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7908403547784
CREMEB
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DA BAHIA
• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,
• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.
Língua Portuguesa
1. Leitura e análise de textos de diferentes gêneros textuais. ....................................................................................................... 7
2. Linguagem verbal e não verbal................................................................................................................................................... 8
3. Significados contextuais das expressões linguísticas.................................................................................................................. 8
4. Tipologia textual. Sequências textuais: descritiva, narrativa, argumentativa, injuntiva, dialogal............................................... 9
5. Uso dos pronomes. Classes de palavras..................................................................................................................................... 10
6. Pontuação................................................................................................................................................................................... 16
7. Organização da frase e do período: morfossintaxe..................................................................................................................... 20
8. Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................. 22
9. Regência verbal e nominal.......................................................................................................................................................... 24
10. Emprego do acento de crase...................................................................................................................................................... 25
11. Formação das palavras. Composição, derivação......................................................................................................................... 25
12. Ortografia oficial......................................................................................................................................................................... 26
13. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 26
Noções de Informática
7. Internet (protocolos, computação em nuvem, equipamentos de conexão, intranet, extranet). Navegadores de internet
(Google Chrome, Firefox)............................................................................................................................................................ 87
8. Utilização e ferramentas de correio eletrônico (e-mail) e redes sociais..................................................................................... 92
9. Aplicativos de escritório (Microsoft Office e Libre Office): editor de texto, confecção de planilhas e de apresentações em
slides........................................................................................................................................................................................... 97
10. Segurança e proteção de computador: conceitos, princípios básicos, ameaças, antivírus, vírus, firewall................................. 107
11. Rotinas de backup e armazenamento de dados......................................................................................................................... 110
Conhecimentos Específicos
Técnico de Atividade de Suporte
1. Fundamentos da Administração. A empresa. Características das organizações formais: tipos de estrutura organizacional,
natureza, objetivos..................................................................................................................................................................... 115
2. Comunicação oral e escrita na organização................................................................................................................................ 123
3. Meios de comunicação, tratamento de informações e comunicação via internet..................................................................... 123
4. Comunicabilidade, apresentação, atenção, cortesia, interesse, presteza, eficiência, tolerância, discrição, conduta e objetivi-
dade............................................................................................................................................................................................ 135
5. Conhecimentos básicos de administração. Recursos gerenciais................................................................................................. 137
6. Funções organizacionais. Estrutura. Eficiência, eficácia, desempenho, produtividade e qualidade........................................... 145
7. Função financeira. Controles financeiros fundamentais. Receitas e despesas........................................................................... 149
8. Estruturas organizacionais e seus relacionamentos................................................................................................................... 150
9. Equipamentos de escritório........................................................................................................................................................ 150
10. Documentos organizacionais. Documentação, formulários e registros. Cadastros.................................................................... 153
11. Técnicas de arquivamento. Classificação, organização, arquivos correntes e protocolo............................................................ 153
12. Trabalho em equipe. Personalidade, relacionamento e comportamento.................................................................................. 145
13. Objetivos organizacionais, sentido do trabalho e comprometimento........................................................................................ 166
14. Qualidade no atendimento ao público....................................................................................................................................... 166
15. Práticas de Recursos Humanos.................................................................................................................................................. 167
16. Administração de recursos materiais e patrimoniais.................................................................................................................. 167
17. Noções de Direito Constitucional. Poder Constituinte.............................................................................................................. 190
18. Supremacia da Constituição....................................................................................................................................................... 195
19. controle de constitucionalidade................................................................................................................................................ 196
20. Direitos e garantias fundamentais.............................................................................................................................................. 198
21. A organização do Estado Brasileiro............................................................................................................................................. 206
22. As competências constitucionais dos poderes legislativo, executivo e judiciário....................................................................... 213
23. A defesa do Estado e das Instituições......................................................................................................................................... 226
24. Ordem Econômica e Financeira.................................................................................................................................................. 229
25. Ordem Social............................................................................................................................................................................... 236
26. Princípios da legalidade e da isonomia....................................................................................................................................... 249
27. Noções de Direito Administrativo. Direito Administrativo: conceito, fontes, princípios............................................................ 249
ÍNDICE
28. Administração Pública: natureza, elementos, poderes e organização, natureza, fins e princípios; administração direta e indi-
reta; planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência, controle...................................................... 252
29. Atos administrativos: conceito e requisitos; atributos; invalidação; classificação; espécies..................................................... 258
30. Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo...................... 269
31. responsabilidade civil do Estado................................................................................................................................................. 274
32. Licitações e contratos................................................................................................................................................................. 279
33. Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD)..................................................................................... 298
LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.
Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-
tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.
Sinonímia e antonímia
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi-
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex:
forte <—> fraco
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
núncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma
pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu-
meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual,
porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.
Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
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LÍNGUA PORTUGUESA
Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.
Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).
Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).
Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar
Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:
Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê
Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo
Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).
Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.
Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.
Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).
Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pente-
ar-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)
Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)
Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar
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LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
rágrafo se iniciando a escrever com a mesma distância da margem uma dessas partes.
com que o texto foi iniciado, mas em outra linha. Quando ocorre a supressão de um trecho de certa extensão,
O parágrafo é indicado por ( § ) na linguagem oficial dos artigos geralmente utiliza-se uma linha pontilhada.
de lei. As reticências podem aparecer após um ponto de exclamação
ou interrogação.
— Ponto de Interrogação
É um sinal (?) colocado no final da oração com entonação inter- — Vírgula
rogativa ou de incerteza, seja real ou fingida. A vírgula (,) é utilizada:
A interrogação conclusa aparece no final do enunciado e re- - Para separar termos coordenados, mesmo quando ligados por
quer que a palavra seguinte se inicie por maiúscula. Já a interro- conjunção (caso haja pausa).
gação interna (quase sempre fictícia), não requer que a próxima Ex.: “Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado”.
palavra se inicia com maiúscula.
Ex.: — Você acha que a gramática da Língua Portuguesa é com- IMPORTANTE!
plicada? Quando há uma série de sujeitos seguidos imediatamente de
— Meu padrinho? É o Excelentíssimo Senhor coronel Paulo Vaz verbo, não se separa do verbo (por vírgula) o ultimo sujeito da série
Lobo Cesar de Andrade e Sousa Rodrigues de Matos. .
Ex.: Carlos Gomes, Vítor Meireles, Pedro Américo, José de
Assim como outros sinais, o ponto de interrogação não requer Alencar tinham-nas começado.
que a oração termine por ponto final, a não ser que seja interna.
Ex.: “Esqueceu alguma cousa? perguntou Marcela de pé, no - Para separar orações coordenadas aditivas, mesmo que estas
patamar”. se iniciem pela conjunção e, proferidas com pausa.
Ex.: “Gostava muito das nossas antigas dobras de ouro, e eu
Em diálogos, o ponto de interrogação pode aparecer acompa- levava-lhe quanta podia obter”.
nhando do ponto de exclamação, indicando o estado de dúvida de
um personagem perante diante de um fato. - Para separar orações coordenadas alternativas (ou, quer,
Ex.: — “Esteve cá o homem da casa e disse que do próximo mês etc.), quando forem proferidas com pausa.
em diante são mais cinquenta... Ex.: Ele sairá daqui logo, ou eu me desligarei do grupo.
— ?!...”
IMPORTANTE!
— Ponto de Exclamação Quando ou exprimir retificação, esta mesma regra vigora.
Este sinal (!) é colocado no final da oração enunciada com en- Ex.: Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer ou-
tonação exclamativa. tro nome, que eu de nome não curo.
Ex.: “Que gentil que estava a espanhola!” Caso denote equivalência, o ou posto entre os dois termos não
“Mas, na morte, que diferença! Que liberdade!” é separado por vírgula.
Ex.: Solteiro ou solitário se prende ao mesmo termo latino.
Este sinal é colocado após uma interjeição.
Ex.: — Olé! exclamei. - Em aposições, a não ser no especificativo.
— Ah! brejeiro! Ex.: “ora enfim de uma casa que ele meditava construir, para
residência própria, casa de feitio moderno...”
As mesmas observações vistas no ponto de interrogação, em
relação ao emprego do ponto final e ao uso de maiúscula ou mi- - Para separar os pleonasmos e as repetições, quando não tive-
núscula inicial da palavra seguinte, são aplicadas ao ponto de ex- rem efeito superlativamente.
clamação. Ex.: “Nunca, nunca, meu amor!”
A casa é linda, linda.
— Reticências
As reticências (...) demonstram interrupção ou incompletude - Para intercalar ou separar vocativos e apostos.
de um pensamento. Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento.
Ex.: — “Ao proferir estas palavras havia um tremor de alegria É aqui, nesta querida escola, que nos encontramos.
na voz de Marcela: e no rosto como que se lhe espraiou uma onda
de ventura...” - Para separar orações adjetivas de valor explicativo.
— “Não imagina o que ela é lá em casa: fala na senhora a todos Ex.: “perguntava a mim mesmo por que não seria melhor depu-
os instantes, e aqui aparece uma pamonha. Ainda ontem... tado e melhor marquês do que o lobo Neves, — eu, que valia mais,
muito mais do que ele, — ...”
Quando colocadas no fim do enunciado, as reticências dispen-
sam o ponto final, como você pode observar nos exemplos acima. - Para separar, na maioria das vezes, orações adjetivas restritiva
As reticências, quando indicarem uma enumeração inconclusa, de certa extensão, ainda mais quando os verbos de duas orações
podem ser substituídas por etc. distintas se juntam.
Ao transcrever um diálogo, elas indicam uma não resposta do Ex.: “No meio da confusão que produzira por toda a parte este
interlocutor. Já em citações, elas podem ser postas no início, no acontecimento inesperado e cujo motivo e circunstâncias inteira-
meio ou no fim, indicando supressão do texto transcrito, em cada mente se ignoravam, ninguém reparou nos dois cavaleiros...”
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Para separar, geralmente, adjuntos adverbiais que precedem - Em expressões que se seguem aos verbos dizer, retrucar, res-
o verbo e as orações adverbiais que aparecem antes ou no meio da ponder (e semelhantes) e que dão fim à declaração textual, ou que
sua principal. assim julgamos, de outrem.
Ex.: “Eu mesmo, até então, tinha-vos em má conta...” Ex.: “Não me quis dizer o que era: mas, como eu instasse muito:
— Creio que o Damião desconfia alguma coisa”
- Para separar o nome do lugar em datas.
Ex.: São Paulo, 14 de janeiro de 2020. - Em alguns casos, onde a intenção é caracterizar textualmente
o discurso do interlocutor, a transcrição aparece acompanhada de
- Para separar os partículas e expressões de correção, continu- aspas, e poucas vezes de travessão.
ação, explicação, concessão e conclusão. Ex.: “Ao cabo de alguns anos de peregrinação, atendi às supli-
Ex.: “e, não obstante, havia certa lógica, certa dedução” cas de meu pai:
Sairá amanhã, aliás, depois de amanhã. — Vem, dizia ele na última carta; se não vieres depressa acha-
rás tua mãe morta!”
- Para separar advérbios e conjunções adversativos (porém,
todavia, contudo, entretanto), principalmente quando pospostos. Em expressões que, ao serem enunciadas com entonação es-
Ex.: “A proposta, porém, desdizia tanto das minhas sensações pecial, o contexto acaba sugerindo causa, consequência ou expli-
últimas...” cação.
Ex.: “Explico-me: o diploma era uma carta de alforria”
- Algumas vezes, para indicar a elipse do verbo.
Ex.: Ele sai agora: eu, logo mais. (omitiu o verbo “sairei” após - Em expressões que possuam uma quebra na sequência das
“eu”; elipse do verbo sair) ideias.
Ex.: Sacudiu o vestido, ainda molhado, e caminhou.
- Omissão por zeugma. “Não! bradei eu; não hás de entrar... não quero... Ia a lançar-lhe
Ex.: Na classe, alguns alunos são interessados; outros, (são) re- as mãos: era tarde; ela entrara e fechara-se”
lapsos. (Supressão do verbo “são” antes do vocábulo “relapsos”)
— Ponto e Vírgula
- Para indicar a interrupção de um seguimento natural das Sinal (;) que denota pausa mais forte que a vírgula, porém mais
ideias e se intercala um juízo de valor ou uma reflexão subsidiária. fraca que o ponto. É utilizado:
- Para evitar e desfazer alguma interpretação errônea que pode - Em trechos longos que já possuam vírgulas, indicando uma
ocorrer quando os termos estão distribuídos de forma irregular na pausa mais forte.
oração, a expressão deslocada é separada por vírgula. Ex.: “Enfim, cheguei-me a Virgília, que estava sentada, e travei-
Ex.: De todas as revoluções, para o homem, a morte é a maior -lhe da mão; D. Plácida foi à janela”
e a derradeira.
- Para separar as adversativas onde se deseja ressaltar o con-
- Em enumerações traste.
sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais, discos. Ex.: “Não se disse mais nada; mas de noite Lobo Neves insistiu
com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a dor da no projeto”
despedida.
- Em leis, separando os incisos.
Não se separa por vírgula:
- sujeito de predicado; - Enumeração com explicitação.
- objeto de verbo; Ex.: Comprei alguns livros: de matemática, para estudar para
- adjunto adnominal de nome; o concurso; um romance, para me distrair nas horas vagas; e um
- complemento nominal de nome; dicionário, para enriquecer meu vocabulário.
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta
não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). - Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, para mar-
car distribuição.
Ex.: Comprei os produtos no supermercado: farinha para um
bolo; tomates para o molho; e pão para o café da manhã.
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LÍNGUA PORTUGUESA
— Travessão Ex.: Eu expliquei uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha
É importante não confundir o travessão (—) com o traço de preocupação.
união ou hífen e com o traço de divisão empregado na partição de
sílabas. Os parênteses e os colchetes estão ligados pela sua função dis-
O uso do travessão pode substituir vírgulas, parênteses, colche- cursiva, mas estes são utilizados quando os parênteses já foram em-
tes, indicando uma expressão intercalada: pregados, com o objetivo de introduzir uma nova inserção.
Ex.: “... e eu falava-lhe de mil cousas diferentes — do último São utilizados, também, com a finalidade de preencher lacunas
baile, da discussão das câmaras, berlindas e cavalos, de tudo, me- de textos ou para introduzir, em citações principalmente, explica-
nos dos seus versos ou prosas” ções ou adendos que deixam a compreensão do texto mais simples.
Neste caso, pode, ou não, combinar-se com as aspas. - Delimitam transcrições ou citações textuais.
Ex.: Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.”
— Parênteses e Colchetes
Estes sinais ( ) [ ] apontam a existência de um isolamento sin- — Alínea
tático e semântico mais completo dentro de um enunciado, assim Apresenta a mesma função do parágrafo, uma vez que denota
como estabelecem uma intimidade maior entre o autor e seu leitor. diferentes centros de assuntos. Como o parágrafo, requer a mudan-
Geralmente, o uso do parêntese é marcado por uma entonação es- ça de linha.
pecial. De forma geral, aparece em forma de número ou letra seguida
Se a pausa coincidir com o início da construção parentética, o de um traço curvo.
sinal de pontuação deve aparecer após os parênteses, contudo, se Ex.: Os substantivos podem ser:
a proposição ou frase inteira for encerrada pelos parênteses, a no- a) próprios
tação deve aparecer dentro deles. b) comuns
Ex.: “Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que
seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão — Chave
frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida” Este sinal ({ }) é mais utilizado em obras científicas. Indicam a
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que reunião de diversos itens relacionados que formam um grupo.
se tem inventado para a divulgação do pensamento”. (Carta inserta 2
Ex.: Múltiplos de 5: {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35,… }.
nos Anais da Biblioteca Nacional, vol. I) [Carlos de Laet] Na matemática, as chaves agrupam vários elementos de uma
operação, definindo sua ordem de resolução.
- Isolar datas. Ex.: 30x{40+[30x(84-20x4)]}
Ex.: Refiro-me aos soldados da Primeira Guerra Mundial (1914- Também podem ser utilizadas na linguística, representando
1918). morfemas.
Ex.: O radical da palavra menino é {menin-}.
- Isolar siglas.
Ex.: A taxa de desemprego subiu para 5,3% da população eco- — Asterisco
nomicamente ativa (PEA)... Sinal (*) utilizado após ou sobre uma palavra, com a intenção
de se fazer um comentário ou citação a respeito do termo, ou uma
- Isolar explicações ou retificações.
2 https://bit.ly/2RongbC.
19
LÍNGUA PORTUGUESA
explicação sobre o trecho (neste caso o asterisco se põe no fim do Basta utilizar o primeiro item da explicação, ou seja, os adjetivos
período). são variáveis em gênero e número. Veja o exemplo:
Emprega-se ainda um ou mais asteriscos depois de uma inicial, A lua brilhava intensamentes naquelas noites frias de
indicando uma pessoa cujo nome não se quer ou não se pode decli- inverno.
nar: o Dr.*, B.**, L.***
Em Língua Portuguesa, jamais alguém falaria intensamentes,
— Barra afinal o advérbio é invariável. Frias soa bem aos ouvidos, pois se
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas. trata de uma construção normal. Dessa forma, nota-se que frias
varia em gênero e/ou número, sendo esta a característica que a
diferencia de um advérbio.
Seguindo os critérios estabelecidos anteriormente, apenas a
ORGANIZAÇÃO DA FRASE E DO PERÍODO: palavra fria daquele primeiro enunciado é um adjetivo.
MORFOSSINTAXE
A partir dessas explicações, fica claro que sempre que for
3
Não há como separar o conhecimento sintático do morfológico, falado sobre o estudo das Articulações Morfossintáticas, é preciso
afinal esse conhecimento contribui para uma maior segurança na conhecer e estudar as Classes de Palavras e a Análise Sintática.
determinação das funções sintáticas dos termos da oração: “a base
ou a natureza morfológica de um sintagma (constituinte imediato A morfologia estuda a classe e a forma, já a sintaxe, a relação
das orações) determina ou autoriza sua função sintática”. e a função.
Nada na língua funciona de maneira isolada. E é por isso que
4
Exemplo:
reconhecer a natureza morfológica das palavras é importante para “O dia está nublado”.
a compreensão de quais funções sintáticas elas poderão assumir
em uma frase. Análise morfológica
Vamos utilizar esse pensamento para analisar a existência de O – artigo.
adjetivos no seguinte enunciado: Dia – substantivo.
Está – verbo (estar).
A lua brilhava intensamente naquela noite fria de inverno. Nublado – adjetivo.
Análise Sintática
João e José – sujeito composto (dois núcleos).
Gostam de jogar todos os dias – predicado verbal.
De jogar – objeto indireto (complementa o sentido do verbo).
Todos os dias – adjunto adverbial de tempo.
É possível que surja uma dúvida: se o advérbio, assim como
o adjetivo, permite-se articular por tão, muito e bem, como é
possível estabelecer um critério rigoroso para encontrar o adjetivo
sem confundi-lo com o advérbio?
3 https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/analise-morfossintatica-- 4 https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/analise-sintatica-analise-
-adjetivo-natureza-morfologica-e-sintatica.htm. morfologica.htm.
20
LÍNGUA PORTUGUESA
21
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.
Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.
Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.
Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.
Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.
22
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.
Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.
Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.
Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.
Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.
Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.
Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.
Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.
Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje
Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.
Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.
23
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.
Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.
A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.
Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:
PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato;
COM
intolerante; mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador;
EM
negligente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...
Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.
Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
24
LÍNGUA PORTUGUESA
Hibridismo
Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de
línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binó-
culo (bi – grego + oculus – latim).
25
LÍNGUA PORTUGUESA
Combinação Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob-
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou servadas:
radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (abor- • Depois de ditongos (ex: coisa)
recer + adolescente). • Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S”
(ex: casa > casinha)
Intensificação • Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou
Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alarga- origem. (ex: portuguesa)
mento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita • Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex:
adicionando o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / proto- populoso)
colizar (em vez de protocolar).
Uso do “S”, “SS”, “Ç”
Neologismo • “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex:
Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falan- diversão)
te em contextos específicos, podendo ser temporárias ou perma- • “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
nentes. Existem três tipos principais de neologismos: • “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passa-
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma pa- ram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)
lavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha)
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já Os diferentes porquês
existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao
compromisso) / dar a volta por cima (superar). Usado para fazer perguntas. Pode ser
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem POR QUE
substituído por “por qual motivo”
um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar)
Usado em respostas e explicações. Pode
PORQUE
Onomatopeia ser substituído por “pois”
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproxi- O “que” é acentuado quando aparece
mada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque. como a última palavra da frase, antes da
POR QUÊ
pontuação final (interrogação, exclamação,
ORTOGRAFIA OFICIAL. ponto final)
É um substantivo, portanto costuma vir
PORQUÊ acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes ou pronome
à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso
analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo- Parônimos e homônimos
rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
também faz aumentar o vocabulário do leitor. núncia semelhantes, porém com significados distintos.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
atento! grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co-
nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e
consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional. Vejamos um por um:
26
LÍNGUA PORTUGUESA
As palavras podem ser: vivenciá-los. Por isso, para meus alunos, são contos o que para mim
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu- é vida.
-já, ra-paz, u-ru-bu...) Mas é assim que corre o rio da vida dos homens, transforman-
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, do em palavras o que hoje é ação. Se não forem narrados, os acon-
sa-bo-ne-te, ré-gua...) tecimentos e os nossos feitos passam sem deixar rastros. Faladas ou
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima escritas, são as palavras que salvam o já vivido e o conservam entre
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…) nós. Salvam os feitos e os acontecimentos da sua total desintegra-
ção no esquecimento.
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: A memória do já vivido e a sua narração numa história é o que
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico, possibilita a construção da História e das nossas histórias pessoais.
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) Só os feitos e os acontecimentos narrados em histórias são capazes
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N, de salvaguardar nossa existência e nossa identidade.
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter, Só conservados pela lembrança é que os feitos e os aconteci-
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...) mentos podem entrar no tempo e fazer parte de um passado. Re-
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S), cente ou antigo.
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu, (CRITELLI, Dulce. In cronicasbrasil.blogspot.com/search/ label/Dul-
dói, coronéis...) ce%20 Critelli)
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) O título “Lembrança e esquecimento” constitui uma antítese
que está relacionada a uma oposição de ideias presentes no texto,
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei- correspondente:
nar e fixar as regras. (A) as gerações mais velhas e os mais jovens.
(B) os feitos e acontecimentos passados e a vida presente.
(C) a geração dos professores e a geração dos alunos.
QUESTÕES (D) as mudanças do passado e a permanência do presente.
(E) o passado narrado e o passado sem narração.
1. (PREFEITURA DE ARACRUZ - ES – CONTADOR - IBADE - 2019)
27
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) Porque se encarrega de expor um tema ou assunto por Luiz Garcia – Cronista do Jornal O Globo Falecido em abril de 2018
meio de argumentações.
(D) Porque é um tipo de texto que apresenta uma linguagem A crônica é um tipo de texto:
simples. (A) narrativo longo.
(E) Nenhuma das alternativas. (B) narrativo curto.
(C) descritivo curto.
3. (PREFEITURA DE ARACRUZ - ES - PROFESSOR DE CIÊNCIA - (D) descritivo longo.
IBADE - 2019) (E) expositivo.
28
LÍNGUA PORTUGUESA
A respeito do texto, analise as afirmativas. I- Por ser curto, or- Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema
ganizado em torno de um único foco temático, com poeticidade na identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
construção da linguagem, esse texto pertence ao gênero crônica. I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo
II- A reflexão presente no texto volta-se a um tempo de maturidade, semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni-
em que o passado, hoje, seria o futuro ontem. III- O tom irônico do mo, em relação à “diversidade”.
texto busca prender a atenção do leitor, envolvendo -o na temática, II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi-
mesmo sem muitos detalhes. IV- O texto, escrito em primeira pes- dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
soa do singular (vou, eu era, me casei), utiliza linguagem simples no paradigma argumentativo do enunciado.
com predominância de oralidade. III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co-
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi-
Estão corretas as afirmativas dade e identidade”.
(A) I, II e III, apenas.
(B) II, III e IV, apenas. Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi-
(C) I e IV, apenas. ção(ões) verdadeira(s).
(D) I e II, apenas. (A) I, apenas
(B) II e III
6. (FMPA – MG) (C) III, apenas
Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen- (D) II, apenas
te aplicada: (E) I e II
(A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. 8. (UNIFOR CE – 2006)
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros. Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi-
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao
(D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever. resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um
(E) A cessão de terras compete ao Estado. rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as
7. (UEPB – 2010) suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per-
Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra,
maiores nomes da educação mundial na atualidade. indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de
Carlos Alberto Torres ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada
1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por- de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida-
tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no de.
3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida- Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis
de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa
se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui-
de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas-
relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na
fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos- igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis-
se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos
constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre- estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade (Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto,
porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder, 2001. p.68)
de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
[…] Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo-
cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se
Rosa Maria Torres o contexto, é
15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre (A) ceticismo.
16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po- (B) desdém.
lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e (C) apatia.
pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de (D) desinteresse.
reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a (E) negligência.
escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
indesejadas.
[…]
Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e
possibilidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.
29
LÍNGUA PORTUGUESA
9. (CASAN – 2015) Observe as sentenças. (D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz. e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema.
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo. (E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido.
para os carros e os pedestres.
11. (FUNDEP – 2014) As tipologias textuais são constructos te-
Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho- óricos inerentes aos gêneros, ou seja, lança-se mão dos tipos para a
mônimos e parônimos. produção dos gêneros diversos. Um professor, ao solicitar à turma a
escrita das “regras de um jogo”, espera que os estudantes utilizem,
(A) I e III. predominantemente, a tipologia
(B) II e III. (A) descritiva, devido à presença de adjetivos e verbos de liga-
(C) II apenas. ção.
(D) Todas incorretas. (B) narrativa, devido à forte presença de verbos no passado.
(C) injuntiva, devido à presença dos verbos no imperativo.
10. (UFMS – 2009) (D) dissertativa, devido à presença das conjunções.
Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de
Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em 12. (ENEM 2010)
30/09/08. Em seguida, responda. MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COM-
“Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con- PUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.
cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas
vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima- de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conte-
mente do jeito correto. údo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário,
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, seu objetivo básico é
a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, (A) definir regras de comportamento social pautadas no com-
esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que bate ao consumismo exagerado.
devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é (B) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos
pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig- que visam à adesão ao consumo.
mática na cabeça. (C) defender a importância do conhecimento de informática
Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré- pela população de baixo poder aquisitivo.
-adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me (D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes
libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa sociais economicamente desfavorecidas.
prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu- (E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a
la, lá vinham as palavras mágicas. máquina, mesmo a mais moderna.
Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha
evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi. 13. (IBADE – 2020 adaptada)
– Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
– Ainda não fomos apresentados – ela disse.
– É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de
terror.
– E ele faz o quê?
– Atrapalha a gente na hora de escrever.
Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia
usar trema nem se lembrava da regrinha.
Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no
lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con-
seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras.
Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi-
rão ao menos para determinar minha idade.
– Esse aí é do tempo do trema.”
https://www.dicio.com.br/partilhar/ acesso em fevereiro de
Assinale a alternativa correta. 2020
(A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons-
tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si. O texto apresentado é um verbete. Assinale a alternativa que
(B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a representa sua definição
norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substitu-
ída por “nós”. (A) é um tipo textual dissertativo-argumentativo, com o intuito
(C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito de persuadir o leitor.
correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de
acordo com a norma culta da língua portuguesa.
30
LÍNGUA PORTUGUESA
(B) é um tipo e gênero textual de caráter descritivo para de- (A) Narrativo-descritivo, com predominância do descritivo.
talhar em adjetivos e advérbios o que é necessário entender. (B) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
(C) é um gênero textual de viés narrativo para contar em crono- (C) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
logia obrigatória o enredo por meio de personagens. (D) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo.
(D) é um gênero textual de caráter informativo, que tem por in- (E) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo.
tuito explicar um conceito, mais comumente em um dicionário
ou enciclopédia. 16. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
(E) é um tipo textual expositivo, típico em redações escolares. Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
Uma organização não governamental holandesa está propondo
14. (UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – RJ) Preencha os parênte- um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
ses com os números correspondentes; em seguida, assinale a alter- sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
nativa que indica a correspondência correta. grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
1. Narrar O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
2. Argumentar cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
3. Expor o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
4. Descrever ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
5. Prescrever um contador na rede social.
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
e indicações de como realizar ações, com emprego abundante de Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
verbos no modo imperativo. em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
sobre determinado assunto, assim como explicações, avaliações e ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. (http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou
não, acontecido num determinado espaço e tempo, envolvendo Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
tipo de texto. pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou usuários longe da rede social.”
subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com abundância A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade. (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e expo- preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
sição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um ponto de vista. ticamente.
Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, argumentos (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
e conclusão. possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
(A) 3, 5, 1, 2, 4 raria o sentido do texto.
(B) 5, 3, 1, 4, 2 (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
(C) 4, 2, 3, 1, 5 informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
(D) 5, 3, 4, 1, 2 informação nova.
(E) 2, 3, 1, 4, 5 (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
15. (PUC – SP) O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade. qual são introduzidas de forma mais generalizada
Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua orga- 18. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas
nização, os textos podem ser compostos de descrição, narração e só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
dissertação; no entanto, é difícil encontrar um trecho que seja só respectivamente:
descritivo, apenas narrativo, somente dissertativo. Levando-se em (A) adjetivo, adjetivo
conta tal afirmação, selecione uma das alternativas abaixo para (B) advérbio, advérbio
classificar o texto de Oswald de Andrade: (C) advérbio, adjetivo
.
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LÍNGUA PORTUGUESA
32
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo. 35. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras
(E) Muita gordura não implica saúde. não é formada por prefixação:
(A) readquirir, predestinado, propor
29. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem (B) irregular, amoral, demover
ser seguidos pela mesma preposição: (C) remeter, conter, antegozar
(A) ávido / bom / inconsequente (D) irrestrito, antípoda, prever
(B) indigno / odioso / perito (E) dever, deter, antever
(C) leal / limpo / oneroso
(D) orgulhoso / rico / sedento 36. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa
(E) oposto / pálido / sábio em que todas as palavras estão adequadamente grafadas.
(A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
30. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri- (B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
tas nos itens a seguir: (C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini- (D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
migos de hipócritas; (E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.
II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu
desprezo por tudo; 37. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI-
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento. forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta
padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas
A frase reescrita está com a regência correta em: erroneamente, exceto em:
(A) I apenas (A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
(B) II apenas (B) É um privilégio estar aqui hoje.
(C) III apenas (C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
(D) I e III apenas (D) A criança estava com desinteria.
(E) I, II e III (E) O bebedoro da escola estava estragado.
31. (CESGRANRIO - RJ) As palavras esquartejar, desculpa e irre- 38. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
conhecível foram formadas, respectivamente, pelos processos de: com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
(A) sufixação - prefixação – parassíntese alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
(B) sufixação - derivação regressiva – prefixação classificação.
(C) composição por aglutinação - prefixação – sufixação “____________ o céu é azul?”
(D) parassíntese - derivação regressiva – prefixação “Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân-
(E) parassíntese - derivação imprópria - parassíntese sito pelo caminho.”
“Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado
32. (UFSC) Aponte a alternativa cujas palavras são respectiva- ao nosso encontro.”
mente formadas por justaposição, aglutinação e parassíntese: “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
(A) varapau - girassol - enfaixar diais. ____________?”
(B) pontapé - anoitecer - ajoelhar (A) Porque – porquê – por que – Por quê
(C) maldizer - petróleo - embora (B) Porque – porquê – por que – Por quê
(D) vaivém - pontiagudo - enfurece (C) Por que – porque – porquê – Por quê
(E) penugem - plenilúnio - despedaça (D) Porquê – porque – por quê – Por que
(E) Por que – porque – por quê – Porquê
33. (CESGRANRIO) Assinale a opção em que nem todas as pala-
vras são de um mesmo radical: 39. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô-
(A) noite, anoitecer, noitada nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que
(B) luz, luzeiro, alumiar se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma
(C) incrível, crente, crer frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio-
(D) festa, festeiro, festejar nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada.
(E) riqueza, ricaço, enriquecer Assinale-a.
(A) A descoberta do plano de conquista era eminente.
34. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se- (B) O infrator foi preso em flagrante.
guintes palavras: (C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.
(A) vendavais, naufrágios, polêmicas (D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura.
(B) descompõem, desempregados, desejava (E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
(C) estendendo, escritório, espírito
(D) quietação, sabonete, nadador
(E) religião, irmão, solidão
33
LÍNGUA PORTUGUESA
40. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão Leia o texto abaixo para responder as questões.
grafadas corretamente.
(A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar UM APÓLOGO
(B) alteza, empreza, francesa, miudeza Machado de Assis.
(C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher
(D) incenso, abcesso, obsessão, luxação Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
(E) chineza, marquês, garrucha, meretriz — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
41. (BANCO DO BRASIL) Opção que preenche corretamente as — Deixe-me, senhora.
lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e pôs-se ___ falar ___ — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
todas as pessoas convocadas. com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
(A) à - à – à der na cabeça.
(B) a - à – à — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
(C) à - a – a Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
(D) a - a – à o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
(E) à - a - à outros.
— Mas você é orgulhosa.
42. (FEI) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as — Decerto que sou.
lacunas das seguintes orações: — Mas por quê?
I. Precisa falar ___ cerca de três mil operários. — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
II. Daqui ___ alguns anos tudo estará mudado. ama, quem é que os cose, senão eu?
III. ___ dias está desaparecido. — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
IV. Vindos de locais distantes, todos chegaram ___ tempo ___ que quem os cose sou eu, e muito eu?
reunião. — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
(A) a - a - há - a – à daço ao outro, dou feição aos babados…
(B) à - a - a - há – a — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
(C) a - à - a - a – há puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
(D) há - a - à - a – a mando…
(E) a - há - a - à – a. — Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
43. (TRE) O uso do acento grave (indicativo de crase ou não) — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
está incorreto em: balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
(A) Primeiro vou à feira, depois é que vou trabalhar. trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
(B) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado. Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
(C) Não devemos fazer referências àqueles casos. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
(D) Sairemos às cinco da manhã. tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
(E) Isto não seria útil à ela. costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
44. (ITA) Analisando as sentenças: orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
I. A vista disso, devemos tomar sérias medidas. os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
II. Não fale tal coisa as outras. isto uma cor poética. E dizia a agulha:
III. Dia a dia a empresa foi crescendo. — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
IV. Não ligo aquilo que me disse. Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
Podemos deduzir que: e acima…
(A) Apenas a sentença III não tem crase. A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
(B) As sentenças III e IV não têm crase. agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
(C) Todas as sentenças têm crase. o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
(D) Nenhuma sentença tem crase. ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
(E) Apenas a sentença IV não tem crase. tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
45. (UFABC) A alternativa em que o acento indicativo de crase costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até
não procede é: que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
(A) Tais informações são iguais às que recebi ontem. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que
(B) Perdi uma caneta semelhante à sua. a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para
(C) A construção da casa obedece às especificações da Prefei- dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da
tura. bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
(D) O remédio devia ser ingerido gota à gota, e não de uma só alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha,
vez. perguntou-lhe:
(E) Não assistiu a essa operação, mas à de seu irmão.
34
LÍNGUA PORTUGUESA
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da (D) intensidade e dimensão;
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que (E) pejoratividade e afetividade.
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? 48. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
Vamos, diga lá. mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna-
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
fico. Agulha não tem cabeça.” (L.06)
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- (C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
muita linha ordinária! (D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
nária!” (L.43)
46. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis (E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona- (L.25)
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os 49. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alter-
elementos dos textos: nativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
(C) “sérios”, “potência”, “após”.
(D) “Goiás”, “já”, “vários”.
(E) “solidária”, “área”, “após”.
35
LÍNGUA PORTUGUESA
15 A ANOTAÇÕES
16 D
17 B ______________________________________________________
18 B ______________________________________________________
19 B
______________________________________________________
20 E
21 C ______________________________________________________
22 A ______________________________________________________
23 C
______________________________________________________
24 D
______________________________________________________
25 C
26 E ______________________________________________________
27 C ______________________________________________________
28 A
______________________________________________________
29 D
30 E ______________________________________________________
31 D ______________________________________________________
32 D
______________________________________________________
33 B
______________________________________________________
34 D
35 E ______________________________________________________
36 A ______________________________________________________
37 B
______________________________________________________
38 C
39 B ______________________________________________________
40 A ______________________________________________________
41 C ______________________________________________________
42 A
______________________________________________________
43 E
44 A ______________________________________________________
45 D ______________________________________________________
46 E
_____________________________________________________
47 D
_____________________________________________________
48 D
49 A ______________________________________________________
50 A ______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
36
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
RACIOCÍNIO VERBAL
ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS conclusões lógicas.
FICTÍCIOS. DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-
DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES. COMPREENSÃO E gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
ELABORAÇÃO DA LÓGICA DAS SITUAÇÕES POR MEIO conhecimento por meio da linguagem.
DE: RACIOCÍNIO VERBAL; RACIOCÍNIO MATEMÁTICO Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
(QUE ENVOLVA, DENTRE OUTROS, CONJUNTOS trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
NUMÉRICOS RACIONAIS E REAIS – OPERAÇÕES, ções, selecionando uma das possíveis respostas:
PROPRIEDADES, PROBLEMAS ENVOLVENDO AS A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-
QUATRO OPERAÇÕES NAS FORMAS FRACIONÁRIA formações ou opiniões contidas no trecho)
E DECIMAL, CONJUNTOS NUMÉRICOS COMPLEXOS, B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-
NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS, RAZÃO formações ou opiniões contidas no trecho)
E PROPORÇÃO, DIVISÃO PROPORCIONAL, REGRA C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA, PORCENTAGEM); verdadeira ou falsa sem mais informações)
RACIOCÍNIO SEQUENCIAL; ORIENTAÇÃO ESPACIAL
E TEMPORAL; FORMAÇÃO DE CONCEITOS; ESTRUTURAS LÓGICAS
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS. Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições.
Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos.
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble- Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura Elas podem ser:
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte • Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
consiste nos seguintes conteúdos: co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
- Operação com conjuntos. não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Cálculos com porcentagens. - Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé- – Fez Sol ontem?
tricos e matriciais. - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Geometria básica. - Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
- Álgebra básica e sistemas lineares. televisão.
- Calendários. - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
- Numeração. bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
- Razões Especiais. do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica. • Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de
Argumentação. Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envol- • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
vam os conteúdos: cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
- Lógica sequencial simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
- Calendários nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
37
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
Disjunção Inclusiva v p ou q
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
38
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Bicondicional ↔ p se e somente se q
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões
Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a
( ) Certo
( ) Errado
39
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que Resolução:
são: V ou F.” Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos
Classificação de uma proposição atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
Elas podem ser: (B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valo-
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi- res lógicos, logo não é sentença lógica.
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, (C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas: atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? (D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também po-
– Fez Sol ontem? demos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quan-
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso! tidade certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a F a sentença).
televisão. (E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am- lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro Resposta: B.
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
Conectivos (conectores lógicos)
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO Para compôr novas proposições, definidas como composta, a
valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside- partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São
rada uma frase, proposição ou sentença lógica. eles:
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
Disjunção Inclusiva v p ou q
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
Bicondicional ↔ p se e somente se q
Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.
Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”
Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.
Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:
Resposta: B.
Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO
CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.
ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Conectivo “ou” (v) Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).
Conectivo “Se e somente se” (↔)
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
• Mais sobre o Conectivo “ou” verdade:
– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(E) p v q, ¬ q, p v q Exemplo:
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:
CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:
Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência.
Propriedades
(E) uma disjunção.
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
Resolução:
– Uma proposição complexa implica ela mesma.
Montando a tabela teremos que:
• Transitiva:
P ~p ~p ^p – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
V F F Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
V F F – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
F V F
Regras de Inferência
F V F
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
de uma CONTRADIÇÃO.
sições verdadeiras já existentes.
Resposta: C
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-
q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
• Modus Ponens p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” dos.
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três pardo.
representações possíveis:
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução: Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação. -se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum). esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
Logo, podemos descartar as alternativas A e E. ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção, dos e Nenhum, que também são universais.
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C
TODO
A
AéB
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
NENHUM Analisando as proposições temos:
E
AéB - Todo cinema é uma casa de cultura
ALGUM
O
A NÃO é B
Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
B”, a atenção estava sobre os que eram B, Segundo as afirmativas temos:
ou seja, na intercessão). (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
Temos também no segundo caso, a dife- diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
rença entre conjuntos, que forma o con- menos um dos cinemas é considerado teatro.
junto A - B
Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes- A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
mo princípio acima. verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
afirma isso Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.
(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi- ... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior. argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor- conclusão sejam totalmente questionáveis.
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-
não é cinema. TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.
Em síntese:
Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:
(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! Resposta: Errado
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)
Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B
01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.
Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.
ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.
Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.
Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.
Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resposta: B
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplos:
Todo cavalo é um animal. Logo, Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. mesmo número.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo.
(D) Nenhum animal é cavalo.
Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
sões:
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal. Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o
– Se é cavalo, então é um animal. mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente so-
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça frer rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma
de conclusão). Exemplos:
Resposta: B Analise a sequência a seguir:
Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-nu-
– 1º passo: observar os quantificadores.
meros-com-figuras-de-palavras/
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a 277ª
posição dessa sequência é:
Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277 ocu-
pa, então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.
Resposta: B
(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.
Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:
Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou para roda voltar à posição inicial)
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na posição dos 12 segundos.
Resposta: B
COMPREENSÃO DO PROCESSO LÓGICO QUE, A PARTIR DE UM CONJUNTO DE HIPÓTESES, CONDUZ, DE FORMA VÁLI-
DA, A CONCLUSÕES DETERMINADAS.
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.
60
LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
61
LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
de que trata o inciso II. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021) h) retrato do médico, de frente, de 3x4cm, exibindo a data des-
(Vigência) sa fotografia;
Art. 5º O pedido de inscrição do médico será indeferido quan- i) assinatura do portador;
do: (Redação dada pelo Decreto nº 10.911, de 2021) (Vigência) j) impressão digital do polegar da mão direita;
I - os documentos apresentados não estiverem em conformi- k) data em que foi diplomado;
dade com o disposto no art. 2º; e (Incluído pelo Decreto nº 10.911, l) assinaturas do Presidente e do Secretário do Conselho Re-
de 2021) (Vigência) gional;
II - o diploma de conclusão do curso de Medicina tiver sido ex- m) mínimo de três (3) folhas para vistos e anotações sobre o
pedido por instituição de ensino estrangeira e não cumprir os requi- exercício da medicina;
sitos constantes do §1º do art. 2º. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, n) mínimo de três (3) folhas para anotações de elogios, impedi-
de 2021) (Vigência) mentos e proibições;
Art. 6º Fica o médico obrigado a comunicar ao Conselho Regio- o) declaração da validade da carteira como documento de
nal de Medicina em que estiver inscrito a instalação do seu consul- identidade e de sua fé pública (art. 19º da Lei nº 3.268, de 30 de
tório ou local de trabalho profissional, assim como qualquer trans- setembro de 1957);
ferência de sede, ainda quando na mesma jurisdição. p) denominação do Conselho Regional respectivo.
§1º Quando houver mudança de sede de trabalho, bem como Parágrafo único. O modelo da Carteira Profissional a que se re-
no caso de abandono temporário ou definitivo da profissão, obe- fere o art. 18º da Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, será uni-
decer-se-á às disposições dos §§1º, 2º, 3º e 4º do art. 18 da Lei forme para todo o País e fixado pelo Conselho Federal de Medicina.
nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, pagando nova anuidade ao
Conselho da Região onde passar a exercer a profissão. CAPÍTULO III
§2º Quando houver mudança de sede de trabalho para região DAS PENALIDADES
de competência de outro Conselho Regional, o profissional deverá
quitar integralmente a anuidade no Conselho Regional de Medicina Nos Processos Ético-Profissionais
de origem. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021) (Vigência) Art. 10. Os processos relativos às infrações dos princípios da
§3º Na hipótese do §2º, o profissional ficará isento do reco- ética profissional deverão revestir a forma de “autos judiciais”, sen-
lhimento no Conselho Regional na localidade de destino. (Incluído do exarados em ordem cronológica os seus pareceres e despachos.
pelo Decreto nº 10.911, de 2021) (Vigência) Art. 11. As normas processuais para o recebimento de denún-
§4º O disposto no §2º deverá constar de modo expresso no cia, a sua tramitação e a aplicação de penalidade seguirão as regras
certificado de regularidade profissional, observado o disposto constantes das resoluções do Conselho Federal de Medicina, obser-
no parágrafo único do art. 4º da Lei nº 12.514, de 28 de outubro de vados os princípios da ampla defesa e do contraditório. (Redação
2011. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021) (Vigência) dada pelo Decreto nº 10.911, de 2021) (Vigência)
Parágrafo único. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais
CAPÍTULO II de Medicina ficam autorizados a adotar meio eletrônico para a
DAS TAXAS, CARTEIRAS PROFISSIONAIS E ANUIDADES tramitação das sindicâncias e dos processos administrativos éticos
profissionais. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021) (Vigência)
Art. 7º Os profissionais inscritos de acordo com o que preceitua Art. 12. Recebida a queixa ou denúncia o Presidente a encami-
a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, ficarão obrigados ao nhará a uma Comissão de Instrução, que, ordenará as providências
pagamento de anuidade a serem fixadas pelo Conselho federal de específicas para o caso e depois de serem elas executadas, determi-
Medicina. nará, então, a intimação do médico ou da pessoal jurídica denuncia-
§1º O pagamento da anuidade será efetuado até o dia 31 do dos para, no prazo de trinta dias a contar da data do recebimento
mês de março de cada ano, salvo no primeiro ano, quando será fei- dessa intimação oferecer a defesa que tiver, acompanhando-a das
to na ocasião da expedição da carteira profissional do interessado. alegações e dos documentos que julgar convenientes.
§2º O pagamento de anuidades fora do prazo prescrito no pa- §1º A instrução a que se refere êste artigo poderá ser feita
rágrafo antecedente será efetuado com acréscimo de 20% (vinte mediante depoimento pessoal do queixoso ou denunciante, arro-
por cento) da importância fixada. lamento de testemunhas, perícias e demais provas consideradas
Art. 8º Os profissionais inscritos na forma da Lei nº 3.268, de hábeis.
30 de setembro de 1957 pagarão no ato do pedido de sua inscrição, §2º A ambas as partes é facultada a representação por advo-
uma taxa de inscrição fixada pelo Conselho Federal de Medicina. gados militantes.
Art. 9º Ao médico inscrito de acordo com o presente Regula- Art. 13. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência
mento será entregue, mediante pagamento de taxa específica de Art. 14. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência
expedição de carteira profissional e fixada pela Assembleia Geral, Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021)
uma carteira profissional numerada e registrada no Conselho Re- Vigência
gional, contendo: Art. 15. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência
a) nome por extenso; Art. 16. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência
b) filiação; Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021)
c) nacionalidade e naturalidade; Vigência
d) data do nascimento; Art. 17. As penas disciplinares aplicáveis aos infratores da ética
e) designação da Faculdade de Medicina diplomadora; profissional são as seguintes:
f) número da inscrição anotada nesse Conselho Regional; a) advertência confidencial, em aviso reservado;
g) data dessa mesma inscrição; b) censura confidencial, em aviso reservado;
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
§4º (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência selhos Regionais de Medicina será de onze conselheiros efetivos.
Art. 28. Para os fins de eleição a Assembleia Geral funcionará (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
de conformidade com o art. 25 da Lei número 3.268, de 30-9-957. §2º Os conselheiros suplentes somente poderão participar das
Art. 29. As eleições para os Conselhos regionais serão feitas sessões plenárias após regular convocação e na ausência do conse-
sem discriminação de cargos, que serão providos na sua primeira lheiro efetivo. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
sessão ordinária de conformidade com os respectivos regimentos §3º Os conselheiros indicados pela Associação Médica Brasilei-
internos. ra e respectivo suplente serão designados para o mandato e, exceto
Art. 30. O Conselho Federal de Medicina normatizará o proces- na hipótese de renúncia, não poderão ser substituídos no curso do
so eleitoral e disporá sobre: (Redação dada pelo Decreto nº 10.911, mandato. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
de 2021 (Vigência) Art. 33. Ao Conselho Federal de Medicina compete: (Redação
I - nomeação, competência e atuação da Comissão Regional dada pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
Eleitoral pelo Conselho Regional de Medicina; (Incluído pelo Decre- I - organizar o seu regimento interno; (Incluído pelo Decreto nº
to nº 10.911, de 2021 (Vigência) 10.911, de 2021 (Vigência)
II - nomeação, competência e atuação da Comissão Nacional II - aprovar os regimentos internos elaborados pelos Conselhos
Eleitoral pelo Conselho Federal de Medicina; (Incluído pelo Decreto Regionais; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
nº 10.911, de 2021 (Vigência) III - eleger a Diretoria-Executiva do Conselho; (Incluído pelo De-
III - condições de elegibilidade; (Incluído pelo Decreto nº creto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
10.911, de 2021 (Vigência) IV - votar e alterar o Código de Deontologia Médica, ouvidos
IV - causas de inelegibilidade, inclusive funções públicas, cargos os Conselhos Regionais; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021
eletivos e cargos de direção em empresas que acarretam inelegibili- (Vigência)
dade; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência) V - promover diligências ou verificações relativas ao funcio-
V - registro das chapas; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de namento dos Conselhos Regionais de Medicina nos Estados e no
2021 (Vigência) Distrito Federal e adotar providências para sua eficiência e regula-
VI - datas das eleições; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de ridade, quando necessárias; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de
2021 (Vigência) 2021 (Vigência)
VII - processo de votação; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de VI - intervir nos Conselhos Regionais de Medicina, inclusive
2021 (Vigência) com a designação de diretoria provisória, para a consecução do dis-
VIII - mesas receptoras; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de posto no inciso V do caput; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de
2021 (Vigência) 2021 (Vigência)
IX - processo de apuração; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de VII - encaminhar proposta de alteração deste regulamento ao
2021 (Vigência) Poder Executivo federal; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021
X - impugnações; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
(Vigência) VIII - expedir as instruções necessárias ao bom funcionamento
XI - propaganda eleitoral e seu controle; (Incluído pelo Decreto dos Conselhos Regionais e para a realização de sessões plenárias e
nº 10.911, de 2021 (Vigência) de reuniões; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
XII - condutas vedadas; e (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de IX - dirimir dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais; (In-
2021 (Vigência) cluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
XIII - punições das chapas que infringirem as normas eleitorais, X - em grau de recurso, por provocação dos Conselhos Regio-
inclusive com possibilidade de exclusão do pleito. (Incluído pelo De- nais ou de interessado, deliberar sobre: (Incluído pelo Decreto nº
creto nº 10.911, de 2021 (Vigência) 10.911, de 2021 (Vigência)
Art. 31. A falta injustificada do médico à eleição incorrerá no a) inscrições de pessoas naturais nos Conselhos Regionais; (In-
pagamento de multa estabelecida em lei. (Redação dada pelo De- cluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
creto nº 10.911, de 2021 (Vigência) b) penalidades impostas aos inscritos pelos Conselhos Regio-
nais; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
CAPÍTULO V c) regras de fiscalização de pessoas jurídicas prestadoras de
DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA serviços médicos; e (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vi-
gência)
Art. 32. O Conselho Federal de Medicina será composto por vin- d) demais decisões proferidas pelos Conselhos Regionais de
te e oito conselheiros titulares eleitos, na forma prevista na Lei nº Medicina; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
3.268, de 1957, dos quais: (Redação dada pelo Decreto nº 10.911, XI - atualizar o valor da anuidade única cobrada aos inscritos
de 2021 (Vigência) nos Conselhos Regionais de Medicina, nos termos do disposto
I - um representante de cada Estado; (Incluído pelo Decreto nº no §1º do art. 6º da Lei nº 12.514, de 2011; (Incluído pelo Decreto
10.911, de 2021 (Vigência) nº 10.911, de 2021 (Vigência)
II - um representante do Distrito Federal; e (Incluído pelo De- XII - normatizar a concessão de diárias, de jetons e de auxílio de
creto nº 10.911, de 2021 (Vigência) representação, com a fixação do valor devido pelo Conselho Federal
III - um representante e respectivo suplente indicado pela Asso- e pelos Conselhos Regionais; (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de
ciação Médica Brasileira. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 2021 (Vigência)
(Vigência) XIII - expedir normas para o desempenho ético da Medicina;
§1º O quórum para as sessões plenárias do Conselho Federal (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência)
de Medicina será de quinze conselheiros efetivos e para os Con- XIV - editar normas para estabelecer o caráter experimental de
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
procedimentos em Medicina, a autorização ou a vedação de sua Art. 46. Os Conselhos Regionais de Medicina providenciarão a
prática pelos médicos, no âmbito de sua competência, nos termos feitura ou a reforma de seus Regimentos Internos de conformidade
do disposto no art. 7º da Lei nº 12.842, de 10 de julho de 2013; e com a Lei nº 3.268, de 30-9-1957.
(Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência) Art. 47. Revogam-se as disposições em contrário.
XV - ofertar a educação continuada de médicos quanto ao de-
sempenho ético da Medicina. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de
2021 (Vigência) LEI Nº 3.268/1957: DISPÕE SOBRE OS CONSELHOS DE
Art. 34. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência MEDICINA, COM ALTERAÇÕES DA LEI FEDERAL Nº
Art. 35. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência 11.000/2004
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021)
Vigência LEI Nº 3.268, DE 30 DE SETEMBRO DE 1957.
Art. 36. A eleição para o Conselho Federal de Medicina será
realizada entre sessenta e trinta dias antes do término do mandato Dispõe sôbre os Conselhos de Medicina, e dá outras providên-
em curso e a data escolhida deverá ser comunicada aos Conselhos cias.
Regionais, com antecedência mínima de trinta dias. (Redação dada
pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO
Art. 37. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§1º (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência
§2º (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência Art . 1º O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Me-
§3º (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência dicina, instituídos pelo Decreto-lei nº 7.955, de 13 de setembro de
Art. 38. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência 1945, passam a constituir em seu conjunto uma autarquia, sendo
Art. 39. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência cada um deles dotado de personalidade jurídica de direito público,
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) com autonomia administrativa e financeira.
Vigência Art . 2º O conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medi-
Art. 40. (Revogado pelo Decreto nº 10.911, de 2021) Vigência cina são os órgãos supervisores da ética profissional em toda a Re-
pública e ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe
CAPÍTULO VI médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar por todos os meios ao seu
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS alcance, pelo perfeito desempenho ético da medicina e pelo pres-
tígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente.
Art. 41. O mandato dos Membros dos Conselhos Regionais de Art . 3º Haverá na Capital da República um Conselho Federal,
Medicina será meramente honorífico e durará cinco (5) anos, como com jurisdição em todo o Território Nacional, ao qual ficam subor-
o dos Membros do Conselho Federal de Medicina. dinados os Conselhos Regionais; e, em cada capital de Estado e Ter-
Art. 42. As eleições para os Conselhos Regionais serão reali- ritório e no Distrito Federal, um Conselho Regional, denominado se-
zadas sem discriminação dos postos a serem ocupados. (Redação gundo sua jurisdição, que alcançará, respectivamente, a do Estado,
dada pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência) a do Território e a do Distrito Federal.
§1º Na primeira sessão ordinária do Conselho Regional serão Art. 4o O Conselho Federal de Medicina compor-se-á de 28
providos os diversos postos, nos termos do disposto em seu regi- (vinte e oito) conselheiros titulares, sendo: (Redação dada pela Lei
mento interno. (Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência) nº 11.000, de 2004)
§2º Na hipótese de existirem vagas no Conselho Regional e não I – 1 (um) representante de cada Estado da Federação; (Incluí-
houver suplentes aptos à convocação em quantidade suficiente do pela Lei nº 11.000, de 2004)
para o seu funcionamento, serão convocadas eleições suplemen- II – 1 (um) representante do Distrito Federal; e (Incluído pela
tares para o preenchimento das vagas de membros efetivos e su- Lei nº 11.000, de 2004)
plentes, nos termos das normas do Conselho Federal de Medicina. III – 1 (um) representante e respectivo suplente indicado pela
(Incluído pelo Decreto nº 10.911, de 2021 (Vigência) Associação Médica Brasileira. (Incluído pela Lei nº 11.000, de 2004)
Art. 43. Os casos omissos do presente regulamento serão resol- §1o Os Conselheiros e respectivos suplentes de que tratam os
vidos pelo Conselho Federal de Medicina. incisos I e II serão escolhidos por escrutínio secreto e maioria de vo-
tos, presentes no mínimo 20% (vinte por cento), dentre os médicos
CAPÍTULO VII regularmente inscritos em cada Conselho Regional. (Incluído pela
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Lei nº 11.000, de 2004)
§2o Para a candidatura à vaga de conselheiro federal, o médico
Art. 44. Dentro do prazo de trinta (30) dias após a aprovação do não necessita ser conselheiro do Conselho Regional de Medicina
presente Regulamento, o Conselho Federal baixará instruções com em que está inscrito. (Incluído pela Lei nº 11.000, de 2004)
uma tabela de emolumentos (anuidades, taxas de inscrição, cartei- Art . 5º São atribuições do Conselho Federal:
ras, etc.), a serem cobradas pelos Conselhos Regionais de todo o a) organizar o seu regimento interno;
país. b) aprovar os regimentos internos organizados pelos Conselhos
Art. 45. A exigência da apresentação da carteira profissional do Regionais;
médico, assim como a obrigatoriedade de indicar no seu receituário c) eleger o presidente e o secretária geral do Conselho;
o respectivo número de sua carteira dos Conselhos Regionais, só se d) votar e alterar o Código de Deontologia Médica, ouvidos os
tornarão efetivos a partir de cento e oitenta (180) dias depois da Conselhos Regionais;
publicação do presente Regulamento.
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
e) promover quaisquer diligências ou verificações, relativas ao discriminação de cargos, que serão providos na primeira reunião
funcionamento dos Conselhos de Medicina, nos Estados ou Territó- ordinária dos mesmos.
rios e Distrito Federal, e adotar, quando necessárias, providências §2º O mandato dos membros dos Conselhos Regionais será
convenientes a bem da sua eficiência e regularidade, inclusive a de- meramente honorífico, e exigida como requisito para eleição a qua-
signação de diretoria provisória; lidade de brasileiro nato ou naturalizado.
f) propor ao Governo Federal a emenda ou alteração do Regu- Art . 14. A diretoria de cada Conselho Regional compor-se-á
lamento desta lei; de presidente, vice-presidente, primeiro e segundo secretários e
g) expedir as instruções necessárias ao bom funcionamento tesoureiro.
dos Conselhos Regionais; Parágrafo único. Nos Conselhos onde o quadro abranger me-
h) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas pelos nos de 20 (vinte) médicos inscritos poderão ser suprimidos os car-
Conselhos Regionais e dirimí-las; gos de vice-presidente e os de primeiro ou segundo secretários, ou
i) em grau de recurso por provocação dos Conselhos Regionais, alguns destes.
ou de qualquer interessado, deliberar sobre admissão de membros Art . 15. São atribuições dos Conselhos Regionais:
aos Conselhos Regionais e sobre penalidades impostas aos mesmos a) deliberar sobre a inscrição e cancelamento no quadro do
pelos referidos Conselhos. Conselho;
j) fixar e alterar o valor da anuidade única, cobrada aos inscri- b) manter um registro dos médicos, legalmente habilitados,
tos nos Conselhos Regionais de Medicina; e (Incluído pela Lei nº com exercício na respectiva Região;
11.000, de 2004) c) fiscalizar o exercício da profissão de médico;
l) normatizar a concessão de diárias, jetons e auxílio de repre- d) conhecer, apreciar e decidir os assuntos atinentes à ética
sentação, fixando o valor máximo para todos os Conselhos Regio- profissional, impondo as penalidades que couberem;
nais. (Incluído pela Lei nº 11.000, de 2004) e) elaborar a proposta do seu regimento interno, submetendo-
Art . 6º O mandato dos membros do Conselho Federal de Medi- -a à aprovação do Conselho Federal;
cina será meramente honorífico e durará 5 (cinco) anos. f) expedir carteira profissional;
Art . 7º Na primeira reunião ordinária do Conselho Federal será g) velar pela conservação da honra e da independência do Con-
eleita a sua diretoria, composta de presidente, vice-presidente, se- selho, livre exercício legal dos direitos dos médicos;
cretário geral, primeiro e segundo secretários, tesoureiro, na forma h) promover, por todos os meios e o seu alcance, o perfeito
do regimento. desempenho técnico e moral da medicina e o prestígio e bom con-
Art . 8º Ao presidente do Conselho Federal compete a direção ceito da medicina, da profissão e dos que a exerçam;
do mesmo Conselho, cabendo-lhe velar pela conservação do de- i) publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação dos
côro e da independência dos Conselhos de Medicina e pelo livre profissionais registrados;
exercício legal dos direitos de seus membros. j) exercer os atos de jurisdição que por lei lhes sejam cometi-
Art . 9º O secretário geral terá a seu cargo a secretaria perma- dos;
nente do Conselho Federal. k) representar ao Conselho Federal de Medicina Aérea sobre
Art . 10. (Revogado pela Lei nº 11.000, de 2004) providências necessárias para a regularidade dos serviços e da fis-
Art . 11. A renda do Conselho Federal será constituída de: calização do exercício da profissão.
a) 20% (vinte por cento) da totalidade do impôsto sindical pago Art . 16. A renda dos Conselhos Regionais será constituída de:
pelos médicos; a) taxa de inscrição;
b) 1/3 (um terço) da taxa de expedição das carteiras profissio- b) 2/3 (dois terços) da taxa de expedição de carteiras profis-
nais; sionais;
c) 1/3 (um terço) das multas aplicadas pelos Conselhos Regio- c) 2/3 (dois terços) da anuidade paga pelos membros inscritos
nais; no Conselho Regional;
d) doações e legados; d) 2/3 (dois terços) das multas aplicadas de acordo com a alí-
e) subvenções oficiais; nea d do art. 22;
f) bens e valores adquiridos; e) doações e legados;
g) 1/3 (um terço) das anuidades percebidas pelos Conselhos f) subvenções oficiais;
Regionais. g) bens e valores adquiridos.
Art . 12. Os Conselhos Regionais serão instalados em cada capi- Art . 17. Os médicos só poderão exercer legalmente a medicina,
tal de Estado na de Território e no Distrito Federal, onde terão sua em qualquer de seus ramos ou especialidades, após o prévio regis-
sede, sendo compostos de 5 (cinco) membros, quando o Conselho tro de seus títulos, diplomas, certificados ou cartas no Ministério
tiver até 50 (cinquenta) médicos inscritos, de 10 (dez), até 150 (cen- da Educação e Cultura e de sua inscrição no Conselho Regional de
to e cinquenta) médicos inscritos, de 15 (quinze), até 300 (trezen- Medicina, sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade. (Vide
tos) inscritos, e, finalmente, de 21 (vinte e um), quando excedido Medida Provisória nº 621, de 2013)
esse número. Art . 18. Aos profissionais registrados de acordo com esta lei
Art . 13. Os membros dos Conselhos Regionais de Medicina, será entregue uma carteira profissional que os habitará ao exercício
com exceção de um que será escolhido pela Associação Médica, da medicina em todo o País.
sediada na Capital do respectivo Estado, federado à Associação Mé- §1º No caso em que o profissional tiver de exercer tempora-
dica Brasileira, serão eleitos, em escrutínio secreto, em assembleia riamente, à medicina em outra jurisdição, apresentará sua carteira
dos inscritos de cada região e que estejam em pleno gozo de seus para ser visada pelo Presidente do Conselho Regional desta juris-
direitos. dição.
§1º As eleições para os Conselhos Regionais serão feitas sem §2º Se o médico inscrito no Conselho Regional de um Estado
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
passar a exercer, de modo permanente, atividade em outra região, gional os médicos inscritos, que se achem no pleno gozo de seus
assim se entendendo o exercício da profissão por mais de 90 (no- direitos e tenham aí a sede principal de sua atividade profissional.
venta) dias, na nova jurisdição, ficará obrigado a requerer inscrição Parágrafo único. A assembleia geral será dirigida pelo presiden-
secundária no quadro respectivo, ou para ele se transferir, sujeito, te e os secretários do Conselho Regional respectivo.
em ambos os casos, à jurisdição do Conselho local pelos atos prati- Art . 24. A assembleia geral compete:
cados em qualquer jurisdição. I - ouvir a leitura e discutir o relatório e contas da diretoria.
§3º Quando deixar, temporária ou definitivamente, de exercer Para esse fim se reunirá, ao menos uma vez por ano, sendo, nos
atividade profissional, o profissional restituirá a carteira à secretaria anos em que se tenha de realizar a eleição do Conselho Regional,
do Conselho onde estiver inscrito. de 30 (trinta) a 45(quarenta e cinco) dias antes da data fixada para
§4º No prontuário do médico serão feitas quaisquer anotações essa eleição;
referentes ao mesmo, inclusive os elogios e penalidades. lI - autorizar a alienação de imóveis do patrimônio do Conselho;
§5º Fica dispensado da obrigação de que trata o §2º deste ar- III - fixar ou alterar as de contribuições cobradas pelo Conselho
tigo, ainda que em caráter transitório, o perito médico federal que pelos serviços praticados;
esteja fora da unidade federativa originária do seu registro em con- IV - deliberar sobre as questões ou consultas submetidas à sua
selho regional, quando em cumprimento de dever funcional deter- decisão pelo Conselho ou pela Diretoria;
minado no interesse da administração pública. (Incluído pela Lei nº V - eleger um delegado e um suplente para eleição dos mem-
14.724, de 2023) bros e suplentes do Conselho Federal.
Art . 19. A carteira profissional, de que trata o art. 18, valerá Art 25. A assembleia geral em primeira convocação, reunir-se-á
documento de identidade e terá fé pública. com a maioria absoluta de seus membros e, em segunda convoca-
Art . 20. Todo aquele que mediante anúncios, placas, cartões ção, com qualquer número de membros presentes.
ou outros meios quaisquer, se propuser ao exercício da medicina, Parágrafo único. As deliberações serão tomadas por maioria de
em qualquer dos ramos ou especialidades, fica sujeito às penalida- votos dos presentes.
des aplicáveis ao exercício ilegal da profissão, se não estiver devida- Art . 26. O voto é pessoal e obrigatório em toda eleição, salvo
mente registrado. doença ou ausência comprovadas plenamente.
Art . 21. O poder de disciplinar e aplicar penalidades aos mé- §1º Por falta injustificada à eleição, incorrerá o membro do
dicos compete exclusivamente ao Conselho Regional, em que es- Conselho na multa de Cr$200,00 (duzentos cruzeiros), dobrada na
tavam inscritos ao tempo do fato punível, ou em que ocorreu, nos reincidência.
termos do art. 18, §1º. §2º Os médicos que se encontrarem fora da sede das eleições,
Parágrafo único. A jurisdição disciplinar estabelecida neste ar- por ocasião destas, poderão dar seu voto em dupla sobrecarta, opa-
tigo não derroga a jurisdição comum quando o fato constitua crime ca, fechada, e remetida pelo correio, sob registro, por ofício com
punido em lei. firma reconhecida, ao Presidente do Conselho Regional.
Art . 22. As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Re- §3º Serão computadas as cédulas recebidas, com as formalida-
gionais aos seus membros são as seguintes: des do parágrafo precedente até o momento de encerrar-se a vota-
a) advertência confidencial em aviso reservado; ção. A sobrecarta maior será aberta pelo Presidente do Conselho,
b) censura confidencial em aviso reservado; que depositará a sobrecarta menor na urna, sem violar o segredo
c) censura pública em publicação oficial; do voto.
d) suspensão do exercício profissional até 30 (trinta) dias; §4º As eleições serão anunciadas no órgão oficial e em jornal
e) cassação do exercício profissional, ad referendum do Conse- de grande circulação, com 30 (trinta) dias de antecedência.
lho Federal. §5º As eleições serão feitas por escrutínio secreto, perante o
§1º Salvo os casos de gravidade manifesta que exijam aplicação Conselho, podendo, quando haja mais de duzentos votantes, de-
imediata da penalidade mais grave a imposição das penas obedece- terminarem-se locais diversos para o recebimento dos votos, per-
rá à gradação deste artigo. manecendo, neste caso, em cada local, dois diretores, ou médicos
§2º Em matéria disciplinar, o Conselho Regional deliberará de inscritos, designados pelo Conselho.
oficial ou em consequência de representação de autoridade, de §6º Em cada eleição, os votos serão recebidos durante 6 (seis)
qualquer membro, ou de pessoa estranha ao Conselho, interessada horas contínuas pelo menos.
no caso. Art . 27. A inscrição dos profissionais já registrados nos órgãos
§3º A deliberação do Comércio precederá, sempre, audiência de saúde pública, na data da presente lei, será feita independente
do acusado, sendo-lhe dado defensor no caso de não ser encontra- da apresentação de títulos, diplomas certificados ou cartas registra-
do, ou for revel. das no Ministério da Educação e Cultura, mediante prova do regis-
§4º Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso, no tro na repartição competente.
prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência, para o Conselho Fede- Art 28. O atual Conselho Federal de Medicina designará direto-
ral, sem efeito suspenso salvo os casos das alíneas c , e e f , em que rias provisórias para os Conselhos Regionais dos Estados Territórios
o efeito será suspensivo. e Distrito Federal, onde não houverem ainda sido instalados, que
§5º Além do recurso previsto no parágrafo anterior, não caberá tomarão a seu cargo a sua instalação e a convocação, dentro em
qualquer outro de natureza administrativa, salvo aos interessados a 180 (cento e oitenta) dias, da assembleia geral, que elegerá o Con-
via judiciária para as ações que forem devidas. selho Regional respectivo.
§6º As denúncias contra membros dos Conselhos Regionais só Art 29. O Conselho Federal de Medicina baixará instruções no
serão recebidas quando devidamente assinadas e acompanhadas sentido de promover a coincidência dos mandatos dos membros
da indicação de elementos comprobatórios do alegado. do Conselhos Regionais já instalados e dos que vierem a ser orga-
Art 23. Constituem a assembleia geral de cada Conselho Re- nizados.
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
(CPEP) são aplicadas de imediato às sindicâncias e aos processos desaforada, com a remessa dos autos ao CFM;
ético-profissionais (PEP) em trâmite, sem prejuízo da validade dos II− decidida a instauração do PEP, a instrução ocorrerá no CRM
atos processuais realizados sob a vigência do Código anterior. onde o fato ocorreu, que o remeterá ao CFM para desaforamento
Art. 2º Este Código de Processo Ético-Profissional (CPEP) en- do julgamento.
trará em vigor após decorridos 90 (noventa) dias, a partir da data Art. 7º O presidente dos Conselhos Federal e Regionais de Me-
de sua publicação no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico dicina poderão delegar aos corregedores a designação do conse-
do CFM, revogando a Resolução CFM nº 2.023/2013, a Resolução lheiro sindicante, instrutor, relator e revisor.
CFM nº 1.987/2012 (Interdição Ética Cautelar) e Resolução CFM nº Art. 8º A sindicância será analisada em câmara específica.
1.967/2011 (Termo de Ajustamento de Conduta Art. 9º O PEP será julgado diretamente pelo pleno nos CRMs
– TAC). que não possuírem, regimentalmente, câmaras de julgamento.
Brasília-DF, 17 de maio de 2016. Art. 10. Os servidores dos CRMs, obrigados ao sigilo processual,
poderão receber delegação para a prática de atos de administração
CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL de mero expediente sem caráter decisório;
Art. 11. O CRM poderá suspender o curso do prazo processu-
CAPÍTULO I al nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro,
DO PROCESSO EM GERAL inclusive.
SEÇÃO I SEÇÃO II
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA SINDICÂNCIA
Art. 1º A sindicância e o processo ético-profissional (PEP) nos Art. 12. A sindicância será instaurada:
Conselhos Regionais de Medicina (CRM) e no Conselho Federal de I− de ofício pelo próprio CRM;
Medicina (CFM) serão regidos por este Código de Processo Ético- II− mediante denúncia escrita ou verbal, com identificação
-Profissional (CPEP) e tramitarão em sigilo processual. (Alterado completa do denunciante, na qual conste o relato circunstanciado
pela Resolução CFM nº 2.158/2017) dos fatos, e quando possível, a qualificação completa do médico
Parágrafo único. As sanções confidenciais, previstas no art. 22, denunciado, com a indicação das provas documentais.
letras “a” e “b” da Lei nº 3.268/1957, não poderão ser tornadas §1º A denúncia verbal deverá ser tomada a termo por servidor
públicas, mesmo após a conclusão definitiva do PEP. designado.
Art. 2º A competência para apreciar e julgar infrações éticas é §2º A denúncia deverá ser dirigida ao CRM, devidamente assi-
do CRM em que o médico esteja inscrito ao tempo da ocorrência nada pelo denunciante, seu representante legal ou por procurador
do fato punível. devidamente constituído.
Parágrafo único. A competência para instaurar sindicância, ana- §3º Caso a denúncia esteja deficiente a ponto de comprometer
lisar seu relatório e, se for o caso, instaurar o PEP e sua instrução é sua exata compreensão em relação aos fatos e provas, o corregedor
do CRM onde o fato punível ocorreu, ainda que o médico não pos- poderá conceder ao denunciante prazo de 15 dias para sua comple-
sua inscrição na respectiva circunscrição; ou, tendo sido inscrito, já mentação.
tenha sido transferido para a circunscrição de outro CRM. §4º Se o denunciante não cumprir o disposto no parágrafo
Art. 3º A apreciação de sindicância ou o julgamento do PEP po- antecedente, o corregedor levará a denúncia para apreciação da
derá ser desaforada por decisão fundamentada da plenária ou da câmara de sindicância, onde poderá ser arquivada ou determina-
câmara respectiva, com a remessa dos autos ao Conselho Federal da a instauração de sindicância de ofício, para apurar os fatos nela
de Medicina. contidos.
Art. 4º A sindicância e o PEP terão forma de autos judiciais, §5º A sindicância poderá ser arquivada por desistência da parte
com as peças anexadas por termo e os despachos, pareceres, notas denunciante a critério de decisão da Câmara do CRM e, somente
técnicas, petições e decisões ou acórdãos juntados em ordem cro- será admitida nos casos em que não envolvam lesão corporal de
nológica, sendo vedada a juntada de qualquer peça ou documento natureza grave (art. 129, §§1º a 3º do Código Penal), assédio sexual
no verso de folhas já constantes nos autos. ou óbito do paciente.
