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CÓD: OP-153JL-23

7908403539192

CODEBA
COMPANHIA DOCAS DA BAHIA

Técnico Portuário - Apoio Administrativo


EDITAL DE CONCURSO PARA EMPREGO PÚBLICO Nº 001/2023
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,

• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,

• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.

Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de texto. .................................................................................................................................... 5
2. Tipologia e gêneros textuais. ..................................................................................................................................................... 12
3. Figuras de linguagem. ................................................................................................................................................................ 15
4. Significação de palavras e expressões. Relações de sinonímia e de antonímia.......................................................................... 17
5. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 17
6. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 18
7. Uso da crase................................................................................................................................................................................ 19
8. Morfologia. ................................................................................................................................................................................ 19
9. Locuções verbais. ....................................................................................................................................................................... 27
10. Elementos de comunicação e funções da linguagem................................................................................................................. 27
11. Domínio dos mecanismos de coesão e coerência textual.......................................................................................................... 28
12. Reescrita de frases e parágrafos do texto. ................................................................................................................................. 29
13. Sintaxe............................................................................................................................................................................... 30
14. Concordância verbal e nominal......................................................................................................................................... 32
15. Regência verbal e nominal................................................................................................................................................ 35
16. Colocação pronominal...................................................................................................................................................... 36
17. Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto................................................................................................. 36
18. Função textual dos vocábulos. ......................................................................................................................................... 37
19. Variação linguística............................................................................................................................................................ 38

Raciocínio Lógico e Matemático


1. Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos........................................................................................................... 49
2. porcentagens.............................................................................................................................................................................. 58
3. sequências (com números, com figuras, de palavras)............................................................................................................... 60
4. Proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos....................................................................... 62

Noções de Informática
1. Conceitos e fundamentos básicos.............................................................................................................................................. 87
2. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de e-mails, repro-
dutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus)............................................................................................................. 87
3. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memórias, processadores (CPU) e disco de armazenamento HDs, CDs e DVDs).
Periféricos de computadores...................................................................................................................................................... 92
4. Ambientes operacionais: utilização dos sistemas operacionais Windows 7 e Windows 10....................................................... 95
5. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote Microsoft Office (Word, Excel e PowerPoint) – versões
2013 e 2016................................................................................................................................................................................ 101
6. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote Microsoft Office (Word, Excel e PowerPoint) – versões
2013 e 2016................................................................................................................................................................................ 102
7. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote LibreOffice (Writer, Calc e Impress) - versões 5 e 6... 143
ÍNDICE

8. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de busca na Web. Nave-
gadores de internet: Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome................................................................................... 147
9. Conceitos básicos de segurança na Internet e vírus de computadores...................................................................................... 153

Legislação específica
1. Lei Nº 13.303, de 30 de junho de 2016 - Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios....................................... 159
2. Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013 (Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuá-
rias e sobre as atividades desempenhadas pelos operadores portuários).................................................................................. 178
3. Decreto nº 8.033, de 27 de junho de 2013 (Regulamenta o disposto na Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, e as demais
disposições legais que regulam a exploração de portos organizados e de instalações portuárias)............................................. 190

Conhecimentos Específicos
Técnico Portuário - Apoio Administrativo
1. As comunicações oficiais: aspectos gerais da redação oficial; a redação dos atos normativos e comunicações; aplicação de
princípios da ortografia e de elementos da gramática à redação oficial.................................................................................... 205
2. Arquivologia: gestão, classificação e avaliação de documentos; organização, planejamento, sistemas e métodos de arquiva-
mento......................................................................................................................................................................................... 214
3. Arquivística e informática........................................................................................................................................................... 225
4. Legislação arquivística................................................................................................................................................................ 225
5. Comportamento organizacional................................................................................................................................................. 226
6. As pessoas, os grupos e a dinâmica organizacional.................................................................................................................... 226
7. Comunicação.............................................................................................................................................................................. 227
8. Liderança e poder....................................................................................................................................................................... 229
9. Conflito e negociação.................................................................................................................................................................. 229
10. Ética geral e profissional: conceitos e fundamentos................................................................................................................... 229
11. Relações de trabalho.................................................................................................................................................................. 230
12. A responsabilidade social das empresas..................................................................................................................................... 230
13. Assédio........................................................................................................................................................................................ 231
14. Atendimento ao público: excelência e atendimento de qualidade na recepção e ao telefone.................................................. 231
15. Introdução à Administração: conceito de administração; habilidades, competências e papéis do administrador e os proces-
sos administrativos..................................................................................................................................................................... 233
16. Administração de pessoas: conceito e processos....................................................................................................................... 246
17. Administração de recursos materiais, patrimoniais e logística: compras e estoques................................................................. 249
18. Componentes da logística........................................................................................................................................................... 269
19. Administração financeira: objetivos econômicos e financeiros; funções do gestor financeiro; a demonstração do resultado,
fluxo de caixa e o balanço patrimonial....................................................................................................................................... 270
20. Redação empresarial: tipos de correspondências; estruturas e formas de tratamento............................................................. 272
21. Regulamento de Licitações e Contratos da CODEBA................................................................................................................... 273
22. Regulamento da exploração dos Portos..................................................................................................................................... 308
23. Gestão e Fiscalização de Contratos Públicos............................................................................................................................... 308
LÍNGUA PORTUGUESA

Uma pessoa que conhece todas as palavras do texto, mas não


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. compreende o universo dos discursos, as relações extratextuais
desse texto, não entende o significado do mesmo. Por isso, é preci-
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO so colocá-lo dentro do universo discursivo a que ele pertence e no
Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de interior do qual ganha sentido.
qualquer idade, e para qualquer finalidade em compreender o que
se pede em textos, e também os enunciados. Qual a importância Compreensão
em se entender um texto? Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimen-
Para a efetiva compreensão precisa-se, primeiramente, enten- to de mundo”, mas chamaremos essa operação de compreensão.
der o que um texto não é, conforme diz Platão e Fiorin: A palavra compreender vem da união de duas palavras grega:
“Não é amontoando os ingredientes que se prepara uma cum que significa ‘junto’ e prehendere que significa ‘pegar’. Dessa
receita; assim também não é superpondo frases que se constrói forma, a compreensão envolve além da decodificação das estrutu-
um texto”.1 ras linguísticas e das partes do texto presentes na apreensão, mas
uma junção disso com todo o conhecimento de mundo que você já
Ou seja, ele não é um aglomerado de frases, ele tem um come- possui. Ela envolve entender os significados das palavras juntamen-
ço, meio, fim, uma mensagem a transmitir, tem coerência, e cada te com todo o contexto de discursos e conhecimentos em torno do
frase faz parte de um todo. Na verdade, o texto pode ser a questão leitor e do próprio texto. Dessa maneira a compreensão envolve
em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E como uma série de etapas:
é possível cometer um erro numa simples leitura de enunciado?
Mais fácil de acontecer do que se imagina. Se na hora da leitura, 1. Decodificação do código linguístico: conhecer a língua em
deixamos de prestar atenção numa só palavra, como um “não”, já que o texto foi escrito para decodificar os significados das palavras
alteramos a interpretação e podemos perder algum dos sentidos ali ali empregadas.
presentes. Veja a diferença: 2. A montagem das partes do texto: relacionar as palavras, fra-
ses e parágrafos dentro do texto, compreendendo as ideias constru-
Qual opção abaixo não pertence ao grupo? ídas dentro do texto
Qual opção abaixo pertence ao grupo? 3. Recuperação do saber do leitor: aliar as informações ob-
Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, tidas na leitura do texto com os conhecimentos que ele já possui,
vai marcar a primeira opção que encontrar correta. Pode parecer procurando em sua memória os saberes que ele tem relacionados
exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece ao que é lido.
mais do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo 4. Planejamento da leitura: estabelecer qual seu objetivo ao
curto e muitas questões. ler o texto. Quais informações são relevantes dentro do texto para o
Partindo desse princípio, se podemos errar num simples enun- leitor naquele momento? Quais são as informações ele precisa para
ciado, que é um texto curto, imagine os erros que podemos come- responder uma determinada questão? Para isso utilizamos várias
ter ao ler um texto maior, sem prestar a devida atenção aos de- técnicas de leitura como o escaneamento geral das informações
talhes. É por isso que é preciso melhorar a capacidade de leitura, contidas no texto e a localização das informações procuradas.
compreensão e interpretação.
E assim teremos:
Apreender X Compreensão X Interpretação2 Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto
Há vários níveis na leitura e no entendimento de um texto. O
processo completo de interpretação de texto envolve todos esses Interpretação
níveis. Envolve uma dissecação do texto, na qual o leitor além de com-
preender e relacionar os possíveis sentidos presentes ali, posicio-
Apreensão na-se em relação a eles. O processo interpretativo envolve uma es-
Captação das relações que cada parte mantém com as outras pécie de conversa entre o leitor e o texto, na qual o leitor identifica
no interior do texto. No entanto, ela não é suficiente para entender e questiona a intenção do autor do texto, deduz sentidos e realiza
o sentido integral. conclusões, formando opiniões.

1 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011.


2 LEFFA, Vilson. Interpretar não é compreender: um estudo preliminar sobre a
interpretação de texto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Elementos envolvidos na interpretação textual3


Toda interpretação de texto envolve alguns elementos, os quais precisam ser levados em consideração para uma interpretação completa
a) Texto: é a manifestação da linguagem. O texto4 é uma unidade global de comunicação que expressa uma ideia ou trata de um assunto
determinado, tendo como referência a situação comunicativa concreta em que foi produzido, ou seja, o contexto. São enunciados constituídos de
diferentes formas de linguagem (verbal, vocal, visual) cujo objetivo é comunicar. Todo texto se constrói numa relação entre essas linguagens, as in-
formações, o autor e seus leitores. Ao pensarmos na linguagem verbal, ele se estrutura no encadeamento de frases que se ligam por mecanismos
de coesão (relação entre as palavras e frases) e coerência (relação entre as informações). Essa relação entre as estruturas linguísticas e a organiza-
ção das ideias geram a construção de diferentes sentidos. O texto constitui-se na verdade em um espaço de interação entre autores e leitores de
contextos diversos. 5Dizemos que o texto é um todo organizado de sentido construído pela relação de sentido entre palavras e frases interligadas.
b) Contexto: é a unidade maior em que uma menor se insere. Pode ser extra ou intralinguístico. O primeiro refere-se a tudo mais
que possa estar relacionado ao ato da comunicação, como época, lugar, hábitos linguísticos, grupo social, cultural ou etário dos falantes
aos tempos e lugares de produção e de recepção do texto. Toda fala ou escrita ocorre em situações sociais, históricas e culturais. A con-
sideração desses espaços de circulação do texto leva-nos a descobrir sentidos variados durante a leitura. O segundo se refere às relações
estabelecidas entre palavras e ideias dentro do texto. Muitas vezes, o entendimento de uma palavra ou ideia só ocorre se considerarmos
sua posição dentro da frase e do parágrafo e a relação que ela estabelece com as palavras e com as informações que a precedem ou a
sucedem. Vamos a dois exemplos para entendermos esses dois contextos, muito necessários à interpretação de um texto.
Observemos o primeiro texto

https://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/01/o-mundo-visto-bpor-mafaldab.html

Na tirinha anterior, a personagem Mafalda afirma ao Felipe que há um doente na casa dela. Quando pensamos na palavra doente, já pensamos
em um ser vivo com alguma enfermidade. Entretanto, ao adentrar o quarto, o leitor se depara com o globo terrestre deitado sobre a cama. A inter-
pretação desse texto, constituído de linguagem verbal e visual, ocorre pela relação que estabelecemos entre o texto e o contexto extralinguístico. Se
pensarmos nas possíveis doenças do mundo, há diversas possibilidades de sentido de acordo com o contexto relacionado, dentre as quais listamos:
problemas ambientais, corrupção, problemas ditatoriais (relacionados ao contexto de produção das tiras da Mafalda), entre outros.
Observemos agora um exemplo de intralinguístico

https://www.imagemwhats.com.br/tirinhas-do-calvin-e-haroldo-para-compartilhar-143/
3 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/o-que-texto.htm
KOCH, Ingedore V. e ELIAS, Vanda M. Ler e Compreender os Sentidos do Texto. São Paulo: Contexto, 2006.
4 https://www.enemvirtual.com.br/o-que-e-texto-e-contexto/
5 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nessa tirinha anterior, podemos observar que, no segundo estáticos, pois o cérebro está captando novas informações a cada
quadrinho, a frase “eu acho que você vai” só pode ser compreendi- momento, assim como há informações que se perdem. Um conhe-
da se levarmos em consideração o contexto intralinguístico. Ao con- cimento muito utilizado será sempre recuperado mais facilmente,
siderarmos o primeiro quadrinho, conseguimos entender a mensa- assim como um pouco usado precisará de um grande esforço para
gem completa do verbo “ir”, já que obstemos a informação que ele ser recuperado. Existem alguns tipos de conhecimento prévio: o in-
não vai ou vai à escola tuitivo, o científico, o linguístico, o enciclopédico, o procedimental,
entre outros. No decorrer de uma leitura, por exemplo, o conheci-
c) Intertexto/Intertextualidade: ocorre quando percebemos a mento prévio é criado e utilizado. Por exemplo, um livro científico
presença de marcas de outro(s) texto(s) dentro daquele que esta- que explica um conceito e depois fala sobre a utilização desse con-
mos lendo. Observemos o exemplo a seguir ceito. É preciso ter o conhecimento prévio sobre o conceito para
se aprofundar no tema, ou seja, é algo gradativo. Em leitura, o co-
nhecimento prévio são informações que a pessoa que está lendo
necessita possuir para ler o texto e compreendê-lo sem grandes
dificuldades. Isso é muito importante para a criação de inferências,
ou seja, a construção de informações que não são apresentadas no
texto de forma explícita e para a pessoa que lê conectar partes do
texto construindo sua coerência.
Conhecimento linguístico: conhecimento da linguagem; Capa-
cidade de decodificar o código linguístico utilizado; Saber acerca do
funcionamento do sistema linguístico utilizado (verbal, visual, vo-
cal).
Conhecimento genérico: saber relacionado ao gênero textu-
al utilizado. Para compreender um texto é importante conhecer a
estrutura e funcionamento do gênero em que ele foi escrito, es-
pecialmente a função social em que esse gênero é usualmente em-
pregado.
Conhecimento interacional: relacionado à situação de produ-
ção e circulação do texto. Muitas vezes, para entender os sentidos
presente no texto, é importante nos atentarmos para os diversos
participantes da interação social (autor, leitor, texto e contexto de
produção).

Diferentes Fases de Leitura8


Um texto se constitui de diferentes camadas. Há as mais super-
https://priscilapantaleao.wordpress.com/2013/06/26/tipos-de-in- ficiais, relacionadas à organização das estruturas linguísticas, e as
tertextualidade/ mais profundas, relacionadas à organização das informações e das
ideias contidas no texto. Além disso, existem aqueles sentidos que
Na capa do gibi anterior, vemos a Magali na atuação em uma não estão imediatamente acessíveis ao leitor, mas requerem uma
peça de teatro. Ao pronunciar a frase “comer ou não comer”, pela ativação de outros saberes ou relações com outros textos.
estrutura da frase e pelos elementos visuais que remetem ao teatro Para um entendimento amplo e profundo do texto é necessário
e pelas roupas, percebemos marca do texto de Shakespeare, cuja passar por todas essas camadas. Por esse motivo, dizemos que há
frase seria “ser ou não”. Esse é um bom exemplo de intertexto. diferentes fases da leitura de um texto.
Leitura de reconhecimento ou pré-leitura: classificada como
Conhecimentos necessários à interpretação de texto6 leitura prévia ou de contato. É a primeira fase de leitura de um
Na leitura de um texto são mobilizados muitos conhecimentos texto, na qual você faz um reconhecimento do “território” do tex-
para uma ampla compreensão. São eles: to. Nesse momento identificamos os elementos que compõem o
Conhecimento enciclopédico: conhecimento de mundo; co- enunciado. Observamos o título, subtítulos, ilustrações, gráficos. É
nhecimento prévio que o leitor possui a partir das vivências e lei- nessa fase que entramos em contato pela primeira vez com o as-
turas realizadas ao longo de suas trajetórias. Esses conhecimentos sunto, com as opiniões e com as informações discutidas no texto.
são essenciais à interpretação da variedade de sentidos possíveis Leitura seletiva: leitura com vistas a localizar e selecionar in-
em um texto. formações específicas. Geralmente utilizamos essa fase na busca de
O conceito de conhecimento Prévio7 refere-se a uma informa- alguma informação requerida em alguma questão de prova. A lei-
ção guardada em nossa mente e que pode ser acionada quando tura seletiva seleciona os períodos e parágrafos que possivelmente
for preciso. Em nosso cérebro, as informações não possuem locais contém uma determinada informação procurada.
exatos onde serão armazenadas, como gavetas. As memórias são
complexas e as informações podem ser recuperadas ou reconstruí-
das com menor ou maior facilidade. Nossos conhecimentos não são
6 KOCH, Ingedore V. e ELIAS, Vanda M. Ler e Compreender os Sentidos do 8 CAVALCANTE FILHO, U. ESTRATÉGIAS DE LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
Texto. São Paulo: Contexto, 2006. DE TEXTOS NA UNIVERSIDADE: DA DECODIFICAÇÃO À LEITURA CRÍTICA. In:
7 https://bit.ly/2P415JM. ANAIS DO XV CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA

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LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura crítica ou reflexiva: leitura com vistas a analisar infor- Observemos mais um exemplo:
mações. Análise e reflexão das intenções do autor no texto. Muito “Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um desses cra-
utilizada para responder àquelas questões que requerem a identifi- ques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé), mas ainda tem
cação de algum ponto de vista do autor. Analisamos, comparamos e um longo caminho a trilhar (...).”
julgamos as informações discutidas no texto. (Veja São Paulo,1990)
Leitura interpretativa: leitura mais completa, um aprofunda-
mento nas ideias discutidas no texto. Relacionamos as informações Esse texto diz explicitamente que:
presentes no texto com diferentes contextos e com problemáticas - Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques;
em geral. Nessa fase há um posicionamento do leitor quanto ao - Neto não tem o mesmo nível desses craques;
que foi lido e criam-se opiniões que concordam ou se contrapõem - Neto tem muito tempo de carreira pela frente.

Os sentidos no texto O texto deixa implícito que:


Interpretar é lidar com diferentes sentidos construídos dentro - Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se dos cra-
do texto. Alguns desses sentidos são mais literais enquanto outros ques citados;
são mais figurados, e exigem um esforço maior de compreensão - Esses craques são referência de alto nível em sua especialida-
por parte do leitor. Outros são mais imediatos e outros estão mais de esportiva;
escondidos e precisam se localizados. - Há uma oposição entre Neto e esses craques no que diz res-
peito ao tempo disponível para evoluir.
Sentidos denotativo ou próprio
O sentido próprio é aquele sentido usual da palavra, o sentido Há dois tipos de informações implícitas: os pressupostos e os
em estado de dicionário. O sentido geral que ela tem na maioria dos subentendidos
contextos em que ocorre. No exemplo “A flor é bela”, a palavra flor
está em seu sentido denotativo, uma vez que esse é o sentido lite- A) Pressupostos: são sentidos implícitos que decorrem logica-
ral dessa palavra (planta). O sentido próprio, na acepção tradicional mente a partir de ideias e palavras presentes no texto. Apesar do
não é próprio ao contexto, mas ao termo. pressuposto não estar explícito, sua interpretação ocorre a partir
da relação com marcas linguísticas e informações explícitas. Obser-
Sentido conotativo ou figurado vemos um exemplo:
O sentido conotativo é aquele sentido figurado, o qual é muito Maria está bem melhor hoje
presente em metáforas e a interpretação é geralmente subjetiva e
relacionada ao contexto. É o sentido da palavra desviado do usual, Na leitura da frase acima, é possível compreender a seguinte
isto é, aquele que se distancia do sentido próprio e costumeiro. As- informação pressuposta: Maria não estava bem nos dias passados.
sim, em “Maria é uma flor” diz-se que “flor” tem um sentido figura- Consideramos essa informação um pressuposto pois ela pode ser
do, pois significa delicadeza e beleza. deduzida a partir da presença da palavra “hoje”.

Sentidos explícitos e implícitos9 Marcadores de Pressupostos


Os sentidos podem estar expressos linguisticamente no texto - Adjetivos ou palavras similares modificadoras do substan-
ou podem ser compreendidos por uma inferência (uma dedução) a tivo
partir da relação com os contextos extra e intralinguísticos. Frente Ex.: Julinha foi minha primeira filha.
a isso, afirmamos que há dois tipos de informações: as explícitas e “Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as outras
as implícitas. nasceram depois de Julinha.
As informações explícitas são aquelas que estão verbalizadas
dentro de um texto, enquanto as implícitas são aquelas informa- Ex.: Destruíram a outra igreja do povoado.
ções contidas nas “entrelinhas”, as quais precisam ser interpretadas “Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma igreja além
a partir de relações com outras informações e conhecimentos pré- da usada como referência.
vios do leitor.
Observemos o exemplo abaixo - Certos verbos
Maria é mãe de Joana e Luzia. Ex.: Renato continua doente.
O verbo “continua” indica que Renato já estava doente no mo-
Na frase anterior, podemos encontrar duas informações: uma mento anterior ao presente.
explícita e uma implícita. A explícita refere-se ao fato de Maria ter
duas filhas, Joana e Luzia. Essa informação já acessamos instanta- Ex.: Nossos dicionários já aportuguesaram a palavra copydesk.
neamente, em um primeiro nível de leitura. Já a informação implí- O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de que copi-
cita, que é o fato de Joana ser irmã de Luzia, só é compreendida a desque não existia em português.
medida que o leitor entende previamente que duas pessoas que
possuem a mesma mãe são irmãs. - Certos advérbios
Ex.: A produção automobilística brasileira está totalmente nas
mãos das multinacionais.
O advérbio “totalmente” pressupõe que não há no Brasil indús-
9 http://educacao.globo.com/portugues/assunto/estudo-do-texto/implicitos-e- tria automobilística nacional.
-pressupostos.html

8
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Você conferiu o resultado da loteria? Segue abaixo uma ilustração para análise exemplificação:
Hoje não.
A negação precedida de um advérbio de tempo de âmbito limi-
tado estabelece o pressuposto de que apenas nesse intervalo (hoje)
é que o interrogado não praticou o ato de conferir o resultado da
loteria.

- Orações adjetivas
Ex.: Os brasileiros, que não se importam com a coletividade,
só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na rua,
fecham os cruzamentos, etc.
O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se importam
com a coletividade.

Ex.: Os brasileiros que não se importam com a coletividade só


se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na rua, fe-
cham os cruzamentos, etc.
Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros não se
importam com a coletividade.

No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restriti- https://esteeomeusangue.wordpress.com/2010/09/28/cristo-re-


va. As explicativas pressupõem que o que elas expressam se refere à dentor-e-eleito-uma-das-maravilhas-do-mundo
totalidade dos elementos de um conjunto; as restritivas, que o que
elas dizem concerne apenas a parte dos elementos de um conjun- Na imagem há uma combinação de linguagem verbal e não ver-
to. O produtor do texto escreverá uma restritiva ou uma explicativa bal, juntas elas fornecem o insumo necessário para o bom entendi-
segundo o pressuposto que quiser comunicar. mento e compreensão da temática.
Em uma leitura superficial, uma leitura sem inferências, o leitor
B) Subentendidos: são sentidos e valorações entendidos que poderia cair no erro de não perceber a intenção real do autor, a
não estão marcados linguisticamente no texto. A compreensão do denúncia sobre a violência. Portanto, para realizar uma boa inter-
subentendido se dá a partir de relações que você estabelece com pretação é necessário atentar-se aos detalhes e fazer certos ques-
seus conhecimentos prévios e fatos extralinguísticos. Observemos tionamentos como:
o exemplo a seguir: - Por que o Cristo Redentor sente-se “incomodado” e “exposto
a riscos”?
Uma visita, em um dia muito quente e ensolarado, chega em - O que significam as balas que o cercam por todos os lados?
sua casa. Após sentar em seu sofá, ela diz: - Por que o Cristo Redentor está usando colete à prova de ba-
- Nossa! Esse calor dá uma sede. las?

A partir dessa frase, você pode interpretar que a pessoa precisa A partir de questionamentos como os citados acima é possível
ou quer água, o que poderia levá-lo a oferecer água para a visita. adentrar no contexto social, Rio de Janeiro violento, que instaura
Essa interpretação não ocorre pela presença de uma palavra expres- críticas e denúncias a determinada realidade.
sa, mas pela relação entre a frase e o contexto de produção dela. Portanto, ao inferir, o leitor é capaz de constatar os detalhes
ocultos que transformam a leitura simples em uma leitura reflexiva.
Inferência
A inferência é um processo de dedução dos sentidos contidos Ampliação de Sentido
no texto. Ela consiste em descobrir os significados que estão nas Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a de-
entrelinhas. Por meio de relações intra e extratextuais, podemos signar uma quantidade mais ampla de objetos ou noções do que
compreender e interpretar aqueles sentidos que não estão linguis- originariamente.
ticamente materializados no texto. Toda vez que uma questão de “Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada para
prova pedir para você inferir sobre um determinado sentido, você designar o ato de viajar em um barco, ampliou consideravelmente
deverá deduzir os sentidos baseados na relação que essa palavra ou o sentido e passou a designar a ação de viajar em outros veículos.
frase estabelece com as outras ao seu redor (contexto intralinguís- Hoje se diz, por ampliação de sentido, que um passageiro:
tico) e nas relações estabelecidas com os contextos sócio-histórico- - embarcou num ter.
-cultural (contexto extralinguístico). - embarcou no ônibus dás dez.
- embarcou no avião da força aérea.
- embarcou num transatlântico.

“Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que esca-


la os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por ampliação
de sentido, passou a designar qualquer tipo de praticante do espor-
te de escalar montanhas.

9
LÍNGUA PORTUGUESA

Restrição de Sentido tenção. E, nesse processo fundamental de ordenar e expressar-se,


Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento inverso, ela se revela igualmente arte plástica, porquanto nos inumeráveis
isto é, uma palavra passa a designar uma quantidade mais restrita problemas com que se defronta o arquiteto desde a germinação do
de objetos ou noções do que originariamente. É o caso, por exem- projeto até a conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada caso
plo, das palavras que saem da língua geral e passam a ser usadas específico, certa margem final de opção entre os limites — máximo
com sentido determinado, dentro de um universo restrito do co- e mínimo —determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica,
nhecimento. condicionados pelo meio, reclamados pela função ou impostos pelo
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura grama- programa, — cabendo então ao sentimento individual do arquiteto,
tical, é bom exemplo de especialização de sentido. Na língua geral, no que ele tem de artista, portanto, escolher, na escala dos valores
ela significa qualquer junção de elementos para formar um todo, contidos entre dois valores extremos, a forma plástica apropriada a
porém em Gramática designa apenas um tipo de formação de pa- cada pormenor em função da unidade última da obra idealizada.”
lavras por composição em que a junção dos elementos acarreta al-
teração de pronúncia, como é o caso de pernilongo (perna + longa). COSTA, Lúcio (1902-1998). Considerações sobre arte contemporânea
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais aglu- (1940). In: Lúcio Costa. Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa
tinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por exemplo, que das Artes, 1995 (fragmento), com adaptações.
designa uma personagem de desenhos animados, não se formou
por aglutinação, mas por justaposição. Todo texto dissertativo-argumentativo desenvolve-se em torno
Em linguagem científica é muito comum restringir-se o signifi- de uma ideia principal. No texto anterior podemos observar que
cado das palavras para dar precisão à comunicação. toda construção de frases e parágrafos se faz em torno da ideia de
A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, não se conceituar arquitetura. Essa discussão em um texto argumentati-
pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que gira em vo não é desordenada, mas há um padrão de estruturação da ideia
torno do Sol: seu sentido sofreu restrição, e ela serve para designar central e das ideias secundárias.
apenas um tipo de flor que tem a propriedade de acompanhar o As ideias discutidas são estruturadas entre os parágrafos que
movimento do Sol. constituem o texto. Cada parágrafo se constrói em torno de uma
ideia diferente. Porém, todas elas apontam para a ideia central.
Há certas palavras que, além do significado explícito, contêm Dentre os vários períodos que compõem o parágrafo, um traz a
outros implícitos (ou pressupostos). ideia principal, denominado tópico-frasal. Para localizar as ideias
Os exemplos são muitos. É o caso do adjetivo outro, por exem- principais do texto, é necessário encontrar cada um deles nos pa-
plo, que indica certa pessoa ou coisa, pressupondo necessariamen- rágrafos.
te a existência de ao menos uma além daquela indicada. No texto acima possuímos dois parágrafos. Cada um deles é
Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que nunca construído em torno de uma ideia núcleo. No primeiro parágrafo
lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu outro livro. podemos perceber que a ideia principal está expressa já no primei-
O uso de outro pressupõe necessariamente ao menos um livro além ro período “Definir o que seja arquitetura, tal como ela significa na
daquele que está sendo autografado. atualidade, é como tentar fazê-lo para as demais artes técnicas ou
ciências”. Por ser a introdução desse parágrafo, sabemos que essa
A interpretação e a organização do texto e a ideia central também é a ideia principal do texto. Dessa forma, concluímos que
Em muitas questões de prova, é requerido ao candidato a iden- todo o texto se construirá em torno da definição do conceito de
tificação da ideia principal do texto e do ponto de vista defendido arquitetura. Já no segundo parágrafo, também temos uma ideia
pelo autor. Isso exige de você a capacidade de localizar, selecionar principal, expressa no período “Arquitetura é antes de mais nada
e resumir informações dentro do texto. Para isso é necessário um construção, mas construção concebida com o propósito primordial
conhecimento acerca da forma como um texto é construído e como de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e vi-
as ideias são organizadas. sando a determinada intenção”. Todas as informações que apare-
Geralmente, esse tipo de questão aborda, predominantemen- cem no restante de cada um desses parágrafos apontam para as
te, o tipo argumentativo. Dessa forma, abordaremos essa organiza- respectivas ideias principais, com vistas a desenvolvê-la, justificá-la,
ção das informações dentro de um texto argumentativo e as formas exemplificá-la, entre outros propósitos.
de como encontrar as ideias principais bem como as opiniões de- Para compreender as temáticas bem como as opiniões discuti-
fendidas pelo autor. das é importante encontrar cada uma dessas ideias núcleos como
Observemos o seguinte exemplo veremos no exemplo abaixo

O que é arquitetura? “Incalculável é a contribuição do famoso neurologtista aus-


Definir o que seja arquitetura, tal como ela significa na atu- tríaco no tocante aos estudos sobre a formação da personalidade
alidade, é como tentar fazê-lo para as demais artes, técnicas ou humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas
ciências, pois, em um mundo complexo e sujeito a mudanças tão camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente e sub-
aceleradas, a dinâmica da vida toma indispensável um constante consciente. Começou estudando casos clínicos de comportamentos
reexame do pensamento teórico e prático. Entretanto, há um notá- anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colabora-
vel consenso acerca da definição dada a seguir, conforme foi sugeri- ção com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre
da, já em 1940, pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa (1902-1998): a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipno-
“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas constru- tismo, inventou o método que até hoje é usado pela psicanálise: o
ção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pela
o espaço para determinada finalidade e visando a determinada in- terapeuta por palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir

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LÍNGUA PORTUGUESA

a fonte das perturbações mentais. Para este caminho de regresso às uma ordem que faça sentido, de modo que o leitor possa acompa-
origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lingua- nhar o raciocínio do autor e compreender a mensagem de maneira
gem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compen- efetiva.
sação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília. Vale ressaltar que a relação entre as ideias não se limita apenas
Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo à conexão entre frases e parágrafos, mas também envolve a relação
cultural da época, foi a apresentação da tese de que toda neurose entre o tema do texto e as informações apresentadas. É fundamen-
é de origem sexual.” tal que o autor mantenha o foco no assunto abordado e estabeleça
(Salvatore D’Onofrio) uma relação clara entre as ideias e o tema central do texto.
Portanto, para produzir um texto de qualidade e eficiente, é
Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a contribuição do necessário dominar a habilidade de estabelecer relações entre as
famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a ideias apresentadas. Essa habilidade é essencial para garantir que
formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) o texto seja coeso, coerente e capaz de transmitir a mensagem de
conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique forma clara e objetiva ao leitor.
humana: o inconsciente e subconsciente.” O autor do texto afirma,
inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender Outras dicas para Interpretar um Texto
os níveis mais profundos da personalidade humana, o inconsciente - Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia cen-
e subconsciente. tral do texto, e assim, levantar hipóteses e saber sobre o que se fala.
Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando casos clíni- - Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais de-
cos de comportamentos anômalos ou patológicos, com a ajuda da talhada. Assim, você economiza tempo se no meio da leitura identi-
hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e Martin ficar uma possível resposta.
Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resul- - Preste atenção nas informações não verbais. Tudo que vem
tados obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até hoje junto com o texto, é para ser usado ao seu favor. Por isso, imagens,
é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura.
sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao - Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a
paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais.” melhor forma para você, pois cada um tem seu jeito de resumir e
A segunda ideia núcleo mostra que Freud deu início a sua pesquisa pontuar melhor os assuntos de um texto.
estudando os comportamentos humanos anormais ou doentios por - Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens im-
meio da hipnose. Insatisfeito com esse método, criou o das “livres portantes; tente localizar a ideia central de cada parágrafo.
associações de ideias e de sentimentos”. - Marque palavras como não, exceto, respectivamente, etc.,
pois fazem diferença na escolha adequada.
Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de regresso às - Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia
origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lingua- a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto
gem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compen- pelo autor.
sação dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui, está explici- - Leia bastantes textos de diversas áreas, assuntos distintos nos
tado que a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio da trazem diferentes formas de pensar. Leia textos de bom nível.
compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica - Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples,
dos desejos não realizados ao longo da vida do dia a dia. mas que nos ajudam a ter certeza que estamos prestando atenção
na leitura.
Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de Freud, - Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta,
que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação da já está no final da página, e nem lembra o que lemos no meio dela.
tese de que toda neurose é de origem sexual.” Por fim, o texto afir- Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a ler aquele pon-
ma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando to no qual estávamos mais atentos.
a novidade de que todo o trauma psicológico é de origem sexual. - Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qual-
quer informação, mínima que seja, nos ajuda a compreender me-
Relação entre ideias lhor o assunto do texto.
A relação entre ideias é um dos elementos mais importantes na
construção de um texto coeso e coerente. A capacidade de conec- Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa-
tar pensamentos e conceitos de forma lógica é fundamental para lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu-
que o leitor possa compreender a mensagem que o autor deseja lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma
transmitir. distração, mas também um aprendizado.
Essa conexão pode ser estabelecida de diversas maneiras, Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre-
como por exemplo através de palavras-chave que indicam uma ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa
relação de causa e efeito, comparação, contraste, exemplificação, imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos-
entre outras. Também é possível utilizar recursos de coesão textual, so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de
como pronomes e conectivos, para indicar a relação entre as ideias. melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória.
Além disso, é importante que as ideias apresentadas no texto
estejam organizadas de forma coerente e estruturada. Isso significa
que as informações devem ser apresentadas de forma clara e em

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LÍNGUA PORTUGUESA

Erros de Interpretação Parágrafo


Existem alguns erros de interpretação que podem prejudicar a Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
seleção e compreensão das ideias presentes no texto: esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
1. Desatenção: Todo tipo de linguagem e toda informação, por conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
menor que pareça, deve ser levada em consideração. Às vezes uma - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
pequena desatenção a um dos aspectos do texto pode gerar uma sintética de acordo com os objetivos do autor.
falha na interpretação.
2. Extrapolação10: É uma superinterpretação do texto. A partir - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
de relações excessivas com outras ideias e contextos, você pode fa- atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
zer conclusões e entendimentos sem fundamento no texto. Ocorre dade na discussão.
quando encontramos informações nas entrelinhas que não estão - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
sugeridas ou motivadas pelo texto. tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
3. Redução: Oposto à extrapolação. É atentar-se apenas a al-
guns aspectos e ideias do texto, deixando de lado outras que pa- Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,
recem irrelevantes. Tudo o que está no texto é importante e con- desenvolvimento e conclusão):
siderável.
4. Contradição: a contradição às vezes pode ser um recurso “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha. Pro-
de argumentação dentro do texto. A fim de defender um ponto de vocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá
vista, o autor coloca opiniões em contradição. É necessário tomar o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e
cuidado para não interpretar erroneamente e confundir a opinião nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura
defendida pelo autor. suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o caos. ”
5. Atenção: mesmo que você tenha sua opinião, na hora de (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
discutir as ideias do texto, você deve considerar a opiniões do autor,
materializadas e defendidas no texto. Elemento relacionador: Nesse contexto.
Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
PARÁGRAFOS consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
São três os elementos essenciais para a composição de um tex- sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
cada uma de forma isolada a seguir: Conclusão: Enfim, viveremos o caos.

Introdução
É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS.
introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.
Tipologia Textual
Desenvolvimento A partir da estrutura linguística, da função social e da finali-
Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele
desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas
conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio- classificações.
namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. Tipos textuais
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap- A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão. dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
São três principais erros que podem ser cometidos na elabora- específico para se fazer a enunciação.
ção do desenvolvimento: Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas características:
- Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
- Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros. Apresenta um enredo, com ações e
- Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las, relações entre personagens, que ocorre
dificultando a linha de compreensão do leitor. em determinados espaço e tempo. É
TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
Conclusão da seguinte maneira: apresentação >
Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen- desenvolvimento > clímax > desfecho
volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
tos levantados pelo autor. Tem o objetivo de defender determinado
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como: TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
“Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”. DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
10 http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/extra- desenvolvimento > conclusão.
polacao-na-leitura

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LÍNGUA PORTUGUESA

Procura expor ideias, sem a necessidade Alguns exemplos de gêneros textuais:


de defender algum ponto de vista. Para • Artigo
isso, usa-se comparações, informações, • Bilhete
TEXTO EXPOSITIVO • Bula
definições, conceitualizações etc. A
estrutura segue a do texto dissertativo- • Carta
argumentativo. • Conto
• Crônica
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas, • E-mail
de modo que sua finalidade é descrever, • Lista
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém. • Manual
Com isso, é um texto rico em adjetivos e • Notícia
em verbos de ligação. • Poema
• Propaganda
Oferece instruções, com o objetivo de
• Receita culinária
TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
• Resenha
são os verbos no modo imperativo.
• Seminário

Gêneros textuais Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em


Existem diferentes nomenclaturas11 relacionadas à questão dos determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex-
gêneros, porém nem todas se referem a mesma coisa. É essencial to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária,
saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo tex- por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali-
tual. Cada uma dessas classificações é referente aos textos, porém dade e à função social de cada texto analisado.
é preciso ter atenção, cada uma possui um significado totalmente
diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero Gêneros Textuais e Gêneros Literários
literário e um tipo textual: Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe-
Gênero Textuais: referem-se às formas de organização dos tex- rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re-
tos de acordo com as diferentes situações de comunicação. Podem ferem apenas aos textos literários.
ocorrer nas diferentes esferas de comunicação (literária, jornalísti- Os gêneros literários são divisões feitas segundo características
ca, digital, judiciária, entre outras). São exemplos de gêneros textu- formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité-
ais: romance, conto, receita, notícia, bula de remédio. rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
Gênero Literário – são os gêneros textuais em que a consti- - Gênero lírico;
tuição da forma, a aplicação do estilo autoral e a organização da - Gênero épico ou narrativo;
linguagem possuem uma preocupação estética. São classificados de - Gênero dramático.
acordo com a sua forma, podendo ser do gênero lírico, dramático
ou épico. Pode-se afirmar que todo gênero literário é um gênero Gênero Lírico
textual, mas nem todo gênero textual é um gênero literário. É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po-
Tipo Textual - é a forma como a linguagem se estrutura dentro ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo-
de cada um dos gêneros. Refere-se ao emprego dos verbos, poden- ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente
do ser classificado como narrativo, descritivo, expositivo, dissertati- os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
vo-argumentativo, injuntivo, preditivo e dialogal. Cada uma dessas função emotiva da linguagem.
classificações varia de acordo como o texto se apresenta e com a
finalidade para o qual foi escrito. Elegia
Exporemos abaixo os gêneros discursivos mais comuns. Cada Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor-
um dos gêneros são agrupados segundo a predominância do tipo te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa
textual. tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema
A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe- melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William
cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir Shakespeare.
da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual, Epitalâmia
podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro-
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as- mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é
sim como a própria língua e a comunicação, no geral. a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.

Ode (ou hino)


É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à
11 O gênero textual também pode ser denominado de gênero discursivo. Essa pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a
nomenclatura se altera de acordo com a perspectiva teórica, sendo que em uma alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom-
as questões discursivas ideológicas e sociais são levadas mais em consideração, panhamento musical.
enquanto em outra há um enfoque maior na forma. Nesse momento não trabalha-
remos com essa diferença.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Idílio (ou écloga) Épico (ou Epopeia)


Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de
natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens,
bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta-
e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem-
a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
diálogos (muito rara).
Ensaio
Sátira É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun- Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
tos políticos, ou pessoas de relevância social. subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social,
cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for-
Acalanto malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de
Canção de ninar. caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo-
cke.
Acróstico
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for- Gênero Dramático
mam uma palavra ou frase. Ex.: Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse
tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte-
Amigos são ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
Muitas vezes os papéis das personagens nas cenas.
Irmãos que escolhemos.
Zelosos, eles nos Tragédia
Ajudam e É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re-
Eterna presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
https://www.todamateria.com.br/acrostico/ linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando
dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
Balada
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas Farsa
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de
destinam à dança. processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca-
ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
Canção (ou Cantiga, Trova) engano.
Poema oral com acompanhamento musical.
Comédia
Gazal (ou Gazel) É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio. comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu-
lares.
Soneto
É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte- Tragicomédia
tos e dois tercetos. Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi-
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
Vilancete
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár- Poesia de cordel
nio e de maldizer); satíricas, portanto. Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo
linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da
Gênero Épico ou Narrativo realidade vivida por este povo.
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos
eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos,
o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de
prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto,
a crônica, a fábula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabrigados.


FIGURAS DE LINGUAGEM. (a parte teto está no lugar do todo, “o lar”).

As figuras de linguagem são recursos especiais usados por - indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à Lua.
quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensidade (Alguns astronautas foram à Lua.).
e beleza.
São três tipos: - singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para ir às
Figuras de Palavras (tropos); ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma)
Figuras de Construção (de sintaxe);
Figuras de Pensamento. - gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais so-
frem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.)
Figuras de Palavra
É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego - matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a ma-
figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contigui- téria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”).
dade), seja por uma associação, uma comparação, uma similarida-
de. São as seguintes as figuras de palavras: Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o
Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão nome de Sinédoque.
em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude
da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende Perífrase: substituição de um nome por uma expressão para
entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo: facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa) Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.

Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de
estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu antonomásia.
pensamento. Exemplos:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o
Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns; bem.
semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção comparati- O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
va: como, tal qual, assim como.
“Sejamos simples e calmos Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as
Como os regatos e as árvores” sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplo:
Fernando Pessoa No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (si-
lêncio = auditivo; negro = visual)
Metonímia: consiste em empregar um termo no lugar de ou-
tro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de
Observe os exemplos abaixo: um termo específico para designar um conceito, toma-se outro
-autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Machado de “emprestado”. Passamos a empregar algumas palavras fora de seu
Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.) sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do rosto”, “braço
da cadeira” .
-efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Vivo do meu trabalho.
(o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado). Figuras de Construção
Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao
- continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expres-
bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aquilo que sividade que se dá ao sentido. São as mais importantes figuras de
contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons). construção:
Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no
-abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez deve entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da co-
ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concreto, ou memoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omissão do
seja, mulheres grávidas). verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as mesas, copos
e garrafas vazias).
- instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os microfo-
nes foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos jo- Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes
gadores.) para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz.
Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor de
- lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana. reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido das pa-
(Fumei um saboroso charuto.). lavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”, “entrar
para dentro”, etc.
- símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te afas-
tes da cruz. (Não te afastes da religião.). Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”.
Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dançavam.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos ou Assíndeto: quando certas orações ou palavras, que poderiam
orações com o fim de lhes dar destaque: se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas. Exemplo: Vim,
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond vi, venci.
de Andrade)
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não Anáfora: repetição de uma palavra ou de um segmento do
sei.” (Graciliano Ramos) texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma figura de cons-
Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral, no trução muito usada em poesia. Exemplo: Este amor que tudo nos
início da frase. toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira,
e que um dia nos há de salvar
Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo mais
comum é aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi-
oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem função sintá- ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplo:
tica. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa.
consideramos mais importante, destacando-a do resto. Exemplo:
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem. Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a fim
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho tempo-
Castelo Branco) rário).

Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita Figuras de Pensamento


com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente ex- Utilizadas para produzir maior expressividade à comunicação,
pressos. A silepse pode ser: as figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias,
- de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado. (o pensamentos.
adjetivo desanimado concorda não com o pronome de tratamento Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrárias,
Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor andam de
esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino). mãos dadas.
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram cor-
rendo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a palavra Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção de
pessoal sugere). alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe
- de pessoa. Exemplo: Os brasileiros amamos futebol. (o sujeito corresponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, de to-
os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a concor- das as mulheres.
dância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que a pessoa
que fala está incluída em os brasileiros). Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as ex-
pressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso, a ex-
Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na forma pressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.)
de palavras os sons da realidade.
Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem. Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem
Miau, miau. (Som emitido pelo gato) crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram à festa,
Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar. sentaram, comeram e dançaram.

As onomatopeias, como no exemplo abaixo, podem resultar da Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto é,
Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma frase ou de expressa uma ideia de forma exagerada.
um verso). Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou
“Vozes veladas, veludosas vozes, várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais).
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sar-
cástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e
(Cruz e Sousa) apagou o que estava gravado?
Repetição: repetir palavras ou orações para enfatizar a afirma-
ção ou sugerir insistência, progressão: Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o pa-
“E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da ca- radoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente
sona.” (Bernardo Élis) absurdas. Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.)
apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)
Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: atribuição de
Zeugma: omissão de um ou mais termos anteriormente enun- ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irracio-
ciados. Exemplo: Ele gosta de geografia; eu, de português. (na se- nais ou outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou essa
gunda oração, faltou o verbo “gostar” = Ele gosta de geografia; eu manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado que
gosto de português.). não suspira, sendo esta uma “qualidade humana”.)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Reticência: suspender o pensamento, deixando-o meio velado. Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por-
Exemplo: tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não Limão é hipônimo de fruta.
sei se digo.” (Machado de Assis)
Formas variantes
Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior. São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem
Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia qual que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in-
seria o procedimento. farto / gatinhar – engatinhar.

Arcaísmo
SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES. São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo
RELAÇÕES DE SINONÍMIA E DE ANTONÍMIA do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante
Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far-
sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça mácia / franquia <—> sinceridade.
as principais relações e suas características:

Sinonímia e antonímia ORTOGRAFIA.


As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes
<—> esperto à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi- analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo-
cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que
forte <—> fraco também faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes
Parônimos e homônimos entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro- que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique
núncia semelhantes, porém com significados distintos. atento!
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal). Alfabeto
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co-
grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta). alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma consoantes (restante das letras).
pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu- Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram
meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical). reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de
porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver- nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).
Uso do “X”
Polissemia e monossemia Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar X no lugar do CH:
mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a • Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxer-
frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo). gar)
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas • Depois de ditongos (ex: caixa)
um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos). • Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)

Denotação e conotação Uso do “S” ou “Z”


Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob-
um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher. servadas:
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam • Depois de ditongos (ex: coisa)
um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé • Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S”
da cadeira. (ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou
Hiperonímia e hiponímia origem. (ex: portuguesa)
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi- • Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex:
ficado entre as palavras. populoso)
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que
tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Uso do “S”, “SS”, “Ç”


• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação,
POR QUÊ
exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

ACENTUAÇÃO GRÁFICA.

A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.

Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido
PAROXÍTONAS ímã, órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
ou não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o
acento com o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de
saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

USO DA CRASE.

Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é demarcada
com o uso do acento grave (à), de modo que crase não é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o emprego da crase:
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela aluna.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especificadas: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito estresse.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos deixando de lado a capacidade de imaginar.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima à esquerda.

Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a crase:


• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor termos uma reunião frente a frente.
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te atender daqui a pouco.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha fica a 50 metros da esquina.

Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo


• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha. / Dei um picolé à minha filha.
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei minha avó até à feira.
• Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado): Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à Ana da faculdade.

DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no masculino.
Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos à escola / Amanhã iremos ao colégio.

MORFOLOGIA.

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.

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Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.


ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Ana se exercita pela manhã.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, Todos parecem meio bobos.
VERBO
número, pessoa e voz. Chove muito em Manaus.
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação A cidade é muito bonita quando vista do alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
primeiramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

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LÍNGUA PORTUGUESA

Advérbios interrogativos Colocação pronominal


São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para intro- Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do
duzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de: pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo,
• Lugar: onde, aonde, de onde la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do
• Tempo: quando verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
• Modo: como Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Causa: por que, por quê • Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas;
advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demons-
Grau do advérbio trativos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos. gerúndio antecedidos por “em”.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto Nada me faria mais feliz.
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que • Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da
• Superlativo analítico: muito cedo frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún-
• Superlativo sintético: cedíssimo dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.
Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são • Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.
aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o Orgulhar-me-ei de meus alunos.
uso de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora-
salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) ções, nem após ponto-e-vírgula.
e ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem Verbos
sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito
sentido próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro
mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designa- possuem subdivisões.
ção (eis); de realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou me- Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo
lhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí). (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
Pronomes • Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per-
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do
isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no presente, futuro do pretérito.
enunciado, ele pode ser classificado da seguinte maneira: • Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im-
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e po- perfeito, futuro.
dem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, Os tempos verbais compostos são formados por um verbo
nossos...) auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti-
tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...) cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questio- • Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito,
namentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...) pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté-
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o rito.
na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...) • Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito,
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira pretérito mais-que-perfeito, futuro.
imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...) As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem,
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situ- aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando,
ações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...) fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
pio) ou advérbio (gerúndio).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

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LÍNGUA PORTUGUESA

Preposições Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:


As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar • Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas
dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas substantivas, definidas pelas palavras que e se.
entre essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (pa- • Causais: porque, que, como.
lavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como • Concessivas: embora, ainda que, se bem que.
preposição em determinadas sentenças). • Condicionais: e, caso, desde que.
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, • Conformativas: conforme, segundo, consoante.
para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, en- • Comparativas: como, tal como, assim como.
tre. • Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, du- • Finais: a fim de que, para que.
rante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc. • Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, • Temporais: quando, enquanto, agora.
defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.
Formação de Palavras
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele-
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: A formação de palavras se dá a partir de processos morfológi-
• Causa: Morreu de câncer. cos, de modo que as palavras se dividem entre:
• Distância: Retorno a 3 quilômetros. • Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. palavra. Ex: flor; pedra
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. • Palavras derivadas: são originadas a partir de outras pala-
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. vras. Ex: floricultura; pedrada
• Lugar: O vírus veio de Portugal. • Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radical
• Companhia: Ela saiu com a amiga. (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo; azeite
• Posse: O carro de Maria é novo. • Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais
• Meio: Viajou de trem. radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor
Entenda como ocorrem os principais processos de formação de palavras:
Combinações e contrações
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- Derivação
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma
havendo perda fonética (contração). palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
• Combinação: ao, aos, aonde • Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à pa-
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso lavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
• Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou
Conjunção radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- • Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgoverna-
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois do (des + governar + ado)
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e • Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a pala-
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- vra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
mento de redigir um texto. • Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo
conjunções subordinativas. para substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo
próprio – sobrenomes).
Conjunções coordenativas
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- Composição
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma A formação por composição ocorre quando uma nova palavra
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
cinco grupos: • Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de
• Aditivas: e, nem, bem como. modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elemen-
• Adversativas: mas, porém, contudo. tos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex:
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
• Conclusivas: logo, portanto, assim. • Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man-
• Explicativas: que, porque, porquanto. tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma-
dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-
Conjunções subordinativas -flor / passatempo.
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Abreviação
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto
(fotografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Hibridismo Função Referencial


Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de A função referencial tem como objetivo principal informar, re-
línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binó- ferenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da
culo (bi – grego + oculus – latim). comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural,
o que enfatiza sua impessoalidade.
Combinação Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por
radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (abor- meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo,
recer + adolescente). sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.

Intensificação Exemplo de uma notícia:


Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alarga- O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global
mento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedica-
adicionando o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / proto- da ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi
colizar (em vez de protocolar). decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o
objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo
Neologismo exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentá-
Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falan- rias. Em 75% das nações participantes, o nível de atividade física
te em contextos específicos, podendo ser temporárias ou perma- praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomendado
nentes. Existem três tipos principais de neologismos: para garantir um crescimento saudável e um envelhecimento de
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma pa- qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esquele-
lavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha) tos fortes e funções cognitivas preservadas. De “A” a “F”, a maioria
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já dos países tirou nota “D”.
existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao
compromisso) / dar a volta por cima (superar). Função Emotiva
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem Caracterizada pela subjetividade com o objetivo de emocionar.
um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar) É centrada no emissor, ou seja, quem envia a mensagem. A mensa-
gem não precisa ser clara ou de fácil entendimento.
Onomatopeia Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproxi- empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro in-
mada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque. conscientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utili-
zação da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, da-
LOCUÇÕES VERBAIS. quele que fala.

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado Exemplo: Nós te amamos!
em tópicos anteriores.
Função Conativa
A função conativa ou apelativa é caracterizada por uma lingua-
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DA gem persuasiva com a finalidade de convencer o leitor. Por isso, o
LINGUAGEM grande foco é no receptor da mensagem.
Trata-se de uma função muito utilizada nas propagandas, pu-
Funções da linguagem são recursos da comunicação que, de blicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o receptor por
acordo com o objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem trans- meio da mensagem transmitida.
mitida, em função do contexto em que o ato comunicativo ocorre. Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na ter-
São seis as funções da linguagem, que se encontram direta- ceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do
mente relacionadas com os elementos da comunicação. vocativo.
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com a
Funções da Linguagem Elementos da Comunicação ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de maneira
bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios publicitários
Função referencial ou denotativa contexto que nos dizem como seremos bem-sucedidos, atraentes e charmosos se
Função emotiva ou expressiva emissor usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos produtos.
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
Função apelativa ou conativa receptor
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
Função poética mensagem lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza-
Função fática canal dos, que se deixam conduzir sem questionar.
Exemplos: Só amanhã, não perca!
Função metalinguística código Vote em mim!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Função Poética
Esta função é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das
figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunicativo é a mensagem.
A função poética não pertence somente aos textos literários. Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou nas
expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).

Exemplo:
“Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...”
(Cecília Meireles)

Função Fática
A função fática tem como principal objetivo estabelecer um canal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para iniciar a
transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua continuação. A ênfase dada ao canal comunicativo.
Esse tipo de função é muito utilizado nos diálogos, por exemplo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao telefone,
etc.

Exemplo:
-- Calor, não é!?
-- Sim! Li na previsão que iria chover.
-- Pois é...

Função Metalinguística
É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código
utilizando o próprio código.
Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as gramáticas e os dicionários.
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema são
alguns exemplos.
Exemplo:
Amizade s.f.: 1. sentimento de grande afeição, simpatia, apreço entre pessoas ou entidades. “sentia-se feliz com a amizade do seu
mestre”
2. POR METONÍMIA: quem é amigo, companheiro, camarada. “é uma de suas amizades fiéis”

DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) – anafó-
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
rica
Fiz todas as tarefas, exceto esta: coloniza-
REFERÊNCIA Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e advér-
ção africana.
bios) – catafórica
Mais um ano igual aos outros...
Comparativa (uso de comparações por semelhanças)
Maria está triste. A menina está cansada
SUBSTITUIÇÃO Substituição de um termo por outro, para evitar repetição
de ficar em casa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

No quarto, apenas quatro ou cinco convi-


ELIPSE Omissão de um termo
dados. (omissão do verbo “haver”)
Conexão entre duas orações, estabelecendo relação entre Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO
elas quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos ou
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL palavras que possuem sentido aproximado e pertencente a
cozinha têm janelas grandes.
um mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO.

A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, dificilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos ao
resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá, na
reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório. A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois, nesta,
atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto.

Quando reescrevemos, refazemos nosso texto, é um processo bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor tenha
observado aquilo que está ruim para que, posteriormente, possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos erros iniciais.
Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desenvolver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer melhor seus
objetivos e razões para a produção de textos.

Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa a
enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento do processo de escrever do aluno.

Operações linguísticas de reescrita:


A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de operações linguísticas encontradas neste momento específico da construção
do texto escrito.
- Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um elemento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas também
do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de várias frases.
- Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimido. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafemas,
sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases.
- Substituição: supressão, seguida de substituição por um termo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintagma, ou
sobre conjuntos generalizados.
- Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por modificar sua ordem no processo de encadeamento.

Graus de Formalismo
São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o coloquial,
que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e
conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado entre
membros de uma mesma família ou entre amigos).

As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação de comunicação; com o modo de expres-
são, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia,
deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Expressões que demandam atenção


– acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se SINTAXE.
– aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
aceito A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
– acendido, aceso (formas similares) – idem belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
– à custa de – e não às custas de dos e suas unidades: frase, oração e período.
– à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con- Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
forme que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
– na medida em que – tendo em vista que, uma vez que e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
– a meu ver – e não ao meu ver Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
– a ponto de – e não ao ponto de Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo
– em termos de – modismo; evitar da oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
– enquanto que – o que é redundância opcional.
– entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a Período é uma unidade sintática, de modo que seu enuncia-
– implicar em – a regência é direta (sem em) do é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações
– ir de encontro a – chocar-se com (período composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e fina-
– ir ao encontro de – concordar com lizados com a pontuação adequada.
– se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se-
parado; quando não se pode, junto Análise sintática
– todo mundo – todos A análise sintática serve para estudar a estrutura de um perío-
– todo o mundo – o mundo inteiro do e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
– não pagamento = hífen somente quando o segundo termo • Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
for substantivo • Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo nominais, agentes da passiva)
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando) • Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adver-
– esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte biais, apostos)
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre-
sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase). Termos essenciais da oração
Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.
Expressões não recomendadas O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o
– a partir de (a não ser com valor temporal). predicado é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo,
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de... onde o verbo está presente.

– através de (para exprimir “meio” ou instrumento). O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificá-
Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, se- vel, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
gundo... podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se con-
centra no verbo impessoal):
– devido a. Lúcio dormiu cedo.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de. Aluga-se casa para réveillon.
Choveu bastante em janeiro.
– dito.
Opção: citado, mencionado. Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de
sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
– enquanto. inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio
Opção: ao passo que. da oração:
Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se). Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também. Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.

– no sentido de, com vistas a. Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do
Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista. predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, in-
transitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é
– pois (no início da oração). um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nomi-
Opção: já que, porque, uma vez que, visto que. nal (apresenta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais
uma qualidade sua)
– principalmente. As crianças brincaram no salão de festas.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular. Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Termos integrantes da oração


Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


e, nem, também, bem como, não só, tan-
ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior
to...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
(inicia com vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresenta-
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
da na oração anterior
logo, pois, portanto, assim, por isso, com
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior
isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


Esse era meu receio: que ela não discursasse outra
APOSITIVA aposto
vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma
O candidato, que é do partido socialista,
EXPLICATIVAS informação.
está sendo atacado.
Aparece sempre separado por vírgulas.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
seus valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e
locuções conjuntivas. Ele foi o primeiro presidente que se preocu-
DESENVOLVIDAS
Apresentam verbo nos modos indicativo ou pou com a fome no país.
subjuntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjun-
ções sou locuções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, corrupção.
gerúndio ou infinitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


Ideia de causa, motivo, razão de
CAUSAIS porque, visto que, já que, como...
efeito
como, tanto quanto, (mais / menos) que, do
COMPARATIVAS Ideia de comparação
que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
CONDICIONAIS Ideia de condição caso, se, desde que, contanto que, a menos que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...
FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...
quanto mais / menos... mais /menos, à medida
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
que, na medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

32
LÍNGUA PORTUGUESA

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


Deve concordar com o substantivo quando
É PROIBIDO
há presença de um artigo. Se não houver essa É proibida a entrada.
É PERMITIDO
determinação, deve permanecer no singular e no É proibido entrada.
É NECESSÁRIO
masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
dizem “obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes
Quando tem função de adjetivo para um com a volta às aulas.
substantivo, concorda em número com o substantivo. Bastante criança ficou doente com a
BASTANTE
Quando tem função de advérbio, permanece volta às aulas.
invariável. O prefeito considerou bastante a
respeito da suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” Havia menos mulheres que homens na
MENOS
não existe na língua portuguesa. fila para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala
MESMO Devem concordar em gênero e número com a depois da aula.
PRÓPRIO pessoa a que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da
formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
Adicione meia xícara de leite.
concordar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser
Quando tem função de advérbio, modificando um
engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações
Devem concordar com o substantivo a que se adicionais
ANEXO INCLUSO
referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

33
LÍNGUA PORTUGUESA

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

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LÍNGUA PORTUGUESA

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício;
comum; contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior;
A
leal; necessário; nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil;
visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência;
SOBRE
triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato;
COM
intolerante; mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador;
EM
negligente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.

Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de


COLOCAÇÃO PRONOMINAL. qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da Tu me farias um favor?
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Colocação do pronome átono nas locuções verbais
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
após o verbo – ênclise. não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Exemplos:
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, Devo-lhe dizer a verdade.
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Devo dizer-lhe a verdade.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju- do auxiliar ou depois do principal.
dique a eufonia da frase. Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Próclise Não devo dizer-lhe a verdade.
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. auxiliar.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- do infinitivo.
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Exemplos:
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Hei de dizer-lhe a verdade.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Tenho de dizer-lhe a verdade.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, Observação
tudo dá. Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in- Devo-lhe dizer tudo.
tentos são para nos prejudicarem. Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO E SUA
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do FUNÇÃO NO TEXTO.
indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade! Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encon-
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- tram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades
posição em: Saí, deixando-a aflita. e sinalizar limites de estruturas sintáticas. É também usado como
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: textos.
Apressei-me a convidá-los. São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois
pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?),
Mesóclise as reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o
colchetes ([]) e a barra (/).
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?

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LÍNGUA PORTUGUESA

Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem - Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações Esse é o problema da pandemia:
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar ideias as pessoas não respeitam a
apresentadas anteriormente quarentena.
Antes de citação direta Como diz o ditado: “olho por olho,
dente por dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem Eu estava cansada (trabalhar e
substituir vírgula e travessão) estudar é puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 —
ainda está sendo estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

FUNÇÃO TEXTUAL DOS VOCÁBULOS.

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence


VARIAÇÃO LINGUÍSTICA àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educa-
ção formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Variações linguísticas reúnem as variantes da língua que foram Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico
criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia. de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais per-
Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diver- tencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem
sos aspectos históricos, sociais, culturais e geográficos. coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que
No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio social.
exemplo, na linguagem regional. Todas as pessoas que falam uma de- Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a
terminada língua conhecem as estruturas gerais, básicas, de funciona- uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos,
mento podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores. profissionais da informática, dentre outros.
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se está inserido, por exemplo, as situações formais e informais.
que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mes- Preconceito Linguístico
mo significado dentro de um mesmo contexto. Está intimamente relacionado com as variações linguísticas,
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- uma vez que ele surge para julgar as manifestações linguísticas di-
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, tas “superiores”.
sintático e lexical. Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois em
nosso país, embora o mesmo idioma seja falado em todas as regi-
Variações Fônicas ões, cada uma possui suas peculiaridades que envolvem diversos
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pa- aspectos históricos e culturais.
lavra. Os exemplos de variação fônica são abundantes e, ao lado do A maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul
vocabulário, constituem os domínios em que se percebe com mais do país. Isso ocorre porque nos atos comunicativos, os falantes da
nitidez a diferença entre uma variante e outra. língua vão determinando expressões, sotaques e entonações de
acordo com as necessidades linguísticas.
Variações Morfológicas O preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra. Nesse variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada.
domínio, as diferenças entre as variantes não são tão numerosas É importante ressaltar que todas variações são aceitas e ne-
quanto as de natureza fônica, mas não são desprezíveis. nhuma delas é superior, ou considerada a mais correta.

Variações Sintáticas NORMA CULTA


Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No
domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas as dife- A norma culta é um conjunto de padrões que definem quando
renças entre uma variante e outra. um idioma está sendo empregado corretamente pelos seus falan-
tes. Trata-se de uma expressão empregada pelos linguistas brasilei-
Variações Léxicas ros para designar o conjunto de variedades linguísticas produzidas
É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano pelos falantes classificado como cidadãos nascidos e criados em
do léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e carac- zona urbana e com nível de escolaridade elevado. Assim, a norma
terizam com nitidez uma variante em confronto com outra. culta define o uso correto da Língua Portuguesa com base no que
Tipos de Variação está escrito nos livros de gramática.
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as varian- A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto fa-
tes linguísticas um sistema de classificação que seja simples e, ao miliar, que é o primeiro círculo social para uma criança. A criança
mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as diferenças que ca- imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis
racterizam os múltiplos modos de falar dentro de uma comunidade combinatórias da língua. Um falante ao entrar em contato com ou-
linguística. O principal problema é que os critérios adotados, muitas tras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a escola
vezes, se superpõem, em vez de atuarem isoladamente. e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma.
As variações mais importantes, para o interesse do concurso Há pessoas que falam de forma diferente por pertencerem a outras
público, são os seguintes: cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo
ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas es- variedades linguísticas.
tão: Certas palavras e construções que empregamos acabam de-
Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo nunciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do
do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vos- país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e,
mecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrôni- às vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies.
co, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com O uso da língua também pode informar nossa timidez, sobre
PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia. nossa capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações insegurança.
ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, to- A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas,
mamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias te-
tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum. levisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem:

38
LÍNGUA PORTUGUESA

a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou Já a palavra ‘em cima’, em seu formato separado, é muito mais
profissões. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade comum – tanto na linguagem coloquial como formal. O objetivo
de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou dela é dizer que algo está em uma posição mais alta e/ou elevada
em nossa comunidade. O domínio da língua culta, somado ao do- do que outra.
mínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados Exemplo: “Coloquei suas chaves de casa em cima da escriva-
para nos comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos, já que ninha”.
a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mes-
ma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana. - Mau ou mal?
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empre- “Mau” é um adjetivo que significa algo contrário ao que é bom.
gá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que Sendo assim, ele é comumente utilizado em frases que indicam
participamos. uma pessoa com atitudes ruins ou como um sinônimo de palavras
como: difícil, indelicado, indecente, incapaz.
Norma culta, norma padrão e norma popular Exemplo: “Eu acho ele um mau aluno”.
Norma Culta: é uma expressão empregada pelos linguistas A palavra ‘mal’ é caracterizada como um advérbio utilizado
brasileiros para designar o conjunto de variantes linguísticas efeti- como um antônimo do que é de bem. Sendo assim, ele indica algo
vamente faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos, sendo as- sendo feito errônea ou incorretamente.
sim classificando os cidadãos nascidos e criados em zonas urbanas Exemplo: “Ele mal sabe como lidar com essa situação”.
e com grau de instrução superior completo. É a variante de maior
prestígio social na comunidade, sendo realizada com certa unifor- Além disso, a palavra ‘mal’ também pode ser utilizada – neste
midade pelos membros do grupo social de padrão cultural mais caso, como substantivo – para significar uma angústia, doença ou
elevado desgosto, retratando algo que aparentemente é nocivo ou perigo-
De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa so. Neste sentido.
formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua língua e Exemplo: “Você precisa colocar o seu sono em dia, pois está
ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico, um repertório dormindo muito mal”.
que, se não for erudito, também não será vulgar.
Norma Padrão: está vinculada a uma língua modelo. Segue - Mas ou mais
prescrições representadas na gramática, mas é marcada pela língua ‘Mas’ é uma palavra que pode ser utilizada como sinônimo de
produzida em certo momento da história e em uma determinada todavia ou porém, transmitindo a ideia de oposto.
sociedade. Como a língua está em constante mudança, diferentes Exemplo: “Queria comprar roupas, mas não tenho dinheiro”.
formas de linguagem que hoje não são consideradas pela Norma
Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar. A palavra ‘mais’ é um advérbio que tem como principal objeti-
Norma Popular:teria menos prestígio opondo-se à Norma Cul- vo o de transmitir noções de acréscimo ou intensidade, sendo tam-
ta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas ante- bém um oposto a palavra ‘menos’.
riores. A Norma Popular é aquela linguagem que não é formal, ou
seja, não segue padrões rígidos, é a linguagem popular, falada no Exemplo: Ela é a mais chata do curso.
cotidiano.
O nível popular está associado à simplicidade da utilização lin- QUESTÕES
guística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos. É uti-
lizado em contextos informais.
1. (FMPA – MG)
Dúvidas mais comuns da norma culta Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen-
te aplicada:
- Obrigada ou Obrigado? (A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
O indivíduo do sexo masculino, ao agradecer por algo, deve di- (B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
zer obrigado; (C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
O indivíduo do sexo feminino, ao agradecer por algo, deve dizer (D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
obrigada. (E) A cessão de terras compete ao Estado.

- Encima ou em cima? 2. (UEPB – 2010)


A palavra em questão pode ser utilizada em ambos os for- Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
matos, porém, “encima”, escrita de modo junto, é um formato de maiores nomes da educação mundial na atualidade.
verbo unicamente utilizado na linguagem formal, na 3ª pessoa do
singular do indicativo ou na segunda pessoa do imperativo, com o Carlos Alberto Torres
significado de coroar ou colocar alguma coisa no alto. 1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
Exemplo: “Uma coroa amarela encima ao cabelo daquele ho- tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no
mem”. 3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida-
de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que
se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo
de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está
relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade

39
LÍNGUA PORTUGUESA

fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos- igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis-
se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos
constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre- estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade
porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder, (Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001.
de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe. p.68)
[…]
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo-
Rosa Maria Torres cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se
15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre o contexto, é
16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po- (A) ceticismo.
lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e (B) desdém.
pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de (C) apatia.
reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a (D) desinteresse.
escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o (E) negligência.
tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
indesejadas. 4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças.
[…] I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi- III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil
lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29. para os carros e os pedestres.

Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho-
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que mônimos e parônimos.
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo (A) I e III.
semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni- (B) II e III.
mo, em relação à “diversidade”. (C) II apenas.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi- (D) Todas incorretas.
dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
no paradigma argumentativo do enunciado. 5. (UFMS – 2009)
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co- Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi- Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em
dade e identidade”. 30/09/08. Em seguida, responda.
“Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con-
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi- tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu
ção(ões) verdadeira(s). cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em
(A) I, apenas vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima-
(B) II e III mente do jeito correto.
(C) III, apenas Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta,
(D) II, apenas a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim,
(E) I e II esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que
devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é
3. (UNIFOR CE – 2006) pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig-
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi- mática na cabeça.
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um -adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me
rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu-
suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per- la, lá vinham as palavras mágicas.
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha
indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de – Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada – Ainda não fomos apresentados – ela disse.
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida- – É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de
de. terror.
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis – E ele faz o quê?
diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa – Atrapalha a gente na hora de escrever.
indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui- Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas- usar trema nem se lembrava da regrinha.
sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na

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Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no 10. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamen-
lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con- te”. O termo destacado funciona como:
seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras. (A) Objeto indireto
Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi- (B) Objeto direto
rão ao menos para determinar minha idade. (C) Adjunto adnominal
– Esse aí é do tempo do trema.” (D) Vocativo
(E) Sujeito
Assinale a alternativa correta.
(A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons- 11. (UFRJ) Esparadrapo
tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si. Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Es-
(B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a paradrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com
norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substitu- cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido,
ída por “nós”. que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incuná-
(C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito bulo*”.
correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de
acordo com a norma culta da língua portuguesa. QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de
(D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça Janeiro, Globo. 1987. p. 83.
e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema.
(E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no *Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro
texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido. impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem.

6. (FMU) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem: A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do
“E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero texto. Sua função resume-se em:
na salada – o meu jeito de querer bem.” (A) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma
Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática coisa.
de: (B) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamen-
(A) objeto indireto e aposto te.
(B) objeto indireto e predicativo do sujeito (C) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assunto.
(C) complemento nominal e adjunto adverbial de modo (D) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.
(D) complemento nominal e aposto (E) introduzir uma conclusão após os argumentos apresenta-
(E) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo dos.

7. (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “De- 12. (IBFC – 2013) Leia as sentenças:
pressa esqueci o Quincas Borba”. É preciso que ela se encante por mim!
(A) objeto direto Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
(B) sujeito
(C) agente da passiva Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respecti-
(D) adjunto adverbial vamente, as orações subordinadas substantivas (O.S.S.) destacadas:
(E) aposto (A) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta.
(B) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal
8. (MACK-SP) Aponte a alternativa que expressa a função sintá- (C) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.
tica do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”. (D) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.
(A) Sujeito
(B) Objeto direto 13. (ADVISE-2013) Todos os enunciados abaixo correspondem
(C) Predicativo do sujeito a orações subordinadas substantivas, exceto:
(D) Adjunto adverbial (A) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
(E) Adjunto adnominal (B) Desejo que ela volte.
(C) Gostaria de que todos me apoiassem.
9. (OSEC-SP) “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela (D) Tenho medo de que esses assessores me traiam.
manhã de segunda-feira”. (E) Os jogadores que foram convocados apresentaram-se on-
(A) Predicativo tem.
(B) Complemento nominal
(C) Objeto indireto 14. (PUC-SP) “Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.”
(D) Adjunto adverbial No texto acima temos uma oração destacada que é ________e
(E) Adjunto adnominal um “se” que é . ________.
(A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora
(B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito
(C) relativa, pronome reflexivo
(D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora
(E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito

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15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos. 17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente
Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece as lacunas do texto a seguir:
ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos “Todas as amigas estavam _______________ ansiosas
(trinta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: du- _______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as
vidando disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra-
que queria correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên-
lambaris com o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________
Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena arte.”
dos dois, a mãe ficava furiosa.) (A) meio - para - bastante - para com o - para - para a
A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora, (B) muito - em - bastante - com o - nas - em
porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de (C) bastante - por - meias - ao - a - à
prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis (D) meias - para - muito - pelo - em - por
até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os (E) bem - por - meio - para o - pelas – na
meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lá-
pis, canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude se- 18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo
riam rompidas mais uma vez. com a gramática:
Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os profes- I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
sores e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente, II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
queria ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
que ela, doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
açucaradas, lia teatro grego – sem entender – e achava emocionan- V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
te.
(E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.) (A) em I e II
O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração, (B) apenas em IV
eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. (C) apenas em III
Mas pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo (D) em II, III e IV
me dei conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com (E) apenas em II
oitenta ainda está ativo e presente.
Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difí- 19. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores.
cil, escolher), e deixar aquela festona para outra década.” Hoje, só ___ ervas daninhas.
(A) fazem, havia, existe
LUFT, 2014, p.104-105 (B) fazem, havia, existe
(C) fazem, haviam, existem
Leia atentamente a oração destacada no período a seguir: (D) faz, havia, existem
“(...) pois ainda escutava em mim as risadas da menina que (E) faz, havia, existe
queria correr nas lajes do pátio (...)”
20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor-
Assinale a alternativa em que a oração em negrito e sublinhada dância verbal, de acordo com a norma culta:
apresenta a mesma classificação sintática da destacada acima. (A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
(A) “A menina que levava castigo na escola porque ria fora de (B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
hora (...)” (C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
(B) “(...) e deixava cair com estrondo sabendo que os meninos, (D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis, ca- (E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
netas, borracha (...)”
(C) “(...) não queria que soubessem que ela (...)” 21. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio em
(D) “Logo me dei conta de que hoje setenta é quase banal (...)” relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma culta é:
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal
16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam
____________________.” líderes pefelistas.
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada- qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa-
mente a frase acima. Assinale-a. íses passou despercebida.
(A) desfilando pelas passarelas internacionais. (C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a
(B) desista da ação contra aquele salafrário. dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho. social.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. (D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um
(E) tentamos aquele emprego novamente. morador não muito consciente com a limpeza da cidade.
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui-
mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra,
a aventura à repetição.

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22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamen- 27. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI-
te as lacunas correspondentes. RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de
A arma ___ se feriu desapareceu. forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta
Estas são as pessoas ___ lhe falei. padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas
Aqui está a foto ___ me referi. erroneamente, exceto em:
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava. (A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos. (B) É um privilégio estar aqui hoje.
(C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
(A) que, de que, à que, cujo, que. (D) A criança estava com desinteria.
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde. (E) O bebedoro da escola estava estragado.
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde. 28. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa: classificação.
(A) Avisaram-no que chegaríamos logo. “____________ o céu é azul?”
(B) Informei-lhe a nota obtida. “Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân-
(C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos sito pelo caminho.”
sinais de trânsito. “Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado
(D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo. ao nosso encontro.”
(E) Muita gordura não implica saúde. “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
diais. ____________?”
24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem
ser seguidos pela mesma preposição: (A) Porque – porquê – por que – Por quê
(A) ávido / bom / inconsequente (B) Porque – porquê – por que – Por quê
(B) indigno / odioso / perito (C) Por que – porque – porquê – Por quê
(C) leal / limpo / oneroso (D) Porquê – porque – por quê – Por que
(D) orgulhoso / rico / sedento (E) Por que – porque – por quê – Porquê
(E) oposto / pálido / sábio
29. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô-
25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri- nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que
tas nos itens a seguir: se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma
I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini- frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio-
migos de hipócritas; nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada.
II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu Assinale-a.
desprezo por tudo; (A) A descoberta do plano de conquista era eminente.
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O (B) O infrator foi preso em flagrante.
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento. (C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.
(D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura.
A frase reescrita está com a regência correta em: (E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
(A) I apenas
(B) II apenas 30. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
(C) III apenas grafadas corretamente.
(D) I e III apenas (A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar
(E) I, II e III (B) alteza, empreza, francesa, miudeza
(C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher
26. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa (D) incenso, abcesso, obsessão, luxação
em que todas as palavras estão adequadamente grafadas. (E) chineza, marquês, garrucha, meretriz
(A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
(B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
(C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
(D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
(E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.

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31. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas 36. (IFAL - 2011)
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras
de acentuação da língua padrão. Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”.
(A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi- “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão impor-
na, que aceitou o matrimônio de sua filha. tante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos
(B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da
apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença. infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices
(C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con- vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e
seguia se recompôr e viver tranquilo. tantos outros indicadores terríveis.” (Gazeta de Alagoas, seção Opi-
(D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, nião, 12.10.2010)
Remígio resolveu pedí-la em casamento. O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontua-
(E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, do na alternativa:
interessava-lhe viver no paraíso com Remígio. (A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
32. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen- sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de so-
tuadas devido à mesma regra: frimento da infância mais pobre.”
(A) saí – dói (B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
(B) relógio – própria importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos
(C) só – sóis sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
(D) dá – custará sofrimento da infância mais pobre.”
(E) até – pé (C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
33. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras sentimos na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto. sofrimento da infância mais pobre.”
(A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni- (D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi- importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos
camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se sentimos, na pele e na alma a dor dos mais altos índices de
isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas. sofrimento, da infância mais pobre.”
(B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em (E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
L. importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos,
(C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L. sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
(D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético – sofrimento da infância mais pobre.”
eu.
(E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L. 37. (F.E. BAURU) Assinale a alternativa em que há erro de pon-
tuação:
34. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras, (A) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns
assinale a afirmação verdadeira. se atrasaram.
(A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente, (B) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se
como “também” e “porém”. atrasaram, porém.
(B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela (C) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
mesma razão. (D) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.
(C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela (E) N.D.A
mesma razão que a palavra “país”.
(D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí- 38. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa correta quanto à
rem monossílabos tônicos fechados. pontuação.
(E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por- (A) Colaboradores da Universidade Federal do Paraná afirma-
que todas as paroxítonas são acentuadas. ram: “Os cristais de urato podem provocar graves danos nas
articulações.”.
35. (MACKENZIE) Indique a alternativa em que nenhuma pala- (B) A prescrição de remédios e a adesão, ao tratamento, por
vra é acentuada graficamente: parte dos pacientes são baixas.
(A) lapis, canoa, abacaxi, jovens (C) É uma inflamação, que desencadeia a crise de gota; diag-
(B) ruim, sozinho, aquele, traiu nosticada a partir do reconhecimento de intensa dor, no local.
(C) saudade, onix, grau, orquídea (D) A ausência de dor não pode ser motivo para a interrupção
(D) voo, legua, assim, tênis do tratamento conforme o editorial diz: – (é preciso que o do-
(E) flores, açucar, album, virus ente confie em seu médico).
(E) A qualidade de vida, do paciente, diminui pois a dor no local
da inflamação é bastante intensa!

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39. (ENEM – 2018)

Física com a boca


Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as ondas da voz se
propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – diz que isso causa
o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração
que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.

Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido
não é alterado em caso de substituição dos travessões por
(A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte
(B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
(C) reticências, para deixar subetendida a formação do especialista.
(D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
(E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.

40. (FUNDATEC – 2016)

Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara:
I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a natu-
reza física e fisiológica das distinções observadas.
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvido registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empregado
para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua.
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes da
língua portuguesa.

Quais estão INCORRETAS?


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II
(E) Apenas II e III.

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LÍNGUA PORTUGUESA

41. (CEPERJ) Na palavra “fazer”, notam-se 5 fonemas. O mesmo 46. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa: Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
(A) Tatuar Uma organização não governamental holandesa está propondo
(B) Quando um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
(C) Doutor sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
(D) Ainda grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
(E) Além O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
42. (OSEC) Em que conjunto de signos só há consoantes sono- o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
ras? ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
(A) rosa, deve, navegador; um contador na rede social.
(B) barcos, grande, colado; Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
(C) luta, após, triste; dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
(D) ringue, tão, pinga; Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
(E) que, ser, tão. em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
43. (UFRGS – 2010) No terceiro e no quarto parágrafos do tex- ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
to, o autor faz referência a uma oposição entre dois níveis de análi-
se de uma língua: o fonético e o gramatical. (http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
Verifique a que nível se referem as características do português
falado em Portugal a seguir descritas, identificando-as com o núme- Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
ro 1 (fonético) ou com o número 2 (gramatical). rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
( ) Construções com infinitivo, como estou a fazer, em lugar de pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
formas com gerúndio, como estou fazendo. usuários longe da rede social.”
( ) Emprego frequente da vogal tônica com timbre aberto em A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
palavras como académico e antónimo, (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
( ) Uso frequente de consoante com som de k final da sílaba, preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
como em contacto e facto. ticamente.
( ) Certos empregos do pretérito imperfeito para designar fu- (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
turo do pretérito, como em Eu gostava de ir até lá por Eu gostaria possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
de ir até lá. raria o sentido do texto.
(C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
cima para baixo, é: informação nova.
(A) 2 – 1 – 1 – 2. (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
(B) 2 – 1 – 2 – 1. e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
(C) 1 – 2 – 1 – 2. (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
(D) 1 – 1 – 2 – 2. qual são introduzidas de forma mais generalizada
(E) 1 – 2 – 2 – 1.
47. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
44. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se- dem a um adjetivo, exceto em:
guintes palavras: (A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
(A) vendavais, naufrágios, polêmicas (B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
(B) descompõem, desempregados, desejava (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
(C) estendendo, escritório, espírito (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
(D) quietação, sabonete, nadador sem fim.
(E) religião, irmão, solidão (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.

45. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras 48. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas
não é formada por prefixação: só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
(A) readquirir, predestinado, propor respectivamente:
(B) irregular, amoral, demover (A) adjetivo, adjetivo
(C) remeter, conter, antegozar (B) advérbio, advérbio
(D) irrestrito, antípoda, prever (C) advérbio, adjetivo
(E) dever, deter, antever (D) numeral, adjetivo
(E) numeral, advérbio

46
LÍNGUA PORTUGUESA

49. (ITA-SP)
25 E
Beber é mal, mas é muito bom.
26 A
(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.) 27 B
A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é: 28 C
(A) adjetivo 29 B
(B) substantivo
30 A
(C) pronome
(D) advérbio 31 E
(E) preposição 32 B
50. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova! 33 E
(Mas já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. Sob o 34 B
ponto de vista morfológico, as palavras destacadas correspondem
pela ordem, a: 35 B
(A) conjunção, preposição, artigo, pronome 36 E
(B) advérbio, advérbio, pronome, pronome
37 A
(C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio
(D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome 38 A
(E) conjunção, advérbio, pronome, pronome 39 B
40 C
GABARITO
41 B
42 D
1 C
43 A
2 B
44 D
3 D
45 E
4 C
46 D
5 C
47 B
6 A
48 B
7 D
49 B
8 C
50 E
9 B
10 E
11 C
ANOTAÇÕES
12 B
______________________________________________________
13 E
14 B ______________________________________________________
15 A ______________________________________________________
16 C
______________________________________________________
17 A
______________________________________________________
18 C
19 D ______________________________________________________
20 C ______________________________________________________
21 E
______________________________________________________
22 C
23 A ______________________________________________________

24 D ______________________________________________________

47
LÍNGUA PORTUGUESA

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48
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO FRAÇÕES, CONJUNTOS

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

49
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Operações Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos
a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder. Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre
negativo.
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dis-
pensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode Exemplo:
ser dispensado. (PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- (A) 10
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a (B) 15
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre (C) 18
será do maior número. (D) 20
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., (E) 22
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti-
do, ou seja, é dado o seu oposto.
Resolução:
Exemplo: São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- temos:
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um Resposta: D
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
anotadas, o total de pontos atribuídos foi base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
(A) 50. plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
(B) 45. – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(C) 42. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
(D) 36. inteiro positivo.
(E) 32. – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
mero inteiro negativo.
Resolução:
50-20=30 atitudes negativas Propriedades da Potenciação
20.4=80 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
30.(-1)=-30 e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
80-30=50 2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
Resposta: A base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. (+a) = +a
1

5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual


• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo
pelo módulo do divisor. Conjunto dos números racionais – Q
m
ATENÇÃO: Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-


tante a REGRA DE SINAIS:

50
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:

1
= 0,333...
3

Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado.
Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente.
Exemplos:

51
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

a)

Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

52
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Resolução: Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4
(B) 3/10
(C) 2/9
Resposta: B (D) 4/5
(E) 3/2
Caraterísticas dos números racionais
O módulo e o número oposto são as mesmas dos números in- Resolução:
teiros. Somando português e matemática:

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número


(a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi-
nador numerador (b/a)n.

O que resta gosta de ciências:

Representação geométrica Resposta: B

• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou


pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de
b d
frações, através de:

Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini-


tos números racionais.

Operações
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição • Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
de frações, através de: b d ÷ q = p × q-1

• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a Exemplo:


própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
p – q = p + (–q) policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
(A) 145
ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual, (B) 185
conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen- (C) 220
tada. (D) 260
(E) 120

53
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Resolução: - Depois as multiplicações e/ou divisões;


- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare-
cem.

2) Símbolos:
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál-
culos dentro dos parênteses,
-Depois os colchetes [ ];
- E por último as chaves { }.

ATENÇÃO:
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
Resposta: A com os seus sinais originais.
– Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-
• Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme- chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú- chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
meros racionais. com os seus sinais invertidos.

A) Toda potência com expoente negativo de um número ra- Exemplo:


cional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
expoente anterior. A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é


(A) 2
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da (E) 1,5
base.
Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Expressões numéricas
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia-
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de
associação, que podem aparecer em uma única expressão. Resposta: E

Procedimentos
1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na
ordem que aparecem;

54
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Múltiplos Outros critérios


Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primei- Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é
ro é resultado da multiplicação entre o segundo e algum número divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo.
natural e o segundo, nesse caso, é divisor do primeiro. O que sig- Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é
nifica que existem dois números, x e y, tal que x é múltiplo de y se divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo.
existir algum número natural n tal que:
x = y·n Fatoração numérica
Trata-se de decompor o número em fatores primos. Para de-
Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e compormos este número natural em fatores primos, dividimos o
podemos escrever: x = n/y mesmo pelo seu menor divisor primo, após pegamos o quociente
e dividimos o pelo seu menor divisor, e assim sucessivamente até
Observações: obtermos o quociente 1. O produto de todos os fatores primos re-
1) Todo número natural é múltiplo de si mesmo. presenta o número fatorado. Exemplo:
2) Todo número natural é múltiplo de 1.
3) Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múltiplos.
4) O zero é múltiplo de qualquer número natural.
5) Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares,
e a fórmula geral desses números é 2k (k ∈ N). Os demais são cha-
mados de números ímpares, e a fórmula geral desses números é 2k
+ 1 (k ∈ N).
6) O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k ∈ Z.

Critérios de divisibilidade
São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número é ou
não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos a divisão.
No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios: Divisores
Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos
os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o
número 12.

Um método para descobrimos os divisores é através da fato-


ração numérica. O número de divisores naturais é igual ao produto
dos expoentes dos fatores primos acrescidos de 1.
Logo o número de divisores de 12 são:

Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos cada


fator da decomposição e seu respectivo expoente natural que varia
de zero até o expoente com o qual o fator se apresenta na decom-
posição do número natural.
12 = 22 . 31 =
22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
20 . 30=1
(Fonte: https://www.guiadamatematica.com.br/criterios-de-divisibili- 20 . 31=3
dade/ - reeditado) 21 . 30=2
Vale ressaltar a divisibilidade por 7: Um número é divisível por 21 . 31=2.3=6
7 quando o último algarismo do número, multiplicado por 2, sub- 22 . 31=4.3=12
traído do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo 22 . 30=4
de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a quantida-
de de algarismos a serem analisados quanto à divisibilidade por 7.

55
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

O conjunto de divisores de 12 são: D (12)={1, 2, 3, 4, 6, 12}


A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28

Máximo divisor comum (MDC)


É o maior número que é divisor comum de todos os números dados. Para o cálculo do MDC usamos a decomposição em fatores pri-
mos. Procedemos da seguinte maneira:
Após decompor em fatores primos, o MDC é o produto dos FATORES COMUNS obtidos, cada um deles elevado ao seu MENOR EX-
POENTE.

Exemplo:
MDC (18,24,42) =

Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor Co-
mum entre 18,24 e 42 é 6.

Mínimo múltiplo comum (MMC)


É o menor número positivo que é múltiplo comum de todos os números dados. A técnica para acharmos é a mesma do MDC, apenas
com a seguinte ressalva:
O MMC é o produto dos FATORES COMUNS E NÃO-COMUNS, cada um deles elevado ao SEU MAIOR EXPOENTE.
Pegando o exemplo anterior, teríamos:
MMC (18,24,42) =
Fatores comuns e não-comuns= 2,3 e 7
Com maiores expoentes: 2³x3²x7 = 8x9x7 = 504. Logo o Mínimo Múltiplo Comum entre 18,24 e 42 é 504.

Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC (A,B). MMC (A,B)= A.B

Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e subtrações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com utilização da álgebra.
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar:

56
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplos: Resolução:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú-
CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim:
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sa- B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I )
be-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e
que Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70
metros, então é verdade que Mônica tem, de altura: , ou seja, 7.Q = 2.B ( II )
(A) 1,52 metros.
(B) 1,58 metros. Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:
(C) 1,54 metros. 7.Q = 2. (360 – Q)
(D) 1,56 metros. 7.Q = 720 – 2.Q
7.Q + 2.Q = 720
Resolução: 9.Q = 720
Escrevendo em forma de equações, temos: Q = 720 / 9
C = M + 0,05 ( I ) Q = 80 (queimadas)
C = A – 0,10 ( II ) Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
A = D + 0,03 ( III ) Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270
D não é mais baixa que C
Se D = 1,70 , então:
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63
Resposta: B
( I ) 1,63 = M + 0,05
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m
Fração é todo número que pode ser escrito da seguinte forma
Resposta: B
a/b, com b≠0. Sendo a o numerador e b o denominador. Uma fra-
ção é uma divisão em partes iguais. Observe a figura:
(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em
três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca-
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês?
(A) R$ 498,00
(B) R$ 450,00
(C) R$ 402,00 O numerador indica quantas partes tomamos do total que foi
(D) R$ 334,00 dividida a unidade.
(E) R$ 324,00 O denominador indica quantas partes iguais foi dividida a uni-
dade.
Resolução: Lê-se: um quarto.
Primeiro mês = x
Segundo mês = x + 126 Atenção:
Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78 • Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, quar-
Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176 tos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos.
3.x = 1176 – 204 • Frações com denominadores potências de 10: décimos, cen-
x = 972 / 3 tésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de milési-
x = R$ 324,00 (1º mês) mos etc.
* No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00 • Denominadores diferentes dos citados anteriormente:
Resposta: B Enuncia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da
palavra “avos”.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE
DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos Tipos de frações
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o – Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era Ex.: 7/15
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra- – Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven- nador. Ex.: 6/7
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem – Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador.
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias.
(A) 1 / 4. Ex.: 6/3
(B) 1 / 3. – Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e
(C) 2 / 5. outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
(D) 1 / 2. forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
(E) 2 / 3.

57
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

– Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam


a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2 (B)
– Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi-
nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ;
(C)
Operações com frações

• Adição e Subtração
Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so- (D)
ma-se ou subtrai-se os numeradores.

(E)

Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mes- Resolução:


mo denominador através do MMC entre os denominadores. Usa- Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
mos tanto na adição quanto na subtração. então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos:

Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de


suco é de 3/5 de suco da garrafa.
Resposta: B
O MMC entre os denominadores (3,2) = 6

• Multiplicação e Divisão PORCENTAGENS


Multiplicação: É produto dos numerados pelos denominadores
dados. Ex.: PORCENTAGEM
São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou
simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou
seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu-
mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se:
“por cento”).

Exemplo:
– Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da (CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA-
segunda fração. Ex.: LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O
departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio-
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em
relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fra-
ção de estagiários é igual a
(A) 1/5.
(B) 1/6.
Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da (C) 2/5.
fração resultante de forma a torna-la irredutível. (D) 2/9.
(E) 3/5.
Exemplo:
(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IA-
DES) O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5
pessoas. Cada uma recebeu

(A)

58
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Resolução:

Resposta: B

Lucro e Prejuízo em porcentagem


É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA, temos
PREJUÍZO (P).
Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).

Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de 16%
que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em quantos por
cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
(A) 67%.
(B) 61%.
(C) 65%.
(D) 63%.
(E) 69%.

Resolução:
Preço de venda: V
Preço de compra: C
V – 0,16V = 1,4C
0,84V = 1,4C

O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.


Resposta: A

Aumento e Desconto em porcentagem


– Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

59
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Logo:

- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chamamos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos fato-
res de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual o
preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

SEQUÊNCIAS (COM NÚMEROS, COM FIGURAS, DE PALAVRAS)

As sequências podem ser formadas por números, letras, pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma sequência,
o importante é que existem pelo menos três elementos que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries necessitam
de mais elementos para definir sua lógica1. Um bom conhecimento em Progressões Algébricas (PA) e Geométricas (PG), fazem com que
deduzir as sequências se tornem simples e sem complicações. E o mais importante é estar atento a vários detalhes que elas possam ofe-
recer. Exemplos:

Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo número.

1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-numeros-com-figuras-de-palavras/

60
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um mesmo número.

Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer
rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:

Exemplos:
Analise a sequência a seguir:

Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a 277ª
posição dessa sequência é:

Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277 ocu-
pa, então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.
Resposta: B

(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.

Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:

61
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Resolução: A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-


A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta formações ou opiniões contidas no trecho)
ao seu estado inicial após 48 segundos. B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual formações ou opiniões contidas no trecho)
será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos: C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
25 minutos = 1500 segundos (60x25) verdadeira ou falsa sem mais informações)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou ESTRUTURAS LÓGICAS
para roda voltar à posição inicial) Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições.
1548 / 48 = vai ter o resto “12”. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos.
posição dos 12 segundos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
Resposta: B
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, EQUIVALÊNCIA E co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
IMPLICAÇÃO LÓGICA, ARGUMENTOS VÁLIDOS não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO – Fez Sol ontem?
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble- - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife- - Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura televisão.
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
consiste nos seguintes conteúdos: bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
- Operação com conjuntos. do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé- • Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
tricos e matriciais. valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
- Geometria básica. rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários. Proposições simples e compostas
- Numeração. • Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
- Razões Especiais. nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
- Análise Combinatória e Probabilidade. proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
- Progressões Aritmética e Geométrica. p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
Argumentação. simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL
O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação por duas proposições simples.
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envol- Proposições Compostas – Conectivos
vam os conteúdos: As proposições compostas são formadas por proposições sim-
- Lógica sequencial ples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que
- Calendários podemos vê na tabela a seguir:

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-
bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
conhecimento por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
ções, selecionando uma das possíveis respostas:

62
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

63
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) CERTO
( ) ERRADO

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F
Resposta: Certo

64
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Proposição Exemplos:
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa- 1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa- – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a – A expressão x + y é positiva.
respeito de determinados conceitos ou entes. – O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
Valores lógicos – O que é isto?
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a Há exatamente:
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos (A) uma proposição;
os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente. (B) duas proposições;
Com isso temos alguns aximos da lógica: (C) três proposições;
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não (D) quatro proposições;
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo. (E) todas são proposições.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA Resolução:
existindo um terceiro caso. Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
são: V ou F.” (B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valo-
res lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos
Classificação de uma proposição
atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
Elas podem ser:
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também po-
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
demos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quan-
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
tidade certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
F a sentença).
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores
– Fez Sol ontem?
lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
Resposta: B.
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO


valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-


cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas


por duas proposições simples.

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q

66
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

(C) p -> q, p v q, ¬ p Exemplos:


(D) p v p, p -> q, ¬ q 4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
(E) p v q, ¬ q, p v q objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto
Resolução: à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- P: Cometeu o crime A.
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- Q: Cometeu o crime B.
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- regime fechado.
da pelo símbolo (→). S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Resposta: B.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
Tabela Verdade qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi- Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a que se segue.
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen- A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com- dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados. falsas.
( ) Certo
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú- ( ) Errado
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se-
guinte teorema: Resolução:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro- Considerando P e Q como V.
posições simples componentes contém 2n linhas.” (V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Exemplo: Considerando P e Q como F
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim- (F→F) ↔ ((V)→(V))
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro- (V) ↔ (V) = V
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a: Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
(A) 2; Resposta: Certo.
(B) 4;
(C) 8; Equivalência
(D) 16; Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quan-
(E) 32. do mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Resolução: Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade
(última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver-


dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
Tautologia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade


(última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

67
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

68
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Conectivo “não” (~) Exemplos:


Chamamos de negação de uma proposição representada por R: Paulo é professor ou administrador
“não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade S: Maria é jovem ou idosa
(F) quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto
daquele de p. Pela tabela verdade temos: No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das
proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi-


vo”(considera apenas um dos casos)
Conectivo “e” (˄)
Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada Exemplo:
de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade: R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das


proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”.
ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão 1. Podem ocorrer as situações:
o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argu- 2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
mentos lógicos, tiverem valores verdadeiros. 3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
Conectivo “ou” (v) 5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não dis-
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. se o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
(Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente). Temos então sua tabela verdade:

Conectivo “ou” (v)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se
Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).
a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
• Mais sobre o Conectivo “ou” 3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
– “inclusivo”(considera os dois casos) 4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos) verdade:

69
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente do
valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

70
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo: - Somente uma contradição implica uma contradição:


(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção.

Resolução:
Montando a tabela teremos que: Propriedades
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
P ~p ~p ^p
– Uma proposição complexa implica ela mesma.
V F F
V F F • Transitiva:
– Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
F V F Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
F V F P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
de uma CONTRADIÇÃO. Regras de Inferência
Resposta: C • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,- tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira. sições verdadeiras já existentes.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos: Regras de Inferência obtidas da implicação lógica

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conecti-
vo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica que
pode ou não existir entre duas proposições.

Exemplo: • Silogismo Disjuntivo

• Modus Ponens
Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:

71
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

• Modus Tollens Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.

Vejamos algumas formas:


- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


Tautologias e Implicação Lógica o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
• Teorema damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...) – Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

Observe que: Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q. letras A, E, I e O.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P → Q
é tautológica. • Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”
Teremos duas possibilidades.
Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético

Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
p ^ ~p ⇒ q conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
sição q. “Todo B é A”.

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a • Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica. Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
mo que dizer “nenhum B é A”.

72
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia- – Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
grama (A ∩ B = ø): uma proposição categórica particular.
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição
categórica particular geramos uma proposição categórica universal.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa.
Em síntese:

• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”


Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- dos.
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
representações possíveis: pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o são pardos NÃO miam alto.
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao Resposta: C
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo
que Algum B não é A. (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
• Negação das Proposições Categóricas vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as (A) Todos os não psicólogos são professores.
seguintes convenções de equivalência: (B) Nenhum professor é psicólogo.
(C) Nenhum psicólogo é professor.

73
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

(D) Pelo menos um psicólogo não é professor. Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo. cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
Resolução: negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega- Resposta: D
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo Diagramas lógicos
menos um professor não é psicólogo. Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
Resposta: E mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
• Equivalência entre as proposições dem ser formadas por proposições categóricas.
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões. ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


Exemplo:
então pertence também a B.
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
NENHUM
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco. E
AéB
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.

Resolução: Existe pelo menos um elemento que


Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede- pertence a A, então não pertence a B, e
-se a sua negação. vice-versa.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.

74
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
Existe pelo menos um elemento co- (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
mum aos conjuntos A e B. (D) existe casa de cultura que não é cinema.
Podemos ainda representar das seguin- (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
tes formas:
Resolução:
Vamos chamar de:
ALGUM Cinema = C
I
AéB Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

- Existem teatros que não são cinemas

ALGUM - Algum teatro é casa de cultura


O
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
menos um dos cinemas é considerado teatro.

75
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes- Exemplo:
mo princípio acima. P1: Todos os cientistas são loucos.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, P2: Martiniano é louco.
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos Q: Martiniano é um cientista.
afirma isso
O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento
formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi- ria do seu conjunto de premissas.
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor- Exemplo:
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo O silogismo...
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também P1: Todos os homens são pássaros.
não é cinema. P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-


TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-


Resposta: E do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo- todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse- pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu- essa frase da seguinte maneira:
mento.

76
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Argumentos Inválidos
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das
premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.

Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as


premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. Patrícia
pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira
premissa não afirmou que somente as crianças gostam de chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade
Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho- do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti-
mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri-
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é


criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença “Ne- trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
nhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em comum. facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos: concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:


NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!

77
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argumen-
to é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, AL-
GUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “• ” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.

78
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- Resolução:


ções simples? A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
2º método. A = Chove
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- B = Maria vai ao cinema
ção simples ou uma conjunção? C = Cláudio fica em casa
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar D = Faz frio
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos E = Fernando está estudando
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: F = É noite
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta Lembramos a tabela verdade da condicional:
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)• r é verdade. Sabendo que r é falsa, con-
cluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma con- A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
junção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou ambas utilizando isso temos:
forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores lógicos O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar adequado, estava estudando. // B → ~E
por meio do mesmo, não poderemos determinar se o argumento é Iniciando temos:
ou NÃO VÁLIDO. 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
= V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
Resolução pelo 4º Método tem que ser F.
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
mos: // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- vai ao cinema tem que ser V.
deiro! 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
verdadeiras! Teremos: sai de casa tem que ser F.
- 1ª Premissa) (p∧q)• r é verdade. Sabendo que p e q são ver- 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: ser V ou F.
r é verdadeiro. 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- Resposta: Errado
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
Exemplos: então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
seguintes proposições sejam verdadeiras. bruxa.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Quando Fernando está estudando, não chove. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
• Durante a noite, faz frio. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.
item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
( ) CERTO
( ) ERRADO

79
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

80
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.

81
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

82
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Resolução:
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N N

− Luiz não viajou para Fortaleza.

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N N

Agora, completando o restante:


Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. Então, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Paulo N N N S

Resposta: B

Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quantificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.

83
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA

Tipos de quantificadores

• Quantificador universal (∀)


O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
O quantificador existencial tem a função de elemento comum.
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃
(x)) (A (x) ∧ B).

Aplicando temos:
Exemplo: x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈ N
Todo homem é mortal. / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x +
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
mortal. será verdadeira?
Na representação do diagrama lógico, seria: A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica.

ATENÇÃO:
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B”
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é
ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho- B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.
mem.
A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões: Forma simbólica dos quantificadores
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal. Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
2ª) Se José é homem, então José é mortal. Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B. Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B). Exemplos:
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão Todo cavalo é um animal. Logo,
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional. (A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
Aplicando temos: (C) Todo animal é cavalo.
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for- (D) Nenhum animal é cavalo.
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira? Resolução:
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador, A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul- sões:
gar, logo, é uma proposição lógica. – Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal.
• Quantificador existencial (∃) Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas: de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma
de conclusão).
Resposta: B

(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-


ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
Exemplo: Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase (R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
é: tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
os valores de x devem satisfazer a propriedade.

84
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne- ______________________________________________________


cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos ______________________________________________________
x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais. ______________________________________________________
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
______________________________________________________
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x? ______________________________________________________
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X. ______________________________________________________
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor- ______________________________________________________
reto.
Resposta: CERTO ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

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86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Periféricos de entrada mais comuns.


– O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item
CONCEITOS E FUNDAMENTOS BÁSICOS essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonômicos
para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular;
Hardware – Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados
Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os para uso no computador;
dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o compu- – O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele
tador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígi- podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso do com-
do, monitor, scanner, etc. putador.

Software • Periféricos de saída populares mais comuns


Software, na verdade, são os programas usados para fazer ta- – Monitores, que mostra dados e informações ao usuário;
refas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software – Impressoras, que permite a impressão de dados para mate-
são programadas em uma linguagem de computador, traduzidas rial físico;
em linguagem de máquina e executadas por computador. – Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador;
O software pode ser categorizado em dois tipos: – Fones de ouvido.
– Software de sistema operacional
– Software de aplicativos em geral Sistema Operacional
O software de sistema operacional é o responsável pelo funcio-
• Software de sistema operacional namento do computador. É a plataforma de execução do usuário.
O software de sistema é o responsável pelo funcionamento do Exemplos de software do sistema incluem sistemas operacionais
computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos de como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.
software do sistema incluem sistemas operacionais como Windo-
ws, Linux, Unix , Solaris etc. • Aplicativos e Ferramentas
São softwares utilizados pelos usuários para execução de tare-
• Software de aplicação fas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Ac-
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para cess, além de ferramentas construídas para fins específicos.
execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicati-
vos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc. CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS
SOFTWARES UTILITÁRIOS (COMPACTADORES
Para não esquecer: DE ARQUIVOS, CHAT, CLIENTES DE E-MAILS,
REPRODUTORES DE VÍDEO, VISUALIZADORES DE
HARDWARE É a parte física do computador IMAGEM, ANTIVÍRUS)
São os programas no computador (de fun-
SOFTWARE
cionamento e tarefas) Compactadores de Arquivos
Periféricos São softwares especializados em gerar uma representação
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados mais eficiente de vários arquivos dentro de um único arquivo de
no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionali- modo que ocupem menos espaço na mídia de armazenamento ou
dades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou o tempo de transferência deles sobre uma rede seja reduzido.
aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo Os compactadores foram muito utilizados no passado quando
melhorar o desempenho do computador, tais como design, qualida- as mídias de armazenamento tinham preços elevados e era neces-
de de som, alto falantes, etc. sário economizar espaço para armazenamento. Atualmente o uso
deles é mais voltado a transferência de arquivos pela internet para
Tipos: reduzir a massa de dados a ser transferida pela rede.
Os compactadores de arquivo utilizam algoritmos de compres-
PERIFÉRICOS são de dados sem perdas para gerar a representação mais eficiente
Utilizados para a entrada de dados; combinando diversas técnicas conhecidas para um melhor desem-
DE ENTRADA
penho. Uma das técnicas usadas por estes algoritmos é reduzir a re-
PERIFÉRICOS
Utilizados para saída/visualização de dados dundância de sequências de bits recorrentes contidas nos arquivos
DE SAÍDA

87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

gerando uma representação que utiliza menos bits para representar funcionamento da “sala de conversa”, podendo expulsar aqueles
estas sequências. Um exemplo de processo para reduzir a redun- que considere estarem a agir de modo impróprio. É ao moderador
dância é a codificação de huffman. que deve reportar alguma ocorrência que sinta ser incorreta.
Alguns formatos de arquivo incluem esquemas de compressão Um dado importante a reter é que, apesar de, nestes chats, as
com perda de dados como os vídeos em dvd e as músicas armaze- conversas serem públicas, há também a possibilidade de se conver-
nadas no formato mp3. Porém os esquemas utilizados nestes casos sar em privado (“private chats”) com terceiros. Estas conversas já
são diferentes dos compactadores de arquivos pois possibilitam não são moderadas e, consequentemente, podem apresentar al-
perdas que se refletem na redução da qualidade da imagem ou do guns perigos, sobretudo para os cibernautas mais jovens (por exem-
som. Esquemas com perdas não podem ser utilizados pelos com- plo, um menor pode, inadvertidamente, conversar com um pedó-
pactadores pois provocariam a corrupção dos dados. filo, ou com alguém que se queira apropriar da sua identidade ou
da dos seus familiares, ou até obter informações que lhe permitam
Formatos planear um roubo).
Cada esquema de compressão gera um formato próprio de ar-
quivo compactado que só pode ser descompactado pelo mesmo Como Funciona um IM?
compactador que o gerou ou por outro compactador que também O sistema de mensagens instantâneas junta as funcionalidades
seja capaz de compreender o mesmo esquema. Atualmente existem do chat, dos telefones e do e-mail e permite a troca de informação
compactadores suportando uma grande variedade de esquemas de e dados de forma quase imediata, a todos os utilizadores na lista de
compressão disponíveis para todos os sistemas operacionais. amigos desse utilizador que se encontrem online.
Exemplos de compactadores: ARJ, 7-zip, B1 Free Archiver, Gzip, Para tal, basta que escrevamos a mensagem, cliquemos em “en-
Tar, WinRAR, WinZip. viar” e a mensagem é recebida quase instantaneamente pelo des-
tinatário, onde quer que se encontre. É possível trocar mensagens
CHAT instantâneas por computador, smartphone ou por outro meio que
possua ligação à Internet. Um telemóvel pode receber uma mensa-
Um chat (abreviatura de “chatroom”, ou “sala de conversação”, gem instantânea vinda de um computador e vice-versa.
em português) é um local online destinado a juntar várias pessoas Há programas de IM que permitem ao cibernauta comunicar
para conversarem. Este local pode ser de índole generalista, ou além da forma escrita, recorrendo à voz, ao vídeo ou às imagens,
pode destinar-se à discussão de um tema em particular (por exem- desde que possua as ferramentas necessárias (um microfone, ou
plo, um chat sobre ecologia). uma webcam, por exemplo).
Os chatrooms permitem que várias pessoas troquem opiniões
por escrito em simultâneo, em tempo real. Quando um utilizador Software e Protocolos
escreve algo no chatroom, as suas palavras ficam disponíveis no - Internet Relay Chat (IRC)
painel para todos lerem, dando assim oportunidade aos restantes - AOL Instant Messenger (AIM)
elementos presentes de responder da mesma forma. - Chatroulette
- Gadu-Gadu
O que é um IM? - Google Talk
Um IM (ou “Instant Messaging”, ou “mensagens instantâneas”, - Grunhido
em português) é uma forma fácil de manter contato com alguém - ICQ (OSCAR)
sem ter que esperar por um e-mail. Alguns exemplos de IMs são - Jabber (XMPP)
o MSN Messenger, o Google Talk, o Yahoo! Messenger e o Skype, - MUD
sendo que este último privilegia a utilização da voz como meio de - Pichat
comunicação. - SILC
Os IMs são muito utilizados para manter contatos lúdicos e - Skype
informais, sendo também uma plataforma comum para a troca de - TeamSpeak (TS)
informação por funcionários de empresas, enquanto ferramenta de - Wikia
trabalho. Para tal, basta que as pessoas envolvidas se encontrem - Windows Live Messenger
online. - Yahoo! Messenger
Este método de conversação via Internet é cada vez mais utiliza- - Terrachat (JAVA/FLASH)
da por jovens para conversar com os seus pares ou conhecer gente - xat (xat.com)
nova. Dadas as suas características (ser uma forma de contato que - ChatPoint (www.chatpoint.tv)
não decorre frente-a-frente), muitos jovens sentem-se protegidos
e, confiando em desconhecidos, podem discutir assuntos ou parti- CLIENTES DE E-MAIL
lhar informação com mais à-vontade do que se fosse “ao vivo”.
Quando falamos em clientes de e-mail, logo o Outlook nos vem
Como Funciona um Chat? à cabeça, por se tratar do aplicativo mais famoso do gênero, já que
Cada chat tem o seu conjunto de regras particulares, as quais se é o padrão em muitas versões do Windows. A função de aplicativos
espera que sejam respeitadas (por exemplo, não ser permitido falar desta categoria é agrupar os e-mails do usuário, facilitando sua or-
de música nos tópicos de ecologia). Para assegurar que tal acon- ganização.
tece, alguns chats têm a presença de um moderador, que é uma
pessoa responsável pelas atividades/temas/utilizadores que se en-
contram nesse local cibernético. Cabe ao moderador manter o bom

88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A integração é feita diretamente com suas contas de correio eletrônico, colocando tudo de forma organizada e em um mesmo local.
Para quem lida com diversos endereços simultaneamente, fazer uso de um cliente de e-mail é altamente recomendado.

eM Client

Esta é uma nova alternativa para você ter todas as possibilidades de um bom cliente de e-mail em seu computador, sem pagar um
centavo por isso. O programa é muito leve e funcional, além de inserir suas contas de uma forma muito automatizada, ideal para quem
não domina o uso de aplicativos deste tipo.
Além das funções de envio e recebimento de e-mails, ele também conta com um calendário completo, com a possibilidade de inclusão
de tarefas e eventos, além de um mensageiro instantâneo, como ocorre no e-mail do Google.
Sua versão gratuita suporta até duas contas e pode ser utilizada apenas para fins pessoais. O aplicativo oferece suporte a 18 idiomas,
incluindo o português do Brasil (inclusive no corretor ortográfico).
Ele pode também ser uma ótima alternativa ao Mozilla Thunderbird, por exemplo, principalmente porque conta com recursos que
este último não possui, pelo menos não nativamente (como calendário e tarefas, por exemplo). O eM Client também conta com suporte
ao Gmail e ao iCloud, além do Microsoft Exchange.
Um prático wizard no momento da instalação detecta rapidamente todas as configurações da conta de e-mail. Detalhes como por
exemplo servidores POP, SMTP e IMAP, além das portas, são descobertos automaticamente, bastando ao usuário inserir os dados de login
(o programa inclusive realiza testes para se certificar de que está tudo certinho).

