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ProfessorFerretto ProfessorFerretto
Arcadismo
L0090 - (Unisc) Leia atentamente as afirmativas a Minha bela Marília, tudo passa;
seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa. a sorte deste mundo é mal segura;
se vem depois dos males a ventura,
(__) Claudio Manuel da Costa é um dos poetas mais vem depois dos prazeres a desgraça.
importantes do Barroco brasileiro. Estão os mesmos deuses
(__) Basílio da Gama e Santa Rita Durão são dois sujeitos ao poder do ímpio fado:
grandes nomes da poesia épica produzida durante o Apolo já fugiu do céu brilhante,
Arcadismo no Brasil. já foi pastor de gado.
(__) A ausência de rigor na métrica e o uso de versos (GONZAGA, Tomás António. Lira XIV. In: TUFANO, Douglas Estudos
brancos fazem de Mano Quintana um dos mais de literatura brasileira. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna,
1988. p. 77.)
representativos poetas do nosso Parnasianismo.
(__) Usando uma linguagem bastante singela e
Em relação aos poemas, analise a veracidade (V) ou a
corriqueira, a poesia de Augusto dos Anjos apresenta
falsidade (F) das proposições abaixo.
alguns dos mais belos versos sobre o amor escritos
durante o Pré-Modernismo.
(__) O poema de Gregório de Matos apresenta um
(__) Vidas secas, de Graciliano Ramos, e O Quinze, de
sujeito lírico torturado pelo peso de seus pecados e
Rachei de Queiroz, são duas obras significativas do
desejoso de aproximar-se do Divino.
chamado “Romance de 30”.
(__) Tomás Antônio Gonzaga, embora pertença ao
mesmo período literário de Gregório de Matos, revela
Assinale a alternativa que apresenta a sequência
neste poema um sujeito lírico consciente da brevidade
correta de preenchimento dos parênteses, de cima
da vida.
para baixo.
(__) Em relação às marcas de religiosidade, a visão
a) F – F – V – F – V
antagônica que se coloca entre os dois poemas reflete,
b) V – F – V – F – V
no Barroco, a influência do cristianismo e, no
c) V – V – V – F – V
Arcadismo, a da mitologia grega.
d) F – V – F – F – V
e) V – F – V – F – F
Assinale a alternativa que preenche corretamente os
parênteses, de cima para baixo.
L0097 - (Ucs) As obras literárias marcam diferentes
a) V – V – V
visões de mundo, não apenas dos autores, mas
b) V – F – F
também de épocas históricas distintas. Reflita sobre
c) V – F – V
isso e leia os fragmentos dos poemas de Gregório de
d) F – F – F
Matos e de Tomás Antônio Gonzaga.
e) F – V – F
Arrependido estou de coração,
de coração vos busco, dai-me abraços,
abraços, que me rendem vossa luz.
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L0086 - (Espm) Considere os textos que seguem. A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é
Eu tenho um coração maior que o mundo, a) 1 – 1 – 3 – 2.
tu, formosa Marília, bem o sabes; b) 1 – 3 – 2 – 2.
um coração, e basta, c) 2 – 3 – 1 – 3.
onde tu mesma cabes. d) 2 – 3 – 3 – 1.
(Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu) e) 3 – 1 – 3 – 2.
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L0096 - (Unb) (Adaptada) (__) Na última estrofe do poema O espelho, nos versos
Texto I – LXXIX “Não amo / o espelho: temo-o”, o pronome átono
Entre este álamo, ó Lise, e essa corrente, exemplifica uma substituição pronominal
Que agora estão meus olhos contemplando, caracterizada, na gramática normativa, como objeto
Parece que hoje o céu me vem pintando direto pleonástico.
A mágoa triste, que meu peito sente. (__) No soneto LXXIX, há referências ao próprio ato de
representação artística nas seguintes imagens
Firmeza a nenhum deles se consente poéticas: “Parece que hoje o céu me vem pintando”
Ao doce respirar do vento brando; (v.3) e “Na líquida porção, na vegetante / Cópia
O tronco a cada instante meneando, daquelas ramas se figura” (v.9-10).
A fonte nunca firme, ou permanente. (__) A adoção de formas clássicas europeias, tanto na
lírica de Cláudio Manoel da Costa quanto nos épicos
Na líquida porção, na vegetante Uraguai, de Basílio da Gama, e Caramuru, de Santa Rita
Cópia daquelas ramas se figura Durão, impediu que a realidade da Colônia fosse
Outro rosto, outra imagem semelhante: inserida na produção literária do Arcadismo brasileiro.