Art. 5º O processo e julgamento das infrações às disposições §6º A denúncia anônima não será aceita.
previstas no Código de Ética Médica (CEM) são independentes, não Art. 13. Determinada a instauração de sindicância, o correge-
estando em regra, vinculado ao processo e julgamento da questão dor nomeará conselheiro sindicante para apresentar relatório con-
criminal ou cível sobre os mesmos fatos. clusivo que deverá conter obrigatoriamente:
§1º A responsabilidade ético-profissional é independente da I− identificação completa das partes, quando possível;
criminal. II− descrição dos fatos e circunstâncias em que ocorreram;
§2º A sentença penal absolutória somente influirá na apuração III− indicação da correlação entre os fatos apurados e a eventu-
da infração ética quando tiver por fundamento o art. 386, incisos I al infração ao Código de Ética Médica;
(estar provada a inexistência do fato) e IV (estar provado que o réu IV− conclusão indicando a existência ou inexistência de indícios
não concorreu para a infração penal) do Decreto-Lei nº 3.689/1941 de infração ao Código de Ética Médica;
(CPP). §1º Na parte conclusiva, o relatório deve apontar os indícios da
Art. 6º A apreciação de sindicância e a instrução e o julgamento materialidade e da autoria dos fatos apurados, de modo específico
do PEP que envolva conselheiro obedecerá as seguintes regras: a cada artigo do CEM supostamente infringido.
I− a sindicância será instruída pelo CRM onde o fato ocorreu e
sua apreciação, por decisão fundamentada da plenária, poderá ser
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
§2º A sindicância tramitará no CRM do local da ocorrência do §2º É vedado qualquer acerto pecuniário no âmbito da conci-
fato por até 180 dias, podendo, por motivo justificado, esse prazo liação.
ser excedido. §3º Proposta e aceita a conciliação pelas partes, após sua ho-
Art. 14. Se com a denúncia forem oferecidos elementos fáticos mologação pela câmara de sindicância, não caberá qualquer recur-
e documentais suficientes, o corregedor determinará a abertura de so.
sindicância. Neste caso, o sindicante elaborará imediato relatório §4º No caso de a conciliação não obter êxito, a sindicância
que será levado à câmara de sindicância para apreciação. prosseguirá em seus termos.
Art. 15. A comissão de ética médica dos estabelecimentos de
saúde deverá encaminhar ao CRM as denúncias e/ou condutas an- SEÇÃO IV
tiéticas que tiver ciência, nos termos da resolução específica. DO TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (TAC)
Parágrafo único. Na inexistência da comissão de ética médica
nos estabelecimentos de saúde, caberá ao diretor clínico fazer a co- Art. 19. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) é o ato jurí-
municação prevista no caput. dico pelo qual a pessoa, física ou jurídica, em regra, reconhecendo
Art. 16. A pessoa jurídica, pública ou privada, poderá exercer implicitamente que sua conduta ofende ou pode ofender interesse
o direito de denúncia, devendo ser representadas por quem a lei ético individual ou coletivo, assume, perante órgão público legiti-
ou os respectivos estatutos indicarem, ou no silêncio destes, pelos mado, o compromisso de eliminar a ofensa ou o risco, através da
seus diretores ou sócios-gerentes. adequação de seu comportamento às exigências legais e éticas, me-
Art. 17. O relatório conclusivo da sindicância, devidamente diante formalização de termo.
fundamentado, será levado à apreciação da câmara de sindicância, §1º O TAC depende de proposta do conselheiro sindicante ou
com o seguinte encaminhamento: de outro membro da câmara, após a apresentação de seu relatório
I– propor conciliação, quando pertinente; conclusivo, e será firmado após aprovação pela câmara de sindi-
II– propor termo de ajustamento de conduta (TAC), quando cância.
pertinente; §2º O TAC será admitido nos casos em que não envolvam lesão
III− arquivamento: se indicar a inexistência de indícios de infra- corporal de natureza grave (art. 129, §§1º a 3º do Código Penal),
ção ao Código de Ética Médica; assédio sexual ou óbito do paciente.
IV− instauração de PEP: se indicar a existência de indícios de Art. 20. O TAC é sigiloso e será assinado por membro da câmara
infração ao Código de Ética Médica, cumulada ou não de proposta de sindicância que o aprovar ou o corregedor e o médico interessa-
de interdição cautelar. Neste caso, os autos serão encaminhados ao do, tendo como embasamento legal a Lei nº 7.347/1985 e inciso II
corregedor a quem competirá assinar portaria de abertura de PEP; do art. 17 deste CPEP.
bem como nomear conselheiro instrutor; §1º O CRM figurará no TAC como compromitente e o médico
V− instauração de procedimento administrativo para apurar interessado como compromissário.
doença incapacitante, nos termos de resolução específica. Art. 21. São cláusulas obrigatórias do TAC, dentre outras:
§1º Havendo necessidade de qualquer diligência, os autos se- I− objeto: descreve o(s) fato(s) imputado(s) ao médico;
rão remetidos ao conselheiro sindicante para que a cumpra na for- II− cláusula de comportamento: impõe ao médico portar-se de
ma em que for deliberada pela câmara, no prazo de 30 (trinta) dias. acordo com o determinado no TAC;
§2º Qualquer membro da câmara, não se sentindo apto a se III− cláusula de suspensão da sindicância: fixa o prazo de sus-
manifestar, poderá pedir vistas dos autos pelo prazo de 30 (trinta) pensão da sindicância, com atenção aos prazos prescricionais esta-
dias. belecidos no CPEP;
§3º O relatório conclusivo da sindicância que determinar a ins- IV− cláusula de fiscalização: define como será feita a fiscaliza-
tauração de PEP, na forma do art. 17, inciso IV, acompanhará o man- ção do TAC e como deverá o médico compromissário demonstrar o
dado de citação do denunciado. cumprimento das metas e obrigações assumidas;
§4º Em caso de divergência ao relatório do sindicante, o voto Art. 22. O TAC não pode ser firmado nos autos da sindicância
divergente deverá ser formalizado e juntado aos autos. que tenha no pólo ativo a figura do denunciante.
§5º A instauração de PEP, quando cumulada com interdição §1º A fiscalização do cumprimento dos termos contidos no TAC
cautelar, é da competência exclusiva do pleno do CRM. caberá à corregedoria do CRM respectivo.
§6º O processo administrativo para apurar doença incapacitan- Art. 23. O descumprimento dos termos e condições contidas no
te tramitará em autos próprios, com a suspensão do PEP por até 90 TAC implicará a abertura de PEP.
(noventa) dias prorrogáveis uma única vez por igual período. Art. 24. O médico que aderir a um TAC ficará impedido de fir-
mar novo TAC, sobre qualquer assunto, pelo período de 5 (cinco)
SEÇÃO III anos.
DA CONCILIAÇÃO
SEÇÃO V
Art. 18. A conciliação entre as partes somente será admitida DA INTERDIÇÃO CAUTELAR DO EXERCÍCIO DA MEDICINA
nos casos em que não envolvam lesão corporal de natureza grave
(art. 129, §§1º a 3º do Código Penal), assédio sexual ou óbito do Art. 25. O pleno do CRM, por maioria simples de votos e respei-
paciente, e dependerá de proposta do conselheiro sindicante ou de tando o quórum mínimo, poderá interditar cautelarmente o exer-
outro membro da Câmara, com aprovação da câmara de sindicân- cício profissional de médico cuja ação ou omissão, decorrentes do
cia. exercício de sua profissão, esteja notoriamente prejudicando seu
§1º Após a aprovação do relatório conclusivo da sindicância, paciente ou à população, ou na iminência de fazê-lo.
não será mais cabível a proposta de conciliação. §1º A interdição cautelar poderá ser aplicada quando da ins-
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tauração do PEP, ou no curso da instrução, na sessão de julgamento diante a juntada da certidão de óbito nos autos, será extinta a puni-
ou na fase recursal; bilidade em relação a ele, mediante despacho do corregedor.
§2º Os casos de interdição cautelar serão imediatamente infor- §2º Comprovado o falecimento do denunciante, mediante a
mados ao CFM pelo CRM de origem. juntada da certidão de óbito nos autos, o PEP seguirá de ofício, me-
Art. 26. A interdição cautelar ocorrerá desde que existam nos diante despacho do corregedor.
autos elementos de prova que evidenciem a probabilidade da auto- §3º Havendo requerimento do cônjuge ou companheiro(a),
ria e da materialidade da prática do procedimento danoso pelo mé- pais, filhos ou irmãos do denunciante falecido, nessa ordem, ele po-
dico, a indicar a verossimilhança da acusação, e haja fundado receio derá ser admitido como parte denunciante, assumindo o processo
de dano irreparável ou de difícil reparação ao paciente, à população no estado em que se encontra.
e ao prestígio e bom conceito da profissão, caso ele continue a exer- §4º O procedimento administrativo, para apurar doença inca-
cer a medicina. pacitante, observará resolução específica. Quando também estiver
§1º Na decisão que determinar a interdição cautelar, o CRM sendo apurada infração ética, sua conclusão deverá ocorrer antes
indicará, de modo claro e preciso, as razões de seu convencimento. do julgamento do PEP.
§2º A decisão de interdição cautelar terá efeito imediato e im-
plicará o impedimento, total ou parcial, do exercício da medicina Da Modificação ou Adição ao Relatório Conclusivo da Sindi-
até o julgamento final do PEP, que deverá ser obrigatoriamente ins- cância
taurado. Art. 34. Encerrada a instrução probatória ou no curso desta,
§3º A interdição cautelar poderá ser modificada ou revogada a surgindo novas evidências, fatos novos ou detectado algum erro
qualquer tempo pela plenária do CRM ou, em grau de recurso, pela material constante do relatório conclusivo da sindicância o con-
plenária do CFM, em decisão fundamentada. selheiro instrutor poderá modificá-lo ou aditá-lo para, de forma
Art. 27. O médico interditado cautelarmente do exercício total fundamentada, corrigi-lo, inserir outros fatos e artigos, bem como
ou parcial da medicina será notificado da decisão, sendo contado incluir outros denunciados. Parágrafo único. A modificação ou adi-
o prazo recursal de 30 (trinta) dias a partir da juntada aos autos do tamento deverá ser aprovado pela câmara de julgamento ou pleno
recebimento da ordem de interdição, sem efeito suspensivo. do CRM, assegurando-se ao denunciado a ampla defesa e o contra-
Art. 28. Recebido o recurso no CFM, o corregedor o remeterá ditório.
à Coordenação Jurídica (COJUR) para exame de admissibilidade e
emissão de Nota Técnica (NT) no prazo de 15 dias, caso seja arguida Da Citação do Denunciado
alguma preliminar processual. Art. 35. Citação é o ato pelo qual o médico denunciado é con-
Parágrafo único. Com ou sem NT, o recurso será imediatamente vocado para integrar a relação processual, dando-lhe ciência da ins-
distribuído a um conselheiro-relator que terá 30 (trinta) dias para tauração de PEP e imputando-lhe a prática de infração ética, bem
elaborar seu relatório e voto, devendo ser pautado para julgamento como lhe oferecendo a oportunidade para se defender.
na sessão plenária subsequente. Art. 36. O mandado de citação deverá conter obrigatoriamente:
Art. 29. A decisão de interdição cautelar terá abrangência na- I− o nome completo do denunciado;
cional e será publicada no Diário Oficial e no sítio eletrônico dos II− o endereço residencial ou profissional do denunciado;
Conselhos de Medicina, com a identificação das partes. III− a finalidade da citação, bem como a menção do prazo e
Art. 30. A decisão de interdição cautelar deverá ser comunica- local para apresentação da defesa prévia, sob pena de revelia.
da aos estabelecimentos aonde o médico exerce suas atividades. Parágrafo único. Cópia do relatório conclusivo da sindicância e
Art. 31. O PEP no bojo do qual tiver sido decretada a interdição do voto divergente, se houver, deverá acompanhar o mandado de
cautelar do exercício da medicina do médico denunciado, deverá citação.
ser julgado no prazo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual perío- Art. 37. A citação inicial, na forma do art. 35, poderá ser feita
do uma única vez. em qualquer lugar em que se encontre o denunciado e será reali-
Parágrafo único. O prazo do caput deste artigo não será consi- zada:
derado quando o atraso da prática de qualquer ato processual for I− pelos Correios, com Aviso de Recebimento, ou outro meio
causado, sem motivo justo, pelo médico interditado. de comprovação oficial de recebimento fornecido pelos Correios;
II− por servidor ou conselheiro do CRM devidamente habilita-
CAPÍTULO II do ou pelos Correios, via Aviso de Recebimento por Mãos Próprias
DO PROCESSO EM ESPÉCIE (ARMP);
III− por Carta Precatória, quando frustradas as hipóteses previs-
SEÇÃO I tas nos incisos I e II deste artigo;
DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL IV− por edital, quando frustradas as hipóteses anteriores.
§1º Nas clínicas, nos consultórios e nos hospitais será válida a
Art. 32. Aprovado o relatório da sindicância, na forma do art. entrega do mandado de citação à secretária ou outro funcionário
17, inciso IV, deste CPEP, o conselheiro instrutor conduzirá o pro- da recepção ou da portaria responsável pelo recebimento de cor-
cesso dentro dos parâmetros de razoabilidade, atentando-se para respondência.
os prazos prescricionais. §2º Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com con-
Parágrafo único. O conselheiro sindicante não poderá ser desig- trole de acesso, será válida a entrega do mandado de citação a fun-
nado como instrutor de PEP por ele proposto. cionário da portaria responsável pelo recebimento de correspon-
Art. 33. O PEP não poderá ser extinto por desistência da parte dência.
denunciante. Nesta hipótese, ele seguirá de ofício.
§1º Comprovado o falecimento do médico denunciado, me-
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Do Parecer Técnico de Câmara Especializada §2º O conselheiro instrutor não permitirá que a testemunha
Art. 53. O parecer de câmara técnica especializada poderá ser manifeste suas apreciações pessoais, de cunho subjetivo, salvo
requisitado em matéria de complexidade científica servindo como quando inseparáveis da narrativa do fato.
elemento de esclarecimento ao conselheiro instrutor sem caráter Art. 62. Na redação do depoimento, o conselheiro instrutor
pericial ou decisório, dando ciência às partes para, se desejarem, deverá cingir-se, tanto quanto possível, às expressões usadas pela
apresentar manifestação, no prazo comum de 15 (quinze) dias. testemunha.
Art. 63. Serão consignadas no termo da audiência as perguntas
SEÇÃO III que os depoentes deixarem de responder.
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO Art. 64. A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das
testemunhas arroladas, ressalvado o direito do conselheiro instru-
Art. 54. No dia e na hora designados, o conselheiro instrutor tor ouvi-las se entender pertinente.
declarará aberta a audiência de instrução e mandará apregoar as Do Depoimento do Denunciante e do Denunciado
partes e, se houver, os respectivos advogados, bem como outras Art. 65. O denunciante será qualificado e perguntado sobre as
pessoas que dela devam participar. circunstâncias em que ocorreram os fatos, quem seja ou presuma
Art. 55. A audiência será iniciada após a identificação e quali- ser o responsável, as provas testemunhais e documentais que possa
ficação de todas as partes, com a presença do conselheiro instru- indicar, tomando-se por termo as suas declarações.
tor, dos colaboradores de apoio do CRM e dos patronos das partes, Parágrafo único. Se houver mais de um denunciante, cada um
quando houver. será ouvido separadamente, sendo facultada a presença dos seus
Art. 56. As partes, após intimação pelo conselheiro instrutor, defensores.
são obrigadas a apresentar as testemunhas que arrolarem, inde- Art. 66. O denunciado será devidamente qualificado e, depois
pendentemente da intimação destas, para serem ouvidas nas datas de cientificado do relatório conclusivo da sindicância, será informa-
designadas. do pelo conselheiro instrutor, antes de iniciar o depoimento, de seu
Art. 57. Adiado, por qualquer motivo, o ato processual, o con- direito de permanecer calado e de não responder perguntas que
selheiro instrutor marcará desde logo, na presença das partes e tes- lhe forem formuladas.
temunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará §1º O silêncio do denunciado, que não importará em confissão,
termo nos autos. não poderá ser interpretado em prejuízo de sua defesa.
Art. 58. O conselheiro instrutor, ou seu substituto, designado §2º O denunciado será indagado se conhece o denunciante e
pelo corregedor, preside a audiência e lhe incumbe: as testemunhas arroladas e o que tem a alegar acerca dos fatos con-
I − manter a ordem e o decoro na audiência, dentro de suas tidos no relatório conclusivo da sindicância.
prerrogativas; §3º Se houver mais de um denunciado, cada um será ouvido
II−ordenar que se retirem da sala de audiência os que se com- separadamente, sendo facultada a presença de todos os defenso-
portarem inconvenientemente; res.
III − registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos Art. 67. O denunciante ou denunciado que já tiver sido ouvido
apresentados em audiência. poderá permanecer na sala e acompanhar o depoimento dos de-
Art. 59. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvin- mais, inclusive formular perguntas.
do-se, nesta ordem: §1º O denunciante ou denunciado que morar fora da circuns-
I− o denunciante; crição do CRM será inquirido pelo CRM do lugar de sua residência,
II− as testemunhas arroladas pelo denunciante, pelo conselhei- expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável,
ro instrutor e, por fim, as testemunhas arroladas pelo denunciado; intimadas as partes no CRM de origem.
III− o denunciado. §2º No caso do parágrafo anterior, a inquirição das partes po-
§1º As provas poderão ser produzidas numa só audiência e, de- derá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso
pendendo das circunstâncias, poderão ser designadas várias datas tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, per-
e horários. mitida a presença dos defensores.
§2º As testemunhas arroladas pelo conselheiro instrutor po-
derão ser ouvidas em qualquer fase processual, garantindo-se o Das Testemunhas
contraditório. Art. 68. A testemunha fará a promessa de dizer a verdade do
Art. 60. Após a qualificação e antes de iniciado o depoimento, que souber e for perguntado, devendo declarar seu nome, idade,
as partes poderão contraditar a testemunha ou arguir circunstân- estado civil e residência; sua profissão, lugar onde exerce sua ativi-
cias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade. O conse- dade; se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais
lheiro instrutor fará consignar a contradita ou arguição e a resposta suas relações com qualquer delas; e relatar o que souber, explican-
da testemunha. do sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais
Parágrafo único. A testemunha impedida ou suspeita, nos ter- seja possível avaliar sua credibilidade.
mos dos artigos 102 e 103 deste CPEP, somente poderá ser ouvida Parágrafo único. As testemunhas serão inquiridas separada-
como informante. mente, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos
Art. 61. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamen- das outras, devendo o conselheiro instrutor adverti-las das penas
te à testemunha, não admitindo o conselheiro instrutor aquelas cominadas ao falso testemunho previsto no art. 342 do Código Pe-
que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa nal.
ou importarem na repetição de outra já respondida. Art. 69. O depoimento será prestado oralmente, não sendo
§1º Sobre os pontos não esclarecidos, o conselheiro instrutor permitido à testemunha trazê-lo por escrito, não sendo vedada, en-
poderá complementar a inquirição. tretanto, breve consulta a apontamentos.
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Art. 70. O conselheiro instrutor, quando julgar necessário, po- ciado, o prazo será comum aos denunciantes ou aos denunciados.
derá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. §2º Estando as partes ou seus procuradores presentes à últi-
Art. 71. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, ma audiência, elas poderão ser intimadas para apresentação das
assinado por ela, pelo conselheiro instrutor e pelas partes, caso es- alegações finais escritas, podendo fazê-la, a critério do conselheiro
tejam presentes. Se a testemunha não souber assinar, ou não puder instrutor, de forma oral e reduzida a termo na própria audiência, ou
fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na pre- declinar de sua apresentação.
sença de ambos ou aposição de sua digital. Art. 80. Após a apresentação das alegações finais, os autos
Art. 72. Caso o denunciante ou o denunciado apresente com- deverão ser remetidos à Assessoria Jurídica para análise e parecer
portamento inadequado, intimidando a testemunha ou desrespei- quanto a eventuais preliminares e regularidade processual. Em se-
tando e não acatando as determinações do conselheiro instrutor, guida, o conselheiro instrutor apresentará termo de encerramento
este poderá determinar a sua retirada, prosseguindo na inquirição, dos trabalhos que será encaminhado ao corregedor.
com a presença de seu defensor, quando houver. Art. 81. Até a data da sessão de julgamento, o conselheiro cor-
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas regedor, verificando a existência de qualquer vício ou irregularidade
no caput deste artigo deverá constar do termo, assim como os mo- processual, poderá intervir nos autos e, por meio de despacho fun-
tivos que a determinaram. damentado, devolver o processo ao conselheiro instrutor com de-
Art. 73. As pessoas impossibilitadas por enfermidade de com- terminação específica para a realização ou a retificação de atos pro-
parecer para depor serão inquiridas onde estiverem se o conselhei- cessuais a serem executados, com a devida intimação das partes.
ro instrutor entender conveniente para a instrução.
Art. 74. O médico regularmente intimado pelo instrutor que SEÇÃO IV
não comparecer para depor nem apresentar motivo justo ficará su- DO JULGAMENTO DO PEP NO CRM
jeito às disposições previstas no Código de Ética Médica.
Art. 75. A testemunha que morar fora da circunscrição do CRM Art. 82. O conselheiro corregedor, após o recebimento do pro-
será inquirida pelo CRM do lugar de sua residência, expedindo-se, cesso, devidamente instruído, designará os conselheiros relator e
para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as revisor, os quais ficarão responsáveis pela elaboração dos respec-
partes no CRM de origem. tivos relatórios.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, §1º O relatório deverá conter o nome da parte, a identificação
a oitiva de testemunha poderá ser realizada por meio de video- do caso, com a síntese do conteúdo do relatório conclusivo da sin-
conferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons dicância e também a síntese da defesa prévia e/ou alegações finais,
e imagens em tempo real, permitida a presença das partes e dos bem como o registro das principais ocorrências havidas no anda-
defensores. mento do processo.
§2º O conselheiro sindicante não poderá ser designado como
Da Acareação relator ou revisor do PEP, mas poderá participar do julgamento e
Art. 76. A acareação será admitida entre denunciantes, denun- emitir voto.
ciante e testemunha, denunciados, denunciados e testemunha, §3º O conselheiro instrutor poderá ser designado relator ou re-
testemunhas e testemunhas, sempre que divergirem, em suas de- visor e participar do julgamento com emissão de voto.
clarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes, de acordo com §4º O relator ou revisor poderá, mediante despacho funda-
decisão do conselheiro instrutor, aos esclarecimentos sobre o mé- mentado, requisitar ao conselheiro corregedor que remeta os autos
rito do processo. ao conselheiro instrutor para novas diligências, indicando quais as
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que providências cabíveis e estabelecendo prazo de 30 (trinta) dias para
expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato seu cumprimento.
de acareação. §5º Na hipótese do §4º deste artigo, o prazo estabelecido po-
derá ser prorrogado uma única vez, mediante justificativa escrita.
Da Prova Emprestada Art. 83. Designados relator e revisor, o conselheiro corregedor
Art. 77. É lícita a utilização de prova emprestada para instrução determinará a inclusão do processo na pauta de julgamento.
do PEP, desde que submetida ao contraditório. Art. 84. As partes serão intimadas da data de julgamento com a
Parágrafo único. A prova emprestada ingressará nos autos antecedência mínima de 10 (dez) dias.
como prova documental e deverá ser analisada como tal. Art. 85. A sessão de julgamento terá início com a leitura da par-
te expositiva do relatório elaborado pelo relator, seguindo-se, em
Das Desgravações ato contínuo, pela leitura do relatório do revisor, podendo este se
Art. 78. As gravações apresentadas pelas partes, para serem limitar a concordar com o relatório do conselheiro-relator; sem ma-
admitidas nos autos, deverão estar acompanhadas de sua respecti- nifestação, em um ou outro, quanto à conclusão de mérito.
va transcrição e submetidas ao contraditório. §1º Ao início da sessão de julgamento, o conselheiro-relator,
Parágrafo único. As gravações juntadas aos autos de ofício de- com manifestação prévia da Assessoria Jurídica, escrita ou oral, de-
verão ser degravadas pelo CRM. verá propor a apreciação de ofício ou a requerimento, das nulida-
des absolutas – prejudiciais ao mérito –, que deverão ser discutidas
Do Encerramento da Instrução e votadas antes da análise do mérito. Nesta hipótese, será conce-
Art. 79. Concluída a instrução, será aberto o prazo sucessivo de dido às partes 10 (dez) minutos para defender o acolhimento ou a
15 (quinze) dias para apresentação das alegações finais; primeira- rejeição das preliminares.
mente ao denunciante e, em seguida, ao denunciado. §2º Superada a fase das preliminares e após a leitura dos rela-
§1º Havendo mais de um denunciante ou mais de um denun- tórios, será concedido às partes o prazo de 10 (dez) minutos para
76
LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
sustentação oral em relação ao mérito, sucessivamente ao denun- -se-á a votação obedecendo- se a seguinte ordem:
ciante e denunciado. I− culpabilidade: condenação com a capitulação dos artigos ou
§3º Havendo mais de um denunciante ou denunciado, o prazo absolvição;
do §2º deste artigo será contado individualmente. II− cassação do exercício profissional (art. 22, “e” da Lei nº
§4º Encerrada a sustentação oral a que se refere o §2º deste 3.268/57);
artigo, os conselheiros poderão solicitar esclarecimentos sobre o III− penas públicas (art. 22, “c” ou “d” da Lei nº 3.268/57) ou
processo ao relator ou ao revisor e, por intermédio do presidente reservadas (art. 22, “a” ou “b” da Lei nº 3.268/57).
da sessão, às partes, seguidos dos debates sobre o mérito. §5º Em todas as hipóteses previstas no caput deste artigo, o
§5º Encerrada a fase de debates quanto ao mérito, será conce- voto deverá ser proferido e considerado de forma integral.
dido o prazo de 5 (cinco) minutos às partes para suas considerações §6º O presidente da sessão votará sequencialmente e, havendo
finais orais, sucessivamente ao denunciante e ao denunciado. Se for empate, proferirá o voto de desempate.
o caso, aplicar-se-á o disposto no §3º deste artigo. Art. 88. O conselheiro presente ao julgamento, respeitando o
§6º A sustentação oral pelas próprias partes ou seus respecti- quórum previsto em lei, não poderá abster-se de votar.
vos defensores na sessão de julgamento não é ato processual obri- Art. 89. A votação deverá ser colhida nominalmente de cada
gatório. conselheiro, em todos os julgamentos, consignando-se em ata o
resultado.
Do Pedido de Vista Art. 90. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resulta-
Art. 86. Após a leitura da parte expositiva dos relatórios ela- do do julgamento, designando para redigir o acórdão o conselheiro
borados pelo relator e revisor, no momento que antecede a leitura autor do voto vencedor.
dos seus votos, qualquer conselheiro poderá solicitar a suspensão Art. 91. As partes ou seus procuradores, bem como o defensor
do julgamento para: dativo, se houver, serão intimados da decisão nos termos do art. 43,
I− requerer vista dos autos do processo, apresentando-o com §1º deste Código.
relatório de vista em até 30 (trinta) dias, para continuidade do jul- Parágrafo único. No caso de decisão absolutória, no processo
gamento; instaurado de ofício, e o denunciado ou seu patrono esteja presente
II− requerer a baixa dos autos do processo em diligência, com ao julgamento, o presidente poderá declarar, ao final, o trânsito em
aprovação da maioria dos conselheiros presentes à sessão de jul- julgado da decisão.
gamento, caso em que especificará as providências que devam ser Art. 92. O julgamento ocorrerá a portas fechadas, sendo per-
tomadas pelo conselheiro instrutor no prazo de 30 (trinta) dias, que mitida apenas a presença das partes e seus defensores, membros
poderá ser prorrogado uma única vez, mediante justificativa escrita; do CRM, o integrante da assessoria jurídica do CRM e funcionários
§1º Cumpridas as diligências solicitadas, as partes serão intima- responsáveis pelo procedimento disciplinar necessário para o bom
das para manifestação no prazo de 10 (dez) dias. funcionamento do Tribunal de Ética Médica até o encerramento da
§2º Decorrido o prazo do §1º deste artigo, com ou sem a mani- sessão.
festação, as partes serão intimadas da data da sessão para a conti- Art. 93. As penas disciplinares aplicáveis pelo CRM são as pre-
nuidade do julgamento. vistas no artigo 22 da Lei nº 3.268/1957.
§3º Quando da nova sessão de julgamento, não será necessária
a participação do mesmo número e dos mesmos conselheiros pre- SEÇÃO V
sentes à sessão anteriormente suspensa. DOS RECURSOS EM GERAL
§4º Reiniciada a sessão de julgamento será necessária nova lei-
tura do relatório dos conselheiros relator e revisor e, quando for o Art. 94. Caberá recurso administrativo, no prazo de 30 (trinta)
caso, do relatório de vista. dias, contados a partir da juntada do comprovante de intimação da
Art. 87. Inexistindo pedido de vista dos autos ou a necessidade decisão nos autos:
de realização de diligências, o presidente da sessão tomará o voto I− à câmara de sindicância do CFM contra o arquivamento de
do conselheiro-relator e, após, do conselheiro revisor de forma es- sindicância no âmbito do CRM;
crita e integral, que deverá ser lido nesta ordem: II− ao pleno do CRM, de ofício e/ou voluntário, da decisão pro-
I− quanto às preliminares relativas; ferida por sua câmara que aplicar a pena de letra “e” do art. 22, da
II− quanto à culpabilidade; Lei nº 3.268/1957;
III− quanto à capitulação; III− à câmara do CFM contra a decisão proferida no PEP pelo
IV− quanto à pena a ser aplicada, se for o caso. CRM que absolver ou que aplicar as penas de letras “a”, “b”, “c” ou
§1º Em seguida, o presidente da sessão indagará aos conselhei- “d”, do art. 22, da Lei nº 3.268/1957;
ros se há voto divergente. IV– da decisão tomada pela maioria da câmara do CFM, caberá
§2º Caso haja divergência em relação às preliminares, o voto recurso ao pleno do CFM. V- ao pleno do CFM, de ofício e/ou vo-
deverá ser proferido de forma escrita. Em seguida, o presidente da luntário, da decisão proferida no PEP pelo pleno CRM; ou por câ-
sessão tomará o voto individual dos conselheiros presentes à ses- mara do CFM, que aplicar a pena de letra “e” do art. 22, da Lei nº
são, devendo consignar em ata o resultado. 3.268/1957;
§3º Caso haja divergência em relação ao mérito, o voto diver- §1º Na hipótese do inciso I deste artigo, quando houver recur-
gente deverá ser proferido de forma escrita e integral, que deverá so do denunciante em relação a um ou alguns dos denunciados, a
ser lido obedecendo à ordem do art. 87 e incisos. Em seguida, o corregedoria o instruirá com cópia integral dos autos e o remeterá
presidente tomará o voto individual dos conselheiros presentes à ao CFM, ficando os autos principais tramitando no CRM em relação
sessão, devendo consignar em ata o resultado. aos demais denunciados.
§4º Quando houver divergência entre três ou mais votos, dar- §2º Os recursos terão efeito devolutivo e suspensivo.
77
LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
§3º Somente poderá ocorrer o agravamento da pena imposta cédula de identidade de médico.
se houver recurso do denunciante nesse sentido.
§4º O pleno do CRM ou do CFM poderá, além dos aspectos SEÇÃO VIII
pertinentes às razões recursais, analisar toda a matéria discutida DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS
no processo.
§5º Além dos recursos previstos no caput e incisos deste artigo, Art. 102. Há impedimento do conselheiro, sendo-lhe vedado
não caberá qualquer outro de natureza administrativa, salvo o pre- exercer suas funções na sindicância ou no PEP:
visto no art. 27 deste CPEP. I− em que interveio como mandatário das partes, atuou como
Art. 95. Após o protocolo do recurso a outra parte será inti- perito ou prestou depoimento como testemunha;
mada para, querendo, apresentar as contrarrazões, no prazo de 30 II− quando nele estiver postulando, como defensor público, ad-
(trinta) dias, contados a partir da juntada do respectivo comprovan- vogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou compa-
te de intimação nos autos. nheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
Parágrafo único. Com ou sem as contrarrazões o processo de- ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
verá ser remetido ao CFM no prazo de até 90 (noventa) dias. III− quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou
Art. 96. O corregedor do CRM, por decisão fundamentada, companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
negará seguimento a recurso intempestivo ou quando verificada a colateral, até o terceiro grau, inclusive;
ocorrência de prescrição da pretensão punitiva. IV− quando for membro de direção ou de administração da
Da Reclamação para o CFM pessoa jurídica que tiver interesse direto no PEP;
Art. 97. Da decisão que negar seguimento a recurso intempes- V− em que figure na sindicância ou no PEP, colega ou cliente
tivo ou reconhecer a prescrição caberá reclamação para uma das do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou paren-
câmaras do CFM, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da te, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
juntada do comprovante de intimação nos autos. grau, inclusive;
§1º O CRM não poderá negar seguimento a reclamação pro- VI− esteja litigando, judicial ou administrativamente, contra
posta nos termos deste artigo. uma das partes ou respectivo cônjuge ou companheiro; ou paren-
§2º No CFM o julgamento da Reclamação seguirá, no que cou- te, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
ber, as normas previstas na Seção VI, do capítulo II, deste CPEP. grau, inclusive;
§1º Na hipótese do inciso II, o impedimento só se verifica quan-
SEÇÃO VI do o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Pú-
blico já integrava o processo antes do início das funções do conse-
DO JULGAMENTO DO PEP NO CFM lheiro sindicante ou instrutor.
Art. 98. O conselheiro corregedor, após o recebimento do §2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracte-
processo com recurso o remeterá ao Setor Jurídico para exame de rizar impedimento do conselheiro sindicante, instrutor, relator ou
admissibilidade e emissão de Nota Técnica (NT), caso seja arguida revisor.
alguma preliminar processual. §3º O impedimento previsto no inciso II também se verifica no
§1º Com a Nota Técnica ou sem ela, o processo retornará à cor- caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia
regedoria que nomeará relator e revisor para emissão de relatório que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente
e voto, bem como inclusão do processo na pauta de julgamento. a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente
Art. 99. O julgamento no âmbito do CFM seguirá, no que cou- no processo.
ber, as normas previstas na Seção IV, do capítulo II, deste CPEP. §4º O conselheiro que incorrer em impedimento deve comu-
nicar o fato ao corregedor ou ao Presidente do Conselho, em qual-
SEÇÃO VII quer fase do processo, ou ao presidente da sessão de julgamento,
DA EXECUÇÃO DAS PENAS abstendo-se de atuar.
78
LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
Do Incidente de Impedimento ou de Suspeição Art. 113. Após o conhecimento efetivo do fato pelo CRM o pra-
Art. 104. O impedimento poderá ser alegado a qualquer tempo zo prescricional será interrompido:
antes do trânsito em julgado da decisão, em petição específica, na I− pelo conhecimento expresso ou pela citação do denunciado,
qual indicará, com clareza, o fundamento da recusa; podendo ins- inclusive por meio de edital;
truí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de II− pelo protocolo da defesa prévia;
testemunhas, se for o caso. III− por decisão condenatória recorrível;
Art. 105. A suspeição poderá ser alegada, no prazo de 15 (quin- Art. 114. A sindicância ou PEP paralisado há mais de 3 (três)
ze) dias, a contar do conhecimento do fato em petição específica, anos, pendente de despacho ou julgamento, será arquivado de ofí-
na qual indicará, com clareza, o fundamento da recusa; podendo cio ou por requerimento da parte interessada, sem prejuízo de ser
instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol apurada a responsabilidade decorrente da paralisação.
de testemunhas, se for o caso. Art. 115. Deferida medida judicial de suspensão da apuração
§1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber ética, em qualquer fase, o prazo prescricional fica suspenso en-
a petição, o conselheiro sindicante, instrutor, relator ou revisor co- quanto perdurar seus efeitos, quando então voltará a fluir.
municará imediatamente ao Corregedor, que nomeará substituto;
caso contrário, apresentará por escrito, no prazo de 15 (quinze) SEÇÃO II
dias, suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de teste- PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
munhas, se houver.
§2º Na hipótese do não reconhecimento do impedimento ou Art. 116. A execução da pena aplicada prescreverá em 5 (cinco)
da suspeição, a sindicância ou o PEP tramitarão regularmente, de- anos, tendo como termo inicial a data da intimação do denunciado
vendo esta matéria ser posta em destaque para apreciação da câ- da decisão condenatória.
mara específica ou do plenário, que têm competência para delibe-
rar sobre o mérito da questão. CAPÍTULO IV
§3º Se a suspeição e/ou impedimento forem arguidos no re- DA REVISÃO DO PROCESSO
curso ou de forma oral na sessão de julgamento, serão apreciados
como matéria preliminar antes da análise do mérito. SEÇÃO I
DAS REGRAS GERAIS
SEÇÃO IX
DAS NULIDADES PROCESSUAIS Art. 117. Caberá a revisão da decisão condenatória, pelo CFM,
a qualquer tempo, a partir de sua publicação.
Art. 106. Nenhum ato será declarado nulo se da nulidade não §1º A revisão da decisão transitada em julgado será admitida
resultar prejuízo para as partes. quando forem apresentadas novas provas que possam inocentar o
Art. 107. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que médico condenado, ou ficar demonstrada que a condenação foi ba-
haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente à for- seada em prova falsa.
malidade cuja observância só à parte contrária interesse. §2º O pedido de revisão deve ser instruído com todos os ele-
Art. 108. Não será declarada a nulidade de ato processual que mentos de prova necessários ao deslinde do feito.
não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na deci- Art. 118. O pedido de revisão da decisão, transitada em julga-
são da causa. do, será dirigido ao presidente do CFM, sob protocolo, que o enca-
Art. 109. As nulidades serão consideradas sanadas: minhará à Corregedoria.
I− se não forem arguidas em tempo oportuno; Art. 119. O conselheiro corregedor remeterá o pedido de revi-
II− se, praticado por outra forma, o ato atingir suas finalidades; são, após seu recebimento, ao Setor Jurídico, para exame de admis-
III− se a parte, ainda que tacitamente, aceitar seus efeitos. sibilidade e emissão de Nota Técnica (NT).
Art. 110. Os atos cuja nulidade não tenha sido sanada na forma §1º Com a NT ou sem ela, o processo retornará à Corregedoria,
do artigo anterior serão renovados ou retificados. que emitirá juízo de admissibilidade acerca dos pressupostos esta-
Parágrafo único. Declarada a nulidade de um ato, serão consi- belecidos no §1º do art. 117 deste CPEP.
derados nulos todos os atos dele derivados. §2º Estando configurada a admissibilidade, será nomeado um
Art. 111. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira relator para elaborar relatório a ser apresentado à câmara do CFM
oportunidade em que couber à parte se manifestar nos autos, sob nos casos previstos nas letras “a”, “b”, “c” ou “d”, do art. 22, da Lei
pena de preclusão. nº 3.268/1957 e ao pleno do CFM nos casos previstos na letra “e”
Parágrafo único. A nulidade absoluta pode ser alegada a qual- do art. 22, da Lei nº 3.268/1957.
quer tempo ou fase do processo. Art. 120. O pedido de revisão não terá efeito suspensivo.
Art. 121. São partes legítimas para requerer a revisão:
CAPÍTULO III I− o profissional punido, pessoalmente ou por intermédio de
DA PRESCRIÇÃO procurador habilitado;
II− o cônjuge ou companheiro, descendente, ascendente e ir-
SEÇÃO I mão, no caso de falecimento do condenado, obedecendo-se esta
DAS REGRAS DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ordem;
III− o curador, se interdito.
Art. 112. A punibilidade por falta ética sujeita a PEP prescreve Parágrafo único. Quando, no curso da revisão, falecer o pro-
em 5 (cinco) anos, contados a partir da data do efetivo conhecimen- fissional requerente, ele poderá ser substituído por qualquer das
to do fato pelo CRM. pessoas referidas no inciso II deste artigo; caso contrário, o pedido
79
LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
de revisão será arquivado. §1º. Na hipótese de instauração de PEP cumulada com pro-
Art. 122. Julgando procedente a revisão, o CFM poderá anular posta de interdição cautelar, esta será encaminhada ao Plenário do
a decisão condenatória, alterar sua capitulação, reduzir a pena ou Regional para decisão em sessão que poderá ser realizada em am-
absolver o profissional punido. biente eletrônico, por meio de videoconferência ou outro recurso
Parágrafo único. Do pedido de revisão não poderá resultar tecnológico de transmissão de sons e imagens de forma síncrona.
agravamento de penalidade. Eventual recurso poderá ser apreciado pelo Plenário do Conselho
Art. 123. No julgamento da revisão serão aplicadas, no que Federal de Medicina também por videoconferência. .(Modificado
couber, as normas prescritas na seção VI, do Capítulo II deste CPEP. pela Resolução CFM nº 2.278/2020)
§2º. As normas procedimentais para apreciação do relatório
SEÇÃO II conclusivo da sindicância, julgamento de processo ético-profissio-
DA REABILITAÇÃO PROFISSIONAL nal e outros processos administrativos, bem como para os atos de
instrução e respectivos recursos, serão as definidas neste Código de
Art. 124. Decorridos 8 (oito) anos após o cumprimento da pena Processo Ético-Profissional (CPEP), na Resolução CFM nº 2.234, de
e sem que tenha sofrido qualquer outra penalidade ético-profissio- 15 de agosto de 2019, e em Instrução Normativa específica. .(Modi-
nal, poderá o médico requerer sua reabilitação ao CRM onde está ficado pela Resolução CFM nº 2.278/2020)
inscrito, com a retirada dos apontamentos referentes a condena- Art. 128. Este Código de Processo Ético-Profissional (CPEP) en-
ções anteriores. trará em vigor após decorridos 90 (noventa) dias, a partir da data
Parágrafo único. Exclui-se da concessão do benefício do caput de sua publicação no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico do
deste artigo o médico punido com a pena de cassação do exercício CFM, revogando as Resoluções CFM nº 1.967/2011, nº 1.987/2012,
profissional, prevista na letra “e”, do art. 22 da Lei nº 3.268/1957. nº 2.066/2013, nº 2.023/2013 e as demais disposições contrárias.
Brasília-DF, 17 de maio de 2016.
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS FINAIS EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DA RESOLUÇÃO CFM Nº 2.145/2016
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
própria que não possa ser englobado por especialidades já existen- nados pela CME, conforme dispõe o caput e §2º do artigo 5º.
tes. Art. 7º A AMB, nos editais de titulação das suas associações fi-
§4º São critérios de exclusão para reconhecimento de especia- liadas, deverá prever a participação de médicos que não realizaram
lidades: programas de especialização ou residência médica. Nesses casos,
1.Área que já esteja contida em uma especialidade existente; deverá exigir como único pré-requisito, de forma fundamentada,
2.Processo que seja apenas meio diagnóstico e/ou terapêutico; comprovação de atuação na área pelo dobro do tempo de formação
3.Área que esteja relacionada exclusivamente a uma doença ou do programa de residência médica, ficando vedada a cobrança de
problema de saúde isolado; cumprimento de cursos ou treinamentos adicionais.
4.Área cuja atividade seja exclusivamente experimental; Art. 8º A atualização do rol de especialidades médicas e áre-
5.Função ou atividade essencialmente vinculada ao conheci- as de atuação reconhecidas, quando ocorrer, será feita por meio
mento de legislação específica; de Portaria da CME, que será homologada por resolução do Con-
6.Área que seja apenas disciplina acadêmica. selho Federal de Medicina, a qual será publicada no Diário Oficial
§5º A CNRM somente autorizará programas de residência mé- da União.
dica nas especialidades e áreas de atuação aprovadas pela CME. Art. 9º A AMB deverá anualmente oferecer prova de título de
§6º As especialidades médicas e áreas de atuação aprovadas especialista de todas as especialidades e áreas de atuação reconhe-
pela CME terão sua certificação sob responsabilidade da AMB e/ cidas pela CME.
ou da CNRM. Art. 10 Os exames da AMB para certificação de áreas de atu-
§7º O número de médicos e o tempo de existência de uma ati- ação comuns a duas ou mais especialidades serão únicos e sob a
vidade não são parâmetros para reconhecimento ou exclusão de responsabilidade da AMB.
especialidade ou área de atuação. Art. 11. Os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) deverão
Art. 2º É competência da CME a deliberação sobre assuntos re- registrar apenas títulos de especialidade e certificados de áreas
lacionados a especialidades médicas e áreas de atuação, inclusive de atuação reconhecidos pela CME e emitidos pela AMB ou pela
os oriundos das entidades que a compõem. CNRM.
Art. 3º Somente as entidades integrantes da CME são legitima- Art. 12. A denominação dos registros de especialidade junto
das para solicitar o reconhecimento de novas especialidades médi- aos CRMs obedecerá aos seguintes critérios:
cas e/ou áreas de atuação. I– Documentos emitidos pela CNRM ou pela AMB previamente
Parágrafo único. A deliberação e a decisão sobre pedido de re- à Resolução CFM nº 1.634/02 e anexos, ou outra resolução poste-
conhecimento de novas especialidades e/ou áreas de atuação de- rior que a tenha revogado, poderão preservar, no registro, a deno-
verão ser aprovadas por unanimidade pelos componentes da CME. minação original;
Art. 4º A extinção de qualquer especialidade médica e/ou área II– Documentos emitidos posteriormente à Resolução CFM nº
de atuação será efetivada após solicitação da AMB, do CFM ou da 1.634/02 e anexos, ou outra resolução posterior que a tenha revo-
CNRM e com aprovação por unanimidade pelos componentes da gado, serão registrados de acordo com a denominação vigente no
CME. ato do registro. Se sofrerem alteração de especialidade para área de
Parágrafo único. A efetivação da extinção da especialidade mé- atuação, serão registrados por analogia.
dica e/ou área de atuação respeitará o tempo mínimo de duração Art. 13. As solicitações de atualização dos títulos feitas por mé-
do programa de residência médica. dicos às associações de especialidade deverão ser encaminhadas
Art. 5º A CME somente reconhecerá especialidade médica com pelas associações à AMB, que deverá atualizar a denominação an-
tempo de formação mínimo de dois anos e área de atuação com terior dos títulos ou certificados para a nomenclatura vigente, ca-
tempo de formação mínimo de um ano, sendo obrigatória carga ho- bendo aos CRMs promover idêntica alteração no registro existente
rária anual mínima de 2.880 horas. em seus cadastros.
§1º A matriz de competência, da qual decorre o tempo de Art. 14. As especialidades médicas e as áreas de atuação de-
formação de especialidade médica ou área de atuação para a re- vem receber registros independentes nos CRMs.
sidência médica, será aquela aprovada pela CNRM, respeitados os Art. 15. As áreas de atuação receberão certificação, no âmbito
pré-requisitos necessários. da AMB, via associações de especialidade.
§2º A matriz de competência, da qual decorre o tempo de for- Art. 16. As sociedades de especialidade ou de área de atua-
mação de especialidade médica ou área de atuação para a AMB, em ção reconhecidas ficam obrigadas a comprovar sua participação
programas de formação credenciados por sociedades de especiali- em centros de treinamento e formação, mediante relatório anual
dade, será aprovada pela CME e deverá manter similaridade com a enviado à AMB.
matriz de competência aprovada pela CNRM, respeitados os pré-re- Art. 17. São proibidos aos médicos a divulgação e o anúncio de
quisitos necessários. especialidades ou áreas de atuação que não tenham o reconheci-
§3º Cabe à CNRM autorizar e disciplinar ano opcional, desde mento da CME.
que com o mesmo nome do programa de residência médica, para Parágrafo único. O médico só poderá fazer divulgação e anún-
complementação da formação, mediante solicitação da instituição cio de até duas especialidades e duas áreas de atuação, desde que
com a devida justificativa da necessidade de sua implantação e registradas no CRM de sua jurisdição.
comprovação de sua capacidade, conforme requisitos necessários. Art. 18. A CME reunir-se-á ordinariamente no mínimo 6 (seis)
Art. 6º A AMB emitirá apenas títulos e certificados que aten- vezes ao ano.
dam às determinações da CME. Parágrafo único. Em seus editais de Parágrafo único. A CME poderá se reunir extraordinariamente
concurso para título de especialista ou certificado de área de atu- mediante solicitação de qualquer um de seus membros.
ação, a AMB deverá observar a matriz de competência e o tempo Art. 19. O quórum mínimo para funcionamento da CME é de 3
mínimo de formação na especialidade ou área de atuação determi- (três) membros. No entanto, quando se tratar de deliberação sobre
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
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LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
6. Quadrix - 2019 - CRM-AC - Assistente Administrativo 10. Quadrix - 2022 - CRM-SC - Agente Fiscal
A partir da Lei Federal n.º 3.268/1957 e do Decreto n.º Quanto à Resolução CFM n.o 1.980/2011 e à Resolução CFM
44.045/1958, julgue o item. n.o 2.147/2016, julgue o item.
As penas disciplinares aplicáveis aos infratores da ética profis- O diretor técnico responde eticamente por todas as informa-
sional são advertência confidencial ou pública, suspensão do exer- ções prestadas perante os Conselhos Regionais de Medicina e o
cício profissional e cassação do exercício profissional. Conselho Federal de Medicina.
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) ERRADO
7. IDIB - 2019 - CREMERJ - Agente Administrativo 11. Quadrix - 2021 - CREMESE - Auxiliar Administrativo
A renda do Conselho Federal de Medicina será constituída de: No que se refere à Resolução CFM n.º 1.980/2011, que fixa
I. 20% (vinte por cento) da totalidade do imposto sindical pago regras para cadastro, registro, responsabilidade técnica e cancela-
pelos médicos; mento para as pessoas jurídicas e dá outras providências, julgue o
II. 1/3 (um terço) da taxa de expedição das carteiras profissio- item.
nais; O cancelamento de cadastro ou registro da instituição médica
III. 1/3 (um terço) das multas aplicadas pelos Conselhos Regio- no Conselho Regional de Medicina encerra definitivamente as ativi-
nais. dades médicas da empresa.
Assinale a alternativa correta: ( ) CERTO
(A) apenas os itens I e II estão corretos. ( ) ERRADO
(B) apenas os itens II e III estão corretos.
(C) apenas os itens I e III estão corretos. 12. IDIB - 2022 - CRM - PB
(D) todos os itens estão corretos. O Código de Processo Ético Profissional (Resolução CFM nº
2.145/2016) prevê que a responsabilidade ético-profissional do
8. Quadrix - 2022 - CREMEGO - Auxiliar Administrativo médico é:
Segundo a Lei Federal n.o 6.839/1980, julgue o item. (A) dependente apenas da responsabilidade cível.
As empresas prestadoras de serviços médicos, assim como (B) independente da responsabilidade criminal.
seus responsáveis legalmente habilitados, deverão registrar-se pe- (C) independente da responsabilidade cível e dependente da
rante o Conselho Regional de Medicina da jurisdição onde estejam responsabilidade criminal.
localizadas. (D) dependente da responsabilidade penal e cível.
( ) CERTO (E) sempre subsidiária.
( ) ERRADO
13. IDIB - 2021 - CREMEC - Assistente Administrativo
9. Quadrix - 2021 - CRM-MS - Agente Fiscal Com base na Resolução CFM nº 1.980/2011, que fixa regras
Segundo a Resolução CFM n.o 1.980/2011, assinale a alternati- para cadastro, registro, responsabilidade técnica e cancelamen-
va incorreta quanto ao cancelamento de cadastro ou registro para to para as pessoas jurídicas, assinale a alternativa que preencha
as pessoas jurídicas. corretamente as lacunas: “Caso a empresa, instituição, entidade
(A) O cancelamento de cadastro ou registro ocorrerá nas se- ou estabelecimento ___________ quite com a anuidade quando
guintes hipóteses: pelo encerramento da atividade; por re- do pedido de cancelamento de registro, pagará a última anuidade
querimento do interessado; e como penalidade, após decisão ____________________, entendendo-se como final da atividade a
definitiva data constante do protocolo no requerimento de cancelamento ou
(B) O pedido de cancelamento do registro ou o processo de a data do documento de baixa expedido por outro órgão oficial”.
cancelamento punitivo do registro serão decididos pelo Conse- (A) não estiver; na proporção de um doze avos por mês de ati-
lho Regional de Medicina, cabendo, no segundo caso, recurso vidade
ao Conselho Federal de Medicina no prazo de sessenta dias, (B) estiver; em valor integral
contado a partir da data de intimação dos responsáveis técni- (C) estiver; com desconto de cinquenta por cento
cos. (D) não estiver; em valor integral e com aplicação de multa de
(C) O cancelamento punitivo não elide as penalidades sobre o cinco por cento
responsável técnico ou clínico ou os demais médicos da empre-
sa, da instituição, da entidade ou do estabelecimento. 14. Quadrix - 2018 - CRM-DF - Serviço Administrativo
(D) Se a empresa, a instituição, a entidade ou o estabelecimen- Em relação à Lei Federal n.º 3.268/1957, julgue o item.
to não estiver quite com a anuidade quando do pedido de can- O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina
celamento de registro, pagará a última anuidade na proporção constituem, em seu conjunto, uma fundação sem fins lucrativos,
de 1/12 por mês de atividade, entendendo‐se como o final da dotada de personalidade jurídica de direito público e com autono-
atividade a data constante do protocolo no requerimento de mia administrativa e financeira.
cancelamento ou a data do documento de baixa expedido por ( ) CERTO
outro órgão oficial. ( ) ERRADO
(E) O cancelamento de cadastro ou registro da pessoa jurídica
no Conselho Regional de Medicina encerra definitivamente as
atividades médicas da empresa.
84
LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 ERRADO
3 B ______________________________________________________
4 B ______________________________________________________
5 CERTO
______________________________________________________
6 ERRADO
7 D ______________________________________________________
8 CERTO ______________________________________________________
9 B ______________________________________________________
10 CERTO
______________________________________________________
11 CERTO
12 B ______________________________________________________
13 A ______________________________________________________
14 ERRADO
______________________________________________________
15 CERTO
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
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______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
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85
LEGISLAÇÃO APLICADA AO CREMEB
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86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção global de computadores, celulares e outros dispositivos que se comu-
nicam.
• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar web
sites para operações diversas.
• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.
Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.
Internet Explorer 11
87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Identificar o ambiente
O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifi-
cado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://www.
gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre ou-
tras.
Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.
À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.
2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;
88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
3. Ícones para manipulação do endereço da URL sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado
Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa-
situação pode aparecer fechar ou atualizar. dor público sempre desative a sincronização para manter seus da-
dos seguros após o uso.
4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas. Google Chrome
Mozila Firefox
5 Barra de Endereços
Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:
6 Ver históricos e favoritos
1 Botão Voltar uma página
Mostra um painel sobre os favoritos
7
(Barra, Menu e outros) 2 Botão avançar uma página
Sincronização com a conta FireFox (Va-
8 3 Botão atualizar a página
mos detalhar adiante)
Mostra menu de contexto com várias
9 4 Barra de Endereço.
opções
5 Adicionar Favoritos
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados
6 Usuário Atual
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc.,
89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao • Sincronização
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo rão disponíveis na sua conta Google.
dia a dia se preferir. Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.
90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Safari
• Guias
4 Barra de Endereço.
5 Adicionar Favoritos
6 Ajustes Gerais
8 Lista de Leitura
91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bas- • Pesquisar palavras
tante comuns. Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em
Vejamos algumas de suas funcionalidades: busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o
atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po-
• Lista de Leitura e Favoritos demos digitar parte do que procuramos, e será localizado.
No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para pos-
terior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endere- • Salvando Textos e Imagens da Internet
ços. Para adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.
pronto.
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você • Downloads
pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para remo- Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al-
vê-lo, basta clicar em excluir. gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.
E-mail
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men-
sagem atualmente1. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha
e-mail, não importando a distância ou a localização.
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru-
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso.
O resultado é algo como:
1 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
-webmail-e-mozilla-thunderbird/
93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um
servidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).
Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.
3 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da internet, por pessoas e organizações que se conectam a partir de interesses
ou valores comuns5. Muitos confundem com mídias sociais, porém as mídias são apenas mais uma forma de criar redes sociais, inclusive
na internet.
O propósito principal das redes sociais é o de conectar pessoas. Você preenche seu perfil em canais de mídias sociais e interage com
as pessoas com base nos detalhes que elas leem sobre você. Pode-se dizer que redes sociais são uma categoria das mídias sociais.
Mídia social, por sua vez, é um termo amplo, que abrange diferentes mídias, como vídeos, blogs e as já mencionadas redes sociais.
Para entender o conceito, pode-se olhar para o que compreendíamos como mídia antes da existência da internet: rádio, TV, jornais, re-
vistas. Quando a mídia se tornou disponível na internet, ela deixou de ser estática, passando a oferecer a possibilidade de interagir com
outras pessoas.
No coração das mídias sociais estão os relacionamentos, que são comuns nas redes sociais — talvez por isso a confusão. Mídias sociais
são lugares em que se pode transmitir informações para outras pessoas.
Estas redes podem ser de relacionamento, como o Facebook, profissionais, como o Linkedin ou mesmo de assuntos específicos como
o Youtube que compartilha vídeos.
As principais são: Facebook, WhatsApp, Youtube, Instagram, Twitter, Linkedin, Pinterest, Snapchat, Skype e agora mais recentemente,
o Tik Tok.
Facebook
Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pessoais de seus membros.
4 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
5 https://resultadosdigitais.com.br/especiais/tudo-sobre-redes-sociais/
95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WhatsApp
É uma rede para mensagens instantânea. Faz também ligações
telefônicas através da internet gratuitamente.
LinkedIn
Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede quer
manter contatos para ter ganhos profissionais no futuro, como um
emprego por exemplo.
Instagram
Rede para compartilhamento de fotos e vídeos. A maior rede social voltada para profissionais tem se tornado
cada vez mais parecida com outros sites do mesmo tipo, como o
Facebook.
A diferença é que o foco são contatos profissionais, ou seja: no
lugar de amigos, temos conexões, e em vez de páginas, temos com-
panhias. Outro grande diferencial são as comunidades, que reúnem
interessados em algum tema, profissão ou mercado específicos.
É usado por muitas empresas para recrutamento de profissio-
nais, para troca de experiências profissionais em comunidades e
O Instagram foi uma das primeiras redes sociais exclusivas para
outras atividades relacionadas ao mundo corporativo
acesso por meio do celular. E, embora hoje seja possível visualizar
publicações no desktop, seu formato continua sendo voltado para
Pinterest
dispositivos móveis.
Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas tam-
É possível postar fotos com proporções diferentes, além de ou-
bém compartilha vídeos.
tros formatos, como vídeos, stories e mais.
Os stories são os principais pontos de inovação do aplicativo.
Já são diversos formatos de post por ali, como perguntas, enquetes,
vídeos em sequência e o uso de GIFs.
Em 2018, foi lançado o IGTV. E em 2019 o Instagram Cenas,
uma espécie de imitação do TikTok: o usuário pode produzir vídeos
de 15 segundos, adicionando música ou áudios retirados de outro
clipezinho. Há ainda efeitos de corte, legendas e sobreposição para
transições mais limpas – lembrando que esta é mais uma das fun- O Pinterest é uma rede social de fotos que traz o conceito de
cionalidades que atuam dentro dos stories. “mural de referências”. Lá você cria pastas para guardar suas inspi-
rações e também pode fazer upload de imagens assim como colocar
links para URLs externas.
6 https://bit.ly/32MhiJ0
96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os temas mais populares são: Tudo isso torna o Skype uma ferramenta válida para o mundo
– Moda; corporativo, sendo muito utilizado por empresas de diversos nichos
– Maquiagem; e tamanhos.
– Casamento;
– Gastronomia; Tik Tok
– Arquitetura; O TikTok, aplicativo de vídeos e dublagens disponível para iOS
– Faça você mesmo; e Android, possui recursos que podem tornar criações de seus usu-
– Gadgets; ários mais divertidas e, além disso, aumentar seu número de segui-
– Viagem e design. dores7.
Snapchat
Rede para mensagens baseado em imagens.
A rede lançou o conceito de “stories”, despertando o interesse APLICATIVOS DE ESCRITÓRIO (MICROSOFT OFFICE E LIBRE
de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que diversas vezes tentou OFFICE): EDITOR DE TEXTO, CONFECÇÃO DE PLANILHAS E
adquirir a empresa, mas não obteve sucesso. Assim, o CEO lançou DE APRESENTAÇÕES EM SLIDES
a funcionalidade nas redes que já haviam sido absorvidas, criando
os concorrentes WhatsApp Status, Facebook Stories e Instagram Microsoft Office
Stories.
Apesar de não ser uma rede social de nicho, tem um público
bem específico, formado por jovens hiperconectados.
Skype
O Skype é um software da Microsoft com funções de videocon-
ferência, chat, transferência de arquivos e ligações de voz. O serviço
também opera na modalidade de VoIP, em que é possível efetuar
uma chamada para um telefone comum, fixo ou celular, por um
aparelho conectado à internet
97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tipo de letra
Tamanho
Limpa a formatação
• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:
• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha- • Outros Recursos interessantes:
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.
GUIA ÍCONE FUNÇÃO
GUIA PÁGINA TECLA DE - Mudar
ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO Forma
Justificar (arruma a Página - Mudar cor
direito e a esquerda de Ctrl + J inicial de Fundo
acordo com a margem - Mudar cor
do texto
Alinhamento à direita Ctrl + G
- Inserir
Centralizar o texto Ctrl + E Tabelas
Inserir
- Inserir
Alinhamento à es- Imagens
Ctrl + Q
querda
98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Arquivo Salvar
Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)
99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.
• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade quisa inteligente;
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- – É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
vando a experiência dos usuários a outro nível. que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.
Office 2013
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar • Atualizações no Excel
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
tos com telas simples funciona normalmente. questão do compartilhamento dos arquivos.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- • Atualizações no PowerPoint
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart- – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
fones diversos. riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
• Atualizações no Word tão do compartilhamento dos arquivos;
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); 3D na apresentação.
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos Office 2019
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura; O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
editar PDF(s). veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
• Atualizações no Excel • Atualizações no Word
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário desenvolvimento de documentos;
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.
• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”. – Inclusão de imagens 3D na apresentação.
Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
• Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
algum mapa que deseja construir.
Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.
Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.
102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
LibreOffice Writer
O Writer é um editor de texto semelhante ao Word embutido
na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir cartas, livros, aposti- GUIA PÁGINA
ALINHAMENTO TECLA DE ATALHO
las e comunicações em geral. INCIAL
Vamos então detalhar as principais funcionalidades. Alinhamento a
Control + L
esquerda
Área de trabalho do Writer
Nesta área podemos digitar nosso texto e formatá-lo de acordo Centralizar o texto Control + E
com a necessidade. Suas configurações são bastante semelhantes
às do conhecido Word, e é nessa área de trabalho que criaremos Alinhamento a direita Control + R
nossos documentos.
Justificar (isto é
arruma os dois lados,
direita e esquerda Control + J
de acordo com as
margens.
103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Itálico
Sublinhado
Taxado
Sobrescrito
Subescrito
OU
Vamos à algumas funcionalidades
— Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Tipo de letra
Aumenta / diminui
ÍCONE FUNÇÃO tamanho
Mudar cor de Fundo
Mudar cor do texto Itálico
Inserir Tabelas
Cor da Fonte
Inserir Imagens
Inserir Gráficos Cor Plano de Fundo
Inserir Caixa de Texto
Salvar
104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Outros Recursos interessantes Para inserirmos dados basta posicionarmos o cursor na célula e
digitarmos, a partir daí iniciamos a criação da planilha.
ÍCONE FUNÇÃO
Formatação células
Ordenar
Ordenar em ordem
crescente
Auto Filtro
Inserir Caixa de Texto
Inserir imagem
Inserir gráfico
Verificação e correção
ortográfica
Salvar
Cálculos automáticos
Além das organizações básicas de planilha, o Calc permite a
criação de tabelas para cálculos automáticos e análise de dados e
gráficos totais.
São exemplos de planilhas CALC.
— Planilha para cálculos financeiros.
— Planilha de vendas
— Planilha de custos
Fórmulas básicas
Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au- — SOMA
tomaticamente. Mas como funciona uma planilha de cálculo? Veja: A função SOMA faz uma soma de um intervalo de células. Por
exemplo, para somar números de B2 até B6 temos
=SOMA(B2;B6)
— MÉDIA
A função média faz uma média de um intervalo de células. Por
exemplo, para calcular a média de B2 até B6 temos
=MÉDIA(B2;B6)
LibreOffice impress
O IMPRESS é o editor de apresentações semelhante ao Power-
Point na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir apresentações
para diversas finalidades.
São exemplos de apresentações IMPRESS.
— Apresentação para uma reunião;
— Apresentação para uma aula;
— Apresentação para uma palestra.
A unidade central de uma planilha eletrônica é a célula que A apresentação é uma excelente forma de abordagem de um
nada mais é que o cruzamento entre a linha e a coluna. Neste exem- tema, pois podemos resumir e ressaltar os principais assuntos abor-
plo coluna A, linha 2 ( Célula A2 ) dados de forma explicativa. As ferramentas que veremos a seguir
Podemos também ter o intervalo A1..B3 facilitam o processo de trabalho com a aplicação. Confira:
Área de trabalho
Ao clicarmos para entrar no LibreOffice Impress vamos nos de-
parar com a tela abaixo. Nesta tela podemos selecionar um modelo
para iniciar a apresentação. O modelo é uma opção interessante
visto que já possui uma formatação prévia facilitando o início e de-
senvolvimento do trabalho.
105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ÍCONE FUNÇÃO
Inserir Tabelas
Inserir Imagens
Inserir Gráficos
Inserir Caixa de Texto
Verificação e correção
ortográfica
106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
8 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
9 https://bit.ly/2E5beRr
107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tipos de ataques
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles10:
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a sessão pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adulteração,
fraude, reprodução, bloqueio).
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados coletados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, infectar
o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: interceptação, mo-
nitoramento, análise de pacotes).
Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técnica, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar o
conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Ele pode ser aplicado de duas formas:
– Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à informação
ou infraestrutura que dá suporte a ela
– Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um antivírus,
firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos de en-
criptação, que transformam as informações em códigos que terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a certificação
e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por profissional habilitado conforme o plano de segurança da informação da
empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
Criptografia
É uma maneira de codificar uma informação para que somente o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de uma
chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a informação11.
Tem duas maneiras de criptografar informações:
• Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma sequên-
cia de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensagem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto o emissor
quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a chave secreta para poder ler a mensagem.
• Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pessoa
que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da infor-
mação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação. A
chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.
10 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca-da-informacao/
11 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
108
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.
Representação de um firewall.
Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%-
C3%A7%C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
• Antivírus
O antivírus é um software que encontra arquivos e programas maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce um papel
fundamental protegendo o computador. O antivírus evita que o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou até mesmo de uma
ação inesperada em que o usuário aciona um executável que contém um vírus. Ele pode executar algumas medidas como quarentena,
remoção definitiva e reparos.
12 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/
109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos potencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e toma as
medidas de segurança.
• Firewall
Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele determina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou corporativa, blo-
queando entradas indesejáveis e protegendo assim o computador. Pode ter regras simples ou complexas, dependendo da implementação,
isso pode ser limitado a combinações simples de IP / porta ou fazer verificações completas.
• Antispyware
Spyware é um software espião, que rouba as informações, em contrário, o antispyware protege o computador funcionando como o
antivírus em todos os sentidos, conforme relatado acima. Muitos antivírus inclusive já englobam tais funções em sua especificação.
Procedimentos de backup
Backup é uma cópia dos dados para segurança e proteção. É uma forma de proteger e recuperar os dados na ocorrência de algum
incidente. Desta forma os dados são protegidos contra corrupção, perda, desastres naturais ou causados pelo homem.
Nesse contexto, temos quatro modelos mais comumente adotados: o backup completo, o incremental, o diferencial e o espelho.
Geralmente fazemos um backup completo na nuvem (Através da Internet) e depois um backup incremental para atualizar somente o que
mudou, mas vamos detalhar abaixo os tipos para um entendimento mais completo.
• Backup completo
Como o próprio nome diz, é uma cópia de tudo, geralmente para um disco e fita, mas agora podemos copiar para a Nuvem, visto que
hoje temos acesso a computadores através da internet. Apesar de ser uma cópia simples e direta, é demorada, nesse sentido não é feito
frequentemente. O ideal é fazer um plano de backup combinado entre completo, incremental e diferencial.
• Backup incremental
Nesse modelo apenas os dados alterados desde a execução do último backup serão copiados. Geralmente as empresas usam a data
e a hora armazenada para comparar e assim atualizar somente os arquivos alterados. Geralmente é uma boa opção por demorar menos
tempo, afinal só as alterações são copiadas, inclusive tem um tamanho menor por conta destes fatores.
• Backup diferencial
Este modelo é semelhante ao modelo incremental. A primeira vez ele copia somente o que mudou do backup completo anterior. Nas
próximas vezes, porém, ele continua fazendo a cópia do que mudou do backup anterior, isto é, engloba as novas alterações. Os backups
diferenciais são maiores que os incrementais e menores que os backups completos.
• Backup Espelho
Como o próprio nome diz, é uma cópia fiel dos dados, mas requer uma estrutura complexa para ser mantido. Imaginem dois lugares
para gravar dados ao mesmo tempo, daí o nome de espelho. Este backup entra em ação rápido na falha do principal, nesse sentido este
modelo é bom, mas ele não guarda versões anteriores. Se for necessária uma recuperação de uma hora específica, ele não atende, se os
dados no principal estiverem corrompidos, com certeza o espelho também estará.
SEQUÊNCIA DE BACKUP BACKUP COMPLETO BACKUP ESPELHO BACKUP INCREMENTAL BACKUP DIFERENCIAL
Seleciona tudo
Backup 1 Copia tudo - -
e copia
Seleciona tudo Copia as mudanças do Copia as mudanças
Backup 2 Copia tudo
e copia backup 1 do backup 1
Seleciona tudo Copia as mudanças do Copia as mudanças
Backup 3 Copia tudo
e copia backup 2 do backup 1
Seleciona tudo Copia as mudanças do Copia as mudanças
Backup 4 Copia tudo
e copia backup 3 do backup 1
110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O armazenamento de dados na nuvem é quando guardamos seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infra-
informações na internet através de um provedor de serviços na nu- estrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa são
vem que gerencia o armazenamento dos dados13. mantidos em uma rede privada.
Com este serviço, são eliminados custos com infraestrutura de • Nuvem híbrida: trata-se da combinação entre a nuvem públi-
armazenamento físico de dados. Além disso, pode-se acessar do- ca e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o
cumentos em qualquer lugar ou dispositivo (todos sincronizados). compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. O uso de nu-
Estes provedores de armazenamento cobram um valor propor- vens híbridas na computação em nuvem ajuda também a otimizar
cional ao tamanho da necessidade, mantendo os dados seguros. a infraestrutura, segurança e conformidade existentes dentro da
Você pode acessar seus dados na nuvem através de protoco- empresa.
los como o SOAP (Simple Object Access Protocol), protocolo desti-
nado à circulação de informações estruturadas entre plataformas Software para armazenamento em nuvem
distribuídas e descentralizadas ou usando uma API (Application Software de armazenamento cloud são sites, alguns deles vin-
Programming Interface, traduzindo, Interface de Programação de culados a provedores de e-mail e aplicações de escritório, como
Aplicações) que integra os sistemas que tem linguagens diferentes o Google Drive (Google), o One Drive (Microsoft) e o Dropbox. A
de maneira rápida e segura. maioria dos sites disponibiliza o serviço gratuitamente e o usuário
paga apenas se contratar planos para expandir a capacidade.
Benefícios do armazenamento na nuvem
- Diminuição do custo de hardware para armazenamento, só é
pago o que realmente necessita e ainda é fácil e rápido aumentar o
QUESTÕES
espaço caso necessite;
- As empresas pagam pela capacidade de armazenamento que 1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como
realmente precisam14; principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as
- Implantação rápida e fácil; versões em papel para o formato digital, é denominado
- Possibilidade de expandir ou diminuir o espaço por sazonali- (A) joystick.
dade; (B) plotter.
- Quem contrata gerencia a nuvem diretamente; (C) scanner.
- A empresa contratada cuida da manutenção do sistema, ba- (D) webcam.
ckup e replicação dos dados, aquisição de dispositivos para arma- (E) pendrive.
zenamentos extras;
- É uma ferramenta de gestão de dados, pois, estes são arma- 2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um
zenados de forma organizada. Com uma conexão estável, o acesso novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem
e compartilhamento é fácil e rápido. erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou
baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna-
Desvantagens tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou
- O acesso depende exclusivamente da internet, portanto, a co- adicionada para resolver o problema constatado por João.
nexão deve ser de qualidade; (A) Placa de som
- Companhias de grande porte precisam ter políticas de segu- (B) Placa de fax modem
rança para preservar a integridade dos arquivos; (C) Placa usb
- Geralmente, os servidores estão no exterior, o que sujeita (D) Placa de captura
seus dados à legislação local. (E) Placa de vídeo
111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado- 10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do
res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi- Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados uma versão oficial do Microsoft Windows
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende- (A) Windows 7
reço válido na Internet é: (B) Windows 10
(A) http:@site.com.br (C) Windows 8.1
(B) HTML:site.estado.gov (D) Windows 9
(C) html://www.mundo.com (E) Windows Server 2012
(D) https://meusite.org.br
(E) www.#social.*site.com 11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do
Windows:
5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- (A) Windows Gold.
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e (B) Windows 8.
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso (C) Windows 7.
presencial, chamamos esse serviço de: (D) Windows XP.
(A) Computação On-Line.
(B) Computação na nuvem. 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
(C) Computação em Tempo Real. Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe-
(D) Computação em Block Time. cuta?
(E) Computação Visual (A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
(B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos (C) Capturar uma janela inteira
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- (D) Capturar uma seção retangular da tela.
tos associados à Internet, julgue o próximo item. (E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter- uma caneta eletrônica
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no 13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
Youtube (http://www.youtube.com). assinale a alternativa INCORRETA:
( ) Certo (A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
( ) Errado pela Microsoft.