Inseridos os dados iniciais a sincronização já é iniciada, incluindo sincronização com o Google Calendar, com o Google Tasks e com
Google Contacts. Contas IMAP são sincronizadas rapidamente, também, e para usuários de dispositivos da Apple, é possível até mesmo
trabalhar com o iCloud, sendo que também neste caso tudo é sincronizado perfeitamente.

89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Há uma sidebar bastante útil no eM Client, a qual tem sua função alterada e adequada de acordo com o que o usuário está fazendo
no momento (agenda, e-mail, contatos etc). É possível obter rapidamente detalhes a respeito dos contatos que estão ligados a um e-mail
recém aberto, por exemplo, e até mesmo consultar possíveis entradas na agenda que estejam relacionadas com a mensagem. Os compro-
missos mais urgentes e/ou os próximos também aparecem nesta útil barra lateral, a qual também oferece acesso a bate-papo (Facebook,
Google, etc).
Usuários de outros clientes de e-mail podem também ficar despreocupados. O eM Client é capaz de importar dados de programas
como, por exemplo, Mozilla Thunderbird, Outlook, Outlook Express, Windows Live Mail, e outros.
Também podemos definir alertas pop-up e sons diferentes para uma série de eventos, incluindo recebimento de e-mails, mensagens
de bate-papo, recebimento de e-mails com anexos, feriados, lembretes (tanto da agenda quanto da listagem de tarefas), etc.
O software também permite a criação de filtros, para o devido tratamento de cada mensagem recebida, caso o usuário deseje (por
exemplo, mensagem recebida do cliente “X” deve ser sempre encaminhada à pasta “Y” e marcada como lida).
Assinaturas personalizadas, inclusive com a utilização de imagens, podem ser criadas e já atribuídas às suas respectivas contas. Assim,
quando o usuário enviar uma mensagem à partir de seu e-mail profissional, digamos, a assinatura correta será automaticamente escolhida
e aplicada.

O eM Client é um software leve e extremamente amigável, além de tudo. Quem já trabalhou com algum cliente de e-mail se adaptará
a ele facilmente. Quem deixou de usar este tipo de aplicativo deve pelo menos dar uma olhadinha na solução da eM Client, INC, devido
principalmente a seus “extras”: calendário, contatos, tarefas e chat, lembrando mais uma vez que estes recursos todos podem trabalhar de
forma integrada ao envio e recebimento de e-mails. Trata-se também de uma maneira muito boa de organizarmos nossos compromissos.
E-mails recebidos podem ser facilmente transformados em compromissos na agenda (ou em simples tarefas), e eles também podem
ser transformados em uma nova entrada na lista de contatos (automaticamente ou não). E-mails, contatos e diversos tipos de dados no eM
Client também podem ser exportados, para diversos formatos: .eml, .vcf, .ics, .xml, etc. Também podem ser criadas listas de distribuição,
com a respectiva seleção de vários destinatários.
O software é bastante versátil, sendo também capaz de se adaptar aos mais diversos estilos e gostos. O usuário pode alterar diversos
elementos de seu layout, e também escolher várias opções de visualização para o calendário, por exemplo (modos “dia”, “semana”, “mês”).

90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Eventos recorrentes, percentual de conclusão, busca rápida e poderosa, compartilhamento de tarefas e calendários com outras pesso-
as e backup das informações inclusive com possibilidade de agendamento: estas são algumas outras características bastante interessantes
do eM Client.

Aplicativos para Criação

Os principais aplicativos para criação de conteúdo multimídia são o Microsoft PowerPoint, do pacote Microsoft Office e o Impress, do
pacote LibreOffice. Esse conteúdo, normalmente no formato de slides, pode conter texto, áudio e vídeo1.

Aplicativos para Execução

Os principais aplicativos para execução de conteúdo multimídia são:

Windows Media Player


É um programa reprodutor de mídia digital, ou seja, áudio e vídeo em computadores pessoais. Produzido pela Microsoft, está disponí-
vel gratuitamente para o Microsoft Windows, além de outras plataformas, como o Mac OS.

Windows Media Center


É um aplicativo feita pela Microsoft projetado para servir como um centro de entretenimento doméstico, incluído no Windows XP
Media Center Edition, nas versões Home Premium e Ultimate do Windows Vista, Home Premium, Professional e Ultimate do Windows 7.

1 HUNECKE, Márcio.

91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

RealPlayer Mídias Capturadas


É um tocador de mídia de código fechado desenvolvido pela Os áudios, vídeos e fotografias retirados diretamente do mundo
RealNetworks destinado à execução de vídeos, músicas e progra- real.
mas de rádio via Internet. Ele reproduz uma série de formatos mul-
timídia, incluindo MP3, MPEG 4, QuickTime, Windows Media e vá- Mídias Sintetizadas
rias versões de codecs. São representações baseadas em informações do mundo real,
como textos, gráficos e animações.

Conceitos Importantes

Codec
São dispositivos de software ou hardware capazes de codificar
e/ou decodificar dados e sinais digitais. A sigla nada mais é do que
QuickTime a junção das palavras em inglês coder e decoder (codificador e de-
É uma estrutura de suporte (framework) multimídia, marca re- codificador). A sigla nada mais é do que a junção das palavras em
gistrada, desenvolvida pela Apple, capaz de executar formatos de inglês coder e decoder (codificador e decodificador). Estes disposi-
vídeo digital, mídia clips, som, texto, animação, música e vários ti- tivos são usados em programas que gravam e reproduzem vídeos,
pos de imagens panorâmicas interativas. sons e imagens. Imagine uma carta escrita em português. Para al-
guém entender esta carta em qualquer outro lugar do mundo, é
necessário que a pessoa entenda português. Quem não sabe ler
neste idioma, precisará encontrar uma pessoa que traduza o que
está escrito. É assim que os codecs funcionam, eles são os respon-
sáveis pela tradução do conteúdo.

Setraming
É uma tecnologia que envia informações multimídia, através
Principais Extensões de Arquivos da transferência de dados, utilizando redes de computadores,
especialmente a Internet, e foi criada para tornar as conexões mais
Imagens/Fotos/Figuras: BMP, PNG, JPG, JPEG GIF. rápidas. Um grande exemplo de streaming é o site Youtube, que
Apresentações: PPT E PPTX (Microsoft PowerPoint) e ODP (Li- utiliza essa tecnologia para transmitir vídeos em tempo real.
breOffice Impress).
Somente áudio: WMA (Windows Media Audio) e MP3 (MPEG CONCEITOS BÁSICOS DE HARDWARE (PLACA MÃE,
layer 3). MEMÓRIAS, PROCESSADORES (CPU) E DISCO DE
Vídeo: WMV (Windows Media Video), MP4 (MPEG layer 4), AVI, ARMAZENAMENTO HDS, CDS E DVDS). PERIFÉRICOS
MPEG, MOV (QuickTime). DE COMPUTADORES
Animações Flash: SWF (Shockwave Flash).

Tipos de Mídias HD (Hard Disk - Disco Rígido)3

Mídias Discretas (ou estáticas)


Os tipos de mídia estáticos, também chamados de discretos ou
espaciais, são constituídos por elementos de informação indepen-
dentes do tempo, que apenas variam na sua dimensão espacial2.
Por exemplo: texto e imagens, que não dependem do tempo,
mas variam no espaço (mudam de dimensão e/ou localização). Isto
significa que qualquer um destes elementos pode ser apresentado
independentemente do tempo, sem perder o seu significado.

Mídias Contínuas (ou dinâmicas)


Os tipos de mídia dinâmicos, também designados de temporais O HD é o item responsável pelo armazenamento de dados per-
ou contínuos, dependem do tempo. A sua apresentação exige uma manentes (os dados armazenados no HD não são perdidos quando
reprodução contínua, à medida que o tempo passa. Por outras pa- o computador é desligado, como é o caso da memória RAM). O HD
lavras, o tempo, ou mais exatamente as dependências temporais é o local onde é instalado e mantido o sistema operacional, todos
entre os elementos que constituem a informação, faz parte do pró- os outros programas que são instalados no computador e todos os
prio conteúdo. arquivos que do usuário.
Por exemplo, as animações, os vídeos e os sons. Estes tem de
ser vistos do início até o fim para não perder o seu significado.

2 http://multimediaolpat.blogspot.com 3 Fonte: http://www.infoescola.com/informatica/disco-rigido/

92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O armazenamento do HD é contado normalmente em GB O SSD (solid-state drive) é uma nova tecnologia de armazena-
(Gigabytes), porem atualmente já existe discos rígidos com mento considerada a evolução do disco rígido (HD). Ele não possui
capacidade de TB (Tera Bytes - 1024 GB). Para se ter acesso aos partes móveis e é construído em torno de um circuito integrado
dados do HD, é necessário um Sistema operacional. semicondutor, o qual é responsável pelo armazenamento, diferen-
Atualmente os sistemas operacionais conseguem utilizar o HD temente dos sistemas magnéticos (como os HDs).
como uma extensão da memória, na chamada Gestão de memória Mas o que isso representa na prática? Muita evolução em re-
Virtual. Porém esta função é utilizada somente quando a memória lação aos discos rígidos. Por exemplo, a eliminação das partes me-
principal (memória RAM) está sobrecarregada. cânicas reduz as vibrações e tornam os SSDs completamente silen-
Os HD’s Externos são uma grande evolução. Estes podem ser ciosos.
carregados em mochilas, pastas, no bolso ou mesmo na mão sem Outra vantagem é o tempo de acesso reduzido à memória flash
problema algum. presente nos SSDs em relação aos meios magnéticos e ópticos. O
Os dados do HD são guardados em uma mídia magnética, SSD também é mais resistente que os HDs comuns devido à ausên-
parecida com um DVD. Esta é muito sensível, se receber muitas cia de partes mecânicas – um fator muito importante quando se
batidas pode se deslocar e o HD perde a utilidade. Nestes casos é trata de computadores portáteis.
quase impossível recuperar dados do HD. O SSD ainda tem o peso menor em relação aos discos rígidos,
Obs: Um GB Equivale a 1024 MB(Mega Bytes), e cada TB mesmo os mais portáteis; possui um consumo reduzido de energia;
equivale a 1024GB. consegue trabalhar em ambientes mais quentes do que os HDs (cer-
O número 1024 parece estranho, porém as unidades ca de 70°C); e, por fim, realiza leituras e gravações de forma mais
de armazenamento utilizam códigos binários para gravar as rápida, com dispositivos apresentando 250 MB/s na gravação e 700
informações (portanto, sempre múltiplo de 2). MB/s na leitura.
Geralmente é ligado à placa-mãe por meio de um cabo, que Mas nem tudo são flores para o SSD. Os pequenos velozes ain-
pode ser padrão IDE, SATA, SATA II ou SATA III. da custam muito caro, com valores muito superiores que o dos HDs.
A capacidade de armazenamento também é uma desvantagem,
HD Externo pois é menor em relação aos discos rígidos. De qualquer forma,
eles são vistos como a tecnologia do futuro, pois esses dois fatores
negativos podem ser suprimidos com o tempo.
Obviamente, é apenas uma questão de tempo para que as em-
presas que estão investindo na tecnologia consigam baratear seus
custos e reduzir os preços. Diversas companhias como IBM, Toshiba
e OCZ trabalham para aprimorar a produção dos SSDs, e fica cada
vez mais evidente que os HDs comuns estão com seus dias conta-
dos.

CD, CD-R e CD-RW

O Compact Disc (CD) foi criado no começo da década de 80 e


Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta capacida-
é hoje um dos meios mais populares de armazenar dados digital-
de de armazenamento, chegando facilmente à casa dos Terabytes.
mente.
Eles, normalmente, funcionam a partir de qualquer entrada USB do
Sua composição é geralmente formada por quatro camadas:
computador.
- Uma camada de policarbonato (espécie de plástico), onde
As grandes vantagens destes dispositivos são:
ficam armazenados os dados.
Alta capacidade de armazenamento;
- Uma camada refletiva metálica, com a finalidade de refle-
Facilidade de instalação;
tir o laser.
Mobilidade, ou seja, pode-se levá-lo para qualquer lugar
- Uma camada de acrílico, para proteger os dados.
sem necessidade de abrir o computador.
- Uma camada superficial, onde são impressos os rótulos.
SSD4
Na camada de gravação existe uma grande espiral que tem um
relevo de partes planas e partes baixas que representam os bits.
Um feixe de laser “lê” o relevo e converte a informação. Temos
hoje, no mercado, três tipos principais de CDs:
1. CD Comercial: que já vem gravado com música ou dados.
2. CD-R: que vem vazio e pode ser gravado uma única vez.
3. CD-RW: que pode ter seus dados apagados e regravados.

Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca de 700


MB ou 80 minutos de música.

4 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/memoria/202-o-que-e-ssd-.htm

93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

DVD, DVD-R e DVD-RW Cartão de Memória

O Digital Vídeo Disc ou Digital Versatille Disc (DVD) é hoje o


formato mais comum para armazenamento de vídeo digital. Foi in-
ventado no final dos anos 90, mas só se popularizou depois do ano
2000. Assim como o CD, é composto por quatro camadas, com a
diferença de que o feixe de laser que lê e grava as informações é
menor, possibilitando uma espiral maior no disco, o que proporcio-
na maior capacidade de armazenamento.
Também possui as versões DVD-R e DVD-RW, sendo R de grava-
ção única e RW que possibilita a regravação de dados. A capacidade
dos DVDs é de 120 minutos de vídeo ou 4,7 GB de dados, existindo
ainda um tipo de DVD chamado Dual Layer, que contém duas ca- Assim como o pen drive, o cartão de memória é um tipo de
madas de gravação, cuja capacidade de armazenamento chega a dispositivo de armazenamento de dados com memória flash, muito
8,5 GB. encontrado em máquinas fotográficas digitais e aparelhos celulares
smartphones.
Blu-Ray Nas máquinas digitais registra as imagens capturadas e nos te-
lefones é utilizado para armazenar vídeos, fotos, ringtones, endere-
O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia entre 25 e ços, números de telefone etc.
50 GB. O de maior capacidade contém duas camadas de gravação. O cartão de memória funciona, basicamente, como o pen dri-
Seu processo de fabricação segue os padrões do CD e DVD co- ve, mas, ao contrário dele, nem sempre fica aparente no dispositivo
muns, com a diferença de que o feixe de laser usado para leitura é e é bem mais compacto.
ainda menor que o do DVD, o que possibilita armazenagem maior Os formatos mais conhecidos são:
de dados no disco. - Memory Stick Duo.
O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do leitor ótico - SD (Secure Digital Card).
que, na verdade, para o olho humano, apresenta uma cor violeta - Mini SD.
azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi retirado do nome por fins - Micro SD.
jurídicos, já que muitos países não permitem que se registre co-
mercialmente uma palavra comum. O Blu-Ray foi introduzido no Unidade de Disquete
mercado no ano de 2006.
As unidades de disquete armazenam informações em discos,
Pen Drive também chamados discos flexíveis ou disquetes. Comparado a
CDs e DVDs, os disquetes podem armazenar apenas uma pequena
quantidade de dados. Eles também recuperam informações de for-
ma mais lenta e são mais vulneráveis a danos. Por esses motivos,
as unidades de disquete são cada vez menos usadas, embora ainda
sejam incluídas em alguns computadores.

É um dispositivo de armazenamento de dados em memória


flash e conecta-se ao computador por uma porta USB. Ele
combina diversas tecnologias antigas com baixo custo, baixo
consumo de energia e tamanho reduzido, graças aos avanços nos
microprocessadores. Funciona, basicamente, como um HD externo Disquete.
e quando conectado ao computador pode ser visualizado como um
drive. O pen drive também é conhecido como thumbdrive (por ter o Por que estes discos são chamados de “disquetes”? Apesar de a
tamanho aproximado de um dedo polegar - thumb), flashdrive (por parte externa ser composta de plástico rígido, isso é apenas a capa.
usar uma memória flash) ou, ainda, disco removível. O interior do disco é feito de um material de vinil fino e flexível.
Ele tem a mesma função dos antigos disquetes e dos CDs, ou
seja, armazenar dados para serem transportados, porém, com uma
capacidade maior, chegando a 256 GB.

94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.


AMBIENTES OPERACIONAIS: UTILIZAÇÃO DOS Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 7 E WINDOWS vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
10 • Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.
WINDOWS 7

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos). Área de trabalho do Windows 7
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

No caso da figura acima, temos quatro pastas e quatro arquivos.

Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.

95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Área de transferência Programas e aplicativos


A área de transferência é muito importante e funciona em se- • Media Player
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários • Media Center
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc. • Limpeza de disco
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”, • Desfragmentador de disco
estamos copiando dados para esta área intermediária. • Os jogos do Windows.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”, • Ferramenta de captura
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na • Backup e Restore
área de transferência.
Interação com o conjunto de aplicativos
Manipulação de arquivos e pastas Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e tendermos melhor as funções categorizadas.
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas- Facilidades
tas, criar atalhos etc.

O Windows possui um recurso muito interessante que é o Cap-


turador de Tela , simplesmente podemos, com o mouse, recortar a
parte desejada e colar em outro lugar.

Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.

Uso dos menus

Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.

96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

WINDOWS 8

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-


tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-


portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
pia de segurança.

97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos. Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
Arquivos e atalhos gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização, tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos. – Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado. estamos copiando dados para esta área intermediária.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos, – Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc. estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina- área de transferência.
da pasta ou arquivo propriamente dito.
Manipulação de arquivos e pastas
A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

Uso dos menus

Área de trabalho do Windows 8

Programas e aplicativos

98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Interação com o conjunto de aplicativos Transferência


Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en- O recurso de transferência fácil do Windows 8 é muito impor-
tendermos melhor as funções categorizadas. tante, pois pode ajudar na escolha de seus arquivos para serem sal-
vos, tendo assim uma cópia de segurança.
Facilidades

O Windows possui um recurso muito interessante que é o Cap-


turador de Tela, simplesmente podemos, com o mouse, recortar a
parte desejada e colar em outro lugar.

Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.

A lista de aplicativos é bem intuitiva, talvez somente o Skydrive


mereça uma definição:
• Skydrive é o armazenamento em nuvem da Microsoft, hoje
portanto a Microsoft usa o termo OneDrive para referenciar o ar-
mazenamento na nuvem (As informações podem ficar gravadas na
internet).

WINDOWS 10

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.
Jogos
Temos também jogos anexados ao Windows 8.

99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos.

Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

Uso dos menus

Área de trabalho

Programas e aplicativos e interação com o usuário


Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.
– Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo
para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma
excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar
Área de transferência bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar
A área de transferência é muito importante e funciona em se- CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center.
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.

Manipulação de arquivos e pastas


A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o próprio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente confir-
mar sua exclusão.

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito importante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos ficam
internamente desorganizados, isto faz que o computador fique lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza internamen-
te tornando o computador mais rápido e fazendo com que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

• O recurso de backup e restauração do Windows é muito importante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mesmo
escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma cópia de segurança.

Inicialização e finalização

101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no Windows, porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA E APRESENTAÇÃO DO PACOTE MICROSOFT OFFICE (WORD,


EXCEL E POWERPOINT) – VERSÕES 2013 E 2016

Conhecido como o mais popular editor de textos do mercado, a versão 2013 do Microsoft Word traz tudo o que é necessário para
editar textos simples ou enriquecidos com imagens, links, gráficos e tabelas, entre outros elementos5.
A compatibilidade entre todos os componentes da família Office 2013 é outro dos pontos fortes do Microsoft Word 2013. É possível
exportar texto e importar outros elementos para o Excel, o PowerPoint ou qualquer outro dos programas incluídos no Office.
Outra das novidades do Microsoft Word 2013 é a possibilidade de guardar os documentos na nuvem usando o serviço SkyDrive. Dessa
forma, é possível acessar documentos do Office de qualquer computador e ainda compartilhá-los com outras pessoas.

Os menus e as barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções (Guias e Comandos) e pelo modo de exibição Backstage
(área de gerenciamento de arquivo)7.

5 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4685295/mod_resource/content/1/Apostila%20de%20Word.pdf
6 Fonte: http://www.etec.sp.gov.br/view/file/wv_file.aspx?id=84AFA42DFAD089D53534D753C0488CE2E8CCFF5EC8324596BECE07A8164EDF-
12521C97DA04C93379CD1A503BE1561B8D7DFDD0202571B27264EF62AF01F952C6
7 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/20/word-2013-estrutura-basica-dos-documentos/

102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Esta barra permite acesso rápido para alguns comandos que são executados com frequência: como iniciar um novo arquivo, salvar um
documento, desfazer e refazer uma ação, entre outros.

Na parte superior do Word 2013 você encontra uma faixa de opções, que também é organizada por guias. Cada guia tem várias faixas
de opções diferentes. Estas faixas de são formadas por grupos e estes grupos têm vários comandos. O comando é um botão, uma caixa
para inserir informações ou um menu.

Botão Arquivo
Ao clicar sobre ele será exibido opções como Informações, Novo, Abrir, Salvar, Salvar como, Imprimir, etc. Portanto, clique sobre ele e
visualize essas opções.

Página inicial
Área de transferência, Fonte, Parágrafo, Estilo e Edição.

103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Inserir
Páginas, Tabelas, Ilustrações, Aplicativos, Links, comentários, Cabeçalho e Rodapé, Texto e Símbolos.

Design
Formatação do documento.

Layout da Página
Configurar Página, Parágrafo e Organizar.

Referências
Sumário, Notas de Rodapé, Citações e Bibliografia, Legendas e Índice.

Correspondências
Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar e Inserir Campos, Visualizar Resultados e Concluir.

Exibição
Modo de Exibição, Mostrar, Zoom, Janela e Macros.

Formatos de arquivos Word 2013


Formatos de arquivo suportados e suas extensões8:
.doc: documento do Word 97-2003
.docm: documento para macro do Word. Baseado em XML par macro do Word 2019, 2016, 2013 2010 e 2007
.docx: padrão Word 2019, 2016, 2013, 2010 e 2007 e Documento Strict de Open XML
8 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/17/word-2013-formatos-de-arquivos/

104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

.htm e .html: página da Web Página da Web, Filtrado


.mht e .mhtml: página da Web de Arquivo Único
.odt: texto do OpenDocument. Este é a extensão do LibreOffice, mas o Word dá suporte para que os arquivos salvos do Word 2019,
2016 e 2013 possam ser abertos no Writer do LibreOffice e arquivos do Writer possam ser abertos no Word 2019, 2016 e 2013, mas aten-
ção, a formatação do documento pode ser perdida.
.dot: modelo do Word 97-2003
.dotm: modelo habilitado para macro do Word
.dotx: modelo do Word
.pdf: arquivos que usam o formato de arquivo PDF podem ser visualizados, editados e salvos em .docx ou .pdf usando o Word 2019,
o Word 2016 e o Word 2013. Atenção: Os arquivos PDF podem não ter uma correspondência perfeita de página para paginação com o
original.
.rtf: formato Rich Text . Formato para ser multiplataforma. Os documentos criados em diferentes sistemas operacionais e aplicativos
de software podem ser utilizados entre eles.
.txt: texto simples. Quando o documento é salvo perde sua formatação. É o formato do bloco de notas e WordPad.
.xml: documento XML do Word 2003 e Word 2019, 2016, 2013 e 2007 (Open XML). É também chamado de MetaFile e arquivo de
MetaDados (arquivos com informações extras).
.xps: XML Paper Specification, um formato de arquivo que preserva a formatação do documento e habilita o compartilhamento de
arquivos.
.wps: documento Works 6-9. Este é o formato de arquivo padrão do Microsoft Works, versões 6.0 a 9.0.

Criando um documento
Ao criar um documento no Word 2013, é possível começar com um documento em branco ou deixar que um modelo faça a maior
parte do trabalho9.

Iniciando um documento
A maioria das pessoas costuma criar um documento a partir de uma página em branco, apesar de o Word ter vários modelos com
temas e estilos pré-definidos, assim só é preciso adicionar conteúdo.

Abrir um documento
Ao iniciar o Word, aparece uma galeria de modelo separado por categorias. É só clicar em uma delas e escolher um modelo que atenda
melhor seu objetivo.
Aparecerá do lado esquerdo (ver imagem anterior) uma lista com os documentos recentes que você usou.
É só clicar em uma delas e escolher um modelo que atenda melhor seu objetivo.
Caso queira outro documento que não está nesta lista você verá bem abaixo desta coluna a opção abrir outros documentos.

9 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/21/edicao-e-formatacao-de-textos-word-2013/

105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Se já estiver trabalhando no Word e quiser abrir um arquivo é só ir na Barra de Opções e clicar em Arquivo > Abrir e navegar até o local
onde se encontra o arquivo.
Caso você esteja abrindo um documento criado em versões anteriores do Word, você verá Modo de Compatibilidade na barra de título
da janela do documento. Você pode trabalhar no modo de compatibilidade ou atualizar o documento e usar os recursos do Word 2013.
Ctrl + O: atalho para abrir um documento novo documento.
Ctrl + A: atalho para abrir um documento já existente.

Salvando e Fechando o Arquivo


Para salvar um documento digitado, clique na guia Arquivo.

Em seguida, clique na opção Salvar como.

Após o clique, a caixa de diálogo Salvar como será aberta, onde devemos informar o nome do arquivo e o local onde será salvo.
É possível também salvar na nuvem (on-line) clicando em OneDrive e assim podendo compartilhar o arquivo em vários dispositivos
como no celular ou outros computadores.
O Word já salva automaticamente o arquivo no formato .docx mas caso queira salvar em outro formato, logo abaixo do nome do ar-
quivo tem uma lista de tipos de arquivos suportados pelo Word 2013.

106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No Word tem uma barra de acesso rápido no topo do editor na qual o documento pode ir sendo salvo
conforme se vai trabalhando nele.
Ctrl + B: atalho para salvar documento.

Funções básicas em um editor de texto


Ctrl + C (Copiar): é quando copiar um texto para repetir no mesmo texto ou colar em outro lugar. Selecione o texto e clique com direito
do mouse e clique em Copiar.
Ctrl + X (Recortar): recurso para tirar o texto selecionado e colar em outro lugar. Selecione o texto e clique com botão direito do mouse
e selecione Recortar. Este arquivo copiado ou recortado irá para a área de transferência.
Área de transferência: área separada do sistema operacional para guardar uma pequena quantidade de dados.
Ctrl + V (Colar): recurso para colar o texto que foi copiado ou recortado. Selecione o local que quer colar e clique no botão direito do
mouse e selecione o tipo de colagem.

Cabeçalho e rodapé
Para colocar números das páginas, título ou data em todas as páginas de seu documento, você deve adicionar um cabeçalho ou ro-
dapé10.
Basta clicar na aba Inserir e em adicionar Cabeçalho ou rodapé.
Seleciona o formato clicando no modelo de seu interesse. Abrirá o cabeçalho para editar a parte interna dele.

Digite o Título e feche o cabeçalho.

Todas as páginas do documento terão o mesmo cabeçalho.

10 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/28/cabecalho-e-rodape-word-2013/

107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Parágrafos
No Word 2013 tem dois lugares em que encontramos funções para formatarmos parágrafos11.

Guia Página Inicial

Guia Layout de Páginas

A formatação propriamente dita é feita na página inicial.

Alinhamento de parágrafos

Alinhar à esquerda (Ctrl+Q): alinha todo parágrafo na margem esquerda do documento.


Centralizar (Ctrl+E): centraliza o texto no centro da página, dando ao documento uma aparência mais formal
Alinhar à direita (Ctrl+G): alinha o conteúdo à margem direita do documento.
Justificar (Ctrl+J): distribui o texto uniformemente entre as margens

11 https://centraldefavoritos.com.br/2019/10/28/paragrafos-word-2013/

108
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Espaçamento de linhas e parágrafos

Escolhe o espaçamento entre linha ou parágrafos.


Clicando na seta de opções tem os valores de espaçamento.
Quanto maior o número maior o espaçamento.

Sombreamento de parágrafo

Para colocar a borda basta selecionar o texto ou parágrafo e


clica na borda desejada.

Classificar

Nesta opção, pode-se classificar itens selecionado em ordem


alfabética ou numérica.
Ex.: Lista de animais
Para realçar o texto, parágrafo ou célula de tabela selecionada. Vaca
Ele simplesmente muda a cor atrás dando maior destaque. Elefante
Porco
Bordas Girafa
Além do sombreamento, você pode dar um destaque a um tex-
to colocando uma borda. E clicando na seta você poderá alterar o
estilo da borda. Ao selecionar a lista e clica na opção ela fica em ordem
alfabética; Na janela que abrir, pode-se colocar a lista em ordem
crescente ou decrescente.

109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Recuos Exemplo: Na figura abaixo, é possível notar a seleção de alguns


quadradinhos e a indicação Tabela 3x2, o que significa que ao soltar
o botão do mouse, será inserida no documento uma tabela com 3
colunas e 2 linhas.

A primeira opção o parágrafo vai para mais perto da margem


(DIMINUIR RECUO)
A segunda opção o parágrafo vai para mais longe da margem
(AUMENTAR RECUO)
É só selecionar o parágrafo e clicar na opção. Cada clicada ele
salta 1,25 cm.

Mostrar tudo (Ctrl+*)

Inserir Tabela: permite inserir uma


tabela na posição do cursor. Note que
a opção tem reticências no final, o que
significa que será aberta uma janela de
opções, para que sejam feitas as confi-
gurações da tabela que será inserida no
Mostra as marcas de parágrafo e outros símbolos de formata- documento.
ção ocultos. É útil para formatação de layouts avançados.

Guia Inserir (Grupo Tabelas)

Tabela: permite inserir e trabalhar com tabelas no


documento12. Ao clicar na setinha logo abaixo do botão
Tabela, abre-se um menu com opções.

Neste quadro é possível configurar o número de colunas e o nú-


mero de linhas da tabela, além de largura de coluna fixa, ajustada
automaticamente.

Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e


novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe docu-
mentos de maneira fácil e prática13.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo
tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de do-
cumentos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar
um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pou-
Selecionando-se uma sequência de quadradinhos, é possível quíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da computação,
inserir uma tabela automaticamente, após soltar o mouse. permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo inte-
gração direta com vários outros serviços da web, como Facebook,
Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.
12 https://bit.ly/2BH2KiN 13 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf

110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Novidades no Word 2016


– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a
realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui
a caixa Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um ter-
mo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que
procurar.

– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da


Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre
qualquer palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função
– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela
usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea. do programa e lista todas as entradas na internet relacionadas com
a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível
ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o
dedo ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhe-
cer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico


para conferir uma lista completa de alterações feitas a um docu-
mento e para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar
Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no Sha- para compartilhar seu documento com outras pessoas no Share-
rePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou Point, no OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um
Word On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.
documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, cli-
que em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por
e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em
compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho
em tempo real.

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere for-


mas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapida-
mente o visual desejado.

111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout14.

Interface Gráfica

Guia de Início Rápido.15

Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 201616.

Área de trabalho do Word 2016.

14 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.


15 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf
16 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.

112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.

113
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferên-
cia.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferên-
cia para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

114
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas do
parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados dife-
rentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela
e vice-versa.

Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

116
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.

117
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Office 2019 foi uma iniciativa da Microsoft que manteve os


recursos anteriores mais utilizados. Desta vez foi investido numa
maior integração com os dispositivos, acesso a nuvem e numa me-
lhor experiência do usuário. Dentro deste cenário vamos relatar
algumas funções já conhecidas e melhorias na edição de documen-
tos.

Word
• Alinhamentos de linhas

Guia da Página Tecla de Com as opções abaixo podemos escolher os marcadores para
Tipo de Alinhamento
Inicial Atalho os tópicos conforme desejado, vide figura abaixo:
Alinhamento justifica-
do, isto é, o parágrafo é
alinhado de tal forma que Control + J
fique alinhado a direita e a
esquerda.

Texto alinhado a direita Control + G Outros Recursos interessantes utilizados com frequência e
mantidos nesta versão:
Texto centralizado Control + E
Guia /
Texto alinhado a esquerda Control + Q Ícones do menu Ação
Menu
Para mudar a
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho) Forma
Na página Para Mudar a
Verifique o quadro, que apresenta cada uma das funções exem- inicial cor de fundo
plificadas a seguir. Para mudar a
cor do texto

Para inserir
Tabelas
No menu
Guia página inicial Função Para inserir
Imagens
Opção para mudar o Tipo
de letra
Para a verifi-
Opção para mudar o tama- No menu
cação e correção
nho da letra Revisão
ortográfica
Opção para aumentar /
diminuir o tamanho da letra No menu Para salvar o
Muda de minúsculas para arquivo documento
maiúsculas
No Word 2019 foram acrescentadas diversas melhorias para a
experiência do usuário e merece destaque os novos ícones adicio-
Limpa a formatação nados, que podem ser usados para a elaboração de documentos,
conforme abaixo:

• Marcadores
Os marcadores servem para organizar um texto em tópicos da
seguinte forma:

118
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Outro recurso que merece destaque é o Ler em voz alta, conforme a figura abaixo;

É o principal software de planilhas eletrônicas entre as empresas quando se trata de operações financeiras e contabilísticas17.
O Microsoft Excel 2013 tem um aspeto diferente das versões anteriores.

Tela inicial do Excel 2013.

17 http://www.prolinfo.com.br

119
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

As cinco principais funções do Excel são: Guia de Planilhas


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e anali- Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos
sar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráfi-
gráfico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como cos, tabelas dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada
retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar for- item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
matos pré-definidos em tabelas. Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por pa-
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e adminis- drão encontramos apenas uma planilha.
trar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando
operações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual
seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramen-
tas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar
apresentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem Guia de Planilhas.
ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros. – Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As co-
lunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
Planilha Eletrônica alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma no total de 16.384 colunas em cada planilha.
de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos – Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As
de cálculos matemáticos, simples ou complexos. linhas de uma planilha são representadas em números, formam um
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que cal- total de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical es-
culam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, querda da planilha.
imprimir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a dei-
xar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de
impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Linhas e colunas.

– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na


figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um
endereço que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna
B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome
logo acima da planilha.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula poden-
do conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções
Barra de Fórmulas. está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anterio-
res ao MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
1. Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma repre-
senta tarefas principais executadas no Excel.

120
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

2. Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
3. Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

Faixa de opções do Excel.

Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de prioridade de cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).

121
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).


Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

122
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

• Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

• Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)
Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

123
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas
aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos
que atenda a uma condição especificada: contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE
Sintaxe (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde: O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manuten-
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai ção de Planilhas Eletrônicas.
analisar o critério. A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter- Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação as
valo a ser analisado. versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel 2003).
é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter O Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e
texto neste intervalo. inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e 2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colu-
nas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já es-
tamos acostumados, além de implementar alguns novos, como18:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histo-
grama, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único
local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões anterio-
res era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map dis-
ponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus
dados.
Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gêne- Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação
ro. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores. fácil e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utili-
zam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.
Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solici-
tado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado
e o critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter-
valo a ser analisado.

18 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/

124
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tela Inicial do Excel 2016.

Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas19.

19 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf

125
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

As cinco principais funções do Excel são20:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você pode
personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

20 http://www.prolinfo.com.br

126
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As co-


lunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem
no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As
linhas de uma planilha são representadas em números, formam um
total de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical es- – Referências: uma referência identifica uma célula ou um in-
querda da planilha. tervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel
onde procurar os valores ou dados a serem usados em uma fór-
mula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cál-
culo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARIT- SIGNIFICADO EXEMPLO


MÉTICO
Linhas e colunas. + (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtra-
Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figu- Subtração 3-1
ção)
ra abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um en-
dereço que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, * (Sinal de Multipli-
Multiplicação 3*3
então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome cação)
logo acima da planilha. / (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Per-
Percentagem 15%
centagem)
^ (Sinal de Expo-
Exponenciação 3^4
nenciação)

OPERADOR DE SIGNIFICADO EXEMPLO


COMPARAÇÃO
> (Sinal de Maior Maior do que B2 > V2
que)
Células. < (Sinal de Menor Menor do que C8 < G7
que)
Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)
>= (Sinal de Maior Maior ou igual a B2 >= V2
Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções
ou igual a)
está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anterio-
res ao MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu. =< (Sinal de Menor Menor ou igual a C8 =< G7
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma repre- ou igual a)
senta tarefas principais executadas no Excel. <> (Sinal de Dife- Diferente J10 <> W7
Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados rente)
reunidos.
Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir
informações ou um menu. OPERADOR DE SIGNIFICADO EXEMPLO
REFERÊNCIA
Pasta de trabalho : (Dois pontos) Operador de inter- B5 : J6
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. valo sem exceção
Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm,
; (Ponto e Vírgula) Operador de inter- B8; B7 ; G4
xltx ou xlsb.
valo intercalado
Fórmulas
– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto,
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores
não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor re-
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções,
sultante de uma expressão não é considerado uma constante.
referências, operadores e constantes.

127
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

128
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

129
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exemplo: Onde:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
que verificar se ele é menor que zero. analisar o critério.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula: Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter-
valo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos


contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE
(B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
Função SOMASE Excel
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas O Excel é um aplicativo que permite a criação de planilhas de
aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde cálculo. Essas planilhas são úteis em vários segmentos para contro-
que atenda a uma condição especificada: les dos mais diversos. Através das planilhas podemos montar uma
Sintaxe tabela com fórmulas, gráficos, etc., visando automatizar algum pro-
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado) cesso para facilitar o trabalho, além de planilhas para controle de
Onde: funcionários, produtos e tarefas.
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai O Excel é formado por um conjunto de linhas e colunas e o cru-
analisar o critério. zamento entre a linha e a coluna é chamado de Célula. Essas células
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter- podem ser formatadas de acordo com as categorias abaixo:
valo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido
é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter
texto neste intervalo.

Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gêne-
ro. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.
Algumas fórmulas são úteis para se trabalhar com as células,
Função CONT.SE tais como a SOMA é a MEDIA.
Esta função conta quantas células se atender ao critério solici- — A função SOMA faz a adição de um intervalo de células. No
tado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado caso para somarmos o intervalo de A5 até A10 digitaremos =SO-
e o critério para ser verificado. MA(A5:A10).
— A função MEDIA calcula a média aritmética de um intervalo
Sintaxe de células, no caso para calcularmos a média aritmética do interva-
CONT.SE (intervalo analisado; critério) lo de A5 até A10 digitaremos =MEDIA(A5:A10).

130
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

No Excel 2019 assim como no Word foram adicionadas diversas funções de nuvem para acesso a dispositivos e outras funções para
melhorar a experiência do usuário. Além disso, foram criadas novas fórmulas e novos tipos de gráficos bem como uma integração com o
Microsoft Power-BI.
Vamos destacar o gráfico de Mapa, onde através de uma planilha do Excel monta-se um gráfico conforme a especificação.
Abaixo está um exemplo em que o mapa é destacado conforme as vendas por estado.

O PowerPoint 2013 é um do programa para produção de apresentações incluído no conjunto de programas do Microsoft Office 201321.
Munido de um vasto conjunto de ferramentas, o PowerPoint permite ao utilizador produzir apresentações dinâmicas e profissionais.

Tela inicial do PowerPoint 2013.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor, tipos
de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informações
entre si através do documento, através de comentários.

21 https://carlosdiniz.pt/manuais/Manual_PowerPoint2013.pdf

131
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1. Guia Arquivo: ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar,
Enviar, Publicar e Fechar.

2. Barra de Ferramentas de Acesso Rápido22 : localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão
do Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos independentes da guia exibida no momento. É
possível adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.
3. Barra de Título: exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.

4. Botões de Comando da Janela: acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa Power-
Point.

5. Faixa de Opções: a Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os
comandos são organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou
disposição de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia
Ferramentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos23.

6. Painel de Anotações: nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.
7. Barra de Status: exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

8. Nível de Zoom: clicar para ajustar o nível de zoom.

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O PowerPoint
2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exibição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
22 http://www.professorcarlosmuniz.com.br
23 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.

132
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Modo de exibição de leitura,


– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 engloba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo; es-
colher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura e criar
efeitos, como transições de slides animados.
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do Microsoft Office, e em seguida clicar em Novo.
Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco, Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento
existente ou Modelos do Microsoft Office On-line).
Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.

Tema
No PowerPoint, você verá alguns modelos e temas internos. Um tema é um design de slide que contém correspondências de cores,
fontes e efeitos especiais como sombras, reflexos, dentre outros recursos.
1. Clique na guia Design.

133
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

2. Clique no tema com as cores, as fontes e os efeitos desejados.


3. Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na guia Início e depois no botão Layout, escolha o layout desejado clicando
sobre ele.

Então basta começar a digitar.

Formatar texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o botão
esquerdo.

Fonte: altera o tipo de fonte.


Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/
minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+E.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+G.
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, promoven-
do uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.

Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.

134
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde
listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2013 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher a
transição de slide desejada.

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações como
plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por exemplo, na
imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é a numeração
da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada layout
de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo
tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.

135
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O aplicativo Power Point 2016 é um programa para apresentações eletrônicas de slides. Nele encontramos os mais diversos tipos de
formatações e configurações que podemos aplicar aos slides ou apresentação de vários deles. Através desse aplicativo, podemos ainda,
desenvolver slides para serem exibidos na web, imprimir em transparência para projeção e melhor: desenvolver apresentações para pales-
tras, cursos, apresentações de projetos e produtos, utilizando recursos de áudio e vídeo.
O MS PowerPoint é um aplicativo de apresentação de slides, porém ele não apenas isso, mas também realiza as seguintes tarefas24:
– Edita imagens de forma bem simples;
– Insere e edita áudios mp3, mp4, midi, wav e wma no próprio slide;
– Insere vídeos on-line ou do próprio computador;
– Trabalha com gráficos do MS Excel;
– Grava Macros.

Tela inicial do PowerPoint 2016.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor, tipos
de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.

24 FRANCESCHINI, M. Ms PowerPoint 2016 – Apresentação de Slides.

136
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
– Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informa-
ções entre si através do documento, através de comentários.

Novos Recursos do MS PowerPoint


Na nova versão do PowerPoint, alguns recursos foram adicionados. Vejamos quais são eles.
• Diga-me: serve para encontrar instantaneamente os recursos do aplicativo.
• Gravação de Tela: novo recurso do MS PowerPoint, encontrado na guia Inserir. A Gravação de Tela grava um vídeo com áudio das
ações do usuário no computador, podendo acessar todas as janelas do micro e registrando os movimentos do mouse.

• Compartilhar: permite compartilhar as apresentações com outros usuários on-line para edição simultânea por meio do OneDrive.
• Anotações à Tinta: o usuário pode fazer traços de caneta à mão livre e marca-texto no documento. Esse recurso é acessado por
meio da guia Revisão.

• Ideias de Design: essa nova funcionalidade da guia Design abre um painel lateral que oferece sugestões de remodelagem do slide
atual instantaneamente.

137
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Guia Arquivo
Ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e
Fechar25.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido26


Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de
comandos independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra
de um dos dois locais possíveis.

Barra de Título
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.

25 popescolas.com.br/eb/info/power_point.pdf
26 http://www.professorcarlosmuniz.com.br

138
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Botões de Comando da Janela

Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa PowerPoint.

Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são organiza-
dos em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição de uma página.
Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferramentas de Imagem
somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos27.

Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.

Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

Nível de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O PowerPoint
2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exibição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
– Modo de exibição de leitura,
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.
27 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.

139
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde


você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações Então basta começar a digitar.


Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 englo-
ba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo; Formatar texto
escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para
o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
e criar efeitos, como transições de slides animados. sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão
Ao iniciarmos o aplicativo Power Point 2016, automaticamente pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o bo-
é exibida uma apresentação em branco, na qual você pode começar tão esquerdo.
a montar a apresentação. Repare que essa apresentação é montada Para formatar nossa caixa de texto temos os grupos da guia
sem slides adicionais ou formatações, contendo apenas uma caixa Página Inicial. O primeiro grupo é a Fonte, podemos através deste
de texto com título e subtítulo, sem plano de fundo ou efeito de grupo aplicar um tipo de letra, um tamanho, efeitos, cor, etc.
preenchimento. Para dar continuidade ao seu trabalho e criar uma Fonte: altera o tipo de fonte.
outra apresentação em outro slide, basta clicar em Página Inicial e Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
em seguida Novo Slide. Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecio-
nado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre
caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para
MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/
minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também
pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado
através do comando Ctrl+E.
Layout Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode
O layout é o formato que o slide terá na apresentação como ser acionado através do comando Ctrl+G.
títulos, imagens, tabelas, entre outros. Nesse caso, você pode esco- Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicio-
lher entre os vários tipos de layout. nando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, pro-
Para escolher qual layout você prefere, faça o seguinte proce- movendo uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita
dimento: da página.
1. Clique em Página Inicial; Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.
2. Após clique em Layout;
3. Em seguida, escolha a opção.

140
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde
listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2016 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher a
transição de slide desejada.

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações como
plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por exemplo, na
imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é a numeração
da página no topo direito superior.

141
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mes-


tre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada
layout de slide seja configurado de maneira diferente, todos os
layouts que estão associados a um determinado slide mestre con-
têm o mesmo tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida
em Slide Mestre.

Com as opções abaixo podemos escolher os marcadores para


os tópicos conforme desejado, vide figura abaixo:

Outros Recursos interessantes utilizados com frequência e


Powerpoint mantidos nesta versão:
O PowerPoint é um aplicativo usado para montar apresenta-
ções, facilitando assim a demonstração e o entendimento de um Guia / Menu Ícones do menu Ação
determinado assunto. Podemos montar uma aula, uma apresen-
Para mudar a
tação para uma reunião ou uma palestra de modo relativamente
Forma
simples, apenas digitando na sua área de trabalho ou inserindo
Na página Para Mudar a cor
imagens de acordo com formatações desejadas.
inicial de fundo
Ao iniciarmos a digitação de uma apresentação podemos utili-
Para mudar a cor
zar de recursos padrão do Office, tais como:
do texto
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Verifique o quadro, que apresenta cada uma das funções exem- Para inserir Tabelas
plificadas a seguir. No menu Para inserir Ima-
gens

Para a verificação e
Guia página inicial Função No menu Re-
correção ortográ-
visão
Opção para mudar o fica
Tipo de letra
No menu ar- Para salvar o docu-
Opção para mudar o quivo mento
tamanho da letra
Opção para aumentar / • Alinhamentos de linhas
diminuir o tamanho da
letra Guia da Pá- Tecla de
Tipo de Alinhamento
Muda de minúsculas gina Inicial Atalho
para maiúsculas Alinhamento justificado, isto é, o
parágrafo é alinhado de tal forma
Control + J
Limpa a formatação que fique alinhado a direita e a
esquerda.
Control
Os marcadores servem para organizar um texto em tópicos da Texto alinhado a direita
+G
seguinte forma:
Texto centralizado Control + E
Control
Texto alinhado a esquerda
+Q

142
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Funções interessantes para aplicar em apresentações LibreOffice Writer


O Writer é um editor de texto semelhante ao Word embutido
Uma vez que fizemos o primeiro slide na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir cartas, livros, aposti-
Duplicar slides podemos duplica-lo para construir os las e comunicações em geral.
outros slides; Vamos então detalhar as principais funcionalidades.

Podemos escolher temas pré-definidos. Área de trabalho do Writer


Escolha de temas Desta forma aproveitamos toda a for- Nesta área podemos digitar nosso texto e formatá-lo de acordo
matação herdada do tema; com a necessidade. Suas configurações são bastante semelhantes
Mostrar a apresen- às do conhecido Word, e é nessa área de trabalho que criaremos
A tecla F5 mostra a apresentação; nossos documentos.
tação
É a passagem de um slide para o próxi-
Transições mo, desta forma podemos alterar esta
transição conforme a desejada.

NO PowerPoint 2019 foram implementadas melhorias a acesso


a nuvem e acesso a diversos dispositivos, novos modelos e transi-
ções, bem como uma melhoria geral na experiência do usuário em
geral. Foi adicionada ainda a ferramenta “zoom” e a “transformar”,
além do recurso de inclusão de imagens 3D na apresentação.

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE TEXTO, PLANILHA Iniciando um novo documento


E APRESENTAÇÃO DO PACOTE LIBREOFFICE (WRITER,
CALC E IMPRESS) - VERSÕES 5 E 6

LIBREOFFICE OU BROFFICE

Conhecendo a Barra de Ferramentas

Alinhamentos
Ao digitar um texto frequentemente temos que alinhá-lo para
atender as necessidades do documento em que estamos trabalha-
mos, vamos tratar um pouco disso a seguir:
LibreOffice é uma suíte de aplicativos voltados para atividades
de escritório semelhantes aos do Microsoft Office (Word, Excel, Po-
werPoint ...). Vamos verificar então os aplicativos do LibreOffice:
Writer, Calc e o Impress).
O LibreOffice está disponível para Windows, Unix, Solaris, Linux
e Mac OS X, mas é amplamente utilizado por usuários não Windo-
ws, visto a sua concorrência com o OFFICE.
Abaixo detalharemos seus aplicativos:

143
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

GUIA PÁGINA Outros Recursos interessantes:


ALINHAMENTO TECLA DE ATALHO
INCIAL
Alinhamento a ÍCONE FUNÇÃO
Control + L
esquerda Mudar cor de Fundo
Mudar cor do texto
Centralizar o texto Control + E
Inserir Tabelas
Inserir Imagens
Alinhamento a direita Control + R
Inserir Gráficos
Justificar (isto é Inserir Caixa de Texto
arruma os dois lados,
Verificação e correção ortográfica
direita e esquerda Control + J
de acordo com as
margens. Salvar

Formatação de letras (Tipos e Tamanho) LibreOffice Calc


O Calc é um editor de planilhas semelhante ao Excel embutido
na suíte LibreOffice, e com ele podemos redigir tabelas para cálcu-
los, gráficos e estabelecer planilhas para os mais diversos fins.
GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO
Área de trabalho do CALC
Tipo de letra Nesta área podemos digitar nossos dados e formatá-los de
acordo com a necessidade, utilizando ferramentas bastante seme-
Tamanho da letra lhantes às já conhecidas do Office.

Aumenta / diminui tamanho

Itálico

Sublinhado

Taxado

Sobrescrito

Subescrito

Marcadores e listas numeradas


Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Vamos à algumas funcionalidades


OU — Formatação de letras (Tipos e Tamanho)

Nesse caso podemos utilizar marcadores ou a lista numerada


na barra de ferramentas, escolhendo um ou outro, segundo a nossa GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO
necessidade e estilo que ser aplicado no documento.
Tipo de letra

Tamanho da letra

Aumenta / diminui
tamanho

144
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Itálico

Cor da Fonte

Cor Plano de Fundo

Outros Recursos interessantes

ÍCONE FUNÇÃO
Ordenar
Ordenar em ordem
crescente
Auto Filtro
Inserir Caixa de Texto Para inserirmos dados basta posicionarmos o cursor na célula e
Inserir imagem digitarmos, a partir daí iniciamos a criação da planilha.
Inserir gráfico
Formatação células
Verificação e correção
ortográfica

Salvar

Cálculos automáticos
Além das organizações básicas de planilha, o Calc permite a
criação de tabelas para cálculos automáticos e análise de dados e
gráficos totais.
São exemplos de planilhas CALC.
— Planilha para cálculos financeiros.
— Planilha de vendas
— Planilha de custos

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente. Mas como funciona uma planilha de cálculo? Veja:

Fórmulas básicas
— SOMA
A função SOMA faz uma soma de um intervalo de células. Por
exemplo, para somar números de B2 até B6 temos
=SOMA(B2;B6)

— MÉDIA
A função média faz uma média de um intervalo de células. Por
exemplo, para calcular a média de B2 até B6 temos
=MÉDIA(B2;B6)

LibreOffice impress
O IMPRESS é o editor de apresentações semelhante ao Power-
A unidade central de uma planilha eletrônica é a célula que Point na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir apresentações
nada mais é que o cruzamento entre a linha e a coluna. Neste exem- para diversas finalidades.
plo coluna A, linha 2 ( Célula A2 ) São exemplos de apresentações IMPRESS.
Podemos também ter o intervalo A1..B3 — Apresentação para uma reunião;
— Apresentação para uma aula;
— Apresentação para uma palestra.

145
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A apresentação é uma excelente forma de abordagem de um Itens demarcados na figura acima:


tema, pois podemos resumir e ressaltar os principais assuntos abor- — Texto: Largura, altura, espaçamento, efeitos.
dados de forma explicativa. As ferramentas que veremos a seguir — Caractere: Letra, estilo, tamanho.
facilitam o processo de trabalho com a aplicação. Confira: — Parágrafo: Antes, depois, alinhamento.
Área de trabalho — Marcadores e numerações: Organização dos elementos e
Ao clicarmos para entrar no LibreOffice Impress vamos nos de- tópicos.
parar com a tela abaixo. Nesta tela podemos selecionar um modelo
para iniciar a apresentação. O modelo é uma opção interessante Outros Recursos interessantes:
visto que já possui uma formatação prévia facilitando o início e de-
senvolvimento do trabalho. ÍCONE FUNÇÃO
Inserir Tabelas
Inserir Imagens
Inserir Gráficos
Inserir Caixa de Texto
Verificação e correção
ortográfica

Salvar

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo obtendo vários no


Neste momento já podemos aproveitar a área interna para es- mesmo formato, e podemos apenas alterar o texto e imagens para
crever conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas, ou criar os próximos.
até mesmo excluí-las.
No exemplo a seguir perceba que já escrevi um título na caixa
superior e um texto na caixa inferior, também movi com o mouse os
quadrados delimitados para adequá-los melhor.

Formatação dos textos:

146
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O eM Client é um cliente de e-mail similar ao Outlook, desta


forma é possível gerenciar mensagens, agendas e contatos. O eM
cliente permite o gerenciamento e sincronização dos seguintes
Percebemos agora que temos uma apresentação com dois sli- itens:
des padronizados, bastando agora alterá-los com os textos corre- — Gerenciamento de e-mails;
tos. Além de copiar podemos movê-los de uma posição para outra, — Gerenciamento de calendário;
trocando a ordem dos slides ou mesmo excluindo quando se fizer — Contatos e Grupos;
necessário. — Tarefas;
— Compromissos;
Transições — Acesso offline;
Um recurso amplamente utilizado é o de inserir as transições, — Assinaturas customizadas;
que é a maneira como os itens dos slides vão surgir na apresenta- — Bate papo integrado;
ção. No canto direito, conforme indicado a seguir, podemos selecio- — Tradutor integrado;
nar a transição desejada: — Integração com serviços de nuvem (Google drive, One drive
e etc...).

Dentro do seu contexto o eM Client oferece um equilíbrio entre


usabilidade e acessibilidade e sua curva de adaptabilidade e apren-
dizagem é baixa e rápida.

CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS À


INTERNET E INTRANET, BUSCA E PESQUISA NA WEB,
MECANISMOS DE BUSCA NA WEB. NAVEGADORES DE
INTERNET: INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX,
GOOGLE CHROME

Tipos de rede de computadores


• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido.
Exemplos: casa, escritório, etc.

A partir daí estamos com a apresentação pronta, bastando cli-


car em F5 para exibirmos o trabalho em tela cheia, também aces-
sível no menu “Apresentação”, conforme indicado na figura abaixo.

147
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem- • Sites


plo. Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns


dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

Internet Explorer 11

• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que


a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
mos o conceito.

• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Micro-


soft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador sim-
plificado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
Navegação e navegadores da Internet – Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que
protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
• Internet – Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um en-
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção dereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co- www.gov.br/pt-br/
municam. – Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No
exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
• Procedimentos de Internet e intranet pt-br/ está aberta.
Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas – Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa- – Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como:
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down- imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre
load), etc. outras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da inter-


net muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos
que possibilitam ricas experiências para os usuários.

148
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox

Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto de nosso estudo:

149
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox

5 Barra de Endereços

6 Ver históricos e favoritos Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

Mostra um painel sobre os favoritos (Barra, 1 Botão Voltar uma página


7
Menu e outros)
2 Botão avançar uma página
Sincronização com a conta FireFox (Vamos
8
detalhar adiante)
3 Botão atualizar a página
9 Mostra menu de contexto com várias opções
4 Barra de Endereço.
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
5 Adicionar Favoritos
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc., 6 Usuário Atual
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa- Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da- seguir.
dos seguros após o uso.
O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
Google Chrome dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
nalidades.

• Favoritos
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi- pronto.
biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa- Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
das por concorrentes. voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Vejamos: Para removê-lo, basta clicar em excluir.
• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
(+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

150
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Histórico • Sincronização
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, rão disponíveis na sua conta Google.
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo Por exemplo:
dia a dia se preferir. – Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do


usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

• Pesquisar palavras Safari


Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes- O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o ções implementadas.
progresso e os downloads concluídos. Vejamos:

151
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bastante comuns.


Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para posterior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endereços. Para
adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e pronto.
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para removê-
-lo, basta clicar em excluir.

152
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.

• Histórico e Favoritos
CONCEITOS BÁSICOS DE SEGURANÇA NA INTERNET E
VÍRUS DE COMPUTADORES

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção
de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi-
zação28.
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma cor-
poração, sendo também fundamentais para as atividades do negó-
cio.
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata-
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém,
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro-
blemas.
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares29:
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí-
• Pesquisar palavras vel somente a pessoas autorizadas.
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em – Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja,
atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po- de modo permanente a elas.
demos digitar parte do que procuramos, e será localizado. – Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja,
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e
• Salvando Textos e Imagens da Internet nem em qual etapa, se no processamento ou no envio.
Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão – Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto-
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta. ria do conteúdo seja mesmo a anunciada.
28 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
29 https://bit.ly/2E5beRr

153
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Existem outros termos importantes com os quais um profissio- Mecanismos de segurança


nal da área trabalha no dia a dia. Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, Ele pode ser aplicado de duas formas:
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
uma delas. mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
– Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um anti-
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- vírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos
da informação, ainda que sem intenção de encriptação, que transformam as informações em códigos que
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne- terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio. certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
explorada por uma ameaça.
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con- Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por
teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada. profissional habilitado conforme o plano de segurança da informa-
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, ção da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran-
ça da informação. Criptografia
É uma maneira de codificar uma informação para que somen-
Tipos de ataques te o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles30: uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar informação31.
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque Tem duas maneiras de criptografar informações:
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses- • Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera- secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma
ção, fraude, reprodução, bloqueio). sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensa-
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole- gem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a
infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da chave secreta para poder ler a mensagem.
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep- • Criptografia assimétrica (chave pública):tem duas chaves re-
tação, monitoramento, análise de pacotes). lacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pes-
soa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada
Política de Segurança da Informação é mantida em segredo, para que somente você saiba.
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança
da organização através de regras de alto nível que representam os Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá
princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com ser descriptografada pela chave privada.
a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti- Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só
co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para
para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo: criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra • Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e per-
de formação e periodicidade de troca. mitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da
• Política de backup: define as regras sobre a realização de có- informação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permi-
pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten- te o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a
ção e frequência de execução. ação. A chave é integrada ao documento, com isso se houver algu-
• Política de privacidade: define como são tratadas as infor- ma alteração de informação invalida o documento.
mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários. • Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pes-
• Política de confidencialidade: define como são tratadas as soa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.
informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas Firewall
a terceiros. Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança ba-
seada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um
conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para
determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados
30 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-se- 31 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-prote-
guranca-da-informacao/ cao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/

154
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

podem ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de NOÇÕES DE VÍRUS, ANTIVÍRUS
barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basica-
mente em bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos Noções de vírus, worms e pragas virtuais (Malwares)
bem-vindos. – Malwares (Pragas): São programas mal intencionados, isto é,
programas maliciosos que servem pra danificar seu sistema e dimi-
nuir o desempenho do computador;
– Vírus: São programas maliciosos que, para serem iniciados, é
necessária uma ação (por exemplo um click por parte do usuário);
– Worms: São programas que diminuem o desempenho do
sistema, isto é, eles exploram a vulnerabilidade do computador se
instalam e se replicam, não precisam de clique do mouse por parte
do usuário ou ação automática do sistema.

Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware


etc.)

• Antivírus
Representação de um firewall.32 O antivírus é um software que encontra arquivos e programas
maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce um pa-
Formas de segurança e proteção pel fundamental protegendo o computador. O antivírus evita que
– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou até mesmo
com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa de uma ação inesperada em que o usuário aciona um executável
que está acessando o sistema é quem ela diz ser33. que contém um vírus. Ele pode executar algumas medidas como
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extrema- quarentena, remoção definitiva e reparos.
mente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos po-
como os olhos ou digital. tencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e toma as
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de medidas de segurança.
nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúscu- • Firewall
las, números e caracteres especiais como @ # $ % & *. Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele deter-
– Instalação de antivírus com atualizações constantes. mina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou corporativa,
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atua- bloqueando entradas indesejáveis e protegendo assim o compu-
lizados, principalmente os softwares de segurança e sistema opera- tador. Pode ter regras simples ou complexas, dependendo da im-
cional. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações plementação, isso pode ser limitado a combinações simples de IP /
automaticamente. porta ou fazer verificações completas.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a
recomendada. • Antispyware
– Sempre estar com o firewall ativo. Spyware é um software espião, que rouba as informações, em
– Anti-spam instalados. contrário, o antispyware protege o computador funcionando como
– Manter um backup para caso de pane ou ataque. o antivírus em todos os sentidos, conforme relatado acima. Muitos
– Evite sites duvidosos. antivírus inclusive já englobam tais funções em sua especificação.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver
anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja
necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos an-
teriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

32 Fonte: https://helpdigitalti.com.
br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20
%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%C3%A3o%20de,de%20dados%20
podem%20ser%20executadas.
33 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-prote-
cao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/

155
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos


QUESTÕES de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen-
tos associados à Internet, julgue o próximo item.
1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter-
principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o
versões em papel para o formato digital, é denominado áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no
(A) joystick. Youtube (http://www.youtube.com).
(B) plotter. ( ) CERTO
(C) scanner. ( ) ERRADO
(D) webcam.
(E) pendrive. 7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a
execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar
2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um danos ao computador do usuário.
novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem ( ) CERTO
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou ( ) ERRADO
baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna-
tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou 8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail
adicionada para resolver o problema constatado por João. com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên-
(A) Placa de som cia de vírus.
(B) Placa de fax modem Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
(C) Placa usb adotado no exemplo acima.
(D) Placa de captura (A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo
(E) Placa de vídeo ao administrador de rede.
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo
3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe- de vírus.
riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída (C) Apagar o e-mail, sem abri-lo.
e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta (D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
um exemplo de periférico somente de entrada. toramento.
(A) Monitor (E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a
(B) Impressora analisá-lo posteriormente.
(C) Caixa de som
(D) Headphone 9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows
(E) Mouse 7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver-
são para processadores de 64 bits.
4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado- ( ) CERTO
res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi- ( ) ERRADO
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende- 10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do
reço válido na Internet é: Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é
(A) http:@site.com.br uma versão oficial do Microsoft Windows
(B) HTML:site.estado.gov (A) Windows 7
(C) html://www.mundo.com (B) Windows 10
(D) https://meusite.org.br (C) Windows 8.1
(E) www.#social.*site.com (D) Windows 9
(E) Windows Server 2012
5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido-
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e 11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso Windows:
presencial, chamamos esse serviço de: (A) Windows Gold.
(A) Computação On-Line. (B) Windows 8.
(B) Computação na nuvem. (C) Windows 7.
(C) Computação em Tempo Real. (D) Windows XP.
(D) Computação em Block Time.
(E) Computação Visual 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe-
cuta?
(A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
(B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
(C) Capturar uma janela inteira

156
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(D) Capturar uma seção retangular da tela. 19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint
(E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou 2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
uma caneta eletrônica cativo.
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
assinale a alternativa INCORRETA:
(A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
pela Microsoft.
(B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
pre visível ao usuário.
(C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
7 dentro do Windows 8. ( ) CERTO
(D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado ( ) ERRADO
Kapersky.
(E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado- 20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so-
res x86 e 64 bits. noros à apresentação em elaboração.
( ) CERTO
14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi- ( ) ERRADO
tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as
quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
( ) CERTO GABARITO
( ) ERRADO

15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo de 1 C


um diretório, arquivos ou subdiretórios é o 2 E
(A) init 0.
(B) init 6. 3 E
(C) exit 4 D
(D) ls.
5 B
(E) cd.
6 ERRADO
16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou 7 CERTO
minúsculas
( ) CERTO 8 C
( ) ERRADO 9 CERTO
10 D
17. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
(A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô- 11 A
nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção 12 B
de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
meros e letras. 13 D
(B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração 14 CERTO
e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
(C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é 15 D
útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos 16 CERTO
que o Excel.
17 A
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
gens de correio eletrônico. 18 D
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio 19 CERTO
e recebimento de páginas web.
20 CERTO
18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen-
ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági-
na Inicial” do Word 2010.
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
do documento.
(C) Definir o alinhamento do texto.
(D) Inserir uma tabela no texto

157
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ANOTAÇÕES

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 5º Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a empresa


LEI Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016 - DISPÕE pública e a sociedade de economia mista que participem de con-
SOBRE O ESTATUTO JURÍDICO DA EMPRESA PÚBLICA, sórcio, conforme disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de
DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E DE SUAS dezembro de 1976 , na condição de operadora.
SUBSIDIÁRIAS, NO ÂMBITO DA UNIÃO, DOS ESTADOS, § 6º Submete-se ao regime previsto nesta Lei a sociedade, in-
DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS clusive a de propósito específico, que seja controlada por empre-
sa pública ou sociedade de economia mista abrangidas no caput .
LEI Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016. § 7º Na participação em sociedade empresarial em que a em-
presa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias
Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da socie- não detenham o controle acionário, essas deverão adotar, no de-
dade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, ver de fiscalizar, práticas de governança e controle proporcionais
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. à relevância, à materialidade e aos riscos do negócio do qual são
partícipes, considerando, para esse fim:
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de I - documentos e informações estratégicos do negócio e de-
PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional mais relatórios e informações produzidos por força de acordo de
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: acionistas e de Lei considerados essenciais para a defesa de seus
interesses na sociedade empresarial investida;
TÍTULO I II - relatório de execução do orçamento e de realização de
DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS investimentos programados pela sociedade, inclusive quanto ao
E ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA alinhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos
de mercado;
CAPÍTULO I III - informe sobre execução da política de transações com
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES partes relacionadas;
IV - análise das condições de alavancagem financeira da so-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empre- ciedade;
sa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiá- V - avaliação de inversões financeiras e de processos relevan-
rias, abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade tes de alienação de bens móveis e imóveis da sociedade;
de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e VI - relatório de risco das contratações para execução de
dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou obras, fornecimento de bens e prestação de serviços relevantes
comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que para os interesses da investidora;
a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da VII - informe sobre execução de projetos relevantes para os
União ou seja de prestação de serviços públicos. interesses da investidora;
§ 1º O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2º, 3º, VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade,
4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 11, 12 e 27, não se aplica à empresa pública de condicionantes socioambientais estabelecidas pelos órgãos
e à sociedade de economia mista que tiver, em conjunto com ambientais;
suas respectivas subsidiárias, no exercício social anterior, receita IX - avaliação das necessidades de novos aportes na socieda-
operacional bruta inferior a R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de e dos possíveis riscos de redução da rentabilidade esperada
de reais). do negócio;
§ 2º O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta Lei apli- X - qualquer outro relatório, documento ou informação pro-
ca-se inclusive à empresa pública dependente, definida nos ter- duzido pela sociedade empresarial investida considerado rele-
mos do inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 de vante para o cumprimento do comando constante do caput .
maio de 2000 , que explore atividade econômica, ainda que a Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado
atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de eco-
União ou seja de prestação de serviços públicos. nomia mista e de suas subsidiárias.
§ 3º Os Poderes Executivos poderão editar atos que estabele- § 1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de
çam regras de governança destinadas às suas respectivas empre- economia mista dependerá de prévia autorização legal que indi-
sas públicas e sociedades de economia mista que se enquadrem que, de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo
na hipótese do § 1º, observadas as diretrizes gerais desta Lei. de segurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da Cons-
§ 4º A não edição dos atos de que trata o § 3º no prazo de tituição Federal .
180 (cento e oitenta) dias a partir da publicação desta Lei subme-
te as respectivas empresas públicas e sociedades de economia
mista às regras de governança previstas no Título I desta Lei.

159
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 2º Depende de autorização legislativa a criação de subsi- elaboração de demonstrações financeiras, inclusive a obrigato-
diárias de empresa pública e de sociedade de economia mista, riedade de auditoria independente por auditor registrado nesse
assim como a participação de qualquer delas em empresa priva- órgão.
da, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora, Art. 8º As empresas públicas e as sociedades de economia
nos termos do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal . mista deverão observar, no mínimo, os seguintes requisitos de
§ 3º A autorização para participação em empresa privada transparência:
prevista no § 2º não se aplica a operações de tesouraria, adju- I - elaboração de carta anual, subscrita pelos membros do
dicação de ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho de Administração, com a explicitação dos compromis-
Conselho de Administração em linha com o plano de negócios sos de consecução de objetivos de políticas públicas pela empre-
da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas sa pública, pela sociedade de economia mista e por suas subsi-
respectivas subsidiárias. diárias, em atendimento ao interesse coletivo ou ao imperativo
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personali- de segurança nacional que justificou a autorização para suas
dade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei respectivas criações, com definição clara dos recursos a serem
e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente empregados para esse fim, bem como dos impactos econômi-
detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos co-financeiros da consecução desses objetivos, mensuráveis por
Municípios. meio de indicadores objetivos;
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante per- II - adequação de seu estatuto social à autorização legislativa
maneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal de sua criação;
ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a III - divulgação tempestiva e atualizada de informações rele-
participação de outras pessoas jurídicas de direito público inter- vantes, em especial as relativas a atividades desenvolvidas, estru-
no, bem como de entidades da administração indireta da União, tura de controle, fatores de risco, dados econômico-financeiros,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. comentários dos administradores sobre o desempenho, políticas
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de e práticas de governança corporativa e descrição da composição
personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada e da remuneração da administração;
por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com di- IV - elaboração e divulgação de política de divulgação de in-
reito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao formações, em conformidade com a legislação em vigor e com as
Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração melhores práticas;
indireta. V - elaboração de política de distribuição de dividendos, à luz
§ 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia do interesse público que justificou a criação da empresa pública
mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista contro- ou da sociedade de economia mista;
lador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , VI - divulgação, em nota explicativa às demonstrações fi-
e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia, nanceiras, dos dados operacionais e financeiros das atividades
respeitado o interesse público que justificou sua criação. relacionadas à consecução dos fins de interesse coletivo ou de
§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de segurança nacional;
economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários VII - elaboração e divulgação da política de transações com
sujeita-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de partes relacionadas, em conformidade com os requisitos de com-
1976 . petitividade, conformidade, transparência, equidade e comutati-
vidade, que deverá ser revista, no mínimo, anualmente e aprova-
CAPÍTULO II da pelo Conselho de Administração;
DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA VIII - ampla divulgação, ao público em geral, de carta anual
E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA de governança corporativa, que consolide em um único docu-
mento escrito, em linguagem clara e direta, as informações de
SEÇÃO I que trata o inciso III;
DAS NORMAS GERAIS IX - divulgação anual de relatório integrado ou de sustenta-
bilidade.
Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a § 1º O interesse público da empresa pública e da sociedade
forma de sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta Lei, de economia mista, respeitadas as razões que motivaram a auto-
estará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de de- rização legislativa, manifesta-se por meio do alinhamento entre
zembro de 1976 . seus objetivos e aqueles de políticas públicas, na forma explicita-
Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de eco- da na carta anual a que se refere o inciso I do caput .
nomia mista e de suas subsidiárias deverá observar regras de go- § 2º Quaisquer obrigações e responsabilidades que a empre-
vernança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas sa pública e a sociedade de economia mista que explorem ativi-
de gestão de riscos e de controle interno, composição da admi- dade econômica assumam em condições distintas às de qualquer
nistração e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, outra empresa do setor privado em que atuam deverão:
todos constantes desta Lei. I - estar claramente definidas em lei ou regulamento, bem
Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as socieda- como previstas em contrato, convênio ou ajuste celebrado com o
des de economia mista de capital fechado e as suas subsidiárias ente público competente para estabelecê-las, observada a ampla
as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as publicidade desses instrumentos;
normas da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e II - ter seu custo e suas receitas discriminados e divulgados
de forma transparente, inclusive no plano contábil.

160
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 3º Além das obrigações contidas neste artigo, as socieda- selho de Administração e para o Conselho Fiscal, com compe-
des de economia mista com registro na Comissão de Valores Mo- tência para auxiliar o acionista controlador na indicação desses
biliários sujeitam-se ao regime informacional estabelecido por membros.
essa autarquia e devem divulgar as informações previstas neste Parágrafo único. Devem ser divulgadas as atas das reuniões
artigo na forma fixada em suas normas. do comitê estatutário referido no caput realizadas com o fim de
§ 4º Os documentos resultantes do cumprimento dos re- verificar o cumprimento, pelos membros indicados, dos requisi-
quisitos de transparência constantes dos incisos I a IX do caput tos definidos na política de indicação, devendo ser registradas as
deverão ser publicamente divulgados na internet de forma per- eventuais manifestações divergentes de conselheiros.
manente e cumulativa. Art. 11. A empresa pública não poderá:
Art. 9º A empresa pública e a sociedade de economia mista I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários,
adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e conversíveis em ações;
controle interno que abranjam: II - emitir partes beneficiárias.
I - ação dos administradores e empregados, por meio da im- Art. 12. A empresa pública e a sociedade de economia mista
plementação cotidiana de práticas de controle interno; deverão:
II - área responsável pela verificação de cumprimento de I - divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos ad-
obrigações e de gestão de riscos; ministradores;
III - auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário. II - adequar constantemente suas práticas ao Código de Con-
§ 1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e duta e Integridade e a outras regras de boa prática de governança
Integridade, que disponha sobre: corporativa, na forma estabelecida na regulamentação desta Lei.
I - princípios, valores e missão da empresa pública e da so- Parágrafo único. A sociedade de economia mista poderá so-
ciedade de economia mista, bem como orientações sobre a pre- lucionar, mediante arbitragem, as divergências entre acionistas e
venção de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas mino-
e fraude; ritários, nos termos previstos em seu estatuto social.
II - instâncias internas responsáveis pela atualização e aplica- Art. 13. A lei que autorizar a criação da empresa pública e da
ção do Código de Conduta e Integridade; sociedade de economia mista deverá dispor sobre as diretrizes
III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de de- e restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto da
núncias internas e externas relativas ao descumprimento do Có- companhia, em especial sobre:
digo de Conduta e Integridade e das demais normas internas de I - constituição e funcionamento do Conselho de Administra-
ética e obrigacionais; ção, observados o número mínimo de 7 (sete) e o número máxi-
IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie mo de 11 (onze) membros;
de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias; II - requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor,
V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Códi- observado o número mínimo de 3 (três) diretores;
go de Conduta e Integridade; III - avaliação de desempenho, individual e coletiva, de perio-
VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, dicidade anual, dos administradores e dos membros de comitês,
sobre Código de Conduta e Integridade, a empregados e admi- observados os seguintes quesitos mínimos:
nistradores, e sobre a política de gestão de riscos, a administra- a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude
dores. e à eficácia da ação administrativa;
§ 2º A área responsável pela verificação de cumprimento de b) contribuição para o resultado do exercício;
obrigações e de gestão de riscos deverá ser vinculada ao diretor- c) consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negó-
-presidente e liderada por diretor estatutário, devendo o esta- cios e atendimento à estratégia de longo prazo;
tuto social prever as atribuições da área, bem como estabelecer IV - constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que
mecanismos que assegurem atuação independente. exercerá suas atribuições de modo permanente;
§ 3º A auditoria interna deverá: V - constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria Es-
I - ser vinculada ao Conselho de Administração, diretamente tatutário;
ou por meio do Comitê de Auditoria Estatutário; VI - prazo de gestão dos membros do Conselho de Adminis-
II - ser responsável por aferir a adequação do controle inter- tração e dos indicados para o cargo de diretor, que será unificado
no, a efetividade do gerenciamento dos riscos e dos processos de e não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3
governança e a confiabilidade do processo de coleta, mensura- (três) reconduções consecutivas;
ção, classificação, acumulação, registro e divulgação de eventos VII – (VETADO);
e transações, visando ao preparo de demonstrações financeiras. VIII - prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não
§ 4º O estatuto social deverá prever, ainda, a possibilidade superior a 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) reconduções conse-
de que a área de compliance se reporte diretamente ao Conselho cutivas.
de Administração em situações em que se suspeite do envolvi-
mento do diretor-presidente em irregularidades ou quando este
se furtar à obrigação de adotar medidas necessárias em relação
à situação a ele relatada.
Art. 10. A empresa pública e a sociedade de economia mista
deverão criar comitê estatutário para verificar a conformidade
do processo de indicação e de avaliação de membros para o Con-

161
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

SEÇÃO II 3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação


DO ACIONISTA CONTROLADOR da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal
Art. 14. O acionista controlador da empresa pública e da so- em atividade direta ou indiretamente vinculada à área de atua-
ciedade de economia mista deverá: ção da empresa pública ou sociedade de economia mista;
I - fazer constar do Código de Conduta e Integridade, aplicá- II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o
vel à alta administração, a vedação à divulgação, sem autoriza- qual foi indicado; e
ção do órgão competente da empresa pública ou da sociedade III - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previs-
de economia mista, de informação que possa causar impacto na tas nas alíneas do inciso I do caput do art. 1º da Lei Complemen-
cotação dos títulos da empresa pública ou da sociedade de eco- tar nº 64, de 18 de maio de 1990 , com as alterações introduzidas
nomia mista e em suas relações com o mercado ou com consumi- pela Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010.
dores e fornecedores; § 1º O estatuto da empresa pública, da sociedade de econo-
II - preservar a independência do Conselho de Administração mia mista e de suas subsidiárias poderá dispor sobre a contrata-
no exercício de suas funções; ção de seguro de responsabilidade civil pelos administradores.
III - observar a política de indicação na escolha dos adminis- § 2º É vedada a indicação, para o Conselho de Administração
tradores e membros do Conselho Fiscal. e para a diretoria:
Art. 15. O acionista controlador da empresa pública e da I - de representante do órgão regulador ao qual a empresa
sociedade de economia mista responderá pelos atos praticados pública ou a sociedade de economia mista está sujeita, de Minis-
com abuso de poder, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de de- tro de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal,
zembro de 1976 . de titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço públi-
§ 1º A ação de reparação poderá ser proposta pela socieda- co, de natureza especial ou de direção e assessoramento supe-
de, nos termos do art. 246 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro rior na administração pública, de dirigente estatutário de partido
de 1976 , pelo terceiro prejudicado ou pelos demais sócios, in- político e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer
dependentemente de autorização da assembleia-geral de acio- ente da federação, ainda que licenciados do cargo;
nistas. II - de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses,
§ 2º Prescreve em 6 (seis) anos, contados da data da prática como participante de estrutura decisória de partido político ou
do ato abusivo, a ação a que se refere o § 1º. em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização
de campanha eleitoral;
SEÇÃO III III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical;
DO ADMINISTRADOR IV - de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como
fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de bens ou
Art. 16. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, o administrador serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administra-
de empresa pública e de sociedade de economia mista é subme- tiva controladora da empresa pública ou da sociedade de econo-
tido às normas previstas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de mia mista ou com a própria empresa ou sociedade em período
1976 . inferior a 3 (três) anos antes da data de nomeação;
Parágrafo único. Consideram-se administradores da empre- V - de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de con-
sa pública e da sociedade de economia mista os membros do flito de interesse com a pessoa político-administrativa controla-
Conselho de Administração e da diretoria. dora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou
Art. 17. Os membros do Conselho de Administração e os in- com a própria empresa ou sociedade.
dicados para os cargos de diretor, inclusive presidente, diretor- § 3º A vedação prevista no inciso I do § 2º estende-se tam-
-geral e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de bém aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das
reputação ilibada e de notório conhecimento, devendo ser aten- pessoas nele mencionadas.
didos, alternativamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b” § 4º Os administradores eleitos devem participar, na posse e
e “c” do inciso I e, cumulativamente, os requisitos dos incisos II anualmente, de treinamentos específicos sobre legislação socie-
e III: tária e de mercado de capitais, divulgação de informações, con-
I - ter experiência profissional de, no mínimo: trole interno, código de conduta, a Lei nº 12.846, de 1º de agosto
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de de 2013 (Lei Anticorrupção), e demais temas relacionados às ati-
atuação da empresa pública ou da sociedade de economia mista vidades da empresa pública ou da sociedade de economia mista.
ou em área conexa àquela para a qual forem indicados em função § 5º Os requisitos previstos no inciso I do caput poderão ser
de direção superior; ou dispensados no caso de indicação de empregado da empresa pú-
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes blica ou da sociedade de economia mista para cargo de admi-
cargos: nistrador ou como membro de comitê, desde que atendidos os
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de seguintes quesitos mínimos:
porte ou objeto social semelhante ao da empresa pública ou da I - o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na
sociedade de economia mista, entendendo-se como cargo de sociedade de economia mista por meio de concurso público de
chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos provas ou de provas e títulos;
não estatutários mais altos da empresa; II - o empregado tenha mais de 10 (dez) anos de trabalho
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a efetivo na empresa pública ou na sociedade de economia mista;
DAS-4 ou superior, no setor público;

162
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

III - o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior SEÇÃO V


da empresa pública ou da sociedade de economia mista, com- DO MEMBRO INDEPENDENTE DO CONSELHO DE
provando sua capacidade para assumir as responsabilidades dos ADMINISTRAÇÃO
cargos de que trata o caput .
Art. 22. O Conselho de Administração deve ser composto,
SEÇÃO IV no mínimo, por 25% (vinte e cinco por cento) de membros in-
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO dependentes ou por pelo menos 1 (um), caso haja decisão pelo
exercício da faculdade do voto múltiplo pelos acionistas minori-
Art. 18. Sem prejuízo das competências previstas no art. 142 tários, nos termos do art. 141 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e das demais atri- de 1976 .
buições previstas nesta Lei, compete ao Conselho de Adminis- § 1º O conselheiro independente caracteriza-se por:
tração: I - não ter qualquer vínculo com a empresa pública ou a so-
I - discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo práti- ciedade de economia mista, exceto participação de capital;
cas de governança corporativa, relacionamento com partes inte- II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até
ressadas, política de gestão de pessoas e código de conduta dos o terceiro grau ou por adoção, de chefe do Poder Executivo, de
agentes; Ministro de Estado, de Secretário de Estado ou Município ou de
II - implementar e supervisionar os sistemas de gestão de ris- administrador da empresa pública ou da sociedade de economia
cos e de controle interno estabelecidos para a prevenção e miti- mista;
gação dos principais riscos a que está exposta a empresa pública III - não ter mantido, nos últimos 3 (três) anos, vínculo de
ou a sociedade de economia mista, inclusive os riscos relaciona- qualquer natureza com a empresa pública, a sociedade de eco-
dos à integridade das informações contábeis e financeiras e os nomia mista ou seus controladores, que possa vir a comprometer
relacionados à ocorrência de corrupção e fraude; sua independência;
III - estabelecer política de porta-vozes visando a eliminar IV - não ser ou não ter sido, nos últimos 3 (três) anos, em-
risco de contradição entre informações de diversas áreas e as pregado ou diretor da empresa pública, da sociedade de econo-
dos executivos da empresa pública ou da sociedade de economia mia mista ou de sociedade controlada, coligada ou subsidiária da
mista; empresa pública ou da sociedade de economia mista, exceto se
IV - avaliar os diretores da empresa pública ou da sociedade o vínculo for exclusivamente com instituições públicas de ensino
de economia mista, nos termos do inciso III do art. 13, podendo ou pesquisa;
contar com apoio metodológico e procedimental do comitê esta- V - não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto, de
tutário referido no art. 10. serviços ou produtos da empresa pública ou da sociedade de eco-
Art. 19. É garantida a participação, no Conselho de Adminis- nomia mista, de modo a implicar perda de independência;
tração, de representante dos empregados e dos acionistas mino- VI - não ser funcionário ou administrador de sociedade ou
ritários. entidade que esteja oferecendo ou demandando serviços ou pro-
§ 1º As normas previstas na Lei nº 12.353, de 28 de dezembro dutos à empresa pública ou à sociedade de economia mista, de
de 2010 , aplicam-se à participação de empregados no Conselho modo a implicar perda de independência;
de Administração da empresa pública, da sociedade de economia VII - não receber outra remuneração da empresa pública ou
mista e de suas subsidiárias e controladas e das demais empresas da sociedade de economia mista além daquela relativa ao cargo
em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do de conselheiro, à exceção de proventos em dinheiro oriundos de
capital social com direito a voto. participação no capital.
§ 2º É assegurado aos acionistas minoritários o direito de § 2º Quando, em decorrência da observância do percentual
eleger 1 (um) conselheiro, se maior número não lhes couber pelo mencionado no caput , resultar número fracionário de conselhei-
processo de voto múltiplo previsto na Lei nº 6.404, de 15 de de- ros, proceder-se-á ao arredondamento para o número inteiro:
zembro de 1976 . I - imediatamente superior, quando a fração for igual ou su-
Art. 20. É vedada a participação remunerada de membros perior a 0,5 (cinco décimos);
da administração pública, direta ou indireta, em mais de 2 (dois) II - imediatamente inferior, quando a fração for inferior a 0,5
conselhos, de administração ou fiscal, de empresa pública, de so- (cinco décimos).
ciedade de economia mista ou de suas subsidiárias. § 3º Não serão consideradas, para o cômputo das vagas des-
Art. 21. (VETADO). tinadas a membros independentes, aquelas ocupadas pelos con-
Parágrafo único. (VETADO). selheiros eleitos por empregados, nos termos do § 1º do art. 19.
§ 4º Serão consideradas, para o cômputo das vagas desti-
nadas a membros independentes, aquelas ocupadas pelos con-
selheiros eleitos por acionistas minoritários, nos termos do § 2º
do art. 19.
§ 5º (VETADO).

163
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

SEÇÃO VI VI - avaliar e monitorar, em conjunto com a administração


DA DIRETORIA e a área de auditoria interna, a adequação das transações com
partes relacionadas;
Art. 23. É condição para investidura em cargo de diretoria da VII - elaborar relatório anual com informações sobre as ati-
empresa pública e da sociedade de economia mista a assunção vidades, os resultados, as conclusões e as recomendações do
de compromisso com metas e resultados específicos a serem al- Comitê de Auditoria Estatutário, registrando, se houver, as di-
cançados, que deverá ser aprovado pelo Conselho de Administra- vergências significativas entre administração, auditoria indepen-
ção, a quem incumbe fiscalizar seu cumprimento. dente e Comitê de Auditoria Estatutário em relação às demons-
§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput , a diretoria deverá trações financeiras;
apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de Admi- VIII - avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que se fun-
nistração do ano anterior, a quem compete sua aprovação: damentam os cálculos atuariais, bem como o resultado atuarial
I - plano de negócios para o exercício anual seguinte; dos planos de benefícios mantidos pelo fundo de pensão, quando
II - estratégia de longo prazo atualizada com análise de riscos a empresa pública ou a sociedade de economia mista for patroci-
e oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco) anos. nadora de entidade fechada de previdência complementar.
§ 2º Compete ao Conselho de Administração, sob pena de § 2º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir meios
seus integrantes responderem por omissão, promover anual- para receber denúncias, inclusive sigilosas, internas e externas à
mente análise de atendimento das metas e resultados na execu- empresa pública ou à sociedade de economia mista, em matérias
ção do plano de negócios e da estratégia de longo prazo, devendo relacionadas ao escopo de suas atividades.
publicar suas conclusões e informá-las ao Congresso Nacional, às § 3º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá se reunir
Assembleias Legislativas, à Câmara Legislativa do Distrito Federal quando necessário, no mínimo bimestralmente, de modo que
ou às Câmaras Municipais e aos respectivos tribunais de contas, as informações contábeis sejam sempre apreciadas antes de sua
quando houver. divulgação.
§ 3º Excluem-se da obrigação de publicação a que se refere § 4º A empresa pública e a sociedade de economia mista de-
o § 2º as informações de natureza estratégica cuja divulgação verão divulgar as atas das reuniões do Comitê de Auditoria Esta-
possa ser comprovadamente prejudicial ao interesse da empresa tutário.
pública ou da sociedade de economia mista. § 5º Caso o Conselho de Administração considere que a di-
vulgação da ata possa pôr em risco interesse legítimo da empresa
SEÇÃO VII pública ou da sociedade de economia mista, a empresa pública
DO COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO ou a sociedade de economia mista divulgará apenas o extrato
das atas.
Art. 24. A empresa pública e a sociedade de economia mista § 6º A restrição prevista no § 5º não será oponível aos órgãos
deverão possuir em sua estrutura societária Comitê de Auditoria de controle, que terão total e irrestrito acesso ao conteúdo das
Estatutário como órgão auxiliar do Conselho de Administração, atas do Comitê de Auditoria Estatutário, observada a transferên-
ao qual se reportará diretamente. cia de sigilo.
§ 1º Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutário, sem pre- § 7º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir au-
juízo de outras competências previstas no estatuto da empresa tonomia operacional e dotação orçamentária, anual ou por
pública ou da sociedade de economia mista: projeto, dentro de limites aprovados pelo Conselho de Adminis-
I - opinar sobre a contratação e destituição de auditor inde- tração, para conduzir ou determinar a realização de consultas,
pendente; avaliações e investigações dentro do escopo de suas atividades,
II - supervisionar as atividades dos auditores independentes, inclusive com a contratação e utilização de especialistas externos
avaliando sua independência, a qualidade dos serviços prestados independentes.
e a adequação de tais serviços às necessidades da empresa públi- Art. 25. O Comitê de Auditoria Estatutário será integrado
ca ou da sociedade de economia mista; por, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, em
III - supervisionar as atividades desenvolvidas nas áreas de sua maioria independentes.
controle interno, de auditoria interna e de elaboração das de- § 1º São condições mínimas para integrar o Comitê de Audi-
monstrações financeiras da empresa pública ou da sociedade de toria Estatutário:
economia mista; I - não ser ou ter sido, nos 12 (doze) meses anteriores à no-
IV - monitorar a qualidade e a integridade dos mecanismos meação para o Comitê:
de controle interno, das demonstrações financeiras e das infor- a) diretor, empregado ou membro do conselho fiscal da em-
mações e medições divulgadas pela empresa pública ou pela so- presa pública ou sociedade de economia mista ou de sua contro-
ciedade de economia mista; ladora, controlada, coligada ou sociedade em controle comum,
V - avaliar e monitorar exposições de risco da empresa públi- direta ou indireta;
ca ou da sociedade de economia mista, podendo requerer, entre b) responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qual-
outras, informações detalhadas sobre políticas e procedimentos quer outro integrante com função de gerência de equipe envol-
referentes a: vida nos trabalhos de auditoria na empresa pública ou sociedade
a) remuneração da administração; de economia mista;
b) utilização de ativos da empresa pública ou da sociedade II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o
de economia mista; segundo grau ou por adoção, das pessoas referidas no inciso I;
c) gastos incorridos em nome da empresa pública ou da so-
ciedade de economia mista;

164
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

III - não receber qualquer outro tipo de remuneração da em- § 2º A empresa pública e a sociedade de economia mista
presa pública ou sociedade de economia mista ou de sua contro- deverão, nos termos da lei, adotar práticas de sustentabilidade
ladora, controlada, coligada ou sociedade em controle comum, ambiental e de responsabilidade social corporativa compatíveis
direta ou indireta, que não seja aquela relativa à função de inte- com o mercado em que atuam.
grante do Comitê de Auditoria Estatutário; § 3º A empresa pública e a sociedade de economia mista po-
IV - não ser ou ter sido ocupante de cargo público efetivo, derão celebrar convênio ou contrato de patrocínio com pessoa
ainda que licenciado, ou de cargo em comissão da pessoa jurídica física ou com pessoa jurídica para promoção de atividades cultu-
de direito público que exerça o controle acionário da empresa rais, sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica,
pública ou sociedade de economia mista, nos 12 (doze) meses desde que comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de
anteriores à nomeação para o Comitê de Auditoria Estatutário. sua marca, observando-se, no que couber, as normas de licitação
§ 2º Ao menos 1 (um) dos membros do Comitê de Audito- e contratos desta Lei.
ria Estatutário deve ter reconhecida experiência em assuntos de
contabilidade societária. TÍTULO II
§ 3º O atendimento às previsões deste artigo deve ser com- DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS,
provado por meio de documentação mantida na sede da empre- ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E ÀS SUAS
sa pública ou sociedade de economia mista pelo prazo mínimo SUBSIDIÁRIAS QUE EXPLOREM ATIVIDADE ECONÔMICA
de 5 (cinco) anos, contado a partir do último dia de mandato do DE PRODUÇÃO OU COMERCIALIZAÇÃO DE BENS OU DE
membro do Comitê de Auditoria Estatutário. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, AINDA QUE A ATIVIDADE
ECONÔMICA ESTEJA SUJEITA AO REGIME DE MONOPÓLIO
SEÇÃO VIII DA UNIÃO OU SEJA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
DO CONSELHO FISCAL PÚBLICOS.

Art. 26. Além das normas previstas nesta Lei, aplicam-se aos CAPÍTULO I
membros do Conselho Fiscal da empresa pública e da sociedade DAS LICITAÇÕES
de economia mista as disposições previstas na Lei nº 6.404, de
15 de dezembro de 1976 , relativas a seus poderes, deveres e SEÇÃO I
responsabilidades, a requisitos e impedimentos para investidura DA EXIGÊNCIA DE LICITAÇÃO E DOS CASOS
e a remuneração, além de outras disposições estabelecidas na DE DISPENSA E DE INEXIGIBILIDADE
referida Lei.
§ 1º Podem ser membros do Conselho Fiscal pessoas natu- Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação
rais, residentes no País, com formação acadêmica compatível de serviços às empresas públicas e às sociedades de economia
com o exercício da função e que tenham exercido, por prazo mí- mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à
nimo de 3 (três) anos, cargo de direção ou assessoramento na locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do res-
administração pública ou cargo de conselheiro fiscal ou adminis- pectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integradas
trador em empresa. a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus real so-
§ 2º O Conselho Fiscal contará com pelo menos 1 (um) mem- bre tais bens, serão precedidos de licitação nos termos desta Lei,
bro indicado pelo ente controlador, que deverá ser servidor pú- ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30. (Vide Lei nº
blico com vínculo permanente com a administração pública. 14.002, de 2020)
§ 1º Aplicam-se às licitações das empresas públicas e das so-
CAPÍTULO III ciedades de economia mista as disposições constantes dos arts.
DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA 42 a 49 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA .
§ 2º O convênio ou contrato de patrocínio celebrado com
Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista pessoas físicas ou jurídicas de que trata o § 3º do art. 27 obser-
terão a função social de realização do interesse coletivo ou de vará, no que couber, as normas de licitação e contratos desta Lei.
atendimento a imperativo da segurança nacional expressa no ins- § 3º São as empresas públicas e as sociedades de economia
trumento de autorização legal para a sua criação. mista dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo
§ 1º A realização do interesse coletivo de que trata este arti- nas seguintes situações:
go deverá ser orientada para o alcance do bem-estar econômico I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta,
e para a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela pelas empresas mencionadas no caput , de produtos, serviços ou
empresa pública e pela sociedade de economia mista, bem como obras especificamente relacionados com seus respectivos obje-
para o seguinte: tos sociais;
I - ampliação economicamente sustentada do acesso de con- II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada
sumidores aos produtos e serviços da empresa pública ou da so- a suas características particulares, vinculada a oportunidades de
ciedade de economia mista; negócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de pro-
II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira cedimento competitivo.
para produção e oferta de produtos e serviços da empresa pú- § 4º Consideram-se oportunidades de negócio a que se re-
blica ou da sociedade de economia mista, sempre de maneira fere o inciso II do § 3º a formação e a extinção de parcerias e
economicamente justificada. outras formas associativas, societárias ou contratuais, a aquisi-
ção e a alienação de participação em sociedades e outras formas

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

associativas, societárias ou contratuais e as operações realizadas que os preços sejam compatíveis com os praticados no mercado
no âmbito do mercado de capitais, respeitada a regulação pelo e que o objeto do contrato tenha relação com a atividade da con-
respectivo órgão competente. tratada prevista em seu estatuto social;
Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas XII - na contratação de coleta, processamento e comerciali-
públicas e sociedades de economia mista: (Vide Lei nº 14.002, zação de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
de 2020) áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por as-
I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$ sociações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas
100.000,00 (cem mil reais), desde que não se refiram a parce- físicas de baixa renda que tenham como ocupação econômica a
las de uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e serviços coleta de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos com-
de mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas patíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
conjunta e concomitantemente; XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta comple-
(cinquenta mil reais) e para alienações, nos casos previstos nesta xidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de co-
Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, missão especialmente designada pelo dirigente máximo da em-
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de presa pública ou da sociedade de economia mista;
uma só vez; XIV - nas contratações visando ao cumprimento do disposto
III - quando não acudirem interessados à licitação anterior e nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de
essa, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para 2004 , observados os princípios gerais de contratação dela cons-
a empresa pública ou a sociedade de economia mista, bem como tantes;
para suas respectivas subsidiárias, desde que mantidas as condi- XV - em situações de emergência, quando caracterizada ur-
ções preestabelecidas; gência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipa-
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional mentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para
ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competen- os bens necessários ao atendimento da situação emergencial e
tes; para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas
V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao aten- no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e
dimento de suas finalidades precípuas, quando as necessidades ininterruptos, contado da ocorrência da emergência, vedada a
de instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, prorrogação dos respectivos contratos, observado o disposto no
desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, se- § 2º ;
gundo avaliação prévia; XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades da admi-
VI - na contratação de remanescente de obra, de serviço ou nistração pública, inclusive quando efetivada mediante permuta;
de fornecimento, em consequência de rescisão contratual, des- XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de inte-
de que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e resse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência
aceitas as mesmas condições do contrato encerrado por rescisão socioeconômica relativamente à escolha de outra forma de alie-
ou distrato, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; nação;
VII - na contratação de instituição brasileira incumbida regi- XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e
mental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen- de dívida e de bens que produzam ou comercializem. (Vide ADIN
volvimento institucional ou de instituição dedicada à recuperação 5624) (Vide ADIN 5846) (Vide ADIN 5924) (Vide ADIN 6029)
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável § 1º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contra-
reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; tação nos termos do inciso VI do caput , a empresa pública e
VIII - para a aquisição de componentes ou peças de origem a sociedade de economia mista poderão convocar os licitantes
nacional ou estrangeira necessários à manutenção de equipa- remanescentes, na ordem de classificação, para a celebração do
mentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornece- contrato nas condições ofertadas por estes, desde que o respec-
dor original desses equipamentos, quando tal condição de exclu- tivo valor seja igual ou inferior ao orçamento estimado para a
sividade for indispensável para a vigência da garantia; contratação, inclusive quanto aos preços atualizados nos termos
IX - na contratação de associação de pessoas com deficiência do instrumento convocatório.
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para a § 2º A contratação direta com base no inciso XV do caput não
prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde dispensará a responsabilização de quem, por ação ou omissão,
que o preço contratado seja compatível com o praticado no mer- tenha dado causa ao motivo ali descrito, inclusive no tocante ao
cado; disposto na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 .
X - na contratação de concessionário, permissionário ou au- § 3º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput po-
torizado para fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou dem ser alterados, para refletir a variação de custos, por delibe-
gás natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo ração do Conselho de Administração da empresa pública ou so-
as normas da legislação específica, desde que o objeto do contra- ciedade de economia mista, admitindo-se valores diferenciados
to tenha pertinência com o serviço público. para cada sociedade.
XI - nas contratações entre empresas públicas ou sociedades Art. 30. A contratação direta será feita quando houver invia-
de economia mista e suas respectivas subsidiárias, para aquisição bilidade de competição, em especial na hipótese de: (Vide Lei nº
ou alienação de bens e prestação ou obtenção de serviços, desde 14.002, de 2020)

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só II - superfaturamento quando houver dano ao patrimônio da
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante empresa pública ou da sociedade de economia mista caracteriza-
comercial exclusivo; do, por exemplo:
II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializa- a) pela medição de quantidades superiores às efetivamente
dos, com profissionais ou empresas de notória especialização, executadas ou fornecidas;
vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulga- b) pela deficiência na execução de obras e serviços de enge-
ção: nharia que resulte em diminuição da qualidade, da vida útil ou
a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou da segurança;
executivos; c) por alterações no orçamento de obras e de serviços de
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; engenharia que causem o desequilíbrio econômico-financeiro do
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financei- contrato em favor do contratado;
ras ou tributárias; d) por outras alterações de cláusulas financeiras que gerem
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou recebimentos contratuais antecipados, distorção do cronograma
serviços; físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrati- com custos adicionais para a empresa pública ou a sociedade de
vas; economia mista ou reajuste irregular de preços.
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; § 2º O orçamento de referência do custo global de obras e
g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico. serviços de engenharia deverá ser obtido a partir de custos uni-
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional tários de insumos ou serviços menores ou iguais à mediana de
ou a empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, de- seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos
corrente de desempenho anterior, estudos, experiência, publi- e Índices da Construção Civil (Sinapi), no caso de construção civil
cações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou outros em geral, ou no Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro),
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que no caso de obras e serviços rodoviários, devendo ser observadas
o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à as peculiaridades geográficas.
plena satisfação do objeto do contrato. § 3º No caso de inviabilidade da definição dos custos con-
§ 2º Na hipótese do caput e em qualquer dos casos de dis- soante o disposto no § 2º, a estimativa de custo global poderá
pensa, se comprovado, pelo órgão de controle externo, sobre- ser apurada por meio da utilização de dados contidos em tabela
preço ou superfaturamento, respondem solidariamente pelo de referência formalmente aprovada por órgãos ou entidades da
dano causado quem houver decidido pela contratação direta e o administração pública federal, em publicações técnicas especia-
fornecedor ou o prestador de serviços. lizadas, em banco de dados e sistema específico instituído para o
§ 3º O processo de contratação direta será instruído, no que setor ou em pesquisa de mercado.
couber, com os seguintes elementos: § 4º A empresa pública e a sociedade de economia mista po-
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que derão adotar procedimento de manifestação de interesse privado
justifique a dispensa, quando for o caso; para o recebimento de propostas e projetos de empreendimen-
II - razão da escolha do fornecedor ou do executante; tos com vistas a atender necessidades previamente identificadas,
III - justificativa do preço. cabendo a regulamento a definição de suas regras específicas.
§ 5º Na hipótese a que se refere o § 4º, o autor ou financia-
SEÇÃO II dor do projeto poderá participar da licitação para a execução do
DISPOSIÇÕES DE CARÁTER GERAL SOBRE LICITAÇÕES E empreendimento, podendo ser ressarcido pelos custos aprova-
CONTRATOS dos pela empresa pública ou sociedade de economia mista caso
não vença o certame, desde que seja promovida a cessão de di-
Art. 31. As licitações realizadas e os contratos celebrados por reitos de que trata o art. 80.
empresas públicas e sociedades de economia mista destinam-se Art. 32. Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão
a assegurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclusive no observadas as seguintes diretrizes: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
que se refere ao ciclo de vida do objeto, e a evitar operações I - padronização do objeto da contratação, dos instrumentos
em que se caracterize sobrepreço ou superfaturamento, deven- convocatórios e das minutas de contratos, de acordo com nor-
do observar os princípios da impessoalidade, da moralidade, da mas internas específicas;
igualdade, da publicidade, da eficiência, da probidade adminis- II - busca da maior vantagem competitiva para a empresa
trativa, da economicidade, do desenvolvimento nacional sus- pública ou sociedade de economia mista, considerando custos e
tentável, da vinculação ao instrumento convocatório, da obten- benefícios, diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou
ção de competitividade e do julgamento objetivo. (Vide Lei nº ambiental, inclusive os relativos à manutenção, ao desfazimento
14.002, de 2020) de bens e resíduos, ao índice de depreciação econômica e a ou-
§ 1º Para os fins do disposto no caput , considera-se que há: tros fatores de igual relevância;
I - sobrepreço quando os preços orçados para a licitação ou III - parcelamento do objeto, visando a ampliar a participa-
os preços contratados são expressivamente superiores aos pre- ção de licitantes, sem perda de economia de escala, e desde que
ços referenciais de mercado, podendo referir-se ao valor unitário não atinja valores inferiores aos limites estabelecidos no art. 29,
de um item, se a licitação ou a contratação for por preços unitá- incisos I e II;
rios de serviço, ou ao valor global do objeto, se a licitação ou a IV - adoção preferencial da modalidade de licitação denomi-
contratação for por preço global ou por empreitada; nada pregão, instituída pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002
, para a aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados

167
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser § 4º (VETADO).


objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações Art. 35. Observado o disposto no art. 34, o conteúdo da pro-
usuais no mercado; posta, quando adotado o modo de disputa fechado e até sua
V - observação da política de integridade nas transações com abertura, os atos e os procedimentos praticados em decorrência
partes interessadas. desta Lei submetem-se à legislação que regula o acesso dos ci-
§ 1º As licitações e os contratos disciplinados por esta Lei dadãos às informações detidas pela administração pública, parti-
devem respeitar, especialmente, as normas relativas à: cularmente aos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de
I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos 2011 . (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
sólidos gerados pelas obras contratadas; Art. 36. A empresa pública e a sociedade de economia mista
II - mitigação dos danos ambientais por meio de medidas poderão promover a pré-qualificação de seus fornecedores ou
condicionantes e de compensação ambiental, que serão defini- produtos, nos termos do art. 64. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
das no procedimento de licenciamento ambiental; Art. 37. A empresa pública e a sociedade de economia mista
III - utilização de produtos, equipamentos e serviços que, deverão informar os dados relativos às sanções por elas aplica-
comprovadamente, reduzam o consumo de energia e de recur- das aos contratados, nos termos definidos no art. 83, de forma
sos naturais; a manter atualizado o cadastro de empresas inidôneas de que
IV - avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legis- trata o art. 23 da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 . (Vide
lação urbanística; Lei nº 14.002, de 2020)
V - proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico § 1º O fornecedor incluído no cadastro referido no caput não
e imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto poderá disputar licitação ou participar, direta ou indiretamente,
ou indireto causado por investimentos realizados por empresas da execução de contrato.
públicas e sociedades de economia mista; § 2º Serão excluídos do cadastro referido no caput , a qual-
VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mo- quer tempo, fornecedores que demonstrarem a superação dos
bilidade reduzida. motivos que deram causa à restrição contra eles promovida.
§ 2º A contratação a ser celebrada por empresa pública ou Art. 38. Estará impedida de participar de licitações e de ser
sociedade de economia mista da qual decorra impacto negativo contratada pela empresa pública ou sociedade de economia mis-
sobre bens do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e ima- ta a empresa: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
terial tombados dependerá de autorização da esfera de governo I - cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% (cinco
encarregada da proteção do respectivo patrimônio, devendo o por cento) do capital social seja diretor ou empregado da empre-
impacto ser compensado por meio de medidas determinadas sa pública ou sociedade de economia mista contratante;
pelo dirigente máximo da empresa pública ou sociedade de eco- II - suspensa pela empresa pública ou sociedade de econo-
nomia mista, na forma da legislação aplicável. mia mista;
§ 3º As licitações na modalidade de pregão, na forma eletrô- III - declarada inidônea pela União, por Estado, pelo Distrito
nica, deverão ser realizadas exclusivamente em portais de com- Federal ou pela unidade federativa a que está vinculada a empre-
pras de acesso público na internet. sa pública ou sociedade de economia mista, enquanto perdura-
§ 4º Nas licitações com etapa de lances, a empresa pública rem os efeitos da sanção;
ou sociedade de economia mista disponibilizará ferramentas ele- IV - constituída por sócio de empresa que estiver suspensa,
trônicas para envio de lances pelos licitantes. impedida ou declarada inidônea;
Art. 33. O objeto da licitação e do contrato dela decorrente V - cujo administrador seja sócio de empresa suspensa, im-
será definido de forma sucinta e clara no instrumento convocató- pedida ou declarada inidônea;
rio. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) VI - constituída por sócio que tenha sido sócio ou administra-
Art. 34. O valor estimado do contrato a ser celebrado pela dor de empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no
empresa pública ou pela sociedade de economia mista será sigi- período dos fatos que deram ensejo à sanção;
loso, facultando-se à contratante, mediante justificação na fase VII - cujo administrador tenha sido sócio ou administrador de
de preparação prevista no inciso I do art. 51 desta Lei, conferir empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período
publicidade ao valor estimado do objeto da licitação, sem pre- dos fatos que deram ensejo à sanção;
juízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das de- VIII - que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa que
mais informações necessárias para a elaboração das propostas. participou, em razão de vínculo de mesma natureza, de empresa
(Vide Lei nº 14.002, de 2020) declarada inidônea.
§ 1º Na hipótese em que for adotado o critério de julgamen- Parágrafo único. Aplica-se a vedação prevista no caput :
to por maior desconto, a informação de que trata o caput deste I - à contratação do próprio empregado ou dirigente, como
artigo constará do instrumento convocatório. pessoa física, bem como à participação dele em procedimentos
§ 2º No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do licitatórios, na condição de licitante;
prêmio ou da remuneração será incluído no instrumento convo- II - a quem tenha relação de parentesco, até o terceiro grau
catório. civil, com:
§ 3º A informação relativa ao valor estimado do objeto da a) dirigente de empresa pública ou sociedade de economia
licitação, ainda que tenha caráter sigiloso, será disponibilizada mista;
a órgãos de controle externo e interno, devendo a empresa pú- b) empregado de empresa pública ou sociedade de econo-
blica ou a sociedade de economia mista registrar em documento mia mista cujas atribuições envolvam a atuação na área respon-
formal sua disponibilização aos órgãos de controle, sempre que sável pela licitação ou contratação;
solicitado.