(__) A temática lírico-amorosa do soneto LXXIX evoca
Quem não sabe que a tua formosura o mito de Narciso, como evidenciam os versos em que
Sempre móvel está, sempre inconstante, o eu lírico mira sua imagem nas águas de uma fonte, o
Nunca fixa se viu, nunca segura? que se realiza, no entanto, de maneira renovada, uma
Cláudio Manoel da Costa. Apud Domício Proença Filho. A poesia vez que, no reflexo artístico produzido pelos versos,
dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 85. estão associados os conflitos do mundo interno do eu
lírico à instabilidade do mundo.
Texto II – O espelho (__) No poema O espelho, nos versos “Ser quem me /
O olha / e olhar seus / olhos”, o possessivo “seus” tem
espelho: atra como referente a estrutura predicativa “quem me /
vés olha”.
de seu líquido nada
me des A sequência correta é:
dobro. a) F – F – V – F – V – V
b) V – F – V – V – F – V
Ser quem me c) F – F – F – F – V – V
olha d) V – V – V – F – F – F
e olhar seus e) V – F – F – V – V – F
olhos
nada de L0095 - (Ueg) Observe a pintura e leia o fragmento a
nada seguir para responder à questão.
duplo
mistério.
Não amo
o espelho: temo-o.
Orides Fontela. Poesia reunida (1969-1996). São Paulo: Cosac
Naify; Rio de Janeiro: 7letras, 2006, p. 212.
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GAMA, Basílio. O Uraguai. In. BOSI, Alfredo. História concisa da L0084 - (Ufjf-pism)
literatura brasileira. 43. ed. São Paulo: Cultrix, 2006. p. 67. Soneto XLVI
Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)
Embora O Uraguai seja considerado a melhor Não vês, Lise, brincar esse menino
realização épica do Arcadismo brasileiro, nota-se, na Com aquela avezinha? Estende o braço,
obra, uma quebra do modelo da epopeia clássica. Em Deixa-a fugir, mas apertando o laço,
termos de conteúdo, tanto no trecho quanto na A condena outra vez ao seu destino.
pintura apresentados, essa quebra se evidencia Nessa mesma figura, eu imagino,
a) pela representação de situações tragicômicas. Tens minha liberdade, pois ao passo
b) pelo retrato de episódios de bravura e heroísmo. Que cuido que estou livre do embaraço,
c) pela alusão a heróis mitológicos da Grécia Antiga. Então me prende mais meu desatino.
d) pelo questionamento da guerra como algo positivo.
Em um contínuo giro o pensamento
Tanto a precipitar-me se encaminha,
Que não vejo onde pare o meu tormento.
L0092 - (Upe-ssa) Sobre a produção do Arcadismo no
Brasil, analise as afirmativas a seguir e coloque V nas Mas fora menos mal esta ânsia minha,
verdadeiras e F nas falsas. Se me faltasse a mim o entendimento,
Como falta a razão a esta avezinha.
(__) Tomás Antônio Gonzaga é considerado, ao lado de (COSTA, Cláudio Manoel da. Poemas. São Paulo: Editora Cultrix,
Cláudio Manuel da Costa, ícone da Literatura Árcade. 1966, p. 21)
Contudo, os dois iniciaram suas produções poéticas de O poema de Claudio Manuel da Costa, expoente do
modo diverso: o primeiro como poeta árcade e o Arcadismo brasileiro, tem como efeito de sentido um
segundo ainda dentro dos preceitos do Barroco. tom de:
(__) Tomás Antônio Gonzaga tem a obra poética a) resignação.
pertencente a duas fases: a primeira é árcade, e a b) ressentimento.
segunda tem traços românticos. Além disso, foi poeta c) consternação.
satírico em As Cartas Chilenas, e lírico, em Marília de d) letargia.
Dirceu. e) lamento.
(__) Como poeta árcade, o autor de As Cartas Chilenas
utiliza o pseudônimo de Dirceu, que nutre amor pela
musa Marília. Envolvido com o movimento dos
inconfidentes, é degredado para a África, apenas
regressando ao Brasil no final da vida. L0093 - (Upe-ssa) Enquadram-se os três sonetos em
(__) O autor de Liras de Dirceu revela sentimentalismo distintos Movimentos Literários. Leia-os e analise-os.
e emotividade em seus poemas, apontando, assim,
para o pré-romantismo, que antecede o Arcadismo. Poema 1
(__) Tendo Tomás Antônio Gonzaga sido preso como Já da morte o palor me cobre o rosto,
inconfidente, continuou a escrever poemas mais Nos lábios meus o alento desfalece,
emotivos e pessimistas, passando a falar de si mesmo Surda agonia o coração fenece,
e lastimando sua condição de prisioneiro. A poesia que E devora meu ser mortal desgosto!