7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a (B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
danos ao computador do usuário. pre visível ao usuário.
( ) Certo (C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
( ) Errado 7 dentro do Windows 8.
(D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail Kapersky.
com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên- (E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
cia de vírus. res x86 e 64 bits.
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
adotado no exemplo acima. 14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi-
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as
ao administrador de rede. quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo ( ) CERTO
de vírus. ( ) ERRADO
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo.
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
toramento. 15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo de
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
analisá-lo posteriormente. (A) init 0.
(B) init 6.
9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows (C) exit
7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver- (D) ls.
são para processadores de 64 bits. (E) cd.
( ) Certo
( ) Errado 16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou
minúsculas
( ) CERTO
( ) ERRADO
112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ANOTAÇÕES
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO ______________________________________________________
20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so- ______________________________________________________
noros à apresentação em elaboração.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
______________________________________________________
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Técnico de Atividade de Suporte
O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de 2 — Necessidade de aumento da eficiência e a competência
outras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem das organizações:
como de seus membros. • Obtendo melhor rendimento em face da concorrência;
Montana e Charnov • Evitando o desperdício de mão de obra.
Principais abordagens da administração (clássica até contin- Abordagem Científica – ORT (Organização Racional do Traba-
gencial) lho)
É importante perceber que ao longo da história a Administra- • Estudo dos tempos e movimentos;
ção teve abordagens e ênfases distintas. Apesar de existir há pouco • Estudo da fadiga humana;
mais de 100 (cem) anos, como todas as ciências, a Administração • Divisão do trabalho e especialização;
evoluiu seus conceitos com o passar dos anos. • Desenho de cargo e tarefas;
• Incentivos salariais e premiação de produção;
De acordo com o Professor Idalberto Chiavenato (escritor, pro- • Homo Economicus;
fessor e consultor administrativo), a Administração possui 7 (sete) • Condições ambientais de trabalho;
abordagens, onde cada uma terá seu aspecto principal e agrupa- • Padronização;
mento de autores, com seu enfoque específico. Uma abordagem, • Supervisão funcional.
poderá conter 2 (duas) ou mais teorias distintas. São elas:
1. Abordagem Clássica: que se desdobra em Administração Aspectos da conclusão da Abordagem Científica: A percepção
científica e Teoria Clássica da Administração. de que os coordenadores, gerentes e dirigentes deveriam se preo-
2. Abordagem Humanística: que se desdobra principalmente cupar com o desenho da divisão das tarefas, e aos operários cabia
na Teoria das Relações Humanas. única e exclusivamente a execução do trabalho, sem questionamen-
3. Abordagem Neoclássica: que se desdobra na Teoria Neo- tos, apenas execução da mão de obra.
clássica da Administração, dos conceitos iniciais, processos admi- — Comando e Controle: o gerente pensa e manda e os traba-
nistrativos, como os tipos de organização, departamentalização e lhadores obedecem de acordo com o plano.
administração por objetivos (APO). — Uma única maneira correta (the best way).
4. Abordagem Estruturalista: que se desdobra em Teoria Buro- — Mão de obra e não recursos humanos.
crática e Teoria Estruturalista da Administração. — Segurança, não insegurança. As organizações davam a sen-
sação de estabilidade dominando o mercado.
115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Teoria Clássica
• Aumento da eficiência melhorando a disposição dos órgãos
componentes da empresa (departamentos);
• Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funciona-
mento);
• Abordagem do topo para a base (nível estratégico tático);
• Do todo para as partes.
• Fundamentos da Abordagem Neoclássica
— A Administração é um processo operacional composto por
funções, como: planejamento, organização, direção e controle.
— Deverá se apoiar em princípios basilares, já que envolve di-
versas situações.
— Princípios universais.
— O universo físico e a cultura interferem no meio ambiente e
afetam a Administração.
— Visão mais flexível, de ajustamento, de continuidade e inte-
ratividade com o meio.
— Ênfase nos princípios e nas práticas gerais da Administração.
— Reafirmando os postulados clássicos.
— Ênfase nos objetivos e resultados.
Diferente do processo neoclássico, na Teoria Clássica temos 5 — Ecletismo (influência de teorias diversas) nos conceitos.
(cinco) funções – POC3:
— Previsão ao invés de planejamento: Visualização do futuro e Teoria Burocrática
traçar programa de ação. Tem como pai Max Weber, por esse motivo é muitas vezes cha-
— Organização: Constituir a empresa dos recursos materiais e mada de Teoria Weberiana. Para a burocracia a organização alcan-
social. çaria a eficiência quando explicasse, em detalhes, como as coisas
— Comando: Dirigir e orientar pessoas. deveriam ser feitas.
— Coordenação: Ligação, união, harmonizar todos os esforços Burocracia não é algo negativo, o excesso de funções sim. A
coletivamente. Burocracia é a organização eficiente por excelência. O excesso da
Controle: Se certificar de que tudo está ocorrendo de acordo Burocracia é que transforma ela em algo negativo, o que chamamos
com as regras estabelecidas e as ordens dadas. de disfunções.
116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
As duas correntes sofreram críticas que revelaram a falta de — Todos os diferentes níveis hierárquicos são importantes em
uma teoria sólida e abrangente, que servisse de orientação para o uma organização;
administrador. — Todas as diferentes organizações têm seu papel na socieda-
A Abordagem Estruturalista é composta pela Teoria Burocrática de;
e a Teoria Estruturalista. Além da ênfase na estrutura, ela também — As análises intra organizacional e Inter organizacional são
se preocupa com pessoas e ambiente, se aproxima muito da Teoria fundamentais.
de Relações Humanas.
• Teoria Estruturalista – Conclusão:
No início da Teoria Estruturalista, vive-se a mesma gênese da — Tentativa de conciliação dos conceitos clássicos e humanís-
Teoria da Burocracia, esse movimento onde só se encontram críti- ticos;
cas da Teoria das Relações Humanas às outras Teorias e não se tem — Visão crítica ao modelo burocrático;
uma preposição de um novo método. — Ampliação das abordagens de organização;
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização. — Relações Inter organizacionais;
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes- — Todas as heranças representam um avanço rumo à Aborda-
soas. gem Sistêmica e uma evolução no entendimento para a Teoria da
A Teoria Estruturalista é um desdobramento da Burocracia e Administração.
uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas. Ainda que
a Teoria das Relações Humanas tenha avançado, ela critica as ante-
riores e não proporciona bases adequadas para uma nova teoria. Já
na Teoria Estruturalista da Organização percebemos que o TODO é
maior que a soma das partes. Significa que ao se colocar todos os
indivíduos dentro de um mesmo grupo, essa sinergia e cooperação
dos indivíduos gerará um valor a mais que a simples soma das indi-
vidualidades. É a ideia de equipe.
Abordagem Humanística
É um desdobramento da Teoria das Relações Humanas. A Abor-
dagem Humanística nasce no período de entendimento de que a
produtividade era o elemento principal, e seu modelo era “homem-
-máquina”, em que o trabalhador era visto basicamente como ope-
rador de máquinas, não havia a percepção com outro elemento que
não fosse a produtividade.
• Suas preocupações:
— Nas tarefas (abordagem científica) e nas estruturas (teoria
clássica) dão lugar para ênfase nas pessoas;
— Nasce com a Teoria das Relações Humanas (1930) e no de-
• Teoria Estruturalista - Sociedade de Organizações senvolvimento da Psicologia do Trabalho:
— Sociedade = Conjunto de Organizações (escola, igreja, em- * Análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho.
presa, família). * Adaptação do trabalho ao trabalhador.
— Organizações = Conjunto de Membros (papéis) – (aluno, pro- — A necessidade de humanizar e democratizar a Administra-
fessor, diretor, pai). ção libertando dos regimes rígidos e mecanicistas;
— Desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a
O mesmo indivíduo faz parte de diferentes organizações e tem psicologia, e sua influência no campo industrial;
diferentes papéis. — Trazendo ideias de John Dewey e Kurt Lewin para o humanis-
mo na Administração e as conclusões da experiência em si.
• Teoria Estruturalista – O Homem Organizacional:
— Homem social que participa simultaneamente de várias or- • Principais aspectos:
ganizações. — Psicologia do trabalho, que hoje chamamos de Comporta-
— Características: Flexibilidade; Tolerância às frustrações; Ca- mento Organizacional, demonstrando uma percepção diferenciada
pacidade de adiar as recompensas e poder compensar o trabalho, do trabalhador, com viés de um homem mais social, com mais ex-
em detrimento das suas preferências; Permanente desejo de reali- pectativas e desejos. Percebe-se então que o comportamento e a
zação. preocupação com o ambiente de trabalho do indivíduo tornam-se
parte responsável pela produtividade. Agregando a visão antagôni-
• Teoria Estruturalista – Abordagem múltipla: ca desse homem econômico, trazendo o conceito de homem social.
— Tanto a organização formal, quanto a informal importam; — Experiência de Hawthorn desenvolvida por Elton Mayo, na
— Tanto recompensas salariais e materiais, quanto sociais e qual a alteração de iluminação traz um resultado importante:
simbólicas geram mudanças de comportamento;
117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Essa experiência foi realizada no ano de 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western
Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorn. Lá dois grupos foram selecionados e em um deles foi alterada a iluminação
no local de trabalho, observando assim, uma alteração no desempenho do comportamento e na produtividade do grupo em relação ao
outro. Não necessariamente ligada a alteração de iluminação, mas com a percepção dos indivíduos de estarem sendo vistos, começando
então a melhorarem seus padrões de trabalho. Sendo assim, chegou-se à conclusão de que:
1. A capacidade social do trabalhador determina principalmente a sua capacidade de executar movimentos, ou seja, é ela que de-
termina seu nível de competência. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua
capacidade de executar movimentos eficientes dentro de um tempo estabelecido.
2. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos, equipe de trabalho.
3. As pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento.
4. Grupos informais: alicerçada no conceito de homem social, ou seja, o trabalhador é um indivíduo dotado de vontade e desejos
de estruturas sociais mais complexas, e que esse indivíduo reconhece em outros indivíduos elementos afins aos seus e esses elementos
passam a influenciar na produtividade do indivíduo. Os níveis de produtividade são controlados pelas normas informais do grupo e não
pela organização formal.
5. A Organização Informal:
• Relação de coesão e antagonismo. Simpatia e antipatia;
• Status ou posição social;
• Colaboração espontânea;
• Possibilidade de oposição à organização formal;
• Padrões de relações e atitudes;
• Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais;
• A organização informal transcende a organização formal;
• Padrões de desempenho nos grupos informais.
Abordagem Comportamental
A partir do ano de 1950 a Abordagem Comportamental (behavorista) marca a influência das ciências do comportamento. Tem como
participantes: Kurt Lewin, Barnard, Homans e o livro de Herbert Simon que podem ser entendidos como desdobramento da Teoria das
Relações Humanas. Seus aspectos são:
— Homem é um animal social, dotado de necessidades;
— Homem pode aprender;
— Homem pode cooperar e/ou competir;
— Homem é dotado de sistema psíquico;
Tendo a Teoria das Relações Humanas uma visão ingênua do indivíduo, em que se pensava que a Organização é que fazia do homem
um indivíduo ruim, na Teoria Comportamental a visão é diferente, pois observa-se que o indivíduo voluntariamente é que escolhe partici-
par ou não das decisões e/ou ações da organização. Aparecendo o processo de empatia e simpatia, em que o indivíduo abre mão, ou não
da participação, podendo ser ou não protagonista.
— Abandono das posições afirmativas e prescritivas (como deve ser) para uma lógica mais explicativa e descritiva;
— Mantem-se a ênfase nas pessoas, mas dentro de uma posição organizacional mais ampla
— Estudo sobre: Estilo de Administração – Processo decisório – Motivação – Liderança – Negociação
118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Comportamento Organizacional
É a área que estuda a previsão, explicação, modificação e entendimento do comportamento humano e os processos mentais dos
indivíduos em relação ao seu trabalho dentro da organização. Tem grande relação com a Psicologia Organizacional e do trabalho, se
tornando uma fonte importante para a Administração e para a Gestão de Pessoas, pois passa-se a compreender melhor a relação entre
o indivíduo, o trabalho e as entidades organizacionais.
Baseia-se nas relações internas e externas, e que as forças psicológicas que atuam sobre o indivíduo nesse contexto, estão ligadas
também aos grupos e a própria organização.
• Objetos de estudo:
1. Impacto do emprego na vida humana (o quanto que esse elemento interfere na sua satisfação, felicidade, convivência com a famí-
lia);
2. Relação entre as pessoas e grupos dentro de um contexto de trabalho (contexto diferente da vida particular de casa, família, escola);
3. Percepções, crenças e atitudes do indivíduo com relação ao trabalho (como as pessoas enxergam a organização, o seu papel dentro
das relações que ela desenvolve e quanto essas questões se tornam significativas para vida do indivíduo);
4. Desempenho e produtividade (que fatores levam ao maior produtividade e desempenho, como pode-se influenciar nisso);
5. Saúde no trabalho (como as organizações afetam a saúde do indivíduo e como pode-se minimizar o impacto das suas atividades
nessa questão);
6. Ética nas relações de trabalho (o quanto as relações internas, de poder e de subordinação levam em consideração questões morais);
7. Diversidade da força de trabalho (questões de gênero, raça e credo);
8. Ações ou comportamentos do indivíduo dentro desse contexto (aprendizagem, cultura organizacional, poder, grupos e equipes,
liderança, motivação, comprometimento, bem como as causas e consequências dessas ações).
O comportamento organizacional é fundamental para os gestores e para a Gestão de Pessoas, propiciando todo o conjunto de ferra-
mentas para facilitar as decisões relacionadas a Gestão de Pessoas e Administração, bem como a vida diária dos gestores.
Abordagem Sistêmica
A partir do ano de 1950, muitas das teorias começaram a aparecer paralelamente, entre elas nasce a abordagem sistêmica. Ludwig
Von Bertalanffy, biólogo alemão, coordenava um estudo interdisciplinar a fim de transcender problemas existentes em cada ciência e
proporcionar princípios gerais. Princípios esses que darão a visão de uma organização como organismo, ensinando quatro princípios im-
portantes que devem ser pensados dentro das organizações. Nasce a Teoria Geral dos Sistemas
— Visão Totalizante;
— Visão Expansionista;
— Visão Sistêmica;
— Visão Integrada;
119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Exemplo: o indivíduo é o que é pelo meio onde nasceu, pela educação que recebeu, pela forma de relacionamentos e cultura que
conviveu. Existe grandes diferenças entre os indivíduos devido às influências que sofreram ao longo da vida e é isso que a Teoria Geral de
Sistemas vai procurar explicar, o indivíduo é produto do meio em que vive, não está sozinho e isolado, tudo está fortemente conectado.
• Os sistemas existem dentro de sistemas (uma pequena parte, faz parte de um todo maior);
• Os sistemas são abertos (intercambio com o todo);
• As funções de um sistema dependem de sua estrutura (pessoas, recursos, do meio onde está).
• Sistema Aberto
— Está constantemente e de forma dual (entrega e recebimento) interagindo com o ambiente;
— É capacitado para o crescimento, mudanças, adaptações ao ambiente, podendo também ser autor reprodutor sob certas condições;
— É contingência do sistema aberto competir com outros sistemas.
Abordagem Contingencial
A Abordagem Contingencial traz para nós a ideia de que não se alcança eficácia organizacional seguindo um modelo exclusivo, ou seja,
não há uma fórmula única e exclusiva ou melhor de se alcançar os objetivos organizacionais. Ela abraça todas as Teorias e dá razão para
cada uma delas.
• Características
— Não há regra absoluta;
— Tudo é relativo;
— Tudo dependerá (de Ambiente, Mapeamento ambiental, Seleção ambiental, Percepção ambiental, Consonância e Dissonância,
Desdobramentos do ambiente, Tecnologia);
120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
— Organização
Estrutura organizacional
A estrutura organizacional na administração é classificada como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilidades, sejam
elas de autoridade, das comunicações e das decisões de uma organização ou empresa.
É estabelecido através da estrutura organizacional o desenvolvimento das atividades da organização, adaptando toda e qualquer alteração ou
mudança dentro da organização, porém essa estrutura pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar pronta para qualquer transformação.
Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal e estrutura formal, a estrutura informal é instável e mais flexível e não está
sujeita a um controle tão rígido, enquanto a estrutura formal é estável e está sujeita a controle.
Estrutura Formal (Estável): A estrutura formal é projetada, planejada e registrada. Ela tem uma hierarquia clara com funções
claramente definidas. Essa estrutura foi desenvolvida para aumentar a produtividade, a coordenação e o controle dentro da empresa.
Processos formais, como revisões organizacionais, mudanças de cargos ou redistribuição de recursos, geralmente são necessários para
alterar a estrutura formal. Como resultado, a estrutura formal geralmente é mais estável e menos instável.
Estrutura Informal (Instável): Interações pessoais, comunicações não oficiais e relações sociais constituem a base da estrutura informal.
À medida que as pessoas interagem e criam conexões dentro da organização, ela pode se desenvolver e evoluir de forma orgânica. A
estrutura informal é mais adaptável e adaptável porque não é formalmente documentada. No entanto, a estrutura informal é menos
estruturada e, portanto, mais vulnerável a mudanças rápidas. Isso pode ocorrer devido a mudanças nas relações pessoais, objetivos
individuais ou cultura organizacional.
Tipos de departamentalização
É uma forma de sistematização da estrutura organizacional, visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação com o
objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa. Assim, a organização junta recursos, unidades e pessoas que tenham esse ponto
em comum.
Quando tratamos sobre organogramas, entramos em conceitos de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos níveis
de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre departamentalização tratamos da especialização horizontal, que tem relação
121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
com a divisão e variedade de tarefas. pondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil. Obviamen-
te, os interesses, hábitos e costumes de cada povo justificarão que
– Departamentalização funcional ou por funções: É a forma cada filial tenha suas especificidades, exatamente para atender a
mais utilizada dentre as formas de departamentalização, se tratando cada povo.
do agrupamento feito sob uma lógica de identidade de funções Assim, percebemos que, dentro de cada filial nacional, poderão
e semelhança de tarefas, sempre pensando na especialização, existir subdivisões, para atender às diferentes regiões de cada país,
agrupando conforme as diferentes funções organizacionais, tais com seus costumes e desejos. Como cada filial estará estabelecida
como financeira, marketing, pessoal, dentre outras. em uma determinada região geográfica e as filiais estarão focadas
Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando em atender ao público dessa região. Logo, provavelmente haverá
a cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais dificuldade em conciliar os interesses de cada filial geográfica com
indicada para ambientes estáveis. os objetivos gerais da empresa.
Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes
departamentos e uma visão limitada do ambiente organizacional – Departamentalização por projetos: Os departamentos são
como um todo, com cada departamento estando focado apenas criados e os recursos alocados em cada projeto da organização.
nos seus próprios objetivos e problemas. Exemplo (construtora): pode dividir sua organização em torno das
construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande
– Por clientes ou clientela: Este tipo de departamentalização autonomia, o que viabiliza a melhor consecução dos objetivos de
ocorre em função dos diferentes tipos de clientes que a organização cada projeto.
possui. Justificando-se assim, quando há necessidades heterogêneas Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto e
entre os diversos públicos da organização. Por exemplo (loja proporciona melhores resultados.
de roupas): departamento masculino, departamento feminino, Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como
departamento infantil. um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas
Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às demandas (sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua
específicas de cada nicho de clientes. continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão
Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos alocados se findar.
globais da organização e multiplicação de funções semelhantes
nos diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de Departamentalização matricial: Também é chamada de
poder gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento organização em grade, e é uma mistura da departamentalização
diferente, por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de funcional (mais verticalizada), com uma outra mais horizontalizada,
cliente. que geralmente é a por projetos.
Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por
– Por processos: Resume-se em agregar as atividades da responder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal.
organização nos processos mais importantes para a organização. Assim, há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada:
Sendo assim, busca ganhar eficiência e agilidade na produção de – Forte: aqui, o responsável pelo projeto tem mais autoridade;
produtos/serviços, evitando o desperdício de recursos na produção – Fraca: aqui, o gerente funcional tem mais autoridade
organizacional. É muito utilizada em linhas de produção. – Equilibrada ou Balanceada: predomina o equilíbrio entre os
Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e gerentes de projeto e funcional.
equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita
um melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos, Porém, não há consenso na literatura se a departamentalização
aumentando a eficiência e ganhos em produtividade. matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um tipo
de estrutura organizacional.
– Departamentalização por produtos: A organização se Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autonomia
estrutura em torno de seus diferentes tipos de produtos ou serviços. para realizar seu trabalho, dificultando o processo administrativo
Justificando-se quando a organização possui uma gama muito geral da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os
variada de produtos que utilizem tecnologias bem diversas entre si, empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões
ou mesmo que tenham especificidades na forma de escoamento da e dificuldade de coordenação.
produção ou na prestação de cada serviço.
Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos Organização formal e informal
envolvidos em um determinado nicho de produto ou serviço, Organização formal trata-se de uma organização onde duas ou
possibilitando maior inovação na produção. mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um
Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da relacionamento legal e oficial. A organização é liderada pela alta
organização, dificultando a coordenação entre eles. administração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir.
O principal objetivo da organização é atingir as metas estabelecidas.
Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com base
– Departamentalização geográfica: Ou departamentalização em suas capacidades. Em outras palavras, existe uma cadeia de
territorial, trata-se de critério de departamentalização em que a comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades são
empresa se estabelece em diferentes pontos do país ou do mun- delegadas para fazer o trabalho.
do, alocando recursos, esforços e produtos conforme a demanda Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação
da região. lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de comando
Aqui, pensando em uma organização Multinacional, pressu- determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois
122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
membros é apenas por meio de canais planejados. videoconferências e aplicativos de mensagens, para agilizar o pro-
Tipos de estruturas de organização formal: cesso comunicativo.
– Organização de Linha Uma boa comunicação oral e escrita contribui para um ambien-
– Organização de linha e equipe te de trabalho mais produtivo, engajado e colaborativo, além de
– Organização funcional evitar conflitos, erros e retrabalhos. Portanto, é importante investir
– Organização de Gerenciamento de Projetos na melhoria das habilidades de comunicação dos funcionários por
– Organização Matricial meio de treinamentos, feedbacks e práticas constantes.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA NA ORGANIZAÇÃO 5. Internet: é um meio de comunicação digital que permite o
acesso a uma ampla variedade de informações e recursos. Através
da internet, é possível acessar sites, blogs, redes sociais, assistir a
A comunicação oral e escrita é essencial para o bom funcio- vídeos, ouvir música, entre outras atividades.
namento de uma organização. Ela permite transmitir informações,
instruções, ideias e opiniões entre os diferentes membros da equi- No que diz respeito ao tratamento de informações, os meios
pe e departamentos. de comunicação desempenham um papel fundamental. Eles co-
A comunicação oral ocorre por meio de conversas, reuniões, letam, apuram, selecionam e organizam as informações antes de
apresentações e telefonemas. Ela é importante para esclarecer dú- divulgá-las ao público. Essa seleção e organização pode envolver a
vidas, obter feedback, resolver problemas e criar um ambiente de verificação da veracidade das informações, a análise crítica e a con-
trabalho colaborativo. A comunicação oral deve ser clara, concisa e textualização dos fatos.
direta, para evitar mal-entendidos e garantir que todos os envolvi-
dos estejam alinhados com os objetivos e tarefas. Além dos veículos de comunicação tradicionais, como jornais
Já a comunicação escrita é realizada por meio de e-mails, rela- e televisão, a internet ampliou as possibilidades de tratamento de
tórios, memorandos, notas e documentos formais da organização. informações. Atualmente, existem diversos sites de notícias, blogs
Ela é importante para registros, informações detalhadas, comuni- e redes sociais que atuam como fontes de informação e permitem
cação formal e documentação de decisões e políticas da empresa. a interação dos usuários. No entanto, é importante ter cuidado ao
A comunicação escrita deve ser organizada, bem estruturada, gra- utilizar esses meios, pois nem sempre as informações divulgadas
maticalmente correta e de fácil entendimento, para que as informa- são confiáveis e verificadas.
ções sejam transmitidas de forma clara e eficaz.
Ambas as formas de comunicação são complementares e de- COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA
vem ser utilizadas de forma adequada em diferentes situações na
organização. É fundamental que os membros da equipe pratiquem De maneira geral, observamos que a comunicação nas organi-
a escuta ativa, sejam claros e objetivos, evitem linguagem técnica zações atuais vem sendo aprimorada e enriquecida pela tecnologia
desnecessária e utilizem meios modernos de comunicação, como da computação:
123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Correio eletrônico (ou e-mail) (Post Office Protocol) é utilizado para efetuar acesso remoto a uma
Redes intranet e extranet caixa de correio eletrônico e a transferência para o computador
Videoconferência. (software de cliente de e-mail) então a manipulação das mensa-
gens (alteração, exclusão, armazenamento) é feita no computador
A utilização do correio eletrônico, por exemplo, reduziu signifi- que recebeu as mensagens, o protocolo IMAP (Internet Message
cativamente o número de memorandos, cartas e telefonemas que Access Protocol) permite que leitura e manipulação de mensagens
os funcionários tradicionalmente usavam para se comunicar entre do servidor sem que haja a transferência dessas mensagens para o
si ou com fornecedores, clientes e outros grupos externos de inte- computador, SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é utilizado ape-
resse. nas para o envio de mensagem a outros servidores de e-mail.
ICQ: talvez o primeiro deles. Já em desuso Windows Live Mail: também produzido pela Microsoft, é um
MSN Messenger: O famoso MSN da Microsoft, já ultrapassado. software baseado no Outlook Express com aprimoramentos como
Skype: Serviço de telefonia e comunicação instantânea pela in- a capacidade de litura de RSS e ATOM (formatos de leitura e escrita
ternet. Possibilita chamadas de vídeo. Muito usado nas empresas e de informações na Web) e requer para seu funcionamento a ins-
por profissionais. talação do Internet Explorer 7 ou superior também utilizado para
Facebook Messenger: Comunicador integrado à Rede Social gerenciamento de contatos, composição, envio e recebimento de
Facebook e usado para gerenciar as mensagens enviadas entre ami- e-mail.
gos e outros na mesma rede.
WhatsApp: A mais recente invenção é o WhatsApp que em tra- Microsoft Outlook: é um software integrado ao Microsoft Of-
dução livre significa “E ai”. Ele é um aplicativo usados em celulares fice, diferente do Outlook Express ou Live Mail voltados apenas à
(também possível no computador) para comunicação e usa um nú- gerenciamento de contatos, composição, envio e recebimento de
mero de telefone como chave para identificação dos contatos. Pos- mensagens, o MS Outlook disponibiliza um completo calendário
sibilita a formação de diversos grupos de contatos, envio de áudios com agenda de compromissos, seu gerenciador de contatos é mais
e até chamadas telefônicas. completo que as versões Live e Express e possui campos de tarefas
Chat: em português significa conversação, ou bate-papo (ter- com simulador de post-it (pequenos papeis coloridos autoadesi-
mo usado no Brasil), é um neologismo para designar aplicações de vos).
conversação em tempo real.
Intranet: Redes privadas, internas, cujo acesso é limitado às Mozilla Thunderbird: É um software muito parecido com o MS
pessoas da organização. Outlook, porém é desenvolvido pela empresa Mozilla Foundation,
Extranet: Redes que conectam o pessoal da organização com criadora do Mozilla Firefox.
os principais fornecedores, clientes e parceiros estratégicos.
Videoconferência: Uma extensão dos sistemas de intranet e Funcionamento dos Clientes de E-mail
extranet. Ela permite que os funcionários de uma empresa realizem
reuniões com pessoas em lugares diferentes. O cliente de e-mail envia uma solicitação ao servidor de e-mail
de seu provedor (ISP), para esta requisição é utilizado o protocolo
Prezado(a) Candidato(a), dentro deste assunto, é relevante nos SMTP, o Servidor envia a mensagem através da internet para outro
aprofundaremos no e-mail, pois é um meio de comunicação muito servidor que contém a caixa postal do destinatário, então é feito
utilizado profissionalmente falando e uma importante ferramenta o download das mensagens para a cliente de e-mail realizando o
a se destacar. processo inverso, mas agora utilizando o protocolo POP.
Correio Eletrônico
124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Web Mail
Têm a mesma função dos clientes de e-mail que ficam instalados no computador, mas ficam armazenados diretamente em servidores
de e-mail e seu acesso é via browser (navegador de internet), dentre os principais Web Mails gratuitos temos Gmail, Hotmail, Yahoo, Bol e
Ig, todos seguros, eficazes e rápidos, possuem grandes espaços para armazenamentos de mensagens, mas daremos uma atenção especial
a dois deles:
Gmail – Fornecido pela empresa Google, além das funções básicas de envio e recebimento de e-mail, existem agenda de compromis-
sos e tarefas, mensageiro, drive virtual, também existe integração a todas as ferramentas providas pela Google.
Hotmail ou Live – Semelhante ao Gmail, mas não disponibiliza a integração com as ferramentas do Google.
Navegação na Internet
A Internet é uma rede de computadores dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens utilizando um protocolo comum,
unindo usuários particulares, entidades de pesquisa, órgãos culturais, institutos militares, bibliotecas e empresas.
Acessamos as páginas da web utilizando um dispositivo que possua uma conexão com a internet. Hoje é possível acessar sites através
do computador, de celulares, tablets, tvs ...
Com um dispositivo com a acesso à rede mundial de computadores ainda é necessário um navegador para acessar as páginas de
internet.
Navegadores de Internet
Nome Observações
Desenvolvido pela Microsoft, e disponível em todos os sistemas operacionais Windows a partir do 98.
Internet
Explorer
O Chrome é desenvolvido pela empresa Google, é gratuito e possui código aberto, também pode ser instala-
do em qualquer sistema operacional (Linux, Windows, Mac, Celulares).
Chrome
Desenvolvido pela empresa Mozilla Foundation, também é gratuito e possui código aberto, também pode
ser instalado em qualquer sistema operacional (Linux, Windows, Mac, Celulares).
Mozilla
Firefox
125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Navegadores de Internet
Nome Observações
Criado pela Apple para Mac Os, mas atualmente foi expandido para Windows, também é gratuito e vêm
ganhando espaço por ser rápido e seguro.
Safari
Opera é um navegador web mundialmente conhecido desenvolvido pela empresa Opera Software ASA,
porém não tão utilizado quanto seus principais concorrentes, o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
Opera
A característica fundamental da internet é o modo como os computadores se ligam um ao outro por meio da identificação de seu IP
(internet protocol), ou seja, um número de protocolo de internet que é único para cada computador a ela conectado. Pelo IP é possível
rastrear todas as páginas visitadas pelo usuário, todos os momentos e a frequência de visitas, atividades, downloads e todas as movi-
mentações de alguém que está conectado. O que significa que a internet é a forma de interatividade que mais exige o fornecimento de
informações do usuário dentre os meios de comunicação desenvolvidos até hoje.
URL
URL (Uniform Resouce Location – Localizador Padrão de Recursos) é um endereço de recursos disponíveis em redes de computadores,
como arquivos, impressoras, sites, etc. Nas redes TCP/IP e são aplicáveis tanto para internet como para intranet. O URL segue a seguinte
estrutura:
Protocolo://maquina caminho/recurso
Abaixo seguem alguns exemplos de URL:
http://www. http://www.cespe.unb.br/vestibular/
protocolo: http:// maquina: www.cespe.unb.br.com.br recurso: vestibular
http://www.vunesp.com.br/TJSP1501/TJSP1501_306_022869.pdf
protocolo: http:// maquina: www.vunesp.com.br caminho: TJSP1501 recurso: cursos
Link
São hiperligações (correspondente das palavras inglesas hyperlink e link) ou simplesmente ligações referenciais de um documento a
outro. Através dos links podemos criar documentos interconectados a outros documentos, imagens e palavras.
Buscadores
Os buscadores são fundamentais para realização de pesquisas na internet, sua função é efetuar uma varredura completa pela rede
mundial de computadores (WWW) e filtrar as palavras chave contida nesses sites, ao realizar uma consulta o buscado compara a palavra
digita as palavras existentes em seu banco de dados e retorna os sites referentes ao conteúdo pesquisado.
Sem dúvida o maior, mais conhecido e mais acessado buscador é o Google, mas existem outros como o Yahoo, Bing, Ask, entre outros.
Abaixo seguem algumas dicas pra melhorar as pesquisas em buscadores:
Conteúdo entre aspas: o comando “entre aspas” efetua a busca pela ocorrência exata de tudo que está entre as aspas, agrupado da
mesma forma.
Sinal de subtração: este comando procura todas as ocorrências que você procurar, exceto as que estejam após o sinal de subtração. É
chamado de filtro (ex: concursos -superior)
OR (ou): OR serve para fazer uma pesquisa alternativa. No caso de “Carro (vermelho OR verde)” (sem as aspas), Google irá procurar
Carro vermelho e Carro verde. É necessário usar os parênteses e OR em letra maiúscula.
Asterisco coringa: utilizar o asterisco entre aspas o torna um coringa. (ex: concurso * estadual, o Google buscará ocorrências de con-
curso + qualquer palavra + estadual.
Palavra-chave + site: procura certa palavra dentro de um site específico (download site:www.baixaki.com.br).
Link: procura links externos para o site especificado (ex: link:www.blogaki.com.br).
Filetype: serve para procurar ocorrências algum formato de arquivo específico (ex: “arvore azul:pdf”).
126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Algumas características importantes sobre a computação nas Para remover um nome das linhas Para e Cc, clique no nome
nuvens: e pressione Delete. Para adicionar um destinatário, clique na cai-
- Vários computadores são interligados e funcionam em modo xa Para, Cc ou Cco e insira o destinatário.
colaborativo, inclusive os que possuem sistemas operacionais dife-
rentes. Responder ou encaminhar uma mensagem de e-mail
- As aplicações executadas diretamente na nuvem, não interfe- Ao receber uma mensagem, você pode enviar uma resposta
rem em aplicação instalada em um computador. apenas para o remetente ou, se houver vários destinatários, incluí-
-los também. Além disso, você poderá encaminhar a mensagem
Site (Sitio na Internet) para outras pessoas.
No Painel de Leitura, clique em Responder, Responder a To-
Website ou simplesmente site (tradução de sítio eletrônico da dos ou Encaminhar.
internet) é um conjunto de páginas de hipertextos acessíveis nor-
malmente através do protocolo HTTP. O conjunto de todos os sites
públicos existentes compõe a World Wide Web (WWW).
Tipos de Sites
- Estáticos
- Dinâmicos Se o Painel de Leitura está desativado ou se você abriu a men-
sagem em sua própria janela, na guia Página Inicial ou Mensagem,
Exemplo: clique em Responder, Responder a Todos ou Encaminhar.
- Redes Sociais
- Sites de Vendas
- Portais
- Sites institucionais
127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Navegue até o arquivo que você deseja anexar, clique nele e Salvar um anexo
em Inserir. Clique no anexo no Painel de Leitura ou na mensagem aberta.
DICA Ao compor uma mensagem, você também pode anexar Na guia Anexos, no grupo Ações, clique em Salvar como. Você
arquivos usando os comandos da guia Inserir no grupo Incluir ou também pode clicar com o botão direito do mouse no anexo e clicar
arrastar arquivos de pastas no seu computador e soltá-los na janela em Salvar como.
da mensagem.
129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
passará a ter maior facilidade de interpretação e desenvolvimento centenas de mensagens, diariamente), 2) receber um único e-mail,
de seus textos. com todas as mensagens do dia (eu recomendo esta opção), 3) con-
5- Atente-se ao conteúdo que você irá desenvolver. Na maioria sultar as mensagens diretamente via Internet. Existem também fer-
das vezes, o texto do e-mail deve ser claro e objetivo. No entanto, ramentas para que os participantes possam compartilhar arquivos,
em algumas eventualidades, você poderá vir a ser mais abrangente, existem fóruns que permitem que cada participante disponibilize
detalhando as informações para que fiquem mais claras ao destina- uma ou mais fotos, etc.
tário. Tudo dependerá do assunto a ser tratado e da facilidade de - http://br.groups.yahoo.com: Um dos maiores sites com gru-
entendimento do destinatário. pos de discussão em Português. Existem fóruns sobre os mais
6- Evite escrever com todas as letras em caixa alta (maiúscula). variados assuntos, desde assuntos esotéricos, ecologia, história,
Elas representam que você está sendo indelicado e/ou gritando. geografia, informática, segurança na Internet, esportes de aventu-
7- Demonstre no campo “assunto” a informação que conterá ra, religião, trabalhos escolares, empreendedorismo, etc. Existem
no e-mail de forma clara e objetiva. Jamais deixe o título do assunto milhares de grupos, divididos em categorias. São realmente mui-
em branco. tas opções. Você também tem a opção de criar um ou mais fóruns,
8- Sempre avise no corpo do e-mail quando estiver enviando sobre assuntos de seu interesse.
documentos anexados. - http://www.msn.com.br: Serviço muito semelhante ao do
9- Ao final de seus e-mail utilize termos formais como atencio- Yahoo. Disponibiliza milhares de fóruns de discussão e também
samente”, “cordialmente”, etc. permite que você crie seus próprios fóruns.
10- Não se esqueça de “assinar” seu e-mail com seu nome, car- - http://www.babooforum.com.br/: Excelentes fóruns, com
go, empresa e telefone se julgar adequado. conteúdo realmente muito bom, relacionados aos mais diversos as-
suntos de informática, tais como: Windows XP, Windows 2000, Har-
Vale também tratarmos de outras ferramentas de comunica- dware, dicas de segurança na Internet, Word, Excel, Access, Power-
ção, como as que seguem: Point, Banco de dados, programação, Redes de computadores, etc.
130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
entrega de cada pacote levou, em média, apenas cinco ou sete intermediários. As descobertas de Milgram foram publicadas no “Psycho-
logy Today” e inspiraram a frase seis graus de separação.”
Na Internet as redes sociais estão cada vez mais comuns, existem centenas de sites na web que potencializam os contatos entre as
pessoas (Orkut, Friendster, Tribe, Rize, Linkedln, etc.).
Na esfera educacional dispomos de alguns desses ambientes sociais para se ter contato com alunos ou antigos alunos ou para colo-
cá-los em contato uns com os outros. Um dos exemplos é o facebook (em inglês), outro é o Ning que também pretende integrar o mundo
acadêmico numa ferramenta metasocial. É uma marca de atuação teórica, mais que uma posição metodológica. As teorias sobre isso são
amplas e nos servem como eixo teórico.
A utilização das redes socias na educação ainda causam muita polêmica, visto que algumas escolas proíbem o acesso dos estudantes
com o intuito de protegê-los de eventuais problemas, sem levar em conta, que todos precisam aprender a utilizar esses recursos de forma
adequada, responsável, reconhecendo quais são os comportamentos aceitáveis devem fazer parte dos objetivos daqueles que se propõe
a utilizar as TIC.
Rede social criada por Mark Zuckerberg em meados de 2002 e que hoje praticamente “domina” a Internet.
No Facebook, é possível criar grupos de diversos assuntos, estabelecer amizade com várias pessoas (até 5.000 amigos, no máximo, em
um perfil), compartilhar fotos, escrever o que quiser, curtir, comentar e compartilhar aquilo que seus amigos postam etc.
Perfil: é o cadastro pessoal que você faz no Facebook. Ou seja, para entrar no Facebook, você precisará fazer um perfil (cadastrar-se
no site). Cada perfil permite “apenas” 5.000 (5 mil) amigos.
Linha do Tempo: é o nome dado à página inicial de cada perfil. Na Figura 9.20, vemos a minha Linha do Tempo (página inicial do meu
perfil).
Fanpage: página especial, usada por pessoas públicas e entidades (empresas). Não é um perfil, é uma página – é uma publicação. Não
pode ter amigos, mas pode ter pessoas que “curtam” a página.
Todas as publicações feitas na página são avisadas nos feeds das pessoas que curtiram aquela página. Normalmente, pessoas que
chegaram ao limite de seus perfis (5.000 amigos) preferem transformá-los em fanpages.
Feed de Notícias: é a área que nos é apresentada quando entramos no Facebook (quando acessamos o site). Ela contém as mais re-
centes “atualizações” do que nossos amigos fizeram e do que foi publicado nas páginas que nós curtimos.
Ou seja, não é necessário ficar “garimpando” nas páginas e linhas do tempo dos nossos amigos para ver o que eles fizeram: isso é
131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Twitter (www.twitter.com) é um microblog. Um site onde é possível fazer um cadastro, seguir os cadastros de outras pessoas, e ser
seguido por outros usuários.
No Twitter, os usuário escrevem “tweets”, que são pequenas mensagens de texto com até 140 caracteres. Os “seguidores” dos usuá-
rios recebem os tweets daqueles que eles seguem em seus feeds.
Ou seja, tudo o que você escreve é lido por quem o segue!
Como usa em sua maioria texto (apesar de permitir, hoje, fotos e vídeos), o Twitter se espalhou rapidamente. As pessoas passaram a
tweetar (ou “tuitar”) em qualquer canto (de celulares, tablets, computadores e TVs).
O LinkedIn (www.linkedin.com) não é uma rede social “com vida social”. É uma rede social profissional, que permite ligar as pessoas
por meio de relações profissionais, não pessoais! É quase como um grande banco de currículos de pessoas (empregadas ou não), que se
relacionam por alguma ligação de trabalho.
132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
No LinkedIn, só para lembrar, você não tem amigos, você tem conexões. É possível recomendar suas conexões a outros, é possível
escrever resenhas e recomendações profissionais nos perfis das pessoas conectadas a você.
MySpace
O MySpace fez bastante sucesso no início dos anos 2.000, mas não conseguiu se manter no topo da preferência dos usuários de redes
sociais. No MySpace, sua rede social começa a crescer desde o primeiro dia sem que você faça muito esforço para isso. Faz parte do negó-
cio. A rede básica do MySpace funciona dessa maneira:
- você se registra no MySpace e cria um perfil;
- depois, você convida seus amigos para se registrarem no MySpace e procura por aqueles que já são membros. Estas pessoas formam
a parte inicial do seu “Espaço de amigos”;
- todas as pessoas que estiverem no seu “Espaço de amigos” tornam-se parte da sua rede. Agora você está conectado a mais pessoas
do que há quinze minutos atrás.
De acordo com o autor, não há como visualizar sua “Rede Ampla” de forma coletiva, mas a idéia é esta:
Agora, teoricamente, todos os membros do MySpace estão na sua Rede Ampla, pois ao criar um perfil, o co-fundador Tom Anderson é
automaticamente adicionado ao seu “Espaço de amigos”. Para explorar sua “Rede Ampla”, você poderá ir ao perfil de um de seus amigos,
ver quem está no “Espaço de amigos” dele, clicar em uma fotografia para visitar o perfil de uma dessas pessoas, ver quem está no “Espaço
de amigos” dessa pessoa e assim por diante. Você pode pedir para adicionar qualquer pessoa ao seu “Espaço de amigos” e, se seu convite
for aceito, poderá enviar e-mails, mensagens instantâneas, links de uma banda que você descobriu no MySpace Music e qualquer outra
coisa que queira compartilhar.
Há muito mais no MySpace do que apenas a rede social, mas esse é o conceito básico. A grande questão é: por que o MySpace obteve
êxito se tantos outros falharam? Muitas pessoas explicam esse mistério a partir de uma perspectiva filosófica ou comercial, mas existem
algumas respostas óbvias. A primeira e, talvez, a principal, é a conexão musical.
Um dos primeiros grupos a utilizar o MySpace foram músicos e bandas. As bandas o utilizaram para estabelecer uma presença online
gratuita com o objetivo de divulgar os seus trabalhos e para comunicarem-se com seus fãs. Em 2004, o MySpace tornou-se o portal da
música independente na internet com a criação do MySpace Music, uma subseção no MySpace. O novo espaço não apenas permite às
bandas criar uma presença online, mas também que outras pessoas ouçam suas músicas através de seus perfis e baixem versões em MP3
de suas músicas e tudo de forma gratuita. Isso atraiu ainda mais os músicos, além dos maiores consumidores de música: os adolescentes.
Mas o que eles querem? Liberdade de expressão sem censura, muitos diriam, e o MySpace proporciona justamente isso. As únicas
coisas que o Myspace censura são: ofensas e nudez explícita. Ele é mais acessível e adaptável que qualquer outra rede social. Os usuários
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito
língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada- mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente
mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne-
usado de maneira adequada. cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades
Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex- do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador
tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu- de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma
nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva importância.
comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi-
co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa- Cortesia
ções, bem como a clareza e concisão do que recebe. A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza-
do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como
Apresentação um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens
Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es-
deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex- colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no
tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões,
colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um
sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente excelente profissional.
na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên- Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de
cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem
em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta
cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em
para causar uma boa primeira impressão. mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte
O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em-
pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida- presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês,
des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo. prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição
Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger
uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza.
público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que
diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes- Interesse
soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni-
à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em
possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen- questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram
do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar
outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro,
seu público. você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou
De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape- postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de-
nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando
confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive
a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es- com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so-
tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou
é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta descontentamento.
como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas
tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo. quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios,
mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações
Atenção são importantes para a evolução da empresa como um todo. De-
Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um
abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um
ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian- serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte-
te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até resse no que seu público precisa e deseja.
relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e
os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente Presteza
durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais
interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem-
ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone-
ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma
público espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer
está comunicando. comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou-
Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à
mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo.
o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran-
136
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Pois em todas essas aplicações, o sentido de organização se baseia na forma com as pessoas se inter-relacionam e na disposição e
distribuição dos diversos elementos envolvidos (recursos humanos e materiais), que sempre tem em vista a concretização de um mesmo
objetivo.
Organização Empresarial
Uma organização empresarial é formada por duas ou mais pessoas, que executam tarefas de modo controlado e coordenado, por meio
da divisão e atribuição de responsabilidades, visando um mesmo objetivo em comum e a máxima qualidade do processo de trabalho.
Dependendo do tipo de organização (pública ou privada, entidade econômica ou social), há uma pessoa que exerce um papel funda-
mental perante as funções de: liderança, planejamento, controle dos recursos humanos/materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis
na empresa.
Quanto a estrutura de uma organização, esta pode ser formal ou informal. Uma organização formal é planejada e estruturada seguindo
um regulamento interno. Já uma organização informal são as relações geradas espontaneamente entre as pessoas, resultado do próprio
funcionamento e evolução de uma empresa.
Alguns elementos estão diretamente associados a uma organização, como por exemplo, clientes, fornecedores, concorrentes, comuni-
cação social, etc. Por isso, também merecem a atenção das empresas.
A criação de uma organização sempre está fundamentada a algum propósito, ou seja, a algum objetivo, que podem ser vinculados ao
desenvolvimento de produtos ou a prestação de serviços para a satisfação das necessidades humanas.
Quanto ao tipo destas organizações elas podem ser: públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, permanentes ou temporárias.
Vejamos algumas definições:
Organização Pública: é aquela mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de governo federal, estadual ou municipal.
Organização Privada: é a mantida pela iniciativa privada, isto é, por pessoas sócias da organização. Também existe a organização mista,
na qual esforços públicos são combinados com privados.
Organização com fins Lucrativos: é aquela cujo objetivo é gerar lucro a partir das atividades por ela desenvolvidas, para distribuí-lo
aos seus sócios.
Organização sem fins Lucrativos: não tem objetivo de lucro, mas outras finalidades, como amparar os necessitados, desenvolver ati-
vidades sociais, congregar pessoas. A ausência da finalidade de lucro não impede que a organização venda mercadorias ou preste serviços
remunerados, no entanto o lucro dessa atividade deve ser revertido somente para a organização, e jamais para os seus proprietários.
Organização Permanente: é aquela constituída por prazo indeterminado, em princípio para sempre, sem que isso impeça seu desa-
parecimento.
Organização Temporária: é a constituída com uma finalidade específica, para desaparecer logo que a atividade tenha sido concluída.
138
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A figura abaixo apresenta um diagrama mostrando os principais componentes de uma organização, vejamos:
Com isso podemos observar que toda organização é composta pelo que chamamos de inputs e outputs, ou seja, entrada e saída,
respectivamente, que ao passarem pelo processo de transformação, são convergidos em objetivos, e claro, nos produtos ou serviços que
serão ofertados aos clientes.
Maximiano3 reforça que toda organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo, e se utiliza de dois
componentes importantes: processo de transformação e divisão do trabalho, como apresentado na figura acima.
Posto isso, para sua melhor compreensão, estudaremos a seguir cada um destes componentes.
Recursos
Os recursos são os meios ou ativos de que dispõem as empresas para a realização da produção.4 Quanto mais recursos as empresas
tiverem ao seu alcance, melhor será o seu funcionamento e resultados, e quanto menos recursos tiverem, maiores as dificuldades no
alcance de seus objetivos.
Porém, excesso de recursos significa uma aplicação pouco rentável para uma empresa, por isso a organização administrativa procura a
máxima rentabilização dos recursos necessários para a obtenção dos objetivos.
Existe uma variedade de recursos empresariais, porém os recursos mais importantes são os seguintes:
1. Recursos Materiais: são os recursos físicos, como edifícios, prédios, máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, matérias-
-primas etc.
2. Recursos Financeiros: são recursos monetários, como capital, dinheiro em caixa ou em bancos, créditos, investimentos, contas a
receber etc.
3. Recursos Humanos: são as pessoas que trabalham em todos os níveis da empresa, desde o presidente até o mais humilde dos ope-
rários. Na verdade, as pessoas são os únicos recursos vivos e inteligentes de uma empresa, capazes de lidar com todos os demais recursos
empresariais.
Os recursos humanos estão distribuídos em todos os níveis de uma organização, desde o nível estratégico até o nível operacional, e este
é o recurso mais importante que uma organização pode ter atualmente.
Alguns economistas denominam os recursos empresariais como fatores de produção, pois para eles, a produção de riqueza somente
ocorre quando três fatores de produção estão presentes: a natureza, o capital e o trabalho.
Natureza: representa os meios que proporcionam matéria-prima, máquinas e equipamentos.
Capital: representa os meios que financiam a produção.
Trabalho: representa a mão de obra que transforma a matéria-prima em produto acabado ou serviço prestado, com a ajuda de máqui-
nas e equipamentos.
Com o avanço cientifico, outros dois outros tipos de recursos passaram a integrar os recursos básicos de uma empresa, sendo estes os
recursos mercadológicos e os administrativos.
Recursos Mercadológicos: são os recursos comerciais que as empresas utilizam para colocar seus produtos ou serviços no mercado,
como vendas, promoção, propaganda, pesquisa de mercado, definição de preços etc.
Recursos Administrativos: são os recursos gerenciais que as empresas utilizam para planejar, organizar, dirigir e controlar suas ativi-
dades.
A falta de um desses recursos impossibilita o processo de produção e colocação dos bens e serviços no mercado. Assim, todos os recur-
sos empresariais apresentam a mesma relevância. Todavia, são os recursos humanos, os únicos recursos que proporcionam inteligência,
conhecimento, competência e tomada de decisões para que seja colocado em ação todos os demais recursos empresariais, que por sua
vez são inerentes, estáticos e sem vida própria.
3 MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2004.
4 http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/as-empresas-e-seus-recursos/49451/
139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Objetivos
Toda empresa existe para produzir alguma coisa, seja produtos
(bens), ou serviços (educação, saúde segurança...). As empresas
que produzem bens são chamadas de empresas industriais, en-
quanto que as que prestam serviços são chamadas de empresas
prestadoras de serviços. Além da produção, as empresas precisam
colocar seus produtos ou serviços no mercado e é aí que surge a
comercialização.
A Organização Administrativa5
Produção (ou Operações)
O papel da Organização Administrativa é exatamente alocar, ar- Se trata de um sistema de operação produtivo, que transforma
ranjar, agrupar, reunir, dividir o trabalho, especializar, para que as os recursos em bens ou serviços, para que sejam oferecidos pela
atividades sejam executadas da melhor maneira possível. empresa a seus clientes.
Vale lembrar que cada organização possui uma identidade pes- O papel das pessoas do Departamento de Produção, de modo
soal que é peculiar à sua gestão, ou seja, possui seus objetivos, seu geral, é se ater às operações e à qualidade dos produtos que são
ramo de atividade, um ou mais produtos ou serviços que oferta, produzidos, os colaboradores desse setor devem buscar atender,
uma missão, visão e valores que cabe à sua cultura organizacional, as necessidades e desejos dos clientes buscando uma valorização
seus pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades inerentes ao profissional e humana, trabalhando motivados desenvolvem me-
negócio, sua política empresarial, sua situação tecnológica e finan- lhor seus trabalhos.
ceira, entre outros. Fatos que só confirmam que cada organização é Na produção de bens, com o fim de comercialização do produto
única, mas que todas necessitam de uma administração eficiente e final, a transformação dos recursos pode ser realizada por pessoas
eficaz para conseguir agregar bons resultados ao negócio. e/ou por maquinas, por exemplo, quando se trata de algum traba-
O papel da organização administrativa incumbe o agrupamen- lho manual, como os artesanatos, apenas as pessoas são necessá-
to das atividades necessárias para atingir os objetivos da empresa, rias para a sua fabricação, na fabricação de pães são necessárias as
esse agrupamento envolve a reunião de pessoas e recursos empre- pessoas para produzir e as máquinas, ou seja, o forno, para assar os
sariais sob a autorização de um chefe, tendo em vista que a organi- pães, já na fabricação de automóveis as máquinas são primordiais
zação precisa lidar com pessoas, órgãos e relações de autoridade e para fabrica-los.
responsabilidade. Contudo, na produção das empresas prestadores de serviços,
Por fim o que devemos considerar é que a organização adminis- os clientes são processados e transformados, por exemplo, na área
trativa, serve para agrupar e estruturar todos os recursos da empre- da saúde, os pacientes chegam doentes nos hospitais, são tratados,
sa, permitindo assim o alcance dos objetivos almejados da melhor e saem de lá saudáveis, os alunos entram na escola sem saber ler e
forma possível. escrever, os professores os alfabetizam e eles saem de lá educados,
A organização administrativa existe porque são muitas as ta- e no caso das universidades e escolas profissionalizantes, eles saem
refas do trabalho empresarial, e seria impossível uma só pessoa com uma profissão, e assim por diante.
realizar todas com o máximo de qualidade, daí a necessidade de Vale destacar que o processo produtivo pode ser divido em três
muitas pessoas em conjunto executando atividades diferentes, o tipos de processos:
que conduz a departamentalização da empresa (criação de áreas
funcionais) e a um novo problema: o da coordenação entre as pes-
soas envolvidas. 6 MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolu-
5 MOLINA, J. Gestão em Petróleo e Gás. Organização.2015. ção Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007.
140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1. Produção em Massa: fornecimento de grande número de Investimento: avaliação e escolha de alternativas de aplicação
produtos e serviços, podem ser simples ou complexos, ou seja, é de recursos em prol de maiores retornos.
uma produção em larga escala de produtos padronizados através Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fon-
de linhas de montagem. tes de recursos (como títulos, empréstimos e financiamentos).
2. Produção por Processo Contínuo: um processo contínuo Controle e Gestão dos Recursos Disponíveis: acompanhamento
é visto como um método usado em indústrias e fábricas a fim de e avaliação dos resultados financeiros da organização (como reali-
garantir maior quantidade fabricada de um determinado produto zação de pagamentos, recebimentos, operações bancárias, fluxo de
durante o menor espaço de tempo possível, temos como exemplo caixa e acompanhamento do orçamento financeiro).
o fornecimento ininterrupto de um único produto ou serviço, como Destinação dos Resultados: seleção de alternativas para aplica-
gasolina, corantes, açúcar ou transmissão de programas de televi- ção dos resultados financeiros da organização.
são. Seguros: análise do mercado securitário, contratação de apóli-
3. Produção Unitária e em Pequenos Lotes: a produção é feita ces, administração de apólices - liquidação de sinistros.
por unidades ou pequenas quantidades, cada produto a seu tempo Contabilidade7: a função contábil também é realizada junta-
sendo modificado à medida que é feito, por exemplo, o fornecimen- mente com as finanças, e tem objetivo controlar a evolução do pa-
to de produtos e serviços sob encomenda. trimônio da empresa. Através da contabilidade é possível calcular e
registrar todas as operações comerciais e financeiras realizadas em
O processo de produção envolve: um respectivo período, bem como, produzir relatórios a usuários
• Fabricação: processo produtivo, programação, controle; (internos e externos), com informações úteis e relevantes para a
• Qualidade: programação, controle; análise da situação econômica e patrimonial da empresa.
• Manutenção: preventiva, corretiva; As pessoas que trabalham no Departamento de Finanças de
uma determinada organização possuem grandes e importantes res-
Marketing ponsabilidades, pois é nesse departamento que o planejamento de
A função de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a todas as finanças da organização é feito.
organização e seus clientes, consumidores, usuários ou público-al- As principais funções que o profissional atuante desse setor
vo. Sua função abrange atividades de: possui são8: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar
Pesquisa: identificação de interesses, necessidades e tendên- as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica
cias do mercado (estudo de mercado). ou social que a empresa exerce.
Produtos: criação, desenvolvimento e lançamento de novos Posto isso, acompanhe as definições:
produtos e serviços, inclusive seus nomes, marcas e preços, forma - Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representa-
de apresentação e embalagem. dos em valor monetário;
Distribuição / Praça: desenvolvimento dos canais de distribui- - Organizar um sistema de controle adequado à empresa;
ção e gestão dos pontos de venda (se será venda direta, venda por - Demonstrar com base nos registros realizados, expor perio-
atacado, varejo, distribuidores autorizados). dicamente - por meio de demonstrativos - a situação econômica,
Preço: políticas comerciais e estratégias de preço, estrutura de patrimonial e financeira da empresa;
preços, descontos, facilidades de pagamento e prazos. - Analisar os demonstrativos com a finalidade de apuração dos
Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de pro- resultados obtidos pela empresa;
paganda, publicidade e promoção nos pontos de venda. Envolve - Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa,
material promocional e amostra grátis. prevendo os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem
Vendas: são as atividades relacionadas ao número de bens ou recebidas de terceiros e alertando para eventuais problemas.
serviços vendidos em um determinado período de tempo.
As pessoas que trabalham no departamento de marketing preci- Recursos Humanos ou Departamento Pessoal
sam usar de seus conhecimentos para aumentar as vendas de uma O objetivo dos recursos humanos é encontrar, atrair e manter os
determinada marca ou uma organização, essa pessoa é responsável colaboradores de uma organização. Processo que se inicia antes da
por criar estratégias para tornar um produto ou um serviço mais pessoa ser empregada na organização, e que se estende até após o
atraente para seus clientes, além disso, fica como responsabilida- seu desligamento.
de do colaborador de marketing concretizar o nome da empresa, As pessoas designadas a trabalharem nessa área da empresa,
levando seu nome diretamente para pessoas que precisam de seus precisam desenvolver funções como:
produtos/serviços. Planejamento de Mão de Obra: definição da quantidade de
O colaborar que irá trabalhar na área de Marketing, deve ser pessoas necessárias para trabalhar na organização e das competên-
criativo, antenado, comunicativo e estrategista, além disso, ele pre- cias que elas devem ter. Envolve: programação de necessidades de
cisa conhecer as novas tendências da sua área e, principalmente, pessoal, análise de mercado de trabalho, pesquisa de recursos hu-
ser ético. manos e orçamento de pessoal.
Recrutamento e Seleção: localização e aquisição de pessoas
Finanças para a organização. Envolve a divulgação de vagas externas, ca-
A função financeira cuida do dinheiro da organização e abrange dastramento de candidatos a emprego, técnicas de seleção como
também as decisões de: análise de currículo, dinâmicas em grupo e aplicação de testes e
Planejamento de Recursos Financeiros: realização de orçamen- entrevistas.
tos, programação das necessidades de recursos financeiros, proje-
ções financeiras e análise do mercado de capitais. 7 http://atitudeenegocios.com/funcao-da-contabilidade/
8 http://www.covrecontabilidade.cnt.br/2011/08/logo-estaremos-no-ar.html
141
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Treinamento e Desenvolvimento: transformação dos poten- Um exemplo são as microempresas na qual um mesmo gestor
ciais das pessoas em competências. possui múltiplas funções. As funções organizacionais administrati-
Avaliação de Desempenho: informação sobre o desempenho vas podem ser: compras, manutenção do patrimônio, contabilida-
das pessoas e definição de ações que permitam o aprimoramento de, finanças, recursos humanos, atendimento aos clientes, etc.
do desempenho. Deve-se acompanhar e controlar as atividades das
pessoas e averiguar resultados. Objetivo das Organizações
Remuneração ou Compensação: definição de mecanismo de
recompensas para as pessoas por seu trabalho, considerando seus Toda empresa é criada com o objetivo de produção de bens, e
cargos e salários e o mercado de trabalho. comercialização de produtos, ou com o objetivo de prestar algum
Higiene, Saúde e Segurança: proteção das pessoas que traba- tipo de serviço para os seus clientes, e cada empresa possui objeti-
lham para a organização, considerando condições ambientais e psi- vos e características particulares, em relação a seus recursos, estra-
cológicas satisfatórias para a qualidade de vida, além de relações tégias, público alvo, etc.
com sindicatos. As organizações empresariais com fins lucrativos, geram receita,
Administração de Pessoal: realização de atividades burocráti- e é através da venda de seus produtos ou serviços que se obtêm
cas, com registro de pessoal, manutenção de arquivos e prontuá- lucro. No entanto não podem ser consideradas autônomas e nem
rios, contagem de tempo de serviço, preparação de folhas de paga- autossuficientes, pois precisam ser bem administradas para que o
mento e acompanhamento de carreiras. retorno financeiro seja positivo.
Funções Pós-Emprego: recolocação, aposentadoria e outros ti-
pos de benefícios para o ex-funcionário. Objetivos e metas organizacionais
Pesquisa e Desenvolvimento Nas empresas, a definição dos objetivos e metas, está direta-
A função de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é transformar mente relacionada com o planejamento estratégico, no qual defi-
as informações de marketing em produtos e serviços. Tem também nições claras de objetivos precisam existir para direcionar os rumos
outras funções, como a identificação e a introdução de novas tec- da organização, dando sustentabilidade a ela. Os objetivos e metas
nologias e melhoramentos nos processos produtivos, para reduzir também têm a finalidade de propor desafios ao planejamento es-
custos. tratégico. Quão maior e mais arrojado forem os objetivos e metas,
Departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento devem sempre mais desafiador será o planejamento.
ser compostos por pessoas capacitadas de alto nível técnico, capa- Objetivos são os alvos que se busca atingir, já as metas são os
zes de teorizar produtos comercializáveis e que possam trazer be- objetivos mais específicos, com uma previsão de ser cumprida, as
nefícios ao consumidor final., para realizar essa tarefa, as fontes po- organizações possuem objetivos, e são eles que alicerçam o traba-
dem ser variadas, inclusive até mesmo com participações externas. lho, na medida em que determinam a estrutura das instituições,
As grandes organizações geralmente têm muitas pessoas traba- as atividades e a distribuição dos recursos humanos nas diversas
lhando em atividades de P&D, e essas pessoas são técnicos de todas tarefas, de acordo com Drucker9.
as profissões que trabalham em laboratórios e centros de pesquisa Os objetivos em uma empresa devem ser dinâmicos, pois são à
para idealizar e desenvolver produtos e serviços de todos os tipos. base da relação entre a organização o ambiente externo e os parti-
As pequenas organizações às vezes têm também atividades de cipantes e, portanto, estão em contínua evolução, alterando essas
P&D, mas, em muitos casos, as ideias e as fórmulas são compradas relações, devendo ser reavaliados e modificados em função das
ou copiadas de organizações maiores e mais inovadoras. mudanças no ambiente externo e interno da organização
Objetivos amplos em uma empresa possibilitam a definição de
Funções Organizacionais Não Tradicionais políticas, diretrizes, metas, programas, procedimentos e normas;
Além das funções organizacionais já expostas, existem outras possibilitando que se identifique o papel que a organização desem-
funções menos recorrentes como: penha na sociedade em geral.
A administração possui dois objetivos principais:
Área Técnica: as pessoas dessa área executam serviços espe-
cializados dentro das organizações. Possuem atribuições variadas, Alcançar a Eficiência: se refere aos meios, os métodos, proces-
entre elas a manutenção dos sistemas de informação, atendimento sos, regras e regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas
a um público específico (como área técnica de graduação ou pós- na empresa a fim de que os recursos sejam adequadamente utiliza-
-graduação em universidades), serviços de assistência técnica, etc. dos. Uma organização eficiente é aquela que utiliza racionalmente
Segurança: apesar do setor de recursos humanos gerir a segu- seus recursos;
rança local, muitas vezes ainda é necessário um setor de segurança Alcançar a Eficácia: se refere aos fins, os objetivos e resultados
(composto pelos seguranças, supervisores e vigilantes, que de fato a serem alcançados pela empresa, significa a capacidade de realizar
operacionalizam a segurança local), este setor ocorre como um de- um objetivo ou resolver um problema, capacidade de se chegar aos
partamento autônomo, e muitas empresas terceirizam este setor resultados.
para uma empresa especializada.
Administrativa: na função administrativa, as pessoas que nela
trabalham, auxiliam o funcionamento diário de uma organização,
por dessa função é possível criar uma padronização das ações, ela
facilita a comunicação e a organização da empresa, bem como o
gerenciamento das diversas atividades administrativas.
9 DRUCKER, P.F. Introdução à administração. São Paulo, Pioneira, 1991.
142
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
143
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Habilidades Técnicas: estão relacionadas com a capacidade do Para a aplicação da organização administrativa os gestores con-
administrador para usar ferramentas, procedimentos, técnicas e tam com técnicas, ferramentas e truques que auxiliam no alcance
conhecimentos especializados relativos à sua área de atuação es- de seus objetivos, entretanto estes meios e instrumentos não são
pecífica. São as habilidades de fazer as coisas concretas e práticas, tão importantes quanto os princípios essenciais sob o qual se alicer-
como desenhar um projeto, compor um cronograma, elaborar um çam a ciência da Administração (Drucker13).
programa de produção, entre outras. Para Chiavenato14, princípio é uma afirmação, uma proposição
geral válida e aplicável para determinados fenômenos, é uma previ-
Habilidades Humanas: dizem respeito à capacidade do admi- são antecipada do que deverá ser feito quando ocorrer àquela de-
nistrador para se relacionar com as outras pessoas ou grupos, saber terminada situação, como um guia de ação.
se comunicar com outras pessoas, entendendo-as, motivando-as Os princípios são a base sob a qual se sustentam as teorias, não
e liderando-as, o que torna essas habilidades cruciais para o seu devem ser abordados de forma rígida, mas sim, considerados rela-
desempenho, já que o administrador faz uso de pessoas para con- tivamente e flexivelmente. Vejamos a seguir os 16 princípios mais
seguir resultados. Para um administrador de topo, as habilidades mencionados na literatura:
humanas também são importantes para estabelecer relações com
grupos de interesse externo ao da organização e para conseguir Em relação aos objetivos:
agregar os membros internos da empresa em torno de sua visão 1. Os objetivos da empresa devem ser claramente definidos e
estratégica. estabelecidos por escrito. Toda organização tem que ter um com-
promisso com metas comuns e valores compartilhados, tem de ter
Habilidades Conceituais: envolvem conceitos e ideias que pos- objetivos simples, claros e unificantes, simples e flexíveis.
sibilitam ao administrador uma visão sistêmica da organização, dan-
do-lhe condições para avaliar fatos, situações, informações e ideias. Em relação às atividades e agrupamento de atividades:
Relacionadas com a capacidade do administrador para coordenar 2. As responsabilidades designadas para uma posição devem
e integrar todos os interesses e atividades de uma organização ou pertencer tanto quanto possível ao desempenho de uma simples
grupo. São habilidades que permitem que o administrador faça abs- função.
trações e desenvolva filosofias, valores e princípios de ação. Repre- 3. As funções devem ser designadas para os departamentos de
sentam as habilidades mais sofisticadas e permitem as tomadas de modo homogêneo para que se alcance a operação mais eficiente e
decisões mais acertadas e inovadoras. econômica.
144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
6. O desempenho das funções deve ser acompanhado da res- 15. Princípio Escalar: é decorrente do princípio anterior. Cada
pectiva responsabilidade, que deve andar junto com a respectiva pessoa deve saber exatamente a quem prestar contas, e sobre
autoridade. Ambas devem sempre estar equilibradas entre si. quem possui autoridade. Refere-se a cada cadeia de relações di-
7. A autoridade para tomar ou iniciar uma ação deve ser delega- retas de autoridade de um superior para um subordinado em toda
da o mais próximo possível da cena da ação. a organização, desde a base até a cúpula, onde geralmente está o
8. O número de níveis de autoridade deve ser o mínimo possí- chefe principal como autoridade máxima
vel.
16. Princípio das funções de linha e de staff: aqui deve-se de-
Quanto as relações: finir, da maneira mais clara possível, não só a quantidade de auto-
9. Há um limite quanto ao número de pessoas que podem ser ridade atribuída a cada pessoa ou órgão, mas também a natureza
supervisionadas por um superior. dessa autoridade. Este princípio leva a distinção entre as funções de
10. Cada pessoa deve subordinar-se a um único superior, evi- linha e de staff dentro da empresa.
tando-se duplicidade de ordens. As funções de linha são aquelas diretamente ligadas aos objeti-
11. A responsabilidade da autoridade mais elevada para com os vos principais da empresa, enquanto as funções de staff são aque-
atos de seus subordinados é absoluta. las que não se encontram diretamente ligadas àqueles objetivos. O
critério da distinção é o relacionamento direto ou indireto com os
12. Princípio da especialização: a organização deve fundamen- objetivos empresariais e não o grau de importância de uma ativida-
tar-se na divisão do trabalho que provoca a especialização das pes- de sobre outra.
soas em determinadas atividades. A especialização produz o incre-
mento da quantidade e qualidade do trabalho executado. Mudança Organizacional e a Administração
13. Princípio da definição funcional: o trabalho de cada pessoa, As mudanças no ambiente organizacional estão cada vez mais
a atividade de cada órgão e as relações de autoridade e responsa- frequentes, por isso as empresas precisam adaptar-se às variações
bilidade são aspectos que devem ser claramente definidos por es- e oscilações tanto do ambiente interno como externo. Muitas des-
crito. As empresas geralmente utilizam o organograma, a descrição sas mudanças são inesperadas e ocorrem em fases de extrema di-
do cargo ou o Manual de Organização para atender ao princípio da ficuldade das empresas, tornando o processo decisório ainda mais
definição funcional. O importante é deixar claro a posição de cada difícil.
pessoa ou órgão na estrutura organizacional da empresa. Assim, conforme surgem novas exigências do mercado, as em-
presas também anseiam novas necessidades, para que seja possível
14. Princípio da paridade da autoridade e responsabilidade: a acompanhar o dinamismo do mercado. Processo que é composto
autoridade é o poder de dar ordens e de se exigir obediência dos por mudanças do ambiente externo e adaptações do ambiente in-
subordinados, já a responsabilidade é o dever de prestar contas ao terno que faz com que as empresas se tornem cada vez mais com-
superior, ou seja, a autoridade maior. O princípio da Paridade sa- plexas.
lienta que deve existir uma interdependência entre o volume de
autoridade e o volume de responsabilidade atribuído a cada pessoa
ou órgão. FUNÇÕES ORGANIZACIONAIS. ESTRUTURA.
Essa equivalência é necessária para evitar que certas pessoas ou EFICIÊNCIA, EFICÁCIA, DESEMPENHO,
órgãos tenham excessiva responsabilidade sem a necessária autori- PRODUTIVIDADE E QUALIDADE
dade. Ou, até mesmo, demasiada autoridade para pouca responsa-
bilidade. Assim, cada responsabilidade deve ser correspondente a A principal finalidade do desempenho organizacional é garantir
sua autoridade, bem como, a autoridade deve ser compatível com que todos os processos e subprocessos (processos, departamentos,
sua responsabilidade, pois ambas devem sempre ser equivalentes. colaboradores), assim como a organização em si, trabalhem juntos
Em decorrência do princípio da distribuição de autoridade e res- para atingir os resultados pretendidos pela organização. O geren-
ponsabilidade, outro aspecto discutido pelos autores neoclássicos é ciamento do desempenho trabalha conjuntamente neste aspecto,
a amplitude administrativa. A amplitude administrativa (ou ampli- tendo o seu foco nos resultados e redirecionando os esforços da
tude de comando ou ainda amplitude de controle) significa o nú- organização para a efetividade.
mero de subordinados que um administrador pode supervisionar. Um fator que é muito importante é que muitas das atividades
Quando um administrador tem muitos subordinados sua ampli- que são feitas para melhoria do desempenho como análise de de-
tude de comando é grande e ampla, na prática, a amplitude média sempenho dos profissionais, horas e horas de treinamento, o tra-
adotada por uma organização determina a configuração geral de balho extenuante de planejamento e orçamento, muitas vezes são
sua estrutura organizacional. Uma amplitude média estreita com feitas com o objetivo único de fazê-las, não contribuindo para os
um maior número de níveis hierárquicos produz uma estrutura or- resultados que são esperados pela organização.
ganizacional alta e alongada, e ao contrário disso, uma amplitude Segundo McNamara (2002), o gerenciamento do desempenho
média larga com poucos níveis hierárquicos produz uma estrutura serve para nos lembrar que “estar ocupado” não é gerar resulta-
organizacional achatada e dispersada horizontalmente. A tendência dos. Todas estas atividades sozinhas não significam resultados. O
atual nas organizações é de achatar e comprimir a estrutura orga- gerenciamento do desempenho tem como foco produzir resultados
nizacional no sentido de aproximar a base da cúpula e melhorar as e redirecionar os esforços da organização do “estar ocupado” para
comunicações. a efetividade.
145
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para tanto, todos os desempenhos de processo, funcionais, in- desperdícios, o que resta é atividade ou esforço que agrega valor
dividuais, etc., devem estar alinhados apropriadamente, de modo ao produto;
que influenciem positivamente os resultados de desempenho glo- A eliminação de desperdícios diminui os custos de produção
bais. sem que o valor do produto para o cliente fique comprometido.