168
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

c) autoridade do ente público a que a empresa pública ou IV - empreitada integral: contratação de empreendimento
sociedade de economia mista esteja vinculada. em sua integralidade, com todas as etapas de obras, serviços e
III - cujo proprietário, mesmo na condição de sócio, tenha instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contra-
terminado seu prazo de gestão ou rompido seu vínculo com a tada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada
respectiva empresa pública ou sociedade de economia mista pro- em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua
motora da licitação ou contratante há menos de 6 (seis) meses. utilização em condições de segurança estrutural e operacional e
Art. 39. Os procedimentos licitatórios, a pré-qualificação e os com as características adequadas às finalidades para as quais foi
contratos disciplinados por esta Lei serão divulgados em portal contratada;
específico mantido pela empresa pública ou sociedade de econo- V - contratação semi-integrada: contratação que envolve a
mia mista na internet, devendo ser adotados os seguintes prazos elaboração e o desenvolvimento do projeto executivo, a execu-
mínimos para apresentação de propostas ou lances, contados a ção de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização
partir da divulgação do instrumento convocatório: (Vide Lei nº de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e
14.002, de 2020) suficientes para a entrega final do objeto, de acordo com o esta-
I - para aquisição de bens: belecido nos §§ 1º e 3º deste artigo;
a) 5 (cinco) dias úteis, quando adotado como critério de jul- VI - contratação integrada: contratação que envolve a ela-
gamento o menor preço ou o maior desconto; boração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo,
b) 10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses; a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a
II - para contratação de obras e serviços: realização de testes, a pré-operação e as demais operações ne-
a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotado como critério de cessárias e suficientes para a entrega final do objeto, de acordo
julgamento o menor preço ou o maior desconto; com o estabelecido nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo;
b) 30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses; VII - anteprojeto de engenharia: peça técnica com todos os
III - no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias úteis para licitação elementos de contornos necessários e fundamentais à elabora-
em que se adote como critério de julgamento a melhor técnica ção do projeto básico, devendo conter minimamente os seguin-
ou a melhor combinação de técnica e preço, bem como para lici- tes elementos:
tação em que haja contratação semi-integrada ou integrada. a) demonstração e justificativa do programa de necessida-
Parágrafo único. As modificações promovidas no instrumen- des, visão global dos investimentos e definições relacionadas ao
to convocatório serão objeto de divulgação nos mesmos termos nível de serviço desejado;
e prazos dos atos e procedimentos originais, exceto quando a b) condições de solidez, segurança e durabilidade e prazo de
alteração não afetar a preparação das propostas. entrega;
Art. 40. As empresas públicas e as sociedades de economia c) estética do projeto arquitetônico;
mista deverão publicar e manter atualizado regulamento interno d) parâmetros de adequação ao interesse público, à econo-
de licitações e contratos, compatível com o disposto nesta Lei, mia na utilização, à facilidade na execução, aos impactos ambien-
especialmente quanto a: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) tais e à acessibilidade;
I - glossário de expressões técnicas; e) concepção da obra ou do serviço de engenharia;
II - cadastro de fornecedores; f) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasa-
III - minutas-padrão de editais e contratos; ram a concepção adotada;
IV - procedimentos de licitação e contratação direta; g) levantamento topográfico e cadastral;
V - tramitação de recursos; h) pareceres de sondagem;
VI - formalização de contratos; i) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com-
VII - gestão e fiscalização de contratos; ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a
VIII - aplicação de penalidades; estabelecer padrões mínimos para a contratação;
IX - recebimento do objeto do contrato. VIII - projeto básico: conjunto de elementos necessários e
Art. 41. Aplicam-se às licitações e contratos regidos por esta suficientes, com nível de precisão adequado, para, observado o
Lei as normas de direito penal contidas nos arts. 89 a 99 da Lei disposto no § 3º, caracterizar a obra ou o serviço, ou o complexo
nº 8.666, de 21 de junho de 1993 . (Vide Lei nº 14.002, de 2020) de obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base
nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure
SEÇÃO III a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto am-
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA OBRAS E SERVIÇOS biental do empreendimento e que possibilite a avaliação do cus-
to da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução,
Art. 42. Na licitação e na contratação de obras e serviços por devendo conter os seguintes elementos:
empresas públicas e sociedades de economia mista, serão obser- a) desenvolvimento da solução escolhida, de forma a forne-
vadas as seguintes definições: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) cer visão global da obra e a identificar todos os seus elementos
I - empreitada por preço unitário: contratação por preço cer- constitutivos com clareza;
to de unidades determinadas; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente
II - empreitada por preço global: contratação por preço certo detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação
e total; ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto execu-
III - tarefa: contratação de mão de obra para pequenos tra- tivo e de realização das obras e montagem;
balhos por preço certo, com ou sem fornecimento de material;

169
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de mate- II - o valor estimado do objeto a ser licitado será calculado
riais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas espe- com base em valores de mercado, em valores pagos pela admi-
cificações, de modo a assegurar os melhores resultados para o nistração pública em serviços e obras similares ou em avaliação
empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua do custo global da obra, aferido mediante orçamento sintético
execução; ou metodologia expedita ou paramétrica;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de III - o critério de julgamento a ser adotado será o de menor
métodos construtivos, instalações provisórias e condições orga- preço ou de melhor combinação de técnica e preço, pontuando-
nizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para -se na avaliação técnica as vantagens e os benefícios que even-
a sua execução; tualmente forem oferecidos para cada produto ou solução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão IV - na contratação semi-integrada, o projeto básico poderá
da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de su- ser alterado, desde que demonstrada a superioridade das inova-
primentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários ções em termos de redução de custos, de aumento da qualidade,
em cada caso; de redução do prazo de execução e de facilidade de manutenção
f) (VETADO); ou operação.
IX - projeto executivo: conjunto dos elementos necessários e § 2º No caso dos orçamentos das contratações integradas:
suficientes à execução completa da obra, de acordo com as nor- I - sempre que o anteprojeto da licitação, por seus elemen-
mas técnicas pertinentes; tos mínimos, assim o permitir, as estimativas de preço devem se
X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e basear em orçamento tão detalhado quanto possível, devendo a
responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio utilização de estimativas paramétricas e a avaliação aproximada
econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus fi- baseada em outras obras similares ser realizadas somente nas
nanceiro decorrente de eventos supervenientes à contratação, frações do empreendimento não suficientemente detalhadas no
contendo, no mínimo, as seguintes informações: anteprojeto da licitação, exigindo-se das contratadas, no míni-
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura mo, o mesmo nível de detalhamento em seus demonstrativos de
do contrato, impactantes no equilíbrio econômico-financeiro da formação de preços;
avença, e previsão de eventual necessidade de prolação de ter- II - quando utilizada metodologia expedita ou paramétrica
mo aditivo quando de sua ocorrência; para abalizar o valor do empreendimento ou de fração dele, con-
b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que sideradas as disposições do inciso I, entre 2 (duas) ou mais téc-
haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções me- nicas estimativas possíveis, deve ser utilizada nas estimativas de
todológicas ou tecnológicas, em obrigações de resultado, em preço-base a que viabilize a maior precisão orçamentária, exigin-
termos de modificação das soluções previamente delineadas no do-se das licitantes, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento
anteprojeto ou no projeto básico da licitação; na motivação dos respectivos preços ofertados.
c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que § 3º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os
não haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções riscos decorrentes de fatos supervenientes à contratação asso-
metodológicas ou tecnológicas, em obrigações de meio, devendo ciados à escolha da solução de projeto básico pela contratante
haver obrigação de identidade entre a execução e a solução pré- deverão ser alocados como de sua responsabilidade na matriz
-definida no anteprojeto ou no projeto básico da licitação. de riscos.
§ 1º As contratações semi-integradas e integradas referidas, § 4º No caso de licitação de obras e serviços de engenharia,
respectivamente, nos incisos V e VI do caput deste artigo res- as empresas públicas e as sociedades de economia mista abran-
tringir-se-ão a obras e serviços de engenharia e observarão os gidas por esta Lei deverão utilizar a contratação semi-integrada,
seguintes requisitos: prevista no inciso V do caput , cabendo a elas a elaboração ou a
I - o instrumento convocatório deverá conter: contratação do projeto básico antes da licitação de que trata este
a) anteprojeto de engenharia, no caso de contratação inte- parágrafo, podendo ser utilizadas outras modalidades previstas
grada, com elementos técnicos que permitam a caracterização nos incisos do caput deste artigo, desde que essa opção seja de-
da obra ou do serviço e a elaboração e comparação, de forma vidamente justificada.
isonômica, das propostas a serem ofertadas pelos particulares; § 5º Para fins do previsto na parte final do § 4º, não será
b) projeto básico, nos casos de empreitada por preço unitá- admitida, por parte da empresa pública ou da sociedade de eco-
rio, de empreitada por preço global, de empreitada integral e de nomia mista, como justificativa para a adoção da modalidade de
contratação semi-integrada, nos termos definidos neste artigo; contratação integrada, a ausência de projeto básico.
c) documento técnico, com definição precisa das frações do Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e ser-
empreendimento em que haverá liberdade de as contratadas viços de engenharia admitirão os seguintes regimes: (Vide Lei nº
inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas, seja em 14.002, de 2020)
termos de modificação das soluções previamente delineadas no I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os obje-
anteprojeto ou no projeto básico da licitação, seja em termos de tos, por sua natureza, possuam imprecisão inerente de quantita-
detalhamento dos sistemas e procedimentos construtivos previs- tivos em seus itens orçamentários;
tos nessas peças técnicas; II - empreitada por preço global, quando for possível definir
d) matriz de riscos; previamente no projeto básico, com boa margem de precisão, as
quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na
fase contratual;

170
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

III - contratação por tarefa, em contratações de profissionais Parágrafo único. A utilização da remuneração variável res-
autônomos ou de pequenas empresas para realização de serviços peitará o limite orçamentário fixado pela empresa pública ou
técnicos comuns e de curta duração; pela sociedade de economia mista para a respectiva contratação.
IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante ne- Art. 46. Mediante justificativa expressa e desde que não im-
cessite receber o empreendimento, normalmente de alta com- plique perda de economia de escala, poderá ser celebrado mais
plexidade, em condição de operação imediata; de um contrato para executar serviço de mesma natureza quan-
V - contratação semi-integrada, quando for possível definir do o objeto da contratação puder ser executado de forma con-
previamente no projeto básico as quantidades dos serviços a se- corrente e simultânea por mais de um contratado. (Vide Lei nº
rem posteriormente executados na fase contratual, em obra ou 14.002, de 2020)
serviço de engenharia que possa ser executado com diferentes § 1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, será mantido
metodologias ou tecnologias; controle individualizado da execução do objeto contratual relati-
VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de vamente a cada um dos contratados.
engenharia for de natureza predominantemente intelectual e de § 2º (VETADO).
inovação tecnológica do objeto licitado ou puder ser executado
com diferentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito SEÇÃO IV
no mercado. DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA AQUISIÇÃO DE BENS
§ 1º Serão obrigatoriamente precedidas pela elaboração de
projeto básico, disponível para exame de qualquer interessado, Art. 47. A empresa pública e a sociedade de economia mista,
as licitações para a contratação de obras e serviços, com exceção na licitação para aquisição de bens, poderão: (Vide Lei nº 14.002,
daquelas em que for adotado o regime previsto no inciso VI do de 2020)
caput deste artigo. I - indicar marca ou modelo, nas seguintes hipóteses:
§ 2º É vedada a execução, sem projeto executivo, de obras e a) em decorrência da necessidade de padronização do ob-
serviços de engenharia. jeto;
Art. 44. É vedada a participação direta ou indireta nas licita- b) quando determinada marca ou modelo comercializado
ções para obras e serviços de engenharia de que trata esta Lei: por mais de um fornecedor constituir o único capaz de atender o
(Vide Lei nº 14.002, de 2020) objeto do contrato;
I - de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o ante- c) quando for necessária, para compreensão do objeto, a
projeto ou o projeto básico da licitação; identificação de determinada marca ou modelo apto a servir
II - de pessoa jurídica que participar de consórcio responsável como referência, situação em que será obrigatório o acréscimo
pela elaboração do anteprojeto ou do projeto básico da licitação; da expressão “ou similar ou de melhor qualidade”;
III - de pessoa jurídica da qual o autor do anteprojeto ou do II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualifica-
projeto básico da licitação seja administrador, controlador, ge- ção e na fase de julgamento das propostas ou de lances, desde
rente, responsável técnico, subcontratado ou sócio, neste último que justificada a necessidade de sua apresentação;
caso quando a participação superar 5% (cinco por cento) do ca- III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do
pital votante. processo de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental, por
§ 1º A elaboração do projeto executivo constituirá encargo instituição previamente credenciada.
do contratado, consoante preço previamente fixado pela empre- Parágrafo único. O edital poderá exigir, como condição de
sa pública ou pela sociedade de economia mista. aceitabilidade da proposta, a adequação às normas da Associa-
§ 2º É permitida a participação das pessoas jurídicas e da ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou a certificação da
pessoa física de que tratam os incisos II e III do caput deste artigo qualidade do produto por instituição credenciada pelo Sistema
em licitação ou em execução de contrato, como consultor ou téc- Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
nico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, (Sinmetro) .
exclusivamente a serviço da empresa pública e da sociedade de Art. 48. Será dada publicidade, com periodicidade mínima
economia mista interessadas. semestral, em sítio eletrônico oficial na internet de acesso irres-
§ 3º Para fins do disposto no caput , considera-se participa- trito, à relação das aquisições de bens efetivadas pelas empresas
ção indireta a existência de vínculos de natureza técnica, comer- públicas e pelas sociedades de economia mista, compreendidas
cial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do pro- as seguintes informações: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
jeto básico, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável I - identificação do bem comprado, de seu preço unitário e da
pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os forneci- quantidade adquirida;
mentos de bens e serviços a estes necessários. II - nome do fornecedor;
§ 4º O disposto no § 3º deste artigo aplica-se a empregados III - valor total de cada aquisição.
incumbidos de levar a efeito atos e procedimentos realizados
pela empresa pública e pela sociedade de economia mista no SEÇÃO V
curso da licitação. DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA ALIENAÇÃO DE BENS
Art. 45. Na contratação de obras e serviços, inclusive de en-
genharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vincula- Art. 49. A alienação de bens por empresas públicas e por
da ao desempenho do contratado, com base em metas, padrões sociedades de economia mista será precedida de: (Vide Lei nº
de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de 14.002, de 2020)
entrega definidos no instrumento convocatório e no contrato. I - avaliação formal do bem contemplado, ressalvadas as hi-
(Vide Lei nº 14.002, de 2020) póteses previstas nos incisos XVI a XVIII do art. 29;

171
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

II - licitação, ressalvado o previsto no § 3º do art. 28. II - maior desconto;


Art. 50. Estendem-se à atribuição de ônus real a bens inte- III - melhor combinação de técnica e preço;
grantes do acervo patrimonial de empresas públicas e de socie- IV - melhor técnica;
dades de economia mista as normas desta Lei aplicáveis à sua V - melhor conteúdo artístico;
alienação, inclusive em relação às hipóteses de dispensa e de ine- VI - maior oferta de preço;
xigibilidade de licitação. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) VII - maior retorno econômico;
VIII - melhor destinação de bens alienados.
SEÇÃO VI § 1º Os critérios de julgamento serão expressamente identi-
DO PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO ficados no instrumento convocatório e poderão ser combinados
na hipótese de parcelamento do objeto, observado o disposto no
Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a se- inciso III do art. 32.
guinte sequência de fases: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) § 2º Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos inci-
I - preparação; sos III, IV, V e VII do caput deste artigo, o julgamento das propos-
II - divulgação; tas será efetivado mediante o emprego de parâmetros específi-
III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo cos, definidos no instrumento convocatório, destinados a limitar
de disputa adotado; a subjetividade do julgamento.
IV - julgamento; § 3º Para efeito de julgamento, não serão consideradas van-
V - verificação de efetividade dos lances ou propostas; tagens não previstas no instrumento convocatório.
VI - negociação; § 4º O critério previsto no inciso II do caput :
VII - habilitação; I - terá como referência o preço global fixado no instrumento
VIII - interposição de recursos; convocatório, estendendo-se o desconto oferecido nas propos-
IX - adjudicação do objeto; tas ou lances vencedores a eventuais termos aditivos;
X - homologação do resultado ou revogação do procedimen- II - no caso de obras e serviços de engenharia, o desconto
to. incidirá de forma linear sobre a totalidade dos itens constantes
§ 1º A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, excep- do orçamento estimado, que deverá obrigatoriamente integrar o
cionalmente, anteceder as referidas nos incisos III a VI do caput , instrumento convocatório.
desde que expressamente previsto no instrumento convocatório. § 5º Quando for utilizado o critério referido no inciso III do
§ 2º Os atos e procedimentos decorrentes das fases enume- caput , a avaliação das propostas técnicas e de preço considerará
radas no caput praticados por empresas públicas, por sociedades o percentual de ponderação mais relevante, limitado a 70% (se-
de economia mista e por licitantes serão efetivados preferen- tenta por cento).
cialmente por meio eletrônico, nos termos definidos pelo ins- § 6º Quando for utilizado o critério referido no inciso VII do
trumento convocatório, devendo os avisos contendo os resumos caput , os lances ou propostas terão o objetivo de proporcionar
dos editais das licitações e contratos abrangidos por esta Lei ser economia à empresa pública ou à sociedade de economia mista,
previamente publicados no Diário Oficial da União, do Estado ou por meio da redução de suas despesas correntes, remunerando-
do Município e na internet. -se o licitante vencedor com base em percentual da economia de
Art. 52. Poderão ser adotados os modos de disputa aberto recursos gerada.
ou fechado, ou, quando o objeto da licitação puder ser parcela- § 7º Na implementação do critério previsto no inciso VIII do
do, a combinação de ambos, observado o disposto no inciso III do caput deste artigo, será obrigatoriamente considerada, nos ter-
art. 32 desta Lei. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) mos do respectivo instrumento convocatório, a repercussão, no
§ 1º No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão meio social, da finalidade para cujo atendimento o bem será uti-
lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, confor- lizado pelo adquirente.
me o critério de julgamento adotado. § 8º O descumprimento da finalidade a que se refere o § 7º
§ 2º No modo de disputa fechado, as propostas apresenta- deste artigo resultará na imediata restituição do bem alcançado
das pelos licitantes serão sigilosas até a data e a hora designadas ao acervo patrimonial da empresa pública ou da sociedade de
para que sejam divulgadas. economia mista, vedado, nessa hipótese, o pagamento de inde-
Art. 53. Quando for adotado o modo de disputa aberto, po- nização em favor do adquirente.
derão ser admitidos: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) Art. 55. Em caso de empate entre 2 (duas) propostas, serão
I - a apresentação de lances intermediários; utilizados, na ordem em que se encontram enumerados, os se-
II - o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor guintes critérios de desempate: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
lance, para definição das demais colocações, quando existir dife- I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão
rença de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance e apresentar nova proposta fechada, em ato contínuo ao encerra-
o subsequente. mento da etapa de julgamento;
Parágrafo único. Consideram-se intermediários os lances: II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitan-
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado tes, desde que exista sistema objetivo de avaliação instituído;
o julgamento pelo critério da maior oferta; III - os critérios estabelecidos no art. 3º da Lei nº 8.248, de
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adota- 23 de outubro de 1991 , e no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666, de
dos os demais critérios de julgamento. 21 de junho de 1993 ;
Art. 54. Poderão ser utilizados os seguintes critérios de julga- IV - sorteio.
mento: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
I - menor preço;

172
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 56. Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, será IV - recolhimento de quantia a título de adiantamento, tra-
promovida a verificação de sua efetividade, promovendo-se a tando-se de licitações em que se utilize como critério de julga-
desclassificação daqueles que: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) mento a maior oferta de preço.
I - contenham vícios insanáveis; § 1º Quando o critério de julgamento utilizado for a maior
II - descumpram especificações técnicas constantes do ins- oferta de preço, os requisitos de qualificação técnica e de capaci-
trumento convocatório; dade econômica e financeira poderão ser dispensados.
III - apresentem preços manifestamente inexequíveis; § 2º Na hipótese do § 1º, reverterá a favor da empresa públi-
IV - se encontrem acima do orçamento estimado para a con- ca ou da sociedade de economia mista o valor de quantia even-
tratação de que trata o § 1º do art. 57, ressalvada a hipótese tualmente exigida no instrumento convocatório a título de adian-
prevista no caput do art. 34 desta Lei; tamento, caso o licitante não efetue o restante do pagamento
V - não tenham sua exequibilidade demonstrada, quando devido no prazo para tanto estipulado.
exigido pela empresa pública ou pela sociedade de economia Art. 59. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento
mista; licitatório terá fase recursal única. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
VI - apresentem desconformidade com outras exigências do § 1º Os recursos serão apresentados no prazo de 5 (cinco)
instrumento convocatório, salvo se for possível a acomodação a dias úteis após a habilitação e contemplarão, além dos atos prati-
seus termos antes da adjudicação do objeto e sem que se preju- cados nessa fase, aqueles praticados em decorrência do disposto
dique a atribuição de tratamento isonômico entre os licitantes. nos incisos IV e V do caput do art. 51 desta Lei.
§ 1º A verificação da efetividade dos lances ou propostas po- § 2º Na hipótese de inversão de fases, o prazo referido no §
derá ser feita exclusivamente em relação aos lances e propostas 1º será aberto após a habilitação e após o encerramento da fase
mais bem classificados. prevista no inciso V do caput do art. 51, abrangendo o segundo
§ 2º A empresa pública e a sociedade de economia mista po- prazo também atos decorrentes da fase referida no inciso IV do
derão realizar diligências para aferir a exequibilidade das propos- caput do art. 51 desta Lei.
tas ou exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, na forma do Art. 60. A homologação do resultado implica a constituição
inciso V do caput . de direito relativo à celebração do contrato em favor do licitante
§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia, consi- vencedor. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
deram-se inexequíveis as propostas com valores globais inferio- Art. 61. A empresa pública e a sociedade de economia mista
res a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: não poderão celebrar contrato com preterição da ordem de clas-
I - média aritmética dos valores das propostas superiores a sificação das propostas ou com terceiros estranhos à licitação.
50% (cinquenta por cento) do valor do orçamento estimado pela (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
empresa pública ou sociedade de economia mista; ou Art. 62. Além das hipóteses previstas no § 3º do art. 57 desta
II - valor do orçamento estimado pela empresa pública ou Lei e no inciso II do § 2º do art. 75 desta Lei, quem dispuser de
sociedade de economia mista. competência para homologação do resultado poderá revogar a
§ 4º Para os demais objetos, para efeito de avaliação da exe- licitação por razões de interesse público decorrentes de fato su-
quibilidade ou de sobrepreço, deverão ser estabelecidos critérios perveniente que constitua óbice manifesto e incontornável, ou
de aceitabilidade de preços que considerem o preço global, os anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de tercei-
quantitativos e os preços unitários, assim definidos no instru- ros, salvo quando for viável a convalidação do ato ou do procedi-
mento convocatório. mento viciado. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
Art. 57. Confirmada a efetividade do lance ou proposta que § 1º A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não
obteve a primeira colocação na etapa de julgamento, ou que pas- gera obrigação de indenizar, observado o disposto no § 2º deste
se a ocupar essa posição em decorrência da desclassificação de artigo.
outra que tenha obtido colocação superior, a empresa pública e § 2º A nulidade da licitação induz à do contrato.
a sociedade de economia mista deverão negociar condições mais § 3º Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou
vantajosas com quem o apresentou. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) propostas, referida no inciso III do caput do art. 51 desta Lei, a
§ 1º A negociação deverá ser feita com os demais licitantes, revogação ou a anulação da licitação somente será efetivada de-
segundo a ordem inicialmente estabelecida, quando o preço do pois de se conceder aos licitantes que manifestem interesse em
primeiro colocado, mesmo após a negociação, permanecer acima contestar o respectivo ato prazo apto a lhes assegurar o exercício
do orçamento estimado. do direito ao contraditório e à ampla defesa.
§ 2º (VETADO). § 4º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo aplica-
§ 3º Se depois de adotada a providência referida no § 1º des- -se, no que couber, aos atos por meio dos quais se determine a
te artigo não for obtido valor igual ou inferior ao orçamento esti- contratação direta.
mado para a contratação, será revogada a licitação.
Art. 58. A habilitação será apreciada exclusivamente a partir SEÇÃO VII
dos seguintes parâmetros: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES DAS LICITAÇÕES
I - exigência da apresentação de documentos aptos a com-
provar a possibilidade da aquisição de direitos e da contração de Art. 63. São procedimentos auxiliares das licitações regidas
obrigações por parte do licitante; por esta Lei: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
II - qualificação técnica, restrita a parcelas do objeto técni- I - pré-qualificação permanente;
ca ou economicamente relevantes, de acordo com parâmetros II - cadastramento;
estabelecidos de forma expressa no instrumento convocatório; III - sistema de registro de preços;
III - capacidade econômica e financeira; IV - catálogo eletrônico de padronização.

173
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o caput des- V - inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que
te artigo obedecerão a critérios claros e objetivos definidos em aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do lici-
regulamento. tante vencedor na sequência da classificação do certame, assim
Art. 64. Considera-se pré-qualificação permanente o proce- como dos licitantes que mantiverem suas propostas originais.
dimento anterior à licitação destinado a identificar: (Vide Lei nº § 3º A existência de preços registrados não obriga a admi-
14.002, de 2020) nistração pública a firmar os contratos que deles poderão advir,
I - fornecedores que reúnam condições de habilitação exi- sendo facultada a realização de licitação específica, assegurada
gidas para o fornecimento de bem ou a execução de serviço ou ao licitante registrado preferência em igualdade de condições.
obra nos prazos, locais e condições previamente estabelecidos; Art. 67. O catálogo eletrônico de padronização de compras,
II - bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade serviços e obras consiste em sistema informatizado, de geren-
da administração pública. ciamento centralizado, destinado a permitir a padronização dos
§ 1º O procedimento de pré-qualificação será público e per- itens a serem adquiridos pela empresa pública ou sociedade de
manentemente aberto à inscrição de qualquer interessado. economia mista que estarão disponíveis para a realização de lici-
§ 2º A empresa pública e a sociedade de economia mista po- tação. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
derão restringir a participação em suas licitações a fornecedores Parágrafo único. O catálogo referido no caput poderá ser
ou produtos pré-qualificados, nas condições estabelecidas em utilizado em licitações cujo critério de julgamento seja o menor
regulamento. preço ou o maior desconto e conterá toda a documentação e to-
§ 3º A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ou dos os procedimentos da fase interna da licitação, assim como
segmentos, segundo as especialidades dos fornecedores. as especificações dos respectivos objetos, conforme disposto em
§ 4º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, contendo regulamento.
alguns ou todos os requisitos de habilitação ou técnicos necessá-
rios à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualda- CAPÍTULO II
de de condições entre os concorrentes. DOS CONTRATOS
§ 5º A pré-qualificação terá validade de 1 (um) ano, no máxi-
mo, podendo ser atualizada a qualquer tempo. SEÇÃO I
§ 6º Na pré-qualificação aberta de produtos, poderá ser exi- DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS
gida a comprovação de qualidade.
§ 7º É obrigatória a divulgação dos produtos e dos interessa- Art. 68. Os contratos de que trata esta Lei regulam-se pelas
dos que forem pré-qualificados. suas cláusulas, pelo disposto nesta Lei e pelos preceitos de direi-
Art. 65. Os registros cadastrais poderão ser mantidos para to privado. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
efeito de habilitação dos inscritos em procedimentos licitatórios Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados
e serão válidos por 1 (um) ano, no máximo, podendo ser atualiza- por esta Lei: (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
dos a qualquer tempo. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) I - o objeto e seus elementos característicos;
§ 1º Os registros cadastrais serão amplamente divulgados e II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
ficarão permanentemente abertos para a inscrição de interessa- III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a da-
dos. ta-base e a periodicidade do reajustamento de preços e os crité-
§ 2º Os inscritos serão admitidos segundo requisitos previs- rios de atualização monetária entre a data do adimplemento das
tos em regulamento. obrigações e a do efetivo pagamento;
§ 3º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de con-
assumidas será anotada no respectivo registro cadastral. clusão, de entrega, de observação, quando for o caso, e de rece-
§ 4º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou can- bimento;
celado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigên- V - as garantias oferecidas para assegurar a plena execução
cias estabelecidas para habilitação ou para admissão cadastral. do objeto contratual, quando exigidas, observado o disposto no
Art. 66. O Sistema de Registro de Preços especificamente art. 68;
destinado às licitações de que trata esta Lei reger-se-á pelo dis- VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as tipifi-
posto em decreto do Poder Executivo e pelas seguintes disposi- cações das infrações e as respectivas penalidades e valores das
ções: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) multas;
§ 1º Poderá aderir ao sistema referido no caput qualquer ór- VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para
gão ou entidade responsável pela execução das atividades con- alteração de seus termos;
templadas no art. 1º desta Lei. VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da respectiva
§ 2º O registro de preços observará, entre outras, as seguin- licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, bem como
tes condições: ao lance ou proposta do licitante vencedor;
I - efetivação prévia de ampla pesquisa de mercado; IX - a obrigação do contratado de manter, durante a execu-
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em ção do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele
regulamento; assumidas, as condições de habilitação e qualificação exigidas no
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle e curso do procedimento licitatório;
atualização periódicos dos preços registrados; X - matriz de riscos.
IV - definição da validade do registro; § 1º (VETADO).

174
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 2º Nos contratos decorrentes de licitações de obras ou Art. 75. A empresa pública e a sociedade de economia mista
serviços de engenharia em que tenha sido adotado o modo de convocarão o licitante vencedor ou o destinatário de contratação
disputa aberto, o contratado deverá reelaborar e apresentar à com dispensa ou inexigibilidade de licitação para assinar o termo
empresa pública ou à sociedade de economia mista e às suas de contrato, observados o prazo e as condições estabelecidos,
respectivas subsidiárias, por meio eletrônico, as planilhas com sob pena de decadência do direito à contratação. (Vide Lei nº
indicação dos quantitativos e dos custos unitários, bem como do 14.002, de 2020)
detalhamento das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos § 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma)
Encargos Sociais (ES), com os respectivos valores adequados ao vez, por igual período.
lance vencedor, para fins do disposto no inciso III do caput deste § 2º É facultado à empresa pública ou à sociedade de econo-
artigo. mia mista, quando o convocado não assinar o termo de contrato
Art. 70. Poderá ser exigida prestação de garantia nas con- no prazo e nas condições estabelecidos:
tratações de obras, serviços e compras. (Vide Lei nº 14.002, de I - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de clas-
2020) sificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes mo- propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços
dalidades de garantia: atualizados em conformidade com o instrumento convocatório;
I - caução em dinheiro; II - revogar a licitação.
II - seguro-garantia; Art. 76. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,
III - fiança bancária. reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte,
§ 2º A garantia a que se refere o caput não excederá a 5% o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou in-
(cinco por cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado correções resultantes da execução ou de materiais empregados,
nas mesmas condições nele estabelecidas, ressalvado o previsto e responderá por danos causados diretamente a terceiros ou à
no § 3º deste artigo. empresa pública ou sociedade de economia mista, independen-
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto temente da comprovação de sua culpa ou dolo na execução do
envolvendo complexidade técnica e riscos financeiros elevados, contrato. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
o limite de garantia previsto no § 2º poderá ser elevado para até Art. 77. O contratado é responsável pelos encargos traba-
10% (dez por cento) do valor do contrato. lhistas, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
restituída após a execução do contrato, devendo ser atualizada § 1º A inadimplência do contratado quanto aos encargos tra-
monetariamente na hipótese do inciso I do § 1º deste artigo. balhistas, fiscais e comerciais não transfere à empresa pública ou
Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei não à sociedade de economia mista a responsabilidade por seu paga-
excederá a 5 (cinco) anos, contados a partir de sua celebração, mento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a
exceto: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
I - para projetos contemplados no plano de negócios e in- Registro de Imóveis.
vestimentos da empresa pública ou da sociedade de economia § 2º (VETADO).
mista; Art. 78. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo
II - nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cin- das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar
co) anos seja prática rotineira de mercado e a imposição desse partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido,
prazo inviabilize ou onere excessivamente a realização do negó- em cada caso, pela empresa pública ou pela sociedade de econo-
cio. mia mista, conforme previsto no edital do certame. (Vide Lei nº
Parágrafo único. É vedado o contrato por prazo indetermi- 14.002, de 2020)
nado. § 1º A empresa subcontratada deverá atender, em relação
Art. 72. Os contratos regidos por esta Lei somente poderão ao objeto da subcontratação, as exigências de qualificação técni-
ser alterados por acordo entre as partes, vedando-se ajuste que ca impostas ao licitante vencedor.
resulte em violação da obrigação de licitar. (Vide Lei nº 14.002, § 2º É vedada a subcontratação de empresa ou consórcio
de 2020) que tenha participado:
Art. 73. A redução a termo do contrato poderá ser dispen- I - do procedimento licitatório do qual se originou a contra-
sada no caso de pequenas despesas de pronta entrega e paga- tação;
mento das quais não resultem obrigações futuras por parte da II - direta ou indiretamente, da elaboração de projeto básico
empresa pública ou da sociedade de economia mista. (Vide Lei ou executivo.
nº 14.002, de 2020) § 3º As empresas de prestação de serviços técnicos especia-
Parágrafo único. O disposto no caput não prejudicará o regis- lizados deverão garantir que os integrantes de seu corpo técnico
tro contábil exaustivo dos valores despendidos e a exigência de executem pessoal e diretamente as obrigações a eles imputadas,
recibo por parte dos respectivos destinatários. quando a respectiva relação for apresentada em procedimento
Art. 74. É permitido a qualquer interessado o conhecimento licitatório ou em contratação direta.
dos termos do contrato e a obtenção de cópia autenticada de Art. 79. Na hipótese do § 6º do art. 54, quando não for gera-
seu inteiro teor ou de qualquer de suas partes, admitida a exi- da a economia prevista no lance ou proposta, a diferença entre
gência de ressarcimento dos custos, nos termos previstos na Lei a economia contratada e a efetivamente obtida será descontada
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . (Vide Lei nº 14.002, de da remuneração do contratado. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
2020)

175
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Parágrafo único. Se a diferença entre a economia contratada § 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se
e a efetivamente obtida for superior à remuneração do contra- o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local
tado, será aplicada a sanção prevista no contrato, nos termos do dos trabalhos, esses materiais deverão ser pagos pela empresa
inciso VI do caput do art. 69 desta Lei. pública ou sociedade de economia mista pelos custos de aqui-
Art. 80. Os direitos patrimoniais e autorais de projetos ou sição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos,
serviços técnicos especializados desenvolvidos por profissionais podendo caber indenização por outros danos eventualmente de-
autônomos ou por empresas contratadas passam a ser proprie- correntes da supressão, desde que regularmente comprovados.
dade da empresa pública ou sociedade de economia mista que os § 5º A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tribu-
tenha contratado, sem prejuízo da preservação da identificação tos ou encargos legais, bem como a superveniência de disposi-
dos respectivos autores e da responsabilidade técnica a eles atri- ções legais, quando ocorridas após a data da apresentação da
buída. (Vide Lei nº 14.002, de 2020) proposta, com comprovada repercussão nos preços contratados,
implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme
SEÇÃO II o caso.
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS § 6º Em havendo alteração do contrato que aumente os en-
cargos do contratado, a empresa pública ou a sociedade de eco-
Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos nomia mista deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio
incisos I a V do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça a econômico-financeiro inicial.
possibilidade de alteração, por acordo entre as partes, nos se- § 7º A variação do valor contratual para fazer face ao rea-
guintes casos: (Vide Lei nº 14.002, de 2020) juste de preços previsto no próprio contrato e as atualizações,
I - quando houver modificação do projeto ou das especifica- compensações ou penalizações financeiras decorrentes das con-
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; dições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de
II - quando necessária a modificação do valor contratual em dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu ob- corrigido, não caracterizam alteração do contrato e podem ser
jeto, nos limites permitidos por esta Lei; registrados por simples apostila, dispensada a celebração de adi-
III - quando conveniente a substituição da garantia de exe- tamento.
cução; § 8º É vedada a celebração de aditivos decorrentes de even-
IV - quando necessária a modificação do regime de execução tos supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de res-
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em ponsabilidade da contratada.
face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos con-
tratuais originários; SEÇÃO III
V - quando necessária a modificação da forma de pagamen- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
to, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o
valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, Art. 82. Os contratos devem conter cláusulas com sanções
com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspon- administrativas a serem aplicadas em decorrência de atraso in-
dente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de justificado na execução do contrato, sujeitando o contratado a
obra ou serviço; multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório
VI - para restabelecer a relação que as partes pactuaram ou no contrato. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da § 1º A multa a que alude este artigo não impede que a em-
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou for- presa pública ou a sociedade de economia mista rescinda o con-
necimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico- trato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.
-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos § 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo,
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculá- será descontada da garantia do respectivo contratado.
veis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, § 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia
ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmen-
§ 1º O contratado poderá aceitar, nas mesmas condições te devidos pela empresa pública ou pela sociedade de economia
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas mista ou, ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) Art. 83. Pela inexecução total ou parcial do contrato a em-
do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de presa pública ou a sociedade de economia mista poderá, garan-
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cin- tida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
quenta por cento) para os seus acréscimos. (Vide Lei nº 14.002, de 2020)
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os li- I - advertência;
mites estabelecidos no § 1º, salvo as supressões resultantes de II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
acordo celebrado entre os contratantes. no contrato;
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços III - suspensão temporária de participação em licitação e im-
unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante pedimento de contratar com a entidade sancionadora, por prazo
acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no não superior a 2 (dois) anos.
§ 1º.

176
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia inclusive gravações e filmagens, quando houver, deverão ser dis-
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua ponibilizados para os órgãos de controle sempre que solicitados,
diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmen- no âmbito dos trabalhos de auditoria.
te devidos pela empresa pública ou pela sociedade de economia § 3º O acesso dos órgãos de controle às informações referi-
mista ou cobrada judicialmente. das no caput e no § 2º será restrito e individualizado.
§ 2º As sanções previstas nos incisos I e III do caput poderão § 4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancário,
ser aplicadas juntamente com a do inciso II, devendo a defesa estratégico, comercial ou industrial serão assim identificadas,
prévia do interessado, no respectivo processo, ser apresentada respondendo o servidor administrativa, civil e penalmente pelos
no prazo de 10 (dez) dias úteis. danos causados à empresa pública ou à sociedade de economia
Art. 84. As sanções previstas no inciso III do art. 83 poderão mista e a seus acionistas em razão de eventual divulgação inde-
também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em vida.
razão dos contratos regidos por esta Lei: (Vide Lei nº 14.002, de § 5º Os critérios para a definição do que deve ser considera-
2020) do sigilo estratégico, comercial ou industrial serão estabelecidos
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por em regulamento.
meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tri- Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e
butos; demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos órgãos
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os obje- do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas com-
tivos da licitação; petente, na forma da legislação pertinente, ficando as empresas
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com públicas e as sociedades de economia mista responsáveis pela
a empresa pública ou a sociedade de economia mista em virtude demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da
de atos ilícitos praticados. execução, nos termos da Constituição.
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital
CAPÍTULO III de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo
DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada
para a ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e res-
Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) ponder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da
esferas de governo fiscalizarão as empresas públicas e as socie- faculdade prevista no § 2º.
dades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas § 2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídi-
domiciliadas no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade ca poderá representar ao tribunal de contas ou aos órgãos inte-
e à eficácia da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista grantes do sistema de controle interno contra irregularidades na
contábil, financeiro, operacional e patrimonial. aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
§ 1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata § 3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do siste-
o caput , os órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito aos ma de controle interno poderão solicitar para exame, a qualquer
documentos e às informações necessários à realização dos traba- tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamen-
lhos, inclusive aqueles classificados como sigilosos pela empresa tária, patrimonial e operacional das empresas públicas, das so-
pública ou pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei ciedades de economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas
§ 2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empre- corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem
sas públicas e sociedades de economia mista no ato de entrega determinadas.
dos documentos e informações solicitados, tornando-se o órgão Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia
de controle com o qual foi compartilhada a informação sigilosa mista deverão disponibilizar para conhecimento público, por
corresponsável pela manutenção do seu sigilo. meio eletrônico, informação completa mensalmente atualizada
§ 3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capí- sobre a execução de seus contratos e de seu orçamento, admi-
tulo aplicar-se-ão, também, às empresas públicas e às socieda- tindo-se retardo de até 2 (dois) meses na divulgação das infor-
des de economia mista de caráter e constituição transnacional no mações.
que se refere aos atos de gestão e aplicação do capital nacional, § 1º A disponibilização de informações contratuais referen-
independentemente de estarem incluídos ou não em seus res- tes a operações de perfil estratégico ou que tenham por objeto
pectivos atos e acordos constitutivos. segredo industrial receberá proteção mínima necessária para
Art. 86. As informações das empresas públicas e das socieda- lhes garantir confidencialidade.
des de economia mista relativas a licitações e contratos, inclusive § 2º O disposto no § 1º não será oponível à fiscalização dos
aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de órgãos de controle interno e do tribunal de contas, sem prejuízo
dados eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos da responsabilização administrativa, civil e penal do servidor que
órgãos de controle competentes. der causa à eventual divulgação dessas informações.
§ 1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pú- Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa
blica e da sociedade de economia mista serão disponibilizadas no pública ou da sociedade de economia mista, pelo órgão a que se
sítio eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da autono-
em formato eletrônico editável. mia conferida pela lei específica que autorizou a criação da en-
§ 2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, or- tidade supervisionada ou da autonomia inerente a sua natureza,
dinárias ou extraordinárias, dos conselhos de administração ou
fiscal das empresas públicas e das sociedades de economia mista,

177
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

nem autoriza a ingerência do supervisor em sua administração e I - o § 2º do art. 15 da Lei nº 3.890-A, de 25 de abril de 1961 ,
funcionamento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da com a redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.943, de 28 de maio
legislação aplicável. de 2009;
Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle II - os arts. 67 e 68 da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 .
não podem implicar interferência na gestão das empresas públi- Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
cas e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem
ingerência no exercício de suas competências ou na definição de Brasília, 30 de junho de 2016; 195º da Independência e 128º
políticas públicas. da República.

TÍTULO III
LEI Nº 12.815, DE 5 DE JUNHO DE 2013 (DISPÕE SOBRE
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
A EXPLORAÇÃO DIRETA E INDIRETA PELA UNIÃO DE
PORTOS E INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS E SOBRE AS
Art. 91. A empresa pública e a sociedade de economia mista
ATIVIDADES DESEMPENHADAS PELOS OPERADORES
constituídas anteriormente à vigência desta Lei deverão, no pra-
PORTUÁRIOS)
zo de 24 (vinte e quatro) meses, promover as adaptações neces-
sárias à adequação ao disposto nesta Lei.
§ 1º A sociedade de economia mista que tiver capital fecha- LEI Nº 12.815, DE 5 DE JUNHO DE 2013.
do na data de entrada em vigor desta Lei poderá, observado o
prazo estabelecido no caput , ser transformada em empresa pú- Dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de por-
blica, mediante resgate, pela empresa, da totalidade das ações tos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas
de titularidade de acionistas privados, com base no valor de pa- pelos operadores portuários; altera as Leis nºs 5.025, de 10 de ju-
trimônio líquido constante do último balanço aprovado pela as- nho de 1966, 10.233, de 5 de junho de 2001, 10.683, de 28 de maio
sembleia-geral. de 2003, 9.719, de 27 de novembro de 1998, e 8.213, de 24 de ju-
§ 2º (VETADO). lho de 1991; revoga as Leis nºs 8.630, de 25 de fevereiro de 1993,
§ 3º Permanecem regidos pela legislação anterior procedi- e 11.610, de 12 de dezembro de 2007, e dispositivos das Leis nºs
mentos licitatórios e contratos iniciados ou celebrados até o final 11.314, de 3 de julho de 2006, e 11.518, de 5 de setembro de 2007;
do prazo previsto no caput . e dá outras providências.
Art. 92. O Registro Público de Empresas Mercantis e Ativida-
des Afins manterá banco de dados público e gratuito, disponível A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
na internet, contendo a relação de todas as empresas públicas e cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
as sociedades de economia mista.
Parágrafo único. É a União proibida de realizar transferência CAPÍTULO I
voluntária de recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municí- DEFINIÇÕES E OBJETIVOS
pios que não fornecerem ao Registro Público de Empresas Mer-
cantis e Atividades Afins as informações relativas às empresas Art. 1º Esta Lei regula a exploração pela União, direta ou in-
públicas e às sociedades de economia mista a eles vinculadas. diretamente, dos portos e instalações portuárias e as atividades
Art. 93. As despesas com publicidade e patrocínio da empre- desempenhadas pelos operadores portuários.
sa pública e da sociedade de economia mista não ultrapassarão, § 1º A exploração indireta do porto organizado e das instala-
em cada exercício, o limite de 0,5% (cinco décimos por cento) da ções portuárias nele localizadas ocorrerá mediante concessão e
receita operacional bruta do exercício anterior. arrendamento de bem público.
§ 1º O limite disposto no caput poderá ser ampliado, até o § 2º A exploração indireta das instalações portuárias localiza-
limite de 2% (dois por cento) da receita bruta do exercício ante- das fora da área do porto organizado ocorrerá mediante autoriza-
rior, por proposta da diretoria da empresa pública ou da socie- ção, nos termos desta Lei.
dade de economia mista justificada com base em parâmetros de § 3º As concessões, os arrendamentos e as autorizações de
mercado do setor específico de atuação da empresa ou da so- que trata esta Lei serão outorgados a pessoa jurídica que de-
ciedade e aprovada pelo respectivo Conselho de Administração. monstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
§ 2º É vedado à empresa pública e à sociedade de economia Art. 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
mista realizar, em ano de eleição para cargos do ente federativo I - porto organizado: bem público construído e aparelhado
a que sejam vinculadas, despesas com publicidade e patrocínio para atender a necessidades de navegação, de movimentação de
que excedam a média dos gastos nos 3 (três) últimos anos que passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercado-
antecedem o pleito ou no último ano imediatamente anterior à rias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição
eleição. de autoridade portuária;
Art. 94. Aplicam-se à empresa pública, à sociedade de eco- II - área do porto organizado: área delimitada por ato do Po-
nomia mista e às suas subsidiárias as sanções previstas na Lei nº der Executivo que compreende as instalações portuárias e a in-
12.846, de 1º de agosto de 2013 , salvo as previstas nos incisos II, fraestrutura de proteção e de acesso ao porto organizado;
III e IV do caput do art. 19 da referida Lei . III - instalação portuária: instalação localizada dentro ou fora
Art. 95. A estratégia de longo prazo prevista no art. 23 de- da área do porto organizado e utilizada em movimentação de
verá ser aprovada em até 180 (cento e oitenta) dias da data de passageiros, em movimentação ou armazenagem de mercado-
publicação da presente Lei. rias, destinadas ou provenientes de transporte aquaviário;
Art. 96. Revogam-se:

178
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

IV - terminal de uso privado: instalação portuária explorada VI - liberdade de preços nas operações portuárias, reprimi-
mediante autorização e localizada fora da área do porto organi- dos qualquer prática prejudicial à competição e o abuso do poder
zado; econômico. (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020)
V - estação de transbordo de cargas: instalação portuária ex-
plorada mediante autorização, localizada fora da área do porto CAPÍTULO II
organizado e utilizada exclusivamente para operação de trans- DA CONCESSÃO DE PORTO ORGANIZADO, DO
bordo de mercadorias em embarcações de navegação interior ou ARRENDAMENTO E DO USO TEMPORÁRIO DE INSTALAÇÃO
cabotagem; PORTUÁRI
VI - instalação portuária pública de pequeno porte: instala- (Redação dada pela Lei nº 14.047, de 2020)
ção portuária explorada mediante autorização, localizada fora do
porto organizado e utilizada em movimentação de passageiros ou SEÇÃO I
mercadorias em embarcações de navegação interior; DA CONCESSÃO DE PORTO ORGANIZADO E DO
VII - instalação portuária de turismo: instalação portuária ex- ARRENDAMENTO DE INSTALAÇÃO PORTUÁRIA
plorada mediante arrendamento ou autorização e utilizada em
embarque, desembarque e trânsito de passageiros, tripulantes e SUBSEÇÃO I
bagagens, e de insumos para o provimento e abastecimento de DA CONCESSÃO DE PORTO ORGANIZADO
embarcações de turismo; (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020)
VIII - (VETADO):
a) (VETADO); Art. 4º A concessão de bem público destinado à exploração
b) (VETADO); e do porto organizado será realizada mediante a celebração de
c) (VETADO); contrato, sempre precedida de licitação, em conformidade com o
IX - concessão: cessão onerosa do porto organizado, com disposto nesta Lei e no seu regulamento. (Redação dada pela
vistas à administração e à exploração de sua infraestrutura por Lei nº 14.047, de 2020)
prazo determinado; Art. 5º São essenciais aos contratos de concessão as cláusu-
X - delegação: transferência, mediante convênio, da adminis- las relativas: (Redação dada pela Lei nº 14.047, de 2020)
tração e da exploração do porto organizado para Municípios ou I - ao objeto, à área e ao prazo;
Estados, ou a consórcio público, nos termos da Lei nº 9.277, de II - ao modo, forma e condições da exploração do porto orga-
10 de maio de 1996 ; nizado ou instalação portuária;
XI - arrendamento: cessão onerosa de área e infraestrutura III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros defini-
públicas localizadas dentro do porto organizado, para exploração dores da qualidade da atividade prestada, assim como às metas e
por prazo determinado; prazos para o alcance de determinados níveis de serviço;
XII - autorização: outorga de direito à exploração de instala- IV - ao valor do contrato, às tarifas praticadas e aos critérios
ção portuária localizada fora da área do porto organizado e for- e procedimentos de revisão e reajuste;
malizada mediante contrato de adesão; e V - aos investimentos de responsabilidade do contratado;
XIII - operador portuário: pessoa jurídica pré-qualificada VI - aos direitos e deveres dos usuários, com as obrigações
para exercer as atividades de movimentação de passageiros ou correlatas do contratado e as sanções respectivas;
movimentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou VII - às responsabilidades das partes;
provenientes de transporte aquaviário, dentro da área do porto VIII - à reversão de bens;
organizado. IX - aos direitos, garantias e obrigações do contratante e do
Art. 3º A exploração dos portos organizados e instalações contratado, inclusive os relacionados a necessidades futuras de
portuárias, com o objetivo de aumentar a competitividade e o suplementação, alteração e expansão da atividade e consequen-
desenvolvimento do País, deve seguir as seguintes diretrizes: te modernização, aperfeiçoamento e ampliação das instalações;
I - expansão, modernização e otimização da infraestrutura e X - à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos
da superestrutura que integram os portos organizados e instala- e dos métodos e práticas de execução das atividades, bem como à
ções portuárias; indicação dos órgãos ou entidades competentes para exercê-las;
II - garantia da modicidade e da publicidade das tarifas e pre- XI - às garantias para adequada execução do contrato;
ços praticados no setor, da qualidade da atividade prestada e da XII - à responsabilidade do titular da instalação portuária
efetividade dos direitos dos usuários; pela inexecução ou deficiente execução das atividades;
III - estímulo à modernização e ao aprimoramento da gestão XIII - às hipóteses de extinção do contrato;
dos portos organizados e instalações portuárias, à valorização e XIV - à obrigatoriedade da prestação de informações de in-
à qualificação da mão de obra portuária e à eficiência das ativi- teresse do poder concedente, da Agência Nacional de Transpor-
dades prestadas; tes Aquaviários - ANTAQ e das demais autoridades que atuam
IV - promoção da segurança da navegação na entrada e na no setor portuário, inclusive as de interesse específico da Defesa
saída das embarcações dos portos; (Redação dada pela Lei nº Nacional, para efeitos de mobilização;
14.047, de 2020) XV - à adoção e ao cumprimento das medidas de fiscalização
V - estímulo à concorrência, por meio do incentivo à partici- aduaneira de mercadorias, veículos e pessoas;
pação do setor privado e da garantia de amplo acesso aos portos XVI - ao acesso ao porto organizado ou à instalação portuária
organizados, às instalações e às atividades portuárias; e (Reda- pelo poder concedente, pela Antaq e pelas demais autoridades
ção dada pela Lei nº 14.047, de 2020) que atuam no setor portuário;
XVII - às penalidades e sua forma de aplicação; e

179
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

XVIII - ao foro. SUBSEÇÃO III


§ 1º (VETADO). DO USO TEMPORÁRIO E DAS LICITAÇÕES
§ 2º Findo o prazo dos contratos, os bens vinculados à con- (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020)
cessão ou ao arrendamento reverterão ao patrimônio da União,
na forma prevista no contrato. Art. 5º-D. A administração do porto organizado poderá pac-
Art. 5º-A. Os contratos celebrados entre a concessionária e tuar com o interessado na movimentação de cargas com mercado
terceiros, inclusive os que tenham por objeto a exploração das não consolidado o uso temporário de áreas e instalações portuá-
instalações portuárias, serão regidos pelas normas de direito pri- rias localizadas na poligonal do porto organizado, dispensada a
vado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os realização de licitação. (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020)
terceiros e o poder concedente, sem prejuízo das atividades re- § 1º O contrato de uso temporário terá o prazo improrro-
gulatória e fiscalizatória da Antaq. (Incluído pela Lei nº 14.047, gável de até 48 (quarenta e oito) meses. (Incluído pela Lei nº
de 2020) 14.047, de 2020)
§ 2º Na hipótese de haver mais de um interessado na utili-
SUBSEÇÃO II zação de áreas e instalações portuárias e inexistir disponibilidade
DO ARRENDAMENTO DE INSTALAÇÃO PORTUÁRIA física para alocar todos os interessados concomitantemente, a
(Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020) administração do porto organizado promoverá processo seletivo
simplificado para a escolha do projeto que melhor atenda ao in-
Art. 5º-B. O arrendamento de bem público destinado à ativi- teresse público e do porto, assegurados os princípios da isonomia
dade portuária será realizado mediante a celebração de contrato, e da impessoalidade na realização do certame. (Incluído pela
precedida de licitação, em conformidade com o disposto nesta Lei nº 14.047, de 2020)
Lei e no seu regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020) § 3º Os investimentos vinculados ao contrato de uso tempo-
Parágrafo único. Poderá ser dispensada a realização da lici- rário ocorrerão exclusivamente a expensas do interessado, sem
tação de área no porto organizado, nos termos do regulamento,
direito a indenização de qualquer natureza. (Incluído pela Lei
quando for comprovada a existência de um único interessado em
nº 14.047, de 2020)
sua exploração e estiverem presentes os seguintes requisitos:
§ 4º Após 24 (vinte e quatro) meses de eficácia do uso tem-
(Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020)
porário da área e da instalação portuária, ou, em prazo inferior,
I - realização de chamamento público pela autoridade por-
por solicitação do contratado, e verificada a viabilidade do uso da
tuária com vistas a identificar interessados na exploração econô-
área e da instalação, a administração do porto organizado ado-
mica da área; e (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020)
tará as medidas necessárias ao encaminhamento de proposta de
II - conformidade com o plano de desenvolvimento e zonea-
mento do porto (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020) licitação da área e das instalações existentes. (Incluído pela
Art. 5º-C. São essenciais aos contratos de arrendamento as Lei nº 14.047, de 2020)
cláusulas relativas: (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020) § 5º Decreto regulamentador disporá sobre os termos, os
I - ao objeto, à área e ao prazo; (Incluído pela Lei nº 14.047, procedimentos e as condições para o uso temporário de áreas e
de 2020) instalações portuárias localizadas na poligonal do porto organiza-
II - ao modo, à forma e às condições da exploração da instala- do. (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020)
ção portuária; (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020) Art. 6º Nas licitações dos contratos de concessão e arrenda-
III - ao valor do contrato e aos critérios e procedimentos de mento, serão considerados como critérios para julgamento, de
revisão e reajuste; (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020) forma isolada ou combinada, a maior capacidade de movimenta-
IV - aos investimentos de responsabilidade do contratado; ção, a menor tarifa ou o menor tempo de movimentação de car-
(Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020) ga, e outros estabelecidos no edital, na forma do regulamento.
V - às responsabilidades das partes; (Incluído pela Lei nº § 1º As licitações de que trata este artigo poderão ser realiza-
14.047, de 2020) das na modalidade leilão, conforme regulamento.
VI - aos direitos, às garantias e às obrigações do contratante e § 2º Compete à Antaq, com base nas diretrizes do poder con-
do contratado; (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020) cedente, realizar os procedimentos licitatórios de que trata este
VII - à responsabilidade do titular da instalação portuária artigo.
pela inexecução ou deficiente execução das atividades; (Incluí- § 3º Os editais das licitações de que trata este artigo serão
do pela Lei nº 14.047, de 2020) elaborados pela Antaq, observadas as diretrizes do poder con-
VIII - às hipóteses de extinção do contrato; (Incluído pela cedente.
Lei nº 14.047, de 2020) § 4º (VETADO).
IX - à obrigatoriedade da prestação de informações de inte- § 5º Sem prejuízo das diretrizes previstas no art. 3º , o poder
resse do poder concedente, da Antaq e das demais autoridades concedente poderá determinar a transferência das competências
que atuam no setor portuário, inclusive as de interesse específico de elaboração do edital e a realização dos procedimentos licitató-
da defesa nacional, para efeitos de mobilização; (Incluído pela rios de que trata este artigo à Administração do Porto, delegado
Lei nº 14.047, de 2020) ou não.
X - ao acesso à instalação portuária pelo poder concedente, § 6º O poder concedente poderá autorizar, mediante reque-
pela Antaq e pelas demais autoridades que atuam no setor por- rimento do arrendatário, na forma do regulamento, expansão da
tuário; (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020) área arrendada para área contígua dentro da poligonal do porto
XI - às penalidades e sua forma de aplicação; e (Incluído organizado, sempre que a medida trouxer comprovadamente efi-
pela Lei nº 14.047, de 2020) ciência na operação portuária.
XII - ao foro. (Incluído pela Lei nº 14.047, de 2020)

180
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 7º A Antaq poderá disciplinar a utilização em caráter ex- Parágrafo único. O interessado em autorização de instalação
cepcional, por qualquer interessado, de instalações portuárias portuária deverá apresentar título de propriedade, inscrição de
arrendadas ou exploradas pela concessionária, assegurada a re- ocupação, certidão de aforamento, cessão de direito real ou ou-
muneração adequada ao titular do contrato. tro instrumento jurídico que assegure o direito de uso e fruição
do respectivo terreno, além de outros documentos previstos no
SEÇÃO II instrumento de abertura.
DA AUTORIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS Art. 12. Encerrado o processo de chamada ou anúncio públi-
co, o poder concedente deverá analisar a viabilidade locacional
Art. 8º Serão exploradas mediante autorização, precedida de das propostas e sua adequação às diretrizes do planejamento e
chamada ou anúncio públicos e, quando for o caso, processo se- das políticas do setor portuário.
letivo público, as instalações portuárias localizadas fora da área § 1º Observado o disposto no regulamento, poderão ser
do porto organizado, compreendendo as seguintes modalidades: expedidas diretamente as autorizações de instalação portuária
I - terminal de uso privado; quando:
II - estação de transbordo de carga; I - o processo de chamada ou anúncio público seja concluído
III - instalação portuária pública de pequeno porte; com a participação de um único interessado; ou
IV - instalação portuária de turismo; II - havendo mais de uma proposta, não haja impedimento
V - (VETADO). locacional à implantação de todas elas de maneira concomitante.
§ 1º A autorização será formalizada por meio de contrato de § 2º Havendo mais de uma proposta e impedimento locacio-
adesão, que conterá as cláusulas essenciais previstas no caput nal que inviabilize sua implantação de maneira concomitante, a
do art. 5º-C desta Lei, com exceção da cláusula prevista em seu Antaq deverá promover processo seletivo público, observados os
inciso III. (Redação dada pela Lei nº 14.047, de 2020) princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
§ 2º A autorização de instalação portuária terá prazo de até de e eficiência.
25 (vinte e cinco) anos, prorrogável por períodos sucessivos, des- § 3º O processo seletivo público de que trata o § 2º atenderá
de que: ao disposto no regulamento e considerará como critério de julga-
I - a atividade portuária seja mantida; e mento, de forma isolada ou combinada, a maior capacidade de
II - o autorizatário promova os investimentos necessários movimentação, a menor tarifa ou o menor tempo de movimenta-
para a expansão e modernização das instalações portuárias, na ção de carga, e outros estabelecidos no edital.
forma do regulamento. § 4º Em qualquer caso, somente poderão ser autorizadas as
§ 3º A Antaq adotará as medidas para assegurar o cumpri- instalações portuárias compatíveis com as diretrizes do planeja-
mento dos cronogramas de investimento previstos nas autori- mento e das políticas do setor portuário, na forma do caput .
zações e poderá exigir garantias ou aplicar sanções, inclusive a Art. 13. A Antaq poderá disciplinar as condições de acesso,
cassação da autorização. por qualquer interessado, em caráter excepcional, às instalações
§ 4º (VETADO). portuárias autorizadas, assegurada remuneração adequada ao ti-
Art. 9º Os interessados em obter a autorização de instalação tular da autorização.
portuária poderão requerê-la à Antaq a qualquer tempo, na for-
ma do regulamento. SEÇÃO III
§ 1º Recebido o requerimento de autorização de instalação DOS REQUISITOS PARA A INSTALAÇÃO DOS PORTOS E
portuária, a Antaq deverá: INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS
I - publicar o extrato do requerimento, inclusive na internet;
e Art. 14. A celebração do contrato de concessão ou arrenda-
II - promover a abertura de processo de anúncio público, com mento e a expedição de autorização serão precedidas de:
prazo de 30 (trinta) dias, para identificar a existência de outros I - consulta à autoridade aduaneira;
interessados na obtenção de autorização de instalação portuária II - consulta ao respectivo poder público municipal; e
na mesma região e com características semelhantes. III - emissão, pelo órgão licenciador, do termo de referência
§ 2º (VETADO). para os estudos ambientais com vistas ao licenciamento.
§ 3º (VETADO).
Art. 10. O poder concedente poderá determinar à Antaq, a SEÇÃO IV
qualquer momento e em consonância com as diretrizes do pla- DA DEFINIÇÃO DA ÁREA DE PORTO ORGANIZADO
nejamento e das políticas do setor portuário, a abertura de pro-
cesso de chamada pública para identificar a existência de inte- Art. 15. Ato do Presidente da República disporá sobre a de-
ressados na obtenção de autorização de instalação portuária, na finição da área dos portos organizados, a partir de proposta da
forma do regulamento e observado o prazo previsto no inciso II Secretaria de Portos da Presidência da República.
do § 1º do art. 9º . Parágrafo único. A delimitação da área deverá considerar a
Art. 11. O instrumento da abertura de chamada ou anúncio adequação dos acessos marítimos e terrestres, os ganhos de efi-
público indicará obrigatoriamente os seguintes parâmetros: ciência e competitividade decorrente da escala das operações e
I - a região geográfica na qual será implantada a instalação as instalações portuárias já existentes.
portuária;
II - o perfil das cargas a serem movimentadas; e
III - a estimativa do volume de cargas ou de passageiros a ser
movimentado nas instalações portuárias.

181
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

CAPÍTULO III IX - autorizar a movimentação de carga das embarcações,


DO PODER CONCEDENTE ressalvada a competência da autoridade marítima em situações
de assistência e salvamento de embarcação, ouvidas as demais
Art. 16. Ao poder concedente compete: autoridades do porto;
I - elaborar o planejamento setorial em conformidade com as X - suspender operações portuárias que prejudiquem o
políticas e diretrizes de logística integrada; funcionamento do porto, ressalvados os aspectos de interesse
II - definir as diretrizes para a realização dos procedimentos da autoridade marítima responsável pela segurança do tráfego
licitatórios, das chamadas públicas e dos processos seletivos de aquaviário;
que trata esta Lei, inclusive para os respectivos editais e instru- XI - reportar infrações e representar perante a Antaq, visando
mentos convocatórios; à instauração de processo administrativo e aplicação das penali-
III - celebrar os contratos de concessão e arrendamento e dades previstas em lei, em regulamento e nos contratos;
expedir as autorizações de instalação portuária, devendo a Antaq XII - adotar as medidas solicitadas pelas demais autoridades
fiscalizá-los em conformidade com o disposto na Lei nº 10.233, de no porto;
5 de junho de 2001; e XIII - prestar apoio técnico e administrativo ao conselho de
IV - estabelecer as normas, os critérios e os procedimentos autoridade portuária e ao órgão de gestão de mão de obra;
para a pré-qualificação dos operadores portuários. XIV - estabelecer o horário de funcionamento do porto, ob-
§ 1º Para os fins do disposto nesta Lei, o poder concedente servadas as diretrizes da Secretaria de Portos da Presidência da
poderá celebrar convênios ou instrumentos congêneres de coo- República, e as jornadas de trabalho no cais de uso público; e
peração técnica e administrativa com órgãos e entidades da ad- XV - organizar a guarda portuária, em conformidade com a
ministração pública federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos regulamentação expedida pelo poder concedente.
Municípios, inclusive com repasse de recursos. § 2º A autoridade portuária elaborará e submeterá à aprova-
§ 2º No exercício da competência prevista no inciso II do ção da Secretaria de Portos da Presidência da República o respec-
caput , o poder concedente deverá ouvir previamente a Agência tivo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto.
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis sempre que § 3º O disposto nos incisos IX e X do § 1º não se aplica à em-
a licitação, a chamada pública ou o processo seletivo envolver barcação militar que não esteja praticando comércio.
instalações portuárias voltadas à movimentação de petróleo, gás § 4º A autoridade marítima responsável pela segurança do
natural, seus derivados e biocombustíveis. tráfego pode intervir para assegurar aos navios da Marinha do
Brasil a prioridade para atracação no porto.
CAPÍTULO IV § 5º (VETADO).
DA ADMINISTRAÇÃO DO PORTO ORGANIZADO Art. 18. Dentro dos limites da área do porto organizado, com-
pete à administração do porto:
SEÇÃO I I - sob coordenação da autoridade marítima:
DAS COMPETÊNCIAS a) estabelecer, manter e operar o balizamento do canal de
acesso e da bacia de evolução do porto;
Art. 17. A administração do porto é exercida diretamente b) delimitar as áreas de fundeadouro, de fundeio para carga
pela União, pela delegatária ou pela entidade concessionária do e descarga, de inspeção sanitária e de polícia marítima;
porto organizado. c) delimitar as áreas destinadas a navios de guerra e subma-
§ 1º Compete à administração do porto organizado, denomi- rinos, plataformas e demais embarcações especiais, navios em
nada autoridade portuária: reparo ou aguardando atracação e navios com cargas inflamáveis
I - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e os con- ou explosivas;
tratos de concessão; d) estabelecer e divulgar o calado máximo de operação dos
II - assegurar o gozo das vantagens decorrentes do melho- navios, em função dos levantamentos batimétricos efetuados sob
ramento e aparelhamento do porto ao comércio e à navegação; sua responsabilidade; e
III - pré-qualificar os operadores portuários, de acordo com e) estabelecer e divulgar o porte bruto máximo e as dimen-
as normas estabelecidas pelo poder concedente; sões máximas dos navios que trafegarão, em função das limita-
IV - arrecadar os valores das tarifas relativas às suas ativida- ções e características físicas do cais do porto;
des; II - sob coordenação da autoridade aduaneira:
V - fiscalizar ou executar as obras de construção, reforma, a) delimitar a área de alfandegamento; e
ampliação, melhoramento e conservação das instalações portuá- b) organizar e sinalizar os fluxos de mercadorias, veículos,
rias; unidades de cargas e de pessoas.
VI - fiscalizar a operação portuária, zelando pela realização Art. 19. A administração do porto poderá, a critério do poder
das atividades com regularidade, eficiência, segurança e respeito concedente, explorar direta ou indiretamente áreas não afetas às
ao meio ambiente; operações portuárias, observado o disposto no respectivo Plano
VII - promover a remoção de embarcações ou cascos de em- de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto.
barcações que possam prejudicar o acesso ao porto; Parágrafo único. O disposto no caput não afasta a aplicação
VIII - autorizar a entrada e saída, inclusive atracação e desa- das normas de licitação e contratação pública quando a adminis-
tracação, o fundeio e o tráfego de embarcação na área do porto, tração do porto for exercida por órgão ou entidade sob controle
ouvidas as demais autoridades do porto; estatal.

182
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 20. Será instituído em cada porto organizado um conse- VII - autorizar a remoção de mercadorias da área portuária
lho de autoridade portuária, órgão consultivo da administração para outros locais, alfandegados ou não, nos casos e na forma
do porto. prevista na legislação aduaneira;
§ 1º O regulamento disporá sobre as atribuições, o funcio- VIII - administrar a aplicação de regimes suspensivos, exone-
namento e a composição dos conselhos de autoridade portuária, rativos ou devolutivos de tributos às mercadorias importadas ou
assegurada a participação de representantes da classe empresa- a exportar;
rial, dos trabalhadores portuários e do poder público. IX - assegurar o cumprimento de tratados, acordos ou con-
§ 2º A representação da classe empresarial e dos trabalhado- venções internacionais no plano aduaneiro; e
res no conselho a que alude o caput será paritária. X - zelar pela observância da legislação aduaneira e pela de-
§ 3º A distribuição das vagas no conselho a que alude o caput fesa dos interesses fazendários nacionais.
observará a seguinte proporção: § 1º No exercício de suas atribuições, a autoridade aduanei-
I - 50% (cinquenta por cento) de representantes do poder ra terá livre acesso a quaisquer dependências do porto ou insta-
público; lação portuária, às embarcações atracadas ou não e aos locais
II - 25% (vinte e cinco por cento) de representantes da classe onde se encontrem mercadorias procedentes do exterior ou a ele
empresarial; e destinadas.
III - 25% (vinte e cinco por cento) de representantes da classe § 2º No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira
trabalhadora. poderá, sempre que julgar necessário, requisitar documentos e
Art. 21. Fica assegurada a participação de um representante informações e o apoio de força pública federal, estadual ou mu-
da classe empresarial e outro da classe trabalhadora no conselho nicipal.
de administração ou órgão equivalente da administração do por-
to, quando se tratar de entidade sob controle estatal, na forma CAPÍTULO V
do regulamento. DA OPERAÇÃO PORTUÁRIA
Parágrafo único. A indicação dos representantes das classes
empresarial e trabalhadora a que alude o caput será feita pelos Art. 25. A pré-qualificação do operador portuário será efe-
respectivos representantes no conselho de autoridade portuária. tuada perante a administração do porto, conforme normas esta-
Art. 22. A Secretaria de Portos da Presidência da República belecidas pelo poder concedente.
coordenará a atuação integrada dos órgãos e entidades públicos § 1º As normas de pré-qualificação devem obedecer aos
nos portos organizados e instalações portuárias, com a finalidade princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
de garantir a eficiência e a qualidade de suas atividades, nos ter- de e eficiência.
mos do regulamento. § 2º A administração do porto terá prazo de 30 (trinta) dias,
contado do pedido do interessado, para decidir sobre a pré-qua-
SEÇÃO II lificação.
DA ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA NOS PORTOS § 3º Em caso de indeferimento do pedido mencionado no §
ORGANIZADOS E NAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS 2º , caberá recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, dirigido à Secre-
ALFANDEGADAS taria de Portos da Presidência da República, que deverá apreciá-
-lo no prazo de 30 (trinta) dias, nos termos do regulamento.
Art. 23. A entrada ou a saída de mercadorias procedentes § 4º Considera-se pré-qualificada como operador portuário a
do exterior ou a ele destinadas somente poderá efetuar-se em administração do porto.
portos ou instalações portuárias alfandegados. Art. 26. O operador portuário responderá perante:
Parágrafo único. O alfandegamento de portos organizados e I - a administração do porto pelos danos culposamente cau-
instalações portuárias destinados à movimentação e armazena- sados à infraestrutura, às instalações e ao equipamento de que a
gem de mercadorias importadas ou à exportação será efetuado administração do porto seja titular, que se encontre a seu serviço
após cumpridos os requisitos previstos na legislação específica. ou sob sua guarda;
Art. 24. Compete ao Ministério da Fazenda, por intermédio II - o proprietário ou consignatário da mercadoria pelas per-
das repartições aduaneiras: das e danos que ocorrerem durante as operações que realizar ou
I - cumprir e fazer cumprir a legislação que regula a entrada, em decorrência delas;
a permanência e a saída de quaisquer bens ou mercadorias do III - o armador pelas avarias ocorridas na embarcação ou na
País; mercadoria dada a transporte;
II - fiscalizar a entrada, a permanência, a movimentação e a IV - o trabalhador portuário pela remuneração dos serviços
saída de pessoas, veículos, unidades de carga e mercadorias, sem prestados e respectivos encargos;
prejuízo das atribuições das outras autoridades no porto; V - o órgão local de gestão de mão de obra do trabalho avulso
III - exercer a vigilância aduaneira e reprimir o contrabando pelas contribuições não recolhidas;
e o descaminho, sem prejuízo das atribuições de outros órgãos; VI - os órgãos competentes pelo recolhimento dos tributos
IV - arrecadar os tributos incidentes sobre o comércio exte- incidentes sobre o trabalho portuário avulso; e
rior; VII - a autoridade aduaneira pelas mercadorias sujeitas a
V - proceder ao despacho aduaneiro na importação e na ex- controle aduaneiro, no período em que lhe estejam confiadas ou
portação; quando tenha controle ou uso exclusivo de área onde se encon-
VI - proceder à apreensão de mercadoria em situação irregu- trem depositadas ou devam transitar.
lar, nos termos da legislação fiscal;

183
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Parágrafo único. Compete à administração do porto respon- II - manter, com exclusividade, o cadastro do trabalhador
der pelas mercadorias a que se referem os incisos II e VII do caput portuário e o registro do trabalhador portuário avulso;
quando estiverem em área por ela controlada e após o seu rece- III - treinar e habilitar profissionalmente o trabalhador por-
bimento, conforme definido pelo regulamento de exploração do tuário, inscrevendo-o no cadastro;
porto. IV - selecionar e registrar o trabalhador portuário avulso;
Art. 27. As atividades do operador portuário estão sujeitas às V - estabelecer o número de vagas, a forma e a periodicidade
normas estabelecidas pela Antaq. para acesso ao registro do trabalhador portuário avulso;
§ 1º O operador portuário é titular e responsável pela coor- VI - expedir os documentos de identificação do trabalhador
denação das operações portuárias que efetuar. portuário; e
§ 2º A atividade de movimentação de carga a bordo da em- VII - arrecadar e repassar aos beneficiários os valores devidos
barcação deve ser executada de acordo com a instrução de seu pelos operadores portuários relativos à remuneração do traba-
comandante ou de seus prepostos, responsáveis pela segurança lhador portuário avulso e aos correspondentes encargos fiscais,
da embarcação nas atividades de arrumação ou retirada da carga, sociais e previdenciários.
quanto à segurança da embarcação. Parágrafo único. Caso celebrado contrato, acordo ou con-
Art. 28. É dispensável a intervenção de operadores portuá- venção coletiva de trabalho entre trabalhadores e tomadores de
rios em operações: serviços, o disposto no instrumento precederá o órgão gestor e
I - que, por seus métodos de manipulação, suas caracterís- dispensará sua intervenção nas relações entre capital e trabalho
ticas de automação ou mecanização, não requeiram a utilização no porto.
de mão de obra ou possam ser executadas exclusivamente pela Art. 33. Compete ao órgão de gestão de mão de obra do tra-
tripulação das embarcações; balho portuário avulso:
II - de embarcações empregadas: I - aplicar, quando couber, normas disciplinares previstas em
a) em obras de serviços públicos nas vias aquáticas do País, lei, contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho, no caso
executadas direta ou indiretamente pelo poder público; de transgressão disciplinar, as seguintes penalidades:
b) no transporte de gêneros de pequena lavoura e da pesca, a) repreensão verbal ou por escrito;
para abastecer mercados de âmbito municipal; b) suspensão do registro pelo período de 10 (dez) a 30 (trin-
c) na navegação interior e auxiliar; ta) dias; ou
d) no transporte de mercadorias líquidas a granel; e c) cancelamento do registro;
e) no transporte de mercadorias sólidas a granel, quando a II - promover:
carga ou descarga for feita por aparelhos mecânicos automáticos, a) a formação profissional do trabalhador portuário e do
salvo quanto às atividades de rechego; trabalhador portuário avulso, adequando-a aos modernos pro-
III - relativas à movimentação de: cessos de movimentação de carga e de operação de aparelhos e
a) cargas em área sob controle militar, quando realizadas por equipamentos portuários;
pessoal militar ou vinculado a organização militar; b) o treinamento multifuncional do trabalhador portuário e
b) materiais por estaleiros de construção e reparação naval; e do trabalhador portuário avulso; e
c) peças sobressalentes, material de bordo, mantimentos e c) a criação de programas de realocação e de cancelamento
abastecimento de embarcações; e do registro, sem ônus para o trabalhador;
IV - relativas ao abastecimento de aguada, combustíveis e lu- III - arrecadar e repassar aos beneficiários contribuições des-
brificantes para a navegação. tinadas a incentivar o cancelamento do registro e a aposentado-
Parágrafo único. (VETADO). ria voluntária;
Art. 29. As cooperativas formadas por trabalhadores portuá- IV - arrecadar as contribuições destinadas ao custeio do ór-
rios avulsos, registrados de acordo com esta Lei, poderão estabe- gão;
lecer-se como operadores portuários. V - zelar pelas normas de saúde, higiene e segurança no tra-
Art. 30. A operação portuária em instalações localizadas fora balho portuário avulso; e
da área do porto organizado será disciplinada pelo titular da res- VI - submeter à administração do porto propostas para apri-
pectiva autorização, observadas as normas estabelecidas pelas moramento da operação portuária e valorização econômica do
autoridades marítima, aduaneira, sanitária, de saúde e de polícia porto.
marítima. § 1º O órgão não responde por prejuízos causados pelos tra-
Art. 31. O disposto nesta Lei não prejudica a aplicação das balhadores portuários avulsos aos tomadores dos seus serviços
demais normas referentes ao transporte marítimo, inclusive as ou a terceiros.
decorrentes de convenções internacionais ratificadas, enquanto § 2º O órgão responde, solidariamente com os operadores
vincularem internacionalmente o País. portuários, pela remuneração devida ao trabalhador portuário
avulso e pelas indenizações decorrentes de acidente de trabalho .
CAPÍTULO VI § 3º O órgão pode exigir dos operadores portuários garantia
DO TRABALHO PORTUÁRIO prévia dos respectivos pagamentos, para atender a requisição de
trabalhadores portuários avulsos.
Art. 32. Os operadores portuários devem constituir em cada § 4º As matérias constantes nas alíneas a e b do inciso II des-
porto organizado um órgão de gestão de mão de obra do trabalho te artigo serão discutidas em fórum permanente, composto, em
portuário, destinado a: caráter paritário, por representantes do governo e da sociedade
I - administrar o fornecimento da mão de obra do trabalha- civil.
dor portuário e do trabalhador portuário avulso;

184
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 5º A representação da sociedade civil no fórum previsto no conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem
§ 4º será paritária entre trabalhadores e empresários. como o carregamento e descarga de embarcações, quando efe-
Art. 34. O exercício das atribuições previstas nos arts. 32 e tuados por aparelhamento portuário;
33 pelo órgão de gestão de mão de obra do trabalho portuário II - estiva: atividade de movimentação de mercadorias nos
avulso não implica vínculo empregatício com trabalhador portuá- conveses ou nos porões das embarcações principais ou auxilia-
rio avulso. res, incluindo o transbordo, arrumação, peação e despeação,
Art. 35. O órgão de gestão de mão de obra pode ceder tra- bem como o carregamento e a descarga, quando realizados com
balhador portuário avulso, em caráter permanente, ao operador equipamentos de bordo;
portuário. III - conferência de carga: contagem de volumes, anotação
Art. 36. A gestão da mão de obra do trabalho portuário avul- de suas características, procedência ou destino, verificação do
so deve observar as normas do contrato, convenção ou acordo estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do
coletivo de trabalho. manifesto e demais serviços correlatos, nas operações de carre-
Art. 37. Deve ser constituída, no âmbito do órgão de gestão gamento e descarga de embarcações;
de mão de obra, comissão paritária para solucionar litígios decor- IV - conserto de carga: reparo e restauração das embalagens
rentes da aplicação do disposto nos arts. 32, 33 e 35. de mercadorias, nas operações de carregamento e descarga de
§ 1º Em caso de impasse, as partes devem recorrer à arbitra- embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimba-
gem de ofertas finais. gem, etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior
§ 2º Firmado o compromisso arbitral, não será admitida a recomposição;
desistência de qualquer das partes. V - vigilância de embarcações: atividade de fiscalização da
§ 3º Os árbitros devem ser escolhidos de comum acordo en- entrada e saída de pessoas a bordo das embarcações atracadas
tre as partes, e o laudo arbitral proferido para solução da pen- ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação de merca-
dência constitui título executivo extrajudicial. dorias nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em
§ 4º As ações relativas aos créditos decorrentes da relação outros locais da embarcação; e
de trabalho avulso prescrevem em 5 (cinco) anos até o limite de VI - bloco: atividade de limpeza e conservação de embarca-
2 (dois) anos após o cancelamento do registro ou do cadastro no ções mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferru-
órgão gestor de mão de obra. gem, pintura, reparos de pequena monta e serviços correlatos.
Art. 38. O órgão de gestão de mão de obra terá obrigatoria- § 2º A contratação de trabalhadores portuários de capatazia,
mente 1 (um) conselho de supervisão e 1 (uma) diretoria execu- bloco, estiva, conferência de carga, conserto de carga e vigilância
tiva. de embarcações com vínculo empregatício por prazo indetermi-
§ 1º O conselho de supervisão será composto por 3 (três) nado será feita exclusivamente dentre trabalhadores portuários
membros titulares e seus suplentes, indicados na forma do regu- avulsos registrados.
lamento, e terá como competência: § 3º O operador portuário, nas atividades a que alude o
I - deliberar sobre a matéria contida no inciso V do caput do caput , não poderá locar ou tomar mão de obra sob o regime de
art. 32; trabalho temporário de que trata a Lei nº 6.019, de 3 de janeiro
II - editar as normas a que se refere o art. 42; e de 1974.
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer § 4º As categorias previstas no caput constituem categorias
tempo, os livros e papéis do órgão e solicitar informações sobre profissionais diferenciadas.
quaisquer atos praticados pelos diretores ou seus prepostos. § 5º Desde que possuam a qualificação necessária, os tra-
§ 2º A diretoria executiva será composta por 1 (um) ou mais balhadores portuários avulsos registrados e cadastrados poderão
diretores, designados e destituíveis na forma do regulamento, desempenhar quaisquer das atividades de que trata o § 1º, veda-
cujo prazo de gestão será de 3 (três) anos, permitida a redesig- da a exigência de novo registro ou cadastro específico, indepen-
nação. dentemente de acordo ou convenção coletiva. (Incluído pela
§ 3º Até 1/3 (um terço) dos membros do conselho de super- Medida Provisória nº 945, de 2020).
visão poderá ser designado para cargos de diretores. § 5º Desde que possuam a qualificação necessária, os tra-
§ 4º No silêncio do estatuto ou contrato social, competirá a balhadores portuários avulsos registrados e cadastrados poderão
qualquer diretor a representação do órgão e a prática dos atos desempenhar quaisquer das atividades de que trata o § 1º deste
necessários ao seu funcionamento regular. artigo, vedada a exigência de novo registro ou cadastro específi-
Art. 39. O órgão de gestão de mão de obra é reputado de co, independentemente de acordo ou convenção coletiva. (In-
utilidade pública, sendo-lhe vedado ter fins lucrativos, prestar cluído pela Lei nº 14.047, de 2020)
serviços a terceiros ou exercer qualquer atividade não vinculada Art. 41. O órgão de gestão de mão de obra:
à gestão de mão de obra. I - organizará e manterá cadastro de trabalhadores portuá-
Art. 40. O trabalho portuário de capatazia, estiva, conferên- rios habilitados ao desempenho das atividades referidas no § 1º
cia de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarca- do art. 40; e
ções, nos portos organizados, será realizado por trabalhadores II - organizará e manterá o registro dos trabalhadores portuá-
portuários com vínculo empregatício por prazo indeterminado e rios avulsos.
por trabalhadores portuários avulsos. § 1º A inscrição no cadastro do trabalhador portuário depen-
§ 1º Para os fins desta Lei, consideram-se: derá exclusivamente de prévia habilitação profissional do traba-
I - capatazia: atividade de movimentação de mercadorias lhador interessado, mediante treinamento realizado em entidade
nas instalações dentro do porto, compreendendo o recebimen- indicada pelo órgão de gestão de mão de obra.
to, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a

185
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 2º O ingresso no registro do trabalhador portuário avulso § 1º Serão reunidos em um único processo os diversos au-
depende de prévia seleção e inscrição no cadastro de que trata tos ou representações de infração continuada, para aplicação da
o inciso I do caput , obedecidas a disponibilidade de vagas e a pena.
ordem cronológica de inscrição no cadastro. § 2º Serão consideradas continuadas as infrações quando se
§ 3º A inscrição no cadastro e o registro do trabalhador por- tratar de repetição de falta ainda não apurada ou objeto do pro-
tuário extinguem-se por morte ou cancelamento. cesso, de cuja instauração o infrator não tenha conhecimento,
Art. 42. A seleção e o registro do trabalhador portuário avul- por meio de intimação.
so serão feitos pelo órgão de gestão de mão de obra avulsa, de Art. 49. Na falta de pagamento de multa no prazo de 30 (trin-
acordo com as normas estabelecidas em contrato, convenção ou ta) dias, contado da ciência pelo infrator da decisão final que im-
acordo coletivo de trabalho. puser a penalidade, será realizado processo de execução.
Art. 43. A remuneração, a definição das funções, a composi- Art. 50. As importâncias pecuniárias resultantes da aplicação
ção dos ternos, a multifuncionalidade e as demais condições do das multas previstas nesta Lei reverterão para a Antaq, na forma
trabalho avulso serão objeto de negociação entre as entidades do inciso V do caput do art. 77 da Lei nº 10.233, de 5 de junho
representativas dos trabalhadores portuários avulsos e dos ope- de 2001 .
radores portuários. Art. 51. O descumprimento do disposto nos arts. 36, 39 e 42
Parágrafo único. A negociação prevista no caput contemplará desta Lei sujeitará o infrator à multa prevista no inciso I do art.
a garantia de renda mínima inserida no item 2 do Artigo 2 da Con- 10 da Lei nº 9.719, de 27 de novembro de 1998, sem prejuízo das
venção nº 137 da Organização Internacional do Trabalho - OIT. demais sanções cabíveis.
Art. 44. É facultada aos titulares de instalações portuárias su- Art. 52. O descumprimento do disposto no caput e no § 3º
jeitas a regime de autorização a contratação de trabalhadores a do art. 40 desta Lei sujeitará o infrator à multa prevista no inciso
prazo indeterminado, observado o disposto no contrato, conven- III do art. 10 da Lei nº 9.719, de 27 de novembro de 1998 , sem
ção ou acordo coletivo de trabalho. prejuízo das demais sanções cabíveis.
Art. 45. (VETADO).
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO VII DO PROGRAMA NACIONAL DE DRAGAGEM PORTUÁRIA E
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES HIDROVIÁRIA II

Art. 46. Constitui infração toda ação ou omissão, voluntária Art. 53. Fica instituído o Programa Nacional de Dragagem
ou involuntária, que importe em: Portuária e Hidroviária II, a ser implantado pela Secretaria de
I - realização de operações portuárias com infringência ao Portos da Presidência da República e pelo Ministério dos Trans-
disposto nesta Lei ou com inobservância dos regulamentos do portes, nas respectivas áreas de atuação.
porto; § 1º O Programa de que trata o caput abrange, dentre outras
II - recusa injustificada, por parte do órgão de gestão de mão atividades:
de obra, da distribuição de trabalhadores a qualquer operador I - as obras e serviços de engenharia de dragagem para manu-
portuário; ou tenção ou ampliação de áreas portuárias e de hidrovias, inclusive
III - utilização de terrenos, área, equipamentos e instalações canais de navegação, bacias de evolução e de fundeio, e berços
portuárias, dentro ou fora do porto organizado, com desvio de de atracação, compreendendo a remoção do material submerso
finalidade ou com desrespeito à lei ou aos regulamentos. e a escavação ou derrocamento do leito;
Parágrafo único. Responde pela infração, conjunta ou isola- II - o serviço de sinalização e balizamento, incluindo a aquisi-
damente, qualquer pessoa física ou jurídica que, intervindo na ção, instalação, reposição, manutenção e modernização de sinais
operação portuária, concorra para sua prática ou dela se bene- náuticos e equipamentos necessários às hidrovias e ao acesso
ficie. aos portos e terminais portuários;
Art. 47. As infrações estão sujeitas às seguintes penas, apli- III - o monitoramento ambiental; e
cáveis separada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade IV - o gerenciamento da execução dos serviços e obras.
da falta: § 2º Para fins do Programa de que trata o caput , conside-
I - advertência; ram-se:
II - multa; I - dragagem: obra ou serviço de engenharia que consiste na
III - proibição de ingresso na área do porto por período de 30 limpeza, desobstrução, remoção, derrocamento ou escavação de
(trinta) a 180 (cento e oitenta) dias; material do fundo de rios, lagos, mares, baías e canais;
IV - suspensão da atividade de operador portuário, pelo pe- II - draga: equipamento especializado acoplado à embarca-
ríodo de 30 (trinta) a 180 (cento e oitenta) dias; ou ção ou à plataforma fixa, móvel ou flutuante, utilizado para exe-
V - cancelamento do credenciamento do operador portuário. cução de obras ou serviços de dragagem;
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, aplicam- III - material dragado: material retirado ou deslocado do leito
-se subsidiariamente às infrações previstas no art. 46 as penali- dos corpos d’água decorrente da atividade de dragagem e trans-
dades estabelecidas na Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001 , se- ferido para local de despejo autorizado pelo órgão competente;
parada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade da falta. IV - empresa de dragagem: pessoa jurídica que tenha por ob-
Art. 48. Apurada, no mesmo processo, a prática de 2 (duas) jeto a realização de obra ou serviço de dragagem com a utilização
ou mais infrações pela mesma pessoa física ou jurídica, aplicam- ou não de embarcação; e
-se cumulativamente as penas a elas cominadas, se as infrações
não forem idênticas.

186
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

V - sinalização e balizamento: sinais náuticos para o auxílio § 4º (VETADO).


à navegação e à transmissão de informações ao navegante, de § 5º O Poder Executivo deverá encaminhar ao Congresso Na-
forma a possibilitar posicionamento seguro de acesso e tráfego. cional, até o último dia útil do mês de março de cada ano, rela-
Art. 54. A dragagem por resultado compreende a contratação tório detalhado sobre a implementação das iniciativas tomadas
de obras de engenharia destinadas ao aprofundamento, alarga- com base nesta Lei, incluindo, pelo menos, as seguintes infor-
mento ou expansão de áreas portuárias e de hidrovias, inclusive mações:
canais de navegação, bacias de evolução e de fundeio e berços I - relação dos contratos de arrendamento e concessão em
de atracação, bem como os serviços de sinalização, balizamento, vigor até 31 de dezembro do ano anterior, por porto organizado,
monitoramento ambiental e outros com o objetivo de manter as indicando data dos contratos, empresa detentora, objeto deta-
condições de profundidade e segurança estabelecidas no projeto lhado, área, prazo de vigência e situação de adimplemento com
implantado. relação às cláusulas contratuais;
§ 1º As obras ou serviços de dragagem por resultado pode- II - relação das instalações portuárias exploradas mediante
rão contemplar mais de um porto, num mesmo contrato, quando autorizações em vigor até 31 de dezembro do ano anterior, se-
essa medida for mais vantajosa para a administração pública. gundo a localização, se dentro ou fora do porto organizado, indi-
§ 2º Na contratação de dragagem por resultado, é obrigatória cando data da autorização, empresa detentora, objeto detalhado,
a prestação de garantia pelo contratado. área, prazo de vigência e situação de adimplemento com relação
§ 3º A duração dos contratos de que trata este artigo será de às cláusulas dos termos de adesão e autorização;
até 10 (dez) anos, improrrogável. III - relação dos contratos licitados no ano anterior com base
§ 4º As contratações das obras e serviços no âmbito do Pro- no disposto no art. 56 desta Lei, por porto organizado, indicando
grama Nacional de Dragagem Portuária e Hidroviária II poderão data do contrato, modalidade da licitação, empresa detentora,
ser feitas por meio de licitações internacionais e utilizar o Regi- objeto, área, prazo de vigência e valor dos investimentos reali-
me Diferenciado de Contratações Públicas, de que trata a Lei nº zados e previstos nos contratos de concessão ou arrendamento;
12.462, de 4 de agosto de 2011 . IV - relação dos termos de autorização e os contratos de ade-
§ 5º A administração pública poderá contratar empresa para são adaptados no ano anterior, com base no disposto nos arts.
gerenciar e auditar os serviços e obras contratados na forma do 58 e 59 desta Lei, indicando data do contrato de autorização,
caput . empresa detentora, objeto, área, prazo de vigência e valor dos
Art. 55. As embarcações destinadas à dragagem sujeitam-se investimentos realizados e previstos nos termos de adesão e au-
às normas específicas de segurança da navegação estabelecidas torização;
pela autoridade marítima e não se submetem ao disposto na Lei V - relação das instalações portuárias operadas no ano ante-
nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997. rior com base no previsto no art. 7º desta Lei, indicando empre-
sa concessionária, empresa que utiliza efetivamente a instalação
CAPÍTULO IX portuária, motivo e justificativa da utilização por interessado não
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS detentor do arrendamento ou concessão e prazo de utilização.
Art. 58. Os termos de autorização e os contratos de adesão
Art. 56. (VETADO). em vigor deverão ser adaptados ao disposto nesta Lei, em espe-
Parágrafo único. (VETADO). cial ao previsto nos §§ 1º a 4º do art. 8º , independentemente de
Art. 56-A. As infraestruturas ferroviárias no interior do pe- chamada pública ou processo seletivo.
rímetro dos portos e instalações portuárias não se constituem Parágrafo único. A Antaq deverá promover a adaptação de
em ferrovias autônomas e são administradas pela respectiva au- que trata o caput no prazo de 1 (um) ano, contado da data de
toridade portuária ou autorizatário, dispensada a realização de publicação desta Lei.
outorga específica para sua exploração. (Incluído pela Lei nº Art. 59. As instalações portuárias enumeradas nos incisos I
14.273, de 2021) Vigência a IV do caput do art. 8º , localizadas dentro da área do porto
Parágrafo único. As infraestruturas ferroviárias de que dis- organizado, terão assegurada a continuidade das suas atividades,
põe o caput deste artigo observarão as normas nacionais para a desde que realizada a adaptação nos termos do art. 58.
segurança do trânsito e do transporte ferroviários, e caberá ao Parágrafo único. Os pedidos de autorização para exploração
regulador ferroviário federal fiscalizar sua aplicação. (Incluído de instalações portuárias enumeradas nos incisos I a IV do art. 8º
pela Lei nº 14.273, de 2021) Vigência , localizadas dentro da área do porto organizado, protocolados
Art. 57. Os contratos de arrendamento em vigor firmados na Antaq até dezembro de 2012, poderão ser deferidos pelo po-
sob a Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, que possuam pre- der concedente, desde que tenha sido comprovado até a referida
visão expressa de prorrogação ainda não realizada, poderão ter data o domínio útil da área.
sua prorrogação antecipada, a critério do poder concedente. Art. 60. Os procedimentos licitatórios para contratação de
§ 1º A prorrogação antecipada de que trata o caput depende- dragagem homologados e os contratos de dragagem em vigor na
rá da aceitação expressa de obrigação de realizar investimentos, data da publicação desta Lei permanecem regidos pelo disposto
segundo plano elaborado pelo arrendatário e aprovado pelo po- na Lei nº 11.610, de 12 de dezembro de 2007.
der concedente em até 60 (sessenta) dias. Art. 61. Até a publicação do regulamento previsto nesta Lei,
§ 2º (VETADO). ficam mantidas as regras para composição dos conselhos da auto-
§ 3º Caso, a critério do poder concedente, a antecipação das ridade portuária e dos conselhos de supervisão e diretorias exe-
prorrogações de que trata o caput não seja efetivada, tal decisão cutivas dos órgãos de gestão de mão de obra.
não implica obrigatoriamente na recusa da prorrogação contra-
tual prevista originalmente.

187
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 62. O inadimplemento, pelas concessionárias, arrenda- ...................................................................................” (NR)


tárias, autorizatárias e operadoras portuárias no recolhimento de “ Art. 14. Ressalvado o disposto em legislação específica, o
tarifas portuárias e outras obrigações financeiras perante a admi- disposto no art. 13 aplica-se conforme as seguintes diretrizes:
nistração do porto e a Antaq, assim declarado em decisão final, .............................................................................................
impossibilita a inadimplente de celebrar ou prorrogar contratos III - depende de autorização:
de concessão e arrendamento, bem como obter novas autoriza- .............................................................................................
ções. c) a construção e a exploração das instalações portuárias de
§ 1º Para dirimir litígios relativos aos débitos a que se refere que trata o art. 8º da Lei na qual foi convertida a Medida Provisó-
o caput , poderá ser utilizada a arbitragem, nos termos da Lei nº ria nº 595, de 6 de dezembro de 2012;
9.307, de 23 de setembro de 1996. (Regulamento) .............................................................................................
§ 2º O impedimento previsto no caput também se aplica às g) (revogada);
pessoas jurídicas, direta ou indiretamente, controladoras, contro- h) (revogada);
ladas, coligadas, ou de controlador comum com a inadimplente. ...................................................................................” (NR)
Art. 63. As Companhias Docas observarão regulamento sim- “Art. 20. ...........................................................
plificado para contratação de serviços e aquisição de bens, obser- I - implementar, nas respectivas esferas de atuação, as políti-
vados os princípios constitucionais da publicidade, impessoalida- cas formuladas pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas
de, moralidade, economicidade e eficiência. de Transporte, pelo Ministério dos Transportes e pela Secretaria
Art. 64. As Companhias Docas firmarão com a Secretaria de de Portos da Presidência da República, nas respectivas áreas de
Portos da Presidência da República compromissos de metas e competência, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos
desempenho empresarial que estabelecerão, nos termos do re- nesta Lei;
gulamento: ...................................................................................” (NR)
I - objetivos, metas e resultados a serem atingidos, e prazos “ Art. 21. Ficam instituídas a Agência Nacional de Transpor-
para sua consecução; tes Terrestres - ANTT e a Agência Nacional de Transportes Aqua-
II - indicadores e critérios de avaliação de desempenho; viários - ANTAQ, entidades integrantes da administração federal
III - retribuição adicional em virtude do seu cumprimento; e indireta, submetidas ao regime autárquico especial e vinculadas,
IV - critérios para a profissionalização da gestão das Docas . respectivamente, ao Ministério dos Transportes e à Secretaria de
Art. 65. Ficam transferidas à Secretaria de Portos da Presi- Portos da Presidência da República, nos termos desta Lei.
dência da República as competências atribuídas ao Ministério ...................................................................................” (NR)
dos Transportes e ao Departamento Nacional de Infraestrutura “ Art. 23. Constituem a esfera de atuação da Antaq:
de Transportes - DNIT em leis gerais e específicas relativas a por- .............................................................................................
tos fluviais e lacustres, exceto as competências relativas a instala- II - os portos organizados e as instalações portuárias neles
ções portuárias públicas de pequeno porte. localizadas;
Art. 66. Aplica-se subsidiariamente às licitações de concessão III - as instalações portuárias de que trata o art. 8º da Lei na
de porto organizado e de arrendamento de instalação portuária o qual foi convertida a Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro
disposto nas Leis nºs 12.462, de 4 de agosto de 2011 , 8.987, de de 2012;
13 de fevereiro de 1995, e 8.666, de 21 de junho de 1993. .............................................................................................
Art. 67. Aplica-se subsidiariamente a esta Lei o disposto na § 1º A Antaq articular-se-á com órgãos e entidades da admi-
Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001 , em especial no que se nistração, para resolução das interfaces do transporte aquaviário
refere às competências e atribuições da Antaq. com as outras modalidades de transporte, com a finalidade de
Art. 68. As poligonais de áreas de portos organizados que não promover a movimentação intermodal mais econômica e segura
atendam ao disposto no art. 15 deverão ser adaptadas no prazo de pessoas e bens.
de 1 (um) ano. ...................................................................................” (NR)
Art. 69. (VETADO). “Art. 27. ...........................................................
Art. 70. O art. 29 da Lei nº 5.025, de 10 de junho de 1966, I - promover estudos específicos de demanda de transporte
passa a vigorar com a seguinte redação: aquaviário e de atividades portuárias;
“Art. 29. Os serviços públicos necessários à importação e ex- .............................................................................................
portação deverão ser centralizados pela administração pública III - propor ao Ministério dos Transportes o plano geral de ou-
em todos os portos organizados. torgas de exploração da infraestrutura aquaviária e de prestação
§ 1º Os serviços de que trata o caput serão prestados em de serviços de transporte aquaviário;
horário corrido e coincidente com a operação de cada porto, em a) (revogada);
turnos, inclusive aos domingos e feriados. b) (revogada);
§ 2º O horário previsto no § 1º poderá ser reduzido por ato .............................................................................................
do Poder Executivo, desde que não haja prejuízo à segurança na- VII - promover as revisões e os reajustes das tarifas portuá-
cional e à operação portuária. rias, assegurada a comunicação prévia, com antecedência míni-
...................................................................................” (NR) ma de 15 (quinze) dias úteis, ao poder concedente e ao Ministé-
Art. 71. A Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001 , passa a vigo- rio da Fazenda;
rar com as seguintes alterações: .............................................................................................
“ Art. 13. Ressalvado o disposto em legislação específica, as
outorgas a que se refere o inciso I do caput do art. 12 serão rea-
lizadas sob a forma de:

188
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

XIV - estabelecer normas e padrões a serem observados pe- “ Art. 44. A autorização, ressalvado o disposto em legislação
las administrações portuárias, concessionários, arrendatários, específica, será disciplinada em regulamento próprio e será ou-
autorizatários e operadores portuários, nos termos da Lei na qual torgada mediante termo que indicará:
foi convertida a Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro de ...................................................................................” (NR)
2012; “ Art. 51-A. Fica atribuída à Antaq a competência de fiscaliza-
XV - elaborar editais e instrumentos de convocação e promo- ção das atividades desenvolvidas pelas administrações de portos
ver os procedimentos de licitação e seleção para concessão, ar- organizados, pelos operadores portuários e pelas arrendatárias
rendamento ou autorização da exploração de portos organizados ou autorizatárias de instalações portuárias, observado o disposto
ou instalações portuárias, de acordo com as diretrizes do poder na Lei na qual foi convertida a Medida Provisória nº 595, de 6 de
concedente, em obediência ao disposto na Lei na qual foi con- dezembro de 2012.
vertida a Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro de 2012 ; § 1º Na atribuição citada no caput incluem-se as adminis-
XVI - cumprir e fazer cumprir as cláusulas e condições dos trações dos portos objeto de convênios de delegação celebrados
contratos de concessão de porto organizado ou dos contratos de nos termos da Lei nº 9.277, de 10 de maio de 1996.
arrendamento de instalações portuárias quanto à manutenção e § 2º A Antaq prestará ao Ministério dos Transportes ou à Se-
reposição dos bens e equipamentos reversíveis à União de que cretaria de Portos da Presidência da República todo apoio neces-
trata o inciso VIII do caput do art. 5º da Lei na qual foi convertida sário à celebração dos convênios de delegação.” (NR)
a Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro de 2012 ; “Art. 56. ...........................................................
............................................................................................. Parágrafo único. Cabe ao Ministro de Estado dos Transpor-
XXII - fiscalizar a execução dos contratos de adesão das au- tes ou ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Portos da
torizações de instalação portuária de que trata o art. 8º da Lei na Presidência da República, conforme o caso, instaurar o processo
qual foi convertida a Medida Provisória nº 595, de 6 de dezembro administrativo disciplinar, competindo ao Presidente da Repúbli-
de 2012 ; ca determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e
............................................................................................. proferir o julgamento.” (NR)
XXV - celebrar atos de outorga de concessão para a explora- “Art. 67. (Revogado pela Lei nº 14.301, de 2022)
ção da infraestrutura aquaviária, gerindo e fiscalizando os respec- Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 14.301, de 2022)
tivos contratos e demais instrumentos administrativos; “Art. 78. (Revogado pela Lei nº 14.301, de 2022)
XXVI - fiscalizar a execução dos contratos de concessão de ...................................................................................” (NR)
porto organizado e de arrendamento de instalação portuária, em “Art. 78-A. ...........................................................
conformidade com o disposto na Lei na qual foi convertida a Me- § 1º Na aplicação das sanções referidas no caput , a Antaq
dida Provisória nº 595, de 6 de dezembro de 2012; observará o disposto na Lei na qual foi convertida a Medida Pro-
XXVII - (revogado). visória nº 595, de 6 de dezembro de 2012.
§ 1º ....................................................................... § 2º A aplicação da sanção prevista no inciso IV do caput ,
............................................................................................. quando se tratar de concessão de porto organizado ou arrenda-
II - participar de foros internacionais, sob a coordenação do mento e autorização de instalação portuária, caberá ao poder
Poder Executivo; e concedente, mediante proposta da Antaq.” (NR)
............................................................................................. “Art. 81. ...........................................................
§ 3º (Revogado). .............................................................................................
§ 4º (Revogado).” (NR) III - (Revogado pela Lei nº 14.301, de 2022)
“ Art. 33. Ressalvado o disposto em legislação específica, os IV - (revogado).” (NR)
atos de outorga de autorização, concessão ou permissão editados “Art. 82. ...........................................................
e celebrados pela ANTT e pela Antaq obedecerão ao disposto na .............................................................................................
Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, nas Subseções II, III, IV e § 2º No exercício das atribuições previstas neste artigo e re-
V desta Seção e nas regulamentações complementares editadas lativas a vias navegáveis, o DNIT observará as prerrogativas espe-
pelas Agências.” (NR) cíficas da autoridade marítima.
“Art. 34-A. ........................................................... ...................................................................................” (NR)
............................................................................................. Art. 72. (Revogado pela Lei nº 14.301, de 2022)
§ 2º O edital de licitação indicará obrigatoriamente, ressalva- Art. 73. A Lei nº 9.719, de 27 de novembro de 1998, passa a
do o disposto em legislação específica: vigorar acrescida do seguinte art. 10-A:
...................................................................................” (NR) “ Art. 10-A . É assegurado, na forma do regulamento, benefí-
“ Art. 35. O contrato de concessão deverá refletir fielmente cio assistencial mensal, de até 1 (um) salário mínimo, aos traba-
as condições do edital e da proposta vencedora e terá como cláu- lhadores portuários avulsos, com mais de 60 (sessenta) anos, que
sulas essenciais, ressalvado o disposto em legislação específica, não cumprirem os requisitos para a aquisição das modalidades
as relativas a: de aposentadoria previstas nos arts. 42, 48, 52 e 57 da Lei nº
...................................................................................” (NR) 8.213, de 24 de julho de 1991, e que não possuam meios para
“ Art. 43. A autorização, ressalvado o disposto em legislação prover a sua subsistência.
específica, será outorgada segundo as diretrizes estabelecidas Parágrafo único. O benefício de que trata este artigo não
nos arts. 13 e 14 e apresenta as seguintes características: pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no
...................................................................................” (NR) âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da as-
sistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória.”
Art. 74. (VETADO).