produz nesse período é a que mais contém
características do Romantismo. Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!… já esmorece
Assinale a alternativa que contém a sequência O corpo exausto que o repouso esquece…
CORRETA. Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
a) F - F - V - V - V
b) F - V - F - V - F O adeus, o teu adeus, minha saudade,
c) V - F - V - V - F Fazem que insano do viver me prive
d) V - V - F - F - V E tenha os olhos meus na escuridade.
e) V - F - V - F - V
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
(Álvares de Azevedo, Lira dos 20 anos)
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Poema 2 – A Morte c) O poema 3 apresenta elementos cromáticos e
Oh! a jornada negra! A alma se despedaça... sinestésicos, tais como doce tristeza e noite escura.
Tremem as mãos... O olhar, molhado e ansioso, espia, Contudo, embora seu tema seja a morte, o autor não
E vê fugir, fugir a ribanceira fria utiliza esse vocábulo, substituindo-o por metáforas, o
Por onde a procissão dos dias mortos passa. que é próprio daqueles que fazem parte do parnaso.
d) Há, no poema 2, determinados elementos que
No céu gelado expira o derradeiro dia, revelam, à semelhança do 3, preocupação com os
Na última região que o teu olhar devassa! aspectos formais, aproximando-os do Classicismo e do
E só, trevoso e largo, o mar estardalhaça Arcadismo.
No indizível horror de uma noite vazia... e) Existe uma ordem sequencial dos poemas que
permite ao leitor relacioná-los ao Simbolismo,
Pobre! por que, a sofrer, a leste e a oeste, ao norte Romantismo e Parnasianismo. Dessa forma, pode-se
E ao sul, desperdiçaste a força de tua alma? afirmar que o poema 1 é simbolista, pois apresenta um
Tinhas tão perto o Bem, tendo tão perto a Morte! discurso de cunho confessional, peculiar a esse
Movimento Literário.
Paz à tua ambição! paz à tua loucura!
A conquista melhor é a conquista da Calma: L0088 - (Uefs) Leia o soneto “LXXII”, de Cláudio Manuel
- Conquistaste o país do Sono e da Ventura! da Costa (1729-1789), para responder à questão.
(Olavo Bilac)
Já rompe, Nise, a matutina Aurora
Poema 3 – A Morte O negro manto, com que a noite escura,
Oh! que doce tristeza e que ternura Sufocando do Sol a face pura,
No olhar ansioso, aflito dos que morrem… Tinha escondido a chama brilhadora.
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura! Que alegre, que suave, que sonora
Aquela fontezinha aqui murmura!
Da vida aos frios véus da sepultura E nestes campos cheios de verdura
Vagos momentos trêmulos decorrem… Que avultado o prazer tanto melhora!
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura. Só minha alma em fatal melancolia,
Por te não poder ver, Nise adorada,
Descem então aos golfos congelados Não sabe inda que coisa é alegria;
Os que na terra vagam suspirando,
Com os velhos corações tantalizados. E a suavidade do prazer trocada
Tanto mais aborrece a luz do dia,
Tudo negro e sinistro vai rolando Quanto a sombra da noite mais lhe agrada.
Báratro a baixo, aos ecos soluçados (Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
Do vendaval da Morte ondeando, uivando…
(Cruz e Sousa) Uma característica típica do Arcadismo encontrada
nesse soneto é
A leitura dos poemas comprova que o tema da morte a) o subjetivismo exacerbado.
tanto quanto o tema do amor estão presentes em b) a obsessão pela noite e pela morte.
textos de todos os movimentos literários e em c) o ideal da impessoalidade.
produção de diferentes poetas. Nos três poemas, o d) a preocupação com o social.
tema da morte é ponto fundamental. Sobre isso, e) a evocação da cultura greco-latina.
assinale a alternativa CORRETA.
a) Álvares de Azevedo, em diversos poemas, ao falar da L0085 - (Cftmg) Tu não verás, Marília, cem cativos
morte, tema pelo qual tem certa obsessão, usa tirarem o cascalho e a rica terra,
constantemente a palavra palor, cujo sentido ou dos cercos dos rios caudalosos,
cromático se refere à palidez mórbida da morte, ou da minada Serra.
característica da poesia desse autor.
b) Olavo Bilac toma a morte muito poucas vezes como Não verás separar ao hábil negro
tema, ainda que, ao fazê-lo, cria um eu lírico despojado do pesado esmeril a grossa areia,
de tom confessional, próprio do Romantismo, e já brilharem os granetes de ouro
mantendo assim imparcialidade e impessoalidade. no fundo da bateia.