Não é incomum vermos organizações com excelentes resulta-
dos e desempenho para os indicadores de processo, de desempe- Veja Palavras-Chave da Eficiência: Ausência de desperdícios.
nho de seus colaboradores, de treinamento, terem desempenhos Uso econômico de recursos. Menor quantidade de recursos para
globais pobres e comprometedores para a sua sobrevivência e en- produzir mais resultados. Fazer bem alguma tarefa. Utilização dos
riquecimento. recursos de forma produtiva, de maneira econômica; fazer melhor
o uso dos recursos disponíveis em uma organização.
EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE
Eficácia
A maioria das organizações, além de eficientes e eficazes15, pre-
cisam ser competitivas, ou seja, precisam ser mais eficientes e efica- - Consiste em fazer a coisa certa (não necessariamente da ma-
zes que seus concorrentes. A linha de base, a longo prazo, é a sobre- neira certa);
vivência e o crescimento, pela constante melhoria do desempenho, - Relacionada a atingir o objetivo;
respeitando os valores e princípios organizacionais. Os lucros viriam - Se desejamos fazer algo e temos êxito, somos eficazes;
como consequência. Sendo assim, cabe compreender a relevância - Cumprir a missão é chegar ao resultado;
da eficácia, a eficiência e a efetividade na organização. - É o conceito de desempenho que envolve a comparação entre
objetivos (desempenho esperado) e resultados (desempenho rea-
Eficiência lizado);
- Significa o grau ou taxa de realização dos objetivos finais da
A eficiência de uma organização depende de como seus recur- organização;
sos são utilizados, então eficiência significa: - Deve ser o objetivo prioritário para todas as organizações;
- Realizar atividades ou tarefas da maneira certa, sem erros e - Mede aspectos do produto ou serviço final, em termos de al-
atrasos; cance de metas;
- Realizar tarefas de maneira inteligente, com o mínimo de es- - Significa realizar as coisas certas, pontualmente, e com os re-
forço e com o melhor aproveitamento possível de recursos. quisitos de qualidade especificados;
- A eficácia está na saída do processo. A sua medida é igual a:
O princípio da eficiência é o da relação entre esforço e resulta- output obtido;
do: quanto menor o esforço necessário para produzir um resultado, - Grau em que se alcançam os objetivos e as metas em um de-
mais eficiente é o processo. Autores relacionam a eficiência com a terminado período de tempo, sem levar em conta os custos.
economicidade.
Assim, mede a relação entre a quantidade de produto ou servi- Indicadores que são Utilizados para Planejar e Controlar o De-
ço e custo dos insumos envolvidos. sempenho
A eficiência é medida na entrada do processo. Refere-se a con- - Satisfação dos clientes com os produtos;
sumo de recursos. - Fidelização de clientes;
Quantos recursos consumimos em relação ao que propusemos - Ganho de novos clientes;
a consumir? - Volume de reclamações;
- Atendimento de reclamações;
O Foco da Eficiência está no(a): - Facilidade de acesso aos serviços de atendimento.
- No método, no caminho e na forma de fazermos;
- Assim como na: economia de meios, o menor consumo de re- No que diz respeito à Eficácia, Maximiano conclui que a eficácia
cursos para atingir ao objetivo. é a relação entre resultados e objetivos. Não adianta muito produzir
resultados de maneira eficiente, se não forem os resultados corre-
Já a antítese da eficiência é o desperdício, que ocorre quando: tos. A diferença entre eficiência e eficácia pode ser ilustrada pela
- Mais recursos são usados do que os necessários para realizar história das duas principais empresas automobilísticas do mundo:
um objetivo; Ford e General Motors.
- Consomem-se recursos e nenhum objetivo é realizado; Embora Henry Ford fosse um mestre da eficiência, foi a GM que
- Produtos e serviços (objetivos) desnecessários são realizados. se transformou na maior e mais bem-sucedida empresa do ramo.
Esse desempenho é o resultado de sua orientação para o mercado e
Eliminar Desperdícios Significa: não apenas para o processo produtivo. Enquanto a Ford tinha uma
- Reduzir ao mínimo atividade que não agrega valor ao produto estratégia de fazer eficientemente o mesmo carro, a GM se orien-
ou serviço; tou para fazer um carro para cada tipo de cliente. Portanto eficácia
- Agregar valor significa realizar operações estritamente relacio- significa:
nadas com a elaboração do produto ou prestação do serviço. - Grau de coincidência dos resultados em relação aos objetivos;
- Capacidade de um sistema, processo, produto ou serviço de
Depois de eliminados ou reduzidos ao mínimo indispensável os resolver um problema;
15 BATEMAN, Thomas S. e SNELL, Scott A. Administração – Construindo Vanta- - Fazer as coisas certas;
gem Competitiva. Atlas. São Paulo, 1998. - Sobrevivência;
146
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para avaliar o grau de eficácia de um sistema, é necessário saber quais são os objetivos e quais os resultados de fatos alcançados.
Exemplo: há várias empresas que querem vender seus produtos e mais eficaz é aquela que consegue transformar um grande número
de pessoas em seus clientes, obter lucro e sobreviver com isso.
Vale ressaltar também que é possível ser eficaz sem ser eficiente, e ser eficiente sem ser eficaz. Ou ainda, é possível também nem
ser eficaz e nem ser eficiente.
Segundo DAFT16, às vezes a eficiência conduz à eficácia. Em outras organizações, eficiência e eficácia não são relacionadas. Uma or-
ganização pode ser altamente eficiente e pode não conseguir atingir seus objetivos, porque fabrica um produto para o qual não existe
demanda, por exemplo. De maneira análoga, uma organização pode alcançar suas metas de lucros, mas ser ineficiente, tendo muitos
desperdícios, custos adicionais, desorganização na sua forma de trabalhar...
Veja a seguir:
Economicidade
No caso da economicidade, a variável a ser considerada é unicamente o custo. A economicidade trata-se da qualidade daquilo que é
econômico. Como por exemplo em um hospital: o custo de produção de um hospital descrito como B pode ser menor do que a do hospital
descrito como A, ou seja o gestor público do hospital B foi mais econômico do que a do hospital A.
Efetividade
Efetividade é o impacto real que os objetivos cumpridos causam no ambiente. É quando há um impacto no todo, uma mudança na
realidade. Há autores que entendem como a junção de eficácia e eficiência. É a satisfação, o sucesso na prática do que é feito e quando a
qualidade é percebida pelo cidadão ou cliente. É um conceito mais abrangente.
Eficiência indica se o objetivo foi alcançado (relação custo/benefício), enquanto a efetividade apresenta se aquele objetivo acarretou
melhorias para a população visada (qualidade do resultado)18.
Castro afirma que a literatura especializada incorporou um terceiro conceito, mais complexo que eficiência e eficácia. Trata-se da efe-
tividade, que segundo o autor, é especialmente válida para a administração pública.
A efetividade, na área pública, avalia em que medida os resultados de uma ação trazem benefício à população. Ou seja, ela é mais
abrangente que a eficácia, na medida em que esta indica se o objetivo foi atingido, enquanto a efetividade mostra se aquele objetivo
trouxe melhorias para a população.
16 DAFT, R. L. Teoria e Projetos das Organizações. 6.ed. Rio de janeiro: LTC, 1999.
17 http://jorgenca.blogspot.com.br/2013/07/eficiencia-e-eficacia.html
18 CASTRO, R. B. Eficácia, Eficiência e Efetividade na Administração Pública. In: 30º Encontro da ANPAD. Salvador, 2006.
147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Produtividade é a redução do tempo gasto para executar um serviço, ou o aumento da qualidade de produtos elaborados, sem o acrés-
cimo de mão de obra ou aumento dos recursos necessários.
É definida como a relação entre os recursos utilizados e os resultados obtidos (ou produção). Todo o sistema tem um índice de pro-
dutividade, que se verifica com a contagem da quantidade produzida por unidade de recursos. Então produtividade é a relação entre
resultados obtidos e recursos utilizados.
Exemplo: Quantidade de produtos por trabalhador, alunos por professor, vendas por metro quadrado.
De forma geral, quanto mais elevada a quantidade de resultados obtidos com a mesma unidade de recursos, mais produtivo o sistema
é. A produtividade pode aumentar porque a produção aumenta e, ao mesmo tempo, porque diminui o volume de recursos empregados.
Lembre-se que a produtividade não é somente maior quantidade. É preciso avaliar a qualidade do serviço.
Por exemplo: um digitador produzia a emissão de 10 relatórios por dia. Com formação específica, passou a produzir 15 relatórios por
dia, com a mesma qualidade. Isto significa que houve um ganho de produtividade de 50%.
A produtividade pode ser sempre melhorada através da criatividade, da formação e da melhoria contínua. É o máximo da produção
que a qualidade permite.
Para a empresa
- Cria sistemas que permitem a produção padrão dos seus serviços, atendendo ao cliente de forma organizada e controlada;
- Ganha fama, mais clientes e mais solidez no mercado.
148
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para o profissional
- Trabalho confiável, seguro e em ambiente saudável; FUNÇÃO FINANCEIRA. CONTROLES FINANCEIROS
- As atividades são realizadas por todos de forma integrada e FUNDAMENTAIS. RECEITAS E DESPESAS
sob controle;
- Desenvolvimento individual dos funcionários. A função financeira em uma empresa tem como objetivo ge-
renciar as finanças de forma efetiva, a fim de garantir a sustentabi-
Para o país lidade e o crescimento do negócio. Ela engloba diversas atividades,
Empresas sólidas, lucrativas e competitivas, preparadas para a como planejamento financeiro, análise de investimentos, captação
concorrência internacional e geradoras de novos postos de traba- de recursos, controle e análise das finanças.
lho.
Dentro da função financeira, os controles financeiros desem-
Estratégias para Aumentar a Produtividade penham um papel fundamental. Eles são responsáveis por acompa-
- Controlar custos; nhar e monitorar as atividades financeiras da empresa, garantindo
- Combater desperdícios; o registro preciso e o controle efetivo das receitas e despesas.
- Organizar o trabalho;
- Utilizar a criatividade para melhoria contínua; Os controles financeiros podem ser divididos em duas catego-
- Produzir mais com os mesmos recursos; rias principais: controles internos e controles externos. Os controles
- Trabalhar em equipe. internos são aqueles que a empresa estabelece internamente para
garantir a precisão e a confiabilidade das informações financeiras.
A produtividade das empresas tem vindo a crescer nos últimos Isso inclui a segregação de funções, a revisão e aprovação de transa-
tempos devido à grande concorrência e à necessidade de fazer ções, a implementação de políticas e procedimentos, entre outros.
sempre melhor. Mas, a produtividade se baseia, essencialmente,
na melhoria do sistema produtivo e dos seus outputs (saídas) sem Já os controles externos são aqueles definidos por órgãos regu-
acrescer nada ao seu custo. Medir a produtividade de uma empresa ladores e legislações aplicáveis. Esses controles têm como objetivo
é saber até que ponto ela é eficiente na utilização dos seus recursos. garantir a transparência e a conformidade das práticas financeiras
da empresa. Exemplos de controles externos são as auditorias fi-
Competitividade nanceiras realizadas por empresas independentes e a necessidade
de divulgação de informações financeiras para acionistas e órgãos
A competitividade está diretamente ligada à eficiência empresa- reguladores.
rial. Competitividade é a base do sucesso ou fracasso de um negócio
onde há livre concorrência. As empresas têm natureza competitiva Um dos principais aspectos dos controles financeiros é o re-
– elas concorrem entre si, disputando a preferência dos mesmos gistro e o controle das receitas e despesas. As receitas são todas as
clientes e consumidores. O sucesso de uma pode significar o fra- entradas de dinheiro que uma empresa recebe, seja pela venda de
casso de outra. Para serem competitivas, as empresas precisam ter produtos ou serviços, pela cobrança de aluguéis, por empréstimos,
desempenho melhor que outras que disputam os mesmos clientes. entre outros. Elas são fundamentais para o funcionamento e cres-
Uma empresa é competitiva quando tem alguma vantagem so- cimento do negócio.
bre os seus concorrentes, que a faz ser preferida pelos clientes ou
mais apta em alguma forma de relacionamento com o ambiente. As despesas, por sua vez, representam os gastos e as saídas de
Aqueles com boa competitividade prosperam e se destacam dinheiro da empresa. Elas incluem os custos de produção, os salá-
dos seus concorrentes, independente do seu potencial de lucro e rios dos funcionários, os impostos, as despesas com aluguel, entre
crescimento... Competitividade é a correta adequação das ativida- outros. Controlar as despesas de forma eficiente é essencial para
des do negócio no seu microambiente. garantir a saúde financeira da empresa e evitar endividamentos ex-
A competição é o termômetro para as adaptações das ativida- cessivos.
des de uma empresa em relação ao seu nicho de mercado. Uma das
estratégias utilizadas pelas empresas para serem competitivas é a Para registrar e controlar adequadamente as receitas e despe-
diferenciação de seus produtos e/ou serviços. A gestão da qualida- sas, é comum que as empresas utilizem sistemas de gestão financei-
de auxilia no processo de competitividade a partir do momento que ra, como softwares contábeis e de controle de caixa. Esses sistemas
oferece ao mercado produtos livres de defeitos, entregas rápidas, auxiliam no registro, na análise e na geração de relatórios financei-
isto associado aos programas operacionais que passam a contribuir ros precisos, facilitando a tomada de decisões e o monitoramento
plenamente para atender seus consumidores. das finanças empresariais.
O modelo de gestão da qualidade procura atender prontamente
aos requisitos da competitividade através da colocação de novos
produtos e serviços, necessidade de oferecer produtos e serviços
com alta qualidade a custos relativamente baixos que os tornem
competitivos, capacidade rápida de inovação, dentre outras.
Sendo assim, são inúmeras vantagens competitivas que uma
empresa pode ter. As mais importantes são: qualidade, custo bai-
xo, velocidade, inovação e flexibilidade. Alcançar essas vantagens
depende do entendimento e da correta aplicação dos conceitos de
eficiência e eficácia.
149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Relacionamentos laterais: São os relacionamentos entre co- Materiais e Equipamentos que Fazem Parte da Rotina do Tra-
legas de trabalho no mesmo nível hierárquico ou em diferentes balho
departamentos da organização. Esses relacionamentos são impor- Tipos de Materiais de Consumo20
tantes para a colaboração, coordenação e compartilhamento de A depender da especificidade do negócio, do setor e das ativi-
informações. dades executadas pela organização, os materiais de consumo po-
derão ser:
Relacionamentos interdepartamentais: São os relacionamen-
tos entre diferentes departamentos dentro da organização. Esses - Material de Expediente: agenda, alfinete de aço, almofada
relacionamentos são necessários para a coordenação e integração para carimbos, apagador, apontador de lápis, arquivo para disquete,
das atividades entre os diversos setores. bandeja para papéis, bloco para rascunho bobina papel para calcu-
Relacionamentos com fornecedores e clientes: São os relacio- 19 [ Conceito de escritório - O que é, Definição e Significado em: http://
namentos com fornecedores externos e clientes da empresa. Esses conceito.de/escritorio#ixzz3Uvi1x3c7]
relacionamentos são cruciais para a cadeia de suprimentos e a sa- 20 [ http://portal.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/
tisfação do cliente. pdf/11_05_2010_16.41.13.eda9011014926d9fb575f38daa6111d8.
pdf]
150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ladoras, borracha, caderno, caneta, capa e processo, carimbos em Manutenção e Conservação de Equipamentos
geral, cartolina, classificador, clipe cola, colchete, corretivo, enve-
lope, espátula, estêncil, estilete, extrator de grampos, fita adesiva, Serviços de reparos e consertos de máquinas e equipamen-
fita para máquina de escrever e calcular, giz, goma elástica, grafite, tos de processamento de dados e periféricos, máquinas e equipa-
grampeador, grampos, guia para arquivo, guia de endereçamento mentos gráficos, aparelhos de fax, calculadoras, eletrodomésticos,
postal, impressos e formulário em geral, intercalador para fichário, máquinas de escrever e afins. Devem ser feitos regularmente. Isto
lacre, lápis, lapiseira, livros de ata, de ponto e de protocolo, papéis, é, recomenda-se realizar a manutenção periódica das máquinas e
pastas em geral, percevejo, perfurador, pinça, placas de acrílico, equipamentos de escritório em assistência técnica especializada.
plásticos, porta-lápis, registrador, régua, selos para correspondên- Segundo Slack et. al.[ SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R.
cia, tesoura, tintas, toner, transparências e afins. Administração da Produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.], o termo
manutenção é usado para abordar a forma pela qual as organiza-
- Material de Processamento de Dados: cartuchos de tinta, ções tentam evitar as falhas, cuidando de suas instalações físicas.
capas plásticas protetoras para micros e impressoras, Pen Drive, É uma parte muito importante na grande maioria das atividades de
CD-ROM, mouse PAD peças e acessórios para computadores e peri- produção e está relacionada a todos os tipos de máquinas, equipa-
féricos, recarga de cartuchos de tinta, toner para impressora lazer, mentos, veículos e instalações físicas.
cartões magnéticos e afins. A manutenção propicia uma série de benefícios para as empre-
sas, que segundo Slack et, al.[ Idem.] são basicamente as apontadas
- Material de Limpeza e Produção e Higienização: capacho, no Quadro a seguir, a partir do qual é possível visualizar seus bene-
cesto para lixo, creme dental, desinfetante, escova de dente, man- fícios detalhadamente:
gueira, papel higiênico, sabonete, álcool gel 70%, repelente, prote- BENEFÍCIOS Detalhamento
tor solar e afins.
SEGURANÇA MELHORADA Instalações bem mantidas
- Material para Manutenção de Bens Imóveis: aparelhos sani- têm menor chance de se com-
tários, arames liso e farpado, areia, basculante, boca de lobo, boia, portar de forma não previsível
brita, brocha, cabo metálico, cal, cano, cerâmica, cimento, cola, ou falhar totalmente todas, po-
condutores de fios, conexões, curvas, esquadrias, fechaduras, fer- dendo apresentar riscos para o
ro, gaxetas, grades, impermeabilizantes, isolantes acústicos e tér- pessoal.
micos, janelas, joelhos, ladrilhos, lavatórios, lixas, madeira, marcos CONFIABILIDADE AUMEN- Menos tempo perdido com
de concreto, massa corrida, niple, papel de parede, parafusos, pias, TADA conserto de instalações, menos
pigmentos, portas e portais, pregos, rolos solventes, sifão, tacos, interrupções nas atividades de
tampa para vaso, tampão de ferro, tanque, tela de estuque, telha, produção, menos variação da
tijolo, tinta, torneira, trincha, tubo de concreto, válvulas, verniz, vi- vazão de saída e níveis de ser-
dro e afins. viço mais confiáveis.
QUALIDADE MAIOR Equipamentos mal manti-
- Material para Manutenção de Bens Móveis: cabos, chaves,
dos têm maior probabilidade
cilindros para máquinas copiadoras, compressor para ar condicio-
de desempenhar abaixo do
nado, mangueira para fogão margaridas, peças de reposição de
padrão e causar problemas de
aparelhos e máquinas em geral, materiais de reposição para instru-
qualidade
mentos musicais e afins.
CUSTOS DE OPERAÇÃO MAIS Muitos elementos tecno-
- Material Educativo e Esportivo: apitos, bolas, brinquedos BAIXO lógicos funcionam mais eficien-
educativos, cordas, esteiras, joelheiras, luvas, raquetes, redes para temente quando recebem ma-
prática de esportes, tornozeleiras e afins. nutenção regularmente, como
veículos.
- Material Elétrico e Eletrônico: benjamins, bocais, calhas, ca- TEMPO DE VIDA MAIS Cuidado regular, limpeza
pacitores e resistores, chaves de ligação, circuitos eletrônicos, con- LONGO ou lubrificação podem prolon-
dutores, componentes de aparelho eletrônico, diodos, disjuntores, gar a vida efetiva das instala-
eletrodos, eliminador de pilhas, espelhos para interruptores, fios e ções, reduzindo os pequenos
cabos, fita isolante, fusíveis, interruptores, lâmpadas e luminárias, problemas na operação, cujo
pilhas e baterias, pinos e plugs, placas de baquelite, reatores, recep- efeito cumulativo causa desgas-
táculos, resistências, starts, suportes, tomada de corrente, controle te ou deterioração
para portão eletrônico. Controle para TV e DVD, e afins.
VALOR FINAL MAIS ALTO Instalações bem mantidas
- Material de Proteção e Segurança: cadeados, capacetes, cha- são geralmente mais fáceis de
ves, cintos, coletes, dedais, guarda-chuvas, lona, luvas, mangueira vender no mercado de segunda
de lona, máscaras, recargas de extintores e afins. mão.
Fonte: Slack et al.21
- Material para Áudio, Vídeo e Foto: álbuns para retratos, alto-
-falantes, antenas internas, filmes virgens, fitas virgens de áudio e 21 [ SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produ-
vídeo, lâmpadas especiais, molduras, pen drive e afins. ção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.]
151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assim, a proposição de um programa eficaz de manutenção Alguns equipamentos requerem cuidados diários, outros pos-
proporciona uma série de benefícios para as organizações. Bene- suem manutenção esporádica. Os equipamentos existentes no es-
fícios estes que vão desde a economia com a diminuição de custos critório e a manutenção destes variam de acordo com a atuação da
operacionais, até o aumento da segurança dos funcionários e da empresa.
organização em geral, satisfação dos clientes, aumento da vida útil
da máquina ou equipamentos, dentre outros. Telefone: para manusear o telefone, por exemplo, é necessário
Nesse sentido é muito importante que as empresas progra- que conheçamos os ramais, e os números mais importantes para re-
mem eficazmente sistemas de manutenção. alizar e/ou transferir ligações. Para isso, podemos contar com uma
Deve-se realizar a manutenção preventiva ou periódica, base- agenda, que faz parte dos materiais utilizados no escritório, pode-
ada no intervalo médio entre as falhas, obtido por meio de históri- -se fazer uma lista e afixá-la na parede, no telefone ou na mesa.
cos, para cada equipamento. É importante que o telefone sempre esteja no ganho ou se for
O pensamento correto é de sempre prevenir. Assim, os gastos telefone sem fio, deve-se verificar se este está no modo apropriado
com a manutenção preventiva de equipamentos podem evitar di- para receber as ligações. Se o aparelho for sem fio (e necessitar de
versos gastos relativos à sua manutenção corretiva. energia) é necessário verificar se este está carregado, principalmen-
Outro ponto relevante é que a fim de se economizar energia te quando há queda de energia. Estes procedimentos, apesar de
elétrica, como uma medida de conservação e racionalização é pos- simples, se negligenciados, podem causar grandes transtornos no
sível substituir equipamentos antigos por aqueles que possuem dia-a-dia da empresa.
maior eficiência.
Secretária eletrônica: ou atendedor de chamada, também co-
Material Permanente de Escritório nhecida como atendedor automático é um dispositivo para respon-
der automaticamente chamadas telefônicas e gravar mensagens
Algumas matérias são de caráter permanente a rotina do escri- deixadas por pessoas que ligam para um determinado número,
tório, sendo estes: quando a pessoa chamada não pode atender o telefone. Diferente-
mente do correio de voz, o qual é um sistema centralizado ou inter-
Aparelhos e Equipamentos de Comunicação: antena parabóli- comunicante que realiza uma função similar, uma secretária eletrô-
ca, aparelho de telefonia, bloqueador telefônico, central telefônica, nica é instalada na propriedade do cliente, ao lado ou incorporada
detector de chamadas telefônicas, fac-símile, interfone, PABX, rádio ao telefone dele. Enquanto as primeiras secretárias eletrônicas usa-
receptor, secretaria eletrônica e afins. vam tecnologia de fita magnética, equipamentos mais modernos
usam memórias solid state, as fitas magnéticas ainda são utilizadas
Aparelhos e Utensílios Domésticos: aparelhos de copa e cozi- em muitos dispositivos de baixo custo.
nha, aspirador de pó, batedeira, botijão de gás, cafeteira elétrica,
chuveiro ou ducha elétrica, circulador de ar, condicionador de ar Máquina de Calcular: uma máquina calculadora é uma máqui-
(móvel), conjunto de chá/café/jantar, escada portátil, enceradeira, na projetada para lidar com cálculos ou computações. É um dispo-
exaustor, faqueiro, filtro de água, fogão, forno de micro-ondas, gela- sitivo voltado para um fim específico, foi projetado para facilitar a
deira, grill, liquidificador, máquina de lavar louca, máquina de lavar realização de operações específicas, e não visando flexibilidade de
roupa, máquina de moer café, máquina de secar pratos, secador de tarefas.
prato, tábua de passar roupas, torneira elétrica, torradeira elétrica,
umidificador de ar e afins. Computadores e Periféricos
Nos dias atuais, a tecnologia evolui rapidamente, fazendo com
Coleções e Materiais bibliográficos: álbum de caráter educati- que os equipamentos fiquem ultrapassados e até mesmo obsoletos
vo, coleções e materiais bibliográficos informatizados, dicionários, em pouco tempo.
enciclopédia, ficha bibliográfica, jornal e revista (que constitua Um escritório pode utilizar tanto computadores de mesa,
documentário), livro, mapa, material folclórico, partitura musical, quanto notebooks. Para os computadores de mesa, recomenda-se:
publicações e documentos especializados destinados a bibliotecas, - Definir monitores para desligar após períodos de inatividade
repertorio legislativo e afins. e, em vez de depender de um protetor de tela. Isso pode ajudar a
economizar energia;
Discotecas e Filmotecas: disco educativo, fita de áudio e vídeo - Desligue os computadores se eles estão não forem ser utiliza-
com aula de caráter educativo, microfilme e afins. dos por longos períodos;
- Desligue todos os computadores, impressoras e outros peri-
Equipamento de Proteção, Segurança e Socorro: alarme, ex- féricos, no final de cada dia – existem programas que automatizam
tintor de incêndio, para-raios, sinalizador de garagem, porta girató- o desligamento;
ria, circuito interno de televisão e afins. - Verifique se a impressora tem papel, o nível de tinta;
- Procure ligar e desligar os computadores e periféricos correta-
No escritório ainda encontramos outros equipamentos como: mente, conforme instruções.
telefone, computadores, calculadoras, estantes, trituradores de pa-
pel, gravadores, cofres, máquinas de café expresso, ar condiciona- Configure o modo “stand-by” nos computadores para que
do, ventiladores, climatizadores, cadeiras, mesas, roteadores, entre entrem em hibernação automaticamente - e consumam menos
outros. energia - quando não forem utilizados por um período de tempo
específico. Protetores de tela não reduzem o consumo de energia
de modo que verifique se há disponibilidade de mecanismos de
152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
poupança de energia nos computadores. Periféricos auxiliares, tais b) Fragmentadora de Papel de Uso Profissional ou para Escri-
como “scanners” ou câmeras digitais, não precisam ficar ligados na tórios;
tomada se não estiverem em uso, então incentive os funcionários a c) Fragmentadora Industrial (para papéis, papelão, embala-
desligar esses itens depois de usá-los. gens, cartões, cd-rom).
153
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, insti-
tuições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física,
qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”
De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar
o acervo.
A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.
Vejamos:
O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza como
um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utilização e
conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade da ins-
tituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas atividades ou das
suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.
Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da
arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade explica-se
pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não funcio-
narão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o
mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.
Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e
preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.
154
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros • Comercial: companhias, empresas, etc.
dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a Bi- A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com
blioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado.
conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se de Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de
conceitos distintos. documentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções: etc.
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da ges-
tão documental, conservação, preservação e disseminação da infor-
mação contida nos documentos, assim como pela preservação do
patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), institução
e, em última instância, da sociedade como um todo.
Também é função do arquivista recuperar informações ou ela-
borar instrumentos de pesquisas arquivisticas.22
GESTÃO DE DOCUMENTOS
Um documento (do latim documentum, derivado de docere
“ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma
afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro-
Arquivos Públicos batório.
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capí- Documento arquivístico: Informação registrada, independente
tulo II: da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da ativi-
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produ- dade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, contexto
zidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos pú- e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade.
blicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma tarefa
em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judi- de considerável importância para as organizações atuais, sejam es-
ciárias”. sas privadas ou públicas, tarefa essa que encontra suporte na Tec-
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo nologia da Gestão de Documentos, importante ferramenta que
diz: auxilia na gestão e no processo decisório.
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos pro- A gestão de documentos representa umconjunto de procedi-
duzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entida- mentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramita-
des privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercí- ção, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e interme-
cio de suas atividades. diária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de permanente.
caráter público implica o recolhimento de sua documentação à
instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição Através da Gestão Documental é possível definir qual a politica
sucessora.» arquivistica adotada, através da qual, se constitui o patrimônio ar-
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos quivistico. Outro aspecto importante da gestão documental é definir
públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – me- os responsáveis pelo processo arquivistico.
diante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos A Gestão de Documentos é ainda responsável pela implantação
públicos, independentemente da esfera de governo. do programa de gestão, que envolve ações como as de acesso, pre-
servação, conservação de arquivo, entre outras atividades.
Arquivos Privados Por assegurar que a informação produzida terá gestão ade-
De acordo com a mesma Lei citada acima: quada, sua confidencialidade garantida e com possibilidade de ser
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documen- rastreada, a Gestão de Documentos favorece o processo de Acre-
tos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em de- ditação e Certificação ISO, processos esses que para determinadas
corrência de suas atividades.” organizações são de extrema importância ser adquirido.
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos é a
a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pessoa racionalização de espaço para guarda de documentos e o controle
jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pes- deste a produção até arquivamento final dessas informações.
soa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a admi- A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso
nistração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, adequado da microfilmagem e das tecnologias do Gerenciamento
são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e do- Eletrônico de Documentos deve ser efetiva visando à garantia no
tadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público. processo de atualização da documentação, interrupção no processo
de deterioração dos documentos e na eliminação do risco de perda
Exemplos: do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas que
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc. permitam acesso à informação pela internet e intranet.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc. A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública
22Adaptado de George Melo Rodrigues
155
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente de
avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informação e preservação dos documentos.
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.
Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado de forma eficaz,
é o que chamamos de protocolo.
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento, registro, distribuição e
movimentação dos documentos em curso.
A finalidade principal do protocolo é permitir que as informações e documentos sejam administradas e coordenadas de forma conci-
sa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um aumento de produção de documentos sua
gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são registrados assim que
chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou problemas de-
correntes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:
Recebimento:
Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos e onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.
Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensivos são abertos e analisados, anexando mais informações e assim encami-
nhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados diretos para seus destinatários.
Registro:
Todos os documentos recebidos devem ser registrados eletronicamentecom seu número, nome do remetente, data, assunto dentre
outras informações.
Depois do registro o documento é numerado (autuado) em ordem de chegada.
Depois de analisado o documento ele é classificado em uma categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste momento
pode-se ate dar um código a ele.
Distribuição:
Também conhecido como movimentação, é a entrega para seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da empresa
seria feita pela expedição.
Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela empresa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada na empre-
sa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o protocolo consiga localizar
o documento. Quando os dados são colocados corretamente, como datas e setores em que o documento caminhou por exemplo, ajudará
aagilizar a sua localização.
Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar a correspon-
dência no original e nas cópias, pois as cópias são o acompanhamento da tramitação do documento na empresa e serão encaminhadas ao
arquivo. As originais são expedidas para seus destinatários.
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou
Sistemas de classificação
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de um
plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais simples
forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;
156
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do De acordo com a natureza de seus documentos
organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando - ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas for-
a estrutura das entidades de onde provém a correspondência; mas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do ser- (fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem
viço deixando espaço livre para novas inclusões; tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classifica- peças, mas também quanto ao registro, acondicionamento, contro-
ções mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se le e conservação.
entender conveniente. - ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo
técnico, é responsável pela guarda os documentos de um determi-
A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agru- nado assunto ou setor/departamento específico.
par os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar De acordo com a natureza do assunto
sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas - OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não prejudicam
com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento a administração;
e acesso a esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico - SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado,
é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a com divulgação restrita.
atividade que o gerou e determina o uso da informação nele conti-
da. A classificação define, portanto, a organização física dos docu- De acordo com a espécie
mentos arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua - ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente admi-
recuperação. nistrativas;
Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos docu- - JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais;
mentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desem- - CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação jurí-
penhadas pelo órgão. dica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas para
A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes evitar a esfera judicial.
características:
De acordo com o grau de sigilo
De acordo com a entidade criadora - RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-
- PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito federal -autorizada possa comprometer planos, operações ou objetivos
ou estadual ou municipal. neles previstos;
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou relacionados à - SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, instala-
instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, so- ções, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a assuntos
ciedades e associações. diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, programas ou
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e compa- instalações estratégicos, cujo conhecimento não autorizado possa
nhias. acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado;
- FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por grupos fami- - ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobe-
liares ou pessoas individualmente. rania e à integridade territorial nacional, a plano ou operações
. militares, às relações internacionais do País, a projetos de pes-
De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo quisa e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da
de vida de um arquivo) defesa nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento
- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a docu- não autorizado possa acarretar dano excepcionalmente grave à
mentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser man- segurança da sociedade e do Estado.
tido em local de fácil acesso para facilitar a consulta.
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui Arquivamento e ordenação de documentos
documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que
ser usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no
pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situ- arquivo.
ação idêntica àquela que os gerou. Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades com-
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se en- petentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu destino
contram os documentos que perderam o valor administrativo e cujo para arquivamento, após receber despacho final.
uso deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conservados O arquivamento é a guarda dos documentos no local esta-
somente por causa de seu valor histórico, informativo para compro- belecido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda a
var algo para fins de pesquisa em geral, permitindo que se conheça atenção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente
como os fatos evoluíram. poderá ficar perdido quando solicitado posteriormente.
O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o
De acordo com a extensão da atenção prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação.
Os arquivos se dividem em:
- ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacio- As operações para arquivamento são:
nais, cumprindo as funções de um arquivo corrente. 1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamento;
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os docu- 2. Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir
mentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram a um código conforme o assunto;
estrutura de uma instituição. 3. Ordenar os documentos na ordem sequencial;
157
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
23Adaptado de www.agu.gov.br
158
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. Método eletrônico
O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que permite não só
organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com o método que mais se encaixa na organização e nas necessidades da empresa,
mas fazer sua gestão online e até mesmo remota.
5. Método geográfico
Esse método é aquele usado quando os documentos apresentam a sua organização por meio do local, isto é, quando a empresa esco-
lhe classificar os documentos a partir de seu local de origem.
No entanto, de acordo com a literatura arquivística, duas normas precisam ser empregadas para que o método geográfico seja utili-
zado de forma adequada. Confira!
6. Método temático
Esse é um método que propõe a organização dos documentos por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos assuntos e temas
básicos, que podem admitir diversas composições.
Tabela de temporalidade
Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descar-
te de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem.
É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores (primário/administrati-
vo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários na ins-
tituição.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição
no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda
permanente, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária,
visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação daaposentadoria; e até
quitação da dívida.
- Os prazos são preferencialmente em ANOS
- Os prazos são determinados pelas: - Normas
- Precaução
- Informações recaptulativas
- Frequência de uso
159
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela.
Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos,
segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.
A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.
Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diversas,
como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança,
a facilidade de acesso.
Armazenamento
Áreas de armazenamento
Áreas Externas
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-
-se, por exemplo:
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inundações, como margens de rios e subsolos;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e depósitos de munições, de material bélico e aeroportos.
160
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
161
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
[...] o processo de investigação e sistematização de categorias Na mesma linha, Carmona Mendo (2004, p.42 tradução nossa,
administrativas e arquivísticas nas quais se sustenta a estrutura de grifo da autora) aponta que:
um fundo, sendo um dos seus objetivos principais assegurar através A identificação é a melhor ferramenta para aplicar o princípio
dos seu resultados a avaliação das séries documentais. (CARMONA básico da arquivística: o de respeito à proveniência e da ordem
MENDO, 2004, p.41). original. Consiste na investigação das características dos elemen-
tos implicados na gênese do fundo: o sujeito produtor e o objeto
Merece referencia os estudos de Martín-Palomino y Benito e produzido. Entende-se por sujeito produtor a pessoa física, família
La Torre Merino, autores que definem a identificação como “[...] ou organismo que produziu e/ou acumulou o fundo. Entende-se por
fase do tratamento arquivístico que consiste na investigação e sis- objeto produzido a totalidade do fundo e cada uma das agrupações
tematização de categorias administrativas e arquivísticas em que se documentais que o compõem.
sustenta a estrutura de um fundo” (LA TORRE MERINO; MARTÍN-
-PALOMINO y BENITO 2000, p.14 tradução nossa). Neste sentido, Carmona Mendo (2004) ressalta que a identifi-
Essa definição foi desenvolvida no âmbito dos estudos de Ma- cação é um método analítico que sustenta todo o tratamento arqui-
ría Luisa Conde Villaverde, que toma por referencia os trabalhos do vÍstico dos documentos que compõem o fundo de arquivo de qual-
Grupo de Archivistas Municipales de Madrid, marcando o pionei- quer organização, seja pública ou privada, e que pode ser aplicado
rismo da Espanha na difusão da teoria e da metodologia a respeito em todo o ciclo de vida dos documentos e que tem dois objetos: o
dos processos de identificação como fase independente no âmbito órgão produtor e os documentos por ele produzido.
das metodologias arquivísticas, diferenciando-a da classificação e Rodrigues (2008), Martín-Palomino y Benito e La Torre Merino
da avaliação, afirmando que a identificação antecede à essas fun- (2000), Carmona Mendo (2004), analisam este método a partir de
ções e todas antecedem à descrição. duas grandes etapas, a saber: identificação do órgão produtor (ele-
Quando nos referimos à identificação para o tratamento dos mento orgânico e funcional); e identificação e do tipo documental,
fundos acumulados em arquivos, estamos falando do conhecimen- para definir as séries documentais.
to dos elementos que constituem as séries documentais. Pedro Ló-
pez Gómez (1998, p.39), aponta que é importante que essas tarefas Identificação do órgão produtor
se apoiem no princípio básico da arquivística, isto é, no “princípio A primeira etapa do método proposto pelos autores analisados
da proveniência” que deve ser a diretriz fundamental para o tra- é a identificação do organismo produtor, ou seja, é a coleta de da-
tamento dos fundos de arquivo. Além disso, Pedro López Gómez dos sobre as informações essenciais a respeito da estrutura orgâni-
ressalta que: ca do órgão produtor.
Este método deve ser combinado com a análise documental, A autora ressalta que também é necessária a investigação de
que mediante o processo analítico dos documentos, nos permite, seu elemento funcional nesta primeira etapa, com a finalidade de
a partir do conhecimento das características externas e internas, entender as competências, funções, atividades, tarefas e procedi-
chegar à identificação das séries documentais a que pertencem, e mentos administrativos da instituição em análise, que se materia-
mediante um processo de síntese, pelo estudo das agrupações do- lizam nos documentos de arquivo que formam as diferentes séries
cumentais, reconstruir tanto a organicidade como a funcionalidade documentais.
dos arquivos e consequentemente das instituições que os produzi- A finalidade dessa primeira etapa do método proposto pela
ram. (LÓPEZ GÓMEZ 1998, p.39). identificação é conhecer o completo funcionamento do órgão, as
estruturas hierárquicas e suas atribuições, através de uma exaustiva
O método analítico sustentado por Pedro López Gómez é deno- investigação destes elementos orgânicos e funcionais, a partir das
minado de análise documental para fins de normalização das séries fontes de informações específicas, como explica Carmona Mendo:
documentais. A partir dos parâmetros da tipologia documental e
diante da necessidade deimplantar sistemas de gestão de docu- As fontes que devemos consultar são as externas e internas.
mentos automatizados, que supõe padronização, as séries devem Entre as primeiras podemos citar: boletins oficiais, legislação, estu-
estar perfeitamente identificadas de maneira prévia, o que exige dos históricos realizados...; entre as internas: a própria documenta-
também o estudo prévio de tipos documentais. ção que é objeto de estudo, ou seja, as normas internas produzidas
pelas instituições, e quando seja possível, realizar entrevistas com
Na dimensão desta necessidade de caracterizar os tipos docu- os responsáveis pela gênese dos documentos. (CARMONA MENDO,
mentais, inicia-se o debate das relações estabelecidas entre a arqui- 2004, p.42)
vística e a diplomática. O resultado deste debate fica evidente nos
vários projetos que foram surgindo. A Espanha registra numerosas Carmona Mendo (2004, p.43) e Rodrigues (2008, p.71), apon-
iniciativas de criação de grupos de trabalho para identificar e ava- tam que os elementos a serem considerados neste estudo sobre as
liar documentos de arquivo. categorias administrativas são:
No âmbito municipal outras propostas se destacam, “com forte • As datas de criação e/ou extinção de órgão das administra-
personalidade”, apresentando resultados que somados se traduzem ções;
numa “verdadeira teoria da gestão de documentos em âmbito lo- • As normas e a legislação que regularam ou regulam o seu
cal”, como observa Pedro López Gómez (1998). funcionamento (competências, funções, atividades e procedimen-
Os manuais de tipologia documental, elaborados com rigor tos administrativos);
pelo Grupo de Madri, passaram a servir de modelo para outros • Órgão que tenham precedido o desenvolvimento das compe-
arquivistas e para outros conjuntos de documentos. (RODRIGUES, tências análogas; e,
2008, p.55). • Órgãos que herdaram competências semelhantes.
162
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Como resultado deste levantamento de dados, são elaborados O conceito de espécie e tipo documental, introduzidos por He-
os seguintes instrumentos, produtos dessa primeira etapa da iden- loisa Bellotto na arquivística brasileira, são objetos de estudos da
tificação: Diplomática e da Tipologia Documental, respectivamente.
• Índices de organismos produtores (também chamados de fi- O que se verifica na literatura, é que o objeto da Diplomática e
cheiros de organismos); seu campo de estudos sofrem uma adaptação na sua metodologia
• Repertório de organogramas (permitem conhecer a estrutura para atender às necessidades de sua aplicabilidade no campo das
e suas modificações de forma gráfica durante sua vigência); outras ciências que auxilia, ou seja, num primeiro momento o Direi-
• Índice legislativo (também chamado de repertório legislati- to, depois a História e hoje a Arquivística.
vo de órgãos produtores), um instrumento que tem por objetivo
o estudo de cada norma individualizada referenciada no primeiro Sempre adequado às necessidades de registro de dados sobre
instrumento. o documento arquivístico e considerando as informações que serão
usadas nas análises posteriores efetuadas no campo das demais
A partir desses dados coletados e estruturados nos instrumen- funções arquivísticas, este modelo metodológico vai além da carac-
tos referenciados, o arquivista estará apto e bem preparado com terização da estrutura documental, campo de estudos da diplomáti-
condições para obter uma imagem fiel e completa da organização ca clássica, buscando a contextualização do documento, chave para
produtora, desenvolvendo parâmetros seguros para a gestão de do- a compreensão e tratamento do documento arquivístico, campo de
cumentos. estudos da tipologia documental. (RODRIGUES, 2008, p. 162).
Concluída esta etapa, inicia-se a segunda etapa do método
proposto, ou seja, a identificação do tipo documental e das séries A partir da metade do século XX até os dias atuais, os arquivis-
documentais. tas veem na diplomática novos usos para essa ciência no campo de
investigação daarquivística, isto é, como um método de análise im-
Identificação de tipos documentais prescindível para compreender o complexo processo de produção
A segunda etapa da metodologia se caracteriza pelo estudo dos documentos criados pela burocracia moderna. Bellotto (2002)
detalhado do tipo documental, através da análise dos elementos explica que:
que identificam os documentos e que por comparação se agrupam O objeto do moderno campo de estudos da Diplomática é a uni-
na mesma série documental, tornando seguro o tratamento técnico dade arquivística elementar analisada enquanto espécie documen-
destes conjuntos (as séries documentais) durante todas as fases do tal, servindo-se dos seus aspectos formais para definir a natureza
seu ciclo de vida, bem como a elaboração de instrumentos estáveis jurídica dos atos nela implicados, tanto relativamente à sua pro-
que normalizem os procedimentos para o correto funcionamento dução, como a seus efeitos (CARUCCI, 1987 apud BELLOTTO, 2002,
dos sistemas de arquivos. p.17).
Segundo Duplá Del Moral (apud CARMONA MENDO, 2004,
p.43), Nessa perspectiva, a autora faz distinção entre o objeto da di-
[...] se define a série documental como o conjunto de documen- plomática clássica e da nova diplomática, a tipologia documental, e
tos que correspondem a um mesmo tipo documental, produzido por seu método de análise, que são complementares para a identifica-
um mesmo órgão, seu antecessor e sucessor, sempre que não forme ção dos documentos arquivísticos.
parte de outro fundo de arquivo; no exercício de uma função de- As metodologias de tratamento documental num e noutro
terminada. Geralmente estão sujeitos a um mesmo procedimento campo são distintas, porém, ao mesmo tempo, imbricadas. O cam-
administrativo e apresentam a mesma aparência e um conteúdo po de aplicação da Diplomática gira em torno do verídico quanto à
informativo homogêneo. estrutura e à finalidade do ato jurídico. Já o da Tipologia gira em
torno da relação dos documentos com as atividades institucionais/
Para Rodrigues (2008, p.74), este mesmo grupo de autores par- pessoais. (BELLOTTO, 2002, p. 21)
te de um parâmetro conceitual normalizado de série documental,
“[...] representado pela seguinte fórmula: série = sujeito produtor + Heloisa Bellotto (apud Rodrigues 2008, p.140), aponta que po-
função tipo documental”. demos estabelecer dois pontos de partida para a análise tipológica:
No Brasil, de acordo com o Dicionário de Terminologia Arqui- o da diplomática ou o da arquivística.
vística de São Paulo (2010, p.76), o conceito de série documental 1. Quando se parte da diplomática, o elemento inicial é a de-
remete “à sequência de unidades de um mesmo tipo documental”, codificação do próprio documento, sendo suas etapas: da anatomia
cuja denominação obedece a seguinte fórmula: espécie + atividade. do texto ao discurso, do discurso à espécie, da espécie ao tipo, do
O núcleo duro da definição esta no reconhecimento da ativida- tipo à atividade, da atividade ao produtor.
de como fundamento do reconhecimento do tipo documental e de 2. Quando se parte da arquivística, o elemento inicial tem que
seu agrupamento em séries. ser necessariamente a entidade produtora, cujo percurso é: da com-
petência à estrutura, da estrutura ao funcionamento, do funciona-
Entende-se por tipo documental, a ”unidade produzida por mento à atividade refletida no documento, da atividade ao tipo, do
um organismo no desenvolvimento de uma competência concreta, tipo à espécie, da espécie ao documento.
regulamentada por uma norma de procedimento e cujo formato,
conteúdo informativo e suporte são homogêneos” e por série do- A Tipologia documental é a ampliação da Diplomática na dire-
cumental, “o conjunto de documentos produzidos por um mesmo ção da gênese documental, ou seja, é a determinação e contextua-
sujeito produtor no desenvolvimento da mesma função e cuja atu- lização da competência, funções e atividades da instituição gerado-
ação administrativa foi plasmada num mesmo tipo documental” ra/acumuladora em um determinado contexto documental.
(RODRIGUES, 2008, p.74).
163
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Enquanto a espécie documental é o objeto da Diplomática, a Ti- o desenvolvimento destes programas é necessário a padronização
pologia Documental, representando melhor uma extensão da Diplo- de procedimentos, o que tem inicio pela denominação correta dos
mática em direção à Arquivística, tem por objeto o tipo documental, documentos contextualizada no âmbito das competências, funções,
entendido como a “configuração que assume a espécie documental atividades, tarefas e procedimentos desenvolvidos pelo órgão que
de acordo com a atividade que a gerou” [...] (BELLOTO, 2002, p.19, os produziram.
grifo da autora). Posto isso, verificamos que existe uma estreita relação da iden-
tificação arquivística com a gestão de documentos, uma vez que ela
Os autores analisados apontam que uma vez coletadas, estru- se apresenta no campo teórico como um método analítico baseado
turadas e analisadas as informações da primeira etapa da identifica- nos princípios propostos pela diplomática, mais especificamente
ção arquivística (estruturas orgânicas e funcionais – competências, nos parâmetros dos estudos de tipologia documental.
funções, atividades), passase a estudar as normas e os procedimen-
tos administrativos, bem como os trâmites que tiveram cada tipo TIPOLOGIA DOCUMENTAL
documental desde sua produção. Nesta etapa será formatado o ins-
trumento que registra os dados de cada série documental, produzi- SUPORTE:
da ou acumulada, denominados: Material sobre o qual as informações são registradas. Ex: Fita
• ficha de identificação e avaliação de séries documentais (Con- magnética, filme de nitrato, papel, CD
de Villaverde, 1996; Martín-Palomino y Benito e La Torre Merino,
2000) FORMA
• ficha de tipos documentais (Molina Nortes e Leyva Palma, Características físicas de apresentação, das técnicas de registro
1996 apud RODRIGUES, 2008, p.75). e da estrutura da informação, conteúdo de um documento. Estágio
• sistemas ou manuais de tipologia documental (RODRIGUES, de PREPARAÇÃO e TRANSMISSÃO de documentos. Ex: Cópia, origi-
2008) nal, rascunho, minuta.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Atestados médicos, atas de reunião dos empregados, cartas outros mais falantes e ativos; alguns mais sérios, reservados; outros
precatórias, cartas régias, cartas-patentes, decretos sem número, mais engraçados e explosivos; são diversas as combinações, e nem
decreto-leis, decretos legislativos, fotografias temáticas, retratos, sempre a personalidade de um integrante da equipe é equivalente
litogravuras, serigrafias e xilogravuras a de outro, um fato que pode explicar a origem de conflitos e de-
savenças, que surgem quando questões pessoais são colocadas em
primeiro plano em detrimento ao objetivo comum de uma equipe.
Casa indivíduo possui características únicas e exclusivas capa-
zes de enriquecer equipes e fortalece-la usando os pontos positivos
e fortes de cada um em seu benefício. Um bom relacionamento em
equipe, ainda que ele não seja de maneira íntima do lado de fora
do trabalho, pode incentivar e motivar colaboradores e trazer bons
resultados para a empresa, fazendo com que ela se beneficie desta
relação.
Natureza do Assunto:
A)Ostensivos/Ordinário: pode ser de livre conhecimento
Eficácia no comportamento interpessoal
B)Sigiloso: deve ser de conhecimento restrito As mesmas regras que se aplicam ao atendimento ao cliente,
ULTRASSECRETO podem ser aproveitadas para explicar como garantir a eficácia das
SECRETO relações interpessoais. Cada indivíduo tem competências singula-
SIGILOSO res que se combinadas podem trazer sucesso. Enquanto isso é uma
verdade, deve-se ter em mente que para realizar essa combinação
de forma eficaz é preciso saber se relacionar com as pessoas.
O comportamento interpessoal é algo que deve ser exercita-
do pois nem sempre é natural para alguns (os mais introvertidos) e
muitas vezes precisa ser podado ou lapidado para outros (os mais
extrovertidos). Desenvolver a empatia, saber se colocar no ligar do
outro é um dos comportamentos mais necessários para estabelecer
boas relações interpessoais, bem como saber escutar o outro e pro-
mover a inclusão de todos durante rodas de conversas, discussões
importantes e compartilhamento de opiniões e ideais, de forma
TRABALHO EM EQUIPE. PERSONALIDADE, respeitosa e humana.
RELACIONAMENTO E COMPORTAMENTO.
Fatores positivos do relacionamento
Bem como lidar com o público, lidar com a equipe interna de Em questão de trabalho em equipe, alguns fatores positivos
uma empresa também não é tarefa simples. Seres humanos são podem ser observados na relação em conjunto. O ato de comuni-
complexos e possuem peculiaridades, diferentes personalidades, car, dialogar e debater soluções diariamente com uma equipe ajuda
se comportam de maneiras distintas e até se comunicam de diver- a desenvolver habilidades interpessoais e comunicativas que serão
sos jeitos. Ainda assim, quanto mais uma equipe trabalha, pensa e úteis em todas as áreas da vida, além de proporcionar aprendiza-
se move em prol dos objetivos de maneira homogênea e unânime, gem àqueles que ainda não possuem suas habilidades comunicati-
maior a probabilidade do sucesso de uma empresa. Para tal, é pre- vas bem desenvolvidas com a ajuda de outros membros do grupo.
ciso levar em consideração alguns pontos a serem desenvolvidos Além disso, quando em conjunto se busca soluções para um mesmo
em equipe, confira. problema, com a combinação das diversas habilidades e formações
dos membros de um time, diferentes ideias e soluções surgem, in-
Personalidade e relacionamento clusive em maior quantidade, o que pode agilizar a resolução do
O modo como os relacionamentos se estabelecem no trabalho problema.
devem ser exclusivamente profissionais, mas isto não significa que Um dos fatores mais positivos do relacionamento em equipe é
uma equipe não pode ser amigável ou ter qualquer tipo de proximi- desenvolver respeito mútuo e cordialidade; investir apenas um pro-
dade amigável dentro dos padrões éticos de cada órgão, corporação fissional de maneira isolada pode não ser suficiente para melhorar
ou instituição. A realidade é que é fácil fazer amizade e integrar-se o desempenho de uma equipe inteira. Entender, porém, os pon-
com aqueles com quem possuímos mais afinidade, por questões de tos fortes e fracos de todo um grupo pode ser um guia em direção
personalidade e interesses em comum, cujas raízes costumam estar aos objetivos de uma empresa. O senso de compromisso e com-
em aspectos de fora do próprio trabalho, o que não necessariamen- prometimento também é outro fator positivo desenvolvido com o
te seria capaz fomentar e incentivar o trabalho em equipe em prol relacionamento em equipe, melhorando o ambiente de trabalho,
dos objetivos da empresa. promovendo mais tolerância e harmonia.
Personalidade é um aspecto da individualidade de cada pes-
soa responsáveis por caracterizar suas ações e reações, seu humor, Comportamento receptivo e defensivo
sua forma de se falar, seu temperamento e questões ligadas à au- Diante de um novo acontecimento, uma nova informação, ta-
toestima, extroversão ou introversão. Existem muitos tipos de per- refa ou serviço, indivíduos esboçam diferentes reações. Por vezes,
sonalidades em uma empresa; indivíduos mais tímidos e quietos, o inconsciente pode interpretar uma situação nova como um aler-
ta de perigo e, assim, o indivíduo age em prol de sua autodefesa,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações Condições de pagamento
dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha
recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da maior flexibilidade na transformação ou venda do produto.
Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar
investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos Diferença Básica entre Administração de Materiais e Adminis-
não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos tração Patrimonial
invernos como, também, fazê-los em Paris. A diferença básica entre Administração de Materiais e Admi-
Historicamente, a administração de recursos materiais e patri- nistração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a
moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio- distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é respon-
nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada sável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a
de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na conservação e manutenção de bens.
melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de ativi-
e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade dades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada
para a organização e maior satisfação dos clientes. ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estraté- necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições.
gica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e não Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento,
baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica a inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o
Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser co- fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as opera-
nhecida por LOGISTICA. ções gerais de controle de estoques etc.
A Administração de Materiais destina-se a dotar a adminis-
tração dos meios necessários ao suprimento de materiais impres-
Sendo assim: cindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno,
na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor
VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA custo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos químicos pode- necessárias, suficientes e desejadas por meios de números e/ou le-
rão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre si. tras. Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o al-
Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo fabético (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se
critérios adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, sem, a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico e
contudo, causar confusão ou dispersão no espaço e alteração na numérico, também chamado “decimal”. A escolha do sistema utili-
qualidade. zado deve estar voltada para obtenção de uma codificação clara e
O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalo- precisa, que não gere confusão e evite interpretações duvidosas a
gação, simplificação, especificação, normalização, padronização respeito do material. Este processo ficou conhecido como “código
e codificação de todos os materiais componentes do estoque da alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codificação está a de
empresa. afastar todos os elementos de confusão que porventura se apresen-
O sistema de classificação é primordial para qualquer Departa- tarem na pronta identificação de um material.
mento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle O sistema classificatório permite identificar e decidir priorida-
eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento des referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de
correto do almoxarifado. estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da
empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate-
O princípio da classificação de materiais está relacionado à: riais.
Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas
Catalogação características: ser abrangente, flexível e prático.
A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de - Abrangência: deve tratar de um conjunto de características,
materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjun- em vez de reunir apenas materiais para serem classificados;
to de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadas- - Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos
trados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerencia-
empresa. mento do estoque;
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversi- - Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.
dade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso
de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária
simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simplifi- uma divisão que norteie os vários tipos de classificação.
carmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos as Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de
despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos com materiais.
capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que
haja a normalização. Para o autor Viana os principais tipos de classificação são:
Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário irá for- - Por tipo de demanda
necer todos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o - Materiais críticos
que facilitará sobremaneira não somente sua aquisição, como tam- - Pericibilidade
bém o desempenho daqueles que se servem do material, pois a não - Quanto à periculosidade
simplificação (padronização) pode confundir o usuário do material, - Possibilidade de fazer ou comprar
se este um dia apresentar uma forma e outro dia outra forma de - Tipos de estocagem
maneira totalmente diferente. - Dificuldade de aquisição
- Mercado fornecedor.
Especificação
Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do - Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda se
material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Mate-
entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de riais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para
material a ser requisitado. os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses
materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de
Normalização regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais
A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili- somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em
zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição
e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se
e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino- forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no
logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são mate-
e formato. riais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para
que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimen-
Codificação to automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser
É a apresentação de cada item através de um código, com as automático, com base na demanda prevista e na importância para
informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou a empresa.
letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armazena-
dos no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande. Em
função de uma boa classificação do material, poderemos partir para
a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A (ape-
nas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C (sete
itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais rentável
para a empresa do nosso exemplo.
Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter
o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.
Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem
colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais
classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em
curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas,
ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode ser
adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente?
- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o ris-
co. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto,
sujeitos ao controle de obsolescência.
A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínimo.
Os materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material importado,
único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil obtenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais de valor
elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais perecíveis,
de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu uso; Críticos por
razões de segurança de materiais de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção.
- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades físi-
co-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado em um
período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos
períodos. Ex. alimentos, remédios;
- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite a identificação de materiais que devido a suas características físico-quí-
micas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis.
- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa determinar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabricados
internamente ou comprados:
- Fazer internamente: fabricados na empresa;
- Comprar: adquiridos no mercado;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; - A recepção dos veículos transportadores;
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a - A triagem da documentação suporte do recebimento;
análise de custos. - Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise,
está autorizada pela empresa;
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em - Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
materiais de estocagem permanente e temporária. contratual;
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis - Constatação se o número do documento de compra consta
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. na nota fiscal;
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri- - Cadastramento no sistema das informações referentes a com-
mento, ou seja, é um material não de estoque. pras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento;
- O encaminhamento desses veículos para a descarga;
- Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser classifica-
dos por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisi- As compras não autorizadas ou em desacordo com a programa-
ção e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de: ção de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos
Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogra- no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as opera-
ma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no ções de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conheci-
mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalida- mento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando
de: há alteração da oferta do material em determinados períodos do recebimento da mercadoria a ser transportada.
do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em
único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte es- relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece-
pecial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circuns-
burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos. tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do
transportador. O exame para constatação das avarias é feito através
- Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente li- da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens,
gada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mer- quanto a evidências de quebras, umidade e amassados.
cado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser
mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate-
em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvol- rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de vo-
vendo fornecedores nacionais. lumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros
e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador
Recebimento e Armazenagem é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam:
Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes.
compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade O cadastramento dos dados necessários ao registro do rece-
a conferência dos materiais destinados à empresa. bimento do material compreende a atualização dos seguintes sis-
As atribuições básicas do Recebimento são: temas:
- Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devo- - Sistema de Administração de Materiais e gestão de esto-
lução de materiais; ques: dados necessários à entrada dos materiais em estoque, vi-
- Analisar a documentação recebida, verificando se a compra sando ao seu controle;
está autorizada; - Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de
- Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da
de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos; posição de fornecedores;
- Proceder a conferência visual, verificando as condições de - Sistema de Compras : dados necessários à atualização de sal-
embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se dos e baixa dos processos de compras;
for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos docu-
mentos; 2a fase - Conferência Quantitativa
- Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos mate- É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo forne-
riais recebidos; cedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A confe-
- Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso; rência por acusação também conhecida como “contagem cega “ é
- Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da libe- aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desco-
ração de pagamento ao fornecedor; nhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação
- Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxa- do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Re-
rifado; gularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem.
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po-
A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir dem ser contados utilizando os seguintes métodos:
a função em quatro fases: - Manual: para o caso de pequenas quantidades;
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens
1a fase - Entrada de Materiais padronizadas com grandes quantidades;
A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria - Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que
da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos,
os seguintes objetivos: porcas, arruelas;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Tipos de armazenagem: Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote di-
A armanezagem temporária tem como função conseguir uma ário
forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a coloca- Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de
ção de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Já a ar- pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia-
mazenagem permanente tem um local pré-definido para o depósito -a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de
de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição do materiais.
armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantin-
do a organização do mesmo. Armazenagem por setores de montagem
Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas
num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por
família de peças. Este critério conduz à organização das peças por
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ou mala direta. Pode-se considerar que os canais diretos são mais - Incongruência de papéis entre os membros;
importantes no mercado empresarial (B2B), onde a maior parte - Escassez de recursos e discordância na sua alocação;
dos equipamentos, peças e matéria-prima são vendidas por meio - Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos am-
de contatos diretos entre vendedores e compradores. Esse canal é bientais;
requisitado quando o fabricante prefere não utilizar os intermediá- - Diferenças de expectativas em relação ao comportamento es-
rios disponíveis no mercado, optando pela força de venda própria perado dos outros membros;
e providenciando a movimentação física dos produtos até o cliente - Discordância no domínio da decisão;
final. O mesmo oferece às empresas a vantagem de maior controle - Incompatibilidade de metas específicas dos membros;
das funções de Marketing a serem desempenhadas, sem a necessi- - Dificuldades de comunicação.
dade de motivar intermediários e depender de resultados de tercei-
ros. Uma das desvantagens é a exigência de maiores investimentos, Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos ca-
uma vez que as funções mercadológicas são assumidas. nal de distribuição:
- O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre mem-
FabricanteVarejistaCliente Final (NÍVEL UM) - é um dos canais bros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus Ataca-
mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha, como distas ou Varejistas. Quando um fabricante vende seus produtos
alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso, o fa- diretamente aos clientes via internet, poderá gerar algum tipo de
bricante transfere ao intermediário grande parte das funções mer- conflito vertical entre esse e seus varejistas.
cadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas - O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências entre
Bahia, Supermercado Extra, etc. membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus Ata-
cadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa franquia
FabricanteAtacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem ocorrer,
tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando devido as diferenças quanto aos limites de território ou em termos
a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de dos preços praticados.
clientes (ampliar capilaridade). - Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um fabri-
Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva cante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem para o
pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamen- mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de repre-
to, transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicio- sentantes.
nais para alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc.
Poder no canal
FabricanteAgente(Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de
TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função de influenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro.
reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um inter- Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou até
mediário que não compra produtos, apenas representa o fabricante modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. De
ou o atacadista (aqueles que realmente compram os bens) na busca uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à capaci-
de mercados à produção dos fabricantes ou na localização de fontes dade de um membro particular do canal de controlar ou influenciar
de suprimento para esses fabricantes. o comportamento de outro(s) membro(s) do canal.
Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços
para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do que Fontes de Poder no canal
a distribuição de bens tangíveis, em função das características dos Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são exer-
serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos pre- cidos no canal:
ocupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque e, - Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um
normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a contí- outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A
nua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais en- recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas.
tre produtores e usuários de serviços. - Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o exer-
cício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes em
Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de ser- relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se sub-
viços também há a possibilidade da utilização de agentes, os quais meta às tentativas de influência do primeiro.
nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos mais co- - Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro
muns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo de in- (contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de
vestimentos, agentes de viagem, etc. influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência.
- Informacional: origina-se pela posse de um membro de infor-
GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO mações valorizadas por outros membros do canal.
- Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um
Conflitos no Canal membro detem em relação a outro membro.
Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social dos
relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de distribui- Liderança do canal
ção, o conflito surge quando um membro do canal crê que outro Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de coo-
membro esteja impedindo a realização de seus objetivos especí- peração entre os membros do canal, essas características podem
ficos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de conflito resultar no surgimento de membros que, devido a fatores como,
entre os membros do canal: alto poder de barganha, poder legítimo, poder de informação, tor-
176
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
nam-se líderes do canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas;
um padrão consistente de condições que determinam o surgimento - Promover cooperação entre os participantes da cadeia de su-
de uma liderança no canal: o líder do canal tende emergir quando primentos, principalmente relacionada aos fatores mais significati-
o canal de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles vos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes mínimos
onde a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a incer- dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos especiais de
teza é elevada. acondicionamentos em embalagens, condições de descarga, restri-
ções de tempo de espera, etc.
Construindo a confiança no canal - Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos
Muitos canais estão rumando para a construção da confiança parceiros da cadeia de suprimentos;
mútua como base para o sucesso das relações entre os membros - Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os par-
do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros re- ceiros; e
conheçam sua interdependência e saibam compartilhar processos - Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando
e informações. em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos
na sua totalidade.
ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO
Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de distri- Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções
buição: básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply
- Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produ- chain management:
to disponível no maior número de estabelecimentos de uma região, - Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos
visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de venda. necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou merca-
Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra são dorias;
vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem con- - Satisfação da demanda – é necessário comercializar os servi-
veniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva, os ços ou mercadorias para satisfazer a demanda;
clientes podem encontrar os produtos no maior número de locais - Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços
possíveis. ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e
- Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato do fabri- - Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informa-
cante vender produtos por meio de mais de um dos intermediários ções ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se tam-
disponíveis em uma região, mas não em todos. Sendo assim, os in- bém os consumidores que disponibilizam um retorno importante
termediários escolhidos são considerados osmelhores para vender tanto para os fabricantes quanto para os varejistas.
os produtos com base em sua localização, reputação, clientela e Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo
outros pontos fortes. A distribuição seletiva é empregada quando podem ser levantadas as seguintes questões:
osclientes buscam produtos de compra comparada. Cabe ainda - Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris
destacar que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal, atendem às necessidades de mercado,
torna-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos com - Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos
cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertu- custos de abastecimento são compatíveis,
ra do mercado com mais controle e menos custos, comparado com - Se a frequência de compras dos clientes, o número e o tama-
a distribuição intensiva. nho dos pedidos justificam o esforço distributivo,
- Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende seus - Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases
produtos por meio de um único intermediário em uma determina- compatíveis com o mercado,
da região, onde esserecebe o direito exclusivo de distribuir tais pro- - Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificá-
dutos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando um determinado veis com os resultados operacionais gerados,
produto requer um esforço especializado de venda ou investimen- - Se os métodos de transporte adotados são adequados,
tos em estoques e instalações específicas. A distribuição exclusiva é
oposta à distribuição intensiva, sendo mais adequada à medida em Em conformidade com o potencial do mercado, é importante
que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos de canal analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o
que possam apoiar ou servir o produto de forma adequada, ou seja, tipo de sistema de distribuição adotado é adequado.
enfatizando uma determinada imagem que possa caraterizar luxo
ou exclusividade. DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
A distribuição física de produtos ou distribuição física são os
A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de dis- processos operacionais e decontrole que permitem transferir os
tribuição depende essencialmente de cada organização, da forma produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mer-
com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia cadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994).
de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores gerais, Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos,
comum na maioria deles: para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço
- Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado desejado, pelo menor custo possível.
identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar dis- A distribuição física tem, como foco principal, todos os produ-
ponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo cor- tos que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o instante
reto; em que a produção é terminada até o momento em que o cliente
- Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob recebe a mercadoria (produto).
enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que
177
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do • Carregar caminhões;
consumidor. • Embalar produtos;
“Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma institui- • Manter registros dos níveis de inventário etc.
ção que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos desejam
que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que estes não MODALIDADES DE TRANSPORTE
sejam financeiros. O transporte de mercadorias é parte fundamental do comér-
Uma boa distribuição, associada a um produto de boa qualida- cio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega até o
de, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com que os pro- cliente final é o que define a satisfação do comprador e a possibili-
dutos sejam disponibilizados a seus consumidores, de modo que dade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal – meio
estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas prateleiras, o de transporte – que atenda às expectativas do comprador.
produto passa a fazer parte de uma gama de produtos concorrentes Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos
que podem ser comprados ou não. logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na qua-
O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de lidade dos serviços logísticos, impactando diretamente no tempo
compra é estar disponível nas prateleiras. de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos.
Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do produ-
to, podem variar entre produtos concorrentes, mas a distribuição Qual o melhor modal?
é uma condição obrigatória para todas as empresas que querem São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário, aqua-
vender seus produtos. viário, aéreo e dutoviário.
Se o produto não está disponível na prateleira, independente Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas van-
de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não po- tagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de escolha
derá ser comprado. e esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos e carac-
Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com terísticas do serviço.
uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível,
mas não disponível no mercado. O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em:
instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica inter- - Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário);
fere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração de - Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário
uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser seguida e Ferroviário);
pelos demais níveis hierárquicos. - Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido
A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a por um único contrato;
operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer - Segmentados: envolve diversos contratos para diversos mo-
com que os projetos sejam cumpridos e executados. dais;
Para um melhor entendimento, seguem os níveis da adminis- - Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino fi-
tração da distribuição física. nal, necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da
• Estratégico; mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato).
• Tático;
• Operacional. VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE
178
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
179
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab-
cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis / sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção
Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta
para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante. compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge-
Tipos de Aeronaves: renciados”.
Full pax = somente de passageiros.
Full cargo = somente de cargas. Razões para manter estoque
Combi = misto de carga e passageiros A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exi-
ge investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita
Transporte Dutoviário sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a
Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma flexi- manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impos-
bilidade, visto que há uma limitação no número de produtos que sível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre
podem utilizar este modal. O transporte é feito através de dutos os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se
cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo, produtos acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias
derivados do minério, gases e grãos. e minimizar os custos totais de produção e distribuição.
•Alta confiabilidade. •Requer mais licen- estoques também dependem em grande parte do nível de vendas,
com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a
ças ambientais.
realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes
•Simplificação de carga das realizações das vendas.
e descarga
•Transporte de volumes Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as ven-
granéis muito elevados. das antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna
sua administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que
Tipos de dutos os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das
- Subterrâneos vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de es-
- Aparentes tocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados), resi-
- Submarinos dindo, portanto, na correta determinação dos níveis de estoques,
a importância da sua administração. Seu objetivo é garantir que os
Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel. estoques necessários estejam disponíveis quando necessários para
Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático. manutenção do ritmo de produção, ao mesmo tempo em que os
Gasodutos = gás natural. custos de encomenda e manutenção de estoques sejam minimiza-
dos.
Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais
inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em es- Os estoques podem ser classificados como:
cala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta - Matéria-prima
de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração multi- - Produtos em processo
modal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada pelos - Materiais de embalagem
setores privados e públicos. - Produtos acabados
- Suprimentos
Estoques
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas A razão para manutenção de estoques depende fundamental-
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que mente da natureza desses materiais.
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de Para manutenção dos estoques de matérias primas, são utiliza-
das justificativas como a facilidade para o planejamento do proces-
180
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
so produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto, a pre- ção do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é aplicado
venção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a obtenção de em fábricas com grande diversidade de peças de produtos finais
descontos por aquisição de grandes quantidades. montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do FMS,
Essas razões são contra-argumentadas de várias formas. Atu- as seguintes:
almente, as modernas técnicas de administração de estoques, • Permite maior produtividade das máquinas, que passam a
o conceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível.
custos, representam alternativas eficientes para evitar-se falta de • Possibilita maior atenção aos consumidores em função da
materiais. Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode flexibilidade proporcionada.
representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de • Diminui os tempos de fabricação.
eventual oscilação de preços de seus insumos básicos. • Em função do aumento da flexibilidade, permite aumen-
Para manutenção de estoques de materiais em processos, jus- tar a variedade dos produtos ofertados.
tifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso ocorra
interrupção em alguma das linhas de produção da empresa. Obvia- 2. MRP-Material Requirement Planing
mente, essa questão deve ser substituída pela adoção de proces- O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabri-
sos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências destas cação, de compras, controlar estoques e administrar a carteira de
interrupções. pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo com isso
A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada uma previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a ge-
por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas ração de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema pode
realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção. operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras,
fabricação e montagem, operando ainda com diversos estoques de
Técnicas de Administração de estoques material em processo, como estoque de matérias primas, partes,
submontagens e produtos acabados.A maior vantagem do MRP
CURVA ABC consiste em utilizar programas de computadores complexos, levan-
Segrega os estoques em três grupos, demonstrando grafica- do em consideração todos os fatores relevantes para conseguir o
mente com eixos de valores e quantidades, que considera os mate- melhor cumprimento de prazos de entrega, com estoques baixos,
riais divididos em três grandes grupos, de acordo com seus valores mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em quantidade, de
de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais “classe A” re- uma semana para outra.
presentam a minoria da quantidade total e a maioria do valor total, Um ponto fundamental para o correto funcionamento do sis-
“classe C” a maioria da quantidade total e a minoria do valor total, tema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários que
“classe B” valores e quantidades intermediárias. interagem com o sistema MRP, em relação à informação de dados
O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP vai acu-
B e C” menos sofisticados. mulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades neces-
MODELO DE LOTE ECONÔMICO sárias.
Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os cus-
tos totais de estocagem de pedido para um item do estoque. Con- 3. Sistema Periódico
siderando os custo de pedir e os custos de manter os materiais. A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica em
Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e vários setores de processamento sucessivo de vários produtos simi-
receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unida- lares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação para
de da manutenção de um item de estoque por umdeterminado pe- serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de cada
ríodo (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de outros período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho, não
investimentos. haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de cada
setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas.
Custo total = custo de pedir + custo de manter Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas ca-
racterísticas, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos,
PONTO DE PEDIDO nos quais é possível à adoção de períodos curtos, menores que uma
Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando semana.
em consideração o tempo de entrega dos principais itens.