189
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 75. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. V - aprovar a realização de investimentos não previstos nos
Art. 76. Ficam revogados: contratos de concessão ou de arrendamento, na forma do art. 42;
I - a Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993; (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
II - a Lei nº 11.610, de 12 de dezembro de 2007 ; VI - conduzir e aprovar, sempre que necessários, os estudos de
III - o art. 21 da Lei nº 11.314, de 3 de julho de 2006 ; viabilidade técnica, econômica e ambiental do objeto da concessão
IV - o art. 14 da Lei nº 11.518, de 5 de setembro de 2007 ; ou do arrendamento; e
V - os seguintes dispositivos da Lei nº 10.233, de 5 de junho VII - aprovar e encaminhar ao Congresso Nacional o relatório
de 2001 : de que trata o § 5º do art. 57 da Lei nº 12.815, de 2013.
a) as alíneas g e h do inciso III do caput do art. 14; Parágrafo único. O plano geral de outorgas do setor portuário
b) as alíneas a e b do inciso III do caput do art. 27 ; a que se refere o inciso I do caput terá caráter orientativo, com a fi-
c) o inciso XXVII do caput do art. 27 ; nalidade de subsidiar decisões relacionadas às outorgas portuárias
d) os §§ 3º e 4º do art. 27 ; e em todas as suas modalidades, e conterá: (Incluído pelo Decreto nº
9.048, de 2017)
e) o inciso IV do caput do art. 81; e
I - informações relativas aos portos e às instalações portuárias
VI - o art. 11 da Lei nº 9.719, de 27 de novembro de 1998.
brasileiros; e (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
II - orientações quanto aos requisitos e aos procedimentos a
Brasília, 5 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º serem adotados para novas outorgas, conforme as características
da República. necessárias a cada modalidade. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de
2017)
Art. 3º Sem prejuízo de outras atribuições previstas na legisla-
DECRETO Nº 8.033, DE 27 DE JUNHO DE 2013
ção específica, compete à Antaq:
(REGULAMENTA O DISPOSTO NA LEI Nº 12.815, DE
I - analisar a transferência de titularidade de contratos de con-
5 DE JUNHO DE 2013, E AS DEMAIS DISPOSIÇÕES cessão, de arrendamento ou de autorização; (Redação dada pelo
LEGAIS QUE REGULAM A EXPLORAÇÃO DE PORTOS Decreto nº 9.048, de 2017)
ORGANIZADOS E DE INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS) II - analisar as propostas de realização de investimentos não
previstos nos contratos de concessão ou de arrendamento;
DECRETO Nº 8.033, DE 27 DE JUNHO DE 2013 III - arbitrar, na esfera administrativa, os conflitos de interesses
e as controvérsias sobre os contratos não solucionados entre a ad-
Regulamenta o disposto na Lei nº 12.815, de 5 de junho de ministração do porto e a arrendatária;
2013, e as demais disposições legais que regulam a exploração de IV - arbitrar, em grau de recurso, os conflitos entre agentes que
portos organizados e de instalações portuárias. atuem no porto organizado, ressalvadas as competências das de-
mais autoridades públicas;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe V - apurar, de ofício ou mediante provocação, práticas abusivas
conferem os arts. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, e 21, caput, ou tratamentos discriminatórios, ressalvadas as competências pre-
inciso XII, alínea “f”, da Constituição, e tendo em vista o disposto vistas na Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011 ; (Redação dada
nas Leis nº 12.815, de 5 de junho de 2013, nº 10.233, de 5 de junho pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
de 2001, e nº 10.683, de 28 de maio de 2003, VI - elaborar o relatório de que trata o § 5º do art. 57 da Lei nº
12.815, de 2013 , e encaminhá-lo ao poder concedente; (Redação
DECRETA : dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
VII - analisar e aprovar a transferência de controle societário
de contratos de concessão, de arrendamento e de autorização; e
CAPÍTULO I
(Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
VIII - arbitrar, na esfera administrativa, os conflitos de interesse
e as controvérsias não solucionados entre a administração do porto
Art. 1º Este Decreto regulamenta o disposto na Lei nº 12.815, e o autorizatário. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
de 5 de junho de 2013, e as demais disposições legais que regulam Parágrafo único. A Antaq seguirá as orientações do plano ge-
a exploração de portos organizados e de instalações portuárias. ral de outorgas para a realização: (Redação dada pelo Decreto nº
Parágrafo único. O poder concedente será exercido pela 9.048, de 2017)
União por intermédio do Ministério dos Transportes, Portos e I - das licitações de concessão e de arrendamento; e (Incluído
Aviação Civil, ouvidas as respectivas Secretarias. (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
pelo Decreto nº 9.048, de 2017) II - das chamadas públicas para autorização de instalações por-
Art. 2º Sem prejuízo de outras atribuições previstas na tuárias. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
legislação específica, compete ao poder concedente: Art. 4º Sem prejuízo de outras atribuições previstas na legisla-
I - elaborar o plano geral de outorgas do setor portuário; ção específica, compete à administração do porto:
II - disciplinar conteúdo, forma e periodicidade de atualização I - estabelecer o regulamento de exploração do porto, observa-
dos planos de desenvolvimento e zoneamento dos portos; das as diretrizes do poder concedente; e
III - definir diretrizes para a elaboração dos regulamentos de II - decidir sobre conflitos que envolvam agentes que atuam no
exploração dos portos; porto organizado, ressalvadas as competências das demais autori-
IV - aprovar a transferência de titularidade de contratos de dades públicas.
concessão, de arrendamento ou de autorização previamente Parágrafo único. Nas concessões de porto organizado, o contra-
analisados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários - to disciplinará a extensão e a forma do exercício das competências
Antaq; (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) da administração do porto.

190
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

CAPÍTULO II Art. 7º-A. A dispensa de licitação de que dispõe o parágrafo


DA EXPLORAÇÃO DOS PORTOS E DAS INSTALAÇÕES único do art. 5º-B da Lei nº 12.815, de 2013, poderá ser realizada
PORTUÁRIAS LOCALIZADAS DENTRO DA ÁREA DO PORTO quando for comprovada a existência de um único interessado na
ORGANIZADO exploração de instalação portuária localizada no porto organizado.
(Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
SEÇÃO I § 1º A exploração da instalação portuária observará o plano
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A LICITAÇÃO DA de desenvolvimento e zoneamento do porto. (Incluído pelo
CONCESSÃO E DO ARRENDAMENTO Decreto nº 10.672, de 2021)
§ 2º Para comprovar a existência de um único interessado na
Art. 5º A licitação para a concessão e para o arrendamento exploração da área, a autoridade portuária realizará chamamento
de bem público destinado à atividade portuária será regida pelo público. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
disposto na Lei nº 12.815, de 2013, na Lei nº 12.462, de 4 de Art. 7º-B. Para a dispensa de licitação, nos termos do
agosto de 2011, neste Decreto e, subsidiariamente, no Decreto nº disposto no art. 7º-A, o poder concedente solicitará à autoridade
7.581, de 11 de outubro de 2011. portuária, a qualquer tempo, a abertura de chamamento público
Parágrafo único. Na hipótese de transferência das por meio de divulgação de instrumento convocatório, observadas
competências para a elaboração do edital ou para a realização as diretrizes do planejamento e das políticas do setor portuário.
dos procedimentos licitatórios de que trata o § 5º do art. 6º da (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
Lei nº 12.815, de 2013, a administração do porto deverá observar Parágrafo único. O instrumento convocatório de abertura
o disposto neste Decreto, sem prejuízo do acompanhamento dos do chamamento público estabelecerá prazo de trinta dias para
atos e procedimentos pela Antaq. identificar a existência de interessados na exploração da área e da
Art. 6º A realização dos estudos prévios de viabilidade instalação portuária, cujo extrato será publicado no Diário Oficial
técnica, econômica e ambiental do objeto do arrendamento ou da União e na página eletrônica da autoridade portuária, que
da concessão observará as diretrizes do planejamento do setor conterá minimamente as seguintes informações: (Incluído pelo
portuário, de forma a considerar o uso racional da infraestrutura Decreto nº 10.672, de 2021)
de acesso aquaviário e terrestre e as características de cada I - o objeto, a área e o prazo; (Incluído pelo Decreto nº
empreendimento. (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) 10.672, de 2021)
§ 1º Os estudos de que trata o caput poderão ser realizados II - o modo, a forma e as condições da exploração da instalação
em versão simplificada, conforme disciplinado pela Antaq, sempre portuária; (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
que: III - a previsão de investimentos mínimos de responsabilidade
I - não haja alteração substancial da destinação da área objeto do contratado; (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
da concessão ou do arrendamento; IV - o perfil das cargas a serem movimentadas; (Incluído pelo
II - não haja alteração substancial das atividades Decreto nº 10.672, de 2021)
desempenhadas pela concessionária ou pela arrendatária; V - a capacidade de movimentação de passageiros ou cargas;
(Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
III - o objeto e as condições da concessão ou do arrendamento VI - o valor de garantia de proposta a ser oferecida; (Incluído
permitam, conforme estabelecido pelo poder concedente; ou pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
(Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) VII - o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental;
IV - o prazo de vigência do contrato seja, no máximo, de dez (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
anos. (Redação dada pelo Decreto nº 10.672, de 2021) VIII - a minuta do contrato de arrendamento; e (Incluído pelo
§ 2º As administrações dos portos encaminharão ao poder Decreto nº 10.672, de 2021)
concedente e à Antaq todos os documentos e informações IX - o prazo máximo para a abertura de edital de certame
necessários ao desenvolvimento dos estudos previstos neste licitatório, caso haja mais de um interessado. (Incluído pelo
artigo. Decreto nº 10.672, de 2021)
§ 3º O poder concedente poderá autorizar a elaboração, Art. 7º-C A pessoa jurídica que estiver interessada em atender
por qualquer interessado, dos estudos de que trata o caput e, ao chamamento público deverá manifestar formalmente seu
caso esses sejam utilizados para a licitação, deverá assegurar o interesse por meio de documento protocolado junto à autoridade
ressarcimento dos dispêndios correspondentes. portuária. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
§ 4º O escopo e a profundidade dos estudos de que trata o caput § 1º A manifestação de interesse pressupõe o compromisso
considerarão os riscos de engenharia e ambientais associados à da pessoa jurídica a: (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
complexidade das obras e ao local do empreendimento. (Incluído I - celebrar o contrato de arrendamento, quando for a única
pelo Decreto nº 9.048, de 2017) interessada; e (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
§ 5º As modelagens dos estudos de viabilidade deverão II - apresentar proposta válida em certame licitatório, em
observar a complexidade da atividade econômica dos diversos caso de haver mais de um interessado. (Incluído pelo Decreto nº
modelos de terminais portuários, incluídos aqueles associados a 10.672, de 2021)
outros modelos de exploração econômica. (Incluído pelo Decreto § 2º A manifestação deverá estar acompanhada de
nº 9.048, de 2017) comprovação da prestação de garantia de que trata o inciso VI do
Art. 7º Definido o objeto da licitação, a Antaq deverá adotar parágrafo único do art. 7º-B. (Incluído pelo Decreto nº 10.672,
as providências previstas no art. 14 da Lei nº 12.815, de 2013. de 2021)

191
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

Art. 7º-D. Recebida a manifestação de interesse, a autoridade V - menor contraprestação do poder concedente; (Incluído
portuária encaminhará os documentos relativos ao instrumento pelo Decreto nº 8.464, de 2015)
convocatório ao poder concedente para a adoção das providências VI - melhor proposta técnica, conforme critérios objetivos
relativas a: (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021) estabelecidos pelo poder concedente; ou (Incluído pelo Decreto
I - celebração do contrato de arrendamento, quando houver nº 8.464, de 2015)
um único interessado; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de VII - maior valor de outorga. (Incluído pelo Decreto nº 8.464,
2021) de 2015)
II - realização do certame licitatório, em caso de haver mais § 1º (Revogado pelo Decreto nº 8.464, de 2015)
de um interessado. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021) § 2º (Revogado pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
§ 1º A garantia de proposta de que trata o inciso VI do § 3º (Revogado pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
parágrafo único do art. 7º-B será integralmente restituída após a Art. 10. Na fase de habilitação das licitações previstas neste
celebração do contrato de arrendamento. (Incluído pelo Decreto Decreto, será aplicado, no que couber, o disposto nos arts. 27 a 33
nº 10.672, de 2021) da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 2º Se houver mais de um interessado, a garantia apresentada Parágrafo único. Para a qualificação técnica nas licitações de
no chamamento público será restituída após a apresentação de arrendamento, o edital poderá estabelecer que o licitante assuma
garantia de proposta válida no âmbito do certame licitatório de o compromisso de:
que trata o inciso II do caput. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, I - obter sua pré-qualificação como operador portuário
de 2021) perante a administração do porto; ou
§ 3º Decorrido o prazo de que trata o inciso IX do caput do II - contratar um operador portuário pré-qualificado perante
art. 7º-B, as garantias apresentadas no chamamento público serão a administração do porto para o desempenho das operações
restituídas. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021) portuárias, sem prejuízo do integral cumprimento das metas de
qualidade e de outras obrigações estabelecidas no contrato.
SEÇÃO II Art. 11. O edital estabelecerá prazo mínimo para a
DO EDITAL DA LICITAÇÃO apresentação de propostas, contado da data de sua publicação,
observado o prazo mínimo legal. (Redação dada pelo Decreto nº
Art. 8º O edital definirá os critérios objetivos para o julgamento 10.672, de 2021)
da licitação e disporá sobre: § 1º Será conferida publicidade ao edital mediante:
I - o objeto, a área, o prazo e a possibilidade de prorrogação I - publicação de extrato do edital no Diário Oficial da União; e
do contrato; II - divulgação no sítio eletrônico do Ministério dos Transportes,
II - os prazos, os locais, os horários e as formas de recebimento Portos e Aviação Civil e da Antaq. (Redação dada pelo Decreto nº
da documentação exigida para a habilitação e das propostas, do 9.048, de 2017)
julgamento da licitação e da assinatura dos contratos; § 2º As eventuais modificações no edital serão divulgadas no
III - os prazos, os locais e os horários em que serão fornecidos mesmo prazo dos atos e procedimentos originais, exceto quando
aos interessados os dados, estudos e projetos necessários à a alteração não comprometer a formulação das propostas.
elaboração dos orçamentos e à apresentação das propostas; § 3º Quando o valor do contrato superar o limite estabelecido
IV - os critérios e a relação dos documentos exigidos para em ato da Antaq, deverá ser convocada audiência pública com
aferição da capacidade técnica e econômico-financeira, da antecedência mínima de dez dias úteis de sua realização, a qual
regularidade jurídica e fiscal dos licitantes e da garantia da deverá ocorrer com antecedência mínima de quinze dias úteis da
proposta e da execução do contrato; data prevista para a publicação do edital. (Redação dada pelo
V - a relação dos bens afetos ao arrendamento ou à concessão; Decreto nº 10.672, de 2021)
VI - as regras para pedido de esclarecimento, impugnação § 4º Nas hipóteses em que for necessária a realização de
administrativa e interposição de recursos; e estudos prévios de viabilidade técnica, econômica e ambiental,
VII - a minuta do contrato de arrendamento ou de concessão nos termos do § 1º do art. 6º , o prazo para apresentação de
e seus anexos. propostas será, no mínimo, de quarenta e cinco dias. (Incluído
Parágrafo único. O edital de licitação poderá impor ao pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
vencedor a obrigação de indenizar o antigo titular pela parcela
não amortizada dos investimentos realizados em bens afetos ao SEÇÃO III
arrendamento ou à concessão, desde que tenham sido aprovados DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
pelo poder concedente.
Art. 9º Nas licitações de concessão e de arrendamento, serão Art. 12. O procedimento licitatório observará as fases e a
utilizados, de forma combinada ou isolada, os seguintes critérios ordem previstas no art. 12 da Lei nº 12.462, de 2011.
para julgamento: (Redação dada pelo Decreto nº 8.464, de 2015) Parágrafo único. As licitações adotarão preferencialmente os
I - maior capacidade de movimentação; (Incluído pelo Decreto modos de disputa aberto ou combinado.
nº 8.464, de 2015) Art. 13. Após o encerramento da fase de apresentação de
II - menor tarifa; (Incluído pelo Decreto nº 8.464, de 2015) propostas, a comissão de licitação classificará as propostas em
III - menor tempo de movimentação de carga; (Incluído pelo ordem decrescente, observadas as particularidades dos critérios
Decreto nº 8.464, de 2015) de julgamento adotados.
IV - maior valor de investimento; (Incluído pelo Decreto nº §1º A comissão de licitação poderá negociar condições mais
8.464, de 2015) vantajosas com os licitantes.

192
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§2º A negociação de que trata o § 1º será promovida segundo I - pedidos de esclarecimento e impugnações ao edital, com
a ordem de classificação das propostas, assegurada a publicidade antecedência mínima de cinco dias úteis da data de abertura das
sobre seus termos e condições. propostas; e
§ 3º Encerrada a sessão de julgamento, será dada publicidade II - representações, no prazo de cinco dias úteis, contado da
à respectiva ata, com a ordem de classificação das propostas. data da intimação, relativamente a atos de que não caiba recurso
Art. 14 O procedimento licitatório terá fase recursal única, hierárquico.
que se seguirá à habilitação do vencedor, exceto na hipótese de § 1º O prazo para apresentação de contrarrazões será o mesmo
inversão de fases. do recurso e começará imediatamente após o encerramento do
§ 1º Na fase recursal, serão analisados os recursos referentes prazo recursal.
ao julgamento das propostas ou lances e à habilitação do vencedor. § 2º É assegurado aos licitantes vista dos documentos
§ 2º Os licitantes que desejarem recorrer em face dos atos indispensáveis à defesa de seus interesses.
do julgamento da proposta ou da habilitação deverão manifestar,
imediatamente após o término de cada sessão, sua intenção de SEÇÃO IV
recorrer, sob pena de preclusão. DOS CONTRATOS DE CONCESSÃO E DE ARRENDAMENTO
Art. 15. O recurso será dirigido à Diretoria da Antaq,
por intermédio da comissão de licitação, que apreciará sua Art. 19. Os contratos de concessão e de arrendamento terão
admissibilidade. prazo determinado, prorrogável por sucessivas vezes, a critério do
§ 1º A comissão de licitação poderá, de ofício ou mediante poder concedente, observados os seguintes limites: (Redação
provocação, reconsiderar sua decisão em até cinco dias úteis ou, dada pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
nesse mesmo prazo, encaminhar o recurso à Antaq devidamente I - no caso de concessão de porto organizado, os contratos
instruído. terão prazo de vigência de até setenta anos, incluídos o prazo
§ 2º A Antaq deverá proferir sua decisão no prazo de cinco de vigência original e todas as prorrogações; e (Incluído pelo
dias úteis, contado da data de seu recebimento. Decreto nº 10.672, de 2021)
Art. 16. Exauridos os recursos administrativos, o procedimento II - no caso de arrendamento de instalação portuária, os
licitatório será encerrado e encaminhado ao poder concedente, contratos terão prazo de vigência de até trinta e cinco anos, e
que poderá: poderão ser prorrogados até o máximo de setenta anos, incluídos
I - determinar o retorno dos autos para saneamento de o prazo de vigência original e todas as prorrogações. (Incluído
irregularidades que forem supríveis; pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
II - anular o procedimento, no todo ou em parte, por vício § 1º Nas hipóteses em que for possível a prorrogação dos
insanável; contratos, caberá ao órgão ou à entidade competente fundamentar
III - revogar o procedimento por motivo de conveniência e a vantagem das prorrogações em relação à realização de nova
oportunidade; ou licitação de contrato de concessão ou de arrendamento. (Incluído
IV - adjudicar o objeto. pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
§ 1º As normas referentes à anulação e à revogação de § 2º Os prazos de que trata o caput serão fixados de modo
licitações previstas no art. 49 da Lei no 8.666, de 1993, aplicam-se a permitir a amortização e a remuneração adequada dos
às contratações regidas por este Decreto. investimentos previstos no contrato, quando houver, conforme
§ 2º Caberá recurso da anulação ou da revogação da licitação indicado no estudo de viabilidade a que se refere o art. 6º .
no prazo de cinco dias úteis, contado da data da decisão. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
Art. 17. Convocado para assinar o contrato, o interessado § 3º São requisitos para a prorrogação de contratos de
deverá observar os prazos e as condições estabelecidos no edital, concessão ou de arrendamento portuário, sem prejuízo de outros
sob pena de decadência do direito à contratação, sem prejuízo previstos em lei ou regulamento: (Redação dada pelo Decreto nº
das sanções previstas na Lei nº 12.462, de 2011, e na Lei nº 8.666, 9.048, de 2017)
de 1993. I - a manutenção das condições de: (Incluído pelo Decreto nº
§ 1º É facultado ao poder concedente, quando o convocado 9.048, de 2017)
não assinar o contrato no prazo e nas condições estabelecidos: a) habilitação jurídica; (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de
I - determinar à Antaq que revogue a licitação, sem prejuízo 2017)
da aplicação das cominações previstas na Lei nº 8.666, de 1993 ; b) qualificação técnica; (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de
ou 2017)
II - determinar à Antaq que convoque os licitantes c) qualificação econômico-financeira; (Incluída pelo Decreto
remanescentes, na ordem de classificação, para a celebração do nº 9.048, de 2017)
contrato nas condições ofertadas pelo licitante vencedor. d) regularidade fiscal e trabalhista; e (Incluída pelo Decreto
§ 2º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nº 9.048, de 2017)
nos termos do inciso II do § 1º , o poder concedente poderá e) cumprimento do disposto no inciso XXXIII do caput do art.
determinar à Antaq que convoque os licitantes remanescentes, 7º da Constituição ; (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
na ordem de classificação, para a celebração do contrato nas II - a adimplência junto à administração do porto e à Antaq,
condições por eles ofertadas, desde que a proposta apresente na forma do art. 62 da Lei nº 12.815, de 2013 ; e (Incluído pelo
condições melhores que o mínimo estipulado no edital. Decreto nº 9.048, de 2017)
Art. 18. Nos procedimentos licitatórios regidos por este
Decreto, caberão:

193
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

III - a compatibilidade com as diretrizes e o planejamento § 1º A execução das atividades contratadas com terceiros
de uso e ocupação da área, conforme estabelecido no plano de pressupõe o cumprimento:
desenvolvimento e zoneamento do porto. (Incluído pelo Decreto I - do plano de desenvolvimento e zoneamento do porto;
nº 9.048, de 2017) II - das normas aplicáveis aos serviços concedidos e
§ 4º Ressalvadas as exceções estabelecidas em ato do poder contratados; e
concedente, o interessado deverá manifestar formalmente III - das condições estabelecidas no edital de licitação e no
interesse na prorrogação do contrato ao poder concedente, contrato de concessão, inclusive quanto às tarifas e aos preços
observados os seguintes prazos mínimos de antecedência: praticados.
(Redação dada pelo Decreto nº 10.672, de 2021) § 2º Os contratos celebrados entre concessionária e
I - noventa meses, no caso de contrato de concessão de porto terceiros terão sua vigência máxima limitada ao prazo previsto
organizado; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021) para a concessão, ressalvados os casos em que houver expressa
II - sessenta meses, no caso de contrato de arrendamento de autorização do poder concedente para a celebração de contrato
instalação portuária. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021) cujo prazo de vigência ultrapasse o período de concessão.
Art. 19-A. Os contratos de arrendamento portuário em vigor (Redação dada pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
firmados sob a Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, que Art. 22. Os contratos de arrendamento e demais instrumentos
possuam previsão expressa de prorrogação ainda não realizada voltados à exploração de áreas nos portos organizados vigentes
poderão ter sua prorrogação antecipada, a critério do poder no momento da celebração do contrato de concessão poderão ter
concedente. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) sua titularidade transferida à concessionária, conforme previsto
§ 1º Considera-se prorrogação antecipada aquela que ocorrer no edital de licitação.
previamente ao último quinquênio de vigência do contrato. § 1º A concessionária deverá respeitar os termos contratuais
(Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) originalmente pactuados.
§ 2º Além dos requisitos necessários à prorrogação ordinária, § 2º A transferência da titularidade afasta a aplicação das
a prorrogação antecipada exige a aceitação pelo arrendatário normas de direito público sobre os contratos.
da obrigação de realizar investimentos novos e imediatos, não Art. 23. Os contratos de concessão e arrendamento deverão
amortizáveis durante a vigência original do contrato, conforme resguardar o direito de passagem de infraestrutura de terceiros
plano de investimento aprovado pelo poder concedente. (Incluído na área objeto dos contratos, conforme disciplinado pela Antaq e
pelo Decreto nº 9.048, de 2017) mediante justa indenização.
§ 3º O plano de investimento a ser apresentado pelo Art. 24. O poder concedente poderá autorizar, mediante
arrendatário para fins de prorrogação antecipada deverá ser requerimento do arrendatário, a expansão da área arrendada para
analisado pelo poder concedente no prazo de sessenta dias. área contígua dentro da poligonal do porto organizado, quando:
(Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
§ 4º Os investimentos que o arrendatário tenha se obrigado a I - a medida trouxer comprovadamente ganhos de eficiência à
realizar poderão ser escalonados ao longo da vigência do contrato, operação portuária; ou (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
conforme o cronograma físico-financeiro previsto no estudo de II - quando comprovada a inviabilidade técnica, operacional
viabilidade a que se refere o art. 6º , sem prejuízo do atendimento ou econômica de realização de licitação de novo arrendamento
ao disposto no § 2º . (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) portuário. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
§ 5º A rejeição da prorrogação antecipada não impede que § 1º A comprovação dos ganhos de eficiência à operação
posteriormente seja aprovado novo pedido de prorrogação portuária ocorrerá por meio da comparação dos resultados
antecipada com base em outras justificativas ou que seja realizada advindos da exploração da área total expandida com os resultados
a prorrogação ordinária do contrato. (Incluído pelo Decreto nº que seriam obtidos com a exploração das áreas isoladamente,
9.048, de 2017) observados os aspectos concorrenciais e as diretrizes de
§ 6º Sem prejuízo da obrigatoriedade de atendimento ao planejamento setorial. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
disposto no § 2º , aplica-se ao cronograma de investimentos, para § 2º A recomposição do equilíbrio econômico-financeiro
fins de prorrogação antecipada, o disposto no art. 24-B. (Incluído do contrato poderá ser excepcionalmente dispensada quando
pelo Decreto nº 9.048, de 2017) a expansão do arrendamento para área contígua não alterar
Art. 20. O objeto do contrato de concessão poderá abranger: substancialmente os resultados da exploração da instalação
I - o desempenho das funções da administração do porto e a portuária. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
exploração direta e indireta das instalações portuárias; Art. 24-A. A área dos arrendamentos portuários poderá
II - o desempenho das funções da administração do porto ser substituída, no todo ou em parte, por área não arrendada
e a exploração indireta das instalações portuárias, vedada a sua dentro do mesmo porto organizado, conforme o plano de
exploração direta; ou desenvolvimento e zoneamento do porto, ouvida previamente
III - o desempenho, total ou parcial, das funções de a autoridade portuária, e desde que: (Incluído pelo Decreto nº
administração do porto, vedada a exploração das instalações 9.048, de 2017)
portuárias. I - a medida comprovadamente traga ganhos operacionais à
Art. 21. Os contratos celebrados entre a concessionária e atividade portuária ou, no caso de empecilho superveniente, ao
terceiros serão regidos pelas normas de direito privado, não se uso da área original; e (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o II - seja recomposto o equilíbrio econômico-financeiro do
poder concedente, sem prejuízo das atividades regulatória e contrato. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
fiscalizatória da Antaq.

194
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 1º O poder concedente e o arrendatário são partes SEÇÃO VI


competentes para iniciar o processo de substituição de área (INCLUÍDO PELO DECRETO Nº 10.672, DE 2021)
previsto no caput. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) DO USO TEMPORÁRIO E DAS LICITAÇÕES
§ 2º Caso não esteja de acordo com a decisão do poder
concedente, o arrendatário poderá: (Incluído pelo Decreto nº Art. 25-A. A administração do porto organizado poderá
9.048, de 2017) pactuar com o interessado na movimentação de cargas com
I - solicitar a rescisão do contrato, quando a iniciativa do mercado não consolidado o uso temporário de áreas e instalações
processo for do poder concedente; ou (Incluído pelo Decreto nº portuárias localizadas na poligonal do porto organizado,
9.048, de 2017) dispensada a realização de licitação. (Incluído pelo Decreto nº
II - desistir do pedido de substituição de área, quando a 10.672, de 2021)
iniciativa do processo for do próprio arrendatário. (Incluído pelo § 1º Considera-se carga com mercado não consolidado a
Decreto nº 9.048, de 2017) mercadoria não movimentada regularmente no porto organizado
§ 3º Na hipótese prevista no inciso I do § 2º , o arrendatário nos últimos cinco anos e que tenha demandado, em média,
não se sujeitará à penalidade por rescisão antecipada do contrato. menos de uma atracação mensal no mesmo período. (Incluído
(Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
§ 4º A substituição das áreas de que trata o caput deverá ser § 2º A utilização da área objeto de contrato de uso temporário
precedida de: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) deverá estar compatível com o plano de desenvolvimento e
I - consulta à autoridade aduaneira; (Incluído pelo Decreto nº zoneamento aprovado pelo poder concedente. (Incluído pelo
9.048, de 2017) Decreto nº 10.672, de 2021)
II - consulta ao respectivo poder público municipal; (Incluído § 3º O contrato de uso temporário terá o prazo improrrogável
pelo Decreto nº 9.048, de 2017) de até quarenta e oito meses. (Incluído pelo Decreto nº 10.672,
III - consulta pública; (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) de 2021)
IV - emissão, pelo órgão licenciador, do termo de referência § 4º Na hipótese de haver mais de um interessado na utilização
para os estudos ambientais com vistas ao licenciamento; e de áreas e instalações portuárias e inexistir disponibilidade
(Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) física para alocar todos os interessados concomitantemente, a
V - manifestação sobre os possíveis impactos concorrenciais administração do porto organizado promoverá processo seletivo
do remanejamento. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) simplificado para a escolha do projeto que melhor atender ao
Art. 24-B. O cronograma de investimentos previsto em interesse público e do porto organizado, assegurados os princípios
contrato de concessão ou de arrendamento poderá ser revisto da isonomia e da impessoalidade na realização do certame.
para melhor adequação ao interesse público em razão de evento (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
superveniente, assegurada a preservação da equação econômico- § 5º Os investimentos vinculados ao contrato de uso
financeira original. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) temporário ocorrerão exclusivamente às expensas do interessado,
sem direito a indenização de qualquer natureza. (Incluído pelo
SEÇÃO V Decreto nº 10.672, de 2021)
DA EXPLORAÇÃO DIRETA OU INDIRETA DE ÁREAS NÃO § 6º Decorridos vinte e quatro meses do início do contrato
AFETAS ÀS OPERAÇÕES PORTUÁRIAS de uso temporário da área e da instalação portuária, ou, prazo
inferior, por solicitação do contratado, e verificada a viabilidade do
Art. 25. As áreas não afetas às operações portuárias e suas uso da área e da instalação, a administração do porto organizado
destinações serão previstas no plano de desenvolvimento e adotará as medidas necessárias ao encaminhamento de proposta
zoneamento do porto. de licitação da área e das instalações existentes. (Incluído pelo
§ 1º Para a exploração indireta das áreas referidas no caput, Decreto nº 10.672, de 2021)
a administração do porto submeterá à aprovação do poder § 7º A utilização da área implicará o pagamento das tarifas
concedente a proposta de uso da área. (Incluído pelo Decreto nº portuárias pertinentes, as quais poderão ser acrescidas de parcela
9.048, de 2017) remuneratória variável estabelecida pela autoridade portuária
§ 2º Para fins deste Decreto, considera-se não afeta às competente. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
operações portuárias a área localizada dentro da poligonal do § 8º O alfandegamento das áreas e das instalações portuárias
porto organizado que, de acordo com o plano de desenvolvimento afetadas ao uso temporário deverá estar sob a responsabilidade
e zoneamento do porto, não seja diretamente destinada ao do titular da instalação portuária. (Incluído pelo Decreto nº
exercício das atividades de movimentação de passageiros, 10.672, de 2021)
movimentação ou armazenagem de mercadorias, destinados ou § 9º É permitida a transferência da titularidade do contrato de
provenientes de transporte aquaviário. (Incluído pelo Decreto nº uso temporário, nos termos, nos prazos e nas condições previstas
9.048, de 2017) na legislação. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de 2021)
§ 10 Ato da Antaq disporá sobre o processo seletivo
simplificado e sobre as regras de contratação de uso temporário
de que trata este artigo. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de
2021)

195
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

CAPÍTULO III V - documentação comprobatória de sua regularidade


DA AUTORIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS perante as Fazendas federal, estadual e municipal da sede da
pessoa jurídica e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;
Art. 26. Serão exploradas mediante autorização, formalizada e (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
por meio da celebração de contrato de adesão, as instalações VI - parecer favorável da autoridade marítima, que deverá
portuárias localizadas fora da área do porto organizado, responder à consulta em prazo não superior a quinze dias.
compreendendo as seguintes modalidades: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
I - terminal de uso privado; § 1º Recebido o requerimento de autorização, a Antaq deverá:
II - estação de transbordo de carga; (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
III - instalação portuária pública de pequeno porte; e I - publicar em seu sítio eletrônico, em até cinco dias, a íntegra
IV - instalação portuária de turismo. do conteúdo do requerimento e seus anexos; e (Incluído pelo
§ 1º O início da operação da instalação portuária deverá Decreto nº 9.048, de 2017)
ocorrer no prazo de até cinco anos, contado da data da celebração II - desde que a documentação esteja em conformidade com
do contrato de adesão, prorrogável a critério do poder concedente. o disposto no caput, promover, em até dez dias, a abertura de
(Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) processo de anúncio público, com prazo de trinta dias, a fim de
§ 2º O pedido de prorrogação do prazo para o início da identificar a existência de outros interessados em autorização
operação deverá ser justificado e acompanhado de documentação de instalação portuária na mesma região e com características
que comprove a exequibilidade do novo cronograma. semelhantes. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
Art. 27. Os interessados em obter a autorização de instalação § 2º Em relação às áreas da União necessárias à implantação
portuária poderão requerê-la à Antaq, a qualquer tempo, da instalação portuária, a Antaq poderá admitir, para os fins
mediante a apresentação dos seguintes documentos, entre outros do disposto no inciso III do caput, a apresentação de certidão
que poderão ser exigidos pela Antaq: emitida pela Secretaria do Patrimônio da União do Ministério
I - declaração de adequação do empreendimento às diretrizes do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão que ateste que a
do planejamento e das políticas do setor portuário, emitida pelo área requerida se encontra disponível para futura destinação ao
poder concedente; (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de empreendedor autorizado pelo poder concedente. (Incluído pelo
2017) Decreto nº 9.048, de 2017)
II - memorial descritivo das instalações, com as especificações § 3º Na hipótese de ser admitido o processamento do pedido
estabelecidas pela Antaq, que conterá, no mínimo: (Redação dada de autorização com base na certidão de que trata o § 2º , o
pelo Decreto nº 9.048, de 2017) contrato de adesão poderá ser celebrado pelo poder concedente
a) descrição da poligonal das áreas por meio de coordenadas com condição suspensiva de sua eficácia à apresentação, pelo
georreferenciadas, discriminando separadamente a área interessado e em prazo a ser estabelecido no contrato, da
pretendida em terra, a área pretendida para instalação de documentação que lhe assegure o direito de uso e fruição da área.
estrutura física sobre a água, a área pretendida para berços de (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
atracação e a área necessária para a bacia de evolução e para o § 4º A seleção do empreendedor portuário pelo poder
canal de acesso; (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de 2017) concedente, mediante a assinatura do contrato de adesão,
b) descrição dos acessos terrestres e aquaviários existentes autoriza a Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do
e aqueles a serem construídos; (Incluída pelo Decreto nº 9.048, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão a destinar diretamente
de 2017) ao interessado a área correspondente, tanto a parte terrestre
c) descrição do terminal, inclusive quanto às instalações de quanto a aquática, independentemente de contiguidade, desde
acostagem e armazenagem, os seus berços de atracação e as suas que observado o disposto no parágrafo único do art. 42 da Lei nº
finalidades; (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de 2017) 9.636, de 15 de maio de 1998, quando se tratar de cessão de uso.
d) especificação da embarcação-tipo por berço; (Incluída pelo (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
Decreto nº 9.048, de 2017) § 5º A apresentação de documentação em desconformidade
e) descrição dos principais equipamentos de carga e descarga com o disposto neste Decreto ou com as normas da Antaq
das embarcações e de movimentação das cargas nas instalações de ensejará a desclassificação da proposta e a convocação dos
armazenagem, informando a quantidade existente, a capacidade demais interessados na ordem de classificação no processo
e a utilização; (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de 2017) seletivo público. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
f) cronograma físico e financeiro para a implantação da Art. 28. O poder concedente poderá determinar à Antaq,
instalação portuária; (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de 2017) a qualquer momento e em consonância com as diretrizes do
g) estimativa da movimentação de cargas ou de passageiros; planejamento e das políticas do setor portuário, a abertura de
e (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de 2017) processo de chamada pública para identificar a existência de
h) valor global do investimento; (Incluída pelo Decreto nº interessados na obtenção de autorização de instalação portuária.
9.048, de 2017) Art. 29. O instrumento da abertura de chamada ou de
III - título de propriedade, inscrição de ocupação, certidão de anúncio públicos, cujos extratos serão publicados no Diário Oficial
aforamento ou contrato de cessão sob regime de direito real, ou da União e no sítio eletrônico da Antaq, indicará obrigatoriamente
outro instrumento jurídico que assegure o direito de uso e fruição os seguintes parâmetros:
do terreno; (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) I - a região geográfica na qual será implantada a instalação
IV - comprovação do atendimento ao disposto no art. 14 da portuária;
Lei nº 12.815, de 2013 ; (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) II - o perfil das cargas a serem movimentadas; e

196
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

III - a estimativa do volume de cargas ou de passageiros a ser Art. 35. Fica dispensada a celebração de novo contrato de
movimentado nas instalações portuárias. adesão ou a realização de novo anúncio público nas seguintes
§ 1º O perfil de cargas a serem movimentadas será classificado hipóteses, que dependerão somente da aprovação do poder
conforme uma ou mais das seguintes modalidades: concedente: (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
I - granel sólido; I - a transferência de titularidade da autorização, desde que
II - granel líquido e gasoso; preservadas as condições estabelecidas no contrato de adesão
III - carga geral; ou original; (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
IV - carga conteinerizada. II - a ampliação da área da instalação portuária, desde que
§ 2º Todas as propostas apresentadas durante o prazo haja viabilidade locacional; ou (Redação dada pelo Decreto nº
de chamada ou de anúncio públicos, que se encontrem na 9.048, de 2017)
mesma região geográfica, deverão ser reunidas em um mesmo III - as alterações efetuadas no cronograma físico e financeiro
procedimento e analisadas conjuntamente, independentemente ou no montante de investimentos previstos para a implantação
do tipo de carga. da instalação portuária. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
§ 3º Para participar de chamada ou de anúncio públicos, os § 1º Nos casos de ampliação de área que envolva imóvel da
demais interessados deverão apresentar a documentação exigida União, será aplicado o disposto no § 2º do art. 27 e será autorizada
no caput do art. 27. a celebração de termo aditivo com condição suspensiva de sua
Art. 30. A análise de viabilidade locacional fica delegada à eficácia, nos termos do § 3º do art. 27. (Incluído pelo Decreto nº
Antaq. (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) 9.048, de 2017)
Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, considera-se § 2º Poderá ser dispensada a aprovação do poder concedente
viabilidade locacional a possibilidade da implantação física de quando a ampliação de área não implicar a necessidade de novo
duas ou mais instalações portuárias na mesma região geográfica exame de viabilidade locacional, na forma a ser estabelecida em
que não gere impedimento operacional a qualquer uma delas. ato do Ministro de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
Art. 31. Poderão ser expedidas diretamente, independente (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
da realização de processo seletivo público, as autorizações de § 3º Na hipótese de que trata o § 1º , o autorizatário
instalação portuária quando: comunicará previamente ao poder concedente a intenção de
I - o processo de chamada ou anúncio públicos for concluído ampliar a área de sua instalação portuária e apresentará o
com a participação de um único interessado; ou instrumento jurídico que assegure o direito de uso e fruição do
II - não existir impedimento locacional à implantação terreno e os demais documentos que venham a ser exigidos em
concomitante de todas as instalações portuárias solicitadas. ato do poder concedente. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de
Parágrafo único. Em qualquer caso, somente poderão ser 2017)
autorizadas as instalações portuárias compatíveis com as diretrizes § 4º Apresentada a comunicação a que se refere o § 3º ,
do planejamento e das políticas do setor portuário. o poder concedente examinará a regularidade do pedido de
Art. 32. Nos casos de inviabilidade locacional à implantação ampliação de área e, se for o caso, assegurado ao autorizatário os
concomitante das instalações portuárias solicitadas, a Antaq princípios da ampla defesa e do contraditório, notificará os fatos
deverá: à Antaq para que esta adote as medidas cabíveis. (Incluído pelo
I - definir os critérios de julgamento a serem utilizados no Decreto nº 9.048, de 2017)
processo seletivo público; e § 5º Exceto quando vedado no contrato de adesão, o
II - conferir prazo de trinta dias para que os interessados aumento da capacidade de movimentação ou de armazenagem
reformulem suas propostas, adaptando-as à participação no sem ampliação de área dependerá de comunicação ao poder
processo seletivo público. concedente com antecedência de sessenta dias. (Incluído pelo
§ 1º Eliminado o impedimento locacional após a reformulação Decreto nº 9.048, de 2017)
prevista no inciso II do caput, as propostas deverão ser novamente § 6º O disposto no caput aplica-se aos demais pleitos de
submetidas à aprovação do poder concedente, que poderá aumento da capacidade de movimentação ou de armazenagem
autorizar as instalações portuárias na forma do art. 31. não abrangidos pelo disposto no § 5º . (Incluído pelo Decreto nº
§ 2º Mantido o impedimento locacional após a reformulação 9.048, de 2017)
prevista no inciso II do caput, caberá à Antaq promover processo § 7º Nos casos de transferência de titularidade, o autorizatário
seletivo público para seleção da melhor proposta. deverá comunicar o fato à Secretaria do Patrimônio da União do
§ 3º A Antaq disciplinará os procedimentos e prazos para Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. (Incluído
realização do processo seletivo público de que trata este artigo. pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
§ 4º Será exigida garantia de execução do autorizatário Art. 35-A O contrato de adesão conterá cláusulas que
apenas no caso de realização de processo seletivo público, na preservem: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
forma estabelecida pelas normas da Antaq. (Incluído pelo Decreto I - a liberdade de preços das atividades, nos termos do art. 45
nº 9.048, de 2017) da Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001 ; e (Incluído pelo Decreto
Art. 33. (Revogado pelo Decreto nº 9.048, de 2017) nº 9.048, de 2017)
Art. 34. Encerrados os procedimentos para autorização, II - a prerrogativa do autorizatário para disciplinar a operação
a Antaq enviará a documentação ao poder concedente para a portuária, nos termos do art. 30 da Lei nº 12.815, de 2013, sem
celebração do contrato de adesão. (Redação dada pelo Decreto prejuízo das competências da Antaq. (Incluído pelo Decreto nº
nº 9.048, de 2017) 9.048, de 2017)
Parágrafo único. Celebrados os contratos de adesão, os
processos serão restituídos à Antaq para acompanhamento.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

CAPÍTULO IV § 5º As deliberações do conselho serão tomadas de acordo


DO CONSELHO DE AUTORIDADE PORTUÁRIA com as seguintes regras:
I - cada representante terá direito a um voto; e
Art. 36. Será instituído em cada porto organizado um conselho II - o presidente do conselho terá voto de qualidade.
de autoridade portuária, órgão consultivo da administração do § 6º Perderá o mandato o membro do conselho que
porto. faltar, injustificadamente, a três reuniões consecutivas ou seis
§ 1º Compete ao conselho de autoridade portuária sugerir: alternadas, assumindo a vaga o seu suplente até a efetivação de
I - alterações do regulamento de exploração do porto; nova indicação.
II - alterações no plano de desenvolvimento e zoneamento
do porto; CAPÍTULO V
III - ações para promover a racionalização e a otimização do DO ÓRGÃO GESTOR DE MÃO DE OBRA
uso das instalações portuárias;
IV - medidas para fomentar a ação industrial e comercial do Art. 38. O órgão de gestão de mão de obra terá,
porto; obrigatoriamente, um conselho de supervisão e uma diretoria-
V - ações com objetivo de desenvolver mecanismos para executiva.
atração de cargas; § 1º O conselho de supervisão será composto por três
VI - medidas que visem estimular a competitividade; e membros titulares, e seus suplentes, cujo prazo de gestão será de
VII - outras medidas e ações de interesse do porto. três anos, admitida a redesignação, sendo: (Redação dada pelo
§ 2º Compete ao conselho de autoridade portuária aprovar o Decreto nº 9.048, de 2017)
seu regimento interno. I - um indicado pela entidade de classe local, responsável
Art. 37. Cada conselho de autoridade portuária será pela indicação do representante dos operadores portuários no
constituído pelos membros titulares e seus suplentes: Conselho de Autoridade Portuária; (Redação dada pelo Decreto
I - do Poder Público, sendo: nº 9.048, de 2017)
a) quatro representantes da União, dentre os quais será II - um indicado pela entidade de classe local, responsável
escolhido o presidente do conselho; pela indicação do representante dos usuários no Conselho de
b) um representante da autoridade marítima; Autoridade Portuária; e (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de
c) um representante da administração do porto; 2017)
d) um representante do Estado onde se localiza o porto; e III - um indicado pela maioria das entidades de classe local,
e) um representante dos Municípios onde se localizam o responsável pelas indicações dos representantes do segmento
porto ou os portos organizados abrangidos pela concessão; laboral no Conselho de Autoridade Portuária. (Incluído pelo
II - da classe empresarial, sendo: Decreto nº 9.048, de 2017)
a) dois representantes dos titulares de arrendamentos de § 2º Ato do Ministro de Estado dos Transportes, Portos e
instalações portuárias; Aviação Civil definirá os procedimentos a serem adotados para
b) um representante dos operadores portuários; e as indicações de que trata o § 1º e os critérios de desempate.
c) um representante dos usuários; e (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
III - da classe dos trabalhadores portuários, sendo: § 3º A Diretoria-Executiva será composta por um ou mais
a) dois representantes dos trabalhadores portuários avulsos; diretores, que serão designados e destituídos a qualquer tempo,
e pela entidade local, responsável pela indicação do representante
b) dois representante dos demais trabalhadores portuários. dos operadores portuários no Conselho de Autoridade Portuária,
§ 1º Para os efeitos do disposto neste artigo, os membros e cujo prazo de gestão será de três anos, permitida a redesignação.
seus suplentes do conselho serão indicados: (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
I - pelo Ministro de Estado dos Transportes, Portos e Aviação § 4º Caso a Diretoria-Executiva seja composta por dois
Civil; pelo Comandante da Marinha; pela administração do membros ou mais, um deles poderá ser indicado pelas respectivas
porto; pelo Governador de Estado e pelo Prefeito do Município, entidades de classe das categorias profissionais relativas às
respectivamente, na hipótese prevista no inciso I do caput ; e atividades previstas no § 1º do art. 40 da Lei nº 12.815, de 2013,
(Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) conforme definido em convenção coletiva.
II - pelas entidades de classe local das respectivas categorias § 5º Até um terço dos membros do conselho de supervisão
profissionais e econômicas, nos casos dos incisos II e III do caput. poderá ser designado para exercício de cargos de diretores.
§ 2º Ato do Ministro de Estado dos Transportes, Portos e
Aviação Civil definirá as entidades responsáveis pela indicação de CAPÍTULO VI
que trata o inciso II do § 1º e os procedimentos a serem adotados DO FÓRUM PERMANENTE PARA QUALIFICAÇÃO DO
para as indicações. (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) TRABALHADOR PORTUÁRIO E DO SINE-PORTO
§ 3º Os membros do conselho serão designados por ato do
Ministro de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil para Art. 39. Fica instituído o Fórum Nacional Permanente para
mandato de dois anos, admitida uma recondução por igual Qualificação do Trabalhador Portuário, com a finalidade de discutir
período. (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) as questões relacionadas a formação, qualificação e certificação
§ 4º A participação no conselho de autoridade portuária profissional do trabalhador portuário e do trabalhador portuário
será considerada prestação de serviço público relevante, não avulso, em especial:
remunerada.

198
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

I - sua adequação aos modernos processos de movimentação CAPÍTULO VII


de carga e de operação de aparelhos e equipamentos portuários; DISPOSIÇÕES FINAIS
e
II - o treinamento multifuncional do trabalhador portuário e Art. 41. A participação de um representante da classe
do trabalhador portuário avulso. empresarial e outro da classe trabalhadora no conselho de
§1º Integrarão o Fórum Nacional Permanente para administração ou órgão equivalente da administração do porto,
Qualificação do Trabalhador Portuário: quando se tratar de entidade sob controle estatal, deverá estar
I - um representante de cada um dos seguintes órgãos e prevista nos estatutos sociais das empresas públicas e sociedades
entidades: de economia mista.
a) Ministério do Trabalho, que o coordenará; (Redação dada § 1º A indicação dos representantes das classes empresarial
pelo Decreto nº 9.048, de 2017) e trabalhadora de que trata o caput será feita pelos respectivos
b) Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil; (Redação representantes no conselho de autoridade portuária.
dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) § 2º A indicação do representante da classe trabalhadora
c) Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e seu suplente recairá obrigatoriamente sobre empregado da
(Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017) entidade sob controle estatal.
d) Ministério da Educação; § 3º Os representantes da classe empresarial e da classe
e) Secretaria-Geral da Presidência da República; e trabalhadora estão sujeitos aos critérios e exigências para o cargo
f) Comando da Marinha; de conselheiro de administração previstos em lei e no estatuto da
II - três representantes de entidades empresariais, sendo: respectiva entidade.
a) um representante dos titulares de arrendamentos de § 4º Serão observadas, quanto aos requisitos e impedimentos
instalações portuárias; para a participação nos conselhos de que trata o art. 21 da Lei
b) um representante dos operadores portuários; e nº 12.815, de 2013, as disposições constantes da legislação sobre
c) um representante dos usuários; e conflitos de interesse no âmbito da administração pública federal
III - três representantes da classe trabalhadora, sendo: e, subsidiariamente, da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
a) dois representantes dos trabalhadores portuários avulsos; Art. 42. A realização de investimentos não previstos nos
e contratos deverá ser precedida:
b) um representante dos demais trabalhadores portuários. I - de comunicação à Antaq, no caso das instalações portuárias
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos II e III do § 1º autorizadas; e
cumprirão mandatos de dois anos, permitida a recondução. II - de aprovação do poder concedente, precedida de análise
§ 3º Perderá o mandato o membro do Fórum de que tratam os da Antaq, no caso das concessões e dos arrendamentos. (Redação
incisos II e III do § 1º que faltar, injustificadamente, a três reuniões dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
consecutivas ou seis alternadas, assumindo a vaga o seu suplente § 1º O poder concedente poderá, mediante requerimento
até a efetivação de nova indicação. do interessado, autorizar a realização de investimentos imediatos
§ 4º Ato do Ministro de Estado dos Transportes, Portos e e urgentes previamente à análise que compete à Antaq nas
Aviação Civil definirá as entidades responsáveis pela indicação de hipóteses de: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
que trata os incisos II e III do § 1º e os procedimentos a serem I - investimento necessário para o cumprimento de exigências
adotados para as indicações. (Redação dada pelo Decreto nº de órgãos ou entidades integrantes da administração pública com
9.048, de 2017) competência para intervir nas operações portuárias; (Incluído
§ 5º A participação no Fórum será considerada prestação de pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
serviço público relevante, não remunerada. II - investimento necessário para restaurar a operacionalidade
Art. 40. O Ministério do Trabalho e Emprego instituirá, no da instalação portuária em razão de fato superveniente que
âmbito do Sistema Nacional de Emprego - SINE, banco de dados impeça ou dificulte a oferta de serviços portuários; ou (Incluído
específico com o objetivo de organizar a identificação e a oferta de pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
mão de obra qualificada para o setor portuário, intitulado SINE- III - investimento para fins de aumento da eficiência
PORTO. (Redação dada pelo Decreto nº 8.071, de 2013) operacional ou ampliação de capacidade da instalação portuária
§ 1º Constarão do SINE-PORTO, no mínimo, as seguintes quando a medida for comprovadamente urgente para o
informações: (Redação dada pelo Decreto nº 8.071, de 2013) atendimento adequado aos usuários. (Incluído pelo Decreto nº
I - identificação do trabalhador; (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
8.071, de 2013) § 2º Na hipótese de que trata o inciso III do § 1º , o
II - qualificação profissional obtida para o exercício das requerimento de autorização de investimento em caráter de
funções; e (Incluído pelo Decreto nº 8.071, de 2013) urgência deverá ser acompanhado por: (Incluído pelo Decreto nº
III - registro ou cadastramento em órgão de gestão de mão de 9.048, de 2017)
obra, quando couber. (Incluído pelo Decreto nº 8.071, de 2013) I - manifestação favorável da autoridade portuária quanto
§ 2º Os trabalhadores portuários avulsos inscritos no à urgência da realização imediata do investimento proposto; e
respectivo órgão de gestão de mão de obra, constantes no SINE- (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
PORTO, terão preferência no acesso a programas de formação II - plano de investimento. (Incluído pelo Decreto nº 9.048,
ou qualificação profissional oferecidos no âmbito do SINE ou do de 2017)
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego -
Pronatec, de que trata a Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011
. (Redação dada pelo Decreto nº 8.071, de 2013)

199
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

§ 3º Nas hipóteses de que tratam os incisos I e II do § 1º , o Art. 42-B. A administração do porto organizado poderá
interessado deverá apresentar o plano de investimento no prazo negociar a antecipação de receitas de tarifas junto aos
a ser estabelecido pelo poder concedente. (Incluído pelo Decreto usuários para fins de realização de investimentos imediatos na
nº 9.048, de 2017) infraestrutura custeada pela tarifa, respeitado o equilíbrio das
§ 4º Previamente à autorização para realizar investimento em contas da administração portuária. (Incluído pelo Decreto nº
caráter de urgência, o poder concedente deverá: (Incluído pelo 9.048, de 2017)
Decreto nº 9.048, de 2017) § 1º A antecipação de receitas de que trata o caput somente
I - avaliar se o pedido está enquadrado em uma das hipóteses será admitida quando: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
previstas no § 1º ; e (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) I - houver sido comunicada à Antaq com antecedência mínima
II - aprovar, se for o caso, o plano de investimento apresentado de trinta dias; (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
pelo interessado. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) II - a entidade encarregada da administração do porto for
§ 5º O interessado poderá, a seu critério, requerer que o seu constituída sob a forma de sociedade empresária e não estiver
plano de investimento só seja apreciado pelo poder concedente enquadrada como empresa estatal dependente; (Incluído pelo
após a autorização de investimento em caráter de urgência, Decreto nº 9.048, de 2017)
hipótese em que fica dispensada a exigência do inciso II do § 4º . III - as receitas e as despesas relativas à administração do
(Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) porto estiverem contabilizadas de forma segregada de qualquer
§ 6º Previamente à autorização para realizar investimento outro empreendimento; e (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de
em caráter de urgência, o interessado firmará termo de risco de 2017)
investimentos, no qual assumirá: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, IV - não abranger receitas relativas a período superveniente
de 2017) ao encerramento da delegação, quando for o caso. (Incluído pelo
I - o risco de rejeição do seu plano de investimento pelo poder Decreto nº 9.048, de 2017)
concedente por incompatibilidade com a política pública, caso § 2º A Antaq poderá: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de
não tenha sido previamente apreciado; (Incluído pelo Decreto nº 2017)
9.048, de 2017) I - no prazo de até vinte dias após a comunicação de que
II - o risco de ser determinada a revisão do seu plano de trata o § 1º , suspender a realização da operação, caso considere
investimentos; (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) necessários mais esclarecimentos pela administração do porto
III - o risco de rejeição do seu estudo de viabilidade técnica, ou se houver algum indício de que a operação deva ser proibida;
econômica e ambiental pela Antaq; e (Incluído pelo Decreto nº (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
9.048, de 2017) II - proibir a realização da operação, fundamentadamente,
IV - outros riscos discriminados no instrumento de termo de quando houver sido tempestivamente determinada a sua
risco de investimentos. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) suspensão e: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
§ 7º Após a autorização para realizar investimento em caráter a) não estiver presente algum dos requisitos indicados no
de urgência, se for o caso, serão adotadas as demais medidas caput ou no § 1º ; ou (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
necessárias à preservação do equilíbrio econômico-financeiro do b) a medida for considerada incompatível com as políticas
contrato. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) definidas para o setor portuário pelo poder concedente. (Incluída
§ 8º O disposto nos § 1º ao § 7º somente se aplica à hipótese pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
de que trata o inciso II do caput. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, § 3º O valor antecipado pelos usuários na forma do caput
de 2017) poderá ser pago, conforme definido previamente pelas partes:
§ 9º O arrendatário de instalação portuária e o concessionário (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
de porto organizado poderão realizar investimentos não previstos I - à administração do porto; ou (Incluído pelo Decreto nº
no contrato, dispensadas a aprovação do poder concedente 9.048, de 2017)
e a análise prévia da Antaq, desde que exclusivamente às suas II - diretamente à empresa encarregada pela execução das
expensas e sem que haja recomposição do equilíbrio econômico- obras de infraestrutura, na forma estabelecida no contrato, após
financeiro do contrato. (Incluído pelo Decreto nº 10.672, de a autorização da administração do porto específica para cada
2021) pagamento. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
§ 10. Na hipótese prevista no § 9º, quando se tratar de § 4º Na hipótese prevista neste artigo, a contratação será
investimento realizado por arrendatário de instalação portuária, realizada pela administração do porto. (Incluído pelo Decreto nº
serão necessárias a autorização prévia da administração do porto 9.048, de 2017)
e a comunicação ao poder concedente e à Antaq. (Incluído pelo § 5º O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, aos titulares
Decreto nº 10.672, de 2021) de instalações portuárias arrendadas, autorizadas e aos demais
Art. 42-A. Nos casos de arrendamento portuário, o poder usuários que recolham as tarifas para posterior repasse à
concedente poderá autorizar investimentos, fora da área administração do porto. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
arrendada, na infraestrutura comum do porto organizado, desde Art. 42-C. A administração do porto poderá negociar a
que haja anuência da administração do porto. (Incluído pelo antecipação de receitas a título de valor de arrendamento para fins
Decreto nº 9.048, de 2017) de realização de investimentos imediatos na infraestrutura comum
Parágrafo único. Os investimentos novos de que trata o caput do porto, respeitado o equilíbrio das contas da administração
ensejarão recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do portuária. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
contrato do proponente. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) § 1º A antecipação de receitas de que trata o caput somente
será admitida quando: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)

200
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

I - houver sido comunicada à Antaq com antecedência mínima Art. 45. Ato conjunto dos Ministros de Estado dos
de trinta dias; (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) Transportes, Portos e Aviação Civil, da Fazenda, do Planejamento,
II - a entidade encarregada da administração do porto for Desenvolvimento e Gestão e do Desenvolvimento Social e Agrário
constituída sob a forma de sociedade empresária e não estiver disporá sobre a concessão do benefício assistencial de que trata
enquadrada como empresa estatal dependente; (Incluído pelo o art. 10-A da Lei nº 9.719, de 27 de novembro de 1998 , e
Decreto nº 9.048, de 2017) disciplinará: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
III - as receitas e as despesas relativas à administração do I - o valor do benefício;
porto estiverem contabilizadas de forma segregada de qualquer II - os critérios para a comprovação pelo trabalhador portuário
outro empreendimento; e (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de avulso da insuficiência de meios para prover a sua subsistência;
2017) III - os procedimentos para o requerimento e a concessão do
IV - não abranger receitas relativas a período superveniente benefício; e
ao encerramento da delegação, quando for o caso. (Incluído pelo IV - as hipóteses de perda ou cassação do benefício.
Decreto nº 9.048, de 2017) Parágrafo único. Para fins de habilitação ao benefício será
§ 2º A Antaq poderá: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de exigida, cumulativamente, a comprovação de:
2017) I - no mínimo quinze anos de registro ou cadastro como
I - no prazo de até vinte dias após a comunicação de que trabalhador portuário avulso;
trata o § 1º , suspender a realização da operação, caso considere II - comparecimento a, no mínimo, oitenta por cento das
necessários mais esclarecimentos pela administração do porto chamadas realizadas pelo respectivo órgão de gestão de mão de
ou se houver algum indício de que a operação deva ser proibida; obra; e
(Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) III - comparecimento a, no mínimo, oitenta por cento dos
II - proibir a realização da operação, fundamentadamente, turnos de trabalho para os quais tenha sido escalado no período.
quando houver sido tempestivamente determinada a sua Art. 46. Ato conjunto dos Ministros de Estado dos Transportes,
suspensão e: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) Portos e Aviação Civil e do Planejamento, Desenvolvimento e
a) não estiver presente algum dos requisitos indicados no Gestão estabelecerá os procedimentos para cessão de áreas
caput ou no § 1º ; ou (Incluída pelo Decreto nº 9.048, de 2017) públicas da União, com vistas à implantação de instalações
b) a medida for considerada incompatível com as políticas portuárias. (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de 2017)
definidas para o setor portuário pelo poder concedente. (Incluída Art. 47. Deverão ser publicados em até cento e oitenta dias,
pelo Decreto nº 9.048, de 2017) contados da data de publicação deste Decreto, os atos a que se
§ 3º O valor antecipado pelos arrendatários na forma do referem os seguintes dispositivos:
caput poderá ser pago, conforme definido previamente pelas I - § 2º do art. 37;
partes: (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) II - § 2º do art. 38;
I - à administração do porto; ou (Incluído pelo Decreto nº III - § 4º do art. 39;
9.048, de 2017) IV - art. 44;
II - diretamente à empresa encarregada pela execução das V - art. 45; e
obras de infraestrutura, na forma estabelecida no contrato, após VI - art. 46.
a autorização da administração do porto específica para cada Art. 47-A. Caberá à Antaq a regulamentação de outras formas
pagamento. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) de ocupação e exploração de áreas e instalações portuárias não
§ 4º Na hipótese prevista neste artigo, a contratação será previstas neste Decreto e na legislação específica. (Incluído pelo
realizada pela administração do porto. (Incluído pelo Decreto nº Decreto nº 9.048, de 2017)
9.048, de 2017) Art. 48. Ficam revogados:
Art. 43. Os requerimentos de autorização de instalação I - o Decreto nº 4.391, de 26 de setembro de 2002 ; e
portuária apresentados à Antaq até a data de publicação deste II - o Decreto nº 6.620, de 29 de outubro de 2008.
Decreto e que atendam ao disposto na Lei nº 12.815, de 2013, Art. 49. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
poderão ensejar a abertura imediata de processo de anúncio
público. Brasília, 27 de junho de 2013; 192º da Independência e 125º
Parágrafo único. Na hipótese de os requerimentos de que da República.
trata o caput não atenderem integralmente ao disposto no inciso
I do caput do art. 27, os interessados poderão apresentar à Antaq QUESTÕES
a documentação faltante durante o prazo de trinta dias, a que se
refere o inciso II do parágrafo único do art. 27.
Art. 44. A Antaq poderá disciplinar, após consulta pública, 1. De acordo com a Lei nº 13.303/2016 (Lei das Estatais), que
as condições de acesso por qualquer interessado, em caráter dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
excepcional, às instalações portuárias arrendadas, autorizadas de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos
ou exploradas pela concessionária, assegurada a remuneração Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em tema de formali-
adequada a seu titular. (Redação dada pelo Decreto nº 9.048, de zação dos contratos, é correto afirmar que
2017) (A) é permitido contrato por prazo indeterminado diante do
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, a operação portuária peculiar regime jurídico das estatais.
será realizada pelo titular do contrato ou por terceiro por ele (B) a duração dos contratos regidos por tal lei, em regra, não
indicado. (Incluído pelo Decreto nº 9.048, de 2017) excederá a 15 (quinze) anos, contados a partir de sua celebra-
ção.

201
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

(C) os contratos regidos por tal lei somente poderão ser altera- 4. Na empresa pública federal ABC, a maioria do capital votante
dos por acordo entre as partes, vedando-se ajuste que resulte pertence à União Federal. Nesse caso, conforme preceitua a Lei n]
em violação da obrigação de licitar. 13.303/2016,
(D) é permitido a qualquer interessado o conhecimento dos (A) é possível a participação de uma autarquia no capital da
termos do contrato e a obtenção de cópia autenticada de seu empresa pública, porque a maioria do capital votante perma-
inteiro teor ou de qualquer de suas partes, vedada a exigência nece em propriedade da União.
de ressarcimento dos custos. (B) não será possível a participação no capital da empresa pú-
(E) a redução a termo do contrato não poderá ser dispensada blica de outros entes da Administração Pública, de qualquer
no caso de pequenas despesas de pronta entrega e pagamento espécie.
das quais não resultem obrigações futuras por parte da empre- (C) há a possibilidade de participação no capital de empresas
sa pública ou da sociedade de economia mista. públicas federais apenas das seguintes pessoas jurídicas de di-
reito público interno: União, Estados, Distrito Federal e Muni-
2. Com base na Lei no 13.303/2016, assinale a alternativa cor- cípios.
reta a respeito do regime jurídico das empresas estatais. (D) é possível que empresa pública federal participe no capital
(A) As empresas estatais integram a Administração Pública da empresa ABC, isto é, de entidade detentora da mesma natu-
Indireta e, portanto, poderão gozar de privilégios fiscais não reza jurídica; fora essa hipótese, a lei não admite participação.
extensivos às empresas privadas, quando exerçam atividade (E) a lei prevê a possibilidade de participação, no capital da em-
econômica sujeita à competição. presa pública, de todas as entidades da administração indireta,
(B) As empresas estatais elaborarão anualmente carta, subs- independentemente de a maioria do capital votante permane-
crita pelos membros do Conselho de Administração, com a cer em propriedade da União.
explicitação dos compromissos de consecução de objetivos de
políticas públicas pela empresa. 5. De acordo com o disposto na Lei n.º 13.303/2016, compete
(C) As empresas públicas poderão lançar debêntures e outros ao comitê de auditoria estatutário das empresas estatais
títulos ou valores mobiliários, conversíveis em ações. (A) discutir, aprovar e monitorar decisões que envolvam práti-
(D) As empresas estatais estão dispensadas de divulgar a forma cas de governança corporativa, relacionamento com partes in-
de remuneração de seus administradores. teressadas, política de gestão de pessoas e código de conduta
(E) As empresas estatais não poderão solucionar, mediante ar- dos agentes.
bitragem, as divergências entre acionistas e a sociedade em- (B) preservar a independência do conselho de administração
presária, ou entre acionistas controladores e acionistas mino- no exercício de suas funções.
ritários. (C) opinar sobre a contratação e destituição de auditor inde-
pendente.
3. A Lei das Estatais (Lei n.º 13.303 de 2016) determina a indi- (D) implementar e supervisionar os sistemas de gestão de ris-
cação de pessoas para o Conselho de Administração e Diretoria das cos e de controle interno estabelecidos para a prevenção e
empresas públicas e sociedades de economia mista com alguns re- mitigação dos principais riscos a que está exposta a empresa
quisitos para assumir tais cargos. Nesse sentido, após analisar se os pública ou a sociedade de economia mista.
requisitos condizem com a referida norma - determinando se esses (E) estabelecer política de porta-vozes com vistas a eliminar o
são V (Verdadeiros) ou F (Falsos) - assinale a alternativa CORRETA. risco de contradição entre informações de diversas áreas e as
(__) Um dos modos de comprovar a experiência profissional dos executivos da empresa pública ou da sociedade de econo-
é do membro indicado possuir, no mínimo, 4 (quatro) anos como mia mista.
profissional liberal em atividade direta ou indiretamente vinculada
à área de atuação da empresa pública ou sociedade de economia 6. Assinale a opção correta com base na Lei Federal n.º
mista. 13.303/2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico das empresas
(__) Os membros não precisam ter formação acadêmica com- públicas, das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias.
patível com o cargo para o qual foi indicado. (A) A referida lei aplica-se apenas às empresas públicas e so-
(__) Os membros precisam exercer cargo em organização sin- ciedades de economia mista da administração pública federal.
dical. (B) A lei em questão não se aplica à prestação de serviço públi-
(__) Parentes consanguíneos ou afins de Ministro de Estado até co, mas apenas à exploração de atividade econômica por em-
o terceiro grau, não podem ser indicados para tais cargos. presas estatais.
(C) A lei em apreço prevê situação em que um diretor ou em-
(A) V – F – V – F. pregado de empresa pública ou sociedade de economia mista
(B) V – F – F – V. possa ser sócio de outra empresa e que essa empresa, por sua
(C) F – V – V – V. vez, seja validamente contratada por uma daquelas sociedades
(D) F – V – F – F. estatais.
(D) Sociedades de economia mista devem ter a forma de socie-
dades anônimas, as quais são regidas integralmente pela lei em
apreço, sem a incidência da lei geral das sociedades anônimas,
a Lei n.º 6.404/1976.

202
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

7. A Lei nº 12.815/2013, chamada de Lei dos Portos, regula a 11. De acordo com a Lei no 12.815/2013, assinale a alternativa
exploração pela União dos portos e instalações portuárias e as ati- correta em relação à exploração dos portos e instalações portuá-
vidades desempenhadas pelos operadores portuários. Tal lei prevê, rias.
por exemplo, que a exploração indireta do porto organizado ocor- (A) A exploração indireta do porto organizado e das instalações
rerá mediante portuárias nele localizadas ocorrerá mediante autorização, nos
(A) concessão e cessão de serviço público. termos da lei.
(B) concessão e arrendamento de bem público. (B) A exploração indireta das instalações portuárias nele locali-
(C) arrendamento público e servidão pública. zadas ocorrerá mediante permissão, nos termos da lei.
(D) servidão de serviço público e arrendamento público. (C) A exploração indireta do porto organizado e das instalações
(E) permissão de bem público e arrendamento de serviço pú- portuárias nele localizadas ocorrerá mediante concessão e ar-
blico. rendamento de bem público.
(D) A exploração indireta das instalações portuárias localizadas
8. Analise as afirmativas a seguir sobre os conceitos estabeleci- fora da área do porto organizado ocorrerá mediante concessão
dos na Lei dos Portos (Lei nº 12.815/2013): e arrendamento de bem público.
I. Terminal de uso privado: instalação portuária explorada me- (E) A exploração indireta das instalações portuárias localizadas
diante autorização e localizada fora da área do porto organizado. fora da área do porto organizado ocorrerá mediante permis-
II. Área do porto organizado: área delimitada por ato do Poder são, nos termos da lei.
Executivo que compreende as instalações portuárias e a infraestru-
tura de proteção e de acesso ao porto organizado. 12. Compreendidas as noções de Direito Portuário, sobretudo
III. Estação de transbordo de cargas: instalação portuária explo- o estabelecido na Lei no 12.815/2013, é correto afirmar que
rada mediante autorização, localizada fora da área do porto orga- (A) o órgão de gestão de mão de obra pode ceder, em caráter
nizado e utilizada exclusivamente para operação de transbordo de temporário, trabalhador avulso ao operador portuário, desde
mercadorias em embarcações de navegação interior ou cabotagem. que respeitado o limite máximo de 25 meses.
(B) é dispensável a intervenção de operadores portuários em
Assinale operações que não requeiram a utilização de mão de obra ou
(A) se apenas a afirmativa I estiver correta. que possam ser executadas exclusivamente pela tripulação das
(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. embarcações.
(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) não há previsão legal de hipótese em que a intervenção de
(D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. operadores portuários seja dispensável.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. (D) após o término do contrato de concessão ou arrendamen-
to, os bens seguirão no patrimônio de quem explorou direta-
9. Autorizar a entrada e saída, inclusive atracação e desatraca- mente o porto organizado e as instalações portuárias.
ção, o fundeio e o tráfego de embarcação na área do porto é uma (E) a reversão dos bens ao patrimônio da União está prevista
competência na legislação de modo que não se afigura como cláusula dita
(A) da autoridade portuária. essencial para os contratos de concessão de bem público desti-
(B) da polícia marítima-portuária. nados à exploração do porto organizado.
(C) da secretaria de portos.
(D) da autoridade de alfandegamento. GABARITO
(E) do órgão gestor de mão de obra.

10. A respeito da administração e exploração dos portos e suas


1 C
instalações, considerando a Lei no 12.815/2013, está correto afir-
mar que a 2 B
(A) exploração dos portos por concessões, arrendamentos e 3 B
autorizações, pode ser realizada por pessoa física ou jurídica.
(B) administração do porto poderá, a seu critério, explorar indi- 4 A
retamente áreas não afeitas às operações portuárias. 5 C
(C) Lei no 12.815/2013 regula a exploração dos portos, caben-
6 C
do a exploração das instalações portuárias regulamentada em
portarias posteriores. 7 B
(D) administração do porto é exercida pelo Estado, sem inter- 8 E
ferência da União.
(E) administração do porto é responsável por arrecadar os valo- 9 A
res das tarifas relativas às suas atividades. 10 E
11 C
12 B

203
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

ANOTAÇÕES

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204
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Técnico Portuário - Apoio Administrativo

AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS: ASPECTOS GERAIS p. Página


DA REDAÇÃO OFICIAL; A REDAÇÃO DOS ATOS p. us. Pouco usado
NORMATIVOS E COMUNICAÇÕES; APLICAÇÃO DE
PRINCÍPIOS DA ORTOGRAFIA E DE ELEMENTOS DA pess. Pessoa
GRAMÁTICA À REDAÇÃO OFICIAL pl. Plural
pref. Prefixo
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re- pres. Presente
pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças
Res. Resolução do Congresso Nacional
quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi cria-
do em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protoco- RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
los à moderna administração pública. Assim, ele é referência quan- RISF Regimento Interno do Senado Federal
do se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas.
O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar regras s. Substantivo
importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expressões usa- s.f. Substantivo feminino
das antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa Senhoria,
s.m. Substantivo masculino
Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno ou digníssi-
mo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas por: Senhor SEI! Sistema Eletrônico de Informações
(a). Excepciona a nova regra quando o agente público entender que sing. Singular
não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento diferenciado.
tb. Também
A redação oficial é v. Ver ou verbo
A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações oficiais v.g. verbi gratia
e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e precisão, obje-
tividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade, formalidade e var. pop. Variante popular
padronização e uso da norma padrão da língua portuguesa.
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS a) alguém que comunique: o serviço público.
• Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do
agramatical órgão que comunica.
c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti-
§ Parágrafo
tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu-
adj. adv. Adjunto adverbial tivo ou dos outros Poderes.
arc. Arcaico
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a fina-
art.; arts. Artigo; artigos
lidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação
cf. Confronte comunicativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabele-
CN Congresso Nacional cem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento
dos órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em
Cp. Compare sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O
EM Exposição de Motivos mesmo ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua
é a de informar com clareza e objetividade.
f.v. Forma verbal
fem. Feminino Atributos da redação oficial:
ind. Indicativo • clareza e precisão;
• objetividade;
ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
• concisão;
masc. Masculino • coesão e coerência;
obj. dir. Objeto direto • impessoalidade;
• formalidade e padronização; e
obj. ind. Objeto indireto • uso da norma padrão da língua portuguesa.

205
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CLAREZA PRECISÃO As comunicações administrativas devem ser sempre formais,


isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as
Para a obtenção de clareza, sugere-se: O atributo da precisão comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais
a) utilizar palavras e expressões simples, complementa a clareza documentos impressos. Recomendações:
em seu sentido comum, salvo quando o e caracteriza-se por: • A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra
texto versar sobre assunto técnico, hipóte- a) articulação da lin- a sua simplicidade;
se em que se utilizará nomenclatura pró- guagem comum ou • O uso do padrão culto não significa empregar a língua de
pria da área; técnica para a perfeita modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo
b) usar frases curtas, bem estruturadas; compreensão da ideia literário;
apresentar as orações na ordem direta e veiculada no texto; • A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na reda-
evitar intercalações excessivas. Em certas b) manifestação do ção de um bom texto.
ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere- pensamento ou da
-se a adoção da ordem inversa da oração; ideia com as mesmas O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com
c) buscar a uniformidade do tempo ver- palavras, evitando o agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível
bal em todo o texto; emprego de sinonímia hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
d) não utilizar regionalismos e neologismos; com propósito mera-
e) pontuar adequadamente o texto; mente estilístico; e Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino
f) explicitar o significado da sigla na pri- c) escolha de expres- e para o plural.
meira referência a ela; e são ou palavra que não
g) utilizar palavras e expressões em outro confira duplo sentido São formas de tratamento vedadas:
idioma apenas quando indispensáveis, em ao texto. I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
razão de serem designações ou expressões II - Vossa Senhoria;
de uso já consagrado ou de não terem exata III - Vossa Magnificência;
tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico. IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo;
Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se VI - digno ou digníssimo; e
deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir VII - respeitável.
isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia
principal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos prono-
ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem mes de tratamento, mediante invocação de normas especiais refe-
subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor rentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo
que a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo
texto rude e grosseiro. ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja
Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de infor- erro na forma de tratamento empregada.
mações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públi-
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eli- cos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome do
minar passagens substanciais do texto com o único objetivo de re- agente público. Poderão constar o pronome de tratamento e o
duzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras nome do destinatário nas hipóteses de:
inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da ad-
já foi dito. ministração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atri- II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público
butos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elemen- específico.
tos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência
quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de ex-
parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. pedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de unifor-
texto são: mizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que
• Referência (termos que se relacionam a outros necessários à sigam o que chamamos de padrão ofício.
sua interpretação); Consistem em partes do documento no padrão ofício:
• Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro
ou no lugar de uma oração); • Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira pági-
• Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto); na do documento, centralizado na área determinada pela formata-
• Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, perío- ção. No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no
dos ou parágrafos). topo da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secun-
dários, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; es-
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço pú- paçamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como
blico e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio
Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não de- eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé
vem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal. do documento, centralizados.

206
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Identificação do expediente: • Texto:


a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com
todas as letras maiúsculas; NOS CASOS EM QUE QUANDO FOREM USADOS
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, NÃO SEJA USADO PARA PARA ENCAMINHAMENTO
padronizada como Nº; ENCAMINHAMENTO DE DOCUMENTOS, A
c) informações do documento: número, ano (com quatro dí- DE DOCUMENTOS, O ESTRUTURA É MODIFICADA:
gitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor EXPEDIENTE DEVE CONTER
para a maior hierarquia, separados por barra (/); A SEGUINTE ESTRUTURA:
d) alinhamento: à margem esquerda da página.
a) introdução: em que é a) introdução: deve iniciar com
• Local e data: apresentado o objetivo da referência ao expediente que
a) composição: local e data do documento; comunicação. Evite o uso das solicitou o encaminhamento.
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o formas: Tenho a honra de, Se a remessa do documento
documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da uni- Tenho o prazer de, Cumpre-me não tiver sido solicitada, deve
dade da federação depois do nome da cidade; informar que. Prefira empregar iniciar com a informação do
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do a forma direta: Informo, motivo da comunicação, que
mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se Solicito, Comunico; é encaminhar, indicando a
deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês; b) desenvolvimento: em que o seguir os dados completos
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula; assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; contiver mais de uma ideia (tipo, data, origem ou
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem sobre o assunto, elas devem signatário e assunto de que se
direita da página. ser tratadas em parágrafos trata) e a razão pela qual está
distintos, o que confere maior sendo encaminhado;
• Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento clareza à exposição; e b) desenvolvimento: se o autor
que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar : c) conclusão: em que é da comunicação desejar fazer
a) vocativo; afirmada a posição sobre o algum comentário a respeito
b) nome: nome do destinatário do expediente; assunto. do documento que encaminha,
c) cargo: cargo do destinatário do expediente; poderá acrescentar parágrafos
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, de desenvolvimento. Caso
dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/ contrário, não há parágrafos
logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, de desenvolvimento em
informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede- expediente usado para
ração, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e encaminhamento de
unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou documentos.
pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obriga-
tória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento
cidade/unidade da federação; deve ser formatado da seguinte maneira:
e) alinhamento: à margem esquerda da página. a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
• Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem
maneira: esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documen-
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o to tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se
conteúdo do documento, seguida de dois-pontos; numeram o vocativo e o fecho;
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos;
documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve uti- citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho
lizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras; 10 pontos.
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o títu- e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas,
lo, deve ser destacado em negrito; pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings.
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
e) alinhamento: à margem esquerda da página. • Fechos para comunicações: O fecho das comunicações ofi-
ciais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar
o destinatário.
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, in-
clusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia infe-
rior ou demais casos: Atenciosamente,

207
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assi-


nadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em le-
tras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do
signatário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigi-
do apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centra-
lizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar
a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa
página ao menos a última frase anterior ao fecho.

• Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigató-


ria apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm
da margem inferior; e
b) fonte: Calibri ou Carlito.

Quanto a formatação e apresentação, os documentos do pa-


drão ofício devem obedecer à seguinte forma:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da mar-
gem superior do papel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode
ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens es-
querda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares
(margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em pa-
pel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para
gráficos e ilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o
negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado,
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padroniza-
ção do documento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser gra-
fadas em itálico;
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos ela-
borados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve
ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser
lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no ser-
viço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos
arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu-
mento + número do documento + ano do documento (com 4 dígi- Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com
tos) + palavras-chaves do conteúdo. algumas possíveis variações:
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en-
via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na
epígrafe será apenas do órgão remetente.

208
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epí- e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de
grafe. concessão de emissoras de rádio e TV.
f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando rior.
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons- h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
tarão na epígrafe. i) Comunicação de veto.
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o de intervenção federal.
órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos
órgãos que receberão o expediente. As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco;
Exposição de motivos (EM) b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- margem esquerda, no início do texto;
Presidente para: c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o
a) propor alguma medida; pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou parágrafo dado ao texto;
c) informa-lo de determinado assunto. d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinha-
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República dos à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados
por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en- pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signa-
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada tário.
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape- A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica comum, não só em âmbito privado, mas também na administração
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos.
dentro de um mesmo ano civil. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endere-
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica- ço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso, Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documen-
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio- to oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de
nal ou ao Poder Judiciário. linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como en-
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais dereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re- ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge- sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República. recebimento de documentos na administração pública.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatá- Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto
rio são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para
do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurí- que possa ser aceito como documento original, é necessário existir
dico que assinou o parecer jurídico da Pasta. certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os os parâmetros de integridade, autenticidade e validade jurídica da
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover- certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; contu-
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter do, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do ato
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reco-
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do nhecido pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente pú-
que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação. blico impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios os parâmetros da ICP-Brasil.
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
final. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensa-
Nacional têm as seguintes finalidades: gem comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico pos-
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem
de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata;
que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or- quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na cai-
çamentos anuais e créditos adicionais. xa do correio eletrônico.
b) Encaminhamento de medida provisória.
c) Indicação de autoridades.

209
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”,
seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.

Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem
ser utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documen-
to ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas
vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular
seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção
ortográfica.

HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO


Emprega-se itálico em:
a) títulos de publicações
O hífen é um sinal usado para:
As aspas têm os seguintes (livros, revistas, jornais,
a) ligar os elementos de
empregos: periódicos etc.) ou títulos de
palavras compostas: vice-
a) antes e depois de uma congressos, conferências,
ministro;
citação textual direta, quando slogans, lemas sem o uso de Usa-se o negrito para realce
b) para unir pronomes átonos
esta tem até três linhas, sem aspas (com inicial maiúscula de palavras e trechos. Deve-se
a verbos: agradeceu-lhe; e
utilizar itálico; em todas as palavras, exceto evitar o uso de sublinhado para
c) para, no final de uma
b) quando necessário, para nas de ligação); realçar palavras e trechos em
linha, indicar a separação
diferenciar títulos, termos b) palavras e as expressões comunicações oficiais.
das sílabas de uma palavra
técnicos, expressões fixas, em latim ou em outras
em duas partes (a chamada
definições, exemplificações e línguas estrangeiras não
translineação): com-/parar,
assemelhados. incorporadas ao uso comum
gover-/no.
na língua portuguesa ou não
aportuguesadas.

PARÊNTESES E TRAVESSÃO USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS


Os parênteses são empregados para intercalar, em Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos normativos, serão
um texto, explicações, indicações, comentários, adotados os conceitos sugeridos pelo Manual de Elaboração de Textos da
observações, como por exemplo, indicar uma data, Consultoria Legislativa do Senado Federal (1999), em que:
uma referência bibliográfica, uma sigla. a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um título; e
O travessão, que é representado graficamente b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas sílabas ou partes
por um hífen prolongado (–), substitui parênteses, dos vocábulos de um título.
vírgulas, dois-pontos.

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas
vezes dificulta a compreensão.
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois
compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode
impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.

210
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa-
um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, do mais longínquo, ou histórico.
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto,
de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade ainda será mencionado;
de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto;
mais de um antecedente na terceira pessoa. i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio-
nada no texto.
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases
palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que depen- e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe
dem. Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa-
gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi-
e pessoa (nos verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e con- xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em
cordância verbal. que se apresenta.
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto
CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina-
da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões
O verbo concorda com seu Adjetivos (nomes ou pronomes), ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao
sujeito em pessoa e número. artigos e numerais concordam sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de-
em gênero e número com os vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.
substantivos de que dependem. Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo
utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subor- ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para
dinação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de depen- as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o
dência que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite
rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes em deixar o texto como está.
ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os ter- É importante lembrar que o idioma está em constante muta-
mos regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da
que lhes completam o sentido. política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as palavras e de formas de dizer.
seguintes finalidades: A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações,
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na lei- nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula-
tura; res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi-
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o au- tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de
tor, devem merecer destaque; e uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar.
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades. De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu-
rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria-
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora- do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de
ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es- inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu-
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito
marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re- da Língua Portuguesa.
sumo ou uma consequência do que se afirmou. O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega-
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo
é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta. desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in-
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, corporação acrítica do estrangeirismo.
admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente • A homonímia é a designação geral para os casos em que pa-
restrito aos discursos e às peças de retórica. lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir- homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos).
cunstâncias: • Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como
a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta)
próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige. e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo
b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver (pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind.
próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re- Do verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess.
dige. Do sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia di-
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es- ferente. Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo
tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem. contexto em que são empregados.
d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente;
e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado;

211
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte-
palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro- riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que
núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de efetivamente pretende.
descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri- A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada e,
gir) e ratificar (confirmar). às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam
por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa por escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada
de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de sem contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possí-
justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social veis ou as causas determinantes desse estado de coisas negativo.
harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos Outras vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando,
objetivos da norma jurídica são expressos nas funções: pura e simplesmente, a preservação do status quo.
I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com- Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislativa
vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais); deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas exis-
II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização, tentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas
de definição e de distribuição de competências; para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador,
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí- como também permite a melhoria da qualidade da decisão legisla-
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado; tiva.
IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-se
condutas por meio de modelos; avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju- vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná-
rídica e no plano social. lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b)
De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios
Requisitos da elaboração normativa: de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados
• Clareza e determinação da norma; mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De-
• Princípio da reserva legal; vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais
• Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece- efeitos colaterais negativos.
didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada O processo de decisão normativa estará incompleto caso se
situação ou destinada a atingir determinado objetivo); entenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato
• Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi- normativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elabo-
nistrativo; ração normativa exige um cuidadoso controle das diversas conse-
• Princípio da proporcionalidade; quências produzidas pelo novo ato normativo.
• Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli- É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um
na suficientemente concreta); espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia
• Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi- interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção
sa julgada; no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa
• Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às
sejam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem
apreender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido). uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do
Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro- interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló-
cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo gica) e sistemática externa (estrutura da lei).
legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a Regras básicas a serem observadas para a sistematização do
tomada da decisão legislativa. texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estrutura-
Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es- ção:
sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden- a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser trata-
tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma- das em um mesmo contexto ou agrupamento;
nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem
especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de cronológica, se possível;
controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa. c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir
A análise da situação questionada deve contemplar as causas que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e
ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou d) institutos diversos devem ser tratados separadamente.
contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter
influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen- • O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa
tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter- ao ato normativo que está sendo alterado.
nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de • Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos
leis antigas, mudanças de concepção etc. que não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha
Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve- pontilhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a
-se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro- não alteração do trecho do artigo.
vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere,

212
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi- ministrativos de competência exclusiva do Chefe do Executivo, des-
pótese de o texto publicado não corresponder ao original assinado tinados a prover as situações gerais ou individuais, abstratamente
pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo de previstas, de modo expresso ou implícito, na lei.
erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou, mui- • Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po-
to menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade. Con- dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
siderando que os atos normativos somente produzem efeitos após referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de republi- propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de
cação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos com nacionalidade, etc.).
a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado sem • Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são
correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá ser atos normativos subordinados ou secundários.
considerado inválido com efeitos retroativos. • Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado e funcionamento da administração pública federal, quando não im-
corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori- blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que
a mera alteração da norma. Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori-
A correção de erro material que não afete a substância do ato dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento
singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de- de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe-
nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno- tência.
minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve-
niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de-
de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais,
nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário. das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções.
Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos- A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati-
tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de- va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a
corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda- qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer
ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons-
essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias,
sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui- privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa
co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu-
de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o
com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio-
a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual,
alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual).
entrada em vigor de seu decreto.
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen- A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é
tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem le- confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati-
gislativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do de- vas.
creto; a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato. Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra
A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra, proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda.
normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal- Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for
mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con- de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular
têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati- também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por
vo de efeitos concretos). meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri- Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen-
gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re- tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa
instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar e que tenha estrita pertinência temática.
determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas, A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro-
sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modi- jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com
ficação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria abso- o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem
luta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles
Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre- provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo-
sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le- situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que
gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional não guardem compatibilidade com o plano plurianual.
e dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato nor-
mativo com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da
República em caso de relevância e urgência. Decretos são atos ad-

213
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do projeto
nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de lei apro-
vado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da vontade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a formação
da lei.
O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega sanção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei. Dois
são os fundamentos para a recusa de sanção:
a) inconstitucionalidade; ou
b) contrariedade ao interesse público.
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15 dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunicado
ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposição. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser supe-
rado por deliberação do Congresso Nacional.
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da Repú-
blica. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decorrido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o Presidente
não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Presidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas para fazê-lo; se este
não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do Senado Federal, em prazo idêntico.
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de disposição
especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obrigatoriedade
(45 dias).
Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo:
a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e complemen-
tares.
b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deliberação
terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões Permanentes.
c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir urgên-
cia a certas proposições.
d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Casas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação instan-
tânea sobre matérias submetidas à sua apreciação.
e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento legislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação das
matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex. para leis financeiras e delegadas.
f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento, englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um destina-
do à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de códigos.

ARQUIVOLOGIA: GESTÃO, CLASSIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS; ORGANIZAÇÃO, PLANEJAMENTO,


SISTEMAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados durante a atua-
ção de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser registradas em documentos
de arquivos.
A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos dá sobre
arquivo:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições
de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que
seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”

Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.


“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para fins de prova ou
informação”, CONARQ.
“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas ativi-
dades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marilena Leite,
1986).
“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua ativida-
de, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Marilena Leite, 1986).

De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar o acer-
vo.
A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.

214
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Vejamos:

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza
como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utiliza-
ção e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade
da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas atividades
ou das suas funções.

Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.


Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da
arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade explica-se
pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não funcio-
narão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o
mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e
preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a Bi-
blioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se de
conceitos distintos.

215
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos
de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades
privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à institui-
ção arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – mediante
delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.

Arquivos Privados
De acordo com a mesma Lei citada acima:
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decor-
rência de suas atividades.”
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pessoa
jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a adminis-
tração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de
personalidade jurídica própria, porém, de direito público.
Exemplos:
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.
• Comercial: companhias, empresas, etc.

A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. Ele
pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de documentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais etc.

Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da gestão documental, conservação, preservação e disseminação da informa-
ção contida nos documentos, assim como pela preservação do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), institução e, em
última instância, da sociedade como um todo.
Também é função do arquivista recuperar informações ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas.1

1Adaptado de George Melo Rodrigues

216
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

GESTÃO DE DOCUMENTOS
Um documento (do latim documentum, derivado de docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que compro-
ve a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente sinônimos
de atos, cartas ou escritos que carregam um valor probatório.
Documento arquivístico: Informação registrada, independente da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da ativida-
de de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade.
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma tarefa de considerável importância para as organizações atuais, sejam essas
privadas ou públicas, tarefa essa que encontra suporte na Tecnologia da Gestão de Documentos, importante ferramenta que auxilia na
gestão e no processo decisório.
A gestão de documentos representa um conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação,
uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente.

Através da Gestão Documental é possível definir qual a politica arquivistica adotada, através da qual, se constitui o patrimônio arqui-
vistico. Outro aspecto importante da gestão documental é definir os responsáveis pelo processo arquivistico.
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela implantação do programa de gestão, que envolve ações como as de acesso, pre-
servação, conservação de arquivo, entre outras atividades.
Por assegurar que a informação produzida terá gestão adequada, sua confidencialidade garantida e com possibilidade de ser rastrea-
da, a Gestão de Documentos favorece o processo de Acreditação e Certificação ISO, processos esses que para determinadas organizações
são de extrema importância ser adquirido.
Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos é a racionalização de espaço para guarda de documentos e o controle deste
a produção até arquivamento final dessas informações.
A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do Gerenciamento Eletrô-
nico de Documentos deve ser efetiva visando à garantia no processo de atualização da documentação, interrupção no processo de dete-
rioração dos documentos e na eliminação do risco de perda do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas que permitam
acesso à informação pela internet e intranet.
A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos, TTD
(Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informação e
preservação dos documentos.
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.
Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado de forma eficaz,
é o que chamamos de protocolo.
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento, registro, distribuição
e movimentação dos documentos em curso.
A finalidade principal do protocolo é permitir que as informações e documentos sejam administradas e coordenadas de forma conci-
sa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um aumento de produção de documentos sua
gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são registrados assim que
chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou problemas de-
correntes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:

Recebimento:
Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos e onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.
Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensivos são abertos e analisados, anexando mais informações e assim encami-
nhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados diretos para seus destinatários.

Registro:
Todos os documentos recebidos devem ser registrados eletronicamentecom seu número, nome do remetente, data, assunto dentre
outras informações.
Depois do registro o documento é numerado (autuado) em ordem de chegada.
Depois de analisado o documento ele é classificado em uma categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste momento
pode-se ate dar um código a ele.

Distribuição:
Também conhecido como movimentação, é a entrega para seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da empresa
seria feita pela expedição.

217
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela empresa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada na em-
presa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o protocolo consiga
localizar o documento. Quando os dados são colocados corretamente, como datas e setores em que o documento caminhou por exemplo,
ajudará aagilizar a sua localização.

Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar a correspon-
dência no original e nas cópias, pois as cópias são o acompanhamento da tramitação do documento na empresa e serão encaminhadas ao
arquivo. As originais são expedidas para seus destinatários.

Sistemas de classificação
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de um
plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais simples
forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando a
estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se enten-
der conveniente.

A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sua
recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a
esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que
o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação define, portanto, a organização física dos documentos arquivados,
constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.
Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos documentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desempe-
nhadas pelo órgão.
A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes características:

De acordo com a entidade criadora


- PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito federal ou estadual ou municipal.
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou relacionados à instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, sociedades
e associações.
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e companhias.
- FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por grupos familiares ou pessoas individualmente.
.
De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo de vida de um arquivo)
- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a documentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser mantido
em local de fácil acesso para facilitar a consulta.
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de ser
usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situação
idêntica àquela que os gerou.
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se encontram os documentos que perderam o valor administrativo e cujo uso
deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conservados somente por causa de seu valor histórico, informativo para comprovar algo
para fins de pesquisa em geral, permitindo que se conheça como os fatos evoluíram.

218
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De acordo com a extensão da atenção O arquivamento é a guarda dos documentos no local estabele-
Os arquivos se dividem em: cido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda a aten-
- ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacio- ção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente po-
nais, cumprindo as funções de um arquivo corrente. derá ficar perdido quando solicitado posteriormente.
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os docu- O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o
mentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram a prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação.
estrutura de uma instituição.
As operações para arquivamento são:
De acordo com a natureza de seus documentos 1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamento;
- ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas for- 2. Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir
mas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas um código conforme o assunto;
(fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem 3. Ordenar os documentos na ordem sequencial;
tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das 4. Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de
peças, mas também quanto ao registro, acondicionamento, contro- antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que tratam do
le e conservação. mesmo assunto, por consequência, o mesmo código;
- ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo 5. Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos –
técnico, é responsável pela guarda os documentos de um determi- usar uma pasta para cada código, evitando a classificação “diver-
nado assunto ou setor/departamento específico. sos”;
6. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de
De acordo com a natureza do assunto acordo com a ordem estabelecida – cronológica, alfabética, geográ-
- OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não prejudi- fica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso não
cam a administração; exista o original manter uma única cópia;
- SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado, 7. Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em cai-
com divulgação restrita. xa ou pasta apropriada, identificando externamente o seu conteúdo
e registrando a sua localização no documento que o encaminhou.
De acordo com a espécie 8. Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os
- ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente admi- documentos/processos estão armazenados.
nistrativas;
- JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais; Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizon-
- CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação jurí- tal e a vertical.
dica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas para - Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns
evitar a esfera judicial. sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. É indicado para
arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões,
De acordo com o grau de sigilo pois evitam marcas e dobras nos mesmos.
- RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-au- - Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns
torizada possa comprometer planos, operações ou objetivos neles atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos
previstos; correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos
- SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, ins- documentos.
talações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a
assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, pro- Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arqui-
gramas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não auto- vo, devemos considerar tantos os métodos quanto os sistemas. Os
rizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade
Estado; ou não de recuperação da informação sem o uso de instrumentos.
- ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobe- Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma
rania e à integridade territorial nacional, a plano ou operações mi- ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante) para lo-
litares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa calizar um documento em um arquivo.
e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da defesa Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema
nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento não auto- direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo, os métodos
rizado possa acarretar dano excepcionalmente grave à segurança alfabético e geográfico.
da sociedade e do Estado. Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indi-
reto de busca e/ou recuperação, como são os métodos numéricos.
Arquivamento e ordenação de documentos
O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classifi-
visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no cados dentre de um mesmo assunto.
arquivo. Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada
Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades e categorizada previamente para posterior arquivamento.
competentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu desti- Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza
no para arquivamento, após receber despacho final. dos documentos, podendo ser:2

2Adaptado de www.agu.gov.br

219
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. Arquivamento por assunto - Método numérico dígito-terminal


Uma das técnicas mais utilizadas para a gestão de documentos A partir do momento em que se faz uso de números maiores,
é o arquivamento por assunto. Como o próprio nome já adianta, com diversos dígitos, o método simples não é eficiente. Isso ocorre
essa técnica consiste em realizar o arquivamento dos documentos porque ele acaba se tornando trabalhoso e lento. Por isso, nesse
de acordo com o assunto tratado neles. caso, o mais indicado é utilizar o método dígito-terminal.
Isso permite agrupar documentos que tratem de assuntos cor- Nesse método, a ordenação é realizada com base nos dois últi-
relatos e permite encontrar informações completas sobre deter- mos dígitos. Quando esses são idênticos, a ordenação é dada a par-
minada matéria de forma simples e direta, sendo especialmente tir dos dois dígitos anteriores. Isso acaba tornando o arquivamento
interessante para empresas que lidam com um grande volume de mais ágil e eficiente.
documentos de um mesmo tema.
2. Método alfabético 4. Método eletrônico
Uma das mais conhecidas técnicas de arquivamento de docu- O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de
mentos é o método alfabético, que consiste em organizar os do- forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que permite não
cumentos arquivados de acordo com a ordem alfabética desses, só organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com o mé-
permitindo uma consulta mais intuitiva e eficiente. todo que mais se encaixa na organização e nas necessidades da em-
Como a própria denominação já indica, nesse esquema o ele- presa, mas fazer sua gestão online e até mesmo remota.
mento principal considerado é o nome. Estamos falando sobre um
método muito usado nas empresas por apresentar a vantagem de 5. Método geográfico
ser rápido e simples. Esse método é aquele usado quando os documentos apresen-
No entanto, quando se armazena um número muito grande de tam a sua organização por meio do local, isto é, quando a empresa
informações, é comum que existam alguns erros. Isso acontece de- escolhe classificar os documentos a partir de seu local de origem.
vido à grande variedade de grafia dos nomes e também ao cansaço No entanto, de acordo com a literatura arquivística, duas nor-
visual do funcionário. mas precisam ser empregadas para que o método geográfico seja
utilizado de forma adequada. Confira!
Para que a localização e o armazenamento dos documentos
se tornem mais rápidos, é possível combinar esse método com a - Norma do método geográfico 1
escolha de cores. Dessa forma, fica mais simples encontrar a letra Quando os documentos são organizados por país ou por es-
procurada. tado, eles precisam ser ordenados alfabeticamente. Dessa forma,
Esse método é conhecido como Variadex e utiliza as cores fica mais fácil localizá-los depois. Isso vale também para as cidades
como elementos auxiliares, com o objetivo de facilitar a localização de um mesmo país ou estado: sempre postas em ordem alfabética.
e a recuperação dos documentos. Vale lembrar que essa é somen- Nesse caso, as capitais precisam aparecer no início da lista, uma vez
te uma variação do método alfabético. É possível, ainda, combinar que elas são, normalmente, as mais procuradas, tendo uma quanti-
esse método ao de arquivamento por assunto, usando a ordem al- dade maior de documentos.
fabética para subdividir a organização.
- Norma do método geográfico 2
3. Método numérico Ao realizar um arquivamento por cidades, quando não existe
O método numérico é outra opção de arquivamento e uma óti- separação por estado, não há a exigência de que as capitais fiquem
ma escolha para empresas que lidam com um grande volume de no início. A ordem vai ser simplesmente alfabética. Entretanto, ao
documentos. Ele consiste em determinar um número sequencial final de cada cidade, o estado a que ela corresponde precisa apare-
para cada documento, permitindo sua consulta de acordo com um cer na identificação.
índice numérico previamente determinado.
Como o próprio nome indica, esse método é aquele usado 6. Método temático
quando os documentos são ordenados por números. É possível es- Esse é um método que propõe a organização dos documentos
colher três formas distintas de utilizá-lo: numérico simples, crono- por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos assuntos e te-
lógico ou dígito-terminal. mas básicos, que podem admitir diversas composições.

- Método numérico simples 7. Índice onomástico (opcional)


Esse método é usado quando o modo de organizar é feito pelo Índice de nomes próprios que aparecem no texto. Deve ser uti-
número da pasta ou do documento em que ele foi arquivado. É lizado quando o Coordenador da coleção assim o decidir. Deve ser
muito utilizado na organização de prontuários médicos, filmes, pro- organizado da mesma maneira que o índice remissivo.
cessos e pastas de funcionários.
Tabela de temporalidade
- Método numérico cronológico Instrumento de destinação, que determina prazos e condições
Um método usado para fazer a organização dos documentos de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte
por data. É extremamente utilizado para organizar documentos de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação
financeiros, fotos e outros arquivos em que a data é o elemento a quantos dela necessitem.
essencial para buscar a informação.

220
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores (primário/adminis-
trativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários na instituição.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição no
exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanen-
te, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:

1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com as
funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para agili-
zar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando
atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação daaposentadoria; e até qui-
tação da dívida.
- Os prazos são preferencialmente em ANOS
- Os prazos são determinados pelas: - Normas
- Precaução
- Informações recaptulativas
- Frequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela.
Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos,
segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.

A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO


Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos específicos,
de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabelecido na
tabela de temporalidade e destinação.

221
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que - reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando
hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diver- os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em
sas, como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indica- funcionamento sem interrupção;
do hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da - proteger os documentos e suas embalagens da incidência di-
segurança, a facilidade de acesso. reta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas;
- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radia-
Armazenamento ções ultravioleta;
- reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas fluo-
Áreas de armazenamento rescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às luminá-
rias;
Áreas Externas - promover regularmente a limpeza e o controle de insetos ras-
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilida- teiros nas áreas de armazenamento;
des de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando- - manter um programa integrado de higienização do acervo e
-se, por exemplo: de prevenção de insetos;
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inunda- - monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e
ções, como margens de rios e subsolos; poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, uti-
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustí- lizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a
veis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares; abertura controlada de janelas;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de po- - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos
luição atmosférica, como refinarias de petróleo; e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa temperatura
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos mecânicos
depósitos de munições, de material bélico e aeroportos. bem dimensionados, sobretudo para a manutenção da estabilidade
dessas condições, a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC ±
Áreas Internas 1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5%
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão aten- filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%.
der às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de
armazenamento de documentos devem ser totalmente indepen- Acondicionamento
dentes das demais. Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e in-
vólucros apropriados, que assegurem sua preservação.
Condições Ambientais A escolha deverá ser feita observando-se as características fí-
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de tra- sicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição do
balho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos depó- mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre qualidade e
sitos, as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, resistência e sobre segurança no trabalho.
considerando-se as necessidades específicas de preservação para O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, promove
cada tipo de suporte. a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os docu-
A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao lon- mentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários ou
go do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por prateleiras, apropriados a cada suporte e formato.
flutuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e
pela exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações lumino- Os documentos de valor permanente que apresentam grandes
sas, especialmente dos raios ultravioleta. formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armazenados
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes auto- horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou
res (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa en- enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino e acon-
tre 45% e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de dicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser
meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de inves- armazenado diretamente sobre o chão.
timento em equipamentos, manutenção e energia. As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de compu-
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relati- tador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos que
va do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento
ocorrência de infestações de insetos e o desenvolvimento de mi- será preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura
croorganismos, que aumentam as proporções dos danos. sintética, de efeito antiestático.
Com base nessas constatações, recomenda-se: As embalagens protegem os documentos contra a poeira e da-
- armazenar todos os documentos em condições ambientais nos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e
que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabeleci- umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em
do, isto é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a casos de desastre.
cada suporte documental; As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas.
do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previa- Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpe-
mente definida; za, de forma a proteger os documentos.
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direciona-
das à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa estabi-
lizados na média, evitando variações súbitas;

222
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle
formatos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos docu- da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas
mentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser fluorescentes.
preenchidos para proteger o documento.
Todos os materiais usados para o armazenamento de docu- - Qualidades do ar
mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis ao O controle da qualidade é muito importante porque os gases e
longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afe- as partículas sólidas contribuem muito para a deterioração de ma-
tem a preservação dos documentos. teriais de bibliotecas e arquivos, destacando que esses poluentes
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invó- podem tanto vir do ambiente externo como podem ser gerando no
lucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de pre- próprio ambiente.
servação dos documentos.
No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, re- 2. Agentes biológicos
comenda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre
evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis.3 outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fun-
gos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condi-
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE AR- ções ambientais reinantes nas dependências onde se encontram os
QUIVO documentos.
A manutenção dos documentos pelo prazo determinado na ta-
bela de temporalidade dependem de três aspectos: - Fungos
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento e umi-
Fatores de deterioração em acervos de arquivos dade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos papéis,
Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator
acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua proli-
expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e tra- feração. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos mate-
çar políticas de conservação para minimizá-los. riais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umidade e
A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento das
impressos, e o papel é basicamente composto por fibras de celulo- colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta de
se, portanto, identificar os principais agentes nocivos da celulose e higiene.
descobrir soluções para evita-los é um grande passo na preserva- As medidas para proteger o acervo de infestação de fungos
ção e na conservação documental. são:
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se limita - estabelecer política de controle ambiental, principalmente
a um único fator, pelo contrário, são várias as formas dessa degra- temperatura, umidade relativa e ar circulante
dação ocorrer, como veremos a seguir: - praticar a higienização tanto do local quanto dos documen-
tos, com metodologia e técnicas adequadas;
1. Fatores ambientais - instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio
São os agentes encontrados no ambiente físico do acervo, dos documentos e regras de higiene do local;
como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Radia- - manter vigilância constante dos documentos contra aciden-
ção da Luz, Qualidade do Ar. tes com água, secando-os imediatamente caso ocorram.

- Temperatura e umidade relativa - Roedores


O calor e a umidade contribuem significativamente para a des- A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos
truição dos documentos, principalmente quando em suporte-pa- ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as
pel. O desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O calor possíveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As
acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações químicas, é iscas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas
dobrada a cada aumento de 10°C. A alteração da umidade relativa por especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde
proporciona as condições necessárias para desencadear intensas que não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia
reações químicas nos materiais. se faz nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade
A circulação do ar ambiente representa um fator bastante im- relativa controladas, além de higiene periódica.
portante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade rela-
tiva elevada. - Ataques de insetos
Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimen-
- Radiação da luz tos, provocam perdas de superfície e manchas de excrementos. As
Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais de acer- baratas se reproduzem no próprio local e se tornam infestação mui-
vos, provocando consideráveis danos através da oxidação. to rapidamente, caso não sejam combatidas.
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acer- Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos
vos: em acervos, principalmente em livros. A fase de ataque ao acervo
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas é a de larva. Esse inseto se reproduz por acasalamento, que ocorre
que bloqueiem totalmente o sol; no próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus
3Adaptado de CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/ www.ebox- derivados, como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e
digital.com.br todos os materiais à base de celulose.

