________________________________________________
(B) sua absolvição sumária, podendo o Ministério Público apre-
sentar recurso de apelação em caso de acolhimento do pedido ______________________________________________________
pelo magistrado, ou oferecer, posteriormente, nova denúncia.
(C) sua absolvição sumária, podendo o Ministério Público apre- ______________________________________________________
sentar recurso em sentido estrito em caso de acolhimento do
______________________________________________________
pedido pelo magistrado, mas, transitada em julgado a decisão,
não poderá ser oferecida nova denúncia com base nos mesmos ______________________________________________________
fatos.
(D) a rejeição da denúncia, podendo o Ministério Público apre- ______________________________________________________
sentar recurso de apelação em caso de acolhimento do pedido
pelo magistrado, mas, uma vez transitada em julgado a deci- ______________________________________________________
são, não caberá oferecimento de nova denúncia.
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 E
______________________________________________________
2 A
3 B ______________________________________________________
4 D ______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 B
8 E ______________________________________________________
9 A _____________________________________________________

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