4. OPT-Optimezed Production Technology
Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferen-
diária te dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo
de materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os
SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações ma-
Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques temáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas como
são: tendo de passar por filas de espera de atendimento nos diversos
postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de trabalho
1. FMS (Flexible Manufacturing System) forma então uma rede de filas de espera.
Nesse sistema, os computadores comandam as operações das O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais para
máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de ferramen- ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou sub-
tas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, acessó- montagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita ên-
rios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de monitora- fase é dedicada aos pontos de gargalo da produção.
181
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Controle dos processos internos para exercer a interação com o caso de primeira compra ou os registros não apresentarem for-
os fornecedores e a gestão dos recursos. necedor habilitado para compra específica, é necessária uma nova
• Estabelecimento de responsabilidades e funções, como pesquisa.
quem será o encarregado por especificar as compras, eleição do 3. Solicitação de orçamentos e cotações: para mercadorias de
fornecedor, negociação das condições, emissão dos pedidos de maior valor, ou em grande quantidade, deve-se fazer uma requisi-
compra, etc. ção por escrito a uma quantidade razoável de fornecedores, para
assegurar um rol de cotações confiáveis e competitivas, para que
Gestão de fornecedores se possa alcançar a melhor oferta possível. A análise das cotações
• Gerenciamento e central de risco de fornecedores: assegu- recebidas deve levar em conta o preço, a conformidade com as es-
rar que falhas e conflitos no processo de conformidade com as nor- pecificações, as condições e o contrato de venda, prazos e formas
mas internas e externas da organização (Compliance) não acarre- de entrega e de pagamento.
tem quaisquer prejuízos, prevendo e identificando possíveis riscos 4. Estabelecer o preço justo: deve-se fazer negociação do pre-
(matriz de riscos). ço, para se chegar ao valor mais satisfatório junto ao fornecedor.
• Qualificação de fornecedores: consiste no processo de coleta 5. Emissão de pedidos de compra: a ordem de compra é uma
de dados, certificados e documentação dos fornecedores, para ga- proposta legal de compra. Ao ser aprovada pelo fornecedor, passa
rantir que a situação de cada um deles está de acordo com as Leis a constituir contrato legal para entrega dos produtos ou prestação
correntes dos órgãos tributários, trabalhistas, socioambientais e de de serviço conforme os termos e as condições indicadas no contrato
fiscalização. de compra e venda. O pedido de compra é elaborado a partir das
• Cadastro de fornecedores homologados: consiste no moni- cotações ou da requisição de compra. Uma cópia dessa requisição é
toramento e na manutenção dos fornecedores, como forma de as- enviada ao fornecedor, enquanto outra é retida pelo setor de com-
segurar que eles se mantenham em conformidade com a cadeia de pras; outras, ainda, são despachadas para outros setores, como o
suprimentos da organização. setor solicitante da compra, o departamento de contabilidade e o
• Negociação: a negociação com fornecedores homologados setor de recebimento.
é importante porque, raramente, uma organização disporá de um 6. Acompanhamento e entrega: Cabe ao setor de compras ga-
único fornecedor, pois isso pode representar sérios riscos ao seu rantir que o fornecedor entregue a mercadoria conforme termos
funcionamento. Assim, com uma cadeia de suprimentos (suplly acordados, tomando as medidas necessárias em caso de dúvidas
chain) composta por uma diversidade de fornecedores homologa- quanto aos cumprimentos dos prazos. Entre as principais ações, es-
dos é fundamental que a organização tenha um orçamento aberto tão a interação junto ao fornecedor para evitar problemas, agilizar
em cada fornecedor para cada uma de suas necessidades. Com isso, o transporte, buscar por fontes alternativas de provimentos, repro-
será plenamente viável que se preserve o padrão de qualidade de- gramar a produção, entre outras.
terminado na política da organização, negociando a aquisição de 7. Recebimento e aceite de mercadorias: no ato da entrega, o
produtos e serviços pelo menor custo possível. setor de recebimento realiza a inspeção para assegurar conformida-
• Avaliação: consiste na análise dos aspectos relacionados à de de itens, quantidade e ausência de danos no transporte. O rece-
solicitação de compra, como precisão dos produtos e serviços e pra- bimento utiliza a sua via do pedido de compra para essa conferência
zos de pagamento, além dos indicadores essenciais de performance e, em seguida, preenche o recibo, anotando quaisquer observações
(KPI- Key Performance Indicators), adotados pelo setor de compras necessárias. Caso o pedido não esteja completo, será mantido “em
para realização das análise do desempenho dos fornecedores, bem aberto”, até que se conclua a entrega integral.
como para verificação das compras recebidas, a fim de saber se es- 8. Anuência da fatura: ao se receber a fatura do fornecedor,
tão sendo introduzidos ao fluxo produtivo da organização, de forma deve-se verificar a conformidade dos seguintes documentos: pedi-
que não dê margem à redução do nível de qualidade, ao retardo do de compra, relatório de recebimento e fatura. Itens e quanti-
no fornecimento, aos pedidos excedentes, ao estoque parado ou dades devem constar iguais em todos os registros; preços e seus
quaisquer problemas potenciais. acréscimos ou abatimentos precisam coincidir na requisição de
compra e na fatura. Aprovada a fatura, esta deve ser encaminhada
Etapas do processo ao setor de pagamentos.
1. Recepção e análise dos pedidos de compra: os pedidos de
compras têm origem com o setor ou o colaborador que será o seu Perfil do comprador
usuário final. Em geral, as informações básicas de um pedido de Dentro de uma organização, o comprador é componente cru-
compras são: cial para garantia de resultados no que diz respeito à produtividade
a) Identificação do solicitante, assinatura do gestor (aprova- e lucratividade, devendo tomar decisões que visem ao atendimento
ção), centro de custo das solicitações e à redução de despesas. Em poucas palavras, o
b) Caracterização do item gestor de materiais, como também pode-se chamar esse profissio-
c) Quantidade / medida nal, deve:
d) Data e local de entrega requeridos • representar a organização nas transações comerciais com for-
e) Informações complementares, se necessário necedores, refletindo seus conceitos e valores corporativos, assim
como suas políticas comerciais, pois ele é o principal elo com os
2. Seleção de fornecedores: seja para mercadorias cotidianas parceiros e fornecedores.
ou mesmo para compra de um item pela primeira vez, é necessário • possuir conhecimento integral de todos os procedimentos
possuir uma listagem de fornecedores qualificados. Sempre que for que serão praticados, estando alinhado com os objetivos gerais da
organização, não apenas focando no sucesso de suas tarefas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Subsidiar as informações e tarefas do comprador; a1) Análise social: verifica-se seu objetivo, capital e composi-
- Efetuar a manutenção dos dados cadastrais; ção acionária. Com isso procura-se evitar o cadastro de empresas
- Pontuar cada fornecedor com méritos e deméritos durante as que em cuja composição acionária constem funcionários da em-
fases de consulta e fornecimento. presa que está cadastrando; sócio e ex-sócio de empresas excluídas
do cadastro por falta grave; sócio de empresa já cadastrada para a
As premissas do cadastro de fornecedores são: mesma linha de materiais etc.
- Preço; qualidade; e prazo. a2) Análise econômico-financeira: é constatada por meio de
balanços, referências bancárias e cartas de crédito, cadastrando
Essas premissas determinam a atuação do setor: apenas empresas tidas como solventes.
- Ter registrado fornecedores cujos produtos ou serviços pos- a3) Análise técnica preliminar: é realizada com base nos ates-
sam ser de interesse efetivo ou potencial da empresa; tados de capacidade técnica e na relação de equipamentos, visando
- Garantir um plantel de fornecedores com padrão acima do constatar a tradição comercial da empresa, o interesse nos mate-
mínimo necessário; riais e serviços oferecidos, a necessidade ou não de visita técnica, a
- Despertar o interesse do fornecedor em manter qualificação de produtos ou testes de materiais.
- Se atualizado perante as metas da empresa;
- Antecipar-se às necessidades de aquisição da empresa. b) Fase Final - Análise Complementar: Procede-se à análise
complementar para as empresas aprovadas na fase preliminar, de-
Critérios de cadastramento: A quantidade de empresas man- finindo ou não o registro.
tidas no cadastro varia em função do número e da diversidade dos b1) Análise jurídica É realizada utilizando-se as certidões positi-
materiais consumidos. Esse número não deve ser tão reduzido e vas dos cartórios de feitos executivos, certidões negativas de falên-
nem tão elevado, mantendo uma quantidade equilibrada. cia ou concordata e inscrições fiscais de âmbito federal, estadual e
municipal.
a) Critérios políticos: são definidos pela administração da em- b2) Análise técnica conclusiva
presa, tendo como fatores: estabelecimento de prioridades para Sendo necessária, realiza-se a visita técnica, em companhia de
cadastramento de empresas da região ou do Estado, prioridade nas especialistas no campo envolvido, por meio da qual obtêm-se os
consultas a empresas de pequeno a médio porte etc. seguintes elementos para avaliação:
a. Recursos Humanos: quantidade, qualidade e especialização;
b) Critérios técnicos: envolvem as carências de abastecimento, b. Recursos Materiais: maquinário, ferramental e instalações;
na procura de desenvolvimento de novas alternativas de forneci- c. Organização: programação, controle da produção, segurança
mento. e layout;
d. Produção: capacidade, flexibilidade e diversificação;
c) Critérios legais: aplicados exclusivamente às empresas esta- e. Controle de qualidade: recebimento, produção e produto.
tais, autárquicas e do serviço público.
Aprovação de Cadastro
Os fatores de decisão para inclusão de fornecedores funda- Depois de coletar os dados dos fornecedores a empresa deve
mentam-se: efetuar a análise do conceito técnico do fornecedor:
- Na estabilidade econômico-financeira; - Deficiente - não deverá obter registro;
- Na idoneidade comercial; - Regular - poderá vir a ser registrada;
- Na capacidade produtiva; - Bom e excelente - deverão ser cadastradas.
- Na capacidade técnica;
- Na tradição no mercado. Seleção de Fornecedores
São os seguintes os critérios de seleção:
Os critérios para cadastramento envolvem duas fases distintas: - O fornecedor da última compra deve sempre ser indicado;
a) Fase Inicial - Análise Preliminar; - Não indicar fornecedores com atrasos na entrega;
b) Fase Final - Análise Complementar. - Evitar consultas em grupos reduzidos de fornecedores;
- Priorizar as consultas aos fabricantes;
a) Fase Inicial - Análise Preliminar: consiste na análise sumária - Evitar a consulta a fornecedores com baixo índice de cotação.
e rápida dos documentos preliminares apresentados pelo interes-
sado no cadastramento. Para tanto, os interessados devem apre- Avaliação de Fornecedores
sentar: Os fornecedores devem ser constantemente e sistematicamen-
a. Ato constitutivo da empresa, estatutos ou contrato social e te avaliados por meio dos seguintes critérios:
alterações; a) Desempenho comercial;
b. Atestados de capacidade técnica e/ou de fornecimento a ou- b) Cumprimento de prazos de entrega;
tras empresas de ramo e porte equivalente; c) Qualidade do produto;
c. Atestados de capacidade e idoneidade financeira; d) Desempenho do produto em serviço.
d. Cópias dos dois últimos balanços; e. linha de produtos e/ou
serviços oferecidos. Com esses documentos a empresa compradora a) Desempenho comercial
poderá realizar as seguintes análises: São os seguintes aspectos:
- Coleta de preços: número de respostas às consultas e obedi-
ência as condições gerais de fornecimento.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada no penho e data de emissão; fonte de recurso; número do processo
lado externo direito, em relação a quem opera a máquina; de aquisição e ano; tipo/número do documento de aquisição (nota
e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a plaque- fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de
ta nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, couro Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros);
ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança. A pla- nome do fornecedor (código); localização (identificação do centro
queta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sólida; de responsabilidade); situação do bem (registrado, alocado, cedido
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em apa- em comodato, em manutenção, em depósito para manutenção, em
relhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais depósito para triagem, em depósito para redistribuição, em depó-
fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na sito para alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros);
carcaça; estado de conservação (bom, regular, precário, inservível); data da
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada incorporação; unidade da federação; tipo de logradouro; número;
na parte lateral direita do painel de direção, em relação ao motoris- complemento;bairro/distrito; município; cartório de registro; ma-
ta, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em acessórios; trícula; livro; folhas; data do registro; data da reavaliação; moeda
h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste da reavaliação; valor do aluguel; valor do arrendamento; valor de
caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem utilização; valor de atualização; moeda de atualização; data da atu-
diminua seu valor comercial; alização; reavaliador; e CPF/CNPJ do reavaliador.
i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada na base.
Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, na lateral di- CONTROLE DE BENS.
reita; Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o
j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a plaqueta conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência,
deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, caso não seja saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos
possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição na parte no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação.
posterior do quadro; e Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como ou- material permanente recém adquirido, de acordo com a destinação
tros bens aqueles materiais que não podem ser classificados cla- dada no processo administrativo de aquisição correspondente.
ramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em tais bens, a A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante o
plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde são manuseados. preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá conter
no mínimo, as seguintes informações: número do Termo de Res-
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários ponsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluindo tam-
ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do tomba- bém o nome do sublocal de lotação); declaração de responsabilida-
mento; data do tombo; descrição padronizada do bem (descrição de; número do tombamento; descrição; quantidade; indicação se é
básica pré-definida em um sistema de patrimônio); marca/modelo/ plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens arrolados no
série (também pré-definidos em um sistema de patrimônio); carac- Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura do
terísticas (descrição detalhada); valor unitário de aquisição (valor responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo.
histórico); agregação (acessório ou componente); forma de ingres- A transferência é a operação de movimentação de bens, com a
so (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, outras); consequente alteração da carga patrimonial. A autoridade transfe-
classificação contábil/patrimonial; número do empenho e data ridora solicita ao setor competente do órgão a oficialização do ato,
de emissão; fonte de recurso; número do processo de aquisição e por meio das providências preliminares. É importante destacar que
ano; tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura, a transferência de responsabilidade com movimentação de bens
comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Ter- somente será efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicita-
mo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome do ção do responsável pela carga cedente com anuência do recebedor.
fornecedor (código); garantia (data limite da garantia e empresa de A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, obsoletos
manutenção); localização (identificação do centro de responsabili- ou sem utilização também se caracteriza como transferência. Neste
dade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em comodato, caso, a autoridade da unidade onde o bem está localizado devolve-
em manutenção, em depósito para manutenção, em depósito para -o com a observância das normas regulamentares, a fim de que a o
triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para aliena- Setor Patrimonial possa manter rigoroso controle sobre a situação
ção, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de con- do bem. Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do
servação (bom, regular, precário, inservível, recuperável); histórico órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste setor (fiéis
do bem vinculado a um sistema de manutenção, quando existir. Tal depositários), e serão objetos de análise para a determinação da
informação permitirá o acompanhamento da manutenção dos bens baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar que
e identificação de todos os problemas ocorridos nestes números uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor deverá ser
do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não plaquetável. fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho,
O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o recebimen- visando facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de
to da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que procederá acesso ao setor). Para que ocorra a transferência de responsabili-
ao tombamento e cadastramento em sistema específico, utilizando dade entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão
diversos dados, tais como: número do registro; tipo de imóvel; de- ser observados os seguintes parâmetros:solicitação, por escrito, do
nominação do imóvel; características (descrição detalhada do bem); interessado em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de
valor de aquisição (valor histórico); forma de ingresso (compra, do- acordo” do setor cedente com a autorização de transferência ; soli-
ação, permuta, comodato, construção, usucapião, desapropriação, citação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão
cessão, outras); classificação contábil/patrimonial; número do em- do Termo de Responsabilidade; após a emissão do Termo de Res-
187
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ponsabilidade, o Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário ro-
patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e do rece- tativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer
bedor. tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois grupo de itens em determinados períodos.
setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados Inventário na administração pública: Inventário são a discrimi-
os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado nação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de
em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momen-
setor cedente com a autorização de transferência e anuência das to, visando atender uma finalidade específica. É um instrumento
unidades de controle do patrimônio e do titular do órgão; solici- de controle para verificação dos saldos de estoques nos almoxari-
tação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão fados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão
do Termo de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do ou entidade, informando seu estado de conservação, e mantendo
Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao atualizados e conciliados os registros do sistema de administração
agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além
do recebedor. Quando a transferência de responsabilidade do bem disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as to-
ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer a mu- madas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularida-
dança da responsabilidade patrimonial de um servidor para outro, des e providenciar as medidas cabíveis.
desde que não pressuponha mudança de local do bem, deverão ser Através do inventário pode-se confirmar a localização e atribui-
observados os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos Hu- ção da carga de cada material permanente, permitindo a atualiza-
manos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio ção dos registros dos bens permanentes bem como o levantamento
cópia da portaria que substitui o servidor responsável; de posse das da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando a ocor-
informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o rência de dano, extravio ou qualquer outra irregularidade. Podem-
respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido o -se verificar também no inventário as necessidades de manutenção
Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade, e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens móveis,
que providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo; possibilitando maior racionalização e minimização de custos, bem
uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que uma como a correta fixação da plaqueta de identificação. Na Adminis-
das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e outra tração Pública, o inventário é entendido como o arrolamento dos
encaminhada ao Setor de Patrimônio. direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito periodica-
Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela movi- mente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos valores que
mentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou depen- são registrados na contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo
dência onde estão localizados, em decorrência da necessidade de ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos agen-
conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por outro tes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os diversos
centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente tipos de inventários são realizados por determinação de autorida-
autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provisória, esta de competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimônio e das
deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por outro unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor de car-
servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a ma- ga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamente ou a
nutenção de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública devem
ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e resulta- ser levantados não apenas por uma questão de rotina ou de dispo-
rá na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de Manutenção, sição legal, mas também como medida de controle, tendo em vis-
que tomará todas as providências para proceder à assistência de ta que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa física,
bem em garantia ou utilizando-se de seus recursos próprios. mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer
Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamento danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a
de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, sem legislação estabelece que o levantamento geral de bens móveis e
envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser evi- imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora
tado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos devem e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da
manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a devolução do Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964).
bem na mesma condição em que estava na ocasião do empréstimo. A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais,
Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao poder público bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam tais
é vedado, salvo exceções previstas em leis. bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário median-
Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros tam- te verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para fins de atu-
bém deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum res- alização física e monetária e de controle, a época da inventariação
paldo legal. será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob-responsabi-
lidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confirmação dos
INVENTÁRIO dados apresentados no Balanço Geral); e no início e término da ges-
O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque tão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no caso de
e em processos, para comparar a quantidade física com os dados bens móveis.
contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históri-
que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que cos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constan-
realmente existe em estoque. tes de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição.
O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve-
elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com a dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for consta-
autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do tado serem os bens danificados, obsoletos, fora do padrão ou em
dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a Comis- desuso devido ao seu estado precário de conservação; e
são de Inventário de Bens. b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos: quando
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados for constatado estarem os bens em perfeitas condições de uso e
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou operação, porém sem utilização.
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou
componentes patrimoniais. ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando proi-
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de bida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados, exceto
elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O simples nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
arrolamento não interessa para a contabilidade se não for comple-
tado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrolamento ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS
serve apenas para controle da existência dos componentes patri- O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente
moniais. ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu valor
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: compre- do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a retirada de
ende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da transfe-
do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação, rência deste para o controle de bens baixados, feita exclusivamente
agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das carac- pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O
terísticas e quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado
pode apresentar os componentes patrimoniais deforma resumida em outro bem.
e recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes são A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a
relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Avaliação: seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; como-
é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento pa- dato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. Em
trimonial. Os critérios de avaliação dos componentes patrimoniais qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa
devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor aos com- definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por
ponentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua na- seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço
tureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade. público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em
cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de ges-
ALIENAÇÃO DE BENS tão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada.
De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-se Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em
como alienação a transferência de propriedade, remunerada ou utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições
gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em paga- de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão
mento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio. deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto,
o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que
Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas. poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas
Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou bi-
a autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assem- bliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se
bleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que existe interesse pelos bens.
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar
37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação especí- o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permane-
fica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a alienação cerá guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um
por leilão. servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor- proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de
dinada à existência de interesse público devidamente justificado. baixa até sua destinação final.
A alienação de bens está sujeita à existência de interesse públi-
co e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos previs- O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no
tos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada por Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados:
comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista para a número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando
Administração Pública. se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; motivo
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à alie- de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Vi-
nação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido ao sando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial,
Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento respectivo; faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de
sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes para que Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá por
seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão vistoria- processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio
dos in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens, no pró- verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do compro-
prio órgão, os quais, observando o estado de conservação, a vida vante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procede-
útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo de rá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo,
avaliação dos bens, classificando-os em: o Setor de Patrimônio providenciará o documento de quitação de
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha a contrariarem as suas normas.
responsabilidade do bem. Abaixo, segue a imagem ilustrativa da Pirâmide Normativa:
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para que Pirâmide Normativa
seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou
desfazimento.25
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab-
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge-
renciados”.
190
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
191
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
– Princípio do Efeito Integrador torgado pela Constituição Federal a um determinado órgão, são im-
Traduz a ideia de que na resolução dos problemas jurídico- plicitamente conferidos amplos poderes para o cumprimento dos
-constitucionais deve-se dar primazia aos critérios que favoreçam a objetivos constitucionais.
unidade político-social, uma vez que a Constituição é um elemento
do processo de integração comunitária. Classificação das Constituições
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
– Quanto à Ideologia
a) Ortodoxa: forjada sob a ótica de somente uma ideologia;
b) Eclética: fundada em valores plurais.
– Constituição de 182426
Primeira Constituição brasileira, a Constituição Política do Império do Brasil foi outorgada por Dom Pedro I, em 25 de março de 1824.
Instalava-se um governo monárquico, hereditário, constitucional e representativo.
Além dos três Poderes, Legislativo, Judiciário e Executivo, havia ainda o Poder Moderador. O Poder Legislativo era exercido pela As-
sembleia Geral, composta de duas câmaras: a dos senadores, cujos membros eram vitalícios e nomeados pelo Imperador dentre integran-
tes de uma lista tríplice enviada pela Província, e a dos deputados, eletiva e temporária.
Nesta Constituição destacaram-se: o fortalecimento da figura do Imperador com a criação do Poder Moderador acima dos outros
Poderes; a indicação pelo Imperador dos presidentes que governariam as províncias; o sistema eletivo indireto e censitário, com o voto
restrito aos homens livres e proprietários e subordinado a seu nível de renda.
Em 1834 foi promulgado o Ato Adicional, que criava as Assembleias Legislativas provinciais e suprimia o Poder Moderador, só restau-
rado em 1840, com a Emenda Interpretativa do Ato Adicional.
Foi a constituição que vigorou por maior tempo, 65 anos.
– Constituição de 1891
Foi promulgada pelo Congresso Constitucional, o mesmo que elegeu Deodoro da Fonseca como Presidente. Tinha caráter liberal e
federalista, inspirado na tradição republicana dos Estados Unidos.
Instituiu o presidencialismo, concedeu grande autonomia aos estados da federação e garantiu a liberdade partidária.
Estabeleceu eleições diretas para a Câmara, o Senado e a Presidência da República, com mandato de quatro anos. Estabeleceu o voto
universal e não-secreto para homens acima de 21 anos e vetava o mesmo a mulheres, analfabetos, soldados e religiosos; determinou a
separação oficial entre o Estado e a Igreja Católica; instituiu o casamento civil e o habeas corpus; aboliu a pena de morte e extinguiu o
Poder Moderador.
Também nesta Constituição ficou estabelecida, em seu artigo terceiro, uma zona de 14.400 Km² no Planalto Central, para a futura
Capital Federal.
A Constituição de 1891 vigorou por 39 anos.
26 https://www2.camara.leg.br/a-camara/visiteacamara/cultura-na-camara/copy_of_museu/publicacoes/arquivos-pdf/Constituicoes%20Bra-
sileiras-PDF.pdf
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
blica é reduzido de cinco para quatro anos e, em 1997, é aprovada Através desse instituto a doutrina moderna afirma que o parâmetro
a emenda que permite a reeleição do presidente da República, de de constitucionalidade não se limita apenas pelas normas cons-
governadores e prefeitos. Os candidatos processados por crime co- tantes da Constituição Federal e sim também pelas leis com valor
mum não podem ser eleitos, e os parlamentares submetidos a pro- constitucional formal, pelos tratados e convenções internacionais
cesso que possa levar à perda de mandato e à inelegibilidade não sobre direitos humanos aprovados nos termos do § 3º do art. 5º da
podem renunciar para impedir a punição. CF, bem como pelo conjunto de preceitos e princípios, explícitos ou
implícitos, decorrentes da própria Carta Magna.
Constituições Brasileiras Em virtude da supremacia da Constituição é que surge o insti-
tuto do controle de constitucionalidade o qual, de forma didática,
Outorgadas Promulgadas pode ser conceituado como sendo a verificação de compatibilidade
1824 – Constituição do 1891 – 1ª Constituição da vertical entre as normas constitucionais e os demais atos normati-
Brasil-Império República vos que se encontram hierarquicamente abaixo delas.
O controle de constitucionalidade é um instrumento de tutela
1934 – Influenciada
e proteção do princípio da supremacia da Constituição, buscando
pela Constituição de Weimar
1937 – Imposta por manter a harmonia do ordenamento jurídico.
(Alemanha – 1919). Evidenciou
Getúlio Vargas Destaque-se que somente é possível falar que uma norma é
os direitos fundamentais de 2ª
constitucional ou não se ela foi editada e promulgada após a Cons-
geração
tituição Federal em vigor à época. Se uma norma tiver sido editada
1967 – Imposta após o 1946 – Redemocratização sob a égide de uma Constituição Federal já revogada e estiver em
Golpe Militar de 1964 do Brasil após a era Vargas consonância com o atual regramento constitucional, dizemos que
* EC nº1/1969 – Imposta ela foi recepcionada, sendo que continuará a viger.
1988 – Atual Carta Política De outro vértice, se aquela norma estiver em desacordo com
pela ditadura
a nova Constituição Federal dizemos que ela não foi recepcionada
pela nova ordem (sendo extirpada tacitamente do ordenamento ju-
rídico), sendo incorreto dizer que ela é inconstitucional.
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO Portanto, tecnicamente, o parâmetro para se afirmar se a nor-
ma infraconstitucional é ou não constitucional é a Constituição Fe-
deral vigente ao tempo em que aquela entrou em vigor. Ressalte-se,
A Constituição Federal é o instrumento normativo através do contudo, que não raras vezes doutrina e jurisprudência, afastando-
qual se disciplina a criação das denominadas regras essenciais do -se do termo técnico, acabam por utilizar as expressões em questão
Estado, organiza os entes estatais, bem como elenca o procedimen- de forma indiscriminada.
to legislativo27. Importante consignar que em virtude da globalização e das re-
Em virtude dessas características resta cristalina a posição hie- gras de Direito Internacional, surgiu o instituto denominado con-
rárquica preeminente das normas constitucionais → Princípio da trole de convencionalidade, que é a verificação de compatibilidade
Supremacia da Constituição Federal. entre a legislação nacional e as normas de proteção internacional
Destaque-se, contudo, que somente será possível se falar em (tratados e convenções internacionais) ratificadas pelo Governo
controle de constitucionalidade naqueles países que adotem, quan- brasileiro e em vigor no país.
to à estabilidade, uma constituição do tipo rígida. Isso porque, se as Continuando a análise do presente tópico, após o advento da
normas constitucionais forem flexíveis, não existirá procedimento EC n.º 45/04 e a inserção do § 3º ao art. 5º de nossa Constituição
diferenciado das demais espécies normativas, sendo que no caso Federal, a doutrina e jurisprudência passaram a conceber status di-
seria realizado, apenas e tão somente, um controle de legalidade ferenciado para os tratados e convenções internacionais que forem
das normas, levando-se em conta, especialmente, o critério da tem- integrados ao nosso ordenamento, a depender da matéria e forma
poralidade. de votação.
Segundo a clássica lição de Kelsen o ordenamento jurídico pode Em se tratando de tratados e convenções internacionais sobre
ser representado por uma pirâmide, sendo que no topo dela estão direitos humanos e que foram inseridos em nosso ordenamento
as normas constitucionais (Constituição Federal e demais normas observando-se as regras de votação atinentes às Emendas Consti-
materialmente constitucionais), as quais são consideradas normas tucionais (§ 3º do art. 5º, da CF), eles terão status de normas cons-
de validade dos demais atos normativos do sistema, que se encon- titucionais.
tram hierarquicamente abaixo daquelas. De outro vértice, se os tratados e convenções internacionais fo-
Para uma compreensão mais simples devemos analisar o orde- rem inseridos em nosso ordenamento pátrio segundo as regras de
namento jurídico brasileiro de cima para baixo, sendo que no topo votação comum, eles ganharão status de norma supralegal, encon-
da pirâmide encontram-se as normas constitucionais e todos os de- trando-se acima das leis ordinárias e complementares, mas abaixo
mais atos normativos hierarquicamente abaixo daquelas. Portanto, das normas de natureza constitucional.
somente podemos dizer que uma norma é constitucional se ela es-
tiver em harmonia com as normas constitucionais.
Atualmente há uma tendência de ampliar o conteúdo do parâ-
metro de constitucionalidade, com aquilo que a doutrina vem cha-
mando de bloco de constitucionalidade (ou paradigma de controle).
27 https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/8713b4e-
79cb9270ecc075bfab3b84b2a.pdf
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Recurso Extraordinário
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Se o RE é anterior à exigência da repercussão geral, os efeitos
da decisão proferida nesta ação seguirão a regra geral, vale dizer,
É a atividade de fiscalização da validade e conformidade das serão inter parte e ex tunc.
leis e atos do Poder Público à vista de uma Constituição rígida, No entanto, ainda haverá a possibilidade da extensão dos efei-
desenvolvida por um ou vários órgãos constitucionalmente tos da decisão a terceiros não integrantes da relação jurídico-pro-
designados. É, em síntese, um conjunto de atos tendentes a garantir cessual primitiva, por meio da suspensão da execução da lei pelo
a supremacia formal da Constituição. Senado Federal, nos termos do Artigo 52, X, da CF.
De outra banda, se o julgamento do RE obedece à sistemática
Controle Preventivo: Comissões de Constituição e Justiça e trazida pelo regime da repercussão geral, a decisão passa a produzir
Veto Jurídico eficácia erga omnes (alcançando todos que se encontram na mes-
ma situação jurídica).
– Momento do Controle de Constitucionalidade Como a Constituição Federal (Artigo 102, § 3º) passa a exigir
Quanto ao momento, o controle de constitucionalidade pode do recorrente a demonstração da repercussão geral das questões
ser preventivo (a priori) ou repressivo (a posteriori). constitucionais discutidas, vale dizer, que o interesse da demanda
No Controle Preventivo, fiscaliza-se a validade do projeto de transcenda os meros interesses particulares, nada mais razoável
lei com o fim de se evitar que seja inserida no ordenamento jurídi- que a questão constitucional guerreada, alcance efeitos extra par-
co uma norma incompatível com a Constituição. Pode ser realizado tes.
por todos os Poderes da República. Nesse contexto, as razões de decidir do STF que levaram à
declaração de inconstitucionalidade da lei transcendem às partes
Controle Repressivo do Poder Legislativo envolvidas para assumir uma eficácia generalizada – erga omnes,
No caso do Controle Repressivo, fiscaliza-se a validade de uma independentemente de Resolução do Senado.
norma já inserida no ordenamento jurídico. É o que se denomina transcendência dos motivos determinan-
Procura-se expurgar do Direito Posto norma que contraria for- tes da decisão no controle difuso de constitucionalidade.
mal e/ou materialmente o texto constitucional, seu fundamento de
validade. Súmula Vinculante
Pode, também, ser realizado pelos três Poderes da República, As decisões proferidas pelo STF no controle difuso de consti-
bem assim pelo Tribunal de Contas da União. tucionalidade não são dotadas de força vinculante em relação ao
Poder Judiciário, tampouco perante a Administração Pública.
Controle Repressivo do Poder Judiciário: o Controle Difuso ou No intuito de conferir autoridade às decisões relevantes do
Aberto Pretório Excelso, a Emenda Constitucional nº 45/2004 criou a figura
A legitimação ativa no controle difuso é ampla, uma vez que da Súmula Vinculante, nos termos do Artigo 103-A, da CF:
qualquer das partes (autor e réu) poderá levantar a questão consti- Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por
tucional, bem assim o membro do Ministério Público que oficie no provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros,
feito ou, ainda, o próprio magistrado de ofício. após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar sú-
mula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito
– Competência do Controle Difuso vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à ad-
No âmbito do controle difuso, qualquer juiz ou tribunal do País ministração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
dispõe de competência para declarar a inconstitucionalidade das municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na
leis e dos atos normativos. forma estabelecida em lei.
No entanto, quando o processo chega às instâncias superio- § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação
res, um órgão fracionário do tribunal não possui esta competência e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja
(princípio da reserva de plenário, prescrito no Artigo 97, da CF). controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e
Repercussão Geral relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei,
– Efeitos da Decisão a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser
A princípio, pode-se afirmar que os efeitos da decisão em con- provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
trole difuso de constitucionalidade realizado por juízes monocráti- inconstitucionalidade.
cos e tribunais, inclusive o próprio STF, são inter partes (alcançando § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a
apenas o autor e o réu), e ex tunc (não retroativos). súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação
Contudo, em se tratando especificamente de julgamento de ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará
recurso extraordinário (RE) pelo STF, deve-se observar qual o re- o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e
gime a que se submete, se anterior ou posterior ao requisito da determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
repercussão geral da matéria constitucional guerreada (Artigo 102, súmula, conforme o caso.
§ 3º, da CF).
196
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Requisitos para aprovação de uma Súmula Vinculante Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC
Quórum de 2/3 dos membros do STF (mínimo de oito minis- A Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC foi criada
tros); pela Emenda Constitucional nº 3/1993, no intuito de se outorgar
Reiteradas decisões sobre matéria constitucional; a certos legitimados (Artigo 103, I a IX, da CF), o poder de requerer
Controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a ao STF o reconhecimento da constitucionalidade de uma norma
Administração Pública que acarrete grave insegurança jurídica e re- federal, para encerrar, definitivamente, relevante controvérsia ju-
levante multiplicação de processos sobre questão idêntica. dicial sobre sua validade, haja vista que a decisão do STF nessa ação
produzirá eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação aos
Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica - ADI ou ADIN demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta
A Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica – ADI, ou, tão e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
somente, Ação Direta de Inconstitucionalidade, tem por fim retirar – Legitimação Ativa
do ordenamento jurídico uma lei ou ato normativo federal ou esta- Podem propor ADC os mesmos legitimados da ADI (Artigo 103,
dual que desrespeita a Constituição Federal. I ao IX, da CF).
197
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) arguição incidental (que pressupõe a existência de uma 102, I, “l” , da CF (competência originária do STF), desde que o ato
ação original). judicial que se alega tenha desrespeitado a decisão do STF não te-
nha sido transitado em julgado
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO Para se ter um exemplo da amplitude da perspectiva do insti-
A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO é tuto da reclamação, havendo efeito vinculante perante até mesmo
medida que tem por fim tornar efetivas, certas normas constitu- a Administração Pública, temos sustentado a possibilidade de ajui-
cionais, por meio do reconhecimento da inconstitucionalidade da zamento de Reclamação em face de ato de Prefeito que contraria
omissão do legislador infraconstitucional quanto ao seu dever de decisão proferida pelo STF com caráter vinculante.
regulamentar dispositivos constitucionais (Artigo 103, § 2º, da CF). Nessa linha de ampliação do instituto da reclamação, destaca-
mos o Artigo 103-A, § 3º, da CF (já disposto aqui anteriormente).
Nessas circunstâncias, um dos legitimados (Artigo 103, I ao IX, – Natureza Jurídica do Instituto da Reclamação
da CF) poderá propor ADO perante o STF, para que reconheça a in- Trata-se a reclamação de verdadeiro exercício constitucional
constitucionalidade da mora do órgão encarregado de regulamen- de direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou
tar determinadas normas constitucionais. contra a ilegalidade ou abuso de poder (Artigo 5º, XXXIV, a, da CF).
A hipótese mais comum de inconstitucionalidade por omissão Assim, a reclamação nada mais é do que um instrumento de
é a da não edição de ato legislativo necessário à plena eficácia da caráter mandamental e natureza constitucional.
norma constitucional. Nada obsta, contudo, a possibilidade da pró-
pria Constituição exigir direta e imediatamente a tomada de medi-
das administrativas concretas necessárias à sua inteira efetividade,
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.
exigíveis independentemente da edição de leis, o que não impede
a impetração da aludida ação em face da ausência do ato adminis- Os direitos individuais estão elencados no caput do Artigo 5º
trativo regulamentador. da CF. São eles:
198
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Direito à Privacidade te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero, determinação judicial;
do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima- XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura- telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-
-se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
de sua violação. estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces-
sual penal;
Direito à Honra XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti- atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado
tal motivo, são previstos no Código Penal. o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
Direito de Propriedade podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
É assegurado o direito de propriedade, contudo, com cer ou dele sair com seus bens;
restrições, como por exemplo, de que se atenda à função social da XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
propriedade. Também se enquadram como espécies de restrição do cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
e o usucapião. mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu- petente;
ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
intelectual) e os direitos reativos à herança. a de caráter paramilitar;
Destes direitos, emanam todos os incisos do Art. 5º, da CF/88, XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
conforme veremos abaixo: rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
estatal em seu funcionamento;
TÍTULO II XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
CAPÍTULO I XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS necer associado;
XXI- as entidades associativas, quando expressamente autori-
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de zadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros extrajudicialmente;
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à XXII- é garantido o direito de propriedade;
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIII- a propriedade atenderá a sua função social;
I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
termos desta Constituição; por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
coisa senão em virtude de lei; previstos nesta Constituição;
III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desu- XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade compe-
mano ou degradante; tente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- prietário indenização ulterior, se houver dano;
nimato; XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
além da indenização por dano material, moral ou à imagem; pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo as- pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
segurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência ros pelo tempo que a lei fixar;
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; XXVIII- são assegurados, nos termos da lei:
VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli- a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
giosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir desportivas;
prestação alternativa, fixada em lei; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí- obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima- XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi-
gem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano ma- légio temporário para sua utilização, bem como às criações indus-
terial ou moral decorrente de sua violação; triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi-
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran- mento tecnológico e econômico do País;
199
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
200
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: titucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais
a) partido político com representação no Congresso Nacional; fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações so-
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- ciais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em igualdade. Estão previstos na CF nos artigos 6 a 11. Vejamos:
defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta CAPÍTULO II
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e DOS DIREITOS SOCIAIS
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-
lidade, à soberania e à cidadania; Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,
LXXII- conceder-se-á habeas data: o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ-
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada
de entidades governamentais ou de caráter público; pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilida-
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; de social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo
LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação poder público em programa permanente de transferência de renda,
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, ob-
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, servada a legislação fiscal e orçamentária. (Incluído pela Emenda
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o Constitucional nº 114, de 2021)
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
da sucumbência; outros que visem à melhoria de sua condição social:
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
aos que comprovarem insuficiência de recursos; ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- indenização compensatória, dentre outros direitos;
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- III - fundo de garantia do tempo de serviço;
ma da lei: IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
a) o registro civil de nascimento; capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
b) a certidão de óbito. mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
e, na forma da lei, os atos necessário ao exercício da cidadania; que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- para qualquer fim;
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
celeridade de sua tramitação. trabalho;
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda ou acordo coletivo;
Constitucional nº 115, de 2022) VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais percebem remuneração variável;
têm aplicação imediata. VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ou no valor da aposentadoria;
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
Federativa do Brasil seja parte. retenção dolosa;
§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos sa, conforme definido em lei;
§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. dor de baixa renda nos termos da lei;
O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico brasileiro às XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas di-
leis ordinárias. Em que pese tenha adquirido este caráter, o men- árias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
cionado tratado diz respeito a direitos humanos, porém não possui horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
característica de emenda constitucional, pois entrou em vigor em coletiva de trabalho;
nosso ordenamento jurídico antes da edição da Emenda Constitu- XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
cional nº 45/04. Para que tal tratado seja equiparado às emendas ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
constitucionais deverá passar pelo mesmo rito de aprovação destas
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
DIREITOS SOCIAIS mingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni-
Os direitos sociais são prestações positivas proporcionadas mo, em cinquenta por cento à do normal;
pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas cons- XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
201
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
terço a mais do que o salário normal; vos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, administrativas;
com a duração de cento e vinte dias; IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratan-
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; do de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in- do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in-
centivos específicos, nos termos da lei; dependentemente da contribuição prevista em lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; sindicato;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de nor- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
mas de saúde, higiene e segurança; coletivas de trabalho;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
insalubres ou perigosas, na forma da lei; organizações sindicais;
XXIV - aposentadoria; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par-
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas- tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação
cimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
trabalho; Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga-
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre- as condições que a lei estabelecer.
gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos traba-
incorrer em dolo ou culpa; lhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os inte-
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de resses que devam por meio dele defender.
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha- § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá
dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
contrato de trabalho; § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas
a) (Revogada). da lei.
b) (Revogada). Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em-
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte-
e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
civil; deliberação.
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é as-
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; segurada a eleição de um representante destes com a finalidade
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre-
intelectual ou entre os profissionais respectivos; gadores.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis Os direitos sociais regem-se pelos princípios abaixo:
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; – Princípio da proibição do retrocesso: qualifica-se pela impos-
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo sibilidade de redução do grau de concretização dos direitos sociais
empregatício permanente e o trabalhador avulso. já implementados pelo Estado. Ou seja, uma vez alcançado deter-
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado- minado grau de concretização de um direito social, fica o legislador
res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, proibido de suprimir ou reduzir essa concretização sem que haja
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, a criação de mecanismos equivalentes chamados de medias com-
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplifi- pensatórias.
cação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e aces- – Princípio da reserva do possível: a implementação dos di-
sórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os reitos e garantias fundamentais de segunda geração esbarram no
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua óbice do financeiramente possível.
integração à previdência social. – Princípio do mínimo existencial: é um conjunto de bens e
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado direitos vitais básicos indispensáveis a uma vida humana digna,
o seguinte: intrinsecamente ligado ao fundamento da dignidade da pessoa
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a funda- humana previsto no Artigo 1º, III, CF. A efetivação do mínimo
ção de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, veda- existencial não se sujeita à reserva do possível, pois tais direitos se
das ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização encontram na estrutura dos serviços púbicos essenciais.
sindical;
Os direitos sociais são divididos em:
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical,
em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou eco- Direitos relativos aos trabalhadores
nômica, na mesma base territorial, que será definida pelos traba- Direitos relativos ao salário, às condições de trabalho, à liber-
lhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à dade de instituição sindical, o direito de greve, entre outros (CF, ar-
área de um Município; tigos 7º a 11).
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coleti-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
nº 111, de 2021)
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou Inelegibilidades
suspensão só se dará nos casos de: A inelegibilidade afasta a capacidade eleitoral passiva (direito
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em de ser votado), constituindo-se impedimento à candidatura a man-
julgado; datos eletivos nos Poderes Executivo e Legislativo.
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du- – Inelegibilidade Absoluta
rarem seus efeitos; Com previsão legal no Artigo 14, §4º da CF, a inelegibilidade ab-
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação soluta impede que o cidadão concorra a qualquer mandato eletivo
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; e, em virtude de natureza excepcional, somente pode ser estabele-
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. cida na Constituição Federal.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor Refere-se aos Inalistáveis e aos Analfabetos.
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra
até um ano da data de sua vigência. – Inelegibilidade Relativa
Consiste em restrições que recaem à candidatura a determi-
De acordo com José Afonso da Silva, os direitos políticos, rela- nados cargos eletivos, em virtude de situações próprias em que se
cionados à primeira geração dos direitos e garantias fundamentais, encontra o cidadão no momento do pleito eleitoral. São elas:
consistem no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo – Vedação ao terceiro mandato sucessivo para os Chefes do Po-
de participação no processo político e nos órgãos governamentais. der Executivo (Artigo 14, §5º, CF);
São instrumentos previstos na Constituição e em normas infra- – Desincompatibilização para concorrer a outros cargos, aplica-
constitucionais que permitem o exercício concreto da participação da apenas aos Chefes do Poder Executivo (Artigo 14, §6º, CF);
do povo nos negócios políticos do Estado. – Inelegibilidade reflexa, ou seja, inelegibilidade relativa por mo-
tivos de casamento, parentesco ou afinidade, uma vez que não incide
Capacidade Eleitoral Ativa sobre o mandatário, mas sim perante terceiros (Artigo 14, §7º, CF).
Segundo o Artigo 14, §1º da CF, a capacidade eleitoral ativa é
o direito de votar nas eleições, nos plebiscitos ou nos referendos, Condição de Militar
cuja aquisição se dá com o alistamento eleitoral, que atribui ao na- O militar alistável é elegível, desde que atenda as exigências
cional a condição de cidadão (aptidão para o exercício de direitos previstas no §8º do Artigo 14, da CF, a saber:
políticos). I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
da atividade;
Alistamento Eleitoral e Voto II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
Obriga- Faculta- da diplomação, para a inatividade.
Inalistável – Artigo 14, §2º
tório tivo Observa-se que a norma restringe a elegibilidade aos militares
Maio- alistáveis, logo, os conscritos, que são inalistáveis, são inelegíveis. O
Estrangeiros (com exceção quadro abaixo serve como exemplo:
res de 16 e
aos portugueses equiparados,
Maio- menores de
constantes no Artigo 12, §1º da
res de 18 e 18 anos Militares – Exceto os Conscritos
CF)
menores de Maiores
Conscritos (aqueles con- Registro da candidatura →
70 anos de 70 anos Menos de 10 anos
vocados para o serviço militar Inatividade
Analfa-
obrigatório)
betos Registro da candidatura →
Agregado
Mais de 10 anos
– Características do Voto Na diplomação → Inativi-
O voto no Brasil é direito (como regra), secreto, universal, com dade
valor igual para todos, periódico, personalíssimo, obrigatório e livre.
Privação dos Direitos Políticos
Capacidade Eleitoral Passiva De acordo com o Artigo 15 da CF, o cidadão pode ser privado
Também chamada de Elegibilidade, a capacidade eleitoral pas- dos seus direitos políticos por prazo indeterminado (perda), sendo
siva diz respeito ao direito de ser votado, ou seja, de eleger-se para que, neste caso, o restabelecimento dos direitos políticos depende-
cargos políticos. Tem previsão legal no Artigo 14, §3º da CF. rá do exercício de ato de vontade do indivíduo, de um novo alista-
O quadro abaixo facilita a memorização da diferença entre as mento eleitoral.
duas espécies de capacidade eleitoral. Vejamos: Da mesma forma, a privação dos direitos políticos pode se dar
por prazo determinado (suspensão), em que o restabelecimento se
Capacidade Eleitoral Capacidade Eleitoral dará automaticamente, ou seja, independentemente de manifesta-
Ativa Passiva ção do suspenso, desde que ultrapassado as razões da suspensão.
Vejamos:
Alistabilidade Elegibilidade
Direito de votar Direito de ser votado
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
sibilidade de implementar uma gestão particularizada, mas sempre Organização do Estado – União
respeitando os limites impostos pelos princípios e regras do Estado A União é a pessoa jurídica de Direito Público interno, parte
federal. Daí, têm-se os seguintes elementos: integrante da Federação brasileira dotada de autonomia. Possui ca-
– Auto-organização: permite aos Estados-membros criarem as pacidade de auto-organização (Constituição Federal), autogoverno,
Constituições Estaduais (Artigo 25 da CF) e aos Municípios firmarem auto legislação (Artigo 22 da CF) e autoadministração (Artigo 20 da
suas Leis Orgânicas (Artigo 29 da CF); CF).
– Auto legislação: os entes da federação podem estabelecer A União tem previsão legal na CF, dos Artigos 20 a 24. Vejamos:
normas gerais e abstratas próprias, a exemplos das leis estaduais e
municipais (Artigos 22 e 24 da CF); CAPÍTULO II
– Auto governo: os Estados membros terão seus Governadores DA UNIÃO
e Deputados estaduais, enquanto os Municípios possuirão Prefeitos
e Vereadores, nos termos dos Artigos 27 a 29 da CF; Art. 20. São bens da União:
– Auto administração: os membros da federação podem pres- I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
tar e manter serviços próprios, atendendo às competências admi- atribuídos;
nistrativas da CF, notadamente de seu Artigo 23. II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
das fortificações e construções militares, das vias federais de comu-
– Vedação aos Entes Federados nicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
Consoante ao Artigo 19 da CF, destaca-se que a autonomia dos III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de
entes da federação não é limitada, e sofre as seguintes vedações: seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
aos Municípios: provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, em- IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre- países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluí-
sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma das, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas
da lei, a colaboração de interesse público; áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e
II - recusar fé aos documentos públicos; as referidas no art. 26, II;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
econômica exclusiva;
Repartição de Competências Constitucionais VI - o mar territorial;
A Repartição de competências é a técnica de distribuição de VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
competências administrativas, legislativas e tributárias aos entes VIII - os potenciais de energia hidráulica;
federativos para que não haja conflitos de atribuições dentro do IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
território nacional. X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos
Competência é a capacidade para emitir decisões dentro de um e pré-históricos;
campo específico. XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
A Constituição trabalha com três naturezas de competência, a § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao
administrativa, legislativa e a tributária. Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para
– Competência administrativa ou material: refere-se à execu- fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais
ção de alguma atividade estatal, ou seja, é a capacidade para atuar no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
concretamente sobre a matéria; zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa
– Competência legislativa: atribui iniciativa para legislar sobre exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de
determinada matéria, ou seja, é a capacidade para estabelecer nor- 2019)
mas gerais e abstratas sobre determinado campo; § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao
– Competência tributária: refere-se ao poder de instituir tri- longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira,
butos. é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua
ocupação e utilização serão reguladas em lei.
– Técnica da Repartição de Competência Art. 21. Compete à União:
Trata-se da predominância do interesse, segundo a qual, à I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
União caberão as matérias de interesse nacional (Artigos 21 e 22 da organizações internacionais;
CF), aos Estados-membros, o interesse regional, e aos municípios, II - declarar a guerra e celebrar a paz;
as questões de predominante interesse local (Artigo 30 da CF). III - assegurar a defesa nacional;
Para tanto, a Constituição enumerou expressamente as com- IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que for-
petências da União e dos municípios, resguardando aos Estados- ças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele perma-
-membros a chamada competência residual, remanescente, não neçam temporariamente;
enumerada ou não expressa (Artigo 25, §1º da CF). V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven-
Acresça-se que, para o Distrito Federal, a Constituição atribuiu ção federal;
as competências previstas para os estados e os municípios, denomi- VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
nada de competência cumulativa (Artigo 32, § 1º da CF). bélico;
VII - emitir moeda;
207
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; Constitucional nº 85, de 2015)
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa maríti- X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas
ma, defesa civil e mobilização nacional; causas;
XXIX - propaganda comercial. XI - procedimentos em matéria processual;
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
Emenda Constitucional nº 115, de 2022) XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta- XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas deficiência;
neste artigo. XV - proteção à infância e à juventude;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distri- XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias ci-
to Federal e dos Municípios: vis.
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
democráticas e conservar o patrimônio público; União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874,
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan- de 2019)
tia das pessoas portadoras de deficiência; § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais 13.874, de 2019)
notáveis e os sítios arqueológicos; § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cul- peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
tural; § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual- Organização do Estado – Estados
quer de suas formas; Os Estados-membros são pessoas jurídicas de Direito Público
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; interno, dotados de autonomia, em razão da capacidade de auto-
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste- -organização (Artigo 25 da CF), autoadministração (Artigo 26 da CF),
cimento alimentar; autogoverno (Artigos 27 e 28 da CF) e auto legislação (Artigo 25 e
IX - promover programas de construção de moradias e a melho- parágrafos da CF).
ria das condições habitacionais e de saneamento básico; Os dispositivos constitucionais referentes ao tema vão dos Ar-
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali- tigos 25 a 28:
zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos CAPÍTULO III
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus DOS ESTADOS FEDERADOS
territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu- Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
rança do trânsito. ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui-
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a ção.
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Muni- § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
cípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-es- sejam vedadas por esta Constituição.
tar em âmbito nacional. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le- concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei,
gislar concorrentemente sobre: vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur- § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
II - orçamento; constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
III - juntas comerciais; integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
IV - custas dos serviços forenses; públicas de interesse comum.
V - produção e consumo; Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de- I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorren-
controle da poluição; tes de obras da União;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís- II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no
tico e paisagístico; seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu- ou terceiros;
midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
e paisagístico; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor-
pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
209
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do
tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. ano subsequente ao da eleição;
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observa-
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema do o limite máximo de:
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. mil) habitantes;
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000
de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;
setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000
Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
§ 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;
regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000
secretaria, e prover os respectivos cargos. (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habi-
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo tantes;
legislativo estadual. f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Es- (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil)
tado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro habitantes;
domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do tér- 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezen-
mino do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de tos mil) habitantes;
janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti- 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e
tucional nº 111, de 2021) cinquenta mil) habitantes;
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000
a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no (seiscentos mil) habitantes;
art. 38, I, IV e V. j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos
dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da cinquenta mil) habitantes;
Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000
(novecentos mil) habitantes;
Organização do Estado – Municípios l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
Sobre os Municípios, prevalece o entendimento de que são en- 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão
tes federativos, uma vez que os artigos 1º e 18 da CF, são expressos e cinquenta mil) habitantes;
ao elencar a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
como integrantes da Federação brasileira. 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000
Como pessoa política também dotada de autonomia, possuem (um milhão e duzentos mil) habitantes;
auto-organização (Artigo 29 da CF), auto legislação (Artigo 30 da n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
CF), autogoverno (Incisos do Artigo 29 da CF) e autoadministração 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000
(Artigo 30 da CF). (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
A previsão legal sobre os Municípios está prevista na CF, dos o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
Artigos 29 a 31. Vejamos: (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
CAPÍTULO IV p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
DOS MUNICÍPIOS de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, aten- 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
didos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo reali- s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
zado em todo o País; 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro milhões) de habitantes;
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Mu- 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco
nicípios com mais de duzentos mil eleitores; milhões) de habitantes;
210
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exer-
de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis cício anterior:
milhões) de habitantes; I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 100.000 (cem mil) habitantes;
6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi- II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre
lhões) de habitantes; 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre
de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
milhões) de habitantes; e IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Mu- V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre
nicipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habi-
o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; tantes;
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câ- VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Muni-
maras Municipais em cada legislatura para a subsequente, obser- cípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) ha-
vado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabe- bitantes.
lecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: § 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com
dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos De- o subsídio de seus Vereadores.
putados Estaduais; § 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
do subsídio dos Deputados Estaduais; III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Or-
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, çamentária.
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por § 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, Art. 30. Compete aos Municípios:
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por I - legislar sobre assuntos de interesse local;
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habi- III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o sub- IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
sídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por estadual;
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
do Município; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-
e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; tal;
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo-
Estado para os membros da Assembleia Legislativa; rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; da ocupação do solo urbano;
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câ- IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
mara Municipal; observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
XII - cooperação das associações representativas no planeja- Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
mento municipal; Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com
pelo menos, cinco por cento do eleitorado; o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, pa- dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
rágrafo único. § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com ina- prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
tivos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao Municipal.
somatório da receita tributária e das transferências previstas no § § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
211
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência
e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos deliberativa.
termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Intervenção Federal e Estadual
Contas Municipais. É uma excepcional possibilidade de supressão temporária da
autonomia política de um ente federativo. Suas hipóteses integram
Organização do Estado - Distrito Federal e Territórios um rol taxativo previsto na Constituição Federal.
212
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - (Revogado).
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o
interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo
prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa,
o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
PODER LEGISLATIVO.
Poder Legislativo
União Congresso Nacional (Artigo 44 e seguintes da CF)
Estados-Membros Assembleias Legislativas (Artigo 27 da CF)
Distrito Federal Câmara Legislativa (Artigo 32, § 3º, da CF)
Municípios Câmaras Municipais (Artigo 29 da CF)
213
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
214
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Públi- Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qual-
co e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização quer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidên-
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e cia da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre
funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; assunto previamente determinado, importando crime de responsa-
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administra- bilidade a ausência sem justificação adequada.
ção pública; § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado
XII - telecomunicações e radiodifusão; Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões,
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições fi- por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva,
nanceiras e suas operações; para expor assunto de relevância de seu Ministério.
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mo- § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
biliária federal. poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Fe- de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste
deral, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o
153, § 2º, I. não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: de informações falsas.
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos in-
ternacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao SEÇÃO III
patrimônio nacional; DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a ce-
lebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo terri- Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
tório nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de
os casos previstos em lei complementar; processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a Ministros de Estado;
se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; II - proceder à tomada de contas do Presidente da República,
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autori- quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessen-
zar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; ta dias após a abertura da sessão legislativa;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem III - elaborar seu regimento interno;
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede; IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria-
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Se- ção, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de
nadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
153, III, e 153, § 2º, I; ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da orçamentárias;
República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; art. 89, VII.
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de SEÇÃO IV
governo; DO SENADO FEDERAL
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
indireta; I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Re-
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em pública nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de
face da atribuição normativa dos outros Poderes; Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
emissoras de rádio e televisão; II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal,
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacio-
da União; nal do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Ad-
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativi- vogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
dades nucleares; III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pú-
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; blica, a escolha de:
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aprovei- a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
tamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas mi- b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre-
nerais; sidente da República;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras c) Governador de Território;
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. d) Presidente e diretores do banco central;
XVIII - decretar o estado de calamidade pública de âmbito na- e) Procurador-Geral da República;
cional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de
2021)
215
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em – Imunidade Material: afasta a possibilidade de responsabili-
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca- zação civil e penal do congressista por suas manifestações, desde
ráter permanente; que emanadas no desempenho da atividade congressual (Artigo 53,
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de in- caput, da CF).
teresse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e – Imunidade Formal: são garantias atribuídas aos parlamenta-
dos Municípios; res com relação ao trâmite dos processos-crimes em que figuram
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites glo- como réus e prisões contra si decretadas, a partir de sua diploma-
bais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, ção (Artigo 53, §§ 1º ao 5º, da CF).
do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações Vejamos os dispositivos constitucionais correspondentes:
de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades contro- SEÇÃO V
ladas pelo Poder Público federal; DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de ga-
rantia da União em operações de crédito externo e interno; Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penal-
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma,
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exone- Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
ração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte
de seu mandato; e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de
XII - elaborar seu regimento interno; seus membros, resolva sobre a prisão.
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará
de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva re- ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
muneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de dire- representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até
trizes orçamentárias; a decisão final, sustar o andamento da ação.
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva
art. 89, VII. no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento
pela Mesa Diretora.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tribu- § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto
tário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desem- durar o mandato.
penho das administrações tributárias da União, dos Estados e do § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
Distrito Federal e dos Municípios. testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcio- do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram
nará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se ou deles receberam informações.
a condenação, que somente será proferida por dois terços dos vo- § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e
tos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra,
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
sanções judiciais cabíveis. § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão
durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
Vedações, Garantias e Imunidades Parlamentares voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de
atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
– Vedações incompatíveis com a execução da medida.
Aos parlamentares federais, é vedado o exercício de algumas Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
atividades, em decorrência das relevantes atribuições constitucio- I - desde a expedição do diploma:
nais que possuem, à luz do que dispõe o Artigo 54 da CF. a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú-
blico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
– Garantias empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato
Artigo 53, § 6º da CF → Isenção do dever de testemunhar: é o obedecer a cláusulas uniformes;
chamado sigilo da fonte; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
Artigo 53, § 7º da CF → Incorporação às Forças Armadas; inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades
Artigo 53, § 8º da CF → Estado de sítio: limitação de sua sus- constantes da alínea anterior;
pensão pela Constituição. II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que
– Imunidades goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito
Imunidades são prerrogativas outorgadas pela Constituição aos público, ou nela exercer função remunerada;
ocupantes de mandatos eletivos com a finalidade de assegurar-lhes b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu-
proteção no exercício de suas atribuições constitucionais. tum”, nas entidades referidas no inciso I, “a”;
216
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti- que resultar sua criação (Artigo 58, caput, da CF).
dades a que se refere o inciso I, “a”; Por seu turno, as Mesas são órgãos de direção superior da Câ-
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele- mara dos Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional,
tivo. cuja composição possui mandato de dois anos, sendo vedada a ree-
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: leição para o mesmo cargo (Artigo 57, § 4º, da CF).
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo
anterior; – Comissão Parlamentar de Inquérito
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro Tem como fundamento a função típica fiscalizatória do Poder
parlamentar; Legislativo e é uma consequência direta e imediata da adoção do
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à sistema de freios e contrapesos previsto na Constituição.
terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo São criadas com a finalidade de apurar fato determinado rele-
licença ou missão por esta autorizada; vante para a sociedade e a sua previsão constitucional encontra-se
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; no Artigo 58, § 3º, da CF.
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos Vamos aos dispositivos constitucionais correspondentes:
nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em SEÇÃO VI
julgado. DAS REUNIÕES
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos
casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Ca-
asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de pital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22
vantagens indevidas. de dezembro.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas
decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados,
maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de domingos ou feriados.
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação
ampla defesa. do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político conjunta para:
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. I - inaugurar a sessão legislativa;
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços
ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá comuns às duas Casas;
seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente
§§ 2º e 3º. da República;
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Ter- § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias,
ritório, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para
Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária; a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo
para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, cargo na eleição imediatamente subsequente.
neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por ses- § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
são legislativa. Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
a cento e vinte dias. § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição se-á:
para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação
do mandato. de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autori-
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá zação para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e
optar pela remuneração do mandato. a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara
Comissões Parlamentares e Comissões Parlamentares de In- dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria
quérito (CPIs) dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse
público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a apro-
– Comissões e Mesas vação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
A Constituição Federal faculta ao Congresso Nacional e suas Nacional.
Casas Legislativas (Câmara e Senado) a criação de Comissões per- § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional
manentes e temporárias, que deverão ser constituídas na forma e somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado,
com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de
217
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
parcela indenizatória, em razão da convocação. A CF/88 consagra, dessa forma, um sistema harmônico, inte-
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de grado e sistêmico de perfeita convivência entre os controles inter-
convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas nos de cada poder e o controle externo exercido pelo Legislativo,
automaticamente incluídas na pauta da convocação. com o auxílio do Tribunal de Contas (Artigo 74, IV, da CF).
Esse sistema de atuação conjunta é reforçado pela regra conti-
SEÇÃO VII da no Artigo 74, § 1º, da CF, na medida em que os responsáveis pelo
DAS COMISSÕES controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregula-
ridade ou ilegalidade, dela deverão dar ciência ao TCU, sob pena de
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões responsabilidade solidária.
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atri- Portanto, o controle externo será realizado pelo Congresso
buições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar Nacional, auxiliado pelo Tribunal de Contas, cuja competência está
sua criação. expressa no Artigo 71 da CF.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é Dentre as várias competências atribuídas ao Tribunal de Con-
assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional tas, encontra-se a de auxiliar o Legislativo (Congresso Nacional), no
dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da controle externo das contas do Executivo.
respectiva Casa. O Tribunal de Contas decide administrativamente, não produ-
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, zindo nenhum ato marcado pela definitividade, ou fixação do direi-
cabe: to no caso concreto, no sentido de afastamento da pretensão resis-
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do re- tida. Portanto, o Tribunal de Contas não integra o Poder Judiciário.
gimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um O Tribunal de Contas, apesar de ser autônomo, não tendo qual-
décimo dos membros da Casa; quer vínculo de subordinação ao Legislativo, é auxiliar deste. A fis-
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci- calização em si é realizada pelo Legislativo. O Tribunal de Contas,
vil; como órgão auxiliar, apenas emite pareces técnicos.
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações so-
bre assuntos inerentes a suas atribuições; Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) e Tribunais e Conse-
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas lhos de Contas dos Municípios
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou en- No que couber, as regras estabelecidas para o Tribunal de
tidades públicas; Contas da União (TCU) deverão ser observadas pelos Tribunais de
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Artigo 75,
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e caput, da CF).
setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão Segue abaixo os Artigos pertinentes da CF:
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além
de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão SEÇÃO IX
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope-
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas racional e patrimonial da União e das entidades da administração
ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
criminal dos infratores. aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão controle interno de cada Poder.
ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurí-
regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, dica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
a proporcionalidade da representação partidária. administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
Tribunal de Contas da União (TCU) e Fiscalização Contábil, Fi- pecuniária.
nanceira e Orçamentária da União Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
Conforme já visto neste, além da função típica de legislar, ao será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
Poder Legislativo também foi atribuída função fiscalizatória. compete:
Sabe-se que, de modo geral, todo poder deverá manter, de for- I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
ma integrada, sistema de controle interno fiscalizatório, conforme República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
estabelece o Artigo 74, caput, da CF. sessenta dias a contar de seu recebimento;
Em relação ao Legislativo, além do controle interno (inerente II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
a todo poder), também realiza controle externo, através da fiscali- por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in-
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
da União e das entidades da administração direta (pertencentes ao pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
Executivo, Legislativo e Judiciário) e indireta, levando-se em consi- a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
deração a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das erário público;
subvenções e renúncia de receitas (Artigo 70, caput, da CF).
218
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Mi-
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e nistros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber,
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em as atribuições previstas no art. 96.
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
fundamento legal do ato concessório; I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, idade;
do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções II - idoneidade moral e reputação ilibada;
e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, ope- III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e
racional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes financeiros ou de administração pública;
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ati-
inciso II; vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados no in-
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais ciso anterior.
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
nos termos do tratado constitutivo; escolhidos:
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacio- tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e mere-
nal, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas cimento;
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, II - dois terços pelo Congresso Nacional.
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspe- § 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as
ções realizadas; mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des- vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-
pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que se lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano do art. 40.
causado ao erário; § 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro- mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício
vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional
ilegalidade; Federal.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, co- de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade
municando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; de:
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria-
abusos apurados. nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado União;
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
ao Poder Executivo as medidas cabíveis. eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimo-
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo nial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
anterior, o Tribunal decidirá a respeito. III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan-
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito tias, bem como dos direitos e haveres da União;
ou multa terão eficácia de título executivo. IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti-
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral tucional.
e anualmente, relatório de suas atividades. § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não responsabilidade solidária.
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsá- § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
vel que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessá- é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
rios. ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no
insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais
conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, e Conselhos de Contas dos Municípios.
se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os
à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Con-
selheiros.
219
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SEÇÃO I SEÇÃO II
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Repú- Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
blica, auxiliado pelos Ministros de Estado. I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da Repú- II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção
blica realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de ou- superior da administração federal;
tubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em se- III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos
gundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato nesta Constituição;
presidencial vigente. IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice- expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
Presidente com ele registrado. V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, VI – dispor, mediante decreto, sobre:
registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, a) organização e funcionamento da administração federal,
não computados os em branco e os nulos. quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na de órgãos públicos;
primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus
votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos representantes diplomáticos;
votos válidos. VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujei-
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, tos a referendo do Congresso Nacional;
desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
dentre os remanescentes, o de maior votação. X - decretar e executar a intervenção federal;
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Na-
em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, cional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a si-
qualificar-se-á o mais idoso. tuação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se ne-
posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso cessário, dos órgãos instituídos em lei;
de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, pro- XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear
mover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integri- os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promo-
dade e a independência do Brasil. ver seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para privativos;
a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Minis-
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. tros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Go-
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e su- vernadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o pre-
ceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. sidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de ou- determinado em lei;
tras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, au- XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do
xiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões Tribunal de Contas da União;
especiais. XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Consti-
tuição, e o Advogado-Geral da União;
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Pre- XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos
220
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente Imunidade, Crimes Comuns, Crimes de Responsabilidade (Lei
da República que atentem contra a Constituição Federal e, especial- nº 1.079 de 1950) e Impeachment
mente, contra:
I - a existência da União; – Imunidades do Presidente
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do O Presidente não poderá ser preso, salvo em razão de uma sen-
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da tença penal condenatória com trânsito em julgado. Ademais, o Pre-
Federação; sidente, durante o mandato, não poderá ser processado por atos
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; estranhos ao exercício da função, ou seja, só poderá ser processado
IV - a segurança interna do País; pela prática de crimes ex officio, assim considerados aqueles prati-
V - a probidade na administração; cados em razão do exercício da função presidencial (como exemplo:
VI - a lei orçamentária; crimes contra a Administração Pública).
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, – Crimes Comuns
que estabelecerá as normas de processo e julgamento. O Presidente da República será processado e julgado perante
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, o STF, nas infrações penais comuns, após admitida a acusação por
por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a jul- dois terços da Câmara dos Deputados (juízo de admissibilidade)
gamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabili- – Crimes de Responsabilidade (Lei nº 1.079 de 1950) e Impe-
dade. achment
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: Os crimes de responsabilidade (também chamados de impe-
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou quei- achment ou impedimento), são infrações político-administrativas
xa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; cometidas no desempenho de funções políticas, definidas por lei
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do pro- especial federal.
221
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O Artigo 85 da CF traz um rol de crimes de responsabilidade pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
meramente exemplificativo, uma vez que seu próprio parágrafo § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
único dispõe que tais crimes serão definidos em lei especial, que Conselho da República.
estabelecerá as normas de processo e julgamento.
A Lei nº 1.079 de 1950 define os crimes de responsabilidade e SUBSEÇÃO II
regula o respectivo processo de julgamento, que, segundo o STF, foi DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
recepcionada com modificações decorrentes da Constituição.
De acordo com o Artigo 86, caput, da CF, o Presidente da Re- Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do
pública será processado e julgado por crimes de responsabilidade Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania
perante o Senado Federal, após admitida a acusação por dois terços nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
da Câmara dos Deputados (juízo de admissibilidade). membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
O quadro abaixo ilustra as hipóteses de julgamento do Presi- II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
dente da República: III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
Julgamento do Presidente da República V - o Ministro de Estado da Defesa;
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
Juízo de admissibilidade: Câmara dos Deputados por 2/3 VII - o Ministro do Planejamento.
Crime comum → STF Crime de responsabilidade → VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáu-
Senado Federal tica.
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebra-
O Conselho da República (Artigos 89 e 90, da CF) e o Conselho ção da paz, nos termos desta Constituição;
de Defesa Nacional (Artigo 91 da CF), são órgãos de assessoramento II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de
superior do Presidente da República, cujas manifestações não pos- sítio e da intervenção federal;
suem caráter vinculante. III - propor os critérios e condições de utilização de áreas in-
Conforme o Artigo 84, XVIII, compete privativamente ao Presi- dispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu
dente da República convocar e presidir o Conselho da República e o efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
Conselho de Defesa Nacional. com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qual-
Vejamos os artigos supracitados correspondentes ao tema: quer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de inicia-
SEÇÃO V tivas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA Estado democrático.
NACIONAL § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
Conselho de Defesa Nacional.
SUBSEÇÃO I
DO CONSELHO DA REPÚBLICA PODER JUDICIÁRIO.
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta Disposições Gerais no Poder Judiciário
do Presidente da República, e dele participam: Como função típica, compete ao Poder Judiciário aplicar a lei
I - o Vice-Presidente da República; ao caso concreto, substituindo a vontade das partes, resolvendo o
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; conflito de interesses de forma definitiva. Atipicamente, administra
III - o Presidente do Senado Federal; seus órgãos e pessoal, nomeando servidores, executando licitações
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputa- e contratos administrativos, etc., bem assim, legisla, elaborando os
dos; regimentos internos dos tribunais (Artigo 96, I, a).
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; As Disposições Gerais no Poder Judiciário estão previstas na CF,
VI - o Ministro da Justiça; dos Artigos 92 a 100. Vejamos:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco
anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República,
dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos De- CAPÍTULO III
putados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. DO PODER JUDICIÁRIO
222
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autoriza-
Constitucional nº 92, de 2016) ção do tribunal;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado,
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
VI - os Tribunais e Juízes Militares; assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e nal nº 103, de 2019)
Territórios. VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de co-
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de marca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas
Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. alíneas a , b , c e e do inciso II;
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
jurisdição em todo o território nacional. públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais
seguintes princípios: a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substi- prejudique o interesse público à informação;
tuto, mediante concurso público de provas e títulos, com a partici- X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas
pação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exi- e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da
gindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade maioria absoluta de seus membros;
jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores,
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o
antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribu-
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; nal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercí- metade por eleição pelo tribunal pleno;
cio na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado fé-
da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisi- rias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando,
tos quem aceite o lugar vago; nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos plantão permanente;
critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju- XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcio-
risdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou nal à efetiva demanda judicial e à respectiva população;
reconhecidos de aperfeiçoamento; XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá re- de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório;
cusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus
seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada am- de jurisdição.
pla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Fede-
rais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de re-
ao cartório sem o devido despacho ou decisão; putação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profis-
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigui- sional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
dade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única das respectivas classes.
entrância; Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamen- lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias sub-
to e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do sequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou re- Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
conhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após
magistrados; dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período,
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores correspon- de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos de-
derá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os mais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e forma do art. 93, VIII;
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts.
nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun-
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, ção, salvo uma de magistério;
XI, e 39, § 4º; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus de- em processo;
pendentes observarão o disposto no art. 40; III - dedicar-se à atividade político-partidária.
223
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui- ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça.
ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia adminis-
as exceções previstas em lei; trativa e financeira.
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposen- dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais
tadoria ou exoneração. Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 96. Compete privativamente: § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros
I - aos tribunais: tribunais interessados, compete:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos in- I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal
ternos, com observância das normas de processo e das garantias Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funciona- tribunais;
mento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios,
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juí- aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos res-
zos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade pectivos tribunais.
correicional respectiva; § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido
juiz de carreira da respectiva jurisdição; na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
d) propor a criação de novas varas judiciárias; para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títu- valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo
los, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos ne- com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
cessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo
definidos em lei; forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus mem- forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários
bros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vincu- para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
lados; § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações
Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observa- que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes
do o disposto no art. 169: orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; abertura de créditos suplementares ou especiais.