223
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borrachas plás-
para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os ticas etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre os docu-
ovos eclodem e o ciclo se repete. mentos como para acondicionamento.
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para as
coleções como para o prédio em si. Os cupins percorrem áreas in- 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para a
ternas de alvenaria, tubulações, conduítes de instalações elétricas, conservação de acervos
rodapés, batentes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante ter
alcance dos nossos olhos. conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nossos
Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais danos.
coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc. Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de
grande importância para a estabilização dos documentos.
3. Intervenções inadequadas nos acervos
Trata-se de procedimentos de conservação que realizamos em 8. Higienização
um conjunto de documentos com o objetivo de interromper ou me- A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os docu-
lhorar seu estado de degradação e que as vezes, resultam em danos mentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a condições
ainda maiores. ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos
Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar exige um os suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve
conhecimento das características individuais dos documentos e dos ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos,
materiais a serem empregados no processo de conservação. razão por que é considerada a conservação preventiva por exce-
lência.
4. Problemas no manuseio de livros e documentos
O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degra- - Processos de higienização
dação muito frequente em qualquer tipo de acervo. - Limpeza de superfície - o processo de limpeza de acervos de
O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento, bibliotecas e arquivos se restringe à limpeza de superfície e, portan-
sejam elas durante a higienização pelos funcionários da instituição, to, é mecânica, feita a seco, com o objetivo de reduzir poeira, partí-
na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, nas culas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos ou
foto-reproduções, na pesquisa pelo usuário etc. outros depósitos de superfície.
5. Fatores de deterioração - Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve ser avalia-
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são irre- do individualmente para determinar se a higienização é necessária
versíveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma política e se pode ser realizada com segurança. No caso de termos as condi-
de conservação, existem medidas que podemos tomar sem des- ções abaixo, provavelmente o tratamento não será possível:
pender grandes somas de dinheiro, minimizando drasticamente os • Fragilidade física do suporte
efeitos desses agentes. Alguns investimentos de baixo custo devem • Papéis de textura muito porosa
ser feitos, a começar por: - Materiais usados para limpeza de superfície - a remoção da
- treinamento dos profissionais na área da conservação e pre- sujidade superficial (que está solta sobre o documento) é feita
servação; através de pincéis, flanela macia, aspirador e inúmeras outras fer-
- atualização desses profissionais (a conservação é uma ciência ramentas que se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, espátula,
em desenvolvimento constante e a cada dia novas técnicas, mate- agulha, cotonete;
riais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar a conserva-
ção dos documentos); - Limpeza de livros
- monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel ma-
em níveis aceitáveis; cio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encadernação;
- uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documen- - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lombada,
tos; apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os cortes,
- adoção de política de higienização do ambiente e dos acervos; começando pela cabeça do livro, que é a área que está mais ex-
- contato com profissionais experientes que possam assessorar posta à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada e intensa,
em caso de necessidade. utilizar, primeiramente, aspirador de pó de baixa potência ou ainda
um pedaço de carpete sem uso;
6. Características gerais dos materiais empregados em con- - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa primei-
servação ra higienização;
Nos projetos de conservação/preservação de acervos de bi- - Oxigenar as folhas várias vezes.
bliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de ma-
teriais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres de - Higienização de documentos de arquivo - materiais arquivís-
quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes, duráveis. ticos têm os seus suportes geralmente quebradiços, frágeis, distor-
Suas características, em relação aos documentos onde são aplica- cidos ou fragmentados. Isso se deve principalmente ao alto índice
dos, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade de acidez resultante do uso de papéis de baixa qualidade. As más
e inércia.Dentro das especificações positivas, encontramos vários condições de armazenamento e o excesso de manuseio também
materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres inertes, os contribuem para a degradação dos materiais. Tais documentos têm
que ser higienizados com muito critério e cuidado.

224
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Documentos manuscritos - os mesmos cuidados para com os A gestão de documentos é uma atividade essencial em qual-
livros devem ser tomados em relação aos manuscritos. O exame quer organização, independentemente do seu tamanho ou área de
dos documentos, testes de estabilidade de seus componentes para atuação. Uma gestão de documentos adequada garante o acesso
o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de intervenção à informação de forma rápida, segura e confiável, além de permi-
devem ser cuidadosamente realizados. tir a preservação da memória institucional. A Arquivística é a área
responsável por garantir que os documentos sejam produzidos, or-
- Documentos em grande formato ganizados e preservados de acordo com as normas e padrões esta-
- Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no ge- belecidos para a gestão documental.
ral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, após
testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebi- Com o avanço da tecnologia, a Informática trouxe novas fer-
do em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem ter dis- ramentas e sistemas para a gestão de documentos e informações.
torções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil As tecnologias de informação e comunicação permitem a criação
remoção. de ambientes virtuais de trabalho, o compartilhamento de infor-
- Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito mações em tempo real e o armazenamento de grandes volumes
frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo cuidado é de dados em servidores e bancos de dados. Os sistemas de geren-
pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento. ciamento eletrônico de documentos (GED) são exemplos de ferra-
- Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção mentas que integram a Arquivística e a Informática na gestão de
especial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em boas documentos e informações.
condições, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes
áreas. O GED é um conjunto de tecnologias e técnicas que permitem a
captura, armazenamento, gerenciamento, preservação e distribuição
9. Pequenos reparos de documentos em formato digital. Com o GED, é possível armazenar
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que pode- documentos eletrônicos em servidores, controlar o acesso aos docu-
mos executar visando interromper um processo de deterioração mentos por meio de senhas e perfis de usuários, além de permitir a
em andamento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a pesquisa e recuperação de informações de forma rápida e eficiente.
critérios rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar o
estado de conservação dos documentos. Caso esses critérios não A implementação de sistemas de GED em organizações requer
sejam obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito grande e o conhecimento técnico e operacional da Arquivística e da Infor-
muitas vezes de caráter irreversível. mática. É necessário que os profissionais que atuam na gestão de
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de- documentos tenham conhecimento sobre as normas e padrões es-
vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documentos tabelecidos pela Arquivística para a produção, organização e pre-
permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os ma- servação de documentos. Além disso, é importante que esses pro-
teriais utilizados para esse fim devem ser de qualidade arquivística fissionais tenham conhecimento sobre as tecnologias e sistemas de
e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve informação que serão utilizados na gestão de documentos.
obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa que,
caso seja necessário reverter o processo, não pode existir nenhum A Arquivística e a Informática são áreas complementares na
obstáculo na técnica e nos materiais utilizados. gestão de documentos e informações. A integração dessas áreas
permite a implementação de sistemas de gestão de documentos
Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoriamente mais eficientes, seguros e confiáveis, garantindo o acesso à infor-
deve ser feito com o uso dos EPIs – Equipamentos de Proteção Indi- mação de forma rápida e eficiente, além de preservar a memória
vidual – tais como avental, luva, máscara, toucas, óculos de prote- institucional das organizações. Por isso, é importante que as orga-
ção e pró-pé/bota, a fim de evitar diversas manifestações alérgicas, nizações invistam em profissionais capacitados e em tecnologias de
como rinite, irritação ocular, problemas respiratórios, protegendo informação para a gestão de documentos e informações.
assim a saúde do profissional.4
LEGISLAÇÃO ARQUIVÍSTICA
ARQUIVÍSTICA E INFORMÁTICA
A Legislação Arquivística é um conjunto de normas, leis e re-
A Arquivística e a Informática são duas áreas que possuem uma gulamentos que regem a gestão documental em organizações
relação íntima na gestão de documentos e informações. A Arquivís- públicas e privadas. Ela tem como objetivo garantir a eficiência e
tica é a ciência que estuda a produção, organização, guarda, con- transparência na administração dos documentos, promovendo a
servação e uso de documentos em diversos suportes e formatos, preservação da memória institucional e o acesso às informações de
enquanto a Informática é responsável pelo desenvolvimento de interesse público.
tecnologias e sistemas para a manipulação e armazenamento de
dados. Juntas, essas áreas se complementam na administração de No Brasil, a legislação arquivística é composta por diversas leis
documentos e informações em organizações públicas e privadas. e normas, dentre as quais se destacam a Lei nº 8.159, de 8 de janei-
ro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públi-
cos e privados, e o Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002, que
regulamenta a Lei nº 8.159/1991.
4Adaptado de Norma Cianflone Cassares

225
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A Lei nº 8.159/1991 estabelece que os arquivos públicos são os O trabalho em equipe também é uma área de interesse no
conjuntos de documentos produzidos e recebidos pelo poder públi- comportamento organizacional. A capacidade de trabalhar bem
co, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e em equipe é fundamental para o sucesso de uma organização, pois
judiciárias. Já os arquivos privados são os conjuntos de documentos muitas tarefas requerem a colaboração de diferentes pessoas. Para
produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em de- que o trabalho em equipe seja eficaz, é importante que os membros
corrência de suas atividades, independentemente da natureza dos da equipe possuam habilidades de comunicação, sejam flexíveis e
suportes da informação ou da natureza dos documentos. saibam trabalhar em conjunto para alcançar um objetivo comum.

Além disso, a Lei nº 8.159/1991 prevê a obrigatoriedade de Por fim, o comportamento ético é outro tema relevante no
criação de um órgão de arquivo, responsável pela gestão e preser- contexto organizacional. As organizações são compostas por indi-
vação dos documentos produzidos e recebidos pela organização. víduos com diferentes valores, crenças e éticas. É importante que
Esse órgão deve ser responsável pela avaliação, seleção, preserva- todos os membros da organização tenham um comportamento éti-
ção, acesso e descarte dos documentos, de acordo com critérios co, para que a empresa mantenha a sua reputação, a confiança do
estabelecidos pela legislação arquivística. público e evite problemas legais.
Já o Decreto nº 4.073/2002 regulamenta a Lei nº 8.159/1991,
estabelecendo as diretrizes para a gestão documental nos órgãos e Em resumo, o comportamento organizacional é uma área fun-
entidades públicas federais. Entre as principais disposições do de- damental da administração, que se preocupa em entender como
creto, destacam-se a obrigatoriedade de elaboração de plano de as pessoas se comportam e interagem em uma organização. Ele
classificação e tabela de temporalidade de documentos, a criação abrange temas como motivação, liderança, trabalho em equipe e
de comissões permanentes de avaliação de documentos e a defini- ética, e é essencial para o sucesso de qualquer empresa.
ção de critérios para a eliminação de documentos.

A Legislação Arquivística é fundamental para garantir a trans-


AS PESSOAS, OS GRUPOS E A DINÂMICA
parência e eficiência na administração dos documentos, além de
ORGANIZACIONAL
assegurar o acesso à informação de interesse público e a preserva-
ção da memória institucional. Por isso, é importante que as orga- O comportamento humano é uma das principais variáveis que
nizações públicas e privadas estejam cientes das normas e leis que influenciam o desempenho e o sucesso de uma organização. Por
regem a gestão documental e as cumpram de forma adequada. essa razão, é essencial que os gestores tenham uma compreensão
sólida das pessoas, grupos e dinâmicas organizacionais.
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL As pessoas são o recurso mais importante de uma organização.
Elas são responsáveis por realizar as tarefas e atividades que permi-
Comportamento organizacional é o estudo do comportamento tem que a organização alcance seus objetivos. Além disso, as pes-
humano no contexto das organizações. Ele se preocupa em enten- soas são as responsáveis por criar a cultura organizacional e moldar
der como as pessoas interagem entre si e com o ambiente organi- o ambiente de trabalho. É fundamental que as pessoas sejam valo-
zacional, como tomam decisões, como se comunicam e como se rizadas e tratadas com respeito e dignidade, pois isso contribui para
comportam em grupo. É um tema de grande importância para a sua motivação e engajamento.
administração, pois o sucesso de uma organização depende em
grande parte da forma como seus membros se comportam e tra- Os grupos também desempenham um papel importante na
balham juntos. dinâmica organizacional. Um grupo pode ser definido como duas
ou mais pessoas que interagem entre si e que possuem objetivos
Um dos aspectos mais estudados no comportamento organi- em comum. Os grupos podem ter diferentes objetivos, tais como
zacional é a motivação. A motivação é a força que impulsiona uma compartilhar conhecimentos, solucionar problemas, promover mu-
pessoa a agir de determinada maneira e a alcançar seus objetivos. danças organizacionais, entre outros. É importante que os gestores
As empresas procuram motivar seus funcionários para que estes se entendam como os grupos se formam, como se comunicam e como
sintam mais engajados, produtivos e satisfeitos. Para isso, utilizam podem ser motivados a alcançar seus objetivos.
diferentes estratégias, como remuneração adequada, reconheci-
mento pelo trabalho realizado, oportunidades de crescimento na A dinâmica organizacional é o estudo das relações e interações
empresa, entre outras. entre as pessoas e os grupos dentro de uma organização. A dinâ-
mica organizacional envolve questões como a tomada de decisão,
Outro aspecto importante do comportamento organizacional a comunicação, a liderança, o conflito, o poder e a cultura organi-
é a liderança. A liderança é a habilidade de influenciar pessoas para zacional. É importante que os gestores entendam como esses ele-
que elas ajam em direção aos objetivos da organização. Existem mentos interagem para criar a dinâmica organizacional e como eles
diferentes estilos de liderança, que variam de acordo com as ca- podem ser gerenciados para promover o desempenho e o sucesso
racterísticas do líder e da situação em que se encontram. Alguns da organização.
estilos de liderança mais comuns são o autocrático, o democrático
e o laissez-faire. Alguns dos desafios que os gestores enfrentam no gerencia-
mento das pessoas, grupos e dinâmicas organizacionais incluem
a gestão da diversidade, a criação de um ambiente de trabalho
saudável e produtivo, a motivação dos funcionários e a gestão do

226
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

conflito. Para enfrentar esses desafios, é importante que os gesto- investir em uma comunicação eficaz não é somente investir em
res tenham habilidades de liderança, comunicação e resolução de comunicações verbais, uma vez que esta envolve também as comu-
problemas. nicações não verbais.
Lembre-se sempre que um bom profissional deve saber plane-
Em resumo, as pessoas, os grupos e a dinâmica organizacional jar e esquematizar suas ideias para transmiti-las de forma eficiente
são elementos fundamentais do comportamento humano nas or- e serem entendidas com assertividade por aqueles que receberem
ganizações. Compreender como eles interagem e como podem ser estas mensagens.
gerenciados é essencial para promover o desempenho e o sucesso
da organização. • Porque é importante investir em uma comunicação eficaz?
É importante que as empresas entendam o quão valioso é ter
uma comunicação eficaz, que seja clara e direta entre todos aque-
COMUNICAÇÃO les que fazem parte dos negócios. É essa comunicação que garante
o bom andamento dos processos, a execução das atividades e o
Comunicação alcance de resultados extraordinários.
Diferente do que muitos acreditam, a comunicação não está Pode soar como exagero, querida pessoa, mas não é. Quando
ligada apenas ao fato de saber dizer algo a outras pessoas. Ela con- uma mensagem ou uma informação relevante para a equipe é mal
siste em fazer com que o outro lado – no caso, o receptor – entenda transmitida ela, consequentemente, será mal compreendida. Essa
aquilo que é dito, sem que haja qualquer tipo de má interpretação. falha na comunicação – que impactará o andamento das atividades
de toda uma equipe – poderá afetar negativamente o ambiente de
• O que é comunicação eficaz? trabalho e trazer diversos outros prejuízos para os negócios.
Uma comunicação eficaz no cenário organizacional pode ser Uma informação mal transmitida poderá impactar negativamen-
entendida como aquela que transforma a atitude das pessoas. Se a te o atendimento aos clientes e fornecedores, por exemplo, além de
comunicação apenas muda suas ideias, mas não provoca nenhuma interferir nas relações interpessoais de colegas de trabalho.
mudança de comportamentos, então ela não atingiu seu resultado. Diante disso, é essencial que você, seja empreendedor, empre-
Assim, quando falamos em comunicação eficaz, estamos falan- sário ou colaborador de uma empresa, perceba como é importante
do daquela que atinge com efetividade seu objetivo, que é transmi- garantir que a comunicação dentro das organizações seja realmen-
tir uma mensagem com clareza, utilizando os mais diversos tipos de te eficaz, pois ela contribui de maneira positiva com o equilíbrio
canais de comunicação para isso. Ou seja, basicamente é quando organizacional.
o emissor passa uma informação ao seu receptor e este entende a
mensagem exatamente como ela foi transmitida, sem acrescentar • Assertividade nos processos
nada a mais ou a menos à sua interpretação. Todos sabemos que um dos maiores gaps existentes nos mais
Veja que neste parágrafo eu falei sobre os elementos que com- diversos ambientes corporativos é a falha na comunicação. Isso
põem a comunicação eficaz, aos quais vou ressaltar mais uma vez, acontece, pois, em grande parte dos casos, as pessoas que fazem
para que fique claro o que é necessário para que se estabeleça um parte da empresa e dos negócios, de uma forma geral, não têm a
processo comunicacional: consciência de que é necessário transmitir informações com clare-
– Emissor: Responsável por transmitir a mensagem, com todas za e objetividade, para que assim, a execução dos processos orga-
as informações necessárias para que haja o entendimento assertivo nizacionais sejam o mais assertivos possíveis.
e efetivo desta; Assim, criar esta consciência e este hábito em todos, indepen-
– Receptor: Trata-se de quem recebe a mensagem e faz a sua dentemente dos cargos ocupados, faz com que os processos te-
interpretação; nham um bom andamento e as demandas sejam executadas com
– Linguagem: Aqui estamos falando dos códigos de linguagem muito mais facilidade, tornando, assim, muito mais fácil, também,
que são utilizados para que haja a transmissão correta das infor- o alcance dos objetivos e resultados extraordinários.
mações;
– Mensagem: Por fim, a mensagem é basicamente o conjunto • Engaja e motiva os colaboradores
de informações que são transmitidas Quando existe uma comunicação eficaz nas empresas, os co-
laboradores que dela fazem parte sentem-se altamente satisfeitos.
A junção de todos estes elementos, faz com que a comunica- Isso acontece, pois eles enxergam que estão em um lugar onde
ção aconteça, de forma verdadeiramente eficaz, nos mais diversos existe transparência, objetividade e espírito de cooperação na for-
contextos, principalmente no empresarial. ma de se comunicar.
E por falar em mundo corporativo, é necessário lembrar que A consequência disso é um ambiente em que as atividades são
a boa comunicação neste ambiente é bastante dinâmica. Ela não realizadas com muito mais fluidez, o que traz resultados positivos
é realizada apenas por meio de conversas, formais e informais, te- para todos. Além disso, quando observam que a comunicação é efi-
lefonemas e reuniões. Ela está presente desde a pausa do café até caz na empresa, ou seja, que o que cada um diz verdadeiramente
a emissão de documentos importantes. Além disso, há também a importa e é levado em consideração, aumenta a sensação de per-
utilização de ferramentas de comunicação escrita – como e-mail, tencimento destes colaboradores, fazendo com haja um aumento
memorandos e circulares, por exemplo – que fazem parte do dia a significativo de seu engajamento e motivação.
dia de qualquer organização atualmente.
Por isso, saber escrever de forma clara e objetiva, assim como
se comunicar de forma geral, utilizando todos os meios, é funda-
mental para o desenvolvimento das demandas. Neste sentido,

227
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Diminuição de conflitos • Conheça o seu receptor


A partir do momento que uma empresa investe em comunica- Quando se diz que cada indivíduo é único não é algo dito alea-
ção eficaz, ela evita a incidência de conflitos entre seus colaborado- toriamente. Cada pessoa tem a sua própria construção de significados,
res. O motivo disso se dá pelo fato de que todos têm a grande pre- que é pautada por toda uma carga cultural adquirida durante toda a
ocupação de transmitirem suas mensagens com o maior número sua existência. Ou seja, as pessoas não agem igual, pois suas formas de
de informações possíveis, que facilitem a interpretação do colega pensar são embasadas em questões culturais e particulares.
que irá recebê-la e que, por ventura, executará determinada tarefa. Com isso, a forma de se expressar, a escolha das palavras, o
Com isso, ocorre uma diminuição considerável de discussões tom da voz ou o meio utilizado na comunicação influencia tanto na
desnecessárias, que surgem por simples falhas que acontecem na maneira como o ouvinte interpretará a mensagem recebida quanto
comunicação, seja por parte do emissor, ou por parte do receptor, na forma que esta mensagem será transmitida.
situações estas que, infelizmente, ainda são bastante corriqueiras Devido a isso, é importante entender quem é o seu receptor,
nos mais diversos ambientes organizacionais. para que assim você consiga se comunicar com ele, de uma manei-
Além disso, por tornar o ambiente organizacional o mais trans- ra que seja mais fácil para que ele compreenda e também para que
parente possível, caso ocorram conflitos, estes logo são resolvidos a sua mensagem seja recebida exatamente da forma como você
entre todos os envolvidos, uma vez que, através da comunicação transmitiu, sem interpretações dúbias no futuro.
eficaz, estes tornaram-se maduros o suficiente, para, em um con- • Invista na cultura de feedbacks
versa amigável, sentarem-se e resolverem suas diferenças, sem que O processo de comunicação deve estar em evolução contínua,
ninguém saia ofendido ou prejudicado com isso. sendo aperfeiçoado todos os dias. Para isso, o feedback é uma
ferramenta de suma importância, pois ele dá a oportunidade de
• Melhora o clima organizacional conversarmos com nossos receptores, no sentido de entender se a
Como um dos benefícios trazidos pelo investimento em uma mensagem que transmitimos foi bem compreendida, se eles neces-
comunicação assertiva e eficaz nas empresas é a transparência, o sitam de mais informações, entre outros pontos, assim como eles
clima organizacional melhora de forma considerável com isso. também podem nos ajudar com sugestões, dizendo de que forma
Isso acontece, pois os gestores, principalmente, fazem questão podemos melhorar estes processos dentro da empresa, para que
de compartilhar todas as informações necessárias com seus cola- se tornem verdadeiramente eficazes e contribuam com o trabalho
boradores, o que tem como resultado uma equipe mais motivada e de todos.
altamente valorizada, pois se sente parte dos processos, bem como Dessa maneira, assegure-se do retorno da mensagem que foi
a diminuição de fofocas e especulações, que geralmente são os mo- transmitida, certifique-se se ela cumpriu com o objetivo e, de fato,
tivos mais recorrentes dentro de uma empresa, que fazem com que gerou a atitude esperada. Caso isto não ocorra, o que você pode
o seu clima seja prejudicado, assim como o trabalho de todos. fazer é passar a informação novamente, porém, dessa vez, utilizan-
do mecanismos que a deixem mais clara, usando outros meios e
• Dicas para desenvolver a comunicação eficaz na sua orga- palavras, por exemplo.
nização O ideal aqui, na implementação da cultura de feedback, é que
Agora que conseguimos entender o quão importante é ter todos procurem entender quais são as dúvidas, a fim de esclarecê-
uma comunicação cada vez mais eficaz no ambiente corporativo, -las, e melhorar cada vez mais a comunicação existente entre cada
vou compartilhar com você algumas dicas para que você consiga um que faz parte da organização.
desenvolver e acelerar este processo em seus negócios. Continue
a leitura e confira: • Atente-se para o uso da Língua Portuguesa
Umas das situações, que ainda observamos bastante nos mais
• Avalie o cenário diversos tipos de empresas, é o uso incorreto da língua portuguesa,
No dia a dia das organizações é muito importante que os co- seja de forma falada ou escrita. Por mais que tenhamos acesso à
laboradores e a empresa estejam alinhados quanto aos objetivos uma infinidade de informações, bem como facilidade para aprimo-
a serem alcançados, para que assim, todos caminhem juntos em rar nossos conhecimentos, muitos de nós ainda comete inúmeros
direção aos resultados extraordinários. Sendo assim, é através da pecados linguísticos, o que acaba por prejudicar consideravelmen-
comunicação eficaz que a organização conseguirá criar uma cultura te a comunicação no ambiente organizacional.
corporativa, onde cada membro da equipe entende quais são os Sendo assim, é essencial que antes de falarmos algo ou, prin-
valores, crenças e regras de conduta da empresa. cipalmente, de escrevermos um e-mail ou ainda aquela mensagem
Neste sentido, para iniciar o processo de desenvolvimento de no bate-papo do trabalho, independentemente das pessoas com as
uma comunicação assertiva e transparente em seus negócios, é pri- quais estejamos conversando, nós façamos o exercício de nos certi-
mordial que o seu primeiro passo a ser dado seja reunir os gestores ficamos se estamos nos comunicando corretamente, ou seja, se as
e líderes da sua empresa, para avaliarem se a comunicação exis- palavras estão ortográfica e gramaticalmente certas, se cada uma
tente contribui positivamente com a cultura corporativa e também delas está transmitido a mensagem com o sentido que queremos
com todos os processos que citei nos parágrafos anteriores des- transmitir, entre outros cuidados, que farão com que a comunica-
te texto. Caso a resposta não seja satisfatória, vejam o que pode ção seja de fato eficaz e alcance o seu objetivo, que é passar infor-
ser feito, levando em consideração o cenário da organização em mações, sem que haja erros de interpretação, tanto decorrentes de
si, buscando e pesquisando ferramentas que lhes ajude a reverter nossa parte, quanto do receptor.
esse quadro.

228
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cultive o hábito de, sempre que tiver em dúvida sobre como motivação dos funcionários e na reputação da empresa. Por isso,
dizer ou escrever isso ou aquilo, pesquisar antes, seja na internet é importante que a administração esteja preparada para lidar com
ou em um dicionário, pois isso não é vergonha nenhuma e vai te conflitos de forma eficiente.
ajudar no aprimoramento de seus conhecimentos e em seu reper-
tório com o passar do tempo. Uma das formas de gerenciar conflitos é através da negocia-
ção. A negociação pode ser definida como um processo de comu-
nicação entre duas ou mais partes, com o objetivo de chegar a um
LIDERANÇA E PODER acordo que satisfaça os interesses de ambas as partes envolvidas.
É uma habilidade essencial para a administração, pois permite que
A liderança e o poder são temas importantes dentro da admi- os gestores possam resolver conflitos de forma eficiente, evitando
nistração, pois ambos estão diretamente relacionados à gestão de desgastes e desentendimentos.
pessoas e de recursos em uma organização. A liderança se refere
à habilidade de influenciar outras pessoas a alcançarem objetivos A negociação pode ser dividida em três fases: preparação, ne-
comuns, enquanto o poder está relacionado à capacidade de con- gociação propriamente dita e fechamento. Na fase de preparação,
trolar recursos e decisões dentro da organização. os gestores devem identificar as necessidades de cada parte envol-
vida, seus interesses e objetivos. É importante que essa fase seja
Existem diferentes teorias e abordagens sobre a liderança e o feita com calma e atenção, para que os gestores estejam prepara-
poder na administração. Uma das principais teorias sobre liderança dos para a próxima fase.
é a Teoria dos Traços, que argumenta que certos traços de perso- Na fase de negociação, os gestores devem conduzir a conversa
nalidade, como inteligência emocional e carisma, são fundamentais de forma assertiva e clara, buscando entender os interesses de cada
para o sucesso como líder. Outra teoria importante é a Teoria Con- parte e apresentando soluções que satisfaçam ambas as partes. É
tingencial, que defende que a melhor abordagem de liderança varia importante que os gestores mantenham a calma e evitem agir de
de acordo com a situação e as características da equipe. forma impulsiva ou agressiva, pois isso pode piorar o conflito.

Já em relação ao poder, existem diversas abordagens, sendo Por fim, na fase de fechamento, os gestores devem formali-
uma das mais conhecidas a Teoria dos Tipos de Poder, que distin- zar o acordo alcançado, garantindo que todas as partes envolvidas
gue cinco tipos de poder: poder coercitivo, poder de recompensa, estejam cientes dos termos do acordo e comprometidas em cum-
poder legítimo, poder de referência e poder de especialista. O po- pri-los.
der coercitivo se refere à capacidade de punir ou ameaçar punição,
enquanto o poder de recompensa está relacionado à capacidade Em resumo, a negociação é uma ferramenta poderosa para a
de conceder recompensas. O poder legítimo está ligado à posição administração gerenciar conflitos de forma eficiente. Quando bem
hierárquica do indivíduo na organização, enquanto o poder de refe- conduzida, a negociação pode levar a soluções que satisfaçam am-
rência tem a ver com a influência pessoal que um indivíduo exerce bas as partes envolvidas e evitar impactos negativos na organiza-
sobre os outros. Já o poder de especialista está relacionado ao co- ção. É importante que os gestores estejam preparados para lidar
nhecimento técnico e à habilidade de solucionar problemas. com conflitos de forma profissional e assertiva, buscando sempre o
diálogo e o entendimento mútuo.
É importante destacar que a liderança e o poder podem ser
utilizados de diferentes formas dentro de uma organização, podendo ser
tanto positivos como negativos. Por exemplo, um líder que exerce uma ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL: CONCEITOS E
liderança autocrática, impondo suas ideias sem considerar as opiniões FUNDAMENTOS
dos demais, pode gerar um clima de desmotivação e insatisfação
na equipe. Já o poder coercitivo pode ser eficiente em situações A ética geral e profissional é um tema fundamental para o cam-
emergenciais, mas pode gerar medo e ressentimento nos funcionários. po da administração. É através dela que se estabelecem as normas
e princípios que norteiam as ações dos profissionais em suas ativi-
Por fim, é importante destacar que a liderança e o poder de- dades diárias. A ética pode ser definida como o conjunto de valo-
vem ser utilizados de forma ética e responsável, sempre visando o res morais que orientam o comportamento humano, respeitando
bem-estar da organização como um todo. Além disso, é importante a dignidade e os direitos das pessoas, e promovendo o bem-estar
que os líderes e gestores estejam abertos ao diálogo e à colabora- social.
ção, buscando sempre a participação e o envolvimento da equipe
nas decisões e processos da organização. No contexto da administração, a ética profissional é essencial
para garantir a integridade e a credibilidade do profissional. A ética
profissional engloba todas as atividades desempenhadas por pro-
CONFLITO E NEGOCIAÇÃO fissionais que possuem responsabilidade social, como médicos, ad-
vogados, engenheiros, contadores, administradores, entre outros.
O conflito é uma realidade presente em qualquer organização Esses profissionais precisam seguir um código de ética que oriente
e pode surgir por diversas razões, como diferenças de opiniões, suas ações no exercício de suas atividades, a fim de promover o
objetivos divergentes, falta de recursos, entre outras. Quando mal bem-estar social e o desenvolvimento sustentável.
gerenciado, pode causar impactos negativos na produtividade, na

229
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Dessa forma, a ética profissional é um conjunto de princípios Outro desafio importante na gestão das relações de trabalho
e regras que visam estabelecer padrões de conduta ética para os é lidar com o sindicalismo. Os sindicatos representam os interesses
profissionais de uma determinada área. Esses padrões são estabe- dos trabalhadores e podem ter um impacto significativo nas condi-
lecidos pelas instituições de classe, como os conselhos profissio- ções de trabalho e nos custos da empresa. As empresas precisam
nais, que regulamentam o exercício da profissão e estabelecem as aprender a lidar com os sindicatos de forma eficaz, garantindo que
normas éticas que devem ser seguidas pelos profissionais. seus funcionários sejam tratados de forma justa, mas sem compro-
meter a viabilidade da empresa.
Os fundamentos da ética profissional incluem a integridade, a
honestidade, a justiça, a transparência, a responsabilidade e o res- Por fim, a gestão das relações de trabalho envolve a criação de
peito aos direitos humanos. A integridade é a base da ética profis- um ambiente de trabalho positivo e saudável. As empresas preci-
sional, e se refere à honestidade e à coerência entre o que se pensa, sam garantir que seus funcionários sejam tratados com respeito e
fala e faz. A honestidade é um valor essencial para a construção da que recebam o apoio necessário para desempenhar suas funções
confiança entre as pessoas e para a promoção de relações éticas. A com eficácia. Também é importante que as empresas incentivem
justiça se refere ao respeito às leis e às normas, além de garantir a a comunicação aberta e honesta, permitindo que os funcionários
equidade nas relações entre as pessoas. expressem suas opiniões e preocupações.

A transparência é outro valor fundamental para a ética profis- Em resumo, a gestão adequada das relações de trabalho é es-
sional, pois permite que as pessoas envolvidas em uma determina- sencial para o sucesso de uma organização. Envolve equilibrar os in-
da atividade tenham acesso a todas as informações relevantes para teresses dos empregados e empregadores, lidar com sindicatos de
a tomada de decisões. A responsabilidade se refere à capacidade forma eficaz e criar um ambiente de trabalho positivo e saudável.
de responder pelos próprios atos, assumindo as consequências de
suas ações. Por fim, o respeito aos direitos humanos é um valor es-
sencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária,
A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS
garantindo a dignidade e o bem-estar de todas as pessoas.
A responsabilidade social das empresas é um tema cada vez
Portanto, a ética geral e profissional é um tema de extrema mais presente nas discussões do mundo corporativo. Trata-se da
importância para a administração, pois está relacionada à construção preocupação que as organizações devem ter em relação aos impac-
de uma sociedade mais justa e igualitária, além de garantir a integri- tos que suas atividades causam na sociedade e no meio ambiente.
dade e a credibilidade dos profissionais. A adoção de práticas éticas
na administração é fundamental para garantir a sustentabilidade e o As empresas têm uma responsabilidade além do seu objetivo
desenvolvimento das organizações e da sociedade como um todo. principal de gerar lucro para os acionistas. Elas devem contribuir
para a melhoria da qualidade de vida da sociedade em geral e para
a preservação do meio ambiente. Isso não só contribui para a ima-
RELAÇÕES DE TRABALHO gem positiva da empresa, mas também para a construção de uma
sociedade mais justa e sustentável.
As relações de trabalho referem-se à interação entre emprega-
dores e empregados dentro de uma organização. É um tema central A responsabilidade social pode ser implementada de diversas
na gestão de recursos humanos e pode afetar significativamente formas, como ações de voluntariado, doações para instituições de
a eficácia e a eficiência da empresa. As relações de trabalho en- caridade, programas de sustentabilidade, entre outras. O impor-
volvem questões como salários, benefícios, horários de trabalho, tante é que as empresas sejam transparentes em relação às suas
ambiente de trabalho, bem-estar dos funcionários, sindicalismo, ações e resultados, para que a sociedade possa avaliar a sua contri-
entre outros. buição para o bem-estar social e ambiental.

Uma boa gestão das relações de trabalho é fundamental para o Além disso, é importante que as empresas tenham uma postu-
sucesso de qualquer organização. Uma equipe motivada e compro- ra ética e transparente em relação aos seus negócios, respeitando
metida é mais produtiva, reduzindo os custos e aumentando a efi- as leis e regulamentações, e promovendo ações que contribuam
ciência. A falta de gestão adequada das relações de trabalho pode para a melhoria da sociedade como um todo.
levar a conflitos e tensões que podem afetar negativamente o clima
organizacional e a produtividade. A responsabilidade social das empresas é uma tendência que
está se consolidando cada vez mais, sendo considerada um critério
Um dos principais desafios na gestão das relações de trabalho importante na escolha de produtos e serviços pelos consumidores,
é equilibrar os interesses dos empregados e empregadores. As em- e também na avaliação de investidores e stakeholders. Dessa for-
presas precisam garantir que seus funcionários sejam tratados de ma, as empresas que adotam práticas responsáveis têm maior po-
forma justa e que sejam remunerados adequadamente. Ao mesmo tencial para alcançar sucesso a longo prazo.
tempo, os empregadores precisam garantir que os custos de mão-
-de-obra sejam gerenciados de forma eficiente e que a empresa Em resumo, a responsabilidade social das empresas é uma
seja capaz de competir no mercado. preocupação crescente e necessária na atualidade, que deve ser
implementada de forma consistente e transparente, contribuindo
para a construção de uma sociedade mais justa, sustentável e ética.

230
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Nos bastidores da maioria das empresas estão pessoas que


ASSÉDIO nunca encontram ou cumprimentam as pessoas que compram
seus produtos. Os representantes de atendimento ao cliente são
O assédio é um tema importante e sensível no ambiente de os que têm contato direto com os compradores. As percepções dos
trabalho, que deve ser tratado com seriedade pelas empresas e compradores sobre a empresa e o produto são moldadas em parte
seus colaboradores. Ele pode ser definido como qualquer compor- por sua experiência em lidar com essa pessoa.
tamento indesejado, incluindo palavras, gestos ou ações, que tenha Por esse motivo, muitas empresas trabalham arduamente para
como objetivo ou efeito prejudicar a dignidade ou criar um ambien- aumentar os níveis de satisfação de seus clientes.
te intimidador, hostil, degradante, humilhante ou ofensivo.
O custo da satisfação do cliente
Existem diferentes tipos de assédio, que podem ser classifica- Durante décadas, as empresas de muitos setores procuraram
dos de acordo com a forma como são praticados ou com os ob- reduzir os custos de pessoal automatizando seus processos o
jetivos pretendidos. O assédio moral, por exemplo, é caracteriza- máximo possível.
do por atitudes de desvalorização, humilhação, constrangimento No atendimento ao cliente, isso tem levado muitas empresas
ou discriminação por parte de um ou mais colegas ou superiores a implementar sistemas online e por telefone que tiram o máximo
hierárquicos em relação a outro colaborador. Já o assédio sexual de dúvidas ou resolvem o máximo de problemas sem a presença
envolve situações em que a intimidade da pessoa é invadida, com humana.
comentários, gestos, insinuações ou propostas de teor sexual, que Mas, no final, há questões de atendimento ao cliente para as
podem ser tanto verbais quanto não-verbais. quais a interação humana é indispensável, criando uma vantagem
competitiva.
As empresas têm a responsabilidade de criar um ambiente de A Amazon é um exemplo de empresa que está fazendo de tudo
trabalho seguro e respeitoso para todos os colaboradores, com para automatizar uma operação vasta e complexa. Já que entregou
políticas claras de combate ao assédio e canais de denúncia efeti- 4,2 bilhões de pacotes nas portas de seus clientes em 2020.
vos e confidenciais. É importante também que os gestores estejam No entanto, a Amazon ainda oferece atendimento ao cliente
preparados para lidar com situações de assédio, realizando treina- 24 horas por dia, por telefone, além de serviços de e-mail e chat
mentos e capacitando-se para detectar sinais de comportamentos ao vivo.
inadequados. A maioria das empresas bem-sucedidas reconhece a
importância de fornecer um excelente atendimento ao cliente. A
Além disso, é fundamental que a empresa tenha um código interação cortês e empática com um representante de atendimento
de ética e conduta claro e acessível a todos os colaboradores, que ao cliente treinado pode significar a diferença entre perder ou reter
preveja as consequências para quem pratica o assédio e o papel da um cliente.
empresa em lidar com essas situações. É importante destacar que
a falta de ação por parte da empresa em relação a um comporta- Principais componentes do bom atendimento ao cliente
mento de assédio pode torná-la cúmplice da situação e responsável Proprietários de pequenos negócios bem-sucedidos entendem
por possíveis danos. instintivamente a necessidade de um bom atendimento ao cliente.
Grandes empresas estudam o assunto em profundidade e têm
Em resumo, o assédio é um problema sério que pode prejudi- algumas conclusões básicas sobre os principais componentes:
car a saúde mental e física dos colaboradores, além de afetar nega- – A atenção oportuna às questões levantadas pelos clientes
tivamente o ambiente de trabalho e a produtividade da empresa. é crítica. Exigir que um cliente espere na fila ou fique em espera
Por isso, é fundamental que todas as empresas adotem medidas prejudica uma interação antes de começar.
preventivas e repressivas contra o assédio, além de criar um am- – O atendimento ao cliente deve ser um processo de etapa
biente de trabalho respeitoso e seguro para todos os colaborado- única para o consumidor.
res. – Se um cliente ligar para uma linha de apoio, o representante
deve, sempre que possível, acompanhar o problema até à sua
resolução.
ATENDIMENTO AO PÚBLICO: EXCELÊNCIA E – Se um cliente precisar ser transferido para outro
ATENDIMENTO DE QUALIDADE NA RECEPÇÃO E AO departamento, o representante original deve acompanhar o cliente
TELEFONE para garantir que o problema foi resolvido.

O atendimento ao cliente é a interação direta entre um — Atendimento interno


consumidor que faz uma compra e o representante da empresa que O atendimento ao cliente interno envolve tudo o que uma
está vendendo. A maioria dos varejistas enxergam essa interação organização pode fazer para ajudar seus funcionários a cumprir suas
direta como um fator crítico para garantir a satisfação do comprador obrigações, atingir suas metas e desfrutar de seu trabalho. Abrange
e incentivar a repetição de negócios. como diferentes departamentos se comunicam uns com os outros
Ainda hoje, quando grande parte do atendimento ao cliente é e como os indivíduos interagem com seus colegas, subordinados e
feito por sistemas automatizados de autoatendimento, a opção de superiores. É um aspecto vital dos negócios modernos, pois cria o
falar com um ser humano é vista como necessária para a maioria das ambiente no qual uma empresa tem mais chances de sucesso.
empresas. É um aspecto fundamental no atendimento humanizado.

231
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Por que o atendimento ao cliente interno é importante? Importância do Atendimento ao Cliente Externo
A importância do atendimento ao cliente interno não pode O Advertising Specialty Institute, ou ASI, afirma que o
ser exagerada, especialmente para um departamento como o de atendimento ao cliente externo trata de atender e exceder as
recursos humanos, onde as interações internas são parte integrante necessidades e desejos dos clientes. Exemplos de bom atendimento
de suas tarefas diárias. Existem vários benefícios em cultivar um ao cliente externo incluem saudar calorosamente um hóspede do
bom atendimento ao cliente interno como uma de suas metas hotel, servir alegremente os clientes do restaurante, emitir um
de negócios, por isso é fácil entender por que é um aspecto tão reembolso sem complicações e processar um pedido com eficiência.
valorizado dos negócios modernos. Empresas que valorizam o relacionamento com o cliente vão além
Os benefícios incluem: para conhecer seus clientes e atender seus desejos e expectativas
– Aumentar a produtividade da equipe. de qualidade.
– Aumentar a satisfação dos funcionários com sua experiência A ASI observa ainda que um bom atendimento ao cliente
de trabalho. interno e externo anda de mãos dadas. Clientes internos, como
– Criação de canais de comunicação claros. funcionários, parceiros de negócios e acionistas, têm maior
– Estimular a fidelidade dos funcionários. probabilidade de serem bons embaixadores da empresa e prestar
– Resolver problemas mais rapidamente. atendimento ao cliente com um sorriso se estiverem genuinamente
– Melhorar o atendimento ao cliente externo. felizes e leais à empresa.

Existem muitas dicas e práticas recomendadas de atendimento Receita e Rentabilidade


ao cliente que podem ser implementadas em uma empresa para A qualidade do atendimento ao cliente externo afeta o
desenvolver um excelente atendimento ao cliente interno. A comportamento do consumidor e os resultados de uma empresa
criação de um programa que consiste em todos ou na maioria em todos os setores industriais. A menos que um monopólio
desses elementos pode ter um grande impacto na produtividade e venda um produto muito necessário e tenha uma vantagem no
no moral da equipe. mercado, o atendimento ao cliente externo desempenha um papel
fundamental na lucratividade. Clientes satisfeitos que gostam e
— Atendimento externo confiam na empresa continuarão voltando e comprando.
Muito provavelmente, você pode se lembrar vividamente de De acordo com a Ameritas – uma seguradora de vida que se
experiências boas e ruins ao interagir com o atendimento ao cliente orgulha de seu excelente atendimento ao cliente – os benefícios
externo pessoalmente ou por telefone. Você interage com a equipe de um ótimo atendimento ao cliente externo são mensuráveis. Por
externa de atendimento ao cliente ao fazer reservas para jantar, exemplo, de acordo com Ameritas:
verificar um livro na biblioteca ou comprar um carro novo, para citar – 97% dos clientes satisfeitos compartilham suas experiências
apenas alguns exemplos encontrados na vida cotidiana. O trabalho de atendimento ao cliente.
de um representante externo de atendimento ao cliente é ajudá-lo – 70% dos compradores gastam mais dinheiro se obtiverem um
– o cliente – dentro dos parâmetros da política da empresa. bom atendimento ao cliente.
Atendimento ao cliente externo é o negócio de ajudar indivíduos – 59% mudarão para uma nova empresa para obter um melhor
e entidades fora da organização a obter bens, produtos, informações atendimento ao cliente.
e serviços. Os usuários finais podem ser compradores, patronos de
cinema, turistas, clientes empresariais ou empresas interessadas Lealdade do consumidor
em contratar serviços. O atendimento ao cliente externo avalia as As qualidades de atendimento ao cliente externo mais
necessidades do usuário final e estabelece processos e protocolos valorizadas pelos clientes são eficiência, cortesia, empatia e uma
para atender a essas expectativas. conexão pessoal. Fornecer um ótimo serviço cria uma base de
A pessoa média não distingue entre atendimento ao cliente clientes leais que oferece uma proteção contra concorrentes
externo e atendimento ao cliente em geral. No entanto, os termos famintos que entram no mercado. Mesmo que os preços em
são mais sutis nos negócios. As grandes organizações tendem a ser uma pequena empresa sejam um pouco mais altos do que os
muito claras sobre os papéis e suas funções de atendimento para encontrados em um grande varejista, os clientes podem pagar mais
com o cliente externo versus interno. Ambas as áreas são essenciais para obter assistência imediata, informações confiáveis, atenção
para o bom funcionamento e sucesso de uma organização. pessoal e uma garantia confiável.
Os clientes que são ignorados, maltratados ou frustrados
Atendimento ao Cliente Externo x Interno por suas interações com o atendimento ao cliente externo
O atendimento externo existe para prestar os mais diversos provavelmente comprarão na próxima vez que precisarem comprar
tipos de atendimento àqueles que estão fora da organização. um item idêntico ou semelhante. Com a crescente popularidade do
Por outro lado, o atendimento ao cliente interno refere-se ao merchandising online, os clientes têm infinitas opções quando se
atendimento, suporte e assistência estendidos aos funcionários e trata de gastar seu dinheiro. Uma equipe externa de atendimento
partes interessadas filiadas à organização. O help desk de TI e os ao cliente ineficaz, inacessível, mal treinada ou rude pode levar
recursos humanos, por exemplo, se esforçam para fornecer um uma empresa à falência com o tempo.
atendimento eficiente ao cliente interno. Departamentos e equipes
que dependem uns dos outros são provedores e receptores de
atendimento ao cliente interno.

232
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO: CONCEITO DE


ADMINISTRAÇÃO; HABILIDADES, COMPETÊNCIAS E
PAPÉIS DO ADMINISTRADOR E OS PROCESSOS ADMI-
NISTRATIVOS

ADMINISTRAÇÃO GERAL
Dentre tantas definições já apresentadas sobre o conceito de
administração, podemos destacar que:

“Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utili-


zação eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou
mais objetivos ou metas organizacionais.” Origem da Abordagem Clássica
1 — O crescimento acelerado e desorganizado das empresas:
Ou seja, a Administração vai muito além de apenar “cuidar de • Ciência que substituísse o empirismo;
uma empresa”, como muitos imaginam, mas compreende a capa- • Planejamento de produção e redução do improviso.
cidade de conseguir utilizar os recursos existentes (sejam eles: re- 2 — Necessidade de aumento da eficiência e a competência
cursos humanos, materiais, financeiros,…) para atingir os objetivos das organizações:
da empresa. • Obtendo melhor rendimento em face da concorrência;
O conceito de administração representa uma governabilidade, • Evitando o desperdício de mão de obra.
gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades
sejam administradas com planejamento, organização, direção, e Abordagem Científica – ORT (Organização Racional do Traba-
controle. lho)
• Estudo dos tempos e movimentos;
O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de • Estudo da fadiga humana;
outras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem • Divisão do trabalho e especialização;
como de seus membros. • Desenho de cargo e tarefas;
Montana e Charnov • Incentivos salariais e premiação de produção;
• Homo Economicus;
Principais abordagens da administração (clássica até contin- • Condições ambientais de trabalho;
gencial) • Padronização;
É importante perceber que ao longo da história a Administra- • Supervisão funcional.
ção teve abordagens e ênfases distintas. Apesar de existir há pouco
mais de 100 (cem) anos, como todas as ciências, a Administração Aspectos da conclusão da Abordagem Científica: A percep-
evoluiu seus conceitos com o passar dos anos. ção de que os coordenadores, gerentes e dirigentes deveriam se
De acordo com o Professor Idalberto Chiavenato (escritor, pro- preocupar com o desenho da divisão das tarefas, e aos operários
fessor e consultor administrativo), a Administração possui 7 (sete) cabia única e exclusivamente a execução do trabalho, sem questio-
abordagens, onde cada uma terá seu aspecto principal e agrupa- namentos, apenas execução da mão de obra.
mento de autores, com seu enfoque específico. Uma abordagem, — Comando e Controle: o gerente pensa e manda e os traba-
poderá conter 2 (duas) ou mais teorias distintas. São elas: lhadores obedecem de acordo com o plano.
1. Abordagem Clássica: que se desdobra em Administração — Uma única maneira correta (the best way).
científica e Teoria Clássica da Administração. — Mão de obra e não recursos humanos.
2. Abordagem Humanística: que se desdobra principalmente — Segurança, não insegurança. As organizações davam a sen-
na Teoria das Relações Humanas. sação de estabilidade dominando o mercado.
3. Abordagem Neoclássica: que se desdobra na Teoria Neo-
clássica da Administração, dos conceitos iniciais, processos admi- Teoria Clássica
nistrativos, como os tipos de organização, departamentalização e • Aumento da eficiência melhorando a disposição dos órgãos
administração por objetivos (APO). componentes da empresa (departamentos);
4. Abordagem Estruturalista: que se desdobra em Teoria Buro- • Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funciona-
crática e Teoria Estruturalista da Administração. mento);
5. Abordagem Comportamental: que é subdividida na Teo- • Abordagem do topo para a base (nível estratégico tático);
ria Comportamental e Teoria do Desenvolvimento Organizacional • Do todo para as partes.
(DO).
6. Abordagem Sistêmica: centrada no conceito cibernético
para a Administração, Teoria Matemática e a Teria de Sistemas da
Administração.
7. Abordagem Contingencial: que se desdobra na Teoria da
Contingência da Administração.

233
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Diferente do processo neoclássico, na Teoria Clássica temos 5 (cinco) funções – POC3:


— Previsão ao invés de planejamento: Visualização do futuro e traçar programa de ação.
— Organização: Constituir a empresa dos recursos materiais e social.
— Comando: Dirigir e orientar pessoas.
— Coordenação: Ligação, união, harmonizar todos os esforços coletivamente.

Controle: Se certificar de que tudo está ocorrendo de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

• Princípios da Teoria Clássica:


— Dividir o trabalho;
— Autoridade e responsabilidade;
— Disciplina;
— Unidade de comando;
— Unidade de direção;
— Subordinação dos interesses individuais aos gerais;
— Remuneração do pessoal;
— Centralização;
— Cadeia escalar;
— Ordem;
— Equidade;
— Estabilidade do pessoal;
— Iniciativa;
— Espírito de equipe.

A Abordagem Clássica, junto da Burocrática, dentre todas as abordagens, chega a ser uma das mais importantes.

Abordagem Neoclássica
No início de 1950 nasce a Teoria Neoclássica, teoria mais contemporânea, remodelando a Teoria Clássica, colocando novo figurino
dentro das novas concepções trazidas pelas mudanças e pelas teorias anteriores. Funções essencialmente humanas começam a ser inse-
ridas, como: Motivação, Liderança e Comunicação. Preocupação com as pessoas passa a fazer parte da Administração.

• Fundamentos da Abordagem Neoclássica


— A Administração é um processo operacional composto por funções, como: planejamento, organização, direção e controle.
— Deverá se apoiar em princípios basilares, já que envolve diversas situações.
— Princípios universais.
— O universo físico e a cultura interferem no meio ambiente e afetam a Administração.
— Visão mais flexível, de ajustamento, de continuidade e interatividade com o meio.
— Ênfase nos princípios e nas práticas gerais da Administração.

234
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Reafirmando os postulados clássicos. A Teoria Estruturalista é um desdobramento da Burocracia e


— Ênfase nos objetivos e resultados. uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas. Ainda que
— Ecletismo (influência de teorias diversas) nos conceitos. a Teoria das Relações Humanas tenha avançado, ela critica as ante-
riores e não proporciona bases adequadas para uma nova teoria. Já
Teoria Burocrática na Teoria Estruturalista da Organização percebemos que o TODO é
Tem como pai Max Weber, por esse motivo é muitas vezes cha- maior que a soma das partes. Significa que ao se colocar todos os
mada de Teoria Weberiana. Para a burocracia a organização alcan- indivíduos dentro de um mesmo grupo, essa sinergia e cooperação
çaria a eficiência quando explicasse, em detalhes, como as coisas dos indivíduos gerará um valor a mais que a simples soma das indi-
deveriam ser feitas. vidualidades. É a ideia de equipe.
Burocracia não é algo negativo, o excesso de funções sim. A
Burocracia é a organização eficiente por excelência. O excesso da
Burocracia é que transforma ela em algo negativo, o que chama-
mos de disfunções.

• Características
— Caráter formal das normas e regulamentos.
— Caráter formal das comunicações.
— Caráter racional e divisão do trabalho.
— Impessoalidade nas relações.
— Hierarquia de autoridade.
— Rotinas e procedimentos padronizados.
— Competência técnica e meritocracia.
— Especialização da administração. • Teoria Estruturalista - Sociedade de Organizações
— Profissionalização dos participantes. — Sociedade = Conjunto de Organizações (escola, igreja, em-
— Completa previsibilidade de comportamento. presa, família).
— Organizações = Conjunto de Membros (papéis) – (aluno,
• Disfunções professor, diretor, pai).
— Internalização das regras e apego aos procedimentos.
— Excesso de formalismo e de papelório. O mesmo indivíduo faz parte de diferentes organizações e tem
— Resistência às mudanças. diferentes papéis.
— Despersonalização do relacionamento.
— Categorização como base do processo decisório. • Teoria Estruturalista – O Homem Organizacional:
— “Superconformidade” às rotinas e aos procedimentos. — Homem social que participa simultaneamente de várias or-
— Exibição de sinais de autoridade. ganizações.
— Dificuldade no atendimento. — Características: Flexibilidade; Tolerância às frustrações; Ca-
pacidade de adiar as recompensas e poder compensar o trabalho,
Abordagem Estruturalista em detrimento das suas preferências; Permanente desejo de rea-
A partir da década de 40, tínhamos: lização.
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização.
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes- • Teoria Estruturalista – Abordagem múltipla:
soas. — Tanto a organização formal, quanto a informal importam;
— Tanto recompensas salariais e materiais, quanto sociais e
As duas correntes sofreram críticas que revelaram a falta de simbólicas geram mudanças de comportamento;
uma teoria sólida e abrangente, que servisse de orientação para o — Todos os diferentes níveis hierárquicos são importantes em
administrador. uma organização;
A Abordagem Estruturalista é composta pela Teoria Burocráti- — Todas as diferentes organizações têm seu papel na socie-
ca e a Teoria Estruturalista. Além da ênfase na estrutura, ela tam- dade;
bém se preocupa com pessoas e ambiente, se aproxima muito da — As análises intra organizacional e Inter organizacional são
Teoria de Relações Humanas. fundamentais.
No início da Teoria Estruturalista, vive-se a mesma gênese da • Teoria Estruturalista – Conclusão:
Teoria da Burocracia, esse movimento onde só se encontram críti- — Tentativa de conciliação dos conceitos clássicos e humanís-
cas da Teoria das Relações Humanas às outras Teorias e não se tem ticos;
uma preposição de um novo método. — Visão crítica ao modelo burocrático;
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização. — Ampliação das abordagens de organização;
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pes- — Relações Inter organizacionais;
soas. — Todas as heranças representam um avanço rumo à Aborda-
gem Sistêmica e uma evolução no entendimento para a Teoria da
Administração.

235
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Abordagem Humanística
É um desdobramento da Teoria das Relações Humanas. A Abordagem Humanística nasce no período de entendimento de que a pro-
dutividade era o elemento principal, e seu modelo era “homem-máquina”, em que o trabalhador era visto basicamente como operador
de máquinas, não havia a percepção com outro elemento que não fosse a produtividade.

• Suas preocupações:
— Nas tarefas (abordagem científica) e nas estruturas (teoria clássica) dão lugar para ênfase nas pessoas;
— Nasce com a Teoria das Relações Humanas (1930) e no desenvolvimento da Psicologia do Trabalho:
* Análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho.
* Adaptação do trabalho ao trabalhador.
— A necessidade de humanizar e democratizar a Administração libertando dos regimes rígidos e mecanicistas;
— Desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia, e sua influência no campo industrial;
— Trazendo ideias de John Dewey e Kurt Lewin para o humanismo na Administração e as conclusões da experiência em si.

• Principais aspectos:
— Psicologia do trabalho, que hoje chamamos de Comportamento Organizacional, demonstrando uma percepção diferenciada do
trabalhador, com viés de um homem mais social, com mais expectativas e desejos. Percebe-se então que o comportamento e a preocu-
pação com o ambiente de trabalho do indivíduo tornam-se parte responsável pela produtividade. Agregando a visão antagônica desse
homem econômico, trazendo o conceito de homem social.
— Experiência de Hawthorn desenvolvida por Elton Mayo, na qual a alteração de iluminação traz um resultado importante:

Essa experiência foi realizada no ano de 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western
Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorn. Lá dois grupos foram selecionados e em um deles foi alterada a iluminação
no local de trabalho, observando assim, uma alteração no desempenho do comportamento e na produtividade do grupo em relação ao
outro. Não necessariamente ligada a alteração de iluminação, mas com a percepção dos indivíduos de estarem sendo vistos, começando
então a melhorarem seus padrões de trabalho. Sendo assim, chegou-se à conclusão de que:
1. A capacidade social do trabalhador determina principalmente a sua capacidade de executar movimentos, ou seja, é ela que de-
termina seu nível de competência. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua
capacidade de executar movimentos eficientes dentro de um tempo estabelecido.
2. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos, equipe de trabalho.
3. As pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento.
4. Grupos informais: alicerçada no conceito de homem social, ou seja, o trabalhador é um indivíduo dotado de vontade e desejos
de estruturas sociais mais complexas, e que esse indivíduo reconhece em outros indivíduos elementos afins aos seus e esses elementos
passam a influenciar na produtividade do indivíduo. Os níveis de produtividade são controlados pelas normas informais do grupo e não
pela organização formal.
5. A Organização Informal:
• Relação de coesão e antagonismo. Simpatia e antipatia;
• Status ou posição social;
• Colaboração espontânea;
• Possibilidade de oposição à organização formal;
• Padrões de relações e atitudes;
• Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais;
• A organização informal transcende a organização formal;
• Padrões de desempenho nos grupos informais.

236
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Abordagem Comportamental
A partir do ano de 1950 a Abordagem Comportamental (behavorista) marca a influência das ciências do comportamento. Tem como
participantes: Kurt Lewin, Barnard, Homans e o livro de Herbert Simon que podem ser entendidos como desdobramento da Teoria das
Relações Humanas. Seus aspectos são:
— Homem é um animal social, dotado de necessidades;
— Homem pode aprender;
— Homem pode cooperar e/ou competir;
— Homem é dotado de sistema psíquico;

Tendo a Teoria das Relações Humanas uma visão ingênua do indivíduo, em que se pensava que a Organização é que fazia do homem
um indivíduo ruim, na Teoria Comportamental a visão é diferente, pois observa-se que o indivíduo voluntariamente é que escolhe partici-
par ou não das decisões e/ou ações da organização. Aparecendo o processo de empatia e simpatia, em que o indivíduo abre mão, ou não
da participação, podendo ser ou não protagonista.
— Abandono das posições afirmativas e prescritivas (como deve ser) para uma lógica mais explicativa e descritiva;
— Mantem-se a ênfase nas pessoas, mas dentro de uma posição organizacional mais ampla
— Estudo sobre: Estilo de Administração – Processo decisório – Motivação – Liderança – Negociação

• Evolução do entendimento do indivíduo

Teoria Comportamental – Desdobramentos


• É possível a integração das necessidades individuais de auto expressão com os requisitos de uma organização;
• As organizações que apresentam alto grau de integração entre objetivos individuais e organizacionais são mais produtivas;
• Ao invés de reprimir o desenvolvimento e o potencial do indivíduo, as organizações podem contribuir para sua melhor aplicação.

237
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Comportamento Organizacional
É a área que estuda a previsão, explicação, modificação e entendimento do comportamento humano e os processos mentais dos
indivíduos em relação ao seu trabalho dentro da organização. Tem grande relação com a Psicologia Organizacional e do trabalho, se
tornando uma fonte importante para a Administração e para a Gestão de Pessoas, pois passa-se a compreender melhor a relação entre
o indivíduo, o trabalho e as entidades organizacionais.
Baseia-se nas relações internas e externas, e que as forças psicológicas que atuam sobre o indivíduo nesse contexto, estão ligadas
também aos grupos e a própria organização.

• Objetos de estudo:
1. Impacto do emprego na vida humana (o quanto que esse elemento interfere na sua satisfação, felicidade, convivência com a famí-
lia);
2. Relação entre as pessoas e grupos dentro de um contexto de trabalho (contexto diferente da vida particular de casa, família, es-
cola);
3. Percepções, crenças e atitudes do indivíduo com relação ao trabalho (como as pessoas enxergam a organização, o seu papel dentro
das relações que ela desenvolve e quanto essas questões se tornam significativas para vida do indivíduo);
4. Desempenho e produtividade (que fatores levam ao maior produtividade e desempenho, como pode-se influenciar nisso);
5. Saúde no trabalho (como as organizações afetam a saúde do indivíduo e como pode-se minimizar o impacto das suas atividades
nessa questão);
6. Ética nas relações de trabalho (o quanto as relações internas, de poder e de subordinação levam em consideração questões morais);
7. Diversidade da força de trabalho (questões de gênero, raça e credo);
8. Ações ou comportamentos do indivíduo dentro desse contexto (aprendizagem, cultura organizacional, poder, grupos e equipes,
liderança, motivação, comprometimento, bem como as causas e consequências dessas ações).

O comportamento organizacional é fundamental para os gestores e para a Gestão de Pessoas, propiciando todo o conjunto de ferra-
mentas para facilitar as decisões relacionadas a Gestão de Pessoas e Administração, bem como a vida diária dos gestores.

Abordagem Sistêmica
A partir do ano de 1950, muitas das teorias começaram a aparecer paralelamente, entre elas nasce a abordagem sistêmica. Ludwig
Von Bertalanffy, biólogo alemão, coordenava um estudo interdisciplinar a fim de transcender problemas existentes em cada ciência e
proporcionar princípios gerais. Princípios esses que darão a visão de uma organização como organismo, ensinando quatro princípios im-
portantes que devem ser pensados dentro das organizações. Nasce a Teoria Geral dos Sistemas
— Visão Totalizante;
— Visão Expansionista;
— Visão Sistêmica;
— Visão Integrada;

• Características da abordagem sistêmica


— Expansionismo: Tem a ideia totalmente contrária ao Reducionismo, significa dizer que o desempenho de um sistema menor, de-
pende de como ele interage com o todo maior que o envolve e do qual faz parte.
— Pensamento Sintético: É o fenômeno visto como parte de um sistema maior e é explicado em termos do papel que desempenha
nesse sistema maior. Juntando as coisas e não as separando. Há uma coordenação com as demais variáveis, em que as trocas das partes
de um todo estão completamente ajustadas. Verificando-se assim, o comportamento de cada parte no todo.
— Teleologia: A lógica sistêmica procura entender a inter-relação entre as diversas variáveis de um campo de forças que atuam entre
si. O todo é diferente de cada uma das suas partes.

Exemplo: o indivíduo é o que é pelo meio onde nasceu, pela educação que recebeu, pela forma de relacionamentos e cultura que
conviveu. Existe grandes diferenças entre os indivíduos devido às influências que sofreram ao longo da vida e é isso que a Teoria Geral de
Sistemas vai procurar explicar, o indivíduo é produto do meio em que vive, não está sozinho e isolado, tudo está fortemente conectado.
• Os sistemas existem dentro de sistemas (uma pequena parte, faz parte de um todo maior);
• Os sistemas são abertos (intercambio com o todo);
• As funções de um sistema dependem de sua estrutura (pessoas, recursos, do meio onde está).

238
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Teoria dos Sistemas

• Sistema Aberto
— Está constantemente e de forma dual (entrega e recebimento) interagindo com o ambiente;
— É capacitado para o crescimento, mudanças, adaptações ao ambiente, podendo também ser autor reprodutor sob certas condi-
ções;
— É contingência do sistema aberto competir com outros sistemas.

Abordagem Contingencial
A Abordagem Contingencial traz para nós a ideia de que não se alcança eficácia organizacional seguindo um modelo exclusivo, ou
seja, não há uma fórmula única e exclusiva ou melhor de se alcançar os objetivos organizacionais. Ela abraça todas as Teorias e dá razão
para cada uma delas.

• Características
— Não há regra absoluta;
— Tudo é relativo;
— Tudo dependerá (de Ambiente, Mapeamento ambiental, Seleção ambiental, Percepção ambiental, Consonância e Dissonância,
Desdobramentos do ambiente, Tecnologia);

• Abordagem Contingencial – Conclusão


— A variável tecnologia passa a assumir um importante papel na sociedade e nas organizações;
— O foco em novos modelos organizacionais mais flexíveis, ajustáveis e orgânicos como: estrutura matricial, em redes e equipes;
— O modelo de homem complexo= social + econômico + organizacional.

Teoria Geral da Administração

TEORIAS ÊNFASE ENFOQUES PRINCIPAIS


Administração Científica Nas tarefas Racionalizar o trabalho no nível operacional
Taylor (1856-1915) - Gantt (1861-1919) - ORT
Gilbreth (1868-1924) - Ford (1863-1947) Padronização
Clássica e Neoclássica Na estrutura Organização formal
Fayol (1841-1925) – Mooney (1884-1957) Princípios Gerais da Administração
Urwick (1891-1979) – Gulik (1892-1993) e outros Funções de Administrador
Burocrática e Organização Formal Burocrática
Max Weber (1864-1920) Racionalidade organizacional
Chamada Teoria Weberiana.
Abordagem múltipla:
Estruturalista Organização Formal e Informal
Análise Intra e Inter organizacional

239
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Relações Humanas - Humanística Nas pessoas Organização Informal


Experiência de Hawthorn (1927) Motivação, Liderança, Comunicação e Dinâ-
Desenvolvida por Elton Mayo mica em grupo
John Dewey e Kurt Lewin
Comportamento Organizacional Estilos de Administração
Abordagem Comportamental Teoria das decisões
Kurt Lewin, Barnard, Homans e Herbert Simon Integração dos objetivos organizacionais e
A partir de 1950 individuais

Desenvolvimento Organizacional Mudança organizacional planejada


Abordagem de sistema aberto
Sistêmica No ambiente Análise ambiental
Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão (1950) Abordagem de sistema
Contingência No ambiente Administração da tecnologia
(tecnologia) (Imperativo tecnológico)

Funções de administração

• Planejamento, organização, direção e controle

— Planejamento
Processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada. A organização estabelece num primeiro momento, através de
um processo de definição de situação atual, de oportunidades, ameaças, forças e fraquezas, que são os objetos do processo de planeja-
mento. O planejamento não é uma tarefa isolada, é um processo, uma sequência encadeada de atividades que trará um plano.
• Ele é o passo inicial;
• É uma maneira de ampliar as chances de sucesso;
• Reduzir a incerteza, jamais eliminá-la;
• Lida com o futuro: Porém, não se trata de adivinhar o futuro;
• Reconhece como o presente pode influenciar o futuro, como as ações presentes podem desenhar o futuro;
• Organização ser PROATIVA e não REATIVA;
• Onde a Organização reconhecerá seus limites e suas competências;
• O processo de Planejamento é muito mais importante do que seu produto final (assertiva);

Idalberto Chiavenato diz: “Planejamento é um processo de estabelecer objetivos e definir a maneira como alcança-los”.
• Processo: Sequência de etapas que levam a um determinado fim. O resultado final do processo de planejamento é o PLANO;
• Estabelecer objetivos: Processo de estabelecer um fim;
• Definir a maneira: um meio, maneira de como alcançar.

• Passos do Planejamento
— Definição dos objetivos: O que quer, onde quer chegar.
— Determinar a situação atual: Situar a Organização.
— Desenvolver possibilidades sobre o futuro: Antecipar eventos.
— Analisar e escolher entre as alternativas.
— Implementar o plano e avaliar o resultado.

• Vantagens do Planejamento
— Dar um “norte” – direcionamento;
— Ajudar a focar esforços;

240
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Definir parâmetro de controle; Eficácia


— Ajuda na motivação; - fazer as coisas certas;
— Auxilia no autoconhecimento da organização. - produzir alternativas criativas;
- maximizar a utilização de recursos;
— Processo de planejamento - obter resultados; e
- aumentar o lucro.
• Planejamento estratégico ou institucional
Estratégia é o caminho escolhido para que a organização possa Efetividade
chegar no destino desejado pela visão estratégica. É o nível mais - manter-se no ambiente; e
amplo de planejamento, focado a longo prazo. É desdobrado no - apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo
Planejamento Tático, e o Planejamento Tático é desdobrado no Pla- (permanentemente)
nejamento Operacional.
— Global — Objetivos gerais e genéricos — Diretrizes estraté- Eficiência – relação entre o custo e o benefício envolvido na
gicas — Longo prazo — Visão forte do ambiente externo. execução de um procedimento ou na prestação de um serviço.

Fases do Planejamento Estratégico: Eficácia – grau de atingimento de uma meta ou dos resultados
— Definição do negócio, missão, visão e valores organizacio- institucionais da organização.
nais;
— Diagnóstico estratégico (análise interna e externa); Efetividade – eliminar ou reduzir sensivelmente o problema
— Formulação da estratégia; que afeta a sociedade, alcançando a satisfação do cidadão.
— Implantação;
— Controle.
• Planejamento tático ou intermediário
Complexidade menor que o nível estratégico e maior que o
operacional, de média complexidade e compõe uma abrangência
departamental, focada em médio prazo.
— Observa as diretrizes do Planejamento Estratégico;
— Determina objetivos específicos de cada unidade ou depar-
tamento;
— Médio prazo.

• Planejamento operacional ou chão de fábrica


Baixa complexidade, uma vez que falamos de somente uma
única tarefa, focado no curto ou curtíssimo prazo. Planejamento
mais diário, tarefa a tarefa de cada dia para o alcance dos objetivos.
Desdobramento minucioso do Planejamento Estratégico.
— Observa o Planejamento Estratégico e Tático;
— Determina ações específicas necessárias para cada atividade
ou tarefa importante;
— Seus objetivos são bem detalhados e específicos.
• Negócio, Missão, Visão e Valores
Com a ação de planejar, busca-se:
Negócio, Visão, Missão e Valores fazem parte do Referencial
• Eficiência: medida do rendimento individual dos componen-
estratégico: A definição da identidade a organização.
tes do sistema. É fazer certo o que está sendo feito. Refere-se à
— Negócio = O que é a organização e qual o seu campo de
otimização dos recursos utilizados para a obtenção dos resultados.
atuação. Atividade efetiva. Aspecto mais objetivo.
• Eficácia: medida do rendimento global do sistema. É fazer
— Missão = Razão de ser da organização. Função maior. A Mis-
o que é preciso ser feito. Refere-se à contribuição dos resultados
são contempla o Negócio, é através do Negócio que a organização
obtidos para alcance dos objetivos globais da empresa.
alcança a sua Missão. Aspecto mais subjetivo. Missão é a função do
• Efetividade: refere-se à relação entre os resultados alcança-
presente.
dos e os objetivos propostos ao longo do tempo.
— Visão = Qual objetivo e a visão de futuro. Define o “grande
No setor privado, os conceitos de eficiência, eficácia e efetivi-
plano”, onde a organização quer chegar e como se vê no futuro, no
dade são assim resumidos por Oliveira (1999):
destino desejado. Direção mais geral. Visão é a função do futuro.
— Valores = Crenças, Princípios da organização. Atitudes bá-
Eficiência
sicas que sem elas, não há negócio, não há convivência. Tutoriza a
- fazer as coisas de maneira adequada;
escolha das estratégias da organização.
- resolver problemas;
- salvaguardar os recursos aplicados;
• Análise SWOT
- cumprir o seu dever; e
Strenghs – Weaknesses – Opportunities – Threats.
- reduzir os custos.
Ou FFOA

241
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças.

É a principal ferramenta para perceber qual estratégia a organização deve ter.


É a análise que prescreve um comportamento a partir do cruzamento de 4 variáveis, sendo 2 do ambiente interno e 2 do ambiente
externo. Tem por intenção perceber a posição da organização em relação às suas ameaças e oportunidades, perceber quais são as forças
e as fraquezas organizacionais, para que a partir disso, a organização possa estabelecer posicionamento no mercado, sendo elas: Posição
de Sobrevivência, de Manutenção, de Crescimento ou Desenvolvimento. Em que para cada uma das posições a organização terá uma
estratégia definida.
Ambiente Interno: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela tem o poder de controle. Pontos Fortes: Elementos que
influenciam positivamente. Pontos Fracos: Elementos que influenciam negativamente.
Ambiente Externo: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela NÃO tem o poder de controle. Oportunidades: Elementos
que influenciam positivamente. Ameaças: Elementos que influenciam negativamente.

• Matriz GUT
Gravidade + Urgência + Tendência
Gravidade: Pode afetar os resultados da Organização.
Urgência: Quando ocorrerá o problema.
Tendência: Irá se agravar com o passar do tempo.
Determinar essas 3 métricas plicando uma nota de 1-5, sendo 5 mais crítico, impactante e 1 menos crítico e com menos impacto.
Somando essas notas. Levando em consideração o problema que obtiver maior total.

PROBLEMA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA TOTAL


X 1 3 3 7
Y 3 2 1 6

• Ferramenta 5W2H
Ferramenta que ajuda o gestor a construir um Plano de Ação. Facilitando a definição das tarefas e dos responsáveis por cada uma
delas. Funciona para todos os tipos de negócio, visando atingir objetivos e metas.
5W: What? – O que será feito? - Why? Porque será feito? - Where? Onde será feito? - When? Quando será feito? – Who? Quem fará?
2H: How? Como será feito? – How much? Quanto irá custar para fazer?
Não é uma ferramenta para buscar causa de problemas, mas sim elaborar o Plano de Ação.

WHAT WHY WHERE WHEN WHO HOW HOW MUCH


Padronização Otimizar Coordenação Agosto 2021 João Silva Contratação 2.500,00
de Rotinas tempo de Assessoria
externa
Sistema de Impedir Setor Compras 20/08/21 Paulo Compra de 4.000,00
Segurança entrada de Santos equipamentos e
Portaria pessoas não instalação
Central autorizadas

• Análise competitiva e estratégias genéricas


Gestão Estratégica: “É um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competiti-
vamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que a organização alcance seus objetivos”.
Michael Porter, Economista e professor norte-americano, nascido em 1947, propõe o segundo grande essencial conceito para a com-
preensão da vantagem competitiva, o conceito das “estratégias competitivas genéricas”.
Porter apresenta a estratégia competitiva como sendo sinônimo de decisões, onde devem acontecer ações ofensivas ou defensivas
com finalidade de criar uma posição que possibilite se defender no mercado, para conseguir lidar com as cinco forças competitivas e com
isso conseguir e expandir o retorno sobre o investimento.
Observa ainda, que há distintas maneiras de posicionar-se estrategicamente, diversificando de acordo com o setor de atuação, capa-
cidade e características da Organização. No entanto, Porter desenha que há três grandes pilares estratégicos que atuarão diretamente no
âmbito da criação da vantagem competitiva.
As 3 Estratégias genéricas de Porter são:
1. Estratégia de Diferenciação: Aumentar o valor – valor é a percepção que você tem em relação a determinado produto. Exemplo:
Existem determinadas marcas que se posicionam no mercado com este alto valor agregado.
2. Estratégia de Liderança em custos: Baixar o preço – preço é quanto custo, ser o produto mais barato no mercado. Quanto vai custar
na etiqueta.

242
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3. Estratégia de Foco ou Enfoque: Significa perceber todo o Ativos tangíveis são importantes, porém ativos intangíveis me-
mercado e selecionar uma fatia dele para atuar especificamente. recem atenção e podem ser ponto de diferenciação de uma orga-
nização para a outra.
• As 5 forças Estratégicas Por fim, é a criação de um modelo que complementa os dados
Chamada de as 5 Forças de Porter (Michael Porter) – é uma financeiros do passado com indicadores que buscam medir os fato-
análise em relação a determinado mercado, levando em conside- res que levarão a organização a ter sucesso no futuro.
ração 5 elementos, que vão descrever como aquele mercado fun-
ciona. • Processo decisório
1. Grau de Rivalidade entre os concorrentes: com que inten- É o processo de escolha do caminho mais adequado à organi-
sidade eles competem pelos clientes e consumidores. Essa força zação em determinada circunstância.
tenciona as demais forças. Uma organização precisa estar capacitada a otimizar recursos e
2. Ameaça de Produtos substitutos: ameaça de que novas tec- atividades, assim como criar um modelo competitivo que a possibi-
nologias venham a substituir o produto ou serviço que o mercado lite superar os rivais. Julgando que o mercado é dinâmico e vive em
oferece. constante mudança, onde as ideias emergem devido às pressões.
3. Ameaça de novos entrantes: ameaças de que novas organi- Para que um negócio ganhe a vantagem competitiva é neces-
zações, ou pessoas façam aquilo que já está sendo feito. sário que ele alcance um desempenho superior. Para tanto, a or-
4. Poder de Barganha dos Fornecedores: Capacidade negocial ganização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando as
das empresas que oferecem matéria-prima à organização, poder de decisões certas.
negociar preços e condições.
5. Poder de Barganha dos Clientes: Capacidade negocial dos — Organização
clientes, poder de negociar preços e condições.
• Estrutura organizacional
• Redes e alianças A estrutura organizacional na administração é classificada
Formações que as demais organizações fazem para que te- como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilida-
nham uma espécie de fortalecimento estratégico em conjunto. A des, sejam elas de autoridade, das comunicações e das decisões de
formação de redes e alianças estratégicas de modo a poder com- uma organização ou empresa.
partilhar recursos e competências, além de reduzir seus custos. É estabelecido através da estrutura organizacional o desenvol-
Redes possibilitam um fortalecimento estratégico da organi- vimento das atividades da organização, adaptando toda e qualquer
zação diante de seus concorrentes, sem aumento significativo de alteração ou mudança dentro da organização, porém essa estru-
custos. Permite que a organização dê saltos maiores do que seriam tura pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar pronta
capazes sozinhas, ou que demorariam mais tempo para alcançar para qualquer transformação.
individualmente. Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal
Tipos: Joint ventures – Contratos de fornecimento de longo e estrutura formal, a estrutura informal é estável e está sujeita a
prazo – Investimentos acionários minoritário – Contratos de forne- controle, porém a estrutura formal é instável e não está sujeita a
cimento de insumos/ serviços – Pesquisas e desenvolvimento em controle.
conjunto – Funções e aquisições.
Vantagens: Ganho na posição de barganha (negociação) com • Tipos de departamentalização
seus fornecedores e Aumento do custo de entrada dos potenciais É uma forma de sistematização da estrutura organizacional,
concorrentes em um mercado = barreira de entrada. visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação
com o objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa.
Assim, a organização junta recursos, unidades e pessoas que te-
• Administração por objetivos nham esse ponto em comum.
A Administração por objetivos (APO) foi criada por Peter Duc- Quando tratamos sobre organogramas, entramos em concei-
ker que se trata do esforço administrativo que vem de baixo para tos de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos
cima, para fazer com que as organizações possam ser geridas atra- níveis de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre
vés dos objetivos. departamentalização tratamos da especialização horizontal, que
Trata-se do envolvimento de todos os membros organizacio- tem relação com a divisão e variedade de tarefas.
nais no processo de definição dos objetivos. Parte da premissa de
que se os colaboradores absorverem a ideia e negociarem os obje- • Departamentalização funcional ou por funções: É a forma
tivos, estarão mais dispostos e comprometidos com o atingimento mais utilizada dentre as formas de departamentalização, se tratan-
dos mesmos. do do agrupamento feito sob uma lógica de identidade de funções
Fases: Especificação dos objetivos – Desenvolvimento de pla- e semelhança de tarefas, sempre pensando na especialização, agru-
nos de ação – Monitoramento do processo – Avaliação dos resul- pando conforme as diferentes funções organizacionais, tais como
tados. financeira, marketing, pessoal, dentre outras.
Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando
• Balanced scorecard a cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais
Percepção de Kaplan e Norton de que existem bens que são indicada para ambientes estáveis.
intangíveis e que também precisam ser medidos. É necessário apre-
sentar mais do que dados financeiros, porém, o financeiro ainda faz
parte do Balanced scorecard.

243
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes departa- construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande
mentos e uma visão limitada do ambiente organizacional como um autonomia, o que viabiliza a melhor consecução dos objetivos de
todo, com cada departamento estando focado apenas nos seus cada projeto.
próprios objetivos e problemas. Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto
e proporciona melhores resultados.
• Por clientes ou clientela: Este tipo de departamentalização Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como
ocorre em função dos diferentes tipos de clientes que a organiza- um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas
ção possui. Justificando-se assim, quando há necessidades hete- (sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua
rogêneas entre os diversos públicos da organização. Por exemplo continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão
(loja de roupas): departamento masculino, departamento femini- alocados se findar.
no, departamento infantil.
Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às deman- • Departamentalização matricial
das específicas de cada nicho de clientes. Também é chamada de organização em grade, e é uma mistu-
Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos ra da departamentalização funcional (mais verticalizada), com uma
globais da organização e multiplicação de funções semelhantes nos outra mais horizontalizada, que geralmente é a por projetos.
diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de poder Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por res-
gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento diferente, ponder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal.
por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de cliente. Assim, há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada:
• Forte – aqui, o responsável pelo projeto tem mais autorida-
• Por processos: Resume-se em agregar as atividades da orga- de;
nização nos processos mais importantes para a organização. Sendo • Fraca – aqui, o gerente funcional tem mais autoridade;
assim, busca ganhar eficiência e agilidade na produção de produ- • Equilibrada ou Balanceada – predomina o equilíbrio entre os
tos/serviços, evitando o desperdício de recursos na produção orga- gerentes de projeto e funcional.
nizacional. É muito utilizada em linhas de produção.
Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e Porém, não há consenso na literatura se a departamentaliza-
equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita ção matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um
um melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos, au- tipo de estrutura organizacional.
mentando a eficiência e ganhos em produtividade.
Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autono-
• Departamentalização por produtos: A organização se estru- mia para realizar seu trabalho, dificultando o processo administra-
tura em torno de seus diferentes tipos de produtos ou serviços. tivo geral da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os
Justificando-se quando a organização possui uma gama muito va- empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões
riada de produtos que utilizem tecnologias bem diversas entre si, e dificuldade de coordenação.
ou mesmo que tenham especificidades na forma de escoamento da
produção ou na prestação de cada serviço. • Organização formal e informal
Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos en- Organização formal trata-se de uma organização onde duas ou
volvidos em um determinado nicho de produto ou serviço, possibi- mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um
litando maior inovação na produção. relacionamento legal e oficial. A organização é liderada pela alta ad-
Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da ministração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir.
organização, dificultando a coordenação entre eles. O principal objetivo da organização é atingir as metas estabeleci-
das. Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com
• Departamentalização geográfica: Ou departamentalização base em suas capacidades. Em outras palavras, existe uma cadeia
territorial, trata-se de critério de departamentalização em que a em- de comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades
presa se estabelece em diferentes pontos do país ou do mundo, alo- são delegadas para fazer o trabalho.
cando recursos, esforços e produtos conforme a demanda da região.
Aqui, pensando em uma organização Multinacional, pressu- Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação
pondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil. Obviamen- lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de coman-
te, os interesses, hábitos e costumes de cada povo justificarão que do determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois
cada filial tenha suas especificidades, exatamente para atender a membros é apenas por meio de canais planejados.
cada povo. Assim, percebemos que, dentro de cada filial nacional,
poderão existir subdivisões, para atender às diferentes regiões de Tipos de estruturas de organização formal:
cada país, com seus costumes e desejos. Como cada filial estará — Organização de Linha
estabelecida em uma determinada região geográfica e as filiais es- — Organização de linha e equipe
tarão focadas em atender ao público dessa região. Logo, provavel- — Organização funcional
mente haverá dificuldade em conciliar os interesses de cada filial — Organização de Gerenciamento de Projetos
geográfica com os objetivos gerais da empresa. — Organização Matricial

• Departamentalização por projetos: Os departamentos são Organização informal refere-se a uma estrutura social interli-
criados e os recursos alocados em cada projeto da organização. gada que rege como as pessoas trabalham juntas na vida real. É
Exemplo (construtora): pode dividir sua organização em torno das possível formar organizações informais dentro das organizações.

244
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Além disso, esta organização consiste em compreensão mútua, aju-


da e amizade entre os membros devido ao relacionamento inter-
pessoal que constroem entre si. Normas sociais, conexões e intera-
ções governam o relacionamento entre os membros, ao contrário
da organização formal.
Embora os membros de uma organização informal tenham res-
ponsabilidades oficiais, é mais provável que eles se relacionem com
seus próprios valores e interesses pessoais sem discriminação.
A estrutura de uma organização informal é plana. Além disso,
as decisões são tomadas por todos os membros de forma coletiva.
A unidade é a melhor característica de uma organização informal,
pois há confiança entre os membros. Além disso, não existem re-
gras e regulamentos rígidos dentro das organizações informais; Liderança
regras e regulamentos são responsivos e adaptáveis ​​às mudanças. Fenômeno social, depende da relação das pessoas. Aspecto
Ambos os conceitos de organização estão inter-relacionados. ligado a relação dos indivíduos. Capacidade de exercer liderança
Existem muitas organizações informais dentro de organizações for- – influência: fazer com que as pessoas façam aquilo que elas não
mais, portanto, eles são mutuamente exclusivos. fariam sem a presença do líder. Importante utilização do poder
para influenciar o comportamento de outras pessoas, ocorrendo
• Cultura organizacional em uma dada situação.
A cultura organizacional é responsável por reunir os hábitos, — Liderança precisa de pessoas.
comportamentos, crenças, valores éticos e morais e as políticas in- — Influência: capacidade de fazer com que o indivíduo mude
ternas e externas da organização. de comportamento.
— Poder: que não está relacionado ao cargo, pode ser por via
— Direção informal.
Direção essencialmente como uma função humana, apêndice — Situação: em determinadas situações a liderança pode apa-
de psicologia organizacional. Recrutar e ajustar os esforços para recer.
que os indivíduos consigam alcançar os resultados pretendidos pela
organização. Não confunda: Chefia (posição formal) – Autoridade (dada por
Direção = Rota – Intensidade = Grau – Persistência = Capacida- algum aspecto) – Liderança – Poder.
de de sobrevivência (gatilhos da motivação) A influência acontece e gera a liderança, o poder é por onde
essa influência acontece. Esse poder pode ser formal ou informal.
• Motivação Segundo Max Weber: “Poder é a capacidade de algo ou alguém
“Pode ser entendido como o conjunto de razões, causa e mo- fazer com que um indivíduo ou algo, faça alguma coisa, mesmo que
tivos que são responsáveis pela direção, intensidade e persistência este ofereça resistência. ” – Exemplo: votação, alistamento militar
do comportamento humano em busca de resultados. ” É o que des- para homens.
perta no ser a vontade de alcançar os objetivos pretendidos. Algo — Poderes formais são aqueles que estão relacionados ao car-
acontece no indivíduo e ele reage. Estímulos: quanto mais atingível go e ficam no cargo independente de quem o ocupe. Já poderes
parecer o resultado maior a motivação e vice-e-versa. informais são aqueles que ficam com a pessoa, independente do
A (Razão, Causas, Motivos) pode ser: Intrínseca (Interna): do cargo que o indivíduo ocupe.
próprio ser ou, Extrínseca (Externa): algo que vem do meio. — Autoridade: Direito formal e legítimo, que algo ou alguém
Porém a motivação é sempre um processo do indivíduo, sem- tem, para te dar ordens, alocar recursos, tomar decisões e de con-
pre uma resposta interna aos estímulos. duzir ações.
— Dilema chefia e liderança: Chefe é aquele que toma ações
baseadas em seu cargo, onde sofre a influência dos poderes for-
mais. E o líder é aquele que toma as decisões, recebe e consegue
liderar os indivíduos, através de seu poder informal, independente
do cargo que ocupe.
Conceito de Poder, segundo o Dilema chefia e liderança é o
que consegue agrupar os dois distintos tipos de poder, os poderes
formais e informais.

• Tipos de Liderança:
Transacional: Baseada na troca. Liderança tradicional, incenti-
vos materiais. Funciona bem em ambientes estáveis, pois líderes e
liderados precisam estar “satisfeitos” com o negócio em si.
Transformacional: Baseada na mudança. Liderança atual: Ins-
pira seus subordinados. Quando construída, gera resultados acima
da transacional, já que os subordinados alcançam uma posição de
agentes de mudança e inovação.

245
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Comunicação • Características
É a ligação entre a liderança e a motivação. Para motivar é ne- - Monitorar e avaliar ações.
cessário comunicar-se bem. A comunicação é essencial para o todo - Verificar desvios (positivos e negativos)
dentro da organização. A organização que possui uma boa comuni- - Promover mudanças (correção e aprimoramento)
cação, tende a ser valorizada pelos indivíduos, consequentemente
gera melhores resultados. • Tipos, vantagens e desvantagens.
A comunicação organizacional eficiente é fundamental para o — Preventivo (ex-ante): Controle proativo. Objetiva prevenir,
êxito na organização. Caso a comunicação seja deficiente, acarreta- evitar e identificar possíveis problemas, antes que eles aconteçam.
rá um grau de incompreensão no ambiente organizacional, dificul- — Simultâneo: Controle reativo. Acontece durante a execução
tando a organização de atingir seus objetivos. das tarefas. Controle estatístico da produção, verificar as margens
Através da comunicação a organização, bem como sua lide- de erro de produção. Avaliação, monitoramento.
rança, obtém maior engajamento de seus colaboradores de forma — Posterior (ex-post): Controle reativo. Inspeção no final do
mais efetiva. processo produtivo se avalia o resultado dado. Acontece após.
A comunicação interna tem como objetivo manter os indiví-
duos informados quanto as diretrizes, filosofia, cultura, valores e • Sistema de medição de desempenho organizacional
resultados obtidos pela organização. Agregando valor e tornando a Faz parte das etapas do Processo de Controle os sistemas de
organização competitiva no mercado. medição de desempenho, onde pode-se:
— Estabelecer padrões: definição de objetivos, metas e de-
• Descentralização e delegação sempenho esperado.
Centralização ocorre quando uma organização decide que a — Monitorar desempenho: acompanhar, coletar informação,
maioria das decisões deve ser tomadas pelos ocupantes dos car- andar simultaneamente ao processo. Determinar o que medir,
gos no topo somente. Descentralização ocorre quando o contrário como medir e quando medir.
acontece, ou seja, quando a autoridade para tomar as decisões está — Comparação com o padrão: análise dos resultados reais em
dispersa pela empresa, na base, através dos diversos setores. comparação com o objetivo previamente estabelecido.
Delegação é o processo usado para transferir autoridade e res- — Medidas Corretivas: tomar as decisões que levem a orga-
ponsabilidade para os membros organizacionais em níveis hierár- nização a atingir os resultados desejados. Caminhos: Não mudar
quicos inferiores. nada. Corrigir desempenho. Alterar padrões.

— Controle Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de tra-


Segundo Djalma de Oliveira: balho nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências
“Controle é uma função do processo administrativo que, me- sugerem que as equipes são capazes de melhorar o desempenho
diante a comparação com padrões previamente estabelecidos, pro- dos indivíduos quando a tarefa requer múltiplas habilidades, julga-
cura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a mentos e experiências. Quando as organizações se reestruturaram
finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que para competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equi-
possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em fun- pes como forma de utilizar melhor os talentos dos seus funcioná-
ções do processo administrativo, para assegurar que os resultados rios. As empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis e
satisfaçam aos desafios e aos objetivos estabelecidos. ” reagem melhor às mudanças do que os departamentos tradicionais
Segundo Robbins e Coulter: ou outras formas de agrupamentos permanentes. As equipes têm
“O processo de monitorar as atividades de forma a assegurar capacidade para se estruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu
que elas estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir foco e se dissolver rapidamente. Outras características importantes
quaisquer desvios significativos. ” é que as equipes são uma forma eficaz de facilitar a participação
Segundo Maximiano: dos trabalhadores nos processos decisórios aumentar a motivação
“Consiste em fazer comparação e tomar a decisão de confir- dos funcionários.
mar ou modificar os objetivos e os recursos empregados em sua
realização. ”
ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS: CONCEITO E
PROCESSOS
No processo administrativo o controle aparece como a etapa
final, porém, o controle acontece durante todas as fases do proces- É o método dentro da administração, que abrange um conjun-
so, é contínua. to de técnicas dedicadas a extrair a máxima competência do indiví-
duo dentro da organização.
• Objetivo: As tarefas dessa gestão são:
— Identificar os problemas, falhas, erros e desvios. • Desenvolvimento de líderes
— Fazer com que os resultados obtidos estejam próximos dos • Atração
resultados esperados. • Conservação
— Fazer com que a organização trabalhe de forma mais ade- • Administração
quada. • Reconhecimento
— Proporcionar informações gerenciais periódicas. • Orientação
— Redefinir e retroalimentar os objetivos (feedback).

246
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Utilizando uma série de estratégias administrativas, a Gestão Processo evolutivo


de Pessoas compreende e ocupa-se com os interesses do indivíduo
dentro da organização, dedicando-se principalmente pelo espírito Contabilidade e processos rela-
de equipe, sua motivação e qualificação. É o conjunto integrado de 1º DEPARTAMENTO
cionados a contratação e demissão de
processos dinâmicos e interativos, segundo a definição de Idalber- PESSOAL
funcionários: burocracia
to Chiavenato (escritor, professor e consultor administrativo, atua
na área de administração de empresas e recursos humanos). Nela Treinamento e desenvolvimento
encontramos ferramentas que desenvolvem habilidades, compor- 2º GESTÃO do indivíduo e suas capacidades,
tamento (atitudes) e o conhecimento, que beneficiam a realização DE PESSOAS potencializando-as: comunicação,
do trabalho coletivo, produzindo valor econômico (Capital Huma- manutenção
no). Definição dos níveis de uma orga-
Dedica-se a inserir melhoradas práticas de gestão, garantindo nização (pirâmide)
satisfação coletiva e produtividade otimizada que visa alcançar re- 3º GESTÃO Topo: estratégico
sultados favoráveis para o crescimento saudável da organização. ESTRATÉGICA Intermediário: tático
DE PESSOAS Base: operacional
Histórico Passam a fazer parte das decisões
O departamento pessoal foi iniciado no século XIX. Com a res- da organização – planejamento.
ponsabilidade apenas de medir os custos da empresa, produtivida-
de não era o foco. Os colaboradores eram apenas citados como Ati-
vo Contábil na empresa. Não havia amplas relações de motivação, Objetivos da Gestão de Pessoas
ou de entendimento de ambiente organizacional com o indivíduo Permitir que as metas da organização, em conjunto com os ob-
ou vice-e-versa. jetivos pessoais, sejam alcançadas. Visa:
A teoria clássica (mecanicista), entendia que o homem teria • Gerir pessoas para que a organização atinja seus objetivos, missão
que ter uma organização racional no trabalho e seria estimulado e visão estratégica sejam atingidos com sucesso: Resultados satisfatórios.
através de recursos financeiros, falava-se mais na eficiência opera- • Gerir pessoas para que a manutenção dos talentos seja efeti-
cional. O homem era entendido como homem econômico, que se- va e contínua: Manter as pessoas motivadas, desenvolvidas, treina-
ria recompensado e estimulado a partir da quantidade de recursos das e principalmente atraí-las e retê-las à organização.
financeiros que fossem a ele fornecido. • Gerir pessoas de maneira a ampliar a competitividade da or-
Após isso, a Teoria das Relações Humanas começou a compre- ganização: planos de carreira.
ender que o homem teria outras demandas e que o ambiente or- • Gerir pessoas para aumentar a satisfação do cliente: melhora
ganizacional agora, também influenciava a sua produtividade, pas- a qualidade do produto/serviço.
sou-se então, a entender o indivíduo a partir da teoria das relações • Gerir pessoas melhorando a qualidade de vida: aumenta a
humanas. produtividade e a satisfação do indivíduo.
Iniciando a CLT, na década de 30 - 50, as leis trabalhistas de- • Gerir pessoas desenvolvendo culturas dentro da organiza-
veriam ser seguidas e isso deveria ser supervisionado de perto por ção: possibilitando o desenvolvimento de mudanças, facilitando
um responsável, foi aí que a estrutura do RH (Recursos Humanos) e agilizando a resposta da organização para com as exigências do
começou a ser formada. mercado: Competência.
Com a evolução do RH, a partir dos anos 70 o foco voltava-se • Gerir pessoas mantendo condutas com base na ética: Diretrizes.
então para pessoas e não para o burocrático e operacional apenas.
Tornando a estrutura mais humanizada inicia-se então, o conceito Conceitos da Gestão de Pessoas
do planejamento estratégico para conservar talentos e engajar a Administração de Recursos Humanos - entendimento mais an-
equipe, motivando-a; mais tarde chamaríamos de Gestão de Pes- tigo (técnicas - tarefas):
soas. • É a Provisão, o Treinamento, o Desenvolvimento, a Motiva-
ção e a Manutenção dos empregados.

Gestão de Pessoas (relação – elemento imaterial):


• É o elemento que constrói e é responsável pelo cuidado do
capital humano.

Principais diferenças
• Gestão de Pessoas não é nomeado normalmente como de-
partamento, como é o RH (Recursos Humanos);
• A competência da Gestão de Pessoas é responsabilidade dos gesto-
res, dos líderes, que operam em união com a área de Recursos Humanos;
Assim, para que as atividades de Gestão de Pessoas possam acontecer da
melhor forma, o RH disponibiliza as ferramentas e os mecanismos.

247
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Sendo um processo que também foca no desenvolvimento de equilíbrio entre incentivos e contribuições, para a continuidade
do indivíduo dentro da organização, a estratégia é mais voltada de operação da Organização. Ou seja, a relação entre Organização
para o lado humano das relações de trabalho. Portanto, a Gestão e Pessoas deve estar em equilíbrio para que ela continue a existir.
de Pessoas não se restringe a apenas uma área da organização, mas O sucesso desse conceito transmite o resultado da Organiza-
intercorre em todos os setores. ção quando na motivação e remuneração (não somente moneta-
riamente, mas também de fins não-materiais) dos colaboradores,
Desafios da Gestão de Pessoas ferramenta da Gestão de Pessoas.
Uma vez que a Gestão de Pessoas tem como intuito atingir re- • Organização: Sistemas de Comportamentos Sociais, Sistema
sultados favoráveis, se torna cada vez mais desafiador dentro do de relações de Contribuições e Incentivos. É o conjunto de recursos
cenário empreendedor formar líderes dentro das organizações, e e pessoas que estão alinhados para o alcance de um resultado.
liderança é parte fundamental na Gestão de Pessoas. Desafios: Os participantes recebem recompensas em troca das contri-
• A compreensão efetiva de adequar a necessidade da organi- buições.
zação ao talento do indivíduo. Entender que dependendo do tipo
de mão-de-obra que a organização necessita, ela terá um perfil es-
pecífico de trabalhador.
• Alinhar os objetivos da Organização com os do Indivíduo.
• Entender e balancear os aspectos internos e externos. Exem-
plo: A organização saberá o valor monetário do indivíduo mediante
a pesquisa de mercado para aquela área específica, isso é aspecto
externo.
• Criar um ambiente de trabalho favorável ao indivíduo que
pode estar descontente com sua organização porque seu ambiente
de trabalho é ruim, isso é aspecto interno.

Características da Gestão de Pessoas


Gestão de Pessoas é Responsabilidade de Linha e Função de
STAFF.
Exemplo:
Dentro do Organograma temos os conceitos funcionais da
organização: Áreas e responsáveis por elas; Se vamos trabalhar a
motivação de um determinado indivíduo dentro da organização, o Exemplo: Se o colaborador perceber, ao decorrer de sua traje-
responsável diretamente (líder) é chamado de Responsável de Li- tória na Organização que está fornecendo mais do que recebendo,
nha: seria seu supervisor ou gerente direto. a relação aqui é rompida, e a partir daí a Organização entra em
A assessoria para esse trabalho de desenvolvimento e motiva- Desequilíbrio Organizacional.
ção do indivíduo, fica por conta do RH (Recursos Humanos) que é a Quanto mais a Organização se mantém em Equilíbrio organiza-
Função de STAFF. cional, mais sucesso ela terá nos seus resultados de suas relações
de recompensa e motivação de Pessoas.
Principais Mecanismos da Gestão Estratégica de Pessoas
• Planejamento de RH (Recursos Humanos): Que pessoas de- Comportamento organizacional
vemos contratar/demitir? Que áreas temos a melhorar, desenvol- É o estudo da conduta das pessoas e suas implicações no am-
ver? Para que a organização seja mais forte, cresça e atinja seus biente de uma organização. Visa alcançar maior compreensão acer-
objetivos. ca do contexto empresarial para compor o desenvolvimento seguro
• Gestão de Competências: A sinérgica relação do CHA com o e contínuo do trabalho. O indivíduo aqui tem um papel importante
atingimento dos objetivos organizacionais: na participação da organização, contudo, ele pode ser ou não o pro-
(CHA - Conhecimento: saber teórico, formação - Habilidade: tagonista nos resultados.
saber prático - Atitude: vontade de executar. Ou seja, pessoas cer- Aqui são abandonadas as posições prescritivas e afirmativas
tas nos cargos certos, gerando resultados favoráveis. (de como deve ser) para uma abordagem mais explicativa e descri-
• Capacitação Contínua com base na Competência: Capacitar, tiva. A ênfase nas pessoas é mantida dentro de uma posição orga-
desenvolver e treinar o indivíduo, ampliando suas habilidades para nizacional de forma mais ampla.
o que a organização necessita, atingindo seus resultados. Os principais temas de estudos serão sobre: Estilos de admi-
• Avaliação de desempenho e competências (permanente). nistração, Processo decisório, Motivação, Liderança e Negociação.
Evolução no entendimento do indivíduo:
Equilíbrio organizacional
É uma teoria que diz respeito a relação das Pessoas com a Or- A análise do comportamento humano garante muitos bene-
ganização e vice-e-versa; ou seja, a Organização e seus colabora- fícios à organização no geral. Como por exemplo reter talentos e
dores, seus clientes, ou fornecedores = Pessoas. Em meio a essa promover engajamento e sinergia entre os públicos alvo.
relação, a Organização entrega incentivos (produtos, serviços, sa- Garantir benefícios e um ambiente de trabalho harmônico que
lários) e recebem contribuições (pagamentos, matérias-primas e encoraje a motivação é responsabilidade da organização, assim
mão de obra) estabelecendo assim uma balança, pela necessidade como, a cocriação e o engajamento. Aplicando ações referente à

248
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

essa área de conhecimento fica claro para os colaboradores que Além disso, todos esses processos são desenhados de acordo
a organização visa desenvolver cada indivíduo da forma mais ade- com as exigências das influências ambientais externas e das influên-
quada possível. cias organizacionais internas para obter a melhor compatibilização
Os agentes que influem no resultado satisfatório de um com- entre si. Ele deve funcionar como um sistema aberto e interativo.
portamento organizacional são diversos:

Motivação
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS,
É um fator dos principais que cooperam para atingir grandes
PATRIMONIAIS E LOGÍSTICA: COMPRAS E ESTOQUES
resultados e, assim, uma boa rentabilidade para a organização.
Uma equipe motivada se dedica mais e tem maior facilidade em ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
entregar a demandas segundo a qualidade esperada ou até acima. Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de
Nesse ponto, para obter sucesso é indispensável que o RH (Re- forma efetiva, riqueza.
cursos Humanos) e os líderes tenham sinergia. Atentando-se aos
pontos vulneráveis que podem ser corrigidos com métodos e capa- Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que planeja,
citações. Já os pontos fortes podem ser desenvolvidos de modo a executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, o
se tornarem efetivamente crescentes. fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e comprar
Não se trata apenas de ações pontuais, as atividades precisam até a entrega do produto terminado para o cliente.
ser bem planejadas. É importante ter em mente que a continuida- É um sistema integrado com a finalidade de prover à administração,
de traz resultados a curto, médio e longo prazo. Se torna crucial de forma contínua, recursos, equipamentos e informações essenciais
o comprometimento com a gestão correta para que se alcance o para a execução de todas as atividades da Organização.
desenvolvimento de pessoas.
Evolução da Administração de Recursos Materiais e
Liderança Patrimoniais
É responsável pelo desafiador papel de gerir e conduzir pesso- A evolução da Administração de Materiais processou-se em
as à resultados satisfatórios. Nesse papel, as organizações conside- várias fases:
ram de extrema importância colocar um indivíduo de excelência, - A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da
pois cada área necessita de talentos adequados. empresa, pois comprar era a essência do negócio;
Administrar a equipe sinergicamente, alcançando metas, cum- - Atividades de compras como apoio às atividades produtivas
prindo prazos, motivando e inspirando cada indivíduo a entregar se, portanto, integradas à área de produção;
cada vez melhor seu trabalho é função de um bom líder. Para tanto - Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando
o comprometimento, planejamento, empatia e inteligência emo- com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos
cional, geram e mantêm bons relacionamentos interpessoais. acabados, em uma organização independente da área produtiva;
- Agregação à área logística das atividades de suporte à área
Desempenho de marketing.
É o resultado de uma liderança efetiva e equipe motivada. O
RH (Recursos Humanos) junto aos líderes de cada área, se torna Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente
responsável por desenvolver, medir, avaliar regularmente esse de- de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a
sempenho, estimulando a melhoria contínua. As ferramentas para Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
essa avaliação são: feedbacks periódicos, que promovem a auto manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-
avaliação, análise crítica de cada área e da organização no geral. O prima, porém não haja excedentes.
plano de carreira que considera evolução de cargos e salários tem Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas
esse processo como primeiro passo. fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de
produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administração
Os Processos de Gestão de Pessoas de Materiais tem como função principal o controle de produção e
A Gestão de Pessoas é um conjunto integrado de processos di- estoque, como também a distribuição dos mesmos.
nâmicos e interativos. Os seis processos básicos de Gestão de Pes-
soas são os seguintes: As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e
Patrimoniais
1. Processos de agregar pessoas; 1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.
2. Processos de aplicar pessoas; 2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar
3. Processos de recompensar pessoas; outras áreas da Organização. Busca pela eficácia.
4. Processos de desenvolver pessoas; 3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender
5. Processos de manter pessoas; bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade.
6. Processos de monitorar pessoas.
Visão Operacional e Visão Estratégica
Todos esses processos estão bastante relacionados entre si, de Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a
tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. atividades específicas. Melhorar algo que já existe.
Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando
bem ou mal utilizado.

249
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de Menor Preço


um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em
de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de posição da concorrência no mercado, proporcionando à empresa
maneira interrelacional. um lucro maior.
Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor
era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações Condições de pagamento
dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha
recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da maior flexibilidade na transformação ou venda do produto.
Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar
investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos Diferença Básica entre Administração de Materiais e
não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos Administração Patrimonial
invernos como, também, fazê-los em Paris. A diferença básica entre Administração de Materiais e
Historicamente, a administração de recursos materiais e Administração Patrimonial é que a primeira se tem por produto
patrimoniais tem seu foco na eficiência de processos – visão final a distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é
operacional. Hoje em dia, a administração de materiais passa a responsável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto
ser chamada de área de logística dentro das Organizações devido final é a conservação e manutenção de bens.
à ênfase na melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de
produtores e consumidores, de forma a obter o melhor nível de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma
rentabilidade para a organização e maior satisfação dos clientes. centralizada ou não, destinadas a suprir as diversas unidades,
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão com os materiais necessários ao desempenho normal das
Estratégica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO respectivas atribuições. Tais atividades abrangem desde o circuito
e não baseado na melhor no que já existe. A partir da visão de reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, a
estratégica a Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos aos
passa ser conhecida por LOGISTICA. órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de
estoques etc.
Sendo assim: A Administração de Materiais destina-se a dotar a
administração dos meios necessários ao suprimento de materiais
VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA imprescindíveis ao funcionamento da organização, no tempo
oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e
EFICIENCIA EFETIVIDADE pelo menor custo.
ESPECIFICA SISTEMICA A oportunidade, no momento certo para o suprimento de
materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do
QUANTITATIVA E momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima
QUANTITATIVA
QUALTAITIVA das necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a
MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO providência do suprimento após esse momento poderá levar
a falta do material necessário ao atendimento de determinada
QUANTO QUANDO
necessidade da administração.
São tarefas da Administração de Materiais:
Princípios da Administração de Recursos Materiais e - Controle da produção;
Patrimoniais - Controle de estoque;
- Qualidade do material; - Compras;
- Quantidade necessária; - Recepção;
- Prazo de entrega - Inspeção das entradas;
- Preço; - Armazenamento;
- Condições de pagamento. - Movimentação;
- Inspeção de saída
Qualidade do Material - Distribuição.
O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua
aceitação dentro e fora da empresa (mercado). Sem o estoque de certas quantidades de materiais que
atendam regularmente às necessidades dos vários setores da
Quantidade organização, não se pode garantir um bom funcionamento e um
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades padrão de atendimento desejável. Estes materiais, necessários à
da produção e estoque, evitando a falta de material para o manutenção, aos serviços administrativos e à produção de bens e
abastecimento geral da empresa bem como o excesso em estoque. serviços, formam grupos ou classes que comumente constituem
a classificação de materiais. Estes grupos recebem denominação
Prazo de Entrega de acordo com o serviço a que se destinam (manutenção, limpeza,
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor etc.), ou à natureza dos materiais que neles são relacionados
atendimento aos consumidores e evitar falta do material. (tintas, ferragens, etc.), ou do tipo de demanda, estocagem, etc.