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Não verás derrubar os virgens matos, A partir da segmentação da produção literária
queimar as capoeiras inda novas, nacional, como descrita por Sergius Gonzaga no
servir de adubo à terra a fértil cinza, excerto acima, nos aspectos que se referem a contexto
lançar os grãos nas covas. histórico, características, autores e obras, é correto
afirmar que
Não verás enrolar negros pacotes a) o Barroco surge do conflito entre Teocentrismo e
das secas folhas do cheiroso fumo; Antropocentrismo e tem como resultado uma poética
nem espremer entre as dentadas rodas dicotômica e instável emocionalmente. Já a prosa
da doce cana o sumo. barroca, expressa nos sermões do Padre Vieira, não
reflete esse conflito à medida que registra as relações
Verás em cima da espaçosa mesa homem/entorno seguindo a ótica analítico-racional
altos volumes de enredados feitos; que deriva do pensamento calcado na razão.
ver-me-ás folhear os grandes livros b) o Arcadismo apresenta o primado do sentimento em
e decidir os pleitos. detrimento da razão. Autores como Cláudio Manuel da
Costa e Tomás Antônio Gonzaga – este em especial na
Enquanto revolver os meus Consultos, poesia lírica e épica – antecipam o sentimentalismo
tu me farás gostosa companhia, amoroso que encontrará seu ápice no Romantismo. A
lendo os fastos da sábia, mestra História, poesia dos autores citados vem impregnada, ainda, do
e os cantos da Poesia. forte senso de nação, de onde derivará a vertente
nacionalista de nossa poesia do século XIX.
Lerás em alta voz, a imagem bela; c) o Romantismo brasileiro apresenta divisão temática
Eu, vendo que lhe dás o justo apreço, tanto na prosa quanto na poesia. Nesta, a produção
Gostoso tornarei a ler de novo divide-se em três gerações: Indianista-Nacionalista;
O cansado processo. Ultrarromântica-Byroniana-Mal do século e Social-
Hugoana-Condoreira. A prosa se organiza sob as
Se encontrares louvada uma beleza, temáticas indianista, histórica, regionalista e urbana,
Marília, não lhe invejes a ventura, sendo que o autor que mais se destaca nesses
Que tens quem leve à mais remota idade segmentos é Joaquim Manuel de Macedo.
A tua formosura. d) o Realismo e o Naturalismo são contemporâneos.
Tomás Antônio Gonzaga - Lira III Embora derivados do mesmo contexto, algumas das
Disponível em: 100 poemas essenciais da Língua Portuguesa (org. obras sofreram as influências de correntes cientificistas
Carlos Figueiredo)
– como Determinismo, Positivismo, Marxismo, a
Psicanálise de Freud – e apresentam características
Vocabulário de apoio:
muito particulares. No Realismo, há predomínio dos
Granete: pequeno grão; pequena quantidade de metal
aspectos psicológicos sobre a ação, e o Naturalismo
Bateia: gamela afunilada de madeira onde se lavam
apresenta a animalização do homem. Destacam-se
minérios
Dom Casmurro e O cortiço como grandes obras desses
Fasto: magnificência; pompa.
períodos.
e) O Modernismo no Brasil, à maneira do Romantismo,
É característica do Arcadismo, observada no poema, a
é segmentado em três gerações, que se organizam
a) opção pela linguagem rebuscada como expressão.
cronologicamente, a partir de 1922, quando da
b) apresentação da mulher amada como vocativo.
Semana de Arte Moderna, até os dias de hoje, cuja
c) escolha pela Arcádia como cenário.
produção retoma os princípios dos primeiros tempos
d) indecisão do pastor como eu lírico.
modernistas. Destaca-se, na produção modernista, a
obra de João Guimarães Rosa, Carlos Drummond de
L0091 - (Usf) “Também conhecidos como escolas,
Andrade, Manuel Bandeira e Clarice Lispector, entre
correntes ou movimentos, os períodos literários
outros.
correspondem a fases histórico-culturais em que
determinados valores estéticos e ideológicos resultam
na criação de obras mais ou menos próximas no estilo
e na visão de mundo. Diferenciam-se do estilo de época
por ter uma abrangência maior, englobando
circunstâncias como as condições do meio, as
influências filosóficas e políticas, etc.”
(Gonzaga, Sergius, Curso de literatura brasileira. 2.ª ed. – Porto Alegre:
Leitura XXI, 2007. p.12)