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Fe-
serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como deral, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judi-
a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos ciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresen-
tribunais inferiores, onde houver; tação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; nos créditos adicionais abertos para este fim.
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Dis- § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles
trito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Pú- decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
blico, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a com- complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
petência da Justiça Eleitoral. morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus mem- virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos
bros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tri- com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre
bunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do aqueles referidos no § 2º deste artigo.
Poder Público. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares,
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Esta- originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta)
dos criarão: anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com
e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu- preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente
ção de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e suma- artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que
ríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 94, de
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos 2016)
pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição
e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações
de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdi- devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
cional, além de outras previstas na legislação. § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados,
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público,
âmbito da Justiça Federal. segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência
224
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
225
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do § – continuidade da atividade jurisdicional;
5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório – proporcionalidade juízes/demanda;
serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em – funcionamento adequado;
parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de – vitaliciedade;
juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, – inamovibilidade;
perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com – irredutibilidade de subsídio.
redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou Vedações
defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na São Vedações dos Magistrados, de acordo com o Artigo 95, pa-
regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela Emenda rágrafo único e incisos, da CF:
Constitucional nº 94, de 2016) I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun-
§ 21. Ficam a União e os demais entes federativos, nos ção, salvo uma de magistério;
montantes que lhes são próprios, desde que aceito por ambas II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participa-
as partes, autorizados a utilizar valores objeto de sentenças ção em processo;
transitadas em julgado devidos a pessoa jurídica de direito público III - dedicar-se à atividade político-partidária;
para amortizar dívidas, vencidas ou vincendas: (Incluído pela IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
Emenda Constitucional nº 113, de 2021) ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas
I - nos contratos de refinanciamento cujos créditos sejam deti- as exceções previstas em lei;
dos pelo ente federativo que figure como devedor na sentença de V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,
que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposen-
nº 113, de 2021) tadoria ou exoneração (chamada de quarentena).
II - nos contratos em que houve prestação de garantia a ou-
tro ente federativo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, Quinto Constitucional da OAB e do MP
de 2021) Previsto no Artigo 94 da CF, um quinto das vagas nos TRFs, dos
III - nos parcelamentos de tributos ou de contribuições sociais; TJs dos estados e do TJ do Distrito Federal e Territórios será com-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) posto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de
IV - nas obrigações decorrentes do descumprimento de pres- carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
tação de contas ou de desvio de recursos. (Incluído pela Emenda ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indi-
Constitucional nº 113, de 2021) cados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respec-
§ 22. A amortização de que trata o § 21 deste artigo: (Incluído tivas classes.
pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) Recebidas as indicações apresentadas pelos órgãos representa-
I - nas obrigações vencidas, será imputada primeiramente às tivos das respectivas classes (Ministério Público ou OAB), o tribunal
parcelas mais antigas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, (TRF, TJ ou TJDFT) formará uma lista tríplice, enviando-a ao Poder
de 2021) Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus
II - nas obrigações vincendas, reduzirá uniformemente o valor integrantes para nomeação.
de cada parcela devida, mantida a duração original do respectivo
contrato ou parcelamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
113, de 2021)
A DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES.
226
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Sistema Constitucional das Crises § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez
dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando
Estado de Defesa Estado de Sítio enquanto vigorar o estado de defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de
Estado de Defesa defesa.
Consiste na instauração de uma legalidade extraordinária, por
tempo certo, em locais restritos e determinados, mediante decreto Estado de Sítio
do Presidente da República, ouvidos o Conselho da República e o Consiste na instauração de uma legalidade extraordinária, por
Conselho de Defesa Nacional, para preservar a ordem pública ou tempo determinado (que poderá ser no território nacional inteiro),
a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institu- objetivando preservar ou restaurar a normalidade constitucional,
cional ou atingidas por calamidades de grandes proporções da na- perturbada por motivo de comoção grave de repercussão nacional
tureza. ou por situação de beligerância com Estado estrangeiro (Artigo 49,
Vejamos o dispositivo constitucional que o representa: II c/c Artigo 84, XIX, da CF).
É mais grave que o estado de defesa, no sentido em que
TÍTULO V as medidas tomadas contra os direitos individuais serão mais
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS restritivas, conforme faz ver o Artigo 139, da CF.
Vejamos os dispositivos constitucionais correspondentes:
CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO SEÇÃO II
DO ESTADO DE SÍTIO
SEÇÃO I
DO ESTADO DE DEFESA Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho
da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais res- fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o es-
tritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas tado de defesa;
por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por ca- II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão ar-
lamidades de grandes proporções na natureza. mada estrangeira.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autori-
tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas zação para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará
e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacio-
vigorarem, dentre as seguintes: nal decidir por maioria absoluta.
I - restrições aos direitos de: Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração,
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucio-
b) sigilo de correspondência; nais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; República designará o executor das medidas específicas e as áreas
abrangidas.
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser
hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez,
e custos decorrentes. por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio
persistirem as razões que justificaram a sua decretação. durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal,
§ 3º Na vigência do estado de defesa: de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo exe- para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
cutor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz § 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento
competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso re- até o término das medidas coercitivas.
querer exame de corpo de delito à autoridade policial; Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com funda-
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autori- mento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as
dade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; seguintes medidas:
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser I - obrigação de permanência em localidade determinada;
superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condena-
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. dos por crimes comuns;
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao
Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade
o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
decidirá por maioria absoluta. IV - suspensão da liberdade de reunião;
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será V - busca e apreensão em domicílio;
convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
227
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VII - requisição de bens. rentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difu- em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sen-
são de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Ca- do-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os
sas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou em-
SEÇÃO III prego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no
DISPOSIÇÕES GERAIS art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será transferido para a reserva, nos
termos da lei;
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes par- III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em
tidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ain-
para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao da que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no
estado de defesa e ao estado de sítio. art. 37, inciso XVI, alínea “c”, ficará agregado ao respectivo quadro
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, ces- e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser pro-
sarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos movido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço ape-
ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. nas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido
de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo para a reserva, nos termos da lei;
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
com especificação e justificação das providências adotadas, com V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado
relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. a partidos políticos;
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado in-
— Forças Armadas e Segurança Pública digno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal
militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal es-
Forças Armadas pecial, em tempo de guerra;
Constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso ante-
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da pátria, à ga- rior;
rantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer des- VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII,
tes, da lei e da ordem. XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem
como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art.
Segurança Pública 37, inciso XVI, alínea “c”;
Dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exer- IX - (Revogado)
cida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites
pessoas e do patrimônio. de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do mi-
Os órgãos de segurança pública são: polícia federal, polícia ro- litar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as
doviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias prerrogativas e outras situações especiais dos militares, considera-
militares e corpos de bombeiros militares e polícias penais federal, das as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpri-
estaduais e distrital. das por força de compromissos internacionais e de guerra.
Segue abaixo os Artigos da CF, correspondentes aos referidos Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
temas: § 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir
serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados,
CAPÍTULO II alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o
DAS FORÇAS ARMADAS decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política,
para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo § 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob encargos que a lei lhes atribuir.
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se
à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por CAPÍTULO III
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. DA SEGURANÇA PÚBLICA
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem
adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
Armadas. ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
disciplinares militares. seguintes órgãos:
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados I - polícia federal;
militares, aplicando-se lhes, além das que vierem a ser fixadas em II - polícia rodoviária federal;
lei, as seguintes disposições: III - polícia ferroviária federal;
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas ine- IV - polícias civis;
228
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou Princípios Gerais da Atividade Econômica
em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas O art. 170 da Constituição da República Federativa do Brasil
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in- promulgada em 1988 dispõe que a ordem econômica é fundada em
frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio- dois postulados básicos: a valorização do trabalho humano e a livre
nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; iniciativa28.
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazen- Fundamentos da Ordem Econômica
dária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de compe-
tência; → Valorização do traba- → Livre iniciativa
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de lho
fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária Tomando por base essa premissa, pode-se entender que qualquer
da União. particular que atue explorando atividade econômica deverá respeitar
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado esses preceitos e que as condutas praticadas que possam restringi-los
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na ou afetá-los serão tidas por ilegais e sujeitas à repressão estatal.
forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. De fato, é nisso que se baseia a possibilidade de intervenção
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado estatal. Em outras palavras, o ente público deverá agir sempre que
e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na entender que os atores do cenário econômico estejam agindo de
forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. forma a prejudicar qualquer de seus pilares de sustentação.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções – Valorização do trabalho humano
de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as Os valores sociais do trabalho estão definidos no art. 1º, IV da
militares. Lei Maior como um dos fundamentos da República, o que demons-
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a tra, claramente, a preocupação do Constituinte em conciliar os fa-
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, tores de capital e trabalho como forma de atender aos preceitos da
além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de justiça social.
atividades de defesa civil. Partindo desta premissa, o texto constitucional não tolera com-
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador portamentos que coloquem em risco a vida ou a saúde dos traba-
do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe lhadores ou que os reduza à condição análoga de escravo.
a segurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Em verdade, a Carta Magna de 1988 tem um forte papel de in-
Emenda Constitucional nº 104, de 2019) tervenção nas relações de emprego, traçando garantias inafastáveis
aos trabalhadores, com a intenção de evitar a exploração da mão de
obra pelo empresário.
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, Com efeito, o art. 7º, entre outros dispositivos do texto consti-
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente tucional detalha prerrogativas dos empregados como forma de se
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos atingir a justiça social.
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) – Liberdade de iniciativa
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos A livre iniciativa é postulada do regime capitalista e se resume
órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir na possibilidade dada a todos de ingressar no mercado de produção
a eficiência de suas atividades. de bens e serviços por sua conta e risco, explorando atividade eco-
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais nômica com a finalidade de obtenção de lucro, sem que, para isso,
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme precise concorrer com o Estado.
dispuser a lei. Este postulado fica evidente ao se verificar que o art. 170, pa-
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos rágrafo único da Constituição Federal, estabelece que a todos é as-
órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do segurado o livre exercício de qualquer atividade econômica, sem
art. 39. necessidade de autorização de órgãos públicos, à exceção dos casos
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem previstos em lei.
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias No entanto, a intervenção estatal tem limites. O Supremo Tri-
públicas: bunal Federal inclusive já se manifestou, em diversas situações,
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân- 28 http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosU-
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao pload/7771/material/CAPITULO%20INTERVEN%C3%87%C3%83O%20
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e DO%20ESTADO%20NO%20DOM%C3%8DNIO%20ECONOMICO%20
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos -%20MATHEUS%20CARVALHO.pdf
229
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
230
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em verdade, pode-se perceber que há, dentro das disposições do Estado executando atividades mercantis deve ser interpretada
constitucionais, uma supremacia da União como representante do restritivamente, por se caracterizar norma de exceção.
Estado-Regulador da ordem econômica. Todavia, cumpre informar Ademais, a atuação do Estado no domínio econômico, median-
que o parágrafo único do art. 22, ora mencionado, determina que te a exploração de atividades, não pode se dar com finalidade lu-
Lei Complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre ques- crativa, ou seja, as empresas estatais não devem ser criadas após
tões especificas relacionadas às matérias hoje reservadas à União. a análise do cenário econômico mais favorável à obtenção de lucro
Outrossim, ao Estado e ao Distrito Federal foram atribuídas al- pelo ente público e sim com o intuito de atender a necessidades
gumas funções supletivas definidas pelo art. 24 da Carta Magna que coletivas.
trata da competência legislativa concorrente entre os entes federa- Com efeito, ainda que sejam criadas para fins de exploração de
tivos para tratar acerca de direito econômico e financeiro, produção atividades econômicas, a finalidade destas empresas estatais deve
e consumo e proteção do meio ambiente. ser o interesse público, não sendo possível a criação de entidade
Como foi acontecer, nestas situações, a União fica responsável com a finalidade de obtenção de lucro.
pela edição de normas gerais sobre os temas, deixando aos demais É possível que o lucro seja consequência de uma determinada
entes federativos a legitimidade para a expedição de normas suple- atividade, como ocorre em casos de exploração e venda de
mentares. derivados do petróleo, ou na atividade financeira, mas não pode
Por fim, o art. 23 da Constituição Federal, ao tratar da compe- ser o mote de criação da entidade, nem pode condicionar seus atos.
tência administrativa comum, também aponta atividades relacio- Dois são os pressupostos que justificam esta intervenção direta
nadas à intervenção estatal no domínio econômico. Desta forma, do Estado, atuando na exploração da atividade de mercado. Veja-
compete a todas as entidades políticas, concorrentemente, prote- mos:
ger o meio ambiente, fomentar a produção agropecuária e organi- – Segurança nacional: Trata-se de pressuposto político. O tex-
zar o abastecimento alimentar, combater as causas da pobreza e to constitucional deixa claro que se a ordem econômica conduzida
promover a integração social dos segmentos hipossuficientes. pelos particulares estiver causando algum risco à soberania do país,
fica o estado autorizado a intervir no domínio econômico, direta ou
– Estado executor indiretamente, para restabelecer a ordem.
Além da regulação da atividade econômica, por meio do tabe- – Relevante interesse coletivo: Compete à lei definir o que
lamento de preços, controle e sancionamento dos atos contrários pode ser tratado como situação de interesse coletivo relevante,
à livre concorrência, entre outras medidas, o ente público também haja vista se tratar de conceito jurídico indeterminado. Em algumas
atua diretamente na execução da atividade econômica ao lado dos situações, a própria Constituição Federal pode permitir a explora-
particulares. ção de atividade econômica direta, por considerar que se trata de
Por óbvio, as atividades primordiais do Estado são apresenta- caso no qual o interesse coletivo demanda atuação estatal.
das por meio da prestação de serviços públicos, execução de obras
e aplicação de normas de polícia. Todavia, excepcionalmente, admi- Regime das empresas estatais
te-se a exploração direta de atividade econômica, desde que respei- O art. 173, § 1º, da Constituição Federal, com redação dada
tados os limites travados na própria Constituição Federal. pela EC n. 19/1988 (Reforma Administrativa do Estado) dispõe que
É claro que o exercício estatal dessas atividades não pode a lei deverá estabelecer o estatuto jurídico da empresa pública, da
constituir-se em regra geral. sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
Neste sentido, o Estado pode criar pessoas jurídicas a ele vincu- atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou
ladas, destinadas mais apropriadamente à execução de atividades de prestação de serviço.
econômicas. De fato, a Carta Magna, em seu art. 37, XIX, prevê a Diante da ausência de legislação específica, a atividade estatal
possibilidade de criação, mediante autorização legislativa, de em- de explorar atividade econômica vem sendo regulada por outros di-
presas públicas e sociedades de economia mista que podem atuar plomas legais, como a lei 8.666/93, a lei 10.520/02, que tratam das
explorando atividade de mercado, desde que na busca do interesse regras referentes às contratações destas entidades, entre outros.
público. Enfim, as empresas públicas e sociedades de economia mista
Pode-se, portanto, definir que o Estado executa atividade eco- poderão ser criadas, mediante a autorização de lei específica, do-
nômica por meio de entidades da Administração Indireta, integran- tadas de personalidade jurídica de direito privado, com o intuito de
te da estrutura da organização administrativa, vinculada aos entes prestação de serviços por delegação do ente federativo ou para fins
federativos por meio de controle ministerial. Trata-se de exploração de exploração de atividade econômica.
direta de atividade econômica pelo Estado. Em ambos os casos, a doutrina é pacífica no sentido de conferir
a estas entidades um regime misto, ou híbrido, no qual o direito
Exploração direta em regime de livre concorrência privado é derrogado por princípios inerentes à atuação do Estado.
A regra relativa à exploração direta de atividades econômicas
pelo Estado se encontra no art. 173 da Constituição Federal, a qual Monopólio estatal
dispõe que, ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a ex- Conforme dispõe a ciência econômica, o Monopólio configura
ploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permi- situação na qual existe apenas um fornecedor de determinado bem
tida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a ou serviço, não havendo preço de mercado, haja vista a imposição
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. do preço pelo monopolista.
Verifica-se, de uma leitura conjunta deste dispositivo e do art. O monopólio privado é vedado pela Constituição, uma vez que
170, IV da Carta Magna, que compete, primordialmente, a iniciativa permite a dominação do mercado e a eliminação da concorrência, o
privada a exploração de atividades econômicas, com a finalidade que pode ser considerado danoso à ordem econômica, denotando
de obtenção de lucro, razão pela qual, a possibilidade de atuação abuso de poder.
231
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O monopólio estatal, por seu turno, não tem finalidade lucrati- os seguintes princípios:
va, sendo regulamentado no próprio texto constitucional, em situa- I - soberania nacional;
ções nas quais o poder público busca proteger o interesse público. II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
Com efeito, em razão da finalidade protetiva, o monopólio do IV - livre concorrência;
Estado em determinadas atividades econômica encontra guarida V - defesa do consumidor;
no texto da Constituição da República. VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
Enfim, pode-se considerar que o monopólio estatal tem a natu- diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços
reza de intervenção do Estado no domínio econômico, afastando a e de seus processos de elaboração e prestação;
atuação dos particulares naquela específica atividade, como forma VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
de se garantir o interesse da coletividade. VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
Atividades monopolizadas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e admi-
Conforme dispõe a Carta Magna, constituem monopólio da nistração no País.
União: Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qual-
a) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e quer atividade econômica, independentemente de autorização de
outros hidrocarbonetos fluidos órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
b) a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; Art. 171. (Revogado).
c) a importação e exportação dos produtos e derivados básicos Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os
resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos
d) o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional e regulará a remessa de lucros.
ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus deriva- exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per-
dos e gás natural de qualquer origem; mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
e) a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública,
seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, co- da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
mercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
permissão; prestação de serviços, dispondo sobre:
f) a pesquisa e a lavra de jazidas e demais recursos minerais e I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
o aproveitamento os potenciais de energia hidráulica, sendo que, sociedade;
nos casos de recursos minerais, será garantido ao concessionário a II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
propriedade do produto da lavra. inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, traba-
lhistas e tributários;
Por fim, cumpre ressaltar que existem atividades que se sujei- III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e aliena-
tam a monopólio implícito do poder público. ções, observados os princípios da administração pública;
Nestes casos, o art. 21 da Carta Constitucional estabelece que IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de adminis-
somente o ente público poderá exercer atividades como a emissão tração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
de moedas, o serviço postal; a exploração de serviços de teleco- V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
municação; e a exploração de serviços de radiodifusão sonora e dade dos administradores.
de sons e imagens; de serviços de energia Elétrica e de aprovei- § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista
tamento dos cursos d´água; da navegação aérea, aeroespacial e a não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor
infraestrutura aeroportuária; de serviços de transporte ferroviá- privado.
rio e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou § 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o
que transponham os limites de Estado ou território; de serviços de Estado e a sociedade.
transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; § 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à
de portos marítimos, fluviais e lacustres. dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.
Vejamos o capítulo da CF/88, referente ao tema supracitado: § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos
dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade
desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos
TÍTULO VII atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA economia popular.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade eco-
CAPÍTULO I nômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscali-
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA zação, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o
setor público e indicativo para o setor privado.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do tra- § 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento
balho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
232
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV
formas de associativismo. deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira § 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:
em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em
a promoção econômico-social dos garimpeiros. todo o território nacional;
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão II - as condições de contratação;
prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio
recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam da União;
atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma § 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais
da lei. radioativos no território nacional.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamen- § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio
te ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de econômico relativa às atividades de importação ou comercialização
licitação, a prestação de serviços públicos. de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool
Parágrafo único. A lei disporá sobre: combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de I - a alíquota da contribuição poderá ser:
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua pror- a) diferenciada por produto ou uso;
rogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e res- b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se
cisão da concessão ou permissão; lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b;
II - os direitos dos usuários; II - os recursos arrecadados serão destinados:
III - política tarifária; a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool
IV - a obrigação de manter serviço adequado. combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo;
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos mine- b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a
rais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade indústria do petróleo e do gás;
distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e c) ao financiamento de programas de infraestrutura de trans-
pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do portes.
produto da lavra. Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo,
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte
dos potenciais a que se refere o «caput» deste artigo somente internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o
poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da princípio da reciprocidade.
União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei
sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias na
na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarca-
essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras ções estrangeiras.
indígenas. Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte,
resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas,
determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou re-
não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, dução destas por meio de lei.
sem prévia anuência do poder concedente. Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimen-
aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade to social e econômico.
reduzida. Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou infor-
Art. 177. Constituem monopólio da União: mação de natureza comercial, feita por autoridade administrativa
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou do-
outros hidrocarbonetos fluidos; miciliada no País dependerá de autorização do Poder competente.
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados bási- Política Urbana
cos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; A Política Urbana, ou política de desenvolvimento urbano, é
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacio- tratada no Capítulo II do Título VII – Da Ordem Econômica e Finan-
nal ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem ceira da Constituição da República de 1988.
assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus Como política pública, materializa-se na forma de um progra-
derivados e gás natural de qualquer origem; ma de ação governamental voltado à ordenação dos espaços ha-
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, bitáveis, abrangendo, dessa forma, tanto o planejamento quanto a
a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e gestão das cidades29.
seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, co- A execução da atividade urbanística, ora compreendida como
mercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de a intervenção estatal voltada à ordenação dos espaços habitáveis,
permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. é uma típica função pública, a ser desempenhada pela União, Esta-
21 desta Constituição Federal. 29 https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/76/edicao-1/princi-
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou pios-e-instrumentos-de-politica-urbana
233
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
234
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
perativo da realidade social atual, devendo atender a função social VII - a eletrificação rural e irrigação;
da propriedade, evitando-se assim, as tensões sociais e conflitos no VIII - a habitação para o trabalhador rural.
campo. § 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades
Uma reforma agrária no País, moderada e sábia, será uma das agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
causas principais do progresso nacional. § 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de
reforma agrária.
CF, CAPÍTULO III Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será com-
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁ- patibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de refor-
RIA ma agrária.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa
para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cum- física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de
prindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em prévia aprovação do Congresso Nacional.
títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, § 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma
sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. agrária.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela
dinheiro. reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão
desapropriação. conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.
contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamen-
desapropriação. to de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso
da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender Nacional.
ao programa de reforma agrária no exercício. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposi-
as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins ção, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hecta-
de reforma agrária. res, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de re- nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
forma agrária: Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, usucapião.
desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva. Sistema Financeiro Nacional
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à proprie- Conforme doutrina, a Constituição de 1988 regula dois siste-
dade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos mas financeiros. O primeiro é o sistema financeiro público, que
relativos a sua função social. envolve as finanças públicas e o orçamento público, e que estão
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade ru- disciplinados do art. 163 ao art. 169.
ral atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigên- O segundo é o sistema financeiro para público, ou simplesmen-
cia estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: te sistema financeiro nacional, trazido pelo art. 192, cujos incisos e
I - aproveitamento racional e adequado; parágrafos foram desconstitucionalizados31.
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e pre- O sistema financeiro nacional abrange as instituições finan-
servação do meio ambiente; ceiras creditícias públicas e privadas, as de previdência privada, e
III - observância das disposições que regulam as relações de as de seguro e de capitalização, todas sujeitas a controle do poder
trabalho; público.
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e O Banco Central do Brasil, apesar de autarquia federal, é tam-
dos trabalhadores. bém uma instituição financeira e integra o sistema financeiro nacio-
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na for- nal, tendo a supervisão deste sistema como uma de suas funções.
ma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envol- A doutrina considera o Bacen um elo entre o sistema financeiro na-
vendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de cional e o sistema financeiro público.
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em Conforme art. 192 da Constituição Federal, com redação dada
conta, especialmente: pela Emenda Constitucional nº 40/2003, o sistema financeiro na-
I - os instrumentos creditícios e fiscais; cional deve ser estruturado de forma a promover o desenvolvimen-
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garan- to equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em
tia de comercialização; todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; crédito.
IV - a assistência técnica e extensão rural; Além disso, esse sistema será regulado por leis complementa-
V - o seguro agrícola; res que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estran-
VI - o cooperativismo; 31 https://direitoconstitucional.blog.br/sistema-financeiro-nacional/
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste servi- a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a
ço, mesmo sem vínculo empregatício; alínea «a» do inciso I e o inciso II do caput. (Redação dada pela
b) a receita ou o faturamento; (Vide Emenda Constitucional nº Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
132, de 2023) § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os
c) o lucro; quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência so- caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional
cial, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o nº 42, de 19.12.2003) (Vide Emenda Constitucional nº 132, de 2023)
valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre § 13. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdên- § 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de
cia Social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência
2019) cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem de contribuições. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
a lei a ele equiparar. 2019)
V - sobre bens e serviços, nos termos de lei complementar. (In- § 15. A contribuição prevista no inciso V do caput poderá
cluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) ter sua alíquota fixada em lei ordinária. (Incluído pela Emenda
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Constitucional nº 132, de 2023)
Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos § 16. Aplica-se à contribuição prevista no inciso V do caput o
orçamentos, não integrando o orçamento da União. disposto no art. 156-A, § 1º, I a VI, VIII, X a XIII, § 3º, § 5º, II a VI e
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será IX, e §§ 6º a 11 e 13. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132,
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela de 2023)
saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as § 17. A contribuição prevista no inciso V do caput não integrará
metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, sua própria base de cálculo nem a dos tributos previstos nos arts.
assegurada a cada área a gestão de seus recursos. 153, VIII, 156-A e 195, I, «b», e IV, e da contribuição para o Programa
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade de Integração Social de que trata o art. 239. (Incluído pela Emenda
social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Constitucional nº 132, de 2023)
Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou § 18. Lei estabelecerá as hipóteses de devolução da contribuição
creditícios. prevista no inciso V do caput a pessoas físicas, inclusive em relação
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a limites e beneficiários, com o objetivo de reduzir as desigualdades
a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o de renda. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023)
disposto no art. 154, I. § 19. A devolução de que trata o § 18 não será computada na
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá receita corrente líquida da União para os fins do disposto nos arts.
ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de 100, § 15, 166, §§ 9º, 12 e 17, e 198, § 2º. (Incluído pela Emenda
custeio total. Constitucional nº 132, de 2023)
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão
ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da Saúde
lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o A saúde é direito de todos e dever do Estado. Segundo o artigo
disposto no art. 150, III, «b». 197, da Constituição, as ações e os serviços de saúde devem ser
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social executados diretamente pelo poder público ou por meio de tercei-
as entidades beneficentes de assistência social que atendam às ros, tanto por pessoas físicas quanto jurídicas.
exigências estabelecidas em lei. A responsabilidade em matéria de saúde é solidária entre os
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o entes federados.
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados – Diretrizes da Saúde
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a De acordo com o Art. 198, da CF, as ações e os serviços públicos
aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e cons-
produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. tituem um sistema único – o SUS –, organizado de acordo com as
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste seguintes diretrizes:
artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade I – descentralização, com direção única em cada esfera de go-
econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da verno;
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo II – atendimento integral, com prioridade para as atividades
também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
apenas no caso das alíneas «b» e «c» do inciso I do caput. (Redação III – participação da comunidade.
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para – A Saúde e a Iniciativa Privada
o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para Referente ao Artigo 199, da CF, a assistência à saúde é livre à
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os iniciativa privada e instituições privadas poderão participar de for-
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. ma complementar do SUS, segundo diretrizes deste, mediante con-
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo trato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades
superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, filantrópicas e as sem fins lucrativos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 15. Os recursos federais destinados aos pagamentos da Regras para aposentadoria no RGPS antes da EC n. 103/2019
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios e às entidades filantrópicas, bem como aos Homens Mulheres
prestadores de serviços contratualizados que atendam, no mínimo, Por tempo de 35 anos 30 anos
60% (sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de contribuição
saúde, para o cumprimento dos pisos salariais de que trata o § 12
deste artigo serão consignados no orçamento geral da União com Por idade* 65 anos 60 anos
dotação própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda Constitucional *é reduzido em cinco anos o limite de idade para os
nº 127, de 2022) trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. suas atividades em regime de economia familiar, nestes
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência
Regras para aposentadoria no RGPS pós EC n. 103/2019
as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios Homens Mulheres
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Trabalhadores 65 anos 62 anos
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas urbanos
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos
casos previstos em lei. Trabalhadores 60 anos 55 anos
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que rurais*
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para *para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas
fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
vedado todo tipo de comercialização. https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Zf8R-
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras GtlpQiwJ:https://www.grancursosonline.com.br/download-de-
atribuições, nos termos da lei: monstrativo/download-aula-pdf-demo/codigo/47mLWGgdrdc%-
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias 253D+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
de interesse para a saúde e participar da produção de medicamen-
tos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insu- SEÇÃO III
mos; DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
bem como as de saúde do trabalhador; Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de fi-
IV - participar da formulação da política e da execução das liação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
ações de saneamento básico; financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou per-
Constitucional nº 85, de 2015) manente para o trabalho e idade avançada; (Redação dada pela
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
humano; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego invo-
VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans- luntário;
porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos
tóxicos e radioativos; segurados de baixa renda;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreen- V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao côn-
dido o do trabalho. juge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
Previdência Social para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei
A previdência social será organizada sob a forma de regime complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo
geral (RGPS). Ele terá caráter contributivo e será de filiação obri- de contribuição distintos da regra geral para concessão de
gatória. aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (Redação
O leque de proteções da Previdência Social vai muito além da dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
aposentadoria, conforme elenca o Artigo 201 da CF. I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biop-
sicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar;
– Regras para Aposentadoria no RGPS (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Atenção: Em regra, no RGPS não há aposentadoria compulsó-
ria.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de
agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou asso- informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem
ciação desses agentes, vedada a caracterização por categoria pro- exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência,
fissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação dada
de 2019) pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição § 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o §
ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda
ao salário mínimo. Constitucional nº 103, de 2019)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo § 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício
de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para contagem recíproca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme de 2019)
critérios definidos em lei. § 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, condições para a acumulação de benefícios previdenciários.
na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
regime próprio de previdência. § 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias
terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento
ano. do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em lei.
social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (ses- Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter comple-
senta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo mentar e organizado de forma autônoma em relação ao regime ge-
de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, ral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição
de 2019) de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei
II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e complementar.
cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao
os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, participante de planos de benefícios de entidades de previdência
nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador arte- privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus
sanal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) respectivos planos.
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as
reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil planos de benefícios das entidades de previdência privada não
e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar. integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem dos participantes, nos termos da lei.
recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência
Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
com os critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade
Constitucional nº 103, de 2019) de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades contribuição normal poderá exceder a do segurado.
de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados,
ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações,
previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou
militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida indiretamente, enquanto patrocinadores de planos de benefícios
entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as previdenciários, e as entidades de previdência complementar. (Redação
receitas de contribuição aos demais regimes. (Incluído pela Emenda dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019) § 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias
benefícios não programados, inclusive os decorrentes de acidente de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de planos
do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de de benefícios em entidades de previdência complementar. (Redação
Previdência Social e pelo setor privado. (Redação dada pela Emenda dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019) § 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer designação dos membros das diretorias das entidades fechadas
título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição de previdência complementar instituídas pelos patrocinadores de
previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos que trata o § 4º e disciplinará a inserção dos participantes nos
e na forma da lei. colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam
§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, objeto de discussão e deliberação. (Redação dada pela Emenda
com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores Constitucional nº 103, de 2019)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
rão distribuídos entre cada Estado e seus Municípios, proporcional- e as ponderações quanto ao valor anual por aluno entre etapas,
mente ao número de alunos das diversas etapas e modalidades da modalidades, duração da jornada e tipos de estabelecimento de
educação básica presencial matriculados nas respectivas redes, nos ensino, observados as respectivas especificidades e os insumos ne-
âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e cessários para a garantia de sua qualidade; (Incluído pela Emenda
3º do art. 211 desta Constituição, observadas as ponderações re- Constitucional nº 108, de 2020)
feridas na alínea “a” do inciso X do caput e no § 2º deste artigo; b) a forma de cálculo do VAAF decorrente do inciso III do caput
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) deste artigo e do VAAT referido no inciso VI do caput deste artigo;
IV - a União complementará os recursos dos fundos a que se (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
refere o inciso II do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Cons- c) a forma de cálculo para distribuição prevista na alínea “c” do
titucional nº 108, de 2020) inciso V do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional
V - a complementação da União será equivalente a, no mínimo, nº 108, de 2020)
23% (vinte e três por cento) do total de recursos a que se refere o in- d) a transparência, o monitoramento, a fiscalização e o contro-
ciso II do caput deste artigo, distribuída da seguinte forma: (Incluído le interno, externo e social dos fundos referidos no inciso I do caput
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) deste artigo, assegurada a criação, a autonomia, a manutenção e
a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de cada Estado e do a consolidação de conselhos de acompanhamento e controle social,
Distrito Federal, sempre que o valor anual por aluno (VAAF), nos admitida sua integração aos conselhos de educação; (Incluído pela
termos do inciso III do caput deste artigo, não alcançar o mínimo Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
definido nacionalmente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por parte do ór-
108, de 2020) gão responsável, dos efeitos redistributivos, da melhoria dos indica-
b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pontos per- dores educacionais e da ampliação do atendimento; (Incluído pela
centuais em cada rede pública de ensino municipal, estadual ou dis- Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
trital, sempre que o valor anual total por aluno (VAAT), referido no XI - proporção não inferior a 70% (setenta por cento) de cada
inciso VI do caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido na- fundo referido no inciso I do caput deste artigo, excluídos os recur-
cionalmente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) sos de que trata a alínea “c” do inciso V do caput deste artigo, será
c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos percentuais nas destinada ao pagamento dos profissionais da educação básica em
redes públicas que, cumpridas condicionalidades de melhoria de efetivo exercício, observado, em relação aos recursos previstos na
gestão previstas em lei, alcançarem evolução de indicadores a se- alínea “b” do inciso V do caput deste artigo, o percentual mínimo
rem definidos, de atendimento e melhoria da aprendizagem com de 15% (quinze por cento) para despesas de capital; (Incluído pela
redução das desigualdades, nos termos do sistema nacional de ava- Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
liação da educação básica; (Incluído pela Emenda Constitucional nº XII - lei específica disporá sobre o piso salarial profissional na-
108, de 2020) cional para os profissionais do magistério da educação básica públi-
VI - o VAAT será calculado, na forma da lei de que trata o inciso ca; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
X do caput deste artigo, com base nos recursos a que se refere o XIII - a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212
inciso II do caput deste artigo, acrescidos de outras receitas e de desta Constituição para a complementação da União ao Fundeb,
transferências vinculadas à educação, observado o disposto no § 1º referida no inciso V do caput deste artigo, é vedada. (Incluído pela
e consideradas as matrículas nos termos do inciso III do caput deste Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) § 1º O cálculo do VAAT, referido no inciso VI do caput deste
VII - os recursos de que tratam os incisos II e IV do caput deste artigo, deverá considerar, além dos recursos previstos no inciso II
artigo serão aplicados pelos Estados e pelos Municípios exclusiva- do caput deste artigo, pelo menos, as seguintes disponibilidades:
mente nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição; (Incluído I - receitas de Estados, do Distrito Federal e de Municípios vincu-
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) ladas à manutenção e ao desenvolvimento do ensino não integran-
VIII - a vinculação de recursos à manutenção e ao desenvol- tes dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo; (Incluído
vimento do ensino estabelecida no art. 212 desta Constituição su- pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
portará, no máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da II - cotas estaduais e municipais da arrecadação do salário-edu-
União, considerados para os fins deste inciso os valores previstos no cação de que trata o § 6º do art. 212 desta Constituição; (Incluído
inciso V do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
nº 108, de 2020) III - complementação da União transferida a Estados, ao Dis-
IX - o disposto no caput do art. 160 desta Constituição aplica-se trito Federal e a Municípios nos termos da alínea “a” do inciso V do
aos recursos referidos nos incisos II e IV do caput deste artigo, e seu caput deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de
descumprimento pela autoridade competente importará em crime 2020)
de responsabilidade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, § 2º Além das ponderações previstas na alínea «a» do inciso
de 2020) X do caput deste artigo, a lei definirá outras relativas ao nível
X - a lei disporá, observadas as garantias estabelecidas nos inci- socioeconômico dos educandos e aos indicadores de disponibilidade
sos I, II, III e IV do caput e no § 1º do art. 208 e as metas pertinentes de recursos vinculados à educação e de potencial de arrecadação
do plano nacional de educação, nos termos previstos no art. 214 tributária de cada ente federado, bem como seus prazos de
desta Constituição, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº implementação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de
108, de 2020) 2020)
a) a organização dos fundos referidos no inciso I do caput deste § 3º Será destinada à educação infantil a proporção de 50%
artigo e a distribuição proporcional de seus recursos, as diferenças (cinquenta por cento) dos recursos globais a que se refere a alínea
243
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
«b» do inciso V do caput deste artigo, nos termos da lei.» (Incluído IV - democratização do acesso aos bens de cultura;
pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020) V - valorização da diversidade étnica e regional.
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas pú- Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de
blicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em con-
ou filantrópicas, definidas em lei, que: junto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus exce- diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
dentes financeiros em educação; incluem:
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola I - as formas de expressão;
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no II - os modos de criar, fazer e viver;
caso de encerramento de suas atividades. III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espa-
destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, ços destinados às manifestações artístico-culturais;
na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder § 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade,
Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio
rede na localidade. de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação,
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e de outras formas de acautelamento e preservação.
e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por § 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão
instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber da documentação governamental e as providências para franquear
apoio financeiro do Poder Público. (Redação dada pela Emenda sua consulta a quantos dela necessitem.
Constitucional nº 85, de 2015) § 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de conhecimento de bens e valores culturais.
duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de § 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos,
educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, na forma da lei.
metas e estratégias de implementação para assegurar a manuten- § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores
ção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos § 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a
das diferentes esferas federativas que conduzam a: fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de
I - erradicação do analfabetismo; sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas
II - universalização do atendimento escolar; e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no
III - melhoria da qualidade do ensino; pagamento de:
IV - formação para o trabalho; I - despesas com pessoal e encargos sociais;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. II - serviço da dívida;
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamen-
em educação como proporção do produto interno bruto. te aos investimentos ou ações apoiados.
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em
– Cultura regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa,
Dentro do item cultura, deve-se atentar para o Plano Nacional institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas pú-
da Cultura (EC n. 48/2005) e para o Sistema Nacional da Cultura (EC blicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os
n. 71/2012). entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o
desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício
SEÇÃO II dos direitos culturais.
DA CULTURA § 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política
nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos di- Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios:
reitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e I - diversidade das expressões culturais;
incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais;
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento
populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos e bens culturais;
participantes do processo civilizatório nacional. IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de privados atuantes na área cultural;
alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais. V - integração e interação na execução das políticas, progra-
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração mas, projetos e ações desenvolvidas;
plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais;
integração das ações do poder público que conduzem à: VII - transversalidade das políticas culturais;
I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da so-
II - produção, promoção e difusão de bens culturais; ciedade civil;
III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura IX - transparência e compartilhamento das informações;
em suas múltiplas dimensões; X - democratização dos processos decisórios com participação
244
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
245
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
partilhamento de recursos humanos especializados e capacidade III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística,
instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de desenvolvi- conforme percentuais estabelecidos em lei;
mento científico e tecnológico e de inovação, mediante contraparti- IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
da financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário, na Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifu-
forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) são sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou
Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inova- naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constitu-
ção (SNCTI) será organizado em regime de colaboração entre entes, ídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desenvol- § 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do
vimento científico e tecnológico e a inovação. (Incluído pela Emenda capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de
Constitucional nº 85, de 2015) radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão e estabelecerão o conteúdo da programação.
concorrentemente sobre suas peculiaridades. (Incluído pela Emenda § 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção
Constitucional nº 85, de 2015) e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros
natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de
– Comunicação Social comunicação social.
Dentro da comunicação social, atenta-se a uma das hipóteses § 3º Os meios de comunicação social eletrônica,
de distinção entre natos e naturalizados (propriedade de empresa independentemente da tecnologia utilizada para a prestação do
jornalística), à vedação a censura e também à inexigência de diplo- serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221,
ma de jornalismo para o exercício da profissão de jornalista. na forma de lei específica, que também garantirá a prioridade de
profissionais brasileiros na execução de produções nacionais.
CAPÍTULO V § 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL empresas de que trata o § 1º.
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expres- trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional.
são e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar con-
sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constitui- cessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão so-
ção. nora e de sons e imagens, observado o princípio da complementari-
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir dade dos sistemas privado, público e estatal.
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer § 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64,
veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem.
V, X, XIII e XIV. § 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em
ideológica e artística. votação nominal.
§ 3º Compete à lei federal: § 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Po- legais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos
der Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que parágrafos anteriores.
não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se § 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de
mostre inadequada; vencido o prazo, depende de decisão judicial.
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à fa- § 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para
mília a possibilidade de se defenderem de programas ou programa- as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão.
ções de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso
como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comuni-
ser nocivos à saúde e ao meio ambiente. cação Social, na forma da lei.
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas,
agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições Meio Ambiente
legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, O direito ao meio ambiente equilibrado está entre os chama-
sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes dos direitos de terceira geração/dimensão, ou seja, aqueles conhe-
de seu uso. cidos como direitos de fraternidade/solidariedade. Eles abrangem
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou os direitos difusos, coletivos, meta ou transindividuais, como é o
indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. caso do meio ambiente, da proteção aos consumidores, a aposen-
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação tadoria etc.
independe de licença de autoridade. Segundo a norma constitucional, todos têm direito ao meio
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum
televisão atenderão aos seguintes princípios: do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
informativas; presentes e futuras gerações.
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produ- Há dois princípios muito aplicados no direito ambiental: o da
ção independente que objetive sua divulgação; prevenção e o da precaução. O objetivo de ambos é o mesmo, ou
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
seja, impedir danos ao meio ambiente, por meio de cautelas dire- de reparar os danos causados.
cionadas a atividades potencialmente poluidoras ou que utilizem § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a
recursos naturais. Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira
são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da
– Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio
As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambien- ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
te sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções pe- § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos
nais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
os danos causados. ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter
As pessoas físicas e jurídicas estão sujeitas à responsabilização sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
penal, civil e administrativa quando praticarem atos lesivos ao meio instaladas.
ambiente. § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º
deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas
CAPÍTULO VI que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais,
DO MEIO AMBIENTE conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas
como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia quali- que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela
dade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever Emenda Constitucional nº 96, de 2017)
de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Família, Criança, Adolescente e Idoso
Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e – Família
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; É importante nos atentarmos, qual abrangente o conceito do
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio gené- termo “família”, já que engloba combinações mais amplas (uniões
tico do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipu- plúrimas, homoafetivas etc.), não previstas no texto constitucional.
lação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territo- – Criança e Adolescente
riais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo Quanto à criança e ao adolescente, deve-se dar atenção espe-
a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, veda- cial para a responsabilização por atos infracionais.
da qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos Além disso, o tema relativo ao jovem, apesar de não ser muito
que justifiquem sua proteção; cobrado, chama-se a atenção apenas ao plano nacional da juventu-
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou ativida- de e sua duração.
de potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará pu- – Idoso
blicidade; Por fim, o idoso tem repercussões relevantes na jurisprudência
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de e na interpretação de algumas leis, como é o caso do Estatuto do
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a Idoso.
qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de en- CAPÍTULO VII
sino e a conscientização pública para a preservação do meio am- Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
biente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a do Estado.
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
VIII - manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
e para o hidrogênio de baixa emissão de carbono, na forma de lei § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à inci- estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo
dente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir diferencial a lei facilitar sua conversão em casamento.
competitivo em relação a estes, especialmente em relação às con- § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade
tribuições de que tratam o art. 195, I, “b”, IV e V, e o art. 239 e aos formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
impostos a que se referem os arts. 155, II, e 156-A. (Redação dada § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são
pela Emenda Constitucional nº 132, de 2023) exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
247
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a à articulação das várias esferas do poder público para a execução
violência no âmbito de suas relações. de políticas públicas.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegu- Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito
rar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, anos, sujeitos às normas da legislação especial.
o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo pais na velhice, carência ou enfermidade.
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de am-
crueldade e opressão. parar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comuni-
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral dade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o
à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a direito à vida.
participação de entidades não governamentais, mediante políticas § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados
específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: preferencialmente em seus lares.
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à § 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a
saúde na assistência materno-infantil; gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
II - criação de programas de prevenção e atendimento especia-
lizado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou Índios
mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem De acordo com o art. 231, da CF, são reconhecidos aos índios
portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os
a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos
de discriminação. os seus bens.
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros Entende-se por terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de aquelas por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas
transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação
portadoras de deficiência. dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessá-
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes rias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes
aspectos: e tradições.
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se
observado o disposto no art. 7º, XXXIII; à sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das ri-
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; quezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à São inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, im-
escola; prescritíveis. Em outras palavras, elas não podem ser vendidas e
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de não podem ser objeto de usucapião (prescrição aquisitiva).
ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da
por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar União. Eles possuem apenas o direito à posse e ao usufruto (artigo
específica; 20, inciso XI, Constituição).
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quan- CAPÍTULO VIII
do da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; DOS ÍNDIOS
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, in-
centivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social,
forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado; costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários so-
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à bre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União
criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
e drogas afins. § 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para
sexual da criança e do adolescente. suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias
lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e
de estrangeiros. tradições.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os
levar-se- á em consideração o disposto no art. 204. potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais
§ 8º A lei estabelecerá: em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-
jovens; lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO
indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES, PRINCÍPIOS
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas
terras, salvo, «ad referendum» do Congresso Nacional, em caso Conceito
de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou De início, convém ressaltar que o estudo desse ramo do Direito,
no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso denota a distinção entre o Direito Administrativo, bem como entre
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo as normas e princípios que nele se inserem.
que cesse o risco. No entanto, o Direito Administrativo, como sistema jurídico
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os de normas e princípios, somente veio a surgir com a instituição do
atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das Estado de Direito, no momento em que o Poder criador do direito
terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas passou também a respeitá-lo. Tal fenômeno teve sua origem com
naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado os movimentos constitucionalistas, cujo início se deu no final do
relevante interesse público da União, segundo o que dispuser século XVIII. Por meio do novo sistema, o Estado passou a ter órgãos
lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito específicos para o exercício da Administração Pública e, por isso, foi
a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, necessário a desenvoltura do quadro normativo disciplinante das
quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé. relações internas da Administração, bem como das relações entre
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § esta e os administrados. Assim sendo, pode considerar-se que foi
3º e § 4º. a partir do século XIX que o mundo jurídico abriu os olhos para a
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são par- existência do Direito Administrativo.
tes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e Destaca-se ainda, que o Direito Administrativo foi formado
interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do pro- a partir da teoria da separação dos poderes desenvolvida por
cesso. Montesquieu, L’Espirit des Lois, 1748, e acolhida de forma universal
pelos Estados de Direito. Até esse momento, o absolutismo
reinante e a junção de todos os poderes governamentais nas mãos
PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA ISONOMIA do Soberano não permitiam o desenvolvimento de quaisquer
teorias que visassem a reconhecer direitos aos súditos, e que se
opusessem às ordens do Príncipe. Prevalecia o domínio operante
– Princípio da legalidade – art. 5º, II, CF da vontade onipotente do Monarca.
Mais estudado no âmbito do Direito Constitucional, Adminis- Conceituar com precisão o Direito Administrativo é tarefa difícil,
trativo e Penal, o princípio da legalidade preceitua que “ninguém uma vez que o mesmo é marcado por divergências doutrinárias,
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em o que ocorre pelo fato de cada autor evidenciar os critérios que
virtude de lei” (art. 5º, II, da CF/88). Tal princípio objetiva proteger o considera essenciais para a construção da definição mais apropriada
indivíduo em face do Estado, já que somente estarão legitimadas as para o termo jurídico apropriado.
imposições estatais que respeitem as leis (em sentido amplo) pre- De antemão, ao entrar no fundamento de algumas definições
viamente estabelecidas no ordenamento. do Direito Administrativo,
Considera-se importante denotar que o Estado desempenha
– Princípio da igualdade (ou da isonomia) – art. 5º, caput, CF três funções essenciais. São elas: Legislativa, Administrativa e
e art. 7º, CPC Jurisdicional.
Consagrado no caput do art. 5º da Constituição Federal, o prin- Pondera-se que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
cípio da igualdade (ou princípio da isonomia) relaciona-se à ideia de são independentes, porém, em tese, harmônicos entre si. Os
processo justo, no qual seja dispensado às partes e procuradores, poderes foram criados para desempenhar as funções do Estado.
idêntico tratamento, para que tenham iguais oportunidades de fa- Desta forma, verifica-se o seguinte:
zer valer suas alegações em juízo. Esse princípio foi positivado pela
legislação infraconstitucional, que expressamente assegura às par- Funções do Estado:
tes a paridade de tratamento no curso do processo (art. 7º). – Legislativa
É importante observar que a isonomia entre as partes – Administrativa
significa “igualdade real”, uma vez que os sujeitos processuais – Jurisdicional
(em sua maioria) são diferentes, e devem ser respeitados em
suas diferenças. Ora, em uma ação ordinária na qual se discute Poderes criados para desenvolver as funções do estado:
a existência de defeitos de fabricação no veículo, por exemplo, – Legislativo
consumidor e fabricante estão em situação de igualdade? – Executivo
A igualdade objeto de garantia constitucional, portanto, é a – Judiciário
igualdade substancial, material, e não a meramente formal. Asse-
gurar a igualdade, já dizia Aristóteles, é tratar igualmente os iguais e Infere-se que cada poder exerce, de forma fundamental, uma
desigualmente os desiguais, na medida da desigualdade deles. das funções de Estado, é o que denominamos de FUNÇÃO TÍPICA.
249
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Além do exercício da função típica, cada poder pode ainda exercer as funções destinadas a outro poder, é o que denominamos de
exercício de FUNÇÃO ATÍPICA. Vejamos:
Diante da difícil tarefa de conceituar o Direito Administrativo, uma vez que diversos são os conceitos utilizados pelos autores modernos
de Direito Administrativo, sendo que, alguns consideram apenas as atividades administrativas em si mesmas, ao passo que outros, optam
por dar ênfase aos fins desejados pelo Estado, abordaremos alguns dos principais posicionamentos de diferentes e importantes autores.
No entendimento de Carvalho Filho (2010), “o Direito Administrativo, com a evolução que o vem impulsionando contemporaneamente,
há de focar-se em dois tipos fundamentais de relações jurídicas, sendo, uma, de caráter interno, que existe entre as pessoas administrativas
e entre os órgãos que as compõem e, a outra, de caráter externo, que se forma entre o Estado e a coletividade em geral.” (2010, Carvalho
Filho, p. 26).
Como regra geral, o Direito Administrativo é conceituado como o ramo do direito público que cuida de princípios e regras que
disciplinam a função administrativa abrangendo entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na
consecução do interesse público.
Vale lembrar que, como leciona DIEZ, o Direito Administrativo apresenta, ainda, três características principais:
1 – constitui um direito novo, já que se trata de disciplina recente com sistematização científica;
2 – espelha um direito mutável, porque ainda se encontra em contínua transformação;
3 – é um direito em formação, não se tendo, até o momento, concluído todo o seu ciclo de abrangência.
Entretanto, o Direito Administrativo também pode ser conceituado sob os aspectos de diferentes óticas, as quais, no deslindar desse
estudo, iremos abordar as principais e mais importantes para estudo, conhecimento e aplicação.
– Ótica Objetiva: Segundo os parâmetros da ótica objetiva, o Direito Administrativo é conceituado como o acoplado de normas que
regulamentam a atividade da Administração Pública de atendimento ao interesse público.
– Ótica Subjetiva: Sob o ângulo da ótica subjetiva, o Direito Administrativo é conceituado como um conjunto de normas que comandam
as relações internas da Administração Pública e as relações externas que são encadeadas entre elas e os administrados.
Nos moldes do conceito objetivo, o Direito Administrativo é tido como o objeto da relação jurídica travada, não levando em conta os
autores da relação.
O conceito de Direito Administrativo surge também como elemento próprio em um regime jurídico diferenciado, isso ocorre por que
em regra, as relações encadeadas pela Administração Pública ilustram evidente falta de equilíbrio entre as partes.
Para o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Fernando Correia, o Direito Administrativo é o sistema de
normas jurídicas, diferenciadas das normas do direito privado, que regulam o funcionamento e a organização da Administração Pública,
bem como a função ou atividade administrativa dos órgãos administrativos.
Correia, o intitula como um corpo de normas de Direito Público, no qual os princípios, conceitos e institutos distanciam-se do Direito
Privado, posto que, as peculiaridades das normas de Direito Administrativo são manifestadas no reconhecimento à Administração Pública
de prerrogativas sem equivalente nas relações jurídico-privadas e na imposição, em decorrência do princípio da legalidade, de limitações
de atuação mais exatas do que as que auferem os negócios particulares.
Entende o renomado professor, que apenas com o aparecimento do Estado de Direito acoplado ao acolhimento do princípio da
separação dos poderes, é que seria possível se falar em Direito Administrativo.
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello aduz, em seu conceito analítico, que o Direito Administrativo juridicamente falando, ordena a
atividade do Estado quanto à organização, bem como quanto aos modos e aos meios da sua ação, quanto à forma da sua própria ação, ou
seja, legislativa e executiva, por intermédio de atos jurídicos normativos ou concretos, na consecução do seu fim de criação de utilidade
250
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
pública, na qual participa de forma direta e imediata, e, ainda como âmbito da Administração Pública Federal.
das pessoas de direito que façam as vezes do Estado. O Direito Administrativo tem importante papel na identificação
do seu objeto e o seu próprio conceito e significado foi de grande
Observação importante: Note que os conceitos classificam importância à época do entendimento do Estado francês em dividir
o Direito Administrativo como Ramo do Direito Público fazendo as ações administrativas e as ações envolvendo o poder judiciário.
sempre referência ao interesse público, ao inverso do Direito Destaca-se na França, o sistema do contencioso administrativo
Privado, que cuida do regulamento das relações jurídicas entre com matéria de teor administrativo, sendo decidido no tribunal
particulares, o Direito Público, tem por foco regular os interesses da administrativo e transitando em julgado nesse mesmo tribunal.
sociedade, trabalhando em prol do interesse público. Definir o objeto do Direito Administrativo é importante no sentido
de compreender quais matérias serão julgadas pelo tribunal
Por fim, depreende-se que a busca por um conceito completo administrativo, e não pelo Tribunal de Justiça.
de Direito Administrativo não é recente. Entretanto, a Administração Depreende-se que com o passar do tempo, o objeto de estudo
Pública deve buscar a satisfação do interesse público como um todo, do Direito Administrativo sofreu significativa e grande evolução,
uma vez que a sua natureza resta amparada a partir do momento desde o momento em que era visto como um simples estudo
que deixa de existir como fim em si mesmo, passando a existir como das normas administrativas, passando pelo período do serviço
instrumento de realização do bem comum, visando o interesse público, da disciplina do bem público, até os dias contemporâneos,
público, independentemente do conceito de Direito Administrativo quando se ocupa em estudar e gerenciar os sujeitos e situações
escolhido. que exercem e sofrem com a atividade do Estado, assim como
das funções e atividades desempenhadas pela Administração
Objeto Pública, fato que leva a compreender que o seu objeto de estudo
De acordo com a ilibada autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a é evolutivo e dinâmico acoplado com a atividade administrativa
formação do Direito Administrativo como ramo autônomo, fadado e o desenvolvimento do Estado. Destarte, em suma, seu objeto
de princípios e objeto próprios, teve início a partir do instante em que principal é o desempenho da função administrativa.
o conceito de Estado de Direito começou a ser desenvolvido, com
ampla estrutura sobre o princípio da legalidade e sobre o princípio Fontes
da separação de poderes. O Direito Administrativo Brasileiro não Fonte significa origem. Neste tópico, iremos estudar a origem
surgiu antes do Direito Romano, do Germânico, do Francês e do das regras que regem o Direito Administrativo.
Italiano. Diversos direitos contribuíram para a formação do Direito Segundo Alexandre Sanches Cunha, “o termo fonte provém
Brasileiro, tais como: o francês, o inglês, o italiano, o alemão e do latim fons, fontis, que implica o conceito de nascente de água.
outros. Isso, de certa forma, contribuiu para que o nosso Direito Entende-se por fonte tudo o que dá origem, o início de tudo. Fonte
pudesse captar os traços positivos desses direitos e reproduzi-los do Direito nada mais é do que a origem do Direito, suas raízes
de acordo com a nossa realidade histórica. históricas, de onde se cria (fonte material) e como se aplica (fonte
Atualmente, predomina, na definição do objeto do Direito formal), ou seja, o processo de produção das normas. São fontes
Administrativo, o critério funcional, como sendo o ramo do direito do direito: as leis, costumes, jurisprudência, doutrina, analogia,
que estuda a disciplina normativa da função administrativa, princípio geral do direito e equidade.” (CUNHA, 2012, p. 43).
independentemente de quem esteja encarregado de exercê-la:
Executivo, Legislativo, Judiciário ou particulares mediante delegação Fontes do Direito Administrativo:
estatal”, (MAZZA, 2013, p. 33).
Sendo o Direito Administrativo um ramo do Direito Público, o A) Lei
entendimento que predomina no Brasil e na América Latina, ainda A lei se estende desde a constituição e é a fonte primária e
que incompleto, é que o objeto de estudo do Direito Administrativo principal do DireitoAdministrativo e se estende desde a Constituição
é a Administração Pública atuante como função administrativa Federal em seus artigos 37 a 41, alcançando os atos administrativos
ou organização administrativa, pessoas jurídicas, ou, ainda, como normativos inferiores. Desta forma, a lei como fonte do Direito
órgãos públicos. Administrativo significa a lei em sentido amplo, ou seja, a lei
De maneira geral, o Direito é um conjunto de normas, confeccionada pelo Parlamento, bem como os atos normativos
princípios e regras, compostas de coercibilidade disciplinantes da expedidos pela Administração, tais como: decretos, resoluções,
vida social como um todo. Enquanto ramo do Direito Público, o incluindo tratados internacionais.
Direito Administrativo, nada mais é que, um conjunto de princípios Desta maneira, sendo a Lei a fonte primária, formal e
e regras que disciplina a função administrativa, as pessoas e os primordial do Direito Administrativo, acaba por prevalecer sobre
órgãos que a exercem. Desta forma, considera-se como seu objeto, as demais fontes. E isso, prevalece como regra geral, posto que as
toda a estrutura administrativa, a qual deverá ser voltada para a demais fontes que estudaremos a seguir, são consideradas fontes
satisfação dos interesses públicos. secundárias, acessórias ou informais.
São leis específicas do Direito Administrativo a Lei n. 8.666/1993 A Lei pode ser subdividida da seguinte forma:
que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública – Lei em sentido amplo
e dá outras providências; a Lei n. 8.112/1990, que dispõe sobre o Refere-se a todas as fontes com conteúdo normativo, tais
regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias como: a Constituição Federal, lei ordinária, lei complementar,
e das fundações públicas federais; a Lei n. 8.409/1992 que estima medida provisória, tratados internacionais, e atos administrativos
a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de normativos (decretos, resoluções, regimentos etc.).
1992 e a Lei n. 9.784/1999 que regula o processo administrativo no
251
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
– Lei em sentido estrito os costumes administrativos são práticas reiteradas que devem
Refere-se à Lei feita pelo Parlamento, pelo Poder Legislativo por ser observadas pelos agentes públicos diante de determinadas
meio de lei ordinária e lei complementar. Engloba também, outras situações. Os costumes podem exercer influência no Direito
normas no mesmo nível como, por exemplo, a medida provisória Administrativo em decorrência da carência da legislação,
que possui o mesmo nível da lei ordinária. Pondera-se que todos consumando o sistema normativo, costume praeter legem, ou nas
mencionados são reputados como fonte primária (a lei) do Direito situações em que seria impossível legislar sobre todas as situações.
Administrativo. Os costumes não podem se opor à lei (contra legem), pois ela
é a fonte primordial do Direito Administrativo, devendo somente
B) Doutrina auxiliar à exata compreensão e incidência do sistema normativo.
Tem alto poder de influência como teses doutrinadoras nas
decisões administrativas, como no próprio Direito Administrativo. Exemplo:
A Doutrina visa indicar a melhor interpretação possível da norma Ao determinar a CFB/1988 que um concurso terá validade de
administrativa, indicando ainda, as possíveis soluções para até 2 anos, não pode um órgão, de forma alguma, atribuir por efeito
casos determinados e concretos. Auxilia muito o viver diário da de costume, prazo de até 10 anos, porque estaria contrariando
Administração Pública, posto que, muitas vezes é ela que conceitua, disposição expressa na Carta Magna, nossa Lei Maior e Soberana.
interpreta e explica os dispositivos da lei.
Ressalta-se, com veemente importância, que os costumes
Exemplo: podem gerar direitos para os administrados, em decorrência dos
A Lei n. 9.784/1999, aduz que provas protelatórias podem ser princípios da lealdade, boa-fé, moralidade administrativa, dentre
recusadas no processo administrativo. Desta forma, a doutrina outros, uma vez que um certo comportamento repetitivo da
explicará o que é prova protelatória, e a Administração Pública Administração Pública gera uma expectativa em sentido geral de
poderá usar o conceito doutrinário para recusar uma prova no que essa prática deverá ser seguida nas demais situações parecidas
processo administrativo.
– Observação importante: Existe divergência doutrinária
C) Jurisprudência em relação à aceitação dos costumes como fonte do Direito
Trata-se de decisões de um tribunal que estão na mesma Administrativo. No entanto, para concursos, e estudos correlatos,
direção, além de ser a reiteração de julgamentos no mesmo sentido. via de regra, deve ser compreendida como correta a tese no sentido
de que o costume é fonte secundária, acessória, indireta e imediata
Exemplo: do Direito Administrativo, tendo em vista que a fonte primária e
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), possui determinada mediata é a Lei.
jurisprudência que afirma que candidato aprovado dentro do
número de vagas previsto no edital tem direito à nomeação, Nota - Sobre Súmulas Vinculantes
aduzindo que existem diversas decisões desse órgão ou tribunal Nos termos do art. 103 - A da Constituição Federal, ‘‘o Supremo
com o mesmo entendimento final. Tribunal Federal poderá, de ofício ou mediante provocação, por
decisão de dois terços de seus membros, após decisões reiteradas
— Observação importante: Por tratar-se de uma orientação aos que versam sobre matéria constitucional, aprovar súmulas que
demais órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública, a terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
jurisprudência não é de seguimento obrigatório. Entretanto, com as Judiciário e à administração pública direta e indireta”.
alterações promovidas desde a CFB/1988, esse sistema orientador
da jurisprudência tem deixado de ser a regra.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: NATUREZA, ELEMENTOS,
Exemplo:
PODERES E ORGANIZAÇÃO, NATUREZA, FINS
Os efeitos vinculantes das decisões proferidas pelo Supremo
E PRINCÍPIOS; ADMINISTRAÇÃO DIRETA E
Tribunal Federal na ação direta de inconstitucionalidade (ADI),
INDIRETA; PLANEJAMENTO, COORDENAÇÃO,
na ação declaratória constitucionalidade (ADC) e na arguição de
DESCENTRALIZAÇÃO, DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA,
descumprimento de preceito fundamental, e, em especial, com as
CONTROLE
súmulas vinculantes, a partir da Emenda Constitucional nº. 45/2004.
Nesses ocorridos, as decisões do STF acabaram por vincular e obrigar — Administração pública
a Administração Pública direta e indireta dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos dispostos Conceito
no art. 103-A da CF/1988. Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a atividade
que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos
D) Costumes interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos
Costumes são condutas reiteradas. Assim sendo, cada país, e agentes públicos.
Estado, cidade, povoado, comunidade, tribo ou população tem A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e
os seus costumes, que via de regra, são diferentes em diversos estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como
aspectos, porém, em se tratando do ordenamento jurídico, não “a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob
poderão ultrapassar e ferir as leis soberanas da Carta Magna que regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução
regem o Estado como um todo. dos interesses coletivos”.
Como fontes secundárias e atuantes no Direito Administrativo,
252
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a internacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e No direito público interno encontra-se, no âmbito da
órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo, administração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União,
sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II
em sentido objetivo. e III, do CC).
Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções da administração indireta, as autarquias e associações públicas
administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também (art. 41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas
na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo. jurídicas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41
Em suma, temos: do CC, pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar
ao consórcio público a ser firmado entre entes públicos (União,
Sentido amplo {órgãos Estados, Municípios e Distrito Federal).
SENTIDO SUBJETIVO governamentais e órgãos
administrativos}. Princípios da administração pública
De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017),
Sentido estrito {pessoas princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de
SENTIDO SUBJETIVO jurídicas, órgãos e agentes um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento
públicos}. jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpretes
Sentido amplo {função do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato de
SENTIDO OBJETIVO que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da ordem
política e administrativa}.
jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada pelos
Sentido estrito {atividade contornos que conferem à determinada seara jurídica.
SENTIDO OBJETIVO
exercida por esses entes}. Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade
aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.
Existem funções na Administração Pública que são exercidas Referente à função hermenêutica, os princípios são
pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que amplamente responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais
são subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e parâmetros legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no
serviço público. ato de tutela dos casos concretos. Por meio da função integrativa,
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada por sua vez, os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais
uma das funções. Vejamos: lacunas legais observadas em matérias específicas ou diante das
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do particularidades que permeiam a aplicação das normas aos casos
desenvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de existentes.
utilidade ou de interesse público. Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrativa. integrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos
São os atos da Administração que limitam interesses individuais em legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo,
prol do interesse coletivo. dando-lhe unicidade e coerência.
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser
Administração Pública executa, de forma direta ou indireta, expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não
para satisfazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, positivados e não escritos na lei de forma expressa.
sob o regime jurídico e com predominância pública. O serviço
público também regula a atividade permanente de edição de atos — Observação importante:
normativos e concretos sobre atividades públicas e privadas, de Não existe hierarquia entre os princípios expressos e
forma implementativa de políticas de governo. implícitos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios
A finalidade de todas essas funções é executar as políticas que dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente
de governo e desempenhar a função administrativa em favor do implícitos.
interesse público, dentre outros atributos essenciais ao bom Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os
andamento da Administração Pública como um todo com o princípios e demais dispositivos legais que formam o Direito
incentivo das atividades privadas de interesse social, visando Administrativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois
sempre o interesse público. princípios centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do
A Administração Pública também possui elementos que a Interesse Público e a Indisponibilidade do Interesse Público.
compõe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
função administrativa estatal. Conclama a necessidade da
Supremacia do
sobreposição dos interesses da
Interesse Público
— Observação importante: coletividade sobre os individuais.
Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais
acopladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato
da coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem
a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas
nações estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos
253
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Sua principal função é apenas nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à
orientar a atuação dos agentes moralidade.
Indisponibilidade do
públicos para que atuem em
Interesse Público – Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de
nome e em prol dos interesses
da Administração Pública. controle dos atos administrativos por meio da sociedade. A
publicidade está associada à prestação de satisfação e informação
da atuação pública aos administrados. Via de regra é que a atuação
Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas
da Administração seja pública, tornando assim, possível o controle
de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a
da sociedade sobre os seus atos.
indisponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que
Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é absoluto.
tais prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses
Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções previstas
privados, termina por colocar limitações aos agentes públicos
em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam ser
no campo de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de
preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e
aprovação em concurso público para o provimento dos cargos
intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá
públicos.
ser afastado.
Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos
Princípios Administrativos
administrativos que se voltam para a sociedade, pondera-se que
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal,
os mesmos não poderão produzir efeitos enquanto não forem
a Administração Pública deverá obedecer aos princípios da
publicados.
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Vejamos:
– Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito
ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e
Administrativo, apresenta um significado diverso do que apresenta
economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém,
no Direito Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do
hodiernamente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88,
indivíduo que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária
com a EC n. 19/1998.
à lei, é considerada legal. O termo legalidade para o Direito
São decorrentes do princípio da eficiência:
Administrativo, significa subordinação à lei, o que faz com que o
a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial,
administrador deva atuar somente no instante e da forma que a lei
orçamentária e financeira de órgãos, bem como de entidades
permitir.
administrativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.
b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial
— Observação importante: O princípio da legalidade considera
para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do
a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei,
art. 41, § 4º da CFB/88.
toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
art. 59 da Constituição Federal.
Administração direta e indireta
A princípio, infere-se que Administração Direta é correspondente
– Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas
aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas que
óticas:
executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O
a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação
vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar
compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto
na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que
os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do
o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e
Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade
na objetividade.
administrativa de maneira centralizada.
b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve
Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas
executar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as
primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos atos,
Administrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
de maneira descentralizada.
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
exercidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’
personalidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições
a particulares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de
– Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrativa
direito público ou de direito privado para esta finalidade. Optando
deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestidade,
pela segunda opção, as novas entidades passarão a compor a
probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção na
Administração Indireta do ente que as criou e, por possuírem
Administração Pública.
como destino a execução especializado de certas atividades, são
O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
consideradas como sendo manifestação da descentralização por
conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
serviço, funcional ou técnica, de modo geral.
costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que
obedecer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o
agente atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado
254
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
255
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
oportunidade na qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, Vejamos em síntese, algumas características em comum das
deverá, obrigatoriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita empresas públicas e das sociedades de economia mista:
pelo respectivo Poder. – Devem realizar concurso público para admissão de seus
empregados;
— Empresas Públicas – Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
constitucional;
Sociedades de Economia Mista – Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o bem como ao controle do Poder Legislativo;
direito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária – Não estão sujeitas à falência;
de empresas estatais. – Devem obedecer às normas de licitação e contrato
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia administrativo no que se refere às suas atividades-meio;
mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas – Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente constitucionalmente;
atuantes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, – Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder
obtemos dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades Legislativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores.
de economia mista.
Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais exploradoras Fundações e outras entidades privadas delegatárias
de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitucional, Identifica-se no processo de criação das fundações privadas,
pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida pelo duas características que se encontram presentes de forma
direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais contundente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um
prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma instituidor e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa.
legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de
exclusiva e prioritária pelo direito público. 1988 conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito
predominantemente de direito privado, sendo que a Constituição
– Observação importante: todas as empresas estatais, sejam Federal dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades
prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autorização
econômica, possuem personalidade jurídica de direito privado. da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso das
O que diferencia as empresas estatais exploradoras de atividade autarquias.
econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público é Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que
a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço a Fundação Pública poderá ser criada de forma direta por meio
público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público, de lei específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica
nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina de direito público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou
que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente Fundação Autárquica.
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de – Observação importante: a autarquia é definida como
licitação, a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora serviço personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é
de atividade econômica, como maneira de evitar que o princípio conceituada como sendo um patrimônio de forma personificada
da livre concorrência reste-se prejudicado, as referidas atividades destinado a uma finalidade específica de interesse social.
deverão ser reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo
173 da Constituição Federal, que assim determina: Vejamos como o Código Civil determina:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...)
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
permitida quando necessária aos imperativos da segurança V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz
lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da distinção entre as Fundações de direito público ou de direito
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem privado. O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de fundações da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de
prestação de serviços, dispondo sobre: ligação com a Administração Pública.
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como
sociedade; por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, somente às entidades de direito público como um todo. Registra-se
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, que o foro de ambas é na Justiça Federal.
trabalhistas e tributários;
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e — Delegação Social
alienações, observados os princípios da Administração Pública;
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Organizações sociais
Administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; As organizações sociais são entidades privadas que recebem
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas
responsabilidade dos administradores por particulares sob a forma de associação ou fundação que
desempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos neste artigo.
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito receber a qualificação. Vejamos:
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
cultura e à saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que I – as sociedades comerciais;
as entidades privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
receber a qualificação de OSs. de categoria profissional;
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los por IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publicização. fundações;
Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, outra V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
entidade de direito privado o substitui no serviço anteriormente bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para que VI – as entidades e empresas que comercializam planos de
seja feita a qualificação da entidade como organização social é saúde e assemelhados;
estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
as Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, mantenedoras;
utilização de bens públicos e servidores públicos. VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não
gratuito e suas mantenedoras;
Organizações da sociedade civil de interesse público IX – as Organizações Sociais;
São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado, sem X – as cooperativas;
fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatutárias
devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da Lei Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade e o
n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência do Estado é denominado termo de parceria e que para a qualificação de
Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com o da uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido constituída
OS, entretanto, é mais amplo. e se encontre em funcionamento regular há, pelo menos, três anos
Vejamos: nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n. 13.019/2014. O
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em Tribunal de Contas da União tem entendido que o vínculo firmado
qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no pelo termo de parceria por órgãos ou entidades da Administração
respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será Pública com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, não é demandante de processo de licitação. De acordo com o
cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999, deverá haver a
finalidades: realização de concurso de projetos pelo órgão estatal interessado
I – promoção da assistência social; em construir parceria com Oscips para que venha a obter bens e
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio serviços para a realização de atividades, eventos, consultorias,
histórico e artístico; cooperação técnica e assessoria.
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma
complementar de participação das organizações de que trata esta Entidades de utilidade pública
Lei; O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe
IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma em seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços
complementar de participação das organizações de que trata esta estatais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para
Lei; o setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor.
V – promoção da segurança alimentar e nutricional; Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública,
e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exemplo,
voluntariado; as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil de
VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e interesse público (OSCIP).
combate à pobreza; É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor
IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiariedade
socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da
emprego e crédito; subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às
X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos organizações civis o atendimento dos interesses individuais e
direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; coletivos. Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária
XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos nas demandas que, devido à sua própria natureza e complexidade,
humanos, da democracia e de outros valores universais; não puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade.
XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias Dessa maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
autossuficiência da sociedade. O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez,
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor regulamentos.