250
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Classificação de Materiais Codificação


Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma, É a apresentação de cada item através de um código, com
dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar as informações necessárias e suficientes, por meio de números
confusão, ou seja, um produto não poderá ser classificado de e/ou letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais
modo que seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. armazenados no estoque, quando a quantidade de itens é muito
A classificação, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero grande. Em função de uma boa classificação do material, poderemos
de material ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos partir para a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as
químicos poderão estragar produtos alimentícios se estiverem informações necessárias, suficientes e desejadas por meios de
próximos entre si. Classificar material, em outras palavras, significa números e/ou letras. Os sistemas de codificação mais comumente
ordená-lo segundo critérios adotados, agrupando-o de acordo com usados são: o alfabético (procurando aprimorar o sistema de
a semelhança, sem, contudo, causar confusão ou dispersão no codificação, passou-se a adotar de uma ou mais letras o código
espaço e alteração na qualidade. numérico), alfanumérico e numérico, também chamado “decimal”.
O objetivo da classificação de materiais é definir uma A escolha do sistema utilizado deve estar voltada para obtenção
catalogação, simplificação, especificação, normalização, de uma codificação clara e precisa, que não gere confusão e evite
padronização e codificação de todos os materiais componentes do interpretações duvidosas a respeito do material. Este processo
estoque da empresa. ficou conhecido como “código alfabético”. Entre as inúmeras
O sistema de classificação é primordial para qualquer vantagens da codificação está a de afastar todos os elementos de
Departamento de Materiais, pois sem ele não poderia existir confusão que porventura se apresentarem na pronta identificação
um controle eficiente dos estoques, armazenagem adequada e de um material.
funcionamento correto do almoxarifado. O sistema classificatório permite identificar e decidir prioridades
referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de
O princípio da classificação de materiais está relacionado à: estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento
da empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos
Catalogação materiais.
A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas
de materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um características: ser abrangente, flexível e prático.
conjunto de dados relativos aos itens identificados, codificados e - Abrangência: deve tratar de um conjunto de características,
cadastrados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas em vez de reunir apenas materiais para serem classificados;
da empresa. - Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande tipos de classificação de modo que se obtenha ampla visão do
diversidade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no gerenciamento do estoque;
caso de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha- - Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.
se a simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao
simplificarmos um material, favorecemos sua normalização, Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária
reduzimos as despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, uma divisão que norteie os vários tipos de classificação.
cadernos com capa, número de folhas e formato idênticos Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de
contribuem para que haja a normalização. materiais.
Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário
irá fornecer todos os dados (tipo de capa, número de folhas e Para o autor Viana os principais tipos de classificação são:
formato), o que facilitará sobremaneira não somente sua aquisição, - Por tipo de demanda
como também o desempenho daqueles que se servem do material, - Materiais críticos
pois a não simplificação (padronização) pode confundir o usuário - Pericibilidade
do material, se este um dia apresentar uma forma e outro dia outra - Quanto à periculosidade
forma de maneira totalmente diferente. - Possibilidade de fazer ou comprar
- Tipos de estocagem
Especificação - Dificuldade de aquisição
Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do - Mercado fornecedor.
material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor - Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda
entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de se divide em materiais não de estoque e materiais de estoque.
material a ser requisitado. Materiais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível
para os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento.
Normalização Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência
A normalização se ocupa da maneira pela qual devem de regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais
ser utilizados os materiais em suas diversas finalidades e da somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em
padronização e identificação do material, de modo que o usuário que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição
possa requisitar e o estoquista possa atender os itens utilizando a quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se
mesma terminologia. A normalização é aplicada também no caso forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no
de peso, medida e formato. estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são materiais
que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para que
não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimento

251
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser


automático, com base na demanda prevista e na importância para
a empresa.

Os materiais de estoque se subdividem ainda;


Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que
compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e
insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo
produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
como materiais em processamento que estão sendo processados
ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque porque
já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque
ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos
já prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é
manutenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes,
materiais não incorporados ao produto no processo produtivo desnecessária. É conveniente que os itens mais importantes,
da empresa. Materiais de consumo geral: materiais de consumo, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos
aplicados em diversos setores da empresa. importantes. Assim, economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o
Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia processo em 6 etapas a seguir:
na gestão de estoque é necessário que se separe de forma 1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques
clara, aquilo que é essencial do que é secundário em termos de pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para
valor de consumo. Para fazer essa separação nós contamos com cada um deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo
uma ferramenta chamada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up,
determina a importância dos materiais em função do valor expresso etc.
pelo próprio consumo em determinado período. Curva ABC é um 2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são:
importante instrumento para se examinar estoques, permitindo a quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com
identificação daqueles itens que justificam atenção e tratamento esses dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a
adequados quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, quantidade pelo custo unitário.
em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do 3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é
consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
paraque eles possam ser classificados em ordem decrescente de 4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados
importância. foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total
Os materiais são classificados em: acumulado e os percentuais do custo total acumulado de cada item
- Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser em relação ao total.
trabalhados com uma atenção especial pela administração. Os 5º) Construir a curva ABC
dados aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor
monetário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são
valores são orientativos e não são regra). distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do
- Classe B: São os itens intermediários que deverão ser custo total acumulado.
tratados logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe
A; são os segundos em importância. Os dados aqui classificados
correspondem em média, a 15% do valor monetário total do
estoque e no máximo 30% dos itens estudados (esses valores são
orientadores e não são regra).

- Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos


de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de
gerarem custo de manter estoque. Deverão ser tratados, somente,
após todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral,
somente 5% do valor monetário total representam esta classe,
porém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores
são orientadores e não são regra).

Metodologia de cálculo da curva ABC


A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques,
para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de
prioridades, para a programação da produção.

252
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C
(sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais
rentável para a empresa do nosso exemplo.

Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter
o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.

Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem
colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais
classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em
curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas,
ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode ser
adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente?

Ainda em relação aos tipos de materiais temos;


- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base
o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando,
portanto, sujeitos ao controle de obsolescência.
A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínimo.
Os materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material importado,
único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil obtenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais de valor
elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais perecíveis,
de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu uso; Críticos por
razões de segurança de materiais de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção.

- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades físico-
químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classificação; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado em um
período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos
períodos. Ex. alimentos, remédios;

- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite a identificação de materiais que devido a suas características físico-
químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis.

253
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa 1a fase - Entrada de Materiais


determinar quais os materiais que poderão ser recondicionados, A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria
fabricados internamente ou comprados: da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem
- Fazer internamente: fabricados na empresa; os seguintes objetivos:
- Comprar: adquiridos no mercado; - A recepção dos veículos transportadores;
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; - A triagem da documentação suporte do recebimento;
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a - Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise,
análise de custos. está autorizada pela empresa;
- Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em contratual;
materiais de estocagem permanente e temporária. - Constatação se o número do documento de compra consta
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis na nota fiscal;
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. - Cadastramento no sistema das informações referentes
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem a compras autorizadas, para as quais se inicia o processo de
ressuprimento, ou seja, é um material não de estoque. recebimento;
- O encaminhamento desses veículos para a descarga;
- Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser
classificados por suas dificuldades de compra em materiais de difícil As compras não autorizadas ou em desacordo com a
aquisição e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem programação de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se
advir de: Fabricação especial: envolve encomendas especiais com os motivos no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve
cronograma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca para as operações de análise de avarias e conferência de volumes
oferta no mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; é o “Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é
Sazonalidade: há alteração da oferta do material em determinados emitido quando do recebimento da mercadoria a ser transportada.
períodos do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência As divergências e irregularidades insanáveis constatadas
de um único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte em relação às condições de contrato devem motivar a recusa do
especial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves recebimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as
burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos. circunstâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos
do transportador. O exame para constatação das avarias é feito
- Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente através da análise da disposição das cargas, da observação
ligada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do das embalagens, quanto a evidências de quebras, umidade e
mercado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais amassados.
do mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem
Materiais em processo de nacionalização: materiais aos quais estão ser encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do
desenvolvendo fornecedores nacionais. material no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência
de volumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos
Recebimento e Armazenagem registros e controles de compra. Para a descarga do veículo
Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de transportador é necessária a utilização de equipamentos especiais,
compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade quais sejam: paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes.
a conferência dos materiais destinados à empresa. O cadastramento dos dados necessários ao registro do
As atribuições básicas do Recebimento são: recebimento do material compreende a atualização dos seguintes
- Coordenar e controlar as atividades de recebimento e sistemas:
devolução de materiais; - Sistema de Administração de Materiais e gestão de estoques:
- Analisar a documentação recebida, verificando se a compra dados necessários à entrada dos materiais em estoque, visando ao
está autorizada; seu controle;
- Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto - Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de
de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos; pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da
- Proceder a conferência visual, verificando as condições de posição de fornecedores;
embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, - Sistema de Compras : dados necessários à atualização de
se for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos saldos e baixa dos processos de compras;
documentos;
- Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos 2a fase - Conferência Quantitativa
materiais recebidos; É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo
- Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso; fornecedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida.
- Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da A conferência por acusação também conhecida como “contagem
liberação de pagamento ao fornecedor; cega “ é aquela no qual o conferente aponta a quantidade
- Liberar o material desembaraçado para estoque no recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor.
almoxarifado; A confrontação do recebido versus faturado é efetuada a posteriori
por meio do Regularizador que analisa as distorções e providencia
A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir a recontagem.
a função em quatro fases:

254
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes 4a fase - Regularização


podem ser contados utilizando os seguintes métodos: Caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento,
- Manual: para o caso de pequenas quantidades; pela confirmação da conferência qualitativa e quantitativa,
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens respectivamente por meio do laudo de inspeção técnica e pela
padronizadas com grandes quantidades; confrontação das quantidades conferidas versus faturadas.
O processo de Regularização poderá dar origem a uma das
- Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que seguintes situações:
envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos,
porcas, arruelas; 1. liberação de pagamento ao fornecedor (material recebido
- Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesagem sem ressalvas);
pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias; 2. liberação parcial de pagamento ao fornecedor;
- Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas; 3. devolução de material ao fornecedor;
4. reclamação de falta ao fornecedor;
3a fase - Conferência Qualitativa 5. entrada do material no estoque;
Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina.
A análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio Documentos envolvidos na Regularização:
da confrontação das condições contratadas na Autorização de Os procedimentos de Regularização, visando à confrontação
Fornecimento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, dos dados, objetivando recontagem e aceite ou não de quantidades
visa garantir o recebimento adequado do material contratado pelo remetidas em excesso pelo fornecedor, envolvem os seguintes
exame dos seguintes itens: documentos:
- Características dimensionais; 1. nota Fiscal;
- Características específicas; 2. conhecimento de transporte rodoviário de carga;
- Restrições de especificação; 3. documento de contagem efetuada;
4. relatório técnico da inspeção;
Modalidades de Inspeção De Materiais 5. especificação de compra;
São selecionadas a depender do tipo de material que se está 6. catálogos técnicos;
adquirindo, quais sejam: 7. desenhos;
1. Acompanhamento durante a fabricação: torna-se
conveniente acompanhar in loco todas as fases de produção, por Devolução ao Fornecedor
questão de segurança operacional; O material em excesso ou com defeito será devolvido ao
2. Inspeção do produto acabado no fornecedor: por interesse Fornecedor, dentro de um prazo de 10 dias a contar da data do
do comprador, a inspeção do P. A. será feita em cada fornecedor; recebimento, acompanhado da Nota Fiscal de Devolução, emitida
3. Inspeção por ocasião do fornecimento: a inspeção será feita pela empresa compradora.
pôr ocasião dos respectivos recebimentos.
ARMAZENAGEM
Documentos Utilizados no Processo De Inspeção: A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções
1. especificação de compra do material e alternativas que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e
aprovadas; conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi –
2. desenhos e catálogos técnicos; acabados.
3. padrão de inspeção, instrumento que norteia os parâmetros Este processo envolve mercadorias, e apenas produz
que o inspetor deve seguir para auxiliá-lo a decidir pela recusa ou resultados quando é realizado uma operação com o objetivo de
aceitação do material. lhe acrescentar valor. A armazenagem pode ser definida como o
compromisso entre os custos e a melhor solução para as empresas.
Seleção do Tipo de Inspeção Na prática isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que
A depender da quantidade, a inspeção pode ser total ou por influenciam os custos de armazenagem, bem como a importância
amostragem, utilizando-se de conceitos estatísticos. relativa dos mesmos.
A análise visual tem por finalidade verificar o acabamento do A função de armazenamento de material é agir com maior
material, possíveis defeitos, danos à pintura, amassamentos. agilidade entre suprimento e as necessidades de produção.
A análise dimensional tem por objetivo verificar as dimensões O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das
dos materiais, tais como largura, comprimento, altura, espessura, operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não
diâmetros. se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
Os ensaios específicos para materiais mecânicos e quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou
elétricos comprovam a qualidade, a resistência mecânica, o transporte.
balanceamento e o desempenho de materiais e/ou equipamentos.
Testes não destrutivos de ultrassom, radiografia, líquido As atividades que compõem a armazenagem são:
penetrante, dureza, rugosidade, hidráulicos, pneumáticos também - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
podem ser realizados a depender do tipo de material. identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.

255
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda Armazenagem por frequência


do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque O controle através da ficha técnica permite determinar o local onde
de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais o material deverá ser colocado, consoante a frequência com que este
auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e é movimentado. A ficha técnica também consegue verificar o tamanho
estoques de materiais administrativos. das estantes, de modo a racionalizar o aproveitamento do espaço.
- Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem, Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote
a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu diário
destino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de
fiscal de saída para que haja controle do estoque. pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia-
Tipos de armazenagem: a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de
A armanezagem temporária tem como função conseguir materiais.
uma forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a Armazenagem por setores de montagem
colocação de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas
Já a armazenagem permanente tem um local pré-definido para num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção
o depósito de materiais, assim o fluxo do material determina a por família de peças. Este critério conduz à organização das peças
disposição do armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, por prioridades dentro de cada grupo.
assim, garantindo a organização do mesmo.
A mecanização dos processos de armazenagem fará com
Vantagens da armazenagem: que o critério do percurso mais breve e de menor frequência seja
A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode trazer implementado na elaboração de novas técnicas de armazenagem
muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de custos.
- Redução dos custos de movimentação bem como das Tipos de Armazenagem
existências;
- Facilidade na fiscalização do processo; Armazenagem temporária
- Redução de perdas e inutilidades. Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a
- Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores; conseguir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados
- Agiliza o processo de entrega; para uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força
- Compensa defasagens de produção da gravidade joga a favor.
- Melhor aproveitamento do espaço;
Armazenagem permanente
Desvantagens da armazenagem: É um processo predefinido num local destinado ao depósito
Algumas desvantagens segundo: de matérias.
- Imobilização de capital; O fluxo de material determina:
- A armazenagem requer serviços administrativos de controles - A disposição do armazém - critério de armazenagem;
e gerenciamento; - A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém;
- A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser - Os acessórios do armazém;
respeitados; - A organização da armazenagem.
- Um armazém de grande porte requer máquinas com
tecnologia. Armazenagem interior/exterior
A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem
Armazenagem em função das prioridades a nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de
Não existe nenhuma norma que regule o modo como os ferragens e essencialmente material pesado.
materiais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão
depende de vários fatores. Senão veja-se: Armazenagem em função dos materiais
Armazenagem por agrupamento: A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais
Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo
de materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. importante classificá-los.
É o caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e
se atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, cereais;
identificando-os com a divisão da estante respectiva . - Armazém para granel: A armazenagem deste material deve
ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte
Armazenagem por tamanho, peso e característica do material. deste tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades
Neste critério o talão de saída deve conter a informação deste material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de
relativa ao setor do armazém onde o material se encontra. Este grandes dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões,
critério permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas latas e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
exige um controlo rigoroso de todas as movimentações. - Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida
congelada, etc;
- Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos
domésticos e mobiliário;

256
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O Estudo do layout


principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do
armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher layout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as
o veiculo por completo. seguintes condições:
- Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de 1. Máxima utilização do espaço;
precaução, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos 2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e
a altas pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem equipamentos);
de garrafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de 3. Pronto acesso a todos os itens;
transporte são por norma de grandes dimensões. 4. Máxima proteção aos itens estocados;
5. Boa organização;
Critérios de Armazenagem 6. Satisfação das necessidades dos clientes.
Dependendo das características do material, a armazenagem
pode dar-se em função dos seguintes parâmetros: No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os
- Fragilidade; seguintes aspectos:
- Combustibilidade; 1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande
- Volatilização; peso e volume);
- Oxidação; 2. Corredores (facilidades de acesso);
- Explosividade; 3. Portas de acesso (altura, largura);
- Intoxicação; 4. Prateleiras e estruturas (altura x peso);
- Radiação; 5. Piso (resistência).
- Corrosão;
- Inflamabilidade; Distribuição De Materiais
- Volume;
- Peso; O processo de distribuição: conceitos e estratégias
- Forma. Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a
necessidade que esse produto chegue até o cliente da melhor
Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras forma possível, seja esse um produto de consumo ou industrial.
taxativas que regulem o modo como os materiais devem ser Nesse sentido, é necessário identificar adequadamente os meios
dispostos no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em para distribuir o produto, para que esse chegue ao cliente certo, na
conjunto, os parâmetros citados anteriormente, para depois quantidade certa e no momento certo.
decidir pelo tipo de arranjo físico mais conveniente, selecionando a Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse
alternativa que melhor atenda ao fluxo de materiais: não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portanto,
a) armazenagem por tamanho: esse critério permite bom o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de sua
aproveitamento do espaço; disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O
b) armazenamento por frequência: esse critério implica cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a,
armazenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um
tenham maior frequência de movimento; dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema
c) armazenagem especial, onde destacam-se: e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de
d) os ambientes climatizados; Distribuição.
e) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas
normas de segurança; Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição
f) os produtos perecíveis (método FIFO) e distribuição física
1. Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, - Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de
muitos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o organizações interdependentes envolvidas na disponibilização de
que diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que um produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa
necessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados forma, entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de
nos pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”, organizações que executam as funções necessárias para deslocar
peças fundidas e chapas metálicas. os produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os
2. Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do intermediários que são as organizações que constituem o canal de
almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os
dispensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor produtores e os clientes finais.
custo. - Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos
para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos,
Independentemente do critério ou método de armazenamento de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se
adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embalagens ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo
em geral. de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem,
transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos
sistemas e equipamentos necessários para essas funções.

257
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

INTERMEDIÁRIOS - Determinar as características dos clientes (segmentação), em


Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais termos de números de clientes, dispersão geográfica, frequência
intermediários atuantes em um canal de distribuição: de compra, etc.
- Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é - Determinar as características dos produtos quanto à
realizar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final. perecibilidade, dimensões, grau de padronização e necessidades
Ex.: Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc. dos clientes.
- Atacadista: intermediário que compra e revende - Determinar as características dos intermediários, quanto
mercadorias para os varejistas e a outros comerciantes e/ ao tipo de transporte, sistema de equipamentos e armazenagem
ou para estabelecimentos industriais, institucionais e usuários utilizado, sistemas de TI, etc.
comerciantes, mas que não vende em pequenas quantidades para - Diagnosticar as características ambientais quanto às condições
clientes finais. Ex.: Martins, Atacadão locais, legislação, etc.
- Avaliar as características das empresas envolvidas quanto
- Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o solidez financeira, composto de produtos (bens e serviços), nível de
Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além serviço, estratégias de marketing, etc.
da venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
geográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender demandas FabricanteCliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL ZERO) - é
mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos o canal de distribuição mais simples e direto do fabricante até o
agrícolas em uma determinada região. usuário final, sendo também o mais comum no cenário empresarial.
- Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de Quando essse canal de distribuição é usado em mercados de
curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma consumo, pode assumir duas formas. A primeira é a Venda Direta
linha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem que envolve contatos de vendas pessoais entre o comprador e o
trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única vendedor, como aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas
empresa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares (feiras), processo Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marketing
de empresas diferentes (agentes não exclusivos). Direto, o qual abrange uma comunicação direta entre o comprador e o
vendedor, conforme ocorre nas vendas por meio de catálogos ou mala
IMPORTÂNCIA DOS INTERMÉDIARIOS direta. Pode-se considerar que os canais diretos são mais importantes
Pode-se identificar diversos aspectos que justificam a no mercado empresarial (B2B), onde a maior parte dos equipamentos,
importância dos intermediários no canal de distribuição, dentre peças e matéria-prima são vendidas por meio de contatos diretos entre
esses destacam-se: vendedores e compradores. Esse canal é requisitado quando o fabricante
- Aumento da eficiência do processo de distribuição, pois não prefere não utilizar os intermediários disponíveis no mercado, optando
seria eficiente para um fabricante ou produtor buscar atender pela força de venda própria e providenciando a movimentação física dos
clientes individualmente; produtos até o cliente final. O mesmo oferece às empresas a vantagem
- Transformação das transações em processos repetitivos de maior controle das funções de Marketing a serem desempenhadas,
e rotineiros, simplificando atividades e os processos de pedido, sem a necessidade de motivar intermediários e depender de resultados
pagamento, etc. de terceiros. Uma das desvantagens é a exigência de maiores
- Facilitação do processo de busca de produtos, ampliando o investimentos, uma vez que as funções mercadológicas são assumidas.
acesso dos clientes a uma gama maior de produtos.
FabricanteVarejistaCliente Final (NÍVEL UM) - é um dos canais
FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha, como
As funções objetivam tornar o canal de distribuição mais alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso, o
efetivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em três categorias: fabricante transfere ao intermediário grande parte das funções
Transacionais: compreendem a compra, a venda dos produtos, mercadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas
bem como assumir os riscos comerciais envolvidos no processo; Bahia, Supermercado Extra, etc.
Facilitação: relacionam-se com o financiamento de crédito,
o controle de produtos (inspecionar e classificar produtos), bem FabricanteAtacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse
como a coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando
os processos de compra e venda. Produtores e intermediários a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de
podem trabalhar juntos para criar valor para seus clientes por meio clientes (ampliar capilaridade).
de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva
condições do mercado, focando atingir as reais necessidades dos pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamento,
clientes; transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicionais para
Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação de alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc.
produtos em quantidades que os tornem fáceis de comprar.
FabricanteAgente(Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL
DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função
Para se projetar um canal de distribuição é necessário avaliar de reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um
alguns atributos: intermediário que não compra produtos, apenas representa o
Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a serem fabricante ou o atacadista (aqueles que realmente compram os
trabalhados. bens) na busca de mercados à produção dos fabricantes ou na
localização de fontes de suprimento para esses fabricantes.

258
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços Fontes de Poder no canal


para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são
que a distribuição de bens tangíveis, em função das características exercidos no canal:
dos serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos - Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um
preocupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A
e, normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas.
contínua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais - Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o
entre produtores e usuários de serviços. exercício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes
Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de em relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se
serviços também há a possibilidade da utilização de agentes, os submeta às tentativas de influência do primeiro.
quais nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos - Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro
mais comuns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo (contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de
de investimentos, agentes de viagem, etc. influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência.
GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
- Informacional: origina-se pela posse de um membro de
Conflitos no Canal informações valorizadas por outros membros do canal.
Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social - Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um
dos relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de membro detem em relação a outro membro.
distribuição, o conflito surge quando um membro do canal crê que
outro membro esteja impedindo a realização de seus objetivos Liderança do canal
específicos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de cooperação
conflito entre os membros do canal: entre os membros do canal, essas características podem resultar no
- Incongruência de papéis entre os membros; surgimento de membros que, devido a fatores como, alto poder de
- Escassez de recursos e discordância na sua alocação; barganha, poder legítimo, poder de informação, tornam-se líderes
- Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos do canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram um padrão
ambientais; consistente de condições que determinam o surgimento de uma
- Diferenças de expectativas em relação ao comportamento liderança no canal: o líder do canal tende emergir quando o canal
esperado dos outros membros; de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles onde
- Discordância no domínio da decisão; a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a incerteza é
- Incompatibilidade de metas específicas dos membros; elevada.
- Dificuldades de comunicação.
Construindo a confiança no canal
Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos Muitos canais estão rumando para a construção da confiança
canal de distribuição: mútua como base para o sucesso das relações entre os membros
- O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros
membros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus reconheçam sua interdependência e saibam compartilhar processos
Atacadistas ou Varejistas. Quando um fabricante vende seus e informações.
produtos diretamente aos clientes via internet, poderá gerar algum
tipo de conflito vertical entre esse e seus varejistas. ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO
- O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de
entre membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus distribuição:
Atacadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa - Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produto
franquia competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem disponível no maior número de estabelecimentos de uma região,
ocorrer, devido as diferenças quanto aos limites de território ou em visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de venda.
termos dos preços praticados. Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra são
- Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem
fabricante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem conveniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva,
para o mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de os clientes podem encontrar os produtos no maior número de
representantes. locais possíveis.
- Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato
Poder no canal do fabricante vender produtos por meio de mais de um dos
Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de intermediários disponíveis em uma região, mas não em todos.
influenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro. Sendo assim, os intermediários escolhidos são considerados
Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou osmelhores para vender os produtos com base em sua localização,
até modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. reputação, clientela e outros pontos fortes. A distribuição seletiva
De uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à é empregada quando osclientes buscam produtos de compra
capacidade de um membro particular do canal de controlar ou comparada. Cabe ainda destacar que, nesse caso, havendo menos
influenciar o comportamento de outro(s) membro(s) do canal. “parceiros” de canal, torna-se possível desenvolver relacionamentos

259
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mais estreitos com cada um desses, permitindo que o fabricante - Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos
obtenha boa cobertura do mercado com mais controle e menos custos de abastecimento são compatíveis,
custos, comparado com a distribuição intensiva. - Se a frequência de compras dos clientes, o número e o
- Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende tamanho dos pedidos justificam o esforço distributivo,
seus produtos por meio de um único intermediário em uma - Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases
determinada região, onde esserecebe o direito exclusivo de compatíveis com o mercado,
distribuir tais produtos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando - Se os métodos de armazenagem e os seus custos são
um determinado produto requer um esforço especializado de justificáveis com os resultados operacionais gerados,
venda ou investimentos em estoques e instalações específicas. - Se os métodos de transporte adotados são adequados,
A distribuição exclusiva é oposta à distribuição intensiva, sendo
mais adequada à medida em que se deseja operar apenas com Em conformidade com o potencial do mercado, é importante
“parceiros” exclusivos de canal que possam apoiar ou servir o analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o
produto de forma adequada, ou seja, enfatizando uma determinada tipo de sistema de distribuição adotado é adequado.
imagem que possa caraterizar luxo ou exclusividade.
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de A distribuição física de produtos ou distribuição física são os
distribuição depende essencialmente de cada organização, da processos operacionais e decontrole que permitem transferir
forma com que ela compete no mercado e da estrutura geral da os produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a
cadeia de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores mercadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994).
gerais, comum na maioria deles: Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos,
- Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço
identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar desejado, pelo menor custo possível.
disponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo A distribuição física tem, como foco principal, todos os
correto; produtos que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o
- Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob instante em que a produção é terminada até o momento em que o
enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que cliente recebe a mercadoria (produto).
possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas; Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do
- Promover cooperação entre os participantes da cadeia consumidor.
de suprimentos, principalmente relacionada aos fatores mais “Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma
significativos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes instituição que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos
mínimos dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos desejam que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que
especiais de acondicionamentos em embalagens, condições de estes não sejam financeiros.
descarga, restrições de tempo de espera, etc. Uma boa distribuição, associada a um produto de boa
- Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos qualidade, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com
parceiros da cadeia de suprimentos; que os produtos sejam disponibilizados a seus consumidores, de
- Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os modo que estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas
parceiros; e prateleiras, o produto passa a fazer parte de uma gama de produtos
- Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando concorrentes que podem ser comprados ou não.
em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de
na sua totalidade. compra é estar disponível nas prateleiras.
Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do
Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções produto, podem variar entre produtos concorrentes, mas a
básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply distribuição é uma condição obrigatória para todas as empresas
chain management: que querem vender seus produtos.
- Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos Se o produto não está disponível na prateleira, independente
necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não
mercadorias; poderá ser comprado.
- Satisfação da demanda – é necessário comercializar os Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com
serviços ou mercadorias para satisfazer a demanda; uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível,
- Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços mas não disponível no mercado.
ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma
- Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informações instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica
ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se também interfere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração
os consumidores que disponibilizam um retorno importante tanto de uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser
para os fabricantes quanto para os varejistas. seguida pelos demais níveis hierárquicos.
A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a
Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer
podem ser levantadas as seguintes questões: com que os projetos sejam cumpridos e executados.
- Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris Para um melhor entendimento, seguem os níveis da
atendem às necessidades de mercado, administração da distribuição física.

260
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Estratégico; - Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final,


• Tático; necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da
• Operacional. mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato).

a. Nível Estratégico VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE


Neste nível, a alta administração da empresa decide o modo
que deve ter a configuração do sistema de distribuição. Podem ser Transporte Rodoviário
relacionadas às seguintes preocupações: É aquele que se realiza em estradas, com utilização de
• Localização dos armazéns; caminhões e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no
• Seleção dos modais de transportes; Brasil, apesar do custo operacional e do alto consumo de óleo
• Sistema de processamento de pedidos etc. diesel.

b. Nível Tático Vantagens Desvantagens


É o nível em que a média gerência da empresa estará envolvida
em utilizar seus recursos da melhor e maior forma possível. Suas Capacidade de tráfego
Menor capacidade de cargas
preocupações são: por qualquer rodovia
entre todos os modais;
• Ociosidade do equipamento de transmissão de pedidos ser (flexibilidade operacional)
a mínima; Usado em qualquer tipo de
• Ocupação otimizada da área de armazéns; Alto custo de operação
carga.
• Otimização dos meios de transportes, sempre em níveis
máximos possíveis à carga etc. Agilidade no transporte e no Alto risco de roubo/Frota
acesso às cargas antiga- acidentes
c. Nível Operacional Vias com gargalos gerando
É o nível em que a supervisão garante a execução das tarefas Não necessita de
gastos extras e maior tempo
diárias para assegurar que os produtos se movimentem pelo canal entrepostos especializados
para entrega.
de distribuição até o último cliente. Podem ser citadas:
Amplamente disponível Alto grau de poluição
• Carregar caminhões;
• Embalar produtos; Fácil contratação e
Alto valor de transporte.
• Manter registros dos níveis de inventário etc. gerenciamento.
Adequado para curtas e Menos competitivo à longa
MODALIDADES DE TRANSPORTE médias distâncias distância;
O transporte de mercadorias é parte fundamental do
comércio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis,
até o cliente final é o que define a satisfação do comprador e a mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400
possibilidade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais,
– meio de transporte – que atenda às expectativas do comprador. quando o tempo de trânsito for valor agregado.
Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos
logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na Transporte Ferroviário
qualidade dos serviços logísticos, impactando diretamente no Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas
tempo de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos. férreas, para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias
transportadas neste modal são de baixo valor agregado e
Qual o melhor modal? em grandes quantidades como: minério, produtos agrícolas,
São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário, fertilizantes, carvão, derivados de petróleo, etc.
aquaviário, aéreo e dutoviário.
Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas
vantagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de Vantagens Desvantagens
escolha e esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos Grande capacidade de
e características do serviço. cargas Alto custo de implantação

O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Baixo custo de transporte Transporte lento devido às suas
classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em: (Inexistência de pedágios) operações de carga e descarga
- Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário); Adequado para longas Pouca flexibilidade de
- Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário distâncias equipamentos.
e Ferroviário);
Baixíssimo nível de
- Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido
acidentes. Malha ferroviária insuficiente.
por um único contrato;
- Segmentados: envolve diversos contratos para diversos Alta eficiência energética. Malha ferroviária sucateada
modais; Melhores condições de Necessita de entrepostos
segurança da carga. especializados.

261
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Menor flexibilidade no trajeto Transporte Aéreo


Menor poluição do meio (nem sempre chega ao destino O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e
ambiente final, dependendo de outros pode ser dividido em Nacional e Internacional.
modais.)
Vantagens Desvantagens
Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes Menor capacidade de carga
de cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) / Trajetos É o transporte mais rápido
(Limite de volume e peso|)
exclusivos (não há vias para outros modais)
Não necessita embalagem Valor do frete mais elevado
Transporte Aquaviário mais reforçada (manuseio mais em relação aos outros
Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto o cuidadoso); modais
transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os mares Os aeroportos normalmente
abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transporte Depende de terminais de
estão localizados mais próximos
mais utilizado no comércio internacional. acesso
aos centros de produção.
Transporte de grandes
Vantagens Desvantagens distâncias.
Necessidade de transbordo Seguro de transporte é muito
Maior capacidade de carga
nos portos baixo.
Menor custo de transporte (Frete Longas distâncias dos
de custo relativamente baixo) centros de produção Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de
cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis /
Apesar de limitado às zonas Menor flexibilidade nos
Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via
costeiras, registra grande serviços aliado a frequentes
para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante.
competitividade para longas congestionamentos nos
Tipos de Aeronaves:
distâncias portos
Full pax = somente de passageiros.
É de gerenciamento Full cargo = somente de cargas.
Mercadoria de baixo valor
complexo, exigindo muitos Combi = misto de carga e passageiros
agregado.
documentos.
Transporte Dutoviário
Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma
carga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não flexibilidade, visto que há uma limitação no número de produtos
há vias para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante / que podem utilizar este modal. O transporte é feito através de
Encontra-se uma redução de custo de frete. dutos cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo,
produtos derivados do minério, gases e grãos.
Tipos de navios:
Navios para cargas gerais ou convencionais: Vantagens Desvantagens
Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados
para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não. Muitas dutovias são
subterrâneas e/ou submarinas, Pode ocasionar um grande
Navios especializados: considerado uma vantagem, acidente ambiental caso
Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e pois minimizam os riscos suas tubulações se rompam
sólido), sem decks. causados por outros veículos;
Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por O dutoviário transporta de
rampa, vários decks de diversas alturas. Possui uma capacidade de
forma segura e para longas
serviço muito limitada
distancias
Navios Multipropósito:
Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados Proporciona um menor índice Custos fixos são mais
ao mesmo tempo. de perdas e roubos elevados
Granel sólido + líquido Investimento inicial
Minério + óleo Baixo consumo de energia.
elevado.
Ro-ro + container
Requer mais licenças
Alta confiabilidade.
ambientais.
Navios porta-container:
Transportam exclusivamente cargas em container. Simplificação de carga e
Sólido, líquido, gasoso descarga
Desde que seja em container Transporte de volumes granéis
Tem apenas 01 (um) deck (o principal) muito elevados.

262
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tipos de dutos estocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados),


- Subterrâneos residindo, portanto, na correta determinação dos níveis de
- Aparentes estoques, a importância da sua administração. Seu objetivo é
- Submarinos garantir que os estoques necessários estejam disponíveis quando
necessários para manutenção do ritmo de produção, ao mesmo
Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel. tempo em que os custos de encomenda e manutenção de estoques
Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático. sejam minimizados.
Gasodutos = gás natural.
Os estoques podem ser classificados como:
Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais - Matéria-prima
inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em - Produtos em processo
escala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta - Materiais de embalagem
de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração - Produtos acabados
multimodal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada - Suprimentos
pelos setores privados e públicos.
A razão para manutenção de estoques depende
Estoques fundamentalmente da natureza desses materiais.
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas Para manutenção dos estoques de matérias primas, são
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que utilizadas justificativas como a facilidade para o planejamento do
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de processo produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto,
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem a prevenção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a
absorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção obtenção de descontos por aquisição de grandes quantidades.
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta Essas razões são contra-argumentadas de várias formas.
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser Atualmente, as modernas técnicas de administração de estoques,
gerenciados”. o conceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir
custos, representam alternativas eficientes para evitar-se falta de
Razões para manter estoque materiais. Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode
A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de
investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita eventual oscilação de preços de seus insumos básicos.
sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar Para manutenção de estoques de materiais em processos,
a manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é justifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso
impossível conhecer exatamente a demanda futura e como nem ocorra interrupção em alguma das linhas de produção da empresa.
sempre os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, Obviamente, essa questão deve ser substituída pela adoção de
deve-se acumular estoque para assegurar a disponibilidade de processos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências
mercadorias e minimizar os custos totais de produção e distribuição. destas interrupções.
Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades, A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada
ou seja: por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas
- Melhoram o nível de serviço. realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção.
- Incentivam economias na produção.
- Permitem economias de escala nas compras e no transporte. Técnicas de Administração de estoques
- Agem como proteção contra aumentos de preços.
- Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo CURVA ABC
de ressuprimento. Segrega os estoques em três grupos, demonstrando
- Servem como segurança contra contingências. graficamente com eixos de valores e quantidades, que considera
os materiais divididos em três grandes grupos, de acordo com
Abrangência da Administração de Estoques seus valores de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais
A administração de estoques é de importância significativa na “classe A” representam a minoria da quantidade total e a maioria
maioria das empresas, tanto em função do próprio valor dos itens do valor total, “classe C” a maioria da quantidade total e a minoria
mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da do valor total, “classe B” valores e quantidades intermediárias.
empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe
estoques também dependem em grande parte do nível de vendas, B e C” menos sofisticados.
com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a
realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes MODELO DE LOTE ECONÔMICO
das realizações das vendas. Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os
custos totais de estocagem de pedido para um item do estoque.
Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as vendas Considerando os custo de pedir e os custos de manter os materiais.
antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna sua Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e
administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unidade
os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda
das vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de

263
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da manutenção de um item de estoque por umdeterminado cada período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho,
período (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de não haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de
outros investimentos. cada setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas.
Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas
Custo total = custo de pedir + custo de manter características, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos,
nos quais é possível à adoção de períodos curtos, menores que uma
PONTO DE PEDIDO semana.
Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando
em consideração o tempo de entrega dos principais itens. 4. OPT-Optimezed Production Technology
O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferente
Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo de
diária materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os
pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações
SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES matemáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas
Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques como tendo de passar por filas de espera de atendimento nos
são: diversos postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de
trabalho forma então uma rede de filas de espera.
1. FMS (Flexible Manufacturing System) O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais
Nesse sistema, os computadores comandam as operações para ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou
das máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de submontagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita
ferramentas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, ênfase é dedicada aos pontos de gargalo da produção.
acessórios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de
monitoração do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é 5. Sistema KANBAN-JIT
aplicado em fábricas com grande diversidade de peças de produtos O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado
finais montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do onde os empregados possuem motivação e mobilização, com
FMS, as seguintes: grande liberdade de ação. Nessas fábricas, na certeza de que os
• Permite maior produtividade das máquinas, que passam a empregados trabalham com dedicação e responsabilidade, é
ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível. legítimo um trabalhador parar a linha de montagem ou produção
• Possibilita maior atenção aos consumidores em função da porque achou algo errado, os empregados mantém-se ocupados
flexibilidade proporcionada. todo o tempo, ajudando-se mutuamente ou trocando de tarefas
• Diminui os tempos de fabricação. conforme as necessidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que
• Em função do aumento da flexibilidade, permite aumentar “puxa” a produção da fábrica, inclusive até o nível de compras,
a variedade dos produtos ofertados. pelas necessidades geradas na montagem final. As peças ou
submontagens são colocadas em caixa feitas especialmente para
2. MRP-Material Requirement Planing cada uma dessas partes, que, ao serem esvaziadas na montagem,
O MRP é um sistema completo para emitir ordens de são remetidas ao posto de trabalho que faz a última operação a
fabricação, de compras, controlar estoques e administrar a carteira essa remessa, que funciona como uma ordem de produção.
de pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo com
isso uma previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir 6. Sistema Just in Time
a geração de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de
pode operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de distribuição. É assim que surge o Just in Time, que é derivado do
compras, fabricação e montagem, operando ainda com diversos sistema Kanban. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a
estoques de material em processo, como estoque de matérias responsável pela implantação do Just in Time foi a Toyota, criando
primas, partes, submontagens e produtos acabados.A maior esse sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar
vantagem do MRP consiste em utilizar programas de computadores em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando a
complexos, levando em consideração todos os fatores relevantes responsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção
para conseguir o melhor cumprimento de prazos de entrega, com para seus terceirizados.
estoques baixos, mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal é
quantidade, de uma semana para outra. suprir produtos para a linha de produção e clientes da empresa,
Um ponto fundamental para o correto funcionamento do somente quando for necessário. Ao longo da cadeia logística, as
sistema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários relações entre as empresas - inclusive com o emprego de recursos
que interagem com o sistema MRP, em relação à informação de de comunicação e tecnologias de informação, devem ser garantidas
dados para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP de tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços prestados
vai acumulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades pela logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços
necessárias. expressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja
3. Sistema Periódico uma cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus
A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica fornecedores externos e internos. Um ponto muito favorável no
em vários setores de processamento sucessivo de vários produtos Just in Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram
similares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação perdas de produtos.
para serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de

264
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Outros sistemas de estoques Enfim, o controle de estoques exerce influência muito grande
Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia
duas partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da estar sendo investido de outras maneiras. Portanto, aumentar a
encomenda de um novo lote e a outra será utilizada entre a data rotatividade do estoque auxilia a liberar ativos e economiza o custo
da encomenda e a data do recebimento do novo lote. A grande de manutenção e controle que podem absorver de 25 a 40% dos
vantagem deste sistema está na substancial redução do processo custos totais, conforme mencionado anteriormente.
burocrático de reposição de material (bujão de gás). A denominação
“DUAS GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em Gestão patrimonial
duas gavetas distintas. O patrimônio é o objeto administrado que serve para propiciar
às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio
Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente quando a seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o
separação entre as duas partes do estoque não é feita fisicamente, elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo
mas apenas registrada na ficha de controle de estoque, com o econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos
ponto de separação entre as partes. Enquanto o estoque mínimo elementos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a
estiver sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo uma entidade que vise alcançar determinados fins.
suficiente para adquirir e repor o material no estoque. Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado
uma riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade
Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos coletiva, sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto
para reposição dos estoques em intervalos de tempo pré- que sob o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo
estabelecidos para cada item. Estes intervalos, para minimizar o (Ativo =Passivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando
custo de estoque, devem variar de item para item. A quantidade se utiliza o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade
a ser comprada em cada encomenda é tal que, somada com a visualiza o patrimônio de forma qualitativa.
quantidade existente em estoque, seja suficiente para atender a A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conhecida
demanda até o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente, como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus artigos
este sistema obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se 44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio
adotar períodos iguais para um grande número de itens em estoque público. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens
pois, procedendo a compra simultânea de diversos itens, pode-se móveis e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público
obter condições vantajosas na transação (compra e transporte). não poderá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se
a lei autorizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de
Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas previdência social, geral e própria dos servidores.
subdivisões:
a) Estocagem para atender a um programa de produção pré- Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de
determinado: ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados
É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontínuo em despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas
que estabelece, com antecedência de vários meses, os níveis (passivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o
de produção. A programação (para vários períodos, semanas e incremento de outro ativo, com a realização de despesas de
meses) elaborada pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os investimento, de forma a manter preservado o valor do patrimônio
segmentos, desde o recebimento do material até o embarque do público.
produto acabado.
TOMBAMENTO DE BENS
Vantagens: O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela
objetivamente controlados por se conhecer a demanda futura. conferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de
* Melhores condições de compra de materiais, pois pode-se entrada do bem no sistema de gerenciamento de material no
aceitarcontratos de grandes volumes para entregas parceladas. estoque, o responsável por este encaminhará uma comunicação ao
Aatividade de compra fica reduzida, sem a necessidade de Setor de Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos
emitirpedidos de fornecimento para cada lote de material. fiscais e outros que se fizerem necessários), informando o destino
(centros de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em
b) Estocagem para atender especificamente a uma ordem estoque, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de
de produção ou a uma requisição: É o método empregado nas saída deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo
produções do tipo intermitente, onde a indústria fabrica sob Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino
encomenda, sendo justificável no caso de materiais especiais ou final, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio,
necessários esporadicamente. Os pedidos de material neste sistema juntamente com os demais documentos do processo de empenho.
são baseadas principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e
na programação geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos O tombamento consiste na formalização da inclusão física
em que o pedido para compra precisa ser feito mesmo antes do de um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de
projeto do produto estar detalhado, ou seja, antes da listagem um único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma
do material estar pronta, pois os itens necessários podem ter um sequência de registros patrimoniais quando for por lote, que é
ciclo de fabricação excessivamente longo. Ex.: grandes motores, denominado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-
turbinas e navios. se uma conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada

265
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

material, de acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O podem ser classificados claramente como aparelhos, máquinas,
valor do bem a ser registrado é o valor constante do respectivo motores, etc. Em tais bens, a plaqueta deve ser fixada na base, na
documento de incorporação (valor de aquisição). parte onde são manuseados.
A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários
plaqueta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do
conterá o número de registro patrimonial. tombamento; data do tombo; descrição padronizada do bem
Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes (descrição básica pré-definida em um sistema de patrimônio);
aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação por marca/modelo/série (também pré-definidos em um sistema de
meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do bem; patrimônio); características (descrição detalhada); valor unitário de
evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que possam aquisição (valor histórico); agregação (acessório ou componente);
acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes que forma de ingresso (compra, fabricação própria, doação, permuta,
não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremidades ou cessão, outras); classificação contábil/patrimonial; número
sobre alguma indicação importante do bem. do empenho e data de emissão; fonte de recurso; número do
Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes processo de aquisição e ano; tipo/número do documento de
de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção
do órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão
a sua própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta em Comodato, outros); nome do fornecedor (código); garantia
também terão número de tombamento, mas serão marcados e (data limite da garantia e empresa de manutenção); localização
controlados em separado. Caso o local padrão para a colagem da (identificação do centro de responsabilidade); situação do bem
plaqueta seja de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou (registrado, alocado, cedido em comodato, em manutenção,
estantes encostadas na parede, que não possam ser movimentados em depósito para manutenção, em depósito para triagem, em
devido ao peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar depósito para redistribuição, em depósito para alienação, em
mais próximo ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de conservação
deterioração da plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem (bom, regular, precário, inservível, recuperável); histórico do
está localizado deverá comunicar, impreterivelmente, o fato ao bem vinculado a um sistema de manutenção, quando existir. Tal
Setor de Patrimônio. informação permitirá o acompanhamento da manutenção dos bens
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação e identificação de todos os problemas ocorridos nestes números do
de plaquetas (ou adesivos): a) estantes, armários, arquivos e bens Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não plaquetável.
semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte frontal superior O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o
direita, no caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior recebimento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que
direita, no caso de armários, estantes e bens semelhantes, sempre procederá ao tombamento e cadastramento em sistema específico,
com relação a quem olha o móvel; b) mesas e bens semelhantes: a utilizando diversos dados, tais como: número do registro; tipo
plaqueta deve ser fixada na parte frontal central, contrária à posição de imóvel; denominação do imóvel; características (descrição
de quem usa o bem, com exceção das estações de trabalho e/ou detalhada do bem); valor de aquisição (valor histórico); forma
àqueles móveis que foram projetados para ficarem encostados de ingresso (compra, doação, permuta, comodato, construção,
em paredes, nos quais as plaquetas serão fixadas em parte de fácil usucapião, desapropriação, cessão, outras); classificação contábil/
visualização; c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa patrimonial; número do empenho e data de emissão; fonte de
inferior do motor; d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta recurso; número do processo de aquisição e ano; tipo/número do
deve ser fixada no lado externo direito, em relação a quem opera a documento de aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia
máquina; e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a de Produção Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo
plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, de Cessão em Comodato, outros); nome do fornecedor (código);
couro ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança. localização (identificação do centro de responsabilidade); situação
A plaqueta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sólida; do bem (registrado, alocado, cedido em comodato, em manutenção,
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em aparelhos em depósito para manutenção, em depósito para triagem, em
de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais fixa e depósito para redistribuição, em depósito para alienação, em
permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na carcaça; sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de conservação
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na (bom, regular, precário, inservível); data da incorporação; unidade
parte lateral direita do painel de direção, em relação ao motorista, da federação; tipo de logradouro; número; complemento;bairro/
na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em acessórios; h) distrito; município; cartório de registro; matrícula; livro; folhas;
quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste caso, deve data do registro; data da reavaliação; moeda da reavaliação; valor
ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem diminua seu do aluguel; valor do arrendamento; valor de utilização; valor de
valor comercial; i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser atualização; moeda de atualização; data da atualização; reavaliador;
fixada na base. Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, e CPF/CNPJ do reavaliador.
na lateral direita; j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a
plaqueta deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, caso
não seja possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição
na parte posterior do quadro; e k) fixação de plaquetas em outros
bens: entende-se como outros bens aqueles materiais que não

266
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONTROLE DE BENS um servidor para outro, desde que não pressuponha mudança de
Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o local do bem, deverão ser observados os seguintes procedimentos:
conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência, o Setor de Recursos Humanos (ou equivalente) deverá encaminhar
saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos ao Setor de Patrimônio cópia da portaria que substitui o servidor
no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação. responsável; de posse das informações contidas na portaria, o
Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de Setor de Patrimônio emite o respectivo Termo de Transferência
material permanente recém adquirido, de acordo com a destinação de Responsabilidade; emitido o Termo, este será encaminhado ao
dada no processo administrativo de aquisição correspondente. agente patrimonial da unidade, que providenciará a conferência
A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante dos bens e assinatura do Termo; uma vez assinado o Termo, o
o preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá agente providenciará para que uma das vias seja arquivada no
conter no mínimo, as seguintes informações: número do setor onde os bens se encontram e outra encaminhada ao Setor
Termo de Responsabilidade; nome do local de lotação do bem de Patrimônio.
(incluindo também o nome do sublocal de lotação); declaração de Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela
responsabilidade; número do tombamento; descrição; quantidade; movimentação de bens patrimoniais para fora da instalação
indicação se é plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens ou dependência onde estão localizados, em decorrência da
arrolados no Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome necessidade de conserto, manutenção ou da sua utilização
e assinatura do responsável patrimonial; e data de assinatura do temporária por outro centro de responsabilidade ou outro órgão,
Termo. quando devidamente autorizado. Qualquer que seja o motivo da
A transferência é a operação de movimentação de saída provisória, esta deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão
bens, com a consequente alteração da carga patrimonial. A gestor ou por outro servidor que recebeu delegação para autorizar
autoridade transferidora solicita ao setor competente do órgão tal ato. Toda a manutenção de bem incorporado ao patrimônio
a oficialização do ato, por meio das providências preliminares. É de um órgão deverá ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou
importante destacar que a transferência de responsabilidade com responsáveis e resultará na emissão de uma Ordem de Serviço
movimentação de bens somente será efetivada pelo Setor de pelo Setor de Manutenção, que tomará todas as providências para
Patrimônio mediante solicitação do responsável pela carga cedente proceder à assistência de bem em garantia ou utilizando-se de seus
com anuência do recebedor. A devolução ao Setor de Patrimônio de recursos próprios.
bens avariados, obsoletos ou sem utilização também se caracteriza Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamento
como transferência. Neste caso, a autoridade da unidade onde de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, sem
o bem está localizado devolve-o com a observância das normas envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser
regulamentares, a fim de que a o Setor Patrimonial possa manter evitado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos
rigoroso controle sobre a situação do bem. Os bens que foram devem manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a
restituídos ao Setor de Patrimônio do órgão também ficam sob devolução do bem na mesma condição em que estava na ocasião
a guarda dos servidores deste setor (fiéis depositários), e serão do empréstimo. Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes
objetos de análise para a determinação da baixa ou transferência ao poder público é vedado, salvo exceções previstas em leis.
a outros setores. É importante colocar que uma cópia do Termo Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros
de Responsabilidade de cada setor deverá ser fixada em local também deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum
visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho, visando facilitar respaldo legal.
o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de acesso ao setor).
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois INVENTÁRIO
setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão ser observados O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque
os seguintes parâmetros:solicitação, por escrito, do interessado em e em processos, para comparar a quantidade física com os dados
receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do setor contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias
cedente com a autorização de transferência ; solicitação do agente que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que
patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão do Termo de realmente existe em estoque.
Responsabilidade; após a emissão do Termo de Responsabilidade, O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é
o Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente patrimonial, elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com
para que este colha assinaturas do cedente e do recebedor. a contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre rotativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer
dois setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
observados os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do grupo de itens em determinados períodos.
interessado em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de Inventário na administração pública: Inventário são a
acordo” do setor cedente com a autorização de transferência e discriminação organizada e analítica de todos os bens (permanentes
anuência das unidades de controle do patrimônio e do titular do ou de consumo) e valores de um patrimônio, num determinado
órgão; solicitação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio momento, visando atender uma finalidade específica. É um
para emissão do Termo de Transferência de Responsabilidade; instrumento de controle para verificação dos saldos de estoques
após a emissão do Termo de Responsabilidade, o Setor de nos almoxarifados e depósitos, e da existência física dos bens em
Patrimônio o remeterá ao agente patrimonial, para que este colha uso no órgão ou entidade, informando seu estado de conservação,
assinaturas do cedente e do recebedor. Quando a transferência de e mantendo atualizados e conciliados os registros do sistema de
responsabilidade do bem ocorrer sem a movimentação deste, isto administração patrimonial e os contábeis, constantes do sistema
é, quando ocorrer a mudança da responsabilidade patrimonial de

267
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

financeiro. Além disso, o inventário também pode ser utilizado Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado
para subsidiar as tomadas de contas indicando saldos existentes, de elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O
detectar irregularidades e providenciar as medidas cabíveis. simples arrolamento não interessa para a contabilidade se não
Através do inventário pode-se confirmar a localização e for completado pela avaliação. Sem a expressão econômica,
atribuição da carga de cada material permanente, permitindo o arrolamento serve apenas para controle da existência dos
a atualização dos registros dos bens permanentes bem como componentes patrimoniais.
o levantamento da situação dos equipamentos e materiais em O inventário é dividido em três fases: Levantamento:
uso, apurando a ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra compreende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos
irregularidade. Podem-se verificar também no inventário as e passivos do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes:
necessidades de manutenção e reparo e constatação de possíveis identificação, agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o
ociosidades de bens móveis, possibilitando maior racionalização e registro das características e quantidades obtidas no levantamento.
minimização de custos, bem como a correta fixação da plaqueta de O arrolamento pode apresentar os componentes patrimoniais
identificação. Na Administração Pública, o inventário é entendido deforma resumida e recebe a denominação “sintética”. Quando
como o arrolamento dos direitos e comprometimentos da Fazenda tais componentes são relacionados individualmente, o arrolamento
Pública, feito periodicamente, com o objetivo de se conhecer a é analítico; Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade
exatidão dos valores que são registrados na contabilidade e que de valor ao elemento patrimonial. Os critérios de avaliação dos
formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar componentes patrimoniais devem ter sempre por base o custo.
a responsabilidade dos agentes sob cuja guarda se encontram A atribuição do valor aos componentes patrimoniais obedece
determinados bens. Os diversos tipos de inventários são realizados a critérios que se ajustam a sua natureza, função na massa
por determinação de autoridade competente, por iniciativa patrimonial e a sua finalidade.
própria do Setor de Patrimônio e das unidades de controle
patrimonial ou de qualquer detentor de carga dos diversos centros ALIENAÇÃO DE BENS
de responsabilidade, periodicamente ou a qualquer tempo. Os De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-
inventários na Administração Pública devem ser levantados não se como alienação a transferência de propriedade, remunerada
apenas por uma questão de rotina ou de disposição legal, mas ou gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em
também como medida de controle, tendo em vista que os bens pagamento, investidura, legitimação de posse ou concessão de
nele arrolados não pertencem a uma pessoa física, mas ao Estado, domínio.
e precisam estar resguardados quanto a quaisquer danos. Na Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela
Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a legislação Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas.
estabelece que o levantamento geral de bens móveis e imóveis Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que a
terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora e os autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assembleia
elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da Lei Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que
Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964). institui normas para licitações e contratos da Administração
A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, Pública 37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação
bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam específica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a
tais bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário alienação por leilão.
mediante verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
fins de atualização física e monetária e de controle, a época da subordinada à existência de interesse público devidamente
inventariação será: anual para todos os bens móveis e imóveis justificado.
sob-responsabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro A alienação de bens está sujeita à existência de interesse
(confirmação dos dados apresentados no Balanço Geral); e no público e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos
início e término da gestão, isto é, na substituição dos respectivos previstos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será
responsáveis, no caso de bens móveis. efetuada por comissão de licitação de leilão ou outra modalidade
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores prevista para a Administração Pública.
históricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à
constantes de inventários já existentes, com indicação da data de alienação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido
aquisição. ao Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica vedada respectivo; sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes
toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos para que seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão
endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante vistoriados in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens,
autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou no próprio órgão, os quais, observando o estado de conservação,
do dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a a vida útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando
Comissão de Inventário de Bens. laudo de avaliação dos bens, classificando-os em: a) bens móveis
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados permanentes inservíveis: quando for constatado serem os bens
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou danificados, obsoletos, fora do padrão ou em desuso devido ao seu
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento estado precário de conservação; e b) bens móveis permanentes
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida excedentes ou ociosos: quando for constatado estarem os bens em
dos componentes patrimoniais. perfeitas condições de uso e operação, porém sem utilização.

268
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou “Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas
ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que
proibida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados, descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de
exceto nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora. estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem
absorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção
ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta
O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente compreensão do seu papel na logística e de como devem ser
ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu gerenciados”.
valor do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a
retirada de bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro
da transferência deste para o controle de bens baixados, feita
COMPONENTES DA LOGÍSTICA
exclusivamente pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado
pelo gestor. O número de patrimônio de um bem baixado não A administração de recursos materiais, patrimoniais e logística
deverá ser utilizado em outro bem. é um dos pilares fundamentais da gestão empresarial moderna. A
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas logística é um conceito amplo que se refere à gestão dos fluxos de
a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; materiais e informações em uma empresa, visando a maximização
comodato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. da eficiência, redução de custos e aumento da satisfação dos clien-
Em qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa tes.
definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por
seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço Os componentes da logística incluem o planejamento e contro-
público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em le de produção, gestão de estoques, transporte, armazenamento e
cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de distribuição dos produtos. Cada um desses componentes desem-
gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada. penha um papel importante na eficácia geral da logística de uma
Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em empresa.
utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições
de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão O planejamento e controle de produção envolve a determi-
deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto, nação das quantidades de produtos a serem produzidos e quando
o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado devem ser produzidos, a fim de atender às demandas do mercado.
pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que A gestão de estoques é responsável pelo gerenciamento dos níveis
poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas de estoque, garantindo que os produtos estejam disponíveis quan-
reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou do necessário, sem excesso de estoque que possa levar a custos
bibliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se desnecessários.
existe interesse pelos bens.
Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar o O transporte envolve a movimentação dos produtos da fábrica
Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permanecerá para o depósito ou para os clientes, garantindo que sejam entre-
guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um gues com eficiência e no prazo. O armazenamento é responsável
servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente pelo gerenciamento dos locais de armazenamento de produtos,
proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de garantindo que os produtos estejam em condições adequadas e
baixa até sua destinação final. seguras.
O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no
Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados: A distribuição envolve a entrega dos produtos aos clientes fi-
número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando nais, incluindo a gestão dos processos de embalagem, etiquetagem
se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; e rastreamento dos produtos. Todos esses componentes da logís-
motivo de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de tica devem ser gerenciados de maneira integrada e eficiente para
Baixa. Visando o correto processo de baixa de bens do sistema que a empresa possa atingir seus objetivos de negócios.
patrimonial, faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir:
o Setor de Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, Em resumo, a administração de recursos materiais, patrimo-
emitirá por processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de niais e logística é uma parte essencial da gestão empresarial moder-
Patrimônio verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência na. Os componentes da logística são fundamentais para a eficácia
do comprovante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, da empresa, garantindo que os produtos sejam produzidos e entre-
procederá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido gues com eficiência, reduzindo custos e aumentando a satisfação
o Termo, o Setor de Patrimônio providenciará o documento de do cliente.
quitação de responsabilidade patrimonial e entregará uma via a
quem detinha a responsabilidade do bem.
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para
que seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação
ou desfazimento.5 Rogério. Tecnologia de informação: planejamento e gestão/www.
5Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de administradores.com.br /www.itsmnapratica.com.br/www.purainfo.
materiais e distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio Araujo)

269
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de capital. Para isso, é necessário considerar a estrutura de capital


ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: OBJETIVOS atual da empresa e avaliar as alternativas de financiamento dispo-
ECONÔMICOS E FINANCEIROS; FUNÇÕES DO GESTOR níveis no mercado.
FINANCEIRO; A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO, Além disso, a administração financeira deve se preocupar com
FLUXO DE CAIXA E O BALANÇO PATRIMONIAL a distribuição de lucros aos acionistas. Isso pode ser feito através do
pagamento de dividendos ou recompra de ações. A decisão sobre
Administração financeira é o conjunto de atividades e estraté- a distribuição de lucros deve ser tomada considerando os objetivos
gias que visam a gestão eficiente e eficaz dos recursos financeiros econômicos e financeiros da empresa, bem como a necessidade de
de uma organização. Ela envolve a análise, planejamento, controle manter recursos disponíveis para investimentos futuros.
e tomada de decisões sobre investimentos, financiamentos, orça-
mentos, fluxo de caixa, entre outros aspectos financeiros. O objeti- Em resumo, a administração financeira tem como objetivo
vo da administração financeira é maximizar a rentabilidade e mini- garantir que a empresa utilize seus recursos financeiros de forma
mizar os riscos financeiros da organização, de forma a garantir sua eficiente e rentável, ao mesmo tempo em que busca a maximiza-
sustentabilidade e crescimento a longo prazo. ção do valor da empresa para seus proprietários. Os objetivos eco-
nômicos e financeiros são fundamentais para orientar as decisões
Algumas das principais áreas de atuação da administração fi- nesse sentido, e devem ser avaliados constantemente para garantir
nanceira incluem: a sustentabilidade do negócio a longo prazo.
Análise financeira: análise e interpretação de demonstrativos
financeiros para avaliar a saúde financeira da organização e identi- — FUNÇÕES DO GESTOR FINANCEIRO;
ficar oportunidades de melhoria. O gestor financeiro é responsável por gerenciar os recursos fi-
Planejamento financeiro: elaboração de planos financeiros de nanceiros da empresa de forma estratégica, garantindo a eficiência
curto, médio e longo prazo, incluindo orçamentos e projeções de e eficácia das operações financeiras.
fluxo de caixa.
Gestão de ativos e passivos: administração do portfólio de in- Dentre as principais funções do gestor financeiro, podemos
vestimentos e das fontes de financiamento da organização. destacar:
Controle financeiro: acompanhamento e monitoramento dos Planejamento financeiro: O gestor financeiro é responsá-
resultados financeiros e implementação de medidas corretivas vel por elaborar o planejamento financeiro da empresa, que tem
quando necessário. como objetivo estabelecer metas e objetivos financeiros a serem
Gestão de riscos financeiros: identificação, avaliação e mitiga- alcançados. Para isso, ele deve analisar o histórico financeiro da or-
ção dos riscos financeiros da organização. ganização, bem como os cenários econômicos e as tendências do
mercado.
A administração financeira é essencial para o sucesso de qual- Gestão do fluxo de caixa: O gestor financeiro deve gerir o fluxo
quer organização, independentemente do seu porte ou setor de de caixa da empresa, garantindo que haja recursos disponíveis para
atuação. Uma gestão financeira eficiente e estratégica pode trazer o pagamento de despesas e investimentos. Ele deve monitorar o
diversos benefícios, como a redução de custos, aumento da renta- caixa diariamente, identificando as entradas e saídas de recursos e
bilidade, melhoria do fluxo de caixa e maior capacidade de investi- tomando decisões estratégicas para manter a saúde financeira da
mento em projetos de crescimento e expansão. organização.
Análise de investimentos: O gestor financeiro deve avaliar as
— OBJETIVOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS; oportunidades de investimento disponíveis para a empresa, iden-
A administração financeira é uma área essencial para a gestão tificando as alternativas mais rentáveis e adequadas ao perfil da
de empresas, pois é responsável pela gestão dos recursos financei- organização. Ele deve realizar análises de viabilidade financeira,
ros disponíveis para garantir a sustentabilidade do negócio a longo considerando o retorno sobre o investimento, o risco envolvido e
prazo. Nesse sentido, os objetivos econômicos e financeiros são outros fatores relevantes.
fundamentais para orientar as decisões de investimento, financia- Controle financeiro: O gestor financeiro deve manter um con-
mento e distribuição de lucros. trole rigoroso sobre as finanças da empresa, monitorando as des-
pesas e receitas e mantendo registros contábeis precisos. Ele deve
Os objetivos econômicos dizem respeito à maximização da ri- identificar possíveis problemas financeiros e tomar ações corretivas
queza dos proprietários da empresa, ou seja, o objetivo é aumentar para minimizar impactos negativos.
o valor da empresa ao longo do tempo. Isso é alcançado através de Gestão de riscos financeiros: O gestor financeiro deve avaliar
investimentos rentáveis e uso eficiente dos recursos disponíveis. e gerenciar os riscos financeiros da empresa, tais como a variação
Para isso, a administração financeira deve avaliar constantemente cambial, flutuações de juros e oscilações de preços de commodi-
as oportunidades de investimento em ativos que possam gerar re- ties. Ele deve implementar estratégias de gestão de riscos, como a
tornos positivos para a empresa. contratação de seguros e a diversificação de investimentos.

Já os objetivos financeiros são aqueles relacionados à estru- Em resumo, as funções do gestor financeiro são cruciais para
tura de capital da empresa, ou seja, à maneira como a empresa é o sucesso financeiro da empresa. Ele deve ser capaz de tomar de-
financiada. O objetivo é obter a combinação ideal de dívida e capi- cisões estratégicas, gerenciar o fluxo de caixa, analisar oportuni-
tal próprio para maximizar o valor da empresa e minimizar o custo dades de investimento, manter um controle financeiro rigoroso e
gerenciar riscos financeiros.

270
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO; tivos para a variação do saldo, avaliar a capacidade de pagamento


A demonstração do resultado é uma das principais ferramen- de dívidas e a necessidade de financiamento, além de possibilitar o
tas utilizadas pelos gestores financeiros para avaliar o desempenho planejamento financeiro e orçamentário.
financeiro de uma empresa em um determinado período de tempo.
Ela apresenta informações sobre as receitas e despesas da empresa A elaboração de um fluxo de caixa é relativamente simples,
e permite que sejam feitas análises de lucratividade, rentabilidade mas requer atenção aos detalhes. As principais etapas para a elabo-
e capacidade de geração de caixa. ração do fluxo de caixa são: identificar todas as receitas e despesas
de um período, classificá-las em categorias e subcategorias, definir
A demonstração do resultado é composta por receitas, custos um período de análise e registrar todas as movimentações financei-
e despesas. As receitas correspondem aos valores gerados pela em- ras que ocorrerem nesse período.
presa em suas atividades principais, enquanto os custos e despesas
correspondem aos gastos necessários para a produção e venda dos Além disso, existem dois tipos de fluxo de caixa: o fluxo de cai-
produtos ou serviços da empresa. A diferença entre as receitas e xa operacional e o fluxo de caixa livre. O fluxo de caixa operacional
os custos e despesas é o lucro líquido, que representa o resultado refere-se às movimentações financeiras relacionadas às atividades
final da empresa. operacionais da empresa, como vendas e compras. Já o fluxo de
caixa livre refere-se às movimentações financeiras relacionadas às
Para entender melhor a demonstração do resultado, é impor- atividades de investimento e financiamento, como investimentos
tante compreender as principais categorias de receitas, custos e em equipamentos, empréstimos e pagamentos de dívidas.
despesas. As receitas são classificadas em receitas operacionais e
não operacionais. As receitas operacionais são aquelas geradas pe- A gestão do fluxo de caixa é uma das principais funções do ges-
las atividades principais da empresa, como a venda de produtos ou tor financeiro. Ele deve monitorar constantemente as movimen-
serviços. Já as receitas não operacionais são geradas por atividades tações financeiras da empresa, identificar as principais fontes de
secundárias, como a venda de ativos. receita e as maiores despesas, avaliar a necessidade de ajustes na
política de crédito e cobrança, bem como planejar o uso dos recur-
Os custos e despesas também são divididos em duas catego- sos disponíveis. Além disso, o gestor financeiro deve estar atento às
rias: custos e despesas operacionais e não operacionais. Os custos mudanças do mercado e às oportunidades de investimento, visan-
operacionais são aqueles relacionados diretamente à produção e do sempre a maximização dos resultados financeiros da empresa.
venda dos produtos ou serviços da empresa, como a matéria-prima
e a mão de obra. As despesas operacionais são os gastos necessá- Em resumo, o fluxo de caixa é uma ferramenta fundamental
rios para manter a empresa em funcionamento, como os salários para a gestão financeira de uma empresa, permitindo o controle
dos funcionários e as contas de luz e água. Já os custos e despesas das movimentações financeiras e a tomada de decisões baseada
não operacionais são aqueles relacionados a atividades secundá- em informações precisas. A função do gestor financeiro é garantir
rias, como gastos com juros e perdas de investimentos. o equilíbrio entre as receitas e despesas, monitorando constante-
mente as movimentações financeiras e planejando o uso dos recur-
Além de permitir a análise da lucratividade e rentabilidade da sos disponíveis.
empresa, a demonstração do resultado também é útil para identi-
ficar possíveis problemas financeiros, como altos custos e despesas — BALANÇO PATRIMONIAL;
em relação às receitas. Com base nas informações apresentadas, o O balanço patrimonial é uma das principais demonstrações
gestor financeiro pode tomar decisões estratégicas para otimizar os financeiras que uma empresa deve produzir. Ele é um relatório
resultados financeiros da empresa. contábil que reflete a posição financeira de uma empresa em um
determinado período, geralmente anual, e apresenta o patrimônio
Em resumo, a demonstração do resultado é uma ferramenta líquido, ativos e passivos da empresa.
fundamental para a gestão financeira de uma empresa. Ela apre-
senta informações sobre as receitas, custos e despesas, permitin- O patrimônio líquido representa o valor residual dos ativos
do a análise da lucratividade e rentabilidade da empresa, além de após a dedução de todos os passivos, ou seja, é a parcela que per-
identificar possíveis problemas financeiros e auxiliar na tomada de tence aos proprietários da empresa. Os ativos são bens e direitos
decisões estratégicas. que a empresa possui, como dinheiro em caixa, contas a receber,
estoques, máquinas e equipamentos, entre outros. Já os passivos
— FLUXO DE CAIXA; são obrigações que a empresa tem com terceiros, como fornecedo-
O fluxo de caixa é uma ferramenta essencial da gestão finan- res, funcionários, impostos a pagar, empréstimos e financiamentos.
ceira, que permite controlar as movimentações financeiras de uma
empresa em um determinado período. Trata-se de uma análise das O balanço patrimonial é importante para a gestão financeira de
entradas e saídas de recursos financeiros de uma empresa, permi- uma empresa, pois permite uma visão geral da sua situação finan-
tindo o acompanhamento do saldo disponível e a tomada de deci- ceira e patrimonial. Através dele, é possível avaliar a capacidade de
sões com base nesses dados. pagamento da empresa, sua saúde financeira, seus pontos fortes e
fracos, além de auxiliar na tomada de decisões.
O fluxo de caixa é importante porque fornece informações pre-
cisas sobre as movimentações financeiras de uma empresa, permi- Para elaborar o balanço patrimonial, o gestor financeiro preci-
tindo a identificação de receitas e despesas em um determinado sa seguir algumas etapas, como a identificação de todos os ativos
período. Com essa análise, é possível identificar os principais mo- e passivos da empresa, a classificação deles em ordem de liquidez,

271
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ou seja, daqueles que podem ser convertidos em dinheiro mais ra- • Relatório: é um tipo de correspondência utilizado para
pidamente para os que levam mais tempo, e por fim, a elaboração apresentar informações detalhadas sobre determinado assunto
do balanço em si, que mostra a relação entre ativos, passivos e pa- ou atividade. Geralmente é utilizado para apresentar resultados fi-
trimônio líquido. nanceiros, desempenho de equipes, projetos em andamento, entre
Além disso, o gestor financeiro deve estar atento às normas outros.
contábeis que regem a elaboração do balanço patrimonial, como É importante destacar que cada tipo de correspondência
as definições dos critérios de avaliação dos ativos e passivos e as empresarial possui suas particularidades em relação à forma, ao
regras para registro de receitas e despesas. conteúdo e à linguagem utilizada. Por isso, é fundamental que os
profissionais que atuam no mundo corporativo dominem essas
Em resumo, o balanço patrimonial é uma ferramenta funda- técnicas de redação, a fim de garantir uma comunicação eficiente
mental para a gestão financeira de uma empresa, pois permite uma e profissional.
visão clara da sua posição financeira e patrimonial, auxiliando na
tomada de decisões e no planejamento estratégico. Em resumo, os tipos de correspondências empresariais mais
comuns são: carta comercial, e-mail, memorando, ofício e relatório.
Cada um deles tem uma finalidade específica e requer uma abor-
REDAÇÃO EMPRESARIAL: TIPOS DE dagem adequada em relação à forma, ao conteúdo e à linguagem
CORRESPONDÊNCIAS; ESTRUTURAS E FORMAS DE utilizada. Conhecer essas técnicas de redação é fundamental para
TRATAMENTO garantir uma comunicação eficiente e profissional no ambiente em-
presarial.
A redação empresarial é uma forma de comunicação escrita
utilizada no âmbito empresarial, com o objetivo de transmitir in- — ESTRUTURAS E FORMAS DE TRATAMENTO;
formações de forma clara, objetiva e eficiente. É uma ferramenta A redação empresarial é uma ferramenta importante para a
essencial para estabelecer um bom relacionamento com clientes, comunicação eficaz entre empresas e seus diversos públicos, sejam
fornecedores, colaboradores e outros públicos envolvidos com a eles internos ou externos. Uma das questões que deve ser consi-
empresa. derada na elaboração de uma redação empresarial é a escolha da
estrutura e forma de tratamento adequadas, uma vez que elas po-
A redação empresarial deve seguir algumas regras básicas dem influenciar no tom e na credibilidade da mensagem.
para que seja eficiente. Em primeiro lugar, é preciso ter clareza e
objetividade, evitando termos técnicos e linguagem rebuscada. É A estrutura da correspondência empresarial pode variar de
importante também manter uma linguagem formal, sem excessos acordo com o objetivo da mensagem e o destinatário. Por exemplo,
de gírias e expressões coloquiais. Além disso, a redação deve ser a carta comercial é uma das estruturas mais utilizadas e consiste
coerente e coesa, ou seja, as informações devem estar organizadas em um texto formal, com abertura, desenvolvimento e fechamen-
de forma lógica e bem estruturada. to. Já o memorando é uma estrutura mais simples, utilizada para
comunicações internas entre departamentos ou funcionários de
— TIPOS E CORRESPONDÊNCIAS; uma mesma empresa.
• Carta comercial: é um tipo de correspondência formal e
padronizada que tem como objetivo estabelecer uma comunicação Quanto às formas de tratamento, é importante considerar o
oficial entre duas empresas ou entre uma empresa e um cliente. nível de formalidade da correspondência e o grau de intimidade
A carta comercial deve seguir normas específicas de formatação, do remetente com o destinatário. A forma mais comum de trata-
como a identificação das partes envolvidas, a data de emissão, o mento formal é o uso do pronome de tratamento “Vossa Senhoria”
assunto e a saudação inicial. É comum que seja utilizada para for- seguido do sobrenome do destinatário. Em casos mais formais, po-
malizar acordos comerciais, fazer solicitações, enviar informações, de-se utilizar o pronome “Excelentíssimo(a) Senhor(a)” ou “Ilustrís-
entre outros. simo(a) Senhor(a)” seguido do nome e cargo do destinatário.
• E-mail: com o avanço das tecnologias, o e-mail se tornou
uma das formas mais utilizadas de correspondência empresarial. Já em casos mais informais, como na comunicação interna da
Ele é rápido, prático e econômico, permitindo que as empresas se empresa, pode-se utilizar os pronomes de tratamento “Caro(a)”
comuniquem de forma instantânea e eficiente. Assim como na car- ou “Prezado(a)”, seguido do nome do destinatário. Em casos ainda
ta comercial, é importante que o e-mail seja bem estruturado e que mais informais, pode-se utilizar apenas o nome do destinatário ou
contenha informações claras e objetivas. uma saudação mais casual, como “Olá” ou “Oi”.
• Memorando: é um tipo de correspondência interna, uti-
lizada para transmitir informações e orientações dentro da própria Além disso, é importante considerar também a utilização ade-
empresa. Geralmente é utilizado para tratar de assuntos mais ope- quada da linguagem e a revisão cuidadosa do texto antes do envio
racionais e rotineiros, como mudanças de horários, orientações so- da correspondência. Uma linguagem clara, objetiva e sem erros
bre procedimentos, entre outros. gramaticais pode garantir uma boa compreensão da mensagem e
• Ofício: é um tipo de correspondência utilizada para comu- contribuir para a imagem positiva da empresa.
nicar algo oficialmente. É comum que seja utilizado em processos
administrativos, licitações, convênios, contratos, entre outros. O Em resumo, a escolha da estrutura e forma de tratamento
ofício deve conter informações claras e objetivas, além de seguir adequadas para cada tipo de correspondência empresarial é funda-
uma estrutura padronizada. mental para garantir a eficácia da comunicação e a credibilidade da
empresa. É importante considerar o nível de formalidade da men-

272
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sagem e o grau de intimidade do remetente com o destinatário, Artigo 5º. Obrigam-se as Gerências e Assessorias vinculadas às
além de utilizar uma linguagem clara e revisar cuidadosamente o Diretorias a elaborar e divulgar à Comissão de Licitação, o plane-
texto antes do envio. jamento anual das contratações públicas que pretendem realizar,
identificando estimativa de valor e data das contratações.
Parágrafo único. As contratações planejadas poderão sofrer
REGULAMENTO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS DA ajustes técnicos, inclusive em seu cronograma, a fim de melhor
CODEBA atender as demandas da Administração, de modo que, determina-
dos processos, comprovada a oportunidade e conveniência admi-
APRESENTAÇÃO nistrativa, poderão ser agrupados, bem como suprimidos ou incor-
O Conselho de Administração, em face da deliberação favorá- porados a estrutura do plano para cumprir os objetivos estratégicos
vel e expressa em sua 582ª reunião realizada em 31 de março de do planejamento de contratações.
2022, na forma do art. 54, inciso XXVII, do Estatuto Social, aprova o Artigo 6º. As contratações disciplinadas devem respeitar as
Regulamento de Licitações e Contratos da CODEBA, revisão 1, nos normas relativas à:
termos do art. 40 da Lei nº 13.303 de 30 de junho de 2016. I. disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só-
O presente documento regulamenta as licitações e contratos lidos gerados;
para aquisição de bens e serviços pela CODEBA e dá outras provi- II. mitigação dos danos ambientais por meio de medidas con-
dências. dicionantes e de compensação ambiental, que serão definidas no
procedimento de licenciamento ambiental;
TÍTULO I III. utilização de produtos, equipamentos e serviços que redu-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS zam o consumo de energia e de recursos naturais;
IV. avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação
Artigo 1º. Este Regulamento disciplina os procedimentos de urbanística;
contratações no âmbito da CODEBA. V. proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e
Artigo 2º. Os contratos com terceiros destinados à prestação imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi-
de serviços, à aquisição, locação e alienação de bens e ativos do reto causado por investimentos realizados pela CODEBA;
patrimônio, à execução de obras, bem como à implementação de VI. acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobi-
ônus real sobre bens do patrimônio, serão precedidos de licitação, lidade reduzida;
ressalvadas as exceções previstas em lei e neste Regulamento. VII. possibilidade de adoção de mecanismos de solução pacífica
Artigo 3º. As contratações destinam-se a assegurar a seleção de conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis, em espe-
da proposta mais vantajosa, inclusive no que se refere ao ciclo de cial arbitragem.
vida do objeto e a evitar operações que se caracterizem como sobre Parágrafo Único – A contratação a ser celebrada pela CODEBA,
preço ou superfaturamento. da qual decorra impacto negativo sobre bens do patrimônio cul-
Artigo 4º. As contratações observarão os princípios da im- tural, histórico, arqueológico e imaterial tombados, deverá prever
pessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da compensação determinada pela Administração Superior, na forma
eficiência, da probidade administrativa, da economicidade, do de- da legislação aplicável.
senvolvimento nacional sustentável, da vinculação ao instrumento Artigo 7º. As minutas de editais de licitação, bem como os ins-
convocatório, da busca de competitividade e do julgamento objeti- trumentos contratuais, serão previamente examinadas e aprovadas
vo, além das finalidades consignadas no Estatuto Social da CODEBA, pela Gerência Jurídica da CODEBA.
e as seguintes diretrizes: Parágrafo Único – Fica dispensada nova análise jurídica em caso
I. padronização do objeto da contratação, dos instrumentos de utilização de minuta padrão previamente aprovada pela Gerên-
convocatórios e das minutas de contratos, previamente aprovadas cia Jurídica e pelo Conselho de Administração da CODEBA, desde
pela Gerência Jurídica; que não haja alteração, inclusão ou exclusão de cláusulas gerais dos
II. busca da maior vantagem competitiva para a CODEBA, con- modelos aprovados.
siderando custos e benefícios, diretos e indiretos, de natureza eco- Artigo 8º. As licitações serão processadas e julgadas por comis-
nômica, social e ambiental, inclusive os relativos à manutenção, ao são permanente ou especial ou por Pregoeiro, auxiliado por equipe
desfazimento de bens e resíduos, ao índice de depreciação econô- de apoio, no caso de licitação pelo rito procedimental da modalida-
mica e a outros fatores de igual relevância; de Pregão.
III. ampliação da participação de licitantes; Artigo 9°. Os papéis de Pregoeiro, Equipe de Apoio, Comissão
IV. adoção preferencial do rito procedimental da modalidade de Licitação serão desempenhados por técnicos do quadro de pes-
de licitação denominada Pregão, na forma eletrônica, para a aquisi- soal permanente, nomeados em Ato de Designação do Diretor-Pre-
ção de bens e serviços comuns, inclusive os de engenharia; sidente.
V. observância da Política de Compras Sustentáveis e Relacio- § 1° As comissões de que trata o caput serão compostas por, no
namento com Fornecedores e do Programa de Integridade da CO- mínimo, 3 (três) membros titulares e 1 (um) suplente.
DEBA; § 2° O mandato da comissão permanente de licitação será de
VI. condições de aquisição e de pagamento compatíveis com as 1 (um) ano, podendo, a critério da autoridade competente, haver a
do setor privado, inclusive mediante pagamento de remuneração recondução para períodos subsequentes.
variável;
VII. adoção de procedimento para apresentação de projetos,
estudos, levantamentos ou investigações, relativos a assuntos defi-
nidos como prioritários.

273
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3° A critério da autoridade competente e mediante justifica- V. executar atividades relativas à instauração de processo e jul-
tiva prévia, a qualquer tempo poderá ser constituída uma comissão gamento das licitações de interesse do órgão, com observância da
especial de licitação para processar e julgar um certame específico, legislação e normativos internos;
ficando, automaticamente extinta com o atingimento desta finali- VI. instruir esclarecimentos/impugnações apresentados por
dade. interessados quanto aos termos do edital, recorrendo às equipes
§ 4° Atendidos os requisitos regimentais da CODEBA, aos mem- técnicas setoriais, quando necessário;
bros das Comissões permanentes e especiais de licitação e aos Pre- VII. tornar público o resultado dos processos licitatórios;
goeiros poderá ser concedida gratificação especial pelo desempe- VIII. instruir recursos e submetê-los à autoridade superior para
nho de atividades inerentes a essas funções. decisão;
§ 5° Os membros das comissões permanentes e especiais de IX. resolver sobre qualquer incidente durante o processo licita-
licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados, tório, recorrendo às equipes técnicas setoriais, quando necessário;
salvo se for consignado posição individual divergente, devidamente X. examinar se as propostas estão em conformidade com as es-
fundamentada e registrada na ata em que adotada a decisão. pecificações estabelecidas no edital;
§ 6º Em observância ao princípio da segregação de funções, XI. proceder à escolha do vencedor de acordo com os critérios
os técnicos da Comissão de Licitação não deverão integrar Equipes de julgamento previstos no edital, recorrendo às equipes técnicas
Técnicas ou de Planejamento de Contratações. Não devendo, ainda, setoriais, quando necessário;
serem designados como fiscais de contratos, bem como para outras XII. propor instauração de processo com vista à apuração de
funções que se mostrem incompatíveis com tal princípio. infrações cometidas no curso da licitação e do contrato, para pro-
§ 7º A Comissão de Licitação somente deliberará com a pre- moção da responsabilidade administrativa e aplicação da sanção
sença de 3 (três) membros, sendo um deles, necessariamente, o cabível, sem prejuízo de sua iniciativa de apuração;
Presidente e, na sua ausência, o seu substituto designado. XIII. executar outras atividades, nos termos da legislação perti-
Artigo 10. Caberá ao Pregoeiro, sem prejuízo de outras funções: nente, compatíveis com a finalidade da Comissão de Licitação.
I. coordenar o processo licitatório; Artigo 14. É facultado à Comissão de Licitação e ao Pregoeiro,
II. receber, examinar e decidir as impugnações e consultas ao em qualquer fase do certame, promover as diligências que enten-
edital, apoiado pelos setores responsáveis pela sua elaboração e der necessárias, adotando medidas de saneamento destinadas a
pela Gerência Jurídica; esclarecer informações, corrigir impropriedades meramente for-
III. conduzir a sessão pública na internet; mais na proposta, documentação de habilitação ou complementar
IV. verificar a conformidade da proposta com os requisitos esta- a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento
belecidos no instrumento convocatório; ou informações que deveria constar originalmente da proposta.
V. dirigir a etapa de lances;
VI. verificar e julgar as condições de habilitação; TÍTULO II
VII. receber, examinar e decidir os recursos, encaminhando à DOS MECANISMOS DE POSICIONAMENTO CONCORRENCIAL
autoridade competente quando mantiver sua decisão;
VIII. indicar o vencedor do certame; CAPÍTULO I
IX. adjudicar o objeto, quando não houver recurso; DO PATROCÍNIO
X. conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e
XI. encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade Artigo 15. Para realização de patrocínio, a CODEBA poderá
superior e propor a homologação. celebrar convênio ou contrato com pessoa física ou jurídica para
Artigo 11. Todos os profissionais envolvidos nos procedimentos promoção de atividades culturais, institucionais, mercadológicas,
disciplinados por este Regulamento deverão, nos limites das res- sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica, desde
pectivas atribuições, prestar, por escrito, informações no âmbito que comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de sua marca.
de ações judiciais, representações junto ao Tribunal de Contas da Artigo 16. O patrocínio de inovação tecnológica tem por ob-
União, inquéritos administrativos, notificações, petições, solicita- jetivo a procura, a descoberta, as experimentações, os desenvol-
ções de auditoria e de procedimentos análogos, atuando de modo vimentos, a imitação ou a adoção de novos produtos, processos,
cooperativo e responsável. formas de organização, metodologias, entre outros, cujo objetivo
Artigo 12. Caberá à equipe de apoio, dentre outras atribuições, final pode agregar valor à CODEBA.
auxiliar o Pregoeiro e a Comissão de Licitação em todas as fases do
processo licitatório. CAPÍTULO II
Artigo 13. Competirá à Comissão de Licitação: DA ATIVIDADE FINALÍSTICA E OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS
I. receber requisições pertinentes à instauração de processos
licitatórios relativos a compra, locação, alienação e serviços, já devi- Artigo 17. Não se aplicam os dispositivos referentes às contra-
damente instruídos com projeto básico/termo de referência; tações e aos procedimentos de licitação às seguintes situações:
II. formar e acompanhar o processo administrativo licitatório, I. exercício direto de atividade finalística;
observando todos os requisitos legais necessários; II. escolha de parceiro vinculada à oportunidade de negócios,
III. elaborar editais e, quando necessário, encaminhar para pa- decorrente da atuação concorrencial.
recer jurídico; Artigo 18. O exercício de atividade finalística caracteriza-se
IV. fazer a divulgação da licitação por meio do instrumento pró- pela comercialização, prestação ou execução, de forma direta, pela
prio; CODEBA, de produtos, serviços ou obras no cumprimento do seu
objeto social.

274
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 19. A oportunidade de negócios consiste na implemen- II. licitação CODEBA, preferencialmente na forma eletrônica,
tação de ações de diferencial competitivo com vistas ao estabeleci- para aquisição de bens e serviços não considerados comuns, caben-
mento de parcerias com terceiros destinadas ao desenvolvimento do definir, em cada situação concreta, se haverá inversão de fases,
da atuação concorrencial da CODEBA, considerando-se pelo menos o modo de disputa e o critério de julgamento.
um dos seguintes critérios, dentre outros: § 1º – Licitação CODEBA é o procedimento licitatório que pos-
I. retorno em receitas financeiras; sibilita a combinação de diferentes modos de disputa e critérios
II. acesso a soluções melhores e inovadoras; de julgamento a ser determinado de acordo com as necessida-
III. ganho operacional e de eficiência; des desta Companhia, pela área demandante, nos termos da Lei
IV. promoção de empreendedorismo visando adoção de novos 13.303/2016.
modelos/procedimentos de mercado; § 2º – O valor estimado da contratação poderá ser sigiloso, fa-
V. melhoria de performance na execução de suas atividades fi- cultando-se à CODEBA, mediante justificativa na fase preparatória,
nalísticas. conferir publicidade ao valor estimado do objeto da licitação, sem
§ 1º – Na hipótese referida no caput deste artigo, devem ser prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das de-
observados, de forma cumulativa, os seguintes elementos mais informações necessárias para a elaboração das propostas.
I. as características específicas que definem a escolha do par- § 3º – Na modalidade Pregão o valor estimado para a contrata-
ceiro; ção poderá constar do Instrumento Convocatório, facultando-se à
II. a definição e especificação da oportunidade de negócio; CODEBA optar pelo sigilo, quando justificado.
III. a inviabilidade de procedimento competitivo. § 4º – Nas hipóteses em que forem adotados os critérios de
§ 2º – A oportunidade de negócio será materializada por uma julgamento por maior desconto ou por melhor técnica a estimativa
das seguintes formas: de preço deverá constar do instrumento convocatório.
I. estabelecimento de parceria negocial, cuja fundamentação § 5º– As licitações serão processadas e julgadas por Pregoeiro
vise atuação concorrencial; ou comissão de licitação, conforme definido em normativo interno
II. aquisição e alienação de participação em sociedades e ou- que estabelecerá os parâmetros para essa designação, levando em
tras formas associativas, societárias ou contratuais; conta o rito procedimental da licitação.
III. operações realizadas no âmbito do mercado de capitais, res- Artigo 21.Os contratos destinados à prestação de serviços ad-
peitada a regulação pelo respectivo órgão competente; mitirão os seguintes regimes de execução:
IV. formação e extinção de parcerias e outras formas associati- I. contratação por preço unitário, nos casos em que não for
vas, societárias ou contratuais. possível definir previamente as quantidades dos serviços a serem
§ 3º – Nas contratações de que trata este artigo serão observa- posteriormente executados;
dos, sempre que possível, os seguintes parâmetros: II. contratação por preço global, quando for possível definir
I. adoção de padrões de ajustes, contratos, instrumentos e me- previamente, com boa margem de precisão, as quantidades dos
canismos próprios da concorrência, atendidos os princípios deste serviços a serem posteriormente executados;
Regulamento; III. contratação por tarefa, em contratações de profissionais
II. políticas de atuação da CODEBA, em especial aquelas rela- autônomos ou de pequenas empresas para realização de serviços
cionadas à governança corporativa, compliance, gerenciamento de técnicos comuns e de curta duração;
riscos e controles internos da CODEBA, prevenção à lavagem de di- IV. contratação por empreitada integral, nos casos em que o
nheiro e ao financiamento do terrorismo e anticorrupção; contratante necessite receber o objeto, normalmente de alta com-
III. política de compras sustentáveis e relacionamento com for- plexidade, em condição de operação imediata.
necedores; Artigo 22.Na contratação de obras e serviços de engenharia,
IV. adoção, sempre que possível, de critérios de sustentabilida- poderá ser estabelecida remuneração variável, vinculada ao desem-
de na especificação técnica do objeto, na execução dos serviços ou penho do contratado, com base em metas, padrões de qualidade,
nas obrigações da contratada, com vistas a contribuir para a promo- critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega defini-
ção do desenvolvimento nacional sustentável. dos pela CODEBA no instrumento convocatório ou no contrato, ob-
servado o conteúdo do projeto básico, do projeto executivo ou do
TÍTULO III termo de referência.
DOS PROCEDIMENTOS DE LICITAÇÃO Parágrafo Único – A remuneração variável está condicionada
à demonstração de eficiência e vantajosidade e respeitará o limite
CAPÍTULO I orçamentário fixado pela CODEBA para a respectiva contratação,
DAS NORMAS GERAIS contemplando:
I. os parâmetros escolhidos para aferir o desempenho do con-
Artigo 20. Os procedimentos licitatórios realizados no âmbito tratado; e
da CODEBA terão acesso público, podendo ser processadas com II. as faixas de remuneração.
base nos seguintes procedimentos: Artigo 23.Mediante justificativa expressa, desde que não impli-
I. licitação pelo rito da modalidade Pregão, obrigatoriamente que perda de economia de escala, e desde que não atinja valores
na forma eletrônica, instituída pela Lei nº 10.520/02, para a aquisi- inferiores aos limites estabelecidos no art. 29, incisos I e II da lei
ção de bens e serviços comuns, assim considerados aqueles cujos 13.303/2016, poderá ser celebrado mais de um contrato para exe-
padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente de- cutar serviço de mesma natureza, quando o objeto da contratação
finidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado; puder ser executado de forma simultânea por mais de um contra-
tado.

275
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º – Na hipótese prevista no caput deste artigo, será mantido II. à quem tenha relação de parentesco, até o terceiro grau civil,
controle individualizado da execução do objeto contratual relativa- com dirigente da CODEBA, empregado da CODEBA cujas atribuições
mente a cada um dos contratados. envolvam a atuação na área responsável pela licitação ou contrata-
§ 2º – O instrumento convocatório deverá disciplinar os parâ- ção, autoridade do ente público a que a CODEBA esteja vinculada;
metros objetivos para a alocação das atividades a serem executadas III. cujo proprietário, mesmo na condição de sócio, tenha termi-
por cada contratado. nado seu prazo de gestão ou rompido seu vínculo com a CODEBA há
Artigo 24.É vedada a participação direta ou indireta nos proce- menos de 6 (seis) meses.
dimentos licitatórios: Artigo 25.Na contagem dos prazos estabelecidos neste Regula-
I. de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o anteproje- mento, exclui se o dia do início e inclui-se o do vencimento.
to ou o projeto básico da licitação; Parágrafo Único – Os prazos se iniciam e expiram exclusivamen-
II. da pessoa jurídica que participar de consórcio responsável te em dia útil.
pela elaboração do anteprojeto ou projeto básico da licitação;
III. de pessoa jurídica da qual o autor do anteprojeto ou do CAPÍTULO II
projeto básico da licitação seja administrador, controlador, geren- DO PLANEJAMENTO DA LICITAÇÃO
te, responsável técnico, subcontratado ou sócio, neste último caso
quando a participação superar 5% (cinco por cento) do capital vo- Artigo 26.Identificada a necessidade de determinado objeto e
tante; listados os resultados esperados e os requisitos necessários e sufi-
IV. cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% (cinco cientes ao seu atendimento, a Gerência Demandante deverá:
por cento) do capital social seja diretor ou empregado da empresa I. avaliar as alternativas internas para atendimento da deman-
pública ou sociedade de economia mista contratante; da, quantificando, valorando e avaliando os riscos de cada uma de-
V. pessoa física ou jurídica suspensas de contratar com a CO- las;
DEBA; II. não havendo ou não sendo conveniente a adoção de alter-
VI. pessoa física ou jurídica declarada inidônea pela unidade nativa interna, estudar as soluções existentes no mercado (inclusive
federativa a que está vinculada a CODEBA, enquanto perdurarem com consultas a outros entes públicos), quantificando, valorando e
os efeitos da sanção; avaliando os riscos de cada uma delas; e
VII. constituída por sócio de empresa que estiver suspensa, im- III. ponderar as soluções existentes, optando, justificadamente,
pedida ou declarada inidônea; pela mais vantajosa.
VIII. cujo administrador seja sócio de empresa suspensa, impe- Artigo 27.Definida a solução que melhor atenderá à necessi-
dida ou declarada inidônea; dade, e não sendo configurada hipótese de contratação direta, a
IX. constituída por sócio que tenha sido sócio ou administrador Gerência Demandante elaborará o Termo de Referência ou Projeto
de empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período Básico/Anteprojeto, conforme o caso, observados, dentre outros,
dos fatos que deram ensejo à sanção; os seguintes cuidados:
X. cujo administrador tenha sido sócio ou administrador de em- I. deverá realizar detalhamento das condições de execução da
presa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período dos demanda, de modo a permitir ao interessado a exata compreensão
fatos que deram ensejo à sanção ou; do objeto e dos direitos e obrigações a serem assumidos em caso
XI. que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa que parti- de contratação;
cipou, em razão de vínculo de mesma natureza, de empresa decla- II. deverá parcelar o objeto em tantas parcelas quantas forem
rada inidônea. necessárias ao aproveitamento das peculiaridades de mercado,
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos I, II e III, do caput, no visando à ampla competição e à economicidade da contratação,
que se refere a projeto básico, no caso das contratações integradas. ressalvados os casos de indivisibilidade do objeto, de prejuízo ao
§ 2º É permitida a participação das pessoas físicas ou jurídicas conjunto, ou de perda de economia de escala;
de que tratam os incisos II e III, do caput, em procedimento licitató- III. não poderá prever requisitos ou condições que venham a
rio ou na execução do contrato, como consultor ou técnico, nas fun- restringir injustificadamente a competição ou a direcionar a licita-
ções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente ção; e
a serviço da CODEBA. IV. deverá levar em consideração as práticas e os critérios de
§ 3º Para fins do disposto neste artigo, considera-se participa- sustentabilidade socioambiental, nos termos da Política de Com-
ção indireta a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, pras Sustentáveis da CODEBA, bem como as políticas de desenvolvi-
comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do mento nacional previstas na legislação sobre o tema.
projeto básico, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável Artigo 28.Os procedimentos licitatórios deverão observar as
pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimen- seguintes diretrizes:
tos de bens e serviços a estes necessários. I. padronização dos instrumentos convocatórios e das minutas
§ 4º O disposto no § 3° aplica-se aos membros da comissão de de contratos, previamente aprovados pela Gerência Jurídica;
licitação. II. condições de aquisição e de pagamento compatíveis com as
§ 5° Aplica-se a vedação prevista no caput: do setor privado, inclusive mediante pagamento de remuneração
I. à contratação do próprio empregado ou dirigente, como pes- variável;
soa física, bem como à participação dele em procedimentos licita- III. busca da maior vantagem, considerando custos e benefícios
tórios, na condição de licitante; diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou ambiental, in-
clusive os relativos à manutenção, ao desfazimento de bens e re-
síduos, ao índice de depreciação econômica e a outros fatores de
igual relevância;

276
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV. adoção de procedimento para apresentação de projetos, Artigo 34.As contratações semi-integradas e integradas restrin-
estudos, levantamentos ou investigações, relativos a assuntos de- gem-se a obras e serviços de engenharia e devem observar os se-
finidos como prioritários; guintes requisitos:
V. observância da Política de Transações com Partes Relacio- I. no caso de contratação integrada, o instrumento convocató-
nadas. rio deve conter anteprojeto de engenharia que contemple os docu-
Artigo 29.Obrigam-se as Gerências e Assessorias vinculadas às mentos técnicos destinados a possibilitar a caracterização da obra
Diretorias a elaborar e divulgar à Comissão de Licitações, o plane- ou serviço e a elaboração e comparação, de forma isonômica, das
jamento anual das contratações públicas que pretendem realizar, propostas a serem ofertadas pelos particulares, incluindo:
identificando estimativa de valor e data das contratações. a) a demonstração e a justificativa do programa de necessida-
Parágrafo único. As contratações planejadas poderão sofrer des, a visão global dos investimentos e as definições quanto ao nível
reajustes técnicos, inclusive em seu cronograma, a fim de melhor de serviço desejado;
atender as demandas da Administração, de modo que, determi- b) as condições de solidez, segurança, durabilidade e prazo de
nados processos, comprovada a oportunidade e conveniência ad- entrega;
ministrativa, poderão ser agrupados, bem como suprimidos ou c) a estética do projeto arquitetônico;
incorporados a estrutura do plano a fim de cumprir os objetivos d) os parâmetros de adequação ao interesse público, à econo-
estratégicos do planejamento de contratações públicas. mia na utilização, à facilidade na execução, aos impactos ambientais
e à acessibilidade;
CAPÍTULO III e) a concepção da obra ou do serviço de engenharia;
DAS NORMAS ESPECÍFICAS f) os projetos anteriores ou estudos preliminares que embasa-
ram a concepção adotada;
SEÇÃO I g) o levantamento topográfico e cadastral;
DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA h) os pareceres de sondagem; e
i) o memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com-
Artigo 30.O critério de julgamento pode ser o de menor pre- ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a
ço ou de melhor combinação de técnica e preço, pontuando-se na estabelecer padrões mínimos para a contratação.
avaliação técnica as vantagens e os benefícios que eventualmente II. nos demais regimes, o instrumento convocatório deverá con-
forem oferecidos para cada produto ou solução; ter projeto básico, nos termos do art. 42 da Lei n° 13.303, de 2016;
Artigo 31.Os serviços comuns de engenharia deverão ser licita- III. o instrumento convocatório deverá conter matriz de risco
dos na modalidade pregão. para obras e serviços de engenharia, podendo ser estendida aos
Artigo 32.Nas licitações de obras e serviços de engenharia, demais objetos, quando compatível com suas características;
além dos regimes de execução dispostos no artigo 21 poderão ser IV. o valor estimado da contratação deverá ser calculado com
utilizadas as seguintes formas: base nos valores praticados pelo mercado, nos valores pagos pela
I. contratação semi-integrada, quando for possível definir pre- Administração Pública em serviços e obras similares ou na avaliação
viamente no projeto básico as quantidades dos serviços a serem do custo global da obra, aferida mediante orçamento sintético ou
posteriormente executados na fase contratual, em obra ou serviço metodologia expedita ou paramétrica;
de engenharia que possa ser executado com diferentes metodolo- V. no caso de contratação integrada, sempre que o anteprojeto
gias ou tecnologias; ou da licitação, por seus elementos mínimos, assim o permitir, as esti-
II. contratação integrada, quando a obra ou o serviço de en- mativas de preço deverão se basear em orçamento tão detalhado
genharia for de natureza predominantemente intelectual e de ino- quanto possível, devendo a utilização de estimativas paramétricas
vação tecnológica do objeto licitado ou puder ser executado com e a avaliação aproximada baseada em outras obras similares serem
diferentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito no mer- realizadas somente nas frações do empreendimento não suficien-
cado. temente detalhadas no anteprojeto da licitação, exigindo-se das
§ 1º – Na contratação integrada a CODEBA fica responsável contratadas, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento em seus
pela elaboração do anteprojeto, ficando sob responsabilidade da demonstrativos de formação de preços.
contratada a elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e § 1° Na elaboração do orçamento estimado na forma prevista
executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a monta- no inciso IV, pode ser considerada taxa de risco compatível com o
gem, a realização de testes, a pré-operação e todas as demais ope- objeto da licitação e as contingências atribuídas à contratada, de-
rações necessárias e suficientes para entrega final do objeto. vendo a referida taxa ser motivada de acordo com metodologia de-
§ 2º – Na contratação semi-integrada a elaboração do Projeto finida pela CODEBA.
Básico é de responsabilidade da CODEBA. § 2° A taxa de risco a que se refere o § 1° não deverá integrar a
§ 3° – A elaboração do projeto executivo constitui encargo do parcela de benefícios e despesas indiretas (BDI) do orçamento es-
contratado, consoante preço previamente fixado pela CODEBA. timado, devendo ser considerada apenas para efeito de análise de
Artigo 33.A CODEBA deverá utilizar, preferencialmente, a con- aceitabilidade das propostas ofertadas no processo licitatório.
tratação semi integrada, podendo ser utilizados outros regimes de § 3° Caso seja permitida no anteprojeto de engenharia a apre-
execução, desde que justificado. sentação de projetos com metodologias diferenciadas de execução,
Parágrafo Único – Para fins do previsto na parte final do caput, o instrumento convocatório deverá estabelecer critérios objetivos
não será admitida, por parte da CODEBA como justificativa para a para avaliação e julgamento das propostas.
adoção da modalidade de contratação integrada, a ausência de pro-
jeto básico.

277
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 4° Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos c) quando for necessária, para compreensão do objeto, a iden-
decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à tificação de determinada marca ou modelo apto a servir como refe-
escolha da solução de projeto básico pela contratada deverão ser rência, situação em que será obrigatório o acréscimo da expressão
alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos. “ou similar ou de melhor qualidade”.
§ 5º Na adoção da contratação integrada, é vedada a celebra- II. exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualificação
ção de termos aditivos aos contratos firmados, exceto nos seguintes ou na fase de julgamento das propostas ou de lances, desde que
casos: justificada a necessidade de sua apresentação;
I. para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro de- III. solicitar a certificação da qualidade do produto ou do pro-
corrente de caso fortuito ou força maior; e cesso de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental, por institui-
II. por necessidade de alteração do projeto ou das especifica- ção previamente credenciada ou oficial competente;
ções para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação, IV. Solicitar, excepcional e motivadamente, atestando a essen-
a pedido da CODEBA, desde que não decorrentes de erros ou omis- cialidade da medida para a execução contratual, carta de solidarie-
sões por parte do contratado, observados os limites estabelecidos dade emitida pelo fabricante que assegure a execução do contrato,
no art. 66, inciso II. no caso de licitante revendedor ou distribuidor.
Artigo 35.Na contratação semi-integrada o projeto básico po- §1° O edital poderá exigir, como condição de aceitabilidade da
derá ser alterado pelo contratado quando da elaboração do projeto proposta, a adequação às normas da Associação Brasileira de Nor-
executivo, desde que demonstrada a superioridade das inovações mas Técnicas (ABNT) ou a certificação da qualidade do produto por
em termos de redução de custos, de aumento da qualidade, de instituição credenciada pelo Sistema Nacional de Metrologia, Nor-
redução do prazo, de execução e de facilidade de manutenção ou malização e Qualidade Industrial (Sinmetro).
operação. §2° É facultada à CODEBA a exclusão de marcas ou de produtos
§ 1° Caberá à área demandante elaborar o documento téc- quando:
nico contendo definição precisa das frações do empreendimento I. decorrente de pré-qualificação de objeto;
em que haverá liberdade de as contratadas inovarem em soluções II. indispensável para melhor atendimento do interesse da CO-
metodológicas ou tecnológicas, seja em termos de modificação das DEBA, comprovado mediante justificativa técnica, operacional ou
soluções previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto bá- jurídica;
sico da licitação, seja em termos de detalhamento dos sistemas e III. mediante processo administrativo restar comprovado que
procedimentos construtivos previstos nessas peças técnicas; os produtos adquiridos e utilizados anteriormente não apresenta-
§ 2° Nas hipóteses de alteração previstas no caput deste artigo, ram o padrão de qualidade mínimo necessário ao atendimento das
a apresentação do projeto executivo deverá vir acompanhado de necessidades da CODEBA.
nova planilha de preços compatível com as alterações promovidas, Artigo 38.O custo global das compras deve ser obtido a par-
sem qualquer modificação nos demais serviços, BDI e Encargos So- tir de custos unitários, mediante apuração por meio da utilização
ciais, bem como o não acréscimo no valor global da proposta. de sistema zue contenha tabela referencial de preços, de sistema
§ 3° Consonante com a adequação do orçamento de que trata especifico instituído para o setor ou de pesquisa de mercado, nos
o § 2°, caberá ao contratado revisar as composições de preços uni- termos deste Regulamento.
tários, na proposição das novas soluções metodológicas ou tecno- Artigo 39.A relação das aquisições de bens efetivadas deve ser
lógicas para a execução dos serviços. publicada, semestralmente, em sítio eletrônico oficial na internet
§ 4° A proposta de alteração do projeto, bem como a sua res- de acesso irrestrito.
pectiva revisão orçamentária, será analisada pela área técnica fisca-
lizadora e submetida à respectiva Diretoria para aprovação. SEÇÃO III
Artigo 36.A CODEBA, na contratação de serviços de engenharia DAS CONTRATAÇÕES INTERNACIONAIS
de natureza intelectual ou estratégicos, deve estabelecer a obriga-
ção de a contratada promover a transição contratual com transfe- Artigo 40.Para participação de empresas estrangeiras nos pro-
rência de tecnologia e técnicas empregadas, sem perda de infor- cedimentos licitatórios e contratações em que a execução do objeto
mações, podendo exigir, inclusive, a capacitação de seus técnicos. se dê em território nacional, o edital deverá observar as seguintes
disposições:
SEÇÃO II I. diretrizes de política monetária e comércio exterior dos ór-
DAS NORMAS ESPECÍFICAS DA AQUISIÇÃO DE BENS gãos competentes, quando cabíveis;
II. exigências de habilitação mediante apresentação de docu-
Artigo 37.A CODEBA, na licitação para aquisição de bens, po- mentos equivalentes àqueles exigidos da empresa nacional;
derá: III. necessidade de representação legal no Brasil, prevendo po-
I. indicar marca ou modelo, desde que elaborado estudo técni- deres expressos para receber citação e responder administrativa ou
co formal, nas seguintes hipóteses: judicialmente.
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto; Artigo 41.Para a realização de obras, prestação de serviços ou
b) quando determinada marca ou modelo comercializado por aquisição de bens com recursos provenientes de financiamento ou
mais de um fornecedor, em razão de circunstância técnica, jurídi- doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira, ban-
ca ou operacional, constituir o único capaz de atender o objeto do co estrangeiro de fomento, organismo financeiro multilateral ou de-
contrato; mais entidades públicas ou privadas de natureza de direito interna-
cional, deverão ser admitidas as condições decorrentes de acordos,
protocolos, convenções, tratados e contratos internacionais.

278
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º – Na situação prevista no caput também serão admitidas Artigo 45.As despesas com publicidade e propaganda da CODE-
as normas e procedimentos operacionais daquelas entidades, in- BA não ultrapassarão, em cada exercício, o limite de 0,5% (cinco dé-
clusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa, o cimos por cento) da receita operacional bruta do exercício anterior.
qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, Artigo 46.O limite disposto acima poderá ser ampliado, até o
desde que por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou limite de 2% (dois por cento) da receita bruta do exercício anterior,
da doação. por proposta da Diretoria Executiva justificada com base em parâ-
§ 2º – As normas e procedimentos operacionais citados no metros de mercado do setor específico de atuação da CODEBA e
parágrafo primeiro deste artigo serão adotados em detrimento da aprovada pelo respectivo Conselho de Administração.
legislação nacional aplicável, observados os princípios deste Regu- Artigo 47.É vedado realizar, em ano de eleição para cargos do
lamento quando compatível. ente federativo a que sejam vinculadas, despesas com publicidade
SEÇÃO IV e patrocínio que excedam a média dos gastos nos 3 (três) últimos
DA ALIENAÇÃO anos que antecedem o pleito ou no último ano imediatamente an-
terior à eleição.
Artigo 42.A alienação de bens pela CODEBA será precedida de:
I. avaliação formal do bem contemplado; SEÇÃO VI
II. licitação, ressalvado o previsto nos artigos 150 e 151. DA PARTICIPAÇÃO EM CONSÓRCIO
§ 1º – A avaliação formal será feita observando-se as normas
regulamentares aplicáveis, admitindo-se a aplicação de redutores Artigo 48.Quando permitida na licitação a participação de em-
sobre o valor de avaliação apurado ou apreciação como bem sem presas em consórcio, deverão ser observadas as seguintes normas:
valor econômico, nos casos em que custos diretos e indiretos, de I. comprovação do compromisso público ou particular de cons-
natureza econômica, social, ambiental e operacional, bem como ris- tituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
cos físicos, sociais e institucionais os autorizem, tais como: II. indicação da empresa responsável pelo consórcio que deve-
III. incidência de despesas que não justifiquem a sua manuten- rá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no
ção no acervo patrimonial da CODEBA; instrumento convocatório;
IV. classificação do bem como antieconômico, ou seja, de ma- III. apresentação dos documentos exigidos no Art. 96 e seguin-
nutenção onerosa ou que produza rendimento precário, em virtude tes por parte de cada consorciada, admitindo-se, para efeito de
de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo; qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada uma e,
V. classificação do bem como irrecuperável, ou seja, aquele que para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos
não pode ser utilizado para o fim a que se destina ou quando a re- valores na proporção de sua respectiva participação, podendo a
cuperação ultrapassar cinquenta por cento de seu valor de mercado CODEBA estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30%
orçado no âmbito de seu gestor; (trinta por cento) dos valores exigidos para o licitante individual,
VI. classificação do bem como ocioso, ou seja, aquele que apre- inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua to-
senta condições de uso, mas não está sendo aproveitado, ou aque- talidade, por microempresas e empresas de pequeno porte assim
le que, devido a seu tempo de utilização ou custo de transporte definidas em lei;
não justifique o remanejamento para outra unidade ou, por último, IV. impedimento de participação de empresa consorciada, na
aquele para o qual não há mais interesse; mesma licitação, por meio de mais de um consórcio ou isoladamen-
VII. custo de carregamento no estoque; te;
VIII. tempo de permanência do bem em estoque; V. responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos prati-
IX. depreciação econômica gerada por decadência estrutural/ cados em consórcio.
física, desvirtuação irreversível como ocupações irregulares perpe- Parágrafo único - O licitante vencedor ficará obrigado a promo-
tuadas pelo tempo, bem como depreciação gerada por alterações ver, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do
ambientais no local em que o bem se localiza, como erosões, conta- consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso “I” deste
minações, calamidades, entre outros; artigo.
X. custo de oportunidade do capital;
XI. outros fatores ou redutores de igual relevância. CAPÍTULO IV
§ 2º – O desfazimento, o reaproveitamento, a movimentação e DOS PROCEDIMENTOS DE LICITAÇÃO
a alienação de materiais inservíveis serão regulados em normativo
e poderão ocorrer mediante os seguintes procedimentos: Artigo 49.As licitações observação as seguintes sequências de
I. alienação gratuita ou onerosa; fases:
II. cessão ou Comodato. I. preparação: etapa de caracterização do objeto a ser contrata-
Artigo 43.As normas deste Regulamento aplicam-se também à do e definição dos parâmetros do certame;
alienação de imóveis integrantes do acervo patrimonial da CODEBA. II. divulgação: etapa de publicidade da licitação, observado o
disposto nos artigos 65 e 66 deste Regulamento;
SEÇÃO V III. apresentação de propostas ou lances, conforme o modo de
DAS CONTRATAÇÕES DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA disputa adotado: etapa de ofertas realizadas pelos licitantes para
disputar a contratação;
Artigo 44.A licitação e a contratação de serviços de publicidade IV. julgamento: etapa de classificação em ordem de vantajosi-
observam as diretrizes e os procedimentos deste Regulamento. dade conforme o critério de julgamento;

279
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V. verificação de efetividade dos lances ou propostas: aferição X. exigência de amostra;


da efetividade dos lances ou propostas para certificar de que a pro- XI. exigência de certificação de qualidade do produto ou do
posta classificada em primeiro lugar é exequível e atende aos requi- processo de fabricação;
sitos de qualidade previsto no instrumento convocatório ou que o XII. exigência de carta de solidariedade emitida pelo fabricante;
preço ofertado não é excessivo e pode ser aceito. XIII. antecipação de pagamento, quando for o caso;
VI. negociação: etapa em que, confirmada a efetividade do XIV. principais variáveis que interferem no custo do ciclo de
lance ou proposta que obteve a primeira colocação na etapa de vida do ativo;
julgamento, ou que passe a ocupar essa posição em decorrência XV. custo de aquisição;
da desclassificação de outra que tenha obtido colocação superior, XVI. custo de manutenção;
ocorre a negociação das condições mais vantajosas com quem as XVII. custo de operação; e
apresentou; XVIII. custo de descarte.
VII. habilitação: etapa na qual se verifica o atendimento dos XIX. indicação da fonte de recursos suficientes para a contra-
requisitos qualificatórios dos licitantes exigidos pelo instrumento tação;
convocatório para a execução do objeto; XX. termo de referência que contenha conjunto de elementos
VIII. interposição de recurso: etapa para os licitantes recorre- necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para ca-
rem das decisões da Comissão de Licitação ou do Pregoeiro; racterizar o objeto da contratação;
IX. adjudicação do objeto: ato pelo qual se atribui ao vencedor XXI. projeto básico para a contratação de obras e serviços de
o objeto da licitação para subsequente efetivação do contrato; engenharia, salvo no caso de contratação integrada;
X. homologação do resultado ou revogação do procedimento: XXII. justificativa da vantagem da disposição do objeto da licita-
o primeiro é o ato administrativo por meio do qual a autoridade ção em lotes ou parcelas para aproveitar as peculiaridades do mer-
competente verifica a legalidade dos atos praticados no processo cado e ampliar a competitividade, desde que a medida seja viável
licitatório e avalia a conveniência da contratação; o segundo é o técnica e economicamente e não haja perda de economia de escala;
ato de desfazimento do processo licitatório por oportunidade ou XXIII. minuta do instrumento convocatório;
conveniência do interesse público, em razão de fato superveniente, XXIV. minuta do contrato ou ata de registro de preço, quando
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal houver; e
conduta. XXV. ato de designação de Pregoeiro ou Comissão de Licitação.
Parágrafo único – A fase de que trata o inciso VII do caput deste Parágrafo Único: É de responsabilidade da Gerência Deman-
artigo poderá, mediante ato motivado, anteceder as referidas nos dante o atendimento aos incisos I a XI. É de responsabilidade da
incisos III e VI do caput deste artigo, desde que expressamente pre- Comissão de Licitação o atendimento aos incisos XII a XIV.
visto no instrumento convocatório. Artigo 52.O instrumento convocatório deve estabelecer as re-
gras a serem observadas no procedimento licitatório, indicando o
SEÇÃO I seguinte:
DA PREPARAÇÃO I. o objeto da licitação;
II. a forma de realização do procedimento licitatório, eletrônica
Artigo 50.As contratações e os procedimentos de licitações no ou presencial;
âmbito da CODEBA serão antecedidos por planejamento prévio III. o modo de disputa, aberto, fechado ou com combinação, os
e detalhado, com a finalidade de otimizar o desempenho da em- critérios de classificação para cada etapa da disputa e as regras para
presa, proteger o interesse público envolvido, com transparência apresentação de propostas e de lances;
e equidade, com vistas a maximizar seus resultados econômicos e IV. os requisitos de conformidade das propostas;
finalidades estatutárias. V. os critérios de julgamento e os critérios de desempate;
Artigo 51.Na fase de preparação do procedimento licitatório VI. a exigência, quando for o caso:
deverão ser observadas as orientações do Capítulo II, bem como VII. de marca ou modelo;
serem elaborados os atos, expedidos os documentos necessários VIII. de amostra;
para caracterização do objeto a ser contratado e definido os parâ- IX. de certificação de qualidade do produto ou do processo de
metros do certame, tais como: fabricação; e
I. justificativa da contratação; X. de carta de solidariedade emitida pelo fabricante;
II. objeto da contratação; XI. o prazo de validade da proposta;
III. orçamento e preço de referência, remuneração ou prêmio, XII. os prazos e meios para apresentação de pedidos de esclare-
conforme critério de julgamento adotado; cimentos, impugnações e recursos;
IV. requisitos de conformidade das propostas; XIII. os prazos e condições para a entrega do objeto;
V. cláusulas essenciais que deverão constar do contrato, a cri- XIV. as formas, condições e prazos de pagamento, bem como o
tério da Gerência Demandante, inclusive os referentes a sanções e, critério de reajuste, quando for o caso;
quando for o caso, a prazos de fornecimento; XV. a exigência de garantias e seguros, quando for o caso;
VI. procedimento de contratação, com a definição do critério XVI. os critérios objetivos de avaliação do desempenho da con-
de julgamento e do regime de execução a serem adotados; tratada, bem como os requisitos da remuneração variável, quando
VII. justificativa para: for o caso;
VIII. fixação dos fatores de ponderação na avaliação das pro- XVII. as sanções;
postas técnicas e de preço, quando escolhido o critério de julga- XVIII. os prazos para apresentação das propostas;
mento por técnica e preço; XIX. outras indicações especificas do procedimento licitatório.
IX. indicação de marca ou modelo; § 1º Integram o instrumento convocatório, como anexos:

280
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I. o termo de referência, o anteprojeto, o projeto básico ou exe- SUBSEÇÃO I


cutivo, conforme o caso; DA PESQUISA DE PREÇO
II. orçamento, se não for sigiloso; Artigo 54.Definida a especificação do objeto, e não se enqua-
III. a minuta do contrato ou ata de registro de preço, quando drando como serviços de engenharia, a Gerência Demandante, nos
houver; moldes deste Regulamento, realizará pesquisa de preços, a fim de
IV. o Acordo de Nível de Serviço (ANS), quando for o caso; obter o valor estimado da licitação.
V. as especificações complementares e as normas de execução; Artigo 55.A estimativa de preços relativamente à mão de obra
e para prestação de serviços terceirizados será elaborada com base
VI. a matriz de riscos. em planilha analítica de composição de custos da mão de obra e
§ 2° No caso de obras ou serviços de engenharia, o instrumento dos insumos, e observará os seguintes critérios:
convocatório deverá conter ainda: I. os salários dos empregados terceirizados serão fixados com
I. o cronograma de execução, com as etapas necessárias à me- base em acordo ou convenção coletiva de trabalho da categoria
dição, ao monitoramento e ao controle das obras e o de desem- profissional pertinente;
bolso; II. havendo mais de uma categoria em uma mesma contrata-
II. a exigência de que os licitantes apresentem em suas propos- ção, os salários serão fixados com base no acordo ou na convenção
tas a composição analítica do percentual dos Benefícios e Despesas coletiva de cada categoria profissional;
Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES), discriminando todas as III. não havendo acordo ou convenção coletiva de trabalho, os
parcelas que o compõem, exceto para contratação integrada; e salários serão fixados com base em preços médios obtidos em pes-
III. as condições para a antecipação de pagamento, se for o quisa de mercado, em fontes especializadas, em empresas privadas
caso, mediante apresentação de garantias. do ramo pertinente ao objeto licitado, ou em órgãos públicos;
§ 3º No caso de contratação de ativos, a definição de critério IV. os encargos sociais e tributos deverão ser fixados de acordo
de julgamento deve levar em consideração o preço de aquisição, com as leis específicas; e
acrescido do custo do ciclo de vida inclusive os relativos à manuten- V. os valores dos insumos serão apurados com base em pesqui-
ção, operação e ao desfazimento de bens e resíduos, ao índice de sa de preços, na forma dos artigos 56 a 60 deste Regulamento, ou
depreciação econômica e a outros fatores de igual relevância. em preços fixados nos instrumentos legais pertinentes.
§ 4° O instrumento convocatório pode restringir a participação Parágrafo Único – Deverá constar dos editais de licitação que:
no certame aos licitantes pré-qualificados, observado o disposto no I. as propostas de preço consignarão expressamente os custos
capítulo Da Pré-Qualificação. de vale alimentação e de vale-transporte.
§ 5° A minuta do instrumento convocatório deverá ser previa- II. o pagamento de vale-alimentação e de vale-transporte será
mente examinada e aprovada pela Gerência Jurídica, admitida a obrigatório, ainda que não esteja previsto em acordo ou convenção
adoção de minutas-padrão. coletiva de trabalho.
§ 6° A Gerência Jurídica pode aprovar minutas de instrumen- III. o valor da remuneração dos empregados terceirizados não
tos convocatórios e de contratos relativos a objetos de contratação poderá ser inferior ao previsto em acordo ou convenção coletiva de
rotineira, com vistas a utilização nas hipóteses em que se faça ne- trabalho, ou ainda, se for caso, ao fixado pela Administração.
cessário tão somente o preenchimento de informações referentes Artigo 56.A estimativa de preço de materiais, de equipamen-
à quantidade de bens e serviços, às dependências favorecidas, ao tos, de insumos, e de serviços contratados para fornecimento de
local de entrega dos bens ou prestação do serviço, à dimensão da bens ou utilidades, será realizada mediante a utilização de um dos
área concedida etc., vedada a alteração de quaisquer de suas cláu- seguintes parâmetros:
sulas. I. portal de compras governamentais - www.comprasgoverna-
§ 7° O disposto no § 6° não impede a formalização de adita- mentais.gov.br;
mentos, nas situações previstas neste Regulamento. II. pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos
Artigo 53.É vedado constar do instrumento convocatório, ex- especializados ou de domínio amplo, desde que contenha a data e
cetuando as possibilidades previstas neste Regulamento e que de- hora de acesso;
mandam de prévia motivação, as seguintes disposições: III. contratações similares de outros entes públicos, em execu-
I. cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou ção ou concluídos nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores à data
frustrem o caráter competitivo e estabeleçam preferências ou dis- da pesquisa de preços; ou
tinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitan- IV. pesquisa com os fornecedores.
tes, sem prévia motivação; § 1º No âmbito de cada parâmetro, o resultado da pesquisa de
II. qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante preços será a média ou o menor dos preços obtidos.
para o específico objeto do contrato; § 2º No caso do inciso I será admitida a pesquisa de um único
III. exigência de comprovação de atividades ou de aptidão, com preço.
limitações de tempo, época, locais específicos que inibam indevida- § 3º A utilização de outro método para a obtenção do resultado
mente a participação na licitação; da pesquisa de preços, que não o disposto no § 1º, deverá ser devi-
IV. utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, damente justificada pela área demandante.
secreto, subjetivo ou reservado que possa, ainda que indiretamen- § 4º No caso do inciso IV, somente serão admitidos os preços
te, elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. cujas datas não se diferenciem em mais de 180 (cento e oitenta)
dias.
§ 5º Excepcionalmente, mediante justificativa da área deman-
dante, será admitida a pesquisa com menos de três preços ou for-
necedores.

281
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 6º Para a obtenção do resultado da pesquisa de preços, não Artigo 62.Caso se verifique, após a realização da pesquisa de
poderão ser considerados os preços inexequíveis ou os excessiva- preços, a necessidade de se alterar o Termo de Referência/Projeto
mente elevados, conforme critérios fundamentados e descritos no Básico/AP, a área demandante deverá formular novo levantamento
processo administrativo. de preços, ressalvada as hipóteses em que a mudança processada
§ 7º Para fins deste Regulamento, os preços praticados em ór- não afetar a valoração do objeto.
gãos ou em entidades da Administração Pública se provam, dentre Artigo 63.O disposto nos artigos acima não se aplica a obras e
outras formas, por meio de resultados de recentes processos lici- serviços de engenharia, de que trata o Decreto nº 7.983, de 8 de
tatórios, de aquisições e contratações recentemente empenhadas, abril de 2013.
de preços registrados em atas de registro de preços vigentes, ou de Artigo 64. A estimativa de preço de serviços de obras e servi-
preços praticados em contratos em execução. ços de engenharia deverão ser elaboradas, preferencialmente e no
Artigo 57.Quando a pesquisa de preços for realizada com os que couber, com base em preços obtidos em Tabelas de Preços de
fornecedores, estes deverão receber solicitação formal para apre- Consultoria, no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
sentação de cotação. da Construção Civil (Sinapi) ou na tabela do Sistema de Custos de
Parágrafo único. Deverá ser conferido aos fornecedores prazo Obras Rodoviárias (SICRO).
de resposta compatível com a complexidade do objeto a ser licita-
do, o qual não será inferior a cinco dias úteis. SEÇÃO II
Artigo 58.Não serão admitidas estimativas de preços obtidas DA PUBLICIDADE
em sítios de leilão ou de intermediação de vendas.
Artigo 59.As pesquisas de preços no mercado poderão ser rea- Artigo 65.O aviso com o resumo do edital da licitação, o extrato
lizadas na internet, via e-mail ou correspondência, em publicações do contrato e aditivos dele decorrentes deverão ser publicados no
especializadas, observadas as seguintes orientações: Diário Oficial da União e no sítio eletrônico da CODEBA.
I. no caso de pesquisa de preços realizada em lojas na internet, § 1º – Demais atos e procedimentos do processo, serão divul-
deverá ser juntada aos autos a cópia da página pesquisada em que gados exclusivamente por meio eletrônico, nos termos definidos no
conste o preço, a descrição do bem, e a data da pesquisa; instrumento convocatório.
II. no caso de pesquisa de preços realizada por e-mail ou cor- § 2° – O aviso da licitação conterá a definição resumida do obje-
respondência, deverão ser juntados aos autos o pedido e a resposta to, a indicação dos locais, dias e horários em que poderá ser consul-
do fornecedor; tada ou obtida a íntegra do instrumento convocatório, bem como o
III. no caso de pesquisa de preços em publicações especializa- endereço, data e hora da sessão pública, devendo ser priorizada a
das, deverá ser juntada aos autos a cópia da capa e da página pes- disponibilização gratuita e integral no sítio eletrônico da CODEBA.
quisada ou, alternativamente, indicado o número da publicação e § 3º – À conveniência e oportunidade poderá a Comissão de
da página pesquisada. Licitação solicitar a publicação do edital resumido da licitação em
Artigo 60.Para as pesquisas de preços no mercado via e-mail jornais de grande circulação, culminando com a constatação da es-
ou por correspondência deverão ser adotados os seguintes proce- sencialidade da transparência administrativa.
dimentos: § 4º – Serão mantidas no sítio eletrônico da CODEBA todas as
I. após 5 (cinco) dias úteis, contados da emissão do e-mail ou da informações concernentes a processos licitatórios, os respectivos
correspondência, não havendo resposta, o responsável pela pesqui- instrumentos convocatórios, resultados dos certames, bem como
sa de preços deverá reiterar o pedido; todos os contratos e aditivos celebrados, de maneira a assegurar a
II. decorrido o prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado da emissão identificação dos contratados, objetos dos contratos, prazo de vi-
do primeiro e-mail ou da primeira correspondência, os procedimen- gência e o valor das contratações.
tos relacionados à estimativa de preços poderão ser continuados Artigo 66.Serão observados os seguintes prazos mínimos para a
com base nas propostas já obtidas, ainda que em número inferior apresentação de propostas ou lances, contados a partir da divulga-
a 3 (três), desde que comprovado que os procedimentos previstos ção do instrumento convocatório:
neste artigo foram adotados. I. para aquisição e alienação de bens:
§ 1º Nas hipóteses em que forem recebidas cotações discre- a) 8 (oito) dias úteis, quando adotado como critério de julga-
pantes entre si, o(s) responsável(is) pela realização da pesquisa mento o menor preço ou o maior desconto;
deverá(ão) se certificar da correta compreensão, pelas sociedades b) 10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses;
consultadas, do objeto a ser licitado, podendo disponibilizar novo II. para contratação de obras e serviços:
prazo para que estas possam sanear seus orçamentos. a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotado como critério de jul-
§ 2º Se as discrepâncias referidas no parágrafo anterior ainda gamento o menor preço ou o maior desconto;
assim permanecerem deverá ser fixado os critérios para a seleção b) 30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses;
dos orçamentos formadores do valor estimado da licitação, sendo III. 45 (quarenta e cinco) dias úteis para licitação em que se
justificado na instrução do processo licitatório eventuais exclusões adote como critério de julgamento a melhor técnica ou a melhor
ou ajustes dos valores orçados. combinação de técnica e preço, bem como para licitação em que
Artigo 61.Constatada a inviabilidade da obtenção de preços nas haja contratação semi-integrada ou integrada.
formas previstas nos artigos 56 a 60 deste Regulamento, justificada- § 1° – O termo inicial para a contagem dos prazos mínimos fi-
mente, poderão ser adotadas outras soluções a fim de não frustrar xados por este artigo será a data da última veiculação do aviso da
a compra ou a contratação pretendida, devendo a área demandan- licitação.
te justificar o modo adotado.

282
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2° – As modificações promovidas no instrumento convoca- SEÇÃO IV


tório serão objeto de divulgação nos mesmos termos e prazos dos DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
atos e procedimentos originais, exceto quando a alteração não afe-
tar a preparação das propostas. Artigo 75.Poderão ser utilizados os seguintes critérios de jul-
gamento:
SEÇÃO III I. menor preço;
DA APRESENTAÇÃO DE LANCES OU PROPOSTAS E DO MODO II. maior desconto;
DE DISPUTA III. melhor combinação de técnica e preço;
IV. melhor técnica;
Artigo 67.Após a publicidade do instrumento convocatório ini- V. melhor conteúdo artístico;
cia-se a fase de apresentação de propostas ou lances. VI. maior oferta de preço;
Artigo 68.Poderão ser adotados os modos de disputa aberto, VII. maior retorno econômico;
fechado ou a combinação de ambos quando o objeto da licitação VIII. melhor destinação de bens alienados.
puder ser parcelado. § 1º – Os critérios de julgamento serão expressamente identi-
Artigo 69.No modo de disputa aberto os licitantes apresenta- ficados no instrumento convocatório e poderão ser combinados na
rão lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, con- hipótese de parcelamento do objeto.
forme o critério de julgamento adotado, iniciando pelo licitante que § 2º – Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos incisos
apresentou a proposta menos vantajosa. III, IV, V e VII do caput deste artigo, o julgamento das propostas será
Parágrafo Único – Quando for adotado o modo de disputa efetivado mediante o emprego de parâmetros específicos, defini-
aberto o instrumento convocatório poderá admitir as seguintes dos no instrumento convocatório destinados a limitar a subjetivida-
possibilidades: de do julgamento.
I. a apresentação de lances intermediários, quais sejam: § 3º – Para efeito de julgamento não serão consideradas vanta-
a) iguais ou inferiores ao maior já ofertado, mas superiores ao gens não previstas no instrumento convocatório.
último lance dado pelo próprio licitante, quando adotado o julga- § 4º – O procedimento listado nesta seção constitui procedi-
mento pelo critério da maior oferta de preço; ou mento padrão para todos os critérios de julgamento. As variações
b) iguais ou superiores ao menor já ofertado, mas inferiores que eventualmente possam existir em cada critério serão previstas
ao último lance dado pelo próprio licitante, quando adotados os no respectivo edital.
demais critérios de julgamento.
II. o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lan- SUBSEÇÃO I
ce, para definição das demais colocações, quando existir diferença DO MENOR PREÇO OU MAIOR DESCONTO
de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance e o sub-
sequente. Artigo 76.O critério de julgamento pelo menor preço ou maior
Artigo 70.No modo de disputa fechado, as propostas apresen- desconto considerará o menor dispêndio para a CODEBA, atendi-
tadas pelos licitantes serão sigilosas até a data e a hora designadas dos os parâmetros mínimos de qualidade definidos no instrumento
para que sejam divulgadas e não haverá a fase de lances. convocatório.
Parágrafo Único – No caso de licitações presenciais a aber- Parágrafo Único – Os custos indiretos, relacionados às despesas
tura dos envelopes contendo as propostas e a documentação de de manutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto am-
habilitação será realizada sempre em sessão pública, previamente biental, entre outros fatores, poderão ser considerados para a de-
designada, da qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos finição do menor dispêndio, sempre que objetivamente mensurá-
membros da comissão de licitação ou pelo Pregoeiro, facultada a veis, conforme parâmetros definidos no instrumento convocatório.
assinatura aos licitantes presentes, ficando as propostas classifica- Artigo 77.O critério de julgamento por maior desconto:
das conforme critério de vantajosidade. I. terá como referência o preço global fixado no instrumento
Artigo 71.No caso de parcelamento do objeto, cada item ou convocatório, estendendo-se o desconto oferecido nas propostas
lote licitado poderá adotar um modo de disputa diverso, aberto ou ou lances vencedores a eventuais termos aditivos;
fechado. II. no caso de obras e serviços de engenharia, o desconto in-
Artigo 72.O instrumento convocatório poderá estabelecer per- cidirá de forma linear sobre a totalidade dos itens constantes do
centual de diferença sobre o valor da proposta mais vantajosa para orçamento estimado, que deverá obrigatoriamente integrar o ins-
ser respeitado como intervalo mínimo entre os lances. trumento convocatório.
Artigo 73.Nas licitações de obras ou serviços de engenharia a Parágrafo Único – A adoção do critério de julgamento baseado
proposta deverá estar acompanhada de planilhas com indicação no maior desconto para as contratações de obras e serviços de en-
dos quantitativos e dos custos unitários, cronograma, bem como genharia deverá ser precedida de justificativa de sua vantajosidade
do detalhamento das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos sobre o critério de julgamento baseado na indicação do menor va-
Encargos Sociais (ES), em meio físico e eletrônico. lor nominal, que deverá ser anexada aos autos do processo admi-
Artigo 74.Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, nistrativo de contratação.
após o julgamento das propostas, o licitante vencedor deverá reela-
borar e apresentar, por meio eletrônico, as planilhas com indicação
dos quantitativos e dos custos unitários, bem como do detalhamen-
to das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos So-
ciais (ES), com os respectivos valores adequados ao lance vencedor,
com exceção da contratação integrada.

283
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SUBSEÇÃO II Parágrafo único. Os membros da Comissão Especial a que se


DA MELHOR COMBINAÇÃO DE TÉCNICA E PREÇO OU MELHOR refere o caput responderão por todos os atos praticados, salvo se
TÉCNICA for consignado posição individual divergente estiver registrada na
Artigo 78.Os critérios de julgamento pela melhor combinação ata da reunião em que adotada a decisão.
de técnica e preço ou de melhor técnica serão utilizados, em espe-
cial, nas licitações destinadas a contratar objeto: SUBSEÇÃO IV
I. de natureza predominantemente intelectual e de inovação DA MAIOR OFERTA DE PREÇO
tecnológica ou técnica; ou
II. que possa ser executado com diferentes metodologias ou Artigo 83.O critério de julgamento pela maior oferta de preço
tecnologias de domínio restrito no mercado, pontuando-se as van- será utilizado no caso de contratos que resultem em receita para a
tagens e qualidades oferecidas para cada produto ou solução. CODEBA, como de alienações, locações, permissões ou concessões
§ 1° Será escolhido um dos critérios de julgamento a que se de uso de bens.
refere o caput quando a necessidade técnica demandar qualidade § 1º – Se adotado o critério de julgamento referido no caput,
que não possa ser obtida apenas pela fixação de requisitos mínimos poderá ser dispensado o cumprimento dos requisitos de qualifica-
estabelecidos no instrumento convocatório e quando o fator preço ção técnica e econômico financeiro.
não seja preponderante para a escolha da melhor proposta. § 2º – Poderá ser requisito de habilitação a comprovação do
§ 2° Poderão ser utilizados parâmetros de sustentabilidade am- recolhimento de quantia como garantia, limitada a cinco por cento
biental para a pontuação das propostas técnicas. do valor mínimo de arrematação.
Artigo 79.No julgamento pelo critério de melhor combinação § 3º – Na hipótese do § 2º, o licitante vencedor perderá a quan-
de técnica e preço, deverão ser avaliadas e ponderadas as propostas tia em favor da CODEBA caso não efetue o pagamento devido no
técnicas e de preço apresentadas pelos licitantes, segundo fatores prazo estipulado.
de ponderação objetivos previstos no instrumento convocatório. § 4º – Os bens e direitos a serem licitados pelo critério de maior
§ 1° O fator de ponderação técnico poderá ser fixado em até oferta serão previamente avaliados para fixação do valor mínimo de
70% (setenta por cento). arrematação.
§ 2° O instrumento convocatório estabelecerá pontuação mí- Artigo 84.Os bens e direitos arrematados serão pagos e entre-
nima para as propostas técnicas e valor máximo para aceitação do gues ao arrematante nos termos e condições previamente fixadas
preço, cujo não atendimento em ambos os casos implicará desclas- no instrumento convocatório.
sificação da proposta.
Artigo 80.No critério de julgamento de melhor combinação de SUBSEÇÃO V
técnica e preço ou de melhor técnica, o instrumento convocatório DO MAIOR RETORNO ECONÔMICO
deverá definir com clareza e objetividade, entre outros, os seguin-
tes critérios de pontuação: Artigo 85.No critério de julgamento pelo maior retorno econô-
I. capacitação e a experiência do proponente; mico as propostas serão consideradas de forma a selecionar a que
II. qualidade técnica da proposta; proporcionar a maior economia para a CODEBA decorrente da exe-
III. compreensão da metodologia; cução do contrato.
IV. organização; § 1° O critério de julgamento pelo maior retorno econômico
V. sustentabilidade ambiental; será utilizado exclusivamente para a celebração de contrato de efi-
VI. tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos tra- ciência.
balhos; e § 2° O contrato de eficiência terá por objeto a prestação de
VII. qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para serviços, que poderá incluir a realização de obras e o fornecimento
a sua execução. de bens, com o objetivo de proporcionar economia à CODEBA, na
Parágrafo único - No caso de julgamento por melhor técnica, o forma de redução de despesas correntes.
valor do prêmio ou da remuneração será previsto no instrumento § 3° O instrumento convocatório deverá prever parâmetros
convocatório. objetivos de mensuração da economia gerada com a execução do
contrato, que servirá de base de cálculo da remuneração devida ao
SUBSEÇÃO III contratado.
DO MELHOR CONTEÚDO ARTÍSTICO § 4° Para efeito de julgamento da proposta, o retorno econômi-
co é o resultado da economia que se estima gerar com a execução
Artigo 81.O critério de julgamento pelo melhor conteúdo artís- da proposta de trabalho, deduzida a proposta de preço.
tico poderá ser utilizado para a contratação de projetos e trabalhos § 5º – Quando não for gerada a economia prevista no lance ou
de natureza artística. propostas, a diferença entre a economia contratada e a efetivamen-
Parágrafo único. O instrumento convocatório definirá o prê- te obtida será descontada da remuneração do contratado.
mio ou a remuneração que será atribuída ao vencedor, devendo § 6º – Se a diferença entre a economia contratada e a efetiva-
estabelecer parâmetros mínimos aceitáveis para o objeto posto em mente obtida for superior à remuneração da contratada, será apli-
competição. cada sanção prevista no contrato.
Artigo 82.Nas licitações que adotem o critério de julgamento Artigo 86.Nas licitações que adotem o critério de julgamento
pelo melhor conteúdo artístico a comissão de licitação será auxilia- pelo maior retorno econômico, os licitantes apresentarão:
da por Comissão Especial integrada por, no mínimo, três pessoas de I. proposta de trabalho, que deverá contemplar:
reputação ilibada e notório conhecimento da matéria em exame, II. as obras, serviços ou bens, com respectivos prazos de reali-
empregados ou não. zação ou fornecimento;

284
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III. a economia que se estima gerar, expressa em unidade de I. contenham vícios insanáveis;
medida associada à obra, bem ou serviço e expressa em unidade II. descumpram especificações técnicas constantes do instru-
monetária. mento convocatório;
IV. proposta de preço, que corresponderá a um percentual so- III. apresentem preços manifestamente inexequíveis ou não
bre a economia que se estima gerar durante determinado período, tenham sua exequibilidade demonstrada, quando exigido pela CO-
expressa em unidade monetária. DEBA;
IV. se encontrem acima do orçamento estimado para a contra-
SUBSEÇÃO VI tação;
MELHOR DESTINAÇÃO DE BENS ALIENADOS V. apresentem desconformidade com outras exigências do ins-
trumento convocatório, salvo se for possível a acomodação a seus
Artigo 87.Na implementação do critério melhor destinação de termos antes da adjudicação do objeto e sem que se prejudique a
bens alienados, será obrigatoriamente considerada, nos termos do atribuição de tratamento isonômico entre os licitantes.
respectivo instrumento convocatório, a repercussão, no meio so- § 1º – A verificação da efetividade dos lances ou propostas
cial, da finalidade para cujo atendimento o bem será utilizado pelo poderá ser feita exclusivamente em relação aos lances e propostas
adquirente. mais bem classificados.
§ 1° - O instrumento convocatório conterá os parâmetros obje- § 2º – A CODEBA poderá realizar diligências para aferir a exe-
tivos para aferição da repercussão no meio social da destinação a quibilidade das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja de-
ser dada pelo bem alienado. monstrada.
§ 2° - A destinação do bem alienado deverá estar alinhada com § 3º – Nas licitações de obras e serviços de engenharia, consi-
os objetivos de políticas públicas previstos na carta anual de que deram-se inexequíveis as propostas com valores globais inferiores a
trata o Art. 8° inciso I, da Lei n° 13.303/16, com o plano de negó- 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:
cios ou com a estratégia de longo prazo da CODEBA, ou com valores I. média aritmética dos valores das propostas superiores a 50%
constitucionais e legais que cumpre à empresa realizar. (cinquenta por cento) do valor do orçamento estimado pela CODE-
§ 3° - O descumprimento da finalidade a que se refere o caput BA; ou
deste artigo resultará na imediata restituição do bem alcançado ao II. valor do orçamento estimado pela CODEBA.
acervo patrimonial da CODEBA, vedado, nessa hipótese, o paga- § 4º – Para os demais objetos, para efeito de avaliação da exe-
mento de indenização em favor do adquirente. quibilidade ou de sobre preço, deverão ser estabelecidos critérios
§ 4° O disposto no § 3° não afasta o dever de restituir o valor de aceitabilidade de preços que considerem o preço global, os
recebido a título de pagamento. quantitativos e os preços unitários, assim definidos no instrumento
§ 5° Será reputada vencedora a proposta que, nos termos do convocatório.
disposto no instrumento convocatório, oferte o preço estimado § 5° Consideram-se preços manifestamente inexequíveis, aque-
pela CODEBA e represente a utilização que produza a melhor reper- les que não venham a ter demonstrada sua viabilidade por meio de
cussão no meio social. documentos que comprovem que os custos dos insumos são coe-
§ 6° A decisão será objetiva e suficientemente motivada. rentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade
são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições
SUBSEÇÃO VII estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licita-
DA PREFERÊNCIA E DO DESEMPATE ção.
§ 6° Para efeito de demonstração da exequibilidade dos preços
Artigo 88.Aplicam-se às licitações as disposições sobre direito na forma do
de preferência constantes dos artigos 42 a 49 da Lei Complementar §5°, não se admitirá proposta que apresente preços global ou
nº 123/2006. unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com
I. nas licitações em que após o exercício do direito de prefe- os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos res-
rência de que trata o artigo anterior esteja configurado empate em pectivos encargos, de forma a demonstrar a adequação do preço
primeiro lugar, serão utilizados na ordem em que se encontram proposto em face dos custos que incidirão sobre a execução do
enumerados, os seguintes critérios de desempate: contrato, exceto quando se referirem a materiais e instalações de
II. disputa final, em que os licitantes empatados poderão apre- propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a par-
sentar nova proposta fechada, em ato contínuo ao encerramento cela ou à totalidade da remuneração, desde que a renúncia esteja
da etapa de julgamento; expressa na proposta.
III. os critérios estabelecidos no artigo 3º da Lei nº 8.248, de 23 § 7° Se houver indícios de inexequibilidade do preço ofertado,
de outubro de 1991, e no § 2º do artigo 3º da Lei nº 8.666, de 21 ou em caso da necessidade de esclarecimentos complementares,
de junho de 1993; poderá ser efetuada diligência, para fins de comprovação de sua
IV. sorteio. viabilidade econômica, podendo-se adotar, dentre outros, os se-
guintes procedimentos:
SEÇÃO VI I. intimação do licitante para a apresentação de justificativas e
DA VERIFICAÇÃO DE EFETIVIDADE DOS LANCES OU PROPOS- comprovações em relação aos custos com indícios de inexequibili-
TAS dade;
II. verificação de acordos coletivos, convenções coletivas ou
Artigo 90.Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, será sentenças normativas em dissídios coletivos de trabalho;
verificada a sua efetividade, promovendo-se a desclassificação da- III. levantamento de informações junto ao Ministério do Traba-
queles que: lho e Emprego e Ministério da Previdência Social;

285
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV. consultas a entidades ou conselhos de classe, sindicatos ou Artigo 93.Nas licitações eletrônicas, os atos de negociação
similares; serão praticados em ambiente público, de modo que as trocas de
V. pesquisas em órgãos públicos ou empresas privadas; mensagens entre a CODEBA e o licitante detentor da melhor pro-
VI. verificação de outros contratos que o licitante mantenha posta fiquem disponíveis para todos os participantes.
com a CODEBA, com entidades públicas ou privadas; Artigo 94.Nas licitações presenciais, os atos de negociação se-
VII. pesquisa de preço com fornecedores dos insumos utiliza- rão praticados na sessão pública e seus termos serão registrados na
dos, tais como: atacadistas, lojas de suprimentos, supermercados respectiva ata.
e fabricantes; Artigo 95.Após a fase de negociação, a Comissão de Licitação
VIII. verificação de notas fiscais dos produtos adquiridos pelo ou Pregoeiro classificará o licitante e iniciará a análise da documen-
licitante; tação de habilitação, segundo os critérios de julgamento fixados no
IX. levantamento de indicadores salariais ou trabalhistas publi- instrumento convocatório.
cados por órgãos de pesquisa;
X. estudos setoriais; SEÇÃO VIII
XI. consultas às Secretarias de Fazenda Federal, distrital, esta- DA HABILITAÇÃO
dual ou Municipal;
XII. análise de soluções técnicas escolhidas e/ou condições ex- Artigo 96.Na habilitação a CODEBA deverá exigir a documenta-
cepcionalmente favoráveis que o licitante disponha para a presta- ção de acordo com os parâmetros a seguir, a partir da necessidade
ção dos serviços; e do objeto:
XIII. demais verificações que porventura se fizerem necessárias. I. habilitação jurídica da empresa;
§ 8° Quando todos os licitantes forem desclassificados ou inabi- II. prova de regularidade fiscal;
litados, a CODEBA poderá fixar prazo de até 8 (oito) dias úteis para III. qualificação econômico-financeira;
a apresentação de novas propostas ou documentação escoimadas IV. qualificação técnica;
das causas que culminaram nas respectivas desclassificações ou V. recolhimento de quantia a título de adiantamento, no caso
inabilitações. de licitação cujo critério de julgamento for o de maior oferta.
§ 9° Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresen- § 1º – Quando o critério de julgamento utilizado for a maior
tadas por licitantes estrangeiros deverão ser submetidas à equaliza- oferta de preço, os requisitos de qualificação técnica e de capacida-
ção dos preços visando acrescer a elas o valor correspondente aos de econômica e financeira poderão ser dispensados.
gravames decorrentes dos tributos, encargos sociais, trabalhistas e § 2º – Reverterá a favor da CODEBA o valor de quantia even-
previdenciários a que estão submetidos os licitantes brasileiros. tualmente exigida no instrumento convocatório a título de adian-
tamento, previsto no inciso V do caput, caso o licitante não efetue
SEÇÃO VII o restante do pagamento devido no prazo para tanto estipulado.
DA NEGOCIAÇÃO Artigo 97.Os documentos necessários à habilitação poderão
Artigo 91.Confirmada a efetividade do lance ou proposta que ser apresentados em original ou mediante cópia autenticada por
obteve a primeira colocação na etapa de julgamento, ou que passe cartório competente ou por empregado da CODEBA, membro da
a ocupar essa posição em decorrência da desclassificação de outra comissão de licitação ou Pregoeiro, por publicação em órgão da im-
que tenha obtido colocação superior, a CODEBA deverá negociar prensa oficial ou obtidos pela internet em sítios oficiais do órgão
condições mais vantajosas com quem o apresentou. emissor.
§ 1º – Ainda que a proposta do primeiro classificado esteja aci- § 1° Os documentos de habilitação poderão ser substituídos,
ma do orçamento estimado, poderá haver negociação com o licitan- total ou parcialmente, pela consulta ao Sistema de Cadastramento
te para obtenção de condições mais vantajosas. Unificado de Fornecedores – SICAF, e emissão da respectiva decla-
§ 2º – Caso a licitante não apresente contraproposta na nego- ração.
ciação, prevalecerá a proposta apresentada na etapa de lances. § 2° As empresas estrangeiras atenderão, nas licitações inter-
§ 3º – A negociação de que trata o parágrafo primeiro poderá nacionais, às exigências de habilitação mediante documentos equi-
ser feita com os demais licitantes, segundo a ordem de classificação, valentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos
quando o primeiro colocado, após a negociação, for desclassificado por tradutor juramentado.
por sua proposta permanecer superior ao orçamento estimado. § 3° As certidões expedidas pelos órgãos da administração fis-
§ 4º – Se depois de adotada a providência referida no § 3º des- cal e tributária, desde que assim instituídas pelo órgão emissor, po-
te artigo não for obtido valor igual ou inferior ao orçamento esti- derão ser emitidas pela internet (rede mundial de computadores),
mado para a contratação, a licitação será revogada ou declarada sendo válidas independentemente de assinatura ou chancela de
fracassada. servidor dos órgãos emissores.
Artigo 92.A negociação será conduzida pela Comissão de Licita- § 4° os documentos de habilitação serão exigidos apenas do
ção ou pelo Pregoeiro, na busca de condições mais vantajosas para licitante vencedor, exceto no caso de inversão de fases.
a CODEBA, que podem abranger os diversos aspectos da proposta,
desde preço, prazos de pagamento e de entrega. SUBSEÇÃO I
§ 1º No caso de a licitante apresentar condição de preço mais DA HABILITAÇÃO JURÍDICA
vantajosa para a CODEBA, a Comissão de Licitação dará o prazo de
48 horas para que o licitante apresente proposta final adequada ao Artigo 98.A documentação relativa à habilitação jurídica, con-
valor negociado. forme o caso, consistirá em:
§ 2º Quando envolver aspectos técnicos, a negociação deverá I. cédula de identidade, no caso de pessoa física;
ser acompanhada por representante da área demandante. II. registro comercial, no caso de empresa individual;

286
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III. ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devi- SUBSEÇÃO IV


damente registrado, em se tratando de sociedades comerciais sen- DA QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
do que, no caso de sociedades por ações, deverá se fazer acompa-
nhar da ata de eleição de seus administradores; Artigo 101. A documentação relativa à qualificação técnica li-
IV. inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, mitar-se-á:
acompanhada de ato formal de designação de diretoria em exer- I. ao registro ou à inscrição na entidade profissional competen-
cício; te;
V. decreto de autorização ou equivalente, em se tratando de II. capacidade técnico operacional e profissional;
empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato III. à prova de atendimento de requisitos previstos em lei espe-
de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo ór- cial, quando for o caso;
gão competente quando a atividade assim o exigir. IV. prova de requisitos de sustentabilidade ambiental, quando
couber.
SUBSEÇÃO II V. poderá ser exigida apresentação de outros documentos es-
DA REGULARIDADE FISCAL pecíficos em complementação aos acima referidos, se a natureza da
contratação ou lei especial assim o exigir.
Artigo 99.A documentação relativa à regularidade fiscal consis- § 1° Para comprovação da capacidade mencionada no inciso
tirá em: II do caput de que a licitante possui aptidão para desempenhar as
I. prova de inscrição no CNPJ ou CPF, conforme o caso; parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, deve a
II. prova de regularidade com o INSS, mediante a apresentação CODEBA verificar:
da Certidão Negativa de Débitos relativos aos Tributos Federais e a I. a capacidade técnico-operacional da empresa licitante me-
Dívida Ativa da União; diante apresentação de atestados fornecidos por pessoas jurídicas
III. prova de regularidade relativa ao Fundo de Garantia por de direito público ou privado suficientes para comprovar a aptidão
Tempo de Serviço (FGTS), mediante a apresentação do Certificado do licitante;
de Regularidade do FGTS (CRF); II. a capacidade técnico-profissional, no caso de obras e ser-
IV. prova da regularidade com a Fazenda Pública Federal, me- viços de engenharia, do profissional indicado pelo licitante como
diante a apresentação da Certidão Negativa de Débitos Tributários. seu Responsável Técnico, mediante apresentação de Certidões de
Acervo Técnico – CAT, expedidos pelo CREA, acompanhados de seus
SUBSEÇÃO III respectivos atestados, registrados neste Conselho.
QUALIFICAÇÃO ECONÔMICA-FINANCEIRA § 2° As parcelas de maior relevância técnica e de valor signi-
ficativo mencionadas no § 1° serão definidas no instrumento con-
Artigo 100. A documentação relativa à qualificação econômi- vocatório podendo, conforme o caso, ser exigida uma experiência
co-financeira limitar-se-á apresentação de balanço patrimonial do correspondente a até 50% (cinquenta por cento) de tais parcelas,
último exercício social já exigível na forma da lei. podendo ser admitida a somatória de atestados, conforme instru-
§ 1° A comprovação da boa situação financeira da empresa será mento convocatório.
feita de forma objetiva, por meio de cálculo de índices contábeis § 3° As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros,
previstos no instrumento convocatório e devidamente justificados máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, conside-
no processo administrativo da licitação, vedada a exigência de índi- rados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão
ces e valores não usualmente adotados. atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da decla-
§ 2° A exigência constante no § 1° limitar-se-á à demonstração ração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedadas
da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos as exigências de propriedade e de localização prévia.
que terá que assumir, vedada a fixação de valores mínimos de fatu- § 4° Os profissionais indicados pelo licitante para fins de com-
ramento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. provação da capacitação técnica deverão participar da execução do
§ 3° A CODEBA, nas compras para entrega futura e na execução contrato, admitindo-se a substituição por profissionais de experiên-
de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocató- cia equivalente ou superior, desde que aprovada previamente pela
rio, a exigência de patrimônio líquido mínimo, como dado objetivo CODEBA.
de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitan-
tes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser SEÇÃO IX
ulteriormente celebrado. DOS RECURSOS
§ 4° O valor do patrimônio líquido a que se refere o § 3° não
poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da con- Artigo 102. Decorrida a fase de habilitação, haverá fase recursal
tratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da única, salvo no caso de inversão de fases.
apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização Parágrafo Único - Na hipótese de inversão de fases prevista no
por índices oficiais. caput, o prazo recursal será aberto:
I. após a habilitação;
II. após o encerramento da verificação de efetividade dos lan-
ces ou propostas, abrangendo os atos decorrentes do julgamento.
Artigo 103. Aceita a documentação de habilitação, o Licitante
habilitado será declarado vencedor, sendo encerrada a sessão pú-
blica pela Comissão de Licitação, abrindo-se prazo para a interposi-
ção de recurso na forma estabelecida no edital.

287
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º Será concedido ao licitante, o prazo de 05 (cinco) dias úteis SEÇÃO X


para apresentação das razões, contados a partir da data da publici- DO ENCERRAMENTO
dade do ato em meio eletrônico ou da lavratura da ata da sessão se
presente todos os licitantes. Artigo 108. O procedimento licitatório será encerrado pela Au-
§ 2º Os demais licitantes ficam, desde logo, intimados a apre- toridade Competente, que poderá:
sentar as contrarrazões em mesmo prazo, a contar do dia útil se- I. determinar o retorno dos autos para possível saneamento de
guinte ao término do prazo que se refere o § 1º. irregularidades;
§ 3º É assegurado aos licitantes o direito de obter vistas dos II. anular o procedimento, no todo ou em parte, por ilegalidade
elementos nos autos do processo indispensáveis à defesa de seus de ofício ou por provocações de terceiros, salvo quando for viável a
interesses. convalidação do ato ou do procedimento viciado;
§ 4º As razões e as contrarrazões recursais eventualmente re- III. revogar o procedimento por motivo de interesse público de-
cebidas poderão ser encaminhadas à área técnica, quando necessá- corrente de fatos supervenientes que constituam óbice manifesto
rio, para que possa analisá-las, emitindo a respectiva manifestação incontornável à continuidade do processo, devidamente justificado;
por escrito ou assinando, juntamente com o Presidente ou Comis- ou
são de Licitação, a respectiva ata de julgamento. IV. homologar o procedimento e autorizar a celebração do con-
§ 5º O recurso será dirigido à autoridade que praticou o ato trato.
recorrido, a qual apreciará sua admissibilidade, cabendo a esta re- § 1º – A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não
considerar ou não sua decisão no prazo de 05 (cinco) dias úteis, ela- gera obrigação de indenizar.
borar relatório de julgamento, e fazê-lo subir à Diretoria Executiva, § 2º – A nulidade da licitação induz à do contrato.
a Autoridade Competente, que poderá ratificar ou não a decisão da § 3º – Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou
Comissão de Licitação ou Pregoeiro. propostas, a revogação ou a anulação da licitação somente será
§ 6º Caso não ratifique a decisão do Pregoeiro ou Comissão de efetivada, quando assegurado o direito ao contraditório e à ampla
Licitação, a Autoridade Competente determinará as medidas que defesa a ser exercido no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
julgar cabíveis no caso. § 4º – A revogação ou anulação, além do disposto nos §§ 1° e 2º
§ 7º Se após decisão final da Autoridade Competente, forem deste artigo aplicam-se, no que couber, aos atos por meio dos quais
acolhidas as razões recursais, deverá a Comissão de Licitação re- se determine a contratação direta.
tomar a fase de habilitação dando prosseguimento à licitação, Artigo 109. Na hipótese de nenhum interessado ter acudido ao
garantindo, depois de nova declaração de vencedor, o direito à in- chamamento ou de todos os licitantes terem sido desclassificados
terposição de recurso, inclusive por parte do licitante que teve sua e ou inabilitados, o processo será declarado deserto ou fracassado,
proposta desclassificada ou que foi inabilitado. respectivamente.
§ 8º A decisão definitiva a que se refere o § 7º deverá ser publi- § 1º – Aprovado o encerramento da licitação fundamentado na
cada no sítio eletrônico da CODEBA. deserção ou no fracasso, o procedimento licitatório será submetido
§ 9º A Comissão de Licitação poderá habilitar empresa que já à Comissão de Licitação para providências de publicação, no sítio
tenha sido inabilitada, desde que apresente razão recursal que jus- eletrônico da CODEBA, do aviso de deserção ou fracasso.
tifique a revisão na decisão da Comissão de Licitação ou Pregoeiro, § 2º – A Comissão de Licitação comunicará à área técnica de-
devendo submetê-la à Autoridade Competente para decisão final. mandante a divulgação do aviso de deserção ou fracasso, a fim de
§ 10 O acolhimento de recurso implicará invalidação apenas que essa unidade possa avaliar a oportunidade e conveniência de
dos atos insuscetíveis de aproveitamento. repetir procedimento licitatório, após análise das possíveis razões
§ 11 Mesmo que todos os licitantes sejam inabilitados e não que levaram ao insucesso da licitação.
haja declaração de vencedor na licitação, será assegurado a fase Artigo 110. Verificada a necessidade de revogar a licitação, a
recursal. área técnica demandante e respectivo Diretor encaminhará à Co-
Artigo 104. Os recursos têm efeito suspensivo, isto é, até que missão de Licitação as razões para tanto.
sejam decididos o processo licitatório não terá seguimento. § 1º – Recebido, antes da sessão pública da licitação, as razões
Artigo 105. O agente de licitação pode não conhecer o recurso mencionadas no caput deste artigo, a Comissão de Licitação propo-
já nesta fase em situação excepcional e restrita, caso a manifestação rá à Autoridade Competente a revogação do certame.
seja apresentada fora do prazo ou por pessoa que não represente o § 2º - A anulação ou revogação do processo licitatório depois
licitante. É vedado ao agente de licitação rejeitar de plano o recurso de iniciada a fase de lances ou propostas será precedida de aviso de
em razão de discordância de mérito com os motivos apresentados intenção do ato a ser publicado no Diário Oficial da União e no sítio
pelo licitante. eletrônico da CODEBA para que sejam asseguradas as garantias do
Artigo 106. Na contagem dos prazos estabelecidos neste Regu- contraditório e da ampla defesa no prazo 5 (cinco) dias úteis, salvo
lamento, exclui-se o dia do início e inclui-se o do vencimento. no caso de manifestação expressa e prévia de todos os licitantes
Parágrafo único. Os prazos se iniciam e vencem exclusivamente renunciando o direito de contestar o ato respectivo.
em dias úteis de expediente, desconsiderando-se os feriados e re- § 3º – As manifestações eventualmente recebidas serão en-
cessos praticados pela CODEBA, no âmbito de sua Sede, localizada caminhadas à área técnica demandante e respectivo Diretor para
em Salvador- BA. análise e emissão de manifestação por escrito acerca do prossegui-
Artigo 107. Após a habilitação, exauridos eventuais recursos mento ou não do procedimento de revogação.
administrativos, o objeto será adjudicado ao licitante vencedor. § 4º – Na hipótese de a manifestação mencionada no parágrafo
anterior ser contrária ao procedimento de revogação, caberá à Co-
missão de Licitação dar prosseguimento ao certame.

288
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 5º – Na hipótese de a manifestação ser favorável ao prosse- Artigo 117. Após o encerramento da etapa de lances da sessão
guimento do procedimento de revogação, a Comissão de Licitação pública, o Pregoeiro convocará o Licitante ofertante do melhor lan-
proporá à Autoridade Competente a revogação do certame. ce, a apresentar contraproposta para que sejam obtidas melhores
Artigo 111. A homologação do resultado implica a constituição condições. Esta negociação será realizada por meio do sistema, pos-
de direito relativo à celebração do contrato em favor do licitante sibilitando acompanhamento pelos demais licitantes.
vencedor. Artigo 118. Ao término da sessão pública no sistema, o licitante
Artigo 112. A CODEBA não poderá celebrar contrato com pre- deverá encaminhar:
terição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros I. proposta de preços adequada ao valor final, por meio eletrô-
estranhos à licitação. nico, no prazo de até 04 (quatro) horas após convocação, podendo
ser prorrogado por mesmo prazo, por solicitação do licitante e a
SEÇÃO XI critério do Pregoeiro;
DO RITO DA MODALIDADE PREGÃO ELETRÔNICO II. documentação de habilitação original / autenticada e propos-
ta de preços acompanhada das suas respectivas planilhas adequa-
Artigo 113. Nas licitações promovidas sob o rito da modalida- das ao lance, originais, para o endereço informado no instrumento
de Pregão Eletrônico caberá ao Pregoeiro conduzir a sessão pública convocatório, em até 03 (três) dias úteis, podendo ser prorrogado
por meio do sistema do Portal Eletrônico ou outro sistema que lhe pelo mesmo prazo, a critério do Pregoeiro.
venha a substituir. Parágrafo único. Serão aceitas cópias não autenticadas da do-
Artigo 114. Na data designada para a abertura da sessão públi- cumentação exigida no edital, desde que sejam exibidos os originais
ca, o Pregoeiro analisará, juntamente com as Equipes Técnica e/ou para conferência pelo Pregoeiro e/ou Equipe de Apoio.
de Apoio, as propostas enviadas pelos interessados, desclassifican- Artigo 119. Caberá ao Pregoeiro decidir sobre a aceitação da
do aquelas que não estejam em conformidade com os requisitos proposta, levando em consideração manifestação por escrito pela
estabelecidos no edital. Equipe Técnica, se houver, na qual conste a análise da proposta e da
Parágrafo Único - A desclassificação de proposta será sempre documentação relativa à qualificação técnica segundo os critérios
fundamentada e registrada no sistema, com acompanhamento em de julgamento fixados no instrumento convocatório.
tempo real por todos os participantes. § 1º Além da manifestação emitida pela Equipe Técnica, o Pre-
Artigo 115. Ultrapassada a análise preliminar das propostas, goeiro poderá solicitar à área demandante a análise e a emissão de
será iniciada a fase de lances, pela qual os Licitantes competem manifestação por escrito sobre a(s) planilha(s) de preços apresenta-
entre si, ofertando lances, segundo as regras do instrumento con- da(s) pelo Licitante, especialmente nas licitações para contratação
vocatório, iniciando pelo licitante ofertante da proposta menos van- de serviços com risco trabalhista atrelado.
tajosa. § 2º Na análise da proposta, o Pregoeiro poderá remediar ví-
§ 1º A cada lance ofertado o licitante será imediatamente infor- cios sanáveis, desclassificando, motivadamente, aquela em descon-
mado de seu recebimento e respectivo horário de registro e valor. formidade com os requisitos e especificações previstos no instru-
§ 2º Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos, observa- mento convocatório.
dos o horário fixado para abertura da sessão e as regras estabele- § 3º Se a proposta não for aceitável ou se o licitante não aten-
cidas no edital. der às exigências de habilitação, o Pregoeiro desclassificará o lici-
§ 3º O licitante somente poderá oferecer lance inferior ao últi- tante e examinará a proposta subsequente e, assim sucessivamen-
mo por ele ofertado e registrado pelo sistema. te, na ordem de classificação, até a apuração de uma proposta que
§ 4º Não serão aceitos dois ou mais lances iguais, prevalecendo atenda ao edital.
aquele que for recebido e registrado primeiro. Artigo 120. Nas licitações em que for exigida amostra ou a rea-
§ 5º Durante a sessão pública, os licitantes serão informados, lização de testes como condição de aceitação da proposta, após
em tempo real, do valor do menor lance registrado, bem como da análise da proposta e documentação de habilitação, o licitante será
ordem de classificação, vedada a identificação do licitante. intimado a apresentar amostra do produto, em prazo estabelecido
§ 6º A etapa de lances da sessão pública será encerrada por no instrumento convocatório.
decisão do Pregoeiro, em prazo nunca inferior a 5 (cinco) minutos, § 1º Os procedimentos de amostra ou de testes deverão ser
com exceção aos Pregões em que tenha sido classificada apenas regulados no Termo de Referência, ou em anexo, aprovados no pro-
uma proposta, que poderá ser encerrado em prazo inferior. cesso de contratação, onde deverá conter todas as especificações a
§ 7º A partir do encerramento da etapa de lances pelo Pre- serem avaliadas/testadas.
goeiro, dar-se-á início a etapa de lances por tempo randômico, atra- § 2º Após a análise, a Equipe Técnica emitirá manifestação fun-
vés de sistema eletrônico que encaminhará aviso de fechamento damentada, por escrito, sobre a aceitação ou rejeição da amostra
iminente dos lances, que durará até 30 (trinta) minutos, aleatoria- ou dos testes, observados os critérios de julgamento fixados no ins-
mente, findo o qual será automaticamente encerrada a recepção trumento convocatório.
de lances. Artigo 121. Atendidas às exigências fixadas no edital, o Licitan-
Artigo 116. Encerrada a fase competitiva, o sistema ordenará te habilitado será declarado vencedor, sendo aberto, pelo sistema,
os lances e verificará a incidência de eventual direito de preferência prazo de 5 (cinco) dias úteis para que qualquer licitante apresen-
a ser concedido a licitante enquadrada na condição de microempre- te as razões de recurso, ficando os demais, desde logo, intimados
sa ou empresa de pequeno porte, conforme legislação. para apresentarem contrarrazões em igual prazo, que começará a
contar do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada
vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos seus in-
teresses.

289
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo Único - No instrumento convocatório poderá constar § 1º Na situação mencionada no inciso I do caput deste artigo,
prazo de 1 (uma) hora para manifestação de intenção de recurso a disputa por lances poderá ser retomada, após a identificação do
por parte dos licitantes contado a partir da declaração de vencedor. melhor lance, para definição das demais colocações, quando existir
A falta de manifestação imediata e motivada dos licitantes importa- diferença de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance
rá a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da e o subsequente.
licitação pelo Pregoeiro ao vencedor. § 2º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, poderá ser
Artigo 122. Decididos os recursos e constatada a regularidade solicitado ao Licitante ofertante do melhor lance que apresente
dos atos praticados, a Autoridade Competente na forma deste Re- proposta adequada ao último lance por ele ofertado, observadas
gulamento adjudicará o objeto e homologará o procedimento lici- as regras do edital.
tatório. § 3º O Presidente ou Comissão de Licitação poderá analisar a
Artigo 123. É facultado ao Pregoeiro, em qualquer fase do cer- efetividade da proposta de todos os Licitantes quando for adotado
tame, promover as diligências que entender necessárias, adotando um dos critérios de julgamento previstos nos incisos III, IV, V ou VIII
medidas de saneamento destinadas a esclarecer informações, cor- do artigo 75 deste Regulamento, observadas as regras do edital.
rigir impropriedades meramente formais na proposta, documenta- § 4º Quando o critério de julgamento adotado demandar a
ção de habilitação ou complementar a instrução do processo. combinação de Técnica e Preço, o Presidente ou Comissão de Licita-
§ 1º A diligência poderá ser realizada in loco, por carta ou ção deverá pontuar as propostas, efetuar a ponderação, e ordenar
e-mail, por contato telefônico, através de consultas à Internet ou os Licitantes, para que se possa iniciar a análise da documentação
ao mercado específico, bem como através de qualquer outro meio de habilitação, do melhor colocado ou de todos os Licitantes, a seu
idôneo apto a esclarecer a dúvida suscitada. critério.
§ 2º As diligências realizadas deverão ser documentadas, indi- Artigo 128. Em caso de empate entre 2 (duas) ou mais propos-
cando a data da realização, o motivo ensejador, as providências to- tas, deverão ser utilizados os seguintes critérios de desempate, nes-
madas, as respostas e resultados obtidos, entre outras informações ta ordem:
pertinentes, e registradas no Processo Administrativo. I. disputa final, em que os licitantes empatados podem apre-
sentar nova proposta fechada, em prazo estabelecido na sessão
SEÇÃO XII pela Comissão de Licitação, ato contínuo ao encerramento da etapa
DA LICITAÇÃO CODEBA de julgamento;
II. avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes,
Artigo 124. Na Licitação CODEBA, caberá ao Presidente ou Co- conforme critério objetivo de avaliação instituído no cadastro da
missão de Licitação conduzir a sessão pública, que poderá ser reali- CODEBA;
zada pelos modos de disputa aberto ou fechado, registrando todos III. critérios estabelecidos no art. 3° da Lei n° 8.248, de 23 de
os atos em ata assinada por seus membros. outubro de 1991, e no § 2° do art. 3° da Lei n°8.666, de 21 de junho
Artigo 125. Nos procedimentos de Licitação presencial, no dia, de 1993; e
hora e local designados para a abertura da sessão pública, o Presi- IV. sorteio.
dente ou Comissão de Licitação, juntamente com as Equipes Técni- § 1° As regras previstas no caput não prejudicam a aplicação do
ca e/ou de Apoio, realizará o credenciamento dos participantes e disposto no § 1° do art. 44 e no art. 45 da Lei Complementar nº 123,
receberá a documentação exigida no edital. de 14 de dezembro de 2006.
Parágrafo Único - Recebidos os envelopes contendo a docu- § 2° Nos procedimentos licitatórios realizados na forma eletrô-
mentação de habilitação e proposta de preço, a Comissão de Lici- nica, em que haja apresentação de propostas ou lances de valores
tação procederá à imediata abertura do envelope das propostas, idênticos, deverá prevalecer aquela que for recebida e registrada
verificando sua conformidade com os requisitos estabelecidos no primeiro.
instrumento convocatório. Artigo 129. Rejeitada a proposta, o Presidente ou Comissão de
Artigo 126. Nos procedimentos de Licitação eletrônica, na data Licitação desclassificará o Licitante e iniciará a análise da proposta
designada para abertura da sessão pública por meio do sistema do do próximo colocado, na ordem de classificação, observadas as re-
portal eletrônico, o agente de licitação observará os mesmos pro- gras do edital.
cedimentos do rito da modalidade Pregão Eletrônico, conforme os Artigo 130. Aceita a proposta, o Presidente ou Comissão de Li-
artigos 113 a 123 deste Regulamento. citação classificará o Licitante e iniciará a análise da documentação
Artigo 127. Nas licitações presenciais ou eletrônicas, o Presi- de habilitação, segundo os critérios de julgamento fixados no ins-
dente ou Comissão de Licitação deverá: trumento convocatório.
I. nas licitações cujo modo de disputa for aberto, ordenar as Parágrafo único. A critério do Presidente ou Comissão de Lici-
propostas classificadas, em ordem decrescente conforme critério tação, a documentação de qualificação técnica será analisada pela
de julgamento, a fim de dar início à fase de lances convocando os área demandante segundo os critérios de julgamento fixados no
licitantes de acordo com a ordem de classificação estabelecida, instrumento convocatório. Neste caso, a sessão será suspensa, os
sendo que, encerrada a fase competitiva, ordenados os lances e julgamentos serão realizados em reunião interna e seu resultado
realizados eventuais desempates ou preferências previstos na le- será publicado no sítio eletrônico da Codeba, bem como sua fun-
gislação, competirá ao Presidente ou Comissão de Licitação analisar damentação. A critério do Presidente ou Comissão de Licitação, os
a efetividade da proposta do Licitante ofertante do melhor lance; julgamentos poderão ser realizados em reunião interna.
II. nas licitações cujo modo de disputa for fechado, ordenar as Artigo 131. Rejeitada a documentação de habilitação, o Presi-
propostas classificadas, em ordem crescente conforme critério de dente ou Comissão de Licitação inabilitará o Licitante e iniciará a
julgamento, realizando eventuais desempates ou preferências pre- análise da proposta do próximo colocado, na ordem de classifica-
vistas na legislação. ção, observadas as regras do edital.

290
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 132. Aceita a documentação de habilitação, o Licitante I. a área demandante deverá elaborar termo de referência con-
habilitado será declarado vencedor, sendo encerrada a sessão pú- tendo o objeto, especificações técnicas, projeto básico, memoriais
blica pelo Presidente ou Comissão de Licitação, abrindo-se prazo descritivo e de cálculo, além das condições de habilitação conside-
para a interposição de recurso no prazo e na forma estabelecida rados pertinentes;
no edital. II. o processo de pré-qualificação deverá ser submetido à apro-
Artigo 133. A qualquer tempo, procedimento de diligência des- vação da Diretoria Executiva;
tinado a esclarecer ou a complementar a instrução do processo po- III. competirá a Comissão de Licitação elaborar a minuta do edi-
derá ser instaurado por iniciativa da Comissão Especial de Licitação tal de pré qualificação permanente, em acordo com as disposições
ou da Equipe Técnica, nos termos do artigo 123 deste Regulamento. do termo de referência, e submetê-la a Gerência Jurídica para pa-
recer técnico;
CAPÍTULO V IV. a Comissão de Licitação deverá publicar o edital de pré-qua-
DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES DAS LICITAÇÕES lificação no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico da CODEBA;
V. após a publicação do aviso de pré-qualificação os interessa-
Artigo 134. São procedimentos auxiliares das licitações: dos poderão obter vista dos autos do procedimento e, eventual-
I. pré-qualificação permanente; mente, apresentar questionamentos e/ou impugnações ao instru-
II. cadastramento; mento convocatório.
III. sistema de registro de preços; VI. as respostas a questionamentos e a impugnações serão ela-
IV. catálogo eletrônico de padronização boradas pela Comissão de Licitação, que poderá solicitar manifesta-
§ 1° Os atos preparatórios deverão obedecer a critérios claros ção por escrito à área demandante a fim de fundamentar a resposta
e objetivos, definidos em instrumento convocatório, garantindo-se à impugnação ou ao questionamento recebido.
tratamento isonômico aos interessados e eficiência nas contrata- VII. durante todo o prazo de validade da pré-qualificação os
ções da empresa. interessados poderão apresentar a documentação exigida no res-
§ 2° Pode participar do procedimento licitatório o interessa- pectivo edital.
do que solicitar a pré-qualificação e encaminhar a documentação VIII. os fundamentos para a aceitação ou para a rejeição do pe-
exigida até 48 (quarenta e oito) horas antes do início da sessão de dido de pré qualificação constarão de ata de julgamento elaborada
abertura do certame, hipótese em que não há reabertura do prazo pela Comissão de Licitação, a quem será facultada solicitar manifes-
para apresentação de proposta. tação por escrito à Equipe Técnica a fim de fundamentar sua deci-
§ 3° Os procedimentos mencionados no caput, quando utiliza- são.
dos, antecedem as licitações, configurando instrumentos prepara- IX. a Comissão de Licitação deverá publicar, no sítio eletrônico
tórios das mesmas. da CODEBA, e manter atualizada lista com a indicação dos fornece-
dores e/ou bens pré qualificados.
SEÇÃO I X. será fornecido certificado de pré-qualificação do fornecedor
DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO PERMANENTE e do bem, com validade de até 1 (um) ano, renovável sempre que o
registro for atualizado.
Artigo 135. A Codeba poderá promover a pré-qualificação per- Artigo 138. Caberá recurso no prazo de 5 (cinco) dias úteis con-
manente de seus fornecedores ou produtos destinados a identifi- tados a partir da data da divulgação do julgamento da pré-qualifi-
car: cação na forma e requisitos previstos no instrumento convocatório.
I. fornecedores que reúnam condições de habilitação e de qua- Artigo 139. As aquisições de produtos deverão ocorrer median-
lificação técnica exigidas para o fornecimento de bem ou a execu- te prévio cadastro no Catálogo de Materiais da CODEBA, sob res-
ção de serviço ou obra nos prazos, locais e condições previamente ponsabilidade da Gerência Administrativa.
estabelecidos; § 1º– Os produtos deverão ser categorizados, codificados e as
II. bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade es- especificações deverão constar eletronicamente no sistema, deven-
tabelecidas pela CODEBA do ser disponibilizados para consulta no sitio eletrônico da CODEBA,
§ 1º – A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, contendo acompanhados das respectivas especificações e marcas já pré-qua-
alguns ou todos os requisitos de habilitação ou técnicos necessários lificadas.
à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de § 2º– A pré-qualificação ficará permanentemente aberta para
condições entre os concorrentes. a inscrição dos eventuais interessados devendo a CODEBA promo-
§ 2º – O procedimento de pré-qualificação será público e per- ver a publicidade deste procedimento por meio de aviso em sítio
manentemente aberto à inscrição de qualquer interessado. eletrônico.
§ 3º – A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ou § 3º– Do aviso de convocação deverá constar o local para ob-
segmentos, segundo as especialidades dos fornecedores tenção dos procedimentos e exigências para pré-qualificação.
Artigo 136. Sempre que a Codeba entender conveniente imple- § 4º– Os editais de licitação para aquisição de produtos ou
mentar procedimento de pré-qualificação de fornecedores ou bens, equipamentos deverão mencionar a necessidade de pré-qualifica-
deverá convocar os interessados para que demonstrem o cumpri- ção para serem aceitos no momento da análise de aceitabilidade
mento das exigências de qualificação técnica ou de aceitação de das propostas.
bens, conforme o caso. § 5º– Na pré-qualificação aberta de produtos, poderá ser exi-
Artigo 137. A pré-qualificação deverá observar os seguintes gida a comprovação de qualidade, por meio do fornecimento de
procedimentos: amostras ou outro critério estabelecido no instrumento convoca-
tório.

291
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 6º – É obrigatória a divulgação dos produtos e dos interessa- III. quando for conveniente a aquisição de bens ou a contrata-
dos que forem pré-qualificados. ção de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade
Artigo 140. A Comissão de Licitação, por recomendação da área da Administração Pública, ou a programas de governo;
demandante, pode considerar, de ofício, pré-qualificado fornecedor IV. quando, pela natureza do objeto, não for possível definir
que participou anteriormente de processo de licitação e foi habili- previamente o quantitativo a ser demandado pela CODEBA.
tado ou bem que foi adquirido pela CODEBA anteriormente e de- Parágrafo Único - O registro de preços não deverá ser utilizado
monstrou que atende às condições estabelecidas no edital de pré- quando houver definição precisa e exata das contratações vindou-
-qualificação. Nesse caso, deverá comunicar ao fornecedor, licitante ras.
ou fabricante do bem, e incluí-lo na lista a que faz referência o inciso Artigo 145. O Sistema de Registro de Preços observará, entre
IX do Art. 137 deste Regulamento. outras, as seguintes condições:
Artigo 141. A CODEBA poderá restringir a participação de for- I. realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
necedores ou produtos pré-qualificados em suas licitações. II. seleção de acordo com os procedimentos previstos no ins-
§ 1º– Deverá constar no processo administrativo justificati- trumento convocatório;
va demonstrando a conveniência e oportunidade de se restringir III. controle e atualização periódicos dos preços registrados;
a participação na licitação apenas dos fornecedores ou produtos IV. definição da validade do registro;
pré-qualificados, especialmente em face da preservação da compe- V. inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que
titividade mínima. aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitan-
§ 2º– Na hipótese de restrição de que trata o caput, somente te vencedor na sequência da classificação do certame, assim como
poderão participar da futura licitação os fornecedores ou produtos dos licitantes que mantiverem suas propostas originais.
cujos pedidos de pré-qualificação tenham sido homologados ou § 1º – Desde que haja previsão no instrumento convocatório,
que deram entrada no pedido de pré-qualificação até a data assi- poderá aderir à Ata de Registro de Preços da CODEBA qualquer Es-
nalada em aviso prévio a ser publicado antes da realização da res- tatal regida pela Lei nº 13.303/2016, e vice-versa, observadas as
pectiva licitação. condições estabelecidas em decreto do Poder Executivo.
§ 3º– Constará na convocação para a pré-qualificação a infor- § 2º - A existência de preços registrados não obriga a CODEBA
mação de que as futuras licitações de mesmo objeto poderão ser a firmar os contratos que deles poderão advir, sendo facultada a
restritas aos pré-qualificados. realização de licitação específica, assegurada ao licitante registrado
preferência em igualdade de condições.
SEÇÃO II Artigo 146. A adesão à ata de registro de preços de terceiros ou
DO CADASTRAMENTO das empresas entre si deverá observar os seguintes procedimentos:
I. a unidade de gestão técnica deverá produzir termo de refe-
Artigo 142. A CODEBA poderá adotar registros cadastrais para a rência simplificado, com, no mínimo, três informações:
habilitação dos inscritos em procedimentos licitatórios e para ano- a) necessidade da empresa, com as especificações técnicas do
tações da atuação do licitante no cumprimento de obrigações as- produto ou dos serviços que ela pretende contratar;
sumidas, mediante regulamento específico aprovado pela Diretoria b) definição da quantidade pretendida;
Executiva da CODEBA. c) indicação do preço considerado adequado, precedido por
§ 1º – A CODEBA poderá utilizar Sistema de Cadastramento pesquisa de preço realizada no mercado;
Unificado de fornecedores – SICAF - para a realização do registro II. a unidade de gestão técnica deverá realizar pesquisa prelimi-
cadastral de fornecedores. nar sobre atas de registro de preços disponíveis para adesão, com
§ 2º– A CODEBA não atua como unidade cadastradora do SI- a indicação expressa, formal e justificada da que melhor atende às
CAF, apenas como consultora, não cabendo à Companhia solucio- necessidades da empresa em face dos elementos constantes do ter-
nar eventuais problemas a ele relacionados. mo de referência;
III. a unidade de gestão técnica deverá dirigir ofício à entida-
SEÇÃO III de detentora da ata de registro de preços solicitando informações,
DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS requerendo a adesão e indicando a quantidade que pretende con-
tratar;
Artigo 143. O registro de preços, na forma do que determina o IV. a entidade detentora da ata de registro de preços deverá
Artigo 66 da Lei n. 13.303/2016, rege-se pelo disposto no Decreto consultar o signatário dela requerendo a sua concordância;
Federal n. 7.892/2013. Deve se aplicar, adicionalmente, as normas V. o signatário da ata de registro de preços deverá dirigir ofício
deste Regulamento, podendo ser realizado na modalidade Pregão ou outro documento à entidade detentora da ata de registro de pre-
ou pelo procedimento próprio da Lei n. 13.303/2016. ços concordando ou não com a adesão;
Artigo 144. O Sistema de Registro de Preços, regulamentado VI. o órgão ou a entidade detentora da ata de registro de preços
por decreto do Poder Executivo, poderá ser adotado nas seguintes deverá dirigir ofício à empresa, concordando ou não com a adesão,
hipóteses: com cópia do ofício ou documento do signatário da ata de registro
I. quando, pelas características do bem ou serviço, houver ne- de preços;
cessidade de contratações frequentes; VII. a unidade de licitações deverá abrir processo administrati-
II. quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de vo, analisando sua regularidade;
entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por VIII. o processo de adesão à ata de registro de preços deverá
unidade de medida ou em regime de tarefa; ser objeto de parecer jurídico;

292
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IX. a unidade de licitações deverá emitir ato de adesão à ata de VI. na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de
registro de preços, que deverá ser publicado no sítio eletrônico da fornecimento, em consequência de rescisão contratual, ainda que a
empresa. execução do contrato não tenha sido iniciada, desde que atendida
Artigo 147. Contratos poderão ser firmados com fundamento a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas
na ata de registro de preços desde que ela seja vigente e que os condições do contrato encerrado por rescisão ou distrato, inclusive
quantitativos previstos para o órgão gerenciador e participantes quanto ao preço, devidamente corrigido;
não tenham sido totalmente contratados. VII. na contratação de instituição brasileira incumbida regimen-
tal ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvi-
SEÇÃO IV mento institucional ou de instituição dedicada à recuperação social
DO CATÁLOGO ELETRÔNICO DE PADRONIZAÇÃO do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputa-
ção ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
Artigo 148. O Catálogo Eletrônico de Padronização de compras, VIII. para a aquisição de componentes ou peças de origem na-
serviços e obras consiste em sistema informatizado, de gerencia- cional ou estrangeira necessários à manutenção de equipamentos
mento centralizado, destinado a permitir a padronização dos itens durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original
a serem adquiridos pela CODEBA que estarão disponíveis para a desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for in-
realização de licitação. dispensável para a vigência da garantia;
§ 1º – O catálogo referido no caput poderá ser utilizado em IX. na contratação de associação de pessoas com deficiência
licitações cujo critério de julgamento seja o menor preço ou o maior física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para a pres-
desconto e conterá: tação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o
I. a especificação de bens, serviços ou obras; preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
II. descrição de requisitos de habilitação de licitantes, conforme X. na contratação de concessionário, permissionário ou auto-
o objeto da licitação; rizado para fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás
III. documentos considerados necessários ao procedimento de natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo as nor-
licitação que possam ser padronizados. mas da legislação específica, desde que o objeto do contrato tenha
§ 2º - O Catálogo Eletrônico de Padronização é de administra- pertinência com o serviço público;
ção da CODEBA e qualquer interessado poderá acessá-lo através do XI. nas contratações entre empresas públicas ou sociedades de
seu sítio eletrônico, onde estarão disponíveis todas as informações economia mista e suas respectivas subsidiárias, para aquisição ou
necessárias sobre os serviços e bens lá cadastrados. alienação de bens e prestação ou obtenção de serviços, desde que
os preços sejam compatíveis com os praticados no mercado e que
CAPÍTULO VI o objeto do contrato tenha relação com a atividade da contratada
DOS CASOS DE DISPENSA E DE INEXIGIBILIDADE DO PROCE- prevista em seu estatuto social;
DIMENTO DE LICITAÇÃO XII. na contratação de coleta, processamento e comercialização
de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas
Artigo 149. A CODEBA adotará os procedimentos para contrata- com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou
ção direta por dispensa e inexigibilidade de licitação mediante regu- cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa
lamento específico aprovado pela Diretoria Executiva da CODEBA. renda que tenham como ocupação econômica a coleta de materiais
Artigo 150. É dispensável a realização de licitação nas seguintes recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas
situações: técnicas, ambientais e de saúde pública;
I. para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 XIII. para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
(cem mil reais), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexi-
obra ou serviço ou ainda a obras e serviços de mesma natureza e no dade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante- especialmente designada pelo dirigente máximo da empresa públi-
mente, dentro do mesmo exercício orçamentário; ca ou da sociedade de economia mista;
II. para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 XIV. nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos
(cinquenta mil reais) e para alienações, nos casos previstos neste artigos 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973/2004, que dispõe sobre in-
Regulamento, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo centivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambien-
serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado te produtivo, observados os princípios gerais de contratação dela
de uma só vez e dentro do mesmo exercício orçamentário; constantes;
III. na hipótese de contratação decorrente de licitação que XV. em situações de emergência, quando caracterizada ur-
resultou deserta ou fracassada e, justificadamente, não puder ser gência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
repetida sem prejuízo para a CODEBA, desde que mantidas as con- ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipa-
dições preestabelecidas; mentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
IV. quando as propostas apresentadas consignarem preços ma- bens necessários ao atendimento da situação emergencial e para
nifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou in- as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
compatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes; máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
V. para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- contado da ocorrência da emergência, vedada a prorrogação dos
mento das finalidades precípuas da CODEBA, quando as necessida- respectivos contratos, observado o disposto no parágrafo segundo
des de instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, deste artigo;
desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segun- XVI. na transferência de bens a órgãos e entidades da Adminis-
do avaliação prévia; tração Pública, inclusive quando efetivada mediante permuta;

293
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XVII. na doação de bens móveis para fins e usos de interesse Parágrafo Único – Nas hipóteses em que restar comprovado
social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioe- sobre preço ou superfaturamento, respondem solidariamente pelo
conômica relativamente à escolha de outra forma de alienação; dano causado quem houver decidido pela contratação direta e o
XVIII. na compra e venda de ações, títulos de crédito e de dívi- fornecedor ou o prestador de serviços.
da, bens e serviços prestados pela CODEBA.
§ 1º – Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contra- CAPÍTULO VII
tação nos termos do inciso V do caput, a CODEBA poderá convocar DA MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE PRIVADO
os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a cele-
bração do contrato nas condições ofertadas por estes, desde que o Artigo 153. A CODEBA poderá adotar Procedimento de Mani-
respectivo valor seja igual ou inferior ao orçamento estimado para festação de Interesse Privado - PMIP, para o recebimento de pro-
a contratação, inclusive quanto aos preços atualizados nos termos postas e projetos de empreendimentos com vistas a atender neces-
do instrumento convocatório. sidades previamente identificadas.
§ 2º – A contratação direta com base no inciso XII do caput § 1º – Destina-se à apresentação de projetos levantamentos,
não dispensará a responsabilização de quem, por ação ou omissão, investigações ou estudos por pessoa física ou jurídica de direito pri-
tenha dado causa ao motivo ali descrito, inclusive no tocante ao vado, espontaneamente ou a pedido da CODEBA.
disposto na Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992. § 2º – O Procedimento de Manifestação de Interesse Privado
§ 3º – Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput po- objetiva ampliar a eficiência administrativa e obter interessados no
dem ser alterados, para refletir a variação de custos, por delibera- mercado específico a solução técnica que melhor atenda a necessi-
ção do Conselho de Administração da CODEBA. dade da CODEBA.
Artigo 151. Será inexigível a licitação quando houver inviabili- § 3º – A avaliação e a seleção de projetos, levantamentos, in-
dade de competição, em especial na hipótese de: vestigações e estudos apresentados serão efetuadas por comissão
I. aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só pos- designada pela CODEBA.
sam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comer- Artigo 154. O autor ou financiador do projeto poderá participar
cial exclusivo; da licitação para a execução do objeto, podendo ser ressarcido pe-
II. contratação dos seguintes serviços técnicos especializados, los custos aprovados pela CODEBA caso não vença o certame, des-
com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a de que seja promovida a cessão de direitos à CODEBA, que poderá
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação: utilizá-los incondicionalmente.
a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe- Artigo 155. A CODEBA não está obrigada a utilizar, licitar ou
cutivos; contratar objeto decorrente de projeto oriundo de Manifestação de
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; Interesse Privado.
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras Artigo 156. O edital de chamamento público conterá as regras
ou tributárias; específicas para cada situação concreta e será elaborado pela Co-
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser- missão de Licitação, com base nas informações apresentadas pela
viços; área técnica demandante.
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, incluindo a con- CAPÍTULO VIII
tratação de professores, conferencistas ou instrutores, bem como DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE APURAÇÃO DE RESPON-
a inscrição de servidores para participação de cursos abertos a ter- SABILIDADE – PAAR
ceiros;
g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico. Artigo 157. O processo administrativo de apuração de respon-
§ 1º – A comprovação de exclusividade será feita por meio de sabilidade será iniciado pela Comissão de Licitação, no qual deverá
documento fornecido por órgão ou entidade responsável, quando constar a descrição detalhada dos fatos ocorridos e a identificação
houver, ou por outro emissor competente ou, ainda, por outro do- do descumprimento do dispositivo editalício ou legal que tiver sido
cumento que comprove a condição de exclusividade. violado e de eventuais prejuízos causados à CODEBA.
§ 2º – Considera-se de notória especialização o profissional ou Parágrafo único. No PAAR deverão ser anexados todos os docu-
a empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorren- mentos necessários à comprovação das alegações nela formuladas.
te de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, or- Artigo 158. A CODEBA notificará o Licitante, por escrito, conce-
ganização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos re- dendo prazo de até 5 (cinco) dias úteis, por notificação escrita ou
lacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho pelo Diário Oficial da União, para o exercício do contraditório e da
é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação ampla defesa.
do objeto do contrato. § 1º Ao Licitante caberá, no âmbito da defesa prévia, alegar
Artigo 152. O processo de contratação direta será instruído, no todos os fatos e fundamentos jurídicos que lhe aproveitem, bem
que couber, com os seguintes elementos: como provar as alegações formuladas.
I. caracterização da situação emergencial ou calamitosa que § 2º Poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada,
justifique a dispensa, quando for o caso; as provas apresentadas pelo Licitante quando forem intempestivas,
II. razão da escolha do fornecedor ou do executante; ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
III. justificativa do preço. Artigo 159. Após o transcurso do prazo referido no artigo an-
terior, apresentada ou não a defesa prévia, a Comissão de Licitação
elaborará Nota Técnica contendo, minimamente:
I. os argumentos eventualmente apresentados pelo Licitante;

294
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II. a indicação da disposição do edital inobservada e a gravi- e para contratos cujos objetos sejam o fornecimento de bens para
dade da conduta do Licitante e eventuais transtornos, prejuízos e pronta entrega, devendo ser formalizado por Pedido de Compra ou
riscos causados a CODEBA ou que possam vir a ocorrer; Pedido de Serviço ou outro documento equivalente.
III. circunstâncias agravantes ou atenuantes presentes no caso Artigo 167. Os contratos serão emitidos em 02 (duas) vias,
e; sendo uma para o Contratado e outra para a CODEBA. Esta última
IV. a sanção aplicável nos termos do edital. deverá ser juntada aos autos do Processo Interno correspondente.
Artigo 160. O processo será remetido ao Diretor-Presidente Artigo 168. São cláusulas necessárias nos contratos:
para avaliação e julgamento. I. o objeto e seus elementos característicos;
Parágrafo único. Caberá à Comissão de Licitação notificar o Lici- II. o regime de execução ou a forma de fornecimento;
tante, por escrito, da decisão, a qual será publicada no Diário Oficial III. o preço, as condições de pagamento e os critérios, a data-
da União. -base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios
Artigo 161. Da decisão que resulte a aplicação de sanção, cabe- de atualização monetária entre a data do adimplemento das obri-
rá recurso administrativo, dirigido à Autoridade que proferiu a de- gações e a do efetivo pagamento;
cisão, no prazo de até 5 (cinco) dias úteis a contar do recebimento IV. o cronograma com os prazos de início de cada etapa de exe-
da notificação. cução, de conclusão, de entrega, de observação, quando for o caso,
Artigo 162. Apresentado recurso pelo Licitante, a Comissão de e de recebimento;
Licitação elaborará Nota Técnica de análise das alegações recursais, V. a indicação dos recursos orçamentários que assegurem o pa-
a qual será encaminhada a Diretoria Executiva - DEX para manuten- gamento das obrigações, quando cabível;
ção ou reconsideração de seu julgamento. VI. as garantias oferecidas para assegurar a plena execução do
Parágrafo único - Concluído o julgamento do recurso, caberá objeto contratual, quando exigidas;
a Comissão de Licitação providenciar a notificação por escrito do VII. os direitos e as responsabilidades das partes, as tipificações
Licitante e sua publicação no Diário Oficial da União. das infrações e as respectivas penalidades e valores das multas;
Artigo 163. Não apresentado recurso pelo Licitante, caberá a VIII. os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para
Comissão de Licitação providenciar a notificação do Licitante, sem alteração de seus termos;
embargo de outros meios de divulgação previstos na legislação vi- IX. a vinculação ao instrumento convocatório da respectiva lici-
gente. tação ou ao termo que instruiu a contratação direta, bem como ao
Artigo 164. Caso o descumprimento verificado esteja enqua- lance ou proposta do licitante vencedor ou do proponente;
drado nas disposições da Lei nº 12.846/2013, serão aplicadas as di- X. a obrigação de o contratado manter, durante a execução do
retrizes fixadas em regulamentação interna da CODEBA. contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas,
as condições de habilitação e qualificação exigidas no curso do pro-
TÍTULO IV cedimento licitatório;
DOS CONTRATOS E CONVÊNIOS XI. matriz de riscos;
XII. foro da sede da CODEBA para dirimir questões deles de-
CAPÍTULO I correntes, sejam elas com pessoas físicas ou jurídicas, domiciliadas
DOS CONTRATOS ou não no Brasil, salvo em situações devidamente justificadas pela
autoridade competente pela contratação.
SEÇÃO I § 1º – Nos contratos decorrentes de licitações de obras ou ser-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS viços de engenharia em que tenha sido adotado o modo de dispu-
ta aberto, o contratado deverá reelaborar e apresentar à CODEBA,
Artigo 165. Os contratos firmados pela CODEBA regulam-se pe- por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos quantitativos
las suas cláusulas, pela Lei 13.303/2016, por este regulamento e e dos custos unitários, bem como do detalhamento das Bonifica-
pelos preceitos de direito privado. ções e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES), com os
§ 1º - Desde que seja prática usual de mercado e presentes as respectivos valores adequados ao lance vencedor, que integrarão
cláusulas necessárias, a CODEBA poderá firmar contratos-padrão/ o contrato
por adesão. § 2º - Os contratos poderão admitir a adoção de mecanismos
§ 2º - Se alguma cláusula de contrato-padrão/por adesão con- de solução pacífica de conflitos relativos a direitos patrimoniais dis-
flitar com os interesses da CODEBA ou com disposições legais, o poníveis, observando-se as disposições da Lei nº 13.129/2015.
Jurídico ou área técnica registrará as ressalvas que se fizerem neces- § 3º - Qualquer sugestão de alteração na minuta do contrato
sárias em documento a ser anexado ao contrato, o qual vinculará as deverá ser submetida ao Jurídico para análise, salvo quando se tra-
partes como parte integrante do ajuste. tar de erro formal ou de digitação.
§ 3º - O contrato firmado deve ser fielmente executado pelas § 4º - toda e qualquer comunicação referente ao contrato e
partes, de acordo com as cláusulas avençadas, as disposições pre- sua execução, a ser realizada entre a CODEBA e o contratado, inclu-
vistas na Lei nº 13.303/2016 e neste Regulamento, respondendo sive para manifestar-se, oferecer defesa ou receber ciência de de-
cada uma das partes pelas consequências de sua inexecução total cisão sancionatória ou sobre rescisão contratual, deve ocorrer por
ou parcial. escrito, preferencialmente por e-mail.
Artigo 166. O instrumento de contrato é obrigatório, podendo § 5º - As partes contratantes deverão indicar no instrumento
ser dispensado para contratos cujos valores não ultrapassarem os de contrato ou documento equivalente preposto com poderes para
limites previstos nos incisos I e II do artigo 29 da Lei nº 13.303/2016 responder pelo contrato e os seus e-mails, por meio dos quais re-
ceberão as comunicações referidas no parágrafo anterior, devendo
comunicar eventuais alterações.

295
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 6º - Todos os documentos pertinentes ao contrato, inclusive Artigo 173. É facultado à CODEBA, quando o convocado não as-
o próprio instrumento de contrato e aditivos, poderão ser assina- sinar o termo de contrato no prazo e nas condições estabelecidos:
dos digitalmente, com autenticidade reconhecida pelo certificado I. convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classifica-
digital ICP-Brasil, e enviados, entre as partes, por meio eletrônico. ção, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
Artigo 169. Os direitos patrimoniais e autorais de projetos ou pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados
serviços técnicos especializados desenvolvidos por profissionais au- em conformidade com o instrumento convocatório;
tônomos ou por empresas contratadas passam a ser propriedade II. revogar a licitação.
da CODEBA, sem prejuízo da preservação da identificação dos res- Artigo 174. É permitida a alteração da composição do consórcio
pectivos autores e da responsabilidade técnica a eles atribuída. sob as seguintes condições:
Artigo 170. No caso de contratos que envolvem mão de obra I. o edital e o instrumento de contrato ou documento equiva-
dedicada à CODEBA poderá ser adotado o aprovisionamento de va- lente não vedem expressamente;
lores para pagamento de encargos trabalhistas. II. o consórcio, com a alteração, permanece atendendo a todos
os quesitos de habilitação;
SEÇÃO II III. sejam mantidas todas as condições contratuais originais,
DA FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO sem prejuízo para a empresa;
IV. autorização expressa da autoridade competente.
Artigo 171. Encerrado o procedimento licitatório ou o proce- Parágrafo único - As disposições contidas neste artigo se apli-
dimento interno de contratação direta, o futuro Contratado será cam para a extinção de consórcio, quando este for formado por dois
convocado para, no prazo de até 05 (cinco) dias úteis, contados do agentes econômicos e um deles se retira do consórcio, bem como
recebimento da convocação, assinar o contrato, sob pena de deca- para a formação do consórcio no curso do contrato, quando o con-
dência do direito à contratação, podendo o referido prazo ser pror- trato é firmado por uma pessoa e durante a execução uma ou mais
rogado 1 (uma) vez, por igual período. pessoas passam a figurar como contratada juntamente com o origi-
§ 1º – Caso o futuro Contratado não compareça para assinar o nal, formando-se consórcio entre os mesmos, desde que ele tenha
respectivo termo de contrato após sua convocação pela CODEBA, sido permitido no edital.
no prazo e condições previamente pactuados, decairá do direito de Artigo 175. A ausência de formalização contratual não exonera
contratar, nos termos do art. 75 da Lei 13.303/2016. a CODEBA do dever de indenizar o contratado pelo que este houver
§ 2º - A convocação a que se refere o caput deverá ocorrer por executado, apurando-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
meio de fax, carta postal ou e-mail, a ser juntado nos autos do pro- Artigo 176. A redução a termo do contrato poderá ser dispen-
cesso administrativo. sada no caso de pequenas despesas de pronta entrega e pagamen-
§ 3º - Na hipótese em que os vencedores da licitação forem em- to das quais não resultem obrigações futuras por parte da CODEBA.
presas constituídas em consórcio, o prazo previsto no caput deve Parágrafo Único – O disposto no caput não prejudicará o re-
ser ampliado, de modo a viabilizar a constituição definitiva do con- gistro contábil dos valores despendidos e a exigência de recibo por
sórcio ou formação de sociedade de propósito específico. parte dos respectivos destinatários.
§ 4º - Assinarão os contratos representando a CODEBA o Dire-
tor-Presidente e o Diretor da área demandante e, na hipótese de SEÇÃO III
impedimento, outro Diretor. DA GARANTIA CONTRATUAL
§ 5º - Em regra, o contrato será assinado primeiramente pelos
representantes da Contratada e após, pelos representantes da CO- Artigo 177. Poderá ser exigida prestação de garantia nas con-
DEBA e em casos excepcionais, devidamente justificados pela área tratações de obras, serviços e compras.
técnica demandante, esta ordem poderá ser alterada. § 1º – Caberá ao contratado optar por uma das seguintes mo-
§ 6º - Após a assinatura do contrato, deverá ser providenciada a dalidades de garantia:
publicação do seu extrato no Diário Oficial da União em até 30 (trin- I. caução em dinheiro;
ta) dias contados da sua assinatura e na página oficial da CODEBA. II. seguro-garantia;
§ 7º - Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no III. fiança bancária.
edital sem convocação para a contratação, ficam os licitantes libera- § 2º – Ressalvado o previsto no parágrafo terceiro deste artigo,
dos dos compromissos assumidos. a garantia a que se refere o caput não excederá a 5% (cinco por
§ 8º - A recusa injustificada do adjudicatário em celebrar o cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas
contrato no prazo estabelecido pela CODEBA caracteriza o descum- condições nele estabelecidas.
primento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades § 3º – Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto
estabelecidas legalmente e no edital da licitação. envolvendo complexidade técnica e riscos financeiros elevados, o
§ 9º - A assinatura de aditivos e de qualquer outro documento limite de garantia previsto no parágrafo segundo poderá ser eleva-
pertinente ao contrato observará as mesmas regras para a sua for- do para até 10% (dez por cento) do valor do contrato.
malização. § 4º – A garantia deverá ser prestada pelo contratado no prazo
Artigo 172. Assinado o instrumento de contrato, a sua execu- de 10 (dez) dias úteis, contados da assinatura do contrato e prorro-
ção e a de suas etapas podem ser submetidas à condição suspensi- gável uma vez por igual período e será liberada ou restituída após
va, como a apresentação de garantia, liberação de área ou de recur- a elaboração do termo de encerramento do contrato, devendo ser
so orçamentário e obtenção de licenças ambientais e urbanísticas. atualizada monetariamente pela TR (Taxa Referencial) na hipótese
Parágrafo único – Em casos de obras e serviços, pode-se con- do inciso I do parágrafo primeiro deste artigo.
dicionar a execução do contrato e de suas etapas à expedição de
ordens de serviços.

296
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 5º – A validade da garantia deverá corresponder ao prazo de § 1º - Caberá à área técnica demandante, quando da elabo-
vigência contratual acrescido de três meses, devendo ser renovada ração do Termo de Referência, Caderno de Encargos ou Projeto
a cada prorrogação ou renovação contratual e complementada em Básico, a indicação do prazo do futuro contrato, de acordo com as
casos de aditivos e apostilamentos para reajustes e repactuações. especificidades do objeto e com o planejamento realizado.
§ 6º - Nos casos de contratos que importem na entrega de bens § 2º - A área técnica demandante do edital deverá distinguir:
pela CODEBA, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da I. prazo de execução: prazo que o contratado dispõe para exe-
garantia poderá ser acrescido o valor desses bens. cutar a sua obrigação;
§ 7º - Quando exigida a prestação de garantia, à área técnica II. prazo de vigência: prazo do contrato, contado do momento
demandante competirá exigi-la do fornecedor, no prazo e na forma em que ele é considerado apto a produzir efeitos até que todos os
previstos no edital ou no contrato. seus efeitos sejam consumidos, inclusive recebimento e pagamento
Artigo 178. A garantia, qualquer que seja a modalidade escolhi- por parte da empresa, excetuando-se o prazo de garantia técnica.
da, deverá assegurar o pagamento de: § 3º - É vedado o contrato por prazo indeterminado.
I. prejuízos advindos do não cumprimento do objeto do con- Artigo 183. O contrato terá sua duração definida de acordo com
trato; as seguintes formas de contratação:
II. prejuízos diretos causados à CODEBA decorrentes de culpa I. contratação continuada ou prestação de serviços contínuos,
ou dolo durante a execução do contrato; nas situações em que a necessidade permanente ou prolongada do
III. multas moratórias e compensatórias aplicadas pela CODEBA objeto impõe à parte contratada o dever de realizar uma conduta
ao contratado; e que se renova ou se mantém no decurso do tempo durante a vigên-
IV. obrigações trabalhistas e previdenciárias de qualquer natu- cia contratual, pelo prazo máximo previsto no caput do art. 182;
reza, não adimplidas pelo contratado, quando couber. II. contratação de escopo, nas situações em que o fim contra-
Artigo 179. A inobservância do prazo fixado para apresentação tual almejado consiste na entrega de objeto certo e determinado,
da garantia acarretará a aplicação de multa a ser definida em edital extinguindo-se a relação jurídica com o alcance do resultado con-
e/ou contrato; tratado, pelo prazo estritamente necessário à execução do objeto
Artigo 180. O atraso superior a 30 (trinta) dias autoriza a CO- a contratar.
DEBA a promover a rescisão do contrato por descumprimento ou
cumprimento irregular de suas obrigações, aplicando, se for o caso, SEÇÃO V
a hipótese de dispensa de licitação prevista no inciso VI do Artigo DA PRORROGAÇÃO DO CONTRATO
29 da Lei n. 13.303/2016; ou a reter o valor da garantia dos paga-
mentos eventualmente devidos ao contratado até que a garantia Artigo 184. O contrato poderá ser prorrogado por acordo entre
seja apresentada. as partes, desde que a medida seja vantajosa para a CODEBA.
Artigo 181. A garantia será considerada extinta com a devolu- Artigo 185. Em até 45 (quarenta e cinco) dias antes do venci-
ção da apólice, carta-fiança ou autorização para o levantamento de mento do contrato, a área técnica demandante, através do gestor,
importâncias depositadas em dinheiro a título de garantia, acompa- proporá sua prorrogação por meio de documento que contenha, no
nhada de declaração da Fiscalização do Contrato de que o contrata- mínimo, as seguintes informações:
do cumpriu todas as cláusulas do contrato. I. justificativas técnica, econômica e financeira para a prorro-
Parágrafo único - Nos casos de contratos de terceirização de gação;
serviços com dedicação exclusiva de mão de obra ou em que haja a II. indicação do prazo a ser acrescido ao prazo de vigência do
possibilidade de responsabilização da CODEBA pelo inadimplemen- contrato, respeitado o limite no art. 71 da Lei 13.303/2016;
to por parte do contratado de encargos trabalhistas ou previdenciá- III. demonstração da permanência da necessidade de presta-
rios, deverá haver previsão expressa no contrato de que a garantia ção do serviço para as atividades da CODEBA;
somente será liberada com a comprovação de que a contratada pa- IV. avaliação dos serviços prestados ao longo do último período
gou todas as verbas rescisórias trabalhistas decorrentes da contra- de vigência contratual, com o registro dos fatos julgados relevantes
tação, e que, caso esse pagamento não ocorra até o fim do segundo ocorridos no âmbito da execução do contrato;
mês após o encerramento da vigência contratual, a garantia pode V. demonstração de que a prorrogação do prazo de vigência do
ser utilizada para o pagamento dessas verbas trabalhistas. contrato é a medida mais vantajosa para a CODEBA, observando-
-se que, em regra, deverá ser realizada consulta de preços visando
SEÇÃO IV comparar os valores praticados no mercado com a proposta de pre-
DA DURAÇÃO DO CONTRATO ço para a prorrogação do contrato;
VI. demonstração, nos contratos celebrados por dispensa ou
Artigo 182. Independente da natureza contratual, a duração inexigibilidade de licitação, de que estão mantidas as condições que
dos contratos regidos por este Regulamento não excederá a 5 (cin- autorizaram a contratação direta;
co) anos, contados a partir de sua assinatura, exceto: VII. demonstração, nos contratos celebrados por dispensa de
I. para projetos contemplados no plano de negócios e investi- licitação fundamentada no art. 29, I ou II da Lei 13.303/2016, de
mentos da CODEBA; que o valor máximo permitido não será ultrapassado, nos termos
II. nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco) do art. 150 deste Regulamento;
anos seja prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo VIII. demonstração de que a Contratada mantém as condições
inviabilize ou onere excessivamente a realização do negócio; de habilitação verificadas na ocasião da contratação, bem como de
III. em contratos em que a CODEBA for usuária de serviço pú- que não está impossibilitada de contratar com a Administração Pú-
blico. blica;

297
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IX. indicação da disponibilidade de recursos para o novo perío- §1º - A alteração incidente sobre o objeto do contrato poderá
do de vigência contratual; ser:
X. manifestação favorável e expressa da Contratada quanto à I. quantitativa, quando importa acréscimo ou diminuição quan-
prorrogação do prazo de vigência do contrato; titativa do objeto do contrato;
XI. autorização expressa da Autoridade Administrativa. II. qualitativa, quando a alteração diz respeito a características
§ 1º - Poderá ser dispensada a pesquisa de preços mencio- e especificações técnicas do objeto do contrato.
nada no inciso V, justificadamente, nos contratos de prestação de §2º- A alteração da planilha para substituir ou readequar itens
serviços com mão de obra exclusiva, cujo reajuste de preços seja não é suficiente para caracterizar a alteração como quantitativa.
feito por meio de repactuação, em que os custos preponderantes Artigo 192. A alteração quantitativa deverá observar o seguin-
sejam corrigidos com base em acordo, convenção coletiva, decisão te:
normativa, ou em decorrência de lei, bem como nos contratos cujo I. a aplicação dos limites deverá ser realizada separadamente
preço se mantiver inalterado ou sofrer apenas o reajuste contra- para os acréscimos e para as supressões, sem que haja compensa-
tualmente previsto. ção entre os mesmos;
§ 2º - Não sendo constatada a vantajosidade do preço do con- II. a manutenção da diferença, em percentual, entre o valor
trato em comparação com o patamar apurado no mercado, para global do contrato e o valor orçado pela empresa, salvo se o fiscal
não causar prejuízos à CODEBA, uma vez preenchidos os demais re- técnico do contrato apontar justificativa técnica ou econômica, que
quisitos estabelecidos na presente Seção, será admitida a prorroga- deverá ser ratificada pelo gestor da unidade técnica;
ção do prazo de vigência apenas pelo prazo necessário à realização III. em contratos cujos valores são estimados, os limites deve-
de uma nova contratação. rão ser calculados sobre os valores estimados;
Artigo 186. Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação IV. os limites deverão ser calculados pelo preço unitário dos
do contrato, o prazo ou cronograma de execução poderá ser prorro- itens se o julgamento da licitação ocorrer pelo preço unitário e de-
gado por período necessário a execução total do objeto. verão ser calculados pelo preço global do contrato se o julgamento
Artigo 187. Nas hipóteses em que o atraso no cumprimento do ocorrer pelo preço global;
cronograma decorrer de culpa do Contratado, os prazos de início de V. em contratos sujeitos à renovação, os limites deverão ser cal-
etapas de execução, de conclusão, de entrega e de vigência contra- culados por cada período de renovação em separado.
tual serão prorrogados, a critério da CODEBA, e: Artigo 193. A alteração qualitativa deverá observar o seguinte:
I. o contratado deverá ser constituído em mora, devendo ser I. os encargos decorrentes da continuidade do contrato deve-
aplicada, se prevista no instrumento de contrato ou documento rão ser inferiores aos da rescisão contratual e aos da realização de
equivalente, multa de mora e demais sanções previstas no contrato; um novo procedimento licitatório;
II. o contratado, no período de mora, não faz jus ao reajuste, à II. as consequências da rescisão contratual, seguida de nova li-
repactuação ou à revisão contratual; citação e contratação, deverão importar prejuízo relevante ao inte-
III. a CODEBA poderá optar pela rescisão do contrato, respei- resse coletivo a ser atendido pela obra ou pelo serviço;
tando os termos e parâmetros eventualmente estabelecidos no ins- III. as mudanças deverão ser necessárias ao alcance do objetivo
trumento de contrato ou documento equivalente. original do contrato, à otimização do cronograma de execução e à
Artigo 188. O exaurimento do prazo de vigência não impede antecipação dos benefícios sociais e econômicos decorrentes;
nem prejudica o processamento do pagamento das parcelas ou dos IV. a capacidade técnica e econômico-financeira do contrata-
objetos devidamente executados. do deverá ser compatível com a qualidade e a dimensão do objeto
Artigo 189. A não prorrogação do contrato por ausência de contratual aditado;
qualquer informação ou documento exigido, ou pela inobservân- V. a motivação da mudança contratual deverá ter decorrido de
cia do prazo fixado no artigo anterior, será de responsabilidade do fatores supervenientes não previstos e que não configurem burla
fiscal do contrato, que deverá tomar as providências necessárias à ao processo licitatório;
regularização da situação. VI. a alteração não deve ocasionar a transfiguração do objeto
Artigo 190. Não havendo interesse na prorrogação do contrato, originalmente contratado em outro de natureza ou propósito diver-
ou quando tal medida mostrar-se desvantajosa para a CODEBA, o so.
fiscal do contrato deverá: Artigo 194. Os contratos celebrados nos regimes “empreitada
I. realizar a avaliação de desempenho do fornecedor; por preço unitário”, “empreitada por preço global”, “contratação
II. promover o recebimento do objeto contratado, com as res- por tarefa”, “empreitada integral” e “contratação semi-integrada”
salvas devidas; e somente poderão ser alterados nos casos e na forma admitida nos
III. tomar as providências necessárias, em tempo hábil, para a artigos 42, §1°, IV e 81 da Lei nº 13.303/2016.
realização de licitação, ou, nas hipóteses legais, de contratação dire- Artigo 195. Os contratos cujo regime de execução seja a “con-
ta, nos casos em que os serviços se fizerem necessários. tratação integrada” não são passíveis de alteração.
Artigo 196. Os limites previstos nos parágrafos 1° a 8° do art. 81
SEÇÃO VI da Lei 13.303/2016 deverão ser observados pela CODEBA em todos
DA ALTERAÇÃO DO CONTRATO os seus contratos.
Artigo 197. O gestor do contrato deverá expor a necessidade
Artigo 191. Os contratos regidos por este Regulamento somen- de alterar o contrato em documento que contenha, no mínimo, as
te poderão ser alterados por acordo entre as partes, vedando-se seguintes informações:
as alterações que extrapolem o objeto inicialmente contratado ou
resulte em violação da obrigação de licitar.