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
Estado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade públicas, manifestada mediante providências jurídicas
civil de interesse público. complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a
O termo publicização também é atribuído a um segundo sentido controle de legitimidade por órgão jurisdicional”.
adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde à
transformação de entidades públicas em entidades privadas sem B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição
fins lucrativos. anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta
No que condizente às características das entidades que forma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele
compõem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro exposta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos,
entende que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles: por exemplo, bem como os atos abstratos.
1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir
tenham sido autorizadas por lei; da análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos
2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse conceitos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos
público (serviços sociais não exclusivos do Estado); fundamentais para a definição dos conceitos do ato administrativo.
3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público; De antemão, é importante observar que, embora o exercício
4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, da função administrativa consista na atividade típica do Poder
por isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Executivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função
Administração de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos.
5. Pública e ao Tribunal de Contas; Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem
6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derrogado nomear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo
parcialmente por normas direito público; benefícios legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece
que em todas essas atividades, a função administrativa estará
Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato sendo exercida que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos,
de não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e não é função exclusiva do Poder Executivo.
também porque não integram a Administração Pública Direta ou Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício
Indireta. da função administrativa é ato administrativo, isso por que em
Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor inúmeras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado,
são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico
seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo:
privado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente a emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida
de algum incentivo do setor público, também podem lhes ser providência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de
aplicáveis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo direito privado e não público.
qual a conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser
às entidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que
podendo ser modificado de maneira parcial por normas de direito o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem
público. como, os entes da Administração Indireta e particulares, como
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de
serviços públicos.
ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO E REQUISITOS;
ATRIBUTOS; INVALIDAÇÃO; CLASSIFICAÇÃO; ESPÉCIES. Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não
apresentar caráter de definitividade, está sujeito a controle
Conceito por órgão jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes,
Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo compreendemos que ato administrativo é a manifestação unilateral
“toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública de vontade proveniente de entidade arremetida em prerrogativas
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, estatais amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou de direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e
impor obrigações aos administrados ou a si própria”. sujeitos a controle judicial específico.
Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a
declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento. b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com
Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem a finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da interesse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta perseguir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados interesse público.
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato. Em resumo, temos:
Em suma, temos:
Específica ou Imediata e Geral
Finalidade Pública
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA ou Mediata
Em determinadas Ato praticado com finalidade
Excesso de poder situações é possível a diversa da prevista em Lei.
convalidação Desvio de finalidade e Ato praticado formalmente
Usurpação de função Ato inexistente ou desvio de poder com finalidade prevista em Lei,
porém, visando a atender a fins
Ato válido, se houver pessoais de autoridade.
Função de fato
boa-fé do administrado
ABUSO DE AUTORIDADE Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas
distintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas:
Excesso de poder Vício de competência A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o
Desvio de poder Desvio de finalidade modo de exteriorização do ato administrativo.
B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no
Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem
uma das características do princípio da impessoalidade. Nesse como todas as formalidades que devem ser destacadas e observadas
diapasão, a Administração não pode atuar com o objetivo de no seu curso de formação.
beneficiar ou prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que
seu comportamento deverá sempre ser norteado pela busca do Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se
interesse público. Além disso, existe determinada finalidade típica simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo
para cada tipo de ato administrativo. que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto
Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da
de finalidade pública. São elas: formação do ato administrativo.
a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse público
considerado de forma geral. Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade
b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra
previsto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado é o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser
ato. revestido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que
ele seja escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo
Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a em vista que em alguns casos, via de regra, o agente público
lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato. tem a possibilidade de se manifestar de outra forma, como
Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas acontece nas ordens verbais transmitidas de forma emergencial
finalidades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado aos subordinados, ou, ainda, por exemplo, quando um agente
desvio de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é de trânsito transmite orientações para os condutores de veículos
vício que não pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser através de silvos e gestos.
convalidado. Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado
A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágrafo vício de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à
único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se verifica forma e sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via
quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele de regra, considera-se plenamente possível a convalidação do
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”. ato administrativo que contenha vício de forma. No entanto, tal
Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência convalidação não será possível nos casos em que a lei estabelecer
estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser que a forma é requisito primordial à validade do ato.
seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser Devemos explanar também que a motivação declarada e
praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício escrita dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando
de finalidade. for de caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta
maneira, quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja
O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se vício de forma, mas não vício de motivo.
verifica em duas hipóteses. São elas: Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela
a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da autoridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no
prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo elemento motivo.
de punição.
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padrões aceitos como éticos e justos. relembremos que em regra, segundo os parâmetros jurídicos,
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir o dever de provar é de quem alega o fato a ser provado. Desta
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse maneira, se o particular “X” alega que o particular “Y” cometeu ato
sentido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam ilícito em prejuízo do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que
os seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos: está alegando, de maneira que, em nada conseguir provar os fatos,
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspensão “Y” não poderá ser punido.
por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para – Imperatividade
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo. Em decorrência desse atributo, os atos administrativos são
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas concordância destes. Infere-se que a imperatividade é proveniente
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá
autoridade pública ou flagradas no teste do bafômetro. editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado
pessoas específicas para a ocupação noturna de determinado em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente
trecho de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua
o objeto é tido como imoral. expressa concordância.
Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperatividade,
Atributos do Ato Administrativo característica presente exclusivamente nos atos que impõem
Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o
público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos ato administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por
são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos exemplo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda,
privados. quando possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão,
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente atestado ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade.
ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento,
bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos – Autoexecutoriedade
públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem
pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. executados diretamente pela Administração Pública, por
Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos intermédio de meios coercitivos próprios, sem que seja necessário
atos administrativos são: a intervenção prévia do Poder Judiciário.
Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do
– Presunção de legitimidade interesse público, típico do regime de direito administrativo, fato
Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos que acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente
atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos à rapidez e eficiência.
administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a
quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a autoexecutoriedade somente é possível quando estiver
administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros expressamente prevista em lei, ou, quando se tratar de medida
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade, urgente, que não sendo adotada de imediato, ocasionará, por sua
os atos administrativos presumem-se editados em conformidade vez, prejuízo maior ao interesse público.
com a lei, até que se prove o contrário.
De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e Exemplos de Atos Administrativos Autoexecutórios
da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como apreensão de mercadorias impróprias para o consumo
presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da humano
presunção de que o ato administrativo foi editado em conformidade demolição de edifício em situação de risco
com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzidas
pela administração são verdadeiras. internação de pessoa com doença contagiosa
As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos dissolução de reunião que ameace a segurança
e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da
ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido prestação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular
contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado que considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado,
por algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá possa livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da
submetê-lo ao controle pela própria administração pública, bem defesa dos seus direitos.
como pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática
não está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações – Tipicidade
falsas, poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita a
efeitos. tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo fato
Denota-se que a principal consequência da presunção de tal característica não estabelecer um privilégio da administração,
de veracidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de que – Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração
a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que
atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, comprovados os requisitos legais, a edição do ato se torna
deveremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos obrigatória, nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que acabam a construção de imóvel.
por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administração – Já os discricionários são aqueles em que a Administração
toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada. Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar
Sylvia Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato decisões quando e como o ato será praticado, com a definição de
administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente seu conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim
sendo, em consonância com esse atributo, para cada finalidade que c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos
a Administração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato administrativos podem ser atos de império, de gestão e de
previamente definido na lei. expediente.
Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio – Atos de império são atos por meio dos quais a Administração
da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais usando
atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o o poder de império para impô-los de modo unilateral e coercitivo
atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabelecimentos
autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberdade comerciais.
para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos
inominados. d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos
Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se quais a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas
que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontrando provenientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de
presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer administração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha com os particulares.
a firmar com o particular um contrato inominado desprovido de Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam
regulamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos.
atender tanto ao interesse público como ao interesse particular.
Exemplo:
Classificação dos Atos Administrativos uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de
A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada forma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do
à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classificações
mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade – Já os atos de expediente são tidos como aqueles que
prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante impulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante
abordagem nas provas de concursos públicos. e sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos
e papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos.
a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. Exemplo:
Os atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as
determinados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que devidas análises”.
de uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas
que correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos
Regulamento do Imposto de Renda. simples, complexos e compostos.
– O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas
– Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários um órgão da administração pública, pouco importando se esse
individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que órgão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um
será singular quando alcançar um único sujeito determinado e servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada
será plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo
determinados em si. administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples
colegiado.
Exemplo: – O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou
O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os
Por outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita- sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo
se: o ato de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado.
aos destinatários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES É importante não confundir ato complexo com procedimento
PLÚRIMOS administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato
complexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção
b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem de um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo
ser atos vinculados e discricionários. praticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a
obtenção de um ato final e principal”.
264
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito.
este também decorre do resultado da manifestação de vontade de Pondera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto
dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de autônomo admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84,
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem VI, “a”, da Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos, 32/2001, que predispõe a competência privativa do Presidente da
um principal e outro acessório. República para dispor, mediante decreto, sobre a organização e
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes funcionamento da administração federal, quando não incorrer em
Meirelles, para quem o ato administrativo composto “é o que aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação
por parte de outro, para se tornar exequível”. A mencionada – Atos ordinatórios
definição, embora seja discutível, vem sendo muito utilizada
pelas bancas examinadoras na elaboração de questões de provas Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem
de concurso público. Isso ocorreu na aplicação da prova para ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro
Assistente Jurídico do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi de disciplinar as relações internas da Administração Pública.
considerado correto o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja Detalharemos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as
prática dependa de vontade única de um órgão da administração, instruções, as circulares, os avisos, as portarias, as ordens de
mas cuja exequibilidade dependa da verificação de outro órgão, dá- serviço, os ofícios e os despachos.
se o nome de ato administrativo composto”. Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar
Espécies a atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo:
O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos as instruções que ordenam os atos que devem ser usados de
administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos forma interna na análise do pedido de utilização de bem público
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e formalizado unicamente por particular.
atos punitivos. Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretanto,
de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência.
– Atos normativos Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados por
Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos corre-
esmiuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução latos aos respectivos Ministérios.
da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais, Portarias: são atos administrativos respectivamente editados
não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas, por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe do
versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos. Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria de-
terminando a instauração de processo disciplinar específico.
Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos ordena-
podem ser: dores da adoção de conduta específica em circunstâncias especiais.
a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de obra públi-
chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação ca.
geral ou individual prevista na legislação, englobando também de Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se res-
forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das ponsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita
Casas Legislativas. e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como de
O decreto é de suma importância no direito brasileiro, motivo entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição de
pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por meio
classificados em decreto geral e individual. Vejamos: de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de Saú-
b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras de.
gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta Despachos: são atos administrativos eivados de poder decisó-
aplicação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento rio ou apenas de mero expediente praticados em processos admi-
do Imposto de Renda”. nistrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo disciplinar,
c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação é emitido despacho especifico determinando a oitiva de testemu-
específica de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua nhas.
publicação produz de imediato, efeitos concretos.
– Atos negociais
Exemplo: Também chamados de atos receptícios, são atos administrati-
Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem vos de caráter administrativo editados a pedido do particular, com
para fim de desapropriação. o fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração
Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte
regulamentar, também designado de decreto de execução. desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão.
A doutrina o conceitua como sendo aquele que introduz um Vejamos:
regulamento, não permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance a) Licença: possui algumas características. São elas:
possam ir além daqueles do que é permitido por Lei. Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos le-
Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre gais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a licença;
265
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Admi- *Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal
nistração se torna conivente com o exercício da atividade privada consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais,
como um todo; no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, indepen-
Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do par- dentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de certidões em
ticular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício. repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário do- situações de interesse pessoal”.
tado da permissão do exercício de atividades específicas realizadas
pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado bem pú- c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
blico. Exemplo: a permissão para uso de bem público específico. certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
A permissão é dotada de características essenciais. São elas: de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as cer-
Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Adminis- tidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
tração Pública concorda com o exercício da atividade privada, bem ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
como da utilização de bem público por particulares; públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de re-
Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade ad- tratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos da
ministrativa é dotada de liberdade de análise referente à conveni- Administração Pública.
ência e à oportunidade do ato administrativo; d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui so- o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
mente expectativa de direito antes da edição do ato, e não apenas pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
de direito subjetivo ao ato. o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
c)Autorização: é detentora de características iguais às da per- contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
missão, vindo a constituir ato administrativo discricionário permis- de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°,
sionário do exercício de atividade específica pelo particular ou, da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que a per-
missão, a autorização possui como características: o ato de consen- – Atos punitivos
timento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo. Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos
d)Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de in-
do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público teresses dos administrados que vierem a atuar em desalento com
específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer
o particular preencha devidamente os requisitos legais. forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na edi-
ção de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição
– Atos enunciativos Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas te-
São atos administrativos que expressam opiniões ou, ainda, nham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio
que certificam fatos no campo da Administração Pública. A doutri- da legalidade.
na reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres, as Podemos dividir as sanções em dois grupos:
certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos: 1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com supe-
a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar dâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos particu-
a opinião do agente público a respeito de determinada questão de lares em geral. Exemplo: multa de trânsito.
ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de 2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com em-
licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico. basamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às demais
pessoas que se encontram especialmente vinculadas à Administra-
De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espé- ção Pública. Exemplo: reprimenda imposta à determinada empresa
cies de pareceres. São eles: contratada pela Administração.
1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legisla- Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as
ção para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições
não vincula a autoridade competente; de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada
2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessaria- espécie:
mente elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas
opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade aos administrados.
responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o pa- Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou suspen-
recer de forma motivada; sivos do exercício de atividades diversas.
Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções
3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado de aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a
forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade adminis- população em risco.
trativa com o dever de acatá-lo. Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, a
b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas à
o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, si-
administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade, po- tuação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para mo-
rém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas. mento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da medi-
da, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização feita
de forma prévia no processo administrativo, situação por intermé-
266
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
dio da qual, a ampla defesa será postergada para momento ulterior. tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên-
Sanções disciplinares: também chamadas de sanções funcio- cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria,
nais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores públicos acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de
e aos administrados possuidores de relação jurídica especial com a dados públicas.
Administração Pública, desde que tenha sido constatada a violação Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa-
ao ordenamento jurídico, bem como aos termos do negócio jurídi- recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad-
co. Um exemplo disso, é a demissão de servidor público que tenha vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários
cometido falta grave. para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo
que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas aos ocorreu na formação do ato.
particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, as
sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de sujei- – Anulação
ção especial de administrados específicos do poder disciplinar da É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
Administração Pública, como é o caso dos servidores e contratados. de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para o exterior e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle
da Administração - as chamadas sanções externas - as sanções dis- de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou
ciplinares são aplicadas no interior da Administração Pública, - as legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito
denominadas sanções internas. do ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar
o ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por
conseguinte, revogá-lo, e não o anular.
Extinção do ato administrativo Diferentemente da revogação, que mantém incidência
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção somente sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de os atos discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado
Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá pelo fato de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de
ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos, legalidade.
vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito, Em relação à competência, a anulação do ato administrativo
vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo
objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do Poder Judiciário.
beneficiário. Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de
Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por autotutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do
meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos STF:
ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
situações: PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a Administração Pública pode declarar
– Cassação Súmula 346
a nulidade dos seus próprios atos.
É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido
a Administração pode anular seus
condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar
próprios atos, quando eivados de vícios
continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção
que os tornam ilegais, porque deles não
do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo
se originam direitos; ou revogá-los, por
sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua Súmula 473
motivo de conveniência ou oportunidade,
execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
respeitados os direitos adquiridos, e
de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de
ressalvada, em todos os casos, a apreciação
prostituição.
judicial.
Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de
um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu- Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode
lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar. ser invocado para anular o ato administrativo por motivo de
Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de- ilegalidade, bem como para revogá-lo por razões de conveniência
monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar e oportunidade.
a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por
fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento, provocação do interessado.
em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no
extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento exercício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato
a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis- administrativo havendo pedido do interessado.
trativo. Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria
Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo
como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser legalmente estabelecido. À vista da autonomia administrativa
proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen- atribuída de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e
267
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Municípios, cada uma dessas esferas tem a possibilidade de, saneadora. Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc,
observado o princípio da razoabilidade e mediante legislação uma vez que retroage à data da edição do ato original, mantendo-
própria, fixar os prazos para o exercício da autotutela. lhe todos os efeitos.
Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua
âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez,
destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos, passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos.
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e
estipulação de prazos diferentes em outras esferas. anuláveis.
À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi
– Revogação incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão,
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela o art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a
própria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade, possibilidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos
sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de sanáveis, levando em conta que tal providência não acarrete lesão
conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento ao interesse público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja
do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e perfeito destinada à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento
se torna inconveniente ao interesse público, a administração pública tem sido aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da
poderá suprimi-lo por meio da revogação. existência de dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante
A revogação resulta de um controle de conveniência e analogia com a esfera federal e também com fundamento na
oportunidade do ato administrativo promovido pela própria prevalência doutrinária vigente.
Administração que o editou. Assim, é de suma importância esclarecermos que a
É fundamental compreender que a revogação somente pode jurisprudência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em
atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que determinadas lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em
quando a administração está à frente do motivo que ordena a decorrência do princípio da segurança jurídica.
prática do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória,
não lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de Decadência Administrativa
analisar a conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi-
Desta maneira, não havendo possibilidade de análise de mérito to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter-
para a edição do ato, essa abertura passará a não existir para que o minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda
ato seja desfeito pela revogação. no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que
não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei.
Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como
princípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
qualquer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
certos limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com
Zanella Di Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos: o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con-
a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a funde com o exercício da ação para manifestá-lo”.
análise de conveniência e oportunidade; Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o
b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não disposto legal sobre a decadência do direito de a administração
retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam pública anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses
próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos:
transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público, Artigo 54. O direito da administração de anular os atos
após o gozo do direito, não há como revogar o ato; administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
o praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de praticados, salvo comprovada má-fé.
autoridade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o § 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
praticou deixou de ser competente para revogá-lo; decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados, § 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer
votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela medida de autoridade administrativa que importe impugnação
lei; à validade do ato.”
e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada
novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior; O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai
f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi praticado.
adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF. Isso significa que durante esse decurso, o administrado permanecerá
submetido a revisões ou anulações do ato administrativo que o
– Convalidação beneficia.
É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial,
por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, o administrado poderá ter suas relações com a administração
inclusive aqueles que foram gerados antes da providência consolidadas contando com a proteção da segurança jurídica.
268
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Desta maneira, percebe-se que no Estado Democrático de
Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento Direito, o próprio ordenamento jurídico dispõe de mecanismos
sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu: que possibilitam o controle de toda a atuação do Estado. Tais
“No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante instrumentos tem como objetivo, garantir que tal atuação se
dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente mantenha sempre consolidada com o direito, visando ao interesse
essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração público e mantendo o respeito aos direitos dos administrados.
tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não Em relação à localização do órgão de controle, infere-se que
para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem pode ser interno ou externo. Vejamos:
que estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em – Controle interno: é realizado por órgãos de um Poder
decadência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina sobrepondo condutas que são praticadas na direção desse
do Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da mesmo Poder, ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica
proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático da Administração indireta sobre atos que foram praticados pela
de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético, própria pessoa jurídica da qual faz parte. No controle interno o
social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive, órgão controlador encontra-se inserido na estrutura administrativa
as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável que deve ser controlada.
o fato de que o Poder Público não se submente também a essa Em alguns casos, o controle interno decorre da hierarquia,
consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo pois esta possibilita aos órgãos hierarquicamente superiores
decurso do tempo.” controlar os atos praticados pelos que lhe são subordinados. Em
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe resumo, o controle interno que venha a depender da existência de
de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux hierarquia entre controlador e controlado, é aquele exercido pelas
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e chefias sobre seus subordinados, sendo o tradicional “sistema de
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de usar controle interno” é organizado por lei incumbida de lhe definir as
abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato administrativo, o atribuições, não dependendo de hierarquia para o exercício de suas
que proporciona maior equilíbrio entre as partes interessadas. prerrogativas.
Em resumo, é de grande importância o posicionamento
adotado pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só – Controle externo: é realizado por órgão estranho à estrutura
tempo, propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos práticos,
contagem do prazo decadencial. quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa a julgar
as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário.
CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA Controle Judicial
ADMINISTRAÇÃO: CONTROLE ADMINISTRATIVO; Registremos, a princípio, que o controle judicial da
CONTROLE JUDICIAL; CONTROLE LEGISLATIVO Administração Pública, trata-se daquele exercido pelo Poder
Judiciário, quando em exercício de função jurisdicional, sobre os
Controle exercido pela Administração Pública (controle atos administrativos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e
interno) do próprio Poder Judiciário. O controle judicial é aquele por meio
A princípio, infere-se que a teoria da separação dos poderes do qual, o Poder Judiciário, ao exercer de a função jurisdicional,
possui em sua essência, de acordo com Montesquieu, o objetivo aprecia a juridicidade que engloba a regularidade, a legalidade e a
certo de limitar arbítrios de maneira que venha a proteger os constitucionalidade da conduta administrativa.
direitos individuais. Isso por que, grande parte dos detentores do Denota-se que o controle externo da Administração por meio
Poder tende a adquirir mais poder, situação tal, que, caso não esteja do Poder Judiciário foi majorado e fortalecido pela Constituição
sujeita a controle, culminará no abuso, ou até no absolutismo. Federal de 1988, tendo previsto novos instrumentos de controle,
Para evitar esse tipo de distorção, Montesquieu propôs a teoria como por exemplo, o mandado de segurança coletivo, o mandado
dos freios e contrapesos, por meio da qual os poderes constituídos de injunção e o habeas data.
possuem a incumbência de controlar, freando e contrabalanceando O Brasil, contemporaneamente adota o sistema de unidade
as atuações dos demais poderes, de maneira que cada um deles de jurisdição, também conhecido por sistema de monopólio de
tenha autonomia, possua liberdade, porém, uma liberdade sob jurisdição ou sistema inglês, por intermédio do qual o Poder
vigilância. Nesse sentido, o Poder Legislativo edita leis que podem Judiciário possui a exclusividade da função jurisdicional, vindo a
ser vetadas ou freadas pelo Poder Executivo, que poderá ter seu inferir que somente as decisões judiciais fazem coisa julgada em
veto derrubado ou freado pelo Poder Legislativo. Ou seja, não sentido próprio, vindo a tornar-se juridicamente insuscetíveis de
concordando o Executivo com a derrubada de um veto vindo a serem modificadas.
entender que a lei aprovada seja inconstitucional, deterá o poder Desta maneira, percebe-se que a decisão que é proferida
de incumbir a matéria à análise do Poder Judiciário que irá dirimir pela Administração Pública ou, ainda, qualquer ato administrativo
o conflito, como por exemplo, uma ADI ajuizada pelo Presidente da encontram-se passíveis de revisão pelo Poder Judiciário.
República. O Judiciário contém os membros de sua cúpula (STF), É importante registrar que o fundamento da adoção do
que são indicados pelo chefe de outro Poder, no caso, o Presidente sistema de unidade jurisdicional no Brasil é a previsão que se
da República, sendo a indicação restrita à aprovação de uma das encontra inserida no art. 5º, XXXV, da CFB/1988, por meio da qual
Casas do Parlamento (Senado Federal), o que acaba por ser uma ficou estabelecido que “a lei não excluirá da apreciação do Poder
espécie de controle prévio. Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
269
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Há países, que de forma diferente do Brasil, adotam o por exemplo, nos casos de convocação de autoridades com o
sistema de dualidade de jurisdição ou sistema do contencioso objetivo de prestar esclarecimentos ou, ainda, do controle externo
administrativo ou sistema francês. Denota-se que nesses países, a exercido pelo Poder Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas.
função jurisdicional é exercida por duas estruturas orgânicas que O controle legislativo, também denominado de controle
são regidas de forma independente, sendo elas a Justiça Judiciária parlamentar, se refere àquele no qual o Poder Legislativo exerce
e a Justiça Administrativa, posto que cada uma profere decisão com poder sobre os atos do Poder Executivo e sobre os atos do Poder
força de coisa julgada no âmbito de suas competências. Judiciário, sendo este último somente no que condiz ao desempenho
Referente à Justiça Administrativa, explica-se que no sistema da função administrativa. Trata-se assim, o controle parlamentar de
de dualidade de jurisdição, esta é composta por juízes e tribunais um controle externo sobre os demais Poderes.
administrativos cuja competência cuida-se em geral, de resolver Infere-se que a estrutura do Poder Legislativo Brasileira deve
litígios nos quais o Poder Público seja parte. Pareando a Justiça ser verificada com atenção às peculiaridades de cada ente federado,
Administrativa, está a Justiça Judiciária, composta por órgãos do posto que não somente o princípio da simetria, como também as
Poder Judiciário, tendo competência para julgar com definitividade regras específicas que a Constituição Federal predispõe para os
conflitos que envolvam somente particulares. âmbitos federal, estadual, municipal e distrital.
Pondera-se que o controle exercido pelo Poder Judiciário, via Em análise ao plano federal, verifica-se que vigora o
de regra, será sempre um controle de legalidade ou legitimidade bicameralismo federativo, sendo o Poder Legislativo Federal
do ato administrativo. No exercício da função jurisdicional, os composto por duas Casas: a Câmara dos Deputados que é composta
Magistrados não apreciam o mérito do ato administrativo, não por representantes do povo e o Senado Federal que é composto por
analisando a conveniência e a oportunidade da prática do ato. representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal.
Devido ao fato de se tratar de um controle de legalidade ou De acordo com o sistema constitucional, o controle parlamentar
de legitimidade, sempre que o ato estiver eivado de algum vício, pode ser exercido: a) por uma das Casas isoladamente; b) pelas
a decisão judicial será revertida no sentido de anulação do ato duas Casas reunidas em sessão conjunta; c) pela mesa diretora
administrativo que se encontra viciado. Vale enfatizar que não do Congresso Nacional ou de cada Casa; d) pelas comissões do
é cabível no exercício da função jurisdicional a revogação do ato Congresso Nacional ou de cada Casa.
administrativo, tendo em vista que esta pressupõe a análise do Levando em conta o princípio da simetria de organização,
mérito do ato. as regras mencionadas também devem ser aplicadas, no que
É de suma importância destacar que o controle judicial possui lhes couber, ao Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal
abrangência tanto em relação aos atos vinculados quanto aos e distrital, desde que realizadas as devidas adaptações,
discricionários, posto que ambos devem obedecer aos requisitos de principalmente aquelas que advém do fato de nos planos estadual,
validade como a competência, a forma e a finalidade. Desta forma, municipal e distrital a organização do Poder Legislativo serem do
é possível que tanto os atos administrativos vinculados quanto tipo unicameral.
os discricionários venham a apresentar vícios de legalidade ou Com fundamento no princípio da autotutela, o Poder Legislativo
ilegitimidade, em decorrência dos quais poderão vir a ser anulados também possui o poder de exercer o controle interno sobre os seus
pelo Poder Judiciário quando estiver no exercício do controle próprios atos. Nessa situação, aduz-se que o Poder Legislativo estará
jurisdicional. realizando um controle administrativo interno. Esse é o motivo pelo
Explicita-se que o controle judicial da Administração, de modo qual quando falamos no controle parlamentar, estamos abordando
geral, é sempre provocado, isso por que ele depende da iniciativa de somente o controle externo exercido pelo Poder Legislativo.
alguma pessoa, que poderá ser física ou jurídica. Qualquer pessoa Destaca-se que o controle que o Poder Legislativo detém
que tenha a pretensão de provocar o controle da administração sobre a Administração Pública, encontra-se limitado às hipóteses
pelo Poder Judiciário, deverá, de antemão, propor judicialmente a previstas na Constituição Federal. Isso ocorre, por que porque
ação cabível para o alcance desse objetivo. caso contrário, haveria inferiorização do princípio da separação
Por fim, diga-se de passagem, que existem várias espécies dos poderes. Acontece que em razão disso, não podem leis
de ações judiciais que permitem ao Judiciário apreciar lesão ou ordinárias, complementares ou Constituições Estaduais predispor
ameaça a direito decorrente de ato administrativo. Exemplos: outras modalidades de controle diversas das que são previstas na
o habeas corpus, o habeas data, o mandado de injunção, etc. A Constituição Federal, sob risco de ferir o mesmo princípio.
relação das ações que dão possibilidade ao controle judicial da De modo geral, a doutrina diferencia dois tipos de controle
Administração será sempre a título de exemplificação, tendo em legislativo: o político e o financeiro.
vista que o controle pode ser exercido, inclusive, por intermédio O controle financeiro é exercido com o auxílio dos tribunais
de ação judicial ordinária sem denominação especial ou específica. de contas. Já o controle político, alcança aspectos de legalidade
e de mérito, vindo a ser preventivo, concomitante ou repressivo,
– Nota: a Emenda Constitucional 45/2004 ao introduzir no conforme o caso.
direito brasileiro o instituto das súmulas vinculantes, inaugurou um
novo mecanismo de controle judicial da Administração Pública, ato – Formas de controle político:
por meio do qual passou-se a admitir o cabimento de reclamação 1. Da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF,
ao STF contra ato administrativo que contrarie súmulas vinculantes art. 49): resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou
editadas pela Corte Suprema. atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional; autorizar o Presidente da
Controle Legislativo República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que
O controle legislativo é aquele executado pelo Poder Legislativo forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
sobre as autoridades e os órgãos dos outros poderes, como ocorre permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos
270
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
em lei complementar; autorizar o Presidente e o Vice-Presidente poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para
a quinze dias; aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas determinado, importando crime de responsabilidade a ausência
medidas; sustar os atos normativos do Poder Executivo que sem justificação adequada; as Mesas da Câmara dos Deputados
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
legislativa; julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente informações a Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos
da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos diretamente subordinados à Presidência da República, importando
de governo; fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no
suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
indireta; apreciar os atos de concessão e renovação de concessão Por fim, em relação ao controle político legislativo, cabe
de emissoras de rádio e televisão; aprovar iniciativas do Poder especial destaque referente ao controle exercido pelas comissões
Executivo referentes a atividades nucleares; autorizar, em terras parlamentares de inquérito (CPIs).
indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos As CPIs são comissões temporárias designadas a investigar fato
e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; aprovar, previamente, a certo e determinado e fazem parte do contexto de uma das funções
alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois típicas do Parlamento que é a função de fiscalização.
mil e quinhentos hectares. De acordo com a Constituição Federal, as comissões
2. Da competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52): parlamentares de inquérito possuem poderes de investigação que
processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos são próprios das autoridades judiciais, além de outros poderes que
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os estão previstos nos regimentos das Casas Legislativa. As CPIs são
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, seja em
da mesma natureza conexos com aqueles; processar e julgar os conjunto ou de forma separada mediante pugnação de um terço
Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho de seus membros, com o objetivo de apurar fato determinado e
Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, por prazo certo, sendo que as suas conclusões, quando for preciso,
o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União serão encaminhadas ao Ministério Público, para que este órgão
nos crimes de responsabilidade; autorizar operações externas de promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores, nos
natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito termos dispostos no art. 58, § 3º da CFB/1988.
Federal, dos Territórios e dos Municípios; fixar, por proposta Em decorrência do exercício dos seus poderes de investigação,
do Presidente da República, limites globais para o montante da a CPI é dotada de ato próprio, sem a necessidade de autorização
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e judicial para:
dos Municípios; dispor sobre limites globais e condições para as – Realizar as diligências que entender necessárias;
operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, – Convocar e tomar o depoimento de autoridades, inquirir
do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais testemunhas sob compromisso e ouvir indiciados;
entidades controladas pelo Poder Público federal; dispor sobre – Requisitar de órgãos públicos informações e documentos de
limites e condições para a concessão de garantia da União em qualquer natureza;
operações de crédito externo e interno; estabelecer limites globais – Requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de
e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do inspeções e auditorias que entender necessárias.
Distrito Federal e dos Municípios; aprovar, por maioria absoluta e
por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da Ademais, conforme decisão do STF, por autoridade própria, a
República antes do término de seu mandato; aprovar previamente, CPI pode sem necessidade de intervenção judicial, porém, sempre
por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: por meio de decisão fundamentada e motivada, observadas todas
– Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; as formalidades da legislação, determinar a quebra de sigilo fiscal,
– Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo bancário e de dados do investigado. (MS 23.452/RJ).
Presidente da República; Em esquema básico, temos:
– Governador de Território;
– Presidente e diretores do Banco Central; Financeiro: é exercido com
– Procurador-Geral da República; o auxílio dos tribunais de contas.
– Titulares de outros cargos que a lei determinar;
– Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em CONTROLE LEGISLATIVO Político: alcança aspectos
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ESPÉCIES de legalidade e de mérito, vindo
caráter permanente. a ser preventivo, concomitante
ou repressivo.
3. Da competência privativa da Câmara dos Deputados (CF,
art. 51): autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração Controle pelos Tribunais de Contas
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e Previstos na Constituição Federal, os Tribunais de Contas são
os Ministros de Estado; proceder à tomada de contas do Presidente órgãos com a finalidade de auxiliar o Poder Legislativo na execução
da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional do exercício do controle externo da Administração Pública. São
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. órgãos especializados e não integram a estrutura administrativa
4. Outros controles políticos (CF, art. 50): a Câmara dos do Parlamento e também não mantém com ele mantém qualquer
Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, espécie de relação hierárquica.
271
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Denota-se que a Carta Magna de 1988 preservou a estrutura o mesmo trata de diversos aspectos do desempenho da atividade
de organização dos Tribunais de Contas vigente nos diversos entes administrativa, como por exemplo, numa auditoria operacional,
da federação à época de sua promulgação. Com isso, nos termos pode ser computado o tempo médio que o usuário usa esperando
do art. 31, § 4º da CFB/1988, tornou-se proibida a criação de novos por atendimento médico em uma unidade do sistema público de
tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais. saúde. Finalmente, temos o controle patrimonial, que cuida da
Em seguimento a essa diretriz, em âmbito federal, temos o fiscalização do patrimônio público.
TCU (Tribunal de Contas da União); no plano estadual, os Tribunais Analisando a legalidade do controle externo, observamos que
de Contas dos Estados; no Distrito Federal, o TCDF (Tribunal este investiga se a conduta administrativa está de acordo com as
de Contas do Distrito Federal), sendo que na esfera municipal, diversas normas jurídicas.
percebe-se a organização dos tribunais de contas não ocorre de O controle de legitimidade atua complementando o controle
maneira uniforme. Devido ao fato da maioria dos municípios ter de legalidade, permitindo a apreciação de outros aspectos além
criado até a CF/1988 o seu próprio Tribunal de Contas, a função da adequação formal da conduta à legislação pertinente. Nesse
de prestar auxílio ao Poder Legislativo municipal no exercício do diapasão, são passíveis de averiguação aspectos como a finalidade
controle externo é normalmente repassada ao Tribunal de Contas do ato e a obediência aos princípios constitucionais como a
do respectivo Estado que é dotado de atribuições de controle ao moralidade administrativa, por exemplo.
das administrações estadual e municipal. Em continuidade, o controle de economicidade é relativo à
Em relação à sua composição, verificamos com afinco que os utilização dos recursos de forma racional, uma vez que com ele,
Tribunais de Contas são órgãos colegiados, com quadro de pessoal pretende-se averiguar se a despesa realizada atende aos aspectos
próprio (inspetores, procuradores, analistas, técnicos etc.), sendo da melhor relação custo-benefício.
o TCU composto por nove ministros, ao passo que os demais Destaca-se que o controle externo também investiga se houve
Tribunais de contas são compostos, em regra, por sete conselheiros, a aplicação de forma correta das subvenções, que se tratam de
número sempre observado nos Estados, com exceção do Tribunal transferências de recursos feitas pelo governo com o fito de cobrir
de Contas do Município de São Paulo que conta com apenas cinco despesas de custeio das entidades beneficiadas.
conselheiros, nos parâmetros do art. 49 da Lei Orgânica daquele As subvenções podem ser de duas espécies. São elas:
Município. subvenções sociais e subvenções econômicas.
Embora, não obstante a existência dos chamados “tribunais” A) Subvenções sociais: são destinadas ao custeio de instituições
de contas, as cortes de contas também não exercem jurisdição em públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, que não
sentido próprio, isso por que suas decisões não possuem o caráter possuem finalidade lucrativa, nos ditames da Lei 4.320/1964, art.
de definitividade, vindo a sofrer a possibilidade de serem anuladas 12, § 3º, I.
pelo Poder Judiciário. Entretanto, o processo ajuizado com o fito B) Subvenções econômicas: são as destinadas ao custeio de
de anular a decisão da corte de contas é distinto do processo de empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial,
natureza administrativa em que foi proferida tal decisão. Desta agrícola ou pastoril, nos termos da Lei 4.320/1964, art. 12, § 3º, II.
forma, o interessado não poderá interpor um recurso para o Registra-se, que o controle externo também se incumbe
Judiciário em desfavor da decisão final do Tribunal de Contas com de apreciar a regularidade da renúncia de receita. Há vários
o fulcro de reformá-la, mas sim ajuizar processo autônomo perante mecanismos que tornam possível a renúncia de receita, como
o órgão jurisdicional competente com o objetivo de anular o por exemplo: a remissão, o subsídio, a isenção e a modificação da
mencionado julgado. alíquota ou da base de cálculo de tributo que implique sua redução.
Registra-se que em relação ao controle externo financeiro e Nos ditames constitucionais, a cargo de Congresso Nacional, o
as atribuições dos tribunais de contas, a Constituição Federal criou controle externo, será exercido com a ajuda do Tribunal de Contas
um sistema harmonizado de controle, que prevê a existência de um da União, ao qual compete, nos parâmetros do art. 71 da CFB/1988:
controle externo associada a um controle interno executado por A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
cada órgão sobre seus agentes e seus atos. República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
O controle exercido pelo Poder Legislativo é uma forma de sessenta dias a contar de seu recebimento;
controlar de maneira externa os atos dos órgãos dos outros Poderes B) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
e das entidades da administração indireta. Esse controle, além de por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
controlar a parte financeira dos outros órgãos, também abrange indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
de forma ampla o controle contábil, financeiro, orçamentário, pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
operacional e patrimonial, levando em conta os aspectos da a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções erário público; apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
e renúncia de receitas. de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta
No campo contábil a análise abrange o registro dos fatos e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
contábeis e a elaboração de demonstrativos. Em âmbito financeiro, Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
é verificado o verdadeiro ingresso das receitas, através de comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
comprovantes de depósito ou transferência de recursos, bem como e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
a realização de forma efetiva de despesas, vindo a comprovar os fundamento legal do ato concessório;
seus tradicionais estágios de licitação, empenho, liquidação e C) Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados,
pagamento. Por sua vez, o controle orçamentário é aquele que do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções
acompanha a execução do orçamento, que é a legislação em e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
que se encontram as receitas previstas e também as despesas operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
fixadas. Em referência ao controle operacional, ressaltamos que Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades
272
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
referidas na letra b; Em relação a esse assunto, o STF explicou que a expressão “só
D) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais deixará de prevalecer”, contida no mencionado § 2º, não quer dizer
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, que o parecer conclusivo do tribunal de contas poderia produzir
nos termos do tratado constitutivo; efeitos imediatos, que se poderiam se tornar permanentes em caso
E) Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela do silêncio da casa legislativa. Para a Suprema Corte, o parecer do
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos Tribunal de Contas que rejeita as contas do chefe do executivo possui
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; natureza opinativa, só podendo produzir o efeito de inelegibilidade
F) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, do prefeito (LC 64/1990, art. 1º, I, alínea “g”) após transcorrido o
por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas julgamento das contas pela respectiva Câmara de Vereadores (RE
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 729.744/MG e RE 848.826/DF).
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e De outro ângulo, o parecer antecedente emitido pela Corte
inspeções realizadas; de Contas é indispensável ao julgamento das contas anuais
G) Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa dos Prefeitos. Foi justamente por esse motivo que o STF julgou
ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que inconstitucional dispositivo de constituição estadual que permitia
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano às Câmaras Legislativas apreciarem as contas anuais prestadas
causado ao erário; pelos prefeitos, independentemente do parecer do Tribunal de
H) Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as Contas do Estado, quando este não fosse oferecido no prazo de 180
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada dias. (ADI 3.077/SE).
ilegalidade; Os Tribunais de Contas possuem competência distinta para
I) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado verba pública, bens e valores públicos da administração direta
Federal; e indireta, inclusive das fundações e sociedades instituídas e
J) Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou mantidas pelo Poder Público, e ainda, as contas dos entes que
abusos apurados. ensejarem e derem causa à perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário público, nos termos do disposto no
Observação: As normas retro mencionadas acima relativas art. 71, III da CFB/1988.
ao Tribunal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à Outro ponto importante a ser destacado, é o fato de que
organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos ao julgar as contas dos gestores públicos e demais agentes que
Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos causarem danos ao erário, em diversos casos, os tribunais de contas
de Contas dos Municípios, onde houver, nos termos do art.75 da imputam débito com o objetivo de ressarcir o dano, ou multa com
CFB/1988. caráter de punição. Denota-se que decisões das Cortes de Contas
que imputam débito ou multa terão validade de título executivo nos
– Aspectos importantes sobre as atribuições dos Tribunais de termos do art. 71, § 3º da CFB/198. Ou seja, caso a pessoa a quem
Contas foi imputada a multa ou o débito não vier a adimplir a referida
Vejamos a diferença entre os atributos de “apreciar contas” e importância dentro do prazo estipulado por lei, poderá sofrer a
“julgar contas”. cobrança judicial da importância diretamente por intermédio de
Em relação às contas do chefe do Poder Executivo, os Tribunais uma ação de execução, sendo desnecessário o ajuizamento de uma
de Contas têm atribuição para “apreciá-las”, desde que haja a ação de conhecimento para rediscutir a matéria que já foi objeto de
emissão de parecer conclusivo, que deverá ser elaborado no prazo decisão da corte de contas.
de 60 dias a contar de seu recebimento (art. 71, I), sendo que é Pelo fato das decisões definitivas dos tribunais de contas
competência do Poder que imputam débito ou aplicam multa terem, por si só, força de
Legislativo julgar as contas de cada ente federado. Desta título executivo, sua execução independe da inscrição em dívida
maneira, as contas anuais do Presidente da República são julgadas ativa. Entretanto, os entes federados têm o costume de inscrever
pelo Congresso Nacional nos ditames do art. 49, IX, CF/1988; as dos todos os seus créditos passíveis de execução em dívida ativa, o que
Governadores, pela Assembleia Legislativa do respectivo Estado; ocorre por dois motivos. Em primeiro lugar, por que a inscrição
a do Governador do Distrito Federal, pela Câmara Legislativa do dá possibilidade para que a execução siga o rito estabelecido na
Distrito Federal; e as contas dos Prefeitos, pelas respectivas câmaras Lei 6.830/1980, Lei das Execuções Fiscais, trazendo uma série de
municipais. vantagens para o exequente. Em segundo lugar, a inscrição acaba
Existe uma particularidade em relação ao parecer que o por submeter o crédito a um controle mais amplo, na medida em
tribunal de contas do Estado ou do município emite a respeito que ele fica registrado em sistemas informatizados criados para a
das contas anuais do chefe do Poder Executivo municipal. Nos administração, controle de prazos e cobrança dos valores inscritos.
termos do previsto no art. 31, § 2º, da CF/1988, o parecer prévio,
emitido pelo tribunal de contas sobre as contas que o Prefeito — Controle Administrativo32
deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão O Controle da Administração pode ser interno ou externo,
de dois terços dos membros da Câmara Municipal. Assim sendo, administrativo, legislativo e judiciário, conforme seja realizado
é por essa razão que grande parte da doutrina afirma que nessa ou não pela própria Administração ou pelos Poderes Executivo,
hipótese, o parecer prévio é relativamente vinculante, não sendo Legislativo e Judiciário.
absolutamente vinculante pelo fato de poder ser superado, porém, O Controle Administrativo é aquele realizado pela própria
como a superação depende de quórum qualificado, tem-se uma 32 Almeida, Fabrício Bolzan D. Manual de direito administrativo. Dis-
vinculação relativa. ponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Editora Saraiva, 2022.
273
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Administração Pública. Esse controle decorre do princípio da órgãos de sua estrutura administrativa e também sobre as pessoas
autotutela, ou seja, do poder que possui a Administração de anular da Administração Indireta federal.
os atos ilegais e de revogar os atos inconvenientes ou inoportunos
ao interesse público. Ë denominado como o poder de fiscalização O Direito de Petição, a doutrina em geral menciona diversos
e correção que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce meios ou instrumentos passíveis de ser utilizados pelo administrado
sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, para provocar o controle administrativo, todos eles espécie do
por iniciativa própria ou mediante provocação. abrangente direito fundamental previsto no art. 5.º, XXXIV, a, da
É o controle exercido pelos órgãos com função administrativa Constituição Federal, conhecido como “direito de petição”.
sobre seus próprios atos, no desempenho da autotutela. Portanto,
cabe ao Poder Executivo o amplo controle sobre suas próprias Revisão Recursal
funções administrativas, extroversas e introversas, e aos demais Como instrumento de controle administrativo, a revisão
Poderes do Estado, bem como aos órgãos constitucionalmente recursal significa a possibilidade de eventuais interessados se
independentes, exercer o autocontrole no que toca às suas insurgirem formalmente contra certos atos da Administração,
respectivas funções administrativas. lesivos ou não a direito próprio, mas sempre alvitrando a reforma
Em relação ao objetivo, esta modalidade de controle visa, de determinada conduta.
genericamente, à juridicidade da ação administrativa pública, Esse meio de controle é processado através dos recursos
destacadamente quanto à sua legitimidade e legalidade. administrativos, matéria que, marcada por muitas singularidades,
Abrange os órgãos da Administração Direta ou centralizada será estudada em separado a seguir.
e as pessoas jurídicas que integram a Administração Indireta ou
descentralizada. Controle Social
As normas jurídicas, tanto constitucionais como legais, têm
A Súmula n. 473 do STF prevê: contemplado a possibilidade de ser exercido controle do Poder
A Administração pode anular seus próprios atos, quando Público, em qualquer de suas funções, por segmentos oriundos
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se da sociedade. É o que se configura como controle social, assim
originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou denominado justamente por ser uma forma de controle exógeno do
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em Poder Público nascido das diversas demandas dos grupos sociais.
todos os casos, a apreciação judicial.
Objetivos
Esse controle pode ser iniciado de ofício pela Administração São três os objetivos do controle administrativo:
(independentemente de provocação do particular) ou mediante 1 – O primeiro deles é o de confirmação, pelo qual atos e
requerimento do interessado. comportamentos administrativos são dados pela Administração
como legítimos ou adequados. Exemplo: o ato de confirmação de
Existem instrumentos utilizados pelos particulares para autuação fiscal, quando o autuado alega ilegalidade do ato.
provocar o controle administrativo, entre eles estão: 2 – O segundo é o de correção, em que a Administração,
– Representação (denúncia de ilegalidade ou abuso de poder considerando ilegal ou inconveniente a conduta ou o ato,
perante a Administração); providencia a sua retirada do mundo jurídico e procede à nova
– Reclamação administrativa (manifestação de discordância em conduta, agora compatível com a legalidade ou com a conveniência
razão de atuação administrativa que atingiu direito do particular); administrativas. Se o Poder Público, para exemplificar, revoga
– Recurso hierárquico próprio e impróprio; autorização de estacionamento, está corrigindo o ato anterior
– Pedido de revisão; e quanto às novas condições de conveniência para a Administração.
– Pedido de reconsideração (quanto aos três últimos 3 – Objetivo de alteração, através do qual a Administração
instrumentos, vide a seguir no Capítulo “Processo Administrativo”). ratifica uma parte e substitui outra em relação ao que foi produzido
por órgãos e agentes administrativos. Exemplo: portaria que altera
Meios de Controle local de atendimento de serviço público, mas mantém o mesmo
O controle administrativo pode ser hierárquico ou não horário anterior.
hierárquico.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
O Controle Hierárquico entre os órgãos da administração
direta que sejam escalonados verticalmente, em cada Poder, e
existe controle hierárquico entre os órgãos de cada entidade da Evolução histórica
administração indireta que sejam escalonados verticalmente, no De início, adentraremos esse módulo respaldando sobre
âmbito interno da própria entidade. o conceito de responsabilidade civil do Estado. Consiste esse
instituto na obrigação estatal de indenizar os danos patrimoniais,
Controle Ministerial morais ou estéticos que os seus agentes, agindo nessa qualidade,
De outra parte, existe controle administrativo não hierárquico. causarem a terceiros. A responsabilidade civil do Estado pode ser
Também chamado de controle finalístico, de supervisão ministerial, dividida em dois grupos: a contratual, que advém da ausência de
de tutela administrativa, é o controle exercido pela administração cumprimento de cláusulas inclusas em contratos administrativos,
direta aos atos praticados pela administração indireta. É um e a extracontratual ou aquiliana, que alcança as demais situações.
controle interno exercido sem que haja subordinação. Em relação à evolução histórica, de acordo com o Professor
O Controle ministerial é o exercido pelos Ministérios sobre os Celso Antônio Bandeira de Mello, a tese da responsabilidade civil
274
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do Estado sempre foi aceita em forma de princípio amplo. Isso jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, como
ocorreu mesmo no período em que não existia dispositivo de por exemplo: as fundações governamentais de direito privado,
norma específica. Para o mencionado autor, desde os primórdios, as empresas públicas, sociedades de economia mista, e, ainda
predominou no Brasil a tese da responsabilidade do Estado com qualquer pessoa jurídica de direito privado, desde que estejam
base na teoria da culpa civil. Logo após, houve o avanço para que devidamente paramentadas sob delegação do Poder Público e a
houvesse a admissão da culpa pela ausência de serviço. Por fim, qualquer título para a prestação de serviços públicos.
chegou-se à aprovação da responsabilidade objetiva do Estado. Esclarece-se, nesse sentido, que a regra da responsabilidade
Nos tempos imperiais, a Constituição de 1824 vigente à época, civil objetiva não pode ser aplicada aos atos das empresas públicas
previa somente a responsabilidade pessoal do agente público, e das sociedades de economia mista exploradoras de atividade
conforme disposto no art. 179, XXIX: “Os empregados públicos econômica, tendo em vista que o art. 173, § 1º, da CF/1988,
são estritamente responsáveis pelos abusos e omissões praticados determina de forma expressa que elas sejam regidas pelas mesmas
no exercício de suas funções e por não fazerem efetivamente normas aplicáveis às empresas privadas. Por consequência, tais
responsáveis aos seus subalternos”. entidades estão sujeitas à responsabilidade subjetiva, sendo
Ressalta-se, que nesse período, mesmo não existindo previsão controladas pelas normas comuns pertinentes ao Direito Civil.
constitucional a respeito da responsabilidade do Estado, a doutrina Aduz-se que a aglutinação do art. 37, § 6º, com o art. 5º, X,
e a jurisprudência compreendiam que existia solidariedade do ambos da CF/1988, leva à conclusão de que a responsabilização
Estado em alusão aos atos de seus agentes. estatal tem ampla abrangência tanto no condizente ao dano
No art. 82 da Constituição Federal de 1891, no seu art. 82, material como o dano moral. Entretanto, a jurisprudência achou
carregou e trouxe em seu bojo, dispositivo semelhante ao da por bem ampliar as espécies de danos indenizáveis, passando a
Constituição de 1824. determinar que o dano estético se constituiria em uma espécie de
Em âmbito civilista, o Código Civil de 1916, em seu art. 15, dano autônomo no qual a indenização poderia ser expressamente
dispôs: “As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente cumulada com a reparação pelos danos materiais e morais.
responsáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade Ressalta-se que a responsabilidade objetiva do Estado deve
causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito seguir a teoria do risco administrativo, conforme previsto na
ou faltando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra CF/1988 e a teoria do risco integral jamais recebeu acolhimento
os causadores do dano”. Para a doutrina, o entendimento é de que como norma ou regra em nenhuma das constituições brasileiras.
o referido dispositivo legal consagrava a responsabilidade subjetiva No entanto, no ordenamento jurídico brasileiro algumas
do Estado tanto no sentido de culpa civil, quanto por ausência de hipóteses em que se aplica a teoria do risco integral foram
serviço. inseridas. A título de exemplo disso, temos os casos de danos
Referente à Constituição de 1934, depreende-se que esta causados por acidentes nucleares (CF, art. 21, XXIII, “d”, disciplinado
manteve a responsabilidade civil subjetiva do Estado, determinando pela Lei 6.453/1977), e, ainda, de danos decorrentes de atentados
no art. 171, o seguinte: “Os funcionários públicos são responsáveis terroristas ou atos de guerra contra aeronaves de empresas aéreas
solidariamente com a Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal, por brasileiras (Leis 10.309/2001 e 10.744/2003).
quaisquer prejuízos decorrentes de negligência, omissão ou abuso Finalmente, após inúmeras delongas ao longo da história,
no exercício dos seus cargos”. chega-se ao Código Civil de 2002 que, em seu art. 43, reitera
A Carta Magna de 1937, por sua vez, reiterou no art. 158 o a mesma orientação inserida na Constituição Federal de 1988,
mesmo dispositivo da Constituição de 1934. suprimindo, no entanto, a alusão à responsabilidade das pessoas
No condizente à Constituição de 1946, aduz-se que esta jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público.
representou uma importante e grande inovação no assunto ao Entretanto, ressalta-se que a omissão, nesse caso, não impede a
introduzir, por sua vez, a teoria da responsabilidade objetiva do responsabilização objetiva dessas pessoas jurídicas, posto que está
Estado, conforme ditado no dispositivo a seguir: prevista no texto constitucional.
Art. 194. As pessoas jurídicas de Direito Público Interno são Ante o exposto, aduz-se que as conclusões a respeito da
civilmente responsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa matéria podem ser resumidas da seguinte maneira:
qualidade, causem a terceiros. – A teoria da irresponsabilidade civil do Estado nunca foi aceita
Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra os no direito brasileiro.
funcionários causadores do dano, quando tiver havido culpa destes.
A Constituição de 1967, acoplada à Emenda 1, de 1969, foi – A evolução legislativa mostra que o ordenamento jurídico
audaz e manteve a responsabilidade objetiva do Estado, fazendo o pátrio previu de início a responsabilidade civil do Estado com base
acréscimo referente de que a ação regressiva contra o funcionário na culpa civil, vindo a evoluir para a responsabilidade pela ausência
ocorreria também nos casos de dolo, e não somente nos casos de de trabalho até chegar à responsabilidade objetiva.
culpa, como era disposto na Constituição de 1946. – A responsabilidade objetiva do Estado foi inserida no
Em âmbito contemporâneo, a Constituição Federal de 1988, no ordenamento jurídico brasileiro a partir da Constituição Federal de
art. 37, § 6º, determina: “As pessoas jurídicas de Direito Público e 1946.
as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão – A Constituição Federal de 1988, veio a ampliar a
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a responsabilidade objetiva do Estado, vindo a responsabilizar
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos objetivamente as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
casos de dolo ou culpa”. de serviço público.
O referido dispositivo constitucional em alusão, trouxe – A Constituição Federal de 1988 consagrou a responsabilidade
informação inovadora ao ampliar a responsabilidade civil objetiva por danos morais ou extrapatrimoniais.
do Estado, que por sua vez, passou também a alcançar as pessoas – A responsabilidade objetiva do Estado adotada pela Carta
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Magna de 1988, segue a teoria do risco administrativo, sendo que a Responsabilidade por omissão do Estado
teoria do risco integral foi acolhida apenas em situações e hipóteses Atos omissivos são aqueles por meio dos quais o agente
excepcionais. público deixa de agir e sua omissão, ainda que não venha a causar
– Divergindo da Constituição Federal de 1988, pelo fato de diretamente o dano, possibilita sua ocorrência.
não haver feito referência à responsabilidade objetiva das pessoas Quando o Estado é omisso no seu dever de agir de acordo com
jurídicas que prestam serviços ao poder público, o Código Civil de os parâmetros legais, terá o dever de reparar o prejuízo causado.
2002, prevê também a responsabilidade objetiva do Estado. No entanto, a responsabilidade será aplicada na forma subjetiva,
posto que deverá ser demonstrada a culpa do Estado, ou seja, a
Responsabilidade por ato comissivo do Estado omissão estatal.
De antemão, convém respaldar que responsabilidade civil Prevalece entre os doutrinadores, apesar de não haver
do Estado é passível de advir de atos comissivos ou omissivos pacificidade doutrinária e nem tampouco nos tribunais, o
praticados por seus agentes. entendimento de que a redação do art. 37, § 6º, da CFB/88, só
Em consonância com o estudo em questão, aduz-se que atos consagra a responsabilidade objetiva nos atos comissivos.
comissivos são aqueles por meio dos quais o agente público atua Destaque-se que não é qualquer ato omissivo praticado por
de forma positiva causando danos a um terceiro. Exemplo: um agente público que intitula a responsabilidade civil do Estado. A
condutor de veículo automotor e servidor do Estado, embriagado responsabilização estatal em função de omissivos, ocorre somente
e sob o efeito de drogas, dirigindo a serviço, atropela um pedestre. quando o agente público omisso possui o dever legal de praticar
Cumpre ressaltar que a teoria adotada em relação à um determinado ato, e deixa de fazê-lo. Exemplo: em situação
responsabilidade civil do Estado por prática de conduta omissa, não hipotética, um agente salva-vidas que ao se deparar diante de
é a mesma a ser aplicada à responsabilização por atos comissivos. situação na qual um banhista está se afogando, permanece inerte,
Infere-se que o artigo 37, § 6º da Constituição Federal de 1988 é permitindo que o banhista venha a falecer sem ser socorrido. Nesta
de aplicação restrita em relação aos atos comissivos, sendo, assim, situação, o Estado explicitamente será responsabilizado pelo ato de
incorreta a sua invocação nos casos específicos de responsabilidade omissão do agente público, tendo em vista que este tinha o dever
por omissão estatal. legal de agir, ao menos tentando salvar a vida do banhista e não o
Para melhor entendimento do raciocínio, o artigo 37, § 6º, da fez. Em outro ângulo, aproveitando o mesmo exemplo, se, ao invés
Constituição Federal, em relação à responsabilidade civil do Estado, do guarda salva-vidas, a mencionada omissão fosse praticada por
dispõe: um Analista Judiciário do Tribunal de Justiça de algum Estado da
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado Federação, o Estado não poderia ser responsabilizado, tendo em
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus vista que ao Analista, não era incumbido o dever legal de tentar
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o salvar o banhista.
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Não obstante, afirma-se que é inaplicável o uso do artigo 37,
O mencionado dispositivo, sob plena concordância unânime § 6º da Constituição Federal de 1988, bem como da teoria do risco
da doutrina e jurisprudência, consagra de forma expressa a administrativo às lides de responsabilidade civil por omissão do
responsabilidade civil objetiva do Estado. No entendimento desse Estado.
parâmetro Constitucional, a vítima se encontra de forma ampla, Registre-se ainda, que a responsabilidade civil por omissão
dispensada do ônus da prova da culpa da Administração, tendo estatal é subjetiva. Isso ocorre, também, devido à inaplicabilidade
a incumbindo-lhe somente comprovar o nexo causal entre o ato do artigo 37, § 6º da Constituição Federal, que é a instituidora
desta e o prejuízo sofrido. da responsabilidade objetiva aos casos de omissão estatal, o que
Contudo, ressalta-se que o dispositivo se reporta apenas aos enseja ao entendimento de que a responsabilização do mesmo
danos causados pelos agentes das pessoas jurídicas de direito apenas poderá ser invocada se sua ausência de ação houver sido
público ou, ainda, das pessoas jurídicas de direito privado que culposa.
prestam serviço público, não tendo qualquer espécie de alcance às Em outras palavras, aduz-se que a responsabilidade civil
situações nas quais o dano tenha decorrido de ato de terceiro ou de do estatal por conduta omissa é subjetiva. Ressalte-se que tal
fatos advindos de caso fortuito ou força maior. posicionamento já foi referendado por muitos de nossos mais
Assim sendo, afirma-se que o artigo 37, § 6º, Constituição renomados e importantes administrativistas. Ótimos exemplos
Federal de 1988, não enseja ao alcance das hipóteses de omissão disso, são Hely Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de Mello,
estatal, posto que, nestas situações, o dano não decorre, sendo desse último, o esclarecedor ensinamento de que a partir
exatamente da ação de um agente do Estado, mas sim da atitude de do momento em que o dano foi constatado em decorrência de
um terceiro, denotando que a omissão do Estado apenas contribui uma omissão do Estado, sendo pelo serviço que não funcionou, ou,
para o resultado. funcionou de forma ineficientemente ou tardia, aduz-se que caberá
Adverte-se que a conduta omissa do Estado não é o que causa a aplicabilidade da teoria da responsabilidade subjetiva. Entretanto,
diretamente o dano, uma vez que este é proveniente de ato de se o Estado não agiu, não será, por conseguinte, ser ele o autor do
terceiro, razão pela qual pode-se afirmar que o dano à vítima não dano. E, não sendo ele o autor, só será responsabilizado se caso
foi consequência de forma direta da conduta omissa do agente estivesse obrigado a impedir o dano.
do Estado, o que faz inaplicável o artigo 37, § 6º, da CFB/88 às Em alusão ao retro ensinamento, afirma-se que a teoria
hipóteses de omissão do Estado, restando incabível a teoria da aplicada não poderia ser a objetiva, isso porque tal teoria admite
responsabilidade objetiva com base no risco administrativo. a cobrança de responsabilização até mesmo quando o dano é
advindo de atuação lícita do Estado.
Nos casos relacionados à omissão estatal, o Estado não é
o verdadeiro autor do dano, uma vez este o advém de atividade
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de terceiro. Assim sendo, sua responsabilidade somente poderá STF entende como longo, pondera-se que não existe uma tabela de
ser invocada caso esteja obrigado a agir com o fulcro de impedir prazos que regule tal entendimento. O que a Suprema Corte faz é a
que o dano ocorra, isso, em havendo ilegalidade na sua omissão. análise de casos concretos e específicos.
Resta registrar também, inclusive, que a responsabilidade estatal
não poderá ser invocada quando existir a impossibilidade real de Causas Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade do
impedimento do dano mediante atuação aplicadora do Estado. Estado
Por fim, devido ao fato de a responsabilização estatal ocorrer Dentro do instituto da responsabilidade civil do Estado existem
apenas quando sua omissão for caracterizada por uma atitude ilícita, algumas causas que excluem ou atenuam a sua obrigação de acatar
a Administração não será responsabilizada se houver utilizado e ou não com tais prerrogativas. Pondera-se que a única circunstância
esgotado suas possibilidades e formas de amparo no limite máximo que explicitamente atenua ou diminui a responsabilidade civil
e, mesmo desta forma, não tiver conseguido impedir o dano, posto estatal é a existência de culpa concorrente da vítima, comprovando
que a Administração Pública somente poderá ser responsabilizada assim a inexistência de culpa exclusiva do Estado. Desta forma, na
por danos que estava obrigada a impedir. situação hipotética de colisão entre veículo que pertence a ente
público e a um particular, na qual tenha ocorrido imprudência de
Requisitos para a demonstração da responsabilidade do ambos os condutores, o Estado não responde pela integralidade do
estado dano, o que faz por força de lei, com que os prejuízos deverão ser
Os requisitos que compõem a estrutura e demarcam o rateados na proporção da culpa de cada responsável pelo ato.
perfil da responsabilidade civil objetiva do Poder Público, são: a Em relação às circunstâncias excludentes da responsabilidade
alteridade do dano; a causalidade material entre o eventus damni do Estado, a doutrina e a jurisprudência consideram as seguintes:
e o comportamento positivo por ação, ou negativo por omissão do culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros, caso fortuito e
agente público; a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável força maior.
a agente público que tenha, nessa condição de servidor, incidido Vejamos:
em conduta comissiva ou omissiva, isso, independentemente da
licitude, ou não, do comportamento funcional e a inexistência de – Culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros
causa excludente da responsabilidade do Estado. É excludente da responsabilidade do Estado, uma vez que
Em suma, os requisitos para a demonstração da afasta o nexo causal entre a conduta do agente público e o dano
responsabilidade do Estado são necessariamente a conduta a ser existente. A esse respeito, é de suma importância ressaltarmos que
praticada pelo agente que poderá ser lícita ou ilícita. Veja-se por não é cabível a invocação de culpa ou de dolo exclusiva da vítima
exemplo, no caso de odontologista que realiza cirurgia pertinente à na hipótese de suicídio de detento. Isso ocorre pelo fato do preso
sua área de atuação em hospital público e venha a cometer algum se encontrar sob a custódia do Estado que tem o dever de manter-
erro, caracterizado como ato ilícito, ou em campanha de aplicação lhe a integridade física e moral, buscando sua total proteção,
de flúor contra cáries, quando a substância vem a causar situação inclusive do suicídio. Nesse sentido, o STF entende que o suicídio
adversa irreversível caracterizada como ato lícito, são atos que de detento é motivo de omissão ilegítima, que por sua vez, gera
acabam por gerar danos passíveis de reparação, na forma objetiva. responsabilidade civil objetiva do Estado, que passará a ter o dever
Para que a responsabilidade objetiva estatal seja configurada, de indenizar por meio de danos morais os familiares do falecido.
deve haver um dano, tendo em vista que indenizar é “suprimir o Em algumas situações ocorrem no mundo dos fatos eventos
dano” por meio do adimplemento de uma contraprestação de imprevisíveis, extraordinários e de força irresistível, externos à
natureza pecuniária. Isso pode ser tanto dano de efeito moral administração pública e que causam danos aos administrados.
como a violação à dignidade e à honra, por exemplo, quanto dano Tendo em vista a inexistência de qualquer nexo de causalidade
material que cause prejuízo financeiro a outrem. entre a atuação administrativa e o prejuízo sofrido pelo terceiro,
Assegura-se ainda, que quando houver mera possibilidade de ter-se-á por excluída a responsabilidade civil do Estado, não lhe
dano, esta não será passível de indenização. Exemplo: a construção sendo imputado qualquer dever de indenizar.
de um presídio perto de pré-escola. Isso é fato que pode vir a causar
danos irreparáveis tanto aos alunos, como às suas famílias. Pondera- – Caso fortuito e força maior
se também que deve haver o nexo causal, que se trata da necessária Boa parte dos doutrinadores denominam consideram esta
e importante relação de causa e efeito entre a conduta praticada excludente como sendo os eventos naturais, a exemplo das
pelo agente e o dano causado. Não existindo o nexo causal, ou for tempestades, dos furacões, dos raios, dentre outros, vindo a
disseminado por algum fator, estará afastada a responsabilidade do reservar a expressão “caso fortuito” para os acontecimentos
Estado. humanos, como os arrastões, as guerras, as greves, etc., ao passo
No contexto acima, compreende-se que é insuficiente a que outros possuem conceitos opostos, designando a “força maior”
demonstração somente do dano e da conduta do Estado. É para os eventos que podem ser imputados aos homens e o “caso
necessário e devido também que se prove o nexo causal. fortuito” para os eventos naturais.
– Observação importante: O STF tem entendido que, havendo Pondera-se que o Supremo Tribunal Federal e o Superior
fuga de preso na qual o detento se encontre há muito tempo Tribunal de Justiça tem atribuído aos eventos extraordinários,
foragido e venha a cometer algum crime, com a geração de dano a imprevisíveis e de força irresistível, ocorridos de forma externa à
particular, não existe a responsabilidade do Estado, pelo fato de não administração pública com causídico de danos aos administrados,
haver mais nexo causal, interrompido pelo prolongado período de a especificidade de excludentes do nexo causal ocorridas entre a
fuga. Entende o STF que o longo período do tempo entre a fuga atuação administrativa e o evento danoso, de modo a impedir a
e o crime faz com que o nexo causal deixe de existir, não sendo responsabilização estatal pelos prejuízos causados.
mais possível imputar ao Estado o dano causado. O tempo que o Desta maneira, nos julgados de ambos os Tribunais, não existe
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a preocupação em diferenciar caso fortuito de força maior, mas rá ajuizar ação em face do Estado, aplicando a responsabilidade
somente a tentativa de averiguar a presença deles em cada caso objetiva, ou do próprio agente público, se valendo nesse caso da
específico do objeto de exame. responsabilidade subjetiva, exceto nos casos em que houver a ado-
Nesse entendimento, o STJ já validou que “somente se afasta ção da teoria da dupla garantia, por meio da qual, a única medida
a responsabilidade se o evento danoso resultar de caso fortuito ou cabível seria o direcionamento da pugnação de reparação em face
força maior, ou decorrer de culpa da vítima” (REsp 721.439/RJ), do Estado.
enquanto o STF asseverou que “o princípio da responsabilidade De qualquer maneira, o Estado, ao indenizar a vítima, deterá o
objetiva não se reveste de caráter absoluto, eis que admite o dever de cobrar, de forma regressiva, o valor desembolsado perante
abrandamento e, até mesmo, a exclusão da própria responsabilidade o agente público que causou o dano efetivo e que agiu com dolo ou
civil do Estado, nas hipóteses excepcionais configuradoras de culpa.
situações liberatórias – como o caso fortuito e a força maior – ou Entende-se que o direito de regresso do Estado em face do
evidenciadoras de ocorrência de culpa atribuível à própria vítima” agente público nasce com o pagamento da indenização à vítima.
(RE109.615/RJ). Assim sendo, não basta o que ocorra o trânsito em julgado da sen-
Esquematizando, temos: tença que condena o Estado na ação indenizatória, posto que o in-
teresse jurídico para propor a ação regressiva depende em grande
Culpa ou dolo exclusivo parte do efetivo desfalque nos cofres públicos. Denota-se que caso
Caso fortuito e força maior ocorra a propositura da ação regressiva antes do pagamento, pode-
da vítima ou de terceiros
ria denotar e ensejar o enriquecimento sem causa do Estado.
O STF e o STJ tem atribuído Pondera-se que em fase inicial, a cobrança regressiva em face
aos eventos extraordinários, do agente público deve ocorrer na esfera administrativa. Em se
imprevisíveis e de força tratando de caso de acordo administrativo, o agente deverá, nos
irresistível, ocorridos de forma trâmites legais, providenciar o ressarcimento aos cofres públicos.
É excludente da
externa à administração pública Restando ausente o acordo, o Poder Público terá o dever de propor
responsabilidade do Estado,
com causídico de danos aos a ação regressiva contra o agente público culpado.
uma vez que afastam o
administrados, a especificidade Apesar de grande parte da doutrina e jurisprudência compre-
nexo causal entre a conduta
de excludentes do nexo causal ender que a ação de ressarcimento proposta pelo Poder Público
do agente público e o dano
ocorridas entre a atuação em face de seus agentes é definitivamente imprescritível, à vista do
existente
administrativa e o evento disposto na parte final do § 5.° do art. 37 da Constituição Federal,
danoso, de modo a impedir a o Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, acabou
responsabilização estatal pelos por decidir que é prescritível nos trâmites do art. 206, § 3.°, V, do
prejuízos causados. Código Civil, no prazo de três anos, a ação de reparação de danos à
Fazenda Pública advinda de ilícito civil e de origem de acidente de
Infere-se que o Código Civil brasileiro, no parágrafo único do art. trânsito, o que não alcança à primeira vista, os ilícitos relacionados
393, determina que “O caso fortuito ou de força maior verifica-se às infrações ao direito público, como por exemplo, os de natureza
no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.” penal e os atos de improbidade.