298
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I. apresentação do histórico da contratação, com a avaliação § 2 º - Eventuais alterações relacionadas à modificação dos da-
das atividades realizadas ao longo do período de vigência e o regis- dos de qualificação das partes ou à alteração do fiscal ou seu su-
tro dos eventos julgados relevantes, ocorridos no âmbito da execu- plente dispensam as providências do art. 197 e a análise jurídica,
ção contratual; devendo a emissão do termo aditivo e a publicação de seu extrato
II. indicação dos fatos que levaram à necessidade de alteração serem providenciados diretamente pelo fiscal do contrato, acostan-
do contrato, apresentando os motivos de ordem técnica que justi- do a documentação comprobatória ao processo administrativo.
fiquem a mudança das bases inicialmente pactuadas, observado o Artigo 199. Os valores contratados poderão ser alterados para
disposto neste regulamento; restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre
III. em se tratado de alteração no Projeto Básico nas contrata- os encargos do contratado e a retribuição da CODEBA, para a jus-
ções “semi-integradas”, demonstração da superioridade das inova- ta remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a
ções em termos de redução de custos, de aumento da qualidade, manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato,
de redução do prazo de execução e de facilidade de manutenção diante dos seguintes motivos:
ou operação; I. quando necessário assegurar a equivalência entre o objeto
IV. demonstração da compatibilidade da alteração proposta contratual e a remuneração do contratado, através do restabeleci-
com o objeto inicialmente contratado pela CODEBA, não podendo mento do equilíbrio contratual, desde que objetivamente demons-
a pretendida modificação desvirtuar as condições originais em que trado, mediante acordo entre as partes;
se deu a disputa, especialmente nas hipóteses de contratação por II. para compensar os efeitos das flutuações decorrentes da
licitação; majoração dos custos para execução do objeto, será aplicado índice
V. indicação dos novos valores contratuais, inclusive em seus geral ou setorial previsto no contrato com vigência superior a 01
preços unitários, respeitados os limites dos parágrafos 2° e 3° do (um) ano, contados da data de assinatura do contrato;
art. 81 da Lei 13.303/2016, e demonstração da vantajosidade da III. na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsí-
alteração para a CODEBA; veis, porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impe-
VI. indicação do prazo a ser acrescido ao prazo de vigência do ditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior,
contrato, se for o caso; caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica ex-
VII. demonstração, nos contratos celebrados por dispensa de traordinária e extracontratual.
licitação fundamentada no art. 29, I ou II da Lei 13.303/2016, de Artigo 200. O contratado poderá aceitar, nas mesmas condi-
que o valor máximo permitido não será ultrapassado, nos termos ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem ne-
deste Regulamento; cessários nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por
VIII. indicação de que o Contratado mantém as condições de cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular
habilitação verificadas na ocasião da contratação; de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cin-
IX. indicação da disponibilidade de recursos para os novos va- quenta por cento) para os seus acréscimos.
lores contratuais; § 1º – Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os li-
X. manifestação favorável e expressa do Contratado quanto à mites estabelecidos no caput, salvo as supressões resultantes de
alteração pretendida; e acordo celebrado entre as partes.
XI. autorização expressa da Diretoria Executiva ou do Conselho § 2º – Se no contrato não houverem sido contemplados preços
de Administração, conforme regra de alçada. unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acor-
Parágrafo único - O pedido de alteração contratual deve ser do entre as partes, observados os mesmos parâmetros utilizados
condizente com as reais necessidades da CODEBA, sendo indevida para a formação do preço balizador utilizado no processo de contra-
a formalização de alteração no interesse exclusivo do Contratado. tação e respeitados os limites estabelecidos no caput.
Artigo 198. O pedido de alteração contratual, instruído com as § 3º – No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o
informações contidas no artigo anterior, deverá ser encaminhado contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos
para análise jurídica. trabalhos, esses materiais deverão ser ressarcidos pela CODEBA
§ 1 º - Não caracterizam alteração do contrato e poderão ser pelos custos de aquisição regularmente comprovados e moneta-
registrados por simples apostila, dispensando a celebração de ter- riamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos
mo aditivo: eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente
I. a variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de comprovados.
preços e repactuação previstos no próprio contrato; § 4º – A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tribu-
II. as atualizações, as compensações ou as penalizações finan- tos ou encargos legais, bem como a superveniência de disposições
ceiras decorrentes das condições de pagamento previstas no con- legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta,
trato; com comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a
III. a correção de erro material havido no instrumento de con- revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
trato ou documento equivalente; § 5º – Em havendo alteração do contrato que aumente ou re-
IV. as alterações na razão ou na denominação social da contra- duza os encargos do contratado, a CODEBA deverá restabelecer, por
tada; aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
V. as alterações na legislação tributária que produza efeitos nos § 6º – É vedada a celebração de aditivos decorrentes de even-
valores contratados; e tos supervenientes alocados na Matriz de Riscos como de respon-
VI. renovações contratuais, sejam por extensão do prazo de sabilidade da contratada.
execução ou prorrogação do prazo de vigência.

299
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 201. Admite-se a modificação da duração inicial do con- SEÇÃO VIII


trato quando existirem situações peculiares, decorrentes de cir- DA GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS
cunstâncias regionais, de mercado, ou específicas do bem ou servi- Artigo 206. A fiscalização da execução do contrato consiste na
ço a ser alocado ou decorrentes de demandas judiciais, observado verificação do cumprimento das obrigações contratuais por parte
o disposto neste Regulamento. do contratado, com a alocação dos recursos, pessoal qualificado,
Artigo 202. Os contratos poderão ter a sua duração prorrogada técnicas e materiais necessários. A fiscalização deverá ser adminis-
por sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condi- trativa e técnica.
ções mais vantajosas para a CODEBA, na forma do neste Regula- Artigo 207. A gestão do contrato abrange o encaminhamento
mento. de providências, devidamente instruídas e motivadas, identificadas
Artigo 203. Os aditivos contratuais ou apostilamentos deverão em razão da fiscalização da execução do contrato, suas alterações,
ser firmados dentro da vigência do respectivo contrato. Se o encer- aplicação de sanções, rescisão contratual e outras medidas que im-
ramento da vigência do contrato ocorrer em dia não útil ou sem portem disposição sobre o contrato.
expediente, os aditivos ou apostilamentos poderão ser firmados no Artigo 208. A fiscalização técnica será atribuída a empregado
dia útil subsequente. ou a grupo de empregados que integram a gerência técnica deman-
Artigo 204. Desde que previsto expressamente no instrumento dante, podendo a fiscalização administrativa ser atribuída a um em-
de contrato ou documento equivalente, as repactuações e revisões pregado da área administrativa ou financeira.
que não forem solicitadas durante a vigência do contrato deverão Artigo 209. Os agentes de fiscalização técnica deverão ser in-
ser objeto de preclusão com a assinatura da prorrogação ou reno- dicados pelo gestor da gerência técnica e designados por ato do
vação ou com o encerramento do contrato. Diretor-Presidente.
Artigo 210. Os agentes de fiscalização administrativa deverão
SEÇÃO VII ser designados pela autoridade competente.
DA SUBCONTRATAÇÃO Artigo 211. O empregado designado para atuar como agente
de fiscalização não poderá recusar a designação, porém poderá pe-
Artigo 205. O contratado, na execução do contrato, sem prejuí- dir, motivadamente, a sua revisão à autoridade competente.
zo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar Artigo 212. A gestão administrativa de contratos deverá ter
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em processo administrativo próprio.
cada caso, pela CODEBA, conforme previsto no edital do certame. Artigo 213. O agente de fiscalização técnica, sem prejuízo de
§ 1º – O limite e a identificação de quais parcelas poderão ser relatórios ou informativos com periodicidade previamente estabe-
subcontratadas serão definidos pela área técnica quando da ela- lecida, deverá comunicar imediatamente ao gerente as ocorrências
boração do Termo de Referência, Caderno de Encargos ou Projeto que possam ensejar, na sua avaliação, alterações, aplicação de san-
Básico. ções, rescisão contratual e outras medidas que importem disposi-
§ 2º – A empresa subcontratada deverá atender, em relação ção sobre o contrato.
ao objeto da subcontratação, as exigências de qualificação técnica Artigo 214. Recomenda-se que o gestor de contratos, após a
impostas ao licitante vencedor. assinatura do contrato e antes do início da sua execução, promova
§ 3º – É vedada a subcontratação de empresa ou consórcio que reunião inicial e, posteriormente, reuniões de acompanhamento
tenha participado: obrigatoriamente registradas em ata, com o esclarecimento das
I.do procedimento licitatório do qual se originou a contratação; obrigações contratuais, em que estejam preferencialmente pre-
II.direta ou indiretamente, da elaboração de projeto básico ou sentes os técnicos responsáveis pela elaboração do termo de re-
executivo. ferência ou projeto básico ou caderno de encargos, os agentes de
§ 4º – As empresas de prestação de serviços técnicos especia- fiscalização técnica e administrativo do contrato e o preposto da
lizados deverão garantir que os integrantes de seu corpo técnico contratada.
executem pessoal e diretamente as obrigações a eles imputadas, Artigo 215. A CODEBA poderá contratar, excepcionalmente,
quando a respectiva relação for apresentada em procedimento lici- agente econômico para atuar junto à fiscalização técnica ou admi-
tatório ou em contratação direta. nistrativa, assessorando os agentes de fiscalização dos contratos e
§ 5º - O Contratado é responsável, para todos os fins, pela exe- as autoridades da unidade de gestão técnica, hipótese em que o ato
cução e fiscalização da parcela do objeto contratual executado pelo de designação dos fiscais deverá indicar:
subcontratado. I. quais as responsabilidades atribuídas ao agente econômico;
§ 6º - A subcontratação não exonera a contratada de todas as II. como os fiscais deverão proceder em relação às informações
suas obrigações, atinentes à integralidade do contrato. e relatórios provenientes da empresa terceirizada
§ 7º - O instrumento de contrato ou documento equivalente III. como os fiscais deverão acompanhar os trabalhos e interagir
poderá prever que o pagamento seja realizado diretamente pela com a empresa terceirizada;
CODEBA à subcontratada. IV. ressalva de que os fiscais não deverão ser responsabilizados
§ 8º - A CODEBA poderá exigir a subcontratação de microem- pelas informações recebidas do agente econômico.
presas e empresas de pequeno porte, de acordo com os termos Artigo 216. O contratado deverá manter preposto aceito pela
previstos no inciso II do Artigo 48 da Lei Complementar n. 123/2006 empresa no local da obra ou do serviço para representá-lo na exe-
e no Artigo 7º do Decreto Federal n. 8.538/2015. cução do contrato.

300
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO IX I. não produzir os resultados, deixar de executar, ou não execu-


DO RECEBIMENTO DO OBJETO tar com a qualidade mínima exigida as atividades contratadas;
II. deixar de utilizar materiais e recursos humanos exigidos para
Artigo 217. O recebimento poderá ser: a execução do serviço, ou utilizá-los com qualidade ou quantidade
I. provisório: no caso de aquisição de equipamentos e outros inferior à demandada;
objetos em que seja necessário, para sua avaliação, que a posse dos III. deixar de manter as condições de habilitação apresentadas
mesmos seja transferida à CODEBA, sem representar qualquer tipo na licitação; ou
de aceite ou consideração sobre o adimplemento das obrigações IV. não arcar com as obrigações trabalhistas e previdenciárias
pelo contratado; dos seus empregados, quando dedicados exclusivamente à execu-
II. parcial: relativo a etapas ou parcelas do objeto, definidas no ção do contrato.
contrato ou nos documentos que lhe integram, representando acei- Artigo 228. O contratado faz jus ao pagamento pelos préstimos
tação da execução da etapa ou parcela; executados e recebidos, ainda que o contrato ou aditivo seja nulo.
III. definitivo: relativo à integralidade do contrato, representan- Artigo 229. Os pagamentos devidos ao contratado, quando
do aceitação da integralidade do contrato e liberação do contratado couber e de acordo com a legislação tributária, estão sujeitos à re-
tocante a vícios aparentes. tenção na fonte.
Artigo 218. Se o instrumento de contrato não dispuser de for- Artigo 230. O contrato poderá prever o pagamento em conta
ma diferente, os recebimentos deverão ocorrer, a contar da comu- vinculada.
nicação por parte do contratado direcionada ao agente de fiscaliza- Artigo 231. Havendo controvérsia sobre a execução do objeto,
ção técnica do contrato, nos seguintes prazos: quanto à dimensão, à qualidade e à quantidade, o montante corres-
I. até 15 (quinze) dias úteis para o recebimento provisório; pondente à parcela incontroversa deverá ser pago no prazo previsto
II. até 15 (quinze) dias úteis para o recebimento parcial; e o relativo à parcela controvertida depositado em conta vinculada
III. até 30 (trinta) dias úteis para o recebimento definitivo. ou na forma estipulada em contrato.
Artigo 219. O agente de fiscalização técnica do contrato é res- Artigo 232. Não é permitido pagamento antecipado, parcial ou
ponsável pelos recebimentos, respeitando-se os prazos previstos total, relativo a parcelas contratuais vinculadas ao fornecimento de
no artigo anterior. bens, à execução de obras ou à prestação de serviços, salvo nas
Artigo 220. Os recebimentos de materiais de estoque deve- hipóteses previstas em contrato e devidamente justificadas pela
rão ser realizados pelo almoxarifado e deverão ser ratificados pelo unidade de gestão técnica, em que o pagamento antecipado pro-
agente de fiscalização técnica do contrato, quando couber. piciar sensível economia de recursos ou representar condição in-
Artigo 221. Acaso o agente de fiscalização técnica ou admi- dispensável para a obtenção do bem ou para assegurar a prestação
nistrativa verifique o descumprimento de obrigações por parte do do serviço.
contratado, deverá comunicar ao preposto deste, indicando, ex- Artigo 233. É permitido descontar dos créditos do contratado
pressamente, o que deverá ser corrigido e o prazo máximo para a qualquer valor relativo à multa, ressarcimentos e indenizações,
correção. sempre observado o contraditório e a ampla defesa.
Artigo 222. O tempo para a correção referido no artigo anterior
deverá ser computado no prazo de execução de etapa, parcela ou SEÇÃO XI
do contrato, para efeito de configuração da mora e suas comina- DA REMUNERAÇÃO VARIÁVEL
ções.
Artigo 223. Realizada a correção pelo contratado, abrem-se no- Artigo 234. A remuneração variável poderá ocorrer por meio da
vamente os prazos para os recebimentos estabelecidos neste regu- adoção de Acordo de Níveis de Serviços, prevista no edital e deta-
lamento ou os pactuados em contrato, conforme dispõe o mesmo lhada no termo de referência, caderno de encargos, anteprojeto ou
item, que poderão, no entanto, ser reduzidos pela metade. projeto básico, que deverá ser elaborado com base nas seguintes
diretrizes:
SEÇÃO X I. Deverão ser definidos os objetos e os resultados esperados,
DO PAGAMENTO diferenciando se as atividades consideradas críticas das secundá-
rias;
Artigo 224. O pagamento é condicionado ao recebimento par- II. os indicadores e metas deverão ser realistas, construídos
cial ou definitivo, conforme previsto no instrumento de contrato ou com base nos objetos e resultados esperados, de forma sistemática,
documento equivalente, e deverá ser efetuado mediante a apre- de modo que possam contribuir cumulativamente para o resultado
sentação de Nota Fiscal, da Fatura ou documento equivalente pelo global e não interfiram negativamente uns nos outros;
contratado, que deve conter o detalhamento do objeto executado. III. os indicadores deverão refletir fatores que estarão sob con-
Artigo 225. O prazo para pagamento da Nota Fiscal/Fatura ou trole do contratado;
documento equivalente deverá ser indicado expressamente no ins- IV. os indicadores deverão ser objetivamente mensuráveis, de
trumento de contrato ou documento equivalente, recomendando- preferência facilmente coletáveis, relevantes e adequados à nature-
-se que seja em, no máximo, 30 (trinta) dias úteis. za e características do objeto do contrato e compreensíveis;
Artigo 226. Quando da ocorrência de eventuais atrasos de pa- V. deverá ser evitado indicadores complexos ou sobrepostos;
gamento provocados exclusivamente pela CODEBA, o valor devido VI. os pagamentos devem ser proporcionais ao atendimento
deverá ser acrescido de atualização financeira, que deverá ser defi- das metas estabelecidas no Acordo de Níveis de Serviço, observan-
nida em contrato. do-se o seguinte:
Artigo 227. A retenção ou glosa no pagamento, sem prejuízo
das sanções cabíveis, só deverá ocorrer quando o contratado:

301
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) as adequações nos pagamentos deverão ser limitadas a uma I. a repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quanto
faixa específica de tolerância, abaixo da qual o contratado deverá forem necessárias, podendo ser realizada em momentos distintos
sujeitar-se às sanções legais; para discutir a variação de custos que tenham sua anualidade resul-
b) na determinação da faixa de tolerância de que trata o item tante em datas diferenciadas, tais como os custos decorrentes da
anterior, deverá ser considerada a relevância da atividade, com me- mão de obra, quando deverá ser considerada a data do acordo, con-
nor ou nenhuma margem de tolerância para as atividades conside- venção ou dissídio coletivo, e os custos decorrentes dos insumos
radas críticas; necessários à execução do serviço, quando deverá ser considerada
c) não atendimento das metas, por ínfima ou pequena diferen- a data da apresentação da proposta;
ça, em indicadores não críticos, poderá ser objeto apenas de noti- II. quando a contratação envolver mais de uma categoria pro-
ficação nas primeiras ocorrências, de modo a não comprometer a fissional, com datas-bases diferenciadas, a repactuação deverá ser
continuidade da contratação. dividida em tantas quanto forem os acordos, dissídios ou conven-
Artigo 235. O recebimento deverá ser realizado com base no ções coletivas das categorias envolvidas na contratação;
Acordo de Níveis de Serviço. III. a repactuação em razão de novo acordo, dissídio ou conven-
Artigo 236. O contratado poderá apresentar justificativa para ção coletiva deverá repassar integralmente o aumento de custos da
a prestação do serviço com menor nível de conformidade, que po- mão de obra decorrente desses instrumentos, inclusive novos be-
derá ser aceita pelo agente de fiscalização técnica do contrato, des- nefícios não previstos na proposta original que tenham se tornado
de que comprovada a excepcionalidade da ocorrência, resultante obrigatórios por força deles;
exclusivamente de fatores imprevisíveis e alheios ao controle do IV. a repactuação deverá ser precedida de solicitação do con-
contratado. tratado, acompanhada de demonstração analítica da alteração dos
Artigo 237. O agente de fiscalização técnica deverá monitorar custos, por meio de apresentação da planilha de custos e formação
constantemente o nível de qualidade da execução do objeto para de preços e do novo acordo, convenção ou dissídio coletivo que fun-
evitar a sua degeneração, devendo intervir para que sejam feitas damenta a repactuação, conforme for a variação de custos objeto
correções, notificando sempre o agente de fiscalização administra- da repactuação; e
tivo do contrato para fins de aplicação de sanções quando verificar V. o contratado, para fazer jus à repactuação, deverá compro-
desconformidade reiterada. var:
VI. os preços praticados no mercado ou em outros contratos
SEÇÃO XII das empresas, de estatais ou da Administração Pública;
DA ALTERAÇÃO PARA MANTER O EQUILÍBRIO ECONÔMICO- VII. as particularidades do contrato em vigência;
-FINANCEIRO DO CONTRATO VIII. a nova planilha com variação dos custos apresentada; e
IX. indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores oficiais
Artigo 238. O equilíbrio econômico-financeiro do contrato de- de referência, tarifas públicas ou outros equivalentes.
verá ocorrer por meio de: Parágrafo Único - A repactuação do contrato deverá ser plei-
I. reajuste: instrumento para manter o equilíbrio econômico- teada pela Contratada até a data da prorrogação contratual subse-
-financeiro do contrato diante de variação de preços e custos que quente, sob pena de ocorrer preclusão do exercício do direito.
sejam normais e previsíveis, relacionadas com o fluxo normal da Artigo 241. A revisão deverá ser precedida de solicitação do
economia e com o processo inflacionário, devido ao completar 1 contratado, acompanhada de comprovação:
(um) ano a contar da data da proposta; I. dos fatos imprevisíveis ou previsíveis, porém com consequên-
II. repactuação: espécie de reajuste destinado aos contratos de cias incalculáveis;
terceirização de serviços com dedicação exclusiva de mão de obra, II. da alteração de preços ou custos, por meio de notas fiscais,
em que os custos de mão de obra são calculados ao completar 1 faturas, tabela de preços, orçamentos, notícias divulgadas pela im-
(um) ano a contar da data do orçamento a que se refere a proposta, prensa e por publicações especializadas e outros documentos per-
ou seja, da data base da categoria ou de quando produzirem efeitos tinentes, preferencialmente com referência à época da elaboração
acordo, convenção ou dissídio coletivo; da proposta e do pedido de revisão;
III. revisão: instrumento para manter o equilíbrio econômico- III. de demonstração analítica, por meio de planilha de custos
-financeiro do contrato diante de variação de preços e custos de- e formação de preços, sobre os impactos da alteração de preços ou
correntes de fatos imprevisíveis ou previsíveis, porém com conse- custos no total do contrato.
quências incalculáveis, e desde que se configure álea econômica Artigo 242. Quando houver, a matriz de riscos define o equilí-
extraordinária e extracontratual, sem a necessidade de periodici- brio econômico financeiro do contrato e é vinculante para pedidos
dade mínima. de repactuação e revisão.
Artigo 239. O reajuste deverá observar: Artigo 243. O contrato poderá sofrer reajuste, repactuação ou
I. a CODEBA deverá estabelecer no instrumento de contrato revisão diante de fatos ocorridos depois da publicação do edital ou
ou documento equivalente índice ou combinação de índice para o do oferecimento das propostas e antes da assinatura do próprio
reajuste; contrato, nas seguintes condições:
II. o reajuste não deverá ser concedido de ofício, haja vista a I. o reajuste deverá ser concedido se entre a data da apresen-
necessidade de garantir a manifestação de concordância da contra- tação da proposta e a assinatura do contrato transcorreram mais de
tada com todos os termos do reajuste, devendo ser precedido de 12 (doze) meses;
solicitação do Contratado acompanhada de memória de cálculo. II. a repactuação deverá ser concedida se entre a data da pu-
Artigo 240. A repactuação deve observar: blicação do edital e a assinatura do contrato sobrevier novo acordo,
convenção ou dissídio coletivo;

302
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III. a revisão deverá ser concedida se entre a data da apresenta- das obrigações trabalhistas, previdenciárias e fundiárias, até que a
ção da proposta e a assinatura do contrato ocorrer fato imprevisível situação seja regularizada, devendo a Fiscalização do contrato noti-
ou previsível, porém com consequências incalculáveis, que configu- ficar o Contratado para regularizar a situação.
ra álea econômica e extracontratual. §2º - Se não houver demonstração de quitação das obrigações
Artigo 244. Nas hipóteses previstas no artigo anterior, o próprio trabalhistas, previdenciárias e fundiárias no prazo de 15 (quinze)
instrumento contratual deverá ser firmado com os valores reajusta- dias contados da notificação, a CODEBA poderá efetuar o pagamen-
dos, repactuados ou revistos, que deverá ser antecedido de parecer to das obrigações diretamente aos empregados do Contratado que
jurídico e de autorização do gestor da unidade de licitações, cum- tenham participado da execução dos serviços objeto do contrato.
pridos os demais requisitos prescritos neste Artigo, tudo juntado § 3º- O sindicato da categoria deverá ser notificado para acom-
aos autos do processo do contrato. panhar o pagamento das verbas a que se refere os parágrafos an-
Artigo 245. O reajuste, a repactuação e a revisão deverão ser teriores.
formalizadas dentro do prazo de vigência do contrato.
SEÇÃO XV
SEÇÃO XIII DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES
DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DO CONTRATO
Artigo 252. O contratado é responsável pelos danos causados
Artigo 246. A suspensão da execução do contrato poderá ser direta ou indiretamente à CODEBA ou a terceiros em razão da exe-
determinada pelo Diretor da área demandante em casos excepcio- cução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabili-
nais e motivados tecnicamente pelo fiscal técnico do contrato, de- dade a fiscalização ou o acompanhamento pela empresa, devendo
vendo o fiscal administrativo comunicar a suspensão da execução prevalecer, quando houver, o disposto em matriz de risco.
do contrato ao preposto do contratado, indicando: Artigo 253. O instrumento de contrato ou documento equiva-
I. o prazo da suspensão, que poderá ser prorrogado, se as ra- lente poderá prever cláusula com limitação de responsabilidade
zões que a motivarem não estiverem sujeitas ao controle ou à von- para as partes, prevendo teto de indenização.
tade da gerência técnica;
II. se deverá ou não haver desmobilização, total ou parcial, e SEÇÃO XVI
quais as atividades deverão ser mantidas pelo contratado; DAS OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA
III. o montante que deverá ser pago ao contratado a título de
indenização em relação a eventuais danos já identificados e o pro- Artigo 254. A Contratada deverá cumprir fielmente as dispo-
cedimento e metodologia para apurar valor; sições previstas na legislação vigente, no contrato celebrado e no
IV. de indenização de novos danos que poderão ser gerados ao edital da licitação, do termo de referência ou no procedimento de
contratado. contratação direta que o originou, atuando em consonância com os
Artigo 247. Constatada qualquer irregularidade na licitação ou princípios da probidade e da boa-fé, cabendo-lhe, especialmente:
na execução contratual, os fiscais do contrato deverão, se possível, I. manter os requisitos e condições de habilitação fixados no
saná-la, evitando-se a suspensão da execução do contrato ou outra processo de licitação ou contratação direta;
medida como decretação de nulidade ou rescisão contratual. II. comunicar a imposição de penalidade que acarrete o impe-
dimento de contratar com a CODEBA, bem como a eventual perda
SEÇÃO XIV dos pressupostos para a participação de licitação;
DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS SOBRE EMPREGADOS TERCEIRI- III. cumprir, dentro dos prazos assinalados, as obrigações con-
ZADOS tratadas;
IV. reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas
Artigo 248. – As disposições do contrato de serviços a serem expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se
prestados por meio da disponibilização de empregados terceiriza- verificarem vícios, defeitos ou incorreções decorrentes da execução
dos, na forma de postos de trabalho, com ou sem fornecimento do ou de materiais empregados;
material e/ou equipamentos necessários à perfeita prestação dos V. responder pela correção e qualidade dos serviços/bens nos
serviços, serão objeto de normativos internos da CODEBA. termos da proposta apresentada, observadas as normas éticas e
Artigo 249. Os valores referentes ao pagamento das férias, dé- técnicas aplicáveis;
cimo terceiro salário, ausências legais e verbas rescisórias aos tra- VI. reparar todos os danos e prejuízos causados diretamente
balhadores serão efetuados pela CODEBA ao Contratado somente à CODEBA ou a terceiros, não restando excluída ou reduzida esta
na ocorrência do fato gerador. responsabilidade pela presença de fiscalização ou pelo acompanha-
Artigo 250. Os valores referentes ao pagamento das férias, dé- mento da execução por parte do fiscal do contrato;
cimo terceiro salário e verbas rescisórias aos trabalhadores do Con- VII. alocar os recursos materiais e humanos necessários à exe-
tratado serão depositados pela Administração em conta vinculada cução do objeto contratual, assumindo integral e exclusiva respon-
específica, aberta em nome do contratado, com movimentação so- sabilidade sobre todos e quaisquer ônus trabalhistas e previdenciá-
mente por ordem da CODEBA. rios, bem como os atinentes a seguro com acidentes de trabalho
Artigo 251. O Contratado deverá apresentar mensalmente do- de seus empregados, zelando pela fiel observância da legislação
cumentação comprobatória do cumprimento das obrigações traba- incidente;
lhistas, previdenciárias e para com o FGTS.
§1º – Na hipótese do Contratado deixar de pagar ou apresentar
a documentação a que se refere este artigo, a CODEBA reterá do pa-
gamento da fatura mensal o valor proporcional ao inadimplemento

303
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VIII. pagar, como responsável único, todos os encargos traba- IX. praticar atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da lici-
lhistas, fiscais e comerciais, que incidam ou venham a incidir, direta tação.
ou indiretamente, sobre o objeto do contrato, podendo a CODEBA, Artigo 256. Materializada qualquer das condutas descritas no
a qualquer momento, exigir do Contratado a comprovação de sua artigo anterior, a CODEBA poderá, garantida a ampla defesa e o con-
regularidade; traditório, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
IX. permitir vistorias e acompanhamento da execução do obje- I. advertência;
to pelo gestor e/ou fiscal do contrato; II. multa;
X. obedecer as instruções e aos procedimentos estabelecidos III. suspensão temporária de participação em licitação e contra-
pela CODEBA para a adequada execução do contrato, apresentan- tação com a CODEBA, por prazo não superior a 2 (dois) anos.
do as informações solicitadas e os documentos comprobatórios do § 1º – As sanções previstas nos incisos I e III do caput poderão
adequado cumprimento das obrigações contratuais, tenham elas ser aplicadas juntamente com a do inciso II.
natureza principal ou acessória; § 2º – Caberá apresentação de defesa prévia, a ser apresentada
XI. não infringir quaisquer direitos autorais, patentes ou regis- no prazo de 10 (dez) dias úteis, a contar da aplicação de qualquer
tros, inclusive marcas, know-how ou trade-secrets, durante a exe- sanção.
cução do contrato, sendo responsável pelos prejuízos, inclusive ho- § 3º – As sanções dos incisos II e III somente poderão ser apli-
norários de advogado, custas e despesas decorrentes de qualquer cadas após regular processo administrativo.
medida ou processo judicial ou administrativo iniciado em face da Artigo 257. A multa será obrigatoriamente estabelecida no ins-
CODEBA, por acusação da espécie; e trumento de contrato ou em documento equivalente e deverá ob-
XII. designar 1 (um) preposto como responsável pelo Contrato servar as seguintes condições:
firmado com a CODEBA, para participar de eventuais reuniões e ser I. poderá referir-se à inexecução completa ou parcial de obriga-
o interlocutor do Contratado, zelando pelo fiel cumprimento das ção, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora;
obrigações previstas no Instrumento. II. não poderá ser superior a 30% (trinta por cento) do valor
§1º - A inadimplência do Contratado quanto aos encargos tra- total do contrato licitado ou celebrado com contratação direta;
balhistas, fiscais e comerciais não transfere à CODEBA a responsabi- III. a multa moratória deverá ser apurada por dia de atraso;
lidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato IV. se a multa moratória alcançar o seu limite e a mora não se
ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusi- cessar, o contrato poderá ser rescindido, salvo decisão em contrá-
ve perante o registro de imóveis. rio, devidamente motivada, da autoridade da unidade de gestão de
§2º - No âmbito dos deveres de conduta decorrentes do prin- contratos;
cípio da boa-fé objetiva, o Contratado deverá colaborar com a CO- V. se a multa for aplicada em decorrência de inadimplemento
DEBA no âmbito do processo de demonstração da vantajosidade da parcial, o percentual deverá ser apurado em razão do valor da obri-
contratação, mediante a cobrança de valores razoáveis e condizen- gação inadimplida;
tes com os praticados no mercado e apresentação de informações VI. o instrumento de contrato ou documento equivalente deve-
detalhadas sobre seus custos unitários e sobre os preços cobrados rá prever que, acaso a multa não cubra os prejuízos causados pelo
perante outros clientes. contratado, que a empresa poderá exigir indenização suplementar,
valendo a multa como mínimo de indenização, na forma do precei-
CAPÍTULO III tuado no parágrafo único do Artigo 416 do Código Civil; e
DAS SANÇÕES E DA RESCISÃO DO CONTRATO VII. a multa poderá ser descontada da garantia, dos pagamen-
tos devidos à contratada em razão do contrato em que houver a
SEÇÃO I aplicação da multa ou de eventual outro contrato havido entre a
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS empresa e a contratada, aplicando-se a compensação prevista nos
Artigos 368 e seguintes do Código Civil.
Artigo 255. As sanções administrativas deverão ser aplicadas § 1º – A aplicação de multa estará condicionada à tipificação
diante dos seguintes comportamentos dos licitantes e contratados: da conduta e previsão da alíquota e base de cálculo no instrumento
I. dar causa à inexecução parcial ou total do contrato contratual.
II. deixar de entregar a documentação exigida para o certame, § 2º - A multa, aplicada após regular processo administrativo,
salvo na hipótese de inversão de fases prevista; será descontada da garantia do respectivo contratado.
III. não manter a proposta, salvo se em decorrência de fato su- § 3º - Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia
perveniente, devidamente justificado; prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
IV. não celebrar o contrato ou não entregue a documentação diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente de-
exigida para a contratação, quando convocado dentro do prazo de vidos pela CODEBA ou cobrada judicialmente.
validade de sua proposta; Artigo 258. A sanção de suspensão temporária de participação
V. ensejar o retardamento da execução ou da entrega do objeto em licitação e contratação com a CODEBA poderá também ser apli-
da licitação sem motivo justificado; cada à empresa ou ao profissional que:
VI. apresentar documentação falsa exigida para o certame ou I. tenha sofrido condenação definitiva por praticar, por meios
prestar declaração falsa durante a licitação ou a execução do con- dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
trato; II. tenha praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos
VII. fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução da licitação;
do contrato; III. demonstre não possuir idoneidade para contratar com a CO-
VIII. comportar-se com má-fé ou cometer fraude fiscal; DEBA em virtude de atos ilícitos praticados;

304
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV. convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, III. o desatendimento das determinações regulares do fiscal do
não celebrar o contrato; contrato;
V. apresentar documentação falsa exigida para o certame; IV. o cometimento reiterado de faltas na sua execução anota-
VI. ensejar o retardamento da execução do objeto da licitação; das pela fiscalização do contrato;
VII. não mantiver a proposta; V. a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
VIII. falhar ou fraudar na execução do contrato; VI. a fusão, cisão, incorporação, ou associação da Contratada
IX. comportar-se de modo inidôneo, inclusive com a prática de com outrem, não admitidas no instrumento convocatório e no con-
atos lesivos à Administração Pública previstos na Lei 12.846/2013. trato e sem prévia autorização da CODEBA;
Artigo 259. A sanção de suspensão, referida no inciso III do Ar- VII. a dissolução da sociedade ou o falecimento da Contratada;
tigo 83 da Lei n. 13.303/2016, deverá observar os seguintes parâ- VIII. razões de interesse da CODEBA, de alta relevância e amplo
metros: conhecimento, justificadas e exaradas no processo interno;
I. se não se caracterizar má-fé, a pena base deverá ser de 6 IX. o descumprimento do disposto no inciso XXXIII do artigo 7º
(seis) meses; da Constituição Federal, que proíbe o trabalho noturno, perigoso
II. caracterizada a má-fé ou intenção desonesta, a pena base ou insalubre a menores de 18 anos e qualquer trabalho a menores
deverá ser de 1 (um) ano. de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos;
Artigo 260. A pena de sanção será majorada nos seguintes ca- X. a prática de atos lesivos à Administração Pública previstos na
sos: Lei 12.846/2013;
I. em 1/2 (um meio), se o apenado for reincidente; XI. inobservância da vedação ao nepotismo;
II. em 1/2 (um meio), se a falta do apenado tiver produzido XII. prática de atos que prejudiquem ou comprometam à ima-
prejuízos relevantes para a empresa gem ou reputação da CODEBA, direta ou indiretamente;
Artigo 261. A pena de suspensão poderá ser atenuada nos se- XIII. a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associa-
guintes casos: ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou
I. em 1/4 (um quarto), se o apenado não for reincidente; parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no
II. em 1/4 (um quarto), se a falta do apenado não tiver produzi- edital e no contrato;
do prejuízos relevantes para a empresa; XIV. a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regular-
III. em 1/4 (um quarto), se o apenado tiver reconhecido a falta mente comprovada, impeditiva da execução do contrato;
e se dispuser a tomar medidas para corrigi-la; e XV. o não pagamento dos salários e demais verbas trabalhistas,
IV. em 1/4 (um quarto), se o apenado comprovar a existência e bem como pelo não recolhimento das contribuições sociais, previ-
a eficácia de procedimentos internos de integridade, de acordo com denciárias e para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
os requisitos do Artigo 42 do Decreto n. 8.420/2015. § 1º – Os casos de rescisão contratual serão formalmente moti-
Artigo 262. A CODEBA deverá informar os dados relativos às vados pelo gestor do contrato nos autos do Processo Interno, asse-
sanções por ela aplicada aos contratados de forma a manter atuali- gurado para a Contratada o contraditório e a ampla defesa, decidi-
zado o CEIS - Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas dos pela autoridade de alçada.
de que trata a Lei nº 12.846/13. § 2º - Os efeitos da rescisão do contrato serão operados a partir
da comunicação escrita sobre o seu julgamento, ou, na impossibili-
SEÇÃO II dade de notificação do interessado, por meio de publicação oficial.
DOS CASOS DE EXTINÇÃO E RESCISÃO DO CONTRATO
SEÇÃO III
Artigo 263. A extinção dos contratos firmados pela CODEBA se DO PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA A RESCISÃO E/OU
dará: APLICAÇÃO DE SANÇÃO
I. pela completa execução do seu objeto ou pelo advento de
termo ou condição nele prevista; Artigo 265. O processo administrativo para a rescisão e/ou apli-
II. pelo término do seu prazo de vigência; cação de sanção observará o seguinte:
III. por acordo entre as partes, desde que a medida não acarre- I. o processo administrativo deverá ser instaurado por decisão
te prejuízos para a CODEBA; dos fiscais do contrato, conforme o caso, por meio de documento
IV. por ato unilateral da parte interessada, mediante aviso por intitulado “ato de instauração de processo administrativo”, que de-
escrito à outra parte com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) verá:
dias, desde que a medida não acarrete prejuízos para a CODEBA e II. descrever os fatos e as faltas imputadas ao licitante ou con-
esteja autorizado no contrato, na legislação em vigor ou neste re- tratado;
gulamento; III. indicar as penas a que ele estará sujeito e, se for o caso, a
V. pela via judicial ou arbitral; e rescisão contratual e demais cominações legais;
VI. em razão de rescisão contratual pela ocorrência de qualquer IV. notificação do licitante ou contratado para apresentar defe-
dos motivos elencados no artigo seguinte. sa, no prazo de até 10 (dez) dias úteis.
Artigo 264. Constituem motivo para a rescisão dos contratos Artigo 266. A intimação deve ser realizada na forma eletrônica,
firmados pela CODEBA: por correspondência com aviso de recebimento ou por qualquer
I. o descumprimento ou o cumprimento irregular ou incomple- outro meio, desde que haja a confirmação de recibo por parte do
to de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos; licitante ou contratado.
II. o atraso injustificado no início da obra, serviço ou forneci- Artigo 267. A defesa poderá ser apresentada eletronicamente,
mento; por meio de email, ou fisicamente ao setor de protocolo da CODE-
BA.

305
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Artigo 268. Os fiscais do contrato deverão analisar eventual CAPÍTULO IV


pedido de produção de prova realizado pelo licitante ou contrata- DOS CONVÊNIOS
do, podendo, mediante decisão fundamentada, recusar as provas
quando ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Artigo 278. Convênio é o instrumento destinado a formalizar
Artigo 269. O licitante ou contratado terá o direito de acom- a comunhão de esforços entre a CODEBA e entidades privadas ou
panhar e participar da produção da prova, sendo comunicado de públicas para viabilizar o fomento ou a execução de atividades na
quaisquer diligências, vistorias, avaliações ou oitivas de testemu- promoção de objetivos comuns.
nhas com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, que deverão § 1º – Deverão ser observados os seguintes parâmetros cumu-
ser levadas a termo, reduzidas em ata e, se possível, filmadas. lativos:
Artigo 270. Produzida a prova, o licitante ou contratado dispõe I. a convergência de interesses entre as partes;
de 10 (dez) dias úteis para a apresentação de alegações finais. II. a execução em regime de mútua cooperação;
Artigo 271. O processo, devidamente instruído, deverá ser III. o alinhamento com a função social de realização do interes-
enviado à autoridade que firmou o contrato ou outra definida em se coletivo;
regra de alçada da empresa, para que tome a decisão final, devi- IV. a análise prévia da conformidade do convênio com a política
damente motivada, podendo-se utilizar como motivação o parecer de transações com partes relacionadas;
jurídico. V. a análise prévia do histórico de envolvimento com corrupção
Artigo 272. A decisão deverá ser publicada no sítio eletrônico ou fraude, por parte da instituição beneficiada, e da existência de
da CODEBA, informada ao Cadastro Nacional de Empresas Inidô- controles e políticas de integridade na instituição e;
neas e Suspensas (CEIS), mantido pelo Executivo Federal, e outros VI. a vedação de celebrar convênio com dirigente de partido
sistemas de cadastro que sejam pertinentes, e comunicada direta- político, titular de mandato eletivo, empregado ou administrador
mente à licitante ou ao contratado. da empresa estatal, ou com seus parentes consanguíneos ou afins
Artigo 273. O licitante ou contratado poderá interpor recurso, até o terceiro grau, e também com pessoa jurídica, cujo proprietá-
em até 10 (dez) dias, sem efeito suspensivo, salvo se concedido ex- rio ou administrador seja, uma dessas pessoas.
cepcionalmente pela autoridade competente. § 2º - A formalização do instrumento contemplará documento
Artigo 274. O recurso deverá ser objeto de decisão motivada, anexo contendo detalhamento dos objetivos, das metas, resultados
que deverá ser publicada nos mesmos meios previstos para a publi- a serem atingidos, cronograma de execução, critérios de avaliação
cação da decisão. de desempenho, indicadores de resultados e a previsão de even-
Artigo 275. Nos casos em que a falta imputada ao licitante tuais receitas e despesas, sendo partes integrantes do objeto.
ou contratado seja qualificada como atos lesivos à administração § 3º – O prazo do instrumento deverá ser estipulado de acordo
pública, nacional ou estrangeira, conforme o Artigo 5º da Lei n. com a natureza e complexidade do objeto, metas estabelecidas e
12.846/2013, o processo administrativo deverá seguir as regras da prazo de execução previsto no plano de trabalho.
Lei n. 12.846/2013 e do Decreto n. 8.420/2015. § 4º – Aos convênios de patrocínio aplicar-se-ão regras próprias
conforme artigo 15 e 16 deste Regulamento.
SEÇÃO IV
DOS RECURSOS TITULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Artigo 276. Caberá recurso, no prazo de 10 (dez) dias a contar
da data da comunicação do ato, nos casos de: Artigo 279. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
I. aplicação das penas de multa, suspensão temporária de par- edital de licitação por irregularidade na aplicação deste Regulamen-
ticipação em licitação e impedimento de contratar com a CODEBA, to e da legislação aplicável, devendo protocolar o pedido até 5 (cin-
impedimento de licitar e contratar com a União; co) dias úteis antes da data fixada para a ocorrência do certame.
II. rescisão do contrato; Parágrafo Único - A CODEBA deverá julgar e responder à impug-
§ 1º – Os recursos referidos no caput não têm efeito suspen- nação em até 3 (três) dias úteis;
sivo. Artigo 280. Aplicam-se as regras deste Regulamento aos pro-
§ 2º – A comunicação do ato para fins de contagem do prazo cedimentos licitatórios e contratações iniciados após sua vigência.
recursal será feita, preferencialmente, na forma eletrônica. Artigo 280-A. O contrato de antecipação de receitas consiste
em um contrato de direito privado, firmado individualmente pela
SEÇÃO IV autoridade portuária com o usuário interessado em antecipar re-
DOS CRIMES E DAS PENAS ceitas, sejam tarifárias ou de arrendamento, observados os requi-
sitos fixados na Lei 12.815/2013, nos arts. 42-A e 42-B do Decreto
Artigo 277. Aplicam-se às licitações e contratos as normas de 8.033/2013 e na Resolução ANTAQ nº 48/2021.
direito penal contidas nos artigos 89 a 99 da Lei nº 8.666, de 21 de Artigo 281. Permanecem regidos pela legislação anterior pro-
junho de 1993. cedimentos licitatórios e contratações iniciados ou celebrados an-
tes da vigência deste Regulamento até sua completa finalização,
inclusive eventuais prorrogações.
Artigo 282. Os níveis de alçada decisória e tomada de decisão
para aplicação dos procedimentos deste Regulamento serão esta-
belecidos em normativo interno da CODEBA, com observância das
seguintes premissas:

306
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I. as competências serão estabelecidas, preferencialmente, de XIII. contratação por tarefa – Regime de execução em que há
forma colegiada; contratação de mão de obra para pequenos trabalhos por preço
II. os níveis de alçada serão definidos considerando-se os valo- certo, com ou sem fornecimento de material;
res envolvidos e a modalidade da contratação, com regras diferen- XIV. contratação semi-integrada – Regime de execução em que
ciadas para as licitações, as contratações diretas e as situações de a contratação envolve a elaboração e o desenvolvimento do projeto
oportunidade de negócios, conforme seja a necessidade de contro- executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a monta-
le identificada pela Governança. gem, a realização de testes, a pré-operação e as demais operações
Artigo 283. Fica revogada a Norma de Contratação A.04.01, necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;
revisão 06, de 21 de janeiro de 2016. XV. contrato – Todo e qualquer ajuste firmado em que haja um
Artigo 284. A atualização desse Regulamento entrará em vigor acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de
em 31 de março de 2022. obrigações recíprocas e contrapostas, seja qual for a denominação
utilizada;
GLOSSÁRIO DE EXPRESSÕES TÉCNICAS XVI. dirigente máximo da Codeba – Autoridade com maior po-
der de decisão, conforme competências definidas no Estatuto da
Para os fins deste Regulamento, considera-se: CODEBA;
I. adjudicação - reconhecimento formal da validade e conve- XVII. licitação – É o procedimento formal em que se convoca,
niência da proposta do licitante vencedor; mediante condições estabelecidas em ato próprio, empresas in-
II. administração pública – Administração Direta e Indireta da teressadas na apresentação de propostas para o oferecimento de
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abran- bens e serviços;
gendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito XVIII. licitação deserta – Situação na qual não acudiram interes-
privado sob controle do poder público e das fundações por ele ins- sados ao certame;
tituídas ou mantidas, sendo a CODEBA integrante da Administração XIX. licitação fracassada – Situação na qual todos os interes-
Pública Indireta; sados restaram inabilitados ou tiveram suas propostas desclassifi-
III. alienação - operação de transferência do direito de proprie- cadas;
dade do material, mediante venda, permuta ou doação; XX. licitador – Empregado CODEBA responsável pela condução
IV. anteprojeto de engenharia – Peça técnica com todos os ele- da Licitação CODEBA, na forma eletrônica ou presencial;
mentos de contornos necessários e fundamentais à elaboração do XXI. matriz de riscos – Cláusula contratual definidora de riscos
projeto básico; e responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio
V. bonificações e despesas indiretas – É um percentual que se econômicofinanceiro inicial do contrato, em termos de ônus finan-
adiciona aos custos diretos de uma obra ou serviço de engenharia, ceiro decorrente de eventos supervenientes à contratação, conten-
constituído por todas as despesas indiretas (exemplos: aluguel, sa- do, no mínimo, as seguintes informações:
lários, benefícios de pessoal, pró-labore, despesas com materiais a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura
de escritório e de limpeza, consumos de energia, telefone e água, do contrato, impactantes no equilíbrio econômico-financeiro da
tributos e lucro); avença, e previsão de eventual necessidade de prolação de termo
VI. Codeba – Companhia das Docas do Estado da Bahia, Au- aditivo quando de sua ocorrência;
toridade Portuária responsável pela administração dos portos de b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que ha-
Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus; verá liberdade das contratadas para inovar em soluções metodoló-
VII. cessão - modalidade de movimentação de material do gicas ou tecnológicas, em obrigações de resultado, em termos de
acervo, com transferência gratuita da posse e integral assunção das modificação das soluções previamente delineadas no anteprojeto
responsabilidades inerentes ao bem por parte de quem o receber; ou no projeto básico da licitação;
VIII. comodato – operação que resulta no empréstimo gratuito c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que não
de coisas não fungíveis; haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções meto-
IX. contratação integrada – Regime de execução em que a con- dológicas ou tecnológicas, em obrigações de meio, devendo haver
tratação envolve a elaboração e o desenvolvimento dos projetos obrigação de identidade entre a execução e a solução pré-definida
básico e executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, no anteprojeto ou no projeto básico da licitação.
a montagem, a realização de testes, a pré-operação e as demais XXII. material - designação genérica de equipamentos, com-
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto; ponentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-
X. contratação por empreitada integral – Regime de execução -primas e outros itens empregados ou passíveis de aproveitamento
em que há a contratação de empreendimento em sua integralida- econômico;
de, com todas as etapas de obras, serviços e instalações necessá- XXIII. modelos padronizados – Modelos de editais e contratos
rias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega elaborados pela área de contratações da CODEBA contendo as cláu-
ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos sulas básicas que são adotadas nas licitações e contratações;
os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de XXIV. obra – Toda construção, reforma, fabricação, recuperação
segurança estrutural e operacional e com as características adequa- ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;
das às finalidades para as quais foi contratada; XXV. política de compras sustentáveis e de relacionamento com
XI. contratação por preço global – Regime de execução em que Fornecedores– Política instituída pela CODEBA, com o objetivo de
a contratação se formaliza por preço certo e total; estabelecer o conjunto de princípios e diretrizes relacionado à sus-
XII. contratação por preço unitário – Regime de execução em tentabilidade a ser considerado em todas as atividades da CODEBA
que a contratação se formaliza por preço certo de unidades deter- na aquisição de bens, serviços e obras e no relacionamento com
minadas; fornecedores;

307
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XXVI. programa de integridade CODEBA – Documento elabora- Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são
do em cumprimento ao Decreto nº 8.420 de 18/03/2015 que regu- organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po-
lamentou a Lei 12.846 de 01/08/2013 (Lei Anticorrupção dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
XXVII. projeto básico – É o documento que contém o conjunto material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno.
de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão ade-
quado, para caracterizar o objeto da contratação, elaborado com Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me-
base nos estudos técnicos preliminares e que possibilita à empresa lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da
proponente a avaliação do custo, dos métodos e do prazo para a apostila.
execução do objeto, utilizado em qualquer contratação;
XXVIII. projeto executivo – Conjunto dos elementos necessários Se preferir, indicamos também acesso direto ao https://
e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as nor- www.codeba.gov.br/eficiente/repositorio/Codeba/atos_normati-
mas técnicas pertinentes; vos/2022/18986.pdf
XXIX. sobre preço – Quando os preços orçados para a licitação Bons estudos!
ou os preços contratados são expressivamente superiores aos pre-
ços referenciais de mercado, podendo referir-se ao valor unitário
de um item, se a licitação ou a contratação for por preço unitário de
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS PÚBLICOS
serviço, ou ao valor global do objeto, se a licitação ou a contratação
for por preço global; Introdução
XXX. superfaturamento – Faturamento por preço que gera
dano ao patrimônio da CODEBA caracterizado, por exemplo: Os contratos administrativos necessitam de um acompanha-
a) pela medição de quantidades superiores às efetivamente mento diário e, diante disso, é preciso que os gestores públicos/
executadas ou fornecidas; ordenadores de despesas atentem para a necessidade de nomea-
b) pela deficiência na execução de obras e serviços de enge- rem fiscais e gestores de contratos devidamente qualificados para a
nharia que resulte em diminuição da qualidade, da vida útil ou da missão, além de propiciarem reais condições para uma fiscalização
segurança; e acompanhamento eficientes ao longo da realização de cada con-
c) por alterações no orçamento de obras e de serviços de enge- trato em particular.
nharia que causem o desequilíbrio econômico-financeiro do contra- Somente assim procedendo o gestor público/ordenador de des-
to em favor do contratado; pesas estará resguardando o interesse público e a si próprio.
d) por outras alterações de cláusulas financeiras que gerem É importante esclarecer, entretanto, que o gestor público/or-
recebimentos contratuais antecipados, distorção do cronograma denador de despesas precisa estar atento aos requisitos na escolha
físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com de seus prepostos, pois uma incorreta indicação pode gerar respon-
custos adicionais para a CODEBA ou reajuste irregular de preços; sabilidade. É a figura da culpa in elegendo, ou seja, a culpa pela má
XXXI. Subsidiária - Empresa estatal cuja maioria das ações com eleição dos funcionários.
direito a voto pertença direta ou indiretamente a empresa pública
ou a sociedade de economia mista; Gestão de contratos
XXXII. Sustentabilidade – Proposta de desenvolvimento que
visa atender as necessidades presentes, sem comprometer a capa- É o acompanhamento e a fiscalização, pela Administração, da
cidade das gerações futuras, contemplando aspectos econômicos, execução de todos seus contratos e deve ser promovida por todos
sociais, culturais e ambientais; os órgãos públicos.
XXXIII. Termo de Referência – É o documento que contém o A gestão do contrato é realizada por um representante da Admi-
conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de pre- nistração, conforme exigência do artigo 67 da Lei nº8.666/93. Este
cisão adequado, para caracterizar o objeto da licitação, elaborado representante é denominado gestor do contrato.
com base nos estudos técnicos preliminares e que possibilita à em-
presa proponente a avaliação do custo, dos métodos e do prazo Artigo 67 – A execução do contrato deverá ser acompanhada
para a execução do objeto. e fiscalizada por um responsável da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
REGULAMENTO DA EXPLORAÇÃO DOS PORTOS subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

Competência da Gestão
Prezado(a),
A gestão de contratos abrange uma série de condutas e proce-
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico dimentos a serem aplicados pelo agente público e por seus repre-
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re- sentantes desde o planejamento da contratação, a seleção do for-
servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila, necedor, e a fiscalização da execução contratual, que contribuem
sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona- para o bom uso do dinheiro público, e, para que as necessidades
dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não da Administração e da população sejam atendidas da melhor forma
cabem na estrutura de nossas apostilas. possível.

308
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Finalidade da gestão de contratos É importante que se estabeleça uma perfeita comunicação


entre o setor que necessita o objeto (Requisitante) e o setor encar-
A gestão de contratos deve garantir que os contratados pela Ad- regado do expediente licitatório (Serviço de Compras).
ministração forneçam os bens ou prestem os serviços pactuados, e Muitas vezes, há requisição de compra de determinado produ-
que tais bens e serviços sejam da melhor qualidade possível. Deve to/serviço, sem que se descreva com nitidez as características, as
atuar na tentativa de aliar a busca pelo bem ou serviço de menor peculiaridades daquilo que se precisa. Na etapa seguinte o Serviço
preço e o atendimento ao princípio constitucional da eficiência, evi- de Compras acaba por fazer uma descrição do objeto que não aten-
tando desperdícios e oferecendo bens e serviços públicos de quali- de rigorosamente ao interesse de quem o solicitou.
dade à população. Todas as informações sobre os serviços e obras devem ser
Outra finalidade da gestão de contratos é a de evitar prejuízos reunidas e organizadas em um Memorial Descritivo (Projeto Bási-
aos cofres públicos ocasionados pela necessidade de novas contra- co). Este memorial serve, portanto, para descrever a necessidade
tações para substituir ou concluir obras e serviços não prestados da Administração que justifica a contratação de uma empresa ou
ou insatisfatórios, e pela condenação da Administração, nas esferas profissional da iniciativa privada. Ao mesmo tempo, ele contém as
trabalhista e previdenciária, ao pagamento de encargos devidos aos informações sobre o objeto a ser contratado, que são utilizadas pe-
empregados e fornecedores inadimplentes. los setores responsáveis pela elaboração do edital e da minuta do
A gestão dos contratos abrange duas esferas de trabalho a se- contrato.
rem desenvolvidas, sendo uma de perfil administrativo, cujo foco é Além disso, as informações do Memorial Descritivo são essen-
a relação jurídica com a contratada, efetuada pelo Gestor de Con- ciais para que as empresas e profissionais conheçam as caracterís-
tratos; e outra, de perfil técnico, que tem como foco o próprio obje- ticas do serviço ou da obra e possam decidir se têm condições téc-
to, sua execução, que é a fiscalização. O Fiscal de Contratos neces- nicas para executá-las, optando por participar da licitação ou não.
sita ter conhecimento técnico e domínio do objeto para que possa Por isso é importante que a Administração elabore um Memorial
avaliá-lo. Descritivo claro e detalhado, que descreva com precisão a ne-
cessidade pública que deve ser atendida e o padrão de qualidade
Diferença entre Gestão e Fiscalização exigido, ou ainda, a descrição do objeto no Memorial Descritivo
deve ter como foco o resultado pretendido pela Administração.
Não podemos, entretanto, confundir gestão com fiscalização. A O artigo 6º, inciso IX, da Lei de Licitações, define o Memorial
Gestão é o serviço geral de gerenciamento dos contratos; a fiscali- Descritivo (Projeto Básico) e lista os elementos que ele deve conter
zação é pontual. (alíneas “a” a “f”). Em linhas gerais, o Memorial Descritivo deve:
É necessário diferenciarmos estas duas funções, tão comumente descrever a solução escolhida para a necessidade a ser atendida;
confundidas, visto que possuem atribuições semelhantes, não es- especificar as técnicas que podem ou devem ser utilizadas; enume-
quecendo que os responsáveis pelas mesmas, ou seja, gestor de rar os serviços principais e assessórios a serem executados e tipos
contrato e fiscal, devem atuar em perfeita sintonia, pois objetivam, de materiais necessários; descrever as condições de execução do
cada um a seu tempo e modo, a perfeita execução do contrato. serviço ou da obra (organização, periodicidade, horários, etc.); fixar
Na gestão do contrato cuida-se, por exemplo, do equilíbrio eco- obrigações das partes, prazos, garantias contratuais, forma e condi-
nômico-financeiro, de incidentes relativos a pagamentos, de ques- ções de pagamento; conter orçamento detalhado do custo global
tões ligadas à documentação, ao controle dos prazos de vencimen- da obra ou serviço, e outras informações relevantes para a descri-
to, de prorrogações, etc. É um serviço administrativo propriamente ção do objeto, conforme o caso.
dito, que pode ser exercido por uma pessoa ou um setor. É muito importante, também, que conste no Memorial Descri-
Já a fiscalização, exercida necessariamente por um representan- tivo e no Termo Contratual o procedimento de fiscalização das obri-
te da Administração, especialmente designado, como preceitua a gações trabalhistas e previdenciárias da Contratada, e que o gestor
lei, cuida pontualmente de cada contrato. do contrato execute este procedimento e arquive toda a respectiva
Cada órgão deve organizar e regulamentar a gestão dos con- documentação.
tratos de acordo com o pessoal disponível, o número de contratos Como medida de resguardo de incidentes, a recomendação é
existentes e a complexidade dos objetos contratados. A lei exige de que a descrição do objeto seja feita pelo funcionário que o re-
que pelo menos um servidor seja responsável pelo acompanha- quisita; ou seja, que este busque o assessoramento técnico para fa-
mento da execução, exercendo a função de gestor do contrato. Ele zê-lo. Sem isso, corremos o risco de termos um contrato impróprio,
pode ser auxiliado por outros servidores ou por terceiros contra- com dinheiro público desperdiçado, ou com remendos na execução,
tados, mediante processo licitatório dispensa ou inexigibilidade de transferindo ao contratado encargos de trocas ou ajustes e caracte-
licitação, conforme o caso, quando tecnicamente justificável, para rizando ineficiência da Administração.
auxiliá-lo. Em sendo estas tarefas exercidas por apenas um servidor,
é recomendável que ele tenha formação ou conhecimento na área Do Termo Contratual
do objeto a ser fiscalizado.
O contrato deve conter cláusulas referentes ao gestor e à fisca-
Da contratação dos serviços lização, estabelecendo que a execução do objeto seja acompanha-
da e fiscalizada por um representante da Administração (gestor do
A contratação de particulares pela Administração Pública é ne- contrato), além de conter cláusulas que definam como a prestação
cessária para atender uma necessidade do próprio órgão ou da po- do serviço, obra ou fornecimento de bem que será avaliada por este
pulação. Em todos os casos, a necessidade a ser atendida deve ser representante. O nome do servidor especialmente designado para
identificada e bem conhecida pelos setores responsáveis. acompanhar a execução pode constar em cláusula do contrato, sen-
do este aditado para alteração desta cláusula caso seja necessário

309
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

substituir o gestor do contrato. É possível também fazer constar no cionado à execução do contrato. Caso haja um Fiscal nomeado para
contrato que o gestor será nomeado através de portaria, pela auto- apoiar o trabalho do Gestor, estes registros de acompanhamento
ridade competente. Além disso, é importante fazer constar expres- diário ficam à cargo do mesmo.
samente as prerrogativas e atribuições do gestor do contrato. No parágrafo 2º do artigo 67 da Lei de Licitações temos que as
decisões e providências que ultrapassarem a competência do re-
Gestor de Contratos presentante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo
hábil para a adoção de medidas convenientes. As decisões e pro-
É o servidor especialmente designado pela Administração, atra- vidências de que trata este parágrafo são, por exemplo, alterações
vés de Portaria, para cumprir as atribuições legais definidas no arti- contratuais necessárias, prorrogação de prazos e aplicações de pe-
go 67 da Lei de Licitações. nalidades à Contratada, ou até mesmo a rescisão do contrato.
Ele é o responsável por tomar as medidas necessárias ao fiel A partir das cláusulas contratuais, o gestor pode elaborar um
cumprimento da avença administrativa, cabendo-lhe as estratégias roteiro, um plano de trabalho e/ou um check list (modelo anexo)
de gestão, tais como as questões relacionadas a: verificação da exe- com os prazos, etapas e especificações a serem conferidos durante
cução do objeto, serviço, obra ou fornecimento de bem contrata- a execução do objeto, para facilitar seu trabalho, podendo inclusive
do, constatação da adequação do objeto contratado às especifica- apresentar este roteiro à autoridade que o designou, para que veri-
ções constantes nas cláusulas contratuais que descrevem a forma fique a compatibilidade com o que foi estipulado contratualmente.
de execução, observando o desempenho do serviço prestado ou a O gestor deve optar pelo formato do registro de ocorrências da
qualidade da obra ou do bem fornecido e as eventuais irregularida- execução contratual que entender apropriado ao tipo de contrato
des ou imperfeições; equilíbrio econômico financeiro do contrato; e às atividades que lhe foram atribuídas na Portaria de Designa-
responsável pela conferência dos valores faturados, assinando de ção e cláusulas contratuais. Este registro pode ser, por exemplo, em
modo que a nova empresa Contratada comece a atuar logo após o forma de processo, no qual são anexadas todas as manifestações,
término do contrato anterior. relatórios e documentos, em formato de livro ou de relatório (em
Caso constate a necessidade de alterações em cláusulas contra- todos os casos, as folhas devem ser numeradas). A título de ilustra-
tuais, para melhor execução do objeto, atendimento do objetivo da ção, inserimos nos anexos uma adaptação dos termos de abertura
contratação ou gestão do contrato, o gestor deve solicitar a altera- e encerramento do registro de ocorrências.
ção à autoridade competente, apresentando as justificativas do seu Quando o gestor for o único servidor designado para exercer
pedido. Nos casos de complexidade técnica do objeto, é importante a função de gestão e fiscalização, é recomendável que o mesmo
que ele encaminhe também pareceres ou relatórios elaborados por tenha formação ou conhecimento técnico na área do objeto a ser
servidores da área ou por profissionais contratados para auxiliá-lo, fiscalizado.
que contenham as informações técnicas necessárias. O Manual do Gestor de Contratos do Superior Tribunal de Justi-
Se a Contratada tem interesse que alguma cláusula do contrato ça recomenda ainda que o gestor de contrato atenda aos seguintes
seja alterada ou que o prazo seja prorrogado, esta pode apresen- requisitos:
tar justificativas e comprovações necessárias à Administração, que • Gozar de boa reputação ético-profissional;
deve analisar a legalidade e conveniência da alteração contratual, • Não estar, preferencialmente, respondendo a processo de sin-
observando o disposto no artigo 65 da Lei de Licitações. dicância ou processo administrativo disciplinar;
O gestor deve assinar o termo de recebimento definitivo do ser- • Não possuir em seus registros, punições em decorrência da
viço, para que seja efetivado o pagamento do Contratado. prática de atos lesivos ao patrimônio público em qualquer esfera
A situação ideal é que o servidor que vai atuar como gestor do governo;
acompanhe todas as fases da contratação, desde o planejamento e • Não ter sido responsabilizado por irregularidades junto ao Tri-
elaboração do Memorial Descritivo (Projeto Básico), para conhecer bunal de Contas da União ou junto a Tribunais de Contas de Estado,
todos os detalhes do objeto a ser fiscalizado. Caso não tenha parti- do Distrito Federal ou de Municípios;
cipado das fases de Planejamento e Licitação, é imprescindível que • Não ter sido condenado em processo criminal por crimes con-
o gestor leia atentamente o Memorial Descritivo, o Projeto Executi- tra a Administração Pública.
vo (quando for o caso) e o Contrato, prestando especial atenção às
cláusulas que descrevem as especificações do objeto, as condições Responsabilidades do Gestor
de execução, os procedimentos de fiscalização e as penalidades
aplicáveis à Contratada. A Administração e a Contratada respondem pelos danos que
De acordo com o parágrafo 1º do artigo 67 da Lei de Licitações, seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Porém ambas
este representante da Administração deverá anotar em registro podem processar administrativamente ou judicialmente, conforme
próprio todas as ocorrências relacionadas à execução do contrato, o caso, o responsável pelos danos, se este agiu com dolo ou culpa.
ou seja, registrar por escrito tanto o cumprimento de etapas, es- Segundo Meirelles, Azevedo, Aleixo e Burle Filho, “a culpa verifica-
pecificações e condições de execução do objeto, quanto falhas e -se na ação ou omissão lesiva, resultante de imprudência, negligên-
imperfeições verificadas, comunicações à Administração e à Contra- cia ou imperícia do agente; o dolo ocorre quando o agente deseja a
tada e respostas obtidas, fatores externos que causaram atrasos ou ação ou omissão lesiva ou assume o risco de produzi-la”.
alterações nas especificações ou cronograma, determinando o que Desta forma, a Administração pode abrir processo administrati-
for necessário à regularização das ocorrências das faltas ou defeitos vo, ingressar com ação civil ou penal, conforme o caso, para apurar
observados. Esta determinação deverá ser feita na forma escrita e a responsabilidade do servidor por danos causados ao erário ou a
mencionada ou anexada ao registro de ocorrências, pois é fato rela- terceiros no exercício de suas funções.
Tanto na esfera administrativa quanto na civil e penal, a conduta
do servidor será examinada para apuração da culpa ou dolo.

310
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O gestor do contrato é responsável por sua conduta, ou seja, contrato. Não o fazendo, o gestor público/ordenador de despesas
pelo desempenho das atividades que lhe foram atribuídas na por- estará atraindo para si mesmo a responsabilidade pelos prejuízos
taria de designação e no contrato, respondendo se não tomar as que decorrem da má execução.
providências que estiverem ao seu alcance e forem de sua compe- Na verdade, o legislador estabeleceu a obrigação de as duas
tência para garantir o fiel cumprimento das cláusulas contratuais partes terem um representante. Assim, o contratado elege um pre-
e atingimento do objetivo da contratação, ou para interromper a posto, que deverá ser a pessoa de contato, a quem a Administra-
execução em desconformidade com o pactuado e evitar prejuízos ção irá se reportar sempre que necessário. E a Administração fará
à Administração. o mesmo: terá um fiscal que será a referência nos contatos do con-
Assim sendo, ressaltamos a importância da formalização de to- tratado, mas principalmente será o responsável pela verificação da
dos os atos do gestor de contrato. Ele deve comunicar-se sempre regularidade na fase executória.
por escrito com o ordenador de despesas, com os servidores que A lei ordena, ainda que, executado o contrato, seja nomeado
auxiliam na fiscalização e, principalmente, com os representantes um funcionário para oficialmente declarar o recebimento do obje-
da Contratada. Além de registrar por escrito todas as ocorrências to. A ordem vem no artigo 73 da Lei 8666/93.
relacionadas com a execução do objeto, sobretudo nos casos de fa- O sentido dessa norma é garantir a qualidade do contrato. Ou
lhas e defeitos, ele deve fotografar tanto o cumprimento quanto o seja, assegurar que aquilo que foi pactuado é exatamente o que
descumprimento de etapas, condições e especificações contratuais. está sendo recebido pela contratante.
Se tudo estiver documentado, será possível comprovar qual foi
a conduta do gestor em cada situação, bem como as condutas dos Fiscal de contrato
demais servidores envolvidos, do ordenador de despesas (autorida-
de que assinou o contrato) e da Contratada. Como vimos, os contratos administrativos necessitam de um
Essa comprovação será necessária nos casos de falhas na execu- acompanhamento diário e, diante disso, é preciso que o gestor pú-
ção do contrato, danos causados a terceiros e/ou inadimplemento blico/ordenador de despesas atente para a necessidade de nomear
das obrigações trabalhistas e previdenciárias devidas a funcionários fiscais devidamente qualificados para a missão, ou seja, com conhe-
terceirizados, quando a conduta de cada um dos envolvidos na exe- cimento técnico sobre o objeto que estará sendo executado, para
cução contratual irá determinar o responsável pela falha, dano ou fiscalizar e acompanhar, passo a passo, cada contrato em particular,
inadimplemento, conforme o caso. ao longo de toda sua realização, de modo a apoiar o gestor de con-
Finalmente, não podemos deixar de lembrar sobre a Respon- tratos e mantendo sempre seu trabalho e comunicação com este de
sabilidade Fiscal. É sabido que a impropriamente chamada Lei de modo harmonioso.
Responsabilidade Fiscal trouxe um novo elenco de atribuições ao Caberá ao servidor nomeado para esta função acompanhar a
gestor. Em seu primeiro artigo, a lei indica o ponto de cautela: ela execução dos serviços ou do fornecimento de bens e informar as
não é a lei de responsabilidade, mas é a lei de responsabilidade do irregularidades verificadas mensalmente, por escrito, ao gestor do
gestor na gerência fiscal. contrato, que considerará regular e satisfatória a execução do ob-
jeto se não houver nenhuma manifestação contrária do referido
Capacitação do Gestor/Fiscal do contrato servidor.
É imprescindível para a fiscalização do contrato a existência
Dadas as responsabilidades que envolvem o acompanhamen- de cláusulas que definam o que a Administração considera serviço
to da execução contratual, é necessário que a Administração/Or- bem prestado, obra ou bem de qualidade satisfatória, uma vez que
denador de Despesas tome medidas para informar e capacitar os a figura do fiscal do contrato fica encarregada da parte operacional
servidores que designa, bem como estes servidores devem adotar do acordo administrativo, ou seja, do acompanhamento cotidiano
condutas e tomar precauções necessárias ao bom e seguro desem- da execução do contrato, cabendo-lhe verificar o cumprimento dos
penho da gestão contratual, a fim de que tenham condições de prazos e de outras condições estabelecidas pelas obrigações assu-
acompanhar e fiscalizar os contratos firmados, evitando que a no- midas entre contratante e contratado, para que a Administração se
meação destes gestores se limite ao cumprimento de formalidades certifique que está sendo executado o que efetivamente fora pac-
e trazendo benefícios reais para a Administração. tuado.
Nesse sentido, sempre que possível, o ordenador de despesas Considerando que o Fiscal não tenha participado do processo
pode custear a participação de seus servidores em cursos de capa- de seleção da contratada, é imprescindível que o mesmo leia aten-
citação em gestão de contratos oferecidos por órgãos públicos e tamente o Contrato, o Memorial Descritivo, o Projeto Executivo
empresas privadas. A qualificação dos servidores contribui para que (quando for o caso) e o Contrato, prestando especial atenção às
desempenhem melhor suas funções. cláusulas que descrevem as especificações do objeto, as condições
Caso o servidor designado não tenha conhecimentos técnicos de execução, os procedimentos de fiscalização e as penalidades
sobre o objeto, deve informar este fato, por escrito, à autoridade aplicáveis à Contratada.
que o designou, solicitando inclusive a designação de servidores da De acordo com o parágrafo 1º do artigo 67 da Lei de Licitações,
área para auxiliá-lo ou a contratação de profissionais, conforme o este representante da Administração deverá anotar em registro
caso. próprio todas as ocorrências relacionadas à execução do contrato,
ou seja, registrar por escrito tanto o cumprimento de etapas, es-
Fiscalização pecificações e condições de execução do objeto, quanto falhas e
imperfeições verificadas, comunicações à Administração e à Contra-
Feita a licitação, virá a execução do contrato. Neste momento tada e respostas obtidas, fatores externos que causaram atrasos ou
a Lei nº 8666/93, em seu artigo 67, determina que se nomeie um alterações nas especificações ou cronograma, determinando o que
Fiscal para o acompanhamento passo a passo da execução desse for necessário à regularização das ocorrências das faltas ou defeitos

311
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

observados. Esta determinação deverá ser feita na forma escrita e Quanto à pessoalidade e à subordinação, tratam-se de caracte-
mencionada ou anexada ao registro de ocorrências, pois é fato rela- rísticas da relação empregatícia, que não pode haver entre a Admi-
cionado à execução do contrato. nistração e quaisquer pessoas físicas senão através de concurso pú-
O fiscal deverá informar a seu gestor e/ou tomar providências blico. Para evitá-las, na execução do contrato, devem ser tomadas
junto à contratada para que faltas ou defeitos ocorridos na execu- as seguintes medidas:
ção do contrato, sejam reparados → Havendo quaisquer imperfeições ou atrasos nos serviços
Cabe ao fiscal do contrato realizar a medição e verificar a rea- prestados por quaisquer funcionários, fazer as devidas reclamações
lização de obras e serviços, bom como conferir a entrega de bens e exigir a solução dos problemas diretamente ao preposto da Con-
adquiridos, solicitando o auxílio caso tenha dúvidas quanto às es- tratada, e apenas a ele;
pecificações e informações técnicas, antes de assinar a medição. → Quaisquer comportamentos inadequados de funcionários da
Verificando alguma falha na execução do serviço, materiais empre- Contratada, que comprometam a qualidade do trabalho realizado
gados obras ou bens fornecidos, o fiscal deve recusar-se a atestar a ou o bem-estar de terceiros no local da prestação dos serviços, de-
medição e comunicar imediatamente ao gestor e a Contratada para vem ser relatados diretamente ao preposto da contratada, e apenas
a adoção de medidas cabíveis. a ele;
→ Quaisquer orientações sobre a execução dos serviços que
- Fiscalização de contrato fornecimento de bens: Nele, a prin- precisem ser comunicadas ou alteradas devem ser feitas direta-
cipal função é verificar se foram atendidas todas as especificações mente ao preposto, para que este oriente os empregados da Con-
e quantidades do objeto previstas no contrato, sendo preciso para tratada;
isso que estas especificações estejam bastante claras no contrato e → Toda e qualquer notificação ou solicitação deverá ser feita
seu anexo (Memorial Descritivo), para que haja condições de confe- por escrito.
rência no recebimento.
É necessário também fiscalizar o cumprimento de prazos e Quanto à aferição da quantidade e qualidade dos serviços, é
horários de entrega, formas de transporte, embalagem e desem- necessário que o contrato e seus anexos contenham critérios ob-
balagem, quando for o caso, e instalação (quando exigida em con- jetivos de medição, que não podem basear-se em horas ou dias
trato). trabalhados.
Deve ainda conferir se as quantidades e valores unitários na O fiscal deve assinar o termo de recebimento provisório do ser-
nota fiscal correspondem aos ajustados, antes de atestar o rece- viço, submetendo-o ao gestor para assinar o termo definitivo, bem
bimento. como auxiliá-lo com seus conhecimentos técnicos para que o mes-
Verificar o prazo de garantia técnica quando o equipamento/ mo consiga avaliar todos os aspectos do objeto.
bem apresentar falhas e comunicar imediatamente para que a Con-
tratada efetue os reparos necessários. Responsabilidade do fiscal

- Fiscalização de obras e serviços de engenharia: Nestes contra- Considerando o conhecimento técnico e específico necessário e
tos dispõe-se de vários documentos para conhecer os detalhes do as responsabilidades inerentes a esta função, é preciso que o fun-
objeto: planilha de custos unitários, cronograma físico-financeiro, cionário designado esteja preparado para a tarefa de fiscal.
Memorial Descritivo, Projeto Executivo, plantas e o próprio contra- A omissão do funcionário encarregado para o ofício – ou o in-
to. correto cumprimento da tarefe – pode gerar danos ao erário. Neste
Com relação aos operários da obra, é necessária a verificação do caso, além da responsabilidade no plano disciplinar, por exemplo,
cumprimento de seus direitos trabalhistas e previdenciários, e das ele sofrerá as consequências civis, atraindo para si o dever de repa-
normas de segurança no trabalho, pela Contratada rar o prejuízo, sendo necessário por isso, que o fiscal ao ser nomea-
Durante a execução do serviço ou obra, deve ser verificado ain- do tenha conhecimento de suas responsabilidades.
da, o cumprimento das etapas e dos prazos pactuados e ser os ma- De acordo com a Lei das Licitações, o fiscal pode e deve:
teriais empregados têm as especificações corretas. Deve ainda ser a) Solicitar o assessoramento técnico, quando necessário;
analisado o cumprimento das normas técnicas da ABNT. b) O fiscal deve anotar em expediente próprio as irregularidades
Em caso de falhas, o ordenador de despesas deve ser comuni- encontradas, as providências que determinou, os incidentes verifi-
cado, sendo que esta comunicação deve estar instruída de fotos, cados e o resultado dessas medidas.
quando houver. A Contratada deve ser notificada para resolver os
problemas, sob pena de aplicação das sanções cabíveis. O mesmo A falta dessas anotações pode ter graves consequências. O
procedimento deve ser adotado se o problema for constatado após artigo 78 da Lei, por exemplo, no inciso VIII, faculta à Administra-
o término do contrato, porém, durante a vigência do prazo de ga- ção promover, em processo próprio, a rescisão do contrato por
rantia técnica. cometimento reiterado de faltas. Mas não é só. O mesmo inciso
condiciona que essas faltas estejam anotadas pelo fiscal, na forma
- Fiscalização de prestação de serviços: Este tipo de contrato que prevê o artigo 67, parágrafo 1º. A falta dessas anotações – ou
merece atenção especial por duas razões: os cuidados que devem anotações sem as formalidades do citado dispositivo – impede a
ser tomados para que não se estabeleça pessoalidade ou subordi- rescisão, ainda que se trata de um contrato faltoso. Isso ocorrendo,
nação na relação entre a Administração e os empregados da Con- o fiscal omisso – que não fez as anotações na forma devida – atraiu
tratada; e a dificuldade em fiscalizar quantitativamente qualitativa- a responsabilidade para si.
mente os serviços prestados.

312
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ao ser designado para as tarefas de fiscalização e recebimento A advertência deve ser aplicada à Contratada nos casos de ine-
do objeto do contrato, o servidor passa a ter grande responsabili- xecução parcial de obrigações de diminuta monta. Assim como a
dade, inclusive de ordem pecuniária, na medida em que pode ser multa de mora (por atraso na execução do objeto), a multa por ine-
responsabilizado, juntamente com o gestor do contrato, por danos xecução parcial ou total do objeto deve ser prevista no edital e no
ao erário, respondendo a processos disciplinar e civil. contrato.
Diante disto é natural que o servidor questione a legitimidade Para a validade da aplicação das penalidades, é indispensável
do encargo. que sejam assegurados ao Contratado o direito de ampla defesa e
Entretanto, esta questão já está resolvida legalmente há déca- do contraditório, no prazo de cinco dias úteis, e que as penalidades
das, ficando firmado que se trata de obrigação adicional, mas que sejam motivadas em processo administrativo.
se integra ao elenco dos compromissos dos agentes públicos. Então Ao verificar a inexecução total ou parcial do objeto contratado,
não há, nesse prisma, possibilidade de recusa. o fiscal/gestor deve tomar as seguintes providências:
A recusa dos funcionários, entendemos, somente poderá ocor- 1. Registrar em formulários próprios todas as ocorrências ob-
rer nas seguintes hipóteses: servadas;
For impedido (parente, cônjuge, companheiro) ou suspeito 2. Notificar a empresa contratada acerca das falhas apontadas,
(amigo íntimo, inimigo, recebeu presentes, tem relação de débito concedendo prazo para manifestação da mesma;
com a empresa ou qualquer tipo de interesse, direto ou indireto, 3. Analisar as justificativas da empresa, e caso não aceitas, en-
junto ao contratado); caminhar a documentação (registro das ocorrências, comunicação à
Não detém conhecimento específico. Neste caso deve dirigir-se Contratada e as justificativas desta, fotografias e demais documen-
por escrito à autoridade, dizendo da situação e solicitando a subs- tos referentes à falha observada) com as devidas observações para
tituição. Se mantido, cumprirá o encargo. Mas, pelo menos, estará a autoridade competente visando, se for o caso, a abertura de pro-
resguardado de eventual erro. cesso administrativo para aplicação da penalidade;
Quanto a outros interesses do serviço, cumpre à autoridade 4. Acatando as justificativas da empresa, e conforme o caso, ad-
competente apreciá-los previamente, não cabendo ao funcionário vertir a Contratada que novas ocorrências poderão acarretar aplica-
designado fazer a invocação dos mesmos, para exonerar-se do en- ção de penalidade.
cargo.
Rescisão de contrato
Penalidades aplicáveis à contratada
As hipóteses de rescisão do contrato administrativo estão rela-
As penalidades aplicáveis à Contratada pela inexecução total cionadas no Artigo 78, incisos I a XVIII, da Lei de Licitações. Entre
ou parcial do objeto estão previstas nos artigos 86 e 87 da Lei de elas destacamos as causas previstas nos incisos I a VIII, que se refe-
Licitações. O artigo 86 dispõe sobre a multa de mora, nos seguintes rem ao descumprimento das cláusulas, prazos e especificações que
termos: compromete o atendimento da necessidade que motivou a contra-
tação:
Artigo 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujei- I. O não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações,
tará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumen- projeto ou prazo;
to convocatório ou no contrato. II. O cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especifica-
§ 1º - A multa a que alude este artigo não impede que a Admi- ções, projetos e prazos;
nistração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras III. A lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a
sanções previstas nesta Lei. comprovar a impossibilidade de conclusão da obra, do serviço ou
§ 2º - A multa, aplicada após regular processo administrativo, do fornecimento, nos prazos estipulados;
será descontada da garantia do respectivo contratado. IV. O atraso injustificado no início da obra, serviço ou forneci-
§ 3º - Se a multa for de valor superior ao valor da garantia mento;
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua V. A paralização da obra, do serviço ou do fornecimento, sem
diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente justa causa e prévia comunicação à Administração;
devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada VI. A subcontratação parcial ou total do seu objeto, a associa-
judicialmente. ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou
parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no
Conforme o artigo citado, as condições de aplicação de multa edital e no contrato;
de mora devem estar previstas no edital e no contrato, e só passa VII. O desatendimento das determinações regulares da autori-
a ser exigível após o processo administrativo na qual seja dada à dade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim
Contratada oportunidade de apresentar justificativa para o atraso como as de seus superiores;
na obra, fornecimento de bens ou serviços. VIII. O cometimento reiterado de faltas na sua execução, anota-
O valor da multa deve ser descontado da garantia quando esta das na forma do parágrafo 1º do artigo 67 desta Lei.
for prestada em dinheiro. Segundo Marçal Justen Filho, quando ti- Cabe mencionar que os incisos VII e VIII referem-se especifi-
ver sido prestada em caução real, fiança bancária ou títulos de dívi- camente à atuação do gestor do contrato. Ele deve registrar por
da pública, a garantia só poderá ser executada através de processo escrito as determinações feitas à Contratada (para correção de pro-
judicial. Em qualquer caso, havendo valores devidos à Contratada blemas na execução do objeto) e não atendidas, bem como as faltas
em virtude da execução do contrato, o valor da multa poderá ser cometidas por esta durante a vigência do contrato. Esta formalida-
descontado destes, nos termos do inciso IV do artigo 80 da Lei de
Licitações.

313
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de é necessária para que a ocorrência da hipótese prevista no inciso


VII ou VIII possa ser comprovada em processo administrativo para QUESTÕES
rescisão contratual e/ou penalização da Contratada.
A Administração tem o dever de zelar pelo interesse público 1. As principais funções administrativas (planejamento, orga-
e, por consequência, tem o dever de rescindir contratos com for- nização, direção e controle) apesar de serem distintas, operam de
necedores que não atendem a necessidade pública que motivou a forma articulada e complementar. A função planejamento implica
contratação. A simples legalidade do procedimento licitatório e do fazer com que o administrador responda a algumas questões, tais
contrato não justifica a manutenção de pagamentos a um forne- como: O que fazer? Para que fazer? Como fazer? Com que recursos
cedor que presta serviços com atraso, não atende aos padrões de fazer? Quando fazer? Com quem fazer? De que forma a resposta a
qualidade pactuados ou entrega obras inacabadas ou defeituosas. essas questões pode orientar a função controle?
Em casos assim, previstos nos incisos I a XII e XVIII do artigo (A) Oferecer um feedback sobre o desempenho organizacional.
78 da Lei de Licitações, o contrato pode ser rescindido unilateral- (B) Estabelecer a forma adequada de comando a ser desem-
mente mediante autorização escrita e fundamentada da autoridade penhada.
competente. A garantia contratual pode ser executada para ressar- (C) Determinar o que deve ser feito na dinâmica organizacio-
cimento da Administração e dos valores de multas e indenizações a nal.
ela devidos; e podem ser retidos os valores devidos à Contratada, (D) Instituir indicadores de adequação da ação ao que foi pro-
decorrentes do contrato, até o limite dos prejuízos causados à Ad- posto.
ministração, entre outras medidas. (E) Definir as ações a serem executadas.
A aplicação de penalidades e rescisão do contrato são importan-
tes para evitar prejuízos aos cofres públicos, garantir um serviço ou 2. No nível operacional, a função administrativa de organização
obra pública de qualidade, evidenciar a intenção da Administração se manifesta por meio da promoção de
de zelar pelo cumprimento integral de seus ajustes, o que acaba por (A) desenho departamental.
coibir a participação de maus fornecedores em futuras licitações (B) desenho organizacional.
daquele órgão. (C) planejamento estratégico.
(D) modelagem de trabalho.
A fiscalização do Tribunal de Contas (E) planejamento de cargos e salários.
Conforme o artigo 113 da Lei de Licitações, o controle das des- 3. O conhecimento e a correta utilização, na prática, das fun-
pesas decorrentes dos contratos administrativos deve ser feito pelo ções administrativas e seus instrumentos no ambiente empresarial
Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, podem ser considerados alguns dos principais meios para garantir
ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela a estabilidade e a longevidade de uma organização.
demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução. Tendo isso em consideração, assinale a opção que apresenta
Ou seja, a legalidade e regularidade do procedimento licitatório uma definição adequada para a função administrativa “organiza-
e da execução contratual não são presumidas, devem ser compro- ção”.
vadas ao Tribunal de Contas pelo órgão responsável pela contrata- (A) Dividir o trabalho e atribuir responsabilidades para sua re-
ção. Daí a importância da formalização tanto da licitação quanto da alização.
execução contratual: o processo licitatório deve ser devidamente (B) Estabelecer objetivos e definir meios para alcançá-los.
autuado, contendo todos os documentos obrigatórios, e todas as (C) Monitorar e corrigir atividades operacionais.
ocorrências da execução contratual devem ser registradas por es- (D) Orientar e motivar os colaboradores.
crito, conforme preceitua a Lei de Licitações. (E) Liderar e coordenar os processos de um grupo.
Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de
controle interno do órgão responsável pela contratação poderão 4. As quatro funções administrativas são: planejamento, orga-
solicitar para exame, antes da abertura das propostas, cópia de edi- nização, direção e controle. Assinale a alternativa correta:
tal de licitação já publicado, obrigando-se o órgão ou entidade da (A) O planejamento é o momento de definir os objetivos e os
Administração interessada à adoção das medidas corretivas que, meios para alcançá-los, com a intenção de reduzir as certezas e
em função desse exame, lhes forem determinadas (parágrafo 2º do orientar tomadas de decisões nos processos jurídicos.
artigo 13 da Lei de Licitações). (B) Na organização a empresa deve olhar para os seus recursos
Além do controle externo exercido pelo Tribunal de Contas e do e definir a estrutura administrativa e a divisão de trabalho que
controle interno do respectivo órgão da Administração Direta ou irão gerenciá-los.
Indireta, qualquer licitante contratado ou pessoa física ou jurídica (C) Direção é indispensavelmente voltada para as relações pes-
poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes soais.
do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação (D) Controle é essencial para mostrar os caminhos aos colabo-
da Lei de Licitações (parágrafo 1º do artigo 113 da Lei de Licitações). radores e motivá-los em seu trabalho.
Mais importante que controle externo, o controle interno e o
controle exercido pela sociedade, sem dúvida, é o controle exerci-
do pelo representante do órgão contratante, o gestor de contrato.
Este controle não deve restringir-se à legalidade dos procedimentos
adotados, mas sim eliminar os danos e prejuízos antes que ocor-
ram e, principalmente, garantir a que a necessidade pública seja
atendida.

314
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

5. Os trabalhadores são para as organizações o capital humano Assinale a sequência correta.


e seu talento é valioso como valor agregado e competências. De (A) V V F F
acordo com Chiavenato talento significa que um profissional conse- (B) F F V V
gue reunir quatro componentes básicos: (C) V F V V
1. Conhecimento (D) F V F F
2. Habilidades
3. Julgamento 8. No processo de arquivamento, se enquadram como Tipolo-
4. Atitude gias documentais e suportes físicos, EXCETO:
Habilidades, de acordo com a Composição do capital humano (A)Microfilmagens.
definido por Chiavenato, significa: (B) Preservação e conservação documental.
(A) aprender a utilizar o conhecimento de maneira concreta e (C) Restauração de documentos.
proveitosa. Em outras palavras, saber aplicar o conhecimento (D) Protocolos e avaliação de documentos.
na solução dos problemas, na inovação e na contribuição ao
sucesso da organização. 9. O princípio da arquivologia segundo o qual os arquivos refle-
(B) preparação contínua para receber novos conhecimentos. tem a estrutura, as funções e as atividades da entidade produtora,
Isso implica em aprender a aprender, aprender a aprender em suas relações internas e externas é denominado como:
mais rapidamente e melhor, aprender continuamente para (A) Indivisibilidade.
que sejam fornecedoras de conhecimento e não simplesmente (B).Unicidade
fornecedoras de mão de obra. (C) Organicidade
(C) aprender a analisar e discernir as situações para tomar de- (D) Cumulatividade.
cisões a respeito de como aplicar suas habilidades, definir ne- (E) Proveniência.
cessidades e prioridades a serem satisfeitas. 10. Na implementação de programas de gestão de documen-
(D) empreender, sair da zona de conforto e assumir respon- tos é muito importante a utilização de método de ordenação. Em
sabilidades e iniciativa no sentido de trabalhar como parceiro uma situação cuja necessidade é um eixo de plano prévio de distri-
da organização e não simplesmente passivo e dependente de buição dos documentos em dez grandes classes, cada uma poden-
tarefas. do ser subdividida em dez subclasses e assim por diante. Assinale a
(E) aprender a utilizar o conhecimento de maneira concreta e opção que indica esse método de ordenação.
proveitosa. Em outras palavras, saber aplicar o conhecimento (A)Decimal.
na solução dos problemas, na inovação e na contribuição ao (B)Dígito-terminal.
sucesso pessoal. (C)Duplex.
(D)Geográfico.
6. A base para as relações humanas são os vínculos que desen- (E)Soundex.
volvemos com as pessoas, seja na vida pessoal ou no ambiente de
trabalho e o entendimento de que, embora iguais: 11. Preservação de documentos é o conjunto de medidas ado-
(A) Cada um age de maneira diferente e têm necessidades di- tadas visando proteger, conservar ou restaurar os documentos
ferentes. armazenados em um arquivo. Na conservação dos documentos,
(B) Todos agem de forma diferente, muitas vezes não agregan- vários elementos devem ser evitados, pois tendem a danificar ou
do nenhum valor ao grupo. acelerar sua degradação. Sobre medidas e cuidados com a preser-
(C) Todos devem se comportar da mesma maneira e ter as vação dos documentos, considere os seguintes itens.
mesmas necessidades. I. Deve-se evitar a entrada de água, fogo ou luz no ambiente de
(D) Estamos sempre pensando a partir dos pensamentos e de- arquivo, pois esses elementos tendem a danificar os documentos.
sejos do outro. II. A limpeza do ambiente, sempre que possiv́ el, deve ser feita
a seco (aspirador de pó) ou com a utilização de panos úmidos nas
7. De acordo com a abordagem da gestão de recursos huma- estantes e no chão.
nos, analise as afirmativas a seguir, assinalando com V as verdadei- III. Deve-se evitar a utilização de saliva ou umedecedor de de-
ras e com F as falsas. dos ao passar as páginas dos documentos.
( ) A rotatividade de pessoal é definida pelo número de pessoas IV. Ao fazer anotações nos documentos, como o código de clas-
que saem de seus departamentos de origem na empresa para ou- sificação, por exemplo, deve-se utilizar lápis.
tros departamentos da mesma empresa. V. Os objetos metálicos, como clipes, grampos e colchetes, de-
( ) A rotatividade de pessoal não é uma causa, mas o efeito ou vem ser evitados por provocar a oxidação do papel. Quando neces-
consequência de fenômenos internos da organização. sária a juntada de folhas para formar um processo ou documento,
( ) Política salarial, política de benefícios, tipo de supervisão é indicada a utilização de clipes ou colchetes plásticos.
exercido sobre os funcionários e programas de treinamento são VI. Colas e fitas adesivas também devem ser evitadas, por pro-
exemplos de fenômenos internos da organização. vocar manchas irreversiv́ eis no documento, produto de sua alta
( ) Criar, manter e desenvolver uma força de trabalho com ha- acidez. Na restauração de documentos, existem colas e fitas ade-
bilidades e competências, motivação e satisfação para o alcance sivas com qualidade arquiviś tica (sem acidez) adequadas a essa
dos objetivos da instituição é um objetivo primário da gestão de tarefa.
recursos humanos. Quantos dos itens apresentados estão corretos?
(A)Todos.
(B)Cinco, somente.

315
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(C)Quatro, somente. 15. Além dos equipamentos de movimentação dos materiais


(D)Três, somente. das cargas no armazém, é possível destacar os paletes como
(E)Dois, somente. estrados que viabilizam o seu empilhamento.
Entre as DESVANTAGENS da paletização, cita-se
12. Atualmente, o termo Gerenciamento da Cadeia de (A) maior densidade de carga no armazenamento
Suprimentos (Supply Chain Management) é usado para descrever (B) maior rapidez nas operações de carga e descarga
o complexo fluxo de materiais e informações que passa por (C) maior custo operacional em face da vida útil dos paletes
essa cadeia. Para alcançar a eficiência na gestão da cadeia de (D) melhoria na utilização dos espaços verticais
suprimentos, uma empresa deve (E) redução nos custos de manuseio e movimentação
(A) colaborar com fornecedores e clientes, compartilhando
informações sobre demanda e estoques de seus produtos, 16. A classificação de materiais é o processo de aglutinação por
componentes e matérias-primas. características semelhantes, e determina grande parte do sucesso
(B) integrar verticalmente a produção, evitando a dependência no gerenciamento de estoques. São critérios de classificação de
de muitos fornecedores ao longo da cadeia. recursos materiais, EXCETO a(o)
(C) implementar uma estratégia de especialização em suas (A) periculosidade.
principais competências, deixando a produção de componentes (B) perecibilidade.
e subprodutos não essenciais para outros fornecedores. (C) importância operacional.
(D) melhorar, isoladamente, cada ponto da cadeia de (D) possibilidade de fazer ou comprar.
suprimentos, de forma a maximizar a eficiência de cada (E) preço unitário.
operação, garantindo a eficiência global da cadeia de
suprimentos. 17. (Banrisul - Analista de Tecnologia da Informação - 2015)
(E) estabelecer programas de lotes econômicos de compra Qual é a principal contribuição da Arquivística para a gestão de
e produção, para equilibrar os custos de transporte e documentos eletrônicos?
armazenagem, responsáveis pelos principais custos que (A) Definição de padrões para a codificação de documentos
incidem na cadeia de suprimentos. eletrônicos.
(B) Desenvolvimento de sistemas para a captura de documen-
13. Uma vez autorizada a compra, a área de compras deve tos eletrônicos.
organizar dois cadastros: um referente às transações efetuadas, e (C) Estabelecimento de critérios para a classificação e organiza-
outro referente aos dados dos fornecedores. ção de documentos eletrônicos.
Quanto ao último cadastro, é correto o registro da seguinte (D) Criação de procedimentos para a autenticação e validação
informação: de documentos eletrônicos.
(A) número do pedido de compra
(B) endereço do fornecedor 18. Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - Analista de
(C) data do fornecimento Controle Externo - 2013)
(D) material fornecido O que é um sistema de gerenciamento eletrônico de documen-
(E) número da fatura tos (GED)?
(A) Um software para a produção de documentos eletrônicos.
14. As mudanças exercem pressões e ameaças que precisam (B) Uma tecnologia para a transmissão de documentos ele-
ser identificadas e equacionadas no suprimento dos materiais e trônicos.
serviços bem como nas articulações com fornecedores. (C) Um conjunto de técnicas para a preservação de documen-
Relacione as ameaças abaixo com suas respectivas tos em papel.
características apresentadas ao lado. (D) Um conjunto de tecnologias para a gestão de documentos
I - Ameaças naturais II - Ameaças dos mercados III - Ameaças eletrônicos.
tecnológicas
P - Possibilidade de esgotar a matéria-prima disponível 19. (Tribunal Regional do Trabalho - 3ª Região - Analista Judi-
na natureza. Q - Políticas de preços e internacionalização dos ciário - Arquivologia - 2017)
mercados. Qual é o objetivo principal da legislação arquivística?
R - Modificações relacionadas à automação e à modernização (A) Preservar a memória institucional.
dos parques industriais. (B) Otimizar o espaço físico para armazenamento de documen-
S - Intervenção do estado na economia e no sistema jurídico tos.
dos países. (C) Facilitar a exclusão de documentos sem valor histórico.
As associações corretas são: (D) Garantir o sigilo das informações contidas nos documentos.
(A) I - P , II - Q , III - R
(B) I - P , II - R , III - S
(C) I - Q , II - S , III - P
(D) I - R , II - S , III - P
(E) I - S , II - P , III - R

316
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

20. (Ministério Público do Estado de São Paulo - Analista Técni- 26. O poder legítimo na Teoria dos Tipos de Poder está rela-
co Científico - Arquivologia - 2015) cionado com:
De acordo com a Lei nº 8.159/1991, o que é um arquivo pú- (A) A capacidade de punir ou ameaçar punição
blico? (B) A influência pessoal que um indivíduo exerce sobre os ou-
(A) Conjunto de documentos produzidos e recebidos pelo po- tros
der público. (C) A capacidade de conceder recompensas
(B) Conjunto de documentos produzidos ou recebidos por pes- (D) A posição hierárquica do indivíduo na organização
soas físicas ou jurídicas.
(C) Conjunto de documentos em qualquer suporte que apre- 27. (FGV/MPE-AP/Analista Jurídico/2019)
sente valor histórico. Qual o objetivo da fase de preparação da negociação?
(D) Conjunto de documentos em poder de empresas prestado- (A) Identificar as necessidades de uma das partes envolvidas
ras de serviços ao Estado. (B) Identificar as necessidades de ambas as partes envolvidas
(C) Apresentar soluções que satisfaçam uma das partes envol-
21. (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais - Técnico Judi- vidas
ciário - 2017) (D) Formalizar o acordo alcançado
Qual é a definição de motivação no contexto organizacional?
(A) É a força que impulsiona uma pessoa a agir de determinada 28. Qual a definição de ética profissional?
maneira e a alcançar seus objetivos. (A) A ética profissional é o conjunto de valores e princípios que
(B) É a habilidade de influenciar pessoas para que elas ajam em orientam o comportamento dos profissionais no exercício de
direção aos objetivos da organização. suas funções.
(C) É a capacidade de trabalhar bem em equipe. (B) A ética profissional é um código de conduta que obriga os
(D) É o conjunto de regras e normas que orientam o comporta- profissionais a seguir determinadas regras em suas atividades.
mento dos membros da organização. (C) A ética profissional é uma ferramenta utilizada pelas em-
presas para controlar o comportamento dos seus funcionários.
22. (Prefeitura de Nova Lima/MG - Analista de Recursos Huma-
nos - 2020) (D) A ética profissional é um conjunto de leis que regulam o
Qual é o papel da liderança no comportamento organizacional? exercício de determinadas profissões.
(A) Estimular a comunicação entre os membros da equipe.
(B) Gerenciar conflitos entre os membros da equipe. 29. Qual a diferença entre ética e moral?
(C) Influenciar pessoas para que elas ajam em direção aos ob- (A) Não há diferença entre ética e moral, pois ambos os termos
jetivos da organização. se referem a um conjunto de valores e princípios que norteiam
(D) Definir as metas e objetivos da equipe. o comportamento humano.
(B) A ética se refere aos valores e princípios que norteiam o
23. Qual é a definição de grupo na dinâmica organizacional? comportamento dos indivíduos em sociedade, enquanto a mo-
(A) Um conjunto de indivíduos que compartilham o mesmo car- ral se refere às regras de conduta estabelecidas por uma deter-
go na organização. minada cultura ou grupo.
(B) Duas ou mais pessoas que interagem entre si e possuem (C) A moral se refere aos valores e princípios universais que de-
objetivos em comum. vem ser seguidos por todos os indivíduos, enquanto a ética se
(C) Uma equipe de funcionários que trabalham em projetos di- refere às regras de conduta estabelecidas por uma determina-
ferentes dentro da organização. da profissão ou organização.
(D) Um grupo de funcionários que compartilham um mesmo (D) A ética se refere aos valores e princípios universais que de-
espaço físico na organização. vem ser seguidos por todos os indivíduos, enquanto a moral se
refere às regras de conduta estabelecidas por uma determina-
24. Quais são os principais desafios que os gestores enfrentam da profissão ou organização.
no gerenciamento de pessoas e grupos na dinâmica organizacional?
(A) A gestão da diversidade, a criação de um ambiente de tra- 30. O que é o código de ética profissional?
balho saudável e produtivo e a motivação dos funcionários. (A) O código de ética profissional é um conjunto de leis que
(B) A tomada de decisão, a liderança e a comunicação. regulam o exercício de determinadas profissões.
(C) A cultura organizacional, o poder e o conflito. (B) O código de ética profissional é um documento elaborado
(D) A implementação de tecnologias digitais, a redução de cus- por uma determinada profissão que estabelece os princípios
tos e o aumento da produtividade. éticos que devem ser seguidos pelos profissionais daquela
área.
25. De acordo com a Teoria dos Traços, quais são alguns dos (C) O código de ética profissional é um conjunto de regras de
traços de personalidade considerados importantes para um líder? conduta estabelecidas pelas empresas para controlar o com-
(A) Empatia e assertividade portamento de seus funcionários.
(B) Carisma e inteligência emocional (D) O código de ética profissional é um conjunto de valores e
(C) Autoridade e controle emocional princípios universais que devem ser seguidos por todos os pro-
(D) Experiência e conhecimento técnico fissionais em suas atividades.

317
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

31. Qual a importância da gestão adequada das relações de (D) A gestão de pessoas tradicional é voltada para a produtivi-
trabalho para o sucesso de uma organização? dade e o lucro, enquanto a gestão de pessoas contemporânea
(A) A gestão adequada das relações de trabalho não afeta o é voltada para o bem-estar e a qualidade de vida dos colabo-
sucesso de uma organização. radores.
(B) Uma equipe motivada e comprometida é mais produtiva,
reduzindo os custos e aumentando a eficiência. 38. Quais são os principais desafios enfrentados pela gestão de
(C) A gestão adequada das relações de trabalho pode afetar pessoas contemporânea?
negativamente o clima organizacional e a produtividade. (A) A gestão de pessoas contemporânea enfrenta desafios re-
(D) A gestão adequada das relações de trabalho afeta apenas a lacionados à diversidade, à valorização dos colaboradores e à
motivação dos funcionários. adaptação às mudanças tecnológicas e sociais.
(B) A gestão de pessoas contemporânea enfrenta desafios re-
32.Qual a importância da gestão das relações de trabalho nas lacionados à rigidez das regras e normas, à centralização das
empresas? decisões e à falta de flexibilidade.
(A) Garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. (C) A gestão de pessoas contemporânea enfrenta desafios re-
(B) Evitar prejuízos financeiros e de imagem. lacionados à falta de liderança efetiva, à ausência de valores
(C) Promover um clima organizacional positivo e produtivo. compartilhados e à baixa produtividade dos colaboradores.
(D) Todas as alternativas estão corretas. (D) A gestão de pessoas contemporânea não enfrenta desafios
significativos, já que é um modelo eficiente e moderno.
33. Qual é a importância da responsabilidade social das empre-
sas na sociedade atual? 39. Qual é a importância da gestão de estoques na logística de
(A) Apenas para a imagem positiva da empresa. uma empresa?
(B) Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da socieda- (A) Garantir que os produtos estejam disponíveis quando ne-
de e para a preservação do meio ambiente. cessário, sem excesso de estoque que possa levar a custos des-
(C) Apenas para alcançar sucesso a longo prazo. necessários.
(B) Garantir que os produtos sejam entregues aos clientes fi-
nais com eficiência e no prazo.
34. Quais são as principais formas de implementar a responsa- (C) Garantir que os processos de embalagem, etiquetagem e
bilidade social nas empresas? rastreamento dos produtos sejam gerenciados adequadamen-
(A) Redução dos custos de produção. te.
(B) Ações de voluntariado, doações para instituições de carida- (D) Garantir que os locais de armazenamento de produtos es-
de e programas de sustentabilidade. tejam em condições adequadas e seguras.
(C) Aumento dos preços dos produtos.
40. Quais são os componentes da logística de uma empresa?
35. O que é considerado assédio no ambiente de trabalho? (A) Planejamento e controle de produção, transporte e distri-
(A) Qualquer comportamento indesejado que tenha como ob- buição.
jetivo prejudicar a dignidade ou criar um ambiente intimidador. (B) Armazenamento, embalagem e rastreamento de produtos.
(B) Apenas comportamentos de natureza sexual. (C) Gestão de estoques, transporte, armazenamento e distri-
(C) Apenas comportamentos de natureza verbal. buição.
(D) Planejamento e controle de produção, armazenamento e
36. Qual é a responsabilidade das empresas em relação ao as- distribuição.
sédio?
(A) Criar um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para to- 41. Qual o objetivo principal da administração financeira?
dos os colaboradores, com políticas claras de combate ao assé- (A) Maximizar o lucro da empresa.
dio e canais de denúncia efetivos e confidenciais. (B) Minimizar os custos da empresa.
(B) Ignorar comportamentos de assédio para evitar conflitos. (C) Maximizar a riqueza dos acionistas.
(C) Culpar os colaboradores que sofrem assédio. (D) Maximizar a participação de mercado da empresa.

37. Qual é a principal diferença entre a gestão de pessoas tra- 42. Qual é a finalidade do fluxo de caixa?
dicional e a gestão de pessoas contemporânea? (A) Demonstrar as obrigações financeiras da empresa.
(A) A gestão de pessoas tradicional foca no controle das ativi- (B) Demonstrar a capacidade de produção da empresa.
dades dos colaboradores, enquanto a gestão de pessoas con- (C) Controlar a entrada e saída de recursos financeiros da em-
temporânea foca no desenvolvimento e valorização dos cola- presa.
boradores. (D) Controlar o nível de estoque da empresa.
(B) A gestão de pessoas tradicional valoriza a hierarquia e a bu-
rocracia, enquanto a gestão de pessoas contemporânea valori-
za a horizontalidade e a flexibilidade.
(C) A gestão de pessoas tradicional é baseada em regras e nor-
mas rígidas, enquanto a gestão de pessoas contemporânea é
baseada em princípios e valores compartilhados.

318
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

43. (FUB - Assistente em Administração - 2019) Sobre a estru- 11 B


tura da redação empresarial, analise as afirmativas abaixo:
I - O ofício é um documento formal e utilizado para a comunica- 12 A
ção externa das empresas com outras empresas ou pessoas físicas. 13 B
II - O memorando é um documento utilizado para a comuni-
cação interna das empresas e tem como objetivo a circulação de 14 A
informações e decisões. 15 C
III - A ata é o documento utilizado para registrar as decisões
16 E
das reuniões, especificando data, local, horário, participantes e as-
suntos tratados. 17 C
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas cor- 18 D
retas:
(A) Apenas a afirmativa I está correta. 19 A
(B) Apenas a afirmativa II está correta. 20 A
(C) Apenas a afirmativa III está correta.
(D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 21 A
(E) Todas as afirmativas estão corretas. 22 C
23 B
44. (Banrisul - Escriturário - 2019) Ao produzir textos em am-
biente profissional, o cuidado com a formalidade é fundamental. 24 A
Sendo assim, é correto afirmar que: 25 B
(A) a utilização de abreviações e siglas deve ser evitada, uma
vez que prejudica a clareza e a compreensão do texto. 26 D
(B) a informalidade na escrita de e-mails e mensagens instantâ- 27 B
neas não prejudica a imagem da empresa.
28 A
(C) o uso de gírias e expressões coloquiais é recomendado, pois
torna o texto mais descontraído. 29 B
(D) o uso excessivo de jargões e termos técnicos é indicado, 30 B
pois demonstra conhecimento e credibilidade do emissor.
31 B
45. (Banco do Brasil - Escriturário - 2021) Ao escrever um e-mail 32 D
corporativo, é importante que o colaborador:
(A) utilize abreviações e gírias para se comunicar de maneira 33 B
mais informal. 34 B
(B) respeite o tom de voz da empresa e o público que irá rece-
35 A
ber a mensagem.
(C) utilize emoticons e emojis para tornar a mensagem mais 36 A
agradável. 37 B
(D) ignore a gramática e a ortografia, uma vez que a rapidez na
comunicação é mais importante. 38 A
39 A
GABARITO 40 C
41 C
1 D 42 C
2 D 43 E
3 A 44 A
4 B 45 B
5 A
6 A ANOTAÇÕES
7 B
8 D ______________________________________________________
9 C
______________________________________________________
10 A
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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