Percebe-se que, à semelhança das decisões do STF e do STJ, a
referência é a “caso fortuito ou de força maior”, com as expressões
objeto de tanta discussão acadêmica citadas em conjunto, separadas Direito de regresso
apenas pela partícula “ou”, como que querendo demonstrar que, se O parágrafo 6º do art. 37 da Constituição Federal Brasileira
as consequências são semelhantes, estando regidas pelo mesmo prenuncia a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas
regime jurídico, não há relevância na tentativa de diferenciação. de direito público e das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos pelos danos que seus agentes,
Reparação do dano nessa qualidade, causarem a terceiros. Assegura ainda ao Estado ou
Em sentido geral, a reparação do dano pode ser viabilizada na a seus prestadores de serviços públicos, o direito de regresso contra
esfera administrativa por meio de acordo administrativo, ou na via o agente responsável, nos casos em que este aja com dolo ou culpa.
judicial. Levando em conta os princípios constitucionais da ampla defesa
O agente estatal, na qualidade de agente público, em se tra- e do contraditório, o direito de regresso deve ser desempenhado
tando de caso de dolo ou culpa, pode causar danos ao Estado ou e exercido sob o manuseio de ação própria e regressiva, não
a terceiros. admitindo ao Estado efetuar de forma direta o desconto nos
Na primeira situação, a responsabilidade deverá ser apurada subsídios do servidor, sem o consentimento deste.
por intermédio de processo administrativo, garantidos a ampla de- Existe ainda, a possível hipótese de o servidor reconhecer a
fesa e o contraditório. Comprovada a responsabilidade subjetiva do sua responsabilidade vindo a optar por recolher espontaneamente
agente, o adimplemento poderá ser feito de forma espontânea ou, a quantia devida aos cofres públicos e até mesmo autorizar que
caso contrário, por medida judicial. o valor venha a ser descontado de seus vencimentos, desde que
No entanto, ressalte-se, que é ilegal usar com imposição o des- respeitados os percentuais máximos previstos em lei para essa
conto em folha de pagamento dos agentes públicos de valores re- espécie de desconto.
ferentes ao ressarcimento ao erário, exceto se houver autorização Sobre o assunto, é importante destacar alguns pontos:
prévia do agente ou procedimento administrativo com a aplicação A) A ação de responsabilização do agente público deduz que o
da ampla defesa e do contraditório. Poder Público tenha indenizado o particular, tanto em virtude de
Na segunda situação, o terceiro, como vítima do dano, pode- acordo com o reconhecimento da responsabilidade civil estatal,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
como em decorrência de condenação em ação ajuizada pelo lesado. economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim
B) Em ação regressiva, a responsabilidade do agente público é como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de
de natureza subjetiva, às expensas da comprovação de que ele agiu 1.942, (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
com culpa ou dolo. Desta forma, é possível que o Estado venha a
indenizar o particular e não reconheça o direito de ser ressarcido O objetivo da Lei de Licitações é regular a seleção da proposta
pelo servidor responsável. Para isso, basta que não seja comprovado que for mais vantajosa para a Administração Pública. No condizente
dolo ou culpa advinda desse agente público. à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, entende-
C) A parte final do § 5º do art. 37 da CFB/88, pode levar ao se que este possui como foco, determinar que a licitação seja
entendimento precípuo de que quaisquer e todos as espécies destinada com o objetivo de garantir a observância do princípio
de ações de ressarcimento movidas pelo Poder Público são constitucional da isonomia.
imprescritíveis. Entretanto, o STF, no julgamento do RE 669.069/ Denota-se que a quantidade de princípios previstos na lei não
MG, decidiu, com repercussão geral, que “é prescritível a ação de é exaustiva, aceitando-se quando for necessário, a aplicação de
reparação de danos à fazenda pública decorrentes de ilícito civil. outros princípios que tenham relação com aqueles dispostos de
D) É transmitida aos herdeiros a qualquer tempo, a obrigação forma expressa no texto legal.
de ressarcir o Estado, respeitada, sem dúvidas, a possibilidade de Verificamos, por oportuno, que a redação original do caput do
prescrição na hipótese de danos decorrentes de ilícito civil, tendo art. 3º da Lei 8.666/1993 não continha o princípio da promoção do
como limite o valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV, da desenvolvimento nacional sustentável e que tal menção expressa,
CF/1988). Entretanto, ocorrendo a prescrição da ação regressiva, apenas foi inserida com a edição da Lei 12.349/2010, contexto no
beneficiará também aos herdeiros, que não poderão mais ser qual foi criada a “margem de preferência”, facilitando a concessão
demandados pelos danos advindos pelo falecido. de vantagens competitivas para empresas produtoras de bens e
E) O servidor responde pelos seus atos, inclusive após a serviços nacionais.
extinção de seu vínculo com a Administração Pública, desde a
ação regressiva não esteja prescrita. Desta forma, o agente que foi — Princípio da legalidade
exonerado ou demitido, pode, nos trâmites legais, ser obrigado a A legalidade, que na sua visão moderna é chamado também
ressarcir os prejuízos causados ao ente público. de juridicidade, é um princípio que pode ser aplicado à toda
atividade de ordem administrativa, vindo a incluir o procedimento
Nota – Sobre Súmulas Vinculantes licitatório. A lei serve para ser usada como limite de base à atuação
Súmula 187, STF: A responsabilidade contratual do do gestor público, representando, desta forma, uma garantia aos
transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por administrados contra as condutas abusivas do Estado.
culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. No âmbito das licitações, pondera-se que o princípio da
Súmula 188, STF: O segurador tem ação regressiva contra legalidade é fundamental, posto que todas as fases do procedimento
o causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite licitatório se encontram estabelecidas na legislação. Considera-
previsto no contrato de seguro. se que todos os entes que participarem do certame, têm direito
público subjetivo de fiel observância do procedimento paramentado
LICITAÇÕES E CONTRATOS na legislação por meio do art. 4° da Lei 8.666/1993, podendo, caso
venham a se sentir prejudicados pela ausência de observância de
alguma regra, impugnar a ação ou omissão na esfera administrativa
LICITAÇÕES ou judicial.
Diga-se de passagem, não apenas os participantes, mas
Princípios qualquer cidadão, pode por direito, impugnar edital de licitação em
Diante do cenário atual, pondera-se que ocorreram diversas decorrência de irregularidade na aplicação da lei, vir a representar
mudanças na Lei de Licitações. Porém, como estamos em fase de ao Ministério Público, aos Tribunais de Contas ou aos órgãos de
transição em relação às duas leis, posto que nos dois primeiros controle interno em face de irregularidades em licitações públicas,
anos, as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na nos termos dos arts. 41, § 1º, 101 e 113, § 1º da Lei 8666/1993.
aplicação para processos que começaram na Lei anterior, deverão
continuar a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que — Princípio da impessoalidade
começarem após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos Com ligação umbilical ao princípio da isonomia, o princípio da
com a aplicação da nova Lei. impessoalidade demonstra, em primeiro lugar, que a Administração
Aprovada recentemente, a Nova Lei de Licitações sob o nº. deve adotar o mesmo tratamento a todos os administrados que
14.133/2.021, passou por significativas mudanças, entretanto, no estejam em uma mesma situação jurídica, sem a prerrogativa de
que tange aos princípios, manteve o mesmo rol do art. 3º da Lei nº. quaisquer privilégios ou perseguições. Por outro ângulo, ligado ao
8.666/1.993, porém, dispondo sobre o assunto, no Capítulo II, art. princípio do julgamento objetivo, registra-se que todas as decisões
5º, da seguinte forma: administrativas tomadas no contexto de uma licitação, deverão
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios observar os critérios objetivos estabelecidos de forma prévia no
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, edital do certame.
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, Desta forma, ainda que determinado licitante venha a
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da apresentar uma vantagem relevante para a consecução do
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, objeto do contrato, afirma-se que esta não poderá ser levada em
do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, consideração, caso não haja regra editalícia ou legal que a preveja
da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da como passível de fazer interferências no julgamento das propostas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
econômico que pretenda eliminar a concorrência, a lei e os demais com fito no Regime Jurídico Diferenciado de Contratações Públicas
atos normativos pertinentes não poderão agir com o fulcro de devem respeitar, em especial, as normas relativas ao art. 4º, § 1º:
limitar a competitividade na licitação. A) disposição final ambientalmente adequada dos resíduos
Assim, havendo cláusula que possa favorecer, excluir ou sólidos gerados pelas obras contratadas;
infringir a impessoalidade exigida do gestor público, denota-se que B) mitigação por condicionantes e compensação ambiental,
esta poderá recair sobre a questão da restrição de competição no que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental;
processo licitatório. c) utilização de produtos, equipamentos e serviços que,
comprovadamente, reduzam o consumo de energia e recursos
Obs. importante: De acordo com o Tribunal de Contas, não é naturais;
aceitável a discriminação arbitrária no processo de seleção do con- D) avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação
tratante, posto que é indispensável o tratamento uniforme para si- urbanística;
tuações uniformes, uma vez que a licitação se encontra destinada E) proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e
a garantir não apenas a seleção da proposta mais vantajosa para a imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto
Administração Pública, como também a observância do princípio ou indireto causado pelas obras contratadas;
constitucional da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumá- F) acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou com
rio). mobilidade reduzida.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
posto que a licitação pode vir a ser revogada de forma lícita por contratos e com maior adequação condizente à natureza jurídica
motivos de interesse público, ou anulada, caso seja constatada das entidades exploradoras de atividades econômicas, que
alguma irregularidade Insanável. trabalham sob sistema jurídico predominantemente de direito
privado. O Maior obstáculo, é o fato de que essas instituições na
— Princípio da competitividade maioria das vezes entram em concorrência com a iniciativa privada
É advindo do princípio da isonomia. Em outras palavras, e precisam ter uma agilidade que pode, na maioria das situações,
havendo restrição à competição, de maneira a privilegiar ser prejudicada pela necessidade de submissão aos procedimentos
determinado licitante, consequentemente ocorrerá violação ao burocráticos da administração direta, autárquica e fundacional.
princípio da isonomia. Por esse motivo, como manifestação do Em observância e cumprimento à determinação da Constituição
princípio da competitividade, tem-se a regra de que é proibido aos Federal, foi promulgada a Lei 13.303/2016, Lei das Estatais, que criou
agentes públicos “admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de regras e normas específicas paras as licitações que são dirigidas
convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam por qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da
ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Pondera-
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções se que tais regras forma mantidas pela nova Lei de Licitações, Lei nº:
em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou 14.133/2.021 em seu art. 1º, inciso I.
de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o De acordo com as regras e normas da Lei 13.303/2016, tais
específico objeto do contrato”, com exceção do disposto nos §§ 5º empresas públicas e sociedades de economia mista não estão
a 12 deste art. e no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991”. dispensadas do dever de licitar. Mas estão somente adimplindo
Convém mencionar que José dos Santos Carvalho Filho, tal obrigação com seguimento em procedimentos mais flexíveis e
entende que o dispositivo legal mencionado anteriormente é tido adequados a sua natureza jurídica. Assim sendo, a Lei 8.666/1993
como manifestação do princípio da indistinção. acabou por não mais ser aplicada às estatais e às suas subsidiárias.
Entretanto, com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações de
— Princípio da vedação à oferta de vantagens imprevistas nº. 14.133/2.021, advinda do Projeto de Lei nº 4.253/2020, obser-
É um corolário do princípio do julgamento objetivo. No va-se que ocorreu um impacto bastante concreto para as estatais
referente ao julgamento das propostas, a comissão de licitação não naquilo que se refere ao que a Lei nº 13.303/16 expressa ao reme-
poderá, por exemplo, considerar qualquer oferta de vantagem que ter à aplicação das Leis nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02.
não esteja prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos Nesse sentido, denota-se em relação ao assunto acima que são
subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada pontos de destaque com a aprovação da Nova Lei de Licitações de
nas ofertas dos demais licitantes, nos ditames do art. 44, parag. nº. 14.133/2.021:
2°da Lei 8.666/1993. 1) O pregão, sendo que esta modalidade não será mais
regulada pela Lei nº 10.520/02, que consta de forma expressa no
Competência Legislativa art. 32, IV, da Lei nº 13.303/16;
A União é munida de competência privativa para legislar sobre 2) As normas de direito penal que deverão ser aplicadas na
normas gerais de licitações, em todas as modalidades, para a seara dos processos de contratação, que, por sua vez, deixarão de
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do ser regulados pelos arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/93; e
Distrito Federal e dos Municípios, conforme determinação do art. 3) Os critérios de desempate de propostas, sendo que a Lei
22, XXVII, da CFB/1988. nº 13.303/16 dispõe de forma expressa, dentre os critérios de
Desse modo, denota-se que de modo geral, as normas desempate contidos no art. 55, inc. III, a adoção da previsão que
editadas pela União são de observância obrigatória por todos os se encontra inserida no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, que por
entes federados, competindo a estes, editar normas específicas sua vez, passará a ter outro tratamento pela Nova Lei de Licitações.
que são aplicáveis somente às suas próprias licitações, de modo a
complementar a disciplina prevista na norma geral sem contrariá-la. Dispensa e inexigibilidade
Verificar-se-á a inexigibilidade de licitação sempre que houver
Nessa linha, a título de exemplo, a competência para legislar inviabilidade de competição. Com a entrada em vigor da Nova Lei
supletivamente não permite: a) a criação de novas modalidades de Licitações, Lei nº. 14.133/2.021 no art. 74, I, II e III, foi disposto
licitatórias ou de novas hipóteses de dispensa de licitação; b) o as hipóteses por meio das quais a competição é inviável e que,
estabelecimento de novos tipos de licitação (critérios de julgamento portanto, nesses casos, a licitação é inexigível. Vejamos:
das propostas); c) a redução dos prazos de publicidade ou de Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,
recursos. em especial nos casos de:
É importante registrar que a EC 19/1998, em alteração ao art. I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
173, § 1º, da Constituição Federal, anteviu que deverá ser editada contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor,
lei com o fulcro de disciplinar o estatuto jurídico da empresa empresa ou representante comercial exclusivos;
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
bens ou de prestação de serviços, sendo que esse estatuto deverá crítica especializada ou pela opinião pública;
dispor a respeito de licitação e contratação de obras, serviços, III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
compras e alienações, desde que observados os princípios da de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
administração pública. empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
A mencionada modificação constitucional, teve como objetivo serviços de publicidade e divulgação:
possibilitar a criação de normas mais flexíveis sobre licitação e a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou
283
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
âncora, fazendo com que os valores das propostas sejam elevados resolvidos com a aplicação dela, e, processos que começarem após
ao patamar mais aproximado possível no que diz respeito ao valor a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos com a aplicação da
máximo que a Administração admite. nova Lei.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase Desde o início da Sessão, no pregão presencial o pregoeiro
de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo deverá se informar de antemão, quem são os participantes, tendo
licitante vencedor, na forma definida no edital. em vista que estes se identificam no momento do em que fazem o
Quaisquer interessados podem participar do leilão. Denota-se credenciamento.
que o bem será vendido para o licitante que fizer a oferta de maior No pregão eletrônico, até que chegue a fase de habilitação,
lance, o qual deverá obrigatoriamente ser igual ou superior ao valor o pregoeiro não possui a informação sobre quem são os licitantes
de avaliação do bem. participantes, para evitar conluio.
A realização do leilão poderá ser por meio de leiloeiro oficial ou A intenção de recorrer no pregão presencial, deverá por
por servidor indicado pela Administração, procedendo-se conforme parâmetros legais, ser manifestada e eivada com as motivações ao
os ditames da legislação pertinente. final da Sessão.
Destaca-se ainda, que algumas entidades financeiras da No pregão eletrônico, havendo a intenção de recorrer, deverá
Administração indireta executam contratos de mútuo que são de imediato a parte interessada se manifestar, devendo ser
garantidos por penhor e que, restando-se vencido o contrato, se a registrado no campo do sistema de compras pertinente, no qual
dívida não for liquidada, promover-se-á o leilão do bem empenhado deverá conter as exposições com a motivação da interposição.
que deverá seguir as regras pertinentes à Lei de licitações.
– Diálogo competitivo
– Pregão Com supedâneo no art. 32 da Nova Lei de Licitações, modali-
Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata- dade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Admi-
se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço, nistração:
designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns. Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a
Existem duas maneiras de ocorrência dos pregões, sendo estas nas contratações em que a Administração:
formas eletrônica e presencial. I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
Pondera-se que a Lei geral que rege os pregões é a a) inovação tecnológica ou técnica;
Lei 10.520/02. No entanto, em âmbito federal, o pregão presencial b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade
é fundamentado e regulamentado pelo Decreto3.555/00, já o satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
pregão eletrônico, por meio do Decreto 5.450/05. c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas
Os referidos decretos, em razão da natureza institucional de com precisão suficiente pela Administração;
processamento dos pregões, são estabelecidos por meio de regras II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e
diferentes que serão adotadas pelo Poder Público. as alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com
Em âmbito federal, a modalidade pregão é obrigatória destaque para os seguintes aspectos:
para contratação de serviços e bens comuns. No entanto, o a) a solução técnica mais adequada;
Decreto 5.459/05 determina que a forma eletrônica é, via de regra, b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já
preferencial. definida;
Ressalta-se que aqueles que estiverem interessados em c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato.
participar do pregão presencial, deverão comparecer em hora e
local nos quais deverá ocorrer a Sessão Pública, onde será feito Obs. Importante: § 1º, inc. VIII , Lei 14.133/2021- a
o credenciamento, devendo ainda, apresentar os envelopes de Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído,
proposta, bem como os documentos pertinentes. juntar aos autos do processo licitatório os registros e as gravações
Referente ao pregão eletrônico, deverão os interessados fazer da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de
cadastro no sistema de compras a ser usado pelo ente licitante, edital contendo a especificação da solução que atenda às suas
vindo, por conseguinte, cadastrar a sua proposta. necessidades e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção
A classificação a respeito das formas de pregão está também da proposta mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta)
eivada de diferenças. Infere-se que no pregão presencial, o dias úteis, para todos os licitantes pré-selecionados na forma do
pregoeiro deverá fazer a seleção de todas as propostas de até 10% inciso II deste parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão
acima da melhor proposta e as classificar para a fase de lances. conter os elementos necessários para a realização do projeto.
Havendo ausência de propostas que venham a atingir esses 10%,
restarão selecionadas, por conseguinte, as três melhores propostas. — Habilitação, Julgamento e recursos
Diversamente do que ocorre no pregão eletrônico, levando em
conta que todos os participantes são classificados e tem o direito de – Habilitação
participar da fase na qual ocorrem os lances por meio do sistema, Com determinação expressa no Capítulo VI da Nova Lei de Lici-
dentro dos parâmetros pertinentes ao horário indicado no edital ou tações, art. 62, denota-se que a habilitação se mostra como a fase
carta convite. da licitação por meio da qual se verifica o conjunto de informações
Inicia-se a fase de lances do pregão presencial com o lance e documentos necessários e suficientes para demonstrar a capaci-
da licitação que possui a maior proposta, vindo a seguir, por dade do licitante de realizar o objeto da licitação.
conseguinte, a lista decrescente até alcançar ao menor valor. Registra-se no dispositivo legal, que os critérios inseridos foram
É importante destacar que no pregão eletrônico, os lances renovados pela Nova Lei, como por exemplo, a previsão em lei de
são lançados no sistema na medida em que os participantes vão aceitação de balanço de abertura.
ofertando, devendo ser sempre de menor valor ao último lance que No que condiz à habilitação econômico-financeira, com supe-
por este foi ofertado. Assim, lances são lançados e registrados no dâneo legal no art. 68 da Nova Lei, observa-se que possui utilidade
sistema, até que esta fase venha a se encerrar. para demonstrar que o licitante se encontra dotado de capacidade
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
para sintetizar com suas possíveis obrigações futuras, devendo a de eficiência de forma geral.
mesma ser comprovada de forma objetiva, por intermédio de coefi- Nesta espécie de contrato, busca-se o resultado econômico
cientes e índices econômicos que deverão estar previstos no edital que proporcione a maior vantagem advinda de uma obra, serviço
e devidamente justificados no processo de licitação. ou bem, motivo pelo qual, a melhor proposta deverá ser aquela que
De acordo com a Nova lei, os documentos exigidos para a ha- trouxer um maior retorno econômico.
bilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito de falência ex-
pedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por último, exige-se – Recursos
o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios sociais, salvo das Com base legal no art. 71 da nova Lei de Licitações, não
empresas que foram constituídas no lapso de menos de dois anos. ocorrendo inversão de fases na licitação, pondera-se que os
Registra-se que base legal no art. 66 da referida Lei, habilita- recursos em face dos atos de julgamento ou habilitação, deverão
ção jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer ser apresentados no término da fase de habilitação, tendo em vista
direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada que tal ato deverá acontecer em apenas uma etapa.
por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e, Caso os licitantes desejem recorrer a despeito dos atos do
quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser julgamento da proposta e da habilitação, denota-se que deverão
contratada. se manifestar de imediato o seu desejo de recorrer, logo após o
Já o art. 67, dispõe de forma clara a respeito da documentação término de cada sessão, sob pena de preclusão
exigida para a qualificação técnico-profissional e técnico-operacio- Havendo a inversão das fases com a habilitação de forma
nal. Vejamos: precedente à apresentação das propostas, bem como o julgamento,
Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis- afirma-se que os recursos terão que ser apresentados em dois
sional e técnico-operacional será restrita a: intervalos de tempo, após a fase de habilitação e após o julgamento
I - apresentação de profissional, devidamente registrado no das propostas.
conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser- Adjudicação e homologação
viço de características semelhantes, para fins de contratação; O Direito Civil Brasileiro conceitua a adjudicação como sendo o
II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse- ato por meio do qual se declara, cede ou transfere a propriedade de
lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem uma pessoa para outra. Já o Direito Processual Civil a conceitua
capacidade operacional na execução de serviços similares de com- como uma forma de pagamento feito ao exequente ou a terceira
plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem pessoa, por meio da transferência dos bens sobre os quais incide
como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do a execução.
art. 88 desta Lei; Ressalta-se que os procedimentos legais de adjudicação têm
III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare- início com o fim da fase de classificação das propostas. Adilson Dallari
lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da (1992:106), doutrinariamente separando as fases de classificação e
licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc- adjudicação, ensina que esta não é de cunho obrigatório, embora
nica que se responsabilizará pelos trabalhos; não seja livre.
IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe- Podemos conceituar a homologação como o ato que perfaz
cial, quando for o caso; o encerramento da licitação, abrindo espaço para a contratação.
V - registro ou inscrição na entidade profissional competente, Homologação é a aprovação determinada por autoridade judicial
quando for o caso; ou administrativa a determinados atos particulares com o fulcro de
produzir os efeitos jurídicos que lhes são pertinentes.
VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas Considera-se que a homologação do processo de licitação
as informações e das condições locais para o cumprimento das obri- representa a aceitação da proposta. De acordo com Sílvio Rodrigues
gações objeto da licitação. (1979:69), a aceitação consiste na “formulação da vontade
concordante e envolve adesão integral à proposta recebida.”
– Julgamento Registre-se por fim, que a homologação vincula tanto a
Sob a vigência do nº. 14.133/2.021, a Nova Lei de Licitações Administração como o licitante, para buscar o aperfeiçoamento do
trouxe em seu art. 33, a nova forma de julgamento, sendo que de contrato.
agora em diante, as propostas deverão ser julgadas de acordo sob
os seguintes critérios: Registro de preços
1. Menor preço; Registro de preços é a modalidade de licitação que se
2. Maior desconto; encontra apropriada para possibilitar diversas contratações que
3. Melhor técnica ou conteúdo artístico; sejam concomitantes ou sucessivas, sem que haja a realização
4. Técnica e preço; de procedimento de licitação de forma específica para cada uma
5. Maior lance, no caso de leilão; destas contratações.
6. Maior retorno econômico. Registra-se que o referido sistema é útil tanto a um, quanto a
mais órgãos pertencentes à Administração.
Observa-se que os títulos por si só já dão a noção a respeito do De modo geral, o registro de preços é usado para compras
seu funcionamento, bem como já foram estudados anteriormente corriqueiras de bens ou serviços especificos, em se tratando
nesta obra. Entretanto, é possível afirmar que a maior novidade, daqueles que não se sabe a quantidade que será preciso adquirir,
trata-se do critério de maior retorno econômico, que é uma espécie bem como quando tais compras estiverem sob a condição de
de licitação usada somente para certames cujo objeto seja contrato entregas parceladas. O objetivo destas ações é evitar que se formem
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
estoques, uma vez que estes geram alto custo de manutenção, além II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re-
do risco de tais bens vir a perecer ou deteriorar. gulamento;
Por fim, vejamos os dispositivos legais contidos na Nova lei de III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;
Liictações que regem o sistema de registro de preços: IV - atualização periódica dos preços registrados;
Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará V - definição do período de validade do registro de preços;
as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre: VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que acei-
I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a tar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vence-
quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida; dor na sequência de classificação da licitação e inclusão do licitante
II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou, que mantiver sua proposta original.
no caso de serviços, de unidades de medida; § 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu-
III - a possibilidade de prever preços diferentes: lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispensa
a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife- de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de ser-
rentes; viços por mais de um órgão ou entidade.
b) em razão da forma e do local de acondicionamento; Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro-
c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri-
lote; gará a Administração a contratar, facultada a realização de licita-
d) por outros motivos justificados no processo; ção específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente
IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em motivada.
quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de
nos limites dela; 1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que
V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor comprovado o preço vantajoso.
preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de
mercado; preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis-
VI - as condições para alteração de preços registrados; posições nela contidas.
VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi-
ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante Revogação e anulação da licitação
vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com De antemão, em relação à revogação e a anulação do
a ordem de classificação; procedimento licitatório, aplica-se o mesmo raciocínio, posto que
VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais caso tenha havido vício no procedimento, busca-se por vias legais
de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de o a possibilidade de corrigi-lo. Em se tratando de caso de vício que
validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de não se possa sanar, ou haja a impossibilidade de saná-lo, a anulação
ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto se impõe. Entretanto, caso não exista qualquer espécie de vício no
no edital; certame, mas, a contratação tenha sido deixada de ser considerada
IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços de interesse público, impõe-se a aplicação da revogação.
e suas consequências Nos ditames do art. 62 da Lei nº 13.303/2016, após o início da
§ 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de itens fase de apresentação de lances ou propostas, “a revogação ou a
somente poderá ser adotado quando for demonstrada a inviabili- anulação da licitação somente será efetivada depois de se conceder
dade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a aos licitantes que manifestem interesse em contestar o respectivo
sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao contraditó-
preços unitários máximos deverá ser indicado no edital. rio e à ampla defesa”.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados Já na seara da lei nº 8.666/93, ressalta-se que a norma tratou
os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, de limitar a indicar, por meio do art. 49, §3º, que em caso de des-
a contratação posterior de item específico constante de grupo de fazimento do processo licitatório, ficará assegurado o contraditório
itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua e a ampla defesa.
vantagem para o órgão ou entidade. Por fim, registra-se que em se tratando da obrigatoriedade da
§ 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a aprovação de espaço aos licitantes interessados no exercício do di-
unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido, reito ao contraditório e à ampla defesa, de forma anterior ao ato
apenas nas seguintes situações: de decisório de revogação e anulação, criou-se de forma tradicio-
I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou nal diversos debates tanto na doutrina quanto na jurisprudência
entidade não tiver registro de demandas anteriores; nacional. Um exemplo da informação acima, trata-se dos diversos
II - no caso de alimento perecível; julgados que ressalvam a aplicação contida no art. 49, §3º da Lei
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento 8.666/1.993 nas situações de revogação de licitação antes de sua
de bens. homologação. Pondera-se que esse entendimento afirma que o
§ 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória contraditório e a ampla defesa apenas seriam exigíveis quando o
a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação procedimento de licitação tiver sido concluído.
de outro órgão ou entidade na ata.
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para a Obs. Importante: Ainda que em situações por meio das quais é
contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de en- considerado dispensável dar a oportunidade aos licitantes do con-
genharia, observadas as seguintes condições: traditório e a ampla defesa, a obrigação da administração em mo-
I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado; tivar o ato revogatório não será afastada, uma vez que devendo se
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ater aos princípios da transparência e da motivação, o gestor por Denota-se que os contratos da Administração podem ser nas
força de lei, deverá sempre evidenciar as razões pelas quais foram formas:
fundamentadas a conclusão pela revogação do certame, bem como – Contratos Administrativos: são aqueles comandados pelas
os motivos de não prosseguir com o processo licitatório. normas de Direito Público.
– Contratos de Direito Privado firmados pela Administração:
Breves considerações adicionais acerca das mudanças no são aqueles comandados por normas de Direito Privado.
processo de licitação após a aprovação da Lei 14.133/2.021
– Com a aprovação da Nova Lei, nos ditames do §2º do art. 17, — Princípios
será utilizada como regra geral, a forma eletrônica de contratação
para todos os procedimentos licitatórios. Princípio da legalidade
– Como exceção, caso seja preciso que a forma de contratação Disposto no art. 37 da CRFB/1988, recebe um conceito como
seja feita presencialmente, o órgão deverá expor os motivos de fato um produto do Liberalismo, que propagava evidente superioridade
e de direito no processo administrativo, porém, ficará incumbido da do Poder Legislativo por intermédio da qual a legalidade veio a ser
obrigação de gravar a sessão em áudio e também em vídeo. bipartida em importantes desdobramentos:
– O foco da Nova Lei, é buscar o incentivo para o uso do siste- 1) Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os
ma virtual nos certames, vindo, assim, a dar mais competitividade, atos da Administração;
segurança e isonomia para as licitações de forma geral. 2) Reserva de lei: a apreciação de certas matérias deve ser for-
– A Nova Lei de Licitações criou o PNCP (Portal Nacional de malizada pela legislação, deletando o uso de outros atos de caráter
Contratações Públicas), que irá servir como um portal obrigatório. normativo.
– Todos os órgãos terão obrigação de divulgar suas licitações,
sejam eles federais, estaduais ou municipais. Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como
– Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as de- o principal conceito para a configuração do regime jurídico-admi-
mandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de nistrativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública
qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finali- só poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos execu-
dades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo. tivos, agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo
– Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com com o princípio em análise, todo ato que não possuir base em fun-
a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação damentos legais é ilícito.
de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de va-
lor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Princípio da impessoalidade
– São atos da Administração Pública antes de formalizar ou Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui
prorrogar contratos administrativos: verificar a regularidade fiscal duas interpretações possíveis:
do contratado; consultar o Cadastro Nacional de Empresas idôneas a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Públi-
e suspensas (CEIS) e punidas (CNEP). ca deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico
– A Nova Lei de Licitações inseriu vários crimes do Código Pe- aos particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas
nal, no que se refere às licitações, dentre eles, o art. 337-H do Có- a discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da
digo Penal de 1.940: CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata-
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo- mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em
dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade
do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei
Administração Pública sem autorização em lei, no edital da licitação 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para
ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatu- portadores de deficiência.
ra com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade: b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como
feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais
Perturbação de processo licitatório toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter
– Os valores fixados na Lei, serão anualmente corrigidos pelo educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art.
IPCA-E, nos termos do art. 182: O Poder Executivo federal atua- 37, § 1. °, da CRFB: “dela não podendo constar nomes, símbolos
lizará, a cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a subs- ou servidores públicos”.
tituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no
PNCP. Princípio da moralidade
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua-
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia-
pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao
No desempenho da função administrativa, o Poder Público administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação
empraza diversas relações jurídicas com pessoas físicas e jurídicas, segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo:
públicas e privadas. A partir do momento em que tais relações se a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13
constituem por intermédio da manifestação bilateral da vontade das do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada
partes, afirmamos que foi celebrado um contrato da Administração. súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não
parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo direitos fundamentais dispostos na legislação pátria.
a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política. O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das te-
orias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento
Princípio da publicidade no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho-
Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito
do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art. do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber,
2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em
transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor-
o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin- cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado
do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos de Direito.
praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di-
atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro-
Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di- porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi-
reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais, lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma
com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade,
lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ- vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos
ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo- excessos cometidos pelo Poder Público.
tivação dos atos administrativos. O princípio da proporcionalidade é subdividido em três
subprincípios:
Princípio da eficiência a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será
Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998, adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado
com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela pretendido.
Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio- b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição
nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan-
finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo: çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá
duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita- o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda-
mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004), mentais.
bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art. c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma
37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998). típica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual
garantem sua eficiência: a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica-
a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental
eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio- que será efetivado.
rar a situação de outrem.
b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas Princípio da supremacia do interesse público sobre o interes-
de forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número se privado (princípio da finalidade pública)
de pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”). É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional,
tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas
Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados categorias:
acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a
econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo
de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi-
serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as- dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por
pectos. exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre
outros.
– Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró-
Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se
Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no di- ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple-
reito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial mentado através de atividades administrativas instrumentais que
da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da são necessárias ao atendimento do interesse público primário.
Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu cará- Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes
ter procedimental (procedural due process of law: direito ao contra- público e ao patrimônio público.
ditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais) para,
por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due process of Princípio da continuidade
law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos contra Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que
abusos do Estado). tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode
Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de
aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação.
constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons- Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú-
trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa
serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen- ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final
tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o
às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do
pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação
o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular. dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atu-
Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não ação coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de
impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA
e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser NETO, 2006, p. 337-338).
prestado sempre na medida em que a necessidade da população Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio-
vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne- neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico-
cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado -políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos
sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne- seus institutos participativos e consensuais.
cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem-
plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou- Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
tros. boa-fé
Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
Princípio da autotutela boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si.
Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re- O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti-
ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de dos:
legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência a) objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em
e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido,
346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999. o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB);
A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades, b) subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas rela-
bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela cionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais.
própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal
e revogação de ato inconveniente ou inoportuno. Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções:
Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que a) objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos
esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante particulares;
à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti- b) subjetiva: está ligada a relação com o caráter psicológico
culares de modo geral. daquele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteri-
zação da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do
Princípios da consensualidade e da participação particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela
Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor- atuação do Estado.
naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato
de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi-
a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização
contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi-
atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões nam por surpreender os seus receptores.
mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí-
responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com
comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos. supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí-
Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da
Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei-
assumir um importante papel no condizente ao processo de iden- to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988.
tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o
tutela da Administração Pública. princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei
Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida- 9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti-
de e da participação, a administração termina por voltar-se para a ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:
coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações
da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar
resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos:
entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente;
ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in- confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi-
teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola- ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de
boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do que as suas expectativas são razoáveis;
consenso e da participação. b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi-
De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma- nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien-
da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos tam o cidadão a adotar determinada conduta;
jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con- c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio direito privado, nos contratos administrativos sempre deverá estar
jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável; presente a incessante busca da satisfação do interesse público, sob
d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con- pena de incorrer em desvio de poder;
fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to- C) Procedimento legal – são estabelecidos por meio de
lerância da Administração); e lei procedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos
e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga- contratos administrativos, que contém, dentre outras medidas,
ções no caso. autorização legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização
pela autoridade competente, indicação de recursos orçamentários
e licitação;
Elementos D) Bilateralidade – independentemente de serem de direito
Aduz-se que sobre esta matéria, a lei nada menciona a respeito, privado ou de direito público, os contratos são formados a partir de
porém, a doutrina tratou de a conceituar e estabelecer alguns manifestações bilaterais de vontades da Administração contratante
paradigmas. Refere-se à classificação que a doutrina faz do contrato e do particular contratado;
administrativo. Desta forma, o contrato administrativo é: E) Consensualidade – são o resultado de um acordo de vontades
1) Comutativo: trata-se dos contratos de prestações certas e plenas e livres, e não de ato impositivo;
determinadas. Possui prestação e contraprestação já estabelecidas F) Formalidade – não basta que haja a vontade das partes para
e equivalentes. Nesta espécie de contrato, as partes, além de que o contrato administrativo se aperfeiçoe, sendo necessário o
receberem da outra prestação proporcional à sua, podem apreciar cumprimento de determinações previstas na Lei 8.666/1993;
imediatamente, verificando previamente essa equivalência. H) Onerosidade – o contrato possui valor econômico
Ressalta-se que o contrato comutativo se encontra em discordância convencionado;
do contrato aleatório que é aquele contrato por meio do qual, as I) Comutatividade – os contratos exigem equidade das
partes se arriscam a uma contraprestação que por ora se encontra prestações do contratante e do contratado, sendo que estas devem
desconhecida ou desproporcional, dizendo respeito a fatos futuros. ser previamente definidas e conhecidas;
Exemplo: contrato de seguro, posto que uma das partes não J) Caráter sinalagmático – constituído de obrigações recíprocas
sabe se terá que cumprir alguma obrigação, e se tiver, nem sabe tanto para a Administração contratante como para o contratado;
qual poderá ser. K) Natureza de contrato de adesão – as cláusulas dos contratos
Com referência a esse tipo de contrato, aduz o art. 4 do administrativos devem ser fixadas de forma unilateral pela
Decreto-Lei n.7.568/2011: Administração.
Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse Registra-se que deve constar no edital da licitação, a minuta do
com entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de contrato que será celebrado. Desta maneira, os licitantes ao fazerem
chamamento público a ser realizado pelo órgão ou entidade suas propostas, estão acatando os termos contratuais estabelecidos
concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que pela Administração. Ainda que o contrato não esteja precedido
tornem mais eficaz o objeto do ajuste. (Redação dada pelo Decreto de licitação, a doutrina aduz que é sempre a administração quem
n. 7.568, de 2011) estabelece as cláusulas contratuais, pelo fato de estar vinculada às
normas e também ao princípio da indisponibilidade do interesse
2) Oneroso: por ter natureza bilateral, comporta vantagens público;
para ambos os contraentes, tendo em vista que estes sofrem um L) Caráter intuitu personae – por que os contratos
sacrifício patrimonial equivalente a um proveito almejado. Existe administrativos são firmados tomando em conta as características
um benefício recebido que corresponde a um sacrifício, por meio pessoais do contratado. Por esta razão, de modo geral, é proibida
do qual, as partes gozam de benefícios e deveres. Ocorre de forma a subcontratação total ou parcial do objeto contratado, a
contrária do contrato gratuito, como a doação, posto que neste, só associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência,
uma das partes possui obrigação, que é entregar o bem, já a outra, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, cuja
não tem. desobediência é motivo para rescisão contratual (art. 78, VI, Lei
3) Formal: é dotado de condições específicas previstas na 8.666/1993). Entretanto, a regra anterior é amparada pelo art. 72
legislação para que tenha validade. A formalização do contrato da mesma lei, que determina a possibilidade de subcontratação de
encontra-se paramentada no art. 60 Lei 8.666/1993. Denota-se, partes de obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido pela
por oportuno, que o contrato administrativo é celebrado pela forma Administração. Aduz-se que a possibilidade de subcontratação é
escrita, nos ditames art. 60, parágrafo único. abominada pela doutrina, tendo em vista vez que permite que uma
empresa que não participou por meios legais da licitação de forma
Características indireta, acabe contratando com o Poder Público, o que ofende
A doutrina não é unânime quanto às características dos o princípio da licitação previsto no art. 37, XXI, da Constituição
contratos administrativos. Ainda assim, de modo geral, podemos Federal.
aduzir que são as seguintes:
A) Presença da Administração Pública – nos contratos Formalização
administrativos, a Administração Pública atua na relação contratual Em regra, os contratos administrativos são precedidos da
na posição de Poder Público, por esta razão, é dotada de um rol de realização de licitação, ressalvado nas hipóteses por meio das quais
prerrogativas que acabam por a colocar em posição de hierarquia a lei estabelece a dispensa ou inexigibilidade deste procedimento.
diante do particular, sendo que tais prerrogativas se materializam Além disso, a minuta do futuro contrato a ser firmado pela
nas cláusulas exorbitantes; Administração com o licitante vencedor, constitui anexo do edital
B) Finalidade pública – do mesmo modo que nos contratos de de licitação, dele sendo parte integrante (art. 40, § 2º, III).
292
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os contratos administrativos são em regra, formais e escritos. de ser alterado unilateralmente ou por meio de acordo. Além
Registre-se que que o instrumento de contrato, á ato obrigatório disso, ressalte-se que as alterações unilaterais podem ser de ordem
nas situações de concorrência ou de tomadas tomada de preços, qualitativa ou quantitativa. Vejamos o dispositivo legal acerca do
bem como ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de assunto:
licitação, nas quais os valores contratados estejam elencados nos Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,
limites daquelas duas modalidades licitatórias. com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
Aduz-se que nos demais casos, o termo de contrato será I - unilateralmente pela Administração:
facultativo, fato que enseja à Administração adotar o instrumento a) quando houver modificação do projeto ou das especificações,
contratual ou, ainda, vir a optar por substituí-lo por outro para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
instrumento hábil a documentar a avença, conforme quadro a b) quando necessária a modificação do valor contratual em
seguir (art. 62, § 2º): decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
Todo contrato administrativo tem natureza de contrato nos limites permitidos por esta Lei;
de adesão, pois todas as cláusulas contratuais são fixadas pela II - por acordo das partes:
Administração. Contrato de adesão é aquele em que todas as a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
cláusulas são fixadas por apenas uma das partes, no caso do b) quando necessária a modificação do regime de execução
contrato administrativo, a Administração. da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
Prazo originários;
Tendo em vista que os contratos administrativos devem ter c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
prazo determinado, sua vigência deve ficar adjunta à vigência por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
dos respectivos créditos orçamentários. Assim sendo, em regra, inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com
os contratos terão duração de um ano, levando em conta que esse relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
é o prazo de vigência dos créditos orçamentários que são passados contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou
aos órgãos e às entidades. Nos ditames da Lei 4.320/1964, o crédito serviço;
orçamentário tem duração de um ano, vindo a coincidir com o ano d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
civil. inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da
Entretanto, o art. 57 da Lei 8.666/1993 determina outras administração para a justa remuneração da obra, serviço ou
situações que não seguem ao disposto na regra acima. Vejamos: fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-
– Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis,
prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em
tenha sido previsto no ato convocatório; caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando
– À prestação de serviços a serem executados de forma álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada
contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e pela Lei nº 8.883, de 1994)
sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições
mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; Desta maneira, percebe-se que o contrato administrativo
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998); permite de forma regulamentada, que haja alteração em suas
– Ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de cláusulas durante sua execução. Registre-se que contrato não é um
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 documento rígido e inflexível, tendo em vista que o mesmo pode
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. De sofrer alterações para que venha a se adequar às modificações que
acordo com a Carta Magna, toda programação de longo prazo do forem preciso durante a execução contratual. Além disso, a lei fixa
Governo tem o dever de estar contida do plano plurianual. Desta percentuais por meio dos quais a Administração pode promover
maneira, estando o contrato contemplado nessa programação a alterações no objeto do contrato, restando o contratado obrigado a
longo prazo – PPA –, sua duração será estendida enquanto existir a acatar as modificações realizadas, desde que dentro dos percentuais
previsão nessa lei específica. fixados pela legislação.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a responsabilização de quem deu motivo ao ocorrido. Assim sendo, vínculo obrigacional, sem maiores necessidades de manifestação
caso ocorra anulação, o contratado deverá auferir ganhos pelo que por via administrativa ou judicial.
já executou, pois, caso contrário, seria considerado enriquecimen- Já a extinção extraordinária do contrato por meio da anulação,
to ilícito da Administração Pública. Porém, caso seja o contratado considera-se que a lei prevê consequências diferentes para o caso
que tenha dado causa à nulidade, infere-se que este não terá esse de haver ou não haver culpa do contratado no fato que deu causa à
mesmo direito. rescisão contratual. Existindo culpa do contratado pela rescisão do
contrato, as consequências são as seguintes (art. 80, I a IV):
– Observação importante: A anulação possui efeito ex tunc, 1) assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local
ou seja, retroativo (voltado para o sentido passado), posto que a em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
lei dispõe que ela acaba por desconstituir os efeitos produzidos e 2) ocupação e utilização provisória do local, instalações,
impede que se produzam novos efeitos. equipamentos, material e pessoal empregados na execução do
contrato, necessários à sua continuidade, que deverá ser precedida
Revogação de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou
A questão da possibilidade de desfazimento do processo de Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso (art. 80, § 3º);
licitação e do contrato administrativo por meio da própria Adminis- 3) execução da garantia contratual, para ressarcimento da
tração Pública é matéria que não engloba discussões doutrinárias e Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela
jurisprudenciais. Inclusive, o controle interno dos atos administra- devidos;
tivos se encontra baseado no princípio da autotutela, que se trata 4) retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
do poder-dever da Administração Pública de revogar e anular seus dos prejuízos causados à Administração.
próprios atos, desde que haja justificação pertinente, com vistas a
preservar o interesse público, bem como sejam respeitados o devi- Em síntese, temos:
do processo legal e os direitos e interesses legítimos dos destinatá-
rios, conforme determina a Súmula 473 do STF. Vejamos: EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
– Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus pró-
prios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque Ordinária Extraordinária
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con- I –Pelo cumprimento do I – Pela anulação;
veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e objeto; II – Pela rescisão.
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. II – Pelo advento do termo
Conforme determinação do art. 49 da Lei Federal 8.666/93, final do contrato.
assim preceitua quanto ao desfazimento dos processos licitatórios:
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do Equilíbrio Econômico-financeiro
procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de Em alusão ao tratamento do equilíbrio econômico-contratual,
interesse público decorrente de fato superveniente devidamente a Constituição Federal de 1.988 em seu art. 37, inciso XXI dispõe o
comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, seguinte:
devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de Art. 37: A administração pública direta e indireta, de qualquer
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. dos poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos
Para efeitos de rescisão unilateral do contrato administrativo, princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
por motivos de interesse público, a discricionariedade administra- eficiência e também, ao seguinte:
tiva exige que a questão do interesse público deve ser justificada XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
em fatos de grande relevância, o que torna insuficiente a simples serviços, compras e alienações serão contratados mediante proces-
alegação do interesse público, se restarem ausentes a comprovação so de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos
das lesões advindas da manutenção do contrato e das circunstân- os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa-
cias extraordinárias, bem como dos danos irreparáveis ou de difícil gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
reparação. da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação téc-
nica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.
Extinção e Consequências Denota-se que os mencionados dispositivos determinam que
A extinção do contrato administrativo diz respeito ao término as condições efetivas da proposta devem ser mantidas, não tendo
da obrigação vinculada existente entre a Administração e o como argumentar de maneira contrária no que diz respeito à le-
contratado, podendo ocorrer de duas maneiras, sendo elas: galidade da modificação do valor contratual original, com o obje-
A) de maneira ordinária, pelo cumprimento do objeto (ex.: tivo de equilibrar o que foi devidamente avençado e pactuado no
na finalização da construção de instituição pública) ou pelo momento da assinatura, bem como ao que foi disposto a pagar a
acontecimento do termo final já previsto no contrato (ex.: a data contratante ao contratado.
final de um contrato de fornecimento de forma contínua); Isso não quer dizer que toda alteração deveria ser feita para
B) de maneira extraordinária, pela anulação ou pela rescisão adicionar valor ao contrato original, tendo em vista que também
contratual. pode ser para diminuir, isso, desde que se comprove por vias ade-
quadas que o valor do serviço ou produto contratado se encontra
Em relação à extinção ordinária, denota-se que esta não acima do valor proposto inicialmente, ocasionado por deflação ou
comporta maiores detalhamentos, sendo que as partes, ao cumprir queda de valores nos insumos, produtos ou serviços, ou até mesmo
suas obrigações, a consequência natural a ocorrer é a extinção do
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
em decorrência de uma desvalorização cambial. Além disso, o Po- § 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômi-
der Público não tem a obrigação de pagar além do que se propôs, co-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante-
nem valor menor ao acordado inicialmente, devendo sempre haver nha o equilíbrio contratual.
equilíbrio em relação aos pactos contratuais.
Os artigos 57, 58 3 65 da Lei 8666/93, aliados aos artigos 9 1e Assim, o legislador ao repetir no art. 58 da Lei 8666/93 o direi-
10 da Lei Federal nº 8987/95, conforme descrição, se completam to ao equilíbrio contratual, fica bastante clara a preocupação em
em relação a esse tema e, se referindo ao princípio da legalidade, manter a igualdade entre as partes. Note que o parágrafo 2º prevê
existe a necessidade de se apreciar os contratos sujeitos aos entes respeito ao direito do contratado, uma vez que é admitido que a
públicos. Vejamos: administração, desde que seja motivos de interesse público se ne-
Art. 57: A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará gue a equilibrar um contrato que esteja resultando em prejuízos ao
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto contratado, desde que o fato do prejuízo se encaixe em uma das
quanto aos relativos: hipóteses dispostas no art. 57, Lei no. 8666/93. Proposta que não
§ 1º. Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e pode ser executada, não é passível de equilíbrio.
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do Ante o exposto, acrescenta-se ainda que a Lei 8666/93 destaca
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico- o equilíbrio no art. 65, I e II. Vejamos:
-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devida- Art. 65: Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,
mente autuados em processo: com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; I - unilateralmente pela Administração:
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-
à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
de execução do contrato; b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit- corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; nos limites permitidos por esta Lei;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contra- II - por acordo das partes:
to, nos limites permitidos por esta Lei; V - impedimento de execução a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Adminis- b) quando necessária a modificação do regime de execução da
tração em documento contemporâneo à sua ocorrência; VI - omis- obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
são ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori-
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, im- ginários;
pedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
Como se observa, existe previsão explicita na Lei no. 8666/93, ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra-
art. 57, § 1º., I, II, III, IV, V, VI, de que o contrato deve ser equilibrado prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
sempre que houver uma das condições dos incisos I a VI, de forma d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
que o legislador previu quais as hipóteses que se encaixam para o mente entre os encargos do contratado e a retribuição da Adminis-
equilíbrio. Entretanto, não apresenta de forma clara, cabendo ao tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
administrador agir com legalidade e bom senso nos casos concretos objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
específicos. No entanto, a aludida previsão não se restringe somen- cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
te ao art. 57, § 1º, incisos I, II, III, IV, V e VI da Lei no. 8666/93, tendo previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
previsão ainda no art. 58 do mesmo diploma legal. Vejamos: impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força
Art. 58: O regime jurídico dos contratos administrativos ins- maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a mica extraordinária e extracontratual.
prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às Verifica-se que o art. 65 determina que, de início, deve haver
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra- o restabelecimento do que foi pactuado no contrato avençado,
tado; devendo ser dotados de equilíbrio os encargos, bem como a retri-
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no in- buição da administração para que haja justa remuneração, sendo
ciso I do art. 79 desta Lei; mantidas as condições originais do termo contratual. Em se tratan-
III – fiscalizar-lhes a execução; do, especificamente da concessão de serviço público, a Lei 8.987/95
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial dispõe no art. 9º a revisão de tarifa como uma forma de equilíbrio
do ajuste; financeiro. Vejamos:
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente Art. 9º: A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas re-
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi- gras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. § 2º.
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó- Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a
tese de rescisão do contrato Administrativo. fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. § 3º. Ressal-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con- vados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção
tratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con- de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da
cordância do contratado. proposta, quando comprovado seu impacto, implicara a revisão da
297
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. § 4º. Em haven- serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da
do alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das
econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que
concomitantemente à alteração. haja participado da relação processual e constem também do título
Art. 10º. Sempre que forem atendidas as condições do contra- executivo judicial.”
to, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro. Com fulcro no Enunciado retro citado, denota-se que
incontáveis são as decisões condenatórias à Administração Pública,
Atentos às fundamentações legais, observamos que parte na em relação ao pagamento de obrigações trabalhistas que cabem de
inicial da Constituição Federal, verifica-se que na Administração Pú- forma original à empresa prestadora de serviços, onerando o erário,
blica é possível haver o equilíbrio econômico-financeiro, entretan- vindo a contrariar o que se espera da Terceirização que é a redução
to, há diversas dúvidas a respeito da utilização do ajuste contratual, de custos à Administração Pública.
principalmente pela ausência de conhecimento da legislação, o que
acaba por causar problemas de ordem econômica, tanto em relação
ao contratado quanto ao contratante. Registre-se, por fim, que o
LEI Nº 13.709/2018 (LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE
pacto contratual deve ser mantido durante o período completo de
DADOS PESSOAIS - LGPD)
execução, e o equilíbrio financeiro acaba por se tornar a ferramenta
mais adequada para proporcionar essa condição. LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018
298
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole- VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público
tados no território nacional. ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen-
§ 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados to de dados pessoais;
pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta. VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou
§ 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen- privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do
to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei. controlador;
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais: VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera-
I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti- dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os
culares e não econômicos; titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados
II - realizado para fins exclusivamente: (ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
a) jornalístico e artísticos; ou gência
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador;
desta Lei; X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais,
III - realizado para fins exclusivos de: como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação,
a) segurança pública; utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa-
b) defesa nacional; mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
c) segurança do Estado; ou controle da informação, modificação, comunicação, transferência,
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; difusão ou extração;
ou XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e dis-
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam poníveis no momento do tratamento, por meio dos quais um dado
objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indi-
de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional víduo;
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo-
país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pesso- ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados
ais adequado ao previsto nesta Lei. pessoais para uma finalidade determinada;
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação
regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro- de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse dados;
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados
proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei. armazenados em banco de dados, independentemente do proce-
§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso dimento empregado;
III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em XV - transferência internacional de dados: transferência de da-
procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do
serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de- qual o país seja membro;
verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo. XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, trans-
§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco- ferência internacional, interconexão de dados pessoais ou trata-
mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput mento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac- entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,
to à proteção de dados pessoais. ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização
§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti-
de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser das por esses entes públicos, ou entre entes privados;
tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que possua XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: docu-
capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação mentação do controlador que contém a descrição dos processos de
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden- e mecanismos de mitigação de risco;
tificada ou identificável; XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem
étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com
organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen- sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em
te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de
vinculado a uma pessoa natural; caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Reda-
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res-
e disponíveis na ocasião de seu tratamento; ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento des-
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, ta Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº
estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou 13.853, de 2019) Vigência
físico; Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais observar a boa-fé e os seguintes princípios:
que são objeto de tratamento; I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí-
299
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi- de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas gência
finalidades; IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalida- controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi-
des informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento; tos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces- dados pessoais; ou
sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na
dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às legislação pertinente.
finalidades do tratamento de dados; § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e Vigência
gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
a integralidade de seus dados pessoais; Vigência
V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, § 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público
clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne- deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus-
cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento; tificaram sua disponibilização.
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações cla- § 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no
ras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamen- caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi-
to e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios
comercial e industrial; previstos nesta Lei.
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati- § 5º O controlador que obteve o consentimento referido no in-
vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados ciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou comparti-
e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, lhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consen-
comunicação ou difusão; timento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses
VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.
de danos em virtude do tratamento de dados pessoais; § 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não
IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata- desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs-
mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos; tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, da garantia dos direitos do titular.
pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro- § 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re-
var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da- ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas
dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e espe-
cíficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titu-
CAPÍTULO II lar, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei.
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei
SEÇÃO I deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre
DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS a manifestação de vontade do titular.
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de-
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu-
realizado nas seguintes hipóteses: ais.
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular; § 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti-
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei.
controlador; § 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício
III - pela administração pública, para o tratamento e uso com- de consentimento.
partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas § 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi-
previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, con- nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes-
vênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do soais serão nulas.
Capítulo IV desta Lei; § 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garanti- mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
da, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais; tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo
V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro- do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
o titular, a pedido do titular dos dados; do art. 18 desta Lei.
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, § 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao
de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; titular, com destaque de forma específica do teor das alterações,
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido,
ou de terceiro; revogá-lo caso discorde da alteração.
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida- sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza-
300
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução,
características previstas em regulamentação para o atendimento do pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis
princípio do livre acesso: ou regulamentos;
I - finalidade específica do tratamento; c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem-
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
comercial e industrial; d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro-
III - identificação do controlador; cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da
IV - informações de contato do controlador; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
controlador e a finalidade; terceiro;
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen- f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
to; e por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sani-
VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos conti- tária; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
dos no art. 18 desta Lei. g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos
§ 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas
será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te- eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta
nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen- Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda-
tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca. mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais.
§ 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou- § 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento
ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa
não compatíveis com o consentimento original, o controlador de- causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí-
verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida- fica.
de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das § 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b”
alterações. do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú-
§ 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento,
o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício de di- nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei.
reito, o titular será informado com destaque sobre esse fato e sobre § 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais
os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco-
no art. 18 desta Lei. nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder
fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí- Público, no âmbito de suas competências.
timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem, § 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
mas não se limitam a: controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
I - apoio e promoção de atividades do controlador; e objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo,
legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais, incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefício
nos termos desta Lei. dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação
§ 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
controlador, somente os dados pessoais estritamente necessários I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou
para a finalidade pretendida poderão ser tratados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a II - as transações financeiras e administrativas resultantes do
transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (In-
interesse. cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re- § 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência
latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata- à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção
mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na
os segredos comercial e industrial. contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) Vigência
SEÇÃO II Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anoni-
mização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusi-
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po- vamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder
derá ocorrer nas seguintes hipóteses: ser revertido.
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma § 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con-
específica e destacada, para finalidades específicas; sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte- para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno-
ses em que for indispensável para: logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- § 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso-
lador; ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil
301
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada. vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re-
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e téc- cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a
nicas utilizados em processos de anonimização e realizar verifica- informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada
ções acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Pro- ao entendimento da criança.
teção de Dados Pessoais.
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos SEÇÃO IV
de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se- DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança pre- nas seguintes hipóteses:
vistas em regulamento específico e que incluam, sempre que pos- I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
sível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e finalidade específica almejada;
pesquisas. II - fim do período de tratamento;
§ 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es- III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito
tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art.
hipótese poderá revelar dados pessoais. 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
§ 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio-
da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em lação ao disposto nesta Lei.
circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro. Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de
§ 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades,
regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida- autorizada a conservação para as seguintes finalidades:
des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências. I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
§ 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra- lador;
tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as- II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí-
sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in- vel, a anonimização dos dados pessoais;
formação adicional mantida separadamente pelo controlador em III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi-
ambiente controlado e seguro. tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei-
SEÇÃO III ro, e desde que anonimizados os dados.
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE
ADOLESCENTES CAPÍTULO III
DOS DIREITOS DO TITULAR
Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado-
lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de
deste artigo e da legislação pertinente. seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber-
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei.
realizado com o consentimento específico e em destaque dado por Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con-
pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal. trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual-
§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, quer momento e mediante requisição:
os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti- I - confirmação da existência de tratamento;
pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen- II - acesso aos dados;
tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei. III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza-
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o dos;
consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces-
for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza- sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto
dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e nesta Lei;
em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen- V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou
timento de que trata o § 1º deste artigo. produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula-
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer-
dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações gência
pessoais além das estritamente necessárias à atividade. VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei;
para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste ar- VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais
tigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecno- o controlador realizou uso compartilhado de dados;
logias disponíveis. VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen-
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas timento e sobre as consequências da negativa;
neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art.
acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti- 8º desta Lei.
302
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em § 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas,
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
nacional. cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
§ 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- segredos comercial e industrial.
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em § 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri-
requerimento expresso do titular ou de representante legalmente ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado
constituído, a agente de tratamento. de dados pessoais.
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro- § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao gência
titular resposta em que poderá: Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indi- direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
car, sempre que possível, o agente; ou Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado- dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na
ção imediata da providência. forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instrumen-
§ 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi- tos de tutela individual e coletiva.
do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em
regulamento. CAPÍTULO IV
§ 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO
agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo- SEÇÃO I
queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto DAS REGRAS
nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas
nº 13.853, de 2019) Vigência de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº
§ 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ,
V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni- deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública,
mizados pelo controlador. na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as
§ 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po- competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú-
derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor. blico, desde que:
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso- I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas
ais serão providenciados, mediante requisição do titular: competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen-
I - em formato simplificado, imediatamente; ou do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina-
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a ori- lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução
gem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente
finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e in- em seus sítios eletrônicos;
dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data II - (VETADO); e
do requerimento do titular. III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera-
§ 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta
favoreça o exercício do direito de acesso. Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri- IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
tério do titular: gência
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de
II - sob forma impressa. publicidade das operações de tratamento.
§ 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do § 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas
titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica in- mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de
tegral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial e que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces-
industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional, so à Informação) .
em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em § 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do
outras operações de tratamento. titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação
§ 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia- específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507,
da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784,
para os setores específicos. de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) ,
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa- Informação) .
tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as § 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter pri-
decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de vado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento
consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Re- dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, nos
dação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência termos desta Lei.
303
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo. 13.853, de 2019) Vigência
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto complementares para as atividades de comunicação e de uso com-
no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento partilhado de dados pessoais.
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
termos desta Lei. SEÇÃO II
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- DA RESPONSABILIDADE
nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do
dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade
deste Capítulo. nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperá- cessar a violação.
vel e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Po-
de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen- der Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de da-
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das dos pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para
informações pelo público em geral. os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.
Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Pú-
blico deve atender a finalidades específicas de execução de políticas CAPÍTULO V
públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas, DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS
respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados
no art. 6º desta Lei. Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so-
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas mente é permitida nos seguintes casos:
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso, I - para países ou organismos internacionais que proporcionem
exceto: grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei;
I - em casos de execução descentralizada de atividade pública II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de
que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de
e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de:
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ; a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe-
II - (VETADO); rência;
III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente, b) cláusulas-padrão contratuais;
observadas as disposições desta Lei. c) normas corporativas globais;
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res- d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi-
paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou tidos;
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência III - quando a transferência for necessária para a cooperação ju-
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- rídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de inves-
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e tigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de direito
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde internacional;
que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei IV - quando a transferência for necessária para a proteção da
nº 13.853, de 2019) Vigência vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
§ 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;
deverão ser comunicados à autoridade nacional. VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- em acordo de cooperação internacional;
soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva- VII - quando a transferência for necessária para a execução de
do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti- política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
mento do titular, exceto: publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
Lei; pecífico e em destaque para a transferência, com informação prévia
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou esta de outras finalidades; ou
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei. IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Inclu- Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º
Art. 28. (VETADO). da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo- mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no
mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional
operações de tratamento de dados pessoais, informações específi- a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por país
cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra- ou organismo internacional.
304
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o
organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art. relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados
33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia
consideração: da segurança das informações e a análise do controlador com re-
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco
destino ou no organismo internacional; adotados.
II - a natureza dos dados; Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula- Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de
mento; interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos da-
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res- dos e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos regis-
peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e tros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência.
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra- SEÇÃO II
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
para uma determinada transferência, normas corporativas globais
ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inciso Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata-
II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade na- mento de dados pessoais.
cional. § 1º A identidade e as informações de contato do encarrega-
§ 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, de- do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
verão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.
mínimas para a transferência que observem os direitos, as garantias § 2º As atividades do encarregado consistem em:
e os princípios desta Lei. I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
§ 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de esclarecimentos e adotar providências;
normas corporativas globais submetidas à aprovação da autoridade II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro-
nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou vidências;
realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata- III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res-
mento, quando necessário. peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
§ 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer- pessoais; e
tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro-
permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu- lador ou estabelecidas em normas complementares.
lamento. § 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas comple-
§ 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão mentares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusi-
ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade ve hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, confor-
com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados. me a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de
§ 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge- tratamento de dados.
rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas gência
e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto
nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei. SEÇÃO III
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi- DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS
cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí-
comunicadas à autoridade nacional. cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis-
CAPÍTULO VI lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS § 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da-
dos:
SEÇÃO I I - o operador responde solidariamente pelos danos causados
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con-
operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe- trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei;
cialmente quando baseado no legítimo interesse. II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no
Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro- tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon-
lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes- dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art.
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de 43 desta Lei.
tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os § 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova
segredos comercial e industrial. a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a
305
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar-
ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva- retar risco ou dano relevante aos titulares.
mente onerosa. § 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme de-
§ 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham finido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo:
por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto II - as informações sobre os titulares envolvidos;
na legislação pertinente. III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas
§ 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres- para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in-
so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação dustrial;
no evento danoso. IV - os riscos relacionados ao incidente;
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza- V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
dos quando provarem: sido imediata; e
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
é atribuído; ou mitigar os efeitos do prejuízo.
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes- § 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente
soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro- e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti-
teção de dados; ou tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos como:
dados ou de terceiro. I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.
deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a segurança § 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual
que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias rele- comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas
vantes, entre as quais: que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e
I - o modo pelo qual é realizado; nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; a acessá-los.
III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados
época em que foi realizado. pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos
Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola- de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos
ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen-
deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta tares.
Lei, der causa ao dano.
Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito SEÇÃO II
das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de respon- DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA
sabilidade previstas na legislação pertinente.
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas
CAPÍTULO VII competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práti-
cas e de governança que estabeleçam as condições de organização,
SEÇÃO I o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclama-
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS ções e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões
técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de super-
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados visão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou tratamento de dados pessoais.
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer § 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e
forma de tratamento inadequado ou ilícito. o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni- aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a
cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo, gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de
considerados a natureza das informações tratadas, as característi- dados do titular.
cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es- § 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII
pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura,
princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para
observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço até os titulares dos dados, poderá:
a sua execução. I - implementar programa de governança em privacidade que,
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa no mínimo:
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga- a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar
rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de
dados pessoais, mesmo após o seu término. forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção
Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional de dados pessoais;
306
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que este- dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de 6
jam sob seu controle, independentemente do modo como se reali- (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº
zou sua coleta; 13.853, de 2019)
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope- XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio-
rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; nadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em § 1º As sanções serão aplicadas após procedimento administra-
processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacida- tivo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma gra-
de; dativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios:
titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis- I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais
mos de participação do titular; afetados;
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e esta- II - a boa-fé do infrator;
beleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e IV - a condição econômica do infrator;
h) seja atualizado constantemente com base em informações V - a reincidência;
obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi- VI - o grau do dano;
cas; VII - a cooperação do infrator;
II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro-
em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au- cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao
toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover o tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o
cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei;
forma independente, promovam o cumprimento desta Lei. IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
§ 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser pu- X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
blicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi-
e divulgadas pela autoridade nacional. dade da sanção.
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões § 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes- ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de 11
soais. de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada
pela Lei nº 13.853, de 2019)
CAPÍTULO VIII § 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
DA FISCALIZAÇÃO artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
SEÇÃO I na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas)
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in- caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa-
frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não
seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio- dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial
nal: (Vigência) em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi- quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for
das corretivas; demonstrado de forma inequívoca e idônea.
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da § 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD,
pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa
no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de
R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. (Incluído
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in- pela Lei nº 13.853, de 2019)
ciso II;
IV - publicização da infração após devidamente apurada e con- § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste
firmada a sua ocorrência; artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san-
a sua regularização; ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste artigo
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de
VII - (VETADO); 2019)
VIII - (VETADO); II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
IX - (VETADO). entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da- controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
307
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamen- Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de
to próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, que nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que orien- § 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
tarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
§ 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de- ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para
vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata- os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias 2019)
para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão § 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de- (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei. § 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
§ 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden- nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cin-
tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção co) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação.
de multa simples ou diária. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple-
ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional. tado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Vigência) Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada
conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo- em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis-
ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. § 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o
CAPÍTULO IX processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) são especial constituída por servidores públicos federais estáveis.
E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
AIS E DA PRIVACIDADE § 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas-
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela
SEÇÃO I comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o
Art. 55. (VETADO). exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da- Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo
dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela
técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no Lei nº 13.853, de 2019)
Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es-
§ 1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853,
§ 2º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) de 2019)
§ 3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) § 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen-
Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Ci-
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº vil da Presidência da República para o exercício de suas atividades.
13.853, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído § 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da
pela Lei nº 13.853, de 2019) ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no-
V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído
VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces- pela Lei nº 13.853, de 2019)
sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853,
nº 13.853, de 2019) de 2019)
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 (cin- I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis-
co) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial,
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi- observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informa-
dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro- ções quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar
vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº
308
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
309
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público;
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (In-
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública. cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº
órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas 13.853, de 2019)
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen- VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova-
tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das ca-
13.853, de 2019) tegorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (In-
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral.
de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº
lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e § 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e
imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu-
de 2019) lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública.
IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº § 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X e
13.853, de 2019) XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)
VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou contra- I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído
tos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públicos pela Lei nº 13.853, de 2019)
ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no
nº 13.853, de 2019) Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da- III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon-
dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (In- dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) § 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Da-
Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di- dos Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço
reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº
I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da 13.853, de 2019)
República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da-
II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853,
14.460, de 2022) de 2019)
Art. 56. (VETADO). I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela-
Art. 5 7. (VETADO). boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº
SEÇÃO II 13.853, de 2019)
DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO- II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
AIS E DA PRIVACIDADE ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 58. (VETADO). III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Inclu-
Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representantes, IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pela Lei nº sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (In-
13.853, de 2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
13.853, de 2019) soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº
II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, 13.853, de 2019)
de 2019) Art. 59. (VETADO).
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei
nº 13.853, de 2019)
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído
pela Lei nº 13.853, de 2019)
310
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS QUESTÕES
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da 1. IADES - 2017 - Técnico de Atividade de Suporte I (CREMEB)- A
Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações: respeito da produtividade, assinale a alternativa correta.
“Art. 7º .................................................................. (A) Dois sistemas que produzem a mesma quantidade de resul-
....................................................................................... tados têm produtividade igual.
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a (B) Dois sistemas que utilizam a mesma quantidade de recursos
determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi- têm produtividade igual.
no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda (C) A produtividade de um sistema diminui com o aumento da
obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a quantidade de recursos aplicados.
proteção de dados pessoais; (D) A produtividade de um sistema aumenta à medida que a
..............................................................................” (NR) quantidade de recursos aumenta.
“Art. 16. ................................................................. (E) A produtividade de um sistema diminui à medida que os
....................................................................................... resultados se reduzem.
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finali-
dade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto nas 2. IADES - 2017 - Técnico de Atividade de Suporte I (CREMEB)-
hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de dados Embora a departamentalização constitua uma importante ferra-
pessoais.” (NR) menta para a organização de empresas, cada modelo adotado
Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to- apresenta vantagens e desvantagens. Acerca do exposto, assinale a
dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de alternativa que apresenta o modelo de departamentalização acon-
procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa selhado para empresas que tenham poucas linhas de produtos ou
do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, serviços que permaneçam inalterados por longo tempo.
agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos (A) Por processos.
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas (B) Por clientes.
competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a (C) Funcional.
dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no § 2º (D) Territorial.
do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire- (E) Matricial.
trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata a 3. IADES - 2017 - Técnico de Atividade de Suporte I (CREMEB)-
Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 . A departamentalização é uma forma de relacionamento entre os
Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a diversos componentes da estrutura organizacional. O agrupamento
adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data de atividades correlatas em um único departamento obedece a um
de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das princípio estabelecido a fim de auxiliar o tipo de departamentali-
operações de tratamento e a natureza dos dados. zação propício à organização. Assinale a alternativa que identifica
Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não excluem esse princípio.
outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à ma- (A) Lucro.
téria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa (B) Maior uso.
do Brasil seja parte. (C) Maior interesse.
Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela (D) Supressão de concorrência.
Lei nº 13.853, de 2019) (E) Separação de controle.
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e 4. IADES - 2017 - Técnico de Atividade de Suporte I (CREMEB)-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Recurso gerencial que prevê o processo de transferência de deter-
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54; minado nível de autoridade de um chefe para seu subordinado,
(Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020) criando o correspondente compromisso pela execução da tarefa.
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, A definição apresentada refere-se ao (à)
de 2019)
(A) empoderamento.
Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º (B) desconcentração.
da República. (C) descentralização.
(D) dispersão.
(E) delegação.
311
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5. IADES - 2017 - Técnico de Atividade de Suporte I (CREMEB)- 10. De acordo com a Nova lei de Licitações, os documentos exi-
Que característica pertence ao componente da estrutura organiza- gidos para a habilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito
cional definido como sistema de responsabilidades? de falência expedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por
último, exige-se o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios
(A) Amplitude de controle. sociais, salvo das empresas que foram constituídas no lapso de me-
(B) Linha e assessoria. nos de três anos.
(C) Delegação. A assertiva se encontra:
(D) Centralização. ( ) CERTO
(E) Níveis hierárquicos. ( ) ERRADO
6. Acerca das atividades de protocolo, julgue os itens subse- 11. Os contratos da Administração podem ser: Contratos Ad-
quentes. ministrativos que são aqueles comandados pelas normas de Direito
Os documentos considerados sigilosos são recebidos pelos ser- Público e Contratos de Direito Privado firmados pela Administração
viços de protocolo, mas devem ser enviados em envelope lacrado que são comandados por normas de Direito Privado. O enunciado
com a indicação da classificação de sigilo. se encontra:
( ).CERTO ( ) CERTO.
( ) ERRADO ( ) ERRADO.
7. Quando o protocolo remete documentos aos setores de 12. Controle interno é aquele realizado por órgãos de um Poder
trabalho para estes decidirem sobre a matéria contida nesses do- sobrepondo condutas que são praticadas na direção desse mesmo
cumentos, ele realiza uma de suas principais atividades, que é o Poder, ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica da Adminis-
registro. tração indireta sobre atos que foram praticados pela própria pessoa
( ).CERTO jurídica da qual faz parte. No controle interno o órgão controlador
( ) ERRADO encontra-se inserido na estrutura administrativa que deve ser con-
trolada.
8. (CRP 2º Região/PE - Assistente Administrativo - Qua- ( ) CERTO.
drix/2018) A classificação de materiais é a atividade responsável ( ) ERRADO.
pela identificação, pela codificação e pela catalogação de materiais
e fornecedores, dando apoio às demais atividades de suprimento. 13. Controle externo é aquele realizado por órgão estranho à
No Brasil, a primeira instituição a usar a classificação de materiais estrutura do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos prá-
foi a Marinha de Guerra. (Loreni Brandalise. Administração de ma- ticos, quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa
teriais e logística.) a julgar as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário.
Na classificação de materiais, é importante se considerar alguns ( ) CERTO.
atributos, tais como: abrangência; flexibilidade; e praticidade. Em ( ) ERRADO.
relação à classificação de materiais, julgue os itens que se seguem.
I. Flexibilidade significa tratar de uma gama de características 14. A Administração Direta é correspondente aos órgãos que
em vez de simplesmente reunir materiais para serem classificados. compõem a estrutura das pessoas federativas que executam a ati-
II. Abrangência significa permitir interfaces entre os diversos vidade administrativa de maneira centralizada. O vocábulo “Admi-
tipos de classificação, de modo a obter ampla visão do gerencia- nistração Direta” possui sentido abrangente vindo a compreender
mento de estoque. todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto os que fazem
III. Praticidade significa que a classificação deve ser direta e parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciá-
simples. rio, que são os responsáveis por praticar a atividade administrativa
de maneira centralizada.
Assinale a alternativa correta. ( ) CERTO.
(A) Nenhum item está certo. ( ) ERRADO.
(B) Apenas o item I está certo.
(C) Apenas o item II está certo.
(D) Apenas o item III está certo. 15. (ALTERNATIVE CONCURSOS – 2021) De acordo com a Cons-
(E) Todos os itens estão certos. tituição Federal de 1988, assinale a opção que contém a afirmação
INCORRETA:
9. Responsabilidade civil do Estado é a obrigação estatal de (A) A República Federativa do Brasil, formada pela união indis-
indenizar os danos patrimoniais, morais ou estéticos que os seus solúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, cons-
agentes, agindo nessa qualidade, causarem a terceiros. A responsa- titui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fun-
bilidade civil do Estado pode ser dividida em dois grupos: a contra- damentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da
tual, que advém da ausência de cumprimento de cláusulas inclusas pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre
em contratos administrativos, e a extracontratual ou aquiliana, que iniciativa; V - o pluralismo político.
alcança as demais situações. (B) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre
( ) CERTO. si, apenas o Executivo e o Judiciário.
( ) ERRADO. (C) Constituem objetivos fundamentais da República Federati-
va do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidá-
312
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1 C ______________________________________________________
2 C ______________________________________________________
3 D ______________________________________________________
4 E
______________________________________________________
5 B
6 CERTO ______________________________________________________
7 ERRADO ______________________________________________________
8 D
______________________________________________________
9 CERTO
______________________________________________________
10 ERRADO
11 CERTO ______________________________________________________
12 CERTO ______________________________________________________
13 CERTO
______________________________________________________
14 CERTO
15 B ______________________________________________________
______________________________________________________
ANOTAÇÕES
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______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
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313
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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